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Congresso Nacional, cassar mandatos de parlamentares, suspender garantias do Poder
Judiciário, legislar através de decretos e estabelecer estado de sítio. A repressão veio, ainda,
pelas mãos da tortura, através do DOI-CODI (Destacamento de Operações Internas – Centro
de Operações de Defesa Interna), dos Serviços de Informação das Forças Armadas, o
CENIMAR (Centro de Informações da Marinha), o CISA (Centro de Informações e
Segurança da Aeronáutica), o CIE (Centro de Informações do Exército), do DOPS
(Departamento de Ordem Política e Social) e do SNI (Serviço Nacional de Informações),
criado em 1964, por Golbery do Couto e Silva, pela Lei n.º4.341, de 13 de junho daquele ano.
A ditadura, porém, não se manteve, tão somente, pela violência física, mas, também, por
uma eficiente propaganda ideológica. O Brasil seguia o caminho para o desenvolvimento e
progresso. O projeto de modernização proposto pelos militares passava necessariamente pelo
campo das ciências e da tecnologia, visto que esses elementos eram considerados
indispensáveis para o desenvolvimento nacional. Este se constituía ponto estratégico para a
Segurança Nacional. O controle dos recursos naturais a ciência e a tecnologia se tornaram
questões prioritárias. As grandes obras do governo e o aparente desenvolvimento econômico
eram suas vedetes. O país vivia a excitação do início do milagre econômico.
Em agosto de 1969, um derrame afastou o Marechal Costa e Silva do comando político.
Uma Junta Governativa Militar, comandada pelo General Lyra Tavares, assumiu o governo
até a nomeação do novo General-presidente. No mesmo ano, foi outorgada a Emenda
Constitucional n.º1, que para muitos juristas, é considerada uma nova Constituição, a Carta de
1969. Através dela, restaram legalizados o arbítrio e os poderes totalitários da ditadura. Todas
as medidas autoritárias impostas anteriormente foram agregadas ao seu texto. Estabeleceu a
possibilidade do Presidente baixar Decretos-Leis que teriam eficácia imediata. Por meio dela,
o Congresso teria 60 dias para votar a aprovação. Caso não fosse apreciado, ou melhor, não
houvesse sua votação, seria ele automaticamente aprovado pelo decurso do prazo.
O quarto capítulo discorre sobre a instalação do regime e o início da crise entre militares
e aqueles que deram apoio irrestrito ao golpe. O novo comandante em chefe do país tratava-se
do general Emílio Garrastazu Médici. Seu governo caracterizou-se pelo o aniquilamento da
guerrilha e pelo milagre econômico. Nenhuma época do regime militar, porém, foi tão
repressora e brutal. Na economia, a produção crescia e modernizava-se num espetacular
ritmo. No intuito de apressar o crescimento, expandiram-se as empresas estatais ou criaram-se
novas, principalmente na produção de aço, petróleo, eletricidade, estradas, mineração e