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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE - UENF
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROPECUÁRIA - CCTA
PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA - LEAG
ESTIMATIVA DOS NÍVEIS ÓTIMOS ECONÔMICOS DE IRRIGAÇÃO E DE
ADUBAÇÃO NITROGENADA NOS MAMOEIROS (Carica papaya L.)
CULTIVAR GOLDEN E DO HÍBRIDO UENF CALIMAN 01
GUILHERME BASTOS LYRA
“Tese apresentada ao Centro
de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, como parte das exigências do
Curso de Doutorado em Produção
Vegetal”
Orientador: Prof. Niraldo José Ponciano
CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ
2007
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i
ESTIMATIVA DOS NÍVEIS ÓTIMOS ECONÔMICOS DE IRRIGAÇÃO E DE
ADUBAÇÃO NITROGENADA NOS MAMOEIROS (Carica papaya L.)
CULTIVAR GOLDEN E DO HÍBRIDO UENF CALIMAN 01
GUILHERME BASTOS LYRA
“Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, como parte das exigências do
Curso de Doutorado em Produção Vegetal.”
Aprovada em 06 de setembro de 2007
Comissão examinadora:
_________________________________________________________________
Prof. Elias Fernandes de Sousa (D.Sc., Produção Vegetal) - UENF
_________________________________________________________________
Paulo Marcelo de Souza (D.Sc., Economia Aplicada) - UENF
_________________________________________________________________
Vicente de Paulo S.de Oliveira (D.Sc., Engenharia Agrícola) - CEFET- CAMPOS
_________________________________________________________________
Niraldo José Ponciano (D.Sc., Economia Aplicada) – UENF
Orientador
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ii
A DEUS;
Aos meus avós paternos Israel (in memoriam) e Christina e
maternos Anésio (in memoriam) e Gerusa (in memoriam);
Aos meus pais Feliciano (in memoriam) e Rita Maria;
Aos meus irmãos Gustavo e Christina e a meus sobrinhos Julia e
Davi;
Aos meus tios e primos;
A Andréia Albuquerque Cerqueira.
DEDICO.
“O homem erudito é um descobrir de fatos que já
existem, mas o homem sábio é um criador de valores que
não existem e que ele faz existir.”
ALBERT EINSTEIN
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, acima de tudo, pois sou vitorioso somente em seu nome;
A Universidade Estadual do Norte Fluminense, por meio do programa de
Pós-Graduação em Produção Vegetal, pela oportunidade de realização do curso;
A Caliman Agrícola S.A. pelo apoio no desenvolvimento do experimento;
A FAPERJ, pela concessão de bolsa de estudos;
Ao professor Niraldo José Ponciano, pelo seu profissionalismo,
dedicação, paciência, companheirismo, amizade e franqueza;
Aos professores Elias Fernandes, Paulo Marcelo, Salassier Bernardo
Pedro Henrique Monnerat, Rogério Daher e Geraldo Gravina, pelas criticas
construtivas, sugestões apresentadas e pela amizade;
Ao professor Gilberto C. Sediyama, pelos conselhos, amizade e apoio;
Aos professores do curso de Pós-graduação em Engenharia Agrícola da
Universidade Federal de Viçosa, Wilson Deniculi, Rubens Alves de Oliveira,
Demetrius David da Silva, Paulo Roberto Cecon, Márcio Mota e Everardo
Mantovani, pelas criticas construtivas, pelo embasamento acadêmico na área de
irrigação e pela amizade;
Aos professores do curso de Agronomia da Universidade Federal de
Alagoas Geraldo Veríssimo, Gilson Moura e José Leonaldo pelos ensinamentos e
dedicação na vida acadêmica;
iv
Ao amigo Geraldo Ferregueti, pelos conselhos e orientação na montagem
e desenvolvimento do experimento na fazenda Caliman;
Aos Funcionários da Caliman, Elieder e Roque, além de todos os
outros que proporcionaram uma grande amizade e que sem os quais não seria
possível a realização eficiente deste trabalho;
Aos Amigos de republica Márcio Takeshi, Sidney Zanetti e Elton
Bernardo, pela tranqüila convivência e apoio nos momentos difíceis dessa
jornada;
Aos eternos amigos Artur Nogueira, Erickson Jesus, Renata Nogueira,
Hewlley Acioli, Stoécio Malta, Ricardo Alexandre, Sávio (Muqui), Marcela
Campanharo, Alessandra, Robson Meireles, Robson Mendes e Joseane;
À minha mãe Rita Maria e aos meus irmãos Gustavo e Christina por
todos os conselhos, convivência e principalmente pelo apoio nos momentos de
dificuldades;
Aos demais colegas do Programa de Pós-Graduação, pela amizade, pela
convivência e pelo ambiente profissional proporcionado.
v
SUMÁRIO
RESUMO ..............................................................................................................viii
ABSTRACT.............................................................................................................x
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................1
2. REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................5
2.1. A Cultura do Mamoeiro e suas Características de Crescimento.........5
2.2. Irrigação do Mamoeiro........................................................................6
2.3. Exigência Nutricional do Mamoeiro ....................................................8
2.4. Função de Produção ........................................................................12
2.5. Análise da Viabilidade Econômica....................................................13
3. TRABALHOS ....................................................................................................16
ESTIMAÇÃO DOS NÍVEIS ÓTIMOS ECONÔMICOS DE IRRIGAÇÃO E DOSES
DE SULFATO DE AMÔNIO NO MAMOEIRO (Carica papaya L.) NAS
CONDIÇÕES DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO ...............................................16
RESUMO ..............................................................................................................16
ABSTRACT...........................................................................................................17
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................18
2. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................20
2.1. Localização, Delineamento Experimental e Tratamentos.................20
2.2. Manejo Irrigação ...............................................................................23
vi
2.3. Balanço de Água no Solo .................................................................24
2.4. Função de Produção ........................................................................26
2.4.1. Coleta dos Dados ..........................................................................26
2.4.2. Função de Produção .....................................................................27
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................30
3.1. Condições Climáticas e Balanço Hídrico ..........................................30
3.2. Função de Produção Água – Produtividade .....................................36
3.3. Função de Produção Água - Peso Médio, Comprimento e Diâmetro
de Fruto ...................................................................................................41
4. RESUMO E CONCLUSÕES.............................................................................44
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................46
MODELOS DE CRESCIMENTO PARA OS MAMOEIROS (Carica papaya L.)
CULTIVAR GOLDEN E HÍBRIDO UENF CALIMAN 01 SOB CONDIÇÕES DE
DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE SULFATO DE AMÔNIO
..............................................................................................................................51
RESUMO ..............................................................................................................51
ABSTRACT...........................................................................................................52
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................52
2. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................54
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................57
3.1. Ajuste dos modelos para a cultivar Golden.......................................58
3.2. Ajuste dos modelos para o híbrido UENF Caliman 01......................65
4. RESUMO E CONCLUSÕES.............................................................................71
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................72
TEORES DE NUTRIENTES DO MAMOEIRO (Carica papaya L.) SOB
CONDIÇÕES DE DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE
SULFATO DE AMÔNIO NAS CONDIÇÕES DO NORTE DO ESPIRITO SANTO 75
RESUMO ..............................................................................................................75
ABSTRACT...........................................................................................................76
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................77
vii
2. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................79
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................82
4. RESUMO E CONCLUSÕES.............................................................................96
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................97
VIABILIDADE ECONÔMICA E DE RISCO NA CULTURA DO MAMÃO (Carica
papaya L.) EM FUNÇÃO DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE SULFATO
DE AMÔNIO NO NORTE CAPIXABA.................................................................100
RESUMO ............................................................................................................100
ABSTRACT.........................................................................................................101
1. INTRODUÇÃO................................................................................................103
2. MATERIAL E MÉTODO ..................................................................................105
2.1. Avaliação da Viabilidade Econômica ..............................................106
2.1.1. Determinação do Valor Presente Liquido (VPL)....................107
2.1.2. Determinação da Taxa Interna de Retorno (TIR) ..................108
2.1.3. A tomada de Decisão sob Condições de Risco.....................109
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................111
4. RESUMO E CONCLUSÕES...........................................................................119
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................121
4. RESUMO E CONCLUSÕES...........................................................................123
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................128
APÊNDICE 1.......................................................................................................134
APÊNDICE 2.......................................................................................................138
viii
RESUMO
LYRA, Guilherme Bastos, D.S. Universidade Estadual do Norte Fluminense,
Setembro de 2007. Estimativa dos níveis ótimos econômicos de irrigação e de
adubação nitrogenada nos mamoeiros (Carica papaya L.) cultivar golden e do
híbrido UENF Caliman 01. Orientador: Prof. Niraldo José Ponciano. Conselheiros:
Elias Fernandes de Sousa, Paulo Marcelo de Souza.
Objetivou-se nesta tese estudar o comportamento da cultura dos mamoeiros, sob
influência de diferentes níveis de irrigação e doses de sulfato de amônio, bem
como avaliar a viabilidade econômica. Foram instalados dois experimentos na
Fazenda Caliman Agrícola S.A. com os mamoeiros cultivares Golden e híbrido
UENF Caliman 01. O delineamento estatístico experimental foi em blocos
casualizados, com esquema fatorial 5x4 em parcelas subdivididas, sendo cinco
lâminas de irrigação e quatro doses de sulfato de amônio, através dos dados
coletados foram realizados quatros trabalhos. No primeiro trabalho foram
correlacionados níveis de água e doses de sulfato de amônio. Avaliaram-se, por
meio da função de produção, a produtividade média, produção total por planta,
número total de frutos, peso, comprimento e diâmetro médio do fruto, para o
mercado interno e externo. Os resultados obtidos sugerem uma relação de
segunda ordem entre as variáveis de produção e as lâminas totais de água
aplicadas. Assim, conclui-se que as lâminas ótimas econômicas para o mercado
interno e externo no Golden são de 1546,52 e 1547,32 mm. Obtendo receita
líquida operacional para os mercados interno e externo de 313,19 e 929,57 R$ ha
-
1
mês
-1
, respectivamente. No UENF Caliman 01 estas lâminas foram de 936,52 e
de 937,32mm, com receita líquida operacional de 302,79 e 1347,87 R$ ha
-1
mês
-1
nos mercados interno e externo, respectivamente. No segundo trabalho objetivou-
se avaliar o ajuste dos modelos de Gompertz, logístico e monomolecular em
relação aos graus-dias acumulados. As variáveis avaliadas foram: Altura de
planta, diâmetro de caule e diâmetro de copa. Os modelos utilizados obtiveram
ajustes significativos (P<0,05), concluindo que nos modelos originais e
modificados os parâmetros apresentam expressão biológica e não puramente
estatística, uma vez que os coeficientes de determinação ajustados obtiveram
ix
valores elevados para altura de planta, diâmetro de caule e diâmetro de copa.
Nos modelos modificados observou-se a influência da produtividade no
crescimento das plantas. No terceiro trabalho determinaram-se os teores de
nutrientes no limbo e pecíolo foliar em função da lâmina total aplicada e da
adubação com sulfato de amônio em três períodos diferentes. Foram coletadas
amostras de limbo e de pecíolo para determinar os teores de N, P, K, Ca, Mg, S,
Fe, Zn, Cu, Mn e B, ajustando aos modelos quadrático e parabolóide aos teores
de nutrientes quando significativos. A constatação da variação significativa da
maioria dos teores de nutrientes com diferentes lâminas totais de água aplicada e
doses de sulfato de amônio mostra a necessidade de estudos que determinem as
adequadas adubações potenciais em função de diferentes lâminas de água e
doses de sulfato de amônio. No quarto trabalho objetivou-se determinar a
viabilidade econômica e o risco da cultura do mamão na região norte capixaba,
para os tratamentos empregados no experimento. Os resultados indicaram o sistema
de cultivo com lâmina de irrigação referente a 110% da ETo e dose de sulfato de amônio
de 90 kg ha
-1
mês
-1
como o mais apropriado para implantação pelos métodos do VPL e
TIR, no cultivar Golden. No entanto, para o híbrido UENF Caliman 01 o tratamento que
apresentou melhor resultado por esses métodos foi o referente a 90% da ETo combinado
com a dose de sulfato de amônio igual a 188 kg ha
-1
mês
-1
.
x
ABSTRACT
LYRA, Guilherme Bastos, D.S. Universidade Estadual do Norte
Fluminense, September 2007. Estimate of the economical great levels of irrigation
and of nitrogen fertilization in the papaya trees (Carica papaya L.) cultivar Golden
and hybrid UENF Caliman 01. Adviser: Prof. Niraldo José Ponciano. Committee
Members: Elias Fernandes de Sousa, Paulo Marcelo de Souza.
This thesis includes paper studied the effect of the culture of the papaya
trees, under influence of different irrigation levels and doses of ammonium
sulphate and evaluate the economical viability. Two experiments were installed in
Agricultural Caliman’s S.A. farm with the papaya trees cultivar Golden and hybrid
UENF Caliman 01. The experimental statistical randomized was in complete
blocks design, with factorial scheme 5x4 in split-plots, being five irrigation depths
and four level of ammonium sulphate . Through the collected data four works were
accomplished. In the first work, levels of water and l of ammonium sulphate were
correlated. They were evaluated, through the production function, the medium
productivity, and total production for plant, total number of fruits, weight, length
and medium diameter of the fruit, to domestic and international market. The
obtained results suggest a relationship of second order between the production
variables and the total depths of water applied. Like this, it is ended that the
economical great depths to domestic and international markets in Golden are of
1546,52 and 1547,32mm. Obtaining operational net incomes for domestic and
international markets of 313,19 and R$ ha
-1
month
-1
, respectively. In UENF
Caliman 01 these depths were of 936,52 and of 937,32mm, with operational net
incomes of 302,79 and R$ ha
-1
month
-1
in the domestic and international markets,
respectively. In the second paper it was aimed at to evaluate the adjustment of the
models of Gompertz, logistic and monomolecular in relation to the degrees
accumulated days. The appraised variables were: Plant height, stem diameter and
cup diameter. The used models obtained significant adjustments, ending that in
the original models and modified the parameters present biological expression and
no purely statistics, once the adjusted determination coefficients obtained high
xi
values for plant height, stem diameter and cup diameter. In the modified models it
can be observed influences of the productivity in the growth of the plants. In the
third paper it was determined the contents of nutrients in the blades and foliate
petioles in function of the applied total with ammonium sulphate in three different
periods. Samples were blades and petioles to determine the contents of N, P, K,
Ca, Mg, S, Faith, Zn, Ass, Mn and B, adjusting the results to the quadratic models
and paraboloid to the contents of nutrients when significant. The verification of the
significant variation of most of the contents of nutrients with different total depths
of applied water and doses of ammonium sulphate shows the need of studies that
determine the appropriate potential planting material in function of different depths
of water and doses of ammonium sulphate. In the fourth paper it was aimed to
determine the economic viability and the risk of the culture of the papaya in the
North Espírito Santo State, for the treatment used in the experiment. The results
had indicated the system of culture with irrigation blade of 110% of the ETo and
dose of ammonium sulphate of 90 kg ha
-1
month
-1
as the most appropriate for
implantation for the methods of VPL and TIR, in cultivar Golden. However, for
hybrid UENF Caliman 01 the treatment that presented better result for these
methods was the referring to 90% of the ETo combined with the ammonium
sulphate dose equal to 188 kg ha
-1
month
-1
.
1
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, o Brasil encontra-se em posição de destaque na produção
mundial de frutas tropicais. Isto mostra não somente o potencial de participação
no cenário do agronegócio de frutas tropicais e seus derivados, mas também o
potencial de propagação e produção de fruteiras por meio de seu território. Devido
a várias condições favoráveis, como disponibilidade de recursos hídricos para a
irrigação, possibilidade de expansão de plantio, disposição geográfica apropriada
para transportes externos, enorme mercado interno e condições edafoclimáticas
apropriadas.
O mamoeiro, planta típica de clima tropical, é a quarta maior fruteira, em
termos de produção, no Brasil em 2005, com 1.573.879 t ha
-1
ano
-1
(4,66%),
superado apenas pela laranja 17.853.443 t ha
-1
ano
-1
(52,83%), banana 6.703.400
t ha
-1
ano
-1
(19,84%) e melancia 1.637.428 t ha
-1
ano
-1
(4,85%). A região Norte e
Sul apresentaram as menores produtividades do país no ano de 2004 (8,91 e
11,26 t ha
-1
ano
-1
, respectivamente). No mesmo ano as regiões Sudeste, Nordeste
e Centro-Oeste obtiveram produtividades iguais a 61,94; 45,98 e 28,21 t ha
-1
ano
-1
,
respectivamente (Agrianual, 2007). Os Estados da Bahia e Espírito Santo são
responsáveis por 86% da produção nacional no mesmo ano, seguidos pelos
Estados do Ceará (3,67%) e Rio Grande do Norte (2,15%), que apresentaram o
maior crescimento entre os anos de 2001 a 2005 (IBGE 2007).
Mesmo com as maiores produtividades os Estados da Bahia e do Espírito
Santo apresentam índices pluviométricos irregulares, não permitindo que a cultura
2
atinja seu máximo potencial produtivo físico e econômico (Coelho et al. 2002).
Outro fator que contribui para as baixas produtividades é o manejo inadequado e
o desconhecimento ou a falta de informações sobre técnicas e parâmetros
necessários à irrigação e adubação dentro desta cultura. Causando
comprometimento da produtividade e elevação dos custos de produção, tornando-
as muitas vezes inviáveis à comercialização.
Analisando a evolução e as tendências da irrigação, Rebouças (1997)
afirma que devido ao custo crescente dos projetos de irrigação e à redução dos
investimentos públicos no setor, espera-se a otimização das atividades produtivas
em áreas irrigadas, em lugar de tentar expandi-las. Trabalhos experimentais que
levem em conta o nível de água e adubações aplicadas e a resposta da cultura a
estes fatores, dentro de um enfoque econômico, são de fundamental importância
para o desenvolvimento racional do cultivo nas regiões produtoras do Brasil. Para
aumento da produtividade, proporcionado pela utilização de fertilizantes e água, é
necessário definir doses e lâminas adequadas destes, através do
acompanhamento da quantidade e qualidade dos frutos produzidos. O emprego
da função de produção na análise e discussão dos resultados de experimentos
agrícolas é bastante utilizado para determinar os níveis economicamente ótimos
deste tipo de fatores (fertilizantes e lâminas de irrigação) envolvidos no processo
produtivo.
O mamoeiro necessita para o seu adequado desenvolvimento e produção
de frutos de precipitação pluvial anual entre 1.200 e 2.000 mm, distribuídos
regularmente durante o ano (OMM, 1991; Nishima et al. 2000; Coelho et al., 2002;
SEAGRI, 2007). A temperatura do ar é um dos elementos mais importantes para
essa cultura. Temperaturas do ar abaixo de 15,5 ºC podem causar carpeloidia
(“cara de gato”), inibição do florescimento e crescimento das plantas, queda dos
frutos e redução no seu conteúdo de açúcar, enquanto temperaturas acima de 32
ºC resultam em queda de flores e indução de “esterelidade feminina”, ocorrendo
assim queda de produção (Nishima et al. 2000; Crane, 2005). O intervalo de
temperatura considerado adequado para o seu crescimento e produção potencial
é entre 21 e 32 ºC (Marler et al., 1994; Marin et al., 1995; Nishima et al. 2000;
Crane, 2005, SEAGRI, 2007). Neste sentido se faz necessário estudo para
caracterizar o crescimento do mamoeiro e a influência da produtividade neste
crescimento, assim como o comportamento da cultura em função de condições
3
climáticas (temperatura do ar e lâminas de águas aplicadas) e níveis de nutrientes
exigidos pelo mamoeiro.
A alocação de recursos financeiros pelos agricultores é influênciada pelos
riscos e incertezas envolvidos. Assim, qualquer avaliação de projeto que não
contemple a possibilidade de reduzir os riscos, dificilmente produzirá resultados
satisfatórios. A viabilidade de um sistema de produção depende de análises
econômicas dos insumos aplicados para que se possa tomar a decisão mais
adequada. O sistema de cultivo do mamão utilizando irrigação localizada requer
um alto investimento inicial e demandado estudo do potencial produtivo. Na
análise de viabilidade econômica, é necessário, indicar a taxa de rentabilidade
esperada, como também fornecer elementos que permitam medir o grau de
confiança que se pode associar àquela taxa de retorno do projeto. Isso orienta e
subsidia a tomada de decisão, tornando-a mais eficiente. A determinação da
rentabilidade da produção de mamão e a avaliação por meio das análises de
sensibilidade e de risco fornecem maior eficiência no empreendimento por parte
do agricultor.
Apesar da grande maioria das lavouras comerciais serem irrigadas e
adubadas, pouco se sabe sobre a demanda de água e nutrientes na cultura do
mamão, seu efeito na produtividade e sobre a viabilidade do investimento
empregado, o que tornam necessárias pesquisas que recomendem aos
produtores as alternativas mais viáveis para o manejo racional desta cultura em
uma determinada região.
Em face das questões levantadas, o objetivo geral do presente trabalho
foi:
- Identificar os níveis ótimos de irrigação e adubação nitrogenada que propiciem a
máxima produtividade da cultivar de mamoeiro “Golden” e do Híbrido UENF
Caliman 01, no norte do Estado do Espírito Santo. Como objetivos específicos
têm-se:
4
E como objetivos específicos
- Estimar funções de produção para o mamão para avaliar a lâmina de água e a
dose de nitrogênio que resultem no melhor retorno;
- Avaliar o ajuste dos modelos de crescimento nos mamoeiros Golden e UENF
Caliman 01 em relação aos graus-dias acumulados e seus efeitos na produção,
sob diferentes níveis de irrigação e adubação nitrogenada no Norte do Espírito
Santo;
- Determinar os teores de nutrientes, através da análise foliar, no limbo e pecíolo
foliar em função da lâmina total de água aplicada e da adubação com sulfato de
amônio, assim como suas interações, para o mamoeiro cultivar Golden e para o
híbrido UENF Caliman 01;
- Avaliar a viabilidade econômica do mamoeiro irrigado em nível comercial;
- Realizar análise de sensibilidade e simulação de Monte Carlo.
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. A Cultura do Mamoeiro e suas Características de Crescimento
A espécie Carica Papaya L. descoberto pelos espanhóis no Panamá é o
mamoeiro mais cultivado em todo o mundo. Planta herbácea tipicamente tropical,
cujo centro de origem é, provavelmente, o noroeste da América do Sul (Trindade,
2000).
De acordo com Simão (1998), o mamoeiro apresenta sistema radicular
pivotante, com raiz principal bastante desenvolvida. O caule é ereto, único,
flexível, cilíndrico, com 10 a 30 cm de diâmetro, encimado de folhas grandes, com
longos pecíolos fistulosos. As flores podem ser divididas basicamente em três
grupos bem diferenciados: flor pistilada ou feminina, flor hermafrodita e flor
estaminada ou masculina típica. A propagação do mamoeiro é feita
exclusivamente por sementes, que devem ser provenientes de flores
autopolinizadas, produzidas por plantas hermafroditas, previamente selecionadas
quanto às características agronômicas desejáveis. Quando as mudas tiverem
cerca de 5 cm, deve-se fazer a eliminação das mais fracas e menos sadias,
deixando apenas uma por recipiente. Ao atingirem 15 a 20 cm de altura, estarão
aptas para serem plantadas no campo. Aos 100 -120 dias do plantio no campo, as
plantas iniciam o florescimento, sendo este o momento mais apropriado para se
identificar o sexo das flores produzidas. Por essa ocasião faz-se uma seleção de
mudas procurando-se deixar uma planta hermafrodita por cova e eliminando as
6
demais com um corte rente ao chão. Normalmente há um período de 150 a 180
dias do florescimento até a maturação dos frutos, dependendo da época do ano.
A cultura do mamoeiro sustenta-se em estreita base genética, sendo
bastante limitado o número de cultivares plantados nas principais regiões
produtoras do Brasil. Os mais explorados no país são classificados em dois
grupos: Solo, no qual se encontra a maioria das cultivares de mamão plantado no
mundo e, Formosa, adequado somente à comercialização no mercado interno.
Embora o mamoeiro desenvolva-se nos mais diversos tipos de solos,
estes devem apresentar como principal característica a boa drenagem. Em
condições de encharcamento do solo as plantas apresentam-se estioladas, com
desprendimento prematuro das folhas inferiores, amarelecimento das mais
jovens, tronco fino e alto, e produção reduzida. Dessa maneira, os solos mais
adequados para o plantio do mamoeiro são os de texturas médias ou areno-
argilosas, com pH variando de 5,5 a 6,7 (Oliveira, 2002).
2.2. Irrigação do Mamoeiro
A água desempenha papel fundamental na vida das plantas. O excesso
desta provoca diminuição na respiração das raízes, e estiagens muito
prolongadas podem reduzir a absorção de nutrientes que influênciam no volume e
qualidade da produção (Lima, 2003). O pequeno desequilíbrio nesse fluxo de
água pode causar déficits hídricos e mau funcionamento de inúmeros processos
celulares. Segundo Taiz & Zeiger (2003), o fato de a água ser limitante é o motivo
pelo qual existem as práticas de irrigação nas culturas.
Mesmo com seus altos custos de implantação e de manutenção, a
irrigação propicia ao produtor algumas vantagens, a exemplo da adição de
nutriente pela água, o que implica aplicação eficiente dos fertilizantes na zona
radicular sem interferência da mão-de-obra. Os métodos de irrigação utilizados
para a cultura do mamoeiro são os mais variados, desde a irrigação por superfície
até a do tipo localizada. Os métodos de irrigação por superfície não têm sido
comuns, mas se usados, deverão estar relacionados com o solo de textura média
e argilosa e em terrenos sistematizados. Os métodos pressurizados são os mais
empregados. Dentre eles aspersão convencional, o pivô central, o alto propelido e
as irrigações localizadas, gotejamento e microaspersão (Oliveira, 2002).
7
De acordo com Melo (2001), nos últimos anos o método de irrigação
localizada vem ganhando espaço na fruticultura, em relação aos sistemas
tradicionais, como o de aspersão e superfície, e se firmando como um dos mais
utilizados. O método de irrigação localizada apresenta como vantagens maior
eficiência do uso da água, maior resposta de produtividade das culturas exigentes
em alto nível de umidade do solo, maior eficiência de adubação maior, e eficiência
no controle fitossanitário. Além disso, não interfere nas práticas culturais e tem
baixo custo na utilização de mão-de-obra, comparado com outros sistemas, por
se tratar de um sistema fixo (Bernardo, 2006).
Segundo Malo & Campbell (1986), em plantios comerciais da espécie
Carica papaya L., a irrigação é recomendada durante o período seco para elevar
o crescimento e a produtividade das plantas. Com relação à necessidade hídrica
do mamão, as melhores condições para o crescimento e produtividade
encontram-se em regiões com precipitação acima de 1200 mm e bem distribuídas
durante todo o ano. Em período de estiagem deve-se recorrer à irrigação visando
uma maior produção e um melhor escalonamento da colheita (Luna, 1986).
As informações sobre os efeitos da irrigação no desenvolvimento e
crescimento do mamoeiro são escassas na literatura, e estas informações são
importantes. O conhecimento do volume de água utilizado no processo de
transpiração é fundamental no manejo de irrigação localizada e na fertirrigação.
Porém, a quantificação da transpiração de fruteiras em campo é difícil e depende
de uma série de fatores, como a disponibilidade hídrica, as condições de
demanda atmosférica e fatores ligados à própria planta, como área foliar,
geometria de copa e de plantio, os quais afetam a capacidade de interceptação
da radiação solar e a interação com o vento.
Nos últimos anos, as determinações da evapotranspiração das culturas
herbáceas e arbóreas, em grande parte dos estudos, são realizadas por modelos
empíricos. Ou baseados nos processos físicos. Entre os modelos, o de Penman
Monteith é o que apresenta melhores estimativas. Na cultura do mamão a planta
consome em média 18 litros de água por dia (evapotranspiração de
aproximadamente 3,5 mm/dia).
8
2.3. Exigência Nutricional do Mamoeiro
A maior parte do cultivo comercial do mamoeiro no Brasil se encontra
implantada em solos de baixa fertilidade (norte do Espírito Santo e extremo sul da
Bahia), principalmente no que se refere aos níveis de fósforo, o que leva à
utilização de altas doses fertilizantes. Estudos com a cultura do mamoeiro para
extração e exportação de nutrientes pela colheita demonstraram que o mamoeiro
é uma planta que extrai quantidades relativamente altas de nutrientes e apresenta
exigências continuas durante o primeiro ano, atingindo seu máximo aos doze
meses de idade. A sua característica de colheitas intermitentes, a partir do início
de produção demonstra que a planta necessita de suprimentos de água e
nutrientes em intervalos freqüentes, de modo a permitir o fluxo contínuo de
produção de flores e frutos (Oliveira, 2002).
O autor afirma ainda que; dos macronutrientes, potássio (K), nitrogênio
(N) e cálcio (Ca) são os mais absorvidos, enquanto o fósforo (P) é o menos
extraído. Dos micronutrientes, ferro (Fe), manganês (Mn) e boro (B) são os
elementos mais absorvidos, enquanto o molibdênio (Mo) é o menos absorvido.
Para os macronutrientes, as menores quantidades relativas acumuladas nos
órgãos reprodutivos do mamoeiro são de magnésio (Mg) e cálcio (Ca),
representando, respectivamente, taxas de 12,5% e 13,5% dos totais absorvidos.
Apesar da baixa quantidade total de P absorvida, no primeiro ano de cultivo do
mamoeiro, 30% são acumulados nas flores e frutos. N, K e enxofre (S)
apresentam acumulações nos órgãos reprodutivos na faixa de 24 a 25% dos
totais absorvidos.
Por fomentar o crescimento vegetativo, quando adicionado em excesso, o
nitrogênio é responsável por um crescimento excessivo da planta em detrimento
da produção. Ao potássio é atribuída a responsabilidade da concentração de
açúcares e sólidos solúveis totais no fruto, o que reflete na qualidade. Já o fósforo
é considerado de grande importância para o desenvolvimento radicular e fixação
dos frutos (Vitti et al. 1989). Por isso, o fornecimento equilibrado do nitrogênio e
potássio é fundamental para o adequado crescimento, floração e frutificação.
Dos micronutrientes, apesar das pequenas quantidades absorvidas, o Mo
é, em termos relativos, o mais acumulado nas flores e frutos (36% do total
absorvido). Para o B, Cu e Zn as taxas de acumulação nos órgãos reprodutivos
9
situam-se em torno de 20%. Mn e Fe, apesar das maiores quantidades
absorvidas, apresentam menores taxas relativas de acumulação (14 e 16%) nas
flores e frutos, no primeiro ano de cultivo.
O nitrogênio é um elemento que fomenta o crescimento vegetativo, não
podendo faltar nos primeiros 5 a 6 meses após o plantio. Na deficiência de N, as
folhas maduras se tornam amareladas precocemente, destacando-se da planta,
as folhas novas se apresentam com o pecíolo mais delgado, limbo foliar menos
desenvolvido e internódios curtos. Segundo Marinho et al. (2001), o nitrogênio (N)
é um dos nutrientes cujo fornecimento está relacionado aos maiores incrementos
na produtividade do mamoeiro. Harper (1994) associa este fato a importantes
funções na bioquímica das plantas por este nutriente mineral.
Marinho et al. (2001) relataram que o aumento de doses de nitrogênio
aplicado na forma de nitrato de amônio promoveu o aumento do número de frutos
por plantas sem que ocorresse uma diminuição nos sólidos solúveis. Quando a
fonte de nitrogênio empregada foi o sulfato de amônio, o aumento de dose de
nitrogênio também promoveu o aumento de frutos, entretanto, observou-se
redução linear na porcentagem dos sólidos solúveis, influênciando nas
características físicas e químicas dos frutos.
Dentre os macronutrientes, o fósforo (P) é o requerido em menor
quantidade. Também se acumula na planta de forma crescente e uniforme,
apresenta maior importância na fase inicial do desenvolvimento radicular, sendo
necessário adubar as plantas jovens com fósforo prontamente disponível. É citado
ainda que, este elemento apresenta efeito sobre a fixação do fruto. Oliveira (2002)
cita que na deficiência de fósforo, observa-se um mosqueado amarelo nas
margens das folhas novas, e necrose das suas extremidades. Com a evolução da
carência, as áreas amarelas tornam-se necróticas e as folhas apresentam as
pontas dos lóbulos e as margens enroladas para cima. Outros estudos descrevem
como sintoma de deficiência de fósforo o aparecimento de manchas púrpuras no
limbo das folhas maduras, onde o centro de cada mancha torna-se necrótico com
o tempo, com tonalidade tendendo para marrom. Os sintomas de deficiência se
espalham das folhas mais velhas para as folhas mais novas.
O potássio (K) é exigido de forma constante e crescente durante todo o
clico da planta. Possui importância particular após o estádio de florescimento.
Proporciona frutos maiores, com teores mais elevados de açúcar e sólidos
10
solúveis totais. A deficiência de potássio é evidenciada primeiramente nas folhas
mais velhas. Observa-se redução do número de folhas, com pecíolo em posição
oblíqua em relação ao tronco. As folhas mais velhas se apresentam com cor
amarelo-esverdeada entre as nervuras e nas margens. Nas extremidades dos
lóbulos dessas folhas, posteriormente, surge leve necrose marginal. As folhas
tendem a secar da ponta para o centro. As folhas em desenvolvimento
apresentam-se com os bordos cloróticos, com pequenos pontos necróticos.
Deficiência severa afeta o ponto de crescimento da planta.
Quanto aos macronutrientes cálcio (Ca) e magnésio (Mg), são
normalmente supridos pela calagem, onde se recomenda elevar a saturação por
base a 70% quando esta for inferior a 60%. O cálcio se acumula de forma
crescente e uniforme. É um nutriente que promove o crescimento e multiplicação
das raízes. Na deficiência de Ca observa-se clorose do limbo foliar, colapso do
pecíolo, queda prematura de folhas e exsudação de látex. Porém, em outros
estudos é relatado que os sintomas iniciais de deficiência de cálcio manifestam-se
nas folhas mais novas em expansão, que apresentam suas margens encurvadas,
prejudicando o seu desenvolvimento. Ressaltam ainda que a deficiência de cálcio
é responsável pelo amolecimento da polpa do fruto, provocando sua menor
resistência ao transporte e menor tempo de prateleira na comercialização
(Oliveira, 2002).
A principal função fisiológica do magnésio é o seu papel catalítico. É um
componente indispensável da molécula de clorofila, participando, portanto dos
processos de fotossíntese, além de auxiliar na absorção e translocação do
fósforo. Na deficiência de magnésio as folhas velhas apresentam cor amarela
intensa, enquanto as áreas próximas às nervuras permanecem verde-claras. Os
níveis de Mg adequados no pecíolo devem estar em torno de 5,5 g Kg
-1
.
O enxofre (S) participa na composição química da papaína (enzima
proteolítica) e, em termos gerais, desempenha na planta funções que determinam
aumentos na produção e qualidade do fruto. São encontradas poucas
informações sobre os sintomas de deficiências e influência nesta cultura,
relacionando-se folhas levemente amareladas como expressão de deficiência.
Na Tabela 1 são apresentados os teores de nutriente no pecíolo e no
limbo segundo recomendações de Reuther e Robinson (1986), Costa (1995) e
Malavolta et (1997). As exigências nutricionais, em função da taxa de
11
crescimento, da demanda da cultura e do suprimento de nutrientes, variaram
entre plantas de distintos cultivares. Por isso, a matéria seca das folhas do
mamoeiro apresenta conteúdos diferentes de macro e micronutrientes entre os
diversos autores.
