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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES FÍSICAS DE UM
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico,
SUBMETIDO A DIFERENTES TEMPOS DE CULTIVO
MICHELY ELIANE KIM DE OLIVEIRA
CUIABÁ - MT
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES FÍSICAS DE UM
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico,
SUBMETIDO A DIFERENTES TEMPOS DE CULTIVO
MICHELY ELIANE KIM DE OLIVEIRA
ENGENHEIRA AGRÔNOMA
Orientador: Dr. JOÃO CARLOS DE SOUZA MAIA
Dissertação apresentada à Faculdade de
Agronomia e Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Mato Grosso,
para obtenção do título de Mestre em
Agricultura Tropical.
CUIABÁ – MT
2007
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FICHA CATALOGRÁFICA
Catalogação na Publicação (CIP). Bibliotecária Valéria Oliveira dos Anjos
- CRB1 1713
Oliveira, Michely Eliane Kim de.
O48a Avaliação das alterações físicas de um latosso vermelho-amarelo
distrófico, submetido a diferentes tempos de cultivo / Michely Eliane
Kim de Oliveira. – Cuiabá, 2007. 60 f.
Dissertação (Mestre em Agricultura Tropical) Universidade
Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária, Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical,
2007.
“Orientador: Prof. Dr. João Carlos de Souza Maia”.
1. Agricultura. 2. Cultura Agrícola. 3. Manejo de Solo. 4. Cultura. 5.
Latossolo Vermelho-amarelo. I. Título.
CDU 631.47:633.1
Aos meus pais, Myeong Bok Kim e Wilma
Kleim Kim e ao meu companheiro e
compreensivo esposo, Araken Lotufo
Ferraz de Oliveira.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À Deus, que me guia e auxilia nos momentos difíceis, me mostrando o
caminho a ser trilhado;
À Universidade Federal de Mato Grosso UFMT e Faculdade de Agronomia
e Medicina Veterinária – FAMEV, pela oportunidade de qualificação.
À Coordenação de Pós Graduação pelo apoio e colaboração sempre que
solicitado.
À CAPES, pela concessão da bolsa durante a realização deste trabalho.
Ao professor João Carlos de Souza Maia pela orientação, atenção e
estímulo.
Aos professores Aloísio Bianchini, Emílio Carlos de Azevedo e José
Fernando Scaramuzza pelo apoio, amizade e pelas inúmeras sugestões
feitas durante o trabalho.
À professora Oscarlina Lúcia dos Santos Weber pelo apoio e incentivo.
Ao professor Joadil Gonçalves de Abreu pela cooperação nas análises
estatísticas, sugestões e trocas de experiências.
Aos bolsistas, Eduardo, João Vítor, Leonardo e Luis, pela amizade e
solidariedade.
A todos os mestrandos pelo companheirismo e amizade.
A minha família, pelo apoio e compreensão.
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES FÍSICAS DE UM LATOSSOLO
VERMELHO-AMARELO Distrófico, SUBMETIDO A DIFERENTES
TEMPOS DE CULTIVO
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo diagnosticar as alterações
ocorridas nos principais atributos físicos de um LATOSSOLO VERMELHO-
AMARELO Distrófico, sob cultivo mínimo em diferentes tempos, verificando
os impactos do manejo sob o solo. O estudo foi realizado na Fazenda
Mores, localizada no município de Campo Verde, Mato Grosso, Brasil, a uma
altitude média de 736 m. Foram selecionadas três áreas, que ocupavam
uma mesma situação topográfica com declividade aproximada de 1%, que
constituíram os tratamentos: cerrado natural; cultivo mínimo por 4 anos com
soja e eventualmente milho e cultivo mínimo por 14 anos com soja em
sucessão com milho. Foram analisados os atributos físicos do solo:
densidade, macroporosidade, microporosidade, porosidade total,
estabilidade de agregados e grau de floculação de argila, em duas faixas de
profundidade, de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm. Os resultados obtidos
evidenciaram que o cultivo promoveu alterações nos atributos físicos do
solo. A distribuição de poros (porcentagem de macroporos e de microporos),
o índice de estabilidade de agregados e a porcentagem de macroagregados,
indicam um processo de reestruturação do solo com o aumento do tempo de
adoção do sistema de cultivo mínimo. Porém a densidade, o diâmetro médio
ponderado, a porcentagem de agregados maiores que 2 mm e a porosidade
total do solo apresentaram maiores alterações na ordem crescente do tempo
de cultivo.
Palavras-chave: manejo do solo, cultivo mínimo, atributos físicos do solo.
EVALUATION OF PHYSICAL ALTERATIONS OF A DYSTROPHIC RED-
YELLOW LATOSOL UNDER DIFFERENT TILLAGE SYSTEMS
ABSTRACT: The aim of this study was to diagnose the main alterations
which occurred on the physical attributes of a dystrophic red-yellow latosol,
under minimum tillage at different times, verifying the impact of the
management on the soil. The study was carried out at Mores farm, located in
the county of Campo Verde, Mato Grosso, Brazil, at an average altitude of
736m. Three areas located at the same topographic position, with an
approximately declivity of 1% were selected. The treatments were: 1)
cerrado; 2) minimum tillage for 4 years with Soya and eventually corn and 3)
minimum tillage for 14 years with Soya in succession with corn. The soil
physical attributes (density, macroporosity, microporosity, total porosity,
aggregate stability and degree of flocculation) were analyzed in two strips at
depths of 50 to 100mm and 100 to 150 mm. The results showed that the
tillage had caused changes in the soil physical attributes. The porous
distribution (porous arrangement, percentage of macropores and
micropores), aggregate stability index and the percentage of
macroaggregates, indicate a process of restructuring of the soil with an
increase in the adoption time of the minimum tillage system. However, larger
changes in the increasing order of the tillage time were found in the soil bulk
density, mean weight diameter, percentage of aggregates larger than 2 mm
and the total soil porosity.
Key-words: soil management, minimum tillage, physical soil characteristics.
LISTA DE FIGURAS
página
FIGURA 1 Localização da área experimental no município de
Campo Verde, Mato Grosso..............................................
25
FIGURA 2 Área experimental do Cerrado Tropical Subcaducifólio....
27
FIGURA 3 Croqui da malha amostral de coleta dos atributos físicos
do solo: densidade (Ds), macroporosidade (Ma),
microporosidade (Mi), porosidade total (PT), matéria
orgânica (MO) e grau de floculação de argila (GF),
utilizado nas áreas com Cerrado Tropical, Cultivo
Mínimo por 4 anos e Cultivo Mínimo por 14 anos.............
29
FIGURA 4 Aparelho de Yooder, utilizado na determinação da
estabilidade de agregados via úmida................................
32
FIGURA 5 Alterações na macroporosidade e microporosidade [%]
para o cultivo mínimo por 4 anos e cultivo mínimo por 14
anos, quando comparados ao cerrado (condição original
do solo) nas camadas de 50 a 100 mm (a) e de 100 a
150 mm (b)........................................................................
46
LISTA DE TABELAS
página
TABELA 1
Análise textural das áreas experimentais nas profundidades
de 0 a 100 mm e de 100 a 200 mm.........................................
25
TABELA 2
Valores de pH em água, fósforo (P) potássio (K), cálcio (Ca),
magnésio (Mg), alumínio (Al), soma de bases (SB),
capacidade de troca de cátions (CTC), e Saturação de
bases (V), saturação por alumínio (m) e matéria orgânica
(MO) das áreas que constituem os tratamentos, nas
profundidades de 0 a 100 mm e de 100 a 200 mm.................
26
TABELA 3
Quadrados médios dos dados de porcentagem de
agregados retidos nas peneiras de 2 mm (P1); 1 mm (P2);
0,5 mm (P3); 0,25 mm (P4), < 0,125 mm (P5) e matéria
orgânica (MO) em duas faixas de profundidade 50 a 100
mm e de 100 a 150 mm em um LATOSSOLO VERMELHO-
AMARELO Distrófico...............................................................
35
TABELA 4
Porcentagem média de agregados retidos nas peneiras de 2
mm (P1); 1 mm (P2); 0,5 mm (P3); 0,25 mm (P4) e < 0,125
mm (P5) e matéria orgânica (MO) em função de diferentes
tratamentos em duas faixas de profundidade 50 a 100 mm e
de 100 a 150 mm em um LATOSSOLO VERMELHO-
AMARELO Distrófico...............................................................
37
TABELA 5
Quadrados médios dos dados densidade do solo (Ds),
macroporosidade (Ma), microporosidade (Mi), porosidade
total (PT), diâmetro médio ponderado (DMP), índice de
estabilidade de agregados (IEA) e grau de floculação de
argila (GF) em função de diferentes tratamentos em duas
faixas de profundidade, de um LATOSSOLO VERMELHO-
AMARELO Distrófico...............................................................
39
TABELA 6
Valores médios de densidade do solo (Ds),
macroporosidade (Ma), microporosidade (Mi), porosidade
total (PT), diâmetro médio ponderado (DMP), índice de
estabilidade de agregados (IEA) e grau de floculação de
argila (GF) em função de diferentes tratamentos em duas
faixas de profundidade, em um LATOSSOLO VERMELHO-
AMARELO Distrófico...............................................................
