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RAQUEL LAZZARI PACHECO
A COMPETÊNCIA EM LEITURA EM L1 E A CONSCIÊNCIA LINGÜÍSTICA EM L2
COMO FACILITADORAS DA COMPREENSÃO LEITORA EM L2
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Letras – Mestrado, Área de
Concentração em Leitura e Cognição, Universidade
de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em Letras.
Orientadora: Profª. Drª. Rosângela Gabriel
Santa Cruz do Sul, agosto de 2007
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2
Raquel Lazzari Pacheco
"A competência em leitura em L1 e a consciência lingüística em L2
como facilitadoras da compreensão leitora em
L2"
Esta Dissertação foi submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Letras – Mestrado, Área de Concentração
em Leitura e Cognição. Universidade de Santa Cruz do Sul
- UNISC, como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre em Letras.
Professora Orientadora
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3
A todas as pessoas que,
como eu, continuam
acreditando...
4
RESUMO
Este estudo tem como objetivo averiguar em que medida a competência
leitora em L1 e a consciência lingüística em L2 contribuem para a compreensão
leitora em L2. A pesquisa investigou se leitores proficientes em L2 refletem
conscientemente sobre a estrutura lingüística durante a leitura em L2; se o nível de
consciência lingüística em L2 e o uso de estratégias de leitura beneficia a
compreensão leitora em L2; e se a competência leitora em L1 é elemento facilitador
da leitura em L2. São apresentados os resultados de uma pesquisa empírica
realizada com vinte sujeitos, brasileiros, adultos, estudantes de inglês (L2), com um
nível de conhecimento lingüístico em L2 não inferior ao intermediário. Os dados
foram analisados pela combinação das metodologias quantitativa e qualitativa. A
quantitativa foi aplicada a três subsídios da pesquisa: o Reward Placement Test,
para estabelecer o nível de conhecimento lingüístico em inglês; um texto configurado
no procedimento Cloze, para a avaliação da competência leitora em L1; e o teste de
consciência lingüística em L2 (RAYMUNDO, 2005). A metodologia qualitativa
desenvolveu-se a partir da leitura de um texto em inglês, em que os sujeitos
verbalizaram sua compreensão, através da técnica dos protocolos verbais. A análise
da compreensão leitora em L2, pelos protocolos verbais, mostrou-se adequada para
investigar se houve reflexão consciente sobre a estrutura lingüística da L2, bem
como as estratégias de leitura que os sujeitos utilizaram. A análise qualitativa sugere
que tanto a competência leitora em L1 quanto a consciência lingüística em L2
facilitam a compreensão leitora em L2.
Palavras-chaves: compreensão leitora, cognição, consciência lingüística em L2,
estratégias de leitura, protocolos verbais.
ABSTRACT
5
This study aims to investigate to what extend reading competence in L1 and
linguistic consciousness in L2 contribute to reading comprehension in L2. The
research investigated if proficient readers in L2 reflect consciously on the linguistic
structure of the language whilst reading in L2; if the level of language consciousness
in L2 and the use of reading strategies assist reading comprehension in L2, and if the
reading proficiency in L1 is a facilitating element for reading comprehension in L2.
This work presents the results of an empirical research carried out with twenty
Brazilian adult students of English (as L2) with a level of linguistic knowledge of
intermediate and above. The data was analyzed by means of both quantitative and
qualitative methodologies. The quantitative methodology was applied to three
elements of the research: Firstly, the Reward Placement Test to establish the level of
the subjects with regards their linguistic knowledge in L2. Secondly, a text, formated
in the Cloze procedure, which was used to assess their reading proficiency in L1 and
finally, the linguistic consciousness in L2 test created by Raymundo (2005). The
qualitative methodology involved the subjects reading a text in English, and
verbalizing their comprehension using verbal protocols whose analysis was helpful in
investigating if there was a conscious reflection on the language structure of L2, and
also in determining which reading strategies the subjects used. The qualitative
analysis suggests that both reading competence in L1 and linguistic consciousness
in L2 facilitate reading comprehension in L2.
Key Words: reading comprehension, cognition, linguistic consciousness in L2,
reading strategies, verbal protocols.
6
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1.......................................................................................................... 59
7
LISTA DE TABELAS
1. Equivalência entre os percentuais dos escores no teste Cloze e no teste de
múltipla escolha.........................................................................................................
44
2. Perfil dos sujeitos ..................................................................................................... 61
3. Freqüência de leitura em L1...................................................................................... 62
4. Nível de conhecimento lingüístico em L1.................................................................. 63
5. Resultados do teste de conhecimento lingüístico em L2.......................................... 65
6. Equivalência entre os percentuais dos escores obtidos no teste Cloze e num teste
de múltipla escolha...................................................................................................
66
7. Níveis de consciência lingüística dos participantes por item..................................... 67
8. Escores de acertos por itens corretos....................................................................... 69
9. Escores por níveis nos erros interlinguais e erros intralinguais ............................... 70
10. Correlações entre soma dos escores interlinguais e intralinguais............................ 71
11. Soma dos escores dos erros interlinguais e intralinguais por participante............... 71
12. Estatísticas da soma total dos escores do teste de consciência linguística em L2.. 72
13. Escores dos erros interlinguais e intralinguais dos itens do teste de consciência
linguística por participante.........................................................................................
73
14. Escores percentuais para a compreensão leitora medida pelos protocolos verbais 74
15. Resumo dos resultados dos instrumentos utilizados................................................ 75
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10
1 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 14
1.1 Aquisição de segunda língua – ASL........................................................... 15
1.1.1 O papel da primeira língua e a transferência lingüística ............................... 18
1.1.2 O conhecimento lingüístico........................................................................... 21
1.2 Consciência lingüística e metalingüística ................................................... 23
1.3 Leitura.............................................................................................................. 28
1.3.1 Leitura e compreensão leitora em L1............................................................ 33
1.3.2 Leitura e compreensão leitora em L2............................................................ 34
1.3.3 Leitor e competência leitora.......................................................................... 36
1.3.4 Estratégias de leitura.................................................................................... 38
1.4 Instrumentos de pesquisa............................................................................. 42
1.4.1 Teste de conhecimento e nível lingüístico em inglês................................. 42
1.4.2 Procedimento cloze.................................................................................... 43
1.4.3 Teste de consciência lingüística................................................................ 45
1.4.4 Protocolos verbais...................................................................................... 47
1.5 Síntese ........................................................................................................... 50
2 PESQUISA EMPÍRICA........................................................................................ 51
2.1 Objetivos.......................................................................................................... 51
2.2 Questões norteadoras.................................................................................... 52
2.3 Metodologia de produção e de análise dos dados...................................... 52
2.3.1 Sujeitos.......................................................................................................... 52
2.3.2 Instrumentos de produção de dados............................................................. 53
2.3.2.1 Instrumento 1 – Perfil leitor e conhecimento lingüístico em L1 e L2.......... 53
2.3.2.2 Instrumento 2 - Nível de conhecimento lingüístico em inglês..................... 54
2.3.2.3 Instrumento 3 – Procedimento Cloze......................................................... 55
2.3.2.4 Instrumento 4 – Consciência lingüística em L2.......................................... 55
2.3.2.5 Instrumento 5 – Protocolos verbais............................................................ 58
2.4 Apresentação e discussão dos resultados................................................ 60
2.4.1 Perfil leitor e conhecimento lingüístico em L1 e L2...................................... 61
9
2.4.2 Nível de conhecimento lingüístico em inglês................................................. 64
2.4.3 Procedimento Cloze...................................................................................... 65
2.4.4 Consciência lingüística em L2....................................................................... 67
2.4.5 Protocolos verbais......................................................................................... 73
2.5 Revisitando as questões norteadoras......................................................... 99
CONCLUSÃO......................................................................................................... 103
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 106
ANEXOS................................................................................................................ 112
10
INTRODUÇÃO
O processo de leitura pode ser definido sob o escopo de diversos aportes
teóricos, mas o que não pode ser negligenciado é que, quaisquer que sejam as
áreas de conhecimento ou teorias a estudar a leitura, um aspecto constante permeia
esse estudo: o aspecto cognitivo, ou seja, como o leitor compreende, como a
construção de sentido se dá no contato leitor/texto. Kintsch (1998) vê a
compreensão como um paradigma para a cognição e acrescenta que, por um
século, os cientistas deixaram a teorização sobre a cognição humana para os
filósofos. Talvez isso tenha ocorrido pela falta de exatidão nas informações colhidas,
uma vez que os processos cognitivos são complexos e dão vazão a vários graus de
interpretações, isto é, há várias formas para elucidar um “fenômeno local” e isso
impossibilita estabelecer qual interpretação é a correta ou a mais apropriada.
Samuels e Kamil (1988) afirmam que alguns modelos teóricos que descrevem
o processo da leitura como um todo, do momento em que o olho se depara com a
página até o leitor vivenciar o “clique da compreensão”, não têm mais de 30 anos de
história. Portanto, o estudo científico da leitura e de seus processos cognitivos pode
ser considerado recente e toda a contribuição sistematizada envolvendo uma
experiência investigatória in loco, em um determinado grupo social, regido por um
sistema lingüístico instituído, é relevante para a pesquisa nessa área.
Sabendo-se que a língua materna opera primeiro no desenvolvimento das
habilidades de leitura e essas são transferíveis para a segunda língua, entender o
quanto essa habilidade leitora na língua materna facilita o aprendizado da leitura em
inglês ou qualquer outra língua, vem somar-se ao questionamento para uma
investigação, através de um estudo científico.
A atuação profissional da pesquisadora como professora de inglês,
especialmente com adultos e há mais de vinte anos, tem estado voltada ao
desenvolvimento da aprendizagem, levando em consideração que o aprendiz atenda
aos aspectos lingüísticos, ao longo de seus estudos, e perceba as especificidades
11
da língua como um elemento facilitador que o levem à autonomia para ler e
compreender.
Portanto, a partir da experiência profissional, aliada à vontade de investigar se
o conhecimento consciente dos aspectos lingüísticos em L2
1
, bem como o quanto a
L1
2
contribui para compreensão em leitura em L2, esta pesquisa tem o intuito de
verificar se competência leitora em L1, tanto de leitores assíduos como ocasionais,
facilita a compreensão leitora em L2 e, em que medida, a consciência lingüística
3
em
L2 e a utilização de estratégias de leitura também contribuem para a compreensão
leitora em L2.
A fim de alcançar o objetivo proposto, o presente trabalho foi organizado em
dois grandes capítulos: o primeiro, denominado referencial teórico, subdivide-se em
quatro seções, a saber: 1) aquisição de segunda língua; 2) consciência lingüística e
metalingüística; 3) leitura; 4) instrumentos de pesquisa; e 5) síntese. O segundo,
pesquisa empírica, apresenta: 1) objetivo geral; 2) questões norteadoras; 3)
metodologia de produção e análise de dados; 4) apresentação e discussão dos
resultados; e 5) avaliação das questões norteadoras.
A seção inicial do primeiro capítulo parte de uma breve contextualização
sobre a aquisição de segunda língua, enfatizando o papel da primeira língua e a
contribuição da transferência lingüística sob diferentes perspectivas. O
conhecimento lingüístico foi tratado como precursor da construção de significado,
ponderando que esse pode ocorrer com base na consciência lingüística e
metalingüística.
Já a segunda seção foi dedicada a uma abordagem específica sobre a
consciência lingüística e metalingüística, levando em consideração a visão de alguns
autores tais como James e Garret (1992), Nicholas (1992), Ellis (1997), Smith
(1994), entre outros.
1
L2 refere-se à segunda língua, nesta pesquisa, o inglês.
2
L1 refere-se à língua materna, nesta pesquisa, o português.
3
O termo consciência lingüística é definido na seção 1.2
12
Na terceira seção deste primeiro capítulo, a leitura foi enfocada a partir de sua
importância lingüística (em especial, psico e sociolingüística), partindo de alguns
conceitos e especificação de alguns modelos sobre a mesma. Foram priorizados os
modelos cognitivos de processamento automático de LaBerge e Samuels (1994), o
modelo interativo de Rumelhart (1994) e o modelo de construção e integração de
Kintsch (1994). Além disso, o modelo transacional sócio-psicolingüístico de
Goodman (1994) recebe destaque por abordar o caráter ativo do leitor e o aspecto
sintático no processamento da leitura. Essa seção traz, também, um detalhamento
no que diz respeito à compreensão leitora tanto no contexto da L1 quanto no da L2,
os aspectos que tornam um leitor mais ou menos competente, na visão de Kintsch
(1998), bem como as estratégias de leitura.
Na quarta seção, são apresentados alguns instrumentos de coleta de dados
presentes na literatura especializada, utilizados na pesquisa.
A última seção oferece uma síntese dos principais assuntos delineados nas
seções anteriores, propiciando uma retomada de todo o capítulo.
A primeira seção do capítulo 2 apresenta o objetivo geral e os objetivos
específicos que delinearam o trabalho. As questões que conduziram o processo de
investigação encontram-se na segunda seção, seguidas da metodologia de
produção e análise dos dados, que serviram para a apresentação e discussão dos
resultados.
Para a pesquisa empírica houve a combinação das metodologias quantitativa
e qualitativa. A quantitativa ocorreu na medida em que era necessário definir
procedimentos de nivelamento quanto à competência leitora em L1 e o
conhecimento lingüístico em L2, requisito para a seleção dos sujeitos. A qualitativa
atendeu diretamente aos objetivos do estudo, pois a análise da compreensão leitora
em L2, através da técnica de protocolos verbais, foi crucial para investigar se houve
reflexão consciente sobre a estrutura da L2 e quais as estratégias de leitura que os
sujeitos utilizaram.
13
A conclusão, que compõe a parte final deste estudo, responde aos objetivos,
apresenta as limitações encontradas durante a realização da investigação empírica,
bem como sugestões para estudos adicionais. Após a conclusão seguem as
referências e anexos.
14
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo agrega aspectos teóricos de relevância para o entendimento
desta pesquisa.
Ao iniciar esta revisão da literatura é pertinente deixar clara uma questão
terminológica em que “aquisição” e “aprendizagem” são diferenciadas por alguns
autores, a partir da teoria de Krashen (1982). Partindo desse refinamento,
“aquisição” responde pela linguagem adquirida através do desenvolvimento informal
e espontâneo da segunda língua com o uso inconsciente das regras gramaticais. A
aquisição está vinculada à hipótese do input
4
, em que a ênfase é dada à mensagem,
à comunicação que se quer obter. Não há preocupação com a forma ou estrutura da
língua. Já a “aprendizagem” é o processo pelo qual a linguagem é aprendida de
forma consciente, é o saber sobre a língua. Essa está vinculada à hipótese do
monitor
5
que implica o uso da linguagem policiado pela consciência lingüística sobre
a mesma (KRASHEN, 1982).
Posição distinta é assumida por Ellis (1985, p.6), quando diz que “a aquisição
de segunda língua se refere aos processos subconscientes e conscientes pelos
quais qualquer outra língua, que não seja a língua materna, é aprendida num
ambiente natural ou orientado”
6
. No desenvolvimento deste texto, os termos
“aquisição” e “aprendizagem” serão usados indistintamente, seguindo a abordagem
de Ellis (1985).
4
Terceira hipótese da teoria de Krashen, em que a partir da competência atual do aprendiz, agrega-
se mais um dado (i+1), sempre num grau acima, estimulando o potencial inconsciente do mesmo
para o seu crescimento lingüístico. O foco está em “o que” dizer.
5
Quarta hipótese da teoria de Krashen com base no processo de aprendizagem e que serve de
fiscalizador, levando o aprendiz a corrigir-se. O foco está em “como” dizer.
6
As traduções que constam nesta pesquisa são de responsabilidade da autora. No original: ...’second
language acquisition’ refers to the subconscious or conscious processes by which a language other
than the mother tongue is learnt in a natural or a tutored setting.
15
1.1 Aquisição de segunda língua – ASL
Dentre as várias áreas que compõem os estudos psicolingüísticos, pode-se
considerar a de aquisição da linguagem uma das mais produtivas. Nos últimos 50
anos, inúmeros estudos foram realizados, enfocando sub-áreas como as de
aquisição de língua materna - AL1 (com e sem desvios), aquisição de segunda
língua - AL2, alfabetização e letramento. Nesta seção, serão resgatados alguns
pressupostos teóricos da aquisição de segunda língua ou AL2.
Em se tratando dos estudos em segunda língua, é possível identificar pelo
menos três situações distintas. A primeira refere-se à aquisição simultânea da
primeira e segunda língua, também conhecida por bilingüismo infantil; a segunda diz
respeito à aquisição da segunda língua, e quaisquer outras línguas,
espontaneamente, em situações de imersão como a migração para um país de
língua estrangeira em período posterior à infância; e a terceira enfoca a
aprendizagem da segunda língua e quaisquer outras línguas de forma sistemática,
em geral em um ambiente de sala de aula (SCLIAR-CABRAL, 1988).
Para a finalidade deste estudo, será dada ênfase à terceira situação, ou seja,
a aprendizagem da segunda língua de forma sistemática, isto é, quando o aprendiz
já passou pelo processo de aquisição da primeira língua de forma espontânea e já
incorporou a L1.
Por algum tempo, estudiosos consideraram que a aquisição de uma segunda
língua assemelhava-se aos processos de aquisição da primeira língua. O primeiro
equívoco dessa visão está relacionado à idade, pois um bebê, por exemplo, ao
iniciar seu processo de aquisição de língua materna, parte do zero, sem noção de
que a língua está estruturada num sistema de signos compartilhados pela sociedade
a que pertence. Supor que a aquisição da L2 seja análoga à aquisição da L1
mostrou-se um contra-senso, pois o fato de que o aprendiz já possui o domínio de
uma língua garante-lhe o conhecimento sobre “o funcionamento da linguagem com
todas as repercussões da posse de experiências estruturadas e inteligíveis, via
linguagem” (SCLIAR-CABRAL, 1988, p.45).
16
Outro aspecto errôneo dessa comparação seria não levar em consideração as
diferenças individuais e sociais que podem estender-se desde a motivação para o
aprendizado até o contexto no qual o sujeito está inserido durante o aprendizado da
primeira em relação ao da segunda língua. Além disso, a segunda língua é ensinada
fora de seu ambiente de uso autêntico, uma vez que, em geral, professor e aluno
compartilham de uma L1 comum, não necessitando da L2 para se comunicar.
Ao considerar as situações contrastivas, que serão explicadas na seção
seguinte, deve-se contemplar o fato de que a primeira língua é utilizada como fator
de sobrevivência e contribui para que o indivíduo, ao utilizar-se da linguagem verbal,
altere a forma de avaliar suas experiências externas e internas. Essas alterações
decorrentes da aquisição da primeira língua poderão fomentar a aprendizagem de
outra língua.
Ao comparar uma criança adquirindo a língua materna e um adulto adquirindo
uma segunda língua tem que se levar em consideração que o desenvolvimento
cognitivo do adulto lhe permite apoiar-se em seu “conhecimento metalingüístico”,
incorporando os “léxicos mais complexos” ligados a experiências distantes no tempo
e espaço, bem como ser capaz de valer-se de “estratégias de aprendizagem”, que
diferem das utilizadas pela criança quando está aprendendo sua primeira língua
numa atmosfera fluente e propícia. O aprendiz adulto poderá apresentar dificuldades
em adquirir alguns “automatismos” da segunda língua, no que diz respeito à
articulação de fonemas, entonação ou outros aspectos distintos de sua língua
materna, mas sem prejuízo ao processo de aquisição como um todo (SCLIAR-
CABRAL, 1988, p.45).
O conjunto de fatores que dizem respeito aos aspectos cognitivos, ambiente
social e experiências que poderiam beneficiar o aprendizado de línguas na infância é
visto por Bialystok e Hakuta (1994) como passível de discordância. Os autores
consideram que o único aspecto potencial de diferença na aquisição de L2 entre
crianças e adultos está na área fonológica, uma vez que os adultos solidificam
padrões fonológicos que podem dificultar a pronúncia em L2. Quanto à aquisição de
vocabulário, entendem que não há evidência de um poder acentuado em crianças e
complementam que a sintaxe é acessível durante toda a vida do aprendiz.
17
Bialystok e Hakuta (1994) ponderam também que os tipos de linguagem
variam dependendo a quem essa é endereçada, se a uma criança ou a um adulto.
Uma vantagem possível da criança é a suscetibilidade ao aprendizado pela
simplificação da linguagem. Em contrapartida, o discurso voltado ao adulto é mais
complexo, melhor elaborado e diverso, fazendo com que essa riqueza de input
(informação) proporcione equilíbrio e vantagem ao adulto quanto à aprendizagem.
Quanto à informação para a aquisição de uma língua, Anderson, citado por
Scliar-Cabral (1988) a distingue em “declarativa” e “de procedimento”. É declarativa
a informação concernente aos dados, ou seja, aquilo que sabemos de uma língua e
a informação de procedimento diz respeito ao modo de operacionalizar esses dados.
De acordo com Scliar-Cabral (1988, p.45-46) na aquisição da primeira língua, “a
criança possui a informação declarativa e o conhecimento metalingüístico está
implícito”. Ao iniciar um aprendizado sistêmico, gradativamente passa a incorporar à
informação declarativa a de procedimento. A criança, na medida em que estiver
regularmente exposta a esse processo gradual de aprendizagem da primeira língua,
estende sua construção cognitiva da simples inferência à utilização dos significados.
Dessa forma, ao aprender uma segunda língua, será capaz de aplicar esse
conhecimento.
Esse processo gradual de aprendizagem tem como base os momentos de
construção da memória, em que a apropriação da informação ocorre seguida de sua
estocagem e posterior resgate. A apropriação da informação é o processo de
percepção ou reconhecimento do evento físico que se transforma em uma
representação interna. A sua estocagem compreende o “enraizamento” dessa
representação interna em virtude do estabelecimento de associações entre essa e
as demais representações já internalizadas pelo indivíduo. O resgate da informação
seria o processo pelo qual nos valemos da informação estocada para trazer à tona
episódios que elucidem situações momentâneas ou para que desse resgate nasçam
novas associações e novas construções cognitivas.
Anderson (2005, p.3) diz que, enquanto “a aprendizagem geralmente se
refere ao processo de modificação, a memória costuma se referir ao produto da
18
modificação” da informação. Ainda, segundo esse autor (2005, p.4), “a memória é o
registro da experiência que é subjacente à aprendizagem”. É difícil desassociar os
termos memória e aprendizagem em virtude de sua estreita interdependência, uma
vez que a aprendizagem só pode ser mensurada pela capacidade que o indivíduo
tem de lembrar ou evocar os fatos vivenciados.
Enquanto Anderson (2005) vê a aprendizagem como o processo e a memória
como o resultado da modificação da informação, Izquierdo (2004, p.15) acredita que
a “memória é aquisição, conservação e evocação de informação”. A aquisição é o
aprendizado. A evocação é a ‘recordação’ ou ‘lembrança’, que é o mecanismo pelo
qual se mede ou avalia a memória. Assim, nossa memória é aquilo que evocamos.
Dessa maneira, a memória nos permite o que é fundamental para a aquisição de
uma segunda língua, a capacidade de lembrar as palavras, agregá-las e como
aplicá-las de forma inteligível dentro do sistema lingüístico em estudo.
Fica evidente que a aquisição de segunda língua está correlacionada a
aspectos da aquisição de L1 e que esta detém um papel significativo para a
aquisição de uma segunda língua. Entender o papel da L1 é um dos objetivos desta
pesquisa. Para tanto, um dos aspectos a serem contemplados é o da transferência
lingüística, que será o tema da próxima seção.
1.1.1 O papel da primeira língua e a transferência lingüística
Ellis (1985, p. 6 -7) explica que, por duas décadas, até os anos 60, houve um
entendimento de que as dificuldades que o aprendiz tivesse ao aprender uma
segunda língua eram decorrentes da sua primeira língua, sendo as diferenças entre
L1 e L2 determinantes de dificuldades, e que as semelhanças entre as línguas
beneficiariam ativamente o aprendizado da segunda. Esse processo foi chamado de
transferência lingüística. Assumindo que as áreas de dificuldade criariam uma
transferência negativa, ênfase foi dada à identificação dessas áreas, ao que se
chamou de ‘Análise Contrastiva’.
De acordo com Silva (2002, p.28), Charles Fries e Robert Lado, precursores
da ‘Análise Contrastiva’, visavam demonstrar as diferenças e as semelhanças entre
19
duas ou mais línguas. Um dos aspectos que gerou críticas ao trabalho desses
teóricos foi o fato de que essas observações contrastivas enfocavam basicamente
as diferenças entre L1 e L2, ignorando o processo, ou seja, como a transferência era
operacionalizada.
Para Ellis (1985), essa transferência ou interferência levava em consideração
apenas a possibilidade da L1 operar vinculada à visão específica de que a
aprendizagem da linguagem era desenvolvida através de prática e reforço somente
das áreas de dificuldade atreladas à L2. Houve a necessidade de demonstrar que os
velhos hábitos da L1 não impediam o aprendizado de novos hábitos da L2 e que os
erros na L2 não eram predominantemente o resultado da interferência da L1.
Ainda, de acordo com esse autor, a L1 pode contribuir para o aprendizado da
L2 de outras formas: o aprendiz pode não transferir regras da L1 para a L2, mas
pode evitar usar regras que estão ausentes no seu sistema de L1. Pode ainda usar a
L1 como um recurso consciente para melhorar seu desempenho.
Partindo da asserção de que o aprendiz adota parâmetros lingüísticos da L1
e esses produzem efeito na aquisição da L2, White (1989) diz que a L1 representa o
papel de organizadora dos dados da L2, resultando em efeitos de transferência na
interlinguagem.
Segundo Scliar-Cabral (1988, p. 47), “a aquisição do léxico e a capacidade de
planejar o discurso numa segunda língua podem ser facilitadas com a maturidade,
através de estratégias metalingüísticas conscientes que concentrem nos
procedimentos, depois transferidos para o uso da língua”. Portanto, um controle
lingüístico aumentado na língua materna pode ser fator facilitador para a proficiência
na segunda língua e demais línguas aprendidas.
Porém, a aquisição é mais do que o controle lingüístico facilitado pelo
conhecimento em L1 e transferido para o aprendizado de outra língua. Há de se
reconhecer, como diz Spolsky (1990), a variedade de aspectos que abarcam o
aprendizado de L2. Assim, o contexto social fomenta uma série de experiências
formais e informais, que se agregam a traços de ordem pessoal como idade,
20
personalidade, habilidades individuais e ao conhecimento prévio do indivíduo. Deve-
se levar em consideração, portanto, a influência mútua entre o aprendiz e o
contexto, determinando “resultados lingüísticos e não lingüísticos”. Para esse autor,
o conhecimento de uma nova língua se realiza em diferentes patamares, que nem
sempre ocorrem simultaneamente.
Seguindo a teorização de Odlin (1989), a palavra “interferência” é utilizada
para transferência, porém, com o cuidado de não ser descrita como “transferência
negativa” o que geraria a idéia de que “hábitos velhos interferem em hábitos novos”,
ou seja, quando a primeira língua torna-se uma das fontes de erro em segunda
língua. O autor ressalta que a transferência pode não ser só originada da influência
da língua materna, a menos que a primeira língua seja a única geradora de
informação na aquisição de uma segunda língua. Deve-se levar em conta que o
aprendiz possa estar no processo de aquisição de uma terceira língua. Para esse
teórico, a transferência é a “influência de uma língua fonte”, ou seja, a influência de
uma língua plenamente adquirida sobre uma em processo de aquisição.
A coerência discursiva é também um fator relevante na transferência. As
distinções que envolvem a coerência entre a primeira língua e a segunda podem
gerar dificuldades para o aprendiz ao buscar compreender uma leitura ou uma fala.
Mesmo que a coerência seja senso-comum e utilizada nas diferentes formas
comunicativas de cada sociedade, as relações no que diz respeito à organização
estrutural podem se modificar significativamente, em diferentes culturas, acarretando
uma formulação conceitual inadequada.
A omissão de alguma unidade necessária ao estabelecimento de um padrão
discursivo coerente pode se dar pela falta de relações lógicas entre as várias idéias
e proposições, pela falta de conhecimento do aprendiz, criando uma falsa
incoerência, mas que é originada pelo seu desconhecimento sobre o assunto ou
sobre a cultura e a falta de relação mínima entre os dados do discurso e outro dado
que deva ser buscado externamente.
21
De acordo com Silva (2002), o significado das palavras semelhantes
(cognatas) pode representar um aspecto positivo na compreensão leitora,
especialmente entre línguas que tenham uma origem comum como as línguas
latinas, germânicas, eslavas, asiáticas, entre outras. No entanto, ao mesmo tempo
em que essa aproximação lexical pode servir de elemento facilitador, pode também
ocasionar uma falsidade semântica, atrapalhando a compreensão e comprometendo
o processo de transferência.
A transferência lingüística é uma condição fundamental para a aquisição de
outra língua, pois vários processos, que ocorrem quando se está adquirindo a
própria língua, sustentam o aprendizado da L2. Mesmo os aspectos de transferência
negativa, ou seja, transferir um traço da língua materna e aplicá-lo equivocadamente
em outra língua, podem também auxiliar no entendimento das diferenças e ser
corrigido na medida em que se tenha um conhecimento lingüístico aumentado em
L1, pois no momento da aquisição de uma segunda língua o aprendiz utiliza esse
conhecimento. Dessa forma, outro aspecto relevante nos estudos de aquisição de
linguagem é o conhecimento lingüístico, que será abordado a seguir.
1.1.2 O conhecimento lingüístico
O conhecimento lingüístico é o conhecimento sobre uma língua. Pode ser
fonético, ou seja, relacionar-se às características fonéticas da língua; fonológico:
vinculado aos fonemas, sons silábicos e frasais; morfológico, por se referir à ordem,
combinação e produção dos morfemas; pragmático, através do uso intencional das
palavras, articulação das expressões e o momento adequado para alternância de
papéis no discurso. É também conhecimento lingüístico a variedade da língua pela
formalidade ou informalidade que essa possa determinar na interação social e
cultural num determinado contexto. Os conhecimentos lingüísticos morfológicos,
sintaxe e/ou semântica recebem especial ênfase pelo seu caráter de organizadores
imediatos de conceitos diretamente relacionados ao foco desta pesquisa.
White (1989) observa que o conhecimento lingüístico de um falante nativo
monolíngüe é representado na forma de uma gramática mental, um sistema de
princípios e regras da língua, sendo que esse conjunto que compõe a gramática
22
internalizada não é igual para a L2. Mesmo que existam propriedades comuns em
ambas as línguas, o desenvolvimento da competência para organizar os dados de
entrada (input data) não ocorre imediatamente, uma vez que a construção de um
sistema de regras no processo de aquisição da L2 requer tempo para que as
transformações ocorram.
Adams (1994) também enfatiza a importância do conhecimento sintático, uma
vez que o significado isolado das palavras pode levar à desordem e ambigüidade e é
o conhecimento sintático que define a inter-relação das palavras de forma
compreensível. Para essa autora, a competência sintática é crucial para a
competência lingüística. Chegar à compreensão leitora requer, também, o domínio
de conhecimento sintático.
Koda (2005, p.69-70) refere-se à interdependência entre leitura e
conhecimento vocabular. De acordo com a autora, na fase inicial de aprendizagem
da leitura, o conhecimento do vocabulário facilita a compreensão. Já nos estágios
mais avançados, a expansão vocabular é uma conseqüência da leitura, uma vez que
palavras e expressões mais comuns em textos escritos serão aprendidas através da
leitura, sem que o leitor, muitas vezes, se dê conta dessa aprendizagem. A autora
acredita que o aprendiz de segunda língua terá sucesso na leitura se houver uma
abordagem especial do vocabulário e que o fato de a maioria das palavras em L1
serem aprendidas através da leitura, há uma certeza de que as crianças
desenvolvem sua “capacidade heurística de auto-ensino”. Dessa forma o aprendiz
terá competência para descobrir a resposta para uma situação problemática
utilizando-se de sua própria capacidade criativa na viabilização dos resultados em
outra língua. Em decorrência, de acordo com a autora, seria bastante, produtivo
desenvolver pesquisas que trouxessem formas de otimizar aproveitamento da
capacidade heurística em aprendizes adultos de L2, no intuito de expandir seu
vocabulário em uma nova língua.
O conhecimento lingüístico sobre uma língua, entendido como a competência
no uso da língua em situações reais de comunicação, nem sempre implica ciência
sobre as regras da língua e reflexão consciente do seu uso. A essa ciência (estar
23
ciente de) chamamos consciência lingüística e metalingüística cujo papel na AL2
abordaremos na próxima seção.
1.2 Consciência lingüística e metalingüística
Do ponto de vista conceitual, a consciência lingüística assume uma vasta
abrangência de definições nos contextos acadêmicos e pedagógicos. James e
Garret (1992, p.4) discorrem a respeito dessa questão e enfocam a nova postura
dentro da educação britânica em consciência lingüística a partir dos anos 80.
Ancorados em relatórios de estudiosos da área e no relatório do NCLE (National
Council for Language Education), os autores mencionam o trabalho pioneiro de
Hawkins (1981,1984) na busca de respostas para o significado da consciência
lingüística. Esse entende que a consciência lingüística deva: (1) ser uma ponte de
transição no trabalho de línguas entre a educação primária e secundária; (2)
fornecer um ponto de encontro e um vocabulário comum para as diferentes áreas do
ensino de línguas, prepararando o caminho para cursos da educação secundária; (3)
facilitar a discussão da diversidade lingüística, desenvolvendo habilidades auditivas
(como pré-requisitos para um estudo eficiente de segunda língua) e a autonomia na
leitura e motivação para a escrita.
Segundo a analogia de James e Garret (1992), a consciência lingüística está
para a lingüística assim como o estudo da natureza está para a biologia. Ou seja, ela
tem caráter decisivo dentro de sua ciência e deve ser vista não como um modismo,
mas como uma necessidade crucial para o avanço dos estudos lingüísticos.
Donwall (1992, p.107) define que: “a consciência lingüística é a sensibilidade
e a consciência da pessoa em relação à natureza da linguagem e de seu papel na
vida humana”.
7
Esse autor acrescenta que a consciência lingüística é um ponto de
contato entre as línguas, sejam elas a língua materna, a segunda língua ou
quaisquer outras línguas estrangeiras e que o estudo de línguas deveria ser
empreendido no sentido de aumentar a consciência lingüística do sujeito bem como
7
No original: Language Awareness is a person’s sensitivity to and conscious awareness of the nature
of language and its role in human life.
24
influenciar outras áreas da linguagem, pois uma pessoa que tem percepção da
forma como a língua funciona terá uma base valiosa para o aprendizado de línguas.
Para James e Garret (1992), há cinco grandes domínios (campos) acerca da
consciência lingüística: o afetivo, o social, o de poder, o cognitivo e o de
desempenho.
O domínio afetivo relaciona-se com a abordagem humanística de Stevick
(1976), em que a consciência lingüística visa a uma atividade lingüística individual. O
encorajamento do aprendiz a interiorizar a gramática de uma língua estrangeira não
é somente uma ação de inteligência e cognição. Essa incorporação de informações
lingüísticas deve passar pelo afetivo para alcançar o sucesso de aprendizagem da
língua. A consciência lingüística, sob o domínio afetivo, contribui para a formação de
um aprendiz sensível, atento e interessado na busca de respostas.
O domínio social enfoca a multiplicidade de línguas interligadas em virtude
das migrações, especialmente, em países de primeiro mundo. A diversidade étnica e
as relações intergrupais ocasionaram divergências quanto à manutenção da unidade
de linguagem e a consciência lingüística serviu como suporte para o entendimento
das diferenças de origens e características de cada língua ou dialeto (JAMES e
GARRET, 1992, p.13).
O domínio do poder aponta para a questão do uso da língua como
instrumento de manipulação. Aqui é relevante citar Freire (2003) quando fala da
conscientização como uma forma de alertar as pessoas dos significados implícitos,
que nos levam à aceitação silenciosa de artifícios retóricos daqueles que têm maior
acesso à comunicação verbal.
O domínio cognitivo está intimamente ligado ao de poder. A vantagem de uma
abordagem cognitiva se estrutura em virtude da consciência de padrões, contrastes,
sistemas, unidades, categorias e regras da língua em uso e a capacidade de refletir
sobre elas. Os aprendizes devem estar conscientes das formas e funções da língua,
sem, contudo, voltar ao estudo gramatical descontextualizado. O estudo da língua
25
deve partir do modelo da língua em uso e as implicações cognitivas devem permitir
que a linguagem seja a tradução do intelecto.
O domínio do desempenho volta-se à questão de o conhecimento sobre a
língua influenciar ou não o desempenho ou controle sobre a mesma. Os aprendizes
de línguas fazem progresso em suas habilidades na medida em que percebem ou
tornam-se conscientes do fato de que seu discurso falado ou escrito não se encaixa
no discurso modelo. Outro aspecto desse campo diz respeito à motivação do
aprendiz, pois essa se constitui numa condição para a aprendizagem. O aprendiz
tende a um desempenho mais eficaz se aliada ao aprendizado da língua houver uma
necessidade ou algo motivador. O campo do desempenho lingüístico qualifica a
proficiência lingüística (JAMES e GARRET, 1992).
Nicholas (1992, p.78), ao considerar a consciência lingüística como uma
questão macro-educacional, descreve-a como um meio de aumentar a consciência
reflexiva dos alunos sobre as línguas que usam, aperfeiçoando seu potencial,
tornando-os mais cientes da influência que a língua exerce sobre eles. A consciência
lingüística aqui é vista como fator para o desenvolvimento da habilidade de
articulação da língua.
Esse mesmo autor (1992, p.18) examina aspectos do desenvolvimento
macro-humano que exercem influência na “consciência” que os aprendizes têm,
“independentemente da reflexão consciente sobre a língua”. Postula que o
desenvolvimento de uma segunda língua pode ser distinto do desenvolvimento da
primeira língua pela consciência do nível léxico-gramatical. A consciência do nível
léxico-gramatical da organização da língua é inconsciente em crianças menores de 7
anos e potencial em crianças mais velhas, adolescentes e adultos. O autor afirma
que a consciência da necessidade e os impedimentos impostos pela interação em
crianças, jovens e adultos são acessíveis à reflexão e podem tornar-se conscientes.
Como conseqüência, a interação pode ser deliberadamente manipulada por todos os
aprendizes de L2, com níveis variados de sucesso.
Ao falar do desenvolvimento de segunda língua com adultos, Nicholas faz
distinção com o desenvolvimento de crianças, levando em consideração que a
26
consciência pragma-lingüística emerge nos adultos. Essa leva à manipulação do
discurso como um meio de transmitir a informação antes codificada através da
morfossintaxe. A emergência da consciência pragma-lingüística permite a instrução
sobre a morfossintaxe para complementar a instrução de comunicação de maneira
vantajosa (NICHOLAS, 1992 p.79-80).
Schmidt (1990) salienta a necessidade de padronizar os conceitos
subjacentes ao uso da palavra “consciência”, dualizando seu sentido em
“intencionalidade” e “atenção”, sendo que intencionalidade é uma tomada de
decisão consciente e deliberada de apreender conhecimento em L2. Ele afirma
que não importa se o aprendizado de L2 é intencional ou incidental
(KRASHEN,1982), pois esse envolve atenção consciente às proeminências da
informação (input). Ellis (1997) entende que essa distinção é relevante, pois nos
permite ver que, quando Krashen fala de ‘aquisição’ como sendo ‘incidental e
subconsciente’, não prevê que essa possa envolver certo grau de ‘atenção’
consciente ao input, ao que Schmidt (1990) chama de noticing. Noticing é o
processo de atender conscientemente às proeminências da informação (input). O
noticing é um processo interno e requer alto grau de inferência a partir da
observação de um comportamento. A hipótese do noticing pressupõe que o que o
aprendiz “percebe” (notice) no input é o que se torna internalizado (intake) para o
aprendizado. Intake, então, é a parte da informação (input) que o aprendiz
“percebe” e leva para a memória de curto prazo. Na memória de curto prazo o
input é comparado ao conhecimento já existente e, em seguida, integrado à
memória de longo prazo, levando ao conhecimento gerado (output) no
desenvolvimento da interlinguagem.
Já a consciência metalingüística é a atenção consciente dada a uma língua
ou sistema lingüístico. Ela beneficia o avanço do aprendizado de segunda língua.
Um exemplo é a ordem sintática das palavras no inglês, como no caso do uso do
adjetivo antes do substantivo. Um falante de português, aprendiz de inglês como
L2, terá maior dificuldade de compreensão do texto (escrito) tanto do modelo
27
hierárquico ascendente (bottom-up)
8
como descendente (top-down)
9
se não tiver a
consciência dessa diferença em relação a sua primeira língua, no caso, o
português. Se o aprendiz não tiver desenvolvido sua consciência metalingüística
para a L1, isso pode também ser fator de dificuldade e lentidão na aquisição de L2
(CLARK e IVANIČ, 1992).
Clark e Ivanič (1992) abordam a questão da consciência metalingüística
não pelo aporte terminológico gramatical convencional e, sim, como forma de
gerar um tipo de metalinguagem intuitiva que leve a uma necessidade real de
classificação dos termos, ou seja, uma terminologia para o que se quer fazer com
a outra língua. Logo, há um propósito legítimo para o uso das descrições a
respeito de qualquer sistema de significação.
A consciência metalingüística, segundo Brumfit (1992), pode ser
identificada como o conhecimento explícito do sistema lingüístico alvo. Bialystok e
Ryan, citados por Masny (1992), falam da inter-relação da linguagem e cognição
no desenvolvimento das habilidades metalingüísticas no sentido de desenvolver
um conhecimento analisado e um controle cognitivo. Nesse modelo, o bilingüismo
promove níveis mais altos de controle cognitivo, enquanto a habilidade de usar a
língua eficientemente desenvolve o conhecimento lingüístico.
Smith (1994, p.178) utiliza a expressão “modo-meta”, assim definida: “você
explica aos aprendizes como uma parte da gramática funciona. Se os aprendizes
entenderem e memorizarem isso, esses aprendizes são então capazes de explicar
aquele aspecto por si mesmos em outra ocasião”.
