Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
CAMPUS DE ARARAQUARA
AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM
INDIVÍDUOS COM PERIODONTITE
RENATA SQUARIZ BROTTO
ARARAQUARA – SP
2007
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
A
nálises Clínicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, para
obtenção do título de Mestre em Análises Clínicas, área de
Bioquímica Clínica.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Teresa
Pepato
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
____________ de ______________________ de 2007.
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dra. Maria Teresa Pepato
Depto. de Análises Clínicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Câmpus de Araraquara - UNESP
Profa. Dra. Nair Honda Kawashita
Depto. de Química da Univesidade Federal do Mato Grosso
Prof. Dr. Luis Carlos Spolidório
Depto. de Fisiologia e Patologia - Faculdade de Odontologia
Câmpus de Araraquara - UNESP
________________________________________________________
ads:
DEDICATÓRIA
`A minha família, meus pais,
Rubens Squariz e Benedita Squariz,
pois sonhei, acreditei , vivi e não tive vergonha de ser feliz.
Ao meu esposo e filhos,
Pedro, Carolina, Pedrinho e Leonardo,
pois eu vi a beleza de ser um eterno aprendiz.
AGRADECIMENTOS
`A minha orientadora Profa. Dra. Maria Teresa Pepato, inicialmente pela
oportunidade, pelos ensinamentos, pela disponibilidade e finalmente por realizar
sua função com tanta dedicação e seriedade. Obrigada!
Aos Profs. Dra. Regina Célia Vendramini, Dr. Iguatemi Lourenço Brunetti,
Dra. Adriana Pelegrino Pinho Ramos, que muito colaboraram para a execução
deste projeto.
`A Profa. Dra. Rosemary Adriana Chiérici Marcantonio, que colaborou para a
execução e desenvolvimento das atividades práticas na Clínica de Periodontia da
Faculdade de Odontologia de Araraquara e aos Profs. Drs. Elcio Marcantonio
Junior, Carlos Rossa Junior, José Eduardo Sampaio e Silvana Regina Perez
Orrico, que foram muito atenciosos.
Ao Coordenador e todos os professores do Curso de Pós-graduação da área de
Análises Clínicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara que
contribuíram para a nossa formação.
A todos os funcionários da área de Análises Clínicas, pela seriedade e
dedicação ao trabalho. Especialmente ao Marcos Dangona pela colaboração
durante a parte experimental do projeto.
`As funcionárias da Secretaria de Pós-graduação: Cláudia Molina, Sônia
Ornellas e Laura Rosim, pelo pronto atendimento às nossas dúvidas e
solicitações.
Aos funcionários das Bibliotecas da FCFAr e da FOAr, especialmente à Irani
que tanto se dedica `as correções das referências bibliográficas.
`A FUNDUNESP e ao PADC/FCF/UNESP, pelo auxílio financeiro que possibilitou
a aquisição do material necessário para a realização deste estudo.
`A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização deste
trabalho e não foram citados, estejam certos de que não foram esquecidos, pois
me senti muito acolhida sempre que busquei ajuda. Meus sinceros
agradecimentos.
RESUMO
A periodontite (P) e a doença cardiovascular (DCV) são processos
crônicos bastante freqüentes na população adulta. Tanto o mecanismo
aterosclerótico envolvido na DCV como a P podem possuir como fator etiológico
agentes infecciosos. Ainda não há um consenso sobre a associação entre a P e a
DCV. Assim investigamos tal associação através de fatores de risco
cardiovascular tradicionais (FRT) e não tradicionais (FRNT). Para tanto,
indivíduos de ambos os sexos, não fumantes e aparentemente saudáveis
constituíram um grupo com periodontite crônica generalizada (n=30), na faixa
etária de 46 ± 6 anos de idade e o grupo sem P (n=30) com idade média de 43 ±
5 anos. A P foi bem caracterizada, pois se observou diferença significante entre
os grupos para os parâmetros: profundidade de sondagem, nível de inserção
clínica, sangramento à sondagem, índice de placa visível e índice de extensão e
severidade, sendo obtido valores maiores para o grupo com P. Dentre os FRT,
avaliamos as pressões arteriais, o índices de massa corpórea, triglicérides,
colesterol total (CT) e lipoproteínas, os índices de risco coronariano: escore de
risco de Framingham e as proporções de CT/HDL-colesterol e LDL-
colesterol/HDL-colesterol. Como FRNT analisamos o índice cintura/quadril, a
circunferência abdominal, a proteína C reativa e a microalbuminúria. Investigamos
também a função renal (FR) de ambos os grupos através dos compostos
nitrogenados não protéicos séricos e urinários, da filtração glomerular renal e pela
proporção albumina/creatinina. As análises estatísticas foram aplicadas em
relação ao controle e ao intervalo de referência e revelaram um quadro de pré-
hipertensão sistólica e diastólica, além do que ambas as pressões arteriais foram
significantemente associadas à P (p=0,005). Em relação aos demais FRT, FRNT
e de FR não encontramos nenhuma outra associação. Desta forma, considerando
a associação da P com as pressões arteriais não podemos descartar a
possibilidade da P moderada estar relacionada aos eventos primordiais da DCV,
porém não suficiente para causar alterações da maioria dos parâmetros
bioquímicos avaliados nesta investigação.
ABSTRACT
Periodontitis (P) and cardiovascular disease (CVD) are chronic diseases
prevalent in the adult population. Several infectious microorganisms are known to
be etiological factors in both the atherosclerotic process involved in CVD and P.
There is still a lack of consensus regarding whether P and CVD are associated.
Hence, we investigated this association, by assessing both traditional (TRF) and
non-traditional (NTRF) cardiovascular risk factors. The experimental group (n=30)
were non-smoking adults of both sexes apparently in good general health, with
generalized chronic periodontitis, aged 46 ± 6 years, the control group (n=30)
being similar but without P, aged 43 ± 5 years. The P symptoms were well-
defined, with significantly higher values of the following variables in the first group:
probing depth (PD), clinical attachment level (CAL), bleeding on probing (BP),
plaque assessment index (PAI) and extent and severity index (ESI). The TRF
used were blood pressure, body mass index, serum triglycerides, total cholesterol
(TC) and lipoproteins and the coronary risk indices: Framingham cardiovascular
risk score and TC/HDL-C and LDL-C/HDL-C ratios. The NTRF analyzed were the
waist/hip ratio and waist circumference, serum C-reactive protein and
microalbuminuria. We also evaluated the kidney function (KF) in each group by
analyzing the levels of non-protein nitrogen compounds in blood serum and urine,
renal glomerular filtration rate and the albumin/creatinine ratio in the urine.
Statistical tests were used to compare the experimental group with the control
group and with the reference intervals, revealing diastolic and systolic pre-
hypertension in the experimental group, both of which were correlated with P
(p=0.005). Regarding all other TRF and NTRF, we observed no further correlation
with any of the variables investigated. Hence, in view of the association between P
and blood pressure, we cannot ignore the possibility that moderate P is associated
with the first signs of CVD, but is not sufficiently severe to cause changes in many
of the biochemical variables measured in this investigation.
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO....................................................................................................... 10
LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................... 13
ÍNDICE DE TABELAS..................................................................................... 15
ÍNDICE DE FIGURAS..................................................................................... 17
1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 18
2. REVISÃO DA LITERATURA...................................................................... 21
2.1. DOENÇA PERIODONTAL (DP).............................................................. 22
2.1.1. HISTÓRICO.......................................................................................... 22
2.1.2. DEFINIÇÃO........................................................................................... 23
2.1.3. ETIOLOGIA........................................................................................... 23
2.2. PERIODONTITE E COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS.............................. 27
2.2.1. ATEROSCLEROSE E PERIODONTITE............................................... 27
2.2.2. DOENÇA CARDIOVASCULAR (DCV) E PERIODONTITE.................. 31
2.2.3. DOENÇA RENAL (DR) E PERIODONTITE.......................................... 33
2.2.4. HIPERTENSÃO (HP) E PERIODONTITE............................................. 36
2.3. MARCADORES DE RISCO CARDIOVASCULAR.................................. 41
2.3.1. MARCADORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NÃO
TRADICIONAIS............................................................................................... 42
2.3.1.1. PROTEÍNA C REATIVA (PCR).......................................................... 42
2.3.1.2. MICROALBUMINÚRIA (Ma).............................................................. 46
2.3.2. FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR TRADICIONAIS E
PERIODONTITE............................................................................................ 50
3. OBJETIVOS................................................................................................ 54
3.1. OBJETIVOS GERAIS.............................................................................. 55
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................... 55
4. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................... 56
4.1. LOCAL E ÉPOCA DO ESTUDO.............................................................. 57
4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS........................................................... 57
4.2.1. CRITÉRIO DE SELEÇÃO PARA AMBOS OS GRUPOS..................... 57
4.2.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO PARA O GRUPO EXPERIMENTAL....... 58
4.2.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO PARA O GRUPO CONTROLE............... 58
4.2.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO PARA AMBOS OS GRUPOS................ 59
4.3. MÉTODOS............................................................................................... 59
4.3.1. EXAME CLÍNICO DE DIAGNÓSTICO PERIODONTAL ...................... 59
4.3.1.1.ÍNDICE DE EXTENSÃO E SEVERIDADE (IES) DA DOENÇA
PERIODONTAL (DP).............................................. ...................................... 60
4.3.2. DADOS ANTROPOMÉTRICOS.............................................................. 61
4.3.2.1. DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC)....... 61
4.3.2.2. DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE CINTURA / QUADRIL (IC/Q)............. 62
4.3.2.3. DETERMINAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (CA)........ 62
4.3.3. DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL (PA).............................. 63
4.3.4. PARÂMETROS LABORATORIAIS....................................................... 63
4.3.4.1. COLETA DOS MATERIAIS BIOLÓGICOS........................................ 63
4.3.4.2. PROCESSAMENTO DOS MATERIAIS BIOLÓGICOS..................... 64
4.3.4.3. DETERMINAÇÕES BIOQUÍMICAS................................................... 64
4.3.4.3.1. TRIGLICERÍDES (TG).................................................................... 65
4.3.4.3.2. COLESTEROL TOTAL (CT)........................................................... 66
4.3.4.3.3. HDL-COLESTEROL........................................................................ 66
4.3.4.3.4. VLDL-COLESTEROL...................................................................... 67
4.3.4.3.5. LDL-COLESTEROL......................................................................... 67
4.3.4.3.6. ESCORES DE RISCO DE FRAMINGHAM (ERF).......................... 68
4.3.4.3.7. PROPORÇÕES COLESTEROL TOTAL/ HDL-COLESTEROL E
LDL-COLESTEROL/HDL-COLESTEROL......................................................... 70
4.3.4.3.8. ALBUMINA SÉRICA....................................................................... 70
4.3.4.3.9. PROTEÍNA C REATIVA DE ALTA SENSIBILIDADE (PCR)............ 71
4.3.4.3.10. MICROALBUMINÚRIA DE ALTA SENSIBILIDADE (Ma)............. 71
4.3.4.3.11. URÉIA........................................................................................... 72
4.3.4.3.12. ÁCIDO ÚRICO.............................................................................. 73
4.3.4.3.13. CREATININA................................................................................. 73
4.3.4.3.14. FILTRAÇÃO GLOMERULAR RENAL (FGR)................................ 74
I - CLEARANCE DE CREATININA (CLCreat)................................................ 74
II – EQUAÇÃO ABREVIADA DO ESTUDO DA “MODIFICATION OF DIET
IN RENAL DISEASE” (MDRD2)..................................................................... 75
4.3.4.3.15. PROPORÇÃO DE ALBUMINA/CREATININA (Alb/Creat ) .......... 75
4.3.5. METODOLOGIA ESTATÍSTICA........................................................... 76
5. RESULTADOS............................................................................................ 77
6. DISCUSSÃO............................................................................................... 94
7. CONCLUSÕES........................................................................................... 114
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 116
LISTA DE ABREVIATURAS
Alb/Cret:
CA:
CLCreat :
CT :
DCV:
DP:
DR:
DRC:
ERF:
FGR:
FR:
FRT:
FRNT:
LDL:
LDLox:
LPS:
HAS:
HDL:
HP:
IL:
Albumina/Creatinina
Circunferência Abdominal
Clearance de Creatinina
Colesterol Total
Doença Cardiovascular
Doença Periodontal
Doença Renal
Doença Renal Crônica
Escore de Risco de Framingham
Filtração Glomerular Renal
Função Renal
Fator de risco tradicional
Fator de risco não tradicional
Low Density Lipoprotein (lipoproteína de baixa
densidade)
oxidized Low Density Lipoprotein (lipoproteína de baixa
densidade oxidada)
Lipopolissacarídeo
Hipertensão Arterial Sistêmica
High Density Lipoprotein (lipoproteína de alta
densidade)
Hipertensão
Interleucina
IAM:
IES:
IM:
IMC:
IPV:
IR:
Ma:
MDRD:
NIC:
P:
PA:
PAD:
PAS:
GCP:
PCR:
PS:
GSP:
SS:
TG:
TNF-α:
VLDL:
Infarto Agudo do Miocárdio
Índice de Extensão e Severidade
Infarto do Miocárdio
Índice de Massa Corpórea
Índice de Placa Visível
Insuficiência Renal
Microalbuminúria
Modification of Diet in Renal Disease
Nível de Inserção Clínica
Periodontite
Pressão Arterial
Pressão Arterial Diastólica
Pressão Arterial Sistólica
Grupo Com Periodontite
Proteína C Reativa
Profundidade de Sondagem
Grupo Sem Periodontite
Sangramento à Sondagem
Triglicerídes
Fator de Necrose Tumoral – α
Very Low Density Lipoprotein (lipoproteína de muito
baixa densidade)
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Gênero e Faixa Etária dos Indivíduos Sem
e Com Periodontite................................................................................... 78
Tabela 2: Parâmetros Avaliados pelo Exame Clínico de Diagnóstico
Periodontal dos Indivíduos Sem e Com Periodontite................................. 80
Tabela 3: Índice de Extensão e Severidade (IES) da Periodontite
quanto aos Parâmetros Avaliados pelo Exame Clínico de Diagnóstico
Periodontal dos Indivíduos Sem e Com Periodontite................................ 81
Tabela 4: Parâmetros Antropométricos e Pressões Arteriais dos Indivíduos
Sem e Com Periodontite........................................................................ 82
Tabela 5: Freqüência e Percentual dos Indivíduos Sem e Com
Periodontite em Relação à Classificação e seus respectivos Intervalos
de Valores de Referência de Parâmetros Antropométricos e das
Pressões Arteriais......................................................................................... 84
Tabela 6: Níveis Séricos de Triglicérides, Colesterol Total, Lipoproteínas e
de proporções do Colesterol Total / HDL-colesterol e do LDL-colesterol /
HDL-colesterol dos Indivíduos Sem e Com Periodontite................................. 85
Tabela 7: Freqüência e Percentual dos Indivíduos Sem e Com Periodontite
dos Parâmetros Lipídicos Séricos em Função dos Respectivos
Intervalos de Valores de Referência......................................................... 86
Tabela 8: Freqüência, Percentual e Classificação do Risco Coronariano
dos Indivíduos Sem e Com Periodontite quanto às Proporções de
CT/HDL-colesterol e LDL-colesterol/HDL-colesterol e Escore de Risco
de Framingham............................................................................................. 88
Tabela 9: Parâmetros Séricos e Urinários de Avaliação de Função Renal
dos Indivíduos Sem e Com Periodontite..................................................... 89
Tabela 10: Freqüência e Percentual de Parâmetros Bioquímicos Séricos
e Urinários Relacionados à Função Renal dos Indivíduos Sem e Com
Periodontite em Função dos Respectivos Intervalos de Valores
de Referência............................................................................................... 90
Tabela 11: Níveis de Proteína C Reativa Sérica e Microalbuminúria dos
Indivíduos Sem e Com Periodontite.............................................................. 91
Tabela 12: Freqüência e Percentual de Determinações de Proteína C
Reativa Sérica e Microalbuminúria dos Indivíduos Sem e Com
Periodontite em Função dos Respectivos Intervalos de Valores de
Referência......................................................................................................... 92
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Diagrama de Dispersão da Correlação entre Microalbuminúria
(Ma) e Proteína C Reativa (PCR).................................................................... 92
Figura 2: Diagrama de Dispersão da Correlação entre Pressão Artérial
Diastólica (PAD) e Microalbuminúria (Ma)....................................................... 93
Figura 3: Diagrama de Dispersão da Correlação entre Pressão Arterial
Sistólica (PAS) e Microalbuminúria (Ma)......................................................... 93
18
1. INTRODUÇÃO
19
Tanto nos Estados Unidos (AHA, 2005) como no Brasil (MALTA et al,
2006), a doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte e
incapacitação.
As doenças vasculares que evoluem a partir do mecanismo da
aterosclerose, geralmente se manifestam na idade adulta como a doença
cardíaca coronariana, as doenças cerebrovasculares e a doença vascular
periférica. Nos últimos 10 anos, países desenvolvidos intensificaram suas ações
preventivas sobre os fatores de risco modificáveis para aterosclerose, porém
estas não apresentaram eficiência satisfatória (PAQUETTE, 2004). A partir desta
constatação, pesquisadores passaram a estudar a associação da DCV e agentes
infecciosos (O’CONNOR et al., 2001). Segundo Fong (2000), as doenças
infecciosas podem ter ação direta ou intensificar o efeito de outros fatores de risco
associados à DCV.
Conforme dados epidemiológicos, a periodontite (P) é de alta
prevalência, afetando mais da metade dos adultos nos Estados Unidos
(ALBANDAR et al., 1999). Mais preocupante torna-se o quadro, uma vez que a
mesma tem se associado como possível fator de risco da DCV (BECK et al.,
2000). A P é uma doença infecciosa crônica e afeta uma área de 8 a 20 cm² da
cavidade bucal onde freqüentemente surge lesão ulcerada no epitélio juncional do
dente e fatores de virulência bacteriana como proteases, toxinas e
lipopolissacarídeos (LPS) presentes na superfície da membrana externa da
Porphyromonas gingivalis podem facilmente atravessar este epitélio e entrar na
circulação sistêmica (HUJOEL et al., 2001). Estudos experimentais em
camundongos demonstraram o envolvimento de periodontopatógenos como
Porphyromonas. gingivalis, acelerando o desenvolvimento da aterosclerose, tanto
20
pela inoculação da bactéria pela via intravenosa como pela via oral (LI et al.,
2002; LALLA et al., 2003).
A associação entre a P e a DCV tem sido investigada através de vários
fatores de risco tradicionais (FRT) e não tradicionais (FRNT), porém ainda não há
dados suficientes para confirmar ou não estas associações, havendo, portanto
conclusões divergentes (SHLOSSMAN et al., 1990; DESTEFANO et al., 1993;
HUJOEL et al., 2000; LÖSCHE et al., 2000; LOOS et al., 2000; SLADE et al.,
2000; KATZ et al., 2001; HUJOEL et al., 2001; TUOMINEN et al., 2003; D’AIUTO
et al., 2004b; MERCANOGLU et al., 2004; FRANEK et al., 2005; SAREMI et al.,
2005; LEIVADAROS et al., 2005; BRIGGS et al., 2006; ELTER et al.; 2006;
JOSHIPURA e RITCHIE, 2006; TAYLOR et al., 2006; TONETTI et al., 2007).
Além disso, vários autores apresentaram dúvidas sobre a contribuição destes
marcadores no estudo da P e o risco cardiovascular que o indivíduo pode estar
sendo exposto (GLURICH et al, 2002; HUJOEL, 2002).
Neste presente trabalho buscamos acrescentar dados para enriquecer
a literatura e assim contribuir para a avaliação do risco cardiovascular em
indivíduos com P.
21
2. REVISÃO DA LITERATURA
22
2.1. DOENÇA PERIODONTAL (DP)
A doença periodontal (DP) pode afetar a gengiva, que é a estrutura de
proteção do dente, levando a uma condição patológica conhecida como gengivite,
a qual pode ser reversível. A periodontite (P), outra forma de ocorrência da DP,
afeta as estruturas de suporte do dente causando reabsorção do osso alveolar,
destruição do ligamento periodontal, formação de bolsa periodontal e
conseqüentemente perda de inserção dentária (MACHTEI et al., 1992;
NISENGARD e NEWMAN, 1994; SCHLEGEL-BREGENZER et al., 1998;
LINDLHE, 1999; KINANE, 2001; RAGGHIANTI et al., 2004). As bolsas
periodontais são espaços subgengivais aumentados pelo acúmulo bacteriano e
pela inflamação gengival apresentando microulcerações no epitélio da bolsa
(LOESCHE, 1997).
2.1.1. HISTÓRICO
Evidências da periodontite (P) foram observadas nas arcadas dentárias
de corpos embalsamados há 4.000 anos atrás, no Egito, demonstrando que a P
acomete a espécie humana há muito tempo (CUNHA e CIDADE, 2002) e ainda
ocorre em populações do mundo todo. A prevalência da P generalizada e severa
varia de 5% a 20% e a maioria dos adultos apresentam uma classificação de grau
leve a moderado, podendo variar conforme os critérios usados na definição da P
(AAP, 2005).
23
2.1.2. DEFINIÇÃO
A periodontite crônica é reconhecida como a forma mais comum da DP
e definida pela American Academy of Periodontology como uma doença
infecciosa cuja inflamação afeta os tecidos de suporte dos dentes, ocorrendo
perda progressiva do nível de inserção óssea, caracterizada pela formação de
bolsa periodontal e/ou recessão da gengiva (AAP, 1999). Assim uma nova
classificação baseada no paradigma infecção/resposta do hospedeiro foi proposta
em 1999, porém apesar do enorme avanço nos conhecimentos sobre a DP, estes
ainda não foram suficientes para diagnosticá-la e classificá-la com base na
etiologia (ARMITAGE, 2002).
2.1.3. ETIOLOGIA
A etiologia bacteriana da periodontite (P) foi relatada por Galipe (1881)
e Miller (1890), porém, já no século XVII, van Leeuwenhoek usando a tecnologia
disponível na época, uma lente de aumento de vidro, detectou organismos vivos
em matérias retiradas de bolsa periodontal (CUNHA e CIDADE, 2002; FERES et
al., 2004). Historicamente, acreditou-se que todos os indivíduos poderiam ser
susceptíveis à P, apenas pelo acúmulo do biofilme bacteriano, higiene oral
precária e a presença de trauma oclusal. Porém nos últimos 40 anos, estudos têm
indicado que a P é causada por bactérias infecciosas específicas, mas nem todos
os indivíduos são susceptíveis à infecção e aos danos causados por ela (VAN
DYKE e DAVE, 2005).
24
Na periodontite crônica, o biofilme bacteriano tem sido considerado o
agente etiológico, direcionando as evidências para uma etiologia polimicrobiana.
As bactérias gram-negativas como P. gingivalis, Tanerella forsythensis e
Treponema denticola pertencentes à comunidade bacteriana subgengival são
reconhecidas como periodontopatógenos (NISHIHARA e KOSEKI, 2004).
Após estudar a relação entre as espécies subgengivais usando
diferentes técnicas analíticas, Socransky et al. (1998) propôs agrupá-las em cinco
complexos bacterianos. O complexo I foi composto pela P. gingivalis, T.
forsythensis e T. denticola. O complexo II: Fusobacterium nucleatum subespécies,
Prevotella intermedia e Prevotella nigrescens, Peptostreptococcus micros e
Campylobacter rectus, Campylobacter showae, Campylobacter gracilis,
Eubacterium nodatum e Streptococcus constellatus. O complexo III foi constituído
pelas três espécies do gênero Capnocytophaga, Campylobacter concisus,
Eikenella corrodens e Actinobacillus actinomycetemcomitans sorotipo a. O
complexo IV foi formado pelos Streptococcus sendo que S. mitis, S. sanguis e S.
oralis foram os mais intimamente associados ao gênero. O complexo V:
Actinomyces odontolyticus e Veillonella parvula. Algumas espécies não se
agruparam como ocorreu com a Actinomyces naeslundii genoespecie 2
(Actinomyces viscosus), Selenomonas noxia e Actinobacillus
actinomycetemcomitans sorotipo b.
A maioria das espécies do complexo II e todas as espécies do
complexo I foram observadas em quantidades elevadas em bolsas profundas e
sítios com sangramento à sondagem, que são indicadores clínicos da inflamação
periodontal, favorecendo o crescimento destas espécies (SOCRANSKY e
HAFFAJEE, 2005).
25
A microbiota bucal ainda tem sido foco de muitos estudos e
recentemente surgiram novos candidatos a periodontopatógenos. Vários gêneros
de bactérias Gram-positivas foram observados em número elevado no biofilme
subgengival associados à P, incluindo Peptostreptococcus e Filifactor. Também
bactérias Gram-negativas pertencentes aos gêneros Megasphaera e
Desulfobulbus foram detectadas entre os casos de P, sendo que Desulfobulbus
foi associado a sítios profundos, não sendo estabelecido se a quantidade tem
ação importante na patogênese (KUMAR et al., 2005).
Estes novos candidatos identificados superaram quantativamente várias
espécies consideradas periodontopatógenos, como a P. gingivalis, conhecida por
agir no início e na progressão da P, devido a sua capacidade de colonizar o
epitélio da bolsa periodontal, aderir e invadir as células epiteliais da cavidade
bucal, induzindo fibroblastos gengivais humanos e macrófagos de camundongos
a expressarem citocinas inflamatórias (HANAZAWA et al., 1988; HANAZAWA et
al., 1991; SOJAR et al., 2002).
Na microbiota subgengival, Kumar et al. (2005) também observaram
que houve uma maior variação entre os grupos de bactérias Gram-positivas e
Gram-negativas, do que entre populações bacterianas de sítios profundos e
rasos, numa mesma boca. Isto sugere que a P crônica favorece uma alteração
global da ecologia bacteriana bucal mais do que uma alteração da microbiota sítio
específica.
A fim de estudar as alterações possíveis com relação à P crônica, sob o
efeito da localização geográfica na composição do biofilme subgengival da P,
parâmetros clínicos foram obtidos de participantes de quatro países: Brasil, Chile,
Suécia e Estados Unidos. As variações entre os países não foram significativas
26
com relação a T. forsithensis. No Brasil foi observada uma proporção maior da
bactéria T. denticola do que nos outros países. Com relação às características
clínicas da doença, não ocorreram diferenças significantes entre os grupos, mas o
perfil da microbiota do biofilme subgengival apresentou importância relevante
quanto ao efeito terapêutico, além de explicar parcialmente o grau de severidade
da doença nas diversas regiões do mundo (HAFFAJEE et al., 2004).
Na última década, pesquisadores iniciaram uma série de estudos
testando a ação das viroses na etiologia da DP, com ênfase ao vírus herpes
(SLOTS, 2005).
Na tentativa de definir a microbiota normal das superfícies da cavidade
bucal recoberta pelo biofilme bacteriano, Streptococcus spp., Gemella spp. e
Abiotrophia obtiveram a maior freqüência entre as espécies observadas no
biofilme subgengival de indivíduos com periodonto saudável (AAS et al., 2005;
KUMAR et al., 2005). Entre as bactérias Gram-negativas, os gêneros Veillonella,
Campylobacter e Capnocytophaga apresentaram níveis maiores no biofilme de
indivíduos saudáveis (KUMAR et al., 2005).
Com respeito à diferença na composição da microbiota subgengival
entre a condição de saúde e doença, ainda não está esclarecido se o início deste
fato é induzido por alguma alteração em uma ou mais espécies no sítio
subgengival ou alguma alteração no habitat por interferência local ou sistêmica
(SOCRANSKY e HAFFAJEE, 2005).
27
2.2. PERIODONTITE E COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS
Na última década, a abordagem da DP como uma doença restrita à
cavidade bucal sofreu um impacto quando estudos epidemiológicos começaram
associar a P às doenças sistêmicas e assim surgiu o termo Medicina Periodontal
como um ramo da periodontia. Estudos começaram a apontar a P como fator que
predispõe ou que exacerba problemas de ordem sistêmica dentre eles: as
doenças cardiovasculares (endocardite bacteriana, aterosclerose e infarto do
miocárdio (IM)), acidentes vasculares cerebrais, doenças respiratórias, partos
prematuros de bebês com baixo peso ao nascer e a dificuldade do controle
metabólico do diabetes (WILLIAMS e OFFENBACHER, 2000).