41
TABELA 7
Correlações de Pearson entre média de agregados retidos
nas peneiras de 2 mm (P1); 1 mm (P2); 0,25 mm (P4) <
0,125 mm (P5) e densidade do solo (Ds [kg.dm
-3
]);
microporosidade (Mi [%]); porosidade total (Pt [%]); em um
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico...................
48
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 10
2. HIPÓTESES ............................................................................................ 12
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 13
4. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 24
4.1.
L
OCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO
........................................ 24
4.2.
D
ESCRIÇÃO DOS
T
RATAMENTOS
............................................................ 27
4.2.1. Cerrado Tropical .......................................................................... 27
4.2.2. Cultivo Mínimo por 4 anos ........................................................... 28
4.2.3. Cultivo Mínimo por 14 anos ......................................................... 28
4.3.
Á
REA EXPERIMENTAL
............................................................................ 29
4.4.
E
QUIPAMENTOS
.................................................................................... 30
4.5.
A
TRIBUTOS DO
S
OLO
............................................................................ 31
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 35
6. CONCLUSÕES........................................................................................ 50
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 51
10
1 INTRODUÇÃO
A introdução de sistemas agrícolas em substituição às florestas
causa desequilíbrio no ecossistema, modificando as propriedades do solo. A
intensidade varia com as condições de clima, uso e manejos adotados e a
natureza do solo (Godefroy e Jacquin, 1975).
Os efeitos sobre os atributos físicos do solo variam conforme o tipo de
preparo do solo adotado em cada sistema de manejo, sendo dependentes
da intensidade de revolvimento, do trânsito de máquinas, do tipo de
equipamento utilizado, do manejo dos resíduos vegetais e das condições de
umidade solo no momento do preparo (Vieira e Muzilli, 1984).
Os trabalhos de preparo do solo, principalmente os convencionais,
provocam alterações nas propriedades físicas e destroem a estrutura natural
do solo (Machado et al., 1981).
Na tentativa de solucionar os problemas decorrentes do preparo
convencional, surgiram os preparos conservacionistas, que proporcionam
menor mobilização do solo e mantêm maior proteção da superfície com os
resíduos culturais. O plantio direto e o cultivo mínimo o preparos
conservacionistas que procuram minimizar a mobilização do solo.
A maioria dos estudos sobre os efeitos dos sistemas de preparo do
solo são realizados comparando extremos (plantio direto e cultivo
11
convencional), porém formas intermediárias de preparo conservacionista tem
efeitos intermediários (Kladivko, 2001).
De acordo com Sanchez (1981), avaliações das modificações no
solo decorrentes do cultivo deveriam ser feitas, submetendo um solo sob
vegetação natural às explorações agrícolas desejadas e analisando suas
propriedades periodicamente. No entanto, por diferentes razões, é difícil
atender a essas condições experimentais. Alternativamente, estes estudos
podem ser feitos utilizando solos cultivados e sob mata nativa, desde que
mantidos os critérios genéticos e topográficos relacionados com a formação
dos solos (Sanches et al., 1999; Borges et al., 1999).
A compreensão e a quantificação do impacto do uso e manejo do
solo nos seus atributos físicos são fundamentais no desenvolvimento de
sistemas agrícolas sustentáveis (Dexter e Youngs, 1992). Desta forma, este
trabalho teve por objetivo diagnosticar as alterações ocorridas nos principais
atributos físicos em um LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico,
sob diferentes tempos de cultivo mínimo de soja, verificando os impactos do
manejo sob o solo, gerando conhecimentos que possam contribuir para
práticas agrícolas mais adequadas.
12
2 HIPÓTESES
O manejo do solo provoca alterações em suas propriedades físicas;
O solo com maior tempo de cultivo apresenta alterações mais
intensas na estrutura física.
13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O Cerrado do Brasil Central ocupa uma superfície de 2,037 milhões
de km
2
representando, aproximadamente, 23% do território brasileiro
(Pivello, 2005). Essa área é composta por aproximadamente 15,2% de
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS, 15,1% de ARGISSOLOS e 46% de
LATOSSOLOS (Lopes e Guilherme, 1994).
Os LATOSSOLOS são solos em avançado estágio de intemperismo,
muito evoluídos, profundos, bem drenados, típicos de regiões equatoriais e
tropicais, possuem boas condições físicas em condições naturais que
aliadas ao relevo plano ou suavemente ondulado são recomendados para
plantio de diversas culturas, porém apresentam baixa capacidade de troca
de cátions, inferior a 17 Cmol
c
/kg (EMBRAPA, 2005). Em geral, os solos sob
cerrado se caracterizam pelos baixos teores de nutrientes e de água
armazenada disponível às plantas (Lopes, 1983).
Essa classe de solo mesmo com alto teor de argila (até 800 g.kg
-1
)
possui grandes taxas de infiltração de água, porosidade e aeração, e
pequena densidade do solo em seu estado natural, devido à sua agregação
(Azevedo e Bonumá, 2004).
Carvalho Junior et al. (1998) afirmam que o relevo pouco
movimentado e outras características favoráveis dos solos de cerrado
possibilitam o uso intensivo de máquinas e implementos, o que pode
provocar modificações nas propriedades desses solos.
14
A introdução de sistemas agrícolas em substituição às florestas causa
um desequilíbrio no ecossistema, modificando as propriedades do solo, cuja
intensidade varia com as condições de clima, uso e manejos adotados e a
natureza do solo (Godefroy e Jacquin, 1975).
Alterações de propriedades físicas do solo podem manifestar-se de
várias maneiras, influenciando o desenvolvimento das plantas. Assim, o solo
submetido ao cultivo tende a perder a estrutura original, pelo fracionamento
dos agregados em unidades menores, com conseqüente redução no volume
de macroporos e aumentos no volume de microporos e na densidade do
solo (Tisdall e Oades, 1980; Carpenedo e Mielniczuk, 1990).
Estas alterações serão maiores quando houver maior intensidade
do preparo e este, associado aos diferentes todos, provocará
modificações mais significativas nas características físicas do solo e na
produção das culturas envolvidas (Griffith et al., 1973).
Na tentativa de solucionar os problemas decorrentes do preparo
convencional, surgiram os preparos conservacionistas, que proporcionam
menor mobilização do solo e mantêm maior proteção da superfície com os
resíduos culturais. O plantio direto e o cultivo mínimo são tipos de preparo
conservacionista que procuram minimizar a mobilização do solo.
Lucarelli (1997) enquadra os sistemas de preparo periódico de solo
em dois grupos: O sistema convencional, que utiliza implementos como
arado de discos, aiveca e grade pesada, seguido de gradagens leves, tem
como principal característica um revolvimento de toda área a ser cultivada,
onde o implemento atua com a incorporação total ou quase total do resíduo.
E o sistema conservacionista tem como princípio o mínimo ou o não
revolvimento do solo, utilizam-se máquinas ou implementos que quebram
superficialmente a estrutura do solo, sem revolvê-lo intensamente,
procurando não destruir os agregados e deixando maior quantidade de
resíduos na superfície da área.
De acordo com ASAE (1982) e Dallmeyer (1994), o preparo mínimo
ou reduzido do solo pode ser definido como aquele que proporciona menor
15
número de operações que o preparo convencional, resultando em menor
incorporação de resíduos vegetais, menor inversão do solo, menor custo de
preparo e redução das perdas de solo e água por erosão.
A utilização de práticas conservacionistas de manejo do solo tem
recebido grande ênfase atualmente, basicamente no que se refere à
manutenção e à melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas
dos solos cultivados e suas implicações no rendimento das culturas
(Bragagnolo e Mielniczuk, 1990).
A adoção de sistemas conservacionistas de manejo do solo, tem sido
apresentada como uma opção para assegurar a sustentabilidade do uso
agrícola dos LATOSSOLOS no Brasil. (Machado et al., 1981).
Os impactos do uso e manejo nas propriedades físicas do solo têm
sido quantificados, utilizando diferentes propriedades físicas relacionadas
com a forma e com a estabilidade estrutural do solo, tais como: densidade
do solo (De Maria et al., 1999; Stone e Silveira, 2001), porosidade do solo
(Beutler et al., 2001; Oliveira et al., 2001)
Segundo Grohman (1972), dentre as propriedades físicas do solo
sujeitas às alterações pelo cultivo, a porosidade total, por estar relacionada
com o volume e com a distribuição dos espaços porosos, merece especial
atenção, visto que nesses espaços se processam os principais fenômenos
que regulam o crescimento e a produção vegetal.
A compressão dos solos agrícolas, decorrente das operações
mecanizadas, pode alterar a distribuição e o tamanho dos poros e,
conseqüentemente, a tensão com que a água é retida (Larson e Gupta,
1980).
A porosidade é a fração volumétrica do solo onde circula a solução e
o ar, sendo, portanto o espaço em que ocorrem os processos dinâmicos do
ar e solução de solo (Hillel, 1970). Sendo de grande importância nos
processos físicos, químicos e biológicos, como infiltração, condutividade,
drenagem, retenção de água, difusão de nutrientes, crescimento de
microrganismos, raízes e pêlos absorventes (Bouma, 1991; Moreira e
Siqueira, 2002).
16
Ellies et al. (1997) destacam a importância da funcionalidade do
sistema poroso do solo, englobando propriedades tais como: quantidade,
tamanho, morfologia, continuidade e orientação dos poros.