Tabela 1 - Teores de nutrientes do mamoeiro na matéria seca do pecíolo e limbo
foliar, encontrados por Reuther e Robinson (1986), Costa (1995) e Malavolta et al
(1997).
Pecíolo
Limbo
Nutriente Unidade
Malavolta et al
(1997)
Costa
(1995)
Reuther e
Robinson
(1986)
Malavolta
et al (1997)
Costa
(1995)
N g.kg
-1
10
11,0 - 26,4 13 - 25 45 - 50 51,5 - 53,1
P g.kg
-1
3
1,6 - 1,7 2 – 4 5 - 7 4,5 - 5,0
K g.kg
-1
25-30
24,9 - 28,1 30 - 60 25 - 30 24,7 - 29,8
Ca g.kg
-1
15
16,5 - 18,4 10 – 25 20 - 22 18,7 - 25,3
Mg g.kg
-1
4
5,3 - 5,7 5 - 15 10 9,2 - 12,4
S g.kg
-1
-
2,6 - 3,2 3 – 8 4 - 6 4,8 - 4,9
B mg.kg
-1
-
25,2 - 23,1 20 - 50 15 43 - 44
Fe mg.kg
-1
-
43,0 - 51,0 20 – 80 291 114,0 - 142
Cu mg.kg
-1
-
2,4 - 2,8 4,0 – 10 11 7,9 - 9,2
Mn mg.kg
-1
-
41,6 - 42,9 25 - 150 70 71 - 87
Zn mg.kg
-1
-
10,4 - 15,3 10 - 30 43 30 - 38
O boro (B) é o micronutriente mais importante para o mamoeiro, pois além
de ser absorvido em grandes quantidades, afeta a qualidade e a produção de
frutos. São citadas como causas de deficiências, a calagem ou acidez excessiva,
deficiência hídrica, alta luminosidade, baixos teores de matéria orgânica e de B no
solo. Na deficiência de B os frutos se apresentam com aspectos encaroçados e
malformados, com exsudação de látex pela casca em 3 a 5 pontos bem distintos.
Ocorre ainda abortamento de flores em períodos de estiagem, produção de frutos
de forma alternada ao tronco, folhas amareladas com pecíolos curtos e o sistema
vascular pode ou não apresentar escurecido (Oliveira, 2002).
12
2.4. Função de Produção
A viabilidade de um sistema de produção baseia-se, cada vez mais, na
otimização dos processos de produção e, nesse sentido, a agricultura irrigada
apresenta-se como alternativa de modernização tecnológica. Essa otimização
proporciona melhores produtividades e viabilizando a produção em áreas nas
quais as condições pluviométricas são adversas à exploração agrícola. A
utilização de um sistema de irrigação não se baseia apenas na aplicação de água,
mas de um pacote tecnológico, com a inclusão de variedades apropriadas,
utilização de insumos (adubo, inseticidas, herbicida) condições fitossanitárias
adequadas e outras, o que torna os custos de produção elevados e, para se obter
retorno econômico, demanda altas produtividades (Ameida, 2000).
Um insumo variável deve ser adicionado ao processo produtivo até o
ponto onde a mudança na renda, devido ao uso da última unidade de insumo, for
maior ou igual à mudança no custo resultante da última unidade empregada
desse fator. Se a última unidade do insumo variável empregada aumentar mais a
receita do que o custo, mais desse fator deve ser utilizado. Contudo, se a última
unidade de insumo aumentar mais os custos do que a receita, menor quantidade
desse fator deve ser empregado.
Dentre os fatores de produção das culturas, a água e os fertilizantes são
aqueles que limitam os rendimentos com maior freqüência. Desse modo, o
controle da irrigação e da fertilidade do solo constitui critério preponderante para o
êxito da agricultura. A utilização de funções de produção permite encontrar
soluções úteis na otimização do uso da água e dos fertilizantes na agricultura ou
na previsão de rendimento das culturas (Frizzone, 1986).
Segundo Martins (1998), na agricultura irrigada o fator água pode ser
maximizado, o que permite, também, a otimização dos demais fatores de
produção e obtenção de maiores produtividades. Para tal, o conhecimento das
funções de produção e as superfícies de resposta são os instrumentos ideais de
análise, pois permitem determinar as interações entre os fatores e escolher as
soluções mais condizentes com a realidade local para o manejo racional da
irrigação em bases técnicas e economicamente viáveis. Almeida (2000) utilizou
técnicas de função de produção para avaliar a respostas da cultura do mamão à
13
água (irrigação), obtendo assim, a lâmina de água que levara à maximização dos
lucros para esta cultura no município de Campos dos Goytacazes-RJ.
Utilizando função de produção, Oliveira & Caldas (2004) concluíram que:
o uso da adubação nitrogenada e potássica proporcionaram o aumento da
produtividade de mamão no município de Cruz das Almas-BA. O ponto máximo
para esta variável foi de 93,41 t ha
-1
por ano no primeiro ano de colheita, para as
doses máximas físicas de 347 e 360 kg ha
-1
por ano de N e K
2
O,
respectivamente.
O efeito da interação entre o nitrogênio e o potássio na produtividade do
mamoeiro no primeiro ano nas condições do Recôncavo Baiano, foi observado
por Silva et al. (2002), que concluíram que os aumentos das doses dos nutrientes
nitrogênio e potássio foram superiores ao efeito dos aumentos da lâmina de
irrigação nos aumentos de produtividade do mamoeiro. O nitrogênio foi mais
limitante que o potássio na produtividade do mamoeiro. A produtividade máxima
do mamoeiro com quatro meses de colheita ocorreu para as doses de 490 kg ha
-1
mês
-1
de nitrogênio e 665 kg ha
-1
mês
-
1 de potássio.
2.5. Análise da Viabilidade Econômica
Segundo Ponciano (2005), a análise econômica, freqüentemente, assume
que o empresário opera como se ele tivesse um só objetivo: maximização de
lucro. Na verdade, empresários - incluindo empresários rurais - possuem
inúmeros objetivos. Alguns dos mais importantes objetivos pessoais, do ponto de
vista das decisões do negócio. A importância que um indivíduo dá a um objetivo,
comparado com outro, depende da situação financeira atual da pessoa, da
necessidade financeira atual e futura e de um conjunto de valores.
Os estudos de custos são importantes para os empresários e médios
produtores, a quem cabe as decisões sobre a combinação dos recursos
disponíveis, O que indicou o volume de produção que minimiza os custos, em
face do tamanho de suas cotas e da rentabilidade do capital. Coelho (2005) relata
que os custos de produção na cultura do mamoeiro são variáveis em função de
diversos fatores, como variedades, nível de tecnologia, local de instalação, uso ou
não de irrigação, disponibilidade de mão-de-obra, espaçamento, entre outras. O
14
autor afirma ainda que no caso da utilização do equipamento de irrigação, deve-
se acrescentar aos custos, aproximadamente, 1.200,00 R$ ha
-1
ano
-1
.
Considerando o custo do investimento (vida útil do equipamento de dez
anos) e os custos variáveis (energia elétrica e mão-de-obra), e que os menores
preços dos produtos ocorrem nos meses de dezembro a fevereiro, variando nos
últimos anos em torno de US$ 0,12/kg de frutos. Em experimento realizado no
município de Ilha Solteira, Sabbag (2002) determinou indicadores técnicos e
econômicos da cultura do mamoeiro no que se refere à produção de mudas em
viveiro e posterior produção em campo, concluiu que o investimento total
necessário para a instalação do viveiro e com o equipamento de irrigação para
produção de mudas, em 50 m
2
, totalizou R$ 1.519,37 (US$ 660.60).
Silva et al. (2004), analisando os custos e a lucratividade na cultura de
mamão cultivar Tainung 01, no município de Santa Fé do Sul em São Paulo,
encontraram resultados satisfatórios para o desenvolvimento da cultura do
mamoeiro na região. O custo total de produção (CTP), estimado para a cultura de
mamão Formosa nestas condições foi de R$3.104,78 no primeiro ano. Em que o
custo operacional efetivo (COE) foi de R$2.519,33, as despesas com insumos
atingiram quase 60%, seguidas pela despesa com operações manuais. No
segundo ano, o CTP atinge R$5.444,03 e as maiores despesas são com mão-de-
obra (R$1.650,00), representando 30% do total. Neste item, só as despesas
manuais com a colheita representaram mais de 98% do total gasto com mão-de-
obra.
Para avaliar o risco envolvido nos diversos sistemas, a técnica da
simulação de Monte Carlo é bastante empregada. Exemplos de utilização dessa
técnica para a abordagem do risco em atividades agrícolas podem ser
encontrados em vários trabalhos, como os de Almeida et al (1985), Shirota et al.
(1987), Noronha & Latapia (1988) e Biserra (1994). Como destacado por Noronha
(1987), a simulação de Monte Carlo é, dentre os métodos que utilizam
probabilidade na análise dos riscos, o mais simples do ponto de vista prático,
além de apresentar custo razoavelmente baixo. O princípio básico do processo de
simulação reside no fato de que a freqüência relativa de ocorrência do
acontecimento de certo fenômeno tende a aproximar-se da probabilidade
matemática de ocorrência desse mesmo fenômeno, quando a experiência é
15
repetida um grande número de vezes e assume valores aleatórios dentro dos
limites estabelecidos (Hertz, 1964).
Lyra & Ponciano (2006) determinaram o risco da atividade na região norte
capixaba, mediante o cálculo do Valor Presente Líquido e da Taxa Interna de
Retorno. A área de estudo deste trabalho foi a Fazenda Caliman Agrícola, situada
no município de Linhares. De acordo com as análises econômicas realizadas para
o mercado interno em nível de produtor, pode-se concluir que a cultura do mamão
se apresenta viável para a região Norte do estado do Espírito Santo. A atividade
mostrou-se viável para as várias taxas de desconto consideradas. Para as três
áreas de estudo da fazenda, o Valor Presente Líquido (VPL) da cultura variou de
R$ 8572,82 a R$ 99,28 utilizando uma taxa de atratividade média de 6% a 12%. A
Taxa Interna de Retorno (TIR) foi de 12,19%, 16,32%, e 17,63%, o que indicou
que a cultura é economicamente viável para o cultivo na região.
16
3. TRABALHOS
ESTIMAÇÃO DOS NÍVEIS ÓTIMOS ECONÔMICOS DE IRRIGAÇÃO E DOSES
DE SULFATO DE AMÔNIO NO MAMOEIRO (Carica papaya L.) NAS
CONDIÇÕES DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO
RESUMO
Objetivou-se identificar os níveis ótimos de irrigação e adubação
nitrogenada que propiciem a máxima produtividade física e econômica da cultivar
de mamoeiro “Golden” e para o híbrido UENF Caliman 01 utilizando função de
produção. O estudo experimental foi conduzido na Fazenda Caliman Agrícola
S.A., no município de Linhares-ES. Utilizou-se o delineamento estatístico
experimental em blocos casualizados, com esquema fatorial 5x4 em parcelas
subdivididas, sendo cinco lâminas de irrigação (50, 70, 90, 110 e 130% daETo),
com turno de rega diário, e quatro doses de sulfato de amônio 90, 188, 288 e 377
kg ha
-1
mês
-1
. A estimativa da produtividade (t ha
-1
) em função da lâmina total
aplicada obteve ajuste significativo (P <0,05) de probabilidade para o Golden e
para o híbrido UENF Caliman 01, com os modelos de segunda ordem. As lâminas
ótimas econômicas para o mercado interno e externo, respectivamente, para o
17
Golden durante os 20 meses após o transplantio e 12 meses de colheita são de
1546,52 e 1547,32mm e 936,52 e de 937,32mm para UENF Caliman 01 durante
os 16 meses após o transplantio e 8 meses de colheita. Obtendo receita líquida
operacional para Golden nos mercados interno e externo é de 313,19 e 929,57 R$
ha
-1
mês
-1
, respectivamente. O híbrido UENF Caliman 01 apresentou receita
líquida operacional de 302,79 e 1347,87 R$ ha
-1
mês
-1
nos mercados interno e
externo, respectivamente.
ABSTRACT
This paper aimed in identifying great levels of irrigation and nitrogen
fertilization that provide the greatest physical and economical productivity of
papaya tree “Golden” cultivar and UENF Caliman hybrid using productivity
function. The experimental study was conducted at farm Caliman Agrícola S.A., in
the city of Linhares, Espírito Santo State. The experimental statistical randomized
was in complete blocks design with 5x4 factorial scheme in split-plot. Five
irrigation water depths were used with daily irrigation frequency and four doses of
ammonium sulphate 90, 188, 288 e 377kg ha
-1
month
-1
. For the five models of
second order, it was obtained a significant adjustment at 5% level of probability,
for the productivity estimation (t ha
-1
) as a function of the applied total water depth.
The greatest economical productivity was 94,83 t ha
-1
with the maximum depth of
1546,52mm of papaya tree “Golden” cultivar, with Operational net incomes for
domestic and international markets of R$313,19 and R$929,57 ha
-1
month
-1
respectively. And UENF Caliman hybrid The greatest economical productivity was
88,01 t ha
-1
with the maximum depth of 938,06 mm t ha-1. Operational net
incomes for domestic and international markets were R$ 302,79 and R$1345,87
ha
-1
month
-1
respectively.
18
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é considerado atualmente o maior produtor mundial de mamão,
com 1,6 milhões de toneladas ao ano, em uma área de 36 mil hectares. Os
principais estados produtores são a Bahia, contribuindo com aproximadamente
49,0% da produção nacional, seguida do Espírito Santo, com 36,6% (Agrianual,
2007). O mamão encontra-se listado na pauta de exportações do País,
destacando-se entre os frutos tropicais. Contudo, existe um potencial da cultura
no País de aumento da produtividade e da melhora na qualidade dos frutos.
As regiões produtoras da Bahia e do Espírito Santo, apesar dos índices
pluviométricos acima de 1200 mm anuais, apresentam um período de déficit
hídrico, que contribui para os baixos rendimentos do mamoeiro não-irrigado, em
torno de 40 t ha
-1
e 60 t ha
-1
para os grupos Solo e Formosa, respectivamente
(Coelho et al., 2002). Aliada à limitação de água, a maior parte da cultura
encontra-se em solos de baixa fertilidade, principalmente no norte do Espírito
Santo e extremo sul da Bahia (Oliveira, 2002). Nestas condições a suplementação
das necessidades de água e nutrientes para cultura, via irrigação e adubação se
faz necessário.
Em virtude da condução inadequada do manejo e do desconhecimento,
ou falta de informações sobre técnicas e parâmetros necessários à irrigação
ocorre, em diversos casos, crescimento moderado na produtividade e,
conseqüentemente, lucros reduzidos na produção de diversas culturas, tornando-
as muitas vezes inviáveis para o uso da irrigação. No caso do mamão, a maior
demanda de água é observada nas fases fenológicas de floração/frutificação e
maturação (Afrânio et al., 2004), ou seja, déficit de água nessas fases resulta em
perdas elevadas de produção.
Estudos da dinâmica de nutrientes no mamoeiro demonstraram que a
cultura extrai quantidades relativamente altas de nutrientes, e apresenta
exigências continuas durante o primeiro ano, atingindo seu máximo aos doze
meses de idade (Oliveira & Caldas, 2004; Oliveira, 2002; Marinho, 2001). O
nitrogênio é o elemento mais exigido pelo mamoeiro, sendo crescente e constante
sua absorção durante o ciclo da planta. Sua característica de colheitas contínua, a
19
partir do início de produção, demonstra que a planta necessita de suprimentos de
água e nutrientes constantemente, de modo a permitir o fluxo contínuo de
produção de flores e frutos (Oliveira, 2002).
Vários fatores referentes ao solo, à planta e à atmosfera interagem entre
si, determinando a produtividade das culturas agrícolas. Certamente existe uma
relação funcional entre estes fatores e a produção das culturas, característica de
cada condição ambiental. A resposta das culturas a irrigação e nutrientes pode
variar em diferentes solos, climas e também em decorrência da lâmina e de
freqüência de aplicação de água e doses de adubo (Frizzone, 1998).
O emprego da função de produção na análise e discussão da resposta da
produtividade aos fatores agrícolas é bastante difundido. Sua utilização para
determinar os níveis economicamente ótimos dos fatores envolvidos no processo
produtivo é de capital importância na exploração racional na agricultura. Avaliando
os níveis ótimos físicos e econômicos de irrigação na cultura do mamoeiro
envolvido nos diversos sistemas de cultivo, vários pesquisadores utilizaram
técnicas de função de produção. Exemplos de utilização dessa técnica para a
abordagem da maximização de produtividade e de lucro na cultura podem ser
encontrados em diversos trabalhos, como os de Almeida et al. (2004), Coelho et
al. (2003a), Coelho et al. (2003b) e Bezerra & Mesquita (2002).
Em face das questões levantadas, o objetivo deste trabalho é identificar
os níveis ótimos de irrigação e adubação nitrogenada que propiciem a máxima
produtividade física e econômica da cultivar de mamoeiro “Golden” e do híbrido
UENF Caliman 01, utilizando função de produção.
20
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Localização, Delineamento Experimental e Tratamentos
Os experimentos foram conduzidos na Fazenda Caliman Agrícola S.A.,
localizada no município de Linhares, Espírito Santo (latitude 19º11’13’’S, longitude
40º05’39’’W e altitude 29 m). O clima da região é Aw (subtropical úmido) pela
classificação de Köppen (Schineider & Teixeira, 2001). Ou seja, verão chuvoso e
inverno seco, com precipitação média anual de 1200 mm, e temperatura média
diária do ar variando de 20,7 (julho) a 26,2 ºC (fevereiro) (INMET, 1992).
Foram conduzidos dois experimentos com os mamoeiros cultivares
Golden (grupo Solo) (experimento I) e híbrido UENF Caliman 01 (experimento II).
O delineamento estatístico experimental foi em blocos casualizados, com
esquema fatorial 5x4 em parcelas subdivididas, sendo cinco lâminas de irrigação
e quatro doses de nitrogênio, totalizando 20 tratamentos (Quadro 1). Cada
experimento foi composto de três repetições, com 20 tratamentos, ou seja, 60
parcelas. As parcelas foram constituídas de 24 plantas, sendo que dessas, 8
foram úteis (Figuras 1).
Quadro 1- Delineamento estatístico da área experimental.
BLOCO I BLOCO II BLOCO III
L5N3 L5N2 L5N1 L5N4 L3N3 L3N1 L3N2 L3N4 L1N1 L1N3 L1N4 L1N2
L4N1 L4N4 L4N3 L4N2 L1N2 L1N4 L1N3 L1N1 L2N2 L2N1 L2N3 L2N4
L3N4 L3N3 L3N2 L3N1 L2N2 L2N4 L2N3 L2N1 L5N2 L5N1 L5N3 L5N4
L1N2 L1N1 L1N4 L1N3 L5N2 L5N4 L5N3 L5N1 L4N4 L4N2 L4N1 L4N3
L2N3 L2N2 L2N1 L2N4 L4N1 L4N2 L4N4 L4N3 L3N4 L3N2 L3N1 L3N3
L – Tratamento de lâmina de água aplicada.
N – Tratamento de doses de sulfato de amônio.
21
Figura 1 - Croqui de uma subparcela experimental.
As lâminas de irrigação aplicadas foram equivalentes a 50, 70, 90, 110 e
130 % da evapotranspiração de referência (ET
o
), combinadas com doses de
sulfato de amônio (nitrogênio) de 90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
por mês. Considerou-
se espaçamento duplo de 3,6 x 2,0 x 1,8 m, com área de 5,04 m
2
por planta e
área da parcela de 120,96 m
2
, que resultou na área total dos dois experimentos
de aproximadamente 2,7 ha.
Os experimentos seguiram o cronograma apresentado na Tabela 1. Na
cultivar Golden, a duração do experimento totalizou 20 meses, sendo que desses
12 meses de colheita, e para o híbrido UENF Caliman 01 foram 16 meses de
experimento e 8 meses de colheita.
Tabela 1 - Cronograma de execução dos experimentos com a cultivar Golden e o
híbrido UENF Caliman 01.
Implantação
Período
Golden UENF Caliman 01
Transplantio Inicio 20/10/04 14/10/04
Início 01/02/05 01/02/05
Sexagem
Fim 28/03/05 16/02/05
Início 15/07/05 05/07/05
Colheita
Fim 30/06/06 22/02/06
22
A adubação de plantio seguiu as recomendações da Fazenda Caliman
S.A., da seguinte forma: 1000 kg ha
-1
de fósforo (superfosfato simples) no plantio
e 30 g por planta de sulfato de amônio, um mês após o plantio (25/11/04), relativo
à adubação nitrogenada. No terceiro mês aplicou-se esterco de galinha e munha
de carvão (10 t ha
-1
) junto com adubação mineral NPK, na proporção 2:2:1. A
fonte de nitrogênio foi o sulfato de amônio (100 g planta
-1
), a de fósforo o
superfosfato simples (100 g planta
-1
) e o potássio na forma de cloreto de potássio
(50 g planta
-1
). A primeira aplicação de micronutrientes foi realizada no dia
21/02/05, sendo posteriormente aplicados de acordo com o manejo da fazenda
até o fim dos experimentos.
Do terceiro mês até a conclusão dos experimentos, aplicou-se a irrigação
e a adubação nitrogenada pré-definida para cada tratamento (Figura 2C). No
mesmo período em que foram feitas essas adubações, realizaram-se as
adubações convencionais com cloreto de potássio (179 kg ha
-1
), de acordo com a
recomendação da fazenda. Os adubos foram aplicados a cada mês,
manualmente em cobertura, durante todo período experimental (Figura 2A e 2B).
Depois das plantas definidas pela sexagem, marcaram-se as plantas úteis.
Figura 2 - Aplicação manual da adubação (A) e distribuição do adubo no solo (B),
detalhes das plantas úteis marcadas para avaliações e da distribuição
do sistema de microaspersão entre plantas (C).
23
2.2. Manejo Irrigação
A irrigação foi aplicada uniformemente em todos os tratamentos até a
sexagem, de acordo com a demanda evapotranspirométrica. Utilizou-se um
sistema de irrigação por microaspersão (Supernet 70 L h
-1
- Rosca-cabeça,
NETAFIM, Israel), com medidores de vazão em cada tratamento de lâmina de
irrigação e um microaspersor centralizado entre quatro plantas.
Depois da implantação do sistema de irrigação na área, realizaram-se os
testes de uniformidade de aplicação de água, de acordo com a metodologia
apresentada por Bernardo (2006). Nos testes de uniformidade, a eficiência de
aplicação (Ea) obtida ficou em torno de 90%, com média de vazão de 60 L h
-1
.
Simultaneamente, mediram-se as pressões de serviço na motobomba, no cabeçal
de controle e nas linhas laterais.
A evapotranspiração de referência (ET
o
, mm d
-1
), utilizada na estimativa
das lâminas de irrigação, foi determinada pelo modelo de Penman-Monteith,
parametrizado para a cultura hipotética conforme recomendação do boletim FAO-56
(Allen et al., 1998), na seguinte forma:
()
)u 0,34(1 γs
)ee( u
273T
900
γG
R
s 0,408
ET
2
as2
méd
n
o
++
+
+
=
(1)
em que,
T
méd
= temperatura média diária do ar a 2 m, (ºC);
S =
derivada da curva de pressão de saturação do vapor do ar no ponto de
T
méd,
kPa °C
-1
;
R
n
= saldo de radiação total diário MJ m
-2
d
-1
;
G = fluxo de calor no solo, MJ m
-2
d
-1
γ
= coeficiente psicrométrico, kPa ºC
-1
;
e
s
= média diária da pressão de saturação do vapor d’água do ar, kPa;
e
a
= média diária da pressão parcial de vapor d’água do ar, kPa;
u
2
= média diária da
velocidade do vento a 2 m de altura, m s
-1
.
24
Os elementos climáticos necessários na estimativa de ET
o
foram
coletados por uma estação meteorológica automática (MCR300HP, Micrometros,
Áustria) instalada próxima à área experimental. Detalhes dos procedimentos de
determinação de ET
o
são descritos em Allen et al. (1998) e Lyra et al. (2006).
As lâminas de irrigação foram aplicadas diariamente nas parcelas, ou
seja, turno de rega de um dia. O controle do volume aplicado por tratamento foi
feito em função do tempo de irrigação, e através de registros e válvulas
volumétricas instalados nas cinco linhas de derivação que correspondia a cada
tratamento.
2.3. Balanço de Água no Solo
Avaliou-se a influência das cinco lâminas de irrigação na disponibilidade
de água no solo para as plantas através do balanço de água no ambiente. O
balanço seqüencial diário de água no solo foi determinado com base na lei de
conservação das massas, similar ao apresentado por Bernardo (2006) e descrito
a seguir:
irii1ii
,ET)IPe(LAALAA ++=
(2)
em que:
LAA
i
= lâmina de água no solo no dia i, mm;
LAA
i-1
= lâmina de água no solo no dia i -1, mm;
Pe
i-1
= precipitação efetiva no dia i - 1, mm;
I
i-1
= irrigação no dia i -1, mm;
ET
r
,
i-1
= evapotranspiração real da cultura no dia i-1, mm;
i = dia atual;
i-1 = dia anterior.
A estimativa da precipitação efetiva (Pe), para fins de manejo de irrigação,
pode ser aproximada em função da precipitação total (P) e da lâmina de água
disponível para as plantas, da seguinte forma:
Se P < LAA
i
, então Pe = P e Se P > LAA
i
, então Pe = LAA
25
A Evapotranspiração da cultura diária (ET
c,
mm d
-1
) foi determinada pela
relação:
KETET
coc
=
(3)
em que:
K
c
= coeficiente da cultura, adimensional
A evapotranspiração real da cultura (ET
r
diária, mm d
-1
) foi determinada pela
relação:
KETET
scr
=
(4)
Os efeitos do déficit de água no solo na zona radicular sobre ET
c
foram
considerados multiplicando-se coeficiente de umidade do solo (K
s
) por K
c
. K
s
foi
determinado pela seguinte equação (Bernardo, 2006)
:
()
[]
()
[]
()
()
1CTALn
1LAALn
1PMCCLn
1PMUALn
K
ii
s
+
+
=
+
+
=
(5)
em que
UA
i
= teor de umidade de água no solo, mm de água;
CC = capacidade de campo, mm;
PM = ponto de murcha permanente, mm.
Considerou-se que o solo na zona radicular pode secar a um nível de
conteúdo de água entre PM e CC, definido como a capacidade total de
armazenamento de água no solo na zona de maior volume de raízes (CTA, mm).
Na determinação de CRA utilizou-se a seguinte equação:
()
fz PMCC1000CRA
e
=
(6)
26
em que
z
e
=
profundidade efetiva da zona radicular, m;
Os valores de CC (0,232 m³ m
-
³) e PM (0,135 m³ m
-
³) foram determinados
em laboratório pela curva de retenção de água no solo. A profundidade efetiva do
sistema radicular refere-se à profundidade em que se concentram
aproximadamente 80 % das raízes. Esta profundidade de raízes para o mamoeiro
foi determinada por Coelho (2005), e o valor utilizado para o cálculo de CTA foi de
0,3 m.
Considerou-se que a cultura estava sobre estresse de água quando LAA
i
foi inferior a capacidade real de água na zona radicular (CRA). Adotou-se
f = 0,7,
de acordo com as recomendações de Bernardo (2006).
2.4. Função de Produção
2.4.1. Coleta dos Dados
Os frutos foram colhidos no estagio 1 de maturação de acordo com as
recomendações apresentadas por Sabbor et al. (2000), (Figura 3). A classificação
de peso médio para o Golden, segundo o autor, é de 450 gramas e para o híbrido
UENF Caliman 01 é de 1200 gramas. Devidamente identificados por tratamento,
os frutos foram pesados, em balança analógica, com precisão de ± 10g (Hobart
Dayton modelo CB 20). Posteriormente, a produtividade foi determinada
multiplicando-se o peso médio do fruto pelo número de frutos por planta e pelo
número de plantas por unidade de área de cada parcela experimental. Com os
dados da produção coletados e as medições realizadas em cada planta
individualmente, do número e do peso dos frutos, foram obtidas as médias para
análise estatística.
Para correlacionar os componentes da produção da cultivar Golden e do
híbrido aos níveis de água aplicados e doses de nitrogênio, procurou-se obter as
seguintes funções: produtividade média, produção total por planta, peso,
comprimento e diâmetro médio do fruto, e número total médio de frutos versus
lâmina total de água aplicada e dose de sulfato de amônio, todos considerando a
produção adequada para o mercado interno e para o mercado externo. A partir
27
dos dados de produção e produtividade, foram feitas as análises econômicas das
funções de resposta (água e adubação x produção).
Figura 3 - Distribuição das caixas para coleta de frutos nas plantas marcadas com
os tratamentos nos experimentos.
2.4.2. Função de Produção
O polinômio do segundo grau (equação 7) foi utilizado neste trabalho de
acordo com as recomendações de Frizzone (1991) e Bernardo (2006), em que,
esta equação é considerada a mais utilizada para a função de produção “água-
cultura”.
i
2
ecXbXa)X(fY +++==
(7)
em que,
Y = produtividade de frutos, t ha
-1
;
X = lâmina total de água, mm; ou dose de sulfato de amônio, kg ha
-1
.
a, b, c = coeficiente de ajuste;
e
i
= erro aleatório.
Com a função de produção ajustada foi determinada a lâmina de água ou
adubação nitrogenada (Xm) que maximiza a produção, ou seja:
c2
b
Xm =
(8)
28
Posteriormente, estimou-se a produtividade máxima (Y
máx
, t ha
-1
)
substituindo X por Xm na eq. 7.
em que,
Xm = lâmina de água (mm) ou adubação nitrogenada (kg ha
-1
) que obtém o
máximo valor de produção,
Y
max
= produtividade máxima, t ha
-1
A receita líquida operacional foi expressa por:
iXY
e)kCXP(YP)X(L +++=
(10)
em que,
L(X) = receita líquida operacional, em R$;
P
Y
= preço do produto, em R$ t
-1
;
P
X
= preço do fator água, em R$ mm
-1
; ou do adubo, kg ha
-1
;
C = custo dos fatores fixos, em R$;
k =
custos variáveis não relacionados ao custo da água ou da
adubação, em R$ , e
ei = erro aleatório.
Sendo o preço da água apenas o somatório do custo de energia e mão-
de-obra gasta na irrigação, uma vez que ainda não esta sendo cobrado autorga
de água na região de estudo.
A maximização do lucro foi obtida calculando-se a derivada de primeira
ordem da equação 10.
0P
X
Y
P
X
LY
XY
=
=
(11)
Sendo,
Y
X
P
P
X
Y
=
(12)
29
A Lâmina ótima ou a adubação nitrogenada (X
ot
) que maximiza a receita é
obtida da seguinte relação:
cP2
bPP
X
Y
YX
ot
=
(13)
Para o custo operacional da lamina de água, em R$ mm
-1
foi considerado
apenas o consumo de energia e mão-de-obra. Utilizou-se a metodologia sugerida
por Deniculi (2004), em que o custo da energia elétrica é calculado da seguinte
forma:
MOCTCC
Dace
+++=
(14)
em que,
C
e
= custo com energia elétrica, R$;
C
c
= custo de consumo, R$ Kwh
-1
;
T
a
= taxa adicional a ser paga, R$
C
D
= custo de demanda,R$.
MO = custo com mão-de-obra, R$ ha
-1
Para calcular o custo de consumo (C
c
) foi necessário determinar a energia
consumida pelo conjunto motobomba utilizando a equação:
TNE =
(15)
em que,
E = energia consumida pela bomba, Kwh;
N = potencia do motor, Kwh;
T = número de horas de funcionamento da bomba, horas.
Portanto:
KwhdopreçoC
c
=
(16)
30
A taxa adicional a ser paga (Ta) é referente ao pico da demanda, caso o
valor do fator de potência da instalação estiver abaixo do permitido pela
companhia fornecedora. O custo de demanda (C
D
) foi calculado levando em conta
a corrente de partida exigida pelo motor elétrico, o qual pode atingir um pico de
até sete vezes a potencia instalada.
Para a definição das condições de aplicação das tarifas de energia
elétrica, foram consideradas as regulamentações feitas pela ESCELSA (2007),
empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica no Estado do Espírito
Santo. Conforme as necessidades do trabalho, as expressões de cálculo foram
adaptadas ao tipo de tarifa. Para o presente trabalho foi utilizada a estruturação
tarifária do grupo A (verde) e subgrupo A4 TE (2,5kw – 25kw) em que o preço da
energia elétrica é R$ 0,30 por Kwh.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Condições Climáticas e Balanço Hídrico
Com os dados climáticos diários (Figura 4) coletados na estação
meteorológica durante o período experimental, após a sexagem, observou-se,
adequação do plantio de mamão para a região norte capixaba, com as
temperaturas do ar dentro dos limites exigidos pela cultura. As condições térmicas
foram dentro das recomendações de Oliveira (1994), em que a cultura apresenta
crescimento regular e produz frutos de excelente qualidade em lugares com
temperaturas entre 22 e 28ºC, sendo a ótima em torno de 25ºC.
31
Precipitação (mm d
-1
)
10
20
30
40
50
60
70
Data (mês/ano)
04/05 06/05 08/05 10/05 12/05 02/06 04/06 06/06
ET
o
(mm d
-1
)
0
1
2
3
4
5
6
Temperatura do Ar (
o
C)
18
20
22
24
26
28
30
A
Faixa adequada
Ótima
PC 1
PC 2
PC 3
PS 1
PS 2
PS 3
PT1
PT2
PT3
B
C
Figura 4 - Variação sazonal: (A) temperatura média diária do ar (
o
C), (B)
precipitação pluvial (mm d
-1
) e (C) evapotranspiração de referência
(ET
o
, mm d
-1
) na Fazenda Caliman, relativos ao período de aplicação
dos tratamentos diferenciados.
Observaram-se três períodos sazonais distintos referentes à temperatura
do ar. No primeiro período (PT1), de 31/03/05 a 13/07/05, a temperatura média
diária tem inicio com um máximo de 25,2ºC, e tende a diminuir até atingir o
mínimo de 18,2ºC em julho de 2005, deste ponto em diante a temperatura
começa a aumentar, o que caracterizou o inicio de um segundo período (PT2),
14/07/05 a 25/02/06,, quando atingi temperatura média diária máxima de 28,7ºC,
em fevereiro de 2006.
A partir do dia 26/02/06 a temperatura tende novamente a diminuir,
iniciando o terceiro período (PT3) até atingir 20,2ºC no final do experimento
(Figura 4A). As normais climatológicas apresentadas pelo INMET (1992) mostram
que as temperaturas médias mínimas e máximas diárias para o município de
Linhares ocorreram nos meses de julho e fevereiro respectivamente, similar ao
32
observado durante o período experimental. A chuva acumulada durante os
tratamentos com as lâminas diferenciadas (457 dias) foi de 2021 mm. Com média
anual de 1614,1mm ano
-1
, sendo próximas às normais climatológicas
apresentadas por INMET (1992), em que a precipitação média anual no município
de Linhares é em torno de 1200,7 mm ano
-1
. Enquanto que a demanda hídrica da
cultura do mamoeiro está próxima de 1500 mm anuais (Oliveira e Caldas, 1994).
De forma geral, durante o período em que foram aplicadas as irrigações ocorreram 146
dias com chuvas, com freqüência de uma chuva a cada três dias e magnitude de
aproximadamente 11,1 mm d
-1
por evento. Observaram-se três períodos distintos de
chuva (PC) e três períodos secos (PS) (Figura 4B).
