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GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
ANDREA APARECIDA DE SOUZA GUIMARÃES
UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE GOIABA (Psidium guajava L.) NA ALIMENTAÇÃO DE
POEDEIRAS COMERCIAIS
UFRPE – RECIFE
AGOSTO, 2007
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GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
ANDREA APARECIDA DE SOUZA GUIMARÃES
UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE GOIABA (Psidium guajava L.) NA ALIMENTAÇÃO DE
POEDEIRAS COMERCIAIS
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-graduação em
Zootecnia da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, como parte
dos requisitos para a obtenção do
grau de Mestre em Zootecnia –
Área de concentração, Produção
animal (Não-ruminantes).
Orientador: Prof. Wilson Moreira Dutra Junior, D.Sc (UFRPE)
Co-orientadores: Prof. Carlos Bôa-Viagem Rabello, D.Sc (UFRPE)
Pesq. Jorge Vitor Ludke, D.Sc (EMBRAPA SUÍNOS E AVES)
UFRPE – RECIFE
AGOSTO, 2007
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GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
Ficha catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE
G963u Guimarães, Andrea Aparecida de Souza
Utilização do resíduo de goiaba (Psidium guajava L.)
na alimentação de poedeiras comerciais / Andrea Aparecida
de Souza Guimarães. -- 2007.
42 f.
Orientador : Wilson Moreira Dutra Junior
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade
Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia
Inclui bibliografia.
CDD 636. 085 2
1. Nutrição
2. Alimento alternativo
3. Performance
4. Poedeiras
5. Produção de ovos
6. Qualidade dos ovos
7. Psidium guajava L
I. Dutra, Wilson Moreira Junior
II. Título
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE GOIABA (Psidium guajava L.) NA ALIMENTAÇÃO DE
POEDEIRAS COMERCIAIS
ANDREA APARECIDA DE SOUZA GUIMARÃES
Dissertação Defendida e Aprovada em, 27/08/2007, pela Banca Examinadora.
Orientador: ______________________________________
Prof. Wilson Moreira Dutra Júnior
(D.Sc. – UFRPE)
Examinadores:
________________________________________
Maria do Carmo M.M. Ludke
(D.Sc. - UFRPE)
________________________________________
Carlos Bôa Viagem Rabello
(D.Sc. – UFRPE)
_________________________________________
Jorge Vitor Ludke
(D.Sc. - EMBRAPA Suínos e Aves)
UFRPE – RECIFE
AGOSTO, 2007
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
SUMÁRIO
CAPÍTULO I Pág.
1 – INTRODUÇÃO 10
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 11
3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13
CAPÍTULO II
RESUMO 17
INTRODUÇÃO 19
MATERIAL E MÉTODOS 20
RESULTADOS 27
DISCUSSÃO 33
CONCLUSÃO 38
AGRADECIMENTOS 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38
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LISTA DE TABELAS
TABELA Pág.
1 – Composição alimentar, nutricional e energética das rações experimentais 22
2 – Composição energética do resíduo de goiaba, na matéria natural 25
3 – Composição Percentual e níveis nutricionais das dietas experimentais 26
4 – Valores de energia metabolizável aparente, energia metabolizável aparente corrigida para
balanço de nitrogênio e coeficiente de metabolização na matéria e da energia bruta expressos com
base na matéria natural 27
5 – Consumo de ração, energia e proteína 28
6 – Médias de postura, peso médio e massa de ovos produzidas 29
7 – Conversão alimentar por massa de ovo, por dúzia de ovos produzidas, eficiência energética e
protéica 30
8 – Média de peso da casca, percentagem da casca e espessura 31
9 –Médias de peso e percentagem de albúmen 31
10 - Médias de peso, percentagem e coloração da gema 32
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AGRADECIMENTO
Agradeço ao Senhor Jesus, porque Ele é a razão pela qual existo.
Aos meus pais Maria Severina e Heleno Cândido que são responsáveis pela pessoa qual sou
hoje, por mais esta conquista no inicio e longo caminho desta minha jornada, porque tudo o que faço
é pensando em vocês.
Ao meu esposo por tudo que suportou ao meu lado, mostrando um lado positivo mesmo onde
não existe e por respeitar minha ausência em alguns períodos de sua vida me apoiando com carinho
e muita compreensão nos momentos difíceis, com a sabedoria recebida do Senhor.
À minha querida e inesquecível avó Maria José (In memória), que lutou até os últimos
instantes de sua vida que o Senhor Jesus concedeu, porém deixando-me uma grande missão: lutar
pelos meus objetivos, sempre.
À minha eterna professora e amiga Genoveva Parise pela sua amabilidade mesmo distante,
no entanto com uma intensidade tremenda.
Aos meus sobrinhos Lucas Cândido, Maila Rebeca, minha irmã Aldenir Souza e minha
afilhada Lorena Nascimento por agüentar meu estresse durante todo este período do mestrado, me
ajudando a relaxar com suas brincadeiras e carinho compreendendo minha ausência nas suas
brincadeiras e passeios.
Aos meus irmãos em Cristo Severina Amâncio, Riviana Loureiro, Zenilda Oliveira, Andrezza
França, Ana Duarte, Rodrigo Vasconcellos e Aguirres Avalongo, pelas suas orações e incentivos nos
momentos de fraqueza e pela fantástica exortação quando precisei.
À minha “teacher” Fabiana Gomes que foi essencial na transcrição do meu artigo, assim
como respeitou minha ausência em suas aulas.
Ao meu “teacher” Danilo Rodrigues que também me auxiliou nas inúmeras transcrições do
meu artigo, bem como compreendeu minha escassez de participação em sala de aula.
À Laudiene Vasconcelos que me auxiliou nas correções gramatical e verbal desta dissertação,
com muito carinho e atenção.
Ao professor Carlos Bôa-Viagem Rabello, por todas as oportunidades oferecidas e interesse
no meu desenvolvimento como Zootecnista, não se negando a transmitir um pouco de tudo o que
sabe para alguém que esta apenas no inicio de sua vida de pesquisador, por toda sua atenção e
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interesse no meu trabalho como um verdadeiro mestre, a ele o meu muito obrigado. Porque além de
ser um pesquisador tem um lado humano brilhante e realmente é mestre no que faz.
Ao meu orientador Wilson Moreira Dutra Junior, por direcionar meus passos nesta
caminhada.
Aos meus amigos Alessandra Farias Fernanda Araújo, Sheila Sales, Semalias Barboza,
Ronaldo Vasconcelos pelo seu carinho e companheirismo.
À nossa equipe Edna, Emanuella, Rafael, Almir, Michele, Hugo, Sherlan e Luciana pela
grande ajuda na execução desta pesquisa. Pois, participaram desde o início nos auxiliando em tudo
possível sem vocês, o experimento não seria conduzido. Porque uma pesquisa não é feita por uma só
pessoa, mas sim com pessoas primorosas como vocês.
Ao meu amigo Edney Silva, que me auxiliou a escrever este artigo de forma correta, a ser
objetiva, sucinta, e por suportar meus nervosismos durante as infindáveis correções.
A Srª Helena e Sr. Antônio, pela ajuda que me ofereceram no Laboratório de Nutrição
Animal do Departamento de Zootecnia da UFRPE.
Ao Sr. Nicácio que foi muito mais que um simples secretário, foi nosso anjo da guarda nos
ajudando sempre que possível.
Ao Germano Augusto que me ajudou nos cálculos estatísticos e na dissertação.
A todos os funcionários do Departamento de Zootecnia.
A todos os meus familiares que torceram por mais esta etapa nos meus estudos.
À Empresa Palmeiron – ASA- Indústria e Comércio pela doação do resíduo utilizado para
obtenção do farelo de goiaba utilizado nas rações experimentais.
Em especial a todos que me ajudaram direta ou indiretamente colocando pedras que me
fizeram construir vários degraus para chegar ao tão sonhado patamar: ser mestre.
“Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais tempo realizando que sonhando, fazendo que
planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive
já morreu”.Luiz F. Veríssimo
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CAPÍTULO I
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1 - INTRODUÇÃO
A avicultura tem evoluído muito nos últimos anos, e como é um segmento importante na
produção de alimento humano de alto valor biológico, tem buscado se adequar às técnicas que
possibilitam a melhoria da eficiência de produção. Rodrigues et al. (2005).
Apesar das inúmeras pesquisas sobre o uso de alimentos não convencionais em rações de
aves, as formulações ainda são constituídas basicamente de milho e soja, principais fontes
energética e protéica, respectivamente, porém, para melhorar o balanceamento da energia, faz-se
necessário a inclusão de fontes lipídicas nas rações. O National Research Council (NRC, 1994)
destaca a melhoria na palatabilidade, na conversão alimentar e redução das perdas de nutrientes,
entre outros, como efeitos benéficos do uso de gorduras nas formulações de rações.
Atualmente, observa-se uma maior preocupação da população com a conservação do meio
ambiente, pois, as agroindústrias geram resíduos que poderiam ter uma finalidade mais benéfica ao
homem e ao meio ambiente, advertem Kobori e Jorge (2005) calcados no descarte desses resíduos,
uma vez que não há renda para a venda de subprodutos e o depósito contínuo desse descarte
poderia aumentar o custo do processamento.
