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Campus de Ilha Solteira
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
“Comportamento de cultivares de feijoeiro e de milho verde
em cultivo solteiro e consorciado”
Orientador: Prof. Dr. Orivaldo Arf
Tese apresentada à Faculdade de Engenharia
- UNESP
Campus de Ilha Solteira, para
obtenção do título de Doutor em Agronomia.
Especialidade: Sistemas de Produção
Ilha Solteira – SP
Junho/2007
NELI CRISTINA BELMIRO DOS SANTOS
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação - Serviço
Técnico de Biblioteca e
Documentação da UNESP - Ilha Solteira.
Santos, Neli Cristina Belmiro dos
S237c
Comportamento de cultivares de feijoeiro e de milho verde em cultivo
solteiro
e consorciado / Neli Cristina Belmiro dos Santos. -- Ilha Solteira : [s.n.],
2007
98 p. : il.
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Engenharia
de Ilha Solteira. Especialidade: Sistemas de Produção, 2007
Orientador: Orivaldo Arf
Bibliografia: p. 75-80
1. Consórcio. 2. Milho verde.
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DEDICATÓRIA
e José Belmiro dos Santos (
in
memoriam), pelo ex
emplo de vida e
apoio em todos os momentos.
OFERECIMENTO
Ao meu filho Pedro Henrique dos Santos
Obana, simplesmente um presente de
Deus.
AGRADECIMENTOS
A autora deseja expressar os mais sinceros agradecimentos a todos que colaboraram
para que este trabalho fosse realizado:
À Deus, a quem devo todas conquistas concedidas durante a vida.
Ao Professor Dr. Orivaldo Arf, pela valiosa orientação em mais essa empreitada.
Ao Dr. João José Assumpção de Abreu Demarchi pela oportunidade de realização da
pesquisa na Apta Extremo Oeste.
Ao colega de trabalho Lauro Kenji Komuro pela imensa colaboração e incentivo.
À Escola Técnica Estadual “Sebastiana Augusta de Moraes” por proporcionar a
execução desse treinamento, especialmente ao Diretor José Geraldo de Souza e a ATD
Gelcilene D. Bortoleto Firmino e aos professores Cláudia, Hélio, Márcio, Margarete e Karem,
pela amizade e companherismo.
Aos professores Maria Aparecida Anselmo Tarsitano, Salatiér Buzeti e Walter
Veriano Valério Filho pelas colaborações.
À Semeali pela concessão das sementes de milho híbrido.
Ao pesquisador Marco Antonio Lollato do INSTITUTO AGRONÔMICO DO
PARANÁ (IAPAR), pela concessão das sementes para instalação da pesquisa.
Aos funcionários da Apta, Maria e José, às funcionárias da FEIS/UNESP, Selma e
Adelaide.
Ao bibliotecário João Josué Barbosa, pela correção das referências bibliográficas.
Ao pesquisador Gustavo Pavan Matheus pela atenção e colaboração.
Aos atuais Técnicos Agropecuários Bruno Veanholi, Joni Athaydes, Marcelo
Joaquim, Bruno Basso, Diego Alexandre, Beatriz Matos, Cláudia e Alexandre e aos
estagrios Fábio e Rafael pela execução das tarefas de campo.
“eu aprendi...”
Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e por isso devo ter paciência;
Que eu posso ir além dos meus limites, que eu próprio me coloquei;
Que eu preciso escolher entre controlar o meu destino ou ser controlado por ele;
Que heróis são as pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independente do medo
que sentem...
Que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio...
Que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas e, saber lutar pelas coisas que acredito;
Mas o mais importante de tudo é que eu aprendi, que nunca é tarde para se aprender...
Paulo Coelho
RESUMO
SANTOS, N.C.B. Comportamento de cultivares de feijoeiro e de milho verde em cultivo
solteiro e consorciado. 2007. 98p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Engenharia de Ilha
Solteira, Universidade Estadual Paulista, 2007.
O experimento foi desenvolvido em área experimental do Pólo Regional de
Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Extremo Oeste, sediado no município de
Andradina-SP, durante os anos de 2005 e 2006. O objetivo foi verificar a viabilidade do
cultivo do feijoeiro associado a cultura do milho colhido verde como atividade cnica e
econômica para a agricultura familiar. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com
11 tratamentos constituídos pela combinação de três cultivares de feijoeiro de diferentes
hábitos de crescimento: Colibri (Tipo I), Juriti (Tipo II) e IAC Carioca (Tipo III) e dois
cultivares de milho: CATIverde 02 (variedade) e XB 7012 ( híbrido triplo), com quatro
repetições. Os desdobramentos foram realizados utilizando-se contrastes de interesse que
foram analisados pelo teste “F”. O consórcio influenciou o comportamento de todos os
cultivares de feijoeiro e interferiu pouco no desempenho dos cultivares de milho. O cultivar
Juriti apresentou o melhor desempenho em sistema solteiro e em consórcio sobressaiu-se o
cultivar IAC Carioca. Para o feijoeiro o melhor consórcio foi com variedade de milho
CATIverde 02, porém, para a cultura do milho, o híbrido XB 7012 foi mais adequado, por ser
mais produtivo tanto em consórcio como em monocultivo. O consórcio mais eficiente no uso
da terra foi da variedade CATIverde 02 com o cultivar IAC Carioca. Em termos econômicos, o
cultivo do milho verde solteiro e o consorciado foram mais interessantes que o monocultivo do
feijão. O consórcio do milho brido XB 7012 com os cultivares de feijão Juriti e com o Colibri
foram os mais lucrativos para o produtor.
PALAVRAS-CHAVE: Phaseolus vulgaris L., Zea mays L., consórcio, milho verde.
ABSTRACT
SANTOS, N.C.B. Common bean and green corn performance in single crop or in
consortium. 2007. 98p. Thesis (PhD). Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira,
Universidade Estadual Paulista, 2007.
This study was carried out in Andradina county - SP, during the years 2005 and 2006.
The objective was to evaluate the performance of common bean cultivars grown in single
crop and in consortium with green corn for use in family agriculture. The randomized blocks
design with 9 treatments constituted by combination of three common bean cultivars of
different growth habits: Colibri (Type I), Juriti (Type II) and IAC Carioca (Type III) and two
corn (CATIverde 02 and XB 7012), with four repetitions was used. The unfolding was
accomplished being used contrasts of interest and data analyzed for F test. The consortium
influenced the performance of all common bean cultivars but in corn its influence was just a
little. Juriti cultivar presented the best performance in single system and in consortium IAC
Carioca was the best. For the common bean the best consortium was with corn CATIverde
02, however, for the corn, the hybrid XB 7012 was more appropriate, being more productive
in consortium and in single system. The most efficient consortium in the use of the soil was
reached using CATIverde 02 with IAC Carioca. In economical terms, the system using single
green corn or in consortium were more interesting than the common bean as single crop. The
consortium of the hybrid corn XB 7012 with Juriti or Colibri cultivars were the most
profitable for the producer.
KEY WORDS: Phaseolus vulgaris L., Zea mays L., consortium, green corn.
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 01- Resultado da análise química e física do solo, referente a camada de 0-20
cm, no local de condução dos experimentos em Andradina, SP, 2005 e 2006..............
31
Tabela 02- Tratamentos utilizados no estudo de consórcio milho-feijão em
Andradina-SP...................................................................................................................
32
Tabela 03- Número de dias para emergência, florescimento pleno, ciclo de cultivares
de feijão e milho solteiros e consorciados e graus-dia, em Andradina, SP, 2005 e
2006..................................................................................................................................
40
Tabela 04- Médias de massa seca, número de vagens e de grãos planta
-
1
, do feijoeiroro
cultivado em consórcio com o milho e em monocultivo, em 2005..................................
42
Tabela 05- Médias de massa seca, número de vagens e de grãos planta
-
1
, do feijoeiro
cultivado em consórcio com o milho e em monocultivo, em 2006...................................
42
Tabela 06- dias do número de grãos vagem
-
1
, massa de 100 grãos e rendimento de
grãos, do feijoeiro cultivado em consórcio e em monocultivo, em
2005.................................................................................................................................
44
Tabela 07- dias do número de grãos vagem
-
1
, massa de 100 grãos e rendimento de
grãos, do feijoeiro cultivado em consórcio e em monocultivo, em
2006.................................................................................................................................
44
Tabela 08- Quadrados médios dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do feijoeiro cultivado em consórcio e em monocultivo. Andradina (SP),
2005 e 2006......................................................................................................................
47
Tabela 09- Médias dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do feijoeiro cultivado em consórcio e em monocultivo em 2005 e 2006.
49
Tabela 10- Médias de massa de espigas com palha, espigas sem palha, palha fresca e
massa verde de plantas milho verde cultivado em consórcio com o feijoeiro e em
monocultivo, em 2005......................................................................................................
52
Tabela 11- Médias de massa de espigas com palha, espigas sem palha, palha fresca e
massa verde de milho verde cultivado em consórcio com o feijoeiro e em
monocultivo, em 2006......................................................................................................
52
Tabela 12- Médias de número total de espigas, espigas comercializáveis, diâmetro
médio de espigas e comprimento médio de espigas de milho verde cultivado em
consórcio com feijoeiro e em monocultivo, em 2005......................................................
56
Tabela 13- Médias de número total de espigas, espigas comercializáveis, diâmetro
médio de espigas e comprimento médio de espigas de milho verde cultivado em
consórcio com feijoeiro e em monocultivo, em 2006.....................................................
56
Tabela 14- Médias de altura de plantas e altura da primeira espiga de milho verde
cultivado em consórcio com feijoeiro e em monocultivo, em 2005................................
58
60
Tabela 15- Médias de altura de plantas e altura da primeira espig
a de milho verde
cultivado em consórcio com feijoeiro e em monocultivo, em 2006................................
58
60
Tabela 16- Quadrados médios dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do milho verde cultivado em consórcio e em monocultivo. Andradina
(SP), 2005 e 2006.............................................................................................................
60
Tabela 17- Quadrados médios dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do milho verde cultivado em consórcio e em monocultivo. Andradina
(SP), 2005 e 2006.............................................................................................................
61
Tabela 18- Médias dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do milho verde cultivado em consórcio e em monocultivo em 2005 e
2006..................................................................................................................................
63
Tabela 19- Médias dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do milho verde cultivado em consórcio e em monocultivo em 2005 e
2006..................................................................................................................................
64
Tabela 20-
Índice de equivalência de área (IEA) do consórcio milho verde
(produção de espigas com palha) e produção de grãos de feijão em Andradina- SP,
em 2005 e 2006................................................................................................................
67
Tabela 21- Custos, rendimentos, preços e indicadores de lucratividade do feijoeiro e
milho verde em cultivo solteiro e consorciado, Andradina-SP, em 2005........................
68
Tabela 22- Custos, rendimentos, preços e indicadores de lucratividade do feijoeiro e
milho verde em cultivo solteiro e consorciado, Andradina-SP, em 2006........................
69
SUMÁRIO
Página
1- INTRODUÇÃO.....................................................................................................................
10
2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................
12
2.1- Importância do consórcio milho e feijão........................................................................
12
2.2- Competição entre as culturas.........................................................................................
13
2.3- Formas de condução do consórcio milho e feijão..........................................................
17
2.4- Consórcio milho verde e feijão......................................................................................
20
2.5- Cultivares de milho e feijão...........................................................................................
23
3- MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................
30
3.1-.Localização do trabalho de pesquisa e características do local...........................................
30
3.2- Delineamento experimental e tratamentos utilizados..........................................................
32
3.3- Instalação e condução do experimento................................................................................
33
3.4- Avaliações realizadas...........................................................................................................
34
3.4.1- Para o feijoeiro...................................................................................................................
34
3.4.2- Para a cultura do milho verde...........................................................................................
35
3.4.3- Avaliação do consórcio.....................................................................................................
36
3.4.3.1- Índice de equivalência de área.......................................................................................
36
3.4.3.2- Análise econômica do milho e feijoeiro em monocultivo e em
consórcio....................................................................................................................................
37
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................
39
4.1- Número de dias para emergência, florescimento, ciclo das culturas e graus-
dia..................................................................................................................................................
41
4.2- Cultura do feijoeiro...............................................................................................................
41
4.3- Cultura do milho verde........................................................................................................
51
4.4- Avaliação do consórcio........................................................................................................
66
4.4.1- Índice de equivalência de área (IEA)................................................................................
66
4.4.2- Análise econômica do milho e feijoeiro em monocultivo e em
consórcio......................................................................................................................................
67
5- CONCLUSÕES......................................................................................................................
74
REFENCIAS.........................................................................................................................
75
APÊNDICES..............................................................................................................................
81
10
1-INTRODUÇÃO
O consórcio milho e feijão no Brasil têm grande importância, principalmente para os
pequenos produtores. De acordo com Lisita (2005) a agricultura familiar é tão relevante que
se a considerarmos no âmbito nacional, cerca de 60% dos alimentos consumidos pela
população brasileira provêm desse tipo de produção rural, sendo 67% do feijão e 49% do
milho, que são considerados alimentos básicos do povo brasileiro. A preferência dos
pequenos produtores pelo consórcio é devido aos seguintes fatores: redução dos riscos de
perdas, melhor aproveitamento da propriedade e maior retorno econômico. redução dos
riscos porque, se ocorrerem condições desfavoráveis de clima, pragas ou doenças, para uma
das culturas, a outra pode compensar os prejuízos da primeira. O aproveitamento da área é
melhor porque ao se cultivar duas culturas o agricultor quase sempre tem maior eficiência no
uso da sua terra, produzindo uma quantidade maior de grãos comparada com o monocultivo.
O pequeno acréscimo de insumos e de mão-de-obra resulta em maior retorno econômico para
o produtor (PORTES; SILVA, 1996).
Atualmente, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) tem
desenvolvido projetos para melhoria da produção e produtividade de grãos para pequenos
produtores e incentivado o cultivo do feijoeiro em consórcio com milho verde no período de
inverno, pois além das vantagens já citadas, possibilidade de utilização da palhada para a
alimentação animal suprindo a falta de alimento para os animais nesta época.
Em regiões onde a estrutura fundiária é caracterizada em sua maioria por pequenas e
médias propriedades, o cultivo de milho para ser colhido verde consorciado com feijão pode
ser uma alternativa economicamente interessante para a agricultura familiar. O milho verde
porque, possui maior valor de comercialização, agrega valor em relação ao milho destinado
para grãos e absorve melhor a mão-de-obra familiar na época da colheita. O feijão por ser
11
cultura tradicional entre os pequenos proprietários, que produzem para subsistência e
comercializam somente o excedente.
A grande maioria dos cultivares de feijão e milho disponíveis no mercado foi
selecionada em condições de monocultivo, com o uso de tecnologia diferente das usadas no
consórcio. O uso desses cultivares em consórcio tem gerado resultados inconsistentes, não
havendo informações conclusivas sobre a interação de cultivares e sistemas de cultivo.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de cultivares de feijoeiro de
diferentes hábitos de crescimento e de milho colhido verde em monocultivo e consorciado em
condições de irrigação, verificando sua viabilidade técnica e econômica para a agricultura
familiar.
12
2-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1- Importância do consórcio milho e feijão
Consórcio de culturas é um sistema em que o cultivo de duas ou mais espécies é
realizado numa mesma área, de modo que uma conviva com a outra, em todo ou em pelo
menos parte do seu ciclo. O consórcio do feijoeiro com outras culturas como milho, cana-
planta, café, mandioca, mamona, entre outras, é muito comum no Brasil e em outros países
latino-americanos, porém o consórcio do feijão com milho é o mais relevante sendo
empregado por pequenos produtores há muito tempo.
Para Faria (1978) citado por IAPAR (1991) o consórcio de milho com feijão é bastante
comum nas pequenas propriedades por possibilitar a diversificação alimentar da família,
minimizar os riscos de perdas de produção pelas diferenças de ciclo e exigências
edafoclimáticas de cada cultura, melhor utilizar a terra sob os aspectos agroecológicos e
socioeconômicos e utilizar mais uniformemente e equilibradamente a mão-de-obra familiar
durante o ano.
Segundo Chagas et al. (1984) a razão da preferência do feijão no consórcio com o
milho deve-se ao fato de ser uma cultura de ciclo relativamente curto e pouco competitiva,
além de constituir um dos alimentos básicos do povo brasileiro.
Segundo Sangoi e Almeida (1993) a consorciação milho-feijão constitui, muitas vezes,
a melhor opção para o pequeno produtor do que o monocultivo de cada cultura, pelo fato de
propiciar diversificação da dieta alimentar, diminuição dos riscos de insucessos, melhor uso
dos recursos ambientais disponíveis, melhor cobertura do solo, entre outros aspectos. A
semeadura antecipada de uma cultura lhe confere vantagens no aproveitamento de água, luz e
nutrientes, em função de haver um crescimento inicial sem a competição da segunda cultura.
13
Avaliando a eficiência na utilização da terra e rendimento do milho, feijão e girassol
em consórcio em Guaíba-RS, Machado et al. (1984) relataram que os três tipos de consórcio
utilizados proporcionaram índices de uso eficiente da terra (UETs) superiores aos
monocultivos correspondentes. O sistema de cultivo feijão associado ao milho proporcionou
um UET de 1,18, evidenciando uma eficiência na utilização da terra em torno de 18%
superior em relação aos monocultivos de feijão e milho. As vantagens em relação ao
monocultivo se devem à melhor utilização dos recursos disponíveis, como água, luz e
nutrientes. O feijão associado ao milho mostrou maior habilidade em responder à tecnologia
aplicada (nitrogênio e controle de plantas daninhas), quando comparado ao feijão associado
ao girassol, pois seu rendimento foi 47% maior quando consorciado com o milho em relação
ao consórcio com girassol.
Segundo Ramalho et al. (1990), cerca 54% do milho produzido no Brasil advém da
consorciação. Dada a sua importância, o consórcio milho-feijão recebeu grande atenção da
pesquisa a partir da década de 70. A maioria das pesquisas com sistema de consórcio
simultâneo mostraram que maior eficiência dos cultivos consorciados em relação a ambos
os monocultivos.
O consórcio entre gramíneas e leguminosas apresenta como vantagens o maior
rendimento de matéria seca em relação ao cultivo isolado de cada espécie, maior estímulo na
fixação biológica de N
2
pela leguminosa, maior eficiência na utilização de água e dos
nutrientes do solo, devido à exploração de diferentes volumes de solo, por sistemas
radiculares com padrões distintos e permanência dos resíduos culturais sobre o solo por maior
período de tempo (AITA, 1997 citado por OLIVEIRA et al., 2003).
2.2- Competição entre as culturas
O milho compete fortemente com o feijoeiro na utilização de água, nutrientes e luz.
Mesmo em regime de muita chuva, e em solo com boa fertilidade, competição, porque o
milho, em razão de sua arquitetura vegetativa e porte alto, sombreia a leguminosa, privando-a
de boa parte da luz (CHAGAS et al., 1983).
No consórcio simultâneo as plantas competem mais intensamente pelos fatores do
meio, como radiação solar, s carbônico, água e nutrientes. No caso do consórcio milho e
feijão, verificou-se que mesmo em alta intensidade de luz o milho não apresenta saturação
fotossintética, enquanto o feijão satura-se com um terço da mais alta luminosidade aplicada ao
milho, fato que explica a tolerância dos feijoeiros a um certo sombreamento. Assim, mesmo
14
sombreados pelas plantas de milho é possível obter uma produtividade razoável de feijão. O
milho por sua vez, não tolera o sombreamento. Essas espécies diferem entre si tanto
fisiológica como anatomicamente. O milho é uma planta C
4
, porque o primeiro composto
estável, formado após a fixação do CO
2
, possui quatro carbonos, o feijão é uma planta do
tipo C
3
, porque o referido composto possui três átomos do elemento (PORTES, 1984).
Para Portes (1984), o fato do milho ser mais exigente em luz do que o feijão, para
alcançar a produtividade máxima, faz da radiação solar provavelmente o fator mais
importante para o equilíbrio produtivo do sistema, o que depende da época de semeadura de
uma cultura em relação à outra e da densidade de semeadura, as quais estão relacionadas à
interceptação da luz pela copa do milho, e a quantidade de luz que chega na copa dos
feijoeiros. No consórcio o índice de área foliar (IAF) dos feijoeiros, a partir da sua floração é
ultrapassado pelo do milho, o que faz com que a gramínea passe a competir por luz. Na fase
de floração e início de enchimento de vagens, apenas 45% da radiação fotossinteticamente
ativa chega à copa dos feijoeiros e 1% chega ao solo. Portanto, 55% da radiação é
interceptada pelo milho, pois além do alto IAF do milho, a sua maior altura em relação aos
feijoeiros faz com que a gramínea seja mais competitiva. Ao atravessar a copa do milho, a
maior parte da radiação eficiente para a fotossíntese é absorvida pelas suas folhas, chegando
aos feijoeiros apenas uma quantidade reduzida da radiação e de qualidade pouco eficiente.
A redução na densidade de fluxo radiante, decorrente do sombreamento exercido pelo
milho, limita a atividade fotossintética do feijão, reduzindo a disponibilidade de carboidratos
da planta, o que promove maior aborto de flores, reduzindo o número de vagens por planta,
além de limitar o enchimento de grãos. O mecanismo de fixação de carbono, do tipo C
4
do
milho lhe confere maior agressividade e maior eficiência no aproveitamento dos recursos
ambientais, o que possivelmente explica a sua maior tolerância à semeadura retardada no
consórcio (LOPES et al., 1983).
Quanto a competição por CO
2
, acredita-se que sua demanda por uma das duas culturas
componentes do consórcio não chega a torná-lo limitante, uma vez que, na parte inferior, na
base da cobertura vegetal do milho, onde a radiação é reduzida, a respiração é maior que a
fotossíntese, enriquecendo o ambiente com gás carbônico e que a circulação do ar no interior
da cobertura vegetal homogeniza o ambiente em termos desse gás. O fator água também não é
limitante, pois a maioria do cultivo consorciado tem sido executado na época das águas”, o
que não afeta a produtividade de grãos dos componentes do sistema. A temperatura não tem
sido considerada fator limitante, pois o foram encontradas diferenças nas temperaturas
médias, máximas e mínimas do ar no interior das parcelas com feijão em monocultivo e
15
consorciado. A competição por nutrientes minerais no consórcio é controvertida, porém
acredita-se que ela não é tão importante como a competição por luz (PORTES, 1984).
Coelho et al. (1984) verificaram que na ausência de adubação de semeadura, o
consórcio de feijão nas entrelinhas do milho contribuiu para um incremento de 13% na
produção de grãos de milho em relação ao seu monocultivo.
Segundo Morgado e Willey (2003), avaliando o efeito de populações de plantas e
níveis de nitrogênio, o acúmulo de matéria seca do milho durante o ciclo vegetativo diminuiu
com o aumento da população do feijão. O efeito competitivo do feijão na produção do milho
consorciado, que se mostrou maior na maior população de plantas, foi atenuado pela aplicação
da adubação nitrogenada, sendo que a dose de 50 kg ha
-1
de nitrogênio foi muito eficiente no
aumento da produção de espigas do milho. O consórcio diminuiu significativamente o índice
de colheita do feijão em todas as populações testadas e em todos os níveis de nitrogênio.
Porém a eficiência do consórcio foi comprovada por meio dos valores de Uso Eficiente da
Terra (UET) correspondente às produções de espiga, vagem e biomassa.