A magnitude média por evento de chuva do início dos tratamentos (31/03/05)
até 28/06/05 (PC1) foi de 11,2 mm d
-1
, com freqüência em torno de um evento a cada
dois dias, seguido por um período seco de 29/06/05 até 28/10/05 (PS1), onde se
observou em torno de um evento a cada cinco dias, com magnitude de 5,4 mm d
-1
. No
segundo período chuvoso, 29/10/05 a 15/01/06 (PC2) a magnitude foi de 12,7 mm d
-1
com freqüência de uma chuva a cada dois dias. Em 16/01/06 iniciou-se o segundo
período seco (PS2) com magnitude de 2,3 mm d
-1
e freqüência de uma chuva a cada
nove dias, terminando em 20/02/06. O terceiro e ultimo período chuvoso (PC3) foi de
21/02/06 a 01/04/06, e apresentou magnitude de 15,6 mm d
-1
e freqüência de uma
chuva a cada dois dias. De 02/04/06 a 30/06/06 foi caracterizado o terceiro período
seco, com freqüência de uma chuva a cada oito dias e magnitude de 14,1 mm d
-1
, esta
alta magnitude é devido à contribuição de quatro dias de chuva com lâmina total de
122,5 mm.
A evapotranspiração de referência seguiu tendência sazonal similar a da
temperatura do ar, podendo da mesma forma ser dividida em três períodos distintos. O
valor mínimo foi observado em novembro/05, em que a evapotranspiração de
referência chegou a 0,1 mm d
-1
, e a máxima em fevereiro de 2006 (5,3 mm d
-1
). Do
início dos tratamentos até junho/05 a evapotranspiração decaiu, com variação de 0,2 a
3,6 mm d
-1
. O segundo período teve inicio em julho de 2005 e atingiu o máximo em
fevereiro de 2006 . Em março de 2006 a evapotranspiração tendeu a cair até o final do
experimento (julho/06), onde seu valor mínimo foi de 0,8mm d
-1
(Figura 4C).
Utilizando-se a equação 4, estimaram-se, os cinco tratamentos e os perfis
de umidade do solo durante o período em que foram aplicadas as lâminas
diferenciadas (Figura 5).
33
Umidade do Solo (mm d
-1
)
35
40
45
50
55
60
65
70
75
A
0,5 ET
o
Umidade do Solo (mm d
-1
)
35
40
45
50
55
60
65
70
75
B
0,7 ET
o
Umidade do Solo (mm d
-1
)
35
40
45
50
55
60
65
70
75
A
0,7 ET
o
Umidade do Solo (mm
-1
)
35
40
45
50
55
60
65
70
75
C
0,9 ET
o
D
1,1 ET
o
Data (m ês/ano)
04/05 06/05 08/05 10/05 12/05 02/06 04/06 06/06
Umidade do Solo (mm d
-1
)
35
40
45
50
55
60
65
70
75
CC
CRA
PM
LAA (mm)
1,3 ET
o
E
PC 2
PC 3
PC 1
PS 1
PS 2
PS 3
Figura 5 - Balanço hídrico diário dos cinco tratamentos de lâmina d’ água a partir
de abril de 2005.
34
O mamoeiro é uma planta exigente em água, mas não tolera excesso.
Dessa forma, em regiões onde existem veranicos prolongados, a cultura não
apresenta rendimentos satisfatórios no cultivo de sequeiro, tornado obrigatório o
uso da irrigação. O efeito do veranico é ainda mais grave quando se tem solo leve
e raso, como é o caso da região produtora do norte do Estado do Espírito Santo
(Silva et al., 2002).
Entre os períodos de plantio até final do mês de março de 2005, realizou-
se o manejo da irrigação com a aplicação da lâmina necessária à reposição da
umidade à capacidade de campo em todas as parcelas experimentais. A partir de
01/04/2005 foram iniciadas as aplicações das lâminas de irrigação diferenciadas
para cada parcela experimental (Figura 5). Observou-se que, entre os períodos de
31/04/05 a 28/06/05 (PC1) e 29/10/05 a 15/01/06 (PC2) houve maior freqüência
de precipitação em relação ao período compreendido de 29/06/05 a 028/10/05
(PS1) e de 16/01/06 até o fim do experimento no dia 30/06/06 (PS2, PC3 e PS3),
no quais os tratamentos com as lâminas de irrigação foram prejudicados. Nos
períodos PS1, PS2, PC3 E PS3 observaram-se o efeito dos tratamentos
experimentais na lâmina de irrigação.
Considerando a capacidade real de água no solo (CRA) igual a 70 % da
capacidade total, o tratamento correspondente a 0,5ET
o
permaneceu abaixo
(CRA) 161 dias do período em que foram aplicados os tratamentos,
correspondendo 35 % do período total (Figura 5A). Enquanto que o tratamento
com 1,3ET
o
, o estresse hídrico foi menor, ficando apenas 3% do período abaixo
da CRA (Figura 5E). As Lâminas de irrigação correspondentes a 0,7ET
o
,
0,9ET
o
, e
1,1ET
o
permaneceram abaixo da CRA 28, 15 e 8% do período em que foram
aplicados os tratamentos de irrigação respectivamente.
Os tratamentos com as doses de sulfato de amônio e a interação Lâmina
de irrigação versus doses de adubo não apresentaram significância estatística em
nível de 5% de probabilidade. Sendo discutido no trabalho apenas as funções de
produção relacionadas com os tratamentos diferenciados de lâmina de irrigação.
O resumo das análises de variância é apresentado no apêndice 1.
De acordo com Marinho (2001), o nitrogênio é um dos nutrientes cujo
fornecimento está relacionado aos maiores aumentos na produtividade do
mamoeiro. Entretanto, seu efeito sobre a qualidade dos frutos nem sempre tem se
mostrado favorável. Em experimento realizado no norte fluminense o autor não
35
observou efeito de diferentes fontes de nitrogênio sobre o peso médio dos frutos.
Viégas (1997) também não verificou efeito de doses de N sobre o tamanho dos
frutos do mamoeiro.. Fernandes et al. (1992) verificaram uma redução na
porcentagem de sólidos solúveis na polpa do mamão em função de aumentos na
taxa de adubação nitrogenada. No entanto, Viégas (1997) observou um aumento
da produção de frutos em função da adubação nitrogenada sem que houvesse
perdas de peso ou diminuição na porcentagem de sólidos solúveis totais do fruto.
A Tabela 2 mostra que após os balanços hídricos realizados nos
experimento com a cultivar Golden e com híbrido UENF Caliman 01 a variação de
lâmina total de água aplicada entre o menor tratamento (0,5 ET
o
) e o maior
tratamento (1,3 ET
o
) foi de apenas 23%. O que pode ser explicado pela
precipitação elevada ocorrida no período, como relatado na Figura 4, diminuindo
assim, o diferencial de lâmina total de água aplicada em cada tratamento. De
acordo com o balanço hídrico realizado nos experimentos (Golden 20 meses após
o transplantio e 12 meses de colheita e UENF Caliman 01 16 meses e 8 de
colheita) as lâminas dos cinco tratamentos, os valores médios dos componentes
de produção e as características botânicas do fruto foram as seguintes:
Tabela 2 - Resumo da lâmina total de água aplicada (LT), componentes da
produção e características botânicas do fruto (comprimento e diâmetro) de
mamão.
Golden (20 meses após o transplantio e 12 meses de colheita)
Tratamento
LT
(mm)
Y
(t ha
-1
)
PTPP
(kg)
PMF
(g)
N. frutos
(ha)
C. Fruto
(cm)
D. Fruto
(cm)
L1 (0,5ET
O
) 1236 79,67 40,16 397,48 259743 135,91 83,35
L2 (0,7ET
O
) 1339 84,74 42,71 402,35 250293 136,23 82,99
L3 (0,9ET
O
) 1440 90,07 45,40 415,38 247713 137,98 84,72
L4 (1,1ET
O
) 1525 101,59 51,21 422,81 282686 139,07 85,47
L5 (1,3ET
O
) 1604 91,17 45,95 417,39 276942 138,26 84,90
UENF Caliman 01 (16 meses após o transplantio e 8 meses de colheita)
Tratamento
LT
(mm)
Y
(t ha
-1
)
PTPP
(kg)
PMF
(g)
N. frutos (ha) C. Fruto (cm)
D. Fruto
(cm)
L1 (0,5ET
O
) 807 75,11 37,86 1122,04 69800 210,94 109,79
L2 (0,7ET
O
) 874 92,10 46,42 1146,52 82404 212,59 110,92
L3 (0,9ET
O
) 949 87,51 44,11 1175,86 70954 214,86 112,11
L4 (1,1ET
O
) 1015 78,48 39,56 1112,45 74554 210,32 109,52
L5 (1,3ET
O
) 1076 80,73 40,69 1116,91 74472 212,17 110,46
* Em que Y é a produtividade, PPPT, peso total por planta, PMF é o peso médio de fruto; N. frutos
o numero de frutos; C. fruto comprimento de fruto médio e, D. fruto, diâmetro de fruto médio.
36
O tratamento com reposição de 1,1 da ET
o
(L4) apresentou os maiores
valores dos componentes de produção e os maiores comprimentos e diâmetros
de fruto para a cultivar Golden, com rendimento de 15 mm t
-1
na produtividade de
mamão. Enquanto que os menores valores referentes à produtividade foram
obtidos pelo tratamento L1, em que a reposição de água foi igual a 0,5 ET
o
. Silva
(1999) estudando o comportamento do mamoeiro em diferentes níveis de
irrigação por microaspersão, para as condições edafoclimáticas da região de
Linhares-ES, verificou que a produtividade cresceu linearmente com a lâmina
aplicada até 120% da água evapotranspirada obtida pelo tanque classe A.
Silva et al. (2001), avaliando os efeitos de diferentes lâminas e
freqüências de irrigação sobre a produtividade do mamoeiro do grupo solo para o
município de Sooretama-ES, constataram que o aumento na lâmina de 40% para
120% da evapotranspiração potencial obteve a melhor resposta do incremento na
produtividade comercial por milímetro de água aplicada. Resultados semelhantes
também foram obtidos por Awada et al. (1979) e por Aiyelaagbe et al. (1986).
Para o híbrido UENF Caliman 01 o tratamento L2 (0,7ET
o
) foi o que
apresentou maior produtividade com rendimento de 9,5mm t
-1
de mamão, seguido
do tratamento L3 (0,9ET
o
). O tratamento L1 obteve a menor produção em relação
aos demais. De acordo com Coelho et al (2002), estudando a produção do
mamoeiro cultivar Tainung N
o
1 sob diferentes regimes de irrigação em condições
semi-áridas, a função de resposta a regimes de irrigação seguiu uma tendência
quadrática com produtividade mínima para 0,67ET
o
, obtendo assim resultados
semelhantes ao encontrado no presente trabalho.
3.2. Função de Produção Água – Produtividade
Na Tabela 3 e 4 são apresentados os valores de produtividade em função
dos tratamentos de lâmina de irrigação e doses de sulfato de amônio aplicados
nos experimentos com a variedade Golden e para o híbrido UENF Caliman 01,
respectivamente.
37
Tabela 3 - Produtividade média (t ha
-1
) para a variedade Golden 20 meses após o
transplantio e 12 meses de colheita.
Lâmina Total de água aplicada (irrigação + precipitação) em mm
Sulfato de
amônio
kg ha
-1
L
1
(1236,0)
L
2
(1339,0)
L
3
(1444,0)
L
4
(1525,0)
L
5
(1604,0)
Média
N
1
(99) 83,17 86,58 85,04 106,49 86,72 89,60
N
2
(188) 76,78 84,39 90,09 107,22 89,78 89,65
N
3
(288) 80,01 87,72 88,27 94,22 98,26 89,70
N
4
(377) 78,72 80,25 96,88 98,44 89,92 88,84
Média 79,67 84,74 90,07 101,59 91,17 89,45
Tabela 4 - Produtividade média (t ha
-1
) para o híbrido UENF Caliman 01 16 após o
transplantio e 8 meses de colheita.
Lâmina Total de água aplicada (irrigação + precipitação) em mm
Sulfato de
Amônio
kg ha
-1
L
1
(806,9)
L
2
(873,7)
L
3
(948,4)
L
4
(1014,9)
L
5
(1076,0)
Média
N
1
(99) 52,92 82,56 86,05 85,96 87,52 79,00
N
2
(188) 99,07 104,19 79,03 81,72 85,19 89,84
N
3
(288) 61,82 79,62 111,85 71,35 72,24 79,38
N
4
(377) 86,65 102,04 73,14 74,88 77,95 82,93
Média 75,11 92,10 87,51 78,48 80,73 82,79
Nas condições do experimento, a produtividade do mamoeiro cultivar
Golden e do híbrido UENF Caliman 01 foram afetadas pela quantidade de água
aplicada. À medida que se aumentou a quantidade de água aplicada nos
tratamentos diferenciados, houve incrementos positivos de produtividade até
atingir um máximo físico. Após este houve um decréscimo de rendimento com a
lâmina aplicada (Figura 6).
38
Lâmina total de água em 8 meses de colheita (mm)
700 800 900 1000 1100 1200 1300
y = -5,63030 A
2
*10
-4
+ 1,05631 A - 407,432
R
2
= 0,5367
Lâmina total de água em 12 meses de colheita (mm)
1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700
Produtividade (t ha
-1
)
70
75
80
85
90
95
100
105
(A)
(B)
y = -1,658190 A
2
*10
-4
+ 0,513984 A - -303,464300
R
2
= 0,7247
Figura 6 - Produtividade (t ha
-1
) em função da lamina total de água para a cultivar
Golden em 20 meses após o transplantio (A) e do híbrido UENF
Caliman 01 em 16 meses após o transplantio(B).
Os valores de coeficientes de regressão (R²) do modelo de segunda
ordem propostos para a relação entre a produtividade e lâmina total de água
aplicada no mamoeiro cultivar Golden foi de 0,7247 e híbrido UENF Caliman 01
igual a 0,5367. O teste F foi significativo em nível de 5% de probabilidade para as
duas cultivares. Isto demonstra a necessidade do manejo de irrigação na cultura
do mamoeiro, podendo assim, determinar a necessidade hídrica da cultura. Pela
análise de regressão, ajustou-se a função polinomial de segunda ordem. A
redução do rendimento por excesso de água pode estar relacionada com a falta
de aeração no solo, lixiviação de nutrientes e doenças que se desenvolvem em
solos úmidos (Stegman et al, 1980).
Os coeficientes de ajustes da equação do segundo grau foram
significativos em nível de 5% de probabilidade pelo teste t. Quando se utilizou a
função produção estimada, com incrementos máximos de produtividade, foram
estimados em 94,83 t ha
-1
, para uma lâmina de 1549,83mm em 20 meses após o
transplantio e 12 meses de colheita para a cultivar Golden, e 88,01 t ha
-1
para
uma lâmina de 938,06 mm em 16 meses após o transplantio e 8 meses de
colheita, para o híbrido UENF Caliman 01, respectivamente. Mesmo
apresentando um R
2
baixo (0,5367) para o híbrido UENF Caliman 01, a lâmina e
39
a produtividade ótima física estimada pelo modelo quadrático aproximou-se da
lâmina observada do tratamento 3 (L
3
), que proporcionou a segunda maior
produtividade média (87, 51 t ha
-1
) dentro do experimento II.
De acordo com os tratamentos aplicados, observou-se que a cultivar
Golden foi mais exigente no consumo de água do que o híbrido UENF Caliman
01, uma vez que esta apresentou uma maior produtividade quando aplicado 1,1%
da ETo, enquanto que o híbrido obteve a maior produtividade no tratamento 0,7%
da ETo. Segundo Taiz & Zeiger (2004), de todos os recursos de que a planta
necessita para crescer e funcionar, a água é o mais abundante e, ao mesmo
tempo, o mais limitante para a produtividade agrícola. À medida que aumenta a
sua disponibilidade, a cultura pode expressar melhor seu potencial produtivo até
atingir um limite físico.
Almeida et al (2004) analisaram a economia baseada em funções de
resposta da produtividade versus lâminas de água para o mamoeiro (cultivar
Improved Sunrise Solo 72/12) no norte fluminense utilizando os níveis de irrigação
aplicados em função da evapotranspiração de referência (ETo) estimada pelo
método do Tanque classe “A”. Chegaram aos seguintes resultados, no período de
16 meses correspondendo a 45,4 e 35,5 t ha
-1
de produtividade do mercado
nacional e internacional, respectivamente, baseada na diferença de preços.
Teoricamente, como a produtividade máxima física não corresponde a
melhor rentabilidade a ser obtida, torna-se necessária a avaliação dos custos para
se identificar em que ponto de incremento de água, e conseqüentemente, de
produção, deixam de gerar maiores lucros. Para o custo da lamina de água, em
R$ mm
-1
, foi considerado o consumo de energia e mão-de-obra conforme
metodologia sugerida por Deniculi (2004) e descrita anteriormente.
Considerou-se um módulo de 1 ha da cultura do mamão plantado em
área plana com espaçamento 3,6 x 2,0 x 1,8 m, com sistema de irrigação por
microaspersão, sendo um microaspersor para 4 plantas, e intensidade de
aplicação de água do microaspersor de 2,98 mm h
-1
, para uma área molhada de
70%, com pressão 20 m.c.a. e fornecendo vazão de 60 L h
-1
. Foi adotado um
conjunto motor trifásico de 2 cv ha
-1
como o rendimento do motor (η) de 0,80, que
de acordo com estas características, o consumo elétrico do motor é de 2,062 kW
h
-1
(Deniculi, 2004). Utilizando a tarifa verde do grupo A e subgrupo A4 cobrada
pela ESCELSA (2007), taxa adicional e custo de demanda, o valor pago na
40
energia elétrica é de 0,30 R$ kWh
-1
, gastam-se 0,60 R$ h
-1
ha
-1
com o modelo de
motor elétrico escolhido. Com estes dados estabelecidos o custo variável
referente à energia elétrica gasta na aplicação de água foi de 0,20 R$ mm
-1
ha
-1
.
Na determinação com o custo da mão-de-obra utilizada na irrigação da
fazenda Caliman foram considerados dois funcionários, um responsável pela casa
de bombas e outro pela manutenção do sistema de irrigação. O custo destes
funcionários foi de 0,25 R$ h
-1
ha
-1
, considerando que cada um receba R$ 360,00
mais encargos contratuais, e uma área irrigada de 50 hectares.
Com estes dados estabelecidos, o custo variável referente à energia
elétrica e mão-de-obra gasta na aplicação de água foi de 0,45 R$ mm
-1
ha
-1
. De
acordo com Agrianual (2007), os preços médios do mamão Havaí e formosa nos
últimos cinco anos foram de 0,41 e 0,35 R$ kg
-1
, respectivamente. Para o
mercado externo o preço fornecido pela fazenda Caliman foi de 0,54 R$ kg
-1
, para
as duas variedades.
Na determinação da receita líquida operacional utilizaram-se os dados de
fluxo de caixa da própria fazenda Caliman. Para isto foi realizada a média dos
custos mensais das lavouras para uma safra de 24 meses, sendo este valor de
679,17 US$ ha
-1
mês
-1
, incluídos nestes as seguintes variáveis: mudas,
fertilizantes, defensivos, peças e acessórios, tratos culturais manuais e tratos
culturais mecanizados e o valor de implantação do sistema de irrigação
(considerando a depreciação). A taxa cambial média dos últimos dois anos (2005
- 2006) foi de US$ 1,00 igual a R$ 2,35, sendo este custo igual a 1596,04 R$ ha
-1
mês
-1
.
Através da equação 10 determinaram-se as lâminas ótimas econômicas
para o mercado interno e externo, respectivamente, para o Golden durante os 20
meses após o transplantio e 12 meses de colheita foram de 1546,52 e
1547,32mm e de 936,52 e 937,32mm para UENF Caliman 01 durante os 16
meses após o transplantio e 8 meses de colheita. O que correspondeu à
produtividade ótima econômica de 94,83 e 88,01 t ha
-1
para ambos os mercados.
Apesar das lâminas estimadas, com que se obtém ótimo retorno econômico
serem inferiores às estimadas para a máxima produção (1546,52 e 937,55mm)
tanto para Golden quanto para o UENF Caliman 01, as produtividades máximas
econômicas encontradas para ambos mamoeiros são próximas das
produtividades máxima física, podendo-se dizer que a máxima produção é que
41
fornece a maior rentabilidade econômica, fato também observado por Almeida
(2000) estudando efeito de laminas de irrigação sobre o mamoeiro, e Sousa
(1997) na goiabeira.
Transformando estas lâminas e as produtividades em termos mensais,
determinou-se a receita líquida operacional por hectares por ano. Assim, as
lâminas aplicadas para os mercados interno e externo e as produtividades
mensais foram as seguintes: 77,3 e 77,4mm mês
-1
e 4,74 t ha
-1
mês
-1
para a
cultivar Golden e 58,6 e 58,6 mm mês
-1
e 5,50 t ha
-1
mês
-1
para o híbrido UENF
Caliman 01. Com estas considerações a receita líquida operacional para Golden
nos mercados interno e externo foi de 313,19 e 929,57 R$ ha
-1
mês
-1
,
respectivamente. O híbrido UENF Caliman 01 apresentou uma receita líquida de
302,79 e 1347,87 R$ ha
-1
mês
-1
nos mercados interno e externo, respectivamente.
Os incrementos máximos de produção total de frutos foram de 47,77 kg
planta
-1
, nos 20 meses de experimento, e 44,36 kg planta
-1
em 16 meses de
experimento, para cultivar Golden e para o híbrido UENF Caliman 01,
respectivamente. Estudando o manejo de irrigação no mamoeiro no norte do
Espírito Santo, Almeida (2005) encontrou produção total de frutos por planta de
44,45 kg planta
-1
em 10 meses de colheita (4,45 kg planta
-1
mês
-1
) para a cultivar
Golden, sendo aproximadamente 15,5 % superior à média mensal encontrada no
presente experimento para o Golden, que foi de 3,76 kg planta
-1
mês
-1
.
3.3. Função de Produção Água - Peso Médio, Comprimento e Diâmetro de
Fruto
Na Tabela 5 e 6 são apresentados os valores de peso médio de fruto em
função dos tratamentos de lâmina de irrigação e doses de sulfato de amônio
aplicadas no experimento com a variedade Golden (média do experimento de
410,95 g por fruto) e para o híbrido UENF Caliman 01(média do experimento igual
a 1134,76) respectivamente. Esses valores foram superiores aos encontrados por
Almeida (2005), que comparou o manejo de irrigação utilizado no norte do Espírito
Santo (T1) e o determinado pelo software IRRIGA (T2), em que os peso médio de
frutos em T1 foi de 357 gramas e em T2 de 390 gramas para a cultivar Golden.
42
Tabela 5 - Peso médio de fruto (g) para a variedade Golden 20 meses após o
transplantio e 12 meses de colheita.
Lâmina Total de água aplicada (irrigação + precipitação) em mm
Sulfato de
Amônio
kg ha
-1
L
1
(1236)
L
2
(1339)
L
3
(1444)
L
4
(1525)
L
5
(1604)
Média
N
1
(99) 399,01 423,18 415,70 425,73 415,34 415,79
N
2
(188) 392,56 391,31 423,21 420,16 416,81 408,81
N
3
(288) 406,19 401,75 405,81 425,15 412,32 410,25
N
4
(377) 392,16 389,17 416,86 421,40 425,10 408,94
Média 397,48 401,35 415,39 423,11 417,39 410,95
Tabela 6 - Peso médio de fruto (g) para híbrido UENF Caliman 01 16 meses
após o transplantio e 8 meses de colheita.
Lâmina Total de água aplicada (irrigação + precipitação) em mm
Sulfato de
Amônio
kg ha
-1
L
1
(806,90)
L
2
(873,73)
L
3
(948,47)
L
4
(1014,90)
L
5
(1076,04)
Média
N
1
(99) 1060,25 1142,27 1183,87 1139,74 1125,65 1130,36
N
2
(188) 1202,88 1153,56 1176,06 1089,41 1160,14 1156,41
N
3
(288) 1033,37 1158,01 1216,66 1120,32 1058,79 1117,43
N
4
(377) 1191,67 1132,23 1126,82 1100,34 1123,07 1134,83
Média 1122,04 1146,52 1175,86 1112,45 1116,91 1134,76
A Figura 7 apresenta um modelo polinomial de segunda ordem, sendo
que os valores de coeficientes de correlação (R²) no ajuste da equação para o
peso médio de fruto (Golden e do UENF Caliman 01) e lâmina total de água
aplicada indicaram correlação de 0,8908 e 0,5611 respectivamente. O modelo
determinado pela regressão para o Golden apresentou significância em nível de
1% de probabilidade, enquanto que no híbrido UENF Caliman a significância foi
de 5% para o modelo de segunda ordem utilizado. Os coeficientes de ajuste das
equações foram significativos em nível de 5% de probabilidade pelo teste t.
43
Lâmina total de água em 8 meses de colheita (mm)
700 800 900 1000 1100 1200 1300
Peso médio de fruto (g)
1080
1100
1120
1140
1160
1180
1200
PMF = -0,222715*10
-2
A
2
+ 4,13065 A - 759,306
R
2
= 0,5611
Lâmina total de água em 12 meses de colheita (mm)
1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700
Peso médio de fruto (g)
380
390
400
410
420
430
440
PMF = -1,630390*10
-4
A
2
+ 0,529486 A - 9,874150
R
2
= 0,8908
(A)
(B)
Figura 7 - Peso médio de fruto (g) em função da lamina total de água para a
cultivar Golden 20 meses após o transplantio (A) e do híbrido UENF
Caliman 01 16 meses após o transplantio(B).
Utilizando as equações de regressão obtiveram-se os incrementos
máximos físicos de peso médio de fruto, sendo estimados em 420,02 g, para uma
lâmina de 1623,80 em 20 meses, e 1155,95 g para uma lâmina de 927,34mm em
16 meses, para cultivar Golden e para o híbrido UENF Caliman 01,
respectivamente. A produção de frutos com diferentes tamanhos pode favorecer a
exportação, devido à exigência do mercado externo quanto ao peso do fruto. O
mercado Suíço tem preferência por frutos na faixa de 290 a 349 g, enquanto os
mercados Alemão e Francês, por frutos na faixa de 350 a 439 g e o Português,
por frutos maiores, em média com 449 a 650 g (Balbino, 2003).
Na Figura 8 observam-se os ajustes da equação quadrática para as
variáveis comprimento e diâmetro de fruto na cultivar Golden versus lâmina total
de água aplicada, sendo que os valores de coeficientes de regressão (R²) foram
de 0,8376 e 0,7203 para o comprimento e diâmetro de fruto, respectivamente. O
modelo determinado pela regressão para o Golden apresentou significância em
nível de 5% de probabilidade, enquanto que no híbrido UENF Caliman 01 os
modelos de segunda ordem gerados não apresentaram significância para
comprimento e diâmetro de fruto. Os coeficientes de ajuste das equações foram
significativos em nível de 5% de probabilidade pelo teste t.
44
Lâmina total de água em 20 meses (mm)
1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700
Diâmetro de Fruto (mm)
81,8
82,5
83,3
84,0
84,8
85,5
86,3
87,0
Df = -5,971324*10
-6
A
2
+ 2,023650*10
-2
A + 65,582700
R
2
= 0,7203
Lâmina total de água em 20 meses (mm)
1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700
Comprimento de Fruto (mm)
134
135
136
137
138
139
140
Cf = -1,658620*10
-5
A
2
+ 5,541000*10
-2
A + 92,457800
R
2
= 0,8376
(A)
(B)
Figura 8 – Comprimento (A) e diâmetro (B) médio de fruto (cm) em função da
lamina total de água para a cultivar Golden 20 meses após o
transplantio.
De acordo com as equações de regressão determinaram-se as lâminas
que proporcionaram os maiores comprimento e diâmetro de frutos para a cultivar
Golden, sendo elas: 1670,36 e 1694,97mm, atingindo um comprimento de fruto de
139mm e diâmetro de 83mm. Estas lâminas ficaram próximas as do peso de fruto
para a mesma cultivar. Com estes valores pode-se adequar o manejo de irrigação
de acordo com as exigências do mercado em relação ao peso e formato do fruto.
4. RESUMO E CONCLUSÕES
Foram conduzidos dois experimentos na Fazenda Caliman Agrícola S.A.,
localizada no município de Linhares, Espírito Santo. O experimento I foi formado
com cultivar Golden (grupo Solo) e o experimento II do híbrido UENF Caliman 01.
O delineamento estatístico experimental foi em blocos casualizados, com
esquema fatorial 5 X 4 em parcelas subdivididas, sendo cinco lâminas (50, 70, 90,
110 e 130 % da evapotranspiração de referência, ETo) de irrigação e quatro
doses de nitrogênio na forma de sulfato de amônio (90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
por
45
mês) e três repetições para cada experimento. Foram determinados os dados
edafoclimáticos e dos componentes de produção durante todo o período
experimental com o objetivo de identificar os níveis ótimos de irrigação e
adubação nitrogenada que propiciem a máxima produtividade física e econômica
da cultivar de mamoeiro “Golden” e do híbrido UENF Caliman 01 utilizando função
de produção. Os resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões:
A estimativa da produtividade (t ha
-1
) do mamoeiro em função da lâmina total
aplicada para a região norte do Espírito Santo, para a cultivar Golden e para o
híbrido UENF Caliman 01, tiveram ajustes significativos com os modelos de
segunda ordem;
As máximas produtividades físicas são iguais a 94,83 t ha
-1
com lâmina máxima
de 1549,83mm e 88,01 t ha
-1
e lâmina máxima aplicada de 938,06mm para a
cultivar Golden e para híbrido UENF Caliman 01, respectivamente;
As lâminas ótimas econômicas para o mercado interno e externo,
respectivamente, para o Golden durante os 20 meses após o transplantio e 12
meses de colheita são de 1546,52 e 1547,32mm e 936,52 e de 937,32mm para
UENF Caliman 01 durante 16 meses após o transplantio e 8 meses de colheita;
Apesar das lâminas estimadas, com que se obtém ótimo retorno econômico
serem inferiores às estimadas para a máxima produção tanto para Golden quanto
para o UENF Caliman 01, as produtividades máximas econômicas encontradas
para ambos mamoeiros são próximas das produtividades máximas físicas;
A proximidade entre as lâminas físicas e econômicas estimadas, para ambas as
variedades, pressupõe a adoção do mesmo manejo de irrigação;
A receita líquida operacional para Golden nos mercados interno e externo é de
313,19 e 929,57 R$ ha
-1
mês
-1
, respectivamente. O híbrido UENF Caliman 01
apresenta receita líquida operacional de 302,79 e 1347,87 R$ ha
-1
mês
-1
nos
mercados interno e externo, respectivamente;
46
Os resultados demonstram que a utilização de função de produção para manejo
de irrigação no mamoeiro possibilita valores satisfatórios, de acordo com os
componentes de produção que se deseja determinar;
De acordo com as equações de regressão, as lâminas que proporcionaram os
maiores comprimento e diâmetro de frutos para a cultivar Golden são: 1670,36 e
1694,67mm, atingindo um comprimento de fruto de 139 mm e diâmetro de 83 mm;
Os tratamentos com as doses de sulfato de amônio e a interação Lâmina de
irrigação versus doses de adubo não apresentaram significância estatística em
nível de 5% de probabilidade.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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51
MODELOS DE CRESCIMENTO PARA OS MAMOEIROS (Carica papaya L.)
CULTIVAR GOLDEN E HÍBRIDO UENF CALIMAN 01 SOB CONDIÇÕES DE
DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE SULFATO DE AMÔNIO
RESUMO
Foram realizados dois experimentos na fazenda Caliman Agrícola S.A., localizada
no município de Linhares, Espírito Santo. No primeiro utilizou-se a cultivar Golden
e no segundo o híbrido UENF Caliman 01. Utilizou-se o delineamento estatístico
experimental em blocos casualizados, com esquema fatorial 5 x 4 em parcelas
subdivididas, sendo cinco lâminas de irrigação, com turno de rega diário, e quatro
doses de sulfato de amônio 90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
mês
-1
. Objetivou-se avaliar
o ajuste dos modelos de Gompertz, logístico e monomolecular à taxa de
crescimento dos mamoeiros Golden e UENF Caliman 01 em relação aos graus-
dias acumulados. Em uma segunda etapa os modelos foram modificados e
avaliados com a adição de mais uma variável independente (produtividade
acumulada), sob diferentes níveis de irrigação e adubação nitrogenada para
condições locais. Através dos resultados encontrados pode-se concluir que na
cultivar Golden e no Híbrido UENF Caliman 01 os modelos originais
apresentaram-se estatisticamente significativos em nível de 1% de probabilidade
para a variável altura de planta e diâmetro de caule. Contudo, estes modelos não
apresentaram ajuste significativo para a variável diâmetro de copa. Tanto para os
modelos originais quanto para os modificados, os parâmetros apresentam
expressão biológica e não puramente estatística, uma vez que os coeficientes de
determinação ajustados obtiveram valores elevados para altura de planta,
diâmetro de caule e diâmetro de copa (modelos modificados).
52
ABSTRACT
Two experiments were accomplished, in the farm Agricultural Caliman
S.A. located in the municipal district of Linhares, Espírito Santo. In the first, was
used cultivar Golden and in the second the hybrid UENF Caliman 01. The
experimental statistical randomized was in complete blocks design with 5x4
factorial scheme in split-plot. Five irrigation water depths were used with daily
irrigation frequency and four doses of ammonium sulphate 90, 188, 288 e 377kg
ha
-1
month
-1
. It was aimed at to evaluate the adjustment of the models of
Gompertz, logistic and monomolecular the tax of growth of the papaya trees
Golden and UENF Caliman 01 in relation to the degrees accumulated days and in
a second stage the models were modified and appraised with the addition of one
more independent variable (accumulated productivity), under different irrigation
levels and managing ammonium sulphate for local conditions. Through the found
results it can be ended that in cultivar Golden and in the UENF Caliman 01 hybrid
the original models came significant at the level of 1% of probability for the
variable plant height and stem diameter. However these models didn't present
significant adjustment for the variable cup diameter, so much for the original
models as for modified them the parameters present biological expression and no
purely statistics, once the adjusted determination coefficients obtained high values
for plant height, stem diameter and cup diameter (modified models).
1. INTRODUÇÃO
O mamoeiro é uma planta frutífera de crescimento rápido e elevada
precocidade, pois entre três a quatro meses pós-plantio da muda já inicia o
florescimento e a partir do oitavo mês já pode proporcionar as primeiras colheitas.
É considerada uma planta herbácea gigante que pode atingir entre 3 a 8 metros
53
de altura. O caule é em torno de 0,20 m de diâmetro, normalmente indiviso, ereto,
marcado por grandes e numerosas cicatrizes foliares, terminado com um grupo
denso de grandes folhas na região apical (Nishina et al., 2000).
As variáveis biométricas, altura de planta, diâmetro de caule e área foliar,
usadas no monitoramento do crescimento das plantas determinam os
rendimentos da mesma. A mensuração da taxa de crescimento da cultura permite
determinar a época de floração; a altura de planta que, em determinado estágio,
inviabiliza a colheita; o ganho de área foliar que, em geral, resulta em maiores
produções; as épocas de pico de produção, visualizando-se assim, as condições
representativas para cada região (Rungsimanop, 1988).
Na caracterização do crescimento do mamoeiro, os parâmetros
relacionados com a unidade térmica graus-dias são importantes indicativos de
potencial de produção, merecendo maiores estudos para sua adequada utilização
(Almeida, 2000). Os processos fisiológicos e funções da planta ocorrem dentro de
um limite térmico no ambiente em que elas se desenvolvem. Para completar cada
subperíodo de desenvolvimento, as plantas necessitam, entre outros fatores, de
um somatório térmico. Um dos índices mais utilizados para expressar este
requerimento é denominado de graus-dias, que se baseia no acúmulo térmico
dentro dos limites nos quais as plantas se desenvolvem, definidos pelas
temperaturas basal inferior e superior (Lozada & Angelocci, 1999).