O Brasil é um dos maiores produtores de goiaba do mundo, com volume aproximado de
390 mil t. A produção concentra-se nas regiões Sudeste e Nordeste do País, sendo o Estado de São
Paulo responsável por mais de 60% do volume nacional da fruta (Agrianual, 2004).
Mantovani et. al. (2004) comentam que além do consumo “in natura”, produtos
industrializados, como goiabada, geléia e suco, são as principais formas de consumo da fruta no
Brasil. No processamento da goiaba, após o despolpamento e a lavagem com água clorada, obtém-
se um resíduo composto principalmente por sementes, na proporção de 4 a 12% da massa total dos
frutos beneficiados.
De acordo com Silva (1999) as indústrias utilizam cerca de 60 mil toneladas de goiaba ao
ano no estado de Pernambuco, e geram cerca de 15% em resíduos, desta forma existem
potencialmente nove mil toneladas de resíduos aptas a serem secadas e beneficiadas a farelo para
alimentação animal.
Diante do contexto exposto, os subprodutos da agroindústria podem exercer um importante
papel como suplemento para a pecuária regional, visto que, são produzidos localmente,
minimizando, portanto, os custos gerados com frete comparado com outros alimentos tradicionais.
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Assim, o estudo da utilização do resíduo do beneficiamento de goiaba na ração de poedeiras torna-
se imprescindível, visto que não existe nenhum trabalho realizado com este objetivo.
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A alimentação representa a maior fração do custo de produção, sendo assim por menor que
seja a redução, nesse custo, aliada às melhorias na eficiência de utilização dos nutrientes das
rações, podem representar uma economia significativa.
Teixeira (2005) relata que a produção de ovos em 2004 alcançou 20,818 bilhões de
unidades, 4,5% maior do que em 2003, cujo total foi de 19,925 bilhões e que reflete um maior
número de pintainhas comerciais alojadas, consequentemente, um maior plantel de poedeiras,
onde, as indústrias têm participado mais ativamente das exportações de ovos "in natura" e dos
industrializados sob a forma líquida e em pó.
A Associação Paulista de Avicultura (APA) revela a importância da cadeia produtiva da
avicultura para a economia brasileira, que ocupa o sétimo lugar quanto ao volume de ovos
produzidos mundialmente. Atualmente, a China é a maior produtora mundial de ovos, com uma
participação de 42%. O Brasil participa neste segmento com 2,1% da produção mundial. O
consumo per capita anual está estimado em 123 unidades, o que coloca o Brasil na 64ª posição no
consumo mundial de ovos. Para se ter uma idéia da importância do setor, cerca de US$ 2 bilhões
são movimentados anualmente no Brasil, com uma produção de 22,212 bilhões de unidades de ovo
(APA, 2006).
Bazan (2005) cita que, atualmente, não somente no Brasil, mas em todo o mundo, nota-se a
crescente mobilização dos habitantes no interesse pelos assuntos relacionados aos problemas
ambientais.
De acordo com Kobori e Jorge (2005), estes fatos poderiam ser atenuados segundo os
resultados de pesquisas, que apontam para uma possível subestimação, quanto ao potencial do uso
e aproveitamento de alguns resíduos agroindustriais, especialmente, para óleos presentes nas
sementes de frutos.
IEA (2007) cita que dentre as frutas tropicais brasileiras, a goiaba ocupa lugar de destaque,
não só pelo seu aroma e sabor como também pelo seu valor nutricional, o que coloca o Brasil na
posição de maior produtor de goiabas vermelhas e a Índia em primeiro lugar na produção de
goiabas brancas. Quanto à exportação brasileira, a goiaba ocupou, em 2004, o 26
o
lugar no ranking
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em volume comercializado, atingindo o patamar de US$ 117 mil. O consumo da fruta in natura
ainda é pequeno, estimado em 300g/per capita/ano, embora a goiabada seja um dos doces mais
apreciados pelos brasileiros.
Silva (1999) analisou as sementes de goiaba provenientes de duas empresas de
beneficiamento e encontrou a seguinte composição química na matéria seca: 91,9 e 93% de
matéria seca; 8,6 e 9,4% de proteína bruta, 9,8 e 11,3% de extrato etéreo; 77,1 e 74,2% de fibra em
detergente neutro; 58,7 e 56,9% de fibra em detergente ácido; 18,4 e 17,3% de hemicelulose; 6,6 e
7,7% de lignina; 34,3 e 33,2% de celulose; 17,6 e 15,7% de cutina; 1,4 e 1,6% de cinzas; 0,01 e
0,03% de sílica e 5.285 e 5.250 kcal/kg de energia bruta, do ponto de vista energético as maiores
diferenças ficaram no extrato etéreo, os outros parâmetros avaliados ficaram próximos.
Silva et al. (2005) encontraram a seguinte composição química 50,38% MS, 9,61% PB,
10,83% EE, 60,08% FB, 78,96% FDN, 63,61% FDA, 2,38% MM. A média estimada de
hemicelulose, ENN CHOT e CNF foram 15,36%, 15,97%, 77,21%, 3,74%, respectivamente,
encontrando variação conforme a época de coleta e na forma de secagem (estufa forçada de 65 °C
e seca ao Sol). Quanto aos valores de energia metabolizável aparente e energia metabolizável
aparente corrigida para o balanço de nitrogênio GUIMARÃES et al. (2006), encontraram 2.102 e
1.882 respectivamente.
Prasad e Azeemoddin (1994) constataram que o óleo de goiaba é uma boa fonte de ácido
linoléico, como ácido graxo essencial, podendo ser utilizado com vantagens nutricionais,
misturando-o com outros óleos comestíveis de alta saturação para resultar num novo óleo com
valores nutricionais modificados.
Kobori e Jorge (2005) afirmaram que tais circunstâncias explicam a importância de
conduzir estudos no Brasil sobre óleos extraídos das sementes de frutos que são geralmente
descartadas, uma vez que não há renda para a venda de subprodutos e o depósito contínuo desse
descarte poderia aumentar o custo do processamento. Ainda mais, se estes resíduos permanecerem
inutilizados, não apenas aumentará o custo de venda do produto, mas também, irá agravar a
poluição ambiental.
Nagy et al. 1977 citados por Kobori e Jorge (2005), observaram uma importante
característica química do óleo da semente, sobre o ponto de vista nutricional. É a distribuição dos
ácidos graxos. Os seis principais ácidos graxos são: palmítico, palmitoléico, esteárico, oléico,
linoléico e linolênico.
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
Albino et al. (2003), salientam que o óleo é rico em ácidos graxos, insaturados e, dentre
estes, merece atenção o ácido linoléico, responsável por aumentar o tamanho dos ovos, assim
como melhorar a eclodibilidade de ovos provenientes de reprodutoras, quando incluído nas rações
de poedeiras na fase inicial de produção.
3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agrianual 2003: Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: FNP Consultoria & Comércio,
2004. p.314-318.
Albino, L. F. T.; Rostagno, H. S.; Donzele, J. L.; Gomes, P. C.; Ferreira, ª S.; Oliveira, R. F.;
Lopes, D. C. Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais de Aves e Suínos (Tabelas
Brasileiras), Viçosa: Imprensa Universitária, 1ª ed., 186p., 2005.
Apa (Associação Paulista de Avicultores), APA destaca o ovo. 2006. Disponível em:<
www.aviculturaindustrial.com.br/site/dinamica.asp?id=17135&tipo_tabela=produtos&categoria=a
vicultura_postura>. Acesso em: 05 jan. 2007.
Bazan, l. H. A. Ação popular ambiental: direito subjetivo do cidadão na tutela do meio ambiente.
Disponível em: <
http://www.direitonet.com.br/doutrina/artigos/x/18/92/1892/>. Acesso em: 03
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Bertechini A.G., Rostagno H.S., Silva M.A. Efeito da temperatura ambiente e nível de energia da
ração sobre o desempenho e a carcaça de frangos de corte. Revista da Sociedade Brasileira de
Zootecnia. v. 20, p. 218-228, 1991.
Guerreiro Neto, Antonio Costa, Efeito da ação de emulsificante em diferentes fontes de gordura da
dieta sobre o desempenho e variáveis fisiológicas em frangos de corte / Antonio Costa Guerreiro
Neto. – Botucatu : [s.n.], 2005.viii, 56 f.
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
Guimarães, A. A. S.; Rabello, C. B. V.; Loureiro, R. R. S.; Júnior, W. M. D.; Ludke, J. V.; Silva,
E. P.; Lucena, L. M.; Lima, M. B.; Souza, G. S.; Filho, R. V. F. Valores de energia metabolizável e
coeficientes de metabolização aparente da matéria seca e da energia bruta do farelo de goiaba para
poedeiras comerciais. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2006, João Pessoa-
PB. Anais... João Pessoa-PB: SBZ. CD-ROOM, 2006.
IBGE (2004) – LPSA – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola em Fevereiro de 2004.
Disponível em: <
www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela>. Acesso em: 27 agosto 2006.
IEA (2007) – Instituto de Economia Agrícola. Disponível em <
www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=1902> Acesso em 01 maio 2007.
