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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
AVALIAÇÃO ENERGÉTICA ECONÔMICA DA CULTURA DO MILHO
EM ASSENTAMENTO RURAL, IPERÓ-SP
LUÍS CARLOS FERREIRA DE ALMEIDA
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agromicas da UNESP – Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor
em Agronomia – Programa de Pós-Graduação
em Agronomia (Energia na Agricultura).
BOTUCATU – SP
Outubro – 2007
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http://www.livrosgratis.com.br
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
AVALIAÇÃO ENERGÉTICA ECONÔMICA DA CULTURA DO MILHO
EM ASSENTAMENTO RURAL, IPERÓ-SP
LUÍS CARLOS FERREIRA DE ALMEIDA
Orientador: Prof. Dr. Osmar de Carvalho Bueno
Co-orientadora: Prof
a
Dr
a
Maura Seiko Tsutsui Esperancini
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agromicas da UNESP – Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor
em Agronomia – Programa de Pós-Graduação
em Agronomia (Energia na Agricultura).
BOTUCATU – SP
Outubro – 2007
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
TÍTULO: “AVALIAÇÃO ENERGÉTICA ECONÔMICA DA CULTURA DO MILHO
EM ASSENTAMENTO RURAL, IPERÓ-SP
ALUNO: LUÍS CARLOS FERREIRA DE ALMEIDA
ORIENTADOR: PROF. DR. OSMAR DE CARVALHO BUENO
CO-ORIENTADOR: PROF
a
DR
a
MAURA SEIKO TSUTSUI ESPERANCINI
Aprovado pela Comissão Examinadora
Data da Realização: 23 de outubro de 2007.
III
À minha esposa Janie, por estar sempre ao
meu lado incentivando-me com seu apoio e
carinho; aos meus filhos Júlia, Pedro Luiz e
Luiz Eduardo, que são a razão e o sentido de
tudo que faço, pela paciência.
IV
AGRADECIMENTOS
Inicialmente quero agradecer aos meus pais, Álvaro e Adalgisa que,
não medindo esforços, muito trabalharam para que eu pudesse estudar e assim chegar aonde
cheguei. Obrigado por tudo.
Ao Professor Doutor Osmar de Carvalho Bueno, pela paciência que
sempre teve comigo, não somente no trabalho de orientação, mas também pelo sentimento de
companheirismo e amizade que ao longo de todos esses anos cultivamos, faltariam palavras
para dizer o quanto sou grato.
À Prof
a
Dr
a
Maura Seiko Tsutsui Esperancini que, com muito zelo, não
menor paciência e competência, foi a Co-orientadora desse trabalho.
À Faculdade de Ciências Agronômicas, pela oportunidade de ter sido
novamente seu aluno e, com especial atenção, agradecer ao seu Programa de Pós-graduação
em Agronomia, na pessoa de seu Coordenador, Prof. Dr. Zacarias Xavier de Barros e do corpo
de funcionários da Seção de Pós-graduação que, sempre com correção e cordialidade,
executam diligentemente seu trabalho.
Aos funcionários e professores do Departamento de Gestão
Agroindustrial, em particular, aos do antigo Departamento de Economia e Sociologia pela
acolhida sincera.
À María Gloria Cabrera Romero, colega da Pós-graduação, pelo
companheirismo nesta etapa.
Ao Instituto de Terras, nas pessoas dos Eng
os
. Agrônomos Mauro
Roberto Castellani e Maria Izabel Dorizzotto, amigos de longa data, pelas informações
prestadas.
Ao Prof. Dr. Ludwig Einstein Agurto Plata, Chefe do Colegiado do
Curso de Ciências Econômicas da Universidade de Sorocaba, pelo incentivo, apoio e amizade.
Aos membros da Banca Examinadora pelas sugestões e contribuição a
este trabalho.
Não menos grato sou aos agricultores do Assentamento Ipanema, em
V
especial aos da Área I, pela convivência por vários anos, onde fui testemunha de seus sonhos,
esperanças e de trabalho árduo e que, com presteza e desinteresse, se prontificaram a fornecer
os dados necessários para esta Tese.
A todos aqueles que, diretamente ou indiretamente, contribuíram para
a realização deste trabalho, meu muito obrigado.
VI
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS..........................................................................................................IX
LISTA DE FIGURAS...........................................................................................................XI
LISTA DE APÊNDICE ...................................................................................................... XII
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ...................................................................XVI
1 RESUMO ............................................................................................................................1
2 SUMMARY.........................................................................................................................3
3 INTRODUÇÃO...................................................................................................................5
4 REV ISÃ O DE LI TERA TURA.............................................................................................8
4.1 Modernização da agricultura............................................................................8
4.2 Energia ..........................................................................................................11
4.2.1 Classificação de energia.................................................................................11
4.2.2 Análise energética..........................................................................................13
4.3 Análise econômica.........................................................................................18
4.4 Análise energética econômica........................................................................28
5 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................32
5.1 Caracterização da área de estudo....................................................................32
5.2 Composição dos sistemas de plantio ..............................................................34
5.3 Coeficientes energéticos.................................................................................36
5.3.1 Mão-de-obra..................................................................................................37
5.3.2 Produção........................................................................................................38
5.3.3 Máquinas e implementos................................................................................39
5.3.4 Combustíveis, óleos e lubrificantes................................................................40
5.3.5 Fertilizantes químicos....................................................................................41
5.3.6 Animais de Tração.........................................................................................42
5.4 Coeficientes econômicos................................................................................43
5.5 Análise das eficiências...................................................................................43
continua...
VII
Continuação do sumário
5.5.1 Econômica.....................................................................................................44
5.5.2. Energética......................................................................................................46
5.5.2.1 Índice de eficiência cultural (I
EC
) ...................................................................46
5.5.2.2 Índice de eficiência energética (I
EEn
)..............................................................47
5.5.3 Energética econômica....................................................................................48
6 RESULTADOS .................................................................................................................50
6.1 Tipificação dos sistemas de cultivo ................................................................50
6.2 Matriz dos coeficientes técnicos de produção.................................................52
6.2.1 Preparo de solo ..............................................................................................52
6.2.2 Plantio ...........................................................................................................54
6.2.3 Sementes .......................................................................................................54
6.2.4 Adubação de plantio ......................................................................................55
6.2.5 Cultivo...........................................................................................................55
6.2.6 Adubação de cobertura...................................................................................56
6.2.7 Capina ...........................................................................................................56
6.2.8 Colheita .........................................................................................................57
6.2.9 Produção........................................................................................................57
6.2.10 Mão-de-obra..................................................................................................58
6.3 Matriz dos coeficientes econômicos de produção...........................................58
6.3.1 Mão-de-obra..................................................................................................58
6.3.2 Produção........................................................................................................59
6.3.3 Máquinas e implementos................................................................................59
6.3.3.1 Mecânicos......................................................................................................59
6.3.3.2 Manuais......................................................................................................... 60
6.3.4 Combustíveis, óleos e lubrificantes................................................................60
6.3.5 Fertilizantes químicos....................................................................................61
continua...
VIII
Continuação do Sumário
6.3.6 Sementes .......................................................................................................61
6.4 Operações dos sistemas de produção..............................................................61
6.4.1 Preparo de solo ..............................................................................................61
6.4.2 Plantio e adubação.........................................................................................62
6.4.3 Operações de cultivo......................................................................................64
6.4.4 Capina ...........................................................................................................66
6.4.4 Colheita .........................................................................................................67
6.5 Estrutura dos dispêndios energéticos dos sistemas de produção......................67
6.6 Índices de eficiência.......................................................................................73
6.6.1 Índices de Eficiência Cultural (I
EC
) ................................................................73
6.6.2 Índices de Eficiência Energética (I
EEn
) ...........................................................75
6.6.3 Índices de Eficiência Econômica (I
EE
)............................................................77
6.6.5 Índices de Eficiência Cultural Ecomica (I
EC
/I
EE
).........................................82
6.6.6 Índices de Eficiência Energética Ecomica (I
EEn
/I
EE
)....................................83
7 CONCLUSÕES.................................................................................................................86
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................90
APÊNDICE ........................................................................................................................102
ANEXOS............................................................................................................................131
IX
LISTA DE TABELAS
Tabela página
1. Porcentagem média de importação de fertilizantes no Brasil (2003).......................42
2. Valor calórico dos fertilizantes utilizados na cultura do milho, Assentamento
Ipanema, Área I, safra 2005/2006..........................................................................42
3. Rendimento para operações de aração e gradagem.................................................53
4. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações porcentuais
nas operações de preparo de solo. ..........................................................................62
5. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações porcentuais
nas operações de plantio mecanizado.....................................................................63
6. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações porcentuais
nas operações de plantio manual................. ................................................ ...........64
7. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações porcentuais
nas operações de cultivo mecânico.........................................................................65
8. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações porcentuais
nas operações de cult ivo manual........................... .................................................66
9. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações porcentuais
nas operações de capina................................................................... ......................67
10. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações porcentuais
nas operaç ões de col hei ta.......................................................................................67
11. Estrutura dos dispêndios por tipo, fonte e forma dos sistemas de produção em MJ x
ha
–1
e participações porcentuais das operações relacionadas à cultura do milho.....68
12. Participação das operações, em MJ x ha
–1
e valores relativos, por sistema de
produção................................................................................................................72
13. Insumos, em MJ x ha–1, e participação relativa nos sistemas de produção de milho.
..............................................................................................................................73
14. Entradas totais e saídas energéticas úteis, em MJ x ha
–1
, para os sistemas de
produção de milho.................................................................................................74
continua...
X
Continuação da Lista de Tabelas
15. Percentis acumulados dos Índices Eficiência Cultural, para os sistemas de produção
de milho. ...............................................................................................................74
16. Entradas totais não-renováveis e saídas energéticas úteis, em MJ x ha
–1
, para os
sistemas de produção de milho. ....................................... .......................................75
17. Percentis acumulados dos Índices de Eficiência Energética, para os sistemas de
produção de milho.................................................................................................76
18. Fatores sazonais mensais do preço de comercialização do milho (1995-2006)........79
19. Custo de produção, em R$ x ha
–1
, para a cultura do milho, para os sistemas de
produção “A”, “B”, “C” e D”, Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006..79
20. Valores da distribuição uniforme, custos de produção em R$ x ha
–1
, para cada
sistema de produção da cultura do milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra
2005/2006..............................................................................................................80
21. Percentis acumulados dos Índices de Eficiência Econômica, para os sistemas de
produção de milho Assentamento Ipanema, Área I, Safra 2005/2006.....................81
22. Índices de Eficiência Cultural, Econômica e Cultural Econômica para os sistemas
de produção da cultura do Milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
..............................................................................................................................83
23. Índices de Eficiência Energética, Ecomica e Energética Ecomica para os sistemas
de produção da cultura do Milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
..............................................................................................................................84
XI
LISTA DE FIGURAS
Figura página
1. Croqui Projeto de Assentamento Fazenda Ipanema Área I ..................................33
2. Comparativo de dispêndio de energia de agricultores, por tipo de trabalho agrícola,
em fração correspondente de GER. ........................................................................38
3. Interpretação dos valores dos índices de I
EC/IEE
e I
EEn/IEE
. .......................................49
4. Síntese das operações realizadas na cultura do milho, Assentamento Ipanema, Área I,
safra 2005/2006.....................................................................................................52
5. Participação relativa das energias, em porcentagem, por forma na Energia Indireta,
por si stem a de produçã o. .......................................................................................70
6. Participação relativa das energias, em porcentagem, por fonte na Energia Direta, por
sistema de produção...............................................................................................71
7. Padrão estacional dos preços de milho (1995-2006)...............................................78
XII
LISTA DE APÊNDICE
Tabela página
1A. Rendimentos para operação de aração nos diversos sistemas de produção da cultura
do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.................................. 105
2A. Rendimentos para operação de gradagem nos diversos sistemas de produção da
cultura do milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.......................106
3A. Rendimentos para operação de plantio mecanizado nos diversos sistemas de
produção da cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006..107
4A. Rendimento para operação de plantio manual nos diversos sistemas de produção da
cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006......................107
5A. Necessidade de sementes nos diversos sistemas de produção da cultura do milho.
Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006..................................................107
6A. Quantidade de adubação de plantio nos diversos sistemas de produção da cultura do
milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006........................................ 108
7A. Rendimentos para operação de cultivo mecanizado nos diversos sistemas de
produção da cultura do milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006. ..108
8A. Rendimentos para operação de cultivo manual no agrossistema milho, Assentamento
Ipanema, Área I, safra 2005/2006........................................................................108
9A. Adubação mecânica de cobertura, e quantidade utilizada nos diversos sistemas de
produção da cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006. 109
10A. Adubação de cobertura, manual nos diversos sistemas de produção da cultura do
milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006........................................ 109
11A. Horas para capina manual nos diversos sistemas de produção da cultura do
milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006........................................ 109
12A. Horas para operação de colheita nos diversos sistemas de produção da cultura do
milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006....................................... 110
continua...
XIII
continuação da Lista de Apêndice
13A. Produtividade de milho em kg x ha
–1
nos diversos sistemas de produção da cultura
do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.................................. 110
14A. Dados de Massa, Altura, Idade e GER para cálculos de GER dos agricultores
envolvidos nas atividades manuais da cultura do Milho - Assentamento Fazenda
Pirituba................................................................................................................111
15A. Jornada de trabalho, coeficientes de tempo de operações mecanizadas; mão-de-obra
utilizada, modelo de máquinas e/ou implementos, consumo de Diesel, lubrificantes
e graxas, e outros dados de referência, por operação, executadas nos diversos
sistemas de produção da cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra
2005/2006............................................................................................................112
16A. Jornada de trabalho, coeficientes de tempo de operações manuais; mão-de-obra
utilizada, modelo de máquinas e/ou implementos, consumo de Diesel, lubrificantes
e graxas, e outros dados de referência, por operação, executadas nos diversos
sistemas de produção da cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra
2005/2006............................................................................................................113
17A. Peso, em kgf, de máquinas, implementos, massas e contrapesos e pneus de máquinas
e implementos utilizados nos diversos sistemas de produção de milho, Assentamento
Ipanema, Área I, safra 2005/2006........................................................................114
18A. Vida útil, em anos, e uso de horas anuais de máquinas e implementos utilizados nos
diversos sistemas de produção de milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra
2005/2006............................................................................................................114
19A. Cálculo de necessidades calóricas, em MJ, referentes a 24 horas para os agricultores
envolvidos em atividades mecanizadas, nos diversos sistemas de produção do milho,
Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006..................................................115
20A. Cálculo de necessidades calóricas, em MJ, referentes a 24 horas para os agricultores
envolvidos em atividades manuais, nos diversos sistemas de produção do milho,
Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006..................................................116
continua...
XIV
continuação da Lista de Apêndice
21A. Cálculo do consumo de Diesel, lubrificantes e graxas para máquinas e implementos
envolvidos nos diversos sistemas de produção do milho, Assentamento Ipanema,
Á rea I, saf ra 2005/20 06 . ......................................................................................117
22A. Cálculo dos disndios energéticos com adubação de plantio e cobertura e sementes,
em MJ x ha
–1
, para os diversos sistemas de produção do Assentamento Ipanema,
Á rea I, saf ra 2005/20 06 . ......................................................................................118
23A. Depreciação energética, em MJ x h–1, das máquinas e implementos utilizados nos
diversos sistemas de produção da cultura do milho, Assentamento Ipanema, Área I,
Safra 2005/2006. .................................................................................................119
24A. Entrada de energia, por tipo, fonte (em MJ x ha
–1
), forma e participações
porcentuais nas operações de aração....................................................................120
25A. Entrada de energia, por tipo, fonte (em MJ x ha
–1
), forma e participações
porcentuais nas operações de gradagem...............................................................120
26A. Preços Médios Recebidos pelo Produtor no peodo de 01/1995 a 03/2007, para a
saca de milho de 60kg, Estado de São Paulo (valores correntes e deflacionados para
02/2006, pelo IGPM da IBRE Fundação Getúlio Vargas......................................121
27A. Fatores de sazonalidade mensais para o preço do milho, saca de 60kg, período entre
1995/2006............................................................................................................124
28A. Resultados da Análise de variância para os padrões sazonais do preço do milho,
para o período 19 95 /20 06 ....................................................................................124
29A. Estimativa do custo horas dos custos fixos, em R$ x h
–1
, para as máquinas e
implementos utilizados nos diversos sistemas de produção da cultura do milho,
Fazenda Ipanema, Área I, safra 2005/2006........................................................... 125
30A. Horas trabalhadas (h x ha
–1
), por operação e tipo de equipamento nos diversos
sistemas de produção da cultura do milho, Fazenda Ipanema, Área I, safra
2005/2006............................................................................................................125
continua
XV
continuação da Lista de Apêndice
31A. Custos fixos totais, em R$ x ha
–1
, para os diversos sistemas de produção da cultura
do milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.................................. 125
32A. Custos variáveis de produção para a cultura do milho no sistema “A”, em R$ x ha
–1
Assentamento Ipanema, Área I, Safra 2005/2006................................................126
33A. Custos variáveis de produção para a cultura do milho no sistema “B”, em R$ x ha
–1
Assentamento Ipanema, Área I, Safra 2005/2006................................................ 127
34A. Custos variáveis de produção para a cultura do milho no sistema “C”, em R$ x ha
–1
Assentamento Ipanema, Área I, Safra 2005/2006................................................ 128
35A. Custos variáveis de produção para a cultura do milho no sistema “D”, em R$ x ha
–1
Assentamento Ipanema, Área I, Safra 2005/2006................................................ 129
XVI
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
FAO Food and Agriculture Organization, órgão das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura
BEN Balanço Energético Nacional
CAC Cooperativa Agrícola de Cotia
cal caloria
COCARIVE Cooperativa Regional de Cafeicultores do Vale do Rio Verde
CSEP Computacional Science Education Project
CTA custo total atualizado
CTU custo total unitário
DNIT Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes
DE depreciação energética
EDR Escritório de Desenvolvimento Rural
GEB taxa metabólica basal
GER gasto energético em repouso
h hora
ha hectare
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renoveis
IBRE Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas
IEA Instituto de Economia Agrícola
I
EC
índice de eficiência cultural
I
EC/IEE
índice de eficiência cultural econômica
I
EE
índice de eficiência econômica
I
EEn
índice de eficiência energética
I
EEn/IEE
índice de eficiência energética ecomica
IL índice de lucratividade
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
continua...
XVII
continuação da Lista de Abreviaturas e Símbolos.
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
IT international table
ITESP Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo
J Joule
K
2
O óxido de potássio
kcal quilocaloria
kJ quilojoule
Mcal Megacaloria
MJ Megajoules
N nitrogênio
P
2
O
5
pentóxido de fósforo
PBE pay back ecomico
PBS pay back simples
RBC relação benefício-custo
sc saca
SPSS Statiscal Package for the Social Sciences
t tonelada
TIR taxa interna de retorno
VPL valor presente líquido
1
1 RESUMO
O desenvolvimento da agricultura no período recente caracterizou-se,
entre outros aspectos, pelo aumento da utilização de insumos extrapropriedade, principalmente
daqueles derivados de petróleo, o que traz à tona queses dos fluxos energéticos envolvidos e
a sua sustentabilidade energética e econômica. Este trabalho, tendo como hipótese que maiores
inputs energéticos não guardam proporção com outputs econômicos, buscou estudar os fluxos
energéticos e econômicos da cultura do milho, para os diversos sistemas de produção
existentes no Assentamento Ipanema Área I, tendo como ferramental de análise os índices de
eficiência Cultural, Energética e Econômica, aos quais se acrescentaram a proposta
metodológica dos índices de Eficiência Cultural Econômica e Energética Econômica
construídos para cenários probabilísticos. Foram identificados quatro sistemas diferentes: “A”,
“B”, “C” e “D”. Os dispêndios energéticos foram, respectivamente, de 4.836,19 MJ x ha
–1
,
4.4647,17 MJ x ha
–1
, 4.639,49 MJ x ha
–1
e 4.450,47 MJ x ha
–1
. Em “A”, no qual o uso de
máquinas é mais intensivo, a participação da energia de fonte biológica foi de 23,26%,
enquanto os de origem fóssil foi de 76,74%, por sua vez em “D” a proporção fonte biológica e
fóssil foi, respectivamente, de 35,72% e 64,28%. O sistema “D” possui a maior Eficiência
Cultural, com índice médio de 16,26, enquanto A” apresentou os menores índices de
Eficiência Cultural, com valores médios de 14,83. Para análise da Eficiência Energética, que é
indicativo da dependência de energia de fontes não-renováveis, o maior índice foi o sistema
“D”, com índice médio de 53,84, indicando que, entre sistemas estudados, esse é o que
2
apresenta os maiores índices, com valores médios de 40% superior ao Sistema “A” e 20%
superior aos sistemas B” e “C”. Os Índices de Eficiência Econômica, que variaram entre 1,84
e 1,96, mostram que todos os sistemas são eficientes. A maior vantagem se deu em “C”
seguido de “B”, com “A” e “D” variando praticamente no mesmo intervalo. O sistema “D”,
com índice igual a 8,84, apresentou o mais alto índice de eficiência Cultural Econômica. A
análise Energética Econômica para os sistemas “A”, “B”, “C” e “D”, resultou,
respectivamente, nos índices de 20,80 , 23,61 , 22,87 e 29,26. Pela análise dos resultados,
concluiu-se que o uso mais intensivo de energia de fontes não-renováveis (sistema “A”) não se
traduziu necessariamente numa maior eficiência, quando comparado ao D” (intensivo de
mão-de-obra), o que comprova a hipótese inicial do trabalho.
______________
Palavras-chave: avaliação energética econômica; balanço energético; eficiência energética;
assentamento rural; milho.
.
3
ENERGY AND ECONOMIC VALUATION OF MAIZE PLANTING IN RURAL
SETTLEMENT, IPERÓ / SP. Botucatu, 2007. 133p.
Tese (Doutorado em Agronomia / Energia na Agricultura) Faculdade de Ciências
Agromicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: LUÍS CARLOS FERREIRA DE ALMEIDA
Adviser: OSMAR DE CARVALHO BUENO
Co-Adviser: MAURA SEIKO TSUTSUI ESPERANCINI
2 SUMMARY
The agriculture development in a recent period of time has, among
other characteristics, an increase in the use of extra property farm inputs, especially those
coming from oil, what brings to light the involved energetic flow issues and their economical
and energetic sustainability. This paper, having as a hypothesis that greater energetic inputs do
no keep ratio with economical outputs, has tried to study the economical and energetic flows
in the maize cultivation to the several production systems used in Ipanema Settling Area I,
having as analysis instrument the indexes of Cultural, Energetic, Economical efficiency, to
which were added the methodological proposal of Cultural Economical and Energetic
Economical Efficiency indexes, built for probability settings. Four different systems have been
identified: “A”, “B”, “C” and “D”. The energetic expenditure were, respectively, of 4,836.19
MJ x ha
–1
, 4,4647.17 MJ x ha
–1
, 4,639.49 MJ x ha
–1
and 4,450.47 MJ x ha
–1
. In “A”, where the
use of machines is more intensive, the participation of biological source energy was of 23.26%,
whereas the ones of fossil origin are of 76.74%, while in “D” the biological and fossil source
was, respectively, of 35.72% and 64.28%. The “D” system has the greatest Cultural Efficiency,
with average index of 16.26, whereas “Ashowed the lowest Cultural Efficiency indexes, with
average values of 14.83. For the analysis of the Energetic Efficiency, that indicates the
dependence of energy from non renewable sources, the highest index was the “D” system with
an average index of 53.84, showing that, among the systems that have been studied, this is the
4
one which presents the highest indexes, with average values 40% superior to A” System and
20% superior to “B” and “C” systems. The Economical Efficiency Indexes, which ranged
from 1.84 to 1.96, show that all systems are efficient. The greatest advantage was in “C”
followed by “B”, with “A” and “D” ranging practically at the same interval. The “D” system,
with index equal to 8.84, showed the highest index of Economical Cultural efficiency. The
Economical Energetic analysis for “A”, “B”, “C” and “D” systems, has resulted, respectively,
in the following indexes: 21.14 ; 23.86 ; 22.87 and 29.26. Through the outcome analysis, it
was concluded that the more intensive use of energy from nonrenewable sources (“Asystem)
didn’t necessarily mean a higher efficiency when compared to “D” (labor intensive), what
comes to prove the paper’s initial hypothesis.
____________________
Keywords: economical energetic analysis; energetic balance; energetic efficiency; rural
settling; maize.
5
3 INTRODUÇÃO
O processo de desenvolvimento da agricultura, no período posterior à
II Guerra, teve como um de seus objetivos buscar ganhos de produtividade mediante o uso de
insumos modernos via progressivo aumento da utilização de insumos extra propriedade –
substituição da mão-de-obra pelo uso de máquinas, fertilizantes industrializados, sementes
melhoradas, defensivos, etc. – intensificando, dessa forma, o uso de recursos não-renováveis,
principalmente aqueles derivados do petróleo, com implicações diretas na sustentabilidade,
não só ecomica do empreendimento, mas também dos fluxos energéticos envolvidos no
sistema.
Ao se analisar a eficiência de um sistema produtivo agrícola qualquer,
as abordagens podem referir-se à produção física obtida, com as respectivas funções de custos
e lucratividade, nas quais se consideram como eficientes os sistemas que maximizem o
resultado econômico, dado certo nível de produtividade, ou às análises energéticas nas quais
se analisam, sob as mais diversas formas, os fluxos de entrada e saída de energia no sistema.
Essas análises permeiam toda a agricultura, desde a grande produção,
caracterizada pelo uso intensivo de recursos modernos em grandes áreas de plantio, até a
familiar e/ou de subsistência com características mão-de-obra intensiva em pequenas áreas de
cultivo.
A análise energética, econômica realizada especificamente para a
agricultura familiar, contribui para a compreensão dessas dinâmicas principalmente do quanto
6
esses sistemas podem ser dependentes de insumos industrializados, proporcionando uma
compreensão do grau de sustentabilidade – energética econômica – existente e, uma vez
constatada a dependência da unidade produtiva familiar a inputs energéticos extra propriedade,
e o peso que esses inputs têm no processo produtivo é importante um aprofundamento de
como isso ocorre.
Especificamente, ao ter como campo de estudo os agricultores de
assentamentos rurais, que podem ser considerados representantes da agricultura familiar, os
resultados derivados da análise desse setor podem subsidiar ações, não somente específicas
para sistemas de produção típicos de assentamentos rurais, mas também para a agricultura
familiar como um todo.
Assim, esse trabalho teve como objetivo, inicialmente, determinar os
itinerários técnicos e/ou sistemas de cultivo da cultura do milho, no âmbito da área
determinada para o estudo e, para cada um deles, realizar balanços energéticos, comparando-
os quanto às suas eficiências permitindo, dessa forma, obter índices de eficiências de suas
relações energéticas para cada um desses itinerários técnicos/sistemas de cultivos. Num
segundo momento, também para cada um dos itinerários técnicos existentes, buscou-se
relacionar o rendimento econômico da cultura com suas despesas totais o que permitiu obter
índices de eficiência ecomica.
Da relação entre os índices de eficiência energética e de eficiência
cultural com o de eficiência econômica foi possível construir os Índices de Eficiência Cultural
Econômica e Eficiência Energética Econômica desses empreendimentos tendo como base
cenários probabilísticos, com os resultados apresentados na forma de distribuições de
probabilidade.