Fleck et al. (1984) compararam consórcios e monocultivos quanto à habilidade de
competir com plantas daninhas e verificaram que os consórcios reduziram a infestação das
ervas, pois os índices de fitomassa das plantas daninhas foram menores nesses sistemas em
relação aos cultivos solteiros devido à capacidade de cobrir o solo mais rapidamente. No
sistema consorciado houve maior capacidade de cobertura vegetal. O monocultivo de feijão
também propiciou elevada cobertura do solo, porém o sistema mostrou ser pouco eficiente
para competir com as ervas daninhas. O consórcio de culturas poderia participar, como um
método complementar aos demais, para obter controle mais eficiente e econômico das
espécies daninhas infestantes. No entanto, Ramalho et al. (1990) afirmam que um fator que
pode contribuir para redução da produtividade do feijoeiro tanto em monocultivo como em
consórcio são as plantas daninhas. Em trabalhos conduzidos pelos autores, o efeito da
competição das plantas daninhas sobre o milho foi maior quando em monocultivo, enquanto
tal efeito sobre o feijoeiro foi maior na consorciação. O período crítico de competição foi
igual para o monocultivo e consórcio, ocorrendo em média entre os 15 e 50 dias após a
semeadura. A competição por nutrientes é outro fator que pode ser responsável pela redução
da produtividade do feijoeiro consorciado. Quando se utilizam menores populações de milho
é maior a produtividade do feijoeiro consorciado. A produtividade do feijão respondeu
linearmente à redução da população de plantas de milho. Houve redução na produção da
cultura do milho, na menor população, porém a magnitude da redução foi pequena devido ao
maior índice de espiga (prolificidade) das plantas nesta condição.
16
Segundo Willey (1979) citado por Pereira Filho et al. (2000) quanto maior for a
diferença no ciclo das culturas componentes de um sistema, maior é a utilização dos recursos
disponíveis e melhor é a eficiência.
Ramos (1984) observou que o rendimento do milho não é afetado quando em
consórcio com o feijão. o havendo diferenças entre os dois sistemas de cultivo de milho:
solteiro e consorciado. A produtividade do feijão diminuiu em todos os sistemas de consórcio
e houve aumento da sua produtividade à medida em que se aumentava a população. A menor
produtividade foi devido a menor população de plantas e a competição interespecífica por luz
(sombreamento), pois observou-se redução de 75% da radiação fotossinteticamente ativa ao
nível do solo, comparado com a radiação no topo da cultura do milho. No sistema solteiro
também se observou maior número de vagens por planta. O sistema de consórcio que se
sobressaiu foi o de milho consorciado com duas fileiras de feijão. As maiores rendas brutas
foram obtidas nos sistemas de feijão solteiro e milho consorciado com duas fileiras de feijão.
Segundo Ramalho et al. (1990) o feijoeiro quando consorciado apresenta menor
produtividade em relação ao monocultivo, sendo que essa redução é normalmente superior a
50%. Uma pequena parte dessa redução pode, em alguns casos ser atribuída à menor
população de plantas utilizadas nos sistemas consorciados. Porém a quase totalidade da
redução é devido à competição exercida pelo milho. A gramínea sofre uma pequena redução,
normalmente inferior a 10% quando comparada ao monocultivo. Para melhorar a eficiência
do sistema deve-se reduzir a competição da gramínea sobre a leguminosa, identificando em
quais fatores ambientais o milho exerce competição sobre o feijão. O número de vagens é o
componente primário da produção do feijoeiro mais afetado quando consorciado. A redução
no número delas pode ser explicada pelo número de flores produzidas por planta e/ou por
vingamento floral. Os autores observaram produção de flores 27,4% menor em relação ao
monocultivo, provavelmente devido ao maior estímulo ao desenvolvimento vegetativo do
feijoeiro consorciado para suportar a competição com o milho, em detrimento das partes
reprodutivas .
Resultados de uma série de experimentos mostraram uma redução em torno de 50% no
rendimento do feijão em consórcio, em relação ao monocultivo, em qualquer tipo de solo ou
adubação, e em qualquer localidade, o milho raramente sofre redução significativa no
rendimento (PORTES, 1984).
Vieira et al. (2003) verificaram que em condições climáticas desfavoráveis a produção
equivalente de milho do monocultivo de feijão pode ser 3,6 a 4,3 vezes menor que a
alcançada no consórcio. O aumento da temperatura na fase reprodutiva do feijão
17
provavelmente causaram abortamento de flores e reduziram o vingamento e a retenção de
vagens.
Para Costa et al. (1997) o menor rendimento do feijoeiro, obtido no sistema
consorciado, pode ser explicado pela competição exercida pelo milho em crescimento, além
do menor número de feijoeiros por área. No monocultivo “da seca”, as produtividades
observadas também não foram altas, em razão da escassez de chuvas. O consórcio na seca
permitiu um rendimento superior ao do monocultivo, fenômeno que é comum quando as
chuvas não são favoráveis. Isso porque o milho, sombreando o terreno, o mantém mais úmido
e com menor temperatura que no monocultivo, beneficiando a leguminosa. É por esse motivo
que o pequeno produtor tem preferido o cultivo do feijão “da seca” no meio do milho.
2.3- Formas de condução do consórcio milho e feijão
A forma de condução do consórcio milho e feijão varia conforme a região do país. Na
época “das águas”, a semeadura do feijoeiro é simultânea, um pouco antes ou um pouco após
a semeadura do milho. Na época “da secaa semeadura é normalmente de substituição, ou
seja semeadura do feijão após a maturação do milho.
Para Costa et al. (1997) o consórcio milho com feijão pode ocorrer “nas águas” e “na
seca”. Na época “das águas”, ambas as culturas são semeadas simultaneamente, mas para não
prejudicar o milho, a população de feijoeiros não passa de 100 a 140 mil plantas por hectare.
Na seca, a população de feijoeiros é a mesma do monocultivo (cerca de 250 mil plantas ha
-1
),
não havendo concorrência com o milho, pois esta já se encontra no processo de maturação.
Segundo Silva et al. (2001) o retardamento da semeadura do milho beneficia o feijão
da estação chuvosa mas reduz o rendimento do milho em 7 a 27%. Porém, quando o feijão é
semeado após o milho, a gramínea é beneficiada pelo adubo aplicado na leguminosa, sendo
que prejuízos para o feijoeiro. O consórcio com semeadura simultânea de milho para grão
e feijão atingiu índices de equivalência de área de 1,74 no primeiro ano e 1,46 no segundo ano
de cultivo.
De acordo com Vieira (1989) e Portes e Silva (1996) o consórcio de milho com feijão
pode ser encontrado em diferentes arranjos ou combinações até mesmo numa mesma rego
do país. As combinações mais utilizadas são: a) o milho semeado em fileiras no espaçamento
de 1,0 m e o feijoeiro entre as fileiras de milho sem nenhum arranjo definido; b) as fileiras das
duas culturas são bem definidas, com milho no espaçamento de 1,0 m, e entre as fileiras do
milho são dispostas duas de feijoeiro, a 50 cm entre si e a 25 cm das de milho. Este arranjo é o
18
mais praticado no Brasil, tanto no cultivo simultâneo como no de substituição; c) milho e
feijoeiro são semeados simultaneamente no mesmo sulco no espaçamento de 1,0 m. Acredita-
se que este arranjo facilita os tratos culturais, porém dificulta a colheita do feijoeiro; d) neste
caso o arranjo é igual ao anterior adicionando-se uma fileira de feijoeiro entre as duas
existentes; e) semeadura em faixas, com fileiras simples de milho, espaçadas de 1,5 m e entre
elas são intercaladas três ou mais fileiras de feijoeiro. Dependendo do número de fileiras do
feijoeiro o espaçamento em relação ao milho varia de 25 a 50 cm e, f) a faixa de milho
consiste de duas fileiras espaçadas de 50 cm intercaladas as de feijoeiro com duas, três ou
mais fileiras, espaçadas de 50 cm entre si e a 25 ou 50 cm das faixas de milho.
Em trabalhos de Pereira Filho et al. (2000), para identificar sistemas de milho em
fileiras duplas e simples utilizando cultivares de milho de ciclo precoce e feijão Carioca, os
autores verificaram que o milho não foi influenciado pelo número de fileiras utilizadas. Os
melhores rendimentos de grãos de feijoeiro foram obtidos no sistema de fileiras simples de
milho com 40 mil plantas ha
-1
. O milho híbrido Cargill 606 em fileiras simples proporcionou
o melhor rendimento ao feijoeiro. O milho BR 201 foi o mais eficiente no consórcio, por ser o
mais produtivo e por permitir, em média, maiores rendimentos de grãos do feijoeiro.
Vieira et al. (2003) verificaram que o arranjo de duas fileiras de feijão entre as fileiras
de milho, na população de 40 mil plantas ha
-1
, foi o que mais beneficiou o milho, porém o
alterando a altura das plantas. O milho não foi beneficiado pela adubação empregada nos
feijoeiros semeados no meio de suas fileiras. Por o prejudicar a gramínea esse arranjo
poderia ser vantajoso quando o preço do milho estivesse alto e o do feijão baixo.
A densidade de plantas de feijoeiro e de milho recomendadas para o consórcio
depende de vários fatores como o hábito de crescimento da planta de feijoeiro, fertilidade do
solo e disponibilidade de água para as culturas. Souza Filho e Andrade (1984) realizaram
vários trabalhos neste sentido indicam, para o cultivo simultâneo na época “das águas”, as
populações de 40 mil e 120 mil plantas ha
-1
para milho e feijão, respectivamente. Na época
“da seca”, no cultivo de substituição, a população mais adequada para o feijoeiro é 240 mil
plantas ha
-1
e para o milho de 60 mil plantas ha
-1
. Os autores verificaram que nem mesmo as
mais altas populações de feijão afetaram a produtividade do milho. Entretanto, as
produtividades do feijão aumentaram em função do aumento da população de feijoeiros.
Portes e Silva (1996) baseados em resultados de vários trabalhos sugerem 200 mil e 40
mil plantas ha
-1
para feijoeiro e milho, respectivamente, em cultivo simultâneo “das águas” e
de inverno, com feijoeiro no espaçamento de 0,5 m e milho de 1,0 m. Para o cultivo “da
19
seca”, também chamado de cultivo de substituição, os autores recomendam, 200 a 250 mil
plantas ha
-1
para o feijoeiro e 40 a 60 mil plantas ha
-1
para o milho.
Coelho e Smith (1999) avaliaram o efeito de diferentes arranjos do sistema de
consórcio milho-feijão em cultivo simultâneo em Campos dos Goytacazes- RJ. O cultivar de
feijão utilizado foi Xamego e de milho foi BR106. O monocultivo do feijão apresentou a
melhor produtividade (1095 kg ha
-1
) quando comparado com o consórcio (364 kg ha
-1
) devido
ao maior número de plantas por área, maior vingamento de vagens (9,5 vagens planta
-1
) pela
inexistência de competição interespecífica com o milho. O arranjo de plantas recomendado é
a semeadura de feijão na mesma linha de milho, com população de 120 mil plantas ha
-1
. No
entanto, para obtenção de maiores produtividades de feijão em consórcio pode-se optar pelo
arranjo de duas linhas de milho espaçadas de 0,5 m a cada três linhas de feijão. A variável
mais afetada pela competição com o milho foi o número de vagens por planta, já que a massa
de 100 sementes não foi afetada.
Lima et al. (1999) realizaram experimentos com diferentes populações de milho
Cargill 111 e feijão preto Meia Noite (tipo II) das águas”. Verificaram que em baixas
populações de feijoeiro (75 e 150 mil plantas ha
-1
) não houve influência significativa das
populações de milho, sendo que o feijoeiro rendeu 240 kg ha
-1
. com a maior população de
feijão (225 mil sementes ha
-1
), o aumento da densidade populacional do milho acarretou
diminuição linear no rendimento do feijão, de 650 kg ha
-1
(30 mil plantas de milho ha
-1
) para
320 kg ha
-1
(60 mil plantas de milho ha
-1
), um decréscimo de aproximadamente 50%.
Segundo Vieira (1999) quanto menor for a densidade populacional do milho, menor
será seu rendimento e maior o do feijão. Geralmente, nas águas” utilizam-se 40 mil plantas
de milho ha
-1
e a população de feijoeiros não deve ultrapassar 120 a 160 mil plantas ha
-1
para o prejudicar a outra cultura. Quando se deseja favorecer um dos componentes do
consórcio, pode-se semeá-lo com alguma antecedência em relação ao outro componente,
nunca com diferença maior que 15 dias. O feijão por apresentar produtividades baixas e pela
possibilidade de receber chuvas no final da maturação não deveria receber adubação, pois
corre o risco de perda da produção. O autor recomenda adubar o milho e semear o feijão nas
mesmas linhas, para facilitar o aproveitamento do adubo e da mão-de-obra, facilitando os
tratos culturais.
A maioria dos trabalhos que comparam diferentes populações de plantas de milho e
feijão em cultivo simultâneo na mesma linha na safra das águas e “da seca” confirmam as
populações mais compatíveis com o consórcio são de 40 e 125 mil plantas ha
-1
de milho e
feijão, respectivamente.
20
Como o ciclo das culturas e suas necessidades em nutrientes não se alteram quando
elas são consorciadas, a adubação básica de um sistema de consórcio deve seguir as mesmas
normas e recomendações do monocultivo. A adoção dessas práticas tem induzido à obtenção
de maiores produtividades, embora seja necessário maior mão-de-obra para a adubação em
cobertura. A semeadura de ambas as culturas pode ser mecanizada, desde que a semeadora
possua sistema de distribuição de sementes com caixas individualizadas para cada cultura
(IAPAR, 1991).
Segundo Flesch (1988) as pesquisas envolvendo cultivos consorciados devem ser
realizadas com base em observações de campo, respeitando as características regionais e
procurando melhorar alguns aspectos que possam aumentar a rentabilidade dos sistemas. As
práticas recomendadas pela pesquisa devem ser simples e de fácil execução.
2.4- Consórcio milho verde e feijão
O consumo do milho verde é uma tradição no Brasil, tanto na forma in natura como
processado, sendo crescente a demanda do mercado consumidor por este produto e uma
atividade quase que exclusiva de pequenos e dios agricultores. O Estado de São Paulo é o
segundo produtor brasileiro de milho verde, sendo exportador para Minas Gerais que é o
primeiro produtor. Analisando a variação estacional de preços de milho verde no estado nota-
se que os períodos de preços ximos ocorrem em junho e setembro-outubro, quando é
menor a oferta do produto no mercado. Nos meses de dezembro a março os preços são
menores devido a maior oferta (PEREIRA FILHO et al., 2003).
Segundo Coelho e Silva (1984) o cultivo de milho verde em consorciação com a
cultura do feijão é uma alternativa no período da seca, pois nesse sistema espera-se que, não
havendo redução na produtividade do milho, a produção do feijão contribua para maior
rentabilidade da exploração. O cultivo do milho em várzeas, na entressafra do arroz, para
produção de milho verde, possibilitaria o aproveitamento da matéria verde e espigas refugos
na alimentação animal. Porém, estudando o consórcio milho verde e feijão na mesma linha,
irrigado por sulcos, verificaram redução de 14,5% na produção de espigas verdes comerciais
no sistema consorciado, em relação ao monocultivo de milho. Em sistema solteiro a produção
de matéria verde (espigas refugos e plantas de milho) foi 40% maior quando comparada ao
consórcio devido a maior população de plantas de milho e pela competição exercida pelo
feijão sobre o milho. Os componentes mais afetados foram o peso médio de espigas e o
número de plantas ha
-1
. Quanto ao feijoeiro, houve redução de 69% na produtividade em
21
relação ao monocultivo. Considerando que o preço médio do feijão é quatro vezes o de
espigas verdes de milho, a consorciação do milho verde e feijão não se apresentou como uma
alternativa economicamente vantajosa.
O cultivo do feijoeiro na entressafra com irrigação em consórcio com o milho
destinado ao consumo verde vem sendo bastante incentivado pelos órgãos de pesquisa
(PORTES e SILVA, 1996). Para os produtores de feijão, Sartorato et al. (1981) relataram que,
os rendimentos desta época, com uso de irrigação são superiores aos normalmente obtidos nos
cultivos usuais, com grãos de alta qualidade, podendo ser usados como sementes e alcançando
preços compensadores. Soares et al. (2000) afirmaram que os pequenos produtores adotam o
consórcio milho verde com feijão no cultivo de inverno devido às vantagens identificadas no
consórcio, como, por exemplo: maior produção de alimentos por área, maior segurança de
produtividade, possibilidade de produção de milho verde a custo reduzido, maior ganho
econômico, melhor controle de erosão e redução na ocorrência de plantas daninhas.
Segundo Kluthcouski et al. (1997) na produção de milho solteiro, sob irrigação,
demora-se em torno de 40 dias para que as plantas sombreiem o espaço das entrelinhas. A
viabilidade do consórcio de milho verde com feijoeiro está baseada em ganhos econômicos,
agronômicos e sociais. Neste período é necessário o uso de equipamentos de irrigação, pois a
água é fator limitante da produção. Para atender ambas as culturas em consórcio, a principal
cultura a ser considerada é o feijoeiro, intensificando ou reduzindo a lâmina de água de
acordo com a necessidade de um dado estádio de desenvolvimento. A produção fica
condicionada ao manejo correto da irrigação e aos tratos fitossanitários. Tanto o feijoeiro
como o milho são exigentes em baixa acidez do solo. Para o bom desenvolvimento dessas
culturas é fundamental que o pH seja maior que 5,5; com teores de cálcio e magnésio superior
a 3,5 mmol
c
dm
-3
, na proporção de 4:1. A saturação de bases deve estar entre 50 e 60%.
A importância do cultivo consorciado caracteriza-se tanto pelo Uso Eficiente da Terra
(UET), como pela sobrevivência do extrato de agricultores que o pratica, geralmente
pequenos e médios, e, em muitos casos, como forma de subsistência. Nas épocas
convencionais o consórcio feijão e milho é conhecido como vantajoso. No inverno, no
cerrado, ainda são verificados outros benefícios como uso mais eficiente da área, água, da
radiação solar, da rotação de culturas, da mão-de-obra, dentre outros. O feijoeiro encontra
condições climáticas favoráveis, pois nesta época redução da temperatura, pouca
ocorrência da mosca-branca (Bemisia tabaci L.), transmissora do vírus do mosaico-dourado,
possibilidade de aplicação de melhores tecnologias, proporcionando produtividades
superiores a 1,8 t ha
-1
. No caso do milho verde, há uma crescente demanda das indústrias para
22
enlatamento e o consumo de espigas e derivados têm exigido maior incremento na área
cultivada no período do inverno e aumentado a demanda de informações sobre tecnologias de
produção (KLUTHCOUSKI et al., 1997).
O cultivo do feijoeiro na época de inverno nas entrelinhas do milho destinado à
comercialização ainda verde é uma alternativa que possibilita cobrir todo o custo de produção
do milho, obter lucro com o feijão e utilizar a palhada do milho para alimentação animal, pois
nesta época os pastos estão secos. Os cultivares de feijoeiro mais indicados devem ser de ciclo
curto (60-70 dias) para que a colheita seja realizada antes do milho para não danificá-lo
(PORTES e SILVA, 1996).
Vieira (1999) afirmou que a produção de milho verde no outono-inverno é um
processo dispendioso, porque exige irrigação, e neste caso requer o uso de outras tecnologias
como, adubação, sementes de qualidade e bons tratos culturais. Em Minas Gerais a produção
de milho verde consorciado com feijão exige atenção de ordem econômica antes de ser
adotado. No Norte Fluminense revelou-se prática promissora e em Goiás está sendo
recomendada como mais lucrativa que o monocultivo de milho verde.
Segundo Ramalho e Coelho (1984) além do fator econômico, a maior estabilidade do
sistema consorciado e a diversidade de alimentos devem ser considerados, pois o consórcio
nesta condição possibilita aos agricultores produzir feijão, principalmente para o consumo de
sua família, durante quase todo o ano. A escassez e a alta de preços do milho verde, no
período da entressafra, evidenciam que a exploração da cultura nesse período constitui-se
numa boa alternativa para os agricultores. Uma grande vantagem para os agricultores que
praticam o consórcio milho verde com feijoeiro é que é produzida uma quantidade apreciável
de palhada de milho e espigas refugo e de palhada de feijão para ser utilizada na alimentação
de bovinos, em um período de escassez de pastagem. O cultivo em várzeas sistematizadas
pode ser realizada com irrigão e que o fator limitante ao cultivo de milho e feijão passa a
ser a temperatura (março a setembro). A melhor época para semeadura do milho e feijão
consorciado na entressafra são os primeiros meses do ano, proporcionando maior
produtividade de espigas de milho verde. As semeaduras até 24 de março apresentam uma
produtividade média de 32%, superior à obtida nas semeaduras efetuadas posteriormente. A
semeadura após esta data alongam o ciclo das plantas de milho.
Kluthcouski et al. (1997) realizaram estudos que comprovam a viabilidade econômica
da produção milho verde no período de inverno, com irrigação e consorciada ao feijão
quando comparado ao monocultivo do milho. Os rendimentos do milho em consórcio m
alcançado de 12 a 48 mil espigas comercializáveis ha
-1
e da leguminosa de 450 a 1300 kg ha
-1
.
23
A época é apropriada para o feijoeiro pela temperatura favorável e menor ataque de pragas e
doenças. Aconselham cultivares precoces como Jalo Precoce, Goiano Precoce e Mineiro
Precoce (todos de hábito de crescimento tipo I), porque terminam o ciclo antes da colheita das
espigas verdes. Segundo os autores o feijoeiro é semeado simultaneamente com o milho,
podendo ser estabelecido de rias formas, na linha ou nas entrelinhas do milho. A adubação
para o milho deve ser normal e para o feijoeiro aplicar 40 a 60% da quantidade de fertilizante
exigida no cultivo solteiro.
2.5-Cultivares de milho e feijão
A escolha dos cultivares melhor adaptados às condições de cultivo, a semeadura na
época preferencial para a região, o emprego de espaçamento e densidade compatível com o
nível de tecnologia, bem como o eficiente controle de plantas daninhas e o adequado manejo
do solo são práticas indispensáveis para elevar os atuais índices de produtividade. De modo
geral, os cultivares indicados para a semeadura em consórcio são os mesmos indicados para o
monocultivo. Para o milho, os cultivares devem apresentar folhas eretas e mais estreitas e
serem resistentes ao acamamento (IAPAR, 1991).
Segundo Ramalho et al. (1990) a utilização de cultivares de milho de menor porte
poderia reduzir a competição por luz, melhorando o desempenho do feijoeiro. Porém na
maioria dos casos estudados os cultivares de porte baixo avaliadas apresentavam o alelo br
2
braquítico que apresenta folhas largas e concentradas na parte inferior da planta, comumente
chamado de empacotamento. Essas características provavelmente anulam a vantagem da
menor altura destes cultivares. Se a luz é o fator limitante, os arranjos das culturas
consorciadas, em que as linhas de milho fossem mais espaçadas, porém mantendo a
população de plantas, teoricamente iriam beneficiar a cultura do feijão. A semeadura do
feijão na mesma linha do milho apresenta desempenho semelhante ao das entrelinhas, onde se
esperava que a quantidade de luz recebida fosse maior.
