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Oscar Javier Begambre Carrillo
Algoritmo Híbrido para Avaliação da Integridade Estrutural: uma
Abordagem Heurística
Tese apresentada à Escola de Engenharia de
São Carlos da Universidade de São Paulo como
requisito para obtenção do título de Doutor em
Engenharia Civil.
Área de concentração: Estruturas
Orientador: Professor Titular José Elias Laier
São Carlos
2007
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Ao meu filho Sergio.
A minha esposa Liliana.
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AGRADECIMENTOS
Eu tive a sorte de realizar esta pesquisa com um excelente grupo de
professores, funcionários e alunos de pós-graduação no Departamento
de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade
de São Paulo-USP desde 2004.
Gostaria de agradecer, de forma especial, ao Professor Titular Dr. José
E. Laier, por ter me dado a oportunidade de trabalhar com ele e por sua
competente orientação nestes últimos três anos.
Aos meus amigos, os professores Dr. Wilson Venturini, Dr. Samuel
Giongo, Dr. Humberto Coda, Dra. Heloisa Sobreiro pelas longas e
valiosas horas de conversa, a Carlos Azevedo, Odília de Azevedo, Wesley
Góis, Leandro Waidemam, Walter Oliveira, Claudius Barbosa, Priscila
Castilho, Neire Castilho e Sandra Almeida, que sempre estiveram
comigo durante minha permanência em São Carlos.
A Rosi Lopes e a Maria Nadir Minatel, pela amizade e as orientações
fornecidas para a elaboração deste documento.
Ao CNPq pela bolsa de estudos, sem a qual não teria conseguido
enfrentar o desafio de escrever esta tese.
À minha família.
Enquanto não alcançares a verdade, não
poderás corrigi-la. Porém, se a não corrigires,
não a alcançaras. Entretanto, não te resignes.
Do Livro dos Conselhos.
RESUMO
BEGAMBRE, O. Algoritmo Híbrido para Avaliação da Integridade
Estrutural: Uma Abordagem Heurística. 2007. 152 f. Tese
(Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo.
Neste estudo, o novo algoritmo hibrido autoconfigurado PSOS (Particle
Swarm Optimization – Simplex) para avaliação da integridade estrutural
a partir de respostas dinâmicas é apresentado. A formulação da função
objetivo para o problema de minimização definido emprega Funções de
Resposta em Freqüência e/ou dados modais do sistema. Uma nova
estratégia para o controle dos parâmetros do algoritmo Particle Swarm
Optimization (PSO), baseada no uso do método de Nelder – Mead é
desenvolvida; conseqüentemente, a convergência do PSO fica
independente dos parâmetros heurísticos e sua estabilidade e precisão
são melhoradas. O método híbrido proposto teve melhor desempenho,
nas diversas funções teste analisadas, quando comparado com os
algoritmos Simulated Annealing, Algoritmos Genéticos e o PSO. São
apresentados diversos problemas de detecção de dano, levando em
conta os efeitos do ruído e da falta de dados experimentais. Em todos os
casos, a posição e extensão do dano foram determinadas com sucesso.
Finalmente, usando o PSOS, os parâmetros de um oscilador não linear
(oscilador de Duffing) foram identificados.
Palavras-chave: Particle Swarm Optimization, Simulated Annealing,
identificação de dano, problemas inversos, vigas fissuradas, oscilador
não linear.
ABSTRACT
Begambre, O. Hybrid algorithm for damage detection: a heuristic
approach. 2007. 152 f. Thesis (Doctoral). Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade de São Paulo.
In this study, a new auto configured Particle Swarm Optimization –
Simplex Algorithm for damage detection has been proposed. The
formulation of the objective function for the minimization problem is
based on the Frequency Response Functions (FRFs) and the modal
parameters of the system. A novel strategy for the control of the Particle
Swarm Optimization (PSO) parameters based on the Nelder–Mead
algorithm (Simplex method) is presented; consequently, the convergence
of the PSOS becomes independent of the heuristic constants and its
stability and accuracy are enhanced. The formulated hybrid method
performs better in different benchmark functions than the Simulated
Annealing (SA), the Genetic Algorithm (GA) and the basic PSO. Several
damage identification problems, taking into consideration the effects of
noisy and incomplete data, were studied. In these cases, the damage
location and extent were determined successfully. Finally, using the
PSOS, a non-linear oscillator (Duffing oscillator) was identified with
good results.
Keywords: Particle Swarm Optimization, Simulated Annealing, damage
identification, inverse problems, cracked beam, non-linear oscillator.
LISTA DE ABREVIATURAS
AG Algoritmo Genético
ARMA Autoregressive Moving Average
COMAC Coordinate Modal Assurance Criterion
DD Detecção de Dano
FFT Transformada Rápida de Fourier
FRAC Frequency Response Assurance Criterion
FRF Função de Resposta em Freqüência
GAC Global Amplitude Criterion
GSC Global Shape Criterion
HFRF High Frequency Response Function
MEF Método dos Elementos Finitos
PD Problema Direto
PI Problema Inverso
PIP Problema de Identificação Paramétrica
PNL Programação Não Linear
PSO Particle Swarm Optimization
RNA Rede Neural Artificial
RNA-BP Rede Neural Artificial Back Propagation
SA Simulated Annealing
TBM Técnicas Baseadas em Modelos
TBS Técnicas Baseadas em Sinais
TW Transformada Wavelet
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Necessidade de Avaliação da Integridade Estrutural 1
1.2 Métodos de Detecção de dano a partir de respostas dinâmicas 4
1.3 Detecção de dano como Problema Inverso 6
1.4 Objetivos da Tese 8
1.5 Alcance 9
1.6 Síntese do conteúdo da Tese 10
2 DETECÇÃO DE DANO-ESTADO DA ARTE 12
2.1 Introdução 12
2.2 Técnicas Baseadas em Modelos (TBM) 14
2.2.1 Métodos que empregam dados Modais 17
2.2.2 Métodos que Empregam Dados no Domínio da Freqüência 21
2.2.3 Métodos que Empregam Dados no Domínio do Tempo 23
2.3 Técnicas Baseadas em Sinais (TBS) 24
2.4 Métodos Heurísticos 26
3 DETECÇÃO DE DANO: BASES TEÓRICAS 31
3.1 Introdução 31
3.2 Correlação entre Resultados Teóricos e Experimentais 34
3.3 Modelos de Dano 35
3.4 Equação de Movimento via Método dos Elementos Finitos (MEF) 38
3.4.1 Problema do Auto Valor para Vibração Livre Não Amortecida 40
3.4.2 Amortecimento Proporcional 42
3.4.3 Amortecimento Geral 43
3.4.4 Funções de Resposta em Freqüência Analíticas (FRFs) 46
3.4.5 Introdução de Dano no MEF da Estrutura 48
3.5 Uso de Dados Experimentais para Avaliação da Integridade Estrutural 49
3.5.1 Funções Objetivo 50
3.6 Análise de Resultados 54
4 ALGORITMOS HEURÍSTICOS PARA DETECÇÃO DE DANO 56
4.1 Introdução 56
4.2 Algoritmo Simulated Annealing (SA) 59
4.2.1 Função Objetivo 61
4.2.2 Estruturas de Vizinhança 62
4.2.3 Programa de Esfriamento 63
4.2.4 Critério de Parada 64
4.3 Algoritmo Particle Swarm Optimization (PSO) 66
4.3.1 Mecanismo e Parâmetros Básicos do PSO 67
4.3.2 Topologias de Vizinhança 70
4.3.3 Critérios de Parada 71
4.4 Algoritmos Genéticos (AGs) 72
4.4.1 Operadores e Parâmetros Básicos dos AGs 73
4.4.2 Critérios de Parada 75
5 O NOVO ALGORITMO HÍBRIDO: PSOS (PSO-SIMPLEX) 76
5.1 Introdução 76
5.2 Algoritmos Autoconfigurados 77
5.3. O Algoritmo Nelder - Mead (N-M) 78
5.4 O Algoritmo PSOS 80
5.4.1 Heurística do PSOS 81
5.4.2 Critérios de Parada do PSOS 86
5.5 Análise de Convergência 87
6 AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DOS ALGORITMOS 89
6.1 Introdução 89
6.2 Critérios de Avaliação dos Algoritmos: Precisão, Estabilidade, Robustez, Custo
Computacional e Confiança
89
6.3 Funções Teste - Resultados 90
7 DETECÇÃO DE DANO USANDO OS ALGORITMOS PSOS E SA E DADOS
MODAIS: EXEMPLOS NUMÉRICOS E ANALÍTICOS 98
7.1 Introdução 98
7.2 Problema de Kabe: Tolerância ao Ruído 98
7.3 Identificação de Dano Viga em Balanço 103
8 DETECÇÃO DE DANO USANDO O PSOS E FRFS: EXEMPLOS
NUMÉRICOS E ANALÍTICOS 107
8.1 Introdução 107
8.2 Treliça de Dez Barras 107
8.3 Viga Livre-Livre com Fissuras 110
8.4 Oscilador Não-Linear 112
9 CONCLUSÕES, CONTRIBUIÇÕES E TRABALHO FUTURO 115
9.1 Conclusões 115
9.2 Contribuições 116
9.3 Trabalho futuro 118
BIBLIOGRAFIA 119
APÊNDICE A: LISTAGEM PROGRAMA SIMULATED ANNEALING 132
APÊNDICE B: LISTAGEM DO PROGRAMA PARTICLE SWARM
OPTIMIZATION 139
APÊNDICE C: LISTAGEM DO PROGRAMA PSOS 145
1
1 Introdução
1.1 Necessidade de Avaliação da Integridade
Estrutural
Avaliar a integridade estrutural utilizando técnicas baseadas na
resposta dinâmica da estrutura tem se tornado, nas ultimas décadas, um
procedimento muito atraente para as indústrias de construção civil e
aeroespacial, devido à possibilidade de detectar danos em sua infra-
estrutura de forma rápida e econômica, diminuindo desta forma, os riscos de
perda de vidas humanas e de capital que o colapso de grandes estruturas
pode acarretar.
Em termos gerais, dano pode ser definido como as variações
introduzidas em um sistema, que afetam adversamente seu atual ou futuro
desempenho. Implícito nesta definição, esta o conceito de que dano não tem
significado sem uma comparação entre dois diferentes estados do sistema,
um dos quais é admitido como o inicial e quase sempre é o estado não
danificado (FARRAR; DOEBLING; DUFFEY, 2000; DOEBLING; FARRAR;
PRIME, 1998).
2
Os principais objetivos de um sistema de Detecção de Danos (DD) são:
fornecer informação sobre o estado da estrutura, detectar potenciais estados
de falha e permitir que sejam tomadas a tempo, as medidas necessárias para
evitar a ruína do sistema estrutural.
Atualmente, existem condições tecnológicas, econômicas e legais que
impulsionam o desenvolvimento e emprego de tecnologias para DD. Por
exemplo, a despesa nos Estados Unidos com reparos de pontes obsoletas,
custa anualmente aproximadamente 10 bilhões de dólares (CHASE, 2001).
Hoje, a decisão sobre a saúde das pontes é feita através de inspeções visuais
e utilizando métodos locais de detecção de dano, isto significa que muitas
estruturas em condições péssimas de funcionamento podem não ser
identificadas, aumentando o risco para os usuários. Por outro lado, pontes
que não precisariam de reparo podem ser substituídas sem necessidade.
Uma tecnologia de detecção de danos robusta pode ser utilizada, com
grandes vantagens, para evitar estes erros.
A indústria do petróleo, e especialmente suas plataformas marítimas,
também pode ser beneficiada pelo desenvolvimento de técnicas de inspeção
on-line para sua infra-estrutura.
O desenvolvimento de uma nova geração de aeronaves, que satisfaça
os crescentes requerimentos de desempenho da indústria aeroespacial, pode
incorporar técnicas de diagnóstico estrutural automáticas e em tempo real,
para abaixar custos operacionais e melhorar seus níveis de confiabilidade e
segurança.
Motivados por razões de segurança, agencias da Ásia estão exigindo
das construtoras de grandes obras de infra-estrutura civil a instrumentação
3
das mesmas e a certificação periódica de sua “saúde estrutural” (FARRAR;
DOEBLING; DUFFEY, 2000).
Infelizmente, no Brasil o desenvolvimento de tecnologias para DD não
é uma prioridade do governo, porém, espera-se um aumento de interesse e
de investimentos nesta área num futuro próximo.
Devido à necessidade de encontrar um método de detecção de danos
em estruturas civis que se ajuste aos requerimentos e condições acima
mencionados, a pesquisa nesta área se faz obrigatória, tendo em vista que,
no futuro próximo, a indústria da construção civil deverá aplicar esta
tecnologia para garantir a segurança da infra-estrutura por ela construída.
Hoje em dia, não existe uma técnica geral de detecção de danos em
estruturas civis reconhecida pela comunidade científica. A seguir são citados
alguns dos requerimentos para um sistema de avaliação da integridade
estrutural, que possa ser utilizado em infra-estrutura civil.
-Precisão, estabilidade e robustez do procedimento de identificação de dano.
Quando testado em diferentes sistemas estruturais, o método deve fornecer
uma solução factível e chegar numa solução ótima ou quase ótima e deve ser
tolerante ao ruído.
- A estrutura deve ser monitorada. Para isto, é necessário planejar uma
distribuição adequada de sensores dentro da estrutura (KURATA; SPENCER;
RUIZ-SANDOVAL, 2003). Se o controle for parte do sistema, a distribuição
ótima de atuadores deverá ser levada em conta. O processamento de dados
deve ser robusto e eficiente.
- Incorporar, nas estruturas a serem construídas, novos materiais que
possam atuar como sensores/atuadores distribuídos e que permitam seu
4
automonitoramento e autocontrole. Este tipo de estruturas é conhecido
como Estruturas Inteligentes (Smart Structures) (RAY; MALLIK, 2004).
- Combinar a DD com as técnicas de detecção local. Como as técnicas DD
geralmente não fornecem informação suficiente para determinar a classe de
dano, os métodos experimentais puros (locais) podem ser utilizados para
identificar o tipo específico de dano presente, permitindo assim, definir uma
estratégia de reparo ou substituição do elemento afetado.
As anteriores considerações constituem a motivação para a busca de
novos métodos de detecção de dano baseados em modelos, como os
apresentados nesta pesquisa. Neste trabalho, são avaliados dois métodos
heurísticos (o SA e o PSO) para possível uso no problema DD, e é proposto
um novo algoritmo heurístico híbrido para sua solução.
1.2 Métodos de Detecção de dano a partir de
respostas dinâmicas
Os métodos de detecção de dano podem ser classificados em dois
grandes grupos, de acordo com sua dependência (ou não) de um modelo
estrutural, encontrando-se: os baseados em sinais (experimentais) e os
baseados em modelos (ZOU; TONG; STEVEN, 2000). Por outro lado, Rytter
(1993) define uma estrutura hierárquica de quatro níveis para o problema de
detecção. A idéia fundamental do nível um ou nível de detecção (mais baixo)
é determinar, com confiabilidade, se aconteceu ou não dano dentro da
estrutura. Nos níveis intermediários, dois e três, busca-se determinar a
posição e a extensão (severidade) da falha, respectivamente. No nível mais
alto (nível quatro), espera-se que a técnica de detecção possa predizer a vida
5
útil remanescente da estrutura, após a ocorrência do dano. Na verdade, as
técnicas de detecção de dano baseadas na resposta dinâmica pertencem aos
níveis 1, 2 e 3, deixando que a teoria da mecânica da fratura se ocupe do
nível 4.
Entre as técnicas baseadas em sinais encontra-se o método Novelty
Detection (WORDEN; SOHN; FARRAR, 2002), cujo principal objetivo é extrair
características dos dados dinâmicos, através de análises estatísticos de
eventos extremos para determinar o estado da estrutura. Esta abordagem
permite só o nível de detecção um (decidir se tem, ou não, ocorrido dano
dentro do sistema). Os outros métodos baseados em sinais (a emissão
acústica (CARLOS, 2003), os raios X, as correntes de Eddy (DOHERTY,
1987), os métodos de campo magnético, os métodos foto-térmicos, de ultra-
som e a inspeção visual (GOCH et.al., 1999), precisam que a vizinhança do
dano seja conhecida a priori e que a porção da estrutura a inspecionar-se
seja accessível. Além destas limitações, estes métodos só podem detectar
dano em/ou próximo da superfície da estrutura e funcionam relativamente
bem em estruturas de pequeno porte. As principais vantagens destas
técnicas são que evitam os erros de modelagem e os custos computacionais
envolvidos nas simulações numéricas. Porém, são ineficientes quando se
trata de grandes sistemas estruturais, onde as técnicas fundamentadas na
resposta vibratória da estrutura e baseadas em modelos, objeto deste
trabalho, são mais promissoras devido a seu caráter global.
Por outro lado, os métodos baseados em modelos permitem estimar a
posição do dano e sua severidade mediante o uso do modelo (analítico ou
numérico) da estrutura e empregando tanto dados experimentais de vibração
6
quanto de deslocamentos estáticos (WORDEN; DULIEU-BARTON, 2004;
TEUGHELS et.al., 2002; FILHO et.al., 2000; DUFFEY et.al.,2000; SAMPAIO;
MAIA; SILVA, 1999; HJELMSTAD; SHIN, 1996; FRISWELL; MOTTERSHEAD,
1995; CAWLEY; ADAMS, 1979; BAKHTIARI-NEJAD; RAHAI; ESFANDIARI,
2005; SANAYEI; SCAMOLPI, 1991; BANAN; BANAN; HJELMSTAD, 1994). As
principais desvantagens dos métodos de detecção baseados na resposta
estática são duas: primeiro, existe menos informação a ser usada nos
métodos de detecção estáticos, quando comparados com os métodos
dinâmicos e, segundo, o efeito do dano pode ser anulado devido a limitações
dos caminhos de carga.
1.3 Detecção de dano como Problema Inverso
O problema de detecção de dano baseado em modelos pode ser
definido como um problema inverso, isto é, a partir de informação
experimental da estrutura (deslocamentos, acelerações, tensões, etc.) busca-
se identificar os parâmetros físicos do sistema (módulo de elasticidade,
fatores de amortecimento).
Devido a que os dados experimentais geralmente são limitados, podem
encontrar-se múltiplas soluções que satisfaçam à formulação do problema
inverso. Para contornar esta dificuldade, técnicas heurísticas como as Redes
Neurais (RNs) (LEE et. al., 2005; PIERCE; WORDEN; MANSON, 2006;
HAMAMOTO; SOMA, 2003; STASZEWKY, 2002; ZANG; IMREGUN, 2001) e
os Algoritmos Genéticos (AGs) (SANG-YOUL; SHI-CHANG, 2005; MOSLEM;
NAFASPOUR, 2002; RAO; SRINIVAS; MURTHY, 2004), dentre outras, estão
sendo utilizadas com sucesso para resolver o problema DD. A idéia central
7
destas técnicas é substituir o problema inverso de detecção de dano por um
conjunto de problemas diretos, geralmente, problemas de otimização, cuja
solução permite obter uma representação (vetor) do sistema, onde as
variações nos parâmetros da estrutura devidos ao dano são realçadas,
permitindo a identificação de possíveis falhas (Figura 1). Devido à presença
de múltiplos pontos ótimos no problema DD baseado em modelos, as
técnicas de otimização clássicas que empregam gradientes correm o sério
risco de falhar na identificação do dano.
Figura 1. Solução do problema de detecção de dano com insuficiente
informação mediante formulação de um problema de otimização.
Uma das principais dificuldades encontradas na detecção de dano
baseada em modelos é a presença de erros, tanto nas medidas experimentais
(ruído) como nos modelos utilizados (de modelagem, na ordem do modelo e
nos parâmetros do modelo). O efeito destes erros pode ser incorporado
incluindo, por exemplo, ruído nos dados de entrada utilizados durante o
8
processo de treinamento da rede neural ou nos dados que definem a função
objetivo utilizada nos AGs. Já os erros no modelo de elementos finitos
geralmente podem ser reduzidos mediante o emprego de técnicas de ajuste
de modelos (KWONG; LIN, 2005).
Entre os métodos heurísticos, o Simulated Annealing SA
(fundamentado nos princípios da mecânica estatística), e o Particle Swarm
Optimization PSO (baseado num modelo de interação social simplificado), se
apresentam como opções promissoras para solucionar o problema DD, como
mostrado neste trabalho. Suas vantagens e desvantagens são apresentadas,
e uma estratégia para melhorar o desempenho do PSO, através da
formulação de um novo algoritmo híbrido, é introduzida.
Finalmente, o uso de modelos numéricos pode ser vantajoso em
diversos casos, como por exemplo: permitir um grande número de
simulações de pequenas variações no sistema (condições de contorno,
condições ambientais, parâmetros físicos, etc.) facilitando o planejamento de
ensaios e a colocação ótima de transdutores para realizar medições
necessárias para a DD. O modelo também pode ser usado na fase de
treinamento de sistemas de detecção de dano baseados em redes neurais,
onde a geração de grandes quantidades de dados é requerida.
1.4 Objetivos da Tese
Desenvolver um novo algoritmo heurístico híbrido autoconFigurado,
para solucionar o problema DD, empregando modelos de elementos finitos
(MEF) que identifique dano em nível de elemento. A técnica busca
determinar a posição do dano dentro da estrutura e fazer uma estimativa de
9
sua severidade (extensão). O método utiliza funções de resposta em
freqüência e / ou dados modais experimentais correlacionadas com
parâmetros de dano definidos no modelo de elementos finitos (MEF) da
estrutura. Portanto, as hipóteses básicas da técnica para detecção de dano
desenvolvida nesta pesquisa são: que a resposta global da estrutura
permanece linear após a ocorrência do dano e que existe um modelo
analítico / numérico validado da estrutura intacta.
Realizar uma avaliação rigorosa do algoritmo desenvolvido mediante
comparação de seu desempenho com o das técnicas existentes (quando for
necessário) empregando casos de estudo simulados. A comparação incluirá
os seguintes critérios de avaliação: Precisão, Estabilidade, Robustez e Custo
Computacional, na identificação de dano. O algoritmo desenvolvido visa
melhorar os anteriores critérios para a solução do problema DD.
Quantificar as vantagens e limitações do algoritmo proposto em termos
da extensão mínima de dano que pode ser detectado em presença de ruído.
Programar, utilizar e combinar os algoritmos Nelder e Mead, Particle
Swarm Optimization (PSO) e Simulated Annealing (SA) para solucionar o
problema inverso de detecção, definido para a DD nesta pesquisa. A
combinação tem como objetivo melhorar o desempenho dos métodos.
1.5 Alcance
A metodologia aqui estudada pode ser empregada para avaliar diversos
tipos de danos, tais como: problemas com ligações, solda, corrosão, fissuras,
perda de elementos, e variações das condições de contorno em sistemas
estruturais. O comportamento da estrutura pode ser linear o não linear, e a
10
única condição para a aplicação do algoritmo apresentado é ter um modelo
validado para determinar a resposta da estrutura.
Nos exemplos numéricos apresentados, se supôs que o dano afetou
diretamente a rigidez do sistema e que o comportamento, antes e após o
dano, é linear.
1.6 Síntese do conteúdo da Tese
O conteúdo desta tese está organizado como descrito a seguir. O
capítulo 2, fornece uma revisão da literatura relevante relacionada com esta
pesquisa. Basicamente, a revisão contem um resumo dos métodos de
detecção de dano via respostas dinâmicas.
O capítulo 3, descreve as bases teóricas da detecção de dano. Introduz
idéias básicas como o conceito de problema inverso, os métodos de
correlação entre resultados teóricos e experimentais e os modelos de dano
empregados.
O capítulo 4, fornece uma revisão completa dos algoritmos PSO, SA e
AG. Estas técnicas heurísticas apresentam características que as tornam
atraentes para solucionar o problema de detecção de dano. Os mecanismos
de cada algoritmo são explicados e o funcionamento dos operadores
presentes em cada um deles é descrito.
No capítulo 5, se apresenta o novo algoritmo híbrido PSOS. O PSOS é
uma combinação do PSO e do método Simplex. Sua principal característica é
sua capacidade de autoconfiguração. Adicionalmente, ele apresenta boa
estabilidade e precisão, o qual o torna uma ferramenta útil para a detecção
de dano.
11
No capítulo 6, o potencial e as limitações do PSOS são analisados. O
desempenho do PSOS é testado em três funções teste e seu desempenho é
comparado com o dos algoritmos descritos no capítulo 5.
No capítulo 7, se analisam dois casos difíceis de detecção de dano
usando dados modais. Uma comparação entre os resultados do PSOS e o SA
na identificação do dano numa viga em balanço é apresentada.
O capítulo 8, oferece três exemplos de detecção de dano usando FRFs
e o PSOS. Aqui, o potencial e as limitações do novo algoritmo são analisadas.
Finalmente, no capítulo 9, se apresentam as conclusões e
contribuições desta tese, junto com algumas idéias para trabalhos futuros.
12
2 Detecção de dano-Estado da
arte
2.1 Introdução
Neste capítulo, apresenta-se uma ampla revisão crítica dos métodos
para detecção de dano em estruturas com a finalidade de contextualizar o
trabalho desenvolvido nesta tese. A revisão inclui os trabalhos mais
relevantes na área relacionados com este estudo.
Teoricamente, mudanças no comportamento vibratório da estrutura
refletem alterações nos parâmetros físicos e nas condições de serviço e, por
esta razão, podem ser utilizadas como indicadoras de dano. Os primeiros
trabalhos que estudam o comportamento dinâmico de barras com
descontinuidades de rigidez datam da década de 40 do século passado
(THOMPSON, 1943; KIRMSHER, 1944). Porém, se passam quase 25 anos até
aparecer o primeiro artigo a propor especificamente um método de detecção
de dano via medidas de vibração (LIFSHITZ; ROTEM, 1969). Nesse trabalho,
de natureza experimental, os autores correlacionam variações do módulo
dinâmico, medido da curva tensão-deformação, sob carregamento dinâmico,
com o dano introduzido em corpos de prova compostos de elastómeros.
