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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE
NADIA MARIA MACHADO DOS SANTOS ROCHA
A divulgação do conhecimento sobre saúde bucal através de professores do ensino
fundamental e dos agentes comunitários de saúde no município de Valença: uma
contribuição para o aprimoramento da informação
Rio de Janeiro
2007
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NADIA MARIA MACHADO DOS SANTOS ROCHA
A divulgação do conhecimento sobre saúde bucal através de professores do ensino
fundamental e dos agentes comunitários de saúde no município de Valença: uma
contribuição para o aprimoramento da informação
Dissertação apresentada à Universidade
Estácio de Sá, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Mestre em Saúde da
Família.
Orientador Prof. Dr. Carlos Gonçalves Serra
Rio de Janeiro
2007
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NADIA MARIA MACHADO DOS SANTOS ROCHA
A divulgação do conhecimento sobre saúde bucal através de professores do ensino
fundamental e dos agentes comunitários de saúde no município de Valença: uma
contribuição para o aprimoramento da informação
Dissertação apresentada à Universidade
Estácio de Sá, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Mestre em Saúde da
Família.
Orientador Prof. Dr. Carlos Gonçalves Serra
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Prof. Dr. Carlos Gonçalves Serra
Universidade Estácio de Sá
____________________________________
Prof. Dr. Hesio de Albuquerque Cordeiro
Universidade Estácio de Sá
____________________________________
Prof. Dr. Marcos Antonio Albuquerque de Senna
Universidade Federal Fluminense
Ao meu esposo Genaro E. Rocha,
as minhas filhas Natália e Nayara e
a minha mãe Ismar (in memorian).
AGRADECIMENTOS
Ao meu esposo Genaro por ter estado ao meu lado, me apoiando, dando forças e
sempre com paciência. Compreendendo todos os momentos difíceis. O meu amor e o
meu carinho.
Obrigada.
À Deus
Por existir em minha vida.
Às minhas filhas Natália e Nayara
Obrigado por estar ao meu lado tentando compreender a minha ausência na maior
parte do dia, para poder conseguir finalizar o meu trabalho.
Ao Professor Carlos
Pela serenidade, amizade, paciência e carinho que sempre estiveram presentes no
decorrer da orientação deste estudo. Agradeço por ter aceitado construir este projeto
junto comigo, ajudando-me a ser uma profissional melhor.
À amiga Elizete
Pela amizade, disponibilidade de escuta e a grande ajuda na coleta de dados.
Obrigado por poder contar contigo.
À secretária Aline e demais professores da Universidade
Por me darem forças para continuar, e pela paciência que tiveram comigo.
Aos Agentes Comunitários de Saúde e Professores que participaram da pesquisa de
boa vontade, possibilitando a elaboração da mesma.
LISTA DE SIGLAS
ACD Auxiliar de Consultório Dentário
ACS Agente Comunitário de Saúde
CEB mara de Educação Básica
CNSB Conferência Nacional de Saúde Bucal
CNE Conselho Nacional de Educação
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
ETIS Escola de Formação Técnica em Saúde
FAE Fundação de Assistência ao Escolar
GIEDISE Grupo Informal de Estudos sobre Saúde Escolar
INEP Instituto Nacional de Estatística e Pesquisa
LDB Lei de Bases e Diretrizes da Educação
MEC Ministério de Educação e Cultura
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
ONG Organização Não Governamental
OPS Organização Pan-americana de Saúde
PACS Programa de Agente Comunitário de Saúde
PAS Programa Agente de Saúde
PSF Programa de Saúde da Família
PEP Pólo de Educação Permanente
SGTES Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
SIAB Sistema de Informação Atenção Básica
SEEC Secretaria do Estado de Educação e Cultura
SUMÁRIO
1
APRESENTAÇÃO
10
2
INTRODUÇÃO
13
3
SAÚDE GERAL: SUA INTERRELAÇÃO COM A SAÚDE BUCAL
19
3.1 POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICAS: A SAÚDE BUCAL COMO UM
DIREITO
24
3.2 SAÚDE BUCAL E O PSF 30
4
A ESCOLA E A EDUCAÇÃO
33
4.1 CONCEPÇÕES QUE ORIENTAM O ENSINAR E O APRENDER 35
4.2 EDUCAÇÃO PARA SAÚDE 43
4.3 A ESCOLA COMO MULTIPLICADORA DA SAÚDE BUCAL 50
5
O AGENTE
COMUNITÁRIO DE SAÚDE COMO AGENTE
MULTIPLICADOR SOBRE SAÚDE BUCAL
56
5.1
PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE
SAÚDE
59
5.2
PROCESSOS DE TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 66
6
METODOLOGIA
69
6.1
CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO 69
6.2
LOCAL DO ESTUDO 69
6.3
TÉCNICA DE INVESTIGAÇÃO 70
7
RESULTADOS E DISCUSSÃO
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
88
REFERÊNCIAS
90
ANEXO A
97
ANEXO B
103
RESUMO
Este estudo buscou identificar o conhecimento dos professores do ensino fundamental
e dos agentes comunitários de saúde sobre saúde bucal, entendida como parte
fundamental da saúde geral, bem como, contribuir para o aprimoramento destas
informações através de um material pedagógico de auxílio a esses profissionais,
preparado a partir das opiniões e sugestões dos participantes. Foram entrevistados 154
professores do ensino fundamental e 96 Agentes Comunitários de Saúde do Programa
Saúde da Família (PSF) e Programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS) do
Município de Valença/RJ, através de estudo qualitativo, exploratório e descritivo, a
partir de entrevistas semi-estruturadas. A entrevista foi dividida em duas fases. Na
primeira fase da análise foi levantada a necessidade da elaboração de um material
didático com informações sicas sobre saúde bucal. Na segunda fase foi apresentado
aos profissionais um croqui deste material com base nos resultados obtidos: tanto os
ACS quanto os professores do ensino fundamental consideraram por unanimidade
(100%) que este material seria uma excelente ferramenta didática, porque “esclarece
dúvidas e possibilita melhor entendimento do assunto”.
Palavras-chave: Saúde Bucal. Agente Comunitário de Saúde. Professor do Ensino
Fundamental. Educação em Saúde.
ABSTRACT
This research study is to identify the teacherknowledge of the fundamental teaching
and of the Health community agents on buccal health known as a fundamental part of
the general health, as well as, to contribute with the improvement of this information
through a pedagogical material as aid for these professionals, beginning with the
opinion of the participants' suggestions. 154 teachers of the fundamental teaching and
96 health community agents from the Family Health program (PSF) and community
agent's of the health program (PACS) of the municipal district of Valença/RJ were
interviewed through the qualitative study, exploratory and descriptive, starting from
semi-structured interviews. The interview was divided in two phases. The first phase of
the analysis was brought to attention the necessity of having a proposal of a didactic
material with basic information about buccal health. In the second phase it was
presented to the professionals as information booklet that demonstrated that the
material is of great use for these professionals through the obtained results.
Key-words: Buccal health. Health Community Agents. Teacher of the Fundamental
Teaching. Education in Health.
APRESENTAÇÃO
“É preciso educar para a saúde levando em conta todos os aspectos
envolvidos na formação de hábitos e atitudes que acontecem no dia-a-
dia da escola. Por esta razão, a educação para a Saúde será tratada
como tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o
currículo escolar” (BRASIL, 2000, p. 245).
Esta citação sintetiza o pensamento que estrutura os Parâmetros Curriculares
Nacionais (2000) em Saúde, deixando clara a necessidade da formação do professor
de ensino fundamental, para que este seja capaz de orientar seu aluno na educação
para saúde.
Os discursos referentes à educação para saúde o crescentes, exigindo cada
vez mais que se desenvolvam programas e projetos compatíveis com as exigências e
necessidades da população brasileira. Sob este enfoque, os educadores se vêem
frente a novos desafios para o desenvolvimento de novas ações educativas em saúde.
A minha primeira experiência como profissional da saúde ocorreu no Município
de Valença, distrito de Juparanã, na Escola Estadual Djalma Macedo. Neste
estabelecimento de ensino pude observar a dificuldade que os professores
apresentavam com relação ao tema Saúde Bucal.
Naquela ocasião, convidaram-me para visitar as salas de aula para que os
alunos fizessem perguntas no sentido de esclarecer suas dúvidas sobre os dentes, a
língua, etc., todas, relacionadas à cavidade bucal. Pude, então, perceber que a
professora apresentava tantas dúvidas quanto os alunos e, ao final da visita, fui
surpreendida com a seguinte pergunta: por que os dentistas nunca falaram isso?
Assim, a partir daí, passei a me preocupar em como passar estas informações
de forma simples e clara, para os professores. Certamente isto os ajudaria em seu
trabalho diário como docente e formador de cidadãos.
Atualmente, trabalhando no posto de saúde da prefeitura do município, em
permanente contato com os agentes comunitários de saúde (ACS), comecei a observar
seu trabalho com a saúde bucal e, ao conversar com alguns deles sobre sua prática de
saúde relacionada a estas questões, percebi deficiências no conhecimento e ausência
de material didático que pudesse ajudá-los na transferência destas informações.
Neste trabalho procurei diminuir as dificuldades desses profissionais, e tamm
dos professores do ensino fundamental através da proposta de um material didático,
entendendo que é na idade escolar que se fundamenta e se consegue programar
estratégias e ações voltadas para saúde, visando conseguir que a criança adquira
hábitos saudáveis e auto-estima.
A importância deste material didático está no fato de que na sua elaboração,
pretende-se levar em conta as necessidades de conhecimento, no campo da saúde
bucal, que serão apontadas pelos profissionais envolvidos na educação em saúde no
ensino fundamental e nas comunidades cobertas pelo Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS).
A idéia de preparar o professor para desenvolver estratégias e implementar as
ações baseia-se, fundamentalmente, na premissa que ele é responsável pelo melhor
preparo do aluno no enfrentamento da vida. Dessa forma, estaremos reconhecendo a
importância da contribuição desse profissional na formação da personalidade, dos
conceitos e dos hábitos do aluno (BRASIL – MS/PCN, 2000).
O professor com sua didática, experiência e sensibilidade, reúne total condição
de absorver informações, adaptá-las e traduzi-las para seus alunos.
Sabe-se que tanto o professor como o agente comunitário de saúde não
substituem o profissional de saúde, mas são referências para os alunos e para a
população cadastrada no território do Programa Saúde da Família. Com relação aos
professores, através de métodos lúdicos e interativos, conseguem motivar a criança de
forma que esta retenha informações necessárias para a adoção futura de hábitos
saudáveis.
Ao transmitir noções básicas de saúde, o professor e o agente comunitário de
saúde estarão ajudando não a si próprios como também, proporcionando as
crianças e aos moradores da comunidade, respectivamente, condições necessárias
para proteger suas vidas.
Diversos pesquisadores m ressaltado a relação positiva existente entre
educação, informação e os cuidados com a saúde bucal. Mostram que o
desconhecimento sobre higiene bucal representa um fator a ser considerado, uma vez
que a informação, embora disponível na mídia, na maioria das vezes, não chega a
todas as camadas da população da mesma forma e, dificilmente, é apreendida de
modo a produzir conhecimento e autonomia em relação aos cuidados com a saúde.
Atentando para isso, observamos que é preciso valorizar os programas de saúde bucal
educativos, que levantem e interpretem as necessidades das populações de menor
acesso aos serviços de saúde odontológicos (PAULETO, 2005).
2 INTRODUÇÃO
A escola está se tornando um espaço ideal para promoção de saúde, por ser
essencialmente educativo, vem sendo estimulada a ultrapassar a prática cognitivista
para alcançar um novo foco de atuação, preocupada com a formação do indivíduo
como um todo (GONÇALVES et al, 2004). Esta visão integral deve ser também
estendida, e absorvida, de acordo com suas especificidades de formação, aos agentes
comunitários, que têm sob sua responsabilidade outros grupos etários da população.
Nesse início de século, a promoção de saúde tem se apresentado como uma
das mais promissoras estratégias para enfrentar a grande quantidade de problemas de
saúde que afetam as populações humanas e seu entorno, partindo, assim, de uma
percepção ampla do processo saúde-doença e do que a determina. Para seu
enfrentamento e resolução, propõe-se a articulação dos saberes técnicos e populares
como tamm a mobilização de recursos institucionais e comunitários públicos e
privados (BUSS, 1998).
Respaldando-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394 de
20 de dezembro de 1996, a Escola de Educação Infantil vem se caracterizando como
um nível de ensino de fundamental importância, já que as crianças podem e devem ser
trabalhadas quanto à formação de bitos saudáveis e à busca pela qualidade de vida
(GONÇALVES et al., 2004), pois é na idade escolar que elas obtêm o pilar de seus
conhecimentos e comportamentos e adquirem a responsabilidade e a capacidade de
observação, atuação e pensamento.
Assim, as escolas constituem o ambiente ideal para gerar nas crianças a
consciência da importância da saúde física e mental e transferir-lhes princípios
essenciais, entre eles o ensino da convivência harmônica e o respeito a princípios e
formas distintos dos seus. É a partir deste período, quando a criança adquire hábitos
higiênicos, que, muitas vezes, se prolongarão por toda a vida, que ela identifica o
potencial de seu corpo e desenvolve habilidades e aptidões para cuidar da sua saúde e
contribuir no cuidado de sua família e comunidade (JANUÁRIO, 2004).
Através da escola, procura-se fazer com que as escolhas mais saudáveis
transformem-se em escolhas mais fáceis, utilizando para isso a educação como
instrumento de transformação, fazendo com que toda ação educativa favoreça a
reformulação de hábitos, o acolhimento de novos valores e o estímulo à criatividade.
Para que ocorra a educação em saúde é necessário que os profissionais estejam
comprometidos neste processo, que obtenham conhecimento do que é educação e
como ela se processa (BASTOS apud PEREIRA, 2003).
Deve-se destacar que a atenção à saúde da criança deve ter como ponto
principal o crescimento e o desenvolvimento que lhe conceda especificidade e
vulnerabilidade própria. Nessa idade da vida, a atenção à saúde deve ter como centro,
estratégias que contribuem para a superação dos danos físicos, mas que também, ao
enfrentarem seus determinantes, favoreçam o cuidado total no sentido do cuidado
totalizador, ao contrário da fragmentação ou da soma de ações especializadas
(GONÇALVES, 2004).
Embora as doenças bucais não se apresentem inicialmente como uma ameaça
à vida, elas constituem-se em importantes problemas de saúde pública, pois, além da
sua alta prevalência, tamm causam danos aos indivíduos e à comunidade, como dor,
desconforto e limitações funcionais e sociais afetando a qualidade de vida dos mesmos
(SANTOS, 2002).
A cavidade oral é comumente reconhecida como o maior portal de comunicação
entre o mundo externo e o interno. A boca não é um órgão isolado, pois se apresenta
inserida em um organismo vivo, que possui inervação e vascularização, sendo fonte de
vida, como tamm de doenças. Este é um ponto para o qual convergem as
preocupações dos profissionais de saúde bucal, no sentido de demonstrar e ratificar
que a boca faz parte de um organismo e não pode, portanto, ser descolada desta
totalidade orgânica. Assim, como é possível deixar de pensar que uma parte que está
contida em outra pode ter vida própria sem interferir em todo o corpo? (BASILIO, 2003).
Vários esforços vêm sendo realizados para solucionar os problemas causados
pela cárie dental e doença periodontal, que essas o as doenças bucais mais
comuns que acometem a população brasileira (SANTOS, 2002). Entretanto, sabe-se
hoje que é muito mais fácil controlar o aparecimento dessas doenças do que ter que
trata-las após seu surgimento (SANTOS, 2003). Prevenir, portanto, é a maneira mais
econômica e eficaz de se conseguir evitar a instalação e o desenvolvimento dessas
doenças, segundo Dinelli e colaboradores (apud SANTOS, 2003).
Para que as pessoas tenham conhecimento de como conservar a saúde, é
necessário mais que uma explicação sobre as causas das doenças e de como evi-
las, exigindo, simplesmente, que aprendam. É preciso desenvolver a vontade de
aprender, despertar a atenção, o interesse e criar condições internas favoráveis à
aprendizagem. Se conseguirmos atingir esse objetivo, o aluno dedicará o melhor de
seu tempo e de seu esforço cuidando de sua saúde bucal (PETRY, 2003).
Através do professor do ensino fundamental, se conseguirá alcançar as crianças
e os adolescentes, que se apresentam na fase de busca do equilíbrio físico-psíquico-
social, apresentando comportamentos extremos, ora exacerbados pelas suas atitudes
positivas, ora mostrando-se francamente negligentes com seus cuidados à saúde bucal
(TOMITA, 2001).
É de fundamental importância para esta proposta de trabalho, o entendimento
que os métodos educacionais devam constituir um maior aporte de conhecimentos
sobre saúde bucal, que se traduzem em alterações efetivas quanto ao auto cuidado,
levando a melhora dos níveis de saúde bucal (TOMITA, 2001).
Os indivíduos, uma vez educados e motivados, tornam-se receptivos e
cooperadores com as medidas que lhe são prescritas. Mas, muitas vezes, as
influências sociais, culturais e governamentais ocasionam uma verdadeira inversão de
valores, tornando muito difícil a mudança de hábito. E é por isso que a continuidade da
motivação é que será responsável pela sedimentação dos conhecimentos, pois, se não
for dessa forma, de nada adiantarão os esforços iniciais, que se perderão com o tempo.
Para Corona (1999), a utilização de agentes auxiliares de educação, como pais,
professores e agentes comunitários de saúde, devem ser cada vez mais estimulados, a
fim de que se consiga estabelecer uma condição adequada de saúde (SANTOS, 2003).
Considerando o professor como um agente multiplicador, pela sua importância
na formação da personalidade e dos conceitos de vida de cada criança, e que esta
passa dois terços do seu dia na escola, sob a responsabilidade do professor, as
unidades escolares devem ser consideradas e enfocadas, também, como promotoras
de saúde, pois o que a sociedade entende por saúde está sempre presente na sala de
aula e no ambiente escolar (BRASIL – MS/PCN, 2000).
A antiga Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº. 5692/71)
introduziu formalmente no currículo escolar um conjunto de temas da saúde, sob a
denominação genérica de Programas de Saúde, tendo como objetivo,
“Levar a criança e o adolescente ao desenvolvimento de hábitos
saudáveis quanto à higiene pessoal, alimentação, prática desportiva,
ao trabalho e ao lazer, permitindo-lhes a sua utilização imediata no
sentido de preservar a saúde pessoal e a dos outros” (BRASIL –
MS/PCN, 2000, p. 258).
Com relação aos agentes comunitários de saúde, o Ministério da Saúde, através
do Departamento de Gestão da Educação em Saúde, a interação deste agente com
a escola básica, no que se refere aos conhecimentos sanitários e sobre o SUS, como
importante para a formação e o desenvolvimento desses futuros trabalhadores de
saúde, pois a capacitação de profissionais de outras áreas relacionadas à saúde
favoreceria a articulação intersetorial entre saúde e educação (BRASIL MS/SGTES,
2003).
Nesse sentido, o papel do agente comunitário de saúde torna-se fundamental,
visto que este indivíduo está no cotidiano dos lares, e é quem vivencia tanto os
problemas de saúde quanto os sociais. Este agente é o primeiro a ter acesso às
pessoas e sua participação poderá provocar mudanças qualitativas nesse processo
(SILVA & RODRIGUES, 2000).
A Odontologia, atualmente, considera a educação em saúde como uma das
ações mais importantes da sua prática, porque pode contribuir com a preservação e
promoção da saúde do paciente. Entretanto, o processo de educação, muitas vezes,
limita-se a dizer aos pacientes como devem proceder e não como ter condições de
tomar suas próprias decisões. Isto decorre, talvez, do fato da odontologia possuir um
forte apelo técnico, em virtude da natureza da sua prática, que visa, fundamentalmente,
recuperar a forma e a função dos elementos dentários, deixando de lado, inúmeras
vezes, as questões envolvendo as demais estruturas da cavidade bucal, conhecidos
por tecidos moles, ou seja, gengiva, mucosa oral, assoalho da língua (GUTERMAN,
2005).
Assim, de uma forma geral, os profissionais de Odontologia apresentam
dificuldade de comunicação com os pacientes, pois, normalmente, deixam de utilizar
termos de conteúdos didático-pedagógicos, para usar outros muito técnicos,
impossibilitando, desta maneira, a compreensão da informação pela população.
Quando se pretende fazer uma abordagem educacional, deve-se ter em mente o
enraizamento de diversos conceitos incorporados e construídos durante toda uma vida.
Assim, não será numa simples aula ou palestra que se poderá conseguir educar
alguém, no sentido de mudança de hábitos ou de rotinas.
Sobre esta questão, Costa & Albuquerque (1997, p. 252) discutindo as questões
de ordem pedagógica no processo educativo, afirmam:
“... Para quem é educador é importante lembrar que não basta o
domínio da técnica, do conteúdo, do que ensinar. Mais importante que
isso é como ensinar; o que, por sua vez, implica o mínimo de formação
pedagógica, para que se consiga o objetivo final, que deverá ser a
transformação da realidade a partir da modificação do comportamento,
via novos conhecimentos”.
Dessa maneira, o professor e o agente comunitário de saúde tornam-se
extremamente importantes nessa comunicação com os usuários. Portanto, a atenção à
saúde bucal deve envolver todos os determinantes do processo saúde-doença bucal e
transcender o âmbito odontológico, para abranger a saúde como um todo. Isso requer
a articulação e coordenação de ações multisetoriais, desenvolvidas pela sociedade.
Este trabalho visou à preparação de um material didático que pudesse auxiliar o
professor do ensino fundamental e os agentes comunitários de saúde na transmissão
de informações sobre saúde bucal e, para isto, elaborou-se um material didático de
apoio para esses profissionais do Município de Valença. Para a construção desta
ferramenta foi feito, inicialmente, um levantamento entre estes profissionais a fim de se
conhecer sua aceitação e utilidade na prática diária. Em função disto, em um segundo
momento, foi apresentado o material didático com alguns conteúdos de saúde bucal
com a finalidade de saber se contemplava suas necessidades para a transmissão
desses conhecimentos. Através das entrevistas com aplicação de questionários semi-
estruturados tanto no primeiro momento quanto no segundo, verificamos não sua
aceitação como o interesse e o entusiasmo em receber o material proposto.
3. SAÚDE GERAL: SUA INTERRELAÇÃO COM SAÚDE BUCAL
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1960 conceituou saúde como um
estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de
enfermidade. Esta definição imediatamente ganhou universalmente foros de aceitação,
pois considera a saúde como um estado suscetível de gradações.
A partir deste conceito, foram sendo criadas outras definições para saúde, como,
por exemplo, a de AURÉLIO (2004) que diz ser a saúde o estado do indivíduo cujas
funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal; estado do que é
sadio ou são; força, robustez; disposição do organismo; disposição moral ou mental, no
qual o autor WYLIE (1970) acrescenta “(...) perfeita e continuada (...)”; SPENCER
(1980) conceituou saúde como sendo uma perfeita adaptação de um organismo ao seu
ambiente.
Segundo SIGERIST (2001) apud (PEREIRA, 2003, p.119), a definição se alonga
da seguinte maneira:
“... Nós todos vivemos em um ritmo determinado pela natureza, cultura
e hábitos. Dia e noite se alternam num fluxo sem fim e nós próprios nos
conformamos a esse ritmo, acordando e dormindo, trabalhando e
cansando... Um ritmo inalterado significa saúde... a doença então
interrompe abruptamente esta estrutura” (apud PEREIRA, 2003, p. 119).
Com relação a este conceito, ainda encontramos Hoyman (apud BASTOS e
colaboradores, 2001, p. 284), apontando que “saúde é um ajustamento pessoal ótimo
para uma vida completa, frutífera e criativa”.
A visão de saúde definida por Fritjof Capra (1982, p. 117) em O ponto de
mutação” compreende a saúde como um fenômeno multidimensional, que envolve
aspectos físicos, psicológicos e sociais, todos interdependentes. Esta idéia baseia-se
na concepção sistêmica da vida, na qual os organismos vivos são sistemas auto-
organizadores, que têm um alto grau de estabilidade, que é dinâmica e caracterizada
por flutuações contínuas, múltiplas e interdependentes.
Portanto, a saúde é uma prática de bem estar, que resulta num equilíbrio
dinâmico, envolvendo aspectos físicos e psicológicos do organismo em interação com
o meio ambiente natural e social (LAURELL, 2003).
Essas definições incluem, portanto, várias dimensões como a individual, social,
econômica e cultural. Assim, a percepção de saúde e doença de cada indivíduo estará
ligada a sua forma de perceber a vida, que por sua vez acontece em contextos
diversos, marcados por diferenças culturais, sociais, econômicas e individuais.
Nesse sentido, de acordo com Chaves (1986) a saúde bucal é um estado de
normalidade e eficiência funcional dos dentes e das estruturas de suporte, e também
das partes circundantes da cavidade bucal e das várias estruturas relacionadas à
mastigação e ao complexo maxilo facial. A saúde bucal, como estado de harmonia,
normalidade ou higidez da boca, tem significado quando acompanhada, em grau
razoável de saúde geral do indivíduo.
Segundo o mesmo autor “Saúdes parciais constituem objeto de programas
especializados das diversas profissões da saúde e estes programas têm sentido
quando desenvolvidos harmonicamente, quando integrados em um programa global de
saúde pública”.
“A criança e o adolescente têm o direito à proteção à vida e a saúde,
mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência” (Lei n. 8069, cap. I do direito à vida e à saúde,
1990).
Saúde Bucal é muito mais do que um problema exclusivo do dentista, mas de
toda comunidade e assim deve ser abordado (GISH & SMITH, 2000).
Para os dentistas e pesquisadores, está se tornando rotina considerar o impacto
da saúde global sobre a saúde bucal. Assim, uma detalhada anamnese torna-se um
componente importante para orientar todo o tratamento dentário de rotina (ALMEIDA
JR., 1922).
Hoje, apesar de menos estudada, existe a preocupação de que a presença de
uma infecção bucal ou uma disfunção possa ter impacto na saúde total ou geral do
indivíduo. Assim, o tratamento de uma doença dentária existente poderá melhorar o
estado de saúde global do paciente se for interrompido o caminho da doença oral para
a doença sistêmica (Idem, 1922).
Muito tem sido feito para tentar minimizar os índices epidemiológicos na saúde
bucal. Sabemos que os problemas de odontologia são medidos através de indicadores,
coeficientes ou proporções, que mostram a freqüência com que ocorrem certas
doenças e certos eventos na comunidade, podendo incluir ou não uma indicação do
grau de severidade da doença (CHAVES, 1986).
No caso da ocorrência da cárie dentária, utiliza-se o índice CPO-D, que é a
média do número total de dentes permanentes, cariados, perdidos e obturados em um
grupo de indivíduos (apud CHAVES, 1986).
De acordo com a OMS (1991) a prevalência de cárie dentária é classificada com
base nos valores do CPO-D, da seguinte forma: 0,1 a 1,1 a prevalência é muito baixa;
1,2 a 2,6 - baixa; 2,7 a 4,4 - moderada; 4,5 a 6,5 - alta e igual ou maior que 6,6 a
prevalência é muito alta (apud CHAVES, p. 24-53,1986).
A partir da OMS, o Ministério da Saúde iniciou, no ano 2000, o levantamento
epidemiológico de saúde bucal envolvendo dois mil trabalhadores (cirurgião-dentista,
auxiliar de consultório dentário e agentes comunitários de saúde) com a participação de
250 municípios. Foram examinadas 108.921 pessoas, entre crianças (18 a 36 meses e
5 a 12 anos), adolescentes (15 a 19 anos), adultos (35 a 44 anos) e idosos (65 a 74
anos). Assim encontraram os seguintes índices de CPO-D (gráfico 1): crianças até 12
anos 2,8; adolescentes até 19 anos 6,2; adultos até 44 anos 20,1 continuando a
aumentar na população de idosos, chegando a 27,8, constatando-se, dessa forma,
com nitidez, os altos índices de CPO-D na população brasileira e a continua
necessidade em se fazer educação permanente.