2.2.1. ATEROSCLEROSE E PERIODONTITE
A aterosclerose é uma doença vascular progressiva e pode ser
observada pelo espessamento da camada sub-íntima e pela formação de ateroma
na parede de artérias de médio e grande calibre. Estas alterações foram
observadas há muito tempo por Von Rokitansky (1852) e Virchow (1856) em
autópsias de adultos jovens e assim, foi proposta a hipótese que a aterosclerose
seria uma resposta inflamatória crônica leve a uma injúria vascular. Mais
recentemente, em 1999, Ross num estudo de revisão sobre os mecanismos da
aterosclerose voltou a propor esta hipótese, principalmente por estar envolvida
com as doenças cardiovasculares (DCV), cerebrovasculares e a doença arterial
periférica que são responsáveis por 50% das mortes nos Estados Unidos, Europa
e Japão (LUSIS, 2000).
28
Evidências têm levantado a hipótese do envolvimento de um ou mais
agente infeccioso no desenvolvimento da aterosclerose (ROSS, 1999). A partir
deste relato, estudos experimentais passaram a testar esta associação e
demonstraram num experimento in vitro que periodontopatógenos bacterianos
como P. gingivalis e P. intermedia podem invadir células da artéria coronária
humana, aumentando a possibilidade de uma infecção crônica in vivo por estes
patógenos e dessa forma poderiam atuar na doença cardíaca coronariana (DORN
et al., 1999). Esta pesquisa experimental foi influenciada por um estudo preliminar
realizado por Haraszthy et al. (1998) e este mesmo grupo de pesquisadores
posteriormente comprovou que 44% das amostras analisadas de tecido
ateromatoso eram positivas para uma ou mais espécies de periodontopatógenos
como: T. forsythensis, P. gingivalis, A.actinomycetecomitans e P. intermedia
(HARASZTHY et al., 2000).
Nos últimos anos, a patogênese da aterosclerose tem se associado à
ativação da imunidade inata e à inflamação. A imunidade inata é uma resposta
relativamente não específica frente a uma ameaça à integridade corporal,
constituída pelas barreiras físicas, fatores solúveis como a cascata complemento,
quimiocinas e citocinas, células brancas como monócitos, macrófagos e
neutrófilos (FEARON e LOCKSLEY, 1996). Todos os componentes da resposta
inflamatória e da disfunção endotelial que estão ligados à DCV, síndrome
metabólica e diabetes, de alguma forma estão relacionados à imunidade inata
que, além de ser controlada por citocinas e polipeptídeos, agem basicamente
como antimicrobianos e hemostáticos, levando à ativação deste sistema e a
alterações metabólicas do organismo. A maioria das citocinas pró-inflamatórias,
como o fator de necrose tumoral α (TNF-α) e interleucina–6 (IL-6), produzidas por
29
monócitos, macrófagos e também por outras células, podem apresentar a função
de sinalização na própria célula, em células vizinhas ou em células distantes
(MEMON et al., 1997).
É conhecido que várias vesículas são produzidas na membrana externa
de grande variedade de bactérias Gram-negativas durante o seu crescimento,
apesar da sua produção natural ter sido descrita somente em poucos gêneros
bacterianos. Essas vesículas, que contém lipopolissacarídeos (LPS), fosfolipídeos
e proteínas periplasmáticas são liberadas através da membrana externa para o
meio ambiente (HENRY et al., 2004). Qi et al. (2003) demonstraram que mesmo
em baixa concentração de vesículas na membrana externa de P. gingivalis, na
presença de LDL-colesterol, há indução da formação de células espumosas
derivadas dos macrófagos que é a evidência precoce da aterosclerose, agindo
como um fator de virulência assim como o LPS bacteriano. Também observaram
que essas vesículas além de promover a ligação do LDL ao macrófago, o induz a
modificar a LDL. Assim os macrófagos derivados de monócitos se unem a LDL-
colesterol oxidado (LDLox) formando células espumosas que acumulam na
camada subintimal de grandes artérias e contribuem para a liberação de
mediadores inflamatórios e então perpetuam o estado inflamatório e quimiotático
da placa aterosclerótica (DE GRABA, 2002). Nas placas estáveis há um
predomínio de colágeno, organizado com capa fibrosa espessa, poucas células
inflamatórias e núcleo lipídico menos proeminente. Nas placas instáveis ocorre
uma atividade inflamatória intensa, núcleo lipídico aumentado e grande atividade
proteolítica. A ação de metaloproteinases degrada o colágeno da matriz
extracelular da capa fibrosa o que sugere que a ruptura tem relação com as
30
características morfológicas e bioquímicas e não com o grau de estenose (FALK
et al., 1995).
Dessa forma, a inflamação pode estar relacionada ao efeito
cardiovascular através do processo aterosclerótico que, se caracteriza por ser
uma doença inflamatória de baixo grau, onde ocorre um espessamento da
camada íntima média da artéria, até o rompimento da placa aterosclerótica
instável. O desequilíbrio entre o mecanismo de formação do ateroma e a
inflamação é que vão determinar a instabilidade na placa aterosclerótica,
aumentando as chances de ruptura da placa, sendo o principal responsável pela
manifestação sintomática aguda da doença aterosclerótica cardiovascular como
infarto do miocárdio (IM) (ROSS, 1999). As estatísticas mostram que cerca de
metade dos IMs ocorrem em pessoas que têm um perfil lipídico normal
(BRAUNWALD, 1997). Na última década, a partir de um estudo epidemiológico foi
possível observar que Indivíduoss com infarto agudo do miocárdio (IAM)
apresentavam a saúde bucal em condições piores quando comparados a uma
população controle (MATTILA et al., 1989).
Ainda neste contexto, um outro experimento tentou simular a
disseminação de periodontopatógenos através da injeção intravascular da
bactéria P. gingivalis obtendo como resultado um aumento na deposição de
lipídeos nos principais vasos (LI et al., 2002). Apesar do metabolismo das
lipoproteínas nos ratos diferirem quando comparado ao metabolismo humano,
indivíduos com P têm freqüentes episódios de bacteremia (LOESCHE, 1997).
Devido à capacidade das bactérias em aderir e infectar cultura de
células endoteliais coronarianas (DESHPANDE et al., 1998), Amar et al. (2003)
relataram que a disfunção endotelial e a inflamação sistêmica estão associadas à
31
P severa em indivíduos relativamente jovens quando comparados à indivíduos
controle. E assim, concluíram que a disfunção endotelial precede a aterogênese,
o que reforça a relação temporal entre a P e aterosclerose.
2.2.2. DOENÇA CARDIOVASCULAR (DCV) E PERIODONTITE
Estudos transversais (MATILLA et al., 1989; ARBES et al., 1999) e
longitudinais (BECK et al., 1996; TUOMINEN et al., 2003) sugerem que a P pode
ser um novo fator de risco modificável para a DCV. A literatura também relata que
apesar dos estudos avaliarem diversas populações e usarem diferentes medidas
para as doenças periodontal e cardiovascular, foi demonstrado em investigações
longitudinais que a P precede eventos coronarianos (DESTEFANO et al., 1993;
BECK et al., 1998; MORRISON et al., 1999; WU et al., 2000; JANSSON et al.,
2001), porém esta associação ainda é foco de muitas dúvidas pois a P, a
aterosclerose e outros fatores de risco coexistem em muitos indivíduos
dificultando uma compreensão mais abrangente.
Em 2002, Hujoel realizou uma meta-análise de nove estudos,
verificando que há uma fraca associação de causalidade entre a P crônica e a
doença coronariana, ressaltando a necessidade de um controle mais rigoroso dos
fatores relacionados ao estilo de vida, assim como o fumo para comprovar se esta
associação é pequena ou inexistente. Estas evidências se baseiam numa
pesquisa onde a eliminação da infecção dental através da extração de todos os
dentes presentes na boca, não reduziu o risco para a DCV (HUJOEL et al., 2001).
Recentemente, Andriankaja et al. (2006) constataram que a alteração
dos parâmetros de avaliação que definem a DP como: nível de inserção clínica
32
(NIC), profundidade à sondagem (PS), altura da crista alveolar e número de
dentes perdidos têm influência direta e preponderante nos resultados da
pesquisa. Assim, quando estatisticamente há uma associação consistente com o
risco para o IM, poderá ocorrer variação quanto à intensidade desta associação
dependendo dos critérios usados para definir a DP.
Leivadaros et al. (2005) também avaliaram a presença da aterosclerose
por ultrassonografia na artéria carótida comum, na artéria carótida interna e na
bifurcação das carótidas usando como medida o espessamento da camada íntima
média, em 3 grupos de indivíduos saudáveis sendo que o grupo controle não
tinha P e os outros eram de indivíduos com P de leve a moderada e com P
severa. Este estudo verificou que 0,70 mm de espessura média na camada íntima
dos indivíduos com P severa não foi estatisticamente significante quando
comparada a 0,65 mm e 0,61 mm dos grupos controle e dos indivíduos com P de
leve a moderada, porém foi sugerido que se a amostra fosse maior poderia haver
alguma significância, evidenciando a necessidade de uma investigação utilizando
uma amostra maior.
Este tópico tem sido alvo de constantes críticas mesmo entre os
estudos onde são encontradas associações entre a P e a aterosclerose ou a
DCV, pois são situações que compartilham muitos fatores de risco, além disso,
tem surgido o questionamento sobre a definição da P. Assim, mesmo quando
ocorre uma associação, se debate sobre a força e sobre a legitimidade, isto é
independência quanto aos fatores que geram interferência.
Num artigo de revisão sobre a relação da DCV e P, Joshipura e Ritchie,
em 2006, citam vários estudos que encontraram resultados insignificantes desta
associação e outros que não encontraram resultados consistentes. A falta de
33
consistência na relação P e DCV demonstra que mais estudos são necessários
para corroborar tal relação, reduzindo a probabilidade de que esta associação
seja resultado de um erro constante no modelo de estudo.
2.2.3. DOENÇA RENAL (DR) E PERIODONTITE
A doença renal crônica (DRC) é um sério fator de risco para a DCV
sendo a sua prevalência maior entre os indivíduos cardiopatas (SARNAK et al.,
2003).
Os principais fatores de risco para DRC são: idade avançada, sexo
masculino, raça negra, hipertensão (HP), diabetes mellitus, fumo, filtração
glomerular renal (FGR) diminuída, proteinúria, ativação do sistema renina-
angiotensina e história familiar de DRC. Com exceção deste último fator citado,
todos os outros são comuns à DCV. Estudos epidemiológicos revelaram que
pessoas com DRC vêem a óbito mais em função de DCV do que pelo
comprometimento renal (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2002).
A função renal (FR) é bastante complexa e envolve muitos mecanismos
como a filtração, reabsorção (glicose, aminoácidos, eletrólitos e proteínas) e
homeostasia (endócrina e metabólica). A função excretora está associada à
capacidade de eliminar produtos finais do metabolismo, dentre eles estão os
compostos nitrogenados não protéicos como a uréia, creatinina e o ácido úrico
(NEWMAN e PRICE, 2006). Apenas a determinação destes compostos na urina
ou no soro não significa que estamos realizando uma avaliação renal, pois
concentrações de creatinina normal podem ser obtidas mesmo quando a taxa de
FGR declina em 50% (BERGER, 2000).
34
O mesmo ocorre com a determinação de uréia no soro, que sofre
influência do metabolismo protéico, do estado de hidratação do indivíduo e uso de
esteróides. Em indivíduos com insuficiência renal (IR) podemos não encontrar
alterações discrepantes na uréia sérica, caso eles estejam mal nutridos ou não se
alimentaram (NEWMAN e PRICE, 2006).
O melhor parâmetro para avaliar a FR é a taxa de FGR realizada
através do clearance de creatinina (CLCreat) que é um marcador endógeno e
sofre pouca variação quanto à reabsorção e secreção tubular. O CLCreat
geralmente resulta numa depuração igual ou um pouco maior quando comparada
ao melhor marcador exógeno como a inulina (NEWMAN e PRICE, 2006). O
cálculo deste parâmetro utiliza uma amostra de urina de 24 horas, porém há
evidências de que o uso de uma equação de predição como a equação abreviada
do estudo da Modification of Diet in Renal Disease (MDRD2), que se baseia na
determinação de creatinina sérica e algumas características do indivíduo, possa
ser confiável, eliminando a dúvida sobre uma coleta de urina de 24 horas
incompleta. A equação de Cockcroft-Gault também é uma equação de predição,
porém não tem se mostrado tão eficiente quando comparada à equação MDRD2,
que tem sido mais precisa quando a FGR está abaixo de 90mL/min/1,73m²
(COCKCROFT e GAULT, 1976; LEVEY et al., 1999; 2000).
Desde o século passado, é conhecido que concentrações elevadas de
ácido úrico sérico estão associadas à HP. Apesar da falta de pesquisas sobre
este tema, elevadas concentrações séricas de ácido úrico eram mais
consideradas uma conseqüência da DCV do que uma causa. Recentemente,
estudos realizados em animais e humanos demonstraram que altas
35
concentrações de ácido úrico podem prejudicar a FR causando dano glomerular e
aterosclerose pré-glomerular que resultam na HP arterial (JOHNSON et al., 2005).
Bos et al. (2006) admitem que o ácido úrico é um importante fator de
risco cardiovascular, porém estudos são necessários para avaliar se, reduzindo
os níveis de ácido úrico, também ocorre redução quanto ao risco da doença
coronariana e do acidente vascular cerebral, porque se tem observado que a
uricemia pode alterar a estrutura cardíaca e prejudicar a função deste órgão, além
do seu efeito citotóxico ocasionar doença em vasos de pequeno calibre, disfunção
nos cardiomiócitos e aterosclerose (TYRALLA e AMANN, 2003)
A determinação bioquímica de albumina no soro, segundo a literatura, é
um indicador confiável na avaliação do estado nutricional e também em relação à
DRC (CHERTOW et al., 2000, KAYSEN e LEVIN, 2002).
A proteinúria consiste numa concentração aumentada de proteínas na
urina e também reflete a DRC, assim como a FGR e albumina sérica. Esta
condição alterada ocorre quando há lesões glomerular e/ou peritubular ou
saturação do processo de reabsorção tubular renal (SARNAK et al., 2003).
A DRC pode ser definida quando a FGR é observada em níveis abaixo
de 60mL/min/1,73m² por três meses ou mais (JOHNSON et al., 2004a), associada
a uma proteinúria persistente que pode ser avaliada através da proporção
albumina/creatinina (>30mg/g) ou proteína total/creatinina numa amostra de urina
simples. Outros marcadores como sedimento na urina e anormalidades no estudo
de imagens também pode detectar dano renal (NATIONAL KIDNEY
FOUNDATION, 2002).
Neste presente estudo não se pretendeu incluir participantes com
doença renal (DR) , devido ao fato da mesma apresentar fatores de risco comuns
36
à DCV, e assim fez-se necessário avaliarmos se indivíduos dos grupos estudo e
controle apresentavam DR num estágio assintomático, o que interferiria em
possíveis associações.
2.2.4. HIPERTENSÃO (HP) E PERIODONTITE
A hipertensão arterial sistêmica (HAS), segundo estimativas, acomete
cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo e a esta condição, aproximadamente 7,1
milhões de mortes são atribuídas (WHO, 2002).
A circulação arterial tem como função principal conduzir o sangue dos
ventrículos às respectivas redes microcirculatórias e amortecer a oscilação do
fluxo sanguíneo ventricular, onde o ventrículo age como uma bomba descontínua,
pois a ejeção sangüínea dura apenas 30% de cada ciclo. Desta forma, as
pressões sangüíneas oscilam em sincronia com o batimento cardíaco, passando
em cada ciclo por um valor máximo, a pressão arterial sistólica (PAS) e um
mínimo, a diastólica (PAD). Durante a diástole, o sangue penetra no coração e
exerce uma força de distensão sobre as paredes cardíacas e na sístole, a massa
miocárdica se contrai e ejeta sob pressão o volume de sangue sistólico para o
interior da aorta (AIRES, 1999).
Vários mecanismos podem ocorrer no controle da pressão sangüínea,
pois são sistemas inter-relacionados, cada um executando uma função específica.
Os mecanismos de ação rápida, que atuam em segundos ou minutos, incluem: a)
o mecanismo de feedback baroceptores; b) o mecanismo isquêmico do sistema
nervoso central e c) o mecanismo quimioceptor (GUYTON e HALL, 1997).
37
Os baroceptores são receptores neurais, presentes nas paredes de
regiões onde há bifurcação das artérias carótidas, no pescoço e no arco aórtico,
sendo estimulados pelo estiramento da parede arterial e então emitem estímulos
ao centro vasomotor. Este coordena o número de estímulos que o sistema
nervoso simpático envia ao coração e aos vasos sanguíneos, interferindo no
controle do bombeamento, freqüência e contração do músculo cardíaco e no fluxo
sangüíneo dos vasos periféricos (GUYTON e HALL, 1997).
A resposta isquêmica do sistema nervoso central entra em ação quando
a pressão decresce em níveis perigosamente baixos, isto é, quando ocorre
redução de sangue e de oxigênio ao cérebro e como conseqüência ocorre uma
estimulação simpática cardíaca e vasomotora generalizada, sendo a mais intensa
dentre todas as reações naturais do organismo (GUYTON e HALL, 1997).
Os quimiorreceptores são estimulados por reduções da PO
2
e do pH, e
por elevações da PCO
2
sangüíneas. Não apresentam atividade em condições
normais de pressões parciais dos gases respiratórios e do pH sanguíneo. Além
dos quimirreceptores periféricos, que se situam junto aos baroceptores aórticos e
carotídeos, existem os quimiorreceptores centrais, que estão situados na
superfície ventral do bulbo. Apresentam sensibilidade diferencial, sendo que os
periféricos são mais sensíveis a variações de pressão parcial de O
2,
repercutindo
de forma mais importante sobre o aparelho respiratório do que sobre o aparelho
cirulatório (AIRES, 1999).
Os mecanismos que atuam num período de tempo intermediário são:
a) o mecanismo vasopressina, b) o relaxamento por estresse da vasculatura e c)
o desvio de líquido para fora da circulação, através das paredes capilares, com a
finalidade de ajustar o volume sangüíneo (AIRES, 1999).
38
A vasopressina ou hormônio antidiurético, é um hormônio neuro-
hipofisário e quando em baixas concentrações, reduz o volume e aumenta a
concentração da urina excretada; e em altas concentrações, provoca
vasoconstrição pré-capilar seletiva mais intensa nos territórios mesentérico,
cutâneo e muscular. A secreção da vasopressina está sob o controle da
osmolaridade intersticial de certas áreas do cérebro e em função da volemia e da
pressão arterial (PA), e os baroceptores também estão envolvidos neste controle
(AIRES, 1999).
Os dois mecanismos a seguir, podem ser considerados puramente de
natureza física. No relaxamento por estresse da vasculatura, o calibre vascular é
função da pressão transmural, onde a variação da pressão arterial e venosa influi
diretamente sobre o calibre de artérias e veias. Este sistema é capaz de
acomodar eficientemente aumentos da ordem de 30% e reduções de 15% do
volume sangüíneo. O desvio de líquido para fora da circulação se dá pela
alteração da pressão intracapilar que afeta o equilíbrio entre as pressões
hidrostática e coloidosmótica e operam como mais um mecanismo de feedback
negativo (AIRES, 1999).
Os mecanismos intermediários são acionados de 30 minutos a várias
horas podendo perdurar por alguns dias, porém os mecanismos nervosos entram
em fadiga e tornam-se cada vez menos eficazes (GUYTON e HALL, 1997).
O mecanismo de regulação da PA a longo prazo se dá pelo rim em
relação ao volume sanguíneo, através do sistema renina - angiotensina e
aldosterona que se tornam progressivamente mais eficazes em condições de
estímulo constante e em situações transitórias produzem resultados inexpressivos
devido a sua característica de lentidão (GUYTON e HALL, 1997).
39
Quando a PA se eleva fisiologicamente, ocorre um aumento na
excreção urinária de sódio como um mecanismo compensatório para a
manutenção dos níveis pressóricos normais. Desta forma, os rins apresentam um
papel duplo na regulação da PA. Inicialmente regidos pela aldosterona, eles
determinam a quantidade de sódio que deve ser retido, equilibrando o sódio e a
água no organismo. Posteriomente, os rins regulam a secreção de renina e da
angiotensina II, um importante regulador de longo prazo da vasoconstricção
arteriolar e estimulam a supra-renal à secreção da aldosterona (LARAGH e
BLUMENFELD, 2000).
A hipertensão (HP) é um termo que define a PA cronicamente elevada.
A hipertensão essencial, segundo Lee et al. (1995), ocorre em 90% dos casos e
apresenta origem desconhecida, com forte tendência à hereditariedade. Existem
outros possíveis fatores causais como: a obesidade, alimentação muito rica em
sódio, atividade física reduzida, ingestão inadequada de frutas, verduras, potássio
e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas (WHELTON et al., 2002).
Apesar da HP não ser causada pela aterosclerose, sua presença
acentua a incidência das demais doenças ateroscleróticas, pois a PA está
associada à DCV como um fator de risco independente e quando associada a
outros fatores de risco pode representar uma condição agravante. Desta forma,
quanto mais alta a PA, maior é o risco para as DCV, acidentes isquêmicos e DR
(ANDERSON et al., 1991).
Entre as DCV, a hipertrofia cardíaca é uma resposta compensatória do
miocárdio. Quando este órgão está em hiperfunção, os miócitos no coração adulto
aumentam de tamanho (hiperplasia), não ocorrendo um aumento no número de
células. Tem-se relatado que a HP, o IM e a doença valvular podem ser agentes
40
desencadeantes deste processo devido à sobrecarga de pressão no ventrículo
esquerdo. Desta forma, a hipertrofia constitui uma característica adaptativa onde
ocorrem alterações estruturais, bioquímicas e moleculares potencialmente
deletérias ao órgão, levando à falência cardíaca (SCHOEN e LEVY, 1994).
A PAS tem recebido maior atenção como principal fator de risco para as
DCV e após os 50 anos é a forma mais comum da HP, podendo estar isolada ou
em conjunto com a PAD. À medida que a população envelhece, a PAS sem
controle adequado poderá causar um aumento nas doenças cardiovacular e renal,
pois aumenta continuamente durante a vida. Já a PAD, é um fator de risco
cardiovascular mais potente até os 50 anos, e depois tende a se manter ou
abaixar a partir desta faixa etária (BURT et al., 1995; FRANKLIN et al., 1997;
2001).
Um mecanismo que favorece a HP ocorre pela ativação do sistema
nervoso simpático, onde há maior liberação de ácidos graxos no sistema porta e
diminuição da produção de óxido nítrico, aumentando dessa forma a
vasoconstrição (SHEEHAN e MICHAEL., 2000).
Sabe-se que os FRT como HP, hiperlipidemia e hiperglicemia são
fatores que fazem parte de uma complexa interação na qual macrófagos,
disfunção endotelial e inflamação localizada podem levar artérias médias e
grandes à formação de placas inflamatórias e consequentemente à aterosclerose.
Em relação à associação entre a P e a hipertensão essencial, Angeli et
al. (2003), observaram que a PAS aumenta progressivamente com o aumento da
severidade da P, enquanto a PAD não mostrou nenhuma alteração significante.
Também constatou um aumento progressivo na massa muscular do ventrículo
esquerdo do coração em relação ao aumento da severidade da P.
41
Entretanto, Franek et al., em 2005, avaliaram a incidência da hipertrofia
do ventrículo esquerdo em indivíduos com transplante renal, com e sem P.
Apesar de terem comprovado a inexistência de alterações e infecções sistêmicas,
concluíram que não houve associação entre a P avançada e a PA, porém em
função das características dos indivíduos que participaram deste estudo, muitas
dúvidas ainda persistem.
2.3. MARCADORES DE RISCO CARDIOVASCULAR
Vários marcadores biológicos têm sido considerados na avaliação do
risco para as doenças vasculares. O termo biomarcadores foi introduzido em 1989
e em 2001 uma definição foi padronizada, assim como os tipos de marcadores.
“Biomarcador é uma característica que é medida e avaliada como um indicador de
processo biológico normal, processo patogênico ou resposta farmacológica a uma
terapêutica de intervenção”. Os marcadores de risco estão associados
estatisticamente à doença, mas não necessariamente à causa, podendo ser uma
medida da doença (BDWG, 2001).
Os FRT para DCV como idade, sexo, fumo, diabetes mellitus, HP e
dislipidemia (aumento de colesterol e de triglicérides (TG) e queda de HDL-
colesterol) não explicam totalmente as variações na incidência da DCV e a
mortalidade entre os indivíduos de uma população (KUULASMAA et al., 2000)
levando os estudos a apontarem fatores de risco cardiovasculares não
tradicionais ou emergentes como a lipoproteína (a), homocisteína, fatores
protrombóticos, marcadores pró-inflamatórios e evidências da doença
aterosclerótica sub-clínica (NCEP, 2001).
42
Assim, atualmente, uma grande variedade de marcadores ou possíveis
fatores de risco têm sido estudados no desenvolvimento da aterogênese até o
estágio que culmina com a disfunção do miocárdio. Em cada fase do processo
aterosclerótico, um ou vários marcadores de risco têm sido atribuídos. No estágio
inicial onde ocorre a formação da placa aterosclerótica, os marcadores mais
relacionados são as moléculas de LDL-colesterol, LDLox, proteína C reativa
(PCR), interleucinas IL-6, IL-10, IL-18, fibrinogênio e TNF-α; no estágio de
instabilidade da placa aterosclerótica (ateroma), as enzimas como a matrix
metaloproteinase (MMP-9) e mieloperoxidase (MPO), as moléculas de adesão
intercelular (ICAM) e as moléculas de adesão de célula vascular (VCAM) estão
relacionadas. Na fase em que ocorre a ruptura da placa, marcadores como:
ligante solúvel CD40 (sCD40L), fator de crescimento placentário (PIGF), proteína-
A plasmática associada à gravidez (PAPP-A) e VCAM estão envolvidos. No
processo aterosclerótico, ainda ocorre a fase de trombose, onde marcadores
como: inibidor do ativador do fibrinogênio (PAI-1), sCD40L, fator de von
Willebrand (fvW), D-dimer são citados e ainda muitos outros marcadores estão
envolvidos na fase de isquemia, de necrose e por fim de disfunção do miocárdio.
A PCR também está presente numa fase de resposta aguda após a ruptura da
capa fibrosa da placa ateromatosa (NAGHAVI et al., 2003a, b).
2.3.1. MARCADORES DE RISCO CARDIOVASCULAR NÃO
TRADICIONAIS
2.3.1.1. PROTEÍNA C REATIVA (PCR)
43
O relatório final do National Cholesterol Education Program (NCEP)
através de Adult Treatment Program-III (ATPIII) reconhece que o risco
cardiovascular também pode ser influenciado por outros fatores de risco
independentes como a PCR (NCEP, 2001). A produção hepática da PCR é
estimulada principalmente pela IL-6 apesar da IL-1 e TNF-α também participarem
desta ativação (MACKIEWICZ et al., 1991). Não se conhece a real função
biológica da PCR, mas estudos imunohistoquímicos observaram sua presença
nos tecidos inflamados (HATANAKA et al., 1995), nos vasos ateroscleróticos
(LAGRAND et al., 1997; 1999) e no IM (KUSHNER et al., 1963). A molécula de
PCR se une ao LDLox (CHANG et al., 2002), à lipoproteína VLDL e a membrana
de células danificadas facilitando a fagocitose pelos macrófagos (DE BEER et al.,
1982; ROWE et al., 1984; PEPYS et al., 1985).
A concentração sérica de PCR tem se correlacionado com outros
fatores de risco cardiovasculares como fatores lipídicos, hemostáticos e
infecciosos, obesidade, tabagismo, idade e a sua elevação parece estar
fortemente associada à doença coronariana (MENDALL et al., 1996). Acredita-se
que a associação de PCR à concentração sérica de HDL-colesterol apresenta
valor preditivo para o primeiro IAM (RIDKER et al., 1998; 2001). Estudos em
indivíduos assintomáticos demonstraram que os valores elevados da PCR estão
correlacionados com um aumento significativo de risco futuro para a DCV, seja
coronariana ou periférica (RIDKER e HAUGHIE, 1998).
A PCR até então utilizada unicamente como proteína de fase aguda, a
partir de métodos de detecção mais sensíveis, definidos por um coeficiente de
variabilidade menor que 10% e com capacidade de determinar baixas
concentrações plasmáticas (RIFAI et al., 1999; PEARSON et al., 2003), passou a
44
ser utilizada na prevenção primária para avaliação do risco cardiovascular de
forma independente perante os outros fatores de riscos já conhecidos (RIDKER et
al., 2001). Estudos epidemiológicos têm sugerido o envolvimento da própria PCR
com a injúria vascular agindo como um fator de risco e não como um marcador de
risco (LAGRAND et al., 1999; 2000). Outro mecanismo possível estaria no fato de
que elevados níveis de PCR poderiam também refletir uma inflamação em outro
local do organismo ou uma inflamação associada com outro fator de risco como
no caso da associação positiva entre a PCR e o índice de massa corpórea (IMC),
sendo esta uma associação muito forte, podendo ser mais forte quando presente
a obesidade abdominal, pois os adipócitos (células do tecido adiposo) secretam
IL-6 e TNF-α em altas quantidades, estimulando a produção de PCR hepática
(FESTA et al., 2001).
