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UFSM
Dissertação de Mestrado
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DISTRIBUÍDA
UTILIZANDO LED’s ACIONADOS POR DOIS
CONVERSORES FLYBACK INTEGRADOS
Alessandro André Mainardi de Oliveira
PPGEE
SANTA MARIA, RS, BRASIL
2007
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ii
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DISTRIBUÍDA
UTILIZANDO LED’s ACIONADOS POR DOIS
CONVERSORES FLYBACK INTEGRADOS
por
Alessandro André Mainardi de Oliveira
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Elétrica, Área de Concentração em
Processamento de Energia, da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Elétrica
Orientador: Prof. Dr Ricardo Nederson do Prado
SANTA MARIA, RS, BRASIL
2007
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iii
iv
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
Aprova a Dissertação de Mestrado
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DISTRIBUÍDA
UTILIZANDO LED’s ACIONADOS POR DOIS
CONVERSORES FLYBACK INTEGRADOS
elaborada por
Alessandro André Mainardi de Oliveira
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Elétrica
COMISSÃO EXAMINADORA:
Ricardo Nederson do Prado (Presidente / Orientador)
Alexandre Campos (Co-Orientador)
Álysson Raniere Seidel
João Baptista dos Santos Martins
Santa Maria, 20 de julho de 2007.
v
Aos meus pais,
César e Teresinha,
e ao meu irmão Jeferson pelo
apoio, amor, compreensão.
vi
A minha esposa Daiana,
pelo amor incondicional,
amizade e companheirismo.
vii
A
GRADECIMENTOS
Ao Professor Ricardo Nederson do Prado pelo incentivo, orientação e grande
amizade que dele recebi durante o transcorrer deste trabalho e por elevar minha auto-estima
sempre que necessário, fazendo acreditar em mim mesmo.
Ao Professor Alexandre Campos pela dedicação na co-orientação neste trabalho e
pela amizade desenvolvida no transcorrer desse período.
Aos professores Douglas
Schramm, Humberto Pinheiro e Hilton Abílio Gründling,
pelas valiosas contribuições prestadas na minha formação profissional.
Ao engenheiro Luiz Fernando Guarienti Martins, pela dedicação no auxílio à
realização de muitos trabalhos.
À funcionária da pós-graduação Cleonice Oliveira, pelo apoio e suporte.
Aos colegas do GEDRE Mauro Ceretta Moreira, Tiago Bandeira Marchesan, Murilo
Cervi, Alexandre Vargas, Fabio Tomm, Marcelo Freitas, Mariano Machado, Rafael Adaime
Pinto, Rafael Eduardo da Costa, Rafael Cauduro Dias de Paiva, Guilherme de Oliveira,
Cristiane Gastaldini, Vinícius Flores Guarienti, Jackson Piazza, Tiago Muraro, Lucas de
Oliveira, Jeferson da Silveira
, Cleber Correa, Joni Madruga, André L. Kirsten, Dieckson
Rigo, Andressa Schittler, Juliano Lopes, Jonas Tibola, Marcelo Cosetin, Jacson
Hansen, Igor Fagundes, pelo companheirismo, amizade e troca de conhecimentos no
decorrer do trabalho.
À Universidade Federal de Santa Maria e a CAPES pelo suporte financeiro.
viii
“Nem tudo que se enfrenta pode ser
modificado, mas nada pode ser
modificado até que seja enfrentado”.
Albert Einstein
son
ix
RESUMO
Esta dissertação descreve o projeto e implementação de um sistema de
iluminação de emergência utilizando Diodos Emissores de Luz (LED’s). O sistema é
composto por dois conversores integrados que possuem as funções de recarga da
bateria e acionamento dos LED’s. Os LED’s utilizados nesta proposta são os LED’s
de potência, que tem um fluxo luminoso superior aos demais, e apresenta um ângulo
de abertura de aproximadamente 160º.
O controle e supervisão do sistema são realizados através de um
microcontrolador. As características dos diodos emissores de luz são analisadas
neste trabalho. O sistema é baseado nas normas para sistema de Iluminação de
emergência ABNT, NBR 10898, 1999, norma brasileira e IEEE Std 446, 1995, norma
internacional.
x
A
BSTRACT
This dissertation describes the design and implementation of an emergency
lighting system using Light Emitting Diodes (LED’s). The system is composed by two
integrated converters working as battery charger and LED’s supplying. Power LED’s
were used, due to their high luminous flux and opening angle of 160°.
System control and management are done through a microcontroller. The
features of light emitting diodes are discussed in this work. The system is based on
both Brazilian and international current emergency lighting systems standards,
NBR10898, 1999 and IEEE Std 446, 1995, respectively.
xi
L
ISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
DSS Dynamic Self-Supply
EMI Electromagnetic Interference
LAMP Lâmpada
LCD Liquid Crystal Display
LDR Light Dependent Resistor
LED Light Emitting Diode
NiCd Níquel Cádmio
PWM Pulse Width Modulation
RGB Red, Green and Blue
SMPS Self-Supplied Monolithic Switcher
V
bat
Tensão da bateria
V
GS1
Tensão na chave 1
V
rede
Tensão da Rede Elétrica
xii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.................................................................. v
RESUMO.................................................................................... ix
ABSTRACT................................................................................. x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..................................... xi
SUMÁRIO.................................................................................. xii
INTRODUÇÃO............................................................................ 1
Capítulo 1
CÁLCULO LUMINOTÉCNICO.......................................... 5
1.1 INTRODUÇÃO........................................................... 5
1.2 CONCEITO DE GRANSEDAS FUNDAMANTAIS....... 8
1.3 CÁLCULO LUMINOTÉCNICO….................................15
1.4 PROJETO PARA LED’s DE POTÊNCIA…................20
1.5 Conclusão...................................................................21
Capítulo 2
DIODOS EMISSORES DE LUZ (LED’S)...........................23
2.1 INTRODUÇÃO.............................................................23
xiii
2.2 DIODOS EMISSORES DE LUZ............................ 23
2.2.1 Características Gerais.................................... 25
2.2.2 Classificação dos LED’s................................ 27
2.2.3 LED de Luz Branca....................................... 29
2.2.3.1 LED recoberto por Fósforo.................... 29
2.2.3.2 LED ultravioleta recoberto por Fósforo...30
2.2.3.3 Conjunto de LED de Diferentes Cores....31
2.3 Conclusão........................................................... 35
Capítulo 3
ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA PRESENTE NA
LITERATURA.................................................................... 37
3.1 INTRODUÇÃO............................................................ 37
3.2 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA COM LÂMPADAS
FLUORESCENTES..................................................... 37
3.3 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA COM LED’s .........43
3.4 CONCLUSÃO ............................................................. 47
Capítulo 4
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
DISTRIBUÍDO................................................................... 49
4.1 INTRODUÇÃO............................................................. 49
4.2 LED’S EM SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE
EMERGÊNCIA .............................................................49
4.3 ILUMINAÇÃO DISTRIBUÍDA...................................... 50
4.4 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA DISTRIBUÍDA COM
LED’S ..........................................................................52
xiv
4.4.1 Circuito de entrada....................................52
4.4.2 Conversor Flyback Integrado.....................53
4.4.2.1 Estado de Flutuação .........................54
4.4.2.2 Estado de Funcionamento.................55
4.4.3 Projeto dos Conversores Flyback
Integrados ................................................................56
4.4.4 Simulação do Conversor .............................59
4.5 IMPLEMENTAÇÃO..................................................... 61
4.5.1 Circuito de entrada..........................................61
4.5.2 Acionamento do Flyback com o NCP 1013....62
4.5.3 Acionamento dos LED’s..................................68
4.5.4 Sistema de Controle .......................................71
4.5.4.1 Microcontrolador...............................74
4.5.4.2 Sensores...........................................76
4.5.4.2.1 Sensor de Luminosidade...............76
4.5.4.2.2 Medição da Tensão da rede...........78
4.5.4.2.3 Medição da Tensão e Corrente na
Bateria.......................................................... 79
4.6 ESTRUTURA COMPLETA......................................... 80
4.7 RESULTADOS EXPERIMENTAIS...............................80
4.8 CONCLUSÃO.............................................................. 86
Capítulo 5
CONCLUSÃO GERAL............................................................. 88
REFERENCIAS........................................................................ 90
ANEXOS .................................................................................. 93
INTRODUÇÃO
A luz artificial, descoberta através da utilização do fogo foi o
primeiro modo encontrado para compensar a escuridão da noite. A partir
deste marco na história, foram efetuadas várias pesquisas com relação às
fontes de iluminação artificial.
A história da iluminação elétrica começa por volta de 1709, quando
foi demonstrado a criação de uma máquina de descarga incandescente
em um vácuo imperfeito. Apenas um século depois, em 1810, foi dado
maior crédito á possibilidade da luz elétrica, quando Humphrey Davy
demonstrou a produção de um arco brilhante, usando dois pequenos
pedaços de carbono e uma bateria galvânica forte.
Em 1879 Thomas Edison inventa a lâmpada incandecente, que tem
como princípio o aquecimento de um filamento de carbono, montado em
um bulbo de vidro no vácuo. Até o século XX, foram realizados com
sucesso experimentos com filamento metálico e com tungstênio.
Com o avanço tecnológico, outras preocupações com a qualidade
dos produtos surgiram e com isso também as lâmpadas por descarga
elétrica através de um gás ou vapor. Já nos ano 30, mais precisamente
em 1936, a OSRAM produziu a primeira lâmpada fluorescente para
tensão de rede em condições de consumo. Este produto foi sucesso
absoluto na Exposição Mundial de Paris [7].
A iluminação artificial é responsável pelo consumo de cerca de
20% de toda a energia elétrica gerada no mundo atual, o que torna ainda
mais importantes as pesquisas por novas fontes de iluminação e sistemas
de controle que apresentem maior eficiência energética [6].
2
As recomendações quanto à necessidade de níveis de iluminação
adequados para a realização confortável de atividades visuais, já se
tornaram amplamente conhecidas.
Sabe-se assim, que à determinadas solicitações da visão, devem
corresponder níveis ideais de claridade. Atento a isso, valores como
temperatura de cor e índice de reprodução de cor são bem conhecidos
pelos pesquisadores da área de iluminação, pois cada ambiente requer
uma iluminação diferenciada, muitas vezes prevista em normas. Na
maioria dos ambientes iluminados por fontes artificiais, o índice de
reprodução de cor é muito importante, para evitar falhas na percepção de
uma pintura, por exemplo, ou até mesmo da qualidade de alimentos.
Os Diodos Emissores de Luz, LEDs, tem ampliado suas aplicações.
Desde sua criação em 1962 por Holonyjank e Bevacqua, onde eram
utilizados como dispositivos de sinalizão em equipamentos eletrônicos,
com posterior implementação em 1998, pela empresa Luxeon, os LEDs
tornaram-se dispositivos aplicáveis a sistemas de iluminação em geral,
tais como: sistemas de sinalização, semáforos e iluminação de
emergência.
Com esse advento, a sociedade científica tem demonstrado
interesse na aplicação de LEDs em sistemas de iluminação de
emergência. Por terem vantagens comparadas com outras fontes de luz.
Paralelamente ao estudo das fontes de iluminação, há o estudo de
sistemas de acionamento e controle destas fontes, pois a qualidade da
iluminação e a eficiência energética apresentada são um resultado do
conjunto todo, e não apenas do sistema ou da fonte luminosa.
A utilização de sistemas eletrônicos tem se tornado cada vez
maior, possibilitando o controle total sobre as fontes luminosas. Com a
inserção destes sistemas no mercado, passou-se a trabalhar cada vez
mais com microcontroladores, que proporcionam sistemas de iluminação
inteligentes.
3
A iluminação de emergência passou a ser exigida e especificada
por normas de segurança de forma a evitar acidentes e o pânico na
ausência do sistema de iluminação tradicional. Locais com grande fluxo
de pessoas, ambientes comerciais e industriais devem possuir um
sistema de iluminação de emergência. A intensidade luminosa, os tempos
mínimos de funcionamento são definidos para cada ramo ou atividade.
O sistema de iluminação de emergência deve atender a
especificações da norma brasileira da ABNT NBR 10898 de 1999,
“Sistemas de Iluminação de Emergência” e a norma internacional IEEE
Std 446, “IEEE Recommend Practice for Emergency and Standby Power
Systems for Industrial and Commercial Applications”,de 1995. As suas
funções principais são manter a carga da bateria e o nível de iluminação
mínimo quando há falta energia da rede, utilizando módulo de bateria
para suprir a energia elétrica.
Neste trabalho, é proposto um sistema de iluminação de
emergência distribuído utilizando LEDs de potência. São utilizados dois
conversores Flyback integrados para manter a carga da bateria e o
acionamento dos LEDs controlador por microcontrolador.
O conversor proposto possibilita a integração das funções de carga
da bateria e o acionamento do sistema de emergência num único
conversor. Na literatura, vários trabalhos, em sistemas de iluminação de
emergência, abordam a integração, entre eles: flyback bidirecional
integrado ao half-bridge,[8] , push-pull e full-bridge diode fed flyback, [9].
Entretanto, estes necessitam de um maior número de comandos e/ou
componentes magnéticos, aumentando o tamanho e custo do sistema.
O capítulo 1 traz uma revisão sobre os dispositivos semicondutores
utilizados para iluminação, com suas principais características físicas,
elétricas e luminosas. O capítulo 2 traz as normas técnicas que regem a
Iluminação de Emergência e o conceito de Iluminação Distribuída.
É apresentado no capítulo 3 uma breve resisao bibligráfica sobre
os sistemas de Iluminação de Emergência.
4
O capítulo 4 mostra o sistema de iluminação de emergência
proposto. Com projetos, resultados de simulações e os resultados
experimentais.
Capítulo 1
CÁLCULO
LUMINOTÉCNICO
1.1 INTRODUÇÃO
Comparando a época que a luz artificial começou a ser utilizada
com os dias atuais, constata-se que foi grande o passo dado pela
indústria da iluminação no século XX. Desde a lâmpada criada por
Thomas Edison até os produtos disponíveis hoje, houve um avanço
espantoso.
A primeira lâmpada disponível para uso residencial foi a de Edison,
por isto considerada como a primeira lâmpada comercial. A lâmpada de
Edison era constituída de um fio de linha carbonizado em um cadinho
hermeticamente fechado, produzindo uma luz amarelada e fraca como a
de uma vela e apresentando um rendimento de 1,41 lumens por watt.
Ficou marcada uma frase de Thomas Edison, ressaltando a
diferença entre a visão futurista e a imediatista, ao ser questionado em
relação ao preço de sua lâmpada comparada ao de uma vela: - “No
futuro, somente os ricos queimarão velas”.
As novas tecnologias sempre causam esse tipo de conflito, da
vantagem tecnológica contra o custo de investimento. O problema
enfrentado por Edison também ocorre hoje em dia, com as novas
tecnologias.
Nos últimos anos, houve um avanço na utilização de sistemas
mais eficientes, certamente motivado pelo aumento nos custos da energia
elétrica nos países desenvolvidos – principalmente nos EUA, onde a
energia é gerada principalmente em usinas nucleares. O investimento
necessário para construir usinas e sistemas de transmissão é tamanho
6
que os governos adotam programas intensivos para promover a utilização
de equipamentos de utilização energeticamente mais eficientes.
Recentemente foi decretada uma nova lei nos EUA para
regulamentar a iluminação sob seu aspecto energético. Foi simplesmente
proibido o uso de sistemas de iluminação com baixa eficiência. Em alguns
produtos do EUA, como lâmpadas comuns e equipamentos auxiliares,
encontra-se a inscrição “proibida a venda no território americano”, ou
“somente para exportação”. A mesma lei dá prazo para que as instalações
antigas sejam reformadas e, para motivar a população, prevê
financiamento destinado à troca de sistemas, além da aplicação de
pesadas multas.
O motivo pelo qual essa resolução foi tomada é lógico: minimizar o
consumo de energia elétrica. Os governos pretendem reduzir ao máximo
os investimentos em eletricidade, que, além dos custos financeiros, geram
custos ambientais significativos. A estratégia para atingir esses objetivos
reside no desenvolvimento de novas fontes de luz, equipamentos
auxiliares, sensores e luminárias mais econômicas.
A luz é uma fonte de radiação que emite ondas eletromagnéticas.
Elas possuem diferentes comprimentos, e o olho humano é sensível a
somente alguns. Luz é, portanto, a radiação eletromagnética capaz de
produzir uma sensação visual (Figura 1.1).
A faixa de radiações das ondas eletromagnéticas detectada pelo
olho humano e situa entre 380 nm e 780 nm. (1 nanometro = 10-9 m ).
7
Figura 1.1 Espectro Eletromagnético (Osram, 2007).
Há uma tendência em pensarmos que os objetos já possuem cores
definidas. Na verdade, a aparência de um objeto é resultado da
iluminação incidente sobre o mesmo. Sob uma luz branca, a maçã
aparenta ser de cor vermelha, pois ela tende a refletir a porção do
vermelho do espectro de radiação absorvendo a luz nos outros
comprimentos de onda. Se utilizássemos um filtro para remover a porção
do vermelho da fonte de luz, a maçã refletiria muito pouca luz parecendo
totalmente negra.
Podemos ver que a luz é composta por três cores primárias. A
combinação das cores vermelho, verde e azul permite obtermos o branco,
a combinação de duas cores primárias produz as cores secundárias
(margenta, amarelo e cyan), e as três cores primárias dosadas em
diferentes quantidades permite obtermos outras cores de luz.
Da mesma forma que surgem diferenças na visualização das cores
ao longo do dia (diferenças da luz do sol ao meio-dia e no crepúsculo), as
fontes de luz artificiais também apresentam diferentes resultados. As
lâmpadas incandescentes, por exemplo, tendem a reproduzir com maior
fidelidade as cores vermelha e amarela do que as cores verde e azul,
aparentando ter uma luz mais “quente”.
8
Figura 1.2 Composição das cores. (Osram 2007).
1.2 CONCEITOS E GRANDEZAS FUNDAMENTAIS
As grandezas e conceitos a seguir relacionados são fundamentais
para o entendimento dos elementos da luminotécnica. As definições são
extraídas do Dicionário Brasileiro de Eletricidade, reproduzidas das
normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. A
cada definição, seguem-se as unidades de medida e símbolo gráfico do
Quadro de Unidades de Medida, do Sistema Internacional - SI, além de
interpretações e comentários destinados a facilitar o seu entendimento.
FLUXO LUMINOSO ( φ ):
Fluxo Luminoso é a radiação total da fonte luminosa entre os
limites de comprimento de onda mencionados (380 e 780m), e ainda é a
quantidade de luz emitida por uma fonte, medida em lúmens, na tensão
nominal de funcionamento.
As lâmpadas conforme seu tipo e potência apresentam fluxos luminosos
diversos:
- lâmpada incandescente de 100 W: 1000 lm;
- lâmpada fluorescente de 40 W: 1700 a 3250 lm;
- lâmpada vapor de mercúrio 250W: 12.700 lm;
- lâmpada multi-vapor metálico de 250W: 17.000 lm
9
EFICIÊNCIA LUMINOSA:
É a relação entre o fluxo luminoso emitido por uma lâmpada e a
potência elétrica da mesma.
- lâmpada incandescente de 100W: 10 lm/W
- lâmpada fluorescente de 40 W: 42,5 lm/W a 81,5 lm/W.
- lâmpada vapor de mercúrio de 250W: 50 lm/W
- lâmpada multi-vapor metálico de 250W: 68 lm/W.
