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Na verdade, os limites da cota foram alterados para atender os anseios da
população com relação às desapropriações e ao uso do solo na região, ficando o PESB
com uma área total de 13.210 ha (GJORUP, 1998).
Na floresta de encosta encontram-se várias espécies de árvores de grande valor
comercial como cedros, cajeranas, jequtitibás, canelas, óleo-vermelho, bicuíba, perobas,
ipês, roxim etc. PAULA (1998) descreveu duas espécies de Bromeliaceae endêmicas do
PESB. Segundo o mesmo autor, a diversidade de espécies de Bromeliaceae ocorrentes
no PESB é a terceira maior do Brasil, superada apenas pela Serra de Macaé de Cima-RJ
e pela Ilha do Cardoso-SP.
A fauna ocorrente na Serra do Brigadeiro já vem sendo estudada. Destaca-se o
mono-carvoeiro, primata encontrado apenas na Mata Atlântica, é o maior primata do
continente americano. Os machos podem atingir até 15 kg. Alguns outros animais
presentes na região do PESB são, entre outros: a suçuarana ou puma, a jaguatirica, o
catitu, o veado-mateiro, o tamanduá-de-colete, o caxinguêle, a preguiça-de-três-dedos,
os gambás, o macaco barbado, o macaco-prego, o ouriço, o beija-flor, o gavião-pomba,
o tucano-do-peito-amarelo, a araçari-poca, a maritaca, a coruja, o juriti, o pica-pau, a
jararaca, a cobra-coral, o teiú, e ainda uma grande infinidade de borboletas, besouros,
libélulas e insetos de um modo geral.
O PESB, mesmo tendo sido inaugurado recentemente, tem se destacado entre as
Unidades de Conservação do Estado de Minas Gerais por estar entre as poucas que têm
realizado processos participativos em seu planejamento e gestão.
Neste sentido, segundo ALMEIDA (2004), a partir de 2003, houve a definição
de um Termo de Referência para a Elaboração de Planos de Manejo das Unidades de
Conservação Estaduais de Proteção Integral; é marco norteador da atuação do IEF em
relação aos instrumentos para gestão das unidades sob sua jurisdição.
Segundo o mesmo autor, o PESB conta com duas ferramentas que propiciam
tanto a mobilização e a participação de seu corpo técnico, quanto fornecem as bases
para a elaboração dos planos: o Diagnóstico Participativo de Unidade de Conservação
(DIPUC) e o Diagnóstico Rural Participativo (DRP). O DIPUC é um método
fundamentado no enfoque participativo, para analisar a realidade de UC’s, por meio de
um processo de aprendizagem compartilhada, levando informações junto aos seus
funcionários, para aumentar o conhecimento e sistematização de informações sobre elas,
como por exemplo, os limites do parque, rios e córregos, vegetação, fauna, infra-
estrutura, organização do trabalho. Já o DRP é uma metodologia que permite o