A porosidade total e a distribuição dos poros pelo tamanho,
características físicas do solo indiretamente relacionadas à estrutura, podem
ser avaliadas em termos de densidade e macroporosidade do solo.
Segundo Douglas (1986) e Carter (1988), a macroporosidade revela-se
como um índice bastante útil na avaliação das modificações estruturais do
solo.
Não existe consenso entre diversos autores sobre aos valores limites
do diâmetro entre os atributos macroporosidade e microporosidade (Bouma,
1991; Prevedello, 1996). Porém normalmente considera se o volume de
poros maiores que 50 µm como macroporos e menores como sendo
microporos (Oliveira, 1968; Tormena et al., 1998).
Trouse JR (1965 apud Dias, 2001), afirma que o solo é inadequado
para o cultivo quando o volume dos macroporos diminui a níveis abaixo de
15% da porosidade total. Outros autores salientam que a maioria das
plantas desenvolve satisfatoriamente seu sistema radicular quando a
quantidade de macroporos está acima de 10% (Kiehl, 1979; Gupta e
Allmaras, 1987).
Aina (1979 apud Tasso Junior, 2003) verificou que o revolvimento do
solo promove uma diminuição da porosidade de certos solos tropicais e que
após dez anos de cultivo contínuo as áreas que sofreram preparo do solo
apresentaram densidades altas.
A estrutura original do solo pode sofrer modificação devido ao
aumento ou diminuição da porosidade do solo. Essa modificação pode
ocorrer devido aos processos pedogenéticos conhecida como adensamento
(Moniz, 1981) em virtude da translocação das argilas da superfície do solo
para as camadas subsuperficial, criando os horizontes B textural, como
ocorre nos Argissolos (EMBRAPA, 2005). Sendo que aquelas modificações
oriundas do manejo do solo geradas pela diminuição da macroporosidade
17
devido principalmente ao uso de máquinas e implementos agrícolas são
denominadas de compactação (Ehlers et al., 1983).
Segundo Reichardt e Timm (2004), a porosidade do solo está
diretamente dependente da densidade do solo. Essa também é afetada pelo
nível de compactação do solo, pois quanto maior a densidade, menor será o
volume do espaço poroso.
A compactação pode ser avaliada através de vários atributos do solo,
dentre todos, destaca-se a densidade do solo (Lanças et al., 1999).
A densidade do solo é um atributo que é afetado pela estrutura do
solo, grau de compactação, manejo e tipos de culturas (Américo, 1979). A
maioria das culturas é seriamente afetada quando a densidade do solo
ultrapassa 1,5 g cm
-3
, essencialmente por duas razões: primeiro, pela falta
de oxigênio (O
2
) para a respiração das raízes, devido à baixa porosidade e
drenagem e, segundo, por impedimento mecânico para o crescimento
das raízes, limitando-se a zona de absorção de água e nutrientes (Souza et
al, 1997).
Frazão (1981) constatou que o uso e manejo do solo têm grande
influência na grandeza dos valores da densidade. Os solos superficiais sob
mata e pastagens, de maneira geral, exibem baixos valores de densidade,
ao passo que aqueles submetidos a cultivos contínuos mostram comumente
densidades altas.
A porosidade do solo pode ser de origem estrutural ou textural, e os
poros resultam do arranjamento das partículas elementares do solo (Tamari,
1994; Richard et al., 2001). O decréscimo dos poros de maior diâmetro pela
compactação, ocorre às expensas da fragmentação dos agregados, por
causa da ação dos equipamentos de preparo do solo ou pelo peso das
máquinas que trafegam o solo ser superior à máxima resistência interna dos
agregados, destruindo os espaços interagregados que são de maior
diâmetro (Horn et al., 1995).
Para Baver (1956), a variação da porosidade total depende do
tamanho das partículas e do grau de agregação, e a matéria orgânica tem
18
papel importante, uma vez que favorece a formação de agregados grandes e
estáveis, que conferem ao solo maior porosidade total.
O estado de agregação do solo pode indicar mudanças ocorridas no
solo em virtude do manejo utilizado, tanto com relação ao tamanho e
estabilidade dos agregados, como também da concentração dos agregados
em determinada classe de tamanho seja em LATOSSOLOS ou em solos
menos intemperizados (Menossi, 2004).
Agregados são componentes da estrutura do solo de grande
importância na manutenção da porosidade e aeração do solo para que haja
crescimento e desenvolvimento das plantas, aumento da atividade
microbiológica do solo, melhor infiltração da água e diminuição dos
processos erosivos do solo (Dexter, 1988).
Agregados são aglomerados de partículas que variam desde o
tamanho de argila (diâmetro igual ou menor que 0,002 mm) apartículas
maiores que areia (com diâmetros maiores que 2 mm). Sendo que os
macroagregados são aglomerados com diâmetro maior que 0,25 mm e os
microagregados com diâmetro menor que 0,25 mm (Azevedo e Bonumá,
2004).
Por meio da ação cimentante de polissacarídeos, substâncias
húmicas e oxi-hidróxidos mal cristalizados, os microagregados, juntamente
com fragmentos de plantas em decomposição hifas de fungos, partículas de
areia e a pressão de crescimento radicular, podem dar origem aos
macroagregados (Haynes e Beare, 1997).
Em solos cultivados com leguminosas, como a soja, o maior grau de
estabilidade de agregados é semelhante a gramíneas, que possuem maior
quantidade de raízes finas (Haynes e Beare, 1997). O conjunto dos
agregados de diversos diâmetros define a estrutura do solo e a sua
porosidade.
O grau de estabilidade depende principalmente de fatores como o
teor de matéria orgânica, óxidos de ferro e alumínio, (Goldberg et al., 1988;
Haynes e Beare, 1997) e das raízes das plantas (Oades, 1978; Brady e Weil,
1999).
19
Os atributos químicos e físicos exercem influência sobre a agregação
e a estabilidade estrutural do solo e a matéria orgânica é considerada por
muitos pesquisadores como o principal agente de estabilização dos
agregados do solo (Tisdall e Oades, 1982; Castro Filho et al., 1998).
O contínuo fornecimento de material orgânico serve como fonte de
energia para a atividade microbiana, e atua como agente de estabilização
dos agregados (Campos et al., 1995). Além da matéria orgânica, as
partículas de argila e a presença de óxidos de ferro e alumínio também
influenciam na agregação (Baver et al. 1972).
Quanto maior for o agregado, maior será o diâmetro médio
geométrico e os espaços porosos entre eles, aumentando a infiltração da
água e diminuindo a erosão (Angulo et al., 1984). Para Campos et al. (1995),
o diâmetro médio geométrico dos agregados no sistema de plantio direto foi
cerca de duas vezes maior que no sistema de plantio convencional.
Carpenedo e Mielniczuk (1990), em estudos sobre a estabilidade
estrutural dos agregados em condições de mata e campo nativo, verificaram
que houve redução da agregação quando os solos foram submetidos à
lavração e à gradagem para o cultivo de trigo e soja.
A estrutura de solos agrícolas não compactados é caracterizada por
um diâmetro médio de agregados que varia de 1 a 20-30 mm (Horn et al.,
1995), sendo geralmente encontrados valores de diâmetro médio geométrico
inferiores a 4,0 mm em solos tropicais (da Ros et al., 1997; Beutler et al.,
2001; Corrêa, 2002).
Duchaufour (1965), afirmou que a formação de "unidades de
estrutura", é fornecida pela floculação dos colóides. Para Dexter (1988), o
fator mais importante para a estabilidade da estrutura é ter a fração argila
floculada, tendo observado que ocorre uma grande variabilidade espacial, ou
heterogeneidade espacial, dos componentes ou atributos do solo que
definem a estrutura.
O grau de floculação e a argila dispersa, são influenciados pela
mineralogia do solo, matéria orgânica, pH, teores e tipo de cátions trocáveis,
pois os mesmos interferem na espessura da dupla camada difusa. A
20
elevação do pH e do teor de matéria orgânica em alguns sistemas aumenta
o potencial elétrico superficial e, conseqüentemente, a dispersão; entretanto,
o tipo e a quantidade de cátions trocáveis, especialmente os polivalentes
adicionados com o calcário, promovem a floculação (Mc Bride, 1989).
A argila dispersa em água (ADA) é a fração da argila do solo que se
dispersa espontaneamente em água e, portanto a que possui,
potencialmente, maior mobilidade (Roth e Pavan, 1991). A desagregação e
dispersão de argila é um processo que causa grande impacto ambiental,
que o rompimento de agregados pode liberar, além da ADA, nutrientes
(Moura Filho e Buol, 1976).
A dispersão de colóides está relacionada à interação das cargas
elétricas em sua superfície em um meio polar. Estas cargas elétricas podem
se originar pela substituição isomórfica ou pela dissociação de radicais nas
arestas das estruturas dos minerais. Nas partículas orgânicas do solo, são
principalmente os grupos (OH) e (COOH) que se dissociam. A carga
eletrostática gerada por substituição isomórfica não é variável, enquanto as
geradas por dissociação de radicais (OH) variam com as características
químicas do solo, como o pH e a concentração eletrolítica da solução do
solo (Yu, 1997; Theng 1980).
