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A maioria dos estudos da literatura, com avaliação radiológica limitada a uma única
incidência para avaliação do ICT, tem afirmado que a RXT e o ECG, separadamente,
apresentam valor muito limitado no diagnóstico da HVE (NUNEZ et al., 1987;
IACOVINO, 1992; SQUIRE, 1964; OSBORN e ABRAMS, 1987; UNDERLEIDER e
CLARK, 1938; DRAYER e ZEGARELLI, 1987; SAVAGE et al., 1987 apud
KRISTENSEN, 1989; SIEGEL, 1991; MILLER et al., 1988; LEVY et al., 1990; KANNEL
e COBB, 1992). Entretanto, o emprego conjunto de ambos poderia ser um bom método
diagnóstico de HVE em um nível de atenção primária.
Atualmente, a utilização do Eco é inviável em atenção primária, particularmente
devido à limitação econômica deste recurso, assim como pela alta prevalência de HA. No
Brasil, por exemplo, salvo exceções como hospitais ligados às universidades públicas, este
exame é inacessível aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Estes problemas são
pertinentes não só ao nosso meio (países subdesenvolvidos) mas também têm sido relatados
no primeiro mundo (CÍA et al., 1990; GABÁS et al., 1992). Em 1992, estudando os
métodos para o diagnósticos de HVE em pacientes hipertensos na Espanha, GABÁS e
colaboradores referiram que, em seu meio de atenção primária, a Eco resulta num método
diagnóstico inacessível e caro, devendo-se reservar para pacientes nos quais se suspeite de
alguma cardiopatia primária ou secundária. O emprego conjunto de critérios
eletrocardiográficos e radiológicos poderia ser considerado como um método mais
aceitável. (GABÁS et al., 1992).
No presente estudo, foi observado também que o RXT apresenta baixa sensibilidade
na detecção do aumento do AE, cujo aumento se correlaciona significativamente com a
MVE. Apesar da baixa sensibilidade na detecção de HVE pelo ECG, inferior a obtida por
outros estudos da literatura, a associação do ECG com a RXT aumentou esta sensibilidade