Os quatros principais fatores ambientais para selecionar um local de
cultivo para o mamão são: temperatura do ar, umidade (chuva e drenagem de
terra), insolação e velocidade do vento (Lyra et al., 2007). Uma vez que
submetidos a temperaturas abaixo de 15
o
C (temperatura basal para esta cultura)
ocorre paralisação no crescimento da planta, redução no florescimento,
retardamento no desenvolvimento de frutos, aumento no índice de carpeloidia
(“cara de gato”), diminuição na produção de açúcares e quedas de folhas (Nishita
et al., 2000; Marin, 1995; Crane, 2005).
Vários tipos de modelos (empíricos, semi-empíricos ou mecanísticos)
podem ser usados, de acordo com suas capacidades, para interpretação dos
processos envolvidos no sistema de produção vegetal (Jones, 1992). Embora
modelos mecanísticos tenham uma formulação científica (Penning de Vries & Van
Laar, 1982), modelos semi-empíricos simples podem fornecer também
informações e estimativas úteis, particularmente se forem baseados em
54
parâmetros que permitem interpretação biológica (Richards, 1959). Os modelos
empíricos usados freqüentemente para estimar o crescimento de plantas incluem
as funções logísticas (Pearl & Reed, 1920), Gompertz, Richards e monomolecular
(Amer & Willians, 1957; Richards, 1959).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o ajuste dos modelos de Gompertz,
logístico e monomolecular, variáveis de crescimento dos mamoeiros Golden e
UENF Caliman 01 em relação aos graus-dias acumulados e seus efeitos na
produção, sob diferentes níveis de irrigação e adubação nitrogenada no Norte do
Espírito Santo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
A fazenda Caliman Agrícola S.A. está localizada em Linhares, Espírito
Santo (latitude 19º11’13’’S, longitude 40º05’39’’W e altitude 29 m). O clima da
região é
Aw (subtropical úmido) pela classificação de Köppen (Schineider &
Teixeira, 2001), com precipitação anual de 1.200 mm, e temperatura média
mensal do ar entre 20,7 (julho) e 26,2 ºC (fevereiro) (INMET, 1992).
Foram realizados dois experimentos, no primeiro, utilizou-se a cultivar
Golden (experimento I) e no segundo o híbrido UENF Caliman 01 (experimento
II). Considera-se espaçamento duplo de 3,6 x 2,0 x 1,8 m. O plantio foi realizado
em 20/10/04 e 14/10/04 para o experimento I e II, respectivamente. O
delineamento estatístico experimental foi em blocos casualizados, com esquema
fatorial 5 x 4 em parcelas subdivididas. Os tratamentos foram: cinco lâminas de
irrigação: 50, 70, 90, 110 e 130 % da evapotranspiração de referência (ET
o
),
aplicadas diariamente nas parcelas. E quatro doses de nitrogênio (na forma de
sulfato de amônio) 90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
por mês para cada experimento. Os
elementos climáticos necessários à estimativa de ET
o
foram coletados por uma
estação meteorológica automática (MCR300HP, Micrometros, Áustria) instalada
próxima a área experimental.
As avaliações botânicas foram feitas mensalmente em quatro plantas
úteis por parcela, (cada parcela era composta de 24 plantas), tendo seu inicio na
sexagem, e estendendo durante um período de 634 dias (experimento I) e 514
55
dias (experimento II) após o transplantio das mudas no campo. As variáveis
avaliadas foram: a Altura de planta (h), diâmetro de caule (D
Caule
) e diâmetro de
copa (D
copa
). As medições de altura de planta foram feitas a partir da base da
planta no solo até a altura da última folha emitida, utilizando réguas com precisão
de ± 0,05 m. O diâmetro de caule foi medido a uma atura de 0,50 m do solo com o
auxilio de uma fita métrica com precisão de ± 0,001 m, onde se determinava o
perímetro na altura mencionada e posteriormente determinava-se o diâmetro. Na
determinação do diâmetro de copa foram coletados dados longitudinais e
transversais com uma trena de precisão ± 0,001 m, posteriormente foram feitas as
médias das duas medidas.
A coleta dos frutos teve inicio na maturação. Os frutos foram colhidos
semanalmente no estágio de desenvolvimento 1, de acordo com as
recomendações apresentadas por Sabbor et al. (2000). Devidamente identificados
por tratamento, os frutos foram pesados, em balança analógica (Dayton), com
precisão de ± 0,010 g. Posteriormente, a produtividade foi determinada
multiplicando-se o peso médio do fruto pelo número de frutos por planta e número
de plantas por unidade de área de cada parcela experimental.
Na determinação de graus-dias acumulados necessários à cultura do
mamão, utilizaram a seguinte relação:
()
∑∑
=
=
n
1i
i
TbTmGD
(1)
em que, n número de amostras, GD são os graus-dias acumulados,
o
C; Tm
i
,
temperatura média no dia i,
o
C e Tb, temperatura basal,
o
C. Adotou-se Tb para o
mamoeiro de 15
o
C (Marin, 1995 e Nishita et al., 2000).
Os modelos ajustados foram Gompertz, logístico e monomolecular, os
quais foram ajustados de acordo com a variável independente, “graus-dias” (GD).
As análises de regressão foram realizadas com base na aplicação dos logaritmos
aos modelos propostos, conforme sugerido por Tei et al. (1996). Com o intuito de
verificar a influência da produtividade no crescimento do mamoeiro, em uma
segunda etapa, acrescentou-se aos modelos a produtividade acumulada como
variável independente gerando os modelos modificados (Tabela 1)
56
Tabela 1 - Modelos de Gompertz, logístico e monomolecular originais e
modificados
Nome-Tipo Modelo original Modelo modificado
Gompertz
(
)
[
]
d
d
o
r
GDrexp1r
ww
Σ
+=
(
)
[
]
acm
d
d
o
Pa
r
GDrexp1r
ww +
Σ
+=
Logístico
()
Σ
+
=
GDrexp1
w
w
1
w
w
o
f
f
()
acm
o
f
f
Pa
GDrexp1
w
w
1
w
w +
Σ
+
=
Monomolecular
(
)
[]
GDrexp1ww
f
Σ=
(
)
[
]
acmf
PaGDrexp1ww +Σ=
em que, w é o crescimento (m ou cm); ΣGD representa os graus-dias acumulados
(
o
C); w
o
e w
f
correspondem, respectivamente, ao crescimento inicial e final do
ciclo da cultura (m ou cm); r é a taxa máxima de crescimento relativo (m
o
C
-1
ou
cm
o
C
-1
), r
d
parâmetro que define o decréscimo da taxa de crescimento relativo,
“a” é o coeficiente de ajuste e P
acm
é a produtividade acumulada em (t ha
-1
).
Para propósitos de avaliação dos modelos de crescimento, valores
medidos da taxa máxima de crescimento relativo (r), obtidos imediatamente após
as coletas dos dados de crescimento, foram determinados pela equação
apresentada por Benincasa (1988),
() ()
12
12
GDGD
wlnwln
r
=
(2)
em que w
1
e w
2
são o crescimento medido (m ou cm), e ΣGD
2
e ΣGD
1
é o
intervalo de graus-dias acumulados (
o
C) entre as duas amostragens consecutivas.
Utilizou-se o erro padrão de estimativa (EPE), que mede o desvio médio
entre os valores reais de w e os valores estimados de w’(Equação 3).
()
1n
'ww
EPE
n
1i
2
ii
=
=
(3)
Ele informa de modo aproximado a magnitude dos erros de estimativa em
relação aos dados da amostra. EPE é medido na unidade de w. Segundo Jensen
et al. (1990), o resultado que se busca é conseguir o menor valor possível de
EPE.
57
Para quantificar matematicamente a aproximação dos dados estimados
aos observados, foi desenvolvido por Willmontt (1981) um coeficiente designado
índice de concordância de Willmontt, esse índice expressa a exatidão das
estimativas em relação aos dados observados, variando de zero, que indica
nulidade, a 1 que indica perfeita exatidão. O índice “d” é determinado da seguinte
forma:
()
[]
2
N
1i
ii
N
1i
2
ii
www'w
w'w
1d
=
=
+
=
(4)
em que, w’
i
,
representa o valor estimado; w
i
,
o valor observado; w ,média dos
valores observados; N é o número de amostras.
Através do teste estatístico de Student (t) e usando regressão linear
simples os modelos propostos serão avaliados, sendo as hipóteses testadas H
o
:
β = 1 e H
1
:β 1, para Y = X.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A temperatura média diária do ar durante o período experimental foi de
23,4ºC, sendo próximo ao apresentado pelo INMET (1992) nas normais
climatológicas, em que a temperatura média diária em Linhares é de 23,6 ºC.
Apenas em 32 % do período de coleta de dados (31/03/05 a 30/06/06) a cultura
ficou abaixo da temperatura média adequada de 22ºC e 1% acima dos 28ºC
(Nishita et al., 2000), ou seja, em 67 % do período a temperatura do ar foi
adequada para a cultura. Durante todo o período em que foram aplicadas as
irrigações, ocorreu, 146 dias com chuvas (2021 mm), com freqüência de um evento a
cada três dias e magnitude de aproximadamente 11,1 mm d
-1
(Figura 1). Com
precipitação média anual de 1614,1 mm.
58
mês/ano
04/05 06/05 08/05 10/05 12/05 02/06 04/06 06/06
Temperatura (
o
C)
0
5
10
15
20
25
30
Precipitação (mm d
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
Temperatura do ar
Precipitação pluvial
Figura 1 - Variação sazonal da temperatura média diária do ar (
o
C) e da
precipitação pluvial (mm d
-1
), no período de aplicação dos
tratamentos diferenciados.
A análise de variância indicou aceitação da hipótese de nulidade para as
variáveis de crescimento testadas no experimento I e II, isto é, não houve efeito
dos níveis de irrigação e doses de sulfato de amônio na altura de planta, diâmetro
do caule e diâmetro de copa.
3.1. Ajuste dos modelos para a cultivar Golden
Os modelos originais (monomolecular, logístico e Gompertz)
apresentaram-se significativos em nível de 1% de probabilidade para a variável
altura de planta e diâmetro de caule. Contudo, estes modelos não apresentaram
ajuste significativo para a variável diâmetro de copa. Através do teste t verificou-
se que os dados obtidos pelo experimento não diferem em nível de 1 % de
probabilidade dos obtidos pelos modelos originais estudados.
Os modelos originais estudados apresentaram coeficiente de
determinação ajustado (R
2
ajs
), entre 0,97 (logístico) a 0,98 (monomolecular) para
a variável dependente altura de planta. Enquanto que para a variável diâmetro de
caule o R
2
ajs
variou de 0,864 (monomolecular) a 0,968 (Gompertz). Os modelos
Gompertz e monomolecular apresentaram coeficientes de concordância (d) e de
determinação superiores aos encontrados para o modelo logístico (Figura 2A, B e
C) para a variável altura de planta. Na variável dependente diâmetro de caule,
59
observou-se que os modelos de Gompertz e logístico obtiveram coeficientes de
ajuste e concordância superiores ao modelo monomolecular (Figura 2 D, E e F).
Através do teste t verificou-se que os dados obtidos para altura de planta
e diâmetro de caule, no experimento, não diferem estatisticamente em nível de
5% de probabilidade dos obtidos pelos modelos de Gompertz, logístico e
monomolecular. Para altura de planta, o valor do coeficiente angular (b) das
regressões lineares entre os valores medidos e estimados foi de 0,996
(monomolecular) a 0,9989 (logístico). Para a variável diâmetro de caule, b foi
entre 0,9868 e 0,9950, para os modelos Gompertz e logístico, respectivamente
(Tabela 2). Ou seja, a tendência dos modelos é de sempre subestimar os valores
medidos na faixa de 0,11 a 0,39 % para altura de planta e de 0,5 a 1,32% para o
diâmetro de caule.
Altura de planta (m)
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Observados
Gompertz
Observados
Logístico
Observados
Monomolecular
(A)
(B)
(C)
R
2
ajs
=0,9757
d = 0,9946
R
2
ajs
=0,9716
d = 0,9937
R
2
ajs
=0,9797
d = 0,9952
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Diâmetro de caule (cm)
2
4
6
8
10
12
14
16
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
(D)
(E)
(F)
R
2
ajs
=0,9677
d = 0,9596
R
2
ajs
=0,9581
d = 0,9473
R
2
ajs
=0,8641
d = 0,8177
Figura 2 - Valores de Altura de planta (A, B e C) e diâmetro de caule (D, E e F),
observados e estimados pelos modelos Gompertz (A e D), logístico (B
e E) e monomolecular (C e F), tendo como variável independente
graus-dias, para a cultivar Golden.
60
A variável independente tempo decorrido (tempo após a emergência ou
tempo após o plantio) é comumente usada em modelos de crescimento. Todavia,
as taxas dos processos metabólicos dependem da temperatura. Normalmente,
assume-se que essa dependência é aproximadamente linear, sendo que o tempo
térmico acumulado, expresso em graus-dias é usado como uma alternativa ao
tempo decorrido após a emergência (Tei et al.,1996).
A taxa de crescimento relativa observada no experimento I (Golden) para
as variáveis altura de planta e diâmetro de caule começam a decair com valores
próximos a 2.407
o
C. Este valor de tempo térmico é próximo aos encontrados por
Almeida (2000) no município de Campos dos Goytacazes - RJ e Silva (1999) em
Linhares-ES, em que os graus-dias acumulados foram de 2.380 e 2.300
o
C,
respectivamente. Desta forma, a importância de determinação dos parâmetros de
crescimento em função de graus-dias, supõe independer da localidade e do
tempo decorrido desde o plantio, mas sim do acumulo de temperatura, acima da
temperatura basal.
De acordo com a Tabela 2, o modelo monomolecular apresentou o menor
erro padrão de estimativa da equação (EPE) para a variável altura de planta
(±0,0949), enquanto o modelo logístico obteve EPE igual a ±0,1123. O valor de
EPE para diâmetro de caule variou de ±0,3391 (Gompertz) a ±0,6958
(monomolecular).
Tabela 2 - Valores de erro padrão de estimativa (EPE) e coeficiente angular da
reta (b) para os modelos de Gompertz, logístico e monomolecular.
Variáveis
Modelos Parâmetros
Altura (m) Diâmetro de caule (cm)
Gompertz EPE ± 0,1034 ± 0,3391
Coef. angular (b) 0,9983 0,9868
Logístico EPE ± 0,1123 ± 0,3867
Coef. angular (b) 0,9989 0,9950
Monomolecular EPE ± 0,0949 ± 0,6958
Coef. angular (b) 0,9961 0,9923
61
A Tabela 3 mostra que os valores da taxa máxima de crescimento relativo
(r) para a variável altura de planta estimada pelo modelo logístico ficaram
próximos dos valores observados. Na variável dependente diâmetro de caule a
taxa máxima de crescimento que mais se aproximou dos valores observados foi a
do modelo logístico. O modelo de Gompertz apresentou o menor EPE (0,0006). A
altura de planta (3,98 m) e o diâmetro máximo (w
f
, 11,2 cm) gerado pelo modelo
logístico foram os que mais se aproximaram dos valores médios observados e de
3,74 m e 11,81 cm, respectivamente.
Tabela 3 - Valores estimados dos parâmetros dos modelos de crescimento (EPE
entre parênteses) avaliados para o mamoeiro, cultivar Golden, tendo
como variável independente, graus-dias (GD).
Variáveis
Modelos Parâmetros
Altura (m) Diâmetro de caule (cm)
Gompertz w
o
0,55**(±0,14) 0,015
ns
(±0,02)
r 0,0012**(±0,0003) 0,0105**(±0,0031)
rd 0,0006**(±0,0001) 0,0016**(±0,0001)
Logístico w
f
3,98**(±0,1260) 11,26**(±0,1389)
w
o
0,81**(±0,1191) 0,55**(±0,1854)
r 0,0008**(±0,0001) 0,0021**(±0,002)
Monomolecular w
f
4,52**(±0,1486) 12,46**(±0,5143)
r 0,0003**(±0,00001) 0,0006**(±0,0001)
Observado r 0,0006 0,0011
Wf 3,74 11,81
** significativo em nível de 1% de probabilidade; * significativo em nível de 5% de probabilidade;
ns
não significativo pelo
teste t.
O modelo modificado, em que foi acrescentada a variável dependente
produtividade acumulada, foi significativos em nível de 1% de probabilidade para
a variável altura de planta, diâmetro de caule e diâmetro de copa.
O valor do coeficiente angular (b) das regressões (Tabela 4) foi de 0,9995
(Gompertz e monomolecular)
b 0,9996 (logístico) para a variável altura de
planta, entre 0,9981 (monomolecular) e 0,9996 (logístico) para diâmetro de caule,
enquanto para diâmetro de copa b variou de 0,9927 (monomolecular) a 0,9964
(Gompertz). Para a variável dependente altura de planta e diâmetro de caule, o
modelo monomolecular modificado apresentou os menores coeficientes
angulares, sendo os maiores apresentados pelo modelo logístico modificado.
Para o diâmetro de copa o modelo de Gompertz modificado obteve o maior
coeficiente angular.
62
Tabela 4 - Valores de erro padrão de estimativa (EPE) e coeficiente angular da
reta (b) para os modelos modificados de Gompertz, logístico e
monomolecular
Variáveis
Modelos Parâmetros
Altura (m) Diâmetro de caule (cm) Diâmetro de copa (m)
Gompertz EPE ±0,0759 ±0,4558 ±0,1440
Coef. angular (b) 0,9995
0,9985
0,9964
Logístico EPE ±0,0710 ±0,2304 ±0,1478
Coef. angular (b) 0,9996
0,9996
0,9962
Monomolecular EPE ±0,0800 ±0,4998 ±0,1705
Coef. angular (b) 0,9995
0,9981
0,9927
A Figura 3 (A, B e C) apresenta os resultados dos modelos de Gompertz,
logístico e monomolecular modificados para a variável dependente altura de
planta, sendo acrescentado aos modelos as variáveis independentes graus-dias e
produtividade acumulada (P
acm
) em toneladas por hectare. Os coeficientes de
regressão ajustados (R
2
ajs
) variaram de 0,9856 (monomolecular) a 0,9886
(logístico) e de concordância (d) entre 0,9968 (monomolecular) e 0,9977
(logístico), respectivamente. Estes valores foram superiores aos dos modelos
originais para a variável altura de planta.
O modelo logístico modificado apresentou valores de R
2
ajs
e “d”
superiores aos dos modelos originais e aos modelos modificados de Gompertz e
monomolecular na variável diâmetro de caule (Figura 3 C, D e E). Os valores
variaram entre 0,9299 (monomolecular) e 0,9851 (logístico), para o coeficiente de
regressão ajustado; e de 0,9073 (monomolecular) a 0,9826 (logístico) para o
coeficiente de concordância de Willmontt.
Aplicando os modelos de crescimento de Gompertz e logístico para alface
(
Lactuca sativa L.) cultivada em sistema hidropônico sob condições de casa-de-
vegetação, Lyra et al. (2003) concluíram que o modelo logístico fornece estimativa
próxima dos valores observados para o parâmetro r, que representa a taxa de
crescimento relativo máximo. No mesmo trabalho os autores encontraram valores
dos coeficientes de determinação ajustados acima de 0,9847 para todos os
modelos avaliados, mostrando que, de forma geral, seus parâmetros têm
expressão biológica e não puramente estatística. Resultado similar ao observado
no presente trabalho.
63
A Figura 3 (G, H, e I) apresenta os coeficientes de determinação
ajustados e de concordância dos modelos modificados para a variável
dependente diâmetro de copa. O modelo Gompertz modificado apresentou
valores superiores destes coeficientes em relação aos modelos logísticos e
monomolecular modificados. Observou-se que os valores estimados de diâmetro
de copa pelos modelos tendem a decair com o aumento da taxa de produtividade.
Altura de planta (m)
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Observados
Gompertz
Produtividade
Observados
Logístico
Produtividade
Produtividade acumulada (t ha
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
Observados
Monomolecular
Produtividade
(A)
(B)
(C)
R
2
ajs
= 0,9870
d = 0,9974
R
2
ajs
= 0,9886
d = 0,9977
R
2
ajs
= 0,9856
d = 0,9968
Diâmetro de caule (cm)
2
4
6
8
10
12
14
16
Produtividade acumulada (t ha
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
(D)
(E)
(F)
R
2
ajs
= 0,9417
d = 0,9335
R
2
ajs
= 0,9851
d = 0,9826
R
2
ajs
= 0,9299
d = 0,9073
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Diâmetro de copa (m)
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Produtividade acumulada (t ha
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
(G)
(H)
(I)
R
2
ajs
= 0,6714
d = 0,9189
R
2
ajs
= 0,6557
d = 0,9127
R
2
ajs
= 0,5414
d = 0,9077
Figura 3 - Valores de Altura de planta (A, B e C), diâmetro de caule (D, E e F), e
diâmetro de copa (G, H e I) observados e estimados pelos modelos
modificados Gompertz (A, D e G), logístico (B, E e H) e monomolecular
(C, F e I), tendo como variáveis independentes graus-dias e
produtividade acumulada, para a cultivar Golden.
64
A taxa de crescimento do mamoeiro, cultivar Golden foi influênciada
negativamente pela produtividade, ou seja, quando o mamoeiro atingiu o seu
máximo potencial produtivo (em torno de 2.407 a 4.047
o
C) as taxas de
crescimento para altura de planta diâmetro de caule e diâmetro de copa
reduziram. Isto pode ser observado na Tabela 5, em que os coeficientes
ajustados (P
acm
) para essa variável foram negativos.
O modelo logístico modificado apresentou taxa de crescimento relativo
máximo próximo do valor observado, tendo também o menor EPE para altura de
planta, seguido dos modelos modificados de Gompertz e monomolecular
modificado (Tabela 5). Para a variável dependente diâmetro de caule o modelo
logístico modificado apresentou o menor erro padrão de estimativa e o modelo de
Gompertz modificado o valor mais próximo de “r”. O modelo monomolecular
modificado apresentou o maior EPE para a determinação de diâmetro de copa.
Enquanto o modelo logístico modificado obteve taxa de crescimento máximo (r)
próximo do valor observado em campo (Tabela 5).
Tabela 5 - Valores estimados dos parâmetros dos modelos modificados de
crescimento avaliados (EPE entre parênteses) para o mamoeiro,
cultivar Golden, tendo como variável independente, graus-dias (GD)
e produtividade acumulada (P
acm
).
Variáveis
Modelos Parâmetros
Altura (m) Diâmetro de caule (cm) Diâmetro de copa
Gompertz w
o
0,53**(±0,0788) 1,103**(±0,3531) 0,96**(±0,2130)
r 0,0011**(±0,0001) 0,0017**(±0,0004) 0,0004*(±0,0002)
rd 0,0004**(±0,00001) 0,0006**(±0,0001) 0,0002*(±0,0001)
P
acm
-0,0125**(±0,0034) -0,0714**(±0,0234) -0,0256**(±0,0058)
EPE ±0,0759 ±0,4558 ±0,1440
Logístico w
f
5,76**(±0,3889) 10,233**(±0,1693) 7,47**(±2,2320)
w
o
0,72**(±0,0598) 0,163*(±0,0653) 1,04**(±0,0001)
r 0,0007**(±0,00001) 0,0031**(±0,0003) 0,0004**(±0,0001)
P
acm
-0,0162**(±0,0035) -0,0179**(±0,0031) -0,0256**(±0,0062)
EPE ±0,0710 ±0,2304 ±0,1478
Monomolecular w
f
6,79**(±1,2990) 25,4355**(±7,9037) 14,380
ns
(±12,7587)
r 0,0002**(±0,00001) 0,0002*(±0,0001) 0,0001
ns
(±0,0001)
P
acm
-0,0085**(±0,0033) -0,0657**(±0,0207) -0,0296**(±0,0062)
EPE ±0,0800 ±0,4998 ±0,1705
observado r 0,0006 0,0011 0,0007
Wf 3,74 11,81 2,39
** significativo em nível de 1% de probabilidade; * significativo em nível de 5% de probabilidade;
ns
não significativo pelo
teste t.
65
3.2. Ajuste dos modelos para o híbrido UENF Caliman 01
A Figura 4 mostra a relação entre graus-dias e a curva de crescimento do
mamoeiro híbrido UENF Caliman 01 gerados pelos modelos originais e os dados
observados. Para a variável altura de planta e diâmetro de caule os ajustes dos
modelos originais propostos foram significativos em nível de 1% de probabilidade,
análogo ao observado para a cultivar Golden. O teste t verificou que os dados
obtidos pelo experimento não diferem em nível de 1 % de probabilidade dos
obtidos pelos modelos originais estudados. As hipóteses testadas foram as
mesmas apresentadas anteriormente para a cultivar Golden.
Os coeficientes de determinação ajustado (R
2
ajs
) variaram entre 0,8665
(Gompertz) e 0,9761 (monomolecular) para a variável dependente altura de planta
e diâmetro de caule. O modelo monomolecular apresentou coeficientes de
concordância (d) e de determinação superiores aos encontrados pelo modelo
logístico e o de Gompertz (Figura 4A, B e C) para a variável altura de planta. Na
variável dependente diâmetro de caule observou-se coeficientes de ajuste e
concordância para os modelos de Gompertz e logístico superiores ao do
monomolecular (Figura 4 D, E e F).
66
Altura de planta (m)
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Observados
Gompertz
Observados
Logístico
Observados
Monomolecular
(A)
(B)
(C)
R
2
ajs
=0,9578
d = 0,9910
R
2
ajs
=0,9505
d = 0,9894
R
2
ajs
=0,9645
d = 0,9915
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Diâmetro de caule (cm)
2
4
6
8
10
12
14
16
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Σ Graus dias (
o
C)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
(D)
(E)
(F)
R
2
ajs
=0,9761
d = 0,9734
R
2
ajs
=0,9671
d = 0,9633
R
2
ajs
=0,8665
d = 0,8930
Figura 4 - Valores de altura de planta (A, B e C) e diâmetro de caule (D, E e F),
observados e estimados pelos modelos modificados Gompertz (A e D),
logístico (B e E) e monomolecular (C e F), tendo como variável
independente graus-dias, para o híbrido UENF Caliman 01.
Arce et al. (1998) utilizaram as funções de Gompertz e logística com o
intuito de definir o crescimento de planta e diâmetro de caule para
Pinus taeda L.
Para o caso da avaliação e simulação precoces do crescimento, concluíram que o
fator decisivo a favor da simulação com processos de difusão é a utilização de
técnicas de regressão. As técnicas de regressão, lineares ou não-lineares,
amortecem algumas pequenas discrepâncias devidas à idade dos povoamentos e
ao pequeno tamanho das unidades amostrais.
O coeficiente angular (b) das regressões variou de 0,9935 (Gompertz)
b
1,0018 (monomolecular) para a variável altura de planta, em que os modelos
logístico e de Gompertz subestimaram os valores observados, enquanto o modelo
monomolecular superestimou. Para o diâmetro de caule, os valores do coeficiente
angular foram entre 0,9969 (monomolecular) e 0,9991 (logístico), e dessa forma
os dados observados foram subestimados pelos modelos (Tabela. 6).
67
Tabela 6 - Valores de erro padrão de estimativa (EPE) e coeficiente angular da
reta (b) para os modelos de Gompertz, logístico e monomolecular
Variáveis
Modelos Parâmetros
Altura (m) Diâmetro de caule (cm)
Gompertz EPE ±0,1225 ±0,2944
Coef. angular (b) 0,9935 0,9981
Logístico EPE ±0,1327 ±0,3455
Coef. angular (b) 0,9986 0,9991
Monomolecular EPE ±0,1124 ±0,6228
Coef. angular (b) 1,0018 0,9961
A Tabela 7 apresenta os valores da taxa máxima de crescimento relativo
(r) para a variável altura de planta estimada pelos modelos logístico e
monomolecular, tendo GD como variável independente, ficaram próximos dos
valores observados. O modelo monomolecular apresentou o menor erro padrão
de estimativa da equação (EPE) para a variável altura de planta, e o modelo de
Gompertz para o diâmetro de caule. De acordo com os valores de altura de planta
e diâmetro de caule médios observados no experimento II, 3,8 m e 11,8 cm,
respectivamente, os valores de máximo crescimento (w
f
) gerados pelo modelo
logístico foram os que mais se aproximaram dos observados.
Tabela 7 - Valores estimados dos parâmetros dos modelos de crescimento (EPE
entre parênteses) avaliados para o mamoeiro, UENF Caliman 01,
tendo como variável independente, graus-dias (GD) e EPE da
equação.
Variáveis
Modelos Parâmetros
Altura (m) Diâmetro de caule (cm)
Gompertz w
o
0,47*(±0,2154) 0,039
ns
(±0,0504)
r 0,0016*(±0,0006) 0,0085**(±0,0026)
rd 0,0007**(±0,0001) 0,0015**(±0,0001)
Logístico w
f
3,82**(±0,1659) 11,312**(±0,1817)
w
o
0,6654**(±0,1751) 0,6946**(±0,2259)
r 0,001**(±0,0002) 0,0019**(±0,0002)
Monomolecular w
f
4,59**(±0,2617) 13,529**(±0,9682)
r 0,0004**(±0,00001) 0,0005**(±0,0001)
observado r 0,0007 0,0010
Wf 3,82 11,80
** significativo em nível de 1% de probabilidade; * significativo em nível de 5% de probabilidade;
ns
não significativo pelo
teste t.
68
Aprimorando a qualidade do ajuste de modelos biométricos florestais pelo
emprego da teoria dos modelos não-lineares generalizados Calegario, (2005),
concluiu-se que dos quatro modelos não-lineares testados (logístico, Richards,
Gompertz e Weibull), o de melhor performance para a base de dados do estudo
foi o logístico. Esse modelo apresentou menores correlações entre os parâmetros
estimados, indicando a não presença de excesso de parâmetros no modelo.
Adicionalmente, o modelo logístico possui a importante característica da
interpretabilidade biológica dos parâmetros.
Os modelos modificados foram significativos em nível de 1% de
probabilidade para a variável altura de planta, diâmetro de caule e diâmetro de
copa, concordando com os resultados obtidos para a cultivar Golden. Ou seja, em
ambas as cultivares a produtividade influência significativamente o diâmetro da
copa, visto que nos modelos originais, sem a inclusão da produtividade
acumulada, não foram significativos estatisticamente.
Os modelos de Gompertz, logístico e monomolecular modificados para a
variável dependente altura de planta, sendo acrescentado a variável
independente produtividade acumulada (P
acm
) em toneladas por hectare são
apresentados nas Figuras 5 A, B e C. Os coeficientes de determinação ajustados
(R
2
ajs
) e de concordância (d) ficaram em torno de 0,9772 (logístico) a 0,9875
(monomolecular) e 0,9919 (monomolecular) a 0,9964 (Gompertz). Estes modelos
foram superiores aos originais para a variável altura de planta. O modelo
monomolecular modificado obteve o coeficiente de determinação ajustado
superior aos modelos modificados de Gompertz e logístico, enquanto que o de
Gompertz modificado apresentou o maior coeficiente de concordância. A Figura 5
(G, H, e I) apresenta os coeficientes de regressão ajustados e concordância dos
modelos modificados para a variável dependente diâmetro de copa. O modelo
monomolecular modificado apresentou valor superior ao do coeficiente de
determinação ajustado em relação aos modelos Gompertz e logístico
modificados. Observou-se que os valores estimados de diâmetro de copa pelos
modelos tendem a decair com o aumento da taxa de produtividade. Estes valores
variaram entre 0,9497 (monomolecular) e 0,9945 (logistico) para o coeficiente de
determinação ajustado; e de 0,9416 (monomolecular) a 0,9944 (logístico) para o
índice de concordância de Willmontt.
69
Altura de planta (m)
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Observados
Gompertz
Produtividade
Observados
Logístico
Produtividade
Produtividade acumulada (t ha
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
Observados
Monomolecular
Produtividade
(A)
(B) (C)
R
2
ajs
= 0,9804
d = 0,9964
R
2
ajs
= 0,9772
d = 0,9958
R
2
ajs
= 0,9855
d = 0,9919
Diâmetro de caule (cm)
2
4
6
8
10
12
14
16
Produtividade acumulada (t ha
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
(D)
(E)
(F)
R
2
ajs
= 0,9862
d = 0,9862
R
2
ajs
= 0,9945
d = 0,9944
R
2
ajs
= 0,9491
d = 0,9416
Σ Graus dias
(
o
C
)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Diâmetro de copa (m)
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
Σ
Graus dias
(
o
C
)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Σ
Graus dias
(
o
C
)
1000 2000 3000 4000 5000 6000
Produtividade acumulada (t ha
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
(G) (H)
(I)
R
2
ajs
= 0,7442
d = 0,9471
R
2
ajs
= 0,7711
d = 0,9535
R
2
ajs
= 0,7817
d = 0,9497
Figura 5 - Valores de Altura de planta (A, B e C), diâmetro de caule (D, E e F), e
diâmetro de copa (G, H e I) observados e estimados pelos modelos
modificados Gompertz (A, D e G), logístico (B, E e H) e monomolecular
(C, F e I), tendo como variáveis independentes graus-dias e
produtividade acumulada, para o híbrido UENF Caliman 01.
Pelo teste t os dados obtidos pelo experimento não diferem
estatisticamente em nível de 1 % de probabilidade dos obtidos pelos modelos
modificados estudados. O valor do coeficiente angular (b) das regressões (Tabela
8) foi de 0,9991 (monomolecular)
b 0,9995 (Gompertz) para a variável altura
de planta, de 0,9973 (monomolecular)
b 0,9999 (logístico) para diâmetro de
caule, e de 0,9974 (Gompertz)
b 0,9978 (logístico).
70
Tabela 8 - Valores de erro padrão de estimativa (EPE) e coeficiente angular da
reta (b) para os modelos modificados de Gompertz, logístico e
monomolecular
Variáveis
Modelos Parâmetros
Altura (m) Diâmetro de caule (cm) Diâmetro de copa (m)
Gompertz EPE ±0,0835 ±0,2239 ±0,1361
Coef. angular (b) 0,9995
0,9981
0,9974
Logístico EPE ±0,0901 ±0,1418 ±0,1288
Coef. angular (b) 0,9994
0,9999
0,9978
Monomolecular EPE ±0,0719 ±0,4297 ±0,1257
Coef. angular (b) 0,9991
0,9973
0,9976
A taxa de crescimento relativo máximo apresentada pelo modelo logístico
modificado foi igual ao valor da taxa de crescimento observado no experimento II.
O modelo monomolecular obteve o menor EPE para a variável dependente altura
de planta, seguido dos modelos modificados de Gompertz e logístico modificado.
Para a variável dependente diâmetro de caule o logístico modificado apresentou o
menor erro padrão de estimativa e o Gompertz modificado o valor mais próximo
de r (Tabela 9). O Modelo de Gompertz modificado não foi significativo para a
variável diâmetro de copa, sendo o modelo monomolecular modificado o que
obteve menor EPE e taxa de crescimento igual ao observado.
Tabela 9 - Valores estimados dos parâmetros dos modelos de crescimento
modificados avaliados (EPE entre parênteses) para o mamoeiro,
UENF Caliman 01, tendo como variável independente, graus-dias
(GD) e produtividade acumulada (P
acm
).