Na maioria dos LATOSSOLOS, um predomínio de cargas
elétricas negativas variáveis, ainda que existam também cargas positivas. As
cargas positivas se tornam maioria quando o pH do solo é ácido o suficiente
para causar o acoplamento excessivo de íons H em alguns dos grupos
funcionais de superfície (radicais OH). Portanto, a presença de cargas
positivas depende tanto do pH do solo quanto da constante de dissociação
(Kd) dos grupos funcionais de superfície. A presença de algumas cargas
elétricas positivas é importante para promover a atração e o contato entre as
partículas coloidais do solo, dificultando a dispersão (Azevedo e Bonumá,
2004).
O balanço eletrostático entre partículas é usado para explicar a
floculação e a dispersão de colóides, na teoria proposta por Dejarguin,
Landau, Verwey e Overbeek (teoria DLVO). Para contrabalançar o campo
21
eletrostático ao redor dos argilominerais, uma nuvem de íons com carga
oposta (contra-íons) concentra-se na solução próxima à superfície do
colóide, enquanto os íons com carga de mesmo sinal (co-íons) são repelidos
(Sumner, 1992). Portanto a extensão da dupla camada pode ser manipulada
através da solução tanto pela concentração iônica quanto pela valência
iônica. Porém, a valência tem um impacto maior do que a concentração. De
acordo com a teoria DLVO, à medida que a concentração e valência dos
contra-íons diminuem na solução do solo, a repulsão entre os colóides
aumenta por causa da expansão da dupla camada.
A dispersão ocorre devido à combinação de pequena concentração
eletrolítica e/ou valência dos contra-íons, a energia de repulsão domina
sobre a energia de atração. A Floculação, por outro lado, é causada por
forças de atração de Van der Waals que surgem de variações nos campos
eletromagnéticos dos átomos dos minerais. As forças de Van der Waals, são
fracas e de curto alcance. Porém, a teoria DLVO propõe que uma resultante
consideravelmente maior é obtida quando o número de pares atômicos é
grande e está alinhado, como no caso das estruturas dos argilominerais A
floculação ocorre quando uma grande concentração eletrolítica e/ou alta
valência de contra-íons, que resultam em dominância de forças de atração
sobre forças de repulsão. Neste caso, a dupla camada e o mínimo primário
são reduzidos, e as partículas podem se aproximar e flocular (Azevedo e
Bonumá, 2004).
Outra teoria, a de Langmuir, estabelece que, ao invés de forças de
Van der Waals, há um rearranjo dos contra-íons na medida em que os
campos eletrostáticos das partículas se sobrepõem, promovendo forças de
atração entre as partículas suspensas. Tal hipótese parece se adequar
melhor aos resultados experimentais (McBride, 1997).
Do ponto de vista agronômico, o calcário aplicado nos
LATOSSOLOS para aumentar as colheitas eleva o pH, o cálcio e o
magnésio trocáveis. O aumento do pH resulta em um aumento nas cargas
elétricas negativas em detrimento das positivas. Ainda, cátions bivalentes
substituem o alumínio (trivalente), que é o principal contra-íon na dupla
22
camada na maioria dos LATOSSOLOS em condições nativas. Porém, o
efeito da valência do contra-íon na dispersão do solo é muito maior que o
efeito da sua concentração. Como conseqüência, a substituição do Al
+++
por
Ca
++
nos sítios de adsorção tende a aumentar a ADA. Além disso, o fosfato
também é aplicado às lavouras e pode ser adsorvido especificamente na
superfície da caulinita e dos óxidos de ferro e alumínio, resultando na
inversão de cargas positivas para cargas negativas (Mesquita Filho e
Torrent, 1993) dispersando a fração argila.
Em solos cultivados, o manejo agrícola pode promover certa
influência, pela introdução de certos componentes no sistema solo. É o caso,
por exemplo, da aplicação de fertilizantes e corretivos químicos, como os
calcários. Roth et al. (1991) verificaram alta correlação do alumínio e do
cálcio com o índice de estabilidade de agregados: o Al
+++
mostrou-se mais
importante na faixa de pH ácido, e o Ca
++
, após a aplicação de calcário, para
correção da acidez.
Duchaufour (1968) ressaltou a ação dos tions bivalentes Ca
++
e
Mg
++
e dos trivalentes Al
+++
e Fe
+++
, como ponte de ligação entre partículas
de solo. A importância dos primeiros está mais restrita a solos com argilas
2:1 (como nos vertissolos). O ferro é especialmente importante pela sua
afinidade particular com certos componentes húmicos, formando complexos
argilo-húmicos. O alumínio assume muita importância para os solos ácidos,
com pH inferior a cinco, complementando a ação do ferro e provocando forte
floculação nos agregados pouco humíferos.
Por outro lado, a calagem e a adição de fósforo estimulam a
atividade microbiana e de raízes e consequentemente a agregação, através
de vários mecanismos como, por exemplo, a produção de exudatos. Este
fator pode compensar ou superar os efeitos da dispersão química causada
por estes insumos (Schulze e Stott, 1997). O interesse em determinar qual
destes dois mecanismos opostos é dominante tem gerado informações
sobre a quantidade de ADA liberada pelos LATOSSOLOS brasileiros em
várias condições (Roth e Pavan, 1991; Fontes et al., 1995).
23
Em relação à influência dos teores de sais na estabilidade dos
agregados, têm-se duas situações opostas. Sumner (1995) mostrou que o
aumento da quantidade de sais totais de um solo, medida pela concentração
de cátions totais (CCT), aumenta a estabilidade dos agregados, na medida
em que causa compressão na dupla camada difusa, facilitando a floculação.
Por outro lado, se a contribuição de cátions como o sódio, potássio
ou mesmo magnésio for percentualmente muito expressiva no solo ou na
água de irrigação, tem-se a situação inversa. Com tendência à dispersão
dos solos, devido ao aumento da dupla camada difusa provocada por esses
cátions de grande raio hidratado e de elevada energia de hidratação,
principalmente quando o teor total de cátions no solo for baixo (Emerson,
1983; So e Aylmore, 1995).
24
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Localização e descrição do experimento
O presente estudo foi realizado na Fazenda Mores localizada no
município de Campo Verde, Mato Grosso, Brasil, à margem direita da
Rodovia BR 070 (km 392), a uma altitude média de 736 m, com localização
definida pelas coordenadas 15
o
39’52”S e 55
o
10’00”W Gr
O clima da região, segundo a classificação de Wilhelm Köppen é do
tipo transição Cwa – Cwb (C - zona climática temperado chuvoso; w -
temperado úmido com inverno seco; a - subtropical, e b - tropical)
apresentando nítida estação seca no inverno e chuvosa no outono. A
temperatura média anual é de 23,31
o
C, com máxima média anual de
27,67
o
C e mínima média anual é de 18,10
o
C. A precipitação pluviométrica
média anual é de 2007,1 mm (Oliveira et al., 2004).
O experimento foi realizado em 2006, primeiramente foram
selecionadas três áreas localizadas próximas uma das outras, em topografia
com relevo plano, com declividade de aproximada de 1%, as quais
constituíram os tratamentos: Cerrado Tropical, Cultivo Mínimo por 4 (quatro)
anos e Cultivo Mínimo por 14 anos, conforme pode ser visto na figura 1.
25
FIGURA 1. Localização da área Experimental no município de Campo
Verde, Mato Grosso.
Realizou-se o levantamento do histórico das áreas e a coleta de uma
amostra composta em cada tratamento para a caracterização do solo. Com
base nos resultados analíticos da área que representava as condições
originais (Cerrado Tropical Subcaducifólio) e observações de campo,
classificou-se o solo como LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico
(EMBRAPA, 1999), com textura média e caráter álico (Tabelas 1 e 2), sendo
que todas as áreas apresentaram a mesma cor e classe textural.
TABELA 1. Análise textural das áreas experimentais nas profundidades de 0
a 100 mm e de 100 a 200 mm.
ANÁLISE TEXTURAL (g.Kg
-1
)
TRATAMENTOS Profundidade de 0 a 0,20 m
Areia Silte Argila
Cerrado tropical 659,0 91,5 249,5
Cultivo mínimo por 4 anos 617,0 67,0 316,0
Cultivo mínimo por 14 anos
677,5 66,5 256,0
Profundidade de 0,20 a 0,40 m
Cerrado tropical 625,5 100,0 274,5
Cultivo mínimo por 4 anos 559,0 91,5 349,5
Cultivo mínimo por 14 anos
679,5 66,0 254,5
Areia: 2 - 0,05 mm; Silte: 0,05 - 0,002 mm, Argila: <0,002 mm.
26
A argila dispersa em água, para a análise textural (argila, silte e areia)
com dispersão com NaOH 0,1 N, foi realizada pelo método do densímetro de
Boyoucos (Tabela 1).
O pH em água foi determinado utilizando-se eletrodo de vidro em
solução do solo, na proporção de 1:2,5. O cálcio (Ca), o magnésio (Mg) e o
Alumínio (Al) foram extraídos com KCl 1N. O fósforo (P) e o potássio (K)
foram extraídos com solução Mehlich 1 (HCl 0,05 N + H
2
SO
4
0,025 N), sendo
determinados de acordo com os procedimentos da EMBRAPA (1997). A
matéria orgânica foi determinada por meio da oxidação com bicromato de
potássio e determinação colorimétrica (Tabela 2).