Pereira Filho et al. (1991) não observaram efeito significativo dos cultivares de milho
sobre o rendimento do feijoeiro, embora tenha havido diferenças entre os cultivares de milho.
Provavelmente as diferenças entre os cultivares de milho tenham ocorrido por fatores que
atuaram no final do ciclo da gramínea, quando o feijoeiro estava no final da maturação ou
tenha sido colhido.
Cruz et al. (1984) avaliaram o comportamento de quinze cultivares de milho, sendo,
cinco cultivares de porte normal, cinco de porte baixo e cinco precoces, em cultivo solteiro e
consorciado na mesma linha com o feijão. Os resultados obtidos em dois anos demonstraram
24
que não houve diferença significativa na produtividade do milho em monocultivo e
consorciado. O grupo de cultivares de milho de porte baixo apresentou menor produtividade e
também o pior desempenho do sistema associado como um todo. Não foi constatado efeito da
precocidade do milho no sistema consorciado, embora em um dos anos de cultivo a
produtividade do feijão foi maior quando associado aos cultivares precoces. O menor porte
do milho não contribuiu para uma maior produtividade do feijão associado, pois apresentam
maior largura e concentração de suas folhas próximas ao solo. A produtividade do feijoeiro
foi reduzida em 70% quando comparado ao monocultivo.
Ramalho et al. (1985a) conduziram experimentos em Sete Lagoas (MG), no período
da entressafra com irrigação, associando cultivares de milho BR 126 (plantas de porte alto) e
BR 105 (plantas de porte baixo) com cultivares de feijão do tipo II CNF 10 e Rio Tibagi, na
mesma linha. A densidade populacional foi de 30 mil e 120 mil plantas ha
-1
, respectivamente
para o milho e feijão. O feijoeiro apresentou rendimento igual ao obtido no cultivo da
primavera, variando de 135 a 700 kg ha
-1
. Houve quedas na produção de espigas
comercializáveis e da massa seca em 20% devido a competição exercida pelo feijoeiro. Nestas
condições, o consórcio não foi vantajoso do ponto de vista econômico.
Carvalho e Leal (1991) estudaram o comportamento de três cultivares de milho, de
diferentes portes e ciclos e de seis cultivares de feijão nos sistemas de monocultivo e de
consórcio e verificaram que o houve efeito significativo dos cultivares de milho sobre o
rendimento dos cultivares de feijão. Também não houve diferenças entre os cultivares de
feijão sobre o rendimento do milho. O comportamento dos cultivares de milho e feijão foi
semelhante nos dois sistemas de cultivo. Para o feijão, o consórcio mostrou pequenas
vantagens apenas para os cultivares Bagajó e ESAL 505 em relação ao monocultivo. Quanto
ao milho, a vantagem do consórcio sobre o monocultivo foi evidente. Considerando a
exploração das duas culturas, a utilização do consórcio foi vantajosa em todas as
combinações.
Segundo Costa et al. (1997) o cultivar Manteigão fosco (tipo I) o diferiu
significativamente do cultivar mais produtivo, sobressaindo-se principalmente nos consórcios,
porém foi o menos produtivo em monocultivo. O cultivar Carioca (tipo III) e o Ouro (tipo II)
apresentaram boa estabilidade de comportamento em ambos os sistemas de cultivo. As
produções obtidas em um ambiente não se correlacionaram com as dos outros ambientes.
Trabalhando com 100 genótipos de feijão, durante dois anos agrícolas, nos sistemas de
monocultivo e consorciado com o milho, Carvalho e Serpa (1987) verificaram que esses
materiais mantiveram o mesmo comportamento nos dois sistemas de cultivo. Carvalho e Leal
25
(1991) afirmam que o efeito de uma espécie sobre a outra, no consórcio milho-feijão tem sido
mais importante para o feijão, que sofre maior competição, tornando-se necessário verificar se
as diferentes cultivares de milho interferem de maneira diferencial sobre o feijão.
Vieira e Vieira (1996) avaliaram o comportamento do feijoeiro comum (Phaseolus
vulgaris L.) cultivar Fortuna e Milionário, feijões do gênero Vigna consorciado com milho
em semeadura simultânea dentro das fileiras do milho. Os cultivares de feijão comum
sobressaíram-se como os mais adaptados ao consórcio. Houve queda de 13,5% na
produtividade de grãos de milho em relação ao monocultivo, sendo que os cultivares
trepadores tenderam a provocar maiores reduções no rendimento e maior quebra de plantas.
No consórcio milho e feijão, vários trabalhos foram feitos, objetivando encontrar
cultivares de milho que oferecessem ao feijoeiro melhores condições de desenvolvimento e
produtividade de grãos. Atualmente os cultivares de milho utilizados possuem folhas mais
eretas e estreitas, o que favorece o cultivo em espaçamentos mais fechados e em fileiras
duplas, proporcionando ao feijoeiro um melhor aproveitamento da luz solar. Os trabalhos
envolvendo cultivares de milho de portes diferentes, não apresentaram diferenças de
produtividade quanto ao porte (PEREIRA FILHO et al., 2000).
Os cultivares de feijão utilizados pelos produtores nos cultivos consorciados
apresentam grande variação quanto ao tipo comercial e ao hábito de crescimento. São
encontrados mais cultivares dos bitos de crescimento do tipo I, II e III consorciados com o
milho em relação à do tipo IV. Com relação ao milho, os avanços do melhoramento genético
têm obtido híbridos com melhores características morfológicas, como porte e arquitetura
foliar, que podem, de certa forma alterar a relação entre as populações de plantas no
consórcio (STOFFEL et al., 1999). Analisando um estudo realizado pelos autores verifica-se
que o consórcio do milho híbrido duplo AG-122 apresentou produtividade 12,9% menor e
acamamento 43% maior quando consorciado com o cultivar de feijão Ouro Negro (tipo III)
comparando com o consórcio com o cultivar de feijão Meia Noite (tipo II), devido a maior
competição, por ser de hábito de crescimento indeterminado e semitrepador. Em cultivo de
primavera-verão o número de sementes por vagem do cultivar Meia Noite foi 13,6% superior
ao do Ouro Negro em cultivo consorciado, sendo também mais produtivo quando em
monocultivo. Ambos os cultivares de feijão, Meia Noite e Ouro Negro sofreram, quando
consorciados, redução de produção de 48 e 61%, respectivamente. O Índice de Equivalência
de Área (IEA) do Ouro Negro foi afetado negativamente pelo aumento da população de milho
de 30 para 40 mil plantas ha
-1
. Todos os tratamentos apresentaram índices acima de 1,00,
mostrando a eficiência do consórcio no aumento da produção de alimentos por área.
26
Ramalho e Coelho (1984) verificaram que os cultivares de milho BR 105 e BR 126
apresentaram produtividade média de espigas comerciais bastante semelhante, e sugerem que
os mesmos podem ser recomendados para o cultivo no inverno para produção de milho verde,
principalmente porque apresentam diferenças no ciclo, o que é altamente desejável nesta
situação. O cultivar BR 126 apresenta maior porte e é mais tardio que o BR 105 e produziu
maior quantidade de matéria seca. Os cultivares de feijão CNF 10 e Rio Tibagi não sofreram
influência do cultivar de milho utilizado e também foram muito semelhantes. Os autores
relatam que em alguns experimentos houve redução de 17% de espigas verdes comerciais e
de 26% de matéria seca do milho quando se comparou a média dos trabalhos consorciados
com o monocultivo (redução maior que na produção de grãos de milho). Considerando a
relação de preços do milho verde e feijão igual a 4,0 a produtividade média do feijoeiro
consorciado deve ser de 375 kg ha
-1
para compensar a redução da produtividade de espigas.
Considerando o custo de produção devido a adição do feijão no sistema consorciado pode-se
estimar uma produtividade mínima de 555 kg ha
-1
para o ocorrer prejuízo em relação ao
monocultivo de milho.
No consórcio milho verde com feijão, os cultivares de milho a serem utilizados são os
recomendados pelas próprias empresas produtoras de sementes, podendo ser variedades,
híbridos simples, grãos do tipo dentado, semidentado, meioduro, semiduro, cor alaranjado,
amarelo, amarelo-laranja e laranja. Para o feijoeiro, deve-se preferir os cultivares de ciclo
curto, 70 a 80 dias da semeadura à colheita. Um dos possíveis problemas com os cultivares
de ciclo médio (80 a 100 dias), no inverno, é que o final do ciclo pode coincidir com a
colheita das espigas do milho, dificultando-a e aumentando a possibilidade de perdas na
colheita do feijoeiro. Os cultivares de feijoeiro de hábito de crescimento I, eretos e de
crescimento determinado devem ser preferidos para o consórcio. Os cultivares precoces
devem ser semeados no espaçamento de 0,4 a 0,5 m entre fileiras e no centro das fileiras do
milho. A semeadura na mesma fileira do milho pode ser utilizada, porém poderá competir
com o milho, além de uma menor população de feijoeiro, reduzindo a sua produtividade. A
densidade de semeadura do feijoeiro deve ser de 10 a 12 plantas por metro para cultivares
eretos e ciclo curto. Para cultivares de ciclo médio e hábito de crescimento indeterminado, a
densidade pode ser reduzida para 8 a 10 plantas por metro. Para a cultura do milho, as
recomendações de espaçamento e distribuição são as mesmas do cultivo convencional, ou
seja, 0,9 a 1,0 metro entre fileiras e 4 a 5 plantas por metro (KLUTHCOUSKI et al., 1997).
Segundo Ramalho et al. (1990) para melhorar a eficiência do consórcio, poderia-se
usar cultivar mais prolífico de modo a compensar o menor número de plantas no consórcio,
27
pois a produtividade do milho será praticamente a mesma e a do feijão será aumentada. O uso
de maior quantidade de fertilizante estimula o desenvolvimento do milho e, em conseqüência,
a competição é aumentada.
Soares et al. (2000) avaliaram, na região de Nova Veneza (GO), o cultivo de milho
verde AG 1051 e feijão Jalo Precoce solteiro ou associado em fileiras simples de milho e
duplas de feijão, e fileiras duplas de milho e duplas de feijão no cultivo de inverno. Os autores
verificaram através do índice de equivalência de área que os dois tipos de consórcio foram
mais eficientes que o monocultivo e que o arranjo uma fileira de milho e duas de feijão é mais
eficiente e mais lucrativo que o de duplas fileiras para ambas as culturas. A taxa indireta de
retorno por hectare, em monocultivo, indicou que a cultura do milho colhido verde é
economicamente mais vantajosa que a do feijão.
Segundo Bottini et al. (1995) na escolha do cultivar para a produção de milho verde o
produtor deve considerar o porte dio da planta, resistência ao acamamento, espiga com
bom empalhamento, pedúnculo firme, sabugo grosso e cilíndrico, grãos amarelo-claros,
grandes e uniformes, grãos com equilíbrio de açúcar e amido, para confecção de alimentos de
milho verde, e permanência do ponto de colheita das espigas por longo período. Ikuta e
Paterniani (1970) citados por Duarte et al. (2004) afirmaram que os cultivares com
endospermas mais duros, do tipo flint, passam rapidamente do ponto de milho verde (tipo
leitoso), enquanto os endospermas mais moles, tipo dente, e amiláceo, duram mais tempo
nesse estado. O milho híbrido passa do ponto muito rapidamente, devido ser um material
relativamente mais uniforme que as variedades que são mais variáveis.
Nos últimos anos a utilização de cultivares de milho prolífico tem sido anunciada
como uma opção para reduzir a densidade de semeadura, diminuindo dessa forma, a
competição sobre o feijoeiro e, ao mesmo tempo, causando uma redução menos acentuada na
produtividade da gramínea. uma tendência de selecionar cultivares de milho de menor
porte, mais precoce e também mais prolífico e avaliá-los em consórcio com o feijoeiro
(PEREIRA FILHO et al. 1991). Assim, os autores conduziram experimentos para avaliar o
comportamento de um híbrido simples prolífico e dois bridos duplos precoces em
monocultivo e em consórcio com o feijoeiro comum, semeado na mesma linha do milho. O
híbrido simples apresentou mesma produtividadade que um dos híbridos duplos, porém
superior a do outro híbrido. A produtividade do milho consorciado foi 21% menor que no
monocultivo, porém, não houve interação dos cultivares com sistemas e densidades,
evidenciando que o desempenho dos cultivares independe dos sistemas e das densidades de
plantas utilizadas. Neste caso, a produção equivalente de milho, isto é, a produção combinada
28
do milho mais feijão em função do preço das duas culturas, não foi significativa, assim a
menor produção de milho no consórcio foi compensada pela maior produtividade de grãos do
feijão, devido o preço do feijão ser 4,5 vezes maior que o do milho, evidenciando que o
sistema consorciado é uma prática vantajosa para o agricultor, pois a produção equivalente do
sistema consorciado foi 61% superior a do monocultivo de milho.
Cruz et al. (2000) verificaram que apenas 13 dos 200 cultivares de milho disponíveis
no Brasil eram explicitamente recomendados para a produção de milho verde, sendo que esses
cultivares também eram utilizados para grão, bem como que qualquer cultivar poderia ser
utilizado para o consumo “in natura”. Havia uma grande variação nos tipos de sementes
existentes no mercado: desde variedades com menor potencial produtivo e de menor custo até
híbridos simples de maior potencial produtivo e maior custo de sementes. Também
verificaram diferenças em termos de ciclo e características do grão, como cor e textura.
Oliveira et al. (2003) afirmam que no estudo do comportamento da cultura do milho
verde deve-se observar, a porcentagem e o peso de espigas comerciais, maior comprimento e
diâmetro médio de espigas, pois a comercialização é feita com base nessas características. O
milho verde possui maior valor de comercialização quando comparado ao milho grão. A
cultura além de absorver mão-de-obra familiar principalmente na época da colheita manual,
possibilitaria ao produtor o cultivo de feijão “da seca” em sucessão, no plantio direto, tendo
em vista a produção de palhada do milho.
Para Duarte et al. (2004) embora as empresas produtoras de sementes de milho para
grãos tenham desenvolvido cultivares que atendam as exigências do mercado consumidor de
milho quanto a grãos dentados amarelos, espigas grandes e cilíndricas, sabugo branco, boa
granação, bem empalhadas e com longevidade de colheita, boa resistência a lagarta da espiga,
ainda é grande o número de agricultores que vêm utilizando para este fim, os mesmos milhos
destinados a produção de grãos. Também é muito comum a utilização de cultivares de milho
recomendadas para a produção de silagem.
A escolha da semente depende do destino da produção. Assim o comprimento de
espigas com palha e o peso de espigas com palha são importantes quando o milho verde é
destinado à feiras livres e o comprimento de espigas sem palha e o peso de espigas sem palha
são importantes quando o milho verde se destina a supermercados. A comercialização ocorre
desde a venda a granel na própria lavoura onde o consumidor ou comerciante de derivados do
milho adquire o produto na quantidade desejada até o milho cozido à vapor embalado à vácuo
em embalagem plástica esterilizada. Nos mercados municipais, feiras livres e quitandas a
comercialização se na forma de atilho composto por seis espigas, ou ainda na forma livre
29
de quantas espigas o consumidor desejar. Nos supermercados são comercializadas cerca de 4
a 5 espigas semi-despalhadas em bandejas de isopor envoltas por filme plástico. No atacado o
milho é comercializado em embalagens de sacos de PVC trançado com capacidade de 50 a 60
espigas (DUARTE et al., 2004).
30
3- MATERIAL E MÉTODOS
3.1- Localização do trabalho de pesquisa e características do local
O experimento foi desenvolvido durante os anos de 2005 e 2006, em área experimental
do Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronecios do Extremo Oeste,
sediado no município de Andradina-SP, localizado na região noroeste do Estado de São Paulo a
379 metros de altitude, latitude 20°55’S e longitude 51°23’W. O clima, segundo a classificação
pen é tropical quente e úmido com inverno seco. A precipitação média anual é de 1150 mm e
a temperatura média anual é de 23°C. O solo do local foi classificado como Latossolo Vermelho
(OLIVEIRA et al., 1999).
As condições ambientais de distribuição de água (precipitação pluvial e irrigação) e
temperatura do ar (máximas e mínimas) que foram registradas durante o período de execução do
experimento estão ilustradas na Figura 01.
Antes da instalação do experimento foram coletadas amostras de solo da área
experimental e realizada a análise química seguindo metodologia proposta por Raij e Quaggio
(1983) e que está apresentada na Tabela 01.
31
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Março Abril Maio Junho
Mês
Altura de água
(mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
Temperatura (
o
C)
Altura 2005
Altura 2006
Max. 2005
Máx. 2006
Mín. 2005
Mín. 2006
Figura 01- Distribuição de altura de água (mm) e temperaturas máximas e mínimas do ar (
o
C)
observadas durante a condução dos experimentos em Andradina, SP, 2005 e 2006.
Tabela 01- Resultado da análise química e física do solo, referente a camada de 0-20 cm, no
local de condução dos experimentos em Andradina, SP, 2005 e 2006.
K
Ca
Mg
H+Al
SB
T
Ano
P
mg dm
-3
M.O
g dm
-3
pH
CaCl
2
mmol
c
dm
-3
V
%
2005
4,0
17,0
5,1
2,7
19,0
6,0
22,0
27,7
49,7
56,0
2006
5,0
16,0
5,3
1,6
17,0
7,0
19,0
26,0
45,0
58,0
Argila = 92 g kg
-1
Areia = 823 g kg
-1
Silte= 85 g kg
-1
32
3.2- Delineamento experimental e tratamentos utilizados
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 4 repetições e
11 tratamentos constituídos pela combinação de cultivares de milho e feijão em sistema
solteiro e consorciado de acordo com a Tabela 02. Os desdobramentos foram realizados
utilizando-se contrastes de interesse que foram analisados pelo teste “F”, conforme Pimentel-
Gomes e Garcia (2002). As parcelas de milho tanto solteiro como consorciado foram
constituídas por seis (6) linhas de milho espaçadas de 1,0 m entre si com 6,0 m de
comprimento. No sistema solteiro as parcelas de feijão foram constituídas por doze (12) linhas
de seis (6) metros. Nas parcelas em consórcio o feijão foi semeado nas entrelinhas do milho,
espaçado de 0,5 m, seguindo um arranjo de 1 (uma) fileira de milho para duas (2) de feijão.
Dentro da parcela foi considerada como área útil 2 linhas de plantas desprezando-se 0,5 m das
extremidades. A área útil colhida de milho e de feijão foi de 10,0 e 5,0 m
2
por parcela,
respectivamente.
Tabela 02- Tratamentos utilizados no estudo de consórcio milho-feijão em Andradina-SP.
Tratamentos
1 - Feijão cultivar IAC Carioca solteiro
2 - Feijão cultivar Juriti solteiro
3 - Feijão cultivar Colibri solteiro
4 - Feijão IAC Carioca + Milho CATIverde 02 em consórcio
5 - Feijão IAC Carioca + Milho XB 7012 em consórcio
6 - Feijão Juriti + Milho CATIverde 02 em consórcio
7 - Feijão Juriti + Milho XB 7012 em consórcio
8 - Feijão Colibri + Milho CATIverde 02 em consórcio
9 - Feijão Colibri + Milho XB 7012 em consórcio
10- Milho CATIverde 02 solteiro
11- Milho XB 7012 solteiro
33
A seguir estão descritas as principais características dos cultivares de feijão e milho
utilizados nos experimentos:
* IAC Carioca- feijão do grupo comercial carioca, ciclo de aproximadamente
90 a 105 dias, hábito de crescimento do tipo III (indeterminado prostrado), lançado pelo IAC
(Instituto Agronômico de Campinas) em 1980;
*IPR Juriti- feijão do grupo comercial carioca, ciclo não divulgado, hábito de
crescimento do tipo II (crescimento indeterminado com ramos eretos), lançado pelo IAPAR
(Instituto Agronômico do Paraná) em 2002;
*IPR Colibri- feijão do grupo comercial carioca, ciclo de 67 dias, hábito de
crescimento do tipo I (crescimento determinado), lançado pelo IAPAR (Instituto Agronômico
do Paraná) em 2004;
*CATIverde 02- Variedade de milho, originária da recombinação de linhagens
dentadas do cultivar AL 25, ciclo precoce (85 dias), grãos dentados amarelados tenros, altura
média de 2,40 m, resistente ao acamamento, período útil de colheita de 3 a 7 dias,
moderadamente resistente a doenças, podendo ser semeado o ano todo se dispuser de
irrigação e não houver risco de geada, espigas uniformes e com bom sabor, ótimo
empalhamento, comercializado pela CATI (Coordenadoria de Assistência cnica Integral),
desde 2002 .
*XB 7012- Híbrido de milho triplo, precoce, grãos alaranjados e semiduros,
podendo ser colhido verde ou seco, excelente empalhamento, porte médio de 1,85 a 2,00 m,
apresentando stay green, arquitetura foliar ereta, indicado para áreas com uso de média a alta
tecnologia, ótima tolerância à doenças, comercializado pela Semeali- Sementes Híbridas
LTDA, desde 2002 e atualmente comercializado pelo nome de XB 7116.
3.3- Instalação e condução do experimento
A semeadura foi realizada em área anteriormente ocupada com capim braquiária, na
qual foi realizada dessecação com a utilização do herbicida gliphosate (1560 g do i.a. ha
-1
). O
solo foi preparado através de uma aração e duas gradagens, sendo a primeira realizada logo após
a aração e a segunda às vésperas da semeadura. Foi efetuada calagem antes do preparo do solo
na dose de 1500 kg ha
-1
no primeiro ano de cultivo.
34
O feijão e o milho foram semeados manualmente e simultaneamente nos dias
19/03/2005 e 15/03/2006. Para o milho utilizou-se a população de 40 mil plantas ha
-1
. A
semeadura do feijão foi realizada objetivando-se obter 250 mil plantas ha
-1
no cultivo solteiro
com 12 sementes por metro e 125 mil plantas ha
-1
para o cultivo consorciado com 6 sementes
por metro. A adubação química básica foi realizada nos sulcos de semeadura considerando a
análise de solo e as recomendações de Ambrosano et al. (1996) para a cultura do feijão, e de
Raij e Cantarella (1996) para a cultura do milho. Utilizaram-se 250 kg ha
-1
da formulação 08-
28-16 nos sulcos de semeadura do milho e do feijão. Na adubação de cobertura foi aplicado
50 kg ha
-1
de N utilizando-se como fonte a uréia, para ambas as culturas, aplicado aos 30 dias
após a emergência das plantas de milho (estádio V6). As irrigações foram realizadas com
sistema convencional por aspersão, com precipitação dia de 3,3 mm h
-1
nos aspersores. O
manejo de água durante o desenvolvimento das culturas foi realizado conforme as
necessidades do feijoeiro.
Os demais tratos culturais e fitossanitários foram aqueles normalmente recomendados
às culturas para a região. O controle de plantas daninhas foi efetuado através de capina manual
aos 10 dias após a emergência (DAE) do milho. As sementes de milho foram tratadas com o
inseticida thiodicarb (600 g do i.a 100 kg
-1
de sementes). Foi realizada uma pulverização aos 10
DAE do milho, com lambdacyhalothrin (7,5 g do i.a ha
-1
) + mancozeb (1600 g do i.a. ha
-1
)
visando o controle da lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) e a prevenção de doenças no
feijoeiro e posteriormente outra pulverização (27 DAE do milho) com methomyl (0,6 l do i.a. ha
-
1
) + lambdacyhalothrin (7,5 g do i.a ha
-1
) para o controle da lagarta do cartucho.
