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Curso preliminar (cinco classes) – Catecismo, leitura, caligrafia, gramática,
aritmética, elementos de ciências naturais, geografia, história sagrada, francês,
trabalho manual.
2º ano – Catecismo, caligrafia, gramática, aritmética, elementos de ciências naturais,
desenho linear, geografia, história sagrada, história pátria, francês, trabalho manual.
3º ano – Catecismo, português, aritmética, geografia, desenho linear, elementos de
ciências naturais, geografia, história sagrada, história pátria, francês, trabalho
manual.
4º ano – Instrução religiosa, português, aritmética, álgebra, desenho linear,
elementos de anatomia, corografia do Brasil, história pátria, francês, trabalho
manual.
5º ano – Instrução religiosa, português, aritmética, geometria, álgebra, desenho e
perspectiva linear, elementos de anatomia, história pátria, francês, trabalho manual.
Curso superior (uma classe) – Instrução religiosa, português, aritmética, geometria,
álgebra, desenho e perspectiva linear, física e química, zoologia, geografia e
cosmografia, história geral, francês, trabalho manual. (MANOEL, 1989, p, 208).
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Nota-se que no Curso elementar aparecem as disciplinas de caligrafia e
gramática. No Curso preliminar, além dessas disciplinas, foi inserida a disciplina de leitura.
No 2º ano, a disciplina de leitura sai do programa. Nos 3º, 4º, 5º anos e no Curso superior
essas disciplinas foram substituídas pela disciplina de Português, provavelmente subdividida
em leitura, gramática, caligrafia e literatura pelo próprio professor que ministrava as aulas.
Vale ressaltar que nesse período as disciplinas que cuidavam da moral, da
religiosidade, do ensino dos bons modos e da cultura preponderavam sobre as disciplinas
científicas. As primeiras estavam em todo programa, enquanto as segundas aparecem somente
em algumas séries.
Para a educação ultramontana a mulher não possuía afinidade com as
ciências naturais e exatas por serem disciplinas que levavam à profissionalização, lugar que
não caberia à uma dama da sociedade e mãe de família. Nesse sentido, Peeters e Cooman
(1936, p. 149) relatam que:
Até o surto do movimento feminista que começou em fins do século XIX e
sobretudo depois do enorme impulso que lhe deu a Grande Guerra, a educação das
classes abastadas tinha um cunho de formação literária e distinção notável. Não se
preocupavam as moças da procura de uma carreira. As ciências físicas e naturais
eram ensinadas como complemento da instrução e meio de conhecer e compreender
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Programa da solene distribuição de prêmios – ano 1919. Arquivo do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio de
Itu.