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comportamento estimule sexualmente as fêmeas. Para quelônios este comportamento
foi descrito em Kinosternon scorpioides (Sexton, 1960), Chrysemys scripta (Davis &
Jackson, 1973), Podocnemis vogli (Ramo, 1982), Sternotherus minor (Bels & Crama,
1994) e Phrynops geoffroanus (Molina, 1996a,b).
A base olfativa relaciona-se principalmente com os sinais químicos, os quais
parecem revelar aos machos, a espécie do indivíduo examinado (Carpenter, 1980), o
sexo (Mahmoud, 1967, Carpenter, 1980) e o grau de receptividade das fêmeas (Stacey
et al., 1986), percebido por meio de inspeções olfativas da cloaca das mesmas.
Durante os experimentos, notei que em algumas ocasiões o macho não realiza a
olfação e parte direto para tentativa de copula. Este comportamento “direto” também foi
descrito para Phrynops geoffroanus (Molina, 1996ab) e Kinosternon flavescens
flavescens (Lardie, 1975). Em Acanthochelys pallidipectoris a olfação é muito rápida
(Horne, 1993) e em Platemys platycephala nem existe (Harding, 1983).
O comportamento do macho em “ir direto” para os movimentos pré-cópula (sem
olfação aparente) não parece ter sido ao acaso, porque ele poderia encontrar outro
macho, como de fato ocorreu algumas vezes, mas parece ter sido uma aproximação
certeira. Este comportamento permite a formulação de algumas hipóteses interessantes
sobre a biologia reprodutiva dos quelônios, com a premissa de que a aproximação sem
olfação não é aleatória: i) os machos podem sentir o cheiro da fêmea sem precisar
encostar à narina no corpo desta, ii) a decisão do macho pode ser tomada com base
em estímulos visuais da fêmea, iii) ambos os sexos podem emitir algum tipo de sinal
não olfativo e não visual.
Com relação à primeira hipótese, é provável que os machos possam detectar as
fêmeas à distância, através de receptores olfativos para odores específicos, como