Os aspectos visuais do experimento, bem como dos cultivares estão apresentados nos
Apêndices.
3.4- Avaliações realizadas
3.4.1- Para o feijoeiro:
-mero de dias para florescimento: Foi determinado o número de dias transcorridos entre a
emergência e o florescimento de 50% das plantas.
-Ciclo: Foi determinado o número de dias transcorridos entre a emergência das plântulas até a
colheita.
- Massa seca de plantas: Por ocasião do florescimento das plantas, foram coletadas ao acaso, 10
plantas da área útil de cada parcela, que foram levadas ao laboratório, acondicionadas em sacos
de papel devidamente identificados e colocados para secagem em estufa de ventilação forçada à
temperatura média de 60-70° C, até atingir a massa em equilíbrio.
35
-Componentes de produção: Por ocasião da colheita coletou-se 10 plantas em local pré-
determinado, na área útil de cada parcela, para avaliação de:
-Número de vagens planta
-1
: Foi calculado através do número total de vagens dividido pelo
número de plantas.
-Número de grãos planta
-1
: Foi obtido através do mero total de grãos dividido pelomero
de plantas.
-Número de grãos vagem
-1
: Calculado através da relação número total de grãos e número
total de vagens.
-Massa de 100 grãos: Foi determinado através da coleta ao acaso e pesagem de duas
amostras de 100 grãos por parcela.
-Produtividade de grãos: as plantas da área útil de cada parcela foram arrancadas e levadas para
secagem a pleno sol. Após a secagem, as mesmas foram submetidas a trilha manual e os grãos
foram pesados e os dados transformados em kg ha
-1
(13% base úmida).
3.4.2- Para a cultura do milho verde:
-Número de dias para o florescimento masculino: Considerou-se o florescimento masculino
quando 50% das plantas das parcelas estavam com as anteras abertas.
-Número de dias para o florescimento feminino: Foi determinado quando 50% das plantas das
parcelas estavam com os estigmas de fora.
-Ciclo: Foi anotado o número de dias transcorridos entre a emergência das plântulas até a
colheita das espigas no estádio R3, grão leitoso, ou seja quando os estigmas se soltavam
facilmente da espiga.
-Graus-dia ou acúmulo térmico: Calculado pela expressão:
Tb
TT
GD
n
i
ii
n
+
=
=1
2
minmax
Em que a Tmax
i
e Tmin
i
referem-se às temperaturas máxima e mínima do ar (
o
C), no i-ésimo dia
após a emergência e Tb é a temperatura basal mínima , sendo igual a 10
o
C. (DOURADO NETO
e FANCELLI, 2000).
-Altura da planta: Média da altura de dez plantas consecutivas, medida realizada do nível do solo
até o colar da última folha.
-Altura da espiga: Média da altura da primeira espiga, medida realizada do nível do solo até o nó
de inserção da primeira espiga. As plantas foram as mesmas usadas para determinar a altura da
planta.
36
-Massa das espigas com palha e despalhadas: Determinou-se a massa das espigas da área útil das
parcelas com palha e depois sem a palha, transformando os dados em kg ha
-1
.
-Massa da palha fresca- Calculada através da subtração da massa das espigas com palha e das
espigas sem palha e espigas fora do padrão comercial, sendo os dados transformados em kg
ha
-1
.
-Massa verde de plantas: Após a colheita das espigas verdes, cortou-se a parte aérea das mesmas
plantas a 10 cm do nível do solo e determinou-se sua massa verde, sendo os dados transformados
em kg ha
-1
.
-Número total de espigas: Foi determinado através da contagem de todas as espigas da área útil
da parcela e posteriormente efetuado o cálculo por hectare.
- Número de espigas comercializáveis: Foram consideradas espigas comercializáveis aquelas que
apresentavam diâmetro igual ou maior que 3,0 cm e comprimento igual ou maior que 15,0 cm,
(padrões exigidos pelo consumidor), eliminando as pequenas, mal-granadas ou danificadas
(PAIVA JUNIOR et al., 2001).
-Diâmetro médio das espigas despalhadas: Foi determinado o diâmetro das espigas comerciais
(em centímetros) por parcela por ocasião da colheita.
-Comprimento médio de espigas despalhadas: Foi determinado o comprimento das espigas
comerciais (em centímetros) por parcela na ocasião da colheita.
3.4.3- Avaliação do consórcio
3.4.3.1- Índice de equivalência de área (IEA)
O IEA foi calculado pela fórmula:
IMIF
Mm
Mc
Fm
Fc
IEA +=+=
Onde Fc e Mc são os rendimentos do feijão e milho em consórcio, Fm e Mm seus
rendimentos em monocultivo e IF e IM os índices individuais dessas culturas. O consórcio foi
considerado eficiente quando o IEA for superior a 1,0 e prejudicial à produção quando
inferior a 1,0 (VIEIRA, 1999).
37
3.4.3.2- Análise econômica do milho e feijoeiro em monocultivo e em consórcio
O custo anual de produção de ambas as culturas em cultivo solteiro e consorciado,
foi calculado com base no Custo Operacional Total (COT) utilizado pelo Instituto de
Economia Agrícola (IEA) e proposto por Matsunaga et al. (1976), que permite obter o Custo
Operacional Efetivo (COE), que se constitui na soma das despesas diretas de custeio, tais como:
o-de-obra, maquinaria, insumos (adubos, sementes, defensivos, etc.) e irrigação. O COT inclui
ainda, as despesas indiretas como:
- Juros de custeio- estimado como sendo uma taxa anual de juros que incide sobre a metade do
COE. A taxa de crédito rural para pequeno produtor é 4% a.a.
- Outras despesas- Foi estimada como uma taxa percentual sobre as despesas com operações e
material, no geral 5% do COE.
- Depreciação do equipamento de irrigação
Os indicadores de lucratividade utilizados foram os propostos por Martin (1997):
- Renda Bruta
RB = quantidade produzida x pro por unidade
- Lucro Operacional
L.O.= RB COT
- Índice de Lucratividade
IL = (L.O./RB)*100
Para elaboração dos custos de produção de cada tratamento, bem como dos indicadores de
lucratividade, considerou-se o preços em junho de 2005 e 2006, ou seja o custo de prodão foi
obtido no momento da colheita de ambas as culturas, pois o pequeno agricultor não teria condições
de armazenar as safras, devendo comercializá-las logo após a colheita. A tecnologia utilizada foi
mecanizada tratorizada no preparo do solo e na semeadura. A semeadura de ambas as culturas no
sistema de consórcio poderia ser executada pelo pequeno agricultor, semeando-se mecanicamente
o milho utilizando uma semeadora de 3 linhas tracionada por trator de 75 cv, e posteriormente o
feijoeiro seria semeado com a mesma semeadora trocando os discos e ajustando o espaçamento.
Na região, onde o trabalho foi desenvolvido, é posvel o aluguel de máquinas e implementos
(HM) para as operações mecanizadas em empresas especializadas ou mesmo o uso desses serviços
oferecidos pelos Departamentos Municipais Agrícolas. Por isso, considerou-se para operões
38
mecanizadas os valores médios praticados entre essas instituões. Neste caso, já estão incldos: a
o-de-obra do tratorista, os gastos com combusveis e lubrificantes, bem como a depreciação de
quinas e dos equipamentos. Os coeficientes cnicos utilizados para as operações manuais foram
obtidos em literatura e os valores de mão-de-obra obtidos junto aos produtores regionais que
apresentam o mesmo vel tecnogico. A colheita do milho verde, quando em consórcio com
cultivares de feijão de ciclo mais longo que o milho demandou 30% a mais de tempo para ser
executada.
39
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1- Número de dias para emergência, florescimento, ciclo das culturas e graus-dia
Os dados referentes ao número de dias para emergência, florescimento ciclo dos
cultivares e os graus-dia para a cultura do milho estão na Tabela 03. A emergência das plantas
de feijoeiro ocorreu sete dias após a semeadura e as de milho cinco dias após a semeadura. O
florescimento pleno dos cultivares IAC Carioca e Juriti ocorreu por volta dos 36 dias após a
emergência e o cultivar Colibri floresceu 28 dias após a emergência.
O ciclo dos cultivares de feijão IAC Carioca e Juriti encerrou-se após 81 dias na
primeira safra devido a chuva nesta época, a colheita teve que ser realizada com maior
umidade nos grãos. Porém, na segunda safra a colheita foi realizada aos 89 dias. O cultivar
Colibri mostrou-se mais precoce em relação aos demais, principalmente no cultivo solteiro
apresentando ciclo de 69 e 76 dias em sistema solteiro e consorciado, respectivamente.
Portanto o cultivar do tipo I alongou seu ciclo quando consorciado. Segundo Kluthcouski et
al. (1997) a variação do ciclo dos cultivares do feijoeiro está em função da altitude, latitude e
época de semeadura. Em regiões com mais de 600 m de altitude, o ciclo pode alongar-se por
mais de cinco dias. A colheita dos cultivares de ciclo médio pode coincidir ou acontecer após
a colheita do milho verde, que em média ocorre entre 90 e 110 dias da germinação.
O cálculo dos graus-dia revelou que tanto a variedade CATIverde 02 como o híbrido
XB 7012 foram considerados precoces conforme Fancelli e Dourado Neto (2000), pois em
2005, o acúmulo rmico foi de 849,1 e em 2006 foi de 848,7
o
dia. Segundo Cruz e Pereira
Filho (2002) as diferenças de ciclo da cultura do milho o motivadas pelo fato de que a
planta de milho é termossensível, portanto, dependendo da região e época de semeadura, as
plantas expostas a diferentes temperaturas terão encurtamento ou prolongamento do ciclo da
cultura, pelo acúmulo de unidades de calor. Altas temperaturas durante a fase vegetativa
40
resultam em maior acúmulo de unidades calóricas, ocorrendo uma redução do ciclo e do
potencial produtivo da cultura.
Tabela 03- Número de dias para emergência, florescimento pleno, ciclo de cultivares de feijão
e milho solteiros e consorciados e graus-dia, em Andradina, SP, 2005 e 2006.
Os cultivares de milho apresentaram comportamento idêntico nos dois anos agrícolas,
pois emergiram cinco dias após a semeadura. O florescimento masculino ocorreu aos 49 e 56
dias após a emergência, em 2005 e 2006, respectivamente. O florescimento feminino ocorreu
aos 51 e 58 dias após a emergência das plantas na primeira e segunda safras, respectivamente.
No ano agrícola de 2005 a colheita das espigas no estádio leitoso foi realizada aos 74 dias
após a emergência. no ano seguinte, em virtude da menor disponibilidade hídrica e de
temperaturas mais baixas, o ciclo do milho se alongou até os 84 dias. Assim, nas condições de
altitude, onde foram conduzidos os experimentos, cerca de 379 m, o ciclo dos cultivares,
variam pouco, sendo o feijão Colibri o mais adequado para este tipo de consórcio, devido sua
colheita ocorrer antes do milho verde.
Cultivares Emergência
(DAS)
Florescimento
(DAE)
Ciclo
(DAE)
Graus-dia
Feijão
2005 2006 2005 2006 2005 2006 2005
2006
IAC Carioca 7 7 36 35 81 89
Juriti 7 7 36 35 81 89
Colibri 7 7 28 28 69/76** 69
-
-
-
-
-
-
Milho
CATIverde 02 5 5 49/51* 56/58*
74 84
XB 7012 5 5 49/51* 56/58*
74 84
849,1
848,7
*Florescimento masculino e feminino, respectivamente.
**Florescimento solteiro e consorciado, respectivamente
DAS- Dias após a semeadura
DAE- Dias após a emergência
41
4.2- Cultura do feijoeiro
Nas Tabelas 04 e 05 estão as médias da massa seca de plantas, número de vagens
planta
-1
e de grãos planta
-1
, obtidas em 2005 e 2006, respectivamente. Observa-se que o
consórcio influenciou principalmente a quantidade de vagens planta
-1
, que foi maior no
sistema solteiro, dados que concordam com Coelho e Smith (1999) e Maciel et al. (2004a).
No entanto, utilizando o mesmo arranjo de duas fileiras de feijão entre as fileiras de milho,
Soares et al. (2000) não encontraram diferenças entre os sistemas para o número de vagens
planta
-1
, grãos vagem
-1
e massa de 100 grãos do cultivar Jalo Precoce. O número de grãos
planta
-1
também sofreu influência do consórcio, fato que pode ser explicado pela competição
exercida pelo milho sobre o feijoeiro. Em ambos os anos, o cultivar Colibri, cujo hábito de
crescimento é do tipo I apresentou menor massa seca de plantas, tanto no sistema solteiro
quanto em consórcio, devido sua precocidade em relação aos demais. O seu ciclo terminou
em dia aos 72 dias após a emergência, enquanto que os demais apresentaram ciclo de 85
dias. O cultivar Juriti em sistema solteiro foi o que apresentou maior massa seca de plantas em
relação aos demais (16,39 e 9,98 g planta
-1
em 2005 e 2006, respectivamente). Em 2005
houve decréscimo no mero de vagens planta
-1
e grãos planta
-1
dos cultivares de hábitos do
tipo III para o tipo I.
Em 2006 os cultivares IAC Carioca e Juriti apresentaram comportamento semelhante.
Observa-se que todos os cultivares consorciados com o híbrido XB 7012 apresentaram
menores valores em todas as características avaliadas. O híbrido, apesar de apresentar menor
porte e folhas mais eretas, influenciou mais e negativamente o comportamento do feijoeiro
que a variedade. Fato comentado também por Ramalho et al. (1985b) que relatam que a
utilização de cultivares de milho de menor porte não tem propiciado melhoria do desempenho
do feijão consorciado. Vieira (1999) reafirma que não faz diferença para os feijoeiros se ele é
consorciado com cultivares de milho precoce, prolífico ou de menor porte, porém o cultivar
de milho Erecta de porte normal e folhas mais eretas proporcionou pequeno aumento no
rendimento do feijão quando comparado com cultivares de milho de porte normal e folhas
normais ou baixo e folhas normais.
42
Tabela 04-
Médias de massa seca, número de vagens e de grãos planta
-1
, do feijoeiro cultivado
em consórcio com o milho e em monocultivo, em 2005.
Tratamentos
Massa seca
(g planta
-1
)
Número
de vagens
planta
-1
Número
de grãos
planta
-1
1- Feijão cultivar IAC Carioca solteiro
2- Feijão cultivar Juriti solteiro
3- Feijão cultivar Colibri solteiro
4- Feijão IAC Carioca x Milho CATIverde 02 em
consórcio
5- Feijão IAC Carioca x Milho XB 7012 em consórcio
6- Feijão Juriti x Milho CATIverde 02 em consórcio
7- Feijão Juriti x Milho XB 7012 em consórcio
8- Feijão Colibri x Milho CATIverde 02 em consórcio
9- Feijão Colibri x Milho XB 7012 em consórcio
11,98
16,39
9,48
15,92
13,93
17,12
14,73
9,27
9,45
15,35
14,93
12,90
10,15
8,45
10,35
7,72
11,55
7,42
70,42
68,38
49,65
44,40
38,38
47,47
34,73
43,35
27,93
Tabela 05
-
Médias de massa seca, número de vagens e de grãos planta
-1
, do feijoeiro cultivado
em consórcio com o milho e em monocultivo, em 2006.
Tratamentos
Massa
seca
(g planta
-1
)
Nº de
vagens
planta
-1
Nº de
grãos
planta
-1
1- Feijão cultivar IAC Carioca solteiro
2- Feijão cultivar Juriti solteiro
3- Feijão cultivar Colibri solteiro
4- Feijão IAC Carioca x Milho CATIverde 02 em
consórcio
5- Feijão IAC Carioca x Milho XB 7012 em consórcio
6- Feijão Juriti x Milho CATIverde 02 em consórcio
7- Feijão Juriti x Milho XB 7012 em consórcio
8- Feijão Colibri x Milho CATIverde 02 emconsórcio
9- Feijão Colibri x Milho XB 7012 em consórcio
8,27
9,98
6,70
8,28
8,29
10,38
8,45
7,70
8,22
10,22
11,05
6,23
6,13
8,88
7,60
5,73
5,60
4,03
30,58
31,45
22,90
20,50
28,63
26,10
20,20
24,43
16,88
43
Nas Tabelas 06 e 07 estão as médias do número de grãos vagem
-1
, massa de 100 grãos
e produtividade de grãos ha
-1
, observadas em 2005 e 2006. Nota-se que a produtividade do
feijoeiro foi bastante afetada pelo consórcio. Essa redução provavelmente é conseqüência da
menor população de plantas utilizada no consórcio (125 mil plantas ha
-1
) e da redução na
quantidade de luz para o feijão em função da altura das plantas de milho. A diminuição na
produtividade no sistema consorciado também foi relatada por Ramalho et al. (1985a) que
observaram uma redução média de 58% na produtividade dos feijoeiros consorciados com
milho para grão, quando comparados ao monocultivo. Coelho et al. (1984) observaram
reduções na produtividade do feijoeiro da ordem de 66%. Cruz et al. (1984) verificaram
reduções de 84 a 70% na produtividade do feijoeiro, quando em consórcio. Carvalho e Leal
(1991) observaram reduções menos acentuadas na produtividade (35%). Essas reduções nas
produtividades observadas pelos autores são sempre atribuídas a redução na população de
plantas e a competição interespecífica com o milho.
O número de grãos vagem
-1
o sofreu interferência do consórcio e todos os cultivares
consorciados independente do tipo de milho apresentaram comportamento semelhante quanto
a grãos vagem
-1
. Em 2005 em relação à massa de 100 grãos destacou-se o cultivar IAC
Carioca em monocultivo com 26,04 g, uma das razões pela qual é amplamente cultivado na
região em sistema solteiro. Porém quando em consórcio esse cultivar apresentou grãos com
mesma massa dos cultivares Juriti e Colibri. A menor massa de grãos foi verificada no
cultivar Colibri quando em consórcio. em 2006 a massa de 100 grãos foi praticamente a
mesma em todos os tratamentos. Essa é uma característica mais ligada ao cultivar do que ao
sistema de cultivo utilizado.
44
Tabela 06
-
Médias do número de grãos vagem
-1
, massa de 100 grãos e produtividade de grãos,
do feijoeiro cultivado em consórcio e em monocultivo, em 2005.
Tratamentos
Nº de
grãos
vagem
-1
Massa
de 100
grãos (g)
Produtividade
de grãos
(kg ha
-1
)
1- Feijão cultivar IAC Carioca solteiro
2- Feijão cultivar Juriti solteiro
3- Feijão cultivar Colibri solteiro
4- Feijão IAC Carioca x Milho CATIverde 02 em
consórcio
5- Feijão IAC Carioca x Milho XB 7012 em consórcio
6- Feijão Juriti x Milho CATIverde 02 em consórcio
7- Feijão Juriti x Milho XB 7012 em consórcio
8- Feijão Colibri x Milho CATIverde 02 em consórcio
9- Feijão Colibri x Milho XB 7012 consórcio
4,55
4,59
3,84
4,41
4,48
4,59
4,53
3,75
3,77
26,04
18,80
17,89
18,40
16,72
17,87
17,72
15,71
15,23
1773
1927
1860
742
504
721
429
649
362
Tabela 07
-
Médias do número de grãos vagem
-1
, massa de 100 grãos e produtividade de grãos,
do feijoeiro cultivado em consórcio e em monocultivo, em 2006.
Tratamentos
Nº de
grãos
vagem
-1
Massa
de 100
grãos (g)
Produtividade
de grãos
(kg ha
-1
)
1- Feijão cultivar IAC Carioca solteiro
2- Feijão cultivar Juriti solteiro
3- Feijão cultivar Colibri solteiro
4- Feijão IAC Carioca x Milho CATIverde 02 em
consórcio
5- Feijão IAC Carioca x Milho XB 7012 em consórcio
6- Feijão Juriti x Milho CATIverde 02 em consórcio
7- Feijão Juriti x Milho XB 7012 em consórcio
8- Feijão Colibri x Milho CATIverde 02 em consórcio
9- Feijão Colibri x Milho XB 7012 em consórcio
2,91
2,70
3,71
3,36
3,19
3,46
3,45
4,34
4,20
21,39
20,91
21,13
22,70
21,83
22,47
22,05
21,43
21,87
948
963
742
706
462
532
435
465
361
45
No primeiro ano, as produtividades obtidas pelos cultivares em sistema de
monocultivo foram superiores a 1700 kg ha
-1
. dias consideradas normais para esta época
de cultivo, uma vez que são usadas tecnologias como irrigão, adubação, calagem, etc. O
consórcio com a variedade CATIverde 02 proporcionou maior produtividade de grãos e
apresentou pouca variação entre os cultivares. Portanto, o porte mais alto dessa variedade de
milho não teve influência negativa sobre os cultivares de feijoeiro, concordando com os
relatos de Ramalho et al. (1984) e Vieira (1999) que afirmam que cultivares de milho mais
baixos não contribuem para um melhor desempenho do feijoeiro. As menores produtividades
foram verificadas no consórcio do cultivar de feijoeiro Colibri com o híbrido de milho XB
7012 com rendimento de 362 kg ha
-1
. A melhor combinação no sistema de consórcio foi
feijão IAC Carioca e milho CATIverde 02, o qual proporcionou produtividade média de grãos
de feijão de 742 kg ha
-1
. Portanto, a variedade de milho seria a mais indicada para o consórcio
para beneficiar o comportamento do feijoeiro, apesar de apresentar maior porte e arquitetura
foliar normal.
Em 2006 as produtividades obtidas foram menores que na safra de 2005,
principalmente no cultivo solteiro, cujo rendimento máximo foi de 963 kg ha
-1
, obtido com o
Juriti em monocultivo. Isso deve ter ocorrido devido às condições climáticas mais
desfavoráveis, principalmente menor disponibilidade de água (intensidade de chuvas e lâmina
de irrigação). Como houve maior estabilidade de produtividade no consórcio, indicação de
que o monocultivo é mais sensível as variações climáticas.
De modo geral, no sistema solteiro destacou-se o cultivar do tipo II, que apresentou
maior produtividade nos dois anos de cultivo, 1927 e 963 kg ha
-1
, respectivamente para 2005
e 2006. Em consórcio destacou-se o cultivar IAC Carioca (III) com produtividade de grãos de
742 e 706 kg ha
-1
no primeiro e segundo ano, respectivamente, seguido do cultivar Juriti que
produziu 721 e 532 kg ha
-1
em 2005 e 2006. Stoffel et al. (1999) também encontraram
superioridade do cultivar do tipo II em monocultivo em relação ao cultivar do tipo III e, em
consórcio com milho o cultivar do tipo III apresentou maior produtividade comparado ao do
tipo II. Estes resultados concordam com os reportados por Vieira (1999) que verificou, numa
série de experimentos, que o rendimento dos cultivares de feijão em monocultivo é o principal
fator que determina-lhes o comportamento no consórcio. Assim não seria necessário testar
cultivares recém-criados no sistema de consórcio antes de distribuí-los aos agricultores.