Variaveis
Modelos Parâmetros
Altura (m) Diâmetro de caule (cm) Diâmetro de copa
Gompertz w
o
0,6307**(±0,1063) 0,0015
ns
(±0,0057) 0,7089
ns
(±0,3670)
r 0,0009**(±0,0002) 0,0170
ns
(±0,0097) 0,0009
ns
(±0,0008)
rd 0,0003**(±0,0001) 0,0019**(±0,0005) 0,0005
ns
(±0,0004)
P
acm
-0,0196**(±0,0047) 0,0126
ns
(±0,0067) -0,0192
ns
(±0,0102)
Logístico w
f
7,6018**(±1,0870) 10,0461**(±0,1230) 2,5790**(±0,1581)
w
o
0,7908**(±0,0940) 0,1359*(±0,0500) 0,1855
ns
(±0,2738)
r 0,0007**(±0,0001) 0,0033**(±0,0003) 0,0025*(±0,0010)
P
acm
-0,0225**(±0,0054) 0,0225**(±0,0025) -0,0073*(±0,0073)
Monomolecular w
f
16,4198
ns
(±10,5132) 42,7997
ns
(±34,8408) 3,6713**(±0,8199)
r 0,0001
ns
(±0,0001) 0,0001
ns
(±0,0001) 0,0005*(±0,0002)
P
acm
-0,0156**(±0,0040) -0,0631*(±0,0236) -0,0164**(±0,0051)
observado r 0,0007 0,0010 0,0005
Wf 3,82 11,80 2,52
** significativo em nível de 1% de probabilidade; * significativo em nível de 5% de probabilidade;
ns
não significativo pelo
teste t.
71
4. RESUMO E CONCLUSÕES
O estudo experimental foi conduzido na fazenda Caliman Agrícola com
duas cultivares de mamão (Golden e o híbrido UENF Caliman 01), O
delineamento estatístico experimental foi em blocos casualizados, com esquema
fatorial 5x4 em parcelas subdivididas. Os tratamentos foram: cinco lâminas de
irrigação: 50, 70, 90, 110 e 130% da evapotranspiração de referência (ET
o
),
aplicadas diariamente nas parcelas. E quatro doses de nitrogênio (sulfato de
amônio) 90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
por mês para cada experimento. O objetivo foi
avaliar o ajuste dos modelos Gompertz, logístico e monomolecular ao crescimento
após a sexagem e seus efeitos na produção sob diferentes níveis de irrigação e
adubação nitrogenada no Norte do Espírito Santo. Os ajustes dos modelos de
crescimento foram efetuados utilizando-se a variável independente “graus-dias”
(GD). Em uma segunda etapa os modelos foram modificados e avaliados com a
adição de mais uma variável independente (produtividade acumulada). Os
resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões:
Não houve efeito dos níveis de irrigação e doses de sulfato de amônio na altura,
diâmetro do caule e diâmetro de copa;
Na cultivar golden e no Híbrido UENF Caliman 01 os modelos originais
apresentaram-se significativos em nível de 1% de probabilidade para a variável
altura de planta e diâmetro de caule. Contudo, estes modelos não apresentaram
ajuste significativo para a variável diâmetro de copa;
Nos modelos originais e modificados, de forma geral, os parâmetros
apresentam expressão biológica e não puramente estatística, uma vez que os
coeficientes de determinação ajustados obtiveram valores elevados para altura de
planta e diâmetro de caule e diâmetro de copa (modelos modificados);
Através dos modelos modificados para a cultivar Golden e para o híbrido UENF
Caliman 01 pode-se observar a influência da produtividade no crescimento das
plantas.
72
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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75
TEORES DE NUTRIENTES DO MAMOEIRO (Carica papaya L.) SOB
CONDIÇÕES DE DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE
SULFATO DE AMÔNIO NAS CONDIÇÕES DO NORTE DO ESPIRITO SANTO
RESUMO
Objetivou-se no presente trabalho determinar os teores de nutrientes no limbo e
pecíolo foliar em função da lâmina total aplicada e da adubação com sulfato de
amônio, assim como suas interações, para a cultivar Golden e para o híbrido
UENF Caliman 01. Os experimentos foram conduzidos na Fazenda Caliman
Agrícola S.A., localizada no município de Linhares, Espírito Santo. Aplicou-se o
delineamento estatístico com esquema fatorial em blocos casualizados (5x4) em
parcelas subdivididas, sendo cinco lâminas de irrigação e quatro doses de sulfato
de amônio. Em três períodos diferentes foram coletadas amostras de limbo e de
pecíolo para determinar os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Zn, Cu, Mn e B.
Esses resultados foram ajustados aos modelos quadrático e parabolóide. Os
teores de nutrientes, quando estatisticamente significativos pelo teste F (P <
0,05). A constatação da variação significativa da maioria dos teores de nutrientes,
com diferentes lâminas totais de água aplicada e doses de sulfato de amônio
mostra a necessidade de estudos que determinem as adequadas adubações
potenciais em função de diferentes laminas de água e doses de sulfato de
amônio. A interpretação da análise foliar deve levar em consideração a época de
amostragem, uma vez que, alguns períodos são mais críticos para determinados
nutrientes.
76
ABSTRACT
It was aimed at in the present work to determine the contents of nutrients
in the blades and foliate petioles in answer to the irrigation depth and to the
manuring with ammonium sulphate, as well as their interactions, for cultivar
Golden and for the hybrid UENF Caliman 01. The experiments driven in farm
Agricultural Caliman S.A., located in the municipal district of Linhares, Espírito
Santo. The experimental statistical randomized was in complete blocks design
with 5x4 factorial scheme in split-plot. Five irrigation water depths were used with
daily irrigation frequency and four doses of ammonium sulphate 90, 188, 288 and
377kg ha
-1
month
-1
. For the models of second order, it was obtained a significant
adjustment at 5% level of probability, being five irrigation depths and four doses of
nitrogen. In three different periods, leaf blade and petiole were collected to
determine the contents of N, P, K, Ca, Mg, S, Faith, Zn, Co, Mn and B, adjusting
the results to the quadratic models and paraboloid. The contents of nutrients when
significant for the test F (P < 0,05). The verification of the significant variation of
most of the contents of nutrients with different total depth of applied water and
levels of ammonium sulphate showing the need of studies that determined the
appropriate potential planting material in function of different blade irrigation and
doses of ammonium sulphate. The interpretation of the leaf analysis should take
into account the sampling time once, some periods are more critical for certain
nutrients.
77
1. INTRODUÇÃO
O mamoeiro se desenvolve em diversos tipos de solo, porém solos com
boa estrutura, permeáveis, profundos e ricos em matéria orgânica são os ideais. A
maior parte das áreas de cultivo do mamoeiro no Brasil se encontra em solos de
baixa fertilidade (norte do Espírito Santo e extremo sul da Bahia), principalmente
no que se refere aos níveis de fósforo. Isso resulta na utilização de altas doses de
fertilizantes. Associado a baixa fertilidade das áreas onde é cultivado e a
característica de colheitas intermitentes do mamão no inicio da produção, a
cultura demonstra a necessidade de suprimentos de água e nutrientes em
intervalos freqüentes, de modo a permitir o fluxo contínuo de produção de flores e
frutos (Oliveira, 2002).
O manejo eficiente da irrigação requer informações relacionadas ao clima,
à planta, ao solo, à água e aos nutrientes. A água, quando aplicada em excesso
além de perdas por drenagem ou escoamento superficial, pode resultar na
lixiviação de nutrientes para zonas do solo não exploradas pelas raízes e também
falta de aeração adequada, os quais afetam a absorção de nutrientes. No caso de
aplicação deficiente podem ocorrer prejuízos produtivos nos períodos críticos e
riscos de concentrações de sais nas zonas mais ativas das raízes.
O nitrogênio é o elemento mais exigido pelo mamoeiro, sua absorção é
crescente e constante durante o ciclo da planta, este elemento fomenta o
crescimento vegetativo e não deve faltar nos primeiros cinco a seis meses após o
plantio. A ordem do estado nutricional da planta em relação aos macro e
micronutrientes apresentada por Malavolta (1980), Prezzoti, (1992), Malavolta et
al. (1997), Campostrini et al. (2001) e Falcão et al. (2004) no limbo do mamoeiro
são as seguintes: nitrogênio (N) > potássio (K) > cálcio (Ca) > magnésio (Mg) >
fósforo (P) > enxofre (S) para os macronutrientes, e ferro (Fe) > boro (B) > zinco
(Zn) > cobre (Cu), para micronutrientes. No Brasil, a uréia e o sulfato de amônio
constituem as principais fontes de N. Por sua vez, o sulfato de amônio, que
representa cerca de 25% do mercado, quando aplicado ao solo, por dissolução,
produz diretamente íons amônio. Uma vez presente no solo, o amônio pode ser
oxidado a nitrato, em uma reação mediada por bactérias autotróficas e
78
denominada nitrificação (Silva & Vale, 2000). Este efeito do sulfato de amônio
pode influênciar nos teores dos nutrientes no limbo e pecíolo do mamoeiro.
A análise de material vegetal reflete, de certo modo, a fertilidade do solo,
mas não permite avaliá-la. É conseqüência de um conjunto de fatores que
condicionam a absorção dos nutrientes (Raij et al., 1997). A aplicação de adubos
no solo não garante o aproveitamento de nutrientes pela cultura, uma vez que os
nutrientes estão sujeitos a processos de perdas ou podem ficar em formas
indisponíveis às plantas, ou ainda interagirem em processos de inibição e
sinergismo (Marschner, 1995). O uso da análise foliar, na diagnose do estado
nutricional das plantas, baseia-se na correlação entre sua taxa de crescimento ou
de produção e o teor de nutrientes nos seus tecidos (Jones et al., 1990). Dessa
correlação são estabelecidos limites dos teores de nutrientes correspondentes às
mudanças na resposta das plantas em termos de produção. Tais teores são
considerados “níveis críticos” e delimitam faixas de teores relacionados às
deficiências nutricionais, aos níveis adequados ou à toxidez de minerais
(Malavolta et al., 1997).
As exigências nutricionais na cultura do mamoeiro devem ser monitoradas
com base no desenvolvimento da cultura e nos níveis foliares de nutrientes.
Segundo Oliveira (2002), no mamoeiro o tecido que melhor representa o seu
estado nutricional, para a maioria dos nutrientes é o pecíolo da folha, que
apresenta na sua axila uma flor prestes a se abrir ou recentemente aberta.
Entretanto, Marinho et al. (2002) concluíram que a análise do limbo mostra-se
mais efetiva que o pecíolo na avaliação do estado nutricional do mamoeiro,
diferenciando melhor as variedades em relação a N, P, K e Cl, não diferindo em
relação aos demais nutrientes. Ou seja, para esses autores a análise do limbo
deve ser utilizada como indicadora do estado nutricional do mamoeiro. A
avaliação do estado nutricional do mamoeiro, quando efetuada por meio do limbo
ou do pecíolo foliar leva a diagnósticos diferentes, o que indica a necessidade da
definição de um único padrão.
De acordo com as questões levantadas, objetivou-se no presente trabalho
determinar os teores de nutrientes, utilizando análise foliar, no limbo e pecíolo em
função da lâmina total de água aplicada e da adubação com sulfato de amônio,
para a cultivar Golden e para o híbrido UENF Caliman 01.
79
2. MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos com os mamoeiros cultivares Golden e UENF Caliman
01 foram conduzidos na Fazenda Caliman Agrícola S.A., localizada no município
de Linhares, Espírito Santo, (latitude 19º11’13’’S, longitude 40º05’39’’W e altitude
29 m). Nas áreas experimentais aplicou-se o delineamento estatístico com
esquema fatorial em blocos casualizados (5x4) em parcelas subdivididas, sendo
cinco lâminas de irrigação e quatro doses de nitrogênio, totalizando 20
tratamentos.
O espaçamento utilizado foi de 3,6 x 2,0 x 1,8 m. A adubação de plantio
seguiu as recomendações da Fazenda Caliman S.A., da seguinte forma: 1000 kg
ha
-1
de superfosfato simples no plantio e 30 g por planta de sulfato de amônio, um
mês após o plantio (25/11/04). No terceiro mês aplicou-se esterco de galinha e
munha de carvão (10 t ha
-1
) junto com adubação mineral de nitrogênio, fósforo e
potássio (NPK), na proporção 2:2:1, 100 g planta
-1
de sulfato de amônio e
superfosfato simples e 50 g planta
-1
de cloreto de potássio. Essas adubações
foram efetuadas na projeção da copa, a 0,20 m do caule. A primeira aplicação de
micronutrientes foi realizada em 21/02/05, sendo posteriormente aplicado de
acordo com o manejo da fazenda até o fim dos experimentos. Do terceiro mês até
o termino dos experimentos aplicou-se a irrigação e a adubação nitrogenada pré-
definida para cada tratamento. No mesmo período em que foram feitas essas
adubações, realizaram-se as adubações convencionais com cloreto de potássio
(179 kg ha
-1
) e micronutrientes, de acordo com a recomendação da fazenda.
Aplicaram-se lâminas de irrigação iguais a 50, 70, 90, 110 e 130% (L1,
L2, L3, L4 e L5), com turno de rega diário, combinadas com doses de sulfato de
amônio de 90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
mês
-1
(N1, N2, N3 e N4). Os dados foram
submetidos à análise de variância em nível de 5% de probabilidade. Em seguida
testados os modelos quadráticos (equação 1) para as laminas de irrigação, doses
de sulfato de amônio e o modelo parabolóide (equação 2), quando ocorreu
interação dos dois fatores, por meio de análises de regressões.
80
Polinômio do segundo grau:
i
2
ecXbXaY +++=
(1)
em que,
Y = teor de macro, g kg
-1
ou micronutrientes, mg kg
-1
;
X = lâmina total de água aplicada, mm; ou adubação nitrogenada, kg ha
-1
.
a, b, c = coeficiente de ajuste;
e
i
= erro aleatório.
Modelo parabolóide:
i
22
efDdLcDbLaY +++++=
(2)
em que,
Y = teor de macro, g kg
-1
ou micronutrientes, mg kg
-1
;
L = lâmina total de água aplicada, mm; .
D = adubação sulfato de amônio, kg ha
-1
mês
-1
a, b, c, d,f = coeficientes de ajuste;
ei = erro aleatório.
Os teores de nutrientes nas folhas foram comparados com níveis críticos
ou teores adequados apresentados por Costa (1995), Malavolta et al. (1997),
Campostrini et al. (2001), Marinho et al. (2001), Almeida et al. (2002), Barreto &
Araújo Filho (2002), Cruz (2003), Falcão et al. (2004), Santana (2004) e Mesquita
(2005) para o limbo e Reuther & Robinson (1986), Costa (1995), Malavolta et al.
(1997), Marinho et al. (2001) e Almeida et al. (2002) para o pecíolo. Na ausência
de interação entre os fatores optou-se por apresentar as médias gerais dos teores
de nutrientes, em cada época, englobando todas as variedades. Quando houve
interação foi feito o desdobramento dos teores médios, para cada tratamento, em
cada época de amostragem separadamente.
Os experimentos seguiram o cronograma da Tabela 1. O primeiro
experimento, utilizando a cultivar Golden, apresentou duração de 20 meses de
cultivo, com 12 meses de colheita. No segundo experimento foi plantado o híbrido
UENF Caliman 01, e apresentou 16 meses de cultivo com 8 meses de colheita.
Foram realizadas três coletas de material para análise foliar do limbo e pecíolo
para a cultivar Golden e duas coletas para o híbrido UENF Caliman 01.
81
Tabela 1 - Cronograma de execução dos experimentos com a cultivar Golden e o
híbrido UENF Caliman 01
Implantação
Período
Golden UENF Caliman 01
Transplantio Inicio 20/10/04 14/10/04
Início 01/02/05 01/02/05
Sexagem
Fim 28/03/05 16/02/05
Início 15/07/05 05/07/05
Colheita
Fim 30/06/06 22/02/06
1
a
22/07/05 22/07/05
2
a
03/01/06 03/01/06 Analise foliar (AF)
3
a
20/06/06 -
Foi coletada uma folha sadia, recém-madura, caracterizada por
apresentar flor recém-aberta em sua axila, em quatro plantas úteis por parcela.
Imediatamente após o corte, as folhas foram divididas em limbo e pecíolo
formando uma amostra de cada e avaliadas separadamente. Considerou-se nas
análises foliares o material homogeneizado das quatro folhas amostradas. Estas
amostras foram retiradas sempre no período da manhã (entre 8 e 11 h da
manhã). As análises foliares seguiam metodologia sugerida por Malavolta et al.
(1997). O preparo do material para análise no laboratório segue os seguintes
passos: Lavagem, secagem, moagem e armazenamento. O nitrogênio (N) foi
determinado pelo método de digestão ácida quente. Através da digestão nitro-
perclórica determinaram-se os teores de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca),
magnésio (Mg), enxofre (S), ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu) e manganês (Mn).
O boro (B) foi determinado por digestão seca (Malavolta et al. 1997).
Foram realizadas as análises químicas das amostras de solo da área
experimental, antes da implantação do experimento e no final do experimento. Na
coleta das amostras no final do experimento foi retirado solo em todas as
subparcelas na profundidade de 0 a 0,02 m. Homogeneizando as amostras de
solo dos tratamentos de lâminas totais de água aplicada em função das doses de
sulfato de amônio (N1, N2, N3 e N4), para cada bloco.
Para as analises das características físicas e químicas dos frutos foram
determinados à firmeza interna e externa da polpa e o sólidos solúveis totais
(SST). Medidas do Conteúdo de Sólidos Solúveis Totais: ou o conteúdo de
sólidos solúveis totais (ºBrix) foi determinado no suco extraído de uma amostra do
tecido da polpa a partir da extração por prensa de mão. As leituras foram
efetuadas em um refratômetro manual. Nas medidas da Firmeza da Polpa cada
82
fruto foi dividido ao meio, no sentido longitudinal, resultando em duas faces. A
firmeza foi determinada em três pontos eqüidistantes de cada face dos frutos e
distanciados da casca cerca de 0,5 cm, por meio da resistência à penetração na
polpa. Para tal foi utilizado um penetrômetro de bancada (Fruit Pressure Tester,
Italy; modelo 53205) com adaptador de 3,0 x 3,0 cm (altura x diâmetro). Os
resultados foram expressos em Newton (N).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As discussões referentes à produtividade, ao peso médio, ao diâmetro e
ao comprimento de frutos, à precipitação, à temperatura, à evapotranspiração e
ao balanço hídrico nos experimentos são apresentadas no capitulo 1. As máximas
produtividades físicas são iguais a 94,83 t ha
-1
, com lâmina máxima de 1549,83
mm (Golden) e 88,01 t ha
-1
e lâmina máxima aplicada de 938,06 mm (híbrido
UENF Caliman 01). As lâminas ótimas econômicas para o mercado interno e
externo, respectivamente, para o Golden durante os 20 meses após o transplantio
e 12 meses de colheita são de 1546,52 e de 1547,32mm e 936,52 e de
937,32mm para UENF Caliman 01 durante os 16 meses após o transplantio e 8
meses de colheita.
A chuva acumulada, durante os tratamentos com as lâminas
diferenciadas (457 dias) foi de 2021 mm. Com média anual de 1614,1mm ano
-1
. A
temperatura média diária mínima durante o período experimental na região foi de
18,2ºC em julho de 2005 e atingiu valor máximo em 28,7ºC, em fevereiro de 2006.
A evapotranspiração de referência apresentou valor mínimo observado em novembro
de 2005, (0,1 mm d
-1
) e a máxima em fevereiro de 2006 (5,3 mm d
-1
).
Os teores de nutrientes encontrados no limbo da cultivar Golden e do
híbrido UENF Caliman 01, em função dos tratamentos de lâmina de água total
aplicada e doses de sulfato de amônio, apresentaram valores superiores aos
teores encontrados no pecíolo, nas três análises foliares. Com exceção do
potássio que obteve maiores concentrações no pecíolo.
83
No geral, os teores de nutrientes para a cultivar Golden no limbo,
apresentaram na primeira análise foliar os maiores teores de N, P e S, e os
menores teores de Cu e Mn; na segunda análise foliar os maiores teores foram de
K, Ca e Mg, e os menores N, Fe, Cu, Zn e B; enquanto que na terceira análise
foliar os maiores teores foram de Fe, Zn, Mn, Cu e B, e os menores de P, K, Mg e
S. No pecíolo teores variaram na seguinte ordem: na primeira análise foliar os
maiores teores foram de P, Mg, S, Cu e B os menores teores de K, Ca, Zn e Mn;
na segunda análise foliar os maiores teores foram teores de Ca e Zn, e os
menores N, P, Mg, Fe e B; enquanto que na terceira análise foliar os maiores
teores foram de N, K, Fe, B e os menores de S e Cu. No híbrido UENF Caliman
01 no limbo e no pecíolo os teores de N, P, Ca, Mg, S, Fe e Mn foram maiores na
primeira análise foliar, assim como os teores de Zn no limbo e o B no pecíolo para
a mesma análise. O K e Cu foram menores nesta análise.
Os sólidos solúveis totais - brix (SST) e a firmeza externa de fruto não
apresentaram diferença estatística significativa em nível de 5% de probabilidade
pelo teste F na variedade Golden e no híbrido UENF Caliman 01. A firmeza
interna apresentou significância em função da lâmina total de água pelo mesmo
teste em nível de 5% de probabilidade (Tabela 2) na variedade UENF Caliman 01.
Tabela 2 - Firmeza interna de fruto (Newton) na variedade Golden 20 meses após
o transplantio e 12 meses de colheita.
Lâmina Total de água aplicada (mm)
Sulfato de amônio
kg há
-1
mês
-1
L
1
(1236)
L
2
(1339)
L
3
(1444)
L
4
(1525)
L
5
(1604)
Média
N
1
(99)
81,62 80,92 77,72 75,31 81,24 79,36
N
2
(188)
83,12 78,38 77,65 76,82 80,57 79,31
N
3
(288)
83,58 78,29 82,73 78,18 79,93 80,54
N
4
(377)
82,85 78,04 81,36 75,12 81,44 79,76
Média
82,79 78,91 79,87 76,36 80,79 79,74
Por meio dos dados de firmeza interna de fruto (FI), ajustou-se o modelo
de segundo grau em função dos tratamentos com as lâminas de irrigações totais,
obtendo coeficiente de regressão (R
2
) igual a 0,63:
84
25
L10*6218,9L280780,0853,282FI
+=
Em que:
FI = Firmeza interna de frutos, (N); e
L =
Lâmina total de água aplicada em 20 meses após o transplantio e 12
meses de colheita, (mm).
O mamoeiro apresenta bom desenvolvimento em solos com o pH 5,5-6,7,
em solos ácidos (pH 4,5-5,0) ou de acidez média (pH 5,1-5,5), com teores de Al
+3
superiores a 0,4 cmol
c
dm
-3
ou de Ca
+2
+Mg
+2
inferiores a 2 cmol
c
dm
-3
, a calagem
se torna necessária. Esta prática é recomendada com base na análise química do
solo, pois eleva o pH do solo, contribuindo para o aumento da disponibilidade de
nutrientes (N, P, K, S e Mo), neutralização do Al e/ou Mn trocáveis, fornecimento
do Ca e Mg para as plantas, elevação da saturação por bases (V%) e melhoria da
atividade microbiana (Prado & Natale, 2004). Segundo os autores supracitados,
os resultados de pH do solo, V(%), Al
+3
e Ca
+2
+Mg
+2
, ao término do experimento,
ficaram fora da faixa adequada para a cultura (Tabela 3).
O aumento da acidez causado pelo fertilizante nitrogenado é explicado
pela nitrificação das diferentes formas de nitrogênio, o que resulta na sua
conversão em ácido nítrico e do ânion sulfato que por hidrólise origina ácido
sulfúrico. Caires & Fonseca (2000) estudando o efeito da calagem na superfície
do solo observaram o aumento no pH, Ca e Mg trocáveis, saturação por bases e
redução nos teores de Al trocável, nas três profundidades estudadas, com efeitos
mais acentuados nas camadas superficiais do solo (0-0,05 m e 0,05-0,10 cm). Os
teores de K trocável e de P disponível não foram influênciados pela aplicação de
calcário. Os teores de S-SO4
-2
foram reduzidos nas camadas superficiais com a
calagem, devido à liberação do sulfato adsorvido em decorrência do aumento do
pH, com movimentação deste para o subsolo, conforme resultados encontrados
por Catani & Gallo (1954) e Silva & Vale (2000), que evidenciam que o nitrogênio
na forma de sulfato de amônio, mesmo em pequenas doses, pode influênciar na
acidificação de solos.
85
Tabela 3 - Características químicas de amostras de solo (0-0,20 m) da área antes
da instalação do experimento (AE) e em função das doses de sulfato
de amônio no final do experimento.
Resultado da análise
Golden UENF Caliman 01
Parâmetros analisados Unidade
AE
N1 N2 N3 N4 N1 N2 N3 N4
Fósforo Mehlich mg dm
-3
64 91 67 95 85 127 85 125 113
Potássio (K) mg dm
-3
38 643 860 733 800 250 207 193 237
Enxofre (S) mg dm
-3
5 142 178 216 192 38 31 36 53
Cálcio (Ca) cmol
c
dm
-3
1,8
0,3 0,3 0,3 0,2
1,0 0,5 1,1 0,4
Magnésio (Mg) cmol
c
dm
-3
0,8
0,1 0,1 0,1 0,1
0,1 0,1 0,1 0,1
Alumínio (Al) cmol
c
dm
-3
0,0
0,6 0,7 0,6 0,6
0,6 0,8 0,8 1,0
H+Al cmol
c
dm
-3
2,2
5,7 5,6 5,7 5,1
5,6 6,3 5,8 7,1
pH em H
2
O - 6,3 4,3 4,3 4,4 4,4 4,6 4,4 4,3 4,3
Matéria Orgânica g kg
-1
22 19 17 18 18 18 18 18 19
Ferro (Fe) mg dm
-3
36 147 164 146 117 220 182 196 118
Zinco (Zn) mg dm
-3
5,5 1,7 1,4 1,7 1,3 2,7 1,7 3,1 1,9
Cobre (Cu) mg dm
-3
2,0 2,6 2,8 2,7 2,4 2,5 2,5 3,1 2,4
Manganês (Mn) mg dm
-3
26,0 3,0 2,7 2,7 2,7 4,0 3,0 4,0 2,3
Boro (B) mg dm
-3
0,3 0,7 0,7 0,7 0,9 0,6 0,5 0,5 0,5
Sódio (Na) mg dm
-3
0,0 35 34 33 23 72 61 59 71
Sat. Ca na CTC (T) % 36,0 4,3 3,3 3,8 2,7 13,8 7,6 14,7 5,3
Sat. Mg na CTC (T) % 18,0 1,3 1,2 1,3 1,3 1,4 1,4 1,4 1,2
Sat. K na CTC (T) % 1,9 21,0 27,1 23,6 27,7 8,6 7,0 6,7 7,5
Soma de Bases (SB) cmol
c
dm
-3
2,7 2,1 2,6 2,3 2,3 1,7 1,2 1,7 1,1
CTC efetiva (t) cmol
c
dm
-3
2,7 2,7 3,2 2,8 2,9 2,3 2,0 2,5 2,1
CTC a pH 7,0 (T) cmol
c
dm
-3
4,9 7,8 8,2 8,0 7,4 7,3 7,4 7,5 8,2
Sat. Alumínio (m) % 0,0 22,4 20,6 19,9 20,4 24,6 41,8 33,0 45,9
Saturação de bases % 55,1 26,7 31,4 28,5 31,6 23,7 15,6 22,5 13,9
Através do teste F em nível de 5% de probabilidade determinou-se a
diferença estatística entre os teores de nutrientes em função dos tratamentos de
lâminas totais de água, doses de sulfato de amônio e a interação entre os dois
fatores. No apêndice 2 são apresentados os resumos das análises de variância
dos testes realizados. Os tratamentos com as lâminas totais de água, doses de
sulfato de amônio e a interação entre os dois fatores, no híbrido UENF Caliman
01, não apresentaram significância estatística no limbo na primeira análise foliar,
para os teores de nitrogênio (N), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre
(S), ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu), manganês (Mn) e boro (B); no limbo para a
segunda análise foliar para os teores de N, fósforo (P), K, Mg, Zn, Mg e B; no
pecíolo na primeira análise foliar para os teores de P, K, Ca, Mg, S, Fe, Zn e Mn;
e no pecíolo na segunda análise foliar para os teores de Ca, Mg, Cu e Mn. Para a
cultivar Golden na primeira análise foliar os teores de N, P, Ca, Mg, S, Fe, Zn, Cu,
86
Mg e B não apresentaram diferença estatística no limbo e no pecíolo. Na segunda
análise foliar os teores de Mg, Cu e Mn não apresentaram diferença estatística no
limbo e no pecíolo.
As Tabelas 4 a 7 apresentam as equações e os coeficientes de
regressões significativos em nível de 5% de probabilidade no limbo e pecíolo foliar
para os nutrientes nas três análises foliares na cultivar Golden e no híbrido UENF
Caliman 01.
Tabela 4 - Modelos de regressão obtidos relacionando os teores de nutrientes no
limbo com as laminas totais de água aplicada (L) e as doses de
sulfato de amônio (D) nas análises foliares (A.F.), para a cultivar
Golden.
A.F. Limbo* R
2
1 K = 25,07264 - 0,00905D + 2,477*10
-6
D
2
0,8962
2 N = 61,38978 + 0,02239D +1,15376*10
-5
D
2
0,8242
2 P = -6,03713 + 0,01375L - 3,988*10
-6
L
2
0,8276
2 S = -1,37338 + 0,01242L - 5,310*10
-6
L
2
0,9871
2 Fe = 499,50862 - 0,49659L + 1,596*10
-4
L
2
0,8722
2 B = -234,21072 + 0,37454L - 1,337*10
-4
L
2
0,7174
3 P = 6,07444 - 0,00839L + 1,530*10
-6
L
2
0,8905
3 K = 32,03359 - 0,01166D - 1,24249*10
-5
D
2
0,9999
3 Mg = 7,15723 - 0,00934D + 2,832*10
-5
D
2
0,9302
3 S = -9,96186 + 0,02322L - 8,967*10
-6
L
2
0,9036
3 S = 3,74595 + 0,00902D - 1,679*10
-5
D
2
0,9960
3 Fe = 533,9842 - 0,55113L + 1,873*10
-4
L
2
0,9866
3 Fe = 114,33782 + 0,17721D - 3,626*10
-4
D
2
0,9335
3 Zn = 302,25247 - 0,39283L + 1,459*10
-4
L
2
0,8622
3 Mn = 55,1687 + 0,08850D - 1,51596*10
-4
D
2
0,9942
3 B = 38,68096 - 0,01946D + 3,072*10
-5
D
2
0,8570
* coeficientes de ajustes da equação do segundo grau significativo em nível de 5% de probabilidade teste t.
87
Tabela 5 - Modelos de regressão obtidos relacionando os teores de nutrientes no
pecíolo com as laminas totais de água aplicada (L) e as doses de
sulfato de amônio (D) nas análises foliares (A.F.), para a cultivar
Golden.
A.F. Pecíolo* R
2
1 K = 39,07721 - 0,04314D + 4,093*10
-5
D
2
0,9570
1 S = 3,12037 + 0,01119D - 2,018*10
-5
D
2
0,7214
2 Ca = -33,13372 + 0,06646L - 2,501*10
-5
L
2
0,9508
2 S = 44,90681 - 0,05104L +1,576*10
-5
L
2
0,9528
2 Fe = 73,93188 - 0,04860L + 9,970*10
-6
L
2
0,9205
2 B = 22,82118 - 0,02066L + 1,439*10
-5
L
2
0,9341
3 N = -56,63705 + 0,10435L - 3,701*10
-5
L
2
0,7177
3 P = 33,16418 - 0,04340L + 1,500*10
-5
L
2
0,8842
3 K = 77,5971 - 0,08352L + 3,149*10
-5
L
2
0,7123
3 Ca = 68,52899 - 0,08240L + 2,843*10
-5
L
2
0,8857
3 Ca = 8,72927 + 0,00056D + 6,817*10
-6
D
2
0,7369
3 Mg = 4,74035 - 0,01029D + 2,76737*10
-5
D
2
0,9869
3 S = 42,46473 - 0,06099L + 2,27*10
-5
L
2
0,9697
3 Fe = 40,66901 - 0,02594D + 1,982*10
-5
D
2
0,9842
3 Zn = -31,16174 + 0,07989L + -3,016*10
-5
L
2
0,8328
3 Cu = 69,46369 - 0,09694L + 3,576*10
-5
L
2
0,9977
3 Mn = 30,32601 - 0,02506D + 7,728*10
-5
D
2
0,7309
3 S = 26,6277 – 0,03757L – 8,5916*10
-4
D – 1,4156*10
-5
L
2
+ 1,4277*10
-5
L
2
0,7838
* coeficientes de ajustes da equação do segundo grau significativo em nível de 5% de probabilidade teste t.
Tabela 6 - Modelos de regressão obtidos relacionando os teores de nutrientes no
limbo com as laminas totais de água aplicada (L) e as doses de
sulfato de amônio (D) nas análises foliares (A.F.), para o híbrido
UENF Caliman 01.
A.F. Limbo* R
2
1 P = 6,13119 - 0,00539747D + 8,91742*10
-6
D
2
0,9995
2 S = 0,241378 + 0,012417L - 8,01277*10
-6
L
2
0,7092
2 Cu = 8,74125 - 0,00610L + 6,7746*10
-6
L
2
0,8358
* coeficientes de ajustes da equação do segundo grau significativo em nível de 5% de probabilidade teste t.
88
Tabela 7 - Modelos de regressão obtidos relacionando os teores de nutrientes no
pecíolo com as laminas totais de água aplicada (L) e as doses de
sulfato de amônio (D) nas análises foliares (A.F.), para o híbrido
UENF Caliman 01.
A.F. Pecíolo* R
2
1 N = 9,72434 + 0,0151706D - 2,56624*10
-5
D
2
0,8007
2 N = 7,75418 + 0,0342747D - 6,43045*10
-5
D
2
0,8182
2 S = 17,9768 - 0,0233053L - 8,76464*10
-6
L
2
0,9857
2 S = 5,07083 - 0,00889561D + 1,35149*10
-5
D
2
0,9212
2 Fe = 33,8275 - 0,0667681D + 1,10972*10
-4
D
2
0,9870
2 B = 15,6457 + 0,0582785D - 1,20881*10
-4
D
2
0,9618
2 Zn = 172,267 - 0,309604L + 1,51293*10
-4
L
2
0,9352
* coeficientes de ajustes da equação do segundo grau significativo em nível de 5% de probabilidade teste t.
Os teores médios de N no limbo e no pecíolo na primeira análise foliar na
cultivar Golden foram de 68,2 e 12,5 g kg
-1
. No híbrido UENF Caliman 01 o teor
médio no limbo foi de 62,1 g kg
-1
, enquanto que no pecíolo, em função das doses
de sulfato de amônio estes teores variaram de 20,1 a 22,6g kg
-1
, para a aplicação
dos tratamentos N1 e N3, respectivamente.
No Golden, os teores médios de N no limbo, em função dos tratamentos
de sulfato de amônio na segunda análise foliar, apresentaram valores na faixa de
59,4 e 63,2 g kg
-1
para as doses de N4 e N1, respectivamente. No pecíolo do
Golden, os valores médios, em função da interação dos tratamentos,
apresentaram mínimo de 10,7 g kg
-1
no tratamento L1N4, e atingiu o valor máximo
de 15,4 g kg
-1
no tratamento L2N4. No híbrido UENF Caliman 01 o teor médio de
N no limbo para a segunda análise foliar foi de 55,5g kg
-1
. No pecíolo em função
da interação entre os tratamentos fica na faixa de 9,6 a 15,6g kg
-1
, referente aos
tratamentos L2N1 e L1N3, respectivamente.