13
Na década de 70, a pesquisa na área ganhou grande impulso devido à
constatação de que a simples inspeção visual de estruturas (pontes,
aeronaves), não era suficiente para determinar sua confiabilidade (LIU; YAO,
1978). Durante os últimos trinta anos, a literatura especializada neste
campo tem se multiplicado, mostrando a vitalidade e fôlego desta área de
pesquisa. São exemplos, as excelentes revisões feitas por Doebling et.al.
(1996, 1998), Salawu (1997), Fanning e Carden (2004), e a do FIB Europe
Task Group 5-1-SHM Guidelines (2002); assim como o surgimento, em
2002, da revista STRUCTURAL HEALTH MONITORING dedicada
especificamente à publicação de pesquisas teóricas e experimentais na área.
Diversos congressos científicos internacionais sobre temas como
estruturas adaptativas, monitoração da saúde estrutural, detecção de dano,
materiais e sistemas inteligentes, redes de sensores e isolamento de
vibrações, vem sendo realizados cada vez com maior freqüência e fornecem
um espaço para intercambio de idéias entre engenheiros, arquitetos e
cientistas que trabalham no campo da detecção de dano. Entre os eventos
recentes mais importantes se podem mencionar os seguintes: The first
International conference on Structural Health Monitoring of Intelligent
Infrastructure (SHMII-1’2003), The Second International conference on
Structural Health Monitoring of Intelligent Infrastructure (SHMII-2’2005),
The 5th Conference on Damage Assessment of Structures (DAMAS 2003),
The 6th Conference on Damage Assessment of Structures (DAMAS 2005),
The XXIII International Modal Analysis Conference (IMAC XXIII-2005), The
2nd International Workshop on Structural Health Monitoring of Innovative
14
Civil Engineering Structures (SHM ISIS 2004) e The Fourth World
Conference on Structural Control and Monitoring (4WCSCM 2006).
Nas seguintes seções, se apresenta uma classificação unificada dos
métodos de detecção de acordo com sua dependência (ou não) de um modelo
estrutural.
2.2 Técnicas Baseadas em Modelos (TBM)
Em situações práticas é quase impossível dispor de dados
experimentais suficientes para caracterizar todos os possíveis estados (e
ambientes) nos quais a estrutura estará, e, mesmo o anterior sendo possível,
o custo desses testes, em larga escala, inviabilizaria sua realização. A
anterior é talvez a principal razão pela qual os modelos numéricos são hoje
amplamente usados em engenharia, já que, eles permitem estudar, com um
custo relativamente baixo, fenômenos de interesse que não podem ser
medidos diretamente. Este argumento pode ser reforçado pela crescente
eficiência dos processadores, pela disponibilidade de memória e de técnicas
de computação paralela.
Atualmente, os métodos numéricos permitem simular, passo a passo, o
comportamento de grandes sistemas estruturais, o que possibilita a
previsão, a comparação e a validação de resultados do modelo e, portanto,
seu uso na solução do problema DD.
Nos últimos anos tem surgido uma nova área de pesquisa conhecida
como Monitoramento da Saúde Estrutural MSE (SHM, em inglês), que busca
a integração de modelos refinados de estruturas com sensores inteligentes,
colocados em lugares estratégicos, e procedimentos inovadores de
15
processamento e aquisição de sinais, com o objetivo final de monitorar em
tempo real, o desempenho da estrutura e fornecer uma avaliação confiável
sobre sua segurança. É dentro de este ambiente que o problema de detecção
pode ser solucionado.
As TBMs, desenvolvidas a partir da década de oitenta (século XX),
realizam basicamente uma comparação das respostas experimentais com os
resultados obtidos da análise do modelo da estrutura (para análises
estruturais o modelo mais utilizado é o Modelo de Elemento Finitos - MEF),
com a finalidade de determinar a presença de dano.
Os dados medidos durante um experimento dinâmico podem ser de três
tipos (FRISWELL; PENNY, 1997): dados no domínio do tempo, dados no
domínio da freqüência e dados modais. As excitações e respostas no domínio
do tempo (séries temporais) podem ser obtidas a partir de acelerômetros ou
de sensores piezelétricos e geralmente são de caráter digital. As funções de
resposta em freqüência (FRFs) são obtidas no caso em que se conhece tanto
a excitação como a resposta, a partir das séries temporais mediante o
algoritmo da Transformada Rápida de Fourier (FFT). As FRFs, em sistemas
lineares, servem de base para o cálculo dos parâmetros modais (freqüências
naturais, amortecimento modal e formas modais), através de métodos de
ajuste, que essencialmente, acertam os coeficientes de uma expressão
teórica para a FRF, de modo tal, que o modelo teórico reproduza, de melhor
forma possível, os dados experimentais. Para sistemas não lineares é
possível obter FRFs de ordem superior (HFRFs) que podem ser usadas
também para detecção de dano (STORER; TOMLINSON, 1993).
16
A comparação entre resultados numéricos e dados experimentais,
obtidos, por exemplo, da análise modal, deve levar em conta, entre outros
fatores: a presença de amortecimento na estrutura real (difícil de modelar no
MEF), os problemas causados pelas diferenças entre o número de graus de
liberdade do MEF e o número de pontos onde é medida a resposta na
estrutura e à presença tanto de erros de modelagem como de erros nas
medições (inevitáveis, porém, mensuráveis). Para contornar alguns destes
problemas, existem dois caminhos, descritos a seguir. O primeiro é o
emprego de técnicas de redução / expansão de modelos, como os propostos
por Berman e Nagy (1983), Guyan (1965) e Kim e Bartkowics (1993). No
segundo, podem ser empregadas as FRFs (ou HFRFs) ou um conjunto de
séries temporais junto com o modelo numérico diretamente no esquema de
detecção (DASCOTTE; STROBBE, 1998; FANNING; CARDEN, 2003;
WORDEN; TOMLINSON, 2001). A primeira opção, o uso de HFRFs,
possibilita o estudo de sistemas não lineares.
As principais vantagens da abordagem TBM são sua capacidade para
identificar danos a partir da resposta dinâmica global da estrutura, até o
nível três definido por Rytter (1993) e sua versatilidade, já que, podem ser
aplicadas tanto para sistemas lineares como para sistemas não lineares.
Na maioria dos casos de interesse prático, os modelos estruturais
tomam a forma do MEF. O MEF tem sido usado de maneira ampla em
aplicações industriais e de pesquisa devido a que pode produzir uma boa
representação da estrutura real. Porém, a predição do MEF não sempre é
exata. Erros e imprecisões podem surgir devido a fatores como: estimativas
imprecisas das propriedades dos materiais; modelagem pobre das condições
17
de contorno; qualidade baixa da malha de elementos empregada; omissão do
amortecimento ou uso de um modelo de amortecimento inapropriado. De
forma geral, como mencionado anteriormente, estes problemas podem ser
tratados mediante as técnicas de ajuste de modelos.
Por outro lado, as TBMs podem ser divididas nos seguintes três grupos
dependendo do tipo de dados experimentais utilizados. No primeiro, têm-se
os métodos modais, no segundo, os métodos baseados no domínio da
freqüência e no terceiro, os métodos baseados no domínio do tempo. A
característica principal das TBMs contempladas dentro destes três grupos é
que empregam técnicas convencionais de modelagem e procedimentos
clássicos de análise numérico para resolver o problema DD.
Nas seções seguintes será feita uma análise dos métodos pertencentes
aos grupos acima definidos.
2.2.1 Métodos que empregam dados Modais
Este grupo de métodos de detecção está estreitamente ligado à área
conhecida como análise modal experimental (ou identificação paramétrica de
sistemas) e tem se tornado, desde os anos 1970, numa ferramenta muito
popular devido a seu amplo espectro de aplicações, que vai desde problemas
de acústica até detecção de dano.
A análise modal é uma das estratégias fundamentais para abordar
problemas de dinâmica de estruturas. Apesar de seu uso estendido, é
basicamente uma teoria linear, o qual pode ser uma séria restrição no
mundo real, onde o comportamento não linear tem um reconhecido efeito
sobre a resposta dinâmica das estruturas. A maioria dos métodos de
18
detecção apresentados na literatura recente (FOX, 1992; FRISWELL;
MOTTERSHEAD, 1995; JAUREGUI; FARRAR, 1996a-b; LU; REN; ZHAO,
2002; KIM, et.al., 2003; PANDEY; BISWAS; SAMMAN, 1991; PANDEY;
BISWAS, 1994-1995; SALAWU; WILLIAMS, 1994; WAHAB; DE ROECK,
1999), supõe a invariância da freqüência naturais, dos fatores de
amortecimento, das formas modais e das FRFs com relação à força de
excitação durante um ensaio real. Na verdade, para um sistema não linear,
todas essas quantidades são funções do nível de excitação. A razão
fundamental da popularidade da informação modal para detecção de dano
reside em que a conversão de séries temporais para dados modais reduz
significativamente a quantidade de dados a serem analisados, sem perda
apreciável de informação para uma dada banda de freqüências.
Uma pesquisa pioneira na área, empregando informação modal de um
sistema linear e a técnica de ajuste de modelos, foi apresentada por Baruch
(1978). A formulação do método se baseia na minimização da norma
euclidiana da diferença entre a matriz de rigidez analítica da estrutura [K] e
uma matriz de rigidez ajustada [K
a
], que, além de satisfazer a equação
dinâmica de equilíbrio e ser simétrica, deve ser capaz de reproduzir os auto
valores e auto vetores do sistema original. O autor utiliza o método dos
multiplicadores de Lagrange para calcular uma solução explicita da matriz
[K
a
]. A matriz de massa do modelo analítico é suposta como correta. O
principal problema do método é que a nova matriz [K
a
] sofre alterações
radicais (como por exemplo, perda da esparcidade) o que impede seu uso
direto para identificação de dano
19
Um dos primeiros trabalhos neste campo é o apresentado por Cawley e
Adams (1979). Nele, os autores desenvolvem e aplicam um método baseado
na correlação entre um MEF (sem incluir amortecimento) de uma placa de
alumínio e as variações de freqüência para detectar defeitos (problema 2D). A
região danificada da placa é localizada dentro das restrições impostas pela
simetria. A presença de dano é indicada de forma pouco precisa a partir da
variação nas freqüências naturais.
Lieven e Ewins (1988) propõem o COMAC (Coordinate Modal Assurance
Criterion) como método de comparação e correlação entre formas modais. O
COMAC correlaciona dois conjuntos de formas modais, que podem ser
obtidos, tanto de forma experimental quanto de forma analítica, e identifica
as coordenadas responsáveis pela falta de correlação. A técnica é utilizada
para detectar regiões inconsistentes (por exemplo, com aumentos de massa)
dentro de uma estrutura de molas e massa com oito graus de liberdade.
Stubbs, Kim e Toppole (1992), apresentam um método baseado no
decremento na energia de deformação modal entre dois graus de liberdade,
definido pela curvatura das formas modais. Neste trabalho, é estabelecido
um índice de dano normalizado para cada elemento que permite definir a
posição do dano na estrutura. A principal desvantagem do método é a
dificuldade para calcular as derivadas e integrais necessárias para
determinar o índice, quando as formas modais são estimadas a partir de
poucos pontos de medição. Este problema está presente em todos os
métodos que utilizam variações da energia modal.
Zimmerman e Simmermacher (1995) fazem uma extensão da teoria da
Mínima Perturbação do Rank (MRPT, em inglês) para o caso em que existem
20
múltiplos resultados da análise modal (ou de análises estáticas) disponíveis.
A teoria MRPT determina uma matriz de rigidez de perturbação simétrica
que melhora a correlação entre os dados medidos e os dados analíticos,
possibilitando a identificação de danos dentro da estrutura.
Cornwell, Doebling e Farrar (1999) estudam métodos baseados nas
mudanças da energia de deformação para localizar danos. Originalmente,
estes métodos foram empregados para vigas (curvatura unidimensional). O
estudo apresentado é uma generalização do método de Stubbs, Kim e
Toppole (1992) para estruturas 2D.
Filho, Roitman e Magluta (2000), utilizam a metodologia de ajuste de
modelos por matriz ótima, propondo uma solução alternativa ao problema da
esparcidade real dos modelos, que na verdade é uma modificação do método
de Kabe (1985), e, mediante simulações numéricas com diferentes cenários
de dano em pórticos, conseguem indicar, em quase todas as simulações, a
região do dano para cenários de dano livre de ruídos. Para medições
(freqüências e formas modais) com ruídos simulados, observou-se uma
severa queda na sensibilidade do método quando usados mais de três modos
na identificação.
Teughels, Maeck e De Roeck (2002) propõem um método de detecção de
dano mediante ajuste do modelo de elementos finitos, usando funções de
dano para representar a distribuição de rigidez do sistema. A função objetivo
utilizada é formulada em termos dos vetores residuais de freqüência e
formas modais. Através do método de otimização TRN standard -Trust Region
Newton method- (NOCEDAL; WRIGTH, 1999), eles conseguem detectar,
localizar e quantificar o dano em uma viga de concreto reforçado. A
21
abordagem apresentada pelos autores visa reduzir o número de parâmetros
a serem ajustados, evitando o ajuste individual da rigidez de cada elemento,
resultando num método robusto de otimização e gerando uma distribuição
suave das propriedades do modelo, capazes de representar as regiões
danificadas dentro da estrutura.
No trabalho de Kim e Stubbs (2003) é apresentada uma metodologia
que relaciona as variações em energia modal com as mudanças nas
freqüências naturais, ocasionados pela presença de fissuras. Em teoria, o
método proposto pode detectar a presença de fissuras de diversos tamanhos.
Na prática a identificação pode ser difícil devido a incertezas nas medições
causadas por efeitos ambientais.
Na maioria dos métodos mencionados nesta seção, supõe-se que a
matriz de massa [M] não muda. Isto significa que a base de referência da
técnica proposta é a matriz [M]. Esta suposição tem um significado profundo,
já que como demonstrado por Baruch (1997), as matrizes da massa e rigidez
não podem ser identificadas simultaneamente empregando unicamente
informação modal, devido a que existe infinito número de soluções para este
problema.
2.2.2 Métodos que Empregam Dados no Domínio da
Freqüência
As vantagens de se usar FRFs em vez de dados modais são várias. As
FRFs podem ser medidas diretamente na estrutura sem necessidade de
nenhum passo intermediário e adicionalmente, as FRFs fornecem
informação sobre uma banda de freqüência e não somente para freqüências
22
específicas, como é o caso da informação modal. Finalmente, quando as
FRFs são usadas para definir a função objetivo, nos métodos de detecção de
dano, não é preciso medir uma coluna ou uma fila inteira da matriz de
funções de resposta, abaixando-se os custos de realizar experimentos
extensos.
Diversos autores tem usado FRFs para identificação de sistemas e
detecção de dano. Um método que utiliza a curvatura das FRFs foi proposto
por Sampaio, Maia e Silva (1999). Esta técnica é uma extensão do método
proposto por Pandey e Biswas (1991), para todas as freqüências medidas e
não só para as freqüências e formas modais. O método é testado em quatro
cenários de dano, numa ponte real (vão total de 13.3 m), mostrando-se
eficiente na identificação da posição da falha para o cenário mais severo e
completamente ineficaz, nos outros três casos. O mérito principal do método
é sua simplicidade, já que, não precisa de análise modal para sua aplicação.
Jones e Turcote (2002) empregam anti-ressonâncias para identificar
dano em uma treliça e mostram que seu uso pode ser um substituto
adequado dos dados modais.
Fanning e Carden (2003) introduzem um método de detecção baseado
na medida de uma única FRF (técnica Single input – Single output (SiSo))
junto com um modelo simplificado para determinar a FRF de receptância,
nos casos em que a estrutura sofre uma variação de rigidez num número
limitado de elementos. Em geral, diferentes combinações de dano podem
produzir a mesma diferença entre a FRF da estrutura sadia e a FRF
danificada. Para contornar este problema, os autores identificam as
possíveis combinações de dano (para cada freqüência de ressonância) que
23
produzem a mesma mudança na FRF medida e comparam esses conjuntos
para determinar o evento de dano comum a todos. Este dano comum será o
dano real na estrutura. O método só pode ser aplicado a estruturas com
comportamento linear e não deixa claro como poderia ser aplicado em casos
onde mais de dois locais danificados existem.
Zimmerman, Simmermacher e Kaouk (2005), empregam a teoria da
Mínima Perturbação do Rank (MRPT) junto com FRFs para detecção de
dano. Este método pode ser classificado como uma técnica de ajuste de
modelos. O trabalho estende pesquisas previas dos autores, onde eram
utilizados dados modais e dados estáticos. A vantagem de usar FRFs
diretamente é que elas oferecem a possibilidade de reduzir o tempo de
experimentação e de análise. Por outro lado, o uso de FRFs no esquema para
DD tem o inconveneinte que o amortecimento deve ser incluído no MEF.
Esta incorporação é importante para obter uma boa correlação entre as
FRFs medidas e as calculadas de forma analítica. Devido à dificuldade de
modelar o efeito do amortecimento de forma exata, o amortecimento
proporcional viscoso é geralmente usado junto com o MEF, porém, outros
modelos de amortecimento podem ser empregados (FRISWELL;
MOTHERSHEAD, 1995).
2.2.3 Métodos que Empregam Dados no Domínio do Tempo
Os métodos neste grupo utilizam séries temporais como informações
básicas para solucionar o problema DD. Os benefícios desta abordagem são
múltiplos: primeiro, à diferença da análise modal, não está restrita ao estudo
de sistemas lineares e pode ser usada na análise de sistemas com fontes
24
arbitrarias de incertezas (por exemplo, físicas, ambientais e de interfase);
segundo, evita o processo de compressão de dados, realizado durante a
análise modal, que pode causar perda de informação sobre o comportamento
dinâmico da estrutura quando existem fissuras ou problemas de ligação; e,
por último, podem ser usados tanto para vibração livre como para forçada,
com o sem conhecimento da força. Sua principal desvantagem é que podem
requerer de um esforço computacional considerável para calcular a resposta
temporal da estrutura.
Ostachowicz e Krawczuk (1990) apresentam uma pesquisa sobre
identificação de fissuras em vigas a partir da amplitude máxima da resposta
temporal. Recentemente, no trabalho de Garcia e Osegueda (2000), o uso dos
coeficientes de regressão do Modelo ARMA (Autoregressive Moving Average),
obtidos de séries temporais, tem sido empregados para identificação de
dano. Um outro algoritmo para DD que emprega séries temporais e o modelo
ARMA é o proposto por Nair, Kiremidjian e Law (2006). Nesse trabalho, é
mostrado que à medida que a rigidez da estrutura diminui, devido ao dano,
os coeficientes das três primeiras componentes AR do modelo mudam. Como
estes coeficientes, geralmente, contem informação sobre as freqüências
naturais e sobre os fatores de amortecimento do sistema, sua variação
permite a identificação do dano.
2.3 Técnicas Baseadas em Sinais (TBS)
A idéia destes métodos é empregar unicamente dados experimentais
para solucionar o problema de detecção, dispensando assim o uso de
modelos. Neste grupo, além das técnicas convencionais (não destrutivas)
25
para detecção de dano (Emissão Acústica, Corrente de Eddy) podem
mencionar-se os métodos conhecidos como Detecção de Anomalias ou
Detecção Eventos Extremos (Novelty detection ou Outliert analysis). O
propósito desta técnica é estabelecer um conjunto de características que
definam a condição normal da estrutura e utiliza-las como referência,
estabelecendo um padrão de operação normal do sistema. Durante etapas
posteriores de monitoramento, as novas características estimadas são
comparadas com a referência, e, se qualquer desvio significativo aparecer, o
algoritmo indicará a presença da anomalia. Como anotado por Worden e
Dulieu-Barton (2004), os métodos de detecção de anomalias estão limitados
ao nível um definido por Ritter (1993).
No trabalho apresentado por Sohn e Farrar (2001), a detecção do dano
em um sistema de massas e molas com 8 graus liberdade é realizada
analisando unicamente dados de aceleração do sistema estudado. Zhang
(2006) reporta uma técnica para detectar fissuras de fadiga baseada no uso
de sensores piezelétricos embebidos em películas de tinta, porém, uma
disposição geométrica complexa desses sensores é necessária, em alguns
casos, a fim de melhorar a sua resolução espacial. Recentemente, Leong et.
al. (2005), empregaram vibrômetros a laser para medir a velocidade de
propagação de ondas ultrasônicas (ondas de LAMB) numa placa de alumino,
isto permitiu detectar uma fissura de fadiga localizada no centro da placa.
Esta é uma área de pesquisa promissora, porém, são necessários avanços
nos processo de análise de sinais para incrementar a sensibilidade do
método.
26
Devido a que a análise modal é realizada no domínio da freqüência, a
maioria dos métodos de detecção de dano emprega a Transformada Rápida
de Fourier (FFT). Neste contexto, a Transformada Wavelet (TW) pode ser vista
como uma extensão de Transformada de Fourier, com a vantagem de
fornecer boa resolução, tanto no tempo como na freqüência, para um dado
sinal (TAHA et.al., 2006). Por esta razão, a TW tem ganho muita
popularidade nos últimos tempos como ferramenta para processamento de
sinais e vem sendo aplicada ao problema de detecção de dano. Uma
excelente revisão sobre aplicação do método da TW na área de máquinas
rotatórias é apresentada por Peng e Chu (2004). Qi et.al. (1997), mostraram
que mediante aplicação da TW ao análise de sinais de emissão acústica (EA),
o dano pode ser detectado e quantificado. A TW foi usada por Rus et.al.
(2004), para diferenciar entre o estado degradado e o intacto em materiais
compostos.
2.4 Métodos Heurísticos
Neste grupo está incluída uma classe emergente de métodos para
solucionar o problema DD. Sua característica principal é combinar técnicas
clássicas de modelagem com novos paradigmas de computação, como as
redes neurais, os algoritmos genéticos e teoria de conjuntos difusos, entre
outros. O tipo de informação experimental usado pode ser qualquer um dos
mencionados anteriormente ou uma combinação de eles. Os métodos
clássicos, apesar de seu extenso uso, sofrem ainda algumas limitações como
problemas de divergência e instabilidade nos cálculos numéricos e são
27
susceptíveis de ficar presos em pontos ótimos locais (S-Y LEE; S-H WOOH,
2005).
Recentemente, algoritmos heurísticos de otimização vem sendo
empregados com sucesso para procurar soluções factíveis para o problema
de detecção de dano, onde a complexidade do problema e/ou o tempo
disponível para sua solução não permitem uma solução exata.
Mares e Surace (1996), apresentam um dos primeiros métodos de
detecção de dano via resposta dinâmica da estrutura, baseados em
Algoritmos Genéticos (AGs) e na teoria da análise modal convencional. Os
AGs são um procedimento de busca de pontos ótimos globais, que imita os
processos da seleção natural e da evolução descritos por Charles Darwin em
seus famosos trabalhos do século XIX. Mediante a seleção de parâmetros
num modelo de elementos finitos da estrutura (viga), e utilizando AGs, os
autores minimizam a diferença entre as propriedades dinâmicas calculadas e
as medidas. Os parâmetros obtidos após minimizar o vetor de força residual
modificada, identificam a posição e severidade do dano. Além da capacidade
de identificação, o método proposto exibe robustez nas simulações
numéricas notadamente em relação à influencia de ruídos nos dados
experimentais.
Moslem e Nafaspour (2002), propõem um procedimento de duas
etapas, baseado em dados modais experimentais incompletos, no MEF da
estrutura e no AG, para determinar a posição e severidade do dano em
treliças 2D. Na primeira etapa, mediante o emprego do método da força
residual, são identificadas as possíveis áreas afetadas. Na segunda etapa, o
AG é utilizado para determinar a extensão do dano nas áreas identificadas
28
no passo anterior. O algoritmo proposto mostrou grande sensibilidade com
relação ao método de redução de modelo empregado. Os métodos mais
refinados de redução (condensação), como o SEREP -System Equivalent
Reduction Expansion Process- e o IRS -Improved Reduced System-
(O’CALLAHAN et.al., 1989), produziram os piores resultados quando
comparados com o método de Guyan, (1965). Au et. al. (2003), utilizam um
algoritmo micro-genético (população pequena) para detectar dano em vigas e
avaliar a influência do ruído e de medições incompletas na identificação.
Pawar e Ganduli (2003), empregam os AGs para projetar automaticamente
um sistema fuzzy que maximiza a precisão do sistema de detecção de dano.
Bland e Kapania (2004) estudaram a efetividade de um AG híbrido proposto
por eles, na identificação de dano estrutural em placas enrijecidas. Os
resultados mostram que, é possível solucionar o problema de detecção, de
forma eficiente, combinando os atributos positivos dos AGs com as técnicas
de programação não linear convencionais. Nesse estudo, os AGs são
empregados para obter uma estimativa dos melhores pontos para iniciar
uma busca mais refinada, fundamentada em algoritmos de otimização
baseados em sensibilidade (derivadas).
Uma desvantagem dos AGs (binários) é que eles podem consumir
muito tempo de computação no processo de codificar-decodificar e durante
esta ação, alguns genes importantes podem ser perdidos acarretando perda
de precisão na solução procurada. Para evitar este problema, tem sido
desenvolvidos AGs que empregam uma representação real das variáveis. Um
outro problema que enfrentam os AGs é a convergência prematura, a qual,
por obvias razões, deve ser evitada.
29
Recentemente, tem sido realizadas diversas tentativas para melhorar a
capacidade dos AGs de fugir de pontos ótimos locais e impedir sua
convergência nas etapas iniciais, constituindo uma área aberta e muito ativa
de pesquisa (HAUPT; HAUPT, 1998, WONG; HAMOUDA, 2000).
Criadas por pesquisadores das ciências da computação, as Redes
Neurais Artificiais (RNAs) vem sendo empregadas recentemente como uma
ferramenta para solucionar o problema DD. Basicamente, as RNAs podem
ser consideradas como aproximadores universais de funções. Estudos
recentes mostram que uma rede neural de três camadas pode ser usada com
sucesso no problema de detecção de dano (LUO; HANAGUD, 1997; ZENG,
1998). Leath e Zimmerman (1992), empregam uma rede neural conhecida
como Multilayer Backpropagation (BP) para identificar dano numa viga em
balanço modelada com quatro elementos finitos, utilizando as duas
primeiras freqüências naturais. Os autores desenvolvem um algoritmo de
treinamento, que pode criar uma RNA que ajusta os dados, usando um
número mínimo de neurônios. O dano é modelado como uma redução no
módulo de elasticidade de até 95%. O método identifica a posição do dano
com um erro máximo de 34%.
