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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
AVALIAÇÃO DE FILTROS ELETROMAGNÉTICOS E
SINTONIZADOS LC PARA MINIMIZAÇÃO DE
CORRENTES DE SEQÜÊNCIA ZERO EM SISTEMAS
DE DISTRIBUIÇÃO A QUATRO FIOS
Nilo Sérgio Soares Ribeiro
Uberlândia, 10 de maio de 2007
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Dissertação de Mestrado
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
AVALIAÇÃO DE FILTROS ELETROMAGNÉTICOS E
SINTONIZADOS LC PARA MINIMIZAÇÃO DE
CORRENTES DE SEQÜÊNCIA ZERO EM SISTEMAS
DE DISTRIBUIÇÃO A QUATRO FIOS
Dissertação apresentada por Nilo Sérgio Soares
Ribeiro à Universidade Federal de Uberlândia,
para a obtenção do título de Mestre em Ciências
Banca Examinadora:
Milton Itsuo Samesima, D(Orientador) – UFU
José Wilson Resende, PhD – UFU
Antônio César Baleeiro Alves Drº - UFG
Uberlândia, 10 de maio de 2007
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
R484a
Ribeiro, Nilo Sérgio Soares Ribeiro, 1978-
Avaliação de filtros eletromagnéticos e sintonizados LC para
minimização de correntes de seqüência zero em sistemas de distribuição a
quatro fios / Nilo Sérgio Soares Ribeiro . - 2007.
240 f. : il.
Orientador: Milton Itsuo Samesima.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.
Inclui bibliografia.
1. Energia elétrica - Qualidade - Teses. I. Samesima, Milton Itsuo. II.
Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica. III. Título.
CDU: 621.3
Elaborado pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação
Dissertação de Mestrado
iv
AVALIAÇÃO DE FILTROS ELETROMAGNÉTICOS E
SINTONIZADOS LC PARA MINIMIZAÇÃO DE
CORRENTES DE SEQÜÊNCIA ZERO EM SISTEMAS
DE DISTRIBUIÇÃO A QUATRO FIOS
Nilo Sérgio Soares Ribeiro
Dissertação apresentada por Nilo Sérgio Soares Ribeiro à
Universidade Federal de Uberlândia, como parte dos requisitos para a obtenção
do título de Mestre em Ciências.
Prof. Milton Itsuo Samesima, Drº
(Orientador)
Prof. Darizon Alves de Andrade, PhD
Coordenador do Curso de Pós-Graduação
Dissertação de Mestrado
v
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus primeiros
mestres, meus pais, Nilo Sérgio de
Oliveira Ribeiro e Léa da Silva Soares
pela dedicação e empenho para que eu
pudesse chegar até aqui, minha irmã
Célia pela força e incentivos e a minha
noiva Karina Faustino Teles pela
compreensão e companheirismo.
Dissertação de Mestrado
vi
As dificuldades que se apresentam ao longo
da vida nada mais são do que a forma
embrionária das oportunidades.
Nilo Sérgio Soares Ribeiro
Dissertação de Mestrado
vii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por todas as oportunidades, desafios, saúde, paz,
conforto nos momentos de fraqueza, e sabedoria nos momentos de decisão.
Ao Prof. Drº Milton Itsuo Samesima pela orientação no desenvolvimento deste
trabalho e paciência em meus questionamentos.
Aos amigos da Pós-Graduação João Salve, Willians Mendes, Msc. Augusto Fleury,
Carlos Eduardo, Paulo Henrique, “Gaúcho”, Drª. Ana Claudia, Carlos Eduardo (Cadu),
Drº Fernando Nunes Belchior, Drº Bismarck Castillo, Célia, Ivan Nunes, além dos
amigos da pensão da dona Tereza, onde passei bons momentos em minha breve estadia em
Uberlândia, o meu sincero MUITO OBRIGADO.
Aos demais colegas e professores da pós-graduação, pelo incentivo e apoio que em
muito contribuíram para o término desta dissertação, e todas as pessoas que direta ou
indiretamente apoiaram-me durante esta etapa de minha vida.
À Marli Junqueira pela presteza nos serviços junto à secretaria da pós-graduação, em
particular por toda paciência em responder todos os meus questionamentos.
Agradecimentos à ELETRONORTE pelo apoio e incentivo.
À CAPES pelo apoio financeiro.
Dissertação de Mestrado
viii
RESUMO
A qualidade da energia elétrica se apresenta como uma área de grande interesse para
os consumidores e concessionárias de energia elétrica. O aumento deste interesse é explicado
pelo aprimoramento da legislação pertinente a esta área e ao nível de esclarecimento dos
consumidores, cada vez mais conscientes de seus direitos. Em se tratando do tema qualidade
da energia, têm-se as distorções harmônicas como um dos itens de maior preocupação, devido
à quantidade de cargas não lineares conectadas ao sistema, e ao nível de sensibilidade dos
equipamentos frente a tais distúrbios. Neste contexto, a presente dissertação apresenta o
princípio de operação, modelagem, implementação computacional e estudos de desempenho
de filtros para a minimização do fluxo de correntes de seqüência zero em sistemas de
distribuição trifásicos a quatro fios. Esta pesquisa contempla o emprego de cinco estruturas
com filosofias diferentes. O estudo foi desenvolvido com o auxilio do programa
Eletromagnetic Transient Program - ATP/EMTP, onde foi modelado um sistema de
distribuição real, apresentando os mesmos níveis de distorções harmônicas observadas em
medições nas fases e no neutro do transformador de uma subestação real.