Kobori. C. N. e Jorge. N. 1008 Ciênc. agrotec., Lavras, v. 29, n. 5, p. 1008-1014, set./out., 2005 –
1008 Ciênc. agrotec., Lavras, v. 29, n. 5, p. 1008-1014, set./out., 2005 Caracterização dos óleos de
algumas sementes de frutas como aproveitamento de resíduos industriais, Ciênc. agrotec., Lavras,
v. 29, n. 5, p. 1008-1014, set./out., 2005
Mantovani, J. R ; Corrêa, M.C.; Cruz, M. C. P.; Ferreira, M. E.; Natale, W.; Uso fertilizante de
resíduo da indústria processadora de goiabas, Rev. Bras.
Frutic. Vol.26 No.2 Jaboticabal Aug. 2004.
Nagy, S.; Shaw, P. E.; Veldhus, M. K. Citrus science and technology. Westport: Avi, 1977. v. 1.
Nrc-National Research Council. 1994. Nutrient requirements of poultry. Ninth Revised Edition,
Washington, DC: National Academy Press, p. 45, 62-64.
Prasad, N. B. L.; Azeemoddin, G. Characteristics and composition of guava (Psidium guajava L.)
seed and oil. Journal of the American Oil Chemistry Society, Chicago, v. 71, n. 4, 1994.
Rodrigues, E. A., Cancheirini, L. C., Junqueira, O. T., Laurentiz, A.C., Filardi, R. S., Duarte, F. K.,
Casartelli, E.M. Desempenho, qualidade da casca e perfil lipídico de gemas de ovos de poedeiras
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
comerciais alimentadas com níveis crescente de óleo de soja no segundo ciclo de postura. Acta Sci.
Animal. Sci., Maringá, v.27, n.2, p.207-212, abril/junho, 2005.
Silva, J. D. A. Composição química e digestibilidade in situ da semente de goiaba (Psidium
guajava L. Recife, 1999. 34 p. Dissertação (Mestrado em Produção Animal) - UFRPE.
Silva, T. D. Estudo da composição química e valor nutricional do resíduo do beneficiamento da
goiaba para aves. UFRPE, comunicação pessoal, fevereiro 2005.
Teixeira, J. C. Obstáculos e Desafios da Avicultura Brasileira. Disponível em:
<
http://www.animalworld.com.br>. Acesso em: 27 de agosto de 2005.
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
CAPÍTULO II
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE GOIABA (Psidium guajava L.) PARA POEDEIRAS
COMERCIAIS
USE OF GUAVA WASTE (Psidium guajava L.) IN FEED LAYING HENS
RESUMO: Objetivou-se, com esta pesquisa, determinar os valores de energia metabolizável e
estudar o potencial de utilização do resíduo do beneficiamento da goiaba para poedeiras comerciais.
No ensaio de digestibilidade utilizou-se o método de coleta total de excretas, alojando-se 40 aves
poedeiras comerciais leves, da linhagem Lohmann LSL, com 38 semanas de idade; distribuídas em
um delineamento inteiramente ao acaso (DIC), em 2 tratamentos e 5 repetições de 4 aves por
parcela. Os tratamentos consistiram em uma dieta referência, a base de milho e farelo de soja e uma
dieta teste, com 30% de substituição da dieta referência. No experimento de desempenho alojaram-
se 200 aves, Dekalb White, com 30 semanas de idade em gaiolas durante 3 períodos de vinte e um
dias cada. O delineamento experimental foi o DIC, com cinco tratamentos e cinco repetições de oito
aves. Os tratamentos foram: uma dieta referência e quatro com 2, 4, 6 e 8% de inclusão do resíduo
de goiaba. O valor de energia metabolizável aparente foi de 1.882 kcal/kg. Quanto à percentagem de
postura, massa de ovos, conversão alimentar por dúzia e por massa de ovos, peso da casca, peso do
albúmen e percentagem da casca não houve efeito dos tratamentos; em relação ao consumo de ração,
houve aumento linear só no primeiro período; para o peso médio dos ovos observou-se um efeito
quadrático, apenas no terceiro ciclo; a espessura de casca foi afetada linearmente no segundo
período; a coloração da gema apresentou efeito quadrático no segundo ciclo e o seu peso um efeito
linear para os períodos 1, 2 e total, sendo que no terceiro, houve um efeito quadrático; a percentagem
de gema aumentou e o de albúmen diminuiu linearmente em todo período. O resíduo de goiaba é de
baixo custo, disponível na região nordeste, podendo ser recomendado como ingrediente alternativo
das rações de poedeiras comerciais em até 8% de inclusão.
Palavras-chave: Alimento alternativo, desempenho zootécnico, poedeiras, produção de ovos,
qualidade dos ovos.
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ABSTRACT: The objective of this researcher has been determined apparent metabolisable energy
and use guava waste potential for feeding these laying hens. In digestibility test used is the method
of collecting total, lodging forty laying hens, Lohman LSL lineage, with 38 weeks old. The hens
were allocated according completely randomized design with two treatments and five replicates and
eight hens for cage. The treatments were: the reference diet (Zea may and Soybean meal base) and
one diet with 30% of guava waste substitute the reference diet. This research has evaluated the
inclusion effects of different guava bran levels over the production performance and egg’s
characteristics from laying hens. Two hundred birds had been allocate, Dekalb White, with thirty
weeks of age in cages during three periods of twenty-one days each. The experimental delineation
was entirely casually with five treatments and five repetitions of eight birds. The treatments had
consisted of a reference diet and four with 2, 4, 6 and 8% of guava meal. There was a linear increase
only in the first period for the parameter ration consumption. There were not statistics differences
among the treatments for the position percentage, egg mass, alimentary conservation for dozen and
egg mass, weight of the rind weight of albumen and percentage of the rind. The average weight of
eggs provoked quadratic effect only in the third cycle, in the second period there was a decreasing
effect on the thickness of the rind; as for the yolk coloration there was a quadratic effect only in the
second cycle and its weight a line effect for the periods 1, 2 and total; but in the third there was a
quadratic effect. Through all the experiment the percentage of the yolk’s increased and albumen’s
diminished linearly. The guava bran is a low cost residue, available in the northeast area, and it can
be recommended as alternative ingredient for the layers’ ration up to 8% of inclusion, without
harming the performance and characteristics of eggs.
Key-words: Alternative food, egg production, laying hens, performance production, quality of the
eggs.
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1.0 INTRODUÇÃO
Os derivados avícolas, carne e ovo, contribuem de forma significativa para a alimentação
humana, pois Segundo a Anualpec (2003) México, Estados Unidos, Dinamarca, China, Japão e
Taiwan são os maiores consumidores mundiais de ovos, com mais de 300 ovos/ano/habitante. Este
consumo de ovo é especialmente para a população de baixa renda e, este aspecto vem favorecendo o
crescimento da avicultura. Para atender esta demanda, de maneira especial a avicultura de postura
vem provando de avanços tecnológicos na genética, sanidade e, sobretudo na nutrição.
Segundo a União Brasileira de Avicultura (2007) nos últimos anos a produção nas granjas de
postura, diminuiu, devido ao aumento do custo dos grãos. Visto que o milho e a soja são as
principais fontes energéticas e protéicas, respectivamente, utilizadas nas rações, representado cerca
de 85% do custo da ração. Sendo assim, existe uma preocupação entre os produtores e nutricionistas
em buscar alimentos alternativos com o intuito de minimizar os custos e viabilizar a introdução
destes ingredientes nas rações das aves.
Uma vez que o Brasil é um dos maiores produtores de goiaba do mundo, estima-se que cerca
de 202 mil toneladas foram processadas, conforme a Goiabras (2003). Assim, considerando que 8%
do total processado gera resíduos, com predominância de sementes (Mantovani et al., 2004), estima-
se um volume de 16 mil toneladas disponíveis para ração animal no Brasil.
No processamento da goiaba, após o despolpamento e a lavagem com água clorada, obtém-se
um resíduo composto de polpa e maior parte por sementes que, também, possui quantidade
significativa de ácido graxo insaturado, bem como de fibra bruta, segundo Prasad e Azeemoddin
(1994), contudo, Fontanari (2006) cita a ausência de dados a respeito das características da fração
protéica da semente de goiaba.
Poucos estudos foram realizados com esta matéria-prima, pois nas Tabelas da EMBRAPA
(1991), National Research Council (1994), Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (2000), FEDNA
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
(2003), Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (2005) não há informações sobre a composição
química, bem como os valores energéticos para esta matéria prima.
Com a finalidade de se obter uma melhor produção e rentabilidade através de um programa de
alimentação, é fundamental que exista uma coerência durante a formulação da ração com a
preocupação, principalmente, em relação à quantidade adequada de energia utilizada. Por isso,
pesquisas vêm sendo desenvolvidas a fim de se obter uma maior precisão no aproveitamento
energético dos ingredientes utilizados nas rações por cada espécie ou categoria animal.
Um fator importante, mediante a revisão realizada, é que a utilização dos subprodutos do
beneficiamento da goiaba é pouco explorada; diante deste contexto o interesse neste resíduo foi
extremamente relevante, visto que ele é descartado gerando resíduos poluentes, porém úteis na
alimentação animal, levando em consideração os resultados obtidos por outros autores quando
estudaram a digestibilidade deste resíduo com animais ruminantes (Silva, 1999; Lousada Junior et
al.,2005).
