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RESUMO:
Introdução: Nos últimos anos, os programas de Triagem Auditiva Neonatal (TAN) têm
sido responsáveis por antecipar o diagnóstico das deficiências auditivas sensorioneurais
e condutivas, quando ambas estão presentes ao nascimento. O presente estudo relata
uma experiência de triagem auditiva iniciada antes da alta hospitalar na UTI Neonatal e
de orientação para triagem no Berçário Comum após a alta. Com o passar dos anos, o
programa estendeu-se para atendimento também no Berçário Comum. Objetivos:
Descrever um programa de Triagem Auditiva Neonatal em uma maternidade da rede
privada de Salvador, no período de 2000 a 2006, no que se refere ao seu contexto
histórico, ao processo de implantação e às modificações ocorridas ao longo dos anos;
também são discutidos os achados audiológicos e a relação com os critérios de
qualidade propostos pelo Joint Committee on Infant Hearing, de 2000. Material e
método: trata-se de um estudo retrospectivo, de caráter transversal. Foram triados 4997
neonatos e lactentes com emissões otoacústicas, equipamento Echocheck, e observação
do reflexo cócleo-palpebral. Os sujeitos foram divididos em quatro grupos: AI= UTI
Neonatal e triagem na pré-alta; AII= UTI Neonatal e triagem na pós-alta; BI= Berçário
Comum e triagem na pré-alta; BII= Berçário Comum e triagem na pós-alta. Resultados:
Foi descrito o processo de evolução e implantação da triagem auditiva no período de
2000 a 2006. Quanto aos achados audiológicos, foram descritos os resultados da triagem
auditiva de 2001 a 2006. Houve cobertura em 38,9% dos neonatos e lactentes em 2001,
chegando a 79,5% em 2006. Na análise dos atendimentos na pré-alta, o grupo AI/BI
apresentou índices de falha de 8,1% a 11,2%; na análise de atendimentos na pós-alta, no
grupo AII/BII, os índices de falha mantiveram-se em 2,6%. Como resultados finais, no
grupo AI/BI, do total de 1739 triagens, houve 21 casos confirmados de alterações
auditivas, sendo 17 condutivas (9,8:1.000) e quatro sensorioneurais (2,3 :1000). No
grupo AII/BII, do total de 3256 triagens, houve 24 casos confirmados de alterações
auditivas, sendo 20 condutivas (6,1:1000) e quatro sensorioneurais (1,2 :1000).
Conclusão: os dados indicaram que o atendimento antes da alta para UTI Neonatal e
sua extensão gradual para o Berçário Comum são viáveis, desde que o protocolo seja
continuamente ajustado. Embora representasse a terça parte da amostra, o grupo AI/BI
apresentou uma prevalência maior de alterações auditivas, evidenciando a importância
da TAN antes da alta hospitalar para o diagnóstico precoce de alterações auditivas
congênitas.
Palavras-chaves: surdez, prevenção, triagem auditiva neonatal.