A construção desses dois índices foi realizada de forma a permitir uma
leitura que fosse possível identificar, independentemente da situação existente, se os sistemas
em estudo apresentam eficiência cultural e/ou energética quando comparada à eficiência
econômica.
Foi importante destacar dois aspectos relevantes da leitura da análise a
ser desenvolvida. O primeiro, ao tratar de analisar os diversos sistemas de produção em
assentamento de reforma agrária, em suas variantes energéticas, econômicas e
energética/econômica, isso se constitui num estudo de caso, em que é possível distinguir as
7
principais formas de produção e suas diferenças.
O segundo aspecto, no qual se inclui a construção dos índices, é de
tornar possível avançar no estudo de cada caso permitindo duas apreciações, uma de curto
prazo, derivada da análise ecomica em si, uma vez que, não existindo eficiência ecomica
o sistema desaparece por si mesmo, independente ser ou não eficiente do ponto de vista
energético.
Por sua vez, na análise energética, temos uma perspectiva de longo
prazo, comprovada a dependência de combustíveis fósseis e, em que grau que isso se dá, pode-
se afirmar que, no longo prazo, o sistema se tornará insustentável do ponto de vista energético,
nesse caso, independente da eficiência econômica.
Como forma de aprofundar a interpretação também foi estudada
separadamente qual a participação e impacto que cada um dos fatores de produção (mão-de-
obra, sementes, animais de trabalho, combustíveis e outros lubrificantes, máquinas e
implementos, e corretivos de solos e fertilizantes químicos) no balanço enertico e no
econômico.
A hipótese que norteou essa pesquisa na busca de seus objetivos é que
as relações energéticas e econômicas para a cultura do milho não guardam a mesma proporção,
no sentido que altos inputs energéticos, no caso da agricultura familiar, não se traduzem
necessariamente em retornos econômicos da mesma magnitude, isto é, a premissa básica é que,
à medida que aumenta a dependência de insumos extra propriedade, isso não necessariamente
pode se traduzir numa relação mais favorável do ponto de vista energético econômico
implicando, em uma instância superior, numa vulnerabilidade da agricultura familiar.
Subjacente a essa hipótese, teve-se também como objetivo a
construção de índices que permitiram uma análise mais profunda das relações energéticas
ecomicas que ensejaram compreender de qual maneira ocorre a utilização dos recursos
naturais não-renováveis e quais as implicações decorrentes no resultado econômico em
condições de assentamento para a cultura do milho, permitindo, dessa forma, propor ações que
possibilitem o uso racional desses recursos.
8
4 REVISÃO DE LITERATURA
Este trabalho, ao buscar realizar uma análise ecomica e energética
da cultura do milho, tem sua revisão bibliográfica dividida, inicialmente em quatros grandes
eixos. O primeiro trata especificamente de contextualizar a agricultura familiar no processo da
própria modernização da agricultura; o segundo direcionado para as questões que envolvem os
estudos de balanços de energia na atividade agropecuária; por sua vez, a terceira parte está
voltada a discutir a eficiência econômica tendo como foco os estudos que incorporam as
análises de risco; finalmente, a quarta parte trata de abordar os estudos que relacionam
eficiência energética e eficiência ecomica.
4.1 Modernização da agricultura
Em um prazo de pouco mais de 50 anos, a agricultura brasileira passou
por profundas mudanças. Essas transformações orientadas num processo de modernização da
agricultura, através da utilização crescentes de insumos modernos, determinaram a
substituição de uma agricultura, antes mão-de-obra intensiva, por uma agricultura capital-
intensiva. Um indicador importante dessa dinâmica denominada de Modernização da
Agricultura, está no aumento do consumo intermediário na agricultura que, considerando um
índice 100 para 1939, passa para praticamente 300 no final dos anos 80 (GRAZIANO DA
SILVA, 1998).
9
Deve-se entender que o consumo intermediário, ao representar o valor
de todos os insumos que entram no processo de produção, à exceção da força de trabalho,
significa que esta estará cada vez mais dependente de compras intra e intersetoriais para que
possa se efetivar (GRAZIANO DA SILVA, 1998).
Ainda que essas mudanças tenham contribuído para significativos
aumentos da produção e produtividade agropecuária nos últimos anos, implicando em ganhos
de renda para o setor, não ocorreram sem problemas, pois “alicerçada no uso intensivo de
capital, energia, insumos químicos e mecanização, potencializado pelo melhoramento genético
vegetal e animal e pela especialização da produção, a modernização agrícola brasileira não
logrou resultados positivos em termos sociais, tampouco do ponto de vista ambiental
(OLIVEIRA, 2000 p. 27), suscitando, dessa forma, problemas de ordem social, econômica,
ecológica e sobretudo energética, uma vez que, “modernizar a agricultura significou a
simplificação dos ecossistemas e a redução extremada da diversidade biológica dos
agrossistemas, tornando-os pouco estáveis e de baixa autosuficiência(PASCHOAL apud
OLIVEIRA, 2000 p. 27-28).
Essa nova dinâmica de transformação teve como principal instrumento
o Crédito Rural, farto e subsidiado. Entretanto, Sayad (1978), ao estudar o direcionamento
desse crédito, na década de 70, afirma que a proporção dos estabelecimentos rurais que
tiveram acesso a ele não ultrapassaram a 20% do total dos estabelecimentos, privilegiando
principalmente médios e grandes produtores que detiveram 82,7% do volume total.
É de considerar, entretanto, que o caráter direcionado desse crédito foi
suficiente para determinar uma dinâmica de transformação da agricultura pela base, num
processo de modernização que culminou com a industrialização da agricultura, momento esse
no qual a base técnica não pode regredir mais, sem que ocorra uma regressão da produção
agrícola, (KAGEYAMA, 1990), ou seja, uma vez alterada a base técnica este é um processo
irreversível.
Por outro lado, os dados do Relatório da INCRA/FAO (Food and
Agriculture Organization) sobre a agricultura familiar (GUANZIROLI e CARDIM, 2000),
utilizando os dados do Censo Agropecuário 95/96, dão conta que no Brasil existem 4.859.864
estabelecimentos rurais, ocupando uma área de 353,6 milhões de hectares, com um valor bruto
da produção de R$ 47,8 bilhões, dos quais 4.139.369 estabelecimentos são considerados
10
familiares, ocupando uma área de 107,8 milhões de hectares, sendo responsáveis por R$ 18,1
bilhões do valor bruto da produção.
Esses dados demonstram a importância de que se reveste a agricultura
familiar no Brasil, que responde por 85,2 % do total de estabelecimentos, 30,5% da área total,
e 37,9 % do valor da produção, sendo significativa sua participação no contexto do setor rural
brasileiro.
Nessa situação, não menos importante, é o número total de famílias
que foram beneficiadas pelos programas de reforma agrária, sendo que no período entre 1994
e 2005 mais de 800.000 famílias foram assentadas em programas oficiais de reforma agrária
(INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA, 2000;
2005 e GARDINI, 2003), representando significativa parcela da agricultura familiar.
Para o Estado de o Paulo, ao analisar mais atentamente o perfil da
produção agropecuária da agricultura familiar e, mais especificamente, a dos assentamentos
rurais, ainda que esta seja extremamente diversificada em termos de tipos de produtos,
percebe-se que o produto que ocupa a maior parcela de área e o número de produtores é o
milho, sendo, portanto, responsável por parte considerável da renda dos produtores.
Na safra 97/98, levantamento da Fundação Instituto de Terras para o
Estado de São Paulo informava que, de um total de 5.645 famílias beneficiárias dos programas
de Reforma Agrária, 2.864 cultivaram o milho, numa área total de 11.446,37 ha. Para dar uma
dimensão da importância que o milho tem na estrutura de produção, essa área corresponde a
39,40% do total de área das culturas anuais, sendo esse produto responsável por 26,15% do
valor total das culturas anuais dos assentamentos. Em termos de comparação, é importante
frisar que a segunda e a terceira culturas mais importantes, são o feijão da seca e o algodão
com, respectivamente, e 3.890,69 ha e 3.843,51 ha da área total cultivada, (INSTITUTO DE
TERRAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - ITESP, 1998).
Considerando, entre outros aspectos, a importância da cultura do milho
para a realidade da agricultura familiar, Bueno (2002), fez uma análise energética e eficiência
cultural dessa cultura no projeto de Assentamento de Itaberá/SP, concluindo que essa cultura
“apresentou eficiência energética 9,01, apontando que para cada unidade calórica aplicada no
agroecossistema o retorno foi de 8,01 unidades e a energia cultural líquida atingiu 70.658,34
MJ x ha
-1
, sendo que o perfil da estrutura dos dispêndios energéticos estavam vinculados
11
principalmente ao uso de fontes industriais (52,81%) e fósseis (35,40%), o que coloca esse
tipo de agricultura como exemplo de atividade extremamente modernizada quanto ao consumo
intermediário, o que a caracteriza como altamente dependente de insumos extra propriedade.
Esses dados levam a concluir que a agricultura familiar reproduz, em
certa medida, sistemas de produção sustentados e oriundos do processo conhecido como
“Modernização Compulsória” (KAGEYAMA, 1990), o que a coloca do ponto de vista
energético como subordinada as conjunturas externas e fontes de energia não-renováveis, o
que sem dúvida tem profundas implicações em sua rentabilidade econômica e sustentabilidade
energética.
4.2 Energia
4.2.1 Classificação de energia
Para efeito da realização de um balanço energético, a energia utilizada
tem sido objeto de várias tipologias de classificação. Quanto ao fluxo, temos a classificação de
Malassis apud Castanho Filho e Chabaribery (1982) que enumera três fluxos distintos: “fluxo
externo”, ou seja, a energia injetada no agroecossistema, podendo ser esta dividida em direta,
quando proveniente de fontes biológica, fóssil ou elétrica e indireta quando embutida nos
insumos e máquinas; “fluxo interno”, ou seja, a energia que é contida na própria produção; e
“fluxo perdidos ou reciclados” que correspondem às energias que não são aproveitáveis no
agroecossistema.
Ainda que existam diversas formas de classificação, é possível
perceber que algumas tipologias têm a preocupação em distinguir aquelas que são de origem
fóssil, portanto, finitas, daquelas que não são fósseis. Nessa direção, temos a proposição da
FAO (1976) que classifica os recursos energéticos como renováveis” e “não-renováveis”.
Numa forma mais geral, segundo Junqueira et al. (1982), a energia
consumida na agricultura pode ser dividida da seguinte forma:
a) Energia não utilizada diretamente no processo produtivo, que corresponde àquela
relacionada ao homem e seu bem-estar, tal qual, iluminação e uso doméstico e aquela
utilizada nos trabalhos pós-colheita;
12
b) Energia utilizada nas operações agrícolas, que são aquelas relacionadas ao processo
produtivo sem fazer parte, entretanto, do produto final;
c) Energia convertida em produto final e que corresponde às entradas da energia solar
utilizada na fotossíntese e dos fertilizantes e nutrientes do solo. Essa energia será
convertida no produto final do processo agrícola.
Macedônio e Picchioni (1985), ao proporem uma metodologia para o
cálculo do consumo de energia fóssil no processo de produção agropecuária, discorreram
sobre as diversas formas de manifestação de energia, afirmando que elas podem ser
classificadas pela forma que se apresentam na natureza, dividindo-as em “Energia Primária” e
Energia Secundária”, entendendo-se como energia primária as formas providas pela natureza,
como a energia luminosa provida pelo Sol; a química provida pelo petróleo; e a energia
mecânica provida pelo vento, pela água, etc. Já a energia secundária seria aquela derivada da
energia primária, neste caso, a energia proveniente do óleo diesel pode ser classificada como
energia secundária uma vez ser derivada da energia primária do petróleo.
Comitre (1993), em seu trabalho no qual realiza uma avaliação
energética e dos aspectos econômicos da filière soja, utilizou para classificação dos dispêndios
energéticos, uma divisão dos fluxos energéticos em dois tipos básicos, quais sejam, a Energia
Direta” e “Energia Indireta”. A primeira se constitui na soma das energias na forma pelas
quais se apresentam, sendo estas divididas em energias “biológicas”, “fóssil” e elétrica”. Por
outro lado, considerou como energia indireta aquela que está embutida nas máquinas e
implementos, equipamentos, insumos e construções, uma vez que, para serem consideradas
como entrada energética, é necessário que seja computado o quanto de energia de outras fontes
escontida nessas entradas, considerando-se aí as quantidades calóricas dos fluxos de energia
biológica, fóssil e elétrica, enquadrando-se nessa categoria as entradas energéticas industriais.
Como forma de avaliar as emissões de gás que causam o efeito estufa,
Bochu (2002) fez uso de uma metodologia denominada de “Planete” a qual, a exemplo de
Comitre (1993), separa as entradas energéticas em “Energias Diretas” e “Energias Indiretas”
como metodologia para realizar a análise energética de explorões agrícolas.
13
Carmo et al. (1988) dividem as entradas energéticas em “Fóssil”,
“Biológica” e “Industrial”. Segundo essa classificação, entende-se como energia biológica, as
energias provenientes das fontes humana e animal, bem como as de origem vegetal, tais como
as sementes, mudas e adubo verde. Por sua vez, tem-se para a energia fóssil as de origem no
petleo e seus subprodutos, incluindo-se também os adubos e fertilizantes; finalmente, na
energia industrial, incluem-se as máquinas e implementos agrícolas, tanto de tração mecânica
quanto de tração animal.
Esse tipo de classificação, ainda que com algumas alterações, foi
utilizada nos trabalhos de Palma (2001), Bueno (2002), Zanini et al. (2003), Santos e Lucas Jr.
(2004), Romero (2005), Oliveira JR. (2005), Moreira et al. (2005), Campos et al. (2005) e,
Gollmann et al. (2006), entre outros, servirá para a estruturação das formas energéticas no
presente trabalho por permitir criar bases de comparações com esses autores.
4.2.2 Análise energética
A análise energética corresponde à realização do balanço energético da
atividade em estudo, que consiste basicamente na apuração do saldo das entradas de energia
versus as saídas energéticas que, para sua realização deve ser realizada, segundo Bueno et al.
(2000), através dos seguintes passos:
a) definição do agrossistema e área, caracterizando-se o período a ser enfocado;
b) detalhamento do itinerário técnico percorrido;
c) elaboração das rubricas operacionais;
d) transformação dos itens referentes às exigências físicas da cultura em coeficientes
energéticos tomando por base informações primárias e secundárias, determinando seus
respectivos consumos energéticos.
Ainda segundo Bueno et al. (2000) o balanço de energia é obtido pela
subtração do total da energia produzida das energias consumidas durante o processo produtivo
como um todo ou em suas etapas, podendo também ser representado por um índice que
relacione as entradas com as suas saídas energéticas.
14
Ortega (2005), ao analisar a dicotomia da agricultura a qual ele
denomina da “nova revolução verde”, baseada em combustíveis fósseis, agudizando os
problemas ambientais, econômicos e sociais, versus a “agricultura sustentável”, com métodos
orgânicos ou biológicos, para obter gradualmente a independência das fontes não-renováveis,
enfatiza que a agricultura, como todos os sistemas, depende de fontes de energia, que podem
ser internas ou externas, renováveis ou não. Ainda segundo esse autor, é da proporção da
energia renovável usada em relação à energia total consumida que se pode obter o índice da
renovalidade ou sustentabilidade energética do sistema cabendo, dessa maneira, o uso de
balanços energéticos, assim, uma análise energética consiste num processo de avaliação das
entradas e saídas de energia em um determinado agrossistema, podendo ser renováveis ou não.
Dessa forma a contabilização dos fluxos energéticos, segundo
Costabeber (1989), pode ser avaliada sob quatro abordagens: “por produto”, “sistema de
produção”, “propriedade”, entendendo-se, nesse caso, o conjunto de atividades desenvolvidas
no estabelecimento rural e tamanho da propriedade”.
Moreira et al. (2005), que realizaram uma avaliação energética do
cultivo do eucalipto, com e sem composto de lixo urbano, na qual compararam, para cada
forma de adubação, aquela que apresentasse a melhor eficiência energética, concluíram pela
eficiência energética dos dois sistemas, uma vez que os índices de conversão energética se
mostraram superiores à unidade, concluindo pela sustentabilidade dos dois sistemas,
enfatizando que o uso do composto orgânico de lixo urbano, do ponto de vista energético, se
mostrava desfavorável quando comparado à sua não utilização, situação essa provocada
principalmente pelos inputs representados pelo transporte e aplicação desse material.
Santos e Lucas Jr. (2004) avaliaram a quantidade de energia requerida
para produzir 1 kg de frango e concluíram que a eficiência energética para essa atividade era
de 0,28 ou 28%.
Freitas et al. (2006), ao compararem o balanço energético para a
cultura do milho para dois sistemas diferentes de produção – plantio convencional e direto –
em duas safras diferentes concluíram que o sistema de plantio direto, ainda que consuma no
total 35,2% mais energia que o convencional, consome 39,9% menos energia direta
correspondente a óleo diesel, lubrificantes e graxas, como conseqüência de um menor número
de operações de preparo de solo, apresentando, no entanto, eficiência energética de 5,0, valor
15
esse superior em 23,3% à eficiência energética apurada para o plantio convencional. Ao final
esses autores destacam que a cultura do milho, independente da forma de cultivo, apresenta
grande dependência e vulnerabilidade, em virtude de grande parte dos insumos utilizados
serem provenientes de fontes fósseis e da necessidade da elaboração de balanços energéticos
que consideram a produção efetivamente colhida e não somente prevista.
Mrini et al. (2001) analisaram a cultura da cana-de-açúcar no
Marrocos, distinguindo suas análises entre pequenas e grandes propriedades. Ao compararem
os resultados obtidos para o Marrocos, independentemente do tamanho da propriedade, com
localidades de outros países, concluíram que neste país a produção de cana-de-açúcar está
entre as de maior gasto energético, sendo que é possível reduzir as entradas energéticas em
33% se práticas corretas de irrigação fossem utilizadas combinadas com uso adequado de
adubação e máquinas agrícolas, entre outras ações. Observaram também que a relação
saída/entrada energética era de 1,6 para as grandes propriedades e 1,8 para as pequenas e que
do total dos dispêndios energéticos, mais que 50%, correspondiam à energia consumida nas
operações de irrigação.
Podem-se citar ainda os trabalhos de Santos et al. (1994, 1995, 1996,
2000 e 2001), que entre outros aspectos, realizaram balanços energéticos de sistemas de
rotação de cultura para diversas culturas na forma de plantio direto, bem como para rotação de
cultura em diversos sistemas; Zanini et al. (2003) que analisaram o consumo de energia na
produção de silagem de milho em plantio direto; Campos et al. (2004) que também realizaram
balanço energético na produção de feno de alfafa em sistema intensivo de produção de leite;
Campos et al. (2005) que realizaram uma análise energética na produção de feno; e Teixeira et
al. (2005) com estudos também de balanço energético para a cultura do tomate entre outros.
Assim, para a realização dos balanços energéticos, existe a
necessidade da construção de índices que, segundo Mello (1986), relacionam as grandezas
energéticas que “entram” e “saem” do agroecossistema. Segundo Hart (1980), as “entradas”
energéticas podem ser de dois tipos, sendo a primeira na forma da radião solar; e a segunda
a energia contida nos insumos culturais. Já as “saídas” são consideradas basicamente de um só
tipo, ou seja, os produtos ou animais provenientes das atividades agropecuárias.
Ainda segundo Mello (1986), a qualidade desses índices está baseada
em dois aspectos: o primeiro, que avalia as conversões dos fatores de produção a unidades
16
energéticas; o segundo que trata da quantificação e representação qualitativa dos fatores de
produção do sistema a ser analisado, considera ainda que a principal diferença entre esses
índices está na inclusão ou não da radiação solar como insumo energético no cômputo do
agroecossistema. Dessa forma, esse autor relaciona cinco equações, que podem ser utilizadas
de acordo com o objetivo da análise.
Quando se deseja relacionar as saídas úteis do sistema com as entradas,
excluindo-se a energia solar, temos um índice denominado Eficiência Cultural” (PIMENTEL
apud MELLO, 1986), expresso por:
Calorias)(emculturaisentradas""
Calorias)(emúteis"saídas"
CulturalEficncia =
Eq.
1
Por sua vez, quando se deseja considerar a radiação solar como insumo
e determinar o quão eficiente é a planta na captação de energia, utiliza-se um índice
denominado de “Eficiência Ecológica” (HART, 1980):
calorias)(emculturais)entradas""solarradiação(
calorias)(emúteis"saídas"
EcológicaEficncia
+
=
Eq. 2
No entanto, quando o interesse for de apenas mensurar a quantidade do
produto obtido em função das entradas calóricas, incluindo-se ou não as radiações solares,
têm-se respectivamente, os índices de Produtividade Ecológica” e Produtividade Cultural”,
que devem ter uso específico para cada produto agrícola (FLUCK apud MELLO, 1986),
descritos da seguinte forma, equações 3 e 4:
(calorias)culturais)Energiasolarradiação(
(kg)produtodequantidade
EcológicaadeProdutivid
+
=
Eq. 3
17
(calorias)CulturalEnergia
(kg)produtodequantidade
CulturaladeProdutivid =
Eq. 4
Hart (1980) destaca que, se a intenção for de apenas mensurar o ganho
calórico total que o sistema gera, deve-se calcular a “Energia Cultural Líquida”, que consiste
na apuração da diferença entre as “saídas” úteis e as “entradas” culturais, mensuradas em
calorias, expresso pela equação 5 abaixo:
Energia Cultural Líquida = “Saídas” Úteis (calorias) – “Entradas” culturais (calorias) Eq. 5
Por sua vez, Risoud (2000), analisando a eficiência de vários sistemas
de produção na França o fez através de dois índices: “Eficiência Energética” e “Balanço
Energético”, dadas pelas equações a seguir:
Eficiência Energética =
Eq. 6
Balanço Energético = a – b Eq. 7
Segundo essa autora, se o resultado da equação 6 for maior que 1, o
que implicaria num resultado positivo para a equação 7, uma consideração possível é que mais
CO
2
está sendo capturado do que gasto no processo de produção, nesse caso, a agricultura é
eficiente na redução de dióxido de carbono.
Deve-se destacar, no entanto, que o termo “Eficiência Energética
proposto por Risoud diz respeito a especificamente a um índice de eficiência.
Segundo Bueno (2002), uma vez elegidos os índices que serão
utilizados, existe a necessidade de definir as ‘entradas’ (inputs) e ‘saídas’ (outputs) de energia
do agroecossistema, em etapas sucessivas, com a descrição e quantificação das unidades
utilizadas que se apresentam no agroecossistema.
Esse autor destaca que será do detalhamento dessas “entradas” e
“saídas”, com as respectivas conversões dos coeficientes técnicos das exigências físicas
18
apresentadas em unidades de coeficientes energéticos e da conversão destes e sua inclusão nos
fluxos de energia estabelecidos, determinando a matriz dessas “entradas” e saídas”
energéticas que comporão o agroecossistema estudado, tornando assim possível a realização
do balanço energético.
Neste aspecto, o referido autor realizou revisão bibliográfica,
detalhando para cada um dos elementos da matriz de “entradas” e “saídas” os valores
energéticos existentes na literatura. Dessa forma, maiores informações para as “entradas
energéticas” correspondentes a mão-de-obra, sementes, animais de trabalho, combustível, óleo
lubrificante e graxa, máquinas e implementos, corretivo de solo e fertilizantes químicos; e para
as “saídas” energéticas, correspondentes à produção do milho, deverão ser buscadas na obra
citada, o mesmo ocorrendo quanto à maneira pela qual pode ser feita a contabilidade
energética no setor agropecuário, quais sejam, por produto, por sistema de produção, por
propriedade e por tamanho de propriedade.
4.3 Análise econômica
Na análise econômica de qualquer empreendimento é importante
definir, preliminarmente, que a sua análise em termos de eficiência pode ser realizada de
várias formas. Albuquerque e Nicol (1987) definem que a eficiência pode se dar de três formas
diferentes, quais sejam: Eficiência técnica, eficiência alocativa e eficiência ecomica.
Esses autores consideram que existe eficiência técnica quando, dados
certos índices de produtividade parcial para n fatores de produção, não for possível se produzir
com maior produtividade com referência a pelo menos um fator, mantendo-se os outros
índices iguais, o que implica poder existir muitos processos de produção tecnicamente
eficientes. Por sua vez, a eficiência alocativa está relacionada a um processo de minimização
de custos e, a existência da eficiência ecomica só se dá quando existe, ao mesmo tempo,
eficiência técnica e alocativa, isto é, minimização de custos dentro da fronteira tecnológica
disponível.
De uma forma geral, ao realizarmos a análise econômica de um
empreendimento (agrícola ou não), busca-se antes de qualquer outro indicador, analisar sua
rentabilidade que não pode ser confundido com o conceito de eficiência econômica, no entanto,
19
para este trabalho, o termo eficiência econômica foi tomado como sinônimo de rentabilidade
econômica.
Nesse sentido, Gaslene et al. (1999) apresentam diversos critérios para
a apuração da rentabilidade econômica de um empreendimento os quais denominam de
métodos tradicionais. Fundamentados na teoria financeira o aqueles que têm como
parâmetros o princípio do desconto, chamados de métodos baseados nos fluxos de caixa
descontados, isto é, aqueles que apresentam os seguintes critérios:
a) Valor presente líquido (VPL), que é obtido pela diferença entre o valor presente das
entradas líquidas de caixa associadas ao projeto e o investimento necessário, com o desconto
dos fluxos de caixa feito a uma taxa de juros pré-definida;
b) Índice de lucratividade (IL), consiste em estabelecer a razão entre o valor presente das
entradas líquidas de caixa do projeto e o investimento inicial, considerando-se também uma
taxa mínima de atratividade, que representado por um índice que torna o investimento atrativo;
c) Taxa interna de retorno (TIR), na qual o retorno de um investimento é a taxa que anula o
valor presente líquido do fluxo de caixa do investimento que está sendo analisado. Será
atrativo o investimento cuja taxa interna de retorno for maior ou igual à taxa de atratividade do
investidor. Em comparações de investimentos, o melhor é aquele que apresentar a maior taxa
interna de retorno.
Para Gaslene et al. (1999) esses critérios se apresentam como medidas
de rentabilidade tradicionalmente utilizadas nas empresas, considerando os critérios do tempo
de recuperação do capital (pay back), no qual a idéia principal é que um investimento é tanto
mais interessante quando suas entradas quidas de caixas anuais permitirem mais rapidamente
recuperar o capital inicialmente gasto para realizá-lo; e da taxa de retorno contábil nos quais os
lucros projetados são divididos pelo investimento no projeto.
Boller e Gamero (1997), utilizando-se de critérios de retornos
econômicos, realizaram estudos dos custos econômicos e energéticos para doze sistemas de
preparo de solo e manejo para a cultura do feijão.
20
Esses autores concluíram que a substituição do preparo convencional
(aração e duas gradagens) de solo pelo uso de enxada rotativa implicou numa economia entre
R$36,65 e R$40,88 por hectare, permitindo ainda uma economia, que variou de 58% a 43% da
energia requerida, e os custos econômicos e energéticos decorrentes da implantação e do
manejo das culturas de cobertura e o uso de herbicidas, quando o caso, superaram as
vantagens resultantes da substituição do preparo convencional na condição de pousio, pelos
dois sistemas de preparo alternativos quando esses foram combinados com culturas para a
cobertura de solo.