Na terceira análise foliar os teores médios de N para o Golden no limbo
variaram de 62,9 a 73,0 g kg
-1
, nos tratamentos L2N2 e L5N3. No pecíolo estes
valores foram em torno de 13,7 a 20,0 g kg
-1
, nos tratamentos L1N1 e L3N3,
respectivamente.
Os teores de N no limbo foram superiores às faixas adequadas
apresentadas por Costa (1995), Malavolta et al. (1997) e aos valores de 45,0;
43,3; 12,6; 44,9; 56,9; 53,4 e 42,5 g kg
-1
, determinados em experimentos por
89
Campostrini et al., (2001), Marinho et al., (2001) Barreto & Araújo Filho, (2002);
Almeida et al., 2002; Cruz, 2003; Santana et al., 2004; Falcão et al., (2004). Estes
valores, para o pecíolo, estão acima dos recomendados por Malavolta et al (1997)
e dos apresentados por Almeida et al (2002), mas dentro dos sugeridos por Costa
(1995) e Reuther & Robinson (1986).
Os teores médios de P no limbo e no pecíolo para primeira análise foliar
na cultivar Golden foram de 5,84 e 2,02 g k g
-1
, respectivamente. Os teores de P
no híbrido UENF Caliman 01 variaram no limbo em função das doses de sulfato
de amônio aplicado, sendo o mínimo de 5,31g kg
-1
(N3) e o máximo de 5,68 g kg
-1
(N1). No pecíolo a média do teor de P foi de 2,30 g kg
-1
.
Na segunda análise foliar os teores de P no limbo e no pecíolo na cultivar
Golden variaram em função dos tratamentos de lâminas totais de água aplicada,
no limbo, esses teores ficaram na faixa de 4,91 a 5,92 g kg
-1
, para as lâminas de
L1 e L4, respectivamente. Enquanto que no pecíolo, esses teores variaram de
1,79 a 2,33 g kg
-1
, nas lâminas L1 e L2, respectivamente. No limbo do híbrido
UENF Caliman 01 o valor médio de P determinado na segunda análise foliar foi
de 4,36 g kg
-1
, no pecíolo estes teores de P variaram em função da interação
lâmina de água total aplicada e doses de sulfato de amônio, o tratamento L5N4
apresentou o menor teor de P (1,25 g kg
-1
e atingiu o máximo com o tratamento
L3N1 (3,25 g kg
-1
).
Na terceira análise foliar os teores de P variaram em função da interação
entre os tratamentos de lâminas de água aplicada e doses de sulfato de amônio,
tanto no limbo como no pecíolo, na cultivar Golden. No limbo o tratamento L2N2
apresentou o teor mínimo de P nesta análise com 4,33 g kg
-1
, o valor máximo foi
obtido no tratamento L1N1. No pecíolo estes teores variaram em torno de 1,23 a
2,74 g kg
-1
, nos tratamentos L3N1 e L1N2, respectivamente.
Os teores de P no limbo ficaram próximos dos valores recomendados por
Malavolta et al (1997) para o limbo. Entretanto, os valores do elemento estavam
acima dos obtidos por Almeida et al. (2002) e Santana et al., (2004), Campostrini
et al. (2001), Marinho et al. (2001), Barreto & Araújo Filho (2002), que variaram de
3,4; 2,3; 4,1; 4,8; 4,3 g kg
-1
, respectivamente. Foram também inferiores aos
resultados apresentados por Falcão et al. (2004), 6,4 g kg
-1
,
e próximos dos
valores recomendados no pecíolo por Reuther & Robinson (1986) e Malavolta et
al (1997).
90
Na primeira análise foliar os teores de K no limbo e no pecíolo, para a
cultivar Golden, variaram em função das doses de sulfato de amônio no limbo
apresentarem teores entre 22,0 a 24,9 g kg
-1
para os tratamentos N4 e N2,
respectivamente. No pecíolo estes teores variaram de 25,9 (N4) a 30,8 g kg
-1
(N1). No híbrido UENF Caliman 01 o K apresentou teores médios de 22,9 e 24,2 g
kg
-1
no limbo e no pecíolo respectivamente, para a primeira análise foliar.
Os teores de K na segunda análise foliar, para a cultivar Golden, no limbo
variaram de 21,8 (L1) a 26,4 (L5) g kg
-1
, em função dos tratamentos de lâmina de
água aplicada. No pecíolo o teor médio de K foi de 24,3 g kg
-1
. No limbo do
híbrido UENF Caliman 01 o teor médio de K foi de 23,8 g kg
-1
, estes teores de K,
no pecíolo variaram em função da interação dos tratamentos, sendo o valor
mínimo encontrado de 16,0 g kg
-1
e o máximo de 40,6 g kg
-1
, nos tratamentos
L4N4 e L3N4, respectivamente.
Na terceira análise foliar da cultivar Golden os teores de K variaram em
função da interação entre os tratamentos aplicados de lâmina total de água e
doses de sulfato de amônio. No limbo estes teores variaram de 20,2 a 28,8 g kg
-1
,
enquanto que no pecíolo os teores de K variaram de 24,8 a 40,6 g kg
-1
. De modo
geral os teores de K foram maiores no pecíolo, enquanto nos outros nutrientes os
maiores teores foram encontrados no limbo foliar.
Os teores de K no limbo ficaram dentro da faixa considerada ideal por
Malavolta et al. (1997) e Costa (1995) para o limbo. Os resultados foram
semelhantes aos apresentados por Marinho et al. (2001), Campostrini et al.
(2001), Almeida et al. (2002), Cruz (2003) Santana et al. (2004), em diferentes
regiões produtoras com valores de 20,9; 22,0; 21,5, 18,0 e 23,6 g kg
-1
, mas
inferiores aos 55,4 g kg
-1
, obtidos por Barreto & Araújo Filho (2002). De acordo
com Reuther & Robinson (1986), os teores encontrados para a cultivar Golden e
para o híbrido UENF Caliman 01 ficaram dentro da faixa adequada e próximos
dos valores recomendados por Malavolta et al. (1997) e Costa (1995).
Os teores médios de Ca na primeira análise foliar no limbo e no pecíolo
da cultivar Golden foram iguais a 11,4 e 8,4 g kg
-1
, respectivamente. Enquanto
que no híbrido UENF Caliman 01 o valor médio no limbo foi de 9,86 g kg
-1
e no
pecíolo foi de 8,10g kg
-1
, no mesmo período.
Na segunda análise foliar o teor médio de Ca no limbo foi de 12,4 g kg
-1
, e
no pecíolo estes teores variaram em função dos tratamentos de lâminas totais de
91
água aplicada, sendo o menor valor encontrado de Ca igual a 9,25 g kg
-1
e o
maior de 11,0 g kg
-1
, nos tratamentos L5 e L2, respectivamente. O teor médio de
Ca no limbo do UENF Caliman 01foi 9,6 g kg
-1
, e no pecíolo ocorreu efeito da
interação, sendo o teor mínimo de Ca igual a 5,65 g kg
-1
(L5N4) e o máximo de
9,07 g kg
-1
(L2N3).
Na terceira análise foliar da cultivar Golden o teor médio de Ca no limbo
foi de 11,9 g kg
-1
. No híbrido UENF Caliman 01 ocorreu interação significativa
entre os tratamentos, o valor mínimo foi de 7,40 g kg
-1
para o tratamento L3N2 e o
máximo foi 10,5 g kg
-1
, no tratamento L2N4.
Os teores de Ca no limbo ficaram abaixo dos recomendados por
Malavolta et al. (1997) e Costa (1995), e dos determinados experimentalmente
por Campostrini et al. (2001), Marinho et al. (2001), Barreto & Araújo Filho (2002),
Almeida et al. (2002) e Marinho et al. (2002) que foram de 15,00; 15,40; 13,45;
15,72 e 13,6 g kg
-1
. Entretanto ficaram próximos dos valores obtidos por Mesquita
(2005), Cruz (2003) e Santana et al. (2004) iguais a: 11,1; 11,22 e 8,3 g kg
-1
. No
pecíolo os teores Ca ficaram próximos dos recomendados por Reuther &
Robinson (1986), e abaixo dos valores de Costa (1995) e Malavolta et al. (1997).
Na primeira e segunda análise foliar os teores de Mg no limbo e no
pecíolo não variaram em função dos tratamentos aplicados. Os teores médios de
Mg no limbo foram de 6,96 e 7,06 g kg
-1
e no pecíolo foram iguais a 4,30 e 4,15 g
kg
-1
, na primeira e segunda análise foliar, respectivamente. O mesmo efeito
aconteceu no híbrido UENF Caliman 01, em que as médias dos teores no limbo
foram de 6,07 e 6,54 g kg
-1
e de 4,60 e 3,84 g kg
-1
no pecíolo, na primeira e
segunda análise foliar.
Na terceira análise foliar da cultivar Golden, os teores de Mg no limbo
variaram em função da interação lâmina de água total aplicada e dose de sulfato
de amônio. O valor mínimo de Mg nesta análise foi de 5,56 g kg
-1
no tratamento
L4N1 e atingiu o máximo no tratamento L2N4 (8,40 g kg
-1
).
Nestes experimentos tanto na cultivar Golden, quanto no híbrido UENF
Caliman os teores de Mg no limbo ficaram abaixo dos valores considerados
adequados por Costa (1995) e Malavolta et al. (1997). Em experimentos
realizados no Brasil, Campostrini et al. (2001), Marinho et al. (2001), Barreto &
Araújo Filho (2002), Cruz (2003) e Falcão et al. (2004) encontraram valores
superiores aos apresentados neste trabalho: 8,5; 8,75; 14,5; 23,0 e 9,53 g kg
-1
.
92
Entretanto foram superiores aos apresentados por Barreto & Araújo Filho (2002),
Santana et al. (2004) e Mesquita (2005) de 4,61; 4,00 e 5,00g kg
-1
. No pecíolo os
teores de Mg ficaram próximos dos valores adequados por Reuther & Robinson
(1986), Costa (1995) e Malavolta et al. (1997).
O teor médio de S na primeira análise foliar da cultivar Golden foi de 7,78
g kg
-1
, enquanto que no pecíolo estes valores variaram em função da lâmina total
de água aplicada de 4,91 a 5,92 g kg
-1
, nos tratamentos L1 e L4, respectivamente.
No híbrido UENF Caliman 01 os teores médios de S na primeira análise foliar
foram de 7,36 e 4,99 g kg
-1
no limbo e no pecíolo, respectivamente.
Na segunda análise foliar os teores de S na cultivar Golden variaram em
função das lâminas de água totais aplicadas de 4,92 a 5,84 g kg
-1
, nos
tratamentos L5 e L1, respectivamente, no pecíolo os teores foram de 3,22 g kg
-1
(L5N2) a 7,91 g kg
-1
(L1N3), em função da interação entre os tratamentos. No
híbrido UENF Caliman 01 os teores de S no limbo variaram de 4,2 a 5,06 g kg
-1
e
no pecíolo de 3,00 a 4,94, em função da lâmina de água total aplicada, nos
tratamentos L5 e L1, respectivamente. No pecíolo do híbrido UENF Caliman 01
ainda ocorreu efeito das doses de sulfato de amônio, sendo a variação dos teores
médios de S iguais a 3,60 a 4,36 g kg
-1
, nos tratamentos N4 e N1,
respectivamente.
Os teores de S em função da interação dos tratamentos de lâmina de
água aplicada e doses de sulfato de amônio, na terceira análise foliar, da cultivar
Golden, variaram no limbo de 3,60 g kg
-1
(L1N1) a 5,53 g kg
-1
(L2N3),
apresentados na figura 7a, e no pecíolo de 1,59 e 3,50 g kg
-1
, nos tratamentos
L3N4 e L5N1, respectivamente.
Os teores de S no limbo ficaram próximos dos valores recomendados por
Malavolta et al. (1997) e Costa (1995). Os resultados foram superiores aos 2,81 e
1,65 g (Barreto & Araújo Filho, 2002; Santana et al., 2004) no limbo foliar. No
pecíolo os teores de S foram superiores aos recomendados por Reuther &
Robinson (1986), Costa (1995) e Malavolta et al. (1997).
Na primeira análise foliar realizada na cultivar Golden os teores médios de
Fe no limbo e no pecíolo foliar foram de 119 e 29,6 mg kg
-1
, respectivamente. No
híbrido UENF Caliman 01 estes teores médios foram de 117 e 29,2 mg kg
-1
, no
limbo e no pecíolo respectivamente.
93
Os teores de Fe no limbo da cultivar Golden na segunda análise foliar
variaram em função dos tratamentos de lâminas totais de água. O valor mínimo
para esse nutriente foi de 112 mg kg
-1
(L5), e o máximo teor no tratamento L1 com
130 g kg
-1
. No pecíolo estes valores também variaram em função dos tratamentos
de lâminas totais de água aplicada, ficando na faixa de 21,0 a 29,3 mg kg
-1
, nos
tratamentos L5 e L1, respectivamente. No híbrido UENF Caliman 01 os teores de
Fe no limbo em função das lâminas totais aplicadas foram de 94,4 a 113 mg kg
-1
,
nas lâminas L5 e L1, respectivamente. No pecíolo ocorreu efeito da interação
entre os tratamentos utilizados, em que os teores de Fe ficaram na faixa de 19,7 a
47,0 mg kg
-1
, nos tratamentos L2N4 e L1N1, respectivamente.
Na terceira análise foliar os teores de Fe no limbo e no pecíolo da cultivar
Golden, sofreram efeito da interação dos tratamentos de lâminas e doses de
sulfato de amônio. Os teores de Fe no limbo desta cultivar foram de 118 mg kg
-1
(L3N4) a 155 mg kg
-1
(L1N3). Enquanto que no pecíolo os teores de Fe ficaram
na faixa de 28,7 e 42,7 mg kg
-1
, para os tratamentos L3N4 e L3N1,
respectivamente. Os teores de Fe no limbo ficaram dentro das recomendações de
Costa (1995) e abaixo dos considerados adequados por Malavolta et al. (1997).
Estes teores foram superiores aos de Barreto et al. (2002) de 24,9 mg kg
-1
, e
próximos dos apresentados por Almeida et al. (2002), Santana et al. (2004) e
Falcão et al. (2004) que foram de 116, 126 e 124 mg kg
-1
. No pecíolo os teores
ficaram dentro das recomendações de Reuther & Robinson (1986).
Os teores médios de Zn no limbo e no pecíolo da cultivar Golden na
primeira análise foliar foram iguais a 36,2 e 16,9 mg kg
-1
, respectivamente. No
híbrido UENF Caliman, no mesmo período os teores médios de Zn no limbo e no
pecíolo foram de 28,6 e 13,1 mg kg
-1
.
Na segunda análise foliar o teor médio de Zn no limbo da cultivar Golden
foi de 31,8 g kg
-1
, enquanto que no pecíolo estes teores variaram em função dos
tratamentos de lâmina de água aplicada, em que o valor mínimo foi de 19,3 mg
kg
-1
, para o tratamento L4, e o teor máximo foi de 24,4 mg kg
-1
, encontrado no
tratamento L5. No híbrido UENF Caliman 01 o teor médio de Zn no limbo foi de
27,6 mg kg
-1
, no pecíolo estes teores variaram de 13,8 a 21,4 mg kg
-1
, em função
da lâmina de água aplicada, nos tratamentos L5 e L1, respectivamente.
Na terceira análise foliar, realizada na cultivar Golden, os teores de Zn no
limbo variaram devido à interação entre os tratamentos de lâmina total de água
94
aplicada e doses de sulfato de amônio, sendo o valor mínimo de 36,5 mg kg
-1
no
tratamento L4N1, e o valor máximo de 55,0 mg kg
-1
, para o tratamento L5N2. No
pecíolo os teores de Zn variaram de 19,7 a 21,8 mg kg
-1
, em função da Lâmina
total de água aplicada nos tratamentos L5 e L2, respectivamente. Os teores de Zn
no limbo ficaram dentro dos recomendados por Costa (1995) e próximos aos
apresentados por Campostrini et al. 2001; Marinho et al., 2001; Almeida et al.,
2002; Marinho et al., 2002; Santana et al., 2004 e Mesquita, 2005. No pecíolo os
teores de Zn ficaram dentro dos valores recomendados por Reuther & Robinson
(1986) e próximos dos apresentados por Costa (1995) como adequados.
Os teores médios de Cu no limbo da cultivar Golden, na primeira e
segunda análise foliar foram de 11,4 e 10,8 mg kg
-1
, respectivamente, e no
pecíolo estes teores médios foram de 5,32 e 4,75 mg kg
-1
, no mesmo período,
para o mesmo período. No híbrido UENF Caliman 01 os teores de Cu no limbo
para a primeira foi de 8,60 mg kg
-1
, aumentando na segunda análise foliar para
9,08 mg kg
-1.
Esses teores no pecíolo tiveram valores médios de 3,84 e 4,18 mg
kg
-1
, na primeira e segunda análise foliar, respectivamente.
Na terceira análise foliar os teores de Cu no limbo e no pecíolo da cultivar
Golden variaram em função da interação dos tratamentos aplicados (lâmina total
de água x doses de sulfato de amônio). No limbo esses teores ficaram na faixa de
9,67 (L4N3) mg kg
-1
a 12,7 mg kg
-1
(L3N1). Enquanto que no pecíolo os valores
variaram de 3,00 a 6,33 mg kg
-1
, nos tratamentos L2N3 e L5N1, respectivamente.
Os teores de Cu no limbo ficaram próximos aos recomendados por
Malavolta et al.(1997) e Costa (1995), sendo superiores aos 5,26 e 4,70 mg kg
-1
contidos em Almeida et al. (2002), Barreto & Araújo Filho (2002). No pecíolo
esses teores ficaram dentro da faixa recomendada por Reuther & Robinson
(1986) e superiores aos considerados adequados por Costa (1995).
Os teores médios de Mn no limbo, da cultivar Golden, para a primeira
análise foliar foram de 57,3 mg kg
-1
e na segunda esse valor foi igual a 59,5 mg
kg
-1
. No pecíolo esses teores médios foram de 25,1 a 26,5mg kg
-1
,
respectivamente, para o mesmo período. No híbrido UENF Caliman 01 os teores
médios de Mn no limbo, na primeira e segunda análise foliar foram de 45,6 e 44,8
mg kg
-1
, respectivamente, enquanto que no pecíolo esses teores variaram de 20,5
e 19,4 mg kg
-1
, para a primeira e segunda análise foliar, respectivamente.
95
Na terceira análise foliar os teores de Mn no limbo e no pecíolo da cultivar
Golden variaram devido à interação dos tratamentos aplicados. No limbo os
teores de Mn ficaram na faixa de 58,5 mg kg
-1
(L2N1) a 72,7 mg kg
-1
(L2N4). No
pecíolo da mesma cultivar, os teores de Mn apresentaram valor mínimo de 20,0
mg kg
-1
no tratamento L2N1 e valor máximo de 41,0 mg kg
-
1, no tratamento L1N4.
Os teores de Mn no limbo ficaram abaixo dos valores recomendados por
Malavolta et al. (1997) e Costa (1995), entretanto esses valores foram superiores
aos 29,0 e 26,6 mg kg
-1
(Campostrini et al., 2001; Barreto & Araújo Filho, 2002), e
inferiores aos 93,2; 76 e 88,5 mg kg
-1
(Marinho et al., 2001; Marinho et al., 2002;
Santana et al., 2004). No pecíolo os teores de Mn ficaram próximos dos valores
recomendados por Reuther & Robinson (1986) e Costa (1995).
Na primeira análise foliar os teores médios de B no limbo e no pecíolo da
cultivar Golden foram de 26,8 e 23,6 mg kg
-1
, respectivamente. No híbrido UENF
Caliman 01 esses teores foram de 25,1 mg kg
-1
(limbo) e 24,0 mg kg
-1
(pecíolo).
Os teores de B no limbo e no pecíolo da cultivar Golden, na segunda
análise foliar variaram em função dos tratamentos de lâminas totais de água. No
limbo teores ficaram na faixa de 23,4 mg kg
-1
no tratamento L5 e 29,3 mg kg
-1
no
tratamento L3, enquanto que no pecíolo esses teores variaram de 18,9 a 26,8 mg
kg
-1
, nos tratamentos L1 e L5, respectivamente. No limbo do híbrido UENF
Caliman o teor médio de B foi de 25,3 mg kg
-1
, na segunda análise foliar. No
pecíolo os teores de B variaram em função da interação das lâminas totais de
água e as doses de sulfato de amônio, ficando na faixa de 14,7 mg kg
-1
(L5N4) a
27,7 mg kg
-1
(L4N2).
Na terceira análise foliar os teores de B no limbo da cultivar Golden,
variaram em função da interação entre os tratamentos aplicados, sendo o valor
mínimo de 31,7 mg kg
-1
no tratamento L5N2, e o máximo de 39,7 mg kg
-1
no
tratamento L3N1. No pecíolo da mesma cultivar os teores B variaram em função
das doses de sulfato de amônio aplicadas em 22,3 a 23,8 mg kg
-1
, nos
tratamentos N3 e N4, respectivamente. Os teores de B no limbo ficaram próximos
dos valores recomendados por Malavolta et al. (1997) e Costa (1995), e inferiores
aos 50,3; 37,6 e 41,0 mg kg
-1
(Marinho et al., 2001; Almeida et al., 2002; Marinho
et al.,2002). No pecíolo esses teores ficaram dentro das recomendações de
Reuther & Robinson (1986) e Costa (1995).
96
4. RESUMO E CONCLUSÕES
Foram conduzidos dois experimentos na Fazenda Caliman Agrícola S.A.,
localizada no município de Linhares, Espírito Santo. No experimento I foi plantada
a cultivar Golden (grupo Solo) e no experimento II o híbrido UENF Caliman 01.
Utilizou-se nestes experimentos o delineamento estatístico experimental em
blocos casualizados, com esquema fatorial 5x4 em parcelas subdivididas. Nas
parcelas os tratamentos foram cinco lâminas de irrigação (50, 70, 90, 110 e 130 %
da evapotranspiração de referência, ETo) e nas subparcelas foram testadas
quatro doses de sulfato de amônio (90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
mês
-1
), sendo três
repetições para cada experimento. Em três períodos diferentes foram coletadas
amostras de limbo e pecíolo foliar em quatro plantas úteis por parcela. Através
dessas amostras determinaram-se os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Zn, Cu,
Mn e B, ajustando os resultados aos modelos quadráticos (quando o efeito
simples apresentava-se significativo) e parabolóides (quando ocorria interação
entre os dois fatores estudados). Objetivou-se no presente trabalho determinar os
teores de nutrientes no limbo e pecíolo foliar em resposta da lâmina total de água
aplicada e da adubação com sulfato de amônio, assim como suas interações,
para a cultivar Golden e para o híbrido UENF Caliman 01. Os resultados obtidos
permitiram as seguintes conclusões:
Os teores de nutrientes apresentam valores superiores no limbo, com exceção
do potássio que tem os maiores teores no pecíolo. A avaliação do estado
nutricional do mamoeiro, quando efetuada por meio do limbo ou do pecíolo foliar
leva a diagnósticos diferentes indicando a necessidade de uso de um único
padrão;
Os teores de nutrientes no limbo para a cultivar Golden, apresentaram na
primeira análise foliar os maiores valores de N, P e S e os menores teores de Cu
e Mn. Na segunda análise foliar os maiores teores foram K, Ca e Mg e os
menores N, Fe, Cu, Zn e B. Enquanto que, na terceira análise foliar os maiores
97
teores foram de Fe, Zn, Mn, Cu e B e os menores de P, K, Mg e S. A necessidade
de cada nutriente pela planta varia de acordo com a sazonalidade e o estágio
fenológico em que a cultura se encontra;
No híbrido UENF Caliman 01, tanto no limbo quanto no pecíolo, os teores de N,
P, Ca, Mg, S, Fe e Mn foram maiores na primeira análise foliar, enquanto os
resultados de K e Cu foram menores. Mostrando que as necessidades
nutricionais podem variar para cada cultivar.
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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100
VIABILIDADE ECONÔMICA E DE RISCO NA CULTURA DO MAMÃO (Carica
papaya L.) EM FUNÇÃO DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE SULFATO
DE AMÔNIO NO NORTE CAPIXABA.
RESUMO
Objetivou-se determinar a viabilidade econômica e o risco da cultura do
mamão na região norte capixaba e comparar os índices econômicos (Valor
Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno) com dados experimentais de lâmina
de irrigação e doses de sulfato de amônio. A área de estudo deste trabalho foi a
Fazenda Caliman Agrícola S.A., situada no município de Linhares, ES. Foram
avaliadas separadamente duas variedades de mamoeiro (Golden e UENF
Caliman 01) em cinco níveis de irrigação (50, 70, 90, 110 e 130% da
evapotranspiração de referência) combinados com quatro doses de sulfato de
amônio (90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
mês
-1
). Na determinação dos riscos e índices
da cultura do mamão, utilizou-se o cálculo do Valor Presente Líquido, Taxa
Interna de Retorno, análise de sensibilidade e o método de Monte Carlo. As
informações para compor os coeficientes técnicos utilizados na montagem do
fluxo de caixa foram obtidas no desenvolvimento do experimento para cada
tratamento. Os tratamentos de irrigação foram significativos estatisticamente (p <
0,05) em relação à produtividade. Entretanto, as doses de sulfato de amônio e
suas interações com as lâminas aplicadas não apresentaram diferenças
significativas (p < 0,05) para a mesma variável. De acordo com as análises
econômicas e com os indicadores de rentabilidade utilizados, a cultura do mamão
apresenta-se como uma alternativa rentável para os produtores rurais da região
Norte do estado do Espírito Santo, com certo grau de risco.
Os resultados indicaram que o sistema de cultivo com lâmina de irrigação
referente a 110% da ETo (L4) e dose de sulfato de amônio de 90 kg ha
-1
mês
-1
(N1) foi o mais apropriado para implantação pelos métodos do VPL e TIR, na
cultivar Golden. No entanto, para o híbrido UENF Caliman 01, os tratamentos que
apresentaram melhor resultado por esses métodos foi o referente a 90% da ETo
101
(L3) combinado com a dose de sulfato de amônio igual a 188 kg ha
-1
mês
-1
(N3).
Essa condição é confirmada pelo critério da Taxa Interna de Retorno, em que o
tratamento L4N1 no Golden e L3N3 no UENF Caliman 01 apresentou TIR iguais a
3,42 e 2,07% a.m.. A análise de sensibilidade revela que se deve atentar para
particularidades dos preços pagos pelo produto, uma vez que algumas
características especiais, que alterem os custos de produção ou produtividade
dos pomares, modificam o sistema de cultivo recomendado. Mediante o método
de Monte Carlo (simulação triangular) pode-se concluir que a probabilidade do
produtor obter Valor Presente Líquido negativo é de 47,73 e 75,87%, para o
Golden e UENF Caliman 01, respectivamente, indicando que o projeto oferece
determinado grau de risco considerável, para uma taxa de atratividade de 6% a.a.
(0,49% a.m.). Deve-se ter especial atenção e preocupação no momento da
colheita, pois esta é a última etapa do processo produtivo e a primeira etapa da
comercialização, influênciando significativamente na qualidade e durabilidade dos
frutos. Sugere-se, para próximos trabalhos, que se faça uma análise comparando outros
insumos que podem influênciar na produção, sobre outros aspectos da cultura que
alterem a planilha de custo como uso de herbicidas e outros fertilizantes.
ABSTRACT
It was objectified to determine the economic viability and the risk of the
culture of the papaya in the North Espírito Santo State and to compare the
economic indexes (Net Actual Value and Return Domestic Rate) with experimental
data of irrigation blade and doses of ammonium sulphate. The area of study of this
work was Farm Caliman, located in the city of Linhares, ES. Two varieties of
papaya (Golden and UENF Caliman 01) in five levels of irrigation (50, 70, 90, 110
and 130% of the evapotranspiration of reference) combined with four levels of
ammonium sulphate had been evaluated separately (90, 188, 288 and 377 kg ha
-
1
month
-1
). In the determination of the risks and indexes in the culture of the papaya
the calculation of the Net Actual Value, Return Domestic Rate, analysis of
102
sensitivity and method Monte Carlo were used. The information to compose the
used coefficients technician in the assembly of the flow of box of the culture of the
papaya had been gotten in the accompaniment of the experiment for each
treatment. The treatments of irrigation had been significant statistic (p < 0,05), for
the same variable. In accordance with the economic analyses and with the
pointers of yield used the culture of the papaya is presented as an income-
producing alternative for the agricultural producers of the region North of the state
of the Espirito Santo, with certain degree of risk. The results had indicated that the
system of culture with blade irrigation referring to 110% of the ETo (L4) and dose
of 90 ammonium sulphate kg ha
-1
mês
-1
(N1) as most appropriate for implantation
for the methods of VPL and TIR, in Golden. However, for the hybrid UENF
Caliman 01 the treatment that presented better result for these methods was
referring to 90% of the ETo (L3) combined with the dose of ammonium sulphate
188 kg ha
-1
mês
-1
(N3). This condition is confirmed by the return domestic rate
criteria, where treatment L4N1 in Golden and L3N3 in the UENF Caliman 01 had
presented TIR equal to 3.42 and 2.07%. a.m. The sensitivity analysis discloses
that if it must attempt against for particularitities of the paid prices for the product,
a time that some special characteristics, that modify the costs of production or
productivity of the orchards, modify the system of recommended culture. By
means of the method Carlo Mount (triangular simulation) it can be concluded that
the probability of the producer to get net actual value negative is 47.73 and
75.87%, for the Golden and the UENF Caliman 01, respectively. Indicating that the
project offers definitive degree of considerable risk, for a tax of 6% a.a
attractiveness. (0.49% a.m.). It must be had special attention and concern at the
moment of the harvest, therefore this is the last stage of the productive process
and the first stage of the commercialization, influencing significantly in the quality
and durability of the fruits. They must also be taken well-taken care of you add
with the transport, which process great influence in the marketing of the product,
as well as in the expansion of consuming markets. Suggests her, for next works,
that it is made an analysis comparing other inputs that can influence in the
production, on other aspects of the culture that alter the cost spreadsheet as use
of herbicides and other fertilizers.
103
1. INTRODUÇÃO
O Mamão se encontra na quarta colocação na produção das principais
frutas produzidas no Brasil no ano de 2005, com 4,66%, ficando atrás apenas da
laranja (52,83%), banana (19,84%) e melancia (4,85%). Na região Nordeste se
concentra a maior produção, entre 2001 a 2005, seguida da região Sudeste. A
produção em 2005 foi de 879.288 toneladas representando 55,87% da produção
nacional, enquanto que a região sul apresenta a menor produção com 0,3% no
mesmo ano. A Bahia e o Espírito Santo são responsáveis por 86% da produção
nacional no ano de 2005. O Estado do Rio Grande do Norte apresentou o maior
crescimento entre os anos de 2001 a 2005 (47,41%), seguido do Espírito Santo e
Ceará com 33,17 e 16,51 %, respectivamente (IBGE 2007). O Brasil é o maior
produtor mundial de mamão. Entretanto, o México é o maior exportador do mundo
com 96.525 toneladas, seguido da Malásia (58.149 t) e do Brasil (35.930 t) no ano
de 2004. Os principais importadores são os Estados Unidos (48%), China (12%) e
a Holanda com 6% das importações mundial (Agrianual, 2007). A Caliman
Agrícola S.A. exporta com regularidade para os Estados Unidos, Canadá e
Europa. Isto devido às certificações: EurepGAP, IBD, ISO e APPCC / HACCP
(Caliman, 2007).
A maior parte da produção de mamão destina-se aos grandes centros
urbanos, sendo comercializada principalmente pelos grandes atacadistas,
situados nas Centrais de Abastecimento ou Mercados Atacadistas tradicionais. O
fruto é então encaminhado à rede local de revenda, na qual, além das feiras livres
e supermercados, inserem-se casas de frutas, ambulantes, mercadinhos,
mercearias e outros. A comercialização pode ainda ser efetuada por cooperativas
ou pelo próprio produtor. No mercado interno o mamão é geralmente comprado
pelo empresário atacadista, cuja freqüência de compra, por ser um produto
perecível, baseia-se sempre no conhecimento prévio do consumo do mercado
varejista a que se destina (Agrianual, 2007).
A cultura do mamão possui importante papel no desenvolvimento
econômico e social, uma vez que gera em média um emprego por hectare ao ano.
Para que haja maiores produtividades e menores custos de produção, em termos
104
nacionais, é necessário que se resolvam problemas relacionados aos sistemas de
manejo adequados de irrigação, controle das doenças típicas do mamão, a
utilização de defensivos, para que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente e
ao consumidor (Ponciano & Souza, 2001). De acordo com dados da Agrianual
(2007), a cultura do mamoeiro apresentou, em 2006, os seguintes custos e
receitas na sua lavoura: no primeiro ano (formação), o custo de produção para o
mamão Havaí irrigado foi de R$13.067,00 e apresentou receita de R$4.510,00, no
segundo ano (produção crescente) o custo e receita foram de R$14.518,00 e
R$26.650,00 respectivamente, no terceiro e ultimo ano (manutenção – produção
estável) o custo foi de R$12.655,00 e a receita de R$20.500,00 (Agrianual, 2007).
Do ponto de vista empresarial, desenvolver um processo de produção
sem ter idéia precisa de seus custos e resultados constituem atitude irracional.
Um dos principais estrangulamentos da gerência agrícola brasileira encontra-se
na inobservância da necessidade de elaborar orçamentos e de apurar os custos.
Esta situação decorre, na maioria dos casos, de desconhecimento dos
procedimentos necessários e dos elementos importantes de custo em agricultura
(Echeverra, 1981). A alocação de recursos pelos agricultores é influênciada pelos
riscos e incertezas envolvidos. Assim, qualquer avaliação de projeto que não
contemple a possibilidade de reduzir os riscos dificilmente produzirá resultados
satisfatórios.
A viabilidade de um sistema de produção depende do adequado manejo
na sua condução, carecendo de análises econômicas dos insumos aplicados para
que se possa tomar a decisão mais adequada. O sistema de cultivo do mamão,
utilizando irrigação localizada, requer um alto investimento inicial, o que demanda
todo um estudo do potencial produtivo da região em questão. Além de uma
análise de viabilidade econômica, é necessário, para isso, indicar a taxa de
rentabilidade esperada, como também fornecer elementos que permitam medir o
grau de confiança que se pode associar àquela taxa de retorno em projeto. Isso
orienta e subsidia a tomada de decisão, tornando-a mais eficiente. A
determinação da rentabilidade da produção de mamão e a avaliação por meio das
análises de sensibilidade e de risco fornecem maior eficiência na tomada de
decisão por parte do agricultor.
Vários pesquisadores, tais como Lyra et al (2006), Ponciano et al. (2006)
e Lima et al. (2007) utilizaram as técnicas de análise de viabilidade econômica,
105
(Valor Presente Liquido e Taxa Interna de Retorno) e tomada de decisão sob
condições de risco (análise de sensibilidade, simulação triangular e simulação
Monte Carlo) para gerar indicadores que permitiram aferir a probabilidade de
sucesso ou insucesso em projetos agropecuários.
Este capítulo apresenta os resultados numéricos decorrentes do emprego
das metodologias de análise de investimentos para selecionar o sistema de
cultivo de mamão dentre as variações de lâmina total de água aplicada e doses
de sulfato de amônio, empregado numa área experimental na fazenda Caliman
Agrícola, que se configura como a melhor alternativa econômica. Trata-se de
desenvolver a discussão dos resultados, suas implicações e conseqüências, a fim
de verificar possíveis alterações nos resultados ocasionadas por variações de
preços do produto, de aumentos de custos ou de reduções na produção.