Palavras-chave: Eletromagnetic Transient Program, correntes harmônicas, filtros
sintonizados, filtros eletromagnéticos, seqüência zero, correntes de neutro, técnicas para
mitigação de harmônicos.
Dissertação de Mestrado
ix
ABSTRACT
The power quality appears as an important area of interest of customers and the power
utilities. The increase of this interest it is explained by the improvement of the legislation
pertinent to this area and the level of clarification of the customers, they are each time more
conscientious of yours rights. By the power quality subject, the harmonic distortion are had as
one of itens of great concern, due to the amount of no linear loads connected to the system,
and the level of sensitivity of the equipment submitted to this disturbs. In this context, the
present document shows the operational principle, modeling, computational implementation
and performance studies of the filters for to minimize of the zero sequence current flow in the
three-phase four-wire distribution systems. This research contemplates the analysis of five
structures with different philosophies. The study was developed with assist of the
Electromagnetic Transient Program - ATP/EMTP, where a real distribution system was
modeled, presenting the same levels of harmonic distortions observed in measurements in the
phases wire, and the neutral conductor of the power transformer in the real substation.
Keywords: Electromagnetic Transient Program, harmonic currents, syntonized filters,
electromagnetic filters, zero sequence, neutral currents, and techniques for harmonics
elimination.
Dissertação de Mestrado
x
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS...........................................................................................................
viii
LISTA DE TABELAS.......................................................................................................... xiv
CAPÍTULO I.........................................................................................................................
1
INTRODUÇÃO GERAL..................................................................................................... 1
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................................
1
1.2 OBJETIVOS..........................................................................................................................................
3
1.3 RELEVÂNCIA......................................................................................................................................
4
1.4 METODOLOGIA..................................................................................................................................
5
1.5 CONTRIBUIÇÕES OFERECIDAS POR ESTA DISSERTAÇÃO.....................................................
6
1.6 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO....................................................................................................
6
CAPÍTULO II....................................................................................................................... 9
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE CORRENTES HARMÔNICAS EM
SISTEMAS DE POTÊNCIA............................................................................................... 9
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................................
9
2.2 DISTORÇÕES HARMÔNICAS – CONCEIROS GERAIS................................................................
11
2.3 CARGAS GERADORAS DE CORRENTES HARMÔNICAS...........................................................
14
2.3.1 Cargas de conexão direta ao sistema.......................................................................................
15
2.3.2 Cargas conectadas através de conversores..............................................................................
15
2.3.3 Cargas residenciais..................................................................................................................
16
2.4 EFEITOS DA DISTORÇÃO HARMÔNICA NO SISTEMA ELÉTRICO..........................................
17
2.4.1 Efeitos das distorções harmônicas sobre a resistência de condutores elétricos......................
18
2.4.2 Efeitos das distorções harmônicas nos motores de indução....................................................
19
2.4.3 Efeitos das distorções harmônicas sobre transformadores......................................................
20
2.5 PARTICULARIDADES DAS CORRENTES DE SEQÜÊNCIA ZERO.............................................
24
2.6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE TRABALHOS CORRELATOS...................................................
27
2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................
35
CAPÍTULO III......................................................................................................................
36
MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DOS FILTROS
DE CORRENTES DE SEQÜÊNCIA ZERO EM SISTEMA TESTE............................. 36
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................................
36
3.2 MODELAGEM COMPUTACIONAL DO SISTEMA TESTE............................................................
37
3.2.1 Modelagem e implementação computacional da estrutura do filtro tipo 1.............................
41
3.2.1.1 Princípio operativo do transformador zig-zag.......................................................
42
3.2.1.2 Dimensionamento do banco de transformadores...................................................
48
3.2.1.3 Comentários sobre o modelo.................................................................................
53
Dissertação de Mestrado
xi
3.2.2 Modelagem e implementação computacional da estrutura do filtro tipo 2.............................
54
3.2.2.1 Princípio operativo do compensador bloqueador de harmônicos..........................
54
3.2.2.2 Dimensionamento do filtro em série (tipo 2).........................................................
57
3.2.2.3 Comentários sobre o modelo.................................................................................
62
3.2.3 Modelagem e implementação computacional da estrutura do filtro tipo 3.............................
63
3.2.3.1 Princípio operativo do filtro harmônico sintonizado em derivação.......................
64
3.2.3.2 Dimensionamento do filtro em derivação..............................................................
66
3.2.3.3 Comentários sobre o modelo.................................................................................
77
3.2.4 Modelagem e implementação computacional da estrutura do filtro tipo 4.............................
77
3.2.4.1 Princípio operativo do filtro harmônico sintonizado em série...............................
78
3.2.4.2 Dimensionamento do filtro em série.....................................................................
79
3.2.4.3 Comentários sobre o modelo.................................................................................
90
3.2.5 Modelagem e implementação computacional da estrutura do filtro tipo 5.............................
91
3.2.5.1 Dimensionamento do filtro em série no neutro.....................................................
91
3.2.5.2 Comentários sobre o modelo.................................................................................
95
3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................