Gráfico 1: Médias de CPO-D e participação dos componentes de acordo com a idade. Brasil,
2003.
Fonte: Projeto SB Brasil, 2003: resultados principais (BRASIL, 2003).
Dessa forma, o Ministério da Saúde organizou um documento que apresenta
diretrizes, através da portaria nº. 267 de 06/03/2001, para reorientação na organização
da atenção à saúde bucal no âmbito do SUS, tendo como meta a produção do cuidado
à saúde bucal (BRASIL – MS/PNSB, 2004).
Essas diretrizes respondem a uma concepção de saúde centrada na promoção
da boa qualidade de vida e intervenção nos fatores que as coloquem em risco e vise
atender ao usuário na produção de conhecimento, responsabilização e autonomia e
fazer com que a integralidade seja percebida através do estímulo à construção de uma
consciência sanitária, percebida como direito a ser conquistado (Idem, 2004).
As diretrizes mostram que para adequação do processo de trabalho no modelo
de atenção básica, o item da intersetorialidade requer ações de promoção de saúde na
atuação da escola, no local de trabalho, no comércio, na mídia, na indústria, no
governo, etc. para que essas ações se tornem mais efetivas (Idem, 2004).
Após adequar o processo de trabalho, deve-se seguir para as ações de saúde
bucal, inserindo a promoção e a proteção à saúde, que transcende a dimensão
meramente técnica do setor odontológico, fazendo a integração da saúde bucal às
demais práticas de saúde coletiva (Idem, 2004).
Desenvolver políticas públicas saudáveis, como incentivar a fluoretação das
águas, fazer uso de dentrifícios fluoretados, assim como trabalhar educação em saúde,
permite que o cidadão combata a automedicação, a medicalização e a excessiva
dependência aos profissionais ou serviços de saúde (Idem, 2004).
As atividades de educação em saúde bucal podem ser realizadas pelo cirurgião
dentista (CD), pelo técnico em higiene dental (THD), pelo auxiliar de consultório
dentário (ACD) e pelo agente comunitário de saúde (ACS), principalmente nas visitas
domiciliares, assim como nas escolas, creches, asilos e espaços institucionais, como
será comentado posteriormente (Idem, 2004).
As definições de saúde, exemplificadas anteriormente, têm sido ampliadas
consideravelmente, assim como a definição de saúde bucal, onde as infecções ou
doenças da cavidade oral exigem a mesma atenção que as outras doenças de outras
partes do corpo.
Por ser a saúde bucal e a saúde geral um conflito de toda sociedade, definiremos
tamm saúde pública, pois esta deverá cumprir seu papel diante da sociedade.
Saúde pública pode ser entendida como:
1. ... ciência e a arte de prevenir a doença, prolongar a vida e promover a saúde
e a eficiência física e mental mediante esforços organizados da comunidade para o
saneamento do meio, o controle das doenças transmissíveis, a educação dos
indivíduos sobre higiene pessoal, a organização dos serviços médicos e de
enfermagem para o tratamento preventivo e diagnóstico precoce das enfermidades, o
desenvolvimento de um mecanismo social que assegure a cada indivíduo um nível de
vida adequado à conservação da saúde, organizando estes benefícios de tal modo que
cada cidadão se encontre em condições de gozar de seu direito natural à saúde e
longevidade” (WINSLOW apud CHAVES, 1986, p.11).
“2. “... o diagnóstico científico e o tratamento dos problemas de saúde das
comunidades como entidades” (CHAVES, 1986, p. 9).
3. ... saúde do povo considera a saúde coletiva de um grupo, de uma
comunidade, de uma nação” (Ibid, p. 9).
Conscientizar a população da importância da saúde bucal e da manutenção de
uma boa higiene pode evitar algumas doenças que levam à morte. É isso mesmo: o
dente pode matar..., a boca não é um órgão isolado do corpo humano, e deve ser vista
como parte integrante deste, e que é influenciado pelo mesmo, na qual suas patologias
terão implicações para todo o organismo (ARMOND et al., 2001).
Um exemplo disto é o diabetes que pode apresentar complicações a partir de
uma cavidade bucal contaminada com doença cárie e doença periodontal.
3.1 POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA: A SAÚDE BUCAL COMO UM DIREITO
Nos anos 50, a assistência odontológica era prestada principalmente por
desembolso direto dos cidadãos. A prática odontológica era privada e seguia os
padrões assistenciais da medicina reproduzindo o modelo da Escola Norte Americana
(Cordon, 1981). O modelo educacional privilegiava o individualismo podendo ser
caracterizada como cientificista ou flexneriano.
Mendes apud Narvai (1994) comenta que os outros elementos estruturais ou
ideológicos dessa prática odontológica excluíam a causa social, porque eram baseados
apenas na causa biológica (biologismo), na analogia do corpo com a máquina
(mecanicismo), na atenção urbano-cêntrica e nos hospitais centrais (centralização dos
recursos nos hospitais características hospitalocêntrica), no fracionamento do
conhecimento com as especialidades, na associação da qualidade à tecnologia de alta
sofisticação, na ênfase curativa e na exclusão das práticas alternativas.
Em 1923, a Lei Eloy Chaves criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAPS), que se constituíram na primeira experiência de seguro para trabalhadores do
setor privado, sendo, primeiramente, para os ferroviários, depois marítimos e
portuários. Com as CAPS teve início a Previdência Social, baseada no modelo de
seguro social, segundo o qual tinham direito aos benefícios sociais, incluindo a
saúde, aqueles trabalhadores do mercado formal, que pagavam sua contribuição
através da folha salarial. Dessa forma, a partir de 1926, os trabalhadores formais,
seus filiados e dependentes é que tinham acesso à assistência médica, odontológica e
farmacêutica (COHN, apud SERRA, 1998).
Este modelo, excludente desde seu nascimento e de privilegiamento da
assistência médica privada, através de contratos e convênios com serviços privados,
permaneceu até a Constituição de 1988.
Em convênio com o governo americano, foi criado em 1942, o Serviço Especial
de Saúde Pública (SESP) em várias regiões de Minas Gerais, Amazonas e Espírito
Santo, serviços baseados em postos permanentes como centros de saúde e postos
rurais. Visavam uma organização regionalizada e hierarquizada da rede, formando uma
estrutura básica de serviços de saúde pública, onde desenvolviam o trabalho de
assistência odontológica e médica somente em determinadas áreas, com o objetivo de
sanear o ambiente e assistir as populações na zona da borracha e do minério (MERHY,
2005, p.197).
As ações coletivas de saúde Bucal do Ministério da Saúde limitavam-se aos
programas de fluoretação das águas de abastecimento público.
Ainda na década de 50, o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), introduziu
a assistência planejada, voltada para os escolares, rompendo de certa forma com a
rigidez da demanda espontânea do modelo hegemônico de atenção odontológica, mas,
apesar disso, as características flexnerianas foram mantidas (ZANETTI, 1996).
Essa assistência para escolares teve como principal instrumento teórico o
sistema incremental, que foi definido como:
“Um modelo que visa o completo atendimento dental de uma
população determinada, eliminando suas necessidades acumuladas e
posteriormente mantendo-a sob controle, segundo critérios de
prioridades quanto a idades e problemas” (PINTO 1989, p.43-45).
Na tentativa de resolver os problemas da cárie dental no Brasil, o sistema
incremental, modelo americano de atenção às minorias, foi importado e adotado pela
Odontologia brasileira, sem, entretanto, levar em conta as grandes diferenças
existentes entre os dois países. Dessa forma, o Sistema Incremental não deu o
resultado esperado já que não chegou a formular nenhuma estratégia universal que
atingisse toda a população brasileira, porque se voltava restritamente para a
população-alvo, não atingindo toda população exposta ao risco de adoecer. Enfim, o
modelo excluiu parte da população que necessitava do modelo assistencial (NARVAI
apud ZANETTI et al, 1996).
Zanetti et al. (1996, p.25) descrevem o sistema incremental como:
“(...) O incremental desenvolveu-se enquistado nas escolas, criando um
sistema de privilégios e benesses, que acabou por favorece o cirurgião-
dentista descompromissado com o serviço público e afeto a favores
clientelistas; uma vez que a lógica foquista mantinha-o à parte do
sistema de saúde (se é que este sistema existia), sem qualquer
monitoramento ou acompanhamento de seu trabalho pelos
mecanismos de controle social, que foram criados no setor saúde.
Consequentemente, a programação do SESP não se vinculou à
unidade de saúde, mas à escola e suas demandas (...)” (ZANETTIi et
al. 1996, p.25)
Através de estudos sobre a assistência odontológica pública no Brasil, entre o
período de 1950 e 1980, Oliveira e colaboradores (1999) constataram que o Sistema
Incremental foi o modelo gerencial que se estabeleceu prioritariamente nos programas
de saúde escolar.
Apesar de ter representado um grande avanço na época, se mostrou um modelo
superado, tanto pela sua eficácia como pela sua abrangência e cobertura. O Sistema
Incremental era estabelecido pelo paradigma curativo-reparador, aumentando assim o
número de dentes restaurados, mas sem causar nenhum impacto sobre os níveis de
doença bucal, além disso, trata-se de um modelo excludente, onde se priorizava os
escolares de 7 a 14 anos de idade (OLIVEIRA, 1999).
A partir das deficiências do Sistema Incremental, surgiu uma nova abordagem
da prática odontológica denominada Saúde Bucal, que vem contemplar a saúde bucal
integral para a comunidade escolar.
Narvai (1992) em relação a isso comenta:
“... as proposições de prática odontológica da saúde bucal coletiva
opõem-se frontalmente à hegemonia da odontologia de mercado. (...) A
saúde bucal coletiva tem procurado constituir-se em referência de uma
práxis capaz de recuperar, para o trabalho em odontologia, suas
dimensões política, social, comunitária, preventiva e integral,
indispensáveis às práticas no campo da saúde que tenham como
horizonte sociedades democráticas e solidárias, nas quais as questões
de saúde-doença tenham, efetivamente, relevância pública e assim
sejam consideradas pelo Estado e pelo conjunto da sociedade.”
(NARVAI, 1992 p.104).
Paim e Almeida Filho apud Soares (2004) comentam que na cada de 60,
ocorreu o debate sobre extensão e cobertura dos serviços de saúde, sendo ampliada
na década de 70. Em 1997, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu o
direito à saúde e a responsabilidade da sociedade em garantir os cuidados básicos de
saúde, consignando o ano 2000 como o ano da saúde para todos.
Em 1978, a Conferência Internacional sobre Atenção Primária à Saúde em
Alma-Ata, promovida pela OMS, reafirmou a saúde como um direito do homem e como
responsabilidade política dos governos e, ainda, estabeleceu a Atenção Primária à
Saúde como uma privilegiada estratégia de operacionalização das metas de saúde
para todos, incluindo no discurso elementos da saúde comunitária (SOARES,
2004.p.6).
A luta pelo fim das desigualdades no acesso à saúde ainda permanece, agora
voltada para a implantação plena do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse movimento
pelos direitos sociais tamm se buscou meios para identificar os principais problemas
do país na área da saúde bucal. E essa discussão ocorreu por ocasião da I
Conferência Nacional de Saúde Bucal (CNSB), em função das condições de saúde
bucal e o estado dos dentes dos brasileiros, que conformam imagens cruéis do corpo
humano.
Na I Conferência Nacional de Saúde Bucal ocorrida em 1986, no mesmo ano da
VIII Conferência Nacional de Saúde, discutiram-se questões gerais de saúde no Brasil.
Dentro deste processo amplo e democrático a I CNSB discutiu a saúde como direito de
todos e dever do Estado e consagrou a saúde bucal como “parte integrante e
inseparável da saúde geral do indivíduo, diretamente relacionada às condições de
alimentação, moradia, trabalho, renda, meio ambiente, transporte, lazer, liberdade,
acesso e posse da terra, acesso aos serviços de saúde e à informação”, inserindo,
dessa maneira, de forma definitiva a saúde bucal no SUS (BRASIL, 1986). Portanto, a
Saúde Bucal, torna-se responsabilidade do Estado, uma vez que está intimamente
vinculada à melhoria de fatores sociais, políticos e econômicos (BOTAZZO, 1994).
A partir desta conquista ocorreu, a II CNSB realizada em 1993, que se
apresentou articulada à IX CNS (1992) e onde foram discutidos problemas decorrentes
da resistência governo federal em efetivar a participação da sociedade nas decisões e
processos de gestão do SUS, como também avançar na descentralização das ações e
serviços.
Na II CNSB foram aprovadas diretrizes e estratégias políticas para a saúde,
reconhecida como direito de cidadania”, e indicadas às características de um novo
modelo de atenção à saúde bucal” e dos recursos humanos necessários. Propôs-se
tamm criar condições, para o financiamento e seu controle social, por meio dos
conselhos de saúde; defender a descentralização das ações como “garantia de
universalidade do acesso e equidade da assistência odontológica, interligados a outras
medidas de promoção de grande impacto social” (BRASIL, 1990).
A III CNSB realizada em 2003, como parte inseparável do processo que
caracterizou a XII CNS, também adotou seu tema central: “Saúde: um direito de todos
e dever do Estado – A saúde que temos o SUS que queremos” (BRASIL, 2004).
Acompanhada pelo agravamento das condições de vida do povo brasileiro, pela
continuidade de gravíssimos problemas sociais, e, tamm, pelas enormes dificuldades
para fazer as mudanças reclamadas pela maioria da população, a III CNS é realizada
num contexto onde a expectativa dos brasileiros se voltava para as reivindicações
históricas, que pudessem ser, enfim, concretizadas, entre elas as relacionadas à saúde
e à saúde bucal (Idem, 2004).
3.2- SAÚDE BUCAL E O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)
O PSF é um modelo voltado para a proteção, promoção e recuperação da
saúde, atendimento as famílias, através da atenção integral e contínua a todos os
membros da família. Criado em 1994 incorporou e ampliou a atuação os agentes
comunitários de saúde (BRASIL, 1994).
Apresenta como objetivo o melhoramento do estado de saúde da população,
mediante a construção de um modelo assistencial de atenção baseado na promoção,
proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação da saúde, em conformidade
com os princípios e diretrizes do SUS e dirigido aos indivíduos, à família e a
comunidade. Dessa forma pretende alterar o perfil dos problemas de saúde-doença da
cavidade bucal das populações domiciliadas nos territórios de abrangência das equipes
do PSF (Idem, 1994).
É importante que os profissionais de uma equipe de PSF apresentem um olhar
integral sobre o indivíduo, sua família, a comunidade e as questões ambientais, sociais
e econômicas que influenciam o estado de saúde da população da área de cobertura,
tais como: educação, abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo,
processo de urbanização, etc (Idem, 1994).
Assim as ações e serviços resultam de um adequado conhecimento da realidade
da saúde de cada localidade. (Idem, 1994).
Um dos aspectos fundamentais da Estratégia de Saúde da Família está no
processo de trabalho em uma equipe multiprofissional, introduzindo o novo”,
afrontando valores, lugares e poderes consolidados pelas práticas dos modelos que o
antecederam (BRASIL, 2004).
As ações e serviços de saúde bucal no Brasil se caracterizavam em sua maioria
por ões curativas e mutiladoras e com acesso restrito, pois abrangiam na grande
maioria escolares na faixa etária de seis a doze anos e os adultos com acesso apenas
nos serviços de urgência (BRASIL, 2006).
Pensando em reorganizar o modelo de atenção à saúde e ampliar o acesso às
ações de saúde bucal e podendo garantir a atenção integral aos indivíduos e as
famílias através da Portaria GM/MS nº. 1.444 em 28 de dezembro de 2000ª Equipe de
Saúde Bucal passou a fazer parte da Estratégia Saúde da Família (BRASIL, 2006).
São designadas como atribuições comuns a todos os profissionais das Equipes
de Saúde da Família e de Saúde Bucal participar do processo de territorialização e
mapeamento da área de atuação da equipe identificando grupos, famílias e indivíduos
expostos a riscos, inclusive aqueles relativos ao trabalho, e da atualização contínua
dessas informações, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento
local; realizar o cuidado em saúde da população adscrita, dando prioridade ao âmbito
da unidade de saúde, no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas,
associações, entre outros), quando necessário; realizar ações de atenção integral,
garantir a integralidade da atenção por meio da realização de ações de promoção da
saúde, prevenção de agravos e curativas; e da garantia de atendimento da demanda
espontânea, da realização das ões programáticas e de vigilância à saúde; realizar
busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação compulsória e de outros
agravos; realizar a escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as
ações, participar das atividades de educação permanente (grifos nossos).
A Portaria 648 de 28 de março de 2006 apresenta tamm as seguintes
atribuições: realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o
planejamento e a programação em saúde bucal; realizar os procedimentos clínicos da
Atenção Básica em saúde bucal, incluindo as urgências e pequenas cirurgias
ambulatoriais; realizar a atenção integral em saúde bucal individual e coletiva a todas
as famílias; encaminhar e orientar usuários, quando necessário; coordenar e
participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de
doenças bucais; acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde
bucal com os demais membros da Equipe de Saúde da Família; realizar supervisão
técnica do THD e ACD; e participar do gerenciamento dos insumos necessários para o
adequado funcionamento do USF (BRASIL, 2006).
4 A ESCOLA E A EDUCAÇÃO
A Educação é um processo rico e enriquecedor,
pois contém o germe da crítica, reflexão e
consciência” Arthur da Távola.
Diferentes práticas educativas têm sido utilizadas, no processo ensino-
aprendizagem junto aos indivíduos. Conforme as concepções, formações individuais ou
sociais, diversas serão as práticas e diferentes as conseqüências e resultados. Faz–se
necessário bem conhecê-las para se estar consciente daquilo que se faz e se pode
fazer. Compreender porque se está fazendo algo, porque se está usando determinadas
estratégias e não outra é fundamental para um trabalho sério e produtivo. As escolas
são constituídas em função das diversas concepções pedagógicas que norteiam o
processo educativo. Concepções estas que serão explicitados a seguir, bem como a
opção por uma escola libertadora como local ideal para o estabelecimento de uma
escola promotora de saúde.
A educação pode se dar de modo informal, assistemático ou difuso, ou de
maneira formal e sistemática. “Quanto mais se vive, mais se aprende”, é um ditado
popular que define bem a educação informal, ou seja, é aquela que acontece no
decorrer da vida diária, ocorre através do aprendizado de cada grupo social. Não existe
um planejamento, um local ou uma hora determinada para o aprendizado, todas as
pessoas, sem exceção participam dessa forma de educação. Um exemplo desse tipo
de educação seriam as comunidades isoladas, onde não existe escola (OLIVEIRA,
1989).
A educação formal é aquela ordenada, que visa a transmissão de um
determinado conhecimento de técnicas ou modos de vida, ou seja, é a escola. Aquela
especificamente organizada para transmitir às crianças a herança cultural da sociedade
(OLIVEIRA, 1989). É aquela que será visada no presente trabalho.
A escola tem se constituído como centro importante do processo educativo, da
convivência e do crescimento dos indivíduos, exercendo sobre eles grande influência
em suas etapas formativas, mas que são de grande importância em suas vidas (OPS,
1998).
A escola é também uma instituição onde um conjunto de normas e
procedimentos padronizados, valorizados pela sociedade, na qual seu objetivo principal
é a socialização do indivíduo, a transmissão de aspectos determinados pela cultura.
Também pode ser vista como um conjunto de alunos, professores e funcionários que
desenvolvem um processo contínuo de cooperação, onde o principal objetivo é o de
transmitir determinada cultura (OLIVEIRA, 1989).
As instituições escolares expressam a maneira pela qual é compreendido o
processo de ensino aprendizagem norteadas pelas práticas pedagógicas. O trabalhar
com os diferentes conteúdos pode estar priorizando o ensinar ou o aprender, a
transmissão ou a construção do conhecimento. A multiplicidade de significações que
podem estar presentes nas enunciações do professor, e a diversidade do auditório
formado pelos alunos conduzem a diferentes estados de construção de conhecimento
pelos indivíduos. A compreensão dos fundamentos, das conseqüências pedagógicas
das diversas tendências que envolvem o ensinar e o aprender permitem a análise e
escolhas de como se trabalhar o conhecimento de maneira consciente e com
resultados mais efetivos (FREITAS, 1994).
4.1 - CONCEPÇÕES QUE ORIENTAM O ENSINAR E O APRENDER
A concepção pedagógica tradicional no mostra que o conhecimento pré-existe
ao sujeito, estando no mundo externo. O sujeito, aquele que aprende se comporta
como mero receptor é uma “tabula rasa” sobre a qual devem ser despejados os
conhecimentos. Os conhecimentos que o aluno traz consigo, suas concepções de
mundo são desconsideradas (FREITAS, 1994).
As ações de ensino são centradas na exposição do conhecimento pelo
professor. O importante é o ensinar e aquele que ensina o professor, tem um papel
destacado. O professor assume funções de ensinar e corrigir a matéria previamente
selecionada, de vigiar e aconselhar os alunos. É a autoridade máxima, um organizador
de conteúdos e estratégias de ensino, portanto o responsável e condutor do processo
educativo (PEREIRA, 2003).
Bordenave (1999) sistematiza essa corrente pedagógica, tanto em nível
individual quanto social. Em nível individual, há o hábito de tomar notas e memorizar, a
passividade do aluno e falta de atitude crítica, profundo respeito quanto às fontes de
informação, sejam elas professores ou textos, distância entre teoria e prática e falta de
“problematização” da realidade. Em nível social, a adoção inadequada de
informações científica e tecnológica de países ditos desenvolvidos, adoção
indiscriminada de modelos de pensamento elaborados em outras regiões,
individualismo e falta de participação e cooperação, falta de conhecimento da realidade
e conseqüentemente, imitação de padrões intelectuais estrangeiros, submissão à
dominação e ao colonialismo e manutenção da divisão de classes sociais. Esta
concepção fundamenta a escola tradicional (PEREIRA, 2003).
Podemos definir a concepção pedagógica tradicional como sendo a “ditadura”.
Ditadura porque o mais importante são as ações do professor, ele é o
mantenedor do saber, ele é autoridade máxima, o guia exclusivo do processo
educativo.
Nessa concepção todas as imposições geram alunos pacíficos, alunos que
aprende pouco, e muitas vezes o que aprendem não facilitam sua inserção e atuação
na sociedade.
Portanto tal concepção foi adotada tempos atrás, quando todos aceitavam tudo
que era imposto, mas hoje, tal concepção não deve ser adotada, pois, vemos que as
crianças de modo geral estão mais críticas. Todas as imposições feitas pelos pais ou
professores, e a mesmo por algum adulto em geral, sempre tem um
“questionamento”, sempre fazem uma perguntinha básica, por quê? E com certeza
todo questionamento tem que ser respondido com consciência, para que tal “criança”
fique satisfeita com a resposta.
A concepção que se refere a pedagogia renovada inclui várias correntes com o
mesmo princípio norteador de valorização do indivíduo como ser livre, ativo e social.
(Movimento chamado Escola Nova: John Dewey, Montessori, Piaget, Anísio Teixeira e
a Pedagogia não-diretiva de Carl Rogers). O centro da atividade escolar não é o
professor nem os conteúdos disciplinares, mas o aluno como ser ativo e curioso. O
mais importante não é o ensino, mas o processo de aprendizagem. Trata-se de
“aprender a aprender”, ou seja, é mais importante o processo de aquisição do saber do
que o saber propriamente dito (ZACHARIAS, 2006).
O professor é um facilitador do desenvolvimento livre e espontâneo do indivíduo.
Deve partir do aluno, o processo da busca pelo conhecimento. Cabe ao professor
organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando suas ações às
características individuais dos alunos, para desenvolver capacidades e habilidades
intelectuais de cada um. O professor estimula a motivação dos alunos, despertando
neles a busca pelo conhecimento, o alcance das metas pessoais, metas de
aprendizagem e desenvolvimento de competências e habilidades. O processo de
ensino é desenvolvido para proporcionar um ambiente favorável ao auto
desenvolvimento e valorização do “eu” do aluno (ZACHARIAS, 2006).
A educação centrada no estudante como diz Rogers é a democrática, aquela em
que o estudante tendo responsabilidade de si próprio consegue ser uma pessoa
responsável, auto determinada, com iniciativa e ainda preparado para se adaptar às
novas situações e problemas (ROGERS apud PERREIRA, 2003).
Um passo muito importante é o de ajudar as pessoas a analisarem seus
problemas, pois assim elas passam a ter controle sobre suas próprias vidas e ao
mesmo tempo gera um sentimento de dedicação, de vontade e capacidade de
mudança. Essa corrente tem influenciado algumas práticas de ensino, especialmente a
educação infantil, o campo da orientação educacional e da psicologia escolar
(PEREIRA, 2003).
Vemos agora, uma concepção voltada totalmente para o aluno, o aluno aprende
através de suas experiências ou pelo que descobre por si mesmo. Tal concepção faz
com que o professor seja apenas um facilitador no processo.
A idéia de um ensino guiado pelo interesse dos alunos acabou em muitos casos
por desconsiderar a necessidade de um trabalho planejado, perdendo-se de vista o que
se deve ensinar e aprender (ZACHARIAS, 2006).
Portanto, temos fatos a serem discutidos como, por exemplo, a desconsideração
do trabalho planejado, no qual perdemos de vista o que deve ser ensinado e aprendido.
Tal desconsideração vem nos mostrar falhas nessa concepção, pois o aluno não
deve sempre aprender sozinho, ele deve ter em suas mãos algo planejado, para que
em cada fase de sua vida aprenda algo importante e que tenha valor.
Dessa forma, podemos dizer que para o processo ensino-aprendizagem se
de maneira eficaz, é necessária a junção dos ensinamentos do professor e a
capacidade do aluno de discernir o que é necessário para ele.
A pedagogia por condicionamento ou tecnicismo se concentra no modelo da
conduta mediante um jogo eficiente de estímulos e recompensas capaz de
“condicionar” o aluno a emitir respostas desejadas pelo professor. Inspira-se nas
teorias behavioristas (Skinner, Gagné e Bloon) da aprendizagem e na abordagem
sistêmica do ensino (ZACHARIAS, 2006).
Nesta tendência, a escola funciona como modeladora do comportamento através
de técnicas próprias. A educação escolar compete à organização do processo de
aquisição de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos, úteis e necessários
aos indivíduos para que estejam integrados ao sistema social global. O interesse
escolar é a produção de indivíduos competentes (no âmbito da técnica) para o mercado
de trabalho (ZACHARIAS, 2006).
Para Bordenave, as conseqüências da pedagogia por condicionamento ou
modelagem da conduta são em nível individual: aluno ativo, emitindo respostas que o
sistema permitir; alta eficiência da aprendizagem de dados e processos; o aluno não
questiona os objetivos, nem o método, tampouco participa em sua seleção; o aluno não
tem oportunidade de criticar os conteúdos do programa; o tipo e a oportunidade dos
reforços são determinados pelo programador do sistema; tendência ao individualismo e
à competitividade, o aluno mais rápido ganha em status e em acesso a materiais
ulteriores; tendência a renunciar à originalidade e à criatividade individual, as
respostas corretas são preestabelecidas (BORDENAVE apud PEREIRA, 2003).
O que iremos analisar, portanto, é que o professor é um especialista na
produção de indivíduos competentes para o mercado de trabalho e nada mais. O papel
do professor não é passar os conhecimentos necessários ao processo ensino-
aprendizagem, mas mostrar as técnicas que irão levá-los a progredir dentro da
sociedade.