TABELA 2. Valores de pH em água, fósforo (P) potássio (K), cálcio (Ca),
magnésio (Mg), alumínio (Al), soma de bases (SB), capacidade
de troca de cátions (CTC), e Saturação de bases (V),
saturação por alumínio (m) e matéria orgânica (MO) das áreas
que constituem os tratamentos, nas profundidades de 0 a 100
mm e de 100 a 200 mm.
PROPRIEDADES
QUÍMICAS
TRATAMENTOS
Cerrado
Tropical
Cultivo Mínimo
por 4 anos
Cultivo Mínimo
por 14 anos
Profundidade 0,0 a 100,0 mm
pH água 4,7 5,6 5,1
P 0,8 8,7 12,2
K
[mg.dm
-3
]
36,8 38,4 45,6
Ca 0,2 1,7 1,0
Mg 0,1 1,1 0,3
Al 0,6 0,2 0,4
SB 0,4 2,9 1,4
CTC
[Cmolc.dm
-3
]
7,1 7,6 6,4
V 5,1 37,6 22,4
m
[%]
63,4 8,1 22,8
MO [g.Kg
-1
] 26,1 28,9 23,1
Profundidade 100,0 a 200,0 mm
pH água 4,8 5,4 4,9
P 0,4 2,9 4,7
K
[mg.dm
-3
]
25,6 35,4 31,3
Ca [Cmol
c
.dm
-3
]
0,1 1,2 0,7
27
PROPRIEDADES
QUÍMICAS
TRATAMENTOS
Cerrado
Tropical
Cultivo Mínimo
por 4 anos
Cultivo Mínimo
por 14 anos
Profundidade 100,0 a 200,0 mm
Mg 0,1 0,8 0,3
Al 0,6 0,3 0,5
SB 0,3 2,1 1,0
CTC
[Cmol
c
.dm
-3
]
5,9 6,8 5,7
V 4,8 31,5 17,5
m
[%]
67,8 12,8 33,5
MO [g.Kg
-1
] 20,0 25,1 18,9
4.2 Descrição dos Tratamentos
4.2.1 Cerrado Tropical
Área de Cerrado Tropical Subcaducifólio, mantido sob condições
naturais, apresentando vegetação original da região (Figura 2). Com
estrutura básica constituída de dois estratos: o superior formado por árvores
pequeno a médio porte, medindo de 3 a 6 m de altura, com troncos e ramos
tortuosos, de casca espessa e folhas duras e o inferior, composto por um
tapete herbáceo graminoso.
FIGURA 2. Área experimental do Cerrado Tropical Subcaducifólio.
28
4.2.2 Cultivo Mínimo por 4 anos
A área foi aberta no s de agosto de 2002, com o cerrado sendo
derrubado por meio de correntões, em seguida realizou-se o enleiramento
dos restos vegetais utilizando-se ancinhos, com posterior queima do material
acumulado.
No s de setembro do mesmo ano, foi realizado o preparo inicial
do o solo, por meio de duas gradagens pesadas utilizando grade aradora,
com profundidade de trabalho de 12 a 15 cm. A primeira seguida de catação
de raízes e outra para incorporação de calcário dolomítico.
Posteriormente, foram feitas duas gradagens leves por meio de
grade niveladora, em profundidade de trabalho de 5 a 8 cm, sendo que na
segunda foi realizada a incorporação de fósforo.
Após o preparo, fez-se o cultivo da soja por dois anos consecutivos,
utilizando gradagem leve para o preparo do solo.
No ano de 2004, cultivou-se milho em solo não mobilizado. Em 2005
foi realizada no preparo do solo a incorporação de calcário calcítico por meio
de gradagem leve, com posterior cultivo de soja.
Em 2006 cultivou-se milho, utilizando gradagem leve no preparo do
solo antes da semeadura e após a colheita.
4.2.3 Cultivo Mínimo por 14 anos
A área foi aberta na década de 70, sendo explorada com pastagem
por aproximadamente 20 anos. Após esse período a área passou a ser
cultivada com sucessão de soja e milho por 14 anos consecutivos.
O preparo inicial do solo para implantação das culturas anuais foi
realizado de forma convencional, com da queima da pastagem, três
gradagens pesadas utilizando grade aradora, com profundidade de trabalho
de 12 a 15 cm e duas gradagens leves por meio de grade niveladora, com
profundidade de trabalho de 5 a 8 cm.
Durante 11 anos o preparo do solo foi realizado por meio de grade
niveladora, sendo que nos últimos três anos o cultivo foi feito em solo não
mobilizado.
29
4.3 Área experimental
A área experimental para cada tratamento foi de 500 , totalizando
1500 m². A avaliação do solo foi realizada em cada área, em 10 células
amostrais de 1 m de raio e distantes 10 m uma da outra. Os atributos foram
avaliados em duas faixas de profundidade (50 a 100 mm e 100 a 150 mm)
(Figura 3).
No interior de cada célula foram coletadas três amostras
indeformadas para determinação da densidade, macroporosidade,
microporosidade, porosidade total e outras três amostras deformadas para a
determinação da estabilidade dos agregados, matéria orgânica e grau de
floculação de argila.
FIGURA 3. Croqui da malha amostral de coleta dos atributos físicos do solo:
densidade (Ds), macroporosidade (Ma), microporosidade (Mi),
porosidade total (PT), matéria orgânica (MO) e grau de
floculação de argila (GF), utilizado nas áreas com Cerrado
Tropical, Cultivo Mínimo por 4 anos e Cultivo Mínimo por 14
anos.
30
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três
tratamentos e 10 repetições. Cada repetição foi resultante da média das três
amostras coletadas em cada célula amostral para cada atributo.
4.4 Equipamentos
As amostras coletadas foram analisadas no Laboratório de Solos da
Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de
Mato Grosso (FAMEV/UFMT), onde foram determinados os atributos físicos
do solo em cada tratamento.
A matéria orgânica foi determinada em um Laboratório particular de
análise de solo (Agroanálise, Cuiabá-MT).
Para a retirada das amostras deformadas, utilizou-se o trado holandês
e para a retirada de amostras indeformadas foi utilizado o amostrador de
koppec.
Para determinação da macroporosidade e microporosidade do solo foi
utilizada a mesa de tensão, com altura da coluna de água para exercer a
sucção de 0,6 m.
Para secagem das amostras indeformadas para determinação da
densidade, macroporosidade, microporosidade, porosidade total, bem como
as amostras utilizadas para determinação da percentagem de agregados e
grau de floculação de argila, foi utilizada uma estufa de esterilização e
secagem de bancada.
Na determinação da densidade, macroporosidade, microporosidade e
porosidade total e estabilidade de agregados foi usada uma balança
eletrônica com capacidade para 0,2 kg e resolução de duas casas decimais.
Para a determinação do grau de floculação utilizou-se uma balança
eletrônica com capacidade para 0,1 kg e resolução de quatro casas
decimais, a fim de se reduzir os erros nas pesagens.
Na determinação da porcentagem de agregados foi utilizado o
aparelho de Yooder.
31
4.5 Atributos do Solo
Foram avaliados os seguintes atributos do solo: densidade,
macroporosidade, microporosidade e porosidade total, estabilidade dos
agregados, grau de floculação de argila e matéria orgânica.
A determinação da matéria orgânica foi feita pelo método de Walkley-
Black modificado, segundo EMBRAPA (1999).
A amostra para determinação da densidade do solo foi coletada em
anéis de Kopeck com volume aproximado de 100 cm
3
. A determinação da
densidade foi efetuada seguindo orientação da EMBRAPA (1997).
As determinações da macroporosidade, microporosidade e
porosidade total do solo foram realizadas de acordo com a metodologia
descrita por Kiehl (1979).
A estabilidade de agregados foi determinada pelo método de via
úmida segundo a metodologia de Yoder (1939). Primeiramente cada
amostra de solo foi separadamente seca ao ar e peneirada utilizando
peneira de 4 mm. Depois foram pesadas três subamostras de 50 g de
agregados, sendo que uma delas foi levada para estufa a temperatura de
105
o
C por 24 horas, esfriada em dessecador e pesada. Com esses dados a
umidade do solo foi calculada, e posteriormente descontada das demais
subamostras para aquisição do peso seco dos agregados.
As outras subamostras foram colocadas separadamente na parte
superior de dois conjuntos de peneiras de malhas de 2 mm; 1 mm; 0,5 mm;
0,25 mm e 0,125 mm no aparelho oscilador vertical Yooder, graduado para
uma amplitude de 40 mm de altura e uma freqüência de 32 oscilações por
minuto.
O aparelho possuía um eixo ligado a uma haste vertical que
sustentava os jogos de peneiras que foram colocados no interior de
recipientes com água (Figura 4).
32
FIGURA 4. Aparelho de Yooder, utilizado na determinação da estabilidade
de agregados via úmida.
Após ser ligado, o aparelho mergulhou e subiu os conjuntos de
peneiras por 4 minutos consecutivos, de forma que a peneira mais próxima à
superfície da água não foi completamente submersa.
A fração de solo retida em cada peneira foi transferida para vasilhas
de alumínio, e foram secadas por 24 horas em estufa a 10C, esfriadas e
pesadas.