10
Nessa perspectiva, Solé
(1998, p.50) explicita a consciência lingüística como a “capacidade de manipular e
refletir intencionalmente sobre a linguagem”.
8
O modelo ascendente (bottom-up) ocorre quando a leitura é efetuada pela decodificação das letras,
palavras, frases, de forma ascendente, seqüencial e hierárquica. O conhecimento lingüístico é
requerido em primeira mão.
9
No modelo descendente (top-down) o aprendiz emprega seu conhecimento prévio e estratégias
cognitivas para estabelecer uma previsão do conteúdo do texto. O reconhecimento global prevalece
sobre o particular ou específico.
10
you explain to learners how a part of the grammar works. If learners understand this and commit it
to memory, those learners are then capable of explaining that aspect themselves on another occasion.
28
A variedade de definições sobre consciência lingüística e metalingüística
converge sempre para a acepção de consciência lingüística como a habilidade
individual para refletir sobre a língua, convencionar discursos escritos ou falados a
partir do conhecimento lingüístico. Ao fazer uso da consciência lingüística de forma a
otimizar um resultado, há controle deliberado e planejado da atividade leitora para a
compreensão. A consciência lingüística e metalingüística compõem o processo de
compreensão da leitura, foco da seção que segue.
1.3 Leitura
A pesquisa sobre leitura ainda tem um vasto caminho a seguir. Há muito
ainda a ser descoberto. Para ratificar essa afirmação, é pertinente citar Gabriel
(2005, p.207) quando diz que:
Dissertar sobre leitura, compreensão em leitura e avaliação da
compreensão em leitura é tarefa das mais complexas, pois haverá sempre
algo que não foi dito, dada a infinidade de elementos envolvidos. Discutir a
compreensão em leitura pressupõe que consideremos não apenas os
processo mentais individuais através dos quais o leitor constantemente testa
hipóteses e faz inferências, mas também aspectos externos, como natureza
e uso da língua, relações interpessoais e diferenças sócio-econômicas e
culturais.
Se olharmos para a cronologia dos estudos em torno da leitura, o quê se lê
data da segunda metade do século passado. Segundo Samuels e Kamil (1988), a
tentativa de conceituar o conhecimento e a teoria sobre o processo da leitura e seus
modelos surgiu a partir de meados dos anos 50 e esse movimento em direção à
construção desses estudos deve-se às mudanças que ocorreram na pesquisa sobre
línguas e aos estudos psicológicos a respeito do papel dos processos mentais na
leitura, ou seja, a partir da perspectiva psicolingüística.
Alguns desses conceitos em torno da leitura, bem como alguns dos modelos
cognitivos do processamento de leitura são descritos aqui. Esses modelos envolvem
processos múltiplos, como percepção e reflexão sobre um conjunto de componentes
envolvidos nos processos de construção de conhecimento no ato da leitura. O que
segue são alguns posicionamentos sobre leitura que se acredita venham ajudar a
esclarecer aspectos diretamente relacionados ao que leitura significa neste estudo.
29
Soares (2003) entende que ler se estende desde a habilidade de traduzir em
sons sílabas isoladas até habilidades de pensamento cognitivo e metacognitivo. É
fazer a decodificação de símbolos escritos, reter o sentido do texto escrito;
interpretar seqüências de idéias ou fatos, analisar, comparar, inferir e fazer
predições construindo novos conhecimentos.
Ao pensar a leitura conforme a visão de Soares (2003), em que o sentido do
texto passa pela interpretação de fatos, análise e comparação do mesmo, inferindo e
predizendo, há uma aproximação do modelo de leitura de LaBerge-Samuels aqui
apresentado por Samuels (1994, p.817). Ele explica que o modelo LaBerge-Samuels
de processamento automático da informação durante a leitura apresenta três
características fundamentais para qualquer modelo de leitura consistente, pois tem a
propriedade de “sumarizar o passado, explicar o presente e predizer o futuro”. Esse
modelo desencadeia uma rota que se inicia na representação escrita da palavra
para ativar o sentido, valendo-se da visão e audição, envolvendo a memória
episódica até chegar a ser compreendido no sistema semântico. O centro do modelo
é a atenção, que compreende características externas e internas. Uma característica
de atenção externa é quando o professor chama o aluno a prestar atenção na
leitura, conduzindo a atenção visual e auditiva do mesmo, para aspectos que levem
à compreensão.
As características internas da atenção são bem mais difíceis de descrever,
mas poderia ser assumido, por exemplo, que quando o leitor está com os olhos fixos
no texto esse está internamente processando a informação e construindo um
significado. A atenção interna se caracteriza pelo estado de vigilância (alertness)
passando por uma ação seletiva (selectivity) e pela limitada capacidade de
processamento de informação (limited capacity) que não são observáveis
diretamente. Esses conceitos se relacionam com a leitura através da decodificação
(decoding) e da compreensão (comprehension). A decodificação pressupõe o
acesso ao significado a partir das palavras impressas num processo que envolve
traduzir essas palavras em palavras faladas (não necessariamente ditas em voz
alta). Opera-se pelo processo bottom-up. A compreensão é nessa situação um
processo de sintetizar e de colocar os significados das palavras de uma forma
organizada para que a integração das mesmas faça sentido naquele contexto.
30
Por sua vez, esse processo deve considerar a leitura de leitores iniciantes e a
leitura de leitores fluentes. Os leitores iniciantes alternam a atenção entre o
decodificar e o compreender, isto é, realizam uma tarefa de cada vez. Os leitores
fluentes decodificam automaticamente e a atenção se centra na compreensão.
Ambas as tarefas são feitas simultaneamente (SAMUELS, 1994, p. 817-821). Nesse
sentido, o autor entende que a compreensão está relacionada com a exatidão e
“automaticidade” do ato de ler.
O principio básico da abordagem tradicional de leitura, por não responder às
complexidades dos processos intrínsecos no ato de ler, passou a ser questionado,
uma vez que evidenciava a leitura apenas pelo estabelecimento de associações
entre som e grafia, em que o aprendiz extraía o sentido do que lia através de uma
atividade falada.
Nessa perspectiva, Goodman (1988) contesta a abordagem tradicional. Para
o autor, o leitor não é mero sujeito passivo no processo de aquisição da leitura e
nem a linguagem é segmentada, com base na relação comportamental de estímulo-
resposta. Seu modelo psicolingüístico está fundamentado na psicologia cognitiva,
em que a aprendizagem é produto de fatores cognitivos constantes no
desenvolvimento da compreensão e contextualização, e a leitura é um processo
seletivo que envolve conhecimento lingüístico por parte do leitor, bem como sua
expectativa na busca do significado. O leitor passa a ser sujeito ativo no
processamento da informação. Além disso, segundo o autor, os leitores proficientes
são ao mesmo tempo “eficientes e eficazes”. Eficientes em construir um significado,
trazendo um certo nível de concordância com o sentido original dado pelo autor do
texto e, eficazes, por usarem o mínimo de esforço para atingir a eficiência. Goodman
(1988, p.12) acrescenta que
31
[...] os leitores mantêm constante foco na construção do significado através
do processo, sempre buscando o caminho mais direto ao significado,
sempre usando estratégias que reduzam a incerteza, sempre sendo
seletivos sobre o uso de pistas disponíveis e utilizando-se profundamente
de competência conceitual e lingüística prévia
.
11
A leitura, na definição de Goodman (1988, p.12), é “um processo lingüístico
receptivo”, que começa pela codificação da representação lingüística superficial do
escritor e se completa com a significação que o leitor desenvolve, proporcionando
“uma interação entre pensamento e língua na leitura”.
Assim, pode-se dizer que os modelos de leitura previam basicamente o
processamento de forma ascendente ou descendente, e, por sua vez, incapazes de
dar conta da totalidade do processo da leitura. Isso levou à criação de outros
modelos.
O modelo interativo de Rumelhart (1994, p.877-880) parte da noção de que
diferentes fontes de informação interagem na leitura. A informação gráfica entra no
sistema e é registrada num depósito de informação visual (VIS) e, posteriormente, é
retirada pelo dispositivo de extração de características que convergem, juntamente
com os conhecimentos sintáticos, semânticos ortográficos e lexicais para o
“Sintetizador de Padrões”. Tais informações podem ser aceitas, preservadas e,
quando necessário, redirecionadas por meio do “Centro de Mensagem” para se
chegar a mais provável interpretação.
Solé (1998, p.23) também fala da perspectiva interativa em que a leitura é o
“processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita. Nesta compreensão
intervêm tanto o texto, sua forma e conteúdo, como o leitor, suas expectativas e
conhecimentos prévios”.
O modelo de construção e integração de Kintsch (1994, p.953) refere-se a
duas fases inter-relacionadas com o intuito de explicar os processos de
compreensão do discurso. Esse modelo se desenvolveu a partir do modelo de
situação de Van Dijk e Kintsch, em 1983, e a grande mudança na teoria foi a retirada
11
[...] readers maintain constant focus on constructing the meaning throughout the process, always
seeking the most direct path to meaning, always using strategies for reducing uncertainty, always
being selective about the use of cues available and drawing deeply on prior conceptual and linguistic
competence.
32
da ênfase no texto em si mesmo para a interação entre texto e conhecimento
(KINTSCH, 1998). Ele combina um processo no qual a base de texto é construída a
partir da informação lingüística (linguistic input) e da base de conhecimento do leitor,
com uma fase de integração na qual a base de texto é integrada num todo coerente,
após todos os elementos contextuais inapropriados serem rejeitados, excluídos ou
suprimidos. A base de conhecimento é entendida como uma rede associativa. O
processo de construção é modelado como um sistema de produção.
Mesmo que a abordagem tradicional de leitura seja passível de contestação,
ela foi o ponto de partida que impulsionou os avanços nos estudos sobre processos
da leitura. Goodman (1988), saindo da abordagem tradicional, descreve a leitura
como um processo seletivo em que o leitor passa a ter um papel ativo e também
constrói o texto através das transações que ocorrem durante o ato de ler. Soares
(2003) entende que a leitura vai da habilidade mais elementar de identificação dos
símbolos escritos até habilidades que envolvam o pensamento cognitivo e
metacognitivo. Samuels (1994), por sua vez, explica a leitura como o processamento
automático da informação, apresentando três características fundamentais, que
envolvem retomar o passado, justificar o presente e prever o futuro. Para Samuels
(1994) esse três momentos tornam um modelo de processamento de leitura
completo. Rumelhart (1994) e Solé (1998) falam da perspectiva interativa em que a
leitura é a compreensão da linguagem escrita tendo como elementos o texto, sua
forma e conteúdo, e o leitor, suas expectativas e conhecimentos. Partindo da
proposição de Kintsch (1994,1998), é a partir da interação texto/conhecimento que a
compreensão leitora se dá.
Portanto, pode-se afirmar que o conceito de leitura atual enfatiza a interação
do leitor com o texto e a intencionalidade de quem escreve e de quem lê. Nesse
sentido, a leitura é a construção do sentido do texto pelo leitor, que depende do seu
conhecimento lingüístico e conhecimento cultural sobre o que está lendo, da atenção
e motivação para essa leitura. As subseções que seguem buscarão aprofundar
aspectos específicos da compreensão leitora em L1 e L2.
33
1.3.1 – Leitura e compreensão leitora em L1
Saber ler representa para o indivíduo ter autonomia para interagir enquanto
pertencente a uma sociedade com um mesmo código lingüístico escrito. A
capacidade de ler numa primeira língua permite ao sujeito conhecer, atuar, decidir,
influenciar nas decisões do grupo. A leitura se caracteriza basicamente como um ato
social. É através dela que construímos e acumulamos conhecimentos. A leitura
abrange aspectos sócio-culturais num processo complexo que preconiza um
conjunto de movimentos desde a percepção e reconhecimento das letras até a
ativação do conhecimento guardado na memória, que leva ao estabelecimento de
sentidos. Não havendo compreensão, não se pode dizer que houve leitura.
A compreensão leitora implica a construção de significados. Solé (1998) diz
que, nessa construção, o texto desempenha o papel de interventor e deve estar
organizado dentro de padrões estruturais coerentes. Sob uma abordagem interativa,
há de se levar em consideração o leitor que, através do empenho cognitivo, mantém
uma postura ativa no processamento e na atribuição de significado ao que está
lendo. Vários elementos contribuem para que o processo de leitura se realize com
êxito, sendo que o conhecimento prévio, a finalidade da leitura e a motivação para a
mesma são elementos relevantes.
Segundo a autora, o conhecimento prévio é resultado de uma caminhada
individual em que agregamos experiências, valores, conceitos, atitudes, posturas
sociais e comunicativas; elementos que estão inter-relacionados numa hierarquia
interna e associados ao contexto histórico desse conhecimento.
A finalidade da leitura é outro aspecto integrante desse processo de
construção significativa, pois é através dos objetivos que se estabelecem as
estratégias que são ativadas no processo de leitura.
A motivação, de acordo com Solé (1998), faz menção aos interesses que
levam o aprendiz a ler. Num contexto escolar, é difícil contemplar a todos, porém
cabe ao professor e à escola criar situações que fomentem o interesse e levem o
34
aluno a vislumbrar outras possibilidades de leituras diferenciadas das motivadas
pelos seus interesses iniciais.
A aprendizagem, a partir da leitura, resulta da agregação e reorganização do
conhecimento. Estamos aprendendo quando ao conhecimento anterior pudermos
somar um novo, suscitando uma nova reorganização conceitual.
Quando a criança inicia seu processo de aprendizagem de leitura e escrita,
ela já demonstra uma considerável competência comunicativa, em que emprega
estruturas complexas da língua. Essa capacidade é essencial para a aquisição da
leitura e escrita. Todavia, para aprender o código escrito de sua primeira língua, a
criança deve manipular e refletir sobre ele: perceber a palavra, o som, fazendo
distinções elementares para decifrar o código.
Assim, o sucesso para a compreensão leitora em L1 deve levar em
consideração aspectos sociais e culturais do aprendiz, sua bagagem de
conhecimento e experiências prévias, ao mesmo tempo em que esse deverá lidar
com o conjunto de códigos que compõem seu sistema lingüístico de modo a
formular, estruturar e atribuir significado às palavras, sentenças e textos que vir a ler.
1.3.2 Leitura e compreensão leitora em L2
O aprendiz adulto ou a criança em fase de escolarização, ao iniciar o
processo de leitura em L2, já percorreram um caminho no que diz respeito à
aquisição da língua materna e, portanto, trazem consigo uma bagagem formulada a
partir dos construtos da L1, que lhes permitem estabelecer relações de semelhanças
e diferenças quanto à estrutura lingüística, aspectos culturais e sociais da língua em
estudo, valendo-se de estratégias cognitivas e metacognitivas que possibiltam o
desenvolvimento da compreensão leitora em L2. A leitura em segunda língua é
afetada por fatores físicos, sociais, emocionais, culturais, perceptuais, cognitivos e
lingüísticos que concorrem para o desenvolvimento do leitor proficiente, e que nesse
caso, traz consigo a experiência da aprendizagem em L1 .
35
Taglieber (1988) explica que, até o final dos anos 40, aprender uma língua
estrangeira equivalia a aprender a ler. Aprendia-se a nova língua por meio da leitura,
literalmente. Porém, a partir dos anos 50, com a introdução da abordagem ou
método áudio-lingual, houve um direcionamento para linhas totalmente opostas, em
que a leitura fluiria naturalmente, pela memorização de estruturas e vocabulário. A
representação gráfica da palavra era apresentada ao aprendiz somente depois que
esse tivesse controle áudio-oral, por entender-se que o contato com a palavra escrita
poderia gerar problemas de pronúncia na língua em estudo.
A partir dos anos 70, a leitura volta a ser considerada como facilitadora da
aprendizagem, sem interferência na questão da pronúncia. A autora acredita que a
leitura é base para outras habilidades da língua e para a ampliação do
conhecimento, e a exposição do aprendiz à leitura agiliza sua competência em L2.
Ela afirma que a compreensão do texto ocorre por dois processos: o ascendente
(bottom-up) e o descendente (top-down). No primeiro, a leitura é efetuada pela
decodificação das letras, palavras, frases, de forma ascendente, seqüencial e
hierárquica e o conhecimento lingüístico é requerido em primeira mão. No segundo,
o aprendiz emprega seu conhecimento cultural e estratégias cognitivas para
estabelecer uma previsão do conteúdo do texto. O reconhecimento global prevalece
sobre o particular ou específico. Assim, bottom-up é o desenrolar da leitura do
particular para o todo, do menor item ao conjunto total, enquanto o top-down permite
a visualização do todo para o particular, do conjunto ao item menor. Ambos ocorrem
simultaneamente e são responsáveis pela construção de sentido em um texto
coerente.
Taglieber (1988) entende que a leitura assume uma importância não apenas
pelo seu produto final, mas por todos os processos que surgem durante o seu
desenrolar e requer uma série de processos e subprocessos durante sua realização,
e é deles que dependerá o êxito (a compreensão), pois revelam aspectos essenciais
percorridos pelo indivíduo na sua autodescoberta enquanto leitor. É um trabalho
gradativo que requer o desenvolvimento de habilidades individuais correlacionadas
ao contexto lingüístico, permitindo uma evolução e ampliação da capacidade leitora,
determinando leitores mais ou menos competentes.
36
Leitura e compreensão leitora são processos intrínsecos, tanto em L1 quanto
em L2. Compreender um texto implica construir um significado a partir do que se leu
e envolve: manipular, refletir e decifrar o código escrito; levar em consideração
aspectos físicos, sociais, culturais, cognitivos e lingüísticos. Segundo Kintsch (1998),
a compreensão em leitura decorre da competência leitora, que será abordada na
seqüência.
1.3.3 Leitor e competência leitora
Kintsch (1998, p. 282) afirma que ler é uma atividade complexa com vários
fatores que se compensam mutuamente até um certo ponto. Como conseqüência,
têm-se leitores fluentes e muito inteligentes que são pobres decodificadores, bem
como leitores com grande conhecimento específico, mas de habilidades leitoras
restritas, que superam a um leitor habilidoso num determinado conjunto de
circunstâncias. Segundo esse autor, pode-se fazer uma distinção entre “leitores
pobres” e “bons leitores”
12
, partindo da análise de três fatores: as habilidades de
decodificação, habilidades de linguagem e domínio de conhecimento.
Assim, ser um bom leitor é ser um bom decodificador, ou seja, fazer a
conversão grafema-fonema com rapidez e correção. Melhores decodificadores
constroem representações mais complexas e precisas do conteúdo textual
contribuindo para a ampliação vocabular. O bom leitor é capaz de fixar as palavras
na sentença e perceber erros ortográficos, tornando-se menos dependente do
contexto discursivo para o reconhecimento de uma palavra. Isso não significa que
um bom leitor não se apóie na informação contextual quando é necessário. Então, o
bom leitor, não é somente um bom decodificador, mas também um melhor
processador top-down. Além da habilidade de bom decodificador, o bom leitor possui
habilidades lingüísticas que lhe permitem perceber os elementos proposicionais de
um texto e organizá-los numa estrutura coerente. Os fatores lexicais têm
contribuição relevante na construção do significado e o bom leitor apresenta maior
sensibilidade ao contexto em que o significado de uma palavra homônima é
12
Poor readers e good readers – termos em inglês utilizados por Kintsch (1998). Optou-se por
manter a tradução literal das expressões, mesmo que em português as palavras “pobre” e “bom
causem certo estranhamento neste contexto.
37
construído, suprimindo o significado inapropriado. Na perspectiva do modelo de
construção e integração de Kintsch (1998, p.283-4), isso significa que o processo de
integração reduz a ativação de associações contextuais inapropriadas.
Já um leitor pobre seria o decodificador lento, que usa “processos de ordem
superiores” para compensar sua falta de habilidade de decodificação, usando o
contexto da sentença para reconhecer palavras. O leitor pobre mostra padrões
irregulares na fixação de palavras e falha em detectar erros ortográficos.
Levando em consideração o terceiro fator, ou seja, o domínio do
conhecimento, Kintsch (1998, p.287) diz que “leitores com elevado domínio de
conhecimento têm melhor desempenho do que leitores com baixo domínio de
conhecimento, sem levar em consideração sua habilidade geral de leitura. Portanto,
baixo QI ou baixa habilidade verbal poderiam ser compensados pelo domínio do
conhecimento”
13
.
No processo da leitura, o leitor recorre a uma série de recursos conscientes
ou inconscientes que o auxiliem na compreensão do texto e essa depende tanto do
próprio leitor e da situação pragmática quanto do texto em si mesmo.
Compreender um texto conforme exposto anteriormente depende de
conhecimento lingüístico, conhecimentos específicos do assunto em questão,
aspectos internos (processos mentais) e externos (contexto cultural, social,
histórico), intenção e motivação para ler. Além disso, a compreensão também
depende do tipo de leitor. Um leitor pobre que apresenta baixa habilidade intelectual,
pobreza vocabular, conhecimento parco sobre o assunto que está lendo com certeza
enfrenta maiores dificuldades de construir o sentido do que está lendo. Em
contrapartida, o bom leitor é hábil para perceber o vocabulário, estabelecer
conexões de ordem linear e global no texto, dominando o vocabulário e
conhecimento sobre o assunto. Essa fluência de entender o texto também se atribui
ao fato de que o leitor se utiliza de estratégias de leitura para entender o que lê.
13
No orginal: [...] readers with high domain knowledge outperformed readers with low domain
knowledge, irrespective of their general ability. Thus, low IQ or low verbal ability could be fully
compensated for by domain knowledge.
38
Nessa perspectiva, as estratégias de leitura são tópicos de importância, uma vez
que um dos objetivos é considerar em que medida as estratégias de leitura são
usadas pelos participantes desta pesquisa.
1.3.4 Estratégias de leitura
As estratégias de leitura são todos os movimentos intencionados conscientes
ou não que venham propiciar leitura significativa para o leitor. Elas podem ter um fim
específico e uma função a cada etapa do processo da leitura.
Van Dijk e Kintsch (1983) afirmam que as estratégias, de forma geral,
envolvem ação, metas e noção de otimização. Para esses autores, a estratégia é,
“intuitivamente”, a idéia de um agente sobre a melhor maneira de agir no sentido de
atingir a meta. Os autores consideram que as estratégias de leitura são flexíveis e
operam em muitos diferentes tipos de input (informação fornecida); elas devem ser
capazes de funcionar com input incompleto ou parcial, operar paralelamente nos
diferentes níveis de análise dos resultados, afetando ou não os processos em outro
nível. Elas são basicamente não deterministas e freqüentemente produzem um
grande número de resultados alternativos que variam plausivelmente.
As estratégias operam bem antes do texto ser visto, ou antes das primeiras
palavras terem sido lidas, e o resultado dessas estratégias preparatórias,
comunicativas e contextuais, determina o objetivo geral do ato de ler, ou seja, a
escolha de estratégias textuais mais locais ou globais de compreensão. Elas
envolvem o uso do mundo do conhecimento, o uso do conhecimento episódico
(memória do sentido estrito) e o uso de outras informações cognitivas como
opiniões, crenças, atitudes, interesses, planos e objetivos.
Van Dijk e Kintsch (1983) ponderam que as estratégias são de natureza
cognitiva e operam sobre informação trazida da memória de longo prazo. As
informações culturais e sociais são as adquiridas através de processos de
aprendizagem (conhecimento geral) ou representadas a partir de situações sociais
reais.
39
Ainda, para os autores, não existem estratégias explicitamente controladas
para atingir uma meta, como, por exemplo, entender um filme, ler um texto. Há
muitas atividades cognitivas que não parecem ter essa consciência, natureza
controlada e as estratégias envolvem altos níveis de processamento de informação.
Ao abordarem a interação de estratégias, Van Dijk e Kintsch (1983) pontuam
que as estratégias locais estabelecem os significados das orações e sentenças e os
significados e funções de relações entre as sentenças. Já as estratégias globais
determinam os significados globais dos fragmentos do discurso ou do discurso como
um todo.
As estratégias são flexíveis e facilitam a compreensão semântica, operando
em vários níveis ao mesmo tempo, usando informações incompletas e combinando
os modos do processo de informação indutivo (bottom-up) e dedutivo (top-down)
como componentes fundamentais da nossa habilidade cognitiva para usar (entender
e produzir) as elocuções da linguagem. Portanto, reforçando o que já foi mencionado
na seção anterior no processo de informação indutivo, os usuários da linguagem
manipulam as estruturas de superfície (palavra, frase, significados das orações,
informação pragmática do contexto), enquanto que, no processo dedutivo, operam
com os dados interacionais, sociais e culturais. Essa manipulação origina a
coerência que possibilita ao usuário da linguagem estabelecer relações de sentido
entre a sentença anterior e o discurso anterior, tanto de partes do discurso ou do
todo (VAN DIJK e KINTSCH, 1983)
Solé (1998) faz uma distinção entre estratégia e procedimento. Para ela, o
procedimento é uma ação automatizada, a habilidade na execução de uma tarefa. A
estratégia seria o conjunto de possibilidades para o avanço da ação seguindo
critérios de eficácia e ordenação dessa ação. A estratégia funciona como reguladora
da ação permitindo a seleção, avaliação e continuidade da mesma, numa “atuação
inteligente”. A partir dessa visão, ela entende que as estratégias de compreensão
leitora regem procedimentos de “caráter elevado”. Na aprendizagem, as estratégias
são esses procedimentos, que por sua vez são os conteúdos de ensino. Dessa
maneira, diferenciando-se de Van Dijk e Kintsch (1983), a autora entende que há a
necessidade de se ensinar as estratégias para que se compreenda um texto,
40
envolvendo procedimentos de ordem cognitiva e metacognitiva. A autora (p.70)
complementa: “o que caracteriza a mentalidade estratégica é sua capacidade de
representar e analisar os problemas e a flexibilidade para encontrar soluções”.
Segundo a autora, deve-se manter o foco numa construção e uso de procedimentos
em que o aprendiz possa transferir esse conhecimento estratégico para outras
situações de leitura, garantindo uma aprendizagem significativa e formando leitores
competentes.
Solé explica também que, quando o processo de leitura flui automaticamente,
as estratégias são utilizadas de forma inconsciente sobre um procedimento
automatizado, isso quer dizer que, quando lemos com compreensão, estamos no
estado fluência leitora mecânica ou automática, pois dominamos o input (informação
fornecida no texto). Porém, ao nos depararmos com qualquer empecilho, quer seja
uma palavra desconhecida, frases sem sentido ou um resultado contraditório à
nossa expectativa, entramos no que a autora chama de “estado estratégico”, que é
acionado pela necessidade de dar significado ao que lemos, resolvendo dúvidas de
maneira ponderada e definida. Passamos a agir conscientemente para que a
apreensão do conteúdo do texto ocorra.
Van Dijk e Kintsch (1983) abordam esse “estado estratégico” como o
resultado dos processos mentais conscientemente controlados e ordenados, para
que cada passo mental resulte na informação necessária para o próximo passo.
Essa ordem das estratégias de compreensão da linguagem tem dois traços
complementares básicos: ela estreita a esfera da operação das estratégias de níveis
mais baixos ou fornece suposições diretas e possíveis, eliminando a análise
estratégica desnecessária, pelo menos até a informação conflitante ser encontrada.
Kleiman (2004, p.49-50) fala das estratégias “como operações regulares para
abordar o texto. Elas podem ser inferidas a partir da compreensão do texto, que por
sua vez é inferida a partir do comportamento verbal e não verbal do leitor”. As
estratégias de leitura são parte constituinte do ato de ler. A autora aborda as
estratégias cognitivas como sendo “as operações inconscientes do leitor”, uma vez
que esse não atingiu o patamar da consciência para alcançar algum objetivo da
leitura. O leitor não consegue descrever a operação que utilizou para chegar à
41
compreensão. Ele utiliza um conhecimento implícito, não racionalizado na hora da
leitura. Já as estratégias metacognitivas são definidas como operações (não regras)
a serem executadas com algum objetivo já delineado mentalmente. Há um controle
consciente por parte do leitor daquilo que quer compreender, estabelecendo o
porquê e para quê.
Para Kato (1995), as estratégias cognitivas dão conta dos comportamentos
relacionados à compreensão sintática da frase, estabelecendo conexão entre a
ordem linear do texto e a ordem temporal dos episódios ou interpretando sintagmas
do texto como co-referências. As estratégias metacognitivas abordam as nossas
metas em relação à leitura, ou seja, a definição do tema, a harmonia interna do texto
e a significação atribuída ao que conhecemos sobre o objeto em pauta e a
conseqüente comparação com vistas ao estabelecimento da coerência e ao controle
do entendimento.
O’ Malley e Chamot, citados por Silva (2002), apresentam as estratégias
metacognitivas, cognitivas e sociais como as mais relevantes à leitura em L2.
Através das estratégias metacognitivas, o aprendiz esboça o planejamento através
da antecipação das idéias e conteúdo do texto a ser aprendido, valendo-se da
técnica de skimming; atende a uma tarefa específica e deixa de lado aspectos que
possam afastá-lo do foco principal; há na seqüência desse processo o planejamento
em que o aprendiz lista os elementos lingüísticos para a realização da tarefa; ocorre,
então, um enfoque seletivo do tipo de informação a ser utilizada acompanhada de
controle e autocontrole da compreensão leitora durante a leitura. Essa estratégia
passa pela verificação dos resultados de sua própria aprendizagem na finalização da
tarefa.
As estratégias de leitura podem ser evidenciadas de acordo com o foco a ser
investigado no processo de leitura. Elas podem auxiliar no fornecimento de
informações que determinam desde a competência leitora até o nível de consciência
lingüística que o leitor possui, desde que se saiba o que buscar e como buscar.
Dessa maneira, a pesquisa em leitura, ao longo da sua trajetória, desenvolveu
instrumentos ou testes que beneficiassem essa investigação. A seção seguinte traz
42
uma sucinta abordagem teórica dos instrumentos, especialmente dos que fizeram
parte da produção dos dados desta pesquisa.
1.4 Instrumentos de pesquisa
Instrumentos são parâmetros que propiciam informações para a avaliação
qualitativa e/ou quantitativa do aprendiz. A pesquisa progride mediante o
desenvolvimento de instrumentos para medir compreensão em leitura. Porém, os
instrumentos são limitados e sua ajuda é parcial, uma vez que nos fornecem
informações específicas de um determinado aspecto da leitura. Outro fato, é que
variáveis ocorrem e podem interferir nos resultados (GABRIEL, 2005).
Alliende e Condermarín (2005) afirmam que o nível de leitura pode ser
avaliado com a utilização de procedimentos qualitativos ou informais e medidas que
forneçam critérios, avaliações taxionômicas ou testes padronizados. Portanto, a
avaliação pode partir da medição de habilidades de leitura, que podem ser
estabelecidas de modo gradativo, e da medição da compreensão leitora, essa
muitas vezes difícil de ser avaliada por impor variações compreensivas distintas
entre os leitores.
O entendimento que hoje se possui sobre o processo de compreensão em
leitura está intimamente relacionado aos instrumentos desenvolvidos para investigar
esse processo. Assim, alguns instrumentos utilizados na produção de dados da
pesquisa empírica, apresentada no próximo capítulo, encontram-se na seqüência.
1.4.1 Teste de conhecimento e nível lingüístico em inglês
O Reward Placement Test é um teste para medição do conhecimento e nível
lingüístico. Contempla uma abrangência de conteúdos que satisfazem padrões
internacionais de testes de nivelamento e mede o nível de conhecimento lingüístico.
Faz parte da série REWARD no site comunitário da McMillan e tem como autor
principal Simon Greenall, mestre em Línguas Modernas pela Universidade de Oxford
e atual presidente da IATEFL (The International Association of Teachers of English
as a Foreign Language).
43
O teste possui 120 questões relacionadas a aspectos lingüísticos sintáticos e
morfológicos.
1.4.2 Procedimento Cloze
O procedimento Cloze é um instrumento para medir compreensão leitora e
apresenta algumas vantagens elencadas a seguir: (1) é simples de elaborar, aplicar
e interpretar; (2) não requer que a pessoa que o elabore, aplique e interprete seja
alguém especializado; (3) os resultados por parte dos aprendizes fundamentam-se
somente pelas pistas do texto e não são instigados ou encobertos por indagações
do examinador; (4) textos breves de uma página e de qualquer gênero podem ser
utilizados.
A base do teste está na supressão de palavras, que podem ser apagadas em
intervalos regulares, entre 5 e 10 palavras. Deve-se evitar a omissão de nomes
próprios. Na primeira e última sentença não se retiram palavras (TAYLOR, 1953;
BORMUTH, 1968).
Gabriel (2005, p.183-184) salienta a importância de distinguir o teste Cloze de
um exercício de completar frases, uma vez que no cloze o sujeito que estiver sendo
testado parte do contexto e de seu conhecimento prévio para criar suposições. Já
em um exercício de completar lacunas o que se quer é verificar algum conhecimento
específico. E complementa: “uma unidade Cloze é definida como qualquer
ocorrência de uma tentativa bem sucedida de reproduzir acuradamente uma parte
deletada de um texto, através da (sic) uma decisão a partir do contexto que
permanece a respeito de qual palavra foi omitida”.
Quanto à pontuação e interpretação dos dados, há autores que sustentam a
posição de que só a palavra exata seria aceitável, porque a aceitação de sinônimos
diminui a confiabilidade e pode haver divergências quanto a qual sinônimo aceitar.
Outros autores por sua vez, entendem que qualquer palavra da mesma família
semântica seria aceitável, desde que integrasse o texto de forma a manter o seu
sentido (ALLIENDE E CONDEMARÍN, 2005, p.131).
44
Bormuth (1967) comparou os resultados do teste Cloze e de um teste de
múltipla escolha e concluiu que um sujeito que respondeu corretamente 38% dos
itens no teste Cloze obtém 75% no teste de múltipla escolha. A Tabela 1 a seguir
demonstra a equivalência entre os percentuais dos escores nos testes acima citados
e serve como um parâmetro para apreciação dos resultados dos escores atingidos.
Tabela 1 - Equivalência entre os percentuais dos escores no teste Cloze e no
teste de múltipla escolha
Escores do teste Cloze
Escores do teste de múltipla escolha
19% 50%
23% 55%
27% 60%
31% 65%
35% 70%
38% 75%
42% 80%
46% 85%
50% 90%
53% 95%
57%
100%
Fonte: Bormuth (1967, p.296)
A análise comparativa entre os percentuais da tabela de Bormuth (1967), em
relação aos testes Cloze e de múltipla escolha, facilita dimensionar valores de
escores, uma vez que o teste de múltipla escolha é um dos mais utilizados.
Além do estabelecimento do nível de conhecimento lingüístico em L2 e
compreensão leitora em L1, como parâmetros que facilitam compreensão leitora em
L2, medir a consciência lingüística em L2 é outro aspecto relevante para este
estudo.
45
1.4.3 Teste de consciência lingüística
Com o advento das ciências cognitivas, a consciência passou a ser foco de
estudos em várias áreas do conhecimento, deixando de ser uma questão somente
“filosófica”. Raymundo (2005) explica que é possível, através da ciência, entender
aspectos da mente humana como a consciência que, por sua vez, não é uma
entidade em si, mas um processo. A autora salienta que as buscas sobre o
funcionamento do cérebro humano, no que diz respeito à aprendizagem da
linguagem, o problema difícil do fenômeno, são ainda recentes. No entanto, a
pesquisadora se sentiu amparada para analisar o fenômeno da consciência com
base em pesquisas que tratam do problema fácil do fenômeno, isto é, “o
comportamento lingüístico de aprendizes em língua estrangeira”.
Partindo dessa perspectiva e da relevância que a análise do nível de
consciência lingüística tem nesta pesquisa, o teste elaborado e validado por
Raymundo (2005) em sua tese de doutorado como Instrumento Final, Anexo D,
mostrou-se o mais adequado.
O teste contempla quatro tarefas distintas que correspondem a quatro
questões diferentes. O participante julga as frases considerando-as corretas ou não.
A seguir, deve identificar o erro. A terceira tarefa requer que o aluno faça a
construção da frase corretamente e, finalmente, justifique o porquê da sua correção.
Cada tarefa corresponde a uma etapa de experiência consciente a partir da
percepção do erro. A primeira etapa parte do nível de pré-consciência, em que o
aprendiz tem a percepção do erro, mas não sabe identificá-lo especificamente. Esse
nível é desdobrado em pré-consciente 1 (percepção do erro, julgando a frase) e pré-
consciente 2 (identificação e localização do erro). A segunda abrange o nível de
consciência em que o aprendiz consegue perceber o erro e identificá-lo, mas
apresenta dúvidas ao corrigi-lo ou explicá-lo. A terceira etapa é o nível de plena
consciência, em que o aprendiz sabe julgar a frase corretamente, identifica o erro,
corrige e sabe explicar o porquê da correção.
46
O nível inconsciente não compõe a experiência consciente em si e está
relacionado ao julgamento errado da frase, ou seja, o aprendiz não consegue
distinguir quando há erro ou não.
O teste está dividido em duas partes. A primeira é composta dos itens 1a até
8d e corresponde aos erros interlinguais. A segunda é composta dos itens 9a a 16d
e corresponde aos erros intralinguais. Os erros interlinguais e intralinguais são tipos
de erros que ocorrem no processo de aquisição de uma segunda língua. Os erros
interlinguais são os erros que se originam da transferência lingüística, em que o
aprendiz tem dificuldade de distinguir as nuanças que diferenciam uma língua da
outra em termos lingüísticos, realizando tradução literal, palavra por palavra, e com
isso tende a transferir a forma, o significado e a distribuição de forma e significado
de sua língua materna para a língua estrangeira (RAYMUNDO, 2005).
Por exemplo, em português, no tempo presente dizemos: ela não gosta de
chocolate (a forma negativa sofre apenas o acréscimo do “não” antes do verbo) e ela
gosta de chocolate? (a forma interrogativa altera a entonação, na fala, e o sinal de
interrogação indica essa alteração na escrita). As mesmas frases em inglês, com
erro interlingual, seriam ditas: She not likes chocolate e She likes chocolate?, em vez
de She doesn’t like chocolate, e Does she like chocolate?
Os erros interlinguais ocorrem quando o aprendiz já tem conhecimento na
língua estrangeira, mas demonstra dificuldades para incorporar formas da língua
estrangeira influenciado pela língua materna. Em português não se utiliza o tempo
composto “eu tenho estudado inglês por seis meses”. Dizemos “eu estudei inglês por
seis meses”. Ao fazer uma simples transferência da língua materna, o aprendiz,
então, não usaria o present perfect, que é o tempo composto adequado em inglês
para representar ligação de tempo decorrido ao tempo presente e, em vez de dizer I
have studied English for six months, diria I studied English for six months. No caso
de uma sentença interrogativa poderia até valer-se do auxiliar dizendo How long do
you study English?, mas ainda assim teria realizado a transferência do tempo verbal
usado em português e a forma How long have you studied English? não seria
utilizada.
47
Já os erros intralinguais dizem respeito aos erros que ocorrem dentro da
própria língua estrangeira em estudo e resultam dos aspectos gerais do aprendizado
de regras e da competência do aprendiz em um determinado momento da aquisição,
sem uma influência evidente da língua materna. Esses ocorrem porque o aprendiz
se apóia nas normas mais utilizadas e nas formas da língua em estudo a que ele
mais recorre para estabelecer a comunicação. Esses erros não sofrem influência da
tradução e derivam de uma produção interna da própria língua (RAYMUNDO, 2005).
No caso da pergunta Did you worked yesterday?, temos duas marcações de
passado: “did” e “worked”. Em inglês essa redundância é incorreta, sendo que o
tempo passado deve ser marcado apenas no auxiliar. Portanto é um aspecto interno
da língua que se leva em consideração. Outro exemplo de erro intralingual é o uso
do present perfect em relação ao passado simples, quando usar I have travelled e I
travelled.
Assim, exposta a tessitura do teste de Raymundo (2005), pode-se ratificar sua
relação direta a um dos aspectos mais relevantes deste estudo, uma vez que esse
analisa erros interlinguais e intralinguais em quatro níveis: pré-consciente 1 e 2,
consciente e plenamente consciente, e fornece parâmetros consistentes para avaliar
a consciência lingüística em L2. Outro importante instrumento para coleta e análise
de dados relacionados aos processos de compreensão da leitura, de caráter
qualitativo, são os protocolos verbais. Esses vêm a seguir e representam, dentre
todos, o instrumento de maior relevância para respaldar a investigação desta
pesquisa.
1.4.4 Protocolos verbais
Os protocolos verbais são instrumentos metodológicos para a coleta de
dados, que permitem ao investigador observar os sujeitos interagirem com o objeto
de análise e captar através da verbalização de seus pensamentos os procedimentos
utilizados pelo sujeito na realização da tarefa. O enfoque está no processo, em como
se atingiu o resultado final.
Os protocolos verbais foram originalmente desenvolvidos há mais de um
século, como parte de uma técnica de entrevista cognitiva na tentativa de rastrear
48
processos mentais. Essas introspecções foram criticadas pelos behavioristas, que
entendiam que os dados não eram confiáveis por não poderem ser reproduzidos.
Com a expansão da psicologia cognitiva nos anos 60, os protocolos verbais
começaram a assumir um valor científico em pesquisas. Em 1984, Ericsson e Simon
publicaram Protocol analysis: verbal reports as data. Nessa obra, os autores
propõem a teoria do método de pensar em voz alta e fornecem um suporte empírico
importante para tal (ABOLROUS, 2001).