Em uma recente conferência que reuniu consensos da American Heart
Association (AHA) e Center for Disease Control (CDC), baseados na junção de
dados epidemiológicos de 40.000 indivíduos apresentando diferentes níveis
séricos de PCR, três categorias de risco para DCV foram determinadas.
Indivíduos com concentrações de PCR menor que 1 mg/L foram considerados de
baixo risco, enquanto aqueles com valores entre 1 – 3 mg/L foram considerados
de médio risco e aqueles com níveis de concentração sérica maior do que 3 mg/L
foram classificados como alto risco para futuros eventos cardiovasculares
(PEARSON et al., 2003).
Segundo Loos et al. (2000), a periodontite eleva os níveis sistêmicos de
PCR, IL-6 e neutrófilos. Como já comentado, pesquisas recentes realçam o papel
de elevados níveis de PCR plasmática como fator de risco cardiovascular. A
45
correlação positiva entre PCR e P deve ser a ligação entre a DP e o risco
cardiovascular aumentado nos pacientes com DP (NOACK et al., 2001).
Com relação à redução dos níveis plasmáticos da PCR, podemos citar
algumas pesquisas onde a mesma foi avaliada antes do início e após o
tratamento periodontal. Dois estudos de intervenção não encontraram nenhum
efeito significante nos níveis da PCR (IDE et al., 2003; IWAMOTO et al., 2003)
enquanto em outros dois estudos onde havia diagnóstico de P avançada, o valor
inicial médio determinado foi de 2,0 mg/L ocorrendo uma redução média de 0,5
mg/L após o tratamento da P (MATTILA et al., 2002; D’AIUTO et al., 2004a).
Amar et al. (2003) realizaram um estudo caso–controle onde foi
avaliada uma amostra de pacientes com P avançada sob o aspecto da função
endotelial da artéria braquial e níveis plamáticos de PCR e notaram que o grupo
experimental apresentou a função endotelial diminuída e maior concentração
plasmática de PCR em relação ao grupo controle.
Na mesma linha de pesquisa, Seinost et al. (2005) também relataram
melhora na função endotelial após o tratamento periodontal, porém associaram o
uso de antibioticoterapia sistêmica.
Recentemente, Elter et al. (2006) também notaram que o tratamento
periodontal restituiu a função endotelial mesmo na ausência de antibioticoterapia
sugerindo que este resultado provém da intervenção localizada. Neste mesmo
trabalho, observou-se que houve diminuição dos marcadores inflamatórios séricos
como IL-6 e PCR confirmando que a redução significante foi evidente após 6
meses de tratamento como havia sido relatado em 2004b, por D’aiuto et al.
Com base nas pesquisas citadas acima, devemos nos ater ao fato de
que a P é caracterizada pela formação de um biofilme bacteriano subgengival
46
onde comunidades bacterianas envolvidas pela matriz aderem umas às outras ou
em superfícies (COSTERTON et al, 2003). No interior deste biofilme ocorre a
formação de um sistema complexo de comunicação, transporte intercelular e
comensalismo que dificulta o acesso dos mecanismos de defesa do hospedeiro e
medidas terapêuticas como a antibioticoterapia (SOCRANSKY e HAFFAJEE,
1997). Dessa forma, se a P não for tratada com eficácia, pode ser um foco
persistente de produtos inflamatórios que resultam da infecção bucal e de acordo
com a teoria da inflamação metastática poderiam desencadear alterações
sistêmicas como a produção de proteínas de fase aguda pelas células hepáticas
como a PCR (SLADE et al., 2000).
Na literatura também pode ser encontrado dados que discordam da
importância da PCR na P, como os de Glurich et al., 2002, em cujo trabalho não
foi possível estabelecer uma relação causa e efeito, pois a maioria destes estudos
avaliou pacientes com doença cardíaca e muitas variáveis que poderiam
influenciar os níveis de PCR, não foram controladas. Pela compilação das
informações comentadas acima, nota-se que mais estudos são necessários sobre
a associação da P e DCV através da PCR.
2.3.1.2. MICROALBUMINÚRIA (Ma)
Vários estudos têm reconhecido a microalbuminúria (Ma) como um
marcador da disfunção endotelial e sua associação à aterosclerose e à doença
coronariana (YUDKIN et al., 1988; HARTLAND e GOSLING, 1999). Assim, a Ma
tem sido apresentada como um marcador de risco cardiovascular e de
47
mortalidade na população em geral (KANNEL et al., 1984; BORCH-JOHNSEN et
al., 1999).
Segundo Yuyun et al. (2004) foi observada forte evidência na
associação entre a Ma e a doença cerebrovascular demonstrando ser um preditor
independente apenas para o acidente vascular isquêmico, não o sendo para os
casos hemorrágicos, sugerindo um mecanismo aterosclerótico.
Num estudo de coorte transversal, um grupo de homens e mulheres
aparentemente saudáveis foi avaliado e, após o ajuste para vários fatores
interferentes, observou-se que níveis séricos de PCR estavam associados com
Ma, sugerindo que o baixo grau de inflamação detectado pela alta sensibilidade
da PCR pode agir na indução da Ma numa população geral. Sendo assim, a
excreção de albumina urinária reflete não apenas fatores de risco cardiovascular,
mas também uma inflamação sistêmica de baixo grau (NAKAMURA et al., 2004).
Outro estudo de coorte realizado em 40.856 pessoas, nos Países
Baixos, revelou que 6,6% dos indivíduos que apresentaram Ma, não eram
diabéticos ou hipertensos e a Ma foi independentemente associada a vários
fatores de risco para DCV (HILLEGE et al., 2001)
O mecanismo patofisiológico de associação entre albuminúria e DCV
permanece obscuro, porém alguns autores sugerem a hipótese de disfunção
endotelial generalizada de capilares (ex: glomerular) e artérias (DECKERT et al.,
1989; STEHOUWER et al., 1992) devido a fatores hemodinâmicos, estruturais ou
funcionais do endotélio ou da matrix extracelular. O conceito do envolvimento
vascular generalizado fica fortalecido quando se considera o fato da Ma estar
mais relacionada ao risco de morte por causas cardiovasculares do que por
causas não cardiovasculares (PACKER, 1990).
48
Segundo Pedrinelli et al. (2004), indivíduos com Ma possuem maior
massa de ventrículo esquerdo, mesmo não apresentando HP e diabetes. O
excesso de mortalidade cardiovascular além de refletir lesões mais severas em
órgãos alvos, também está associada à disfunção endotelial (STEHOUWER et al.,
2000), alterações inflamatórias (FESTA et al., 2000), desregulação nos sistemas
fibrinolítico e da coagulação (TARNOW et al., 2000).
A albumina é o principal componente de excreção anormal entre as
proteínas encontradas na urina (LYDAKIS e LIP, 1998). O aumento da excreção
de albumina pode ser observado entre indivíduos hipertensos, diabéticos
descompensados e outras situações que representam elevado risco
cardiovascular como a DR. A Ma é um marcador de lesão endotelial, mesmo em
indivíduos normotensos não diabéticos, porém microalbuminúricos apresentam
um perfil lipídico mais aterogênico, com uma maior tendência à insulino-
resistência quando comparados com a população em geral (HOEHNER et al.,
2002).
A Ma foi definida pela quantificação de albumina urinária presente numa
amostra de urina de 24 h, num intervalo de 30 a 300 mg/dL (MOGENSEN, 1984)
sendo que esta concentração não é comumente encontrada em indivíduos não
diabéticos, porém concentrações menores, num intervalo entre 0 e 30 mg/dL
freqüentemente podem ser observadas na população em geral (BORCH-
JOHNSEN et al., 1999). A origem dos valores que determinam os pontos limites
para a quantificação de albumina na urina ocorreu a partir de uma curva de risco
para nefropatia em pacientes diabéticos e não, a partir de um estudo de risco
cardiovascular de uma população. Sendo assim, vários trabalhos têm sugerido
que o risco cardiovascular estaria presente mesmo quando a quantidade de
49
albumina excretada encontra-se dentro do intervalo de valores considerados
aceitáveis de Ma (BORCH-JOHNSEN et al., 1999; JENSEN et al., 2000;
GERSTEIN et al., 2001; KNIGHT e CURHAN, 2003; ROMUNDSTAD et al., 2003;
KLAUSEN et al., 2004).
Numa investigação realizada em Copenhagen, onde 2.762 indivíduos
foram acompanhados por 9 anos, foi observado que no quartil superior a
4,8µg/min (6,9mg/24hs) de excreção de albumina urinária havia um risco relativo
igual a 2 para a doença cardíaca coronariana e de 1,9 para mortalidade,
independente da idade, sexo, perfil lipídico, FR e presença de HP ou diabetes.
Klausen et al. (2004) também sugeriram uma alteração na definição da Ma ou da
excreção de albumina urinária ou da proporção albumina/creatinina na urina e a
inclusão destes parâmetros na avaliação do risco do indivíduo para DCV
aterosclerótica.
Recentemente, foi observado um desempenho muito melhor da PCR e
da Ma quanto ao risco de morte por causas cardiovasculares na população em
geral do que quando comparados aos fatores de risco cardiovasculares
tradicionais como pressão sangüínea e colesterol sérico, porém o fumo
apresentou um desempenho semelhante (STUVELING, 2003).
Um estudo piloto realizado por Leivadaros et al. (2005), avaliou o
espessamento da camada íntima média da carótida comum, da carótida interna e
da bifurcação da carótida por medidas obtidas com ultrassom como um marcador
de aterosclerose em pacientes com P e quantificou indicadores de inflamação
sistêmica e doença aterosclerótica como PCR, fibrinogênio e fator de von
Willebrand (fvW). A Ma foi determinada como marcador da disfunção endotelial,
porém foi utilizada a proporção albumina/creatinina para comparar os grupos
50
controle e os grupos com P moderada e severa. O estudo citado concluiu que a P
pode estar associada ao espessamento da parede da artéria e ao fvW, não
observando associação com a proporção de albumina/creatinina urinária, apesar
da proteinúria ter sido associada com a P num estudo realizado por Wakai et al.
(1999).
Considerando as informações acima, julgamos que a maioria dos
estudos tendem a indicar a Ma como marcador da DCV.
2.3.2. FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR TRADICIONAIS E
PERIODONTITE
Os fatores de risco cardiovascular tradicionais podem ser classificados
em duas categorias: os modificáveis e os não modificáveis como sexo, história
familiar e fatores hereditários como a raça. Dentre os fatores variáveis podemos
citar o fumo, níveis elevados de colesterol total (CT) e LDL-colesterol, inatividade
física, diabetes, obesidade, stress e alta ingestão de álcool (AMERICAN HEART
ASSOCIATION, 2005). Há evidências de que intervenções em fatores de risco
que possam seguir padrões de normalidade como pressão sangüínea (KANNEL
et al., 1971b), obesidade (GARRISON e CASTELLI, 1985), e hiperlipidemia
(KANNEL et al., 1971a) ou que possam ser excluídos como o fumo (DOLL e
PETO, 1976) apresentaram um efeito benéfico quanto ao risco cardiovascular
(JAJICH et al., 1984; STAESSEN et al., 2001).
Dos FRT, a LDL-colesterol é considerada o fator causal e independente
de aterosclerose. Atualmente, a prevenção de eventos coronarianos tem
evidenciado a importância do controle dos fatores de risco que modificam os
51
níveis de LDL-colesterol como o fumo, HP (PA140/90mmHg), HDL-colesterol
<40 mg/dL, Diabetes mellitus e elevação dos fatores protetores como por exemplo
HDL-colesterol > 60 mg/dL (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA.,
2001).
O escore de risco de Framingham (ERF) é utilizado na estratificação do
risco de eventos clínicos coronarianos em 10 anos como morte, IM e angina de
peito. Pontos são atribuídos para idade, PAS, CT, HDL-colesterol e fumo. Os
indivíduos classificados com baixo risco estão na faixa de risco menor que 10% e
apresentam apenas um fator de risco que favorece a formação da LDLox e assim
a aterosclerose. Na categoria de médio risco estão os indivíduos com 2 ou mais
fatores de risco e compreende a faixa entre 10 e 20% de ocorrer algum evento
coronariano em 10 anos. Na categoria de alto risco estão indivíduos que já
apresentaram a DCV, diabetes e nesta situação o risco de recorrência é acima de
20%. Sendo assim, o intervalo do valor de referência recomendado para o LDL-
colesterol se adapta a cada situação: para pessoas com baixo risco é
recomendado LDL-colesterol < 130 mg/dL e tolerado até 160 mg/dL; entre os
indivíduos com médio risco é recomendado LDL-colesterol < 130 mg/dL e alto
risco, LDL-colesterol < 100 mg/dL. Em todas as faixas de risco é desejável o
seguinte perfil lipídico: CT < 200 mg/dL, HDL-colesterol > 40 mg/dL e TG < 150
mg/dL (NCEP, 2001).
Atualmente, a prevenção primária das DCV tem orientado a população
a modificar seu comportamento em relação aos fatores de risco relacionados ao
estilo de vida como a redução na ingestão de gordura saturada e colesterol, o
aumento da atividade física e o controle de peso. Entretanto, é importante
ressaltar que aos indivíduos acima dos 20 anos de idade com alto risco absoluto
52
para DCV recomenda-se uma avaliação do perfil lipídico (CT, LDL-colesterol,
HDL-colesterol e TG) a cada 5 anos, como medida de prevenção. Em alguns
casos, a intervenção de terapia medicamentosa pode ser necessária para o
controle deste perfil, pois há ocorrências de colesterol e TG elevados causados
por alterações genéticas (NCEP, 2001).
Os TG aumentados têm sido considerados fator de risco independente
para as DCV, sugerindo que lipoproteínas ricas em TG, as lipoproteínas
remanescentes, originadas da degradação parcial das lipoproteínas VLDL, são
aterogênicas. Sob este aspecto, a determinação da VLDL-colesterol foi
identificada como sendo a forma mais fácil de avaliação clínica das lipoproteínas
remanescentes. A VLDL-colesterol tem sido alvo terapêutico também para a
redução da LDL-colesterol quando níveis de TG estão acima de 200 mg/dL. Em
indivíduos com TG entre 150 e 199 mg/dL, tem-se adotado orientações em
relação à redução do peso e aumento de atividade física. E em casos raros, onde
o TG está acima de 500 mg/dL, a terapia inicial almeja a redução do TG com a
finalidade de prevenir uma pancreatite, além de requerer uma dieta com baixo
teor de gordura, redução do peso e aumento de atividade física (NCEP, 2001).
Segundo Widlansky et. al (2003), os FRT também favorecem o
desenvolvimento da aterosclerose. E os estudos relacionados à disfunção
endotelial são de interesse, pois tanto podem ser úteis no tratamento de pacientes
como utilizados como marcadores de novas estratégias terapêuticas, almejando a
severidade da disfunção endotelial e o risco cardiovascular como uma relação
dose-dependente.
Apesar do razoável declínio da mortalidade por causas
cardiovasculares em países desenvolvidos, no Brasil, a DCV ainda apresenta
53
uma tendência à elevação. O controle dos FRT como o tabagismo, cuja
prevalência observada foi de 17%, HP de 15 a 30%, diabetes de 5 a 10%,
obesidade de 32% para um IMC 25 e dislipidemias, se não forem incluídos em
medidas preventivas podem levar a uma epidemia de DCV com conseqüências
desastrosas para a saúde pública (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2001).
O perfil lipídico dos indivíduos com P tem sido associado a um perfil
pró-aterogênico onde ocorrem maiores concentrações de CT, LDL-colesterol, TG
e uma concentração menor de HDL-colesterol em relação aos Indivíduoss
controles (BUHLIN et al., 2003; CRAIG et al., 2003; PUSSINEN et al., 2002;
2004). Uma pesquisa de intervenção avaliou se a P e o tratamento periodontal
afetavam a propriedade aterogênica da LDL-colesterol e concluíram que a área
infectada da P está associada à ativação de macrófago devido à presença de
elevada concentração sérica de LPS, e após o tratamento periodontal ocorreu
uma redução tanto na concentração de LPS, como na característica aterogênica
da molécula da LDL-colesterol (VILKUNA-RAUTIAINEN et al., 2003).
A associação entre a P e a DCV tem sido alvo de muita controversa
mesmo quando avaliada pelos fatores de risco tradicionais, pois há muitos
estudos que observaram associação significativa entre estes fatores e a P como
os citados acima, porém há vários trabalhos que não encontraram essa
associação (LOOS et al, 2000; TAYLOR et al.; 2006; ZIEBOLZ et al., 2007).
Assim, a continuidade desses estudos são justificáveis.
54
3. OBJETIVOS
55
3.1. OBJETIVO GERAL
Avaliar o risco cardiovascular em indivíduos com P através dos fatores
de risco cardiovasculares tradicionais (FRT) e não tradicionais (FRNT).
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A) Verificar a associação da P com os fatores de risco cardiovasculares
tradicionais: Pressões Arteriais (PA), Índice de Massa Corpórea (IMC), níveis
séricos de CT, HDL – colesterol, LDL-colesterol, VLDL-colesterol e TG, Escores
de Risco de Framingham (ERF) e Proporções CT/HDL-colesterol e LDL-
colesterol/HDL-colesterol.
B) Verificar a associação da P com os fatores de risco cardiovasculares
não tradicionais: PCR, microalbuminúria (Ma), índice cintura/quadril (IC/Q) e
circunferência abdominal (CA).
C) Verificar a dissociação Ma - insuficiência renal (IR) na P, sendo a IR
avaliada pelos níveis séricos e urinários de uréia, creatinina, ácido úrico e
albumina; pela filtração glomerular renal (FGR) através do clearance de creatinina
(CLCreat) e da equação de predição MDRD2; e pela proporção
albumina/creatinina (Alb/Creat) na urina.
56
4. MATERIAIS E MÉTODOS
57
4.1. LOCAL E ÉPOCA DO ESTUDO
O presente estudo foi desenvolvido no período de 07/11/2005 a
30/06/2007, em colaboração com a Faculdade de Odontologia de Araraquara –
Unesp. Foram selecionados 30 indivíduos da Clínica de Periodontia, na consulta
de avaliação clínica de saúde geral e periodontal, antes do início do tratamento
odontológico, para compor o grupo experimental e 30 indivíduos para o grupo
controle.
Os indivíduos dos grupos controle e experimental foram esclarecidos de
forma verbal sobre o objetivo do projeto e a coleta de materiais biológicos antes
de confirmaram sua aceitação em participar do estudo, a qual ocorreu mediante a
assinatura de um termo de consentimento, previamente aprovado pelo Comitê de
Ética da Faculdade de Odontologia de Araraquara, sob protocolo n
o
196/05.
4.2. CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS
O grupo experimental foi composto por indivíduos de ambos os sexos,
apresentando diagnóstico compatível com P crônica generalizada (AAP, 1999) e o
grupo controle por indivíduos de ambos os sexos, sem P.
4.2.1. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA AMBOS OS GRUPOS
Idade entre 32 e 58 anos;
Boas condições de saúde geral segundo relato do próprio paciente;
58
História médica negativa para:
o Febre reumática ou problemas cardíacos que necessitassem de
antibioticoterapia profilática;
o Antibioticoterapia nos últimos seis meses antecessores ao estudo;
o Uso de antiinflamatórios esteróides ou não-esteróides nos últimos
três meses antecessores ao estudo, ou durante o mesmo;
o Gestação ou uso de contraceptivos hormonais;
o Vício de consumo de tabaco.
4.2.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO PARA O GRUPO
EXPERIMENTAL
Mínimo de 14 dentes presentes na cavidade bucal.
A presença mínima concomitante de: quatro sítios periodontais com
profundidade de sondagem (PS) entre 3 e 5 mm e de quatro sítios
periodontais com PS entre 6 e 10 mm.
4.2.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO PARA O GRUPO CONTROLE
Mínimo de 14 dentes presentes na cavidade bucal.
Sangramento à sondagem (SS) menor que 30% entre os sítios com PS até
3 mm.
Máximo 2 sítios isolados com PS de 4 mm sem SS.
Nível de inserção clínica (NIC) abaixo de 30% do número total de sítios
59
4.2.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO PARA AMBOS OS GRUPOS
Portadores de doença renal (DR).
Indivíduos com PCR de alta sensibilidade acima de 10mg/L.
Ambos os critérios de exclusão foram considerados em função dos
objetivos A e B.
4.3. MÉTODOS
4.3.1. EXAME CLÍNICO DE DIAGNÓSTICO PERIODONTAL
O exame clínico foi realizado utilizando uma sonda milimetrada tipo
Williams (Hu-Friedy Manufacturing Company, Inc., Chicago/IL-USA), de secção
circular para os seguintes parâmetros clínicos:
PROFUNDIDADE À SONDAGEM (PS): refere-se à medida obtida em
milímetros considerando a distância entre a porção mais apical sondável
da bolsa periodontal e a margem gengival livre. A sondagem foi realizada
nos seis pontos de cada dente (mésio-vestibular, vestibular, disto-
vestibular, disto-lingual, lingual, mésio-lingual) (LINDLHE, 1999).
NÍVEL DE INSERÇÃO CLÍNICA (NIC): refere-se à medida em milímetros
determinada pela distância entre a junção cemento/esmalte e a porção
mais apical sondável da bolsa periodontal, nos seis sítios de cada dente
(RAMFJORD, 1974).
SANGRAMENTO À SONDAGEM (SS): refere-se à presença (+) ou
ausência (-) de sangramento observado durante 30 segundos, após a
60
primeira inserção da sonda na bolsa periodontal ou até o fundo do sulco
gengival, nos seis pontos de cada dente (JOSS et al., 1994).
ÍNDICE DE PLACA VISÍVEL (IPV): este índice revela a ocorrência do
biofilme bacteriano claramente visível nas faces mesial, vestibular, distal e
lingual dos dentes presentes, sendo representado pela porcentagem de
faces com biofilme visível em relação ao número total de faces examinadas
(AINAMO e BAY, 1975).
As medidas foram anotadas em ficha própria e realizadas por um único
examinador previamente treinado.
4.3.1.1. ÍNDICE DE EXTENSÃO E SEVERIDADE (IES) DA
PERIODONTITE (P)
Ambos os índices foram calculados utilizando os parâmetros clínicos de
diagnóstico periodontal e foram consideradas medidas indicativas de patologia
para níveis de NIC > 2 mm e PS > 2 mm.
A extensão da doença foi expressa pela porcentagem dos sítios
examinados que exibem a doença, tanto para os parâmetros de NIC e PS.
A severidade foi calculada a partir de escores que foram atribuídos aos
parâmetros NIC e PS que excederam em 2 mm. Para cada milímetro excedente
foi atribuído peso 1 e então a soma dos escores foi dividida pelo número de sítios
não considerados normais (CARLOS et al., 1986).
61
4.3.2. DADOS ANTROPOMÉTRICOS
A partir dos dados antropométricos obtidos para os dois grupos
pesquisados foram determinados o Índice de Massa Corpórea (IMC), o Índice
Cintura/Quadril (IC/Q) e a Circunferência Abdominal (CA). A obtenção destes
dados se deu juntamente com a coleta do material biológico para as análises
laboratoriais, assim como a determinação da pressão arterial sistólica (PAS) e da
pressão arterial diastólica (PAD).
4.3.2.1. DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA
(IMC)
A quantificação do IMC foi realizada com o objetivo de classificar os
indivíduos em relação ao peso corporal. Foi utilizada uma balança antropométrica,
marca Filizola, com capacidade de 150 kg e escala de 100g para obtenção do
peso corpóreo e da altura, que foi medida através de escala acoplada à balança,
posicionando a parte superior da cabeça o mais horizontal possível, sendo
solicitada ao paciente a remoção dos sapatos durante este procedimento (WHO,
2000).
O IMC foi calculado a partir dos dados obtidos: peso (Kilogramas) e
altura (metros).
IMC = Peso (kg)
Altura
2
(m)
62
Intervalo de referência: Normal: < 25 kg/m
2
Sobrepeso: 25 a 29,9 kg/m
2
Obeso: 30 kg/m
2
(WHO, 2000).
4.3.2.2. DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE CINTURA/QUADRIL (IC/Q)
A presença de adiposidade foi determinada através do IC/Q, o qual foi
estabelecido por meio da divisão da medida da circunferência do abdômen (cm),
realizada na cicatriz umbilical ou no maior diâmetro da barriga, pela medida da
circunferência do quadril (cm), realizada na crista ilíaca ou no trocânter maior do
fêmur. Utilizamos fita métrica tomando o cuidado de posicionar corretamente a
mesma, não a deixando frouxa ou exercendo pressão excessiva (VILLELA et al.,
2006).
Intervalo de referência: Homem: < 0,9
Mulher: < 0,85 (SCUTERI et al., 2005).
4.3.2.3. DETERMINAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL(CA)
A CA (cm) foi obtida através da medida da cintura realizada na altura da
cicatriz umbilical, utilizando uma fita métrica (HAN et al., 1997).
Intervalo de referência: Homem: < 102 cm
Mulher: < 88 cm
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2001).
63
4.3.3. DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL (PA)
A PA foi aferida por meio de um esfigmomanômetro de coluna de
mercúrio (PRISANT et al., 1995) e de acordo com técnica de medição
padronizada e com o uso de manguito apropriado (PERLOFF et al., 1993).
Intervalo de referência: (CHOBANIAN et al., 2003).
CLASSIFICAÇÃO
PAD (mmHg) PAS (mmHg)
Normal:
Pré-hipertensão:
Hipertensão estágio 1:
80
80 – 89
90 - 99
120
120 – 139
140 - 159
PAS: Pressão Arterial Sistólica; PAD: Pressão Arterial Diastólica.
4.3.4. PARÂMETROS LABORATORIAIS
4.3.4.1. COLETA DOS MATERIAIS BIOLÓGICOS
Os indivíduos foram orientados previamente a fazer jejum de 12 horas
para a coleta de sangue venoso no período da manhã. Em relação à coleta da
urina de 24 horas, os indivíduos receberam explicação verbal e escrita sobre os
procedimentos que deveriam seguir. A partir da segunda urina do dia anterior ao
da coleta de sangue, deveriam guardar todo o volume urinário em recipiente
adequado, mantendo-a em local fresco ou geladeira, até a última coleta que seria
a primeira urina do dia seguinte, isto é, do dia da coleta de sangue. Para a coleta
de sangue foram utilizados 2 tubos a vácuo de 8 mL com gel separador, sendo a
mesma realizada no Laboratório de Bioquímica Clínica da Faculdade de Ciências
64
Farmacêuticas de Araraquara – UNESP, assim como a entrega da urina de 24
horas. As análises laboratoriais dos parâmetros bioquímicos foram realizadas no
Laboratório de Análises Clínicas Prof. Dr. Antonio Longo do Núcleo de
Atendimento à Comunidade da mesma Faculdade.
4.3.4.2. PROCESSAMENTO DOS MATERIAIS BIOLÓGICOS
Os materiais biológicos, sangue e urina, foram processados em
centrífuga Excelsa Baby II, modelo 206-R-Fanem. O sangue foi centrifugado,
após o tempo máximo de meia hora da coleta, por 10 minutos a 2.500 rpm para a
obtenção do soro e a urina foi centrifugada por 5 minutos a 2000 rpm. O soro e a
urina foram separados e aliquotados em oito amostras. O soro em diversos
volumes: dois de 1,5 a 2 mL, dois de 1 mL e quatro de 0,5 mL e a urina em oito
amostras de 2 mL.
Foram realizadas dosagens bioquímicas no soro e na urina de ácido
úrico, da uréia e da creatinina e as dosagens séricas de CT, HDL-colesterol, TG e
albumina utilizando as alíquotas de maior volume e no mesmo dia da coleta, e o
restante foi imediatamente armazenado a -20°C para análises posteriores de Ma
e PCR no Laboratório de Análises Clínicas da UNAERP.
4.3.4.3. DETERMINAÇÕES BIOQUÍMICAS
As determinações de TG, CT, HDL-colesterol, uréia, ácido úrico,
creatinina e albumina foram realizadas em aparelho de automação bioquímica
TECHINICON RA-XT para o sistema colorimétrico e as determinações de PCR e
65
Ma foram realizadas em autoanalizador da DADE BEHRING BN 100 para o
sistema de nefelometria.