Tsou e shen (1994), usam uma RNA-BP para identificar dano no
oscilador de 8 graus de liberdade proposto por Kabe (1985). O dano é
introduzido diminuindo o valor da rigidez das molas. Os autores testam
diversas configurações para a rede neural (40, 60 e 100 nós ocultos). Na fase
de treinamento, utilizam 105 exemplos para fazer o mapeamento do vetor de
força residual para a variação de rigidez. O método identifica a severidade do
dano dentro de 5% de exatidão. O modelo de dano estudado é linear.
30
Yun e Bahng (2000), utilizam uma RNA-BP para identificar dano,
empregando freqüências naturais e formas modais como entradas para a
RNA. A detecção é realizada dividindo o sistema em subestruturas para
reduzir o número de incógnitas.
Lee et al. (2005), utilizam a diferença entre os componentes das formas
modais antes e após acontecer o dano, como dados de entrada para a rede
neural (estes dados são menos sensíveis que a formas modais a erros de
modelagem). Os dados de saída contem índices de dano para cada elemento
do MEF empregado para gerar os dados. Para a ponte estudada pelos
autores, localizada na Coréia, a posição do dano foi estimada com sucesso
em todos os casos analisados, porém, sua severidade teve falsos positivos em
diversas posições.
Como sabido, as RNAs fornecem uma metodologia geral de mapeamento
entre um conjunto de dados de entrada e um conjunto de dados de saída. A
rede é treinada pra minimizar de forma recursiva uma função de erro entre a
resposta objetivo e sua resposta atual, possibilitando desta forma a
identificação do dano. De forma geral, a fase de treinamento ou aprendizado
é um dos pontos críticos da detecção de dano usando RNAs. Nesta etapa,
pode surgir o problema de sobre-treinamento (PIERCE; WORDEN; MANSON,
2006), fazendo com que a rede seja afetada pela presença de ruído.
Adicionalmente, para realizar o treinamento, é necessário um grande
número de medições experimentais, o qual pode ser um sério problema em
estruturas civis, devido à dificuldade de sua obtenção.
31
3
Detecção de Dano: Bases
Teóricas
3.1 Introdução
A identificação de dano a partir de respostas dinâmicas se fundamenta
no fato de que variações locais na rigidez, no amortecimento ou nas
condições de contorno afetam as características dinâmicas globais de
estrutura. O problema de dinâmica de estruturas pode ser conceitualmente
expresso da seguinte maneira:
()
FPCMFTD ,,,= (1)
onde, D é um vetor que contem as respostas (deslocamentos, acelerações e
velocidades) do sistema; T é uma matriz de transformação; F é um vetor de
forças; M é um vetor que contem as propriedades dos materiais; C é um
vetor que caracteriza as condições de contorno; P é um vetor de coeficientes
relacionados com o modelo. De acordo com o tipo de informação procurado
na solução da Equação (1), os problemas de dinâmica de estruturas podem
ser tratados como problemas diretos (PD) ou problemas inversos (PI). O
primeiro grupo consiste em calcular o vetor D, dados o vetor F e a matriz de
32
transformação T para um conjunto de vetores F, M, C e P conhecidos. O
segundo (PI), pode, por sua vez, ser subdividido em: a) determinar o vetor F
(causas) a partir das respostas medidas (efeitos) e a matriz de transformação
T (conhecida) e este problema é chamado de problema de identificação de
causas; b) identificar os parâmetros nos vetores M, C e P, a partir dos vetores
D e F conhecidos. Este tipo de problema é denominado problema de
identificação paramétrica (PIP) e é abordado nesta pesquisa.
Os PDs têm sido amplamente estudados na área da mecânica e da
engenharia de estruturas (propagação de ondas, cálculo de deslocamentos
em estruturas, etc.). De forma geral, uma vez estabelecidas as causas (vetor
F) e os vetores M, C e P, o problema pode ser solucionado de forma analítica
ou numérica (por exemplo, via MEF, ou via o método dos elemento de
contorno MEC).
Por outro lado, os PIs na área de engenharia têm recebido muita
atenção nos últimos anos (TARANTOLA, 2004; GLADWELL, 1997). Estes
problemas incluem a detecção de dano em estruturas, a identificação das
propriedades dos materiais a partir de respostas estáticas e dinâmicas, a
determinação de forças, o ajuste de modelos, o reconhecimento de voz e a
proteção contra a corrosão, dentre outros.
Na literatura recente, o problema inverso de obter um modelo de
segunda ordem (representado pelas matrizes de massa, rigidez e
amortecimento), a partir de um modelo de primeira ordem, identificado no
espaço de estados, vem sendo estudado por diversos autores (LUS, et. al.,
2003; ALVIN; PARK, 1994). A principal dificuldade que esta abordagem
enfrenta se dá nos casos em que o número de graus de liberdade do sistema
33
é maior que o número de modos identificados, neste evento, as matrizes
físicas, de ordem reduzida, que podem ser obtidas, não necessariamente
permitem interpretações físicas e por tanto não fornecem uma indicação
direta da presença de dano. Formulações alternativas para solucionar este
problema constituem uma área de pesquisa aberta.
No campo da detecção de dano em estruturas civis, os vetores F, M, C e
P são conhecidos de forma parcial, devido a que o número de sensores
usados é, quase sempre, menor que os graus de liberdade do modelo. Por
este motivo, a informação restante é geralmente obtida de forma artificial
com base em idealizações (por exemplo, empregando técnicas de expansão
modal ou de redução de modelos). Obviamente esta abordagem é imprópria,
devido a que, matematicamente, a DD é um problema mal posto, isto é,
pequenos erros nos dados de entrada podem produzir grandes erros na
resposta. Para tentar contornar este problema, uma possível solução é tratá-
lo sem hipóteses artificiais sobre os valores de F, M, C e P e supor que existe
uma solução direta do problema, via o MEF (que é um modelo de segunda
ordem), por exemplo. Neste contexto, o PI com insuficiente informação pode
ser solucionado mediante a formulação de um problema de Programação
Não Linear (PNL). Desta forma, é possível substituir a solução do PI por uma
série de soluções do PD. A grande vantagem desta abordagem é que a
solução direta (ou análise direta) pode, na grande maioria dos casos, ser
obtida.
34
3.2 Correlação entre Resultados Teóricos e
Experimentais
Quando dados experimentais de vibração da estrutura estão
disponíveis, as medidas de correlação entre os dados analíticos e os medidos
fornecem informação útil sobre a qualidade do modelo. Esta correlação pode
ser usada para ajustar o modelo analítico para o problema de detecção de
dano. Uma medida de correlação muito popular, para dados modais é o
Coordinate Modal Assurance Crtiterion (COMAC), proposto por Lieven e
Ewins (1988).
()()
() ()
∑∑
==
=
=
max
1
max
1
2
,
2
,
max
1
2
,,
P
p
P
p
pm
i
pa
i
P
p
pm
i
pa
i
iCOMAC
φφ
φφ
(2)
onde, i representa o grau de liberdade analisado; Pmax o número total de
pares de modos correlacionados;
(
)
pa
i
,
φ
é o i-ésimo elemento do modo
analítico estudado,
(
)
pm
i
,
φ
é o i-ésimo elemento do modo experimental. O
resultado do COMAC varia entre zero e um. Um valor de COMAC igual a um
indica correlação perfeita. O análogo do COMAC no domínio da freqüência é
chamado de FRAC (Frequency Response Assurance Criterion) e foi proposto
por Heylen e Avitabile (1998). O FRAC para o i-ésimo grau de liberdade é
dado por:
()
(
)
() () () ()
i
ja
i
j
c
a
i
jx
i
j
c
x
i
ja
i
j
c
x
i
HHHH
HH
FRAC
ωωωω
ωω
=
(3)
onde,
(
)
i
ja
H
ω
é a FRF analítica ou numérica, calculada no i-ésimo grau de
liberdade nas freqüências sucessivas
j
ω
,
(
)
i
jx
H
ω
é o vetor de FRFs
35
correspondente medido experimentalmente, e a letra c representa a
transposta complexa conjugada. Esta medida varia entre zero e um,
novamente, um indica uma correlação perfeita e zero indica uma correlação
nula. O FRAC contém informação para um par de pontos específicos.
Existem outras medidas de correlação para dados no domínio da
freqüência como o Global Shape Criterion (GSC) e o Global Amplitude
Criterion (GAC), que podem ser particularmente úteis para detecção de dano
(ZANG; GRAFE; IMREGUN, 2001)
3.3 Modelos de Dano
Neste trabalho, entende-se por dano a degeneração estrutural que
resulta em perda parcial de rigidez de um ou vários elementos da estrutura.
Existem vários procedimentos propostos na literatura para simular dano
(diminuição de rigidez) dentro de uma estrutura modelada com MEF. O mais
simples deles, empregado nesta pesquisa, consiste na redução de rigidez de
um ou vários elementos do MEF (PANDEY; BISWAS, 1991, 1994; SALAWU;
WILLIAMS, 1994). O segundo modelo, também utilizado neste trabalho, para
representar a diminuição de rigidez, é o apresentado por Sinha et. al. (2002),
e está baseado numa aproximação simples da matriz de rigidez para um
elemento de viga fissurado, supondo-se que a fissura permanece aberta
durante todo o processo de carga. Para baixas freqüências, esta abordagem
modela a variação da rigidez local de forma acurada. Para as altas
freqüências, existem efeitos termodinâmicos, que o modelo anterior não leva
em conta, fazendo com que perca precisão. A matriz de rigidez para um
36
elemento de secção retangular (bxh), com uma fissura em seu interior
(Figura 2), vem dada por (SINHA; FRISWELL; EDWARDS, 2002):
11 11 12 14
11 11 12 14
12 12 22 24
14 14 24 44
fiss
e
KKKK
KK K K
K
KKKK
KKKK
⎡⎤
⎢⎥
−−
⎢⎥
⎡⎤
=
⎣⎦
⎢⎥
⎢⎥
⎣⎦
(4)
onde:
2
11
4
2
23 1
j
x
H
KJlf
le le
⎡⎤
⎛⎞
=+ ⎢⎥
⎜⎟
⎢⎥
⎝⎠
⎣⎦
2
2
12
32
76
2
jj
xx
H
KJlf
le le le
⎛⎞
=++
⎜⎟
⎜⎟
⎝⎠
2
14
32
56
1
jj
xx
H
KJlf
le le le
⎡⎤
⎛⎞
⎢⎥
=++
⎜⎟
⎜⎟
⎢⎥
⎝⎠
⎣⎦
2
22
2
3
32 2
6
j
x
H
KJlf
le le
⎛⎞
=++
⎜⎟
⎝⎠
2
24
32
99
322
6
jj
xx
H
KJlf
le le le
⎛⎞
=++
⎜⎟
⎜⎟
⎝⎠
44
3
3
32 1
6
j
x
H
KJlf
le le
⎛⎞
=++
⎜⎟
⎝⎠
0
12 ( )
f
j
HEII=−, x
j
= pos. fissura
3
2
lf
J
le
=
0
I
= Inércia seção intacta
3
()
12
j
fj
bh
I
α
=
1.5
f
lh= comp. efetivo fissura
le =comprimento do
elemento
j
α
= altura da fissura
E = módulo de elasticidade
a
j
x
j
j
a
j
x
j
j
Figura 2. Posição (x
j
) e tamanho (α
j
) da fissura no elemento j da viga.
A expressão (4) foi obtida a partir do modelo de variação da rigidez que
uma fissura induz num elemento de viga (Figura 3).
37
Figura 3. Comparação entre a variação de rigidez nas proximidades de uma
fissura (SINHA; FRISWELL; EDWARDS, 2002)
A principal vantagem deste enfoque é que a matriz de rigidez da
estrutura danificada pode ser escrita em função do tamanho e da posição do
dano. Supondo-se que as rotações da viga não foram medidas
experimentalmente, a ordem usual dos deslocamentos na Equação (4) foi
alterada para {w1, w3, w2, w4}, com a finalidade de realizar a montagem da
matriz de rigidez reduzida da estrutura, de acordo com o método de redução
das equações de movimento proposto por Kidder (1973). O modelo considera
que a fissura esta contida dentro de um único elemento, porém, é possível
obter as matrizes de rigidez para o caso da fissura estar localizada sobre
mais de um elemento.
A matriz de rigidez da estrutura, [K]
fiss
, pode agora ser montada
segundo o procedimento normal empregado no MEF e vem dada pela
expressão (5):
[] []
1
M
fiss
fiss e
e
e
KKK
=
⎡⎤
=−
⎣⎦
(5)
onde [K]
e
é matriz de rigidez do elemento de viga intacto e [K
fiss
]
e
é dado pela
expressão (4).
38
A anterior abordagem dispensa o emprego de malhas de elementos
finitos muito refinadas para modelar a variação de tensões na ponta da
fissura, já que, a mudança na flexibilidade local pode ser incorporada de
forma eficiente e rápida dentro dos elementos clássicos da estrutura,
evitando também, o uso de superelementos (que contém termos singulares) e
possibilitando sua aplicação em estruturas complexas. Outra vantagem
desta abordagem é que o elemento pode ser usado em qualquer programa
padrão de elementos finitos para analisar o comportamento dinâmico e
estático da estrutura, possibilitando-se desta forma, seu uso em problemas
de identificação de fissuras.
Outros modelos mais refinados apresentados por Bovsunovsky e Surace
(2005) e Saavedra e Cuitiño (2001), utilizam a teoria da mecânica da fratura
linear para modelar a variação de flexibilidade (rigidez) que uma fissura
localizada introduz num elemento finito de viga. Outra opção é o
desenvolvimento de malhas de elementos finitos em 2D ou 3D para vigas
com fissuras (KRAWCZUK; OSTACHOWICZ, 1993), porém, esses modelos
detalhados não apresentam uma melhora substancial para a detecção de
dano devido à sua maior complexidade e alto custo computacional.
3.4 Equação de Movimento via Método dos Elementos
Finitos (MEF)
O comportamento dinâmico de um sistema estrutural linear com n
graus de liberdade pode ser representado pela seguinte equação matricial:
[] [] []
)()()()( tftuKtuCtuM =
+
+
(6)
39
onde, [M], [C] e [K]
nxn
são as matrizes de massa, amortecimento e
rigidez da estrutura;
)(tu é o vetor de acelerações;
)(tu é o vetor de
velocidades; )(tu é o vetor de deslocamentos. O vetor f(t)
n
é o vetor de
forças de excitação. A Equação (6) é uma aproximação do comportamento
dinâmico do sistema discretizado obtida, por exemplo, mediante o MEF. A
partir de geometria e das propriedades dos elementos, as matrizes [M] e [K]
podem ser calculadas. A presença da matriz de amortecimento se
fundamenta em observações físicas e conveniência matemática. Mediante a
incorporação de amortecimento viscoso é possível modelar a vibração
transiente observada experimentalmente. Devido a que o amortecimento
depende da estrutura total e não é uma propriedade intrínseca de seus
membros, é quase impossível construir a matriz [C] da mesma forma que são
montadas as matrizes [M] e [K]. Neste contexto, algumas hipóteses básicas
para representar a matriz [C], adotadas na literatura clássica, vêm dadas
por:
[] [ ]
MC
α
= (7)
[] []
KC
β
= (8)
[] [ ] []
KMC
β
α
+= (9)
onde, α e β são constantes de proporcionalidade que devem ser calculadas.
As Equações (7) e (8) são pouco usadas na prática, já que, um melhor
controle sobre o amortecimento modal pode ser alcançado utilizando a
Equação (9), conhecida como amortecimento de Rayleigh. A Equação (9)
simplesmente estabelece que o amortecimento está distribuído na estrutura,
da mesma forma que a rigidez e a massa, o que é uma hipótese natural.
40
Como mencionado antes, é difícil quantificar os verdadeiros mecanismos do
amortecimento em estruturas, por tanto, o modelo proporcional fornece uma
maneira simples e matematicamente conveniente, (devido a sua propriedade
de desacoplamento da Equação (6), através de uma transformação modal de
coordenadas), para a análise de vibrações usando o MEF. Vale a pena
salientar que, dependendo da natureza das matrizes coeficientes da Equação
(6), o sistema pode ser classificado como linear (matrizes constantes) ou não
linear (matrizes variáveis no tempo e / ou no espaço).
3.4.1 Problema do Auto Valor para Vibração Livre Não
Amortecida
A equação para vibração livre não amortecida segundo a configuração
dada nos termos do método dos elementos finitos pode ser obtida da
Equação (6) fazendo-se
[]
0=C e
0)(
=
tf
, ou seja:
[] []
0)()( =
+
tuKtuM
(10)
A Equação matricial (10), por sua vez, tem solução vetorial da forma:
{}{}
(
)
δ
ω
+= tsenqtu )(
(11)
onde,
{}
q é um vetor arbitrário, ω é a freqüência de vibração e
δ
é o ângulo de
fase, sendo todos estes parâmetros incógnitas do problema. Substituindo a
Equação (11) e sua segunda derivada na Equação (10) tem-se:
[] [ ]
[
]
{
}( )
{
}
0sen
2
=+
αωω
tqMK
(12)
Como a Equação (12) deve ser válida para todos os valores de t, pode-se
escrever:
41
[]
{}
[]
{}
qMqK
2
ω
=
(13)
A Equação (13) representa o problema do auto valor conhecido como
problema de auto valor generalizado ou problema de auto valor linearizado.
Em geral, para um sistema de n graus de liberdade, a solução da Equação
(13) fornece N valores de
ω
2
que são reais e positivos. Porém, se a matriz
[
]
M
for singular, a Equação (13) terá um ou mais autos valores infinitos. Por
outro lado, quando
[]
K for singular, a Equação (13) terá um ou mais auto
valores nulos. Associado a cada auto valor existe um auto vetor
{
}
q . Na
análise de vibrações as raízes quadradas dos autos-valores do problema de
auto valor generalizado são chamadas de freqüências do sistema e os autos
vetores são chamados de formas modais reais.
As propriedades de ortogonalidade para as formas modais
normalizadas com relação à massa são:
{}
[]
{}
ijj
T
i
M
δφφ
=
(14)
{}
[]
{}
ijij
T
i
K
δωφφ
2
=
(15)
onde,
{}
i
φ
denota o i-ésima forma modal normalizada com relação à
massa
com:
1
0
=
=
ij
ij
δ
δ
ji
j
i
=
Para solucionar o problema de auto valor dado pela Equação (13)
existem diversos métodos numéricos que podem ser divididos em três
grupos: métodos de transformação, métodos de iteração e métodos de busca
de determinante.
42
Os Métodos de Transformação são empregados quando as matrizes
envolvidas são de pequena ordem. Dentre esses métodos, merecem destaque
o método generalizado de Jacobi, o método da transformação de House-
Holder, o da transformação denominada QR e o denominado LR. É uma
característica desses métodos, o fato de o cálculo envolver todos os auto
valores e auto vetores do problema, sem possibilidade de tratamento
separado.
Os métodos de iteração são métodos ideais para problemas envolvendo
matrizes de ordem elevada, particularmente quando só são requeridos
alguns poucos autos valores e autos vetores do problema. Entre estes, os
métodos de iteração de Sub-espaço e o de Lanczos, são os mais populares.
Os métodos de busca de Determinante caracterizam-se por calcular
inicialmente as raízes da equação de freqüência (polinômio característico). A
avaliação dos coeficientes da equação de freqüência demanda um grande
número de operações numéricas, e, além disto, as raízes da equação de
freqüência se mostram muito sensíveis aos valores dos coeficientes. Assim,
pequenos erros na avaliação destes coeficientes, levam a uma perda
significativa de precisão nos valores das raízes.
Uma excelente apresentação destes três grupos de métodos para
solução do problema de auto valor pode ser encontrada em Bathe (1996),
Humar (1990) e Weaver e Johnston (1987).
3.4.2 Amortecimento Proporcional
Quando se trabalha com amortecimento proporcional, as formas
modais são as mesmas do caso não amortecido e as freqüências naturais
43
têm valores muito próximos dos valores do caso sem amortecimento. Por
exemplo, para o modelo com amortecimento proporcional à rigidez, ou seja,
[] []
KC
1
β
= , pré-multiplicando-se e pós-multiplicando-se a matriz
[]
C pela
matriz
[]
Φ obtém-se:
[]
[
]
[
]
[
]
[
]
cK
T
=Ω=ΦΦ
11
ββ
, onde
[
]
c é uma matriz diagonal
que contem os coeficientes de amortecimento dos modos do sistema. O fato
da matriz
[]
c ser diagonal significa que as formas modais do sistema sem
amortecimento são idênticas às formas modais do sistema amortecido. A
mesma conclusão vale para o amortecimento de Rayleigh. O conceito de
amortecimento de Rayleigh pode ser aplicado a qualquer número r de
amortecimentos modais (ξ
j
) e freqüências naturais (ω
j
) medidos. Neste caso,
as constantes de proporcionalidade α
j
(ver Equações (7), (8) e (9)), podem ser
calculadas solucionando o seguinte sistema de equações simultâneas:
=
rr
r
rrrr
r
r
ξ
ξ
ξ
α
α
α
ωωωω
ωωωω
ωωωω
MM
L
MOMMM
L
L
2
1
2
1
323
32
2
3
222
32
1
3
111
/1
/1
/1
2
1
(16)
Como mencionado anteriormente, as matrizes de amortecimento
proporcional têm a propriedade de ser diagonalizadas por uma
transformação de coordenadas modais, possibilitando o desacoplamento das
n equações simultâneas de movimento dadas pela Equação (6).
3.4.3 Amortecimento Geral
Se a hipótese de amortecimento proporcional não e válida, por exemplo,
no caso de amortecedores localizados, uma outra abordagem deve ser
44
seguida para o cálculo dos auto valores e formas modais da estrutura, pois
elas dependerão da matriz de rigidez, da matriz de massa e da matriz de
amortecimento do sistema estrutural. Para determinar as formas modais e
freqüências neste caso pode-se proceder da seguinte forma.
Tomando-se como solução da Equação (6) o expresso na Equação (17), ou
seja:
{} {}
at
eqV = (17)
e substituindo-se a Equação (17) e suas derivadas na Equação (6),
chega-se em:
[] [][]
(
)
{}
{
}
0
2
=++ qMCaMa (18)
A Equação (18) terá solução não trivial para o vetor
{}
q
, se e só se, o
determinante da matriz coeficiente da Equação (19) for nulo, ou seja:
[] [][]
(
)
0det
2
=++ KCaMa (19)
Assim sendo, a Equação (18) representa o Problema de Auto Valor
Quadrático, e sua solução fornece 2N auto valores (α) e seus
correspondentes auto vetores
{
}
q
. O problema pode ser transformado em um
problema de auto valor standard ou em um problema de auto valor
generalizado, permitindo-se assim o uso dos métodos de solução
mencionados na seção 3.4.1, porém, a transformação implica em se dobrar a
ordem das matrizes envolvidas; portanto, aumenta o esforço computacional
da solução.
Para se obter a forma generalizada, primeiro define-se um vetor de
tamanho 2Nx1, que contem as velocidades e deslocamentos desconhecidos,
ou seja:
45
{}
{}
=
V
V
η
(20)
As equações de movimento escritas nos termos da forma ampliada
(Equação (20)) ganham as seguintes redações:
[]
{}
[]
{}
0=
VMVM
(21)
[]
{}
[]
{}
[]
{}
0=++
VKVCVM (22)
Combinando-se as Equações (21) e (22) tem-se:
[] [ ]
[][]
[]
[
]
[] [ ]
=
+
0
0
0
00
V
V
K
M
V
V
CM
M
(23)
ou ainda:
[]
{}
[]
{}
ηη
BA =
(24)
onde:
[]
[] [ ]
[] []
=
CM
M
A
0
(25)
[]
[][]
[] [ ]
=
K
M
B
0
0
(26)
A Equação (24) é chamada de equação de movimento reduzida, com as
matrizes
[]
A e
[
]
B sendo matrizes simétricas e de ordem 2N, e tem solução
da forma:
{} {}
ft
ev=
η
(27)
Substituindo-se a Equação (27) na Equação (24) tem-se:
[]
{}
[]
{
}
vAfvB = (28)
que é a equação do problema do auto valor generalizado, e cujos auto vetores
e auto valores são dados pelo vetor
{
}
ν
e pelos valores f. Transformado-se a
Equação (28) na forma standard, chega-se em:
46
[][] [][]
[] []
{} {}
vfv
I
KMCM
=
0
11
(29)
sendo que a Equação (29) representa o problema de auto valor standard com
ordem igual a 2N. Como a matriz apresenta coeficientes reais, os auto
valores devem ser reais ou estar em pares complexo conjugados. Os auto
vetores correspondentes aos auto valores complexos são também complexos,
e aparecem em pares conjugados. Um auto vetor complexo é chamado de
forma modal complexa. Vale assinalar que quase todos os sistemas
estruturais são sub-amortecidos, e, neste caso, todos os auto valores são
complexos e estão em pares conjugados com parte real negativa.
As propriedades de ortogonalidade, como nos casos anteriores, podem
ser escritas como:
{}
[]
{}
0=
j
T
i
vAv (30)
{}
[]
{}
0=
j
T
i
vBv (31)
com
ni
ff .
3.4.4 Funções de Resposta em Freqüência Analíticas (FRFs)
Supondo-se que o sistema dado pela Equação (6) é excitado por um
conjunto de forças senoidais com freqüência ω, porém, com diferentes
amplitudes e fases, então a equação de movimento fica:
[] [] []
ti
eftuKtuCtuM
ω
=
+
+
0
)()()(
(32)
onde, f
0
é um vetor nx1 que contem as amplitudes da excitação; t é o tempo
e e é a base dos logaritmos naturais. Assumindo que a solução da Equação
(32) vem dada por:
{}
ti
zetu
ω
=)( (33)
47
na qual z é um vetor de deslocamentos de tamanho nx1 contendo
amplitudes complexas independentes do tempo. Substituindo a Equação (33)
na Equação (32) se obtém a seguinte solução:
[]
[
][]
[]
o
fCiMKz
1
2
=
ωω
(34)
A matriz de receptância é definida como:
[] [ ]
[
][]
[]
1
2
= CiMKR
ωω
(35)
O elemento ij da matriz de receptância representa a resposta do i-ésimo
grau de liberdade, quando uma excitação é aplicada no j-esimo grau de
liberdade. Cada elemento da matriz [R] é função de ω e é chamado de função
de resposta em freqüência (FRF). Consequentemente, a matriz [R] é uma
matriz de FRF. Para fins de detecção de dano, o custo computacional de
obter a matriz [R] a partir da Equação (35) é muito alto, devido a que, para
cada freqüência, no domínio de interesse, uma matriz nxn deve ser invertida.
Utilizando a técnica da decomposição modal e supondo que o amortecimento
é proporcional, pode mostrar-se que o ij elemento da matriz [R] vem dado
por:
jmim
n
m
m
mm
ij
i
R
φφ
ωωωξω
=
+
=
1
22
2
1
(36)
onde, ω
m
é a m-esima freqüência natural, ξ
m
é o amortecimento modal do
modo m,
im
φ
e
jm
φ
são elementos da matriz de formas modais (da estrutura
sem amortecimento) e n é o número de graus de liberdade. O esforço
computacional para calcular a matriz [R] usando a Equação (36) é
consideravelmente menor do que o empregado com a Equação (35). As
48
matrizes de acelerância e mobilidade podem ser facilmente calculadas a
partir da matriz de receptância. Como esperado, a matriz [R] é simétrica.
3.4.5 Introdução de Dano no MEF da Estrutura
O método apresentado nesta pesquisa assume que o dano afeta a
rigidez da estrutura, porém, o amortecimento e/ou a massa poderiam
também ser considerados dentro da estratégia proposta. Para introduzir
dano na estrutura é utilizado um parâmetro escalar de dano que afeta as
propriedades de cada elemento finito do modelo ou, de forma alternativa, um
elemento finito fissurado pode ser introduzido no MEF (ver Equação (4)). O
objetivo da avaliação da integridade estrutural é calcular um vetor, que
contem os parâmetros de dano, para todos os elementos da estrutura. A
rigidez do elemento danificado pode ser calculada segundo a seguinte
expressão:
[] []
i
i
i
dan
KK
α
= nei ,...,1= com ne = número de elementos finitos (37)
onde,
[]
i
dan
K é a matriz de rigidez do i-ésimo elemento finito danificado da
estrutura,
[]
K é a matriz de rigidez do i-ésimo elemento finito intacto, α
i
é o i-
ésimo parâmetro de dano correspondente ao i-ésimo elemento finito. Os
valores do parâmetro α
i
estão contidos no intervalo [0, 1], porém aumentos
de rigidez, produzidos, por exemplo, por reforço, podem ser facilmente
incorporados. Estes valores garantem que a posição do dano identificada é
única e que seu valor (redução e/ou aumento) tenha sentido físico.
Utilizando qualquer dos dois modelos de danificação dentro das Equações (6)
ou (35), dados analíticos de vibração podem ser obtidos.
49
A implementação das simulações numéricas, para obtenção das
respostas dinâmicas usadas nos exemplos apresentados nos capítulos 7 e 8,
foi realizada na linguagem FORTRAN.
3.5 Uso de Dados Experimentais para Avaliação da
Integridade Estrutural
A informação experimental pode ser usada para avaliar a integridade
das estruturas, assim como, para aprimorar o conhecimento e o
entendimento sobre o seu comportamento. Isso é alcançado mediante a
observação da resposta do sistema ante um conjunto de excitações e
condições de contorno conhecidas. Na atualidade, a análise modal é a
técnica mais usada para realizar testes dinâmicos (EWINS, 1984). Esta
técnica é usada para obter um modelo experimental da estrutura, no qual, é
descrito o comportamento dinâmico através de um conjunto de freqüências
naturais, formas modais e fatores de amortecimento. Esta informação é
obtida mediante testes, que podem ser de vibração forçada, de vibração livre
e de vibração ambiental. Os dois primeiros métodos estão limitados a
estruturas relativamente pequenas. No caso de estruturas como pontes ou
plataformas marítimas, os altos custos e riscos destes ensaios os tornam
inviáveis. Uma alternativa atraente é o uso de vibração ambiental, induzida
pelo tráfego, o vento ou por um abalo sísmico.
A técnica de análise modal usando vibração ambiental tem sido
aplicada com sucesso em diversas estruturas (REN; ZHAO; HARIK, 2004;
ZONG et. al., 2005). Dentre a ampla variedade de métodos reportados para
obter parâmetros modais a partir de vibração ambiental (ver, por exemplo, os
50
trabalhos de ANDERSEN; BRINCKER; KIRKEGAARD, 1996; JAMES; CARNE;
LAUFFER, 1995), o método da identificação estocástica do subespaço (VAN
OVERSCHEE; De MOOR, 1996) é, talvez um dos mais avançados neste
grupo.
Neste trabalho, se supõe que os dados de vibração são tomados
diretamente da estrutura, sem hipótese nenhuma sobre ela, e por tanto, são
considerados como referência para o MEF. Porém, limitações e erros na
informação experimental podem aparecer. Geralmente, não é possível medir
alguns graus de liberdade (por exemplo, rotações), as medidas realizadas
estão contaminadas com certo nível de ruído e o número de modos
identificado está limitado às baixas freqüências.
3.5.1 Funções Objetivo
Nesta pesquisa, o problema de detecção de dano é definido como um
problema de programação matemática. Nessa abordagem é necessário definir
uma função objetivo (f
obj
) para determinar a diferença (resíduo) entre a
predição numérica e o comportamento real da estrutura. Para fins de
detecção de dano, o resíduo deve ser sensível a pequenas variações locais da
estrutura. Basicamente, uma combinação de freqüências naturais e formas
modais constituem uma função objetivo sensível para detecção de dano.
Para os métodos de detecção de dano é importante expressar o valor
da rigidez do sistema em função das variáveis
i
α
(0<
i
α
<1) dadas pela
Equação (37) ou dos parâmetros que caracterizam o dano dentro de um
elemento finito da estrutura (ver Equação (4)), que constituem as variáveis
51
do problema de otimização, e do valor inicial da rigidez dos N componentes
(elementos finitos) que conformam a estrutura.
A matriz de rigidez global da estrutura pode ser expressa como:
[] []
=
=
N
i
i
i
KK
1
α
(38)
onde,
[]
i
K
é a matriz de rigidez expandida do i-ésimo elemento do sistema.
Supondo que o modelo de elementos finitos é correto (o modelo analítico
inicial é uma boa representação da estrutura original) e que as freqüências
jexp
ω
e formas modais
{
}
exp
j
φ
, determinadas experimentalmente, estão
disponíveis tem-se, a partir das Equações (13) e (38), que o valor do vetor de
força residual é (MARES; SURACE, 1996):
{}
[]
{}
[]
{}
exp
2
exp
exp
jjj
N
i
i
i
j
r
MKF
φωφα
=
(39)
O vetor de força residual
{
}
j
r
F
será nulo caso os dados experimentais
estejam livres de erros sistemáticos e de erros aleatórios de medição e, por
tanto, os valores
i
α
serão todos iguais a um (a matriz de rigidez da estrutura
é a matriz verdadeira). Caso contrário, o vetor
{
}
r
F será diferente de zero e os
parâmetros que minimizam a função objetivo dada pela Equação (40) devem
ser calculados para realizar a identificação do dano.
{} {}
i
r
p
i
i
T
robj
FFf =
(40)
O somatório entre i e p, na Equação (40), representa o número de
modos usados no cálculo da função objetivo. A Equação (38) garante que a
simetria, a esparcidade e a informação sobre conectividade contida na matriz
de rigidez sejam mantidas dentro do problema de otimização formulado. Por
52
outro lado, as variáveis
i
α
devem estar contidas no intervalo (0,1) para evitar
que ajustes pouco realísticos, como elementos com rigidez negativa,
apareçam durante a análise. Adicionalmente, a Equação (40) emprega só os
modos experimentais e, portanto, não requer do cálculo de correlação com
dados analíticos (por exemplo, do COMAC).
Uma outra expressão para a função objetivo, extraída da área de
identificação de sistemas e utilizada para detecção de dano está definida na
Equação (41) (MOSLEM; NAFASPOUR, 2002):
()
2
11 1
1
e
LC L
ea
i
obj ij ij
a
ij i
i
f
ω
ϕϕ
ω
== =
⎡⎤
=−+
⎢⎥
⎣⎦
∑∑
(41)
onde,
e
ij
ϕ
é o j-ésimo elemento do i-ésimo auto vetor determinado
experimentalmente,
a
ij
ϕ
é o j-ésimo elemento do i-ésimo auto vetor
determinado analiticamente e
e
i
ω
e
a
i
ω
são as i-ésimas freqüências natural
experimental e analítica, respectivamente. L é o número de auto vetores /
auto valores medidos e C é o número de elementos dos auto vetores
medidos. A minimização da função objetivo fornece, por exemplo, os valores
dos parâmetros
p
α
e
p
x
que definem a altura e posição da fissura dentro da
estrutura (ver Equação (4)), com p=1,..., N e N é o número de elementos
finitos utilizados. A Equação (41) pode ser escrita da seguinte forma:
),()(
ppobobj
xFAf
α
= (42)
onde, A={
p
α
,
p
x
} e ,
pp
x
α
+
∈ℜ
A vantagem principal desta abordagem é que o conjunto completo de
dados modais não precisa ser medido, já que, o cálculo da função objetivo
envolve só a diferença entre componentes destes vetores.
53
Uma regra geral para o uso de FRFs em detecção de dano é que os
pontos usados estejam na vizinhança das freqüência naturais, mas não
exatamente sobre elas, já que, as FRFs não são muito acuradas nestes
pontos. Uma função objetivo que pode ser empregada para identificação de
dano e que expressa a divergência entre a FRF medida e a FRF analítica,
supondo que existe uma única excitação, pode ser calculada mediante a
seguinte equação:
()
[]
()
[]
ω
ω
ω
dRRf
L
k
kk
a
jk
m
jk
obj
=
ΩΩ=
1
2
1
(43)
Onde, k é o grau de liberdade onde a resposta é medida, j indica a posição
da excitação,
[]
m
jk
R )(Ω é a jk-ésima FRF de receptância medida,
[]
a
jk
R )(Ω é a
jk-ésima FRF analítica (ver Equação (36)), K
L
é o número total de graus de
liberdade onde as medidas foram realizadas, / / indica magnitude complexa
e ω
1
e ω
2
definem o intervalo de integração. No caso de múltiplas excitações e
múltiplas respostas medidas, a função objetivo pode ser definida como:
()
[]
()
[]
∑∑
==
ΩΩ=
q
L
j
jj
k
kk
a
jk
m
jk
obj
dRRf
11
2
1
ω
ω
ω
(44)
onde, j
q
indica o grau de liberdade onde a excitação é aplicada. As FRFs são
função da rigidez do sistema e, portanto, são também função dos parâmetros
de dano
i
α
.
Por outro lado, o uso de respostas no domínio do tempo permite o
estudo direto das características não lineares como parte do processo de
identificação de dano, já que, estas respostas capturam com maior fidelidade
o comportamento físico do sistema, sob a condição de que os registros
temporais sejam suficientemente longos para caracterizar as diferencias
54
entre as respostas da estrutura sadia e a danificada. Uma função objetivo
que pode ser usada neste contexto e a proposta por Banks et. al. (1996):
∑∑
==
=
m
i
t
j
jinjieiobj
txtxpf
11
2
)()( (45)
Onde, )(
kie
tx e )(
kin
tx são as m respostas experimentais e numéricas,
respectivamente, medidas em um total t de t
j
tempos discretos e p
i
são
fatores de peso introduzidos para levar em conta diferenças de amplitude
das respostas perante diferentes excitações. A função objetivo dada pela
Equação (45) tem múltiplos pontos ótimos, o qual faz com que a solução
dependa do ponto inicial de busca, quando empregados métodos baseados
em gradientes. Para simular a presença de ruído nas medições usadas na
definição da função objetivo, pode ser adicionado ruído aleatório
normalmente distribuído.
Finalmente, vale salientar que o sucesso de qualquer procedimento de
identificação de dano depende fortemente da quantidade de informação
disponível sobre a área danificada da estrutura. Devido a que, esta área não
é conhecida a priori, é vantajoso usar a maior quantidade possível de
informação disponível sobre estrutura inteira.
3.6 Análise de Resultados
A hipótese de comportamento linear da estrutura é empregada nesta
pesquisa. Porém, isto não implica de forma alguma que a estrutura não
possa sofrer deformações irreversíveis (danos). Por exemplo, analisando o
histórico de carga de uma conexão estrutural depois de vários ciclos de
carga, pode-se perceber que ela retorna a uma nova posição de equilíbrio, a
55
qual pertence também à zona elástica e, portanto, o modelo elástico
continua sendo válido. Por outro lado, o fenômeno de escoamento por si só
pode não influenciar a rigidez e as características de vibração de estrutura.
Voltando ao exemplo da conexão, a rigidez do material não muda na nova
posição de equilíbrio e consequentemente, o procedimento de detecção não
conseguira captar sua presença (escoamento). Para que o dano seja
detectável pelos métodos aqui estudados é preciso que exista uma mudança
de secção transversal ou de momento de inércia (por exemplo, causada pela
presença de fissuras). Para algumas estruturas de concreto, submetidas a
carga cíclica, é possível que a nova posição de equilíbrio não seja paralela ao
módulo de elasticidade original e, neste caso, o dano pode ser detectado. Em
ligações rebitadas, também é possível detectar a perda de rigidez da união,
ocasionada pela fluência de um rebite.
Infelizmente, não existe uma única resposta que possa ser medida e
que seja capaz de identificar todos os tipos de dano que venham a acontecer
dentro de uma estrutura. Na atualidade, não existe uma técnica universal
para DD reconhecida pela comunidade cientifica especializada. Confiar
cegamente numa técnica exclusiva para identificar dano é inviável; pelo
contrário, uma combinação das varias técnicas existentes pode fornecer
maior confiabilidade na avaliação da integridade estrutura.
56
4 Algoritmos Heurísticos para
Detecção de Dano
4.1 Introdução
Neste trabalho, o problema inverso DD baseado em modelos é definido
como um problema de programação não linear, no qual se estabelece uma
Função Objetivo (f
obj
) para comparar dados experimentais do sistema com
dados simulados do modelo (ver Equações 40 a 45), e, mediante sua
minimização / maximização, são calculados os parâmetros que identificam o
dano.
Dentre as técnicas heurísticas desenvolvidas recentemente, e
abordadas neste capítulo, o algoritmo Particle Swarm Optimization (PSO)
proposto por Kennedy e Eberhart (1995), o algoritmo Simulated Annealing
em suas varias versões (por exemplo, a versão de Kirkpatrick, Gelatti e
Vecchi 1983, a de Corana et. al., 1987 ou a de Koh e Liaw ,2003) se
apresentam, junto com os AGs, como opções promissoras para atacar o
problema de detecção de dano. Esta asseveração é fundamentada em
diversos fatores, entre os quais pode-se mencionar:
-sua facilidade de programação e de formulação;
-sua capacidade de fazer uso eficiente de um grande número de
processadores;
57
-não requerem continuidade na definição do problema de otimização e não
depende da estimativa de um ponto inicial para garantir a convergência
(para o problema DD, uma estimativa a priori para começar a busca é quase
impossível, devido a grande quantidade de opções);
-estão adaptados para procurar soluções globais o quase globais.
Adicionalmente, como mostrado por Schutte e Groenwold (2005), o
algoritmo PSO ultrapassa o desempenho do AGs em vários problemas
difíceis de programação não linear, notadamente, em problemas de
otimização sem restrições.
Por outro lado, é um fato conhecido que os algoritmos heurísticos
precisam de um maior número de avaliações da função objetivo, para
encontrar uma solução ótima, quando comparados com as técnicas
baseadas em gradientes e/ou derivadas de segunda ordem. Porém, a
principal desvantagem das técnicas clássicas de programação não linear,
quando aplicadas ao problema DD, é que elas são suscetíveis de convergir
para ótimos locais e, portanto, não podem ser empregadas com sucesso em
problemas não lineares com múltiplos pontos ótimos, como os estudados
neste trabalho. Além desta limitação, os algoritmos clássicos são altamente
sensíveis à presença de ruído nos dados experimentais (HEMEZ et. al.,1995).
Isto se deve ao fato de que os gradientes usados dependem explicitamente
dos vetores modais medidos e/ou da sua expansão (quando utilizados dados
modais), desta forma, qualquer erro de medição ou de modelagem irá
corromper a qualidade dos gradientes. De maneira geral, a mesma conclusão
pode ser feita para qualquer método baseado em sensibilidades (gradientes).
58
Recentemente, diversas estratégias para evitar a convergência
prematura e melhorar a capacidade de busca dos métodos heurísticos
básicos vêm sendo propostas. Por exemplo, Koh e Liaw (2003), apresentam
uma das primeiras tentativas para melhorar o desempenho numérico de um
sistema de identificação estrutural baseado em Algoritmos Genéticos (AGs)
mediante a combinação do AG com um método de busca local. Outra
possibilidade estudada por Hwang e He (2006), para solucionar problemas
de otimização estrutural e problemas de identificação de sistemas, é a
combinação de operadores do Simualted Annealing (SA) com os AGs com o
intuito de melhorar a convergência do AG. O método se baseia em um
algoritmo genético de parâmetros reais com um operador de crossover novo e
incorpora as vantagens que o SA possui (capacidade de fugir de pontos
locais) melhorando desta forma o desempenho global do método.
Finalmente, o problema DD apresenta três características que tornam
interessante o uso de algoritmos heurísticos para sua solução. A primeira, é
que se trata de um problema que deve ser solucionado em presença de
ruído. A segunda, é que a detecção de dano baseada em modelos é um
problema fortemente não linear, onde podem existir múltiplos pontos ótimos
e pode ser de natureza descontínua (SINHA; FRISWELL; EDWARDS, 2002;
BLAND; KAPANIA, 2004). Por último, a estratégia baseada em heurísticas
não precisa um conjunto completo de medidas, por exemplo, medidas em
todos os graus de liberdade. As anteriores razões dificultam muito o uso de
técnicas clássicas de otimização para resolver o problema DD. A tabela 1
mostra uma comparação entre métodos tradicionais e algoritmos heurísticos
para solução de problemas de detecção de dano.
59
Tabela 1. Comparação entre algoritmos clássicos e algoritmos heurísticos.
Heurísticos Clássicos
Soluções globais Soluções locais
Não requerem cálculo de derivadas Cálculo de derivadas necessário
Não dependem de ponto inicial Dependem de ponto inicial
Sem restrições: continuidade,
convexidade
Restrições: Continuidade,
convexidade
Pouca sensibilidade a ruídos Sensíveis a ruídos
Maior número de avaliações da
função objetivo
Menor número de avaliações da
função objetivo
Operações lógicas básicas
Programação dependente do
problema
Uso de regras heurísticas Embasamento matemático
Sem versões comerciais; literatura
fragmentada.
Com versões comerciais; livros
publicados.
4.2 Algoritmo Simulated Annealing (SA)
O algoritmo SA se baseia na analogia entre o processo de resfriamento
lento de sólidos e a solução de problemas de otimização de grande porte,
com variáveis contínuas e discretas. Foi proposto por Kirkpatrick, Gelatti e
Vecchi em 1983. O SA tem sido empregado no campo da física e da
cristalografia, para ajustar modelos atômicos de proteínas usando dados
experimentais e informações químicas (BRUNGER, 1991). Uma das
primeiras aplicações do SA, para o posicionamento ótimo de sensores e
60
atuadores em estruturas espaciais, foi feita por Salama et al. (1990), e sua
aplicação é relativamente recente na disciplina de otimização estrutural,
onde os objetivos principais são obter estruturas com formas, pesos,
resistências ótimas e/ou controlar parâmetros de vibração de diversos
sistemas (GENOVESE; LAMBERTI; PAPPALETTERE, 2005; KINCAID, 1992).
No trabalho apresentado por Bennage e Dhingra (1995), é mostrada a
robustez do SA mediante sua aplicação em problemas de otimização multi-
objetivo para o projeto de treliças com variáveis contínuas e discretas.
Embora nas áreas anteriores o algoritmo SA tenha sido usado com
freqüência, poucos trabalhos têm sido publicados aplicando esta
metodologia na área de dinâmica de estruturas, nos campos de ajuste de
modelos e detecção de dano (ZIAEI-RAD, 2005; BEGAMBRE; LAIER, 2006;
ZHOU; KIM; YANG, 2005; BEGAMBRE; LAIER, 2005). Uma contribuição
deste trabalho é testar o algoritmo Simulated Annealing em problemas de
detecção de dano. Para este fim, a variante do SA apresentada por Corana
et. al. (1987), é avaliada em diversas funções teste e em casos de detecção de
dano simulados.
O processo de annealing (recozimento) consiste em aquecer uma
substancia até que ela alcança um determinado nível de energia e,
seguidamente, reduzir de forma lenta sua temperatura. Mediante este
procedimento, se permite à substancia atingir o equilíbrio térmico em cada
temperatura. Eventualmente, a temperatura decresce até que o material
“congela”. Se a temperatura é diminuída de forma suficientemente lenta o
processo de annealing sempre atinge o estado de mínima energia a partir de
um número quase infinito de estados iniciais possíveis. O annealing é um
61
processo natural de otimização e sua simulação na área de matemática
aplicada é conhecida como Simulated Annealing.
O SA é, basicamente, um procedimento de busca aleatória de pontos
ótimos globais, que permite movimentos para fugir de pontos ótimos locais.
Estes movimentos de fuga são controlados através do conhecido critério de
Metropolis (METROPOLIS et. al., 1953). As vantagens que tornam atraente o
SA para a solução de problemas inversos são sua não dependência do
cálculo de gradiente da função objetivo e sua capacidade de fugir de pontos
ótimos locais. O procedimento geral, para otimizar uma função empregando
o SA, envolve a definição de uma função objetivo, a proposta de um
mecanismo para gerar variações na configuração atual, o estabelecimento de
um programa de esfriamento e, finalmente, a fixação de um critério de
parada. Estes passos fundamentais são descritos em detalhe nas seguintes
seções.
4.2.1 Função Objetivo
A expressão para a função objetivo utilizada para detecção de dano
mediante o SA pode ser uma das dadas pelas Equações (40) a (45). O
problema agora, pode ser formulado da seguinte maneira: achar
ot
A que
satisfaça a Equação (46):
{
}
n
otobj
AAFAf = /)(min)( (46)
onde, o estado do sistema é definido pelo vetor de configuração atual A
(parâmetros de dano).
62
4.2.2 Estruturas de Vizinhança
Para definir um mecanismo gerador de variações aleatórias para a
configuração atual é necessário estabelecer uma estrutura de vizinhança.
Este mecanismo é uma forma de perturbar A para obter novas configurações
A. Entre os tipos de vizinhança sugeridos na literatura se podem mencionar
o ajuste unidirecional aleatório (CORANA et. al., 1987), o ajuste de raio fixo,
o ajuste normal e o ajuste de Cauchy. Os três últimos precisam da definição
de um parâmetro extra para determinar o ponto vizinho (o raio, no caso do
ajuste de raio fixo e as variâncias, para o ajuste normal e de Cauchy). Por
este motivo, o mecanismo de transição de ajuste unidirecional aleatório foi
empregado neste trabalho. Esta estrutura de vizinhança funciona como
descrito a seguir.
A avaliação da função f
obj
é feita no ponto inicial
k
A e seu valor f
obj
(
k
A ) é
guardado. Um novo ponto
j
A é determinado mediante uma variação
aleatória introduzida no elemento
i
α
do vetor A
k
:
iii
ηλαα
+= (47)
na Equação (47),
λ
é um número aleatório no intervalo (-1,1),
i
η
representa
um elemento do vetor
η
, que é o comprimento do passo para o vetor
k
A e
i
α
,
i
α
são elementos de
k
A e
j
A , respectivamente. Seguidamente, o valor da
função f
obj
(
j
A ) é calculado. Se f
obj
(
j
A ) < f
obj
(
k
A ),
j
A é aceite e
k
A é
substituído por
j
A , portanto, o algoritmo “desce” (se aproxima do mínimo).
63
Se f
obj
(
j
A ) > f
obj
(
k
A ), a probabilidade de
j
A ser aceito vem dada pelo critério
de Metropolis:
[]
Δ
=
T
f
jr
obj
eAP (48)
na Equação (48),
()
(
)
obj obj k obj j
f
fA fAΔ= e T é o parâmetro de “temperatura”,
que é o análogo da temperatura no processo físico de annealing
(recozimento). Na prática, o valor P
r
é comparado com P, que é um número
randômico no intervalo (0,1). Se P
r
> P, o novo ponto é aceito e
k
A é
substituído por
j
A e o algoritmo “Sobe” (se afasta do mínimo), caso
contrário,
j
A é rejeitado. O algoritmo SA começa numa temperatura “alta” T
o
e uma seqüência de pontos
j
A é gerada até atingir o equilíbrio, isto é, se
obtém uma seqüência de pontos
j
A , cujo valor médio de
obj
f
atinge um valor
estável à medida que j aumenta. O melhor ponto alcançado (mínimo nesta
temperatura) é guardado como A
ot
.
4.2.3 Programa de Esfriamento
Neste estágio do processo, o parâmetro de controle T é diminuído de
acordo com uma regra de decremento, conhecida como programa de
esfriamento, que obedece à relação:
jj
TT =
+
θ
1
(49)
onde,
θ
é uma constante real cujo valor está no intervalo (0,1). Com o valor
de T reduzido segundo a Equação (49), uma nova seqüência de pontos é
gerada a partir de A
ot
, até que o novo equilíbrio seja atingido e o processo
64
continua até o critério de parada ser satisfeito. É importante ressaltar que,
para finalizar o programa de esfriamento, o algoritmo precisa ter realizado
um número predeterminado de iterações na mesma temperatura. Corana et.
al. (1987) recomendam escolher o valor máximo entre 100 e 5N, onde N é o
número de variáveis do problema estudado.
O valor de temperatura inicial depende da função que vai ser
otimizada e da definição da vizinhança empregada no algoritmo. Um critério
usado para definir este parâmetro é a taxa de aceitação, definida como o
número inicial de avaliações da função objetivo aceitas (movimento de
descida / subida) sobre o número total de avaliações realizadas (número
total de movimentos). Na prática, um valor de temperatura inicial deve ser
tal que o valor da taxa de aceitação fique entre 0.5 e 0.9. Se o valor da taxa
for maior que 0.9, uma percentagem significativa de avaliações é gasta num
estado “derretido”, desperdiçando esforço computacional numa procura
equivalente a uma busca aleatória. Se a taxa de aceitação for menor que 0.5,
a probabilidade do algoritmo ficar preso num ótimo local aumenta.
4.2.4 Critério de Parada
O algoritmo termina para um valor de T pequeno, para o qual,
nenhuma melhora no valor de f
obj
, possa ser esperada. Na prática, o critério
de parada pode ser definido mediante um valor de tolerância da seguinte
forma: se a diferença entre valores finais da função objetivo das p últimas
temperaturas e o valor atual da função for menor que o valor da tolerância, o
algoritmo termina. A listagem do programa SA em FORTRAN empregado
65
neste estudo é apresentada no Apêndice A. A Figura 4 apresenta o
fluxograma básico do SA.
Figura 4. Diagrama de fluxo SA básico.
Da anterior exposição, fica claro que, grandes diferenças no valor da
função e/ou baixas temperaturas diminuem a probabilidade de um
movimento de “subida” do algoritmo. Por outro lado, a variação do passo
η
é
feita segundo o proposto em Corana et. al. (1987), de tal forma que, a relação
entre o número de movimentos de subida/descida aceitos e o total de
movimentos realizados, permaneça próxima de 0.5, e, de esta maneira,
manter um bom seguimento do valor da função estudada. Finalmente, a
estratégia de realizar uma busca unidirecional aleatória tem melhores
chances de manter a direção favorável de busca nas iterações seguintes e de
se aproximar do ponto ótimo de forma sistemática. A perturbação
simultânea, além de não manter a direção favorável de busca, também não
66
fornece informação sobre o efeito de cada variável na violação de restrições
em problema com restrições.
4.3 Algoritmo Particle Swarm Optimization (PSO)
O algoritmo PSO foi proposto por Kennedy e Eberhart em 1995 e está
baseado na simulação de um modelo de interação social simplificado. Sabe-
se que compartilhar informação no ambiente social oferece aos membros do
grupo uma vantagem evolutiva. Esta observação é fundamental para o
desenvolvimento do PSO.
O PSO é membro da ampla categoria de métodos conhecidos como
Swarm Intelligence, utilizados para resolver problemas de programação não
linear. Desde sua introdução, muitas aplicações em otimização estrutural e
multidisciplinar tem sido publicadas. Uma revisão das aplicações do PSO,
para solucionar problemas de otimização na área de sistemas elétricos, é
apresentada em Alrashidi e El-Hawary (2006). Outras aplicações para o
projeto térmico ótimo de prédios podem ser encontradas em Wetter e Wright
(2004). Aplicações adicionais para otimização estrutural (forma e peso) são
apresentadas em Venter e Sobieszczanski-Sobieski (2003), Schutte e
Groenwold (2003) e Fourie e Groenwold (2002).
Por outro lado, nenhum estudo sobre aplicações e modificações do PSO
para detecção de dano tem sido reportado. Desta forma, esta pesquisa
representa a primeira tentativa de avaliar o desempenho numérico do
algoritmo, assim como, de melhorar seu comportamento, em problemas de
identificação de dano, mediante a estratégia híbrida desenvolvida.
67
No PSO existem vários parâmetros explícitos cujos valores afetam a
maneira na qual o algoritmo faz a busca no espaço do problema (KENNEDY,
1997; ALRASHIDI; EL-HAWARY, 2006; VENTER; SOBIESZCZANSKI-
SOBIESKI, 2003; SCHUTTE; GROENWOLD, 2003; FOURIE; GROENWOLD,
2002). Estes parâmetros heurísticos controlam as propriedades de
convergência do PSO, portanto, mediante a correta seleção destas
constantes, o desempenho do algoritmo pode ser melhorado, como explicado
nas seguintes seções.
4.3.1 Mecanismo e Parâmetros Básicos do PSO
Neste trabalho, é implementada a versão global assíncrona do PSO com
redução de inércia linear (SCHUTTE; GROENWOLD, 2003). O algoritmo
básico parte da hipótese de que cada partícula (solução candidata) da
população (swarm ou conjunto de N partículas) voa sobre o espaço de busca,
procurando por regiões promissoras da paisagem (por exemplo, em um
problema de maximização), regiões que possuam valores da função objetivo
maiores que outros, descobertos previamente. Neste contexto, a posição de
cada partícula é ajustada, utilizando a informação social compartilhada
pelos membros do enxame (swarm), e cada partícula tenta mudar sua
posição a um ponto onde, ela e o enxame, tinham um valor maior da função
objetivo em iterações previas.
As partículas são manipuladas de acordo com as seguintes equações
vetoriais (SHI; EBERHART, 1998):
i
k
i
k
i
k
vpp
11 ++
+= (50)
68
(
)
(
)
i
k
g
k
i
k
i
k
i
k
i
k
pbrandCpbrandCvv ++=
+ 22111
ω
(51)
onde, k indica um incremento pseudo-temporal unitário,
i
k
p representa a
posição de cada partícula i (soluções candidatas) no tempo (iteração) k,
i
k
p
1+
é a posição da particular i no tempo k+1,
i
k
b
representa a melhor posição
alcançada pela particular i no tempo k (melhor posição individual),
g
k
b é a
melhor posição no enxame no tempo k (melhor posição atingida pela
partícula usada para guiar as outras partículas no enxame),
i
k
v é a
velocidade da partícula i no tempo k e
i
k
v
1+
é a velocidade ajustada da
partícula i no tempo k+1. Todos os vetores nas Equações (50) e (51), são de
dimensão mx1, onde m é o número de parâmetros otimizados, rand1 e rand2
são números aleatórios independentes (com probabilidade uniforme) entre 0
e 1. Os parâmetros C
1
e C
2
controlam o fluxo de informação entre o enxame
atual. Se C
2
> C
1
, então a partícula põe mais confiança no enxame, de outra
forma, a partícula põe mais confiança nela mesma. Devido a que cada
partícula possui uma velocidade, o comportamento do PSO é direcional, isto
é, a partícula é acelerada estocasticamente na direção da melhor posição
global da população e também é acelerada estocasticamente na direção de
sua anterior melhor posição. C
1
e C
2
são conhecidos como os parâmetros
cognitivo e social, respectivamente. ω é o fator de inércia (ou fator de
amortecimento) que controla o impacto da velocidade previa da partícula
sobre sua velocidade atual (SHI; EBERHART, 1998). O fator de inércia no
PSO lembra o parâmetro de temperatura T no algoritmo Simulated
Annealing. Um fator de inércia alto facilita uma exploração global do espaço
de busca, enquanto que um valor pequeno deste parâmetro possibilita uma
69
busca local (ajuste fino), portanto, a apropriada seleção do fator de
amortecimento fornece um balance entre a capacidade de busca local e de
busca global do algoritmo e permitirá um número menor de iterações (em
media) para identificar o ponto ótimo global. A Equação (51) possibilita
transições aleatórias nas posições das partículas, permitindo que o algoritmo
escape dos pontos ótimos locais.
O algoritmo PSO funciona mediante a modificação da distância que cada
partícula percorre em cada direção (Equação (50)). Para controlar o passo do
algoritmo (
i
k
v
1+
) e para prevenir o fenômeno de explosão (TAYAL, 2003), um
valor de velocidade máxima Vmax = (pUB-pLB0) / H (com H = 5) foi
empregado nesta pesquisa. Vale a pena salientar que todas as posições das
partículas
i
k
p devem ser limitadas por seus valores máximo (pUP) e mínimo
(pLB) permitidos.
A literatura propõe usar 0 < ω < 1.4, C
1
= C
2
= 2 com C
1
+ C
2
4 e 5 < H
< 10 para manter um equilíbrio entre a capacidade de busca global e local do
algoritmo (PARSOPOULOS; VRAHATIS, 2002; KENNEDY; EBERHART, 1995;
KENNEDY, 1997; ALRASHIDI; EL-HAWARY, 2006; TAYAL, 2003). Como
sabido, os três parâmetros ω, C
1
e C
2
, são dependentes do problema
estudado (VENTER; SOBIESZCZANSKI-SOBIESKI, 2003; SCHUTTE;
GROENWOLD, 2003). Devido a este fato, inclusive usuários experientes do
PSO devem realizar testes exaustivos para encontrar o melhor conjunto de
parâmetros para o PSO e usuários menos experientes podem fornecer
valores inadequados causando a falha do algoritmo.
70
4.3.2 Topologias de Vizinhança
No PSO, as partículas são influenciadas pelo sucesso de qualquer outra
partícula com a qual elas estão conectadas. Essa vizinhança, não é
constituída necessariamente por partículas que estão próximas umas das
outras (em termos do valor das variáveis), mas de partículas que estão
próximas em função da topologia de vizinhança que define a estrutura social
do enxame. Neste sentido, a vizinhança determina o conjunto de partículas
que contribuem para o cálculo do
g
k
b de uma partícula dada.
Dependendo da vizinhança utilizada, o PSO pode ter duas versões. Se
g
k
b , na Equação (51), for a melhor partícula do enxame (a melhor posição de
toda a população), tem-se a versão global do PSO, ilustrada na Figura 5 e
chamada de topologia totalmente conectada. Por outro lado, a versão local se
obtém substituindo
g
k
b pela melhor posição dentro de um número de
partículas p (p< N, onde N e o número total de partículas da população)
vizinhas da partícula
i
k
p
. Existem varias opções para definir uma vizinhança
local, as mais usadas são descritas a seguir.
Vizinhança Local: Nesta topologia, cada partícula é afetada pela melhor
partícula de suas p vizinhas imediatas. Geralmente, o valor p = 2 é usado,
dando origem à topologia conhecida como anel, mostrada na Figura 5. Neste
caso,
g
k
b
= melhor vizinha imediata, na Equação (51).
Vizinhança Focal: uma partícula esta conectada com todas as outras e
elas estão conectadas unicamente com a primeira (chamada de partícula
71
focal) como ilustrado na Figura 5. Neste caso,
g
k
b = partícula foco, na equação
(51).
Figura 5. Topologias de vizinhança no PSO. a) totalmente conectada. b) local e
c) focal.
A topologia de vizinhança tem influencia na taxa de convergência do
PSO, já que, determina quanto tempo empregaram as partículas para
localizar a melhor posição no espaço de busca. Por exemplo, na versão
global, todas as partículas estão conectadas e recebem informação sobre a
melhor solução ao mesmo tempo. Desta forma, usando esta estrutura de
vizinhança global, o enxame tende a convergir com maior rapidez que
quando são usadas topologias locais o de estrela, devido a que, no último
caso, a informação sobre a melhor posição demora mais em ser transmitida.
Porém, pela mesma razão, a versão global é mais suscetível de convergir de
forma prematura para um mínimo local.
4.3.3 Critérios de Parada
Um critério de parada robusto é importante para qualquer algoritmo de
otimização para evitar avaliações de função objetivo adicionais depois que
72
uma solução ótima foi encontrada. Idealmente, o critério de parada
empregado não deve ter nenhum parâmetro relacionado com o problema. O
critério de convergência considerado neste trabalho é básico. A máxima
variação na função objetivo foi monitorada para um número específico de
iterações consecutivas. Se a variação máxima da função objetivo foi menor
que uma variação predefinida, se assume a convergência do algoritmo.
A listagem do programa PSO em FORTRAN utilizado neste estudo é
apresentada no Apêndice B e o pseudo código na Figura 6.
Figura 6. Pseudocódigo do PSO
4.4 Algoritmos Genéticos (AGs)
OS Algoritmos Genéticos podem ser vistos como um processo
evolucionário de otimização onde uma população de soluções evolui através
de uma seqüência de gerações. Durante cada geração, o valor da função
objetivo (fitness) é calculado, e as soluções são selecionadas segundo este
73
valor. A probabilidade de sobrevivência de uma solução é proporcional a seu
valor de fitness. Este processo se baseia no principio de sobrevivência do
mais adaptado. As soluções obtidas são recombinadas, através dos
processos de mutação e cruzamento, abordados na seguinte seção.
4.4.1 Operadores e Parâmetros Básicos dos AGs
Um algoritmo genético simples emprega três operadores básicos:
reprodução, cruzamento e mutação. A reprodução é um processo no qual os
indivíduos (soluções) são copiados de acordo com seu valor da função
objetivo. O cruzamento requer da união de pelo menos dois indivíduos
selecionados de forma aleatória. A informação destes indivíduos é
parcialmente compartilhada de acordo com um ponto de cruzamento
selecionado de forma randômica. O cruzamento se aplica para transmitir
informação importante dos pais para os filhos e é aplicado com certa
probabilidade. A mutação é uma alteração ocasional do valor de uma
variável (individuo) e ajuda ao algoritmo a fugir de pontos ótimos locais.
Os efeitos do cruzamento, geralmente variam durante uma rodada. No
começo, a população é aleatória de maneira que o cruzamento tem efeitos
significativos, deslocando indivíduos grandes distancia no espaço de busca.
No final da rodada, a população convergiu, isso significa que os indivíduos
têm valores similares (fitness) e por esta razão, o cruzamento tem um efeito
relativamente pequeno. Adicionalmente, a probabilidade de cruzamento é,
algumas vezes, modificada durante a rodada, começando com valores altos e
terminando com valores muito pequenos, se acrescentado de esta forma, um
grau mais de complexidade.
74
O efeito da mutação tende a ser oposto ao do cruzamento. Na fase
inicial a mutação tem menos influencia sobre a população e esta aumenta
nas etapas finais. Isto se deve a que, a população inicial é aleatória, fazendo
com que qualquer variação inicial nos indivíduos não cause uma mudança
tão dramática. Já no final da rodada, quando a população tem convergido,
as variações podem ser significativas. Se a probabilidade de mutação muda
durante uma rodada, é comum começar com um valor pequeno e aumenta-
lo perto do final.
A função da seleção, no algoritmo genético, é garantir a sobrevivência
do mais adaptado, um conceito central dos algoritmos evolucionários. A
seleção pode ser implementada de varias formas, incluindo mecanismos
como o torneio e a roleta. Na roleta a probabilidade de seleção é proporcional
ao valor da função objetivo (fitness) do individuo. No torneio são escolhidos
aleatoriamente dois indivíduos da população e aquele com melhor fitness é
selecionado.
Da exposição anterior, fica evidente que os valores dos parâmetros de
mutação (probabilidade de mutação (Pm)), cruzamento (probabilidade de
cruzamento (Pc)) e seleção (estratégia de seleção dos pais) influenciam
fortemente o desempenho global do algoritmo. Adicionalmente, existem
outras constantes que o usuário deve definir antes de utilizar com sucesso
um algoritmo genético. Esses parâmetros são listados a seguir
-tamanho da população;
-a distribuição de probabilidade para gerar a população inicial;
-número máximo de iterações (Ni).
A Figura 7 apresenta o fluxograma de um algoritmo genético básico.
75
Figura 7. Fluxograma algoritmo genético básico.
4.4.2 Critérios de Parada
O algoritmo genético pára quando o valor da função objetivo, de pelo
menos um individuo da população, atinge um valor de tolerância predefinido
ou quando o número máximo de gerações (iterações) estabelecido é
alcançado.
76
5 O novo algoritmo híbrido:
PSOS (PSO-Simplex)
5.1 Introdução
De forma geral, a literatura clássica sobre otimização aborda algoritmos
para calcular soluções de problemas de otimização com restrições. A maior
parte dos métodos tradicionais para PNL consiste de estratégias de busca
local, que tem a séria desvantagem de convergirem para pontos ótimos
locais. Técnicas como a família de métodos de Newton-Gauss utiliza
gradientes e/ou hessianas para determinar o mínimo de funções quadráticas
num passo só. Estes procedimentos são efetivos quando a informação sobre
derivadas está disponível, o qual não é comum na maioria das situações
reais.
Para contornar os anteriores problemas, diversos algoritmos baseados
em heurísticas vêm sendo empregados com sucesso. Neste contexto, é
necessário fazer algumas definições. O termo Algoritmo Exato (ou Clássico)
se refere a um procedimento que calcula, de forma demonstrável num tempo
determinado, uma solução ótima (por exemplo, as técnicas de programação
dinâmica). Um algoritmo heurístico (o simplesmente, uma heurística) é
um algoritmo que não tem garantia de encontrar uma solução ótima, porém,
77
tem a capacidade de encontrar soluções quase ótimas ou ótimas de forma
rápida quando comparadas com uma busca exaustiva. A heurística pode ser
construtiva (produzir uma única solução) ou pode ser uma busca local
(começar de uma ou mais soluções aleatórias e procurar, de forma iterativa,
soluções na vizinhança dos pontos iniciais) ou uma combinação das duas
anteriores. O novo PSOS pode ser classificado como um algoritmo
heurístico construtivo.
A aplicação direta de um método heurístico (por exemplo, os AGs, o
PSO ou o SA) para a solução do problema DD não necessariamente
funciona, particularmente com relação à precisão, à estabilidade e ao custo
computacional requeridos para obter uma solução ótima. Adicionalmente,
um dos pontos críticos no uso destes métodos é a seleção de um grande
número de parâmetros que controla seu desempenho (PARSOPOULOS;
VRAHATIS, 2002; SU et.al., 2005; MOITA et.al., 2006). Por estes motivos, a
busca por algoritmos autoconfigurados se faz necessária.
5.2 Algoritmos Autoconfigurados
A implementação de um algoritmo heurístico é definida não só pela
forma de representação do problema, da estrutura de dados, mas também
por uma configuração, isto é, certo conjunto de valores dos parâmetros do
algoritmo, como por exemplo, o fator de amortecimento e as constantes C
1
e
C
2
no PSO, a taxa de esfriamento e a temperatura inicial no SA ou a taxa de
mutação e de cruzamento no AG, que devem ser definidos de forma completa
para conseguir rodar com sucesso o código computacional. Infelizmente, a
definição desses parâmetros é feita, na maior parte da literatura, depois de
78
cuidadosos e dispendiosos ajustes. Como resultado, o melhor desempenho
do algoritmo tem significado só com relação à configuração particular
considerada para os problemas estudados, impossibilitando-se assim sua
aplicação automática e independente, em outros tipos de problemas. Neste
contexto, um dos objetivos do algoritmo híbrido, proposto nesta pesquisa, é
incorporar uma estratégia de busca de uma configuração ótima ou quase
ótima para o PSO, através do método Simplex não linear (NELDER; MEAD,
1965), que o torne independente do tipo de problema estudado. Este
algoritmo é chamado aqui de autoconfigurado. O algoritmo Simplex é
introduzido na seguinte seção com a finalidade de facilitar o entendimento
do PSOS, apresentado na parte final do capítulo.
5.3. O Algoritmo Nelder - Mead (N-M)
O Simplex é um método de busca direta muito empregado na área de
programação não linear. Neste trabalho, foi utilizada a versão original do
popular algoritmo Simplex (NELDER; MEAD, 1965), onde n+ 1 pontos (esses
pontos pertencem a R
n
) são utilizados para construir o Simplex inicial. A
seguir se descreve uma iteração típica do algoritmo.
Em cada iteração, o pior ponto (X
w
) no Simplex é achado ordenando
seus vértices da seguinte forma: X
1
, X
2
,…,X
n
, X
n+1
, de maneira que f(X
1
) < f(X
2
)
< … < f(X
n
) < f(X
n+1
). Em um problema de minimização, X
1
é o melhor ponto,
X
n+1
é o pior ponto, X
n
é o segundo pior ponto e assim por diante.
Primeiramente, o centróide (X
c
) de todos, menos o pior ponto, é calculado.
Seguidamente, o pior ponto do Simplex é refletido (ver Equação (52)) com
relação ao centróide e o novo ponto (X
r
) é determinado. Se f(X
1
) f(X
r
) < f(X
n
),
79
e se as restrições não são violadas neste ponto, se considera que a reflexão
levou o Simplex a uma melhor região no espaço de busca, o pior ponto X
n+1
é
substituído por X
r
e a iteração acaba.
Por outro lado, se f(X
r
) < f(X
1
), um ponto de expansão (X
e
) (Equação (53))
ao longo da direção desde o centróide até o ponto refletido é calculado. Se
f(X
e
) < f(X
r
), X
e
é aceito (X
n+1
= X
e
) e a interação acaba. Se f(X
e
) f(X
r
), então X
r
é aceito (X
n+1
= X
r
) e a iteração termina. Se f(X
r
) f(X
n
), existem duas
possibilidades nas quais a contração na direção do centróide é feita:
primeira, se f(X
r
) f(X
n+1
) e segunda, se f(X
n
) f(X
r
) < f(X
n+1
). Para a primeira
possibilidade, o ponto de contração é calculado usando a Equação (54). Se
f(X
cont1
) < f(X
n+1
), X
cont1
é aceito (X
n+1
= X
cont1
) e a iteração finaliza, do contrário
uma redução é realizada (ver Equação (56)). Para a segunda opção, o ponto
de contração é calculado usando a Equação (55). Se f(X
cont2
) f(X
r
), X
cont2
é
aceito (X
n+1
= X
cont2
), e a iteração termina, de outra forma uma redução é
realizada. Quando uma redução acontece, a função é avaliada nos n novos
pontos P
i
dados pela Equação (56). Esses pontos (X
1
, P
2
,…, P
n+1
) são os novos
vértices do simplex na seguinte iteração. O procedimento se repete até que o
seguinte critério de convergência é satisfeito: se o desvio padrão dos valores
da função nos n+1 pontos atuais é menor que uma tolerância dada, o
algoritmo para.
(
)
1+
+=
nccr
XXXX
ρ
(52)
(
)
crce
XXXX +=
χ
(53)
()
11 +
=
ncccont
XXXX
γ
(54)
()
crccont
XXXX +=
γ
2
(55)
80
()
11
XXXP
ii
+=
σ
, i = 2,…,n+1. (56)
A Figura 8 ilustra três iterações típicas do Simplex na função de
Himmelblau em duas dimensões. Através de sucessivas aplicações das
Equações (52) a (56) o método converge para o ponto ótimo global.
Figura 8. Dinâmica do método Simplex.
(http://allrss.com/wikipedia.php?title=Image:Nelder_Mead2.gif).
5.4 O Algoritmo PSOS
A nova estratégia que se propõe neste trabalho, para controlar a seleção
adequada das constantes heurísticas que governam o comportamento do
PSO, se baseia no uso do método Simplex (NELDER; MEAD, 1965). Apesar
das conhecidas falhas e ineficiências do algoritmo Simplex (LAGARIAS et. al.,
1998) ele é usado aqui para escolher os parâmetros heurísticos do PSO e,
desta forma, fazer com que o PSO se torne independente desses valores,
como explicado a seguir.
81
5.4.1 Heurística do PSOS
A idéia central do método é que o algoritmo Simplex selecione os valores
dos parâmetros N, w, C
1
e C
2
contidos no espaço de parâmetros (ver Figura
9) e, assim, procure uma configuração ótima ou quase ótima para o PSO.
Dentro desta heurística, cada vértice do Simplex fica definido pelas
coordenadas (N, w, C
1
, C
2
). Nesta situação, o PSO toma os valores dos
parâmetros heurísticos determinados pelo Simplex e avalia a função objetivo
do problema (ver Figura 9). Consequentemente, cada ponto do Simplex, e
qualquer reflexão, contração, expansão e redução (ver seção 5.3), é avaliada
com um enxame independente, caracterizado pelo vetor X
i
(N
i
, w
i
, C
1i
, C
2i
)
i=1,…, n+1, onde, n é o número de parâmetros do PSO e N
i
é um número
inteiro, que representa o tamanho do enxame. A variável N
i
(tamanho do
enxame) foi incluída com a finalidade de estimar seu valor ótimo. Este
procedimento melhora a capacidade de busca do algoritmo híbrido e o torna
independente dos parâmetros heurísticos, devido a que realiza uma busca,
dirigida por parâmetros quase ótimos, de forma automática.
82
a)
Figura 9. Heurística do PSOS. a) Funcionamento global. b) Iteração inicial
(Simplex em duas dimensões) e c) Iteração final após uma reflexão.
O pseudocódigo para o PSOS desenvolvido para esta pesquisa é
apresentado a seguir.
Iniciar o algoritmo PSOS.
Definir ponto inicial X
1
: N
1
a, w
1
b, C
11
c C
21
d (a, b, c, d
tentativa inicial) do Simplex
83
Gerar aleatoriamente n+1 vertices do Simplex (X
i
) i = 2,…, n+1
Call PSO (X, f(X)) para avaliar a função objetivo em: X
1
, …X
n+1
j = 0
WHILE (j < termination criterion1)
Ordenar os vertices X
1
, …, X
n+1
de forma que: f(X
1
) <, …, < f(X
n+1
).
Refletir o pior ponto: calcular X
r
(Equação (52))
Call PSO (X, f(X)) para avaliar f(X
r
)
IF f(X
1
) f(X
r
) < f(X
n
)
Î
(X
n+1
= X
r
).
ELSE
IF f(X
r
) < f(X
1
)
Î
calcular um ponto de expansão X
e
(Equação (53)).
Call PSO (X, f(X)) para calcular f(X
e
)
If f(X
e
) < f(X
r
)
Î
(X
n+1
= X
e
)
else
(X
n+1
= X
r
)
End if
ELSE
If f(X
r
) f(X
n
)
If f(X
n
) f(X
r
) < f(X
n+1
) Î avaliar X
cont2
(Equação (55))
Call PSO (X, f(X)) para avaliar f(X
cont2
)
If f(X
cont2
) f(X
r
)
Î
(X
n+1
= X
cont2
)
Else realizar redução (Equação (56)).
End if
Else
If f(X
r
) f(X
n+1
)
Î
Avaliar X
cont1
(Equação (54).
Call PSO (X, f(X)) para calcular f(X
cont1
)
84
If f(X
cont1
) < f(X
n+1
)
Î
(X
n+1
= X
cont1
)
Else realizar redução (Equação (56)).
End if
Else
(X
n+1
= X
r
)
End If
End if
Else
(X
n+1
= X
r
)
End if
END IF
END IF
If convergence criterion1 é satisfeito Î End Simplex.
Else j=j+1.
End if
END
SUBROUTINE PSO (X, f(X))
k=0
Iniciar PSO:
Iniciar aleatoriamente N partículas
i
p
0
Iniciar aleatoriamente as velocidades iniciais
i
v
0
Avaliar a função objetivo f
obj
(
i
p
0
) para cada partícula
Calcular
i
b
0
e
g
b
0
(como descrito anteriormente)
While (k < termination criterion2)
85
Calcular nova velocidade
i
k
v
1+
usando vector X (Equação (51))
If (
i
k
v
1+
>Vmax or
i
k
v
1+
< -Vmax) then fazer
i
k
v
1+
=Vmax ou
i
k
v
1+
=-Vmax
End if
Calcular nova posição
i
k
p
1+
(Equação (50))
If (pLB>
i
k
v
1+
or
i
k
v
1+
>pUB) then fazer
i
k
p
1+
=pLB ou
i
k
p
1+
=pUB
End if
Avaliar a função objetivo = f
obj
(
i
k
p
1+
) para cada partícula
Atualizar
i
k
b
1+
e
g
k
p
1+
If convergence criterion2 é satisfeito then f(X) = f
obj
(
g
k
p
1+
) Î end
PSO.
Else k=k+1
w = w*0.98
End if
END
O fluxograma do PSO é apresentado na Figura 10.
86
Figura 10. Fluxograma do algoritmo PSOS
Experimentos paralelos tentando combinar o PSO e o SA, de forma tal
que o PSO controlasse a seleção dos parâmetros do SA e vice-versa,
forneceram resultados pouco promissores, devido ao alto custo em termos de
número de avaliações da função objetivo e a sua falta de estabilidade. Por
esta razão a pesquisa nesse sentido foi abandonada.
5.4.2 Critérios de Parada do PSOS
No algoritmo descrito acima, a redução linear de inércia foi usada
dentro da sub-rotina PSO. O controle do limite de velocidade está
implicitamente incluído no algoritmo (Vmax). O máximo número de iterações
permitido para o PSO (termination criterion2) foi de 80 e de 100 (termination
criterion1), para o Simplex. Para a sub-rotina PSO, os últimos dez valores da
87
função foram monitorados. Quando seu desvio padrão foi menor que 1E-6
(stopping criterion2), a convergência foi assumida e o novo ponto foi enviado
para o Simplex e uma nova iteração do Simplex começou. A tolerância
permitida para o laço do Simplex foi 1E-6. Os coeficientes utilizados para o
método Nelder-Mead foram σ =0.5, γ = 0.5, χ =2, ρ = 1 (caso padrão).
5.5 Análise de Convergência
As bases teóricas para análises de convergência dos algoritmos
heurísticos ainda são fracas em comparação com os resultados
experimentais; em outras palavras, sabe-se que eles funcionam, porém, não
se sabe exatamente porque.
Felizmente, alguns resultados teóricos sobre convergência têm sido
reportados. Por exemplo, para o SA, Laarhoven e Aarts (1987), produziram o
primeiro resultado teórico sobre sua convergência. Locatelli (2000), provou a
convergência do SA no caso de problemas de otimização com variáveis
contínuas. Com relação ao PSO, recentemente Kadirkamanathan, Selvarajah
e Fleming (2006), publicaram resultados sobre sua convergência e
estabilidade.
Nesta pesquisa, é apresentada evidencia experimental sobre a
convergência e estabilidade do algoritmo PSOS. Espera-se que uma
explicação teórica destas propriedades siga o caminho aberto por
Kadirkamanathan, Selvarajah e Fleming (2006).
O grande número de publicações na área de heurísticas vem
apresentado um aumento estável, quase exponencial, isto mostra que os
pesquisadores continuam tentando projetar melhores algoritmos para ser
88
usados em problemas práticos. Talvez, o sucesso experimental das técnicas
desenvolvidas tenha feito com que as análises teóricas passem a segundo
plano.
89
6
Avaliação Experimental dos
Algoritmos
6.1 Introdução
O potencial e as limitações do algoritmo apresentado neste estudo são
demonstrados mediante sua aplicação em funções teste (exemplos
matemáticos de otimização) que tem aparecido recentemente na literatura
especializada. A efetividade do PSOS foi avaliada mediante comparação com
o algoritmo SA proposto por Corana (1987), com um Algoritmo Genético
desenvolvido por Goldberg, (1989) e com o PSO.
6.2 Critérios de Avaliação dos Algoritmos: Precisão,
Estabilidade, Robustez, Custo Computacional e
Confiança
Levando-se em conta que os algoritmos estudados neste trabalho são
de natureza estocástica, os critérios para avaliar seu desempenho são
descritos a seguir. O desvio padrão e a distância entre a media e o valor
ótimo analítico das funções estudadas foram usados para medir a Precisão e
a Estabilidade dos métodos. Um método de otimização heurístico é dito
90
Estável, se seu desvio padrão é baixo. O método tem Precisão se, além de
cumprir a condição anterior, a distância entre a média de m rodadas e o
valor ótimo analítico é pequena. O algoritmo pode ser qualificado como
Robusto se, quando testado em problemas diferentes, ele apresenta Precisão
e Estabilidade.
A Confiança C do algoritmo é definida como o número de vezes de um
total de m testes que o algoritmo encontra um valor da função dentro de
uma precisão especificada.
Finalmente, o Custo Computacional dos algoritmos foi medido em
termos do tempo total de computação e do número total de avaliações da
função objetivo para obter a solução.
6.3 Funções Teste - Resultados
O primeiro teste foi feito na função de Rosenbrock em duas dimensões
(R2D). Esta função é um vale em curva cujo fundo desce com uma
declividade muito suave e tem seu mínimo global no ponto (1, 1), com um
valor da função igual a zero (Figura 11). O segundo teste foi conduzido na
função de Brown em 20 dimensões (B20D), a qual tem um mínimo global no
ponto (0, 0) e o valor da função nesse ponto igual a zero. O terceiro teste foi
realizado na função apresentada por Venter e Sobieszczanski-Sobieski (VS)
(2003). Esta função possui uma considerável quantidade de mínimos locais e
seu valor mínimo global tem um valor de 1000 no ponto (0, 0) como indicado
na Figura 11.
91
a)
b)
Figura 11. Funções teste em duas dimensões. a) Função de Rosenbrock e b)
Função de Venter e Sobieszczanski-Sobieski.
As anteriores funções constituem testes difíceis para qualquer
procedimento de otimização. Os domínios admissíveis das funções foram:
92
[-1000 X
i
1000] para a função R2D, [-1 X
i
4] para a função B20D e [-10
X
i
50] para a função VS.
Os parâmetros básicos do PSO empregados para os exemplos foram
w=1.4 (com um fator de redução de inércia igual a 0,98), C
1
=C
2
=2 e H=5.
Este conjunto de valores é empregado frequentemente nos estudos
reportados na literatura especializada. Para o número de partículas
empregadas, dois casos foram analisados: N igual ao valor médio de número
de partículas calculado pelo PSOS +/- o desvio padrão do número de
partículas (N MV ± SD, ver tabelas 2, 3 e 4), permitindo, desta forma,
realizar uma comparação entre o desempenho dos algoritmos. O PSO básico
realizou um número máximo de avaliações da função objetivo dado pela
multiplicação do número de iterações permitidas (80) vezes o número de
partículas utilizadas. Na coluna nomeada como PSO*, o número máximo de
avaliações permitidas foi de um milhão. Os resultados empregando estes
valores são apresentados nas tabelas 2, 3 e 4.
Em todos os testes, o enxame inicial (swarm) foi distribuído
aleatoriamente e os valores iniciais do vértice do Simplex foram gerados com
ajuda de um gerador de números aleatórios (JAFFE, 2000). O algoritmo SA
também foi iniciado em diferentes pontos, escolhidos de forma randômica e
com diferentes sementes. As temperaturas iniciais foram 50000 para a
função R2D, 50 para a VS e 0,5 para a B20D. Finalmente, o número máximo
de iterações permitidas foi de quatro milhões. Os últimos quatro valores
finais da função foram usados para decidir a parada do algoritmo SA e uma
tolerância de 1E-6 foi usada como recomendado por Corana et.al., (1987) e
Goffe, Ferrier e Rogers, (1994).
93
No algoritmo genético usado, os parâmetros empregados são definidos a
seguir. Foi selecionada uma população de 500 indivíduos, distribuídos de
forma aleatória no espaço do problema. O número máximo de iterações
permitidas foi de 10000. A probabilidade de mutação Pm foi definida como
0,01 e a probabilidade de cruzamento Pc foi de 0,5. O mecanismo de seleção
escolhido foi o da roleta. Adicionalmente, no AG utilizado, foi implementado
o processo conhecido como elitismo, no qual, o melhor individuo de uma
geração é passado para a seguinte sem modificações. O elitismo busca
melhorar a velocidade de busca do algoritmo.
Cada rodada dos algoritmos foi repetida mil vezes e o melhor valor da
função (MF), o pior valor da função (PF), a média dos valores da função
(MEF), o desvio padrão dos valores da função (DF), o melhor número de
chamadas da função (MC), o pior número de chamadas da função (PC), a
média do número de chamadas da função (MEC), o desvio padrão do número
de chamadas da função (DC) e a confiança C (o número de vezes de um total
de mil que o algoritmo encontrou um valor da função dentro de uma
precisão 1E-4 do valor ótimo analítico) são reportados.
94
Tabela 2. Comparação entre o Simulated Annealing (SA), o PSO básico, o PSOS
e o AG na função de Rosenbrock.
R2D:
2
1
22
1221
)1()(100),( xxxxxf +=
Estatística PSOS SAA PSO 150 PSO 320
PSO* AG
MF 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
PF 0.0 1065,27 943,51 848,11 872.04 1.0
MEF 0.0 29,74 32,90 30,96 18.98 0.39
DF 1.12E-7 1.47E2 1.11E2 1.05E2 0.79E2 0.53
MC 9.52E4 4.17E5 9.9E3 9.75E3 8.85E3 2.1E4
PC 6.041E5 9.42E5 1.2E4 1.2E4 3.82E4 1.5E5
MEC 3.52E5 4.75E5 1.194E4 1.195E4
1.7E4 9.4E4
DC 1.35E5 1.99E5 2.25E2 2.10E2 4.9E3 4.7E5
t
m
(s) 45 68 21 28 33 37
C 100,0% 95,0% 41,0% 80,0% 49,0% 40,0%
melhor valor da função (MF); pior valor da função (PF); média dos valores da função
(MEF); desvio padrão dos valores da função (DF); melhor número de chamadas da
função (MC); pior número de chamadas da função (PC); média do número de
chamadas da função (MEC); desvio padrão do número de chamadas da função (DC);
confiança (C); tempo médio de cálculo (t
m
).
Tabela 3. Comparação entre o Simulated annealing (SA), o PSO básico, o PSOS
e o AG na função de Brown.
Brown 20D:
()
(
)
()
()
1
2
1
1
19
1
2
2
2
1
)(
+
+
+
=
+=
+
i
i
x
i
x
i
ii
xxxf
Estatística PSOS SAA PSO 217
PSO 331 PSO* AG
MF 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
PF 0.0 0.0 4.0 4.0 5.0 4.5
MEF 0.0 0.0 0,4115 0,2339 1.8 0.95
DF 1,76E-5 6,43E-8 8,35E-1 6,28E-1 0.22E1 0.78E1
MC 3.6E5 2.76E6 1.73E4 264E4 4.03E4 8.5E5
PC 1.008E6 2.97E6 1.73E4 264E4 5.19E4 1.5E6
MEC 5.23E5 2.88E6 1.73E4 264E4 4.59E4 1.2E5
DC 1.52E5 3.27E4 0,0000 0,0000 4.08E3 4.6E5
t
m
(s) 53 96 35 33 49 58
C 100,0% 100,0% 8,0% 51,0% 60.0% 60%
melhor valor da função (MF); pior valor da função (PF); média dos valores da função
(MEF); desvio padrão dos valores da função (DF); melhor número de chamadas da
função (MC); pior número de chamadas da função (PC); média do número de
chamadas da função (MEC); desvio padrão do número de chamadas da função (DC);
confiança (C); tempo médio de cálculo (t
m
).
95
Tabela 4. Comparação entre o Simulated annealing (SA), o PSO básico, o PSOS
e o AG na função de Venter.
Função VS:
1400)30/cos(100)cos(100)30/cos(100)cos(100),(
2
2
2
2
2
2
2
1
2
1
2
121
++= xxxxxxxxf
Estatística PSOS SAA PSO 20 Part AG
MF 1000.00 1000.00 1000.00 1000.00
PF 1000.00 1000.00 1017.63 1000.46
MEF 1000.00 1000.00 1000.81 1000.19
DF 2.73E-4 8.99E-11 0.34E1 0.23
MC 4E3 4.04E5 7.5E2 3.45E4
PC 3.7E4 4.84E5 1.2E3 1.48E5
MEC 1.73E4 4.49E5 1059.64 1.20E5
DC 1.14E4 4.25E4 105.83 4.91E4
t
m
(s) 12 36 6 8
C 100.0% 100.0% 91.0% 40.0%
melhor valor da função (MF); pior valor da função (PF); média dos valores da função
(MEF); desvio padrão dos valores da função (DF); melhor número de chamadas da
função (MC); pior número de chamadas da função (PC); média do número de
chamadas da função (MEC); desvio padrão do número de chamadas da função (DC);
confiança (C); tempo médio de cálculo (t
m
).
Nas funções VS, R2D e B20D, o PSO básico (ver Tabelas 2, 3 e 4) não
achou facilmente o ótimo global e em muitos casos, nunca conseguiu
determina-lo. Adicionalmente, seu desvio padrão dos valores da função
objetivo (DF) foi muito alto e a distancia entre a média (MF) e o valor ótimo
foi elevado, indicando que o PSO tem uma precisão pobre e pouca
estabilidade para o cálculo de uma boa solução. Quando um enxame de dez
mil partículas foi empregado na função B20D, a confiança aumentou para
90% (com aproximadamente 800000 chamadas da função), este fato
evidencia a importância de uma apropriada seleção dos parâmetros
heurísticos.
O desempenho do SA em duas (funções B20D e VS) das três funções
teste foi bom, mas com um alto número de avaliações da função, quando
comparado com o PSOS. Em média, o SA empregou entre 13 e 120 vezes
mais chamadas da função do que o PSOS. No problema R2D, o SA
96
apresentou confiança moderada (95%) e em algumas rodadas ele falhou
completamente (ver Tabelas 2, 3 e 4). O algoritmo SA apresentou um
comportamento estável e teve alta precisão nos exemplos estudados.
O algoritmo genético testado, apresentou menor precisão e estabilidade
que o PSOS e o SA nas três funções teste apresentadas. Seu custo
computacional, na função VS, foi superior ao do PSOS, em média empregou
10 vezes mais avaliações da função objetivo que o PSOS. Nas funções R2D e
B20D e VS o AG apresentou baixa confiança o qual representa um problema
para seu emprego direto em problemas de detecção de dano.
Em todos os exemplos considerados, o PSOS nunca fracassou em achar
o mínimo global dentro da precisão especificada. Adicionalmente, o desvio
padrão (DF) dos resultados foi muito baixo e sua média (MF) ficou muito
próxima do valor ótimo das funções analisadas, indicando que as soluções
obtidas pelo algoritmo proposto (PSOS), têm alta estabilidade e precisão.
Além disto, o número de avaliações da função (ver PC, MC, e DC nas Tabelas
2, 3 e 4) foi sempre menor para o PSOS do que para o SA.
Outro aspecto relevante, evidenciado pelos testes, é que a convergência
do algoritmo híbrido proposto não depende de uma boa estimativa inicial ou
de uma seleção criteriosa dos parâmetros heurísticos, que nos outros
algoritmos devem ser definidos pelo usuário.
Para o PSOS, o desvio padrão e a média dos valores estimados para os
parâmetros heurísticos (N, w, C
1
, C
2
) são apresentados na Tabela 5.
Finalmente, rodadas que atingiram valores de MF, PF ou MF dentro da
precisão definida (1E-4), foram substituídos pelos valores ótimos analíticos
(ver Tabelas 2, 3 e 4).
97
Tabela 5. Parâmetros heurísticos obtidos pelo PSOS. MV: Média;
SD: Desvio Padrão.
Venter R2D B20D
Parâmetro MV SD MV SD MV SD
N 14 3,182 235 85,358 274 57,49
w 1,156 0,414 0,869 0,316 0,83 0,173
C
1
1,354 0,527 1,327 0,55 2,184 0,281
C
2
1,384 0,578 1,209 0,518 1,539 0,38
N=número de partículas; w= inércia; C
1
= parâmetro cognitivo; C
2
=parâmetro
social.
As médias de w, C
1
, C
2
obtidas mediante o PSOS (ver Tabela 5), estão de
acordo com os valores reportados na literatura (ALRASHIDI; EL-HAWARY,
2006;VENTER; SOBIESZCZANSKI-SOBIESKI, 2003). O PSOS selecionou
valores de C
2
C
1
, exceto para a função B20D, indicando que cada partícula
põe igual confiança no enxame do que nela mesma.
Finalmente, vale a pena salientar, que a alta estabilidade, precisão e
confiança do PSOS é uma característica desejável quando se trata com
problemas de detecção de dano, onde a presença do dano não é conhecida a
priori. Por estas razoes, o PSOS e o SA foram empregados nos exemplos de
detecção de dano apresentados nos seguintes capítulos.
98
7 Detecção de Dano Usando os
Algoritmos PSOS e SA e
Dados Modais: Exemplos
Numéricos e Analíticos
7.1 Introdução
Os casos considerados nesta seção são: o problema definido e analisado
por Kabe (1985) e por Sako e Kabe (2005) e a detecção de dano numa viga
em balanço. A finalidade do primeiro exemplo é obter a matriz de rigidez
ajustada a partir dos dados modais do sistema, contaminados por ruído. No
segundo exemplo, busca-se determinar a posição e quantificar o dano dentro
da viga empregando os algoritmo SA e PSOS. Todos os exemplos foram
analisados dez vezes e a melhor rodada, assim como também, as estatísticas
das análises foram reportadas. O algoritmo SA foi programado na linguagem
FORTRAN (Apêndice A).
7.2 Problema de Kabe: Tolerância ao Ruído
Este é um dos testes mais populares para métodos de ajuste de
modelos e detecção de dano. A estrutura é mostrada na Figura 12. Kabe
(1985), utiliza dados modais e o método dos multiplicadores de Lagrange
99
para incorporar as restrições de simetria e de força definidas dentro do
procedimento e realizar o ajuste. Este problema é classificado como de difícil
solução devido à grande diferença relativa entre as magnitudes dos
coeficientes de rigidez e à alta densidade modal do sistema, com diferença
máxima de 26,8% entre a primeira e a oitava freqüência natural e de 5,2%
entre a primeira e a quarta freqüência.
m
1
m
2
m
4
m
6
m
8
m
3
m
5
m
7
K
1
K
5
K
1
K
2
K
3
K
1
K
4
K
2
K
1
K
6
K
3
K
5
m
1
m
2
m
4
m
6
m
8
m
3
m
5
m
7
K
1
K
5
K
1
K
2
K
3
K
1
K
4
K
2
K
1
K
6
K
3
K
5
Figura 12. Problema de Kabe.
Neste exemplo, foram escolhidas como variáveis para o problema de
otimização os seis coeficientes de rigidez K
i
. Os valores exatos dos
coeficientes K
i
e m
i
são dados na Tabela 6. A função objetivo utilizada é a
dada pela Equação (40).
Tabela 6. Coeficiente de rigidez e massa.
K
1
K
2
K
3
K
4
K
5
K
6
1000 10 900 100 1.5 2.0
m
1
m
2
m
3
m
4
m
5
m
6
m
7
m
8
0.001 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 0.002
Na tabela 7 estão indicados os valores médios do tempo de
processamento empregado para solucionar o exemplo (em segundos) (t
m
),
assim como também: o valor médio do número de avaliações totais da
função objetivo (NA
m
), o valor médio do número da avaliações da função
100
objetivo aceitas (NAA
m
), o valor médio da função objetivo (f
objm
), o desvio
padrão dos valores da função objetivo (σ), e a confiabilidade (C),que expressa
o número de vezes, do total de 10, que o algoritmo convergiu utilizando
menos de 40000 avaliações da função objetivo. Também se apresentam, na
Tabela 7, os melhores resultados obtidos para o exemplo. O valor t
corresponde ao tempo de cálculo (em segundos) da melhor rodada, f
obj
é o
valor da função objetivo, NA é o número total de chamadas da função
objetivo e NAA é o número de avaliações da função objetivo aceitas
(descidas).
Adicionalmente a Tabela 7 mostra os resultados do ajuste, quando
empregados dados experimentais simulados, gerados segundo a metodologia
descrita por Kabe (1985) (colunas 1 e 2). As colunas 1 e 2 da Tabela 7 foram
calculadas começando a busca desde um ponto inicial diferente (aleatório),
e, em todos os 10 testes realizados, o algoritmo convergiu com menos de
20000 avaliações da função objetivo. Comparando os valores dos elementos
da matriz de rigidez exata (coluna 5 da Tabela 7) com os valores ajustados
utilizando um e dois modos (colunas 1 e 2 da Tabela 6) nota-se que, o SA
teve um bom desempenho. Quando comparado com o método de Kabe, pode
observar-se que, o SA conseguiu melhores aproximações para 12 dos 16
elementos da matriz [K]. Um teste realizado (não apresentado), empregando-
se os três primeiros modos analíticos normalizados com relação à massa
(sem ruído), reproduziu os valores exatos dos elementos da matriz de rigidez.
O melhor desempenho do SA pode ser explicado pelo fato de a solução
de Kabe utilizar, para o cálculo dos multiplicadores de Lagrange (Equação b,
Figura 13), a informação modal contaminada com ruído, e, por sua vez
101
empregar estes multiplicadores para determinar a matriz de rigidez ajustada
[Y] (Equação a, Figura 13). As referidas operações matriciais envolvem somas
e multiplicações da matriz de formas modais e de freqüências naturais
medidas, propagando-se assim os erros de medição para a solução como
mostrado na Figura 13. A abordagem direta mediante o SA, e de forma
geral, mediante métodos heurísticos, evita os passos intermediários e impede
a propagação do erro devido ao uso de funções objetivo do tipo construídas a
partir das Equações c, d e e da Figura 13.
Figura 13. Comparação entre as equações da solução de Kabe e a solução
heurística.
Os valores de temperatura inicial (T
0
), de redução de temperatura (
θ
) e
de tolerância (ξ), utilizados no algoritmo SA para realizar o exemplo
102
apresentado (Tabela 7) foram de 50, 0,5 e 1E-6, respectivamente. Um valor
muito alto de T
0
pode aumentar o tempo de computação sem adicionar
precisão aos cálculos.
Tabela 7. Resultados do ajuste. Problema de Kabe (1985).
Este trabalho Kabe (1985)
Valor
Exato
[1] [2] [3] [4] [5]
Elem.
Matriz
[K]
1 modo 2 modos
1 modo
2 modos
(1,1) 2,45 1,53 1,70 1,50 1,50
(1,2) -2,45 -1,53 -2,10 -1,40 -1,50
(2,2) 1013,52 1012,81 1030,40
1010,90
1011,50
(2,3) -10,00 -10,45 -10,10 -8,00 -10,00
(3,3) 1111,07 1111,27 1276,60
1091,00
1110,00
(3,5) -100,00 -100,00 -198,60
-88,80 -100,00
(4,4) 1100,98 1101,06 1235,20
1098,10
1110,00
(4,5) -100,00 -100,00 -178,60
-99,60 -100,00
(4,6) -100,00 -100,00 -198,50
-99,60 -100,00
(5,5) 1100,98 1101,06 1239,30
1094,00
1100,00
(6,6) 1113,07 1114,25 1279,80
1113,50
1112,00
(6,7) -10,00 -10,45 -10,00 -11,90 -10,00
(6,8) -2,00 -2,98 -4,10 -3,10 -2,00
(7,7) 1013,52 1012,81 1002,10
1013,60
1011,50
(7,8) -2,45 -1,53 -2,00 -2,40 -1,50
(8,8) 4,45 4,52 5,10 4,40 3,50
NA 19201 19201 ___ ___ ___
NAA 9012 8942 ___ ___ ___
t 0,391 0,391 ___ ___ ___
f
obj
2,17 4,60 ___ ___ ___
C 100% 100% ___ ___ ___
t
m
0,38 0,37 ___ ___ ___
f
objm
2,17 4,60 ___ ___ ___
σ 2,55E-08 9,89E-09
___ ___ ___
NA
m
19021,00 18721,00
___ ___ ___
NAA
m
8960,50 8730,80 ___ ___ ___
Para a melhor rodada: t corresponde ao tempo de cálculo (em segundos), f
obj
é o
valor da função objetivo. NA é o número total de chamadas da função objetivo e
NAA é o número de avaliações da função objetivo aceitas (descidas). Para as 10
rodadas, t
m
é o tempo de processamento empregado para solucionar cada exemplo
(em segundos). NAm é o valor médio do número de avaliações totais da função
objetivo. NAAm é o valor médio do número da avaliações da função objetivo aceitas.
f
objm
é o valor médio da função objetivo. σ o desvio padrão dos valores da função
objetivo. C é a confiabilidade que expressa o número de vezes, do total de 10, que o
algoritmo convergiu utilizando menos de 40000 avaliações da função objetivo.
103
7.3 Identificação de Dano Viga em Balanço
O caso considerado é o de uma viga em balanço, discretizada com 12
elementos finitos de barra (ver Figura 14). As propriedades da viga são: área
da seção = 4E-4 m
2
, densidade = 7800 kg/m
3
, comprimento (L) = 0,8m,
módulo de elasticidade = 200 Gpa e momento de inércia = 2,38E-8 m
4
. Os
dados modais foram contaminados com ruído aleatório de γ=1 para as
freqüências naturais (ω
i
) e de λ=2 para as formas modais (
i
φ
), segundo a
Equação (57), onde ran(-1,1) é uma função que gera números aleatórios no
intervalo (-1,1).Os parâmetros para o SA foram: T
0
=5,
θ
=0,5 e ξ =1E-6
()
)1,1(
100
1,1
100
+=+= raneran
ijijijjjj
λ
φφφ
γ
ωωω
(57)
Neste exemplo, foram usados os oito primeiros modos para realizar o
ajuste da matriz de rigidez. A segunda, terceira e quarta colunas
correspondem à viga sem dano e a quinta, sexta e sétima colunas à viga
danificada no elemento 4 (20% de perda de rigidez) e no elemento 8 (15% de
perda de rigidez). Foi suposto que as rotações não foram medidas
experimentalmente e, nesta situação, o modelo analítico foi condensado
empregando o método de Kidder (1973), para obter os dados que entram no
cálculo da função objetivo (ver Equação (40)). Os resultados obtidos são
apresentados na Tabela 8.
104
Tabela 8. Resultados DD viga em balanço. Algoritmo SA.
Sem dano
Ruído: 1% nas freqüências
naturais e 2% nas formas modais
Com dano: 20% redução de rigidez elemento 4
e 15 % redução de rigidez no elemento 8.
Ruído: 1% nas freqüências naturais e 2% nas
formas modais
Detecção SA (α
i
)
α
i
Teórico
8 modos 4 modos
Teórico
Detecção
SA (α
i
)
8modos
Detecção
SA (α
i
)
5modos
Detecção
SA (α
i
)
4modos
α
1
1.0 0.9988 0.9900 1.0 0.9975 0.9883 0.9988
α
2
1.0 0.9975 0.9943 1.0 0.9986 0.9949 0.9996
α
3
1.0 0.9993 0.9886 1.0 0.9967 0.9943 0.9882
α
4
1.0 0.9987 0.9860 0.8 0.7982 0.7857 0.7971
α
5
1.0 0.9932 0.9877 1.0 0.9991 0.9997 0.9849
α
6
1.0 0.9982 0.9785 1.0 0.9962 0.9802 0.9845
α
7
1.0 0.9899 0.9813 1.0 0.9961 0.9932 0.9847
α
8
1.0 0.9982 0.9777 0.85 0.8503 0.8471 0.8260
α
9
1.0 0.9997 0.9480 1.0 0.9963 0.9827 0.9909
α
10
1.0 0.9857 0.9768 1.0 0.9988 0.9996 0.9790
α
11
1.0 0.9981 0.9443 1.0 0.9964 0.9892 0.9862
α
12
1.0 0.9917 0.9716 1.0 0.9957 0.9989 0.9571
NA - 12001 8401 - 9601 6001 5601
t - 6.969 2.797 - 7.298 8.257 4.562
f
obj
- 1.68E-8 1.2491E13
- 2.456E12
1.287E11 4.672E12
C - 100% 90% - 100% 90% 90%
t
m
- 6.4315 3.504 - 8.256 6.258 4.001
f
objm
- 2.2E-8 1.3254E13
- 3.012E12
2.549E11 5.687E12
σ - 4.63E-9 5.1844E11
- 9.365E10
2.458E9 1.386E10
NA
m
- 10951,2 6001,4 - 11506,8 7845,3 7589,1
t
m
= tempo médio de processamento; NA
m
= valor médio do número de avaliações
totais da função objetivo; NAA
m
= valor médio do número da avaliações da função
objetivo aceitas; f
objm
= valor médio da função objetivo; σ = desvio padrão dos
valores da função objetivo; C = Confiabilidade.
Figura 14. Viga em balanço.
Da Tabela 8 pode concluir-se que, mesmo com adição de ruído, a
identificação de dano pôde ser realizada com exatidão aceitável. Para ruídos
com γ>4 e λ>10 não foi possível obter uma avaliação da integridade da viga.
O melhor resultado, no caso da viga danificada, foi atingido quando usados
105
oito modos e uma solução de qualidade aceitável foi alcançada empregando
só quatro modos. Neste último cenário, foi calculada uma redução de rigidez
de 20,3% para o elemento 4 e de 17,4% para o elemento 8, o que constitui
um bom resultado. Por outro lado, a redução de rigidez de 4,3% para o
elemento 12, constitui uma indicação duvidosa da presença de dano. Para a
viga sem dano, a identificação indica uma redução de rigidez de 5,6% no
elemento 11. Este resultado pode dever-se a que uso de quatro modos é
insuficiente para calcular uma resposta confiável. Quando empregados três
modos (em todos os casos), o procedimento de detecção realizou uma
identificação inexata. Dos exemplos apresentados, fica claro que o SA pode
ser usado para detectar dano em casos com ruído moderado.
Finalmente, o exemplo anterior foi solucionado mediante o emprego do
novo algoritmo proposto nesta pesquisa. Vale salientar que não é necessário
definir parâmetros heurísticos para resolver o problema, pois o PSOS é um
algoritmo autoconfigurado. Na tabela 9 se apresentam os resultados da
detecção. Neste exemplo, pode observar-se que, o PSOS supera o
desempenho do SA e que a margem de erro na identificação diminuiu de
forma consistente. Por exemplo, no caso da viga danificada, a indicação de
dano no elemento 12 diminuiu de 4,3% para 2,7% e os elementos
danificados (4 e 8) foram identificados com maior precisão, quando
comparados com os resultados da análise feita com o SA.
106
Tabela 9. Resultados DD Viga em Balanço. Algoritmo PSOS.
Sem dano
Ruído: 1% nas freqüências
naturais e 2% nas formas modais
Com dano: 20% redução de rigidez elemento 4
e 15 % redução de rigidez no elemento 8.
Ruído: 1% nas freqüências naturais e 2% nas
formas modais
Detecção PSOS (α
i
)
α
i
Teórico
8 modos 4 modos
Teórico
Detecção
PSOS (α
i
)
8modos
Detecção
PSOS (α
i
)
5modos
Detecção
PSOS (α
i
)
4modos
α
1
1.0 1.0000 1.0000 1.0 1.0000 0.9966 0.9987
α
2
1.0 0.9999 0.9943 1.0 0.9986 0.9978 0.9986
α
3
1.0 0.9998 1.0000 1.0 0.9967 0.9991 0.9891
α
4
1.0 0.9989 0.9860 0.8 0.8000 0.7877 0.8081
α
5
1.0 0.9983 0.9877 1.0 0.9995 0.9987 0.9943
α
6
1.0 0.9915 0.9785 1.0 0.9988 0.9812 0.9885
α
7
1.0 0.9899 0.9813 1.0 0.9971 0.9944 0.9918
α
8
1.0 1.0000 0.9777 0.85 0.8500 0.8498 0.8599
α
9
1.0 0.9997 0.9899 1.0 0.9988 0.9878 0.9918
α
10
1.0 1.0000 0.9868 1.0 1.0000 0.9981 0.9799
α
11
1.0 0.9981 0.9714 1.0 0.9964 0.9875 0.9862
α
12
1.0 0.9917 0.9834 1.0 0.9957 0.9979 0.9761
NA - 12001 4134 - 6640 2910 2552
t - 6.969 2.797 - 5.317 4.761 3.277
f
obj
- 0.36E-8 0.9741E11
- 2.456E11
1.007E11 3.244E12
C - 100% 100% - 100% 100% 100%
t
m
- 3.5271 1.4659 - 7.750 3.698 3.000
f
objm
- 0.39E-8 2.5524E11
- 4.238E11
2.647E11 4.169E12
σ - 1.87E-9 5.1844E10
- 1.961E10
0.458E9 1.256E10
NA
m
- 5171,2 4305,6 - 4705,2 4765,9 47784,2
t
m
= tempo médio de processamento; NA
m
= valor médio do número de avaliações
totais da função objetivo; NAA
m
= valor médio do número da avaliações da função
objetivo aceitas; f
objm
= valor médio da função objetivo; σ = desvio padrão dos
valores da função objetivo; C = Confiabilidade.
107
8
Detecção de Dano usando o
PSOS e FRFS: Exemplos
Numéricos e Analíticos
8.1 Introdução
Os exemplos analisados nesta seção são: uma treliça de dez barras,
uma viga fissurada com suas extremidades livres e um sistema analítico não
linear (o oscilador de Duffing). Nos dois primeiros exemplos, problemas de
detecção de dano, o objetivo foi determinar a posição geométrica do dano e
sua extensão a partir das FRFs medidas. No último caso, um problema de
identificação, procuram-se os valores dos coeficientes de rigidez e
amortecimento utilizando a FRF da primeira ressonância do sistema. Os
exemplos foram rodados 10 vezes e os resultados da melhor rodada para
cada exemplo, assim como também suas estatísticas, são apresentados.
8.2 Treliça de Dez Barras
Neste exemplo, a resposta da treliça danificada foi simulada mediante
redução da rigidez inicial de vários membros da estrutura. A estrutura é
mostrada na Figura 15 e suas propriedades são: comprimento (L) = 1m,
108
densidade = 7700 kg/m
3
, módulo de elasticidade =195 GPa, momento de
inércia = 3E-8 m
4
e área da seção transversal = 4,2E-4 m
2
(para todos os
membros). O dano foi introduzido nos membros dois e oito, mediante
redução de sua rigidez para 85% do valor inicial. O amortecimento modal
j
ξ
foi assumido como sendo igual a 0,01. Ruído aleatório foi adicionado às
respostas medidas para simular a influência dos erros de medição. Para a
treliça, duas situações foram estudadas: primeiro, as FRFs R
34
e R
35
foram
usadas para calcular a função objetivo (a excitação esta na direção vertical
do nó três, ver Equação (43)) e dois sensores foram usados para medir as
FRFs nas direções verticais nos nós quatro e cinco (ver Figura 15); segundo,
três FRFs , R
34
, R
35
e R
32
, foram usadas para definir a função objetivo. Em
ambos os casos as FRFs contêm as três primeiras freqüências naturais.
123
4 5 6
0.8L
0.8L
0.8L
12
3
4
5
6
7
8
9
10
Fcos(ωt)
123
4 5 6
0.8L
0.8L
0.8L
123
4 5 6
0.8L
0.8L
0.8L
0.8L
0.8L
12
3
4
5
6
7
8
9
10
Fcos(ωt)
Figura 15. Treliça de dez barras.
A Tabela 10, mostra que uma boa detecção de dano pode ser feita
usando só duas FRFs, porém, a redução de rigidez determinada é maior que
a introduzida (18,5% calculada contra 15% de redução teórica). Quando o
número de FRFs foi três, o procedimento para detecção de dano proposto
realizou uma identificação acurada. O tempo médio para a solução do
109
segundo caso (onde o valor médio do total de avaliações da f
obj
foi o maior
dentre os exemplos apresentados e igual a 36523) foi de aproximadamente
14,6 segundos.
Tabela 10. Resultados do PSOS – Melhor rodada. Treliça.
15% redução rigidez
elementos 2 e 8.
Nível de ruído: 3%.
R
34
, R
35
usadas
15% redução rigidez
elementos 2 e 8.
Nível de ruído: 3%.
R
34
, R
35
, e R
32
usadas
Elemento
Teórico Detecção
Teórico Detecção
1 1.00 0.9975 1.00 1.0000
2 0.85 0.8147 0.85 0.8476
3 1.00 0.9749 1.00 0.9987
4 1.00 0.9989 1.00 0.9862
5 1.00 0.9823 1.00 0.9829
6 1.00 0.9990 1.00 0.9992
7 1.00 0.9761 1.00 1.0000
8 0.85 0.8273 0.85 0.8503
9 1.00 0.9881 1.00 0.9996
10 1.00 0.9994 1.00 1.0000
MEF 6.27E-5 9.98E-3 1.71E-3 5.31E-3
DF 5.19E-5 3.66E-3 5.808E-2
6.71E-2
MEC 10052.41
12596.38
28233.22
36523.95
DC 4896.62 12596.38
16900.59
14839.09
C 100% 100%
média dos valores da função (MEF); desvio padrão dos valores da função (DF);
média do número de chamadas da função (MEC); desvio padrão do número de
chamadas da função (DC); confiabilidade (C).
Os valores médios dos parâmetros heurísticos apresentados na Tabela
11 seguem a tendência observada nos exemplos matemáticos (ver Capítulo
6).
Tabela 11. Parâmetros heurísticos obtidos pelo PSOS. Treliça.
Caso (1) (2)
Parâmetro Média Média
N 84,5 79,0
w 0.267 0.189
C
1
0.908 1.257
C
2
1.156 1.483
N= número de partículas. w = fator de inércia. C
1
e C
2
parâmetros social e cognitivo.
110
8.3 Viga Livre-Livre com Fissuras
Neste caso, a resposta da viga danificada foi simulada introduzindo
uma fissura que permanece aberta durante todo o processo de carga, como
explicado na Seção 3.3 (ver Equação (4) e Figuras 2 e 3). A viga foi modelada
com doze elementos finitos unidimensionais (Modelo de Euler-Bernoulli).
Suas propriedades são: área seção transversal = 1,35E-4 m
2
, densidade =
2650 kg/m
3
, comprimento = 1,9 m, módulo de elasticidade= 70 Gpa e
momento de inércia = 6,5E-8 m
4
. Para este exemplo duas situações foram
estudadas: (1) a fissura foi introduzida no elemento 4 com α
4
= 4E-3 (altura
da fissura) e x
4
= 0,11 (posição da fissura dentro do elemento, em
coordenadas locais); (2) fissuras simultâneas introduzidas nos elementos 4, 6
e 9, com os seguintes valores: α
4
= 4E-3, α
6
= 3E-3, α
9
= 2E-3 e x
4
= 0,11, x
6
=
0.082, x
9
= 0,061. Um nível máximo de ruído aleatório de 3% foi adicionado
às FRFs R
46
, R
410
para calcular a função objetivo (Equação (43)). Novamente,
em ambos os casos, as FRFs usadas contêm as três primeiras freqüências
naturais da viga.
Para demonstrar a efetividade do PSOS proposto neste trabalho para
identificação de dano, o algoritmo N-M (ver Seção 5.2) foi também utilizado
para determinar os parâmetros de dano {α, x}. Os resultados obtidos com
esta técnica são apresentados na Tabela 12 (coluna N-M). O PSOS tem um
desempenho melhor do que o N-M, como pode ser observado comparando os
valores de C e os valores dos parâmetros {α
i
, x
i
}. Nos casos 1 e 2, o método
N-M, identificou um número maior de elementos danificados (três e cinco,
respectivamente), o qual é falso. Este resultado pobre pode ser explicado
111
pela incapacidade do algoritmo N-M de fugir de pontos ótimos locais. Por
outro lado, tamanhos de fissura menores que 1E-4, tem um efeito
desprezível sobre a resposta da estrutura, portanto, posições x
i
e seus
valores correspondentes α
i
<1E-4 (na Tabela 9), foram igualados a zero, na
Tabela 12.
Tabela 12. Resultados do esquema de detecção de dano – Melhor rodada viga
livre.
Caso 1 Caso 2
(α, ξ)
PSOS
(
0%
ruído
)
PSOS
(
3%
ruído
)
N-M
(
3%
ruído
)
PSOS
(
0%
ruído
)
PSOS
(
3%
ruído
)
N-M
(
3%
ruído
)
α
1
0.0 0.0 1.00E-2 0.0 0.0 6.7E-3
α
2
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
α
3
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
α
4
3.9E-3 3.0E-3 1.23E-3 0.36E-2 0.27E-2 2.0E-3
α
5
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.3E-3
α
6
0.0 0.0 0.0 0.29E-2 0.24E-2 2.99E-3
α
7
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
α
8
0.0 0.0 1.90E-4 0.0 0.0 0.0
α
9
0.0 0.0 0.0 0.19E-2 0.99E-3 0.0
α
10
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
α
11
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
α
12
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 8.8E-3
x
1
0.0 0.0 0.95E-3 0.0 0.0 0.0024
x
2
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
x
3
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
x
4
0.1099 0.1130 0.1058 0.1095 0.1132 0.1081
x
5
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0226
x
6
0.0 0.0 0.0 0.0820 0.0790 0.075
x
7
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
x
8
0.0 0.0 0.1385 0.0 0.0 0.0
x
9
0.0 0.0 0.0 0.0610 0.0587 0.0
x
10
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
x
11
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
x
12
0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.1507
MEF
1.925E-8 7.26E-5 1.21E-3 2.923E-8
4.984E-4 9.124E-4
DF 2.754E-7 8.571E-4
9.853E-3
9.376-5 1.916E-4 9.152E-3
MEC
34001 38001 22000 56768 55801 24300
DC 7800.31 11238.98
15896.67
6897.24
18756.33 12987.28
C 100% 100% 0.00% 100% 100% 0.00%
média dos valores da função (MEF); desvio padrão dos valores da função (DF);
média do número de chamadas da função (MEC); desvio padrão do número de
chamadas da função (DC); confiabilidade (C).
112
Da Tabela 12 pode concluir-se que, a posição da fissura pode ser
determinada com maior precisão que seu tamanho. Para o caso 1 com ruído,
o erro na posição x
4
foi de 0,09% e o erro em α
4
de 17,5%. Para o caso 2,
com ruído, os erros na posição foram Ex
4
= 2,9%, Ex
6
= 3,65%, Ex
9
=3,77% e os
erros no tamanho da fissura foram Eα
4
=30,7%, Eα
6
=8%, Eα
9
=52,5%.
O tempo médio de solução para uma avaliação da função objetivo
(solução do problema do auto valor, cálculo das FRFs e avaliação da f
obj
) para
este exemplo foi de 3,03E-4 segundos. Com um total de 55801 avaliações da
f
obj
(maior número de chamadas da função, ver Tabela 12) o tempo total foi
de aproximadamente 17 segundos.
Os anteriores resultados confirmam a aplicabilidade do método, já que,
uma vez determinada a presença e posição do dano, sua extensão pode ser
melhor avaliada mediante o uso de métodos locais de inspeção (por exemplo,
inspeção visual, raios X ou métodos de ultra-som).
8.4 Oscilador Não-Linear
A equação de Duffing descreve a oscilação forçada de uma partícula
conectada a uma mola não-linear sob a influência de amortecimento viscoso.
O movimento do sistema é descrito pela seguinte equação diferencial não-
linear de segunda ordem:
tFxxx Ω=++
cos2
3
αμ
(58)
onde, μ é uma constante positiva (relacionada ao amortecimento do sistema),
α indica o grau de não-linearidade (relacionado com a rigidez do sistema),
é
um fator de escala que indica que o amortecimento e a mola não-linear são
uma ordem de magnitude menor que os outros termos e F e a amplitude da
113
excitação. Neste exemplo, os parâmetros α e μ são iguais a -1,7 (soft spring) e
0,15, respectivamente, e a amplitude da excitação F é 0.5.
A FRF para a primeira ressonância, é determinada pela seguinte
equação (NAYFEH; MOOK, 1979):
2/1
2
0
2
2
0
2
4
8
3
+±=
a
Fa
ω
μ
ω
α
σ
(59)
onde, a é a amplitude da resposta,
0
ω
é a freqüência natural linear
(
1/
0
== mk
ω
, neste exemplo) e
σ
é um parâmetro que descreve a
proximidade entre Ω e
0
ω
(
σ
ω
+
=
Ω
0
).
O PSOS produz estimativas dos parâmetros
α
e
μ
usando a integral da
resposta crescente e decrescente do sistema (Figura 16).
Figura 16. Funções objetivo oscilador de Duffing.
Os resultados do procedimento de identificação são apresentados na
Figura 17. Resultados tabelados são apresentados na Tabela 13, a qual
revela que a identificação foi acurada e que os valores dos parâmetros
heurísticos seguiram a tendência dos exemplos apresentados.
114
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8
0
0.36
0.71
1.07
1.43
1.79
2.14
2.5
2.5
0
a
a
a
a
1.80 Ω1a()Ω a()pa()p1 a(),
σ
Exact
unstable
a
Identified
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8
0
0.36
0.71
1.07
1.43
1.79
2.14
2.5
2.5
0
a
a
a
a
1.80 Ω1a()Ω a()pa()p1 a(),
σ
Exact
unstable
a
Identified
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8
0
0.36
0.71
1.07
1.43
1.79
2.14
2.5
2.5
0
a
a
a
a
1.80 Ω1a()Ω a()pa()p1 a(),
σ
Exact
unstable
a
Identified
Figura 17. FRFs exata e identificada.
Tabela 13. Resultados da identificação. Oscilador de Duffing.
α μ N ω C
1
C
2
MEC MEF
-1.699 0.15 38 0.17
1.29
1.58
3154.0 5.99E-5
N= número de partículas. w = fator de inércia. C
1
e C
2
parâmetros social e cognitivo.
MEF = média dos valores da função e MEC = média do número de chamadas da
função.
115
9 Conclusões, Contribuições e
Trabalho Futuro
9.1 Conclusões
O algoritmo PSOS foi introduzido neste trabalho. A abordagem se baseia
na combinação do PSO básico com o algoritmo Simplex não linear. As
principais vantagens deste enfoque são sua alta precisão e estabilidade e sua
independência de uma estimativa inicial dos parâmetros heurísticos e de um
ponto para iniciar a busca. O algoritmo PSOS foi capaz de determinar o
ótimo global de todas as funções teste com alta precisão, estabilidade e
confiança, utilizando um número menor de avaliações da função, quando
comparado com o Simulated Annealing.
Baseado no PSOS, uma metodologia para detecção de dano foi
desenvolvida. Este procedimento mostrou um ótimo desempenho em
cenários poluídos com ruído e permitiu a identificação correta dos elementos
danificados na treliça e nas vigas estudadas. Adicionalmente, o PSOS teve
um bom desempenho na identificação das constantes de amortecimento e
rigidez do oscilador de Duffing.
116
A baixa confiança, precisão e estabilidade do algoritmo PSO básico e do
método de Nelder-Mead, os fazem impróprios para solucionar problemas de
detecção de dano.
A abordagem e solução do problema de Kabe (1985, 2005) realizada neste
trabalho, mediante o uso do Simulated Annealing, indicam que uma solução
direta, com poucas simplificações e aproximações, fornece resultados
acurados quando comparada com metodologias clássicas.
O desempenho do AG testado foi inferior ao do PSOS nas funções teste.
Uma possível explicação é que o PSOS explora de uma maneira mais
completa o espaço de busca e desta forma, sua capacidade de fugir de
pontos ótimos locais é reforçada.
A combinação do PSO com outros métodos de otimização, clássicos ou
heurísticos, pode melhorar seu desempenho como indicado neste trabalho.
Os tempos de processamento, em todos os exemplos apresentados, foram
inferiores a 100 segundos. Espera-se um aumento deste valor em função do
aumento do tamanho do problema analisado. Esta dificuldade pode ser
superada mediante o emprego de técnicas de processamento em paralelo.
A pesquisa desenvolvida constitui um dos primeiros estudos sobre
aplicações e modificações dos algoritmos SA e PSO na área de detecção de
dano.
9.2 Contribuições
A seguir são descritas algumas contribuições resultantes dos estudos e
simulações numéricas realizados neste trabalho.
117
O principal aporte deste trabalho é o desenvolvimento de um novo
algoritmo híbrido autoconfigurado para detecção de dano.
O algoritmo apresentado é independente dos parâmetros heurísticos e do
ponto inicial de busca. Estas características lhe conferem uma vantagem
sobre os outros algoritmos existentes, já que, o usuário não precisa realizar
inúmeros testes para obter um resultado aceitável, facilitando seu uso na
área geral de otimização.
O trabalho apresentado fornece uma demonstração experimental da
Estabilidade, Precisão e Robustez do algoritmo proposto (PSOS) mediante
análise de múltiplos exemplos, tanto matemáticos como numéricos. Este tipo
de analise comparativa raras vezes aparece na literatura e claramente ele
fornece elementos para avaliar o desempenho de qualquer algoritmo. O
cumprimento desses três critérios (Estabilidade, Precisão e Robustez) é
necessário para qualquer procedimento de detecção de dano baseado em
modelos, que possa ter aplicações práticas. Este estudo fornece subsídios
para futuras formulações de algoritmos híbridos que visem melhorar o
desempenho desses métodos, notadamente em relação a sua configuração.
O texto da tese constitui a primeira tentativa de apresentar de forma
didática e condensada o material bibliográfico sobre dois temas atuais de
grande interesse científico (o problema de detecção de dano e a formulação
de métodos heurísticos para otimização) e que hoje em dia se encontram
fragmentados na literatura especializada. Também se oferece, nos apêndices,
as versões em Fortran dos algoritmos estudados, já que não existem versões
comerciais dos mesmos.
118
9.3 Trabalho futuro
O problema do posicionamento ótimo de sensores e das excitações dentro
da estrutura para detecção de dano, empregando o algoritmo PSOS, é um
tema de interesse para pesquisas futuras, já que se trata de um problema de
otimização multiobjetivo.
Devido ao potencial do algoritmo hibrido desenvolvido, poderão ser
implementadas futuras aplicações em outras áreas de otimização.
Dadas suas características, o PSOS pode ser programado em um
ambiente paralelo para reduzir o tempo de cálculo em problemas de grande
porte (por exemplo, aplicar os algoritmos desenvolvidos para identificação de
dano em estruturas reticuladas, isto é, aumentando o tamanho do problema
analisado).
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132
Apêndice A: Listagem
programa Simulated Annealing
133
Programado em Fortran segundo o algoritmo proposto por Corana et.
al. (1987).
Programa AS
USE DFPORT
PARAMETER (N = 2, NFF = 4)
DOUBLE PRECISION XB(N), XU(N), X(N), XOPT(N), C(N), TP(N),
1 FINI(NFF), XP(N), T,YY,s1,s2,Tol, RT, FOPT
INTEGER NP(N), NS, NT, NTA, SD1, SD2, MAF, NAa, NTF, M
REAL(8) elapsed_time, N1,N2,fa
LOGICAL MAX
Character*12 AN
EXTERNAL FCN
elapsed_time=TIMEF()
AN='SAA Rosenbrock 2D'
Parâmetros de entrada.
N = 2 número de variáveis e NFF = 4 valores das NFF funções critério de
parada (ver seção 4.2.4).
X(N) vetor valores das variáveis
XOPT(N) Valores ótimos da função
FOPT Valor ótimo da função
C(N) vetor para controle do tamanho do passo
TP(N) tamanho do passo
MAX = .FALSE. !MAX = .TRUE. Minimizar ou Maximizar?
Tol = 1.0D-6 Valor Tolerância
RT = 0.85 ! Programa de Esfriamento (redução temperatura)
Iniciar Sementes gerador números aleatórios
CALL RANDOM_SEED()
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s1)
N1=s1*100
SD1 = int(N1)
CALL RANDOM_SEED()
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s2)
N2=s2*2000
SD2 = int(N2)
NS=15 número de ciclos para ajuste do passo
NT =100 número iterações antes de redução de temperatura
MAF = 1000000 número máximo de avaliações permitidas
T=50000 Temperatura inicial (Sugestões de Corana et al. 1987)
Limites das variáveis
DO J=1,N
XB(J) =-1001D0 Limite Inferior variáveis
XU(I) =1001d0 Limite Superior variáveis
C(I) = 2.0
ENDDO
10 CONTINUE
Ponto inicial de busca
CALL RANDOM_SEED
Do j=1,N
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s1)
X(j)= XB(j)+s1*(XU(j)-XB(j))
End do
DO 20, I = 1, N
134
TP(I) = 1.0
20 CONTINUE
CALL SA(N,X,MAX,RT,Tol,NS,NT,NFF,MAF,XB,XU,C,SD1,
1 SD2,T,TP,XOPT,FOPT,NAa,NTA,NTF,FINI,XP,NP)
open(unit=1,file=AN,status='replace')
write(1,*)' Resultado SAA :'
write(1,*)' Valor Ótimo da Função :'
write(1,*)(FOPT)
write(1,*)' Coordenadas Ponto Ótimo :'
do I=1,N
write(1,*)(XOPT(I))
enddo
write(1,*)' Número total de avaliações da Fobj:'
write(1,*)(NTA)
write(1,*)' Número total de avaliações da Fobj aceitas:'
write(1,*)(NAa)
elapsed_time=TIMEF()
WRITE(1,'(''tempo cálculo:'',1F8.4)') elapsed_time
STOP
END
SUBROUTINE SA(N,X,MAX,RT,Tol,NS,NT,NFF,MAF,XB,XU,C,IPRINT,
1 SD1,SD2,T,TP,XOPT,FOPT,NAa,NTA,NTF,
2 FINI,XP,NP)
Sobrotina que realiza o procedimento de otimização.
Variáveis externas.
DOUBLE PRECISION X(*), XB(*), XU(*), C(*), TP(*), FINI(*),
1 XOPT(*), XP(*), T, Tol, RT, FOPT
INTEGER NP(*), N, NS, NT, NFF, NAa, MAF
1 NTF, IER, NTA, SD1, SD2
LOGICAL MAX
Variáveis internas.
DOUBLE PRECISION F, FP, P, PP, RATIO
INTEGER NUP, NED, Ner, NNEW, Lbd, H, I, J, M
LOGICAL QUIT
Funções.
DOUBLE PRECISION EXP
REAL ALEAT
Iniciar o gerador de números aleatórios ALEAT.
CALL IAL(SD1,SD2)
Definir valores iniciais
NAa = 0
NTF = 0
NTA = 0
DO 10, I = 1, N
XOPT(I) = X(I)
NP(I) = 0
10 CONTINUE
DO 20, I = 1, NFF
FINI(I) = 1.0D+20
20 CONTINUE
Se temperatura inicial for negativa, avisar.
IF (T .LE. 0.0) THEN
WRITE(*,*)'TEMPERATURA INICIAL NEGATIVA'
RETURN
END IF
135
Se valor inicial das variáveis esta fora dos limites, avisar.
DO 30, I = 1, N
IF ((X(I) .GT. XU(I)) .OR. (X(I) .LT. XB(I))) THEN
WRITE(*,*)'O VALOR INICIAL (X) ESTA FORA DOS LIMITES '
RETURN
END IF
30 CONTINUE
Calcular a função no ponto X e voltar com o valor F
CALL FCN(N,X,F)
Minimizar função FALSE
IF(.NOT. MAX) F = -F
NTA = NTA + 1
FOPT = F
FINI(1) = F
Inicia laço principal.
100 NUP = 0
Ner = 0
NNEW = 0
NED = 0
Lbd = 0
DO 400, M = 1, NT
DO 300, J = 1, NS
DO 200, H = 1, N
Gera XP, valor teste de X. usa TP para definir XP.
DO 110, I = 1, N
IF (I .EQ. H) THEN
XP(I) = X(I) + (ALEAT()*2.- 1.) * TP(I)
ELSE
XP(I) = X(I)
END IF
Se XP fora do limite, escolhe ponto dentro de RA e testa
IF((XP(I) .LT. XB(I)) .OR. (XP(I) .GT. XU(I))) THEN
XP(I) = XB(I) + (XU(I) - XB(I))*ALEAT()
Lbd = Lbd + 1
NTF = NTF + 1
END IF
110 CONTINUE
Avalia função em XP e devolve FP
CALL FCN(N,XP,FP)
IF(.NOT. MAX) FP = -FP
NTA = NTA + 1
Muitas avaliações da função==> termina algoritmo.
IF(NTA .GE. MAF) THEN
WRITE(*,*)' MUITAS AVALIACOES DA FUNCAO'
IF (.NOT. MAX) FOPT = -FOPT
RETURN
END IF
Aceita novo ponto se Valor função diminuir
IF(FP .GE. F) THEN
DO 120, I = 1, N
X(I) = XP(I)
120 CONTINUE
F = FP
NAa = NAa + 1
NP(H) = NP(H) + 1
NUP = NUP + 1
Novo ponto ótimo.
IF (FP .GT. FOPT) THEN
136
DO 130, I = 1, N
XOPT(I) = XP(I)
130 CONTINUE
FOPT = FP
NNEW = NNEW + 1
END IF
Critério de Metropolis para aceitar valor maior da função
ELSE
P = EXP((FP - F)/T)
PP = ALEAT()
IF (PP .LT. P) THEN
DO 140, I = 1, N
X(I) = XP(I)
140 CONTINUE
F = FP
NAa = NAa + 1
NP(H) = NP(H) + 1
NED = NED + 1
ELSE
Ner = Ner + 1
END IF
END IF
200 CONTINUE
300 CONTINUE
Ajusta Tamanho do Passo (Ver Corana et. Al (1987)).
DO 310, I = 1, N
RATIO = DFLOAT(NP(I)) /DFLOAT(NS)
IF (RATIO .GT. .6) THEN
TP(I) = TP(I)*(1. + C(I)*(RATIO - .6)/.4)
ELSE IF (RATIO .LT. .4) THEN
TP(I) = TP(I)/(1. + C(I)*((.4 - RATIO)/.4))
END IF
IF (TP(I) .GT. (XU(I)-XB(I))) THEN
TP(I) = XU(I) - XB(I)
END IF
310 CONTINUE
DO 320, I = 1, N
NP(I) = 0
320 CONTINUE
400 CONTINUE
Checar critério de parada.
QUIT = .FALSE.
FINI(1) = F
IF ((FOPT - FINI(1)) .LE. Tol) QUIT = .TRUE.
DO 410, I = 1, NFF
IF (ABS(F - FINI(I)) .GT. Tol) QUIT = .FALSE.
410 CONTINUE
Terminar o SAA
IF (QUIT) THEN
DO 420, I = 1, N
X(I) = XOPT(I)
420 CONTINUE
IF (.NOT. MAX) FOPT = -FOPT
RETURN
137
END IF
Continua novo laço se critério de parada não for satisfeito.
T = RT*T
DO 430, I = NFF, 2, -1
FINI(I) = FINI(I-1)
430 CONTINUE
F = FOPT
DO 440, I = 1, N
X(I) = XOPT(I)
440 CONTINUE
GO TO 100
END
Subroutine IAL(IJ,KL) Inicia o Gerador de Números aleatórios.
Variáveis sementes:
0 <= IJ <= 31328
0 <= KL<= 30081
real U(97), C, CD, CM
integer I97, J97
common /raset1/ U, C, CD, CM, I97, J97
If( IJ .lt. 0 .or. IJ .gt. 31328 .or.
* KL .lt. 0 .or. KL .gt. 30081 ) then
print '(A)', ' O PRIMEIRO NUM SEMENTE DEVE TER VALOR
*ENTRE 0 E 31328'
print '(A)',' A SEGUNDA SEMENTE DEVE TER VALOR ENTRE 0 E
*30081'
stop
Endif
i = mod(IJ/177, 177) + 2
j = mod(IJ , 177) + 2
k = mod(KL/169, 178) + 1
l = mod(KL, 169)
do 2 ii = 1, 97
s = 0.0
t = 0.5
do 3 jj = 1, 24
m = mod(mod(i*j, 179)*k, 179)
i = j
j = k
k = m
l = mod(53*l+1, 169)
if (mod(l*m, 64) .ge. 32) then
s = s + t
endif
t = 0.5 * t
3 continue
U(ii) = s
2 continue
C = 362436.0 / 16777216.0
CD = 7654321.0 / 16777216.0
CM = 16777213.0 /16777216.0
I97 = 97
J97 = 33
return
End
FUNCTION ALEAT() Gerador de Números Aleatórios
real U(97), C, CD, CM
138
integer I97, J97
common /raset1/ U, C, CD, CM, I97, J97
uni = U(I97) - U(J97)
if( uni .lt. 0.0 ) uni = uni + 1.0
U(I97) = uni
I97 = I97 - 1
if(I97 .eq. 0) I97 = 97
J97 = J97 - 1
if(J97 .eq. 0) J97 = 97
C = C - CD
if( C .lt. 0.0 ) C = C + CM
uni = uni - C
if( uni .lt. 0.0 ) uni = uni + 1.0
ALEAT = uni
return
END
SUBROUTINE FCN(N,X,F) Sub-rotina para cálculo da função objetivo
DOUBLE PRECISION X(N)
REAL*8 F,f1,f2,f3,F13
INTEGER N
Função de Rosenbrock 2D:
F=100*(X(2)-X(1)**2)**2+(1-X(1))**2
RETURN
END
139
Apêndice B: Listagem do
programa Particle Swarm
Optimization
140
Programado em Fortran segundo o algoritmo proposto por Kennedy e
Eberhart (1995) e Schutte e Groenwold (2003)
Parâmetros de entrada:
N número de partículas
M número de variáveis
JC Critério de parada guarda os JC últimos valores de melhor Fobj.
Ite Número Máximo de iterações permitidas
FCN nesta subrotina, se define a função objetivo
Programa PSO
USE DFPORT
PARAMETER (N = 20, M = 2)
PARAMETER (JC = 10, Ite = 100)
DOUBLE PRECISION PL(M), PU(M), PPV(M), PP(M,N), VP(M,N), P(M),
PPx(M,N), J(N), Jx(N), Jcrit(Ite), Jcritt(JC)
DOUBLE PRECISION PPVV(M), VPmax(M),Xxx(M),A(M,N), B(M,N)
INTEGER Pg,k,LL
REAL*8 w, C1,C2,fa,F,s1,s2,s3,s4
REAL*8 soma, media,ff,desvio,tolerância,Crit
CHARACTER*12 AN
EXTERNAL FCN
AN='RANDOM F13'
Parâmetros iniciais:
Tolerância=1d-7
C1=2d0
C2=2d0
w=1.4d0
Limites das variáveis
PL(1) =-50d0 Limite inferior
PL(2) =-50d0
PU(1) =10d0 Limite superior
PU(2) =10d0
Iniciar contador do número de iterações
k=0
LL=0 contador critério de parada
Definir população inicial de partículas distribuídas de forma aleatória
CALL RANDOM_SEED
Do jl=1,N
do i=1,M
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s1)
PPV(i)= PL(i)+s1*(PU(i)-PL(i))
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s2)
PPVV(i)= PL(i)+s2*(PU(i)-PL(i))
end do
141
do l=1,M
PP(l,jl)=PPV(l)
VP(l,jl)=PPVV(l)
end do
End do
Definir Limite da velocidade
Do i=1,M
VPmax(i)=(PU(i)-PL(i))/5d0
End do
Checar Limite de velocidade
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (VP(i,jj).GT.VPmax(i)) then
VP(i,jj)=VPmax(i)
else
continue
End if
End do
End do
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (VP(i,jj).LT.-VPmax(i)) then
VP(i,jj)=-VPmax(i)
else
continue
End if
End do
End do
Avaliar função objetivo para toda a população
Do l=1,N
do i=1,M
P(i)=PP(i,l)
End do
Call FCN(M,P,F)
J(l)=F
End do
Melhor posição da partícula individual, iteração zero:
PPx=PP
Jx=J
Melhor partícula global
Do ii=1,N
if (Jx(ii).EQ.Minval(Jx)) then
Pg=ii
else
continue
end if
End do
Do i=1,M
Xxx(i)=PP(i,Pg)
end do
10 if(k.LT.Ite) then !if(k.LT.5000) then
Ajuste da velocidade
CALL RANDOM_SEED
142
Do jj=1,N
Do i=1,M
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s3)
A(i,jj)=w*VP(i,jj)+c1*s3*(PPx(i,jj)-PP(i,jj))
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s4)
B(i,jj)=c2*s4*(Xxx(i)-PP(i,jj))
VP(i,jj)=A(i,jj)+B(i,jj)
end do
End do
Checar Limite de velocidade
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (VP(i,jj).GT.VPmax(i)) then
VP(i,jj)=VPmax(i)
else
continue
End if
End do
End do
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (VP(i,jj).LT.-VPmax(i)) then
VP(i,jj)=-VPmax(i)
else
continue
End if
End do
End do
Ajuste da posição
Do jj=1,N
Do i=1,M
PP(i,jj)=PP(i,jj)+VP(i,jj)
end do
End do
Checar Limite da posição
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (PP(i,jj).GT.PU(i)) then
PP(i,jj)=PU(i)
else
continue
End if
End do
End do
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (PP(i,jj).LT.PL(i)) then
PP(i,jj)=PL(i)
else
continue
End if
End do
End do
Ajuste melhor individuo: avaliação de Fobj
Do l=1,N
do i=1,M
P(i)=PP(i,l)
End do
Call FCN(M,P,F)
143
J(l)=F
End do
Atualiza o melhor individuo e o melhor valor Fobj
Do i=1,N
IF (J(i).LT.Jx(i)) then
Jx(i)=J(i)
Do jj=1,M
PPx(jj,i)=PP(jj,i)
End do
Else
continue
End if
End Do
Atualiza o melhor resultado global
Do jj=1,N
IF (Jx(jj).EQ.Minval(Jx)) then
Pg=jj
else
continue
end if
End do
Do i=1,M
Xxx(i)=PP(i,Pg)
end do
Crit=Minval(J) Guarda o conhecimento atual das partículas
Critério de parada: desvio padrão das ultimas N avaliações da Função objetivo
if ((LL+1).LT.JC) then
Jcrit(LL+1)=Crit
else
continue
end if
if (LL.GE.JC.and.LL.LT.Ite) then
Jcrit(LL)=Crit
nj=LL-JC
do i=1,JC
Jcritt(i)=Jcrit(i+nj) !guardar os JC últimos resultados no
end do !vetor Jcritt
soma=0
do i=1,JC
soma=soma+Jcritt(i)
end do
media=soma/JC
ff=0
do i=1,JC
ff=(ff+(Jcritt(i)-media)**2)/(10-1)
end do
desvio=sqrt(ff)
if (desvio.LT.tolerancia) then
go to 20
else
continue
end if
LL=LL+1
else
LL=LL+1
continue
144
end if
k=k+1
w=w*0.98 Redução linear de inércia
go to 10
else
20 end if
Grava resultados em arquivo, nome arquivo
open(unit=1,file=AN,status='replace')
write(1,*)'Valor Jcritt :'
do I=1,JC
write(1,*)(Jcritt(I))
enddo
write(1,*)'Melhor posicao :'
do I=1,M
write(1,*)(Xxx(I))
enddo
write(1,*)'Melhor Funcao obj :'
write(1,*)(Minval(Jx))
write(1,*)'Número iteracoes k :'
write(1,*)(k)
End
Cálculo função objetivo Venter, 2003
SUBROUTINE FCN(M,P,F)
DOUBLE PRECISION P(M)
REAL*8 F,f1,f2,f3,F13
INTEGER M
!funcao de venter 2D
f1=P(1)**2-100*cos(P(1))**2-100*cos(P(1)**2/30)+P(2)**2
f2=-100*cos(P(2))**2-100*cos(P(2)**2/30)
F=f1+f2+1400d0
return
end
145
Apêndice C: Listagem do
programa PSOS
146
O PSOS foi programado na linguagem Fortran segundo o algoritmo
apresentado no Capítulo 5 deste trabalho.
Programa PSOS
USE IMSL
INTEGER MM
Parameter(MM=4)
INTEGER IB,MAX
real*8 FT, FVA,X(MM), XG(MM),XLB(MM),XUB(MM),S
CHARACTER*12 AN
External FCN
AN='DUMPOL PSO'
XG(1)=1.4d0 chute inicial fator redução Inércia w
XG(2)=2d0 chute inicial c1
XG(3)=2d0 chute inicial c2
XG(4)=20d0 chute inicial N
MAX=200
S=1
FT=1d-4
CALL DUMPOL(FCN,MM,XG,S,FT,MAX,X,FVA) Cálculo no espaço de parâmetros
heurísticos
DUMPOL rotina interna do Fortran baseada no Simplex. O usuário pode programa-
la segundo o apresentado na seção 5.2)
open(unit=1,file=AN,status='replace')
write(1,*)' **************************** '
write(1,*)'Resultado final do DUMPOL :'
write(1,*)'Minimo Fobj :'
write(1,*)FVA
write(1,*)'Parametros otimos do PSO :'
do i=1,MM
write(1,*)X(i)
end do
write(1,*)'Número de avaliacoes Realizadas :'
write(1,*)MAX
End
SUBROUTINE FCN(MM,X,FFF) Cálculo no espaço de valores da função objetivo.
Implementa o PSO de acordo com o exposto no capitulo 5 desta tese.
use DFPORT
DOUBLE PRECISION X(MM)
REAL *8 FFF
PARAMETER ( M = 2) M = número de variáveis espaço de parâmetros
INTEGER MM
PARAMETER (JC = 20, Ite = 80) JC os n últimos valores de melhor Fobj,
Ite = número máximo de iterações permitidas
REAL*8,dimension(:,:),allocatable::PP,VP,PPx,A,B
REAL *8,dimension(:),allocatable::J,Jx
DOUBLE PRECISION PL(M), PU(M), PPV(M),P(M), Jcrit(Ite), Jcritt(JC)
DOUBLE PRECISION PPVV(M), VPmax(M),Xxx(M)
DOUBLE PRECISION Gbest(Ite)
INTEGER Pg,k,LL
REAL*8 w, c1,c2,fa,F,s1,s2,s3,s4
REAL *8 soma, media,ff,desvio,tolerancia,Crit,NH
CHARACTER*12 AN
147
EXTERNAL FCNN
AN='DUMPOL PSO'
Parâmetros iniciais:
X2=X(1) Fator redução Inércia
c1=X(2) const. c1
c2=X(3) const. c2
N=int(X(4)) número de partículas N
NH=5
ALLOCATE(PP(M,N),VP(M,N))
ALLOCATE(PPx(M,N))
ALLOCATE(A(M,N),B(M,N))
ALLOCATE(Jx(N),J(N))
tolerância=1d-6
!Limites para função exemplo: Venter
PL(1) =-50d0
PL(2) =-50d0
PU(1) =10d0
PU(2) =10d0
Iniciar contador do número máximo de iterações
k=0
LL=0 contador critério de parada
Gera o conjunto aleatório de partículas iniciais
CALL RANDOM_SEED
Do jl=1,N
do i=1,M
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s1)
PPV(i)= PL(i)+s1*(PU(i)-PL(i))
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s2)
PPVV(i)= PL(i)+s2*(PU(i)-PL(i))
end do
do l=1,M
PP(l,jl)=PPV(l)
VP(l,jl)=PPVV(l)
end do
End do
Limite da velocidade
do i=1,M
!VPmax(i)=(PU(i)-PL(i))/5d0
VPmax(i)=(PU(i)-PL(i))/NH
End do
Checar Limite de velocidade
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (VP(i,jj).GT.VPmax(i)) then
VP(i,jj)=VPmax(i)
else
continue
148
End if
End do
End do
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (VP(i,jj).LT.-VPmax(i)) then
VP(i,jj)=-VPmax(i)
else
continue
End if
End do
End do
Avaliar função objetivo para cada uma das N partículas
de M variáveis
Do l=1,N
do i=1,M
P(i)=PP(i,l)
End do
Call FCNN(M,P,F)
J(l)=F
end do
Melhor individual iteração zero:
PPx=PP
Jx=J
Melhor posição global:
Do ii=1,N
if (Jx(ii).EQ.Minval(Jx)) then
Pg=ii
else
continue
end if
End do
Do i=1,M
Xxx(i)=PP(i,Pg)
end do
10 IF(k.LT.Ite) then
Ajuste da velocidade
CALL RANDOM_SEED
Do jj=1,N
Do i=1,M
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s3)
A(i,jj)=w*VP(i,jj)+c1*s3*(PPx(i,jj)-PP(i,jj))
CALL RANDOM_NUMBER (HARVEST = s4)
B(i,jj)=c2*s4*(Xxx(i)-PP(i,jj))
VP(i,jj)=A(i,jj)+B(i,jj)
end do
End do
Checar Limite de velocidade
149
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (VP(i,jj).GT.VPmax(i)) then
VP(i,jj)=VPmax(i)
else
continue
End if
End do
End do
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (VP(i,jj).LT.-VPmax(i)) then
VP(i,jj)=-VPmax(i)
else
continue
End if
End do
End do
Ajuste da posição das particulas
Do jj=1,N
Do i=1,M
PP(i,jj)=PP(i,jj)+VP(i,jj)
end do
End do
Checar Limite da posição
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (PP(i,jj).GT.PU(i)) then
PP(i,jj)=PU(i)
else
continue
End if
End do
End do
Do jj=1,N
Do i=1,M
IF (PP(i,jj).LT.PL(i)) then
PP(i,jj)=PL(i)
else
continue
End if
End do
End do
Atualiza melhor individuo: avaliação de Fobj para cada partícula
Do l=1,N
do i=1,M
P(i)=PP(i,l)
End do
Call FCNN(M,P,F)
J(l)=F !vetor com os N (Num.Partículas) valores de Fobj
End do
150
Atualiza o melhor valor Fobj do enxame
Do i=1,N
IF (J(i).LT.Jx(i)) then
Jx(i)=J(i)
Do jj=1,M
PPx(jj,i)=PP(jj,i)
End do
Else
continue
End if
End Do
Atualiza o melhor resultado global
Do jj=1,N
IF (Jx(jj).EQ.Minval(Jx)) then
Pg=jj
else
continue
end if
End do
Do i=1,M
Xxx(i)=PP(i,Pg)
End do
Crit=Minval(J) é o conhecimento atual das partículas
Gbest(k+1)=Minval(Jx)
Critério de parada: desvio padrão das ultimas JC avaliações da Fobj=
if ((LL+1).LT.JC) then
Jcrit(LL+1)=Crit
else
continue
end if
If (LL.GE.JC.and.LL.LE.Ite) then
Jcrit(LL)=Crit
nj=LL-JC
do i=1,JC
Jcritt(i)=Jcrit(i+nj) !guardar os JC últimos resultados no
end do
soma=0
do i=1,JC
soma=soma+Jcritt(i)
end do
media=soma/JC
ff=0
do i=1,JC
ff=(ff+(Jcritt(i)-media)**2)/(JC-1)
end do
desvio=sqrt(ff)
!write(1,*)'desvio :'
151
!write(1,*)(desvio)
if (desvio.LT.tolerancia) then
!w=w*0.98
!write(1,*)'w :'
!write(1,*)(w)
go to 20
else
continue
end if
LL=LL+1
else
LL=LL+1
continue
end if
k=k+1
!w=w*0.98 Inércia linear
w=X2*w
go to 10
Else
20 end if
GRAVA RESULTADOS EM ARQUIVO
open(unit=1,file=AN,status='replace')
write(1,*)'------------------'
write(1,*)'Melhor posicao :'
do I=1,M
write(1,*)(Xxx(I))
enddo
write(1,*)'======================'
write(1,*)'Melhor Funcao obj :'
write(1,*)(Minval(Jx))
write(1,*)'======================'
write(1,*)'Número iteracoes k :'
write(1,*)(k+1)
write(1,*)'parametros N, FRI,c1, c2, 1.4 de Iner Inic,w(final) :'
write(1,*)N
write(1,*)(X2)
write(1,*)(c1)
write(1,*)(c2)
write(1,*)1.4
write(1,*)(w)
write(1,*)' '
write(1,*)' '
FFF=Minval(Jx)
RETURN
End
SUBROUTINE FCNN(M,P,FF) Cálculo da função objetivo
DOUBLE PRECISION P(M)
REAL*8 FF,f1,f2,f3
INTEGER M
!funcao de venter 2D
152
f1=P(1)**2-100*cos(P(1))**2-100*cos(P(1)**2/30)+P(2)**2
f2=-100*cos(P(2))**2-100*cos(P(2)**2/30)
FF=f1+f2+1400d0
return
End
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