Ericsson e Simon, citados por Abolrous (2001), desenvolveram protocolos
puros de “pensar em voz alta” baseados nos fundamentos da memória de curto e
longo prazo que descrevem como “teoria do processamento de informação”. Nessa
perspectiva, criaram um modelo de verbalizações que inclui três níveis: (1) as
verbalizações em nível 1 são consideradas por eles as mais confiáveis, pois não
sofrem transformações antes de serem verbalizadas durante a tarefa e tem
referência direta com a memória de curto prazo; (2) as verbalizações em nível 2
sofrem modificações antes da verbalização, ou seja, envolvem descrição ou
explicação do conteúdo pensado, que é o único processo cognitivo mediador entre a
memória de curto prazo e a verbalização; (3) as verbalizações em nível 3 requerem
um processamento cognitivo além do que é requerido para o desempenho da tarefa
ou verbalização. Nesse ponto, os sujeitos explicam seus pensamentos ou processos
de pensamento e podem ser solicitados a interpretar a informação ou retirá-la da
memória de longo prazo. De acordo com Ericsson e Simon, a interferência ou
interação do pesquisador com o sujeito, através de sugestões do tipo keep talking
(continue a falar), deve ser evitada, pois poderiam gerar influência nos dados.
Esse método puro do “pense em voz alta” apresenta limitações, pois, se no
transcorrer da aplicação da técnica um problema é detectado, é importante a
intervenção do pesquisador no sentido de permitir o prosseguimento do trabalho,
evitando a frustração por parte do entrevistado, levando a um re-direcionamento que
possibilite a continuidade da tarefa.
Para Cohen (1989), os protocolos verbais proporcionam uma análise
qualitativa a fim de descrever um comportamento para se chegar à ilação do(s)
49
processo(s). Assim, a leitura passa a ser uma atividade que leva em consideração o
processo de interação na construção de sentidos e abandona a simples atividade de
decodificação. É possível detectar o papel do leitor como sujeito ativo.
Os relatos verbais, segundo Cohen (1989, p.4), podem ser subdivididos em
três categorias: a do auto-relato, auto-observação e auto-revelação. A categoria do
auto-relato pode ser descrita como o momento em que o sujeito expõe seu
comportamento através do que sabe e apela para o seu senso comum. Pode ser
uma situação individual ou em grupo com o pesquisador. A auto-observação refere-
se à situação comportamental em que a língua está sendo examinada. Pode situar-
se no momento da ocorrência ou ainda quando a informação está na memória de
curto prazo. A auto-observação pode ser introspectiva, retrospectiva ou protelada e
tem a ver com o tempo da fala e a execução da tarefa. Pode ser simultânea, vinte
segundos depois da execução ou horas ou dias após a realização da tarefa. Por fim,
a auto-realização está relacionada ao think aloud (pense em voz alta), pois é a
verbalização imediata da atividade que está sendo executada. Diferencia-se das
demais, porque há menos formalidade e grau de intervenção do pesquisador e a
realização é somente oral.
A principal vantagem dos protocolos verbais está focalizada no fato de que
eles analisam o processo em si, o momento da construção de significados da leitura,
permitindo uma interpretação de dados mais eficaz e que comprove como e por que
se chegou ao resultado.
Pode-se dizer, então, que os protocolos verbais auxiliam na realização de
uma análise qualitativa da compreensão leitora, uma vez que eles transcendem uma
simples atividade de decodificação e consideram o processo pelo qual o leitor
entrevistado constrói o sentido do texto, explicando oralmente como interpreta o
texto, isto é, expressando como o seu entendimento ocorre no exato momento do
processo cognitivo. O leitor através de suas verbalizações auxilia o observador a
obter uma rica compilação de informações de como o processo ocorre com aquele
leitor, percebendo as diferenças e semelhanças do comportamento de cada
entrevistado.
50
1.5 Síntese
Dentre os principais pontos apresentados neste capítulo, viu-se que a
aquisição de uma segunda língua pode ocorrer em pelo menos três diferentes
situações: a aquisição da primeira e da segunda língua na infância de forma
simultânea; a aquisição da segunda língua e de quaisquer outras, espontaneamente
e num ambiente autêntico de aprendizagem na idade adulta; e a mais relevante para
este estudo, o aprendizado de segunda língua (neste caso, o inglês) de forma
sistemática, em geral, em um ambiente escolar.
De acordo com a literatura apresentada ao longo das páginas deste
referencial teórico, pode-se afirmar que dentre os fatores que interferem no sucesso
da ASL, estão a transferência lingüística, o conhecimento lingüístico e a consciência
lingüística e metalingüística. Como se dá essa interferência e qual o seu alcance são
algumas das questões deste estudo.
Na seção dedicada à leitura, procurou-se retomar conceituações sobre a
mesma e apresentar modelos teóricos de processamento do texto. A compreensão
leitora em L1 foi apresentada como integrante do conhecimento prévio ativado ao
longo da leitura em L2. Nesta pesquisa, um dos objetivos é entender o quanto um
leitor competente em L1 pode se beneficiar dessa competência no momento em que
busca a compreensão leitora em L2. Um dos conhecimentos que pode estar sendo
ativado na leitura em L2 é o uso de estratégias de leitura, com ênfase em estratégias
cognitivas e metacognitivas e nos modos do processo de informação indutivo
(bottom up) e dedutivo (top down), pois deles dependem a produção dos dados e a
análise dos resultados em relação ao nível de conhecimento lingüístico em L2, a
competência leitora em L1, a consciência lingüística em L2 com vistas a verificar em
que medida esses aspectos facilitam a compreensão leitora em L2.
A fim de investigar a influência da competência em leitura em L1 e da
consciência lingüística em L2 na leitura em L2, buscaram-se na literatura
instrumentos que viabilizassem essa investigação, os quais foram apresentados nas
páginas precedentes. Assim, o capítulo seguinte apresenta a pesquisa empírica
desenvolvida.
51
2 PESQUISA EMPÍRICA
A partir do que foi exposto no referencial teórico, apresenta-se, neste capítulo,
a pesquisa empírica: seus objetivos, as questões norteadoras, a metodologia de
coleta de dados, apresentação dos resultados e discussão.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC – RS, em 10 de agosto de 2006.
Segundo o CEP, esta pesquisa cumpriu com a observância dos aspectos éticos
conforme o direcionamento da Comissão Nacional de Ética na Pesquisa – CONEP,
em acordo com a resolução nacional nº 196/96, que define as diretrizes para a
condução de pesquisas com seres humanos.
2.1 Objetivos
O objetivo geral da pesquisa foi averiguar em que medida a competência em
leitura em L1 e a consciência lingüística em L2 afetam a compreensão leitora em L2.
Esse objetivo levou aos seguintes objetivos específicos:
- Investigar se os sujeitos refletem conscientemente sobre a estrutura da
língua na leitura em L2;
- Observar se o nível de consciência lingüística em L2 interfere positivamente
na compreensão leitora em L2;
- Verificar se o uso de estratégias de leitura contribui para o aprendizado da
leitura em L2
- Examinar se a competência leitora em L1 é um elemento facilitador da
leitura em L2.
52
2.2 Questões norteadoras
Visando alcançar os objetivos acima propostos, foram elaboradas as
seguintes questões norteadoras:
- Leitores proficientes em L2 refletem conscientemente sobre a estrutura
lingüística durante a leitura em L2?
- O nível de consciência lingüística em L2 beneficia a compreensão leitora em
L2?
- O uso de estratégias de leitura contribui para a compreensão leitora em L2?
- Ser um leitor competente em L1 é elemento facilitador da leitura em L2?
2.3 Metodologia de produção e de análise dos dados
Esta seção apresenta informações a respeito dos sujeitos que participaram da
pesquisa, os instrumentos utilizados para a coleta de dados, bem como as tarefas e
procedimentos realizados nessa coleta.
2.3.1 Sujeitos
Os sujeitos desta pesquisa são adultos, alunos da Difference Language
School, uma escola particular de inglês e português para estrangeiros, situada em
Santa Cruz do Sul, RS, na qual participam de duas aulas semanais de uma hora (1h)
de duração, sendo uma aula ministrada por um professor britânico e outra pela
própria pesquisadora.
Dos vinte e um participantes, elencados na Tabela 2 (seção 2.4.1), o de
número 13 desistiu da participação após o preenchimento do instrumento 1, que
apresenta o perfil dos sujeitos. Dessa forma, a análise levou em consideração
apenas os dados dos 20 participantes que realizaram todas as tarefas da pesquisa e
53
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (Anexo G).
2.3.2 Instrumentos de produção de dados
Os instrumentos utilizados para levantamento de dados, pertinentes ao objeto
de estudo, estão descritos a seguir, levando ao entendimento do processo pelo qual
a pesquisa foi conduzida para a obtenção dos resultados.
2.3.2.1 Instrumento 1 – Perfil leitor e conhecimento lingüístico em L1 e L2
O instrumento 1 é um formulário dividido em três partes. Na primeira parte, o
participante fornece seus dados pessoais, o nível de conhecimento em inglês,
seguindo sua própria avaliação independentemente do teste de nivelamento que foi
aplicado posteriormente. Na segunda parte, os participantes prestam informações
sobre seus hábitos de leitura em português no que diz respeito à freqüência com
que lêem e tipo de leitura. A terceira parte do formulário indaga os participantes
quanto ao seu conhecimento lingüístico em português e em que elementos
fundamentam suas respostas. Esse instrumento se encontra no Anexo A e servirá
como base de informação na caracterização dos participantes no que se refere a
dados relativos ao seu perfil leitor e conhecimento lingüístico em português.
O instrumento 1 foi entregue aos participantes para ser respondido em casa,
uma vez que não requeria acompanhamento da pesquisadora para ser preenchido.
De acordo com o relato dos participantes, foi necessário em torno de quinze minutos
para o preenchimento do mesmo.
Os dados referentes ao instrumento 1 foram analisados individualmente e
compilados de acordo com as semelhanças e/ou igualdade das respostas,
atribuindo-se valores percentuais pela freqüência de ocorrência das mesmas, para a
apuração dos resultados gerais.
54
A subseção que segue apresenta o teste de nível de conhecimento lingüístico
em L2 que foi realizado para verificação do nível de cada participante, fator
determinante para sua continuidade na pesquisa, uma vez que era desejada relativa
homogeneidade no grupo de sujeitos quanto ao domínio da L2.
2.3.2.2 Instrumento 2 – Nível de conhecimento lingüístico em inglês
O teste utilizado para avaliar o nível de conhecimento lingüístico em inglês
como L2 foi o Reward Placement Test obtido através do site:
http://www.onestopenglish.com/ MacMillan Publishers Ltd. 2003 (Anexo B).
Esse instrumento foi aplicado durante uma sessão individual, em sala de aula
e na presença da pesquisadora. Foi solicitado aos participantes que assinalassem a
alternativa que julgassem correta e preenchessem as lacunas no cabeçalho de cada
questão. A tarefa levou em média 70 minutos para que fosse realizada. Mesmo com
a solicitação do preenchimento das lacunas, no início do teste, houve um
participante que não o fez, somente assinalando a alternativa que julgou correta.
Dessa forma, esse participante levou apenas 40 minutos para a realização da tarefa.
Outro participante preencheu os espaços utilizando as letras das alternativas em vez
de escrever a resposta correspondente à letra da alternativa. É importante ressaltar
que nenhum sujeito foi pressionado pela pesquisadora em relação ao tempo para a
realização do teste.
O Reward Placement Test foi avaliado individualmente. Cada questão contém
quatro alternativas (a, b, c, d), e somente uma alternativa é considerada correta. O
total de questões é de 120, sendo que o participante que atingir até 30 questões
corretas é classificado como nível elementar; de 31 a 60 questões corretas, como
nível pré-intermediário; de 61 a 90 questões respondidas corretamente o nível de
enquadramento é intermediário e, acima de 90 questões corretas, o nível é
intermediário superior. Quatorze participantes foram classificados no nível
intermediário superior e seis participantes no nível intermediário, permitindo que
todos mantivessem sua participação nesta pesquisa.
55
2.3.2.3 Instrumento 3 – Procedimento Cloze
Para avaliação da compreensão leitora em L1, foi utilizado o artigo “Os
cauboizinhos”, de autoria de Cláudia Laitano, publicado no Jornal Zero Hora, p.3, em
11 de fevereiro de 2006 (Anexo C). O texto foi adaptado, segundo as orientações de
Taylor (1953), para aplicação do Procedimento Cloze. Conforme já detalhado no
referencial teórico, o texto apresenta lacunas a cada 5 palavras, sem apagamentos
na primeira sentença e na última.
O texto lacunado foi entregue aos sujeitos para que fosse preenchido em
casa e devolvido em uma semana. Optou-se pela realização dessa tarefa em casa
devido ao gerenciamento do tempo presencial necessário para a realização da
coleta de dados através dos outros instrumentos da pesquisa que serão descritos na
seqüência. Foi solicitado aos sujeitos que fizessem o teste num momento em que
não houvesse problemas de restrição de tempo, necessidade de atender a
telefonemas ou outras possíveis situações que os perturbassem durante a
realização da tarefa, proporcionando a fluência esperada para que o procedimento
Cloze tivesse resultados fidedignos.
De acordo com o relato dos sujeitos, a realização da tarefa levou, em média,
90 minutos para os participantes que encontraram dificuldade no preenchimento e,
para os outros, 30 a 40 minutos.
O texto foi corrigido, considerando como escore total 81 palavras apagadas
que correspondem a 100%. Para que a palavra preenchida fosse considerada
correta, a mesma deveria ser exatamente igual à palavra apagada no texto original.
O cálculo usado para chegar ao resultado foi a regra de três simples. Os resultados
obtidos serão apresentados na quarta seção deste capítulo.
2.3.2.4 Instrumento 4 – Consciência lingüística em L2
Determinar o nível de consciência lingüística dos sujeitos em L2 é um dos
componentes básicos para alcançar o objetivo deste estudo. A partir desse
pressuposto, a análise do nível de consciência lingüística dos sujeitos desta
56
pesquisa foi definida pelo teste elaborado e validado por Raymundo (2005) em sua
tese de doutorado como Instrumento Final (Anexo D).
O teste é composto de dezesseis itens e esses consistem de pequenos
diálogos em inglês. Cada item possui um quadro com quatro questões a serem
respondidas. As frases a serem analisadas dentro dos diálogos estão sublinhadas.
Na realização desse teste, o participante deve analisar a frase sublinhada e julgar se
ela está certa ou errada, levando em consideração sua estrutura. Quando o
participante a considerar errada, deve responder às demais questões (onde está o
erro?, qual a forma correta?, por que esta é a forma correta?). A última questão, que
requer uma explicação, pode ser respondida em português. Para cada uma dessas
questões o participante também deve marcar a alternativa que expressa o seu grau
de convicção em relação às suas próprias respostas (não estou certo, estou quase
certo, estou totalmente certo). Ao considerar a questão certa, o participante elimina a
necessidade de responder às demais (onde está o erro?, qual é a forma correta?,
por que esta é a forma correta?).
O teste está dividido em duas partes. A primeira é composta de 8 questões
relacionadas a erros interlinguais (itens 1a a 8d) e 8 questões relacionadas a erros
intralinguais (itens 9a a 16d), conforme exposto na seção 1.4.3.
As alternativas com o grau de convicção not sure (não estou certo), almost
sure (estou quase certo), totally sure (estou totalmente certo), tratam da classificação
dos sujeitos quanto ao tipo de usuário, se ótimo, superusuário ou subusuário e diz
respeito ao uso consciente do sistema aprendido e adquirido, sabendo julgar
adequadamente as alternativas.
Uma vez que o interesse desta pesquisa é avaliar a consciência lingüística
dos participantes, essa segunda etapa do teste foi excluída de análise, tendo sido
consultada previamente a autora do teste, professora Dra. Valéria Raymundo, a qual
julgou apropriada a decisão de eliminar as questões relacionadas ao grau de
convicção quanto à alternativa assinalada.
57
Esse teste foi realizado com a presença da pesquisadora na sessão, no
ambiente da escola e alguns participantes comentaram que enfrentaram dificuldade
em justificar a quarta questão. A tarefa foi realizada em cinqüenta minutos (50 min),
em média.
A correção do instrumento 4 – teste de consciência lingüística – levou em
consideração as quatro proposições: julgamento da frase, identificação do erro,
correção das frases e explicação da forma correta. Para cada resposta, acertos
receberam escore 1 e erros, 0. O erro de todas as respostas representaria escore 0;
o acerto da primeira resposta representaria escore 1; o acerto das duas primeiras
respostas, escore 2; o acerto das três primeiras respostas ou das duas primeiras e
da última representaria escore 3; por fim, o acerto de todas as respostas
representaria o escore 4.
Os escores correspondem aos níveis de consciência lingüística: inconsciente
- julgamento errado - (escore 0); pré-consciente 1 – percepção do erro - (escore 1);
pré-consciente 2 – identificação do erro - (escore 2); consciente – correção do erro -
(escore 3) e plenamente consciente – explicação do erro - (escore 4), classificação
em acordo com Raymundo (2005, p.112-113).
A análise dos resultados do teste seguiu o critério estabelecido pelo teste
original (especificado na seção 1.4.3), em que o participante recebe escore 0 ou 1
para cada uma das quatro questões em cada item considerado errado. Cada item
com as quatro questões contidas nele, que forem respondidas corretamente, obtém
escore 4.
No caso dos itens sem erros a corrigir, ou seja, I_2, I_5, I_9, I_13, o
participante obtém escore 0 ou 1, pois ao considerar correto o item não tem a
necessidade de responder às outras três questões. O escore máximo do teste é de
52 pontos: 26 pontos para a primeira metade e 26 pontos para a segunda. Em cada
metade, há 2 itens (sem erros a corrigir) que obtêm juntos escore 2, que, somados
aos 6 itens (com erros a corrigir), que obtêm juntos escore 24, totalizam os 52
pontos acima mencionados.
58
2.3.2.5 Instrumento 5 – Protocolos verbais
Os protocolos verbais representam um dos instrumentos mais relevantes
desta pesquisa, pois essa técnica permitiu a investigação do processo de
compreensão leitora em L2, levando em consideração a ocorrência ou não de
estratégias de reflexão consciente sobre a estrutura da língua bem como de que
forma a competência leitora em L1 contribuiu para compreensão leitora em L2.
Como forma de preparação para o procedimento dos protocolos verbais, um
texto preliminar – Brits Believe in Ghosts - foi utilizado para que os participantes se
familiarizassem com a técnica. O texto, que está no Anexo E, foi retirado do site
www.sky.com/skynews, em 31 de outubro de 2005.
Os protocolos verbais consistiram nas verbalizações individuais espontâneas
durante a leitura e compreensão dos textos em inglês. O próprio sujeito construiu
seu roteiro para expressar como, por que e em que fundamentou sua compreensão
dos textos, conforme seção 1.4.4.
O texto final - Brazil Joins World’s Nuclear Club - foi retirado do site
www.news.bbc.co.uk, em 6 de maio de 2006 (Anexo F). A coleta de dados utilizando
a técnica de protocolos verbais foi gravada em áudio e, posteriormente, as sessões
foram transcritas pela pesquisadora, utilizando a lista de convenções do Quadro 1, a
seguir.
O Quadro 1 é uma compilação de símbolos e abreviações com base em
Ochs (1979), Gaskill ( 1980), Cavalcanti (1989), além de acréscimos da própria
pesquisadora.
59
QUADRO 1 - Abreviações e símbolos nas transcrições dos protocolos verbais
Abreviações e símbolos Descrição
PES Pesquisadora
P 01 participante número um e assim sucessivamente até P 21
Os pausa longa (macropausa)
[ TrD] traduz direto em português em voz alta
(.) pausa curta (micropausa)
(( LA )) lê em voz alta
(( LB)) lê em voz baixa (audível)
(( LS )) lê silenciosamente
(( VC)) fala com a pesquisadora em voz alta
(( RM)) resmunga (como se falasse consigo mesmo)
(( FR)) fala rindo ( em tom de ironia)
(( RI)) ri
((RP)) responde à pergunta da pesquisadora
Itálico
participante comenta mostrando sua compreensão
pausas e continuação da leitura gaguejando ou estendendo o som
final da palavra
< - - participante retorna passagens prévias do texto
( - > ) participante “pula” (ignora passagem do texto durante a leitura)
/ auto-interrupção de um pensamento
((MT)) participante resmunga, cochicha ironicamente
(->->-> ) participante acelera o ritmo da leitura
(~~~) lê lentamente
“...” palavra ou expressão comentada pelo participante
(....) omissão de passagem relevante
sublinhado e negrito
passagem que melhor expressa a tradução
(p) fala a palavra em inglês
< - (p) repete uma palavra em inglês
(+) adiciona palavra inexistente ao ler em inglês
(tet) tempo verbal errado na tradução
(tel) tempo verbal errado na leitura
[ [ ] ] interferência da pesquisadora durante a tradução do texto
// interrupção da leitura e retomada de termo anterior
(cpi) correção de pronúncia em inglês
(pii) pronúncia incorreta em inglês
Essa tarefa levou, em média, 40 minutos, incluindo a leitura e protocolos
verbais dos textos preliminar e final. Os protocolos verbais foram analisados de
forma qualitativa e quantitativa.
Sob o ponto de vista qualitativo, foram analisados os meios utilizados pelos
participantes para a compreensão do texto, os elementos que facilitaram ou
dificultaram a compreensão, bem como o uso de estratégias, conhecimento prévio
(cultural e lingüístico) dos quais se valeram para entendimento do texto.
A análise quantitativa foi baseada nas transcrições das entrevistas com a
delimitação das partes em que o participante melhor expressou a compreensão do
60
texto e que foi o formato dado a esse instrumento para que a avaliação quantitativa
fosse viabilizada (Anexo H).
A avaliação quantitativa foi efetuada a partir da atribuição de escores pela
compreensão do texto. O texto é formado de quinze sentenças e cada sentença
recebeu o atributo zero (0), um (1) ou dois (2), significando nenhuma compreensão,
média compreensão
14
ou total compreensão, respectivamente. Dessa forma, o
escore máximo foi 30. A avaliação quantitativa foi realizada pela pesquisadora e por
um juiz, visando dar maior credibilidade ao teste.
O juiz a atribuir a segunda avaliação (nota 2) é Bacharel em Letras pela
UFGRS com habilitação em Tradução e Especialista em Língua Inglesa pela
Univates de Lajeado/RS. Também possui cursos de aperfeiçoamento e residência
no exterior (Estados Unidos, Inglaterra), além de 16 anos de experiência de ensino
de inglês como L2. Sua participação ocorreu, após a formatação das sentenças a
serem avaliadas.
Optou-se por uma avaliação quantitativa a partir dos protocolos verbais com o
objetivo de determinar um parâmetro a auxiliar na interpretação dos dados.
2.4 Apresentação e discussão dos resultados
Os dados coletados através dos instrumentos descritos na seção anterior
serão apresentados seguindo a seqüência de suas aplicações. A interpretação dos
resultados foi apresentada ao final de cada subseção, quando pertinente, mas é na
seção 2.5 que as correlações entre os dados obtidos foram realizadas, bem como
cada objetivo respondido, sob a luz das questões norteadoras e do referencial
teórico do capítulo 1.
14
Média compreensão foi considerada a compreensão parcial da sentença que produzisse sentido.
Exemplo: ... P06 Um novo, uma nova centrífuga facilita
.. /não um novo/ não sei Ps o que... facilitou ...
fa facilitamente / não, foi formalmente aberto na sexta ...”será que é um centro de facilidade/ ai não
sei”. Abriu foi aberto na sexta am...em Resende uma um, um espaço, enfim um lugar ... Planta
nuclear ? P6 < -- A new centrifuge facility was formally opened on Friday at Resende Nuclear plant in
the State of (+) the Rio de JaneiroEstado do Rio de Janeiro
((FR)) “Alguma coisa foi aberta em Resende e que tem a ver com essa questão nuclear”. ....
61
2.4.1 Perfil leitor e conhecimento lingüístico
Quanto ao levantamento geral do instrumento 1– Perfil leitor e conhecimento
lingüístico - Anexo A, os resultados obtidos foram avaliados pela freqüência em que
ocorreram as respostas. A Tabela 2 corresponde à primeira parte do instrumento,
em que os participantes informaram os seus dados pessoais e profissionais.
Tabela 2 – Perfil dos sujeitos
Dados
Sujeitos
Idade
(em anos)
Sexo profissão especialidade
01 38 F Professora e universitária Pedagogia /
Direito (em curso)
02 39 M analista de sistemas Tecnologia da Informação
03 30 M analista de sistemas Tecnologia da Informação
04 43 F médica Otorrinolaringologia
05 42 F fisioterapeuta Fisioterapia
06 35 F professora universitária Comunicação Social e Jornalismo
07 33 M professor universitário Comunicação Social e Jornalismo
08 40 M industriário Contabilidade
09 40 F industriária Administração
10 37 M professor universitário Tecnologia da Informação
11 40 M professor universitário Tecnologia da Informação
12 24 F nutricionista Nutrição
13 43 M professor universitário Direito
14 28 M industriário Administração
15 27 F secretária executiva Turismo
16 23 F administradora Comércio Exterior
17 34 F promotora pública Direito
18 40 F dentista Odontologia
19 33 M industriário Contabilidade
20 31 F prof. particular e estadual Letras
21
40 M professor universitário Psicologia
Como se pode observar, os vinte participantes estão na faixa etária dos 23
aos 43 anos, o que nos fornece um grupo de profissionais adultos, dos quais nove
62
são homens e onze são mulheres. Todos possuem nível superior de escolaridade e
atuam em diversas especialidades.
Ao responderem à questão na qual deveriam considerar seu próprio nível de
conhecimento em inglês, nove, ou seja, 45% dos participantes, responderam que se
consideravam no nível pré-intermediário, oito, ou seja, 40% dos participantes,
responderam que se consideram no nível intermediário e três, ou seja, 15%,
acreditam estar no nível avançado. Cabe ressaltar que o nível intermediário superior
ou upper-intermediate não constava como opção, o que levou três participantes a
utilizar a descrição “avançado”, pois de acordo com seu entendimento não se
consideravam intermediários.
Quanto ao hábito de leitura em português, dezessete, ou 85% dos
participantes, optaram pela alternativa em que a freqüência de leitura é diária. Um
participante, que corresponde a 5% dos respondentes, marcou a alternativa “uma
vez por semana”, um participante, 5%, considerou sua leitura infreqüente e um
participante, 5%, disse que nunca lê.
Tabela 3 - Freqüência de leitura em L 1
Freqüência de leitura Percentual
Diária 85
Uma vez por semana 5
Infreqüente 5
Nunca
5
O participante 14, que optou pela alternativa “nunca”, observou que quando
se referia a nunca ler, estava mencionando uma leitura de lazer ou de
aprimoramento cultural, pois ao responder à questão relacionada ao tipo de leitura,
fez duas opções afirmando que lia para obter informações relacionadas ao
aprendizado no trabalho. Disse considerar leitura de modo geral como algo
cansativo e entediante, mesmo admitindo a importância da leitura na vida de um
indivíduo.
Quanto ao tipo de leitura, dezessete participantes (85%) disseram que lêem
por informação, quinze (75%) por lazer e dezoito (90%) por aprendizado e trabalho.
63
Nessa questão, alguns participantes assinalaram mais do que uma alternativa, o que
justifica os números percentuais alcançados para cada uma.
Os resultados da questão acima atestam que a maioria dos participantes tem
um nível leitor elevado e busca tanto a leitura para entretenimento e cultura quanto
por informação relacionada ao trabalho. Esse resultado já era esperado, uma vez
que o grupo de sujeitos da pesquisa é composto por profissionais de nível superior,
que atuam em áreas profissionais que requerem essa postura.
Ao responderem como consideravam seu conhecimento lingüístico em
português, dois participantes, ou seja, 10%, responderam que era “excelente”,
quinze, ou 75%, consideraram seu conhecimento lingüístico “bom” e três
participantes, ou 15%, consideraram seu conhecimento lingüístico “regular”. Nenhum
participante considerou seu conhecimento “pobre”, que seria a quarta alternativa,
uma vez que as alternativas foram dispostas em ordem gradual: excelente - bom –
regular - pobre.
Tabela 4 – Nível de conhecimento lingüístico em L1
Nível lingüístico em L1 Número de sujeitos (%)
Excelente 10
Bom 75
Regular 15
Pobre 0
Total
100
A pergunta final do formulário solicitava aos participantes que
fundamentassem sua resposta quanto ao seu nível de conhecimento lingüístico em
português: 30% atribuíram seu conhecimento lingüístico ao hábito de escrever; 30%,
ao hábito de ler, 35%, ao bom nível de conhecimento gramatical; 20% , ao bom nível
de conhecimento ortográfico; 5%, ao bom nível vocabular, 15%, à compreensão
leitora satisfatória; e 10% atribuíram ao fato de que a profissão exige esse
conhecimento lingüístico. Outro aspecto que fundamentou a resposta de 30% dos
participantes foi o fato de terem estudado em escola de boa qualidade no que diz
respeito ao ensino de gramática e incentivo à leitura.
64
O participante 08 classificou seu conhecimento lingüístico em português como
“regular” e, mesmo com o volume diário de leituras que realiza, considera
contraditório seu desempenho, levando em consideração que a leitura deveria
auxiliá-lo a ter um maior conhecimento lingüístico em L1. O participante 12
considerou também seu nível lingüístico “regular”, dizendo não ter dificuldades para
construir frases e expressar suas idéias no papel, porém, não consegue explicar a
lógica gramatical em suas construções. Atribui essa dificuldade ao fato de que não
foi educado numa escola tradicional, que, segundo ele, prioriza o ensino da
gramática. O participante 19, o terceiro a classificar seu conhecimento lingüístico
“regular”, apresentou uma justificativa semelhante à do participante 08, ou seja, que,
apesar de sua leitura diária de jornais e artigos técnicos, tem dificuldades
ortográficas e de concordância verbal e nominal. Comentou que nunca teve o hábito
de ler e raramente escreve. Outro aspecto de semelhança entre os participantes 08
e 19 é que ambos têm a mesma qualificação profissional: são contabilistas.
Através desse instrumento pode-se afirmar que a maioria dos participantes lê
e possui um conhecimento lingüístico satisfatório em português. Outro aspecto a
salientar é que os participantes, ao auto-avaliarem seu nível de conhecimento
lingüístico em inglês, efetuaram um julgamento preciso ou quase preciso - com uma
margem pequena de erro, levando em consideração os resultados do teste de
nivelamento de conhecimento lingüístico realizado pelos mesmos no Anexo B, que
serão explicitados na próxima seção.
2.4.2 Nível de conhecimento lingüístico em inglês
Os resultados obtidos através do teste de nivelamento Reward Placement
Test, Anexo B, levaram à seguinte classificação: 70% dos participantes foram
considerados intermediário superior ou upper intermediate e 30% foram
considerados intermediate ou intermediário. É interessante observar que 30% dos
participantes fizeram uma classificação exata de seus níveis de conhecimento
lingüístico em L2, quando essa informação foi-lhes solicitada no instrumento 1, do
Anexo A, mesmo nunca tendo recebido uma classificação oficial anterior ao teste
aplicado pela pesquisadora. A classificação obtida habilitou os sujeitos a tomarem
parte da coleta de dados através dos instrumentos subseqüentes.
65
Tabela 5 – Resultados do teste de conhecimento lingüístico em L2
Nível de conhecimento em L2 Percentual
Elementar 0
Pré-intermediário 0
Intermediário 30
Intermediário superior
70
2.4.3 Procedimento Cloze
O procedimento Cloze, Anexo C, foi utilizado como teste para medir a
proficiência leitora em L1, pois permite avaliar a compreensão do texto, o que o torna
um instrumento de fácil aplicação e de medição viável, contribuindo para a definição
de respostas à questão que norteia esta pesquisa, no que diz respeito à
competência leitora em L1 contribuir na compreensão leitora em L2.
O teste Cloze permite variações à sua construção. Porém, neste estudo o
teste foi aplicado seguindo as orientações de seu criador Wilson Taylor (1953), ou
seja, a cada cinco palavras houve o apagamento de uma palavra, não levando em
consideração sua função ou significado. Cada lacuna foi delineada utilizando o
mesmo espaçamento de igual extensão e a primeira e a última sentença do texto
não tiveram palavras retiradas. Houve 81 apagamentos.
O desempenho dos sujeitos variou de 34,5% a 90% de acertos, levando em
consideração que o número de palavras apagadas no texto era de 81. Foram
consideradas corretas as palavras que correspondiam exatamente às do texto
original. Se fossem consideradas as palavras corretas com semelhança semântica e
funcional, a maioria dos participantes teria atingido quase que a totalidade de
acertos.
Estabelecendo a equivalência percentual entre escores do teste Cloze e de
múltipla escolha, Bormuth (1967) demonstrou que um indivíduo que responde
corretamente a 38% dos itens do Cloze de um texto obtém, em média, 75% dos
escores de um teste de múltipla escolha sobre o mesmo texto. Portanto, partindo
66
desse parâmetro, os percentuais equivalentes do teste Cloze comparado com os de
múltipla escolha variaram entre 65% e 100% de acertos nesta pesquisa.
Entende-se que a análise comparativa entre os percentuais da tabela de
Bormuth (1967), em relação ao teste Cloze e de múltipla escolha facilita dimensionar
valores de escores, uma vez que o teste de múltipla escolha é popularmente mais
conhecido.
Tabela 6 – Equivalência entre os percentuais dos escores obtidos no teste
Cloze e num teste de múltipla escolha
Escores do Cloze
(%)
Número de
participantes (n)
Percentual de
participantes
Escores em teste de múltipla
escolha (Bormuth, 1967, p.296) (%)
34,5 1 5,0 65 a 70
41,9 2 10,0 75 a 80
43,2 1 5,0 80 a 85
44,4 1 5,0 80 a 85
45,6 1 5,0 80 a 85
46,9 1 5,0 85 a 90
48,0 2 10,0 85 a 90
53,0 2 10,0 95
55,5 2 10,0 95 a 100
56,7 2 10,0 95 a 100
58,0 2 10,0 100
62,9 1 5,0 100
64,0 1 5,0 100
90,0 1 5,0 100
Total
20 100,0
Um único participante obteve 34,5% de acertos no teste Cloze que, conforme
a tabela acima, corresponderia a 65 a 70% num teste de múltipla escolha como
resultado. Dez participantes ficaram entre 41,9 a 53% no teste Cloze, o que
significaria um percentual de 75 a 95% de acertos num teste de múltipla escolha.
Nove participantes obtiveram entre 56,7 a 90% no teste Cloze o que corresponderia
a um percentual de 100% do teste de múltipla escolha.
67
2.4.4 Consciência lingüística em L2
O nível de consciência lingüística em L2 foi medido através do teste
elaborado e validado por Raymundo (2005) em sua tese de doutorado como
Instrumento Final e se encontra no Anexo D desta dissertação.
Os dados a seguir apresentam os resultados do teste de consciência
lingüística por item, ou seja, do I_1 a I_16, sabendo-se que os itens 2 e 5, na
primeira metade do teste (faixa cinza), e os itens 9 e 13, na segunda metade do
teste, estão corretos e não fazem parte da classificação de níveis de consciência e
obtêm escore 0 ou 1 para os acertos. Em virtude desses quatro itens, foi necessário
configurar duas tabelas para análise (Tabela 7 e 8). A Tabela 7 a seguir relaciona-se
aos níveis de consciência lingüística dos participantes por item do teste.
Tabela 7 – Níveis de consciência lingüística dos participantes por item
Inconsciente Pré-
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
Níveis
I
te
n
s
n % n % n % n % n %
I_1 5 25 - - - - 1 5 14 70
I_3 - - 1 5 3 15 2 10 14 70
I_4 1 5 - - 2 10 2 10 15 75
I_6 16 80 - - 2 10 - - 2 10
I_7 3 15 1 5 3 15 2 10 11 55
I_8 2 10 1 5 - - 4 20 13 65
I_10 5 25 1 5 3 15 1 5 10 50
I_11 5 25 - - - - - - 15 75
I_12 5 25 1 5 1 5 4 20 9 45
I_14 3 15 1 5 6 30 1 5 9 45
I_15 1 5 - - - - 3 15 16 80
I_16
1 5 - - 7 35 - - 12 60
A Tabela 7 apresenta o número (n) de participantes e o percentual (%) dos
mesmos em relação aos níveis de consciência lingüística alcançados por item,
levando em consideração 100% de participação válida.
O item 1 (I_1) não apresenta participantes nos níveis pré-consciente 1 e 2. A
maioria, ou seja, 70% dos participantes encontram-se no nível plenamente
consciente.
68
O item 3 (I_3) é o único que não apresenta participantes no nível inconsciente
e a maioria, ou seja, 70% dos participantes encontram-se no nível de plena
consciência.
O item 4 (I_4) apresenta 75% dos participantes no nível de plena consciência
e não foi verificado nenhum participante em nível de pré-consciência 1.
O item 6 (I_6) é o único item que apresenta a maioria, ou seja, 80% dos
participantes, no nível inconsciente. Não foi verificado nenhum participante em nível
de pré-consciência 1. Apenas 10% atingiu o nível plenamente consciente, neste
item.
O item 7 (I_7) apresenta 55% dos participantes no nível de plena consciência.
Todos os níveis de consciência lingüística foram registrados para esse item.
O item 8 (I_8) apresenta 65% dos participantes no nível de plena consciência.
Não foi verificado nenhum participante em nível de pré-consciência 2.
O item 10 (I_10), apresenta 50% dos participantes no nível de plena
consciência. Todos os níveis de consciência lingüística foram registrados para esse
item.
O item 11 (I_11) apresenta 75% dos participantes no nível de plena
consciência. Os níveis de pré-consciência 1 e 2 e consciente não foram registrados
para esse item.
O item 12 (I_12) apresenta 45% dos participantes no nível de plena
consciência. Todos os níveis de consciência lingüística foram registrados para este
item.
O item 14 (I_14) apresenta 45% dos participantes no nível de plena
consciência. Todos os níveis de consciência lingüística foram registrados para esse
item.
69
O item 15 (I_15) apresenta 80% dos participantes no nível de plena
consciência. Os níveis de consciência lingüística pré-consciente 1 e 2 não foram
verificados para esse item.
O item 16 (I_16) apresenta 60% dos participantes no nível de plena
consciência. O nível pré-consciente 1 não foi registrado para esse item.
Os resultados expressos através das perguntas do teste de consciência
lingüística revelam que os participantes atingiram elevados escores para o nível de
plena consciência com exceção do item 6 em que 80% encontram-se no nível
inconsciente. O nível de plena consciência é a última etapa do processo de
conscientização e diz respeito à compreensão do erro, ou seja, implica tê-lo
percebido, localizado, corrigido e explicado. Se o nível consciente for agregado ao
de plenamente consciente, os percentuais se elevam ainda mais e essa soma nos
fornece um dado de relevância, pois um sujeito em nível consciente já percebe e
identifica o erro.
O item 6 corresponde a um erro interlingual e se relaciona diretamente ao uso
do present perfect, tempo verbal com maior complexidade de construção. Levando
em consideração a baixa freqüência de uso dessa forma verbal no português e o
nível de conhecimento lingüístico (intermediário 30% e intermediário superior 70% -
Tabela 4) em que os sujeitos desta pesquisa se encontram, esse percentual é
passível de compreensão.
A Tabela 8 apresenta os itens que não fazem parte da classificação de níveis
de consciência lingüística e, portanto, contêm escore 0 ou 1, levando em
consideração 100% de participação válida.
Tabela 8– Escores de acertos por itens corretos
Escores 0 1
Itens Números de
participantes
Percentual Números de
participantes
Percentual
I_2 7 35 13 65
I_5 6 30 14 70
I_9 2 10 18 90
I_13
3 15 17 85
70
Os itens 2 e 5 (erros interlinguais) e os itens 9 e 13 (erros intralinguais)
demonstram percentuais de escores semelhantes entre si, ou seja, a maioria dos
participantes, 65 a 90%, atingiu escore 1, que significa que consideraram corretas as
perguntas quando esse deveria ser o julgamento. Houve maior ocorrência de
julgamento errado, com escore 0, para as perguntas 2 e 5 da primeira metade do
teste.
A Tabela 9, abaixo, exibe as freqüências dos escores nos erros interlinguais e
intralinguais.
Tabela 9 - Escores por níveis nos erros interlinguais e intralinguais nas
perguntas
Erros interlinguais Erros intralinguais Número de ocorrências
Níveis
n % n %
Inconsciente 27 22,5 20 16,7
Pré-consciente 1 3 2,5 3 2,5
Pré – consciente 2 10 8,3 17 14,2
Consciente 11 9,2 9 7,5
Plenamente consciente 69 57,5 71 59,2
Total
120 100 120 100
Como pode ser observado na Tabela 9, o percentual de respostas referente
aos erros interlinguais, para o nível de plena consciência, foi de 57,5%. Isso
evidencia que a maioria dos participantes apresentou o nível mais elevado de
consciência lingüística para os erros interlinguais, sem levar em consideração que
9,2% do nível consciente não foram considerados nessa maioria, o que
corresponderia a 66,7% do número de respostas. A Tabela 9 também demonstra
que a maioria dos participantes atingiu o nível de consciência lingüística plena
quanto aos erros intralinguais, totalizando 59,2% de respostas corretas. Se forem
considerados os 7,5% do nível consciente, o total é de 66,7%.
O coeficiente de Correlação de Pearson indica a existência de correlação
significativa, positiva e forte (r = 0,716 / p < 0,001) entre a soma dos escores de
erros interlinguais e intralinguais, isto é, os participantes que atingiram níveis altos
de consciência lingüística detectando os erros interlinguais tendem a alcançar
também níveis altos de consciência no que se refere à identificação dos erros
intralinguais.
71
Esse resultado confirma os resultados originais de Raymundo (2005),
indicando que nesse grupo de 20 sujeitos também há relação entre o nível de
consciência lingüística diante de erros interlinguais e de erros intralinguais.
Tabela 10 – Correlações entre a soma dos escores – erros interlinguais e
intralinguais
Soma dos escores
Erros interlinguais
Soma dos escores
Erros intralinguais
Soma dos escores –
Erros interlinguais
Correlação de Pearson -
Sig. (2-tailed)
N
1
20
,716**
,000
20
Soma dos escores –
Erros intralinguais
Correlação de Pearson -
Sig. (2-tailed)
N
,716 **
,000
1
20
** A correlação é significativa no nível 0.01 (2-tailed).
Uma vez que a correlação entre os dois tipos de erros é significativa, partimos
para a soma dos escores por tipos de erros.