Kobori e Jorge (2005) comentam que estes fatos poderiam ser atenuados com mais resultados
de pesquisas, que apontem o potencial do uso e o aproveitamento de alguns resíduos agroindustriais,
especialmente, para óleos presentes nas sementes de frutos.
Sendo assim, objetivou-se, com este trabalho de pesquisa, determinar os valores de energia
metabolizável e estudar o potencial de utilização do resíduo do beneficiamento da goiaba para
poedeiras comerciais.
2.0 MATERIAL E MÉTODOS
Dois experimentos foram conduzidos no aviário experimental de poedeiras comerciais,
localizado no Setor de Avicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Brasil. O resíduo de goiaba utilizado no presente experimento foi doado pela Indústria
Palmeiron, localizado no município de Belo Jardim, Pernambuco - Brasil. O resíduo foi seco ao ar,
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em galpão coberto, por um período de 15 dias, em seguida, foi moído em moinho de martelo com
uma peneira de seis milímetros, e se obteve a forma farelada.
2.1 Ensaio de metabolismo
Para determinação dos coeficientes de metabolização da matéria seca (CMMS), dos valores
de energia metabolizável aparente (EMA) e da energia metabolizável aparente corrigida para
balanço de nitrogênio (EMAn) do resíduo de goiaba, foram alojadas 40 aves poedeiras comerciais
leves, da linhagem Lohmann LSL, com 38 semanas de idade em um galpão experimental. As
mesmas foram distribuídas em gaiolas metabólicas (0,45 x 0,45 x 1,00) em um delineamento
inteiramente ao acaso (DIC), em dois tratamentos e cinco repetições de quatro aves por gaiola
experimental. Os tratamentos consistiram em uma dieta referência, a base de milho e farelo de soja
(Tabela 1) e uma dieta teste, com 30% de substituição da dieta referência.
Foi utilizado o método de coleta total das excretas conforme descrito por Hill e Anderson
(1958). A fase de adaptação à dieta foi de quatro dias, seguido de quatro dias de coleta das excretas.
Para iniciar o período de coleta, as rações foram marcadas com óxido férrico, numa proporção de
1%. O mesmo procedimento foi utilizado para finalizar a fase de coleta. Foram realizadas duas
coletas ao dia, sendo a primeira às 8 horas e a segunda às 16 horas. Em seguida, as mesmas foram
devidamente quantificadas, identificadas e armazenadas em uma temperatura de - 20°C.
Ao final do experimento, através do fornecido e das sobras, foi possível determinar o
consumo de ração das aves no período experimental. Posteriormente as excretas foram
descongeladas e homogeneizadas por parcela experimental, retirando-se amostras representativas
para cada repetição, em seguida foram pré-secas em estufa a 55°C por 72 horas e preparadas para
análises posteriores, segundo metodologia proposta por Silva e Queiroz (2002).
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Os CMMS e os valores EMA e EMAn dos alimentos foram isolados por meio das fórmulas
propostas por Matterson et al. (1965). Considerando-se os valor de energia bruta (EB) e a EMAn do
ingrediente, calculou-se o coeficiente de metabolização do resíduo de goiaba, seguindo a equação
preconizada pelo ARC (1980) onde, CMEB = (EMAn/EB) x 100.
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Tabela 1. Composição alimentar, nutricional e energética das rações experimentais
Table 1. Ingredients and nutrient composition of experimental diets
Ingredientes
I
n
g
redients
(%)
Milho Grão
Z
ea ma
y
60,936
Farelo de Soja 45%
So
y
bean meal
26,267
Farelo de Trigo
Wheat meal
0,602
Óleo de soja
So
y
bean oil
1,500
Fosfato Bicálcico
Dicalcium
p
hos
p
hate
1,526
Calcário Calcítico
Limestone
8,578
Sal Comum
Sal
t
0,333
DL-Metionina 99%
DL methionine
0,107
Suplemento Vitamínico
1
Vitaminic su
pp
lemen
t
0,050
Suplemento Mineral
2
M
ineral su
pp
lemen
t
0,050
Cloreto de Colina 60%
Choline chlorine
0,033
Total
Total
Composição calculada
Calculated com
p
osition
EMAn, Kcal/kg
A
MEn
2,800
Proteína Bruta, %
Crude
p
rotein
17,100
Cálcio, %
Calcium
3,750
Fósforo disponível, %
A
vailable
p
hos
p
horus
0,380
Met+Cistina digestvel %
Di
g
estive methionine + c
y
stine
0,600
Lisina digestvel %
Di
g
estive L
y
sine
0,800
Treonina digestvel %
Di
g
estive threonine
0,579
Triptofano digestvel %
Di
g
estive thr
yp
to
f
an
0,184
Colina adicionada, %
Added choline
0,200
Ácido linoléico, %
Linoleic acid
2,110
Sódio, %
Sodium
0,150
1
Composição por kilograma do produto: (Vitamin supplement,
composition per kg of product): Vit. A, 8.000.000 UI; Vit. D
3,
2000000 UI; Vit. E, 15000 mg; Vit. K
3,
1,960 mg; Vit. B
2,
4000 mg;
Vit. B
6,
1000 mg; Vit. ; Ac. Nicotínico (nicotinic acid), 19.800 mg;
Ac. Pantotênico (pantothenic acid), 5350 mg; Ac. Fólico (folic
acid), 200 mg; Se, 250 mg; Co 200 mg; Cu, 4000 mg; Zn, 50.000
mg; I, 1.500 mg; Fe, 20.000 mg; Mn, 32.500 mg; Anti-oxidante
(antioxidant) 10.0000 mg.
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2.2 Ensaio de produção com poedeiras comerciais
Foram utilizadas 200 poedeiras comerciais da linhagem Dekalb White com 30 semanas de
idade, alojadas em gaiolas, medindo 1.00 x 0.40 x 0.45cm. Foram selecionadas 200 poedeiras
comerciais da linhagem Dekalb White com 30 semanas de idade, por peso e produção no início do
experimento, para se obter a maior uniformidade entre as parcelas experimentais. Após a seleção,
cada ave recebeu uma identificação com numeração no tarso, para se ter maior controle sobre as
aves.
As aves foram distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado (DIC), com cinco
tratamentos e cinco repetições de oito aves cada. Os tratamentos consistiram de 0, 2, 4, 6 e 8% de
inclusão do resíduo de goiaba nas rações experimentais. O período experimental foi de 63 dias, de
nove de outubro a 11 de dezembro de 2006, divididos em três períodos de 21 dias cada (Períodos 1,
2 e 3 com 30 à 33, 33 à 36 e 36 à 39 semanas de idade, respectivamente). Precedido de um período
de adaptação de 15 dias.
Os parâmetros de desempenho avaliados foram: percentagem de postura, peso médio dos
ovos, massa de ovos. Através do total fornecido e das sobras da ração dos comedouros, colhidas
semanalmente, obteve-se o consumo de ração, sendo possível estimar a conversão alimentar por
dúzia de ovos e a conversão alimentar por massa de ovos produzida, a eficiência energética e
protéica.
As rações foram calculadas de acordo com a composição dos alimentos das Tabelas de
Rostagno et al. (2005), exceto, para os teores de proteína bruta do milho, farelo de soja e resíduo de
goiaba, que foram analisados no Laboratório de Nutrição Animal da UFRPE, onde, obtiveram-se os
seguintes valores: 8,32, 45,99 e 9,48%, respectivamente. Quanto aos teores de energia metabolizável
aparente corrigida dos ingredientes: milho, farelo de soja e óleo de soja foi determinado em ensaios
de metabolismo com poedeiras comerciais realizados por Silva et al. (2007), tendo os seguintes
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valores 3.384, 2.433 e 8.313 kcal/kg respectivamente. A energia metabolizável do resíduo de goiaba
utilizada para formulação das rações experimentais, foi obtida no ensaio 1.
A composição química e energética do resíduo de goiaba utilizado no presente experimento
está apresentada na Tabela 2. A composição química do resíduo utilizado foi a seguinte: 90,81% de
matéria seca, 9,48 % de proteína bruta, 10,83% de extrato etéreo, 60,08% de fibra bruta, 78,96% de
fibra em detergente neutro, 63,61% de fibra em detergente ácido, 2,38% de matéria mineral e
5,313% de energia bruta, e a composição percentual e níveis nutricionais das dietas experimentais
estão apresentados na Tabela 3.
A quantidade de ração fornecida foi de 120g/ave/dia, enquanto que a água foi fornecida ad
libitum em bebedouros automáticos, tipo copinho. Durante o período experimental as aves
receberam 17 horas de luz (natural + artificial). A temperatura e umidade relativa do ar no interior do
galpão foram registradas diariamente com auxílio de um termômetro digital às 17 horas, obtendo-se
uma média de 26.9°C e 68,8%, respectivamente.
2.3 Características dos ovos de poedeiras comerciais
Os parâmetros avaliados das características dos ovos foram: peso do ovo, peso da gema, peso
da casca, peso do albúmen, espessura da casca, coloração da gema, percentagem da gema, da casca e
do albúmen.