4.3.4.3.1. TRIGLICERÍDES (TG)
Método: Enzimático de reações seqüenciais (RIFAI e WARNICK, 2006).
Kit: Kovalent do Brasil Ltda.
Princípio:
Inicialmente a lipase catalisa a reação de hidrólise dos TG em glicerol e
ácidos graxos.
Triglicérides + 3H
2
O Lipase Lipoprotéica glicerol + 3 ácidos graxos
Numa segunda reação, o glicerol é fosforilado através de uma reação que
requer ATP sob a ação catalisadora da enzima gliceroquinase, resultando
em glicerol-3-fosfato e adenosina difosfato.
Glicerol + ATP gliceroquinase Glicerol-3-P + ADP
Nesta etapa, o glicerol-3-fosfato é oxidado formando dihidroxiacetona e
peróxido de hidrogênio, na qual participa a glicerol-3-fosfato oxidase como
enzima catalisadora.
Glicerol-3-P + O
2
glicerol-3-P oxidase Dihidroxiacetona + H
2
O
2
Finalmente, o peróxido de hidrogênio gerado oxida os compostos
presentes no reagente (4 aminoantipirina e 4-clorofenol), reação esta
catalisada pela peroxidase, formando um cromóforo que absorve em
500nm.
2H
2
O
2
+4 aminoantipirina + 4-Clorofenol peroxidase antipirilquinoneimina + 4H
2
O
Intervalo de referência: Soro: < 150 mg/dL (ROBERTS et al., 2006).
66
4.3.4.3.2. COLESTEROL TOTAL (CT)
Método: Enzimático de colesterol–oxidase (MROZ, 2003; RIFAI e WARNICK,
2006).
Kit: Kovalent do Brasil Ltda.
Princípio: A determinação do colesterol foi realizada através de reação de
hidrólise e oxidação enzimática, como descrita abaixo:
O éster de colesterol é hidrolisado pela colesterol esterase formando
colesterol e ácidos graxos.
Ésteres de colesterol + H
2
O colesterol esterase colesterol + ácidos graxos
Em seguida, o grupo hidroxila (3-OH) do colesterol é então oxidado a uma
cetona (colest-4-en-ona) com formação também de peróxido de hidrogênio,
reação esta catalisada pela colesterol oxidase.
Colesterol + O
2
colesterol oxidase colest-4-en-ona + H
2
O
2
Numa terceira reação, o peróxido de hidrogênio oxida os compostos
presentes no reagente (4 aminoantipirina com fenol - aceptor de oxigênio)
através da catalise da peroxidase formando um cromóforo, absorvendo em
500nm.
2H
2
O
2
+ 4 aminoantipirina + fenol peroxidase antipirilquinoneimina + 4H
2
O
Intervalo de referência: Soro: 200 - 239 mg/dL (ROBERTS et al., 2006).
4.3.4.3.3. HDL-COLESTEROL
Método: Direto por Inibição Seletiva (RIFAI e WARNICK, 2006).
Kit: HDL LE , Labtest Diagnóstica S. A.
Princípio:
67
Foi utilizado um primeiro reagente, poliânion composto por fosfotungstato
de sódio, 4-aminoantipirina e íons de magnésio que formam complexos
estáveis com a superfície das lipoproteínas de muito baixa densidade
(VLDL), das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e dos quilomícrons. Os
complexos formados com as partículas do HDL-colesterol não se
estabilizam e ficam sujeitos à ação detergente de um segundo reagente
composto por polioxietileno lauril éter, colesterol esterase, colesterol
oxidase, peroxidase e N-bis (DSBmt)-m toluidina, se solubilizando e
permitindo a reação com as enzimas presentes neste reagente, resultando
em um pigmento que é diretamente proporcional à concentração de
colesterol presente na HDL-colesterol na amostra (HALLORAN, 1999;
KUBONO, 2000 e YAMAMOTO, 2000).
Intervalo de referência: Soro: Baixo: < 40 mg/dL
Elevado: 60 mg/dL (ROBERTS et al., 2006).
4.3.4.3.4. VLDL-COLESTEROL
Método: Indireto utilizando a equação de Friedewald (FRIEDEWALD et al., 1972).
VLDL–colesterol = Triglicérides / 5
Obs: Este cálculo não se aplica quando o valor do TG for igual ou maior que
400mg/dL, pois a probabilidade de erro (>10%) ultrapassa níveis aceitáveis.
Intervalo de referência: Soro: 30 mg/dL (NCEP, 2001).
4.3.4.3.5. LDL-COLESTEROL
Método: Indireto utilizando a equação de Friedewald (FRIEDEWALD et al., 1972).
68
LDL-colesterol = CT – (VLDL-colesterol + HDL-colesterol)
Obs: Este cálculo não se aplica quando o valor do TG for igual ou maior que
400mg/dL, pois a probabilidade de erro (>10%) ultrapassa níveis aceitáveis.
Intervalo de referência: Soro: < 160 mg/dL (ROBERTS et al., 2006).
4.3.4.3.6. ESCORES DE RISCO DE FRAMINGHAM (ERF)
O ERF é utilizado na estratificação do risco absoluto de eventos clínicos
coronarianos como morte, IAM e angina pectoris em 10 anos. São atribuídos
pontos para idade, PAS, CT, HDL-colesterol, fumo (sendo considerados qualquer
número de cigarros fumados no último mês). Após o cálculo dos pontos, deve-se
consultar a tabela para ambos os sexos.
Passo 1: IDADE
IDADE (anos) 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64
HOMENS
-1 0 1 2 3 4 5
MULHERES
-9 -4 0 3 6 7 8
Passo 2: COLESTEROL TOTAL
IDADE (anos) 20 - 39 40 - 49 50 – 59 60 - 69
CT (mg/dL)
H M H M H M H M
< 160 0 0 0 0 0 0 0 0
160 - 199 4 4 3 3 2 3 1 1
200 - 239 7 8 5 6 3 6 1 2
240 - 279 9 11 6 8 4 8 2 3
280 11 13 8 10 5 10 3 4
CT: Colesterol Total; H: Homem; M: Mulher
69
Passo 3: FUMO
Para não fumantes = 0
Para fumantes, a pontuação dependerá da faixa etária.
Não incluímos a tabela em função de não termos utilizados indivíduos fumantes
neste presente trabalho.
Passo 4: HDL - COLESTEROL
HDL-COLESTEROL (mg/dL) 60 50-59 40-49 < 40
HOMENS
-1 0 1 2
MULHERES
-1 0 1 2
Passo 5: PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA (PAS): não tratada
PAS (mmHg) <120 120 - 129 130 - 139 140 -159 160
HOMENS
0 0 1 1 2
MULHERES
0 1 2 3 4
Passo 6: Somar os pontos e substituí-lo pelo Risco Absoluto nos próximos 10
anos (%) correspondente na tabela abaixo:
SOMA DOS
PONTOS – H
<0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
17
RISCO – H
<1 1 1 1 1 1 2 2 3 4 5 6 8 10 12 16 20 25
30
SOMA DOS
PONTOS – M
< 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
25
RISCO - M
< 1 1 1 1 1 2 2 3 4 5 6 8 11 14 17 22 27
30
H: homens; M: mulheres
70
O risco absoluto para eventos coronarianos em 10 anos é classificado
em baixo quando o ERF é menor que 10%, médio quando o ERF está entre 10 e
20% e alto quando o ERF se encontra acima de 20% (NCEP, 2001).
4.3.4.3.7. PROPORÇÕES COLESTEROL TOTAL /HDL-
COLESTEROL E LDL- COLESTEROL /HDL- COLESTEROL
Estas proporções são utilizadas para classificar o risco coronariano em
baixo, padrão, moderado e alto em ambos os sexos (KANNEL et al., 1971a;
1979).
Intervalo de referência:
HOMENS MULHERES
CT/HDL LDL/HDL RISCO CT/HDL LDL/HDL Risco
3,43 1,00
BAIXO
3,27 1,47
Baixo
3,44 – 4,97 1,01 – 3,55
PADRÃO
3,28 – 4,44 1,48 – 3,22
Padrão
4,98 – 9,55 3,56 – 6,25
MODERADO
4,45 – 7,05 3,23 – 5,03
Moderado
9,55 6,25
ALTO
7,05 5,03
Alto
4.3.4.3.8. ALBUMINA SÉRICA
Método: Verde de Bromocresol (JOHNSON, 2006).
Kit: Albumina, Labtest Diagnóstica, S.A.
. Princípio:
O verde de bromocresol (VBC) é o corante mais utilizado para detectar
albumina, pois apresenta especificidade para esta proteína. Numa única
etapa, quando ambos estão em contato ocorre uma ligação iônica em pH
4,2 e nestas condições a albumina age como um cátion e o corante como
71
um ânion havendo a formação do complexo cromóforo albumina-VBC,
absorvendo em 630nm.
Intervalo de referência: Soro: 3,5 a 5,2 g/dL (ROBERTS et al., 2006).
4.3.4.3.9. PROTEÍNA C REATIVA DE ALTA SENSIBILIDADE (PCR)
Método: Nefelometria (PASSING e BABLOK, 1983).
Kit: N Látex CRP mono, fabricado pela Dade Behring Marburg GmbH (Alemanha),
importado e distribuído por DADE BEHRING LTDA.
Princípio:
Uma reação de aglutinação ocorre quando o reagente é adicionado a uma
amostra de soro onde há a presença de PCR. O reagente contém
partículas de poliestireno recobertas com um anticorpo monoclonal contra
PCR e estas se aglutinam às moléculas de PCR presentes na amostra.
A determinação do teor de PCR é obtida por comparação com diluições de
um padrão cuja concentração de PCR é conhecida através da
quantificação da intensidade da luz dispersa no Nefelômetro Dade Behring
BN 100 (DADE BEHRING, 1998).
Intervalo de referência: Soro: < 3 mg/L (RIFAI e RIDKER, 2003).
4.3.4.3.10. MICROALBUMINÚRIA DE ALTA SENSIBILIDADE (Ma)
Método: Nefelometria (PASSING e BABLOK, 1983).
Kit: N Antisoro Albumina Humana (cód. OSAL), fabricado pela Dade Behring
GmbH (Alemanha), importado e distribuído por DADE BEHRING LTDA.
Princípio:
72
Por meio de uma reação imunoquímica onde a albumina humana contida
na amostra de urina de 24 horas reage com os anticorpos específicos para
a albumina humana ocorrendo a formação de imunocomplexos.
O analisador emite um feixe de luz que passa pela amostra e no momento
em que este feixe de luz se encontra com os imunocomplexos ocorre a sua
dispersão. A intensidade da luz dispersada no Nefelômetro Dade Behring
BN 100 surge em função da concentração de albumina humana presente
na amostra. Desta forma, a determinação é obtida através da comparação
com um padrão de concentração conhecida (DADE BEHRING, 1997).
Intervalo de referência: < 6,9 mg/24hs (KLAUSEN et al., 2004).
4.3.4.3.11. URÉIA
Método: Enzimático UV (LAMB et al., 2006).
Kit: Uréia UV, Labtest Diagnóstica S. A.
Princípio:
A uréia é inicialmente hidrolisada pela ação catalisadora da urease
produzindo amônia e dióxido de carbono.
Uréia + H
2
O urease 2 NH
3
+ CO
2
Numa fase seguinte, a amônia reage com 2-cetoglutarato e NADH, sob a
ação da glutamato desidrogenase (GLDH), através de uma reação de
oxidação, transformando NADH em NAD. A concentração de uréia é
diretamente proporcional à queda da absorbância de NADH em 340 nm.
2-cetoglutarato + NH
3
+ NADH GLDH L-Glutamato + NAD
Intervalo de referência: Soro: 15 a 40 mg/dL
Urina: 26 a 43 g/24 hs (SHEPHARD et al., 1981).
73
4.3.4.3.12. ÁCIDO ÚRICO
Método: Enzimático da uricase (LAMB et al., 2006).
Kit: Kovalent do Brasil Ltda.
Princípio:
Numa primeira reação, a uricase age na oxidação do ácido úrico
produzindo peróxido de hidrogênio, dióxido de carbono e alantoína.
Ác. Úrico + O
2
uricase H
2
O
2
+ CO
2
+ Alantoína
Nesta etapa, o peróxido de hidrogênio em presença da peroxidase oxida o
cromógeno N-Etil-N-(2-Hidroxil-3-Sulfopropil) n-Toluidina (EHSPT) para
formar um cromóforo, absorvendo em 555 nm.
2 H
2
O
2
+ EHSPT + 4-aminoantipirina peroxidase antipirilquinoneimina + H
2
O
Intervalo de referência: Soro: Homem: 3,5 a 7,2 mg/dL
Mulher: 2,6 a 6,0 mg/dL
Urina: < 1000mg/dL (ROBERTS et al., 2006).
4.3.4.3.13. CREATININA
Método: Lustosa Basques (LAMB et al., 2006).
Kit: Creatinina K, Labtest Diagnóstica S. A.
Princípio:
Na primeira fase deste método, a creatinina e os demais componentes
presentes no soro ou na urina como glicose, proteínas, ácido ascórbico,
corpos cetônicos e outros reagem com a solução de picrato em meio
básico formando complexo cromóforo, sendo de importância fundamental o
controle da temperatura para a formação destes complexos, absorvendo
74
em 510nm. Esta reação é conhecida como reação de Jaffé e tem como
característica a não especificidade para o complexo creatinina-picrato.
Numa fase seguinte, é adicionado ácido acético que abaixa o pH do meio
para um valor em torno de 5,0 havendo a decomposição dos complexos
creatinina-picrato.
Novamente é realizada leitura da absorbância dos complexos que
permaneceram na amostra, absorbância esta que deve estar diminuída em
relação à anterior.
A determinação da creatinina se dá pela variação entre as duas leituras.
Intervalo de referência: Soro: Homem: 0,9 a 1,3 mg/dL
Mulher: 0,6 a 1,1 mg/dL (ROBERTS et al., 2006).
Urina: Homem: 21 a 26 mg/kg/24hs
Mulher: 16 a 22 mg/kg/24hs (OWEN et al., 1954).
4.3.4.3.14. FILTRAÇÃO GLOMERULAR RENAL (FGR)
I - CLEARANCE DE CREATININA (CLCreat)
O CLCreat foi determinado a partir de uma coleta de urina de 24 horas
para a obtenção do volume minuto (VM) que é o volume urinário de 24
horas em mL/1440 min e a dosagem da creatinina do soro (S) e da urina
(U) em mg/dL (NOGUEIRA et al., 1990).
CLCreat (mL/min/1,73m²) = U X VM x 1,73
S x A
75
A superfície corporal (A) em m² foi calculada pelo peso (P) em kg e pela
altura (H) em cm (KLAUSEN et al, 2004).
A = P
(0,425)
x H
(0,725)
x 0,007184
II – EQUAÇÃO ABREVIADA DO ESTUDO DA “MODIFICATION OF
DIET IN RENAL DISEASE (MDRD2)”
O cálculo da FGR pela equação MDRD2 utiliza a determinação da
creatinina no soro (S), a idade (I) e o sexo (JOHNSON et al., 2004b).
MDRD2 (mL/min/1,73m²) = 186 x S
(-1,154)
x I
(-0,203)
x (0,742 se for mulher) x (1,21
se for negro).
Obs: O fator de correção para negros não é necessário para a população
brasileira, e por esta razão não foi aplicado neste trabalho (NOBREGA et al.,
2006).
Intervalo de referência:
FGR: 35 – 44 anos: 74 a 138 mL/min/1,73m²
45 – 54 anos: 74 a 129 mL/min/1,73m²
55 – 64 anos: 69 a 122 mL/min/1,73m² (ROBERTS et al., 2006).
4.3.4.3.15. PROPORÇÃO DE ALBUMINA / CREATININA (Alb/Creat)
Utilizamos uma adaptação do método original (ALVES, 2004), onde:
A determinação da albumina (mg) na urina foi realizada a partir de uma
alíquota de urina de 24 horas (ao invés de uma coleta única) pelo mesmo
método quantitativo utilizado na determinação da Ma.
76
A determinação da creatinina numa alíquota de urina de 24 horas que já
havia sido realizada, foi transformada de mg para grama (g).
Intervalo de referência: 30mg/g (JOHNSON et al., 2004a, b).
4.3.5. METODOLOGIA ESTATÍSTICA
O teste qui-quadrado foi empregado para avaliar associação entre
variáveis categóricas: grupos (ausência ou presença de DP) e as classificações
de parâmetros de interesse (Baixo, Padrão, Moderado ou Alto) ou em relação aos
intervalos dos valores de referência de parâmetros (dentro ou fora do intervalo),
levando em conta o número (freqüência) de indivíduos em cada categoria.
Para as variáveis quantitativas foi empregado o teste t de Student de
comparação de médias, quando se comprovou a homogeneidade de variâncias e
normalidade dos erros experimentais (e consequentemente das variáveis em
análise). Se essas condições não se verificaram, pelo menos aproximadamente,
utilizamos a transformação logarítmica, de modo a viabilizar a aplicação do teste t
de Student. Em último caso foi aplicado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney
para a comparação dos grupos.
Para a análise do grau de correlação entre duas variáveis foi calculado
o coeficiente de correlação de Pearson.
Em todos os testes adotou-se o nível de 5% de significância.
77
5. RESULTADOS
78
O grupo sem periodontite (GSP) foi formado por 13 homens e 17
mulheres e o grupo com periodontite (GCP) foi formado por 14 mulheres e 16
homens (Tabela 1). Portanto, houve um equilíbrio razoável entre ambos os grupos
quanto ao gênero dos integrantes, os quais possuem o mesmo número de
indivíduos (n=30).
Em relação à faixa etária encontramos um valor de média ± desvio
padrão para o GSP igual a 43 ± 5 anos, enquanto que para o GCP obtivemos 46
± 6 anos, não ocorrendo portanto diferença significativa entre as faixas etárias
médias (Tabela 1).
Tabela 1: Gênero e Faixa Etária dos Indivíduos Sem e Com
Periodontite.
GÊNERO
a
FAIXA ETÀRIA
b
GRUPOS CLASSIFICAÇÃO Fr % MÉDIA ± DP
F
17 56,7 43 ± 5
GSP
M
13 43,3 43 ± 5
F + M
30 100 43 ± 5
F
14 46,7 46 ± 5
GCP
M
16 53,3 46 ± 6
F + M
30 100 46 ± 6
GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite; Fr: Freqüência representa o n
o
de indivíduos femininos (F) e masculinos (M). Análise estatística:
a
Teste qui-quadrado;
b
Teste t de Student (p < 0,05).
79
Na Tabela 2 apresentamos os parâmetros avaliados pelo exame clínico
de diagnóstico periodontal: o número de dentes presentes na cavidade bucal, a
PS, o NIC e os índices de SS e de placa visível (lPV), os quais revelaram
diferença significativa entre os grupos. Com exceção do número de dentes e
sítios rasos para os parâmetros PS e NIC , os demais parâmetros apresentaram
valores maiores no GCP (p=0,006).
A análise da PS e o NIC, distribuídos nas categorias rasos (< 3mm),
médios (3-5mm) e profundos ( 6mm), revelou: alta porcentagem de sítios rasos
no GSP e no GCP, a maioria dos sítios para a PS e o NIC distribuídos entre
rasos e médios, e um valor mediano de 9,4% de sítios profundos para a PS e
13% para o NIC.
Os resultados relativos ao IES da P segundo os parâmetros NIC e PS
maiores que 2 mm podem ser verificados na Tabela 3. Nota-se que o grupo
experimental (GCP) possui o centro da distribuição significativamente maior
quanto aos quatro parâmetros analisados (p=0,001).
Na Tabela 4 encontram-se os valores de média, desvio padrão,
mediana, mínimo e máximo dos valores obtidos de parâmetros antropométricos e
de PA. O presente estudo avaliou os parâmetros antropométricos que pudessem
revelar características relacionadas à obesidade. Em relação ao peso, não foi
notado diferença estatística entre os grupos. Também comparamos o IMC, o IC/Q
e a CA representada pela medida da cintura e não encontramos relação com a P.
Como pode ser observado, encontramos na comparação das médias entre os
grupos, diferença apenas nos parâmetros PAS e PAD (p=0,005), verificando-se
valores maiores para o grupo experimental (GCP), onde a PAS e a PAD se
enquadraram numa faixa correspondente à pré-hipertensão.
80
*
*
*
*
*
*
*
*
*
MÁX.
32
74,0
76,3
28,4
57,1
65,0
50,0
100,0
100,0
MÍN.
14
17,5
19,0
2,3
0,6
20,0
3,0
9,0
0
MEDIANA
26
47,2
44,9
9,4
37,6
46,0
13,0
43,0
64,0
GCP
MÉDIA (DP)
25,0 (4,0)
46,9 (16,1)
42,8 (14,6)
9,8 (6,5)
35,1 (15,1)
46,0 (11,0)
17,0 (12,0)
51,0 (30,0)
68,0 (34,0)
MÁX.
32
99,4
21,0
0
98,6
28,0
2,0
20,0
33,0
MÍN.
22
79,0
0,6
0
72,0
1,0
0
0
0
MEDIANA
28
95,0
5,1
0
92,4
7,0
0
4,0
16,0
GSP
MÉDIA (DP)
28,0 (3,0)
92,8 (5,7)
7,2 (5,7)
0 (0)
89,9 (7,0)
9,0 (7,0)
0 (0)
6,0 (6,0)
16,0 (7,0)
Tabela 2: Parâmetros Avaliados pelo Exame Clínico de Diagnóstico Periodontal dos Indivíduos Sem e
Com Periodontite.
PARÂMETROS
N
o
DENTES
PRESENTES
PS (% de sítios)
< 3 mm
3 – 5 mm
6 mm
NIC(% de sítios)
< 3 mm
3 – 5 mm
6 mm
SS (% de sítios)
IPV (% de sítios)
GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite; DP: desvio padrão; MÍN: mínimo; MÄX: máximo; PS:profundidade de sondagem; NIC:
nível de inserção clínica; SS: sangramento à sondagem; IPV: índice de placa visível. * Diferença significante entre os grupos: Teste de Mann-
Whitney (p = 0,006).
81
Tabela 3: Índice de Extensão e Severidade (IES) da
Periodontite quanto aos Parâmetros Avaliados pelo Exame Clínico
de Diagnóstico Periodontal de Indivíduos Sem e Com Periodontite.
PARÂMETROS
GRUPO MEDIANA MÍNIMO MÁXIMO
NIC
a
GSP
7,63 1,28 28,00
EXTENSÃO
c
(%)
GCP
62,44 42,86 99,38
*
GSP
1,00 1,00 2,27
SEVERIDADE
d
(mm)
GCP
2,58 1,45 4,50
*
PS
b
GSP
5,23 0,60 20,97
EXTENSÃO
c
(%)
GCP
52,82 26,00 82,46
*
GSP
1,00 1,00 1,40
SEVERIDADE
d
(mm)
GCP
2,25 1,39 3,62
*
NIC: nível de inserção clínica; GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite; PS:
profundidade de sondagem;
a
o melhor indicador da perda de inserção óssea do elemento
dental pela DP;
b
quanto mais profundo, maior é o risco da DP evoluir e da presença da
inflamação, principalmente quando o sangramento está presente;
c
a % de sítios afetados
em relação ao todo;
d
indica o quanto além de 2 mm (normal) foi verificado de profundidade ou
de perda óssea no exame clínico bucal; *Diferença significante entre os grupos: Teste de
Mann-Whitney (p = 0,001).
82
INTERVALO DE
REFERÊNCIA
Normal: < 25
Sobrepeso: 25 – 29,9
Obeso: > 30
H < 0,9; M < 0,85
H < 102; M < 88
Normal: < 80
Pré-Hipertensão: 80 – 89
Hipertensão: 90 - 99
(estágio 1)
Normal: < 120
Pré-Hipertensão: 120 – 139
Hipertensão: 140 – 159
(estágio 1)
MÁX.
111,0
109, 1
37,5
35,7
1,01
1,12
120,0
116,5
98
99
140
150
MÍN.
45,2
43,5
17,3
19,4
0,76
0,79
67,5
64,0
60
68
100
100
MED.
71,9
71,2
25,0
26,9
0,89
0,89
91,0
93,0
79
88
110
126
DESVIO
PADRÃO
14,0
14,8
3,7
4,4
0,07
0,07
11,7
11,9
8
10
11
15
MÉDIA
70,7
72,6
25,3
27,1
0,88
0,91
89,9
94,1
76
86*
115
126*
GRUPOS
GSP
GCP
GSP
GCP
GSP
GCP
GSP
GCP
GSP
GCP
GSP
GCP
Tabela 4: Parâmetros Antropométricos e Pressões Arteriais de Indivídvuos Sem e Com Periodontite.
PARÂMETROS
PESO (kg)
IMC (kg/m
2
)
CINTURA/ QUADRIL
CINTURA (cm)
PAD (mmHg)
PAS (mmHg)
GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite; MED: mediana; MÍN: mínimo; MÁX: máximo; PAD: pressão arterial diastólica; PAS:
pressão arterial sistólica; IMC: índice de massa corporal; H: homem; M: mulher. * Diferença significante entre os grupos: Teste t de Student
(p = 0,005).
83
Observa-se, na Tabela 5, associação entre a P e a PAD (p=0,002). A
porcentagem de indivíduos com hipertensão (estágio 1) é bem maior no grupo de
indivíduos com P, chegando a quase 50%. Ainda que a porcentagem de
indivíduos com HP quanto ao PAS seja maior nos GCP, não foi possível detectar
evidência de associação significativa entre a PAS e os grupos, portanto este
resultado não acompanhou o que se observou na Tabela 4 em relação à PAS e a
P, provavelmente em função do número de amostragem. Desta forma comprovou-
se que os 48% do GCP (12 indivíduos) com HP de PAD são os 28% (7
indivíduos) com HP de PAS e 20% (5 indivíduos) com pré-hipertensão de PAS do
GCP. Em relação ao IMC, observamos mais indivíduos obesos no GCP, apesar
dos três índices relacionados aos parâmetros antropométricos não estarem
associados à P e em relação ao IC/Q e CA ocorreu uma distribuição entre os
grupos mais equilibrada.
Na Tabela 6 estão apresentados os valores de média, mediana, desvio
padrão, mínimo e máximo das determinações dos lipídeos séricos: TG, CT,
Lipoproteínas HDL-colesterol, VLDL-Colesterol e LDL-colesterol e das proporções
Colesterol total/ HDL-colesterol (CT/HDL-colesterol) e LDL-colesterol/HDL-
colesterol dos indivíduos sem e com P. A comparação das médias dos dois
grupos não apontou diferença para nenhum dos parâmetros avaliados (p > 0,05).
A análise dos resultados de freqüências absolutas e percentuais de
valores dos parâmetros lipídicos séricos em ambos os grupos GSP e GCP que se
enquadraram dentro ou fora dos intervalos de valores de referência desses
parâmetros encontra-se na Tabela 7. Não houve evidência para nenhum dos
parâmetros de que a freqüência de observações nos intervalos de valores de
referência dependa do tipo de grupo, ou seja, sem ou com P.
84
Tabela 5: Freqüência e Percentual de Indivíduos Sem e Com
Periodontite em Relação à Classificação e seus Respectivos
Intervalos de Valores de Referência de Parâmetros
Antropométricos e das Pressões Arteriais.
GSP GCP
PARÂMETROS CLASSIFICAÇÃO
FR % FR %
Normal 15 50,0 10 33,3
Sobrepeso 14 46,7 14 46,7
IMC (kg/m²)
Obeso 1 3,3 6 20,0
no IR 10 33,3 11 36,7
Cintura/quadril
> IR 20 66,7 19 63,3
no IR 21 70,0 16 53,3
Cintura (cm)
> IR 9 30,0 14 46,7
Normal 15 50,0 9 36,0
Pré-Hipertensão 13 43,3 4 16,0
PAD* (mmHg)
Hipertensão 2 6,7 12 48,0
Normal 19 63,3 9 36,0
Pré-Hipertensão 9 30,0 9 36,0
PAS (mmHg)
Hipertensão 2 6,7 7 28,0
GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite; IR: intervalo de referência;
Fr= frequência, a qual representa o no de indivíduos que apresentaram valores dentro (no
IR), abaixo (< IR) ou acima (> IR) do intervalo de referência; PAD: pressão arterial
diastólica; PAS: pressão arterial sistólica; IMC: índice de massa corporal.Análise
estatística: Teste qui-quadrado; * Associação significativa entre PAD e GCP (p=0,002).