Portanto, objetivou-se no presente trabalho determinar a rentabilidade da
produção de mamão, mediante o cálculo do Valor Presente Líquido e Taxa
Interna de Retorno e avaliar, por meio das análises de sensibilidade e de risco, a
viabilidade econômica do experimento, sob influência de diferentes lâminas de
irrigação e doses de sulfato de amônio.
2. MATERIAL E MÉTODO
Os experimentos foram conduzidos na Fazenda Caliman Agrícola S.A.,
localizada no município de Linhares, Espírito Santo (latitude 19º11’13’’S, longitude
40º05’39’’W e altitude 29 m). Foram conduzidos dois experimentos com os
mamoeiros cultivares Golden, mamão Havaí (20/10/2004 a 30/06/2006) e híbrido
UENF Caliman 01, mamão Formosa (14/10/2004 a 22/02/2006). O delineamento
estatístico experimental foi em blocos casualizados, com esquema fatorial 5x4 em
parcelas subdivididas, sendo cinco lâminas de irrigação (50, 70, 90, 110 e 130%
da evapotranspiração de referência) e quatro doses de nitrogênio (90, 188, 288 e
377 kg ha
-1
mês
-1
), totalizando 20 tratamentos, com três repetições. Os preços de
lâminas de irrigação e doses de sulfato de amônio foram de 0,45 R$ mm
-1
ha
-1
e
0,63 R$ kg
-1
, respectivamente para os insumos variados no experimento. De
acordo com Agrianual (2007), os preços médios do mamão Havaí e Formosa nos
106
últimos cinco anos foram de 0,41 e 0,35 R$ kg
-1
, respectivamente. O fluxo de
caixa líquido das parcelas experimentais foi extrapolado para 1 hectare.
2.1. Avaliação da Viabilidade Econômica
A análise da viabilidade financeira foi realizada em duas etapas, a
primeira delas consistindo na construção dos fluxos de caixa que, uma vez
obtidos, possibilitaram o cálculo dos indicadores de rentabilidade das atividades
consideradas. Na montagem dos fluxos de saída foram consideradas as
despesas de investimento, quando existiram, sendo computados, como despesas
operacionais, todos os gastos efetuados ao longo do ciclo produtivo. No caso da
montagem dos fluxos de entrada foram considerados como receita a venda da
produção e os valores residuais dos equipamentos imputados a cada horizonte.
Todos os preços empregados na análise econômica, sejam de produtos ou de
insumos, foram coletados na Fazenda Caliman Agrícola S.A., para refletir o real
potencial econômico das alternativas testadas na Fazenda.
Para o procedimento de estimativa do custo de produção, conceituado
como a soma de valores de todos os recursos (insumos) e operações (serviços)
utilizados no processo produtivo de certa atividade, incluindo-se os respectivos
custos alternativos ou de oportunidade, utilizou-se o cálculo da depreciação e do
custo alternativo. A depreciação (D) é o custo necessário para substituir os bens
de capital quando tornados inúteis pelo desgaste físico ou econômico. O método
utilizado foi o linear referente ao período do plantio ao termino do ciclo que pode
ser mensurado pela equação:
P
V
VV
D
u
ra
=
(1)
em que:
D = depreciação;
V
a
= valor atual do recurso, R$;
V
r
= valor residual (o valor de revenda ou valor final do bem, após ser
utilizado de forma racional na atividade),R$;
107
V
u
= vida útil (período em anos que, se bem determinado, é utilizado na
atividade), meses; e
P = período considerado, meses.
Neste trabalho, para o cálculo dos custos de máquinas, implementos e de
benfeitorias, sentiu-se a necessidade de se fazer o rateio, que consiste na
distribuição do valor de um recurso fixo para as diferentes atividades agrícolas
que são desenvolvidas na empresa agrícola, desde que este recurso não seja
específico para a atividade. A forma de rateio utilizada nesta pesquisa foi a
proporcional ao tempo de utilização para máquinas e implementos.
2.1.1. Determinação do Valor Presente Liquido (VPL)
O método do VPL compara todas as entradas e saídas de dinheiro na
data inicial do projeto descontando os retornos futuros do fluxo de caixa com a
taxa de juros k. Consiste em transferir para o instante atual todas as variações de
caixa esperada, descontá-las a uma determinada taxa de juros, e somá-las
algebricamente (Nogueira, 1999).
Segundo Lapponi (2000), o modelo matemático do VPL do projeto de
investimento pode ser escrito:
=
+
+=
n
1t
t
t
)K1(
FC
IVPL
(1)
Em que, I é o investimento de capital na data zero, registrado com sinal
negativo por ser um desembolso; FCt representa o retorno depois dos impostos
na data t do fluxo de caixa; n é o prazo de análise do projeto; e, K é a taxa mínima
para realizar o investimento, ou custo de capital do projeto de investimento. O
valor de k depende do binômio (risco – retorno) do projeto de investimento; para
um aumento de risco espera-se um aumento de retorno, e vice-versa. O período
da taxa de juro k deve ser igual à periodicidade de ocorrência dos capitais do
fluxo de caixa do projeto.
108
Deve-se escolher o período da taxa de juro das aplicações, mensal ou
anual. Quando utilizadas taxas mensais; estes valores podem ser transformados
em taxas anuais, da seguinte forma:
(1 + K
a
) = (1 + K
m
)
t
(2)
em que,
K
a
= taxa anual;
K
m
= taxa de juros mensal; e
T = período em meses (12 meses).
2.1.2. Determinação da Taxa Interna de Retorno (TIR)
A TIR de um projeto é a taxa que torna nulo o VPL do fluxo de caixa do
investimento. É aquela que torna o valor presente dos lucros futuros equivalentes
aos dos gastos realizados com o projeto, caracterizando, assim, a taxa de
remuneração do capital investido. O período da TIR é igual à periodicidade dos
capitais do fluxo de caixa. Segundo Lapponi (2000), o procedimento de cálculo da
TIR é realizado com o modelo matemático do VPL procurando a taxa de juro TIR
que zera o VPL, assim:
=
+
+=
n
1t
t
t
)TIR1(
FC
I0
(3)
Vários fatores alteram a rentabilidade de empreendimentos. Segundo
Ponciano et. al. (2004), além da produtividade, outros elementos que afetam o
orçamento possuem probabilidade de variarem, como por exemplo, os preços dos
insumos e produtos. São difíceis de prever a que níveis estarão os preços um ano
ou vários anos mais tarde ou é difícil estimar os custos de oportunidade de um
determinado insumo.
109
2.1.3. A tomada de Decisão sob Condições de Risco
Para estimar a amplitude desses preços usou-se o método de análise de
sensibilidade. A análise de sensibilidade consiste em medir em que magnitude
uma alteração prefixada em um ou mais fatores do projeto altera o resultado final.
Esse procedimento permite avaliar de que forma as alterações de cada uma das
variáveis do projeto podem influênciar na rentabilidade dos resultados esperados
(Buarque, 1991). O procedimento básico para se fazer uma análise de
sensibilidade consiste em escolher o indicador a sensibilizar; determinar sua
expressão em função dos parâmetros e variáveis escolhidas; por meio de um
programa de computação obtêm os resultados a partir da introdução dos valores
dos parâmetros na expressão; faz-se a simulação mediante variações em um ou
mais parâmetros e verifica-se de que forma e em que proporções essas variáveis
afetam os resultados finais em termos de probabilidade.
Para avaliar o risco envolvido nos diversos sistemas foi empregado o
Método de Monte Carlo. De acordo com Noronha (1987), a seqüência de cálculos
para a realização da simulação de Monte Carlo é a seguinte: (1) Identificar a
distribuição de probabilidade de cada uma das variáveis relevantes do fluxo de
caixa do projeto; (2) Selecionar ao acaso um valor de cada variável, a partir de
sua distribuição de probabilidade; (3) Calcular o valor do indicador de escolha
cada vez que for feito o sorteio indicado no item 2; (4) Repetir o processo até que
se obtenha uma confirmação adequada da distribuição de freqüência do indicador
de escolha. Essa distribuição servirá de base para a tomada de decisão.
Dada a impossibilidade de se estudar a distribuição de probabilidade de
todas as variáveis, a melhor alternativa consiste em identificar, mediante análise
de sensibilidade, aquelas que têm maior efeito sobre o resultado financeiro do
projeto. Outro aspecto é que, embora existam, estatisticamente, vários tipos de
distribuições de probabilidade, a tarefa de identificar a distribuição específica de
uma determinada variável é freqüentemente custosa. Em face da dificuldade
envolvida na identificação das distribuições de probabilidade de cada uma das
variáveis mais relevantes, é procedimento usual empregar a distribuição
triangular, como se fez no presente trabalho. Essa distribuição é definida pelo
nível médio mais provável ou moda (m), por um nível mínimo (a) e um nível
máximo (b), o que é importante quando não se dispõe de conhecimento suficiente
110
sobre as variáveis. Conforme utilizado por Ponciano et. al., (2004), a simulação de
risco (Método de Monte Carlo) segue as etapas ilustradas na Figura 1.
Fonte: Ponciano et. al. (2004) citando Casarotto Filho e Kopittke (2000).
Figura 1 - Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro
variáveis.
Por meio da utilização do programa Excel, propõe-se uma distribuição
de probabilidade para cada uma das variáveis, nesse caso a distribuição
triangular. Mediante a geração de números aleatórios, valores são obtidos para
essas variáveis, daí resultando vários fluxos de caixa e, conseqüentemente,
vários indicadores de resultados para o projeto. Pela repetição desse
procedimento um número significativo de vezes, gera-se a distribuição de
freqüências do indicador do projeto, que permite aferir a probabilidade de
sucesso ou insucesso do mesmo.
Início
Resolução determistica
Estimar distribuição mais
adequada a cada variável
Sele
ç
ão da variável 1
Seleção da variável 2
Seleção da variável 3
Seleção da variável 4
Cálculo do indicador
de rentabilidade
Repete-se n vezes
Gera distribuição do
indicador
Fim
111
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do fluxo de despesas e receitas dos experimentos ao longo dos
20 meses na cultivar Golden e 16 meses no híbrido UENF Caliman observados
(receitas – custos), realizou-se a análise de investimento dos sistemas de cultivo
abordados. As receitas e custos das parcelas foram extrapolados para uma área
equivalente a 1 hectare. No sistema de produção dos experimentos a venda do
produto foi observada no nono mês tanto para a cultivar Golden como para o
híbrido UENF Caliman 01, período que a cultura começou a produzir para as duas
variedades. A sazonalidade da oferta do mamão não é muito pronunciada e nem
registra um histórico definido. De modo geral pode-se observar que no inverno
(junho, julho e agosto) a oferta é menor, sendo maior no verão (Agrianual, 2007).
A produtividade média para a cultivar Golden foi de 89,45 t ha
-1
em 12 meses de
colheita, com média mensal de 4,47 t ha
-1
mês
-1
, em 20 meses de experimento. A
combinação dos tratamentos de lâmina de irrigação de 1,10% da ETo (L4) com a
dose de sulfato de amônio igual a 188 kg ha
-1
mês
-1
(N2) proporcionou a maior
produtividade desse experimento (107,22 t ha
-1
), seguida da combinação de
tratamentos L4N1. A menor produtividade pode ser observada no tratamento
L1N2, com 76,78 t ha
-1
seguida to tratamento L1N4 (Tabela 2).
Tabela 2 - Produtividade média (t ha
-1
) para a variedade Golden 20 meses após o
transplantio e 12 meses de colheita.
Lâmina Total de água aplicada (irrigação + precipitação) em mm
Sulfato de
amônio
kg ha
-1
mês
-1
L
1
(1236,0)
L
2
(1339,0)
L
3
(1444,0)
L
4
(1525,0)
L
5
(1604,0)
Média
N
1
(90) 83,17 86,58 85,04 106,49 86,72 89,60
N
2
(188) 76,78 84,39 90,09 107,22 89,78 89,65
N
3
(288) 80,01 87,72 88,27 94,22 98,26 89,70
N
4
(377) 78,72 80,25 96,88 98,44 89,92 88,84
Média 79,67 84,74 90,07 101,59 91,17 89,45
112
No híbrido UENF Caliman 01 a produtividade média atingiu um pico com
o tratamento L3N3 (0,90% ETo e dose de sulfato de amônio de 288 kg ha
-1
mês
-1
),
com um valor de 111,85 t ha
-1
, em 8 meses de colheita. O tratamento que mostrou
menor desempenho produtivo foi o L1N1 com produtividade média no período
experimental de 52,92 t ha
-1
(Tabela 3). A média mensal em 16 meses de cultivo
foi igual a 5,17 t ha
-1
mês
-1
Tabela 3 - Produtividade média (t ha
-1
) para o híbrido UENF Caliman 01 16 após o
transplantio e 8 meses de colheita.
Lâmina Total de água aplicada (irrigação + precipitação) em mm
Sulfato de
Amônio
kg ha
-1
mês
-1
L
1
(806,9)
L
2
(873,7)
L
3
(948,4)
L
4
(1014,9)
L
5
(1076,0)
Média
N
1
(90) 52,92 82,56 86,05 85,96 87,52 79,00
N
2
(188) 99,07 104,19 79,03 81,72 85,19 89,84
N
3
(288) 61,82 79,62 111,85 71,35 72,24 79,38
N
4
(377) 86,65 102,04 73,14 74,88 77,95 82,93
Média 75,11 92,10 87,51 78,48 80,73 82,79
As taxas de descontos anuais utilizadas foram iguais a 6, 8, 10 e 12%,
utilizando-se a equação 2, estas taxas foram transformadas nos seguintes valores
mensais: 0,49; 0,64; 0,80 e 0,95%, respectivamente. O VPL com horizonte de
planejamento comum de 20 meses de cultivo no Golden apresentou valores
variando entre R$-2.193,16 (0,95%a.m.) a R$11.529,10 (0,49%a.m.), nos
tratamentos L1N4 e L4N1, respectivamente. Com exceção dos tratamentos L1N4
e L2N4 (que apresentaram VPL negativos) todos os tratamentos empregados no
experimento indicaram que o capital investido será recuperado; remunerado na
taxa de juros utilizada para calcular o custo de capital do projeto, ou seja, são
viáveis economicamente (Tabela 4).
A TIR representa a taxa de juros que torna a série de recebimentos e
desembolsos dos projetos de investimento analisados equivalente na data
presente. Para a cultivar Golden esse índice econômico variou de 0,33 e 3,42%,
nos tratamentos L1N4 e L4N1, respectivamente. Com valor da TIR superior que
as taxas de juros na maioria dos tratamentos, pode-se dizer que as lâminas de
irrigação e as doses de sulfato de amônio utilizados são viáveis. Entretanto para
113
os tratamentos L1N2, L1N3, L1N4 e L2N4, que apresentaram valores inferiores a
maior taxa de atratividade, os manejos não seriam viáveis economicamente.
Tabela 4 - Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR) para os
tratamentos de lâmina total de água aplicada e doses de sulfato de amônio para
taxas de atratividade de 0,49%, 0,64%, 0,80% e 0,95% ao mês, para a cultivar
Golden.
TAXA DE JUROS
TRATAMENTOS
0,49% 0,64% 0,80% 0,95%
TIR
L1N1 3987,45 3341,18 2724,70 2136,10 1,54%
L1N2 1025,35 434,88 -128,02 -665,09 0,76%
L1N3 807,84 218,11 -344,05 -880,39 0,70%
L1N4 -575,84 -1141,00 -1679,53 -2193,16 0,33%
L2N1 5064,42 4398,28 3762,71 3155,75 1,82%
L2N2 3215,15 2581,79 1977,71 1401,06 1,34%
L2N3 3299,89 2664,38 2058,23 1479,59 1,36%
L2N4 -121,88 -695,49 -1242,16 -1763,60 0,45%
L3N1 4511,73 3855,57 3229,58 2631,85 1,67%
L3N2 5107,04 4439,15 3801,89 3193,31 1,82%
L3N3 3433,76 2795,65 2187,01 1605,97 1,39%
L3N4 5303,83 4630,72 3988,45 3375,08 1,87%
L4N1 11529,10 10744,32 9994,75 9278,17 3,42%
L4N2 10707,93 9937,35 9201,42 8497,97 3,22%
L4N3 5352,83 4679,46 4036,94 3423,31 1,89%
L4N4 5779,46 5097,51 4446,76 3825,22 1,99%
L5N1 4990,66 4325,50 3690,86 3084,81 1,80%
L5N2 4938,53 4273,49 3638,97 3033,03 1,78%
L5N3 6644,36 5947,23 5281,88 4646,30 2,21%
L5N4 2939,49 2309,44 1708,55 1134,96 1,26%
* Taxas de descontos mensais proporcionais a 12, 10, 8 e 6% a.a., respectivamente.
No híbrido UENF Caliman 01, com 16 meses de cultivo o VPL obteve
valores em torno de R$-7.152,50 (0,95%a.m.) a R$4.958,97 (0,49%a.m.), nos
tratamentos L1N1 e L3N3, respectivamente (Tabela 5). Muito embora a
comparação de projetos por esse método possa apresentar algum viés. Para o
híbrido UENF Caliman 01, apenas os tratamentos L1N2, L2N2, L2N4 e L3N3
apresentaram VPLs positivos (paras todas as taxas de descontos utilizadas) num
horizonte de planejamento de 16 meses. Entretanto os tratamentos L3N1, L4N1,
L5N1 e L4N4 mostram-se desfavoráveis apenas para a taxa de descontos de
0,95%, isso mostra que, os investimentos seriam viáveis para as demais taxas de
descontos. Para os demais tratamentos o retorno dos investimentos em lâmina de
irrigação e doses de sulfato de amônio seria inviável, no horizonte de
planejamento apresentado.
114
Tabela 5 - Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR) para os
tratamentos de lâmina total de água aplicada e doses de sulfato de amônio para
taxas de atratividade de 0,49%, 0,64%, 0,80% e 0,95% ao mês, para o híbrido
UENF Caliman 01.
TAXA DE JUROS
TRATAMENTOS
0,49% 0,64% 0,80% 0,95%
TIR
L1N1 -6066,51 -6444,38 -6806,05 -7152,5 -1,58%
L1N2 3103,551 2584,407 2086,454 1608,46 1,49%
L1N3 -5819,41 -6202,39 -6568,98 -6920,17 -1,48%
L1N4 -1193,98 -1648,48 -2084,07 -2501,86 0,09%
L2N1 704,5774 223,6722 -237,4 -679,799 0,72%
L2N2 4183,612 3647,808 3133,784 2640,277 1,83%
L2N3 -1991,79 -2433,56 -2856,88 -3262,82 -0,17%
L2N4 2111,002 1605,72 1121,146 656,0724 1,17%
L3N1 1048,047 560,8738 93,75897 -354,471 0,83%
L3N2 -1116,25 -1569,15 -2003,22 -2419,57 0,12%
L3N3 4958,97 4410,5 3884,263 3378,969 2,07%
L3N4 -4187,08 -4595,89 -4987,4 -5362,64 -0,92%
L4N1 999,3716 512,8491 46,36199 -401,261 0,81%
L4N2 -752,945 -1213,25 -1654,44 -2077,65 0,24%
L4N3 -3847,94 -4261,45 -4657,5 -5037,13 -0,80%
L4N4 -3839,19 -4253,43 -4650,18 -5030,47 -0,80%
L5N1 1308,475 817,1227 345,9763 -106,144 0,91%
L5N2 -28,6597 -500,162 -952,156 -1385,79 0,48%
L5N3 -3683,89 -4100,01 -4498,57 -4880,62 -0,74%
L5N4 -3203,19 -3627,27 -4033,52 -4422,98 -0,58%
* Taxas de descontos mensais proporcionais a 12, 10, 8 e 6% a.a., respectivamente.
No caso do híbrido UENF Caliman 01 a TIR variou de -1,58% no
tratamento L1N1 a 2,07% no tratamento L3N3. Apenas os tratamentos L2N2,
L2N4 e L3N3 apresentaram TIR superior as taxas de descontos, mostrando
viáveis para os tratamentos combinados de lâminas de irrigação e doses de
sulfato de amônio testados no experimento. No período em estudo do
experimento com híbrido UENF Caliman foi observado que a maioria dos
tratamentos obteve TIR negativa. Sendo necessário um estudo com maior tempo
de cultivo, na tentativa viabilizar o retorno econômico do projeto. Estudando a
viabilidade econômica da macieira no Rio Grande do Sul (Fett, 2000) apresentou
taxas interna de retorno variando de 0,79% a 3,01 a.m. O que, de acordo com
Tsukamoto Filho et al., (2003), fornece segurança a este investimento e taxas de
desconto maiores que estas inviabilizam a cultura, sendo então melhor investir em
outras alternativas potencialmente mais rentáveis.
115
Em pesquisa realizada no município de Linhares, ES Lyra et al., (2006)
apresentou valores de TIR entre 1,42 a 1,91% a.m. para a cultura do mamão com
horizonte de 25 meses de cultivo, ficando próximos dos valores encontrados
nesse experimento. A menor Taxa Interna de Retorno apresentada neste trabalho
foi do tratamento L1N1 (-1,58%), inviabilizando a aplicação da combinação dessa
lâmina de água com a dose mínima de sulfato de amônio, no período estudado.
Os tratamentos com as doses de sulfato de amônio não apresentaram
diferença estatística significava (p < 0,05) na produtividade, assim, o aumento do
uso de sulfato de amônio causou um decréscimo na TIR em relação às lâminas
de água aplicadas, em que ocorreu diferença estatística significativa (p < 0,05) na
variável produtividade. Fixando a menor dose de sulfato de amônio (90 kg ha
-
1
mês
-1
) e a média da produtividade alcançada no tratamento L4 (1,10% da ETo) a
Taxa Interna de Retorno foi de 2,81% a.m. As diferenças entre os tratamentos
estão diretamente relacionadas às condições físicas da cultura (produtividade) e
do aporte financeiro da Caliman em aplicar tecnologia na fazenda, que se
traduzem nos tratos culturais interligados de lâmina de irrigação dispensados à
cultura. Este manejo apresenta impacto positivo, até um limite de água aplicada,
sobre os indicadores (VPL e TIR) na avaliação de lâmina de irrigação e,
conseqüentemente, na lucratividade do empreendimento.
Com relação à adubação nitrogenada a dose mínima aplicada (N1)
apresenta-se suficientes de acordo com a VPL e TIR, tendo um decréscimo nos
indicadores com o aumento desse insumo. Tais resultados indicam que as
tecnologias adotadas na fazenda são econômica e financeiramente viáveis.
Segundo Fagundes et al., (2002), os gastos com irrigação mesmo não
ultrapassando mais que 10% do custo operacional total da cultura do mamão na
no município de Luiz Eduardo Magalhães (BA), não devem ser interpretados
como irrelevantes. Em um ciclo chegam a ser utilizadas 5.000 horas de irrigação,
aplicando-se uma lâmina de 18 mm tendo seu turno de rega reduzido em até dois
dias nos períodos mais secos.
Através da análise de sensibilidade o item que apresentou maior impacto
sobre o VPL e a TIR, foi o preço do produto, nota-se que a redução de 10% no
preço do mamão provocaria um decréscimo no VPL (percentagem) de -81,80%
(L1N4) e -43,63% (L4N1), para a cultivar Golden (Tabela 6). No híbrido UENF
Caliman 01 (Tabela 7) esta variação seria de -15,90% (L1N1) e -95,64% (L3N3).
116
Em seguida o sulfato de amônio (SA) obteve maior impacto dentro dos itens
variáveis do experimento. A variação negativa no preço da irrigação (I)
apresentou o menor impacto decorrente de uma variação negativa de 10% no seu
custo. A variação na Taxa Interna de Retorno foi de -0,01 a -0,71% no tratamento
L1N4 e -0,02 a -0,86% (L4N1) para a cultivar Golden. No híbrido UENF Caliman
01 esta variação foi de -0,01 a -0,41% no tratamento L1N1, e de -0,01 a -0,76 no
tratamento L3N3. O item avaliado que apresentou maior variação na TIR foi o
preço pago pelo produto (PP).
Tabela 6 - Diminuição no VPL (0,49%a.m.) e TIR no sistema cultivo de mamão decorrente de
uma variação desfavorável de 10% (elevando itens de custo experimentais e reduzindo o
preço do produto) para a cultivar Golden.
GOLDEN
L1N4 L4N1
Índices
I SA PP I SA PP
VPL (R$) -631,50 -983,42 -3164,82 11460,43 11431,80 8026,89
* (%) -8,81 -41,44 -81,80 -0,60 -0,85 -43,63
TIR -0,32% -0,22% -0,37% 3,40% 3,40% 2,56%
**Variação -0,01% -0,11% -0,71% -0,02% -0,02% -0,86%
* Variação percentual; e ** Variação pontos percentuais.
Tabela 7 - Diminuição no VPL (0,49%a.m.) e TIR no sistema cultivo de mamão decorrente
de uma variação desfavorável de 10% (elevando itens de custo experimentais e reduzindo o
preço do produto) para híbrido UENF Caliman 01.
UENF Caliman 01
L1N1 L3N3
Índices
I SA PP I SA PP
VPL -6103,64 -6142,92 -7213,67 4915,36 4714,47 2534,68
* (%) -0,61 -1,24 -15,90 -0,89 -5,19 -95,64
TIR -1,59% -1,60% -1,98% 2,05% 1,99% 1,30%
**Variação -0,01% -0,03% -0,41% -0,01% -0,08% -0,76%
* Variação percentual, e ** Variação pontos percentuais.
A análise de sensibilidade realizada mostra que a redução nos preços de
comercialização do mamão elimina gradativamente a viabilidade de implementação dos
diferentes sistemas de cultivo. O sistema com os piores resultados na análise de
investimento é o primeiro a tornar-se inviável e assim sucessivamente. A análise
apresentada, considerando-se coeficientes e custos por hectare para comparar os sistemas
de cultivo, ou seja, sem considerar os efeitos de escala de produção, levanta dúvidas sobre
as conseqüências nos resultados de uma análise por estabelecimentos de tamanhos
117
variáveis. Isso demonstra um novo contexto que pode ser avaliado na análise econômica de
um ou mais dos sistemas de cultivo pesquisados (Fett, 2000). Os itens avaliados pelo
método triangular foram: irrigação (mm), doses de sulfato de amônio (kg), produtividade (t
ha
-1
) e preço do produto (R$). A Figura 2 apresenta a distribuição de freqüência do VPL
obtidos mediante a simulação de Monte Carlo, utilizando uma taxa de atratividade igual a
0,49% (a.m.) equivalente a 6% a.a.. Sabe-se que as informações usadas nas avaliações
são reais para condições de experimento e que manejo apresenta alto nível tecnológico, e
que os insumos (irrigação e doses de sulfato de amônio) avaliados no experimento tiveram
como objetivo o aumento da produtividade com redução de custo.
VPL (R$)
-20000 -15000 -10000 -5000 0 5000 10000 15000 20000
Distribuição de freqüência
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
GOLDEN
VPL (R$)
-20000 -15000 -10000 -5000 0 5000 10000 15000 20000
UENF CALIMAN 01
(A)
(B)
Figura 2 - Distribuição de probabilidade do Valor Presente Líquido para a cultivar
Golden (A) e para o híbrido UENF Caliman 01 no experimento.
A distribuição de freqüência acumulada obtida pelo método de Monte
Carlo mostra as probabilidades de que o projeto venha a reduzir certos valores
especificados. Pela simulação de Monte Carlo, nota-se que a cultura do mamão
oferece grau de risco considerável para a cultivar Golden e alto risco para o UENF
Caliman 01. Pode-se observar que a probabilidade do produtor obter um VPL
negativo é de 47,73 e 75,89% para a cultivar Golden e para o híbrido UENF
Caliman 01, respectivamente, para o horizonte de cultivo de cada experimento
(Figura 3). Lyra et al. (2006) apresentaram valores de probabilidade do VPL ser
negativo entre 51, a 76% no norte do Espírito Santo, em 25 meses de cultivo para
uma taxa de atratividade de 0,49 % a.
118
VPL (R$)
-20000 -15000 -10000 -5000 0 5000 10000 15000 20000
Distribuição de freqüêcia acumulada
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
GOLDEN
UENF CALIMAN 01
Figura 3 - Distribuição de probabilidade acumulada do Valor Presente Líquido
para a cultivar Golden e para o híbrido UENF Caliman 01 .
O preço do produto é o item cuja variação tem maior impacto sobre a
rentabilidade das culturas analisadas, o que, considerando a estrutura e as
características do mercado de produtos agrícolas, que conferem grande
instabilidade aos preços recebidos, implica que o risco envolvido nesses
empreendimentos pode ser elevado. Nesse sentido, a comercialização apresenta-
se como um dos principais problemas para a cultura do mamão e a forma de
amenizar as instabilidades de preço pago ao produtor é através do processo de
agroindustrialização e exportação do produto, visto que o mercado Europeu e
Norte Americano são grandes consumidores do mamão. É válido salientar que na
região encontra-se uma indústria de sucos e beneficiamento de polpa, o que
resultaria em uma alternativa de comercialização. Para os produtores de mamão
é muito importante não só produzir com eficiência, mas estarem ligados a um
esquema de comercialização capaz de garantir o escoamento do produto, assim
como para os intermediários comerciais é muito importante salientar o uso
adequado das diversas técnicas de processamento pós-colheita, garantindo
menores perdas com uma maior lucratividade em seus negócios.
Além de assegurar maior estabilidade de renda e menores riscos
inerentes ao mercado, esse processo ocasionaria como vantagens adicionais, a
garantia de assistência técnica, a incorporação de novas tecnologias de
produção, entre outros. Entretanto, não deve ser desconsiderado que as
vantagens advindas desse processo podem ser anuladas em razão dos conflitos
119
entre agricultores e agroindústrias. Para o produtor, especificamente, situações
desfavoráveis podem ocorrer nos casos de manipulação, pelas agroindústrias,
dos padrões de qualidade para regular preço e entrega, de utilização da recepção
tardia para reduzir o preço, ou de defasagem na correção dos preços previstos
nos contratos (Lopes, 1992).
Avaliando a viabilidade econômica num horizonte de cultivo de 25 meses
em três lotes de cultivo convencional da cultivar Golden, em que foi utilizado
sistema de irrigação do tipo localizado por gotejamento, pode-se observar que o
manejo da Fazenda apresentou valores de VPL e TIR positivos (Tabela 8), o que
viabiliza o manejo adotado na Fazenda. Entretanto os tratamentos L4N1 e L4N2
(em que o sistema de irrigação foi do tipo localizada por microaspersão) do
experimento com a cultivar Golden, mostram valores de TIR e VPL superiores
para um horizonte de planejamento de 20 meses. A adoção dessa tecnologia
poderá gerar lucros maiores ao manejo adotado na Fazenda.
Tabela 8 - Valor Presente Líquido com horizonte de planejamento comuns de 25
meses, e Taxa Interna de Retorno para o cultivo de mamão em três áreas
distintas na Fazenda Caliman Agrícola.
Valor Presente Líquido
Taxa de desconto (%)
Lote
0,95% 0,80% 0,64% 0,49%
TIR
STZ-60 5880,90 6746,31 7658,57 8621,15 2,15%
STZ-61 3080,94 3793,43 4544,81 5337,98 1,68%
STZ-62 7944,07 8796,83 9695,19 10642,50 2,69%
* Taxas de descontos mensais proporcionais a 12, 10, 8 e 6% a.a., respectivamente.
** Valor Presente Líquido calculado para um horizonte de 25 meses, tempo médio de lavoura na Fazenda
Caliman Agrícola S.A.
4. RESUMO E CONCLUSÕES
A área de estudo deste trabalho foi a Fazenda Caliman Agrícola S.A., situada no
município de Linhares. Foram avaliadas separadamente duas variedades de mamoeiro
(Golden e UENF Caliman 01) em cinco níveis de irrigação (50, 70, 90, 110 e 130% da
120
evapotranspiração de referência) combinados com quatro doses de sulfato de amônio (90,
188, 288 e 377 kg ha
-1
mês
-1
). Na determinação dos riscos e índices na cultura do mamão
utilizou-se o cálculo do Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno, análise de
sensibilidade e o método de Monte Carlo. As informações para compor os coeficientes
técnicos utilizados na montagem do fluxo de caixa da cultura do mamão foram obtidas no
acompanhamento do experimento para cada tratamento. Os tratamentos de irrigação
foram significativos estatisticamente (p < 0,05) em relação à produtividade. Entretanto as
doses de sulfato de amônio e suas interações com as lâminas aplicadas não
apresentaram diferenças significativas (p < 0,05), para a mesma variável. De acordo com
as análises econômicas e com os indicadores de rentabilidade utilizados, a cultura do
mamão apresenta-se como uma alternativa rentável para os produtores rurais da região
Norte do estado do Espírito Santo, com certo grau de risco para cada cultivar.
Os resultados indicaram o sistema de cultivo com lâmina de irrigação referente a
110% da ETo (L4) e dose de sulfato de amônio de 90 kg ha
-1
mês
-1
(N1) como o mais
apropriado para implantação pelos métodos do VPL e TIR, na cultivar Golden. No entanto,
para o híbrido UENF Caliman 01 o tratamento que apresentou melhor resultado por esses
métodos foi o referente a 90% da ETo (L3) combinado com a dose de sulfato de amônio
igual a 188 kg ha
-1
mês
-1
(N3). A análise de sensibilidade revela que se deve atentar para
particularidades dos preços pagos pelo produto, uma vez que algumas características
especiais, que alterem os custos de produção ou produtividade dos pomares, modificam o
sistema de cultivo recomendado. Mediante a simulação triangular, pode-se concluir que a
probabilidade do produtor obter Valor Presente Líquido negativo é 47,73 e 75,87%, para o
Golden e para o UENF Caliman 01, respectivamente. Indicando que o projeto oferece
determinado grau de risco considerável para uma taxa de atratividade de 6% a.a. (0,49%
a.m.). O manejo da Fazenda Caliman apresenta valores positivos de VPL e TIR o que
viabiliza a comercialização do mamão, entretanto a adoção de lâminas de irrigação e
doses de sulfato de amônio que podem maximizar o lucro na Fazenda.
Deve-se ter especial atenção e preocupação no momento da colheita, pois esta é
a última etapa do processo produtivo e a primeira etapa da comercialização, influênciando
significativamente na qualidade e durabilidade dos frutos. Sugere-se, para próximos
trabalhos, que se faça uma análise comparando outros insumos que podem influênciar na
produção, sobre outros aspectos da cultura que alterem a planilha de custo como uso de
herbicidas e outros fertilizantes.
121
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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123
4. RESUMO E CONCLUSÕES
Nesta tese foram apresentados quatro trabalhos com o objetivo de
estudar o comportamento da cultura dos mamoeiros Golden e UENF Caliman 01,
sob influência de diferentes níveis de irrigação e doses de sulfato de amônio. Os
experimentos foram montados na Fazenda caliman Agrícola S.A. com os
mamoeiros cultivares Golden (grupo Solo) e híbrido UENF Caliman 01. O
delineamento estatístico experimental foi em blocos casualizados, com esquema
fatorial 5x4 em parcelas subdivididas, sendo cinco lâminas de irrigação (50, 70,
90, 110 e 130% da ETo) e quatro doses de nitrogênio na forma de sulfato de
amônio (90, 188, 288 e 377 kg ha
-1
mês
-1
), totalizando 20 tratamentos, com três
repetições. Estes experimentos iniciaram em 14 de outubro de 2004 e foram
concluídos em 30 de junho de 2006.