A propósito, tal concepção trouxe alguns problemas para o processo ensino-
aprendizagem, pois tanto o professor, quanto o aluno não eram valorizados, e sim a
“técnica”.
Dessa forma, o podemos ter um professor apenas técnico, e nem um aluno
pacífico, que respostas prontas, mas devemos ter um professor que ensina de
forma clara e precisa, e um aluno que aprende o que é necessário e ao mesmo tempo
em que saiba discutir sobre todos os assuntos que o cerca.
Todas as concepções acima citadas apresentam-se fragmentadas e a-históricas
considerando o sujeito, que está a conhecer, de forma abstrata e descontextualizada.
Não são consideradas as circunstâncias sociais que o envolvem. Na perspectiva sócio-
histórica e libertadora de Paulo Freire (pedagogia crítica), o conhecimento é construído
numa relação dialética entre sujeito e objeto, isto é, entre o indivíduo e o meio em que
ele vive na época e na sociedade em que ele vive. Portanto trata-se de uma relação
não com objetos a serem conhecidos, mas é principalmente uma relação entre
pessoas, entre sujeitos. A relação do sujeito e conhecimento não é uma relação direta,
mas mediada. Essa mediação se processa via um outro, via linguagem, logo o
conhecimento se constrói nas relações interpessoais. A construção do conhecimento
individual é resultado das interações entre os indivíduos mediados pela cultura
(FREITAS, 1994).
Essa concepção é mais focada no Brasil, no final dos anos 70 e no início dos
anos 80 com a abertura política. Ocorreram, nessa época, intensa mobilização dos
educadores com intuito de buscar uma educação crítica, a serviço das transformações
sociais, econômicas e políticas, que visavam superar as desigualdades sociais. A
pedagogia libertadora de Paulo Freire, a pedagogia crítico-social dos conteúdos, a
pedagogia sócio-histórica, o buscadas com intuito de desvelar a realidade,
questionando as relações do homem com a natureza e com os outros homens
(PEREIRA, 2003).
Nesta pedagogia, o método de ensino é realizado de forma educativa, através
dos grupos de discussão. O professor está no mesmo nível de importância em relação
aos alunos. O método se baseia na relação dialógica entre professor e alunos. Para
Freire (2001), é através do diálogo que se a verdadeira comunicação, onde os
interlocutores são ativos. Alunos e professores participam de uma construção
compartilhada do saber. Na sala de aula não lugar para o ensinar e o aprender de
forma isolada. Toda ênfase é colocada no ensinar/aprender como um processo único
do qual participam igualmente professores e alunos. O professor é aquele que, detendo
mais experiência, funciona intervindo e mediando a relação do aluno com o que está a
conhecer. Ele está sempre atuando como elemento de ajuda, de intervenção,
trabalhando junto com o aluno numa construção compartilhada do conhecimento. O
desenvolvimento é olhado prospectivamente, o que importa são os processos de
aprendizagem. O professor atua de forma explícita, provocando avanços que não
ocorreriam espontaneamente. O que ocorre na escola, a intervenção do professor e
sua ajuda através de explicações, demonstrações, exemplos, orientações, instruções,
fornecimento de pistas são ingredientes importantes do processo de ensino que levam
o aluno ao desenvolvimento (FREITAS, 1994).
Bordenave (1999) aponta as seguintes repercussões dessa pedagogia: em nível
individual, o aluno está constantemente ativo, observando, formulando perguntas,
expressando opiniões e percepções. Ele fica motivado pela percepção de problemas
reais cuja solução é buscada e a aprendizagem está ligada a aspectos significativos da
realidade. O desenvolvimento de habilidades intelectuais de observação, análise,
avaliação, compreensão é buscado, bem como o intercâmbio e cooperação entre os
demais membros do grupo. Em vel social, a população é conhecedora de sua própria
realidade e reação a valorização excessiva do forâneo. criação de métodos e
instruções originais adequados a própria realidade com redução da necessidade de
líderes, pois líderes são emergenciais, há criação e ou adaptação de tecnologia viável
e culturalmente compatível (BORDENAVE, 1999).
O processo de ensino-aprendizagem nesta pedagogia segue esquematicamente
os seguintes passos: primeiramente parte da observação de um aspecto selecionado
da realidade. A observação da realidade permite aos alunos expressar suas
percepções pessoais, efetuando uma primeira leitura ingênua da realidade. Na
segunda fase, os alunos separam da observação inicial o que é importante, do
superficial ou contingente, identificando os pontos-chave do problema. Num terceiro
momento a teorização do problema. É questionado o porquê das coisas
observadas. Recorre-se, então aos conhecimentos científicos, possibilitando a
teorização a partir dos fatos contidos no dia-a-dia, no cotidiano do aluno. O aluno é
levado a entender o problema além de suas manifestações empíricas ou situacionais,
mas também segundo os princípios teóricos. Confrontando a realidade com a
teorização o aluno se direciona a uma quarta fase: a formulação de hipóteses de
solução para o problema em estudo. O aluno utiliza a realidade para aprender com ela
ao mesmo tempo em que se prepara para transformá-la. Na última fase, o aluno pratica
as soluções encontradas mais viáveis e aplicáveis. Ele aprende a generalizar o
aprendido para utilizá-lo em outras situações diferentes e a discriminar em que
circunstâncias são possíveis ou convenientes a aplicação (BORDENAVE, 1999).
As tendências pedagógicas expostas acima expressam uma representação de
homem e de sociedade. Embora tenham sido colocadas em uma seqüência didática é
importante verificar que elas coexistem em nossa realidade.
Embora haja críticas a cada uma delas é indiscutível que a prática educativa
norteada pela pedagogia crítica é a mais adequada ‘a prática educativa em saúde.
Promovendo a valorização do saber do educando e sua instrumentalização para a
transformação da realidade e de si mesmo, possibilita-se a participação ativa do sujeito
nas ações de saúde, assim como o desenvolvimento contínuo de suas habilidades
humanas. Os desenvolvimentos das potencialidades dos indivíduos e da coletividade
convergem para uma sociedade mais democrática, estando em concordância com os
princípios e diretrizes da Promoção da Saúde (PEREIRA, 2003).
Esta concepção irá buscar a aprendizagem a partir do meio em que o indivíduo
vive, fazendo com que os alunos sejam mais críticos. Os educadores irão buscar a
educação crítica a serviço das transformações sociais, econômicas e políticas visando
à superação da desigualdade social.
Nesse ponto os educadores irão mostrar a realidade que cercam os alunos,
fazendo com que eles possam refletir sobre todas as mazelas que a sociedade está
vivendo.
O mais importante dessa concepção é a discussão, porque todos os problemas
serão discutidos de forma íntegra tanto pelo professor, quanto pelo aluno no mesmo
nível de conhecimento.
Dessa forma, o que podemos observar e discutir através dessa concepção, é
que ela, possui alguns esquemas para se desenvolver, ou seja, ela precisa de regras e
passos a ser seguidos para que toda a discussão seja elaborada e que realmente
tenha efeito.
4.2- EDUCAÇÃO PARA SAÚDE
A educação e a saúde são espaços de produção e aplicação de saberes
destinados ao desenvolvimento humano (PEREIRA, et al. 2003).
Para educar, necessidade de se entender o processo ensino-aprendizagem.
“A definição de ensinar é ampla: ‘como fazer com que as pessoas aprendame a de
aprendizagem como o processo pelo qual a conduta se modifica em resultado da
experiência” (KVETHE apud PETRY, 2003). São as características da forma de ensinar
que irão definir o tipo de aprendizagem e seus efeitos na educação (PETRY, 2003 p.
372).
Educar não significa simplesmente transmitir ou adquirir conhecimentos. “Existe,
no processo educativo, um arcabouço de representações de sociedade e de homem
que se quer formar”. As novas gerações, através da educação, adquirem os valores
culturais e reproduzem ou transformam os códigos sociais de cada sociedade. Não há
um processo educativo asséptico de ideologias dominantes, sendo necessário se
refletir sobre o sentido e o valor da educação na e para a sociedade (PEREIRA, 2003,
p. 123).
A prática educativa em saúde é voltada para o desenvolvimento de capacidades
individuais e coletivas, visando à melhoria da qualidade de vida e saúde, onde se
busca não apenas os processos de intervenção da doença, mas processos de
intervenção onde o indivíduo e a coletividade disponham de meios para a manutenção
ou recuperação do seu estado de saúde (PEREIRA, 2003).
Para Costa & Lopes (1996) a educação em saúde consiste em um conjunto de
práticas e saberes voltados para prevenção das doenças e promoção da saúde
(ALVES, 2005).
Com a educação em saúde, o conhecimento científico originado no campo da
saúde, torna-se um recurso para que se alcance a vida cotidiana das pessoas, a fim de
que, atingida a compreensão dos condicionantes do processo saúde-doença, ofereça
subsídios para a aceitação de novos hábitos e conduta de saúde (ALVES, 2005).
Entende-se por educação em saúde quaisquer combinações de experiências de
aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações que conduzam à saúde. É
importante combinar múltiplos determinantes do comportamento humano, com
múltiplas experiências de aprendizagem e de intervenções educativas. O delinear
distingue o processo de educação de saúde de quaisquer outros processos que
contenham experncias não programadas de aprendizagem, apresentando-se como
uma atividade sistematicamente planejada, onde medidas comportamentais são
adotadas por uma pessoa, grupo ou comunidade para alcançar um efeito intencional
sobre a própria saúde (CANDEIAS, 1988).
A educação em saúde constitui, na prática, uma fração das cnicas voltadas
para a saúde, prendendo-se especificamente à habilidade de organizar logicamente o
componente educativo de programas que se desenvolvem seja na escola, local de
trabalho, ambiente clínico ou na comunidade (CANDEIAS, 1988).
Na educação para a saúde, o trabalho pedagógico deve estar centrado na saúde
e o na doença, tendo por finalidade subsidiar a construção de valores e a
compreensão das práticas favoráveis ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Hábitos, estilos de vida e atitudes perante diferentes questões relativas à saúde,
devendo ser valorizados e empregados as mais variadas fontes de informação
(CANDEIAS, 1988).
Ao longo da aprendizagem, o desenvolvimento de conceitos adquire importância
cada vez maior para permitir que os alunos adquiram uma atitude crítica frente aos
desafios em suas relações como o ambiente físico e social, transformando, assim,
hábitos e reavaliando as crenças e os tabus que eles trazem consigo.
Nessa perspectiva, educar para a saúde tem como finalidade a busca
permanente da compreensão dos seus determinantes, bem como a capacitação do
indivíduo para a utilização de medidas práticas, que estejam ao seu alcance, para a
promoção, a proteção e a recuperação da saúde, entre as quais se incluem os direitos
ao acesso aos serviços de saúde, hábitos de auto-cuidado, relações com o meio etc.
Por ser a educação um instrumento de transformação social, seja ela formal ou
cidadã, esta deve ser fundamentada na criatividade de forma que a proposta leve a um
processo de reflexão sobre a realidade, através da ação-reflexão. De acordo com o
autor Petry é a atitude que o educando toma, através da auto-reflexão, para mudar sua
própria realidade. Este processo reflexivo está inserido na proposta de uma educação
baseada na criatividade (PETRY, 2003).
Assim, a educação em saúde, para formar a consciência sanitária, precisará ser
pensada como capaz de propagar nas pessoas a noção crítica das causas reais de
seus problemas e, ao mesmo tempo, criar rapidez de compreensão para atuar no
sentido da mudança. Ao resgatar essa independência de cada indivíduo sobre seu
próprio corpo e o conhecimento das causas reais do adoecimento, trabalhando a
relação entre causa e efeito, procura-se, com empenho, remover o caráter fatalista das
doenças (PETRY, 2003).
O processo educativo tem por objetivo as mudanças de comportamento
necessárias à manutenção, recuperação e promoção de saúde. É importante que o
profissional que trabalha em educação, se lembre que os valores podem ser
modificados, mas que estes se formam lentamente e que tamm de modo lento serão
reformulados (CHRISTEN, 1984). Com isso, devemos reforçar repetidamente as
mensagens motivacionais, pois mesmo que essas informações tenham sido completas
e adequadas, requererá certo tempo para que seja amadurecida e incorporada pelo
paciente (PETRY, 2003).
As transformações podem ser adquiridas através de diferentes níveis, dos quais
os mais importantes são: cognitivo, onde a informação deverá ser de forma lógica,
clara e direta, usando linguagem de acordo com a cultura da criança. O nível afetivo é
aquele que se mostra preocupado com a saúde do indivíduo, havendo uma relação de
confiança entre profissional e a criança, e, por último, o psicomotor, onde a criança vai
executar o que foi transmitido a ele, por exemplo, controle do biofilme dental através da
higiene bucal (PETRY, 2003).
Para ajudar nessas transformações, não podemos ignorar a ocasião,
aproveitando a preocupação com determinado assunto ou acontecimento para servir
de motivação para criança. Podendo tamm utilizar recursos motivacionais como:
- Prazer Como já foi dito anteriormente as coisas ensinadas de forma agradável
são melhores aceitas, com mais resultados positivos.
- Apercepção (assimilação de novas experiências) relacionar o novo
ensinamento com algo que já é familiar à vida da criança.
- Instinto considerado uma das melhores formas de motivação, pois relaciona o
objeto de ensino com os instintos naturais da criança (PETRY, 2003).
Para implementar programas de saúde bucal coletiva, necessita-se apreender a
realidade de cada indivíduo, assim como definir as necessidades de sua comunidade,
seus problemas e sua cultura (CORDÓN, 1997).
Os hábitos e comportamentos familiares, muitas vezes demonstram como há
dificuldade na mudança de comportamento. As mães não reconhecem a cárie dentária
e a doença periodontal como enfermidades, como apresentam Misrachi e Sáez apud
Soares (2004), onde avaliam as crenças, valores e as práticas populares em relação à
saúde bucal, em uma população de baixo nível cio-econômico, acreditando que os
dentes duram até a quinta década de vida, não podendo modificar esse fato
(SOARES, 2004 pág 18).
Mohr (2002), fazendo uma análise de como a educação em saúde é
desenvolvida por professores de ciências do ensino público fundamental de
Florianópolis/SC, observou que os objetivos pretendidos pelos professores eram
completamente alheios ao conceito holístico de saúde, fixando-se na transmissão de
conceitos isolados. A autora concluiu que é necessário re-orientar a educação em
saúde em três aspectos: axiológico, epistemológico e metodológico. O primeiro,
axiológico, deveria permitir que a educação para a saúde fosse desenvolvida como
parte integrante da alfabetização científica. No aspecto epistemológico, os conteúdos
deveriam ser organizados de forma a permitir enfoques interdisciplinares, ao mesmo
tempo em que deveriam ter significado para os alunos, valorizando suas vivências e
privilegiando sua forma de relacionar-se com o mundo.
Nascimento (1998) em estudo com professores de Ciências do ensino
fundamental buscou mudar a compreensão dos mesmos sobre educar em saúde. Para
tanto, ela usou uma metodologia que incluiu relatos de vivências pessoais, revisão de
bibliografia e debates abertos envolvendo temas do cotidiano, alimentação e higiene,
saúde, meio ambiente, questões de cidadania e direito ao acesso à saúde. A autora
observou que, houve uma mudança na forma de conceituar e trabalhar com educação
em saúde, abrindo novas possibilidades de desenvolvimento nessa área. Também
concluiu que é necessário criar espaços de reflexão permanente e construção de
conhecimentos na área de saúde escolar.
Botazzo (1994) afirma que a saúde bucal coletiva deve direcionar-se para o
social como o lugar de produção das doenças bucais e organizar tecnologias que
visem o a “cura” do paciente naquela relação individual biológica, mas sim a
diminuição e o controle sobre os processos mórbidos tomados em dimensão coletiva.
Ainda representam um desafio muito grande as propostas com o foco no
coletivo, por um lado, pelo fato da formação na área da saúde bucal dirigir-se para o
individual e, por outro, devido à existência apenas de uma pequena parte do
investimento feito em ciência e tecnologia direcionada aos problemas de saúde bucal
com relevância para a saúde pública (PAULETO, 2005).
Partindo deste contexto, a educação em saúde como prática social voltada para
o coletivo abre a possibilidade de promover a ampliação das práticas de promoção da
saúde bucal no espaço público. Soares (1988) afirma que muitas medidas preventivas
permitem combater a cárie e a doença periodontal e, entre elas estão a higiene bucal,
fluoretação e alimentação não-cariogênica, que constituem medidas eficazes para fazer
frente aos problemas bucais. Entretanto, para que tenham êxito, precisam
fundamentar-se em programas educativos.
Na década de 1920, a criação do Instituto de Hygiene de São Paulo, atual
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, teve o intuito de preparar
técnicos para o provimento de cargos no setor de saúde pública e do ensino científico
da Higiene. Essa instituição foi responsável pela formulação da política sanitária
estadual, objetivando, de forma decisiva, a educação sanitária. Este instituto também
articulou estratégias voltadas para a veiculação da idéia da inserção do ensino da
higiene no universo escolar, seja atuando na formação de professores primários e de
agentes de saúde pública, sejam pela produção de impressos destinados as crianças
das escolas primárias e os seus mestres (ROCHA, 2003).
Concebiam-se os problemas sanitários como problemas de ordem educativa. A
escola primária era vista como instituição, a cuja força e poder deveriam recorrer os
higienistas”. Havia o entendimento que não bastava sanear o ambiente e que o homem
alheio à higiene era o maior viveiro de germes patogênicos, e o mais ativo
popularizador de moléstias. ele mesmo, pela sua própria vontade, aquecida pela
educação moral e orientado a pela instrução higiênica, poderá estancar a fonte
morbígena” (ALMEIDA JÚNIOR, 1922).
Assim, pode-se pensar que a escola primária, agindo em massa, lenta e
continuamente, graças a sua universalidade e obrigatoriedade é susceptível de
alcançar a todos, no tempo e no espaço. Da mesma maneira, coerente com esse
entendimento, uma nova abordagem da saúde somente será efetiva se estiver voltada
para o bem-estar de toda a comunidade e articulada através do envolvimento entre
educação e saúde.
4.3 - A ESCOLA COMO MULTIPLICADORA DA SAÚDE BUCAL
Cyrini e Pereira (1999) analisaram programas de saúde escolar, cuja
preocupação seria de uma ação ampla. Esses programas geralmente oferecem uma
prática assistencialista, ou seja, onde predominam subprogramas isolados, como
assistência odontológica, oftalmológica, psicológica, etc. Esta pesquisa demonstrou
que a saúde escolar reproduz o paradigma que prioriza o indivíduo, e parte dele, em
detrimento da coletividade e do todo.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000) fazem diferença entre ensinar
saúde e educar para saúde, isto é: ensinar saúde faz com que a informação seja
isolada, valorizando a anatomia e a fisiologia para explicar a saúde e a doença. Essa
abordagem é denominada biologismo, não tendo se revelado eficaz nos procedimentos
e atitudes necessários à promoção de saúde; o educar para saúde, ao contrário, se
apresenta centrado na saúde e não na doença, tendo por finalidade subsidiar a
construção de valores e a compreensão das práticas favoráveis ao crescimento e
desenvolvimento saudáveis (BRASIL/PCN, 2000).
Dessa forma, o educar para saúde busca permanentemente a compreensão dos
seus determinantes, como também a capacitação do indivíduo para a utilização de
medidas práticas, que estejam ao seu alcance, para a promoção, proteção e a
recuperação da saúde (SOARES 2004).
Para Harris (1990, p.31), do Grupo Informal de Estudos e Discussões sobre
saúde escolar de São Paulo (GIEDISE), Saúde Escolar seria:
“Um conjunto de atividades desenvolvidas por uma equipe
multiprofissional, envolvendo inclusive o professor, que visam promover
e recuperar a saúde do ser humano em idade escolar que esteja dentro
ou fora da escola, da maneira mais precoce possível, através de ações
educativas e assistenciais que levam em conta suas origens e realidade
de vida, interagindo com recursos institucionais disponíveis na
comunidade assim como a família, buscando influir de maneira decisiva
no ambiente físico e emocional da escola, no processo de ensino de
saúde e na assistência integral à saúde pessoal da criança” (Harris,
1990, p.31).
Esta definição incentiva as ações integradas, envolvendo a participação da
comunidade escolar (professores, direção e funcionários da escola) e seu entorno
(famílias e comunidade como um todo) (SOARES, 2004.).
Assim, a escola envolvida neste processo, deveria buscar discutir questões
sociais, políticas, econômicas e educacionais relacionadas à saúde e à doença de
maneira ampla e democrática, tendo uma participação ativa, estimulando a criança a se
interessar pela saúde bucal por meio de aulas, pesquisas, elaboração de textos,
fazendo entrevistas com dentistas, participando de dramatizações, etc. (SOARES,
2004, p. 20 e 44).
Ferriane e colaboradores (1990) analisaram o Programa de Assistência ao
Escolar, financiado pela Fundação de Assistência ao Escolar (FAE), e observaram que
não foram desenvolvidas ações de educação em saúde em nenhum momento. O
programa limitou-se a ações individuais e curativas (apud SOARES, 2004).
Segundo Narvai (1992), um programa de assistência ao escolar, em relação à
odontologia, deveria envolver duas fases: preventiva e curativa. Porém, segundo o
autor, a primeira ainda está limitada a programas de fluoretação das águas de
abastecimento público e bochechos semanais com soluções de flúor, sem dar maior
ênfase ao componente educativo. Quanto à fase curativa, ela está centrada no
atendimento individual, sendo que as ações se limitam a períodos de tratamento
(curativo restaurador) seguidos de períodos de espera de formação de novas cáries.
Narvai ainda acrescenta que existem concepções distintas entre assistência e
atenção odontológica: a assistência refere-se ao conjunto de procedimentos clínico-
cirúrgicos dirigidos a consumidores individuais, estejam estes doentes ou não. a
atenção envolve um conjunto de ações que além de incluir a assistência odontológica
individual não se esgotam nela.
Nesse sentido, SOARES (2004) afirma também que a atenção tem por objetivo a
manutenção da saúde bucal da população por meio de ações de alcance coletivo.
Segundo Sossai apud Conceição (1994, p.33):
(...) é inegável que grande parte dos programas de Saúde Escolar
ainda estão voltadas quase que exclusivamente para ações de
medicalização, como realizações de exames laboratoriais (de fezes),
distribuição de medicamentos, realização de testes de acuidade visual
e fornecimento de óculos, tratamento dentário, distribuição de
merenda” (Conceição, 1994, p.33).
Portanto, a atenção à saúde bucal deve envolver todos os determinantes do
processo saúde-doença bucal e transcender o âmbito odontológico, para abranger a
saúde como um todo. Isso requer a articulação e coordenação de ações multisetoriais,
desenvolvidas pela sociedade.
A escola tem se constituído como centro importante do processo educativo, da
convivência e do crescimento dos indivíduos, exercendo sobre eles grande influência
em suas etapas formativas, mas que são de grande importância em suas vidas (OPS,
1998).
A escola é também uma instituição onde um conjunto de normas e
procedimentos padronizados, valorizados pela sociedade, na qual seu objetivo principal
é a socialização do indivíduo, a transmissão de aspectos determinados pela cultura
(OLIVEIRA, 1989).
As instituições escolares expressam a maneira pela qual é compreendido o
processo de ensino-aprendizagem norteado pelas práticas pedagógicas. O trabalhar
com os diferentes conteúdos pode estar priorizando o ensinar ou o aprender, a
transmissão ou a construção do conhecimento. A multiplicidade de significações que
podem estar presentes nas enunciações do professor, e a diversidade do auditório
formado pelos alunos conduzem a diferentes estados de construção de conhecimento
pelos indivíduos. A compreensão dos fundamentos, das conseqüências pedagógicas
das diversas tendências que envolvem o ensinar e o aprender permitem a análise e
escolhas de como se trabalhar o conhecimento de maneira consciente e com
resultados mais efetivos (FREITAS, 1994).
A escola torna-se uma condição favorável para alcançar objetivos específicos,
como o desenvolvimento da saúde escolar, auto-estima, habilidades e comportamento
saudável, pois é nessa época da vida que a criança passa por uma fase crítica em seu
desenvolvimento (BUSS, 1998).
Três componentes são essenciais para a promoção de saúde no âmbito escolar:
educação para a saúde com enfoque integral, compreendendo desde o amor próprio
até a habilidade de adquirir bitos higiênicos e escolher formas de vida saudáveis,
tendo por objetivo ultrapassar o âmbito da sala de aula, priorizando técnicas
participativas que incluem as discussões em grupos, o estudo de casos e os projetos
de trabalho comunitário. A criação de ambientes saudáveis, apresentando um ambiente
agradável, onde não haja violência verbal, física ou psicológica, agressões, ou seja, um
lugar envolvente, seguro, limpo, com estrutura apropriada, fundamental para a
obtenção de um clima emocional e interações sociais, capaz de propiciar a melhoria do
bem estar, produtividade dos alunos e dos profissionais da instituição escolar. A
provisão de serviços de saúde, onde a informação didática deve ser acompanhada de
reconhecimento de profissionais da saúde, como o médico, dentista, facilitando a
detecção mais precoce de deficiências ou doenças.
Toda escola que promova saúde deve utilizar recursos para que se consiga
facilitar o aprendizado da criança, como: empregar vocabulário simples e claro; fazer
uso de slides, modelo de gesso, espelhos, cartazes e vídeos; esclarecer os termos
desconhecidos; sempre que possível usar exemplos, para conseguir o entendimento;
explicar que nós estamos sempre em processo de mudança de comportamento, e que
a educação poderá esclarecer melhor; colocar sempre em prática a informação
transmitida, para que o aprendizado seja ativo, participativo; realizar o ensino de
técnicas em etapas, para que este ocorra sem falhas e evolua; o próprio aluno poderá,
junto ao profissional, avaliar, através da prática, seu desempenho; respeitar a
individualidade de cada um, onde alguns terão mais facilidade no aprendizado e outros
terão mais dificuldade; aplicar tarefas estimulativas, como dramatização, cartazes,
esculturas, desenho, certificando-se que o aluno consegue aprender sozinho (PETRY,
2003).
Segundo o Informe Estatístico de 1997 do SEEC/INEP/MEC (Secretaria de
Estado de Educação e Cultura/ Instituto Nacional de Estatística e Pesquisa/ Ministério
de Educação e Cultura, 1997) constam matriculados no Ensino Fundamental
33.131.270 alunos, no ano de 1996, atendidos por 1.180.618 professores em 179.953
escolas da rede pública de ensino do Brasil. No Estado do Rio de Janeiro em 2002
foram matriculados 2.474.530 alunos e na cidade de Valença 19.441 alunos no Ensino
Fundamental. No ano de 2006 na rede municipal pública de Valença foram
matriculados na educação infantil 2127 alunos, de a série 4127 alunos, de a
série 1121, na educação de jovens e adultos 345 alunos e na creche 525 chegando a
um total de 8.243 alunos (BRASIL/SME, 2007).
A pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS-1996) mostra que 93%
das crianças e adolescentes freqüentam, com alguma regularidade, a escola no Brasil.
Depois do “lócus familiar”, esses meros mostram a escola como local
privilegiado para o desenvolvimento de ações de informação e educação em saúde,
trazendo como objetivo o desenvolvimento de estilos de vida saudáveis, condutas de
baixo risco e a compreensão de que saúde é mais do que somente ausência de
doença, mas é o resultado de condições adequadas de saneamento, habitação,
educação, geração de renda, alimentação, segurança, lazer, cultura e outro
(BRASIL/CNS, 1986).
A Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo reúne duas
características peculiares com relação ao papel da escola na formação da cultura da
saúde. A de produtora e reprodutora de conhecimento e de práticas pessoais e sociais,
apresentando espaço privilegiado das vivências da infância e adolescência, que é um
período decisivo no desenvolvimento de atitudes, hábitos, comportamentos e valores
(BRASIL/ SESP, 2005).