96
CAPÍTULO IV...................................................................................................................... 100
APLICAÇÃO DE FILTROS HARMÔNICOS PASSIVOS LC E
ELETROMAGNÉTICOS NA MINIMIZAÇÃO DE CORRENTES DE
SEQÜÊNCIA ZERO EM SISTEMAS AÉREOS DE DISTRIBUIÇÃO......................... 100
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................................
100
4.2 MODELAGEM DO ALIMENTADOR ESTUDADO NO ATP..........................................................
104
4.3 AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 1.....................................................................................................
110
4.3.1 Comentários gerais..................................................................................................................
119
4.4 AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 2.....................................................................................................
119
4.4.1 Comentários gerais..................................................................................................................
126
4.5 AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 3.....................................................................................................
127
4.5.1 Comentários gerais..................................................................................................................
142
4.6 AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 4.....................................................................................................
143
4.6.1 Comentários gerais..................................................................................................................
160
4.7 AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 5.....................................................................................................
161
4.7.1 Comentários gerais..................................................................................................................
171
4.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................
172
CAPÍTULO V....................................................................................................................... 177
CONCLUSÕES FINAIS...................................................................................................... 177
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE TRABALHOS CORRELATOS...............................
183
ANEXOS................................................................................................................................
193
ANEXO A......................................................................................................................................................
193
ANEXO B.......................................................................................................................................................
195
ANEXO C.......................................................................................................................................................
198
ANEXO D......................................................................................................................................................
220
ANEXO E......................................................................................................................................................
222
Dissertação de Mestrado
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Relação entre uma tensão aplicada a uma carga versus sua corrente de
carga............................................................................................................
10
Figura 2.2 – Corrente típica de um retificador monofásico............................................
12
Figura 2.3 – Fluxo convencional de correntes harmônicas no sistema de potência........
17
Figura 2.4 – Sistema teste simulado para medição da corrente no condutor neutro.......
24
Figura 2.5 – Tensões e correntes de fase do sistema da figura 2.4.................................
25
Figura 2.6 – Corrente no condutor neutro do sistema da figura 2.4................................
25
Figura 2.7 – Espectro harmônico das correntes de fase e de neutro...............................
26
Figura 2.8 – Filtros passivos em derivação e em série....................................................
30
Figura 2.9 – Filtro ativo em derivação com a carga........................................................
32
Figura 2.10 –
Filtro ativo em série com a carga................................................................
32
Figura 2.11 –
Filtro ativo composto (híbrido)...................................................................
32
Figura 2.12 –
Estruturas magnéticas utilizadas como filtros de seqüência zero...............
34
Figura 3.1 – Sistema teste para a modelagem e implementação computacional dos
filtros utilizados nesta dissertação..............................................................
38
Figura 3.2 – Formas de onda e espectro harmônico das correntes de linha do sistema
teste.............................................................................................................
39
Figura 3.3 – Espectro harmônico da corrente no neutro do sistema...............................
40
Figura 3.4 – Corrente instantânea no condutor neutro versus corrente eficaz................
40
Figura 3.5 – Conexão de três unidades monofásicas de modo a formar uma unidade
trifásica em ligação zig-zag........................................................................
42
Figura 3.6 – Configuração da aplicação do transformador zig-zag no sistema teste......
44
Figura 3.7 – Circuito equivalente de seqüência zero para o sistema da figura 3.6.........
44
Figura 3.8 – Tensões de fase e correntes de linha do sistema teste antes da conexão
do banco de transformadores......................................................................
49
Figura 3.9 – Corrente no neutro do sistema teste antes da conexão do banco de
transformadores..........................................................................................
49
Figura 3.10 –
Tensões de fase e correntes de linha do sistema teste após a conexão do
banco de transformadores...........................................................................
51
Figura 3.11 –
Corrente eficaz no neutro antes e depois da conexão do transformador
zig-zag em derivação com a carga..............................................................
51
Figura 3.12 –
Espectro harmônico da corrente no condutor neutro do sistema antes e
após a conexão do filtro..............................................................................
52
Figura 3.13 –
Espectro harmônico da corrente da fase A do sistema antes e após a
conexão do filtro.........................................................................................
52
Figura 3.14 –
Circuito equivalente do filtro LC série: Compensador bloqueador de
harmônicos..................................................................................................
55
Figura 3.15 –
Tensões de fase e correntes de linha do sistema teste antes da conexão
do banco de transformadores......................................................................
58
Figura 3.16 –
Correntes de linha e no neutro do sistema teste após a conexão do
filtro............................................................................................................
59
Figura 3.17 –
Espectro harmônico da corrente da fase A do sistema antes e após a
conexão do filtro.........................................................................................
59
Figura 3.18 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a
conexão do filtro.........................................................................................
60
Dissertação de Mestrado
xiii
Figura 3.19 –
Tensões de fase antes e após a conexão do filtro........................................
61
Figura 3.20 –
Espectro harmônico da tensão de fase do sistema teste antes e após a
conexão do filtro.........................................................................................
61
Figura 3.21 –
Diagrama de um circuito RLC em série.....................................................
64
Figura 3.22 –
Tensões de fase e correntes de linha antes da conexão do filtro.................
67
Figura 3.23 –
Espectro harmônico da corrente da fase A antes da conexão do filtro.......