A determinação da percentagem de agregados foi realizada utilizando
o peso dos agregados retidos em cada peneira, dividido pelo peso do solo
da primeira amostra (seca em estufa), conforme a Eq. (1) preconizada pela
EMBRAPA (1999):
[ ]
1........................................................................................100x
Ps
Pi
A =
Onde:
Ai – Agregados da peneira “i” [%];
Pi – Massa de solo seco retido na peneira “i” [g] e;
Ps – Massa de solo seco da amostra [g].
33
Para obter o diâmetro médio ponderado e o índice de estabilidade dos
agregados, foram utilizadas respectivamente as Eq. (2) e Eq. (3), segundo
Castro Filho et al. (1998):
[ ]
2......................................................................................).(
1
=
n
i
wixiDMP
Onde:
DMP - Diâmetro médio ponderado [mm];
xi - Diâmetro médio das classes [mm] e;
wi - Proporção de cada classe em relação ao total.
[ ]
3..............................................................100
25,0
x
areia
MS
areiawpMS
IEA
=
Onde:
IEA - Índice de estabilidade de agregados [%];
MS - Massa seca da amostra [g] e;
wp0,25 - Massa dos agregados da classe < 0,25 mm [g].
Foi realizada a análise da textura do solo das áreas estudadas, pelo
método da pipeta seguindo metodologia descrita por EMBRAPA (1997), com
o objetivo de determinar a porcentagem de argila total. Também foi
determinada a porcentagem de argila dispersa em água (argila natural),
seguindo a mesma metodologia citada anteriormente, porém sem
acrescentar o dispersante.
Estes dados possibilitaram o cálculo do Grau de Floculação pela Eq.
(4):
[ ]
4.............................................100x
TotalArgila
NaturalArgilaTotalArgila
GF
=
34
4.6 Análise Estatística
Os dados coletados foram analisados pelo Software SAEG, conforme
recomendação de Ribeiro Junior (2001), por meio de análise de variância e
teste de médias (Scott-Knott) em nível de 5% de probabilidade, conforme
metodologia descrita por Banzato e Kronka (1992).
O teste de Scott-Knott foi utilizado por ser o mais poderoso e controlar
adequadamente as taxas de erro do tipo 1 (que consiste em Rejeitar H0
quando ela é verdadeira) (Ferreira et al., 1999).
Também foi realizada a análise de correlação de Pearson entre os
atributos em nível de 1 e 5% de probabilidade, sendo consideradas apenas
as correlações com valores modulares superiores a (r> 0,80), escolha
baseada na metodologia de Hopkins (2000), onde (r de 0,8 a 0,9) são
consideradas muito altas e valores (r>0,9) são quase perfeitos.
35
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 3 apresenta o resumo da análise de variância da
porcentagem de agregados retidos nas peneiras de 2 mm; 1 mm; 0,5 mm;
0,25 mm e < 0,125 mm e matéria orgânica (MO). Os resultados não foram
significativos somente para a peneira de 1 mm. Os coeficientes de variação
(CVs) obtidos apresentaram valores baixos a médios de acordo com a
classificação de Warrick e Nielsen (1980), que consideram baixos CVs
inferiores a 12%, médios quando estão entre 12% e 62% e altos quando
superiores a 62%.
TABELA 3. Quadrados médios dos dados de porcentagem de agregados
retidos nas peneiras de 2 mm (P1); 1 mm (P2); 0,5 mm (P3);
0,25 mm (P4), < 0,125 mm (P5) e matéria orgânica (MO) em
duas faixas de profundidade 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm
em um LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico.
Camada de 50 a 100 mm
Fonte de variação
GL
P1
[%]
P2
[%]
P3
[%]
P4
[%]
P5
[%]
MO
[g.kg
-1
]
Tratamento 2 304,9**
24,6
206,4** 337,9**
404,0**
90,6*
Resíduo 27
2,0 8,1 5,7 8,3 5,2 11,5
CV [%] 15, 5 31, 4 13 6, 5 11, 7 12,9
Camada de 100 a 150 mm
Fonte de variação
GL
P1
[%]
P2 [%]
P3
[%]
P4
[%]
P5
[%]
MO
[g.kg
-1
]
Tratamento 2 156,8**
2,2 195,3** 183,7**
285,7**
244,4**
Resíduo 27
2,1 1,0 4,2 1,6 4,4 13,7
CV [%] 16,9 11,2 10,8 2,8 10,9 16,3
** Significativo em nível de 1% de probabilidade, pelo teste F.
36
Observa-se na Tabela 4 que o cerrado registrou valores maiores de
agregados retidos na peneira de 2 mm (15,0 e 12,1%) do que e o cultivo
mínimo por 4 anos (8,3 e 9,3%) e do cultivo mínimo por 14 anos, que
apresentou as menores percentagens (4,1 e 4,3%), nas faixas de
profundidade de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
Como cerrado representa a condição original de agregação do solo,
pode-se verificar que os efeitos dos sistemas de cultivo manifestaram-se
intensamente sobre os agregados de maior diâmetro (2 mm), reduzindo-os
significativamente com o tempo de cultivo. Resultados similares foram
encontrados por Corrêa (2002), onde o sistema de preparo do solo por
grades (aradora e leve) e o monocultivo da soja causaram maior
fracionamento dos agregados do solo.
Porém é importante se considerar o fato de que a área do cultivo
mínimo por 14 anos vinha sendo explorada com pastagem (durante 20
anos, conforme o hitórico) antes da implantação das culturas anuais. Desta
forma, a área já estava em processo de degradação, pois Longo et al.
(1999), em trabalhos realizados em áreas de LATOSSOLO VERMELHO-
AMARELO verificaram a redução na estabilidade de agregados a partir do
primeiro ano de instalação da pastagem, portanto a condição inicial deste
solo era menos favorável do que no cultivo mínimo por 4 anos, o que pode
justificar a menor porcentagem de agregados retidos na peneira de 2 mm
apresentada pelo mesmo.
Considerando a classificação de tamanho de agregados apresentada
por Tisdall e Oades (1982), que define macroagregado como aquele com
diâmetro igual ou superior a 0,25 mm e microagregado aquele com diâmetro
inferior a 0,25 mm. Pode-se verificar que o cultivo mínimo por 4 anos
apresentou valores de macroagregados de (73,3 e 75,1 %) e o cultivo
mínimo por 14 anos (85,1 e 85,8 %), nas faixas de profundidade de 50 a 100
mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
Também se observa que o cerrado apresentou teores de matéria
orgânica de (26,3 e 20,3 g.kg
-1
), o cultivo mínimo por 4 anos de (29,3 e 28,5
37
g.kg
-1
) e cultivo mínimo por 14 anos de (23,3 e 19,6 g.kg
-1
), nas faixas de
profundidade de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
TABELA 4. Porcentagem média de agregados retidos nas peneiras de 2 mm
(P1); 1 mm (P2); 0,5 mm (P3); 0,25 mm (P4) e < 0,125 mm (P5)
e matéria orgânica (MO) em função de diferentes tratamentos
em duas faixas de profundidade 50 a 100 mm e de 100 a 150
mm em um LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico.
Camada de 50 a 100 mm
Agregados retidos por peneira
MO
Tratamento P1 [%] P2 [%] P3 [%] P4 [%] P5 [%]
[g.kg
-1
]
Cerrado 15,0 Aa 10,9 A 18,5 Ba
38,8 Ca 16,8 Ba
26,3 Aa
Cultivo Mínimo
por 4 anos
8,3 Ba 8,5 A 13,8 Ca
42,7 Aa 26,7 Aa
29,3 Aa
Cultivo Mínimo
por 14 anos
4,1 Ca 7,9 A 22,9 Aa
50,2 Aa 14,9 Ba
23,3 Ba
Camada de 100 a 150 mm
Agregados retidos por peneira
MO
Tratamento P1 [%] P2 [%] P3 [%] P4 [%] P5 [%]
[g.kg
-1
]
Cerrado 12,11 Aa
8,5 A 18,0 Ba
42,4 Ba 19,1 Ba
20,3 Bb
Cultivo Mínimo
por 4 anos
9,32 Ba 9,3 A 15,1 Ca
41,5 Ba 24,9 Aa
28,5 Aa
Cultivo Mínimo
por 14 anos
4,3 Ca 8,5 A 23,8 Aa
49,3 Ab 14,2 Ca
19,6 Bb
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na vertical não diferem entre si
dentro de cada profundidade pelo teste Scott-Knott (P<0,05)
Desta forma, verifica-se que o solo cultivado por mais tempo
apresentou maior quantidade de macroagregados quando comparado ao
solo cultivado por menos tempo, apesar da menor concentração de matéria
orgânica. O que pode ser justificado pela análise do histórico das áreas,
pois se percebe que a intensidade do manejo nos últimos anos para o cultivo
mínimo por 14 anos foi menor do que no cultivo mínimo por quatro anos.
Esse resultado pode indicar um processo de recuperação da estrutura
do solo ao longo do tempo de adoção do cultivo mínimo, pois Maia (1999) e
Wohlenberg et al. (2004) observaram que a estabilidade de agregados não
38
depende apenas da concentração de material orgânico, sendo reduzida com
o aumento da intensidade de mobilização.
Ao se comparar o cultivo mínimo por 4 anos e o cerrado, percebe-se
redução da porcentagem de agregados retidos nas peneiras de 2 a 0,5 mm
e aumento nas peneiras de 0,25 e <0,125 mm de (13,8%) nas duas
camadas estudadas, demonstrando que as modificações da classe de
agregados de maior diâmetro contribuíram para o surgimento de maiores
porcentuais nas classes de menor tamanho (Tabela 4). Estes dados
concordam com Palmeira et al. (1999) que observaram o mesmo
comportamento em áreas onde houve intensificação no uso do solo.