Com esse pensamento a secretaria de educação orienta para o ensino e
aprendizagem em saúde através das diretrizes reconhecendo que os conteúdos de
saúde devem ser incluídos nas diferentes áreas curriculares; valorizando a promoção
da saúde na escola para todos os que nela estudam e trabalham; fazendo entender
que o desenvolvimento da auto-estima e da autonomia pessoal é fundamental para a
promoção da saúde; considerando a importância do desenvolvimento de estilo de vida
saudável como opção viável e atraente para a prática de ações que promovam a
saúde; oferecendo educação continuada em Educação para a Saúde com participação
de educadores que possam contribuir para a elaboração do projeto político pedagógico
de acordo com a realidade local e ou regional onde está inserida a escola e
incentivando a adoção de um modelo de saúde que inclua a interação dos aspectos
físicos, psíquicos, sócio-culturais e ambientais (Idem, 2005).
5 O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E SUA FUNÇÃO MULTIPLICADORA DE
INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE BUCAL.
As propostas do Movimento da Reforma Sanitário, consagradas na VIII
Conferência Nacional de Saúde, culminaram com a criação do Sistema Único de
Saúde (SUS) e a na inserção, na Constituição de 1988, da Saúde como direito de
todos, isto é, como um direito de cidadania, além do entendimento mais ampliado do
processo saúde e doença, que abrange entre outras coisas, educação, alimentação,
moradia, meio ambiente, renda, transporte, lazer, liberdade e acesso aos serviços de
saúde. As ações preventivas no campo da saúde pública, bem como ações
educacionais envolvendo a escola, comunidade e agente de saúde foram assumidas
pelo Estado.
Todas as mudanças para alterar qualitativamente as ações de saúde, se
apresentaram insuficientes, tornando assim necessária a busca de novos saberes e
práticas que tornassem viável a implementação do SUS e, posteriormente, alcançar
sua efetividade (BRASIL/MS, 1991).
Com a grande seca ocorrida na Região Nordeste, especificamente no Ceará, no
ano de 1991, surgiu o primeiro Programa de Agentes de Saúde do Ceará, incluído no
plano de Governo Estadual, tendo como objetivo criar oportunidade de emprego para
as mulheres na área da seca e ao mesmo tempo contribuir para queda da mortalidade
infantil (TOMAZ, 2002). O programa possibilitaria envolver, em curto prazo, um grande
número de moradores destas áreas em atividades de promoção da saúde, com
remuneração garantida pelo governo federal, através da verba liberada para
emergência.
Em 1991, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) foi instituído
pelo Ministério da Saúde em rios estados do país, tomando como modelo a
experiência do Ceará, com o Programa de Agente de Saúde (PAS), e de outros
estados, com atenção primária de saúde, com repasse de recursos e normatização
comum para todos (SILVA & RODRIGUES, 2000). Com isso o Programa de Agentes
Comunitários foi um das primeiras estratégias para começar a mudar o modelo de
assistência à saúde. Foi a partir do trabalho do ACS cadastrando famílias e
identificando seus principais problemas de saúde que os serviços de saúde puderam
oferecer uma assistência mais voltada para família, de acordo com a realidade e os
problemas de cada comunidade (BRASIL/MS, 2000).
Ficou definido pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias Municipais de
Saúde, que os agentes comunitários de saúde, não necessitariam apresentar vel de
escolaridade apenas saber ler e escrever além de residir pelo menos dois anos na
comunidade onde atuaria; ter idade mínima de 18 anos e ter disponibilidade de tempo
integral para exercer suas atividades.
Por ter a estratégia se expandido por todo o Estado, com sucesso, em março de
1994, o Ministério da Saúde, incorporou outros profissionais ao PACS, criando o
Programa Saúde da Família (PSF) como estratégia para reorganização da atenção
básica no país.
Com a incorporação desses trabalhadores nas equipes de saúde da família
ocorreu o reconhecimento de sua identidade profissional e de seus direitos trabalhistas
e sociais. Dessa forma os agentes comunitários de saúde se organizaram em busca do
reconhecimento legal de sua profissão propiciando a edição do Decreto Federal nº.
3189/99 que fixa as diretrizes para o exercício de suas atividades, onde culminou na
publicação da Lei Federal nº. 10.507 de 10 de julho de 2002 que criou a profissão de
Agente Comunitário de Saúde, estabelecendo novos critérios de escolaridade e
qualificação, onde foi questionada pelo Ministério Público do Trabalho a forma de
seleção e contratação dos agentes comunitários de saúde. A Medida provisória nº. 297
de 09 de junho de 2006 regulamentaram a Emenda Constitucional nº. 51 de 14 de
fevereiro de 2006 que torna possível a admissão do agente comunitário de saúde por
meio de processo seletivo público, passando dessa forma a ser a legislação de
referência para o exercício das atividades desse trabalhador (BRASIL/MS/ME, 2004).
Assim, surgiu um trabalhador com uma interface intersetorial no campo da ação social
e da saúde, exclusivo no âmbito da SUS, sob a supervisão do gestor local em saúde
(JAEGER, 2003).
O ACS integra as equipes do PACS e PSF, através de ações educativas em
saúde, realiza atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde nos
domicílios e coletividade, em conformidade com as diretrizes do SUS. Suas atividades
são estendidas ao acesso às ações e serviços de informação e promoção social e de
proteção da cidadania (JAEGER, 2003).
Atuando neste contexto, como membro da equipe de saúde, o agente
comunitário de saúde em suas funções excede o campo da saúde, na “medida em que,
para serem realizados requerem atenção a múltiplos aspectos das condições de vida
da população, situados no âmbito daquilo que se convenciona chamar de ação
intersetorial” (BRASIL/MS/ME, 2004).
Com a implantação do Programa Saúde da Família pelo Ministério da Saúde,
ficou evidente que os agentes comunitários de saúde se constituem como a melhor
ligação entre o serviço de saúde e a comunidade (SILVA & RODRIGUES, 2000).
Atualmente os agentes comunitários de saúde estão presentes em comunidades
urbanas e rurais em todo país, somando um total aproximado de 190.000
trabalhadores, acompanhando, em média, 550 pessoas de sua comunidade
(BRASIL/MS/ME, 2004).
O Ministério da Saúde reconhece o PACS como uma estratégia imprescindível
para contribuição do aprimoramento e na consolidação do SUS, a partir da
reorientação da assistência ambulatorial e domiciliar.
5.1 PROCESSOS DE QUALIFICAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÙDE
Ainda nas diretrizes operacionais, o ACS deve ser capacitado para prestar
assistência a todos os membros das famílias acompanhadas, de acordo com as suas
atribuições e competências, entre outras, realizando atividades de educação em saúde
bucal na família, com ênfase no grupo infantil (ALBUQUERQUE, 1997).
O agente comunitário de saúde aparece como trabalhador da saúde, onde atua,
pertencendo à esfera pública, mas que também adentra a casa dos moradores da sua
área de atuação, participando do cotidiano dessas pessoas e, portanto, da sua vida
íntima e privada.
Diante disso, o agente comunitário se torna essencial fazendo a consolidação
entre o serviço de saúde e as famílias.
Para Arendt (1979, p. 182):
O “espaço público é fundamentalmente como o espaço da palavra
e da ação, do ponto de vista da sociabilidade e da comunicação,
um mundo onde é possível ser ouvido e visto. É no espaço
público que se institui, segundo a autora, uma forma específica de
sociabilidade regida pela pluralidade humana, expressa no
diálogo e na possibilidade de manifestação de diferenças para
alcançar o senso comum” (ARENDT apud COHN, et al., 2005, p.
168-185).
Os agentes comunitários de saúde, assim, é que reconstituem esse diálogo, a
partir das questões trazidas por eles da esfera privada para o serviço de saúde, ou
seja, para a esfera pública. Mas nem sempre essas questões da comunidade, da vida
familiar se transformam em ações do Estado, em geral, o que presenciamos é a
manutenção de atividades, de acordo com um protocolo definido (COHN, et al, 2005).
Foi desenvolvido um estudo no Projeto Qualis/PSF, no município de São Paulo,
sobre o ACS, no qual foi identificado que o agente comunitário não dispõe de
instrumentos e tecnologia como também de saberes para as diferentes dimensões
esperadas do seu trabalho. Dessa forma, esse profissional acaba trabalhando com o
senso comum, com a religião e menos com os saberes e recursos das famílias e da
comunidade, devido essa insuficiência de material (SILVA & DALMASO, 2002).
Face ao novo perfil de atuação do ACS, o documento do Ministério da Saúde
(1999), enfatiza que sejam escolhidos formas mais abrangentes e organizadas de
aprendizagem, pressupondo que os programas de capacitação referentes a esses
trabalhadores, se voltem mais para uma ação educativa crítica para assegurar o
domínio de conhecimentos e habilidades específicas para o desempenho de suas
funções (apud SILVA & DALMASO, 2002).
Ao realizar ações e interações, os ACS, no seu trabalho, passam por situações
em que a área da saúde ainda não desenvolveu nem um saber sistematizado, nem
instrumento apropriado de trabalho e gerência que consiga abranger, desde a
abordagem da família, o contato com situações de vida precária que estabeleçam as
condições de saúde, até o posicionamento frente à desigualdade social e a busca da
cidadania (Idem, 2002).
O Ministério da Saúde regula a formação do ACS por meio da Lei de Diretrizes e
Bases, (lei 9394/96), estabelecendo as diretrizes e bases da educação nacional e em
seus artigos 39 e 42 tratam da educação profissional. Assim como a resolução n. 228
de 08 de maio de 1997 constitui grupo de trabalho para acompanhamento do Programa
Nacional de Educação e Qualificação Profissional na área da saúde, apresentado pelo
Ministério da Saúde aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde.
Com a Portaria n. 198 de 03 de fevereiro de 2004, foi instituído pelo Ministério da
Saúde a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do
SUS para formação e desenvolvimento dos recursos humanos que atuam na área da
saúde, justificando ser responsabilidade constitucional a organização de Recursos
Humanos para saúde. A Educação Permanente é compreendida como estratégia de
aprendizagem a partir da problematização do processo de trabalho incorporando o
aprender e o ensinar no dia a dia das organizações do trabalho, portanto a Educação
Permanente deve basear-se na reflexão crítica sobre as práticas reais, utilizando-se a
metodologia da problematização, pois tem mais oportunidade de conduzir
transformações das práticas profissionais e da organização dos serviços
(BRAIL/MS/PEP, 2004).
Ribeiro e Motta (2005) comentam em seu artigo a Educação Permanente como
Estratégia na Reorganização do Serviço de Saúde, que apesar da importância da
Educação Continuada/Permanente estar em crescimento apresenta-se vaga quanto ao
seu papel na reorganização dos modelos assistenciais e na reestruturação das formas
de intervenção educativa no interior dos serviços de saúde apesar de estar sempre em
pauta nas Conferências de Recursos Humanos, deixando claro nos documentos
dessas Conferências uma caracterização vaga dos processos de educação
continuada/permanente no que diz respeito às suas dimensões metodológicas,
organizacionais e estratégicas.
Com a Educação Continuada/Permanente, o agente comunitário de saúde e a
ESF irão alcançar resultados satisfatórios no seu trabalho de forma a atender às
necessidades trazidas pelo dinamismo dos problemas (ANDRADE, 2001).
A educação continuada além de possibilitar o aperfeiçoamento profissional é um
importante mecanismo da própria concepção de equipe e de vínculo dos profissionais
com a população. Para melhor adequação entre os requisitos da formação e as
necessidades de saúde da população atendida a educação permanente deve iniciar-se
desde o treinamento introdutório, assim como atuar através de todos os meios
pedagógicos e de comunicação disponíveis, de acordo com as realidades de cada
contexto (ANDRADE, 2001).
Zarifian (1999) apud MS (2004,) desenvolveu um conceito de competência
baseado em uma visão de trabalho que inclui capacidades, atividades e contextos,
tratando, assim, da combinação de conhecimentos, diretrizes, experiências e
qualidades pessoais usadas de forma efetiva e própria em atos individuais e coletivos.
Este conceito diz que “competência é a capacidade de enfrentar situações e
acontecimentos próprios de um campo profissional, com iniciativa e responsabilidade,
segundo uma inteligência prática sobre o que está ocorrendo e com capacidade para
coordenar-se com outros atores na mobilização de suas capacidades".
Da habilitação técnica, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) orienta a
política de educação profissional, apontando para a elevação da escolaridade e para
uma concepção de formação que proporciona compreensão global do processo
produtivo, com a apreensão do saber tecnológico (Lei Federal nº. 9394/96, Decreto
Federal 5154/2004, Parecer do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação
Básica (CNE/CEB) nº. 16/99 e Resolução CNE/CEB nº. 04/99) valorizando a formação
dos trabalhadores como um componente de reajuste da força de trabalho, de forma a
contribuir para a efetivação da política nacional de saúde, caracterizando a
necessidade de elevação da escolaridade e dos perfis de desempenho profissional,
levando a possibilidade de aumentar a autonomia intelectual dos trabalhadores e o
domínio de conhecimento técnico-científico (BRASIL/MS, 2004).
Além disso, deve atentar também para as necessidades indicadas pelo Sistema
Único de Saúde, que determina que os profissionais tenham capacidade de atuar em
diferentes setores, de forma a promover a melhoria dos indicadores de saúde e sociais,
em qualquer nível do sistema. O Ministério da Saúde também acredita na capacidade
do profissional no auto-planejamento, no gerenciamento de tempo e espaço de
trabalho, de exercitar a criatividade de trabalhar em equipe, de interagir com os
usuários dos serviços, de ter consciência da qualidade e das implicações éticas do seu
trabalho (BRASIL/MS/ME, 2004). Dados obtidos pelo Ministério da Saúde mostram o
perfil destes trabalhadores acerca da escolaridade, onde aproximadamente 60% possui
ensino médio completo ou incompleto, 18%, o ensino fundamental completo e 22%
estão por concluir o ensino fundamental, e tamm mostra que todos os agentes
comunitários de saúde inseridos no SUS já passaram por algum processo de
qualificação/capacitação (Idem, 2004).
A Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da
Saúde, criada pelo decreto nº. 4.726, de 09 de junho de 2003, tem um papel
fundamental na qualificação profissional dos agentes comunitários de saúde, passando
a exercer o papel de formulação das políticas orientadoras da formação,
desenvolvimento, distribuição, regulação e gestão dos trabalhadores de saúde no
Brasil. Dessa forma, o Ministério da Saúde se responsabilizou na formação,
desenvolvimento e educação permanente dos trabalhadores de saúde em todos os
níveis de escolaridade. Construíram o Referencial Curricular para o Curso Técnico de
Agente Comunitário de Saúde onde lançou as bases nacionais para a realização da
qualificação técnica dos agentes comunitários de saúde, respeitando as diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Profissional, tendo sido estruturado em um
Plano de Curso, conforme previsto no artigo 10 da Resolução CNE nº. 04/99 (Idem,
2004).
O curso de técnico de agente comunitário de saúde é ministrado em três
módulos da seguinte forma: etapa formativa I, que é a formação inicial onde todos os
agentes comunitários de saúde inseridos no Sistema Único de Saúde, independente da
escolarização; etapa formativa II, que inclui os concluintes da etapa I, com atestado de
realização ou com certificado de conclusão concomitante do ensino fundamental; e a
etapa formativa III, que envolve os concluintes das etapas formativas I e II, com
certificado de conclusão ou atestado de realização concomitante com ensino médio.
O Departamento de Gestão e da Educação na Saúde é organizado em três
coordenações gerais que são: Ações estratégicas em educação na saúde, abrangendo
a educação superior em saúde; ões Técnicas em Educação na Saúde que abrange
a educação técnica em saúde e as Ações Populares de Educação na Saúde
envolvendo a educação popular em saúde. Essas ações trabalham as especificidades
desses três campos, alimentando sua articulação por meio de fundamentos como a
relação entre educação e o trabalho, a mudança nas políticas de formação e nas
práticas de saúde e a produção e disseminação de conhecimento.
O Departamento de Gestão e Educação na Saúde (2004) propõe a adoção da
educação permanente como estratégia fundamental para a recomposição das práticas
de formação, atenção, gestão, formulação de políticas e controle social no setor da
saúde (BRASIL/ MS/SGTES, 2004).
Com relação à formação dos agentes comunitários de saúde, a Escola de
Formação Técnica em Saúde (ETIS) é uma instituição pública, vinculada à Secretaria
de Estado de Saúde, que tem por objetivo a formação de profissionais de nível técnico
na área de saúde, dando prioridade aos trabalhadores do SUS, ou em processo de
admissão. Uma das principais preocupações da ETIS é oferecer material didático aos
alunos e professores do curso de habilitação de técnicos em ACS a fim de dar suporte
às práticas pedagógicas. O curso de técnico em ACS é dividido em três módulos,
organizados por áreas de conhecimentos (ALVES, 2006).
Demonstra-se dessa forma a importância do agente comunitário de saúde no
contexto de mudanças das práticas de saúde, seu papel social perante as
comunidades e seu papel perfil de escolaridade constituem uma base sólida, onde se
sustentam a imprescindível e pertinente formação profissional (BRASIL/MS/ME, 2004).
Com relação à saúde bucal, no município de Bauru, São Paulo, os agentes
comunitários de saúde recebem orientação em saúde bucal voltadas somente para as
gestantes e crianças, encaminhando-as para o posto de saúde, não havendo, assim,
uma programação definida para a comunidade e, tampouco, recebem capacitação para
o desenvolvimento de atividades visando promover saúde bucal.
Como o SUS preconiza a integralidade, observa-se a necessidade de ampliar o
espectro de promoção de saúde bucal para os demais grupos etários.
O PACS desencadeia um processo de mudança nos usuários como mudanças
de consciência enfocando sobre a prática solidária de cidadania, dando repercussão na
qualidade de vida dessa população. O estímulo ao desenvolvimento de ações de
promoção, proteção e educação em saúde bucal se mostra necessário, assim como a
capacitação profissional, ampliando, com isso, a conscientização da população quanto
a essa importante questão da saúde (LEVY et al, 2004).
5.2 PROCESSOS DE TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Através da portaria nº. 1886/GM de 18/12/1997 foram aprovadas normas e
diretrizes do PACS, presentes nos termos do Anexo I. Entre as prerrogativas de
responsabilidades do município, está a de “garantir as condições necessárias para o
processo de capacitação e educação permanente do ACS”, sob a responsabilidade do
instrutor-supervisor com a participação e colaboração de outros profissionais do serviço
local de saúde.
Em 28 de março de 2006, através da Portaria n. 648, o Ministro de Estado da
Saúde, estabelece a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção
Básica para o PSF e PACS. A partir desta portaria os ACS tamm assumiram como
atribuições o desenvolvimento de ações que busquem a integração entre a equipe de
saúde e a população adscrita, considerando as características e as finalidades do
trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividade; orientar
as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis assim como cumprir
com as atribuições atualmente definidas para os ACS em relação à prevenção e ao
controle da malária e da dengue, conforme a Portaria n. 44/GM, de 3 de janeiro de
2002. Não sendo permitido ao ACS desenvolver atividades nas unidades básicas de
saúde, desde que vinculadas às atribuições da Portaria n. 648 de 28 de março de
2006.
Diante das suas inúmeras atribuições e entre os diferentes atores sociais de um
programa de saúde, foi reconhecido que o agente comunitário de saúde é uma “peça”
importante que atua fazendo a relação entre o poder público e a comunidade
(ALBUQUERQUE, 1997).
Em sua atuação o ACS deve estar atento a quatro importantes verbos que se
refletem em suas ações, como: identificar, encaminhar, orientar e acompanhar. Para
que o ACS identifique um problema ou uma situação é necessário atenção e que este
tenha recebido treinamento para saber ouvir e para reconhecer fatores de risco e sinais
de alerta a fim de encaminhar as pessoas corretamente à Unidade de Saúde; O
encaminhamento apresenta-se como uma ação do agente comunitário que necessita
muito cuidado e atenção, pois não é somente enviar a pessoa para a Unidade de
Saúde, muitas vezes significa conduzir, ir com a pessoa, caso esta não tenha
condições de ir sozinha; orientar é uma ação realizada diariamente devido ao fato de
que o ACS deve examinar com cuidado os diferentes aspectos de um problema junto
com a pessoa de forma a encontrar as melhores soluções, e, acompanhar que seria
dar assistência às pessoas da sua comunidade que estão em situação de risco, como
as gestantes, idosos, hipertensos, diabéticos e outros. A soma de todas as ações do
ACS faz com que seu trabalho seja gratificante, levando-a resultados satisfatórios
(BRASIL/MS, 2000).
A ambigüidade é um aspecto sempre presente no papel assumido pelos agentes
comunitários de saúde, que se dividem entre a inserção na comunidade e o
compromisso profissional, que muitas vezes a comunidade busca no agente
comunitário de saúde não os serviços de saúde, mas a atenção, a conversa, até
mesmo para ajudar em problemas enfrentados pela família ou pelo bairro.
O ACS, a partir da concepção de competência, deve possuir: iniciativa, aptidão
para desenvolver ações por conta própria; responsabilidade para responder pelas
ações; autonomia de aprender a pensar, criticar, defender, argumentar, concluir e
antecipar, mesmo não tendo o poder para mudar uma realidade ou normas
estabelecidas.
O ACS deve possuir tamm a capacidade de articular e mobilizar
conhecimentos, relacionando-o com o contexto, colocando-o em ação para enfrentar
situações do processo de trabalho, como tamm saber coordenar-se com outros
atores, estabelecendo movimentos de solidariedade, compartilhando situações e
acontecimentos do trabalho. Enfim as competências profissionais de um ACS tratam da
combinação de conhecimentos, destrezas, experiências e qualidades pessoais usadas
de forma efetiva e apropriadas em resposta às várias circunstâncias.
Atuando como apoio aos indivíduos e coletivos sociais, os ACS devem identificar
as situações de risco em saúde, assim como participar da orientação,
acompanhamento e educação popular em saúde, estendendo as responsabilidades
das equipes locais de saúde, através de ações sobre a prevenção e solução de
problemas de saúde, motivando práticas de promoção da vida em coletividade e de
desenvolvimento das interações sociais (JAEGER, 2003).
A realidade da dimensão do trabalho do ACS é expressa por cada competência
proposta e representa um eixo estruturante de sua prática. A competência profissional
incorpora quatro dimensões do saber, o: saber-fazer, expressas nas habilidades;
saber-conhecer, manifestado nos conhecimentos; saber-ser, através das atitudes; e o
saber conviver que se apresenta no coordenar-se com os outros (Idem, 2003).
O saber-ser, como competência para os ACS, incorpora o interagir com os
indivíduos e seu grupo social, sempre o coloca em equipe de trabalho em prol da
organização e eficiência das práticas de saúde, e, enfim pensar criticamente seus
direitos e deveres como trabalhador (Idem, 2003).
Desse modo as competências se expressam pela capacidade de reflexão crítica
e mudança ativa em si mesmo e nas suas práticas profissionais (Idem, 2003).
6 METODOLOGIA
6.1 CARACTERIZAÇÕES DO ESTUDO
Esta pesquisa configura um estudo de caráter qualitativo, exploratório
descritivo, que buscou através da análise do conhecimento dos professores do ensino
fundamental e dos agentes comunitários de saúde uma base para elaboração de um
material didático sobre informações em saúde bucal.
6.2 LOCAL DE ESTUDO
O Município de Valença situa-se na região sudeste do Estado do Rio de Janeiro,
na região do Médio Paraíba, apresentando uma área total de 1.305,8 quilômetros
quadrados. O principal acesso à sede é pela RJ-145, que acessa a BR 393 em Barra
do Piraí e a via Dutra mais ao sul, em Piraí, dando um total aproximado de 170
quilômetros até a capital. De acordo com censo demográfico de 2000, possui 66.308
habitantes estando divididos em 06 distritos, a saber: Valença distrito; Juparanã
distrito; Santa Isabel distrito; Pentagna distrito; Parapeúna distrito e
Conservatória – 6º distrito.
Os serviços de saúde se compõem de rede pública estadual e municipal
privada lucrativa e filantrópica. Apresenta uma gestão semiplena de Atenção Básica. O
Município possui 04 Hospitais, sendo 03 filantrópicos e 01 estabelecimento universitário
de pesquisa, que faz tamm atendimento ambulatorial.
Valença dispõe de 32 postos de Atenção Básica sendo 24 com atendimento
médico e odontológico e 08 somente com atendimento médico. Todos possuem salas
de vacinação e curativo. Consta ainda de 03 prontos socorro.
Em agosto de 2000 o município implantou o Programa de Agentes Comunitários
de Saúde, com uma equipe de 141 agentes comunitários, sob a supervisão de cinco
enfermeiras, que faziam uma cobertura de 100% da população municipal. A partir de
outubro de 2005, com a qualificação do Município de Valença para o desenvolvimento
do PSF foram deslocados 51 ACS para fazerem parte das equipes. Hoje o município
consta com 06 equipes de PSF.
O município dispõe de 49 escolas públicas municipais, onde trabalham 504
professores da pré-escola e do ensino fundamental e 141 agentes comunitários de
saúde (PSF/PACS) distribuídos em oito áreas em todo o município.
6.3 TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO
A técnica de investigação escolhida para a 1ª fase foi a coleta dos dados
empíricos através da aplicação de questionário semi-estruturado, procedimento que
permitiu obter informações contidas na fala dos atores através de fatos e situações
vivenciadas por eles. O exame destes questionários permitiu a extração de variáveis
comuns para análise.
Desta maneira para organizar os dados empíricos obtidos, fizemos à leitura e
releitura das entrevistas, com propósito de organizá-las, dividi-las e sintetizá-las,
objetivando apreensão dos aspectos mais relevantes, e das frases que se repetiam ou
que tivessem destaque.
O tamanho amostral mínimo foi definido em 154 professores do ensino
fundamental (30,5%) e 96 ACS (68%). Foram entrevistados professores nas escolas da
zona urbana (centro e periferia), sendo 36 professores no centro e 85 na periferia e 33
na zona rural. Com relação aos ACS as entrevistas foram realizadas nas suas áreas de
atuação no Município, sendo 66 do PACS e 30 do PSF.
O número de professores foi determinado a partir do momento em que se atingiu
um percentual considerado mínimo e significativo para a análise proposta, dadas as
dificuldades de acesso aos professores na sua totalidade. Em relação aos ACS o
percentual foi significativamente mais alto em função da maior facilidade de contato.
Em abril de 2006, enviamos o projeto de pesquisa nº. 268 ao Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) da Universidade Estácio de Sá, aprovado em setembro de 2006
(Anexo A). A partir daí iniciamos a coleta de dados. Apresentamos-nos, através de
reuniões isoladas, aos agentes comunitários de saúde e aos professores do ensino
fundamental como dentista e pesquisadora. Nesta oportunidade explicamos os
objetivos da pesquisa e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A),
informando que no desenvolvimento do estudo todos os dados poderiam ser retirados a
qualquer momento sem nenhuma penalidade. Dessa forma, obtivemos o
consentimento destes profisssionais.
Para alcançar os objetivos propostos utilizaremos a seguinte metodologia:
Coleta de dados:
1- Dados secundários:
Levantamento bibliográfico referente ao tema.
2- Dados primários:
Entrevistas com aplicação de questionários semi-estruturados entre os
professores de ensino fundamental e agentes comunitários de saúde.
No primeiro momento os questionários tiveram por objetivo avaliar se um
material didático contendo informações sobre saúde bucal seria bem aceito e
considerado útil no sentido de ampliar os conhecimentos básicos desses profissionais
sobre estas questões para a sua futura transmissão. Em um segundo momento já com
a avaliação feita e com a apresentação de um croqui do instrumento didático, os
questionários aplicados tiveram por objetivo saber se a ferramenta elaborada estava de
acordo com as expectativas dos entrevistados.