Os ovos foram coletados no período da manhã e colocados em bandejas devidamente
identificadas com o respectivo tratamento e repetição. Ao final da tarde foram pesados por parcela
para obtenção do peso médio.
Para avaliação das características dos ovos, uma vez na semana foram coletados quatro ovos
por parcela, ou seja, vinte ovos por tratamento. Esses ovos foram identificados com os devidos
tratamentos e repetições, em seguida, encaminhados ao Laboratório de Nutrição Animal da UFRPE,
e pesados um a um em balança analítica de precisão de 0,01g.
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Tabela 2 – Composição energética do resíduo de goiaba, na matéria natural.
Table 2 – Chemical composition of the guava waste, air basis
Componentes físico-químicos Unidade
Matéria Seca
1
, % 90,81
Energia Metabolizável
2
, Kcal/kg 1882
Energia Bruta
2
, kcal/kg 5313
Fibra Bruta
1
, % 60,08
Fibra em Detergente Neutro
1
, % 78,96
Fibra em Detergente Ácido
1
, % 63,61
Lignina
5
,% 18,5
Matéria Mineral
1
, % 2,38
Fósforo total
1
, % 0,11
Fósforo disponível
4
, % 0,037
Cálcio
1
, % 0,025
Gordura
1
, % 12,89
Ácido Linoléico
3
, % 9,67
Ácido Oléico
3
,% 1,4
Ácido Palmítico
3
% 0,81
Diâmetro geométrico médio
Densidade
6
, g/l 576,32
Proteína Bruta
1
, % 9,48
Aminoácidos
2
, % :
Metionina 0,17
Cistina 0,32
Metionina + Cistina 0,49
Lisina 0,16
Treonina 0,23
Arginina 1,47
Isoleucina 0,32
Leucina 0,71
Valina 0,39
Histidina 0,25
Fenilalanina 0,44
Glicina 0,85
Serina 0,42
Prolina 0,30
Alanina 0,35
Ácido Aspartâmico 0,97
Ácido Glutâmico 1,91
1
Valores analisados no Laboratório de Nutrição Animal da
UFRPE;
2
Valores analisados pela Empresa Degussa;
3
Valores
estimados a partir do trabalho de Prasad et al. (1994);
4
Valor
estimado em 33% da disponibilidade de fósforo total;
5
Valor
determinado por Silva (1999);
6
Densidade determinada de
acordo com a metodologia de Silva et al.(2006).
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Logo após a pesagem, foram quebrados em uma superfície plana, utilizando-se o leque
colorimétrico da ROCHE, para observar os escores de coloração das gemas. Essas gemas, em
seguida, também, foram pesadas em balança de precisão.
As cascas foram lavadas cuidadosamente e colocadas para secar ao ar por cerca de três dias,
após esse período, com um paquímetro digital, foram medidas as espessuras e pesadas em balança de
precisão. Com os respectivos pesos da gema, da casca e do ovo, obteve-se o peso do albúmen, por
diferença.
Tabela 3 Composição Percentual e níveis nutricionais das dietas experimentais.
Table 3 – Percentual composition and nutrition level of the experiment diet.
Ingredientes, % T1 T2 T3 T4 T5
Milho 63,637 60,931 58,218 55,506 52,795
Farelo de Soja 25,190 25,269 25,349 25,429 25,508
Farelo de Goiaba 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
Óleo de Soja 0,314 0,940 1,569 2,197 2,825
Fosfato Bicálcico 1,372 1,378 1,384 1,392 1,40
Calcário calcítico 8,814 8,809 8,806 8,802 8,798
Sal Comum 0,333 0,334 0,336 0,337 0,338
DL-Metionina 99 0,205 0,204 0,203 0,202 0,201
Supl. Vitamínico e Mineral
1
0,100 0,100 0,100 0,100 0,100
Cloreto de colina 60% 0,035 0,035 0,035 0,035 0,035
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Níveis Calculados
Energia Metabolizável, kcal/kg 2800 2800 2800 2800 2800
Proteína Bruta, % 17,00 17,00 17,00 17,00 17,00
Cálcio, % 3,80 3,80 3,80 3,80 3,80
Fósforo disponível , % 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35
Metionina, % 0,47 0,47 0,48 0,48 0,48
Metionina+cistina, % 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75
Lisina, % 0,85 0,85 0,85 0,85 0,85
Treonina, % 0,65 0,65 0,65 0,64 0,63
Triptofano, % 0,20 0,19 0,19 0,18 0,17
Sódio, % 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15
Gordura, % 3,03 4,36 4,51 5,25 5,99
Ácido Linoléico, % 1,50 3,31 5,14 6,94 8,76
Fibra Bruta, % 2,46 3,60 4,67 593 7,1
1
Níveis de garantia por kg de produto: Vit.A 8000000UI, Vit.D3 2000000UI, Vit.E 15000mg, Vit.K3 1960mg, Vit.B2 4000mg, Vit.B6 1000mg,
Niacina 19800mg, Ácido Pantotênico 5350mg, Ácido Fólico 200mg, Biotina –mg, Manganês 32500mg, Zinco 50000mg, Ferro 20000mg, Cobre
4000mg, Iodo 1500mg, Selênio 250mg, Cobalto 200mg, Anti-oxidante 100000mg, Veículo Q.S.P. 1000g.
2.4 Análises estatísticas
As variáveis CMMS, EMA, EMAn e CMEB foram submetidas à análise de estatística
descritiva, já os resultados de desempenho zootécnico e características de ovos produzidos foram
submetidos à análise de variância e as suas médias comparadas ao teste de Dunett em caso de
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significância pelo teste F (P<0,05). Para o estudo da regressão utilizaram-se apenas os tratamentos
que continham o resíduo nas rações (2, 4, 6 e 8%). As análises foram realizadas utilizando-se o
programa computacional SISVAR – Sistema de análises estatísticas DEX/UFLA (FERREIRA,
2003).
3.0 RESULTADOS
3.1 Ensaio de metabolismo
Na Tabela 4, estão apresentados os valores de energia metabolizável para as rações e resíduo de
goiaba. O valor da energia metabolizável aparente corrigida para o balanço de nitrogênio,
determinado para ração referência foi 25cal inferior ao calculado.
Tabela 4. Valores de energia metabolizável aparente (EMA), energia metabolizável aparente
corrigida para o balanço de nitrogênio (EMAn) e coeficiente de metabolização da matéria seca
(CMMS) e da energia bruta (CMEB) expressos com base na matéria natural.
Table 4.
Apparent metabolizable energy (AME), apparent metabolizable energy corrected for nitrogen excretion (AMEn), dry
matter coefficient of metabolizable (DMCM), and crude energy coefficient of metabolic (CECM).
EMA EMAn CMMS CMEB
Tratamentos
Kcal/kg Kcal/kg % %
Ração referência 2940 2775 74,97 81,71
Ração teste 2659 2547 60,44 60,86
Resíduo de goiaba 1882 1900 22,67 40,82
3.2 Ensaio de produção com poedeiras comerciais
As médias de consumo de ração, proteína e energia em cada ciclo e durante todo período
experimental encontram-se na Tabela 5. Estes parâmetros apresentaram efeito linear apenas no
primeiro período experimental conforme a equação para ingestão de ração Ŷ= 106.775+0.662X (R
2
= 67.47%), ou seja, a cada 1% de inclusão do resíduo de goiaba, houve aumento de 0.663 no
consumo (g/ave/dia). Neste período, as aves alimentadas com a ração referência consumiram menor
quantidade de ração e, consequentemente, de proteína bruta (Ŷ=18.152+0.113X, R
2
= 67.46%) e
energia metabolizável (Ŷ= 298.972 + 1.855X, R
2
= 67.47%). Não houve diferença significativa entre
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os tratamentos para percentagem de postura e para massa de ovos (Tabela 6). Já para o peso médio
dos ovos, observou-se diferença estatística no terceiro período experimental (36 à 39 semanas),
onde, pode se observar que o menor peso dos ovos foi quando se utilizou o nível de inclusão de
4,99% do resíduo de goiaba nas dietas, segundo a equação: Ŷ= 68.015–2.033X+0.203X
2
(R
2
=98.64%).
Tabela 5. Consumo de ração, energia e proteína.
Table 5
Means of the consumption of feed, protein and energy.