O estudo também concluiu que, no curto prazo, um sistema de manejo
conservacionista de solo, com a implantação de culturas de inverno para obtenção de cobertura
de solo é desvantajoso tanto do ponto de vista econômico quanto energético, apresentando a
vantagem, entretanto, de minimizar a perdas de solo, sendo, portanto, aconselhável seu uso no
médio prazo.
Utilizando-se desse critério, Farra e Esperancini (2005) analisaram
diversas possibilidades do uso de resíduos provenientes de uma indústria do setor florestal
para a geração de energia térmica, bem como a viabilidade econômica dessas alternativas,
considerando para tanto os parâmetros de valor presente líquido, taxa interna de retorno e
relação custo benefício. Combinando várias alternativas de geração de energia as autoras
concluíram que resíduos madeireiros são capazes de gerar energia suficiente para substituir o
óleo combustível em sua totalidade apresentando ainda viabilidade econômica com taxas
interna de retorno não inferior a 11,95% no caso de uso de capital próprio e 18,24%
considerando a possibilidade de financiamento.
Esses métodos, ou modelos determisticos, pressupõem que os dados
de entrada são perfeitamente conhecidos, no entanto, uma análise baseada numa previo de
produção e de um determinado preço de venda possui uma grande dose de incerteza. Nesse
caso, a incerteza sobre cada um dos parâmetros pode acarretar numa variabilidade muito
grande quanto ao resultado econômico do empreendimento.
Para superar esses problemas, Galesne et al. (1999); Casarotto Filho e
Kopittke (2000) e, Motta e Calôba (2002) propõem o uso de modelos probabilísticos nos
métodos de avaliação de projetos de investimentos, os quais podem ser reunidos em 3
categorias: uso de regras de decisão às matrizes de decisão; análise de sensibilidade; e de
21
métodos de simulação, dos quais se destaca os métodos de simulação de Monte Carlo, cuja
metodologia servide base para as análises econômicas e energéticas utilizadas neste trabalho.
Segundo Eckhardt (1987), as iias fundamentais, nas quais o método
de Monte Carlo se baseia, tiveram origem com as formulações de Stan Ulan, em 1946, que de
um problema simples, que tratava das probabilidades de sucesso num jogo de cartas, foram
posteriormente desenvolvidas em conjunto com John von Newman, em 1947, no laboratório
de Los Alamos, para investigar o movimento aleatório de nêutrons num reator nuclear.
Nos anos mais recentes, a simulão de Monte Carlo tem sido aplicada
a uma infinidade de situações como alternativa aos modelos matemáticos exatos. Atualmente é
possível encontrar modelos que fazem uso das simulações de Monte Carlo nas mais diversas
áreas, tais como, na sica, comunicações, aviação, sistemas críticos de segurança, matemática,
empresarial, econômica e industrial (FAULIN e JUAN, 2005; BENTSEN et al., 2005 e
OGATA, 2003).
Para Faulin e Juan (2005), a simulação de Monte Carlo é uma técnica
quantitativa que faz uso da estatística e computadores para simular o comportamento aleatório
de sistemas reais. Seu princípio consiste em criar um modelo matemático do sistema, processo
ou atividade que se queira analisar, identificando as variáveis cujo comportamento aleatório
determina o comportamento global do sistema.
Em essência, esse método representa, segundo o Computacional
Science Education ProjectCSEP (1995), que o sistema físico que se deseja simular pode ser
descrito por uma função densidade de probabilidade obtida a partir de n experimentos
distribuídas no intervalo [0, 1]. Assim, os resultados destas amostragens aleatórias, devem ser
acumuladas ou contadas de maneira apropriada para produzir os resultados desejados.
Para o CSEP (1995), os componentes principais para a aplicação da
simulação de Monte Carlo incluem:
Conhecimento da Função Densidade de Probabilidade que descreve o sistema sob
análise;
Gerador de números aleatórios; para isso, uma fonte de números aleatórios
uniformemente distribuídos no intervalo de unidade deve estar disponível.
22
Definição do processo de amostragem dos resultados gerados;
Contagem dos resultados de interesse.
Faulin e Juan (2005), ao considerarem esses aspectos, afirmam que o
uso de planilhas de cálculos tem sido amplamente utilizado nesse processo de simulação,
destacando o uso de programas comerciais específicos para esse fim, tais como @Risk,
Crystall Ball, Insight.xla, entre outros.
Um dos pressupostos para a utilização da simulação de Monte Carlo é
que a distribuição das variáveis envolvidas seja conhecida, sendo a variável Preço do produto
em estudo como uma das mais importantes, que neste caso apresenta características de séries
de tempo, apresentando, não somente tendência como também um padrão sazonal claro, como
demonstrado por Francisco et al. (1995). Por isso torna-se necessário dispor da série de preços
livres das variações sazonais.
Fava (2000) afirma que as séries de tempo podem ser decompostas em
tendência, que consiste num movimento contínuo dos dados numa determinada direção, que
dura um período de tempo grande; ciclo, que consiste num movimento oscilario em torno da
tendência, que se verifica durante um período de tempo maior que um ano e que não é
necessariamente regular; sazonalidade que é um movimento oscilatório que ocorre com
regularidade em sub-períodos de um período de tempo fixo (geralmente um ano); e,
finalmente o termo aleatório ou componente ertico, sendo definido como movimento
errático, irregular, que decorre de fatores estritamente aleatórios.
Dentro das estratégias existentes para decomposição de uma série de
tempo está a proposta por Hoffman (1980), que consiste no uso de média geométrica móvel
centrada, existindo ainda outras metodologias, tais quais Versão X-11 do Método II do Censo,
Modelos ARIMA e Modelos de Regressão, sendo esses últimos descritos por Francisco et al.
(1995) e Pino et al. (1994). Análises complementares do tratamento de séries temporais estão
também descritas em Morettin e Toloi (2004) e Gujarati (2004), Stock e Watson (2004), entre
outros.
Como resultante da decomposição da série temporal dos preços, torna-
23
se possível obter os respectivos fatores sazonais mensais, que podem testados pelas estatísticas
de Análise de Variância combinados com o Método da Diferença Mínima Significativa de
Tukey, conforme descritos por Moretin e Toloi (2004) e Ferrán Aranaz (2001).
No período recente, estudos para a avaliação de resultados econômicos
de empreendimentos agrícolas têm incorporado em seus métodos a simulação de Monte Carlo,
o que permite avaliar o resultado econômico não mais pontualmente, mas sim na forma de
uma distribuição de probabilidade dos resultados possíveis.
Santos et al. (1998a), no período de 1987 a 1995, avaliaram cinco
sistemas de rotação de culturas com triticale: sistema I (trigo/soja); sistema II (trigo/soja e
aveia-preta/soja); e sistema III (triticale/soja, aveia/soja e ervilhaca/milho); sistema IV
(triticale/soja, ervilhaca e milho e aveia-preta/soja) e sistema V (triticale/soja, ervilhaca/milho
e aveia-preta e soja); A partir dos dados de entradas de preços, rendimento de grãos e custos
de cada alternativa, foram geradas distribuições de probabilidade cumulativa dessas variáveis,
mediante o processo de Monte Carlo, bem como a distribuição da receita quida
correspondente a cada alternativa. Com base nessas distribuições de probabilidade cumulativa
foram obtidos os intervalos de preços, rendimento e receitas líquidas, com 5% de
probabilidade entre cada intervalo, concluindo que o sistema II, para o período de 1987 a 1989,
e o sistema II, no período de 1990 a 1991, mostraram ser as melhores alternativas de produção,
dos pontos de vista de rentabilidade e de menor risco.
Esses autores (1998b; 2002 e 2004), utilizaram-se da mesma
metodologia para buscar identificar a melhor alternativa em termos de lucratividade e risco em
diversos sistemas de rotação de culturas.
Ambrosi et al. (2001) avaliaram a lucratividade e risco de quatro
sistemas de produção de grãos combinados com pastagens de inverno. Os sistemas foram:
sistema I (trigo/soja, aveia-preta pastejada/soja, e aveia-preta pastejada/soja); sistema II
(trigo/soja e aveia-preta + ervilhaca pastejadas/milho); sistema III (trigo/soja, aveia-preta +
ervilhaca pastejadas/soja e aveia-preta + ervilhaca pastejadas/milho); e sistema IV (trigo/soja,
aveia-branca/soja e aveia-branca/soja).
Através da simulação de Monte Carlo foi possível obter distribuições
de probabilidade que, da análise da distribuição acumulada da receita quida, pôde-se concluir
que o sistema I apresentou na baixa probabilidade de risco (5%), maior renda líquida/ha, em
24
comparação com os sistemas II, III e IV. Na alta probabilidade de risco (100%), o sistema II
obteve a maior renda líquida/ha, em relação aos sistemas I, III e IV. Os autores apontam para
situações hipotéticas que um agricultor que não queira correr risco superior a 5% de ter receita
líquida negativa, jamais deverá escolher os sistemas II, III ou IV. Por outro lado, um outro
agricultor, que pretenda obter a maior renda líquida possível, escolheria o sistema II.
Finalmente se um determinado agricultor, que jogasse 50% de suas possibilidades de atingir a
máxima receita líquida também escolheria o sistema II para obter uma receita líquida menor
ou igual a R$423,96/ha.
Souza (2001) propôs um modelo para a análise de risco econômico
aplicado ao planejamento de projetos de irrigação para a cultura do cafeeiro, baseado num
processo de método de “Monte Carlo”. As análises de aplicação do modelo foram feitas com
dados levantados em duas propriedades que irrigavam o cafeeiro, no qual três pacotes
tecnológicos (40, 60 e 80 sc/ha), seis manejos anuais de irrigação e a ocorrência de
eventualidades na vida útil da cultura, foram avaliados.
O autor concluiu que o modelo desenvolvido mostrou-se eficiente para
realizar os cálculos voltados ao planejamento e determinação do risco econômico da
cafeicultura irrigada e a estrutura modular proposta possibilita o acompanhamento de grande
parte do processo de cálculo das análises de simulação e que as análises de risco econômico da
cafeicultura irrigada, mostraram que os pacotes tecnológicos de 60 sc/ha e 80 sc/ha
apresentaram-se economicamente viáveis para as duas propriedades, adotando-se ou não a
irrigação. O manejo de irrigação suplementar durante todo ano sempre se mostrou a melhor
alternativa ecomica.
Santos et al., (2004) analisaram a lucratividade e risco de sistemas de
produção, de manejo de solo e de rotação e sucessão de culturas e conclram que era possível
separar o plantio direto e o cultivo nimo como as melhores alternativas a serem oferecidas
ao agricultor, por apresentarem maior lucratividade.
Esses autores conclram também, analisando a distribuição de
probabilidade acumulada da receita quida, que o plantio direto mostrou na baixa
probabilidade de risco (5%) e na alta probabilidade de risco (100%), maior renda líquida por
hectare, comparativamente ao preparo convencional de solo com arado de discos, ao preparo
convencional de solo com arado de aivecas e ao cultivo nimo concluindo que, de acordo
25
com os resultados da análise da distribuição da probabilidade acumulada da receita quida, a
escolha da alternativa fica a critério do tomador de decisão, considerando as probabilidades de
maior ou de menor risco.
Junqueira e Pamplona (2002), ao analisarem a viabilidade ecomica
através da análise de valor presente quido (VPL) para a instalação de um conjunto de
rebeneficiamento de café na Cooperativa Regional de Cafeicultores do Vale do Rio Verde
(COCARIVE), utilizando-se para tanto das técnicas de simulação de Monte Carlo, apontaram
para o fato que a metodologia não fornece uma resposta única, e sim, uma gama delas e que
para o caso em particular não houve interação que apresentasse um valor de VPL menor que
zero, isto é, a probabilidade do investimento resultar em prejuízo era nula.
Estudando quatro sistemas de produção de milho, que refletiam escalas
de produção e níveis tecnológicos diferentes, Esperancini et al. (2004) realizaram uma análise
de rentabilidade e risco na produção de milho para a região de Botucatu, com base em
diferentes cenários para os quais foram definidas distribuições de probabilidade para as
variáveis determinantes da rentabilidade líquida (em R$/ha).
Os autores, fazendo uso de técnicas de simulão, concluíram que,
dentre os sistemas utilizados, aquele que apresentava a maior probabilidade (acima de 95%) de
rentabilidade era o sistema que tinha como característica o maior volume de capital
imobilizado, ou seja, os sistemas que adotavam maiores escalas de produção apresentavam
maior lucratividade – para os mesmos níveis de risco – que a pequena e média produção,
concluindo pela necessidade da busca de alternativas tecnológicas para os pequenos e médios
produtores, dado o elevado risco desses produtores obterem resultados econômicos
desfavoráveis.
Salles (2004) propôs em seu trabalho a aplicação de duas metodologias
de análise financeira de projetos de geração eólica que permitissem a consideração explícita de
incertezas associadas à velocidade do vento. A primeira baseou-se na Simulação de Monte
Carlo e a segunda no método de séries temporais de Box e Jenkins. Na simulação de Monte
Carlo, a autora usou valores de velocidades de vento a partir da distribuição de freqüência da
rie observada.
Em sua análise, os valores amostrados formaram um cenário aleatório,
para o qual foi realizada uma análise financeira, obtendo-se assim, um conjunto de indicadores
26
financeiros condicionados a esse cenário. Assim diversos cenários foram então gerados para se
realizar a análise de risco financeiro, possibilitando o cálculo do valor esperado de indicadores
financeiros, Taxa Interna de Retorno (TIR) e do Valor Presente Líquido (VPL), além de suas
distribuições de probabilidade empírica. Outros indicadores de risco, tais como a
probabilidade de não remuneração do investimento e o potencial de perda do investidor
(Value-at-Risk), também foram obtidos. A autora concluiu ainda que as metodologias
tornaram possível realizar a análise de risco financeiro do projeto de geração eólica de um
determinado tio no Brasil.
Ponciano et al. (2004), utilizando-se de critérios econômicos de
cálculos do valor presente liquido e taxa interna de retorno, estudaram a viabilidade
econômica e de risco da fruticultura na região norte fluminense. Como forma de mensurar o
risco para cada atividade os autores usaram o método de Monte Carlo. Os resultados
mostraram que a fruticultura pode ser uma boa alternativa para a região, concluindo pelo
processo de simulação, que a probabilidade do produtor obter um VPL negativo é baixa para a
maioria das frutas analisadas.
Especificamente para a cultura do abacaxi, obtiveram uma
probabilidade de 0,00% do VPL menor que zero e de 54,58% do VPL menor que o VPL
inicial (R$1.861,24 para um horizonte de planejamento de 2 anos ou R$27.918,60 em 30 anos);
para a cultura do maracujá, constatou-se probabilidade de 2,06% do VPL menor que 0 e de
39,15% do VPL que o VPL inicial (R$2.372,65 para um horizonte de planejamento de 2 anos
ou R$35.589,75 em 30 anos); para a cultura da pinha, obteve-se probabilidade de 1,88% do
VPL menor que 0 e de 31,47% do VPL menor que o VPL inicial (R$18.777,12 para um
horizonte de planejamento de 20 anos ou R$28.165,68 em 30 anos). Pela simulação de Monte
Carlo, concluíram que os maiores riscos estavam relacionados às culturas da manga e goiaba.
Para Esperancini e Paes (2005), considerando que em culturas
permanentes, dado o capital imobilizado na exploração, é interessante ao produtor verificar se
no curto prazo as receitas auferidas em determinada safra são suficientes para cobrir os custos
operacionais de produção; por sua vez, no longo prazo, é necessário verificar se as receitas são
capazes de cobrir os investimentos decorrentes da imobilização do capital fixo, bem como os
custos operacionais durante um determinado horizonte temporal.
Esses autores, utilizando o método de simulação estocástica ou de
27
Monte Carlo para determinar os indicadores de viabilidade ecomica dos investimentos, na
cultura do café, sob condições de risco, por envolver elementos aleatórios, referentes aos
riscos de preços e produtividade, realizaram uma análise de investimentos da produção dessa
cultura, sob quatro sistemas de produção irrigado e convencional e duas variações quanto ao
adensamento de plantio.
Para cada cenário foram elaborados os fluxos de caixa e a partir deles
foram estimados os seguintes indicadores para determinar a viabilidade ecomica dos
investimentos: Taxa Interna de Retorno (TIR), Valor Presente Líquido (VPL), Relação
Benefício-Custo (RBC), Custo Total Atualizado (CTA), Pay Back Simples (PBS), Pay Back
Econômico (PBE) e Custo Total Unitário (CTU). Concluiu-se que a maior viabilidade
econômica ocorria para os sistemas irrigados e mecanizados, com maior densidade de plantio
e piores resultados econômicos para o sistema convencional, com menor adensamento de
plantio.
Fontaneli et al. (2006) estudaram a lucratividade e risco de sistemas de
produção de grãos, durante 5 anos em vários sistemas de produção com pastagens, sob sistema
plantio direto, aplicando-se à receita líquida quatro tipos de análise nos sistemas de produção:
análise da receita líquida, da média variância, da distribuição de probabilidade acumulada e da
dominância estocástica. Para cada um dos conjuntos de dados de rentabilidade, foram geradas
distribuições de probabilidade cumulativa, mediante o processo de Monte Carlo, bem como a
distribuição da receita quida correspondente a cada alternativa. Os autores concluíram que,
pela análise da receita líquida e da média variância, não houve diferença significativa entre os
sistemas estudados.
Trabalhando com modelos de previo econômica para tomadas de
decisão sob condição de risco na citricultura, Paes (2005) e Paes e Esperancini (2003)
utilizando-se da técnica de simulação de Monte Carlo para três cenários distintos quanto à
densidade de plantio (300, 476 e 512 plantas x ha
–1
), em função de diferentes preços de venda
da caixa da laranja, produtividade e custos operacionais de produção, as autoras concluíram
que o adensamento de 476 plantas x ha
–1
correspondia à maior probabilidade de lucro
operacional, em qualquer nível de probabilidade e risco quando comparado ao sistema de 300
plantas x ha
–1
e que este, dentre os três cenários propostos, apresentou as maiores
probabilidades de lucratividade, concluindo ainda, que em termos probabilísticos, o aumento
28
da produtividade decorrente da densidade para 512 plantas x ha
–1
não compensou a elevação
dos custos operacionais quando comparado ao sistema com 476 plantas x ha
–1
.
Nesse caso, quanto maior a probabilidade da lucratividade do
empreendimento maior era também o risco incorrido, uma vez que, para a obtenção de lucros
elevados era necessário que simultaneamente ocorressem preços elevados no mercado, bem
como alta produtividade.
Em síntese, é possível avaliar que os métodos de simulação,
notadamente o de Monte Carlo, tem amplo uso sendo um instrumento adequado quando o
resultado das variáveis de estudo não puder ser estimado deterministicamente.
4.4 Análise energética econômica
A conjunção da análise energética com a análise econômica é de
grande importância ao buscar compreender de que forma se dá a relação de entrada e saídas
energéticas quando relacionadas com entradas e saídas econômicas, permitindo identificar não
somente quais entradas energéticas têm maior participação no processo produtivo, mas
também valorá-las quanto à sua participação no rendimento econômico.
Com esse enfoque, Shankar e Tripathi (1997) avaliaram as eficiências
energéticas e econômicas em 2 áreas trabalhadas no sistema jhum
1
, respectivamente com 6 e
20 anos de ciclo, nos quais foram quantificados os retornos monetários e energéticos da
cultura do arroz, durante dois anos de cultivo, comparando-se, então os resultados. Os
resultados indicaram que os cultivos são energeticamente eficientes, com retornos energéticos
entre 15 e 20 vezes a energia investida, concluíram ainda que, as eficiências energética e
econômica declinam com o encurtamento do ciclo de jhum, havendo uma redução da
eficiência entre dois anos consecutivos.
A aplicação de fertilizantes, ainda que resultasse num aumento da
eficiência econômica, mostrou-se altamente ineficiente do ponto de vista energético, sendo
recomendado que os usos de fertilizantes orgânicos combinados com inorgânicos pode ser a
melhor opção para melhorar a eficiência energética e aumentar a eficiência econômica.
1
Cultivo de jhum consiste numa prática de deixar a terra em pousio durante determinado tempo, após o qual se
retoma a atividade agrícola.
29
Palma (2001), ao verificar a compatibilidade entre as eficiências
energética e ecomica numa empresa rural, utilizando-se de técnicas de programação linear,
procurou determinar, para diversas atividades, em diferentes sistemas de produção, quais
resultavam na máxima eficiência energética econômica. O autor concluiu que, com a
tecnologia em uso na agricultura, uma eficiência econômica máxima associava-se a uma
eficiência energética mínima, ou seja, a eficiência energética varia em sentido contrário à
eficiência econômica e que, em termos de economia de energia, o componente com maior
peso energético se relacionava aos fertilizantes químicos. Aponta ainda que num futuro, no
qual se crie uma consciência da questão energética, as atividades cujo coeficiente energético é
muito baixo tenderão a desaparecer.
No período mais recente, as análises ecomicas energéticas estão
sendo consideradas metodologias que incorporam análises de risco, destacando-se aquelas que
levam em conta em sua formulação modelos probabilísticos para estimativas dos resultados
econômicos como já destacados.
Nesse aspecto, Pinto (2002) trabalhando numa análise econômica
energética de sistema florestal a ser implantado numa reserva florestal localizada em terras
indígenas, realizou sua avaliação buscando identificar qual entre vários sistemas alternativos
poderia apresentar uma melhor eficiência econômica energética. Nesse sentido, para um
sistema agroflorestal para produção de borracha ao qual se incluíam três variedades de palmito,
feijão e milho, avaliados economicamente quanto ao valor atual líquido, taxa interna de
retorno, relação custo benefício, pay pack simples e pay back econômico, esse autor simulou
vários cenários econômicos sob condições de risco através do método de Monte Carlo.
O método indicou que, dos quatro cenários idealizados, três deles se
mostravam viáveis, apresentando, em média, taxas internas de retorno superiores a 6,0% ao
ano, e que um deles se apresentava totalmente inviável, com taxa média igual a zero. Por sua
vez, para a análise energética dois cenários foram testados: o primeiro valendo-se do uso de
uréia, e o segundo substituindo-se a uréia por biofertilizante, aos quais buscou relacionar a
energia injetada na agricultura e a energia final aproveitável na agricultura.
Da mesma forma que na análise econômica, os resultados da energia
final aproveitável foram simulados, concluindo-se em ambos os casos as probabilidades de se
obter um rendimento superior a 1 eram de 100% (1,137 e 1,132 respectivamente), permitindo
30
ao autor concluir que a mudança de um componente de origem fóssil não foi suficiente para o
aumento da eficiência energética; no entanto, é de considerar que o não uso da uréia contribui
para reduzir o uso da energia fóssil em mais de 50%, o que favorece a sustentabilidade do
projeto no longo prazo, razão pela qual o cenário II ser recomendado em detrimento do
cenário I.
Por sua vez, Romero (2005) realizou uma análise da eficiência
energética e econômica para a cultura do algodão em sistemas agrícolas familiares buscando
estabelecer e clarificar a relação entre a eficiência energética e econômica, concluindo que do
ponto de vista energético o agrossistema produziu uma eficiência cultural de 0,71, sendo
altamente dependente de fontes de energia indireta, quais sejam, inseticida, herbicidas e
adubação química. A análise econômica, com indicadores de eficiência apresentados na forma
de distribuição de probabilidade, permitindo visualizar que a máxima eficiência econômica
(1,33) ocorria no mês de maio, numa probabilidade de ocorrência baixa (0,30%), e que as
relações econômicas e energéticas ao apresentarem-se coincidentes em determinados
momentos evidenciavam ser esse sistema altamente dependente de conjunturas externas de
mercado e potica ecomica e por fim, que sistemas eficientes economicamente não
necessariamente o o do ponto de vista energético.
Bueno et al. (2005) realizaram uma avaliação energética e econômica
do agrossistema algodão, sob condições de agricultura familiar. Da análise energética
concluíram que o itinerário técnico do agrossistema estudado privilegia o tipo de energia
indireta com uma dependência excessiva de energia de fontes não-renováveis, os quais
destacaram que, no total dos dispêndios energéticos, o diesel participava com 42,98%. Do
ponto de vista econômico, cuja distribuição foi obtida através da metodologia de simulação de
Monte Carlo, concluíram ainda que os indicadores de eficiência se mostraram
significativamente superiores à eficiência energética e que, a probabilidade da ocorrência da
maior eficiência econômica (14,9) apresentava uma probabilidade muito baixa de ocorrência
apenas 0,4 % – e que, no contexto geral, as relações energéticas e econômicas podem ser
coincidentes em determinados momentos apresentando, no entanto, uma alta dependência de
conjunturas externas de mercados e políticas econômicas.
Esperancini et al. (2005), por sua vez, ao estudarem a relação
energética e econômica da produção de milho em agricultura familiar concluíram que a matriz
31
energética desse sistema produtivo, ainda que apresentasse indicadores positivos de eficiência
energética cultural, apresentou uma dependência de fontes de energia não-renováveis e que a
probabilidade da eficiência econômica ser superior à eficiência energética apresentava
probabilidade igual a zero, apontando dessa forma para a possível insustentabilidade
energética do sistema no longo prazo.
Sob o aspecto da análise da eficiência econômica, o indicador de maior
freqüência foi de 1,25 com uma probabilidade de ocorrência de 23,1%, entretanto, é de
considerar a existência da probabilidade dos retornos serem menores que 1, indicando que, sob
determinadas circunstâncias, essa atividade pode ser altamente ineficiente do ponto de vista
econômico, apontando assim, para a necessidade de se buscar alternativas produtivas – tanto
econômicas quanto energéticas – particularmente para a agricultura familiar.
Da leitura desses trabalhos é possível verificar que a utilização de
técnicas que permitem avaliar o grau de incerteza nas análises energética e econômica que se
apresentam mais adequadas, pois ao fornecerem resultados na forma de distribuições de
probabilidade, possibilitam análises mais aprofundadas dessas relações.
32
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Caracterização da área de estudo
O trabalho foi desenvolvido junto aos agricultores da Área I do Projeto
de Assentamento Fazenda Ipanema no município de Iperó, região sudoeste do Estado de São
Paulo, distante aproximadamente 130 km da Capital, tendo como objeto de estudo a cultura do
milho. Trata-se de uma área de assentamento, administrado pelo Governo Federal, implantado
em 1994, com 153 lotes divididos em 2 áreas, num total de 1.815,00 ha (INSTITUTO
BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS -
IBAMA, 2003), assistidos tecnicamente pela Fundação Instituto de Terras do Estado de São
Paulo “José Gomes da Silva(ITESP).
Segundo estudo publicado pelo Ibama (2003), com base em dados
fornecidos pelo ITESP, a área I do assentamento, com 86 lotes, totalizando 1.210,00 ha tem
71,22% de sua área destinada a atividades agrícolas, tais como, arroz, feijão, milho e
mandioca; fruticultura e pecuária de leite e corte; 3,69% ocupadas com infra-estrutura e
25,09% de áreas de preservação permanente (Figura 1).