A estrutura da pesquisa, dessa forma, foi constituída de duas partes:
identificação da aceitação e possível utilização de um material didático e avaliação da
qualidade do seu conteúdo. O material didático está no anexo B.
Os dados foram coletados no período de outubro a novembro de 2006, nas
escolas municipais e na sala dos agentes comunitários de saúde, assim como nas
Unidades do PSF.
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O quadro 1 apresenta algumas características da amostra estudada, professores e
agentes comunitários de saúde.
Quadro 1. Caracterização dos professores e agentes comunitários de saúde por sexo e
escolaridade.
Pelos dados apresentados no quadro acima, observamos que a totalidade dos
entrevistados é do sexo feminino (94,8%).
Ao resgatarmos os primórdios do Programa de Agentes Comunitários de Saúde,
verificamos que essa experiência iniciou-se no Estado do Ceará e que priorizava a
contratação de mulheres, baseando-se no fundamento de que as mulheres sofreriam
um processo de melhoramento da sua condição social, através do trabalho remunerado
de um salário mínimo e, possivelmente, estimulariam um posicionamento mais ativo de
outras mulheres da comunidade que coabitam. Além disso, outro fator importante para
esta escolha era a possibilidade de promover a educação em saúde com o grupo
materno-infantil, buscando alcançar o objetivo de reduzir a mortalidade dessa
Sexo Escolaridade
Caracterização
F M
1º grau
incompleto
1º grau 2º grau 3º grau
s-
graduação
Total
PROFESSOR 148 6 - - 65 75 14 154
ACS 89 7 07 30 55 04 - 96
TOTAL 237 13 07 30 120 79 14 250
% 94,8 5,2 2,8 12 48 31,6 5,6 100
população, através do aumento do índice de aleitamento materno e prevenção da
desidratação, resultante da diarréia (MINAYO et al. apud, LUDARNELO, 2004).
Acreditamos que não seja possível desacreditar, considerando os resultados desse
programa, que esses profissionais sendo mulheres, mães, filhas, vizinhas e comadres,
melhoram as suas condições de vida e de suas famílias e contribuem para uma
evolução de suas comunidades. Esta expectativa mantém-se forte na estrutura do
programa atual, embora a participação de homens traga novos encontros e novos
olhares, repercutindo na promoção da saúde das famílias (LUDARNELO, 2004).
Da mesma forma podemos considerar que tendo um mero significativo de
mulheres entre ACS e professores do ensino fundamental no Município de Valença, a
divulgação de informações em saúde bucal possa ter um forte impacto na melhoria das
condições de saúde bucal das suas famílias e na própria comunidade em que vivem.
Segundo Tomaz (2002), tomando como ponto de discussão a ampliação do papel
do agente comunitário de saúde na evolução PACS/PSF e considerando que o ACS
saiu do foco materno-infantil para a família e a comunidade, além das exigências de
novas competências no campo político e social, este autor defende que é necessário
que este profissional tenha um grau de escolaridade mais elevado para poder dar conta
das suas atribuições.
Em relação aos professores, profissão designada pelos pais às suas filhas e que,
por manterem uma tradição, inerente aos que, culturalmente, se situam em escalões
elevados (proprietários agrícolas, industriais...), concorreram, dessa forma, para que a
profissão se feminilizasse, constituindo um corpo docente maioritariamente por
mulheres (CAVACO, 1990).
De acordo com os dados colhidos, observou-se que 100% dos entrevistados
devolveram o questionário preenchido. O levantamento envolveu professores com a
seguinte formação: 65 (42,20%) com segundo grau completo (curso normal), 75
(48,70%) com terceiro grau completo e 14 (9,10%) com pós-graduação, e com relação
a formação dos ACS: 07 (7,29%0 com primeiro grau incompleto; 30 (31,25%) com
primeiro grau completo; 55 (57,29%) com segundo grau completo e 04 (4,17%) com
terceiro grau completo.
Apresentamos na tabela 1 abaixo, a representação dos agentes comunitários de
saúde segundo sua vontade em participar do projeto para aquisição de conhecimentos
básicos em saúde bucal, através de um material didático, ficando explícito a aceitação
da proposta.
Tabela 1: Distribuição dos ACS segundo os motivos que levaram a participar do projeto,
Valença, 2006.
Esta tabela mostra que 83,3% dos Agentes Comunitários de Saúde tinham
vontade em adquirir conhecimento para então transmiti-los a comunidade.
PACS PSF
02 03 04 01 06 07 08 09 TOTAL %
Adquirir, transmitir e/ou
adquirir e transmitir
conhecimento
15 13 24 05 06 02 06 09 80
83,3
Gostar do trabalho
01 01 01 - - - - - 03
3,13
Mostrar realidade da
comunidade
01 - 01 - - - - - 02
2,12
Achou interessante
- 02 03 - - 01 - - 06
6,25
Após reunião e por
acreditar no trabalho no
trabalho da pesquisadora
03 - 01 - - 01 - - 05
5,2
Total
20 16 30 05 06 04 06 09 96 100
Segundo Jaeger (2003) como foi dito anteriormente, o ACS integra as equipes
do PACS e PSF, através de ações educativas em saúde, realizando atividades de
prevenção de doenças e promoção da saúde nos domicílios e coletividade, em
conformidade com as diretrizes do SUS.
A tabela 2, mostra a caracterização do professor do ensino fundamental
segundo os motivos que os levaram participar do projeto de preparo para aquisição de
conhecimentos básicos em saúde bucal.
ZONA URBANA
ZONA
RURAL
CENTRO PERIFÉRIA RURAL TOTAL
%
Adquirir, transmitir e/ou adquirir e
transmitir conhecimento
31 59 20 110
71,4
Gostar do trabalho 04 20 07 31
20,21
Mostrar realidade da comunidade - 06 03 09
5,8
Falta de higiene - 01 03 04
2,59
TOTAL 35 86 33 154 100
Tabela 2: Distribuição dos professores segundo os motivos que levaram a participar do projeto,
Valença, 2006.
Da mesma forma que os ACS, 71,4% dos professores do ensino fundamental
demonstraram seu compromisso em adquirir conhecimento para transmiti-los a seus
alunos.
Como demonstram Santos (2004), o professor é muito mais do que um facilitador
ou assistente; ele é o próprio conhecimento que se mostra ao aluno. Esse
compromisso é intransferível, insubstituível e impossível de ser subestimado,
demonstrando assim não a denominada pedagogia tradicional”, mas a enorme
responsabilidade que tem o docente, na perspectiva de que a qualidade do processo
educativo está essencialmente relacionada à qualidade de formação do professor e à
competência deste profissional na sua relação com o conhecimento de que se professa
detentor.
Segundo Moyséis (2003), os desafios da odontologia no Brasil, sob o ponto de vista
do enfrentamento das injustiças e da busca da justiça social, devem ser vistos sobre
três critérios: melhorar os indicadores da saúde, especificamente para os grupos mais
vulneráveis da população; tornar mais accessíveis a toda população, os benefícios que
a ciência e a tecnologia ainda reservam para os mais privilegiados; avançar
radicalmente na agenda de mudanças proposta pelo SUS.
Neste sentido, as tabelas 1 e 2, relativas a 1ª fase do trabalho mostram que tanto os
ACS quanto os professores do ensino fundamental estão imbuídos da vontade de
divulgar está informação, atributos pessoais que proporcionam seu crescimento
humano, como mostram as imeras falas colhidas durante as entrevistas com estes
profissionais:
“A oportunidade de me informar, e virar um multiplicador de informações dentro de
meu meio de trabalho” (Zona Urbana, Periferia).
“As novidades e orientações que um pesquisador pode trazer ao meu trabalho, e
possibilidades de melhorar a saúde de meus alunos” (Zona Urbana, Periferia).
“Sendo o objetivo principal da odontologia moderna o bem estar físico e emocional,
a história enquanto ciência humana tem total amparo e identificação, pois tamm é
objetivo da História, a busca do bem estar do homem” (Zona Urbana, Periferia).
“A saúde bucal é de extrema importância, e deve ser conhecido o quanto antes. E
nada melhor que iniciado nos primeiros anos de vida” (Zona Urbana, Centro).
Falta de conhecimento, e com a orientação fazer e orientar a higiene” (Zona rural).
“Para ampliar meus conhecimentos e poder passá-los de maneira correta para
meus alunos” (Zona Urbana, Centro).
“Tudo que é mostrado com entusiasmo a fim de melhorar a saúde, deve ser
recebido como carinho e consideração. Eu achei muito importante e gostei muito do
projeto”.
“Para melhorar, crescer profissionalmente e adquirir mais conhecimento para
melhorar o meu trabalho” (PSF 09).
“Buscar maiores informações sobre saúde bucal para orientar melhor a
comunidade” (PSF 01).
Propor-se a um trabalho “novo” também significa enfrentar novos desafios,
conhecer a si mesmo e o outro e ainda admitir o quão é sabedor de determinado
conhecimento. Os ACS e professores do ensino fundamental demonstram falta de
informação, de recursos, de preparo como também suas dificuldades em trabalhar
conteúdos relacionados à saúde bucal e selecionar os mesmos. As tabelas 3 e 4
abaixo deixam claro essas dificuldades, ratificadas a seguir com as falas de alguns dos
entrevistados.
Tabela 3: Entendimento do professor sobre as possíveis causas das pessoas apresentarem
problemas relacionados à cavidade bucal. Valença, 2006.
ZONA URBANA ZONA RURAL
CENTRO PERIFERIA RURAL TOTAL
%
Falta de
informação/recursos/conhecimentos
18 51 21 90
58,44
Falta de higiene 17 28 11 56
36,36
Outros (medo, falta de profissional,
estilo de vida, não sabe, apoio familiar)
01 07 - 8
5,20
Total 36 86 32 154 100
Tabela 4: Entendimento dos ACS sobre as possíveis causas das pessoas apresentarem
problemas relacionados à cavidade bucal. Valença, 2006.
“Falta material e informação para uma segura aula” (Zona Urbana, Centro).
“A falta de tempo e a dificuldade de adaptar esse conteúdo dentro das minhas
aulas, pois acho que a prática tem que sobrepor os conteúdos.
“Muitas vezes nos falta conhecimento suficiente para abordar o assunto de forma
mais complexa”.
“Não ter material apropriado para explicar na prática a escovação correta”.
“Falta de preparação para transmitir as informações e falta de material didático”.
“A falta dos sérios danos que isso pode causar.
De acordo com a Lei nº. 9394/96 (LDB) os cursos e programas de formação inicial e
continuada de trabalhadores, referidos no inciso I do art. 1
o
, incluídos a capacitação, o
aperfeiçoamento, a especialização e a atualização, em todos os níveis de escolaridade,
poderão ser ofertados segundo itinerários formativos, objetivando o desenvolvimento
de aptidões para a vida produtiva e social (BRASIL, 1996).
No gráfico 2 e 3, tanto ACS (67,7%) quanto os professores (95,5%) do ensino
fundamental demonstram que não foram capacitados para desenvolver questões
PACS PSF
2 3 4 1 6 7 8 9 TOTAL %
Falta de
informação/recurso/
conhecimento
10 13 20 01 04 01 03 03 55
57,30
Falta de higiene 08 02 09 04 02 02 02 05 34
35,40
Outros (medo, falta de
profissional, estilo de vida,
não sabe)
02 01 01 - - 01 01 01 07
7,30
Total 20 16 30 05 06 04 06 09 96 100
0
10
20
30
40
50
60
PACS PSF
Sim
Não
relacionadas à saúde bucal, ficando visível a despreocupação da lei em relação a este
tema.
Z. urb. Z. urb. Z. rural
centro periferia
Gráfico 2: Você foi preparado (a) para transmitir informações em saúde bucal durante seu curso de formação de
professor? Valença/RJ, 2006.
Gráfico 3: Você foi preparado (a) para transmitir informações em saúde bucal durante seu curso de formação de
ACS? Valença/RJ, 2006.
É comentado por Cordón (1997) que, em um programa de saúde bucal, as ações
realizadas pelo dentista são efetivamente importantes, mas a educação em saúde é
fundamental para dar continuidade ao sucesso obtido pelo tratamento. Essa educação
deve incluir o conhecimento da importância da fluoretação da água, de evitar o
consumo de alimentos com alto teor de açúcar (doces e refrigerantes), da escovação
correta dos dentes etc. Nesse sentido, o autor comenta que um programa de saúde
bucal deve ter objetivos em curto, médio e longo prazo, isto é, deve ultrapassar a visão
meramente curativa.
As tabelas 5 e 6 mostram que os conhecimentos sobre saúde bucal dos professores
do ensino fundamental e ACS são insuficientes para o desempenho do seu trabalho
como multiplicadores dessas informações.
Tabela 5: Auto percepção sobre o conhecimento necessário em saúde bucal. Valença, 2006.
Tabela 6: Auto percepção sobre o conhecimento necessário em saúde bucal. Valença, 2006
Esse alto percentual de 92,85% dos professores e 82,30% dos ACS mostra a falta
de conhecimento é ratificado pela própria fala dos entrevistados.
A falta de informação para as famílias e até mesmo para os professores para
orientar seus alunos em determinados casos às vezes grave”.
De acordo com o Parâmetro Curricular Nacional (2000) “é preciso educar para a
saúde levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e
ZONA URBANA ZONA RURAL
CENTRO PERIFERIA RURAL TOTAL %
Sim 01 03 03 07 4,55
Não 35 78 30 143 92,85
Conhecimentos
básicos/com material
de apoio
- 04 - 04 2,60
Total 36 85 33 154 100
PACS PSF
2
3
4
1
6
7
8
9
TOTAL
%
Sim
02
-
4
05
5
-
01
-
17
17,70
Não
18
16
26
-
1
04
05
09
79
82,30
Total
20
16
30
05
06
04
06
09
96
100
atitudes que acontecem no dia-a-dia da escola. Por esta razão, a educação para a
saúde será tratada como tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o
currículo escolar” (BRASIL, 2000).
Segundo as tabelas 7 e 8, apesar das respostas serem superpostas, fica
caracterizado de forma evidente a necessidade da construção de um material didático,
ZONA URBANA ZONA RURAL
CENTRO PERIFERIA RURAL TOTAL %
Seria ótimo / muito interessante / com
alegria...
31 67 33 131 85,06
Seria excelente material pedagógico 01 05 - 06 3,90
Seria de grande ajuda - 04 - 04 2,60
Só acrescentaria conhecimento 03 01 - 04 2,60
Seria um multiplicador de informações 01 04 - 05 3,24
Não respondeu - 04 - 04 2,60
Total 36 85 33 154 100
Tabela7: Como você contemplaria uma publicação sobre saúde bucal, voltada para o desenvolvimento de
sua competência? Valença, 2006.
Tabela 8: Como você contemplaria uma publicação sobre saúde bucal, voltada para o desenvolvimento de
sua competência? Valença, 2006.
Tanto professores do ensino fundamental quanto ACS confirmam a necessidade da
produção deste material para superação da suas dificuldades em relação à saúde
bucal. 85,06% dos professores acharam que seria ótimo e muito interessante; 3,9%
consideraram excelente material pedagógico; 2,6% disseram que seria de grande ajuda
PACS PSF
2
3
4
1
6
7
8
9
TOTAL
%
Seria ótimo / muito
interessante
19
14
30
05
06
04
06
09
93
96,9
Não faz falta
01
01
1,0
Outros (não respondeu,
não entendeu,...
-
02
-
-
-
-
02
2,1
Total
20
16
30
05
06
04
06
09
96
100
ao seu trabalho e que só acrescentaria conhecimento; 3,24% poderiam ser
multiplicadores de informação. Os ACS 96,9% acharam ótima a idéia de um material
didático e que seria muito interessante para aju-los no trabalho.
Os resultados tamm são ratificados pelas falas dos entrevistados selecionados
abaixo:
Seria importante, pois é uma orientação profissional, pesquisada e direcionada ao
nosso ambiente de trabalho” (PACS).
“Com grande louvor, pois será justamente fornecendo qualquer material de apoio,
que se cria condição do início de uma transformação” (PACS).
“Todo tipo de informação é bem vinda, quanto mais melhor. Estamos abertos a
receber e a colaborar para o desenvolvimento desta competência” (Zona Urbana,
Periferia).
“Com bastante alegria e interesse, pois é um assunto que desperta a minha
curiosidade em alguns pontos e seria um aprimoramento dos conhecimentos que
tenho”.
“Com alegria, é bom saber que para fazer uma transformação” (Zona Urbana,
Periferia).
“Acho que seria interessante termos na escola uma publicação que nos ajude no
sentido de esclarecer sobre saúde bucal mais detalhadamente” (Zona Urbana, centro).
“Acho muito importante, e no momento estamos precisando” (Zona Urbana, centro).
“Com grande alegria, pois seria um material de pesquisa” (Zona Urbana, centro).
A partir dos dados obtidos na primeira fase da pesquisa, foi elaborado um material
didático (anexo B) e apresentada aos agentes comunitários de saúde e professores do
ensino fundamental, centrada na necessidade que estes profissionais demonstraram
em obter algum material didático para ajudá-los em sua jornada de trabalho.
Na segunda fase da pesquisa, apresentamos um croqui do material didático para
que fosse analisado pelos entrevistados, a fim de que o material seja adaptado de
forma a ajudar o trabalho desses profissionais e atingindo o objetivo de conscientizar a
comunidade que a saúde bucal é um direito de todos, capacitando-as para a utilização
dos meios e práticas de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Assim as tabelas 9 e 10 explicitam a necessidade desses profissionais obterem um
material de apoio para suprir suas dificuldades relacionadas ao tema saúde bucal.
Tabela 9: Necessidade de material de apoio para professores. Valença/RJ, 2006.
ZONA URBANA
ZONA
RURAL
CENTRO
PERIFERIA
RURAL
TOTAL
%
Sim
35
86
33
154
100
Não
-
-
-
-
-
Total
35
86
33
154
100
Tabela 10: Necessidade de material de apoio para ACS. Valença/RJ, 2006.
PACS
PSF
2
3
4
1
6
7
8
9
TOTAL
%
Sim
20
16
30
05
06
04
06
09
96
100
Não
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Total
20
16
30
05
06
04
06
09
96
100
Assim, segundo as tabelas acima, ficou evidente que todos os agentes comunitários
de saúde e professores do ensino fundamental, isto é, 100% dos entrevistados
definiram o material apresentado como esclarecedor de vidas, trazendo informações
importantes, portanto, ótima ferramenta didática, porque se mostra de forma clara,
objetiva e de fácil compreensão, como demonstrado a seguir na fala desses atores.
“Esclarece dúvidas e possibilita melhor entendimento do assunto” (Zona Urbana,
Centro).
“Porque usa uma linguagem compreensível e assuntos que nos alertam a
determinados sintomas. Podemos assim orientar melhor os nossos alunos” (Zona
Urbana, Periferia).
“Porque neste material encontramos o que necessitamos para realizarmos a
prevenção necessária” (Zona Urbana, Periferia).
”Ela traz informações importantes em relação à conscientização e importância da
saúde bucal” (Zona Urbana, Centro).
“Porque ela é clara e bem objetiva” (Zona Urbana, Centro).
“Porque informa sobre assuntos que eu tinha dúvidas e não sabia as respostas.
Agora eu sei pelo material” (Zona Urbana, Centro).
“O material está bem esclarecedor e fácil de entender, para podermos esclarecer
dúvidas e informações aos alunos e responsáveis” (Zona Urbana, Centro).
“Porque o material ajuda na transmissão de conhecimentos básicos de saúde bucal
através de uma linguagem clara e precisa” (Zona Urbana, Centro).
“Desperta o indivíduo a buscar uma melhor qualidade de vida” (Zona Urbana,
Periferia).
“Veria como um avanço que deveria existir na nossa área uma vez que a boca é
a porta de entrada para o nosso corpo e, muitas vezes é ela quem denuncia se há algo
de errado acontecendo nesse mesmo corpo” (PACS ÁREA 02).
“Consideraria esse material de um grande valor uma vez que temos pouca coisa
nesse sentido” (PACS ÁREA 08).
“Seria muito importante termos um livro” (PACS ÁREA 02).
Por último, pediu-se aos professores e ACS sugestões e a identificação de falhas
no croqui apresentado, para que o material didático a ser elaborado em definitivo possa
realmente auxiliar o trabalho desses sujeitos do estudo. Abaixo, as falas selecionadas
desses atores demonstram sua satisfação com o material apresentado a eles.
“Não falhas e deveria ser parte do currículo das escolas. Parabéns!” (Zona
urbana, periferia).
“Achei este material muito bem elaborado, preocupado em conscientizar o professor
da sua importância no auxílio da saúde bucal de seus alunos, de orientá-los de maneira
correta. São textos de fácil entendimento, leitura prazerosa. No início, achei que seria
chato, mas durante a leitura foi ficando cada vez mais interessante. Adorei! Pretendo
ler mais sobre o assunto. Quanto as falhas, não consegui identificá-las” (Zona urbana,
periferia).
“Não vejo falhas, qualidade principalmente quando falam sobre o câncer bucal,
as deficiências das vitaminas, em sala de aula podemos estender para uma boa
alimentação, sobre doenças quando falam das necessidades especiais. As
informações complementam nosso trabalho, podendo puxar para os problemas sociais,
pobreza, etc. existentes na sociedade” (Zona Rural).
“O material foi muito bem elaborado e de fácil entendimento, as sugestões de
atividades a serem desenvolvidas com os alunos são ótimas e bem criativas e
adaptáveis a todos os níveis do primeiro segmento do ensino fundamental” (Zona
urbana, centro).
“No momento ela enriqueceu meus conhecimentos e me alertou sobre a grande
importância da higiene bucal para a saúde bucal para a saúde humana(Zona urbana,
periferia).
“O material é ótimo” (PSF 08).
“Com certeza é de suma importância para o trabalho do agente comunitário de
saúde outros que queiram conhecer melhor o assunto” (PSF 09).
“O material na minha opinião é ótimo, o que eu sempre defendi não é apenas o
conhecimento didático, mas também o dinâmico que aliado ao didático formam
ingredientes essenciais para mobilizar comunidades, despertando nelas o interesse
pela questão da saúde bucal” (PACS ÁREA 02).
“Porque nela você pode ter muitos conhecimentos; como é importante no
tratamento bucal, porque através das ilustrações você pode ver como é a realidade”
(PACS ÁREA 04).
“Gostei muito do material, ele contém informações importantes que precisam ser
transmitidas as famílias que visito para que sejam evitadas as complicações ocorrentes
dos problemas bucais” (PACS ÁREA 04).
“Este material abrange de uma forma clara e simples questões que nos facilitariam
o nosso dia a dia” (PACS ÁREA 03).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Constituição de 1988, não ratificou o princípio proposto na VIII Conferência
Nacional de Saúde em 1986 pelo Movimento Sanitário Brasileiro, como o consagrou,
afirmando no seu artigo 196 que a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Este
princípio constitucional, bandeira que presidiu e impulsionou este importante
movimento político e social no Brasil, teve sua reafirmação na Conferência Nacional
de Saúde Bucal (1ª CNSB), ocorrida em Brasília em 1986. Nessa Conferência, os
dentistas que participaram intensamente das lutas pelas mudanças na Saúde,
registraram definitivamente no relatório final que a saúde bucal é parte integrante e
inseparável da saúde geral do indivíduo e, portanto, tamm depende de fatores
determinantes e condicionantes não biológicos como, entre outros, moradia,
alimentação, trabalho, distribuição de renda, transporte, educação e o acesso aos bens
e serviços essenciais.
Dessa maneira, deve-se entender que as ações a serem desenvolvidas na
Atenção Básica sejam efetivadas e calcadas numa sólida política de educação
permanente, capaz de produzir profissionais com conhecimentos, habilidades e
competências, que lhes permitam compreender e atuar no SUS com segurança
técnica, espírito crítico e compromisso político (BRASIL, 2006).
Tendo em vista os objetivos que nos nortearam nesta pesquisa, ressaltamos que
qualificações dos agentes comunitários de saúde e professores do ensino fundamental
deixam a desejar, e que esses profissionais estão sedentos por conhecimento em
saúde bucal, conforme referido em suas respostas à pesquisa. Através delas afirmam a
necessidade de obterem conhecimentos e informações para contribuírem na redução
dos problemas relacionados às doenças na cavidade oral.
Partindo da premissa de que nas várias áreas do currículo escolar existem, implícita
ou explicitamente, ensinamentos a respeito de temas transversais, pode-se afirmar
que, por outro lado, a complexidade dos mesmos como, por exemplo, a saúde bucal,
faz com que nenhuma dessas áreas, isoladamente, seja suficiente para explicá-la,
porque, ao contrário, a problemática dos temas transversais atravessa os diferentes
campos do conhecimento.
Entretanto, as experiências pedagógicas brasileiras mostram a necessidade de que
tais questões sejam trabalhadas de forma contínua, sistemática, abrangente e
integradas e não, apenas, com determinadas áreas ou disciplinas. Dessa forma esses
temas, como saúde bucal, devem interagir e estar presentes em todas as áreas e
disciplinas, passando a fazer parte do convívio escolar.
Pelos relatos dos agentes comunitários de saúde e professores do ensino
fundamental, pode-se perceber que, mesmo tendo havido algum tipo de informação
sobre saúde bucal, o que foi fixado é muito pouco, o que sugere a necessidade de um
material didático em auxílio a essa educação em saúde nesse campo, realizada de
forma constante com emprego de uma metodologia mais interessante.
Dessa maneira, fica visível a necessidade de um trabalho de capacitação para
melhor frisar a importância do tema saúde bucal, através da discussão e reflexão do
mesmo, para que, assim, possa ser viabilizada a continuidade dos programas
implantados pelos municípios, ONGS, etc.
Embora sozinha a educação não tenha força suficiente para possibilitar a saúde
desejável à população, pode, por outro lado, proporcionar elementos que capacitem os
indivíduos, de forma que possam ganhar autonomia e conhecimento na escolha e
busca de condições de vida mais saudáveis que se constituem numa conquista
consciente dos direitos de cidadania.
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13, jul. 1996.
ANEXO A
Consentimento do Conselho de Ética
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Projeto: A divulgação do conhecimento sobre saúde bucal através de professores do
ensino fundamental e dos agentes comunitários de saúde no município de Valença:
uma contribuição para o aprimoramento da informação.
Responsável: Nadia Maria Machado dos Santos Rocha RG: 05745467-0 IFP
Instituição onde será realizada a pesquisa: Secretaria Municipal de Educação de
Valença-RJ, nas Unidades Escolares Municipais.
Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da RES. CNS 196/96 e suas
Complementares e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento deste
projeto, autorizo sua execução.
Nome:______________________________________________________________
Cargo:________
__________ Data:______/_______/_______
___________________________
Assinatura
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
INSTRUMENTO PARA PESQUISA - QUESTIONÁRIO
IDENTIFICAÇÃO
Nome do Educandário:...............................................................................................................
Professor:....................................................................................................................................