Nível de inclusão, % F CV,% Equação P
0 2 4 6 8
Períodos
Experimentais
Consumo de ração, g/ave/dia
30 à 33 sem. 106,436
a
109,186
a
107,752
a
110,847
b
112,572
b
5,539* 2,11 Ŷ=106,776+0,663X 0,006**
33 à 36 sem, 107,528 111,718 110,435 112,528 112,035 2,885
NS
2,39 Ŷ = 111,679 NS
36 à 39 sem, 106,558 111,806 109,024 113,669 111,699 1,615
NS
4,42 Ŷ = 111,549 NS
30 à 39 sem, 106,841 110,903 109,070 112,348 112,102 4,751
2,15 Ŷ = 111,106 NS
Consumo de energia, g/ave/dia
30 à 33 sem, 298,020 305,720 301,705 310,372 315,201 5,539 2,11 Ŷ=298,972+1,855X 0,006**
33 à 36 sem, 301,079 312,811 309,218 315,078 313,699 2,885 2,39 Ŷ = 312,702 NS
36 à 39 sem, 298,363 313,057 305,266 318,273 312,758 1,615 4,42 Ŷ = 312,339 NS
30 à 39 sem, 299,154 310,529 305,397 314,574 313,886 4,751 2,15 Ŷ = 311,097 NS
Consumo de Proteína, g/ave/dia
30 à 33 sem, 18,094 18,562 18,318 18,844 19,137 5,542 2,11 Ŷ=18,152+0,113X 0,006**
33 à 36 sem, 18,280 18,992 18,774 19,130 19,046 2,887 2,39 Ŷ = 18,985 NS
36 à 39 sem, 18,115 19,007 18,534 19,324 18,989 1,615 4,42 Ŷ = 18,963 NS
30 à 39 sem, 18,163 18,854 18,542 19,099 19,057 4,753 2,15 Ŷ = 18,888 NS
Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente pelo Teste de Dunnett,
NS - não significativo,
*Significativo a 5% de probabilidade (P<0,05)
**
Significativo a 1% de probabilidade (P<0,01)
F, valor de F
CV, coeficiente de variação (%)
P, probabilidade
Conforme se adicionou o resíduo de goiaba, incluiu-se óleo de soja, devido à baixa densidade
energética do resíduo. No nível máximo de inclusão do resíduo de goiaba, observou-se um
incremento de 1,4 g no peso dos ovos, quando comparado com a ração referência, que pode ser visto
na Tabela 6.
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
Quanto aos parâmetros conversão alimentar por massa de ovos, por dúzia de ovos produzida,
eficiência energética e protéica não se constatou diferença significativa entre os tratamentos nos
períodos experimentais, conforme observados na Tabela 7.
Tabela 6. Médias da postura, peso médio e massa de ovos produzida.
Table6. Averages of the egg production, weight of eggs and egg mass produced.
Nível de inclusão, % F CV Equação P
0 2 4 6 8
Períodos
Experimentais
Percentagem de postura, %
30 à 33 sem, 96,896
93,571 95,186 96,824 96,059 1,370
NS
2,75 Ŷ = 95,410
NS
33 à 36 sem, 93,138
95,924 97,284 97,161 96,841 2,495
NS
2,54 Ŷ = 96,802 NS
36 à 39 sem, 93,231 93,870 94,774 96,361 94,889 0,742
NS
3,25 Ŷ = 94,973 NS
30 à 39 sem, 94,422 94,455 95,748 96,782 95,930 1,428
NS
1,99 Ŷ = 95,728 NS
Peso médio dos ovos, g
30 à 33 sem, 63,725 63,868 63,129 62,767 63,589 0,662
NS
1,98 Ŷ= 63,338 NS
33 à 36 sem, 63,036 64,604 64,684 64,115 64,987 0,996
NS
2,67 Ŷ = 64,597 NS
36 à 39 sem, 63,331
a
64,806
a
63,011
a
63,272
a
64,735
a
1,560* 2,43
Ŷ=68,015-
2,033X+0,203X
2
0,037*
30 à 39 sem, 63,364 64,426 63,608 63,385 64,437 0,793
NS
2,14 Ŷ = 63,963 NS
Massa de ovos, g/ave/dia
30 à 33 sem, 61,235
59,724 60,081 60,761 61,084 0,679
NS
2,92 Ŷ = 60,095 NS
33 à 36 sem, 58,141
61,940 62,922 62,281 62,938 4,884
NS
3,29 Ŷ = 62,520 NS
36 à 39 sem, 58,485
60,887 59,759 60,953 61,403 0,951
NS
4,49 Ŷ = 60,750 NS
30 à 39 sem, 59,287 60,850 60,921 61,332 61,808 1,596
NS
2,76 Ŷ = 61,227 NS
Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente pelo Teste de Dunnett,
NS - não significativo,
*Significativo a 5% de probabilidade (P<0,05)
F, valor de F
CV, coeficiente de variação (%)
P, probabilidade
3.3 Características dos ovos de poedeiras comerciais
Os parâmetros de indicadores de qualidade externa do ovo, peso da casca, percentagem e
espessura da casca estão apresentados na Tabela 8. Com base nos dados obtidos, os níveis de
inclusão do resíduo de goiaba observou-se que não apresentaram nenhum efeito sobre estas
características. Exceto para espessura da casca, no segundo período experimental, que apresentou
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
efeito linear decrescente com aumento do resíduo de goiaba (Ŷ=43,566–0,340X, R
2
= 94,20%), No
entanto, este efeito não se expressou no ciclo total.
Tabela 7. Conversão alimentar por massa de ovo, por dúzia de ovos produzida, eficiência energética
e protéica.
Table 7.
Means of the feed conversion for egg mass produce, feed conversion for dozen of eggs, efficiency energetic and protein
Nível de inclusão, % F CV Equação P
0 2 4 6 8
Períodos
Experimentais
Conversão alimentar, g/g
30 à 33 sem, 1,738
1,830 1,795 1,825 1,831 3,136
NS
1,738
Ŷ = 1,830 NS
33 à 36 sem, 1,850
1,787 1,751 1,786 1,783 2,700
NS
1,850
Ŷ = 1,787 NS
36 à 39 sem, 1,822
1,795 1,813 1,794 1,808 0,153
NS
1,822
Ŷ = 1,795 NS
30 à 39 sem, 1,803
1,804 1,786 1,802 1,807 0,204
NS
1,803
Ŷ = 1,804 NS
Conversão alimentar, kg/dúzia
30 à 33 sem, 1,329
1,391 1,359 1,348 1,384 1,729
NS
3,21 Ŷ = 1,371 NS
33 à 36 sem, 1,376
1,385 1,359 1,334 1,389 0,563
NS
4,93 Ŷ = 1,367 NS
36 à 39 sem, 1,332
1,394 1,367 1,365 1,412 2,026
NS
3,50 Ŷ = 1,385 NS
30 à 39 sem, 1,346
1,390 1,362 1,349 1,395 1,585
NS
2,99 Ŷ = 1,374
NS
Eficiência energética (kcal/g de ovo)
30 à 33 sem, 4,866 5,122 5,025 5,109 5,165 3,552
NS
2,78 Ŷ = 5,105 NS
33 à 36 sem, 5,180 5,053 4,914 5,061 4,991 2,414
NS
2,80 Ŷ = 5,005 NS
36 à 39 sem, 5,101 5,155 5,118 5,228 5,501 0,155
NS
5,93 Ŷ = 5,150 NS
30 à 39 sem, 5,046 5,106 5,014 5,132 5,084 0,525
NS
2,86 Ŷ = 5,084 NS
Eficiência protéica (g de PB/g de ovo)
30 à 33 sem, 0,295 0,311 0,305 0,310 0,314 3,696
NS
2,74 Ŷ = 0,310 NS
33 à 36 sem, 0,314 0,307 0,298 0,307 0,303 2,377
NS
2,81 Ŷ = 0,304 NS
36 à 39 sem, 0,310 0,313 0,311 0,317 0,309 0,155
NS
5,92 Ŷ = 0,313 NS
30 à 39 sem, 0,306 0,310 0,304 0,311 0,308 0,534
NS
2,83 Ŷ = 0,309 NS
Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente pelo Teste de Dunnett,
NS - não significativo,
F, valor de F
CV, coeficiente de variação (%)
P, probabilidade
Para os parâmetros de qualidade interna do ovo, a avaliação do albúmen, expresso em
percentual, revelou na Tabela 9,que o aumento dos níveis de resíduo de goiaba na dieta influenciou
negativamente o percentual de albúmen em todos os ciclos experimentais, conforme as equações
geradas com os níveis de inclusão do resíduo: Ŷ=67,27-0,17X, R
2
=72,72% para o primeiro ciclo;
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
Ŷ=67,10-0,12X, R
2
= 91,27% para primeiro segundo e Ŷ=67,48-0,4X, R
2
=87,58% para o terceiro
ciclo. A maior redução foi verificada na fase compreendida entre a 36 à 39 semanas (terceiro ciclo),
onde a cada 1% de inclusão do resíduo de goiaba na dieta, reduziu 0,40% do albúmen, importante
reserva protéica do ovo. Para o peso do albúmen nem o teste de Dunnett nem a regressão com níveis
de inclusão acusaram efeito em nenhum ciclo.
Tabela 8. Médias de peso da casca, percentagem da casca e espessura da casca.
Table 8
Average of the weight shell, percentage of shell and thickness of shell.