INTENSIDADE LUMINOSA ( I ):
Se a fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em todas as
direções, o Fluxo Luminoso se distribuiria na forma de uma esfera. Tal
fato, porém, é quase impossível de acontecer, razão pela qual é
necessário medir o valor dos lúmens emitidos em cada direção. Essa
direção é representada por vetores, cujo comprimento indica a
Intensidade Luminosa. Portanto é o Fluxo Luminoso irradiado na direção
de um determinado ponto.
A intensidade luminosa é a grandeza de base do sistema
internacional para iluminação, e a unidade é a candela (cd). Para melhor
se entender a intensidade luminosa, é importante o conceito da curva de
distribuição luminosa.
CURVA DE DISTRIBUIÇÃO LUMINOSA:
Essa curva trata-se de um diagrama polar no qual se considera a
lâmpada ou luminária reduzida a um ponto no centro do diagrama e se
representa a intensidade luminosa nasrias direções por vetores, cujos
módulos são proporcionais as velocidades, partindo do centro do
diagrama. A curva obtida ligando-se as extremidades desses vetores é a
curva de distribuição luminosa.
Na representação polar, costuma-se referir os valores de
intensidade luminosa constantes a um fluxo de 1000 lumens.
10
ILUMINÂNCIA OU ILUMINAMENTO (E):
A luz que uma lâmpada irradia, relacionada à superfície a qual
incide, define uma nova grandeza luminotécnica, denominada de
Iluminamento ou Iluminância. Expressada em lux (lx), indica o fluxo
luminoso de uma fonte de luz que incide sobre uma superfície situada à
uma certa distância desta fonte.
A equação que expressa esta grandeza é:
A
E
ϕ
=
E também pode ser expressa pela relação entre intensidade
luminosa e o quadrado da distância(l/d²). Na prática, é a quantidade de
luz dentro de um ambiente, e pode ser medida com o auxílio de um
luxímetro. Como o fluxo luminoso não é distribuído uniformemente, a
iluminância não será a mesma em todos os pontos da área em questão.
Considera-se por isso a iluminância média (Em). Existem normas
especificando o valor mínimo de Em, para ambientes diferenciados pela
atividade exercida relacionados ao conforto visual.
LUMINÂNCIA:
Das grandezas mencionadas, nenhuma é visível, isto é, os raios de
luz não são vistos, a menos que sejam refletidos em uma superfície e aí
transmitam a sensação de claridade aos olhos.
Essa sensação de claridade é chamada de Luminância, em outras
palavras, é a Intensidade Luminosa que emana de uma superfície, pela
sua superfície aparente.
A equação que permite sua determinação é:
θ
cos.A
I
L =
11
onde
L = Luminância, em cd/m²
I = Intensidade Luminosa,em cd
A = área projetada, em m²
θ = ângulo considerado, em graus
Como é difícil medir-se a Intensidade Luminosa que provém de um
corpo não radiante (através de reflexão), pode-se recorrer a outra fórmula,
a saber:
τ
ρ
E
L
.
=
onde
ρ= Refletância ou Coeficiente de Reflexão
E = Iluminância sobre essa superfície
Como os objetos refletem a luz diferentemente uns dos outros, fica
explicado porque a mesma Iluminância pode dar origem a Luminâncias
diferentes. Vale lembrar que o Coeficiente de Reflexão é a relação entre o
Fluxo Luminoso refletido e o Fluxo Luminoso incidente em uma superfície.
Esse coeficiente é geralmente dado em tabelas, cujos valores são função
das cores e dos materiais utilizados.
ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR – IRC
Objetos iluminados podem nos parecer diferentes, mesmo se as
fontes de luz tiverem idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos
iluminados sob fontes de luz diferentes podem ser identificadas através de
um outro conceito, Reprodução de Cores, e de sua escala qualitativa
Índice de Reprodução de Cores (Ra ou IRC).
O índice de reprodução de cor é baseado em uma tentativa de
mensurar a percepção da cor avaliada pelo cérebro. O IRC é o valor
percentual médio relativo à sensação de reprodução de cor, baseado em
12
uma série de cores padrões. Para indicar de forma consistente as
propriedades de reprodução de cor de uma fonte de luz, idealizou-se um
índice de reprodução de cores padrões sob diferentes iluminantes. O
método de avaliação, numa explicação bem simplificada, consiste na
avaliação das cores padrões, quando submetidas à luz da fonte a ser
analisada e sob a luz de uma fonte de referência que deveria ser um
corpo negro (radiador integral), que apresenta um valor de 100%.
Costuma-se, então, afirmar que está relacionado com a lâmpada
incandescente, pois esta tem um comportamento próximo ao do radiador
integral. Então se uma fonte luminosa apresenta um índice de 60%, este
está relacionado como radiador integral que é de 100%. Isto é verdade
em parte, pois, como a percepção varia segundo o indivíduo e suas
experiências anteriores, nem sempre esta avaliação corresponde à
realidade. Para facilitar o esclarecimento, é costume, entre os fabricantes,
a apresentação de uma tabela que informe comparativamente o índice de
reprodução de cores, a temperatura de cor e a eficácia ou eficiência
luminosa.
Um IRC em torno de 60 pode ser considerado razoável, 80 é bom e
90 é excelente. Claro que tudo irá depender da exigência da aplicação
que uma lâmpada deve atender. Um IRC de 60 mostra-se inadequado
para uma iluminação de loja, porém, é mais que suficiente para a
iluminação de vias públicas.
Tabela 1.1 – Índice de reprodução de Cores
13
As fotos abaixo foram ajustadas para compensar variações no filme
e na impressão. A lâmpada incandescente iluminando a cena da
esquerda apresenta um IRC de 100. Já a fluorescente tubular FO32/31
3000K iluminando a cena da direita apresenta um IRC de 85.
Figura 1.3 Variação da Reprodução de cores.
Portanto, quanto maior a diferença na aparência de cor do objeto
iluminado em relação ao padrão (sob a radiação do metal sólido) menor é
seu IRC. Com isso, explica-se o fato de lâmpadas de mesma
Temperatura de Cor possuírem Índice de Reprodução de Cores
diferentes.
TEMPERATURA DE COR
Em aspecto visual, admite-se que é bastante difícil a avaliação
comparativa entre a sensação de Tonalidade de Cor de diversas
lâmpadas. Para estipular um parâmetro, foi definido o critério Temperatura
de Cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim como um corpo metálico que,
em seu aquecimento, passa desde o vermelho até o branco, quanto mais
claro o branco (semelhante à luz diurna ao meio-dia), maior é a
Temperatura de Cor (aproximadamente 6500K). A luz amarelada, como
de uma lâmpada incandescente, está em torno de 2700 K. É importante
destacar que a cor da luz em nada interfere na Eficiência Energética da
14
lâmpada, não sendo válida a impressão de que quanto mais clara, mais
potente é a lâmpada.
Convém ressaltar que quando dizemos que um sistema de
iluminação apresenta luz “quente” não significa que a luz apresenta uma
maior temperatura de cor, mas sim que a luz apresenta uma tonalidade
mais amarelada. Um exemplo deste tipo de iluminação é a utilizada em
salas de estar, quartos ou locais onde se deseja tornar um ambiente mais
aconchegante.
Da mesma forma, quanto mais alta for a temperatura de cor, mais
“fria” será a luz. Um exemplo deste tipo de iluminação é a utilizada em
escritórios, cozinhas ou locais em que se deseja estimular ou realizar
alguma atividade. Esta característica é muito importante de ser observada
na escolha de uma lâmpada, pois dependendo do tipo de ambiente há
uma temperatura de cor mais adequada para esta aplicação.
Figura 1.4 – Temperatura de cor (Osram, 2007).
FATOR DE UTILIZAÇÃO:
O Fluxo Luminoso final (útil) que incidirá sobre o plano de trabalho
é avaliado pelo Fator de Utilização. Ele indica, portanto, a eficiência
luminosa do conjunto lâmpada, luminária e recinto. O produto da
Eficiência do Recinto (hR) pela Eficiência da Luminária (hL) nos dá o
Fator de Utilização (Fu).
15
RL
Fu
η
η
.=
Determinados catálogos indicam tabelas de Fator de Utilização
para suas luminárias. Apesar de estas serem semelhantes às tabelas de
Eficiência do Recinto, os valores nelas encontrados não precisam ser
multiplicados pela Eficiência da Luminária, uma vez que cada tabela é
específica para uma luminária e já considera a sua perda na emissão do
Fluxo Luminoso.
1.3 CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
Ao se pensar em cálculo luminotécnico, é necessário ter presente
quatro critérios principais.
- a quantidade de luz;
- o equilíbrio da iluminação;
- o ofuscamento;
- a reprodução de cor.
A cada um destes critérios deve ser dada a maior atenção, pois
estão diretamente relacionados com as necessidades visuais, conforto
visual e, portanto, o bem estar humano.
Ao se iniciar um projeto luminotécnico deve-se realizar opções
preliminares, ou seja,escolher o tipo de iluminação mais adequada
(incadescente,. fluorescente, etc,) o tipo de luminária (direta, semi-direta,
etc), sendo que estas opções envolvem aspectos de decoração, tipo do
local (sala, escritório, loja, etc) e as atividades que serão desenvolvidas
(trabalho bruto de maquinaria, montagem, leitura, etc.)
Basicamente existem dois métodos para cálculo luminotécnico:
- Método dos Lumens ou Método do Fluxo Luminoso;
- Método Ponto por Ponto.
16
O método mais utilizado para sistemas de iluminação em
edificações é o método dos Lumens, ou método do Fluxo Luminoso, que
consiste em determinar a quantidade de fluxo luminoso (lumens)
necessário para determinado recinto baseado no tipo de atividade
desenvolvida, cores das paredes e teto e do tipo de lâmpada-luminária
escolhidos.
O método ponto por ponto também chamado de método das
intensidades luminosas baseia-se nas leis de Lambert e é utilizado
quando as dimensões da fonte luminosa são muito pequenas em relação
ao plano que deve ser iluminado. Consiste em determinar a iluminância
(lux) em qualquer ponto da superfície, individualmente, para cada projetor
cujo facho atinja o ponto considerado. O iluminamento total será a soma
do iluminamento proporcionado pelas unidades individuais.
MÉTODO DOS LUMENS OU MÉTODO DO FLUXO LUMINOSO:
A maneira de efetivar este método é utilizando a fórmula abaixo:
d
SE
.
.
µ
φ
=
onde:
F: fluxo luminoso em lumens;
E: iluminância ou nível de iluminamento em lux;
S: área do recinto em m2;
µ: coeficiente de utilização;
d: fator ou coeficiente de depreciação.
A partir do fluxo luminoso total necessário, determina-se o número
de lâmpadas da seguinte forma:
17
φ
η
Φ
=
onde:
n: número de lâmpadas;
Φ: fluxo luminoso em lumens;
φ
: fluxo luminoso de cada lâmpada.
COEFICIENTE DE UTILIZAÇÃO
Depende:
1) da distribuição e da absorção da luz, efetuada pelas luminárias;
2) das dimensões do compartimento que exprime-se através do
Índice do Local;
3) das cores das paredes e teto, caracterizados pelo Fator de
Reflexão.
A obtenção do Índice do local varia conforme o fabricante de
luminárias, mas sempre é uma relação entre o comprimento, largura e
altura do recinto.
A General Electric fornece o Índice do Local através de uma tabela,
onde aparecem letras de A-J, que são funções da largura, comprimento
do local, altura do teto (se a luminária for indireta ou semi-indireta) e a
distância do foco luminoso ao chão ou ao plano de trabalho (se a
luminária for direta ou semi-direta).
A Philips chama o Índice do Local de Fator do local (K) que pode
ser calculado da seguinte forma:
()
HLC
LC
K
.
.
+
=
onde:
K: Fator do Local;
18
C: comprimento do local em m;
L: largura do local em m;
H: altura do local em m, (ou altura da luminária ao plano de trabalho).
FATOR DE REFLEXÃO:
Os fatores de reflexão variam conforme as cores. Para efeito de
cálculo luminotécnico, utiliza-se a seguinte tabela simplificada:
Tabela 1.2 - Fator de reflexão
FATOR DE DEPRECIAÇÃO
O fator de depreciação corresponde a uma relação entre o fluxo
luminoso no fim do período de manutenção e o fluxo luminoso no início da
instalação. O fluxo luminosos emitido por um aparelho de iluminação
decresce com o uso devido a três causas:
- diminuição do fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas, ao longo a
vida útil das mesmas;
- a sujeira que se deposita sobre os aparelhos;
- a diminuição do poder refletor das paredes e do teto em
conseqüência de seu escurecimento progressivo.
Neste método o fator de depreciação é fornecido pelo fabricante da
luminária, e depende basicamente do modelo utilizado.
19
MÉTODO PONTO POR PONTO
O método ponto por ponto, também chamado de método das
intensidades luminosas, permite o cálculo do iluminamento em qualquer
ponto da superfície, individualmente, para cada projetor cujo facho atinja o
ponto considerado. O iluminamento total será a soma dos iluminamentos
proporcionados pelas unidades individuais.
Este método, que deve ser usado quando a dimensões da fonte
luminosa são muito pequenas em relação ao plano que deve ser
iluminado, baseia-se nas leis de Lambert que diz:
“O iluminamento varia inversamente com o quadrado da distância
“d” do ponto iluminado ao foco luminoso”.
2
cos)(
d
I
E
θ
θ
=
onde:
E: iluminamento em lux
I: intensidade luminosa em candelas
θ: ângulo entre a vertical à superfície receptora e o ponto a ser iluminado
d: distância do foco luminoso ao ponto.
Figura 1.5 – Variação de iluminamento
20
1.4 PROJETO PARA LED’S DE POTÊNCIA
Os métodos citados acima não se aplicam LED’s de potência.
Então foi desenvolvido experimentalmente um novo método para o
cálculo luminotécnico para esses LED’s.
O LED utilizado, diferente dos convencionais, possui um amplo
ângulo de abertura (aproximadamente 160°). Para obtermos um modelo
matemático foi realizada uma analogia ao método dos lumens, de Creder.
Obtendo a seguinte fórmula para os LED’s de potência.
ηφ
=
ES
N
onde :
N : Número de LED’s.
S : Área do ambiente .
φ
: Fluxo luminoso do LED utilizado (45 lumens).
η
: Fator de utilização (obtido experimentalmente).
O experimento constitui em iluminar um ambiente com 8 LED’s de
potência e fazer a medida do iluminamento do ambiente no nível do solo.
(como prevê a NBR).
Os pontos de luz estão a uma altura de 3 metros, sendo que cada
um desses pontos é composto de 2 LED’s. Este protótipo foi projetado
para a iluminação de emergência de uma sala de 45m
2
. A especificação
do fluxo luminoso necessário para iluminação é determinada pela norma
ABNT. Para atendê-la foi especificada uma relação entre o número de
lumens e LED’s.
Para a distribuição dos LED’s foi realizada por um arranjo misto
(série e paralelo) para uma maior confiabilidade do sistema, sendo que
cada arranjo série necessita de um controle de corrente. Foi estipulado
(
1
)
21
que em cada ponto de luz distribuído tenha dois LED’s, e esses foram
dispostos em paralelo e conectados ao conversor.
A partir dos valores do iluminamento do ambiente e do fluxo
luminoso emitido dos LED’s para uma altura de 3 metros do ponto de luz
foi obtido um coeficiente de utilização de 0,5.
O motivo desse baixo coeficiente é devido ao fluxo luminoso atingir
a parede e estes não estarem refletidos no solo, onde a iluminação se faz
necessária.
Para melhorar o coeficiente seria necessário um ângulo de
abertura de aproximadamente 60º para obter-se uma melhor utilização
dos fluxos luminosos emitidos pelo LED.
Uma alternativa para melhorar o índice de iluminamento seria a
colocação dos pontos de luz próximos ao chão, utilizando as paredes,
entretanto para isso deve ser realizado um estudo sobre a viabilidade
dessa alternativa.
Para obter um iluminamento de três lux, como prevê a norma NBR,
considerando o tamanho da sala 45m
2
, são necessário seis LED’s Luxeon
1W - 45lm. Cada ponto de luz possui dois LED’s, assim temos três pontos
de luz no ambiente.
1.5 C
ONCLUSÃO
São mostrados nesse capítulo conceitos e grandezas fundamentais
sobre luminotécnica, dentre eles estão o conceito de luz, fluxo luminoso,
intensidade luminosa, eficiência luminosa, iluminamento, índice de
reprodução de cores dentre outros.
Basicamente existem dois métodos para o cálculo luminotécnico, o
método dos Lumens, ou método do Fluxo Luminoso, que consiste em
determinar a quantidade de fluxo luminoso (lumens) necessário para
determinado recinto.
22
O método ponto por ponto também chamado de método das
intensidades luminosas baseia-se nas leis de Lambert e é utilizado
quando as dimensões da fonte luminosa são muito pequenas em relação
ao plano que deve ser iluminado.
Também é apresentada uma maneira para o cálculo luminotécnico
para utilização de LED’s de potência e uma proposta para a utilização de
LED’s em sistemas de iluminação de emergência distribuída.
Capítulo 2
DIODOS EMISSORES
DE
LUZ (LED’S)
2.1 INTRODUÇÃO
A crescente evolução tecnológica tem ajudado no desenvolvimento
de novos dispositivos para aplicação em iluminação artificial. Com
diferentes características, para as mais diversas aplicações.
Seja pela eficácia luminosa, vida útil, robustez ou pela qualidade da
luz emitida, cada fonte luminosa é aperfeiçoada de forma a atingir uma
gama cada vez maior de aplicações. Algumas fontes luminosas, em plena
fase de otimização, vêm substituindo gradativamente as lâmpadas de
filamento, utilizadas atualmente com os mais diversos propósitos. Um
exemplo disso é o LED usado em iluminação de emergência.
Na iluminação de emergência, existem normas que fixam as
características mínimas exigidas para as funções a que se destina o
sistema de iluminação de emergência a ser instalado em edificações ou
em outras áreas fechadas sem iluminação natural. Dentre elas estão a
NBR 10898 de 1999 e a norma IEEE std 446 de 1995.
Neste capítulo serão apresentadas as principais características dos
diodos emissores de luz, como características elétricas, físicas ou
luminosas.
2.2 DIODOS EMISSORES DE LUZ
LED é a sigla em inglês para Light Emitting Diode, em português
Diodo Emissor de Luz, um dispositivo semicondutor emissor de luz. O
LED, como o próprio nome já diz, é um diodo (junção P-N) que quando
energizado emite luz visível. A luz é monocromática e é produzida pelas
interações energéticas do elétron. O processo de emissão de luz pela
24
aplicação de uma fonte elétrica de energia é chamado
eletroluminescência. Em qualquer junção P-N polarizada diretamente,
dentro da estrutura e próximo à junção, ocorrem recombinações de
lacunas e elétrons. Essa recombinação exige que a energia possuída por
esse elétron, que até então era livre, seja liberada, o que ocorre na forma
de calor ou fótons de luz.
Como a luz emitida é monocromática, a cor é, portanto,
dependente do cristal e da impureza de dopagem com que o componente
é fabricado. Assim, o comprimento de onda emitido pode variar de forma
a se obter qualquer cor no espectro.
Figura 2.1 – Espectro Luminoso (Cervi, 2004).
O comprimento de onda resultante da excitação do cristal de um
LED é determinado pelos elementos químicos utilizados na deste cristal
semicondutor. Dentre esses elementos estão o gálio, alumínio, arsênio,
fósforo, índio e nitrogênio, e a alteração da mistura desses elementos, ou
da relação dessa mistura, altera o comprimento de onda da luz emitida
[20].
