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Em levantamento realizado em 1975, foi encontrada uma prevalência de 4%
na região Sul, 7,5% na sudeste, na região centro-oeste, 6,8% na região nordeste
2,5% e 4,1% na região norte, conforme boletins oficiais do MAPA (BRASIL, 2003).
Posteriormente, alguns estados realizaram estudos sorológicos por
amostragem, os quais não evidenciaram grandes variações em relação aos índices
nacionais verificados em 1975. No Rio Grande do Sul a prevalência decresceu de
2% em 1975, para 0,3% em 1986. Em Santa Catarina passou de 0,2% em 1975,
para 0,6% em 1996. Em Mato Grosso do Sul a prevalência estimada em 1998 foi de
6,3%, semelhante à de 1975 no antigo estado de Mato Grosso. Minas Gerais passou
de 7,6% em 1975, para 6,7% em 1980. No Paraná a prevalência estimada em 1975
foi de 9,6%, passando para 4,6% em 1989. Os dados oficiais, publicados no Boletim
de Defesa Sanitária Animal, mostram que a prevalência de animais positivos no
Brasil se manteve entre 4% e 5%no período entre 1988 e 1998 (OSÓRIO e
MONTEIRO, 2006).
As brucelas são resistentes à inativação no meio ambiente. Se as condições
naturais forem favoráveis, resistem vários meses na água, restos de aborto, fezes,
lã, feno e em locais secos, a baixas temperaturas. Os métodos de pasteurização,
esterilização, e mesmo a fervura eliminam as brucelas (COSTA, 1998).
A B. abortus geralmente entra no organismo do hospedeiro pela mucosa
oral ou nasal. Após a penetração na mucosa, as bactérias se multiplicam e são
fagocitadas. São então transportadas livres ou dentro de macrófagos, para
linfonodos regionais, nos quais podem permanecer por meses. Se a bactéria não for
destruída ou não se tornar localizada, há disseminação para vários órgãos por via
linfática ou hematógena. As localizações preferenciais são linfonodos, baço, fígado
aparelho reprodutor masculino úbere e útero. Eventualmente podem instalar-se nas
articulações mais exigidas, dando origem a lesões denominadas higromas, que
podem supurar. Devido ao seu tropismo por algumas substâncias, como o eritritol,
grande parte das brucelas se localiza nos testículos e no útero gestante (BRASIL,
2006).
No útero, as brucelas multiplicam-se inicialmente nos trofoblastos do
placentoma, infectando também células adjacentes, levando a uma reação
inflamatória-necrótica da placenta. Tais lesões impedem a passagem de nutrientes e