Nível de inclusão, % F CV Equação P
0 2 4 6 8
Períodos
Experimentais
Peso da casca, g
30 à 33 sem, 6,216 6,156 6,170 5,958 6,160 1,112
NS
3,46 Ŷ = 6,111 NS
33 à 36 sem, 6,158 6,248 6,199 6,233 6,149 0,247
NS
3,21 Ŷ = 6,207 NS
36 à 39 sem, 6,114 6,145 5,991 6,085 6,105 0,364
NS
3,01 Ŷ = 6,081 NS
30 à 39 sem, 6,163 6,183 6,120 6,092 6,138 0,205
NS
2,86 Ŷ = 6,133 NS
Casca, %
30 à 33 sem, 9,497
9,570 9,766 9,524 9,627 1,221
NS
2,25 Ŷ = 9,621 NS
33 à 36 sem, 9,537 9,527 9,322 9,607 9,432 0,637
NS
3,26 Ŷ = 9,472 NS
36 à 39 sem, 9,463 9,506 9,517 9,612 9,451 0,346
NS
2,55 Ŷ = 9,521 NS
30 à 39 sem, 9,499 9,534 9,535 9,581 9,503 0,168
NS
1,87 Ŷ = 9,538 NS
Espessura da casca, 0,01 x 10
-2
mm
30 à 33 sem, 44,983 46,479 44,433 46,048 47,233 1,042
NS
5,40 Ŷ = 46,048 NS
33 à 36 sem, 45,117
a
42,958
a
41,967
b
41,792
b
40,750
b
9,278* 2,85 Ŷ=43,57-0,34X 0,02*
36 à 39 sem, 42,650 44,100 44,563 43,941 44,350 1,615
NS
3,00 Ŷ = 44,238
NS
30 à 39 sem, 44,250 44,513 43,654 43,927 44,111 0,537
NS
225 Ŷ = 44,050 NS
Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, difere estatisticamente pelo Teste de Dunnett
NS - não significativo
*Significativo a 5% de probabilidade (P<0,05)
F, valor de F
CV, coeficiente de variação
P, probabilidade
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
Tabela 9. Médias de peso e percentagem de albúmen.
Table 9
Averages of weight and percentage of the albumen,
Nível de inclusão, % F CV Equação P
Períodos
Experimentais
0 2 4 6 8
Peso de albúmen, g
30 à 33 sem, 43,711 43,185 42,241 41,324 42,403 1,72
NS
3,67 Ŷ = 42,288 NS
33 à 36 sem, 42,958 43,884 43,195 42,723 42,879 0,30
NS
4,26 Ŷ = 43,170 NS
36 à 39 sem, 42,988 42,970 41,729 41,575 41,290 1,14
NS
4,02 Ŷ = 41,890 NS
30 à 39 sem, 43,219 43,346 42,388 41,874 42,190 1,12
NS
3,22 Ŷ = 42,449 NS
Albúmen, %
30 à 33 sem, 66,782
a
66,960
a
66,711
a
65,930
a
66,084
a
2,00* 1,09 Ŷ=67,27-0,17X 0,03*
33 à 36 sem, 66,520
a
66,778
a
66,317
a
65,695
a
65,667
a
2,72* 1,02 Ŷ=67,10-0,12X 0,01*
36 à 39 sem, 66,512
a
66,424
a
66,072
a
65,566
a
63,947
b
3,60* 1,88 Ŷ=67,48-0,40X 0,01*
30 à 39 sem, 66,604
a
66,721
a
66,367
a
65,731
a
65,232
b
5,38** 0,92 Ŷ=67,29-0,25X 0,001**
Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente pelo Teste de Dunnett,
NS - não significativo,
*Significativo a 5% de probabilidade (P<0,05)
**
Significativo a 1% de probabilidade (P<0,01)
F, valor de F
CV, coeficiente de variação (%)
P, probabilidade
Na Tabela 10, observa-se os parâmetros peso, percentual e coloração da gema. Em todos os
períodos experimentais, inclusive o período total, houve diferença estatística, com a inclusão do
farelo de goiaba, houve um acréscimo de 0,089, 0,127 e 0,126g no peso da gema, para os períodos 1,
2, e geral respectivamente. No terceiro período observou-se que o menor peso de gema foi quando se
forneceu 3,786% de inclusão do farelo supracitado, conforme a equação: Ŷ = 16,248 – 0,505X +
0,067X
2
, R
2
=97,61%. Para percentagem de gema, houve efeito linear em todos os períodos,
revelando acréscimo de 0,171; 0,203; 0,245 e 0,202 para os períodos 1, 2, 3 e total, respectivamente.
Analisando coloração da gema, também, houve diferença estatística no segundo período
experimental, sendo o maior escore para a referida coloração quando se utilizou 5,46% de inclusão
do farelo de goiaba,
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
Tabela 10. Médias de peso, percentagem e coloração da gema.
Table 10
Averages of weight, percentage the egg yolk, and yolk color,
Nível de inclusão, % F CV Equação P
0 2 4 6 8
Períodos
Experimentais
Peso da gema, g
30 à 33 sem, 15,509
a
15,097
a
14,835
b
15,319
a
15,535
a
2,921* 2,53 Ŷ=14,747+0,09X 0,039*
33 à 36 sem, 15,450
a
15,456
a
15,784
a
16,026
a
16,223
b
4,710** 2,24 Ŷ=15,236+0,13X 0,001**
36 à 39 sem, 15,517
a
15,536
a
15,201
a
15,714
a
16,446
b
4,836* 3,01 Ŷ=16,248-0,51X+0,07X
2
0,018*
30 à 39 sem, 15,492
a
15,363
a
15,273
a
15,686
a
16,068
b
4,917** 2,04 Ŷ=14,97+0,13X 0,001
Gema, %
30 à 33 sem, 23,721
a
23,487
a
23,523
a
24,546
a
24,289
a
2,554* 2,79 Ŷ= 23,10+0,171X 0,021*
33 à 36 sem, 23,943
a
23,731
a
24,134
a
24,698
a
24,902
a
3,197** 2,57 Ŷ= 23,35+0,204X 0,004**
36 à 39 sem, 24,025
a
24,070
a
24,103
a
24,822
a
25,463
b
3,063* 3,30 Ŷ = 23,39+0,245X 0,012*
30 à 39 sem, 23,896
a
23,762
a
23,920
a
24,689
a
24,885
b
4,213** 2,32 Ŷ = 23,28+0,207X 0,002**
Coloração da gema, escore
30 à 33 sem, 5,175 5,333 5,492 5,367 5,525 2,548
NS
3,63 Ŷ = 5,429 NS
33 à 36 sem, 5,192
a
5,508
b
5,475
b
5,317
a
5,483
b
6,170* 2,28 Ŷ= 5,75-0,14X+0,013X
2
0,027*
36 à 39 sem, 5,963 5,788 5,838 5,963 5,938 1,386
NS
3,28 Y = 5,881 NS
30 à 39 sem, 5,443 5,543 5,601 5,549 5,649 2,890
NS
1,82 Y = 5,585 NS
Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente pelo Teste de Dunnett,
NS - não significativo,
*Significativo a 5% de probabilidade (P<0,05)
**
Significativo a 1% de probabilidade (P<0,01)
F, valor de F
CV, coeficiente de variação (%)
P, probabilidade
4.0 DISCUSSÃO
4,1 Ensaio de metabolismo
As diferenças encontradas entre o valor calculado e determinado para energia metabolizável da
ração exibem os efeitos oriundos dos diferentes tipos de solo, processamento e, sobretudo
armazenagem, no que se refere ao milho e farelo de soja dessa ração. Além disso, são utilizadas
matrizes nutricionais com valores tabelados, seja nacional (Rostagno et al., 2005) ou internacional
(NRC, 1994), valores de energia metabolizável determinados com frangos de corte em crescimento.
No entanto, sabe-se que aves com idade avançada apresentam maior capacidade de metabolização
dos nutrientes, conforme Lima et al. (1989). Assim, foi verificado que os valores de energia
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
metabolizável do resíduo de goiaba, se situaram acima dos valores encontrados por Silva et al.
(2005), que incluíram 20% do resíduo de goiaba na ração de frangos de corte em crescimento. A
diferença verificada foi de 712cal e pode ser atribuída à categoria da ave.
A baixa metabolização da matéria seca observada é significativamente influenciada pelo conteúdo
de fibra encontrado no resíduo, e a diferença entre o coeficiente de metabolização da matéria seca e
da energia bruta, situa-se na fração lipídica do resíduo de goiaba, promovido pelos efeitos extra
calóricos. A ave utiliza forma mais eficiente à gordura quando é administrada via dieta, pois às vias
anabólicas que utilizam precursores da acetil CoA, têm segundo Correia e Correia (1985), um maior
gasto energético, com isso, a ave dispõe de mais energia para os propósitos produtivos (Franco,
1992).
4,2 Ensaio de produção com poedeiras comerciais
O aumento verificado no consumo de ração, proteína e energia no primeiro ciclo de
produção, pode ter sido influenciado por ajustes fisiológicos ocorridos no inicio do experimento,
frente à mudança nos níveis e relações dos nutrientes das rações, especialmente, para os níveis de
maiores inclusão do resíduo de goiaba, teve como conseqüência níveis maiores de fibra nas dietas,
bem como de gordura.
A relação gordura/fibra passou de 1,23 na ração referência, para 0,84 no nível máximo de
inclusão do resíduo de goiaba. Estas frações químicas desempenham papéis fisiológicos diferentes
no trato gastrintestinal, no que se refere aos efeitos sobre a taxa de passagem do alimento no trato.
