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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Campus de Rio Claro
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA, HIDROGEOGICA E O MAPEAMENTO DA
VULNERABILIDADE NATURAL À POLUIÇÃO DOS AÍFEROS,
NA ESCALA 1:25.000, DAS ÁREAS URBANA E DE EXPANO DO
MUNICÍPIO DE ARARAQUARA-SP
Geól. MSc. Fábio José Meaulo
Orientador: Prof. Dr. Antonio Roberto Saad
Tese de Doutoramento, elaborada junto ao Programa
de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente,
Área de Concentração em Geociências e Meio Ambiente,
obtenção do título de Doutor em Geociências e Meio Ambiente
Rio Claro (SP)
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Campus de Rio Claro
IDENTIFICAÇÃO DO DOCUMENTO
TÍTULO - CARACTERIZÃO GEOLÓGICA, HIDROGEOGICA E O
MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE NATURAL À POLUÃO DOS
AÍFEROS, NA ESCALA 1:25.000, DAS ÁREAS URBANA E DE
EXPANSÃO DO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA-SP
ÁREA DE ESTUDO: Zona urbana e de expansão da área do Município de Araraquara
(SP)
PROBLEMÁTICA: Escassez de informações geológicas, hidrogeológicas e da
vulnerabilidade natural em escala de trabalho compatível com o planejamento e a gestão
ambiental de territórios, aliada à morosidade na aplicação da legislação pertinente,
contribuem para o crescimento desordenado dos centros urbanos e também para o
agravamento do quadro de degradação ambiental, em especial, dos recursos hídricos
(superficiais e subterrâneos).
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Geociências e Meio Ambiente
_______________________________
Prof. Dr. Antonio Roberto Saad (Orientador)
____________________________
Fábio José Meaulo (Discente-Doutorando)
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COMISSÃO EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Antonio Roberto Saad (Orientador)
_____________________________________________
Prof. Dr. Leandro Eugenio da Silva Cerri
_____________________________________________
Prof. Dr.Antenor Zanardo
_____________________________________________
Prof. Dr. José Luiz Albuquerque Filho
_____________________________________________
Prof. Dr. Denilson Teixeira
______________________________________________
Geól.MSc Fábio José Meaulo
(Doutorando)
Rio Claro, 30 de Outubro de 2007
Resultado: Aprovado
Essa tese se traduz na realização de um sonho pessoal
e com dedicação exclusiva aos meus pais,
Paschoal Meaulo (in memorian)
e Apparecida Ortega Meaulo.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Antonio Roberto Saad, pelo entusiasmo e serenidade que
conduziu a orientação dessa tese de doutoramento. Meu muito obrigado.
À FAPESP (Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas)
pela concessão dos recursos financeiros aplicados nas etapas de campo e pela
bolsa de pesquisador.
Ao Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente da Unesp
Rio Claro-SP pela concessão da bolsa de doutorado nos meses iniciais da pesquisa.
À Empresa FORTGEO Geociências & Meio Ambiente, CETESB-Araraquara,
DAAE-Araraquara, aos proprietários de todas as chácaras, sítios, fazendas,
indústrias, postos de serviços, empresas de perfuração de poços e poceiros,
corretores imobiliários, enfim, todos que contribuíram pela cessão das informações
necessárias para elaboração do banco de dados.
Aos Prof. Dr. Leandro Eugenio da Silva Cerri e José Luiz Albuquerque Filho
pelo acompanhamento desse trabalho desde a apresentação do projeto de
pesquisa, exame de qualificação e participação da banca examinadora.
Aos amigos e profissionais, Geólogos/MSc.Alex Alves de Lima, MSc.Vinicius
Rosa Rodrigues, Marco Aurélio Rodrigues, Dr.Guillermo R.B. Navarro, Dr.Fabiano
Cabañas Navarro, Daniel Leoni Mazorca, Luiz Zanão Neto, Bruno Tambeli Scalvi,
Dr.Antenor Zanardo; Julio César Arantes Perroni; Geógrafos/Pedro Luiz M. Facin,
Rafael Zendonadi da Silva; Administradores Públicos/José Leandro R. Fernandes,
Sinoel Batista; Físico/José Ricardo M. Bortolin, Geofísicos/José F. Caparica Jr. e
Juliano Bahia, Ecóloga/Monica Regina Marquezin; Bióloga/Aline Piccoli Otalara;
Designer/Alex Ribeiro; Estudante Antonio Ap. Milani Filho, que contribuíram direta ou
indiretamente com o desenvolvimento desse documento.
Aos amigos da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unesp, em
especial, a equipe da CAIENA.
À Aline Piccoli Otalara pela imensurável contribuição nos momentos difíceis
do desenvolvimento desse trabalho e pelo carinho sempre presente.
À DEUS por me acompanhar na conquista desse importante marco na minha
vida.
SUMÁRIO
ÍNDICE.....................................................................................................................................i
ÍNDICE DE TABELAS...........................................................................................................iii
ÍNDICE DE QUADROS.........................................................................................................iii
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES.................................................................................................iv
ÍNDICE DE ABREVIAÇÕES................................................................................................vi
RESUMO................................................................................................................................viii
ABSTRACT...............................................................................................................................ix
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................1
CAPÍTULO 2– MÉTODO E ETAPAS DA PESQUISA.......................................................6
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS OBTIDOS........................................................................25
CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...............................................100
CAPÍTULO 5 – REFERÊNCIAS........................................................................................107
ÍNDICE ........................................................................i
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1 - Localização da área de estudo e acessos.........................................................................2
1.2 - Formulação do problema de pesquisa............................................................................4
1.3 - Estabelecimento das premissas da pesquisa...................................................................4
1.4 - Objetivos da pesquisa.......................................................................................................4
1.5 - Considerações sobre a aplicação dos documentos cartográficos da pesquisa.............5
CAPÍTULO 2- MÉTODO E ETAPAS DA PESQUISA
2.1 – Revisão bibliográfica........................................................................................................6
2.2 - Seleção da área de estudo e confecção da base cartográfica.........................................7
2.3 – Atividades de campo e o mapeamento geológico...........................................................7
2.4 – Caracterização hidrogeológica........................................................................................8
a) Ensaios de condutividade hidráulica in situ...............................................................9
b) Método geofísico da eletrorresistividade – Sondagem Elétrica Vertical-SEV........11
c) Sondagem de simples reconhecimento......................................................................17
2.5 – Levantamento das fontes potenciais e/ou efetivas de poluição..................................18
2.6 - Levantamento do valor imobiliário territorial de Araraquara-SP............................18
2.7 – Determinação da vulnerabilidade natural de aqüíferos - Método GOD..................19
2.8 Integração das informações do meio natural e antrópico com o Plano Diretor
Municipal de Araraquara-SP................................................................................................24
2.9 – Confecção dos documentos cartográficos temáticos...................................................24
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS OBTIDOS
3.1 – Área de estudo de Araraquara.....................................................................................25
3.1.1 – Caracterização geológica............................................................................................25
3.1.1.1 – Geologia regional......................................................................................................25
3.1.1.2 – Geologia local............................................................................................................32
3.1.2 – Caracterização hidrogeológica...................................................................................47
3.1.2.1 – Hidrogeologia regional............................................................................................47
3.1.2.2 – Hidrogeologia local..................................................................................................56
a) Generalidades e modelos hidrogeológicos conceituais........................................56
b) Análise da profundidade do nível d´água e de vazão..........................................64
c) Condutividade hidráulica in situ...........................................................................73
d) Caracterização geofísica - sondagem elétrica vertical-SEV...............................84
e) Levantamento das fontes potenciais e/ou efetivas de poluição...........................90
3.1.3 - Levantamento do valor imobiliário territorial..........................................................91
3.1.4 Informações da área de Araraquara aplicado às regiões de planejamento
ambiental- RPA.......................................................................................................................93
CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...............................................100
CAPÍTULO 5 – REFERÊNCIAS........................................................................................107
ANEXOS
ANEXO 1 Mapa de pontos de informação das porções noroeste da Folha Araraquara e
sudeste da Folha Rincão.
ANEXO 2 – Mapa geológico e seções geológicas das porções noroeste da Folha Araraquara e
sudeste da Folha Rincão.
ANEXO 3 Mapa de condutividade hidráulica (zona não saturada) das porções noroeste da
Folha Araraquara e sudeste da Folha Rincão.
ANEXO 4 Mapa de superfície de tendência de profundidade do nível d´água do aqüífero
livre das porções noroeste da Folha Araraquara e sudeste da Folha Rincão.
ANEXO 5 Mapa de vulnerabilidade natural à poluição dos recursos hídricos subterrâneos
da área de Araraquara (SP)
ANEXO 6 Mapa das regiões de planejamento ambiental (RPA) das porções noroeste da
Folha Araraquara e sudeste da Folha Rincão.
ÍNDICE DE TABELAS....................................................iii
Tabela 1 - Base de dados de condutividade hidráulica........................................................77
Tabela 2 - Dados de condutividade hidráulica associada às unidades geológicas.............83
Tabela 3 - Estatísticas das curvas de campo.........................................................................85
Tabela 4 - Características das formações geológicas segundo o padrão das curvas de
campo.......................................................................................................................................85
Tabela 5 - Valores do preço da terra urbana no município de Araraquara (SP)............92
ÍNDICE DE QUADROS..................................................iii
Quadro 1 - Valores de resistividade de alguns tipos litológicos principais.......................14
Quadro 2 – Fatores hidrogeológicos que controlam a vulnerabilidade à poluição do
aqüífero....................................................................................................................................21
Quadro 3 - Classes de vulnerabilidade natural de aqüíferos e definições
correspondentes......................................................................................................................22
Quadro 4 Análise conjunta da profundidade do nível estático no município de
Araraquara (SP)......................................................................................................................66
Quadro 5 Análise da profundidade do nível estático dos poços que explotam água do
Aqüífero Bauru.......................................................................................................................67
Quadro 6 Análise da profundidade do nível estático dos poços escavados (tipo
cacimba)...................................................................................................................................68
Quadro 7 – Análise geral da profundidade do nível estático no município de Araraquara
(SP)...........................................................................................................................................68
Quadro 8 Análise descritiva final da profundidade do nível estático no município de
Araraquara (SP).....................................................................................................................69
Quadro 9 - Histograma e tabela de vazão dos poços no aqüífero Serra Geral, município
de Araraquara (SP)................................................................................................................72
Quadro 10 - Histograma e tabela de vazão dos poços no aqüífero Botucatu/Pirambóia,
município de Araraquara (SP)..............................................................................................72
Quadro 11 - Histograma e tabela de vazão dos poços no aqüífero Adamantina,
município de Araraquara (SP)..............................................................................................72
Quadro 12 - Classificação da condutividade hidráulica de acordo com diferentes faixas
texturais....................................................................................................................................74
Quadro 13 - Permeabilidade intrínseca e condutividade hidráulica para vários materiais
não consolidados......................................................................................................................75
Quadro 14 – Análise conjunta da condutividade hidráulica da área de Araraquara......79
Quadro 15 - Nova análise conjunta condutividade hidráulica da área de Araraquara ..79
Quadro 16 - Análise da condutividade hidráulica da Formação Adamantina.................80
Quadro 17 - Análise da condutividade hidráulica dos Sedimentos Cenozóicos...............81
Quadro 18 - Análise da condutividade hidráulica da Formação Serra Geral..................82
Quadro 19 - Análise da condutividade hidráulica da Formação Botucatu.......................82
Quadro 20 - Características das unidades de vulnerabilidade natural, quanto à
distribuição areal e empreendimentos potencialmente poluidores....................................97
Quadro 21 - Variação do produto da avaliação da vulnerabilidade natural por unidade
geológica da área de Araraquara..........................................................................................98
Quadro 22 – Informações integradas da área de Araraquara-SP.....................................99
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES............................................iv
Figura 1 – Localização da área de estudo no Estado de São Paulo......................................3
Figura 2 – Exemplo hipotético da formação do bulbo.........................................................10
Figura 3 - Diferença de potencial entre duas linhas equipotenciais...................................11
Figura 4 - Procedimento para medição da resistividade do solo de um semi-espaço.......12
Figura 5 - Método para a medição da resistividade do meio geológico ............................13
Figura 6 - Arranjo Schlumberger.........................................................................................15
Figura 7 - Exemplos hipotéticos dos quatro principais tipos de curvas de campo...........17
Figura 8 Cálculo hipotético para a confecção do mapa de vulnerabilidade natural à
poluição do aqüífero usando o Método GOD.......................................................................22
Figura 09 Sistema de avaliação do índice de vulnerabilidade natural à poluição do
aqüífero, Método GOD...........................................................................................................23
Figura 10 - Unidades geológicas maiores do Estado de São Paulo.....................................28
Figura 11 - Coluna estratigráfica da área de estudo............................................................34
Figura 12 - Histograma da análise granulométrica da Formação Botucatu.....................35
Prancha 01 - Afloramento na SP-255 (Trecho Araraquara-Jaú).......................................38
Figura 13 - Histograma da análise granulométrica da Formação Serra Geral................40
Figura 14 - Histograma da análise granulométrica da Formação. Adamantina..............43
Figura 15 - Histograma da análise granulométrica dos Sedimentos Cenozóicos.............45
Prancha 02 - Fotomicrografias do ponto geológico 239 referente aos Sedimentos
Cenozóicos, Ponto 01, Anexo 1..............................................................................................46
Figura 16 - Localização das UGRHI no Estado de São Paulo............................................48
Figura 17 - Unidades aqüíferas no Estado de São Paulo.....................................................49
Figura 18 - Exemplos dos tipos de porosidade em diferentes aqüíferos............................49
Figura 19 - Localização da UGRHI Tietê/Jacaré no Estado de São Paulo........................50
Figura 20 - Modelo hidráulico simplificado do Aqüífero Bauru........................................51
Figura 21 - Modelo hidráulico simplificado do Aqüífero Botucatu...................................53
Figura 22 - Modelo hidráulico simplificado do Aqüífero Serra Geral...............................54
Figura 23 - Modelo (1A) conceitual hidrogeológico para a Formação Botucatu..............58
Figura 24 - Modelo (1B) conceitual hidrogeológico para as formações Botucatu e Serra
Geral (SW da área).................................................................................................................59
Figura 25 - Modelo (2A) conceitual hidrogeológico para as formações Adamantina e
Serra Geral.............................................................................................................................60
Figura 26 - Modelo (2B) conceitual hidrogeológico para as formações Adamantina e
Serra Geral, estrutura côncava..............................................................................................61
Figura 27 - Modelo (2C) conceitual hidrogeológico para as formações Adamantina e
Serra Geral, estrutura côncava..............................................................................................62
Figura 28 - Modelo (3A) conceitual hidrogeológico para os Sedimentos Cenozóicos e as
formações sotopostas...............................................................................................................63
Figura 29 - Bloco diagrama ilustrando a superfície potenciométrica na área de estudo.70
Figura 30 - Modelo conceitual de interpretação da Sondagem Elétrica Vertical.............87
Figura 31 Distribuição por atividade das principais fontes potenciais à poluição da
área de Araraquara................................................................................................................90
Figura 32 - Esquema conceitual para avaliação do risco de poluição dos recursos
hídricos subterrâneos.............................................................................................................95
LISTA DE ABREVIAÇÕES..............................................vi
ABGE - Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CBH – Comitê de Bacia Hidrográfica
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
CRH - Conselho Estadual de Recursos Hídricos
CTC - Capacidade de Troca Catiônica
DAAE – Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara
DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica
DGA - Departamento de Geologia Aplicada
EAGE.- European Association of Geoscientists and Engineers
EESC - Escola de Engenharia de São Carlos
FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
GeoEAS - Geostatistical Environmental Assessment Software
GOD - Groundwater hydraulic confinement; Overlaying strata; Depth to groundwater table
GPS – Global Positioning System
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICT - Instituição Científica e Tecnológica
IGC – Instituto Geográfico e Cartográfico
IGCE – Instituto de Geociências e Ciências Exatas
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
K – Coeficiente de permeabilidade
MGA – Macrozoneamento de Gestão Ambiental
NA - Nível d´água Subterrânea
NBR – Norma Técnica Brasileira
PD – Plano Diretor
PGRH – Programa de Gestão de Recursos Hídricos
PIPE – Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas
Q – Vazão
Q/s – Capacidade Específica
RPA – Região de Planejamento Ambiental
SAG – Sistema Aqüífero Guarani
SEV - Sondagem Elétrica Vertical
SIDAS -
Sistema de Informação de Águas Subterrâneas
SIG - Sistema de Informação Geográfica
SIGRH - Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos
SMA – Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo
SP – 255 - Rodovia João R. de Barros
SP – 310 - Rodovia Washington Luiz
SP - São Paulo
T/J – Tietê/Jacaré
TQdI – Terciário e Quaternário indiferenciado
UGRHI – Unidade de Gerenciamento
UNESP - Universidade Estadual Paulista
USP - Universidade de São Paulo
RESUMO
O planejamento territorial e a gestão ambiental são instrumentos que podem minimizar
os impactos negativos e potencializar os impactos positivos nos meios natural e antrópico.
Entretanto, é necessária a caracterização de elementos do meio físico, tais como a geologia e a
hidrogeologia, e do meio sócio econômico, devendo representá-los conjuntamente em
documentos cartográficos temáticos que sejam compatíveis com aqueles preconizados nos
planos diretores municipais. Na área de estudo, as unidades geológicas presentes são:
formações Botucatu; Serra Geral; Adamantina e os sedimentos clásticos da unidade
Sedimentos Cenozóicos. No tocante à hidroestratigrafia, podem ser reconhecidos os aqüíferos
sedimentares (Unidade Cenozóica; Bauru; Guarani) e fraturado (Serra Geral). O Município de
Araraquara caracteriza-se por apresentar um segmento econômico baseado em indústrias,
geralmente situadas em áreas urbanas, e agro-indústriais. Na área de estudo, foram realizados
levantamentos de fontes potenciais à poluição, totalizando 138 empreendimentos. Com base
nos atributos do meio físico e aplicando-se o Método de Vulnerabilidade Natural, foi possível
identificar as seguintes classes de vulnerabilidade e os respectivos números de
empreendimentos potencialmente poluidores: baixa (0), moderada (96); alta (24) e extrema
(18). Dentre essas atividades, os setores de postos de serviços, transportes e industrial
totalizam 88% das principais fontes de poluição da área de Araraquara.
Palavras Chave: vulnerabilidade natural; caracterização geológica e hidrogeológica; fontes
potenciais à poluição; Araraquara-SP.
ABSTRACT
The territorial planning and environmental management are instruments they can to
minimize the negative impacts and to improve positive impacts in the natural and social
environment. Though, is necessary to understand the environment characterization (geology,
hydrogeology and social environment), and represents them in thematic cartographic
documents that are compatible to municipal maps. In the study area, the geologic units
correspond the: Botucatu, Serra Geral, Adamantine formations and sediments of the unit
Cenozoics Sediments. However, the local hydrostratigrafic is formed by sedimentary units
(Cenozoic unit; Bauru Aquifer; Guarani Aquifer) and fractured aquifer (Serra Geral). The
City of Araraquara is characterized for presenting an economic segment based in industries,
generally situated in urban areas, and agro-industries. Carried through surveys of potential
pollution sources totalizing 138 enterprises. With basis of the attributes of the environment
and applying the Method of Natural Vulnerability, were possible to identify to the following
class of vulnerability and the respective numbers of potentially polluting enterprises: low (0),
moderate (96); high (24) and extreme (18). Amongst these activities, the sectors of service
stations, transports and industrial totalize 88% of the main sources of pollution of the area of
Araraquara (SP), Brazil.
Key words: natural vulnerability; geology and hydrogeology characterization; potential
pollution sources; Araraquara-SP, Brazil.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
1
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
O planejamento territorial e a gestão ambiental são atividades complexas, multi e
transdisciplinares, sob todos os aspectos, pois contempla uma filosofia de ação pró-ativa e/ou
preventiva para todo tipo de intervenção antrópica no meio ambiente. Neste caso, o
significado de meio ambiente é expresso em seu sentido mais amplo, integrando os meios
físico, biótico e sócio-econômico.
O desenvolvimento desta pesquisa concentrou esforços na investigação das
características do meio físico (geologia, hidrogeologia e vulnerabilidade natural) da área de
Araraquara (SP) e também em relação ao arcabouço legal preconizado no Plano Diretor
Municipal (ARARAQUARA, 2005). As informações obtidas ao longo do desenvolvimento da
pesquisa possibilitaram o diagnóstico do meio natural, assim como na geração de subsídios às
diretrizes do planejamento territorial, da gestão ambiental e dos recursos hídricos (superficiais
e subterrâneos) do município.
A literatura científica, os relatórios técnico-científicos, e a legislação, apontam para a
escassez de comunicação e consenso entre pesquisadores, gestores públicos e privados,
sociedade civil e formuladores de políticas públicas. A conciliação entre os interesses
econômicos, ecológicos e sociais ocupa papel chave, a fim de solver os conflitos de interesse
entre os diferentes segmentos da sociedade (ZHOURI et al., 2005).
O fato apresentado pode ser traduzido pela interpretação de que não existe a melhor
solução para o planejamento territorial e a gestão ambiental. Entretanto, cabe às partes
envolvidas obter resultados satisfatórios individualizados, a fim de analisar o planejamento
como um processo integrado, dentro de um conceito holístico, fundamentado pela
sistematização e difusão do conhecimento a cerca do meio ambiente.
Esta pesquisa destaca a importância da utilização da documentação cartográfica
temática aplicada ao planejamento e à gestão ambiental, ressaltando que a tomada de decisão
deve ser, necessariamente, fundamentada em informações técnico-científicas e amparada pela
legislação pertinente. A escassez desses instrumentos necessários à compreensão da dinâmica
dos processos naturais, em geral, resulta na adoção de ações locais, não integradas e de caráter
reativo e mitigador.
Com base no panorama descrito, a pesquisa adotou enfoque da ação preventiva e
orientativa, concebida a partir da caracterização do meio natural da área de Araraquara-SP e
posterior integração com os instrumentos legais de planejamento e gestão do território
consubstanciados pelo Plano Diretor Municipal. Vale ressaltar que a ausência e/ou escassez
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
2
de pesquisas aplicadas dessa natureza podem impactar negativamente o processo de
desenvolvimento ambientalmente adequado para a região.
O desenvolvimento desta pesquisa foi amparado por recursos financeiros do Programa
de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas PIPE da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo FAPESP (2004/09218-0), sob coordenação do autor desta tese. Os
equipamentos utilizados na aquisição dos dados em campo foram gentilmente cedidos pela
empresa FORTGEO Geociências & Meio Ambiente.
1.1 - Localização da área de estudo e acessos
O município de Araraquara localiza-se na região central do Estado de São Paulo,
aproximadamente 30 km a norte do ponto geográfico central paulista. A representação
cartográfica da área de estudo é composta, parcialmente, por duas porções das folhas
topográficas do IBGE (1988), denominadas de Folha Araraquara (áreas noroeste SF-22-X-
D-IV-4; 1:50. 000) e de Folha Rincão (área sudoeste – SF-22-X-D-IV-2; 1:50. 000). As
dimensões territoriais da área compreendem 269 quilômetros quadrados, abrangendo a zona
urbana, de expansão e parte da zona rural do município de Araraquara (SP). A Figura 01
exibe a localização da área de estudo.
A micro-região de Araraquara é formada pelos municípios de Boa Esperança do Sul,
Ibaté, Rincão, Gavião Peixoto, Matão, Ribeirão Bonito e Américo Brasiliense. Os municípios
mais expressivos da macro-região o Ribeirão Preto (85 km a nordeste) e São Carlos (40 km
a sudeste).
O município privilegia-se pelo posicionamento geográfico estratégico em território
paulista e dispõe de uma qualificada malha logística terrestre, ferroviária e aérea. Os acessos
terrestres podem ser efetuados pela Rodovia Washington Luiz (SP 310), pela Rodovia João
R. de Barros (SP 255) e pela via férrea (exclusiva para cargas). O acesso aéreo, por sua vez,
pode ser feito a partir do aeroporto Bartolomeu de Gusmão.
A área de estudo de Araraquara pertence, segundo a subdivisão de Bacias
Hidrográficas do Estado de São Paulo, à Unidade de Gerenciamento de Recursos do
Tietê/Jacaré, tendo recebido o número 13, de acordo com a Lei 7663 de 30 de Dezembro
de 1991.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
3
Figura 1 – Localização da área de estudo no Estado de São Paulo – Sem Escalas.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
4
1.2 - Formulação do problema de pesquisa
O problema de pesquisa selecionado para o desenvolvimento dessa tese de
doutoramento está apoiado na escassez de informações geológicas, hidrogeológicas e de
mapeamento da vulnerabilidade natural em escala de trabalho compatível ao planejamento e a
gestão ambiental de territórios, associado também à morosidade na aplicação da legislação
pertinente. Tais fatos contribuem para o crescimento desordenado dos centros urbanos e
também para o agravamento do quadro de degradação ambiental, em especial, dos recursos
hídricos (superficiais e subterrâneos). A partir da obtenção de informações atualizadas sobre
as temáticas mencionadas, pretende-se contribuir para minimizar o cenário descrito.
1.3 - Estabelecimento das premissas da pesquisa
As premissas da pesquisa foram estabelecidas com base em diversas constatações
efetuadas no processo de formulação de políticas públicas atuais e no direcionamento dos
temas atuais que são discutidos em eventos técnico-científicos da área de Geociências,
Recursos Hídricos e Meio Ambiente.
A presente pesquisa está balizada por:
- Instrumentos de gestão da Política Nacional de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos;
- Necessidade de geração de pesquisa aplicada para subsidiar a implementação das ações dos
planos diretores municipais e da avaliação ambiental integrada de bacia hidrográfica;
- Inserção da sociedade local no contexto ambiental do território, por meio de instrumentos
participativos, tal como na formulação do plano diretor municipal;
- Elaboração de documentos cartográficos temáticos, como por exemplo, mapas geológicos,
hidrogeológicos e de vulnerabilidade natural, instrumentos mandatórios na elaboração dos
planos de bacias hidrográficas;
1.4 - Objetivos da pesquisa
Considerando-se as características e abrangência dos temas em desenvolvimento na
pesquisa, estabeleceu-se o seguinte objetivo: apresentar de forma descritiva e cartográfica as
características locais sobre a geologia, hidrogeologia e da vulnerabilidade natural de parte do
município de Araraquara-SP. O documentos cartográficos temáticos da área pesquisada foram
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
5
desenvolvidos na escala 1:25.000 e contemplam: mapa geológico; mapa de condutividade
hidráulica da zona não-saturada; mapa da superfície de tendência da profundidade do nível
d´água do aqüífero livre; mapa de vulnerabilidade natural à poluição dos recursos hídricos
subterrâneos e levantamento das fontes potenciais à poluição; e mapa das regiões de
planejamento ambiental-RPA de Araraquara.
1.5 - Considerações sobre a aplicação dos documentos cartográficos da pesquisa
Para a adequada utilização dos documentos cartográficos elaborados nessa pesquisa, o
profissional/gestor deve levar em consideração o efeito limitante do fator da escala de
trabalho (1:25.000) e o objetivo preventivo e orientativo dos documentos, pois, em geral, as
aplicações diretas dos mapas em áreas e/ou empreendimentos de pequena dimensão em área,
sempre requerem estudos de detalhe, compatíveis com o objetivo da intervenção no meio
físico.
Dessa forma, sugere-se que se utilize o método das hipóteses progressivas (SANTOS,
2002). Em outras palavras, as escalas de trabalho dos documentos cartográficos estão
intimamente relacionadas ao volume de dados primários (obtidos em campo) e secundários
(obtidos na bibliografia) adquiridos para atender aquela necessidade específica. Para
intervenções pontuais e específicas no meio físico, como por exemplo, a instalação de um
empreendimento, a necessidade de realização de novas aquisições de dados primários em
escala de detalhe e/ou compatível com a área de influência do empreendimento.
Vale ressaltar que os documentos gerados são instrumentos de planejamento e gestão
que contribuem para a tomada de decisão, principalmente dos gestores públicos e privados,
com base na análise ambiental, de recursos hídricos, econômica, logística, imobiliária, entre
outras aplicações.