Os compostos mais usados são InGaN, utilizada em LED’s
emissores de feixe luminoso azul ou verde, de acordo com a relação
destes componentes, e AlInGaP, utilizada em LED’s emissores de feixe
vermelho, alaranjado ou amarelo, dependendo da relação utilizada na
mistura destes componentes. A figura 2.2 mostra a faixa de comprimento
de onda em que os compostos InGaN e AlInGaP são utilizados.
25
Figura 2.2 –Faixa de comprimento de onda (Cervi, 2004).
Atualmente, pesquisa-se o LED de cor branca, ou seja, um
componente capaz de emitir luz em vários comprimentos de onda ao
mesmo tempo. Esse componente é feito a partir de um único tipo de
molécula, no caso, partículas de fósforo.
2.2.1 Características Gerais
As aplicações do LED’s foram ampliadas com as crescentes
melhorias apresentadas e entre as aplicações em destaque, a iluminação
de emergência tem-se evidenciado. Comparações com as lâmpadas
fluorescentes compactas, popularmente utilizadas para essa aplicação,
demonstram que os LED’s apresentam um melhor custo-beneficio.
Dentre as vantagens para utilização de LED’s na iluminação de
emergência, destaca-se sua eficácia luminosa. Hoje essa eficácia é de 45
lm/W, sendo maior que a obtida por lâmpadas incandescentes, e este
valor pode ser aumentado ainda mais nos próximos anos devido ao
crescente interesse de pesquisadores nesta tecnologia. Conforme
Zorpette [1], deve-se obter valores próximos a 150 lumens por watt por
volta de 2012, e 200 lm/W ao final da próxima década, uma vez que a
eficiência luminosa máxima (teórica) obtida a partir de LED’s brancos é
entre 300 e 400 lm/W, dependendo do índice de reprodução de cor e
temperatura de cor obtida.
Um detalhe importante a ser lembrado é que o fluxo luminoso
característico de uma lâmpada convencional é irradiado em todas as
26
direções e, portanto, grande parte deste fluxo é perdida. A utilização de
lentes refletoras reduz esta perda de luminosidade, que ainda assim
representa valores consideráveis. Já o fluxo luminoso proveniente de um
LED é dirigido, podendo representar um aproveitamento de praticamente
100% da energia luminosa, dependendo do tipo de LED utilizado e da
aplicação específica a ser considerada.
Outros benefícios dos LED’s é a sua confiabilidade, sua resistência
a grandes variações de temperatura (de -20ºC a 120ºC); e a vibrações,
garantindo assim a continuidade de operação independentemente das
condições do local de uso, criando novas possibilidades para aplicação de
luz, como por exemplo, a orientação do trafego em vias públicas.
Apresentam também um baixo custo de manutenção, pois os
LED’s não apresentam gás ou filamento para geração de luz, o que
resulta em uma baixa irradiação de calor. Também possuem alta vida útil,
podendo chegar a 100.000 horas, entretanto tendo reduzindo sua
eficiência em 40% [2]. Lâmpadas fluorescentes tubulares apresentam vida
útil de aproximadamente 10.000 horas e lâmpadas incandescentes
apresentam vida útil de cerca de 1.000 horas [18]. Além disso, a ausência
de gás ou filamento faz com que estes dispositivos apresentem alta
resistência a choques e vibrações, uma vez que não apresentam
componentes frágeis que possam se romper em condições precárias de
proteção. Conseqüentemente reduzindo os custos com manutenção e
aumentando a confiabilidade.
Os LED’s proporcionam maior segurança ao usuário, pois operam
com baixos níveis de tensão e corrente para alimentação. Apresentam
também simplicidade de acionamento, pois não necessitam de ignitor,
como as lâmpadas fluorescentes. Utilizam baixos níveis de tensão e
corrente para alimentação, podendo ser alimentados a partir de baterias
[4].
Todos os módulos de LED’s (com exceção da versão em branco)
são monocromáticos, ou seja, emitem luz somente numa faixa de
espectro. Neste caso o conceito temperatura de cor e reprodução de cor
27
não se aplica. No caso do LED Branco, graças à utilização de fósforo na
sua fabricação, é possível se obter um índice de reprodução de cor de 70
e uma temperatura de cor de 5500K.
Nas aplicações de LED’s para iluminação de emergência propostas
na literatura, esses são agrupados formando um arranjo compacto com
alta intensidade luminosa. Esses arranjos abrangem uma área
determinada, formando zonas de maior intensidade luminosa (podendo
causar ofuscamento) e menor intensidade luminosa (sombras). Embora
as fluorescentes compactas possuam menor tamanho que as
fluorescentes convencionais, ainda interferem esteticamente no ambiente.
A utilização da iluminação distribuída com LED’s supri estas
deficiências presentes no atual sistema. Esta pode ser instalada de forma
a não interferir esteticamente no ambiente, possibilitando um nível de
iluminação constante; incluindo que, em caso de falha num dos pontos de
luz distribuídos, não compromete a iluminação total do ambiente.
2.2.2 Classificação dos LED’s
No mercado existem várias formas e tamanhos de LED’s, sendo
que cada tipo apresenta um encapsulamento diferenciado, resultando em
um feixe luminoso com ângulo de abertura específico, que depende
destas características construtivas do LED.
Existem três categorias em que os LED’s podem ser divididos,
LED’s indicadores, LED’s de alto brilho e LED’s de potência. Os LED’s
indicadores são os LED’s mais comuns e geralmente possuem um
invólucro colorido que tem a função de filtro óptico. Já os LED’s de alto
brilho emitem em um comprimento de onda específico e não necessitam
de filtros ópticos. Assim, estes LED’s são geralmente transparentes e
possuem uma eficiência maior que a dos LED’s indicadores, o que
permite a extração de um fluxo luminoso maior. Estes LED’s são
usualmente aplicados onde não se necessita de uma grande intensidade
luminosa, como em semáforos, painéis eletrônicos, etc. Os LED’s de
28
potência são os que consomem uma potência maior ou igual a 1W. Estes
LED’s já são utilizados para iluminação em ambientes internos, sendo
aplicados em projetos arquitetônicos e vitrines, substituindo as lâmpadas
halógenas e também como iluminação de emergência. Figura 2.3 mostra
os encapsulamentos das três categorias de LED.
Figura 2.3 –Encapsulamento dos LED’s
Com tantas variações, certos tipos de LED’s, principalmente os que
apresentam encapsulamentos semelhante ao dos mais simples, como os
de 3mm e de 5mm, apresentam um ângulo de abertura estreito, de no
máximo 30º, resultando assim em uma luz dirigida e um alto
aproveitamento do fluxo luminoso nos casos que se pretende iluminar um
ponto específico, ou uma área delimitada, como em iluminação de obras
de arte e no destaque de algum objeto.
Entretanto, existem LED’s que apresentam um ângulo de abertura
maior, podendo chegar até 160º. Estes são indicados para utilização em
iluminação ambiente, que necessitam uma iluminação distribuída. Este é
conhecido como LED de potência, por normalmente possuir potência igual
ou superior a 1W.
Um ângulo de abertura menor que 180º acarreta em redução das
perdas de fluxo luminoso com relação às lâmpadas convencionais, como
incandescentes e fluorescentes, que apresentam fluxo luminoso irradiado
em todas as direções. Ainda que sejam utilizadas calhas refletoras, o que
29
eleva os custos de instalação, o índice de reflexão do fluxo luminoso não
chega a ser ideal, resultando em perda deste fluxo e de energia elétrica.
2.2.3 LED DE LUZ BRANCA
Os LED’s vêm apresentando uma grande evolução tecnológica,
seja na obtenção da luz branca, ou na sua eficiência. Novas descobertas
demonstram um novo enfoque híbrido para o desenvolvimento de fontes
de iluminação de estado sólido. Ao contrário das lâmpadas atuais, sejam
incandescentes (a vácuo) ou baseadas em vários tipos de gases, as
lâmpadas de estado sólido gastam muito menos energia e deverão durar
décadas. Devido a isso os LED’s vêm apresentando uma alternativa
interessante para aplicação em sistemas de iluminação.
Atualmente, pesquisa-se o LED de cor branca, ou seja, um
componente capaz de emitir luz em vários comprimentos de onda ao
mesmo tempo.
As três formas mais utilizadas para a obtenção da luz branca nos
LED’s são; a utilização de um LED azul recoberto por uma camada de
fósforo, a utilização de um LED ultravioleta recoberto por uma camada de
fósforo (similar as lâmpadas fluorescentes) e o conjunto de LED’s de
diferentes cores.
2.2.3.1 – LED recoberto por camada de fósforo
Neste método de obtenção da cor branca no LED, o mesmo é
recoberto por uma camada de fósforo de cor amarelada, complementar ao
feixe azul emitido. Assim uma parcela da luz azul atravessa a camada de
fósforo, gerando a parte azul do espectro. A outra parcela de energia
proveniente da luz azul é absorvida pela camada de fósforo e convertida
nas porções do espectro complementares ao azul. O resultado da
combinação destas cores é a emissão de um feixe luminoso branco. Essa
30
técnica resulta em uma alta temperatura de cor e índice de reprodução de
cor relativamente baixo.
Entretanto, com a variação da corrente de polarização do LED
desloca a banda azul no espectro, conforme figura 2.4, devido à alteração
na região de depleção do mesmo. A região de bandgap sofre um
estreitamento pelo acréscimo de temperatura, sob injeção de altas
correntes. Este deslocamento pode resultar em uma variação significativa
da temperatura de cor do LED, se a corrente de polarização for
suficientemente alterada [21].
Figura 2.4 –Espectro da luz branca emitida por um LED azul recoberto por camada de
fósforo (Cervi, 2004).
2.2.3.2 – LED ultravioleta recoberto por uma camada de fósforo
Outra maneira de se obter a luz branca é a partir de um LED
emissor de luz ultravioleta, recoberto por uma camada de fósforos
emissores de luz azul, vermelho e verde, RGB (Red, Greem, Blue)[1]
Este método é similar ao utilizado em tubos de lâmpadas fluorescentes. O
fósforo absorve o ultravioleta e o converte em bandas nas cores primárias
(RGB) obtendo a luz branca.
31
Esta configuração apresenta um deslocamento da banda relativo à
variação da corrente de polarização, isto não influência na temperatura de
cor, pois a banda deslocada está numa faixa praticamente invisível. As
bandas visíveis são originadas pelos fósforos e são independentes da
corrente de polarização, resultando em uma temperatura de cor estável.
Figura 2.5 – Espectro de um LED ultravioleta combinado a um conjunto de fósforos RGB
(Cervi, 2004).
2.2.3.3 – – Conjunto de LED’s de diferentes cores
A terceira maneira de obter-se o LED de cor branca através da
combinação de varias cores, desde que exista uma relação entre os
comprimentos de onda emitidos por cada um destes LED’s.
Combinando-se as cores vermelhas, verdes e azuis, através de um
controle de intensidade luminosa de cada um destes feixes luminosos,
pode-se obter um resultado que fique próximo a qualquer cor dentro do
plano formado por estes comprimentos de onda.
Para aperfeiçoar o uso dos LED’s, na obtenção de luz branca, é
necessário utilizar uma combinação otimizada do número de LED’s de
cada cor. Entretanto, o número de LED’s depende da eficiência luminosa
de cada cor, ou seja, da tecnologia utilizada. [22]. Por exemplo para a
32
obtenção da cor branca uma combinação proposta em [16] é utilizar 4
LED’s azuis, 2 vermelhos e 4 verdes, ou ainda, 4 LED’s azuis, 3
vermelhos e 5 verdes, uma vez que LED’s vermelhos normalmente
apresentam intensidade luminosa maior
Outra característica importante dos LED’s, que deve ser levada em
conta, é que efeitos como temperatura de junção, tempo de utilização e
corrente de polarização direta podem alterar as características dos
mesmos, reduzindo sua eficácia luminosa e alterando a temperatura de
cor resultante. Segundo Ackermann et al. [23], dos Laboratórios de
Pesquisa da Philips, usualmente os efeitos da temperatura podem ser
compensados com a utilização de sensores de fluxo ou de cor. A
calibração individual dos LED’s em diferentes temperaturas é impraticável,
pois a determinação da temperatura depende da precisão dos modelos
das características ópticas dos LED (para as técnicas convencionais de
determinação da temperatura da junção). O impacto da variação da
amplitude de corrente é usualmente suprimido mantendo constante o
valor corrente e usando modulação PWM para controlar a intensidade
luminosa dos LED’s com as cores primárias.
A obtenção da luz branca através desta metodologia é a mais
eficiente de todas, tornando-a bastante promissora [23]. Entretanto os
custos com o circuito de comando desse sistema é mais complexo que os
utilizados nos LED’s a base de fósforo, devido à necessidade de
sensoriamento e comandos independentes para as diferentes cores
emitidas no espectro, o que causa um incremento significativo no custo do
sistema de alimentação e controle.
Os LED’s utilizados neste trabalho são os LHXL-PW01 [3], da
Luxeon, compostos de InGaN, que apresentam um ângulo de abertura do
feixe luminoso de aproximadamente 160º, medidos com 10% de
intensidade luminosa máxima, e apresenta uma intensidade luminosa de
50% da máxima a aproximadamente 160º de abertura, como é verificado
na figura 2.6, que representa o diagrama do ângulo de abertura do feixe
luminoso deste LED.
33
Figura 2.6 – Distribuição do fluxo luminoso no espaço (Lumileds, 2006).
O fluxo luminoso típico apresentado por este LED é de 45 lumens,
quando operado com corrente de polarização direta de 350 mA. Nesta
condição, a temperatura de cor apresentada é de cerca de 5500K, o
índice de reprodução de cores apresentado é de aproximadamente 70%,
e a queda de tensão direta pode variar entre aproximadamente 2,8V e
4,0V, dependendo da temperatura de junção apresentada.
A figura abaixo mostra a variação da corrente no LED pela variação
da tensão.
Figura 2.7 – Corrente x Tensão (Lumileds, 2006).
34
A figura 2.8 apresenta uma foto deste LED, A variação do fluxo
luminoso emitido pode ser efetuada a partir do controle da corrente de
polarização direta, conforme é verificado na figura 2.9.
Figura 2.8 – LED da Luxeon – Emitter (Lumileds, 2006).
Figura 2.9 – Controle do fluxo luminoso através da corrente de polarização (Lumileds,
2006).
Conforme citado anteriormente os LED’s possuem uma ampla faixa
de temperatura de operação, que varia entre -20º a 120º. A figura 2.10
mostra a variação da corrente do LED pela variação da temperatura
ambiente.
35
Figura 2.10 Variação da corrente pela temperatura ambiente (Lumileds, 2006).
2.3 CONCLUSÃO
Devido a novas tecnologias na fabricação dos LED’s nesta década
os mesmos começaram a serem usados para iluminação em geral, além
de sinalização. Dentre os principais motivos estão à eficácia luminosa, luz
dirigida, simplicidade de acionamento, dimensões reduzidas, resistência a
choques e vibrações.
Desde 1962, quando foram inventados os LED’s de sinalização até
1998, quando surgiram os de iluminação, os LED’s vem ganhando
espaço. Devido as suas características, esta tecnologia deixou de ser
apenas uma forma de sinalização em aparelhos eletrônicos e passou a
ser estudado e aplicado principalmente em semáforos e iluminação de
emergência.
Como o LED é uma luz monocromática, podendo obter qualquer
cor no espectro, dependendo do cristal e da impureza da dopagem. Assim
podendo obter o LED de cor branca. Foram apresentadas três maneiras
para a obtenção desse dispositivo.
Foram feitas comparações com lâmpadas fluorescentes e
halógenas mostrando as vantagens da utilização de LED’s em sistemas
de iluminação de emergência.
Capítulo 3
ILUMINAÇÃO DE
EMERGÊNCIA PRESENTE NA
LITERATURA
3.1 INTRODUÇÃO
O presente capítulo apresenta uma revisão bibliográfica sobre os sistemas
de iluminação de emergência presentes na literatura, apresentando os principais
conversores para lâmpadas fluorescentes e LED’s como fonte de luz.
Os conversores devem apresentar pelo menos duas funções básicas:
manter a carga da baterias e o acionamento dos LED’s.
3.2 I
LUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA COM LAMPADAS FLORESCENTES
Os primeiros sistemas de iluminação de emergência presentes na literatura
que utilizam lâmpadas fluorescentes como fonte de luz são compostos de três
estágios: retificador, inversor CC/CA e filtro ressonante.
Figura 3.1 – Reator eletrônico para lâmpada fluorescente
Nas seguintes subseções, são apresentadas as topologias usuais de
conversores para lâmpadas fluorescentes para a aplicação em sistemas de
iluminação de emergência.
38
O filtro ressonante é necessário para ignição da lâmpada fluorescente
através de um ganho de tensão e para limitar a corrente da lâmpada em regime
permanente.
Além disso, o filtro possibilita uma maior vida útil para lâmpada, devido à
qualidade da forma de onda fornecida; e permite a utilização de uma freqüência de
chaveamento superior a audível. Entre os filtros mais usuais estão: série
ressonante LC, paralelo ressonante LC e série-paralelo ressonante LCC. Em [15],
é apresentada a análise comparativa entre estes filtros, sendo verificado melhor
desempenho para o filtro série-paralelo ressonante LCC.
Nas aplicações de fluorescentes para iluminação de emergência utilizando
microcontrolador [9], atuam de maneira a não somente controlar os diferentes
subsistemas do sistema (inversor, carregador de bateria e circuito integrado para
geração de comando), mas também para executar um completo auto-teste do
reator, assegurando uma correta operação e a redução dos custos de
manutenção. Falhas como na carga das baterias, queima de lâmpada, na partida
das mesmas, dentre outros são detectados pelo microcontrolador e demonstrados
em um display.
A figura 3.2 mostra o diagrama completo do reator para iluminação de
emergência usando um microcontrolador Motorola cujo código é MC68HC811E2.
Figura 3.1.2 – Circuito do sistema de iluminação de emergência.
39
As características principais do circuito são;
1° - Contínua monitoração da tensão de linha (a cada 65 ms) e
acionamento do inversor em caso de falta da mesma;
2° - Em caso de acionamento verificação da tensão de saída do inversor e
do fluxo luminoso da lâmpada (LDR);
3° - Controle da carga e carregamento da bateria;
4° - Auto-Testes do sistema (tensão da bateria, tensão de saída do inversor
e do fluxo luminoso da lâmpada) a cada 14 dias, acionando o inversor por
aproximadamente um minuto, aplicando o resultado num painel de LED’s.
É importante observar que nesta aplicação o microcontrolador não é usado
para gerar o sinal de comando diretamente para os interruptores, mas apenas
para controlar o sistema.
A estrutura proposta é extremamente flexível permitindo que o sistema se
comunique com um computador mestre que pode monitorar o estado de cada
dispositivo. O inversor utilizado para o acionamento da lâmpada a partir da bateria
é o push-pull. Para recarregar a bateria, é utilizado um circuito full-bridge diode-fed
flyback operando no modo descontinuo.
Outra proposta para iluminação de emergência com lâmpadas
fluorescentes apresentadas em [8] é um conversor para iluminação de emergência
integrando os conversores flyback bi-direcional (figura 3.3) half-bridge série-
ressonante paralelo-carga (figura 3.4). O conversor flyback bi-direcional é utilizado
para carregar e descarregar a bateria enquanto que o half-bridge é responsável
pelo acionamento da lâmpada. O circuito completo integrando os dois conversores
é mostrado na figura 3.5.