A Tabela 5 apresenta os resultados da análise de variância obtidos
para os atributos físicos: densidade do solo (Ds), microporosidade (Mi),
porosidade total (Pt), diâmetro médio ponderado (DMP) e índice de
estabilidade de agregados (IEA) e matéria orgânica. Os coeficientes de
variação (CVs) obtidos para estes atributos foram baixos de acordo com a
classificação de Warrick e Nielsen (1980). Para a macroporosidade (Ma), e a
matéria orgânica (MO) os coeficientes de variação encontraram-se no limite
da classificação entre baixa e média.
Esses resultados mostram que a dispersão de valores em torno da
média foi relativamente baixa, o que indica boa qualidade do conjunto dos
dados para a análise estatística.
Os valores dos coeficientes de variação foram em geral, maiores na
camada de 50 a 100 mm, resultados concordantes com Cavalcante (1999),
Souza et al. (2001) e Iaia (2006). Isso ocorreu porque a camada superficial
é a mais influenciada pelo manejo do solo e pelos efeitos da biosfera,
propiciando maior heterogeneidade e consequentemente maior variabilidade
dos atributos físicos.
39
40
A Tabela 6 registra os valores dios dos atributos físicos analisados
em função de diferentes tratamentos nas duas faixas de profundidade
estudadas. Pelo alto potencial de discriminação entre as áreas cultivadas e a
de cerrado, verifica-se que os atributos densidade, porosidade total,
diâmetro médio ponderado, índice de estabilidade de agregados e grau de
floculação, foram bons indicadores das alterações ocorridas no solo em
função do manejo, pois diferenciaram todos os tratamentos entre si nas duas
profundidades.
Analisando os dados referentes ao diâmetro médio ponderado (DMP),
verifica-se que o cerrado apresentou as maiores médias (0,47 e 0,41 mm)
seguido do cultivo mínimo por 4 anos (0,35 e 0,37 mm) e do o cultivo mínimo
por 14 anos, que apresentou as menores médias (0,31 e 0,32 mm) nas
camadas de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
Percebe-se a redução do DMP em função do manejo do solo e do
tempo de cultivo, tendência semelhante à apresentada pelos agregados
retidos na peneira de 2 mm, isso se justifica pelo fato destes valores serem
utilizados no cálculo do DMP.
41
42
Os valores inferiores aos demais tratamentos de DMP para o cultivo
mínimo por 14 anos apresentados na tabela 6, foram coerentes com os
teores de matéria orgânica (23,25 e 19,63 g.kg
-1
) (Tabela 4), para as
camadas de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm respectivamente, pois a
matéria orgânica é considerada o mais importante agente agregador e
estabilizante nos solos.
Porém analisando os valores de DMP apresentados pelo cultivo
mínimo por 4 anos na tabela 6. Observa-se que o mesmo apresentou DMP
inferior ao cerrado em ambas as faixas de profundidade, apesar do conteúdo
de matéria orgânica de (29,3 g.kg
-1
) ser similar ao apresentado pelo cerrado
(26,3 g.kg
-1
) na camada de 50 a 100 mm e superior (28,5 g.kg
-1
) ao
apresentado pelo cerrado (20,3 g.kg
-1
) na camada de 100 a 150 mm (Tabela
4).
Desta forma, percebe-se que o total de matéria orgânica
usualmente mensurado provavelmente não seja a melhor medida para
prognosticar a estabilidade de agregados, isto porque esta relação
possivelmente não é linear, sendo dependente de interações entre matéria
orgânica e outras propriedades do solo. Além do mais, o efeito da matéria
orgânica pode variar em função de seus diferentes tipos, bem como do
tempo de decomposição.
Os dados de DMP e IEA apresentados na tabela 6, demonstraram
maior estabilidade dos agregados na vegetação nativa, o que se deve entre
outros fatores, ao contínuo fornecimento de material orgânico, que serve
como fonte de energia para a atividade microbiana que atua como agente de
estabilização dos agregados e a não mobilização do solo, que permite a
manutenção dos agregados.
O cultivo do solo ocasionou a perda da estabilidade dos agregados,
isto pode ser comprovado pela redução do índice de estabilidade de
agregados (IEA) dos solos cultivados em relação à vegetação nativa, que
registrou os maiores valores (48,32 e 43,23%), nas faixas de profundidade
de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
43
O IEA apresentou tendência diferente do DMP, não sendo
decrescente com o aumento do tempo de cultivo, pois o cultivo mínimo por
14 anos apresentou valores maiores (39,33 e 37,25%) do que o cultivo
mínimo por 4 anos (35,07 e 37,25%) nas faixas de profundidade de 50 a 100
mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
Segundo Wendling (2005) o DMP é mais sensível do que IEA, para
diferenciar os usos e manejos do solo. Isto porque o IEA é calculado
baseado na classe de agregados <0,25 mm, englobando a classe de
agregados < 0,125 mm, que não é determinada por pesagem, mas por
diferença, contabilizando também toda a argila dispersa durante o processo
de agitação da amostra para o tamisamento, que não se caracteriza como
agregados.
Porém ao se analisar a equação do IEA (Eq. 3), percebe-se que o
mesmo baseia se na proporção de agregados maiores que 0,25 mm, sendo
que os menores e iguais são subtraídos no cálculo, contudo os mesmos são
contabilizados no cálculo do DMP (Eq. 2), sendo assim possivelmente o IEA
seja mais rigoroso do que o DMP na avaliação do estado de agregação do
solo.
Desta forma os resultados do IEA apresentados pelos tratamentos,
juntamente com a análise do histórico das áreas cultivadas, corroboram para
a possibilidade de um processo de recuperação da estrutura do solo em
função do tempo de adoção do cultivo mínimo. Pois o preparo inicial para
implantação do cultivo anual foi bastante intensivo em ambas as áreas,
sendo bastante reduzido ao longo dos anos, isso poderia permitir uma
reestruturação do solo no cultivo mínimo por 14 anos, pela redução da
mobilização do solo, que determina um ambiente mais favorável à atividade
biológica.
Para o atributo densidade, verifica-se que o cerrado apresentou
valores de (1,18 e 1,24 kg.dm
-3
), o cultivo mínimo por 4 anos de (1,33 e 1,35
kg.dm
-3
) e o cultivo mínimo por 14 anos de (1,46 e 1,51 kg.dm
-3
), nas
camadas de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
Considerando o cerrado como condição de referência do solo, observa-se
44
que houve alterações na densidade, sendo crescente com manejo do solo e
o tempo de cultivo.
Ao se comparar a densidade do solo entre as faixas de profundidade
estudadas, observa-se que para o cerrado e o cultivo mínimo por 14 anos os
valores foram significativamente superiores na camada superficial do solo
(Tabela 6). Esses resultados se devem provavelmente a menor
concentração de matéria orgânica apresentada pelos mesmos nesta camada
(Tabela 4), pois conforme observações de Ferreira e Dias Júnior (1996), a
matéria orgânica possui menor densidade do que a parte mineral do solo.
Os maiores valores de densidade nos solos cultivados quando
comparados com o cerrado evidenciam um processo de compactação do
solo. Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Spera et al.
(2004) e Anjos et al. (1994), que obtiveram menores valores de densidade
do solo nas áreas que representavam a condição estrutural original do solo
quando comparadas a áreas cultivadas, e se devem provavelmente ao
manejo que modificou a estrutura do solo. Porém se faz necessário um
estudo mais aprofundado nas áreas, para verificar se esse aumento estaria
prejudicando o crescimento radicular das plantas, pois não existe um valor
crítico único para este atributo.
Para o atributo macroporosidade do solo observa-se que o cerrado
registrou valores de (24,85 e 23,63%), o cultivo mínimo por 4 anos de (11,91
e 14,44%) e o cultivo mínimo por 14 anos de (15,47 e 13,99%) nas camadas
de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
Os maiores valores apresentados pelo cerrado se devem
provavelmente ao aporte contínuo de matéria orgânica; a não mobilização
do solo; a menor amplitude térmica e da umidade pela presença contínua da
vegetação que favorece a atividade biológica que melhora da estrutura do
solo.
Na camada de 50 a 100 mm, cultivo mínimo por 14 anos apresentou
maior macroporosidade (15,47%) quando comparado ao cultivo mínimo por
4 anos que apresentou valor crítico (11,91%), pois quando a
macroporosidade do solo é reduzida a valores inferiores a 15% o
45
crescimento das raízes passa a ser prejudicado (Meredith e Patrick Jr.,
1961; Cintra et al., 1983).
Os resultados demonstram que as maiores alterações não ocorreram
na área com o maior tempo de cultivo, isso se deve provavelmente a
abertura da área e ao preparo inicial intenso realizado mais recentemente no
cultivo mínimo por 4 anos (conforme o histórico). Pois a mobilização do solo
modifica o tamanho dos agregados aumentando a proporção de poros
pequenos em relação aos grandes.
Na camada de 100 a 150 mm, não foi observada diferença
significativa entre a macroporosidade dos solos cultivados, provavelmente
devido ao manejo periódico do solo adotado (gradagem leve), onde essa
camada não é mobilizada.