67
Figura 3.24 –
Espectro harmônico da corrente circulante pelo neutro do sistema da
figura 3.1.....................................................................................................
68
Figura 3.25 –
Variação do módulo e ângulo da impedância do filtro com a freqüência..
69
Figura 3.26 –
Diagrama resultante por fase do sistema com o filtro de correntes de
terceira ordem.............................................................................................
69
Figura 3.27 –
Tensões de fase e correntes de linha após a conexão do filtro...................
70
Figura 3.28 –
Espectro harmônico da corrente da fase A após a conexão do filtro..........
71
Figura 3.29 –
Espectro harmônico da corrente no neutro após a conexão do filtro..........
71
Figura 3.30 –
Corrente RMS no neutro do transformador sem e com a conexão do
filtro em derivação para a terceira harmônica............................................
72
Figura 3.31 –
Variação do módulo e ângulo da impedância do filtro com a freqüência..
73
Figura 3.32 –
Tensões de fase e correntes de linha do sistema após a conexão do
Filtro............................................................................................................
74
Figura 3.33 –
Comparativo entre a corrente RMS que circula no neutro do
transformador sem a presença dos filtros; com filtro de terceira ordem e
com os filtros de terceira e quinta ordens...................................................
74
Figura 3.34 –
Tensão de fase do sistema sem a presença do filtro; com o filtro de
terceira ordem e com os filtros de terceira e quinta ordens........................
75
Figura 3.35 –
Espectro harmônico da corrente de linha do sistema sem a presença do
filtro; com o filtro de terceira ordem e com os filtros de terceira e quinta
ordens..........................................................................................................
75
Figura 3.36 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes da conexão
dos filtros; com filtro de terceira ordem e com os filtros de terceira e
quinta ordens...............................................................................................
76
Figura 3.37 –
Diagrama resultante por fase do sistema com o filtro de correntes de
terceira ordem.............................................................................................
78
Figura 3.38 – Variação do módulo e ângulo da impedância do filtro com a freqüência..
82
Figura 3.39 –
Tensões de fase antes e após a conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens.........
83
Figura 3.40 –
Correntes de linha antes e após a conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens.....
84
Figura 3.41 –
Comparativo entre a corrente RMS que circula no neutro do
transformador sem e com a presença dos filtros de 3ª e 9ª ordens.............
85
Figura 4.42 –
Espectro harmônico da tensão de fase do sistema antes e após a conexão
dos filtros de 3ª e 9ª ordem.........................................................................
85
Figura 3.43 –
Espectro harmônico da corrente de linha do sistema antes e após a
conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordem...........................................................
86
Figura 3.44 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a
conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordem...........................................................
86
Figura 3.45 –
Tensões de fase do sistema teste antes e após a conexão dos filtros série
e derivação..................................................................................................
87
Figura 3.46 –
Correntes de linha do sistema teste antes e após a conexão dos filtros
série e derivação..........................................................................................
88
Figura 3.47 –
Comparativo entre a corrente RMS que circula no neutro do
transformador sem e com a presença dos filtros de 3ª e 5ª ordens.............
89
Dissertação de Mestrado
xiv
Figura 3.48 –
Espectro harmônico da tensão de fase do sistema antes e após a conexão
dos filtros de 3ª e 5ª ordenes em derivação................................................
89
Figura 3.49 –
Espectro harmônico da corrente de linha do sistema antes e após a
conexão dos filtros de 3ª e 5ª ordens em derivação....................................
90
Figura 3.50 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a
conexão dos filtros de 3ª e 5ª ordem...........................................................
90
Figura 3.51 –
Diagrama resultante por fase do sistema com o filtro de correntes de
terceira ordem.............................................................................................
92
Figura 3.52 –
Tensões de fase do sistema teste antes e após a conexão do filtro série no
neutro..........................................................................................................
93
Figura 3.53 –
Correntes de linha do sistema teste antes e após a conexão do filtro no
neutro do sistema........................................................................................
93
Figura 3.54 –
Comparativo entre a corrente RMS que circula no neutro do
transformador da saída do alimentador sem e com a presença do filtro de
3ª ordem no neutro......................................................................................
94
Figura 3.55 –
Espectro harmônico da tensão de fase do sistema antes e após a conexão
do filtro de 3ª ordem no neutro do sistema.................................................
94
Figura 3.56 –
Espectro harmônico da corrente de linha do sistema antes e após a
conexão do filtro de 3ª ordem.....................................................................
95
Figura 3.57 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a
conexão do filtro de 3ª ordem.....................................................................
95
Figura 4.1 – Espectro harmônico da corrente de linha, obtido na medição....................
102
Figura 4.2 – Espectro harmônico da tensão de fase, obtido na medição.........................
102
Figura 4.3 – Espectro harmônico da corrente no neutro do transformador da
subestação...................................................................................................
102
Figura 4.4 – Perfil de tensão de um dia típico, obtido pela medição (01/10/2005)........
103
Figura 4.5 – Perfil de corrente no neutro de um dia típico, obtido pela medição
(01/10/2005)................................................................................................
103
Figura 4.6 – Componentes do ATP.................................................................................
105
Figura 4.7 – Tensões de fase e correntes de linha na saída do alimentador sem filtro...
105
Figura 4.8 – Espectro harmônico da tensão de fase na saída do alimentador sem a
presença dos filtros.....................................................................................
