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Continuação Quadro 6:
Recomendações para a prática clínica do dietista segundo a ADFL (2006)
• um acompanhamento do estado nutricional
• a realização de uma avaliação geral
Ao longo da consulta, o objetivo inicial pode ser reorientado ou complementado por outros objetivos em função
das necessidades e das expectativas do paciente.
A informação do paciente e a abordagem educativa são partes integrantes da implementação do cuidado
dietético.
A definição das orientações e do conteúdo dos diferentes tipos de consulta pode permitir ao médico orientar sua
prescrição e ao dietista ser guiado em suas práticas.
A.1.3 Procedimento para a consulta dietética
A entrevista face a face realizada pelo dietista se desenvolve em diferentes níveis de atenção: consultório,
hospitalização ou em ações de prevenção.
Os princípios da entrevista dietética são os seguintes :
• a consulta dietética baseia-se na utilização de técnicas de comunicação apropriadas e a criação de condições de
diálogo que permitem estabelecer uma relação de confiança
• a consulta requer por parte do dietista, atitudes relacionais e competências em comunicação
• para ser bem sucedido nas etapas de condução da entrevista dietética, é indispensável estabelecer o tempo
necessário, em torno de 1 hora para a primeira consulta. A fase de diagnóstico e de elaboração dos objetivos
necessitam provavelmente de várias seções de consulta em função do detalhe da investigação.
A.1.4 Coleta de dados e instrumentos
Os dados necessários para a consulta dietética provêm de diferentes fontes:
• das informações contidas no prontuário do paciente
• da entrevista com a pessoa a ser cuidada e/ou seu acompanhante
• da entrevista com os profissionais de saúde
Os dados podem ser gerais, úteis a todos os profissionais de saúde, ou específicos para a elaboração de uma
estratégia de cuidado dietético.
Os dados específicos a serem coletados são selecionados pelo dietista em função da patologia, das situações de
vida e dos objetivos da consulta.
•Dados gerais: administrativos, socioprofissionais, clínicos, atividades da vida cotidiana e a qualidade de vida.
•Dados específicos:
♦Dados clínicos complementares disponíveis
• Antecedentes nutricionais relacionados com o motivo de hospitalização
• Medidas antropométricas
•Dados biológicos nutricionais: exploração de sinais clínicos nutricionais
•Existência de problemas de comportamento alimentar
•Indicadores de má nutrição (obesidade, sobrepeso, desnutrição)
•Existência de problemas de mastigação e de deglutição
•Existência de problemas digestivos
♦Dados sobre as condições de vida
•Hábitos de vida, composição da família
• Hábitos alimentares religiosos e/ou culturas, terapêutica
• História do peso
•Apreciação das condições financeiras (modalidades de compras alimentares (onde, quando, com quem ?)
•Apreciação dos hábitos para a preparação e o consumo dos alimentos: equipamentos domésticos, número de
refeições, local das refeições e condições (sozinho (a) ou acompanhado (a), duração e horário das refeições,
consumo entre as refeições, etc.).
•Refeições extras : prazer ou compulsão, sensação de fome ou de saciedade, preferências (gostos, alimentos,
etc.)
•Nível de autonomia psicológica (em colaboração com o psicólogo ou psiquiatra)
•Presença de deficiência física podendo ter repercussões sobre as compras alimentares, a preparação de
refeições, a forma de se alimentar
•Apreciação da atividade física ou esportiva
• Apreciação do consumo de tabaco
♦Dados sobre o conhecimento da pessoa em tratamento
•Apreciação das expectativas referentes ao problema nutricional
•Apreciação das motivações
•Apreciação das crenças alimentares