A utilização coerente das informações apresentadas nesta pesquisa e sob a análise
crítica de técnicos experientes, pode proporcionar a otimização de recursos financeiros e, em
especial, minimizar os impactos negativos ao meio ambiente como um todo e aos recursos
hídricos, em particular.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
6
CAPÍTULO 2 - MÉTODOS E ETAPAS DA PESQUISA
Nesse capítulo apresenta-se a estratégia de abordagem dos diversos temas que
compõem o escopo desta pesquisa. Descreve-se sumariamente a sistemática metodológica
adotada e as atividades desenvolvidas para a plena realização da investigação.
2.1 – Revisão bibliográfica
A condução das atividades referentes à pesquisa bibliográfica foi subdividida em
segmentos, de acordo com a fonte de consulta predominante dos diversos documentos
pesquisados. Os segmentos foram nomeados a partir de três fontes de consulta distintas:
publicações científicas; relatórios técnicos; documentos legais e de recursos hídricos. Essa
sistematização da revisão bibliográfica foi necessária em função da significativa diversidade
de temas que envolveram o desenvolvimento dessa tese, facilitando a organização e consulta
dos documentos. Enquadra-se como o referencial teórico da pesquisa.
A revisão bibliográfica foi realizada ao longo do desenvolvimento da pesquisa, ou seja
sempre foram considerados assuntos e referências bibliográficas atuais, que reforçaram as
proposições, apontamentos e considerações acerca dos dados obtidos.
As publicações científicas foram obtidas a partir de visitas técnicas em bibliotecas de
universidades e centros de pesquisa, e também por meio de consultas via internet. Esse tipo de
publicação predomina ante aos demais segmentos. Privilegiaram-se as publicações dos
últimos 10 anos, enfocando os anais de eventos científicos, periódicos nacionais e
internacionais, dissertações de mestrado e teses de doutoramento.
Os relatórios técnicos utilizados como fonte de consulta de dados foram obtidos junto
às seguintes instituições: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo-IPT;
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental-CETESB; Prefeitura Municipal de
Araraquara, Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo-DAEE e
Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara-DAAE. O sistema de consulta dos
documentos de interesse à pesquisa na CETESB foi realizado mediante “Vista Processual”,
segundo Resolução SMA Nº66 de 17/12/76. Art. 1º - §1º.
A legislação ambiental e de recursos hídricos foi pesquisada a partir de consultas em
sítios na internet e livros texto de direito ambiental.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
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2.2 - Seleção da área de estudo e confecção da base cartográfica
A delimitação da área de estudo atendeu ao critério político-administrativo das áreas
urbana e de expansão de Araraquara, assim como a critérios geológicos. As áreas urbana e
expansão foram selecionadas com base na maior concentração de fontes potenciais à poluição e
também por representar satisfatoriamente as Regiões de Planejamento Ambiental-RPA do Plano
Diretor de Araraquara (ARARAQUARA, 2005). Do ponto de vista do meio natural, selecionou-
se uma área geográfica representativa de todas as unidades geogicas que ocorrem na rego.
Outro fator relevante fundamenta-se nos dados bibliográficos disponíveis, como as pesquisas
geológicas realizadas por Pejon (1988); Meaulo (2004 a, b); Meaulo et al. (2005) e Meaulo et al
(2007).
Para a elaboração da base cartográfica da área de Araraquara foram utilizados os
levantamentos planialtimétricos disponíveis, oriundos de pesquisas anteriores na escala
1:50.000 (MEAULO, 2004). A elaboração da base cartográfica na escala 1:25.000 foi
confeccionada a partir de dados de campo e aprimorada com dados do Departamento
Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara DAAE. As atividades de campo envolveram o
cadastramento de pontos de controle, a partir de um GPS (Global Positioning System) com
altímetro e barômetro digitais. A partir da obtenção dos dados de campo e da base altimétrica
do DAAE realizou-se uma interpolação entre as curvas de nível, resultando no mapa base para
a área de estudo.
2.3 – Atividades de campo e o mapeamento geológico
As atividades de campo objetivaram a obtenção dos dados primários dos meios natural
e antrópico da área pesquisada. Os produtos desenvolvidos por meio dessas atividades são
representados em documentos cartográficos específicos.
As atividades de campo basearam-se no aprimoramento e refinamento das
informações dos meios natural e antrópico disponíveis na escala 1:50.000 (Meaulo, 2004;
Meaulo et al.2006) e na transferência desses dados para a escala de trabalho de 1:25.000. Para
realização dessa transferência de escala foram realizadas etapas de campo que culminaram no
aumento significativo dos pontos estudados. A mudança de escala de trabalho resultou em
uma significativa confiabilidade dos documentos cartográficos e conseqüentemente em um
facilitador nas tomadas de decisão sobre o planejamento e a gestão ambiental. Outro fator
relevante é a compatibilidade com a escala dos documentos do Plano Diretor do Município de
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
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Araraquara. Em síntese, considera-se que a área de Araraquara possui atualmente um volume
de dados satisfatório para a geração dos documentos cartográficos propostos.
O mapeamento geológico elaborado na escala l:25.000 seguiu as técnicas de
cartografia dos diferentes tipos de solos, sedimentos e rochas, além do levantamento de
feições estruturais que contribuem para a percolação de fluídos nos aqüíferos fraturados.
Adicionalmente foram realizados ensaios granulométricos do tipo conjunta a fim de se
conhecer a predominância do tamanho dos grãos que compõem os diferentes tipos de solos da
área de estudo.
2.4 – Caracterização hidrogeológica
A caracterização hidrogeológica contempla diversos objetivos específicos aplicados ao
planejamento e à gestão ambiental de um determinado território. A base de dados utilizada
para a construção do banco de dados da pesquisa está fundamentada em informações
primárias (levantamento de campo) e secundárias (órgãos reguladores e pesquisas anteriores).
A fonte de dados direta se referem aos poços tubulares outorgados (cadastro
Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo-DAEE) e os poços
escavados (levantamento de campo). Em Araraquara, utilizaram-se, adicionalmente, os perfis
geológicos dos poços do Departamento Autônomo de Água e Esgoto-DAAE. Nesse tipo de
fonte de dados, as informações de interesse para o banco de dados são: profundidade do nível
d´água; descrição do perfil geológico; aqüífero explorado; entre outros. A partir de
informações de campo elaboram-se três modelos conceituais para o aqüífero livre (local) e um
levantamento adicional das profundidades do nível d´água dos Bairros Ieda Norma e Chácara
Flora.
Em síntese, para subsidiar a caracterização hidrogeológica foram utilizados métodos
diretos e indiretos de análise, entre eles, ensaios de condutividade hidráulica in situ;
sondagem de simples reconhecimento (fonte primária e secundária); e método geofísico da
eletrorresistividade – sondagem elétrica vertical.
O tratamento das informações hidrogeológicas da área de estudo recebeu um
aprimoramento a partir da utilização das análises estatística descritiva e espacial dos dados. A
análise estatística descritiva permitiu o cálculo dos valores mínimos, médios e máximos, e a
obtenção dos padrões de dispersão dos dados de condutividade hidráulica, nível estático e
análise de vazão. Posteriormente, esses dados foram analisados utilizando-se a estatística
espacial, que avalia a distribuição e comportamento dos dados na área de pesquisa. Para a
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
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realização dessas análises empregou-se como instrumento básico de apoio, programas como o
Surfer versão 8 da Golden Software e o Geo-EAS versão 1.2.1 (Geostatistical Environmental
Assessment Software). As atividades finais da caracterização hidrogeológica visaram a
elaboração de mapas da condutividade hidráulica e da superfície de tendência do aqüífero
livre da área de Araraquara.
a) Ensaios de condutividade hidráulica in situ
Considerando-se a condutividade hidráulica do solo como um parâmetro que traduz a
facilidade com que a água se movimenta ao longo do perfil de solo. Pode ser entendida
também como a taxa de infiltração de um fluido em um determinado meio poroso. Esse
parâmetro também é denominado de coeficiente de permeabilidade (K). Existem diversas
formas de se obter a condutividade hidráulica do solo, entretanto, nessa pesquisa optou-se em
utilizar o Permeâmetro de Guelph.
O Permeâmetro Guelph é um equipamento que se opera em um furo no solo,
empregando o Princípio de Mariotte (fornecimento de água sob carga hidráulica constante). O
método envolve a medição da taxa de infiltração de água na zona não-saturada, a carga
constante de água, dentro de um furo de dimensões conhecidas (6 cm de diâmetro e 60 a 80
cm de profundidade) realizado no solo.
Após estabilização do equipamento, que dependerá, dentre outros fatores, da umidade
antecedente do solo e da sua textura, inicia-se a formação de uma área de saturação de água
em torno do furo, denominada de bulbo (Figura 2), onde o fluxo passará a ser constante. A
função do bulbo é simular à velocidade de percolação do fluído naquele meio poroso.
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Haste do
Permeâmetro
Formação da zona
saturada Bulbo
Furo com água
Meio poroso
Fonte: Modificado SoilMoisture (1991).
Figura 2 – Exemplo hipotético da formação do bulbo.
A partir de uma formulação matemática, este valor de fluxo é utilizado no cálculo da
permeabilidade. A recarga de água no furo, realizada pelo permeâmetro, está submetida a três
tipos de fluxo: um de pressão radial ao longo das paredes e dois verticais na base, sendo o
primeiro de pressão e o outro gravitacional. Ao considerar a variação destes fluxos ao longo
da base e das paredes do furo, desenvolveu-se um método semi-analítico e numérico para a
estimativa das propriedades do solo. Entretanto, para a aplicação deste método, torna-se
necessário introduzir algumas considerações quanto à: meio poroso rígido, homogêneo e
isotrópico; fluxo em equilíbrio constante; domínio de fluxo em um semi-espaço infinito.
Para os lculos do coeficiente de permeabilidade, geralmente são feitos ensaios com
duas cargas de pressão (H1 e H2). Nos ensaios realizados, H1 corresponde a altura de entrada
de ar no equipamento igual a 5cm, cujo resultado é denominado de Q1(vazão 1). O parâmetro
Q1 obtem-se após estabilização da leitura no equipamento dividido por 60, tendo como
unidade de medida cm/s. Esse procedimento encerra o primeiro conjunto de leituras.
Posteriormente, repete-se esse mesmo procedimento para a altura de entrada de ar no
equipamento igual a 10cm, obtendo-se Q2 (vazão 2). Com cada carga aplicada, se obtém as
vazões (Q1 e Q2). O coeficiente de condutividade hidráulica in situ (K) pode ser obtido por
uma das seguintes expressões:
I (utilizando-se os reservatórios interno e externo do equipamento):
K= [{(0,0041)(35,22cm
2
)(Q2/60)} – {(0,0054)(35,22cm
2
)(Q1/60)}]= Em cm/s
II (utilizando-se o reservatório interno do equipamento):
K= [{(0,0041)( 2,15cm
2
)(Q2/60)} – {(0,0054)( 2,15cm
2
)(Q1/60)}]= Em cm/s
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Caso seja necessária a conversão dos valores de permeabilidade de cm/s para:
cm/h: multiplica-se 3600;
m/dia: multiplica-se 864.
O equipamento utilizado para obter os dados de condutividade hidráulica, através dos
ensaios de permeabilidade in situ foi o Permeâmetro de Guelph, Modelo 2800 KI.
b) Método geofísico da eletrorresistividade – Sondagem Elétrica Vertical-SEV
No método da eletrorresistividade, quanto maior for à distância entre os eletrodos,
maior sea profundidade teórica de investigação, pois maior é o volume englobado pelas
linhas equipotenciais (linhas e pontos vermelhos na Figura 3).
A resistividade é dada pela seguinte expressão:
=(2..r.V)/I
onde é a resistividade do material(m), V é potencial medido () , I é a corrente medida
(A) e r é a distância entre o eletrodo (estacas) de corrente (m) e o ponto onde é feita a medida
(relação geométrica).
Fonte: Modificado de Braga (2001).
Figura 3: Diferença de potencial entre duas linhas equipotenciais.
Portanto, conforme ilustrado na Figura 4, para realizar uma medida da resistividade no
meio geológico, considerando-o homogêneo (simplificação do método de análise) deve-se:
conectar o eletrodo de corrente (azul) a uma bateria e medir a intensidade da corrente I que é
injetada no solo, através de um amperímetro (A); cravar dois eletrodos de potencial (verdes,
um próximo ao eletrodo de corrente e o outro mais afastado, a uma distância r), ligá-los a um
voltímetro (V) e medir a diferença de potencial V entre eles; calcular a resistividade ,
utilizando-se a equação: =(2..r.V)/I
V
1
V
2
V
3
V
4
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12
Fonte: Modificado de Braga (2001).
Figura 4: Procedimento para medição da resistividade do solo de
um semi-espaço.
Em linhas gerais, os equipamentos atuais que medem a resistividade dos materiais, os
resistivímetros, fornecem o valor final da resistividade aparente, dispensando os cálculos
matemáticos. Entretanto, as relações geométricas dos eletrodos em campo são fundamentais
para se obter uma informação de boa qualidade.
Os procedimentos para aquisição dos dados em campo são relativamente simples. Para
tanto, coloca-se dois eletrodos de potencial M e N (verdes), fixos, ao centro, e dois eletrodos
de corrente A e B (azuis), nas extremidades, fechando o circuito. As linhas de fluxo de
corrente (pretas), que antes eram radiais (como na Figura 4), agora fazem um caminho curvo
(trajetória similar a uma meia elipse) entre os dois eletrodos. A Figura 5 ilustra o descrito.
Para a localização do ponto de estudo da sondagem elétrica vertical utiliza-se o ponto central
entre o segmento dos eletrodos MN.
O método para medida da resistividade em campo é baseado na capacidade que o
instrumento tem de injetar corrente no solo, através de diferentes espaçamentos dos eletrodos
de corrente A e B, medindo a diferença de potencial que ocorre entre os eletrodos M e N,
obtendo-se a resistividade do meio geológico em diferentes profundidades.
Os principais arranjos para medida da resistividade são constituídos de quatro
eletrodos: dois eletrodos de corrente e dois eletrodos de potencial, como ilustrado na Figura 5.
Nessa configuração, a diferença de potencial entre os eletrodos M e N pode ser
determinada da seguinte maneira:
V
A
r
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Fonte: Modificado de Braga (2001).
Figura 5: Método para a medição da resistividade do meio geológico.
- considerando que os substratos constituem um meio homogêneo e isotrópico, o potencial no
eletrodo M será dado por: V
M
= (I.)/(2.).[(1/AM)-(1/BM)]
- o potencial no eletrodo N será dado por: V
N
= (I.)/(2.).[(1/AN)-(1/BN)]
- portanto, a diferença de potencial V entre os eletrodos M e N pode ser obtida através de:
V
MN
=V
M
-V
N
V
MN
=(I.)/(2.).[(1/AM)-(1/BM)-(1/AN)+(1/BN)]
As variáveis AM, BM, AN e BN correspondem à distância entre os eletrodos em
questão, configurando-se uma relação geométrica característica do arranjo.
A resistividade elétrica é uma das propriedades fundamentais dos diferentes tipos
litológicos presentes no ambiente geológico, e serve para caracterizar seus estados, em termos
de alteração, fraturamento, saturação, interpretação de litotipos, sem necessidade de
escavações físicas, que geralmente oneram a pesquisa e prolongam o cronograma de execução
das atividades (Braga, 2001).
Existem dois tipos de mecanismos de condução de corrente elétrica pelo solo: a
condução eletrônica (ocorre através de elétrons livres presentes em minerais metálicos) e a
condução eletrolítica ou iônica (devido ao deslocamento de íons presentes na água contida em
fissuras e porosidades do solo e das rochas) (Souza et al, 1998). Esse último mecanismo, em
especial, é de grande interesse para estudos hidrogeológicos e meio ambiente. De acordo com
o tipo de material investigado, existem quatro fatores que afetam os mecanismos de
condução: composição mineralógica, porosidade, teor de água e quantidade e natureza dos
sais dissolvidos. Devido a esses fatores, as rochas e/ou sedimentos de mesma litologia podem
apresentar diferentes valores de resistividade. Também podem influenciar os mecanismos o
tamanho dos grãos, o metamorfismo e os efeitos tectônicos aplicado nos materiais.
V
A
M
N
A
B
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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Uma das formas de identificar os componentes do meio geológico é através dos
valores de resistividades, medidos através de uma Sondagem Elétrica Vertical - SEV. O
Quadro 1 apresenta as principais faixas de variações freqüentes nos valores de resistividade
para alguns tipos de sedimentos e rochas. Esses valores são orientativos e podem variar
significativamente em função dos fatores que influenciam os mecanismos de condução da
corrente elétrica.
Sabe-se que o substrato geológico e o pedológico são ambientes que se caracterizam
como meios heterogêneos. Neste sentido, entende-se que a diferença de potencial V medida
(em campo) será diferente do valor obtido para um meio homogêneo, resultando em
alterações do campo elétrico em função dessa heterogeneidade. Portanto, a resistividade
medida é dita como aparente por se tratar de uma média ponderada sobre todos os valores de
resistividade verdadeira lidos em um meio heterogêneo.
Tipo Litológico Resistividade (.m)
Zona não-saturada 100 a 30000
Argiloso 20
Argilo-arenoso 20 a 40
Areno-argiloso 40 a 60
Siltito Argiloso
Siltito Arenoso
10 a 60
Arenoso 60
Argilito 10 a 20
Zona saturada
Arenito 80 a 200
Basalto/ Diabásio 200 a 500
Calcário 500 a 1000
Granito/ Gnaisse 3000 a 5000
Fonte: Modificado de Braga, (2001).
Quadro 1: Valores de resistividade de alguns tipos litológicos principais.
Para efeito de cálculos, pode-se considerar que os substratos constituem-se em um
meio homogêneo e isotrópico; a partir dessa consideração pode-se determinar a resistividade
aparente
a
através da relação (Souza et al, 1998):
a
=K(V/I)
onde K corresponde ao fator geométrico característico para cada arranjo dos eletrodos. De
modo geral, pode-se definir K como: K= 2/[(1/AM)-(1/BM)-(1/AN)+(1/BN)]
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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A unidade de medida da resistividade aparente, do mesmo modo que a resistividade, é
dada por ohm.m (.m).
Das técnicas disponíveis para os estudos de eletrorresistividade, optou-se pela
Sondagem Elétrica Vertical (SEV) e arranjo Schlumberger, pois o objetivo da investigação
vertical é obter as variações de um parâmetro sico em função da profundidade, efetuadas na
superfície do terreno a partir de um ponto fixo, denominadas de investigações verticais-
pontuais (Braga, 2001).
Em síntese, tem-se em campo o seguinte cenário: os eletrodos de potencial M e N
permanecem fixos no centro do arranjo (origem da SEV e anotação da coordenada
geográfica), enquanto que os eletrodos de corrente A e B, nas extremidades, apresentam uma
separação crescente em relação ao ponto de origem. Desse modo, a distância de separação
MN tende à zero em relação à distância de separação AB, tornando os erros dos dados obtidos
em campo praticamente insignificantes. Para minimizar esse erro, adota-se que as distâncias
entre os eletrodos de corrente devem ser 5 (cinco) vezes maiores, ou iguais, às distâncias para
os eletrodos de potencial (AB5MN) (Souza et al, 1998). A Figura 6 ilustra esse arranjo
Schlumberger.
Fonte: Caparica et al, 2006.
Figura 6: Arranjo Schlumberger.
Segundo Braga (2001), no desenvolvimento de uma SEV (arranjo Schlumberger), ao
aumentar-se o espaçamento entre os eletrodos AB (MN=fixo), o valor de V diminui
rapidamente, podendo atingir valores imprecisos. Uma das maneiras de se manter o V com
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valor adequado para a aquisição de dados podem ser realizados a partir do aumento da
intensidade da corrente (I); entretanto, existe uma limitação operacional de cada tipo de
equipamento. Alternativamente, em campo, utiliza-se uma situação de contorno denominada
de embreagem.
A finalidade da operação embreagem é minimizar eventuais imprecisões de leitura e
maximizar a qualidade da obtenção dos dados. Os procedimentos de campo para a realização
desta operação são: tomam-se duas medidas de resistividade aparente, mantendo-se A e B
fixos; efetiva-se uma medida com a distância de separação entre os eletrodos de potencial M e
N inicial e outra medida com a distância MN aumentada. Após essas duas leituras, continua-
se a série de medidas com MN aumentada até que seja novamente necessário realizar uma
nova operação de embreagem.
O resultado deste procedimento da operação embreagem no tratamento dos dados
(plotagem dos pontos para a construção da curva de campo) se configura em linhas que
mantém trajetórias paralelas. Caso essa verificação não se aplique aos dados obtidos, deve-se
voltar ao ponto original de divergência das curvas de campo e repetir o procedimento
operacional. Outro fator operacional que pode ocorrer neste tipo de procedimento é a
checagem física das conexões dos eletrodos.
Os dados de resistividade aparente de cada SEV obtido em campo são representados
por meio de uma curva bilogarítimica em função das distâncias entre os eletrodos
correspondentes (AB/2). Durante as atividades de campo, sugere-se estabelecer um
espaçamento de AB/2 relativamente pequenos nas primeiras leituras até atingir AB/2=
40/50m, posteriormente essa relação geométrica entre os eletrodos pode ser aumentada em
distâncias superiores a 10m (na prática terá pouca interferência da configuração do padrão das
curvas de campo). Ressalta-se que essa constatação é válida para o objetivo da aplicação da
ferramenta e em razão das características locais dos materiais da área de estudo.
Segundo Orellana (1972) os padrões das curvas de campo podem ser agrupados em
função da relação entre os valores obtidos de cada camada geoelétrica. Considerando um
substrato constituído de três camadas geoelétricas, pode-se dividir as curvas de campo obtidas
em 4 (quatro) tipos diferentes (Figura 7), de acordo com a resistividade aparente de cada
camada, como segue: Tipo A:
1
<
2
<
3;
Tipo H:
1
>
2
<
3;
Tipo K:
1
<
2
>
3;
Tipo Q:
1
>
2
>
3.
Essa classificação pode ser expandida para substratos com mais de três camadas, onde
cada segmento da curva de campo configura-se uma camada, resultando em uma
nomenclatura combinada, ou seja, KH:
1
<
2
>
3
<
4;
Tipo QH:
1
>
2
>
3
<
4.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
17
A partir da suavização e análise da morfologia das curvas de campo, gera-se um
modelo geoelétrico preliminar, onde são reconhecidos os estratos geoelétricos. Vale ressaltar
que esses estratos não refletem e/ou são conhecidentes aos estratos geológicos.
Fonte: Meaulo, et al. (2007).
Figura 7: Exemplos hipotéticos dos quatro principais tipos de curvas de campo.
Com a finalidade de aprimorar o modelo geoelétrico inicial se utiliza programas
computacionais que simplificam e agilizam o processamento dos dados e determinação da
curva de campo. Neste projeto de pesquisa optou-se em utilizar o software livre Interpex
(2005), versão IX1D2.13, desenvolvido pela Interpex Limited (USA). Utilizou-se também
Res2dinv 3.53g versão semi-demonstrativa (Geotomo Software, 2002), o qual fornece um
modelo 2D do subsolo (pseudo-seção). Após a utilização dos softwares são gerados novos
modelos geoelétricos, através da inversão dos dados de resistividade obtidos a partir do
tratamento das informações dos ensaios em campo.
O modelo fornecido pelo programa é comparado com os padrões de curva de campo
analógico. Para se obter o modelo geoelétrico final é necessário observar os dados geológicos
e hidrogeológicos disponíveis. De posse dos dados interpretados é possível determinar o nível
d´água subterrânea (NA), o topo do substrato rochoso e a distribuição espacial da
resistividade no subsolo. O produto das informações geofísicas é aplicado no aprimoramento
da confecção dos mapas geológico e hidrogeológico.
c) Sondagem de simples reconhecimento
As informações referentes às sondagens de simples reconhecimento são oriundas de
vista processual junto à CETESB (Resolução SMA Nº66 de 17/12/76. Art. - §1º). Outra
fonte de dados foi obtida a partir de visitas técnicas em obras de engenharia que estavam em
AB/2
(m)
10
10
0
100
0
1 10 100
1
Tipo A:
1
<
2
<
3
Tipo H:
1
>
2
<
3
1 10 100
Tipo K:
1
<
2
>
3
1 10 100
Tipo Q:
1
>
2
>
3
1 10 100
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
18
fase de elaboração da fundação das edificações. Essas visitas foram realizadas
concomitantemente às demais atividades de campo na área de pesquisa.
As principais informações extraídas dos perfis das sondagens basearam-se na
identificação do litotipo, relações de contato entre as formações geológicas e em alguns casos
a determinação da espessura do solo e da profundidade do nível d´água do aqüífero livre. Em
geral, a profundidade das sondagens não ultrapassava 20m. O produto obtido a partir das
informações de sondagem foi aplicado na construção das seções geológicas, mapa geológico e
mapa hidrogeológico.
2.5 – Levantamento das fontes potenciais e/ou efetivas de poluição
O levantamento de fontes potenciais e/ou efetivas de poluição refere-se à
identificação, georreferenciamento e localização de empreendimentos (atividades
econômicas) potencialmente poluidor na área de estudo. O propósito deste tipo de
levantamento é também de contribuir com órgão regulador no atendimento das recentes
legislações que tratam as questões de perímetros, restrição e áreas de controle para instalação
de novos empreendimentos (Deliberação do Conselho Estadual de Recursos dricos Nº052
de 15 de abril de 2005). Esse tipo de levantamento é de extrema importância para compor os
instrumentos de planejamento e gestão de um território.
Os dados das fontes potenciais de poluição foram utilizados como atributos de
caracterização das unidades de planejamento ambiental previstas no Plano Diretor do
Município de Araraquara (SP).
2.6 - Levantamento do valor imobiliário territorial de Araraquara-SP
O levantamento do valor imobiliário territorial da área de pesquisa foi baseado em um
sistema de entrevistas com corretores de imóveis de empresas do município de Araraquara-
SP, bem como a partir do monitoramento do preço de venda de terrenos e imóveis, por meio
de classificados de jornais de abrangência local. O sistema de entrevista é intensamente
difundido na área de ciências humanas. Porém esta prática é utilizada, também nas Ciências
Naturais, geralmente, quando necessidade de se levantar e conhecer o histórico de uma
área urbana antes da instalação de empreendimentos públicos e privados e/ou outras obras
estruturais.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
19
As entrevistas junto aos corretores de imóvel podem ser caracterizadas como do tipo
indicativas, ou seja, foram apresentadas regiões pré-definidas pelo autor. Posteriormente,
buscou-se aprimorar o agrupamento inicial proposto, culminando na definição das seguintes
regiões da cidade: região central, bairros consolidados de alto padrão, bairros consolidados de
médio padrão, bairros periféricos, áreas industriais e área de expansão urbana. O primeiro
questionamento aos entrevistados foi referente à setorização, em relação ao valor da terra, que
os corretores utilizam no cotidiano para indicar em linhas gerais, onde estão localizadas as
áreas nobres, de expansão e populares.
No município de Araraquara participaram das entrevistas os corretores das seguintes
imobiliárias: Imobiliária Chalu, Imobiliária Jeremias Borsari e Organização Magdalena.
2.7 – Determinação da vulnerabilidade natural de aqüíferos
O método de mapeamento da vulnerabilidade natural à poluição de aqüíferos consiste
na hierarquização de índices relativos à maior ou menor sensibilidade à poluição da zona não-
saturada (zona vadosa ou de aeração) do perfil pedológico (FOSTER et al., 2002). É citado na
literatura como “Método GOD”.
Os mapas de vulnerabilidade natural à poluição combinam diferentes categorias de
informações, que por sua vez, consideram as propriedades e/ou capacidade de proteção que
cada tipo de material geológico apresenta ante os diversos tipos de poluentes. Por exemplo,
pode-se considerar como capacidade protetora de um solo sobre um aqüífero - sorção,
filtrabilidade, decomposição, condutividade hidráulica - e relacioná-las a um poluente
específico. Em outras palavras, as classes de vulnerabilidade são unidades que mensuram, de
forma comparativa e relativa, a capacidade atenuadora da zona não-saturada.