106
Figura 4.9 – Espectro harmônico da corrente de linha na saída do alimentador sem a
presença dos filtros.....................................................................................
106
Figura 4.10 –
Espectro harmônico da corrente no neutro do transformador na saída do
alimentador sem a presença dos filtros.......................................................
107
Figura 4.11 –
Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador.......................
108
Figura 4.12 –
Tensões de fase e corrente de linha do sistema antes da conexão do
banco de transformadores...........................................................................
109
Figura 4.13 –
Espectro harmônico das tensões de fase no ponto de conexão dos filtros..
109
Figura 4.14 –
Espectro harmônico das correntes de linha no ponto de conexão dos
filtros...........................................................................................................
110
Figura 4.15 –
Tensões de fase do sistema antes e após da conexão do banco de
transformadores..........................................................................................
111
Figura 4.16 –
Espectro harmônico das tensões de fase no ponto de conexão sem e com
o filtro eletromagnético...............................................................................
112
Figura 4.17 –
Correntes de linha antese após a conexão do banco de transformadores...
112
Figura 4.18 –
Espectro harmônico das correntes de linha no ponto de conexão dos
filtros, antes e após a conexão do banco de transformadores.....................
113
Dissertação de Mestrado
xv
Figura 4.19 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a
conexão do banco de transformadores........................................................
113
Figura 4.20 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do banco de transformadores
após a conexão do banco de transformadores.............................................
114
Figura 4.21 –
Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador.......................
115
Figura 4.22 –
Tensões de fase do sistema antes e após a conexão do banco de
transformadores..........................................................................................
116
Figura 4.23 –
Correntes de linha do sistema antes e após a conexão do banco de
transformadores..........................................................................................
116
Figura 4.24 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e
com a presença do banco de transformadores............................................
117
Figura 4.25 –
Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha sem e
com a presença do banco de transformadores............................................
117
Figura 4.26 –
Tensões de fase do sistema antes e após a conexão dos filtros em série
sintonizados na freqüência fundamental.....................................................
120
Figura 4.27 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e
com a presença dos filtros em série............................................................
121
Figura 4.28 –
Correntes de linha antes e após a conexão dos filtros em série..................
121
Figura 4.29 –
Espectro harmônico das correntes de linha no ponto de conexão dos
filtros, antes e após a conexão dos filtros em série.....................................
122
Figura 4.30 –
Espectro harmônico das correntes de neutro do sistema antes e após a
conexão dos filtros em série........................................................................
122
Figura 4.31 –
Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador.......................
123
Figura 4.32 –
Tensões de fase do sistema antes e após a conexão dos filtros...................
124
Figura 4.33 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase na saída
do alimentador sem e com a presença dos filtros.......................................
124
Figura 4.34 –
Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha na
saída do alimentador sem e com a presença dos filtros..............................
125
Figura 4.35 –
Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha na
saída do alimentador sem e com a presença dos filtros..............................
125
Figura 4.36 –
Tensões de fase do sistema antes e após a conexão dos filtros de
ordem..........................................................................................................
129
Figura 4.37 –
Tensões de fase do sistema antes e após a conexão dos filtros de 3ª, e
7ª ordens......................................................................................................
130
Figura 4.38 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e
com a presença dos filtros de 3ª ordem.......................................................
131
Figura 4.39 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e
com a presença dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens..........................................
131
Figura 4.40 –
Variação da impedância dos filtros com a freqüência................................
132
Figura 4.41 –
Correntes de linha antese após da conexão dos filtros de 3ª ordem...........
133
Figura 4.42 –
Correntes de linha antese após da conexão dos filtros de 3ª, e 7ª
ordens..........................................................................................................
134
Figura 4.43 –
Espectro harmônico das correntes de linha no ponto de conexão dos
filtros, antes e após a conexão dos filtros de 3ª ordem...............................
135
Figura 4.44 –
Espectro harmônico das correntes de linha no ponto de conexão dos
filtros, antes e após a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens...................
135
Figura 4.45 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a
conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.....................................................
136
Figura 4.46 –
Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador.......................
136
Dissertação de Mestrado
xvi
Figura 4.47 –
Tensões de fase do sistema antes e após a conexão dos filtros de
ordem..........................................................................................................
138
Figura 4.48 –
Correntes de linha do sistema antes e após a conexão dos filtros de
ordem..........................................................................................................
138
Figura 4.49 –
Tensões de fase do sistema antes e após a conexão dos filtros de 3ª, e
7ª ordens......................................................................................................
139
Figura 4.50 –
Correntes de linha do sistema antes e após da conexão dos filtros de 3ª,
5ª e 7ª ordens...............................................................................................
139
Figura 4.51 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e
com a presença dos filtros de e ordens, na saída do
alimentador.................................................................................................
140
Figura 4.52 –
Espectro harmônico das correntes de linha na saída do alimentador,
antes e após a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens..............................
140
Figura 4.53 –
Tensões de fase e correntes de linha das fases A, B e C.............................
141
Figura 4.54 –
Tensões de fase antes e depois da conexão dos filtros de e ordens
em série lado do sistema.............................................................................
144
Figura 4.55 –
Tensões de fase do lado do sistema e da carga com os filtros de e
ordens..........................................................................................................
