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Alonso (1976) afirma que as dificuldades na aplicação da teoria tem sido maiores
no campo da Administração Escolar do que em outro devido ao fato de o objeto da
organização escolar ser algo abstrato e de difícil mensuração. Citando Thompson
12
, aponta as
vantagens do desenvolvimento de uma teoria para a Administração Escolar: permitir a
incorporação de novos conhecimentos e experiências; e preparar os administradores para a
mudança. Baseada no mesmo autor, afirma que “[...] a grande falha que tem caracterizado o
desenvolvimento teórico em Administração Escolar é a sua tendência à especificidade [...] o
que torna a teoria não aplicável a situações diferentes” (THOMPSON apud ALONSO, 1976,
p. 30). Completa afirmando que “Para ser realmente útil e [...] universalmente válida, a teoria
deve ser generalizável e, portanto, servir-se de todo o conhecimento existente sobre
administração [...]; além do mais, ela não pode ser limitada ao tempo e ao espaço” (ALONSO,
1976, p. 30).
Outro autor utilizado por Alonso (1976) para tratar da importância de uma teoria
de Administração Escolar e das dificuldades em seu desenvolvimento é Halpin
13
, afirmando
que tais dificuldades decorrem principalmente do fato de a Administração Escolar ser um ato
criativo, não tendo, portanto, um modo convencional para instituí-la.
Alonso (1976) considera que a teoria da Administração tem um caráter
multidimensional, devido, principalmente, a possibilidade de se reunir formulações
conceptuais de várias ciências para compô-la, optando por recursos variados.
A autora, ao tratar sobre o desenvolvimento da Administração Escolar no Brasil,
menciona os trabalhos de: Carneiro Leão
14
; Querino Ribeiro
15
, considerando-o como o
pioneiro no assunto para a realidade brasileira; e Lourenço Filho
16
, afirmando que, apesar da
valiosa contribuição para a compreensão da estrutura do ensino, “[...] não acrescenta nada ao
desenvolvimento dos estudos teóricos da Administração Escolar” (ALONSO, 1976, p. 36).
Cita Anísio Teixeira e, também, os trabalhos de alguns estudiosos de Administração Escolar
no Brasil que deram ênfase à abordagem empírica, como José Augusto Dias
17
, João B. Borges
Pereira
18
e João Gualberto de Carvalho Meneses
19
.
12
THOMPSON, J. D. Modern approach in administration. In: Halpin, A. W. Administrative theory in education.
Danville, Illinois, Midwest Administration Center, University of Chicago, 1958.
13
HALPIN, A. W. The development of theory in educational administration. In: Halpin, A. W. Administrative
theory in education. Danville, Illinois, Midwest Administration Center, University of Chicago, 1958.
14
CARNEIRO LEÃO, A. Introdução à administração escolar. 3 ed. São Paulo: Companhia editora Nacional,
1953.
15
QUERINO RIBEIRO, J. Ensaio de uma teoria da administração escolar. Boletim da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, n. 158, 1952.
16
LOURENÇO FILHO, M. B. Organização e administração escolar. São Paulo: Pioneira, 1971.
17
DIAS, J. A. O magistério secundário e a função do diretor. Tese de doutoramento, mimeo. São Paulo, 1967.
18
PEREIRA, J. B. B. A escola secundária numa sociedade em mudança. São Paulo: Pioneira, 1969.