57. De acordo com Machado, A.R. (1999, p.11), ao substituir os gêneros habituais
58. associados à leitura pelo gênero diário de leituras pode levar os alunos a outras
59. formas de comportamento durante a leitura, isto é, pode levá-los a uma leitura
60. mais dialógica ou ativa, e não passiva ou simplesmente parafrástica.
61. Portanto ao trabalhar diário de leituras, o aluno desenvolve um posição crítica
62. em relação ao texto que está sendo lido, sendo assim, o aluno terá argumentos
63. para discutir sobre o mesmo. O aluno ao ler, terá que refletir sobre sua posição
64. diante do texto e registrar suas idéias de forma livre.
65. Através do diário de leituras, o aluno além de interagir com o próprio texto,
66. deverá ter em sala de aula momentos para que possa socializar suas percepções
67. com os demais colegas e com o professor, com isso, aprende a ouvir e respeitar
68. diferentes opiniões.
69. Segundo os PCNs (2001, p.41), não enxergamos outra saída, senão o diálogo,
70. para que o aluno aprenda a confrontar, defender, explicar suas idéias de forma
71. organizada em diferentes esferas de prática de palavras pública, compreendendo
72. e refletindo sobre as marcas de atualização de linguagem.
73. Para Machado. A.R. (1998, o.49), o diário é visto como instrumento, com
74. função tanto no nível intrapessoal como no nível interpessoal. Isso cria
75. condições favoráveis para que o aluno desenvolva a capacidade de agir
76. comunicativamente.
77. Conclui-se com estas citações a importância de criarmos, em sala de aula,
78. espaços onde os discursos sobre a leitura possam circular.
79. Portanto, os professores deveriam utilizar o diário para fins didáticos, pois
80. segundo Machado A.R. (1998, p.49), ele traz muitos benefícios. Vejamos alguns
81. deles:
82. • A promoção de aprendizado autônomo, o que encorajaria os alunos a assumir
83. responsabilidade diante de seu próprio aprendizado e a desenvolver sua próprias
84. idéias, o que acabaria por promover uma avaliação crítica dos cursos;
85. • O aumento da confiança dos alunos em sua habilidade para aprender, para
86. trabalhar com material considerado como difícil e para ter insights originais;
87. • A criação de interação mais forte e eficiente, tanto dentro da sala de aula como
88. fora dela, tanto entre o professor e o aluno quanto entre os alunos entre si;
89. •A possibilidade de haver uma discussão mais produtiva na sala de aula,
90. derivada da própria responsabilidade que cada um tomaria em relação à sua
91. própria aprendizagem.
92. Além desses benefícios, o uso de diário de leituras traz outras vantagens ao
93. professor. De acordo com Machado, A.R. (1999, p.15), a utilização da produção
94. de diários permite que o professor conheça mais profundamente as
95. possibilidades e os problemas de cada aprendiz e que possa estabelecer uma
96. verdadeira negociação de sentidos durante as discussões em aula, tornando-a
97. muito mais produtiva e eficaz e envolvendo todos os alunos.
98. Concluímos que, através do diário de leituras, o professor tem uma visão real da
99. sala, sendo possível avaliar-se freqüentemente e, se necessário, mudar suas
100. estratégias de trabalho, pois ao ler o diário dos alunos, o professor detecta
101. possíveis dificuldades ou problemas.
102. Por esse motivo, é interessante que, sempre que possível, o professor faça
103. a leitura dos diários dos alunos, mas sempre respeitando aqueles que
104. prefiram que o professor não o leia.
105. METOLODOGIA
106. De acordo com os PCNs (2001, p.144), a competência do aluno depende
107. principalmente, do poder dizer/escrever, de ser alguém que merece ser
108. ouvido/lido.
109. Para desenvolver a competência dos alunos e considerando-os como
110. leitores capazes de serem críticos e de interagir com o texto e com os
111. demais colegas da sala de aula, faremos a intervenção que obedecerá a
112. seguinte metodologia que será descrita abaixo.
113. Sujeitos: alunos da 1ª série D do ensino médio da escola XXX