34
A Floresta Nacional de Ipanema, na qual o Assentamento esinserido,
é atravessada em sua parte sul pelo Trópico de Capricórnio, localizando-se assim em uma
zona de transição, de tropical para temperada. Segundo a classificação de Köeppen, a área
apresenta condições climatológicas tipo Cfa, que se caracteriza por possuir clima subtropical
quente, constantemente úmido, com inverno menos seco (a precipitão oscila entre 30 e 60
mm), temperaturas máximas superiores a 22°C e mínimas inferiores a 18°C ao sul (Área II),
limitando com Cwa (ao norte, Área II), que por sua vez se apresenta com clima subtropical
quente, com inverno mais seco (precipitação inferior a 30 mm). A precipitação média anual da
região é da ordem de 1.400 mm, com mínimo de 800 mm e máximo de 2.200 mm.
(TAVARES apud IBAMA, 2003).
A área I do Projeto de Assentamento Ipanema foi escolhida como local
para a coleta dos dados primários por apresentar diversidade quanto aos tipos de sistemas de
cultivo da cultura do milho, tempo de implantação, uma vez que o mesmo se encontra em fase
de consolidação e pela experiência pessoal do pesquisador que, durante 10 anos, atuou como
Engenheiro Agrônomo na assistência técnica agronômica junto aos assentados.
5.2 Composição dos sistemas de plantio
A composição da amostra seguiu a metodologia na qual se trabalhou
com “amostragens dirigidas, de forma que fosse possível analisar a diversidade dos fenômenos
mais importantes observados. O tamanho da amostra foi, pois, determinado, sobretudo pela
complexidade e pela diversidade da realidade estudada” (GARCIA FILHO, 1999, p. 11).
Dessa maneira, a determinação da amostra esteve diretamente
relacionada à representatividade da diversidade da região em análise, embora as amostras
sejam pouco representativas do ponto de vista estatístico (DUFUMIER, 1996), não se
trabalhou, dessa forma, com amostragens aleatórias, pois essas não asseguravam, justamente
por seu caráter intrínseco, a representação e a análise aprofundada da diversidade que os
sistemas de produção da atividade milho pudessem assumir.
Ainda segundo Garcia Filho (1999), no caso de análise de sistemas, o
que interessa, num primeiro momento, não é a representatividade estatística da zona estudada,
mas sim, a abranncia e a diversidade dos sistemas de produções existentes, por isso, foram
35
eleitos estabelecimentos e sistemas de produção que revelassem a diversidade e as tendências
identificadas, mesmo que a existência de certos sistemas “marginais” ou “extremos” fossem
pouco representativos do ponto de vista estatístico.
Deve-se destacar que a amostragem dirigida (ou intencional) não deve
ser confundida com um processo de amostragem por conveniência, na qual as unidades
amostrais são eleitas de acordo com critérios de acessibilidade consistindo apenas das pessoas
disponíveis para tal (LARSON e FABER, 2004).
A suposição básica para construção de amostragens intencionais “com
bom julgamento e uma estratégia adequada, podem ser escolhidos os casos a serem incluídos e,
assim, chegar a amostras que sejam satisfatórias para as necessidades da pesquisa. Uma
estratégia utilizada na amostragem intencional é a de se escolherem casos julgados como
picos da população em que o pesquisador está interessado” (MATTAR, 2000, p. 138).
É essa a razão pela qual a elaboração da amostra foi dirigida, sendo
construída por produtores mais representativos de cada categoria (patamar tecnológico) e de
cada tipo de sistema de produção, identificados através de pesquisa junto ao órgão de
Assistência Técnica (agrônomos e técnicos agrícolas) e lideranças locais, sendo simplesmente
identificados como Assentados.
Assim, a identificação dos diversos sistemas de cultivo foi realizada
com base em entrevistas (Figura 1A.) com agricultores representativos dos possíveis sistemas,
lideranças envolvidas com grupos de máquinas e o agrônomo do ITESP responsável pela
assistência técnica na área. O referido questionário, além de possibilitar identificar os
itinerários técnicos permitiu quantificar o uso dos fatores de produção, suas quantidades e
valores, elementos fundamentais para as análises energéticas e econômicas dos respectivos
sistemas.
Como forma de contribuir para a análise permitindo, quando
necessárias comparações, os dados de produção dos assentados foram confrontados com os
coeficientes técnicos de produção de milho de verão, plantio convencional, 1 ha com
produtividade de 5.400 kg x ha
–1
do Instituto de Economia Agrícola, referentes aos municípios
do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Itapetininga, da qual o município de Iperó
faz parte (MELLO, 2000), e a estimativa de custo de produção e exigências física de fatores,
culturas de sequeiro milho, elaborada pelo ITESP especificamente para o Assentamento
36
Fazenda Ipanema
2
(Tabelas 1 e 2 dos anexos).
Cumpre destacar que, apesar das informações prestadas pelos
assentados terem sido expressas em medidas não decimais tanto para áreas, informadas em
alqueires (24.200 m
2
), quanto para a produção, todas elas foram convertidas para unidades
decimais, quais sejam: hectare (ha), iguais a 10.000 m
2
, para medidas de área e quilograma (kg)
para medidas de massa.
5.3 Coeficientes energéticos
Após o levantamento de todas as operações, em seus diversos sistemas
de cultivos, cada uma delas foi detalhada quanto às suas unidades energéticas, de acordo com
os parâmetros elegidos por Bueno (2002), que em seu trabalho indicou as diretrizes quanto à
escolha dos coeficientes técnicos para os seguintes elementos de cálculo da energia consumida:
mão-de-obra; sementes; animais de trabalho; combustíveis e outros lubrificantes; máquinas e
implementos; e corretivos de solos e fertilizantes químicos.
A adoção de parâmetros pré-definidos está em consonância com o
proposto por Campos e Campos (2004), que em seu artigo concluíram pela não existência de
uma metodologia padronizada para a realização de balanços energéticos, sugerindo a definição
de um paradigma para isso, enfatizando inclusive pela subjetividade da escolha de
classificações e métodos.
Como medida da unidade energética utilizou-se a do Sistema
Internacional de Unidades, ou seja, Joule (J) e seus respectivos múltiplos. Para a conversão de
Calorias (cal) em Joules considerou-se a caloria dita IT (International table), na qual uma
Caloria é equivalente a 4,1868 J, conforme definido na 5ª Conferência Internacional sobre as
Propriedades do Vapor (INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO
E QUALIDADE INDUSTRIAL, INMETRO, 2003).
Dessa forma, os coeficientes técnicos, para cada uma das atividades
envolvidas, para a análise energética ficaram assim definidos.
2
Planilha de orçamento para fins de obtenção de crédito rural junto a agente de crédito, obtido junto ao ITESP,
Sorocaba, em agosto 2006.
37
5.3.1 Mão-de-obra
Para a determinação do dispêndio energético nas operações manuais
realizadas, foi utilizado o modelo proposto por Carvalho et. al. (1974), que consideram em
seus cálculos que o consumo energético está em função do metabolismo basal o qual leva em
conta o peso, altura, o sexo e a idade dos indivíduos, acrescidos de 8% para o trabalho da
digestão e para a atividade física, ainda que mínima.
Em sua metodologia esses autores propõem que o dia seja dividido em
3 períodos de 8 horas (sono, ocupações não profissionais e trabalho) e que os dispêndios
energéticos de cada atividade ou operação correspondem a frações do metabolismo basal,
corrigidas em 8%, referente a um período de 24 horas.
Para o cálculo da energia gasta, Johnson (1998) propõe o uso do GER
(gasto energético em repouso) que representa a energia gasta em condições similares ao gasto
energético basal (GEB) ou taxa metabólica basal. Ainda segundo Johnson (1998), o GER é
10% superior ao GEB, uma vez que este leva em conta as mesmas condições apontadas por
Carvalho et al. (1974), ou seja, o efeito térmico do alimento (energia gasta para digestão) e a
influência da atividade física por mínima que seja.
Assim, para o cálculo do GER, que serviu de base para a apuração dos
dispêndios energéticos foram utilizadas as expressões (equações 8 e 9) propostas por Harris e
Benedict apud Mahan et al. (1998):
IAPGER 39,2893,2057,5742,278
+
+
=
, para o gênero masculino Eq. 8
IAPGER 59,1975,703,4035,742.2
+
+
=
, para o gênero feminino Eq. 9
Sendo:
GER = kJ
P = massa, em kg;
A = altura, em cm;
I = idade, em anos completos.
38
Dessa maneira, conjugando o proposto por Carvalho et al. (1974),
adaptado por Bueno (2002), tendo como parâmetro a parcela do GER, os dispêndios de
energia, por atividade manual, se encontram na Figura 2 a seguir:
Tipo de Trabalho
Carvalho et al. (1974)
Comparativo dos agricultores (BUENO,
2002)
Parcela
correspondente
do GER de 24 h
a) Conduzir trator Condução de trator, colhedora e caminhão. 3/6
b) Atomizador (com canhão) Plantio e adubação 5/6
c) Empa Adubação de cobertura 6/6
d) Atomizador (com atomizador dorsal),
poda, poda (talha), vindima
Transporte de sementes e adubos 7/6
e) Colocar tutores e empar; aplicação de
herbicida (pulverizador de dorso), fornecer
calda, plantar batatas ao rego.
Aplicação de calcário 8/6
f) Raspa; sachar batatas; tapar enxertia,
espetar paus.
Capina Manual 9/6
g) Abrir covas para fixação de esteios Capina com tração animal 14/6
Fonte: Carvalho (1974) adaptado por Bueno (2002)
As frações correspondentes ao tempo de sono de 8 horas, correspondente a 2/6 do GER de 24 horas e as
ocupações não profissionais, 3/6 do GER de 24 horas, permanecem inalteradas,
Figura 2. Comparativo de dispêndio de energia de agricultores, por tipo de trabalho agrícola,
em fração correspondente de GER.
5.3.2 Produção
Para o cálculo do valor energético das sementes utilizadas para plantio,
os valores são os correspondentes a 7.936,64 kcal x kg
–1
, ou 33.229,12 kJ x kg
–1
, para o milho
híbrido, por sua vez, para a produção o coeficiente energético utilizado foi de 3.968,32 kcal x
kg
–1
ou 16.614,56 kJ x kg
–1
de grão de milho colhido, valores esses estimados por Pimentel et
al. (1973).
No entanto, é necessário considerar que uma prática comum nessa área
é a comercialização do milho para destino de MDPS (milho desintegrado com palha e sabugo),
produto obtido pela moagem das espigas inteiras, sendo fonte energética na dieta de
ruminantes, apresentando menor valor nutritivo do que o milho grão sendo, no entanto, rico
em fibras (TEIXEIRA, 1998).
Segundo Perali et al. (2003) o MDPS possui valor energético de
13.590,35 kJ x kg
–1
.
39
5.3.3 Máquinas e implementos
Para a determinação dos coeficientes caloríficos das máquinas e
implementos fez-se uso da metodologia proposta por Döering et al. apud Comitre (1993) e
Bueno (2002) denominada Depreciação Energética que, à semelhança da depreciação
econômica, e tendo como parâmetros o peso das máquinas e dos pneus, consiste em depreciá-
los durante sua vida útil, restando ao final somente a energia embutida na matéria prima de seu
processo de fabricação, motivo pelo qual a energia contida na matéria prima não é considerada
no cálculo da energia direta e sim, apenas àquela relativa ao valor adicionado na sua
fabricação e as correspondentes ao seu reparo e manutenção que, segundo Comitre (1993), são
estimados em 5% e 12% respectivamente sobre o valor energético.
A expressão que determina a deprecião energética (DE) é dada por:
DE = (a + b + c + d) x Vida útil
–1
Eq. 10
onde:
a = peso da máquina sem pneus x coeficiente energético
b = 5% do valor de a
c = número de pneus x peso x coeficiente energético
d = (a + b + c) x 12%
Vida útil = horas
Simplificando a expressão temos que a depreciação energética pode
ser dada pela equação 11, a seguir:
DE = [(1,176 x a) + (1,12 x c)] x Vida útil
–1
Eq. 11
Os coeficientes energéticos a serem utilizados para trator e colhedora
são os definidos por Döering III apud Comitre (1993) de 3.494 MCal x t
–1
e 3.108 MCal x t
–1
,
40
respectivamente, que também determinou os coeficientes energéticos para implementos e
outros equipamentos, correspondendo a 2.061 MCal x t
–1
, para aqueles utilizados até a fase de
plantio e de 1.995 MCal x t
–1
para os utilizados após essa fase. Para pneus o coeficiente
energético utilizado foi de 20.500 MCal x t
–1
, valor esse proposto por Döering e Peart apud
Comitre (1993) que, convertidos para MJ assumem, respectivamente, os seguintes valores:
14.628,6792 MJ x t
–1
; 13.012,5744 MJ x t
–1
; 8.628,9948 MJ x t
–1
; 8.352,6660 MJ x t
–1
; e
85.829,4 MJ x t
–1
.
Para o cômputo do peso da máquina sem pneus, foi considerado o peso
de embarque da respectiva máquina ao qual, segundo Bueno (2002), deve ser subtraído da
massa dos respectivos pneus e da quantidade de 20 litros de óleo diesel, que segundo o
Balanço Energético Nacional – BEN (BRASIL, 2005) possui uma densidade específica de
0,840 kg x l
–1
, acrescidos dos respectivos contrapesos em sua versão básica.
Ainda que Mello (1986) considere que no item referente à manutenção
de máquinas e implementos está incluído o consumo de óleos lubrificantes e graxa, o mesmo
não será computado de forma separada, quando a informação não puder ser obtida diretamente,
uma vez já estarem incluídos na própria equação de Deprecião Energética (Eq. 11)
Alternativamente, quando a informação estava disponível, a
depreciação energética foi calculada de acordo com a equação 12 a seguir:
DE = [(1,05 x a) + c] x Vida útil
–1
Eq. 12
As informações referentes à vida útil das máquinas e implementos
agrícolas foram determinados de acordo com informações em ASAE, apud Leonardo Júnior
(2000) e Instituto de Economia Agrícola – IEA (2006).
5.3.4 Combustíveis, óleos e lubrificantes
O consumo de óleo Diesel, bem como de óleos lubrificantes, quando
disponível, foi determinado nos levantamentos de campo.
Para o óleo Diesel, o BEN (BRASIL, 2005) estima que seu poder
41
calorífico é de 10.100 kcal x kg
–1
, uma vez que sua densidade específica é de 0,84 kg x l
–1
,
tem-se então 8.484 kcal x l
–1
.
Considerando um acréscimo de 14% como fator de insumo produção,
conforme recomendado por Serra et al. (1979) e Cervinka (1980), tem-se que o poder
calorífico a ser utilizado para o óleo Diesel é de 9.671,76 kcal x l
–1
, ou 40.493,72 kJ x l
–1
Para os óleos lubrificantes que possuem o poder calorífico de 10.120
kcal x kg
–1
com densidade específica de 0,88 kg x l
–1
(BRASIL, 2005), tem-se 8.905,60 kcal x
l
–1
. Finalmente para a graxa, classificada no BEN em outras fontes não-energéticas de petróleo,
foi utilizado o poder calorífico de 10200 kcal x kg
–1
, ou 42.705,36 kJ x kg
–1
.
5.3.5 Fertilizantes químicos
De acordo com os dados de campo, a utilização de fertilizantes de
plantio dá-se na formulação 4–14–8 que, de acordo com a COOPERATIVA AGRÍCOLA DE
COTIA – CAC (1991) apresenta em sua mistura 4% de N; 14% de P
2
O
5
e 8 % de K
2
O. Para a
adubação de cobertura, utilizou-se o Sulfato de Amônia com 20% de N total disponível na sua
forma amoniacal.
Os coeficientes calóricos para os fertilizantes utilizados na cultura do
milho são para N, segundo Felipe Jr. (1984), de 62,49 MJ x kg
–1
; para P
2
O
5
os valores
estimados por Lockeretz (1980) são 9,63 MJ x kg
–1
e finalmente para K
2
O, segundo Pellizzi
(1992) foi estimado em 9,17MJ x kg
–1
.
No entanto, porcentagem considerável dos fertilizantes utilizados, na
formulação são importados. Nesse caso, Leach (1976) propôs adicionar aos seus equivalentes
energéticos 0,50 MJ x kg
–1
, correspondente ao transporte marítimo. Uma vez ser impossível
detalhar com precisão qual parcela dos fertilizantes utilizados é proveniente de importação e
quais são produzidos internamente, essa foi estimado a partir dos quadros de importação e
produção de matérias-primas e produtos intermediários para fertilizantes, de acordo com
valores fornecidos pela Associação Nacional para Difusão de Adubos para os anos de 2003.
Na Tabela 1 tem-se o volume total importado e sua composição na mistura final.
42
Tabela 1. Porcentagem média de importação de fertilizantes no Brasil (2003)
Fertilizantes
Porcentual médio da quantidade
de importação
Mistura
N 70,36
K
2
O 51,56
P
2
O
5
90,70
Sulfato de Amônia
N 87,80
Fonte: Anuário estatístico do setor de fertilizantes (2004).
Combinando-se, dessa maneira, os dados da porcentagem média de
importação (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO SETOR DE FERTILIZANTES, 2004), com os
coeficientes energéticos dos elementos da mistura, conforme estimados por Felipe Jr. (1984),
Lockeretz (1980) e Pellizzi (1992) e os gastos energéticos devido ao transporte (LEACH, 1976)
é possível determinar o coeficiente energético dos fertilizantes, considerando-se agora o
equivalente energético referente ao transporte marítimo, cujos valores recalculados podem ser
visualizados na Tabela 2:
Tabela 2. Valor calórico dos fertilizantes utilizados na cultura do milho, Assentamento
Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Insumos (a) MJ x kg
–1
(b) (c) MJ x kg
–1
(d) MJ x kg
–1
Fertilizante
N 62,49 0,7036 0,35 62,84
P
2
O
5
9,63 0,5156 0,26 9,89
K
2
O 9,17 0,9070 0,45 9,62
Sulfato de Amônia
N 62,49 0,8780 0,44 62,93
(a) valor calórico do insumo
(b) taxa média da quantidade do insumo importado
(c) valor calórico referente ao transporte [c = b x 0,50 MJ x kg
–1
]
(d) valor calórico do insumo incluindo transporte marítimo [ d = a + c]
Fonte: Dados da pesquisa.
5.3.6 Animais de Tração
Para o uso de animais de tração, o valor considerado é de 2.400 kcal x
43
h
–1
, conforme valores estimados por Odum e Heichel apud Bueno (2002), equivalentes a
10.048,32 kJ x h
–1
.
5.4 Coeficientes econômicos
Para o estudo econômico, as despesas diretas foram levantadas junto
aos assentados e, quando foi o caso, junto aos próprios prestadores de serviços e insumos, pois
esses representam efetivamente o valor executado para a implantação da cultura para a safra
2005/2006.
Para o cálculo das despesas indiretas e seus respectivos coeficientes
técnicos econômicos como depreciação, encargos, custo de oportunidade, etc. os parâmetros
foram obtidos junto ao Instituto de Economia Agrícola (IEA), considerando para tanto os
preços correntes para o período de análise que corresponderam aos meses de dezembro de
2005 a fevereiro de 2006, peodo da implantação da cultura, tendo como base para os preços,
tanto pagos quanto recebidos o mês de fevereiro de 2006.
Diferentemente do que ocorreu quando do levantamento das
informações dos coeficientes técnicos (que em alguns casos apresentaram variações
significativas), no caso dos valores despendidos essas informações apresentam pouca variação
de preços. Isso se explica pelo motivo que a aquisição dos insumos se dá no mercado local
onde o número de fornecedores é reduzido, o mesmo ocorrendo com o preço de aluguel de
máquinas que também tem um reduzido número de prestadores de serviços.
5.5 Análise das eficiências
A análise das eficiências, para cada um dos sistemas de cultivo, para o
período de tempo correspondente, é realizada através da leitura dos índices de eficiências que
foram construídos para a análise econômica, energética e energética econômica.
Para a análise econômica, foi construído o Índice de Eficiência
Econômica (I
EE
), que relaciona as saídas ecomicas com as entradas ecomicas do
empreendimento, permitindo avaliar a viabilidade econômica desse.
Por sua vez, para a análise energética foram utilizados os Índices de
44
Eficiência Cultural (I
EC
) e o de Eficiência Energética (I
EEn
), conforme definidos
respectivamente pelas equações 1 e 6 (páginas 16 e 17 da Revisão de Literatura), sendo que os
mesmos foram relacionados com o Índice de Eficiência Econômica, o que permite visualizar
as eficiências Cultural/Econômica e Energética/Econômica dos sistemas em estudo.
5.5.1 Econômica
A análise econômica do empreendimento realizada por meio do Índice
de Eficiência Econômica ( expresso na equação 13, como se segue:
CE
QP
CE
R
I
MMM
EE
)*(
== , eq. 13
onde,
R
M
= receita total do milho em R$ x ha
–1
;
CE = custo total do empreendimento R$ x ha
–1
;
P
M
= preço do milho R$ x kg
–1
;
Q
M
= Quantidade de milho, em quilos x ha
–1
;
Para I
EE
valores superiores à unidade indicam que a Receita do
empreendimento é superior aos seus custos sendo o mesmo, no caso, lucrativo. Entretanto, se
o resultado for inferior à unidade, temos uma indicação clara que o empreendimento não é
lucrativo, com seus rendimentos não cobrindo sequer os custos de produção. Para I
EE
igual à
unidade mostram que as receitas obtidas cobrem apenas os custos de produção não gerando,
dessa forma, excedentes econômicos.
É necessário observar que as variáveis consideradas não são fixas ao
longo do tempo e isto, sem dúvida, afeta o I
EE
. Na forma em que está sendo calculado seria
válido apenas para o ano em estudo o que representa, no caso, uma situação particular, sendo
interessante obter-se uma série na qual se possa visualizar de que maneira se dá essa eficiência
ao longo de vários anos, que pode ser obtida mediante o uso de técnicas de previsão.
Para tanto, será utilizada as técnicas de Simulação de Monte Carlo,
conforme descrita na revisão, que permite construir, a partir do conhecimento prévio das
45
distribuições de probabilidade das varveis envolvidas, uma nova distribuição de
probabilidade, dessa maneira o I
EE
passa a não ser representado como um único valor, e sim,
em termos da probabilidade da ocorrência de determinado I
EE
.
Para a realização desse processo, uma etapa importante a ser
considerada é a determinação das distribuições de probabilidade das variáveis envolvidas no
processo e seus respectivos parâmetros, quais sejam: R
M
(receita total) CE (custo total do
empreendimento), (P
M
) preço do milho e (Q
M
) quantidade produzida.
Considerando que o custo total do empreendimento define a matriz
tecnológica que está sob análise, a distribuição de probabilidade dessa variável que melhor se
ajusta é a distribuição uniforme, definida como aquela em que todos os valores da variável
aleatória são igualmente prováveis (TRIOLA, 1999), tendo como valores máximos e nimos
uma variação de 5% sobre o valor esperado dessa distribuição, o que garante um coeficiente
de variação de no máximo 2,89%.
Para a variável P
M
(preço do milho), é necessário considerar que,
segundo Hoffman (1980), as variações nos preços dos produtos agrícolas são determinadas por
várias causas, podendo ser afetado, num período de curto prazo, pela estacionalidade da
produção o que implica existir uma variação cíclica no decorrer do ano, isto é, no período de
safra o preço tende ser relativamente baixo, alcançando normalmente o maior preço, em média,
no período de entressafra.
Dessa forma, a obtenção dos fatores sazonais mensais foi realizada
conforme descritos por Hoffman (1980) e Moretin e Toloi (2004), mediante o uso dos
softwares SSPS
®
(Statistical Package for the Social Sciences) e NCSS
®
2000.
Aceita a hipótese da existência de padrão sazonal, haverá, portanto, a
necessidade de considerar a série de preços de milho corrigidos pelo fator sazonal
correspondente aos meses sob análise.
Assim, livre dos fatores sazonais, essa nova série de preços obtida,
possuindo média e desvio padrão, poderá será testada através da estatística de Kolmogorov-
Smirnov, conforme descrito por Costa Neto (1977) e Siegel e Castellan (2006) quanto à sua
normalidade, aceita a hipótese de normalidade essa variável poderá ser considerada como
normalmente distribuída.
Para a variável quantidade produzida, a distribuição de probabilidade
46
mais adequada, dada a insuficiência de uma série histórica de dados, é a distribuição triangular.
Essa, segundo Santos e Campos (2000) e Assis (2004), é utilizada quando é possível se
determinar o valor mais provável da variável aleatória em estudo (ou moda), além de seu valor
máximo e nimo, sendo útil também quando o objetivo é obter uma aproximação na
ausência de dados, sem que seja possível conhecer de forma clara a distribuição empírica dos
dados.
Uma vez definidas as distribuições de todas variáveis envolvidas na
análise econômica, a simulação de Monte Carlo será realizada conforme proposto por Borges
(2003), utilizando-se para tanto o programa de simulação Crystal Ball
®
.
5.5.2. Energética
5.5.2.1 Índice de eficiência cultural (I
EC
)
A obtenção do Índice de eficiência cultural foi realizada mediante a
equação 14, a seguir:
(J)culturaisentradas""
(J)úteis"saídas"
I
EC
=
Eq. 14
A formulação desse índice, ao exemplo do I
EE
, também foi calculado
na forma de uma distribuição de probabilidade de seus resultados mais prováveis.
Para as “saídas úteis” foi utilizada uma distribuição triangular, uma
vez que estas estão diretamente relacionadas à quantidade de milho produzida (Q
M
) e por sua
vez, para as “entradas culturais” foi utilizada uma distribuição uniforme, cujos valores
extremos, à exemplo do procedimento adotado para o custo do empreendimento, foi de no
máximo 5% de seu valor esperado.
O uso de intervalos, tanto para o custo do empreendimento quanto para
as entradas culturais, justificam-se como uma forma de captar as variações existentes dentro
de um mesmo sistema de produção. Esse procedimento foi utilizado por Bentsen et al. (2005)
47
que, ao estimarem o consumo de energia para a produção de etanol a partir do milho, ainda
que considerassem um grau de tecnologia média com práticas convencionais de cultivo,
estimaram os principais parâmetros de produção na forma de intervalo.
I
EC
superiores à unidade indicam que existe eficiência cultural, uma
vez que as saídas culturais são maiores que as entradas culturais; no caso desse valor ser
inferior à unidade pode-se afirmar que há ineficiência cultural, já que as saídas úteis são
inferiores às entradas. O empreendimento estaria em equibrio na situação de I
EC
igual à
unidade, indicando que as saídas úteis se equivaleriam às entradas culturais.
5.5.2.2 Índice de eficiência energética (I
EEn
)
O Índice de Eficiência Energética foi estimado mediante a equação 15,
assim definida por Risoud (2000), a seguir:
Eq. 15
A justificativa da utilização desse índice se prende ao fato da
necessidade de aprofundar a análise das energias utilizadas nos diversos sistemas de produção,
não só em verificar a existência ou não de eficiência cultural, mas também em qualificar o
quanto esses sistemas são dependentes da energia proveniente de fontes não-renováveis.
Da mesma forma que na Eficiência Cultural, esse índice também está
diretamente relacionado à quantidade de milho produzida, razão pela qual esse índice também
foi obtido na forma de uma distribuição de probabilidade de seus resultados mais prováveis.
Para tanto, a exemplo do já citado anteriormente, para o total energético dos produtos úteis
(produção de milho) assumindo-se possuir uma distribuição triangular e para o total das
energias não-renováveis (entradas) foi representada por valores de uma distribuição uniforme
com variação máxima de 5% sobre o valor esperado dessa distribuição.
A leitura desse índice far-se-á de forma análoga ao descrito para o
Índice de Eficiência Cultural.