85
Tabela 6: Níveis Séricos de Triglicérides, Colesterol Total,
Lipoproteínas e de proporções do Colesterol Total/HDL-colesterol e do
LDL-colesterol/HDL-colesterol de Indivíduos Sem e Com Periodontite.
PARÂMETROS
GRUPOS MÉDIA
DESVIO
PADRÃO
MEDIANA MÍNIMO MÁXIMO
GSP
116 55 103 51 314
TRIGLICÉRIDES
a
(mg/dL)
GCP
115 63 91 41 339
GSP
210 33 212 146 276
COLESTEROL
TOTAL
(mg/dL)
GCP
199 36 190 141 300
GSP
56 13 52 33 89
HDL-
COLESTEROL
(mg/dL)
GCP
52 13 50 34 85
GSP
23,2 10,9 20,5 10,4 62,8
VLDL-
COLESTEROL
a
(mg/dL)
GCP
23,2 12,5 18,1 8,2 67,8
GSP
131,0 27,8 130,3 77,0 188,8
LDL-
COLESTEROL
(mg/dL)
GCP
124,0 30,9 121,5 67,0 186,2
GSP
3,90 0,93 3,71 2,34 6,33
CT/HDL
GCP
4,03 1,10 3,90 2,49 7,08
GSP
2,45 0,73 2,33 1,15 4,27
LDL/HDL
GCP
2,54 0,91 2,40 1,12 5,12
GSP:grupo sem periodontite; GCP:grupo com periodontite; CT:colesterol total.Análise estatística: Teste t de
Student (p < 0,05) e
a
Teste t de Student aplicado aos dados transformados em logaritmo.
86
Tabela 7: Freqüência e Percentual de Indivíduos Sem e Com
Periodontite dos Parâmetros Lipídicos Séricos em Função dos
Respectivos Intervalos de Valores de Referência.
GSP GCP
PARÂMETROS
CLASSIFI-
CAÇÃO
Fr % Fr %
IR
no IR 24 80,0 21 70,0
TRIGLICÉRIDES
(mg/dL)
> IR 6 20,0 9 30,0
< 150
< IR 12 40,0 17 56,7
no IR 12 40,0 9 30,0
COLESTEROL
TOTAL
(mg/dL)
> IR 6 20,0 4 13,3
200 – 239
< IR 3 10,0 6 20,0
no IR 16 53,3 18 60,0
HDL-
COLESTEROL
(mg/dL)
> IR 11 36,7 6 20,0
Baixo < 40
Alto > 60
no IR 25 83,3 21 70,0
VLDL-
COLESTEROL
(mg/dL)
> IR 5 16,7 9 30,0
30
no IR 25 83,3 26 86,7
LDL-
COLESTEROL
(mg/dL)
>. IR 5 16,7 4 13,3
< 160
GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite; IR: intervalo de referência; Fr =
frequência, a qual representa o n
o
de indivíduos que apresentaram valores dentro (no IR), abaixo(< IR)
ou acima (> IR) do intervalo de referência. Análise estatística: Teste qui-quadrado (p < 0,05).
87
Na Tabela 8 são mostradas as freqüências absolutas e percentuais de
indivíduos do grupo controle (GSP) e do grupo experimental (GCP) que se
enquadraram nas diversas classificações do risco coronariano em função das
proporções de CT/HDL-colesterol e de LDL-colesterol/HDL-colesterol que
justificam o risco baixo, padrão, moderado ou alto e também a avaliação do ERF
que justificam o risco baixo, médio e elevado. A análise estatística não evidenciou
associação entre a P e o risco coronariano baseado nas proporções CT/HDL e de
LDL/HDL (p>0,05), assim como seguindo os critérios do ERF, observamos que os
indivíduos do GSP e do GCP apresentaram baixo risco para eventos coronarianos
em 10 anos.
Na tabela 9 podem ser verificados os parâmetros séricos e urinários de
avaliação de FR de Indivíduos Sem Periodontite (GSP) e de Indivíduos Com
Periodontite (GCP). As comparações entre ambos os grupos para os parâmetros
de FGR: CLCreat (média) e MDRD2 (mediana), e a Proporção de
Albumina/Creatinina urinárias (mediana) e os demais parâmetros (médias)
mostraram valores semelhantes (p > 0,05).
Na tabela 10 são apresentadas as freqüências absolutas e percentuais
de valores dos parâmetros indicadores de FR de indivíduos dos grupos controle
(GSP) e experimental (GCP) encontrados dentro e fora dos intervalos de valores
de referência desses parâmetros. Pode ser verificado que seja qual for o
parâmetro em análise, não há evidência de que a freqüência de determinações
que se situaram no intervalo de referência ou fora do mesmo esteja associada ao
fato do Indivíduo ser portador ou não de P (p > 0,05).
88
IR
< 10%
10 – 20%
> 20%
< 10%
10 – 20%
> 20%
%
100
0
0
100
0
0
ERF
Fr
30
0
0
30
0
0
%
30,0
53,3
16,7
0,0
30,0
46,7
23,3
0,0
RC
Fr
9
16
5
0
9
14
7
0
IR
M 1,00
F 1,47
M: 1,01 – 3,55
F: 1,48 – 3,22
M: 3,56 – 6,25
F: 3,23 – 5,03
M 6,25
F 5,03
M 1,00
F 1,47
M: 1,01 – 3,55
F: 1,48 – 3,22
M: 3,56 – 6,25
F: 3,23 – 5,03
M 6,25
F 5,03
%
6,7
83,3
10,0
0,0
6,7
73,3
20,0
0,0
LDL/HDL
Fr
2
25
3
0
2
22
6
0
IR
M 3,43
F 3,27
M: 3,44 – 4,97
F: 3,28 – 4,44
M: 4,98 – 9,55
F: 4,45 – 7,05
M 9,55
F 7,05
M 3,43
F 3,27
M: 3,44 – 4,97
F: 3,28 – 4,44
M: 4,98 – 9,55
F: 4,45 – 7,05
M 9,55
F 7,05
%
30,0
53,3
16,7
0,0
30,0
46,7
23,3
0,0
CT/HDL
Fr
9
16
5
0
9
14
7
0
CLASSIFI-
CAÇÃO
DE RC
BAIXO
PADRÃO
MÉDIO
MODERADO
ALTO
BAIXO
PADRÃO
MÉDIO
MODERADO
ALTO
Tabela 8: Freqüência, Percentual e Classificação do Risco Coronariano dos Indivíduos Sem e Com
Periodontite quanto às Proporções de CT/HDL-colesterol e LDL-colesterol/HDL-colesterol e Escore de Risco
de Framin
g
ham.
GRUPOS
GSP
GCP
GSP: grupo sem periodontite: GCP: grupo com perodontite; CT: colesterol total; RC: risco coronariano; ERF: escore de risco de Framingham; IR: intervalo de referência;
Fr: freqüência, a qual representa o n
o
de indivíduos que apresentam valores de CT/HDL e LDL/HDL que justificam risco baixo, padrão, moderado ou alto; M: masculino e
F: feminino. Análise estatística: Teste qui-quadrado (p< 0,05).
89
Tabela 9: Parâmetros Séricos e Urinários de Avaliação de Função Renal de
Indivíduos Sem e Com Periodontite.
PARÂMETROS
GRUPOS MÉDIA
DESVIO
PADRÃO
MEDIANA MÍNIMO MÁXIMO
GSP
4,9 0,5 5,0 3,4 5,8
Albumina sérica
(g/dL)
GCP
4,7 0,4 4,7 4,1 5,6
GSP
0,9 0,2 0,9 0,6 1,3
Creatinina sérica
(mg/dL)
GCP
1,0 0,2 1,0 0,7 1,3
GSP
18,45 4,30 18,09 11,44 29,02
Creatinina urinária
a
(mg/24h)
GCP
17,14 4,75 16,33 10,31 32,99
GSP
4,3 1,7 4,1 1,3 8,0
Ácido úrico sérico
(mg/dL)
GCP
4,9 2,1 5,0 1,4 8,9
GSP
542,2 219,0 520,1 194,6 1089,0
Ácido úrico urinário
(mg/24hs)
GCP
526,5 222,1 471,1 203,5 1055,0
GSP
30 9 30 12 48
Uréia sérica
(mg/dL)
GCP
29 10 28 17 59
GSP
25,9 8,0 23,5 13,1 44,6
Uréia urinária
a
(g/24h)
GCP
24,5 11,0 23,8 9,0 52,8
GSP
1600 769 1368 475 3300
Volume da Urina
de 24h (mL)
GCP
1402 626 1405 490 2700
GSP
4,87 3,25 4,25 1,42 16,21
Albumina/Creatinina
urinária
b
(mg/g)
GCP
5,53 4,72 4,36 1,16 20,85
FGR
GSP
93,68 22,05 90,59 60,01 146,47
Clearance Creatinina
a
(mL/min/1,73m
2
)
GCP
85,28 21,74 79,72 52,40 149,40
GSP
81,27 13,28 77,57 62,90 115,43
MDRD2
b
(mL/min/1,73m
2
)
GCP
78,16 12,03 76,96 62,62 127,40
GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite; FGR: filtração glomerular renal; MDRD2: equação preditora
de avaliação da filtração glomerular renal.Análise estatística: Teste t de Student (p < 0,05);
a
Teste t de Student
aplicado aos dados transformados em logarítmo (p < 0,05);
b
Teste de Mann-Whitney (p < 0,05).
90
Tabela 10: Freqüência e Percentual de Parâmetros Bioquímicos Séricos
e Urinários Relacionados à Função Renal de Indivíduos
Sem e Com Periodontite em Função dos Respectivos Intervalos de Valores de
Referência
.
GSP GCP
PARÂMETROS
CLASSIFI-
CAÇÃO
Fr % Fr %
IR
< IR 1 3,3 0 0,0
no IR 21 70,0 25 83,3
Albumina sérica
(g/dL)
> IR 8 26,7 5 16,7
3,5 – 5,2
< IR 1 3,3 1 3,3
no IR 29 96,7 29 96,7
Creatinina sérica
(mg/dL)
> IR 0 0,0 0 0,0
H: 0,9 – 1,3
M: 0,6 – 1,1
< IR 16 53,3 20 66,7
no IR 11 36,7 9 30,0
Creatinina urinária
(mg/kg/24hs)
> IR 3 10,0 1 3,3
H: 21 – 26
M: 16 - 22
< IR 4 13,3 5 16,7
no IR 23 76,7 21 70,0
Ácido úrico sérico
(mg/dl)
> IR 3 10,0 4 13,3
H: 3,5 – 7,2
M: 2,6 – 6,0
no IR 28 93,3 29 96,7
Ácido úrico
urinário(mg/24hs)
> IR 2 6,7 1 3,3
< 1000
< IR 1 3,3 0 0,0
no IR 25 83,3 25 83,3
Uréia sérica
(mg/dL)
> IR 4 13,3 5 16,7
15 – 40
< IR 17 56,7 18 60,0
no IR 12 40,0 8 26,7
Uréia urinária
(g/24hs)
> IR 1 3,3 4 13,3
26 - 43
no IR 30 100,0 30 100,0
Albumina/Creatinina
urinária (mg/g)
> IR 0 0,0 0 0,0
30
FGR
< IR 5 16,7 9 30,0
no IR 23 76,7 20 66,7
Clearance Creatinina
(mL/min/1,73m
2
)
> IR 2 6,7 1 3,3
35 – 44 anos: 74 - 138
45 – 54 anos: 74 - 129
55 – 64 anos: 69 – 122
< IR 10 33,3 10 33,3
no IR 20 66,7 20 66,7
MDRD2
(mL/min/1,73m
2
)
35 – 44 anos: 74 – 138
45 – 54 anos: 74 – 129
55 – 64 anos: 69 – 122
GSP: grupo de indivíduos sem periodontite; GCP: grupo de indivíduos com periodontite; IR: intervalo de referência;
Fr: freqüência, a qual representa o n
o
de indivíduos que apresentaram valores dentro (no IR), abaixo (< IR) ou
acima (> IR) do intervalo de referência; FGR: filtração glomerular renal; MDRD2: equação preditora de avaliação
da filtração glomerular renal. Análise estatística: Teste qui-quadrado (p < 0,05).
91
Na Tabela 11 encontram-se os resultados das determinações de PCR,
em mg/mL e de Ma, em mg/24hs, obtidos de indivíduos dos grupos: controle (GSP)
e experimental (GCP). As análises estatísticas das medianas indicam valores
similares entre ambos os grupos para os dois parâmetros avaliados (p>0,05).
Tabela 11: Níveis de Proteína C Reativa Sérica e Microalbuminúria de
Indivíduos Sem e Com Periodontite.
PARÂMETROS
GRUPO MÉDIA
DESVIO
PADRÃO
MEDIANA MÍNIMO MÁXIMO
GSP 1,85 1,47 1,20 0,35 6,30
Proteína C Reativa
(mg/L)
GCP 1,77 1,63 1,15 0,20 6,65
GSP 5,88 3,79 5,40 1,77 19,54
Microalbuminúria
(mg/24hs)
GCP 6,31 5,05 4,59 1,62 25,16
GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite. Análise estatística: Teste de Mann-
Whitney (p<0,05).
Na tabela 12 estão as freqüências absolutas e percentuais de
determinações de PCR e de Ma dentro ou fora dos intervalos de valores de
referência desses parâmetros. Não encontramos associação entre os grupos de
indivíduos sem ou com P e as freqüências das determinações desses parâmetros
em relação aos seus intervalos de referência (p > 0,05).
Na análise de correlação entre Ma e PCR (Figura 1), pode ser verificado
que, exceto pelos dois valores mais altos de Ma (25,16 e 18,69mg/24hs)
correspondentes a dois valores bem baixos de PCR (0,5 e 0,2mg/L), todos os
demais valores se dispõem aleatoriamente no gráfico de dispersão, sendo obtido
um coeficiente de correlação muito baixo entre estes dois parâmetros (r=0,11).
Também não encontramos correlação (r=0,17) entre a PAS e a Ma
(Figura 2), apenas observamos uma fraca correlação (r=0,31) entre a PAD e a Ma
92
(Figura 3), pois a maioria dos indivíduos com e sem HP apresentaram valores de
Ma variando na mesma faixa, exceto por um indivíduo.
Tabela 12: Freqüência e Percentual de Determinações de Proteína C
Reativa Sérica e Microalbuminúria de Indivíduos Sem e Com Periodontite
em Função dos Respectivos Intervalos de Valores de Referência.
GSP GCP
PARÂMETROS
CLASSIFICAÇÃO
Fr % Fr %
IR
no IR 25 83,3 24 80,0
PROTEÍNA C REATIVA
(mg/L)
>IR 5 16,7 6 20,0
< 3,0
no IR 21 70,0 21 70,0
MICROALBUMINÚRIA
(mg/24hs)
> IR 9 30,0 9 30,0
< 6,9
GSP: grupo sem periodontite; GCP: grupo com periodontite; IR: intervalo de referência; Fr: frequência, a qual
representa o n
o
de indivíduos que apresentaram valores dentro (no IR) ou acima (> IR) do intervalo de referência.
Análise estatística: Teste qui-quadrado (p < 0,05).
Figura 1: Diagrama de Dispersão da Correlação entre
Microalbuminúria (Ma) e Proteína C Reativa (PCR).
0
1
2
3
4
5
6
7
05
10 15 20 25 30
Ma (mg/24h)
PCR (mg/L)
93
Figura 2: Diagrama de Dispersão da Correlação entre
Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Microalbuminúria (Ma).
Figura 3: Diagrama de Dispersão da Correlação entre
Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Microalbuminúria (Ma).
40
60
80
100
120
0 5 10 15 20 25 30
Ma (mg/24h)
PAD (mmHg)
Hipertensão
Pré-Hipertensão
Normal
60
80
100
120
140
160
0 5 10 15 20 25 30
Ma (mg/24h)
PAS (mmHg)
Hipertensão
Pré-Hipertensão
Normal
94
6. DISCUSSÃO
95
O interesse neste trabalho surgiu de dados apresentados da literatura
que indicavam a ocorrência da P em 40% da população acima de 40 anos
(MULLALLY e LINDEN, 1992; MORRI et al., 2001; LOCKER et al., 1998), e que
essa prevalência é elevada em comparação com outras doenças que afetam os
seres humanos. Portanto, se um risco aumentado da DCV é atribuído à DP, então
uma proporção substancial da população corre este risco, com implicações na
prática clínica.
Nesta presente investigação avaliamos 60 indivíduos aparentemente
saudáveis, sendo o grupo experimental, com P crônica generalizada, e o grupo
controle, sem P (Tabelas 2 e 3).
Para tanto era fundamental que o nosso grupo experimental
apresentasse P bem caracterizada. A literatura é muito variável com relação à
avaliação de diagnóstico periodontal, sendo encontrado estudos epidemiológicos
nos quais a constatação da P ocorreu por exame radiográfico (LEIVADAROS et al.
2005), por avaliações parciais da cavidade bucal (DESVARIEUX et al, 2004) e até
mesmo por meio de um questionário com relato do próprio paciente (JOSHIPURA
et al., 1996), pois um exame completo perdura de 25 a 45 minutos, o que é um fator
limitante em trabalhos epidemiológicos. Analisando todas estas metodologias,
viabilizamos um modelo de estudo no qual foi possível aplicarmos um exame de
diagnóstico periodontal abrangente, onde foram avaliados os parâmetros de: PS,
NIC, SS e o IPV (Tabela 2), além do IES (Tabela 3). Os exames clínicos foram
realizados em todos os dentes presentes na cavidade bucal (seis sítios por dente),
pois segundo Beck et al. (2006) exames parciais tendem a superestimar a P. No
nosso estudo, o grupo controle apresentou níveis médios de NIC e PS (Tabela 2)
96
de aproximadamente 90% de bolsas rasas. Lembramos que o parâmetro NIC
representa a medida obtida da recessão gengival mais a bolsa periodontal, o que
reflete uma menor capacidade de abrigar bactérias subgengivais do que o
parâmetro PS, que está diretamente relacionado à bactéria subgengival, como foi
observado por Saito et al. (2004), porém este último parâmetro ainda tem como
característica a reversibilidade (ARMITAGE, 2004).
Temos observado na literatura que a perda de inserção per se não indica
uma P ativa (BURT e EKLUND, 1999; BECK e ELTER, 2000), o que nos levou a
avaliar a P focalizada no patógeno periodontal e na resposta inflamatória do
hospedeiro para este processo infeccioso, representados pelo índice de SS e de
placa visível (Tabela 2), o qual tem sido relatado como um importante preditor de
risco para um aumento da perda de inserção (LANG et al., 1986; ARMITAGE,
1996), pois quando o SS está ausente, há uma boa indicação de P estável (TU et
al., 2004).
Buscando uma melhor visualização do efeito da P, também aplicamos o
IES proposto por Carlos et al. (1986) (Tabela 3), que deve ser analisado levando
em consideração duas medidas, a extensão e a severidade da P que estiverem
além do limite de normalidade (até 2,0 mm). Quanto ao parâmetro NIC, no grupo
sem P ocorreu perda óssea em torno de 7,63% de extensão e a severidade
mediana foi de 1,0 mm, o que no máximo representaram bolsas rasas ou recessão
gengival e no grupo experimental ocorreu perda óssea de 62,44% dos sítios, com
uma severidade mediana de 2,58 mm.
Este método adota um escore a cada milímetro que o parâmetro avaliado
ultrapassa o limite de normalidade. Em relação ao IES, o NIC revelou que na P
97
ocorreu uma perda óssea oito vezes maior e 158% mais severa em relação ao
grupo controle. Quanto ao parâmetro da PS, praticando o mesmo tipo de análise,
podemos observar baixos valores entre os GSP e elevados valores entre os GCP,
porém apesar da P ter afetado acima de 50% dos sítios e a severidade mediana ser
de 2,25 mm, constatamos uma severidade ainda moderada, mas certamente os
grupos aqui avaliados foram bastante distintos. Assim, comprovadamente o grupo
experimental apresentou P.
Sobre vários aspectos, a literatura tem se referido à importância da
extensão e severidade, pois há muitos relatos mostrando que as associações entre
a P e alterações de ordem sistêmica variam em relação à gravidade da P. A
extensão e a severidade têm sido citadas por diversos autores, assim como Grau et
al. (2004) demonstraram que além da severidade avaliada sob o prisma do NIC, a
extensão da P é um fator que agrega uma condição de risco para a DCV. Em outros
estudos, Kshirsagar et al. (2005) observaram que a extensão da P foi associada a
níveis elevados de creatinina e a severidade, associada à deficiência da FGR e
Angeli et al. (2003) revelaram que a PAS aumenta progressivamente com a
severidade da P.
No nosso modelo de estudo a associação entre a P e a DCV foi
investigada através de índices obtidos de parâmetros antropométricos (Tabelas 4 e
5) como o peso, o IMC e pelas PA sistólica e diastólica; pelos parâmetros
bioquímicos tradicionais séricos (Tabelas 6, 7 e 8) como o TG, o CT, a HDL-
colesterol, a VLDL-colesterol, a LDL-colesterol e pelos índices de risco coronarianos
como: as proporções de CT/HDL-colesterol e LDL-colesterol/HDL-colesterol e o
ERF; e pelos parâmetros séricos e urinários de avaliação de FR (Tabelas 9 e 10)
98
como: creatinina, ácido úrico e uréia, albumina sérica, proporção
albumina/creatinina urinária e pela FGR através dos métodos: de CLCreat e da
equação preditora de MDRD2. Também foram avaliados por parâmetros não
tradicionais (Tabelas 11 e 12) como o IC/Q , a CA, a PCR sérica e a Ma. Os grupos
sem P e com P foram comparados para todos os parâmetros, sendo que apenas as
PA revelaram associação com a P. Todos os parâmetros de ambos os grupos, GSP
e GCP também foram comparados aos seus respectivos valores de referência e
apenas a PAD e a PAS mostraram valores médios compatíveis com pré-
hipertensão na P.
De maneira geral, obtivemos neste trabalho um comportamento análogo
entre os parâmetros avaliados e exemplificamos tal comportamento com os
resultados da Tabelas 6, onde o perfil lipídico dos grupos experimental (GCP) e
controle (GSP) através dos níveis de: TG, CT, HDL-colestrol, VLDL-colesterol, LDL-
colesterol, proporções de CT/HDL e LDL/HDL, não apresentaram associação com a
P, sendo também observado alta porcentagem de indivíduos dentro de seus
intervalos de valores referência (Tabela 7).
Vários estudos da literatura são concordantes com aos nossos achados
como: os de Loos et al. (2000) que avaliaram CT e TG, os de Franek et al. (2005) e
Taylor et al. (2006) que também avaliaram CT e os de Mercanoglu et al. (2004) que
determinaram TG, CT, HDL-colesterol e LDL-colesterol. Porém, há dados que
discordam dos nossos, pois tem sido apregoado que a hipercolesterolemia e o
diabetes são mais freqüentes em indivíduos com infecção periodontal do que em
indivíduos sem P (SHLOSSMAN et al., 1990; LÖSCHE et al., 2000; KATZ et al.,
2001).
99
Um comportamento idêntico ao nosso quanto ao perfil lipídico foi
demonstrado por Jain et al. (2003) num estudo experimental em coelhos. Mas
esses autores obtiveram, como resultados de outros parâmetros, dados que dão
suporte ao conceito de que infecções localizadas possam modular eventos
aterosclerótico à distância. Assim no período experimental, ambos os grupos
apresentaram níveis comparáveis de CT no soro. No entanto, radiograficamente, foi
observado perda óssea significante no grupo teste e ocorreu uma correlação
positiva entre a extensão da deposição vascular de lipídeos e a severidade da P.
Com base neste experimento, a possível ocorrência do mecanismo aterosclerótico
nos nossos indivíduos não pode ser descartada.
Em relação ao risco de eventos coronarianos através das Proporções de
CT/HDL e LDL/HDL e pelo ERF, sabe-se que segundo a National Cholesterol
Education Program (2001), a comparação das proporções LDL-colesterol/HDL-
colesterol e CT/HDL-colesterol não refletem o devido impacto ao risco de DCV,
mesmo frente à expectativa de inclusão da VLDL-colesterol que apresenta
característica aterogênica como um preditor mais potente. Atualmente é
recomendada a avaliação de um risco global, sendo preferido o ERF. Ainda assim,
optamos por avaliar os dois parâmetros quanto ao risco coronariano, sendo que não
apresentaram associação com a DCV além do que foram concordantes quanto à
classificação dos grupos apresentarem baixo risco para a DCV (Tabela 8).
A literatura relata conclusões controversas em relação à associação da P
e o risco para a DCV. Hujoel et al. (2001) em um estudo epidemiológico incluindo
aproximadamente 4000 indivíduos verificaram que a eliminação da infecção dental
através da exodontia de todos os dentes, não reduziu o risco coronariano quando
100
comparado a pacientes com P crônica. Estes resultados contradizem os trabalhos
de Mercanoglu et al. (2004) e Elter et al. (2006) que observaram na artéria braquial
uma recuperação da função endotelial após o tratamento periodontal.
Um outro objetivo deste estudo era excluirmos a possibilidade dos grupos
sem e com P apresentarem DR per se. Esta possibilidade realmente foi eliminada,
uma vez que todos os parâmetros séricos relacionados à avaliação da FR (Tabelas
9 e 10) como: albumina, creatinina, ácido úrico e uréia e urinários como: creatinina,
ácido úrico, uréia e da proporção albumina/creatinina, além da FGR que foi avaliada
pelo CLCreat e pela equação preditora de avaliação da FGR–MDRD2, se
encontraram dentro do valor de referência, tanto para o grupo com P como para o
grupo controle.
Neste trabalho utilizamos 2 métodos de avaliação da FGR em função de
nenhum deles ser completamente adequado; embora o mais indicado seja o
CLCreat. O inconveniente do CLCreat é a dependência de uma coleta de urina de
24 horas rigorosamente correta e o da equação de predição MDRD2 ser um modelo
matemático. Buscando uma indicação de que estávamos trabalhando com volumes
de urina colhidos integralmente, avaliamos a proporção albumina/creatinina
(Tabelas 9 e 10) numa alíquota da urina de 24 horas, apesar da técnica descrita
para esta determinação indicar uma amostra aleatória. Certamente nesta condição,
a proporção entre os parâmetros deveria se manter e encontraríamos valores
dentro do intervalo de referência, o que ocorreu em 100% de ambos os grupos em
relação à proporção albumina/creatinina, o que nos deu maior segurança de
estarmos com resultados do CLCreat confiáveis e destes não terem sofrido
interferência de uma possível coleta da urina incompleta. Assim, em relação à FGR
101
observamos que tanto o CLCreat como o MDRD2, revelaram alta porcentagem de
indivíduos dentro do intervalo dos valores de referência.
Encontramos na análise da associação de cada um desses vários
parâmetros, relacionados à FR, à P, não ocorrer significância (Tabelas 9 e 10).
Estudos de associação de P com FR são raras (KSHIRSAGAR et al., 2005) e por
isso a comparação com dados da literatura são difíceis. No entanto, cremos que
nossos achados de que a P não provoca alteração da FR, podem ser considerados
confiáveis, uma vez que avaliamos 11 parâmetros da FR e os mesmos
apresentaram resposta comum. Resultados concordantes aos nossos são os de
Barbudo-Selmi et al. (2004) que num estudo experimental realizado em cães, não
observaram relação entre P e alterações na FR avaliada pelos níveis séricos de
creatinina e uréia e pela densidade urinária. Leivadaros et al. (2005) também
avaliaram a proporção de albumina/creatinina urinária em relação à P e não
observaram associação com a mesma, assim como Taylor et al. (2006) não
verificaram alteração nos níveis de uréia após a exodontia de todos os dentes em
pacientes com P.
Não encontramos associação entre P e insuficiência renal (redução da
FGR), no entanto, Kshirsagar et al. (2005), discordando de nossos resultados,
encontraram associação entre a P e elevadas concentrações de creatinina sérica e
com a FGR abaixo de 60mL/min/1,73m
2
, determinada pela equação preditora da
FGR.
Avaliamos também neste presente trabalho, os marcadores de disfunção
endotelial ou também conhecidos como marcadores não tradicionais da DCV,
sendo que a PCR e a Ma não apresentaram associação com a P (Tabelas 11 e 12).
102
Em relação ao intervalo dos valores de referência, a PCR e a Ma revelaram alta
freqüência percentual, 80% e 70% respectivamente, dentro do intervalo de valores
de referência. Nossos resultados de PCR sérica foram de 1,77mg/L no grupo com P
e no grupo controle de 1,85mg/L. Dados da literatura de PCR em P localizada são
de 1,3mg/L e generalizada são 1,45mg/L (LOOS et al., 2000) enquanto que para
indivíduos saudáveis são de 0,8 mg/L (SHINE et al., 1981; LOOS et al., 2000).
