INTRODUÇÂO
O presente trabalho analisa a política africana do Brasil, examinando suas
estratégias e propósitos, ao implementar cooperação com os países africanos.
No caso concreto de Cabo Verde, realçaremos o intercâmbio educacional que teve
seu início no final da década de 1970 (1979), sem contar que com outros países da
região, dependendo de cada caso, essa cooperação teve lugar muitas vezes
anteriormente, como por exemplo, no caso de Senegal (1964), o que veremos adiante.
Entretanto, numa primeira aproximação, podemos notar que se trata de uma
estratégia política de cooperação implementada pelo Brasil em relação aos países do
terceiro mundo, especialmente os países africanos, desde a década de 60/70 do século
passado aos dias atuais, o que teve como resultado político-prático, essa cooperação no
campo educacional.
Não vamos poder, no entanto, analisar o intercâmbio educacional Brasil/Cabo
Verde, sem, no entanto, indagar sobre essa política africana do Brasil no contexto da
bipolarização mundial, da Guerra Fria e do conflito Leste/Oeste, até chegarmos à
conjuntura política atual. Teremos, igualmente, de indagar sobre a estratégia, a
intenção, o propósito, bem como a posição que queria assumir o Brasil nesse cenário,
ao aproximar-se dos países africanos implementando diversas políticas de cooperação,
no caso concreto de Cabo verde e, neste particular, o intercâmbio cultural/educacional.
Abriremos o primeiro capítulo com uma breve apresentação do nosso país (Cabo
Verde), fazendo o que seria a sua contextualização histórica, geográfico-ambiental,
político-governamental, socioeconômica, e sócio-cultural. Trataremos também do
processo de luta anticolonial para a libertação de Cabo Verde e Guiné-Bissau do jugo