Disciplina na Instituição:..............................................................................................................
vel de Formação
( ) Educação Superior ( ) Especialização ( ) 2º Grau - Curso Normal
( ) Mestrado ( ) Doutorado
ACEITAÇÃO DO PROJETO
1. O que o levou a aceitar participar do projeto de preparo para aquisição de conhecimentos
básicos em Saúde
Bucal?______________________________________________________________________
2. Quais as razões que vo acha que levam as crianças a apresentarem problemas
relacionados a doenças na cavidade
bucal?______________________________________________________________________
3. Durante as aulas você acha que seus alunos demonstrariam o mesmo interesse se os
assuntos relacionados à saúde bucal fossem abordados da mesma forma que os outros
conteúdos programáticos são
apresentados?________________________________________________________________
4.Você foi preparada(o) para transmitir informações em saúde bucal durante seu curso de
formação de
professor?____________________________________________________________________
REALIZAÇÃO DO PROJETO
5. Quais as dificuldades que você acha para trabalhar os conteúdos relacionados à saúde
bucal com seus
alunos?_____________________________________________________________________
6. O que você acha que leva os alunos do ensino da Pré-escola e Fundamental a não terem o
hábito de higiene
bucal?_______________________________________________________________________
7. Como você selecionaria os conteúdos relativos à saúde bucal a serem aplicados para seus
alunos?______________________________________________________________________
8. Você teria condições de diversificar os tipos de atividades escolares realizadas durante o
ano letivo associando conhecimentos em saúde
bucal?_______________________________________________________________________
9. Que tipos de atividades seriam
trabalhados?__________________________________________________________________
10. Você acha que a dificuldade do ensino em saúde bucal colabora para que o aluno não
desenvolva hábitos saudáveis?
____________________________________________________________________________
11. Quais são essas
dificuldades?__________________________________________________________________
12. Você acha que seu conhecimento a respeito de saúde bucal é suficiente para atender as
dúvidas de seu
aluno?_______________________________________________________________________
13. Como você contemplaria uma publicação sobre saúde bucal, voltada para o
desenvolvimento de sua competência? (Se é interessante ter um livro ou cartilha ou manual
para vo ter aonde tirar sua dúvidas sobre saúde bucal)
____________________________________________________________________________
INSTRUMENTO DE PESQUISA - QUESTIONÁRIO
IDENTIFICAÇÃO
Nome do ACS:.................................................................................................................................
Unidade que trabalha.......................................................................................................................
Área de Atuação:................................. .......................................................................................
( ) 1º grau incompleto ( ) 2º grau incompleto ( ) 3º grau incompleto
( ) 1º grau completo ( ) 2º grau completo ( ) 3º grau completo
ACEITAÇÃO DO PROJETO
1- O que o levou a aceitar participar do projeto de preparo para aquisição de conhecimentos
básicos em Saúde
Bucal?________________________________________________________________________
2- Quais as razões que você acha que levam as pessoas a apresentarem problemas
relacionados a doenças na cavidade
bucal?________________________________________________________________________
3- Você foi preparada(o) para transmitir informações em saúde bucal durante seu curso de
formação de
ACS?_________________________________________________________________________
REALIZAÇÃO DO PROJETO
4- Quais as dificuldades que você acha para trabalhar os conteúdos relacionados à saúde bucal
com morador de sua micro
área?_________________________________________________________________________
5- Como você selecionaria os conteúdos relativos à saúde bucal a serem aplicados para os
moradores de sua micro
área?_________________________________________________________________________
6- Você acha que a dificuldade na transmissão de conhecimento em saúde bucal colabora para
que o morador de sua micro área não desenvolva hábitos
saudáveis?____________________________________________________________________
7- Quais são essas
dificuldades?___________________________________________________________________
8- O ACS recebe algum tipo de capacitação voltada para saúde
bucal?________________________________________________________________________
9- Se a resposta for positiva, que tipo de
capacitação?___________________________________________________________________
10- Por quem é feita essa
capacitação?___________________________________________________________________
11-Os ACS recebem material impresso ou outro tipo de material relacionado a saúde bucal para
auxiliar no seu
trabalho?______________________________________________________________________
12-Você acha que seu conhecimento a respeito de saúde bucal é suficiente para atender as
dúvidas do morador de sua área de
atuação?______________________________________________________________________
13-Você saberia informar porque a correta higienização da boca é
importante?____________________________________________________________________
14-Você, ACS saberia para onde encaminhar uma pessoa, caso ocorresse algum tipo de
emergência ou
urgência?______________________________________________________________________
15-Como você contemplaria uma publicação sobre saúde bucal, voltada para o desenvolvimento
de sua competência?(Se é interessante ter um livro ou cartilha ou manual para você ter aonde
tirar sua dúvidas sobre saúde bucal)
_____________________________________________________________________________
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
INSTRUMENTO DE PESQUISA - QUESTIONÁRIO
Nome do Educandário:.......................................................................................................
Professor:...........................................................................................................................
.
Disciplina na Instituição:....................................................................................................
Nível de Formação
( ) Educação Superior ( ) Especialização ( ) 2º Grau - Curso Normal
( ) Mestrado ( ) Doutorado
1- O que o levou a aceitar participar do projeto de preparo para aquisição de
conhecimentos básicos em Saúde Bucal?
___________________________________________________________________
2- O material didático apresentado contempla suas necessidades?
( ) Sim ( ) Não
Por quê?____________________________________________________________
3- Você conhecia e/ou transmitia alguma(s) questão es) apresentada (s) neste
material didático?
( ) Sim ( ) Não
Qual (ais)? _______________________________________________
4- Se a resposta for sim, onde adquiriu o(s) conhecimento(s)?
_______________________________________________________
5- Com relação às ilustrações, ficam claras as informações que o material didático
pretende passar?
( ) Sim ( ) Não
Por quê? ________________________________________________________
______________________________________________________________________
6- Gostaria que você opinasse sobre este material didático, apontando suas falhas e
questões importantes que no seu entendimento, deveriam constar no texto.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA
INSTRUMENTO DE PESQUISA - QUESTIONÁRIO
Nome do ACS: _________________________________________________
Unidade que trabalha: ___________________________________________
Bairro ou distrito:_______________________________________________
Área de Atuação:_______________________________________________
Nível de Formação
( ) 1º grau incompleto ( ) 2º grau incompleto ( ) 3º grau incompleto
( ) 1º grau completo ( ) 2º grau completo ( ) 3º grau completo
1- O que o levou a aceitar participar do projeto de preparo para aquisição
de conhecimentos básicos em Saúde Bucal?
_________________________________________________________________
2- O material didático apresentada contempla suas necessidades?
( ) Sim ( ) Não
Por quê?_____________________________________________________
3- Você já conhecia e/ou transmitia alguma(s) questão (ões)
apresentada(s) neste material didático?
( ) Sim ( ) Não
Qual (ais)? _____________________________________________________
4- Se a resposta for sim, onde adquiriu o(s) conhecimento(s)?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
5- Com relação às ilustrações, ficam claras as informações que o material didático
pretende passar?
( ) Sim ( ) Não
Por quê? ________________________________________________________
6- Gostaria que você opinasse sobre este material didático, apontando suas
falhas e questões importantes que no seu entendimento, deveriam constar no
texto.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
ANEXO B
Material didático para ser utilizado pelos professores e agentes comunitários de saúde
MATERIAL DITICO DE
SAÚDE BUCAL COMO
AUXÍLIO PARA AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E
PROFESSORES DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Valença-RJ
2007
INTRODUÇÃO
Hoje, a Odontologia moderna tem como seu principal objetivo o bem estar físico e
emocional das pessoas. E, para alcançá-los torna-se fundamental a educação familiar a respeito
de saúde bucal e métodos preventivos para se evitar a instalão da doença cárie e da doença
periodontal.
Os pesquisadores têm enfatizado a importância da educação e da informação sobre os
cuidados com a saúde bucal. É preciso fazer com que os programas odontológicos educativos
cheguem às populações de menor acesso aos serviços de saúde odontológicos, visto que o
desconhecimento sobre cuidados necessários de higiene bucal representa um fator a ser
considerado. (PAULETO ET AL, 2001).
Tendo em vista que a odontologia se volta para promoção de saúde, o professor e o
agente comunitário de saúde tornam-se fundamentais na transmissão dos conhecimentos em
saúde bucal para os alunos e familiares.
A elaboração da cartilha tem o intuito de facilitar a adoção de estratégias para transmissão
desses conhecimentos pelos professores, profissionais da saúde e, especialmente pelos agentes
comunitários de saúde, nas salas de aula ou no campo de trabalho desses profissionais, pois se
sabe que hábitos criados na infância jamais serão esquecidos. A escola, nesse sentido, constitui-
se no ambiente favorável para alcançar objetivos específicos como desenvolvimento da saúde,
auto-estima, habilidades e comportamentos saudáveis.
Tanto o professor quanto o agente comunitário de saúde apresentam-se como
facilitadores do desenvolvimento livre e espontâneo do indivíduo. Embora deva partir do
indivíduo o processo de busca pelo conhecimento, cabe, entretanto, ao professor e ao agente
comunitário de saúde organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando suas ações
às características individuais dos indivíduos, para desenvolver capacidades e habilidades
intelectuais de cada um.
A cavidade oral mantém a comunicação entre dois mundos: o externo e o interno é a
porta de entrada do nosso organismo. Possui vascularização e inervação sendo fonte de vida e de
doenças. Ela está inserida em um organismo vivo, podendo assim interferir com o todo.
(ARMOND, 2001).
A prática educativa em saúde é voltada para o desenvolvimento de capacidades
individuais e coletivas, visando à melhoria da qualidade de vida e saúde, onde se busca não
apenas os processos de intervenção da doença, mas processos de intervenção onde o indivíduo e
a coletividade disponham de meios para a manutenção ou recuperação do seu estado de saúde
(PEREIRA, 2003).
A intenção é apresentar esta cartilha ao Município para um possível financiamento e
viabilização da mesma junto a Secretaria de Educação e a Secretaria de Saúde.
CAPITULO I
PONTOS BÁSICOS SOBRE A CAVIDADE ORAL E SUAS ESTRUTURAS
1- A Cavidade Bucal (Também cavidade oral ou simplesmente boca)
A cavidade bucal é delimitada pelo palato (céu da boca) na sua parte superior, pelo assoalho
da ngua na parte inferior da boca, pela mucosa jugal (bochechas) lateralmente (direita e
esquerda), assim como pela faringe através do istmo das fauces (garganta) posteriormente e se
comunicando com o meio externo através de uma abertura entre os lábios superiores e inferiores
e dentes na sua porção anterior.
Dentro dessas delimitações, encontramos no interior da cavidade oral, dentes, gengivas,
mucosa bucal, língua, ductos (que são as saídas do fluxo salivar das glândulas sublinguais e
parótidas) e osso alveolar. Os dentes, osso alveolar e gengivas (livre e inserida) se localizam em
duas arcadas: a arcada superior, no maxilar superior ou maxila e a arcada inferior no maxilar
inferior ou mandíbula. A cavidade oral (ou bucal) é revestida pela membrana mucosa bucal.
A gengiva faz parte da mucosa bucal que recobre os processos alveolares da maxila e da
mandíbula como também circunda o colo dos dentes.
Para que o dente permaneça firme na boca, existem estruturas para suportá-lo. Essas
estruturas de suporte são: o ligamento periodontal, o cemento e o chamado processo alveolar.
De acordo com Carranza (1997), o ligamento periodontal é a estrutura de tecido
conjuntivo que envolve a raiz prendendo-a ao osso.
O ligamento periodontal tem por funções:
Proporcionar um meio flexível para proteger os vasos e nervos de injúrias por forças
mecânicas;
Transmitir forças oclusais (de cima para baixo) ao osso;
Fixar o dente ao osso;
Manter a gengiva em adequada relação com os dentes;
Resistir ao impacto das forças oclusais (na mastigação pode-se avaliá-las com facilidade);
Proporcionar nutrientes para o cemento, osso e gengiva através dos vasos sanguíneos.
O cemento é o tecido calcificado que forma a camada mais externa da raiz.
O processo alveolar é o osso alveolar que forma na arcada superior a maxila e na arcada
inferior a mandíbula e suporta os alvéolos dentários (onde o dente fica).
Quando há perda do dente o processo alveolar desaparece gradualmente (observar as pessoas
desdentadas, que têm as gengivas muito baixas nas regiões onde houve perdas dentárias).
2- Os Dentes
O dente é um elemento que está inserido no corpo humano, localizado na cavidade oral
(boca). Faz parte do organismo o podendo ser visto como se estivesse sozinho.
O dente é composto por quatro diferentes camadas: o esmalte, a dentina, a polpa e o
cemento, e está implantado dentro do osso. O esmalte é a camada externa, esbranquiçada, muito
dura, resistente ao desgaste, impermeável e bom isolante térmico. Tem a função de proteger a
dentina.
O esmalte é formado por cristais de apatita, água e material orgânico (incluindo proteínas e
lipídeos). A integridade do esmalte depende da composição e do comportamento químico dos
fluídos circundantes (pH, concentração de cálcio, fosfato e flúor em solução).
A Dentina é permeável, pouco resistente ao desgaste e é boa condutora de eletricidade, ou seja,
quando a dentina está exposta ao meio bucal às pessoas sentem dor, incomodo e sensibilidade no
dente.
Por ser o esmalte muito duro, muito mineralizado ele se torna muito friável (quebradiço) e a
dentina que apresenta resiliência (mais maleável) protege o esmalte da fratura.
A polpa dentária é formada por um tecido conjuntivo diferenciado, ricamente inervado,
vascularizado e responsável pela vitalidade do dente; da vida ao dente.
Está diretamente ligado ao sistema circulario e aos tecidos periapicais através do feixe vásculo-
nervoso que entra e sai pelos forames apicais (ponta da raiz).
A outra camada do dente é o cemento que se apresenta localizado
na região que forma a raiz e está ligado ao osso alveolar através de
fibras. (MONDELLI, 1979).
No decorrer da vida as pessoas apresentam duas dentições: a primeira e a dentição
decídua, também conhecida como dentes de leite ou dentes temporários e a segunda dentição
recebe o nome de dentes permanentes.
O dente permanente fica posicionado
abaixo do dente decíduo
Dente permanente Erupção Dente permanente
Por volta dos seis meses de idade começa nascer os primeiros dentes decíduos da criança
que estarão todos presentes na arcada por volta dos dois anos de idade completando assim um
total de 20 dentes decíduos, dez na arcada superior e dez na arcada inferior. São denominados de
incisivo central, incisivo lateral, caninos, 1º molar e 2º molar.
Perto dos seis anos de idade nasce atrás do 2º molar decíduo outro molar, muitas vezes antes dos
incisivos esfoliarem (caírem), fazendo com que os pais achem que é mais um dentinho de leite
que está nascendo, já que não caiu nenhum dente decíduo O molar que nasceu aos seis anos de
idade é o molar permanente, também conhecido como molar dos seis anos. É um dente que
não irá trocar, dessa forma deverá permanecer na boca até que a criança se torne adulto e depois
idoso.
Infelizmente muitos pais ainda acham que o dente decíduo não é importante, pois eles
vão cair e irá nascer outro no lugar. Mas se eles não fossem importantes porque Deus os criaria?
Os dentes decíduos ajudam na fala da criança (fonemas); na mastigação, auxiliando assim
a digestão dos alimentos; serve de guia para os dentes permanentes nascerem na posição correta;
estimulam o crescimento em altura do osso que sustenta os dentes; na estética, pois muitas
criaas quando possuem os dentes destruídos apresentam problemas psicológicos e além de
todas essas importâncias o dente decíduo tem por função fazer com que a criança se torne um
adulto responsável pela sua dentição.
Os dentes permanentes são em um total de 32, sendo 16 na arcada superior e 16 na arcada
inferior. São denominados: incisivo central, incisivo lateral, canino, pré-molar, pré-molar,
1º molar, 2º molar, 3º molar ou siso.
Época de erupção (nascimento) e esfoliação (queda) dos dentes decíduos (algumas crianças
podem adiantar ou atrasar).
ERUPÇÃO
Dentes
superiores
Dentes
inferiores
ESFOLIAÇÃO
Dentes
superiores
Dentes
inferiores
Incisivos Centrais 8 meses 6 meses Incisivos Centrais 7 - 8 anos 6 – 7 anos
Incisivos Laterais 10 meses 9 meses Incisivos Laterais 8 – 9 anos 7 – 8 anos
Caninos 20 meses 18 meses Caninos 11 - 12 anos 9 – 10 anos
1º Molar 16 meses 16 meses Molar 10 – 11 anos 10 – 11 anos
2º Molar 29 meses 27 meses Molar 11 – 12 anos 11 – 12 anos
As a esfoliação (queda) dos dentes decíduos, começam a erupcionar (nascimento) os
dentes permanentes. Vejamos na tabela:
Dentes superiores
Dentes Inferiores
Incisivos Centrais 7 – 8 anos 6 – 7 anos
Incisivos Laterais 8 – 9 anos 7 – 8 anos
Caninos 11 – 12 anos 9 – 11 anos
1º Pré-molar 10 – 11 anos 9 – 11 anos
2º Pré-molar 10 – 12 anos 10 – 12 anos
1º Molar 6 – 7 anos 6 – 7 anos
2º Molar 12 – 13 anos 11 – 12 anos
3º Molar ou Siso 17 – 30 anos 17 – 30 anos
3- Gengiva
De acordo com e, Listgarten e Terranova ( in: MACDONALD) a gengiva é a parte da
membrana mucosa oral que recobre o processo alveolar e as porções cervicais dos dentes. Em
seu estado normal deve se apresentar na cor rosa lido, sem presença de sangramento com a
superfície com aspecto granulado. A gengiva é divida em gengiva livre, que fica situada mais
próxima do dente e, em gengiva inserida a cima da gengiva livre (lado oposto ao dente).
4- Língua
É uma massa muscular presa ao osso hióide, ágil e versátil. É essencial para mastigação,
deglutição, paladar e fala.
A ngua é o maior local da sensação gustativa (relativa a paladar) apresenta quatro tipos de
papilas: filiforme, fungiforme, foliada e a circunvalada. As fungiformes na ponta da língua
contêm boes específicos para a sensação adocicada, nos lados da ponta são para o salgado,
foliadas nas laterais são para o amargo e as circunvaladas são para o azedo.
5- Saliva
Normalmente o esmalte do dente interage com os fluídos bucais, ou seja, o esmalte realiza
troca iônica (explicar um pouco, até em nota de rodapé) constante com a saliva.
A saliva age como remineralizador do esmalte, quando este ainda se apresenta intacto, ou
seja, enquanto o dente não furou ou quebrou. Como isso acontece?
A saliva que se apresenta supersaturada de lcio e fosfato e contém agentes tamponantes do
ácido (como bicarbonato, fosfato), difunde-se pela placa importante explicar de forma simples
este conceito para ficar mais fácil o entendimento mais completo adiante) neutralizando os
ácidos do microorganismo e assim repara o esmalte que estava sendo danificado (MCDONALD,
1985).
6- Ossos Alveolares ou processo alveolar
È o osso que forma a maxila, contendo 10 dentes no período da dentição decídua e 16 dentes
na dentição permanente, e a mandíbula com a mesma quantidade de dentes que a maxila.
CAPÍTULO II
AS DOENÇAS MAIS COMUNS DA CAVIDADE ORAL
Vimos como é a cavidade bucal saudável. A partir desse momento tentaremos mostrar
algumas patologias (doenças) que ocorrem na cavidade bucal que podem ser controladas pelo
próprio indivíduo a partir o momento que obtiver os conhecimentos de como elas ocorrem e suas
causas.
O dente relacionado ao organismo
poderá causar: cegueira temporária,
pertubações gástricas, artrite,
endocardite bacteriana, entre outros.
1- Cárie
Você sabia que a cárie é uma doença? É isso mesmo, a cárie é uma doença infecto
contagiosa, ou seja, ela é transmitida de uma pessoa para outra através do indivíduo
contaminado. Vamos dar um exemplo.
Algumas mães têm o costume de provar a comida antes de -la a seu filho. Isso não é bom,
caso está mãe apresente dentes cariados, pois, através da colher, ela poderá transmitir a bactéria
causadora da doença.
A cárie dentária é um processo dinâmico que ocorre nos depósitos bacterianos (placa
bacteriana na supercie dos dentes), resultando em uma alteração do equilíbrio entre a superfície
dentária e o fluído da placa que com o passar do tempo leva à perda mineral do esmalte
(PAULETO, 2001).
Os principais fatores de risco são: culturais, sócio-econômico, falta de acesso ao flúor,
deficiente controle mecânico (escovação deficiente) da placa bacteriana (que também pode levar
não a doença cárie como também a doença periodontal), consumo excessivo e freqüente de
açúcar, xerostomia (diminuição na produção de saliva) (Brasil, 2006).
ATENÇÃO:
No Brasil, quase 27% das crianças de 18 a 36 meses e 60% das crianças
de 05 anos de idade apresentam pelo menos um dente decíduo com experiência
de cárie;
Na dentição permanente, quase 70% das crianças de 12 anos e cerca de
90% dos adolescentes de 15 a 19 anos apresentam pelo menos um dente
permanente com experiência de cárie;
Entre adultos e idosos é ainda mais grave; a média de dentes atacados
pela cárie entre os adultos (35 a 44 anos) é de 20,1 dentes e 27,8 dentes na
faixa etária de 65 a 74 anos. A análise destes dados aponta também para perdas
denrias progressivas e precoces: mais de 28% dos adultos e 755 dos idosos
não possuem nenhum dente funcional em pelo menos uma arcada” (BRASIL,
2006, p.40).
Como ocorre?
A ão de microorganismos sobre carboidratos (composto orgânico; várias moléculas de
glicose, maltose juntas) resulta em ácidos que levam a descalcificação da porção inorgânica e
sendo acompanhada ou seguida por uma desintegração da estrutura orgânica do dente.
(MCDONALD, 1985).
Dessa forma qualquer microorganismo acidogênico (substância em solução aquosa é capaz
de libertar íons hidrogênio) na superfície dos dentes contribui para o processo de fermentação
que leva a descalcificação do esmalte.
Como foi citado a cima a integridade do esmalte depende do equilíbrio entre pH (composto
químico que indica se uma solução é ácida ou alcalina), cálcio, fosfato e flúor, pois existem
trocas iônicas entre os componentes do dente e o fluído bucal. Quando por alguma razão, por
exemplo, chupar uma bala, este equilíbrio é rompido, poderá ser observado o desenvolvimento
da cárie dentária, que é representada pela desmineralização do esmalte ou cemento.
Como age o microorganismo streptococcus? (microorganismos são micróbios aos seres vivos
que se podem ver com o auxílio de um microscópio. Normalmente, se refere aos organismos
que se encontram na água, nos alimentos, dentro de outros organismos ou no meio ambiente e
que podem causar doenças ao homem, aos animais e as plantas).
O principal alimento (substrato metabólico) dos microorganismos é a sacarose. Forma uma
placa com característica viscosa e dota-se de capacidade adesiva especial aos dentes. Os ácidos
produzidos em grandes quantidades pelas bactérias descalcificam e corroem a estrutura mineral
do esmalte, levando a causar cavidades extensas e destruindo o dente por completo
Dito de forma bem simples, o que ocorre é que desde que o dente erupciona (nasce) o
esmalte perde e ganha cálcio e fosfato. O meio bucal deve apresentar um pH igual ou maior que
5,5, assim a saliva se encontra supersaturada, ou seja, apresenta mais íons cálcio (Ca++) e fosfato
(PO4) que o dente. Então a saliva passa esses íons para o esmalte deixando-o mais mineralizado.
Quando o indivíduo ingere açúcar os microorganismos metabolizam esta sacarose e
produzem ácidos provocando a queda do pH abaixo de 5,5 e a saliva entrará em subsaturação, a
saliva apresentará menos íons cálcio e menos fosfato que o dente. Assim o dente perderá cálcio e
fosfato, ficando menos mineralizado. Ocorre a desmineralização do dente.
1.1- Manchas brancas também pode ser cárie.
A doença cárie não é somente aquela que se apresenta escura e com cavitação (o esmalte do
dente está quebrado, com buraco) do esmalte, ela pode aparecer primeiro em forma de manchas
brancas opacas e sem brilho, normalmente próximas à gengiva. Essas lesões brancas são
denominadas cárie em atividade e o processo de desmineralização do esmalte se iniciaram e,
como ainda não romperam o esmalte, poderão ser remineralizadas, se acudidas a tempo.
Manchas brancas ativas
O microorganismo reconhecido como mais virulento e cariogênico recebe o nome de
streptococcus mutans.
- Você sabia que o straptococus mutans não está presente na cavidade bucal do recém-
nascido, o microorganismo somente é detectado após a erupção dos dentes decíduos. Este tipo de
bactéria somente se adere em tecidos duros, e antes dos dentes nascerem toda a cavidade é
revestida somente por tecido mole (mucosa).
1.2- Cáries de mamadeira
O desenvolvimento da cárie de mamadeira está associado ao consumo freqüente de leite,
sucos, refrigerantes ou quaisquer outros líquidos contendo açúcar fermentável, oferecidos à
criaa ao longo do dia e da noite, o que leva a destruição rápida dos dentes decíduos. Ocorre
normalmente em crianças muito pequenas em média com 16 a 25 meses de vida.
1.3- Abscesso
Abscesso é coleção localizada de pus. Pode ocorrer em dentes
com cáries profundas, que atingem a polpa, necrosando-a
(matando-a). O dentista deverá ser procurado o mais rápido
possível, afim de que seja tratado para que não evolua para uma
doença mais séria chamada celulite (inflamação do tecido
celular), que compromete a vida do indivíduo.
O indivíduo nunca deverá se medicar por conta própria, mas enquanto aguarda a ida ao
dentista poderá fazer bochechos com água morna e sal, pois isto ajuda a circunscrever a infecção
(puxam a infecção para um ponto), melhorando a drenagem (que é a remoção do pus).
É extremamente proibido o uso de qualquer produto pelo lado de fora da face, pois isto
poderia fazer com que o abscesso drenasse, provocando uma abertura na face do indivíduo. Pelo
mesmo motivo não se deve colocar compressas ou saco de água quente do lado externo do rosto.
1.4- Mordida aberta
O uso da chupeta como também chupar o dedo, faz com que os dentes se posicionassem
de forma errada na arcada, e o palato (céu da boca) fica fundo dificultando a respiração e a
língua começa a se projetar entre os dentes superiores e inferiores e a criança passa a respirar
pela boca, causando ressecamento da boca (cavidade oral), deixando os dentes propícios ao
ataque dos microorganismos, além de não deixar a criança se alimentar corretamente, que os
dentes não conseguem cortar os alimentos. Veja figura abaixo:
2- Gengivite
É uma inflamação que envolve somente os tecidos gengivais próximos aos dentes. A
inflamação fica somente na gengiva livre (que é aquela que fica solta e quando usamos o fio
dental, este deve entrar suavemente embaixo dessa gengiva).
Como saber se a gengiva está doente?
Através da cor e da presença de sangramento. O sangramento é sinal de que alguma coisa
não vai bem com a gengiva. Apesar de muitas pessoas ainda pensarem que a gengiva sangrar é
normal não é não. Vamos raciocinar juntos. Quando temos um ferimento na pele do nosso corpo,
a primeira atitude a ser tomada é limpar o ferimento e colocar um curativo para não infeccionar,
não inflamar, enfim não entrar bactérias. Pois bem, o mesmo ocorre com a gengiva quando está
com sangramento. É como se fosse um ferimento aberto, expondo o seu organismo ao meio
externo. Do mesmo modo que o sangue sai, também poderá entrar bactérias, que poderão cair na
corrente sanguínea, se alojando em qualquer um dos seus órgãos causando prejuízo a sua saúde.
Vamos dar alguns exemplos de prejuízos que as bactérias podem causar quando se alojam em
algum órgão que não seja o seu habitat.
- Endocardite bacteriana – quando a bactéria se aloja no coração;
- Cegueira temporária – quando se aloja nos olhos;
- Pertubações gástricas – quando se alojam no estomago;
Além desses locais, elas também podem se alojar nas articulações, pulmões e nervos.
Gestante com gengivites podem estar mais propensas a partos prematuros ou terem bebês
de menor peso ao nascer. A gengivite também pode aumentar o nível dos quidos biológicos que
estimulam o parto. Por este motivo, a gestante deve ser acompanhada pelo dentista durante o pré-
natal e após o parto.
A mulher tem necessidades especiais em relação à saúde bucal nas diversas fases da vida.