48
5.5.3 Energética econômica
As relações energéticas econômicas foram avaliadas mediante a
análise de dois índices distintos. O primeiro relacionará o Índice de Eficiência Cultural com o
Índice de Eficiência Econômica (I
EE/EC
), conforme equação 16:
EE
EC
I
I
=
EC/EE
I Eq. 16
Por sua vez, o segundo foi construído da relação entre os Índices de
Eficiência Energética e o Índice de Eficiência Econômica, conforme pode ser visualizado na
equação 17:
EE
EEn
I
I
=
EEn/EE
I Eq. 17
Para a construção desses dois índices, foram utilizados os valores
médios (esperança) dos índices de Eficiência Econômica, Cultural e Energética estimados a
partir das suas distribuições de probabilidades.
Uma vez que essas análises buscam qualificar as relações energéticas
econômicas dos sistemas de produção, a aplicação direta dos índices de I
EC/IEE
e I
EEn/IEE
, em
determinadas situações energéticas econômicas diferenciadas podem levar a conclusões
equivocadas, principalmente quanto aos índices energéticos dos empreendimentos. Por
exemplo, se existir uma situação A, no qual o I
EE
e I
EC
sejam iguais, mas, no entanto, menores
que a unidade, pode resultar num mesmo índice de uma circunstância B, na qual tanto I
EE
e I
EC
sejam maiores que a unidade.
Dessa forma, será utilizado um identificador – símbolo de (*) – nas
circunstâncias dos cálculos de I
EC/IEE
e I
EEn/IEE
, que permita concluir não só quanto às
eficiências energéticas e econômicas, mas também se o sistema em si é eficiente do ponto de
vista cultural e energético, ou ambos, sendo a identificação realizada na forma como se
observa na Figura 3, a seguir.
49
Índice Valores Resultado Interpretão
I
EC
I
EE
I
EC
1 I
EC/EE
1
Eficiência cultural / econômica,
com Eficiência cultural
I
EC
> I
EE
I
EC
< 1 I
EC/EE
> 1(*)
Eficiência cultural / econômica
com Ineficiência cultural
I
EC
< I
EE
I
EC
1 I
EC/EE
< 1
Ineficiência cultural/ecomica
com Eficiência cultural
I
EC/EE
I
EC
< I
EE
I
EC
< 1 I
EC/EE
< 1(*)
Ineficiência cultural/ecomica
com Ineficiência cultural
I
EEn
I
EE
I
EEn
1 I
EEn/EE
1
Eficiência energética / ecomica,
com Eficiência energética
I
EEn
> I
EE
I
EEn
< 1 I
EEn/EE
> 1(*)
Eficiência energética / econômica
com Ineficiência energética
I
EEn
< I
EE
I
EEn
1 I
EEn/EE
< 1
Ineficiência energética / econômica
com Eficiência energética
I
EEn/EE
I
EEn
< I
EE
I
EEn
< 1 I
EEn/EE
< 1(*)
Ineficiência energética/ecomica
com Ineficiência energética
Fonte: Dados da pesquisa.
Figura 3. Interpretação dos valores dos índices de I
EC/IEE
e I
EEn/IEE
.
Isso posto, da leitura do índice, com seu identificador, pode-se inferir
não somente quanto às eficiências cultural/econômica e energética/ecomica, mas também,
de forma mais específica, se os sistemas possuem eficiência cultural e/ou energética.
50
6 RESULTADOS
Como forma de atingir os objetivos do trabalho de maneira que possa
permitir uma melhor compreensão dos dados, os resultados foram expressos de forma a
apresentar e tipificar os sistemas de cultivo observados e as respectivas matrizes dos
coeficientes técnicos e econômicos da produção que compõe os respectivos sistemas de
produção.
A partir da matriz dos coeficientes técnicos foi possível construir a
estrutura dos dispêndios energéticos para cada uma das operações que compõem os sistemas
de produção
6.1 Tipificação dos sistemas de cultivo
Após a coleta dos dados, que tratou exclusivamente de como a cultura
do milho é conduzida, esses registros foram organizados de maneira que, ao final, os diversos
sistemas de cultivos foram agrupados em seus respectivos itinerários técnicos o que permitiu
detalhar o conjunto de operações que as compõem.
Notadamente se percebe que as operações de preparo de solo,
invariavelmente, se processam de forma convencional, com a utilização de tratores, incluindo
aração e duas gradagens convencionais.
51
Por sua vez, o plantio pode ser realizado de duas formas. A primeira,
mecânica, com a utilização de conjunto de trator e semeadora adubadora; já a segunda forma
se processa com a utilização de mão-de-obra comum e tração animal.
As operações de cultivo, também são realizadas ou de forma mecânica
ou com uso de tração animal. No caso do cultivo mecânico e, em alguns casos, a adubação de
cobertura se processa conjuntamente podendo também ser realizada de forma manual, situação
essa em que o procedimento de cobertura é realizado sempre manualmente. A colheita
(“quebra do milho”) é realizada de forma exclusivamente manual não havendo, em campo,
qualquer operação de debulha.
Quanto ao uso de insumos, todos afirmaram utilizarem sementes
bridas, adubação de plantio e uso de cobertura, sendo descartado qualquer tipo de defensivo
agrícola para essa cultura.
Assim, foi possível identificar quatro formas diferentes de como o
milho pode ser cultivado no Projeto de Assentamento Fazenda Ipanema - Área I, os quais são
descritos na forma que segue:
Sistema “A” – Preparo de solo mecanizado, plantio mecanizado, operações de cultivo e
adubação de cobertura mecanizadas e colheita manual;
Sistema B” Preparo de solo mecanizado, plantio mecanizado, com as operações de cultivo e
adubação de coberturas realizadas manualmente, capina e colheita manuais;
Sistema “C” – Preparo de solo mecanizado, plantio manual e operações de cultivo e adubação
de cobertura mecanizada e colheita manual;
Sistema “D” – Preparo de solo mecanizado, com as demais operações, plantio, cultivo,
adubação de cobertura, capina e colheita realizadas manualmente.
52
A Figura 4, a seguir, sintetiza a seqüência dessas operações para cada um dos
sistemas descritos acima:
Operações
Sistemas
Preparo de
solo
Plantio e adubação
Cultivo e adubação
de cobertura
Capina Colheita
“A” Mecanizado -
“B”
Mecanizado
Manual e tração animal Manual
“C” Mecanizado -
“D”
Mecanizado
Manual e tração animal
Manual e tração animal Manual
Manual
Fonte: dados da pesquisa
Figura 4. Síntese das operações realizadas na cultura do milho, Assentamento Ipanema,
Área I, safra 2005/2006.
É importante destacar que a pesquisa o buscou analisar
especificamente cada produtor em si, mas sim de quantas maneiras o milho é cultivado no
Projeto de Assentamento e, para cada forma, analisar seus fluxos energéticos e econômicos.
6.2 Matriz dos coeficientes técnicos de produção
O detalhamento de quantas e pelas quais formas o milho foi cultivado
envolveu, como citado já anteriormente, uma pesquisa direcionada tendo como base
informações obtidas diretamente junto aos produtores tradicionais da cultura do milho, o que
possibilitou construir a matriz dos coeficientes técnicos dessas operações, as quais são
detalhadas a seguir.
6.2.1 Preparo de solo
O preparo de solo, para todos os agricultores pesquisados, se dá de
forma convencional, envolvendo aração e duas gradagens.
A Tabela 1A do apêndice resume as operações referentes à aração
realizada através de tração mecânica compreendendo uma aração convencional com arado de
3 discos, na qual se destaca uma grande variabilidade de rendimento com valores entre de 1,65
h x ha
–1
a 3,31 h x ha
–1
.
De forma menos acentuada relativamente àquela observada nas
operações de aração, a quantidade de horas-máquina para as operações de gradagem também é
53
diversificada, não somente quanto ao tipo de trator, mas também quanto ao número de discos
do implemento utilizado e ao rendimento desses.
Conforme Tabela 2A (apêndice), pode-se observar que, na maioria dos
casos, essa operação foi realizada em duas etapas, uma primeira operação com grade aradora
seguida do uso de grade niveladora, com rendimento variando entre 1,03 h x ha
–1
e 4,13 h x
ha
–1
.
As informações referentes ao preparo de solo são as que apresentaram
a maior variabilidade de rendimento. Assim, como forma de manter uma uniformidade no que
diz respeito a essas operações, nas quais não cabe uma caracterização dos rendimentos médios,
mas sim, a indicação de qual o procedimento é o mais freqüente, o conjunto
trator/implementos e seus respectivos rendimentos foi uniformizado para todos os sistemas,
sem o que comparações não seriam possíveis.
Nesse sentido, segundo informações obtidas pela Assistência Técnica,
a maioria das operações mecanizadas de preparo de solo é realizada mediante aluguel de
máquinas, sendo informado pelos assentados que o principal conjunto em uso envolve um
trator Valmet 980 turbo 4x4 com os seguintes implementos: Grade Aradora Super Tatu entre
12 e 18 discos de 26 polegadas, Arado de 3 discos de 26 polegadas da marca Jumil
3
e Grade
Niveladora Super Tatu entre 24 e 44 discos de 20 polegadas.
Com base nessas informações, os coeficientes técnicos para as
operações de preparo de solo foram construídos estando seus rendimentos sintetizados na
Tabela 3, a seguir:
Tabela 3. Rendimento para operações de aração e gradagem
Equipamento
Trator Implemento
h x ha
–1
Operação
Valmet 980 Grade aradora Super Tatu 16 discos 26” 1,24 1
a
Gradagem
Valmet 980 Grade niveladora Super Tatu 32 discos 20” 0,83 2
a
Gradagem
Valmet 980 Arado fixo Marchesan 3 discos 26” 1,65 Aração
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
3
Uma vez que o arado Jumil se encontra fora de linha substituiu-se o mesmo por um implemento similar, Arado
Fixo Marchesan com 3 discos de 26 polegadas.
54
6.2.2 Plantio
Para as operações de plantio foi possível apurar que estas são
realizadas de duas formas: mecanizada ou manual.
A primeira, convencional, com trator e semeadora adubadora de 3
linhas, como pode ser visualizado pela Tabela 3A do apêndice, independente do equipamento
utilizado, apresenta uniformidade quanto ao rendimento variando entre 0,62 h x ha
–1
a 0,83h x
ha
–1
.
Assumindo o mesmo procedimento adotado para as operações de
preparo de solo, buscou-se identificar qual o equipamento de uso mais recorrente no
assentamento e suas especificações técnicas, sendo identificado o Trator MF 275, que utiliza
como implemento uma semeadora adubadora com 3 linhas de plantio, adotando-se como
rendimento o valor de 0,83 h x ha
–1
para essa atividade.
Por sua vez, o plantio manual, diferentemente das operações
mecanizadas – onde cada ação é acompanhada apenas da mão-de-obra do próprio tratorista –
esta envolve além do pprio animal de tração e um operador, mais dois trabalhadores,
totalizando três pessoas, cada uma realizando uma operação distinta. Um deles “risca” o solo
em conjunto com o animal, o seguinte executa a operação de plantio com uma semeadora
manual tipo “matraca” e o último procede a adubação.
Com base nos dados constantes da Tabela 4A do apêndice, que
sintetiza a necessidade de fatores para as operações de plantio, nas quais se pôde observar a
uniformidade das informações prestadas, que indicavam a necessidade de 2 dias para o plantio
de 2,42 ha, com o uso de 3 trabalhadores, um animal de tração, utilizando-se como
implementos um riscador e semeadora manual (matraca). Com base nesses dados, estima-se
que são necessárias 19,83 h x ha
–1
de mão-de-obra e 6,61 h x ha
–1
de tração animal para o
plantio de 1 ha de milho.
6.2.3 Sementes
Para as informações referentes às necessidades de sementes para
plantio, a indicação majoritária é pelo uso de sementes híbridas, sendo a mais comum a
55
AG1051, produzida pela Agroceres. Como pode ser visualizado na Tabela 5A, ainda que a
quantidade recomendada pela Assistência Técnica seja de pelo menos 20 kg x ha
–1
, o
normalmente utilizado situa-se entre 12,40 kg x ha
–1
e 16,53 kg x ha
–1
, não sendo uma prática,
segundo informações da Assistência Técnica, plantios com valores superiores a essas
quantidades.
Assim, será considerado como quantidade básica de plantio o valor de
16,53 kg x ha
–1
quantidade essa, informada por lideranças do assentamento como a mais
comum, sendo também a utilizada no Assentamento Pirituba II (Bueno, 2002).
6.2.4 Adubação de plantio
Os dados da Tabela 6A indicam não haver variação quanto à
formulação do adubo utilizada para o plantio, pois, em todos os casos, foi utilizado a
composição 4-14-8 que contém, segundo a CAC (1991) para 100 kg de formulação, 4 partes
de N, 14 partes de P
2
O
5
e 8 partes de K
2
O.
A quantidade utilizada variou de um nimo de 123,93 kg x ha
–1
a
um máximo de 247,93 kg x ha
–1
. Consultada a Assistência Técnica do ITESP, quanto à
adubação de plantio de uso mais freqüente, esta informou, com base nos dados da Caderneta
de Campo, ser de 165,29 kg x ha
–1
, valor esse bem inferior ao recomendado pela própria
Assistência Técnica que é de 250,00 kg x ha
–1
.
6.2.5 Cultivo
As operações de cultivo podem ser realizadas de forma mecanizada ou
manual. Para a forma mecanizada, como pode ser observado na Tabela 7A, não existe grandes
variações quanto ao rendimento, nem quanto ao tipo de equipamento para essa operação. Para
efeito desse trabalho, foi adotado o rendimento de 0,83 h x ha
–1
, por este representar o valor
máximo para esse tipo de atividade.
Os rendimentos por hectare das operões de cultivo de forma manual,
(Tabela 8A), não variaram para nenhum dos informantes, com valores 3,31 h x ha
–1
. A
56
diferenciação observada diz respeito ao número de vezes que essa operação é realizada
variando entre 1 e 3 vezes, sendo mais comum esse tipo de operação ser realizada 2 vezes, na
qual são despendidas 6,61 h x ha
–1
totais.
6.2.6 Adubação de cobertura
A adubação de cobertura é realizada conjuntamente com o cultivo,
podendo ser realizada de forma mecânica ou manual. O formulado utilizado nessa operação
foi o Sulfato de Amônia, em quantidades que variaram entre 123,97 kg x ha
–1
e 165,29 kg x
ha
–1
, sendo mais comum o uso de 123,97 kg x ha
–1
para as duas modalidades.
Para a operação de cobertura mecânica (Tabela 9A), ainda que essa se
utilize de equipamentos mecânicos, estes não são considerados nesse cálculo, uma vez que, ao
mesmo tempo em que a adubação está sendo realizada, os equipamentos mecânicos estão
realizando as operações de cultivo.
Para a realização da adubação de cobertura de forma manual,
conforme pode ser visualizado na Tabela 10A, são necessárias entre de 2,48 h x ha
–1
e 6,61 h x
ha
–1
. Conforme informações prestadas pela assistência técnica para essas operações o
rendimento mais aceitável é de 3,31 h x ha
–1
, valor esse que será aceito como o mais freqüente
para esse tipo de operação.
Importante ressaltar que o procedimento de adubação de cobertura,
quando executada de forma manual foi realizada conjuntamente com as operações de cultivo.
6.2.7 Capina
O rendimento para essa operação, como pode ser visualizada na
Tabela 11A, varia entre um mínimo de 13,22 h x ha
–1
até 33,06 h x ha
–1
. Considerando o valor
mediano das informações, será adotado o rendimento de 16,53 h x ha
–1
para a capina de 1 ha
de milho, valores esses que serão computados somente para os agricultores que informaram tê-
la realizado de forma manual.
57
6.2.8 Colheita
As operações de colheita são realizadas de forma estritamente manual.
Conforme Tabela 12A (em anexo), o número total de horas para essa atividade varia entre um
mínimo de 26,45 h x ha
–1
a um máximo de 39,67 h x ha
–1
, sendo considerado para efeito de
cálculos nesse trabalho o total 26,44 h x ha
–1
.
6.2.9 Produção
Todos os assentados pesquisados informaram que a produção se
destina a elaboração de MDPS. Nesse caso, a unidade informada corresponde ao denominado
de “Carro de Milho” que corresponde a 1.200 kg de milho com espiga, palha e sementes que,
segundo informações dos produtores, uma vez beneficiado, pode render de 780 kg a 900 kg de
milho em grão.
Resultados semelhantes foram encontrados por Beleze et al. (2003)
que avaliaram cinco híbridos quanto à porcentagem médias de espiga, grão e sabugo em
relação à produção de matéria seca da planta inteira que variaram entre 69,2% e 77,2% e por
Mauso (2006) que encontrou quantidade de cerca de 200 a 250 sacos de milho, pesando, cada
um, 60 kg, para colheita manual para o equivalente a quinze carros de milho, ou 66,7% e
83,3%, respectivamente.
Dessa forma, para este trabalho, foi utilizado como fator equivalente
para a determinação da quantidade de milho existente em um “carro” de milho o valor de 70%.
De acordo com informações prestadas pelos produtores, as estimativas
de produção, (Tabela 13A), variaram entre 3,33 carros x ha
–1
e 5,79 carros x ha
–1
,
correspondentes a uma produção entre 3.972,00 kg x ha
–1
e 6.948,00 kg x ha
–1
de milho para
MDPS.
Considerando a inexistência de uma série histórica da produção de
milho no assentamento para a estimação da quantidade produzida, adotou-se que esta variável
tem distribuição triangular, assumindo-se para tanto uma produção mínima de 3.972,00 kg x
ha
–1
, modal de 4.956,00 kg x ha
–1
e máxima de 6.948,00 kg x ha
–1
de milho para MDPS,
conforme recomendado por Santos e Campos (2000) e Assis (2004), como sendo a mais
adequada para a análise.
58
6.2.10 Mão-de-obra
Para tornar comparáveis os diversos sistemas de produção da cultura
do milho optou-se por considerar um único conjunto de valores necessários para o cálculo dos
dispêndios energéticos da mão-de-obra.
Assim, cada unidade de mão-de-obra foi aquela correspondente a um
homem adulto com massa de 66,00kg, altura de 169,00cm e 25 anos de idade, valores esses
obtidos a partir dos valores medianos do conjunto de trabalhadores rurais estudados por Bueno
(2002), Tabela 14A. O uso da mediana para a elaboração desses dados é justificável uma vez
ser esta medida mais estável que a média, no caso de conjunto de dados que apresentam
grande variabilidade.
6.3 Matriz dos coeficientes econômicos de produção
6.3.1 Mão-de-obra
Pode-se considerar que o tempo despendido para a execução das
atividades agrícolas, executadas diretamente pelo assentado, é importante como componente
do balanço energético. No entanto, para a construção dos índices ecomicos uma questão
extremamente relevante é como valorar a mão-de-obra familiar no custo de produção.
Sob os mais diversos pontos de vista, vários autores argumentam que o
valor referente ao custo oportunidade da mão-de-obra familiar não deva ser remunerado
(GARCIA FILHO, 1999; HURTIENNE, 2005; COSTA, 1994; COSTA NETO, 2006).
Em contraposição, Guanziroli e Cardim (2000) ao realizarem o
diagnóstico da agricultura familiar no Brasil, consideraram a remuneração da mão-de-obra
familiar como uma variável importante na construção de suas tipologias, optando-se por
utilizar como dado básico a diária média estadual, com o objetivo de poder comparar a renda
auferida pelo produtor nas atividades do estabelecimento com o custo de oportunidade da
mão-de-obra familiar.
Para elaboração dos coeficientes econômicos referente ao uso da mão-
de-obra no processo produtivo, optou-se por remunerar o custo de oportunidade da mão-de-
59
obra familiar, tendo como base o valor da diária do trabalhador rural no município, estimada
em R$20,00 x dia
–1
, não havendo necessidade, portanto, de se destacar a mão-de-obra
contratada da familiar no processo de produção.
6.3.2 Produção
Conforme definido na metodologia, considera-se como parâmetro
básico o valor de 70% de milho em grão no MDPS, ou seja, que um carro de milho com 1200
kg possua 840 kg de milho em grão ou 14 sacas de 60 quilos.
Assim, a comercialização do milho no assentamento dá-se na forma de
espigas, com palha, sabugo e sementes. Uma vez procedida a colheita, as espigas são
empilhadas no campo e retiradas pelo comprador, não existindo, dessa forma, custos de
transporte para os produtores.
Ao ser comercializado dessa forma, o comprador adquire não somente
o milho, mas também elementos que irão compor o MDPS. Nesse caso, o preço do “carro de
milho” incorpora o preço desses produtos, existindo, dessa maneira uma paridade entre o
preço do milho em grão e o “carro de milho”.
Um “carro de milho” na safra 2005/2006 estava cotado em R$16,00 a
saca, isto é, caso somente o milho fosse comercializado, este renderia ao produtor o
equivalente a R$224,00. Uma vez que 1.200 kg de milho com palha e sabugo foram
comercializados a R$300,00 em fevereiro de 2006, há um sobre-preço de aproximadamente
34%. Para safra 2006/2007, segundo o mesmo raciocínio, o “carro de milho”, cotado em
R$360,00 e a saca de 60 kg a R$20,00, indicam um sobre-preço da ordem de 29%.
Assim, na falta de uma série da composição do preço do “carro de
milho” este terá como base o preço do seu equivalente em grãos de milho acrescidos de 30%.
6.3.3 Máquinas e implementos
6.3.3.1 Mecânicos
Conforme levantamento, as atividades mecanizadas são realizadas
mediante locação desses equipamentos. O locatário, ao determinar o preço da hora máquina,
60
no qual se inclui o respectivo implemento, estão embutidos todos os custos e encargos
derivados de seu uso, tais como, salários, consumo de óleo e lubrificantes, manutenção,
depreciação, juros sobre o capital, lucro, etc.
Basicamente a variação do custo da hora máquina está relacionada
com a potência do trator utilizado. Assim, para tratores com potência até 75cv, no qual se
enquadra, por exemplo, o trator MF 275, o custo informado foi de R$45,00 x h
–1
,
alternativamente, para tratores com potência superiores a 90 cv, como por exemplo, o Valmet
980 4x4 e o Valmet 118, com 95cv e 113cv, respectivamente, teve como custo relatado o valor
de R$60,00 x h
–1
.
6.3.3.2 Manuais
Para as atividades que são realizadas de forma manual e/ou com uso de
tração animal o cultivador é o implemento de maior custo de aquisição, cotado a R$480,00
quando novo.
4
Os demais instrumentos, tais como, enxadas, foices, semeadora
manual (tipo matraca), etc. não terão seus custos computados, dado o baixo valor de aquisição.
6.3.4 Combustíveis, óleos e lubrificantes
Uma vez que o custo da hora-máquina utilizada nas operações
mecanizadas incorpora os custos de combustíveis, óleos e lubrificantes estes não foram
coletados separadamente para fins de composição do custo de produção.
No entanto, houve a necessidade de determinar a quantidade
consumida desses insumos. Para tanto, os mesmos foram estimados de acordo com Feiden
(2001), DNIT (2003) e Balastreire (2005).
4
Informação oral por representante da empresa J. Z. Implementos Ltda., março/2006.
61
6.3.5 Fertilizantes químicos
Para o plantio a formulação utilizada é a 4-14-8, ao custo de aquisição
de R$700,00 a tonelada. Para adubação de cobertura é utilizado o fertilizando Sulfato de
Amônia ao valor de R$800,00 a tonelada.
6.3.6 Sementes
Como já descrito anteriormente, a semente utilizada é o híbrido
AG1051, adquirido no mercado local ao preço de R$160,00 a saca de 20 kg.
6.4 Operações dos sistemas de produção
As análises a seguir detalham os dispêndios energéticos, inicialmente,
por etapa do processo produtivo, quais sejam, desde o preparo de solo até as operações de
colheita, em seus mais diversos aspectos, comparando como se dá cada uma delas em seus
diversos sistemas de cultivo, cujo detalhamento dos cálculos, pode ser verificado nas Tabelas
15A a 23A do apêndice.
6.4.1 Preparo de solo
Para fins dos cálculos dos dispêndios energéticos, foram englobadas as
operações de Aração e Gradagem (Tabelas 24A e 25A) em operação denominadas Preparo de
Solo. Da análise da Tabela 4, que apresenta a estrutura dos dispêndios energéticos para essas
operações (aração e gradagem) é possível observar que a grande participação da energia direta
com 96,11% contrapõe a energia indireta que apresentou participação de apenas 3,89%.
Ressalta-se que, na Energia Direta, a maior participação é da energia
fóssil com 99,89%, na qual o principal insumo é representado por derivados de petróleo.
62
Tabela 4. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações
porcentuais nas operações de preparo de solo.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 1.335,23 96,11
Biogica 1,43 0,11
Mão-de-obra 1,43 100,00
ssil 1.333,81 99,89
Diesel 1.308,07 98,07
Lubrificantes 13,03 0,98
Graxa 12,71 0,95
ENERGIA INDIRETA 54,01 3,89
Industrial 54,01 100,00
Trator 35,59 65,89
Implementos 18,42 34,11
TOTAL 1.389,25 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
A grande participação de energia de origem fóssil evidencia que essas
operações são altamente dependentes de Diesel, uma vez que, sozinho, esse insumo participa
com 94,16% do dispêndio total para essas operações.
Destaca-se também que na composição da energia indireta, a maior
participação se origina de fontes industriais, através da depreciação energética de máquinas e
implementos que, no conjunto, representam muito pouco do dispêndio total para as operações
de preparo de solo.
6.4.2 Plantio e adubação
As operações de plantio são realizadas de duas maneiras: a primeira
totalmente mecanizada e a segunda de forma manual com a ajuda de tração animal.
Para o plantio mecânico (Tabela 5), observa-se que há um equilíbrio
entre as quantidades dispendidas em Energia Direta e Indireta com respectivamente 51,46% de
energia direta e 48,54% de energia indireta.
63
Na energia direta observa-se uma participação maior da energia de
fonte biológica com 66,77%, representada basicamente pelas sementes com 99,97% do total
desse tipo. Por sua vez o uso de energia fóssil com 33,23% é resultado quase que totalmente
do uso de Diesel.
Já a Energia Indireta é representada quase que totalmente pelo uso de
adubos formulados que participam com 99,34% do total desse tipo.
Tabela 5. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações
porcentuais nas operações de plantio mecanizado.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 823,26 51,46
Biogica 549,68 66,77
Mão-de-obra 0,41 0,07
Sementes 549,28 99,93
ssil 273,58 33,23
Diesel 267,71 97,86
Lubrificantes 3,04 1,11
Graxa 2,82 1,03
ENERGIA INDIRETA 776,63 48,54
Industrial 776,63 100,00
Trator 4,16 0,54
Implementos 0,93 0,12
Adubação 771,54 99,34
TOTAL 1.599,89 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
Nas operações de plantio de forma manual, o consumo de energia
direta totaliza 45,02% do total gasto (Tabela 6). Para esse tipo de energia o componente com
maior participação corresponde ao uso de sementes, com 86,96% do total, seguido da energia
gasta com tração animal (10,52%), com uma participação reduzida da energia do uso de mão-
de-obra, não se observando o uso de energia de fontes fósseis.
Alternativamente, para energia indireta o gasto total para esse item
corresponde ao uso de adubos formulados.