46
Na Tabela 08 estão apresentados os quadrados dios dos diferentes contrastes
obtidos nos anos de 2005 e 2006. Nota-se que para o contraste C1
(
Feijão vs. Feijão+Milho)
apenas a massa seca de plantas e o número de grãos por vagem não apresentaram diferenças
significativas em 2005. As características número de vagens planta
-1
, número de grãos planta
-
1
, massa de 100 grãos e a produtividade de grãos foram influenciados pelo consórcio com o
milho. em 2006 não houve diferenças para a massa seca de plantas, número de grãos
planta
-1
e massa de 100 grãos.
Ao se comparar o comportamento dos cultivares entre si no sistema solteiro
(Contrastes C2, C3 e C4), verifica-se que os cultivares apresentaram comportamento
semelhante na maioria das características avaliadas, apesar de serem de hábitos de
crescimento diferentes. No ano de 2005 a massa de 100 grãos apresentou diferença
significativa para o cultivar IAC Carioca quando comparado com os demais cultivares (C2 e
C3). O cultivar Colibri também diferiu estatisticamente dos demais para grãos planta
-1
, grãos
vagem
-1
e massa de 100 grãos(C3 e C4).
Na avaliação do consórcio do feijoeiro com cultivares de milho de diferentes tipos (C5
= Feijão+Milho CATIverde 02 vs. Feijão+Milho XB 7012) nota-se influências no número de
vagens planta
-1
, grãos planta
-1
e produtividade. Na comparação do efeito do consórcio sobre
os diferentes cultivares (C6, C7 e C8), todos apresentaram influência no número de vagens
planta
-1
, grãos planta
-1
e rendimento. As demais características o sofreram interferência do
consórcio.
Em 2006 o cultivar Colibri em monocultivo apresentou diferenças significativas em
relação ao IAC Carioca e Juriti para vagens planta
-1
(C3 e C4). Não se verificou influência do
consórcio com os tipos de milho (C5) nas características do feijoeiro. A influência do
consórcio comparado ao monocultivo para cada cultivar afetou mais o número de vagens
planta
-1
(C6 e C7) e o rendimento (C6, C7 e C8), indicando que os cultivares apresentaram
comportamento semelhante e influenciado pelo consórcio. O cultivar Colibri o apresentou
diferenças no número vagens planta
-1
em consórcio quando comparado ao monocultivo.
47
Tabela 08
-
Quadrados médios dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do feijoeiro cultivado em consórcio e em monocultivo. Andradina
(SP), 2005 e 2006.
Contrastes
Massa seca
(g planta
-1
)
de
vagens
planta
-1
Nº de
grãos
planta
-1
Nº de
grãos
vagem
-1
Massa
de 100
grãos (g)
Produtividade
de grãos
(kg ha
-1
)
2005
C1 4,94 209,44**
4396,09** 0,04 126,27** 13217425,32**
C2
38,98* 0,36 8,40 0,01 104,98** 47339,62
C3
12,47 12,01 836,20* 0,99** 132,84** 15129,30
C4
95,56**
8,20 701,25* 1,15** 1,36 8944,52
C5 11,77 47,60**
779,76* 3,56 444203,27**
C6 23,13 97,61**
2248,47**
0,01
0,03 192,04**
3527893,44**
C7 0,58 92,43**
1983,80** 0,01 2,71 4871706,87**
C8 0,04 31,05* 523,60* 0,02 15,68 4890919,06**
C.V. (%) 22,62 21,62 23,72 5,69 15,20 23,85
2006
C1 0,44
64,45**
243,83 2,52** 6,69 1218932,94**
C2
5,90 1,39 1,53 0,09 0,47 42,53
C3 4,91 31,84**
117,81 1,30 0,13 84563,28
C4
21,58 46,56**
146,20 2,07* 0,10 97240,51
C5
1,30 0,33 18,90 0,08 0,47 132224,42
C6
0,01 19,66**
96,40 0,36 2,05 352449,61*
C7
0,87 51,33**
183,71 1,53* 4,88 610821,24**
C8
4,20 5,32 13,50 0,83 0,71 288423,37*
C.V.(%)
27,42
21,10
32,83
16,27
11,03
36,77
* - Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F, ** - Significativo a 1% de probabilidade pelo
teste F.
C1- Feijão vs. Feijão+Milho; C2- Feijão IAC vs. Feijão Juriti; C3- Feijão IAC vs Feijão Colibri; C4-
Feijão Juriti vs. Feijão Colibri; C5 - Feijão+Milho CATIverde vs. Feijão+Milho XB; C6 - Feijão IAC
vs. Feijão IAC+Milho; C7-Feijão Juriti vs. Feijão Juriti+Milho; C8- Feijão Colibri vs. Feijão
Colibri+Milho
48
Na Tabela 09 estão apresentados os valores médios dos diferentes contrastes nos dois
anos agrícolas. O valor do contraste mostra o quanto um tratamento (ou grupo de tratamentos)
foi superior ao outro tratamento (ou grupo), respeitando as devidas unidades. O sinal negativo
indica que dentro do contraste, o tratamento (ou grupo) à direita é superior ao tratamento (ou
grupo) da esquerda. Assim, nota-se que para massa seca de plantas, os tratamentos
consorciados apresentaram mais massa vegetativa que os tratamentos no sistema solteiro
(C1), pois neste contraste compara-se o comportamento dos cultivares solteiros (IAC
Carioca+ Juriti+Colibri) com todos os cultivares consorciados (IAC Carioca x CATIverde
02+IAC Carioca x XB 7012+ Juriti x CATIverde 02+ Juriti x XB 7012 +Colibri x CATIverde
02+Colibri x XB 7012). Porém, conforme relatado anteriormente, a análise da massa seca de
plantas não apresentou diferenças significativas nos níveis de probabilidade estudados. O
cultivar Juriti apresentou maior massa que o cultivar IAC Carioca (C2) e o Colibri (C4). O
cultivar IAC Carioca apresentou por sua vez maior massa que o cultivar Colibri (C3). Os
cultivares do tipo II e III apresentam hábito de crescimento indeterminado e ciclo maior que o
Tipo I (Colibri), o que justifica as maiores massas vegetativas. Percebe-se também que o
consórcio de feijoeiro com milho variedade proporcionou maior crescimento vegetativo que
com o híbrido (C5), provavelmente devido a sua maior altura que estimula o feijoeiro a
desenvolver mais na busca pela luz. O cultivar do tipo III em consórcio foi o que apresentou
maiores diferenças de massa em relação ao sistema solteiro (C6, C7 e C8). A massa do
cultivar Juriti sofreu pouca interferência do sistema de cultivo (C7). Nota-se que em consórcio
aumento da massa vegetativa em detrimento da parte reprodutiva, provavelmente devido
ao maior sombreamento exercido pela cultura consorte mais alta.
O número de vagens planta
-1
, foi uma das características mais afetadas pelo
consórcio, concordando com os relatos de Maciel et al. (2004a) e Ramalho et al. (1990). Os
cultivares solteiros produziram 5,11 e 2,84 vagens a mais que os cultivares em consórcio em
2005 e 2006, respectivamente. Esses resultados são explicados por Portes e Silva (1996), pois
relatam que a partir dos 40 dias após a emergência das culturas, as áreas foliares do milho
ultrapassam a do feijoeiro consorciado, o que faz com que haja inibição na produção de folhas
novas pelo feijoeiro, resultando em queda na produção da leguminosa, pois é nessa fase que
estão ocorrendo simultaneamente a floração e o enchimento de vagens, prejudicando estas
fases, pelo não suprimento adequado de fotoassimilados. Em sistema solteiro, o cultivar tipo
III produziu em média 3,22 mais vagens que o Colibri (C3) e o tipo II produziu 3,44 mais
vagens que o tipo I (C4). Essa característica foi influenciada pelo tipo de milho utilizado no
consórcio. Assim o uso da variedade CATIverde 02 resultou em 2,82 mais vagens por planta
49
de feijoeiro que o híbrido XB 7012 (C5) no primeiro ano do experimento. A influência do
sistema de cultivo em cada cultivar (C6, C7 e C8) revela que os cultivares IAC Carioca e
Juriti apresentaram quase 5 vezes mais vagens quando solteiros, enquanto o Colibri produz
2,41 mais vagens nesse sistema. Portanto, os cultivares do tipo II e III se mostraram mais
adaptados a competição com o milho quando comparados ao cultivar do tipo I.
Tabela 09-
Médias dos contrastes obtidos na avaliação das características agronômicas do
feijoeiro cultivado em consórcio e em monocultivo em 2005 e 2006.
Contrastes
Massa seca
(g planta
-1
)
Nº de
vagens
planta
-1
Nº de
grãos
planta
-1
Nº de
grãos
vagem
-1
Massa de
100 grãos
(g)
Produtividade
de grãos
(kg ha
-1
)
2005
C1 -0,78 5,11 23,44 0,07 3,97 1285
C2 -4,41 0,42 2,05 -0,05 7,25 -153
C3 2,50 2,45 20,78 0,71 8,15 -87
C4 6,91 2,02 18,73 0,76 0,91 67
C5 1,14 2,82 11,40 -0,01 0,77 272
C6 - 2,94 6,05 29,04 0,10 8,49 1150
C7 0,46 5,89 27,28 0,04 1,01 1351
C8 0,12 3,41 14,02 0,08 2,43 1354
2006
C1 -0,23 2,84 5,52 -0,56 -0,91 390
C2 -1,71 -0,84 -0,87 0,21 0,49 -15
C3 1,57 3,99 7,68 -0,81 0,25 206
C4 3,28 4,83 8,55 -1,01 -0,23 220
C5 0,46 0,23 1,78 0,11 0,28 148
C6 -0,02 2,71 6,01 -0,37 -0,88 363
C7 0,57 4,39 8,30 -0,75 -1,35 478
C8 -1,25 1,41 2,25 -0,56 -0,51
328
C1- Feijão vs. Feijão+Milho; C2- Feijão IAC vs. Feijão Juriti; C3- Feijão IAC vs Feijão Colibri; C4-
Feijão Juriti vs. Feijão Colibri; C5 - Feijão+Milho CATIverde vs. Feijão+Milho XB; C6 - Feijão IAC
vs. Feijão IAC+Milho; C7-Feijão Juriti vs. Feijão Juriti+Milho; C8- Feijão Colibri vs. Feijão Colibri
+Milho.
50
Com relação a produtividade, no primeiro ano, o sistema solteiro produziu 1285 kg
ha
-1
de grãos a mais que o feijão consorciado. Já em 2006 essa diferença foi de apenas 390 kg
ha
-1
. A maior produtividade observada nos cultivares solteiros se deve em grande parte a
população de feijoeiro utilizada ser maior nesse sistema e no consórcio ser de 125 mil plantas
ha
-1
para evitar prejuízos à cultura do milho. No sistema solteiro o cultivar Juriti apresentou
maior produtividade que os demais, cerca de 153 e 15 kg ha
-1
a mais que o IAC Carioca (C2)
em 2005 e 2006, respectivamente e 67 e 220 kg ha
-1
a mais que o cultivar Colibri (C4). O
cultivar do tipo III foi melhor que o do tipo I em média de 118 kg ha
-1
de grãos (C3). Os
cultivares consorciados com a variedade CATIverde 02 renderam 272 e 148 kg a mais que
quando consorciadas com o híbrido XB 7012 (C5). Portanto, o consórcio com a variedade
proporcionou melhor desenvolvimento do feijão, quando comparada com o híbrido, sendo a
primeira menos competitiva pelos fatores ambientais.
As menores diferenças de produtividade entre os cultivares em sistema solteiro e
consorciado foram observadas no cultivar de feijoeiro IAC Carioca seguido do Juriti (C6, C7
e C8). Estes resultados divergem dos obtidos por Carvalho e Leal (1991) que observaram que
o cultivar Bajó (Tipo I) apresentou menor redução no consórcio quando comparado à 5
cultivares de crescimento indeterminado, apesar de apresentar produtividade semelhante a
eles. Também não houve efeito significativo dos cultivares de milho de diferentes portes e
ciclos sobre o rendimento do feijão.
Os estudos relacionando os diversos tipos de hábitos de crescimento com parâmetros
agronômicos e fenológicos como produtividade, área foliar, entre outros são bastante
escassos. Em um estudo relacionando rendimento de feijão de diferentes hábitos de
crescimento quando consorciado com milho, não houve efeito do tipo de crescimento com o
rendimento de grãos, também não houve relação negativa entre produtividade de grãos de
feijão e de milho (PORTES e SILVA, 1996).
Os resultados obtidos concordam com as afirmações de Vieira (1999) que relata que
a maioria dos estudos sobre consórcio milho e feijão indicam que os cultivares do tipo III
tendem a melhor comportamento no consórcio em cultivo simultâneo com o milho,
principalmente os de maior capacidade produtiva em monocultivo. De acordo com o autor os
cultivares mais produtivos na associação com o milho também o são no monocultivo e que,
em regra os menos produtivos no consórcio também rendem pouco no monocultivo.
51
4.3- Cultura do milho verde
As médias das características agronômicas massa de espigas com palha, espigas sem
palha, palha fresca e massa verde de plantas obtidas em 2005 e 2006 estão contidas nas
Tabelas de 10 e 11, respectivamente. Em 2005, as maiores massas de espigas com palha
foram observadas no brido XB 7012 consorciado com o feijoeiro cultivar Colibri, seguido
do híbrido em sistema solteiro, sendo de 11508 e 11287 kg ha
-1
, respectivamente. A menor
massa de espigas com palha foi observada no consórcio da variedade com o cultivar IAC
Carioca, cerca de 6745 kg ha
-1
. O brido de milho apresentou sempre as melhores
produtividades de espigas com palha, quando comparado com a variedade. Para massa de
espigas despalhadas, também houve esse mesmo comportamento. Os cultivares de milho
utilizados apresentaram comportamento diferentes entre si, ou seja, o híbrido XB 7012
alcançou maiores produtividades que a variedade, porém a produtividade de espigas sem
palha no sistema solteiro e consorciado foram bastante semelhantes. A variedade consorciada
com todos os tipos de feijoeiro apresentou queda na produtividade quando comparada ao seu
comportamento em monocultivo. A palha das espigas, as espigas refugo e a massa verde das
plantas são aspectos importantes a serem avaliados, uma vez que podem ser utilizados na
alimentação animal nas pequenas propriedades. Neste sentido, os maiores valores para essas
características foram obtidos com o híbrido independente do sistema de produção. A massa
verde das plantas avaliada após a colheita revelou que a variedade produziu menores
quantidades, em torno de 2500 kg ha
-1
.
Na Tabela 11, observa-se que as produtividades de milho verde foram superiores às
obtidas no ano anterior, provavelmente pelo efeito benéfico do adubo utilizado no feijoeiro e
pela pequena queda na produtividade do feijoeiro em consórcio. Assim, o feijoeiro exerceu
menor competitividade em 2006 que em 2005, e o milho ser mais eficiente nas condições
climáticas desfavoráveis deste ano, principalmente em relação ao fator água. Flesch (2002)
explica que as diferenças em porte e arquitetura dessas duas espécies consorciadas, favorecem
o milho na competição por radiação solar quando elas são semeadas muito próximas. Além
disso, o milho, por ter sistema radicular mais vigoroso, é favorecido em relação ao feijoeiro
na absorção de água e nutrientes.
Vieira (1999) afirma que quando o consórcio é bem fertilizado, como no presente
caso, o desenvolvimento do milho é estimulado e esta planta torna-se mais competitiva, ou
seja, o feito do adubo sobre a leguminosa passa a ser limitado pela concorrência exercida pelo
milho. A adubação das duas culturas semeadas em fileiras diferentes pode apresentar
desvantagens de ordem econômica.
52
Tabela 10- Médias de massa de espigas com palha, espigas sem palha, palha fresca e massa
verde de plantas milho verde cultivado em consórcio com o feijoeiro e em
monocultivo, em 2005.
Tratamentos Massa de
espigas
com palha
(kg ha
-1
)
Massa de
espigas
sem palha
(kg ha
-1
)
Massa da
palha
fresca
(kg ha
-1
)
Massa
verde das
plantas
(kg ha
-1
)
1- Milho CATIverde 02 solteiro 8784 5117 3667 2567
2- Milho XB 7012 solteiro 11287 5704 5584 3066
3- Milho CATIverde 02 x Feijão IAC
Carioca em consórcio
6745 4114 2631 2366
4- Milho XB 7012 x Feijão IAC Carioca
em consórcio
11037 5557 5480 2669
5- Milho CATIverde 02 x Feijão Juriti em
consórcio
8345 4627 3718 2786
6- Milho XB 7012 x Feijão Juriti em
consórcio
10920 5477 5443 3608
7- Milho CATIverde 02 x Feijão Colibri em
consórcio
7853 4301 3551 2678
8- Milho XB 7012 x Feijão Colibri em
consórcio
11508 5961 5546 3171
Tabela 11- Médias de massa de espigas com palha, espigas sem palha, palha fresca e massa
verde de milho verde cultivado em consórcio com o feijoeiro e em monocultivo,
em 2006.
Tratamentos Massa de
espigas
com
palha
(kg ha
-1
)
Massa de
espigas sem
palha
(kg ha
-1
)
Massa da
palha
Fresca
(kg ha
-1
)
Massa
verde de
plantas
(kg ha
-1
)
1- Milho CATIverde 02 solteiro 8871 5660 3211 4336
2- Milho XB 7012 solteiro 13260 7452 5808 4584
3- Milho CATIverde 02 x Feijão IAC
Carioca em consórcio
9663 5113 4550 4199
4- Milho XB 7012 x Feijão IAC Carioca
em consórcio
10788 5835 4953 4884
5- Milho CATIverde 02 x Feijão Juriti em
consórcio
8694 5157 3537 4227
6- Milho XB 7012 x Feijão Juriti em
consórcio
11791 6717 5074 4725
7- Milho CATIverde 02 x Feijão Colibri em
consórcio
10101 4276 5825 4463
8- Milho XB 7012 x Feijão Colibri em
consórcio
11707 5771 5936 4916
53
No segundo ano a maior massa de espigas com palha foi observada no híbrido XB
7012 em monocultivo, com 13.260 kg ha
-1
, seguido do consórcio com o cultivar Juriti e
Colibri. Novamente, o híbrido apresentou as melhores produtividades de espigas com palha,
quando comparado com a variedade. Porém, o consórcio do híbrido, neste segundo ano
apresentou menores produtividades comparado ao monocultivo. Já para a variedade houve
acréscimo de espigas com palha do sistema solteiro para o consorciado, pois no primeiro
sistema a variedade produziu 8871 kg ha
-1
de espigas com palha e no consórcio com o cultivar
Colibri produziu 10101 kg ha
-1
, sendo esta a melhor combinação de consórcio para a
variedade. A menor produtividade foi observada na variedade consorciada com o cultivar
Juriti. Neste caso houve uma pequena queda na produtividade quando comparada ao
monocultivo. Para massa de espigas sem palha, também foi observada esta mesma tendência
no híbrido de queda do sistema solteiro para o consorciado. para a variedade observou-se
produção de espigas sem palha semelhante nos tratamentos utilizados, exceto pela menor
produtividade observada na combinação do CATIverde 02 com o cultivar Colibri. Isso
demonstra que esta combinação produz maior quantidade de palha e espigas refugo, que
podem ser utilizadas na alimentação animal. Para o híbrido o melhor consórcio, considerando
a massa de espigas com palha foi com o cultivar Juriti. A massa da palha fresca foi maior no
híbrido que com a variedade, embora o consórcio do CATIverde 02 com o cultivar Colibri
produziu valores semelhantes aos obtidos no híbrido solteiro. Os menores valores foram
observados na variedade em sistema solteiro, seguido de seu consórcio com o feijão Juriti. Se
o objetivo for o aproveitamento da palha das espigas e das espigas refugos, esta seria a pior
combinação. Como normalmente o interesse principal é a massa de espigas sem palha, melhor
seria o cultivo do híbrido solteiro ou consorciado com o cultivar Juriti, pois além de produzir
mais espigas comercializáveis, produz grande quantidade de subproduto que poderia ser
aproveitado para outros fins. Com relação à massa verde da parte aérea de plantas após a
colheita, observa-se que os tratamentos apresentaram comportamento bastante semelhante,
geralmente produzindo em torno de 4500 kg ha
-1
.
Ramos (1984) e Souza Filho e Andrade (1984) também não verificaram efeito do
consórcio do feijão sobre o rendimento de grãos de milho. Trabalhando com consórcio de
milho verde com leguminosas, Oliveira et al. (2003) não encontraram diferenças significativas
nas características agronômicas do milho DINA- 170 (específica para milho verde) em
monocultivo e consorciado com mucuna-preta e feijão-de-porco, semeadas 25 dias após o
milho. As variáveis que expressam a produção não foram afetadas pelas leguminosas, de
forma que, do ponto de vista do produtor, visando o aspecto financeiro, o peso de espigas com
54
palha, comprimento de espigas, número e peso de espigas comerciais, matéria fresca e seca,
não sofreram influência do consórcio. Esses dados estão de acordo com os obtidos por
Kluthcouski et al. (1997), que relatam produção de espigas de 11972 kg ha
-1
, utilizando o
milho híbrido C-742 consorciado com feijoeiro cultivar Jalo Precoce, nas populações,
espaçamentos e arranjos semelhantes aos deste experimento. Em sistema solteiro, os autores
relataram uma queda de 10% na produção de espigas, quando comparado com o consórcio.
Segundo os autores a inclusão do feijoeiro na cultura do milho o afeta o rendimento do
milho, tendo às vezes contribuído com pequenos ganhos na relação espiga planta
-1
e peso de
espigas. O pequeno acréscimo no rendimento do milho verde é devido, principalmente, à
baixa competitividade exercida pelas plantas de feijoeiro e ainda através de aproveitamento
do adubo aplicado no feijoeiro e pelo nitrogênio fixado pela leguminosa.
Para o consórcio milho e feijão relatos de pequenas reduções na quantidade de
espigas verdes, geralmente em torno de 10 a 20% (RAMALHO et al., 1990, COELHO;
SILVA, 1984, RAMALHO et al., 1985b, PEREIRA FILHO et al., 1991, RAMALHO;
COELHO, 1984). Essas reduções encontradas por alguns autores, deve-se a menor população
de milho utilizada ou pelos dados serem obtidos em condições diferentes das deste
experimento, como consórcio no período de inverno, consórcio simultâneo na mesma linha ou
mesmo pelo uso de diferentes cultivares.
Stoffel et al. (1999) verificaram que o milho apresentou queda na produtividade de
grãos do sistema solteiro para o consorciado. O consórcio com cultivar do tipo III
proporcionou queda de 12,9% na produtividade do cultivar de milho híbrido duplo quando
comparada ao consórcio com feijão do tipo II. Afirmaram que o hábito de crescimento
indeterminado e semitrepador exerceu maior competição sobre o milho.