Como pode ser observado, obtivemos o dobro dos valores da literatura para
indivíduos saudáveis. Essa discrepância é difícil de ser explicada uma vez que
indubitavelmente, pelos resultados por nós encontrados dos parâmetros de
diagnóstico periodontal no grupo controle (sem P) (Tabelas 2 e 3), podemos afirmar
que estes não apresentaram P e mostravam boas condições de higiene bucal.
Foram realizados os mesmos questionamentos quanto ao histórico de doenças
atuais e passadas, sendo que entre os indivíduos controles que se submeteram ao
presente trabalho encontravam-se indivíduos selecionados como doadores de
sangue, praticantes de atividade física e preocupados com uma boa alimentação.
Além disso, os valores médios dos parâmetros de peso, IMC, obesidade abdominal
(IC/Q e CA) que poderiam explicar uma elevada PCR apresentaram sempre
tendência a valores inferiores (Tabela 4 e 5). Em relação à metodologia por nós
utilizada para quantificação de PCR, utilizamos aquela considerada padrão ”ouro”,
além do Laboratório trabalhar com certificação de Boas Práticas para Laboratório
Clínico.
Um outro aspecto a considerar é a utilização da PCR de alta sensibilidade
em categorias onde representam baixo (< 1mg/L), médio (1-2mg/L) e alto (>3mg/L)
risco cardiovascular (RIDKER et al., 1998). Ambos os grupos participantes desta
presente investigação (experimental e controle), apenas por este critério,
103
apresentaram médio risco cardiovascular e pelo ERF foram classificados em baixo
risco para eventos coronarianos, pois todos obtiveram um escore abaixo de 10% e
não houve associação com a P. Apesar de em estudo recente, os autores
classificarem os indivíduos com P severa e sem P na categoria de alto risco
cardiovascular apenas considerando o nível de PCR (TONETTI et al., 2007), ainda
atualmente, o ERF tem sido o critério mais indicado para avaliação de risco
coronariano, sendo sugerido o uso da PCR de forma adicional à avaliação global de
risco com os testes lipídicos convencionais (RIDKER, 1998). A American Heart
Association recomendou o uso deste teste (PCR) para aumentar a avaliação do
risco em certas populações, embora tenha sido notado que o benefício desta
estratégia permaneceu indefinido (PEARSON et al., 2003).
Inicialmente, o fato de não termos encontrado associação entre PCR e P
(Tabela 11) poderia ser interpretado com cuidado devido ao limitado tamanho da
nossa amostra, bem como a termos quantificado em um único momento.
Determinações únicas podem ser enganadoras, pois infecções intercorrentes (ex:
gripe recente) e outros fatores podem afetar os valores desse marcador. Não
podemos descartar a possibilidade desta situação ter acontecido em alguns
indivíduos do grupo controle, apesar dos cuidados por nós tomados em eliminar
casos em que tínhamos conhecimento prévio deste fato, o que então poderia não
permitir a detecção de associação. No entanto, a mesma intercorrência pode ter
ocorrido no grupo experimental e, além disso, acreditamos que a possibilidade
deste fato ter se dado é mínima, devido à uniformidade dos resultados que
obtivemos de não associação, considerando todos os demais parâmetros avaliados.
104
Há pesquisadores que observaram a importância e elevação da PCR
após o IAM, ou seja, após um IAM, a presença da necrose tecidual representa um
potente estímulo de fase aguda havendo uma importante resposta pela PCR que
neste caso não reflete o dano celular, mas contribui significativamente para a
severidade da injúria isquêmica do miocárdio, pois se acredita que é depositada
dentro do IAM e atinge seu pico 24 horas após o evento (HIRSCHFIELD e PEPYS,
2003). Isso poderia explicar os nossos resultados de ausência de associação de P
e PCR uma vez que no grupo com P não havia indivíduos infartados.
Não podemos descartar a possibilidade dos indivíduos do nosso grupo
experimental encontrar-se num estágio muito inicial do processo aterosclerótico,
estágio este dinâmico e reversível, o que explicaria não termos observado um
desequilíbrio nos parâmetros avaliados, pois trabalhamos com P moderada. Um
modelo de estudo diferente do nosso, e também envolvendo P menos severa
observou redução dos níveis de PCR após o tratamento periodontal (D’AIUTO et
al., 2004b), enquanto que outros estudos de P severa encontraram níveis elevados
de PCR quando compararam com indivíduos saudáveis (EBERSOLE et al., 1997;
LOOS et al., 2000; SLADE et al., 2000).
Concordando com nosso resultado, Briggs et al. (2006) também não
encontraram aumento significativo da PCR e nem do fibrinogênio no grupo
experimental formado por pacientes com P e DCV quando comparado à um grupo
de indivíduos sem P e sem DCV. A determinação do fibrinogênio foi uma das
limitações do nosso trabalho, pois também é uma proteína de fase aguda, que age
como um potente antioxidante e parece proteger a LDL da oxidação, a qual é
105
considerada uma causa fundamental da DCV (OLINESCU e KUMMEROW, 2001;
KAPLAN et al., 2001).
Em estudo que avaliou o comportamento da função endotelial após o
tratamento periodontal foi observado tanto uma melhora na capacidade de dilatação
endotelial das artérias como uma redução nos níveis de PCR, porém o efeito da
melhoria da função endotelial não foi associado a redução da PCR (TONETTI et al.,
2007). Assim, os autores concluíram que a PCR e outros marcadores envolvidos
podem não refletir o relevante mecanismo inflamatório ou este efeito ocorre
independentemente de uma resposta inflamatória sistêmica.
Outro marcador não tradicional de DCV por nós avaliado, a Ma (Tabelas
11 e 12) não revelou diferença significativa entre os grupos, nos quais observamos
70% dos indivíduos dentro do intervalo dos valores de referência. Este marcador
também tem sido relacionado ao risco cardiovascular, sendo sugerido apresentar
um desempenho melhor que a PCR neste aspecto (STUVELING, 2003). Até o
momento poucos estudos têm avaliado a relação Ma e DP, sendo que Leivadaros
et al. (2005) avaliaram a relação albumina/creatinina e obtiveram resultado
semelhante ao nosso. A correlação entre a Ma e a PCR (Figura 1), também não foi
observada no nosso estudo, ao contrário de Nakamura et al. (2004) que
encontraram tal associação em indivíduos de uma população na faixa etária de 62
anos, porém este estudo não avaliou a P.
Assim sendo, com exceção da PA, todos os demais parâmetros avaliados
neste presente trabalho, não evidenciaram suas associações com a P e, portanto
por esses parâmetros não parece que a P moderada está associada com DCV.
106
Apesar de muitos estudos prospectivos avaliarem a relação P e DCV,
ainda há falta de consistência nos resultados encontrados na literatura. Esta
constatação pode ser exemplificada com os dados de DeStefano et al. (1993) que
realizaram um acompanhamento de 14 anos entre indivíduos com e sem P e
encontraram um risco relativo para a DCV no grupo experimental, enquanto que
Hujoel et al. (2000), usando os mesmos dados estabelecidos no estudo de
DeStefano, porém controlando mais rigorosamente os fatores interferentes não
encontraram relação. Em outro estudo, Joshipura et al. (1996), também não
verificaram associação entre P e DCV, assim como Morrison et al. (1999) e
Tuominen et al. (2003). Já Saremi et al. (2005) observaram associação entre a P
severa e DCV em pacientes diabéticos e com problemas renais. Mattila et al. (1995)
também encontraram associação, mas os pacientes já haviam sofrido um ataque
cardíaco e Hujoel et al. (2002), em condição semelhante não obtiveram essa
associação. Apenas dois estudos consideraram a associação entre a doença
arterial periférica e a P demonstrando a ocorrência de risco elevado nesta
associação. Para o acidente vascular cerebral isquêmico, quatro entre seis estudos
observaram um risco relativo que variou entre 1,33 a 2,8 (JOSHIPURA e RITCHIE,
2006).
Alguns trabalhos da literatura têm sido criticados por obterem
associações inconsistentes devido ao fato de: realizarem comparações entre faixas
etárias diferentes (DESTEFANO et al., 1993; MORRISON et al., 1999); por
utilizarem parâmetros para avaliar P que não representam o conceito atual da
doença (DESTEFANO et al., 1993; WU et al., 2000; HUJOEL et al., 2000) ou por
não ajustarem adequadamente o efeito do fumo, pois tanto a P como a DCV
apresentam causas complexas de predisposição como as relacionadas ao sexo, à
107
idade, ao fumo e à obesidade. E assim, desde que o tratamento periodontal foi
proposto como medida de redução de risco para a DCV, as investigações têm sido
delineadas de várias formas: nas diversas faixas etárias (BECK et al., 1996;
HOWELL et al., 2001), em ambos os gêneros (BECK et al., 1996), apenas em
homens (JOSHIPURA et al., 1996; DESVARIEUX et al., 2004), em mulheres
(MATTILA et al., 1995) ou em grupos de indivíduos cardiopatas (HUJOEL et al.,
2002).
Apesar de até o momento não haver uma concordância na literatura
sobre a influência do gênero no resultado da associação de P e DCV, em nosso
trabalho não foi possível avaliarmos a influência do mesmo (Tabela 1) em função do
modelo de estudo por nós utilizado, sendo esta uma das limitações da nossa
investigação. Joshipura e Ritchie (2006) relataram a existência de trabalhos que
mostram haver maior risco cardiovascular associado à P entre os homens enquanto
que outros trabalhos não mostram essa diferença (HUNG et al., 2004).
A falta de associação de DP e DCV em nosso trabalho pode ter sido
influenciada pela faixa etária dos indivíduos por nós utilizada, pelo grau de
severidade da P, pela ausência do tabagismo e de obesidade, pelo número de
dentes presentes na boca e também por fatores genéticos e/ou imunológicos.
Os indivíduos, no presente trabalho, foram selecionados seguindo uma
faixa etária pré determinada (Tabela 1) na qual ambas as enfermidades são
prevalentes, sendo observado que as idades médias dos grupos experimental e
controle foram semelhantes. Além disso, como pode ser confirmado, não utilizamos
indivíduos nem muito jovens e nem muito idosos, pois é conhecido que uma
população muito jovem ou muito idosa no grupo de estudo pode levar a resultados
108
diferentes em relação à associação da P com DCV, gerando inconsistência nos
resultados (JOSHIPURA e RITCHIE, 2006).
A faixa etária média dos indivíduos encontra-se um pouco acima dos 40
anos (Tabela 1) sendo que apenas 13% dos participantes estão na faixa dos 50
anos (idade máxima 58 anos), e segundo Holmlund et al. (2006) tem ocorrido uma
significante associação entre P e DCV em indivíduos na meia idade (40 - 60 anos),
sendo que o IM antes dos 40 é incomum e depois dos 60 anos, a faixa etária é
provavelmente o maior fator de risco para tal evento do que a P em si, concluindo
que esta relação pode ser dose-dependente. Também Malthaner et al. (2002) que
utilizaram a angiografia como método de diagnóstico para a doença cardíaca
coronariana, encontrou que a associação com a P crônica foi importantemente
reduzida depois do ajuste do fator idade e tabagismo.
Em nosso trabalho, apesar dos pacientes não praticarem um controle
regular da P, pois observamos nas Tabelas 2 e 3 alta porcentagem de bolsas
periodontais rasas (PS=46,9%) e médias (PS=42,8%) e o IES ( 52,82%; 2,25 mm)
nos revela que a P afetou 52,82% dos sítios avaliados e que os sítios com P
apresentam uma severidade moderada. Além disso houve relatos de tratamento
periodontal anterior, o que pode ter amenizando o efeito deletério cumulativo da P,
alternando um quadro de exacerbação aguda e períodos de quiescência. E assim,
sugerimos que os indivíduos com P até o momento que os utilizamos para esta
avaliação, não atingiram o limiar de inflamação como aquele associado com
infecção periodontal severa e, portanto não estariam predispostos de forma
evidente à aterosclerose, pois Grau et al. (2004) observaram que indivíduos com P
severa (NIC > 6 mm) tiveram um risco 4,3 vezes maior de isquemia cerebral.
109
Outro fator que fortalece nossos dados é o fato de termos excluído
fumantes da nossa investigação, pois em relação ao tabagismo, é conhecido que
este pode interferir nos resultados de alguns parâmetros. Em 50% dos casos é o
principal fator de risco para a P crônica, havendo também uma relação dose
resposta entre o consumo de tabaco e P (TOMAR e ASMA, 2000) e segundo Loos
et al. (2000) está mais associado à P generalizada. Também é o principal fator de
risco para a DCV, provavelmente um importante fator de interferência em qualquer
provável associação entre P e DCV. Briggs et al. (2006) mesmo numa condição
periodontal muito ruim, após o ajuste da influência do fumo, encontraram apenas
fraca associação entre P e DCV (HUJOEL et al., 2000; TUOMINEN et al., 2003).
Aqueles indivíduos que não possuem como hábito regular cuidados
odontológicos podem estar mais intimamente ligados aos fatores que aceleram a
DCV como o tabagismo, inatividade física, seqüelas da P como a perda de dentes
que leva a alteração na dieta, baixa ingestão de frutas e vegetais que são ricos em
fibras, além dos indivíduos que são geneticamente susceptíveis à inflamação
sistêmica e podem demonstrar aumento de inflamação bucal na forma de gengivite
ou P tanto quanto um aumento do risco de DCV. Por causa desta complexidade é
difícil assegurar se a doença bucal realmente contribui para um aumento do risco
de DCV como uma relação causal (JOSHIPURA e RITCHIE, 2006).
Em consideração ao número de dentes presentes (Tabela 2), notamos
que esta variável foi mais elevada entre os GSP do que entre os GCP, porém esta
elevação não foi significante. Na literatura há controvérsia sobre se o número de
dentes perdidos está ou não relacionado a DCV sendo interpretado como um
reflexo de P ocorrida anteriormente. Enquanto há estudos que não notaram esta
110
associação (HOWELL et al., 2001; TUOMINEN et al., 2003), há outros que tem
mostrado esta relação, como Morrison et al. (1999), Hung et al. (2004) e também
Grau et al. (2004) que observaram a associação entre P severa em indivíduos com
menos de 10 dentes perdidos e um maior risco à isquemia cerebral.
A influência dos fatores genéticos na P não foi investigada neste trabalho.
Apesar desta influência ainda não estar bem esclarecida, há relatos que o
polimorfismo em genes como IL-β e TNF-α, tanto poderia ser comum à DCV e à P
(PAGE, 1998), como os fatores genéticos poderiam agir e modificar a resposta
imunológica do hospedeiro frente a agentes microbianos que estão relacionados à
extensão e à severidade da P (HART e KORNMAN, 1997). Dessa forma a bolsa
periodontal seria um reservatório de bactérias gram-negativas e mediadores
inflamatórios que poderiam provocar lesões em órgãos distantes. Estas três
possíveis hipóteses que a literatura apresenta, não puderam ser comprovadas e
nem descartadas pelos nossos resultados.
Uma questão ainda a ser esclarecida na continuidade do estudo seria
avaliar o efeito do tempo de instalação da periodontite na DCV através dos
marcadores utilizados neste trabalho.
Os parâmetros de obesidade abdominal foram incluídos neste modelo de
estudo para nos certificarmos de que os mesmos não estariam associados à P e
assim não agiriam como fatores interferentes, pois a obesidade poderia causar a
elevação dos níveis de PCR que são estimulados pelos adipócitos e desencadeiam
sua produção hepática. Sob esta visão, os grupos também foram avaliados quanto
aos parâmetros antropométricos (Tabelas 4 e 5) como o peso e o IMC que avaliam
a adiposidade global e quanto à adiposidade central, através dos índices
111
cintura/quadril e de circunferência abdominal, além de serem comparados aos seus
respectivos intervalos de valores de referência. Positivamente, não encontramos no
presente trabalho associação de nenhum dos parâmetros acima com a P. No
entanto, discordando dos nossos resultados Kshirsagar et al. (2005) encontraram
relação entre o aumento de peso e a extensão da P; Leivadaros et al. (2005)
observaram a relação entre P e aterosclerose, apesar dos valores de IMC serem
semelhantes aos nossos, tanto no grupo controle como no grupo com P leve e
moderada e, no grupo com P severa, o valor médio do IMC diminuiu para
24,9Kg/m
2
e também Desvarieux et al. (2004) investigando uma faixa etária de 54
anos entre mulheres e 66 anos entre homens com P observaram associação com
um IMC um pouco superior ao nosso.
Considerando a PAS e PAD (Tabelas 4 e 5), a PAD foi o único parâmetro
associado à P. Nós, assim como Holmunlund et al. (2006) constatamos que a P
está associada à HP, porém poucos trabalhos têm avaliado a relação entre a PA e
a P. E diferindo destes resultados, Kshirsagar et al. (2005) não observaram
diferença na PAS e PAD entre os grupos controle, com P inicial e com P severa
observando pressões médias dentro do intervalo de valores de referência e no
nosso trabalho apenas o grupo controle apresentou valores médios dentro do
intervalo dos valores de referência. Franek et al. (2005), também não encontraram
associação com a PA, porém o modelo de estudo usado é bastante complicado,
pois avaliaram indivíduos transplantados renais, que faziam uso de diversos
medicamentos inclusive anti-hipertensivos, o que favorece inúmeras possíveis
conclusões devido às interferências. Assim, a literatura é bastante controvertível em
relação a HP estar ou não associada com a severidade da P (GEERTS et al., 2004;
LAGERVALL et al., 2003).
112
No nosso estudo, os valores pressóricos médios obtidos no grupo com P
são compatíveis com uma pré-hipertensão, o que tanto revela a tendência desta HP
evoluir para uma situação idêntica à observada por Angeli et al. (2003) que já
detectaram alteração na massa muscular do ventrículo esquerdo associado à
severidade da P em hipertensos, como apesar do nosso grupo experimental não
apresentar uma faixa etária tão elevada, nem uma P tão severa, podemos inferir
que tanto o mecanismo da aterosclerose como um dano ao órgão em questão, são
ocorrências possíveis, pois nossos resultados poderiam estar relacionados a uma
fase muito inicial do processo da DCV.
Uma vez que segundo Holmulund et al. (2006), a HT associou-se à P em
indivíduos acima de 60 anos, podemos sugerir que pelos resultados do presente
trabalho, já aos 46 anos de idade estamos observando o início desta alteração.
O mecanismo biológico desta associação ainda é desconhecido e
segundo Saito et al. (2003), a HP pode já estar associada a uma inflamação de
baixa intensidade, assim como a inflamação provocada pela P. Propomos aqui que
este poderia ser o mecanismo pelo qual a P promoveria o desenvolvimento da HP
no nosso grupo experimental. No entanto, há também uma outra possibilidade, pois
segundo Angeli et al. (2003) a HP estaria relacionada a uma disfunção na
microcirculação, o que levaria a uma rarefação capilar e subseqüente isquemia do
periodonto e do miocárdio, predispondo paralelamente a P e a hipertrofia ventricular
esquerda (FRANEK et al., 2005).
Considerando a análise de correlação de PA e Ma, até onde vai o nosso
conhecimento os dados da literatura se referem a pacientes diabéticos e não a
indivíduos com P.
113
Nas considerações finais deste trabalho propomos que a P de grau de
severidade moderada em indivíduos maduros jovens, não obesos e sem hábito de
tabagismo pode no máximo estar relacionada aos processos primordiais da DCV,
mas que ainda é insuficiente para monitoração via alterações dos parâmetros
tradicionais e não tradicionais.
114
7. CONCLUSÕES
115
Neste estudo concluímos que:
Os grupos GSP e GCP não apresentaram disfunção renal.
A P não foi associada aos fatores de risco tradicionais (FRT) e não
tradicionais (FRNT), com exceção das pressões arteriais sistólica e
diastólica, sendo que o GCP mostrou-se com níveis pressóricos
caracterizados de pré-hipertensão.
Os grupos GSP e GCP não apresentaram alterações em relação ao
intervalo de valores de referência dos demais fatores de risco tradicionais e
não tradicionais.
Considerando o parâmetro pressão arterial, não podemos descartar a
possibilidade da P moderada estar relacionada aos eventos iniciais da
DCV, porém não suficiente para causar alterações da maioria dos
parâmetros bioquímicos séricos e urinários tradicionais e não tradicionais
em indivíduos na faixa etária de cerca de 40 anos, não obesos, não
fumantes e submetidos a tratamentos periodontais não regulares.
116
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
117
AAP. AMERICAN ACADEMY OF PERIODONTOLOGY, 1999. International
workshop for a classification of periodontal disease and conditions. Ann.
Periodontol., v.4, n.1, p.1-112, dec., 1999.
AAP. AMERICAN ACADEMY OF PERIODONTOLOGY, 2005. Epidemiology of
periodontal diseases. J. Periodontol., v.76, n.8, p.1406-1419, may, 2005.
AAS, J.A.; PASTER, B.J.; STOKES, L.N.; OLSEN, I.; DEWHIRST, F.E.
Defining the normal bacterial flora of oral cavity. J. Clin. Microbiol., v.43, n.11,
p.5721-5732, nov., 2005.
AHA. AMERICAN HEART ASSOCIATION. Heart disease and stroke
statistics: 2005 update. Dallas, Tex: American Heart Association, 2005.
AIRES, M.M. Fisiologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
934p.
AINAMO, J.; BAY, I. Problems and proposals for recording gingivitis and
plaque. Int. Dent. J., v.25, n.4, p.229-235, dec., 1975.
ALBANDAR, J.M.; BRUNELLE, J.A.; KINGMAN, A. Destrutive periodontal
disease in adults 30 years of age and older in the United States, 1988-1994. J.
Periodontol., v.70, p.13-29, 1999.
ALVES, M.A.R. Diagnóstico de doença renal crônica: avaliação de proteinúria
e sedimento urinário. J. Bras. Nefrol., v.26, n.3, supl.1, p.6-7, 2004.
AMAR, S.; GOKCE, N.; MORGAN, S.; LOUKIDELI, M.; VAN DYKE, T.E.;
VITA, J.A. Periodontal disease is associated with brachial artery endothelial
dysfunction and systemic inflammation. Arterioscler. Thromb. Vasc. Biol.,
v.23, p.1245-1249, 2003.
ANDERSON, K.M.; WILSON, P.W.F.; ODELL, P.M.; KANNEL, W.B. An
updated coronary risk profile. A statement for health professionals.
Circulation, v.83, p.356-362, 1991.
ANDRIANKAJA, O.M.; GENCO, R.J.; DORN, J.; DMOCHOWSKI, J.; HOVEY,
K.; FALKNER, K.L.; SCANNAPIECO, F.; TREVISAN, M. The use of different
measurements and definitions of periodontal disease in the study of the
118
association between periodontal disease and risk of myocardial infarction. J.
Periodontol., v.77, n.6, p.1067-1073, 2006.
ANGELI, F.; VERDECCHIA, P.; PELLEGRINO, C.; PELLEGRINO, R.G.;
PELLEGRINO, G.; PROSCIUTTI, C.G.; CIANETTI, S.; BENTIVOGLIO, M.
Association between periodontal disease and left ventricle mass in essential
hypertension. Hypertension, v.41, p.488-492, 2003.
ARBES JR, S.J.; SLADE, G.D.; BECK, J.D. Association between extent of
periodontal attachment loss and self-reported history of heart attack: an
analysis of NHANES III data. J. Dent. Res., v.78, p.1777-1782, 1999.
ARMITAGE, G.C. Classifying periodontal disease – a long-standing dilemma.
Periodontol. 2000, v.30, p.9-23, 2002.
ARMITAGE, G.C. Periodontal diagnoses and classification of periodontal
diseases. Periodontol. 2000, v.34, p.9-21, 2004.
ARMITAGE, G.C. Periodontal diseases: diagnosis. Ann. Periodontol., v.1,
p.37-215, 1996.
BARBUDO-SELMI, G.R.; CARVALHO, M.B.; SELMI, A.L.; CUEVAS
MARTINS, S.E. Periodontal disease characterization in dogs with normal renal
function or chronic renal failure. Ciênc. Rural, v.34, n.1, p.113-118, 2004.
BDWG. BIOMARKERS DEFINITIONS WORKING GROUP. Biomarkers and
surrogate end-points: preferred definitions and conceptual framework. Clin.
Pharmacol. Ther., v.69, p.89-95, 2001.
BECK, J.D.; CAPLAN, D.J.; PREISSER, J.S.; MOSS, K. Reducing the bias of
probing depth and attachment level estimates using random partial-mouth
recording. Community Dent. Oral Epidemiol., v.34, p.1-10, 2006.
BECK, J.D.; ELTER, J.R. Analysis strategies for longitudinal attachment loss
data. Community Dent. Oral Epidemiol., v.18, p.1-9, 2000.
BECK, J.D.; GARCIA, R.; HEISS, G., VOKONA, P.S.; OFFENBACHER, S.
Periodontal disease and cardiovascular disease. J. Periodontol., v.67, n.10
Suppl., p.1123-1137, 1996.
119
BECK, J.D.; OFFENBACHER, S; WILLIAMS, R.; GIBBS, P.; GARCIA, R.
Periodontitis: a risk factor for coronary heart disease? Ann. Periodontol., v.23,
p.127-141, 1998.
BECK, J.D.; SLADE, G.; OFFENBACHER, S. Oral disease, cardiovascular
disease and systemic inflammation. Periodontol.2000, v.23, p.110-120, 2000.
BERGER, A. Renal function-and how to assess it. B. M. J., v.321, p.1444, dec,
2000.
BORCH-JOHNSEN, K.; FELDT RASMUSSEN, B.; STRANDGAARD, S.;
SCHROLL, M.; JENSEN, J.S. Urinary albumin excretion: an independent
predictor of ischemic heart disease. Arterioscler. Thromb. Vasc. Biol., v.19,
p.1992-1997, 1999.
BOS, M.J.; KOUDSTAAL, P.J.; HOFMAN, A.; WITTEMAN, J.C.M.;
BRETELER, M.M.B. Uric acid is a risk factor for myocardial infarction and
stroke. The Rotterdam study. Stroke, v.37, p.1503-1507, 2006.
BRAUNWALD, E. Shattuck Lecture – cardiovascular medicine at the turn of the
millenium: triumphs, concerns, and opportunities. N. Engl. J. Med., v.337,
p.1360-1390, 1997.
BRIGGS, J.E.; McKEOWN, P.P.; CRAWFORD, V.L.S.; WOODSIDE, J.V.;
STOUT, R.W.; EVANS, A.; LINDEN, G.J. Angiographically confirmed coronary
heart disease and periodontal disease in middle-aged males. J. Periodontol.,
v.77, n.1, p.95-102, 2006.
BUHLIN, K.; GUSTAFSSON, A.; POCKLEY, A.G.; FROSTEGARD, J.;
KLINGE, B. Risk factors for cardiovascular disease in patients with
periodontitis. Eur. Heart J., v.24, p.2099-2107, 2003.
BURT, B.A., EKLUND, S.A. Dentistry, dental practice, and the community.
5
th
. ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 1999.
BURT, V.L.; WHELTON, P.; ROCELLA, E.J.; BROWN, C.; CUTLER, J.A.;
HIGGINS, M.; HORAN, M.J.; LABARTHA, D. Prevalence of hypertension in the
US adult population. Results from the Third National Health and Nutrition
Examination Survey, 1988-1991. Hypertension, v.25, n.3, p.305-313, 1995.
120
CARLOS, J.P.; WOLFE, M.D.; KINGMAN, A. The extent and severity index: a
simple method for use in epidemiologic studies of periodontal disease. J. Clin.
Periodontol., v.13, p.500-505, 1986.
CASTELLI, W.A.; DIAZ-PEREZ, R.; NASJLETI, C.E.; CAFFESSE, R.G. Effect
of renovascular hypertension of the morphology of oral blood vessels. Oral
Surg. Oral Med. Oral Pathol., v. 46, p.576-582, 1978.
CHANG, M.K.; BINDER, C.J.; TORZEWSKI, M.; WITZTUM, J.L. C-reactive
protein binds to both oxidized LDL and apoptotic cells through recognition of a
common ligand: phosphorylcholine of oxidized phospholipidis. Proc. Natl.
Acad. Sci. USA., v.99, p.13043-13048, 2002.
CHERTOW, G.M.; ACKERT, K.; LEW, N.L.; LAZARUS, J.M.; LOWRIE, E.G.