O mapeamento da vulnerabilidade pode ser desenvolvido em diversas escalas de
interesse (estadual e/ou municipal), de acordo com o tipo de aplicação que sedado para o
documento cartográfico. Sugere-se que para os estudos de planejamento municipal sejam
utilizadas escalas de trabalho a partir de 1:50.000 ou maiores. Definida a escala de trabalho, o
mapa de vulnerabilidade natural pode nortear e/ou contribuir para o planejamento urbano,
auxiliando e disciplinando as diversas formas de intervenção antrópica no meio físico
(instalação de indústrias de porte, aterros sanitários, sistemas de saneamento, entre outros).
Nesta pesquisa o mapa de vulnerabilidade natural será confeccionado na escala de trabalho
1:25.000.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
20
O método de mapeamento da vulnerabilidade natural desenvolvido por Foster e Hirata
(1988) e aprimorado por Foster et al. (2002), se fundamenta nos mecanismos de recarga da
água subterrânea e na capacidade natural dos materiais que compõem os estratos da zona não-
saturada em atenuarem fluidos, que varia em função das condições geológicas superficiais e
das profundidades do nível d´água subterrânea. Vale informar que as principais diferenças
entre o método desenvolvido em 1988 e 2002 estão presentes em Meaulo et al. (2005b).
Esses últimos autores sugerem que o mapeamento deve ser elaborado a partir das
características intrínsecas dos materiais naturais. Tendo em vista a complexidade dos fatores
que governam o transporte de poluentes nos aqüíferos, em qualquer situação, tornam-se
necessárias algumas considerações: as condições hidrogeológicas são muito complexas para
serem limitadas por mapas (sistema de avaliação da vulnerabilidade natural de aqüíferos).
Nesses casos seria mais lógico enfocar cada atividade poluente individualmente e avaliá-la
independentemente do risco à poluição gerado.
O método de mapeamento da vulnerabilidade natural de aqüíferos não deve ser
entendido como um manual de consulta, que estabelece todas as variáveis existentes para
manejar as atividades potencialmente poluidoras, e as diversas e complexas condições
hidrogeológicas.
Por outro lado, os mapas de vulnerabilidade são instrumentos para adoção de ões
preventivas e são orientativos para subsidiar o planejamento do uso e ocupação do solo, na
medida em que neles são definidas áreas de maior e/ou menor susceptibilidade à poluição
antrópica.
Em síntese, o conceito e aplicação do Método GOD (FOSTER et al., 2002) podem ser
expressos por dois fatores hidrogeológicos que controlam a vulnerabilidade natural: a)
inacessibilidade hidráulica da zona não-saturada; b) capacidade de atenuação da zona o-
saturada. O Quadro 2 resume esses fatores.
O método de mapeamento da vulnerabilidade natural de aqüíferos, utilizado no
presente trabalho, possui a denominação na língua inglesa de GOD, onde: Groundwater
hydraulic confinement= G; Overlaying strata= O; Depth to groundwater table= D. Na língua
portuguesa pode-se entender que a sigla corresponde: G= grau de confinamento hidráulico da
água subterrânea; O= ocorrência de estratos geológicos e grau de consolidação da zona não-
saturada ou camadas confinadas; D= profundidade do nível d`água subterrânea.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
21
Dados hidrogeológicos
Atributos
Condicionantes
da Vulnerabilidade
Informações ideais
requeridas
Informações
normalmente
disponíveis
Informações disponíveis na
presente pesquisa
Grau de confinamento
do aqüífero.
Tipo de confinamento da
água.
Delimitação da superfície do
aqüífero livre, através de poços
escavados e sondagens de
simples reconhecimento.
Profundidade do N. A.
ou superfície freática.
Profundidade do nível
d´água ou topo do
aqüífero confinado.
Profundidade do N. A. e
elaboração do mapa da superfície
de tendência do N.A.
Inacessibilidade
hidráulica da zona
não-saturada, para a
penetração de
poluentes.
Umidade da zona não-
saturada e
condutividade
hidráulica vertical do
estrato na zona não-
saturada ou camadas
confinadas.
-
-
Granulometria e
distribuição das
fissuras no estrato da
zona não-saturada ou
camadas confinadas.
Grau de consolidação/
fissuras no estrato.
Capacidade de
atenuação da zona
não-saturada,
resultando na retenção
e/ou reação físico-
química dos poluentes.
Mineralogia do estrato
da zona não-saturada
ou camadas
confinantes.
Características
litológicas deste estrato.
Mapeamento geológico:
caracterização mineralógica da
zona não-saturada e elaboração
de critérios de campo para
diferenciar os tipos de
coberturas.
Fonte: Modificado de Foster et al. (2002).
Quadro 2 – Fatores hidrogeológicos que controlam a vulnerabilidade à poluição do aqüífero.
A Figura 8 ilustra a espacialização dos atributos mencionados que compõem o Método
GOD. As classes de vulnerabilidade natural de aqüíferos variam de desprezível à extrema,
sendo que a nomenclatura de cada classe possui caráter restritivo, refletindo a sensibilidade
natural das características dos estratos geológicos e pedológicos na zona o-saturada e das
condições hidrogeológicas do aqüífero (ocorrência e profundidade do nível d`água
subterrânea), conforme apresentado no Quadro 3.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
22
aqüífero não-confinado
aqüífero
semi-
confinado
0.4
1.0
sedimento
coluvial
areia e silte
fluvio-glacial
0.6
0.8
0.5
0.9
0.4
1.0
0.24
0.8
extrema
alta
moderada
baixa
0
.
5
0
.
7
0
.
3
0.12
0.72
G= Grau de Confinamento
Hidr da Água
Subterrânea
áulico
Vulnerabilidade Natural
à Poluição do Aífero
(Multiplica-se)
O= Ocorrência de Estratos
Geogicos
D= Profundidade do
Nível
D´água Subterrânea
TODO GOD
(Multiplica-se)
Fonte: modificado de Foster et al. (2002).
Figura 8 – Cálculo hipotético para a confecção do mapa de vulnerabilidade natural à poluição do aqüífero usando
o Método GOD.
Classes de
Vulnerabilidade
Definição Correspondente
Extrema
Imprescindível à realização de estudos qualitativos e quantitativos de detalhe (ensaios
laboratoriais e geofísicos) para as intervenções antrópicas.
Alta
Necessário realizar estudos qualitativos e quantitativos (geofísicos) que identifiquem as
condições hidrogeológicas locais.
Moderada
Apresenta capacidade atenuadora mais eficaz que as classes alta e extrema. Necessário
realizar estudos de detalhe qualitativos e específicos para cada tipo de empreendimento.
Baixa
Necessários estudos de detalhe qualitativos para cada tipo de empreendimento.
Desprezível
Presente em camadas confinadas com insignificante fluxo subterrâneo vertical.
Fonte: Modificado de Foster et al. (2002).
Quadro 3 - Classes de vulnerabilidade natural de aqüíferos e definições correspondentes.
O sistema de avaliação do índice de vulnerabilidade natural do aqüífero está
subdividido em três fases interligadas e sucessivas: Fase: identificação do tipo e grau de
confinamento hidráulico da água subterrânea, apresentados num intervalo de 0 1,0; Fase:
consiste na ocorrência e caracterizão geogica da zona não-saturada, representada numa escala
de 0,4 – 1,0; Fase: determinação da profundidade do nível d`água, exibido numa escala 0,6
– 1,0; Produto das Fases: o produto dos três parâmetros é o índice de vulnerabilidade natural à
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
23
poluição do aqüífero, expresso numa escala de 0,1 1,0, em termos relativos. A Figura 9
ilustra o Método GOD (FOSTER et al. 2002).
Fonte: modificado de Foster et al. 2002.
Fi
gura 09 – Sistema de avaliação do índice de vulnerabilidade natural à poluição do aqüífero, Método GOD.
Andersen e Gosk (1989) citam que as principais limitações associadas aos tipos de
mapeamento aplicado à vulnerabilidade, estão relacionadas às escalas dos mapas, universo
dos poluentes e o cenário no qual poluente está inserido.
Ocorrem também outras considerações sobre as condições hidrogeológicas limitadoras
na aplicação do sistema de avaliação da vulnerabilidade natural à poluição do aqüífero, quais
Ausência
Confinado
Artesi
ano
Confinado
Semi
Confinado
Não
Confinado
(coberto)
Não
Confinado
Argilas
Lacustre/
Estuarina
Solos
Residuais
Siltes
Aluviais,
Depósitos
Flúvio
Glac
iais
Areias
Aluviais,
Flúvio
Glaciais
Areias
Eólicas
Cascalhos
Coluviais
Sedimentos
Não
Consolidados
Siltitos
Folhelhos
Arenitos
Carbonatitos
Calcários
Calcoarenitos
Consolidados
(rochas
porosas)
0,9
0,7
0,8
0,6
<5
5/20
20/50
>50
PRODUTO DAS FASES-
VULNERABILIDADE NATURAL À POLUIÇÃO DO AQÜÍFERO
Todas
Profundidades
1,0
Formações Ígneas
Metamórficas e
Vulcânicas
Lavas
Vulcânicas
Recentes
Tufos
Vulcânicos
Argilitos
Calcretes +Calcários
Carsticos
Consolidados
(rochas
densas)
0,6
0,7
0,8 0,9
1,0
0,5
0,4
1,0
0,6
0,2
0,4
0
0
(Multiplica-se)
1ª FASE - Grau de Confinamento Hidráulico Água Subterrânea
2ª FASE - Ocorrência de Estratos Geológicos
3ª FASE -
Profundidade (m) do Nível D´água Subterrânea
(Multiplica-se)
(Multiplica-se)
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
24
sejam: presença de cursos d´água superficiais indefinidos (permanentes ou intermitentes);
incertezas na avaliação das suas condições hidrológicas; qualidade da água e da capacidade de
atenuação dos estratos da zona o-saturada (principalmente na indicação das seções
potenciais influentes dos cursos que cruzam os aqüíferos livres); excessiva explotação do
aqüífero com propósito de abastecimento e conseqüente variação da profundidade do nível
d´água subterrânea e, que também, pode variar o grau de confinamento do aqüífero,
fraturamento de sedimentos argilosos compactados que geralmente significam incertezas
sobre a magnitude de qualquer componente de fluxo preferencial e aplicação em aqüíferos
fissurados (fraturados) (FOSTER et al., 2002).
2.8 – Integração das informações do meio natural e antrópico com o Plano Diretor
Municipal de Araraquara-SP
A Lei do Plano Diretor regulamenta a atuação da gestão municipal com respeito à
ordenação de seu território, preconizado no Estatuto da Cidade, Lei 10.257/2001. A finalidade
principal dessa etapa de trabalho é diagnosticar a situação técnico-legal do município de
Araraquara, perante as leis que tratam da estrutura ambiental e de recursos hídricos do
território, em especial, as que elegem as bacias hidrográficas como unidade básica de
planejamento.
Foram realizadas no município campanhas de campo que constaram de reuniões
técnicas com os grupos diretivos, conselhos deliberativos e secretariado, todos engajados no
desenvolvimento e aplicação do Plano Diretor. Realizou-se também um reconhecimento
expedito in loco a fim de vivenciar a implicação e as diretrizes de implementação dos
instrumentos de ordenação urbanística previsto no Plano Diretor. Essa atividade foi
fundamental para o entendimento da dinâmica do território e apontou onde os documentos
cartográficos gerados nessa pesquisa podem fornecer subsídios de forma significativa na
tomada de decisão dos gestores públicos e privados.
2.9 – Confecção dos documentos cartográficos temáticos
Para a confecção dos documentos cartográficos temáticos, referente aos Anexos 1 a 6,
foi utilizada a base cartográfica digital, conforme descrita no item 2.2 deste capítulo. O banco
de dados utilizado para a construção dos documentos é oriundo de pesquisas de campo (dados
primários) e a partir de informações secundárias (bibliografias/publicações).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
25
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS OBTIDOS
No presente capítulo é apresentado e discutido as informações resultantes do
cumprimento sistemático das metodologias e das etapas de trabalho propostas nessa tese de
doutoramento.
3.1 – Área de estudo
A caracterização da área de estudo em Araraquara está subsidiada por 929
informações referentes ao meio natural e ao meio antrópico (ANEXO 1). Essas informações
são oriundas de investigações primárias de aquisição de dados e secundárias, cujas pesquisas
estão fundamentadas em artigos, publicações de revistas e outros trabalhos científicos.
3.1.1 – Caracterização geológica
A caracterização geológica da área de Araraquara está abalizada por aspectos
relacionados aos contextos regional e local. O contexto regional está apoiado em diversas
publicações oriundas de artigos, revistas especializadas, dissertações e teses, tendo como
finalidade principal dar subsídio à contextualização da geologia local da área de estudo. Com
base nas diversas observações extraídas do contexto regional, é possível afirmar que certas
feições da geologia (superfície e subsuperfície) foram também caracterizadas na escala local
(1: 25.000).
O contexto da geologia local fundamentou-se em pesquisas geológicas anteriores
desenvolvidas em escalas compatíveis ao escopo da pesquisa (PEJON, 1988; MEAULO,
2004; MEAULO et al., 2005; PERRONI et al., 2007-no prelo) e de diversas campanhas de
campo (ANEXO 1) realizadas durante o desenvolvimento dessa pesquisa, entre elas, o
mapeamento geológico da porção noroeste da Folha Araraquara e porção sudoeste da Folha
Rincão, na escala 1:25.000 (ANEXO 2A; 2B; 2C e 2D).
3.1.1.1 – Geologia regional
A Bacia Sedimentar do Paraná é caracterizada como do tipo intracratônica,
desenvolvida sobre crosta continental e preenchida por rochas sedimentares e vulcânicas.
Corresponde ao produto de processos tectono-sedimentares, apresentando condições para que
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
26
ocorra a deposição, o empilhamento sedimentar, os hiatos de deposição e os eventos erosivos.
A implantação desta Bacia ocorreu no Neo-Ordoviciano (MILANI, 1997).
Segundo Milani et al. (1998) a Bacia do Paraé subdivida em seis supersequências:
Rio Ivaí (Ordoviciano-Siluriano), Paraná (Devoniano), Gondwana I (Carbonífero-
Eotriássico), Gondwana II (Meso a Neotriássico), Gondwana III (Neojurássico-Eocretáceo) e
Bauru (Neocretáceo). As condições de Bacia intracratônica iniciam-se durante a deposição da
Superseqüência Gondwana I que culminou a partir do desenvolvimento de campos de dunas
eólicas, as quais marcam o final do Jurássico. Segundo Milani (2004), durante o Eocretáceo,
ocorreram rupturas do Paleocontinente Gondwana marcadas por derrames de lavas basálticas
de espessuras superiores a 1800 m (Formação Serra Geral), quando ainda prevaleciam
condições desérticas (Deserto Botucatu). Posteriormente, no Neo-Cretáceo, representado pelo
clima semi-árido e deposição da cobertura sedimentar da Superseqüência Bauru (Grupo
Bauru). Existem registros no Grupo Bauru evidenciando que a espessura dos sedimentos pode
atingir 300 a 400m (SOARES et al., 1980). O adelgaçamento dos sedimentos do Grupo
Bauru, de oeste para leste, resulta em uma espessura dessa unidade na área pesquisa de
aproximadamente de 50-60m.
Com base na evolução da Bacia Sedimentar do Paraná (MILANI et al. 1998),
apresenta-se uma descrição sumária das unidades geológicas representativas da área de estudo
de Araraquara, resultando em um documento que norteou as atividades de campo durante o
mapeamento geológico local (1:25.000; ANEXO 2A).
A Figura 10 exibe a distribuição das unidades geológicas maiores no Estado de São
Paulo e apresenta a coluna litoestratigráfica (MILANI, 2004 e RICCOMINI et al., 2004),
destacando as unidades da área de estudo: Formação Botucatu; Formação Serra Geral; Grupo
Bauru (Formação Adamantina); Sedimentos Cenozóicos.
Formação Botucatu
Segundo Aguiar e Gandolfi (1996), o conhecimento das unidades litoestratigráficas do
Grupo São Bento (formações Pirambóia, Botucatu e Serra Geral) e Grupo Bauru, deve-se a
diversos trabalhos de mapeamento regionais e localizados, sobretudo, os de Almeida et al.
(1981) e DAEE (1974).
Estratigraficamente, a Formação Botucatu está posicionada entre as formações
Pirambóia (sotoposta) e Serra Geral (sobreposta). A Figura 10 ilustra a relação estratigráfica
entre as formações e apresenta a distribuição das unidades geológicas no Estado de São Paulo.
A relação estratigráfica basal da Formação Botucatu com a Formação Pirambóia (sotoposta) é
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
27
caracterizada por uma superfície de significativa mudança textural, de estrutura e de cor,
configurando-se uma superfície regional de inconformidade (WU e CAETANO-CHANG,
1992) e caracterizada por uma acentuada assinatura Geofísica observada em poços tubulares.
Segundo Milani (1997) essa inconformidade corresponde a um hiato deposicional de
aproximadamente 90 (milhões de anos) entre as formações geológicas. Essas constatações
também foram registradas por Paula e Silva (2003) através de perfilagens geofísicas
realizadas em poços tubulares profundos na região do oeste do Estado de São Paulo.
A Formação Botucatu possui caráter contínuo e de espessura variável, expressando-se
comumente na forma de escarpas sub-verticais e alongadas e, menos expressivas, por
afloramentos isolados, devidos à intensa cobertura proporcionada por sedimentos recentes,
sobretudo aqueles de maior contribuição do próprio arenito (AGUIAR e GANDOLFI, 1996).
Na área de Araraquara, Meaulo (2004) destaca a presença desses sedimentos recentes
(cobertura), cuja constituição sedimentológica possui contribuição de sedimentos
retrabalhados da Formação Botucatu, entre outras formações geológicas.
A litologia predominante da Formação Botucatu é constituída de um pacote,
relativamente, homogêneo de arenito de coloração avermelhada com predomínio de
granulometria fina a média composta de grãos quartzosos arredondados a bem arredondados
(fração média) e subangulares a arredondados (fração fina), esféricos, foscos e a rocha
variando entre muito friável a silicificada, desprovidos de matriz (WU e CAETANO-
CHANG, 1992).
As rochas que compõem a Formação Botucatu são classificadas como quartzo-arenito
e subarcóseos, com grau de seleção bom a muito bom e maturidade textural variando de
maturo a supermaturo. Localmente podem ocorrer arenitos argilosos, mas sempre com
porcentagens inferiores de 5% de material silto-argiloso (WU e CAETANO-CHANG, 1992).
Segundo Portillo (1988), em geral a constituição mineralógica predominante é composta por
grãos de quartzo (80%) imersos em cimento microcristalino (calcedônia) e microclínio
(1,5%). Os acessórios são micas, estaurolita, zircão, magnetita e ilmenita.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP.
Meaulo, 2007
28
Quaternário
Ngeno
Paleógeno
NEO
NEO
NEO
NEO
NEO
NEO
NEO
NEO
EO
EO
EO
EO
EO
EO
EO
Cretácio
Cenozóico
MezóicoPaleozóico
Jurássico
Triás icoPerm iano
Carbonifero
Devoni an o
Ordoviciano
Prote ro zóicoArqueano
Pré-Cambriano
Cambri-
ano
Sil uri-
an o
0 Ma
3450
1,8
200
300
400
500
542
1700
100
Bacias Litorâneas
Formação Serra Geral
Formação Pirambóia
Grupo Passa Dois
Grupo Guatá
Grupo Itararé e
Formação Aquidauana
Formação Furnas
Granitos e gnaisses
pré-cambrianos
Bacias de São Paulo
Bacias de Taubaté e
Formação Pariquera Açu
Sem Escala
M
o
d
i
f
i
c
a
d
a
d
e
M
i
l
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Quaternário
Ngeno
Paleógeno
NEO
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NEO
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Cretácio
Cenozóico
MezóicoPaleozóico
Jurássico
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Carbonifero
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Ordoviciano
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Arqueano
Pré-Cambriano
Cambri-
ano
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0 Ma
3450
1,8
200
300
400
500
542
1700
100
Sedimentos Cenozóicos
Grupo Bauru
Formão Botucatu
Formação Pirambóia
Grupo Passa Dois
Grupo Guatá
Grupo Itararé e
Formação Aquidauana
Formação Furnas
Granitos e gnaisses
pré-cambrianos
Sem Escala
M
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M
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MESO
M
E
S
O
OBS: Em destaque a litoestratigrafia da área de Araraquara.
Fonte: Modificado de DAEE et al. (2005)
.
Figura 10: Unidades geológicas maiores do Estado de São Paulo.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
29
As estruturas marcantes nesta formação são estratificações cruzadas de médio à grande
porte, refletindo a geometria de paleodunas, caracterizando um ambiente essencialmente
desértico, com significativa contribuição de processos eólicos. Essas paleodunas contribuíram
para o estabelecimento de marcantes irregularidades na geometria basal dos derrames basálticos
da Formação Serra Geral (sobreposta). Maldaner et al. (2006) reconheceram falhas transcorrentes
com predomínio de deslocamentos horizontais (zonas de cisalhamento) e também variação
altimétricas do contato entre as formações Serra Geral (derrames com mecanismo passivo) e
Botucatu. Essas variações seriam resultantes da preservação do relevo original das paleodunas
que compõem a Formação Botucatu. Ainda segundo aqueles autores, as dimensões das
ondulações das paleodunas podem atingir comprimento de onda de 2Km, com amplitude entre 50
a 100m.
Formação Serra Geral
Sob o ponto de vista estratigráfico, a Formação Serra Geral está posicionada entre as
formações Botucatu (sotoposta) e os sedimentos do Grupo Bauru (sobreposta). Na região do leste
paulista essa relação estratigráfica é definida na base pela Formação Botucatu, marcada por
discordâncias e relevo com assinaturas de irregularidade, responsável pelas significativas
variações de espessuras e do seu relacionamento de contato (AGUIAR e GANDOLFI, 1996).
Cumpre ressaltar que estudos mais recentes estão considerando as feições intertrapianas
(associação das formações Botucatu e Serra Geral) como a idade superior (Neo-Jurássico) da
Formação Botucatu e o início dos derrames basálticos. Na porção superior pelos sedimentos silto-
arenosos da Formação Adamantina e localmente por coberturas formadas por sedimentos
recentes (Cenozóicos). A Figura 10 apresenta a distribuição da unidade geológica no Estado de
São Paulo.
Segundo Petri e Fúlfaro (1983) podem ser observados em alguns locais na área de
afloramento da Formação Serra Geral, evidências de um vulcanismo de modo geral passivo, com
penetração de magma em zonas de fraquezas estruturais por tração, ocasionando a formação de
domos e horsts. Localmente é possível reconhecer nas rochas hospedeiras um metamorfismo de
contato de pequenas proporções (de 2 a 4 m de espessura). A partir dos estudos geológicos e
hidrogeológicos locais (área de Araraquara) são reconhecidas às mesmas feições de caráter
regional, entretanto, exibindo dimensões relativamente menores (escala de afloramento).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
30
Segundo Monteiro (2003), a Formação Serra Geral está associada à ruptura do oeste do
Gondwana, sendo composta essencialmente por basaltos, mas também por riodacitos e riolitos,
sobrepondo-os. Os derrames basálticos (Eocretáceo) na Bacia do Paraná recobrem uma área
superior a 1,2 milhões de Km
2
. São observados na área da bacia diversos sills (soleiras) e diques.
O derrame vulcânico continental da Bacia do Paraná é composto em mais de 90% em volume por
basaltos toleíticos e andesito basáltico, geralmente apresentando vesículas e amídalas no topo e
na base do derrame. Intercalado aos sucessivos derrames, localmente, depósitos de arenitos
eólicos, formando um sistema intertrapeano (MEAULO, 2004).
A partir dos estudos desenvolvidos por Ruiz (2001), os derrames basálticos caracterizam-
se por uma camada vítrea, correspondente a base, camadas com diaclasamento, predominando
disjunções colunares na parte central do derrame e disjunções horizontais na parte inferior e
superior. Nas porções superiores predomina a textura microcristalina, exibindo, em geral, um
enriquecimento em vesículas ou amígdalas.
Segundo Campos et al. (2000 apud LIMA, 2004) o contorno da superfície do topo da
Formação Serra Geral (base do Grupo Bauru), sob o ponto de vista estrutural, é de extrema
importância para o entendimento da deposição dos sedimentos do Grupo Bauru e também possui
significativa influência na hidrogeologia local e regional.
Grupo Bauru (Formação Adamantina)
Os sedimentos que compõem o Grupo Bauru (Formação Caiuá, Formação Santo
Anastácio, Formação Adamantina, Formação Marília) estão assentados sobre os derrames
basálticos da Formação Serra Geral, por meio de uma discordância do tipo erosiva (BRANDT
NETO et al., 1977; SOARES et al., 1980; ALMEIDA et al., 1981, RICOMINI et al., 1981).Na
década de noventa, Fernandes e Coimbra (1994) propuseram uma nova separação e nomenclatura
para o Grupo Bauru, com a definição dos grupos Bauru e Caiuá, ambos pertencentes à Bacia
Bauru. Entretanto, ressalta-se que para o objetivo desta pesquisa, as novas subdivisões
litoestratigráficas não serão abordadas e as discussões centralizam-se sobre o contexto referente
apenas à Formação Adamantina.
Segundo as interpretações de Soares et al. (1980), a Formação Adamantina é caracterizada
como um conjunto de fácies predominantemente formada por bancos arenosos de granulação fina
a muito fina, cor rósea a castanho, portando estratificações cruzadas alternadas por lamitos,
siltitos e arenitos lamíticos. também a ocorrência de seixos de argilito, cimento e nódulos
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
31
carbonáticos. Reconhece-se espessura desta formação de até 190m na região dos rios Santo
Anastácio e Paranapanema rea sudoeste do Estado) até espessuras de 10m na região de
Araraquara (área central do Estado), configurando-se um significativo adelgaçamento de oeste
para leste. Esta formação possui a maior área de afloramento no Estado de São Paulo, entre as
formações que compõem o Grupo Bauru.
A partir dos estudos de Fernandes e Coimbra (1996) atribuiu-se que a deposição da
Formação Adamantina ocorreu em ambiente fluvial entrelaçado, marcada por extensa planície
aluvial com lagoas de vida temporária.
A relação estratigráfica da Formação Adamantina com a Formação Santo Anastácio é
transicional e interdigitado, podendo ocorrer também por discordância erosiva diretamente
sobreposta aos derrames basálticos da Formação Serra Geral (ALMEIDA et al., 1980;
ALMEIDA et al., 1981). Segundo registro de Batezelli et al. (2003), na porção oeste do Estado de
São Paulo, a Formação Adamantina também está assentada sobre os sedimentos silto-arenosos de
coloração cinza esverdeado, com variação lateral para siltitos argilosos e arenitos lamíticos
(Formação Araçatuba). A discussão das relações estratigráfica entre as formações que compõem
o Grupo Bauru deve ser pesquisada em artigos específicos que tratam da evolução da
nomenclatura da subdivisão estratigráfica. A Figura 10 exibe o posicionamento estratigráfico da
Formação Adamantina (contida no Grupo Bauru) e apresenta a distribuição das unidades
geológicas maiores no Estado de São Paulo.
Na região de Araraquara o contato entre as formações Adamantina e Serra Geral, em
geral, é marcada por uma linha de seixos e cascalhos quartzosos de geometria
predominantemente subarredondados a arredondados (MEAULO et al., 2005), configurando uma
discordância erosiva.
A constituição mineralógica da Formação Adamantina é formada pela predominância de
93,4% de quartzo monocristalino e 2,1% de quartzo policristalino, aproximadamente 2% de
feldspatos e o restante composto por fragmentos ticos quartzitos e acessórios silicatos e
óxidos. A matriz predominante é composta por argilominerais do tipo montmorilonitas e illitas.