40
Figura 3.3 – Conversor Flyback bi-direcional
Figura 3.4 – Conversor half-bridge série ressonante carga paralela
Figura 3.5 – Circuito integrando os conversores half-brige e flyback bi-direcional
Como a tensão V
B
da bateria é menor que a tensão V
dc
, o conversor flyback
proporciona um aumento desta tensão para que na operação de emergência a
bateria forneça a tensão necessária para o acionamento da lâmpada. As chaves
41
S
1
e S
3
operam síncronas assim como as chaves S
2
e S
4
. Aplicando a técnica de
chaveamento síncrono, o circuito integrado dos conversores pode ser simplificado
(figura 3.6).
Figura 3.6 – Circuito integrado simplificado
Os transformadores T
1
e T
2
podem ser substituídos por um único
transformador de maior volume.
Figura 3.7 – Circuito integrado de estagio único
O circuito opera em modo de condução continua e em dois modos. No
modo de linha, a bateria é carregada e a lâmpada é acionada pela tensão da rede,
enquanto que no modo bateria, a bateria é descarregada fornecendo tensão para
42
o acionamento da lâmpada. A transição entre os modos é instantânea, sendo que
ambos os modos são comandados por chaves ativas, seus diodos intrínsecos
entram em condução e o fluxo de potência é bi-direcional.
Em [16] é proposto um reator eletrônico para lâmpadas fluorescentes com
as funções: reator comum, reator de emergência, carregador e descarregador de
bateria, sensor de queda de tensão da rede e sistema de ativação da comum e
emergência. O conversor utilizado é uma integração do flyback bidirecional e dois
inversores half-bridge série ressonante, paralelo com a carga. O microcontrolador
utilizado no controle das chaves do conversor foi EM78P458, que é de baixo
custo. O circuito proposto e o diagrama de blocos são mostrados nas figuras 3.8 e
3.9.
Figura 3.8 – Conversor integrado
Figura 3.9 – Diagrama de blocos
43
Onde LCNL é representa (figura 3.10):
Figura 3.10 – LCNL
O conversor flyback tem a função de carregar e descarregar a bateria.
3.3 I
LUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA COM LED’S
Devido a sua crescente evolução tecnológica em [18] apresenta o LED com
fonte de luz em sistemas de iluminação de emergência. Este sistema é utilizado
em indicação de saída em locais estratégicos. Dentre as vantagens dos LED’s
sobre as lâmpadas fluorescentes são citados neste artigo estão a alta vida útil
(acima de 100.00 horas), conseqüentemente baixo custo em manutenção, circuito
de acionamento simples, proporcionando assim uma fonte de alimentação de
baixo custo alimentada por bateria.
A estrutura básica do conversor de CA-CC é baseada no IC TNY254G de
baixo custo. É utilizado um conversor flyback que opera na região descontínua. A
tensão da saída de 6.5 V foi obtida facilmente isolando a entrada usando um
acoplador ótico de custo baixo (TLP181) e um diodo do Zener de 6.5 V. A figura
3.11 mostra a estrutura básica deste estágio.
44
Figura 3.11 – Estrutura do estágio CA-CC.
Um transistor operando na região ativa foi usado como carregador de
bateria a fim de fixar uma corrente constante de carga. Este método simples
permite que mantenha a corrente de carga constante em todo o nível da bateria da
tensão. A detecção de falha é feita utilizando um transistor e um diodo Zener e, ao
detectar essa falha, os LED’s são alimentados a partir da bateria. O controle de
corrente é realizado com um resistor.
Figura 3.12 – Circuito de carga da bateria, detecção de falha da rede elétrica e fonte para os
LED’s.
45
Este dispositivo utiliza três LED’s de potência de 3,42V e 1050mA (conexão
paralela). A bateria utilizada é Ni-Cd 3,6V. Para que o sistema tenha uma
autonomia de 1 hora são utilizadas quatro baterias.
Em [17]
é apresentada outra metodologia para acionamento de LED’s de
potência em sistema de iluminação de emergência.
Neste sistema três LED’s de potencia são acionados pela rede elétrica e no
instante que detectada a falha da rede os mesmos devem ser acionados a partir
da bateria. A tensão de saída do conversor é de 6,5V a fim de prover a energia
nos LED’s e a carga da bateria. São utilizadas quatro baterias de NiCd em série. A
bateria deve operar com tensão de 5,6V até 3,6V (mínimo).
Está é uma solução melhorada do sistema anterior, [18] com o estágio do
conversor CA-CC baseada no IC TNY254G de baixo custo e um conversor flyback
que opera na região descontinua, apresenta o mesmo sistema; a diferença está na
maneira de acionar o LED. A proposta anterior não fornece uma corrente
constante ao LED.
Esta topologia é mostrada na figura 3.13. Nela o circuito utiliza a energia do
arranjo de baterias, formado por quatro baterias de 1.2 V com 1.5 ampére hora.
A tensão de bateria varia de 3,6V a 5,6V, e é regulada para 4,8V através de
um conversor boost. Montado com um circuito simples, com somente um transistor
bipolar e um componente magnético (indutor boost).
Figura 3.13 – Conversor Boost
46
O sistema de controle mantém constante a corrente nos LED’s
independentemente da flutuação da tensão da bateria. Utilizando uma freqüência
de varredura de 27kHz (com bateria descarregada) a 30kHz (bateria em condições
normais), Este controle é realizado através do LM393.
Figura 3.14 – Estrutura de controle.
Em outro artigo [19] é apresentada uma solução para garantir a alta vida útil
do LED de potência a partir de sua corrente de polarização e reduzir as perdas por
temperatura.
O LED utilizado neste trabalho foi o Luxeon LXHL- PW01. Este é um LED
azul (InGaN) recoberto com fósforo, o que permite a obtenção do LED branco. O
mesmo tem tensão de 3,42V e corrente de 350mA e o fluxo luminoso de 14lm.
Esses valores a uma temperatura de 25ºC. Com o aumento da temperatura para
60ºC tem uma redução do fluxo luminoso em 10%. Uma alternativa para isso é a
redução da corrente de polarização direta de 350mA para 250mA. Também para
garantir uma melhor distribuição do calor foi utilizado um dissipador nos LED’s.
Conforme figura a seguir.
47
Figura 3.15 – Dissipador em LED’s
O conversor utilizado para acionar os LED’s é Flyback, chaveado com um
transistor bipolar. O circuito de controle utiliza um comparador LM 393, mostrado
na figura 3.16.
Figura 3.16 – Circuito de controle
3.4 CONCLUSÃO
Neste capítulo foi apresentada uma revisão sobre os sistemas de
iluminação de emergência propostos na literatura, foram abordados os sistemas
48
que utilizam lâmpadas fluorescentes e os que utilizam LED’s como fonte de luz.
Como a lâmpada fluorescente necessita de circuitos auxiliares para seu
acionamento, além de apresentarem um tamanho maior que os LEDs, os artigos
que utilizam LED’s como fonte de luz tiveram um maior destaque.
Dentre as vantagens da aplicação destes dispositivos estão a alta vida útil,
acima de 100.000 horas, alta eficiência luminosa, simples acionamento por
necessitar somente de um controle de corrente, e seu acionamento ser em
corrente contínua.
Capítulo 4
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
DE EMERGÊNCIA
DISTRIBUÍDO
4.1 INTRODUÇÃO
Será abordado a seguir o sistema de iluminação de emergência
distribuída, no qual, os pontos de luz são acionados somente quando
ocorre falta da energia da rede elétrica. Esses pontos são constituídos de
LED’s de potência e estes são distribuídos uniformemente pelo ambiente.
O acionamento dos LED’s e a carga da bateria são realizados
utilizando dois conversores Flyback integrados e regulados por um
microcontrolador.
4.2 LED’S EM SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
As aplicações do LED’s foram ampliadas com as crescentes
melhorias apresentadas, entre as aplicações em destaque, a iluminação
de emergência tem-se evidenciado. Comparações com as lâmpadas
fluorescentes compactas, popularmente utilizadas para essa aplicação,
demonstram que os LED’s apresentam um melhor custo beneficio.
As vantagens mais significativas para utilização de LED’s na
iluminação de emergência são devido: eficiência luminosa (45 lm/W);
grande vida útil (100.000 horas); fácil acionamento; faixa de temperatura
de aplicação de -20ºC a 120ºC; resistência a vibrações mecânicas (por
não apresentarem filamento); pequeno tamanho; menor consumo de
energia, entre outros.
50
4.3 ILUMINAÇÃO DISTRIBUÍDA
Os sistemas de iluminação de emergência devem clarear áreas
escuras de passagem, incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de
controle e restabelecimento, dentre outras, na falta da iluminação normal.
Para manter um nível de iluminação básica, existem duas maneiras
de distribuição dos pontos de luz no ambiente. Um é o modelo
concentrado, utilizada atualmente, onde os pontos de luz concentrados
são colocados no ambiente, provendo a iluminação necessitada. Na
iluminação distribuída, cada ponto de luz é distribuído no ambiente,
normalmente em cada ponto de iluminação.
O ponto de luz é definido pela norma brasileira como dispositivo
constituído de lâmpada(s) ou dispositivo de iluminação, invólucro(s) e
outros componentes que têm a função de prover o aclaramento do
ambiente ou sinalização.
A iluminação de emergência não deve possuir pontos de sombra
ou com ofuscamento da visão e também a variação da intensidade
luminosa não pode ser superior a 20:1.
A iluminação concentrada utilizada atualmente possui sistemas
centralizados com carga de bateria e fonte de iluminação. Apesar deste
sistema ter uma mais facilidade de instalação, nele os pontos de luz,
normalmente são formados por dispositivos com alta intensidade
luminosa, que pode causar ofuscamento ou pontos de sombra no
ambiente.
Figura 4.1 – Iluminação de Emergência Tradicional
51
A utilização da iluminação distribuída suprirá estas deficiências
presentes no atual sistema. Esta pode ser instalada de forma a não
interferir esteticamente no ambiente, possibilitando um nível de iluminação
constante; incluindo que, em caso de falha num dos pontos de luz
distribuídos, não comprometa a iluminação do ambiente.
Uma maneira prática de obter esta distribuição é acoplar estes
pontos de luz nas luminárias das lâmpadas fluorescentes. Obtendo assim
uma iluminação de emergência discreta, funcional e que não influencia na
estética do ambiente.
Figura 4.2 - Iluminação de Emergência com ponto de luz na calha da lâmpada
fluorescente.
Para apresentar maior confiabilidade ao sistema recomenda-se que
tenha pelo menos duas lâmpadas por ponto. Estes pontos devem
obrigatoriamente estar ligado em paralelo entre si.
Quanto à condição de permanência da iluminação nos pontos de
luz temos a permanente e a não permanente. Na iluminação permanente,
as lâmpadas de iluminação de emergência são alimentadas pela rede
elétrica da concessionária, sendo comutadas automaticamente para a
fonte de alimentação de energia alternativa, em caso de falta e/ou falha
da fonte normal. Já no sistema de iluminação não permanente, as
lâmpadas de iluminação de emergência não são alimentadas pela rede
52
elétrica da concessionária e, só em caso de falta da fonte normal, são
alimentadas automaticamente pela fonte de alimentação de energia
alternativa. O sistema proposto utilizará iluminação não permanente nos
pontos de luz.
4.4 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA DISTRIBUÍDA COM LED'S
O diagrama de blocos abaixo representa o sistema de iluminação
de emergência proposto. Cada parte do sistema será apresentada a
seguir.
Figura 4.3 - Diagrama de Blocos do Conversor do Sistema Proposto
4.4.1 CIRCUITO DE ENTRADA
A rede elétrica opera com tensão alternada, entretanto é
necessária uma tensão contínua para o conversor realizar a carga da
bateria. O circuito de entrada é responsável por esta adequação entre os
níveis de tensão da rede com a tensão de barramento utilizada para
recarga da bateria e acionamento da fonte de luz (no caso da fonte de luz
de emergência ser utilizada como iluminação permanente). Este circuito é
composto por uma ponte retificadora e um capacitor.
53
4.4.2 CONVERSOR FLYBACK INTEGRADO
A sociedade científica tem se empenhado na obtenção de sistemas
eletrônicos menores e mais eficientes. Neste contexto, a integração de
conversores apresenta-se como uma das alternativas aos sistemas de
iluminação de emergência, proporcionando redução de elementos
magnéticos, capacitores e comandos e, conseqüentemente, obtendo
circuitos eletrônicos mais compactos e com menores custos.
Seguindo essa tendência, é proposto para este trabalho um
sistema integrado composto de dois conversores Flyback integrados. A
função desse conversor integrado é manter a carga da bateria ou realizar
o acionamento da iluminação de emergência (alimentando os LED’s).
O circuito elétrico do conversor do sistema de iluminação de
emergência proposto é apresentado na figura 4.4. O circuito apresenta
dois conversores Flyback integrado pela utilização do mesmo núcleo
magnético para ambos os conversores Flyback. Pelo fato dos conversores
não operam simultaneamente, não há interferência de um no
funcionamento do outro.
Figura 4.4 - Conversor Flyback integrado
54
O conversor proposto diferencia-se dos demais pelo enrolamento
L
2
trabalhar como secundário, no momento em que a bateria está sendo
carregada, e como primário, quando a conversor está alimentando os
LED’s. Por essa razão é necessário fazer o controle a dois graus de
liberdade, variando a freqüência de chaveamento e a razão cíclica.
Este conversor apresenta dois estados de funcionamento. O
primeiro, quando a rede elétrica estiver operando o conversor Flyback
deve carregar a bateria até o seu valor nominal, este estado é definido
como estado de flutuação. O segundo estado é o funcionamento, onde ao
detectar-se a falha da rede elétrica o conversor deve alimentar os LED’s
através da energia da bateria.
4.4.2.1 ESTADO DE FLUTUAÇÃO
No modo de flutuação, a bateria deve ser carregada pela energia
da rede elétrica. O sistema opera conforme a figura 4.5. O circuito efetua
a recarga da bateria através do conversor Flyback posicionado entre a
rede elétrica e a bateria.
Figura 4.5 Conversor Flyback integrado – Estado de Flutuação
55
A chave S
1
é comandada enquanto S
2
é mantida desligada. O
diodo intrínseco de S
2
(D
S2
) completa a configuração Flyback do
conversor. O funcionamento do circuito deste estado é descrito pelas
seguintes etapas:
Etapa 1: O nível alto do sinal PWM aplicado em VGS1 aciona S
1
, a
energia proveniente de V
rede
efetua magnetização no primário do
transformador.
Etapa 2: O nível baixo do PWM cessa a condução de S
1
. A energia
armazenada no transformador é transferida pelo secundário através do
diodo intrínseco de S
2
, induzindo uma corrente na bateria (recarga). O
conversor foi projetado para operação em modo descontínuo, retornando
à etapa 1 totalmente desmagnetizado.
4.4.2.2 ESTADO DE FUNCIONAMENTO
O sistema, no modo de operação funcionamento, opera conforme a
figura 4.6. Neste modo de operação, o sistema aciona a iluminação de
emergência, o interruptor S é ligado, a chave S
2
é comandada, enquanto
S
1
permanece fora de operação.
Figura 4.6 Conversor Flyback integrado – Estado de Funcionamento
56
As etapas de funcionamento do circuito são análogas ao modo
anterior. A carga do circuito é o ponto de luz que é formada pelo NUD
4001 e pelos LED’s.
4.4.3 PROJETO DOS CONVERSORES FLYBACK INTEGRADOS
Esta proposta de integração utiliza o mesmo componente
magnético para os dois conversores Flyback. Para que cada conversor
opere eficientemente, o projeto deve contemplar as seguintes
características:
- O núcleo magnético escolhido deve atender os requisitos de
funcionamento de ambos os conversores (fluxo magnético máximo,
freqüência de operação, potência de saída, etc.).
- Deve haver uma convergência em ambos os projetos para a
indutância do enrolamento ligado à bateria, devido a este enrolamento ser
o secundário (figura 4.5) com o conversor mantendo a carga da bateria e,
ser o primário (figura 4.6) acionando os LED’s.
Nas próximas subseções são apresentados os dados do projeto e
sua metodologia, estes valores são utilizados no próximo capítulo para
desenvolvimento do sistema de controle utilizando um microcontrolador.
Os dados de projeto que serão utilizados para realizar o sistema de
controle apresentam-se nas tabelas 4.1 e 4.2. Para maior facilidade na
identificação dos conversores é utilizada a denominação “Modo e
Flutuação” para o conversor mantendo a carga na bateria e “Modo de
Funcionamento” para o conversor acionando os LED’s.
57
Tensão da rede (V
REDE
) 220 V
RMS
Razão cíclica máxima (D
MAX
) 0,45
Rendimento () 80%
Variação da Tensão da Entrada (V) 20%
Tensão de recarga da bateria (V
BAT
) 13,7 V
Corrente de recarga máxima da bateria (I
BAT
) 0,7 A
Fluxo magnético máximo (B
MAX
) 0,2 T
Variação do fluxo magnético (B) 0,2 T
Fator de utilização do primário (kP) 0,5
Fator de utilização da área do enrolamento (kw) 0,4
Potência de saída (P
OUT
) 3,6 W
Densidade de Corrente (J)
300 A/cm
2
Tabela 4.1 – Projeto - Conversor Flyback mantendo a carga da bateria
Tensão da bateria (V
REDE
) 12 V
Razão cíclica máxima (D
MAX
) 0,45
Rendimento () 80%
Máxima variação d tensão na bateria (V) 20%
Tensão de saída (V
LED
) 8 V
Corrente de saída (I
LED
) 1.8 A
Fluxo magnético máximo (B
MAX
) 0,2 T
Variação do fluxo magnético (B) 0,2 T
Fator de utilização do primário (kP) 0,5
Fator de utilização da área do enrolamento (kw) 0,4
Potência de saída (P
OUT
) 14,4 W
Densidade de Corrente (J)
300 A/cm
2
Tabela 4.2 – Projeto - Conversor Flyback acionando os LED’s
Por especificações das normas [4] e [5] as baterias não devem
operar com menos de 20% de sua tensão nominal. O sistema de controle
deve efetuar a verificação da tensão da bateria durante o período em que
58
fornece energia para o circuito, e desligar a alimentação quando sua
tensão for inferior a 80%.
Especificou-se a freqüência de 25 kHz (de forma a ser superior a
audível) para operação para o Modo Funcionamento (maior potência de
saída).
Para convergência entre os valores da indutância do secundária do
modo flutuação e a indutância do primário do modo funcionamento, a
freqüência de operação dos dois conversores deve ser diferente. Através
da relação das especificações, foi determinado que a freqüência de
operação do conversor operando no modo Flutuação deve ser de 130
Khz.
As tabelas 4.3 e 4.4 apresentam os valores encontrados no projeto
do sistema.
Indutância do Primário (L
P
) 4 mH
Indutância do Secundário (L
S
) 27 µH
Capacitor de entrada (C
IN
) 50 µF
Capacitor de Saída (C
OUT
) 10 µF
Número de voltas do enrolamento primário (N
P
) 72
Número de voltas do enrolamento secundário (N
S
) 6
Tabela 4.3 – Valores - Conversor Flyback mantendo a carga da bateria
Indutância do Primário (L
P
) 27 µH
Indutância do Secundário (L
S
) 53 µH
Capacitor de Saída (C
OUT
) 10 µF
Número de voltas do enrolamento primário (N
P
) 6
/Número de voltas do enrolamento secundário (N
S
) 7
Tabela 4.4 – Valores - Conversor Flyback acionando os LED’s
59
4.4.4 SIMULAÇÃO DO CONVERSOR
Para demonstrar o funcionamento do conversor, abaixo são
apresentadas as formas de onda da simulação no software ORCAD do
conversor proposto. A figura abaixo mostra o circuito simulado.