As dias de número total de espigas, espigas comercializáveis, diâmetro médio de
espigas e comprimento médio de espigas de milho verde nos dois anos de cultivo estão nas
Tabelas 12 e 13. Verifica-se que o híbrido XB 7012 produziu maior quantidade de espigas
totais e comerciais em relação a variedade CATIverde 02. Em 2005, a produtividade média
em sistema solteiro foi de 33000 e 36250 espigas totais ha
-1
para a variedade e o híbrido,
respectivamente e em torno de 22000 e 30500 espigas comercializáveis ha
-1
. A variedade
consorciada com os cultivares IAC Carioca e Colibri produziu menos espigas totais quando
comparada ao sistema solteiro, enquanto o consórcio com o cultivar Juriti produziu mais que
no sistema solteiro. Para o híbrido XB 7012 aconteceu o contrário, com a produção sendo
maior no sistema consorciado. Assim, a melhor combinação para produção total de espigas da
variedade consorciada foi com o cultivar do tipo II (Juriti) e para o híbrido foi a consorciação
55
com o cultivar Colibri ou com o IAC Carioca. Nota-se que a variedade consorciada com todos
os cultivares de feijão apresentou queda no número de espigas comercializáveis em relação ao
sistema solteiro e a o híbrido produziu praticamente a mesma quantidade nos dois sistemas,
ou seja não apresentou influência do consórcio.
De acordo com a Tabela 13, no segundo ano, o híbrido solteiro produziu 49000
espigas ha
-1
e a variedade 40250 espigas ha
-1
, portanto produtividades maiores que no
primeiro ano. Quanto ao número de espigas comercializáveis a menor quantidade foi
observada no consórcio da variedade de milho com o feijão IAC Carioca, sendo esta a pior
combinação para esta característica. A melhor combinação foi do híbrido com o cultivar
Juriti. A melhor combinação da variedade também foi com o cultivar Juriti.
O diâmetro médio das espigas comercializáveis esteve em torno de 4 cm para todos os
tratamentos testados, porém o comprimento dio foi de 17 e 18 cm para a variedade e o
híbrido, respectivamente, ou seja os cultivares apresentaram mesmo diâmetro, porém o
híbrido apresentou espigas mais compridas. Em 2006 as espigas apresentaram pequena queda
no diâmetro e comprimento. Esses resultados concordam com os obtidos por Soares et al.
(2000) que o verificaram diferenças no cultivo solteiro e consorciado para número de
espigas comercializáveis utilizando o híbrido. Os autores também não encontraram diferenças
no diâmetro e comprimento de espigas entre os dois sistemas, porém verificaram que as
plantas de milho tendem a crescer mais quando em consórcio, o que ocorreu no primeiro ano
deste experimento.
As diferenças de produtividade entre o híbrido e a variedade foram semelhantes às
obtidas por Silva et al. (1997) que avaliando o comportamento de nove cultivares de milho
para colheita verde, dentre os quais 7 híbridos duplos, um híbrido triplo e uma variedade de
polinização livre, não verificaram diferenças significativas quanto ao número de espigas
despalhadas comercializáveis, que variou de 36 mil espigas ha
-1
(na variedade Centralmex) a
44 mil espigas ha
-1
no híbrido duplo. Para altura de plantas, os resultados obtidos concordam
com os dos autores, pois a variedade apresentou plantas mais altas e a maior altura de inserção
de espiga em relação aos híbridos.
Para Pereira Filho et al. (2003) existem na literatura nacional poucos trabalhos
comparando cultivares de milho para produção de milho verde. Os híbridos simples e duplos
geralmente apresentam maiores rendimentos que os bridos intervarietais e as variedades.
Resende et al. (1993) afirmam que em geral, os cultivares híbridos apresentam maior
potencial de produção quando as condições de água, fertilidade do solo e controle de pragas,
entre outros fatores, são otimizadas.
56
Tabela 12- Médias de número total de espigas, espigas comercializáveis, diâmetro médio de
espigas e comprimento médio de espigas de milho verde cultivado em consórcio
com feijoeiro e em monocultivo, em 2005.
Tratamentos
N
°
total de
espigas ha
-1
N
°
espigas
comercializáveis
ha
-1
Diâmetro
médio de
espigas
(cm)
Comprimento
médio de
espigas (cm)
1- Milho CATIverde 02 solteiro 33000 22500 4,01 17,04
2- Milho XB 7012 solteiro 36250 30500 4,00 18,48
3- Milho CATIverde 02 x Feijão IAC
Carioca em consórcio
28750 18250 3,96 17,39
4- Milho XB 7012 x Feijão IAC
Carioca em consórcio
39250 30500 3,97 18,28
5- Milho CATIverde 02 x Feijão Juriti
em consórcio
34000 19250 4,00 16,89
6- Milho XB 7012 x Feijão Juriti em
consórcio
35000 29500 4,00 18,78
7- Milho CATIverde 02 x Feijão Colibri
em consórcio
30000 20750 3,95 17,31
8- Milho XB 7012 x Feijão Colibri em
consórcio
40000 30750 3,90 18,62
Tabela 13- Médias de número total de espigas, espigas comercializáveis, diâmetro médio de
espigas e comprimento médio de espigas de milho verde cultivado em consórcio
com feijoeiro e em monocultivo, em 2006.
Tratamentos
N° total de
espigas ha
-
1
N° espigas
comercializáveis
ha
-1
Diâmetro
médio de
espigas
(cm)
Comprimento
médio de
espigas (cm)
1- Milho CATIverde 02 solteiro 40250 22250 3,89 16,93
2- Milho XB 7012 solteiro 49000 30250 3,76 17,86
3- Milho CATIverde 02 x Feijão IAC
Carioca em consórcio
37250 20500 3,90 16,60
4- Milho XB 7012 x Feijão IAC
Carioca em consórcio
46000 27500 3,71 17,84
5- Milho CATIverde 02 x Feijão Juriti
em consórcio
39000 25250 3,88 17,46
6- Milho XB 7012 x Feijão Juriti em
consórcio
49000 34000 3,84 17,85
7- Milho CATIverde 02 x Feijão Colibri
em consórcio
42000 22000 3,98 16,97
8- Milho XB 7012 x Feijão Colibri em
consórcio
45000 33500 3,82 17,94
57
As médias de altura das plantas e altura da primeira espiga estão nas Tabelas 14 e 15.
Observa-se que a variedade foi em média 7 cm mais alta que o híbrido independente do
sistema utilizado, o que concorda com dados apresentados pelos produtores dessas sementes.
Houve um maior desenvolvimento vegetativo dos cultivares de milho no sistema consorciado.
O hábito de crescimento do feijoeiro interferiu nessa característica, pois o feijoeiro do tipo I
proporcionou maior desenvolvimento em altura das plantas de milho. Para altura da primeira
espiga verifica-se que a variedade apresentou maior altura de inserção quando consorciada
com o cultivar Colibri, para o híbrido XB 7012 a primeira espiga estava inserida mais
acima quando consorciada com o cultivar do tipo III. O feijão de crescimento determinado
(Colibri) proporcionou maior crescimento da variedade e do híbrido, sendo menos
competitivo que os demais. O cultivar Colibri também ocasionou maior altura na inserção da
primeira espiga na variedade. Para o híbrido a maior altura da espiga foi obtida no consórcio
com o IAC Carioca e com o Colibri, ou seja o híbrido sofreu menos influência dos cultivares
dos tipos I e III .
Nota-se que as plantas de modo geral desenvolveram menos em relação a primeira
safra. Novamente a variedade apresentou maior altura em relação ao híbrido, com cerca de
1,88 m e a menor 1,67 no consórcio da variedade com o feijão Colibri. O consórcio, neste ano
proporcionou plantas de milho mais baixas que no monocultivo. Para a variedade, a
associação com o cultivar Colibri causou menor desenvolvimento das plantas de milho, já
para o híbrido as menores alturas foram observadas quando do consórcio com o Colibri e com
IAC Carioca. A altura da primeira espiga também foi maior na variedade que no híbrido.
58
Tabela 14- Médias de altura de plantas e altura da primeira espiga de milho verde cultivado
em consórcio com feijoeiro e em monocultivo, em 2005.
Tratamentos Altura de plantas
(m)
Altura da primeira
espiga (m)
1- Milho CATIverde 02 solteiro 2,00 1,02
2- Milho XB 7012 solteiro 1,95 1,00
3- Milho CATIverde 02 x Feijão IAC Carioca
em consórcio
2,07 1,06
4- Milho XB 7012 x Feijão IAC Carioca em
consórcio
2,04 1,06
5- Milho CATIverde 02 x Feijão Juriti em
consórcio
2,14 1,15
6- Milho XB 7012 x Feijão Juriti em
consórcio
2,03 1,02
7- Milho CATIverde 02 x Feijão Colibri em
consórcio
2,16 1,17
8- Milho XB 7012 x Feijão Colibri em
consórcio
2,07 1,02
Tabela 15- Médias de altura de plantas e altura da primeira espiga de milho verde cultivado
em consórcio com feijoeiro e em monocultivo, em 2006.
Tratamentos Altura de plantas
(m)
Altura da primeira
espiga (m)
1- Milho CATIverde 02 solteiro 1,88 1,05
2- Milho XB 7012 solteiro 1,79 0,94
3- Milho CATIverde 02 x Feijão IAC Carioca
em consórcio
1,86 1,08
4- Milho XB 7012 x Feijão IAC Carioca em
consórcio
1,71 0,95
5- Milho CATIverde 02 x Feijão Juriti em
consórcio
1,72 1,02
6- Milho XB 7012 x Feijão Juriti em
consórcio
1,77 0,97
7- Milho CATIverde 02 x Feijão Colibri em
consórcio
1,67 1,04
8- Milho XB 7012 x Feijão Colibri em
consórcio
1,71 0,91
59
Nas Tabelas 16 e 17 estão apresentados os quadrados médios obtidos nos diferentes
contrastes para as características agronômicas do milho, nos dois anos de cultivo. Nota-se que
para o contraste C1 (sistema solteiro X consorciado) que as diferenças foram significativas
apenas para massa verde de plantas e altura de plantas no primeiro ano e para massa de
espigas sem palha no segundo ano. No contraste C2, que mede as diferenças entre a
variedade de milho e o híbrido, verifica-se que houve diferenças significativas para massa de
espigas com palha, massa da palha fresca, número de espigas comercializáveis, comprimento
médio de espigas em 2005. Em 2006, além das características citadas, foram observadas
diferenças significativas também para número total de espigas, massa de espigas sem palha e
diâmetro médio de espigas, indicando que o tipo de milho influencia essas características. Nos
dois anos, o consórcio do feijoeiro com a variedade ou com o híbrido (C3) apresentou
diferenças significativas para a maioria das características avaliadas, apenas a altura de
plantas não foi influenciada. A variedade CATIverde 02 em monocultivo não apresentou
diferenças quando comparada ao sistema consorciado (C4), exceto a influência do sistema de
cultivo na massa da palha fresca em 2006.
Observa-se que houve feito do sistema de cultivo sobre o comportamento do híbrido
de milho (C5) apenas para massa de espigas com palha no segundo ano. Ao comparar a
variedade CATIverde 02 consorciada com o feijoeiro IAC Carioca (tipo III) contra a mesma
variedade consorciada com os outros tipos de feijoeiro (C6) verifica-se que houve diferenças
significativas para massa de espigas com palha e massa da palha fresca (2005) e comprimento
médio de espigas e altura de plantas (2006) em nível de 5% de probabilidade. Para o
consórcio do híbrido XB 7012 com o feijoeiro IAC Carioca comparado com o consórcio com
os cultivares de feijoeiro Juriti e Colibri (C7) o houve diferenças. Nos níveis de
significância estudados, pode-se afirmar que o consórcio não influenciou muito o
comportamento do milho, porém o tipo de milho determinou o seu desempenho. A variedade
em consórcio apresentou comportamento diferente do híbrido em consórcio.
60
Tabela 16-
Quadrados médios dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do milho verde cultivado em consórcio e em monocultivo.
Andradina (SP), 2005 e 2006.
Contrastes Massa de espigas
com palha (kg ha
-1
)
Massa de espigas
sem palha (kg ha
-1
)
Massa da palha
fresca (kg ha
-1
)
Massa verde de
plantas (kg ha
-1
)
2005
C1 2415858,76
980710,51
318435,84
23845,51*
C2
12530018,00**
686792,00
7349778,00**
497004,50
C3
73811830,04**
10416155,04**
28770030,38**
1745822,04
C4
3876601,69
1779085,02
403516,69
5440,02
C5
52536,33
4446,75
26508,00
20916,75
C6
4884330,38*
326200,17
2685366,00**
356728,17
C7 83426,04
69660,37
600,00
1386723,38
C.V% 10,89 11,39 12,68 33,18
2006
C1 2218288,01
6970348,17*
1323755,51 71286,00
C2 38535420,50**
6422528,00*
13494012,50**
122512,50
C3 22649551,04**
9510486,00*
2807820,04 1784330,67*
C4 1135597,69 1974785,33 6103993,52**
4780,02
C5 10061345,33* 5421696,33 711507,00 199563,02
C6 189037,50 420820,17 45850,04 57135,04
C7
2462722,67
446082,67
813648,38
10626,04
C.V% 12,52 20,21 17,97 13,33
* - Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F, ** - Significativo a 1% de probabilidade pelo
teste F.
C1- Milho vs. Milho+Feijão; C2- Milho CATIverde 02 vs. Milho XB7012; C3- Milho CATIverde 02
+Feijão vs Milho XB 7012+Feijão; C4-Milho CATIverde 02 vs Milho CATIverde 02+Feijão; C5-
Milho XB 7012 vs. Milho XB7012+Feijão; C6- Milho CATIverde 02+Feijão IAC Carioca vs Milho
CATIverde 02+Feijão Juriti e Colibri; C7-Milho XB7012+Feijão IAC Carioca vs Milho
XB7012+Feijão Juriti e Colibri.
61
Tabela 17-
Quadrados médios dos contrastes obtidos na avaliação das características
agronômicas do milho verde cultivado em consórcio e em monocultivo.
Andradina (SP), 2005 e 2006.
Contrastes
N
°
total de
espigas ha
-1
N
°
espigas
comercializáveis
ha
-1
Diâmetro
médio de
espigas
(cm)
Comprimento
médio de
espigas (cm)
Altura
de
plantas
(m)
Altura da
primeira
espiga (m)
2005
C1 93750,00 16666666,67 0,01 0,08 0,07*
0,03
C2 21125000,00 128000000,00**
0,01 4,16**
0,01 0,01
C3 308166666,66**
704166666,67**
0,01 11,04**
0,03 0,05*
C4 13020833,33 285208333,33 0,01 0,07 0,04 0,03
C5 10083333,33 187500,00 0,01 0,01 0,03
0,01
C6 28166666,66 8166666,67 0,01 0,22 0,02
0,02
C7 8166666,66 375000,00 0,01 0,53 0,01
0,01
C.V (%) 11,81 14,56 2,28 3,00 5,33 8,97
2006
C1 15041666,67 4593750,00 0,01 0,01 0,05 0,01
C2 153125000,00* 128000000,00*
0,04* 1,73* 0,02 0,02
C3 315375000,00**
495041666,67**
0,10** 4,50** 0,01 0,07**
C4 2083333,33 333333,33 0,01 0,02 0,05 0,01
C5 16333333,33 6020833,33 0,01 0,01 0,01 0,01
C6 28166666,67 26041666,67 0,01 1,02* 0,07*
0,01
C7 2666666,67 104166666,67 0,04* 0,01 0,01 0,01
C.V. (%)
12,41 19,07 2,19 2,71 6,92 8,21
* - Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F, ** - Significativo a 1% de probabilidade pelo
teste F.
C1- Milho vs. Milho+Feijão; C2- Milho CATIverde 02 vs. Milho XB7012; C3- Milho CATIverde 02
+Feijão vs Milho XB 7012+Feijão;
C4-
Milho CATIverde 02 vs Milho CATIverde 02+Feijão;
C5-
Milho XB 7012 vs. Milho XB7012+Feijão; C6- Milho CATIverde 02+Feijão IAC Carioca vs Milho
CATIverde 02+Feijão Juriti e Colibri; C7-Milho XB7012+Feijão IAC Carioca vs Milho
XB7012+Feijão Juriti e Colibri.
62
Nas Tabelas 18 e 19 estão apresentados os valores médios dos diferentes contrastes
nos dois anos agrícolas para a cultura do milho verde. Na média dos dois anos, observa-se
que, no contraste C1, o sistema solteiro produziu 622 e 741 kg ha
-1
mais que o sistema
consorciado, para massa de espigas com palha e espigas sem palha, respectivamente, sendo
que apenas a última característica significativa em nível de probabilidade de 5%. No entanto a
massa verde de plantas foi maior no sistema de consórcio em 86 kg ha
-1
, o que mostra que em
consórcio as plantas de milho tendem a produzir mais massa vegetativa que no monocultivo.
Comparando o desempenho do tipo de milho em monocultivo (C2), nota-se que o híbrido foi
mais produtivo, rendendo em média 3447, 1189 e 2258 kg ha
-1
de espigas com palha, sem
palha e massa de palha, respectivamente, sendo que estes valores foram considerados
significativos. Em sistema de consórcio (C3) o híbrido produziu mais que a variedade, em
média, 2725, 1288, 1437, 542 kg ha
-1
de espigas com palha, sem palha, massa de palha e
massa verde, respectivamente. O estudo do efeito do consórcio sobre cada tipo de milho (C4 e
C5) mostra que a variedade sofreu influência do sistema de cultivo, produzindo 1426 kg ha
-1
mais palha no sistema de consórcio, no segundo ano de cultivo. O brido solteiro em 2006
produziu 1831 kg ha
-1
mais de espigas com palha que quando consorciado (C5), sendo este
valor significativo em nível de 5% de probabilidade. O comportamento do tipo de milho
associado ao cultivar IAC Carioca comparado à associação com os demais (C6 e C7), mostrou
que a associação da variedade CATIverde 02 com o cultivar do tipo III produziu 1353 e 1004
kg ha
-1
menos espigas com palha e palhada que quando associado aos demais cultivares de
feijão em 2005. Para o híbrido o consórcio com o IAC Carioca também apresentou menor
desempenho, porém os valores não foram significativos.
Esses resultados para a cultura do milho concordam com os apresentados por Carvalho
e Leal (1991), pois os autores não observaram efeito significativo dos cultivares de feijão
sobre o rendimento dos cultivares de milho. Os coeficientes de correlação obtidos entre as
produtividades dias dos cultivares de milho nos sistemas de monocultivo e consorciado
foram altos, evidenciando que o comportamento relativo dos cultivares foi semelhante nos
dois sistemas. Para o milho, os autores verificaram vantagens evidentes do consórcio sobre o
monocultivo.
63
Tabela 18- dias dos contrastes obtidos na avaliação das características agronômicas do
milho verde cultivado em consórcio e em monocultivo em 2005 e 2006.
Contrastes Massa de espigas
com palha (kgha
-1
)
Massa de espigas
sem palha (kgha
-1
)
Massa da palha
fresca (kgha
-1
)
Massa verde
de plantas
(kgha
-1
)
2005
C1 635 404 230 -63
C2 -2503 -586 -1917 -499
C3 -3507 -1318 -2190 -539
C4 1137 770 367 -43
C5 132 39 94 -84
C6 -1353 -350 -1004 -366
C7 -177 -161 -1500 -721
2006
C1 608 1078 -470 -109
C2 -4390 -1792 -2598 -248
C3 -1943 -1259 -684 -545
C4 -615 811 -1426 40
C5 1831 1344 487 -258
C6 267 398 -131 -147
C7 -961 -409 -553 63
C1- Milho vs. Milho+Feijão; C2- Milho CATIverde 02 vs. Milho XB7012; C3- Milho CATIverde 02
+Feijão vs Milho XB 7012+Feijão; C4-Milho CATIverde 02 vs Milho CATIverde 02+Feijão; C5-
Milho XB 7012 vs. Milho XB7012+Feijão;
C6-
Milho CATIverde 02+Feijão IAC Carioca vs Milho
CATIverde 02+Feijão Juriti e Colibri; C7-Milho XB7012+Feijão IAC Carioca vs Milho
XB7012+Feijão Juriti e Colibri.
64
Tabela 19- Médias dos contrastes obtidos na avaliação das características agronômicas do
milho verde cultivado em consórcio e em monocultivo em 2005 e 2006.
Contrastes
N° total
de
espigas
ha
-1
N° espigas
comerciali-
záveis ha
-1
Diâmetro
médio de
espigas (cm)
Comprimento
médio de
espigas (cm)
Altura de
plantas
(m)
Altura da
primeira
espiga
(m)
2005
C1 125 1666 0,04 -0,11 -0,10 -0,07
C2 -3250 -8000 0,02 -1,44 0,05 0,03
C3 -7167 -10833 0,01 -1,36 0,07 0,09
C4 2083 3083 0,04 -0,16 -0,12 -0,10
C5 -1833 250 0,04 -0,07 -0,09 -0,04
C6 -3250 -1750 -0,03 0,29 -0,09 -0,11
C7 1750 375 0,03 -0,45 -0,01 0,05
2006
C1 1583 -875 -0,03 -0,05 -0,10 -0,01
C2 -8750 -8000 0,13 -0,93 0,09 0,11
C3 -7250 -9083 0,13 -0,87 0,02 0,11
C4 833 -333 -0,03 -0,08 0,13 -0,01
C5 2333 -1417 -0,03 -0,02 0,06 -0,01
C6 -3250 -3125 -0,04 -0,62 0,17 0,01
C7 -1000 -6250 -0,12 -0,06 -0,03 0,02
C1- Milho vs. Milho+Feijão; C2- Milho CATIverde 02 vs. Milho XB7012; C3- Milho CATIverde 02
+ Feijão vs Milho XB 7012 + Feijão; C4-Milho CATIverde 02 vs Milho CATIverde 02 + Feijão; C5-
Milho XB 7012 vs. Milho XB7012 + Feijão; C6- Milho CATIverde 02 +Feijão IAC Carioca vs Milho
CATIverde 02 +Feijão Juriti e Colibri; C7-Milho XB7012+Feijão IAC Carioca vs Milho
XB7012+Feijão Juriti e Colibri.
Analisando a Tabela 19, observa-se que as plantas de milho consorciadas foram mais
altas que as solteiras em 10 cm (C1). No primeiro ano o consórcio proporcionou menor
produção de espigas comercializáveis (1666 espigas ha
-1
), ao contrário do segundo ano (-875
espigas ha
-1
) quando comparado com o sistema solteiro. Em relação ao número de espigas,
houve influência do tipo de semente utilizada (C2), sendo que o híbrido produziu em média
8000 espigas comerciais ha
-1
a mais que a variedade. Também produziu espigas com maior
diâmetro em cerca de 0,13 cm no segundo ano e em dia 1,19 cm mais compridas. o
65
foram verificadas diferenças significativas em relação a altura de plantas, porém a variedade
apresentou 7 cm a mais que o híbrido. A comparação do comportamento entre os cultivares de
milho quando associados ao feijoeiro (C3) mostrou que o híbrido em consórcio produziu nas
médias dos dois anos 7208 e 9958 espigas totais e comercializáveis ha
-1
, respectivamente, a
mais que a variedade em consórcio. O comprimento de espigas do híbrido em consórcio foi
em dia 1,12 cm maior e a altura da primeira espiga menor em 10 cm, quando comparado
com a variedade CATIverde 02 em consórcio.