Esses argilominerais se distribuem desde a superfície até em profundidade (BARISON, 2003).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
32
Sedimentos Cenozóicos
Os Sedimentos Cenozóicos abrangem uma cobertura de sedimentação pós-Grupo Bauru
ocorrendo na forma áreas irregulares espraiadas, cujo contexto de evolução morfo-tectônica ainda
não é satisfatoriamente esclarecido. Entretanto, o mapeamento das ocorrências desses sedimentos
(em escala adequada) pode contribuir significativamente para minimizar diversos problemas de
ordem geológico-geotécnico e da vulnerabilidade natural em áreas urbanas.
Em geral, nos mapas geológicos de escala regional (1:50.000 ou maior) esses sedimentos
também são denominados de coberturas indiferenciadas e representados graficamente pela sigla
TQdI (Terciário e Quaternário indiferenciado). Em escala semi-regional (não representativa como
unidade de mapeamento independente para a área de Araraquara) esses materiais podem ser
associados ao tectonismo Terciário, resultando no soerguimento de algumas áreas e a subsidência
de outras no contexto geológico paulista, através da reativação de estruturas pré-existentes,
retrabalhando sedimentos relativamente mais antigos (Sedimentos Recentes ou Inconsolidados).
Litologicamente, predominam sedimentos arenosos quartzosos inconsolidados, granulometria
variada (grossa a muito fina), localmente conglomerático, seleção, ausência de estruturas,
com presença localizada de superfície laterítica e ocorrem capeando as unidades geológicas pré-
existentes, suavizando a geomorfologia de determinadas áreas.
Os depósitos aluviais de várzea e terraços têm uma expressão areal restrita ao longo das
principais drenagens da região. Geralmente são constituídos de associações entre cascalhos,
areias e argilas de origem fluvial, imaturos, mal selecionados, predominantemente associados aos
fundos de vale.
3.1.1.2 – Geologia local
Segundo Meaulo et al. (2007), o arcabouço geológico da área de estudo é representado
pelas seguintes unidades geológicas: Formação Botucatu; Formação Serra Geral; Formação
Adamantina; Sedimentos Cenozóicos (sedimentos arenosos inconsolidados) e sedimentos
associados aos fundos de vales.
A constituição da caracterização da geologia local está amparada, entre outras ferramentas
de análise, por estudos que envolveram a realização de atividades de descrição mesoscópica
(afloramentos e amostras de mão); estereomicroscópica (características dos grãos); petrográfica
(reconhecimento mineralógico) e análise granulométrica (predominância modal), visando reunir
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
33
o maior número de atributos, de caráter expedito e de baixo custo operacional, e que podem ser
desenvolvidos por profissionais da área de Geociências inseridos no contexto do planejamento e
gestão territorial.
O produto das atividades de campo no tocante ao mapeamento geológico, na escala
1:25.000 (ANEXO 2A; 2B; 2C; e 2D), resultaram em uma nova distribuição em área das
unidades geológicas. Entretanto, em linhas gerais, manteve-se as características litológicas do
mapa geológico elaborado na escala 1:50.000 (MEAULO, 2004) e aprimorado por Meaulo et al.
(2005). Foi implementada uma mudança de nomenclatura em relação aos Sedimentos Recentes,
atualmente, denominados de Sedimentos Cenozóicos. Realizou-se essa alteração em função da
normatização da linguagem ante aos estudos geológicos regionais disponíveis na literatura.
Sob o ponto de vista litológico, o ensaio de granulometria das unidades geológicas
indicou ser uma ferramenta eficaz para individualizar os diferentes sedimentos, porém deve ser
utilizado com cautela e apoiado fundamentalmente em outras características de campo, tais como:
posicionamento geomorfológico, pedológico, topográfico e aspectos sedimentológicos, como
coloração, textura, estrutura, morfologia dos grãos, composição mineralógica da fração argila e a
presença e/ou ausência de minerais pesados.
Durante a etapa de campo do mapeamento geológico foi identificado um único
afloramento, referente ao ponto geológico 239 (ANEXO 1 Localização
790,50/7591,63/629m), que representa uma nova evidência sobre as relações estratigráficas da
área de estudo. Esse afloramento foi nomeado nessa pesquisa como a“feição-tipo” para a unidade
dos Sedimentos Cenozóicos. Reconhece-se a dificuldade em construir qualquer tipo de
interpretação baseada em um único afloramento. Entretanto, existem relatos na literatura que
descrevem feições semelhantes em outras partes do Grupo Bauru em contato com sedimentos
dessa natureza. A característica do material é elucidada junto à descrição dos Sedimentos
Cenozóicos.
O detalhamento geológico proporcionou também aferir as relações de contato entre as
unidades mapeadas, eleger um efetivo datum geológico local (linha de seixos e cascalhos
quartzosos), bem como reconhecer em subsuperfície a geometria irregular dos topos dos
derrames basálticos.
A Figura 11 ilustra a litoestratigrafia local e posteriormente apresenta-se uma síntese sobre as
características das unidades geológicas na área de estudo.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
34
Formação Botucatu
A Formação Botucatu representa a base da coluna estratigráfica da área de estudo.
Constitui-se por arenito de coloração alaranjada, amarelada a rosado, avermelhada, creme e
raramente branca e consolidação friável. Localmente, no extremo leste da área, ocorre
afloramento dessa unidade, cujo processo de silicificação é marcante e onde são observadas
estruturas como estratificações cruzadas de médio a pequeno porte. Nessas imediações (fora da
área de estudo, Pedreira São Bento) exploração desse sedimento silicificado para ser aplicado
na construção civil como rocha de revestimento, principalmente, para pavimentação de calçadas.
São observados também registros fósseis expressos na forma de “paleo-pegadas” (icnofósseis,
possui origem do grego, significando vestígios decorrentes da atividade de organismos) descritos
na literatura por Marconato e Bertini (2007).
Folhelho
Siltito
Calcário
Diamictito
Arenito
Conglomerado
Basalto
Fm. Rio Iv
Fm. Vila Maria
Fm. Furnas
Fm. Ponta Grossa
Grupo Itararé
Fm. Rio Bonito
Fm. Palermo
Fm. Irati
Fms. Teresina Serra Alta
Fm. Rio do Rasto
Fm. Piramia
Fm. Botucatu
Fm. Serra Geral
Grupo Bauru
Ord.
-
Sil.
Dev.
C
a
r
b
o
n
.
-
P
e
r
m
.
T
r
.
-
J
u
r
.
C
r
e
t
á
c
e
o
LITOESTRATIGRAFIA
Coluna estratigfica da área de estudo
Grupo São
Bento
Cenozóico
Fonte: Modificado de Milani (1992).
Figura 11: Coluna estratigráfica da área de estudo.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
35
Os grãos dessa unidade são compostos por quartzo hialinos e alaranjados, raras
magnetitas, granulometria predominante fina, subordinada por grãos médios (Figura 12),
subarredondados a arredondados, subesféricos, bem selecionados e raramente apresentam matriz
argilosa. Os resultados das análises granulométricas demonstram que aproximadamente 70%
deles concentram-se na fração areia fina e em torno de 15% na fração média. A fração muito fina
corresponde a aproximadamente 10% do volume total das amostras (Figura 12). O padrão obtido
a partir das análises granulométricas pode ser considerado satisfatório e representativo para a
unidade geológica.
Granulometria
0,20
18,19
65,55
6,74
8,33
0,99
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
%Areia
Grossa
%Areia
Média
%Areia
Fina
%Areia
Muito
Fina
%Silte %Argila
Tipos de Grãos
Porcentagem (%)
Granulometria
0,02
13,42
70,27
4,69 5,11
6,50
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
%Areia
Grossa
%Areia
Média
%Areia
Fina
%Areia
Muito
Fina
%Silte %Argila
Tipos de Grãos
Porcentagem (%)
Figura 12: Histograma da análise granulométrica conjunta da Fm.
Botucatu. Amostras: P-188 –superior; P-227 –inferior, ANEXO 1.
Em escala de afloramento observam-se estruturas do tipo laminação plano-paralela,
marcada pela variação de coloração do sedimento e estratificação cruzada de pequeno à grande
porte. O exame macroscópico e de detalhe das características do solo de alteração da Formação
Botucatu mostra correlação direta com a rocha sotoposta. As propriedades visuais são: solo
arenoso de coloração vermelha alaranjada, composto por quartzo e raramente magnetita,
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
36
granulometria muito fina a fina, pouco argiloso, subarredondado, bem selecionado, pouca matriz,
facilmente lavável e não estruturado.
As ocorrências dos afloramentos da Formação Botucatu estão localizados na porção
Sudoeste e extremo Leste da área de estudo. Na área SW os arenitos ocorrem intercalados aos
derrames basálticos da Formação Serra Geral (Prancha 01) e na área Leste o arenito apresenta-se
silicificado. Em ambas as regiões ocorrem estruturas do tipo estratificação cruzada.
A Prancha 01 exibe uma seqüência de fotos referente ao afloramento na SP-255 (Trecho
Araraquara-Jaú) que representa o contato entre as formações Serra Geral (porção superior do
afloramento) e Botucatu (base do afloramento). Trata-se de um cenário típico dos sucessivos
derrames basálticos intercalados com arenito eólico (não configura uma inversão estratigráfica).
A Foto “A” apresenta uma visão geral do afloramento corte de estrada. A Foto B” mostra a
geometria côncava do derrame basáltico, moldando-se passivamente sobre a paleo-duna formada
pelo arenito eólico. Essa geometria também foi evidenciada em outras partes da área de estudo,
através de estudos geofísicos e hidrogeológicos, servindo de base para construção do modelo
conceitual hidrogeológico, discutido posteriormente nesta pesquisa. A Foto “C” exibe em detalhe
o contato entre as formações Serra Geral (superior) e Botucatu (inferior). A tonalidade cinza
escuro é o produto de um incipiente metamorfismo de contato (hornfels).
Formação Serra Geral
A Formação Serra Geral é caracterizada por rochas intrusivas e extrusivas básicas em
forma de soleiras, sucessivos derrames e diques de basalto. Localmente também são reconhecidos
corpos de diabásio. Ocorrem preferencialmente na porção W da área de estudo e se distribuem ao
longo do leito das principais drenagens, tais como Ribeirão das Cruzes, Córrego Águas do Paiol e
Ribeirão do Ouro (ANEXO 2A).
As rochas estudadas caracterizam-se por apresentarem fraturas verticais a subverticais e
secundariamente por fraturas subhorizontais de alívio, que localmente configuram disjunções
colunares em forma de pilares euhedrais de dimensões métricas e porções marcadas por intenso
fraturamento, formando disjunções esferoidais.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
37
Com base no estudo desenvolvido por Meaulo (2004), essas fraturas caracterizam por:
estruturas abertas, com espaçamento centimétrico, sem preenchimento e paredes levemente
rugosas. Essas propriedades das fraturas possuem relevância no contexto hidrogeológico e da
vulnerabilidade natural, pois assumem a função de caminhos preferenciais de percolação de
fluídos.
Sob o ponto de vista estrutural, pode-se afirmar que o fraturamento vertical a subvertical
(predominante) encontrado nos derrames basálticos, certamente, imprime influência favorável na
percolação de fluídos superficiais, alimentando o aqüífero das formações geológicas sotopostas
(Formação Botucatu).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
38
FOTO A
FOTO B
FOTO C
Fonte: Meaulo et al. (2007). Prancha 01: Afloramento na SP-255, Ponto 01, Anexo1 (Trecho Araraquara-Jaú).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
39
Entretanto, para a caracterização da vulnerabilidade natural, essas estruturas podem
contribuir com a catálise, do eventual processo de alteração da qualidade da água de aqüíferos
sotopostos (Sistema Aqüífero Guarani-SAG). Deve-se considerar também o posicionamento
estratigráfico das formações e as camadas sobrepostas (solo) que exercem uma função de reduzir
a percolação de fluídos.
Ocorrem também amígdalas (com quartzo, ametista, zeólitas, calcita e argilo minerais) e
vesículas (topo do derrame basáltico). Segundo estudos realizados por Ruiz (2001), na cidade de
Araraquara, a caracterização mineralógica do grupo das zeólitas, dispostas em amígdalas de
derrames basálticos (topo da formação) pertencentes à Formação Serra Geral, pode-se uma
ferramenta eficaz para distinguir a origem daquele grupo mineral e correlacioná-lo com outros
tipos de derrame, como os oriundos da região de Serrana (SP). Aquele autor, focado na
determinação mineralógica das porções superiores dos sucessivos derrames basálticos, contribuiu
também para o entendimento das áreas de topos de derrames basálticos, onde predominam áreas
com feições de escape de gases e de intenso fraturamento.
Essas feições são caracterizadas por cavidades de geometria diversas, em geral, de
dimensões milimétricas a centimétricas que resultam em importantes áreas em subsuperfície para
o armazenamento de água do aqüífero livre. Predominam nas amígdalas os minerais como o
quartzo e do grupo das zeólitas.
Conforme descrito por Ruiz (2001), para cada localidade estudada existe uma
predominância de determinados minerais sobre outros minerais (acessórios). Todavia, a origem
das zeólitas da região de Araraquara está relacionada à mobilização de sais da rocha hospedeira
(basaltos) a partir da ação de águas meteóricas, diferenciando de outras das zeólitas formadas por
ação de fluídos hidrotermais (por exemplo: Serrana-SP).
A rocha basáltica exibe coloração cinza esverdeada, rosada a ocre no horizonte
pedológico C/R, granulação fina, localmente média (diabásio), estrutura compacta, textura
afanerítica e geralmente intenso padrão de disjunção esferoidal, resultado do processo de
intemperismo.
O solo oriundo da Formação Serra Geral caracteriza-se pela coloração avermelhada, grãos
alaranjados, comumente com envoltos por óxido de ferro, granulometria predominante fina a
muito fina, subordinado por grãos médios e raramente grossos. A fração fina corresponde
aproximadamente a 75 % do volume total das amostras (Figura 13). Ocorre também em
quantidade significativa o mineral magnetita e goethita, cuja morfologia é angular a subangular e
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
40
raramente aspectos de polimento nos grãos. A maior abundância de magnetita no solo, assim
como a textura e coloração, são atributos expeditos de campo que diferenciam o solo da
Formação Serra Geral e o solo da Formação Adamantina (unidade geológica sobreposta).
Granulometria
8,94
18,02
27,69
16,51
25,44
3,40
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
%Areia
Grossa
%Areia
Média
%Areia
Fina
%Areia
Muito
Fina
%Silte %Argila
Tipos de Grãos
Porcentagem (%)
Granulometria
3,69
13,18
30,89
19,43
30,00
2,80
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
%Areia
Grossa
%Areia
Média
%Areia
Fina
%Areia
Muito
Fina
%Silte %Argila
Tipos de Grãos
Porcentagem (%)
Figura 13: Histograma da análise granulométrica conjunta do solo
da Fm. S.Geral.Amostras: P-196 –superior; P-213 –inferior, ANEXO 1.
Quanto à estratigrafia local, o contato litológico superior é do tipo abrupto e ocorre com a
Formação Adamantina. Em geral, este contato é reconhecido em campo por um nível de seixos e
cascalhos quartzosos com geometria variada (angulosos a subarredondados). O material oriundo
do nível conglomerático é composto por seixos de quartzitos, arenito cimentado por óxido de
ferro, nódulos milimétricos a centimétricos de goethita de coloração preto a ocre, raramente
fragmentos de basalto alterado e todos sustentados por matriz argilo-arenosas. A espessura do
datum geológico local pode variar entre 20cm e 80cm. Ao longo da Rodovia Washington Luiz
(SP-310), a partir do Km 268 (sentido São José do Rio Preto) até a praça de pedágio (Triângulo
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
41
do Sol) é possível observar as exposições descritas nos taludes que margeiam a estrada. O contato
estratigráfico com a Formação Botucatu ocorre na forma de sucessivas camadas basalto/arenito,
configurando um sistema intertrapiano (principalmente no SW da área). A partir de análise de
perfis de poços tubulares profundos para o abastecimento público (DAAE) é possível identificar
essas sucessões até profundidade de aproximadamente 250m.
Outra constatação relevante aos estudos geológicos e hidrogeológicos, baseia-se na
irregularidade da geometria do topo dos derrames, os quais podem formar feições de
embaciamento (concavidade) e de convexidade e/ou formação de domos e horsts (PETRI e
FÚLFURO, 1983).
O fato descrito foi caracterizado nesta pesquisa a partir de observações de afloramentos
(suave mergulho para os vales entalhados), geometria e posicionamento da linha de seixos
(datum geológico local que ocorre no contato entre a Formação Serra Geral-topo e a Formação
Adamantina-base), confecção de seções geológicas perpendiculares ao padrão de drenagem
(ANEXO 2), interpretação das pseudo-seções geoelétricas (geofísica), medição da variação da
profundidade do nível d´água do aqüífero livre em regiões de relevo plano (platôs) e também a
partir de estruturas tectônicas (pós-derrames basálticos).
Existem na literatura que trata da evolução da Bacia do Paraná duas correntes de autores,
cuja primeira defende a tese de que a ocorrência de irregularidades no topo dos derrames
basálticos (Formação Serra Geral) esbaseada em uma severa erodibilidade pré-deposição dos
sedimentos da Grupo Bauru (PAULA E SILVA, 2003), outra corrente sustenta a hipótese de que
o posicionamento dos derrames basálticos está sendo afetado por reativações tectônicas de
antigas estruturas pré-existentes que posteriormente foi recoberto pelos processos de
sedimentação pós-derrames, propiciando uma configuração distinta da proposta pela primeira
corrente de autores (PERRONI et al., no prelo).
Contudo, esse cenário descrito deve ser tema de pesquisas específicas futuras, entretanto,
fundamentado no levantamento dos dados primários desta pesquisa (hidrogeológicos e
geológicos) pode-se apontar que na área de Araraquara e em escala local (1:25.000) são
reconhecidas ambas as feições defendidas pelas duas correntes de autores. A construção das
seções geológicas (ANEXO 2) e dos modelos conceituais hidrogeológicos do aqüífero livre
(Hidrogeologia Local) permitem exibir graficamente exemplos sobre ambas as configurações do
posicionamento dos derrames basálticos da Formação Serra Geral.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
42
O reconhecimento dessas feições que são apresentadas nesta pesquisa corrobora com os
resultados dos estudos realizados na região de Ribeirão Preto (~90 km à N da área de estudo) por
Maldaner et al. (2006), onde foram reconhecidas falhas transcorrentes com predomínio de
deslocamentos horizontais (zonas de cisalhamento) e variações altimétricas do contato entre as
formações Serra Geral (derrames com mecanismo passivo) e Botucatu. Essas variações seriam
resultantes da preservação do relevo original das dunas que compõem a Formação Botucatu. As
dimensões das ondulações das paleo-dunas podem atingir comprimento de onda de 2Km, com
amplitude entre 50 a 100m.
Reconhece-se que necessidade de um aprimoramento do conhecimento a cerca das
questões apresentadas, porém, para o escopo desta pesquisa, os resultados discutidos são
satisfatórios para subsidiar pesquisas específicas que devem ser realizadas posteriormente.
Formação Adamantina
A área urbana do município de Araraquara encontra-se predominantemente assentada
sobre os sedimentos silto-arenosos da Formação Adamantina (ANEXO 2A), sendo que as
características principais do solo de alteração são: coloração vermelha a vermelha alaranjada,
bem estruturada, com fraturas que configuram formas de blocos e prismas, textura silto-arenosa,
composto de quartzo e subordinado por magnetita. Os grãos são avermelhados, subordinados por
hialinos, granulometria fina a média, angulares a subangulares, subesféricos, moderadamente
selecionado, matriz argilosa e localmente presença de cutans de argila. As magnetitas apresentam
formas subangulares, levemente polidas, granulometria fina a média e compõem menos que 3%
do total do solo. (MEAULO, 2004).
As análises granulométricas mostram que a unidade geológica da Formação Adamantina é
constituída por aproximadamente 60% de finos e subordinadamente por 30 a 35% de grãos de
granulometria média e 5 a 8% de grãos grossos (Figura 14). Em campo, a realização de análises
macroscópicas do solo é dificultada pela similaridade táctil-visual entre os solos da Formação
Adamantina e os materiais oriundos da Formação Serra Geral. Os aspectos geomorfológicos,
como quebra de relevo, e o nível de seixos e cascalhos quartzosos (datum local) o importantes
guias utilizados durante desenvolvimento das atividades de mapeamento geológico.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
43
O contato geológico entre a Formação Adamantina e Formação Serra Geral é geralmente
marcado por um vel conglomerático, conforme descrito. A Formação Adamantina ocorre
sobreposta ao substrato basáltico e nas porções norte e leste da área faz contato com os
sedimentos arenosos da unidade denominada de Sedimentos Cenozóicos (ANEXO 2A). O
contato geológico entre as unidades é tênue e de difícil reconhecimento em campo, entretanto, ele
geralmente se a partir de cotas topográficas superiores a 660-680m. Localmente foi possível
encontrar afloramentos que ocorrem em cotas topográficas inferiores. As maiores espessuras da
Formação Adamantina na área de estudo pode ser constatada a partir da profundidade de poços
escavados, cujo máximo atinge aproximadamente 40m (MEAULO, 2004).
A Formação Adamantina é considerada, localmente, um importante aqüífero livre,
responsável comumente pelo abastecimento de propriedades rurais e bairros restritos da área
urbana (residencial de chácaras), desprovidos de abastecimento público de água.
Granulometria
8,22
24,63
31,14
11,76
20,96
3,30
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
%Areia
Grossa
%Areia
Média
%Areia
Fina
%Areia
Muito
Fina
%Silte %Argila
Tipos de Grãos
Porcentagem (%)
Granulometria
5,08
32,10
26,24
6,56
27,36
2,66
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
%Areia
Grossa
%Areia
Média
%Areia
Fina
%Areia
Muito
Fina
%Silte %Argila
Tipos de Grãos
Porcentagem (%)
Figura 14: Histograma da análise granulométrica conjunta da Fm.
Adamantina. Amostras: P-238 –superior; P-233 –inferior, ANEXO 1.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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44
Sedimentos Cenozóicos
Os Sedimentos Cenozóicos predominantemente arenosos representam o topo da
estratigrafia local e ocorrem espraiados sobre as Formações Adamantina, Formação Botucatu
(ANEXO 2) e Formação Serra Geral (observado em afloramentos fora da área de estudo). Nas
seções geológicas do ANEXO 2 os Sedimentos Cenozóicos (recentes) aparecem com a
nomenclatura representada pela letra T.
Em geral, na área de estudo, as cotas topográficas entre 660-680 podem ser consideradas
como um balizador para o reconhecimento dessa unidade, juntamente com outros aspectos
macroscópicos descritos nesse item. Vale ressaltar que as características granulométricas desses
sedimentos guardam certa similaridade aos sedimentos arenosos provenientes das formações
Botucatu e Adamantina (Figura 15). Todavia, interpreta-se que os Sedimentos Cenozóicos
representa um produto do retrabalhamento de todas as unidades geológicas locais, caracterizado
por receber contribuições de materiais dessas outras unidades, inclusive da Formação Serra
Geral. Todas as formações geológicas transferiram assinaturas distintas dessa unidade. Entre elas
destacam-se a o padrão granulométrico das formações Botucatu e Adamantina e a presença de
grãos de magnetitas oriundas da Formação Serra Geral.
O exame macroscópico do concentrado de solo mostrou as seguintes características:
quartzo e magnetita, grãos alaranjado e hialino (subordinado), granulometria muito fina a dia,
com predominância da fração fina, arredondada a bem arredondada, esférica, moderada seleção.
A magnetita é arredondada e demonstra claramente ser retrabalhada (MEAULO, 2004).
Identificou-se um único afloramento (P-239, ANEXO 1 Localização
790,50/7591,63/629m), que representa uma nova evidência sobre as relações estratigráficas entre
a Formação Adamantina e os Sedimentos Cenozóicos. Trata-se de um arenito conglomerático
com granulometria distribuída por todas as modas, predominantemente na fração grossa a muito
grossa, grãos de geometria angulosa a subangulosa, suportada por matriz silicosa e intenso
processo de óxido de ferro sobre os grãos. A transformação total dessa rocha em solo resulta em
uma material arenoso, geralmente, desprovido de matriz, resultando em unidade que apresenta os
maiores valores relativos de condutividade hidráulica da área de estudo.
Devido à importância deste afloramento para o contexto local, foi realizada uma lâmina
petrográfica para identificar a mineralogia predominante e as características em detalhe dos
grãos. A Prancha 02 ilustra os detalhes do descrito a partir de fotomicrografias.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
45
Granulometria
0,38
3,47
13,35
72,85
1,78
8,17
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
%Areia
Grossa
%Areia
Média
%Areia
Fina
%Areia
Muito
Fina
%Silte %Argila
Tipos de Grãos
Porcentagem (%)
Granulometria
4,54
28,58
34,29
11,13
17,59
3,88
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
%Areia
Grossa
%Areia
Média
%Areia
Fina
%Areia
Muito
Fina
%Silte %Argila
Tipos de Grãos
Porcentagem (%)
Figura 15: Histograma da análise granulométrica conjunta dos
Sedimentos Cenozóicos. Amostras: P-229 –superior; P-222 –inferior,
ANEXO 1.
O solo dessa unidade possui coloração amarelada a alaranjado, localmente creme a
avermelhado, com fraturas que configuram formas de blocos e prismas, textura arenosa, pouca
matriz e facilmente lavável.
Sedimentos associados aos fundos de vales
Sedimentos associados aos fundos de vales são sedimentos que resultam de processos de
retrabalhamento das rochas que compõem os vários conjuntos litológicos locais. Estes
sedimentos ocorrem associados às áreas de inundação das drenagens, tais como Ribeirão do
Ouro, Ribeirão das Cruzes, Ribeirão do Lajeado e Rio Chibarro (MEAULO, 2004).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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46
Fonte: Meaulo et al. (2007).
Prancha 02: Fotomicrografias do ponto geológico 239, Sedimentos Cenozóicos.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
47
Geomorfologia e Pedologia
Segundo a divisão geomorfológica do Estado de São Paulo a área de estudo esinserida
na província geomorfológica Planalto Ocidental (IPT, 1981). O relevo caracteriza-se por vales
relativamente pouco profundos com encostas de inclinações suaves, proporcionando um relevo
ondulado sob a forma de colinas amplas e baixas com topos aplainados (ROSS E MOROZ,
1997). A altimetria da área de estudo varia entre 500 e 762m. Predomina neste sistema, valores
de declividade no intervalo de 2,5% a 20% (PEJON, 1987).
A partir dos estudos pedológicos realizados por Oliveira (1999) os solos que ocorrem na
região de Araraquara SP são predominantemente latossolos vermelhos, subordinados por
latossolos vermelho amarelo e localmente neossolos quartzarênicos.
3.1.2 – Caracterização Hidrogeológica
A caracterização hidrogeológica da área de Araraquara está fundamentada em
informações disponíveis na literatura especializada de abrangência regional e com base na análise
dos dados primários obtidos nas campanhas de campo nessa pesquisa.
3.1.2.1 – Hidrogeologia Regional
O Estado de São Paulo está subdividido em 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (UGRHI, Figura 16). Essa subdivisão está fundamentada no conceito de delimitação por
Bacias Hidrográficas, conforme institui a Política Nacional de Recursos Hídricos – a bacia
hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Lei Federal
9.433, de 08 de Janeiro de 1997).
Segundo o DAEE-IGC (2003) as estimativas de consumo da água superficial no Estado,
por tipo de uso são, respectivamente, irrigação (40,85%); abastecimento público (31,43%); uso
industrial (26,57%); uso doméstico rural (1,14%). Os valores gerais de consumo no Estado
demonstram que a disponibilidade hídrica, ainda, supera a demanda, entretanto, em algumas
UGRHI podem apresentar déficit hídrico, ou seja, falta o recurso hídrico.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
48
Fonte: DAEE et al (2005).
Figura 16: Localização das UGRHI no Estado de São Paulo.
Neste contexto, as UGRHI Tietê/Jacaré (Nº 13 - Região de Araraquara), onde se encontra
inserida a área de pesquisa, exibe, segundo DAEE-IGC (2003), índices de utilização de água em
relação ao escoamento básico em torno de 31 a 50%. Entende-se escoamento básico como o
volume de águas subterrâneas que, na fase terrestre do ciclo hidrológico, mantém o nível de base
dos rios durante o período seco, correspondendo para o Estado de São Paulo a 40% do
escoamento total.