Tabela 11 – Soma dos escores dos erros interlinguais e intralinguais por
participante
Escores
Participantes primeira metade
erros interlinguais
segunda metade
erros intralinguais
total de
escores
P01 7 10 17
P02 17 18 35
P03 18 21 39
P04 16 14 30
P05 18 18 36
P06 20 16 36
P07 15 12 27
P08 16 22 38
P09 20 23 43
P10 11 9 20
P11 17 19 36
P12 11 7 18
P14 20 12 32
P15 18 20 38
P16 16 20 36
P17 20 24 44
P18 18 19 37
P19 20 24 44
P20 24 24 48
P21
10 16 26
72
O resultado da Tabela 11 permite afirmar que quatro dos participantes da
pesquisa encontram-se em nível médio de consciência lingüística, oito participantes,
no nível elevado e oito situam-se no nível baixo.
15
A Tabela 12 apresenta as estatísticas da soma total dos escores mostrando
que um número percentual significativo de participantes atingiu escores elevados
(acima de 36 acertos, o equivalente a 75% do total).
Tabela 12 - Estatísticas da soma total dos escores do teste de consciência
lingüística em L2
Número de participantes Válido
20
Dado perdido
0
Média 34,00
Mediana 36,00
Moda 36
Desvio Padrão 8,688
Mínimo 17
Máximo
48
A média dos acertos no teste de consciência lingüística foi de 34 num total de
48 acertos, com um desvio padrão de 8,688. O número de acertos mais freqüente foi
36. Sendo a mediana 36, isto significa que 60% dos participantes tiveram um
número de acertos igual ou superior a 36. O número mínimo de acertos que ocorreu
foi 17 e o máximo 48.
Foram elaboradas ainda tabelas individuais por participante, por item e nível
de consciência lingüística, que se encontram no Anexo I. Os resultados dessas
tabelas individuais foram concentrados na Tabela 13, que segue.
15
Enquadram-se no nível médio, os participantes que atingiram 36 acertos o equivalente a 75% do
total; nível elevado, os participantes que obtiveram acima de 36 acertos, e nível baixo, inferior a 36
acertos.
73
Tabela 13 – Escores por erros interlinguais e intralinguais dos itens do teste
de consciência lingüística por participante
Itens do Teste de Consciência Lingüística Participantes
1* 2*** 3 4 5 6 7 8 9 10** 11 12 13 14 15 16
P01 4 1 2 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3 4 2
P02 4 1 4 3 1 0 2 4 0 4 4 0 1 2 4 4
P03 4 0 4 4 1 4 2 0 1 4 4 3 1 4 4 2
P04 0 1 4 4 1 0 4 4 1 0 4 0 1 2 4 4
P05 4 1 2 4 1 0 4 4 1 4 0 4 1 4 4 2
P06 4 0 4 4 1 0 4 4 1 0 4 0 1 4 4 4
P07 0 0 3 4 0 0 4 4 1 0 4 0 0 2 4 2
P08 4 0 1 2 0 2 4 3 1 2 4 4 1 4 4 4
P09 4 0 4 4 0 0 4 4 1 3 4 4 1 4 4 4
P10 0 0 2 4 1 0 2 3 1 2 0 3 1 2 0 2
P11 4 1 4 2 1 0 3 4 1 2 4 1 1 4 4 4
P12 0 1 4 4 1 2 0 1 0 0 0 2 1 2 3 0
P14 4 0 4 4 1 0 4 4 1 0 4 3 1 0 3 2
P15 3 1 4 4 0 0 3 4 1 4 4 3 1 2 3 4
P16 4 1 4 4 1 0 0 4 1 4 4 4 1 0 4 4
P17 4 1 4 4 1 0 4 4 1 4 4 4 1 4 4 4
P18 4 1 4 3 1 0 4 3 1 4 4 4 1 1 4 2
P19 4 1 4 4 1 0 4 4 1 4 4 4 1 4 4 4
P20 4 1 4 4 0 4 4 4 1 4 4 4 1 4 4 4
P21 0 1 3 4 1 0 0 3 1 4 0 4 0 0 4 4
*Laranja: Erros Interlinguais **Azul Claro: Erros Intralinguais ***Cinza: os itens não considerados
para a análise da consciência lingüística
Na seqüência da apresentação e análise dos resultados desta pesquisa,
segue a seção que aborda os protocolos verbais, que podem ser considerados os
dados de maior relevância, pois fornecem os subsídios que agregam os diversos
aspectos no que diz respeito à compreensão leitora, examinados pelos outros
instrumentos de forma parcial.
2.4.5 Protocolos verbais
Os protocolos verbais dos sujeitos, durante a leitura do texto Brazil joins
world's nuclear club, foram analisados de forma qualitativa e quantitativa.
Os resultados da avaliação quantitativa, explicados na seção 2.3.2.5 e
demonstrados através da Tabela 14, apresentam a média entre os percentuais dos
escores atribuídos pela pesquisadora e os percentuais dos escores atribuídos pela
juíza convidada. Cabe ressaltar que a variação entre os escores atribuídos pelas
avaliadoras foi mínima e, na maioria dos casos, não houve variação. Entende-se que
74
a semelhança na pontuação seja um aspecto positivo, uma vez que a coincidência
ratifica os escores atribuídos, detalhados no Anexo J.
Para beneficiar a análise dos dados dessa medição, vale lembrar que o texto
foi dividido em 15 sentenças e para cada uma foram atribuídos os escores 0
(nenhuma compreensão), 1 (média compreensão) ou 2 (total compreensão), sendo
30 a pontuação máxima. Para chegar aos percentuais foi realizada a regra de três
simples.
Tabela 14 – Escores percentuais para compreensão leitora medidos pelos
protocolos verbais
Média dos escores
(%)
Número de
participantes (n)
Percentual de participantes
65,00 1 5
71,67 1 5
73,33 2 10
75,00 1 5
78,34 2 10
80,00 1 5
83,33 2 10
85,00 1 5
86,67 4 20
90,00 1 5
93,33 1 5
96,67 3 15
Total
20 100
Os resultados alcançados demonstraram altos escores de compreensão
leitora em L2, tendo 95% dos participantes atingido escores superiores a 71%,
levando em consideração que foram retiradas e analisadas apenas as passagens
dos protocolos verbais em que o participante melhor expressou sua compreensão,
conforme Anexo K.
A fim de auxiliar a análise qualitativa, foi confeccionada a Tabela 15, que
sintetiza os resultados obtidos até o momento nos vários instrumentos utilizados. É
importante observar que a segunda coluna mostra a competência leitora em L1
através dos escores percentuais do teste Cloze. Assim, o menor escore percentual,
34,5 (ver seção 2.4.3), corresponde a 65-70% de um teste de múltipla escolha,
segundo Bormuth (1967). A terceira coluna apresenta o nível de conhecimento
lingüístico em L2. A quarta coluna mostra os percentuais alcançados no teste de
consciência lingüística em L2 (ver seção 2.4.4), em que apenas três participantes
75
atingiram percentuais inferiores a 50%. A quinta coluna lança os resultados obtidos
no teste de compreensão leitora que serviu como um complemento para a
verificação da compreensão leitora em L2, com base nos protocolos verbais.
Tabela 15 - Resumo dos resultados dos instrumentos utilizados
Participante Competência
em leitura em
L1 (%)
Nível de
conhecimento
lingüístico em L2
Consciência
lingüística em
L2 (%)
Compreensão
leitora em
L2 (%)
P01 44,4 Intermediário 35,40 65,00
P02 41,9 Intermediário Superior 72,90 78,34
P03 41,9 Intermediário Superior 81,25 86,67
P04 55,5 Intermediário Superior 62,50 71,67
P05 55,5 Intermediário Superior 75,00 86,67
P06 56,7 Intermediário Superior 75,00 75,00
P07 62,9 Intermediário 56,25 96,67
P08 43,2 Intermediário 79,15 86,67
P09 58,0 Intermediário Superior 89,60 78,34
P10 53,0 Intermediário 41,65 96,67
P11 34,5 Intermediário 75,00 90,00
P12 46,9 Intermediário 37,50 73,33
P14 48,0 Intermediário Superior 66,65 80,00
P15 90,0 Intermediário Superior 79,15 83,33
P16 48,0 Intermediário Superior 75,00 93,33
P17 64,0 Intermediário Superior 91,65 85,00
P18 53,0 Intermediário Superior 77,10 86,67
P19 45,6 Intermediário Superior 91,65 83,33
P20 58,0 Intermediário Superior 100 73,33
P21
56,7 Intermediário Superior 54,15 96,67
Os protocolos verbais, sob o aspecto qualitativo, foram analisados
individualmente e estão abaixo descritos seguindo o número de ordem de cada
participante. As transcrições das entrevistas estão no Anexo K. Espera-se que a
análise dos protocolos, aliada aos resultados sintetizados na Tabela 15, permita
responder às questões que orientam esta pesquisa.
Antes de dar início à apresentação da análise individual dos protocolos
verbais, é imprescindível esclarecer que a análise a ser apresentada não é definitiva
76
e que provavelmente muito mais poderia ser dito pela riqueza de dados que a
técnica dos protocolos verbais propicia. Porém, levando em consideração as várias
faces que um estudo investigatório envolve, o aprofundamento de um só aspecto do
processo inviabilizaria a finalização do mesmo, em virtude da restrição de tempo
previsto para a realização de uma dissertação de mestrado. Em pesquisas futuras,
pretende-se voltar aos dados coletados para explorações adicionais.
O participante 01 (P01) fez leitura oral em inglês e depois realizou a tradução
para o português. Apresentou dificuldades com falsos cognatos como facility e
traduziu a palavra means como ‘significados’, conforme a transcrição a seguir:
(~~~) [Brazil has joined the select group of countries with the capability of enriching (pii)
uranium as a means of generating (pii) energy] O Brasil tem
< - (p) joined feito parte de um
seleto grupo de países…com capacidade de enriquecimento de urânio com um... < - (p)
means significados (.) da geração de energia
.
Apesar desse participante ter um nível de conhecimento lingüístico
intermediário, resultado obtido através do instrumento 2, o que pode ser observado a
partir dessa passagem é o que Koda (2005) sustenta quanto ao conhecimento
vocabular inicial do aprendiz em uma segunda língua. Esse conhecimento vocabular
facilita a leitura, mas não prevê um total êxito, uma vez que há a necessidade de
expansão do vocabulário em benefício da plena compreensão.
Esse participante tentou inferir o significado das palavras que não conseguiu
traduzir diretamente, estabelecendo relações com outros textos já lidos. Quando não
sabia a tradução das palavras, buscava construir a idéia principal de cada parágrafo.
Foi objetivo na tradução e demonstrou controle e seqüência na compreensão do
texto, detendo-se no que considerou relevante para a compreensão geral. O P01
apoiou-se no vocabulário já armazenado na memória de longo prazo, mas ficou
evidenciado que seu conhecimento prévio sobre o assunto em pauta prevaleceu
pelo uso da estratégia top-down.
P01 ((RP)) Ao processamento, porque tá falando de energia ... < - (p) centrifuge, < - (p) facility
(.),< - (p) facility…Uma nova, alguma coisa de centrifugar, foi formalmente aberta na sexta
em Resende.(.) A planta nuclear de Resende, no estado do Rio de Janeiro. Resende tem
a usina nuclear. Não é uma usina nuclear, tem uma estação nuclear em Resende, né?! Deve
ser...
77
PES [[Mas dá onde tu sabe isso?]]
P01 ((RP)) Eu já vi no jornal, na tevê, rádio
.
Outro aspecto de relevância que pode justificar a presteza com que
compreendeu o texto é o fato de o P01 ser competente leitor em português, como
demonstrado pelo seu resultado no teste Cloze, aliado ao fato de que tinha
conhecimento prévio do assunto. Por outro lado, ao analisar o nível de
conhecimento lingüístico em L2, de consciência lingüística em L2 e a pontuação
obtida através da avaliação quantitativa dos protocolos verbais, percebe-se que o
P01 está entre os participantes que obtiveram escores mais baixos. Apesar disso, o
domínio do conhecimento parece ter tido papel decisivo na compreensão, conforme
apontado por Kintsch (1998), quando demonstra que o conhecimento prévio do
assunto pode compensar a falta de outras habilidades da leitura.
O participante 02 (P02) fez tradução direta da maioria do texto. Buscou
compreensão pelo contexto e conhecimento vocabular, fazendo associações e
inferindo o sentido de palavras como watchdog. O trecho da entrevista que segue
ilustra essa observação.
[TrD] A abertura oficial segue (.) largamente ... na negociação com... as Nações Unidas.
((LS)) Com... < - (p) watchdog nuclear < - (p) United Nations. Com o... < - (p) watchdog / “eu
também não me lembro”. (.) Com a vigilância, alguma coisa assim.
PES [[ Ao que tu associou a vigilância?]]
P02 ((RP)) < - (p) watchdog é o...cachorro...o cachorro que cuida. No sentido literal. < - (p)
watchdog é...seria então...Nações Unidas...com as Nações Unidas (.) nuclear. A IAEA é um
órgão. Na verdade que de...de relativo a essas questões de...a esse grupo de países das
Nações Unidas.
Por outro lado, a leitura rápida de alguns trechos, realizada pelo P02, levou-o
à interpretação equivocada de palavras, bem como falsos cognatos o levaram ao
entendimento errado de certos trechos do texto. Nesse sentido, é pertinente citar
Silva (2002) quando diz que ao mesmo tempo em que a aproximação lexical pelas
palavras cognatas pode servir de elemento facilitador, pode também ocasionar uma
falsidade semântica, atrapalhando a compreensão e comprometendo o processo de
transferência lingüística.
78
A semelhança sonora entre palavras em inglês, como é o caso de join e
enjoy, fez com que o participante confundisse os significados das mesmas,
evidenciando o acesso ao léxico via sinal acústico, como sugerido por Scliar-Cabral
e Trindade (2004).
[TrD] Brasil curte o clube nuclear do mundo.
PES [[Onde tu viu o “curte”?]]
P02 ((RP)) no < - (p) joins. Ah não, < - (p) joins “não é curte, me confundi”. ((RM)) Brasil
junto no clube nuclear do mundo. Foi só uma troca de palavra. Eu confundi com... (.) (p)
choice, enjoy.
O participante 02 relatou que não tinha conhecimento prévio do assunto,
somente alguma informação sobre a questão do gás boliviano por ser notícia
recente na mídia brasileira (data aproximada da coleta de dados). Mesmo sendo
profissional da área computacional não relacionou o termo prompt ao vocabulário da
computação.
[TrD] Na última semana a Bolívia anunciou planos para nacionalizar as...suas reservas
de gás. ... < - (p) prompting fears of price... aumento de preços de ...(.) de, de / < - (p) fears é
medo. < - (p) prompting (.) / “não consegui pegar o contexto aqui, conheci...((RM)), < - (p)
prompting deve ser ... deixando pronto, < - (p) prompting “não sei traduzir esse < - (p)
prompting aqui. Medos de altos preços. Causando medo de altos preços /
deve ser algo
nesse sentido”. (.) como ...como um grande importador do gás da Bolívia, o Brasil vê a
energia nuclear como uma, uma das várias alternativas estratégicas.
Não é possível precisar os fatores que contribuíram para o elevado resultado
de compreensão leitora em L2 do P02, mas cabe ressaltar os altos escores obtidos
por esse sujeito em todos os testes, que sugerem que a competência em leitura em
L1 e um alto nível de consciência lingüística em L2 estejam concorrendo
positivamente na compreensão em leitura em L2.
Inicialmente, o participante 03 (P03) leu silenciosamente a maioria dos
parágrafos. Demonstrou muita dúvida ao expressar seu entendimento. Fez muitas
pausas e retomadas. Palavras como facility, opening, watchdog, meet, sensitivity,
standoff, desconhecidas pelo participante, fizeram com que ele truncasse a
tradução, retomando muitas vezes determinados trechos. Houve interferência da
pesquisadora no sentido de tentar conduzir à continuidade, pois o participante
traduzia, na maioria das vezes corretamente, mas não parecia seguro e retomava o
texto. Houve muitas pausas silenciosas e depois do silêncio, o participante sempre
79
fazia um comentário justificando razões das dúvidas e qual a estratégia que usou
para o entendimento.
P03 ((RP)) “Tô revisando a frase pra ver se realmente eu entendi ela. Como eu já disse, pra
mim < - (p) opening aqui ficou (.) um pouco estranho. Mas pra mim o < - (p) opening aqui,
embora eu não saiba a tradução literal da palavra aqui, seria abertura oficial que eles deram,
uma informação oficial. Que foi feita após longas negociações com as Nações Unidas. .... no
caso seria a parte de... responsável pela ... pelo (.) pela geração de energia nuclear. < - (p)
watchdog aqui, ainda pra mim não, não ficou claro, mas ... seria algo que < - (p) watch seria,
estaria... tradução literal, cachorro, < - (p) watch vista visão, seria...alguma , alguém
responsável, talvez por tá vigiando então. Controlando.
O P03 utilizou-se de sua consciência metalingüística para justificar uma
palavra cognata, que no seu entender não poderia fazer sentido:
((LS)) A primeira palavra me pareceu estranha, < - (p) sensitivity, talvez seja um falso
cognato porque, Ps / “ pra mim não faz sentido ela significar sensibilidade ou alguma coisa
semelhante
A passagem a seguir ilustra uma associação à linguagem técnica que o
participante 03 utiliza na sua vida profissional e o mesmo revela nunca ter pensado
no significado da palavra em inglês, mesmo sabendo como proceder ao se deparar
com a palavra, demonstrando apenas automação diante da linguagem:
((LS)) [TrD] Última semana Bolívia anunciou planos para nacionalizar suas reservas de
gás. (.) O < - (p) prompting / “aqui...não ficou bem claro”. (.) O < - (p) prompting lembra o (p)
prompt em sistema operacional, embora eu nunca tenha me preocupado com tradução de (p)
prompt.
PES [[ O que acontece no prompt do computador, na tua linguagem de computação?]]
P03 ((RP)) No (p) prompt é que eu coloco os comandos no sistema operacional. Ps
Aqui < - (p) (pii) fears /”se eu não me engano” é, seriam os medos, né?! < - (p) prompting (pii)
fears “seria talvez” mostrando os medos do aumento dos, do preço. Pelo contexto me parece
que < - (p) prompting seria, não seria bem exibir, demonstrando talvez (.) medos em
relação ao aumento do preço.
Por ter apresentado escores elevados em todos os testes, é possível sugerir
que a competência leitora em L1, aliada a consciência lingüística em L2 conduziu o
participante ao excelente resultado na compreensão leitora em L2.
O participante 04 (P04) utilizou seu conhecimento prévio estabelecendo
associações com o que já sabia sobre o assunto. Utilizou–se da semelhança das
palavras fazendo erros de tradução. Apesar de ter feito tradução direta, voltava às
palavras desconhecidas e repetia a leitura em inglês, em voz baixa, quando se
80
deparava com alguma dificuldade de tradução. A pesquisadora fez interferências, na
tentativa de dar continuidade à entrevista, pois o sujeito mostrou dificuldade de
traduzir palavras básicas para a compreensão de texto. Pôde-se perceber durante a
verbalização da compreensão a omissão de unidades necessárias para que um
padrão de compreensão coerente ocorresse e falta de uma relação lógica entre as
idéias, o que por vezes criava, conforme Odlin (1989), uma falsa incoerência, mas
que foi originada pelo desconhecimento do assunto ou dados lingüísticos que
deveriam ter sido buscados fora do texto. Traduziu baseado no pouco conhecimento
prévio que tinha sobre o assunto. Não traduziu alguns verbos nos tempos
adequados, apresentando dificuldade gramatical. Trouxe comentários secundários
desviando-se do foco central do texto, na tentativa de buscar o entendimento no que
já conhecia. Operou por inferência, tentando achar no seu domínio familiar
(KINTSCH, 1998), palavras que pudessem dar conta da compreensão. Traduziu a
expressão United Nations por “Estados Unidos” até a pesquisadora indagar onde ele
lia “Estados Unidos”:
P04[The official…] [TrD] As negociações oficiais, ou a abertura das negociações oficiais foi
(.), (p) lenghty , eu acredito que deve ser mais lento nos Estados Unidos. (p) nuclear
watchdog.
PES [[ Estados Unidos?]]
P04 ((RP)) Não, ah não, (p) United Nations, Nações Unidas, < - (p) nuclear watchdog (.),
traduzindo…((RM)), < - (p) watchdog deve ser de vigilância, de coisa assim, né?! Uma coisa
neste sentido...
O P04 obteve resultados elevados em todos os testes, mas pelos protocolos
verbais ficou evidenciado que sua competência leitora em L1 foi o que realmente
facilitou sua compreensão leitora em L2.
O participante 05 (P05) fez tradução direta, empreendendo cadência e
objetividade e evitando truncar a compreensão. Repetiu as palavras em inglês, em
voz alta, para auxiliar na compreensão. Intercalou lendo em voz alta em inglês e
traduzindo em português. Conseguiu dominar pronúncia correta e entender ao
mesmo tempo, o que determina um avanço de patamar na aquisição da linguagem,
ou seja, esse participante automatizou a relação grafema-fonema, o que Samuels
(1994) atribui aos leitores fluentes. Segundo esse autor, deve-se considerar a leitura
de leitores iniciantes e a leitura de leitores fluentes. Os leitores iniciantes alternam a
atenção entre o decodificar e o compreender e uma tarefa só pode ser feita de cada
vez. Os leitores fluentes decodificam automaticamente e a atenção se centra na
81
compreensão. Ambas as tarefas são feitas simultaneamente. Nessa perspectiva, a
compreensão está relacionada com a exatidão e “automaticidade” do ato de ler. O
P05 efetuou um erro de pronúncia que o prejudicou no entendimento da palavra
watchdog, conforme a transcrição abaixo:
[The official opening follows lengthy negotiations with the United Nations nuclear (pii)
watchdog, the IAEA.] A … // < - (p) The official opening follows lengthy as negociações oficiais
< - (p) official opening follows lengthy negotiations…Ah! A abertura oficial segue uma
lenta
negociação com as Nações Unidas, com as // < - (p) (pii) watchdog, watchdog “eu não sei o
que é” < - (p) (pii) watchdog, watchdog ...(.) com as negociações... dessa abertura oficial
segue uma... negociação lenta / “me enrolei” com as nações unidas. “Mundial, no caso. Acho
que a questão do Brasil com o resto do mundo. É lento, ainda, o intercâmbio”.
O sujeito seguiu a tradução sem preocupação com um completo
entendimento do parágrafo anterior. Observou os tempos verbais, recorrendo ao seu
conhecimento metalingüístico. Recorreu ao conhecimento prévio para interpretar o
parágrafo que se refere ao problema que o Brasil enfrenta com o gás boliviano e fez
deduções.
(~~~) [ Friday's opening at Resende is being hailed as a major step forward in Brazil's
development] < - (p) Friday's opening (…) hailed as a major step forward in Brazil's
development (.). Essa (.) essa abertura, essa feira na sexta feira < - (p) Friday’s na usina
nuclear de Resende tem sido considerada como o maior passo à frente no
desenvolvimento do Brasil.
[and it comes amid renewed concerns about energy supplies in South America.] …isso vem a
favor de renovar … os cuidados a cerca do suprimento de energia na América do Sul.
[ Last week Bolivia announced plans to nationalize its gas reserves, prompting fears of price
rises.] Na última semana a Bolívia anunciou planos de nacionalizar as suas reservas de
gás // < - (p) prompting fears of price rises propondo ... < - (p) rises (.) fears propondo … < -
(p) fears of price rises ... propondo modificações no seu preço.
PES [[ Por que tu diz modificação no preço?]]
P05 ((RP)) “... A partir dessa nacionalização das suas reservas (.) ... eu tô tentando inferir” <
- (p) fears of price, price são valores. < - (p) rises “são, são quebras nas negociações que até
agora vinham acontecendo com as ... empresas que estavam sediadas lá até agora”.
PES [[ De onde tu tá tirando essa informação? O texto está te dizendo isso ou tu tá...]]
P05 ((RP)) Não, eu estou inferindo com o conhecimento.
PES [[ Que conhecimento?]]
P05 ((RP)) Prévio meu com...
PES [[ O que tu sabe?]]
P05 ((RP)) “Que... a Bolívia modificou a questão do gás, abriu ... não sei muito bem como
explicar, mas as reservas que antes eram, a Petrobrás no caso poderia explorar o gás natural
82
lá deles, toda questão do combustível, agora... não é mais unicamente... da conta da
Petrobrás. Tem que passar pelo regime deles e isso modificou a questão de valores, questão
de impostos. Eu associei com conhecimentos da mídia no caso”.
[As a big importer of Bolivian gas, Brazil sees nuclear energy as one of several strategic
alternatives.] Como grande importador do gás boliviano o Brasil vê a energia nuclear
como uma das diversas…alternativas estratégicas. Ps O Brasil vê a energia nuclear como
uma das diversas alternativas estratégicas.OK?
“O Brasil faz parte de um grupo pequenos de países que tem, que talvez esteja caminhando
para uma auto-suficiência em energia...Uma usina nuclear que é de Resende, citada no texto
... tá ganhando, tá se reestruturando não, mas tá ... buscando inovar e buscando justamente
essa auto-suficiência em não ficar dependente de países do primeiro mundo. Que ele cita
EUA e França. ... Cientistas estão buscando cada vez maior tecnologia e tem preocupação
também que essa nova facilidade de tecnologia que vai disponibilizar maior combustível,
maior auto-suficiência que isso não vá ...conseqüentemente gerar uma maior produção de
armas. E ...com uma noticia mais final, mas recente que a Bolívia anuncia sua
nacionalização,... de suas reservas de gás, e isso interfere na questão...do Brasil que o Brasil
acaba não sendo mais / acho que diminui a questão da ... do poder de gerar gás naquela
região. Encarece pra nós o combustível. E dificulta um pouquinho as relações inter-países”.
PES [[ Da onde tu ta tirando isso?]]
P05 ((RP)) Deduções.
O P05 beneficiou-se de sua competência leitora em L1 e do conhecimento
prévio, embora tenha recorrido em algumas situações à sua consciência lingüística.
Isso se enquadra com elevados escores em todos os testes conforme o resumo da
Tabela 15 que apresenta para esse sujeito um escore percentual de 55,5% no teste
Cloze (equivalente a 95% de um teste de múltipla escolha), 75% de acertos no teste
de consciência lingüística em L2 e 86,67% na compreensão leitora medida pelos
protocolos verbais, com um nível de conhecimento lingüístico intermediário superior.
O participante 06 (P06) buscou fazer associações por semelhanças entre as
palavras e fez inferências através de seu conhecimento prévio. Admitiu que, ao se
deparar com palavras de dificuldade ou que já conheça significados possíveis, tende
a divagar, lançando todas as hipóteses cabíveis como ilustrado abaixo por um
extrato da entrevista:
P06 /“Até uma característica minha, não sei se eu posso dizer isso na pesquisa, mas eu
quando interpreto um texto em inglês, eu fico ‘viajando na maionese’ naquelas palavras que
eu não conheço. Fico achando que podem ser coisas assim, eu faço suposições”.
Em outro momento da entrevista detalhou o seu procedimento dedutivo para
chegar ao significado da palavra estabelecendo relações ou combinações com
palavras conhecidas:
83
P06 “Isso aqui também eu fiz a ilação, tá? Eu pensei assim : new é novo, tá? Então, (p)
renewed é renovado , mas é pura suposição e uma suposição baseada no que o texto tá me
dizendo, coube ali esse, esse sentido para o verbo
”.
A pronúncia equivocada da palavra keen, leu [kεn], remeteu o participante a
um nome de pessoa:
P06 (p) (pii) Ken [TrD] pra proteger seu / “ não sei o que (.) essa palavra eu nunca vi na vida,
então ela não me remete a nada, a não ser que ela seja um nome de uma pessoa, mas acho
que não”. / “O namorado da Barbie, talvez”. ((FR)) / “Mas o namorado da Barbie tem um ‘e’ só
né?”
Por esses excertos pode-se observar que o P06 deixou evidenciado o que os
resultados dos testes já haviam apresentado, ou seja, apresenta elevados níveis de
competência leitora pelo uso de estratégias de leitura, bem como reflexão sobre a
língua implicando consciência lingüística em L2. Esses fatores contribuíram para a
compreensão do texto em L2.
O participante 07 (P07) seguiu na verbalização de sua compreensão sem se
deter nos parágrafos dos quais não construiu o sentido ou não retirou uma idéia
geral dos mesmos, entendendo que no próximo haveria uma informação
complementar que pudesse ajudá-lo a entender os parágrafos anteriores. Utilizou as
estratégias de modo a flexibilizá-las e torná-las operantes valendo-se da combinação
de informações indutivas (bottom-up) e dedutivas (top-down), entendendo e
produzindo significados. Como explicam Van Dijk e Kintsch (1983), o usuário da
linguagem pode manipular as estruturas de superfície (palavra, frase, significados
das orações, informação pragmática do contexto), bem como os dados interacionais,
sociais e culturais, possibilitando a determinação de relações de sentido entre a
sentença e o discurso anteriores.
P07 No sétimo parágrafo que eu não tinha encontrado a tradução tem a ver com, pelo que eu
entendi aqui com a ((RM))...a fiscalização que ali está sendo falado pelo IAEA, ali tem mais
do que tecnologia envolvida na, na nisso ali, porque o segundo parágrafo fala em interesses
políticos também. Então há dois anos já houve uma tentativa de se fazer essa...essa
inspeção / “Alguma coisa nesse sentido eu acho é isso”.
84
Conforme o extrato acima retirado dos protocolos verbais do P07, o uso de
estratégia bottom-up beneficiou a compreensão do texto bem como sua consciência
metalingüística facilitou o entendimento de algumas passagens conforme segue:
((RM)) “A partir daqui eu entendo” [TrD] Dois anos atrás Ps ((LS)) / “mas esse led to a
standoff, não sei o que significa, porque eu não sei o que é led, eu não me lembro”. (p) Led
aqui é um verbo, acho que é, sei lá se é um verbo. Acho que não é o verbo, mas acho que é!
PES [[Por que tu acha que é o verbo?]]
P07 “Eu acho que é o verbo, porque tá ligando dois, tá ligando um substantivo com uma outra
coisa aqui e tem um to logo depois, para um, para um não sei o que um (p) standoff que eu
não sei o que é”. Ps “Talvez venha no próximo parágrafo”.
É relevante observar que o P07 é fluente leitor em português, conforme pode
ser visto na Tabela 15 desta pesquisa e seu nível de conhecimento lingüístico em
inglês é atribuído, segundo o participante, a sua assídua leitura em inglês. Essa
informação foi fornecida pelo P07 no desenvolvimento da técnica dos protocolos
verbais. Esse participante apresentou altos escores em todos os testes e o mais alto
escore na compreensão leitora em L2, juntamente com o P10 e P21. Pode-se
relacionar esses resultados para os três participantes com a sua competência leitora
em L1 muito mais do que sua consciência lingüística em que os três estão entre os
cinco escores mais baixos. Nessa perspectiva, pode-se citar Ellis (1985) quando
afirma que o uso da L1 como recurso consciente pode beneficiar a aprendizagem
em L2. Essa transferência se manifesta, por exemplo, através de estratégias de
leitura formuladas inicialmente pela L1 e, ao mesmo tempo, operam como
organizadora dos dados da L2 o que corrobora, também, com a visão de White
(1989). Outra explicação pode ser a automatização, ou seja, o processamento
inconsciente.
O participante 08 (P08) adaptou o significado da palavra means para ter
sentido no texto, que pode ter ocorrido pela falta de conhecimento de outros
possíveis significados para a palavra:
[Brazil has joined the select group of countries with the (pii) capability of enriching uranium as
a means of (pii) generating energy.] …Brasil se juntou a um seleto grupo de países que tem a
capacidade de enriquecimento de urânio ... < - (p) as a means ... que significa geração de
energia, pra geração de energia.
85
A semelhança entre as palavras também foi fator de confusão e veio em
prejuízo à compreensão do texto, conforme segue:
[The Brazilian government says its technology is (pii) some of the most advantage advanced
in the world.] O governo brasileiro disse que a tecnologia é igual a, mais avançada no mundo.
PES [[Onde tu viu igual?]]
P08 ((RP)) Na < - (p) some eu li: < - (p) same. ... O governo brasileiro disse que a tecnologia
é (.) “deu um branco agora do < - (p) some. ((RI)) ... É mais // < - (p) some. ((LB)) É uma das
mais avançadas no mundo, < - (p) in the world.
A intervenção da pesquisadora dispara a atenção do participante e o faz
perceber a informação. Schmidt, citado por Ellis (1997), classifica esse processo de
noticing, em que o leitor envolve um certo grau de ‘atenção’ consciente à informação
(input), ou seja, atende conscientemente às proeminências da informação.
O P08 mostrou equilíbrio no uso de estratégias de leitura, conhecimento
lingüístico e consciência lingüística em L2 para atingir a compreensão do texto em
L2, dados comprovados por seus escores nos testes apresentados na Tabela 15, ou
seja, Cloze, 43,2% (equivalente a 80 a 85% de um teste de múltipla), consciência
lingüística em L2, 79,15% e compreensão leitora em L2 86,67.
O participante 09 (P09) buscou basicamente o entendimento do texto através
de seu conhecimento lingüístico, limitando-se a buscar outros possíveis significados
para as palavras como é o caso de means, evidenciado na transcrição abaixo:
[ Brazil has joined the select group of countries with the (pii) capability of enriching uranium as
a means of generating energy.] Brasil tem se juntado ao seleto grupo de países com a
capacidade de esse // < - (p) enriching uranium urânio, esse < - (p) enriching “não sei.”
...como um significado de geração de energia “eu penso”.
A verbalização transcrita a seguir em que a palavra cognata plant aparece, foi
para alguns participantes um empecilho para a compreensão. Porém, para o P09,
essa palavra é familiar em sua área profissional (industriário) e ‘usina’ deixou lugar à
palavra ‘planta’:
[A new centrifuge facility was formally opened on Friday at the Resende nuclear plant in the
state of Rio de Janeiro.] Uma nova planta
… < - (p) centrifuge.
PES [[ O que te lembra?]]
86
P09 ((RP)) ((FR)) Lembra uma centrífuga. Que, sei lá, que gera alguma coisa, foi
formalmente aberta na sexta feira
< - (p) at the (pii) Resende nuclear plant a planta
nuclear (pii) Resende no Rio de Janeiro.
Foi necessário manter essa extensa passagem para ilustrar com mais
propriedade o momento em que o P09 sentiu-se envergonhado por não ser um leitor
assíduo de jornais, o que, segundo ele, o faria ter mais conhecimento dos
desenvolvimentos sociais, econômicos e políticos no Brasil, que poderia tê-lo
ajudado na contextualização da informação.
[ The Brazilian government says its technology is some of the most advanced in the world.] O
governo brasileiro disse que … essa tecnologia é (.) uma < - (p) some uma das mais
avançadas do mundo, no mundo.
[The official opening follows lengthy negotiations with the United Nations nuclear watchdog,
the IAEA.] A abertura oficial foi seguida de
… < - (p) lenghty grandes negociações com
as Nações Unidas. Grandes, longas “é isso que lembra assim...” com as Nações Unidas < -
(p) watchdog watchdog “não sei e essa abreviação também não sei o que significa”.
[ Brazil has some of the largest reserves of uranium in the world but until now the ore has had
to be shipped abroad for enrichment < - (p) enrichment / “de novo” - the process which
produces nuclear fuel.] Brasil tem algumas das maiores reservas de urânio do mundo,
mas até agora, ... < - (p) the ore has had até agora (.) tinha sido, tinha sido < - (p) shipped
abroad for enrichment, shipped abroad for enrichment enrichment “não sei o que significa isso
aqui.”
PES [[Não te leva a nada essa palavra?]]
P09 ((RP)) < - (p) enrichment “não agora, não sei.” < - (p) the ore has had shipped abroad
não, não sei.” ((RM)) ((LB)) O processo o qual produz …óleo natural, < - (p) fuel ? / “Isso é
muito feio, não saber o que acontece no teu país.”
PES [[O que é?]]
P09 ((RP)) ((FR)) “É muito feio, não saber o que acontece no teu país”.Se eu estivesse mais
a par das coisas que estavam acontecendo eu saberia pelo menos o contexto assim.”
Percebe-se, pelos excertos acima, que o participante tem consciência de que
se dispusesse de conhecimento prévio sobre o assunto, sua leitura em inglês estaria
facilitada. Portanto, pode-se atribuir ao P09 o resultado de 78,34% na compreensão
do texto em L2 pelo seu conhecimento e consciência lingüística em L2, o uso de
estratégias que podem ser relacionadas a sua proficiência leitora em L1.
O participante 10 (P10) foi bastante objetivo na compreensão do texto,
valendo-se de estratégias cognitivas, ou seja, inferiu elaborando um novo significado
para a palavra abroad por uma já conhecida, que no seu entendimento poderia
87
suprir a falta da tradução literal. Essa contextualização fica bem representada na
seguinte passagem:
[ Brazil has some of the largest reserves of uranium in the world but until now the ore has had
to be shipped abroad for enrichment - the process which produces nuclear fuel. In future some
of that enrichment will take place in Brazil. The government says that (pii) within a decade the
country will be able to meet all its nuclear energy needs.] O Brasil tem uma das maiores
reservas de Urânio do mundo. Mas até agora... estava fora, estava aleijado, fora do
processo de enriquecimento...
PES [[ Quem que estava fora?]]
P10 ((RP)) O Brasil. O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo, mas
até o momento, agora estava afastado do processo de enriquecimento de urânio,
estava afastado.
PES [[ Onde está essa idéia do afastado?]]
P10 ((RP)) Pra mim tá nesse <- (p) abroad for enrichment. Afastado no sentido que não tinha
tecnologia pra fazê-lo.
PES [[ Mas então o que eles faziam com o urânio?]]
P10 ((RP)) Não sei o que ((FR)) eles faziam. Eles < - (p) shipped abroad, ou seja, eles
levavam pra fora para o processo de enriquecimento.
PES [[Onde tu viu isso?]]
P10 ((RP)) “Nesse < - (p) shipped abroad… levar pra fora do país. < - (p) abroad é
estrangeiro, pra fora. Então < - (p) shipped ship é navio, < - (p) shipped abroad é (.) usar o
navio pra exportar, para tirar do país”.
O mesmo ocorreu para chegar ao significado de watchdog:
PES [[ Porque tu achas que é guardião?]]
P10 ((RP)) “Porque é uma agência de vigilância. Nesse sentido. Pelo fato de que tem (p) dog
aqui, que dá a idéia de proteção de ... cuidado e (p) watch de assistir. ((FR)) Então < - (p)
watchdog porque eu acredito que seja uma agência de controle de...de vigilância”.
Da mesma forma que utilizou seu conhecimento lingüístico, o P10 revelou
durante os protocolos que tinha conhecimento prévio do assunto e procurou predizer
o significado da sigla “IAEA” que aparece no texto, depois de indagado pela
pesquisadora.
[The official opening follows (pii) lengthy negotiations with the United Nations nuclear
watchdog, the IAEA.] A abertura oficial seguiu-se de longa negociação com a (.) Agência
Nuclear das Nações Unidas na, da IAEA.
PES [[O que tu acha que é a IAEA?]]
88
P10 ((RP)) International Agency of Energy…Energy… Atomic, Atomic Energy. International
Atomic Energy Agency.((RI))
PES [[ E por que tu acha que é?]]
P10 ((RP)) Eu acho porque é um órgão da ONU que fiscaliza as ... agen...a não proliferação
de armas nucleares, então, acho que é uma agência que fica controlando isso.
PES [[ Tu já conhece este assunto?]]
P10 ((RP)) Não, vendo na imprensa esse assunto.
PES [[ Então tu já leu sobre esse assunto?]]
P10 ((RP)) É, ou ouvi em notícias, jornais, essas coisas assim. Deve ter sido isso
.
O P10 mostrou ser um competente leitor em L1, como pode ser verificado
pelo escore de 53% do teste Cloze (equivalente a 95% de um teste de múltipla
escolha), ao que se pode atribuir relevância pelos 96,67% em compreensão do texto
em inglês. A competência leitora foi fator que marcou o uso de estratégias auxiliadas
pelo seu conhecimento prévio, uma vez que é importante destacar que o P10 obteve
um dos três escores mais baixos no teste de consciência lingüística, tal como foi
exposto na análise do P07.
O participante 11 (P11) traduziu o texto diretamente para o português, sem
ler primeiramente em inglês. Somente quando tinha dúvidas, repetiu em voz alta a
palavra em inglês. Evitou truncar o texto, valendo-se na maioria das vezes de seu
conhecimento vocabular em inglês para a compreensão. Raramente, recorreu
verbalmente ao conhecimento prévio sobre o assunto especificamente para
contextualizar. Fez inferências para compreender palavras compostas, combinando
as duas palavras integrantes para dar o sentido.
P11 [TrD] A abertura oficial < - (p) the official opening, seguiu < - (p) lengthy, lengthy “deve
ser extensas” extensas negociações (.) (p) length é tamanho, < - (p) lengthy deve ser extenso
(.). Com ... as Nações Unidas < - (p) watchdog nuclear ((RM)) Ps, esse < - (p) watchdog deve
ser alguma coisa...de...de checagem, verificação, de controle de qualidade, de observação
rígida, < - (p) watchdog, peguei (p) watch de observação e (p) dog de cachorro.
A palavra keen foi confundida com nome de pessoa Kim/Keen. Essa mesma
associação foi feita pelo P06. O P11 fez associações do tipo weapon – bomba –
nome de uma cidade no Japão – um filme de guerra, ou seja, ativou um campo
semântico através de uma informação relacional.
89
P11 ((RP)) < - (p) “Weapons, weapons, weapons, por isso. Pelo menos eu acho que é
bombas, pois e eu associo com (.) aquela bomba que deu lá no Japão. Que volta e meia
aparece o nome da cidade Weapon. Alguma coisa da memória que veio...”
PES [[ Foi daí que veio?]]
P11 ((RP)) “É de algum filme de guerra”.