No primeiro trabalho objetivou-se identificar os níveis ótimos de irrigação
e adubação nitrogenada que propiciem a máxima produtividade física e
econômica da cultivar de mamoeiro “Golden” e para o híbrido UENF Caliman 01
utilizando função de produção. Na determinação da função de produção os frutos
foram colhidos no estagio 1 de maturação de acordo com as recomendações
apresentadas por (Sabbor et al. 2000), posteriormente, a produtividade foi
determinada multiplicando-se o peso médio do fruto pelo número de frutos por
planta e pelo número de plantas por unidade de área de cada parcela
experimental. Para correlacionar os componentes da produção da cultivar Golden
e do híbrido aos níveis de água aplicados e doses de nitrogênio, procurou-se
124
obter as seguintes funções: produtividade média, produção total por planta, peso
comprimento e diâmetro médio do fruto e do número total médio de frutos versus
lâmina total de água aplicada e dose de sulfato de amônio, todos considerando a
produção adequada para o mercado interno e para o mercado externo. A partir
dos dados de produção e produtividade, foram feitas as análises econômicas das
funções de resposta (água e adubação x produção).
No segundo trabalho objetivou-se avaliar o ajuste dos modelos de
Gompertz, logístico e monomolecular e a taxa de crescimento dos mamoeiros
Golden e UENF Caliman 01 em relação aos graus-dias acumulados. Em uma
segunda etapa os modelos foram modificados e avaliados com a adição de mais
uma variável independente (produtividade acumulada), sob diferentes níveis de
irrigação e adubação nitrogenada para condições locais. As avaliações botânicas
foram feitas mensalmente em quatro plantas úteis por parcela, (cada parcela era
composta de 24 plantas) tendo seu inicio na sexagem, e estendendo durante um
período de 634 dias (Golden) e 514 dias (UENF Caliman 01) após o transplantio
das mudas no campo. As variáveis avaliadas foram: Altura de planta (h), diâmetro
de caule (DCaule) e diâmetro de copa (Dcopa). As medições de altura de planta
foram feitas a partir da base da planta no solo até a altura da última folha emitida,
utilizando réguas com precisão de ± 0,05 m. O diâmetro de caule foi medido a
uma atura de 0,50 m do solo utilizando para isto fita métrica com precisão de ±
0,001 m, onde se determinava o perímetro na altura mencionada e através e
posteriormente determinava-se o diâmetro. Na determinação do diâmetro de copa
foram coletados dados longitudinais e transversais com uma trena de precisão ±
0,001 m, posteriormente foram feitas as médias das duas medidas. Os modelos
utilizados foram Gompertz, logístico e monomolecular, os quais foram ajustados
de acordo com a variável independente, “graus-dias” (GD). Com o intuito de
verificar a influência da produtividade no crescimento do mamoeiro, em uma
segunda etapa, acrescentou aos modelos a produtividade acumulada como
variável independente gerando os modelos modificados.
Com o objetivo de determinar os teores de nutrientes no limbo e pecíolo
foliar em função da lâmina total aplicada e da adubação com sulfato de amônio,
assim como suas interações, para a cultivar Golden e para o híbrido UENF
Caliman 01, foi realizado o terceiro trabalho. Os teores de nutrientes nas folhas
foram comparados com níveis críticos ou teores adequados apresentados por
125
Costa (1995), Malavolta et al. (1997), Campostrini et al. (2001), Marinho et al.
(2001), Almeida et al. (2002), Barreto & Araújo Filho (2002), Cruz (2003), Falcão
et al. (2004), Santana (2004) e Mesquita (2005) para o limbo e Reuther &
Robinson (1986), Costa (1995), Malavolta et al. (1997), Marinho et al. (2001),
Almeida et al. (2002) para o pecíolo. Na ausência de interação entre os fatores
optou-se por apresentar as médias gerais dos teores de nutrientes, em cada
época, englobando todas as variedades. Quando houve interação foi feito o
desdobramento dos teores médios, para cada tratamento, em cada época de
amostragem separadamente. As análises foliares seguiam metodologia sugerida
por Malavolta et al. (1997). O preparo do material para análise no laboratório
segue os seguintes passos: Lavagem, secagem, moagem e armazenamento. O
nitrogênio (N) foi determinado pelo método de digestão ácida quente. Através da
digestão nitro-perclórica determinaram-se os teores de fósforo (P), potássio (K),
cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu) e
manganês (Mn). O boro (B) foi determinado por digestão seca.
No quarto trabalho objetivou-se determinar, mediante o cálculo do Valor
Presente Líquido e da Taxa Interna de Retorno da análise de sensibilidade, e do
método de Monte Carlo a rentabilidade e o risco da cultura do mamão na região
norte capixaba. As informações para compor os coeficientes técnicos utilizados na
montagem do fluxo de caixa da cultura do mamão foram obtidas através do
departamento administrativo da Fazenda Caliman. A Fazenda dispõe de sistemas
de irrigação localizada com fertirrigação, assim como as cultivares com altas
produtividades desenvolvidas na própria fazenda. As três áreas analisadas foram
plantadas com a cultivar Golden, em 15 de março de 2004, e o término do ciclo
ocorreu 25 meses depois, em 15 de março de 2006.
Com os dados obtidos pode-se concluir:
A estimativa da produtividade (t ha
-1
) do mamoeiro em função da lâmina total
aplicada para a região norte do Espírito Santo, para a cultivar Golden e para o
híbrido UENF Caliman 01, tiveram ajustes significativos com os modelos de
segunda ordem;
As máximas produtividades físicas são iguais a 94,83 t ha
-1
com lâmina máxima
de 1549,83mm e 88,01 t ha
-1
e lâmina máxima aplicada de 938,06mm para a
cultivar Golden e para híbrido UENF Caliman 01, respectivamente;
126
As lâminas ótimas econômicas para o mercado interno e externo,
respectivamente, para o Golden durante os 20 meses após o transplantio e 12
meses de colheita são de 1546,52 e 1547,32mm e 936,52 e de 937,32mm para
UENF Caliman 01 em durante os 16 meses após o transplantio em 8 meses de
colheita;
Apesar das lâminas estimadas, com que se obtém ótimo retorno econômico
serem um pouco menores que as estimadas para a máxima produção tanto para
Golden quanto para o UENF Caliman 01, as produtividades máximas econômicas
encontradas para ambos mamoeiros são próximas das produtividades máximas
físicas;
A proximidade entre as lâminas físicas e econômicas estimadas, para ambas as
variedades, pressupõe a adoção do mesmo manejo de irrigação;
A receita líquida operacional para Golden nos mercados interno e externo é de
313,19 e 929,57 R$ ha
-1
mês
-1
, respectivamente. O híbrido UENF Caliman 01
apresenta receita líquida operacional de 302,79 e 1347,87 R$ ha
-1
mês
-1
nos
mercados interno e externo, respectivamente;
Os pesos médios de frutos com aplicação máxima de lâmina de irrigação são
de 420, 20 gramas (A= 1623,80mm) e 1155,96 gramas com aplicação de lâmina
de 927,34mm, para o Golden e UENF Caliman 01, respectivamente;
Os resultados demonstram que a utilização de função de produção para manejo
de irrigação no mamoeiro possibilita resultados satisfatórios, de acordo com os
componentes de produção que se deseja determinar;
De acordo com as equações de regressão, as lâminas que proporcionaram os
maiores comprimento e diâmetro de frutos para a cultivar Golden, são: 1670,36 e
1694,67mm, atingindo um comprimento de fruto de 139 mm e diâmetro de 83 mm;
Não houve efeito dos níveis de irrigação e doses de sulfato de amônio na altura,
diâmetro do caule e diâmetro de copa;
127
Na cultivar Golden e no Híbrido UENF Caliman 01 os modelos originais
apresentaram-se significativos em nível de 1% de probabilidade para a variável
altura de planta e diâmetro de caule. Contudo estes modelos não apresentaram
ajuste significativo para a variável diâmetro de copa;
Nos modelos originais e modificados, de forma geral, os parâmetros
apresentam expressão biológica e não puramente estatística, uma vez que os
coeficientes de determinação ajustados obtiveram valores elevados para altura de
planta e diâmetro de caule e diâmetro de copa (modelos modificados);
Através dos modelos modificados para a cultivar Golden e para o híbrido UENF
Caliman 01 pode-se observar a influência da produtividade no crescimento das
plantas;
Os teores de nutrientes apresentaram valores superiores no limbo, com
exceção do potássio que apresentou os maiores teores no pecíolo;
A constatação da variação significativa da maioria dos teores de nutrientes com
diferentes lâminas totais de água aplicada e doses de sulfato de amônio mostra a
necessidade de estudos que determinem as adequadas adubações potenciais em
função de diferentes laminas de água e doses de sulfato de amônio;
A maioria dos teores de nutrientes no limbo e no pecíolo ficaram próximos ou
dentro dos valores encontrados na literatura para a cultura do mamoeiro;
Os teores nutrientes para a cultivar Golden no limbo, apresentaram na primeira
análise foliar os maiores teores de N, P e S, e os menores teores de Cu e Mn; na
segunda análise foliar os maiores teores foram teores de K, Ca e Mg, e os
menores N, Fe, Cu, Zn e B; enquanto que na terceira análise foliar os maiores
teores foram de Fe, Zn, Mn, Cu e B, e os menores de P, K, Mg e S;
No pecíolo da cultivar Golden os teores variaram na seguinte ordem: na
primeira análise foliar os maiores teores foram de P, Mg, S, Cu e B os menores
teores de K, Ca, Zn e Mn; na segunda análise foliar os maiores teores foram
128
teores de Ca e Zn, e os menores N, P, Mg, Fe e B; enquanto que na terceira
análise foliar os maiores teores foram de N, K, Fe, B e os menores de S e Cu;
No híbrido UENF Caliman 01, tanto no limbo quanto no pecíolo, os teores de N,
P, Ca, Mg, S Fe e Mn foram maiores tanto na primeira análise foliar, assim como
os teores de Zn no limbo e o B no pecíolo para a mesma análise. O K e Cu foram
menores nesta análise;
A interpretação da análise foliar deve levar em consideração a época de
amostragem uma vez que, alguns períodos são mais críticos para determinados
nutrientes.
O manejo da Fazenda Caliman apresenta valores positivos de VPL e TIR o que viabiliza
a comercialização do mamão, entretanto a adoção de lâminas de irrigação e doses de
sulfato de amônio que podem maximizar o lucro na Fazenda.
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134
APÊNDICE 1
135
Tabela 1 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, da produtividade, Peso total por planta (PTPP) e número de
frutos (N. frutos), na cultivar Golden
Produtividade (t ha
-1
) PTPP (kg planta
-1
) N.Fruto F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 1284,3429 326,2854 1254,2716
Lâmina (L) 4 806,1454 5,0066 204,8000 5,0066 751,8823 1,7412 3,8379
Resíduo (a) 8 161,0179 40,9064 431,8140
Parcelas 14 505,8150 128,5016 640,7561
Nitrogênio (N) 3 2,4643 0,0099 0,6261 0,0099 16,3845 0,0388 2,9223
L X N 12 80,0271 0,3210 20,3308 0,3210 383,1511 0,9062 2,0921
Resíduo (b) 30 249,3431 63,3452 422,7904
Total 59
Tabela 2 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, do peso médio do fruto (PMF), comprimento de fruto (Comp.
de fruto) e diâmetro de fruto ( Diâm. fruto), na cultivar Golden
PMF (g) Comp. de fruto (cm) Diâm. Fruto (cm) F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 1867,4116 13,9942 18,3710
Lâmina (L) 4 1447,7777 4,7589 22,6211 6,7075 13,6941 6,8456 3,8379
Resíduo (a) 8 304,2229 3,3725 2,0004
Parcelas 14 854,2655 10,3895 7,6801
Nitrogênio (N) 3 162,8221 0,4996 2,8230 0,7732 1,3628 0,5157 2,9223
L X N 12 240,3720 0,7376 3,0197 0,8271 1,1575 0,4380 2,0921
Resíduo (b) 30 325,8815 3,6510 2,6424
Total 59
136
Tabela 3 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, da firmeza externa do fruto (Firm. Externa), firmeza interna
do fruto (Firm. inetrna) e Brix ( BRIX), na cultivar Golden
Firm. Externa (N) Firm. Interna (N) BRIX
o
F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 92,1007 34,0884 0,0033
Lâmina (L) 4 116,9387 1,2242 67,7347 9,1176 0,0991 0,9992 3,8379
Resíduo (a) 8 95,5239 7,4290 0,0992
Parcelas 14 101,1534 28,4677 0,0855
Nitrogênio (N) 3 1,0142 0,0165 4,8604 0,7820 0,0959 1,5270 2,9223
L X N 12 17,0415 0,2779 7,5677 1,2176 0,0649 1,0326 2,0921
Resíduo (b) 30 61,3325 6,2154 0,0628
Total 59
Tabela 4 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, da produtividade, Peso total por planta (PTPP) e número de
frutos (N. frutos), no híbrido UENF Caliman 01
Produtividade (t ha
-1
) PTPP (kg planta
-1
) N.Fruto F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 14989,8907 326,2854 1774,0020
Lâmina (L) 4 572,4522 4,4002 204,8000 5,0066 76,9896 0,8963 3,8379
Resíduo (a) 8 130,0959 40,9064 85,8940
Parcelas 14 2379,3112 128,5016 324,5082
Nitrogênio (N) 3 378,4912 1,0663 0,6261 0,0099 72,5695 0,7600 2,9223
L X N 12 659,5090 1,8579 20,3308 0,3210 75,0391 0,7859 2,0921
Resíduo (b) 30 354,9723 63,3452 95,4846
Total 59
137
Tabela 5 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, do peso médio do fruto (PMF), comprimento de fruto (Comp.
de fruto) e diâmetro de fruto ( Diâm. fruto), no híbrido UENF Caliman 01
PMF (g) Comp. de fruto (cm) Diâm. Fruto (cm) F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 57250,6410 473,8036 101,4707
Lâmina (L) 4 8414,4800 4,2634 37,0090 0,6606 12,6851 2,6717 3,8379
Resíduo (a) 8 1973,6568 56,0237 4,7480
Parcelas 14 11710,6040 110,2738 20,8333
Nitrogênio (N) 3 3942,3413 1,0589 19,7779 0,6450 12,4160 2,0207 2,9223
L X N 12 7626,1913 2,0484 45,1473 1,4722 11,7963 1,9198 2,0921
Resíduo (b) 30 3722,9091 30,6656 6,1445
Total 59
Tabela 6 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, da firmeza externa do fruto (Firm. Externa), firmeza interna
do fruto (Firm. inetrna) e Brix ( BRIX), no híbrido UENF Caliman 01
Firm. Externa (N) Firm. Interna (N) BRIX
o
F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 10,4211 47,5659 0,2719
Lâmina (L) 4 362,5418 1,8802 131,9007 0,6409 0,1795 1,6360 3,8379
Resíduo (a) 8 192,8239 205,7911 0,1097
Parcelas 14 215,2572 162,0759 0,1528
Nitrogênio (N) 3 33,1720 0,2904 42,4720 0,7176 0,1685 0,8417 2,9223
L X N 12 183,5681 1,6069 50,4592 0,8526 0,2676 1,3371 2,0921
Resíduo (b) 30 114,2401 59,1825 0,2002
Total 59
138
APÊNDICE 2
139
Tabela 1 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no limbo, na primeira análise foliar para a
cultivar Golden.
Macronutrientes Limbo
N P K Ca Mg S F tabelado
F.V. GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 17,6871 0,3992 7,4505 6,0754 1,2763 5,4158
Lâmina (L) 4 9,3245 0,7935 0,2357 1,0312 2,6915 0,2021 2,4876 0,4231 0,8820 0,4248 1,6048 0,3460 3,8379
Resíduo (a) 8 11,7513 0,2286 13,3207 5,8790 2,0762 4,6376
Parcelas 14 11,9059 0,2550 9,4452 4,9381 1,6207 3,8822
Nitrogênio (N) 3 29,7682 2,1032 0,5878 3,5160 24,3275 4,4692 1,0134 0,7787 0,4866 1,2859 0,3927 0,9655 2,9223
L X N 12 14,9027 1,0529 0,3775 2,2580 6,9360 1,2742 1,8891 1,4515 0,5520 1,4588 0,5016 1,2334 2,0921
Resíduo (b) 30 14,1538 0,1672 5,4433 1,3015 0,3784 0,4067
Total 59
Tabela 2 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no limbo, na primeira análise foliar para a
cultivar Golden.
Micronutrientes Limbo
Fe Zn Cu Mn B F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 450,0667 53,1167 12,2000 290,8500 41,8500
Lâmina (L) 4 52,2917 0,9583 7,0833 0,2955 3,9750 0,4602 78,5417 1,0173 31,9833 1,1579 3,8379
Resíduo (a) 8 54,5667 23,9708 8,6375 77,2042 27,6208
Parcelas 14 110,4167 23,3095 7,8143 108,1071 30,9000
Nitrogênio (N) 3 236,8667 2,3212 11,7556 1,1113 4,5500 1,6154 42,5944 0,9071 6,9778 0,5190 2,9223
L X N 12 61,5472 0,6031 8,9500 0,8461 4,3417 1,5414 40,7750 0,8684 10,2278 0,7607 2,0921
Resíduo (b) 30 102,0444 10,5778 2,8167 46,9556 13,4444
Total 59
140
Tabela 3 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no pecíolo, na primeira análise foliar para a
cultivar Golden.
Macronutrientes Pecíolo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 6,3668 0,3125 69,2911 9,0365 0,6630 2,8166
Lâmina (L) 4 1,4483 0,6989 0,0735 0,3915 13,8798 0,5941 8,1560 1,5758 0,7237 1,9967 2,2359 4,8451 3,8379
Resíduo (a) 8 2,0721 0,1878 23,3610 5,1759 0,3625 0,4615
Parcelas 14 2,5074 0,1730 27,2135 6,5789 0,5086 1,3049
Nitrogênio (N) 3 0,7958 0,8379 0,1574 0,8202 67,6277 5,5282 0,4083 0,2362 0,1985 0,6182 0,0847 0,2637 2,9223
L X N 12 1,1789 1,2413 0,2312 1,2046 18,2059 1,4882 0,9999 0,5785 0,2637 0,8211 0,3686 1,1470 2,0921
Resíduo (b) 30 0,9498 0,1919 12,2332 1,7283 0,3211 0,3214
Total 59
Tabela 4 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no pecíolo, na primeira análise foliar para a
cultivar Golden.
Micronutrientes Pecíolo
Fe Zn Cu Mn B F tabelado
F. de Variação GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 32,6167 2,4500 3,4667 19,3500 17,9167
Lâmina (L) 4 31,6083 1,2690 5,3083 0,8448 2,3083 0,1942 27,0667 0,7096 0,9000 0,3600 3,8379
Resíduo (a) 8 24,9083 6,2833 11,8833 38,1417 2,5000
Parcelas 14 27,9238 5,4571 7,9452 32,2929 4,2452
Nitrogênio (N) 3 10,2000 0,4210 12,1111 1,1117 1,2611 1,2611 6,9500 0,7372 3,5722 1,4988 2,9223
L X N 12 25,6306 1,0579 16,4861 1,5133 0,9972 0,9972 7,4222 0,7873 2,0444 0,8578 2,0921
Resíduo (b) 30 24,2278 10,8944 1,0000 9,4278 2,3833
Total 59
141
Tabela 5 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no limbo, na segunda análise foliar para a
cultivar Golden.
Macronutrientes Pecíolo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 2,0164 0,1002 15,5183 2,7249 0,0433 0,0823
Lâmina (L) 4 4,5467 3,0812 0,5315 12,4014 11,0585 0,5438 7,4566 14,6776 0,3301 2,4661 11,4349 28,3439 3,8379
Resíduo (a) 8 1,4756 0,0429 20,3348 0,5080 0,1339 0,4034
Parcelas 14 2,4303 0,1907 16,9964 2,8100 0,1770 3,5094
Nitrogênio (N) 3 0,4191 0,4181 0,1243 3,0043 32,3228 1,3559 0,4734 0,6534 0,3891 2,0597 1,5913 9,0608 2,9223
L X N 12 4,0634 4,0537 0,0760 1,8378 51,2959 2,1518 2,7155 3,7478 0,2137 1,1312 1,3735 7,8206 2,0921
Resíduo (b) 30 1,0024 0,0414 23,8384 0,7246 0,1889 0,1756
Total 59
Tabela 6 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no limbo, na segunda análise foliar para a
cultivar Golden.
Micronutrientes Pecíolo
Fe Zn Cu Mn B F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 17,2167 32,6167 0,2000 33,8667 11,0167
Lâmina (L) 4 114,8917 13,7732 42,9833 4,0807 1,4583 3,5714 43,3167 2,2512 112,2083 16,6337 3,8379
Resíduo (a) 8 8,3417 10,5333 0,4083 19,2417 6,7458
Parcelas 14 40,0524 22,9595 0,6786 28,2095 37,4881
Nitrogênio (N) 3 36,2833 1,4012 30,0889 2,1918 0,1944 0,5000 7,0667 0,9394 1,8833 0,7567 2,9223
L X N 12 62,2139 2,4026 26,9500 1,9632 0,4583 1,1786 8,2611 1,0982 4,6194 1,8560 2,0921
Resíduo (b) 30 25,8944 13,7278 0,3889 7,5222 2,4889
Total 59
142
Tabela 7 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no pecíolo, na segunda análise foliar para a
cultivar Golden.
Macronutrientes Pecíolo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 2,0164 0,1002 15,5183 2,7249 0,0433 0,0823
Lâmina (L) 4 4,5467 3,0812 0,5315 12,4014 11,0585 0,5438 7,4566 14,6776 0,3301 2,4661 11,4349 28,3439 3,8379
Resíduo (a) 8 1,4756 0,0429 20,3348 0,5080 0,1339 0,4034
Parcelas 14 2,4303 0,1907 16,9964 2,8100 0,1770 3,5094
Nitrogênio (N) 3 0,4191 0,4181 0,1243 3,0043 32,3228 1,3559 0,4734 0,6534 0,3891 2,0597 1,5913 9,0608 2,9223
L X N 12 4,0634 4,0537 0,0760 1,8378 51,2959 2,1518 2,7155 3,7478 0,2137 1,1312 1,3735 7,8206 2,0921
Resíduo (b) 30 1,0024 0,0414 23,8384 0,7246 0,1889 0,1756
Total 59
Tabela 8 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no pecíolo, na segunda análise foliar para a
cultivar Golden.
Micronutrientes Pecíolo
Fe Zn Cu Mn B F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 17,2167 32,6167 0,2000 33,8667 11,0167
Lâmina (L) 4 114,8917 13,7732 42,9833 4,0807 1,4583 3,5714 43,3167 2,2512 112,2083 16,6337 3,8379
Resíduo (a) 8 8,3417 10,5333 0,4083 19,2417 6,7458
Parcelas 14 40,0524 22,9595 0,6786 28,2095 37,4881
Nitrogênio (N) 3 36,2833 1,4012 30,0889 2,1918 0,1944 0,5000 7,0667 0,9394 1,8833 0,7567 2,9223
L X N 12 62,2139 2,4026 26,9500 1,9632 0,4583 1,1786 8,2611 1,0982 4,6194 1,8560 2,0921
Resíduo (b) 30 25,8944 13,7278 0,3889 7,5222 2,4889
Total 59
143
Tabela 9 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no limbo, na terceira análise foliar para a
cultivar Golden.
Macronutrientes Limbo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 1,1893 0,0363 0,1806 2,6023 0,0402 0,0092
Lâmina (L) 4 50,8345 60,8186 0,0661 2,5553 16,4755 21,0525 3,4325 0,6557 1,8730 48,1562 1,6752 200,1005 3,8379
Resíduo (a) 8 0,8358 0,0259 0,7826 5,2349 0,0389 0,0084
Parcelas 14 15,1717 0,0388 5,1803 4,3438 0,5631 0,4847
Nitrogênio (N) 3 16,5269 12,4126 0,6736 23,8289 15,1093 23,6735 15,4558 2,7724 5,2378 67,9748 0,6304 37,9119 2,9223
L X N 12 16,8081 12,6238 0,5373 19,0056 12,7880 20,0365 2,5044 0,4492 0,6486 8,4180 0,5860 35,2441 2,0921
Resíduo (b) 30 1,3315 0,0283 0,6382 5,5749 0,0771 0,0166
Total 59
Tabela 10 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no limbo, na terceira análise foliar para a
cultivar Golden.
Micronutrientes Limbo
Fe Zn Cu Mn B
F
tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 1,8167 2,0292 0,8167 7,4042 0,0375
Lâmina (L) 4 204,6417 65,3981 209,5167 32,5568 2,9167 3,3175 72,2958 24,5417 12,2083 5,7564 3,8379
Resíduo (a) 8 3,1292 6,4354 0,8792 2,9458 2,1208
Parcelas 14 60,5167 63,8292 1,4524 23,3970 4,7054
Nitrogênio (N) 3 204,2389 22,6932 4,0708 1,7883 2,1333 2,4000 91,3375 17,6261 7,5153 7,6535 2,9223
L X N 12 311,0861 34,5651 54,9944 24,1586 0,9944 1,1188 32,0181 6,1788 15,2028 15,4823 2,0921
Resíduo (b) 30 9,0000 2,2764 0,8889 5,1819 0,9819
Total 59
144
Tabela 11 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no pecíolo, na terceira análise foliar para a
cultivar Golden.
Macronutrientes Pecíolo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 1,2576 0,0547 6,9293 0,3286 0,4309 0,0189
Lâmina (L) 4 5,8318 8,2935 0,9477 22,5427 44,9489 9,9050 3,5346 13,7068 0,1521 0,5974 4,7279 300,4649 3,8379
Resíduo (a) 8 0,7032 0,0420 4,5380 0,2579 0,2546 0,0157
Parcelas 14 2,2477 0,3026 16,4256 1,2042 0,2505 1,3625
Nitrogênio (N) 3 2,7397 6,9165 0,0876 2,7556 130,1136 25,9427 4,3752 15,0723 2,9330 7,8859 0,2241 13,7843 2,9223
L X N 12 9,7629 24,6474 0,3573 11,2357 36,2070 7,2191 2,7586 9,5031 1,0640 2,8606 0,5478 33,7020 2,0921
Resíduo (b) 30 0,3961 0,0318 5,0154 0,2903 0,3719 0,0163
Total 59
Tabela 12 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no pecíolo, na terceira análise foliar para a
cultivar Golden.
Micronutrientes Pecíolo
Fe Zn Cu Mn B F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 6,3167 0,8042 0,2167 2,2167 0,4667
Lâmina (L) 4 58,8333 15,2484 13,3292 21,6149 9,1417 59,2973 57,9167 13,3397 3,8167 2,3073 3,8379
Resíduo (a) 8 3,8583 0,6167 0,1542 4,3417 1,6542
Parcelas 14 19,9167 4,2756 2,7310 19,3452 2,1024
Nitrogênio (N) 3 61,0000 11,7433 15,6819 3,1096 0,1111 0,4348 52,6389 9,0670 6,5944 4,8848 2,9223
L X N 12 28,7222 5,5294 8,1125 1,6086 1,0417 4,0761 69,1389 11,9091 4,8722 3,6091 2,0921
Resíduo (b) 30 5,1944 5,0431 0,2556 5,8056 1,3500
Total 59
145
Tabela 13 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no limbo, na primeira análise foliar para o
híbrido UENF Caliman 01
Macronutrientes Limbo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 23,5407 0,1799 103,8786 6,2526 10,8995 9,8415
Lâmina (L) 4 14,6705 1,8933 0,2178 1,0958 5,0209 1,6665 2,3820 0,9963 1,1690 1,7239 0,0793 0,7345 3,8379
Resíduo (a) 8 7,7487 0,1988 3,0129 2,3909 0,6781 0,1079
Parcelas 14 11,9823 0,2015 17,9960 2,9400 2,2785 1,4902
Nitrogênio (N) 3 6,6491 0,6049 0,4027 3,8699 8,9223 1,7462 0,4998 0,7113 1,3791 2,4231 0,1648 1,0738 2,9223
L X N 12 14,7782 1,3445 0,0709 0,6815 1,9494 0,3815 2,0632 2,9364 0,5009 0,8801 0,1777 1,1579 2,0921
Resíduo (b) 30 10,9912 0,1041 5,1097 0,7026 0,5691 0,1535
Total 59
Tabela 14 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no limbo, na primeira análise foliar para o
híbrido UENF Caliman 01
Micronutrientes Limbo
Fe Zn Cu Mn B F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 235,5167 41,1500 10,5500 286,4667 60,0167
Lâmina (L) 4 236,8583 1,4459 11,3583 0,9053 0,5583 0,2965 31,8500 0,3597 11,7500 0,2363 3,8379
Resíduo (a) 8 163,8083 12,5458 1,8833 88,5500 49,7250
Parcelas 14 194,9238 16,2929 2,7429 100,6238 40,3452
Nitrogênio (N) 3 262,1056 2,0125 4,8167 0,7940 2,1778 2,0103 22,6444 0,5141 30,1944 3,6998 2,9223
L X N 12 59,6472 0,4580 8,8583 1,4602 0,9139 0,8436 35,8944 0,8150 15,8611 1,9435 2,0921
Resíduo (b) 30 130,2389 6,0667 1,0833 44,0444 8,1611
Total 59
146
Tabela 15 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no pecíolo, na primeira análise foliar para o
híbrido UENF Caliman 01
Macronutrientes Pecíolo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 1,9488 1,6250 28,2628 43,9827 0,4115 16,6015
Lâmina (L) 4 0,7088 0,4675 0,1291 0,5749 22,6210 1,8226 6,3886 0,8272 0,1223 0,3809 0,6725 3,2418 3,8379
Resíduo (a) 8 1,5163 0,2246 12,4114 7,7230 0,3210 0,2075
Parcelas 14 1,3474 0,3974 17,5929 12,5217 0,2772 2,6823
Nitrogênio (N) 3 3,5437 5,4178 0,5527 3,6266 21,6994 2,1357 0,1094 0,0878 0,6624 2,8937 0,1350 0,2687 2,9223
L X N 12 1,1488 1,7563 0,1058 0,6943 13,5964 1,3382 1,8852 1,5126 0,3124 1,3647 0,4706 0,9367 2,0921
Resíduo (b) 30 0,6541 0,1524 10,1603 1,2463 0,2289 0,5024
Total 59
Tabela 16 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no pecíolo, na primeira análise foliar para o
híbrido UENF Caliman 01
Micronutrientes Pecíolo
Fe Zn Cu Mn B F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 0,0667 15,8000 3,1542 53,7542 36,0500
Lâmina (L) 4 87,3812 1,2869 7,8271 0,3846 1,6187 1,9474 8,6250 0,7210 2,0313 1,2357 3,8379
Resíduo (a) 8 67,9000 20,3521 0,8313 11,9625 1,6438
Parcelas 14 63,7756 16,1232 1,3881 16,9792 6,6696
Nitrogênio (N) 3 98,6556 1,9657 7,0056 0,6345 0,6486 2,2780 5,0264 0,9234 12,0778 5,3481 2,9223
L X N 12 36,4785 0,7268 14,6965 1,3310 0,5271 1,8512 10,9639 2,0143 4,1785 1,8502 2,0921
Resíduo (b) 30 50,1889 11,0417 0,2847 5,4431 2,2583
Total 59
147
Tabela 17 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no limbo, na segunda análise foliar para o
híbrido UENF Caliman 01
Macronutrientes Limbo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 40,8108 0,3136 32,9200 1,6685 5,7878 0,0003
Lâmina (L) 4 42,2949 2,8318 0,9950 2,1467 2,3099 0,1423 1,1265 0,8675 1,5606 1,6436 1,4622 6,7921 3,8379
Resíduo (a) 8 14,9357 0,4635 16,2266 1,2986 0,9495 0,2153
Parcelas 14 26,4491 0,5940 14,6352 1,3022 1,8153 0,5408
Nitrogênio (N) 3 5,8628 0,5748 0,0997 0,4185 20,9598 3,7995 2,7112 1,6046 0,5620 1,0602 0,0642 0,5299 2,9223
L X N 12 14,1134 1,3838 0,1895 0,7958 15,4685 2,8040 11,7215 6,9373 0,6678 1,2597 0,2579 2,1274 2,0921
Resíduo (b) 30 10,1989 0,2382 5,5165 1,6896 0,5301 0,1212
Total 59
Tabela 18 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no limbo, na segunda análise foliar para o
híbrido UENF Caliman 01
Micronutrientes Limbo
Fe Zn Cu Mn B
F
tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 273,1500 56,6000 26,6167 21,6167 10,4000
Lâmina (L) 4 767,4417 9,2598 24,7667 1,8494 7,3750 4,3382 38,7917 1,6964 24,7083 0,5359 3,8379
Resíduo (a) 8 82,8792 13,3917 1,7000 22,8667 46,1083
Parcelas 14 305,6500 22,8143 6,8810 27,2381 34,8929
Nitrogênio (N) 3 73,6222 0,5966 7,7778 0,7752 2,2833 0,5093 22,7778 1,3708 8,3278 1,5020 2,9223
L X N 12 116,3861 0,9432 14,0556 1,4009 4,4083 0,9833 23,5139 1,4151 8,9528 1,6147 2,0921
Resíduo (b) 30 123,4000 10,0333 4,4833 16,6167 5,5444
Total 59
148
Tabela 19 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos macronutrientes no pecíolo, na segunda análise foliar para o
híbrido UENF Caliman 01
Macronutrientes Pecíolo
N P K Ca Mg S F tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
Blocos 2 0,9796 0,4795 16,3629 0,7471 0,3273 0,2476
Lâmina (L) 4 9,2959 12,6710 0,3870 1,1478 236,3098 52,9345 3,6232 2,6055 0,5292 2,0655 6,5767 26,7683 3,8379
Resíduo (a) 8 0,7336 0,3372 4,4642 1,3906 0,2562 0,2457
Parcelas 14 3,2151 0,3717 72,4056 1,9366 0,3443 2,0548
Nitrogênio (N) 3 10,7340 16,8726 0,7683 3,6113 101,8103 37,0054 0,8618 0,9630 0,2058 0,6814 1,7170 5,1472 2,9223
L X N 12 3,6880 5,7971 0,8737 4,1071 75,9929 27,6214 1,9618 2,1922 0,5652 1,8711 1,2167 3,6476 2,0921
Resíduo (b) 30 0,6362 0,2127 2,7512 0,8949 0,3021 0,3336
Total 59
Tabela 20 - Resumo da análise de variância, obtido no experimento, dos micronutrientes no pecíolo, na segunda análise foliar para o
híbrido UENF Caliman 01
Micronutrientes Pecíolo
Fe Zn Cu Mn B
F
tabelado
F. de Variação
GL QM F QM F QM F QM F QM F F(0,05)
BLOCOS 2 60,7167 3,6167 3,6167 10,4667 4,5500
Lâmina (L) 4 211,0583 12,0979 111,6917 15,9750 2,5167 1,2636 10,6250 0,6778 31,6833 3,4221 3,8379
Residuo (a) 8 17,4458 6,9917 1,9917 15,6750 9,2583
Parcelas 14 78,9452 36,4238 2,3738 13,4881 14,9929
Nitrogenio (N) 3 60,6444 8,9918 20,8611 2,1768 0,5944 0,6646 6,3722 0,6323 21,6167 6,0326 2,9223
L X N 12 74,4361 11,0367 30,5139 3,1841 1,2611 1,4099 14,5250 1,4413 37,6167 10,4977 2,0921
Residuo (b) 30 6,7444 9,5833 0,8944 10,0778 3,5833
Total 59
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