Para o objetivo da presente pesquisa, destaca-se as unidades aqüíferas que compõem as
UGRHI Tietê/Jacaré (Figura 17). As unidades aqüíferas exibidas na Figura 18 são subdivididas
em: unidade aqüífera granular ou sedimentar (meio poroso) e unidade aqüífera fraturada (meio
fraturado).
LEGENDA
Limite de UGRHI
UGRHI
1 Mantiqueira
2 Paraíba do Sul
3 Litoral Norte
4 Pardo
5 Piracicaba/Capivari/Jundiaí
6 Alto Tietê
7 Baixada Santista
8 Sapucaí/Grande
9 Mogi-Guu
10 Tietê/Sorocaba
11 Ribeira do Iguape
12
14 Alto Paranapanema
15 Turvo Grande
16 Tietê/Batalha
17 Médio Paranapanema
18o José dos Dourados
19 Baixo Tietê
20 Aguap
21 Peixe
22 Portal do Paranapanema
Baixo Pardo/Grande
13 Tietê/Jacaré
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
49
100 20 40 60 80 100km
A
q
ü
í
f
e
r
o
s
F
r
a
t
u
r
a
d
o
s
Aqüífero
s
Sedimentares
Fonte: DAEE et al (2005).
Figura 17: Unidades aqüíferas no Estado de São Paulo.
A Figura 18 ilustra também a diferença de percolação da água subterrânea nos diferentes
meios.
Fonte: Modificado de BRAGA (1999).
Figura 18: Exemplos dos tipos de porosidade em diferentes aqüíferos.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
50
Segundo CRH (2005) a UGRHI Tietê/Jacaré possui sede administrativa no município de
Araraquara ([email protected]) e foi instalada em 10 de Novembro de 1995. Atualmente
abrange 34 municípios (Agudos, Araraquara, Arealva, Areiópolis, Bariri, Barra Bonita, Bauru,
Boa Esperança do Sul, Bocaina, Boracéia, Borebi, Brotas, Dois Córregos, Dourado, Gavião
Peixoto, Iacanga, Ibaté, Ibitinga, Igaraçu do Tietê, Itaju, Itapuí, Itirapina, Jaú, Lençóis Paulista,
Macatuba, Mineiros do Tietê, Nova Europa, Pederneiras, Ribeirão Bonito, São Carlos, São
Manuel, Tabatinga, Torrinha e Trabiju), área total de 15.808Km
2
e população total estimada
(IBGE, 2000) de 1.326.145 habitantes. As maiores aglomerações urbanas da unidade são os
municípios de Araraquara, Bauru, Jaú, São Carlos e São Manuel. A Figura 19 exibe a localização
da UGRHI Tietê/Jacaré no Estado de São Paulo.
LEGENDA
Limite de UGRHI
13 Tietê/Jaca
Fonte: Modificado DAEE et al (2005).
Figura 19: Localização da UGRHI Tietê/Jacaré no Estado de São Paulo.
Os aqüíferos sedimentares representados na UGRHI 13 são Bauru e Guarani (aflorante),
os quais apresentam, respectivamente, faixas de vazão explorável (m
3
/h) de < 10 a 80 e >20 a 80.
Vale ressaltar que o procedimento aplicado para obtenção do zoneamento das vazões exploráveis
obedeceu aos requisitos da Lei de Darcy.
Em função das características distintas de governância do fluxo da água em aqüíferos
fraturados, em especial para a presente pesquisa Aqüífero Serra Geral (basaltos) o
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
51
zoneamento de vazões prováveis, obedeceram aos critérios estruturais dos corpos rochosos. A
base dos estudos hidrogeológicos deste tipo de aqüífero é marcada pela correlação entre a
capacidade específica (vazão retirada por metro rebaixado do nível d´água no poço, em m
3
/h/m) e
transmissividade (obtida em testes de bombeamento, 20h) DAEE, 1981 e 1982.
Adicionalmente, utilizou-se o seguinte critério: tipos de rocha, blocos geológicos (contexto
geotectônico), espessura do manto inconsolidado e fraturas. Para a UGRHI T/J as faixas de
vazões prováveis variam entre 7 a 100m
3
.
Segundo DAEE et al. (2005) a UGRHI 13 constitui-se pelas unidades aqüíferas
sedimentares Bauru e Guarani e pela unidade aqüífera fraturada Serra Geral. Estratigraficamente
as rochas que compõem as unidades aqüíferas comportam-se, da base para o topo, Aqüífero
Guarani, Aqüífero Serra Geral, Aqüífero Bauru. Cumpre ressaltar que a escala de trabalho
daquele estudo não permite cartografar a unidade Aqüífera Cenozóica, entretanto, em escalas de
trabalho maiores, essa unidade é formada por sedimentos arenosos inconsolidados, de ocorrência
do tipo livre, porosidade granular, descontínuo e geralmente, na área de Araraquara-SP, associa-
se as cotas topográficas superiores a 680m (MEAULO et al. 2005).
Aqüífero Bauru
O Aqüífero Bauru caracteriza-se como uma das unidades de maior extensão no Estado de
São Paulo, com área aproximada de 97.000 Km
2
, apresentado-se como uma das principais fontes
de abastecimento da área oeste do Estado. Segundo Fernandes e Coimbra (1992) e Fernandes
(1998) as litologias sedimentares que compõem o aqüífero estão associadas ao Grupo Bauru. A
Figura 20 exibe o modelo hidráulico simplificado do Aqüífero Bauru (HIRATA, 2005 apud
DAEE et al, 2005), onde as setas indicam o sentido do fluxo da água subterrânea.
Figura WW: Modelo hidráulico
simplificado do Aqüífero Bauru
(HIRATA, 2005 apud DAEE et al, 2005)
Figura 20: Modelo hidráulico
simplificado do Aqüífero Bauru
(HIRATA, 2005 apud DAEE et al,
2005).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
52
A primeira fase de sedimentação ocorreu em condições áridas, formada por arenitos finos,
maciços, baixo teor de matriz, arenitos finos a médios com boa seleção, cuja unidade
hidroestratigráfica basal (Bauru Inferior) ocorre de forma livre a localmente semiconfinado,
granular, contínuo e uniforme. A segunda fase de sedimentação, denominada de Bauru
Médio/Superior, ocorreu em condições climática semi-árida, com relativa maior presença de
água, resultando numa significativa mudança litológica, formada por arenitos grossos imaturos,
com abundantes nódulos e cimento calfífero, bancos de arenitos finos intercalados com lamitos e
siltitos (FERNANDES, 1998). A ocorrência da água subterrânea é do tipo livre a localmente
confinado, porosidade granular, contínuo e não uniforme, e características hidráulicas distintas.
Em linhas gerais, a análise dos perfis de poços tubulares permite estabelecer e entender o
comportamento das rochas sedimentares que compõem o Aqüífero Bauru. Pode-se dizer que o
basalto da Formação Serra Geral, sotaposto a unidade Bauru, sustenta o Aqüífero do Grupo
Bauru. Na UGRHI T/J, em especial na região de Araraquara, essa relação estratigráfica é
comumente observada em poços escavados e também em afloramento (predominantemente do
tipo corte de estrada) que cortam diferentes cotas topográficas. Localmente, outro datum
geológico-hidrogeológico (delimitado em campo) entre as formações geológicas é o nível
conglomerático composto de seixos e cascalhos de quartzo e fragmentos limoníticos (MEAULO,
2004 e MEAULO et al. 2005 e 2007).
A espessura saturada do Aqüífero Bauru é significativamente variável, desde alguns
metros até 300m, cujas menores espessuras ocorrem nas proximidades dos afloramentos dos
basaltos da Formação Serra Geral, nos limites sul, leste e norte do aqüífero (DAEE et al., 2005).
O potencial aqüífero da unidade Bauru na área da UGRHI T/J possui representação
secundária dentro do contexto de todo o aqüífero, em função da pequena espessura saturada dos
sedimentos do Grupo Bauru (Formação Adamantina). Entretanto, apresentam-se as seguintes
propriedades hidráulicas: capacidade específica (Q/s) com valores médios de 0,57 m
3
/h/m;
condutividade hidráulica (K) com valores predominantes de 50m
2
/dia, porosidade efetiva
aproximada de 5% no Bauru dio/Superior (UGRHI T/J) e 10 a 15% no Bauru Inferior/Caiuá
(DAEE, 1979).
Com base em uma equação específica de vazão foram delimitadas cinco áreas
diferenciadas de vazão explorável, cujos extremos são valores inferiores a 10m
3
/h até 120m
3
/h.
Nos terrenos de predomínio do Bauru Médio/Superior, dominam as vazões exploráveis inferiores
a 10m
3
/h.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
53
Sob o ponto de vista da composição química natural das águas, a UGRHI T/J possui
predominância do tipo bicarbonatada cálcica e subordinada pelas águas tipo bicarbonatada
sódica. Quanto aos teores salinos, os mesmos variam de 50 a 150 mg/L (CAMPOS, 1993).
Aqüífero Guarani
O Aqüífero Guarani possui dimensões continentais equivalentes a vários países europeus,
estendendo-se além dos domínios brasileiros, também em países como Uruguai, Argentina e
Paraguai. Este tópico limita-se a apresentar características gerais da ocorrência desta importante e
estratégica unidade aqüífera, especificamente, sobre as áreas aflorantes na UGRHI T/J. A unidade
aqüífera ocorre em 76% do Estado de São Paulo, considerando as áreas aflorantes (16.000 Km
2
) e
confinadas (174.000 Km
2
). A geometria da área aflorante possui largura irregular e extensão
alongada em um eixo NE-SW, estratigraficamente associado aos basaltos da Formação Serra
Geral.
A unidade Guarani é formada por sedimentos arenosos pertencentes as formações
Pirambóia e Botucatu. A Formação Pirambóia, de idade triássica (MILANI, 2004), constituída de
arenitos de granulometria dia a fina, subordinadamente grossos e conglomeráticos, depositado
em ambiente flúvio-lacustrino e eólico (CAETANO-CHANG e WU, 1992; ASSINE et al., 1994),
representa a base da unidade aqüífera O aqüífero também é formado por arenitos de
granulometria média a fina, avermelhados, esféricos, boa seleção, de deposição eólica, idade
juro-cretácia, denominados de Formação Botucatu. A Figura 21 exibe o modelo hidráulico
simplificado do Aqüífero Guarani (HIRATA, 2005 apud DAEE, 2005), onde as setas indicam o
sentido do fluxo da água subterrânea.
Figura XX: Modelo hidráulico
simplificado do Aqüífero Guarani
(HIRATA, 2005 apud DAEE et al, 2005)
Segundo IPT(1981) todo a unidade aqüífera essobreposta, em discordância angular, ao
Grupo Passa Dois e parte dela (área confinada) está recoberta pelos derrames basálticos da
Formação Serra Geral, que localmente exibe intertraps de arenito.
Figura 21: Modelo hidráulico
simplificado do Aqüífero Botucatu
(HIRATA, 2005 apud DAEE et al.,
2005).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
54
O Aqüífero Guarani (formações Pirambóia e Botucatu) caracteriza-se como granular,
homogêneo e regionalmente livre na área aflorante, a predominantemente confinado nas demais
regiões do Estado de São Paulo, extrapolando ainda o limite do Estado (DAEE et al. 2005).
A espessura do aqüífero na área aflorante pode variar desde poucos metros avalores
superiores a 100m. Em geral, a potenciometria indica fluxo de leste para sudoeste e um gradiente
hidráulico com valores entre 0,008 e 0,003, ao longo das drenagens do Rio Pardo e Jacaré Pepira
(UGRHI 13).
Segundo Silva (1983), a geometria irregular da área de surgência do Aqüífero espelha-se
na topografia regional. Esse mesmo cenário pode ser observado no comportamento geral do nível
d´água na área de Araraquara (MEAULO et al., 2005 a, b).
Os valores das propriedades hidráulicas de interesse para este estudo limitam-se aos dados
obtidos para a Formação Botucatu (área aflorante). Os estudos do DAEE (1974) obtiveram os
seguintes valores: condutividade hidráulica (K) 3,0m/dia; média do coeficiente de
armazenamento (S) de 0,25 (SILVA, 1983), vazão explorável entre < 20 a 80m
3
/h. O quimismo
natural da água subterrânea classifica-se como bicarbonatadas cálcicas e salinidade inferior a 50
mg/L (CAMPOS, 1993).
Aqüífero Serra Geral
O Aqüífero Serra Geral é do tipo fraturado, e caracteriza-se pela porosidade e
permeabilidade secundárias, oriundas de processo de cristalização dos derrames basálticos,
correspondente as rochas que compõem a Formação Serra Geral. Segundo Turner et al. (1994),
Stewart et al. (1996), as rochas que compõem a Formação datam do Eocretáceo e ocorrem
irregularmente na região central do Estado de São Paulo. A Figura 22 exibe o modelo hidráulico
simplificado do Aqüífero Serra Geral (HIRATA, 2005 apud DAEE, 2005), onde as setas indicam
o sentido do fluxo da água subterrânea.
Figura WW: Modelo hidráulico
simplificado do Aqüífero Serra Geral
(HIRATA, 2005 apud DAEE et al, 2005)
Figura 22: Modelo hidráulico
simplificado do Aqüífero Serra Geral
(HIRATA, 2005 apud DAEE et al,
2005).
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55
Do ponto de vista hidroestratigráfico, o Aqüífero Fraturado Serra Geral está assentado
sobre o Aqüífero Guarani e sobreposto pelo Aqüífero Bauru. Conforme descrito por Meaulo
(2004), essa relação estratigráfica fica evidente em escala de afloramento na região do município
de Araraquara (UGRHI 13).
Quanto às espessuras deste aqüífero, estas variam desde poucos metros na porção centro-
oeste do Estado, podendo atingir 300m em sua área aflorante. Seguindo-se em direção ao oeste
paulista, existem registros na região do Pontal do Paranapanema de espessuras de basalto que
atingem aproximadamente 2000m (MILANI, 2004).
Para elaboração dos estudos coordenados pelo DAEE em 2005 foram utilizados diversos
materiais de consulta e introduzidas e/ou adaptadas novas técnicas de análise para geração do
atual mapa de águas subterrâneas do Estado de São Paulo. Considerou-se a variação da
capacidade específica (vazão retirada por metro rebaixado do nível d´água no poço – m
3
/h/m) dos
poços em relação aos seguintes fatores: tipo de rocha, blocos geológicos, espessura do manto
inconsolidado e fraturas.
A partir dos fatores apresentados, obteve-se que o Aqüífero Fraturado Serra Geral
destaca-se em relação aos demais aqüíferos fraturados do Estado, pois exibem valores de
capacidade específica significativamente elevada. Neste caso, as feições responsáveis pela
potencialidade diferenciada do aqüífero, podem ser atribuídas pelas fraturas tectônicas,
descontinuidades verticais (disjunções colunares) ou sub-horizontais e vesículas. Essas feições
norteiam a circulação e armazenamento da água subterrânea.
Em função do grau de importância do mapa de lineamentos, dentro do conceito de
produtividade do aqüífero, pode-se dizer que as áreas associadas aos lineamentos de drenagem
mostraram-se relativamente mais produtivas (atributo: capacidade específica), do que as demais
áreas. Segundo os dados do DAEE (1979), as relações de produtividade dos poços que exploram
os basaltos próximos às feições de lineamentos são 10 vezes maiores que outras da unidade
aqüífera.
A partir da análise do potencial hidrogeológico dos aqüíferos fraturados paulista,
identificaram-se 4 classes. Os basaltos foram classificados como classe 4, os quais apresentam
vazões prováveis de exploração entre 7 e 100 m
3
/h, caracterizando-se como as melhores áreas
para captação das águas subterrâneas.
Segundo Bittencourt et al. (2003), o quimismo das águas do Aqüífero Serra Geral
corresponde aos processos de dissolução dos basaltos e o equilíbrio com minerais secundários,
ocorrendo à mistura com águas de aqüíferos sotopostos. Essa última condição deve-se em função
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56
de descontinuidades geológicas que propiciam condições hidráulicas favoráveis. Nesse cenário
descrito, as águas da Formação Serra Geral podem ser classificadas como bicarbonatadas
cálcicas, bicarbonatadas cálcio-sódicas, bicarbonatadas cálcio-magnesianas e, raramente,
bicarbonatadas sódicas.
3.1.2.2 – Hidrogeologia local
Para a caracterização hidrogeológica local da área de Araraquara foram executados em
campo 99 ensaios de condutividade hidráulica da zona não-saturada (ANEXO 3), 190 poços
escavados (ANEXO 4), 37 sondagens elétricas vertical, utilizado dados de poços tubulares,
sondagens de simples reconhecimento e poços de monitoramento. Outra ferramenta fundamental
para amparar a análise hidrogeológica foram os dados geológicos (ANEXO 2). Certamente as
exposições apresentadas foram formuladas com base no banco de dados descrito, ou seja, a partir
do refinamento das informações primárias e do conhecimento prévio do autor. Vale ressaltar que
interpretações distintas as apresentadas nessa tese de doutoramento também podem ser válidas, a
partir do cumprimento de sistemáticas de investigação diferentes.
a) Generalidades e modelos hidrogeológicos conceituais
Ruiz (2001) contribuiu para o entendimento das áreas de topos de derrames basálticos
onde predominam áreas com feições de escape de gases e de intenso fraturamento. Essas feições
são importantes para o acumulo de água freática oriunda dos processos de infiltração.
Sob o ponto de vista hidrogeológico, essas áreas representam os topos de derrames
basálticos e possuem significativa relevância local, pois essas feições favorecem o
armazenamento da água subterrânea, principalmente as águas oriundas do aqüífero livre que
alimentam os poços escavados.
O armazenamento da água subterrânea nessas regiões contribui para explotação do
recurso hídrico subterrâneo através de poços escavados (cacimbas) que, embora com baixas
vazões, podem atender especialmente o abastecimento de propriedades rurais (sítios e chácaras)
desprovidas do abastecimento público.
Sob o ponto de vista estrutural, pode-se afirmar que o fraturamento vertical a subvertical,
caracterizado nos derrames basálticos, certamente, imprimem influência favorável na percolação
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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de fluídos superficiais, alimentando o aqüífero das formações geológicas sotopostas (Formação
Botucatu, ANEXO 2A). É importante ressaltar que durante a implantação de sistemas de gestão
de recursos hídricos, contemplando o aqüífero livre, deve-se levar em consideração as estruturas
geológicas de subsuperfície. A geofísica, em especial, o método da eletrorresistividade (técnica
da sondagem elétrica vertical e do caminhamento elétrico) é uma ferramenta de investigação
indireta que contribui para o processo de análise de estruturas subterrâneas.
Observaram-se também irregularidades na geometria do topo dos derrames, os quais
podem formar feições de embaciamento (concavidade) e de convexidade. Apoiado no banco de
dados das informações hidrogeológicas, geológicas e geofísicas foi possível a construção de
modelos conceituais hidrogeológicos do aqüífero livre que permitem exemplificar as
configurações do posicionamento dos derrames basálticos da Formação Serra Geral. O
reconhecimento dessas feições que são apresentadas nessa pesquisa corrobora com outras
pesquisas desenvolvidas na região de Ribeirão Preto (MALDANER et al., 2006 e FERNANDES
et al., 2006).
A partir dos estudos realizados por Meaulo (2004) e Meaulo et al. (2005 a,b), juntamente
com os resultados desta pesquisa sobre o aqüífero livre da área de Araraquara, confeccionaram-se
três modelos hidrogeológicos conceituais (exploratório, Figuras 23 a 28) sobre a interação entre
as formações geológicas da área de estudo e a água do aqüífero livre.
A veracidade desses modelos conceituais ainda requer estudos específicos sobre a
hidrodinâmica e hidroquímica dos aqüíferos. Vale informar que esse desdobramento da
investigação hidrogeológica não está contemplado nesta pesquisa. Portanto, a proposta de
apresentar os modelos, ainda que de forma exploratória, pode ser entendida como uma
contribuição para pesquisas futuras. Registradas as considerações sobre o conhecimento que, de
certa forma, pode sustentar o modelo conceitual do aqüífero livre, apresenta-se a representação
gráfica a cerca das subdivisões do aqüífero (Figuras 23 a 28).
O Modelo 1 A (Figura 23) apresenta a relação entre a rocha sã e o solo autóctone da
Formação Botucatu. O limite do nível d´água do aqüífero livre é marcado, parcialmente, pela
litificação da rocha sã. Ocorrem também em afloramentos (tipo corte de estrada) a percolação da
água a partir de planos das estratificações cruzadas e eventuais fraturas. Essas evidências de
campo são observadas predominantemente na porção sudoeste da área de estudo (ANEXOS 2 e
4).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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58
Figura 23: Modelo (1A) conceitual hidrogeológico para a Formação Botucatu
O Modelo 1 B (Figura 24) exibe a relação entre a rocha e o sedimento inconsolidado
(solo) da Formação Botucatu assentado sobre o basalto da Formação Serra Geral. Vale destacar
que esta condição litoestratigráfica não representa uma inversão da estratigrafia local (provocada
por falhas geológicas), todavia, correspondem às áreas onde está presente o sistema intertrapiano
(intercalações locais de arenito eólico nos derrames basálticos). O limite superior do nível d´água
do aqüífero livre encontra-se nos sedimentos inconsolidados, contemplando o arenito (areias) e o
saprolito basáltico (geralmente apresentando esfoliação esferoidal). As porções onde predominam
essas feições toleram, relativamente, melhor a influência dos efeitos da sazonalidade da água
subterrânea do aqüífero livre. Essa constatação é baseada no monitoramento do vel d´água dos
poços cacimba pesquisados. Essas evidências de campo são válidas para a porção sudoeste da
área de estudo (ANEXOS 2 e 4).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
59
Figura 24: Modelo (1B) conceitual hidrogeológico para as formações Botucatu e Serra Geral (SW da área).
O Modelo 2 A (Figura 25) mostra a relação entre os sedimentos silto-arenosos (solo
residual) da Formação Adamantina sobreposto ao derrame basáltico da Formação Serra Geral. Na
região de Araraquara o contato entre a Formação Adamantina e Formação Serra Geral, em geral,
é marcado por uma linha de seixos e cascalhos quartzosos de geometria predominantemente
subarredondados a arredondados (MEAULO et al., 2005). O limite superior do vel d´água do
aqüífero livre ocorre diretamente no solo residual da Formação Adamantina e este aqüífero
estende-se ao saprolito basáltico (geralmente com esfoliação esferoidal). A base do aqüífero é
representada pela rocha (basalto) da Formação Serra Geral, onde também pode ocorrer a
percolação da água através das descontinuidades. Nesse cenário o nível d´água apresenta
significativa correlação com a superfície topográfica e os efeitos da sazonalidade do nível da
água do aqüífero livre são minimizados em função da favorabilidade de armazenamento da água
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
60
junto ao saprolito com esfoliação esferoidal. A ocorrência deste tipo de modelo é comumente
encontrada em toda área de estudo.
Figura 25: Modelo (2A) conceitual hidrogeológico para as formações Adamantina e Serra Geral.
O Modelo 2 B (Figura 26) expõe a relação entre os sedimentos silto-arenosos (solo
residual) da Formação Adamantina sobreposta ao derrame basáltico da Formação Serra Geral,
juntamente com a linha de seixos e cascalhos quartzosos (datum geológico local). Os limites do
nível d´água do aqüífero livre é similar ao descrito no Modelo 2 A (Figura 25). Contudo, a
estrutura em formato côncavo do topo do derrame basáltico proporciona um aumento da
espessura da camada sedimentar e, por conseguinte, na espessura saturada do aquífero. O reflexo
dessa estrutura no mapa hidrogeológico (ANEXO 4) pode resultar em uma configuração peculiar,
onde a seqüência de isolinhas progressivas indicam a geometria da concavidade, ocorrendo o
aumento da profundidade do nível d´água para o centro da estrutura. A ocorrência desse tipo de
feição foi mapeada com base nos dados geofísicos, geológicos e através da medição absoluta da
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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61
profundidade do nível d´água. As seções geológicas (ANEXO 3) também exibem, localmente, os
aspectos descritos.
Figura 26: Modelo (2B) conceitual hidrogeológico para as formações Adamantina e Serra Geral, estrutura côncava.
O Modelo 2 C (Figura 27) ilustra conceitualmente a relação estratigráfica entre a
Formação Adamantina (topo) e a Formação Serra Geral. A estrutura em formato convexo do topo
do derrame basáltico proporciona uma redução da espessura da coluna da água subterrânea e da
unidade geológica, imprimindo reflexos no ordenamento das isolinhas do mapa hidrogeológico
(ANEXO 4).
As isolinhas tendem em diminuir para o cume da convexidade, ocorrendo à diminuição da
profundidade do nível d´água para o centro da estrutura. Essa verificação pode explicar,
parcialmente, as distorções no arranjo das isolinhas (mapas potenciométrico e de superfície de
tendência) geralmente observadas nos documentos cartográficos, ou seja, influência de
estruturas de subsuperfície pré-existentes. Em locais onde a declividade do terreno é acentuada
essas distorções passam a ser significativas.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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62
Figura 27: Modelo (2C) conceitual hidrogeológico para as formações Adamantina e Serra Geral, estrutura convexa.
O Modelo 3A (Figura 28) é apresentado em caráter exploratório e sob o ponto de vista
conceitual, pois ainda existem algumas lacunas no conhecimento da porção centro-leste da área
de estudo que não permite avançar na construção do modelo.
As complexidades inerentes ao modelo estão centradas na temática da geologia estrutural
e hidrogeoquímica que não serão solvidas nessa pesquisa. Entretanto, mostra-se a relação entre as
unidades geológicas dos Sedimentos Cenozóicos (topo) e das formações Serra Geral e Botucatu.
Essas últimas unidades geológicas podem apresentar relação de contato por falha e/ou por
discordância erosiva e elas em relação ao contato com os Sedimentos Cenozóicos por
discordância erosiva.
Na porção leste da área de estudo (ANEXOS 3 e 4) o limite superior do nível d´água do
aqüífero livre ocorre diretamente nos sedimentos arenosos inconsolidados da unidade Cenozóica.
Neste modelo as formações sotopostas (Formação Serra Geral e Formação Botucatu) representam
o nível de base para o aqüífero livre.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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63
Figura 28: Modelo (3A) conceitual hidrogeológico para os Sedimentos Cenozóicos e as formações sotopostas.
Na porção leste da área de estudo (ANEXOS 3 e 4) o limite superior do nível d´água do
aqüífero livre ocorre diretamente nos sedimentos arenosos inconsolidados da unidade Cenozóica.
Neste modelo as formações sotopostas (Formação Serra Geral e Formação Botucatu) representam
o nível de base para o aqüífero livre. Nas áreas de ocorrência dos Sedimentos Cenozóicos podem
estar presentes ambas as associações apresentadas na representação gráfica do Modelo 3A
(Figura 28), entretanto, predominam as feições associadas entre os Sedimentos Cenozóicos e a
Formação Botucatu.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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b) Análise da profundidade do nível d´água e de vazão
Foram realizados estudos localizados de monitoramento do nível da água subterrânea do
aqüífero livre em dois bairros, Jardim Ieda Norma (SW da área) e Jardim Chácara Flora (N da
área) no município de Araraquara (ANEXO 1) com a finalidade de compreender, o
comportamento de infiltração das águas superficiais (principalmente as pluviais). Essa avaliação
está apoiada na análise dos dados de condutividade hidráulica (ANEXO 3) e do substrato
geológico da área (ANEXO 2), sendo possível traçar algumas relações no tocante a recarga do
aqüífero livre.
Ambas as áreas escolhidas possuem características de urbanização similar, composta por
sítios e chácaras, onde a impermeabilização do solo é relativamente baixa quando comparada a
outras áreas do município e o abastecimento de água é predominantemente oriundo de poços
escavados (cacimba). Entretanto, sob o ponto de vista geológico, a área do bairro Ieda Norma está
assentada sobre os sedimentos silto-arenosos da Formação Adamantina e corroboram com os
modelos conceituais hidrogeológicos da série nº 2 (modelos 2A, 2B, 2C, Figuras 25, 26 e 27,
respectivamente). A segunda área do bairro Chácara Flora está localizado sobre a região de
afloramento dos Sedimentos Cenozóicos (arenosos) e se apóiam no modelo conceitual
hidrogeológico da série 3 (Modelo 3A, Figura 28).