O comportamento dos cultivares de milho foi
semelhante para estas características estudadas e não foram influenciadas pelo consórcio (C4
e C5). A variedade de milho associada ao cultivar de feijoeiro IAC Carioca produziu 3250
espigas totais ha
-1
a menos que quando associada aos outros cultivares de feijoeiro (C6). Já, o
híbrido consorciado com IAC Carioca (C7) produziu 1750 espigas ha
-1
a mais no primeiro
ano e 1000 espigas ha
-1
a menos, no segundo ano, que quando em consórcio com os cultivares
do tipo I e II. Assim, tanto para a variedade como para o híbrido o cultivar de hábito de
crescimento indeterminado é mais competitivo que os demais, influenciando negativamente o
comportamento do milho destinado para o consumo verde.
Estes resultados obtidos concordam com Pereira Filho et al. (2000) que estudando a
influência de cultivares de milho precoce quando associado ao feijão Carioca verificaram que
os cultivares de milho apresentam comportamento diferenciado em relação ao feijoeiro.
Porém discordam dos autores que verificaram que o cultivar BR-201 foi o mais eficiente para
o consórcio, por ser em média o mais produtivo e menos interferir no desenvolvimento do
feijão.
Esses resultados concordam com os obtidos por Maciel et al. (2004b) que avaliaram a
eficiência produtiva do milho para grão em consórcio com o feijão e observaram diferenças
significativas apenas entre os cultivares (BR 201 e Tractor), sendo que o primeiro se
sobressaiu como o mais produtivo. O milho consorciado apresentou melhor rendimento, em
relação ao monocultivo devido ao efeito benéfico do feijoeiro, porém esse acréscimo não foi
significativo aos níveis estudados. Houve diferenças significativas na altura de plantas e da
primeira espiga e massa de espigas despalhadas que foram maiores no consórcio.
66
4.4- Avaliação do consórcio
4.4.1-Índice de equivalência de área (IEA)
Avaliando a eficiência do consórcio pelo índice de equivalência de área, utilizando a
produção de espigas com palha (kg ha
-1
) e a produção total de grãos de feijão (kg ha
-1
) com 13 %
de umidade, nota-se pela Tabela 20 que o consórcio foi eficiente para todas as combinações de
cultivares de milho verde com feijoeiro, pois todos os índices foram iguais ou superiores a 1,19.
Assim, entende-se que para que a produção do monocultivo se iguale a produção em sistema de
consórcio são necessários 19% mais área, o que indica maior eficiência dos sistemas de
consórcio testados em relação ao monocultivo. No ano de 2005 o consórcio mais eficiente em
termos de uso da terra foi obtido pela variedade de milho CATIverde 02 com o feijão Juriti com
índice igual a 1,32 seguido da combinação milho híbrido XB 7012 com feijão IAC Carioca,
cujo índice foi de 1,26. No ano de 2006, como as produtividades do feijoeiro em monocultivo
foram menores e em consórcio foram mantidas e as produtividades do milho tanto solteiro
como consorciado foram maiores que no primeiro ano, o índice de equivalência de área
atingiu valores iguais ou acima de 1,3, ou seja o consórcio foi 30% mais eficiente na produção
de alimentos que o monocultivo. As melhores combinações de cultivares foram da variedade
de milho verde com o feijão IAC Carioca (1,83) e com o cultivar Colibri (1,77).
Utilizando brido duplo de milho AG 1051 e a variedade de feijoeiro Jalo Precoce,
Soares et al. (2000) obtiveram índice de equivalência de área de 1,47 para o consórcio de
fileiras simples de milho verde com duplas de feijão no período de inverno. Esses índices são
semelhantes aos obtidos por Vieira et al. (2003) que trabalharam com o mesmo arranjo
espacial e populações, cujos índices de equivalência de área foram de 1,62 e 1,35 no primeiro
e segundo ano de cultivo, evidenciando que o consórcio milho e feijão é mais vantajoso que
os monocultivos de milho e feijão quanto à produção de alimentos por unidade de área,
mesmo com queda de 77% no rendimento do feijoeiro em consórcio.
A superioridade dos sistemas consorciados, estimada pelo IEA, também foi
observada por vários pesquisadores, demonstrando ser a consorciação dessas culturas uma
excelente alternativa para os pequenos agricultores. Os cultivos consorciados propiciam mais
vantagens agronômicas e econômicas que os sistemas solteiros (FLESCH, 2002).
Segundo Oliveira e Silva et al. (2001) para correta interpretação do IEA é necessário
examiná-lo juntamente com os rendimentos obtidos. Para tanto, deve-se ter em mente que o
pequeno agricultor geralmente associa milho com feijão objetivando colher a segunda cultura
como um ganho extra, sem dano ou com dano mínimo ao rendimento do milho.
67
Tabela 20- Índice de equivalência de área (IEA) do consórcio milho verde (produção de
espigas com palha) e produção de grãos de feijão em Andradina- SP, em 2005 e
2006.
Tratamentos em consórcio IEA
2005 2006
Milho CATIverde 02 x Feijão IAC Carioca
1,19 1,83
Milho XB 7012 x Feijão IAC Carioca 1,26 1,30
Milho CATIverde 02 x Feijão Juriti 1,32 1,53
Milho XB 7012 x Feijão Juriti 1,19 1,34
Milho CATIverde 02 x Feijão Colibri 1,24 1,77
Milho XB 7012 x Feijão Colibri 1,22 1,37
4.4.2-Análise econômica do milho e feijoeiro em monocultivo e em consórcio
Os custos operacionais de produção (COT), rendimentos, preços, receitas brutas totais,
lucros operacionais, os índices de lucratividade por hectare do monocultivo e consórcio do
feijoeiro e milho verde estão apresentados nas Tabelas 21 e 22 para o ano de 2005 e 2006,
respectivamente. As planilhas detalhadas de custo de produção de cada tratamento encontram-se
nos Apêndices.
No ano de 2005, o custo de produção da cultura do feijão em sistema solteiro foi de
aproximadamente R$ 1.600,00 ha
-1
, independente do cultivar utilizado. para a cultura do
milho verde foi de R$ 1.455,37 quando se utilizou o cultivar CATIverde 02 e de R$ 1.534,76
quando se utilizou sementes bridas. Nota-se, portanto, que o feijoeiro em sistema solteiro
apresenta custo de produção maior que o milho verde. Os custos do consórcio superaram os do
sistema solteiro, ficando em torno de R$ 2.400,00 ha
-1
. A combinação que apresentou menor
custo por hectare foi a do milho CATiverde 02 com o cultivar Colibri (R$ 2.336,67) e a
combinação com maior custo foi a do milho XB 7012 com o feijão IAC Carioca. Isso se deve às
diferenças entre o preço das sementes desses cultivares, sendo que a variedade de milho
apresenta preço menor que o brido. Para os cultivares de feijão, o preço aumentou do tipo I
para o tipo III, assim o cultivar Colibri apresenta preço de semente menor que a Juriti e essa por
sua vez menor que o IAC Carioca.
68
Tabela 21- Custos, rendimentos, preços e indicadores de lucratividade do feijoeiro e milho verde em cultivo solteiro e consorciado, Andradina-SP, em
2005.
Rendimento
(kg ha
-1
)
Rendimento
(atilho ha
-1
) *
Preço Médio (R$)
Tratamentos COT
(R$ ha
-1
)
Feijão Milho verde Feijão
(kg)
Milho
verde
(atilho)
Receita Bruta
Total
(R$ ha
-1
)
Lucro
Operacional
(R$ ha
-1
)
Índice de
Lucratividade
(%)
Feijão IAC Carioca
1.659,33 1773 - 1,53 - 2.712,69 1.053,36 38,83
Feijão Juriti
1.629,37 1927 - 1,53 - 2.948,31 1.318,94 44,74
Feijão Colibri
1.606,90 1860 - 1,53 - 2.845,8 1.238,9 43,53
CATIverde 02
1.455,37 - 4500 - 1,20 5.400,00 3.944,63 73,05
Milho XB 7012
1.534,76 - 6100 - 1,20 7.320,00 5.785,24 79,03
IAC Carioca + CATIverde 02
2.384,29 742 3650 1,53 1,20 5.515,26 3.130,97 56,77
IAC Carioca + XB 7012
2.463,68 504 6100 1,53 1,20 8.091,12 5.627,44 69,55
Juriti + CATIverde 02
2.369,31 721 3850 1,53 1,20 5.723,13 3.353,82 58,60
Juriti + XB 7012
2.448,70 429 5900 1,53 1,20 7.736,37 5.287,67 68,35
Colibri + CATIverde 02
2.336,67 649 4150 1,53 1,20 5.972,97 3.636,3 60,88
Colibri + XB 7012
2.416,07 362 6150 1,53 1,20 7.933,86 5.517,79 69,55
* Um atilho corresponde a 5 espigas comerciais
69
Tabela 22- Custos, rendimentos, preços e indicadores de lucratividade do feijoeiro e milho verde em cultivo solteiro e consorciado, Andradina-SP, em
2006.
Rendimento
(kg ha
-1
)
Rendimento
(atilho ha
-1
)*
Preço Médio (R$)
Tratamentos COT
(R$ ha
-1
)
Feijão Milho verde
Feijão
(kg)
Milho
verde
(atilho)
Receita Bruta
Total
(R$ ha
-1
)
Lucro
Operacional
(R$ ha
-1
)
Índice de
Lucratividade
(%)
Feijão IAC Carioca
1.518,39 948 - 1,07 - 1.014,36 -504,03 -49,69
Feijão Juriti
1.480,94 963 - 1,07 - 1.030,41 -450,53 -43,72
Feijão Colibri
1.462,22 742 - 1,07 - 793,94 -668,28 -84,17
CATIverde 02
1.309,44 - 4450 - 1,20 5.340,00 4.030,56 75,48
Milho XB 7012
1.384,77 - 6050 - 1,20 7.260,00 5.875,23 80,93
IAC Carioca + CATIverde 02
2.186,74 706 4100 1,07 1,20 5.675,42 3.488,68 61,47
IAC Carioca + XB 7012
2.262,06 462 5500 1,07 1,20 7.094,34 4.832,28 68,11
Juriti + CATIverde 02
2.168,01 532 5050 1,07 1,20 6.629,24 4.461,23 67,30
Juriti + XB 7012
2.243,34 435 6800 1,07 1,20 8.625,45 6.382,11 73,99
Colibri + CATIverde 02
2.137,25 461 4400 1,07 1,20 5.777,55 3.640,3 63,01
Colibri + XB 7012
2.212,58 361 6700 1,07 1,20 8.426,27 6.213,69 73,74
* Um atilho corresponde a 5 espigas comerciais
70
O maior percentual de participação no custo de produção do feijão solteiro foi referente
aos insumos utilizados (cerca de 42%), a irrigação, que considera os gastos com energia elétrica
mais os reparos e a manutenção, contribuiu com 5,3% do custo de produção. No caso do milho
verde, a participação não se alterou muito, os insumos representaram 41% e a irrigação 6%. No
sistema de consórcio os insumos aumentaram sua participação com 47% do custo e a irrigação
diminui para 4%. Assim a irrigação foi mais eficiente no sistema de consórcio, pois representou
menor custo, sendo utilizada por duas culturas ao mesmo tempo. As operações manuais
independente do sistema utilizado, representaram cerca de 28% do custo, valor considerado
relevante, pois considerando que trata-se de atividades executadas pela agricultura familiar, onde
a mão-de-obra é composta pelos integrantes da família, com eventual contratação de terceiros
para operações específicas como a colheita do feijoeiro e do milho verde, é um custo pouco
sentido pelo agricultor.
Tsunechiro et al. (2003) estimaram o custo de produção do milho verde solteiro em
cultivo convencional e irrigado por pivô central em Minas Gerais em 2001, cujo padrão
tecnológico foi considerado alto e a produtividade de 10 t ha
-1
. O custo total foi de R$1.140,82
ha
-1
. Desse total, o item que teve maior peso foi o relativo aos insumos, representando 47,58% do
custo total. O segundo maior peso foi do item irrigação, que representou 28,51% do custo total.
A taxa de retorno sobre o custo total foi de 110%, sendo considerada, assim, uma atividade
lucrativa.
Na análise da rentabilidade nota-se que a cultura do milho verde apresenta renda bruta até
170% maior que a do feijoeiro. A maior receita bruta do feijoeiro em sistema solteiro foi obtida
pelo cultivar Juriti (R$ 2.948,31 ha
-1
). No caso do milho verde, a renda proporcionada pelo uso
da variedade foi de R$ 5.400,00 e pelo brido foi de R$ 7.320,00 ha
-1
. O sistema de consórcio
proporcionou receita bruta acima de R$ 5.500,00 ha
-1
quando efetuado com a variedade de milho
e acima de R$ 8.000,00 quando utilizado a semente do híbrido.
Os menores lucros operacionais foram obtidos no monocultivo de feijoeiro, com
destaque para o cultivar IAC Carioca (R$ 1053,36 ha
-1
). Dentre os 3 cultivares de feijoeiro,
conduzidas em monocultivo, o Juriti foi o que apresentou maior lucro, com cerca de R$ 1.318,94
ha
-1
. No monocultivo de milho a variedade de milho CATIverde 02 apresentou menor lucro
operacional (R$ 3.944,63) que o híbrido (R$ 5.785,24 ha
-1
). No consórcio o menor lucro
operacional foi verificado na combinação da variedade de milho com o cultivar de feijoeiro IAC
Carioca (R$ 3.130,97) e o maior lucro verificado no consórcio do híbrido com o cultivar IAC
Carioca (R$ 5.627,44) seguido da combinação do híbrido com o cultivar Colibri.
71
Assim, pode-se afirmar que, tanto o monocultivo do milho verde como o consórcio com
feijoeiro são atividades mais lucrativas que o monocultivo do feijão. O consórcio nesse primeiro
ano de cultivo proporcionou diminuição no lucro operacional do milho CATIverde 02 em média
de R$ 570,93 ha
-1
e no híbrido de R$ 307,61 ha
-1
.
No ano de 2006, os custos de produção foram menores que os obtidos no primeiro ano,
pois não houve gastos com a dessecação da vegetação existente e o custo da irrigação também
foi menor, devido o menor número de horas que o equipamento foi usado. O custo de produção
da cultura do feijão em sistema solteiro ficou em torno de R$ 1.500,00 ha
-1
, independente do
cultivar utilizado. Para a cultura do milho verde foi de R$ 1.309,44 quando se utilizou o cultivar
CATIverde 02 e de R$ 1.384,77 ha
-1
, quando se utilizou sementes híbridas. Novamente,
confirma-se que o feijoeiro em sistema solteiro apresenta custo de produção maior que o milho
verde. O custo do consórcio, como era de se esperar, superou o do sistema solteiro, ficando em
torno de R$ 2.200,00 por hectare. A combinação que apresentou menor custo por hectare foi a do
milho CATiverde 02 com o cultivar Colibri (R$ 2.137,25) e a combinação com maior custo foi a
do milho XB 7012 com o feijão IAC Carioca (R$ 2.262,06) , confirmando que as diferenças no
preço das sementes utilizadas afetam o custo de produção.
O maior percentual de participação no custo de produção de ambas as culturas foi
referente aos insumos utilizados (40 e 45% para o cultivo solteiro e consorciado,
respectivamente). A irrigação contribuiu com 5,5% e 3,5% do custo de produção dos sistemas
solteiro e consorciado, respectivamente. As operações manuais representaram 28 e 29% no
sistema solteiro e consorciado, respectivamente, o que mostra a importância da mão-de-obra nas
atividades da agricultura familiar.
Na análise da rentabilidade, no ano de 2006, nota-se que, devido a menor produtividade
de feijoeiro em sistema solteiro, a renda bruta foi menor que a do ano anterior, provocando assim
lucros operacionais negativos para os três cultivares utilizadas. Isto indica a instabilidade na
produtividade da cultura do feijoeiro devido sua grande sensibilidade aos fatores climáticos,
sendo considerada, portanto uma cultura de risco. A cultura do milho verde solteiro também
apresentou menor renda bruta em relação ao ano anterior, porém foi entre 6 e 7 vezes maior que
o feijoeiro solteiro. A maior receita bruta do feijoeiro em sistema solteiro foi obtida novamente
pelo cultivar Juriti (R$ 1.030,41 ha
-1
) e a menor com Colibri (R$ 793,94). No caso do milho
verde, a renda proporcionada pelo uso da variedade foi de R$ 5.340,00 e pelo híbrido foi de R$
7.260,00 ha
-1
. O sistema de consórcio proporcionou receita bruta em torno de R$ 6.000,00 ha
-
1
quando efetuado com a variedade de milho e acima de R$ 8.600,00 quando utilizado a semente
do híbrido.
72
A variedade de milho CATIverde 02 apresentou novamente menor lucro operacional (R$
4.030,56) que o híbrido (R$ 5.875,23). No consórcio o menor lucro operacional foi verificado
também na combinação da variedade de milho com o cultivar de feijoeiro IAC Carioca (R$
3.488,68) e o maior no consórcio do híbrido com a cultivar Juriti (R$ 6.382,11) seguido da
combinação do híbrido com o cultivar Colibri.
Confirmou-se que a produção de milho verde apresenta alta rentabilidade quando
comparada ao feijão, que apresenta grande risco ao agricultor quando cultivado solteiro. O
consórcio do híbrido de milho XB7012 com o cultivar de feijão Juriti e com Colibri no ano de
2006 foi mais interessante que o monocultivo do milho, pois proporcionou aumento no lucro
operacional quando comparado com o monocultivo, em cerca de R$ 506,88 e R$ 338,46
respectivamente. Isso se deve ao fato das produtividades de espigas de milho verde nessas
combinações serem maiores que no sistema solteiro, nesse segundo ano de cultivo, e à
manutenção da produtividade do feijoeiro em consórcio em relação ao ano anterior. O lucro
operacional obtido no consórcio do milho CATIverde 02 com o cultivar Juriti também foi maior
que o monocultivo dessa variedade em R$ 430,67 por hectare. Assim, de modo geral o consórcio
no segundo ano de cultivo foi mais lucrativo que o monocultivo do milho verde.
Avaliando os dois anos de cultivo conjuntamente, observa-se que os maiores índices de
lucratividade foram obtidos pelo monocultivo de milho verde, apresentando valores acima de
70%. O feijoeiro em monocultivo apresentou índices de lucratividade bem menores (42%) no
primeiro ano, sendo que da renda obtida com o cultivar IAC Carioca apenas 38,83% constitui-se
em lucro. no segundo ano, devido a queda na produtividade, os índices de lucratividade foram
negativos, ou seja o produtor teria prejuízo nessas condições. No consórcio os índices de
lucratividade estiveram acima de 56%, podendo atingir até 73% revelando ser atividade
também interessante do ponto de vista econômico.
Esses dados concordam com os relatados por Soares et al. (2000) que também
verificaram que em monocultivo a cultura do milho verde é economicamente mais vantajosa que
a do feijão, proporcionando lucro 2 vezes maior que o feijoeiro solteiro. O lucro do consórcio foi
superior aos valores obtidos no monocultivo do feijão e do milho. Os índices de lucratividade
obtido pelos pesquisadores foi de 52%, 70% e 65%, para feijão em monocultivo, milho em
monocultivo e consórcio, respectivamente. O lucro operacional do consórcio foi 15 % superior
ao obtido com o sistema de milho solteiro.
Deve-se ressaltar, que os lucros operacionais apresentados podem ser maiores, pois, não
foram contabilizadas as rendas que poderiam ser obtidas com a venda ou mesmo o consumo da
palhada e espigas fora do padrão comercial (em torno de 30%), bem como dos restos vegetais da
73
cultura do milho verde no campo, que poderiam ser utilizados na alimentação de animais na
pequena propriedade, que normalmente é bem diversificada. Além disso, no consórcio, o feijão
poderia ser usado para o consumo da família do agricultor, que comercializaria somente o
excedente, evitando a sua compra no mercado varejista.
Em termos econômicos os consórcios mais interessantes para o produtor seriam do
híbrido de milho XB 7012 com os cultivares de feijão Juriti e com Colibri.
Devido os potenciais apresentados pelo Colibri (Tipo I) e pelo híbrido de milho, sugere-
se o desenvolvimento de novas pesquisas, estudando-os em populações maiores desse cultivar de
feijão com híbridos específicos para o consumo no estádio verde.
74
5- CONCLUSÕES
-O consórcio influenciou o comportamento de todos os cultivares de feijoeiro e interferiu
pouco no desempenho dos cultivares milho.
-No sistema solteiro o cultivar Juriti (Tipo II) apresentou o melhor desempenho em relação
aos demais, e em consórcio o cultivar IAC Carioca ( Tipo III) foi o mais produtivo.
-Por proporcionar melhores rendimentos na cultura do feijoeiro o melhor consórcio foi com
variedade de milho CATIverde 02, porém, para a cultura do milho, o híbrido XB 7012 foi
mais adequado, por produzir mais espigas comercializáveis tanto em consórcio como em
monocultivo.
-O consórcio mais eficiente no uso da terra foi da variedade CATIverde 02 e o cultivar IAC
Carioca, embora tenha proporcionado menor lucro.
-Em termos econômicos, o cultivo do milho verde solteiro e o consorciado foi mais interessante
que o monocultivo do feijão. Os consórcios do híbrido de milho XB 7012 com os cultivares de
feijão Juriti e com Colibri foram os mais lucrativos para o produtor.
75
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81
APÊNDICES
82
APÊNDICES A
Apêndice A1- Vista da área antes da instalação do experimento e após o preparo do solo em
Andradina-SP em 2005.
Apêndice A2- Vista do experimento, em Andradina-SP, em 2005.
Apêndice A3-Vista do experimento no final do ciclo das culturas em 2005.
83
Apêndice A4- Aspecto visual do cultivar IAC Carioca em monocultivo em 2005.
Apêndice A5- Aspecto visual do cultivar Juriti em monocultivo em 2005.
Apêndice A6- Aspecto visual do cultivar Colibri em monocultivo em 2005.
84
Apêndice A7- Aspecto visual do milho cultivar CATIverde 02 em monocultivo em 2005.
Apêndice A8- Espiga de milho do cultivar CATIverde 02, Andradina em 2005.
Apêndice A9- Espiga de milho do cultivar XB 7012, Andradina em 2006.
85
Apêndice A10- Aspecto visual do experimento aos 14 dias após a semeadura em 2006.
Apêndice A11- Aspecto visual do consórcio aos 14 dias após a semeadura em 2006.
Apêndice A12- Aspecto visual do experimento no dia da cobertura em 2006.
86
Apêndice A13- Aspecto visual do cultivar IAC Carioca em monocultivo no florescimento, em
2006.
Apêndice A14- Aspecto visual do cultivar Juriti em monocultivo no florescimento, em 2006.
Apêndice A15- Aspecto visual do cultivar Colibri em monocultivo no floresciemento, em 2006.
87
Apêndice A16- Aspecto visual do consórcio nas entrelinhas em 2006.
Apêndice A 17- Aspecto visual do milho XB 7012 em monocultivo em 2006.
Apêndice A18- Espigas de milho verde colhidas em 2006.