Prealbumin is as important as albumin in the nutricional assessment of
hemodiálisis patients. Kidney Int., v.58, p.2512-2517, 2000.
CHOBANIAN, A.V.; BAKRIS, G.L.; BACK, W.R.; CUSHMAN, W.C.; GREEN,
L.A.; IZZO, J.L.; JONES JR., D.W.; MATERSON, B.J.; OPARIL, S.; WRIGHT
JR., J.T.; ROCCELLA, E.J.; THE NATIONAL HIGH BLOOD PRESSURE
EDUCATION PROGRAM COORDINATING COMMITTEE. Seventh report of
the joint national committee on prevention, detection, evaluation, and treatment
of high blood pressure. Hypertension, v.42, p.1206-1252, 2003.
COCKCROFT, D.W.; GAULT, M.H. Prediction of creatinine clearance from
serum creatinine. Nephron., v.16, p.31-41, 1976.
COSTERTON, W.; VEEH, R.; SHIRTLIFF, M.; PASMORE, M.; POST, C.;
EHRLICH, G. The application of biofilm science to the study and control of
chronic bacterial infections. J. Clin. Invest., v.112, p.1466-1477, 2003.
CRAIG, R.G.; YIP, J.K., SO, M.K.; BOYLAN; R.J.; SOCRANSKY, S.S.;
HAFFAJEE, A.D. Relationship of destructive periodontal disease to acute-
phase response. J. Periodontol., v.74, p.1007-1016, 2003.
CUNHA, J.J.; CIDADE, M.C. Memória da periodontia. RBO, v.59, n.5, p.321-
323, set-out, 2002.
D’AIUTO, F.; PARKAR, M.; ANDREOU, G.; SUVAN, J.; BRETT, P.M.; READY,
D.; TONETTI, M.S. Periodontitis and systemic inflammation, control of the local
121
infection is associated with a reduction in serum inflammatory markers. J.
Dent. Res., v.83, p.156-160, 2004a.
D’AIUTO, F.; READY, D.; TONETTI, M.S. Periodontal disease and C-reactive
protein-associated cardiovascular risk. J. Periodont. Res., v.39, p.236-241,
2004b.
DADE BEHRING. N Antisoro Albumina Humana. São Paulo, 1997. 8p (Rev-
01/97).
DADE BEHRING (PORTUGAL). N Latex CRP mono. Lisboa, 1998. p.1.
DE BEER, F.C.; SOUTAR, A.K.; BALTZ, M.L.; TRAYNER, I.; FEINSTEIN, A.;
PEPSYS, M.B. Low density and very low density lipoproteins are selectively
bound by aggregated C-reactive protein. J. Exp. Med., v.156, p.230-242, 1982.
DECKERT, T.; FELDT RASMUSSEN, B.; BORCH JOHNSEN, K.; JENSEN, T.;
KOFOED-ENEVOLDSEN, A. Albuminuria reflects widespread vascular
damage: the Steno hypothesis. Diabetologia, v.32, p.219-226, 1989.
DE GRABA, T.J. The role of inflammation in atherosclerosis. Semin.
Neurosurg., v.13, n.3, p.203-216, 2002.
DESHPANDE, R.G.; KHAN, M.B.; GENCO, C.A. Invasion of aortic and heart
endothelial cells by Porphyromonas gingivalis. Infect. Immun., v.66, p.5337-
5343, 1998.
DESTEFANO, F.; ANDA, R.; KAHN, H.; WILLIAMSON, D.; RUSSELL, C.
Dental disease and risk of coronary heart disease and mortality. Br. Med. J.,
v.306, p.688-691, 1993.
DESVARIEUX, M.; SCHWAHN, C.; VÖLZKE, H.; DEMMER, R.T.;
LÜDEMANN, J.; KESSLER, C.; JACOBS JR, D.R.; JOHN, U.; KOCHER, T.
Gender differences in the relationship between periodontal disease, tooth loss,
and atherosclerosis. Stroke, v.35, p.2029-2035, 2004.
DOLL, R.; PETO, R. Mortality in relation to smoking: 20 years’ observations on
male British doctors. Br. Med. J., v.2, p.1525-1536, 1976.
122
DORN, B.R.; DUNN JR., W.A.; PROGULSKE-FOX, A. Invasion of human
coronary artery cells by periodontal pathogens. Infect. Immun., v.67, n.11,
p.5792-5798, 1999.
EBERSOLE, J.L.; MACHEN, R.L.; STEFFEN, M.J.; WILLMANN, D.E. Systemic
acute-phase reactants, C-reactive protein and haptoglobin, in adult
periodontitis. Clin. Exp. Immunol., v.107, p.347-352, 1997.
ELTER, J.R.; HINDERLITER, A.L.; OFFENBACHER, S.; BECK, J.D.;
CAUGHEY, M.; BRODALA, N.; MADIANOS, P.N. The effects of periodontal
therapy on vascular endothelial function: A pilot trial. Am. Heart J., v.151, n.1,
p.47.e2-47.e6, 2006.
FALK, E.; SHAH, P.K.; FUSTER, V. Coronary plaque disruption. Circulation,
v.92, p.657-671, 1995.
FEARON, D.T.; LOCKSLEY, R.M. The instructive role of innate immunity in the
acquired immune response. Science, v.272, p.50-53, 1996.
FERES, M.; CORTELLI, S.C.; FIGUEIREDO, L.C.; HAFFAJEE, A.D.;
SOCRANSKY, S.S. Microbiological basis for periodontal therapy. J. Appl. Oral
Sci., v.12, n.4, p.256-266, 2004.
FESTA, A.; D’AGOSTINO, R.; HOWARD, G.; MYKKANEN, L.; TRACY, R.P.;
HAFFNER, S. M. Inflammation and microalbuminuria in nondiabetic and type 2
diabetic subjects: The Insulin Resistance Atherosclerosis Study. Kidney Int.,
v.58, p.1703-1710, 2000.
FESTA, A.; D’AGOSTINO JR., R.; WILLIAMS, K.; KARTER, A.J.; MAYER-
DAVIS, E.J.; TRACY, R.P.; HAFFNER, S.M. The relation of body fat mass and
distribution to makers of chronic inflammation. Int. J. Obes. Relat. Metab.
Disord., v.25,p.1407-1415, 2001.
FONG, I.W. Emerging relations between infectious diseases and coronary
artery disease and atherosclerosis. Can. Med. Assoc. J., v.163, n.1, p.49-56,
2000.
FRANEK, E.; BLACH, A.; WITULA, A.; KOLONKO, A.; CHUDEK, J.;
DRUGACZ, J.; WIECEK, A. Association between chronic periodontal disease
123
and left ventricular hypertrophy in kidney transplant recipients.
Transplantation, v.8, n.1, p.3-5, 2005.
FRANKLIN, S.S.; GUSTIN, W.; WONG, N.D.; LARSON, M.G.; WEBER, M.A.;
KANNEL, W.B.; LEVY, D. Hemohynamic patterns of age-related changes in
blood pressure. The Framingham Heart Study. Circulation, v.96, p.308-315,
1997.
FRANKLIN, S.S.; LARSON, M.G.; KHAN, S.A.; WONG, N.D.; LEIP, E.P.;
KANNEL, W.B.; LEVY, D. Does the relation of blood pressure to coronary heart
disease risk change with aging? The Framingham Heart Study. Circulation,
v.103, p.1245-1247, 2001.
FRIEDEWALD, W.T.; LEVY, R.I.; FREDRICKSON, D.S. Estimation of the
concentration of low-density lipoprotein cholesterol in plasma, without use of
the preparative ultracentrifuge. Clin. Chem., v.18, p.499-502, 1972.
GARRISON, R.J.; CASTELLI, W.P. Weight and thirty-year mortality of men in
the Framingham study. Ann. Intern. Med., v.103, p.1006-1009, 1985.
GEERTS, S.O.; LEGRAND, V.; CHARPENTIER, J.; ALBERT, A.; ROMPEN,
E.H. Further evidence of the association between periodontal conditions and
coronary artery disease. J. Periodontol., v.75, p.1274-1280, 2004.
GERSTEIN, H.C.; MANN, J.F.E.; YI, Q.; ZINMAN, B.; DINNEEN, S.F.;
HOOGWERF, B.; HALLÉ, J.P.; YOUNG, J.; RASHKOW, A.; JOYCE, C.;
NAWAZ, S.; YUSUF, S.; HOPE STUDY INVESTIGATORS. Albuminuria and
risk of cardiovascular events, death, and heart failure in diabetic and
nondiabetic individuals. JAMA., v.286, p.421-426, 2001.
GLURICH, I.; GROSSI, S.; ALBINI, B.; HO,A.; SHAH, R.; ZEID, M.;
BAUMANN, H.; GENCO, R.J.; DE NARDIN, E. Systemic inflammation in
cardiovascular and periodontal disease: comparative study. Clin. Diagn. Lab.
Immunol., v.9, n.2, p.425-432, 2002.
GRAU, A.J.; BECHER, H.; ZIEGLER, C.M.; LICHY, C.; BUGGLE, F.; KAISER,
C.; LUTZ, R.; BÜLTMANN, S.; PREUSCH, M.; DÖRFER, C.E. Periodontal
disease as a risk factor for ischemic stroke. Stroke, v.35, p.496-501, 2004.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 9.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 1014p.
124
HAFFAJEE, A.D.; BOGREN, A.; HASTURK, H.; FERES, M.; LOPEZ, N.J.;
SOCRANSKY, S. S. Subgingival microbiota of chronic periodontitis subjects
from different geographic locations. J. Clin. Periodontol., v.31, p.996-1002,
2004.
HALLORAN, P; ROETERING, H.; PISANI, T.; VAN DEN BERG, B.;
COBBAERT, C. Reference standardization and analytical performance of a
liquid homogeneous high-density lipoprotein cholesterol method compared with
chemical precipitation method. Arch .Pathol. Lab. Med., v.123, p.317-26,
1999.
HAN, T.S.; SEIDELL, J.C.; CURRAL, J.E.; MORRISON, C.E.; DEURENBERG,
P.; LEAN, M.E. The influences of height and age on waist circumference as an
index of adiposity in adults. Int. Obes. Relat. Metab. Disord., v.21, p.83-89,
1997.
HANAZAWA, S.; HIROSE, K.; OHMORI, Y.; AMANO, S.; KITANO, S.
Bacteroides gingivalis fimbriae stimulate production of thymocyte-activating
factor by human gingival fibroblasts. Infect. Immun., v.56, p.272-274, 1988.
HANAZAWA, S.; MURAKAMI, Y.; HIROSE, K.; AMANO, S.; OHMORI, Y.;
HIGUCHI, S.; KITANO, S. Bacteroides (Porphyromonas) gingivalis fimbriae
activate mouse peritoneal macrophages and induce gene expression and
production of interleukin-1. Infect. Immun., v.59, p.1972-1977, 1991.
HARASZTHY, V.I.; ZAMBON, J.J.; TREVISAN, M.; SHAH, R.; ZEID, M.;
GENCO, R.J. Identification of periodontal pathogens in atheromatous plaques.
J. Dent. Res., v.77, p.666, 1998.
HARASZTHY, V.I.; ZAMBON, J.J.; TREVISAN, M.; ZEID, M.; GENCO, R.J.
Identification of periodontal pathogens in atheromatous plaques. J.
Periodontol., v.71, n.10, p.1554-60, 2000.
HARTLAND, A.; GOSLING, P. Microalbuminúria: Yet another cardiovascular
risk factor? Ann. Clin. Biochem., v.36 (PT.6), p.700-703, 1999.
HART T., KORNMAN, K.S. Genetic factors in the pathogenesis of periodontitis.
Periodontol. 2000, v.14, p.202-215, 1997.
125
HATANAKA, K.; LI, X.A.; MASUDA, K.; YUTANI, C.; YAMAMOTO, A.
Imunohistochemical localization of C-reactive protein-binding sites in human
atherosclerotic aortic lesions by a modified streptavidin-biotin-staining method.
Pathol. Inv., v.45, p.635-641, 1995.
HENRY, T.; POMMIER, S.; JOURNET, L.; BERNADAC, A.; GORVEL, J.P.;
LLOUBÈS, R. Improved methods form producing outer membrane vesicles in
Gram-negative bacteria. Res. Microbiol., v.155, p.437-446, 2004.
HILLEGE, H.L.; JANSSEN, W.M.; BAK, A.A.A.; DIERCKS, G.F.H.; GROBBEE,
D.E.; CRIJNS, H.J.G.M.; VAN GILST, W.H.; DE ZEEUW, D.; DE JONG, P.E.;
PREVEND STUDY GROUP. Microalbuminuria is common, also in a
nondiabetic, nonhypertensive population, and an independent indicator of
cardiovascular risk factors and cardiovascular morbidity. J. Intern. Med., v.249,
n.6, p.519-526, 2001.
HIRSCHFIELD, G.M.; PEPYS, M.B. C-reactive protein and cardiovascular
disease: new insights from an old molecule. Q. J. Med., v.96, p.793-807, 2003.
HOEHNER, C.M.; GREENLUND, K.J.; NAJARIAN, S.R.; CASPER, M.L.;
MCCLELLAN, W.M. Association of the insulin resistance syndrome and
microalbuminuria among nondiabetic Native Americans. The inter-tribal heart
project. Diabetes complicating pregnancy. J. Am. Soc. Nephrol., v.13, p.1626-
1634, 2002.
HOLMLUND, A.; HOLM, G.; LIND, L. Severity of periodontal disease and
number of remaining teeth are related to the prevalence of myocardial
infarction and hypertension in a study based on 4254 subjects. J.
Periodontol., v.77, n.7, p.1173-1178, 2006.
HOWELL, P.P.; RIDKER, P.M.; AJANI, U.A.; HENNEKENS, C.H.; CHRISTEN,
W.G. Periodontal disease and risk of subsequent cardiovascular disease in US
male physicians. J. Am. Coll. Cardiol., v.37, p.445-450, 2001.
HUJOEL, P.P. Does chronic periodontitis cause coronary heart disease? A
review of the literatura. JADA, v.133, p.31S-36S, Jun.2002.
HUJOEL, P.P.; DRANGSHOLT, M.; SPIEKERMAN, C.; DEROUEN, T. A.
Examining the link between coronary heart disease and the elimination of
chronic dental infections. JADA, v.132, p.883-889, 2001.
126
HUJOEL, P.P.; DRANGSHOLT, M.; SPIEKERMAN, C.; DeROUEN, T.A.
Periodontal disease and coronary heart disease risk. JAMA, v.284, p.1406-
1410, 2000.
HUNG, H.; JOSHIPURA, K.; COLDITA, G.; MANSON, J.E.; RIMM, E.B.;
SPEIZER, F.E.; WILLETT, W.C. The association between tooth loss and
coronary heart disease in men and women. J. Public Health Dent., v.64,
p.209-215, 2004.
IDE, M.; MCPARTLIN, D.; COWARD, P.Y.; CROOK, M.; LUMB, P.; WILSON,
R.F. Effect of treatment of chronic periodontitis on levels of serum markers of
acute-phase inflammatory and vascular responses. J. Clin. Periodontol., v.30,
p.334-340, 2003.
IWAMOTO, Y.; NISHIMURA, F.; SOGA, Y.; TAKEUCHI, K.; KURIHARA, M.;
TAKASHIBA, S.; MURAYAMA, Y. Antimicrobial periodontal treatment
decreases serum C-reactive protein, tumor necrosis factor-alpha, but not
adiponectin levels in patients with chronic periodontitis. J. Periodontol., v.74,
p.1231-1236, 2003.
JAIN, A.; BATISTA JR., E.L.; SERHSN, C.; STAHL, G.L.; VAN DYKE, T.E.
Role for periodontitis in the progression of lipid deposition in an animal model.
Infect. Immun., v.71, n.10, p.6012-6018, 2003.
JAJICH, C.L.; OSTFELD, A.M.; FREEMAN JR., D.H. Smoking and coronary
heart disease mortality in the elderly. JAMA, v.252, p.2831-2834, 1984.
JANSSON, L.; LAVSTEDT, S.; FRITHIOF, L.; THEOBALD, H. Relationship
between oral health and mortality in cardiovascular diseases. J. Clin.
Periodontol., v.28, p.762-768, 2001.
JENSEN, J.S.; FELDT RASMUSSEN, B.; STRANDGAARD, S.; SCHROLL, M.;
BORCH-JOHNSEN, K. Arterial hypertension, microalbuminuria, and risk of
ischemic heart disease. Hypertension, v.35, p.898-903, 2000.
JOHNSON, A.M. Amino Acids, Peptides, and Proteins. In: BURTIS, C.A.;
ASHWOOD, E.R.; BRUNS, D.E. Tietz textbook of clinical chemistry and
molecular diagnostics. 40
th
.ed. St. Louis: Elsevier Saunders, 2006. cap.20,
p.533-595.
127
JOHNSON, C.A.; LEVEY, A.S.; CORESH, J.; LEVIN, A.; LAU, J.; EKNOYAN,
G. Clinical practice guidelines for chronic kidney disease in adults: Part I.
Definition, disease stages, evaluation, treatment, and risk factors. Am. Fam.
Physician, v.70, p.869-876, 2004a.
JOHNSON, C.A.; LEVEY, A.S.; CORESH, J.; LEVIN, A.; LAU, J.; EKNOYAN,
G. Clinical practice guidelines for chronic kidney disease in adults: Part
II.Glomerular filtration rate, proteinuria, and other markers. Am. Fam.
Physician, v.70, n.6, p.1091-1097, 2004b.
JOHNSON, R.J.; RODRIGUEZ-ITURBE, B.; KANG, D.H.; FEIG, D.I.;
HERRERA-ACOSTA, J. A unifying pathway for essential hypertension. Am. J.
Hypertens., v.18, p.431-440, 2005.
JOSHIPURA, K.J.; RIMM, E.B.; DOUGLASS, C.W.; TRICHOPOULOS, D.;
ASCHERIO, A.; WILLET, W.C. Poor oral health and coronary heart disease. J.
Dent. Res., v.75, p.1631-1636, 1996.
JOSHIPURA, K.J.; RITCHIE, C.S. Strength of evidence relating periodontal
disease and cardiovascular disease. Inside Dent., v.2, ed. special 1, p.1-9,
2006.
JOSS, A.; ADLER, R.; LANG, N.P. Bleeding on probing. A parameter for
monitoring periodontal conditions in clinical practice. J. Clin. Periodontol.,
v.21, n.6, p.402-408, 1994.
KANNEL, W.B.; CASTELLI, W.P.; GORDON, T. Cholesterol in the prediction of
atherosclerotic disease. News perspectives based on the Framingham study.
Ann. Intern. Med., v.90, p.85-91, 1979.
KANNEL, W.B.; CASTELLI, W.P.; GORDON, T.; McNAMARA, P.M. Serum
cholesterol, lipoproteins, and the risk of coronary heart disease. The
Framingham study. Ann. Intern. Med., v.74, p.1-12, 1971a.
KANNEL, W.B.; GORDON, T.; SCHWARTZ, M.J. Systolic versus diastolic
blood pressure and risk of coronary heart disease. The Framingham study.
Am. J. Cardiol., v.27, p.335-346, 1971b.
128
KANNEL, W.B.; STAMPFER, M.J.; CASTELLI, W.P.; VERTER, J. The
prognostic significance of proteinuria: the Framingham study. Am. Heart J.,
v.108, p.1347-1352, 1984.
KAPLAN, I.V.; ATTAELMANNAN, M.; LEVINSON, S.S. Fibrinogênio is an
antioxidant that protects β-lipoproteins at physiological concentrations in an in
vitro cell free system. Atherosclerosis, v.158, p.455-463, 2001.
KATZ, J.; CHAUSHU, G. SHARABI, Y. On the association between
hypercholesterolemia, cardiovascular disease and severe periodontal disease.
J. Clin. Periodontol., v.28, p.865-868, 2001.
KAYSEN, G.A.; LEVIN, N.W. Why measure serum albumin levels? J. Ren.
Nutr., v.12, p.148-150, 2002.
KINANE, D.F. Causation and pathogenesis of periodontal disease.
Peiodontol. 2000, v.25, p.8-20, 2001.
KLAUSEN, K.; BORCH-JOHNSEN, K.; FELDT-RASMUSSEN, B.; JENSEN,
G.; CLAUSEN, P.; SCHARLING, H.; APPLEYARD, M.; JENSEN, J. S. Very
low levels of microalbuminuria are associated with increased risk of coronary
heart disease and death independently of renal function, hypertension, and
diabetes. Circulation, v.110, p.32-35, 2004.
KNIGHT, E.L.; CURHAN, G.C. Albuminuria: moving beyond traditional
microalbuminuria cur-points. Curr. Opin. Nephrol. Hypertens., v.12, p.283-
284, 2003.
KSHIRSAGAR, A.V.; MOSS, K.L.; ELTER, J.R.; BECK, J.D.; OFFENBACHER,
S.; FALK, R.J. Periodontal disease is associated with renal insufficiency in the
atherosclerosis risk in communities (ARIC) study. Am. J. Kidney Dis., v.45,
p.650-657, 2005.
KUBONO, K.; SAKURABAYASHI, I.; NAWA, T.; TSUKADA, Y. Immunoglobulin
interference in the homogeneous HDL cholesterol methods. Clin. Chem., v.46,
p.A98, 2000.
KUMAR, P.S.; GRIFFEN, A.L.; MOESCHBERGER, M.L.; LEYS, E.J.
Identification of candidate periodontal pathogens and beneficial species by
quantitative 16S clonal analysis. J. Clin. Microbiol., v.43, p.3944-3955, 2005.
129
KUSHNER, I.; RAKITA, I.; KAPLAN, M.H. Studies of acute phase protein, II:
localization Cx-protein in heart in induced myocardial infartion in rabbits. J.
Clin. Invest., v.42, p.286-292, 1963.
KUULASMAA, K.; TUNSTALL-PEDOE, H.; DOBSON, A.; FORTMANN, S.;
SANS, S.; TOLONEN, H.; EVANS, A.; FERRARIO, M.; TUOMILEHTO, J.
Estimation of contribution of changes in classic risk factors to trends in
coronary-event rates across the WHO MONICA Project populations. Lancet.,
v.355, n.9205, p.675-687, 2000.
LAGERVALL, M.; JANSSON, L.; BERGSTROM, J. Systemic disorders in
patients with periodontal disease. J. Clin. Periodontol., v.30, p.293-299, 2003.
LAGRAND, W.K.; NIESSEN, J.W.M.; WOLBINK, G.J.; JASPAR, E.H.;
VISSER, C.A.; VERHEUG, F.W.A.; MEJER, C.J.L.M.; HACK, C.E. C- reactive
protein colocalizes with complement in human hearts during acute myocardial
infartion. Circulation, v.95, p.97-103, 1997.
LAGRAND, W.K.; VISSER, C.A.; HACK, C.E.; NIESSEN, H.W.; NIJMEIJER, R.
C-reactive protein and cardiovascular disease: linked by complement?
Nephrol. Dial. Transplant, v.15, p.1709-1710, 2000.
LAGRAND, W.K.; VISSER, C.A.; HERMENS, W.T.; NIESSEN, H.W.M.;
VERHEUGT, F.W.A.; WOLBINK, GERT-JAN; HACK, E. C-reactive protein as a
cardiovascular risk factor: more than an epiphenomenon? Circulation, v.100,
p.96-102, 1999.
LALLA, E.; LAMSTER, I.B.; HOFMANN, M.A.; BUCCIARELLI, L.; JERUD,
A.P.; TUCKER, S.; LU, Y.; PAPAPANOU, P.N.; SCHMIDT, A.M. Oral infection
with a periodontal pathogen accelerates early atherosclerosis in apolipoprotein
E-null mice. Arterioscler. Thromb. Vasc. Biol., v.23, n.8, p.1405-1411, 2003.
LAMB, E.; NEWMAN, D.J.; PRICE, C.P. Kidney Function Tests. In: BURTIS,
C.A.; ASHWOOD, E.R.; BRUNS, D.E. Tietz textbook of clinical chemistry
and molecular diagnostics. 40
th
.ed. St. Louis: Elsevier Saunders, 2006.
cap.24, p.797-835.
LANG, N.P.; JOSS, A.; ORSANIC, T.; GUSBERTI, F.A.; SIEGRIST, B.E.
Bleeding on probing. A predictor for the progression of periodontal disease? J.
Clin. Periodontol., v.13, p.590-596, 1986.
130
LARAGH, J.H.; BLUMENFELD, J.D. Essential hypertension. In: BRENNER,
B.M. Brenner and Rector’s the Kidney. 6
th
ed. Philadelphia: W.B. Saunders,
2000. p.1967-2006.
LEE, I.; HSICH, C.; PAFFENBARGER, R.S. Exercise intensity and longevity in
men. JAMA., v.273, p.1179-1184, 1995.
LEIVADAROS, E.; VAN DER VELDEN, U.; BIZARRO, S.; TEM HEGGELER,
J.M.A.G; GERDES, V.E.A.; HOEK, F.J.; NAGY, T.O.M.; SCHOLMA, J.;
BAKKER, S.J.L.; GANS, R.O.B.; TEM CATE, H.; LOOS, B. G. A pilot study into
measurements of makers of atherosclerosis in periodontitis. J. Periodontol.,
v.76, n.1, p.121-128, 2005.
LEVEY, A.S.; BOSCH, J.P.; LEWIS, J.B. GREENE, T.; ROGERS, N.; ROTH,
D. A more accurate method to estimate glomerular filtration rate from serum
creatinine: a new prediction equation. Modification of Diet in Renal Disease
Study Group. Ann. Intern. Med., v.130, p.461-470, 1999.
LEVEY, A.S.; GREENE, T.; KUSEK, J.W.; BECK, G.J. A simplified equation to
predict glomerular filtration rate from serum creatinine [Abstract]. J. Am. Soc.
Nephrol., v.11, p.AO828, 2000.
LI, L.; MESSAS, E.; BATISTA JR., E.L.; LEVINE, R.A.; AMAR, S.
Porphyromonas gingivalis infection accelerates the progression of
atherosclerosis in a heterozygous apolipoprotein E-deficient murine model.
Circulation, v.105, p.861-867, 2002.
LINDLHE, J. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. 3.ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
LOCKER, D.; SLADE, G.D.; MURRAY, H. Epidemiology of periodontal disease
among older adults: A review. Periodontol 2000, v.16, p.16-33, 1998.
LOESCHE, W.J. Association of the oral flora with important medical diseases.
Curr. Opin. Periodontol., v.4, p.21-28, 1997.
LOOS, B.G.; CRAANDIJK, J.; HOEK, F.J.; WERTHEIM-VAN DILLEN, P.M.;
VAN DER VELDEN, U. Elevation of systemic makers related to cardiovascular
diseases in the peripheral blood of periodontitis patients. J. Periodontol., v.71,
p.1528-1534, 2000.
131
LÖSCHE, W.; KARAPETOW, F.; POHL, A.; POHL, C.; KOCHER, T. Plasma
lipid and blood glucose levels in patients with destructive periodontal disease.
J. Clin. Periodontol., v.27, p.537-541, 2000.
LUSIS, A.J. Atherosclerosis. Nature, v.407, p.233-241, 2000.
LYDAKIS, C.; LIP, G.Y.H. Microalbuminuria and cardiovascular risk. Q. J.
Med., v.91, p.381-391, 1998.
MACHTEI, E.E.; CHRISTERSSON, L.A.; GROSSI, S.G.; DUNFORD, R.;
ZAMBON, J.J.; GENCO, R.J. Clinical criteria for definition of established
periodontitis. J. Periodontol., v.63, p.206-214, 1992.
MACKIEWICZ, A.; SPEROFF, T.; GANAPATHI, M.K.; KUSHNNER, I. Effects
of cytokine combinations on acute phrase protein production in two human
hepatoma cell lines. J. Immunol., v.146, p.3032-3037, 1991.
MALTA, D.C.; CEZÁRIO, A.C.; MOURA, L.; MORAIS NETO, O.L.; SILVA JR,
J.B. Vigilância e prevenção das doenças não transmissíveis no contexto do
SUS. Epidemiol. Serviços Saúde, v.15, n.1, p.47-65, 2006.
MALTHANER, S.C.; MOORE, S.; MILLS, M.; SAAD, R.; SABATINI, R.;
TAKACS, V.; McMAHAN, A.C.; OATES, T.W.JR. Investigation of the
association between angiographically defined coronary artery disease and
periodontal disease. J. Periodontol., v.73, p.1169-1176, 2002.