Para a microporosidade do solo, no cerrado registraram-se valores de
(24,88 e 23,83%), para o cultivo mínimo por 4 anos valores de (31,97 e
27,80%) e no cultivo mínimo por 14 anos valores de (25,33 e 24,23%), nas
camadas de 50 a 100 mm e de 100 a 150 mm respectivamente.
Considerando o cerrado como condição original do solo e, portanto
apresentando a distribuição de referência dos poros, pode-se verificar na
figura 5, que na camada de 50 a 100 mm, houve redução significativa de
52,07% na macroporosidade, e aumento significativo na microporosidade de
28,50% para o cultivo mínimo por 4 anos. Para o cultivo mínimo por 14 anos
a redução da macroporosidade foi de 37,75%, significativamente menor do
que a redução observada no cultivo mínimo por 4 anos, assim como o
aumento na microporosidade que foi de apenas 1,81%.
Observa-se na figura 5, para a camada de 100 a 150 mm, que no
cultivo mínimo por 4 anos houve redução significativa de 38,89% na
macroporosidade e aumento significativo de 16,66% na microporosidade.
No solo cultivado por 14 anos a redução da macroporosidade foi de 40,80%,
não significativa quando comparado a redução apresentada pelo cultivo
mínimo por 4 anos, e o aumento na microporosidade foi de somente 1,68%,
significativamente inferior ao aumento apresentado pelo cultivo mínimo por 4
anos.
46
0 20 40 60 80 100 120 140
CM14 camada de 100 a 150mm
CM 4 camada de 100 a 150 mm
CM 14 camada de 50 a 100 mm
CM 4 camada de 50 a 100 mm
Cerrado*
Macroporosidade Microporosidade
* Distribuição de referência dos poros, para ambas as profundidades.
FIGURA 5. Alterações na macroporosidade e microporosidade [%] para o
cultivo mínimo por 4 anos (CM 4) e cultivo mínimo por 14 anos
(CM 14), quando comparados ao cerrado (detentor da
distribuição original de poros) nas camadas de 50 a 100 mm e
de 100 a 150 mm.
A análise dos resultados apresentados acima, reforça a proposição
de reestruturação do solo com o do tempo de adoção do sistema de cultivo
mínimo, evidenciada pela redução da microporosidade e aumento da
macroporosidade do cultivo mínimo por 14 anos em comparação ao cultivo
mínimo por 4 anos nas duas camadas estudadas.
Também se observa que a variação dos valores de
macroporosidade nos solos cultivados foi maior do que nos valores de
microporosidade. Esses resultados se devem ao fato dos macroporos
serem altamente afetados pelo manejo do solo (Silva e Mielniczuk, 1998).
Verificam-se diferenças significativas entre os tratamentos para o
atributo porosidade total, com o cerrado registrando valores de (49,73 e
47,45%), o cultivo mínimo por 4 anos de (43,88 e 42,24%) e o cultivo mínimo
por 14 anos de (40,80 e 38,21%) nas camadas de 50 a 100 mm e de 100 a
150 mm respectivamente.
Observa-se que apesar da drástica redução nos valores de
macroporosidade na camada de 50 a 100 mm, o cultivo mínimo por 4 anos
apresentou maior porosidade total do que o solo cultivado por 14 anos. O
47
que pode ser justificado pelo maior aumento da microporosidade
apresentada no cultivo mínimo por 4 anos e pela condição inicial
desfavorável da área sob cultivo mínimo por 14 anos, que era explorada
com pastagem por 20 anos, antes da implantação das culturas anuais,
fazendo com que a porosidade inicial deste solo fosse menor.
Os valores de microporosidade para o cultivo mínimo por 4 anos
(Tabela 6) se justificam pela maior concentração de agregados retidos na
peneira < 0,125mm, quando comparado ao cultivo mínimo por 14 anos,
conforme dados contidos na tabela 4.
Os maiores valores de porosidade total no cerrado se justificam pelo
não revolvimento e pelo deposito aos resíduos orgânicos na superfície do
solo. Esses resultados concordam com trabalho feito por Spera et al. (2004)
onde áreas de vegetação natural apresentaram maiores valores de
porosidade quando comparados a outros tipos sistemas de cultivo.
A porosidade total foi maior na camada superficial em relação à
camada mais profunda, em todos os tratamentos. Para o cerrado esse
resultado é decorrente da maior concentração de raízes e matéria orgânica
nesta camada, que conferem ao solo melhor agregação e estruturação. Nos
solos mobilizados essa diferença pode ser resultante do manejo superficial
do solo que gera pressões mecânicas dos implementos sobre a camada
mais profunda. Resultados semelhantes foram encontrados por Cassol
(1995), quando trabalhava com avaliação de manejos conservacionistas do
solo.
Verifica-se que o cerrado apresentou valores de grau de floculação de
(74,97 e 70,36%), o cultivo mínimo por 4 anos de (73,22 e 71,57%) e o
cultivo mínimo por 14 anos de (52,44 e 51,71%), nas camadas de 50 a 100
mm e de 100 a 150 mm, respectivamente (Tabela 6).
Os valores superiores de grau de floculação verificados na tabela 6
para o cerrado e cultivo mínimo por 4 anos, quando comparados aos
apresentados pelo cultivo mínimo por 14 anos, possivelmente de devem a
maior concentração de matéria orgânica apresentada pelos primeiros
48
(Tabela 4). Pois a matéria orgânica um poderoso agente de floculação e
estabilização dos agregados do solo.
O grau de floculação apresentado pelo cerrado também se deve a
alta concentração de íons Al+ (inferida pela ausência de calagem), que é
considerado um dos responsáveis pela floculação das partículas do solo.
Porém esses resultados não explicam a maior concentração de
macroagregados observados no cultivo mínimo por 14 anos quando
comparado ao cultivo mínimo por 4 anos (Tabela 4), já que o grau de
floculação das partículas de argila é o primeiro estágio na construção de um
macroagregado estável em água (Tisdall & Oades, 1982).
Desta forma, esperava-se que o cultivo mínimo por 4 anos
apresentasse menor grau de floculação do que o cultivo mínimo por 14 anos,
o que não ocorreu. Isso se deve ao fato da floculação e da dispersão do solo
serem influenciadas por muitos outros fatores, tais como a interações
eletrostáticas, a mineralogia do solo, o pH e os teores e tipo de cátions
trocáveis (Tisdall & Oades, 1982).
O grau de floculação apresentado pelo cultivo mínimo por 4 anos na
camada de 100 a 150 mm (Tabela 6), (superior aos demais tratamentos), se
deve provavelmente ao maior teor de matéria orgânica. Além de outros
fatores biológicos como, por exemplo, a maior atividade bacteriana,
decorrente da menor acidez do solo (pela calagem mais recentemente
realizada no preparo inicial do solo).
Verifica-se correlação alta e positiva entre a porosidade total e
porcentagem de agregados retidos na peneira de 2 mm (+0,95) e alta e
negativa com porcentagem de agregados retidos na peneira de 0,25 mm (-
0,83), essas correlações eram esperadas, pois os agregados o
componentes da estrutura do solo de grande importância na manutenção da
porosidade (Tabela 7).
49
TABELA 7. Correlações de Pearson entre média de agregados retidos nas
peneiras de 2 mm (P1); 1 mm (P2); 0,25 mm (P4) e < 0,125
mm (P5) e densidade do solo (Ds [kg.dm
-3
]); microporosidade
(Mi [%]); porosidade total (Pt [%]); Diâmetro Médio Ponderado
(DMP [mm]) e índice de estabilidade de agregados (IEA [%]),
em um LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico.
Interações Correlação (r>l0,80l)
P1 X Pt 0,95**
P4 x Pt -0,83*
P5 X Mi 0,86*
DS x Pt -0,98**
**, * Significativo ao nível de 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste t.
A correlação alta e positiva de (+0,86) entre a microporosidade e a
porcentagem de agregados retidos na < 0,125 mm verificada na tabela 7,
ajuda a explicar a distribuição de poros encontrada no cultivo mínimo por 4
anos (Tabela 6). Pois a quebra dos agregados leva ao preenchimento dos
vazios, o que causa redução da macroporosidade e aumento da
microporosidade.
A correlação alta e negativa de (-0,98) apresentada entre porosidade
total e a densidade do solo (Tabela 7), se deve à aproximação das partículas
com o incremento da pressão mecânica exercida sobre o solo, reduzindo a
proporção dos poros, principalmente dos de maior diâmetro, com ligeiro
incremento dos de menor diâmetro. Esse comportamento era esperado, pois
a porosidade é inversamente dependente da densidade do solo.
50
6 CONCLUSÕES
Os resultados dos atributos analisados permitiram identificar
mudanças significativas nas propriedades físicas dos solos
submetidos ao cultivo quando comparados à condição original
(cerrado).
A distribuição de poros (porcentagem de macroporos e de
microporos), o índice de estabilidade de agregados e a porcentagem
de macroagregados, evidenciaram um processo de reestruturação do
solo com a ampliação do tempo de adoção do sistema de cultivo
mínimo.
Os atributos: densidade, porosidade total, diâmetro dio ponderado
e porcentagem de agregados retidos na peneira de 2 mm,
apresentaram maiores alterações na ordem crescente do tempo de
cultivo.
51
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