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classe médica que pouco se podia fazer para evitar e curar aquela doença.
Todavia, ainda que compartilhassem dessa visão, os médicos defendiam a
adoção de medidas de higiene coletivas e individuais, pois que estas medidas,
mesmo não extinguindo o mal, contribuiriam para barrar o seu desenvolvimento.
Serafim Jr.especifica, mas as providências tomadas possivelmente eram as
mesmas que ministrara na ocorrência da peste bubônica naquela cidade –
medidas comuns em casos de epidemia de doenças transmissíveis, tais como o
isolamento do enfermo; as desinfecções dos domicílios e de pontos onde havia
aglomeração de pessoas (igrejas, escolas, etc.); a verificação de óbitos; e o
exame “bacterioscópico” dos cadáveres suspeitos (ibid., p. 4).
Juazeiro ocupava posição estratégica naquela região – era ao mesmo
tempo ponto final da Estrada de Ferro Bahia ao São Francisco, e porto fluvial de
onde partiam as embarcações que percorriam a mais importante hidrovia baiana,
constituída pelo rio São Francisco e seus afluentes. Os vapores e lanchas da
Viação do São Francisco empreendiam viagens mensais entre as diversas
cidades interligadas por essa grande bacia fluvial (DSEEB. Anuário Estatístico da
Bahia – 1923. Meios de Transporte e Vias de Comunicação, 1924, p. 302).
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Em outubro de 1918, o diretor da Viação do São Francisco enviou
telegrama ao secretário da Agricultura, no qual comunicava que a “influenza
hespanhola”, surgida no trecho mineiro do São Francisco, havia prostrado quase
toda a tripulação do vapor “Rio Branco”, do que resultara a morte de um foguista,
em Januária (Diário de Notícias, 25.10.1918, p. 1). O diretor informava que na
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A Linha do Baixo S. Francisco, que ligava Juazeiro a Boa Vista, perfazendo 150 km, tinha
escala em Curaçá (ibid.). A Linha do Alto S. Francisco que percorria 1.369 km, entre Juazeiro
(BA) e Pirapora (MG), fazia escalas em escala em Santana, Casa Nova, Sento Sé, Oliveira, Pilão
Arcado, Xique-Xique, Icatu, Barra, Morporá, Riacho de Canoas, Bom Jardim, Extrema do Urubu,
Rio Branco, Sítio do Mato, Lapa, Carinhanha, Malhada, Manga, Morrinhos, Jacaré, Januária,
Pedra Maria da Cruz, S. Francisco, S. Romão, Barra do Paracatu, Extrema e Guaicuhy (ibid.). A
Linha do Rio Grande, com 789 km, ligava Juazeiro e Barreiras, com escalas em Santana, Casa
Nova, Sento Sé, Oliveira, Queimadas, Remanso, Pilão Arcado, Boa Vista das Esteiras, Marrecas,
Xique-Xique, Icatu, Barra, Muricy, Combate, Boqueirão, Poço Redondo, Campo Largo, Porteiras e
Santa Luzia (ibid.). A Linha do Rio Preto, com uma extensão de 819 km, unia Juazeiro à São
Marcelo, com escalas em Santana, Casa Nova, Sento Sé, Oliveira, Queimadas, Remanso, Pilão
Arcado, Boa Vista das Esteiras, Marrecas, Xique-Xique, Icatu, Barra, Muricy, Combate, Boqueirão,
Santa Rita e Formosa (ibid.). A Linha do Rio Corrente, com 896 km, stabelecia a conexão entre
Juazeiro e Santa Maria, com escalas em Santana, Casa Nova, Sento Sé, Oliveira, Queimadas,
Remanso, Pilão Arcado, Boa Vista das Esteiras, Marrecas, Xique-Xique, Icatu, Barra, Morporá,
Riacho de Canoas, Bom Jardim, Extrema do Urubu, Rio Branco, Sítio do Mato, Lapa e Porto Novo
(ibid.).