RESR12
300m
RF1
2k
HV
RF2
1k
R101
91k
U1
9m
1 2
U3
9m
1 2
D2
BZX84C3V0L
1 3
R1
10m
R10
200m
LI1
60uH
Dbreak
D3
0
V4
12V
Cfb
1n
0
LP
4mH
RESR1
100m
0
C4
10u
IC = 8.4
NCP1010P13
Vcc Gnd
FB
HV
U12
NCP1010P13
Lout
10u
Rload
8
0
Q1
BC548A
LF
25uH
C3
220uF
IC = 12
R102
10m
D4
MUR160
C7
220p
Drain
R102
10m
LS
25uH
Rload
12
C3
220uF
IC = 12
C1
470uF
IC = 12
U2
9m
1 2
Dout
MBR 340
Vbulk
330
C1
470uF
IC = 12
Lout
10u
RESR12
300m
LS
55uH
FB
CF
470uF
IC = 5
U4
9m
1 2
K
K1
COUPLING = 1
K_Linear
Vcc
Dout
MBR 340
RESR1
100m
Figura 4.7 – Conversor Simulado
As figuras 4.8 e 4.9 apresentam a simulação do sistema no modo
de operação da rede elétrica. São mostradas as formas de onda das
correntes no primário e secundário do transformador Flyback e, tensão e
corrente na carga (bateria).
60
Figura 4.8 – Corrente no primário (inferior) e secundário (superior) do conversor
mantendo a carga da bateria
Figura 4.9 – Tensão e corrente na carga do conversor mantendo a carga da bateria.
As formas de onda para o modo emergência são apresentadas nas
figuras 4.10 e 4.11. São apresentadas a corrente no primário e no
secundário do transformador Flyback e a tensão e corrente na carga
(LED’s).
61
Figura 4.10 – Corrente no Primário (inferior) e secundário (superior) do conversor
acionando os LED’s
Figura 4.11 – Tensão (superior) e Corrente (inferior) na carga do conversor acionando os
LED’s
4.5 IMPLEMENTAÇÃO
4.5.1 CIRCUITO DE ENTRADA
A adequação entre os níveis de tensão da rede com a tensão de
barramento utilizada para recarga da bateria e acionamento da fonte de
62
luz (no caso da fonte de luz de emergência ser utilizada como iluminação
não permanente) é realizada pelo circuito de entrada. Este é composto
por um retificador de onda completa, formado por uma ponte retificadora e
um capacitor de filtro conforme a figura 4.12. O circuito tem a vantagem
na sua simplicidade, pois não necessita de elementos ativos. A
alimentação do circuito é proveniente da rede de 220 V
rms
.
Figura 4.12 – Estágio de entrada do conversor.
4.5.2 ACIONAMENTO DO FLYBACK COM NCP 1013
Para acionar um conversor Flyback é necessária a utilização de um
dispositivo ativo que funcione como chave, normalmente utiliza-se um
MOSFET acionado através de uma modulão PWM. Uma maneira eficaz
de substituir o MOSFET para acionar o conversor Flyback é através de
um driver para acionamento. Neste trabalho utilizou-se o NCP 1013. Este
dispositivo integra as funções de uma chave, além de possuir o controle
interno.
O driver NCP 1013 integra um controlador de corrente de
freqüência fixa com um MOSFET de 700V. Ideal para fontes compactas e
de baixa potência, com soft start.
Este NCP opera com três freqüências fixas, 65 – 100 – 133kHz.
63
Figura 4.13 – Flyback com NCP 1013 (ON semiconductors, 2007).
Este driver não necessita de enrolamento auxiliar para o
acionamento, permitindo alimentar o Circuito Integrado (CI) direto da rede
de alta tensão (DSS – Dynamic Self-Supply).
Esta solução simplifica a construção do transformador e garante
um melhor controle do SMPS (Self-Supplied Monolithic Switcher) em
condições difíceis de saída, como operações em corrente constante.
Porém, para uma performance standby improvisada, um enrolamento
auxiliar pode ser conectado ao pino V
CC
para desabilitar o modo DSS.
O CI detecta a presença de um curto-circuito, reduzindo a potência
de saída para a proteção total do sistema. Uma vez que o curto-circuito
tenha desaparecido, o controlador retoma sua operação normal.
Quando o enrolamento auxiliar é conectado ao pino V
CC
, o
dispositivo pára o DSS e passa a operar com a potência proveniente do
enrolamento auxiliar.
Um sinal de tensão de 8,7 V é conectado entre o V
CC
e o terra. No
caso da corrente injetada neste sinal ser maior que 7,4 mA (típico), o
controlador “desliga” e fica neste estado até que V
CC
caia para 3 V.
Pelo ajuste do limite do resistor em série do terminal V
CC
, é
possível implementar uma função de proteção de sobretensão (OVP)
desativando o circuito no caso de quebra do optoacoplador ou problemas
de realimentação.
64
Se o SMPS apresentar naturalmente uma boa eficiência com a
carga nominal, este será menos eficiente quando a demanda da potência
de saída diminuir.
Em ciclos com ausência de altas tensões, o NCP reduz
drasticamente a potência dissipada durante condições de pouca carga.
Um enrolamento auxiliar pode ser uma ajuda adicional para a diminuição
da potência de reserva para níveis extremamente baixos pela invalidação
da operação DSS. Valores típicos: entre 80 mW @ 230 Vac para uma
fonte típica universal de 7 W.
Em vez de o circuito atingir altos picos de corrente, o NCP espera
até a demanda da corrente de pico cair a ¼ do valor fixo do limite máximo.
Como resultado, o circuito pode operar sem o uso de um transformador. O
que acarreta a ausência de ruído durante a operação.
Quando o dispositivo é ligado, a fonte de corrente interna (típico 8
mA) é induzida e carrega o capacitor (V
CC
) do pino de dreno. Uma vez
que a tensão V
CC
alcança V
CCoff
(± 8,5 V), a fonte de corrente desliga e
pulsos são liberados para a saída; o circuito é estimulado e o MOSFET é
ativado (Figura 4.13).
A proteção do estouro da razão cíclica pode ser facilmente
computada através dos vários intervalos de tempo (Figura 4,14).
Sendo carregada pelo consumo do circuito, a tensão do capacitor
V
CC
diminui. Quando o controlador DSS detecta que V
CC
está em 7,5 V
(V
CCon
), ele ativa uma fonte de corrente interna para trazer V
CC
para 8,5 V
e pára novamente.
A baixa freqüência depende de V
CC
(capacitor) e do consumo do
CI. Um ripple de 1 V está no pino V
CC
, o qual a média do valor é de:
2
)(
onoff
VccVcc
+
65
Fig. 4.14 – Operação de DSS (ON semiconductors, 2007).
Como visto, o capacitor VCC deverá ser dimensionado a fim de
oferecer um tempo de partida adequado. A regulagem é alcançada antes
que VCC passa para 7,5 V.
Sabe-se que V = 1 V e ICC1máx = 1,1 mA (11 e 65 kHz). Então
o capacitor pode ser calculado:
V
tstartupmáxIcc
C
x
*1
Onde t
startup
= 10 ms
**Calcular o capacitor para um período de 15 ms.
Como resultado, o capacitor C deve ser maior que 20 µF; assim, a
escolha de um de 33 µF/16 V é apropriada.
Este dispositivo apresenta proteção interna contra curto circuito. A
proteção interna do circuito implica em um arranjo patenteado que
monitora permanentemente a confirmação de um erro (monitora se algum
dado contradiz a flag). Esta flag é um comando que dá a instrução ao
controlador se o limite máximo da corrente de pico foi alcançado. Isto,
66
naturalmente, ocorre durante o tempo de partida (startup) um valor fixo ou
quando o optoacoplador não está polarizado, como, por exemplo, nas
condições de curto-circuito ou quando a ação da rede está interrompida.
Quando o DSS opera normalmente, a “lógica” (comando) verifica a
presença do erro, cada vez que V
CC
passa por V
CCon
. Se o erro está baixo
(limite não alcançado), o CI trabalha normalmente. Se o erro está alto, o
NCP interrompe imediatamente os pulsos de saída, reduzindo o consumo
interno de corrente e não permite a partida (início): V
CC
cai até alcançar o
chamado “nível de fechamento”, onde a fonte de corrente tenta ativar
novamente o recomeço (partida) do trabalho do CI. Quando o erro não
está mais presente, o CI automaticamente volta à sua rotina.
Se a falha permanece, o CI cai de 8,5 V a 7,5 V e entra numa fase
de “fechamento”. A operação resultante garante uma média baixa de
dissipação de potência e leva o SMPS a sustentar um curto-circuito
permanente. A inclinação crescente do “nível de fechamento” até 8,5 V é
expressa por:
1
*1
IC
CV
Tstart
=
O tempo em que o CI pulsa é dado por:
1
*2
I
CC
CV
tsw
=
E o tempo de “fechamento”:
2
*3
ICC
CV
Tlatch
=
Dessas 3 definições, o limite da razão cíclica (duty-cycle) pode ser
calculado:
Ttota
l
Tsw
TlatchTswTstar
t
Tsw
dc =
+
+
=
67
)
2
3
1
2
1
1
(*1
2
ICC
V
IC
V
ICC
V
ICC
V
dc
+
+
=
Substituindo os valores indicados na equação, obtidos na seção
dos parâmetros, o resultado dará em torno de 0,13, evitando assim
qualquer aquecimento em momentos de falhas.
Mantendo a freqüência de chaveamento em torno do valor nominal,
espalha-se a energia contida nas freqüências adjacentes sendo melhor do
que mantê-la concentrada em um único raio. Isto oferece o beneficio de
reduzir artificialmente os ruídos no receptor padrão de EMI e passar nos
testes facilmente.
A “varredura” de EMI é executada conforme o ripple do V
CC
(induzido pela atividade do DSS) para o oscilador interno. Como
resultado, a freqüência de chaveamento aumenta e diminui conforme o
ritmo do DSS. -> Variação típica da freqüência nominal: ± 3,3%
Com um ripple de 1 V pico-a-pico, a freqüência é igual a 65 kHz no
meio do ripple e aumentara ou diminuirá como V
CC
.
O NCP apresenta um soft-start interno de 1 ms ativado durante a
potencia em seqüência (power on sequence) (P
on
). Como visto que o V
CC
alcança V
CCoff
, o pico de corrente é gradualmente aumentado de
aproximadamente zero até o nível interno máximo de grampeamento.
Esta situação dura 1 ms e além desse período o limite do pico de corrente
é bloqueado para o máximo até que a fonte seja regulada.
O soft-start é também ativado durante o estouro da sobrecorrente
(OCP).
Todas as tentativas de recomeço são seguidas por uma ativação
de soft-start. Geralmente o soft-start será ativado quando V
CC
aumentar
de zero (fresh power-on sequence) ou 4,7 V, a tensão de “desligamento”
ocorre durante a OCP.
68
4.5.3 ACIONAMENTO DOS LED’S
A intensidade luminosa emitida pelos LED’s é diretamente
proporcional à sua corrente de polarização direta, sendo um arranjo série
o mais indicado para se alimentar conjuntos destes dispositivos;
garantindo-se assim que a corrente através de cada LED seja igual, e
evitando variações perceptíveis de intensidade luminosa entre cada
dispositivo.
Por se tratar de um dispositivo cuja resistência equivalente possui
coeficiente negativo de temperatura, é necessária a utilização de um
circuito limitador de corrente.
A alternativa mais comum seria a utilização de uma resistência em
série com o arranjo, entretanto isso resultaria em uma dissipação
considerável de energia, reduzindo a eficiência do conjunto.
Outra maneira utiliza um transistor NPN, com configuração
emissor-comum, operando na região linear de polarização (figura 4.15).
[10]. Assim, através do controle da corrente de base obtém-se a corrente
de coletor desejada para alimentar os LED’s, neste caso 350mA.
Figura 4.15 – Controle de Corrente com transistor NPN
Ainda é possível a utilização de um circuito integrado “NUD 40001”.
Este dispositivo é dedicado para esta aplicação e o controle da corrente é
69
realizado através do resistor externo, mostrado na figura. Por ser de
tamanho reduzido e custo reduzido, com maior facilidade de
implementação este dispositivo será utilizado neste projeto.
Figura 4.16 NUD 4001 (ON semiconductors, 2007).
A escolha do resistor (R
ext
) é realizada com base nos dados abaixo:
1º Determinar o corrente nos LED’s.
Para o LED luxeon PW01, de 1W, utilizado neste trabalho, a
corrente máxima de polarização é de 350mA. Utilizando esta corrente
como base podemos passar para o próximo passo.
2º Calcular o valor da R
ext
.
LEDsenseext
IfiguraVR /)15.4(=
=
°
=
= 2350/)25(7.0 mACTjR
ext
O NUD 4001 tem como principais vantagens manter o índice de
iluminação dos LED’s constante quando alimentado por bateria, podendo
ser utilizado nas mais variadas aplicações com LED’s, pois possuem
70
dimensões reduzidas, circuito simples e de fácil projeto.
Por estes motivos é utilizado o NUD 4001 nesta proposta para o
controle de corrente nos LED’s.
Figura. 4.17 NUD 4001 (ON semiconductors, 2007).
Para garantir o mesmo fluxo luminoso em cada um desses pontos
é necessário que haja um controle de corrente individual, garantindo
assim uma corrente de polarização constante em todos os LED’s.
O sistema proposto foi realizado utilizando um arranjo misto de LED’s
de potência, Luxeon modelo emitter LXHL-PW01, distribuídos
uniformemente no ambiente. Cada ponto de luz possui dois LED’s
conectados em série e, estes arranjos foram conectados em paralelo com
o conversor.
71
Figura 4.18 - Controle de Corrente com NUD 4001
4.5.4 SISTEMA DE CONTROLE
A seguir será apresentado o desenvolvimento do sistema do
controle do sistema de iluminação escolhido, utilizando um
microcontrolador Motorola da família HC08. Este sistema de controle é
responsável pelo comando o circuito, medição da tensão da bateria e da
rede, além do acionamento da iluminação de emergência em caso de
falha da transmissão da rede, respeitando duas condições, tensão na
bateria e nível de iluminação do ambiente. Também serão apresentadas a
descrição do sistema de controle, as características do microcontrolador e
CI escolhidos, e a programação para o sistema.
O sistema de controle tem a função de controlar a recarga da
bateria e acionamento do sistema de emergência. Primeiramente o
sistema verifica a tensão da rede para determinar o modo de operação
(Estado de Flutuação e Estado de Emergência). Entretanto para entrar no
modo de Emergência é feita uma leitura da intensidade luminosa do
ambiente, para evitar que o sistema seja iluminado sem a necessidade,
economizando assim a energia da bateria. Também é realizado um
72
monitoramento constante da tensão da rede, para verificar mudança de
modo de operação.
No modo de operação Estado de Flutuação, o sistema determinará
se é necessário ou não carregar a bateria. Se a tensão da bateria for
maior que o mínimo, o sistema permanecerá somente monitorando a
tensão da bateria e da rede para identificar a mudança de estado.
Caso contrário, se a tensão na bateria tiver valor inferior ao
mínimo, o sistema efetuará a recarga. Neste estado, o sistema monitora a
corrente de recarga. Para baterias de níquel-cádmio, quando é aplicada a
tensão nominal na bateria e a corrente de recarga atingir um valor mínimo
em um rápido intervalo de tempo, então a bateria está carregada. É
importante evitar a sobrecarga desse tipo bateria, pois causará
danificação em sua estrutura. [11]. Para as baterias de chumbo-ácido é
aplicada uma tensão um pouco acima da nominal, conforme especificação
do fabricante. Um exemplo é para a bateria chumbo ácido 12V 7,2Ah, a
tensão de flutuação deve ser de 14,4 -15,0V e com uma corrente máxima
de 1,75A. Já para a bateria de 6V 4,5Ah, a tensão de flutuação deve ser
de 6,75 – 6,9V e Corrente máxima de 1A.
No modo de operação emergência, o sistema determina se deve
acionar ou não o sistema de iluminação de emergência. Esta
determinação é baseada no nível de iluminação do ambiente e na tensão
da bateria. A Norma brasileira, ABNT, exige um nível de iluminação de 3 a
5 lux. Então deve ser realizada uma medição da iluminação do ambiente
para acionar ou não a iluminação, caso ocorra à falha da rede elétrica
durante o dia, e haja uma iluminação natural do ambiente, superior à
especificada, não se faz necessário à utilização do sistema de iluminação
de emergência, economizando a energia da bateria. Se a tensão da
bateria for inferior a um valor mínimo não deverá fornecer energia para o
sistema por especificação das normas [4] [5], evitando assim um desgaste
da bateria.
73
O diagrama de blocos da figura 4.19 apresenta os modos de
operação e suas operações.
Figura 4.19 – Diagrama de Blocos do Sistema de Controle
Onde:
VREDE é a tensão da rede retificada.
74
VBAT é a tensão da bateria (valor nominal).
Vmin é a tensão mínima para acionar o sistema de emergência (definida
por norma)
VB é a tensão limite na bateria.
Onde n é dado por:
4.5.4.1 MICROCONTROLADOR
A utilização de um microcontrolador como dispositivo de controle
possibilita em um único chip ter todos os elementos necessários para
realizar o controle completo do sistema: CPU, RAM e ROM, canais A/D e
D/A, temporizadores, portas seriais e paralelas, etc.
A escolha de um tipo de microcontrolador específico dentro de
determinadas famílias se torna uma tarefa difícil, lembrando sempre que o
fator primordial em se tratando de reator eletrônico é o custo. Dentro de
diversas possibilidades foi escolhido o microcontrolador que melhor se
adaptasse as necessidades do projeto, o qual possuísse baixo custo,
tamanho reduzido, fácil aplicabilidade, número reduzido de componentes
externos para o seu funcionamento e disponibilidade de uso.
A seleção do microcontrolador utilizado foi dada em três etapas:
1º Etapa: Seleção do microcontrolador mais adequado para a função a
ser realizada, que possua memória e canais A/D e D/A para controle do
sistema.
2º Etapa: Custo do microcontrolador.
2º Etapa: Software e hardware disponíveis, a facilidade de
desenvolvimento do programa.
Dentre muitas possibilidades o microcontrolador, de oito bits
fabricado pela Motorola, sob o código MC68HC908JK1, foi o escolhido,
cujas características são:
o 8 MHz, clock interno
o 1536 Bytes de Memória Flash (gravável, regravável e apagável
eletricamente)
75
o 128 Bytes de Memória RAM
o 2 canais de timer (16 bits)
o 12 canais de A/D (8 bits)
o 15 entradas ou saídas de uso geral
1 interrupção por pino externo
4 drives para conexão de LED’s de 25 mA
2 saídas em coletor aberto (25 mA)
2 canais de geração de PWM
As características apresentadas pelo microcontrolador da Motorola
se adaptam perfeitamente ao projeto, pois o mesmo possui:
o Módulo de geração de PWM;
o Conversores analógico/digitais internos;
o Timer interno (temporizador)
o Capacidade de interrupção por pino externo;
o Maior capacidade de corrente em alguns pinos;
o Necessita somente de uma referência de clock externa;
o Baixo custo, compatível com os microcontroladores de sua classe;
o Vasta literatura;
o Bom ferramental e suporte de desenvolvimento;
o Excelente disponibilidade;
o Facilidade de uso;
o Robustez;
A figura 4.20 apresenta os pinos do microcontrolador MC68HCJK1
e suas funções. As PTB e PTD são portas que podem ser configuradas
como entradas (podendo ser conversores analógicos digitais – A/D) ou
saídas. Os pinos PTD4 e PTD5 podem ser configurados para gerarem
sinais PWM de razão cíclica variável.