64
Tabela 6. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações
porcentuais nas operações de plantio manual.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 631,65 45,02
Biogica 631,65 100,00
Mão-de-obra 15,93 2,52
Tração animal 66,44 10,52
Sementes 549,28 86,96
ssil 0,00 0,00
ENERGIA INDIRETA 771,54 54,98
Industrial 771,54 100,00
Adubação 771,54 100,00
TOTAL 1.403,19 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
6.4.3 Operações de cultivo
Da mesma maneira que nas operações de plantio, essas atividades
podem ser realizadas de forma mecanizada ou manual.
Para o cultivo executado mecanicamente, Tabela 7, o principal
dispêndio energético para a realização dessas operações se dá por fontes indiretas que equivale
a 85,01% do total consumido, representado basicamente pela energia contida nos fertilizantes
utilizados para cobertura.
65
Tabela 7. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações
porcentuais nas operações de cultivo mecânico.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 274,04 14,99
Biogica 0,32 0,12
Mão-de-obra 0,32 100,00
ssil 273,73 99,88
Diesel 267,71 97,80
Lubrificantes 3,19 1,17
Graxa 2,82 1,03
ENERGIA INDIRETA 1.554,31 85,01
Industrial 1.554,31 100,00
Trator 4,16 0,27
Implementos 0,77 0,05
Adubação 1.549,38 99,68
TOTAL 1.828,35 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
Para essas atividades, o principal dispêndio energético está relacionado
ao uso do adubo de cobertura que, sozinho, representa 84,74% do consumo energético para
essa atividade, seguido do uso de Diesel com 14,64%.
Com o cultivo realizado de forma manual (Tabela 8), a quantidade de
energia direta é menor quando comparada com a de forma mecânica, uma vez que as
quantidades de fertilizantes são mantidas constantes ocorre um aumento da participação
relativa da energia indireta dispendida, que passa de 85,01% quando mecanizada para 95,35%
quando realizada manualmente.
Os dispêndios relativos à energia direta, nesse caso, têm como fonte as
estritamente biológicas, das quais a tração animal participa com 88,00%. Alternativamente,
quando se verifica como se dá o consumo da energia indireta, observa-se que se relaciona
quase que exclusivamente com o uso de fertilizantes com 99,97% do total para esse tipo.
66
Tabela 8. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações
porcentuais nas operações de cultivo manual.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 75,50 4,65
Biogica 75,50 100,00
Mão-de-obra 9,06 12,00
Tração animal 66,44 88,00
ssil 0,00 0,00
ENERGIA INDIRETA 1.549,79 95,35
Industrial 1.549,79 100,00
Implementos 0,41 0,03
Adubação 1.549,38 99,97
TOTAL 1.625,28 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
Cabe destacar ainda que a realização do cultivo de forma mecânica
representa um gasto de 12,49% a mais de energia quando comparado à forma manual, ou
203,07 MJ x ha
–1
, diferença essa em grande parte devida ao uso de energia direta de fontes
fósseis.
6.4.4 Capina
As operações de capina somente são realizadas por aqueles
agricultores que relataram não realizar o cultivo mecânico. Conforme pode ser observado pela
Tabela 9, toda energia utilizada nessa operação é de fonte biológica na forma de mão-de-obra.
Do conjunto de operações que compõem os diversos sistemas de
cultivo, a operação de capina é a que contribui com a menor participação energética, não
sendo superior a 0,32% do total de energia dispendida na cultura do milho.
67
Tabela 9. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações
porcentuais nas operações de capina.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 14,04 100,00
Biogica 14,04 100,00
Mão-de-obra 14,04 100,00
TOTAL 14,04 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
6.4.4 Colheita
Todos os agricultores pesquisados relataram que as operações de
colheita são realizadas de forma manual, implicando no dispêndio de energia biológica
oriunda do uso de mão-de-obra (Tabela 10).
Da mesma maneira que nas operações de capina, essa atividade
representa uma diminuta parcela da energia total necessária para a implantação, condução e
colheita da cultura do milho.
Tabela 10. Entrada de energia, por tipo fonte, em MJ x ha
–1
, forma e participações
porcentuais nas operações de colheita.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 18,71 100,00
Biogica 18,71 100,00
Mão-de-obra 18,71 100,00
TOTAL 18,71 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
6.5 Estrutura dos dispêndios energéticos dos sistemas de produção
A Tabela 11 apresenta a estrutura dos dispêndios energéticos da
cultura do milho para os quatro sistemas de produção estudados.
69
Pela análise dos dados é possível observar que entre os sistemas “Ae
D”, a quantidade total dispendida se altera de 4.836,19 MJ x ha
–1
, no sistema “A”, para
4.450,47MJ x ha
–1
no sistema “D”, o que representa uma redução bruta de 385,72MJ x ha
–1
.
Do ponto de vista dos valores relativos, a variação observada entre os
tipos de energias dispendidas – direta e indireta – entre os sistemas não houve alterações
significativas, variando de um valor máximo de 50,69% (para energia direta) no sistema “A”
até um mínimo de 46,63% no sistema “D”.
Observa-se também uma variação muito pequena nos valores
absolutos das energias indiretas de fontes industriais. Isso se explica dada a rigidez de como a
cultura é conduzida, isto é, todos os sistemas se utilizam de máquinas para o plantio e seguem
um mesmo patamar tecnológico na quantidade de insumos utilizados que, via de regra, está
abaixo daquele recomendado pelos óros de assistência técnica.
Assim, o total de energia indireta injetada na cultura varia de no
máximo 2.384,95 x ha
–1
a um nimo de 2.375,34 x ha
–1
, isto é, menos de 10 MJ por hectare,
não se observando grandes variações entre as fontes de energia nessa categoria, das quais
97,31% se referem ao uso de adubos e fertilizantes, conforme pode ser observada pela Figura
5 que apresenta os resultados porcentuais para máquinas, implementos e tipo de adubação para
cada um dos sistemas de cultivos em estudo.
70
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
Figura 5. Participação relativa das energias, em porcentagem, por forma na Energia
Indireta, por sistema de produção.
As maiores variações são observadas na energia direta quando esta é
detalhada por fonte. No sistema “A”, no qual o uso de máquinas é mais intensivo, a
participação da energia de fonte biológica do tipo direta é de 23,26%, enquanto as de origem
fóssil, representada quase que exclusivamente pelo Diesel é de 76,74%. Na medida em que o
uso de máquinas se torna menos intensivo, sistemas “B”, “C” e “D”, ocorre uma significativa
redução da participação das energias de fonte fóssil com o conseqüente aumento na
participação relativa das energias de fonte biológicas (Figura 6).
71
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
Figura 6. Participação relativa das energias, em porcentagem, por fonte na Energia Direta,
por sistema de produção.
A grande participação das energias de fonte biológica é resultado,
principalmente, da opção em se realizar a maioria das operações de cultivo de forma manual
utilizando, quando necessário, tração animal.
É interessante observar a grande semelhança, em termos de gastos
energéticos totais, entre os sistemas “B” e “C”, que apresentam não só valores totais
praticamente iguais, mas também estruturas semelhantes nas participações relativas por tipo,
fonte e forma dos dispêndios energéticos.
Esse fato é explicado em virtude da realização do plantio mecanizado,
cultivo de forma manual e capina no sistema “B”, enquanto que, no sistema “C”, ainda que o
plantio seja realizado de forma manual, o cultivo se processa mecanicamente sem que ocorram
as operações de capina.
Ao se analisar a participação dos dispêndios por conjunto de operações
para cada um dos sistemas de cultivo (Tabela 12), é possível verificar um equibrio entre as
operações de solo, plantio e adubão, e cultivo e adubação de cobertura, cabendo a cada uma
dessas fases, aproximadamente, um terço do total energético dispendido.
72
Tabela 12. Participação das operações, em MJ x ha
–1
e valores relativos, por sistema de
produção.
Sistema “A” Sistema “B Sistema “C” Sistema “D”
Operação
(MJ) (%) (MJ) (%) (MJ) (%) (MJ) (%)
Preparo de solo 1.389,25 28,73 1.389,25 29,89 1.389,25 29,94 1.389,25 31,22
Plantio e adubação 1.599,89 33,08 1.599,89 34,43 1.403,19 30,24 1.403,19 31,53
Cultivo e adubação de cobertura 1.828,35 37,81 1.625,28 34,97 1.828,35 39,41 1.625,28 36,52
Capina Manual 0,00 0,00 14,04 0,30 0,00 0,00 14,04 0,32
Colheita 18,71 0,39 18,71 0,40 18,71 0,40 18,71 0,42
Total 4.836,19 100,00 4.647,17 100,00 4639,49 100,00 4450,47 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
As operações estritamente manuais apresentaram participação
extremamente reduzida, em todos os sistemas de cultivo, não alcançando 1% do total de
energia gasta.
A Tabela 13 mostra que a participação energética do Diesel é alta em
todos os sistemas de produção, com 38,12% no sistema “A”, 33,91% no “B”, 33,96% em “C”
e finalmente 29,39% no “D”, sendo que somente neste último o combustível aparece como
segundo maior item de consumo energético.
Por sua vez, os formulados representam parcela significativa dos
gastos energéticos, sendo que a adubação de cobertura apresenta, em média, o dobro
energético daquela utilizada para o plantio.
No entanto, de uma forma geral, é possível observar que, ainda que
exista variação no total dispendido, estruturalmente os sistemas de produção em pouco
diferem entre si, uma vez que as participações relativas dos gastos energéticos em sua forma,
praticamente não se alteram entre um sistema e outro.
Isso decorre do fato de que uma das principais etapas do processo de
cultivo, no caso o preparo de solo, ser realizada em todos os sistemas da mesma forma, ou seja,
mediante o uso de máquinas e implementos.
73
Tabela 13. Insumos, em MJ x ha–1, e participação relativa nos sistemas de
produção de milho.
Sistema “A” Sistema “B Sistema “C” Sistema “D”
Forma
MJ (%) MJ (%) MJ (%) MJ (%)
Diesel 1.843,49 38,12 1.575,78 33,91 1.575,78 33,96 1.308,07 29,39
Adubação Cobertura 1.549,38 32,04 1.549,38 33,34 1.549,38 33,40 1.549,38 34,81
Adubação plantio 771,54 15,95 771,54 16,60 771,54 16,63 771,54 17,34
Sementes 549,28 11,36 549,28 11,82 549,28 11,84 549,28 12,34
Máquinas 43,90 0,91 39,74 0,86 39,74 0,86 35,59 0,80
Mão-de-obra 20,86 0,43 43,64 0,94 36,39 0,78 59,17 1,33
Implementos 20,13 0,42 19,76 0,43 19,19 0,41 18,83 0,42
Lubrificantes 19,26 0,40 16,07 0,35 16,22 0,35 13,03 0,29
Graxa 18,35 0,38 15,53 0,33 15,53 0,33 12,71 0,29
Tração animal 0,00 0,00 66,44 1,43 66,44 1,43 132,88 2,99
TOTAL 4.836,19 100,00 4.647,17 100,00 4639,49 100,00 4450,47 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
Nesse aspecto, um outro fato que merece destaque é que a elevada
participação relativa dos formulados nesses sistemas é resultante do uso de fertilizantes
químicos, notadamente na adubação de cobertura, dispêndio energético esse que pode ser
minimizado pelo uso de fertilizantes de origem orgânica, tais como, biofertilizantes,
compostos, etc.
6.6 Índices de eficiência
Os índices de eficiências foram calculados utilizando o método de
simulação de Monte Carlo, operacionalizados conforme descrito em material e métodos.
6.6.1 Índices de Eficiência Cultural (I
EC
)
Para o cálculo do índice de Eficiência Cultural foram utilizados os
valores das entradas e saídas energéticas. Para as entradas energéticas assumiu-se uma
distribuição uniforme, por sua vez, para as saídas energéticas a distribuição de probabilidade
utilizada foi a triangular, cujos valores para cada um dos sistemas em estudo estão
consubstanciados na Tabela 14.
74
Tabela 14. Entradas totais e saídas energéticas úteis, em MJ x ha
–1
, para os sistemas de
produção de milho.
Sistemas
Parâmetros
“A” “B” “C” “D”
Mínima 4.625,73 4.414,81 4.407,52 4.227,95
Modal 4.836,19 4.647,17 4.639,49 4.450,47
Entradas
Máxima 5.112,65 4.879,53 4.871,47 4.672,99
Mínima 53.980,88 53.980,88 53.980,88 53.980,88
Média 67.353,79 67.353,79 67.353,79 67.353,79Saídas
Máxima 94.425,77 94.425,77 94.425,77 94.425,77
Fonte: Dados da pesquisa de campo (2006).
Como já descrito anteriormente, a utilização de métodos de simulação,
permitiu obter o I
EC
na forma de um intervalo com as suas respectivas probabilidades de
ocorrência, cujos resultados em percentis acumulados constam da Tabela 15.
Tabela 15. Percentis acumulados dos Índices Eficiência Cultural, para os sistemas de
produção de milho.
Sistemas
Percentil
“A” “B” “C” “D”
0 10,92 11,21 11,38 11,88
5 12,18 12,74 12,57 13,30
25 13,39 14,14 14,01 14,88
50 14,65 15,33 15,33 16,10
75 16,24 16,69 16,81 17,56
95 17,91 18,69 18,77 19,72
100 19,79 20,53 20,47 21,96
Média 14,83 15,48 15,46 16,26
Mediana 14,65 15,33 15,33 16,10
Desvio Padrão 1,79 1,80 1,90 1,93
Fonte: Dados da pesquisa.
Da leitura dos dados é possível observar que o sistema “D” quando
comparado aos demais, é o que apresenta a maior eficiência cultural, com índices variando
entre 14,88 e 17,56 entre o percentil 25 e 75, com valores médios de 16,26. Por sua vez, os
sistemas B” e “C”, não apresentam diferenças significativas em seus índices.
75
Como esperado, o sistema “A”, ainda que de forma não tão acentuada,
foi o que apresentou os menores índices de eficiência cultural, com valores entre 13,39 e 16,24
no intervalo interquartil.
A pequena diferença dos índices entre os quatro sistemas justifica-se
na medida em que, ainda que de forma diferente, os assentados realizam a mesma seqüência
de operações, variando apenas quanto ao fato de que ao optarem por operações mecanizadas
ou manuais acabam apenas por substituírem um gasto energético por outro.
No conjunto, a probabilidade dos índices de eficncia cultural ser
superior a 21,96 ou inferiores a 10,92 é virtualmente nula.
6.6.2 Índices de Eficiência Energética (I
EEn
)
Da mesma forma que a utilizada para o cálculo da Eficiência Cultural,
para a estimação dos índices de Eficiência Energética as entradas energéticas foram
consideradas como uma distribuição uniforme e, para as saídas energéticas, uma distribuição
triangular, com os seus respectivos parâmetros constantes da Tabela 16, a seguir:
Tabela 16. Entradas totais não-renováveis e saídas energéticas úteis, em MJ x ha
–1
, para os
sistemas de produção de milho.
Sistemas
Parâmetros
“A” “B” “C” “D”
Mínima 1.787,05 1.527,01 1.527,15 1.267,12
Média 1.881,11 1.607,38 1.607,53 1.333.81
Entradas
Máxima 1.975,17 1.687,75 1.687,91 1.400,50
Mínima 53.980,88 53.980,88 53.980,88 53.980,88
Média 67.353,79 67.353,79 67.353,79 67.353,79
Saídas
Máxima 94.425,77
94.425,77 94.425,77 94.425,77
Fonte: Dados da pesquisa.
Os cálculos dos índices de Eficiência Energética, ao considerarem a
relação das saídas energéticas com as entradas energéticas de fontes não-renováveis, permitem
aferir o quanto sustentável é o sistema de produção. Assim, uma vez processados os cálculos
de simulação, foi possível obter os resultados do Índice de Eficiência Energética, cujos
resultados e as respectivas probabilidades acumuladas podem ser visualizados na Tabela 17.
76
Tabela 17. Percentis acumulados dos Índices de Eficiência Energética, para os sistemas de
produção de milho.
Sistemas
Percentil
“A” “B” “C” “D”
0 28,19 33,37 32,92 39,82
5 31,15 36,66 36,83 43,76
25 34,61 40,96 40,79 48,77
50 37,88 44,21 44,08 53,11
75 41,54 48,59 48,64 58,51
95 46,76 54,68 54,65 65,84
100 52,03 60,60 60,68 72,25
Média 38,27 44,86 44,82 53,84
Mediana 37,88 44,21 44,08 53,11
Desvio Padrão 4,79 5,51 5,43 6,70
Fonte: Dados da pesquisa.
Os resultados mostram que o sistema que apresenta o melhor índice
energético é o sistema “D”, com índices entre 48,77 e 58,51 entre o primeiro e o terceiro
quartil, apresentando índice médio 53,84, isto é, para cada unidade de energia fóssil utilizada
na cultura do milho obteve-se, em média, 53,84 unidades de energia em saídas úteis, indicando
que, entre os 4 sistemas estudados, este é o que apresenta os maiores índices, com valores
médios de 40% superior ao Sistema “A” e 20% superior aos sistemas “B” e “C”.
A explicação para isso reside no fato de que, à exceção das operações
de preparo de solo, todas as demais são realizadas com o concurso de energia biológica.
Alternativamente, o sistema “A” foi o que apresentou os menores
índices de eficiência energética média de 38,27 e valores de 34,61 a 41,54 no intervalo
interquartil, situação explicada por ser este o sistema mais dependente de energia fóssil em
suas operações.
Por sua vez, os sistemas “B” e “C” não se diferenciam entre si, com
valores de eficiência energética média em torno de 44,10 com uma variação interquartil de
7,63. Esses sistemas, ainda que realizem o cultivo do milho de forma diferente, compensam-se
quanto à realização de operações dependentes de energia fóssil. O sistema “B”, ao realizar o
plantio mecanizado e operações de cultivo e cobertura de forma manual, iguala-se
energeticamente ao “C”, que executa o plantio de forma manual com o cultivo e adubação de
cobertura realizada de forma mecânica.
77
Ao considerarmos os índices de eficiência energética como um
indicador de sustentabilidade, uma vez que em sua formulação esse índice considera somente
as entradas energéticas não-renováveis, pode-se concluir que o sistema que melhor se ajusta a
essa condição é o D”, seguidos pelos “C” e “B” e pelo “A”.
Finalmente, uma vez que todos os sistemas apresentam índices
superiores à unidade, pode-se considerar que todos os sistemas, em maior ou menor grau, são
sustentáveis do ponto de vista energético.
6.6.3 Índices de Eficiência Econômica (I
EE
)
Os procedimentos de simulação, a partir dos quais foram obtidos os
índices de Eficiência Econômica, para cada um dos sistemas de produção, foram através da
relação receita total e custo total do empreendimento.
Uma vez que a receita total é o produto da receita esperada pelo preço
de comercialização, e que um dos pressupostos para a realização dos processos de simulação é
o conhecimento das respectivas distribuições de probabilidade, houve a necessidade da
estimação das mesmas.
Para a produção esperada, conforme já definido na metodologia,
considerou-se uma distribuição triangular, com saídas úteis de, no nimo, 3.972,00 kg x ha
–1
,
média de 4.956,00 kg x ha
–1
e máxima de 6.948,00 kg x ha
–1
.
Para a variável correspondente ao preço de comercialização, foi
utilizada a série de preços recebidos pelo produtor, no Estado de São Paulo, correspondente ao
período de janeiro de 1995 amarço de 2007, elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola
5
e deflacionada pelo Índice Geral de Preços de Mercado da Fundação Getúlio Vargas
(INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS,
IBRE, 2007), tendo como base o mês de fevereiro de 2006 (Tabela 26A).
Uma vez construída a série de preços deflacionados a mesma foi a
tratada de acordo com metodologia proposta por Hoffman (1980) e Moretin e Toloi (2004)
5
A série de preços do milho, em sacas de 60 kg, foi obtida diretamente junto ao Núcleo de Informática do
Instituto de Economia Agrícola em maio/2007.
78
analisada quanto à existência de padrões sazonais, sendo constatado um padrão cujo ciclo
mensal pode ser visualizado na Figura 7.
Fonte: Dados da pesquisa.
Figura 7. Padrão estacional dos preços de milho (1995-2006).
A verificação de existência de um padrão sazonal determinístico foi
realizada mediante uma análise de variância, na qual foi possível obter uma estatística F com
valor-P de 1,44 x 10
–10
, implicando em afirmar que a hipótese de existência de padrões
sazonais mensais não pode ser rejeitada para valores de probabilidades de praticamente 100%.
(Tabelas 27A e 28A)
Pela análise da Tabela 18, que apresenta os fatores sazonais mensais, é
possível constatar que o preço do milho, no período em que os assentados realizam a colheita
e a comercialização (março, abril e maio), é 6% inferior ao preço médio da série de preços
obtida, significando dizer que a sua venda se dá no momento no qual o preço do milho esno
seu patamar mais desfavorável.
79
Tabela 18. Fatores sazonais mensais do preço de comercialização do milho (1995-2006).
Mês Padrão Sazonal
Janeiro 1,0742
Fevereiro 1,0142
Março 0,9417
Abril 0,9342
Maio 0,9450
Junho 0,9417
Julho 0,9442
Agosto 0,9667
Setembro 1,0050
Outubro 1,0491
Novembro
1,1009
Dezembro 1,0918
Fonte: Dados da pesquisa.
Finalmente, com base nos valores correspondentes aos custos de
produção, estimados a partir dos coeficientes técnicos apurados para cada um dos sistemas de
produção foi possível apurar os seus custos de produção, nas suas parcelas fixas e variáveis
(Tabelas 29A. a 35A.) cujos resultados estão sintetizados na Tabela 19:
Tabela 19. Custo de produção, em R$ x ha
–1
, para a cultura do milho, para os sistemas
de produção “A”, “B”, “C” e D”, Assentamento Ipanema, Área I, safra
2005/2006.
Sistemas
Custos
“A” “B” “C” “D”
Variáveis 771,12 739,94 723,34 760,44
Fixos 0 4,50 1,67 7,33
Totais 771,12 744,44 725,01 767,77
Fonte: Dados da pesquisa.
Da análise dos custos totais de produção é possível verificar uma
variação de no máximo R$46,11 entre o sistema de maior custo e o de menor, sendo
importante observar que os sistemas que apresentaram os maiores custos são, respectivamente,
os sistemas “A” e “D”.
O fato do sistema “A” ser o que apresenta o maior custo de produção
prende-se ao fato que nesse sistema a maior parte das operações foram realizadas mediante o
80
concurso de aluguel de equipamentos.
O sistema “D”, ainda que minimize o uso de máquinas e implementos,
apresenta custos de produção elevados, pois compensa a utilização de máquinas mediante o
uso intensivo de mão-de-obra familiar e/ou contratada que, ao optar-se por remunerá-la,
concorre para o aumento dos custos totais.
De todos os sistemas analisados o que apresentou o menor custo de
produção foi o “C” que, ao realizar as operações de cultivo de forma mecanizada e não realizar
capina apresentou dispêndio monetário inferior ao sistema “B”, justamente por ser poupador
de mão-de-obra.
Conforme discutido na metodologia para a estimativa do índice de
eficiência, mediante métodos de simulão, é necessário conhecer, a priori, as distribuições de
probabilidades das variáveis envolvidas. Para a variável representante dos custos de produção,
assumiu-se que a mesma apresenta distribuição uniforme, cujos valores máximos, mínimos e
médios, para cada sistema, encontram-se na Tabela 20, a seguir:
Tabela 20. Valores da distribuição uniforme, custos de produção em R$ x ha
–1
, para cada
sistema de produção da cultura do milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra
2005/2006.
Sistemas
Custos R$ x ha
–1
“A” “B” “C” “D”
Máximo 809,68 781,66 761,26 806,16
Esperado 771,12 744,44 725,01 767,77
Mínimo 732,56 707,22 688,76 729,38
Fonte: Dados da pesquisa.
Para a produção esperada, considera-se que a mesma tem uma
distribuição triangular, com saídas úteis de no mínimo 3.972,00 kg x ha
–1
, média de 4.956,00
kg x ha
–1
e máxima de 6.948,00 kg x ha
–1
.
Um pressuposto importante consiste em que a variável referente ao
preço de comercialização seja normalmente distribuída, no entanto, para a série obtida,
deflacionada pelo Índice Geral de Preços de Mercado da Fundação Getúlio Vargas e livres dos
padrões sazonais não foi possível aceitar a hipótese de normalidade teste de Kolmogorov-
Smirnov para 95% de probabilidade.
81
Dessa forma, houve a necessidade de inicialmente verificar se a série
possuía valores discrepantes (outliers). Para tanto foi realizado o procedimento de se
considerar como outlier todo dado que exceda ao Terceiro Quartil, ou que esteja abaixo do
Primeiro Quartil em uma vez e meia ao desvio interquartílico da série, conforme proposto por
Tukey apud Blanxart et al. (1992). Realizados os cálculos, foram identificados 9 dados que, ao
final, não foram computados nos cálculos. Realizando novamente os testes de normalidade de
Kolmogorov-Smirnov não foi possível rejeitar a hipótese de normalidade dos dados para 95%
de probabilidade (Figura 2A).
Dessa forma, assumiu-se que a variável correspondente ao preço de
comercialização do milho na forma de MDPS é normalmente distribuída com média de
R$0,27 x kg
–1
e desvio padrão de R$0,04 x kg
–1
, valores esses já corrigidos sazonalmente para
o período de comercialização da safra.
Uma vez processados os cálculos de simulação foi possível obter os
resultados que podem ser visualizados na Tabela 21 a seguir:
Tabela 21. Percentis acumulados dos Índices de Eficiência Econômica, para os sistemas de
produção de milho Assentamento Ipanema, Área I, Safra 2005/2006.
Sistema
Percentil
“A” “B” “C” “D”
0 0,92 0,87 0,96 0,99
5 1,31 1,36 1,42 1,31
25 1,59 1,66 1,69 1,61
50 1,81 1,88 1,94 1,81
75 2,06 2,13 2,19 2,05
95 2,44 2,51 2,60 2,43
100 2,95 3,20 3,39 3,09
Média 1,84 1,90 1,96 1,84
Mediana 1,81 1,88 1,94 1,81
Desvio Padrão 0,33 0,35 0,36 0,34
Fonte: Dados da pesquisa.
Pela leitura da tabela é possível verificar que todos os sistemas são
eficientes economicamente com probabilidade nula de apresentarem eficiência menor que 1, o
que implica em afirmar que essa atividade é viável economicamente para a realidade dos
Assentados da Fazenda Ipanema, Área I.
82
Dos quatro sistemas estudados o C” é o que apresentou os melhores
índices de eficiência, com valores entre 1,69 e 2,19 no intervalo interquartil seguido do
sistema B”.
Os sistemas “A”, no qual o uso de máquinas e implementos é o mais
intenso dentre os quatro, e o “D”, intensivo de mão-de-obra, foram os que apresentaram os
menores índices de eficiência econômica, ambos variando praticamente com os mesmos
valores no intervalo interquartil.
Num aspecto mais amplo, considerando-se a realidade estudada, pode-
se inferir que a opção por determinado sistema de produção relaciona-se mais à
disponibilidade dos fatores – existência de máquinas para aluguel e mão-de-obra – do que
propriamente pela busca de sua otimização, isto porque, independente da forma como ele
combina os seus fatores de produção, para todos os sistemas, a exceção de uma severa quebra
de safra, existe uma probabilidade alta de lucro.