145
Figura 4.56 –
Espectro harmônico da tensão de fase no ponto de conexão dos filtros,
antes do filtro (lado do sistema) e após o filtro (lado da carga)..................
146
Figura 4.57 Interação da impedância harmônica dos filtros de e com o sistema
devido a variação da freqüência..................................................................
146
Figura 4.58 –
Correntes de linha com os filtros de e ordens do lado do sistema e
da carga.......................................................................................................
147
Figura 4.59 –
Espectro harmônico das correntes de linha antes e após a conexão dos
filtros de 3ª e 9ª ordens, em série................................................................
148
Figura 4.60 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a
conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens...........................................................
148
Figura 4.61 –
Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador sem e com os
filtros de 3ª e 9ª ordens...............................................................................
149
Figura 4.62 –
Tensões de fase antese após da conexão dos filtros de e ordens na
saída do alimentador...................................................................................
150
Figura 4.63 –
Correntes de linha antes e após a conexão dos filtros de e ordens,
na saída do alimentador..............................................................................
151
Figura 4.64 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e
com a presença dos filtros de 3ª e 9ª ordens, na saída do alimentador.......
151
Figura 4.65 –
Tensões de fase no ponto de conexão dos filtros, no lado do sistema,
com os filtros série e antes e após a conexão dos filtros em derivação......
153
Figura 4.66 –
Correntes de linha no ponto de conexão dos filtros, no lado do sistema,
com os filtros série e antes da conexão dos filtros em derivação...............
153
Figura 4.67 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase com
somente os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, no
ponto de conexão dos filtros, no lado do sistema.......................................
154
Figura 4.68 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase com
somente os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, no
ponto de conexão dos filtros, no lado da carga...........................................
154
Figura 4.69 –
Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha com
somente os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, no
ponto de conexão dos filtros, no lado do sistema.......................................
155
Dissertação de Mestrado
xvii
Figura 4.70 – Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha com
somente os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, no
ponto de conexão dos filtros, no lado da carga...........................................
156
Figura 4.71 –
Tensões de fase na saída do alimentador com os filtros série e antes da
conexão dos filtros em derivação................................................................
156
Figura 4.72 –
Correntes de linha na saída do alimentador, com os filtros série e antes
da conexão dos filtros em derivação...........................................................
157
Figura 4.73 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase com
somente os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, na
saída do alimentador...................................................................................
158
Figura 4.74 –
Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha com
somente os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, na
saída do alimentador...................................................................................
158
Figura 4.75 –
Comparação entre os espectros harmônicos das correntes no neutro com
somente os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação......
159
Figura 4.76 –
Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador, com somente
os filtros em série e com os filtros em série e derivação............................
159
Figura 4.77 –
Tensões de fase antes e após a conexão do filtro de ordem em série,
no ponto de conexão dos filtros..................................................................
163
Figura 4.78 –
Espectro harmônico das tensões de fase no ponto de conexão dos filtros,
antes e após a conexão dos filtros...............................................................
164
Figura 4.79 –
Interação da impedância harmônica do filtro de 3ª ordem em série com o
sistema devido a variação da freqüência.....................................................
164
Figura 4.80 –
Correntes de linha sem e com o filtro de ordem, no ponto de conexão
dos filtros....................................................................................................
165
Figura 4.81 –
Espectro harmônico das correntes de linha antes e após a conexão do
filtro de 3ª ordem, em série, no ponto de conexão dos filtros.....................
166
Figura 4.82 –
Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a
conexão do filtro de 3ª ordem.....................................................................
166
Figura 4.83 –
Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador sem e com o
filtro de 3ª ordem........................................................................................
167
Figura 4.84 –
Tensões de fase antes e após a conexão do filtro de 3ª ordem, na saída do
alimentador.................................................................................................
168
Figura 4.85 –
Correntes de linha antes e após a conexão do filtro de 3ª ordem, na saída
do alimentador............................................................................................
169
Figura 4.86 –
Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e
com a presença do filtro de 3ª ordem, na saída do alimentador..................
169
Dissertação de Mestrado
xviii
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Redução da vida útil em função do aumento adicional de temperatura.....
22
Tabela 2.2 – Elevação da vida útil em função da diminuição de temperatura................
22
Tabela 3.1 – Relação de potência entre transformadores com baixa impedância de
seqüência zero............................................................................................
41
Tabela 3.2 – Parâmetros dos transformadores do filtro tipo 1........................................
50
Tabela 3.3 – Resumo e comparação entre as correntes de neutro do sistema, correntes
de linha e corrente pelo neutro do transformador.......................................
53
Tabela 3.4 – Elementos RLC do filtro utilizados na modelagem dos filtros em série....
58
Tabela 3.5 – Resumo do estudo da modelagem do filtro bloqueador harmônico...........
62
Tabela 3.6 – Resumo dos parâmetros do sistema e do filtro de 3ª ordem modelado......
68
Tabela 3.7 – Resumo dos parâmetros do sistema e do filtro de 5ª ordem modelado......
72
Tabela 3.8 – Resumo dos parâmetros dos filtros de 3ª e 9ª ordem modelados...............
82
Tabela 3.9 – Resumo dos parâmetros dos filtros de 3ª e 5ª ordem modelados...............
87
Tabela 3.10 –
Resumo dos parâmetros do filtro de 3ª ordem modelado...........................