76
Figura 4.20 – Microcontrolador
4.5.4.2 SENSORES
O microcontrolador é responsável pela supervisão e controle do
conversor. Dentro das atribuições do microcontrolador estão realizar a
medida da intensidade luminosa no ambiente, a tensão da rede elétrica, a
carga e corrente de carga na bateria, entre outros.
Essa intensidade luminosa do ambiente deve ser interpretada pelo
microcontrolador, mas para isso necessita de um sensor específico.
4.5.4.2.1 SENSOR DE LUMINOSIDADE
O sensoriamento de luminosidade usa sensor do tipo LDR (light
dependent resistor), componente o qual possui a característica de variar a
sua resistência inversamente proporcional à intensidade luminosidade
incidente no mesmo.
Este tipo de sensor é composto por Sulfato de Cádmio, o qual
apresenta uma resistência elevada na ausência de luz e tem a sua
resistência diminuída quando recebe iluminação.
Algumas características do sensor podem ser citadas:
o Custo reduzido;
o Curvas de sensibilidade parecidas com as da visão humana;
o Robustez, suportando picos de tensão elevados;
o Espectro de freqüência limitado;
77
o Susceptibilidade a temperatura;
Para a interpretação do sinal, proveniente do sensor de
luminosidade, há a necessidade do uso de um circuito auxiliar ao LDR.
Este circuito fará a conversão da resistência variável do sensor em um
sinal que possa ser interpretado pelo microcontrolador.
O circuito mostrado na Figura 4.21 representa o circuito auxiliar
usado para a interpretação da intensidade luminosa. Como pode ser visto,
é feito um divisor resistivo onde um de seus componentes é o próprio LDR
e que conforme a intensidade luminosa incidente no mesmo, o sinal de
tensão na saída varia, em diversos níveis, chegando a uma amplitude
máxima de 5V e mínima de 0V. O capacitor é usado como filtro, na
estabilização do nível de tensão, diminuindo a sensibilidade do sensor.
O sinal proveniente do circuito de sensoriamento da intensidade
luminosa deverá ser convertido para o domínio digital através de
conversor A/D, o qual está interno no microcontrolador.
Figura 4.21 - Circuito auxiliar de sensoriamento da intensidade luminosa
78
4.5.4.2.2 MEDIÇÃO DA TENSÃO DA REDE ELÉTRICA
A leitura dos sinais pelo microcontrolador deve ter seus
aterramentos isolados da rede elétrica, por esse motivo, faz-se necessário
a utilização de optoacopladores. O pino IRQ do microcontrolador é
responsável pela leitura desse sinal para posterior determinação do modo
de operação do sistema.
Os optoacopladores ópticos são dispositivos que possibilitam a
transferência de um sinal de controle ou mesmo de um sinal que carrega
uma informação, de um circuito para outro, sem a necessidade de
acoplamento elétrico[12].
Esses dispositivos são formados por um LED infravermelho e um
fotodetector que pode ser um transistor. As características de cada parte
devem estar associadas a um mesmo comprimento de onda de luz para
que o acoplamento seja o melhor possível. A figura 4.22 apresenta o
diagrama esquemático do optoacoplador 4n25. [13] [14].
Figura 4.22 – Optoacoplador
O sinal aplicado entre os terminais 1 e 2 do optoacoplador é
transferido por um feixe de luz produzido por um emissor LED e é
recebido por um transistor fotodetector que se polariza. Como não existe
79
contato entre os dois componentes, diodo fotoemissor e transistor
fotodetector, o isolamento entre os dois componentes é teoricamente
infinito.
O resistor R1, em série ao sinal de entrada, é utilizado para limitar
a corrente no circuito de entrada. O seu valor deve ser determinado
levando em consideração a máxima corrente permitida no LED.
Na saída, entre o pino 4 e a referência, o resistor R2 é responsável
por limitar a corrente do coletor e a tensão entre o emissor e coletor do
transistor.
4.5.4.2.3 MEDIÇÃO DE TENSÃO E CORRENTE DA BATERIA
Dentre as funções do microcontrolador estão realizar as medições
de tensão e corrente na bateria. Seus canais A/D identificam somente
diferença de nível de tensão entre um pino do canal A/D e o pino de
referência (terra - pino 2). Então, na medição da tensão, um divisor
resistivo R
op12
e R”
op12
são utilizados para adequar os níveis de tensão de
entrada no pino do canal A/D do micro.
A medição da corrente é efetuada utilizando um resistor R
shunt
de
pequena resistência. A leitura da tensão nos seus terminais é
proporcional a corrente que percorre a bateria. Caso opte-se por um valor
de resistência muito pequeno (quanto menor a resistência, menor sua
interferência no sistema) será necessária à utilização de um amplificador
para leitura do sinal pelo microcontrolador (PTB0).
80
4.6 ESTRUTURA COMPLETA DO SISTEMA
De posse de todos os blocos constituintes do sistema de iluminação
é apresentado na figura 4.23 o diagrama completo do reator com todas as
partes estudadas indicadas.
4.7 RESULTADOS EXPERIMENTAIS
A fim de validar a proposta realiza-se a implementação do sistema
de iluminação de emergência proposto. Projetando segundo as
especificações apresentadas na seção 4.4. O sistema implementado é
mostrado na figura abaixo.
81
D1
LDR
0
C32
10p
Sensor de
Luminosidade
HV
Vbat
D12
LED
U14
4N25
1 6
2
5
4
IRQ1
Amplificação
do Sinal PWM
CF
C3
220uF
C3
R1
GND
PWM
C4
10u
GND
D3
U14
MC68HC908JK1
20
52
9
10
18
19
16
17
6
7
8
11
12
13
14
15
1
3
4
RST
VddVSS
PTD7
PTD6
PTD5
PTD4
PTD3
PTD2
PTB7
PTB6
PTB5
PTB4
PTB3
PTB2
PTB1
PTB0
IRQ1
OSC1
OSC2/PTA6
0
Q3
BC337
Microcontrolador
0
LS
C7
R6
Vbat
0
C1
Rshunt
Cfb
1n
RF2
1k
1
VBat
Vin
Boost
Rext
Gnd
Iout
R10
LP
PTB0
NCP1010P13
Vcc Gnd
FB
HV
Q1
NUD 4001
D5
LS
PTB5
C3
D8
2
D5
0
Dz
R7
PTB2
R3
LS
0
R5
0
3
4
R9
5V
C5
0
D7
5V
D2
D11
LED
Medições de Tensão e
Corrente na Bateria
R11
Q2
BC337
PTB5
X1
D9
U13
7805
1 2
3
IN OUT
GND
D4
MUR160
PWM
D4
0
5V
5V
Snubber
Medição da
Tensao da Rede
GND
Figura 4.23 – Circuito Completo
82
A seguir são mostradas as formas de onda do protótipo
implementado.
Figura 4.24 – Tensão na chave Vds e Corrente no secundário do conversor no Modo
Flutuação ( 250 V/div, 1 A/div, 5µs ).
Figura 4.25 – Tensão na chave Vds e Corrente no primário do conversor no Modo
Flutuação ( 250 V/div, 1 A/div, 5µs ).
83
Figura 4.26 – Tensão e Corrente na bateria ( 10 V/div, 1 A/div, 5ms )
As figuras 4.24 a 4.26 mostram as formas de onda do conversor
operando no estado de flutuação, onde a bateria é recarregada. Neste
modo de operação o conversor opera a 130Khz. A ondulação da tensão
na figura 4.24 é devido as capacitâncias e indutâncias intrínsecas ao
NCP.
Figura 4.27 – Tensão na chave Vds e Corrente no secundário do conversor no Modo
Emergência (10 V/div, 1 A/div, 20 ms ).
84
Figura 4.28 – Tensão na chave Vds e Corrente no secundário do conversor no Modo
Emergência ( 10 V/div, 1 A/div, 10ms )
Figura 4.29 –Tensão (superior) e Corrente (inferior) no LED ( 5 V/div, 1 A/div, 10ms ).
As figuras 4.27 a 4.29 mostram as formas de onda do conversor
operando no estado de funcionamento, os LED’so acionados a partir
da energia da bateria. Neste modo de operação o conversor opera a
25Khz.
85
Figura 4.30 – Freqüência 130KHz – Modo Flutuação ( 40 V/div, 25µs ).
Figura 4.31 – Freqüência 25Khz Modo Emergência ( 5 V/div, 25µs ).
As figuras 4.30 e 4.31 mostram as freqüências que operam os
conversores integrados. No modo em que a bateria está sendo carregada,
o conversor opera a uma freqüência de 130KHz. E no momento em que
os LED’s estão sendo acionado pela energia da bateria, o conversor
opera a 25Khz.
86
O NCP que é utilizado opera com freqüência nominal de 130Khz.
Mas como a variação é de 117Khz a 143Khz observa a freqüência de
137Khz.
4.8 CONCLUSÃO
Após o surgimento dos LED’s de potência, em 1998, surgiu uma
gama de aplicações com este dispositivo, dentre eles o sistemas de
iluminação de emergência. A utilização dos pontos de luz distribuídos no
ambiente trazem grandes vantagens em frente aos sistemas atuais.
Devido ao seu tamanho reduzido, o LED não interfere
esteticamente no ambiente, e o mais importante, os pontos de luz não
apresentam alta intensidade luminosa, o que poderia acarretar
ofuscamento da visão, e nem pontos de sombra. Foi proposta a utilização
da própria luminária das lâmpadas fluorescentes para acoplar os LED’s
assim obtendo uma iluminação de emergência discreta, funcional e que
não influencia na estética do ambiente.
Com a integração de conversores obtemos um conversor compacto
e com menor número de componentes, o que acarretou em um menor
custo e tamanho para o projeto.
O conversor flyback responsável por manter a carga da bateria
utiliza como chave o NCP1013, dispositivo que integra o Mosfet com um
controlador de corrente com freqüência fixa. Para o diodo do secundário
deste conversor é utilizado o diodo intrínseco ao Mosfet. Com o conversor
acionando os LED’s o indutor, antes secundário, agora opera como
primário. O Mosfet que antes operava como diodo agora opera como
chave.
O controle de corrente nos LED’s é realizado com um circuito
integrado, o NUD4001, este apresentou melhores vantagens em sua
utilização.
87
Todas as funções do sistema são controladas e supervisionadas
através de um microcontrolador. Dentre suas principais funções estão a
supervisão da tensão da rede elétrica, leitura da tensão e corrente na
bateria, intensidade luminosa do ambiente e gerar o PWM para o
acionamento do Mosfet no modo emergência.
Capítulo 5
CONCLUSÃO GERAL
Buscando aperfeiçoar e modernizar os sistemas de iluminação de
emergência foi proposto neste trabalho a utilização de LED’s, através de uma
abordagem diferenciada, onde os pontos de luz do sistema são distribuídos.
Tendo como base as normas ABNT NBR 10890 e IEEE Std 446.
Foram introduzidos neste trabalho conceitos fundamentais sobre
luminotécnica, além dos métodos para cálculo luminotécnico.
No segundo capítulo foram apresentados os conceitos e classificações dos
LED’s, e também características físicas e construtivas dos mesmos. Verificou-se
que a utilização de LED’s de potência para iluminação de emergência é a mais
adequada devido a seu ângulo de abertura de aproximadamente 160º o que
possibilita melhor aproveitamento do fluxo luminoso.
A alta vida útil dos LED’s e as pesquisas em busca de uma maior eficácia
luminosa fazem com que estes tenham suas aplicações cada dia mais ampliadas.
O LED é uma luz monocromática e podemos obter qualquer cor no
espectro, dependendo do cristal e da impureza da dopagem. Assim podendo obter
o LED de cor branca. Foram apresentadas três maneiras para a obtenção desse
dispositivo.
Comparações com lâmpadas fluorescentes e com halógenas mostraram as
vantagens da utilização de LED’s neste sistema, dentre as vantagens estão as
facilidades de acionamento, por não necessitar de ignitor; luz dirigida, devido a
seu ângulo de abertura, não necessitando de calhas ou refletores; maior vida útil,
diminuindo gastos com manutenção, alta eficácia luminosa, sendo que esta vem
crescendo a cada ano fazendo dos LED’s um novo conceito em iluminação.
A utilização dos pontos de luz distribuídos no ambiente trazem grandes
vantagens em frente aos sistemas atuais. Devido ao tamanho reduzido do LED o
mesmo não interfere esteticamente no ambiente, e o mais importante, os pontos
89
de luz não apresentam alta intensidade luminosa, o que pode acarretar
ofuscamento da visão, e nem pontos de sombra. Foi proposta a utilização da
própria luminária das lâmpadas fluorescentes para acoplar os LED’s assim
obtendo uma iluminação de emergência discreta, funcional e que não influencia na
estética do ambiente.
A integração de conversores acarretou em um menor custo e tamanho para
o projeto, com a utilização de apenas um núcleo para os dois conversores flyback.
O flyback que é responsável por manter a carga da bateria utiliza como
chave o NCP1013, dispositivo que integra o Mosfet com um controlador de
corrente com freqüência fixa. Para o diodo do secundário deste conversor é
utilizado o diodo intrínseco ao Mosfet.
Com o conversor acionando os LED’s o indutor, antes secundário, agora
opera como primário. O Mosfet que antes operava como diodo agora opera como
chave.
Foram apresentadas três maneiras para o controle de corrente nos LED’s
sendo que o uso de circuito integrado NUD4001 foi o que apresentou melhores
vantagens em sua utilização.
O microcontrolador é responsável por supervisionar e controlar todas as
funções do sistema. Dentre suas principais funções estão a supervisão da tensão
da rede elétrica, leitura da tensão e corrente na bateria, intensidade luminosa do
ambiente, gerar o PWM para o acionamento do Mosfet no modo emergência.
Com os resultados experimentais foi comprovado o funcionamento de uma
topologia de dois conversores Flyback integrados que realizam as funções de
manter a carga da bateria e a acionar os LED’s com a utilização de um único
núcleo. Juntando a isso a versatilidade da utilização de um microcontrolador.
A utilização de LED’s em sistemas de iluminação tem aumentado, porém
em sistemas de iluminação de emergência ele ainda é pouco utilizado, entretanto,
sua aplicação deve se evidenciar com a redução dos custos e do aumento de sua
intensidade luminosa, contribuindo assim com o meio ambiente, pois é uma fonte
durável e eficiente.
R
EFERÊNCIAS
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Acessado em: 21 fev. 2006.
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[21] SHEU, J. K.; CHANG, S. J.; KUO, C. H.; SU, Y. K.; WU, L. W.; LIN, Y. C.; LAI,
W. C.; TSAI, J. M.; CHI, G. C.; WU, R. K. White-light Emission From Near UV
InGaN-GaN LED Chip Precoated With Blue/Green/Red Phosphors, Photonics
Technology Letters, IEEE, Vol. 15, pp 18-20, 2003.
[22] SONG, Y. R.; WON, C-S.; AHN, H.; HAN, D-Y.; CHOI, Y.-S.; LYM, S-J. The
study on optimal design and optical properties of LED module for full-color
displays, Properties and Applications of Dielectric Materials,1997, Proceedings of
92
the 5th International Conference on, Volume: 2, 25-30 May 1997. Pages: 956 –
959
[23] ACKERMANN, B.; SCHULZ, V.; MARTINY, C.; HILGERS, A.; ZHU, X.
Control of LEDs”. Conference Record of the 2006 IEEE Industry Applications
Conference, 41th IAS annual Meeting, Florida, USA, October 8-12, p. 2608-2615,
2006.
[24] Creder, H. Instalacoes eletricas, 14 edição, Rio de Janeiro LTC, 2000
[25] BISOGNO, F. E. Topologia Para Iluminação Fluorescente Utilizando
Conversor Boost-Push-Pull Integrado Com Um Único Interruptor.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria, 2001.
[26] DENBAARS, S. P. Gallium-Nitride-Based Materials for Blue to Ultraviolet
Optoelectronics Devices. Proceedings of the IEEE, v. 85, 11
th
ed., p. 1740 –
1749, Nov. 1997.
[27] FREESCALE SEMICONDUCTOR, INC. WEBSITE. Disponível em
<http://www.freescale.com>. Acesso em: fev. 2004.
[28] MICHEL, A. L. Sistema Eletrônico Auto-Oscilante com Controle de
Intensidade Luminosa por Microcontrolador. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Elétrica) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2001.
[29] MOHAN, N.; UNDELAND, T. M.; ROBBINS, W. P. Power Electronics:
Converters, Applications, and Design. 2
nd
ed., John Wiley & Sons, inc., 1995.
802p.
[30] MUTHU, S.; GAINES, J. Red, Green and Blue LED-Based White Light
Source: Implementation Challenges and Control Design. Conference Record
of the 38
th
IAS Annual Meeting, v. 1, p. 515 – 522, Oct. 2003.
[31] MUTHU, S.; SCHUURMANS, F. J.; PASHLEY, M. D. Red, Green, and Blue
LED Based White Light Generation: Issues and Control. Conference Record
of the 37
th
IAS Annual Meeting, v. 1, p. 327-333, Oct. 2002.
[32] SILVA, M. L. Luz, Lâmpadas e Iluminação. Porto Alegre: Gráfica e Editora
Palloti, 2002. 157p.
[33] ON Semiconductors. Disponível em http://www.onsemi.com/PowerSolutions.
Acessado em jan 2007.
Anexo A
NORMAS SOBRE O
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
DE
EMERGÊNCIA
A.1 INTRODUÇÃO
Os sistemas de Iluminação de Emergência além de obrigatórios e
regulamentados por normas, são de fundamental importância para nossa
segurança em ocasiões que ocorram falhas na transmissão da energia
elétrica da concessionária ou em caso de incêndios, onde a energia é
desligada propositalmente.
Serão realizados um estudo das normas ABNT NBR 10890 [4]
(norma nacional) e da norma IEEE Std 446 EEE Recommend Practice for
Emergency and Standby Power Systems for Industrial and Commercial
Applications[5] (norma internacional).que regem o sistema de iluminação
de emergência.
Estas normas fixam as características mínimas exigidas para as
funções destinadas o sistema de iluminação de emergência a ser
instalado em edificações, ou em outras áreas fechadas sem iluminação
natural.
O foco deste capítulo é a iluminação de emergência alimentada
por baterias, com fonte de luz de emergência independente da fonte de
luz normal. Tendo o sistema LED’s de potência como fonte de luz e os
mesmo distribuídos uniformemente no ambiente.
A.2 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Por definição da norma NBR 10898, a “iluminação de emergência
deve clarear áreas escuras de passagens, horizontais e verticais,
incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de
restabelecimento de serviços essenciais e normais, na falta de iluminação
normal”.
A iluminação de emergência tem como principal objetivo manter o
nível de iluminação mínimo e carga da bateria quando falha na
transmissão da energia da rede, utilizando módulo de bateria para suprir a
energia elétrica.
A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar
acidentes e garantir a evacuação das pessoas, levando em conta a
possível penetração de fumaça nas áreas.
Segundo a ABNT, o sistema de iluminação de emergência deve:
a) permitir o controle visual das áreas abandonadas para localizar
pessoas impedidas de locomover-se;
b) manter a segurança patrimonial para facilitar a localização de
estranhos nas áreas de segurança pelo pessoal da intervenção;
c) sinalizar inconfundivelmente as rotas de fuga utilizáveis no
momento do abandono do local;
d) sinalizar o topo do prédio para a aviação comercial.
Em casos especiais, a iluminação de emergência deve garantir,
sem interrupção, os serviços de primeiros socorros, de controle aéreo,
marítimo, ferroviário e outros serviços essenciais instalados.
