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Para Andrade & Rossetti (2006), é fundamental que se disponibilizem
informações de qualidade, que se formalizem conceitos adequados e úteis para
a boa governança das corporações e se construam modelos funcionais e
eficazes de alta gestão. Haja vista as ocorrências registradas no início do século
XXI, que abalaram, nos mercados mais desenvolvidos, a confiança no mundo
corporativo. Somente nos Estados Unidos, entre 1999 e 2002, a desprecificação
das ações foi de US$ 5,6 trilhões. O valor de mercado das companhias listadas
na bolsa, que havia subido de US$ 3,1 trilhões em 1990, para US$ 16,7 trilhões
em 1999, recuou para US$ 11,1 trilhões em 2002. Observa-se que essa mesma
trajetória não foi diferente nos países europeus e asiáticos, conforme
levantamento realizado por Andrade & Rossetti (2006).
Nesse cenário a governança corporativa fortalece-se, como proposta
para salvaguardar os interesses dos investidores e desenvolvimento seguro
das companhias. Evidentemente, que não se trata de uma proposta que,
isoladamente, evitará sobre e subprecificação, dilapidação de patrimônios
pessoais e coletivos, destruição de valor e movimentos históricos de ascensão
e queda de grandes empreendimentos.
Para corroborar a importância da governança corporativa podemos citar
a recuperação dos mercados no triênio 2003-2005, período no qual as práticas
de boa governança passaram a ser amplamente consideradas, em função da
força do ativismo de investidores e de novos e rigorosos institutos legais, como
a Lei Sarbanes-Oxley, cujas exigências tendem a ser mundialmente adotadas,
tendo em vista o processo de integração de mercados e a expressiva presença
de companhias estrangeiras nas bolsas norte-americanas.
A Lei Sarbanes-Oxley foi criada, nos EUA, para desencorajar as
alegações de desconhecimento, por meio de várias medidas que intensificam
as conferências internas e aumentam a responsabilidade dos executivos. A
medida procura melhorar a transparência nos relatórios contábeis e reforçar a
supervisão dos executivos pelos Conselhos e requer, dentre outras medidas,
que os executivos seniores das empresas relacionadas nas bolsas de valores