O P11 fez inferências para buscar o sentido da palavra através do significado
de termo técnico, relacionado a sua profissão. Chegou a um entendimento geral do
parágrafo, mas é interessante observar que verbalizou as palavras “temeroso e
assustadora”, mas nega o significado de fears, através da última frase desta
transcrição:
[TrD] Na última semana a Bolívia anunciou planos pra nacionalizar suas reservas de
gás < - (p) prompting fears of price (.) rises (.)... (p) prompt / “na computação é um lugar onde
o usuário faz sua interface para um dispositivo pronto”, disponibilizando < - (p) fears (.)
((RM))...promovendo... < - (p) of price rises, rise é aumentar, aumento de preço, agora o < -
(p) fears pra mim.../ “não tô conseguindo traduzir” (.) Como um grande importador do gás
da Bolívia, o Brasil está vendo, vê, o Brasil vê a energia nuclear como uma das várias
alternativas estratégicas pra esse problema aí da.../ < - (p) prompting fears of price. Ps.
Uma coisa fora do...fears eu não consigo, eu tô vendo pela notícia que forma coisas que,
assustadora é muito forte dizer, mas alguma coisa que deixaram os brasileiros temerosos,
receosos da ...disso aí, mas o < - (p) fear não tem nada a vê com isso..”.
O significado de fear foi ativado inconscientemente, porém o P11 não
consegue trazer esse conhecimento para o plano do consciente, ou pelo menos
nega essa intuição lingüística.
É importante atentar para o fato de que o P11 atingiu o menor escore em
competência leitora em L1, 34,5% do teste Cloze (65 a 70% de um teste de múltipla
escolha) e apresentou um escore significativo de 75% no teste de consciência
lingüística em L2 e 90% em compreensão leitora medida pelos protocolos verbais.
Isso leva a concluir que esse participante valeu-se mais da consciência lingüística
em L2 do que de sua habilidade leitora em L1.
O participante 12 (P12) prestou atenção aos tempos verbais, buscando
compreensão através de conhecimento lingüístico, mesmo que limitado. Através do
seu conhecimento prévio sobre o assunto, antecipou o conteúdo dos parágrafos
seguintes. Traduziu erroneamente palavras pela semelhança sonora da pronúncia
em inglês com uma palavra em português, como no caso de until / antes. [ən'tIl] e
[ãntis]. Não traduziu literalmente, adaptando ou encaixando palavras que pudessem
90
dar sentido, mesmo que erroneamente. A pesquisadora conduz à continuidade,
levando o participante a perceber que já entendeu determinado ponto da leitura,
uma vez que esse não prosseguia na tentativa de uma tradução minuciosa, fazendo
com que se repetisse. Não seguiu um padrão de leitura, oscilando entre
leitura/compreensão direta em português e leitura em inglês e depois a tradução.
O P12 incidiu no mesmo equívoco do P04 e, ao ler a palavra united,
automaticamente, leu United States em vez de United Nations. Essa habilidade de
antecipar o que será visto é essencial na leitura, e, para Goodman (1976), é o
resultado de uma leitura que não resulta da percepção e identificação precisa de
todos os elementos, mas da habilidade de selecionar o menor número de pistas que
sejam produtivas para gerar adivinhações que a primeira vista estejam corretas.
P12 [TrD] O governo brasileiro disse que esta tecnologia é uma das mais avançadas do
mundo (.). A abertura oficial foi seguida de longas negociações, foi antecipada, foi antes da
abertura oficial, teve muitas negociações com os Estados Unidos, com a unidade deles. < -
(p) watchdog que é cachorro, não tem, não sei traduzir o < - (p) watchdog é cachorro
assistindo. “E o nome da, pelo que entendi, da unidade que eles tem nos Estados Unidos.
Alguma coisa dos Estados Unidos, quem...cuida desta parte de energia nuclear”.
PES [[Tu poderia ler de novo...]]
P12 ((LB)) Ah, não é dos Estados Unidos...
PES [[ Por que tu pensou nos Estados Unidos?]]
P12 ((RP)) Porque eu olhei o < - (p) United, eu não olhei o que vinha depois, eu quis ler
rápido. ((RI)) das Nações Unidas. Então provavelmente, agora eu entendi a frase. Eu sei que
foi.../ eu tenho mania de ler rápido. Foi um processo lento, porque tem um programa das
Nações Unidas que...controla isso, das aberturas, então tem um certo cuidado, eles
provavelmente pediram muitas, tiveram um grande cuidado antes de permitir que o Brasil
abrisse essa unidade.
A cada palavra em que encontrava dificuldade, o P12 baixava o tom de voz e
tecia um comentário na tentativa de justificar a não compreensão. Essa dificuldade
de compreensão refletiu-se no resultado de compreensão leitora em L2 em que o
P12 obteve 73,33% e que pode ser atribuído ao fato de que ele mostrou não possuir
vocabulário específico do assunto de que tratava o texto, o que certamente seria
fator positivo para a compreensão de texto. Segundo Kintsch (1998) leitores com
baixo domínio de conhecimento lingüístico tendem a um pior desempenho na
compreensão leitora e obviamente enfrentam maiores dificuldades de construir o
sentido do que está lendo.
91
O participante 14
16
(P14) leu primeiramente em inglês e traduziu amparado
em seu conhecimento lingüístico. Ao tentar traduzir watchdog associou a “relógio de
cachorro” e “televisão de cachorro”, sendo o único a estabelecer essa associação.
Ficou evidenciado que watch representou o traço mais proeminente e, dessa parte
da palavra, tentou dar sentido ao dog. Apesar de ter tentado associar nuclear à
palavra “núcleo”, tentando suscitar um sentido mais lógico para aquele trecho do
texto, a exclamação “nossa senhora” expressa o momento de confusão gerado pela
palavra descontextualizada. Outro aspecto ainda nessa passagem é a retomada do
sentido de lengthy de “compridas” para “longas”, buscando uma aproximação
semântica de tempo e não de medida para “negociações”. Não demonstrou
preocupação com tempos verbais, o que pode ser observado quando traduz follows
no passado, mesmo trazendo o “s”, marca explícita das terceiras pessoas do
singular no presente. Essa passagem do protocolo verbal do P14 é apresentada a
seguir:
[The official opening follows lengthy negotiations with the United Nations nuclear watchdog,
the IAEA.] A oficial abertura seguiu (.) as < - (p) lengthy negociações (.), as compridas
negociações (.) com as Nações Unidas, com o núcleo das Nações Unidas,” < - (p) nuclear
watchdog ... com o núcleo < - (p) watchdog (.) Nossa senhora!
PES [[ O que tá vindo na tua cabeça?]]
P14 ((RP)) A abertura oficial seguiu as
...longas negociações com a Nações Unidas, não.
(.) < - (p) watchdog watchdog
PES [[O que tu pensa?]]
P14 ((RP)) Penso, penso ((FR)) televisão de cachorro. < - (p) watchdog watchdog…watch
relógio? < - (p) watchdog, the IAEA. Não sei. A abertura oficial seguiu negociações com
as Nações Unidas ... (.) < - (p) nuclear watchdog. Não sei.
PES [[ E tu não acha nada?]]
P14 ((RP)) < - (p) watchdog watchdog “essa palavra me deixou confuso”. < - (p) watchdog
relógio de cachorro”.
PES [[Relógio?]]
P14 ((RP)) ((RI))
O P14 decidiu continuar a tradução dos parágrafos seguintes, ignorando
palavras que apresentassem dificuldade.
16
Cabe ressaltar que a quebra de seqüência numérica dos participantes deve-se ao fato de que o
P13 desistiu de sua participação logo após o preenchimento do instrumento 1, desta pesquisa, que se
encontra no Tabela 2.
92
Outra passagem a salientar do protocolo do P14 é quando não consegue
lembrar uma palavra que melhor se adequasse para traduzir facilities. Essa palavra
no seu âmbito de trabalho é utilizada em inglês. O P14 trabalha numa indústria de
cigarros e para ele o significado é óbvio. Ele contextualiza a palavra, mas não
consegue utilizar-se de um léxico em português para expressá-la.
// < - (p) to ensure that the new facilities would not be channelled into (pii) weapons
production. (.) O Brasil e a IAEA acordaram num sistema de guarda para assegurar que
as novas f... as novas… (.) as novas < - (p) facilities … “eu sei o que é, mas em português
em não sei traduzir, cara!” As novas, como que eu vou dizer... acordar num sistema,...,
assegurar que as novas (.) cara, < - (p) facilities, facilidades, “não diria isso”, ...
O P14 acionou o “modo-meta”, em alguns momentos da tradução, no sentido
de dirimir dúvidas e confrontar falsos cognatos, ou seja, valeu-se de sua consciência
lingüística sobre a língua para encontrar o significado para o que estava lendo
(SMITH,1994).
Devido aos resultados uniformes apresentados pelo P14 em todos os testes,
conforme Tabela 15, é inviável estimar quais dos aspectos do processo cognitivo em
questão contribuíram mais significativamente para seu bom desempenho leitor. É
importante lembrar que esse participante declarou detestar ler. O P14 apenas lê
material técnico, relacionado a sua profissão de industriário no setor fumageiro.
O participante 15 (P15) fez tradução direta e utilizou-se de conhecimento
prévio, lingüístico e cultural. Não se preocupou com a tradução literal, mas com o
sentido geral do texto. Os termos que não entendeu, retomou em inglês em voz alta.
Porém, seguiu num padrão de leitura e compreensão em tradução direta e retomou
somente os casos de dúvida. É objetivo na tradução, sem utilizar-se de subterfúgios.
Equivocou-se na tradução da expressão will take place in Brazil, dizendo “irá
trazer lugares no Brasil”, quando traduziu palavra por palavra não levando em conta
o verbo frasal e a estrutura da língua. A verbalização ficou conforme segue:
P15 [TrD] No futuro alguns des...de...deste enriquecimento (.) ((RM)) enriquecimento < - (p)
will take place in Brazil. No futuro este enriquecimento irá trazer lugares no Brasil. (.) Pode
ser.((LB)) ((RM)). No < - (p) place “eu sei que tem outra tradução para esse” < - (p) place. No
futuro algum... deste ...enriquecimento ((RM)) < - (p) will take irá, trará (.) terá um lugar no
Brasil. Alguma coisa assim.
93
O P15 buscou outras possibilidades que vieram à memória para a tradução
correta, quando percebeu que não fazia sentido. Fez associação de duas palavras
stand e off para explicar uma terceira, no caso, standoff.
P15 [Sensitivity over that technology led] Sensíveis… a tec..tecnologia lida com a < - (p)
standoff / “não sei o que é”. (p) stand no caso de ficar... só que aqui tá junto / (.) segue que a
(.) “não sei!”
Afirmou que tinha conhecimento prévio sobre o assunto, que já tinha lido ou
visto pela TV reportagens sobre o tema e que isso ajudou no entendimento do texto,
mas o conhecimento gramatical da L2 foi fundamental para a compreensão do
mesmo. Essa afirmação pode ser justificada ao verificarem-se os resultados desse
participante, uma vez que obteve altos escores em todos os testes realizados
(Tabela 15).
O participante 16 (P16) recorreu ao seu conhecimento lingüístico para definir
tempos verbais associando a terceira pessoa do singular com o uso do “s” no
presente simples. Fez traduções diretas, repetindo em inglês as palavras,
intercalando com leituras silenciosas e orais em inglês os trechos em que enfrentava
dificuldade. Sabia o significado do falso cognato facillity, mas não se satisfazia com
os sinônimos que empregava para a palavra. Os excertos a seguir confirmam essas
observações:
P16 [Brazil joins] [TrD] O Brasil junta-se..., une-se, porque é terceira pessoa, no clube
mundial nuclear, o clube é mundial nuclear. Acredito que seja de energia nuclear.
[TrD] O Brasil se juntou ao seleto grupo de países com a capacidade de enriquecer, de
enriquecimento < - (p) enriching de urânio, < - (p) as a means of como um modo de..
geração de energia.
[TrD] ((LB)) Uma nova...((LB)) facilidade de centrifugação
((FR)) “acho que é isso” < - (p)
facilitie pode ser assim de um lugar, a < - (p) facilitie um...uma é tipo um lugar, “não sei como
explicar”. ((LB)) Ah tá, uma facilidade, um lugar foi formalmente aberto nua sexta, ((RM))
na planta nuclear de Resende, acredito que seja no Rio de Janeiro, < - (p) plant in the
state o of Rio de Janeiro.
O P16 procurava explicar como chegava ao entendimento do texto, inferindo
ou fazendo associações a outras palavras. A compreensão do texto foi baseada no
seu conhecimento vocabular e lingüístico, embora tenha mencionado que havia
ouvido falar na questão do gás boliviano. Os altos escores obtidos em todos os
94
testes realizados, conforme apresentado na Tabela 15, respondem pelo
desempenho desse participante.
O participante 17 (P17) leu silenciosamente, usou muitas pausas longas,
porém recorria à repetição de termos e palavras em inglês em voz alta. Justificava
oralmente a dificuldade de achar o significado das palavras constantemente. Buscou
o recurso da semelhança de palavras, valendo-se então dos cognatos para traduzir.
Fez também inferências para buscar o sentido das palavras e na maioria das vezes
foi seu conhecimento vocabular e não o conhecimento prévio sobre o assunto que
contribuiu para a compreensão. Associou a palavra weapons à guerra sem poder
explicar conscientemente o significado da palavra. Utiliza a expressão coisa
indevida/negativa (fins indevidos):
P17 Mas no fim, o Brasil e o, esse órgão IAEA,/ “não sei o significado” ... concordaram,
acordaram um sistema (.) / “eu não li toda a frase, tenho que ler ela completa” ((LS)) Então
eles conseguiram acordar, fizeram um acordo, acordaram um sistema de segurança (.) esse
< - (p) ensure “eu não sei qual é o significado”, mas seria... imagino que seja pelo contexto
para garantir que aquelas novas
(.) / “não é facilidades, eu não consigo achar um
significado aqui para...” (.) aqueles novos / “não é conhecimento também”, não seriam
usados ... (.) canalizados para ((RM)) / “não sei o que que é também essa palavra < - (p)
weapons, imagino que seja assim: que não seriam canalizados para fins indevidos”. / “Não
sei... (.) se é essa idéia”.
PES [[ Qual seria um fim indevido?]]
P17 ((RP)) A guerra, algo que não fosse pra produzir energia, mesmo. Acho que tudo que
desviasse disso.
((LS)) / “Essa frase está terrível”.
É relevante observar que quando frames semânticos são ativados, esses
podem desencadear diferentes rotas de associações. O P11 associou weapons à
bomba, Japão e nome de uma cidade, enquanto o P17, fins indevidos e guerra.
Apesar de não terem conseguido traduzir por “armas” chegaram através de
inferências e associações a um termo que melhor expressasse o que queriam dizer.
No caso do P11, buscou na informação do filme, do jornal, enquanto o P17 buscou a
sua compreensão com base nas palavras do texto, inferindo.
O P17 apresentou o segundo mais alto escore registrado em consciência
lingüística (Raymundo 2005), ou seja, 91,65%, bem como em competência leitora
95
em L1, 64% (teste Cloze), o equivalente a 100% num teste de múltipla escolha.
Essas informações demonstram que um leitor competente em L1, aliando sua
consciência lingüística em L2, pode potencializar a compreensão leitora em L2.
Segundo Kintsch (1998), esse participante poderia ser classificado como um bom
leitor, ou seja, aquele que é capaz de perceber o vocabulário, estabelecer conexões
de ordem linear e global no texto, dominando o vocabulário e conhecimento sobre o
assunto. Essa fluência de entender o texto responde ao fato de que o leitor se utiliza
estratégias de leitura para entender o que lê.
O participante 18 (P18) seguiu um raciocínio lógico, evoluindo de forma
objetiva e direta e evitando truncar a tradução, e releu trechos do texto para traduzir
intercalando português e inglês. Ao traduzir, falava as palavras desconhecidas em
inglês e seguia contextualizando numa leitura focada e objetiva. As palavras que não
faziam sentido eram ignoradas, deixadas para trás. O participante ignorou os tempos
verbais. A tradução era decodificada imediatamente com poucos trechos não
compreendidos, e, somente nesses momentos, o participante tecia algum
comentário. Compreendeu o texto através de seu vocabulário, que foi o subsídio
principal para a contextualização (compreensão). Não soube selecionar o significado
mais adequado para meet, o que o levou à tradução equivocada da seguinte parte
do texto.
[
The government says that within a decade the country will be able to meet all its nuclear
energy needs.] O governo disse que dentro de uma década o país estará apto
< - (p) to
meet ...all its a encontrar todas as suas energias nucleares que ele precisa
. “Não sei se é
isso mas...mais ou menos isso”
O P18 obteve altos escores em todos os testes, conforme Tabela 15. Esses
resultados ficaram evidenciados através da análise dos protocolos verbais, em que o
P18 demonstrou o uso de estratégias de leitura e agilidade ao ler que bem definem
sua competência leitora em L1. Ao mesmo tempo, observou-se que o uso de
consciência lingüística em L2 facilitou sua compreensão leitora em L2.
O participante 19 (P19) deu atenção demasiada à pronúncia ao ler em inglês,
o que fez com que sua leitura fosse lenta e com constantes pausas. Buscava a
compreensão e a leitura oral correta ao mesmo tempo. Voltava seguidamente ao
96
texto em inglês e necessitava repetir os trechos em voz alta. Não demonstrou ter
conhecimento anterior sobre o assunto e o entendimento foi baseado em seu
conhecimento lingüístico de inglês. Não buscou ajuda para a compreensão do texto
nos tempos verbais ou expressões de tempo: ignorou o verbo led e leu em inglês a
forma presente do verbo follows e traduziu no passado “seguiu”. Não soube associar
o pronome possessivo its ao seu referente, o Brasil. Traduziu o its por pronome
demonstrativo “essa”, não diferenciando this e that.
(~~~)[The Brazilian government says its technology is some of the most advanced in the
world] O governo brasileiro disse que
(.) essa tecnologia é uma das mais avançadas do
mundo.
Palavras que trouxeram dificuldade foram ignoradas ou adaptadas para
facilitar a tradução: facility, facilities, hailed, its, meet, needs, concerns. Valeu-se de
seu conhecimento lingüístico, não explicitando aspectos de consciência lingüística
ao realizar os protocolos verbais.
O P19, da mesma forma que o P09, traduziu plant como planta ao referir-se à
usina, pois a palavra está incorporada ao seu contexto de trabalho. A palavra usina,
segundo o P19, não é mais utilizada:
(~~~)[A new centrifuge facility was for… formally opened on Friday at the Resende nuclear
plant in the state of Rio de Janeiro] Uma nova (.) centrífuga (.) nova < - (p) facility (.) “não é
facilidade uma nova m... (.).no sentido” acredito uma nova planta centrífuga a... foi
formalmente aberta na sexta –feira, em Resende (.) na planta nuclear de Resende no
Estado do Rio de Janeiro.
PES [[ O que é planta ?]]
P19 (Ps) Planta é planta ((RI)) (p) plant planta. “Na...ah...mas se chama planta mesmo (.)
na...na ...na... operação, faltou o outro termo,sinônimo”.
PES [[Um vegetal?]]
P19 “Não, não na planta sentido vegetal, mas planta industrial se chama planta também:
planta industrial. Faltou um sinônimo (.) na unidade, unidade”.
O P19, juntamente com o P17, apresentou o segundo mais alto escore do
teste de consciência lingüística, o que pode ter contado para o seu bom
desempenho na compreensão do texto em inglês, observado pela análise dos
protocolos verbais. Esse resultado leva a acreditar que a consciência lingüística
representou fator de maior relevância na compreensão textual em L2.
97
O participante 20 (P20) leu em inglês primeiro e seguiu a tradução após cada
sentença, sempre explicando que caminhos usou para chegar ao significado.
Utilizou seus conhecimentos lingüísticos, valendo-se mais da estratégia bottom-up.
Acionou o “modo-meta” em várias situações, empregando seu conhecimento
sintático para auxiliar no entendimento. É interessante observar a passagem que
segue quando o participante percebe que ao fazer o desdobramento da palavra
enriching não chegaria ao significado ideal à compreensão do texto:
P 20 [Brazil joins world’s nuclear club by Steve Kingstone.]
(~~~) [Brazil has joined the select group of countries with the capability (pii) (cpi) of enriching
uranium as a means of generating energy] Então o Brasil ele tem
aham se unido ao seleto
grupo de países com a capacidade de // < - (p) enriching “eu não conheço esse verbo mas,
o (p) rich significa rico então” de ahm, eu acho que fazer do urânio um meio de gerar
energia. Não consegui fazer uma relação assim entre o (p) rich e < - (p) enriching, mas seria
de transformar, eu entendo então como transformar. Acredito que aquela idéia de ligar < - (p)
enriching a (p) rich não vai funcionar aqui neste contexto.
O P20 mostrou-se capaz estreitar o significado das palavras inferindo seu
melhor sentido no contexto, levando em consideração outras palavras circundantes
conforme está expresso na seguinte passagem:
[The government says that within a decade the country will be able to meet all its nuclear
energy needs.] Então, o governo diz que dentro de uma década o país será capaz
de...atender < - (p) to meet, seria encontrar as nece...estas necessidades nucleares eu...eu
pelo contexto então, o Brasil vai ser capaz de atender as necessidades da energia
nuclear.
Esse processo de inferência na busca do sentido mais adequado à palavra
pode estar relacionado ao nível de consciência lingüística do P20 que foi de 100%,
no teste de Raymundo (2005), demonstrado através da aplicação de seu
conhecimento sintático ao lançar sentido para uma palavra devido à posição da
mesma dentro da sentença.
No seguinte excerto, o P20 já não conseguiu formar uma rede de associações
que pudesse justificar o sentido do vocábulo prompt:
[Last week Bolivia announced plans to nationalise its gas reserves, prompting fears of price
rises.] Então, na semana passada a Bolívia anunciou planos de nacionalizar as suas
reservas de combustível. [Prompting fears of price rises.] < - (p) Prompting. Eu já ouvi falar
em (p) Prompt relacionado à informática. Vamos ver as outras palavras. Fazendo alguma
coisa com medo do aumento dos preços. (.) Quem sabe,...a Bolívia anunciou seus planos pra
98
nacionalizar as reservas de combustível... < - (p) Prompting aqui, (p) prompt em informática é
um caminho a seguir,(.) quem sabe a Bolívia está... (.) Essa idéia de nacionalizar as reservas
de combustível é pra... medo... atendendo não vai ficar certo. Combatendo, também não dá.
Vendo (p) Prompt como direção ou caminho, como (.), tá difícil aqui o < - (p) prompting...
No momento em que o P20 não consegue valer-se de sua consciência
lingüística, encontra dificuldade em achar sentido durante a compreensão, o que
permite dizer que a consciência lingüística em L2 desempenha papel crucial na
compreensão leitora desse participante.
O participante 21 (P21) fez a tradução direta em português, relendo apenas a
palavra em inglês nas partes de dificuldade. Mostrou fluência na leitura,
apresentando um excelente conhecimento vocabular, inferindo os significados pelo
contexto e proximidade semântica dos termos, aplicando lógica e mobilidade ao ler.
Não conhecia a palavra ore, porém recorrendo ao contexto que fazia referência ao
urânio chegou rapidamente a seguinte conclusão:
TrD] O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio no mundo, mas até agora...(.) a
dificuldade, “não sei que palavra é essa, estou chutando” < - (p) ore a dificuldade era de ... de
enriquecer urânio.
PES [[ Onde tu ta vendo isso?]]
P21 ((RP)) Tô vendo aqui: enriquecer, isso aqui eu não sei o que é, enriquecer ... o urânio.
PES [[ Re-lê em voz alta em inglês quem sabe...]]
Quando não conseguiu encontrar a melhor tradução para a palavra usou dois
ou mais termos, mas demonstrou perfeita compreensão. O que também pôde ser
constatado foi a observância dos tempos verbais.
[To be shipped abroad for enrichment.] [TrD] O processo que produz o…o combustível
nuclear. Ou seja, o Brasil, pelo que entendi, dessa frase grande aqui, o Brasil tem urânio, uma
das maiores reservas, mas não tinha capacidade ainda pra enriquecer, né?!
PES [[Daí, o que acontecia?]]
P21 ((RP)) Ele tinha que mandar de navio < - (p) shipped mandar de navio o urânio para ele
ser enriquecido em outro lugar. É isso? Ok, é isso.
Pode-se atribuir a compreensão leitora do texto em L2 realizada pelo P21, ao
seu conhecimento lingüístico, bem como ao uso de estratégias de leitura refletidas
99
pela sua competência leitora em L1. Apesar de seu escore em consciência
lingüística em L2 ser de 54,15%, pode-se afirmar que essa contribuiu para a sua
compreensão em alguns momentos tais como ao repetir a leitura de certas palavras
em inglês, utilizando a recodificação fonológica. Segundo Motta (2007), ao reler, o
leitor não apenas produz sons, mas também reflete sobre eles, apresentando assim
consciência fonológica, um dos aspectos da consciência lingüística.
Todos os participantes mantiveram durante os protocolos, a oscilação entre
L1 e L2, ou seja, a compreensão leitora em L2 foi sempre mediada pela L1 e toda a
interferência da pesquisadora se efetuou em L1, por uma questão de uniformidade,
pois parte dos participantes teriam tido a competência para realizar os protocolos em
inglês.
Em todos os protocolos, observou-se nitidamente o uso do modelo de
construção e integração de Kintsch (1998). Os sujeitos, ao se depararem com um
vocábulo, ativaram os vários significados conhecidos ou possíveis na memória de
longo prazo. Na medida em que prosseguiam a leitura, descartavam os significados
que se mostravam impróprios até encontrar os que satisfaziam as restrições
impostas pelo texto. Do contrário, a leitura era repetida ou as lacunas eram deixadas
em aberto e a leitura dos parágrafos seguintes avançava. A retomada das lacunas
ocorria assim que a possibilidade de preenchimento surgia, numa estratégia top-
down. Todavia, houve a predominância da estratégia bottom-up. Pode-se dizer que
houve a combinação e a compensação entre o conhecimento vocabular, consciência
lingüística em L2 e competência leitora pela transferência de estratégias de leitura
em L1, que foram por sua vez, observadas pela análise dos protocolos verbais.
2.5 Revisitando as questões norteadoras
A partir da análise individual das vinte entrevistas envolvendo protocolos
verbais nesse grupo de sujeitos, pode-se afirmar que leitores adultos proficientes em
L2 tendem a refletir conscientemente sobre a estrutura lingüística durante a leitura
em L2. Isso pode ser comprovado em virtude de 80% dos sujeitos terem feito
reflexões conscientes sobre a língua. Esse percentual foi obtido pelo rastreamento
de cada entrevista e os excertos que se seguem ilustram a forma de obtenção:
100
Nestes excertos, o participantes 07 e 20 fazem referência à função sintática
dos verbos led e enriching respectivamente.
P07 ((RM)) “A partir daqui eu entendo” [TrD] Dois anos atrás Ps ((LS)) / “mas esse led to a
standoff, não sei o que significa, porque eu não sei o que é led, eu não me lembro”. (p) Led
aqui é um verbo, acho que é, sei lá se é um verbo. Acho que não é o verbo, mas acho que é!“
PES [[Por que tu acha que é o verbo?]]
P07 “Eu acho que é o verbo, porque tá ligando dois, tá ligando um substantivo com uma
outra coisa aqui e tem um to logo depois, para um, para um não sei o que um (p) standoff que
eu não sei o que é”. Ps “Talvez venha no próximo parágrafo”.
P20 [Brazil joins world’s nuclear club by Steve Kingstone.]
(~~~) [Brazil has joined the select group of countries with the capability (pii) (cpi) of enriching
uranium as a means of generating energy] Então o Brasil ele tem ahamm se unido ao
seleto grupo de países com a capacidade de // < - (p) enriching “eu não conheço esse
verbo mas, o (p) rich significa rico então” de ahm, eu acho que fazer do urânio um meio de
gerar energia. Não consegui fazer uma relação assim entre o (p) rich e < - (p) enriching, mas
seria de transformar, eu entendo então como transformar. Acredito que aquela idéia de ligar <
- (p) enriching a (p) rich não vai funcionar aqui neste contexto.
Os participantes 02 e 03 fazem uso de reflexão consciente quando
reconhecem facility como um falso cognato, conforme os trechos a seguir:
P02 [TrD] Uma nova ... esse < - (p) facility “é um falso cognato”. Uma nova... / ((FR)) “só não
sei o que representa”. Uma nova...centrifuga ((RM))...foi formalmente aberta na sexta
feira na...na planta nuclear de Resende, no estado do Rio de Janeiro.
P03 [TrD] O Brasil se juntou ao seleto grupo de países com a capacidade de
en...enriquecer urânio
// Ps ... < - (p) as a means of generating energy (.) Como se
significasse uma geração, como se isso significasse uma geração de energia. “Acho que era
isso.” ... Aqui eu não entendi...para mim... < - (p) facility “mas isso não me parece uma
palavra (.) que seja similar no português”.
Diante do exposto, pode-se afirmar que o primeiro objetivo relacionado à
essa questão da pesquisa foi respondido afirmativamente, pois os sujeitos refletiram
conscientemente sobre a estrutura da língua na leitura em L2.
Pela análise dos protocolos verbais pode-se afirmar que o nível de
consciência lingüística em L2 foi elemento facilitador na compreensão leitora em L2,
pois 80% dos participantes utilizaram sua consciência lingüística explicitamente
através das verbalizações durante a entrevista. Apenas um participante que obteve
escore de 62,50%, no teste de consciência lingüística em L2, não expressou essa
consciência na entrevista. Essa assertiva responde pelo segundo objetivo específico
deste estudo.
101
Em relação ao uso de estratégias de leitura e sua contribuição para a
compreensão leitora em L2 observou-se pela análise descritiva dos protocolos
verbais, por sujeitos, que se encontra na seção 2.4.5, o uso de algumas estratégias
durante a leitura do texto em L2. Um olhar especial foi dado às estratégias que
determinam os dois processos básicos de compreensão do texto: o ascendente
(bottom-up) e o descendente (top-down). Contudo, é importante ressaltar que neste
estudo não foi dada ênfase à classificação específica dessas estratégias tais como
Salataci e Akyel (2002) e Motta (2007) realizaram. Conforme esses autores, as
estratégias top-down podem se subdividir em: inferência, previsão, confirmação,
associação com conhecimento prévio, entre outras. Da mesma forma, que as
bottom-up recebem algumas das seguintes subdivisões: reformulação, foco na
palavra individual, características intra-sentenciais e tradução.
Se olharmos para os objetivos desta pesquisa fica evidente a importância de
enfatizar esses dois processos de compreensão leitora, pois o conhecimento
lingüístico e o nível de consciência lingüística em L2 foram detectados via processo
ascendente e o conhecimento prévio do texto lido, no desenvolvimento da técnica
dos protocolos verbais, permitiu o entendimento global do mesmo e serviu como
facilitador para a sua compreensão, ou seja, via processo descendente.
Assim, ficou evidenciado que, de fato, as estratégias de leitura contribuem
para o aprendizado da leitura em L2, o que foi comprovado pelo acima exposto,
alcançando assim o terceiro objetivo específico proposto.
Todos os participantes foram classificados como leitores proficientes em
português, pois apresentaram altos níveis de compreensão leitora em L1 através do
teste Cloze, conforme a Tabela 15. Esse resultado não surpreende, uma vez que a
amostra é composta de profissionais de nível superior, que tem na leitura em L1 uma
de suas ferramentas de trabalho.
Dessa forma, pode-se responder afirmativamente à quarta pergunta desta
pesquisa, baseado na análise dos protocolos verbais, que a competência leitora em
L1 pode ser considerada como elemento facilitador na compreensão leitora em L2,
102
atendendo ao respectivo objetivo. Em termos percentuais pode-se apontar que 90%
dos participantes se beneficiaram de sua competência leitora em L1 para
compreensão leitora em L2, quando da análise dos protocolos verbais, pois de 20
participantes, 18 demonstraram essa competência.
Também, num exame individual, é possível responder essa questão, tomando
como exemplo o P01, pois atingiu o escore de 65% na compreensão em L2 que
pode ser justificado por sua proficiência em leitura em L1, uma vez que obteve o
mais baixo escore no teste de consciência lingüística em L2, ou seja, não
apresentou nível satisfatório de consciência lingüística e o nível de conhecimento
lingüístico atendeu ao necessário para manter sua participação na pesquisa.
Apesar de não ser foco específico de investigação desta pesquisa, no
instrumento 1 uma questão versava sobre a freqüência leitora em L1. É importante
ressaltar que a maioria dos participantes, ou seja, 85%, se consideram leitores
assíduos, estabelecendo-se assim uma relação forte com a proficiência leitora. Essa
afirmação se sustenta no fato de que os leitores assíduos demonstraram ser ágeis,
conseguiram organizar, elaborar as novas informações, apreender a idéia principal
não se atendo ao detalhe, mesmo na ausência de conhecimento vocabular.
Demonstraram maior agilidade e rapidez na execução dos protocolos verbais e,
confirmando essa análise, podemos citar Taglieber (1988) que acredita que a leitura
é base para outras habilidades da língua e para a ampliação do conhecimento e que
a exposição do aprendiz à leitura agiliza sua competência em L2.
Uma vez respondidas às questões norteadoras com base nos resultados
encontrados, passa-se à conclusão deste trabalho.
103
CONCLUSÃO
Como pode ser visto na literatura, bem como ao longo desta pesquisa, a
leitura é um processo interativo entre leitor e texto, pelo qual o leitor constrói
sentidos, ou seja, compreende o que lê. É através dos estudos em torno do
processo cognitivo que se busca determinar como a compreensão leitora se
estabelece. Assim, esta pesquisa partiu da busca de quais aspectos poderiam
facilitar o processo cognitivo da compreensão leitora em L2.
Uma vez que o foco dessa compreensão leitora estava na L2, inglês, a
investigação voltou-se a dois aspectos cognitivos principais: da competência leitora
em L1 e da consciência lingüística em L2, como facilitadoras da compreensão leitora
em L2.
Em relação ao objetivo geral desta pesquisa que visa averiguar em medida a
competência em leitura em L1 e a consciência lingüística em L2 afetam a
compreensão em L2, pode-se dizer que esse foi alcançado, pois tanto a
competência leitora em L1 quanto a consciência lingüística em L2 mostraram-se
elementos facilitadores da compreensão leitora em L2 para este grupo de sujeitos,
através da análise qualitativa e quantitativa dos instrumentos utilizados na coleta de
dados.
Todos os objetivos específicos desta pesquisa foram perseguidos através de
análise qualitativa de dados, obtidos pela técnica de protocolos verbais, em que os
participantes verbalizavam a compreensão leitora de um texto em inglês. O fato de
os protocolos verbais terem sido gravados e, posteriormente, cada entrevista
transcrita, na íntegra, permitiram acurácia na análise e trouxeram fidedignidade aos
resultados.
Levando em consideração o primeiro objetivo específico pode-se dizer que
este foi alcançado, uma vez que a maioria dos sujeitos refletiu conscientemente
sobre a estrutura da língua na leitura em L2.
104
Quanto ao segundo objetivo é possível dizer que a consciência lingüística em
L2 interfere positivamente na compreensão leitora em L2.
O terceiro objetivo da pesquisa pôde ser confirmado, pois a utilização de
estratégias mostrou-se um fator eficaz na condução da leitura e sua conseqüente
compreensão. Observou-se que algumas das estratégias utilizadas pelos sujeitos
durante a leitura do texto em L2 foram explicitadas. Neste estudo não foi dada
ênfase à taxionomia das estratégias de leitura top-down e bottom-up. No entanto,
vale observar que a compreensão leitora em L2 foi evidenciada através da
compensação entre os processos ascendente e descendente. Sujeitos com níveis
de conhecimento lingüístico semelhantes, com lacunas de vocabulário, na matéria
em questão, sendo proficientes leitores em L1, buscaram suprir a carência de
conhecimento lexical através de estratégias de leituras aliadas ao conhecimento
cultural. Um leitor pobre em L1, em contrapartida, utilizou-se de seu conhecimento
lingüístico aliado à sua consciência lingüística em L2 para a compreensão leitora em
L2, pois o mesmo deixou claro que desconhecia o assunto do texto lido. Em
pesquisa futura, os dados coletados poderão ser analisados, visando à identificação
e classificação das estratégias em um maior nível de detalhamento.
No que diz respeito ao último objetivo, a competência leitora em L1 pode ser
um elemento facilitador da compreensão leitora em L2, uma vez que os sujeitos
sustentaram-se na sua diligência leitora, mostrando-se capazes de organizar e
elaborar novas informações do texto na ausência de conhecimento vocabular,
atendo-se às idéias principais do texto, relevando o detalhe. Essa postura
estratégica diante do texto pode ser verificada através de leitores proficientes, com
nível mínimo de consciência lingüística em L2, que transferem as habilidades leitoras
adquiridas no desenvolvimento da competência de leitura em língua materna
beneficiando-se ao lerem em outra língua.
Esta pesquisa justifica sua importância por situar-se na linha de estudos
científicos sobre a leitura e seus processos cognitivos, mais especificamente, no que
tange à leitura em inglês, já que traz à tona um estudo sistematizado envolvendo a
competência leitora em L1 e a consciência lingüística em L2 como facilitadores da
compreensão leitora em L2.
105
Esta pesquisa poderia ter se beneficiado de uma investigação quanto ao nível
de consciência lingüística em L1 dos sujeitos, como um parâmetro para que se
estabelecer uma correlação com os níveis de consciência lingüística em L2, bem
como um aprofundamento taxionômico nas estratégias de leitura da L1 para a L2.
A partir do exposto acima ficou evidenciado que em virtude de os resultados
da presente pesquisa terem se originado de uma pequena amostra, sua
generalização para toda uma população dever ser analisada mediante novas
pesquisas, considerando um número mais expressivo de sujeitos. Dessa forma,
seria importante que os resultados, aqui apurados, pudessem ser investigados em
amostras maiores e se a existência da heterogeneidade em relação à competência
leitora em L1 e consciência lingüística em L2, indicaria em que medida cada um
desses fatores facilitaria a competência leitora em L2.
Ao concluir que a competência em leitura em L1 e a consciência lingüística
em L2 são facilitadoras da compreensão leitora em L2, não se pode esquecer que
esses são apenas dois dos muitos elementos envolvidos na compreensão em
leitura. Esses dois componentes foram eleitos para a investigação sem a pretensão
de negligenciar os demais, mas sim com o intuito de contribuir para que a pesquisa
avance.
106
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ANEXO A - Formulário de Perfil Leitor e Conhecimento Lingüístico em L1 e L2
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC
Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Letras – Leitura e Cognição
Formulário de Perfil Leitor e Conhecimento Lingüístico em L1 e L2
Por favor, preencha em LETRA MAIÚSCULA.
INFORMAÇÕES PESSOAIS
Nome Completo
Data de Nascimento
Escolaridade
Atividade Profissional
Estudo de Inglês até a data.
Escola anos
Universidade anos
Escola de Línguas anos
Viagem ao Exterior (duração) meses/ anos
Residência no Exterior anos
Nível de Inglês (Assinale o quadro que você considere ser o mais apropriado ao seu nível de
conhecimento em Inglês)
Iniciante Elementar Pré-Intermediário Intermediário Avançado
Informações sobre o Hábito de Leitura
Freqüência de Leitura em Português
Diariamente Uma vez por semana Infreqüentemente Nunca
Tipo de Leitura
Para informação Por lazer Pelo trabalho/aprendizado
Informações sobre conhecimento lingüístico em Português
Como você considera seu conhecimento lingüístico em Português (gramática, etc...)
Excelente Bom Regular Pobre
Em que elementos você fundamenta sua resposta?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
113
ANEXO B – Nível de Conhecimento Lingüístico em Inglês
Teste – Nível e Conhecimento Lingüístico em L2
Participante nº __________
Sexo __________ Idade ___________
Reward Placement Test
©Macmillan Publishers Ltd - 2003
LANGUAGE USAGE
Choose the best word or phrase to fill the gap.
1 Hello Sara. _____________ I'm very well, thank you.
a How do you? b How are you? c How you are? d How is it?
2 What's ___________ name? Jane Edwards.
a you b your c yours d you're
3 How old are you? _____________________________________________________
a I twenty. b Me is twenty. c I've twenty d I'm twenty.
4 Is this your book? _____________________________________________________
a No, it isn't. b No, isn't it. c No, he isn't. d No, there isn't.
5 Where is Anna from? ___________________ from Rome.
a It is b Her is c He is d She is
6 _______________ is your address? 12, Sundown Street, Bristol.
a How b Who c What d That
7______________ name is John Smith.
a His b He's c He d Her
8 Sam _______________ a doctor, he's a teacher at the university.
a aren't b isn't c not d doesn't
9 Here are Juan and Mercedes. _________________ are from Valencia in Spain.
a They b Their c Them d This
10 Have you got a computer? Yes____________________________________
a I got. b I've got. c I've. d I have.
11 _______________________ two hundred workers in the factory.
a They are b It is c There are d There is
12 Do you live in Munich? Yes, _________________________
a I live. b I don't. c I do live. d I do.
13 Is that ________________ car? No, it isn't.
a they b their c there d they're
14 _______________ is this blue bag? It's £5.50.
a Where b How big c How much d What
15 What's her job? She's ________________________.
a a actress b actress c the actress d an actress
16 ______________ your car? It's in the car park.
a Which is b Who's c When's d Where's
114
17 ______________ bag is this? It's mine.
a Whose b What's c Who's d Who
18 _________________ only three chairs in my room.
a They are b There are c There is d It is
19 She _________________ a house in the town centre.
a got b have got c has got d is got
20 _____________ brothers have you got? Only one.
a How much b How old c How are d How many
21 Is there any food left? ____________________
a No, there isn't. b Yes, there is any. c Yes, they is. d No, there aren't.
22 My favourite painters are Manet and Renoir but John doesn't like __________________ at all.
a they b them c it d some
23 There aren't _______________ people here today.
a many b a lot c much d the many
24 We haven't got _____________________.
a some children b any children c a children d one children
25 Do you speak Japanese? No, I _________________________.
a don't speak b not c speak not d don't
26 What does he do? _________________________________________.
a He's teacher b He's a teacher. c He's teaching. d Yes, he does.