A.2.1 DEFINIÇÕES DA ABNT
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, especifica
quatro estados de operação para o sistema de iluminação de emergência.
a) estado de flutuação: Estado em que a bateria de acumuladores
elétricos recebe uma corrente necessária para a manutenção de
sua capacidade nominal.
b) estado de vigília do sistema: Estado em que a fonte de energia
alternativa (sistema de iluminação de emergência) está pronta para
entrar em funcionamento na falta ou na falha da rede elétrica da
concessionária.
c) estado de funcionamento do sistema: Estado no qual a(s)
fonte(s) de energia alimenta(m), efetivamente, os dispositivos da
iluminação de emergência.
d) estado de repouso do sistema: Estado no qual o sistema foi
inibido de iluminar propositadamente. Tanto inibido manualmente
com religamento automático ou através de célula fotoelétrica, para
conservar energia e manter a bateria em estado de carga para uso
em emergência, quando do escurecimento da noite.
A passagem do estado de vigília ao estado de funcionamento
(iluminação) deve acontecer para valores de tensão da rede elétrica da
concessionária, compreendidos entre 85% a 70% e do estado de
funcionamento para o de vigília, para valores de tensão da rede elétrica
da concessionária entre 75% a 90%.
A comutação do estado de vigília para o estado de funcionamento
do sistema centralizado de bateria não pode exceder 5 segundos.
Devem ser respeitadas as limitações da visão humana, com
referência às condições fisiológicas da visão diurna e noturna e o tempo
de adaptação para cada estado. A variação da intensidade luminosa no
ambiente não deve ser superior a 1:20. O sistema não deve ter autonomia
inferior a uma hora de funcionamento, com uma perda maior que 10% da
intensidade inicial.
Quanto à condição de permanência de iluminação dos pontos dos
sistemas, são classificados conforme a seguir:
A.2.2 ILUMINAÇÃO PERMANENTE
Nas instalações de iluminação de emergência permanente, as
lâmpadas de iluminação de emergência são alimentadas pela rede
elétrica da concessionária, sendo comutadas automaticamente para a
fonte de alimentação de energia alternativa, em caso de falta e/ou falha
da fonte normal.
A.2.2.3 ILUMINAÇÃO NÃO PERMANENTE
Nas instalações de iluminação de emergência não permanente, as
lâmpadas de iluminação de emergência não são alimentadas pela fonte
rede elétrica da concessionária e, só em caso de falta da fonte normal,
são alimentadas automaticamente pela fonte de alimentação de energia
alternativa. A iluminação não permanente será o nosso foco deste
trabalho.
A norma NBR 10898 também especifica os tipos de
sistemas de iluminação de emergência.
a) Conjunto de blocos autônomos (instalação fixa); são aparelhos
constituídos de um único invólucro adequado, contendo lâmpadas
incandescentes, fluorescentes ou similares, sensor de falha de rede,
carregador de baterias e controles de supervisão.
b) Sistema centralizado com baterias. Possui um circuito para
recarga das baterias, que deve possuir um controle de carga. A
comutação do estado vigília para o funcionamento deve ser inferior a
cinco segundos.
Este sistema não pode ser utilizado para alimentar quaisquer
outros circuitos ou equipamentos.
c) Sistema centralizado com grupo motogerador. Possui um
sistema de gerador com combustível suficiente para atender a
necessidade de projeto. Todos os dispositivos devem entrar em
funcionamento em ate 12 segundos após a falha da energia da
concessionária.
d) Equipamentos portáteis: São equipamentos transportáveis
manualmente (por exemplo lanternas), situados em local definido e
podendo ser retirados para utilização em outros locais.
Este tipo de equipamento não pode ser usado para indicar saídas
de emergência, aclaramento ou balizamento.
e) Sistema de iluminação fixa por elementos químicos sem geração
de calor, atuado a distância.
f) Sistemas fluorescentes á base de acumulação de energia de luz
ou ativados por energia elétrica externa.
A.2.2.4 LUMINÁRIAS
As luminárias para a iluminação de emergência, além de
satisfazer esta norma e outras normas pertinentes, devem ainda obedecer
aos seguintes requisitos:
a) Os aparelhos devem ser construídos de forma que, no ensaio de
temperatura a 70°C, a luminária funcione no mínimo por 1 h.
b) Os pontos de luz não devem ser resplandecentes, seja
diretamente ou por iluminação refletida. Quando o ponto de luz for
ofuscante, deve ser utilizado um anteparo translúcido de forma a evitar o
ofuscamento nas pessoas durante seu deslocamento.
c) A variação da intensidade de iluminação não pode ser superior
ao valor de 20:1.
d) Quando utilizados anteparos em luminárias fechadas, os
aparelhos devem ser projetados de modo a não permitir a entrada de
fumaça para não prejudicar seu rendimento luminoso.
e) O material utilizado para a fabricação da luminária deve ser do
tipo que impeça propagação de chama e que, em caso de sua
combustão, os gases tóxicos não ultrapassem 1% daquele produzido pela
carga combustível existente no ambiente.
A.2.2.5 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO
Os circuitos de alimentação para iluminação de emergência em
local de reuniões devem ser supervisionados por um sistema de controle
contra curto-circuito, interrupção e fuga a terra por meios eletrônicos e
protegidos por fusíveis adequados. Em circuitos com tensão maior que
30V, a segurança deve ser obtida por meio de disjuntores diferenciais,
contatoras e fusíveis supervisionados.
Em caso de incêndio, em qualquer área fora da proteção para
saída de emergência e com material combustível, a tensão da
alimentação da iluminação de emergência deve ser no máximo 30 V.
As ligações entre pontos de luz devem ser em paralelo, para
aumentar a confiabilidade do circuito.
A corrente por circuito de iluminação de emergência não poderá
ser maior que 12 A por fiação. Cada circuito não poderá alimentar mais de
25 luminárias. A corrente máxima não pode superar 4 A por mm
2
de
seção do condutor. O aquecimento dos condutores elétricos não pode
superar 10°C em relação à temperatura ambiente, nos locais onde
estejam instalados.
A.2.2.6 AUTONOMIA DO SISTEMA
O sistema de iluminação de emergência deve garantir a
intensidade dos pontos de luz de maneira a respeitar os níveis mínimos
de iluminação desejada e cumprir o objetivo.
O sistema não poderá ter uma autonomia menor que 1 h de
funcionamento, com uma perda maior que 10% de sua luminosidade
inicial.
Em casos específicos, o tempo de funcionamento pode ser
prolongado pelos órgãos competentes para cumprir com as exigências de
segurança a serem atingidas.
A.2.2.7 NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO
É obrigatória em todos os locais que proporcionam uma circulação
vertical ou horizontal, de saídas para o exterior da edificação, ou seja,
rotas de saída. Deve garantir um nível mínimo de iluminação no piso, de:
a) 5 lux em locais com desnível: escadas ou passagens com
obstáculos;
b) 3 lux em locais planos: corredores, halls e locais de refúgio.
Deve permitir o reconhecimento de obstáculos que possam
dificultar a circulação, tais como: grades, saídas, mudanças de direção,
etc.
O reconhecimento de obstáculos deve ser obtido por aclaramento
do ambiente ou por sinalização luminosa.
A iluminação de ambiente não pode deixar sombras nos degraus
das escadas ou obstáculos. Deve ser garantido um tempo máximo de
interrupção de 12 s para comutação entre fontes alternativas.
O desligamento voluntário de todas as tensões acima de 30 V tem
a finalidade de evitar, em caso de incêndio, curto circuito e choque elétrico
nas pessoas envolvidas no combate ao incêndio.
A.2.2.8 BATERIAS
Em sistemas de segurança somente poderão ser utilizadas baterias
de acumuladores elétricos dos tipos construtivos a seguir:
a) bateria de acumuladores elétricos de chumbo-ácido, regulada
por válvula ou ventilada, com garantia mínima de quatro anos de vida útil;
b) bateria de acumuladores elétricos de níquel-cádmio, regulada
por válvula ou ventilada, com garantia mínima de quatro anos de vida útil;
c) qualquer bateria de acumuladores elétricos recarregáveis que
por sua construção mecânica e compostos químicos atenda a 4.3.4.
A.2.2.8.1 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Para baterias chumbo-ácido, a capacidade nominal em regime de
descarga é definida em 10 h até a tensão final de 1,75 V por elemento a
25°C.
Para baterias alcalinas, a capacidade nominal em regime de
descarga é definida em 5 h até a tensão final de 1,00 V por elemento a
25°C.
Capacidades com descargas diferentes da nominal, C10 ou C5,
são aceitas nos cálculos da capacidade (1 h - 3 h - 8 h).
A.2.2.8.2 RECARGA DA BATERIA
Para a recarga, o retificador deverá atender os seguintes
requisitos:
a) Faixa de ajuste da tensão de flutuação em função da
temperatura ambiental aproximada (ver recomendações do fabricante
para a bateria específica).
b) Recomenda-se para baterias chumbo-ácido: de 2,20 V a 2,40 V
por elemento (25°C).
c) Recomenda-se para baterias de níquel-cádmio: de 1,38 V a 1,42
V por elemento (25°C).
d) Ripple de tensão máxima não pode exceder 1% (RMS) da
tensão de flutuação da bateria (verificar especificações do fabricante da
bateria).
e) Ripple de corrente máximo não pode exceder 5% (RMS) da
corrente de manutenção da carga (verificar especificações do fabricante
da bateria).
f) Ajuste automático da tensão de flutuação com a variação da
temperatura do ambiente. O desligamento da bateria chumbo-ácido ou
alcalina deve ocorrer quando a tensão nos bornes atingir o nível mínimo
de tensão por elemento nos dados fornecidos pelo fabricante.
g) Para a recarga de uma bateria, a fonte deverá possuir um
dispositivo para iniciar a recarga automática da bateria e retornar ao
regime de flutuação após atingir a tensão máxima de carga.
A.2.2.8.3 ESPECIFICAÇÕES GERAIS
A ABNT estipula uma vida útil mínima de quatro anos, nas
condições especificadas pelo fabricante para as variações do clima
brasileiro. A definição da vida útil de uma bateria chumbo-ácida é quando
sua capacidade é inferior a 80% da nominal. No caso de bateria alcalina,
o final da vida útil é considerado quando atinge 65% de sua capacidade
nominal.
Qualquer bateria tem uma tensão mínima em função da corrente
de descarga. Esta tensão não pode ser ultrapassada na descarga sem
prejuízo da vida útil.
O dimensionamento da bateria de acumuladores elétricos deverá
ser calculado considerando-se o consumo, o tempo de autonomia, a
temperatura ambiente e a redução da capacidade ao longo da vida útil.
A capacidade de uma bateria é definida em ampères-hora. Esta
capacidade depende da corrente máxima que a bateria deve fornecer por
um tempo predeterminado em uma temperatura ambiente de 25°C. Os
valores nominais de 50 A.h 75 A.h e 100 A.h para uma bateria
normalmente são referenciados a uma descarga de 10 h.
O projeto do sistema de iluminação de emergência deve prever as
duas situações de emergência, falta ou falha de energia elétrica fornecida
pela concessionária ou desligamento voluntário em caso de incêndio na
área afetada ou em todas as áreas com materiais combustíveis.
No projeto devem ser previstas as áreas básicas a serem
iluminadas, indicando os pontos da instalação dos dispositivos de
iluminação, com o tempo mínimo de funcionamento do sistema previsto
nestas áreas (em caso de planejamento da variação da autonomia de
iluminação de emergência em diferentes áreas).
O projeto do sistema de iluminação deve prever uma distribuição
de pontos de luz, de forma que haja uma uniformidade de iluminação em
todos os ambientes, com as luminárias intercaladas de tal modo que uma
falha da rede elétrica ou em uma luminária não comprometa a iluminação,
parcial ou totalmente.
A proporção média de nível de iluminância entre áreas claras e
escuras deve ser no máximo de 20:1. Deve ser visualizado um corpo
sólido na mesma cor ou cor parecida do piso, na distância de 5 m,
definindo a frente como plano ou com canto vivo.
Em qualquer caso, mesmo havendo obstáculos, curva ou escada,
os pontos de iluminação de sinalização devem ser dispostos de forma
que, na direção de saída de cada ponto, seja possível visualizar o ponto
seguinte, a uma distância máxima de 15 m.
Usando-se baterias como fonte de energia, a distribuição da fiação
deve ser equilibrada em função das distâncias e da quantidade das
luminárias alimentadas para não exceder as quedas máximas de tensão.
A.3 NORMAS INTERNACIONAIS
Neste projeto é previsto um sistema de iluminação de emergência
não permanente. A partir daí serão apresentadas às especificações da
norma internacional [5].
A evacuação de pessoas quando há falha da transmissão de
energia elétrica pode causar acidentes e risco de vida. A iluminação de
emergência para a evacuação de pessoas deve ser automaticamente
após identificação das falhas, em dez segundos (preferencialmente três
segundos) após a ocorrência da falha na transmissão de energia elétrica
e manter um nível de iluminação mínimo de duas horas se for utilizado um
sistema com banco de baterias. Deve provir iluminação suficiente para
permitir uma fácil e segura saída da área. Todas as luzes de saída,
sinalização e poço de escada devem ser incluídas neste sistema.
O perímetro de segurança é utilizado na prevenção de roubos e
danos de propriedade, Este tipo de iluminação deve entrar em operação
em até dez segundos e mantido por 10-12 horas (período escuro).
A iluminação de emergência deve manter sinais de sinalização,
como luzes de sinalização para aeronaves em altas edificações,
sinalização de navios em qualquer curso de águas navegáveis e outras
sinalizações para prevenção de acidentes e danos de propriedade. O tipo
de fonte de alimentação escolhida deve ser capaz de manter a iluminação
até o retorno da transmissão de energia elétrica e, ser acionada entre dez
segundos e três minutos após a ocorrência da falha.
A iluminação auxiliar para reparo de equipamento, como o próprio
nome diz, tem por finalidade facilitar o reparo de sistemas de distribuição
em possíveis áreas de ocorrência de falha, como em salas de painéis de
comando e centro de distribuição. Este sistema deve entrar em
funcionamento em um segundo após a falha.
Os operadores de máquinas dentre outros, são submetidos a riscos
de acidentes nos primeiros segundos após a ocorrência da falha, devido a
muitas máquinas serem desligadas no escuro. Para evitar que estes
acidentes aconteçam, existe o sistema de iluminação de emergência,
reduzindo assim, o risco dos operadores de máquinas. Neste caso o
sistema deve entrar em funcionamento instantaneamente.
ANEXO B
PROJETO PARA O
CONVERSOR MANTENDO
A CARGA DA BATERIA
Dados de Projeto:
Tensão de entrada da rede (+/- 20%)...........................................
Tensão de saída 1......................................................................
Corrente de saída 1....................................................................
Freqüência de Chaveamento.......................................................
Freqüência da rede....................................................................
Ripple máximo na saída............................................................
Fator de utilização da janela do núcleo........................................
Fator de utilização do enrolamento primário..................................
Razão Cíclica Máxima................................................................
Rendimento...............................................................................
Densidade de Corrente...............................................................
Máxima excursão da densidade de fluxo magnético......................
Variação da densidade de fluxo magnético...................................
Permeabilidade magnética do ar..................................................
Queda de tensão no diodo..........................................................
Vin 220 V:=
Vo1 13.7V:=
Io1 0.7A:=
fs 130kHz:=
f60Hz:=
αr 0.05:=
Kw 0.4:=
Kp 0.5:=
Dmax 0.45:=
η 0.8:=
J 300
A
cm
2
:=
Bmax 0.2T:=
B 0.2T:=
µo4π 10
7
N
A
2
:=
Vd 0.7V:=
1 - Estágio de entrada (tensões):
Sabendo que o pior caso seja com a tensão de pico mínima e admitindo que a variação máxima da tensão
de rede seja de 20%, temos:
Vpk Vin 2
()
:=
Tensão de pico
Vpk 311.127 V=
Vpkmin Vpk 0.8:=
Tensão de pico mínima
Vpkmin 248.902 V=
Considerando-se, ainda, o ripple da tensão de alimentação do flyback como sendo de 10% (ripple
n
capacitor de barramento):
Vmin Vpkmin 0.9:=
Tensão mínima de entrada no conversor
Vmin 224.011 V=
2 - Cálculo das Potências de Saída (Po) e Entrada (Pin) do Conversor:
A potência de saída Po do conversor é a soma das potências de cada saída que, por sua vez, são os
produtos da tensão de saída Vo pela corrente Io na mesma saída:
Po Vo1 Io1:= Po 9.59 W=
Potência de saída
A potência de entrada Pin é a potência de saída do conversor dividida pelo rendimento
η
:
Pin
Po
η
:= Pin 11.987 W=
Potência de entrada
3 - Cálculo do capacitor de barramento:
Win
Pin
f
:= Win 0.2 J=
Energia do capacitor de barramento a cada meio ciclo
Cb
Win
Vpkmin
2
Vmin
2
:=
Cb 16.973 10
6
F=
Capacitor de barramento
4 - Cálculo da Indutância do Primário (Lp):
A corrente no enrolamento primário do indutor cresce na razão de E/Lp durante o tempo de condução (ton).
Assim, a corrente de pico no enrolamento primário (Ipp) é dada por:
Ipp
E ton
Lp
=
Como a razão cíclica D é dada por:
D
ton
T
=
onde T é o período de comutação do interruptor, que é o inverso da freqüência de operação f. Podemos
reescrever a expressão de Ipp:
Ipp
ED
Lp f
=
A corrente média Imp é a área do triângulo da forma de onda da corrente durante o tempo de condução ton;
mas também pode ser escrita em função da potência de entrada Pin e da tensão de entrada E:
Imp Ipp
D
2
=
Pin
E
=
Substituindo Ipp e Pin:
ED
Lp f
D
2
Po
E η
=
Considerando que o projeto é feito para o pior caso, com tensão de entrada mínima Vpkmin e razão cíclica
máxima Dmax, e isolando Lp, temos a indutância do enrolamento primário:
Lp
Vpkmin
2
Dmax
2
⋅η
2Po fs
:= Lp 4.025 10
3
× 10
6
H=
Indutância no primário
L1 = 4mH
5 - Cálculo das Correntes de Pico (Ipp), Média (Imp) e Eficaz (Irmsp) do Primário
(chaves):
As correntes de pico Ipp e média Imp do enrolamento primário, descritas anteriormente, são agora
calculadas:
Ipp
Vpkmin Dmax
Lp fs
:= Ipp 0.214 A=
Corrente de pico
Imp Ipp
Dmax
2
:= Imp 0.048 A=
Corrente média
A corrente eficaz Irmsp do enrolamento primário é:
Irmsp
1
T
0
T
tit()
2
d
=
Irmsp
1
T
0
ton
t
E
2
t
2
Lp
2
d
ton
T
t0
d+
=
Irmsp
E
Lp
1
T
ton
3
3
0
3
3
=
Irmsp
E
Lp
1
T
ton
3
3
=
Irmsp
E
Lp
ton
T
ton
2
3
=
Irmsp
E ton
Lp
D
3
=
A expressão fora da raiz é a corrente de pico, então:
Irmsp Ipp
D
3
=
Para o presente caso:
Irmsp Ipp
Dmax
3
:= Irmsp 0.083 A=
Corrente eficaz
6 - Cálculo das Correntes de Pico , Média e Eficaz na saída do Secundário L2
(Modo Flutuação):
A corrente média na saída Ims é a corrente especificada Io. Ela é a área da forma de onda de corrente no
enrolamento secundário do indutor:
Io
Ips 1 D()
2
=
onde Ips é a corrente de pico do secundário. Isolando Ips:
Ips
2Io
1D
=
A corrente eficaz na saída (Irmss) é calculada da mesma forma que a corrente eficaz no primário, só que
para o tempo de não condução da chave:
Irmss Ips
1D
3
=
Para a saída:
Ims1 Io1:= Ims1 0.7 A=
Corrente média no secundário da saída 1
Ips1
2 Io1
1 Dmax
:= Ips1 2.545 A=
Corrente de pico no secundário da saída 1
Irmss1 Ips1
1 Dmax
3
:= Irmss1 1.09 A=
Corrente eficaz no secundário da saída 1
7 - Determinação do Núcleo do Transformador:
núcleo A()
E
0
20
E
1
0.312
E
2
0.26
A 0.08cm
4
if
E
0
30.7
E
1
0.6
E
2
0.8
A 0.48cm
4
if
E
0
30.14
E
1
1.2
E
2
0.85
A 1.02cm
4
if
E
0
42.15
E
1
1.81
E
2
1.57
A 2.84cm
4
if
E
0
42.20
E
1
2.4
E
2
1.57
A 3.77cm
4
if
E
0
55
E
1
3.54
E
2
2.5
otherwise
otherwise
otherwise
otherwise
otherwise
E
:=
7.1 - Expressão apresentada em sala de aula:
A determinação do núcleo é determinada através do produto AeAw ou constante Ap = Ae.Aw. Ae e Aw são
determinados a partir da Lei de Faraday e Lei de Ampère.