As mudanças nos níveis de hormônio que ocorrem na puberdade, seguidas da menstruação,
gravidez e menopausa tornam as gengivas mais sensíveis à placa bacteriana.
3- Periodontite
O principal fator etiológico de risco causador da periodontite é a higiene oral precária.
Com a higiene insuficiente há formação da placa bacteriana.
Placa bactériana Gengivite
a) Placa dental: é um biofilme (película) associado ao hospedeiro (homem). São depósitos moles
que formam o biofilme aderido à superfície do dente ou outra superfície dura na cavidade oral,
inclusive restaurações removíveis ou fixas. A placa dental pode ser classificada em
supragengival ou subgengival.
A placa bacteriana supragengival é encontrada acima ou ao nível da margem gengival. A
placa bacteriana subgengival é encontrada abaixo da margem gengival entre o dente e o tecido
gengival do sulco.
A placa dental é composta principalmente por microorganismo. Estima-se que mais de
325 espécies bacterianas diferentes possam ser encontradas na placa.
A placa dental quando não é removida pode causar gengivite, periodontite e também
cárie.
Formam a placa: bactérias, microorganismos o bacterianos (fungos, plasma,
protozoários e vírus), células do hospedeiro (células epiteliais, macrófagos e leucócitos),
materiais orgânicos (polissacarídeos, proteínas, glicoproteínas e material lipídico) e inorgânicos
(derivados da saliva, fluídos do sulco gengival e produtos bacterianos).
Os principais componentes inorgânicos da placa são o lcio e o fosfóro, com
quantidades de outros minerais tais como sódio, potássio e flúor. À medida que o conteúdo
mineral aumenta a massa da placa torna-se calcificada e forma o cálculo.
Como a placa se forma?
Um ou dois dias com medidas precárias de higiene bucal, a placa dental poderá ser
vista pelo indivíduo. A placa se apresenta branca, amarelada ou acinzentada. Como o próprio
movimento dos tecidos e dos alimentos sobre os dentes, parte da placa é removida, a placa
observada no terço gengival, se acumula, não sendo removida durante a mastigação.
As placas não se acumulam somente próximo à gengiva, mas também se formam em fendas,
sulcos e fissuras que aparecem na estrutura do dente. É também lugar preferencial das placas ao
redor de dentes mal alinhados e abaixo de restaurações com excesso.
O ritmo de formação da placa varia dentre os indivíduos,
e a higiene bucal e fatores do hospedeiro, tais como a dieta
e quantidade de fluxo salivar são fatores determinantes
para sua formação.
Perda óssea, levando à perda
do elemento dentário.
b) Formação da Película Dental.
A fase inicial no desenvolvimento da placa e a formação da pecula dental na superfície
do dente. Essa película é derivada de componentes salivares e do fluído gengival, assim como de
produção de células bacterianas e dos tecidos do hospedeiro, cobrindo todas as supercies da
cavidade oral, inclusive todas as superfícies dos tecidos, dos dentes, das restaurações removíveis
e fixas, com uma película de glicoproteínas.
Essa película, inicialmente, tem a função formar uma barreira protetora, promovendo
lubrificação para as superfícies e prevenindo o ressecamento dos tecidos. Mas, apesar dessa
importante função, a película também fornece um substrato ao qual as bactérias do meio
conseguem se aderir.
Como isso acontece? Nos tecidos ocorre uma descamação constante das células
epiteliais, assim as bactérias não conseguem se aderir, mas nos tecidos duros (como os dentes)
em poucas horas as bactérias se aderem e acumula-se progressivamente, formando a placa
dental.
Os primeiros e principais microorganismos a se aderirem são do tipo gram positivos, tais
como: actinomyces viscosus e streptococus sanguis. Após essa aderência das bactérias ocorre o
amadurecimento da placa através do crescimento das espécies aderidas, assim como pela
colonização e crescimento de espécies adicionais.
Essas primeiras bactérias da espécie gram positiva facultativa, necessitam de oxigênio
para sobreviver, e quando estas o são removidas, a sucessão do meio ecológico para um
meio privado de oxigênio, ou seja, se aderem às bactérias gram negativas, anaeróbicos (não
necessitam de oxigênio para sobreviver) e passam a predominar. Exemplos de bactérias
anaeróbicas: prevotella intermédia, neisseria, porphyromonas gingivalis, actinobacillus e
actinomycetemcomitans (Aa), a mais virulenta e difícil de ser combatida.
A partir da aderência de bactérias gram negativas inicia-se a formação das placas
subgengivais, onde essas bactérias encontram meio propício, a partir daí o sulco gengival que se
apresenta banhado de fluído gengival, como células inflamatórias, servindo de nutrientes para as
mesmas.
Um periodonto saudável desenvolve gengivite dentro de 3 a 4 dias, mediante uma
ausência de rigorosa higiene oral.
O tecido gengival está constantemente sujeito a agressões bacterianas e mecânicas. A
resistência a essas ações é dada pela saliva, pela supercie epitelial e pelos estágios iniciais da
resposta inflamatória.
Da mesma forma que ocorre em outras infecções, as interações hospedeiro-bactérias
determinam à natureza e a extensão da doença resultante.
Quando uma bactéria específica, na placa, cresce até números significativos e produz
fatores de virulência além do nível individual de tolerância do paciente, o equilíbrio muda de
saúde para doença.
c) Cálculo Dental ou Tártaro
O cálculo é uma massa aderente, calcificada ou em processo de
calcificação, que se forma sobre a supercie dos dentes naturais e
próteses (é a calcificação do biofilme – placa).
Existem fatores locais e iatrogênicos (que ajudam a criar
problemas) que ajudam no desenvolvimento das gengivites e
doenças periodontais, como: restaurações e próteses defeituosas,
assim como tratamento ortodôntico, que dificulta a higienização,
impactação alimentar, dentes perdidos e não substituídos (leva a
inclinação dos dentes vizinhos fazendo com que haja impactação
do alimento no espaço interproximal (entre os dentes), má oclusão,
respiração bucal, uso de tabaco, irritação química, radiação.
Da mesma forma algumas doenças sistêmicas apresentam manifestação no periodonto.
Normalmente estas doenças não iniciam a peiodontite destrutiva crônica, mas podem acelerar
sua progressão e aumentar a destruição tecidual. São elas:
Doenças nutricionais:
I. Dieta dietas macias, apesar de adequadas nutricionalmente podem levar ao
acúmulo de placa e formação de cálculos. Já os alimentos duros e fibrosos fazem à
limpeza da supercie, reduzindo a quantidade de placa e gengivite, mesmo sendo a
dieta nutricional inadequada.
Fontes de alimento para os microorganismos como açúcar na dieta e carboidrato
influência no crescimento das bactérias.
II. Deficiência de vitamina D ou calciferola vitamina D é essencial para absorção de
cálcio, fazendo o equilíbrio entre lcio-fósforo. Sua deficiência poderá levar a
osteoporose dos maxilares (maxila e mandíbula). A vitamina D é recebida através
do sol no horário de até as 10 horas e a partir das 16 horas aproximadamente.
III. Deficiência de vitamina B deficiência no complexo de vitamina B leva a
alterações bucais como gengivite, glossite, glossodinia, quelite angular (inflamação
na comissura dos lábios) e inflamação de toda mucosa bucal.
IV. Deficiência de vitamina C apresentam a doença escoburto que se manifestam
clinicamente com inchaço gengival e amolecimento dos dentes, entre outros.
Diabetes mellitus: é uma doença que eleva o vel de glicose no sangue e a excreção de
açúcar na urina. Sua manifestação bucal se apresenta como: queilose (fissura no canto da
boca) e uma tendência para sequidão e fissuras, sensação de queimação, diminuição do
fluxo salivar e alterações na flora da cavidade bucal com predonio dencida albicans,
estreptococus hemoticos e estafilococus. A redução do mecanismo de defesa aumenta a
suscetibilidade a infecções, levando a doença periodontal destrutiva. Os pacientes
diabéticos também apresentam grande tendência à formação de abscessos,
periodontoclasia diabética, aumento de volume gengival, lipos gengivais, proliferação
polipóide gengival e amolecimento dos dentes.
Gravidez: a gravidez por si o causa gengivite. Pacientes com gengivite crônica
apresentando leve sangramento antes da gravidez ficam preocupados com aumento da
tendência ao sangramento. Melhorando a higiene bucal com remoção da placa adquire-se
a melhora. A gravidez leva a uma alteração hormonal que junto com a higiene deficiente
poderá levar ao aparecimento da gengivite.
Doenças Cardiovasculares: com a idade mais avançada, ocorre a deficiência circularia
induzida por transformações vasculares podendo aumentar a suscetibilidade do paciente à
doença periodontal.
Essas são apenas algumas das doenças sistêmicas mais conhecidas que podem levar
a alterações na doença periodontal.
4- Câncer Bucal
É um tipo de câncer que acomete a boca, mais frequentemente no lábio inferior,
mas também pode ocorrer dentro da boca, na parte posterior da garganta, nas amígdalas ou nas
glândulas salivares.
Existem algumas situações que favorecem o aparecimento do câncer na cavidade
bucal. São chamados fatores de risco, como: fumo, álcool, radiação solar, irritação menica,
como por exemplo, uma prótese removível mal adaptada, dentes quebrados, higiene bucal
deficiente. Estudos realizados mostraram que a agressão contínua da mucosa por dentes
fraturados e escovação deficientes contribuem para a elevação do índice de risco cerca de 1,3 a
2,6 vezes, respectivamente.
É importante que as pessoas aprendam a fazer o auto-exame. De frente para o espelho
observe rosto, pescoço, bochechas, gengiva, língua, enfim toda cavidade bucal, observando se
algo diferente que esteja durando mais de 15 dias, como: vermelhidão, manchas brancas, caroços
ou inchaço na bochecha que você sente ao passar a língua, feridas que sangra com facilidade e
parece não melhorar, dificuldade para mastigar ou para engolir, dor sem razão aparente ou
sensão de ter algo preso na garganta, mudança na voz, inchaço que impede a adaptação correta
da dentadura. Se observar alguma anormalidade, não deixe de procurar o dentista ou médico.
Lesão branca Traumatismo mecânico
Indivíduos que fazem parte dos fatores de risco são aqueles que: têm idade superior a 40
anos, tabagistas crônicos, etilistas crônicos, desnutridos, indivíduos com imunossupressão
(AIDS), portador de prótese mal adaptada que sofra de irritação concomitante, indivíduo com
exposão crônica e prolongada à luz solar.
ATENÇÃO: Segundo estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2006, realizada pelo
Instituto Nacional do Câncer (INCA), este tumor apresentará 10.060 casos estimados entre
homens e 3.410 entre as mulheres. Isto representacerca de 6% e 2%, respectivamente, em
relação a todos os tipos de câncer, à exceção do câncer de pele não melanoma. (Referência, ano).
5-Pacientes com Necessidades Especiais
São aquelas pessoas que necessitam de uma abordagem odontológica diferente por possuírem
alterações orgânicas, físicas, sociais ou emocionais. O atendimento odontológico ao paciente
com necessidades especiais deve sempre que possível ser realizado em consultório, somente em
casos muito especiais deve ser encaminhado ao hospital. São considerados pacientes com
necessidades especiais os cardiopatas, hipertensos, diabéticos, deficientes auditivos, deficientes.
visuais, mentais, pessoas com problemas psiquiátricos ou neurológicos e aidéticos (portadores
HIV).
6- Osteoporose
É a diminuição da massa óssea, é silenciosa, não apresenta dor e descalcifica os
ossos vão deixando os ossos porosos, frágeis podendo se fraturar (quebrar) com facilidade.
Porque ocorre a osteoporose?
O estrogênio é o hormônio responsável pela fixação do cálcio na estrutura óssea.
Com a idade a quantidade desse hormônio diminui fazendo com que a pessoa perca lcio
dos ossos, deixando-os propícios a fratura.
Na falta do estrógeno, os ossos maxilares (maxila e mandíbula) tornam-se porosos,
não suportando as forças da mastigação, provocando a mobilidade dos dentes, problemas
gengivais e enfim condenando o dente a extração.
Como prevenir?
- Ter uma alimentação rica em cálcio (leite e seus derivados, sardinha, couve
cozida, brócolis cozido, folha de beterraba, semente de girassol, amêndoas, mexerica, laranja,
feijão branco, etc.);
- Fazer exercícios físicos, como praticar esportes, caminhadas, etc.
Para manter a saúde dos maxilares é importante mastigar alimentos consistentes,
promovendo uma verdadeira ginástica mastigatória, assim manm os ossos maxilares em
atividade, reduzindo a perda óssea.
OSSO NORMAL OSSO COM OSTEOPOROSE
7- Halitose
É o mau lito ou alteração do hálito. A maioria dos casos de halitose tem origem
na cavidade bucal (boca).
As causas podem ser;
Locais: diminuição do fluxo salivar, doença periodontal, saburra lingual (crosta
esbranquiçada que cobre a face superior da língua), retenção de resíduos nos dentes,
lesões de cáries, abscessos, etc.;
Sistêmicas: alterações em fossas nasais, sinusite, processos alérgicos, rinites,
alterações intestinais, diabetes e alterações hormonais, disfunção renal, disfunção
hepática, alterações gástricas (apenas 5% dos casos de mau hálito tem origem no
estômago), faringe, alterações emocionais (estresse, depressão, ansiedade, fobias),
alterações em outros órgãos e outras patologias, deficiência de vitamina A e D;
Decorrentes de medicamentos: antidepressivos, tranqüilizantes, antihistanicos,
descongestionantes, antihipertensivos (reduzem o fluxo salivar).
De alimentos: bebidas alcoólicas, alho, couve, bcolis, cebola, feijão,
carne vermelha, repolho, frituras, porque produzem gazes voláteis de enxofre.
Hábitos: técnica deficiente de higiene bucal, respiração bucal, períodos longos sem
ingerir alimentos.
CAPITULO III
A PROTEÇÃO DA CAVIDADE ORAL
Chegou à hora de sabermos como proteger a nossa cavidade bucal.
1- Escova Dental
O todo mais comum para a remoção de placas da cavidade bucal é através da escovação
dos dentes. Existem vários tipos e formas de escova dental, mas a ideal é aquela que não provoca
injúrias nos tecidos moles e duros da boca, assim como nas restaurações dentárias. Outro
requisito importante na escolha da escova dental e que a sua cabeça tenha um tamanho
proporcional ao tamanho da boca do indivíduo que irá usá-la para que a escova consiga atingir
todos os dentes da arcada. Exemplo; um indivíduo com a boca pequena usa uma escova dental
com a cabeça muito grande, ele não conseguiatingir o último dente da arcada superior, pois a
escova se encostará ao osso da face não fazendo a limpeza da parte de fora do dente, chamada
vestibular do dente.
As escovas também são classificadas em macia, média e dura com base nas cerdas. A escova
ideal é a escova macia pela pouca tendência a causar trauma nos tecidos gengivais e por sua
melhor capacidade de limpeza interproximal (entre dois dentes), de caba pequena com as
cerdas de mesma altura e com cabo reto.
Escova elétrica Escovas dentais com formatos diferentes
2- Dentifrício ou Creme dental
Existe uma grande variedade de dentifrícios ou creme dental como são mais conhecidos. Os
dentifrícios exercem algumas funções na higiene bucal, como: removedores de placa e de
manchas controlam a formação de cálculos (mais conhecidos como tártaros), ação anticárie e
dessensibilizadora, através da ação de fluoretos e outros ingredientes.
O dentifrício ideal deve conter fluoreto, triclosan (antibacteriano) e pirosfosfato
(anticálculo), ter baixo teor de abrasividade e ser portador do selo de aceitação da ADA (de
acordo com a idade, como será explicado abaixo).
Para se usar dentifrícios em crianças devem-se tomar alguns cuidados, pois se sabe que o
flúor em excesso poderá causar fluorose dental (excesso de flúor faz com que os dentes nasçam
com manchas /ranças que não são as manhas ranças causadas pela cárie).
Para bebês até 24 meses não se deve usar dentifrício fluoretado ou usar a quantidade na
escova equivalente ao tamanho de uma ervilha, já as crianças de 3 a 6 anos de idade, a
quantidade de dentifrício poderá ser a largura da cabeça da escova e, para as crianças acima dos
6 anos de idade o dentifrício poderá ser colocado na posição do comprimento da cabeça da
escova dental.
3- Fio Dental
Apesar de a escova dental ser o método mais utilizado
para o controle mecânico da placa, ela não consegue
remover a placa nas proximais dos dentes, isto é, entre
dois dentes. Nesses casos o uso do fio dental é
fundamental.
Escova interdental, fio dental e passa fio.
Se a placa dental não for removida das faces denominadas de proximais (paredes dos
dentes que se encontram, ou seja, dois dentes seguidos um do outro apresentam paredes que
ficam quase encostadas uma na outra; é aonde passamos o fio dental) dos dentes, o indivíduo
poderá começar a
observar sangramento na gengiva.
4- Flúor
A saliva sem a presença do flúor transfere cálcio e fosfato para o dente em
forma de hidroxiapatita. Na presença de flúor este ganho ocorre na forma
de hidroxiapatita e fluorapatita.
Desta forma, quando ingestão de açúcar, o pH da saliva sofre uma
queda para até 4,5, o dente o recebe cálcio e fosfato na forma de
hidroxoapatita pela saliva, como vimos acima, mas o dente tem ganhado
através da fluorapatita.
O flúor atua durante a fase de desmineralização, na qual a saliva sozinha o consegue
repor os minerais perdidos. Mas se a ingestão de açúcar permanecer por um período longo,
apesar da presença de flúor o dente continuará sendo desmineralizado podendo cavitar
(quebrar o esmalte).
O flúor é considerado um medicamento, sendo assim como todo medicamento somente
deverá ser utilizado se houver a presença da doença, ou se houver a possibilidade de
contaminação pela bactéria, sempre avaliado pelo profissional competente. O flúor pode
levar à intoxicação, se usado descontroladamente e sem supervisão do profissional de
saúde. O frasco contendo flúor deve ser mantido fora do alcance das crianças.
(MCDONALD, 1985).
O que fazer em caso de intoxicação?
Caso a criança beba todo o conteúdo de uma vez, deve-se provocar vômito, oferecer leite e
leva-la a um hospital.
ATENÇÃO: Em Valença o hospital de referência chama-se Hospital Geral José Fonseca,
situado à rua Coronel Leite Pinto, n. 105, Centro.
5- Agentes Anti-sépticos
Para seu uso, espera-se que o indivíduo consulte seu dentista para saber qual lhe é mais
conveniente, pois alguns produtos contendo clorexidina, que são realmente efetivos, requerem
algumas restrições quanto ao seu uso.
6- Instrução para higiene bucal praticada no lar e na escola. Como escovar os dentes.
Como foi dito anteriormente, a escova deve ter a cabeça pequena, para alcançar todos os
dentes e cerdas macias para não causar injúrias aos tecidos moles.
Escovar os dentes é muito parecido com varrer a casa.
Vamos pensar juntos.
Quando varremos a casa, empurramos o lixo para
frente com a vassoura, então, levantamos a vassoura,
voltamos a posicioná-la atrás do lixo, e tornamos
a empurrar o lixo, e, assim, sucessivamente, até conseguirmos
limpar todo o lixo.
Entretanto, se empurrarmos a vassoura para frente e para trás o lixo vai, mas uma parte dele
volta. O correto não é assim.
Então, para comprovar, pegue uma vassoura faça o movimento e veja se não é assim que
ocorre?
O mesmo ocorre com a limpeza dos dentes. Assim, os passos certos para a escovação são:
Primeiro posicionamos a escova dental na arcada superior do lado esquerdo, sobre a gengiva,
com uma inclinação de aproximadamente de 45º e fazemos movimento de varredura para baixo.
A boca deve estar sempre aberta e a pessoa de frente com espelho. Começamos a varrer o dente e
a gengiva jogando o “lixo” (restos alimentares e a placa bacteriana) para baixo. Repetimos o
procedimento várias vezes para o mesmo grupo de dentes (mais ou menos dois dentes de cada
vez), e seguimos fazendo o mesmo com todos os dentes até chega ao final do lado direito. A
limpeza deve ser feita pelo lado de fora (face vestibular) e depois pelo lado de dentro dos dentes
(face palatina).
Fazemos o mesmo na arcada inferior, que “varrendoo dente de baixo para cima, começando
do lado esquerdo para o lado direito, pelo lado de fora (face vestibular) e depois pelo lado de
dentro (face lingual) dos dentes.
Na “mesa” (face de cima ou oclusal) dos dentes posteriores (pré-molares e molares) fazemos a
escovação da forma vaivém, não se esquecendo de inclinar a escova para limpar a parte de trás
do último dente (face distal do molar).
Não se esquecer de escovar a língua, pois como vimos anteriormente à língua é tecido
mole, onde as bactérias também gostam de se instalar.
Agora chegou a hora de usar o fio dental. Pegue um pedaço
de fio ou fita dental, enrole no dedo indicador de cada
o, estique e introduza entre os dentes. É importante ao
levar o fio entre os dentes puxa-lo para um dos lados para
que o fio penetre entre o dente e a gengiva livre. Neste
momento, deve-se fazer o movimento de vaivém, retirar o fio, tornar a introduzi-lo entre os
mesmos dentes anteriores, desta vez com fio dental encostado na parede do outro dente para que
penetre entre o dente e a gengiva do outro dente. Repita a operação em cada dente. Se você
simplesmente colocar o fio dental entre os dentes, o fio apertará a ponta da gengiva,
esbranquiçando-a (isquemiando-a) sem remover os resíduos alimentares e a placa que estiver por
baixo da gengiva livre.
Muitas vezes as crianças perdem os dentes decíduos antes da hora, e para manter o espaço para
os dentes permanentes, necessita-se a colocação de uma prótese que chamamos de mantenedor
de espaço. No adulto também quando perda dos dentes naturais, esses são substituídos por
próteses que podem ser removíveis (que podem ser retiradas da boca para limpeza) ou fixas (que
não saem da boca) e implantes, que devem ser mantidos bem limpos, da mesma forma que os
dentes naturais. Como fazer essa higienização?
Nas próteses removíveis (prótese parcial removível) ou prótese total (dentadura) usamos
uma escova pequena (usada para limpar as unhas) e sabão neutro, as próteses fixas e implantes
devem usar escova dental, fio dental com a ajuda de um passa fio, como também escovas
unitufos ou interdental, encontrada nas farmácias e
supermercados. As crianças e adultos que usam aparelhos
ortodônticos também devem fazer uso de escova dental, fio
dental com passa fio, e escovas unitufos ou interdental.
7- Hábitos Alimentares
a) Durante a gestação: o período da gestação é o momento ideal para que a mãe comece a
adquirir hábitos alimentares saudáveis e adquirir conhecimentos quanto a sua saúde e a do seu
filho. É importante que a gestante entenda que o consumo de açúcar na sua forma natural,
encontrado nas frutas e vegetais, permite que seu organismo receba mineral.
b) Vitaminas e calorias: devem fazer parte integrante dos hábitos alimentares, enquanto que
os açúcares refinados o são facilmente reabsorvidos e não existe qualquer benefício
nutricional com seu uso, além de elevar os níveis de insulina no sangue. Pesquisas mostram que
as mães que não comem açúcar durante a gestação, têm bebês que rejeitam o açúcar, após o
nascimento. Enfim, a criança não conhece o açúcar, então por que adoçar o leite ou suco
oferecido ao seu filho?
c) Após o nascimento: Estimular na amamentação é fundamental, pois desenvolve:
os padrões musculares;
ajuda o desenvolvimento respiratório nasal;
auxilia no posicionamento da ngua durante a deglutição, ajudando a prevenir futuras má
oclusões.
Deve-se desencorajar o uso de mamadeiras noturnas, pois desenvolvem hábitos inadequados que
poderão persistir por vários anos.
d) Após a erupção (nascimento) dos dentes: É necessário acrescentar outros alimentos na
dieta da criança, alimentos sólidos com outros nutrientes.
Os alimentos podem ter efeito local, na cavidade bucal ou durante a formão dos dentes.
Existem alimentos que possuem nutrientes positivos e negativos. Os nutrientes positivos são
aqueles que contêm aminoácidos, vitaminas, minerais, utilizados para construção de tecidos. Os
nutrientes negativos são aqueles que retiram as reservas de cálcio, magnésio, aminoácidos e
vitaminas, como por exemplo, o café e a coca-cola. Os nutrientes positivos devem permanecer
sempre em maior quantidade que os nutrientes negativos para que o organismo mantenha seu
equilíbrio biológico. A criaa que não mantém esse equilíbrio biológico podedesenvolver na
cavidade bucal a cárie dentária ou doença periodontal, dificultando o sucesso do tratamento
dentário.
Tudo isso reduz o fluxo salivar e de quantidade de protnas secretada por minuto que
como conseqüência retarda a erupção dos dentes como também poderá modificar sua posição.
É importante saber que alimentos duros e fibrosos possuem ação detergente e de limpeza,
além de ajudar no crescimento dos maxilares.
Para facilitar o entendimento, vamos fazer uma comparação.
Sempre que uma criança tem pouco crescimento, o médico pediatra sugere aos pais que a
coloque para fazer exercício físico. Sabemos que o exercício físico estimula o crescimento. Da
mesma forma acontece com os maxilares. Se a criança ingerir alimentos fibrosos e duros, como
cenoura crua, cana, maça, ele terá que fazer mais força na mastigação e dessa forma ele estará
estimulando o crescimento dos maxilares, diminuindo a possibilidade dos dentes nascerem
apinhados por falta de espaço.
Os açucares da dieta são:
Sacarose – bolos, balas, frutas secas, ketchup e refrigerantes;
Glicose e frutose – mel e frutas;
Lactose – leite
Maltose – derivado da hidrólise do amido;
Tudo tem potencial carionico, mas a lactose é o que produz menor queda no pH da
placa bacteriana.
Amido – arroz, batata, pão. Apresentam baixo potencial cariogênico, mas quando cozidos
e ingeridos com freqüência podem causar cárie dentária.
8- Traumatismo
As lesões traumáticas podem ser classificadas de várias formas. É importante que o
professor e o agente comunitário de saúde conheçam algumas dessas classificações para agirem
de forma correta, caso necessário.
Trauma que provoque mobilidade no elemento dentário: em caso de trauma, onde o dente
apresenta alguma mobilidade e não apresentando nenhum outro ferimento, o professor e/ou
agente comunitário de saúde, deverá lavar a boca da criança, observar se sangramento.
Seja qual for à situação, procurar conversar com a criança para que esta se acalme, dizendo
sempre que está tudo bem, que foi um susto. Com as mãos lavadas com sabão o professor
e/ou agente comunitário encostará de leve o dedo no dente traumatizado, se a mobilidade for
discreta não necessitará de atendimento imediato, caso não tenha nenhum dentista próximo,
não deixar a criança comer alimentos duros e o dente voltará à normalidade. Encaminhar a
criaa ao dentista. Nestes casos o local de referência e o CEO (Centro de Especialidades
Odontológicas, situado à rua Oswaldo Terra nº. 108, Centro.
Avulsão do dente: é quando o dente sai totalmente de dentro do alvéolo. O ideal é que seja
recolocado no alvéolo no mesmo instante, caso o responsável ou o próprio indivíduo tenha
coragem, senão um profissional deve ser procurado dentro de 15 a 30 minutos ou até no
máximo em duas horas para que possa ser implantado.
Caso haja sangramento (hemorragia), este deve ser estancado por compressão direta ou
aplicação de compressa de gelo no local.
Se durante o traumatismo a criança deglutir (engolir) o dente, deve-se encaminhá-la ao
dico, para que o dente seja localizado e, de acordo com o diagnóstico, tomar as providências
necessárias. Todos os casos de traumatismos devem ser encaminhados ao CEO Centro de
Especialidades Odontolólgicas situado à rua Dr. Oswaldo Terra ou ao Hospital Geral José
Fonseca, situado à rua Coronel Leite Pinto nº.105 – Centro.