Os resultados do monitoramento do nível d´água do aqüífero livre das duas áreas
estudadas permitem apresentar algumas considerações, a o momento inédito para a área de
estudo, que podem contribuir com o planejamento e a gestão dos recursos hídricos subterrâneos.
São eles:
o índice pluviométrico do período chuvoso para a área de estudo não possui reflexo
imediato na recarga do aqüífero livre;
a partir da análise da pluviometria e da profundidade do nível d´água, pode-se constatar
que existe um tempo de infiltração estimado de 3 a 4 meses para se iniciar a recarga do
aqüífero livre. Isso equivale a dizer que, no período de seca (maio a outubro), o aqüífero
livre está atingindo o nível máximo para aquele período do ano (válido para o ano de
2006);
a variação sazonal do nível d´água, em geral, é da ordem de 3 a 4 m de profundidade,
aferida através de medidas absolutas em poços escavados (sem bombeamento). Nas áreas
adjacentes aos platôs (relevo plano) a variação da profundidade do nível d´água é
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
65
acentuada e nas regiões próximas as drenagens a variação do vel diminui relativamente
por influência da água superficial;
informações de campo obtidas junto aos perfuradores de poços escavados (poceiros)
apontam que o período chuvoso é o indicado para abertura de um poço, pois o N.A.
encontra-se mais profundo, garantindo o abastecimento nas épocas de escassez do recurso
hídrico subterrâneo;
verificou-se que nas áreas de afloramento dos Sedimentos Cenozóicos (Chácara Flora) o
tempo de infiltração é relativamente maior que na área de exposição dos sedimentos da
Formação Adamantina (Ieda Norma). Entretanto, os poços escavados perfurados nos
sedimentos arenosos são susceptíveis em secar e em receber fluídos (poluentes) que
interferem na qualidade da água do aqüífero livre.
Na análise da profundidade do nível estático, foram utilizados dados de poços tubulares,
poços escavados (cacimbas), sondagens e através de dados de geofísica, por meio da técnica da
sondagem elétrica vertical (SEVs). Cabe ressaltar que os terrenos naturais em vazios urbanos e
próximos a fontes potenciais de poluição, foram selecionados de forma criteriosa para a
realização das Sondagens Elétricas Verticais, atendendo a Lei CRH 052 de 15 de Abril de 2005.
Visando facilitar o manuseio das informações hidrogeológicas, os dados foram divididos em
grupos semelhantes e de mesma fonte de origem, sendo analisados independentemente e
posteriormente analisados de forma conjunta. Para averiguação das dispersões de valores do
conjunto e do comportamento dos dados de forma descritiva empregou-se a ferramenta de análise
da estatística básica de grupo de dados.
As principais divisões praticadas foram os dados provenientes de cadastro de poços
tubulares do DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo), DAAE
(Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara), poços escavados (cacimba) e por
intermédio das interpretações dos dados geofísicos (SEV).
Foram cadastrados, através Sistema de Cadastro de Poços Tubulares do DAEE 191 poços
que explotam água através dos sistemas aqüíferos Bauru, Botucatu/Pirambóia e Aqüífero Serra
Geral, sendo que desse total, foram utilizados 139 dados para análise descritiva. Os dados que
não foram utilizados na análise estatística apresentavam algum tipo de inconformidade (ausência
de parâmetros) que não contemplava o objetivo dessa pesquisa.
O resultado da análise exibido no histograma (Quadro 4), foi elaborado com base em 139
poços cadastrados e apresenta os seguintes valores para: dia calculada de 46,74m para a
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66
profundidade do nível estático; 3,22m e 168,77m são os valores mínimos e máximos,
respectivamente, para a profundidade do vel estático. Esses dados devem ser avaliados e
utilizados com algumas ressalvas, pois o é possível assegurar que para os poços analisados,
estejam realmente representando o nível estático (aqüíferos livres), pois estas formações
geológicas podem estar confinadas ou sob sistema de inter-traps.
Quadro 4 – Análise conjunta da profundidade do nível estático no município de Araraquara (SP).
Com a finalidade de minimizar eventuais desacertos e manter a qualidade dos dados aqui
analisados, os dados referentes aos poços tubulares foram separados e analisados somente os
poços que explotam água do sistema aqüífero Bauru, pois estes apresentam comportamento de
aqüífero livre na área de estudo, sendo o nível estático representado pela profundidade do nível
de água subterrâneo (lençol freático).
Do total dos poços cadastrados através SIDAS (Sistema de Informação de Águas
Subterrâneas,191 poços), utilizaram-se 47 poços que explotam água do sistema aqüífero Bauru.
Na análise do histograma, representado no Quadro 5, observa-se que a média dos dados para a
profundidade do nível estático foi de 13,5m, próximo ao valor da mediana (12,5m). Nota-se
também que 75% dos dados não ultrapassam a profundidade de 15,00m. Realizou-se uma análise
em separado dispensando os dados referentes à série 13, no entanto, o se observaram
significativas alterações nos resultados da análise. Os valores descritos possuem fundamental
relevância para os órgãos reguladores e gestores dos recursos hídricos subterrâneos, pois esses
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dados estão significativamente próximos aos limites de intervenção para a execução e instalação
de poços de monitoramento e análise da qualidade da água subterrânea durante os trabalhos de
levantamentos de passivo ambiental, segundo as normas estabelecidas pela CETESB (Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Os dados apresentados também podem ser utilizados
como referência na implantação de novos empreendimentos e principalmente em projetos
construtivos de novos poços que exploram água do sistema Aqüífero Bauru.
Quadro 5 – Análise da profundidade do nível estático dos poços que explotam água do Aqüífero Bauru.
Na análise dos poços escavados (ANEXO 1), do total de 190 poços, foram analisados 189
poços, conforme demonstrado no histograma do Quadro 6, representando uma síntese da
estatística básica para os poços escavados (cacimbas) da área de estudo. A dia calculada do
nível estático para os poços foi de 10,97m, sendo que 75% dos dados não ultrapassam valores de
15m para a profundidade do nível d’água subterrânea. Em geral os dados se mostram
relativamente bem distribuídos, sendo que os limites de classe entre 10 e 15m, ocorrem a maior
concentração dos valores. Posteriormente a análise dos grupos apresentados, desenvolveu-se uma
análise conjunta dos dados, propiciando representa-los de forma espacial.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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Quadro 6– Análise da profundidade do nível estático dos poços escavados (tipo cacimba).
A partir da avaliação do histograma do Quadro 7, observa-se que a dia conjunta dos
dados dos poços presentes no Aqüífero Bauru, poços escavados e SEV são da ordem de 10,46m
(~10,5m) de profundidade para o nível estático e de 10m para o valor da mediana.
Quadro 7 – Análise geral da profundidade do nível estático no município de Araraquara (SP).
Na análise descritiva final (270 informações hidrogeológicas) para os dados referentes aos
valores de nível estático, observa-se um valor médio de 10,4 m de profundidade (Quadro 8),
sendo que este valor, no entanto, fica sujeito a variações de bombeamento de poços vizinhos,
imprecisão na medição, e até mesmo ao período do ano que os dados foram coletados (variação
sazonal).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
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Verifica-se também que 75% dos dados não ultrapassam 14,2 m, e que a média, em geral,
possui valores próximos a mediana, indicando uma dispersão tênue entre os dados, aumentando
com isso significativamente a confiabilidade da análise estatística descritiva utilizada na presente
tese de doutoramento. Ressalta-se também no histograma (Quadro 8) que no limite de classe
entre 8 a 16 m ocorre a maior concentração dos dados referentes ao nível estático.
Quadro 8 – Análise descritiva final da profundidade do nível estático no município de Araraquara (SP).
Com base nos resultados estatísticos apresentados foi elaborado o mapa de superfície de
tendência do nível d´água do aqüífero livre da área de Araraquara (ANEXO 4). A análise do
comportamento do fluxo de água subterrânea pode auxiliar na adoção de medidas que minimizem
os riscos de impactos ambientais causados por empreendimentos potencialmente poluidores.
Contudo, a aplicação desse documento cartográfico deve considerar que o nível d´água
subterrâneo (aqüífero livre) é influenciado pela sazonalidade imposta pelo regime pluviométrico
daquele território. Existem ainda fatores de ordem metereológicas, hidrológicas, grau de
impermeabilização do solo, características da urbanização do território, super-explotação dos
recursos hídricos que influenciam a recarga do aqüífero.
Nesta pesquisa, programou-se a realização das campanhas de coleta de dados em campo
(poços escavados) no período entre os meses de abril a agosto (2006), plenitude da recarga do
sistema aqüífero, com a finalidade de dimensionar a espessura da zona não-saturada.
Conforme apresentado no ANEXO 4, o critério de escolha dos intervalos das linhas de
isovalores da profundidade da água subterrânea foi balizado a partir dos limites contemplados no
Método GOD de avaliação da vulnerabilidade natural (FOSTER et al., 2002).
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Em posse do mapa do nível d´água (ANEXO 4) observa-se que a configuração das
isolinhas acompanha o desenvolvimento da topografia. Em linhas gerais o fluxo subterrâneo
percorre o sentido das cotas topográficas mais altas para as mais baixas, alimentando a rede de
drenagem local. A Figura 29 (MEAULO et al., 2005) esboça a superfície potenciométrica da área
de Araraquara.
Constatou-se que o nível freático local alimenta as principais drenagens, portanto, a
locação dos poços de monitoramento, para diversas finalidades, deve considerar a direção do
fluxo subterrâneo. Deve-se também levar em consideração a presença de estruturas pré-
existentes, em especial, nas áreas onde os derrames basálticos representam o vel de base do
aquífero livre. Analisando-se o bloco diagrama da superfície potenciométrica (Figura 29),
verifica-se que as cotas de maior valor numérico estão associadas às regiões em que a zona não-
saturada apresenta maiores espessuras.
Fonte: Meaulo et al. (2005).
Figura 29 - Bloco diagrama ilustrando a superfície potenciométrica na área de estudo.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas
Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
71
Análise da vazão
A construção de poços para captação de águas subterrâneas, está amparada por normas
técnicas fixadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os projetos de poços
devem ser elaborados em acordo com a ABNT-NBR 588 (1990) e os procedimentos para a
construção dos poços são definidos na norma ABNT-NBR 1290 (1992). Os aspectos construtivos
dos poços o muito importantes para o ideal funcionamento do poço, além de interferir na
quantidade e qualidade de água a ser explotados. A boa produção dos poços está relacionada a
fatores diversos, como a qualidade técnica construtiva do poço, a profundidade do poço, a
localização, bem como o adequado dimensionamento dos equipamentos do sistema de
bombeamento.
Na análise de vazão, não foi possível considerar o aspecto construtivo dos poços, em
função da ausência de dados. Nesse sentido, os cálculos exibidos são orientativos e enquadram-se
como referência local para as diferentes unidades aqüíferas. Para a análise da vazão, 150 poços
foram cadastrados, desse total, 46 poços explotam água do Aqüífero Adamantina (Grupo Bauru),
48 no Aqüífero Serra Geral e 56 no Aqüífero Botucatu/Pirambóia (Aqüífero Guarani).
A análise de vazão dos poços que explotam o aqüífero fraturado da Fm. Serra Geral
(Quadro 9), possui média de 36,38 m
3
/h e expressa uma diferença significativa entre o valor
mínimo de 0,90 m
3
/h e máximo de 344 m
3
/h. Essa diferença pode estar associada a caracterização
do fraturamento do maciço rochoso, em função do maior e/ou menor número de fraturas
presentes na rocha, tipo de fratura (aberta ou fechada) e também pela presença ou ausência de
preenchimento mineral.
Para os poços que explotam água no sistema Aqüífero Botucatu/Pirambóia (Aqüífero
Guarani), obteve-se o valor médio de 170,35 m
3
/h para a vazão de água e 75% dos poços
apresentam valores de até 164 m
3
/h. O Quadro 10 exibe que o limite de 0-300m
3
/h concentra a
maior freqüência dos dados.
Na análise dos poços no Aqüífero Adamantina (Grupo Bauru), pode-se calcular a média
de 4,36 m
3
/h de vazão de água, sendo que 75% dos poços apresentam vazão de até 4,50 m
3
/h e no
limite de 0-5 m
3
/h, ocorre a maior concentração dos dados (Quadro 11).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP.
Meaulo, 2007
72
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
73
c) Condutividade hidráulica in situ
O crescimento desordenado das cidades é fato e pode acarretar a conseqüências
indesejáveis, seja no meio antrópico ou no meio natural. Dentre os impactos possíveis onde se
podem destacam-se as inundações, os deslizamentos de terra e contaminação de águas
subterrâneas. Entender como se estabelece o fluxo de água nos solos é um modo de remediar
ou de prevenir esses problemas.
O coeficiente de permeabilidade ou condutividade hidráulica (K) pode ser considerado
como um dos mais importantes parâmetros hidráulicos e exprime a maior ou menor facilidade
com que a água percola através de um meio poroso.
Nos meios porosos isotrópicos a permeabilidade é uma constante calculada pela
equação de Darcy, que relaciona a quantidade de água que passa através da unidade de área
do material sob uma perda de carga igual a 1 (TUCCI, 2002). Em outras palavras, o K pode
ser definido como a velocidade aparente por gradiente hidráulico unitário (FEITOSA e
MANOEL FILHO, 2000).
A condutividade hidráulica (K) é influenciada por diversos fatores, dentre eles:
densidade do solo; densidade do líquido; distribuição, forma e arranjo das partículas;
porosidade total; macroporosidade (volume de poros com diâmetro maior que 50 mm);
microporosidade; características do fluído e teor de umidade volumétrica do material
(FEITOSA e MANOEL FILHO, 2000).
Segundo Souza e Alves (2003), a compactação e a descontinuidade dos poros também
são responsáveis pela significativa redução da permeabilidade no solo.
Existe carência de estudos de dinâmica da água em condições de campo,
principalmente em condições não-saturadas. Porém, os estudos realizados indicam grande
variação da condutividade hidráulica para uma mesma região.
Áreas que parecem uniformes podem apresentar grandes variações para qualquer
parâmetro. Portanto a representação espacial dos dados de condutividade hidráulica o
documentos orientativos e de apoio ao planejamento e a gestão territorial (ANEXO 3).
A penetração de água no solo constitui-se em uma forma de prever a velocidade do
processo erosivo ou de inundações, pois quando a taxa de infiltração diminui, aumenta o
escoamento superficial (COSTA, 2005).
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
74
Sabe-se, por exemplo, que o principal mecanismo de desestabilização de encostas não-
saturadas é a infiltração de água no solo, caracterizada pelo fluxo de água de um meio
saturado para um meio não-saturado (JESUS, 2006). Desse modo, é de grande interesse
determinar a condutividade hidráulica do solo, especialmente em problemas relacionados à
agricultura, engenharias, geologia e meio ambiente.
Na literatura existem diversos outros artigos que propõem classificações simplificadas
para a caracterização dos materiais pedológicos da zona o-saturada. Nessa pesquisa
adotaram-se as categorizações propostas por Klute e Dirksen (1986), exibidas no Quadro 12,
que apresenta classes de condutividade baseadas em diferenças texturais dos materiais, e por
Fetter (1988), contemplado no Quadro 13 que relaciona as características intrínsecas dos
materiais aos valores de K de sedimentos inconsolidados. Em ambas as classificações são
expressas os valores numéricos que facilitam a consulta junto ao documento cartográfico
(ANEXO 3). As unidades comumente utilizadas para expressar a condutividade hidráulica
são: m/s (metros por segundo), cm/s (centímetros por segundo), cm/h (centímetro por hora),
m/dia (metros por dia). No mapa de condutividade hidráulica da zona não-saturada (ANEXO
3), foi adotada a unidade cm/h.
Fonte: modificado de Klute e Dirksen, 1986 apud Costa,2005.
Quadro 12: Classificação da condutividade hidráulica de acordo com diferentes faixas texturais.
10
1
10
0
10
-
1
10
-
2
10
-
3
10
-
4
10
-
5
10
-
6
10
-
7
10
-
8
10
-
9
Alta Média Baixa Muito Baixa
Praticamente
Impermeável
Classes
Materiais
Cascalho Areia
Areia
Fina
Argilo-
Arenoso
Silte
Mistura de Areia, Silte e Argila
Argilas
Estruturadas
Argilas
Homogêneas
Condutividade Hidráulica da Água a 20 ºC
(cm/h)
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75
Na área de pesquisa no município de Araraquara foi realizado um total de 99 ensaios
permeabilidade in situ, utilizando-se o permeâmetro de Guelph (modelo 2800KI) para
obtenção de dados referente à condutividade hidráulica (ANEXO 1).
Material Permeabilidade Intrínseca
(cm²)
Condutividade Hidráulica
(cm/s)
Argila 10
14
- 10
10
9
- 10
6
Silte; Silte arenoso 10
11
- 10
9
10
6
- 10
4
Areia argilosa 10
11
- 10
9
10
6
- 10
4
Areia siltosa; Areia fina 10
10
- 10
8
10
5
- 10
3
Areia bem distribuída 10
8
- 10
6
10
3
- 10
1
Cascalho bem distribuído 10
7
– 10
5
10
2
- 10
0
Fonte: Fetter, 1988.
Quadro 13 - Permeabilidade intrínseca e condutividade hidráulica para vários materiais não consolidados.
O ANEXO 3 exibe os dados de condutividade hidráulica em formato de documento
cartográfico. Para elaboração do mapa de condutividade hidráulica da zona não-saturada
foram selecionados locais aquisição de dados primários (campo) preferencialmente em vazios
urbanos (terrenos naturais), sendo que algumas locações ocorreram próximas às fontes
potenciais de poluição. Outra característica da distribuição dos pontos é a relativa
uniformidade espacial (ANEXO 1).
A Tabela 1 apresenta os dados de condutividade hidráulica expressos em diferentes
unidades, devidamente georreferenciados e informando a formação geológica correspondente
à realização dos ensaios de permeabilidade. Para relacionar os dados de condutividade com a
formação geológica foi utilizado o mapa geológico confeccionado nesta pesquisa (ANEXO
2A).
Com base nos dados apresentados na Tabela 1, iniciou-se o processo de tratamento
dos dados a partir da aplicação da ferramenta de apoio da geoestatística. Primeiro foram
realizados diversas avaliações utilizando-se a análise estatística descritiva e posteriormente foi
possível construir uma adequada espacialização dos dados (regionalização).
Na análise da estatística descritiva conjunta, foram descartados os pontos: números
825, 827, 833, 844, 845, 855, 867, e 879, pois estes apresentaram valores negativos
calculados para o parâmetro de condutividade hidráulica. Esses valores se referem às
dificuldades encontradas na aquisição de dados em campo e também pela característica
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Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
76
intrínseca dos materiais avaliados, ou seja, a condutividade hidráulica atingiu valores
inferiores que 10
-6
(K muito baixo), os quais são considerados o limite de detecção do
permeâmetro de Guelph.
Em seguida, foi analisado um total de 91 pontos, relativos aos valores de
condutividade hidráulica (Tabela 1). Observa-se que a média dos valores de K é de 11,23cm/h
e 75% dos dados atingem noximo 13,716cm/h. Entretanto, a rie 20 representada por um
único dado (Ponto 866) no histograma (Quadro 14), pode ser considerada um dado anômalo
ante ao conjunto dos dados. Descartou-se o Ponto 73 e realizou-se uma nova análise da
estatística descritiva dos dados. Para a nova análise da estatística dos dados (Quadro 15), foi
mantida a mesma metodologia empregada anteriormente, dispensando os pontos: meros
825, 827, 833, 844, 845, 855, 867, e 879, por apresentarem valores negativos, e o Ponto 73,
por representar uma dispersão anômala em relação aos demais pontos estudados. Cumpre
ressaltar que, para análises de condutividade pontuais na área de ocorrência do Ponto 866
(SW da área de estudo), o valor obtido deve ser relacionado com outros pontos
circunvizinhos.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
77
Ponto Coordenadas Condutividade Hidráulica Unidade
UTM (E-O) UTM (N-S) Cota (m) K (cm/s) K (cm/h) K (m/dia) Geológica
794 792324 7586403 624 2,54E-04 0,91 0,22 Fm.Serra Geral
795 792112 7579579 690 1,11E-03 4,00 0,96 Sed. Cenozóicos
796 788400 7583341 572 1,87E-03 6,73 1,62 Fm.S.Geral
797 794888 7582125 710 6,74E-05 0,24 0,06 Sed. Cenozóicos
798 791930 7584477 648 1,25E-04 0,45 0,11 Fm.Adamantina
799 789667 7586275 639 4,89E-03 17,60 4,22 Fm.Adamantina
800 787683 7588028 639 1,28E-04 0,46 0,11 Fm.Adamantina
801 792216 7589230 687 5,74E-04 2,07 0,50 Fm.Adamantina
802 790603 7592646 682 4,59E-04 1,65 0,40 Sed. Cenozóicos
803 791016 7595650 700 1,91E-03 6,88 1,65 Sed. Cenozóicos
804 794694 7584693 692 2,11E-04 0,76 0,18 Fm.Adamantina
805 796005 7586691 679 2,77E-04 1,00 0,24 Fm.Adamantina
806 786230 7583669 588 1,15E-03 4,14 0,99 Fm.Serra Geral
807 789454 7584052 584 1,34E-04 0,48 0,12 Fm.Serra Geral
808 792647 7589028 679 1,74E-03 6,26 1,50 Fm.Adamantina
809 795291 7590434 704 4,79E-04 1,72 0,41 Sed. Cenozóicos
810 796125 7592718 719 1,06E-05 0,04 0,01 Sed. Cenozóicos
811 794696 7595427 727 3,28E-04 1,18 0,28 Sed. Cenozóicos
812 793728 7585584 675 5,15E-04 1,85 0,44 Fm.Adamantina
813 798164 7588250 671 1,12E-03 4,03 0,97 Fm.Adamantina
814 798000 7590000 745 2,71E-05 0,10 0,02 Sed. Cenozóicos
815 797890 7590230 741 3,07E-05 0,11 0,03 Sed. Cenozóicos
816 797204 7589143 719 6,02E-04 2,17 0,52 Sed. Cenozóicos
817 793225 7590754 673 3,43E-04 1,23 0,30 Fm.Adamantina
818 789302 7595702 694 2,22E-03 7,99 1,92 Sed. Cenozóicos
819 789520 7594781 688 7,93E-04 2,85 0,69 Sed. Cenozóicos
820 790271 7591648 665 9,16E-04 3,30 0,79 Fm.Adamantina
821 792163 7587068 649 5,21E-04 1,88 0,45 Fm.Adamantina
822 790573 7586305 653 2,39E-03 8,60 2,06 Fm.Adamantina
823 786010 7591486 610 2,39E-03 8,60 2,06 Fm.Adamantina
824 787005 7593649 666 3,12E-03 11,23 2,70 Fm.Adamantina
826 792151 7586146 630 7,57E-04 2,73 0,65 Fm.Serra Geral
828 787393 7582070 550 1,77E-04 0,64 0,15 Fm. Botucatu
829 790020 7586890 627 1,63E-03 5,87 1,41 Fm.Serra Geral
830 788966 7588780 656 3,25E-04 1,17 0,28 Fm.Serra Geral
831 789800 7588300 616 2,47E-04 0,89 0,21 Fm.Serra Geral
832 793284 7587948 704 2,85E-03 10,26 2,46 Fm.Adamantina
834 793076 7588779 695 6,90E-05 0,25 0,06 Fm.Adamantina
835 795454 7587789 693 3,04E-03 10,94 2,63 Fm.Adamantina
836 797856 7586482 665 1,87E-03 6,73 1,62 Fm.Adamantina
837 794169 7588952 716 5,92E-03 21,31 5,11 Sed. Cenozóicos
838 793891 7589516 718 2,94E-04 1,06 0,25 Sed. Cenozóicos
839 795062 7589881 708 1,41E-03 5,08 1,22 Sed. Cenozóicos
840 795305 7589350 714 2,53E-03 9,11 2,19 Sed. Cenozóicos
841 792143 7585462 624 2,20E-03 7,92 1,90 Fm.Serra Geral
842 791306 7582927 671 9,56E-05 0,34 0,08 Fm.Adamantina
843 796262 7584952 683 7,24E-03 26,06 6,26 Sed. Cenozóicos
846 790365 7589074 646 1,88E-04 0,68 0,16 Fm.Adamantina
847 794233 7596433 711 1,88E-03 6,77 1,62 Sed. Cenozóicos
848 792625 7596397 706 4,93E-04 1,77 0,43 Sed. Cenozóicos
849 794537 7591826 668 8,12E-04 2,92 0,70 Fm.Adamantina
Tabela 1: Base de dados de condutividade hidráulica da área de Araraquara-SP (Continuação)
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
78
Continuação
Ponto Coordenadas Condutividade Hidráulica Unidade
UTM (E-O) UTM (N-S) Cota (m) K (cm/s) K (cm/h) K (m/dia) Geológica
850 794468 7592675 686 5,70E-04 2,05 0,49 Fm.Adamantina
851 793613 7593909 680 2,11E-06 0,01 0,00 Sed. Cenozóicos
852 793446 7595778 677 4,05E-03 14,58 3,50 Fm.Adamantina
853 795601 7594782 725 3,73E-04 1,34 0,32 Sed. Cenozóicos
854 790622 7596588 689 3,67E-03 13,21 3,17 Sed. Cenozóicos
856 793067 7583465 666 3,62E-04 1,30 0,31 Fm.Adamantina
857 798958 7580080 745 3,36E-04 1,21 0,29 Sed. Cenozóicos
858 799115 7581986 748 1,65E-04 0,59 0,14 Sed. Cenozóicos
859 794190 7580664 682 9,90E-05 0,36 0,09 Fm.Adamantina
860 792589 7580080 628 9,10E-04 3,28 0,79 Fm.Serra Geral
861 793357 7581198 655 7,57E-04 2,73 0,65 Fm.Adamantina
862 792296 7581802 645 1,65E-04 0,59 0,14 Fm.Adamantina
863 790359 7581173 654 1,65E-04 0,59 0,14 Fm.Adamantina
864 786863 7581188 537 4,06E-04 1,46 0,35 Fm. Botucatu
865 785065 7581071 549 1,54E-03 5,54 1,33 Fm. Botucatu
868 787293 7586581 599 1,88E-04 0,68 0,16 Fm.Serra Geral
869 785055 7586117 604 3,14E-04 1,13 0,27 Fm.Serra Geral
870 785215 7588139 629 1,06E-03 3,82 0,92 Fm.Adamantina
871 785670 7589526 596 1,65E-05 0,06 0,01 Fm.Serra Geral
872 787129 7597998 703 8,16E-04 2,94 0,71 Sed. Cenozóicos
873 788694 7596975 708 9,65E-05 0,35 0,08 Sed. Cenozóicos
874 787394 7594799 695 4,28E-05 0,15 0,04 Sed. Cenozóicos
875 788507 7590796 631 5,21E-05 0,19 0,05 Fm.Adamantina
876 786026 7592800 644 6,91E-04 2,49 0,60 Fm.Adamantina
877 785136 7592805 626 2,09E-03 7,52 1,81 Fm.Adamantina
878 784851 7591681 619 3,00E-05 0,11 0,03 Fm.Serra Geral
880 784461 7587400 625 7,24E-04 2,61 0,63 Fm.Adamantina
881 784244 7585780 593 2,33E-03 8,39 2,01 Fm.Serra Geral
882 798776 7591885 740 9,44E-05 0,34 0,08 Sed. Cenozóicos
883 800000 7590000 723 1,05E-03 3,78 0,91 Sed. Cenozóicos
884 797952 7585171 691 3,53E-04 1,27 0,30 Fm.Adamantina
885 799232 7584346 713 8,21E-04 2,96 0,71 Sed. Cenozóicos
886 799849 7586923 718 1,06E-03 3,82 0,92 Sed. Cenozóicos
887 798964 7582751 728 3,30E-04 1,19 0,29 Sed. Cenozóicos
888 798015 7581295 721 7,24E-04 2,61 0,63 Sed. Cenozóicos
889 796027 7596446 725 1,69E-03 6,08 1,46 Sed. Cenozóicos
890 785779 7593701 631 7,40E-04 2,66 0,64 Fm.Adamantina
891 784530 7595086 657 1,51E-03 5,44 1,30 Fm.Adamantina
892 784062 7597384 675 8,19E-04 2,95 0,71 Fm.Adamantina
Tabela 1: Base de dados de condutividade hidráulica da área de Araraquara-SP
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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Quadro 14 – Análise conjunta da condutividade hidráulica da área de Araraquara.