É importante destacar que esses índices foram calculados para os
meses de março a maio, onde os preços são, em média, 6% menores que o preço médio de
comercialização do milho, quer dizer, a comercialização dando-se num momento de índices
sazonais menores que um. Entretanto, caso o assentado pudesse realizar a comercialização
entre os meses de novembro e dezembro, período de preços médios mais favoráveis, os índices
obtidos poderiam ser incrementados em média em 15%.
6.6.5 Índices de Eficiência Cultural Econômica (I
EC
/I
EE
)
Com base nos valores esperados para os índices cultural e econômico,
foi possível calcular o Índice de Eficiência Cultural Econômica para cada um dos sistemas de
produção para a cultura do Milho, cujos resultados se encontram na Tabela 22.
83
Tabela 22. Índices de Eficiência Cultural, Econômica e Cultural Econômica para os
sistemas de produção da cultura do Milho, Assentamento Ipanema, Área I,
safra 2005/2006.
Sistemas
Índices de Eficiência
“A” “B” “C” “D”
Cultural 14,83 15,48 15,46 16,26
Ecomica 1,84 1,90 1,96 1,84
Cultural Econômica 8,06 8,15 7,89 8,84
Fonte: dados da pesquisa
A análise da Tabela 22, permite identificar que o sistema que apresenta
a melhor relação cultural energética é o sistema “D”, com índice igual a 8,84, isto é, para cada
unidade de eficiência ecomica o sistema responde com quase nove unidades de eficiência
cultural
O sistema com o menor índice de Eficiência Cultural Econômica é “C”,
e isso se explica em virtude de que, ainda que o mesmo apresente o maior índice econômico,
isso não se traduziu em retornos culturais da mesma magnitude. Situação semelhante observa-
se nos sistemas “B” e “A”.
No entanto, ainda que todos os sistemas sejam eficientes cultural e
economicamente, o cálculo desse índice não permite concluir sobre o quanto esses são
eficientes no uso de fontes energéticas fósseis, razão pela qual foi também estimado o índice
de Eficiência Energética Ecomica.
6.6.6 Índices de Eficiência Energética Econômica (I
EEn
/I
EE
)
Os lculos dos índices de Eficiência Energética Econômica foram
executados com o intuito de verificar qual o nível de resposta os sistemas estudados
apresentam em referência às relações energéticas econômicas
Estimado com base na relação Eficiência Energética e Eficiência
Econômica, para os 4 sistemas de produção os resultados obtidos estão expressos na Tabela 23,
como se segue:
84
Tabela 23. Índices de Eficiência Energética, Econômica e Energética Econômica para os
sistemas de produção da cultura do Milho, Assentamento Ipanema, Área I,
safra 2005/2006.
Sistemas
Índices de Eficiência
“A” “B” “C” “D”
Energética 38,27 44,86 44,82 53,84
Ecomica 1,84 1,90 1,96 1,84
Energética Econômica
20,80 23,61 22,87 29,26
Fonte: dados da pesquisa
Pela leitura dos resultados, uma vez que todos os sistemas apresentam
índice superior a 1, pode-se concluir que todos eles são eficientes do ponto de vista energético
econômico, isto é, a relação energética é mais favorável que a relação econômica.
A melhor relação energética econômica observa-se no sistema D”,
mais intensivo de mão-de-obra, com uso de máquinas e implementos apenas na fase de
preparo de solo. Por sua vez, o sistema “A”, no qual o uso de equipamentos é o mais intenso
dentre os 4 sistemas estudados é o que apresenta a menor relação energética econômica.
No entanto, algumas considerações devem ser feitas da leitura dos
índices obtidos. Sistemas altamente eficientes do ponto de vista energético econômico podem
indicar que o mesmo não seja sustentável do ponto de vista econômico, uma vez que reduções
na eficiência ecomica se traduziriam em incrementos no I
EEn
/I
EE
.
Isso coloca uma situação na qual a análise de determinado sistema
deve se dar de forma temporal, quer dizer, dada uma situação na qual os índices econômicos
se mantenham constantes ao longo do tempo, esse tipo de análise mostraria que aumentos nos
índices energéticos resultariam em índices energéticos econômicos cada vez maiores.
Alternativamente, se mantidos constantes os índices energéticos,
incrementos nos índices econômicos implicariam na redução dos Índices Energéticos
Econômicos. Disso, podemos concluir que, na medida em que aumenta a eficiência econômica
de um sistema, isto seria um indicador de redução de eficiência energética econômica do
sistema, uma vez que o aumento da eficiência energética não está acompanhando o aumento
da eficiência ecomica.
É importante frisar que a análise dos índices, para cada sistema, deve-
85
se dar nos três contextos, energético, econômico e energético econômico, pois cada um deles
representa uma medida diferente de sustentabilidade. O primeiro mostra o quanto dependente
de combustível fóssil é o sistema de produção; o segundo, se esse sistema é economicamente
ou não viável e, finalmente o terceiro evidencia em que proporção se dá as relações energética
econômicas.
Dessa forma, os quatro sistemas são eficientes energética, econômica e
energética economicamente, apontando para uma melhor relação desses em “D”, seguido de
“B” e “C”, e finalmente “A”, com todos eles, no curto prazo, sustentáveis economicamente, e
no longo prazo mais favorável a “D”.
Finalmente, pode-se verificar que o uso mais intensivo de fontes de
energias não-renováveis (sistema “A”) não se traduziu necessariamente numa maior eficiência
econômica desse sistema quando comparado notadamente ao sistema “D” (intensivo em mão-
de-obra), o que comprova a hipótese inicial, que altos inputs energéticos não necessariamente
se traduzem em maiores retornos econômicos, para as condições de agricultura familiar
praticada em Assentamentos de Reforma Agrária.
86
7 CONCLUSÕES
Considerando os resultados obtidos e as discussões aqui apresentadas,
as conclusões orientam-se em duas vertentes, a primeira relativa aos resultados mais analíticos
e a segunda direcionada às conclusões de âmbito mais geral.
Assim, identificaram-se quatro formas diferentes pelo qual o milho
pode ser cultivado no Projeto de Assentamento Fazenda Ipanema, Área I, (denominados
sistemas “A”, “B”, “C” e “D”), sendo que as operações de preparo de solo, com máquinas e
implementos, foram comuns a todos eles, o mesmo ocorrendo com as operações de colheita,
realizadas de forma manual. O que contribuiu para diferenciar os sistemas foram as operações
plantio, cultivo – manual ou mecânica – e a capina, operação não realizada por aqueles que
optaram por cultivo mecanizado.
Os dispêndios energéticos totais variaram para cada um dos sistemas
“A”, “B”, “C” e D, respectivamente com os seguintes valores, 4.836,19 MJ x ha
–1
, 4.4647,17
MJ x ha
–1
, 4.639,49 MJ x ha
–1
e 4.450,47 MJ x ha
–1
.
Quando detalhadas por fonte, as maiores variações foram observadas
no uso da energia direta. No sistema “A”, no qual o uso de máquinas é mais intensivo, a
participação da energia de fonte biológica de tipo direta foi de 23,26%, enquanto as de origem
fóssil, representado quase que exclusivamente pelo óleo Diesel foi de 76,74%. Na medida em
que o uso de máquinas se torna menos intensivo, sistemas B”, “C” e “D”, sendo que neste
último a proporção das fontes biológica e fóssil foi, respectivamente de 64,28 e 35,72%,
87
indicando que, os sistemas “A” e “D” são os mais diferentes entre si, quanto ao consumo de
energia por fonte. Por sua vez, quanto a esse aspecto, os sistemas “B” e “C” pouco se
diferenciam.
Com referência aos índices de eficiência cultural, o sistema “D”,
quando comparado aos demais, foi o que apresentou a maior eficiência cultural, com índices
variando entre 14,88 e 17,56 entre o percentil 25 e 75, com valores médios de 16,26. Por sua
vez, os sistemas “B” e “C”, não apresentam diferenças significativas em seus índices. Como
esperado, o sistema “A”, ainda que de forma não tão acentuada, foi o que apresentou os
menores índices de eficiência cultural, com valores entre 13,39 e 16,24 no intervalo
interquartil.
Os resultado, para análise da Eficiência Energética mostraram que o
sistema que apresentou o melhor índice energético foi o sistema “D”, com índices entre 48,77
e 58,51 entre o primeiro e o terceiro quartil, apresentando índice médio 53,84, isto é, para cada
unidade de energia fóssil utilizada na cultura do milho obteve-se, em média, 52,84 unidade de
energia em saídas úteis, indicando que, entre os 4 sistemas estudados, este é o que apresenta os
maiores índices, com valores médios de 40% superior ao Sistema “A” e 20% superior aos
sistemas “B” e “C”.
A análise econômica revelou que todos os sistemas são eficientes
economicamente com probabilidade nula de apresentarem eficiência menor que 1, o que
implica em afirmar que essa atividade é viável economicamente para a realidade dos
Assentados da Fazenda Ipanema Área I. Dos quatro sistemas estudados o “C” é o que
apresentou os melhores Índices de Eficiência com valores entre 1,69 e 2,19 no intervalo
interquartil seguido do sistema “B”. O sistema “A”, no qual o uso de máquinas e implementes
é o mais intenso dentre os quatro, e o D”, intensivo de mão-de-obra, foram os que
apresentaram os menores índices de eficiência econômica, ambos variando praticamente com
os mesmos valores no intervalo interquartil.
Com base nos valores esperados para os índices cultural e econômico,
ao calcular-se o Índice de Eficiência Cultural Econômica para cada um dos sistemas de
produção foi possível concluir que o sistema que apresentou a melhor relação cultural
econômica foi o sistema “D”, com índice igual a 8,84, isto é, para cada unidade de eficiência
econômica o sistema responde com quase nove unidades de eficiência cultural. O sistema com
88
o menor índice de Eficiência Cultural Econômica foi o “C”, e isso se explica em virtude de
que, ainda que o mesmo seja o que apresenta o maior índice econômico, isso não se traduziu
em retornos culturais da mesma magnitude, situação semelhante observada nos sistemas “B” e
“A”.
Para a análise Energética Econômica, foram obtidos os índices 20,80 ,
23,61 , 22,87 e 29,26 , respectivamente para os sistemas “A”, “B”, “C” e “D”, indicando
serem todos eficientes. A melhor relação Energética Econômica foi observada no sistema “D”,
seguidos de “B” e “C”, que pouco se diferenciaram entre si e pelo sistema “A”. Conclui-se
dessa forma que os quatro sistemas são eficientes energética, econômica e energética
economicamente, o que indica existir sustentabilidade de curto e no longo prazo.
Finalmente, o uso mais intensivo de energia de fontes não-renováveis,
observado no sistema “A”, quando comparado ao sistema “D” (intensivo de mão-de-obra), não
se traduziu necessariamente numa maior eficiência econômica desse sistema o que comprova a
hipótese inicial, que altos inputs energéticos não se traduzem em maiores retornos econômicos,
para as condições de agricultura familiar no sistema de Assentamento de Reforma Agrária.
Em um aspecto mais geral, fica claro que o retorno econômico dessa
atividade não está diretamente ligado à maneira pela qual a cultura é implantada e
desenvolvida, uma vez que os índices de eficiência econômica pouco se diferenciaram entre si.
No entanto, deve ser considerado o fato, que escapa à análise desse
trabalho, que um dos elementos que deve nortear a opção dos assentados em utilizar de forma
mais intensiva, ou não, a sua mão-de-obra reside na condição do quanto desta está disponível,
a que preço, e, mais que isso, da capacidade de internalizar familiarmente o custo de
oportunidade dessa receita.
Outro fato que merece uma atenção especial é que, nas atividades mais
intensivas do uso de energia fóssil e, por conseguinte, um componente importante do lculo
do índice de eficiência energética, que se refere ao preparo de solo, todos os assentados a
realizam de acordo com o preconizado pela assistência técnica.
Por outro lado, nas demais operações e, principalmente no uso de
insumos, (quantidade de adubos, sementes e operações de cobertura) os valores relatados estão
aquém do necessário o que, sem dúvida nenhuma, compromete o resultado final. Vale lembrar
89
ainda que, são nas operações de preparo de solo onde ocorre grande parte das despesas
monetárias dos assentados. Ou seja, a maneira como o milho é cultivado espelha uma
revolução verde” incompleta, pois essa pode ser considerada como agricultura convencional
dependente de fontes energéticas não-renováveis, principalmente no preparo de solo,
apresentando, no entanto, com baixos índices de produtividade.
Com certeza, práticas culturais mais adequadas contribuiriam para
melhoria nas relações energéticas e econômicas desses empreendimentos, nos quais gastos
adicionais com sementes e fertilizantes seriam compensados pelo aumento da produtividade
das áreas.
O fato da comercialização se dar na forma de MDPS contribuiu de
forma significativa para a melhoria dos índices estudados, pois, ao comercializá-lo dessa
forma o assentado aproveita não só grande parte do potencial energético da planta, como
também um preço adicional por isso, melhorando sua rentabilidade.
Outro aspecto que merece destaque é o fato da comercialização se dar
no período imediatamente posterior à colheita, quando os preços médios do milho são 4%
menores que o preço médio. Caso essa ocorresse entre novembro e dezembro as condições de
preço seriam 10% em média melhores o que sem dúvida melhoraria a rentabilidade econômica
desse empreendimento.
Por fim, a construção e uso de índices de eficiências Cultural,
Energética, Econômica e das relações desses, na forma dos índices de Eficiência Cultural
Econômico e Energético Econômico para caracterizar os sistemas de produção mostraram-se
adequados enquanto instrumentos que ampliaram o poder de análise das realidades estudadas,
podendo ser ferramentas úteis para sua descrição desses sistemas o que não impede que novas
formulações possam ser elaboradas para aprimorar as análises realizadas.
90
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102
APÊNDICE
103
continua...
Nome: Lote N.o Área Plantada:
Insumos / Serviços Unidade Quant. p/ha Vezes
Especificação
(potência, marca, modelo, implemento)
Valor Unit. Obs.
CALCÁRIO kg
Distribuição – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
Incorporação – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
P
REPARO DE
S
OLO
Subsolagem – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
Escarificação Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
Aração – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
Gradagem Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
P
LANTIO
Semente kg
Preparo - Fungicida kg
Mão de Obra h
Adubo kg
Plantio – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de obra h
TRATOS CULTURAIS
Capina mecanizada Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
Replantio Mão de Obra horas
Semente kg
Capina Manual Mão de Obra horas
Inseticida kg/l
Aplicação – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
Fungicida kg
Aplicação – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
o de Obra horas
104
continuação
Adubação Cobertura kg
Aplicação – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
COLHEITA
Colheita – Trator h/máq.
Implemento h/máq.
o de Obra horas
Transporte Interno Trator h/máq.
Implemento h/máq.
Mão de Obra horas
CIRCULAÇÃO INTERNA
Distância Média
Meio de Transporte 1
Meio de Transporte 2
OUTRAS OPERAÇÕES
Fonte: Dados da pesquisa.
Figura. 1A. Questionário aplicados aos agricultores, Assentamento Ipanema, Área I.
105
Tabela. 1A. Rendimentos para operação de aração nos diversos sistemas de produção da
cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Equipamento
Fonte
Trator Implemento
h x ha
–1
Assentado 1 MF 275 Arado 3 discos 2,89
Assentado 1a Valmet 980 Arado 3 discos 2,07
Assentado 2 Valmet 980 Arado 3 discos 1,65
Assentado 3 MF 275 Arado 3 discos
2,07
Assentado 4 50-x Arado 3 discos 3,31
Assentado 5 MF 275 Arado 3 discos
1,65
Assentado 5a
MF 275 Arado 3 discos 1,65
Assentado 6 MF 275 Arado 3 discos 3,31
Assentado 7 Valmet 980
Arado 3 discos 1,65
Assentado 8 Valmet Arado 3 discos 1,65
Assentado 9 65X Arado 3 discos
2,48
IEA 82cv Arado 3 discos
2,20
ITESP Trator Arado 3 discos
2,98
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
106
Tabela. 2A. Rendimentos para operação de gradagem nos diversos sistemas de produção da
cultura do milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Equipamento
Fonte
Trator Implemento
Vezes h x ha
–1
Assentado 1 MF 275 Grade aradora12 discos 1 1,24
Assentado 1 MF 275 Grade niveladora 32 discos 1 2,07
Total Assentado 1 3,31
Assentado 1a Valmet 980 Grade aradora16 discos 1 1,65
Assentado 1a Valmet 980 Grade niveladora 44 discos 1 1,24
Total Assentado 1a
2,89
Assentado 2 Valmet 980 Grade aradora de 18 discos d 26” 1 1,65
Assentado 2 Valmet 980 Grade niveladora 24 discos 26” 1 0,83
Total Assentado 2 2,48
Assentado 3 MF 275 Grade aradora 12 discos 2 4,13
Assentado 4 MF 50-x Grade niveladora 24 discos 1 1,24
Assentado 5 Valmet 980 Grade aradora 12 discos 1 1,24
Assentado 5 Valmet980 Grade niveladora 32 discos 1 1,14
Total Assentado 5 2,38
Assentado 6 MF 275 Grade niveladora Baldan 28discos 1 1,03
Assentado 6a Valmet 980 Grade Aradora Baldan 18 discos 1 1,24
Assentado 6a Valmet 980 Grade niveladora Baldan 28 discos 1 0,83
Total Assentado 6a 2,07
Assentado 7 Valmet 980 Grade aradora 12 discos 1 1,24
Assentado 7 Valmet 980 Grade niveladora 44 discos 1 1,24
Total Assentado 7 2,48
Assentado 8 Valmet 980 Grade aradora16 discos 2 2,48
Assentado 9 65x Grade niveladora 24 discos 2 2,48
ITESP Trator Sem especificar 2 3,00
IEA 82cv Grade aradora 16 discos 1 1,1
IEA 62cv Grade niveladora 28 discos 1 0,66
Total IEA 1,76
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
107
Tabela. 3A. Rendimentos para operação de plantio mecanizado nos diversos sistemas de
produção da cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Equipamento Rendimento
Fonte
Trator Implemento h x ha
–1
Assentado 1 MF 275 semeadora/adubadeira 3 linhas 0,62
Assentado 3 MF-275 semeadora/adubadeira 3 linhas 0,83
Assentado 4 50X semeadora/adubadeira 3 linhas 0,62
Assentado 6 MF 275 semeadora/adubadeira 3 linhas Tatu
0,62
Assentado 7 MF 275 semeadora/adubadeira 3 linhas 0,83
Assentado 9 MF65-x semeadora/adubadeira 3 linhas 0,83
ITESP Trator semeadora/adubadeira 3 linhas 2,00
IEA 62cv semeadora/adubadeira 4linhas 0,83
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
Tabela. 4A. Rendimento para operação de plantio manual nos diversos sistemas de
produção da cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Necessidade de Fatores h x ha
–1
Fonte
Implementos Animal MO
h x ha
–1
Mo Animal
Assentado 4 Riscador Matraca 1 3 6,61 19,83 6,61
Assentado 5 Riscador Matraca 1 3 6,61 19,83 6,61
Assentado 8 Riscador Matraca 1 3 6,61 19,83 6,61
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
Tabela. 5A. Necessidade de sementes nos diversos sistemas de produção da cultura do
milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Semente
Fonte
Tipo kg x ha
–1
Assentado 1 hibrida 12,40
Assentado 3 variedade 16,53
Assentado 4 AG1051 20,66
Assentado 5 AG1051 16,53
Assentado 6 AG1051 16,53
Assentado 7 AG1051 12,40
Assentado 8 AG1051 12,40
Assentado 9 AG1051 12,40
ITESP hibrida 20,00
IEA AG5011 21,49
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
108
Tabela. 6A. Quantidade de adubação de plantio nos diversos sistemas de produção da
cultura do milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Adubo
Fonte
Formulação
kg x ha
–1
Assentado 3 4-14-8 247,93
Assentado 4 4-14-8 123,97
Assentado 5 4-14-8 247,93
Assentado 6 4-14-8 165,29
Assentado 7 4-14-8 206,61
Assentado 8 4-14-8 165,29
Assentado 9 4-14-8 123,97
ITESP 4-14-8 250,00
IEA 8-20-20 320,25
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
Tabela. 7A. Rendimentos para operação de cultivo mecanizado nos diversos sistemas de
produção da cultura do milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Equipamento
Fonte
Trator Implemento
Vezes Horas h x ha
–1
Assentado 1 MF 275 Cultivador de 3 hastes Tatu 1 1,5 0,62
Assentado 6 MF 275 Cultivador de 3 hastes Tatu 1 2,0 0,83
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
Tabela. 8A. Rendimentos para operação de cultivo manual no agrossistema milho,
Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Necessidade de Fatores h x ha
–1
Fonte
Implementos Animal MO
Vezes
Rendimento
h x ha
–1
Mo Animal
Assentado 3 Chapa 1 1 2 3,31 6,61 6,61
Assentado 4 Chapa 1 1 2 3,31 6,61 6,61
Assentado 5
Chapa 1 1 2 3,31 6,61 6,61
Assentado 7 Bico 1 1 2 3,31 6,61 6,61
Assentado 8
Chapa 1 1 1 3,31 3.31 3.31
Assentado 9 Chapa 1 1 3 3,31 9.92 9.92
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
109
Tabela. 9A. Adubação mecânica de cobertura, e quantidade utilizada nos diversos sistemas
de produção da cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra
2005/2006.
Adubação
Fonte Trator Implemento
Tipo kg x ha
–1
Assentado 1 MF 275 Cultivador de 3 hastes Tatu Sulfato de Amônia 123,97
Assentado 6 MF 275 Cultivador de 3 hastes Tatu Sulfato de Amônia 165,29
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
Tabela. 10A. Adubação de cobertura, manual nos diversos sistemas de produção da cultura
do milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Rendimento Adubação
Fonte
h x ha
-1
Tipo kg x ha
–1
Assentado 3 2,48 Sulfato de Amônia 165,29
Assentado 4 6,61 Sulfato de Amônia 123,97
Assentado 7 6,61 Sulfato de Amônia 123,97
Assentado 9 3,31 Sulfato de Amônia 123,97
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
Tabela. 11A. Horas para capina manual nos diversos sistemas de produção da cultura do
milho.Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Fonte h x ha
–1
MO h totais x ha
–1
Assentado 4 3,31 4 13,24
Assentado 5 3,31 4 13,24
Assentado 7
3,31 8 26,48
Assentado 8
16,53 1 16,53
Assentado 9 3,31 10 33,10
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
110
Tabela. 12A. Horas para operação de colheita nos diversos sistemas de produção da cultura
do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Fonte horas totais x ha
–1
Assentado 4 33,06
Assentado 5 33,06
Assentado 6 26,44
Assentado 7 26,44
Assentado 8 26,44
Assentado 9 39,66
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
Tabela. 13A. Produtividade de milho em kg x ha
–1
nos diversos sistemas de produção da
cultura do milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Produtividade
Fonte Área
Carros x ha
–1
kg x ha
–1
de milho
para MDPS
Milho em Grão
kg x ha
–1
Assentado 1 2,42 - - -
Assentado 2 2,42 - - -
Assentado 3 4,84 3,31 3.972,00 2.780,40
Assentado 4 3,025
4,13 4.956,00 3.469,20
Assentado 5 2,42 4,13 4.956,00 3.469,20
Assentado 6 2,42 4,96 5.952,00 4.166,40
Assentado 7 2,42 4,55 5.460,00 3.822,00
Assentado 8 4,84 5,79 6.948,00 4.863,60
Assentado 9 2,42 3,72 4.464,00 3.124,80
Mínima 3.972,00 2780.40
Média 4.956,00 3469.20Produtividade
Máxima 6.948,00 4863.60
Fonte: Dados da pesquisa (2006).
111
Tabela. 14A. Dados de Massa, Altura, Idade e GER para cálculos de GER dos agricultores
envolvidos nas atividades manuais da cultura do Milho - Assentamento
Fazenda Pirituba.
Dados dos agricultores/as
Massa Altura Idade
agricultor
(kg) (cm) (anos completos)
agricultor 01” (tratorista) 53 160 50
agricultor 02” (tratorista) 54 164 51
agricultor 03” 59 170 21
agricultor 04” 69 175 18
agricultor 05” 73 182 27
agricultor 06” 84 172 27
agricultor 07” 70 170 23
agricultor 08” (tratorista) 65 175 25
agricultor 09” 62 163 18
agricultor 10” 60 160 48
agricultor 11” 62 170 17
agricultor 12” 58 160 18
agricultor 13” 61 170 15
agricultor 14” 58 160 32
agricultor 15” 70 170 30
agricultor 16” 50 170 15
agricultor 17” 77 160 20
agricultor 18” 72 165 35
agricultor 19” 83 180 59
agricultor 20” 66 166 62
agricultor 21” 67 160 18
agricultor 22” 70 172 23
agricultor 23” 48 145 18
agricultor 24” 67 168 62
agricultor 25” 62 170 60
agricultor 26” 74 184 17
agricultor 27” 66 170 41
agricultor 28” 80 163 38
agricultor 29” 60 170 20
agricultor 30” 42 150 17
agricultor 31” 53 163 50
agricultor 32” (motorista) 95 180 22
agricultor 33” (ajudante) 62 169 28
agricultor 34” (ajudante) 68 164 25
agricultor 35” (ajudante) 80 169 28
Mediana 66 169 25
Fonte: Bueno (2003, p. 137-138).
112
Tabela. 15A. Jornada de trabalho, coeficientes de tempo de operações mecanizadas; mão-de-obra utilizada,
modelo de máquinas e/ou implementos, consumo de Diesel, lubrificantes e graxas, e outros
dados de referência, por operação, executadas nos diversos sistemas de produção da cultura do
milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Operações Mecanizadas
a) aração
Horas de trabalho x dia
–1
9
Rendimento 1 h 39 mim x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 1
Trator Valmet 980 T 4x4
- Consumo de Diesel 13,89 l x h
–1
- Consumo de lubrificantes 0,15 l x h
–1
- Consumo de graxa 0,08 kg x h
–1
Implemento Arado 3 discos 26” Marquesan
- Consumo de graxa 0,05 kg x h
–1
b) 1.a Gradagem
Horas de trabalho x dia
–1
9
Rendimento 1 h 14 min 24 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 1
Trator Valmet 980 T 4x4
- Consumo de Diesel 10,35 l x h
–1
- Consumo de lubrificantes 0,12 l x h
–1
- Consumo de graxa 0,06 kg x h
–1
Implemento Grade Super Tatu 16 discos 26 polegadas
- Consumo de graxa 0,04 kg x h
–1
c) 2.a Gradagem
Horas de trabalho x dia
–1
9
Rendimento 49 min 48 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 1
Trator Valmet 980 T 4x4
- Consumo de Diesel 8,05 l x h
–1
- Consumo de lubrificantes 0,08 l x h
–1
- Consumo de graxa 0,04 kg x h
–1
Implemento Grade Super Tatu 32 discos 20 polegadas
- Consumo de graxa 0,02 kg x h
–1
d) Plantio e Adubação
Horas de trabalho x dia
–1
9
Rendimento 49 min 48 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 1
Trator Massey Ferguson MF 275
- Consumo de Diesel 6,61 l x h
–1
- Consumo de lubrificantes 0,08 l x h
–1
- Consumo de graxa 0,04 kg x h
–1
Implemento Semeadora adubadora de linhas T2 SI 2800 3 Linhas
- Consumo de graxa 0,02 kg x h
–1
e) Cultivo e Adubação Cobertura
Horas de trabalho x dia
–1
9
Rendimento 49 min 48 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 1
Trator Massey Ferguson MF 275
- Consumo de Diesel 6,61 l x h
–1
- Consumo de lubrificantes 0,082 l x h
–1
- Consumo de graxa 0,04 kg x h
–1
Implemento Cultivador adubador com cobertura 9 enxadas 3 caixas
- Consumo de lubrificantes 0,004 l x h
–1
- Consumo de graxa 0,02 kg x h
–1
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
113
Tabela. 16A. Jornada de trabalho, coeficientes de tempo de operações manuais; mão-de-obra utilizada,
modelo de máquinas e/ou implementos, consumo de Diesel, lubrificantes e graxas, e outros
dados de referência, por operação, executadas nos diversos sistemas de produção da cultura do
milho. Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Operações Manuais
a) Plantio e Adubação
Horas de trabalho x dia
–1
10
Rendimento 6 h 36 min 36 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 3
Animais envolvidos 1
Implementos Riscador
Matraca
b) Cultivo
Horas de trabalho x dia
–1
10
Rendimento 6 h 36 min 36 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 1
Animais envolvidos 1
Implementos Chapa
c) Adubação de cobertura
Horas de trabalho x dia
–1
9
Rendimento 3 h 18 min 36 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 1
d) Capina Manual
Horas de trabalho x dia
–1
9
Rendimento 3 h 18 min 36 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 6
Implementos Enxadas (não contab.)
c) Colheita Manual
Horas de trabalho x dia
–1
9
Rendimento 13 h 13 min 12 s x ha
–1
Mão-de-obra envolvida 2
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
114
Tabela. 17A. Peso, em kgf, de máquinas, implementos, massas e contrapesos e pneus de
máquinas e implementos utilizados nos diversos sistemas de produção de milho,
Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Máquina, Implemento, Pneus Descrição Quant.