27 He ______________ in an office every morning from eight to twelve.
a working b works c work d am working
28 Do you like____________? Yes, I do.
a to shop b shop c to shopping d shopping
29 I go ____________ school in Vienna.
a at b to c in d on
30 We have lunch ______________ one o'clock.
a at b to c in d on
31 She works ___________ Saturday.
a at b to c in d on
32 I stay at home _____________ the morning.
a at b to c in d on
33 How do you get to work? _____________________________
a By car. b In car. c By the car. d On car.
34 Do you like classical music? ________________________________
a Yes, I likes. b Yes, I like. c Yes, I does. d Yes, I do.
35 Where is Mary? She ________________ over there.
a is stand b is standing c stand d standing
36 I'm hungry. _____________ something to eat, please.
a I like b I'd want c I'd like d I'm like
115
37 He ____________ born in 1963 in Spain.
a had b is c was d did
38 Switzerland is _______________ than Britain.
a as small b smallest c more small d smaller
39 Motor racing is the _____________ sport in the world.
a most expensive b expensivest c more expensive d as expensive
40 He passed his English exam very _______________.
a easy b easier c good d easily
41 When __________ you go to the USA? Last year.
a did b was c went d have
42 Did she stay with friends? _________________________________
a No, she didn't. b No, she didn't stay. c No, she stayed not. d No, she didn't stayed.
43 She's never ______________ to New York.
a gone b was c been d went
44 I haven't got any money. Never mind. ____________ some from the bank.
a I'll get b I'm getting c I get d I'd get
45 ______________ you ever visited London?
a Did b Do c Were d Have
46 He's learning _______________ a lorry.
a to drive b driving c drive d the driving
47 I can't stand __________ in hot weather.
a to walk b walking c walk d to walking
48 He smokes more than ten cigarettes _____________.
a by day b the day c in day d a day
49 Let's go somewhere else. There's ____________ noise in this room.
a too many b too much c enough d too
50 It's a very long day for Jack. He doesn't get home from school ________ six o'clock.
a since b to c towards d until
51 They usually ________ at home but today they ____________ lunch in a restaurant.
a are eating, have b eat, have c eat, are having d are eating, are having
52 We didn't stay late ___________we were very tired.
a because b so c that d until
53 I think most people ______________ English for their jobs in the future.
a need b are needing c will need d will have needed
54 Teenagers today like wearing casual clothes so leather shoes aren't ___________ trainers.
a as fashionable than b as fashionable as c more fashionable d as fashionable
55 A friend of _________ phoned this morning but _________ didn't leave a message.
a you, she b you, her c yours, she d yourself, hers
116
56 We _________ lunch when the phone ____________.
a had, rang b were having, rang c were having, was ringing d had, has rung
57 You ________ open the door before the train gets into the station. It's very dangerous.
a must b mustn't c should d don't have to
58 If you don't want to burn yourself you ___________ lie in the sun all day.
a won't b don't c shouldn't d couldn't
59 If I have enough money next year, I _________ to the USA.
a will go b go c would go d went
60 It's usually quite warm in September ___________ it often rains, ___________ bring a waterproof.
a but, so b so, because c unless, but d for, as
61 __________ she likes coffee, she prefers tea.
a However b Although c But d When
62 ______________ for the bus, a man with a gun ran out of the bank opposite us.
a As we were waiting b When we waited c As soon as we waited d Until we waited
63 It's the best film ________________. You should go and see it.
a I ever saw b I've ever seen c I've never seen d I've already seen
64 They went to Australia ____________ a month __________________ summer.
a during, the b for, during c for, last d last, during
65 I don't think life __________________ better in the future.
a won't be b will be c be d is
66 I haven't heard from Jane for ages. I wonder ______________________.
a what she like b how is she c how she is d how does she
67 We're not paying a builder to mend the fireplace. We've decided to do it ___________________.
a us b ourselves c ourself d our own
68 I always take an umbrella ____________ it rains.
a however b despite c in case d as
69 We _______________ go out to a restaurant during the week because when we get home from
work we're too tired.
a nearly never b hardly never c hardly ever d ever
70 That sofa ________________ comfortable. Can I try it?
a looks b looks like c is like d like
71 I _______________ be late for work this morning. I've got a lot to do before midday.
a don't have to b couldn't c don't d mustn't
72 They've lived in that house _______________ they were children.
a for b during c since d until
73 A lot _____________ to the house before we can move in.
a needs be doing b needs done c needs doing d needs to do
74 I'll get an electrician ______________ the heating.
a mend b to mend c for mending d mending
117
75 You _________ come with us if you don't want to.
a must b haven't to c aren't supposed to d don't have to
76 When he arrived a crowd ________________ for several hours to greet him.
a had been waiting b is waiting c has been waiting d was waiting
77 She's just bought a brand new car so she ____________ be able to drive.
a can't b must c won't d probably
78 You __________ show your passport at the frontier if you want to get across.
a have to b are supposed to c should d are allowed to
79 _____________ she was an hour late, she didn't apologise.
a In spite of b Even though c However d Because
80 They don't like him at all. He treats them _______________ they were children.
a as if b if only c in case d although
VOCABULARY
Choose the best word or phrase to fill the gap.
1 six seven ____________ nine ten
a three b twelve c eight d five
2 What's your ___________? I'm American.
a name b nationality c country d home
3 What ____________ is it? It's half past two.
a time b hour c day d old
4 Sunday Monday _____________ Wednesday
a Saturday b Thursday c Tuesday d Friday
5 March ____________ May June July
a April b January c August d November
6 He's got a ____________ and two sisters.
a father b brother c family d friend
7 My favourite ___________ is dinner.
a lunch b drink c food d meal
8 We've got two _________: a son and a daughter.
a parents b people c children d friends
9 I'd like a _______ of coffee, please.
a cup b glass c plate d bottle
10 He's ____________ the newspaper.
a reading b watching c listening d seeing
11 September is my favourite ________________.
a year b autumn c month d season
12 How old is your ____________? She's thirteen.
a brother b son c boyfriend d sister
13 I always have a big ______________ in the morning.
a lunch b breakfast c dinner d supper
118
14 Those are very nice _______________. Where did you buy them?
a shirt b dress c trousers d handbag
15 What does he look like? He's quite tall and he's got short, dark ____________.
a glasses b eyes c head d hair
16 Where can I buy some envelopes? At the _______________.
a baker's b newsagent's c library d grocer's
17 What was the _____________ like in Vienna? It was cold and cloudy.
a time b weather c cold d temperature
18 I've got a new dishwasher and a fridge in my ______________.
a bathroom b study c office d kitchen
19 It's very _________ in here. I can't hear anything.
a noisy b quiet c exciting d clean
20 Excuse me, waiter. Can you bring me the ____________, please?
a note b money c bill d cheque
21 She's _____________ a blue coat and a grey scarf.
a looking b seeing c wearing d putting
22 I'm too ___________ today. I'll phone you back tomorrow.
a crowded b interested c polite d busy
23 Take your umbrella. It's raining _____________.
a heavily b strong c hardly d much
24 He's started a new job. It's more interesting and he ______________ more money.
a wins b earns c spends d costs
25 I'm sorry but I don't understand what you ________________. Can you explain it again, please?
a tell b know c mean d talk
26 If you don't leave now you'll _____________ the bus and there isn't another one today.
a catch b save c miss d take
27 Can I _________ your dictionary, please. Yes, of course. But I'd like it back for the weekend.
a lend b borrow c give d keep
28 He lets his wife do everything for him. He's very ______________.
a careful b bored c quiet d lazy
29 I'm _________ living at home but my girlfriend and I are getting married next month so we've
bought a flat.
a always b yet c again d still
30 Don't ____________! It's not funny.
a cry b shout c laugh d grow
31 I'm afraid we have had to ___________ the flight because of bad weather conditions.
a stop b cancel c take off d confirm
32 There was a terrible ____________ on the A2 motorway this morning. Five vehicles were involved.
a scratch b incident c crash d damage
119
33 The religious wedding ____________ takes place in a church.
a performance b marriage c ceremony d engagement
34 I wish they wouldn't _________ so much time with unnecessary meetings.
a waste b lose c take d put away
35 I was very __________ and depressed when I first went to live abroad.
a lonely b alone c on my own d solitary
36 I'm really _________ to the party. All my old friends will be there.
a appreciating b thinking about c enjoying d looking forward
37 The hotel was so awful that we wrote a letter of _________ to the agency when we got back home.
a thanks b complaint c relief d warning
38 You can't _________ on him at all. He never does what he says.
a tolerate b rely c collaborate d arrange
39 It's much too expensive. We can't possibly ___________ it.
a pay b cost c afford d cope
40 I think he's a really good live performer, and his songs are excellent. ________ you can't hear the
words because the music is too loud.
a The trouble is b In fact c On the whole d What's more
© Macmillan Publishers Ltd 2003
Taken from the Free Resources section in www.onestopenglish.com
Evaluation Total Score
Under 30 marks - Elementary
31 - 60 - Pre-intermediate
61 – 90 - Intermediate
Above 90 - Upper-intermediate
120
ANEXO C – Procedimento Cloze
Texto – Procedimento Cloze – Proficiência em Leitura em L1
Participante nº __________
Sexo __________ Idade ___________
Os Cauboizinhos
Cláudia Laitano
Como um adolescente comprando seu primeiro pacote de camisinhas, o senhor a minha
frente na fila parecia mortalmente constrangido. Olhou para os lados, ________________ pra mim,
olhou para ________________. E foi assim, com ________________ olhos cravados no carpete
________________ do shopping, que ele ________________ para o paciente funcionário
________________ do vidro blindado:
– Me ________________ dois aí, praquele filme... ________________ dos cauboizinhos.
Existem filmes ________________ bons e muito comentados – ________________ outros,
igualmente bons, que ________________ quase clandestinamente pelos cinemas.
________________ ainda uma terceira categoria, ________________ qual se inclui O
________________ de Brokeback Mountain, formada ________________ filmes que valem mais
________________barulho em torno do ________________ pela trama em si. ________________
grande favorito ao Oscar ________________ ano conta uma história ________________ amor em
tudo convencional – ________________ fosse o fato, nada ________________, de que os dois
________________ são do mesmo sexo ________________ exercem uma profissão usualmente
________________ à virilidade.
Já que ________________ história não me impressionou ________________, fiquemos com
o meu ________________ de fila e o ________________ com que ele se ________________ aos
“cauboizinhos”. Aposto cem ________________ de gado que todas ________________ vezes em
que você ________________ comentários sobre Brokeback Mountain ________________ últimos
dias eles vieram ________________ do mesmo “tom” ou ________________ alguma piadinha,
certo? O ________________ se estende dos anos ________________ aos 70 – e não
________________ muito a surpresa se ________________ que a história não ________________
bem para os dois ________________ apaixonados nos grotões mais ________________ dos
Estados Unidos. Mas ________________ é curioso que, 40 ________________ e uma revolução
sexual ________________, o homoerotismo ainda desperte ________________ risos nervosos? E
nos ________________ mais intelectualizados? Na época ________________ que você está lendo
________________ jornal, até políticos, o ________________ bastião da hipocrisia, têm
________________ sua homossexualidade em público, ________________ o assunto ainda é
________________, em alguns ambientes, como ________________ não se soubesse hoje
________________do que se sabia ________________ anos atrás. As trevas, ________________
121
suas inumeráveis formas, ainda ________________ as primeiras a sair ________________ armário
quando o assunto ________________ vem à tona.
Usei ________________ expressão “trevas” porque me ________________ perfeita em
oposição a ________________ que envolve civilidade e ________________. Poderia usar a palavra
“________________”, se ela já não ________________ tão gasta e esvaziada ________________
excesso de uso. Mas ________________ reação de algumas pessoas ________________ esse filme
poderia ser ________________ com um termo bem ________________ feio e assustador:
“homofobia”. ________________ vezes, risinhos nervosos são, ________________ lá, apenas
risinhos nervosos, ________________ jeito atrapalhado e pouco ________________ de lidar com a
________________ – descortesia que a maioria ________________pessoas que eu conheço
________________ mais ou menos sujeita ________________ cometer no dia-a-
________________. Às vezes, infelizmente, são coisa bem pior.
LAITANO, Cláudia. Os cauboizinhos. Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 11 fev.2006. Especial, p.3.
122
ANEXO D – Consciência Lingüística em L2
Teste – Consciência Lingüística em L2
Part 1- Participante nº __________
Sexo __________ Idade ___________
Part 2 – RIGHT OR WRONG?
1) A: My two best friends are veterinarians.
B: Really! Where they work?
A: They are out of work.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
2) A: My parents are in Spain on holiday.
B: Do they always make a trip on their vacation?
A: Almost always.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
123
3) A: Where was Mary yesterday at 2:00 p.m?
B: She was in the library to look for a book she lost.
A: She found her book in the library?
B:Yes.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
4) A: John is not coming with us because he has a terrible test tomorrow.
B: He is studying at the moment?
A: I think so.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
5) A: What are you going to do tomorrow?
B: I don’t know yet. Maybe I’ll go to the park.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
124
6) A: Sorry! I’m late! How long are you here?
B: Not that long.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
7) A: I think my mother and your father went to an English school together.
B: Really! When she studied English?
A: I don’t know. I’d better ask her.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
8) A: I tried calling Mary and Beth yesterday but they weren’t home. They were
studying yesterday afternoon?
B: Yes, they were.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
125
9) A: My mother used to be an English teacher. She taught English from 1987 to
1999.
B: Is she still a teacher?
A: Not anymore.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
10) A: How is your daughter? Is she feeling better?
B: Well, I believe so. She don’t have a headache now.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
11) A: Why is Sue so upset?
B: She was in the library to look for a book she lost yesterday and she didn’t
found her book there.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
126
12) A: Kevin has lost his job.
B: What a shame! What does he doing at the moment?
A: I don’t know. I’ll call him and find out.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
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almost
sure
totally
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Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
13) A: Who are you married to?
B: Robert Barnes.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
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sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
14) A: Why didn’t you show up for our party?
B: Because I have worked all day yesterday.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
127
15) A: Why are you so tired? Did you worked yesterday?
B: Yes, until midnight.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
16) A: Bob! Are you studying yesterday afternoon?
B: Yes. I had a very difficult test this morning.
Observe the underlined sentence and answer the
following questions
not
sure
almost
sure
totally
sure
Is the sentence right or wrong?
Where is the error?
Which is the correct form?
Why is this the correct form?
128
ANEXO E - Protocolos Verbais – Texto Preliminar
Texto Preliminar – Protocolos Verbais – Compreensão Leitora em L2
Participante nº __________
Sexo __________ Idade ___________
Brits Believe In Ghosts
© Sky News - Monday October 31, 2005
More Britons believe in ghosts than God, according to research. A total of 2,012
people were polled on their beliefs’ in the supernatural. Over two thirds (68%) said
they believe in the existence of ghosts and spirits, whilst just over half (55%) said
they believe in the existence of a God.
Some 26% believe in UFO's, 19% in reincarnation and 4% in the mythical Loch Ness
Monster. The survey found 12% believe they have actually seen a ghost. Just over
three quarters, (76%) said that reality TV shows and films like The Blair Witch Project
have helped convince them that spooks and ghouls really exist.
Entertainment retailer Choices UK carried out the poll in advance of Hallowe’en.
Spokesman David Rich said: "People in Britain want to believe in ghosts more than
ever."
www.sky.com/skynews
129
ANEXO F - Protocolos Verbais – Compreensão leitora em L2
Texto – Protocolos Verbais – Compreensão leitora em L2
Participante nº __________
Sexo __________ Idade ___________
Brazil joins world's nuclear club
By Steve Kingstone - BBC News, Sao Paulo – 6
th
May 2006
Brazil has joined the select group of countries with the capability of enriching uranium as a
means of generating energy.
A new centrifuge facility was formally opened on Friday at the Resende nuclear plant in the
state of Rio de Janeiro.
The Brazilian government says its technology is some of the most advanced in the world.
The official opening follows lengthy negotiations with the United Nations nuclear watchdog,
the IAEA.
Brazil has some of the largest reserves of uranium in the world but until now the ore has had
to be shipped abroad for enrichment - the process which produces nuclear fuel. In future
some of that enrichment will take place in Brazil. The government says that within a decade
the country will be able to meet all its nuclear energy needs.
Brazilian scientists insist their technology is superior to that of existing nuclear powers. They
claim the type of centrifuge in use at Resende will be 25 times more efficient than facilities in
France or the United States.
Sensitivity over that technology led to a standoff two years ago with the International Atomic
Energy Agency, the UN watchdog.
Keen to protect its commercial secrets, Brazil was reluctant to give inspectors full access to
its facilities and politically the negotiations were complicated by simultaneous concerns about
Iran's nuclear plans. But in the end Brazil and the IAEA agreed a system of safeguards to
ensure that the new facilities would not be channelled into weapons production.
Friday's opening at Resende is being hailed as a major step forward in Brazil's development
and it comes amid renewed concerns about energy supplies in South America.
Last week Bolivia announced plans to nationalise its gas reserves, prompting fears of price
rises. As a big importer of Bolivian gas, Brazil sees nuclear energy as one of several
strategic alternatives.
130
ANEXO G - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O projeto de pesquisa A consciência lingüística e a proficiência em leitura
em L1 como facilitadoras da compreensão leitora em L2 tem como objetivo
averiguar em que medida a consciência lingüística e a proficiência leitora em língua
materna afetam o processo de compreensão leitora em uma estrangeira. Essa
pesquisa justifica-se em virtude de que a leitura e a compreensão em leitura em
língua materna e em língua estrangeira serem habilidades de grande importância,
uma vez que conferem ao indivíduo acesso ao mundo letrado. Assim, o
desenvolvimento de estudos que contribuam para a compreensão da relação entre
língua materna e estrangeira é altamente desejável.
Para o desenvolvimento desse projeto de pesquisa, serão coletados dados
junto a alunos brasileiros adultos, que freqüentam uma escola particular de inglês,
com nível de conhecimento lingüístico em inglês intermediário e avançado.
A pesquisadora responsável pelo projeto de pesquisa é a mestranda Raquel
Lazzari Pacheco (Fone(51) 37171242), tendo como orientadora a Profa. Dr.
Rosângela Gabriel, ambas vinculadas ao Mestrado em Letras da Universidade de
Santa Cruz do Sul.
Os alunos participantes da pesquisa deverão realizar as seguintes atividades:
- Leitura e preenchimento de um texto com lacunas: o participante lerá o
texto, retirado do Jornal Zero Hora, e deverá preencher as lacunas com uma palavra
que entender ser a mais adequada para completar o sentido da expressão ou
sentença.
- Avaliação do nível de conhecimento lingüístico em inglês: a fim de avaliar o
nível de conhecimento lingüístico em inglês será utilizado o Reward Placement Test,
um teste de múltipla escolha em que o participante deverá assinalar apenas uma
alternativa em cada item.
- Teste de consciência lingüística em inglês: o nível de consciência lingüística
dos participantes será avaliado através de um teste elaborado e validado por
Raymundo (2005). A tarefa consiste em ler frases em inglês e classificá-las como
corretas ou não. Caso o participante considere uma frase incorreta, deve procurar
identificar o erro e corrigi-lo, justificando a correção.
- Leitura de texto em inglês: nessa tarefa, o participante lerá um texto em
inglês em silêncio e/ou em voz alta. Será solicitado ao participante que expresse em
voz alta o seu pensamento ao longo da leitura. A fim de realizar a análise do
processo de construção do sentido do texto, essa tarefa será gravada em áudio e
posteriormente transcrita. A fim de familiarizar o participante com a atividade, será
feita preliminarmente uma leitura ensaio de outro texto.
Todos os testes serão realizados individualmente e será respeitado o tempo
necessário para cada participante realizar as tarefas. Caso sinta algum desconforto,
o participante poderá encerrar a(s) tarefas quando desejar.
131
Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, declaro que
autorizo a minha participação nesse projeto de pesquisa, pois fui informado, de
forma clara e detalhada, livre de qualquer forma de constrangimento e coerção, dos
objetivos, da justificativa, dos procedimentos a que serei submetido, dos
desconfortos e benefícios, todos acima listados.
Autorizo, ainda, a utilização das gravações em áudio para os propósitos da
pesquisa, ciente de que não haverá difusão ou distribuição das gravações em
qualquer veículo de comunicação, tendo minha identidade resguardada.
Fui, igualmente, informado:
da garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a
qualquer dúvida a cerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros
assuntos relacionados com a pesquisa;
da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar de
participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu
cuidado e tratamento;
da garantia de que não serei identificado quando da divulgação dos
resultados e que as informações obtidas serão utilizadas apenas para fins
científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa;
do compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o
estudo, ainda que esta possa afetar a minha vontade em continuar
participando.
O presente documento foi assinado em duas vias de igual teor, ficando uma com
o participante da pesquisa e outra com a pesquisadora responsável.
Data __ / __ / ____
Assinatura do responsável
Pela pesquisa
Assinatura do participante
da pesquisa
132
ANEXO H – TRANSCRIÇÃO PARCIAL DOS PROTOCOLOS VERBAIS -
COMPREENSÃO LEITORA EM L2
Participante 01
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
(~~~) [Brazil has joined the select group of countries with the capability of
enriching (pii) uranium as a means of generating (pii) energy] O Brasil tem
< -
(p) joined feito parte de um seleto grupo de países…com capacidade de
enriquecimento de urânio com um... < - (p) meanssignificados” (.) da
geração de energia.
SENTENÇA 2
Uma nova, alguma coisa de centrifugar, foi formalmente aberta na sexta em
Resende.(.) A planta nuclear de Resende, no estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
(~~~) [ The Brazilian government says its technology is some of the most
advanced in the world. ] O governo brasileiro disse que essa tecnologia é
uma < - (p) some, uma das mais avançadas no mundo.
SENTENÇA 4
(~~~) [ The official opening follows lengthy negotiation, negotiations with the
United Nations (pii) nuclear watchdog, the (.) IAEA (pii). ] A abertura oficial (.)
< - (p) lengthy “nunca ouvi esta palavra.” < - (p) lengthy ...as negociações com
as nações unidas (.) < - (p) watchdog (.) “também nunca ouvi”. “Deve ser
algum órgão que trata da energia nuclear das nações unidas (.) e que se
chama esta sigla IAEA”. < - (p) Lengthy e o < - (p) watchdog não tem nem idéia
do que seja, nunca ouvi nem uma das duas, nada. < - (p) watchdog ((RM))
((FR)), lembra lavar cão, alguma coisa, ver ((RM)).
SENTENÇA 5
(~~~) [Brazil has some of the largest reserves of uranium in the world but until
now the ore has had to be shipped abroad for enrichment (pii) - the process
which produces nuclear fuel (pii).] Brasil tem uma das maiores reserves de
urânio do mundo, mas até agora (.) < - (p) the ore ((RM)), mas até agora tem
sido (.) < - (p) has had, tem sido feito... “essa frase aqui não sei”. < - (p) the ore
has had to((RM)) shipped para enriquecimento, processo (.) de produção de < -
(p) fuel, é gasolina, combustível nuclear, deve ser combustível nuclear. Mas
esta < - (p) ore e < - (p) shipped abroad abroad, “não sei”.
SENTENÇA 6
(~~~) [(pii) In future some of that enrichment (pii) will take place in Brazil.] No
futuro (.) … uma das, uma daqueles…de enriquecimento terá lugar no
Brasil.
SENTENÇA 7
O governo disse que < - (p) within a década que o país será possível
encontrar toda energia nuclear necessária. < - (p) within ... “que eu não sei o
que é.”
SENTENÇA 8
Cientistas brasileiros insistem que sua tecnologia é superior do que a
existente(.) no poder nuclear, “mas fica sem sentido”. < - (p) power “é de
poder, de…poderio nuclear, força nuclear, não...” (.) ((RM)). “força”…Ps
SENTENÇA 9
Eles clamam, eles dizem que o tipo …esse < - (p) cetrifuge é o deve ser o
ti
p
o de
p
rocessamento
q
ue vão fazer com essa, com o urânio, usado em
133
Resende será vinte e cinco vezes mais eficiente do que (.) < - (p) facilities,
na França ou nos Estados Unidos
,
SENTENÇA 10
Acho que deve ser algum acordo em razão da tecnologia, só que aqui falta, ...
foi feito dois anos atrás, agora, o quê? Não sei.
SENTENÇA 11
(p) keen to protect its comercial secretos (.), aqui tem a ver com aquelas
patentes comercias, deve ter alguma coisa a ver. < - (p) keen para proteger
este (.) secreto comercial, comercial secreto. Brasil estava relutante em dar
aos inspetores ... < - (p) full access pleno acesso
Brasil estava relutante em dar aos inspetores pleno acesso (.) para isso,
para isso facilitar, (.) as negociações políticas estavam complicadas (.),< - (p)
concerns (.),< - (p) concerns ((RM)) sobre os planos nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
No final o Brasil e esta organização IE…IAEA…concordaram, acordaram,
concordaram, acordaram um sistema de < - (p) safeguards, alguma coisa de
salvar, de proteção, < - (p) to ensure, para < - (p) to ensure “eu não sei”... que
a nova facilidade ((FR)) não poderia (.),< - (p) channelled, channeled into
weapons (pii), weapons (pii) “eu já vi em algum lugar, mas não lembro”. A
produção dentro das < - (p) weapons (pii) (.).< - (p) Weapons (cpi). (.). Deve ser
((FR)) um sistema da rede de produção, alguma coisa ((FR)) (.)
SENTENÇA 13
Que essa abertura dessa usina de Resende na sexta feira foi ou é...(.)
alguma coisa que favorece o desenvolvimento do Brasil, que vai
impulsionar o crescimento do Brasil.
SENTENÇA 14
Na última semana, Bolívia anunciou planos de nacionalizar suas reserve
de gás.
SENTENÇA 15
[ As a big importer of Bolivian gas, Brazil sees nuclear energy as one of several
strategic alternatives.] Como um grande importador de gás boliviano ou da
Bolívia, “boliviano deve ser aqui” ((RM)), o Brasil vê a energia nuclear como
uma das ....diferentes, das diversas...alternativas estratégicas ou das
diversas estratégicas alternativas estratégicas, “fica melhor”.
134
Participante 02
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
[TrD] Brasil tem (.) unido, tem se unido a um grupo ... ao seleto grupo de
países com a capacidade de enri...enriquecimento (.) de urânio assim
como (.) um...um significado de geração de energia. “Ficou meio esquisito,
mas deu pra entender.”
SENTENÇA 2
[TrD] Uma nova ... esse < - (p) facilitie “é um falso cognato”. Uma nova...((FR))
“só não sei o que representa”. Uma nova...centrifuga ((RM))...foi
formalmente aberta na sexta feira na...na planta nuclear de Resende no
estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
[TrD] O governo brasileiro disse que essa tecnologia é (.) uma das mais
avançadas no mundo. (.)
SENTENÇA 4
[TrD] A abertura oficial segue (.) largamente ... na negociação com... as
Nações Unidas. ((LS)) Com... < - (p) watchdog nuclear < - (p) United Nations.
Com o.../ < - (p) watchdog “eu também não me lembro”. (.) Com a vigilância,
alguma coisa assim.
A IAEA é um órgão. Na verdade que de...de relativo a essas questões de...a
esse grupo de países das Nações Unidas.
SENTENÇA 5
[TrD] O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo. Mas até
agora (.) o...o < - (p) ore / “eu não sei o que é esse ore aqui.” Tem tido, sido
embarcado pro exterior para enriquecimento. O processo o qual, o
processo o qual produz combustível nuclear.
SENTENÇA 6
No futuro, alguns desse enriquecimento levarão (.) / “eu estou pensando ...
porque levarão esse < - (p) place in Brazil... < - (p) will take place in Brazil” (.).
Algum desse enriquecimento levará algum...lugar no Brasil, ou seja,
o...Brasil em algum lugar vai ter enriquecimento, isso que é o sentido no
texto.
SENTENÇA 7
[TrD] O governo diz que quando a...um...uma década o país estará
disponível para encontrar todo o seu ... a sua energia nuclear necessária,
// pra si, “foi isso que eu entendi no contexto”.
SENTENÇA 8
[TrD] Cientistas brasileiros insistem nessas tecnologias // insistem (.)...((RM)).
Cientistas brasileiros insistem em suas, que suas tecnologias são
superior (.) ...que as forças nucleares existentes.
SENTENÇA 9
[TrD] Eles < - (p) (pii) claim (pii) claim, “eu conheço, mas não me lembro nada
dessa palavra aqui.” (.) Eles “alguma coisa” que o tipo de centrífuga em
uso em Resende...(.) será 25 vezes mais eficientes que (.) / de novo < - (p)
facilities aqui, ((RM)) que na França ou nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
[TrD] Sensivelmente acima... < - (p) sensivity, sensitivity “deve ser
sensivelmente acredito” ... acima < -
(p)
over that technolo
gy
led a
135
sta…standoff two years ago with ((LB)). “Sensivelmente …sobre essa
tecnologia…< - (p) led / “não sei o que é o led” para um < - (p) standoff /
também não sei o que é” dois anos atrás
qua...a com essa agência de
energia atômica internacional...a < - (p) UN watchdog.
SENTENÇA 11
[Keen... Keen to protect its commercial secrets] ((LS)) “O comercial secreto é
protegido [Brazil was reluctant to give inspectors full access to its facilities and
politically the negotiations were complicated by (pii) (cpi) simultaneous
concerns about Iran's nuclear plans]….Segredos comerciais são protegidos,
(.) que o Brasil era relutante para dar …dar total acesso as inspeções
para…para suas instalações < - (p) facilities é instalações. E políticas de
negociações eram (.) complicadas eram < - (p) complicated complicadas por
(.) simultâneos, simultâneas < - (p) concerns/ não...já vi esta palavra, mas
também não me lembro agora o que ela representa”. Sobre os planos
nucleares de...de...aço(.)
SENTENÇA 12
[ TrD] Mas no fim, o Brasil e essa organização concordaram num sistema
de < - (p) safeguards que é de proteção de... deve ser proteção, para < - (p)
ensure (.) “estar certo, deve ser, que as novas instalações não seriam (.)
canalizadas em produção de armas”.
SENTENÇA 13
[Friday's opening] Abertura de sexta feira, em Resende está iniciando < - (p)
hailed / “eu não sei o que é”. , está sendo (.)...está sendo < - (p) (pii) hailed
deve ser tratado, tratado como um passo maior adiante no
desenvolvimento do Brasil”. E isto vem (.) < - (p) (pii) amid / “eu não sei o
que é”, < - (p) renewed, é renovado, < - (p) concerns / “de novo eu não sei o
que representa”, mas isto vem renovado sobre, sobre o suprimento de
energia no, no sul da América.
SENTENÇA 14
[TrD] Na última semana a Bolívia anunciou planos para nacionalizar
as...suas reservas de gás. ... < - (p) prompting fears of price... aumento de
preços de ...(.) de, de / < - (p) fears é medo. < - (p) prompting (.) / “não
consegui pegar o contexto aqui, conheci...((RM)), < - (p) prompting deve ser ...
deixando pronto, < - (p) prompting “não sei traduzir esse < - (p) prompting aqui.
Medos de altos preços. Causando medo de altos preços /
deve ser algo
nesse sentido”.
SENTENÇA 15
(.) como ...como um grande importador do gás da Bolívia, o Brasil vê a
energia nuclear como uma, uma das várias alternativas estratégicas.
136
Participante 03
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
[TrD] O Brasil se juntou ao seleto grupo de países com a capacidade de
en...enriquecer urânio
// Ps ... < - (p) as a means of generating energy (.)
Como se significasse uma geração, como se isso significasse uma geração
de energia. “Acho que era isso.” ... Aqui eu não entendi...para mim... < - (p)
facility “mas isso não me parece uma palavra (.) que seja similar no português”.
SENTENÇA 2
[TrD] Uma nova centrífuga foi formalmente aberta, na sexta feira. // o < -
(p) facility aqui pra mim não tá claro”. [TrD] Na planta nuclear de Resende,
no estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
[TrD] O governo brasileiro disse que a tecnologia, que essa tecnologia,
que sua tecnologia, < - (p) its tecnologia, é uma das mais avançadas do
mundo.
SENTENÇA 4
[The official opening follows lengthy negotiations] eu não consegui traduzir < -
(p) opening. Ps / “Estou olhando o resto da frase pra tentar identificar o que
significa esse < - (p) opening Ps / “Me parece que seria, por ser uma coisa
oficial como se fosse um...pronunciamento (.)...que eles deram, alguma
entrevista...falava alguma coisa sobre tecnologia. Deram abertura, abriram
alguma coisa. Então, [ The official opening follows lengthy negotiations] seguiu
após longos…longas negociações com os estados (.) ...Estados Unidos // < -
(p) United Nations (...) seria abertura oficial que eles deram, uma
informação oficial. Que foi feita após longas negociações com as Nações
Unidas. .... no caso seria a parte de... responsável pela ... pelo (.) pela
geração de energia nuclear.
SENTENÇA 5
[TrD]Brasil tem (.) tem alguns dos mais ... grandes... uma das mais
grandes reservas de urânio do mundo. (.) Mas até agora. Ps. Mas até
agora, < - (p) the ore. Ps. (p) ore deve ser, deve ser o elemento químico que
não processado. Porque depois diz que ele tem que ser ... transportado
para fora do país para enriquecimento. Que é o processo que produz o
combustível nuclear.
SENTENÇA 6
[TrD] No futuro, algum desse enriquecimento será feito no Brasil. Ps.
SENTENÇA 7
[TrD] O governo diz que em uma década, o país estará habilitado (.) ...// < -
(p) meet. Embora...aqui, a frase dê pra entender que o Brasil estaria habilitado
a gerar toda energia, o < - (p) meet me lembra ... < - (p) meet de meeting de
encontro. ..../ “Consegui entender a frase, só esse < - (p) meet ficou um pouco,
um pouco solto”. ...estaria habilitado a produzir toda energia nuclear
necessária, que necessita.
SENTENÇA 8
[TrD] Cientistas brasileiros insistem que sua tecnologia é superior. Ps. que
é superior aqueles < - (p) to that of existing nuclear powers, nas potências, não
sei se < - (p) powers seria potências nucleares existentes. Provavelmente deve
ser essa a tradução.
137
SENTENÇA 9
[TrD] eles declaram que o tipo de centrífuga usada em Resende... será 25
vezes mais eficiente ... do que // “aqui aparece de novo a palavra < - (p)
facilities, na França ou no (p) United States. Pra mim agora parece que < - (p)
facilities tem a tradução de equipamentos. Algo semelhante.
SENTENÇA 10
< - (p)sensitivity, talvez seja um falso cognato porque, Ps / “ mim não faz
sentido ela significar sensibilidade ou alguma coisa semelhante” Ps. < - (p) over
that technology, a cerca dessa tecnologia, …, < - (p) led to a standoff, standoff/
“me parece totalmente estranho”. < - (p) led to a standoff, < - (p) led to a
standoff dois anos…para trás com a agência… atômica...de energia atômica
internacional. Agência Internacional de Energia Atômica. ...que é o UN
watchdog.
SENTENÇA 11
((LS)) Para proteger seus segredos comerciais, o Brasil foi relutante para
dar acesso...total acesso aos inspetores (.)...para seus //, novamente < - (p)
facilities que seria ao meu ver equipamentos e politicamente as negociações
são complicadas ... (.) < - (p) simultaneous concerns …sobre os
planos…ira…nucleares Iranianos. Esse < - (p) simultaneous concerns
devem, me parece que seriam notícias, opiniões,..., de diferentes países
provavelmente, a respeito ... da questão...Iraniana.
SENTENÇA 12
((LS)) Mas no fim o Brasil e a IAEA, concordaram num sistema de seria um
salvaguardas para assegurar que um novo equipamento < - (p) facilities ...
< - (p) would not be channeled (.) … channeled pra mim tem sentido de, pelo
que me lembro, de canal, < - (p) into weapons production, na produção de
armas. Pra mim o < - (p) channeled seria aqui mais no sentido
de…direcionadas na produção de armas.
SENTENÇA 13
Declaração... de sexta em Resende foi tratado como...o maior passo
adiante no desenvolvimento do Brasil. Vem renovar os conceitos, as
declarações, ..., sobre o fornecimento de energia da América do Sul.
SENTENÇA 14
((LS)) [TrD] Última semana Bolívia anunciou planos para nacionalizar suas
reservas de gás. (.) O < - (p) prompting aqui... não ficou bem claro. (.) O < - (p)
prompting lembra o (p) prompt em sistema operacional, embora eu nunca
tenha me preocupado com tradução de (p) prompt. Aqui < - (p) (pii) fears se eu
não me engano é, seriam os medos, né?! < - (p) prompting (pii) fears seria
talvez mostrando os medos do aumento dos, do preço. Pelo contexto me
parece que < - (p) prompting seria, não seria bem exibir, demonstrando talvez
(.) medos em relação ao aumento do preço.
SENTENÇA 15
((LS)) [TrD] Como o Brasil sendo um grande importador (.) de gás
boliviano, o Brasil vê a energia nuclear como um Ps como uma ... uma
séria alternativa estratégica.
138
Participante 04
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
Eu acredito que seja assim, Brasil faz parte de um grupo seleto de
países...que tem a capacidade, habilitados no enriquecimento do urânio. <
- (p) as a means, quer dizer que significa a geração de energia, tá?!” ((LB))
SENTENÇA 2
Foi formalmente aberta na sexta feira ...na planta...desta parte nuclear, em
Resende, no Estado do Rio de Janeiro. “Eu acho que esse < - (p) centrifuge
e facility, eu acho que é mais um, eu imagino que seja mais uma coisa de ...
dentro do processo de enriquecimento de urânio, não tenho certeza.” “Tô
vendo pela lógica.”
SENTENÇA 3
[TrD] Então assim, o governo brasileiro falou que essa tecnologia, [is some
of the most advanced], quer dizer, é uma das coisas ... de ponta no mundo
,
tá?!
SENTENÇA 4
[TrD] As negociações oficiais, ou a abertura das negociações oficiais foi
(.), (p) lenghty , eu acredito que deve ser mais lento nos Estados Unidos. (p)
nuclear watchdog. Não, ah não, (p) United Nations, Nações Unidas, < - (p)
nuclear watchdog (.), traduzindo…((RM)), < - (p) watchdog deve ser de
vigilância, de coisa assim, né?! Uma coisa neste sentido...
SENTENÇA 5
[TrD] Então assim, Brasil tem uma das maiores reservas de urânio no
mundo, mas (p) until now, mas por enquanto, (.) ((LB)), mas até agora tem
tido (p) shipped abroad…((LB)), mas até agora tem tido < - (p) shipped abroad
((LB)) (.). “Eu acredito que seja (p) shipped, shipped, né? ((LB)) Processo que
produz, / “eu acredito que seja uma parte de, uma forma de aproveitar este
urânio de uma forma mais. Apto, que você possa aproveitá-lo para o
enriquecimento do processo para a produção de (p) nuclear fuel, né? que seria
de aproveitamento de energia nuclear”.
SENTENÇA 6
[TrD] No futuro, ((LB)), no futuro algum tipo deste tipo de enriquecimento
pode ser aproveitado ou (p) will take place, quer dizer que terá lugar aqui no
Brasil.
SENTENÇA 7
[TrD] O governo disse que (.) ((LB)), o governo está dizendo que (p) within a
década o Bra...país estará apto...dentro das necessidades do processo de
produção de energia nuclear. Suprir as necessidades. ((RM)) Para achar,
para encontrar tudo desta parte de...aproveitamento da energia nuclear.
SENTENÇA 8
[TrD] “Os cientistas brasileiros insistem que a sua (p) their technology a sua
tecnologia é superior da que (.) ((LB))...eles dizem que a energia < - (p) their
technology que a sua tecnologia é superior do que a existe, deste tipo de
energia, de poder de energia nuclear / “Não tá bem claro isso”.
SENTENÇA 9
[TrD] Então assim, esse tipo de centrifuga usada em Resende... < - - will be
25 times more, quer dizer vinte e cinco vezes mais eficiente das que
atualmente se conhece da França e dos Estados Unidos. Então eu acho
q
ue é o desenvolvimento de uma tecnolo
g
ia nacional
p
ra ex
p
lora
ç
ão do
p
e...da
139
energia nuclear // ((RM))
SENTENÇA 10
(~~~)[Sensitivity over that technology led to a standoff two years ago with the
International Atomic Energy Agency] ( - > ). < - (p) Sensitivity over that
…sensi… “sensibilidade acima que essa tecnologia < - (p) led led to a standoff
vamos dizer será algo...será algo, vamos dizer, que em dois anos eles querem
que essa estar...standalizar...ou mostrar pra esta parte do...da agência de
energia atômica internacional”.
SENTENÇA 11
((LB)) [TrD] Então assim, … para proteger, para proteção…desses segredos
comercias…que o Brasil estava relutante…em dar acesso a esses
inspetores internacionais, essa agência que vem, justamente por que tem um
cuidado muito grande com a energia nuclear, então eu acho que tem essa
agência que monitora isso, né?! Para estes inspetores < - (p) full access (pii)
quer dizer, acesso total, tá?! ...para ((LB))...então eu acho que era isso mesmo:
para proteger parte do Brasil estava relutante... ((LB)) ((RM)). Isto foi (p)
complicated porque simultaneamente houve…cuidado em função do Irã
,
também terem planos de ... processo nuclear e isso deixou bastante temerário.
“Planos, planos, né?! Planos do Irã, que também sempre tá anunciando que vai
desenvolver e coisa assim, então eles têm, isso no fim dificulta os países que
pensam na energia nuclear na parte pacífica, como o Irã, né?! Que
poderia...desenvolver bomba atômica e coisa e tal”.