Através da análise do histograma (Quadro 15), observa-se uma média de valores de
9,19 cm/h para o conjunto dos dados estudados (total de 90 pontos) e que 75% dos dados não
apresentam valores acima de 13,32 cm/h. A série 1 apresenta amplo predomínio dos valores,
permanecendo a média nesse limite de classe em 1,20 cm/h.
Quadro 15: Nova análise conjunta da condutividade hidráulica da área de Araraquara.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
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Estes valores são orientativos e podem ser utilizados para traçar uma tendência regional
onde foram executados os ensaios na área de Araraquara. Outra forma de avaliação dos
resultados foi separá-los de acordo com a ocorrência das unidades geológicas, com o intuito
de compreender os valores relacionados a cada tipo de formação geológica analisada.
Do total de 41 dados, foram pesquisados 36 pontos na Formação Adamantina para o
parâmetro condutividade hidráulica, cuja média observada (Quadro 16) foi de 3,34cm/h,
sendo que 75% dos dados o ultrapassam 4,03 cm/h. O valor mínimo foi de 0,188cm/h e o
máximo de 11,232cm/h, sendo que as séries 1 e 2, representadas respectivamente pelos
limites de classe 0-2 e 2-4, apresentam a maior concentração dos dados.
Quadro 16: Análise da condutividade hidráulica da Formação Adamantina.
Para a unidade geológica denominada por Meaulo (2004) e Meaulo et al., (2005),
como Sedimentos Recentes (nesta pesquisa nomeada de Sedimentos Cenozóicos), pode-se
observar significativa semelhança em relação à análise realizada para a Formação
Adamantina. Entretanto, os valores de referência dos Sedimentos Cenozóicos apresentam-se
maiores que os referentes da Formação Adamantina. Essa constatação pode ser explicada pelo
padrão granulométrico também semelhante entre as duas unidades geológicas. Na zona de
contato entre essas formações acentua-se ainda mais a semelhança. A média observada
(Quadro 17) foi de 4,13cm/h e os valores mínimo e máximo são, respectivamente, 0,008cm/h
e 26,06cm/h, cuja concentração dos dados está associadas as séries 1 e 2. A Quadro 17 mostra
os dados que representam os Sedimentos Cenozóicos.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
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Quadro 17: Análise da condutividade hidráulica dos Sedimentos Cenozóicos.
Na análise da Formação Serra Geral (Grupo São Bento), pode-se calcular uma média
de 2,96cm/h para condutividade hidráulica, para o total de 15 pontos analisados (Quadro 18).
Observa-se ainda, que o valor representado pelas séries 1, apresenta a maior concentração dos
dados, e 75% dos dados não ultrapassam valores de 4,57 cm/h. Em função da reduzida
dimensões em área, disponível para a realização dos ensaios de condutividade hidráulica,
esclarece-se que o número de amostras não é suficiente para uma análise da estatística
descritiva, portanto a representação dos dados assume caráter apenas indicativo.
Para a unidade representada pela Formação Botucatu, foram efetuados três ensaios de
condutividade hidráulica, baseada nas mesmas dificuldades encontradas na área
correspondente à Formação Serra Geral. Através da análise do histograma (Quadro 19), nota-
se, porém, que a média dos valores obtidos em campo, para os três pontos analisados, estão
próximos a média das demais unidades geológicas.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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Quadro 18: Análise da condutividade hidráulica da Formação Serra Geral.
Quadro 19: Análise da condutividade hidráulica da Formação Botucatu.
A partir da análise conjunta dos dados de condutividade hidráulica (Tabela 2) pode-se
afirmar que as médias para os diferentes tipos de materiais das unidades geológicas que
ocorrem na área de Araraquara possuem limites tênues, dificultando a análise isolada do
parâmetro K aplicado no reconhecimento de unidades geológicas. Contudo, os valores de
condutividade discutidos são extremamente úteis para serem utilizados em conjunto com
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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outros parâmetros identificados em campo e, também, para a avaliação da vulnerabilidade
natural.
Unidade Geológica No. de Ensaios Analisados
Média da Condutividade
Hidráulica
Fm. Botucatu 3 3 2.55cm/h
Fm. Serra Geral 18 15 2.96cm/h
Fm. Adamantina 41 39 3.34cm/h
Sedimento Cenozóico 37 34 4.13cm/h
Total
99 91
3.245cm/h
Tabela 2: Dados de condutividade hidráulica associada às unidades geológicas.
O fator escala de trabalho também deve ser considerado para que se tenha
confiabilidade nos dados. Em áreas de dimensões menores e com significativo volume de
dados, por exemplo, os resultados passam a ser localmente determinísticos.
Segundo Salomão e Antunes (1998), o horizonte B (onde foram realizados os ensaios
de condutividade hidráulica) pode ser caracterizado, em relevos suaves, como os de
Araraquara, pela baixa drenabilidade do terreno, dificultando a remoção de elementos
solúveis e facilitando a concentração, em subsuperfície, de argila.
Com base nos dados primários de campo apresentados e sintetizados graficamente no
mapa de condutividade hidráulica da área de Araraquara (ANEXO 3), se pode explicar
satisfatoriamente o descrito por aqueles autores.
Em ntese, a distribuição das isolinhas de condutividade hidráulica assume,
predominantemente, valores menores de condutividade em regiões próximas as áreas de
drenagens (vales, áreas topograficamente baixas) e naquele que os valores relativamente maiores
eso associados a posões de meia vertente e, principalmente, nos platôs (áreas
topograficamente altas, ANEXO 3).
Os dados aqui apresentados são de extrema importância em projetos futuros que
envolvam impactos ambientais e ações antrópicas no meio natural. O mapa de condutividade
hidráulica, em conjunto com dados hidrogeológicos e geológicos, tornam-se ferramentas
indispensáveis para futuras pesquisas nas áreas das Geociências, em particular, e do Meio
Ambiente, como um todo. Deve-se, portanto, considerar na fase de planejamento, que
antecede a intervenção antrópica no meio ambiente, a profundidade e a sazonalidade do nível
d´água, para uma adequada instalação de empreendimentos potencialmente poluidores.
Para empreendimentos que atingem a zona saturada é necessária a realização de
ensaios de permeabilidade do tipo slug test, pois, nos estudos efetuados por Santos (2005) e
Oliva (2006) observou-se que os valores de condutividade hidráulica o relativamente
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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maiores que na zona não-saturada, principalmente se associados com áreas de intenso
fraturamento e/ou em porções saprolíticas.
d) Caracterização geofísica - sondagem elétrica vertical-SEV
Nessa etapa da pesquisa foram executadas 37 sondagens elétricas verticais-SEV,
distribuídas em diferentes pontos da área de estudo, conforme ilustrado no ANEXO 1. As
SEV’s exercem um importante papel como ferramenta complementar na determinação da
profundidade do N.A., refinando a qualidade dos dados obtidos a partir das medições diretas
em poços escavados (cacimbas).
Os critérios de seleção dos pontos para a aquisão dos dados de resistividade foram:
topografia favorável do local, ausência de vegetação e formigueiros de grande porte,
cupinzeiros, tubulações subterrâneas, transformadores de tensão, linhas de transmissão de
energia elétrica, antenas de rádio e transmissão ou qualquer outra fonte de campos
eletromagnéticos.
Realizou-se também um aferimento em campo do equipamento em locais onde a
estratigrafia e a profundidade do N.A. eram conhecidas e absolutas. Essa rotina operacional é
fundamental para validar a qualidade de aquisição dos dados em campo. Posteriormente cada
ponto estudado foi georreferenciado a partir do centro de cada SEV (ponto de origem ou
ponto zero).
A abertura dos eletrodos foi escolhida de modo a obter-se o grau de detalhamento
desejado, suficiente para detectar as camadas geológicas e o nível d’água subterrâneo,
atentando-se as dimensões da área disponível para a execução de cada SEV.
Do total de 37 SEV observa-se a predominância das curvas de campo do tipo K,
seguido do tipo Q e tipo KQ, além de outros tipos de curvas de ocorrência restrita. A Tabela 3
exibe esses dados de forma sintética. A caracterização do tipo de curva de campo é uma das
informações que pode ser extraída do processo de tratamento dos dados de campo.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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Tipo de Curva SEV nº Nº de ocorrências
K 6, 13, 14, 17, 25, 32, 34, 35, 37 9
Q 3, 4, 7, 19, 21, 26, 29, 31 8
KQ 10, 12, 15, 18, 22, 28, 33 7
AK 9, 20, 30, 36 4
A 5, 8, 11 3
KH 16, 23, 24 3
H 1 1
AH 27 1
HK 2 1
Total 37
Tabela 3: Estatísticas das curvas de campo.
Outra forma de agrupamento e análise dos dados é a relação entre as curvas de campo
a as características dos diferentes materiais geológicos e pedológicos da área de estudo. Neste
sentido, avalia-se a presença ou ausência de correlação entre as curvas de campo e uma
possível característica padrão para todas as formações geológicas da área de pesquisa. A
Tabela 4 exibe as características das formações Adamantina, Botucatu e Sedimentos
Cenozóicos. Obtiveram-se informações da Formação Serra Geral posteriormente ao
tratamento dos dados, pois não foram executadas sondagens sobre as áreas de afloramento
dessa unidade.
Formação SEV nº Nº de ocorrências
Adamantina
1, 3, 4, 7, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17, 20, 23, 26, 31,
33, 34, 35, 36, 37
20
Botucatu 13, 14 2
Sedimentos Cenozóicos
2, 5, 6, 8, 18, 19, 21, 22, 24, 25, 27, 28, 29, 30, 32 15
Total 37
Tabela 4: Características das formações geológicas segundo o padrão das curvas de campo.
Adicionalmente ao tratamento dos dados no formato das curvas de campo, utilizou-se
o software Res2dinv para construir as pseudo-seções da resistividade aparente de cada SEV. A
geração das pseudo-seções constitui-se uma ferramenta auxiliar para o entendimento da
resistividade em profundidade e um refinamento da interpretação dos dados. Originalmente
esse software foi desenhado para o tratamento de informações referente a técnica de
caminhamento elétrico, todavia, a saída gráfica pode ser utilizada para ilustrar o
comportamento em profundidade das sondagens elétricas.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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A Figura 30 mostra um modelo exploratório da pseudo-seção a partir dos dados da
SEV-37. As pranchas de dados para cada SEV, apresentam os seguintes dados: profundidade
teórica do N.A.; formação geológica correspondente ao ponto da SEV; tipo e gráfico da curva
de campo; perfil geoelétrico interpretado (camadas geoelétricas); pseudo-seção com o modelo
conceitual da resistividade aparente calculada. Optou-se em não apresentar todas as pseudo-
seções de cada SEV, em razão do volume de dados que seria disposto em anexo.
A caracterização Geológica e Geofísica de uma determinada área de interesse é de
suma importância, por exemplo, para a Geologia de Engenharia e Meio Ambiente, pois a
análise dos dados geofísicos, juntamente com informações obtidas pelos mapeamentos do
meio físico, permite a tomada de decisões, subsidiando a definição dos locais adequados para
implantação de obras (SOUZA et al., 1998). A importância do conhecimento das
características geoelétricas se reflete também no planejamento e na gestão de recursos
ambientais. Estudos sobre evolução de contaminação na zona não-saturada o importantes,
pois apresentam uma possibilidade de acompanhar o processo e avaliar o risco e o grau de
contaminação das camadas inferiores.
Segundo Meaulo (2004), na área de estudo afloram quatro formações geológicas
principais: Formação Botucatu; Formação Serra Geral; Formação Adamantina e Sedimentos
Cenozóicos.
A caracterização geral das 37 SEV executadas na área de estudo apresenta
configurações distintas para cada sítio investigado, porém, é possível sumarizar as seguintes
informações: as unidades geológicas exibem entre 1 e 3 camadas geoelétricas, antes de atingir
o N.A.; profundidade de investigação entre 1,0m e 13,0m; resistividade aparente entre 10.m
e 40000.m (ampla variação); presença do topo do substrato rochoso resultando em
resistividade aparente entre 200.m (rocha alterada/saprolito) e 10000.m (rocha sã).
A seguir apresenta-se uma síntese sobre as formações geológicas estudadas.
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Formação Geogica: Adamantina
Tipo de curva: K
N.A. (Hidrogeologia): 4,0m
N.A. (Interpretado Geofísica): 2,1m
Camada Zona Resistividade
(.m)
Profundidade
(m)
Tipo litológico interpretado
1 400 0,6
2
Não
saturada
21000 2,1
Sedimentos silto -arenosos
secos
3 0.89 2,9 Sedimentos argilosos
4
Saturada
630 Basalto
Curva de Campo
Pseudo Seção
Interpretações
Figura 30: Modelo conceitual do processo de interpretação da Sondagem Elétrica Vertical
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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88
Formação Botucatu
Nesta formação identificaram-se duas camadas iniciais, cujas resistividades variam
entre 300.m a 37000.m (sendo que esse último valor apresenta indícios de ser uma
intercalação do basalto da Formação Serra Geral), correspondendo a profundidades de
aproximadamente 5,5m, as quais foram interpretadas como a zona não-saturada composta
predominantemente por solos arenosos.
A terceira camada indica resistividades entre 5.m e 60.m, indicando a presença de
areias. Esses valores caracterizam o início da zona saturada e as profundidades variam entre
2m e 6m, aproximadamente.
A quarta camada apresenta resistividades aparentes que variam entre 700.m e
4500.m, sendo interpretada como uma intercalação do derrame basáltico.
Formação Serra Geral
Observa-se que o substrato rochoso local, correspondente aos derrames basálticos da
Formação Serra Geral, apresenta-se em geral com valores relativos elevados de resistividade,
característicos de rochas desta natureza.
As áreas onde o fraturamento da rocha é intenso (provavelmente porção saprolítica) os
valores nas SEV são anômalos, pois a resistividade aparente apresenta-se menor que o
esperado para o contexto local. Foram determinados valores variando entre 200.m a
10000.m, com profundidades superiores a 16m, caracterizando o substrato com os seguintes
valores para a rocha alterada 200.m a 700.m e para rocha sã 700.m a 10000 .m.
Formação Adamantina
Identificaram-se, através das SEV realizadas nessa formação, duas ou três camadas
iniciais, cujas resistividades variam de 10.m a 20000.m, correspondendo a profundidades
entre 2,0m e 13m. Em continuidade a análise dos dados, observa-se uma tendência de
incremento acentuado (de 200.m para 5400.m/20000.m) dos valores de resistividade
aparente, indicando a proximidade aos derrames basálticos da Formação Serra Geral. Essas
camadas podem ser interpretadas como a zona não-saturada e exibindo significativo range de
variação da resistividade aparente em razão de dois fatores principais: tipo litológico e fração
de água presente no solo.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
89
Em seguida, verificam-se variações abruptas na resistividade indicando o início da
zona saturada, que apresenta valores de resistividade aparente entre 1.m e 60.m,
evidenciando a presença de porções argilosas e silto-arenosas. O nível d’água interpretado
encontra-se em profundidades que variam entre 2,0m e 13,0m, em geral, acompanhando o
perfil topográfico. Localmente são interpretadas estruturas em subsuperfície que alteram o
padrão para a área investigada. Essas informações colaboraram para a construção dos modelos
conceituais hidrogeológicos.
Sedimentos Cenozóicos
Os Sedimentos Cenozóicos correspondem ao topo da estratigrafia local. Apresenta
duas ou três camadas iniciais, correspondentes à zona não-saturada, com resistividades
variando entre 10.m a 40.000.m, variações que representam o tipo litológico (sedimentos
predominantemente arenosos) e à fração de água presente no solo, atingindo a profundidade
teórica de investigação de 12m.
Após essas camadas iniciais, verificam-se variações abruptas na resistividade (1.m
até cerca de 60.m) caracterizando a zona saturada, cujas resistividades menores são
características de porções argilosas (20 .m) e as maiores (20.m e 60.m)
características de areias.
A característica da resistividade aparente desse litotipo assemelha-se ao
comportamento dos sedimentos silto-arenosos da Formação Adamantina. Essa mesma
constatação também pode ser observada utilizando-se outros tipos de análise realizada nessa
pesquisa (análise macroscópica, granulométrica e de condutividade hidráulica). Porém a
origem, gênese, área fonte, grau de consolidação, coloração, formato dos grãos são
características que diferem essas unidades geológicas.
A última camada identificada apresenta resistividade aparente superior que 200.m,
tendo como substrato, o arenito silicificado da Formação Botucatu, e profundidade média em
torno de 25m. Essa relação ocorre na porção leste e nordeste da área de estudo.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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90
e) Levantamento das fontes potenciais e/ou efetivas de poluição
Realizou-se a identificação, georreferenciamento e cadastramento das fontes
potenciais à poluição localizadas na área de pesquisa dentro do município de Araraquara (SP).
Nessa atividade, foram cadastrados 138 empreendimentos potencialmente poluidores
(ANEXO 1 e 5), sendo que essas fontes estão espacialmente distribuídas na área urbana e
concentradas na região central do município de Araraquara.
A Figura 31 ilustra a distribuição por atividade das principais fontes potenciais à
poluição da área de Araraquara. As porcentagens das atividades levantadas são similares às
porcentagens da distribuição estadual das fontes potenciais, realizado em 2003 pela CETESB,
com diferenças aproximadas de no máximo 4%, onde os postos de serviço representaram
63%, seguido das atividades industriais (22%) e disposição de resíduos (6%).
Com a finalidade de simplificar a caracterização tipológica das fontes potenciais,
utilizaram-se as terminologias definidas na Deliberação nº. 052 de 15 de abril de 2005 do
Conselho Estadual de Recursos Hídricos-CRH.
Figura 31 – Distribuição por atividade das principais fontes potenciais à poluição da área de Araraquara.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
91
3.1.3 - Levantamento do valor imobiliário territorial
A finalidade dessas informações sobre o levantamento do valor imobiliário territorial
constitui-se como um parâmetro de apoio à decisão sob o ponto de vista econômico para a
aquisição de imóveis em determinados setores da área de estudo. Com base nos dados
exibidos na Tabela 5 torna-se possível consultar o preço da terra urbana; buscando nortear o
poder público municipal e os futuros empreendedores no município.
A configuração das informações obtidas nessa pesquisa são compatíveis a escala
1:25.000. Porém é possível efetuar alguns detalhamentos em áreas específicas, dentro do
conceito do detalhamento progressivo. Nesse sentido, foca-se uma área geográfica de
interesse e realiza-se a interação dos dados disponíveis nessa pesquisa para determinar se a
decisão tomada será sob ponto de vista ambiental ou econômico, ou de ambos. Entretanto, é
impraticável, na escala de trabalho de 1:25.000, a quantificação da influência da
supervalorização e/ou depreciação de algumas áreas urbanas como decorrência da instalação
de novos empreendimentos (shoppings, centros empresariais, empresas, pólos/corredores
lineares de comércios, arruamentos diferenciados, melhora na infra-estrutura municipal).
A importância desse tipo de avaliação pode ser aplicada em empreendimentos que
necessitam de algum tipo de recurso natural específico (por exemplo, indústria de bebidas
tomada de decisão ambiental) ou em atividades que precisam de um posicionamento
estratégico sob ponto de vista comercial (tomada de decisão econômica). No primeiro tipo de
análise, os investimentos necessários para a captação do recurso drico (superficial ou
subterrâneo) podem inviabilizar a instalação do empreendimento e/ou ter o processo de
licenciamento ambiental indeferido por ausência de conhecimento técnico sobre a área,
principalmente no tocante às áreas de restrição e controle (prevista na legislação).
No segundo caso, desde que não haja impedimento legal, o custo por metro quadrado
do imóvel pode não ser relevante, pois a localização passa a ser o fator preponderante. Vale
informar que as informações da Tabela 5 foram pesquisadas no segundo semestre de 2006.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
92
Fonte: Meaulo et al. (2006).
Tabela 5: Valores do preço da terra urbana no município de Araraquara (SP) em 2006
.
Optou-se em utilizar os valores médios (média aritmética) do preço do metro quadrado
da terra em razão do caráter orientativo da pesquisa. De acordo com as seis regiões urbanas
definidas, o preço da terra urbana no município de Araraquara (SP) atingiu o máximo, R$
3.000,00 (Três mil reais/m
2
) na região central rea considerada o centro financeiro e
comercial do município, Rua 9 de Julho), e o valor nimo, R$ 2,00 (Dois reais/m2) na área
de expansão urbana (grandes áreas). Os valores médios, máximo e nimo, atingiram R$
Imobiliárias entrevistadas
Áreas/regiões alvos
Chalu
(R$ por m
2
)
Jeremias
Borsari
(R$ por m
2
)
Organização
Magdalena
(R$ por m
2
)
Valor
Médio
(R$ por m
2
)
Região
Central
Centro financeiro e
áreas
circunvizinhas
500,00 à
2.500,00
(
Média: 1.500,00)
500,00 à
3.000,00
(Média: 1.750,00)
400,00 à
900,00
(Média: 650,00)
1.300,00
Fonte
300,00 250,00 350,00 300,00
Bairros
consolidados
de alto padrão
Vila Harmonia/
Roseiras
120,00 100,00 200,00 140,00
São Geraldo/
São Jo
100,00 150,00 150,00 133,00
Carmo /
Santa Angelina
100,00 150,00 120,00 123,00
José Bonifácio
100,00 50,00
150,00 à
200,00
108,00
Morumbi
80,00 80,00 120,00 93,00
Marivan
90,00 80,00 100,00 90,00
Vila Xavier/
Jd. Tabapuã/
Jd. Estações/
Jd. Imperador
80,00 80,00 100,00 87,00
Bairros
consolidados
de médio
padrão
Jd. Martinez/
Melhado
70,00 65,00 80,00 72,00
Bairros
periféricos
Circunvizinhos de
áreas consolidadas
15,00 à 50,00
(Média: 40,00)
17,00
15,00 à
30,00
(Média: 22,50)
26,50
Áreas
industriais
Distritos
Industriais
30,00 30,00
10,00 à
20,00
(Média: 15,00)
25,00
Área de Expansão
Urbana (grandes áreas)
4,00 à
6,00
(Média: 5,00)
10,00
2,00 à
6,00
(Média: 4,00)
6,30
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1.300,00 (Hum mil e trezentos reais) e R$ 6,30 (Seis reais e trinta centavos), respectivamente.
A Tabela 5 apresenta detalhadamente os valores do preço da terra para cada setor do
município de Araraquara.
3.1.4 Informações da área de Araraquara aplicado às regiões de planejamento
ambiental- RPA
O histórico de aplicação dos métodos de vulnerabilidade natural no Brasil e,
especificamente, no Estado de São Paulo datam da década de 70 (SINELLI, 1974),
desenvolvidos no âmbito acadêmico e raramente aplicados por empresas. Naquele período, a
legislação aplicada aos recursos naturais não apresentava nenhum tipo de preocupação em
relação a esse tipo de instrumento de planejamento.
Na década de 80 foram publicadas as primeiras aproximações acerca de uma
sistematização metodológica multi-paramétrica. No final dessa década Foster e Hirata (1988)
apresentam o método GOD, o qual foi assimilado pela academia e, posteriormente, na década
de 90, aplicado por órgãos governamentais reguladores e de pesquisa.
Segundo estudos realizados por Gogu et al. (2003), existem cinco métodos principais
de avaliação da vulnerabilidade natural e algumas outras variações e/ou adaptações dos
métodos primários. No Brasil, observa-se uma tendência de aplicação dos métodos GOD
(FOSTER et al., 2002) e DRASTIC (ALLER et al., 1987). Entre as unidades federativas
brasileiras, o Estado de São Paulo pode ser considerado pioneiro na aplicação e confecção do
mapa de vulnerabilidade com cobertura de todo o território estadual. Porém, as áreas
referentes às unidades aqüíferas fraturadas não foram contempladas, em função de uma
necessidade de aprimoramento do todo GOD (FOSTER et al., 1988). O aperfeiçoamento
do método (FOSTER et al., 2002) viabilizou a contemplação daquelas unidades aqüíferas,
possibilitando incluí-las no escopo do mapeamento da vulnerabilidade natural.
Atualmente existem diversos trabalhos, principalmente científicos que utilizam os
métodos de vulnerabilidade como ferramenta auxiliar aplicada ao planejamento e gestão
territorial. Recentemente, durante as atividades do 14º Congresso Brasileiro de Águas
Subterrâneas foram discutidos diversos aspectos sobre a temática, em uma seção específica,
abordando a vulnerabilidade de aqüíferos e a utilização de águas subterrâneas em áreas de
proteção e recarga. Naquele evento foi apresentada, pelo grupo de trabalho do Conselho
Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, a principal discussão sobre a formulação de uma
nova resolução que pode eleger a elaboração dos mapas de vulnerabilidade como mandatória
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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nos estudos ambientais para instalação de empreendimentos (públicos e privados)
potencialmente poluidores e/ou que podem impactar os recursos hídricos de uma determinada
região.
A partir dos dados apresentados no documento técnico do Sistema Integrado de
Gerenciamento dos Recursos dricos-SIGRH (2007) relata-se as ações conjuntas entre
DAEE, CETESB e Instituto Geológico com a finalidade de caracterizar os diferentes sistemas
aqüíferos quanto à vulnerabilidade natural à poluição, cadastrar a carga contaminante e
mapear e classificar as áreas de riscos de poluição. Maldaner et al. (2006) destacam a
importância do entendimento e da quantificação do fluxo vertical em aqüíferos fraturados
(Fm. Serra Geral), pois esse tipo de caracterização pode minimizar impacto indesejáveis
relacionados a disponibilidade drica e na vulnerabilidade à poluição, em especial, para o
Sistema Aqüífero Guarani-SAG.
Os resultados dos estudos (CETESB, 1997) apontam como áreas críticas de maior
preocupação ambiental as seguintes regiões do Estado: Ribeirão Preto/Franca e arredores;
Bauru e arredores; no vale do Paraíba, abrangendo São José dos Campos, Taubaté e
Pindamonhangaba; na região de Campinas e arredores, além da zona de recarga do aqüífero
Guarani, onde se encontra inserida a região de Araraquara. A título de recomendações à
política de gestão, nas áreas de maior risco deverão ser desenvolvidas investigações de
detalhe que abordem aspectos relacionados sobre da hidrogeologia e contemplem a análise da
atividade potencialmente poluidora, monitoramento, entre outras medidas preventivas e
orientativas.
Segundo CETESB (1997), regionalmente, a área de estudo de Araraquara é
caracterizada por apresentar vulnerabilidade natural entre as classes baixa (variação alta) e
média (variação baixa e alta). Em linhas gerais, os sedimentos arenosos são classificados com
a vulnerabilidade, relativamente, mais alta ante aos sedimentos silto-arenosos. As unidades
aqüíferas fraturadas não foram classificadas naquele mapeamento.
Sob o ponto de vista da remediação, as áreas que possuem maior concentração relativa
de argila, em geral, dificultam o processo de reabilitação das áreas contaminadas dentro dos
padrões toleráveis, segundo a legislação pertinente. Dentro do contexto da vulnerabilidade
natural, essa mesma área que contém material argiloso pode ser classificada como de
vulnerabilidade baixa.
Diante dessa situação ambígua, deve-se lembrar que os mapas de vulnerabilidade
natural de uma determinada região são instrumentos de planejamento de caráter preventivo e
orientativo. Portanto, a eficácia da aplicação dos mapas de vulnerabilidade está diretamente
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relacionada ao entendimento prévio do conceito metodológico que fundamenta a elaboração
de documentos cartográficos dessa natureza. Pode ainda ser realizada uma simulação expedita
e específica para cada tipo de fonte potencial, utilizando-se o esquema conceitual para a
avaliação do risco de poluição dos recursos hídricos subterrâneos. A Figura 32 ilustra o
princípio da simulação proposta.