Peso
(em kgf)
Massa
Total
Trator Trator Valmet 980 4x4 1 4.530 4.530
Pneus traseiros 23.1-26R2 Goodyear 2 159 318
pneus dianteiros 14.9-24R1 2 62 124
Massas e contrapesos traseiros 8 85 680
Massas e contrapesos transversais dianteiros 10 35 350
Trator MF 275 1 2.563 2.563
Pneus traseiros 12.4-28R1 2 41,4 82,8
pneus dianteiros 7.00-18R1 2 9,6 19,2
Massas e contrapesos traseiros 4 40 160
Massas e contrapesos Frontais 8 25 200
Arado Arado Fixo Marchesan 3 discos 26" 1 408 408
Grade Aradora Grade Super Tatu 16 discos 26 polegadas 1 1.227 1.227
Grade Nivelador Grade Super Tatu 32 discos 20 polegadas 1 895 895
Semeadora Adubadora super Tatu e linhas Semeadora adubadora de linhas T2 SI 2800 3 Linhas 1 534 534
Cultivador Adubador Cultivador adubador com cobertura 9 enxadas 3 caixas 1 308 308
Cultivador de tração animal sem marca 1 15 15
Fonte: Fabricantes -Goodyear, Massey Ferguson, Valtra do Brasil, Super Tatu Marchesan e
dados da pesquisa de campo.
Tabela. 18A. Vida útil, em anos, e uso de horas anuais de máquinas e implementos utilizados
nos diversos sistemas de produção de milho, Assentamento Ipanema, Área I,
safra 2005/2006.
Máquinas e implementos
horas
uso anual
Duração em
anos
Valmet 980 T 980 1.000 10
Massey Ferguson MF 275 1.000 10
Arado 3 discos 26 pol. Jumil 480 7
Grade Super Tatu 16 discos 26 polegadas 200 7
Grade Super Tatu 32 discos 20 polegadas 200 7
Semeadora adubadora de linhas T2 SI 2800 3 Linhas 320 10
Cultivador adubador com cobertura 9 enxadas 3 caixas
480 10
Cultivador de tração animal 400 6
Fonte: IEA (2005).
115
Tabela. 19A. Cálculo de necessidades calóricas, em MJ, referentes a 24 horas para os
agricultores envolvidos em atividades mecanizadas, nos diversos sistemas de
produção do milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 h
–1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas
x ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 1,65 0,16
Trabalho
1. Aração
9 3/6 do GER 24 h 3,88
0,16 1,65 0.27
Ocupações não profissionais 7 3/6 do GER 24 h 3,02 0,13 1,65 0,21
Total 24 0.63
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas
x ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 1,24 0,12
Trabalho
2. Gradagem
9 3/6 do GER 24 h 3,88
0,16 1,24 0.20
Ocupações não profissionais 7 3/6 do GER 24 h 3,02 0,13 1,24 0,16
Total 24 0,38 0.48
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas
x ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 0,83 0,08
Trabalho
2.1 Gradagem
9 3/6 do GER 24 h 3,88
0,16 0,83 0.13
Ocupações não profissionais 7 3/6 do GER 24 h 3,02 0,13 0,83 0,10
Total 24 0,38 0.32
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas
x ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 0,83 0,08
Trabalho
3. Plantio e adubação
9 5/6 do GER 24 h 6,47 0,27 0,83 0.22
Ocupações não profissionais 7 3/6 do GER 24 h 3,02 0,13 0,83 0,10
Total 24 0,49 0.41
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas
x ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 0,83 0,08
Trabalho
4. Cultivo e Adubação
9 3/6 do GER 24 h 3,88
0,16 0,83 0.13
Ocupações não profissionais 7 3/6 do GER 24 h 3,02 0,13 0,83 0,10
Total 24 0,38 0.32
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
116
Tabela. 20A. Cálculo de necessidades calóricas, em MJ, referentes a 24 horas para os
agricultores envolvidos em atividades manuais, nos diversos sistemas de
produção do milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas x
ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 6,61 0,63
Trabalho
1. Plantio Manual - Riscar
10 14/6 do GER 24 h 20,14
0,84 6,61 5.55
Ocupações não profissionais 6 3/6 do GER 24 h 2,59 0,11 6,61 0,71
Total 24 1,04 6.90
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas x
ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 6,61 0,63
Trabalho
1. Plantio Manual - Matraca
10 8/6 do GER 24 h 11,51
0,48 6,61 3.17
Ocupações não profissionais 6 3/6 do GER 24 h 2,59 0,11 6,61 0,71
Total 24 0,68 4.52
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas x
ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 6,61 0,63
Trabalho
1. Plantio Manual - Adubação
10 8/6 do GER 24 h 11,51
0,48 6,61 3.17
Ocupações não profissionais 6 3/6 do GER 24 h 2,59 0,11 6,61 0,71
Total 24 0,68 4.52
15,9336
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas x
ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 6,61 0,63
Trabalho
2. Cultivo Manual
10 14/6 do GER 24 h 20,14
0,84 6,61 5.55
Ocupações não profissionais 6 3/6 do GER 24 h 2,59 0,11 6,61 0,71
Total 24 1,04 6.90
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas x
ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 3,31 0,32
Trabalho
3. Adubação Cobertura
Manual
9
8/6 do GER 24 h
10,36
0,43 3,31
1.43
Ocupações não profissionais 7 3/6 do GER 24 h 3,02 0,13 3,31 0,42
Total 24 0,65 2.16
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas x
ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 3,31 0,32
Trabalho
4. Capina Manual
9 9/6 do GER 24 h 11,65
0,49 3,31 1.61
Ocupações não profissionais 7 3/6 do GER 24 h 3,02 0,13 3,31 0,42
Total 24 0,71 2.34
OCUPAÇÃO
Horas x
dia
-1
MJ x 8 horas
-1
MJ x
Dia
-1
MJ x
hora
-1
horas x
ha
-1
MJ x ha
-1
Tempo de sono 8 2/6 do GER 24 h 2,30 0,10 13,22 1,27
Trabalho
5. Colheita Manual
9 9/6 do GER 24 h 11,65
0,49 13,22 6.42
Ocupações não profissionais 7 3/6 do GER 24 h 3,02 0,13 13,22 1,66
Total 24 0,71 9.35
18.7080
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
117
Tabela. 21A. Cálculo do consumo de Diesel, lubrificantes e graxas para máquinas e
implementos envolvidos nos diversos sistemas de produção do milho,
Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Diesel
Quantidade Quantidade kJ . l
-1
Resultado
Operação Máquina h x ha
-1
l. h
-1
l. ha
-1
Coef. Energ. MJ . ha
-1
1. Aração
Valmet 980
1,6529
8,41
13,8972159 40.493,72
562,7500
2. Gradagem (1)
Valmet 980 1,2397
8,35
10,3520115 40.493,72
419,1915
3. Gradagem (2)
Valmet 980 0,8264
9,75
8,05372711 40.493,72
326,1254
4. Plantio e adubação
MF 275 0,8264
8,00
6,6112 40.493,72
267,7121
5. Cultivo Adubação
MF 275 0,8264
8,00
6,6112 40.493,72
267,7121
Lubrificante
Quantidade Quantidade Kcal . l
-1
Resultado
Operação Máquina h x ha
-1
l. h
-1
l. ha
-1
Coef. Energ. MJ . ha
-1
1. Aração
Valmet 980
1,6529 0,094
0,155 37.285,97
5,7932
2. Gradagem (1)
Valmet 980 1,2397 0,094 0,117 37.285,97
4,3450
3. Gradagem (2)
Valmet 980 0,8264 0,094 0,078 37.285,97
2,8964
4. Plantio e adubação
MF 275 0,8264 0,099 0,082 37.285,97
3,0402
5. Cultivo Adubação
MF 275 0,8264 0,099 0,082 37.285,97
3,0402
6. Cultivo Adubação
Implemento 0,8264 0,005 0,004 37.285,97
0,1498
Graxa
Quantidade Quantidade Kcal . kg
-1
Resultado
Operação Máquina/Implemento h x ha
-1
kg. h
-1
kg. ha
-1
Coef. Energ. MJ . ha
-1
1. Aração
Valmet 980
1,6529
0,05 0,082645 42,705,36
3,53
Arado 1,6529 0,03 0,049587 42,705,36
2,12
Total 5,6470
2. Gradagem (1)
Valmet 980
1,2397
0,05 0,061985 42,705,36
2,65
Grade 1,2397 0,03 0,037191 42,705,36
1,59
Total 4,2353
3. Gradagem (2)
Valmet 980
0,8264
0,05 0,04132 42,705,36
1,76
Grade 0,8264 0,03 0,024792 42,705,36
1,06
Total 2,8233
4. Plantio e adubação
MF 275
0,8264
0,05 0,04132 42,705,36
1,76
Semeadora/Adubadora 0,8264 0,03 0,024792 42,705,36
1,06
Total 2,8233
5. Cultivo Adubação
MF 275
0,8264
0,05 0,04132 42,705,36
1,76
Cultivo / Adubação 0,8264 0,03 0,024792 42,705,36
1,06
Total 2,8233
Total
Fonte: Dados da pesquisa de campo, Feiden (2001), Departamento Nacional de Infra-estrutura
de Transportes - DNIT (2001) e Balastreire (2005)
118
Tabela. 22A. Cálculo dos dispêndios energéticos com adubação de plantio e cobertura e
sementes, em MJ x ha
–1
, para os diversos sistemas de produção do
Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Formulado
Quantidade
Formulado
Quantidade
Utilizada
(Kg/ha)
Resultado
N 4 165,29 6,61
P
2
O
5
14 165,29 23,14
K
2
O 8 165,29 13,22
Total 42,98
(a) (b) (c) (d) (e)
Insumos
(kg x ha
-1
) (MJ x ha
-1
) (MJ x ha
-1
) (MJ x ha
-1
)
Sementes
16,53 33,23 - -
549,28
Fertilizantes 771,54
mistura (4-14-8) 165,29
N 6,61 413,06 0,7036 2,32
415,47
P
2
O
5
23,14 222,84 0,5156 5,97
228,86
K
2
O 13,22 121,23 0,9070 6,00
127,21
Sulfato de amônio
123,97
1.549,38
(NH
4
)2SO
4
24,794 1.538,49 0,8780 10,90 1.549,38
2.320,92
(a) "inputs" totais
(b) subtotal calórico de "inputs"
(c) taxa média da quantidade importada
(d) valor energético do transporte marítimo ["c" x "a" x (0,50 MJ x kg
-1
)]
(e) total calórico dos "inputs" ("b" + "d")
Fonte: Anuário estatístico do setor de fertilizantes (2004) e dados da pesquisa de campo.
120
Tabela. 24A. Entrada de energia, por tipo, fonte (em MJ x ha
–1
), forma e participações
porcentuais nas operações de aração.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 574,82 96,99
Biogica 0,63 0,11
Mão-de-obra 0,63 100,00
ssil 574,19 99,89
Diesel 562,75 98,01
Lubrificantes 5,79 1,01
Graxa 5,65 0,98
ENERGIA INDIRETA 17,85 3,01
Industrial 17,85 100,00
Trator 15,82 88,59
Implementos 2,04 11,41
TOTAL 592,68 100,00
Fonte Dados da pesquisa de campo
Tabela. 25A. Entrada de energia, por tipo, fonte (em MJ x ha
–1
), forma e participações
porcentuais nas operações de gradagem.
Entradas Culturais
TIPO, fonte e forma
MJ (%)
ENERGIA DIRETA 760,41 95,46
Biogica 0,7927 0,10
Mão-de-obra 0,79 166,66
ssil 759,62 100,00
Diesel 745,32 98,12
Lubrificantes 7,24 0,95
Graxa 7,06 0,93
ENERGIA INDIRETA 36,16 4,54
Industrial 36,16 100,00
Trator 19,77 54,68
Implementos 16,39 45,32
Adubação 0,00
TOTAL 796,57 100,00
Fonte: Dados da pesquisa de campo.
121
Tabela. 26A. Preços Médios Recebidos pelo Produtor no período de 01/1995 a 03/2007, para
a saca de milho de 60kg, Estado de São Paulo (valores correntes e
deflacionados para 02/2006, pelo IGPM da IBRE Fundação Getúlio Vargas.
Mês/Ano Preços Correntes (R$) IGPM
Preço em R$
Fevereiro de2006
Jan/1995 7,66 108,442 23,88
Fev/1995 6,91 109,945 21,25
Mar/1995 6,09 111,178 18,52
Abr/1995 5,84 113,518 17,40
Mai/1995 5,68 114,171 16,82
Jun/1995 5,88 116,984 17,00
Jul/1995 6,12 119,114 17,37
Ago/1995 6,45 121,729 17,92
Set/1995 6,46 120,869 18,07
Out/1995 7,06 121,503 19,65
Nov/1995 7,71 122,955 21,20
Dez/1995 7,90 123,833 21,57
Jan/1996 8,57 125,977 23,00
Fev/1996 7,97 127,202 21,19
Mar/1996 7,13 127,715 18,88
Abr/1996 7,25 128,130 19,13
Mai/1996 7,97 130,121 20,71
Jun/1996 7,72 131,445 19,86
Jul/1996 7,90 133,213 20,05
Ago/1996 8,37 133,587 21,19
Set/1996 8,21 133,722 20,76
Out/1996 8,58 133,978 21,65
Nov/1996 8,31 134,242 20,93
Dez/1996 7,67 135,225 19,18
Jan/1997 7,15 137,613 17,57
Fev/1997 6,74 138,204 16,49
Mar/1997 6,58 139,795 15,92
Abr/1997 6,55 140,742 15,74
Mai/1997 6,67 141,040 15,99
Jun/1997 6,68 142,090 15,90
Jul/1997 6,91 142,221 16,43
Ago/1997 6,99 142,353 16,60
Set/1997 7,42 143,042 17,54
Out/1997 7,98 143,567 18,79
Nov/1997 8,12 144,481 19,00
Dez/1997 8,34 145,695 19,36
Jan/1998 8,82 147,091 20,28
Fev/1998 8,54 147,356 19,60
Mar/1998 8,00 147,635 18,32
Abr/1998 8,11 147,821 18,55
Mai/1998 8,39 148,021 19,17
Jun/1998 8,27 148,588 18,82
Jul/1998 8,10 148,339 18,46
Ago/1998 7,97 148,109 18,20
Set/1998 7,89 147,984 18,03
Out/1998 8,11 148,100 18,52
Nov/1998 8,31 147,628 19,03
Dez/1998 8,48 148,291 19,34
Continua...
122
Continuação da Tabela 26A.
Jan/1999 8,70 149,533 19,67
Fev/1999 8,94 154,933 19,51
Mar/1999 8,60 159,325 18,25
Abr/1999 8,07 160,459 17,01
Mai/1999 8,16 159,996 17,24
Jun/1999 8,40 160,573 17,69
Jul/1999 8,74 163,06 18,12
Ago/1999 9,15 165,603 18,68
Set/1999 9,69 167,997 19,50
Out/1999 11,08 170,861 21,93
Nov/1999 14,52 174,939 28,06
Dez/1999 15,28 178,099 29,01
Jan/2000 15,41 180,301 28,90
Fev/2000 14,60 180,935 27,28
Mar/2000 12,29 181,214 22,93
Abr/2000 11,71 181,635 21,80
Mai/2000 12,54 182,189 23,27
Jun/2000 12,37 183,745 22,76
Jul/2000 12,27 186,634 22,23
Ago/2000 13,17 191,087 23,30
Set/2000 13,57 193,297 23,74
Out/2000 12,34 194,04 21,50
Nov/2000 12,62 194,599 21,93
Dez/2000 10,95 195,827 18,91
Jan/2001 9,99 197,045 17,14
Fev/2001 8,04 197,491 13,77
Mar/2001 7,80 198,606 13,28
Abr/2001 8,57 200,591 14,45
Mai/2001 8,39 202,324 14,02
Jun/2001 8,24 204,310 13,64
Jul/2001 8,80 207,341 14,35
Ago/2001 9,69 210,211 15,59
Set/2001 10,63 210,853 17,05
Out/2001 10,97 213,339 17,39
Nov/2001 11,37 215,685 17,82
Dez/2001 11,88 216,163 18,58
Jan/2002 11,82 216,944 18,42
Fev/2002 11,77 217,074 18,33
Mar/2002 11,59 217,276 18,04
Abr/2002 11,48 218,486 17,77
Mai/2002 12,41 220,292 19,05
Jun/2002 12,94 223,688 19,56
Jul/2002 13,46 228,057 19,96
Ago/2002 15,45 233,348 22,39
Set/2002 16,79 238,943 23,76
Out/2002 20,71 248,199 28,21
Nov/2002 26,99 261,08 34,96
Dez/2002 27,39 270,867 34,19
Jan/2003 25,57 277,173 31,19
Fev/2003 23,26 283,506 27,74
Mar/2003 21,54 287,855 25,30
Abr/2003 20,70 290,512 24,09
Continua...
123
Continuação da Tabela 26A.
Mai/2003 17,96 289,747 20,96
Jun/2003 17,36 286,843 20,46
Jul/2003 15,63 285,649 18,50
Ago/2003 15,21 286,735 17,94
Set/2003 17,33 290,127 20,20
Out/2003 17,38 291,229 20,18
Nov/2003 17,35 292,657 20,05
Dez/2003 18,05 294,455 20,73
Jan/2004 18,34 297,039 20,88
Fev/2004 17,52 299,097 19,81
Mar/2004 16,83 302,484 18,81
Abr/2004 18,38 306,151 20,30
Mai/2004 19,09 310,152 20,81
Jun/2004 18,28 314,419 19,66
Jul/2004 17,23 318,532 18,29
Ago/2004 16,83 322,412 17,65
Set/2004 17,34 324,651 18,06
Out/2004 16,87 325,925 17,50
Nov/2004 16,47 328,588 16,95
Dez/2004 15,97 331,005 16,31
Jan/2005 15,95 332,298 16,23
Fev/2005 16,09 333,288 16,32
Mar/2005 16,79 336,123 16,89
Abr/2005 17,52 339,030 17,47
Mai/2005 16,86 338,299 16,85
Jun/2005 17,01 336,801 17,08
Jul/2005 17,02 335,663 17,14
Ago/2005 17,04 333,474 17,28
Set/2005 16,95 331,69 17,28
Out/2005 16,90 333,694 17,12
Nov/2005 15,96 335,033 16,11
Dez/2005 15,98 335,006 16,13
Jan/2006 15,68 338,083 15,68
Fev/2006 15,72 338,128 15,72
Mar/2006 13,24 337,339 13,27
Abr/2006 12,17 335,921 12,25
Mai/2006 12,76 337,185 12,80
Jun/2006 13,91 339,712 13,85
Jul/2006 14,62 340,312 14,53
Ago/2006 14,29 341,574 14,15
Set/2006 15,49 342,561 15,29
Out/2006 17,31 344,155 17,01
Nov/2006 19,02 346,746 18,55
Dez/2006 20,99 347,842 20,40
Jan/2007 21,75 349,593 21,04
Fev/2007 20,98 350,524 20,24
Mar/2007 19,57 351,717 18,81
Fonte: IEA (2007); IBRE (2007); Dados da pesquisa.
124
Tabela. 27A. Fatores de sazonalidade mensais para o preço do milho, saca de 60kg, período
entre 1995/2006.
Anos
Meses
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
jan 1,11 1,15 0,97 1,09 1,07 1,23 0,99 1,03 1,22 1,05 0,95 1,03
fev 1,02 1,05 0,93 1,04 1,06 1,14 0,82 1,00 1,10 1,00 0,96 1,05
mar 0,91 0,92 0,91 0,97 0,99 0,95 0,82 0,95 1,02 0,96 1,00 0,90
abr 0,87 0,93 0,91 0,98 0,91 0,89 0,91 0,91 0,99 1,04 1,03 0,84
mai 0,86 1,00 0,93 1,02 0,90 0,96 0,90 0,93 0,89 1,08 1,00 0,87
jun 0,88 0,96 0,93 1,00 0,90 0,97 0,88 0,90 0,91 1,04 1,01 0,92
jul 0,91 0,99 0,96 0,98 0,89 0,98 0,92 0,88 0,86 0,99 1,02 0,95
ago 0,94 1,07 0,95 0,97 0,89 1,08 0,99 0,95 0,86 0,97 1,03 0,90
set 0,95 1,06 1,00 0,96 0,91 1,16 1,05 0,98 0,99 1,01 1,04 0,95
out 1,03 1,13 1,05 0,99 1,00 1,10 1,05 1,13 1,01 0,99 1,06 -
nov 1,09 1,11 1,05 1,02 1,25 1,16 1,06 1,37 1,01 0,97 1,02 -
dez 1,10
1,04 1,05 1,05 1,26 1,05 1,07 1,34 1,05 0,95 1,05 -
Tabela. 28A. Resultados da Análise de variância para os padrões sazonais do preço do milho,
para o período 1995/2006.
Grupo Contagem
Soma Média Variância
jan 12 12,90622 1,075518 0,008458
fev 12 12,17269 1,014391 0,007175
mar 12 11,28524 0,940436 0,002947
abr 12 11,21308 0,934423 0,004094
mai 12 11,34549 0,945457 0,004609
jun 12 11,31766 0,943138 0,002875
jul 12 11,32674 0,943895 0,002693
ago 12 11,60364 0,96697 0,004771
set 12 12,05920 1,004933 0,004698
out 11 11,52667 1,047879 0,002691
nov 11 12,12312 1,102102 0,014224
dez 11 11,98969 1,089972 0,012246
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico
Entre grupos 0,519566 11 0,047233 8,047585 1,44E-10 1,863592
Dentro dos grupos 0,757133 129 0,005869
Total 1,276700 140
Fonte: Dados da pesquisa.
125
Tabela. 29A. Estimativa do custo horas dos custos fixos, em R$ x h
–1
, para as máquinas e
implementos utilizados nos diversos sistemas de produção da cultura do milho,
Fazenda Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
Valor R$ Custos R$ x h
–1
Equipamento
Inicial Final
Taxa de
juros (i)
Vida útil
(anos)
Horas de
Uso anual
Depreciação Juros Total
Cultivador 480,00 48,00 0,12 6 400 0,18 0,07 0,25
Animal Tração 400,00 40,00 0,12 10 140 0,26 0,17 0,43
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela. 30A. Horas trabalhadas (h x ha
–1
), por operação e tipo de equipamento nos diversos
sistemas de produção da cultura do milho, Fazenda Ipanema, Área I, safra
2005/2006.
Operação
Plantio Cultivo
Total h x ha
–1
Horas Trabalhadas
Animal de
Tração
Cultivador
Animal de
Tração
Cultivador
Animal de
Tração
Sistema “A 0 0 0 0 0
Sistema B” 0 6,61 6,61 6,61 6,61
Sistema C” 6,61
0 0 6,61 0
Sistema D” 6,61
6,61 6,61 6,61 13,22
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela. 31A. Custos fixos totais, em R$ x ha
–1
, para os diversos sistemas de produção da
cultura do milho, Assentamento Ipanema, Área I, safra 2005/2006.
H x ha
–1
Custos Fixos R$ x h
–1
Sistema
Cultivador Animal Tração Cultivador Animal Tração
Custos Fixos
R$ x ha
–1
“A 0,25 0,43
“B” 0 0 0,25 0,43 4,50
“C” 6,61 6,61 0,25 0,43 1,67
D” 6,61 0 0,25 0,43 7,33
Fonte: Dados da pesquisa.
130
Descriptive Statistics Report
Page/Date/Time 2 18/5/2007 12:26:42
Database C:\Documents and Settings\Us ... o\Dd Normalidade 18052007.S0
Quartile Section of SInN2
10th 25th 50th 75th 90th
Parameter Percentile Percentile Percentile Percentile Percentile
Value 15.129 16.95 18.625 20.11 22.076
95% LCL 14.63 16.25 18.02 19.62 21.17
95% UCL 15.99 17.49 19.23 20.95 23.69
Normality Test Section of SInN2
Test Prob 10% Critical 5% Critical Decision
Test Name Value Level Value Value (5%)
Shapiro-Wilk W 0.9852996 0.146704 Accept Normality
An der son
-Dar lin g 0.450547 0.275183 Accept Normality
Martinez-Iglewicz 0.9916561 1.03835 1.060283 Accept Normality
Kolmogorov-Smirnov 5.391404E-02 0.069 0.075 Accept Normality
D'Agostino Skewness 1.6098 0.107434 1.645 1.960 Accept Normality
D'Agostino Kurtosis 0.2359 0.813485 1.645 1.960 Accept Normality
D'Agostino Omnibus 2.6472 0.266172 4.605 5.991 Accept Normality
Plots Section of SInN2
0.0
12.5
25.0
37.5
50.0
12.0 15.5 19.0 22.5 26.0
Histogram of SInN2
SInN2
Count
12.0
15.5
19.0
22.5
26.0
-3.0 -1.5 0.0 1.5
Normal Probability Plot of SInN2
Expected Normals
SInN2
Fonte: dados da pesquisa
Figura. 2A. Resultados dos testes de normalidade para a série do preço de comercialização
do milho seco, saca de 60 kg, Estado de São Paulo, livre de valores outliers.
Período 1995/2006.
131
ANEXOS
132
Tabela 1AN. Coeficientes técnicos de Produção de Milho de Verão, EDR de Itapetininga,
Plantio Convencional, 1 ha, Produtividade de 5.400 kg x ha
–1
.
Fonte: Mello (coord. geral), 2000
133
Tabela 2AN. Estimativa do Custo de produção e exincia de física de fatores
Fonte: Orçamento cedido pelo Escritório do Itesp - Sorocaba (2005)
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