SENTENÇA 12
((LB)) [TrD] Mas no final(p) but in the end Brazil and… o Brasil e essa
IAEA, que seria essa instituição, concordaram num sistema de
salvaguardas (p) to ensure... ((LB)) Então, eles concordaram que este sistema
de salvaguardas... (p) to ensure, para melhorar... (p) that the new facilities
would not be channelled into…agora, não sei bem o que que é assim (p) (pii)
weapons production, tá?! Esse < - (p) (pii) weapon isso aqui eu não sei o que
quer dizer. Mas o que eu consigo deduzir, vamos dizer assim, se eu tivesse
que tirar uma coisa daqui, justamente que, que tanto o Brasil como esta
instituição concordaram num sistema de ... para evitar até que essa informação
caia, que essas facilidades caiam, ou sejam..., divulgadas de uma forma
inapropriada nesta produção, tá?! Mas esta palavra ((RM)) < - (p) (pii)
weapons, (cpi) weapons (.)
SENTENÇA 13
((LB)) [TrD] Sexta-feira…((LB)) abre, se abrindo em Resende, ((LB)), está
dando um passo...no desenvolvimento brasileiro, para progresso, para
implementação desse desenvolvimento brasileiro...((LB)), quer dizer e isso
vem de encontro...para suprir, para melhorar, para a parte de energia,
suplementar na América do Sul. Desse tipo de energia. Então isso aqui vem
melhorar toda a América Latina esse desenvolvimento que o Brasil tá tendo
com essa nova tecnologia em Resende.
SENTENÇA 14
((LB)) [TrD] Na última semana a Bolívia anunciou planos de nacionalizar as
reservas de gás. (.) ((LB)) Então, promovendo ou ...dando um aumento,
incremento nos preços...
SENTENÇA 15
((LB)) Em função da importação do gás boliviano, que está...na grande
quantidade de gás boliviano que a gente importa tem uma opção de energia,
o Brasil vê, enxerga ((LB)), quer dizer, ele vê a energia nuclear como uma
boa estratégia, uma alternativa de...de energia.
140
Participante 05
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
O Brasil faz parte do seleto grupo ou tem a honra, foi < - (p) joined tem o
prazer de participar de um seleto grupo de países
... // < - (p) with the
capability com a capacidade (.) de ter ... < - (p) of enriching uranium as a
means of generating energy de ter o enriquecimento de urânio como uma
forma de gerar energia.
SENTENÇA 2
Uma nova facilidade de centrifugação foi formalmente aberta ou
inaugurada na sexta feira na usina nuclear de Resende < - (p) plant at the
Resende nuclear plant foi manter usina, “fico em dúvida no < - (p) plant”..., no
estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
O governo brasileiro diz que …sua tecnologia é uma das mais avançadas
do mundo.
SENTENÇA 4
A … // < - (p) The official opening follows lengthy as negociações oficiais < - (p)
official opening follows lengthy negotiations…Ah! A abertura oficial segue
uma lenta negociação com as nações unidas, com as // < - (p) (pii)
watchdog watchdog “eu não sei o que é” < - (p) (pii) watchdog watchdog ...(.)
com as negociações... dessa abertura oficial segue uma... negociação lenta
“me enrolei” com as nações unidas. Mundial, no caso. Acho que a questão do
Brasil com o resto do mundo. É lento, ainda, o intercâmbio.
SENTENÇA 5
O Brasil tem algumas das maiores reservas naturais de urânio no mundo,
mas até agora < - (p) the ore has had to be shipped abroad for enrichment. “Eu
não sei o que é” < - (p) ore, but until now the ore has had to be shipped abroad
for enrichment, but until now the ore has had to be shipped abroad for
enrichment. “Eu não sei.”. o processo que produz o combustível nuclear.
Então, o Brasil tem algumas das maiores reservas naturais de urânio no
mundo, mas até agora...
SENTENÇA 6
No futuro algum desse enriquecimento vai acontecer no Brasil. “Eu acho
que é tipo assim, o Brasil tem a reserva, mas não o processamento, então, a
finalização.”
SENTENÇA 7
O governo diz que a menos de uma década o país deverá estar habilitado
ou capacitado a ter, a encontrar todo sua energia nuclear de que ele
precisa.
SENTENÇA 8
Cientistas brasileiros insistem …em dizer que sua tecnologia é superior aquela
que existe … // < - (p) to that of existing nuclear powers (.) força nuclear,
energia nuclear. Os cientistas brasileiros então, acreditam, insistem que a
sua tecnologia, a nossa tecnologia é... maior do que a (.) ...a força nuclear.
“Não consegui concluir muito bem essa frase.”
SENTENÇA 9
Eles … eles acreditam… eles são…// < - (p) claim são categóricos (.) ou eles
// < - (p) claim “o que é esse claim?” (.) ... // < - (p) claim the type of centrifuge in
use eles ima
g
inam, entedem
q
ue esse novo ti
p
o de centrífu
g
a
q
ue está
141
sendo usada na usina nuclear de Resende vai ser 25 vezes mais eficiente
do que as facilidades de beneficiamento, no caso da França e nos
Estados Unidos que tem acontecido até agora.
SENTENÇA 10
Acima dessa tecnologia, a sensibilidade dessa tecnologia // < - (p) led to a
standoff daqui a dois anos (.) / A sensibilidade dessa nova tecnologia vai nos
equiparar daqui a mais ou menos dois anos com agência..., com o que vai ser
produzido, o que está sendo atualmente produzido nessa agência internacional
de energia atômica.
SENTENÇA 11
O Brasil, na verdade com o intuito de proteger os seus segredos
comerciais, hábil em proteger seus segredos comerciais, o Brasil foi
relutante em dar aos inspetores nessa área, livre acesso, total acesso ...
nessas facilidades, nas negociações // < - (p) its facilities and politically the
negotiations were complicated , então o Brasil foi cauteloso, relutante, em dar
acesso as informações e por isso as negociações políticas foram complicadas.
// < - (p) by simultaneous concerns about (.)< - (p) by simultaneous concerns
about Iran's nuclear plans (.) também através de < - (p) concerns (p) “I don’t
remember” ... (.) Essas negociações foram complicadas também
simultaneamente também pelos planos de energia nuclear do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no final o Brasil e esse órgão IAEA acre…// < - (p) agreed concordam
num sistema de salvaguarda para garantir que as facilidades não seriam <
- (p) channelled channelled into weapons production que essas (.) // < - (p) to
ensure that the new facilities would not be channelled into weapons production
a idéia é que no final o Brasil e este outro órgão de produção de energia
concordaram num sistema de proteção para garantir que as facilidades... na
viabilização dessa energia não seria trocado por produção de armas.
SENTENÇA 13
Essa (.) essa abertura, essa feira na sexta feira < - (p) Friday’s na usina
nuclear de Resende tem sido considerada como o maior passo a frente no
desenvolvimento do Brasil. isso vem a favor de renovar … os cuidados
a cerca do suprimento de energia na América do Sul.
SENTENÇA 14
Na última semana a Bolívia anunciou planos de nacionalizar as suas
reservas de gás // < - (p) prompting fears of price rises propondo ... < - (p)
rises (.) fears propondo … < - (p) fears of price rises ... propondo
modificações no seu preço.
SENTENÇA 15
Como grande importador do gás boliviano o Brasil vê a energia nuclear
como uma das diversas…alternativas estratégicas. (.) O Brasil vê a energia
nuclear como uma das diversas alternativas estratégicas.
142
Participante 06
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
O Brasil se entrou, se juntou ao seleto grupo dos paises com capacidade
de incrementar ou enriquecer.../ “o que que e isso aqui? não é incrementar,
não sei o que que é./ o urânio como um meio de geração de energia
...
enriquecer/ não explorar talvez o urânio como um meio de geração de energia.
SENTENÇA 2
Um novo, uma nova centrífuga facilita ... /não um novo/ não sei Ps o que...
facilitou ... fa facilitamente / não, foi formalmente aberto na sexta
...”será que
é um centro de facilidade/ ai não sei”. Abriu foi aberto na sexta am...em
Resende uma um, um espaço, enfim um lugar ...Planta nuclear ? P6 < -- A
new centrifuge facility was formally opened on Friday at Resende Nuclear plant
in the State of (+) the Rio de JaneiroEstado do Rio de Janeiro
((FR)) “Alguma coisa foi aberta em Resende e que tem a ver com essa questão
nuclear”.
SENTENÇA 3
[TrD]O governo brasileiro disse que sua tecnologia é uma das mais
avançadas do mundo.
SENTENÇA 4
A abertura oficial segue(.)negociações / “não me lembro o que é esse” (p)
lengthy... com as Nações Unidas (.) um .../”não sei o quenuclear de IAEA.
SENTENÇA 5
[TrD] O Brasil tem algumas das maiores reservas de urânio do mundo,
mas até agora (.) am... (p) ore ...tem tido sido/ “não sei o que” am... para o
exterior, para o desenvolvimento do processo que produz (.) combustível
nuclear.
SENTENÇA 6
No futuro...algum am... algum desse desenvolvimento am ..será, tomará
lugar no Brasil.
SENTENÇA 7
O governo diz que (.) com uma década o país estará apto a encontrar am...
a conhecer todos, tudo, toda sua, toda sua, toda a energia nuclear que
ele precisa, necessária .
SENTENÇA 8
[TrD] Os cientistas brasileiros insistem que a tecnologia dele (.) é superior
ao que existe Ps no poder nuclear (.), de existência do poder nuclea .
SENTENÇA 9
Eles reclamam que o tipo de centrifuga usada em Resende, será vinte e
cinco vezes mais eficiente que (.) as facilidades na França e nos Estados
Unidos. / ((FR)) “isso aqui não dever ser facilidades, deve ser uma falsa
cognata, no mínimo!
SENTENÇA 10
[TrD] Am...Sensibilidade mais que tecnologia levam am.../ “a não sei o que”
dois anos atrás, levaram, conduziram dois anos atrás com
o (.) am.../ como
é que? < -- Internacional Atomic ... com a Agencia Internacional de Energia
Atômica <- - the UN / “não sei o que (p) watchdog.(.) / “não sei o que é isso”.
143
SENTENÇA 11
Para proteger seus segredos comerciais, o Brasil estava relutante em dar
(.) acesso completo né? aos inspetores am... (.) para suas facilidades e
politicamente as negociações foram complicadas pelos simultâneos (.)
pelas simultâneas preocupações (.) da, dos planos nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no fim o Brasil e a IAEA concordaram com um sistema de (.) proteção
?/ “Não me lembro o que é (p) ensure ...que novas facili...novas / “acho
que essas facilidades, (p) facilities quer dizer, acho que produtos, é
substantivo isso aqui, não sei... uma idéia , me parece tá? É uma interpretação
que eu tô tendo”. [TrD] É (.) novos produtos serão, não serão
am.../ “O que
que é (p) channel ?” canal, canalizados em, na produção (p) weapons ./ “ eu
não me lembro o que é weapons”. / “Bah, não me vem nada à cabeça”< - - into
weapons production... “alguma coisa a ver com roupa, mas não tem a ver, eu
acho. Ah, não sei!“
SENTENÇA 13
[TrD] A abertura sexta feira em Resende está sendo / “não sei o que” (p) (pii)
hailed (.) festejada, talvez,é uma idéia que me vem. Estou dizendo idéias que
me vêm à cabeça!” ...como o maior passo em direção ao desenvolvimento
do Brasil e (.) vem re... Ps / “bah”, renovar (.) renovar as preocupações
sobre, sobre fornecimento de energia na América do Sul, (p) amid / “eu não
sei o que que é, eu nunca vi esta palavra, ela não me diz coisa nenhuma!
SENTENÇA 14
[TrD] Na última semana, a Bolívia anunciou os planos para nacionalizar
suas reservas de gás Ps é... apontando o medo do preço (.) do
crescimento dos preços (.) ou gerando medo, né?, do crescimento dos
preços.
SENTENÇA 15
Como um grande importador do gás boliviano, o Brasil vê a energia
nuclear como uma de muitas alternativas estratégicas.
144
Participante 07
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
[TrD] O Brasil se juntou ao seleto grupo de países com a capacidade de
enriquecimento de urânio am... com significado, objetivo / “não!”, significa,
com o objetivo, com o propósito de geração de energia .
SENTENÇA 2
Uma nova centrífuga facili / facili / “ o que?” Ps facilitou (.) uam nova
centrífuga (.) que facilita isso foi formalmente inaugurada na sexta
... na
planta nuclear de Resende no Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
[TrD]O governo brasileiro disse que essa tecnologia é uma das mais
avançadas no mundo.
SENTENÇA 4
A abertura oficial seguiu (.) negociações lentas ou complicadas, “alguma
coisa nesse sentido”, com as Nações Unidas / “não, não é Nações Unidas, tá, é
Nações Unidas, mas tem mais um negócio aqui antes”. (p) watchdog! / “Que
expressão é essa?” Ps Com os olhei..., os observadores das questões
nucleares das Nações Unidas, dessa (.) IAEA,/ “que eu não sei o que que é.
Deve ser um órgão especial pra isso, mas eu não sei o que é.”
SENTENÇA 5
[TrD] O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo, mas
até agora am... (p) the ore / “ não sei o que é, se é uma, deve ser uma mina,
uma jazida ou produto ou sei lá o que!” Mas até agora Ps / “ Meu Deus do
céu!” Mas até agora < - (p) the ore, “o sei lá o que aqui”, Ps tinha tido, < - - has
had, tem tido < - - the ore has had to be shipped abroad for ((RM))... para ser
Ps. O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo, mas até
agora “esse treco / que eu não sei o que é (.) esse (p) ore, (pii) ore sei lá o que
é, não vou saber o que é” Ps tem sido para ser, ser (p) shipped (.) ship, ship,
ship, ship, ship (.) to ship, to ship, ship, ship/ “Eu vou ler o resto para tentar
entender o que significa”. Processo no qual am... se produz... combustível,
energia nuclear am... / “ não sei aqui, mas deve ser alguma coisa a ver com(.)
sobre, tem, tem alguma coisa a ver com tecnologia ou capacidade para
desenvolvimento de enriquecimento(.) que é um processo no qual se..., / < -(p)
“ the ore não é fusão, será?” Ps “deve ter alguma coisa a ver com isso / não sei
SENTENÇA 6
[TrD] No futuro algo desse enriquecimento será feito no Brasil.
SENTENÇA 7
[TrD] O governo disse que dentro de uma década, o país terá a capacidade
de reunir todas as necessidades para...energia, para o desenvolvimento,
todas as necessidades para energia, ((RM)) para gerar, para produzir sua
energia nuclear.
SENTENÇA 8
[TrD] Cientistas brasileiros insistem que sua energia, tecnologia é
superior àquelas que existem nas potências nucleares.
SENTENÇA 9
[TrD] Eles defendem que esse tipo de centrífuga em uso em Resende vinte
e cinco vezes mais eficiente que os equipamentos da França ou dos
Estados Unidos.
145
SENTENÇA 10
[TrD] Sensivelmente mais do que tecnologia? Dois anos atrás Ps ((LS)) /
“mas esse led to a standoff, não sei o que significa, porque eu não sei o
que é led, eu não me lembro”. (p) Led aqui é um verbo, acho que é, sei lá
se é um verbo. Acho que não é o verbo, mas acho que é! “
SENTENÇA 11
[TrD] Para proteger seus segredos comerciais,o Brasil tem relutado para
aceitar inspetores com acesso completo em seus ...equipamentos,
engenharias, maquinários e Ps ((LS)) e politicamente as negociações
foram complicadas, foram complicadas por questões que aconteceram ao
mesmo tempo, simultâneas sobre as plantas nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
[TrD] Mas no final o Brasil e essa agência aqui aceitaram um sistema de
salvaguardas para (p) ensure para garantir que os, os novos
equipamentos não possam ser dirigidos, destinados para a produção de
armas.
SENTENÇA 13
[Tr D] Na sexta abriu em Resende, ((LB)) Friday’s opening em Resende está
sendo como o maior, principal passo adiante no Brasil, no
desenvolvimento do Brasil. (p)(pii) hailed, (cpi) hailed, hail, hail,hailed
considerado
Ps. Tem sido considerado como um dos principais passos e isso
trouxe idéias renovadas sobre o suprimento de energia na America do
Sul.
SENTENÇA 14
[[TrD]] Semana passada a Bolívia anunciou planos de nacionalização das
suas reservas de gás Ps provocando medo ou temor,< - -(p) prompting
fears of price rises. Promovendo ampliação dos preços / “Alguma coisa
assim”.
SENTENÇA 15
((LS)) [TrD] Como o Brasil importa muito gás da Bolívia, o Brasil vê a
energia nuclear como um, uma alternativa, uma estratégia alternativa
fundamental/ “Pra se livrar justamente deste problema aqui”.
146
Participante 08
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
Brasil se juntou a um seleto grupo de países que tem a capacidade de
enriquecimento de urânio ... < - (p) as a means ... que significa geração de
energia, pra geração de energia. ...
SENTENÇA 2
A nova < - (p) facilitie seria uma planta de centrífuga, centrífuga, não sei se é
um processo de centrifugação, foi formalmente aberta na sexta, em
Resende...na cidade de Resende, a planta nuclear que está no estado do
Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
O governo brasileiro disse que a tecnologia é igual a, mais avançada no
mundo. ((LB)) É uma das mais avançadas no mundo, < - (p) in the world.
SENTENÇA 4
A abertura oficial seguiu longas negociações com as nações unidas (.) < -
(p) watchdog me lembra, eu não sei que palavra é essa, alguma coisa que
resguarda, alguma...ou que controla o uso nuclear
.
SENTENÇA 5
Brasil (.) é um dos (.), com as maior reserva, é um dos países, não diz
países aqui, mas é um dos que tem mais reservas de urânio no mundo. Mas
até agora não tinha tido < - (p) shipped abroad não tinha < - (p) shipped
shipped abroad (pii) for enrichment não tinha (.) [TrD] O processo que
produza energia nuclear.
SENTENÇA 6
No futuro, algum enriquecimento (.) pode ter, fazer, ter parte no Brasil,
pode ser feito no Brasil. O Brasil pode tomar parte de, de fazer parte dessa ...
enriquecimento.
SENTENÇA 7
Governo disse que (.) … que, < - (p) within numa década, o Brasil, o país
poderá estar habilitado ... a conhecer todas as necessidade // < - (p) needs,
todas as necessidades da energia nuclear.
SENTENÇA 8
Cientistas brasileiros insistem que …a tecnologia deles é superior as que
existem de … poder nuclear, de força nuclear.
SENTENÇA 9
Eles clamam que o tipo de centrífuga que está sendo usada em Resende,
vai ser 25 vezes mais eficiente que as usadas nas plantas, nas usinas da
França e dos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
Sensivelmente mais, …, sensivelmente acima…, liderando, acima da liderança
de tecnologia < - (p) sensitivity “não faz muito sentido.” (.) ((LB)) ... < - (p) (pii)
sensitivity over that technology (pii) led (.). Sensível liderança de tecnologia (.)
superior, né?! Sensível liderança, superior liderança de tecnologia.
Dois anos passados, dois anos atrás com… Agência Atômica, Agência de
Energia Atômica Internacional. < - (p) UN watchdog. Vigilância das nações
unidas.
147
SENTENÇA 11
Proteger os segredos comerciais, o Brasil estava relutante em...receber
os inspetores ... de dar acesso as ... as facilidade, as plantas aos
inspetores e as negociações políticas foram complicadas e (.)
simultaneamente ... < - (p) concerns … ocorreram (.) < - (p) concerns
concerns com a (.) com os .. a planta nuclear do Irã
. Não seria ((FR)) aos
planos, os planos nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no fim o Brasil e a IAEA acordaram num sistema de salvaguarda (.) ...
salvaguarda para as novas plantas < - (p) facilities fábricas, usinas no mundo
que não, não deveriam // < - (p) channelled channelled ((LB)) “essa última parte
aqui eu não...”. Para assegurar que as, que as... as novas usinas não
fossem (.)< - (p) channeled channeled não fossem... Canalizadas pra < - (p)
(pii) weapons weapons produção, seria uma produção no sentido da frase,
seria pra fazer bomba atômica, ...pra energia destrutiva, não construtiva.
SENTENÇA 13
Abertura, abertura de Resende na sexta feira foi ((LB)) vem sendo, está
sendo a maior, maior passo do Brasil no desenvolvimento e (.) e ... ((LB))
isso traz < - (p) concerns conhecimento, não é? Não é conhecimento,
consenso, de energia // < - (p) renewed renovada
(.) a respeito de energia
fornecida na América, América do Sul. Então traz o Brasil (.) ...
desenvolvimento ao Brasil ((RM))… traz o Brasil pro…
SENTENÇA 14
Semana passada a Bolívia anunciou planos de nacionalizar as reserves de
gás, suas reservas de gás ...(.) < - (p) prompting esperando... preços mais
justos … < - (p) rises acréscimos de preços.
SENTENÇA 15
Como um grande importador de gás da Bolívia, o Brasil vê na energia
nuclear uma das (.) ... muitas estratégias, alternativas, alternativas de
estratégia.
148
Participante 09
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
Brasil tem se juntado ao seleto grupo de países com a capacidade de
esse // < - (p) enriching uranium urânio, esse < - (p) enriching “não sei.”
...como um significado de geração de energia “eu penso”.
SENTENÇA 2
Uma nova planta … < - (p) centrifuge uma centrífuga. Que, sei lá, que gera
alguma coisa, foi formalmente aberta na sexta feira < - (p) at the (pii)
Resende nuclear plant a planta nuclear (pii) Resende no Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
O governo brasileiro disse que … essa tecnologia é (.) uma < - (p) some
uma das mais avançadas do mundo, no mundo.
SENTENÇA 4
A abertura oficial foi seguida de … < - (p) lenghty grandes negociações
com as nações unidas. Grandes, longas “é isso que lembra assim...” com as
nações unidas < - (p) watchdog watchdog “não sei e essa abreviação também
não sei o que significa”.
SENTENÇA 5
Brasil tem algumas das maiores reservas de urânio do mundo, mas até
agora, ... < - (p) the ore has had até agora (.) tinha sido, tinha sido < - (p)
shipped abroad for enrichment, shipped abroad for enrichment enrichment “não
sei o que significa isso aqui.”
SENTENÇA 6
No futuro alguns desses …serão, estarão num lugar no Brasil. // < - (p)
enrichment
SENTENÇA 7
O governo disse que … em uma década o país estará (.) estará capacitado
para ter, para encontrar...toda a energia nuclear ... que precisa, que ele vai
estar desenvolvendo isso. “Acho”.
SENTENÇA 8
Os cientistas brasileiros insistem que a tecnologia deles é superior que as
as poderosas…existentes.
SENTENÇA 9
Eles < - (p) claim “eu não me lembro mais o que significa”, mas eles dizem que
“pela minha interpretação” eles dizem que o tipo de ((FR)) centrífuga ... usada
na, nesse Resende aqui, será 25 vezes mais eficiente que as, que as
plantas já existentes na França e nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
“De novo esse < - (p) watchdog que eu não sei o que é.” ... < - (p) over that
technology led “não sei traduzir isto aqui” < - (p) led to a standoff two years ago.
Ele tá dizendo que alguma coisa esse < - (p) standoff, led to a standoff dois
anos atrás na Agência Internacional de Energia Atômica. < - (p) watchdog
“não sei”.
SENTENÇA 11
< - (p) keen “não sei”…proteger segredos comerciais o Brasil estava
relutante em dar acesso …acesso total a inspetores pra estar nas plantas
... em < -
(p)
p
oliticall
y
ne
g
otiations e
p
oliticamente as ne
g
ocia
ç
ões foram,
149
estavam, foram aplicadas pelos... < - (p) concerns “me lembra” …
preocupações simultâneas a respeito
das plantas nucleares do Irã. < - (p)
plans dos planos nucleares, dos planos nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no final Brasil e a essa IAEA, mas meu deus, agora que me caiu a ficha
do que significa: é Agência Internacional de Energia Atômica a sigla. IAEA
.
Acordaram com um sistema de salve guardas, tipo um contrato que
garantia que as novas, as novas plantas, não ... seriam < - (p) channelled
into weapons production channel é canal, lembra canal. “não sei” ((RM)), não
seriam, será mudados ou // < - (p) weapons production “eu já vi essa palavra
mas não me lembro mais.” // < - (p) weapons “o sei” ((RM))
SENTENÇA 13
Sexta feira foi aberta a (pii) Resende está sendo < - (p) (pii) hailed “não sei,
lembra assim grande, maior, < - (p) as a major step forward in Brazil's
development. “não sei, ... não sei …qual o significado da palavra”. Mas seria,
está sendo um dos grandes desenvolvimentos do Brasil
. E estaria vindo // < -
(p) (pii) amid renewed concerns about energy supplies in South America e, de
repente, isso remeteria a preocupações, estaria vindo alguma < - (p) (cpi) amid
algumas preoc...renovando algumas preocupações a respeito de
... < - (p)
supplies de fornecimento, de fornecedor de energia na América do Sul.
SENTENÇA 14
Na semana passada, a Bolívia anunciou planos de nacionalização das
reservas de gás < - (p) prompting (pii) fears of price (pii) rises < - (p) prompting
(cpi) fears of price (pii) rises (.) “não sei, levanta o preço?” É o que me remete
isso aqui.
SENTENÇA 15
Como um grande importador do gás da Bolívia, o Brasil vê a energia
nuclear como uma das ...várias alternativas estratégicas.
150
Participante 10
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
Brasil juntou-se ao seleto clube, ao seleto grupo de países com a
capacidade de enriquecimento de urânio como uma (.) ... importante,
principal ... fonte de energia.
SENTENÇA 2
Uma nova… fábrica centrifugadora faz … formalmente aberta na sexta
feira em Resende, na planta nuclear de Resende no estado do Rio de
Janeiro.
SENTENÇA 3
O governo brasileiro disse que a tecnologia é uma das mais avançadas no
mundo.
SENTENÇA 4
A abertura oficial seguiu-se de longa negociação com a (.) Agência
Nuclear das Nações Unidas na da IAEA.
SENTENÇA 5
O Brasil tem uma das maiores reservas de Urânio do mundo. Mas até
agora... estava fora, estava aleijado, fora do processo de enriquecimento...
Eles < - (p) shipped abroad ou seja, eles levavam pra fora para o processo
de enriquecimento. Nesse < - (p) shipped abroadlevar pra fora do país. <
- (p) abroad é estrangeiro, pra fora. Então < - (p) shipped ship é navio, < - (p)
shipped abroad é (.) usar o navio pra exportar, para tirar do país. Saía do
Brasil pra ser ... enriquecido. E aí explica aqui. O processo..., o processo que
produz (.) energia nuclear, energia, acho que é energia nuclear.
SENTENÇA 6
No futuro, no futuro, algum enriquecimento será realizado no Brasil.
SENTENÇA 7
O governo disse que dentro de algumas décadas o país será capaz (.),
será capaz (.), < - (p) meet all, será capaz de ... de processar toda energia
nuclear que precisa.
SENTENÇA 8
Os cientistas brasileiros insistem que a tecnologia que suas tecnologia é
superior a...superior a existente nas potencias nucleares.
SENTENÇA 9
Eles, eles alegam que o tipo de centrífuga em uso em Resende será 25
vezes mais eficiente que as facilidades, as empresas, a planta nuclear na
França ou nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
Sensível a essa questão tecnológica levou a um, a um desacordo a dois anos
atrás com a agência, então voltando. Sensível a essa questão tecnológica
levou a um, uma ruptura ..., a um desacordo a dois anos atrás com a
agência, com a Agência de Energia Atômica Internacional. Que é um ...
((FR)) que é um guardião < - (p) watchdog da... das nações unidas.
SENTENÇA 11
Bom, com o objetivo de proteger os segredos comerciais, o Brasil estava
relutante de dar acesso total aos inspetores em suas plantas nucleares e
p
oliticamente a ne
g
ocia
ç
ão foi com
p
licada
p
or
q
ue simultaneamente havia,
151
havia um...receios, havia preocupações sobre a planta nuclear do Irã.
Desculpa, não é planta, é planos nucleares do Irã. Faltou o t... Sobre os planos
nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no final Brasil e a IAEA concordaram num sistema de salvaguardas
para assegurar que as novas facilidades, que as novas,... planta, nova
fábrica, ... não seria alterada para produção de armas, para produção de
armas.
SENTENÇA 13
A abertura de sexta feira em Resende (.) … essa palavra < - (p) hailed aqui
eu não, não sei o que é. Então a abertura de sexta feira em Resende está
sendo considerado como o maior passo no desenvolvimento do Brasil e
... (.) ...e reanima as ... preocupações a respeito da de energia dos
fornecimento de energia na América do Sul.] “Não sei, não tenho muita
certeza a respeito dessa tradução aqui.
SENTENÇA 14
Na última semana, Bolívia anunciou planos para nacionalizar suas
reserves de gás. ...Imediatamente ou prontamente, ..., o os preços, de
preços, esquentaram, subiram, do gás é claro.
SENTENÇA 15
Como um grande importador do gás Boliviano, o Brasil vê a energia
nuclear como uma entre várias alternativas estratégicas.
152
Participante 11
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
[TrD] Brasil tem se juntado ao seleto grupo de países com a capacidade
de enriquecimento de urânio (.)...com como um meio de geração de
energia. “Aqui eu quase me confundi ... < - (p) means com ‘significado’. Tive
que ler toda a frase para voltar e ver que não era siginificado, meio como meio
de geração de energia.”
SENTENÇA 2
[TrD] Uma nova centrífuga, uma nova facilidade de centrifugação foi
formalmente aberta na sexta feira na fábrica nuclear de Resende, no
Estado do Rio de Janeiro. “Também tive que ir até lá traz pra voltar.” Até em
< - (p) Resende nuclear plant.
SENTENÇA 3
...[TrD] O governo brasileiro disse que a sua tecnologia é algo de mais
avançado no mudo. (.)...
SENTENÇA 4
a abertura oficial seguiu longas... negociações com esse centro de
verificação nuclear das nações unidas, com...deve ser tipo um comitê aí,
(p) the IAEA, deve ter algum significado que não está escrito aí. (.)
SENTENÇA 5
[TrD] Brasil tem uma das maiores reservas de urânio no mundo, mas
ainda agora, mas até agora < - (p) the ore (.) ore ore “eu não sei o que é”.
Vamos ver. Tem tido que ser (.)< - (p) shipped (.) abroad for enrichment (.)
deve ter alguma coisa de escavação ... < - (p) shipped (.) mas até agora < - (p)
the ore, ore Também eu não sei o que pode ser. [TrD] O processo os quais
produz ...o combustível nuclear (.) bem, vamos deixar este < - (p) shipped
abroad abroad de lado.
SENTENÇA 6
[In future] No futuro algum desse enriquecimento < - (p) will take place
será feito no Brasil.
SENTENÇA 7
[TrD] O governo disse que dentro de uma década o país estará capaz de (.)
encontrar todas as suas necessidades de energia nuclear.
< - (p) to meet,
encontrar…fechar, não, (.)
SENTENÇA 8
[TrD] Cientistas brasileiros insistem que sua tecnologia é superior < - (p)
to that of existing...é superior a tecnologia existente de potências nucleares.
“Referindo-se a outros países.”
SENTENÇA 9
[TrD] Eles, “a tradução bem...”, clamam...eles definem o tipo de
centrifugação no uso, em uso em Resende será 25 vezes mais eficiente
que as facilidades da França ou nos Estados Unidos. < - (p) than facilities in
France or the United States, não deveria ter um (p) in aqui também? < - (p) in
France or in the United States. Ok.
SENTENÇA 10
[TrD] A sensitividade (.) < - (p) over that technology (.)… < - (p) Sensitivity
over (.) … sensitividade sobre esta tecnologia < - (p) led deve ser de
conduzir, conduz a um < -
(p)
standoff de dois anos, < -
(p)
standoff a
153
tradução correta eu não sei, mas tento interpretar como (p) stand alguma coisa
padrão (p) off desligado, como se estivesse < - (p) standoff, ...((RM)) dois anos
atrás, como se fosse alguma definação, alguma especificação, não sei. De
anos atrás, com a < - (p) International Atomic Energy Agency, que é esse
comitê de cachorro observador aí, das nações unidas.
SENTENÇA 11
Para proteger seus segredos comercias, [TrD] Brasil foi relutante ... a dar
acesso completo aos inspetores para suas facilidades e politicamente as
negociações foram complicadas por preocupações simultâneas sobre (.)
planos nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no fim o Brasil e a ... a agência de energia IAEA chegaram a um
acordo, < - (p) agreed concordaram num sistema de …salvaguardas, de
… garantias pra < - (p) ensure para verificar que as novas facilidades ...
não estariam < - (p) channelled channelled não estariam sendo canalizadas
pra produção de bombas.
SENTENÇA 13
[Friday's opening] Abertura de sexta-feira em Resende está sendo < - (p)
(pii) hailed (pii) hailed eu não sei o que que é, mas deve ser uma, deve estar
sendo esperado, estar sendo (.) cercada como, está sendo considerada
alguma coisa desse tipo...como um grande passo avante no
desenvolvimento do Brasil e isto torna < - (p) amid (pii) amid (cpi) amid não,
nem por dedução, renovadas preocupações sobre fornecedores de energia
na América do Sul. (.) Torna-se < - (p) Amid com amido, eu acho que não... <
- (p) amid com amido não. Torna-se...esse < - (p) amid não tem jeito.
Preocupações renovadas
((RM)) sobre fornecedores de energia (.)< - (p)
supplies é fornecedores, fornecimento em energia na América do Sul. Eu
não sei o que é esse < - (p) amid.
SENTENÇA 14
[TrD] Na última semana a Bolívia anunciou planos pra nacionalizar suas
reservas de gás < - (p) prompting fears of price (.) rises (.)... (p) prompt na
computação é um lugar onde o usuário faz sua interface para um dispositivo
pronto, disponibilizando < - (p) fears (.) ((RM))...promovendo... < - (p) of price
rises rice é aumentar, aumento de preço, agora o < - (p) fears pra mim...não tô
conseguindo traduzir. (.)
SENTENÇA 15
Como um grande importador do gás da Bolívia, o Brasil está vendo, vê, O
Brasil vê a energia nuclear como uma das várias alternativas estratégicas.
154
Participante 12
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
O Brasil participou, porque < - (p) has joined é participou do seleto grupo de
países … com a capacidade…capa, capacidade? < - (p) capability não, não é.
Tem o ty no final. (.) chance ou ...de enri...o que é < - (p) enriching uraniun?
Uraniun é Urânio...significado de gerar energia. Tá, eles vão utilizar urânio
para gerar energia.
SENTENÇA 2
[TrD] Uma nova cen...centrifuga (.) provavelmente um novo equipamento
foi formalmente, não, uma nova unidade foi formalmente aberta na sexta
feira na planta nuclear de Resende, / “que eu já sei que no Rio é a de
Resende, no Estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
[TrD] O governo brasileiro disse que está tecnologia é uma das mais
avançadas do mundo, (.).
SENTENÇA 4
A abertura oficial foi seguida de longas negociações, foi antecipada, foi
antes da abertura oficial, teve muitas negociações com os Estados Unidos,
com a unidade deles. < - (p) watchdog que é cachorro, não tem, não sei
traduzir o < - (p) watchdog é cachorro assistindo. ((RI)) das Nações Unidas.
SENTENÇA 5
[TrD] O Brasil tem uma das maiores reserva de urânio do mundo / “Eu não
sabia disso”. Mas até agora, (.)< - (p) the ore/ “ deve ser algum mineral, não
tinha sido (.)< - (p) shipped abroad, não tinha sido ... tinha sido
((LB))./ “ Deixa
eu ler de novo. O Brasil tem uma das maiores reserva de urânio do mundo,
mas até agora o mineral, não sei se é pra ser isso”, ... (.) tinha tido, tinha sido
< - (p) shipped abroad for enrichment, for enrichment é pra enriquecimento
…(.)/ “ espera aí que te eu tenho que ler o resto da frase”. “O processo ao
qual ... “ele não tinha sido usado” ... ele não tinha sido usado ainda ... pra
produzir combustível, porque esta energia nuclear é um combustível, uma
forma de gerar energia. Não sido usado ainda dessa forma. Mas não diz a
palavra “não”aqui...(.) até agora ele estava sendo usado pra produzir
combustível, pra produzir energia nuclear”.
SENTENÇA 6
[TrD] “No futuro, algumas destas (.)...processos tomarão lugar no Brasil.
SENTENÇA 7
E o governo disse que, em uma década o país estará apto para conhecer a
necessidade da energia nuclear. “Hoje em dia não se conhece a necessidade
muito bem, não se sabe muito bem.” ((RM)) Foi isso que eu entendi da frase”.
SENTENÇA 8
Os cientistas brasileiros insistem que a nossa, < - (p) theirs deles, as dos
cientistas, que a tecnologia é superior do que a que existe no...do que a
comum, do que ... energia nuclear, da energia nuclear que existe. “Que
essas que eles querem fazer é diferente”.
SENTENÇA 9
Eles alegam que o tipo de centrífuga em uso em Resende, no Rio de
Janeiro, irá ser 25 vezes mais eficiente do que as ... provavelmente < - (p)
facilities deve ser o tipo de equipamento que eles usam na França e nos
Estados Unidos. “Tipo, a forma como eles conseguem energia”.
155
SENTENÇA 10
< - (p) Sensitivity (.) sobre aquela tecnologia lidera < - (p) standoff, não tô
entendendo o que é < - (p) standoff, alguma coisa a ver com ...(.) que vai dar
um. ...bom dois anos antes com... ((RM)) Essa tecnologia surgiu. ((LB)) “Ta,
agora fala de novo o que apareceu antes, aquele < - (p) watchdog, aqui explica
... aqui tava só a sigla, agora explica o que que é Agência Internacional de
Energia Atômica ... das Nações Unidas. Eles botam este < - (p) watchdog como
se fosse … cuidando, vigiando.
SENTENÇA 11
< - (p) Keen eu não sei bem o que é, com o intuito de proteger os segredos
comercias, deduzo que seja isso, o Brasil foi relutante em dar … (.) acesso
aos inspetores ((RM)) ((LB)). “Bom pelo que eu entendi aqui, o Brasil foi
relutante em passar informações, porque ele queria manter o segredo
comercial, talvez uma coisa que o Brasil tenha criado de diferente dos outros.
Não é uma coisa que veio de outro lugar pra cá. Então o Brasil foi relutante em
passar estas informações e isso dificultou mais ainda as negociações, ah e daí
aqui tem a ver com os planos nucleares do Irã”...
SENTENÇA 12
[TrD] Mas no final o Brasil e essa ...associação das Nações Unidas,
concordaram num sistema de salvaguarda (.) / “me fugiu o que é < - (p)
ensure, agora não consigo me lembrar”. ((RM)) ((LM)). Tem muitas palavras
que eu desconheço aqui...(.) < - (p) ensure tem a ver com melhorar…, com
crescimento. Então é um sistema de salvaguarda, de preservação de repente,
de cuidado com esse novo sistema que não poderia (.) / “Tem alguma coisa a
ver com produção de armas. Tá faltando esta palavra (pii) < - (p) channelled
(pii) channelled, porque seria, tá no passado. Não entendi muito bem. Talvez
teria alguma coisa, é porque isso poderia ser transformado numa arma, na
verdade, essa energia nuclear.
SENTENÇA 13
A abertura na sexta feira, de Resende, está sendo considerado um das
maiores passos no desenvolvimento do Brasil e isso, e também
renovando os conceitos sobre o suprimento de energia na América do
Sul. “Eu estou tirando a idéia central, não estou me prendendo tanto nas
palavras”.
SENTENÇA 14
[TrD] Na semana passada a Bolívia anunciou planos de nacionalizar suas
reservas de gás. (.)...pelo medo do, do aumento dos preços.
SENTENÇA 15
Como um dos maiores importadores de gás, a Bolívia como um dos maiores
importadores de gás, o Brasil vê a energia nuclear como uma, única..., uma
das únicas ((RI)) não estou conseguindo falar, como uma das inúmeras
estratégias ...alternativas, alternativas de estratégia. Ele vê o gás como
uma das únicas saídas já que, desculpa, vê a energia nuclear como uma das
únicas saídas, já que a Bolívia que detém o gás e ta querendo aumentar o
preço.
156
Participante 14
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
O Brasil tem…acompanhado um seleto grupo, um grupo seleto de países
com a capacidade de enriquecimento ou enriquecer urânio com o
significado de geração de energia.
SENTENÇA 2
Uma nova facilidade centrífuga foi formalmente aberta na sexta feira (.) na
planta nuclear Resende no estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
[ O governo brasileiro disse que essa tecnologia é uma das mais
avançadas do mundo.
SENTENÇA 4
A abertura oficial seguiu as...longas negociações com a nações unidas,
não. (.) < - (p) watchdog watchdog
SENTENÇA 5
O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio no mundo. Mas até
agora (.) o < - (p) ore (.)// Não sei o que é < - (p) ore, tem sido, tem tido que
ser embarcado para o estrangeiro para o enriquecimento. [TrD] O
processo o qual (.) aham, o < - (p) ore tem tido que ser embarcado para o
estrangeiro para enriquecimento, o processo pelo qual produz …// < - (p)
fuel nuclear, combustível nuclear
< - (p) fuel.
SENTENÇA 6
[TrD] No futuro alguns desses enriquecimentos < - (p) will take place in
Brazil algum desses enriquecimentos virão pro Brasil.
SENTENÇA 7
[TrD] O governo disse que dentro de uma década o país estará apto a
conhecer todas as necessidades da energia nuclear.
SENTENÇA 8
[TrD] Os cientistas brasileiros (.) insistiram < - (p) insist “não sei se não é
falso cognato”. ((LB)) ... ((FR)) insistiram tenho, insistem que a tecnologia
deles...ah, insistem que a tecnologia deles é superior do que a força, do
que a existência da força nuclear.
SENTENÇA 9
Eles reclamam que o tipo de centrífuga ((RM)), em uso na planta de
Resende (.) será 25 vezes, será 25 vezes mais eficiente do que as
facilidades na França ou nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
A sensitividade acima da tecnologia deixada < - (p) standoff led…sensitivity,
sensitividade acima da tecnologia // < - (p) led to a standoff two years ago with
the International Atomic Energy Agency / < - (p) led “não sei o que é”. < - (p) to
a standoff “também não sei”. Dois anos atrás com (.) a agência de energia
atômica, Agência Internacional de Energia Atômica. (.) < - (p) the UN watchdog,
watchdog “de novo”. “Não sei.”