Muito
Baixo
Baixo
Moderado
Alto
Extremo
INACESSIBILIDADE HIDRAÚLICA
CAPACIDADE DE ATENUAÇÃO
VULNERABILIDADE NATURAL
DO AQÜÍFERO
CARGA HIDRAÚLICA
MOBILIDADE E PERSISTÊNCIA
CARGA/FONTE CONTAMINANTE
Fonte: Foster et al.,(2002, apud Meaulo, 2004).
CONCENTRAÇÃO DO CONTAMINANTE
RISCO À POLUIÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA
Fonte: Foster et al., (2002, apud Meaulo, 2004).
Figura 32: Esquema conceitual para avaliação do risco de poluição dos recursos hídricos subterrâneos.
Localmente, a pesquisa sobre a vulnerabilidade natural realizada por Meaulo (2004) na
área de Araraquara, aplicando o método GOD (FOSTER et al., 2002), caracteriza as seguintes
classes de vulnerabilidade para região estudada: extrema, alta, moderada e baixa. A classe
“desprezível” não ocorre. Esse estudo foi o balizador para o desenvolvimento da presente
pesquisa, alterando-se a escala de trabalho de 1:50.000 para 1:25.000.
A caracterização das classes de vulnerabilidade natural (modificado de FOSTER et al.,
2002) está fundamentada segundo um conceito restritivo, ou seja, conforme aumenta a
susceptibilidade intrínseca dos materiais que representam determinadas áreas investigadas. À
medida que se realizam intervenções antrópicas no meio natural, em áreas que a hierarquia
vulnerabilidade aumenta, torna-se necessário intensificar as investigações de superfície e
subsuperfície, munido inclusive de ferramentas computacionais de modelamento matemático
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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(fluxo subterrâneo) e da aplicação de um contínuo monitoramento. A seguir, apresenta-se a
hierarquia das classes de vulnerabilidade (baixa a extrema) e uma síntese sobre as principais
atividades recomendadas para nortear os estudos geológicos, geotécnicos, geofísicos e
hidrogeológicos. Essa hierarquia foi construída e aprimorada com base em Foster et al., 2002
e Meaulo et al., 2006.
-Vulnerabilidade Baixa: possui significativa capacidade de atenuação, mas requer estudos
específicos, dependendo do tipo de solicitação/fonte potencial (tipo, concentração e
persistência) imposta ao meio;
-Vulnerabilidade Moderada: apresenta capacidade atenuadora mais eficaz que as classes
alta e extrema. Necessário realizar estudos de detalhe específicos para cada tipo de
empreendimento;
-Vulnerabilidade Alta: necessidade de realizar estudos geológicos; geotécnicos; geofísicos e
hidrogeológicos com o apoio de ensaios laboratoriais para subsidiar a implementação das
intervenções antrópicas. Plano de monitoramento deve ser adotado;
-Vulnerabilidade Extrema: imprescindível realizar estudos geológicos; geotécnicos;
geofísicos e hidrogeológicos, incluindo ensaios laboratoriais e aplicação de ferramentas
computacionais de simulação hidrogeológica. Plano de monitoramento rigoroso deve ser
adotado.
O mapa de vulnerabilidade natural à poluição dos recursos hídricos subterrâneos, na
escala 1:25.000, produzido nessa pesquisa e apresentado no ANEXO 5 pode ser avaliado
segundo: hierarquia de distribuição areal; número de empreendimentos potencialmente
poluidores; produto (resultado do sistema de avaliação FOSTER et al., 2002) da
vulnerabilidade natural por formações geológicas da área e integração da vulnerabilidade com
as regiões de planejamento ambiental, prevista no Plano Diretor do Município de Araraquara-
SP.
O Quadro 20 apresenta uma hierarquia crescente da distribuição em área e quantifica
os empreendimentos potencialmente poluidores por classe de vulnerabilidade natural.
Segundo o critério apresentado, a classe de vulnerabilidade moderada é predominante na área
estudada e recebe o maior número de empreendimentos potencialmente poluidores. A unidade
de vulnerabilidade denominada de extrema corresponde a segunda maior classe em área e
representa a terceira classe em número de fontes potenciais. A classe de vulnerabilidade alta
possui 24 fontes potenciais e representa a penúltima classe em distribuição em área. A classe
de vulnerabilidade baixa, por sua vez, é restrita a um pequeno polígono da porção oeste da
área de pesquisa, estando isenta de fontes potenciais à poluição (ANEXO 5).
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Classes de vulnerabilidade
Atributos/parâmetros
Baixa Moderada Alta Extrema
Hierarquia crescente da
distribuição areal da
classe
1 4 2 3
Número de
empreendimentos
potencialmente
poluidores
0 96 24 18
Fonte: Meaulo et al., (2006).
Quadro 20: Características das unidades de vulnerabilidade natural, quanto à distribuição areal e
empreendimentos potencialmente poluidores. Fonte: Meaulo et al., (2006).
Segundo o sistema de avaliação da vulnerabilidade de Foster et al. (2002), a área de
Araraquara possui a distribuição de todas as classes contempladas pela metodologia,
conforme exibido no Quadro 21. Os valores representam o produto das fases da
vulnerabilidade natural.
O Plano Diretor (PD) de Araraquara prevê como instrumentos de ordenação
urbanística a delimitação de áreas formais para a aplicação dos modelos de planejamento e
gestão. A proposta dessa integração de informações possui a finalidade de apresentar os dados
de caracterização da área de estudo, elegendo as áreas e/ou zonas de planejamento contidos no
Plano Diretor como um referencial para examinar os dados dos meios natural e antrópico.
Unidade
Geológica
Baixa Moderada Alta Extrema
Formação
Botucatu
0,56 – 0,63
Formação Serra
Geral
0,56 – 0,63
Formação
Adamantina
0,28 0,36
Sedimento
Cenozóico
0,7-1,0
Quadro 21: Variação do produto da avaliação da vulnerabilidade natural por unidade geológica da área de
Araraquara.
Entende-se também que essa integração das informações pode contribuir para o entendimento
e aplicação da legislação orgânica dos municípios. Faz-se uso da legislação federal (Lei No.
9433/97-art1º) e elege a bacia hidrográfica como unidade física territorial de planejamento e
gestão ambiental para implementação da Política Municipal de Recursos Hídricos (Art. 60 do
P.D.) e atuação no sistema de gestão dos recursos hídricos (subterrâneo e superficial).
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Para o objetivo dessa pesquisa, apoiou-se no Macrozoneamento de Gestão Ambiental-
MGA (Art. 149 do P.D.), o qual define a divisão territorial por sub-bacia, determinando as
Regiões de Planejamento Ambiental-RPA, como forma de planejamento e gestão de políticas
ambientais e regionais. Foram definidas 6 (seis) RPA`s na escala do desenvolvimento urbano-
regional, por meio de critérios fisiográficos e ambientais, segundo a legislação federal e
estadual pertinentes: a) Os divisores das microbacias das redes hidrográficas estruturais; b)
Elementos de paisagem e barreiras fisiográficas existentes.
Do total das seis RPA´s, estão inseridas na área de estudo quatro regiões. Dessas
quatro regiões, encontram-se integralmente na área de estudo as RPA 1 - Macrozona do
Ribeirão das Cruzes; RPA 2- Macrozona do Ribeirão do Ouro. Com base na delimitação do
macrozoneamento ambiental do plano diretor do município de Araraquara, confeccionou-se o
mapa das regiões de planejamento ambiental –RPA, conforme ilustra o ANEXO 6. Segundo
Meaulo et al. (2007) o intuito da elaboração do cartograma foi o de apresentar uma
contribuição ao Programa de Gestão de Recursos Hídricos (superficial e subterrâneo).
Acredita-se que a partir da apresentação de diversos dados importantes, pode-se auxiliar a
tomada de decisões, bem como utilizá-los para a concepção de novos projetos
hidrogeológicos e geológicos na região.
O Quadro 22 sumariza a integração das informações a cerca da vulnerabilidade natural
e o preconizado na legislação do município de Araraquara. Consiste na unificação das
informações das regiões de planejamento ambiental e dos índices relativos de vulnerabilidade
natural à poluição dos recursos hídricos.
Sob os pontos de vistas sócio-ambiental e econômico, as implementações de
atividades nas áreas classificadas como de vulnerabilidade natural à poluição dos recursos
hídricos subterrâneos, alta e extrema, podem onerar a instalação de empreendimentos e
maximizar a magnitude dos impactos negativos ao meio ambiente. Caso o território e/ou
localidade escolhida para a instalação do empreendimento se assente nessas áreas, sugere-se
seguir os apontamentos descritos sobre o tipo de investigação necessária a ser realizada para
cada classe de vulnerabilidade natural presente no território pesquisado, além de fundamentar-
se na legislação vigente.
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Macrozonas de Gestão Ambiental
Vulnerabilidade Natural
Região de Planejamento Ambiental
RPA 1
Micro Bacia Hidrográfica
RPA 2
RPA 3
RPA 4
RPA 5
RPA 6
Macrozona Ribeirão das Cruzes
Índice Relativo de Vulnerabilidade
Macrozona Ribeirão do Ouro
Macrozona Rio Chibarro
Macrozona Rio Mogi-Guaçu
a) Córrego Rancho Queimado,
Córrego do Rincão e
Córrego do Monte Alegre
b) Ribeirão do Anhumas
Macrozona Rio Jacaré Guaçu
Baixa, Moderada, Alta e Extrema
Moderada, Alta e Extrema
Moderada, Alta e Extrema
Não abrange a área de estudo
Macrozona Córrego do Tanque e
Rio Itaquerê
Não abrange a área de estudo
a) N
b) Extrema
ão abrange a área de estudo
Fonte: Meaulo et al., (2006).
Quadro 22 – Informações integradas da área de Araraquara-SP.
Salienta-se a importância da integração de dados dessa natureza, os quais aprimoram
os instrumentos de gestão de recursosdricos e estão amparados por estudos técnico-
científicos. Sugere-se criar também programas educacionais específicos para inserção dos
munícipes no processo decisório das ações estruturais e não-estruturais (atuais e futuras), a
serem contempladas nas Regiões de Planejamento Ambiental - RPA
Segundo Araújo et al. (2006), os resultados do mapeamento da vulnerabilidade natural
servem de base para uma discussão ampla a respeito da definição de políticas públicas para
um desenvolvimento adequado, na busca da solução para um novo paradigma em nossa
sociedade: a manutenção da qualidade ambiental das águas subterrâneas, de importância vital
para a sustentabilidade de nosso Planeta.
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CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Com base nas informações apresentadas e discutidas nos capítulos anteriores, podem-
se tecer as seguintes conclusões:
- Provido dos documentos cartográficos temáticos dos meios natural e antrópico, na escala
1:25:000, consideram-se satisfatórias as informações apresentadas para aplicação em um
processo de gestão ambiental;
- Com base no objetivo proposto, foi possível atingir com êxito, a partir da apresentação da
caracterização geológica, hidrogeológica e do mapeamento da vulnerabilidade natural à
poluição dos recursos hídricos. Também foi contemplada integralmente a confecção dos
documentos cartográficos temáticos propostos;
- A estrutura metodológica desenvolvida e aplicada, bem como a concatenação das etapas da
pesquisa resultou em uma forma de organização das informações primárias (trabalhos de
campo) e secundárias (bibliografias e pesquisas anteriores), que facilitou o cumprimento
sistemático da pesquisa;
- O contexto geológico da área de estudo é representado pelas formações Botucatu, Serra
Geral, Adamantina (Grupo Bauru) e pelos Sedimentos Cenozóicos. A caracterização das
unidades geológicas regionais contribuiu para o entendimento de diversos aspectos da
geologia local, entre eles, a estratigrafia, reconhecimento de estruturas pré-existentes,
discordâncias erosivas, irregularidades na geometria dos corpos de derrames basálticos,
indícios de falhas do tipo normal, em geral, associadas às drenagens atuais. Em outras
palavras, caracteriza-se uma repetição das feições regionais em uma escala local (1:25.000). O
processo de caracterização da geologia local (1:25.000) foi desenvolvido com base em
descrições macroscópicas, mesoscópicas, estereomicroscópicas, petrográficas e em análises
granulométricas. O produto dessa caracterização está expresso no mapa geológico (Anexo
2A) e nas seções geológicas construídas (Anexos 2B; 2C; 2D);
- O padrão granulométrico da Formação Botucatu é representado por aproximadamente 65 a
70% dos grãos na moda de areia fina. As áreas de afloramento da Formação Botucatu
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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ocorrem nas porções Leste e Sudoeste da área de estudo. Na porção Sudoeste, este arenito
ocorre associado aos derrames basálticos, caracterizando o sistema intertraps;
- A Formação Serra Geral aflora preferencialmente na porção Sudoeste da área de estudo
(relevo dissecado) e no leito das principais drenagens. Em subsuperfície a unidade ocorre em
todas as porções das áreas mapeadas. Predominantemente os derrames basálticos apresentam
fraturas verticais, contribuindo com a percolação de fluídos superficiais para posições mais
profundas na estratigrafia. O padrão granulométrico do solo oriundo da Formação Serra Geral
é caracterizado por 75% do volume total das amostras analisadas pertencerem à fração fina
(areia fina, areia muito fina, silte e argila). O mineral magnetita constitui-se um indicador
expedito de campo eficaz para diferenciar os solos oriundos entre as formações Serra Geral
(maior concentração) e Adamantina (menor concentração). A textura e a coloração dos
materiais também pode ser utilizada como atributo de diferenciação. A irregularidade da
geometria dos derrames basálticos ocorre na área estudada em função de dois fatores: a) os
derrames moldaram-se ao relevo das paleodunas da Formação Botucatu; b) ocorrem
reativações tectônicas (pós-derrames) que afetaram o posicionamento e continuidade dos
derrames;
- O padrão granulométrico da Formação Adamantina é caracterizado por 60% da fração fina e
aproximadamente 30 a 35% da fração granulométrica média. Em campo, os aspectos
geomorfológicos (quebra de relevo) e o reconhecimento de seixos e cascalhos quartzosos
angulares e subangulares (datum local) são relevantes guias aplicados ao mapeamento
geológico. As maiores espessuras aferidas na Formação Adamantina atingem 40m, adquiridas
a partir de poços escavados;
- Os Sedimentos Cenozóicos correspondem ao topo da seqüência estratigráfica local e
ocorrem espraiados sobre as demais unidades geológicas, com exceção dos sedimentos dos
fundos de vales. Em geral, ocorrem em cotas topográficas superiores a 660m em relação ao
nível do mar. Apresentou-se uma nova evidência sobre as relações estratigráficas locais entre
a Formação Adamantina (base) e os Sedimentos Cenozóicos (topo). Litologicamente trata-se
de um arenito conglomerático com granulometria distribuída por todas as modas,
predominantemente na fração grossa a muito grossa, grãos de geometria angulosa a
subangulosa, suportada por matriz silicosa e intenso processo de óxido de ferro sobre os
grãos. Foram realizados também ensaios granulométricos a fim de estabelecer um padrão para
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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a unidade geológica, entretanto, em função da diversidade de materiais sedimentológicos que
compõem os Sedimentos Cenozóicos, não foi possível atingir essa padronização
granulométrica;
- A água do aqüífero livre da área de estudo, explotada através de poços escavados
(cacimbas), possui extrema importância para o abastecimento de pequenas propriedades rurais
e residenciais de chácaras, pois essas áreas, em geral, são desprovidas de abastecimento
público de água;
- O Aqüífero Guarani (formações Botucatu e Pirambóia) corresponde à principal unidade
hidroestratigráfica da área de estudo. Na porção Sudoeste, o aqüífero é do tipo não confinado
(livre);
- O Aqüífero Serra Geral é o único do tipo fraturado e caracteriza-se pela porosidade e
permeabilidade secundárias, desenvolvidas após a consolidação da rocha basáltica. O fluxo da
água subterrânea obedece ao sistema de fraturamento do maciço rochoso, atribuídas as
fraturas tectônicas, descontinuidades verticais e/ou sub-horizontais e áreas com estruturas
vesiculares (topo e base dos derrames). Constatou-se que existe favorabilidade no
armazenamento da água subterrânea em área de topos de derrames basálticos (feição
vesicular) e de saprolito com predominância de disjunções esferoidais, pois essas áreas o,
relativamente, pouco afetadas pela sazonalidade do aqüífero livre;
- Foram elaborados diversos modelos conceituais sobre a hidroestratigrafia local, em especial,
do aqüífero livre. Entretanto, não foi possível demarcar e/ou mapear exatamente os limites de
cada relação hidroestratigráfica estudada. A sazonalidade do aqüífero livre para o ano de 2006
atingiu a variação entre 4 a 4,5 metros, entre o período de máximo e mínimo da coluna da
água subterrânea. Com base no monitoramento do nível d´água subterrânea avaliou-se um
tempo de recarga do aqüífero livre entre 3 a 4 meses (Ano 2006). Registrou-se que no período
pluviométrico chuvoso o aqüífero livre apresentou os menores valores da coluna d´água
subterrânea e no período de seca, os maiores valores da coluna d´água. Constatou-se que, em
linhas gerais, o nível d´água do aqüífero livre expressa significativa semelhança com o perfil
topográfico atual. Vale dizer também o nível d´água subterrânea assume um papel importante
na manutenção das drenagens da área de estudo. A análise da estatística descritiva da
profundidade do nível estático dos poços escavados analisados (190 poços, em 2006) foi de
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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aproximadamente 11 m, apresentando proximidade no valor da mediana (10m). Nota-se
também que 75% dos dados não ultrapassaram 15m de profundidade;
- Existem estruturas tectônicas (falhas normais) e irregularidades na geometria do topo dos
derrames basálticos que devem ser levadas em consideração nos estudos prévios
hidrogeológicos e ambientais. Para a identificação dessas estruturas sugere-se a aplicação de
métodos geofísicos de eletrorresistividade e a construção de perfis geológicos a partir de
poços tubulares perfilados;
- No mapa hidrogeológico, a geometria do topo dos derrames é marcada pelas formas
circulares e concêntricas das isolinhas de profundidade do nível d´água. Estruturas de
subsuperfície convexas caracterizam-se pela diminuição do valor das isolinhas para o centro
da estrutura e para estruturas côncavas ocorre o aumento do valor das isolinhas para o centro
da estrutura. O modelo conceitual hidrogeológico 3A é representado em caráter exploratório.
necessidade de estudos de detalhe para o pleno entendimento da relação estratigráfica
entre a unidade geológica dos Sedimentos Cenozóicos (topo) e as formações Serra Geral e
Botucatu (base);
- O valor global da condutividade hidráulica é de 9,19cm/h para um total de 90 ensaios
realizados e validados. Desse total, 75% apresenta valor de 13,32cm/h. Vale ressaltar que esse
valoreso orientativos. O tratamento dos dados de condutividade por unidade geológica obteve
a seguinte seqüência em ordem crescente de valores em cm/h: Formação Botucatu (2,55);
Formação Serra Geral (2,96); Formação Adamantina (3,34); Sedimentos Cenoicos (4,13).
Não foi possível aplicar a análise estatística descritiva para os dados da Formação Botucatu, em
função do reduzido número de ensaios de campo realizados. Em ntese, o mapa de
condutividade hidráulica demonstra a tendência de que os menores valores estão associados aos
vales das drenagens e os maiores valores correspondem às posições de meia-vertente e,
principalmente, nos platôs;
- A caracterização geofísica das unidades geológicas a partir do método da
eletrorresistividade, técnica da Sondagem Elétrica Vertical - SEV e arranjo Schlumberger, foi
utilizada como ferramenta auxiliar no aprimoramento dos modelos conceituais
hidrogeológicos (profundidade do nível d´água subterrânea), no reconhecimento dos contato
geológicos e dos tipos litológicos da área de estudo;
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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- No total foram levantadas 138 fontes potenciais à poluição dos recursos naturais. Destaca-se
que 59% correspondem a postos de serviços, os quais se encontram concentrados na região
central do município de Araraquara e nos corredores comerciais. A tipologia de
empreendimentos potencialmente poluidores da área de Araraquara é similar à configuração
dos empreendimentos registrados no Estado de São Paulo pela Cetesb;
- As análises qualitativa e quantitativa das Regiões de Planejamento Ambiental-RPA sob o
ponto de vista da vulnerabilidade natural (Método GOD), resultaram em um instrumento
básico e fundamental para o processo de gestão ambiental e de recursos hídricos. O
entendimento do território dentro do conceito de micro-bacias é um agente facilitador para
aplicação de ações de planejamento e de execução das estratégias pertinentes;
- As informações apresentadas sobre os meios natural e antrópico das RPA pode minimizar os
impactos ambientais negativos e potencializar os impactos positivos;
- A partir da aplicação do Método GOD, verifica-se que na área estudada ocorrem as
seguintes classes de vulnerabilidade natural, apresentadas em ordem crescente da dimensão
em área: baixa, alta, extrema e moderada. Nas classes moderada e extrema está assentada
praticamente toda a área urbana do município. As fontes potenciais de poluição estão
concentradas predominantemente na classe moderada, seguida das classes alta e extrema;
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
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RECOMENDAÇÕES
As recomendações apresentadas neste capítulo possuem a finalidade apontar os
principais assuntos que podem ser desenvolvidos de forma específica em pesquisas futuras,
como segue:
- O mapeamento geológico das porções sedimentares da área de estudo requer a aplicação de
características geomorfológicas, pedológicas, topográficas e sedimentológicas. Em campo
dificuldades em definir exatamente o contato geológico entre as unidades sedimentares. Neste
sentido, recomenda-se a realização de ensaios granulométricos, pois as distribuições das
porcentagens das modas, representadas na forma de histogramas, contribuem para separar os
sedimentos das formações Botucatu, Adamantina e os Sedimentos Cenozóicos. Em termos
das dimensões das áreas de afloramento das unidades geológicas mapeadas, estabelece-se a
seguinte ordem: Formação Adamantina; Sedimentos Cenozóicos; Formação Serra Geral;
Formação Botucatu;
- Os modelos conceituais hidrogeológicos foram confeccionados com base no banco de dados
disponível nesta pesquisa, cujos aprimoramentos podem ser balizados em investigações
específicas sobre a hidrodinâmica e hidroquímica dos aqüíferos. Vale informar que esse
desdobramento da investigação hidrogeológica não foi contemplado nesta pesquisa. Portanto,
a proposta de apresentar os modelos, ainda que de forma exploratória, pode ser entendida
como uma contribuição para o desenvolvimento de pesquisas futuras;
- O levantamento do valor imobiliário territorial se mostrou um atributo eficaz de apoio à
tomada de decisão. Ele pode contribuir para uma decisão sob o ponto de vista econômico,
ambiental ou de ambos. Outra constatação refere-se que o vetor de crescimento do município
não está associado em nenhum tipo de parâmetro relacionado ao meio físico (geologia,
hidrogeologia e vulnerabilidade natural). O crescimento segue uma tendência do tipo e padrão
de infra-estrutura disponível ou a ser instalada pelo empreendedor;
- O mapa de vulnerabilidade não possui caráter impeditivo, porém, o documento pode orientar
a instalação de novos empreendimentos e subsidiar o monitoramento e/ou a remediação das
áreas onde estes se encontram instalados. Seguindo os conceitos do Método GOD, uma
necessidade de se intensificar as investigações do meio natural (superficial e subterrâneo) a
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
106
medida que se aumenta a hierarquia das classes de vulnerabilidade (da baixa para a extrema),
o que pode, ainda, onerar as instalações de empreendimentos potencialmente poluidores;
- Recomenda-se a criação, pelo poder público municipal em parceria com a iniciativa privada
e autarquias, o desenvolvimento de programas educacionais específicos para a inserção dos
munícipes no processo decisório das ões estruturais e não-estruturais a serem contempladas
nas Regiões de Planejamento Ambiental do Município de Araraquara – RPA/Araraquara.
Caracterização Geológica, Hidrogeológica e o Mapeamento da Vulnerabilidade Natural à Poluição dos Aqüíferos, na escala 1:25.000, das
Áreas Urbana e de Expansão do Município de Araraquara-SP. Meaulo, 2007
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Seção Geológica Esquemática
Seção A - B
LEGENDA
T
Sedimentos Cenozóicos
Ad
Formação Adamantina
Bt
Formação
Botucatu
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Julio de Mesquita Filho
Câmpus de Rio Claro
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Curso de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente
"CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA, HIDROGEOLÓGICA E O
MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE NATURAL À POLUIÇÃO DE
AQÜÍFEROS, NA ESCALA 1:25.000, DAS ÁREAS URBANAS E DE
EXPANSÃO DO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA - SP
Doutorando: Fábio José Meaulo
Orientador: Prof. Dr. Antonio Roberto Saad
TESE DE DOUTORAMENTO
ANEXO 02 - B
SEÇÃO GEOLÓGICA A-B DAS PORÇÕES NOROESTE
DA FOLHA ARARAQUARA E SUDESTE DA FOLHA
RINCÃO
Escala Horizontal
1:25.000
S.G.
Formação
Serra Geral
Falha
Normal Inferida
Norte
?
Informação Indisponível
Escala Vertical
1:100
0
0
2
20
4 km
40 m
?
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(04/09218-0)
680
680
700
700
640
640
620
620
600
600
580
580
560
560
480
480
520
520
440
440
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460
460
500
500
420
420
660
660
S.G.
S.G.
Ad
Ad
Ad
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Bt
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Bt
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418
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T
T
E
SE
W
NW
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Seção Geológica Esquemática
Seção C - D
398
459
463
451
455
450
449
390
229
230
LEGENDA
T
Sedimentos Cenozóicos
Ad
Formação Adamantina
Bt
Formação
Botucatu
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Julio de Mesquita Filho
Câmpus de Rio Claro
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Curso de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente
"CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA, HIDROGEOLÓGICA E O
MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE NATURAL À POLUIÇÃO DE
AQÜÍFEROS, NA ESCALA 1:25.000, DAS ÁREAS URBANAS E DE
EXPANSÃO DO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA - SP
Doutorando: Fábio José Meaulo
Orientador: Prof. Dr. Antonio Roberto Saad
TESE DE DOUTORAMENTO
ANEXO 02 - C
SEÇÃO GEOLÓGICA C-D DAS PORÇÕES NOROESTE
DA FOLHA ARARAQUARA E SUDESTE DA FOLHA
RINCÃO
Escala Horizontal
1:25.000
S.G.
Formação
Serra Geral
Falha
Normal Inferida
Norte
?
Informação Indisponível
Escala Vertical
1:100
0
0
2
20
4 km
40 m
(04/09218-0)
680 680
700 700
700
700
720 720
640 640
620 620
600 600
580 580
560 560
520 520
540 540
660
660 660
660
S.G.
S.G.
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Bt
Bt
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Rio
Rio
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T T T
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SESE SSWSSW NW SESSE
?
?
?
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?
Seção Geológica Esquemática
Seção E - F
X64
X63
433
431
457
425
LEGENDA
T
Sedimentos Cenozóicos
Ad
Formação Adamantina
Bt
Formação
Botucatu
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Julio de Mesquita Filho
Câmpus de Rio Claro
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Curso de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente
"CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA, HIDROGEOLÓGICA E O
MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE NATURAL À POLUIÇÃO DE
AQÜÍFEROS, NA ESCALA 1:25.000, DAS ÁREAS URBANAS E DE
EXPANSÃO DO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA - SP
Doutorando: Fábio José Meaulo
Orientador: Prof. Dr. Antonio Roberto Saad
TESE DE DOUTORAMENTO
ANEXO 02 - D
SEÇÃO GEOLÓGICA E-F DAS PORÇÕES NOROESTE
DA FOLHA ARARAQUARA E SUDESTE DA FOLHA
RINCÃO
Escala Horizontal
1:25.000
S.G.
Formação
Serra Geral
Falha
Normal Inferida
Norte
?
Informação Indisponível
Escala Vertical
1:100
0
0
2
20
4 km
40 m
(04/09218-0)
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