Conforme Swenson e Reece (1996), a gordura promove efeito estimulante na liberação do
hormônio colicistoquinina, por sua vez, este homônimo age diminuindo a motilidade e,
consequentemente, a velocidade de esvaziamento do trato. De forma contrária, a fibra presente na
dieta de aves, ao passar pelo trato digestório pode levar a uma diminuição no tempo de passagem da
digesta, primariamente causada pela ação física sobre o epitélio do gastrintestinal, que se reflete num
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
aumento na motilidade. O aumento compensatório no consumo é relatado por Warpechowski (1996)
quando se oferta maior quantidade de fibra na dieta, dada à diluição nos componentes nutritivos da
dieta provocado por esta fração.
Estes fatores interagem sinergicamente e, possivelmente, contribuíram para o comportamento
linear apresentados para o consumo de ração, proteína e energia nas três semanas iniciais
experimentais, Ao passo que após este período as aves passaram a regular o consumo, de forma que
não foi verificado influência nos demais períodos, bem como no ciclo todo.
São escassos os trabalhos com resíduo de goiaba, contudo, Braga et al. (2005), trabalhando
com farelo de coco, ingrediente com características semelhantes ao resíduo de goiaba, no tocante ao
conteúdo de fibra, obtiveram efeito contrário ao apresentado, ou seja, houve redução no consumo. A
explicação para este comportamento foi pautada nos efeitos da fibra sobre a densidade da ração e
capacidade de absorção de água, refletidos sobre o volume ocupado, limitando a ingestão do
alimento e da taxa de passagem.
A porcentagem de postura e massa de ovos não foi afetada pelos níveis dos tratamentos
aplicados, Braga et al. (2005) ao incluírem o farelo de coco nas dietas de poedeiras comerciais,
observaram redução linear com o aumento da inclusão do farelo de coco na ração. Os níveis de óleo
empregado nas rações experimentais, possivelmente atenuaram os efeitos deletérios da fibra presente
na dieta, pois, as rações formuladas por Braga et al. (2005) continha o nível máximo de 4,5% de
fibra bruta, enquanto, que as da presente pesquisa foram até 7,1%.
O efeito benéfico com inclusão de óleo de soja nos níveis de 2; 4; 6 e 8% observado nas dietas
das aves de segundo ciclo é relatado por Rodrigues et al. (2005), que obtiveram um aumento na
produção e na massa de ovos, sendo que o nível máximo de inclusão (8%) de óleo de soja
apresentou melhor resultado, enquanto, que a menor produção ocorreu quando não houve
suplementação com óleo de soja na ração. O aumento na produção ocorre em virtude da melhor
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
utilização da energia da ração contendo níveis crescentes de óleo, pela diminuição do incremento
calórico, explicam os autores.
Ao se adicionar o resíduo de goiaba, incluiu-se óleo de soja, pelo fato de que o resíduo apresenta
um baixo valor de energia metabolizável, mas a maior parte dessa energia é oriunda de gordura
presente na semente (12,89%), que segundo Prasad e Azeemoddin (1994), deste total, 76,4%
corresponde ao ácido linoléico.
Esta oferta de ácido linoléico, promovida, com a inclusão do resíduo de goiaba, somado ao
quantitativo ofertado pelo óleo de soja (53,93% ácido linoléico) na ração influenciou positivamente
o peso dos ovos, conforme é demonstrado na Tabela 6, uma vez que esta característica em alguns
estudos tem-se mostrado sensível à manipulação do perfil lipídico da dieta (Harms et al., 2000;
Antar et al., 2004; Rabello et al., 2007).
As conversões e eficiências alimentares não foram afetadas pela inclusão do resíduo de goiaba,
desta forma, entende-se que os níveis de inclusão não interferiram nestes parâmetros avaliados, pois
apesar do elevado teor de fibra na ração proporcionados pelos níveis crescentes de inclusão do
resíduo de goiaba, possivelmente, esta maior oferta de fibra não tenha afetado a absorção dos
nutrientes necessários para atender as exigências nutricionais das aves, comportamento semelhante
foi verificado por Braga et al. (2005).
Níveis de fibra maiores do que 68,8% a dieta de poedeiras comerciais segundo Loureiro et al.
(2007) podem interferir na conversão alimentar, pois ao incluir 20%g de resíduo de tomate, elevou o
teor de fibra bruta da ração para 11,3% e, desse modo afetou negativamente as conversões por quilo
e por dúzia de ovo, visto que a ração com maior nível de resíduo (8%) apresentou 7,1%.
4,3 Características dos ovos de poedeiras comerciais
Segundo Kussakawa et al. (1998) a casca é a embalagem natural do ovo, e deve resistir à
postura pela ave, colheita, classificação e transporte, até atingir o consumidor final. Desse modo,
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
tem-se na casca do ovo um importante parâmetro na avaliação de um alimento, salientou Vicenzi
(1996).
A gordura total da ração no nível máximo de inclusão do resíduo de goiaba, foi de 5,99%
com a suplementação de 2,8% de óleo de soja, valor este abaixo dos níveis máximos anunciados por
Hester (1999) de 8 a 12% de óleo na ração. Este limite é preconizado e baseado nos efeitos
deletérios percebidos na qualidade da casca, ou seja, a partir deste limite, pode haver interferência na
absorção de cálcio, através da formação de sabões insolúveis durante a digestão (Griffith et al., 1961;
Waibel & Mraz, 1964; Whitehead et al., 1971; Hester, 1999).
Brito et al. (2005), estudando o desempenho e qualidade dos ovos de poedeiras comerciais
consumindo gérmen integral de milho, esperavam que o aumento dos níveis de gordura e de fibra
das dietas com a inclusão do GIM, resultasse em uma diminuição da disponibilidade de cálcio por
formação de micelas, porém, não foi encontrado efeito significativo para as análises de qualidade de
casca,
Muramatsu et al. (2005) ressaltaram que a espessura da casca apresenta-se como um dos
fatores mais sensíveis aos níveis de óleo na dieta, desta forma foi percebido no segundo ciclo de
postura, uma redução na espessura da casca, Este resultado sinaliza para uma possível limitação da
inclusão do resíduo de goiaba na dieta, devido a sua baixa densidade energética e consequentemente,
a inclusão de óleo de soja em valores elevados (Tabela 8).
Segundo Rabello et al. (2007) a ingestão de proteína bruta é um parâmetro importante na
qualidade do ovo, uma vez que os sólidos do albúmen do ovo são quase inteiramente protéicos, e a
demanda de proteína e aminoácidos é grande, ou seja, uma carência de proteína resultaria num
decréscimo da quantidade de albúmen. Este fato foi percebido à medida que se incluiu o resíduo de
goiaba nas dietas das aves.
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
Fontanari (2006) reporta a ausência de dados, na literatura, a respeito das características da
fração protéica da semente de goiaba, contudo, Lousada Junior et al. (2005), analisaram o resíduo de
goiaba e encontraram no fracionamento da parede celular cerca de 35,2% de nitrogênio insolúvel em
detergente neutro. Com isso, um menor suporte de alguns aminoácidos pode ter ocasionado esta
redução no percentual de albúmen, uma vez que as rações foram formuladas em base de aminoácido
total, por não dispor de informações sobre a digestibilidade da proteína nem dos aminoácidos.
O aumento no tamanho do ovo foi bem demonstrado por Whitehead (1995), verificando que
as concentrações de estradiol plasmático mostraram-se altamente correlacionadas com as mudanças
no peso do ovo, concluindo que o estrógeno é um importante controlador do peso dos ovos, por sua
vez, mediado pela ação das gorduras no metabolismo do estrogênio.
Os tratamentos aplicados disponibilizaram: 2,21; 3,43; 4,63 e 5,84 vezes mais ácido
linoléico, respectivamente p/ os tratamentos com2, 4, 6 e 8%, e esta maior disponibilidade lipídica
no fígado pode influenciar os constituintes da gema, ao passo que, qualquer alteração na fisiologia
hepática pode repercutir na composição do ovo segundo Cotta (2002). Conforme, já dito, o resíduo
de goiaba apresenta 12,89% de gordura e 9,76% de acido linoléico, explicando o aumento na gema
do ovo, em função dos níveis crescentes desse resíduo nas dietas, o que pode ser observado na
Tabela 10.
Estes resultados são consoantes aos de Grobas et al. (1999a), onde afirmam que o peso do
ovo está em função de vários fatores dietéticos como proteína, metionina, lisina, gordura, energia e
ácido linoléico, Brito et al. (2005) citam que encontraram vários trabalhos relacionando o tamanho
com o aumento do conteúdo de ácidos graxos, devido à inclusão de ingredientes ricos em gordura na
dieta, com o aumento do peso e volume da gema.
5.0 CONCLUSÃO
GUIMARÃES, A. A. S. Utilização do Resíduo de Goiaba (Psidium guajava L.)...
O farelo de goiaba é um resíduo de baixo custo, disponível na região nordeste, podendo ser
utilizado como ingrediente alternativo das rações de poedeiras comerciais, até 8% de inclusão.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia do Estado de
Pernambuco (FACEPE) pelo financiamento da pesquisa; à Empresa Palmeiron – ASA – Indústria e
Comércio pela doação do resíduo de goiaba; à Empresa Degussa pelas análises de aminoácidos e ao
Centro de Formação de Tecnólogos da Universidade Federal da Paraíba – Campus de Bananeiras,
pela doação das aves de postura e a UNIAVE Comércio e Indústria do Nordeste Ltda.
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