SENTENÇA 11
< - (p) keen to protect its commercial secrets, (.) keen... , idéias, … ou
caminhos para proteger essa segredo comercial. O Brasil foi relutante (.) pra
dar … acesso com
p
leto
p
ara os ins
p
etores a essas facilidades e
157
politicamente as negociações foram complicadas por simultâneas < - (p)
concerns, simultâneas...(.) entendimento sobre (.) os simultâneas … é < - (p)
concerns about , simultâneas …entendimentos ou ... politicamente as
negociações foram complicadas por simultâneas (.) consensos, entendimentos
sobre os planos nucleares Iranianos.
SENTENÇA 12
O Brasil e a IAEA acordaram num sistema de guarda para assegurar que
as novas f... as novas… (.) as novas < - (p) facilities … “eu sei o que é, mas
em português em não sei traduzir, cara.” As novas, como que eu vou dizer...
acordar num sistema,..., assegurar que as novas (.) cara, < - (p) facilities
facilidades, “não diria isso”, ... ((RM)) as novas,..., para assegurar que as
novas, ..., as oportunidades, sei lá, não sei explicar. As novas < - (p) facilities
não seriam canalizadas dentro da
< - (p) (pii) weapon production,(pii)
weapons. .... Não me lembro o que é < - (p) (pii) weapons produção
.
SENTENÇA 13
A abertura de sexta em Resende, tem sido < - (p) hailed as a major, tem sido
entendida como o maior < - (p) step ...step majoritário < - (p) forward in
Brazil’s development seguido pelo desenvolvimento brasileiro, do Brasil. E
isso vem renovar os entendimentos os < - (p) concerns ... sobre a energia,
sobre o fornecimento de energia na Africa do Sul, não, ((RI)) no sul da
América.
SENTENÇA 14
Na última semana, a Bolívia anunciou planos para nacionalizar as suas
reservas de gases. < - (p) prompting fears...fears, não sei, mas me leva a crer
// < - (p) prompting fears of price…, com…(p) prompt imediato é crescimento
de preço, < - (p) fears of price, ...sei lá.
SENTENÇA 15
Como um grande importador de gás boliviano, o Brasil vê a energia
nuclear como uma das (.) // < - (p) several uma das < - (p) several ... (.) o
Brasil vê a energia nuclear uma das (.), não, o Brasil vê a energia nuclear como
uma das...das, como uma das...das, como uma de todas estratégicas
alternativas.
158
Participante 15
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
[TrD] Brasil se juntou ao seleto grupo e países que tem a capacidade de
enriquecer urânio... como se / (p) means (.) ((LB)) como o
significado...energia... para gerar energia.
SENTENÇA 2
[TrD] Uma nova centrifugação // facilidade de centrifugação foi
formalmente aberta na sexta na... planta, que é a fábrica nuclear de
Resende no estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
[TrD] O governo brasileiro disse que a tecnologia é uma das mais
avançadas do mundo.
SENTENÇA 4
[TrD] A oficial...a abertura oficial seguiu < - (p) lenghty / “uma lenta? ...se
seguiu de” uma negociação lenta com as...nação... com as nações unidas...
< - (p) watchdog “meu Deus! Não sei.”
SENTENÇA 5
[TrD] Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo, mas até
agora (.) tem ...exportado, não, tem importado do exterior o
enriquecimento,o processo do qual produz ... gasolina, combustível
nuclear.
SENTENÇA 6
No futuro algum... deste ...enriquecimento ((RM)) < - (p) will take irá, trará (.)
terá um lugar no Brasil. Alguma coisa assim.
SENTENÇA 7
[TrD] O governo disse que entre uma década...que dentro de uma década
o país estará apto para encontrar todas as energias nucleares
necessárias.
SENTENÇA 8
Os cientistas brasileiros insistem que a sua tecnologia é superior que as
mais poderosas ...nucleares, energias nucleares existentes.
SENTENÇA 9
[They claim] (p) They clamam, (p) they clamam que o tipo de centrif... /
centrifugação “aqui de novo” . “Deve ser a máquina que ...que que enriquece
o tal do urânio, é usada em Resende e será 25 vezes mais eficiente que as
usadas na França ou nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
Sensíveis… a tec..tecnologia lida com a < - (p) standoff / “não sei o que é”. (p)
stand no caso de ficar... só que aqui tá junto / (.) segue que a (.) não sei. Dois
anos atrás, com a agência internacional de energia atômica, de novo a < - (p)
watchdog, que que é isso meu deus? < - (p) watchdog.
SENTENÇA 11
Para proteger ...os segredos comerciais, o Brasil está relutante em dar
aos inspetores, completo acesso às ... plantas nas... é pode ser nas
plantas, nas fábricas e politicamente / ...e nas negociações políticas.
Estavam complicadas pela simultânea...pelas...preocupações simultâneas
sobre as fábricas nucleares do Irã. Sorr
y
, sobre os
p
lanos nucleares do
159
Irã.
SENTENÇA 12
Mas no final o Brasil e a IAEA ac...concordaram que o sistema de < - (p)
safeguards que deve ser o sistema de segurança
, alguma coisa assim, (.)
((RM)) < - (p) ensure para abrir, para ter certeza (.) que as novas, que as
novas fábricas não estariam ...(.) não estariam tentando fabricar,
produ...armas, produção de armas
. Não estariam tentando, não estariam
planejando, alguma coisa assim, produção de armas.
SENTENÇA 13
[TrD] Na abertura na sexta,...na Res...n..na sexta feira a abertura de Resende
(.) está sendo < - (p) (pii) hailed, (pii) hailed, realmente está sendo o maior
passo no desenvolvimento...do Brasil em... em < - (p) (pii) renewed, / “ o que
que é < - (p) (pii) amid (pii) renewed”. Na sexta feira a abertura de Resende
está sendo (.) o maior passo no desenvolvimento do Brasil e vem (.) com
as preocupações sobre as...as plantas, as fábricas na ...de energia, na
América do Sul.
SENTENÇA 14
[TrD] Na última semana a Bolívia anunciou os planos para...nacionalizar as
reservas de gás, colocando me...colocando medo que os preços
comecem a subir, uma coisa assim.
SENTENÇA 15
< - (p) as a big importer como um dos maiores importadores de gás da
Bolívia, o Brasil vê que a energia nuclear é uma das várias alternativas
estratégicas.
160
Participante 16
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
[TrD] O Brasil se juntou ao seleto grupo de países com a capacidade de
enriquecer, de enriquecimento < - (p) enriching de urânio, < - (p) as a
means of como um modo de.. geração de energia.
SENTENÇA 2
[TrD] ((LB)) Uma nova...((LB)) facilidade de centrifugação ((FR)) “acho que é
isso” < - (p) facilitie pode ser assim de um lugar, a < - (p) facilitie um...uma é
tipo um lugar, “não sei como explicar”. ((LB)) Ah tá, uma facilidade, um lugar
foi formalmente aberto na sexta, ((RM)) na planta nuclear de Resende,
acredito que seja no Rio de Janeiro, < - (p) plant in the state o of Rio de
Janeiro.
SENTENÇA 3
[TrD] O governo brasileiro disse que a tecnologia desse lugar ((LB)) que a
tecnologia dessa planta é uma das maiores, uma das mais avançadas do
mundo.
SENTENÇA 4
[TrD] A abertura oficial seguiu ... abrangentes, negociações
abrangentes...((RM)) uma coisa < - (p) lenghty é ampla, acredito,
negociações com as nações unidas, < - (p) nuclear watchdog é tipo quem
cuida, quem < - (p) watchdog é uma expressão, talvez de quem governa, de
quem manda, ou quem (p) watch de ver, assistir, como se fosse quem
cuidasse. < - (p) the IAEA deve ser uma organização que controla as...o clube
nuclear não, quem tem eneria nuclear.
SENTENÇA 5
[TrD] Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo, mas até
agora < - (p) the ore the ore has had to be shipped abroad for enrichment, o
ore deve ser o elemento que gera o urânio
, ele < - (p) has had ele era...ele
tinha que ser embarcado para o exterior para o enriquecimento,
enriquecimento do urânio, < - (p) the process which produces nuclear o
processo que produz combustível nuclear.
SENTENÇA 6
No futuro algumas, (.) < - (p) that enrichment will take place in Brazilalguma
parte do enriquecimento vai ser feita, realizada no Brasil. (.) < - (p) take
place ser realizado.
SENTENÇA 7
O governo diz que entre uma década, até uma década,... no período de
uma década, o Brasil, o país < - (p) will be able vai ser...estar...vai ser
hábil...vai ter habilidade de < - (p) meet all its, meet de encontrar toda sua
energia nuclear necessária. Acredito que de produzir toda energia nuclear
necessária.
SENTENÇA 8
[TrD] Os cientistas brasileiros insistem que a tecnologia deles é superior
daquelas existentes energias < - (p) powers tipo de < - (p) power plant ?
Planta de... < - (p) power plant de energia.
SENTENÇA 9
Eles < - (p) claim eles alegam que o tipo de centrífuga usada em Resende
no Rio de Janeiro vai ser 25 vezes mais eficiente que as facilidades, que
os lugares, que as instalações na França e no Estados Unidos, ou nos
Estados Unidos.
161
SENTENÇA 10
[Sensitivity over that technology] < - (p) sensitivity sensibilidade (.) < - (p) over
acima daquela tecnologia < - (p) led to a standoff two years ago with the
International Atomic Energy Agency, the UN watchdog. < - (p) Sensitivity over
that technology A sensibilidade …< - (p) led é encaminhar, guiou < - (p) to a
standoff standoff stand “parar” off “cair fora” dois anos atrás com a < - (p)
International Atomic Energy Agency, ah tá a IAEA.
SENTENÇA 11
[TrD] Tentando proteger os segredos comercias, o Brasil relutantemente,
relutou para dar aos inspetores total acesso às facilidades da planta e as
negociações políticas < - (p) were complicated by simultaneous concerns,
were complicated eram complicadas por simul...preocupações simultâneas
sobre os planos nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no final ((LB)) o Brasil e a < - (p) International Atomic Energy Agency
eles concordaram (.) um sistema de < - (p) safeguards to ensure that the new
facilities would not be (pii) channeled, ah tá, proteções asseguraram a agência,
... é asseguraram < - (p) ensure salvaguardas
< - (p) safeguards que essa
energia nuclear não seria utilizada na produção de armas nucleares.
SENTENÇA 13
[TrD] Na abertura de sexta feira na planta de Resende ou abertura na sexta
em Resende < - (p) is being hailed as a major step forward, hailed “passado” is
being hailed as a major step vem sendo < - (p) hailed hailed hailed como talvez
assegurando, vem sendo falado, vem sendo
< - (p) hailed hailed
caracterizado como um grande passo adiante…adiante pro
desenvolvimento do Brasil. < - (p) and it comes amid renewed concerns
about energy supplies in South America. E vem sendo
, < - (p) it comes amid
renewed… it comes amid amid amid renewed renovado concerns uma
esperança, ou dar um passo para o abastecimento de suprimentos < - (p)
supplies de fornecimento de energia para a América do Sul.
SENTENÇA 14
[TrD] Na semana passada a Bolívia anunciou planos ((LB)) ah tá! Dá um
outro segundo caminho, outro, como a Bolívia vai, quer nacionalizar o gás, o
Brasil vai perder uma fonte de energia, talvez, arrumar outro caminho. E o
medo que o gás natural aumentasse muito, o valor do gás natural
aumentasse muito, isso poderia ser uma outra solução pra energia, para o
suprimento de energia na América Latina,..., na América do Sul.
SENTENÇA 15
Como o Brasil é um grande importador do gás da Bolívia. É o Brasil < - (p)
sees nuclear energy as one of several strategic alternatives.ok. O Brasil
vê a energia nuclear como uma das diverrsas e boas alternativas pra
suprir o abastecimento de energia, estrategicamente.
162
Participante 17
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
((LS)) [TrD] O Brasil…faz parte, tomou parte de um seleto grupo de países
com capacidade de enriquecer urânio ... com a ...((RM)) Ps como o tipo de
energia ((RM)) ((LB)) “me faltou essa palavra aqui também.” < - (p) generating.
Ps Uma forma de gerar energia (.) o enriquecimento de urânio como uma forma
de gerar... energia.
SENTENÇA 2
((LS)) [TrD] Uma nova centrífuga, “imagino que seja pelo...tipo da escrita da
palavra”...(.) < - (p) centrifuge facility talvez seja uma usina (.) foi formalmente
aberta na ... quinta < - (p) Friday ((FR)) “acho que é quinta” Ps na… na cidade
de Resende no Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Na…< - (p)
Resende nuclear plant (.) ((LB)), num local, nessa cidade de Resende, num
local destinado Ps
SENTENÇA 3
((LS)) [TrD] O governo brasileiro disse que a tecnologia, que essa
tecnologia é … (.) algo de mais avançado no mundo.
SENTENÇA 4
Esse anúncio, essa abertura oficial se deu depois de lentas negociações
com esse órgão (.) das nações unidas, encarregado de energia nuclear.
Imagino que aqui pelo contexto que seja um…esse IAEA seria um órgão
encarregado disso nas Nações Unidas.
SENTENÇA 5
((LS)) [TrD] O Brasil tem… uma das maiores reservas de urânio no mundo,
mas até agora / < - (p) the ore, ore, ore, “não sei o que significa esta palavra”.
((LB)) “vamos ver se no contexto ela sai.” ((LS)) Tem uma das maiores
reservas de urânio do mundo, mas até agora … o enriquecimento do
urânio / ((RM)) tem sido feito … < - (p) abroad é…no exterior, “não sei se é
bem esse…/ e essa palavra específica aqui eu não sei o que é” o < - (p) ore.
Me parece que…este enriquecimento estava sendo feito no exterior, porque
não tinha tecnologia. O processo que… o mesmo processo que produz a
…energia nuclear (.)
SENTENÇA 6
No futuro,… < - (p) some of that “aqui eu me…esse < - (p) some me confunde
um pouco”. Me parece que no futuro, parte daquele enriquecimento vai ser
feito no Brasil, (.) terá lugar no Brasil.
SENTENÇA 7
((LS)) [TrD] O governo diz que dentro de uma década o país será capaz de
encontrar, de …Ps tudo que a energia nuclear necessita. Capaz de … /“não
sei se é bem encontrar aqui…”(.)
SENTENÇA 8
TrD] Os cientistas brasileiros insistem “mais pela semelhança da palavra na
escrita”, insistem que …sua tecnologia é superior àquela (.), superior Ps, a
que existem…superior àquela (.) existente nas potências nucleares” Ps
((LS))
SENTENÇA 9
Eles < - (p) claim aqui /“eu acho que é” (.) no sentido de afirmar ou acreditar,
que o tipo de centrífuga que está em uso em Resende (.) será 25 vezes
mais eficiente
(
.
)
q
ue à
q
uelas
q
ue ... não é facilitam … ou
q
ue fazem esse
163
processamento no França ou nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
((LS)) ((RM)) [TrD] / “Eu consigo entender aqui…” que a tecnologia dois anos
atrás (.) / “não tô consigo contextualizar aqui”. Ps Sabedores que aquela
tecnologia levou dois anos Ps ...agência internacional da energia atômica (.) ...
esse < - (p) watchdog de novo, / “me veio a idéia assim, mas eu não consigo...,
seria assim tipo um supervisor..., essa frase aqui em não consegui captar
bem”.
SENTENÇA 11
((LS)) ((RM)) [TrD] “O < - (p) keen keen não sei como é que se diz, eu não
conheço” (.) Mas pelo contexto eu imagino que seja assim”...(.), preocupado
em proteger...os seus segredos comercias, o Brasil estava relutante (.) a...
dar acesso aos inspetores . É acesso completo (.) Ps
Durante as negociações (.) ((LS)) “entendi que as negociações políticas... as
< - (p) facilities seria pra (.) pra implementar “não sei.” Foram complicadas,
porque foram simultâneas (.) aos (.), aos planos nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no fim, o Brasil e o, esse órgão IAEA,/ “não sei o significado” ...
concordaram, acordaram um sistema (.) / “eu não li toda a frase, tenho que ler
ela completa” ((LS)) Então eles conseguiram acordar, fizeram um acordo,
acordaram um sistema de segurança
(.) esse < - (p) ensure “eu não sei qual é
o significado”, mas seria... imagino que seja pelo contexto para garantir que
aquelas novas (.) / “não é facilidades, eu não consigo achar um significado
aqui para...” (.) aqueles novos / “não é conhecimento também”, não seriam
usados ... (.) canalizados para ((RM)) / “não sei o que que é também essa
palavra < - (p) weapons, imagino que seja assim: que não seriam canalizados
para fins indevidos”. / “Não sei... (.) se é essa idéia”.
SENTENÇA 13
“tá me faltando dizer aqui o que que abriu na sexta feira em Resende...(.) ...foi
...tem sido, representa um, um degrau”.
Que aquilo ali representou um, um, o Brasil deu um passo dentro da América
do Sul nessa questão da energia nuclear hoje, mas não ((RI)) / “ não sei bem
porque cheguei nesse...nessa, nessa dedução”.
SENTENÇA 14
Na semana passada a Bolívia anunciou planos de (.) nacionalizar as
reservas de gás, “não sei se é nacionalizar aqui o correto.” (.) ((LB)) ...com
medo dos preços (.) ((RM)) ((LB)) “acho que provavelmente” por medo de ...de
do aumento dos preços.
SENTENÇA 15
((LS)) Mais importante que o gás da Bolívia, o Brasil vê a energia nuclear
como uma das (.) várias alternativas estratégicas.
Como um grande importador, deve ser do gás boliviano, né ? Então, o
Brasil vê a energia nuclear ...uma alternativa pra energia.
164
Participante 18
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
Brasil tem se juntado ao seleto grupo de países com capa…capacidade
(p) of (pii) enriching uranium, (cpi) enriching uranium, capacidade de
enriquecer urânio < - (p) as a means of (pii) generating energy como um
meio de energia < - (p) (pii) generating of... (.) geração de energia.
SENTENÇA 2
Um novo < - (p) (pii) centrifuge facility...centro, não sei o que é < - (p) (pii)
centrifuge facility, mas deve ser algo como um centro nuclear
, alguma coisa
assim. < - (p) was formally opened foi formalmente … aberto, inaugurado na
sexta … < - (p) at the Resende nuclear plant na planta nuclear de Resende
no estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
Os brasi…o governo brasileiro disse < - (p) its ...tecnologia é uma das mais
avançadas no mundo.
SENTENÇA 4
< - (p) the official opening a inauguração official, a abertura oficial < - (p)
follows lengthy negotiations seguiu < - (p) lengthy “não sei o que que é”
negociações com as ... nações < - (p) United Nations unidas, < - (p) United
Nations nuclear watchdog … nucleares < - (p) watchdog “não sei o que que
é”… < - (p) the IAEA que é uma, deve ser…, “eu não sei o que quer dizer este
IAEA.”
SENTENÇA 5
Brasil tem uma das mais, maiores reservas de urânio do mundo, mas até
agora < - (p) the ore não sei o que que é, tem tido de ser < - (p) shipped
abroad deve ser levado para fora do país para enriquecer < - (p) for
enrichment. O processo o qual produz…combustível nuclear. O
enriquecimento – o processo que produz o combustível nuclear.
SENTENÇA 6
No futuro, < - (p) some algum desse enriquecimento ... < - (p) will take place
acontecerá no Brasil
.
SENTENÇA 7
O governo disse que dentro de uma década o país estará apto < - (p) to
meet ...all its a encontrar todas as suas energias nucleares que ele precisa.
“Não sei se é isso mas...mais ou menos isso”.
SENTENÇA 8
Cientistas brasileiros < - (p) insist insistem < - (p) their technology is
superior…as …as tecnologias deles são superiores àquelas
< - (p) of
existing nuclear poweraquelas existentes no poder nuclear / “Ficou meio
estranha está frase”.
SENTENÇA 9
Eles clamam ou reclamam pela, pelo tipo de centrífuga < - (p) in use em
uso na Resende, ...deve ser na usina de Resende. < - (p) will be terá 25
vezes mais eficiência que < - (p) facilities, facilities in France or the United
States, facilities “eu não sei o que que é, mas deve ser das que tem na
França e nos Estados Unidos.”
SENTENÇA 10
< - (p) over that led to a stan…standoff two years ago dois anos atrás com …
165
< - (p) International Atomic Energy Agency agência de energia atômica
internacional, a < - (p) UN Watchdog (.)...aí ta o ...IAEA, né?! É isso aí! < - (p)
UN Watchdog é o nome disso, dessa < - (p) International Atomic Energy
Agency.
SENTENÇA 11
< - (p) Keen to protect é… um… < - (p) keen é querendo, com vontade de
proteger < - (p) its commercial secrets seus segredos comerciais, , - (p)
Brazil was reluctant to give inspectors Brasil estava relutante para dar aos
inspetores < - (p) full access full é cheio, completo acesso < - (p) to its
facilities a suas < - (p) facilities seria fábricas, não, equipamentos,... seus
instalações, alguma coisa assim. < - (p) and politically the negotiations e
politicamente as negociações < - (p) were complicated foram complicadas <
- (p) by simultaneous concerns por simultaneos …preocupações simultâneas
< - (p) about Iran's nuclear plans sobre os planos nucleares do Irã.
SENTENÇA 12
Mas no fim, Brasil e a IAEA < - (p) agreed a system of safeguards
concordaram com um sistema de guarda de segurança < - (p) to ensure
that the new facilities para assegurar que as novas instalações < - (p) would
not be channelled não seriam < - (p) channelled ... channelled into weapons
production ...deve ser algo “não sei o que é” < - (p) channelled, mas deve ser
algo que asseguraria que essas novas instalações não seriam utilizadas
nas produções de guerra. < - (p) weapons production, weapons é armas,
produção de armas. / “Mas não sei o que é < - (p) channelled… (p) channel é
canal, direcionar, alguma coisa assim...ah tá! Não seriam direcionadas, deve
ser isso a produção de armas”.
SENTENÇA 13
a abertura, a inauguração na sexta-feira na Resende, na usina de Resende, < -
(p) is being hailed as a major step está sendo < - (p) hailed / “eu não sei o que
é” como a maior etapa
< - (p) forward in Brazil's development ...etapa de
desenvolvimento no Brasil < - (p) and it comes amid renewed e vem ... < - (p)
amid renewed concerns, < - (p) concerns é preocupações < - (p) about energy
supplies in South America…/ “também esbarrei aqui em certas palavras”. E
isso vem, deve ser junto com preocupações sobre suporte de energia
na...no sul da América, na América do Sul. Fiquei aqui no < - (p) renewed
(.)amid renewed. Não sei.
SENTENÇA 14
Semana passada a Bolívia anunciou planos de nacionalizar suas reservas
de gás. < - (p) Prompting… fears… fears temendo o aumento de preços. < -
(p) Prompting “eu não sei o que é”. < - (p) fears é temer < - (p) of price rises o
aumento de preços.
SENTENÇA 15
Como um grande importador do gás da Bolívia, o Brasil vê a energia
nuclear como...um dos diversos alternativas, uma das diversas
alternativas de...estratégicas alternativas.
166
Participante 19
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
O Brasil se engajou ao seleto grupo de países que têm capacidade de
enriquecer urânio (.) … como … ah … energia …como geração de energia <-
- as a means a fim de … de geração de energia.
SENTENÇA 2
Uma nova (.) centrífuga (.) nova < - (p) facility (.) “não é facilidadeuma nova
m... (.).”no sentido” acredito uma nova planta centrífuga a... foi formalmente
aberta na sexta –feira, em Resende (.) na planta nuclear de Resende no
Estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
O governo brasileiro disse que (.) essa tecnologia é uma das mais
avançadas do mundo.
SENTENÇA 4
A abertura oficial Ps ah…se encaminhou (.) m...<-
(p) lengthy não sei o que é. Negociação (.) <- - open follows negociação
seguiu com a ... as nações unidas <- - United Nations nuclear (.) m… <- (p)
watchdog não sei o que é, mas deve ser um departamento nuclear das nações
unidas, eu imagino.<- (p)The não conheço a sigla e não sei o que significa.
SENTENÇA 5
Brasil tem a maior reserva de urânio do mundo mais até agora (.) não
tinha
< - - shipped abroad for enrichment Ps m ... “acho que a tradução não deve ser
literal aqui” <- - shipped abroad e sim não tinha, não tinha ainda conseguido
enriquecer o urânio, “acredito”. O processo que que enri /o processo que
produz combustível nuclear, nuclear. Enriquecimento de urânio que é um
processo que produz ah... o combustível nuclear.
SENTENÇA 6
No futuro (.) < - - some of that enrichment will take place (.) parte desse
enriquecimento será feito no Brasil (.) “eu acredito que” will take place in
Brazil seja no sentido de feito, produzido no Brasil.
SENTENÇA 7
O governo (tet) disse que com, em algumas décadas, ou com / em uma
década, a o país tá apto a <- - to meet all its nuclear energy needs (.) a
produzir sua, toda sua energia nuclear necessária.
SENTENÇA 8
Os cientistas brasileiro ah…insistem que as suas tecnologia, que a sua
tecnologia é superior aquelas exis / (.)< - - of superior to that of existing nuclear
powers superior as, as forças nucleares existentes
.
SENTENÇA 9
Eles reclamam / “não”, eles, eles dizem / eles afirmam que o tipo de
centrífuga em uso em Resende será vinte e cinco vezes mais eficiente que
a, que a, aquelas da França e dos Estados Unidos, que as utilizadas na
França e nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
< - - sensitivity over that technology led “algumas palavras aqui não, não sei a
tradução aqui” <-(p) sensivities ... sensivelmente superior aquelas tecnologias
(
.
)
< - - led to a standoff to
y
ears a
g
o
(
Ps
)
< - - with the International Atomic
167
Energy Agency (.) “presumo que no contexto seja sensivelmente superior as
tecnologias s... mostradas (.) ah dois anos atrás na... (.) para a agência
nuclear.(Ps) “uma coisa nesse sentido”.
SENTENÇA 11
Proteger os segredos comercias, o Brasil foi relutante em dar aos
inspetores total acesso para as (.) as... facil./ “de novo eu tô batendo em
facilidades aqui” para suas (.) / não sei a tr, sei o que é, mas não consigo a
tradução (.) a... para sua..., para centrífugas, que (.) e politicamente as
negociações foram tão, foram complicadas m...< - - by simultaneous
concerns about the Iran’s nuclear Ps fazem conexão com o mesmo problema
que, que o Irã está tendo com os seus planos nucleares “acredito que
foram em tempos diferentes né?”
SENTENÇA 12
Mas no final o Brasil e este órgão da da ONU (.) concordaram que o
sistema salvaguardas para assegurar que essas novas / “de novo facilities”
a... essas novas, esse novo invento brasileiro pode ser, não pode ser
canalizado para a produção de armas,”armas nucleares no caso”.
SENTENÇA 13
A abertura de sexta feira em Resende < - - is being hailed, não sei o que é
hailed Ps mas no contexto acredito que seja está sendo considerado (.) a... o
principal passo a caminho do desenvolvimento do Brasil Ps < - - it comes
(ipi) amid renewed concerns about energy supplies in South America Ps e vem
...Ps vem renovar
... “não entendi muito bem” , mas a em relação...ao
fornecimento na América do Sul, vem renovar o... < - - concerns about
energy Ps as intenções “acredito que seja nesse sentido” as intenções de
energias no... no na América do Sul.
SENTENÇA 14
Na semana passada a Bolívia anunciou seu plano de nacionalizar o... a..
reserva de gás <- - prompting fears of price (pii)rises m…”acredito que seja no
com o propósito de... de aumentar os preços” [[ fears...]] < - - prompting fears
of prices (pii) rises Ps fears...fears é medo? Ps < - - prompting fears of prices
(pii) rises. Deve ser no sentido, então, de trazer o medo de aumento de preços.
O anúncio da Bolívia traz medo de aumento de preço
.
SENTENÇA 15
Como o principal importador de gás boliviano, o Brasil vê sua, vê a
energia nuclear como um dos principais alternativas estratégicas (.)
168
Participante 20
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
Então o Brasil ele tem ahamm se unido ao seleto grupo de países com a
capacidade de // < - (p) enriching “eu não conheço esse verbo mas, o (p) rich
significa rico então” de ahm, eu acho que fazer do urânio um meio de gerar
energia. Não consegui fazer uma relação assim entre o (p) rich e < - (p)
enriching, mas seria de transformar, eu entendo então como transformar.
Acredito que aquela idéia de ligar < - (p) enriching a (p) rich não vai funcionar
aqui neste contexto.
SENTENÇA 2
Então uma nova possibilidade foi formalmente aberta ,aham < - - on Friday
at the Resende nuclear plant, “então na sexta feira na (.) este < - - Resende
nuclear plant, eu não entendo o significado de < - (p) Resende nem < - (p)
plant, mas deve ser um centro de estudos relacionados a geração de
energia que está localizado no estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
Que o governo brasileiro diz que esta tecnologia é uma das mais
avançadas do mundo.
SENTENÇA 4
Digamos que o oficial lançamento (.) “Digamos que seja lançamento, acho
que não é bem a palavra do < - (p) opening ali”. (.) Então, Ela ela segue
negociações longas com nações unidas < - (p) watchdog. Eu não tô
entendendo o que é < - (p) watchdog (.) “Seria...um tipo uma acredito que uma
parceira neste processo, neste projeto de transformar urânio num meio de
gerar energia.” < - (p) Watchdog ... “Assessoria, alguma coisa assim. Não estou
conseguindo fazer uma relação ali entre < - (p) Watchdog e o contexto. Então
acredito que seja uma parceira (.) e a sigla IAEA (.), também não sei o que
significa e não consegui ligar com o United Nations nuclear Watchdog.”
SENTENÇA 5
Então o Brasil tem algumas das maiores reservas de urânio no mundo,
mas até agora < - (p) the ore “não sei o que que é talvez seria(.)minério,
urânio...tem tido que ser bem (p) ship < - (p) shipped (p) ship é navio então
talvez tenha sido exportado, < - (p) shipped abroad for enrichment tem sido
exportado pro exterior para... < - (p) enrichment .”
[the process which produces nuclear fuel.] “Para (.) tá então, pelo que eu
entendi agora do < - (p) enrichment que eu já tinha visto no primeiro parágrafo,
né!?” < - (p) enriching é um processo < - (p) the process which produces
nuclear fuel então é o processo que produz combustível nuclear
...
então(.)então eu entendo agora um pouco melhor o primeiro parágrafo, que o
Brasil está se unindo aos países que estão utilizando urânio co...para produzir
combustível nuclear... e isto está sendo feito então, está sendo(.)até agora o
Brasil tem exportado urânio pra desenvolver este processo o < - (p)
enrichment.
SENTENÇA 6
Então essa é a idéia central, que no futuro o Brasil vai, vai sediar < - (p) will
take place vai sediar esse projeto, o desenvolvimento deste projeto
.
SENTENÇA 7
Então, o governo diz que dentro de uma década o país será capaz
de...atender < - (p) to meet, seria encontrar as nece...estas necessidades
nucleares eu...eu pelo contexto então, o Brasil vai ser capaz de atender as
necessidades da energia nuclear.
169
SENTENÇA 8
Então os cientistas brasileiros, eles insistem que a tecnologia (.) que a
tecnologia do Brasil é superior < - (p) to that para aquelas é superior as
existentes em relação ao poder...(.) < - (p) of existing nuclear powers, não que
a tecnologia, a nossa tecnologia, ela é superior as já existentes, referentes a
energia nuclear, o < - (p) nuclear powers ali eu tô achando um pouco estranho,
se tivesse a palavra (p) energy...antes se fosse assim: < - (p) existing energy
nuclear powers ficaria mais claro, mas pelo contexto acredito que signifique isto
então.
SENTENÇA 9
Eles argumentam que o tipo de (.) o uso...agora apareceu o < - (p) centrifuge
que eu não tô conseguindo relacionar com o português e fazer uma...sei lá, os
resultados obtidos acredito que seja não consegui relacionar aqui < - (p)
facilities com facilidades, então, digamos que pelo contexto seja os resultados
na França e nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
Então a aproximação, o conhecimento desta tecnologia levou (.) para um,
pontinhos, a dois anos atrás com a < - (p) the International Atomic Energy
Agency, com a Agência Internacional de Energia Atômica < - (p) the UN
Watchdog. Novamente vem o < - (p) Watchdog aqui, que parece ser um órgão
que < - (p) watchdog,(p) dog alguém que, um órgão que, pensando no (p) dog,
como um guarda, cão, cachorro, guarda alguém, então que (.) ...fiscaliza as (.)
projetos envolvendo energia nuclear, seria um centro de fiscalização de... seria
uma referência em projetos nucleares,(.)bem, então, esta < - (p) International
Atomic Energy Agency é este órgão de referência das nações unidas, < - (p)
United Nations.
SENTENÇA 11
Acredito que interessar em proteger os seus segredos comerciais. Então,
Brasil estava relutante em dar aos inspetores, aos fiscalizadores, talvez,
acesso total aos seus resultados neste projeto de energia nuclear e
politicamente as negociações foram complicadas por ... Então, as
negociações estavam complicadas por … preocupações simultâneas...em
relação aos planos da...do Irã em relação a esse projeto nuclear.
SENTENÇA 12
Mas no final o Brasil e esse IAEA que é < - (p) United Nation watchdog
concordaram em relação a um sistema
de < - (p) safeguards, safeguardas,
segurança, (p) safe, segurança, (p) guards (.) sistema de, que garantisse os
direitos de cada país no desenvolvimento do projeto, concordaram num
sistema de, tipo eu entendo aqui como um termo de compromisso pra garantir
que os novos resultados não seriam < - (p) channelled, channel é canal, o
verbo (p) channel não me é familiar, mas eu acredito que seja para segurar
que os novos resultados não seriam canali ah, (p) channel será que pode ser
canal? Ah, canal, tá canal de tevê, não seriam canalizados para produção
de armas.
SENTENÇA 13
Então essa abertura, este lançamento, deste projeto, está sendo < - (p)
hailed, hailed eu não conheço esta palavra, talvez está sendo visto como um
grande passo em direção ao desenvolvimento do Brasil. Então, isso vem
renovar, não, vem amenizar as preocupações renovadas atuais sobre
suprimento de energia na América do Sul.
SENTENÇA 14
A Bolívia que anunciou os planos de nacionalizar as reservas de gás.
Como uma forma de evitar, o aumento dos preços. Sem ter entendido ali o < -
(p) prompting fears.”
SENTENÇA 15
Então, como um grande importador do combustível boliviano, o Brasil vê
a energia nuclear, como uma das muitas alternativas estratégicas.
170
Participante 21
Escore 1 Escore 2
SENTENÇA 1
[TrD] Brasil reuniu-se ao seleto grupo de países com a capacidade de
enriquecer urânio como meio de gerar energia.
SENTENÇA 2
[TrD] Uma nova centrífuga (.)..., uma nova centr...fac...(.) Uma
nova...facilidade centrífuga foi formalmente aberta na sexta feira na planta
nuclear de Resende, no estado do Rio de Janeiro.
SENTENÇA 3
[TrD] O governo brasileiro disse...que sua tecnologia...é uma das mais
avançadas do mundo.
SENTENÇA 4
[TrD] A abertura oficial seguiu...segue longas negociações com as nações
unidas ... (.) com, não é com as nações unidas, com o supervisor nuclear das
nações unidas... tem um sigla IAEA. É um instituto, aparentemente, que
controla o uso da energia nuclear.
SENTENÇA 5
[TrD] O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio no mundo, mas até
agora...(.) a dificuldade, “não sei que palavra é esse, estou chutando” < - (p)
ore a dificuldade era de ... de enriquecer urânio. O processo que produz
o…o combustível nuclear. Ou seja, o Brasil, pelo que entendi, dessa frase
grande aqui, o Brasil tem urânio, uma das maiores reservas, mas não tinha
capacidade ainda pra enriquecer, né?! Ele tinha que mandar de navio < - (p)
shipped mandar de navio o urânio para ele ser enriquecido em outro lugar. É
isso? Ok , é isso.
SENTENÇA 6
[TrD] No futuro (.) parte deste enriquecimento ... é terá lugar no Brasil.
SENTENÇA 7
O governo disse que é...em uma década o país estará habilitado a
encontrar...a produzir toda energia nuclear que necessita.
SENTENÇA 8
[TrD] Cientistas brasileiros insistem que sua tecnologia é superior àquela
existente ...// em países que tem tecnologia nuclear.
SENTENÇA 9
Eles afirmam que o tipo de centrífuga...em uso e Resende será 25 vezes
mais eficiente que ... outras na França e nos Estados Unidos.
SENTENÇA 10
< - (p) Sensitivity é sensitividade ou...acho que assim: sensibilidade para
tecnologia, a sensibilidade da tecnologia conduz a um “não sei que palavra é
essa” < - (p) standoff dois anos atrás com (.)... a Agência Internacional de
Energia Atômica a ... guarda, né?! A surpevisora das nações unidas para
energia nuclear.
SENTENÇA 11
“Não sei que é < - (p) keen” [TrD] e de proteger seus segredos comerciais, o
Brasil estava relutante de dar aos inspetores acesso pleno a ... suas
usinas e politicamente as negociações ficaram complicadas por
preocupações simultâneas com os planos nucleares do Irã.
171
SENTENÇA 12
Mas no final o Brasil e a... Agência Internacional de Energia Atômica
entraram em acordo (.) concordaram, chegaram num acordo sobre um
sistema de salvaguardas para assegurar que as novas... para < - (p) new
facilities ... novas facilidades é não seriam (.) ... encadeadas em produção
de armas, ou seja, não seriam usadas para a produção de armas
nucleares. ((RM))
SENTENÇA 13
[TrD] A abertura na sexta feira em Resende está sendo (.) considerada
“estou chutando porque eu não sei o que é essa palavra, pelo contexto” está
sendo considerada como o maior passo adiante no desenvolvimento do
Brasil. E ... (.) traz preocupações renovadas sobre o suprimento de
energia na América do Sul.
SENTENÇA 14
[TrD] Na última semana a Bolívia anunciou planos de nacionalizar suas
reservas de gás... levando medo (.), levando medo de subida de preços,
né.
SENTENÇA 15
Como um grande importador do gás boliviano o Brasil vê a energia
nuclear como um de muitas alternativas estratégicas.
172
ANEXO I - TABELAS INDIVIDUAIS POR PARTICIPANTES POR ITENS E NÍVEIS
DE CONSCIÊNCIA LINGÜÍSTICA
Participante 01
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 02
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 03
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
173
Participante 04
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 05
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 06
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
174
Participante 07
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 08
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 09
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
175
Participante 10
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 11
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 12
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
176
Participante 14
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 15
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 16
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
177
Participante 17
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 18
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 19
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
178
Participante 20
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
Participante 21
Níveis
Itens
Inconsciente Pré-consciente
1
Pré –
consciente 2
Consciente Plenamente
consciente
I_1 x
I_3 x
I_4 x
I_6 x
I_7 x
I_8 x
I_10 x
I_11 x
I_12 x
I_14 x
I_15 x
I_16
x
ANEXO J - ESCORES PARA COMPREENSÃO LEITORA MEDIDOS PELOS PROTOCOLOS VERBAIS
Participante P01 P02 P03 P04 P05 P06 P07 P08 P09 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21
JUIZ 1 – PROFESSORA CONVIDADA ESCORES
Sentença X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 X 2 2 2 2 2 2 2 2
2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 1 2
3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 2 2
4 0 1 0 1 1 1 2 2 1 2 2 1 X 1 1 2 2 1 1 1 2
5 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 1 1 X 2 1 2 2 2 1 2 2
6 2 1 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 1 2
7 2 1 2 0 2 1 2 2 2 2 2 1 X 2 2 2 2 2 2 1 2
8 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 X 2 2 2 2 2 2 2 2
9 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 0 2
10 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 X 0 0 0 0 0 0 1 1
11 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 X 2 2 2 2 2 1 2 2
12 1 2 2 1 2 0 2 2 1 2 2 1 X 1 2 2 1 2 2 2 2
13 1 1 1 1 2 1 2 1 1 2 2 2 X 0 1 2 0 1 2 2 2
14 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 1 2
15 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 2 2
20 23 25 22 26 22 29 26 23 29 27 22 X 24 25 28 25 26 25 22 29
% 66,67 76,67 83,33 73,33 86,67 73,33 96,67 86,67 76,67 96,67 90,00 73,33 80,00 83,33 93,33 83,33 86,67 83,33 73,33 96,67
JUIZ 2 – PESQUISADORA ESCORES
SENTENÇA X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 2 2
2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 1 2
3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 2 2
4 0 0 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 X 1 1 2 2 1 1 1 2
5 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 1 1 X 2 1 2 2 2 1 2 2
6 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 1 2
7 1 2 2 0 2 1 2 2 2 2 2 1 X 2 2 2 2 2 2 1 2
8 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 X 2 2 2 2 2 2 2 2
9 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 0 2
10 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 X 0 0 0 0 0 0 1 1
11 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 X 2 2 2 2 2 1 2 2
12 1 2 2 1 2 0 2 2 1 2 2 1 X 1 2 2 1 2 2 2 2
13 1 1 2 1 2 2 2 1 1 2 2 2 X 0 1 2 1 1 2 2 2
14 1 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 X 2 2 2 2 2 2 1 2
15 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 X 2 2 2 2 2 2 2 2
19 24 27 21 26 23 29 26 24 29 27 22 X 24 25 28 26 26 25 22 29
% 63,33 80,00 90,00 70,00 86,67 76,67 96,67 86,67 80,00 96,67 90,00 73,33 80,00 83,33 93,33 86,67 86,67 83,33 73,33 96,67
MÉDIA % 65,00 78,34 86,67 71,67 86,67 75,00 96,67 86,67 78,34 96,67 90,00 73,33 80,00 83,33 93,33 85,00 86,67 83,33 73,33 96,67
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