MATTILA, K.J.; NIEMINEN, M.S.; VALTONEN, V.V.; RASI, V.P.; KESANIEMI,
Y.A.; SYRJAL, S.L.; JUNGELL, P.S.; ISOLUOMA, M.; HIETANIEMI, K.;
JOKINEN, M.J. Association between dental health and acute myocardial
infartion. B. M. J., v.298, p.779-781, 1989.
MATTILA, K.J., VALTONEN, V.V.; NIEMINEN, M.; HUTTUNEN, J.K. Dental
infection and the risk of new coronary events: prospective study of patients with
documented coronary artery disease. Clin. Infect. Dis., v.20, p.588-592, 1995.
MATTILA, K.; VESANEN, M.; VALTONEN, V.; NIEMINEN, M.; PALOSUO, T.;
RASI, V.; ASIKAINEN, S. Effect of treating periodontitis on C-reactive protein
levels, a pilot study. BMC Infect. Dis., v.2, p.30-33, 2002.
132
MEMON, R.A.; FEINGOLD, K.R.; GRUNFELD, C. Cytokines and intermediary
metabolism. In: REMICK, D.G.; FRIELDLAND, J.S.; editors. Cytokines in
health and disease. 2
nd
ed. New York: Marcel Dekker, 1997. p.381-399.
MENDALL, M.A.; PATEL, P.; BALLAM, L.; STRACHAN, D.P.; NORTHFIELD,
T.C. C-reactive protein and its relation to cardiovascular risk factors: a
population based cross sectional study. B. M. J. v.312, p.1061-1065, 1996.
MERCANOGLU, F.; OFLAZ, H.; ÖZ, O.; GÖKBUGET, A.Y.; GENCHELLAC,
H.; SEZER, M.; NISANCI, Y.; UMMAN, S. Endothelial dysfunction in patients
with chronic periodontitis and its improvement after initial periodontal therapy.
J. Periodontol., v.75, p-1694-1700, 2004.
MOGENSEN, C.E. Microalbuminuria predicts clinical proteinuria and early
mortality in maturity-onset diabetes. N. Engl. J. Med., v.310, p.356-360, 1984.
MORRISON, H.I.; ELLISON, L.F.; TAYLOR, G.W. Periodontal disease and risk
of fatal coronary heart and cerebrovascular diseases. J. Cardiovasc. Risk,
v.6, p.7-11, 1999.
MORRI, A.J.; STEELE, J.; WHITE, D.A. The oral cleanliness and periodontal
health of uk adults in 1998. Br. Dent. J., v.191, p.186-192, 2001.
MROZ JR., R.C. Clinical enzimology. In: ANDERSON, S.C.; COCKAYNE, S.
Clinical chemistry concepts & applications. New York: Mc Graw-Hill, 2003.
cap.11, p.179-202.
MULLALLY, B.H.; LINDEN, G.J. The periodontal condition of regular dental
attenders in Northern Ireland. J. Clin. Periodontol., v.19, p.174-181, 1992.
NAGHAVI, M.; LIBBY, P.; FALK, E.; CASSCELLS, W.; LITOVSKY, S.;
RUMBERGER, J.; BADIMON, J.J.; STEFANADIS, C.; MORENO, P.;
PASTERKAMP, G.; FAYAD, Z.; STONE, P.H.; WAXMAN, S.; RAGGI, P.;
MADJID, M.; ZARRABI, A.; BURKE, A.; YUAN, C.; FITZGERALD, P.J.;
SISCOVICK, D.S.; DE KORTE, C.L.; AIKAWA, M.; AIRAKSINEN, K.E.J.;
ASSMANN, G.; BECKER, C.R.; CHESEBRO, J.H.; FARB, A.; GALIS, Z.S.;
JACKSON, C.; JANG, I.K.; KOENIG, W.; LODDER, R.A.; MARCH, K.;
DEMIROVIC, J.; NAVAB, M.; PRIORI, S.G.; REKHTER, M.D.; BAHR, R.;
GRUNDY, S.M.; MEHRAN, R.; COLOMBO, A.; BOERWINKLE, E.;
BALLANTYNE, C.; INSULL JR., W.; SCHWARTZ, R.S.; VOGEL, R.;
SERRUYS, P.W.; HANSSON, G.K.; FAXON, D.P.; KAUL, S.; DREXLER, H.;
GREENLAND, P.; MULLER, J.E.; VIRMANI, R.; RIDKLER, P.M.; ZIPES, D.P.;
133
SHAH, P.K.; WILLERSON, J.T. From vulnerable plaque to vulnerable patient: a
call for new definitions and risk assessment strategies: part I. Circulation,
v.108, p.1664-1672, 2003a.
NAGHAVI, M.; LIBBY, P.; FALK, E.; CASSCELLS, W.; LITOVSKY, S.;
RUMBERGER, J.; BADIMON, J.J.; STEFANADIS, C.; MORENO, P.;
PASTERKAMO, G.; FAYAD, Z.; STONE, P.H.; WAXMAN, S.; RAGGI, P.;
MADJID, M.; ZARRABI, A.; BURKE, A.; YUAN, C.; FITZGERALD, P.J.;
SISCOVICK, D.S.; DE KORTE, C.L.; AIKAWA, M.; AIRAKSINEN, K.E.J.;
ASSMANN, G,; BECKER, C.R.; CHESEBRO, J.H.; FARB, A.; GALIS, Z.S.;
JACKSON, C.; JANG, I. K.; KOENIG, W.; LODDER, R.A.; MARCH, K.;
DEMIROVIC, J.; NAVAB, M.; PRIORI, S.G.; REKTER, M.D.; BAHR, R.;
GRUNDY, S.M.; MEHRAN, R.; COLOMBO, A.; BOERWINKLE, E.;
BALLANTYNE, C.; INSULL, W.; SCHWARTZ, R.S.; VOGEL, R.; SERRUYS,
P.W.; HANSSON, G.K.; FAXON, D.P.; KAUL, S.; DREXLER, H.;
GREENLAND, P.; MULLER, J.E.; VIRMANI, R.; RIDKLER, P.M.; ZIPES, D.P.;
SHAH, P.K.; WILLERSON, J.T. From vulnerable plaque to vulnerable patient: a
call for new definitions and risk assessment strategies: part II. Circulation,
v.108, p.1772-1778, 2003b.
NCEP. NATIONAL CHOLESTEROL EDUCATION PROGRAM. Expert Panel
on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults.
Executive summary of the third report of the expert panel on detection,
evaluation, and treatment of high blood cholesterol in adults (Adult Treatment
Panel III). JAMA, Chicago, v.285, n.19, p.2486-2497, 2001.
NAKAMURA, M.; ONODA, T.; ITAI, K.; OHSAWA, M.; SATOU, K.; SAKAI, J.;
TONARI, Y.; HIRAMORI, K.; OKAYAMA, A. Association between serum C-
reactive protein levels and microalbuminuria: a population-based cross-
sectional study in Northern Iwate, Japan. Intern. Med., v.43, n.10, p.919-925,
2004.
NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. K/DOQI clinical practice guidelines for
chronic kidney disease: evaluation, classification, and stratification. Am. J.
Kidney Dis., v.39, n.2 suppl. 1, p.S1-266, 2002.
NEWMAN, D.J.; PRICE, C.P. Kidney function tests. In: BURTIS, C.A.;
ASHWOOD, E.R.; BRUNS, D.E. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and
Molecular Diagnostics. 40
th
.ed. St. Louis: Elsevier Saunders, 2006. cap.24,
p.797-835.
NISENGARD, R.J.; NEWMAN, M.G. Oral microbiology and microbiology.
2
nd
.ed. Philadelphia: Saunders, 1994.
134
NISHIHARA, T.; KOSEKI, T. Microbial etiology of periodontitis.
Periodontol.2000, v.36, p.14-26, 2004.
NOACK, B.; GENCO, R.; TREVISAN, M.; GROSSI, S.; ZAMBON, J.J.; DE
NARDIN, E. Periodontal infectious contribute to elevated systemic C-reactive
protein level. J. Periodontol., v.72, p.1221-1227, 2001.
NOBREGA, A.M.; GOMES, C.P.; LEMOS, C.C.S.; BREGMAN, R. Is it possible
to use modification of diet in renal disease (MDRD) equation in a Brazilian
population? J. Nephrol., v.19, p.196-199, 2006.
NOGUEIRA, D.M.; STRUFALDI, B.; HIRATA, M.H.; ABDALLA, D.S.P.;
HIRATA, R.D.C. Exploração Funcional do Rim. In: _______. Métodos de
Bioquímica Clínica. São Paulo: Pancast, 1990. cap.7, p.139-151.
O‘CONNOR, S.; TAYLOR, C.; CAMPBELL, L.A.; EPSTEIN, S.; LIBBY, P.
Potencial infectious etiologies of atherosclerosis: a multifactorial perspective.
Emerg. Infect. Dis., v.7, p.780-788, 2001.
OLINESCU, R.M.; KUMMEROW, F.A. Fibrinogênio is an efficient antioxidant.
J. Nutr. Biochem., v.12, p.162-169, 2001.
OWEN, J.A.; IGGO, B.; SCANDRETT, F.F.; STEWARD, C.P. The
determination of creatinine in plasma or serum, and in urine; a critical
examination. Biochem. J., v.58, p.426-437, 1954.
PACKER, M. Why do the kidneys release rennin in patients with congestive
heart failure? A nephrocentric view of converting-enzyme inhibition. Eur. Heart
J., v.11, suppl. D, p.44-52, 1990.
PAGE, R.C. The pathobiology of periodontal diseases may affect systemic
diseases: inversion of a paradigm. Ann. Periodontol., v.3, p.108-120, 1998.
PAQUETTE, D.W. The periodontal-cardiovascular link. Compend. Contin.
Educ. Dent., v.25, n.9, p.681-692, 2004.
PASSING, H.; BABLOK, W.A. A new biometrical procedure for testing of
measurements from two different analytical methods. Aplicattion of linear
135
regression procedures for method comparison studies in clinical chemistry,
Part I. J. Clin. Chem. Clin. Biochem., v.21, p.709-720, 1983.
PEARSON, T.A.; MENSAH, G.A.; ALEXANDER, R.W.; ANDERSON, J.L.;
CANNON, R.O.; CRIQUI, M.; FADL, Y.Y.; FORTMANN, S.P.; HONG, Y.;
MYERS, G.L.; RIFAI, N.; SMITH JR., S.C.; TAUBERT, K.; TRACY, R.P.;
VINICOR, F. Markers of inflammation and cardiovascular disease: application
to clinical and public health practice: a statement for healthcare professionals
from the Centers for Disease Control and Prevention and the American Heart
Association. Circulation, v.107, p.499-511, 2003.
PEDRINELLI, R.; DELLÓMO, G.; DI BELLO, V.; PELLEGRINI, G.; PUCCI, L.;
DEL PRATO, S.; PENNO, G. Low-grade inflammation and microalbuminuria in
hipertension. Arterioscler. Thromb. Vasc. Biol., v.24, p.2414-2419, 2004.
PEPYS, M.B.; ROWE, I.F.; BALTZ, M.L. C-reactive protein: binding to lipids
and lipoproteins. Int. Rev. Exp. Pathol., v.27, p.83-111, 1985.
PERLOFF, D.; GRIM, C.; FLACK, J.; FROHLICH, E.D.; HILL, M.; MCDONALD,
M.; MORGENSTERN, B.Z. For the writing group. Human blood pressure
determination by sphygmomanometry. Circulation, v.88, p.2460-2467, 1993.
PRISANT, L.M.; ALPERT, B.S.; ROBLINS, C.B. American National Standard
for noautomated sphygmomanometers: summary report. Am. J. Hypertens.,
v.8, p.210-213, 1995.
PUSSINEN, P.J.; JAUHIAINEN, M.; VILKUNA-RAUTIAINEN, T.; SUNDVALL,
J.; VESANEN, M.; MATTILA, K.; PALOSUO, T.; ALFTHAN, G.; ASIKAINEN, S.
Periodontitis decreases the antiatherogenic potency of high density lipoprotein.
J. Lipid. Res., v.45, p.139-147, 2004.
PUSSINEN, P.J.; VILKUNA-RATIAINEN, T.; ALFTHAN, G.; MATILLA, K.;
ASIKAINEN, S. Multiserotype enzyme-linked immunosorbent assay as a
diagnostic aid for periodontitis in large-scale studies. J. Clin. Microbiol., v.40,
p.512-518, 2002.
QI, M.; MIYAKAWA, H.; KURAMITSU, H.K. Porphyromonas gingivalis induces
murine macrophage foam cell formation. Microbial. Pathogen., v.35, p.259-
267, 2003.
136
RAGGHIANTI, M.S.; GREGHI, S.L.A.; LAURIS, J.R.P.; SANT’ANA, A.C.P.;
PASSANEZI, E. Influence of age, sex, plaque and smoking on periodontal
conditions in a population from Bauru, Brazil. J. Appl. Oral Sci., v.12, n.4,
p.273-279, 2004.
RAMFJORD, S.P. Design of studies or clinical trials to evaluate the
effectiveness of agents or procedures for the prevention, or treatment, of loss
of the periodontium. J. Periodontal Res., v.9, n.14, p.78-93, 1974.
RIDKER, P.M.; GLYNN, R.J.; HENNEKENS, C.H. C-reactive protein adds to
the predictive value of total and HDL cholesterol in determing risk of first
myocardial infarction. Circulation, v.97, p.2007-2011, 1998.
RIDKER, P.M.; HAUGHIE, P. Prospective studies of CRP as a risk factor for
cardiovascular disease. J. Investig. Med., v. 46, p.391-395, 1998.
RIDKER, P.M. Inflammation, infection and cardiovascular risk: how good is the
clinical evidence? Circulation, v.97, p.1671-1674, 1998.
RIDKER, P.M.; RIFAI, N.; CLEARFIELD, M.; DOWS, J.R.; WEISS, S.E.;
MILES, J.S.; GOTTO, A.M. Measurement of C-reactive protein for the targeting
of statin therapy in the primary prevention of acute coronary events. N. Engl. J.
Med., v.344, p.1959-1965, 2001.
RIFAI, N.; RIDKER, P.M. Population distributions of C-reactive protein in
apparently healthy men and women in the United States: implication for clinical
interpretation. Clin. Chem., v.49, p.666-669, 2003.
RIFAI, N.; TRACY, R.P.; RIDKER, P.M. Clinical efficacy of an automated high-
sensitivity C-reactive protein assay. Clin. Chem., v.45, n.12, p.2136-2141,
1999.
RIFAI, N.; WARNICK, G.R. Lipids, Lipoproteins, Apolipoproteins, and Other
Cardiovascular Risk Factors. In: BURTIS, C.A.; ASHWOOD, E.R.; BRUNS,
D.E. Tietz textbook of clinical chemistry and molecular diagnostics.
40
th
.ed. St. Louis: Elsevier Saunders, 2006. cap.26, p.903-981.
ROBERTS, L.W.; Mc MILLIN, G.A.; BURTIS, C.A.; BRUNS, D.E. Reference
information for the clinical laboratory In: BURTIS, C.A.; ASHWOOD, E.R.;
137
BRUNS, D.E. Tietz textbook of clinical chemistry and molecular
diagnostics. 40
th
.ed. St. Louis: Elsevier Saunders, 2006. cap.56, p.2251-2318.
ROMUNDSTAD, S.; HOLMEN, J.; KVENILD, K.; HALLAN, H.; ELLEKJAER, H.
Microalbuminuria and all-cause mortality in 2089 apparently healthy
individuals: a 4.4-years follow-up study. The nord-trondelag health study
(HUNT), Norway. Am. J. Kidney Dis., v.42, p.466-473, 2003.
ROSS, R. Atherosclerosis – an inflammatory disease [review]. N. Engl. J.
Med., v.340, n.2, p.115-126, 1999.
ROWE, I.L.; SOUTAR, A.K.; TRAYNER, I.M.; THOMPSON, G.R.; PEPYS,
M.B. Circulating human C-reactive protein binds very low density lipoproteins.
Clin. Exp. Immunol., v.58, p.237-244, 1984.
SAITO, T.; MURAKAMI, M.; SHIMAZAKI, Y.; OOBAYASHI, K.; MATSUMOTO,
S.; KOGA,T. Association between alveolar bone loss and elevated serum C-
reactive protein in Japanese men. J. Periodontol., v.74, p.1741-1746, 2003.
SAITO, T.; SHIMAZAKI, Y.; KIYOHARA, Y.; KATO, I.; KUBO, M.; LIDA, M.;
KOGA, T. The severity of periodontal disease is associated with the
development of glucose intolerance in non-diabetics: the Hisayama study. J.
Dent. Res., v.83, n.6, p.485-490, 2004.
SAREMI, A.; NELSON, R.G.; TULLOCH-REID, M.; HANSON, R.L.; SIEVERS,
M.L.; TAYLOR, G.W.; SHLOSSMAN, M.; BENNETT, B.W.; GENCO, R.;
KNOWLER, W.C. Periodontal disease and mortality in type 2 diabetes.
Diabetes Care, v.28, p.27-32, 2005.
SARNAK, M.J.; LEVEY, A.S.; SCHOOLWERTH, A.C,; CORESH, J.;
CULLETON, B.; HAMM, L.L.; McCULLOUGH, P.A.; KASISKE, B.L.;
KELEPOURIS,E.; KLAG, M.J.; PARFREY, P.; PFEFFER, M.; RAIJ, L.;
SPINOSA, D.J.; WILSON, P.W.; AMERICAN HEART ASSOCIATION
COUNCILS ON KIDNEY IN CARDIOVASCULAR DISEASE, HIGH BLOOD
PRESSURE RESEARCH, CLINICAL CARDIOLOGY, AND EPIDEMIOLOGY
AND PREVENTION. Kidney disease as a risk factor for development of
cardiovascular disease: a statement from the American Heart Association
councils on kidney in cardiovascular disease, high blood pressure research,
clinical cardiology, and epidemiology and prevention. Circulation, v.108, n.17,
p.2154-2169, 2003.
138
SCHLEGEL–BREGENZER, B.; PERSON, R.E.; LUKEART, S.; BRAHAM, P.;
OSWALD, T.; PERSSON, G.R. Clinical and microbiological findings in elderly
subject with gingivitis or periodontitis. J. Clin. Periodontol., v.25, p.897-907,
1998.
SCHOEN, F.J.; LEVY, R.J. Pathology of substitute heart valves: new concepts
and developments. J. Card. Surg., v.9 (Suppl. 2), p.222-227, 1994.
SCUTERI, A.; NAJJAR, S.S.; MORRELL, C.H.; LAKATTA, C.H. The metabolic
syndrome in older individuals: prevalence and prediction of cardiovascular
events. Diabetes Care, v.28, p.882-887, 2005.
SEINOST, G.; WIMMER, G.; SKERGET, M.; THALLER, E.; BRODMANN, M.;
GASSER, R.; BRATSCHKO, R.; PILGER, E. Periodontal treatment improves
endothelial dysfunction in patients with severe periodontitis. Am. Heart J.,
v.149, p.1050-1054, 2005.
SHEEHAN, M.T.; MICHAEL, D.J. Metabolic Complications of obesity. Med.
Clin. North. Am., Philadelphia, v.84, n.2, p.363-385, 2000.
SHEPHARD, M.D.; PENBERTHY, L.A.; FRASER, C.G. Short-and long-term
biological variation in analytes in urine of apparently healthy individuals. Clin.
Chem. v.27, n.4, p.569-573, 1981.
SHINE, B; DE BEER, F.C.; PEPSYS, M.B. Solid phase radioimmunoassay for
C-reative protein. Clin. Chim. Acta, v.117, p.13-23, 1981.
SHLOSSMAN, M.; KNOWLER, W.C.; PETTITT, D.J.; GENCO, R.J. Type 2
diabetes and periodontal disease. J. Am. Dent. Assoc., v.121, p.532-536,
1990.
SLADE, G.D.; OFFENBACHER, S.; BECK, J.D.; HEISS, G; PANKOW, J.S.
Acute-phase inflammatory response to periodontal disease in the US
population. J. Dent. Res., v.79, p.49-57, 2000.
SLOTS, J. Herpesviruses in periodontal diseases. Periodontol. 2000, v.38,
p.33-62, 2005.
139
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretrizes de dislipidemias e
prevenção da aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol., v.77, supl.3, p.1-48, 2001.
SOCRANSKY, S.S.; HAFFAJEE, A.D.; CUGINI, M.A.; SMITH, C.; KENT JR.,
R.L. Microbial complexes in subgingival plaque. J. Clin. Periodontol., v.25,
p.134-144, 1998.
SOCRANSKY, S.S.; HAFFAJEE, A.D. Periodontal microbial ecology.
Periodontol. 2000, v.38, p.135-187, 2005.
SOCRANSKY, S.S.; HAFFAJEE, A.D. The nature of periodontal diseases.
Ann. Periodontol., v.2, p.3-10, 1997.
SOJAR, H.T.; SHARMA, A.; GENCO, R.J. Porphyromonas gingivalis fimbriae
bind to cytokeratin of epithelial cells. Infect. Immun., v.70, n.1, p.96-101, 2002.
STAESSEN, J.A.; WANG, J.G.; THIJS, L. Cardiovascular protection and blood
pressure reduction: a meta-analysis. Lancet, v.358, p.1305-1315, 2001.
STEHOUWER, C.D.; GALL, M.A.; TWISK, J.W.; KNUDSEN, E.; EMEIS, J.J.;
PARVING, H.H. Increased urinary albumin excretion, endothelial dysfunction,
and chronic low-grade inflammation in type 2 diabetes: progressive,
interrelated, and independently associated with risk of death. Diabetes, v.51,
p.1157-1165, 2000.
STEHOUWER, C.D.; NAUTA, J.J.; ZELDENRUST, G.C.; HACKENG, W.H.;
DONKER, A.J.; DEN OTTOLANDER, G.J. Urinary albumin excretion,
cardiovascular disease, and endothelial dysfunction in non-insulin-dependent
diabetes mellitus. Lancet, v.340, p.319-323, 1992.
STUVELING, E.M. Incidence and risk factors for microalbuminuria in the non-
diabetic general population. J. Am. Soc. Nephrol., v.14, p.679-680A, 2003.
TARNOW, L.; STEHOUWER, C.D.; EMEIS, J.J.; POIRIER, O.; CAMBIEN, F.;
HANSEN, B.V.; PARVING, HANS-HENRICK. Plasminogen activator inhibitor-1
and apolipoprotein E gene polymorphisms and diabetic angiopathy. Nephrol.
Dial. Transplant., v.15, p.625-630, 2000.
140
TAYLOR, B.A.; TOFLER, G.H.; CAREY, H.M.R.; MOREL-KOPP, M.C.;
PHILCOX, S.; CARTER, T.R.; ELLIOTT, M.J.; KULL, A.D.; WARD, C.;
SCHENCK, K. Full-mouth tooth extraction lowers systemic inflammatory and
thrombotic makers of cardiovascular risk. J. Dent. Res., v.85, n.1, p.74-78,
2006.
TOMAR, S.L.; ASMA, S. Smoking attributable periodontitis in the United
States: Findings from NHANES III. J. Periodontol., v.71, p.743-751, 2000.
TONETTI, M.S.; D’AIUTO, F.; NIBALI, L.; DONALD, A.; STORRY, C.;
PARKAR, M.; SUVAN, J.; HINGORANI, A. D.; VALLANCE, P.; DEANFIELD, J.
Treatment of periodontitis and endothelial function. N. Engl. J. Med., v.356,
p.911-920, 2007.
TU, Y.K.; GILTHORPE, M.S.; GRIFFTHS, G.S.; MADDICK, I.H., EATON, K.A.;
JOHNSON, N.W. The application of multilevel modeling in the analysis of
longitudinal periodontal data – part I: absolute levels of disease. J.
Periodontol., v.75, p.127-136, 2004.
TUOMINEN, R.; REUNANEN, A.; PAUNIO, M.; PAUNIO, I.; AROMAA, A. Oral
health indicators poorly predict coronary heart disease deaths. J. Dent. Res.,
v.82, p.713-718, 2003.
TYRALLA, K.; AMANN, K. Morphology of heart and arteries in renal failure.
Kidney Int. Suppl., v.84, n.S80-S83, 2003.
VAN DYKE; DAVE, S. Risk factors for periodontitis. J. Int. Acad. Periodontol.,
v.7, n.1, p.3-7, 2005.
VILLELA, N.R.; AGUIAR, L.G.K.; BAHIA, L.; BOTTINO, D.; BOUSKELA, E.
Does endothelial dysfunction correlate better with waist-to-hip ratio than with
body mass inex or waist circumference among obese patients? Clinics, v.61,
n.1, p.53-58, 2006.
VILKUNA-RAUTIAINEN, T.; ALFTHAN, G.; MATILLA, K; SUNDVALL, J.;
PALOSUO, T.; JAUHIAINEN, M.; VESANEN, M.; ASIKAINEN, S.; PUSSINEN,
P.J. Macrophage activation and atherogenic properties of low density
lipoprotein (LDL) in relation to periodontitis. In: INTERNATIONAL
ASSOCIATION FOR DENTAL RESEARCH, 81
ST.
, 2003. Goteborg, Sweden,
Proceedings…Abstracts1155. Disponível em:
141
http://iadr.confex.com/iadr/2003Goteborg/techprogram/abstract_34679.htm
Acesso em: 20 nov.2006.
VIRCHOW, R. Gesammelte abbandlungen zur wissen-schaftilichen
medicin: phlogose ung trombose in Yefussystem. Berlim: Meidinger Sohn,
1856. p.458-463.
VON ROKITANSKY, C.A. Manual of pathological anatomy.London: The
Sydenham Society, 1852. v.4, p.201-208.
WAKAI, K.; KAWAMURA, T.; UMEMURA, O.; HARA, Y., MACHIDA, J.;
ICHIHARA, Y.; MIZUNO, Y.; TAMAKOSHI, A.; LIN, Y.; NAKAYAMA, T.;
OHNO, Y. Associations of medical status and physical fitness with periodontal
disease. J. Clin. Periodontol., v. 26, p. 664-672, 1999.
WHELTON, P.K.; HE, J.; APPEL, I.J.; CUTLER, J.A.; HAVAS, S.; KOTCHEN,
T.A.; ROCCELLA, E.J.; STOUT, R.; VALBONA, C.; WINSTON, M.C.;
KARIMBAKAS, J.; NATIONAL HIGH BLOOD PRESSURE EDUCATION
PROGRAM COORDINATING COMMITTEE. Primany prevention of
hypertension: Clinical and public health a divisory from the National High Blood
Pressure Education Program. JAMA., v.288, p.1882-1888, 2002.
WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Report of a WHO Consulation.
Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva, 2000. 253p.
(WHO Tech. Rep. Ser., 894).
WHO. WORLD HEALTH REPORT 2002. Reducing risks, promoting healthy
life. Geneva: Switzerland: World Health Organization, 2002. Disponível em:
http://www.who.int/whr/2002
. Acesso em: 30 abr. 2006.
WIDLANSKY, M.; NOYAN, G.; KEANEY, J.; VITA, J.A. The clinical implication
of endothelial dysfunction. J. Am. Coll. Cardiol., v.42, p.1149-1160, 2003.
WILLIAMS, R.C.; OFFENBACHER, S. Periodontal medicine: the emergence of
a new branch of periodontology. Periodontol. 2000, v.23, p.9-12, 2000.
WU, T.; TREVISAN, M.; GENCO, R. J.; DORN, J.P.; FALKNER, K.L.;
SEMPOS, C.P. Periodontal disease and risk of cerebrovascular disease: the
first national health and nutrition examination survey and its follow-up study.
Arch. Intern. Med., v.160, p.2749-2755, 2000.
142
YAMAMOTO, A.; NAKAMURA, M.; HINO, K.; SAITO, K.; MANABE, M.
Development of a new homogeneous method for serum HDL-C. Clin. Chem.,
v.46, p.A98, 2000.
YUDKIN, J.S.; FORREST, R.D.; JACKSON, C.A. Microalbuminuria as predictor
of vascular disease in non-diabetic subjects. Islington diabetes survey. Lancet,
v.2, p.530-533, 1988.
YUYUN, M.F.; KHAW, K.T.; LUBEN, R.; WELCH, A.; BINGHAM, S.A.; DAY,
N.E.; WAREHAM, N. Microalbuminuria and stroke in a British population: the
european prospective investigation into cancer in Norfolk (EPIC-Norfolk)
population study. J. Intern. Med., v.255, p.247-256, 2004.
ZIEBOLZ, D.; JAGER, G.C.; HORNECKER, E.; MAUSBERG, R.F. Periodontal
findings and blood analysis of blood donors: a pilot study. J. Contemp. Dent.
Pract., v.8, n.5, p.43-50, 2007.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo