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Gustavo Henrique Siqueira
Almofada de apoio de compósito de cimento para
ligações em concreto pré-moldado
Dissertação apresentada à Escola de
Engenharia de São Carlos, da
Universidade de São Saulo, como
parte dos requisitos para obtenção
do Título de Mestre em Engenharia
de Estruturas
Orientador: Prof. Tit. Mounir Khalil El Debs
São Carlos
2007
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À Deus, pela proteção em mais essa etapa.
Aos meus pais, José Carlos e Adelina, e irmãos pelo
amor e carinho incondicionais durante todos esses anos.
À minha noiva, Ana Paula, pelo amor e compreensão
durante a realização deste trabalho
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À Deus, pelo amor e proteção durante todas as etapas de minha vida.
Aos meus pais, José Carlos e Adelina, meus irmãos Fábio, Júnior e Érica, minhas
cunhadas Vanessa e Luciana, meu avô, João Siqueira, pessoa muito simples mas de
sabedoria ímpar e, à minha noiva, Ana Paula e sua família, que sempre me deram apoio
e amor durante esta fase.
Aos meus grandes amigos da graduação, a galerinha mais ou menos, sem vocês a
faculdade de engenharia não teria a menor graça.
Ao meu orientador, Mounir Khalil El Debs, pela confiança, paciência, dedicação,
amizade e os preciosos ensinamentos desde a iniciação científica.
À professora Aline Barboza, pelo apoio e ajuda durante toda minha iniciação científica
e pelo incentivo durante todo o mestrado.
Aos funcionários do Laboratório pela ajuda e pelo profissionalismo na montagem e
execução de todos os ensaios desta pesquisa.
À todos os professores e funcionários do SET, que contribuíram para a conclusão deste
trabalho.
Aos amigos Paulino, Vinícius, Guilherme Said, Estevam, Guilherme David e Eric, com
os quais tive a oportunidade de passar os momentos de lazer e descontração durante
esses anos.
À todos os membros da sala 03, Danilo, Kenneth, João, Antônio e Rafael e os amigos
caçulas que fiz neste último ano de mestrado.
Aos grandes amigos que fiz no início do mestrado, Filipe, Denis, André, Saulo, Edmar,
Gláucia, Iara, Karenina, Lívia, Ronaldo, Tiago, Elian, Alice, Ricardo, Danusa, Thais,
Othavio, Walter, Eduardo, Gustavo, Edson, Paccola, Claudius e Luciano, pois todos
tiveram uma grande e importante participação em minha vida durante esse período.
De forma especial agradecer a dois amigos que conheci no início do curso de mestrado,
Luiz Carlos e Marlos, que sempre estiveram presentes em todos os momentos dessa
conquista e me ajudaram muito durante esse período.
À CNPq pelo apoio financeiro e as empresas Fitesa e Ciminas pela doação de materiais
para a realização desta pesquisa.
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1.1 Considerações Iniciais............................................................................................ 1
1.2 Objetivos................................................................................................................. 4
1.3 Justificativas ........................................................................................................... 5
1.4 Metodologia............................................................................................................ 6
1.5 Apresentação do Trabalho...................................................................................... 7
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2.1 Preliminares............................................................................................................ 9
2.2 Polímeros................................................................................................................ 9
2.2.1 Considerações Iniciais ................................................................................................ 9
2.2.2 Elastômeros...............................................................................................................13
2.2.3 Fibras ........................................................................................................................17
2.2.4 Látex.......................................................................................................................... 23
2.3 Argamassas modificadas com látex estireno-butadieno....................................... 31
2.4 Almofadas de apoio de compósito de cimento..................................................... 36
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3.1 Preliminares.......................................................................................................... 49
3.2 Materiais utilizados............................................................................................... 49
3.2.1 Cimento Portland ......................................................................................................49
3.2.2 Areia.......................................................................................................................... 50
3.2.3 Vermiculita termo-expandida.................................................................................... 51
3.2.4 Látex estireno-butadieno...........................................................................................54
3.2.5 Fibra de Polipropileno.............................................................................................. 55
3.2.6 Aditivo Superplastificante..........................................................................................57
3.3 Caracterização do compósito................................................................................ 59
3.3.1 Dosagem do compósito.............................................................................................. 59
3.3.2 Variáveis....................................................................................................................62
3.3.3 Caracterização do compósito....................................................................................63
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4.1 Preliminares.......................................................................................................... 71
4.2 Ensaios de força distribuída.................................................................................. 71
4.2.1 Carregamento Monotônico........................................................................................71
4.2.2 Carregamento Cíclico ............................................................................................... 74
4.3 Ensaios de força concentrada ............................................................................... 78
4.4 Ensaios de ligação de blocos................................................................................ 82
4.5 Ensaios de rotação de apoio.................................................................................. 87
4.6 Ensaio de tenacidade ao fraturamento.................................................................. 92
4.7 Microscopia ótica ................................................................................................. 96
4.8 Síntese do programa experimental ....................................................................... 98
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5.1 Preliminares........................................................................................................ 101
5.2 Resistências e módulo de deformação................................................................ 101
5.2.1 Resistência à compressão........................................................................................101
5.2.2 Resistência à tração por compressão diametral .....................................................104
5.2.2 Módulo de deformação............................................................................................ 106
5.3 Ensaios de força distribuída................................................................................ 111
5.3.1 Carregamento Monotônico......................................................................................111
5.3.2 Carregamento cíclico.............................................................................................. 115
5.4 Ensaios de força concentrada ............................................................................. 125
5.5 Ensaios de ligação de blocos.............................................................................. 131
5.6 Ensaios de rotação.............................................................................................. 137
5.7 Ensaio de tenacidade ao fraturamento................................................................ 157
5.8 Microscopia ótica ............................................................................................... 159
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Figura 1.1: Esquema de ligação viga-pilar...................................................................... 3
Figura 1.2: Almofadas de apoio de diferentes formatos. ................................................ 3
Figura 2.1: Influência do Grau de Cristalinidade e do Peso Molecular sobre as
características físicas do Polietileno (CALLISTER JR., 2000). .................................... 12
Figura 2.2: Representação esquemática de moléculas de cadeias de polímeros
com ligações cruzadas (a) em um estado sem tensão e (b) durante deformação
elástica sob aplicação de tensão de tração (CALLISTER JR., 2000)............................. 14
Figura 2.3: Reação de vulcanização de um elastômero (CALLISTER JR., 2000)....... 16
Figura 2.4: Curvas tensão-deformação até um alongamento de 600% para as
borrachas naturais vulcanizada e não-vulcanizada (CALLISTER JR., 2000). .............. 16
Figura 2.5: Modelo idealizado de formação do concreto de cimento polímero
(OHAMA, 1998 apud. PERUZZI, 2002). ...................................................................... 29
Figura 2.6: Modelo idealizado do processo de formação do filme de polímero
na partícula de cimento (STORTE, 1991 apud. PERUZZI, 2002)................................. 30
Figura 2.7: Esquema do ensaio de ligação pilar-pilar realizado por
BARBOZA (2002). ........................................................................................................ 38
Figura 2.8: a) Máquina de Ensaios e b) Aplicação de carga na almofada
(MONTEDOR, 2004)..................................................................................................... 42
Figura 2.9: Ensaio de carga localizada.......................................................................... 42
Figura 2.10: Resultados dos ensaios de compressão em corpos-de-prova
cilíndricos
(MONTEDOR, 2004)................................................................................... 44
Figura 2.11: Resultados dos ensaios de tração por compressão diametral em
corpos-de-prova cilíndricos (MONTEDOR, 2004)........................................................ 44
Figura 2.12: Resultados dos ensaios de módulo de elasticidade em
corpos-de-prova cilíndricos (MONTEDOR, 2004)........................................................ 45
Figura 2.13: Resultados dos ensaios de rigidez de placa (MONTEDOR, 2004).......... 45
Figura 2.14: Resultados dos ensaios de ligação de blocos com almofadas de
10mm de espessura e 0% de inclinação (MONTEDOR, 2004). .................................... 46
Figura 2.15: Ligação Viga-Pilar estudada por BALDISSERA (2006)......................... 47
Figura 2.16: Ligação Viga-Pilar estudada por SOUZA (2006). ................................... 47
Figura 3.1: Curva Granulométrica da Areia utilizada nos ensaios................................ 51
ii
Figura 3.2: Vermiculita: natural, expandida e partícula expandida. ............................. 52
Figura 3.3: Curva granulométrica da vermiculita (Fonte: MONTEDOR, 2004).......... 54
Figura 3.4: Fibras de polipropileno............................................................................... 56
Figura 3.5: (a) Introdução de látex á mistura de cimento, areia e vermiculita;
(b) consistência da mistura antes da introdução de água e superplastificante;
(c) consistência melhorada após a introdução da água e superplastificante;
(d) introdução da fibra de polipropileno......................................................................... 64
Figura 3.6: (a)Batedeira industrial utilizada na pesquisa; (b) introdução de látex
á mistura de cimento, areia e vermiculita; (c) consistência melhorada após a
introdução da água e superplastificante; (d) introdução da fibra de polipropileno. ....... 64
Figura 3.7: (a) Consistência da argamassa; (b) compactação da argamassa ao
molde. ............................................................................................................................. 65
Figura 3.8: (a) e (b): Esquema do ensaio de compressão simples................................ 66
Figura 3.9 (a) e (b): Esquema do ensaio de tração por compressão diametral. ............ 67
Figura 3.10: Máquina de ensaios marca ELE. .............................................................. 68
Figura 3.11: (a) Corpo-de-prova com transdutor de deslocamento; (b) esquema
completo do ensaio de módulo de elasticidade. ............................................................. 68
Figura 3.12: Gráfico para determinação do módulo de elasticidade............................. 69
Figura 4.1: (a) Almofada do compósito; (b) e (c) Esquemas do ensaio de
carregamento monotônico; (d) Máquina de ensaios....................................................... 73
Figura 4.2: Gráfico força x deslocamento para duas amostras de almofada................. 74
Figura 4.3: Sistema de aquisição de dados System 6000.............................................. 75
Figura 4.4: Ciclos de carregamento da almofada.......................................................... 76
Figura 4.5: Carregamento cíclico na almofada. ............................................................ 77
Figura 4.6: Carregamento cíclico na almofada após a retirada de pontos
intermediários................................................................................................................. 77
Figura 4.7: Exemplo de ensaio de almofada com 1200 ciclos de carregamento. ......... 78
Figura 4.8: Exemplo de ensaio de almofada com 1200 ciclos após retirada de
pontos intermediários. .................................................................................................... 78
Figura 4.9: (a) Esquema frontal ensaio de carga concentrada (medidas em cm);
(b) Esquema tridimensional do ensaio............................................................................ 79
Figura 4.10: (a) Máquina MTS utilizada nos ensaios de carga localizada;
(b) Vista ampliada do ensaio de afundamento................................................................ 80
Figura 4.11: Curvas força x deslocamento para o traço V10PP4,0L30. ....................... 81
Figura 4.12: Curvas média força x deslocamento para o traço V10PP4,0L30. ............ 82
Figura 4.13: Esquema dos ensaios de ligação de blocos............................................... 83
Figura 4.14: Esquema das rugosidades e colocação dos blocos para ensaio. ............... 83
Figura 4.15: Esquema dos tipos de blocos ensaiados. .................................................. 84
Figura 4.16:– Primeira série de ensaios de blocos. ....................................................... 85
iii
Figura 4.17: Segunda série de ensaios de blocos. ......................................................... 86
Figura 4.18: (a) Ensaio de blocos lisos sem almofada; (b) blocos para ensaio
com rugosidade de 1,5mm sem almofada. ..................................................................... 87
Figura 4.19: Esquema básico do ensaio de rotação....................................................... 87
Figura 4.20: Esquema íntegro do ensaio de rotação. .................................................... 88
Figura 4.21: Detalhes do ensaio de rotação................................................................... 89
Figura 4.22: Convenção adotada para os ensaios.......................................................... 90
Figura 4.23: (a) e (b) Descolamento da extremidade da chapa em relação a
superfície da almofada.................................................................................................... 91
Figura 4.24: Relógios com bases magnéticas posicionados sobre base metálica. ........ 92
Figura 4.25: Esquema do ensaio de tenacidade ao fraturamento à flexão em
três pontos....................................................................................................................... 93
Figura 4.26: Deflexões importantes ao ensaio de tenacidade ao fraturamento............. 94
Figura 4.27: (a) Apoio móvel; (b) clip-gauge de medição da abertura da fissura;
(c) detalhe do ensaio sem o LVDT de monitoração dos deslocamentos verticais;
(d) esquema completo do ensaio. ................................................................................... 96
Figura 4.28: (a) Colocação da argamassa na forma; (b) acabamento superficial
da almofada. ................................................................................................................... 97
Figura 4.29: Esquema da retirada de amostra das almofadas. ...................................... 98
Figura 5.1: Gráfico comparativo para o ensaio de compressão simples..................... 102
Figura 5.2: Comparação dos resultados de resistência à compressão para 30%
de látex.......................................................................................................................... 104
Figura 5.3: Resistência a tração por compressão diametral. ....................................... 105
Figura 5.4: Comparação dos resultados de resistência à tração para 30%
de látex.......................................................................................................................... 106
Figura 5.5: Curva tensão x deformação. ..................................................................... 107
Figura 5.6: Módulo de elasticidade do compósito. ..................................................... 107
Figura 5.7: Comparação de resultados de módulo de elasticidade. ............................ 108
Figura 5.8: Relação entre módulos de elasticidade secante e tangente e
resistência a compressão............................................................................................... 111
Figura 5.9: Rigidez das placas. ................................................................................... 113
Figura 5.10: Relação entre Módulo de deformação e rigidez das placas.................... 114
Figura 5.11: Comparação das rigidezes de almofadas do compósito e
almofada de neoprene................................................................................................... 115
Figura 5.12: Almofadas do traço V5PP4,5L30 com 200 ciclos de carregamento. ..... 117
Figura 5.13: Almofadas do traço V10PP4L30 com 200 ciclos de carregamento. ...... 117
Figura 5.14: Almofadas do traço V15PP3,5L30 com 200 ciclos de carregamento. ... 118
Figura 5.15: (a) Almofadas do traço V10PP4L30 antes do ensaio;
(b) almofada do traço V10PP4L30 após o ensaio. ....................................................... 119
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Figura 5.16: Almofada do traço V5PP4,5L30 com 1200 ciclos de carregamento...... 120
Figura 5.17: Almofada do traço V10PP4L30 com 1200 ciclos de carregamento....... 121
Figura 5.18:– Almofada do traço V15PP3,5L30 com 1200 ciclos de carregamento.. 121
Figura 5.19: Comparação entre 50 e 200 ciclos de carga para o traço V10PP4L30... 123
Figura 5.20: Curvas das 10 amostras do ensaio de carga localizada para o traço
V5PP4,5L30. ................................................................................................................ 126
Figura 5.21: Curva média das amostras do ensaio de carga localizada para o
traço V5PP4,5L30. ....................................................................................................... 127
Figura 5.22: Curvas médias das amostras dos ensaios de carga localizada................ 128
Figura 5.23: Evolução do carregamento nas tiras do compósito................................. 129
Figura 5.24: Ruptura das tiras da almofada por tração. .............................................. 130
Figura 5.25: Gráfico do produto afundamento x força. .............................................. 131
Figura 5.26: Blocos da primeira série de ensaios........................................................ 133
Figura 5.27: Blocos da segunda série de ensaios. ....................................................... 134
Figura 5.28: Conjunto dos ensaios de ligação de blocos. ........................................... 135
Figura 5.29: Ruptura dos blocos lisos......................................................................... 136
Figura 5.30: Ruptura dos blocos rugosos.................................................................... 137
Figura 5.31: Planta de posicionamento dos relógios do ensaio de rotação................. 138
Figura 5.32: Deslocamento médio para o traço V5PP4,5L30 e=10mm. .................... 139
Figura 5.33: Rotações nos apoios para o traço V5PP4,5L30 e=10mm....................... 140
Figura 5.34: Rotações médias dos apoios para o traço V5PP4,5L30 e=10mm. ......... 140
Figura 5.35: Deslocamento médio para o traço V5PP4,5L30 e=20mm. .................... 141
Figura 5.36: Rotações nos apoios para o traço V5PP4,5L30 e=20mm....................... 142
Figura 5.37: Rotações médias dos apoios para o traço V5PP4,5L30 e=20mm. ......... 142
Figura 5.38: Deslocamento médio para o traço V10PP4L30 e=10mm. ..................... 143
Figura 5.39: Rotações nos apoios para o traço V10PP4L30 e=10mm........................ 144
Figura 5.40: Rotações médias dos apoios para o traço V10PP4L30 e=10mm. .......... 144
Figura 5.41: Deslocamento médio para o traço V10PP4L30 e=20mm. ..................... 145
Figura 5.42: Rotações nos apoios para o traço V10PP4L30 e=20mm........................ 146
Figura 5.43: Rotações médias dos apoios para o traço V10PP4L30 e=20mm. .......... 146
Figura 5.44: Deslocamento médio para o traço V15PP3,5L30 e=10mm. .................. 147
Figura 5.45: Rotações nos apoios para o traço V15PP3,5L30 e=10mm..................... 148
Figura 5.46: Rotações médias dos apoios para o traço V15PP3,5L30 e=10mm. ....... 148
Figura 5.47: Deslocamento médio para o traço V15PP3,5L30 e=20mm. .................. 149
Figura 5.48: Rotações nos apoios para o traço V15PP3,5L30 e=20mm..................... 150
Figura 5.49: Rotações médias dos apoios para o traço V15PP3,5L30 e=20mm. ....... 150
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Figura 5.50: Descolamento entre a chapa metálica e almofada de 20mm. ................. 151
Figura 5.51: Fissuras após ensaio de rotação em almofada de 20mm. ....................... 152
Figura 5.52: Comparação de rotações para as almofadas de 10mm de espessura. ..... 153
Figura 5.53: Viga de ponte rolante do laboratório de estruturas da EESC/USP......... 155
Figura 5.54: Viga de concreto armado idealizada....................................................... 155
Figura 5.55: Curvas de deslocamento vertical da linha de carga do compósito. ........ 157
Figura 5.56: Foto de uma das extremidades da superfície das almofadas do
compósito. .................................................................................................................... 159
Figura 5.57: Foto da região central da superfície das almofadas do compósito. ........ 160
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Tabela 2.1: Temperaturas de Transição Vítrea e de Fusão para alguns tipos de
Polímeros (CALLISTER JR., 2000). ............................................................................. 11
Tabela 2.2: Características importantes para cinco elastômeros comerciais
(CALLISTER JR., 2000)................................................................................................ 17
Tabela 2.3: Propriedades de algumas fibras – Fonte: TEZUKA (1989)....................... 20
Tabela 2.4: Ligações viga-pilar estudadas por MIOTTO (2002).................................. 37
Tabela 2.5: Misturas para ensaios de caracterização do material
(MONTEDOR, 2004)..................................................................................................... 40
Tabela 2.6: Variáveis analisadas. .................................................................................. 41
Tabela 2.7: Traço de referência..................................................................................... 41
Tabela 2.8: Legenda dos materiais................................................................................ 41
Tabela 2.9: Ensaios de ligação de blocos (MONTEDOR, 2004).................................. 43
Tabela 3.1: Características do cimento utilizado (Fonte: HOLCIM S.A.).................... 50
Tabela 3.2: Propriedades do látex estireno-butadieno (Rhodia do Brasil).................... 54
Tabela 3.3: Propriedades das fibras de polipropileno (Fonte: Fitesa S.A.)................... 56
Tabela 3.4: Características do Glenium 51 (Fonte: Catálogo Técnico do Fabricante). 59
Tabela 3.5: Traço de referência em massa .................................................................... 59
Tabela 3.6: Legenda adotada......................................................................................... 60
Tabela 3.7: Consumos de cimento para os traços estudados......................................... 61
Tabela 3.8: Variáveis estudadas. ................................................................................... 62
Tabela 4.1: Traços estudados no ensaio de carregamento monotônico......................... 72
Tabela 4.2: Traços estudados no ensaio de carga localizada......................................... 81
Tabela 4.3: Síntese do programa experimental. ............................................................ 99
Tabela 5.1: Resultados do ensaio de compressão simples para os traços estudados... 102
Tabela 5.2: Resultados do ensaio tração para os traços estudados.............................. 104
Tabela 5.3: Relações entre resistências e módulo de elasticidade............................... 109
Tabela 5.4: Rigidez das placas dos traços estudados. ................................................. 112
Tabela 5.5: Relações entre módulo de elasticidade e rigidez...................................... 113
Tabela 5.6: Traços estudados nos ensaios de carregamento cíclicos. ......................... 116
viii
Tabela 5.7: Comparação de valores de afundamentos para diferentescarregamentos. 124
Tabela 5.8: Comparação de valores de rigidezes para diferentes carregamentos. ...... 124
Tabela 5.9: Traços estudados no ensaio de carga localizada....................................... 125
Tabela 5.10: Resistências dos blocos da 1ª série de ensaios. ...................................... 132
Tabela 5.11: Resistências dos blocos da 2ª série de ensaios. ...................................... 133
Tabela 5.12: Tensões médias para o ensaio de tenacidade flexional. ......................... 158
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SIQUEIRA, G.H. (2007). Almofada de apoio de compósito de cimento para
ligações em concreto pré-moldado. 169p. Dissertação (Mestrado) – Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.
Esta pesquisa apresenta um estudo de uma argamassa modificada para uso como
elemento de ligação entre elementos de concreto pré-moldado. A argamassa utilizada
nesta pesquisa é obtida pela introdução de látex estireno-butadieno (SB) e fibras de
polipropileno a uma argamassa de cimento e areia. Estas adições modificam suas
propriedades mecânicas, proporcionando o aumento da deformabilidade por diminuição
do módulo de elasticidade do compósito, conferindo-lhe características favoráveis ao
uso como elemento de apoio para elementos pré-moldados de concreto. Foram
realizados ensaios de caracterização do compósito por meio da obtenção das resistências
à compressão e à tração e, do módulo de elasticidade para corpos-de-prova cilíndricos
com 50mm de diâmetro com 100mm de altura. Ensaios de capacidade de deformação,
capacidade de rotação e capacidade de acomodação de imperfeições e distribuição das
tensões foram realizados em almofadas de 150mm x 150mm com espessura de 10mm.
Os resultados mostraram que o material possui boa capacidade de se deformar em níveis
de tensão da ordem de 10 a 20MPa mantendo sua resiliência. Valores de rotações entre
0,01 e 0,02rad foram obtidos nos ensaios, sendo estas maiores que os valores
necessários para a maioria dos casos convencionais de projeto. Na acomodação e
distribuição das tensões, a presença das almofadas promoveu uma melhora de 25% no
desempenho de ligações submetidas à compressão uniforme, com rugosidades de
1,0mm.
Palavras-chave: Almofadas de apoio, Fibras de Polipropileno; Látex Estireno-
butadieno; Ligações; Estruturas de concreto pré-moldado.
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SIQUEIRA, G.H. (2007). Bearing pad of cement composite for connections in
precast concrete. 169p. M.Sc. Dissertation – Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.
This research presents a study of a mortar modified to use as bearing pad between
precast concrete elements. The mortar used in this research is achieved by the
introduction of styrene-butadiene latex (SB) and polypropylene fibers into a cement
mortar and sand, modifying their mechanical properties, as increase of the potential
deformation by decrease of the composite modulus of elasticity, providing favorable
characteristics to the use as bearing pad for precast concrete elements. Cylindrical
samples of 50mm of diameter with height of 100mm were molded and tested to
determination the compressive and the tensile strength and also the modulus of
elasticity of the composite. Compression tests with cushions of 150mm x 150mm of
base with thickness of 10mm were done to determinate the deformation capacity,
rotation capacity and capacity of accommodation of imperfections and distribution of
the stresses between precast elements. The results showed that the material has a
capacity to deform in levels of tension from 10 to 20MPa maintaining his resilience.
Values of rotations among 0,01 and 0,02rad were obtained, being these larger ones than
the necessary values for most of the conventional cases of project. In the
accommodation and distribution of the stresses, the presence of the bearing pad
promoted an improvement of 25% in the strength of connections subject to uniform
compressive stresses, with surface irregularities of 1,0mm.
Keywords: Bearing pad; Polypropylene fibers; Styrene-butadiene latex; Connections;
Precast concrete structures.
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1.1 Considerações Iniciais
As ligações entre elementos de concreto pré-moldado, geralmente, são a parte mais
importante do projeto deste tipo de sistema estrutural. Elas são de fundamental
importância na concepção do processo de fabricação dos elementos adjacentes à região
da ligação, no comportamento global da estrutura e nos serviços complementares
realizados no local.
Devido ao seu comportamento próprio as ligações podem promover a redistribuição dos
esforços nos elementos e ainda a modificação dos deslocamentos finais da estrutura. As
falhas de certas ligações, quando submetidas a determinadas ações, bem como defeitos
em sua execução, podem ocasionar deslocamentos excessivos e provocar o colapso da
estrutura.
As ligações devem se adequar a critérios relativos à resistência, ductilidade,
durabilidade e resistência ao fogo, bem como apresentar aspectos como estética,
produção e montagem (EL DEBS – 2000).
Nas ligações entre elementos de concreto pré-moldado, a transferência das tensões de
compressão pode ser de duas maneiras: (a) por contato direto; e (b) por inserção de
material entre os elementos.
Devido ao comportamento frágil do concreto, o apoio por contato direto é raramente
utilizado e limitado a baixas tensões de compressão. O uso de argamassa moldada no
local pode ser uma alternativa para minimizar as irregularidades da superfície de
contato. Sua gama de utilização é limitada e sua aplicação é restrita a baixos níveis de
tensão de compressão, sendo que, esta ainda requer trabalhos adicionais na obra.
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Com relação à inserção de material entre os elementos pré-moldados, o material pode
ser rígido ou flexível. O material rígido pode ser feito com elementos metálicos
embutidos nas peças pré-moldadas de concreto e, o contato pode ser feito por estes
elementos. Este tipo de ligação requer cuidados para garantir a uniformidade
dimensional da superfície de contato e freqüente manutenção, porque os elementos
metálicos podem ser expostos. Os elementos flexíveis podem ser na forma de almofadas
de elastômero. O elastômero mais comum utilizado como elemento de apoio entre
elementos de concreto pré-moldado é o policloropreno, conhecido comercialmente
como neoprene. Devido a sua flexibilidade este acomoda as irregularidades das
superfícies dos elementos pré-moldados, promovendo uma melhor distribuição das
tensões, permitindo certas rotações e deslocamentos horizontais entre as peças. Este
material apresenta como desvantagem de utilização seu alto custo e necessidade de
manutenção periódica.
O que se propõe neste trabalho é o desenvolvimento de um material à base de
argamassa de cimento modificada pela introdução de fibras de polipropileno, látex
estireno-butadieno (SB) e vermiculita. Este material deve possuir capacidade de
deformação de modo que se adeque à utilização como elemento de apoio para os
elementos de concreto pré-moldados de concreto. Essa composição foi escolhida devido
aos resultados de pesquisas realizadas anteriormente que mostraram que a utilização
conjunta desses materiais promove uma redução significativa do módulo de elasticidade
do compósito. A escolha da fibra de polipropileno foi motivada devido ao seu baixo
custo em relação a outros tipos de fibras encontradas comercialmente para utilização em
concretos e argamassas de cimento Portland.
Este material possui a vantagem de ser mais barato que o neoprene comercializado
atualmente, mas apresenta a desvantagem de não possuir a amplitude de utilização que o
mesmo. Sua utilização fica restrita às ligações onde não se apresentam esforços na
direção horizontal da peça, sendo o exemplo mais comum de utilização as ligações viga-
pilar de estruturas de edifícios comerciais e residenciais e de galpões industriais, como
apresentado na Figura 1.1.
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Figura 1.1: Esquema de ligação viga-pilar.
Outra vantagem apresentada pelo material é a capacidade de moldá-lo de acordo com a
tipologia da ligação, independentemente do tamanho e do tipo de apoio e da necessidade
de vazios na almofada do compósito para adequação aos chumbadores presentes nas
ligações. Um exemplo desta moldabilidade do material é apresentada na Figura 1.2.
Figura 1.2: Almofadas de apoio de diferentes formatos.
Os estudos com o material vêm sendo desenvolvidos no laboratório de estruturas da
Escola de Engenharia de São Carlos desde o ano 2000, com algumas variações dos
materiais incorporados na modificação do compósito.
EL DEBS et al. (2003) apresentam resultados de resistência à compressão, tração e
módulo de elasticidade para corpos-de-prova cilíndricos de argamassa modificada com
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fibra de polipropileno e PVA, látex SB e vermiculita. São apresentados resultados de
almofadas do compósito utilizadas como elemento de apoio em ensaios de ligações do
tipo viga-pilar e pilar-pilar, cujos resultados indicaram um grande potencial da
utilização do material como elemento de apoio para elementos de concreto pré-
moldado.
1.2 Objetivos
No caso deste trabalho, dando seqüência aos estudos realizados por MONTEDOR
(2004), o objetivo principal foi o desenvolvimento de uma almofada feita de argamassa
à base de cimento, que seja suficientemente flexível para distribuir as tensões de contato
neste tipo de ligação viga-pilar. A utilização de fibras de polipropileno, substituindo as
fibras de Vidro e PVA utilizadas anteriormente, tendem a promover uma diminuição do
custo final de produção destas almofadas. Por isso o estudo foi dirigido estabelecendo-
se os seguintes objetivos específicos:
a) Avaliar a diminuição do módulo de elasticidade do compósito e rigidez das
almofadas do material, conferindo-lhe capacidade de deformação e, promovendo
assim, uma conveniente distribuição das tensões na região dos apoios dos
elementos pré-moldados;
b) Buscar uma relação entre a quantidade de vermiculita incorporada ao material e
seu conseqüente aumento de deformabilidade com diminuição de resistência,
buscando-se uma relação de equilíbrio entre estes fatores;
c) Verificar as características resilientes do material, por meio da aplicação de
carregamentos cíclicos nas almofadas, mostrando assim, a evolução da rigidez
destas nas situações de carregamentos de teor cíclico, a que os elementos
estruturais estão submetidos nas situações de utilização das estruturas em geral;
d) Avaliar o emprego da almofada em ligações de blocos de concreto, comparando
ligações com a presença do compósito, em relação a elementos íntegros e
elementos com emenda feita por junta seca;
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e) Verificar a capacidade de rotação destes elementos para garantir que estes são
capazes de absorver este tipo de solicitação sem introduzir esforços adicionais
nos elementos da ligação.
1.3 Justificativas
As ligações com a utilização de argamassa entre elementos pré-moldados é bastante
utilizada devido a sua facilidade de execução. Porém, neste tipo de configuração
apresentada, não existem parâmetros suficientes que determinem suas características
resistentes, portanto:
9 por se tratar de um material novo, existem poucos estudos neste sentido
no país, concentrando-se no Departamento de Engenharia de Estruturas
da Escola de Engenharia de São Carlos;
9 O comportamento da argamassa quando utilizada nas ligações ainda é
pouco conhecido, necessitando a realização de novos estudos para
avaliação mais ampla na sua utlização;
9 A argamassa apresentou boa capacidade de deformação, em alguns testes
previamente realizados;
9 A adição conjunta de vermiculita, látex e fibras promove uma redução
significativa do módulo de elasticidade do material, sobretudo se
comparado à almofada de cloropreno;
9 Já existem vários estudos caracterizando em separado a utilização destes
materiais quando incorporados à argamassas de cimento, mas a utilização
em conjunto desses três materiais ainda necessita ser estudada pois ainda
não foi bem caracterizada a sua capacidade resistente quando utilizada
como elemento de apoio.
Com base nos aspectos citados nota-se a relevância do estudo do material, mesmo
porque existem variações do tipo de fibras utilizadas que determinam algumas
características diferenciadas às argamassas produzidas.
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1.4 Metodologia
Para atingir os objetivos deste trabalho foi utilizada a seguinte metodologia:
a) Definição das variáveis do compósito
Em vista do trabalho desenvolvido anteriormente e visando-se economia, foi definida a
substituição das fibras de Vidro e PVA por fibra de polipropileno. De posse dos
resultados anteriores, foram estipuladas as variações nas quantidades de fibra e
vermiculita que seriam incorporadas, limitando-se o estudo a cinco traços diferentes,
diminuindo, em muito, a gama de variações a ser estudada.
b) Revisão bibliográfica
Através da revisão bibliográfica foram estudadas as características de modificação que
cada um dos elementos introduzidos na argamassa poderiam trazer. Através do
comportamento conferido por cada elemento em separado pode-se idealizar o
comportamento em conjunto destes elementos e assim criar um compósito voltado ao
uso destinado.
c) Ensaios físicos
Por meio dos ensaios experimentais foram verificadas as características reais do
compósito, possibilitando assim, a saída do campo hipotético para o campo das
informações reais sobre os corpos-de-prova e almofadas produzidos com este material.
d) Análise dos resultados
Por meio da análise dos resultados, fez-se uma avaliação crítica do compósito em
relação às características necessárias para seu uso como elemento de apoio, podendo
assim, validar as hipóteses de desempenho do material e influência de sua utilização nas
ligações.
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1.5 Apresentação do Trabalho
No capítulo 1, introdução, são apresentadas algumas utilizações do compósito bem
com algumas discussões das vantagens de sua utilização como elemento de apoio.
Tenta-se justificar a relevância da continuidade desse estudo em relação as
características que foram alteradas com a introdução de uma fibra diferente da utilizada
anteriormente.
No capítulo 2, revisão bibliográfica, são apresentadas as características dos elementos
utilizados na modificação da almofada. É apresentada uma pequena revisão
bibliográfica sobre os polímeros em geral, bem como as particularidades dos polímeros
utilizados nesta pesquisa. Apresenta-se uma pequena revisão das pesquisas realizadas
com almofadas desta natureza encontradas na literatura.
No capítulo 3, materiais utilizados, são apresentadas características dos materiais
utilizados nesta pesquisa e a caracterização do compósito, os aspectos de dosagem,
variáveis que seriam analisadas e propriedades mecânicas verificadas para diferentes
traços, que serviriam de parametrização para a realização de todo o programa
experimental.
No capítulo 4, programa experimental, são descritos todos os ensaios que foram
realizados em almofadas do compósito para verificação das propriedades necessárias a
sua utilização.
No capítulo 5, análise dos resultados, foram apresentados todos os resultados obtidos
nos vários ensaios que as almofadas de cinco traços do compósito foram submetidas,
bem como as comparações dos resultados obtidos na pesquisa realizada anteriormente
com o compósito.
No capítulo 6, considerações finais e conclusões, são feitas as considerações finais e
conclusões sobre o trabalho, bem como ainda algumas sugestões para trabalhos futuros
sobre o material.
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2.1 Preliminares
Este capítulo faz uma revisão do que pode ser encontrado na literatura sobre os
materiais introduzidos na modificação e utilizados na confecção das almofadas
estudadas neste trabalho. Inicialmente trata-se dos polímeros de maneira geral para que
se possa entender as características inerentes aos materiais aqui estudados. Em seguida,
são mostradas as particularidades de cada material e as principais propriedades que a
incorporação de polímeros à argamassa de cimento pode proporcionar. No final é feita
uma revisão sobre o que se tem de material específico sobre almofadas de argamassa
modificadas por polímeros.
2.2 Polímeros
2.2.1 Considerações Iniciais
A utilização de polímeros data de muitos séculos atrás, quando se utilizavam as formas
que ocorrem naturalmente dos mesmos. Estão inclusos nessas formas naturais dos
polímeros: madeira, borracha, algodão, lã, couro e, seda. Nos processos biológicos e
fisiológicos são de grande importância outras formas de polímeros naturais como as
proteínas, amidos e a celulose. Ferramentas modernas de pesquisa científica tornaram
possível a determinação das estruturas moleculares deste grupo de materiais, bem como,
o desenvolvimento de numerosos polímeros, os quais são sintetizados a partir de
moléculas orgânicas pequenas. De fato, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o
campo dos materiais, foi virtualmente revolucionado pelo advento dos polímeros
sintéticos. Os materiais sintéticos podem ser produzidos de maneira barata e, as suas
propriedades podem ser administradas a um nível em que muitas delas são superiores às
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suas contrapartes naturais (CALLISTER JR., 2000). Alguns dos exemplos de materiais
obtidos artificialmente e com grande utilização atualmente são os plásticos, as borrachas
e os materiais fibrosos.
Como o próprio nome já diz, as moléculas dos polímeros são compostas de várias
partes, e geralmente possuem tamanhos gigantescos, por isso são chamadas de
macromoléculas. Essas macromoléculas são compostas por entidades estruturais
orgânicas conhecidas por meros, que se repetem sucessivamente, onde os átomos estão
ligados entre si através de ligações covalentes. O termo mero tem origem na palavra
grega meros, que significa parte. O “mero” representa a unidade que se repete na cadeia
de um polímero.
Quando todas as unidades que se repetem ao longo de uma cadeia são do mesmo tipo, o
polímero resultante é chamado de homopolímero, e quando a cadeia é composta por
duas ou mais unidades mero diferentes, o mesmo é conhecido por copolímero. Estes
apresentam melhores combinações de propriedades do que aqueles, sendo que, novos
materiais que possam ser fácil e economicamente sintetizados e fabricados vêem sendo
continuamente estudados.
A Reação para obtenção de polímeros é denominada polimerização. Geralmente os
polímeros apresentam cadeias longas e, consequentemente, elevado peso molecular,
sendo que esta característica afeta significativamente as propriedades dos polímeros.
Para o caso desta pesquisa, o interesse maior está nos elementos que apresentam
elevado peso molecular e, por isso, se apresentam no estado sólido à temperatura
ambiente.
As propriedades mecânicas destes elementos são influenciadas por vários fatores, tais
como:
9 Peso Molecular: a magnitude do módulo de deformação não parece sofrer
influência direta, mas o limite de resistência à tração aumenta com o
aumento do peso molecular;
9 Grau de Cristalinidade: tanto o módulo de deformação quanto sua
resistência são aumentadas quando se aumenta o grau de cristalinidade
(pode-se entender, simplificadamente, a cristalinidade como sendo o
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empacotamento das cadeias moleculares que promovem um arranjo
ordenado da estrutura);
9 Temperatura: As propriedades mecânicas dos polímeros são altamente
sensíveis à temperatura. Dependendo do uso, é importante o conhecimento
das temperaturas de fusão e de transição vítrea. A primeira trata-se da
temperatura em que ocorre a transformação de um material sólido em líquido
com aquecimento e, a segunda, a temperatura na qual o polímero, que
apresenta características de uma borracha, passa para o estado rígido durante
o processo de resfriamento. Essas temperaturas são importantes para garantir
que as propriedades do uso a que se destina determinado polímero não sofra
alterações devido a mudanças no seu estado físico.
A título de exemplo, as variações de características físicas para o polietileno em relação
ao seu peso molecular e grau de cristalinidade são mostrados na Figura 2.1. Na Tabela
2.1 são apresentadas as temperaturas de transição vítrea e fusão para alguns polímeros
mais comuns.
Tabela 2.1: Temperaturas de Transição Vítrea e de Fusão para alguns tipos de Polímeros
(CALLISTER JR., 2000).
Material
Temperatura de
Transição Vítrea
[ºC (ºF)]
Temperatura de
Fusão
[ºC (ºF)]
Polietileno (baixa densidade)
Politetrafluoroetileno
Polietileno (alta densidade)
Polipropileno
Náilon 6.6
Poliéster (PET)
Cloreto de Polivinila
Poliestireno
Policarbonato
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-97 (-140)
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100 (212)
150 (300)
115 (240)
327 (620)
137 (279)
175 (347)
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Percentual de Cristalinidad
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Figura 2.1: Influência do Grau de Cristalinidade e do Peso Molecular sobre as características
físicas do Polietileno (CALLISTER JR., 2000).
Os polímeros podem ser classificados, de acordo com a sua resposta mecânica a
temperaturas elevadas, em termoplásticos e termofixos. Polímeros termoplásticos
amolecem quando são aquecidos (e por fim se liquefazem) e endurecem quando são
resfriados, processos que são reversíveis e podem ser repetidos. Os termofixos se
tornam permanentemente duros quando aquecidos e não amolecem quando ocorrer uma
nova aplicação de calor.
As propriedades dos polímeros (resistência mecânica, resistência a abrasão, tenacidade,
estabilidade térmica, rigidez, deteriorabilidade, cor e resistência às chamas) podem ser
modificadas e melhoradas com a incorporação de aditivos no seu processo de
polimerização.
Existem variados tipos de elementos com uma aplicabilidade extensa e que nos são
familiares quando se trata deste tipo de elementos. Dentre eles podemos citar: os
plásticos, os elastômeros (ou borrachas), as fibras, os revestimentos, os adesivos, as
espumas e as películas. Uma outra variedade de polímeros muito utilizada são os látex,
que são polímeros em emulsão em água. Para os objetivos específicos desta pesquisa, os
Plásticos Duros
Plásticos Moles
Ceras
Tenazes
Ceras Frágeis
Graxas,
Líquidos
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Moles
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polímeros de interesse são os elastômeros, as fibras e os látex e, que terão suas
propriedades discutidas a seguir.
Quando o assunto é a aplicação dos polímeros na construção civil o conhecimento da
sociedade torna-se parcial, pois embora existam produtos utilizados há um bom tempo
como canos de água e esgoto em PVC, telhas plásticas, condutores elétricos e tintas,
também há aqueles produtos como revestimentos externos e acústicos, calhas, janelas,
polímeros aplicados em estruturas de concreto ou em revestimentos argamassados
(produtos mais recentes no mercado), entre outros. Um dos fatores que contribuem para
a falta de informação da sociedade em relação à estes produtos é a maior utilização e
divulgação dos produtos poliméricos em outros setores como o alimentício, o de
eletrodomésticos, o automobilístico e outros, que, comparados aos produtos poliméricos
existentes na construção civil, possuem maior tradição no mercado e uma maior escala
de produção.
Os avanços tecnológicos alcançados nos últimos anos na tecnologia de processamento
dos polímeros devem ser observados, sendo que, o uso dos mesmos tem auxiliado mais
a produtividade, a qualidade, o custo, a velocidade e as condições de higiene da obra, se
comparado a outros materiais convencionais.
Apesar dos materiais poliméricos serem cada vez mais utilizados na construção, ainda
existe um desconhecimento generalizado de sua natureza, características e propriedades
(VANDERGORIN, 1987). Um fator importante a ser considerado nessa falta de
informação e interesse por parte dos profissionais reside no fato de que, ainda, muitos
polímeros oferecem custo mais elevado que outros materiais convencionais, mas se
forem consideradas a velocidade de execução, a durabilidade e a baixa manutenção
destes materiais, estes tornam-se uma boa opção para serem utilizados.
2.2.2 Elastômeros
Uma das propriedades fascinantes dos materiais elastoméricos é a sua elasticidade, que
se assemelha à da borracha. Isto é, eles possuem a habilidade de serem deformados
segundo níveis de deformação muito grandes e em seguida retornarem elasticamente,
tais como molas, às suas formas originais (CALLISTER JR., 2000). Esse
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comportamento foi, provavelmente, primeiro observado na borracha natural, entretanto
os últimos anos trouxeram a síntese de um grande número de elastômeros com uma
grande variedade de propriedades. Seus módulos de elasticidade são muito pequenos e,
além disso, variam em função da deformação, uma vez que a curva tensão deformação
para esses materiais não é linear.
Em um estado sem tensões, um elastômero será amorfo e composto por cadeias
moleculares altamente torcidas, dobradas e espiraladas. A deformação elástica,
mediante a aplicação de uma carga de tração, consiste em desenrolar, destorcer e
retificar as cadeias apenas parcialmente e, como resultado, alongá-las na direção da
tensão, esse fenômeno está representado na Figura 2.2. Com a liberação da tensão, as
cadeias se enrolam novamente de acordo com a sua conformação antes aplicação da
tensão e, a peça macroscópica retorna à sua forma original.
Figura 2.2: Representação esquemática de moléculas de cadeias de polímeros com ligações cruzadas
(a) em um estado sem tensão e (b) durante deformão elástica sob aplicação de tensão de tração
(CALLISTER JR., 2000).
“Vários critérios devem ser atendidos para que um polímero seja elastomérico:
(1) Ele não deve ser facilmente cristalizável: os materiais elastoméricos são
amorfos, possuindo cadeias moleculares naturalmente espiraladas e dobradas em
seu estado sem a aplicação de tensões;
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5
(2) As rotações das ligações da cadeia devem estar relativamente livres, de modo
que as cadeias retorcidas possam responder de imediato a aplicação de uma
tensão;
(3) Para que os elastômeros experimentem deformações elásticas relativamente
grandes, o início do surgimento de uma deformação plástica deve ser retardado.
As ligações cruzadas atuam como pontos de ancoragem entre as cadeias e
impedem que ocorra deslizamento da cadeia. O papel das ligações cruzadas está
mostrado na Figura 2.2b. Em muitos elastômeros, a formação das ligações
cruzadas é realizada segundo um processo conhecido por vulcanização;
(4) Finalmente, o elastômero deve estar acima da sua temperatura de transição
vítrea, sendo esta a temperatura mais baixa na qual esse comportamento de
borracha persiste e, situando-se na faixa entre -90 °C e -50 °C. Abaixo da
temperatura de transição vítrea esses elementos se tornam
frágeis”.(CALLISTER JR.2000)
O processo de formação das ligações cruzadas nestes elementos é conhecido por
vulcanização, como já mencionado anteriormente, o qual é realizado através de uma
reação química irreversível, normalmente conduzida a uma temperatura elevada. Na
maioria das reações de vulcanização, compostos de enxofre são adicionados ao
elastômero aquecido, se ligando as cadeias principais do polímero, que se encontram
adjacentes, formando ligações cruzadas entre elas. A reação típica de um processo de
vulcanização está mostrada na Figura 2.3, onde m e n consistem em átomos de enxofre.
A borracha não vulcanizada é mole e pegajosa, possuindo baixa resistência à abrasão.
Algumas de suas características como, módulo de elasticidade, limite de resistência à
tração e a resistência à degradação por oxidação são melhoradas com esse processo de
vulcanização. O comportamento comparativo entre os gráficos de tensão-deformação
para borrachas naturais vulcanizadas e não vulcanizadas estão mostrados na Figura 2.4.
Para que se possa produzir uma borracha capaz de ser submetida a grandes deformações
sem que ocorra ruptura das ligações da cadeia primária, devem existir, relativamente,
poucas ligações cruzadas e estas devem estar bastante separadas nessa cadeia. Por
apresentarem essas ligações cruzadas, os materiais elastoméricos são polímeros
termofixos.
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Figura 2.3: Reação de vulcanização de um elastômero (CALLISTER JR., 2000).
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30
40
50
60
Tensão (MPa)
Deformação
Figura 2.4: Curvas tensão-deformação até um alongamento de 600% para as borrachas naturais
vulcanizada e não-vulcanizada (CALLISTER JR., 2000).
Na Tabela 2.2 são mostradas as propriedades e características importantes de cinco
elastômeros mais comuns. Deve-se lembrar que o policloropreno apresentado, é muito
utilizado na construção civil como elemento de apoio para elementos de concreto pré-
Vulcanizada
Não-vulcanizada
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moldado. A apresentação de algumas características do policloropreno, também
conhecido comercialmente como Neoprene, apesar de não ser o foco principal do
trabalho, são de imprescindível conhecimento já que o que se pretende aqui é a criação
de um elemento que possa substituir o elastômero em determinadas situações.
Tabela 2.2: Características importantes para cinco elastômeros comerciais
(CALLISTER JR., 2000).
Tipo Químico
Nome
Comercial
(Comum)
Alongamento
(%)
Faixa Útil de
Temperaturas
[ºC (ºF)]
Principais
Características de
Aplicação
Poli-isopreno natural
Copolímero
estireno-butadieno
Copolímero acrilonitrila-
butadieno
Cloropreno
Polissiloxano
Borracha Natural
(NR – Natural
Rubber)
GRS,
Buna S (SBR)
Buna A,
Nitrila (NBR)
Neopreno (CR)
Silicone (VMQ)
500-760
450-500
400-600
100-800
100-800
-60 a 120
(-75 a 250)
-60 a 120
(-75 a 250)
-50 a 105
(-60 a 300)
-50 a 105
(-60 a 225)
-115 a 315
(-175 a 600)
Excelentes
propriedades físicas:
boa resistência ao
corte, ao entalhe e à
abrasão; baixa
resistência ao calor, ao
ozônio e ao óleo; boas
propriedades elétricas
Boas propriedades
físicas: excelente
resistência à abrasão;
não possui resistência
a óleo, ozônio ou ao
tempo; propriedades
elétricas boas, porém
não excepcionais
Excelente resistência a
óleos vegetais,
animais e de petróleo;
propriedades ruins a
baixas temperaturas;
as propriedades
elétricas não são
excepcionais
Excelente resistência
ao ozônio, ao calor e
às intempéries; boa
resistência ao óleo;
excelente resistência a
chamas; não é tão bom
em aplicações
elétricas como a
borracha natural
Excelente resistência a
temperaturas altas e
baixas; baixa
resistência; excelentes
propriedades elétricas
2.2.3 Fibras
Neste trabalho serão apresentadas as características gerais de alguns tipos de fibras,
mas, sendo dada ênfase às fibras poliméricas, em especial à de polipropileno.
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Os polímeros em fibra são capazes de serem estirados na forma de longos filamentos
com pelo menos uma relação comprimento-diâmetro de 100:1.
Conforme o AMERICAN CONCRETE INSTITUTE (1993), a relação de aspecto, ou
seja, a relação entre o comprimento e o diâmetro equivalente, é um parâmetro que
melhor descreve uma fibra, entretanto, TEZUKA (1989) acrescenta que na produção de
concretos com fibras, o campo dos diâmetros é bastante extenso, podendo não ser fácil
definir uma fibra somente pela relação comprimento/diâmetro.
De acordo com o mesmo autor, existe uma grande variedade de fibras para o uso em
matriz de cimento: fibras de silicatos cristalinos como o amianto, de vidro, de metal, o
aço carbono e o aço inox, de carbono, de vegetal natural como sisal, cânhamo, juta,
coco, etc., de polímero como polipropileno, nylon e polietileno.
Neste trabalho, importante serão as características dos concretos e argamassas de
cimento reforçados com fibras (CRF). Estes podem ser definidos como compósitos
preparados a partir de cimento hidráulico, agregados de um ou vários tamanhos, que
incorpora fibras discretas e descontínuas.
“As fibras mais utilizadas são as de amianto crisotila, de vidro, de aço de alta
resistência, de polipropileno e as de coco” (AGOPYAN, 1993). As fibras utilizadas
como reforço de matrizes cimentícias podem ser classificadas em dois grupos genéricos:
9 Fibras de baixo Módulo de Deformação, com alto índice de
alongamento;
9 Fibras de alto Módulo de Deformação, alta resistência.
Quando incorporadas aos concretos e argamassas, as fibras podem atuar de duas
maneiras: no estado fresco e no estado endurecido. No estado fresco elas atuam no
controle da fissuração causada pela retração e pela hidratação do cimento e, reduzem a
possibilidade de exsudação e segregação do concreto. No estado endurecido, inibem o
aparecimento de fissuras por retração plástica e, dependendo da suas características elas
podem atuar de maneira a melhorar as características dos elementos quanto ao controle
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da fissuração, resistência à fadiga, resistência ao impacto, resistência ao cisalhamento,
tenacidade à flexão.
Fibras com módulo de deformação maior que o da matriz cimentícia, quando
incorporadas, atuam no controle da fissuração no estado pré-fissurado, aumentando a
resistência do compósito e diminuindo sua ductilidade, pois quando ocorre a
deformação da matriz, são transmitidos esforços às fibras que suportam cargas elevadas
sofrendo ruptura frágil. Já as fibras com módulo de elasticidade menor que o da matriz
cimentícia, não alteram as propriedades do compósito antes da fissuração, aumentando
sua tenacidade e ductilidade no estado pós-fissurado, pois atuam como um elemento de
costura das fissuras.
De acordo com TEZUKA (1989), as fibras que têm módulo de elasticidade menor e
alongamento maior que o da matriz de cimento, geram compósitos com pequeno
aumento de resistência, mas, com grande capacidade de absorver energia e, portanto,
grande resistência ao impacto e tenacidade. Por outro lado acrescenta, fibras de módulo
de elasticidade elevado e grande resistência, tais como as fibras de aço, vidro e carbono,
produzem compósitos com características, principalmente, de elevada resistência à
tração, rigidez e absorções de ações dinâmicas. Na Tabela 2.3 são apresentadas as
propriedades de algumas fibras.
Materiais cimentícios não reforçados com fibra apresentam boa rigidez e adequada
resistência a compressão, contudo são frágeis (quebradiços), com baixas capacidades de
resistência a tração, a deformação, de resistência ao impacto, a fadiga, além de
possuírem baixa tenacidade e ductilidade. Para resolver estes problemas, tem havido um
aumento crescente nos últimos 30 anos no uso de concretos e cimentos reforçados com
fibras (BENTUR & MINDESS, 1990; MINDESS & BANTHIA, 1994; PERUZZI,
2002).
As fibras são introduzidas com o intuito de aumentar a resistência da argamassa ou
concreto, embora incrementos modestos possam ocorrer. Seu papel é controlar a
fissuração do CRF, e de alterar o comportamento do material uma vez a matriz
fissurada, já que atuam como micro-armaduras, ao ligar as fissuras e garantir ao
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material uma pseudoductilidade (BENTUR & MINDESS, 1990; MEHTA &
MONTEIRO, 1994; SAYEGH, 2001).
Tabela 2.3: Propriedades de algumas fibras – Fonte: TEZUKA (1989).
Tipo de
Fibra
Diâ-
metro
(µm)
Massa
Específi-
ca
(Kg/m3)
Coeficien-
te de
Poisson
Resistência
à Tração
(MPa)
Módulo de
Elasticida-
de
(GPa)
Alonga-
mento
Ruptura
(%)
Teores
Típicos
Volume
(%)
Resistência
aos Álcalis
Amianto
(crisotila)
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2550,0 0,3 3500,0 168,0 2,0 a 3,0 10,0 boa
Aço
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7840,0 0,28 a
0,33
1000 a 3000 196 a 210 3,0 a 4,0 0,5 a 2,0 boa
Vidro E
9,0 a
15,0
2550,0 0,22 a
0,25
2100 a 3500 77,0 2,0 a 3,5 1,0 a 8,0 pobre
Vidro
CEM-FIL
10,0 a
20,0
2700,0 0,2 2000 a 2800 70 a 84 2,0 a 3,0 1,0 a 8,0 razoável
Carbono
8,0 1900,0 0,2 a 0,4 2450 a 3150 230 a 315 1,0 2,0 a
12,0
boa
Kevlar
PRD 49 (*)
10,0 1450,0 0,3 2900,0 130 a 140 2,0 < 2,0 boa
Polipropile-
no Fibrilado
4,0 a
30,0
910,0 0,29 a
0,46
300 a 400 6,0 a 8,0 8,0 0,2 a
2,0
boa
Coco
100,0
a
400,0
- - 120 a 200 19 a 26 10,0 a25,0 1,0 a 5,0 pobre
Sisal
7,0 a
47,0
- - 280 a 568 13 a 26 3,0 a 5,0 1,0 a 5,0 pobre
Juta
20,0 a
100,0
- - 250 a 350 26 a 32 1,5 a 2,0 1,0 a 5,0 pobre
(*) Kevlar – poliamida aromática da Du Pont.
O reforço de argamassas e concretos de cimento Portland com fibras é uma maneira
bastante eficiente de reduzir a fragilidade na ruptura destes materiais, aumentar a
durabilidade e conferir propriedades mecânicas não encontradas nas argamassas e
concretos convencionais, relacionada à capacidade de deformação e absorção de
energia.
Segundo SWAMY (1992), de maior importância prática, é a ação das fibras como
pontes entre as fissuras e a melhora da capacidade de deformação na flexão pela matriz.
Do mesmo modo, de suma importância temos, a habilidade das fibras em inibir aumento
de fissuras instáveis e transformar uma ruptura frágil e rápida em ruptura estável e lenta,
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com tolerância ao dano, ductilidade na pós-fissuração e grande capacidade de absorção
de energia antes da ruptura.
As propriedades mecânicas dos materiais reforçados com fibras podem ser explicadas a
partir das características de sua microestrutura. “Destaca-se que pelo estudo da
microestrutura, obtém-se a resposta para a influência do tipo de fibra, idade de
hidratação e relação água/cimento e de como esses fatores devem ser devidamente
definidos a fim de que haja uma dosagem racional do compósito a ser empregado na
prática” (MEHTA & MONTEIRO,1994).
Quando se trata de ensaios com materiais fibrosos, destaca-se que durante o
carregamento do material, a tensão na qual ocorre a primeira fissura da matriz costuma
aumentar com a aderência e, ainda, com a relação comprimento-diâmetro e
concentração de fibras. Ao se elevar a aderência, obtém-se um acréscimo da resistência
à tração na fase elástica de solicitação e, em alguns casos, a redução da ductilidade.
Assim sendo, os ensaios a serem empregados devem auxiliar a escolha da situação
ótima, na qual se compatibilizam tenacidades elevadas e resistências aceitáveis.
As características das fibras não são as únicas responsáveis pelo melhor desempenho
dos compósitos. Acréscimos na resistência à tração, deformação específica e ductilidade
podem ser obtidos através do proporcionamento adequado de agregados (como a
utilização de vermiculita, por exemplo), da relação água/cimento e de outras adições.
A maior aderência fibra-matriz, por sua vez, pode ser obtida a partir de reduções da
porosidade e da concentração de portlandita (hidróxido de cálcio). Além disso, a
utilização de fibras de perfil irregular confere acréscimos de até 10% para a resistência à
tração do compósito, ao ser comparada à resistência obtida com fibras cilíndricas e lisas
(BENTUR; MINDESS; DIAMOND, 1985c).
De acordo com BARTOS (1992), podem ser citadas as seguintes características que
podem ser alteradas melhorando a performance do material:
Resistência – inclusas: à tração, compressão, cisallhamento, flexão, impacto,
fadiga, grau de isotropia;
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Tenacidade – incluídos: último deslocamento, modo de ruptura, energia de
fraturamento, grau de isotropia;
Deformação e estabilidade dimensional – compreendidos: módulo de
deformação, retração/inchamento, deformação elástica/plástica, movimento
térmico;
Densidade, permeabilidade aos gases e líquidos, transmissão e retenção de calor,
transmissão sonora, propriedades elétricas;
Aparência de superfície – inclusa a habilidade de aceitar diferentes tipos de
tratamentos e acabamentos superficiais;
Durabilidade – definida como a quantidade de tempo durante o qual são
mantidos parâmetros de performance requeridos.
Segundo BALAGURU & SHAH (1992) os principais parâmetros que afetam a
interação fibra-matriz são:
9 Condição da matriz (fissurada ou não);
9 Composição da matriz;
9 Geometria da fibra;
9 Tipo de fibra (metálica, polimérica, vidro etc);
9 Características da superfície da fibra;
9 Rigidez da fibra em comparação com a da matriz;
9 Orientação das fibras (alinhadas ou distribuídas aleatoriamente);
9 Quantidade de fibras adicionadas;
9 Velocidade de carregamento;
9 Durabilidade das fibras no compósito.
A principal contribuição da adição de fibras nos concretos e argamassas de cimento
Portland é no estado de pós-fissuração, em que podem desempenhar duas funções:
aumentar a resistência do compósito, transferindo tensões através de fissuras; e
aumentar a tenacidade por fornecer mecanismos de maior absorção de energia, pelo
alongamento e deslocamento das fibras. Em se trabalhando tridimensionalmente, na
matriz de cimento Portland detêm-se as microfissuras a partir do início de sua formação.
A fissuração plástica é provocada pelo assentamento e/ou pela retração devido à rápida
evaporação da água de amassamento. As fibras atuam interceptando as microfissuras,
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absorvendo e dispersando a energia que, uma vez sem controle, produz um quadro
patológico de fissuras próprias de todas as massas que contenham o cimento Portland. O
importante advento da interceptação das microfissuras, em seu estágio inicial, é obtido
pela disseminação de milhares de fibras, interconectadas, que formam uma armadura
em forma de rede tridimensional.
Quando se trata da incorporação de fibras a pasta de cimento, existem várias referências
citando a relação entre uma quantidade ideal de fibra com o ganho de resistência. Se a
incorporação for menor que essa quantidade, o ganho de resistência não é significativo,
se maior que essa quantidade, aumenta-se em muito a incorporação de ar por parte da
argamassa, promovendo uma diminuição da resistência da argamassa. Nesta pesquisa,
como o ganho de resistência em grande escala não é o fator preponderante, não há uma
preocupação muito grande com a quantidade de fibra a ser incorporada, sendo a
preocupação principal a resposta final do compósito a essa incorporação e a atuação
conjunta de todos os elementos incorporados.
2.2.4 Látex
O termo látex foi originalmente empregado para designar o produto natural obtido da
seringueira, um leite branco constituído por partículas de borracha sólida dispersas em
água. Atualmente, qualquer material polimérico em emulsão na água é chamado de
látex, sendo que, o mesmo é composto por cerca de 50% de polímero em massa e 50%
de água (TEZUKA, 1988).
Segundo WALTERS (1988), látex são dispersões de partículas de polímeros orgânicos
em água. São fluídos leitosos que apresentam coloração branca. Sua consistência pode
variar de fluido a muito viscoso.
A definição de látex pode ser complementada pelos pesquisadores MEHTA &
MONTEIRO, 1994, que designam o látex como uma suspensão coloidal do polímero
em água, contendo cerca de 50% em peso de partículas esféricas muito pequenas de
polímero, mantidas em suspensão na água por agentes tenso-ativos.
A primeira referência aos látex ocorreu no início do século XVI, quando exploradores
espanhóis relataram que índios da América do Sul fabricavam sapatos a partir de látex
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retirados de árvores. O tipo de árvore, conhecida como hevea brasiliensis, produz o
material conhecido como látex de borracha natural (NRL – Natural Rubber Latex)
(WALTERS, 1987).
A utilização de materiais poliméricos para modificação de concretos e argamassas vem
sendo bastante difundida nos últimos anos, sendo estes elementos conhecidos,
genericamente, por concretos poliméricos.
Segundo CHODOUNSKY & BINA (1997), o desenvolvimento das propriedades do
concreto endurecido pela adição de polímeros está entrando na sua quinta década. Nas
décadas de 40 e 50, tanto o concreto de polímero como o concreto modificado com
polímero já eram utilizados.
Cabe aqui neste momento promover uma classificação dos tipos de produtos que podem
ser desenvolvidos a partir da modificação das argamassas e dos concretos com os
polímeros. Estes são classificados da seguinte maneira:
(a) Argamassa e Concreto de Polímero (CP)
Esse tipo de argamassa e/ou concreto, não possui cimento Portland como
aglomerante, a matriz principal é uma resina polimerizável acrescida de outro
material sob a forma de agregado ou filler.
O concreto e as argamassas de polímero são todos os materiais constituídos de
uma matriz de polímero e filler, preparado através da mistura completa da matriz
polimerizável (monômero ou resina) e agregados, seguida de polimerização in situ
(AMERICAN CONCRETE INSTITUTE, 1993).
“As características de um concreto de polímero específico são dependentes das
características de cada componente (agregado miúdo, agregado graúdo, filler e tipod
e polímero) e suas quantidades relativas[...]. O concreto de resina pode desenvolver
resistência à compressão da ordem de 140MPa em horas ou até mesmo em minutos,
sendo, adequado para concretagens de emergência em minas, túneis e auto-estradas,
recuperações de edifícios, etc.”(CHODOUNSKY & BINA, 1997).
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(b) Argamassa e Concreto Impregnado de Polímeros (CIP)
Os concretos e as argamassas impregnadas de polímeros são obtidos através da
aplicação de uma solução saturada de um monômero em um elemento previamente
seco, com subseqüente polimerização, ou com a utilização de pressão para que o
processo de impregnação seja efetivo. Essa impregnação é alcançada com o auxílio
de radiação ou catalisadores térmicos.
De acordo com o AMERICAN CONCRETE INSTITUTE (1993), os concretos e
argamassas de cimento Portland são impregnados com um monômero e
posteriormente polimerizados. De forma geral, quase todos os tipos de material
endurecido, de diferentes tamanhos e configurações podem ser impregnados com
um monômero em um certo grau.
Segundo CHODOUNSKY & BINA (1997), no concreto endurecido, os vazios
(contendo água e ar), compreendendo poros capilares e microfissuras, não se
apresentam totalmente interligados, isto dificulta a penetração do polímero se sua
viscosidade é alta, portanto, no processo de produção do CIP, é essencial não
somente selecionar um polímero de baixa viscosidade, mas também, secar e criar
vácuo no concreto antes da impregnação. Monômeros como o metil-metacrilato e
estireno são comumente utilizados devido às suas propriedades adequadas e
consequentemente têm conduzido a concretos de melhores propriedades.
Os concretos e argamassas impregnados de polímero apresentam melhorias de
desempenho, se comparados aos concretos e argamassas convencionais de cimento
Portland, nas seguintes propriedades: resistência à compressão, resistência ao
impacto, resistência à tração, resistência à abrasão, resistência ao ataque de agentes
agressivos, resistência ao gelo e degelo, permeabilidade, módulo de elasticidade,
deformação lenta e retração por secagem (SILVA, 1996).
CHODOUNSKY & BINA (1997) mostram que em geral, a resistência à tração e
compressão destes concretos impregnados de polímero é quatro vezes maior que a
do concreto convencional, porém o alto custo desta prática só se justifica em casos
onde não é possível a aplicação de outros materiais.
(c) Argamassa e Concreto Modificado com Látex (CML)
Os concretos e argamassas modificados com látex podem ser entendidos como
uma categoria especial dos concretos modificados com polímeros (CMP), pois
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utiliza-se o látex como elemento modificador, sendo que este é constituído de uma
quantidade em sólidos de polímero em emulsão.
O concreto modificado com polímero (CMP), no que se refere aos materiais,
diverge do concreto de cimento Portland convencional apenas pela adição de um
monômero ou polímero, disperso em solução aquosa, proporcionando uma
polimerização in situ (GOMES, 2000).
As argamassas e concretos polímeros modificados são obtidos, quando no
processo de mistura, com o material fresco, são adicionados polímeros ou
monômeros, sendo realizada a cura e polimerização. Dentre as formas de utilização
de polímeros em concretos e argamassas, esta apresenta grande vantagem, pois não
necessita de mudanças significativas na tecnologia e processo de produção e nem a
utilização de equipamentos especiais (ROSSIGNOLO, 1999).
Segundo OHAMA (1987), a modificação dos concretos e argamassas é
conseqüência da hidratação do cimento Portland e da coalescência das partículas de
polímero formando filmes contínuos ou membranas, que ligam-se aos géis
hidratados do cimento e aos agregados, construindo uma cadeia monolítica na qual a
fase polímero interpenetra completamente a fase do cimento Portland hidratado.
Esta fase polimérica do material é a responsável pela diminuição da permeabilidade
do material e pelo aumento da aderência entre a pasta e o agregado.
“Há muitos tipos de látex no mercado, mas aproximadamente 5% deles podem
ser utilizados convenientemente com aglomerantes hidráulicos. Os outros 95%
poderão coagular quando combinados com cimento” (AMERICAN CONCRETE
INSTITUTE, 1995).
Entre os tipos de látex que podem ser utilizados como aglomerantes hidráulicos
podem ser citados como os mais utilizados atualmente: estireno-butadieno e
policloropropeno (sintéticos); e éster poliacrílico, estireno acrílico, acetato de vinila
e acetato de polivinila (termoplásticos) (BALLISTA, 2003).
Os látices utilizados com aglomerantes hidráulicos são geralmente produzidos
por um processo conhecido como polimerização de emulsão, cujo processo básico
envolve a mistura do monômero com água, surfactantes (estabilizadores) e
catalizadores.
O maior efeito dos surfactantes reflete-se na trabalhabilidade da mistura,
aumentando-a consideravelmente, sendo colaborante na redução da relação
água/cimento (a/c) em concretos e argamassas modificados com látex.
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O teor de ar incorporado por argamassas e concretos de cimento Portland
modificados com látex é aumentado de forma considerável pela ação dos
estabilizadores do látex, no entanto, apesar da incorporação de ar diminuir a
resistência à compressão, ela promove uma melhora considerável na absorção de
deformações.
A melhoria nas propriedades de argamassas e concretos de cimento Portland é
obtida pela diminuição na quantidade e redução no diâmetro de poros capilares e
aumento das forças de ligação entre o agregado e a matriz hidratada de cimento.
De acordo com o AMERICAN CONCRETE INSTITUTE (1995), a modificação
com látex ajuda de duas formas: as partículas do látex não somente reduzem a
quantidade da movimentação de água através do bloqueio dos capilares, mas,
também quando há fissuração, o filme de látex polimérico tampa estes canais e
restringe sua propagação.
Por meio de análise microestrutural de argamassas e concretos modificados com
polímero, pode-se observar a formação de pontes de polímeros através de
microfissuras, restringindo a propagação destas. Nota-se também uma forte ligação
entre a matriz aglomerante e os agregados. Estes são os principais motivos pelos
quais os concretos e argamassas modificados adquirem uma maior resistência à
tração (ROSSIGNOLO, 1999).
Ainda segundo o AMERICAN CONCRETE INSTITUTE (1995), o ponto ótimo
de modificação com polímero situa-se entre 5% e 10% do teor de sólidos por peso
de cimento. Percentagens menores não propiciam mudanças significativas nas
propriedades dos concretos e argamassas modificados. Além disso, não trarão os
benefícios da redução significativa da quantidade de água de amassamento, visto
que os látex possuem propriedades plastificantes no concreto fresco. O uso de
sólidos em excesso torna-se inviável economicamente e pode causar elevada
incorporação de ar ou um comportamento de polímero preenchido de agregados e
cimento, no qual o cimento entra como filler, ocorrendo descaracterização do
processo de modificação.
A formação da matriz aglomerante dos concretos modificados com látex se
caracteriza pela hidratação do cimento e pela coalescência das partículas de
polímeros presentes no látex, formando um filme de polímero. Dessa forma, a
matriz aglomerante é constituída de duas fases, a matriz de cimento hidratado e o
filme polimérico, que preenche parcialmente os vazios da matriz de cimento. Nesse
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processo, a hidratação do cimento precede o processo de coalescência do polímero
(OHAMA, 1998) e (ROSSIGNOLO, 2003).
A modificação das argamassas e dos concretos de cimento Portland com
polímeros é determinada tanto pela hidratação do cimento como pelo processo de
formação do filme de polímero em sua fase de deposição. A hidratação do cimento,
em geral, precede o processo de formação do filme de polímero, pela coalescência
das partículas de polímero. Em ambos os casos, a fase co-matriz é formada na
hidratação do cimento e no processo de formação do filme de polímero.
A fase co-matriz é geralmente formada de acordo com o modelo simplificado
mostrado na Figura 2.5. Na Figura 2.6 está sendo ilustrado o modelo idealizado do
processo de formação do filme de polímero na partícula de cimento hidratado.
De acordo com OHAMA (1998) as microfissuras na argamassa ou concreto
modificados sob tensão são ligadas através dos filmes de polímero ou membranas
formadas, o que previne a propagação de fissuras e, simultaneamente, desenvolve
uma forte ligação entre o cimento hidratado e o agregado. Dessa forma, as
propriedades das argamassas ou concretos de cimento Portland são geralmente
melhoradas em grande escala pela modificação com o látex.
As etapas que ocorrem durante o processo de formação do filme polimérico na mistura e
que foram retratadas por OHAMA (1987) são as seguintes:
Primeira Etapa:
“Quando o polímero látex é misturado com o concreto ou argamassa de cimento
Portland, ainda fresco, as partículas do látex estão dispersas uniformemente na pasta de
cimento. Nesta pasta de cimento e polímero, o gel de cimento é gradualmente formado
pela hidratação do cimento, e a fase líquida é saturada com hidróxido de cálcio formado
durante o processo de hidratação, enquanto as partículas do polímero látex depositam-se
parcialmente na superfície do gel já formado e dos grãos ainda não hidratados de
cimento. É provável que ocorra a formação de uma camada de silicato de cálcio em
função da reação do hidróxido de cálcio na fase líquida com a sílica da superfície dos
agregados”.
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Figura 2.5: Modelo idealizado de formação do concreto de cimento polímero (OHAMA, 1998 apud.
PERUZZI, 2002).
Segunda Etapa:
“Com a formação da estrutura do gel de cimento Portland, as partículas de
polímero são gradualmente confinadas nos poros capilares. O desenvolvimento da
hidratação do cimento reduz a água capilar, as partículas do polímero floculam
formando uma camada contínua e compacta de polímero sobre a superfície do gel de
cimento e também de seus grãos não hidratados, aderindo simultaneamente a estes e a
camada de silicato de cálcio formada sobre a superfície dos agregados. Neste caso, os
poros maiores presentes na mistura são colmatados pelas partículas do polímero”.
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Figura 2.6: Modelo idealizado do processo de formação do filme de polímero na partícula de
cimento (STORTE, 1991 apud. PERUZZI, 2002)
Terceira Etapa:
“Finalmente, com a redução da água combinada da hidratação do cimento, as
partículas do polímero coalescem sobre o cimento hidratado, formando filmes contínuos
ou membranas, que ligam-se aos géis hidratados do cimento e agregados, construindo
uma cadeia monolítica na qual a fase polímero interpenetra completamente a fase do
cimento Portland hidratado”.
De acordo com STORTE (1991), essa combinação das partículas do polímero com os
silicatos de cálcio é irreversível, o que comprova que existe aderência química das
partículas de látex com o cimento Portland hidratado.
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2.3 Argamassas modificadas com látex estireno-butadieno
Várias são as propriedades que podem ser observadas na modificação das argamassas
com o látex SB, mas para os objetivos específicos desta pesquisa serão apresentadas
apenas as propriedades que serão de interesse direto ao uso dos elementos produzidos.
2.3.1 Consistência/Trabalhabilidade
As argamassas e concretos modificados com o látex SB apresentam um aumento
na trabalhabilidade com relação às argamassa e concretos não modificados. Isto se deve
ao dispersante dos componentes do látex combinados a água. As partículas do polímero
agem como plastificantes, aumentando consideravelmente a trabalhabilidade das
misturas para uma mesma relação água/cimento, promovendo assim, os benefícios dos
plastificantes.
2.3.2 Teor de Ar Incorporado
O teor de ar incorporado altera as propriedades de resistência mecânica dos
concretos e argamassa, diminuindo-as com o seu aumento, portanto, deve ser
controlado. Por isso, são adicionados aos látex agentes anti-espumantes. “Os látex já
estão sendo comercializados com estes agentes e, como conseqüência, o teor de ar
incorporado nos concretos de cimento e polímero é da ordem de 2%, quase a mesma
proporção de um concreto convencional”(STORTE, 1991).
2.3.3 Tempo de Pega
Quanto à esta propriedade, tem-se observado que a modificação com látex não
altera significativamente a mesma, podendo-se obter valores levemente maiores do que
os apresentados pelos concretos convencionais.
De acordo com o AMERICAN CONCRETE INSTITUTE (1995), existe uma
restrição quanto ao tempo de aplicação dessas argamassas modificadas, que não se
relaciona com o tempo de pega, mas está relacionada à secagem da superfície, quando o
látex começa a formar filmes (coalescer), o que ocorre em poucos minutos. Se a
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superfície de uma mistura com látex torna-se muito seca, ocorre a formação de uma
membrana ou pele (coalescência do polímero). Geralmente, o tempo disponível para se
trabalhar com o material é de quinze a trinta minutos após mistura e exposição ao
ambiente.
2.3.4 Resistência à Compressão
Praticamente não costumam ocorrer alterações significativas na resistência à
compressão dos concretos e argamassas modificados com o látex estireno-butadieno. Na
verdade ganhos significativos podem ocorrer por causa da redução da água de
amassamento, em virtude das propriedades plastificantes dos látex.
STORTE (1991), entretanto, destaca que a resistência à compressão é bastante
influenciada pelo teor de sólidos e tipo de látex utilizado, assim como pela quantidade
de monômeros que formam o polímero.
Os ganhos significativos de resistência à compressão apresentados pelos
materiais modificados com o látex SB se devem basicamente a essa redução do fator
água/cimento da mistura. Nas pesquisas realizadas houve um ganho de resistência à
compressão por parte das argamassas e concretos modificados que foram atribuídos à
essa diminuição da quantidade de água de amassamento, não foi encontrada nenhuma
pesquisa que tratasse especificamente das propriedades do látex melhorando as
características à compressão das argamassas e concretos modificados.
2.3.5 Resistência à Tração
AFRIDI (1995), afirma que os concretos modificados com látex estireno-
butadieno têm sua resistência mecânica melhorada sobremaneira, sobretudo no que se
refere à tração. O autor obteve, em suas pesquisas, ganhos de até 100% nessas
características. O mesmo é observado por KUHLMANN (1987), que afirma que as
modificações promovidas pela adição do látex geram concretos com maior resistência à
flexão e tração.
FOLIC & RADONJANIN (1998) obtiveram ganhos de 40% no valor da
resistência à tração na flexão em relação ao concreto de referência, para uma adição de
7,5% do teor de sólidos/cimento de estireno-butadieno. Estes autores destacam que a
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resistência à tração depende fundamentalmente da aderência entre os agregados e a
matriz de cimento, e a adição do polímero pode ajudar das seguintes formas:
1. Aumentando esta aderência;
2. Protelando a microfissuração inicial devido ao menor módulo de
elasticidade.
2.3.6 Módulo de Elasticidade
As modificações promovidas pela adição de látex, geralmente, nos remetem a
concretos com menor módulo de elasticidade.
STORTE (1991) obteve módulo de elasticidade estático com 90% do módulo do
concreto de referência para traços com D
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= 9,5mm, relação teor de sólidos/cimento =
5% e consumo de cimento de 320kg/m
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, e 80% do módulo do concreto de referência
para traços com D
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= 9,5mm, relação teor de sólidos/cimento = 10% e consumo de
cimento de 320kg/m
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2.3.7 Retração por Secagem
“A retração não aumenta com o acréscimo de látex. Entretanto, as argamassas e
concretos modificados com látex são mais susceptíveis à retração inicial quando não
submetidos a processos eficazes de cura” (AMERICAN CONCRETE INSTITUTE,
1995).
OHAMA (1998) demonstrou que a adição de látex ao concreto não aumenta o
valor de sua retração final. Em sua pesquisa, o autor utilizou três porcentagens de látex
estireno-butadieno em corpos-de-prova de concreto de três diferentes tamanhos. O
abatimento foi mantido constante através do ajuste do fator a/c. A medida da retração
após vários dias de cura demonstrou que a retração é governada pela quantidade de água
e não aumenta com a adição de látex.
2.3.8 Permeabilidade/Absorção
“A estrutura dos concretos modificados com látex é tal que os microporos e
vazios encontrados no concreto convencional estão parcialmente preenchidos com o
filme de polímero que se forma durante o período de cura. Este filme é responsável pela
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redução da permeabilidade e absorção de água. Esta propriedade tem sido
exaustivamente estudada em vários tipos de ensaios, tais como absorção de água,
resistência a carbonatação e permeabilidade a cloretos” (AMERICAN CONCRETE
IINSTITUTE, 1995).
Segundo OHAMA (1991) e RAY et al. (1995), a diminuição da permeabilidade
dos concretos de cimento Portland modificados com látex de estireno-butadieno ocorre
pela diminuição dos vazios do material, ocasionado pela formação da membrana de
polímero e pela diminuição da quantidade e do diâmetro dos poros capilares.
As pesquisas realizadas por KUHLMANN (1987), apontam que a adição de
látex estireno-butadieno reduz de maneira significativa as características de
permeabilidade em comparação a concretos convencionais com as mesmas
características.
2.3.9 Resistência à Carbonatação/Permeabilidade a Cloretos
OHAMA apud AMERICAN CONCRETE INSTITUTE (1995) estudou
concretos modificados com látex estireno-butadieno expostos a gás carbônico, e
também expostos a soluções com dióxido de carbono. Após a exposição, os corpos-de-
prova foram abertos diametralmente e a profundidade de carbonatação medida com o
uso de reagente à base de fenolfetaleína. Os resultados mostraram que a carbonatação é
reduzida sobremaneira nos concretos modificados com látex.
A permeabilidade a cloretos dos concretos modificados com látex pode ser
medida por vários testes. OHAMA apud AMERICAN CONCRETE INSTITUTE
(1995) conduziu testes onde os cilindros eram submersos em soluções de sais por 28 e
91 dias. A penetração dos cloretos foi medida nos corpos-de-prova rompidos
diametralmente, com auxílio de uma solução reagente e se observa a mesma tendência
da profundidade de carbonatação. Os baixos valores de permeabilidade e absorção
obtidos nos concretos modificados com látex estireno-butadieno acabam por promover
proteção contra absorção e permeabilidade a cloretos.
2.3.10 Durabilidade
A durabilidade dos compósitos gerados a partir da modificação da argamassa de
cimento portland com látex estireno-butadieno é melhorada, proporcionando uma
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melhora no desempenho do material. Segundo BIJEN (1993), as seguintes hipóteses são
responsáveis pelo aumento na durabilidade dos materiais modificados:
9 Redução da água livre nos compósitos;
9 Proteção da fibra contra o crescimento da cal, quando utilizada;
9 Redução do ataque alcalino, porque o polímero forma um filme que protege a
fibra, pelo menos parcialmente e, esse filme polimérico promove uma redução
da quantidade de Ca(OH)
2
, possivelmente devido à adsorção deste entre os
filmes de polímero.
2.3.11 Forma de Cura
Quanto à cura dos concretos modificados com látex SB, existe um consenso de
que a cura úmida seja o método mais eficaz para os materiais provenientes dessa
incorporação. Embora exista esse consenso, vários autores divergem quanto ao tempo
de cura úmida a ser aplicado aos elementos.
Alguns autores como TEZUKA (1988), WALTERS (1990), STORTE (1991),
SHAKER et al. (1997) e FERREIRA JR. (1997), sugerem que o processo ideal de cura
dos concretos modificados com látex de estireno-butadieno é a cura úmida nas primeiras
24 horas após a moldagem, seguido de cura seca, ou seja, sem a presença de água. Já
autores como, RAY et al. (1995), recomendam a cura úmida nas primeiras 48 horas,
seguido de cura seca.
A melhor forma de cura para concretos modificados com látex estireno-
butadieno é a umidade relativa de 100% nas primeiras 24 a 48 horas, seguidas de cura
ao ar (umidade de 50%, se em laboratório). Durante este período de cura ao ar, qualquer
excesso de água evapora e permite a formação do filme que irá preencher a estrutura
interna do concreto (BALLISTA, 2003).
“A forma como a cura é executada tem influência direta nas propriedades dos
elementos confeccionados com látex. Normalmente, estes elementos requerem um
método de cura diferente devido à adição do polímero. As propriedades quase ótimas do
sistema modificado são alcançadas por uma combinação de cura úmida, por um
determinado número de dias, seguida de cura seca à temperatura ambiente” (GODOY &
BARROS, 1997).
A resistência ótima é obtida alcançando-se uma quantidade razoável de
hidratação do cimento sob condições úmidas nos primeiros estágios, seguido de
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condições secas, para promover a formação do filme de polímero devido à coalescência
do látex (OHAMA, 1987).
Segundo ROSSIGNOLO et al. (2000), o método de cura que proporciona
melhores características aos microconcretos modificados com látex estireno-butadieno é
o de cura úmida nas primeiras 24 horas depois da desforma e depois cura seca. Isto
porque, decorre da modificação, o efeito de diminuição da permeabilidade que impede a
entrada de água no concreto durante o processo de cura úmida, assim como também
impede a perda de água para o ambiente. Por isso os processos de cura úmida não são
muito eficazes neste tipo de material.
2.4 Almofadas de apoio de compósito de cimento
Os estudos com o compósito em questão vêm sendo desenvolvidos há algum tempo no
laboratório de estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), sendo o
mesmo utilizado em pesquisas realizadas em ligações de elementos pré-moldados do
tipo viga-pilar. MIOTTO (2002) utilizou as almofadas de argamassa em sua pesquisa de
doutorado no referido tipo de ligação de elementos de concreto pré-moldados. A Tabela
2.4 apresenta as características dos ensaios realizados utilizando-se a almofada.
Nas vigas do modelo 1, como foram realizados ensaios com e sem a presença da
almofada, a pesquisadora pode notar algumas diferenças no início da fissuração, com
um retardo no aparecimento quando da presença da almofada e, uma menor fissuração
na região de compressão do consolo. Estas variações foram atribuídas a capacidade de
acomodação da almofada utilizada como aparelho de apoio e indicando a efetividade da
mesma. Para os modelos do tipo 2, os ensaios realizados foram sempre com a presença
da almofada de apoio.
Nos dois tipos de modelos ensaiados, a forma do consolo para apoio da viga no pilar
foram diferentes, exigindo-se uma adequação do aparelho de apoio à tipologia da
ligação, mostrando uma vantagem deste tipo de elemento à base de cimento, que é a
capacidade de moldá-lo na forma e modelo que a ligação necessita.
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Tabela 2.4: Ligações viga-pilar estudadas por MIOTTO (2002).
Variáveis
Modelo Característica dos modelos
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(cm)
φ
b
(mm)
Almofada de
Apoio
1.2
25 25,4 sem
1.3
25 25,4 com
Variável
Modelo Característica dos modelos
Continuidade da
Capa de Concreto
2.1
Com
(pilar intermediário)
2.2
Sem
(pilar de
extremidade)
No mesmo ano encontramos o estudo realizado por BARBOZA (2002), onde foram
estudadas ligações do tipo pilar-pilar, apresentadas na Figura 2.7.
Como se pode observar foi introduzido, na extremidade dos pilares, um reforço para
evitar que estes rompessem prematuramente naquela região. As almofadas de ligação
utilizadas possuíam 175mm de base, a mesma dimensão dos pilares e, 15mm de
espessura.
Os resultados dos ensaios mostraram que a utilização das almofadas de argamassa como
elemento de apoio para o caso das ligações pilar-pilar tende a ser uma situação
intermediária entre a junta de argamassa e o contato direto entre os pilares. Foram
utilizadas duas almofadas de compósito, uma delas com 1% de fibra de polipropileno e
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a outra com 4% de fibra de PVA. Observou-se que em relação ao valor teoricamente
resistido pelo concreto pré-moldado, houve menor aproveitamento para o modelo com
almofada de apoio de PVA, apesar do ganho de ductilidade em relação ao modelo com
junta de argamassa. Talvez uma almofada com menor teor de fibra proporcionasse
melhor comportamento.
Figura 2.7: Esquema do ensaio de ligação pilar-pilar realizado por BARBOZA (2002).
Constatou-se também que, devido à flexibilidade da almofada de apoio de argamassa, o
comportamento das tensões é mais uniforme, conseqüentemente ocorre menos
deterioração dos segmentos pré-moldados.
EL DEBS et al. (2003) apresenta uma síntese dos resultados obtidos para as almofadas
do compósito. No artigo são apresentados resultados de resistência à compressão, tração
e módulo de elasticidade para corpos-de-prova cilíndricos do compósito, bem como
resultados da utilização de almofadas em ligações do tipo viga-pilar e do tipo pilar-pilar.
Os resultados obtidos mostram que é possível a obtenção de um material
suficientemente deformável para ser utilizado como elemento de apoio de concreto pré-
moldado. Os resultados da ligação viga-pilar sugerem que, o uso das almofadas do
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compósito produzem ligações mais rígidas e estas características podem ser utilizadas
no projeto estrutural. Para o caso da ligação pilar-pilar, os resultados indicaram que as
almofadas do compósito podem ser utilizadas em casos onde os elementos pré-
moldados tenham resistência da ordem de 35MPa.
Na seqüência dos estudos podemos encontrar a pesquisa realizada por MONTEDOR
(2004) com almofadas de argamassa modificadas com látex, vermiculita e fibras de
PVA e vidro. Sua pesquisa serviu de base para este trabalho e seus resultados são de
grande importância no desenvolvimento do material em questão.
Na primeira parte de seus estudos, o pesquisador determinou as características
mecânicas do compósito. Foram estudados 21 traços, sendo moldados 11 corpos-de-
prova de 50mm x 100mm para cada traço, sendo 04 para determinação da resistência à
compressão, 04 para determinação da resistência à tração pelo ensaio de compressão
diametral e 03 para ensaio de módulo de elasticidade.
Nestes traços foram sendo estudadas várias combinações de vermiculita, látex estireno-
butadieno e fibras de Vidro, PVA e Polipropileno. Na Tabela 2.5 mostra-se os traços
estudados pelo pesquisador.
Observando-se a Tabela verifica-se que as concentrações de vermiculita variaram de 0%
a 50%, o látex de 0% a 40% e a fibra de 0% a 4%. Na Tabela 2.6 o padrão de variação
dos materiais é mostrado.
De posse dos resultados dos ensaios mecânicos e das dificuldades de incorporação dos
materiais encontradas durante a fase de moldagem das peças do compósito, o
pesquisador decidiu adotar um traço de referência apresentado na Tabela 2.7.
Essa mistura foi adotada porque com a incorporação de látex maiores que 30% da massa
de cimento houve uma queda acentuada nas resistências dos corpos-de-prova. Essa
configuração apresentou também resultados muito interessantes de capacidade de
deformação e módulo de elasticidade.
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Devido à diversidade de materiais utilizados na pesquisa, foi necessária a elaboração de
uma legenda para identificação dos diferentes traços estudados, da qual, pode-se
visualizar o respectivo material e a respectiva quantidade incorporada na amostra, sendo
esta mostrada na Tabela 2.8.
Tabela 2.5: Misturas para ensaios de caracterização do material (MONTEDOR, 2004).
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Tabela 2.6: Variáveis analisadas.
Tabela 2.7: Traço de referência.
Tabela 2.8: Legenda dos materiais.
Como exemplo de utilização da legenda segue um exemplo de traço utilizado na
pesquisa e sua respectiva explicação:
- V5PP2L30: significando que do traço de referência, 5% da quantidade em massa de
areia foi substituída por vermiculita, foi incorporado 2% de fibra de polipropileno e a
quantidade de látex foi mantida em 30%.
Na seqüência do trabalho, foram estudadas as características de placas de argamassa do
compósito com 150mm de base e espessuras de 10mm e 20mm. Foram realizados
alguns ensaios de compressão centrada sobre as almofadas para determinação da relação
entre tensão e deformação do material, chamada nesse trabalho de rigidez de almofada.
Os valores dessa rigidez obtida para as almofadas foram bem menores que o de uma
argamassa convencional e da ordem de 20 a 25 vezes maiores que a rigidez de uma
almofada de neoprene. O esquema do ensaio está mostrado nas figuras 2.8a e 2.8b.
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(b)
Figura 2.8: a) Máquina de Ensaios e b) Aplicação de carga na almofada (MONTEDOR, 2004).
Para a determinação da capacidade de afundamento da placa foi realizado um ensaio de
carga localizada, onde um dispositivo metálico aplicava duas cargas em tiras de150mm
de comprimento com largura de 25mm, cortadas da almofada original de 150mm. As
medidas do afundamento sofrido pela tira foi medido com o auxílio de paquímetro. O
esquema do ensaio está mostrado na Figura 2.9.
Figura 2.9: Ensaio de carga localizada.
Na fase final de sua pesquisa, MONTEDOR (2004), realizou alguns ensaios que
simularam uma ligação pilar-pilar de elementos pré-moldados de concreto com
almofada na interface da ligação, denominada no trabalho de ensaio de ligação de bloco,
verificando assim, sua capacidade de distribuir as tensões dessa região. Foram
realizadas cinco séries de ensaios que estão apresentados na Tabela 2.9.
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Tabela 2.9: Ensaios de ligação de blocos (MONTEDOR, 2004).
Os elementos estudados eram prismáticos, com 150mm de base com altura de 300mm
para os blocos sem emenda e cúbicos, com 150mm de lado, onde dois elementos eram
sobrepostos e ensaiados conforme mostrado na Tabela anterior.
No caso dos resultados das resistências à compressão e tração e módulo de elasticidade,
os resultados são apresentados a seguir nas figuras 2.10, 2.11 e 2.12.
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Figura 2.10: Resultados dos ensaios de compressão em corpos-de-prova cilíndricos
(MONTEDOR, 2004).
Figura 2.11: Resultados dos ensaios de tração por compressão diametral em corpos-de-prova
cilíndricos (MONTEDOR, 2004).
Os resultados obtidos pelo pesquisador mostram que é possível a redução do módulo de
elasticidade do compósito com a introdução do látex, fibra e vermiculita, conferindo ao
material deformabilidade, característica essa, essencial aos elementos de apoio para
concreto pré-moldado. No caso dos ensaios com ligação de blocos, verificou-se que os
resultados dos blocos com a presença da almofada e sem inclinação se apresentaram
bem próximos aos valores dos elementos sem emenda, mostrando a efetiva contribuição
das almofadas na distribuição das tensões. Para o caso das ligações com inclinação, os
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resultados não se apresentaram muito consistentes, necessitando a verificação da
capacidade de rotação das almofadas de uma outra maneira, por meio de ensaios
realizados especificamente para medir a capacidade de acomodar rotações do
compósito.
Figura 2.12: Resultados dos ensaios de módulo de elasticidade em corpos-de-prova cilíndricos
(MONTEDOR, 2004).
Nas figuras 2.13 e 2.14 são apresentados os principais resultados dos ensaios de
compressão centrada em placas do compósito.
Figura 2.13: Resultados dos ensaios de rigidez de placa (MONTEDOR, 2004).
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A rigidez das placas observada na Figura 2.13 é a relação tensão x deformação para as
almofadas do compósito e denota a deformabilidade destas.
Figura 2.14: Resultados dos ensaios de ligação de blocos com almofadas de 10m de espessura e 0%
de inclinação (MONTEDOR, 2004).
Na pesquisa realizada por BALDISSERA (2006), novamente foram utilizadas
almofadas do compósito como aparelho de apoio. Os ensaios consistiram em uma
reformulação do modelo proposto por MIOTTO (2002) mas agora utilizando um
chumbador inclinado na ligação viga-pilar. As variáveis analisadas foram semelhantes
às da pesquisa anterior, mudando-se somente o chumbador utilizado, para se tentar criar
uma ligação semi-rígida mais eficiente para elementos pré-moldados de concreto. Na
Figura 2.15 está mostrado um esquema do ensaio realizado nesta pesquisa.
A utilização da almofada nas ligações é recomendada, apesar de causar uma diminuição
na rigidez da ligação, uma vez que diminui a acomodação inicial da ligação e a
fissuração da região de compressão do consolo, indicando que sua presença garante uma
melhor distribuição das tensões de contato (MIOTTO - 2002).
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Figura 2.15: Ligação Viga-Pilar estudada por BALDISSERA (2006).
A utilização mais recente do material foi realizada por SOUZA (2006) em ensaios de
outra ligação semi-rígida de elementos pré-moldados de concreto. A pesquisa consistiu
basicamente da obtenção da rigidez da ligação por meio da investigação experimental
do comportamento das vigas pré-moldadas em conjunto com a influência do
desempenho da ligação semi-rígida. Para tanto, ao invés de promover um isolamento da
região da ligação, como encontrado na literatura, foi realizado um ensaio onde a viga
também foi analisada na obtenção dos resultados da pesquisa. O esquema do ensaio
proposto está mostrado na Figura 2.16.
Figura 2.16: Ligação Viga-Pilar estudada por SOUZA (2006).
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3.1 Preliminares
Este capítulo aborda os materiais utilizados nesta pesquisa, trazendo suas características
de acordo com as especificações e algumas de suas propriedades básicas. Também são
abordados os parâmetros adotados na dosagem do compósito e as variáveis analisadas
para se obter um elemento tão deformável quanto possível. Para encerrar, é apresentada
a caracterização das propriedades mecânicas do compósito por meio das suas
resistências à compressão, tração e módulo de deformação.
3.2 Materiais utilizados
3.2.1 Cimento Portland
O cimento Portland é composto sobretudo de material calcário, como rocha calcária ou
gesso, alumina e sílica, que podem ser encontrados em argilas e xisto. As argilas
contêm também alumina (Al
2
O
3
) e, freqüentemente, óxidos de ferro (Fe
2
O
3
) e álcalis. A
presença da alumina, dos óxidos de ferro e magnésio e dos álcalis na mistura de
matérias-primas tem efeito mineralizante na formação de silicatos de cálcio. Quando
não estão presentes quantidades suficientes de alumina e óxido de ferro nas matérias-
primas principais, estes são propositalmente incorporados à mistura por adição de
materiais secundários, como a bauxita e o minério de ferro (MEHTA & MONTEIRO,
1994).
O cimento utilizado neste projeto é o de alta resistência inicial (CP-V-ARI). O
desenvolvimento desse tipo de cimento é conseguido pela utilização de uma dosagem
diferente na produção do clínquer, bem como pela moagem mais fina do cimento, de
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forma que, ao reagir com a água, ele adquire elevadas resistências, com maior
velocidade (KATTAR & ALMEIDA, 1999). As características do cimento utilizado
estão mostradas na Tabela 3.1, destacando-se que o mesmo é produzido pela HOLCIM
S.A. e comercializado como CIMINAS.
Tabela 3.1: Características do cimento utilizado (Fonte: HOLCIM S.A.)
Características Unidade CP V ARI
Finura de Blaine (NBR 7224/1984) cm
2
/g 4687
Início de Pega (NBR 11581) min 130
Fim de Pega (NBR 11581) min 210
Resistência 1 dia (NBR 7215/1982) MPa 27,7
Resistência 3 dias (NBR 7215/1982) MPa 42,0
Resistência 7 dias (NBR 7215/1982) MPa 46,7
Resistência 28 dias (NBR 7215/1982) MPa 56,1
Este tipo de cimento aqui relacionado obtém suas características de tempo de pega e
endurecimento rápido a partir da formação de grande quantidade de etringita durante o
período inicial de hidratação. Neste tipo de cimento, o
43
CAS
é principal fonte de
aluminato para a formação de etringita e junto do
4
CAF
fornece os íons aluminato.
Este tipo de cimento apresenta taxas de resistência de cimento apropriadas para
aplicação em produtos de concretos pré-moldados e protendidos, já que nesses casos a
ciclagem rápida de fôrmas e moldes é uma necessidade econômica (MEHTA &
MONTEIRO, 1994).
3.2.2 Areia
A areia utilizada foi retirada do rio Mogi Guaçu, próximo a São Carlos. O material
utilizado é o mesmo da pesquisa realizada por MONTEDOR (2004) e os resultados
fornecidos por ele foram aproveitados na obtenção da curva granulométrica, a massa
unitária e a massa específica do agregado. O valor da massa específica da areia é de
2,63 g/cm³. Já sua massa unitária tem como valor 1,50 g/cm³. Para determinação desses
parâmetros, seguiram-se as prescrições da NBR 7251 (1982) e da NBR 9776 (1987). O
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diâmetro máximo característico da areia é igual a 2,4mm e seu módulo de finura
equivale a 2,29. Na Figura 3.1 é apresentada a curva granulométrica da areia utilizada.
Nesta pesquisa, na confecção das almofadas de argamassa, toda areia utilizada foi
passada na peneira 0,6mm, que foi praticado devido aos resultados da pesquisa anterior
que mostraram uma melhor adequação dessa areia no estudo das propriedades da
argamassa.
0.15 0.3 0.6 1.2 2.4 4.8 6.3 9.5
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10
20
30
40
50
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70
80
90
100
Curva Granulométrica da Areia Fina - Zona 2
% Retida Acumulada
Abertura das Peneiras
Limite Inferior Limite Superior Amostra
Figura 3.1: Curva Granulométrica da Areia utilizada nos ensaios.
3.2.3 Vermiculita termo-expandida
A vermiculita é um mineral cujos cristais são formados por finíssimas lamínulas
superpostas, que quando submetidas a temperatura de aproximadamente 1000°C,
expandem-se constituindo a VERMICULITA EXPANDIDA, que tem múltiplas e
interessantes utilizações em vários setores da atividade humana.
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Dentre os principais usos na construção civil, está a sua aplicação como eficiente
isolante térmico-acústico, graças à baixa condutividade térmica e pequena propagação
sonora, além da freqüente utilização como redutor de peso de estruturas de concreto em
função do seu reduzido peso específico. Na presença deste material ocorre uma redução
do módulo de elasticidade, em razão da presença de uma grande quantidade de células
de ar, característica essa de grande importância para o material que está sendo estudado.
Quando submetida a altas temperaturas, a vermiculita perde água intersticial e as
lâminas se expandem, transformando-se em flocos que formam células de ar, que lhe
proporcionam um bom isolamento termo-acústico e baixa massa específica. Em seu
estado bruto possui a cor escura, sendo que após aquecimento e expansão passa a ter
coloração dourada, como pode ser visualizado na Figura 2.8.
Figura 3.2: Vermiculita: natural, expandida e partícula expandida.
O produto é inífugo, inodoro, não irrita a pele nem os pulmões, não conduz eletricidade,
é isolante térmico e absorvente acústico; não se decompõe, deteriora ou apodrece; não
atrai cupins ou insetos; é somente atacado pelo ácido fluorídrico a quente; pode
absorver até cinco vezes a sua massa em água, é lubrificante e tem as características
necessárias aos materiais filtrantes.
O nome vermiculita vem do latim vermiculare, pois ao ser aquecida quando do processo
de fabricação, sua aparência lembra a de vermes.
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A vermiculita é um material bastante semelhante à mica, formada essencialmente por
silicatos hidratados de alumínio e magnésio. Quando submetida a um aquecimento
adequado, a água contida entre suas milhares de lâminas se transforma em vapor,
fazendo com que as partículas explodam e se transformem em blocos sanfonados. Cada
bloco expandido aprisiona consigo células de ar, o que confere ao material excepcional
capacidade de isolação.
Para a confecção dos compósitos aqui estudados utilizou-se a vermiculita do tipo termo-
expandida, cujas propriedades são apresentadas a seguir:
9 Não tóxica
9 Absolutamente inorgânica
9 Não abrasiva (dureza mohs: 1,5 )
9 Não solúvel em bases e ácidos fracos e solventes orgânicos
9 Ponto de fusão 1.300°C
9 PH praticamente neutro
A vermiculita utilizada na confecção das almofadas e corpos-de-prova para a realização
dos ensaios é do mesmo lote utilizado na pesquisa realizada por MONTEDOR (2004),
onde, este pesquisador realizou ensaios de duas amostras do material, nos quais se
observou a diferença na dimensão máxima dos grãos. Uma amostra continha grãos que
foram retidos na peneira com abertura de 4,8mm, sendo classificado como agregado
graúdo e a outra amostra estudada possuía grãos visualmente menores que 4,8mm, não
sendo retidos na peneira com esta malha, sendo classificado, portanto, como agregado
miúdo.
Realizados os ensaios de determinação granulométrica nas amostras, obtiveram-se as
curvas granulométricas de cada uma delas utilizando um conjunto de peneiras
padronizadas.
Optou-se por utilizar o agregado miúdo, cuja curva granulométrica é mostrada na Figura
3.3, para a realização das moldagens e ensaios referentes a este trabalho.
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Figura 3.3: Curva granulométrica da vermiculita (Fonte: MONTEDOR, 2004).
3.2.4 Látex estireno-butadieno
O látex utilizado nos experimentos até aqui realizados foi o estireno-butadieno SB 112,
fornecido pela empresa Rhodia do Brasil e suas características são apresentadas na
Tabela 3.2. Optou-se pela utilização deste tipo de emulsão de látex (50% de água) em
razão de sua disponibilidade no Laboratório de Estruturas.
Tabela 3.2: Propriedades do látex estireno-butadieno (Rhodia do Brasil).
Propriedades Valores
Teor de sólidos 50%
Massa específica a 25ºC 1,02 kg/dm
3
Viscosidade Brookfield
(LVT 2/30 a 23ºC)
300 cps
pH 9,0
Estabilizador Aniônico
Aspecto Leitoso
Quando incorporado à mistura, durante a moldagem dos corpos-de-prova e almofadas,
atribui a esta uma cor roxa. As propriedades da incorporação deste nas argamassas já
foram discutidas anteriormente.
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3.2.5 Fibra de Polipropileno
Dentre as fibras sintéticas utilizadas, o polipropileno oferece o menor custo
comparando-se com fibras de poliamida, poliéster, entre outras. O uso de fibras de
polipropileno em substituição a outros tipos de fibra (aço e mineral) ainda é pouco
explorado. Como o polipropileno é hidrofóbico, sua introdução no concreto não afeta o
processo de hidratação da pasta de cimento, mas, ao mesmo tempo, impede a formação
de ligações fortes entre a fibra e a matriz cimentícia. No entanto, BENTUR et al. (1989)
sugerem a contribuição de dois efeitos na interação fibra-cimento: adesão interfacial e
interação mecânica, dos quais o segundo efeito está associado a fatores como separação
das fibras em multifilamentos durante a mistura do concreto, ramificação das fibrilas e
formação de minúsculas fibrilas na superfície da fibra, contribuindo para a conexão
entre a fibra e a matriz de cimento.
A fibra de polipropileno é formada de macrocélulas lineares saturadas de
hidrocarbonetos das quais um carbono, entre cada dois, comporta uma ramificação
metila, em disposição estática e sem substituições ulteriores. Esta fibra incorporada ao
concreto reduz substancialmente as fissuras de retração plástica, reduz a permeabilidade
e promove o aumento da resistência ao impacto, à abrasão e ao congelamento,
proporcionando aumento da durabilidade do concreto, além de aumentarem a resistência
à fadiga e a fragmentação.
Segundo JIANG & ROY (1992), a utilização de 2% de fibra de polipropileno na
elaboração de amostras de concreto, mostram que a adição das mesmas, interrompem ou
desviam a propagação de microfissuras, sendo isso equivalente a uma melhora na
resistência à tração. A interrupção das microfissuras também é observada por SHAH
(1991) em concretos contendo fibras de polipropileno.
Ainda são reduzidos os estudos sobre a zona de transição entre fibras de polipropileno e
pasta de cimento Portland. Como possibilidade de utilização destacam-se as fibras
fibriladas e a utilização de aditivos redutores de água para a matriz, já que as fibras
fibriladas tendem a incorporar significativo volume de vazios, o que acaba por anular o
efeito positivo do aumento da área superficial de contato com a matriz, no caso de fibras
curtas (CURRIE; GARDINER, 1989).
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As fibras utilizadas neste trabalho foram doadas pela Fitesa S.A., cortadas com
comprimentos de 6mm e 12mm e possuem uma espécie de rugosidade provocada pela
corrugação dos filamentos de maneira a melhorar a adesão entre a fibra e a pasta de
cimento, é o chamado fibrilamento. A Figura 3.4 mostra o aspecto da fibra utilizada e as
principais características da fibra de polipropileno são apresentadas na Tabela 3.3.
Figura 3.4: Fibras de polipropileno.
Tabela 3.3: Propriedades das fibras de polipropileno (Fonte: Fitesa S.A.).
Dados Técnicos Polipropileno
Base química:
Aspecto:
Cor:
Peso específico:
Ponto de fusão:
Diâmetro:
Comprimento:
Condutvidade térmica:
Área específica:
Tensão de ruptura:
Alongamento:
Polipropileno
Filamentos Finos
Branco
90g/cm³
165°C
20microns
6,0mm
Nula
255m²/kg
810MPa
28%
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3.2.6 Aditivo Superplastificante
Aditivo diz respeito a todo produto acrescentado em uma matriz, em quantidades
geralmente pequenas e bem homogeneizadas, que reforça ou melhora determinadas
características do compósito.
Os tipos mais comuns de aditivos, aplicados em larga escala em concretos ou
argamassas, são os seguintes: incorporadores de ar; redutores de água; retardadores e
aceleradores de pega; e os superplastificantes.
Os aditivos superplastificantes geralmente são utilizados para que se possa promover
uma redução de água de amassamento da mistura. No caso específico desta pesquisa, a
redução da relação água/cimento não foi o foco principal pelo qual se optou pela
utilização do superplastificante, mas sim, em razão de alguns traços não adquirirem a
trabalhabilidade adequada (dificuldades para moldar a mistura). A incorporação deste
foi pradronizada em 1% da massa de cimento para todos os traços que estão sendo
estudados, visto que, sua utilização potencializa os efeitos promovidos pela modificação
da argamassa com látex, melhorando as características do compósito por adição dos
efeitos do látex e do superplastificante simultaneamente.
O superplastificante utilizado nesta pesquisa é o GLENIUM 51, um aditivo de última
geração com base em uma cadeia de éter carboxílico modificado. Este aditivo foi
desenvolvido para concreto em geral, especialmente para indústria de pré-moldados e
concretos protendidos, onde se requer maior durabilidade e desempenho.
O GLENIUM 51 é isento de cloretos e atende as prescrições da norma ASTM C 494
(tipos A e F), ASTM C 1017, e é compatível com todos os cimentos que atendem a
ASTM 150.
Sua atuação é efetiva tanto no estado fresco como no estado endurecido. As
propriedades e benefícios na utilização deste tipo de aditivo são, de acordo com o
catálogo do fabricante:
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Estado Fresco:
9 Alta taxa de redução de água (40% aproximadamente);
9 Melhora a aderência e textura da superfície do concreto;
9 Produz concretos coesivos porém trabalháveis;
9 Reduz a exsudação.
Estado Endurecido:
9 Alta resistência à compressão axial inicial e final;
9 Alta resistência à tração na flexão inicial e final;
9 Aumenta o módulo de elasticidade;
9 Redução de permeabilidade.
As alterações que este promove no estado endurecido podem ser verificadas devido à
diminuição da relação água/cimento, como dito anteriormente, melhorando as
características mecânicas do compósito.
O que diferencia o GLENIUM 51 dos aditivos superplastificantes tradicionais (a base de
NSF ou MSF) é um novo mecanismo único de ações que melhora sensivelmente a
dispersão das partículas de cimento. Os tradicionais, tais como os sulfonatos de
melamina e naftaleno são baseados em polímeros que são absorvidos pelas partículas de
cimento. Acumulam-se na superfície das partículas de cimento no início do processo de
mistura do concreto. Os grupos sulfônicos das cadeias de polímeros aumentam a carga
negativa da superfície das partículas de cimento e dispersam estas por repulsão elétrica.
Este mecanismo eletrostático causa a dispersão da pasta de cimento e a conseqüência
positiva é que se requer menos água na mistura para se obter uma determinada
consistência do concreto.
O GLENIUM 51 tem uma estrutura química diferente da estrutura dos
superplastificantes tradicionais. Consiste de polímeros de éter carboxílico com largas
cadeias laterais. No começo do processo de mistura, inicia-se o mesmo mecanismo de
dispersão eletrostática que os tradicionais, porém as cadeias laterais unidas à estrutura
polimérica geram uma energia que estabiliza a capacidade de refração e dispersão das
partículas de cimento. Com este processo obtém-se um concreto fluido com uma grande
redução da quantidade de água. A Tabela 3.4 mostra os dados técnicos sobre o produto.
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Tabela 3.4: Características do Glenium 51 (Fonte: Catálogo Técnico do Fabricante).
Propriedades Valores
Função Principal: Superplastificante 3ª geração
Base química: Policarboxilatos
Aspecto: Liquido viscoso
Cor: Bege
Densidade: 1,067 a 1,107g/cm³
pH: 5 a 7
Sólidos: 28,5 a 31,5%
Viscosidade: 95 a 160 cps
3.3 Caracterização do compósito
3.3.1 Dosagem do compósito
Na composição da argamassa, praticou-se uma variação da quantidade dos elementos a
serem incorporados, sendo que o traço básico utilizado é o apresentado na Tabela 3.5,
devido às características satisfatórias apresentadas em ensaios preliminares. A partir dos
resultados obtidos por MONTEDOR (2004), com a utilização de fibras de PVA e
VIDRO no compósito, procurou-se parametrizar algumas proporções dos elementos a
fim de promover uma análise de desempenho desse novo compósito com os compósitos
obtidos anteriormente, já que neste caso, as fibras utilizadas anteriormente foram
substituídas por uma fibra polimérica de polipropileno, que apresenta custo menor em
relação às outras.
Tabela 3.5: Traço de referência em massa
Cimento Areia Látex Água
1 0,3 0,3 0,1
6
6
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0
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Da Tabela 3.5 pode-se observar que a proporção líquida incorporada à mistura foi de 0,4
vezes a quantidade de cimento, sendo desse total, 30 % de látex e 10 % de água.
Considerando o teor de sólidos do látex, temos que, utilizou-se 15% do teor de massa de
sólidos para o látex estireno-butadieno e uma relação água/cimento final de 0,25.
Para que se possa promover uma identificação adequada dos resultados experimentais
apresentados foi elaborada uma legenda descritiva dos materiais utilizados, a mesma
está apresentada na Tabela 3.6.
Tabela 3.6: Legenda adotada.
Legenda Descrição
V + número Consumo de Vermiculita (em %)
PP + número Taxa volumétrica de Fibra de Polipropileno (em %)
L + número Taxa volumétrica de Látex (em %)
Para desenvolvimento dos traços estudados, o cálculo do consumo de cimento partiu da
equação 3.1, apresentada a seguir.
1,03,0
3,01
1000
+++
=
ac
C
ρρ
eq. (3.1)
onde:
3
3
/63,2
/12,3
cmg
cmg
areiaa
cimentoc
==
==
ρρ
ρρ
Neste ponto deve-se destacar que toda a areia utilizada foi passada na peneira com
abertura de malha de 0,6mm.
Quando se incorpora vermiculita ao traço, é realizada uma alteração na equação 3.1
levando-se em conta sua massa específica, a fórmula utilizada nesta pesquisa no cálculo
do consumo de cimento para todos os traços estudados é apresentada na equação 3.2.
1000
1 [0,3 (0,3. )] (0,3. )
0,3 0,1
ca v
C
aa
ρρ ρ
=
++++
eq. (3.2)
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
t
t
t
u
u
u
l
l
l
o
o
o
3
3
3
M
M
M
a
a
a
t
t
t
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r
r
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z
z
z
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
6
6
6
1
1
1
onde:
3
0,356 /
consumo de vermiculita (em %)
v vermiculita
gcm
a
ρρ
==
=
Para melhor clareza da utilização da fórmula e da legenda adotada é apresentado um
exemplo de cálculo para o traço V25PP2L30. Esta simbologia significa que do traço de
referência mostrado acima, vai ser mantido constante o consumo de látex em 30%, vai
ser incorporada fibra de polipropileno na quantidade de 2% do volume da argamassa e,
da quantidade de agregado miúdo, que está sendo incorporado a uma taxa de 0,3 da
massa de cimento, 25% será de vermiculita e 75% será de areia fina. Sendo assim
temos:
0,25 = 25% de vermiculita.a =
Deixando a equação 3.2 da seguinte maneira:
1000
1 0,225 0,075
0,3 0,1
ca v
C
ρρ ρ
=
++++
Resultando em um consumo de cimento C = 984,78 kg/m
3
.
A Tabela 3.7 mostra os consumos de cimento para todos os traços estudados.
Tabela 3.7: Consumos de cimento para os traços estudados.
Traço Consumo de Cimento (Kg/m
3
)
V0PP5L30 1198,20
V5PP4,5L30 1150,23
V10PP4L30 1103,86
V15PP3,5L30 1061,10
V20PP3L30 1021,51
V25PP2,5L30 984,78
6
6
6
2
2
2
C
C
C
a
a
a
p
p
p
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í
í
t
t
t
u
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u
l
l
l
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o
3
3
3
M
M
M
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a
a
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e
e
e
r
r
r
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i
i
a
a
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l
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i
i
z
z
z
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
3.3.2 Variáveis
As variáveis que estão sendo estudadas nesta pesquisa são a fibra de polipropileno e a
vermiculita.
A proporção de látex, de acordo com os resultados obtidos por MONTEDOR (2004),
foi mantida em 30%, sendo este valor o que apresentava melhores resultados para a
modificação da argamassa. O que verifica-se nessa pesquisa é a ação conjunta dessa
quantidade de látex com as outras adições do compósito.
Efetivamente, as variações efetuadas na amostra foram de vermiculita e fibra de
polipropileno, um resumo das incorporações está mostrado na Tabela 3.8.
Tabela 3.8: Variáveis estudadas.
A quantidade máxima de vermiculita incorporada à argamassa foi estipulada em 25% da
massa de areia devido a dificuldade da moldagem do compósito e, também, devido a
diminuição acentuada da resistência mecânica que o material apresentou. É importante
ressaltar que, com a incorporação de grandes quantidades de vermiculita (20% e 25%),
devido á grande capacidade de retenção de água da mesma, tornou-se necessário a
utilização de superplastificante na razão de 1%. Esta incorporação foi padronizada para
todos os traços de maneira que se pudesse equalizar a análise para todos os ensaios.
Quanto à quantidade de látex, quando incorporado em quantidades maiores que 30% do
volume, este proporciona uma queda significativa de resistência para a argamassa e, em
quantidades muito menores que os 30%, não apresentava modificações significativas
nas propriedades do compósito.
VARIÁVEIS DOSAGEM (%)
Vermiculita 0 5 10 15 20 25
Fibras 5 4,5 4 3,5 3,0 2,5
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
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3
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z
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
6
6
6
3
3
3
A dosagem de fibra foi sendo verificada de acordo com a facilidade de preparação e
moldagem de cada traço levando-se em conta a quantidade de vermiculita já
incorporada, ou seja, uma quantidade de vermiculita foi fixada e a quantidade de fibra
foi variada até encontrar-se uma quantidade que não provocasse a perda de
trabalhabilidade da argamassa.
3.3.3 Caracterização do compósito
Para a determinação das características mecânicas do compósito, foram realizados
ensaios de compressão simples, tração por compressão diametral e módulo de
elasticidade em corpos-de-prova.
No processo de caracterização do material foram moldados 11 corpos-de-prova
cilíndricos de 50mm de diâmetro por 100mm de altura, sendo que 4 deles eram
utilizados para o ensaio de compressão uniaxial, 4 para o ensaio de tração por
compressão diametral e 3 para o ensaio de compressão uniaxial para a obtenção do
módulo de elasticidade. Considerando as seis dosagens estudadas, foram ensaiados 66
corpos-de-prova durante esse processo de caracterização do compósito.
Inicialmente, todo o processo de mistura dos materiais foi realizado manualmente,
devido ao pequeno volume de material a ser moldado e também a falta de um
equipamento de pequeno porte que fosse adequado. No decorrer da pesquisa, adquiriu-
se uma batedeira industrial que está sendo utilizada como argamassadeira do laboratório
de estruturas. A seqüência apresentada na Figura 3.5 mostra o processo de amassamento
manual e a seqüência da Figura 3.6 mostra o processo com a batedeira industrial. Nas
fotos é apresentada a ordem seqüencial na qual os materiais vão sendo incorporados,
primeiro ao cimento é misturada a areia e logo após a vermiculita, depois o látex é
introduzido seguido da água de amassamento e, depois de praticamente umedecida toda
a mistura ocorre a incorporação do superplastificante com um pouco de água e, somente
no final do processo que a fibra é adicionada.
6
6
6
4
4
4
C
C
C
a
a
a
p
p
p
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3
3
3
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i
i
z
z
z
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 3.5: (a) Introdução de látex á mistura de cimento, areia e vermiculita; (b) consistência da
mistura antes da introdução de água e superplastificante; (c) consistência melhorada após a
introdução da água e superplastificante; (d) introdução da fibra de polipropileno.
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 3.6: (a)Batedeira industrial utilizada na pesquisa; (b) introdução de látex á mistura de
cimento, areia e vermiculita; (c) consistência melhorada após a introdução da água e
superplastificante; (d) introdução da fibra de polipropileno.
C
C
C
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a
a
p
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p
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t
t
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3
3
3
M
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z
a
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a
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d
d
o
o
o
s
s
s
6
6
6
5
5
5
Tanto o material preparado manualmente quanto o preparado na batedeira industrial não
apresentaram diferenças nas propriedades mecânicas observadas, a diferença foi
observada no amassamento da argamassa, onde, a preparada na argamassadeira se
apresentava mais fluída, fato este atribuído à uma maior energia de amassamento
empregada e uma atuação mais efetiva do superplastificante na argamassa.
Na seqüência são apresentados os esquemas dos ensaios realizados em corpos-de-prova
cilíndricos para obtenção das características mecânicas do compósito.
O processo de cura utilizada nesta pesquisa foi o de 48 horas com umidade de 100%,
sendo 24 horas com cura em forma mantendo a amostra sob espuma saturada de água e
24 horas em câmara úmida e, após, cura ao ar, com umidade de 50% por pelo menos 7
dias.
Todos os ensaios desta pesquisa foram realizados para idades das amostras entre 14 e 21
dias.
Para o ensaio de compressão uniaxial, foram moldados 4 corpos-de-prova submetidos à
compressão simples, onde foi verificada somente a carga de ruptura do elemento,
obtendo-se assim, a tensão máxima do compósito para os diferentes traços. A Figura 3.7
mostra a moldagem dos corpos-de-prova e a Figura 3.8 o esquema do ensaio realizado.
(a)
(b)
Figura 3.7: (a) Consistência da argamassa; (b) compactação da argamassa ao molde.
6
6
6
6
6
6
C
C
C
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a
p
p
p
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3
3
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a
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d
d
d
o
o
o
s
s
s
O processo de moldagem dos corpos-de-prova cilíndricos foi executado segundo a
NBR-7215/1996 – Resistência à compressão do cimento Portland.
Os valores das resistências e módulo de elasticidade de cada traço serão apresentados no
capítulo de análise de resultados.
(a)
(b)
Figura 3.8: (a) e (b): Esquema do ensaio de compressão simples.
Para obtenção da resistência à tração do compósito, foi realizado o ensaio de
compressão diametral, que fornece o valor dessa resistência de maneira indireta. Foram
moldados também 4 corpos-de-prova que foram ensaiados em um dispositivo que aplica
carga distribuída numa linha diametral do elemento. Para cada ensaio foi obtida a carga
máxima de ruptura de cada corpo-de-prova, podendo-se calcular o valor da tensão
máxima de ruptura do compósito para cada traço estudado. O esquema do ensaio está
mostrado na Figura 3.9.
O cálculo da resistência à tração é realizado de forma indireta porque, a força de
compressão aplicada no sentido do diâmetro do cilindro, gera uma tensão de tração
transversal, uniforme ao longo do diâmetro e, cada elemento, submetido a um estado
duplo de tensões, não romperá por compressão, mas por uma tração que pode ser
calculada segundo a equação 3.3.
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
t
t
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l
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3
3
3
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s
s
s
6
6
6
7
7
7
(a)
(b)
Figura 3.9 (a) e (b): Esquema do ensaio de tração por compressão diametral.
ct,sp
2.F
.0,85
.d.h
f
π
=
eq. (3.3)
Onde:
f
ct,sp
: resistência a tração por compressão diametral;
F: força máxima aplicada;
d: diâmetro do corpo-de-prova;
h: altura do corpo-de-prova.
Para os ensaios de obtenção das resistências à compressão e tração do material, como
foi necessário somente o conhecimento das cargas máximas na ruptura dos corpos-de-
prova, os ensaios foram realizados na máquina da marca ELE do laboratório de
Estruturas. Esta máquina aplica carga apenas com o controle da força no elemento. A
máquina utilizada nos ensaios pode ser vista na Figura 3.10. Os ensaios de compressão
foram realizados segundo a NBR5739/1994 e, os ensaios de tração por compressão
diametral segundo a NBR7222/1994.
6
6
6
8
8
8
C
C
C
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p
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a
a
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d
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o
o
s
s
s
Figura 3.10: Máquina de ensaios marca ELE.
Na obtenção do módulo de elasticidade, 3 corpos-de-prova cilíndricos foram ensaiados
com transdutores de deslocamento posicionados em lados opostos, podendo-se assim,
obter a curva tensão x deformação para o cálculo do módulo de elasticidade tangente e
secante para cada traço analisado. Cada transdutor possui haste de 50mm sendo
posicionado a uma distância de 25mm da extremidade do corpo-de-prova. Os ensaios
foram realizados na máquina de ensaios Versatester 30M do laboratório de Estruturas e
com o auxílio de um equipamento capaz de realizar a leitura dos transdutores. O
esquema do ensaio está mostrado na Figura 3.11.
(a)
(b)
Figura 3.11: (a) Corpo-de-prova com transdutor de deslocamento; (b) esquema completo do ensaio
de módulo de elasticidade.
C
C
C
a
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p
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s
6
6
6
9
9
9
As leituras dos deslocamentos foi realizada a cada 2,5kN e os valores observados com a
ajuda do equipamento foram anotados em uma planilha manual, que depois foi passada
para uma planilha eletrônica. Estes valores foram lançados em gráficos, como mostrado
na Figura 3.12, possibilitando assim o cálculo dos valores do módulo de elasticidade
tangente e o secante.
Tensão x Deformação
y = -1E+06x
2
+ 14641x - 0.0805
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
0.000% 0.050% 0.100% 0.150% 0.200% 0.250%
Deformação
Tensão (MPa)
Figura 3.12: Gráfico para determinação do módulo de elasticidade.
A Figura 3.12 ilustra um exemplo de um gráfico para um traço do compósito. Para
obtenção do valor do módulo de elasticidade tangente foi tomado o valor do coeficiente
variável x
1
da equação do segundo grau apresentada na Figura acima, ou seja, o valor do
módulo de elasticidade tangente para este traço é 14641 MPa. O valor do módulo de
elaticidade secante foi calculado pela razão entre um valor de resistência da ordem de
50% da tensão de ruptura do material sobre um ponto de deformação coincidente nas
duas curvas, tanto a experimental quanto a curva de regressão.
Seguindo o mesmo critério adotado por MONTEDOR (2004), a depuração dos
resultados das características mecânicas do material, foi realizada pelo critério de
Chauvenet, no qual, para uma série de medidas, a probabilidade de ocorrência de um
desvio de valor “x” é menor que 1/2n, onde n corresponde ao número de medidas
(TAKEYA, 2001).
William Chauvenet: importante matemático norte-americano do séc. XIX , realizou estudos no campo da
matemática, astronomia, deixando importantes contribuições para o desenvolvimento da ciência.
4
4
P
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4.1 Preliminares
Este capítulo descreve o programa experimental realizado especificamente com as
almofadas do compósito, trazendo suas características e suas propriedades básicas. São
descritos todos os ensaios realizados com almofadas de argamassa e os parâmetros que
foram estudados, verificando-se as características do elemento de apoio de argamassa.
São descritos os ensaios com carga distribuída sobre a almofada, ensaios com aplicação
de força concentrada, simulações de ligação utilizando a almofada como elemento de
apoio e a ensaios de rotação em almofadas do compósito, que visam medir a capacidade
de rotação que essas almofadas podem ser submetidas. Também no final desse capítulo
são descritos alguns ensaios que foram realizados com caráter exploratório para o
material, sendo apresentados como parâmetros qualitativos do compósito.
4.2 Ensaios de força distribuída
4.2.1 Carregamento Monotônico
O ensaio de carregamento monotônico foi realizado nas almofadas do compósito para
determinar a rigidez de placa, ou seja, uma medida da capacidade de deformação dessas
almofadas. Esta relação foi chamada de rigidez neste trabalho, e não módulo de
deformação de placa, devido a forma de placa do elemento e sua pequena espessura, que
quando verificada sua deformação, esta possui valores maiores que os corpos-de-prova
cilíndricos estudados, gerando uma redução significativa nos valores obtidos para a
rigidez das placas, em relação ao módulo de deformação dos corpos-de-prova
cilíndricos.
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l
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Para este ensaio foram moldadas duas placas de 15cm x 15cm de lado com espessura de
10mm, para cinco traços diferentes do compósito, que foram submetidas à compressão
simples. Os dados foram salvos e uma curva força deslocamento foi traçada para cada
almofada, podendo-se a relação para cada um dos cinco traços estudados. Para as
almofadas, a cura e a idade de ruptura adotada foram as mesmas utilizadas para o caso
dos corpos-de-prova cilíndricos. Os cinco traços estudados nesta fase da pesquisa estão
apresentados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1: Traços estudados no ensaio de carregamento monotônico.
Traços Estudados Descrição
V5PP4,5L30
5% de vermiculita e 4,5% de fibra de polipropileno
V10PP4L30
10% de vermiculita e 4,0% de fibra de polipropileno
V15PP3,5L30
15% de vermiculita e 3,5% de fibra de polipropileno
V20PP3L30
20% de vermiculita e 3,0% de fibra de polipropileno
V25PP2,5L30
25% de vermiculita e 2,5% de fibra de polipropileno
As almofadas foram ensaiadas na máquina marca INSTRON, modelo 8506, a uma
velocidade de 0,01mm/s e levadas até a carga de 2000kN. A Figura 4.1 mostra o
esquema do ensaio e a máquina de ensaios do laboratório de Estruturas. O sistema de
aquisição dos dados utilizados neste ensaio foi o modelo System 5000 da Measurements
Group.
Com os resultados foram traçadas as curvas força x deslocamento para os elementos e,
após a fase de acomodação das deformações inicias, foi traçada uma reta sobre estas
curvas (Figura 4.2), calculando-se a rigidez de cada uma das amostras como sendo o
coeficiente angular de cada reta. A rigidez admitida para cada traço foi a média destes
dois valores. Como a unidade de referência para estes valores é o Megapascal (MPa),
depois de realizado o cálculo deste coeficiente angular, as unidades foram devidamente
transformadas para este sistema.
C
C
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7
7
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3
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(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 4.1: (a) Almofada do compósito; (b) e (c) Esquemas do ensaio de carregamento monotônico;
(d) Máquina de ensaios.
7
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C
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l
Forca x Deslocamento
-2500.00
-2000.00
-1500.00
-1000.00
-500.00
0.00
-4.00-3.50-3.00-2.50-2.00-1.50-1.00-0.500.00
Afundamento (mm)
Força (kN)
PL1
PL2
Figura 4.2: Gráfico força x deslocamento para duas amostras de almofada.
A Equação 4.1 representa a maneira de calcular as rigidezes das placas de maneira a
torná-la mais compreensível.
R =
h
h
σ
Δ
eq.(4.1)
Onde:
R = rigidez da placa;
σ
= tensão aplicada na placa;
hΔ = variação da espessura da placa;
h = espessura da placa.
4.2.2 Carregamento Cíclico
Em complementação ao ensaio de carregamento monotônico, onde aplicou-se carga de
compressão até o limite máximo do equipamento e verificou-se a rigidez da almofada,
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
t
t
t
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u
l
l
l
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4
4
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n
n
n
t
t
t
a
a
a
l
l
l
7
7
7
5
5
5
realizou-se o ensaio de carregamento cíclico, no qual procurou-se obter uma
visualização da evolução da rigidez com um regime de carga repetitivas.
O esquema básico do ensaio cíclico foi o mesmo utilizado para o ensaio monotônico,
sendo que, as almofadas utilizadas neste ensaio possuíam as mesmas dimensões das do
ensaio anterior, ou seja, 15cm x 15cm de base e espessura de 10mm. A diferença ficou
por conta dos carregamentos que foram repetidos ciclicamente, até cargas que
promovessem pressões de contato da mesma ordem de grandeza do que se poderia
verificar em situações práticas de utilização das almofadas de apoio. Também a
quantidade de traços estudados foi reduzida a três do material, o V5PP4,5L30,
V10F4L30 e o V15F3,5L30.
A escolha desses traços se deu em função das resistências dos corpos-de-prova
cilíndricos e das rigidezes apresentadas nos ensaios monotônicos, acreditando-se que
estes seriam os mais adequados para uma utilização prática, gerando uma necessidade
de estudos mais concentrados sobre os mesmos.
Para a aquisição dos dados do ensaio, utilizou-se o sistema de aquisição para ensaios
dinâmicos System 6000 da Measurements Group (Figura 4.3).
Figura 4.3: Sistema de aquisição de dados System 6000.
7
7
7
6
6
6
C
C
C
a
a
a
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p
p
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t
t
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l
l
l
As tensões adotadas para este ensaio foram de 2,5MPa, 5,0MPa, 10,0MPa e 20,0MPa.
Com a adoção destes valores de tensões, as forças nas respectivas fases dos ensaios
foram de aproximadamente 55kN, 112kN, 225kN e 450kN. Na primeira fase dos
ensaios, para cada valor de tensão, foram realizados ciclos de 50 repetições (figuras 4.4
e 4.5) para cada carregamento correspondente. As cargas foram aplicadas até os valores
limites e levados a um valor próximo de zero, este não podendo ser atingido por
limitações da máquina de ensaio.
Carregamento Cíclico
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Tempo
Força (kN)
Figura 4.4: Ciclos de carregamento da almofada.
Como pode ser observado na Figura 4.4, para cada passo de carga foram aplicados 50
ciclos de carregamento. Como os dados se apresentaram em uma nuvem muito densa de
pontos e de difícil visualização do comportamento da rigidez ao longo do tempo, optou-
se por analisar os resultados a partir dos dados do primeiro e do último ciclo para cada
série do carregamento. Um exemplo dessa nova configuração dos dados pode ser
observado na Figura 4.6.
C
C
C
a
a
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p
p
p
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l
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7
7
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7
7
200 ciclos
-500.000
-450.000
-400.000
-350.000
-300.000
-250.000
-200.000
-150.000
-100.000
-50.000
0.000
-1.800-1.600-1.400-1.200-1.000-0.800-0.600-0.400-0.2000.000
Deslocamento (mm)
Força (kN)
ciclos 50kN
ciclo 112kN
ciclo 225kN
ciclo 450kN
Figura 4.5: Carregamento cíclico na almofada.
T1PL1 200 ciclos
-500.000
-450.000
-400.000
-350.000
-300.000
-250.000
-200.000
-150.000
-100.000
-50.000
0.000
-1.800-1.600-1.400-1.200-1.000-0.800-0.600-0.400-0.2000.000
Deslocamento (mm)
Força (kN)
ciclos 50kN
ciclo 112kN
ciclo 225kN
ciclo 450kN
Figura 4.6: Carregamento cíclico na almofada após a retirada de pontos intermediários.
Na segunda fase do estudo com carregamentos cíclicos foram realizados ensaios com a
mesma configuração dos ciclos anteriores, mas nesta nova fase optou-se por aplicar na
almofada um número maior de ciclos para cada incremento de carga. Estes ciclos
passaram então de 50 para 300 para cada passo de carga (Figura 4.7). Como se pode
observar, a dificuldade em ler os dados da evolução das rigidezes se apresentou maior
nesse caso, portanto adotou-se o mesmo procedimento de análise da primeira fase dos
ensaios, gerando-se curvas apenas do primeiro e do último ciclo de cada incremento de
carga (Figura 4.8).
7
7
7
8
8
8
C
C
C
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p
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l
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1200 ciclos
-500.000
-450.000
-400.000
-350.000
-300.000
-250.000
-200.000
-150.000
-100.000
-50.000
0.000
-1.000-0.900-0.800-0.700-0.600-0.500-0.400-0.300-0.200-0.1000.000
Deslocamento (mm)
Força (kN)
ciclos 50kN
ciclo 112kN
ciclo 225kN
ciclo 450kN
Figura 4.7: Exemplo de ensaio de almofada com 1200 ciclos de carregamento.
1200 ciclos
-500.000
-450.000
-400.000
-350.000
-300.000
-250.000
-200.000
-150.000
-100.000
-50.000
0.000
-1.000-0.900-0.800-0.700-0.600-0.500-0.400-0.300-0.200-0.1000.000
Deslocamento (mm)
Força (kN)
ciclos 50kN
ciclo 112kN
ciclo 225kN
ciclo 450kN
Figura 4.8: Exemplo de ensaio de almofada com 1200 ciclos após retirada de pontos intermediários.
4.3 Ensaios de força concentrada
Este ensaio de força concentrada derivou dos ensaios de força concentrada realizados
por MONTEDOR (2004) visando-se medir a capacidade de acomodação de cargas
pontuais de tiras de almofada do compósito, ou afundamento, parametrizando-se assim,
a quantidade de vermiculita como o objeto principal de observação.
A vermiculita foi o foco deste ensaio porque, a partir de uma determinada quantidade
incorporada na argamassa, as características da almofada são alteradas de maneira
C
C
C
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l
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7
7
7
9
9
9
prejudicial, aumentando-se muito a capacidade de afundamento desta, em detrimento de
sua resistência e rigidez. Também porque, na pesquisa de MONTEDOR (2004), foi
realizado um ensaio onde se tentou descrever uma quantidade ideal para a incorporação
desta ao compósito.
Os resultados apresentados pelo pesquisador mostraram que, quanto maior essa
incorporação, isso acarreta numa maior deformabilidade da almofada, com reduzida
resistência, portanto, não sendo indicada sua utilização.
Este ensaio consistiu em cortar as almofadas de 15cm x 15cm em fatias de 2,5cm x
15cm, nas quais seriam aplicadas duas cargas pontuais em dois pontos localizados a
3,75cm da borda da fatia. Nesta pesquisa, optou-se por estudar com mais ênfase,
somente a espessura de 10mm, por esta apresentar melhores resultados de rigidez de
placa quando comparada às almofadas de 20mm de espessura, de acordo com a
pesquisa anterior. Neste momento cabe ressaltar que a rigidez de placa é a relação entre
a tensão aplicada e a deformação sofrida pela almofada, em ensaios de carga uniforme,
que será apresentado adiante. Um esquema do ensaio é apresentado na Figura 4.9.
(a)
(b)
Figura 4.9: (a) Esquema frontal ensaio de carga concentrada (medidas em cm); (b) Esquema
tridimensional do ensaio.
O ensaio consistiu na aplicação de carga com controle de deformação da máquina a uma
taxa de 0,01mm/s. Os dados foram gravados num sistema de aquisição de dados do
Atuador da Máquina
Fatia da Almofada
Dispositivo Metálico
8
8
8
0
0
0
C
C
C
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t
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l
l
laboratório de mecânica das rochas do departamento de Geotecnia da Escola de
Engenharia de São Carlos a uma velocidade de três pontos por segundo. A máquina
utilizada para a realização deste ensaio é a MTS modelo 815 - Rock Mechanics Test
System - capacidade 2700 kN. Na Figura 4.10 está apresentada a máquina utilizada no
ensaio.
(a)
(b)
Figura 4.10: (a) Máquina MTS utilizada nos ensaios de carga localizada; (b) Vista ampliada do
ensaio de afundamento.
Foram retiradas amostras para seis traços diferentes do material, começando com teor
de 0% de vermiculita no compósito, até a quantidade de 25% de vermiculita na mistura.
Todos os traços estudados estão na Tabela 4.2
Para cada traço, 10 amostras de tiras de almofadas foram ensaiadas e pode-se obter a
curva força x deslocamento para cada amostra. A partir dessas curvas, verificou-se o
comportamento médio dessas amostras, traçando-se a curva média, a partir dos
resultados que se apresentaram com maior consistência, eliminando-se os resultados que
apresentaram as maiores diferenças. Um exemplo dos gráficos obtidos para um traço é
apresentado na Figura 4.11.
C
C
C
a
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p
p
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8
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1
1
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Tabela 4.2: Traços estudados no ensaio de carga localizada.
Traços Estudados Descrição
V0PP5L30
0% de vermiculita e 5,0% de fibra de polipropileno
V5PP4,5L30
5% de vermiculita e 4,5% de fibra de polipropileno
V10PP4L30
10% de vermiculita e 4,0% de fibra de polipropileno
V15PP3,5L30
15% de vermiculita e 3,5% de fibra de polipropileno
V20PP3L30
20% de vermiculita e 3,0% de fibra de polipropileno
V25PP2,5L30
25% de vermiculita e 2,5% de fibra de polipropileno
Traço: V10PP4,0L30
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000
Afundamento (mm)
Força (kN)
CP1
CP2
CP3
CP4
CP5
CP6
CP7
CP8
CP9
CP10
Figura 4.11: Curvas força x deslocamento para o traço V10PP4,0L30.
Com base na Figura 4.11, observou-se as curvas que apresentaram o comportamento
mais próximo, eliminando-se as curvas com comportamento muito distinto da maioria e,
traçando-se a curva média desse traço, como apresentado na Figura 4.12. Deve-se
ressaltar que devido à variabilidade dos resultados de cada tira de almofada, o critério
de eliminação das curvas foi puramente visual, devido à falta de outro método melhor
de análise da variabilidade das curvas.
8
8
8
2
2
2
C
C
C
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l
Média Amostras Traço: V10PP4,0L30
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
35.00
40.00
45.00
50.00
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000
Afundamento (mm)
Força (kN)
CP1
CP2
CP3
CP4
CP9
CP10
Médi
a
Figura 4.12: Curvas média força x deslocamento para o traço V10PP4,0L30.
4.4 Ensaios de ligação de blocos
Para justificar a capacidade de acomodação das almofadas do compósito, utilizou-se um
ensaio que promovesse uma comparação entre elementos simulando peças de concreto
moldado in loco e peças que foram sobrepostas simulando uma ligação de concreto pré-
moldado. Estes ensaios são uma seqüência dos experimentos realizados por
MONTEDOR (2004) sem a presença de inclinação entre os elementos.
Os ensaios consistiram basicamente em utilizar prismas de concreto com 15cm x 15cm
de base com 30cm de altura, que simulavam peças de concreto moldado in loco e cubos
de concreto com 15cm de lado, onde duas peças foram sobrepostas para simular uma
ligação de elementos de concreto pré-moldado (Figura 4.13).
C
C
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3
3
Figura 4.13: Esquema dos ensaios de ligação de blocos.
Nos ensaios simulando ligação entre elementos pré-moldados de concreto, foram
realizados ensaios com e sem presença da almofada como elemento de apoio, como
visto na Figura 4.13.
Para verificar a efetividade da acomodação das imperfeições das superfícies que
formam o contato entre os cubos de concreto, foram introduzidas rugosidades na face de
contato do bloco de que seria superposto(Figura 4.14).
Figura 4.14: Esquema das rugosidades e colocação dos blocos para ensaio.
1 – Sem emenda
2 – Com emenda e sem almofada
3 – Com emenda e com almofada
1 2
3
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Na Figura 4.14 pode-se observar o padrão de rugosidade imposto aos blocos de concreto
e o posicionamento dos mesmos para o ensaio. A Figura 4.15 mostra a foto dos três
tipos de blocos de concreto utilizados nesta pesquisa.
Figura 4.15: Esquema dos tipos de blocos ensaiados.
Para esses ensaios com blocos de concreto, foram introduzidas rugosidades variáveis de
maneira que se pudesse verificar a capacidade de acomodação das almofadas com a
presença de imperfeições na superfície. Portanto, para facilitar e padronizar a análise
dos resultados estes ensaios foram divididos em séries, que serão apresentadas a seguir:
1ª Série:
A primeira série de prismas (Figura 4.16) consistiu em ensaiar um grupo de blocos com
30cm de altura simulando uma peça de concreto moldada no local e, grupos de blocos
com 15cm de altura, com superfície lisa sem a presença da almofada e com a presença
da almofada na interface de ligação entre os blocos.
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C
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8
8
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5
5
5
Figura 4.16:– Primeira série de ensaios de blocos.
As almofadas destes ensaios foram fundidas aos blocos de concreto que ficariam na
base do elemento, como apresentado na figura, no momento da sua concretagem, para
uma melhor interação destes elementos.
2ª Série:
Para a segunda série de ensaios foram ensaiados somente blocos de 15cm de altura
(Figura 4.17), onde foram introduzidas rugosidades variáveis na face de um dos blocos
de concreto. Os valores das rugosidades introduzidas foram de 0,75mm, 1,00mm e
1,5mm. Como dito anteriormente, buscava-se assim, a capacidade de acomodação das
almofadas na presença de imperfeições nos elementos.
As almofadas desta série de ensaios também foram fundidas aos blocos de concreto no
momento da sua concretagem.
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6
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Figura 4.17: Segunda série de ensaios de blocos.
Para cada série, os números das figuras 4.16 e 4.17 indicam uma concretagem diferente,
totalizando 9 moldagens em dias diferentes e, para garantir que todos os traços
estivessem com um mesmo padrão de resistência do concreto, foram retirados e
ensaiados corpo-de-prova cilíndricos com 10cm de diâmetro por 20cm de altura
juntamente os blocos.
Todos os ensaios foram de compressão e realizados na máquina ELLE presente no
Laboratório de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). As
figuras 4.18a e 4.18b mostram fotos de dois exemplos de ensaios realizados.
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(a)
(b)
Figura 4.18: (a) Ensaio de blocos lisos sem almofada; (b) blocos para ensaio com rugosidade de
1,5mm sem almofada.
4.5 Ensaios de rotação de apoio
Finalizando as séries de ensaios em placas foram realizados testes para medir a
capacidade de rotação das almofadas. Para tanto um sistema especial de aplicação de
carga nas almofadas foi preparado para que se pudesse realmente aplicar valores
expressivos de carregamentos que provocassem rotações com valores relativamente
altos. Sendo assim, podem-se atingir rotações com valores que foram convencionados
como sendo os limites para as almofadas, obtendo-se indicações práticas para a
utilização destas. Nas figuras 4.19 e 4.20 são apresentados os esquemas básicos do
ensaio.
Figura 4.19: Esquema básico do ensaio de rotação.
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Figura 4.20: Esquema íntegro do ensaio de rotação.
Este ensaio foi dimensionado de maneira que as rotações aplicadas nas almofadas
fossem maiores que as observadas em situações práticas onde se pode lançar mão do
uso do compósito. Para tanto, utilizou-se como referência para o dimensionamento da
chapa metálica, uma viga de ponte rolante do laboratório de Estruturas da EESC/USP,
onde os giros máximos que poderiam ser observados nestas foram adotados como
valores mínimos de rotações a serem aplicadas nas almofadas. Essa viga suporta uma
Laje de Reação
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ponte rolante com capacidade de 6 toneladas. Como essa é uma viga protendida e,
consequentemente, os valores das rotações seriam diminuídos devido aos efeitos da
protensão, o cálculo foi realizado desprezando-se a protensão, ou seja, os valores das
rotações foram majorados para o caso.
Como pode ser observado nas figuras 4.19 e 4.20, para que se pudesse promover uma
efetiva rotação na almofada foi utilizada uma chapa metálica de 100cm de
comprimento, largura de 15cm e espessura de 12,5mm sobre a qual, nas extremidades,
foram colocadas almofadas do compósito atuando como um elemento de apoio
submetido a rotação. Sobre esta chapa foram aplicadas cargas duas excêntricas
próximas aos apoios. O ensaio pode ser comparado a um ensaio de flexão em quatro
pontos, sendo que, os pontos de aplicação de carga ficam com uma pequena
excentricidade em relação ao centro médio dos apoios (Figura 4.21).
Figura 4.21: Detalhes do ensaio de rotação.
A carga foi aplicada por meio de um macaco-hidráulico manual, com capacidade de 100
toneladas. Para distribuição das forças para a chapa foi utilizada uma viga metálica de
Perfil I com 350mm de altura com cinco enrigecedores de cada lado da peça para
garantir que essa não sofresse deformação gradativa no processo de aplicação das
forças. Os distribuidores de carga foram pensados de maneira que as posições da
Viga de Aplicação de carga
Macaco-hidráulico Manual
Aplicadores de Carga Excêntrica
Chapa Metálica
Almofadas
Apoio Almofada
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resultante das forças aplicadas aos apoios tivessem as excentricidades requeridas e as
tensões aplicadas à chapa metálica não provocassem nenhum tipo de deformação
plástica na mesma.
Foram posicionados cinco relógios analógicos com precisão de 0,01mm (centésimo de
milímetro) de cada lado da chapa. Em cada lado dos apoios colocou-se dois relógios
para verificação das diferenças de afundamento sofridas na almofada, tornando possível
o cálculo das rotações sofridas. No centro da chapa metálica foi posicionado um relógio,
que ficou incumbido do controle de deslocamento desse ponto para que a tensão de
escoamento desta não fosse atingida.
Neste ensaio foi adotada uma convenção dos relógios e das vistas da chapa metálica
(Figura 4.22) de maneira a facilitar a visualização e interpretação dos resultados
medidos.
Figura 4.22: Convenção adotada para os ensaios.
As almofadas utilizadas possuíam 15cm de base com espessuras de 10mm e 20mm.
Nesta fase de ensaios, como feito nos ensaios de ligação de bloco, não foram testados
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1
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1
todos os traços das almofadas. Como o traço V10PP4L30 se apresentou com as
características desejadas nos ensaios anteriores, os ensaios foram concentrados neste e
nos traços com suas porcentagens, respectivamente, abaixo e acima deste, ou seja, os
traços V5PP4,5L30 e o V15PP3,5L30. A tentativa foi de se obter uma gama de
resultados em torno desse traço com 10% de vermiculita para sua aplicação.
A aplicação de carga foi realizada manualmente e por etapas, sendo que, em cada etapa
aplicou-se um incremento de 100kN de carga e os valores de cada relógio analógico
foram lidos e anotados em uma planilha preparada para o ensaio. A carga máxima
aplicada foi a de 900kN (90ton.) devido a limitação do macaco-hidráulico.
As excentricidades foram testadas de maneira empírica numa primeira etapa para que,
com o carregamento aplicado e o giro sofrido pela chapa metálica, não houvesse um
descolamento desta com a superfície da almofada, como pode ser visto na Figura 4.23.
(a)
(b)
Figura 4.23: (a) e (b) Descolamento da extremidade da chapa em relação a superfície da almofada.
Para as almofadas de 10mm de espessura a excentricidade obtida e adotada entre a
posição da resultante do carregamento em relação ao centro do apoio foi de 60,0mm.
Nos ensaios com almofadas de 20mm essa excentricidade teve que ser diminuída para
55,0mm para não ocorrer o descolamento entre as superfícies da almofada e da chapa
metálica.
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Os relógios comparadores utilizados na obtenção dos resultados foram todos montados
com base magnética em vigas metálicas, posicionadas em frente ao pórtico de reação
utilizado para o ensaio (Figura 4.24). Esse cuidado foi tomado de maneira que os
resultados das medidas dos relógios não sofressem interferências de deformações e
acomodações sofridas pelo pórtico.
Figura 4.24: Relógios com bases magnéticas posicionados sobre base metálica.
Todos os relógios utilizados eram da marca Mitutoyo, sendo a capacidade de leitura de
50mm para os relógios posicionados sobre os apoios e 30mm para os alocados no meio
do vão da chapa metálica.
4.6 Ensaio de tenacidade ao fraturamento
Os ensaios de fraturamento foram realizados com o intuito inicial de determinar a
tenacidade flexional do material. Devido à grande deformabilidade apresentada pelo
mesmo, bem como às limitações de curso do clip-gauge (transdutor de deslocamentos)
disponível para o controle do ensaio, o objetivo inicial não pôde ser totalmente atingido.
Mesmo assim, alguns resultados de caráter qualitativo puderam ser obtidos. As
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recomendações adotadas para a condução dos ensaios foram as da RILEM TC 162-TDF
(2002). Apesar de destinadas à obtenção de parâmetros de tenacidade ao fraturamento
de compósito reforçados com fibras de aço, as recomendações referidas foram
empregadas para a determinação de indicadores da tenacidade ao fraturamento do
compósito com fibras de polipropileno, investigado nesta pesquisa.
Os ensaios foram conduzidos submetendo-se pequenas vigas moldadas com o
compósito aqui estudado, à flexão em três pontos. Cada viga foi entalhada no centro do
vão objetivando a criação de um plano preferencial de fraturamento, em virtude da
fragilização da seção transversal (Figura 4.25).
Figura 4.25: Esquema do ensaio de tenacidade ao fraturamento à flexão em três pontos.
Como pode ser observado na Figura 4.24, o comprimento nominal (l) adotado para as
vigas foi de 34,00cm, objetivando a obtenção de vãos livres (s) iguais a 30,0cm. Todas
as outras medidas respeitaram proporções usualmente utilizadas em ensaios desta
natureza, ou seja, alturas (w) larguras (b) e profundidades dos entalhes (a
0
)
correspondentes a 1/4, 1/8 e 1/16 do vão livre, respectivamente. As medidas adotadas
resultaram, portanto, da adequação das proporções recomendadas pela RILEM para
corpos-de-prova utilizados em ensaios de concreto com fibras, ao material da pesquisa.
Os parâmetros obtidos nos ensaio de fraturamento foram a tensão limite de
proporcionalidade ou tensão limite da fase elástica, f
fct,L
, que corresponde à contribuição
da matriz de cimento na resistência global do compósito, e as tensões residuais à tração
na flexão, f
R,i
. Estas últimas podem ser traduzidas como valores da efetiva contribuição
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da fibra na resistência do compósito com a evolução do carregamento e do processo de
fissuração.
Neste caso, os valores dos deslocamentos verticais da linha de carga, que são utilizados
como pontos chave no cálculo dos parâmetros do ensaio, foram alterados respeitando-se
as proporções indicadas nas recomendações. A Figura 4.26 apresenta esquematicamente
os deslocamentos utilizados para a obtenção dos valores das tensões de interesse.
Figura 4.26: Deflexões importantes ao ensaio de tenacidade ao fraturamento.
Para o cálculo da tensão limite de proporcionalidade, f
fct,L
, utiliza-se a força denominada
F
L
, correspondente ao deslocamento de 0,05mm. Os demais valores de deslocamentos
verticais da linha de carga, δ
R,i
, necessários aos cálculos das resistências residuais, são
padronizados. A esses valores correspondem forças residuais F
Ri
. Os deslocamentos
verticais residuais apresentados na Figura 4.26, são frações do vão livre da viga com
0,276mm (l/1087), 0,786mm (l/382), 1,29mm (l/233) e 1,80mm (l/167),
respectivamente.
F
[
kN
]
0,05
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Para o cálculo das tensões residuais é utilizada a equação apresentada a seguir, que
decorre da teoria elementar de vigas:
,
,
2
.
3
2.
Ri
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s
p
Fl
f
bh
= eq.( 4.2)
Onde:
f
R,i
= tensão residual para o deslocamento i;
F
R,i
= força correspondente ao deslocamento i;
l = vão livre da viga;
b = base da viga;
h
sp
= altura do ligamento (altura da viga menos a altura do entalhe inicial e que
corresponde à altura resistente à fissuração).
Para a execução dos ensaios foram utilizados apoios móveis com o objetivo de garantir
liberdade de translação horizontal nas extremidades das vigas. Para o controle e a
monitoração dos ensaios foram utilizados dois transdutores de deslocamentos, um
posicionado na abertura do entalhe e o outro, sob a linha de carga. O primeiro deles, um
clip-gauge de controle, foi posicionado na peça para o acompanhamento da abertura da
fissura e conseqüente controle do ensaio. O segundo transdutor, um LVDT, foi
posicionado no centro do vão de maneira a monitorar os deslocamentos verticais da
peça nesta posição.
Entretanto, os ensaios não puderam ser realizados até o final. Conforme citado, o clip-
gauge posicionado sobre a viga possuía curso máximo de 2,0mm, valor inferior àqueles
obtidos para as aberturas das fissuras. Assim, os dados decorrentes dos ensaios
acabaram sendo insuficientes ao cálculo de todos os parâmetros de tenacidade flexional
que poderiam ser conseguidos em ensaio desta natureza. Este fato terminou por limitar
as análises à avaliação qualitativa da efetividade das fibras incorporadas ao compósito.
A Figura 4.27 mostra alguns detalhes do ensaio.
Para a fixação do transdutor destinado à monitoração dos deslocamentos verticais,
utilizou-se um suporte construído com uma fina chapa metálica, dobrada e posicionada
em frente à viga por meio de sargentos metálicos. Estes, por sua vez, foram colocados
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sobre os apoios para evitar a introdução de esforços adicionais estranhos ao ensaio. Na
extremidade superior da viga, sob o ponto de transmissão da carga, colocou-se uma
cantoneira de alumínio para servir de apoio superior ao LVDT. Estes detalhes podem
ser observados na Figura 4.27d.
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 4.27: (a) Apoio móvel; (b) clip-gauge de medição da abertura da fissura; (c) detalhe do
ensaio sem o LVDT de monitoração dos deslocamentos verticais; (d) esquema completo do ensaio.
Um aspecto importante a ser ressaltado é que os deslocamentos monitorados nos ensaios
foram medidos sempre relativamente à própria viga, uma vez que nenhum elemento
externo para fixação dos transdutores foi utilizado, o que garantiu a medida de
deslocamentos relativos. Esta é uma exigência neste tipo de ensaio.
4.7 Microscopia ótica
Ao final de todos os ensaios com almofada, acreditou-se que devido ao processo de
moldagem das mesmas, as imperfeições presentes em sua face superior seriam benéficas
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para produzir melhores efeitos de acomodação quando estas estivessem em uso. Para
tanto, resolveu-se verificar o padrão dessa rugosidade superficial por meio de fotos de
microscópio ótico com uma ampliação suficientemente grande de maneira a se
visualizar como estava se apresentando este padrão. A Figura 4.28 mostra um detalhe da
moldagem de uma peça.
(a)
(b)
Figura 4.28: (a) Colocação da argamassa na forma; (b) acabamento superficial da almofada.
De acordo com a Figura 4.28 pode-se observar que na superfície inferior da almofada,
devido ao fundo das fôrmas devidamente lisas, a almofada não apresenta padrão de
rugosidade superficial, sendo perfeitamente lisa.
Para a captura das fotos do compósito foi retirada uma pequena amostra do meio de
uma almofada não ensaiada e uma pequena amostra de uma almofada submetida ao
ensaio cíclico de carregamento. Com estas fotos visa-se mostrar o padrão de rugosidade
apresentado antes dos carregamentos na almofada e depois dos mesmos. A Figura 4.29
apresenta o esquema da retirada da amostra.
As amostras foram cortadas somente com disco especial de corte para cerâmica, não
tendo-se nenhum outro tipo de cuidado especial durante a sua retirada, portanto, neste
tipo de análise, não tenta-se mostrar a precisão de uma foto retirada por meio de
microscopia eletrônica de varredura (MEV), mas sim uma idéia das rugosidades antes e
depois de ensaiadas.
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Figura 4.29: Esquema da retirada de amostra das almofadas.
4.8 Síntese do programa experimental
A síntese do programa experimental (Tabela 4.3) foi introduzida neste ponto do texto
para facilitar o entendimento e ajudar no processo de visualização dos resultados que
será apresentado no próximo capítulo. Nela são apresentados os principais pontos dos
estudos desenvolvidos com uma breve descrição dos ensaios, o tipo de ensaio realizado
e a quantidade de amostras ensaiadas.
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Tabela 4.3: Síntese do programa experimental.
Caracterização do compósito
Traços Compressão Tração Módulo de Elasticidade
V0PP5L30
V5PP4,5L30
V10PP4L30
V15PP3,5L30
V20PP3L30
V25PP2,5L30
4 corpos-de-prova
cilíndricos de 50mm de
diâmetro por 100mm de
altura para cada traço
4 corpos-de-prova
cilíndricos de 50mm de
diâmetro por 100mm de
altura para cada traço
3 corpos-de-prova cilíndricos
de 50mm de diâmetro por
100mm de altura para cada
traço
Total de amostras
24 corpos-de-prova 24 corpos-de-prova 18 corpos-de-prova
Ensaio de força distribuída
Carregamento monotônico - compressão Carregamento cíclico - compressão
V5PP4,5L30 V5PP4,5L30
V10PP4L30 V10PP4L30
V15PP3,5L30 V15PP3,5L30
V20PP3L30 -
V25PP2,5L30
2 placas de 150mm x
150mm com espessura
de 10mm para cada traço
-
Aplicação de 50 e 300 ciclos
de carga em almofadas de
10mm e 20mm de espessura*
Total de amostras
10 almofadas
Total de amostras
9 almofadas
* Aplicação de pressões com intensidades de 2,5MPa, 5,0MPa, 10,0MPa e 20,0MPa.
Ensaio de força concentrada
Traços Compressão
V0PP5L30
V5PP4,5L30
V10PP4L30
V15PP3,5L30
V20PP3L30
V25PP2,5L30
10 tiras de 25mm x 150mm cortadas das almofadas do compósito e ensaiadas com
auxílio de dispositivo metálico para aplicação de força concentrada para cada traço
Total de amostras
60 tiras de almofada
Ensaio de ligação de blocos
Traço da almofada Compressão com rugosidade variável
V10PP4L30
9 conjuntos de blocos, 4 peças para cada conjunto, que simulavam peças de
concreto moldado no local e concreto pré-moldado com e sem presença da
almofada nas ligações e com rugosidades de 0,75mm, 1,00mm e 1,5mm
Total de amostras
36 blocos e 16 almofadas
Ensaio de rotação de apoio
Traços Compressão excêntrica
V5PP4,5L30
V10PP4L30
V15PP3,5L30
aplicação cargas excêntricas gerando pressões de até 20MPa em almofadas de
150mm de lado, sendo 2 almofadas de 10mm de 2 almofadas de 20mm de
espessura para cada traço
Total de amostras
12 almofadas
Ensaio tenacidade ao fraturamento
Traços Flexão em 3 pontos
V10PP4L30
5 vigas de 300,0mm de vão livre com altura de 75,0mm e largura de 37,5mm com
um entalhe de 20,0mm no meio do vão
Total de amostras
5 vigas
5
5
A
A
n
n
á
á
l
l
i
i
s
s
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e
d
d
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e
R
R
e
e
s
s
u
u
l
l
t
t
a
a
d
d
o
o
s
s
5.1 Preliminares
Neste capítulo serão apresentados todos os resultados dos ensaios realizados para a
caracterização do compósito e também das almofadas produzidas com o compósito. A
análise dos pontos importantes de cada ensaio será abordada no decorrer da
apresentação dos mesmos e, assim, as discussões acerca das características obtidas serão
tratadas gradativamente. O objetivo principal deste capítulo é a realização de uma
análise crítica das características do compósito para sua utilização na produção das
almofadas que servirão ao uso como elemento de apoio.
5.2 Resistências e módulo de deformação
5.2.1 Resistência à compressão
Os ensaios de compressão foram realizados em seis dosagens diferentes do compósito,
sendo que, os resultados dessa resistência foram preponderantes na escolha dos traços
que passariam por ensaios mais específicos e também na determinação do traço básico a
ser utilizado na produção de almofadas para elemento de apoio. Na Tabela 5.1 são
apresentados os resultados para as diferentes dosagens estudadas.
1
1
1
0
0
0
2
2
2
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
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t
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u
u
u
l
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5
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t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
Tabela 5.1: Resultados do ensaio de compressão simples para os traços estudados.
Traço Tensão de Ruptura (MPa)
V0PP5L30 43,00
V5PP4,5L30 36,30
V10PP4L30 34,90
V15PP3,5L30 29,40
V20PP3L30 24,40
V25PP2,5L30 20,20
Para facilitar a visualização dos resultados, na figura 5.1 é apresentado o gráfico de
valores comparativos para este traço.
Tensão Máxima de Compressão
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
35.00
40.00
45.00
50.00
R
eferênc
i
a
V
0PP5L30
V
5PP4,5L
30
V10PP4L30
V15P
P3,5L
30
V20PP3L30
V25P
P2.5L
30
Traços
Tensão (MPa)
Figura 5.1: Gráfico comparativo para o ensaio de compressão simples.
Os resultados obtidos nesta pesquisa se mostram com a mesma tendência obtida pela
pesquisa realizada por MONTEDOR (2004), onde a diminuição da quantidade de fibra
e o aumento da quantidade de vermiculita, para amostras com valores constantes na
quantidade de látex, apresentam uma diminuição no seu valor de resistência à
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
t
t
t
u
u
u
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l
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5
5
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A
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u
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a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
1
1
1
0
0
0
3
3
3
compressão. Nos resultados obtidos na pesquisa anterior, quando da análise das
características do compósito para cada material incorporado, tinha-se um aumento na
resistência à compressão com o aumento na quantidade de fibra incorporada,
diminuição da resistência com o aumento da porcentagem de vermiculita e, um aumento
na resistência para valores de incorporação de látex até a ordem de 30%, a partir desse
valor ocorria uma queda nos valores da mesma.
Para o compósito estudado, apesar da mudança do tipo de fibra estudada, onde
anteriormente foram utilizadas fibras de PVA e de Vidro e, agora está sendo utilizada
fibra de Polipropileno, observa-se que essa tendência mantém-se apesar da diferença no
tipo da fibra.
Para a confecção de almofadas a serem utilizadas como aparelho de apoio de elementos
de concreto pré-moldado, o compósito necessita de certa resistência e níveis de
deformabilidade condizentes à sua aplicação.
Utilizando resultados da pesquisa de MONTEDOR (2004), pode-se realizar uma
comparação entre valores de resistência de elementos com a mesma quantidade de
vermiculita e látex (Figura 5.2). Os valores em laranja são da pesquisa realizada
anteriormente e as letras F e VD indicam a quantidade de fibra de PVA e vidro,
respectivamente, que foi introduzida no compósito.
Pela análise da Figura 5.2 pode-se verificar que com a introdução da fibra de
polipropileno os valores de resistência não sofreram alterações significativas, mostrando
que a fibra de polipropileno pode ser utilizada sem a perda de desempenho no
comportamento do compósito. Pôde-se introduzir uma quantidade maior da fibra de
polipropileno, verificando-se alguns resultados de resistência maior para corpos-de-
prova moldados com este tipo de fibra.
Na ruptura, estes corpos-de-prova, devido à presença da fibra, não apresentaram ruptura
frágil, continuando íntegros ao final do ensaio. Apresentando apenas um esmagamento
em suas bases devido ao efeito de confinamento que estes estão submetidos pelos pratos
da máquina de ensaios.
1
1
1
0
0
0
4
4
4
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
t
t
t
u
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u
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l
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o
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5
5
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n
n
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a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
Comparação de resultados com 30% de látex
0
5
10
15
20
25
30
35
40
V5PP4,5
V5F
4
V5VD
3
V10
P
P4
V10
F
3
V25
P
P2,
5
V25
F
3
V
2
5VD
2
Traços
Resistência (MPa)
Figura 5.2: Comparação dos resultados de resistência à compressão para 30% de látex.
5.2.2 Resistência à tração por compressão diametral
Para os ensaios de resistência à tração por compressão diametral, também foram
estudados seis traços do compósito. Na Tabela 5.2 são apresentados os resultados
médios dos ensaios de quatro corpos-de-prova para cada traço.
Tabela 5.2: Resultados do ensaio tração para os traços estudados.
Traço Tensão de Ruptura (MPa)
V0PP5L30 2,87
V5PP4,5L30 2,71
V10PP4L30 2,66
V15PP3,5L30 3,15
V20PP3L30 2,36
V25PP2,5L30 2,41
Esses valores também foram plotados em forma de gráfico para facilitar a visualização e
estão apresentados na Figura 5.3.
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
t
t
t
u
u
u
l
l
l
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o
o
5
5
5
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A
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s
s
s
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d
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R
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l
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a
a
a
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d
d
o
o
o
s
s
s
1
1
1
0
0
0
5
5
5
Tensão Máxima de Tração por Compressão Diametral
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
4.50
5.00
R
eferência
V
0PP5L30
V
5PP4,5L30
V10PP4L30
V15P
P3,5L
30
V20PP3L30
V25P
P2.5L
30
Traços
Tensão (MPa)
Figura 5.3: Resistência a tração por compressão diametral.
Como pode ser observado na Figura 5.3, com a diminuição da quantidade de fibra e o
aumento da quantidade de vermiculita, existe a tendência de diminuição da redução da
resistência a tração do compósito. Essa relação também obedece aos resultados obtidos
por MONTEDOR (2004). O aumento da resistência por parte do traço V15F3,5L30 não
pode ser explicada somente por meio da análise dessa amostragem. No geral, o
comportamento do compósito obedece a uma tendência de resultados que já foram
devidamente apresentados na pesquisa realizada anteriormente.
Como realizado para a compressão, também são comparados valores de alguns traços
desta pesquisa com a pesquisa anterior (Figura 5.4), podendo-se verificar o
comportamento de cada tipo de fibra incorporada.
Uma característica importante que cabe ser ressaltada aqui é que, assim como na
compressão com a presença da fibra, os corpos-de-prova não apresentam ruptura frágil,
apenas sofrendo um leve esmagamento no sentido diametral e rompendo sem separação
de superfícies.
1
1
1
0
0
0
6
6
6
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
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í
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A
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l
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u
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l
l
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t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
Pode-se ver que para o caso da tração, existe uma diminuição mais acentuada quando se
promove a mudança do tipo de fibra incorporada. A fibra de polipropileno, que possui
valor de módulo de deformação e resistências menores, apresenta menor desempenho
quando comparada às fibras de PVA e vidro neste tipo de ensaio.
Comparação de resultados com 30% de látex
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
V5PP4,5 V5F4 V5VD3 V10PP4 V10F3 V25PP2,5 V25F3 V25VD2
Traços
Resistência (MPa)
Figura 5.4: Comparação dos resultados de resistência à tração para 30% de látex.
5.2.2 Módulo de deformação
O foco principal deste trabalho foi diminuir o módulo de deformação da argamassa e
com isso, torná-la mais deformável e propícia a ser utilizada como elemento de apoio
para os elementos de concreto pré-moldado. Logicamente que somente o aumento na
deformabilidade do material não seria uma boa condição para justificar sua utilização,
mas, nesta fase do estudo, somente esta foi o principal foco de estudo.
Para os resultados de módulo de deformação, foram coletados dados de deslocamento e
força aplicada em corpos-de-prova cilíndricos, sendo estes valores posteriormente
plotados em um gráfico tensão x deformação para os mesmos, possibilitando assim, a
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
t
t
t
u
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u
l
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5
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5
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a
a
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d
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o
o
o
s
s
s
1
1
1
0
0
0
7
7
7
obtenção dos valores dos módulos de elasticidade secante e tangente do material
(figuras 5.5 e 5.6).
Curvas Tensão x Deformação
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
35.00
40.00
0.000% 0.050% 0.100% 0.150% 0.200% 0.250% 0.300% 0.350% 0.400%
Deformação
Tensão (MPa)
V0PP5L30
V5PP4,5L30
V10PP4L30
V15PP3,5L30
V20PP3L30
V25PP2,5L30
Figura 5.5: Curva tensão x deformação.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Refe
r
ênci
a
V0PP5L30
V
5
PP4,5L
3
0
V1
0
PP4L3
0
V15PP3
,
5L30
V2
0
PP3L3
0
V25PP
2,
5L30
Módulo de Elasticidade (GPa)
Elast. Sec (GPa) Elast. Tan (GPa)
Figura 5.6: Módulo de elasticidade do compósito.
1
1
1
0
0
0
8
8
8
C
C
C
a
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p
p
p
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t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
Pode-se observar a partir da Figura 5.6, que existe uma tendência de aumento no
módulo de elasticidade do compósito nos traços com uma menor quantidade de
vermiculita e maior de fibra. Os valores dos traços com 15 e 25% de vermiculita se
apresentaram fora do padrão de diminuição apresentado para os outros traços das
argamassas, não existindo uma explicação provável somente de posse dos valores dos
ensaios realizados.
A incorporação de cada um dos materiais de modificação (vermiculita, fibra ou látex)
traz um tipo de mudança nas características finais do compósito. No caso desta
pesquisa, partiu-se destas características que cada um dos elementos em separado traria
para a almofada e, promoveu-se a junção de todos os componentes, buscando-se no
final, o compósito que trouxesse a melhor resposta no conjunto de suas características.
Na Figura 5.7 apresenta-se a comparação entre alguns traços estudados nesta pesquisa e
alguns traços com a mesma quantidade de vermiculita e látex estudado por
MONTEDOR (2004).
Comparação de resultados com 30% de látex
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
12.0
14.0
16.0
18.0
V5P
P
4
,5
V5F4
V5V
D
3
V
10
P
P4
V10F3
V
2
5
P
P
2,
5
V25F3
V25VD2
Traços
Módulo de Elasticidade Tangente (GPa)
Figura 5.7: Comparação de resultados de módulo de elasticidade.
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
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d
d
o
o
o
s
s
s
1
1
1
0
0
0
9
9
9
Observando-se a Figura 5.7 pode-se ver que com a fibra de polipropileno nos corpos-de-
prova, os valores do módulo de elasticidade tangente foram maiores que para os corpos-
de-prova na presença de fibras de PVA e vidro. Este fato, isoladamente, não é
conclusivo para poder dizer que a utilização de fibras de polipropileno não seria
recomendável frente às outras fibras, mesmo porque, os módulos de elasticidade desses
traços se apresentaram inferiores aos de uma argamassa convencional de cimento.
Para finalizar o processo de análise, compararam-se os resultados de resistência a
compressão com a resistência à tração do material e também resultados do módulo de
elasticidade, tanto tangente quanto secante, com os valores de resistência, gerando-se as
respectivas relações que estão apresentadas na Tabela 5.3.
Tabela 5.3: Relações entre resistências e módulo de elasticidade.
Traço
f
c
(MPa) f
t
(MPa) E
ci
(GPa) E
cs
(GPa) f
c
/f
t
E
ci
/f
c
E
ci
/f
c
1/2
E
cs
/f
c
1/2
V0F5L30
43,00 2,87 15,4 13,2 14,98 358,37 2350 2008
V5F4,5L30
36,30 2,71 16,1 13,5 13,39 442,42 2666 2242
V10F4L30
34,90 2,66 13,1 11,9 13,12 376,22 2223 2008
V15F3,5L30
29,40 3,15 14,6 12,8 9,33 497,96 2700 2363
V20F3L30
24,40 2,36 10,4 8,90 10,34 424,18 2095 1794
V25F2,5L30
20,20 2,41 11,7 10,4 8,38 577,72 2597 2314
Observando-se os valores da relação de resistências, pode-se visualizar que os valores
apresentam-se entre 8 e 15 vezes, não sendo este o indicativo principal do melhor traço
a ser utilizado.
A relação de E
ci
/f
c
(elasticidade tangente sobre resistência à compressão) foi um
indicativo mais claro do desempenho dos traços do compósito. Para tornar mais clara a
análise, foi utilizada a relação entre E
ci
e E
cs
(elasticidade tangente e secante) sobre f
c
1/2
(resistência à compressão elevada ao quadrado) que pode ser comparada à relação de
valores de módulo de elasticidade secante e tangente sobre a resistência à compressão
prescritos pela NBR-6118/2003 para concretos entre 10 e 50MPa. As relações estão
descritas abaixo:
1
1
1
1
1
1
0
0
0
C
C
C
a
a
a
p
p
p
í
í
í
t
t
t
u
u
u
l
l
l
o
o
o
5
5
5
A
A
A
n
n
n
á
á
á
l
l
l
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i
s
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e
d
d
d
e
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R
R
R
e
e
e
s
s
s
u
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u
l
l
l
t
t
t
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
5600. 5600
ci
ci cj
cj
E
Ef
f
=→=
eq. (5.1)
Sendo:
E
ci
= Módulo de elasticidade tangente;
f
cj
= Resistência à compressão do concreto aos j dias.
Para efeito de projeto, nas verificações em regime elástico da estrutura, tais como,
esforços solicitantes e verificação de estados limites de serviço, deve ser utilizado o
módulo de elasticidade secante. Portanto a relação fica da seguinte forma:
0,85.5600. 4760
ci
cs ck
ck
E
Ef
f
=→= eq. (5.2)
Sendo:
E
cs
= Módulo de elasticidade secante;
f
ck
= Resistência característica do concreto à compressão.
Estas relações estão apresentadas na forma de gráfico na Figura 5.8 comparando-se os
valores dos traços estudados com o concreto, de onde se pode tirar a conclusão que,
como necessita-se de um material com grande capacidade de deformação com a maior
resistência possível, precisamos do menor valor da relação E
c
/f
c
1/2
.
Pela análise dos resultados podemos ver que dois traços concorrem para serem eleitos
os mais adequados a serem utilizados por apresentarem os menores valores de E
c
/f
c
1/2
na
Figura 5.8, o traço V10PP4L30 e o V20PP3L30. Como critério de utilização da
amostra foi então verificado o valor da resistência à compressão, remetendo-se a
utilização do traço V10F4L30. Estes resultados nos mostram a uma tendência de um
traço para ser utilizado na confecção das almofadas, um número maior de estudos se faz
necessário para que se possa promover com maior grau de certeza a eleição do melhor,
dentre os traços estudados, a ser utilizado na confecção das almofadas do compósito.
C
C
C
a
a
a
p
p
p
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í
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1
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1
1
1
1
1
Relação do módulo de elasticidade pela raíz quadrada da
resistência à compressão
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
V0PP
5
L3
0
V5PP4,5L
3
0
V10PP4L
30
V15
P
P3,
5L3
0
V20PP3L30
V25PP2,5L3
0
C
o
ncr
e
to
Traços
Ecs/(fc)^1/2 Eci/(fc)^1/2
Figura 5.8: Relação entre módulos de elasticidade secante e tangente e resistência a compressão.
5.3 Ensaios de força distribuída
5.3.1 Carregamento Monotônico
Este ensaio foi realizado visando-se determinar a rigidez de placa, que nada mais é que
a relação tensão x deformação das almofadas do compósito e mede a capacidade de
deformação elástica do material.
A partir das curvas geradas no ensaio de carregamento monotônico, foi realizada a
análise das amostras das almofadas e os resultados foram devidamente tratados. O
procedimento para o cálculo da rigidez, cuja simbologia adotada neste trabalho foi a
letra R, está apresentado no capítulo 4, no item 4.2. Nesta fase do trabalho foram
ensaiadas placas com dimensões de 150mm x 150mm de base com espessura de 10mm.
A escolha dessa espessura foi motivada pela pesquisa realizada por MONTEDOR
(2004), onde este obteve melhores resultados para alguns ensaios em específico com
10mm de espessura das almofadas.
E
cs
/
(
f
c
)
1/2
E
c
i
/
(
f
c
)
1/2
1
1
1
1
1
1
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2
2
C
C
C
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p
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s
s
Na Tabela 5.4 são apresentados os valores de rigidez obtidos para os traços estudados.
Tabela 5.4: Rigidez das placas dos traços estudados.
Traço Rigidezes (MPa)
PL1 PL2
Rigidez Média
(MPa)
V5PP4,5L30 412 365 388
V10PP4L30 338 364 351
V15PP3,5L30 293 376 335
V20PP3L30 209 192 201
V25PP2,5L30 321 257 289
Como pode ser observado na Tabela 5.4, ocorre a diminuição no valor da rigidez com o
aumento da quantidade de vermiculita e diminuição da quantidade de fibra. Esta
tendência também foi observada na pesquisa anterior, mantendo-se nesta pesquisa,
apesar da utilização da fibra de Polipropileno em substituição das fibras de PVA e
Vidro.
Para facilitar a visualização dos resultados, os valores de rigidez foram plotados em um
gráfico que está apresentado na Figura 5.9.
Como se pode observar, os valores de rigidez das placas apresentaram-se bem menores
que os valores do módulo de elasticidade dos corpos-de-prova, denotando-se que estas
possuem uma maior capacidade de deformação e, conseqüente, melhor transmissão das
tensões na região das ligações entre os elementos pré-moldados de concreto. Na Tabela
5.5 e na Figura 5.10 são apresentados os valores da relação entre os valores do módulo
de elasticidade dos corpos-de-prova com a rigidez das almofadas.
C
C
C
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p
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p
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1
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3
3
V
5PP4,5L30
V
10PP4L30
V
15PP3,5L30
V
20PP3L30
V
25PP2,5L30
Rigidez (MPa)
388 351 335 201 289
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Rigidez (MPa)
Traços
Rigidez
Figura 5.9: Rigidez das placas.
Tabela 5.5: Relações entre módulo de elasticidade e rigidez.
Traço
E
ci
(GPa) E
cs
(GPa)
R (MPa)
E
ci
/R E
cs
/R
V5PP4,5L30
16,1 13,5 388 41,4 34,8
V10PP4L30
13,1 11,9 351 37,4 33,8
V15PP3,5L30
14,6 12,8 335 43,7 38,2
V20PP3L30
10,4 8,90 201 51,5 44,1
V25PP2,5L30
11,7 10,4 289 40,4 36,0
1
1
1
1
1
1
4
4
4
C
C
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0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
V5PP4,5L30 V10PP4L30 V15PP3,5L30 V20PP3L30 V25PP2,5L30
Traços
Relação Ec/R
Eci/R
Ecs/R
Figura 5.10: Relação entre Módulo de deformação e rigidez das placas.
Com base nestes resultados pode-se verificar uma diminuição da ordem de 35 vezes
para o módulo de elasticidade em relação a rigidez das almofadas do compósito.
Percebe-se que as almofadas produzidas com o compósito possuem uma capacidade de
deformação grande, se comparada aos corpos-de-prova do mesmo compósito e de
concreto.
Para poder mostrar a capacidade de deformação dessas almofadas serão apresentados os
resultados da rigidez do compósito com a rigidez de almofadas de neoprene e almofadas
estudadas de argamassa com o mesmo teor de vermiculita e látex, mas com fibras
diferentes, ensaiadas por MONTEDOR (2004), com os mesmos 150mm de lado com
10mm de espessura (Figura. 5.11).
C
C
C
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5
Comparação de Rigidez
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
V5PP4,5L30
V5F4L30
V5VD
3L
30
V10PP4L30
V10F3L3
V25P
P
2,5L30
V25F2L30
V25VD2L30
Policlo
r
oprene
Materiais
Rigidez (MPa)
Figura 5.11: Comparação das rigidezes de almofadas do compósito e almofada de neoprene.
Observando-se a Figura 5.11 pode-se verificar que a rigidez das almofadas apresentam-
se da ordem de 3 a 6 vezes maiores que a rigidez do neoprene e com valores menores
que apresentados para argamassas comuns de cimento. A rigidez das almofadas com os
diferentes tipos de fibras se apresentam-se com valores próximos, podendo-se efetuar a
troca da fibra de PVA e vidro por fibra de polipropileno, que possui custo menor, na
produção das almofadas.
5.3.2 Carregamento cíclico
A partir da verificação dos baixos valores apresentados de rigidez das almofadas do
compósito e, já se tendo ciência da potencialidade da aplicação do material como
elemento de apoio, partiu-se para a análise da evolução da rigidez das placas com a
aplicação de ciclos de carga e descarga nas almofadas.
Esta situação seria algo mais próximo da situação de atuação do compósito na prática,
pois, este estaria sendo utilizado em situações de serviço onde os carregamentos não
1
1
1
1
1
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C
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s
s
s
necessariamente estariam presentes o tempo todo, mas sim, se apresentariam com certa
variabilidade e repetições cíclicas.
Para tanto, pensou-se em aplicar nas almofadas do compósito, tensões de contato com
valores que pudessem representar uma gama de situações as quais o compósito estaria
sendo submetido. Na Tabela 5.6 estão apresentados os traços ensaiados bem como as
tensões utilizadas e o número de ciclos de carga a que estes foram submetidos para
verificação da evolução da rigidez.
Tabela 5.6: Traços estudados nos ensaios de carregamento cíclicos.
TRAÇOS
Tensão (MPa)
V5PP4,5L30 V10PP4L30 V15PP3,4L30
2,0
5,0
10,0
20,0
50 ciclos 50 ciclos 50 ciclos 1
a
fase
2,0
5,0
10,0
20,0
300 ciclos 300 ciclos 300 ciclos 2
a
fase
Os ensaios foram realizados em placas de 150mm x 150mm e espessura de 10mm e
foram divididos em duas fases. Na primeira fase dos estudos, para cada tensão de
contato calculada e apresentada na Tabela 5.6, foram aplicados 50 ciclos de
carregamento, totalizando 200 ciclos para cada almofada do compósito. Na segunda
fase, o número de ciclos para cada pressão foi aumentado de 50 para 300, totalizando
1200 ciclos para cada almofada.
A seguir, nas figuras 5.12, 5.13 e 5.14, serão apresentados os gráficos obtidos para cada
um dos traços da Tabela 5.6 na primeira fase do estudo. Foram ensaiadas 2 almofadas
para cada um dos traços nessa primeira fase de estudos. Nas figuras serão ressaltados os
primeiros e os últimos ciclos de carga para cada uma das pressões em cada almofada.
C
C
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7
7
V5PP4,5L30 - 200 ciclos e=10mm
-500
-450
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
-1.8-1.6-1.4-1.2-1.0-0.8-0.6-0.4-0.20.0
Deslocamento (mm)
Força (kN)
pl1 50kN
pl1 112kN
pl1 225kN
pl1 450kN
pl2 50kN
pl2 112kN
pl2 250kN
pl2 450kN
Figura 5.12: Almofadas do traço V5PP4,5L30 com 200 ciclos de carregamento.
V10PP4L30 - 200 ciclos e=10mm
-500
-450
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
-2.0-1.8-1.6-1.4-1.2-1.0-0.8-0.6-0.4-0.20.0
Deslocamento (mm)
Força (kN)
pl1 0-200kN
pl1 450kN
pl2 50kN
pl2 112kN
pl2 225kN
pl2 450kN
Figura 5.13: Almofadas do traço V10PP4L30 com 200 ciclos de carregamento.
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V15PP3,5L30 - 200 ciclos e=10mm
-500
-450
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
-1.4-1.2-1.0-0.8-0.6-0.4-0.20.0
Deslocamento (mm)
Força (kN)
pl1 50kN
pl1 112kN
pl1 225kN
pl1 450kN
pl2 50kN
pl2 112kN
pl2 250kN
pl2 450kN
Figura 5.14: Almofadas do traço V15PP3,5L30 com 200 ciclos de carregamento.
Observando-se as figuras, pode-se visualizar o padrão de evolução da rigidez das
almofadas, sendo que, a não ser por uma deformação plástica devido ao carregamento, a
cada ciclo de carga o comportamento das deformações se mantém em um padrão
constante, não sofrendo grandes variações. Nos traços das figuras 5.12 e 5.13 observa-se
uma deformação inicial maior que o traço da Figura 5.14. Isto se deve a um problema
no ajuste inicial da máquina de ensaios no momento do início do carregamento, onde
esta almofada passou por um ciclo de carregamento de 50kN. Após esse ciclo,
observou-se que os valores não haviam sido calibrados e zerados antes do início da
aquisição dos dados do ensaio, provocando a interrupção deste primeiro ciclo de
carregamento e iniciando o ensaio novamente. Isto provocou uma acomodação inicial
na superfície da almofada que justifica essa menor deformação no momento do reinício
do ensaio.
O que se pode obter como positivo dessa interrupção do ensaio foi que, mesmo após um
ciclo de acomodação das irregularidades da superfície da almofada pelo carregamento, a
rigidez apresentou um padrão coerente e conciso durante a evolução dos ciclos de carga.
C
C
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9
9
9
Os valores em vermelho são do último ciclo de carga para cada almofada, podendo-se
visualizar que as rigidezes estão dentro de uma região na qual não ocorre evolução dos
afundamentos nas almofadas. A partir de certa acomodação inicial, os ciclos de carga e
descarga se apresentam comportados, sem evolução da deterioração da rigidez da
almofada, denotando a capacidade resiliente do material.
As almofadas utilizadas, após o ensaio, não apresentaram problemas quanto a coesão e
estabilidade, evidenciando somente o esmagamento das imperfeições superficiais
provenientes do seu processo de moldagem (Figura 5.15) e algumas pequenas fissuras
nas faces de borda das almofadas.
(a)
(b)
Figura 5.15: (a) Almofadas do traço V10PP4L30 antes do ensaio (b) almofada do traço V10PP4L30
após o ensaio.
Após a realização dessa primeira fase de estudos, surgiu a necessidade de promover um
número maior de ciclos para verificar se a tendência da evolução das rigidezes se
manteria com o mesmo padrão apresentado. Por isso realizou-se ensaios almofadas do
compósito com 1200 ciclos de carregamento, 300 para cada pressão de contato, mas
agora em somente uma amostra de almofada do compósito.
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1
1
2
2
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0
0
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C
C
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s
s
Foram coletados muitos dados para cada traço, tornando a visualização dos resultados
mais confusa ainda do que na primeira fase de estudos, então na apresentação destes
resultados resolveu-se apresentar somente os valores do ciclo inicial das cargas, um
ciclo intermediário e o ciclo final para cada pressão. Nas figuras 5.16, 5.17 e 5.18 são
apresentados os gráficos de cada almofada.
V5PP4,5L30 - 1200 ciclos e=10mm
-500
-450
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
-1.0-0.9-0.8-0.7-0.6-0.5-0.4-0.3-0.2-0.10.0
Deslocamento (mm)
Força (kN)
ciclos 50kN
ciclo 112kN
ciclo 225kN
ciclo 450kN
Figura 5.16: Almofada do traço V5PP4,5L30 com 1200 ciclos de carregamento.
Os resultados apresentaram-se consistentes assim como na primeira fase do estudo,
sendo que, a rigidez manteve com a mesma tendência de estabilização em torno de um
valor após a fase de acomodação das deformações superficiais da almofada. Em
vermelho nos gráficos estão apresentados os últimos ciclos de cada pressão de contato.
Observa-se que, o último ciclo de carregamento se apresenta em uma situação
intermediária em cada etapa de carga, evidenciando que após a acomodação das
deformações a rigidez tende a um ponto de equilíbrio não sofrendo maiores
modificações.
C
C
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V10PP4L30 - 1200 ciclos e=10mm
-500
-450
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
-1.8-1.6-1.4-1.2-1.0-0.8-0.6-0.4-0.20.0
Deslocamento (mm)
Força (kN)
ciclos 50kN
ciclo 112kN
ciclo 225kN
ciclo 450kN
Figura 5.17: Almofada do traço V10PP4L30 com 1200 ciclos de carregamento.
V15PP3,5L30 - 1200 ciclos
-500
-450
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
-1.6-1.4-1.2-1.0-0.8-0.6-0.4-0.20.0
Deslocamento (mm)
Força (kN)
ciclos 50kN
ciclo 112kN
ciclo 225kN
ciclo 450kN
Figura 5.18:– Almofada do traço V15PP3,5L30 com 1200 ciclos de carregamento.
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Após os ensaios as almofadas mostraram-se com a mesma consistência da primeira fase
do estudo, não apresentando problemas visíveis na sua estrutura, estando estas íntegras e
somente com deformações discretas em sua superfície, assim como as outras almofadas.
Para o traço V15F3,5L30 ocorreu um problema na aquisição dos dados, por isso o
ensaio teve de ser reiniciado, promovendo a acomodação inicial da superfície da
almofada e puxando todos os valores do gráfico para deformações menores, como pode
ser observado na Figura 5.18.
Deve-se ressaltar neste momento que os ensaios foram concentrados nas almofadas do
traço com 10% de vermiculita e nos traços imediatamente próximos ao mesmo, com 5 e
15% de vermiculita, respectivamente. Adotaram-se somente estes traços de posse dos
resultados das rigidezes por meio das almofadas do ensaio de carregamento
monotônico.
Foram colocados em um mesmo gráfico os ciclos inicial, intermediário e final para duas
almofadas do material, para se poder ter noção do comportamento da almofada com a
evolução dos carregamentos, sendo uma delas submetida ao regime de 50 ciclos e a
outra submetida a 300 ciclos para cada tensão de contato (Figura 5.19).
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C
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V10PP4L30 - ciclos conjuntos
-500
-450
-400
-350
-300
-250
-200
-150
-100
-50
0
-2.0-1.8-1.6-1.4-1.2-1.0-0.8-0.6-0.4-0.20.0
Deslocamento (mm)
Força (kN)
50kN 50 ciclos
112kN 50 ciclos
225kN 50 ciclos
450kN 50 ciclos
50 kN 300 ciclos
112 kN 300 ciclos
225kN 300 ciclos
450kN 300 ciclos
Figura 5.19: Comparação entre 50 e 200 ciclos de carga para o traço V10PP4L30.
A conclusão que se pode tirar pela análise do gráfico foi que a almofada do compósito
submetida aos 1200 ciclos de carregamento, sofreu uma acomodação maior e por isso se
apresentou com deformações menores durante a evolução do carregamento. É
importante notar que no início do carregamento as duas almofadas possuem
deformações muito próximas, sendo que a evolução do carregamento provoca uma
maior acomodação para a almofada submetida a um número maior de ciclos de
carregamento.
Na Tabela 5.7 são mostrados valores das deformações, para um mesmo nível de
carregamento, com almofadas submetidas a carregamento monotônico, carregamento
cíclico com 50 e 300 ciclos, para o traço V10PP4L30. Na Tabela 5.8 são apresentados
os valores da rigidez para o último ciclo de carga de cada tipo de ensaio em comparação
com a rigidez do ensaio de carregamento monotônico.
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Tabela 5.7: Comparação de valores de afundamentos para diferentes carregamentos.
Afundamento (mm)
Tipo de Carregamento
50 kN 112 kN 225 kN 450 kN
Monotônico
0.59 0.80 1.16 1.54
50 Ciclos
0.80 1.16 1.47 1.83
300 Ciclos
0.82 1.10 1.34 1.71
Tabela 5.8: Comparação de valores de rigidezes para diferentes carregamentos.
Rigidez (MPa)
Traços
200 ciclos 1200 ciclos Monotônico
V5PP4,5L30
420 370 388
V10PP4L30
363 374 351
V15PP3,5L30
373 380 335
Pela Tabela 5.7 fica claro que o afundamento sofre uma acomodação maior para os
carregamentos submetidos a um maior número de ciclos, sofrendo uma diminuição nos
seus valores. Comparando-se os valores dos afundamentos sofridos com carregamento
monotônico em relação ao cíclico, observa-se uma diferença nestes afundamentos, o
que mostra que a rigidez dos carregamentos cíclicos é sofre uma alteração. Sendo que,
essa variação no seu valor deve-se as deformações residuais que qualquer material com
comportamento não elástico apresenta quando submetido a esse tipo de ensaio.
Analisando a Tabela 5.8 vemos que a rigidez não sofre grandes variações mesmo após a
aplicação de um grande número de repetições de carga, mostrando assim, que o material
possui capacidade resiliente.
A acomodação da rigidez após um determinado número de ciclos de carga mostra que a
almofada está respondendo de maneira adequada ao seu propósito, pois, para a
utilização a que se destina o material, essa capacidade resiliente é imprescindível.
Acredita-se que essa propriedade fica conferida ao material devido à grande quantidade
de fibra incorporada, que acaba atuando como elemento de costura das fissuras
impedindo o seu aparecimento ou sua propagação, mantendo o material íntegro.
Com relação a esse aspecto, uma característica a ser ressaltada é que, apesar de a fibra
utilizada nesta pesquisa ser de polipropileno, com baixo módulo de deformação, esta
possui módulo de deformação maior que a rigidez das almofadas, comprovando que
estas, atuam no sentido de combater o início da fissuração. Não atuando somente no
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estado pós-fissurado da argamassa, como se encontra na literatura em estudos sobre as
fibras com baixo módulo de deformação.
5.4 Ensaios de força concentrada
Dando seqüência aos testes, foram realizados os ensaios de carga localizada, que como
explicado no cap. 4, consistiram na aplicação de cargas pontuais em tiras de almofadas
do compósito visando obter uma medida da capacidade de afundamento destas e através
dos resultados conseguir uma medida da melhor quantidade de vermiculita a ser
incorporada ao compósito.
Para este tipo de ensaio, foram realizados testes em todos os traços desenvolvidos do
compósito durante a pesquisa e também foram moldadas placas para um traço sem a
presença de vermiculita visando-se comprovar que a introdução desta na argamassa
realmente proporciona uma maior deformabilidade do material. Na Tabela 5.9 são
apresentados esses traços, lembrando que para cada traço foram ensaiadas 10 tiras de
almofada, dos quais foi realizada uma análise visual das amostras com o mesmo tipo de
comportamento e assim, o comportamento médio para o material foi assumido como
sendo o valor destas amostras.
Tabela 5.9: Traços estudados no ensaio de carga localizada.
Traço Descrição
V0PP5L30 0% de vermiculita e 5% de fibra
V5PP4,5L30 5% de vermiculita e 4,5% de fibra
V10PP4L30 10% de vermiculita e 4% de fibra
V15PP3,5L30 15% de vermiculita e 3,5% de fibra
V20PP3L30 20% de vermiculita e 3% de fibra
V25PP2,5L30 25% de vermiculita e 2,5% de fibra
Neste ensaio, tentou-se traduzir uma tendência para as curvas de afundamento das
amostras do material, por meio de carregamento sempre com controle dos
deslocamentos da máquina de ensaio. Como se tratam de várias tiras de almofadas, a
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variabilidade dos resultados é relativamente grande, necessitando de uma análise
criteriosa no momento de verificação da tendência dos afundamentos sofridos por cada
traço. Nas figuras 5.20 e 5.21 são apresentados os conjuntos de curvas para o traço
V10PP4L30.
Afundamento V5F4,5L30
0
10
20
30
40
50
60
70
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0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0
Afundamento (mm)
Força (kN)
CP1
CP2
CP3
CP4
CP5
CP6
CP7
CP8
CP9
CP10
Figura 5.20: Curvas das 10 amostras do ensaio de carga localizada para o traço V5PP4,5L30.
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Afundamento V5F4,5L30
0
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60
70
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0
Afundamento (mm)
Força (kN)
CP3
CP4
CP5
CP7
CP8
CP9
CP10
Média
Figura 5.21: Curva média das amostras do ensaio de carga localizada para o traço V5PP4,5L30.
Como se pode se observar pelas figuras, o tratamento foi feito pela tendência de
acomodação dos pontos próximos a um valor de afundamento. As curvas com
comportamento muito diferente do apresentado pela maioria das amostras foram
eliminadas da análise. A partir da retirada de algumas curvas, que se mostraram muito
dispersas, traçou-se uma curva média para as amostras de cada traço. A mesma análise
feita para uma amostra foi realizada para as demais, portanto, não serão apresentados os
valores de cada traço em separado, sendo apresentadas as curvas médias de cada traço.
Com esse valor médio das curvas de força aplicada por afundamento sofrido, foram
plotados os valores de todos os traços em um mesmo gráfico, de maneira a facilitar a
visualização do comportamento de todos esses traços estudados. A Figura 5.22 traz os
gráficos da média dos afundamentos para todas as amostras dos traços estudados.
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Afundamento Médio
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0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0
Afundamento (mm)
Força (kN)
V0PP5L30
V5PP4,5L30
V10PP4L30
V15PP3,5L30
V20PP3L30
V25PP2,5L30
Figura 5.22: Curvas médias das amostras dos ensaios de carga localizada.
No início do carregamento, pode-se observar um comportamento bem definido do
material, em que, quanto menor a quantidade de vermiculita empregada na amostra
existe um aumento da rigidez das almofadas, evidenciando o aumento da
deformabilidade do compósito com a adição da vermiculita. Com a evolução do
carregamento esse comportamento começa a desaparecer, porque ocorre o esmagamento
da almofada e as fibras começam a atuar no sentido de manter a coesão da tira da
almofada, como pode ser observado na Figura 5.23.
Quando o carregamento começa a esmagar a tira da almofada e começa a fissuração na
região localizada abaixo dos pontos de aplicação das forças, a inclinação da curva sofre
uma pequena alteração. Sendo esta menos pronunciada nos traços com o aumento da
quantidade de vermiculita ou mais pronunciada como no caso do traço sem vermiculita,
onde existe uma mudança brusca na inclinação da curva, como pode ser observado na
Figura 5.22.
Na região central das tiras da almofada, entre os pontos de aplicação de carga, ocorre
um confinamento da peça, gerando tensões de tração nessa região e provocando a
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ruptura dessa região da tira por tensão de tração, este fenômeno pode ser observado na
Figura 5.24.
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 5.23: Evolução do carregamento nas tiras do compósito.
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(a)
(b)
Figura 5.24: Ruptura das tiras da almofada por tração.
Na tentativa de gerar valores que sejam palpáveis no que diz respeito à medida da
melhor quantidade de vermiculita a ser incorporada ao compósito, teve-se a idéia de
utilizar o produto entre a força aplicada e o afundamento máximo sofridos pela tira de
almofada, ou seja, o trabalho plástico da amostra. Esse é um valor que tenta quantificar
a melhor quantidade de vermiculita a ser incorporada no compósito, comparando-se
todos os traços estudados. Portanto, na Figura 5.25, são apresentados os valores desse
fator.
A Figura 5.25 nos mostra que o traço com 10% de vermiculita se mostrou com o maior
valor para o produto entre a força e o afundamento, evidenciando sua maior habilidade
em suportar maiores níveis de carregamento localizado sem sofrer ruptura ou danos
irreversíveis às almofadas provenientes da utilização deste traço. O que se pode
verificar analisando-se as figuras 5.22 e 5.25 é que as almofadas com pequena
quantidade de vermiculita e muita fibra possuem uma maior resistência inicial,
rompendo-se com valores de afundamentos menores. As tiras com porcentagens altas de
vermiculita incorporada são mais deformáveis, porém admitem cargas bem inferiores.
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V0PP5L30 V5PP4,5L30 V10PP4,0L30 V15PP3,5L30 V20PP3,0L30 V25PP2,5L30
Afund. x Força
229 245 260 175 181 172
0
50
100
150
200
250
300
Afund. x Força (kN.mm)
Traços
Afundamento x Força Aplicada
Figura 5.25: Gráfico do produto afundamento x força.
Cabe aqui ressaltar que os afundamentos verificados nas tiras não correspondem aos
seus valores reais, somam-se a esses as folgas da máquina e dos equipamentos
necessários ao ensaio, por isso, os valores obtidos podem ser adotados como valores de
verificação, que tendem a mostrar um comportamento melhor para o traço V10PP4L30.
Não podendo este sozinho ser fator preponderante na escolha do melhor traço para a
confecção das almofadas, mas sim um parâmetro que em conjunto com todos os outros
estudos indique a melhor opção.
5.5 Ensaios de ligação de blocos
Após a realização dos ensaios anteriores e de posse dos resultados que indicavam o
traço V10F4L30 como sendo o mais indicado a ser utilizado na confecção das
almofadas para elemento de apoio, partiu-se para a efetiva verificação da capacidade de
atuação do compósito. Para tanto, foram realizados os ensaios de ligação de blocos, que
simulam uma ligação do tipo pilar-pilar para elementos pré-moldados, podendo-se
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assim, visualizar a capacidade de transmissão das tensões e a acomodação das
imperfeições inerentes a região da interface entre elementos.
Como explicado no capítulo 4, os ensaios foram divididos em duas etapas, aqui
denominadas de séries de ensaios somente para facilitar a análise e visualização dos
resultados. Inicialmente os resultados serão apresentados separadamente para cada série
e no final será desenvolvida uma discussão de todos os resultados em conjunto.
1ª Série:
A primeira série de ensaios consistiu na utilização de blocos prismáticos de 15cm de
base com altura de 30cm e, cubos de 15cm de lado que foram superpostos para o ensaio.
Na Tabela 5.10 são apresentados os resultados desse ensaio.
Tabela 5.10: Resistências dos blocos da 1ª série de ensaios.
Prismas Cilindros (*)
Dimensões (cm) Resistência (MPa) Descrição Resistência (MPa)
15x15x30 38,7
Sem emenda
58,0
15x15x15 33,4
Liso com almofada
56,5
15x15x15 32,7
Liso sem almofada
52,0
(*) Diâmetro de 100mm e altura de 200mm.
Pela Tabela 5.10, pode-se ver que a presença da almofada nos blocos com emenda já
proporcionaram uma pequena melhora na acomodação das tensões e imperfeições da
região das ligações, promovendo uma correta transmissão dos esforços, melhorando um
pouco a resistência dos blocos. É importante notar que a resistência do concreto do
ensaio dos blocos lisos e com almofada se apresentou um pouco menor do que os outros
elementos da série, como mostram os valores dos corpos-de-prova cilíndricos, moldados
para o controle do concreto. Portanto, a ligação dos blocos lisos com almofada se
apresentou com melhor desempenho do que a ligação dos blocos lisos sem almofada.
Na Figura 5.26 os valores das resistências dos prismas são apresentados na forma de
gráfico para facilitar sua visualização.
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Primeira Série de Blocos
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15.0
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25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
s/ emenda liso c/ almofada liso s/ almofada
Blocos
Resistência (MPa)
Figura 5.26: Blocos da primeira série de ensaios.
2ª Série:
Na segunda série de ensaios foram introduzidas rugosidades na face de contato do
corpo-de-prova que ficaria sobreposto no momento do ensaio, sendo que sobre o bloco
que serviria de base continha em sua extremidade almofada ou o contato era do tipo
junta seca. Na Tabela 5.11 são apresentados os resultados para os ensaios com as
rugosidades estudadas.
Tabela 5.11: Resistências dos blocos da 2ª série de ensaios.
Prismas Cilindros (*)
Dimensões (cm) Resistência (MPa) Descrição Resistência (MPa)
32,7
Rugosidade 0,75mm com almofada
55,5
15x15x15
20,3
Rugosidade 0,75mm sem almofada
58,0
25,9
Rugosidade 1,00mm com almofada
38,0
15x15x15
18,1
Rugosidade 1,00mm sem almofada
53,0
23,0
Rugosidade 1,50mm com almofada
61,0
15x15x15
20,6
Rugosidade 1,50mm sem almofada
56,5
(*) Diâmetro de 100mm e altura de 200mm.
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Pelos dados da Tabela 5.11 pode-se visualizar que a presença da almofada apresentou
uma melhora significativa nas resistências dos blocos. Com o aumento das rugosidades,
os valores das resistências sofreram significativas reduções, mas sempre com valores
maiores na presença da almofada, evidenciando que o comportamento da ligação tem
seu desempenho melhorado nessa situação. A Figura 5.27 mostra os valores na forma de
gráfico.
Segunda Série de Blocos
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
Rug. 0,75mm Rug. 1,00mm Rug. 1,5mm
Resistência (MPa)
com almofada sem almofada
Figura 5.27: Blocos da segunda série de ensaios.
Para os blocos com rugosidade de 1,0mm, pode-se notar que existe uma grande
diferença na resistência do concreto para os blocos com e sem almofadas, que pode ser
visualizada nos corpos-de-prova cilíndricos. Este fato deve ter ocorrido pela mudança
no lote do cimento utilizado entre as concretagens dos elementos da série com e sem as
almofadas, que foram realizadas em datas diferentes e, porque as resistências para todos
os outros traços que foram ensaiados se apresentaram com um padrão mais próximo de
resistência. O fator positivo que se pode analisar através disso é que mesmo com um
concreto menos resistente do que para o mesmo ensaio sem a presença da almofada, os
resultados dos blocos com a almofada, se apresentaram com resistência maior,
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mostrando a atuação da almofada no sentido de uma melhor distribuição das tensões na
região da ligação.
Finalizando a análise desse ensaio, todos os resultados foram colocados em um mesmo
gráfico, podendo-se promover as comparações entre todos os blocos ensaiados e,
podendo-se também visualizar a evolução das suas respectivas resistências(Figura.
5.28).
Blocos
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
Rug. 1,5mm Rug. 1,00mm Rug. 0,75mm Liso S/ emenda
Resistência (MPa)
com almofada sem almofada
Figura 5.28: Conjunto dos ensaios de ligação de blocos.
A Figura 5.28 traduz e evidencia toda a evolução do comportamento das ligações entre
blocos com e sem presença de almofadas e rugosidades variadas.
O padrão de ruptura apresentado para os blocos está apresentado nas figuras 5.29 e 5.30.
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s
(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 5.29: Ruptura dos blocos lisos.
Para os blocos lisos, o padrão de ruptura observado foi o de fissuras que se
concentravam mais na região central dos blocos, se propagando de uma face à outra de
cada bloco, mostrando-se com o mesmo comportamento para um mesmo par de blocos
superpostos, na presença ou não das almofadas. Já no caso dos blocos rugosos, as
fissuras se propagavam mais próximas às extremidades destes, tendendo ao
arrancamento de suas arestas devido a localização das tensões provocadas pelas
rugosidades, como pode ser observada na Figura 5.30. As fissuras se propagavam para
os dois blocos estudados, sendo que a almofada apresentava fissuras na mesma posição
das fissuras que se propagavam pelos blocos.
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(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 5.30: Ruptura dos blocos rugosos.
5.6 Ensaios de rotação
Para completar a série de verificações acerca do comportamento das almofadas, esta
série de ensaios de rotação foi desenvolvida para se tentar determinar a capacidade de
rotação que efetivamente se poderia aplicar sobre o material sem que esse sofresse
danos irreversíveis e perdesse a capacidade de atuação como elemento de apoio.
Nesta pesquisa, como mostrado no capítulo 4, a capacidade de rotação das almofadas
foi verificada aplicando-se uma carga excêntrica sobre uma chapa metálica,
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ocasionando sua rotação. Essa rotação da chapa metálica foi transmitida efetivamente às
almofadas do compósito.
Para a correta verificação dos resultados, está apresentada na Figura 5.31 uma planta de
posicionamento dos relógios bem como a nomenclatura do posicionamento da chapa
metálica.
Figura 5.31: Planta de posicionamento dos relógios do ensaio de rotação.
Neste ensaio foram moldadas almofadas de três traços do material, sendo estas de duas
espessuras diferentes, 10mm e 20mm. Os traços estudados foram o V5PP4,5L30,
V10PP4L30 e o V15PP3,5L30, com 150mm x 150mm de base. Estes traços foram
escolhidos devido ao melhor desempenho apresentado nos resultados anteriores com
valores de incorporação de vermiculita em torno de 10%.
Os dados experimentais provenientes dos ensaios foram colocados em gráficos e serão
apresentados a seguir. A apresentação dos resultados será feita por traço e espessura da
almofada. Pode-se verificar que o trecho de carregamento dos gráficos apresenta valores
menores de deslocamento. Ao final do carregamento e início do descarregamento das
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3
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almofadas, estas apresentam uma acomodação lenta e com valores de deslocamentos
crescentes até determinados níveis de carga. Isso se deve a lentidão da volta do pistão
do macaco hidráulico no processo de descarregamento das almofadas. Após um valor de
tensão, os valores de deslocamento dos relógios voltam a descer normalmente se
aproximando de zero, como pode ser observado nos gráficos.
V5PP4,5L30:
1) Almofada com espessura de 10mm e excentricidade de 6,0cm:
9 Deslocamento nos Apoios: A Figura 5.32 traz os deslocamentos médios nos
apoios para almofadas com espessura de 10mm.
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-2,00-1,50-1,00-0,500,000,501,001,502,00
Força (kN)
Deslocamento (mm)
Deslocamento Médio V5PP4,5L30 e=10mm
Desloc. Médio: Relógios 1 e 5
Desloc. Médio: Relógios 2 e 6
Desloc. Médio: Relógios 4 e 8
Desloc. Médio: Relógios 3 e 7
Figura 5.32: Deslocamento médio para o traço V5PP4,5L30 e=10mm.
9 Rotações nos Apoios: Nas figuras 5.33 e 5.34 são apresentados os resultados das
rotações nos apoios para as almofadas com espessura de 10mm.
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Força (tkN)
Rotação (rad)
Rotações nos Apoios V5PP4,5L30 e=10mm
Apoio Direito Interno
Apoio Esquerdo Interno
Apoio Direito Externo
Apoio Esquerdo Externo
Figura 5.33: Rotações nos apoios para o traço V5PP4,5L30 e=10mm.
0
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-0,03-0,03-0,02-0,02-0,01-0,010,00
Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações Médias dos Apoios V5PP4,5L30 e=10mm
Rotação Média Apoio Direito
Rotação Média Apoio Esquerdo
Figura 5.34: Rotações médias dos apoios para o traço V5PP4,5L30 e=10mm.
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2) Almofada com espessura de 20mm e excentricidade de 5,5cm:
9 Deslocamento nos Apoios: A Figura 5.35 traz os deslocamentos médios nos
apoios para almofadas com espessura de 20mm.
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Força (kN)
Deslocamento (mm)
Deslocamentodio V5PP4,5L30 e=20mm
Desloc. Médio: Relógios 1 e 5
Desloc. Médio: Relógios 3 e 6
Desloc. Médio: Relógios 4 e 8
Desloc. Médio: Relógios 3 e 7
Figura 5.35: Deslocamento médio para o traço V5PP4,5L30 e=20mm.
9 Rotações nos Apoios: Nas figuras 5.36 e 5.37 são apresentados os resultados das
rotações nos apoios para as almofadas com espessura de 20mm.
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-0,03-0,03-0,02-0,02-0,01-0,010,000,010,01
Força (kN)
Rotação (rad)
Rotões nos Apoios V5PP4,5L30 e=20mm
Apoio Direito Interno
Apoio Esquerdo Interno
Apoio Direito Externo
Apoio Esquerdo Externo
Figura 5.36: Rotações nos apoios para o traço V5PP4,5L30 e=20mm.
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-0,028-0,023-0,018-0,013-0,008-0,0030,002
Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações Médias dos Apoios V5PP4,5L30 e=20mm
Rotão Média Apoio Direito
Rotão Média Apoio Esquerdo
Figura 5.37: Rotações médias dos apoios para o traço V5PP4,5L30 e=20mm.
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V10PP4L30:
1) Almofada com espessura de 10mm e excentricidade de 6,0cm:
9 Deslocamento nos Apoios: A Figura 5.38 traz os deslocamentos médios nos
apoios para almofadas com espessura de 10mm.
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Força (kN)
Deslocamento (mm)
Deslocamento Médio V10PP4L30 e=10mm
Desloc. Médio: Relógios 1 e 5
Desloc. Médio: Relógios 2 e 6
Desloc. Médio:Relógios 4 e 8
Desloc. Médio: Relógios 3 e 7
Figura 5.38: Deslocamento médio para o traço V10PP4L30 e=10mm.
9 Rotações nos Apoios: Nas figuras 5.39 e 5.40 são apresentados os resultados das
rotações nos apoios para as almofadas com espessura de 10mm.
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Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações nos Apoios V10PP4L30 e=10mm
Apoio Direito Interno
Apoio Esquerdo Interno
Apoio Direito Externo
Apoio Esquerdo Externo
Figura 5.39: Rotações nos apoios para o traço V10PP4L30 e=10mm.
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-0,023-0,018-0,013-0,008-0,0030,002
Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações Médias dos Apoios V10PP4L30 e=10mm
Rotão Média Apoio Direito
Rotão Média Apoio Esquerdo
Figura 5.40: Rotações médias dos apoios para o traço V10PP4L30 e=10mm.
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2) Almofada com espessura de 20mm e excentricidade de 5,5cm:
9 Deslocamento nos Apoios: A Figura 5.41 traz os deslocamentos médios nos
apoios para almofadas com espessura de 20mm.
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Força (kN)
Deslocamento (mm)
Deslocamentos Médios V10PP4L30 e=20mm
Desloc. Médio: Relógios 1 e 5
Desloc. Médio: Relógios 2 e 6
Desloc. Médio: Relógios 4 e 8
Desloc. Médio: Relógios 3 e 7
Figura 5.41: Deslocamento médio para o traço V10PP4L30 e=20mm.
9 Rotações nos Apoios: Nas figuras 5.42 e 5. 43 são apresentados os resultados
das rotações nos apoios para as almofadas com espessura de 20mm.
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Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações nos Apoios V10PP4L30 e=20mm
Apoio Direito Interno
Apoio Esquerdo Interno
Apoio Direito Externo
Apoio Esquerdo Externo
Figura 5.42: Rotações nos apoios para o traço V10PP4L30 e=20mm.
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-0,038-0,033-0,028-0,023-0,018-0,013-0,008-0,0030,002
Força (kN)
Rotação (rad)
Rotões Médias dos Apoios V10PP4L30 e=20mm
Rotão Média Apoio Direito
Rotão Média Apoio Esquerdo
Figura 5.43: Rotações médias dos apoios para o traço V10PP4L30 e=20mm.
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V15PP3,5L30:
1) Almofada com espessura de 10mm e excentricidade de 6,0cm:
9 Deslocamento nos Apoios: A Figura 5.44 traz os deslocamentos médios nos
apoios para almofadas com espessura de 10mm.
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-2,500-2,000-1,500-1,000-0,5000,0000,5001,0001,5002,000
Força (kN)
Deslocamento (mm)
Deslocamento Médio V15PP3,5L30 e=10mm
Desloc. Médio: Relógios 1 e 5
Desloc. Médio: Relógios 2 e 6
Desloc. Médio: Relógios 4 e 8
Desloc. Médio: Relógios 3 e 7
Figura 5.44: Deslocamento médio para o traço V15PP3,5L30 e=10mm.
9 Rotações nos Apoios: Nas figuras 5.45 e 5.46 são apresentados os resultados das
rotações nos apoios para as almofadas com espessura de 10mm.
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Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações nos Apoios V15PP3,5L30
Apoio Direito Interno
Apoio Esquerdo Interno
Apoio Direito Externo
Apoio Esquerdo Externo
Figura 5.45: Rotações nos apoios para o traço V15PP3,5L30 e=10mm.
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-0,028-0,023-0,018-0,013-0,008-0,0030,002
Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações Médias dos Apoios V15PP3,5L30
Rotão Média Apoio Direito
Rotão Média Apoio Esquerdo
Figura 5.46: Rotações médias dos apoios para o traço V15PP3,5L30 e=10mm.
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2) Almofada com espessura de 20mm e excentricidade de 5,5cm:
9 Deslocamento nos Apoios: A Figura 5.47 traz os deslocamentos médios nos
apoios para almofadas com espessura de 20mm.
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-4,000-3,000-2,000-1,0000,0001,0002,0003,0004,000
Força (kN)
Deslocamento (mm)
Deslocamento Médio V15PP3,5L30 e=20mm
Desloc. Médio: Relógios 1 e 5
Desloc. Médio: Relógios 2 e 6
Desloc. Médio: Relógios 4 e 8
Desloc. Médio: Relógios 3 e 7
Figura 5.47: Deslocamento médio para o traço V15PP3,5L30 e=20mm.
9 Rotações nos Apoios: Nas figuras 5.48 e 5.49 são apresentados os resultados das
rotações nos apoios para as almofadas com espessura de 20mm.
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Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações nos Apoios V15PP3,5L30 e=20mm
Apoio Direito Interno
Apoio Esquerdo Interno
Apoio Direito Externo
Apoio Esquerdo Externo
Figura 5.48: Rotações nos apoios para o traço V15PP3,5L30 e=20mm.
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-0,058-0,048-0,038-0,028-0,018-0,0080,002
Força (kN)
Rotação (rad)
Rotações Médias dos Apoios V15PP3,5L30 e=20mm
Rotão Média Apoio Direito
Rotão Média Apoio Esquerdo
Figura 5.49: Rotações médias dos apoios para o traço V15PP3,5L30 e=20mm.
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Pela análise dos deslocamentos e giros apresentados por cada traço e espessura de
almofadas, pode-se concluir que as almofadas com 20mm de espessura apresentaram
grande capacidade de giro, mas também valores menos uniformes para os
deslocamentos e rotações sofridas e, apresentando sempre descolamento da superfície
externa da chapa em relação à almofada. Isto pode ser visualizado na Figura 5.47, onde
os deslocamentos sofridos nas porções do apoio se repetem tanto para os relógios
posicionados mais ao meio da placa como para os relógios mais externos, que não
poderiam apresentar deslocamentos com sinais positivos. Acredita-se que esta inversão
pronunciada nestes valores advém da espessura elevada da almofada, na qual o
carregamento excêntrico acaba provocando um maior afundamento na porção mais
interna do apoio, provocando concentração de tensões nessa região. Isso acarreta um
giro maior na porção mais externa do apoio com descolamento desta face da chapa em
relação à almofada, como mostra a Figura 5.50.
Figura 5.50: Descolamento entre a chapa metálica e almofada de 20mm.
Ocorre também, para as almofadas de 20mm de espessura, um padrão de fissuração
elevado, decorrente da concentração de tensões em determinadas porções destas. Este
fato é prejudicial para o desempenho em situações de uso do compósito, não sendo
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recomendável sua ocorrência. Este padrão de fissuração está apresentado na Figura
5.51.
Figura 5.51: Fissuras após ensaio de rotação em almofada de 20mm.
Para as almofadas de 10mm de espessura, obtiveram-se resultados com um padrão
melhor de desempenho. Os giros máximos foram calculados aceitando-se valores
positivos de até 0,5mm de deslocamento dos relógios de extremidade. Estes valores
geraram descolamentos quase imperceptíveis, com pequena concentração de tensão na
almofada, não sendo prejudiciais ao seu desempenho.
No traço com 5% de vermiculita, sua maior rigidez e menor deformabilidade
provocaram um descolamento da extremidade da chapa metálica em relação à almofada,
como pode ser visualizado pelos deslocamentos apresentados na Figura 5.32. Esse
descolamento foi responsável pelos valores elevados de capacidade de rotação para esse
traço. No apoio onde o descolamento foi menor, a capacidade de giro apresentada
também foi bem menor. Em situações normais, o valor adotado para a capacidade de
giro deste traço seria de 0,01 rad, apresentado pela Figura 5.34 no apoio direito.
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Para o traço com 10% de vermiculita, pode-se visualizar um padrão mais homogêneo
dos deslocamentos, existindo um descolamento da chapa em relação à almofada, mas
este se pronuncia na fase de descarregamento da chapa metálica (Figura 5.38). As
figuras 5.39 e 5.40 mostram que os valores máximos de rotação suportados por esse
traço se apresentam da ordem de 0,02 rad, o que se considera como um valor adequado
de capacidade de rotação.
O traço com 15% de vermiculita já apresentou valores de capacidade de rotação da
ordem de 0,025 rad (Figura 5.46), como se esperava, o aumento da quantidade de
vermiculita aumentou a deformabilidade do material. Ocorreu também uma inversão
dos valores de deslocamento relativo de um dos apoios, acarretando um descolamento
da extremidade da chapa em relação à almofada. Como os valores experimentais se
apresentaram com deslocamentos positivos maiores que 0,5mm, houve uma grande
concentração de tensão na almofada e, esse valor de giro de 0,025 rad não pode ser
considerado, com segurança, como o valor da capacidade de rotação para este traço.
Um comparativo da capacidade de giro entre as almofadas com 10mm de espessura está
mostrado na Figura 5.52.
Comparação de rotações das almofadas de 10mm de
espessura
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
-0.012-0.01-0.008-0.006-0.004-0.0020
rotações (rad)
Tensão (MPa)
V5PP4,5L30
V10PP4L30
V15PP3,5L30
Figura 5.52: Comparação de rotações para as almofadas de 10mm de espessura.
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Na Figura 5.52, estão mostradas as leituras de rotações estritamente positivas, sem que
houvesse concentração de tensões em certas regiões das almofadas, devido ao
descolamento, mesmo que em pequena escala, entre esta e a chapa metálica. Para o
cálculo da capacidade máxima de rotação das almofadas foram aceitos valores de
deslocamento positivo de até 0,5mm, como dito anteriormente. Os descolamentos
existentes e a concentração de tensões neste caso, não comprometeram a integridade das
almofadas, ao contrário das almofadas de 20mm.
As rotações apresentadas na Figura 5.52 não se comportaram da maneira esperada. Com
o aumento da quantidade de vermiculita acredita-se que o material aumente sua
capacidade de rotação. O que pode explicar esse comportamento fora do padrão para os
traços com 5 e 10% de vermiculita foi que, ocorreram problemas de leitura dos relógios
num primeiro estágio de carregamento do ensaio. O ensaio teve que ser reiniciado, o
que determinou a deformabilidade apresentada pelo traço com 5% de vermiculita para o
início do carregamento.
Para níveis de tensões maiores que 5,0MPa, o que se observa é um maior enrijecimento
da almofada com 5% de vermiculita, que pode ser comprovado pela taxa de evolução
das rotações a partir deste nível de tensões. Deste ponto em diante, os traços começam a
ter um comportamento mais próximo do esperado. Lembrando que, a taxa de evolução
da rotação para os traços com 10% e 15% de vermiculita estão invertidas,
provavelmente, devido a um carregamento e descarregamento nas almofadas com 10%
de vermiculita.
Outro ponto importante a ser ressaltado é que, acredita-se que a capacidade de rotação
das almofadas é maior que os valores obtidos na Figura 5.52. A configuração de
aplicação dos carregamentos apresentou-se muito instável. As almofadas de 10mm,
mesmo apresentando concentração de tensões se mostraram sem grande danificação
aparente e sem fissurações em grande quantidade e em padrões preocupantes. Uma
melhoria na execução do ensaio pode acarretar valores maiores e mais confiáveis de
capacidade de rotação.
Para os valores de rotações verificados em resultados de cálculos de vigas utilizadas em
situações práticas, a capacidade de rotação das almofadas se apresentou bem maior do
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que as solicitações calculadas. Os valores calculados para efetuar uma comparação
foram o de uma viga de ponte rolante existente no laboratório de estruturas, cujos dados
serão apresentados na Figura 5.53 e uma viga de concreto armado simples com seção e
solicitação apresentados na Figura 5.54.
Figura 5.53: Viga de ponte rolante do laboratório de estruturas da EESC/USP.
Figura 5.54: Viga de concreto armado idealizada.
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Para o caso da viga de concreto do Laboratório de Estruturas do departamento de
Engenharia de Estruturas da EESC/USP, o giro máximo calculado através de tabelas
adequadas para a situação de carregamento foi de 0,004 rad. As resultantes das forças
aplicadas pela ponte rolante são de 69,0kN com distância de 3,60m. Considerando todas
as ações atuando sobre a mesma e desconsiderando o efeito da protensão aplicada sobre
a viga. A equação utilizada no cálculo da rotação para este caso é apresentada na
equação 5.3.
()
2
apoio
Pa
la
EI
θ
=−
eq. (5.3)
Sendo:
θ
apoio
= giro nos apoios;
P = forças resultantes aplicadas pela aplicadas pela ponte rolante;
a
= distância do apoio da viga às resultantes da ponte rolante;
l
= comprimento da viga;
EI = rigidez da viga.
No caso da viga da Figura 5.56, pensou-se em uma viga usual de edifício de concreto
armado considerando que esta estaria submetida a um carregamento elevado, com a
consideração da rigidez efetiva desta da ordem de 30% da rigidez da seção íntegra,
devido ao processo de fissuração. Nestas condições a rotação máxima calculada foi de
0,005 rad. A rotação para este caso foi calculada segundo a equação 5.4.
3
24
apoio
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EI
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=
eq. (5.4)
Sendo:
θ
apoio
= giro nos apoios;
p = resultante do carregamento distribuído na viga;
l
= comprimento da viga;
EI = rigidez da viga.
Tratando-se de concreto pré-moldado, no projeto dos aparelhos de apoio, as indicações
de projeto aconselham adotar uma rotação inicial devido à imprecisão de montagem da
ordem de 0,01 rad, segundo EL DEBS (2000). Se somarmos esta indicação de projeto
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7
7
7
aos valores obtidos nos cálculos, teremos rotações da ordem de 0,015 rad, sendo este
valor menor que a rotação obtida para as almofadas do compósito, sendo estas capazes
de absorver as rotações ocasionadas por carregamentos usuais na prática.
5.7 Ensaio de tenacidade ao fraturamento
Como referido no capítulo 4, os ensaio de fraturamento objetivam a determinação de
parâmetros relacionados à tenacidade flexional do compósito, a exemplo do limite de
proporcionalidade da fase elástica do material, assim como as contribuições das fibras
incorporadas, através da determinação das resistências residuais. Estes ensaios foram
realizados somente no traço V10PP4L30 devido ao seu desempenho nos resultados dos
ensaios realizados anteriormente.
Na Figura 5.55 são apresentadas as curvas de deslocamento vertical da linha de carga
para as quatro amostras estudadas.
Deslocamento Vertical da Linha de carga
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
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Deslocamento (mm)
Força (kN)
CP1
CP2
CP3
CP4
Figura 5.55: Curvas de deslocamento vertical da linha de carga do compósito.
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Por meio da observação das curvas na Figura 5.55, pode-se verificar o comportamento
típico de materiais fibrosos. No presente caso, observa-se que após a carga máxima
ocorre uma redução considerável da capacidade portante do elemento, decorrente da
propagação da fissura. Entretanto, a deformabilidade do corpo-de-prova estende-se a
níveis de deslocamento consideravelmente elevados. Em decorrência do comportamento
relativamente uniforme obtido no grupo de ensaios, pode-se supor que as fibras tenham
sofrido escorregamento na região da fissura, eventualmente em decorrência do
comprimento das mesmas. Tendo em vista os baixos valores de módulo de elasticidade
apresentados pelo compósito, comparativamente ao módulo de elasticidade das fibras,
uma queda tão acentuada na resistência, após a propagação da fissura, não era esperada.
Para cada corpo-de-prova foram calculadas as tensões na fase elástica e as tensões
residuais para cada uma dos deslocamentos pré-estabelecidos. Estes valores são
apresentados na Tabela 5.12.
Tabela 5.12: Tensões médias para o ensaio de tenacidade flexional.
Média dos CP´s MPa Contribuição da Fibra(%)
Tensão Limite de Proporcionalidade f
fct,L
: 5.064 0.00
Tensão Flexional Residual 1 - f
R,1
: 2.586 51.07
Tensão Flexional Residual 2 - f
R,2
: 2.271 44.84
Tensão Flexional Residual 3 - f
R,3
: 2.007 39.64
Tensão Flexional Residual 4 - f
R,4
: 1.718 33.93
Por meio dos valores apresentados na Tabela 5.12, pode-se verificar que as
contribuições das fibras na resistência do compósito variam de aproximadamente 50%,
para baixos níveis de deslocamento da linha de carga, até 30% para níveis maiores de
deslocamentos verticais.
Cabe aqui ressaltar que os ensaios de fraturamento conseguem mostrar adequadamente
o aspecto qualitativo da interação fibra-matriz em situações de solicitações flexionais.
Neste caso, a qualidade da interface fibra-matriz poderia e deveria ser melhorada com
uma alteração no comprimento das fibras incorporadas ao compósito ou mesclando-se
fibras de diferentes tamanhos. No caso desta pesquisa, como as almofadas foram
submetidas essencialmente a esforços de compressão, acredita-se que os níveis de
contribuição das fibras na resistência do compósito foram adequados.
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Por outro lado, o resultado do conjunto de ensaios realizados nas almofadas evidenciou
que as mesmas apresentaram propriedades interessantes para utilização como elemento
de apoio. Tendo em vista a sua capacidade de apresentar comportamento resiliente, a
sua aptidão de atingir níveis de resistências adequados além de grande capacidade de
deformar-se inelasticamente, acredita-se que o compósito possa ser adequadamente
utilizado nos casos de estruturas submetidas a esforços repetitivos.
5.8 Microscopia ótica
Nesta fase do estudo foram tiradas fotos de uma tira da porção central de uma almofada
ensaiada e outra não ensaiada do compósito, para que se pudesse avaliar se existe algum
tipo de padrão de rugosidade superficial proveniente do processo de moldagem destas
que seria benéfico para a capacidade de deformação do material.
As figuras 5.56 e 5.57 trazem as fotos ampliadas de parte da tira retirada das almofadas,
onde observa-se a diferença nos padrões de forma superficial das almofadas.
Figura 5.56: Foto de uma das extremidades da superfície das almofadas do compósito.
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Figura 5.57: Foto da região central da superfície das almofadas do compósito.
A ordem das fotos da Figura 5.57 segue a ordem das fotos da Figura 5.56, sendo
apresentadas primeiramente as almofadas ensaiadas e na seqüência as almofadas não
ensaiadas. Na Figura 5.56 foi introduzida uma escala para se verificar a ampliação
utilizada. A ampliação do microscópio ótico utilizada nas fotos foi de 25x, mas a
obtenção das fotos foi realizada por meio de máquina fotográfica digital e, a soma da
ampliação da máquina digital pode ter causado algumas distorções nessa ampliação.
Para as almofadas não-ensaiadas observa-se um padrão maior de imperfeições
superficiais, fato que, observando-se as fotos das almofadas ensaiadas temos uma
mostra de maior acomodação devido à deformação desta proveniente do ensaio
realizado.
Este estudo foi realizado da maneira mais simples possível, sem grandes requintes de
aparelhagem, portanto, só podemos ver uma tendência de acomodação dessas
imperfeições provenientes do processo de moldagem das placas. Estas fotos reforçam a
hipótese de que essas imperfeições ajudam no processo de acomodação das peças pré-
moldadas na região da ligação, mas não podem ser conclusivas para esta afirmação,
sendo necessários ensaios específicos focando o processo de produção das almofadas
para que se possam fazer afirmações acerca desta hipótese.
Amostra Ensaiada
Amostra Não-ensaiada
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A partir dos resultados obtidos através das séries ensaios realizados nesta pesquisa,
pode-se concluir que:
a) Com relação ao módulo de elasticidade e rigidez das almofadas, obteve-se um
material com valores realmente reduzidos. Em se tratando de módulo de elasticidade
dos corpos-de-prova, os valores obtidos encontram-se com valores da ordem de 50 a
60% do valor de uma argamassa de cimento convencional de referência e, próximos aos
valores obtidos com as fibras de PVA e vidro da pesquisa anterior. Pode-se assim
constatar que, não ocorrem grandes mudanças com a utilização da fibra de
polipropileno. Para a rigidez das almofadas, obteve-se um material com valores
próximos aos da pesquisa anterior e, sendo estes apenas cinco a seis vezes maiores que
para almofadas de policloropreno, evidenciando a capacidade de deformação do
compósito. O custo de uma almofada do compósito é bem inferior ao custo de uma
almofada de policroropreno, sendo o compósito, uma alternativa econômica para ser
utilizado nas ligações em que este pode ser empregado.
b) Na busca de uma relação entre a quantidade de vermiculita a ser incorporada e a
deformabilidade do material, os ensaios mostraram uma indicação de qual traço a ser
utilizado. O conjunto de resultados mostrou que o traço que apresenta as melhores
características para ser utilizado como elemento de apoio é o V10PP4L30 (traço em
massa - 1:0,3:0,3:0,1 – cimento:areia:látex:água, sendo que 10% da massa de areia é
substituída por vermiculita, são introduzidos 4% de fibra de polipropileno e 1% de
superplastificante), seguindo a mesma linha de conclusões da pesquisa anterior.
c) O material apresentou capacidade resiliente, o que pode ser observado nos resultados
dos ensaios de carregamento cíclico, onde as rigidezes do material submetido à
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carregamento monotônico se mostraram próximas às rigidezes do último ciclo de carga
deste ensaio repetitivo. O material também apresentou uma parcela de recuperação
elástica de suas propriedades onde, após certa deformação inicial, a rigidez do
compósito permanece constante, mesmo para um nível de tensão da ordem de 20MPa,
duas vezes uma tensão normal de serviço para este tipo de almofada de apoio.
d) Nas ligações de concreto pré-moldado, a presença da almofada melhorou o
desempenho da ligação quando da existência de imperfeições iniciais nas peças ou a
presença de rugosidade entre as superfícies dos elementos pré-moldados da ligação.
Para o caso dos elementos perfeitamente lisos o desempenho das almofadas ficou um
pouco abaixo do esperado quando esta estava presente, mas deve-se ressaltar que, estes
elementos lisos foram moldados com um rigoroso controle de qualidade para garantir a
ausência de imperfeições. A existência de qualquer tipo de imperfeição mostra que o
desempenho das ligações sem a presença das almofadas sofre uma queda. Para níveis de
imperfeição e rugosidades muito elevados, maiores que 1,5mm, a efetividade das
almofadas também é reduzida.
e) A capacidade das almofadas em absorver rotações foi adequada. Os valores de
rotações máximas obtidas para o compósito foram da ordem de 25% maiores que para
casos convencionais. As almofadas de 10mm de espessura se apresentaram mais
adequadas do que as almofadas do mesmo material mas com 20mm de espessura. A
capacidade de rotação do compósito não se compara à capacidade de elementos
elastoméricos, mas, a grande vantagem da utilização das almofadas de argamassa de
cimento como elemento de apoio é a economia gerada. Além desta se apresentar com
um custo de produção significativamente menor que os aparelhos de apoio comerciais,
esta também tem vantagem no que se diz respeito ao custo de manutenção. Sendo o
elemento de apoio construído com o mesmo material básico da estrutura, acredita-se
que este não necessite de reparos ao longo do tempo, possuindo vida útil da ordem da
vida útil da estrutura.
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Como sugestão para trabalhos futuros:
9 Estudar a influência da moldagem no comportamento do compósito, pois se
acredita que, as rugosidades que se formam devido ao processo de moldagem
utilizado nesta pesquisa ajudem na deformabilidade do material.
9 Estudar a influência do processo de moldagem das placas, mudando-o para o
sistema de moldagem do tipo bateria para verificar se a não presença dessa
rugosidade superficial afeta em grande escala a capacidade de deformação do
material.
9 Estudar os feitos provocados pela utilização de mescla de fibras de 6mm de
comprimento com fibras de 12mm de comprimento, para se melhorar um
eventual comportamento à flexão do material.
9 Verificar a metodologia do ensaio de capacidade de rotação de apoio,
estudando-se possíveis modificações no ensaio, principalmente a modificação
do sistema de distribuição das forças à chapa metálica, podendo-se assim,
verificar de uma maneira mais confiável e simples a capacidade de rotação do
compósito.
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