INTRODUÇÃO
O nível de hidratação da semente, necessário para desencadear o processo germinativo pode
atingir valores como 32-35%, em sementes de milho, ou 48-50% como o requerido pelo feijão (Shioga,
1990). As condições hídricas do solo para as sementes, em que os potenciais osmóticos são muito
negativos, de modo geral, provocam atraso ou mesmo reduzem a porcentagem de germinação; o
mínimo de umidade, porém, a ser atingido pela semente para que a germinação ocorra, depende de sua
composição química e da permeabilidade do tegumento (Bradford, 1990).
A qualidade fisiológica das sementes é máxima por ocasião da maturidade fisiológica. A partir
deste momento, processos degenerativos de natureza física, fisiológica e bioquímica começam a
ocorrer, caracterizando a deterioração, que é evidenciada pela perda da integridade do sistema de
membranas, peroxidação de lipídios, acúmulo de substâncias tóxicas, entre outros (Santos et al., 2004).
As condições em que as sementes se encontram algumas vezes são adversas, tais como solos
salinos, sódicos e com deficiência hídrica. A diminuição da germinação de sementes submetidas ao
estresse hídrico é atribuída à redução das atividades enzimáticas (Braga et al., 1999).
Uma substância que tem sido utilizada para simular experimentalmente condição de estresse
hídrico é a de polietileno glicol (PEG), um polímero de elevada massa molecular, não iônico, inerte,
que não penetra pelas paredes celulares e não apresenta sinais de toxicidade (Knypel e Khan, 1981;
Steuter et al., 1981; Braccini et al., 1996; Moraes e Menezes, 2003).
O estresse hídrico quebra o equilíbrio oxidativo/redutivo (redox) em várias organelas celulares,
como os cloroplastos. O declínio na funcionalidade dos cloroplastos, inevitavelmente, leva à geração de
espécies reativas de oxigênio (ERO). Assim, a real função do ajuste osmótico poderia estar
potencialmente ligada à eliminação destas espécies, mas gerando, como função adicional, a retenção de
água (Nepomuceno et al., 2001).
As ERO são representadas pelos radicais superóxidos (O
2
-•
), radicais hidroxila (OH
-
), peróxido
de hidrogênio (H
2
O
2
) e oxigênio singleto (O
2
), cuja elevada produção acarreta estresse oxidativo nas
plantas (Richards et al., 1998; Tamás et al., 2004). Isto ocorre quando as ERO estão em quantidades
excessivas, ultrapassando a capacidade dos organismos de neutralizá-las com seus sistemas naturais
(Kuss, 2005).
O estresse oxidativo é conseqüência da alteração química das principais classes de
biomoléculas, causando severas injúrias como degradação de clorofila, alterações estruturais e
funcionais em proteínas, fragmentação de DNA, extravasamento de íons, peroxidação de lipídios e,
finalmente, morte celular (Scandalios, 1993; Smirnoff, 1993; Dodge, 1994; Foyer et al.,1994; Thérond
et al., 2000; Moller et al., 2007).
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