92
Tabela 3.11 –
Quadro resumo dos tipos de filtros considerados.......................................
98
Tabela 4.1 – Fator de potência, por fase, no ponto de conexão dos filtros sem a
presença dos filtros.....................................................................................
107
Tabela 4.2 – Parâmetros dos transformadores do filtro tipo 1........................................
111
Tabela 4.3 – Fator de potência, por fase, no ponto de conexão dos filtros após a
conexão do banco de transformadores........................................................
115
Tabela 4.4 – Variação do fator de potência, por fase......................................................
118
Tabela 4.5 – Variação da distorção harmônica total de tensão e corrente......................
118
Tabela 4.6 – Elementos RLC do filtro utilizados na modelagem dos filtros em série....
120
Tabela 4.7 – Fator de potência, por fase, no ponto de conexão dos filtros antes e após
conexão dos filtros......................................................................................
123
Tabela 4.8 – Variação do fator de potência, por fase......................................................
126
Tabela 4.9 – Variação da distorção harmônica total de tensão e corrente, por fase........
126
Tabela 4.10 –
Resumo dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens modelados...................................
128
Tabela 4.11 –
Fator de potência, por fase, no ponto de conexão dos filtros após a
conexão dos filtros de 3ª ordem..................................................................
137
Tabela 4.12 –
Variação do fator de potência, por fase......................................................
141
Tabela 4.13 –
Variação da distorção harmônica total de tensão e corrente, por fase........
142
Tabela 4.14 –
Resumo dos filtros de 3ª, 9ª série modelados.............................................
144
Tabela 4.15 –
Fator de potência, por fase, no ponto de conexão dos filtros após a
conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens..........................................................
149
Tabela 4.16 –
Resumo dos filtros de 3ª, 9ª série e 3ª e 5ª ordens derivação modelados...
152
Tabela 4.17 –
Variação do fator de potência, por fase......................................................
160
Tabela 4.18 –
Variação da distorção harmônica total de tensão e corrente, por fase........
160
Tabela 4.19 –
Resumo dos filtros de 3ª ordem em série harmônica modelados...............
162
Tabela 4.20 –
Fator de potência, por fase, no ponto de conexão dos filtros após a
conexão do filtro de 3ª ordem.....................................................................
167
Tabela 4.21 –
Variação do fator de potência, por fase......................................................
170
Tabela 4.22 –
Variação da distorção harmônica total de tensão e corrente, por fase........
170
Tabela 4.23 –
Quadro resumo dos tipos de filtros considerados e resultados obtidos
com a simulação.........................................................................................
174
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO GERAL
1.1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O cenário da energia elétrica tem sofrido grandes mudanças ao longo dos últimos
anos, tendo em vista a inserção de cargas com características distintas daquelas do passado
sob o ponto de vista de sensibilidade a distúrbios da qualidade de energia. Estas cargas vêm
mudando o perfil do sistema elétrico rapidamente, consoante com o desenvolvimento
tecnológico em que estão inseridos. No passado havia equipamentos robustos, quase sempre
eletromecânicos. Com o passar dos anos e com o desenvolvimento de equipamentos baseados
nos princípios da eletrônica, o termo Qualidade da Energia Elétrica - QEEadquiriu uma
importância “sui generis”.
Assim, no contexto geral dos sistemas de energia elétrica, os fenômenos relacionados
à qualidade da energia elétrica, têm se tornado preocupante tanto para as concessionárias,
como também, para os consumidores. Fato este devido ao nível de esclarecimento dos
mesmos no que diz respeito a seus direitos e também do aprimoramento da legislação
pertinente ao assunto, que impõe multas e ressarcimento aos danos causados a equipamentos
pela qualidade da energia comprometida que os alimenta.
A partir destes fatos, tornou-se necessário conhecer novos parâmetros de referência da
energia elétrica fornecida de uma maneira diferenciada. Neste aspecto, os referidos
Capítulo I – Introdução Geral
Dissertação de Mestrado
2
parâmetros de qualidade da energia suprida aos consumidores, que antes não tinham grande
importância, e nem eram avaliados pelas concessionárias e pelos consumidores, agora se
tornaram pontos cruciais a serem analisados e avaliados.
Com o aumento das sensibilidades das cargas, os distúrbios da qualidade da energia
podem fazer com que haja mau funcionamento, desligamentos, e até mesmo danos em
equipamentos sensíveis, resultando em grandes prejuízos financeiros. Dentre os vários
distúrbios da qualidade da energia, as distorções harmônicas têm sido um tema vastamente
discutido e pesquisado, sempre com a preocupação de buscar alternativas para que seus
efeitos sejam minimizados, já que, nos dias de hoje é imperativa a presença de tais distúrbios
nas redes elétricas.
Dentre os problemas provocados pelas correntes harmônicas no sistema de
distribuição, o que será objeto de estudo deste trabalho é o carregamento que existe no
condutor neutro de sistemas de distribuição a quatro fios (3 fases e neutro) que alimentam
cargas não lineares. Assim, o foco principal nesta dissertação será o estudo de configurações
alternativas na filtragem destas correntes.
Na literatura, várias referências tratam de questões básicas a respeito das correntes
harmônicas, trazem sua definição, discutem a terminologia usada, levantam as causas e efeitos
do referido distúrbio. Também discutem quais cargas são mais sensíveis a esse tipo de
distúrbio, e quais são os níveis de distorção que afetam estas cargas [1, 2, 3,4].
