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muito alto, demanda controles contratuais específicos que só são conseguidos, em muitos
casos, através de parcerias com grupos pequenos e bem consolidados (ZYLBERSZTAJN;
FARINA, 1997).
Os contratos freqüentemente são simples, especificando questões como preço,
quantidade e qualidade do produto que será comercializado, num determinado tempo e lugar.
Porém, existem também contratos mais complexos e detalhados, especificando inclusive
técnicas de produção ou requerimentos de uso de produtos específicos como matéria-prima
(BARKEMA,1993). Para Furlanetto (2002) entre os contratos, tanto entre dois agentes ou
entre diversos elos da cadeia, predominam os que o autor denomina como relacionais. Os
quais têm intuito de manter uma relação, devendo ser flexíveis e renováveis, podendo ser
informais e renegociáveis, mas sua constância é fundamental para interdependência entre os
agentes. Na visão sistêmica eles acabam sendo interligados, visto que existe uma seqüência de
processos e uma alteração em um elo afetará o seguinte.
Para Farina (1997), em um ambiente de mudanças contínuas a capacidade de
transformar ameaças de choques externos em oportunidades lucrativas, depende de um
sistema de coordenação que transmita informações, estímulos e controles ao longo da cadeia,
para viabilizar novas estratégias.
A importância do fluxo de informações para o sucesso da coordenação também foi
abordada por Scramim e Batalha (1999), contando com um sistema de coordenação com fluxo
de informações eficiente será possível transformar um planejamento estratégico para a cadeia
em oportunidades lucrativas para todos, através da viabilização da nova estratégia. Uma
coordenação apropriada também contribui para menores custos aos participantes, adaptações
mais velozes às mudanças de mercado e menos conflitos entre as relações cliente-fornecedor.
Para Furlanetto (2002), a coordenação por si só é uma fonte de poder, visto que, na
maioria das vezes quem toma a decisão, ou iniciativa, de coordenar as cadeias é um de seus
agentes mais fortes. Porém, as pequenas empresas podem se fortalecer, quando buscam
formar parcerias entre si, ampliados suas fronteiras de atuação e capacidades, acabam
alcançando mais poder, com uma escala de produção maior, protegendo-se de riscos e
incertezas e diminuindo seus custos. Neste caso, pode haver equilíbrio de poder entre os
agentes. Esta discussão auxilia no entendimento de algumas estruturas de coordenação,
especialmente fusões, parcerias e alianças estratégicas, decorrentes da reorganização por que
passam muitas empresas atualmente.
Ainda com intuito de relacionar fatores que determinam ou influenciam na
coordenação das cadeias convém descrever, de forma sucinta, alguns estudos de casos