AeAw1
2 Pin
Bfs Kp Kw J
Dmax
3
:=
AeAw1 0.06 cm
4
=
E núcleo AeAw1()
0
:= E20=
núcleo AeAw1()
20
0.312
0.26
=
Ae núcleo AeAw1()
1
cm
2
:= Ae 0.312 cm
2
=
Aw núcleo AeAw1()
2
cm
2
:= Aw 0.26 cm
2
=
7.2 - Expressão apresentada pela Unitrode:
O método da Unitrode, também utiliza o produto das áreas AeAw para a determinação do núcleo. Porem
aqui o produto das áreas AeAw será menor, resultando num núcleo mais otimizado.
A expressão utilizada é similar a encontrada em sala de aula, diferindo mais pelo coeficiente 4/3. Este
coeficiente é utilizado para efetuar uma correção da não linearidade do produto das área.
Assim para este cálculo devemos utilizar a seguinte fórmula:
AeAw
1
L I
B
max
I
FL
K
2
10
4
4
3
=
O projeto da Unitrode utiliza uma constante K
2
, que pode ser encontrado na tabela abaixo:
Assim podemos dizer que para o conversor Flyback, K
2
fica:
K2 0.006
A
cm
:=
AeAw2
Lp Ipp Irmsp
K2 B
10
4
4
3
:= AeAw2 0.023 cm
4
=
E núcleo AeAw2()
0
:= E20=
núcleo AeAw2()
20
0.312
0.26
= Ae núcleo AeAw2()
1
cm
2
:= Ae 0.312 cm
2
=
Aw núcleo AeAw2()
2
cm
2
:= Aw 0.26 cm
2
=
7.3 - Metodologia apresentada pelo McLyman:
A determinação do núcleo deve ser dada pela determinação do coeficiente Kg. Kg tem uma
relação com o valor de AeAw.
Nesta metodologia é determinado a energia armazenada no indutor primário (Energia) e as
condições eletricas (Ke). Já fator Kg é dado por uma relação entre o produto das áreas (AeAw), a
área útil do enrolamento da janela (Ae), e o comprimento médio de uma volta (le).
Sendo que
a determinação do AeAw dependende das propriedades físicas do núcleo Ae e le.
7.3.1 - Cálculo da capacidade de energia, W - s:
Energia
Lp Ipp
2
2
:= Energia 9.221 10
5
× J=
7.3.2 - Cálculo das condições elétricas, Ke:
Ke 0.145 Po Bmax
2
10
4
:= Ke 5.562 10
6
×
kg
3
m
2
s
7
A
2
=
7.3.3 - Cálculo da geometria do núcleo, Kg:
Regulação................................
α 0.5:=
Kg
Energia
2
Ke α
:= Kg 3.057 10
3
×
m
2
s
3
A
2
kg
=
Segundo Mclyman,
Kg
Ae
2
Aw Kw
lt
=
Estes valores podem ser retirados da tabela de núcleos de ferrite abaixo para o cálculo da constante Kg de
cada núcleo. O valor mais próximo que ultrapassar o Kg calculado será o núcleo escolhido.
Calculando os Kgs podemos fazer uma tabela e comparar o Kg calculado com os valores da tabela.
n01, 5..:=
Ae
0.312
0.60
1.20
1.81
2.40
3.54
cm
2
:= Aw
0.26
0.80
0.85
1.57
1.57
2.50
cm
2
:= lt
3.80
5.60
6.70
8.70
10.50
11.60
cm:= Kg
n
Ae
n
()
2
Aw
n
Kw
lt
n
:= Kg
2.664 10
3
×
0.021
0.073
0.236
0.345
1.08
cm
5
=
Um novo algoritmo para escolha do núcleo é necessário:
núcleomc A()
E
0
20
E
1
0.312
E
2
0.26
AKg
0
if
E
0
30.7
E
1
0.6
E
2
0.8
AKg
1
if
E
0
30.14
E
1
1.2
E
2
0.85
AKg
2
if
E
0
42.15
E
1
1.81
E
2
1.57
AKg
3
if
E
0
42.20
E
1
2.4
E
2
1.57
AKg
4
if
E
0
55
E
1
3.54
E
2
2.5
otherwise
otherwise
otherwise
otherwise
otherwise
E
:=
O Kg calculado deve ter as unidades compatíveis com o algoritmo, portanto:
Kgcalc
Energia
2
Ke α
kg cm
5
m
2
s
3
A
2
:= Kgcalc 3.057 10
3
× cm
5
=
E núcleomc Kgcalc()
0
:= E 30.7=
Núcleo a ser utilizado
Ae núcleomc Kgcalc()
1
cm
2
:= Ae 0.6 cm
2
=
núcleomc Kgcalc()
30.7
0.6
0.8
=
Aw núcleomc Kgcalc()
2
cm
2
:= Aw 0.8 cm
2
=
8 - Cálculo do Número de Espiras do Primário (L1) e do Secundários (L2)
Para calcular o número mínimo de espiras do enrolamento primáio, basta isolar Np na expressão de Ae:
Np
Vpkmin Dmax
BAe fs
:= Np 71.8=
Número mínimo de espiras no primário
A relação de espiras nos permite calcular o número de espiras dos secundários:
Np
Ns
Vp
Vs
=
A tensão do primário Vp é a tensão de entrada E durante o tempo de condução ton. A tensão do
secundário Vs é a tensão de saída Vo somada à queda de tensão no diodo Vd durante o tempo em que o
interruptor não conduz.
Np
Ns
ED
Vd Vo+()1D()
=
Ns
Np
Vd Vo+()1D()
ED
=
Isolando Ns:
Ns
Np Vd Vo+() 1D()
ED
=
Para cada secundário:
Ns1
Np Vd Vo1+() 1 Dmax()
Vpkmin Dmax
:= Ns1 5.08=
Número mínimo de espiras no secundário 1
Na prática, são utilizados números inteiros de espiras. Como os valores calculados não são inteiros, é
necessário arredondá-los para mais, pois esse número de espiras é o mínimo:
Np 72:=
Número de espiras no primário a ser utilizado
Ns1 6:=
Número de espiras no secundário 1 a ser utilizado
9 - Cálculo da Indutância dos Secundários (Ls1, Ls2) :
Uma vez que a indutância do primário Lp e os números de espiras Np, Ns1 e Ns2 são conhecidos, podemos
calcular as indutâncias dos secundários Ls1 e Ls2 pela relação de espiras:
Np
Ns
2
Lp
Ls
=
Isolando Ls:
Ls
Lp
Np
Ns
2
=
Para o secundário:
Ls1
Lp
Np
Ns1
2
:= Ls1 27.952 H 10
6
=
Indutância no secundário 1
L2 = 27
µ
H
10 - Cálculo do Entreferro (lg):
A energia do indutor (W) pode ser representada por:
W
1
2
Lp Ipp
2
=
A tensão no indutor é:
Vl Lp
t
it()
d
d
=
Lp
Vl dt
di
=
O fluxo magnético
φ
é:
φ Vl dt= BAe=
A corrente i(t) é:
it() Hlg=
Substituindo na fórmula da indutância Lp:
Lp
BAe
Hlg
=
Substituindo na fórmula da energia:
W
1
2
BAe
Hlg
Hlg()
2
=
1
2
B Ae H lg=
O volume do entreferro Ve, é dado por:
Ve Ae lg=
Então:
W
1
2
Lp Ipp
2
=
1
2
B H Ve=
Como:
H
B
µo
=
Então:
1
2
Lp Ipp
2
1
2
B
B
µo
Ae lg=
Multiplicando os dois membros da equação pela freqüência f:
f
1
2
Lp Ipp
2
f
1
2
B
2
µo
Ae lg
=
O primeiro membro é a potência de entrada Pin.
Pin f
1
2
B
2
µo
Ae lg
=
Po
η
f
1
2
B
2
µo
Ae lg
=
Isolando lg, temos o valor do entreferro:
lg
2Po⋅µo
Bmax
2
Ae fs⋅η
:= lg 0.097 mm=
No caso do núcleo E, o entreferro deve ser dividido entre as duas pernas laterais:
lg
2
0.048 mm=
Entreferro
11 - Cálculo da Bitola dos Condutores do Primário e Secundários
Seção do fio no primário
Sp
Irmsp
J
:=
Ss1
Irmss1
J
:=
Seção do fio no secundário
Na tabela de fios esmaltados encontramos:
AWGp 33:=
Bitola do fio no primário
AWGs1 17:=
Bitola do fio no secundário
12 - Cálculo do Capacitores do Filtros de Saída
Considera-se, para este cálculo, que o ripple das tensões de saída sejam no máximo 5%, valor decedido já
no ínicio do projeto.
Co1
Io1 Dmax
fs Vo1⋅αr
:=
Na prática são utilizados capacitores disponíveis comercialmente, portanto é necessário adaptar os valores
encontrados para valores comerciais:
Co1 10 10
6
F:=
Capacitor na Bateria
Co1 10 10
6
F=
ANEXO C
PROJETO PARA O
CONVERSOR ACIONANDO
OS LED's
Dados de Projeto:
Tensão da Bateria (+/- 20%).......................................................
Tensão de saída LED.................................................................
Corrente de saída LED...............................................................
Freqüência de Chaveamento.......................................................
Ripple máximo na saída............................................................
Fator de utilização da janela do núcleo........................................
Fator de utilização do enrolamento primário..................................
Razão Cíclica Máxima................................................................
Rendimento...............................................................................
Densidade de Corrente...............................................................
Máxima excursão da densidade de fluxo magnético......................
Variação da densidade de fluxo magnético...................................
Permeabilidade magnética do ar..................................................
Queda de tensão no diodo..........................................................
Vin 9.7 V:=
Vo1 8V:=
Io1 1.8A:=
fs 25kHz:=
αr 0.05:=
Kw 0.4:=
Kp 0.5:=
Dmax 0.45:=
η 0.8:=
J 300
A
cm
2
:=
Bmax 0.2T:=
B 0.2T:=
µo4π 10
7
N
A
2
:=
Vd 0.7V:=
1 - Estágio de entrada (tensões):
Sabendo que o pior caso seja com a tensão de pico mínima e admitindo que a variação máxima da tensão
de rede seja de 20%, temos:
Vpk Vin 2
()
:=
Tensão de pico
Vpk 13.718 V=
Vpkmin Vpk 0.8:=
Tensão de pico mínima
Vpkmin 10.974 V=
Considerando-se, ainda, o ripple da tensão de alimentação do flyback como sendo de 10% (ripple
n
capacitor de barramento):
Vmin Vpkmin 0.9:=
Tensão mínima de entrada no conversor
Vmin 9.877 V=
2 - Cálculo das Potências de Saída (Po) e Entrada (Pin) do Conversor:
A potência de saída Po do conversor é a soma das potências de cada saída que, por sua vez, são os
produtos da tensão de saída Vo pela corrente Io na mesma saída:
Po Vo1 Io1:= Po 14.4 W=
Potência de saída
A potência de entrada Pin é a potência de saída do conversor dividida pelo rendimento
η
:
Pin
Po
η
:= Pin 18 W=
Potência de entrada
3 - Cálculo da Indutância do Primário (Lp):
A corrente no enrolamento primário do indutor cresce na razão de E/Lp durante o tempo de condução (ton).
Assim, a corrente de pico no enrolamento primário (Ipp) é dada por:
Ipp
E ton
Lp
=
Como a razão cíclica D é dada por:
D
ton
T
=
onde T é o período de comutação do interruptor, que é o inverso da freqüência de operação f. Podemos
reescrever a expressão de Ipp:
Ipp
ED
Lp f
=
A corrente média Imp é a área do triângulo da forma de onda da corrente durante o tempo de condução ton;
mas também pode ser escrita em função da potência de entrada Pin e da tensão de entrada E:
Imp Ipp
D
2
=
Pin
E
=
Substituindo Ipp e Pin:
ED
Lp f
D
2
Po
E η
=
Considerando que o projeto é feito para o pior caso, com tensão de entrada mínima Vpkmin e razão cíclica
máxima Dmax, e isolando Lp, temos a indutância do enrolamento primário:
Lp
Vpkmin
2
Dmax
2
⋅η
2Po fs
:= Lp 27.098 10
6
H=
Indutância no primário
L2 = 27
µ
H
4 - Cálculo das Correntes de Pico (Ipp), Média (Imp) e Eficaz (Irmsp) do Primário
(chaves):
As correntes de pico Ipp e média Imp do enrolamento primário, descritas anteriormente, são agora
calculadas:
Ipp
Vpkmin Dmax
Lp fs
:= Ipp 7.29 A=
Corrente de pico
Imp Ipp
Dmax
2
:= Imp 1.64 A=
Corrente média
A corrente eficaz Irmsp do enrolamento primário é:
Irmsp
1
T
0
T
tit()
2
d
=
Irmsp
1
T
0
ton
t
E
2
t
2
Lp
2
d
ton
T
t0
d+
=
Irmsp
E
Lp
1
T
ton
3
3
0
3
3
=
Irmsp
E
Lp
1
T
ton
3
3
=
Irmsp
E
Lp
ton
T
ton
2
3
=
Irmsp
E ton
Lp
D
3
=
A expressão fora da raiz é a corrente de pico, então:
Irmsp Ipp
D
3
=
Para o presente caso:
Irmsp Ipp
Dmax
3
:= Irmsp 2.823 A=
Corrente eficaz
5 - Cálculo das Correntes de Pico , Média e Eficaz na saída do Secundário L2
(Modo Emergência):
A corrente média na saída Ims é a corrente especificada Io. Ela é a área da forma de onda de corrente no
enrolamento secundário do indutor:
Io
Ips 1 D()
2
=
onde Ips é a corrente de pico do secundário. Isolando Ips:
Ips
2Io
1D
=
A corrente eficaz na saída (Irmss) é calculada da mesma forma que a corrente eficaz no primário, só que
para o tempo de não condução da chave:
Irmss Ips
1D
3
=
Para a saída:
Ims1 Io1:= Ims1 1.8 A=
Corrente média no secundário da saída 1
Ips1
2 Io1
1 Dmax
:= Ips1 6.545 A=
Corrente de pico no secundário da saída 1
Irmss1 Ips1
1 Dmax
3
:= Irmss1 2.803 A=
Corrente eficaz no secundário da saída 1
6 - Cálculo do Número de Espiras do Primário (L1) e do Secundários (L2)
Ae 1.4cm
2
:=
Para calcular o número mínimo de espiras do enrolamento primáio, basta isolar Np na expressão de Ae:
Np
Vpkmin Dmax
BAe fs
:=
Número mínimo de espiras no primário
A relação de espiras nos permite calcular o número de espiras dos secundários:
Np
Ns
Vp
Vs
=
A tensão do primário Vp é a tensão de entrada E durante o tempo de condução ton. A tensão do secundário
Vs é a tensão de saída Vo somada à queda de tensão no diodo Vd durante o tempo em que o interruptor
não conduz.
Np
Ns
ED
Vd Vo+()1D()
=
Ns
Np
Vd Vo+()1D()
ED
=
Isolando Ns:
Ns
Np Vd Vo+() 1D()
ED
=
Para cada secundário:
Ns1
Np Vd Vo1+() 1 Dmax()
Vpkmin Dmax
:= Ns1 6.84=
Número mínimo de espiras no secundário
Na prática, são utilizados números inteiros de espiras. Como os valores calculados não são inteiros, é
necessário arredondá-los para mais, pois esse número de espiras é o mínimo:
Np 5:=
Número de espiras no primário a ser utilizado
Ns1 7:=
Número de espiras no secundário 1 a ser utilizado
7 - Cálculo da Indutância dos Secundários (Ls1, Ls2) :
Uma vez que a indutância do primário Lp e os números de espiras Np, Ns1 e Ns2 são conhecidos,
podemos calcular as indutâncias dos secundários Ls1 e Ls2 pela relação de espiras:
Np
Ns
2
Lp
Ls
=
Isolando Ls:
Ls
Lp
Np
Ns
2
=
Para o secundário:
Ls1
Lp
Np
Ns1
2
:= Ls1 53.112 H 10
6
=
Indutância no secundário 1
L2 = 53
µ
H
8 - Cálculo do Entreferro (lg):
A energia do indutor (W) pode ser representada por:
W
1
2
Lp Ipp
2
=
A tensão no indutor é:
Vl Lp
t
it()
d
d
=
Lp
Vl dt
di
=
O fluxo magnético
φ
é:
φ Vl dt= BAe=
A corrente i(t) é:
it() Hlg=
Substituindo na fórmula da indutância Lp:
Lp
BAe
Hlg
=
Substituindo na fórmula da energia:
W
1
2
BAe
Hlg
Hlg()
2
=
1
2
B Ae H lg=
O volume do entreferro Ve, é dado por:
Ve Ae lg=
Então:
W
1
2
Lp Ipp
2
=
1
2
B H Ve=
Como:
H
B
µo
=
Então:
1
2
Lp Ipp
2
1
2
B
B
µo
Ae lg=
Multiplicando os dois membros da equação pela freqüência f:
f
1
2
Lp Ipp
2
f
1
2
B
2
µo
Ae lg
=
O primeiro membro é a potência de entrada Pin.
Pin f
1
2
B
2
µo
Ae lg
=
Po
η
f
1
2
B
2
µo
Ae lg
=
Isolando lg, temos o valor do entreferro:
lg
2Po⋅µo
Bmax
2
Ae fs⋅η
:= lg 0.323 mm=
No caso do núcleo E, o entreferro deve ser dividido entre as duas pernas laterais:
lg
2
0.162 mm=
Entreferro
9 - Cálculo da Bitola dos Condutores do Primário e Secundários
Sp
Irmsp
J
:=
Ss1
Irmss1
J
:=
Na tabela de fios esmaltados encontramos:
AWGp 17:=
Bitola do fio no primário
AWGs1 17:=
Bitola do fio no secundário 1
10 - Cálculo do Capacitores do Filtros de Saída
Considera-se, para este cálculo, que o ripple das tensões de saída sejam no máximo 5%, valor decedido já
no ínicio do projeto.
Co1
Io1 Dmax
fs Vo1⋅αr
:=
Na prática são utilizados capacitores disponíveis comercialmente, portanto é necessário adaptar os valores
encontrados para valores comerciais:
Co1 10 10
6
F:= Co1 10 10
6
F=
Capacitor da saída (nos LED's)
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