88
APÊNDICES B
Apêndice B1-
Custo de produção por hectare do feijão solteiro cv. IAC Carioca em Andradina, em 2005 e
2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
1773 Kg/ha
948 Kg/ha
V. unit.
Qtd. Total (R$)
V. unit.
Qtd. Total (R$)
A. OPERAÇÕES MECAN
IZADAS
Calagem HM 35,00 1,50 52,50 35,00
1,50
52,50
Aração
HM 35,00 2,50 87,50 35,00
2,50
87,50
Gradagem (2X) HM 40,00 1,70 68,00 40,00
1,70
68,00
Semeadura HM 40,00 1,50 60,00 40,00
1,50
60,00
Subtotal A 268,00
268,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00 1,50 30,00
Capina manual HD 20,00 6,00 120,00 20,00
6,00
120,00
Adubação de cobertura
HD 20,00 4,00 80,00 20,00
4,00
80,00
Controle de pragas e doenças HD 20,00 1,50 30,00 20,00
1,50
30,00
Colheita (empreita) 206,00
206,00
Subtotal B 466,00
436,00
C - MATERIAL
calcário dolomítico Kg
0,03
750,00 22,50
0,03
750,00
22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg
0,90
250,00 225,00
0,80
250,00
200,00
adubo cobertura (uréia) Kg
1,33
110,00 146,30
1,19
110,00
130,35
herbicida round up L 16,37 2,50 40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54 2,50 58,85 20,84
2,50
52,10
semente Kg
3,00
70,00 210,00
3,00
70,00
210,00
Subtotal C 703,58
614,95
Irrigação 88,90 75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 1.526,48 1.394,76
Outras despesas 76,32 69,74
Depreciação do equip. irrigação 26,00 26,00
Juros de custeio 30,53 27,90
Custo operacional total (C.O.T)
1.659,33 1.518,39
CUSTO TOTAL 1.659,33 1.518,39
89
Apêndice B2- Custo de produção por hectare do feijão solteiro cv. Juriti em Andradina, em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF. 1927 Kg/ha
963 Kg/ha
V. unit.
Qtd. Total (R$)
V. unit.
Qtd. Total (R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00 1,50
52,50 35,00
1,50
52,50
Aração
HM 35,00 2,50
87,50 35,00
2,50
87,50
Gradagem (2X) HM 40,00 1,70
68,00 40,00
1,70
68,00
Semeadura HM 40,
00
1,50
60,00 40,00
1,50
60,00
Subtotal A
268,00
268,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00 1,50
30,00
Capina manual HD 20,00 6,00
120,00
20,00
6,00
120,00
Adubação de cobertura
HD 20,
00
4,00
80,00 20,00
4,00
80,00
Controle de pragas e doenças HD 20,00 1,50
30,00 20,00
1,50
30,00
Colheita (empreita)
206,00
206,00
Subtotal B
466,00
436,00
C - MATERIAL
calcário dolomítico Kg
0,03
750,00
22,50 0,03
750,00
22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg
0,90
250,00
225,00
0,80
250,00
200,00
adubo cobertura (uréia) Kg
1,33
110,00
146,30
1,19
110,00
130,35
herbicida round up L 16,37 2,50
40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54 2,50
58,85 20,84
2,50
52,10
semente Kg
2,60
70,00
182,00
2,50 70,00 175,00
Subtotal C
675,58
579,95
Irrigação 88,90 75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E)
1.498,48
1.359,76
Outras despesas 74,92 67,99
Depreciação do equip. irrigação 26,00 26,00
Juros de custeio 29,97 27,20
Custo operacional total (C.O.T)
1.629,37
1.480,94
CUSTO TOTAL
1.629,37
1.480,94
90
Apêndice B3-
Custo de produção por hectare do feijão solteiro cv. Colibri
em Andradina, em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF. 1860 Kg/ha
742 Kg/ha
V. unit.
Qtd. Total (R$) V. unit.
Qtd. Total (R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00
1,50
52,50 35,00
1,50
52,50
Aração
HM 35,00 2,
50
87,50 35,00
2,50
87,50
Gradagem (2X) HM 40,00
1,70
68,00 40,00
1,70
68,00
Semeadura HM 40,00
1,50
60,00 40,00
1,50
60,00
Subtotal A
268,00
268,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00
1,50
30,00
Capina manual HD 20,00
6,00
120,00
20,00
6,00
120,00
Adubação de cobertura
HD 20,00
4,00
80,00 20,00
4,00
80,00
Controle de pragas e doenças HD 20,00
1,50
30,00 20,00
1,50
30,00
Colheita (empreita)
206,00
206,00
Subtotal B
466,00
436,00
C - MATERIAL
calcário dolomítico Kg
0,03
750,00
22,50
0,03
750,00
22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg
0,90
250,00
225,00
0,80
250,00
200,00
adubo cobertura (uréia) Kg
1,33
110,00
146,30
1,19
110,00
130,35
herbicida round up L 16,37
2,50
40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54
2,50
58,85 20,84
2,50
52,10
semente Kg
2,30
70,00
161,00
2,25
70,00
157,50
Subtotal C
654,58
562,45
Irrigação 88,90
75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 1.477,48
1.342,26
Outras despesas
73,87
67,11
Depreciação do equip. irrigação 26,00
26,00
Juros de custeio 29,55
26,85
Custo operacional total (C.O.T)
1.606,90
1.462,22
CUSTO TOTAL 1.606,90
1.462,22
91
Apêndice B4-Custo de produção por hectare do milho solteiro cv. CATIverde 02 em Andradina, em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
22500 espigas comerciais
22250 espigas comerciais
V. unit.
Qtd. Total (R$) V. unit. Qtd. Total (R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00
1,50
52,50
35,00 1,50 52,50
Aração
HM 35,00
2,50
87,50
35,00 2,50 87,50
Gradagem (2X) HM 40,00
1,70
68,00
40,00 1,70 68,00
Semeadura HM 40,00
1,50
60,00
40,00 1,50 60,00
Subtotal A 268,00
268,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00
1,50
30,00
Tratamento da semente HD 20,00
0,06
1,20
20,00 0,06 1,20
Capina manual HD 20,00
8,00
160,00
20,00 8,00 160,00
Adubação de
cobertura HD 20,00
4,00
80,00
20,00 4,00 80,00
Controle fitossanitário HD 20,00
3,00
60,00
20,00 3,00 60,00
Colheita HD 25,00
2,80
70,00
25,00 2,80 70,00
Subtotal B 401,20
371,20
C - MATERIAL
tratamento semente (futur) L
83,67
0,40
33,47
81,23 0,40 32,49
calcário dolomítico Kg 0,03
750,00
22,50
0,03 750,00 22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg 0,90
250,00
225,00
0,80 250,00 200,00
adubo cobertura (uréia) Kg 1,33
110,00
146,30
1,18 110,00 129,80
herbicida round up L 16,37
2,50
40,93
inseticida pulv. (karatê) L 50,37
0,30
15,11
48,90 0,30 14,67
inseticida pulv. (lannate) Kg 28,71
1,20
34,45
20,84 1,20 25,01
semente Kg 3,00 20,00 60,00
3,00 20,00 60,00
Subtotal C 577,76
484,47
Irrigação 88,90
75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 1.335,86
1.199,48
Outras despesas 66,79
59,97
Depreciação do equip. irrigação 26,00
26,00
Juros de custeio 26,72
23,99
Custo operacional total (C.O.T) 1.455,37
1.309,44
CUSTO TOTAL 1.455,37
1.309,44
92
Apêndice B5-Custo de produção por hectare do milho solteiro cv. XB 7012 em Andradina, em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
30500 espigas comerciais
30250 espigas comerciais
V. unit.
Qtd. Total (R$)
V. unit. Qtd. Total (R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00
1,50
52,50 35,00
1,50 52,50
Aração
HM 35,00
2,50
87,50 35,00
2,50 87,50
Gradagem (2X) HM 40,00
1,70
68,00 40,00
1,70 68,00
Semeadura HM 40,00
1,50
60,00 40,00
1,50 60,00
Subtotal A 268,00 268,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00
1,50
30,00
Tratamento da semente HD 20,00
0,06
1,20
20,00
0,06 1,20
Capina manual HD 20,00
8,00
160,00 20,00
8,00 160,00
Adubação de cobertura
HD 20,00
4,00
80,00 20,00
4,00 80,00
Controle fitossanitário HD 20,00
3,00
60,00 20,00
3,00 60,00
Colheita HD 25,00
2,80
70,00 25,00
2,80 70,00
Subtotal B 401,20 371,20
C - MATERIAL
tratamento semente (futur) L
83,67
0,40
33,47 81,23
0,40 32,49
calcário dolomítico Kg 0,03
750,00
22,50 0,03
750,00 22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg 0,90
250,00
225,00 0,80
250,00 200,00
adubo cobertura (uréia) Kg 1,33
110,00
146,30 1,18
110,00 129,80
herbicida round up L 16,37
2,50
40,93
inseticida pulv. (karatê) L 50,37
0,30
15,11 48,90
0,30 14,67
inseticida pulv. (lannate) Kg 28,71
1,20
34,45 20,84
1,20 25,01
semente Kg 6,71
20,00
134,20 6,52
20,00 130,40
Subtotal C 651,96 554,87
Irrigação 88,90 75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 1.410,06 1.269,88
Outras despesas 70,50 63,49
Depreciação do equip. irrigação 26,00 26,00
Juros de custeio 28,20 25,40
Custo operacional total (C.O.T) 1.534,76 1.384,77
CUSTO TOTAL 1.534,76 1.384,77
93
Apêndice B6-
Custo de produção por hectare do consórcio milho cv. CATIverde 02 e feijão cv. IAC Carioca em
Andradina, em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
22500 EC + 1773 Kg/ha
22250 EC+ 948 kg/ha
V. unit.
Qtd. Total (R$)
V. unit. Qtd.
Total
(R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00
1,50
52,50 35,00 1,50 52,50
Aração
HM 35,00
2,50
87,50 35,00 2,50 87,50
Gradagem (2X) HM 40,00
1,70
68,00 40,00 1,70 68,00
Semeadura HM 40,00
3,00
120,00
40,00 3,00 120,00
Subtotal A
328,00
328,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00
1,50
30,00
Tratamento da semente HD 20,00
0,06
1,20
20,00 0,06 1,20
Capina manual HD 20,00
10,00
200,00
20,00 10,00 200,00
Adubação de cobertura
HD 20,00
8,00
160,00
20,00 8,00 160,00
Controle fitossanitário HD 20,00
4,50
90,00 20,00 4,50 90,00
Colheita (feijão)
103,00
103,00
Colheita (milho) HD 25,00
3,60
90,00 25,00 3,60 90,00
Subtotal B
674,20
644,20
C - MATERIAL
tratamento semente (futur) L
83,67
0,40
33,47 81,23 0,40 32,49
calcário dolomítico Kg 0,03
750,00
22,50 0,03 750,00 22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg 0,90
500,00
450,00
0,80 500,00 400,00
adubo cobertura (uréia) Kg 1,33
220,00
292,60
1,18 220,00 259,60
herbicida round up L 16,37
2,50
40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54
2,50
58,85 20,84 2,50 52,10
inseticida pulv. (karatê) L 50,37
0,30
15,11 48,90 0,30 14,67
inseticida pulv. (lannate) Kg 28,71
1,20
34,45 20,84 1,20 25,01
semente feijão Kg 3,00
35,00
105,00
3,00 35,00 105,00
semente milho Kg 3,00
20,00 60,00 3,00 20,00 60,00
Subtotal C 1.112,91 971,37
Irrigação 88,90 75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 2.204,01 2.019,38
Outras despesas
110,20
100,97
Depreciação do equip. irrigação 26,00 26,00
Juros de custeio 44,08 40,39
Custo operacional total (C.O.T) 2.384,29 2.186,74
CUSTO TOTAL 2.384,29 2.186,74
94
Apêndice B7-Custo de produção por hectare do consórcio milho cv. XB 7012 e feijão cv. IAC Carioca
em
Andradina, em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
30500 EC + 504 kg/ha
27500 EC + 462 kg/ha
V. unit. Qtd. Total (R$)
V. unit.
Qtd. Total (R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00
1,50
52,50
35,00
1,50
52,50
Aração
HM 35,00
2,50
87,50
35,00
2,50
87,50
Gradagem (2X) HM 40,00
1,70
68,00
40,00
1,70
68,00
Semeadura HM 40,00
3,00
120,00
40,00
3,00
120,00
Subtotal A 328,00
328,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00
1,50
30,00
Tratamento da semente HD 20,00
0,06
1,20
20,00
0,06
1,20
Capina manual HD 20,00 10,00 200,00
20,00 10,00 200,00
Adubação de cobertura
HD 20,00
8,00
160,00
20,00
8,00
160,00
Controle fitossanitário HD 20,00
4,50
90,00
20,00
4,50
90,00
Colheita (feijão)
103,00
103,00
Colheita (milho) HD 25,00
3,60
90,00
25,00
3,60
90,00
Subtotal B 674,20
644,20
C - MATERIAL
tratamento semente (futur) L
83,67
0,40
33,47
81,23
0,40
32,49
calcário dolomítico Kg 0,03
750,00
22,50
0,03
750,00
22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg 0,90
500,00
450,00
0,80
500,00
400,00
adubo cobertura (uréia) Kg 1,33
220,00
292,60
1,18
220,00
259,60
herbicida round up L 16,37
2,50
40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54
2,50
58,85
20,84
2,50
52,10
inseticida pulv. (karatê) L 50,37
0,30
15,11
48,90
0,30
14,67
inseticida pulv. (lannate) Kg 28,71
1,20
34,45
20,84
1,20
25,01
semente feijão Kg 3,00 35,00 105,00
3,00
35,00 105,00
semente milho Kg 6,71 20,00 134,20
6,52
20,00 130,40
Subtotal C 1.187,11
1.041,77
Irrigação 88,90
75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 2.278,21
2.089,78
Outras despesas 113,91
104,49
Depreciação do equip. irrigação 26,00
26,00
Juros de custeio 45,56
41,80
Custo operacional total (C.O.T) 2.463,68
2.262,06
CUSTO TOTAL 2.463,68
2.262,06
95
Apêndice B9-
Custo de produção por hectare do consórcio milho cv. CATIverde 02 e feijão cv. Juriti em
Andradina, em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
19250 EC + 721 Kg/ha
25250 EC + 532 kg/ha
V. unit. Qtd. Total (R$)
V. unit.
Qtd.
Total
(R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00 1,50
52,50 35,00 1,50 52,50
Aração
HM 35,00 2,50
87,50 35,00 2,50 87,50
Gradagem (2X) HM 40,
00
1,70
68,00 40,00 1,70 68,00
Semeadura HM 40,00 3,00
120,00 40,00 3,00 120,00
Subtotal A 328,00 328,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00 1,50
30,00
Tratamento da semente HD 20,00 0,06
1,20 20,00 0,06 1,20
Capina manual HD 20,00 10,00
200,00 20,00 10,00 200,00
Adubação de cobertura
HD 20,00 8,00
160,00 20,00 8,00 160,00
Controle fitossanitário HD 20,00 4,50
90,00 20,00 4,50 90,00
Colheita (feijão)
103,00
103,00
Colheita (milho) HD 25,00 3,60
90,00 25,00 3,60 90,00
Subtotal B 674,20 644,20
C - MATERIAL
tratamento semente (futur) L
83,67
0,40
33,47 81,23 0,40 32,49
calcário dolomítico Kg 0,03 750,00
22,50 0,03 750,00 22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg 0,90 500,00
450,00 0,80 500,00 400,00
adubo cobertura (uréia) Kg 1,33 220,00
292,60 1,18 220,00 259,60
herbicida round up L 16,37 2,50
40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54 2,50
58,85 20,84 2,50 52,10
inseticida pulv. (karatê) L 50,37 0,30
15,11 48,90 0,30 14,67
inseticida pulv. (lannate) Kg 28,71 1,20
34,45 20,84 1,20 25,01
semente feijão Kg 2,60 35,00
91,00 2,50 35,00 87,50
semente milho Kg 3,00 20,00
60,00 3,00 20,00 60,00
Subtotal C 1.098,91 953,87
Irrigação 88,90 75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 2.190,01 2.001,88
Outras despesas 109,50 100,09
Depreciação do equip. irrigação 26,00 26,00
Juros de custeio 43,80 40,04
Custo operacional total (C.O.T) 2.369,31 2.168,01
CUSTO TOTAL 2.369,31 2.168,01
96
Apêndice B9-
Custo de produção por hectare do consórcio milho cv. XB 7012 e feijão cv. Juriti em Andradina, em
2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
29500 EC + 429 Kg/ha
34000 EC + 435 kg/ha
V. unit. Qtd. Total (R$)
V. unit. Qtd. Total (R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00
1,50
52,50 35,00 1,50 52,50
Aração
HM 35,00
2,50
87,50 35,00 2,50 87,50
Gradagem (2X) HM 40,00
1,70
68,00 40,00 1,70 68,00
Semeadura HM 40,00
3,00
120,00 40,00 3,00 120,00
Subtotal A 328,00 328,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00
1,50
30,00
Tratamento da semente HD 20,00
0,06
1,20
20,00 0,06 1,20
Capina manual HD 20,00
10,00
200,00 20,00 10,00 200,00
Adubação de cobertura
HD 20,00
8,00
160,00 20,00 8,00 160,00
Controle fitossanitário HD 20,00
4,50
90,00 20,00 4,50 90,00
Colheita (feijão)
103,00
103,00
Colheita (milho) HD 25,00
3,60
90,00 25,00 3,60 90,00
Subtotal B 674,20 644,20
C – MATERIAL
tratamento semente (futur) L
83,67
0,40
33,47 81,23 0,40 32,49
calcário dolomítico Kg 0,03
750,00
22,50 0,03 750,00 22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg 0,90
500,00
450,00 0,80 500,00 400,00
adubo cobertura (uréia) Kg 1,33
220,00
292,60 1,18 220,00 259,60
herbicida round up L 16,37
2,50
40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54
2,50
58,85 20,84 2,50 52,10
inseticida pulv. (karatê) L 50,37
0,30
15,11 48,90 0,30 14,67
inseticida pulv. (lannate) Kg 28,71
1,20
34,45 20,84 1,20 25,01
semente feijão Kg 2,60
35,00
91,00 2,50 35,00 87,50
semente milho Kg 6,71
20,00
134,20 6,52 20,00 130,40
Subtotal C 1.173,11 1.024,27
Irrigação 88,90 75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 2.264,21 2.072,28
Outras despesas 113,21 103,61
Depreciação do equip. irrigação 26,00 26,00
Juros de custeio 45,28 41,45
Custo operacional total (C.O.T) 2.448,
70
2.243,34
CUSTO TOTAL 2.448,70 2.243,34
97
Apêndice B10-
Custo de produção por hectare do consórcio milho cv. CATIverde 02 e feijão cv. Colibri em
Andradina, em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
20750 EC+ 649 Kg/ha
22000 EC+465 kg/ha
V. unit. Qtd.
Total
(R$)
V. unit. Qtd.
Total
(R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00
1,50
52,50
35,00 1,50 52,50
Aração
HM 35,00
2,50
87,50
35,00 2,50 87,50
Gradagem (2X) HM 40,00
1,70
68,00
40,
00
1,70 68,00
Semeadura HM 40,00
3,00
120,00
40,00 3,00
120,00
Subtotal A 328,00
328,00
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00
1,50
30,00
Tratamento da semente HD 20,00
0,06
1,20
20,00 0,06
1,20
Capina manual HD 20,00
10,00
200,00
20,00 10,00
200,00
Adubação de cobertura
HD 20,00
8,00
160,00
20,00 8,00
160,00
Controle fitossanitário HD 20,00
4,50
90,00
20,00 4,50 90,00
Colheita (feijão)
103,00
103,00
Colheita (milho) HD 25,00 2,8
0
70,00
25,00 2,80 70,00
Subtotal B 654,20
624,20
C - MATERIAL
tratamento semente (futur) L
83,67
0,40
33,47
81,23 0,40 32,49
calcário dolomítico Kg 0,03
750,00
22,50
0,03 750,00 22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg 0,90
500,00
450,00
0,80 500,00
400,00
adubo cobertura (uréia) Kg 1,33
220,00
292,60
1,18 220,00
259,60
herbicida round up L 16,37
2,50
40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54
2,50
58,85
20,84 2,50 52,10
inseticida pulv. (karatê) L 50,37
0,30
15,11
48,90 0,30 14,67
inseticida pulv. (lannate) Kg 28,71
1,20
34,45
20,84 1,20 25,01
semente feijão Kg 2,30
35,00
80,50
2,25 35,00 78,75
semente milho Kg 3,00
20,00
60,00
3,00 20,00 60,00
Subtotal C 1.088,41
945,12
Irrigação 88,90
75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 2.159,51 1.973,13
Outras despesas 107,98 98,66
Depreciação do equip. irrigação 26,00 26,00
Juros de custeio 43,19 39,46
Custo operacional total (C.O.T) 2.336,67 2.137,25
CUSTO TOTAL 2.336,67 2.137,25
98
Apêndice B11- Custo de produção por hectare do consórcio milho cv. XB 7012 e feijão cv. Colibri em Andradina,
em 2005 e 2006.
Safra 2005 Safra 2006
DESCRIÇÃO ESPECIF.
30750 EC + 362Kg/ha
33500EC + 361 kg/ha
V. unit. Qtd. Total (R$) V. unit. Qtd.
Total
(R$)
A. OPERAÇÕES MECANIZADAS
Calagem HM 35,00
1,50
52,50
35,00
1,50 52,50
Aração
HM 35,00
2,50
87,50
35,00
2,50 87,50
Gradagem (2X) HM 40,00
1,70
68,00
40,00
1,70 68,00
Semeadura HM 40,00
3,00
120,00
40,00
3,00
120,0
0
Subtotal A 328,00
328,0
0
B - OPERAÇÕES MANUAIS
Dessecação da braquiária HD 20,00
1,50
30,00
Tratamento da semente HD 20,00
0,06
1,20
20,00
0,06 1,20
Capina manual HD 20,00 10,00 200,00
20,00
10,00
200,0
0
Adubação de cobertura
HD 20,00
8,00
160,00
20,00
8,00
160,0
0
Controle fitossanitário HD 20,00
4,50
90,00
20,00
4,50 90,00
Colheita (feijão)
103,00
103,0
0
Colheita (milho) HD 25,00
2,80
70,00
25,00
2,80 70,00
Subtotal B 654,20
624,2
0
C - MATERIAL
tratamento semente (futur) L
83,67
0,40
33,47
81,23
0,40 32,49
calcário dolomítico Kg 0,03
750,00
22,50
0,03
750,00 22,50
adubo plantio ( 8-28-16) Kg 0,90
500,00
450,00
0,80
500,00
400,0
0
adubo cobertura (uréia) Kg 1,33
220,00
292,60
1,18
220,00
259,6
0
herbicida round up L 16,37
2,50
40,93
inseticida pulv. (dithane) Kg 23,54
2,50
58,85
20,84
2,50 52,10
inseticida pulv. (karatê) L 50,37
0,30
15,11
48,90
0,30 14,67
inseticida pulv. (lannate) Kg 28,71
1,20
34,45
20,84
1,20 25,01
semente feijão Kg 2,30 35,00 80,50
2,25
35,00 78,75
semente milho Kg 6,71 20,00 134,20
6,52
20,00
130,4
0
Subtotal C 1.162,61
1.015,
52
Irrigação 88,90 75,81
Custo operacional efetivo (C.O.E) 2.233,71 2.043,53
Outras despesas 111,69 102,18
Depreciação do equip. irrigação 26,00 26,00
Juros de custeio 44,67 40,87
Custo operacional total (C.O.T) 2.416,07 2.212,58
CUSTO TOTAL 2.416,07 2.212,58
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