Se o dente for levado para o dentista ou profissional da saúde devem-se seguir algumas condutas,
como:
- 1ª opção: não pegar o dente pela raiz;
- opção: preferencialmente o dente deverá ser mantido dentro da boca do paciente, alojado
embaixo da ngua. A saliva mantém o dente hidratado;
- 3ª opção: colocar o dente dentro de um pote contendo soro fisiológico;
- 4ª opção: colocar o dente em um pote com leite.
Se o dente foi recolocado no alvéolo, este deveser mantido sob pequena pressão, assim deve-
se colocar uma gaze dobrada, onde o indivíduo deve morder em oclusão até chegar ao
consultório dentário.
OBS.: DENTES DECÍDUOS (OU DE LEITE) NÃO DEVEM SER REIMPLANTADOS.
Intrusão do dente: o dente entra no alvéolo. Neste caso somente o dentista pode avaliar, mas
o professor ou o agente de saúde deverá procurar próximo ao acidente para ver se realmente
o dente intruiu ou avulsionou (saiu totalmente da boca).
Extrusão do dente: é quando o dente não sai totalmente do alvéolo, mas ele se apresenta
com aparência de mais comprido do que o dente ao lado.
CAPÍTULO IV
SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS RELACIONADOS AO TEMA “SAÚDE BUCAL”,
PARA CADA DISCIPLINA DO ENSINO FUNDAMENTAL, QUE PODERÃO SER
APLICADOS EM SALA DE AULA.
PORTUGUÊS
- Poderão ser usados versos, trovas, letras de músicas para interpretação de textos, ou para
comentários após a leitura.
- Em outro momento poderão pedir aos alunos que criem suas próprias sicas, versos ou
textos que serão comentados ou cantados.
- Preparo de jornais pela turma onde entrem temas com assunto relacionado à saúde no
interior da escola.
- Poderão ser promovidos concursos de redação.
- Criação de uma rádio escolar no qual os alunos passam informações sobre assuntos
relacionados com a escola e de como cuidar da saúde, isto orientado pelos professores.
Exemplos de temas, músicas, versos, etc.
MÚSICAS:
Meus dentinhos
Meus dentinhos, meus dentinhos
Eu vou escovar REFRÃO
Para cima e para baixo
Pra poder limpar.
Olha dona Cárie
Eu vou lhe avisar
Vá caindo fora
Aqui não é seu lugar
VOLTA AO REFRÃO
Meus dentinhos são fortes
Não vai deixá-la entrar
Três vezes ao dia eu vou escovar (música bate o sino).
Adeus Cárie
Quem escova os dentes
Evita a cárie, meu bem
Por isso ouça o que o dentista diz
e tenha sempre um sorriso feliz
Ai, ai, ai
Vou evitar a cárie
Usando a escova, o flúor e o fio dental
Pra ter um sorriso legal. (música valsa da despedida)
(SANTOS, s/d, p.37)
Sorriso Lindo
Vou ensinar pra vocês
Como seu dentinho limpar
É só escovar direitinho
E o sorriso lindo verá.
Vamos pegar a escovinha
E a pasta de dente também
E o fio dental é o amigo
O trio que nos serve bem.
Os dentes de cima
É de cima pra baixo
Os dentes de baixo
É de baixo pra cima
Mas o é só isso
Tem os de trás também
Que como trenzinho
Vai fazendo vai e vem
Vamos lá escovar
Vamos lá que é tão bom
Vamos lá criançada
Repetir de novo a lição.
(Autor desconhecido)
TROVAS E VERSOS
Dentes mal escovados
Ficam com furinhos
Tome muito cuidado
Ali entram bichinhos.
Dentes Limpos
Todo dia bem cedinho
Eu escovo meus dentinhos
Pra ficarem bem limpinhos
Depois do almoço, limpo geral
Tomo banho e escovo meus dentes,
Tudo limpo, que legal!
Agora vou brincar
Depois de minhas mãos lavar
Esperando a hora de lanchar
E assim novamente
Meus dentes escovar.
A noite chega
Agora vou jantar.
E antes de dormir, adivinha?
Meus dentes novamente escovar.
(E.M. Décio Monteiro Soares,s/a).
245
TEXTO
Os Inimigos da Boca
A cárie e a doença periodontal são os problemas mais freqüentes em arcadas
malcuidadas. Ambas são causadas pela placa bacteriana, uma película que se forma sobre a
superfície dos dentes, onde se agregam as bactérias, atacando o esmalte (provocando cáries e
a gengiva (gengivite). A cárie pode ainda atingir outras estruturas, como nervos e ossos. Já a
inflamação da gengiva leva à sua retração e a sangramentos, expondo as raízes e abalando a
estabilidade do dente. Entre os 7 e os 10 anos a criança tem duas dentões: a decídua e a
permanente. É nessa época que as visitas periódicas ao dentista são fundamentais, para
proteger os dentes com flúor e selantes. O profissional também pode tirar vidas sobre a
necessidade de aparelhos ortodônticos. Entre 10 e 14 anos, a dentição permanente se
completa (28 dentes). A tendência, nessa época, é que o jovem relaxe nos tratos. A
preocupação com a estética pode ajudar: a higiene protege os dentes e oferece um hálito
agradável, que não deve ser obtido com balas e chicletes. Muitas lesões não diagnosticadas e
não tratadas nessa fase podem manifestar-se de forma bem complicada no futuro, caso de
câncer na boca. Nas meninas pode ocorrer a gengivite da puberdade, por causa da alteração
hormonal pela qual elas passam. Muitos jovens comam a fumar nessa fase, o que causa
mau lito e problemas na gengiva, além de todos os prejuízos que o cigarro traz para a
saúde.
Caderno de Atividades. Out/2000.
INGLÊS
A disciplina de inglês pode traduzir o material que foi exemplificado para a disciplina
de português.
CIÊNCIAS
1- Experiências: Flúor com ovo.
Essa experiência poderá ser aplicada em crianças a partir dos 5 anos de idade até o
idoso.
246
Material necessário:
- 1 ovo de galinha cozido de casca branca
- 1 copinho de café
- flúor em gel (encontrado em qualquer dental e algumas farcias)
- 1 copo de vinagre
Colocar o ovo no copo contendo for em gel de forma que somente a metade do ovo
esteja em contato com o flúor, deixar 1 minuto.
Explicar que a casca do ovo está representando o esmalte do dente, por apresentar
quase as mesmas substâncias do esmalte do dente (cálcio e fósforo).
O vinagre representa a boca quando não é escovada.
Depois de passado 1 minuto, retira-se o excesso de flúor do ovo e coloque-o dentro do
copo com vinagre.
Resultado: Na metade do ovo que estava protegido com flúor, não houve alteração nenhuma
na casca, mas na outra metade que não tinha a presença do flúor aprecem bolinhas que
representam a desmineralização do esmalte.
2- Concurso com temas relativos à prevenção. Ex.: “Prevenção em Saúde Bucal”.
3- Feira de Ciências. Ex.: Promover o Dia da Escovação.
Poderá ser usada a experiência do flúor no ovo.
O professor podeutilizar a aula de sistema digestivo para ensinar a cuidar dos
dentes. Lembrando para a criança que a digestão se inicia na cavidade bucal.
Nesta proposta de trabalho (Aula de sistema digestivo), o professor poderá um dia
antes da aula, solicitar aos alunos que levem para a escola escova de dente, creme dental e fio
dental. Comece a aula perguntando para que servem os dentes. Anote as respostas no quadro
negro.
Pendure um ster no quadro e leia com eles a lista de funções dos dentes, caso
tenham esquecido algum item. Explique que a mastigação tritura os alimentos, ajudando na
digestão e evitando dores gastrintestinais. A arcada dentária é fundamental para uma boa
dicção e para formar um bonito sorriso. Sua adequada limpeza evita doenças mais graves,
como infecções que podem comar pela boca e atingir outras partes do corpo.
Explicar os principais problemas que uma boca mal cuidada pode trazer. Além de
atingir outras partes do corpo humano.
Exemplos: gengivite, doença periodontal, cárie.
247
Aula do sistema Respiratório: o professor poderá acrescentar que a saliva protege os
dentes, pois contém flúor, cálcio e fósforo que são necessários para a proteção dos dentes.
A criança deve respirar pelo nariz pois respirando pela boca, reduz a quantidade de
saliva, deixando os dentes desprotegidos.
EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
1- O professor de educação artística poderá através de massinhas, encontradas prontas
ou fabricadas na própria escola, modelar dentes ou a arcada dentária, aproveitando para
ensinar o nome dos dentes, quantidade de dentes decíduos, quantidade de dentes
permanentes, porque não devemos deixá-los estragar, porque devemos mantê-los na boca por
toda a vida, etc.
Receita de Massinha
- 1 copo de farinha de trigo
- ½ copo de sal
- Acrescenta água até dar liga
- 1 gota de óleo, para não rachar
Depois que a modelagem estiver pronta, levar ao forno para secar.
Para pintar: guache ou tinta vermelha, rosa e branca.
Durante a pintura o professor poderá aproveitar para explicar que a gengiva saudável
apresenta a cor rosada e, que quando a gengiva está muito vermelha é porque ela está com
inflamação.
Receita de como fazer uma Boca com Sucatas
1 caixa de sanduíche em isopor representará a boca;
Canjica com grãos brancos e pelo menos um amarelo representando o dente com cárie;
Cola;
E.V.A. vermelho para fazer a língua.
248
Modo de fazer:
Abrimos a caixa de isopor, e nas bordas superior e inferior da caixa colamos os grãos de
canjica um ao lado do outro para formar os dentes na arcada. Na colocação dos “dentes”
colocamos grãos amarelos, para representar os dentes afetados pela cárie. Cortamos o E.V.A
vermelho em forma de ngua, colando-a dentro da caixa de isopor.
Com esta boca confeccionada com sucata e outros materiais trabalhamos a higiene
bucal. Para tornar o ensino mais interessante realizamos paródias com o tema.
Sugestão da Pro. Luciana Palmeira R. Rosa.
Orientadora Pedagógica das Escolas
Municipais de Valença-RJ.
2- Preparar peças de teatro. O teatro poderá ser
apresentado pelas próprias crianças ou feitos
com bonecos de fantoches, preparados pelas próprias
crianças.
O exemplo mostra roupas confeccionadas com caixa
de papelão cobertas com papel..... a escova dental
foi representada por uma caixa de sapato infantil e as
cerdas confeccionadas com garrafa desça.
CAIC – E.E. Djalma Macedo Valença/RJ
Exemplo de uma história para Teatro de Fantoches
NARRADOR: Oi crianças. s estamos aqui hoje para contar para vocês uma esria muito
interessante, é sobre a Ritinha, uma menina que não gostava de escovar os dentinhos.
Era uma vez uma menina muito bonitinha, bonitinha mesmo, mas que sentia medo de
ir ao dentista.
- Vocês têm medo de dentista?
AGUARDA RESPOSTA DAS CRIAAS.
Ninguém precisa ter medo de dentista, pois ele é amiguinho de todo mundo.
- Vocês sabem por que devemos ir ao dentista?
AGUARDA RESPOSTA DAS CRIAAS.
249
Isso mesmo para cuidar da saúde da boquinha de vocês.
- Dentro da nossa boca existe um montão de bichinhos (seu nome é microorganismo),
mas nós o podemos -los, porque eles são o pequenininhos que precisamos de um
aparelho próprio para enxergá-lo (chamado microscópio).
Bom vamos voltar a nossa estória.
Certo dia Ritinha estava dormindo...
MICROORGANISMO: - A Ritinha não gosta de escovar os dentes é agora que nós vamos
atacar...
...e Ritinha acordou aos berros.
RITINHA: - Aaaaai! Mãaaaae tá doendo!
Sua mãe veio correndo e perguntou
MÃE: - Ta doendo o que Ritinha?
RITINHA: - Meu dentinho, ta doendo meu dentinho.
MÃE: - Meu Deus Ritinha eu já cansei de falar que é para você escovar o seu dentinho todos
os dias, mas você não me escuta.
RITINHA: - Mas eu não gosto de escovar dente.
MÃE: - Mas não é o caso de gostar ou não, é preciso.
RITINHA: - Aaaaaaiiiiiiii! Ta doendo, ta doendo muito mamãe!
MÃE: - Tá vendo, vamos se levante que eu vou te levar ao dentista.
RITINHA: - Dentista! Dentista não, não, não, não.
MÃE: - Mas minha filha, é preciso.
RITINHA: - Não, não, não.
MÃE: - Se você não for ao dentista, o seu dentinho não vai parar de doer.
RITINHA: - Tá bem, então eu vou.
E foram elas para o dentista, chegando lá...
MÃE: - Oi doutor, boa tarde, eu vim aqui trazer a Ritinha, pois ela está com muita dor no
dente.
DOUTOR: - Boa tarde D. Maria, oi Ritinha, você quer entrar na minha sala para que eu possa
dar uma olhadinha no seu dentinho>
RITINHA: - Não, não quero entrar não, o senhor pode olhar aqui mesmo.
DOUTOR: - Ritinha voprecisa entrar! Venha ver como minha sala é bonita, você vai ver
que não dói nada, pior é você ficar sentindo essa dor horrível.
RITINHA: - Está bem, eu entro... Mamãe to com medo (e se agarra na mãe).
DOUTOR: - Venha sente-se, vamos dar uma olhadinha.
250
- Nossa! Mas que horror, como esse dentinho está feio Ritinha.
- Você não escova os seus dentinhos?
RITINHA: - Não
DOUTOR: - Mas porque não?
RITINHA: Porque não.
DOUTOR: - Mas não pode Ritinha, vo sabia que na nossa boca existe um montão de
bichinhos que vão destruindo os nossos dentinhos.
O doutor olha para as crianças e pergunta. – Vocês sabem como se chama esses bichinhos?
- Isso mesmo, quando nós comemos alimentos, principalmente bala, doces e outras
coisas mais, é que esses microorganismos ficam felizes pois são os alimentos que eles mais
gostam.
- E vocês também gostam?
- Pois então, não é proibido comer açúcar, mas devemos comê-los somente após as
refeições e, em seguida escovar os dentinhos, nos intervalos das refeições devemos comer
frutas frescas.
RITINHA: - Mas e se eu não estiver com a minha escovinha de dente?
DOUTOR: - Você deve bochechar água para tirar o excesso de alimentos.
RITINHA: - Aaah!!!
MÃE; - Mas doutor não existe uma forma correta de escovar os dentes?
DOUTOR: - Existe sim D. Maria.
- Vocês sabem como escovar os dentes?
- Mas antes de ensinar a escovação, vamos conversar um pouco sobre os nossos
dentinhos?
RITINHA: - Vamos sim doutor. Eu quero aprender tudo sobre os meus dentinhos.
DOUTOR: Preparam-se cartazes ou figuras mostrando toda arcada dentária.
- Vocês sabem quantos dentes de leite (ou decíduos) vocês têm? [ Resposta: 20
dentinhos – 10 em cima e 10 em baixo].
- Depois que trocamos os dentes, sabem com quantos dentes ficamos. [Resposta: 32
16 em cima e 16 em baixo].
- Quando não escovamos os nossos dentinhos direito, nós o perdemos antes da hora e
isso causa uma grande desordem na nossa boquinha, os dentinhos que ficaram se aproximam
um do outro, porque eles gostam de ficar pertinho e aí o outro dentinho que está querendo
nascer não encontra o espaço certo e nasce em qualquer lugar, é por isso que devemos cuidar
v]bem deles, assim os dentinhos de leite servem de guia para os dentes permanentes, que são
251
para a vida toda, nascerem no lugar certo. (DESENHO COM AUSÊNCIA DE UM DENTE E
OS VIZINHOS INCLINADOS FECHANDO O ESPAÇO DO DENTE AUSENTE).
- Agora vamos aprender a escovar os dentes?
- Oooha! Os melhores amigos dos dentes! (CARTAZ
MOSTRANDO ESCOVA DE DENTE, CREME DENTAL,
FLÚOR, FIO DENTAL). Explica-se como fazer a escovação.
DOUTOR: - Viram como é fácil?
- É muito importante para a saúde da boquinha, trazer os dentes sempre limpinhos,
porque quando o dente fica cariado, pode trazer doenças par o nosso organismo. Além da
cárie que também é uma doença. (pode apresentar cartazes com dentes sauveis e cariados
mostrando a diferença).
DOUTOR: - Vocês sabem quantas vezes por dia devemos escovar nossos dentes?
(Aguarda resposta)
- E qual é a principal escovação do dia, se é a da manhã, da tarde ou da noite?
(Aguarda resposta)
- Por quê? (Resposta: da noite, porque à noite o fluxo salivar diminui deixando
nossos dentes desprotegidos).
MÃE: - Doutor aproveite para explicar para minha filha como o fio dental é importante?
DOUTOR: - Ah sim, lembrou muito bem D. Maria
- O fio dental é usado antes de escovar os dentes, pois ele retira os alimentos que
ficam entre os dentes...
_ Olha ai que guloso! Comendo fora de hora.
- Se ele escovar os dentes depois de comer não tem problema algum.
(Mostra figura com uma criança gordinha comendo).
MÃE: - E o flúor, doutor?
DOUTOR: - É para ajudar a proteger os dentinhos...
(complementa a explicação com o texto que aparece nesta cartilha)
DOUTOR: - Ritinha vamos colocar um remedinho no seu dentinho e
pronto, viu, não doeu nada, e você agora não vai sentir mais dor no seu
Dentinho, mas se você não escovar eles todos os dias, aí os bichinhos vão atacar novamente.
RITINHA: - Mamãe, meu dentinho não está mais doendo, que bom. Agora eu aprendi, nunca
mais vou deixar de escovar meus dentinhos, e vou sempre vir aqui no doutor para ele olhar o
meu dentinho. Pelo menos uma vez ao ano eu volto doutor, não é mamãe?
- E vocês amiguinhos, também aprenderam?
252
- Então vamos cantar uma musiquinha que ensina a escovar os dentinhos?
SUGESTÃO: Esta história pode ser representada pelos alunos das séries mais adiantadas e
apresentada para as crianças menores.
3- Marcador de livro com desenhos de dente, escova dental, flúor...
O marcador de livro pode ser confeccionado com cartolina ou E.V.A. branco.
4- Confeccionar porta-fio dental e enfeite para o lápis
O porta fio dental foi confeccionado com cartolina. Cada cartolina faz
aproximadamente 50 portas fio dental. Coloca-se luva é enrolamos 2 pedaços de 30 cm de fio
dental. Dobramos nas marcas colocamos em saquinhos de sacolé e fechamos com grampo.
253
O enfeite de lápis é confeccionado em cartolina branca ou E.V.A. os olhinhos podem
ser comprados ou desenhados com caneta hidrocor, o lacinho é feito de papel crepon e o
chapéu com sobras de papel de presente. Atrás do dentinho colocamos um pedaço de cano
transparente, encontrado nas casas de hidráulicas.
MATEMÁTICA
O professor de matemática poderá aproveitar as suas aulas de adição, subtração,
divisão e multiplicação, como também a de metro, litro, volume, etc., por exemplo, somar
dentes e o balas, medir o comprimento do fio dental, trabalhar a quantidade de mililitros de
flúor no lugar do refrigerante.
Exemplos:
1- Fulano de Tal estava na idade de trocar os dentes decíduos ou de leite ou temporários,
pelos dentes permanentes. Na arcada superior ( ou na parte de cima da boca) ele tinha
2 dentes permanentes e 8 dentes de leite. Quantos dentes Fulano de Tal tinha na parte
superior da arcada?
2- Uma caixa de fio dental possui 50 metros de fio. ZZZ usou 10 metros em um mês
para fazer a limpeza dos seus dentes. Quantos metros ficaram na caixa? Quantos
meses ele gastará para usar o que sobrou?
EDUCAÇÃO FÍSICA
O professor de educação sica poderá aproveitar exercícios do seu dia a dia
adaptando-os a temas relacionados à saúde bucal.
Exemplos:
1- Gincana do flúor
Idade aproximada de 10 a 15 anos.
Formam-se duas filas com os alunos, à frente coloca um balde com água, que representará o
flúor.
Para o primeiro aluno de cada fila entrega um dente confeccionado de isopor.
O primeiro aluno de cada fila após o sinal do professor correrá até o balde molhando o dente
no “flúor” volta e entrega para o segundo aluno da fila, indo para o final desta. O segundo
aluno fará o mesmo que o primeiro, até que o primeiro aluno retorne ao seu lugar do início do
254
jogo. Ganhará a fila em que o primeiro aluno retorne primeiro ao seu lugar de origem, ou
seja, na frente da fila.
A partir dessa brincadeira o professor estará mostrando a importância do uso do flúor na
proteção dos dentes
2- Festa Junina
Os alunos são dotados de criatividade e uma festa junina diferente, provavelmente os
incentivaria muito.
Exemplo: Casamento da escova com o Senhor Dental.
3- Conte e reconte
O professor coloca a turma sentada, retira de 4 a 5 alunos e pede para que se afastem
da turma, então o professor conta uma história (ex. como escovar os dentes) pede para a
turma prestar atenção e um aluno anotar a história se achar necessário. Então o professor
repete a mesma história para um dos alunos que se afastaram.
O professor chama 1 dos alunos que estava afastado, conta a mesma história que
contou para a turma. Pede então para que este aluno repita a história para o outro aluno que
também estava afastado e depois pede que este terceiro aluno repita para o quarto e assim
sucessivamente até terminar os alunos afastados.
A turma perceberá que a cada aluno que conta a história para o outro modificará a
mesma, contando do seu jeito, mudando os detalhes, aumentando ou diminuindo.
Ao final o professor poderá comentar com a turma o quanto é importante além de
escutar os amigos, procurar saber através de livros e pessoas mais esclarecidas como
realmente as coisas são.
255
DICAS ODONTOLÓGICAS
É bastante interessante colocar em um mural ou local visível as dicas odontológicas e
as reflexões para que os alunos e as pessoas em geral leiam e reflitam sobre as dicas.
Colocando uma por vez, e sempre procurando tirar as dúvidas das crianças e dos adultos ou
convidando dentistas para esclarecê-las.
Você sabia que:
- É importante que você continue escovando os dentes de leite de seu filho até que ele possa
fazê-lo sozinho. (aproximadamente até aos seis anos);
- Não deve passar mel ou açúcar no bico da mamadeira ou da chupeta. Isso ajuda a causar
muitas lesões de cárie;
- Antibiótico: Mito ou Verdade?
Você sabia que o antibiótico não causa a doença cárie? Um desses antibióticos, a
tetraciclina pode fazer aparecer manchas no dente, mas não causa a doença cárie.
Tire suas dúvidas com seu dentista.
- A limpeza da boca do bebê começa nos primeiros dias de vida. Acostume seu bebê a sentir
a boca gostosa, criando assim o hábito da higiene bucal.
- A chupeta pode afetar o crescimento normal da maxila e da mandíbula.
- O cuidado com a saúde bucal de seu filho começa na gestação: mãe que come muito doce
durante a gravidez tem filhos que comem mais doces durante a infância, o que pode causar
doença cárie. Por isso, evite o açúcar.
256
- A amamentação é importante para criar os hábitos corretos de deglutição e tamm para
estimular o crescimento correto do maxilar.
- Deve limpar os dentes de seu filho, depois das mamadas e principalmente à noite, antes de
dormir. Não permita que seu filho durma com a mamadeira na boca. Isso pode causar a
chamada “cárie de mamadeira”.
- O sangramento gengival pode ser sinal de uma gengivite, e, que ela tem cura. Procure seu
dentista para se informar.
- Os dentes decíduos, conhecidos como dente de leite, são tão importantes quanto os dentes
permanentes, e que, eles devem permanecer sadios na boca até a idade aproximada de 12
anos, quando é feita a troca dos últimos dentinhos de leite. Uma das tantas importâncias do
dente de leite e que Deus os criou para que os permanentes tivessem mais tempo para se
calcificar e assim poderem viver mais tempo na boca.
- Um dente aberto (estragado com buraco) afetado pela doença cárie, pode levar a uma
doença do coração chamada endocardite bacteriana aguda, entre tantas outras doenças.
- O sangue que passa no seu dedo da mão, dedo do pé, braço, pulmão, coração, rim, etc...,
também passa dentro do seu dente! Se informe mais sobre isso com seu dentista.
- Em caso de traumatismo no dente (queda de bicicleta, tombo,bolada,etc...) você precisa
primeiro: Observar se o dente saiu do alvéolo (está solto, caído na boca ou fora dela) em caso
positivo: recoloque-o no alvéolo, e procure o dentista o mais rápido possível, caso não tenha
coragem, coloque o dente em um copo com água, mas de forma alguma tente limpá-lo.
- A gestante deve procurar o dentista pediatra, antes de o bebê nascer, para obter
informações de como cuidar da saúde bucal do seu filho desde o nascimento.
- A doença periodontal (leva a mobilidade dos dentes) tem controle, é que você não precisa
perder seus dentes se souber como controlar a doença.
- Deve evitar comer doces entre as refeições? A doença cárie é considerada como um
desequibrio no processo de desmineralização e remineralização dos tecidos duros do dente.
Mas o que é isso?
Quando você come doce e fica muito tempo sem escovar os dentes, as bactérias
utilizam a sacarose (açúcar) para produzir ácido que ataca os tecidos (esmalte) dos dentes
desmineralizando-os.
E como remineralizá-los.
Nós temos a saliva e o for, mas se vocome o tempo todo não da tempo da saliva
fazer o trabalho dela. O seu dentista saberá te informar sobre o trabalho da saliva, pergunte
para ele.
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- A chupeta provoca a posição dos dentes, como a mordida aberta que compromete a
mastigação e a fala.
- A mamadeira dificulta a criança a aprender o jeito certo de deglutir e de posicionar a língua
e de respirar pelo nariz.
- O estresse ajuda na proliferação da doença cárie e causa mal hálito. Dessa forma, além de
uma boa escovação é preciso manter a vida sob controle. Sorria!
PARA REFLETIR.
- Você sabe quantos dentes você tem?
Qual a cor da sua gengiva? Vermelha ou rosa pálido?
Passe a ngua em toda sua boca e sinta se está limpa ou se existe algo diferente?
- Ria muito! O estresse e emoções negativas causam aftas, bafo e problemas dentários.
- Ao levar seu filho ao dentista, você o chama com um sorriso como faz quando o chama para
ir ao parquinho brincar?
- O que você, mamãe e papai acham de fazer festa, tirar retrato, chamar o vovô a vovó, os
titios e padrinhos quando seu filho for escovar os dentes pela primeira vez, como costumam
fazer no primeiro banho! Pense nisso.
- Você sabia que és capaz de cuidar de sua própria saúde, e que você é responsável por ela?
- o duvide: a má higiene da boca pode desencadear derrames, dores articulares, males do
coração, gastrite e doenças respiratórias.
- A biocibernética bucal (estuda o desenvolvimento da arcada dentária que se reflete em
várias partes do corpo) propõe que o bebê fique sentado na hora da amamentação. Essa
posição, considerada a mais natural, seria capaz de estimular adequadamente a formação dos
ossos da cabeça e dos dentes.
258
- A amamentação da ritmo para o corpo se desenvolver. Ex. movimentos da língua e do
maxilar teriam um papel no fortalecimento da coluna. a mamadeira, não estimula
corretamente a sucção, pode atrofiar a mandíbula e deixar pouco espaço para os dentes
nascerem. Necessitando assim de tratamento com aparelhos que controlam a posição da
ngua e a exercícios respiratórios para fortalecer os músculos faciais
259
REFERÊNCIAS
ALLEGRA, F.; GENNARI, P. U.. As Doenças da Mucosa Bucal. Cap. I, 2 ed.,
Editora Santos.
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