Muitos trabalhos discutem o problema das distorções harmônicas e como solucioná-lo.
Neste aspecto, existe um consenso tal que, para se estudar o problema e tentar reduzir o
impacto causado a uma determinada carga sensível, é fundamental que se tenha informações
referentes aos aspectos construtivos da carga, configurações e parâmetros do sistema em que a
carga está conectada, tais como: níveis de curto-circuito, impedâncias das linhas de
Capítulo I – Introdução Geral
Dissertação de Mestrado
3
distribuição, dados dos transformadores à montante e à jusante, e níveis de distorção
harmônica tanto de tensão quanto de corrente do local de interesse.
Os trabalhos referentes às correntes harmônicas não são recentes, porém muitos
conceitos ainda não estão totalmente consolidados, de forma que ainda existe muito espaço
para discussão, objetivando-se chegar a um denominador comum sobre tal distúrbio.
1.2 - OBJETIVOS
O principal objetivo deste trabalho é a proposição de cinco tipos de configurações
utilizadas para minimizar o carregamento do condutor neutro devido ao fluxo de correntes de
seqüência zero neste condutor. Para isto, esta análise engloba fatores principais como:
Os princípios operativos das configurações, descrevendo como é desenvolvida
a operação de filtragem das correntes;
Implementação computacional dos filtros e simulação destes em condições
ideais, em um sistema com cargas lineares, porém equilibrado, e acoplados a
um sistema complexo não ideal, de forma a comparar a atuação dos filtros no
dois sistemas;
Conclusões gerais e comentários finais sobre os filtros analisados, discutindo
suas vantagens e desvantagens, no que diz respeito à sua operação e
desempenho.
Além disso, através deste estudo pretende-se mostrar a eficiência do programa ATP
para simulação de sistemas de distribuição em regime permanente, no domínio do tempo, já
que os problemas de distorção harmônica são classificados como problemas em regime
permanente.
Capítulo I – Introdução Geral
Dissertação de Mestrado
4
1.3 - RELEVÂNCIA
Pode-se dizer que os problemas causados pelas distorções harmônicas são um dos
mais importantes e mais antigos fenômenos estudados na área da qualidade da energia. Tais
fenômenos provocam efeitos em consumidores nas áreas residenciais, comerciais e
industriais, e pode significar gastos de milhões de reais por ano, tanto em investimentos para a
mitigação dos efeitos das distorções, quanto em perdas de energia e ressarcimento, este último
sob a óptica da concessionária de energia elétrica. Nos Estados Unidos e na Europa, por
exemplo, o custo estimado para a implementação dos limites propostos pela IEC seria da
ordem de $ 34Bi/ano em 2001 [5].
Os principais fatores que tornam o fenômeno distorção harmônicacada vez mais
relevantes são:
A crescente preocupação com a qualidade da energia visando à satisfação do
cliente e a competitividade do mercado de energia;
A utilização cada vez mais intensa de equipamentos “poluidores”, muitas vezes
sensíveis à poluição externa e/ou à própria poluição gerada (computadores,
controladores lógicos programáveis, acionadores de velocidade variável,
lâmpadas fluorescentes compactas, entre outros.).
Diante dos fatos apontados, uma necessidade de se avaliar a qualidade da energia
entregue pelas concessionárias, levantar a verdadeira sensibilidade dos equipamentos ao
distúrbio em questão (distorções harmônicas), bem como uma análise econômico-financeira
dos efeitos causados por estes distúrbios.
Capítulo I – Introdução Geral
Dissertação de Mestrado
5
De posse destas informações, as medidas de mitigação do distúrbio podem ser
avaliadas com mais subsídios pela concessionária, por parte do consumidor e também por
parte dos fabricantes de equipamentos eletro-eletrônicos envolvidos.
Neste contexto, a discussão que foi levantada acerca das configurações que serão
analisadas nos capítulos subseqüentes, e suas respectivas implementações computacionais
objetivam contribuir para o trabalho de melhoria da qualidade da energia elétrica e a redução
das perdas causadas pelo distúrbio em questão.
1.4 - METODOLOGIA
Numa pesquisa junto à concessionária de energia elétrica ESPÍRITO SANTO
CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. ESCELSA do Espírito Santo, foram obtidos dados reais,
tanto a respeito dos esquemas típicos dos sistemas de distribuição rural, de um alimentador de
13,8 kV, suprido por um transformador, como também de resultados de medições realizadas
neste transformador, evidenciando o problema do carregamento do neutro deste, tendo em
vista a configuração estrela aterrado no lado de 13,8 kV. Maiores detalhes sobre a
configuração estudada serão vistos no capítulo IV.
A modelagem do sistema teste utilizado no capítulo III e a carga utilizada nessa etapa
do trabalho foram realizadas de forma a possibilitar que os parâmetros calculados dos filtros
pudessem ser verificados, com o objetivo de serem avaliadas todas as cinco estruturas que
foram contempladas nesta dissertação. A sistemática adotada no decorrer das investigações
foi baseada na verificação dos sinais de tensões de fase e correntes de linha, no ponto de
conexão dos filtros e na saída do alimentador, onde o transformador está conectado.
Capítulo I – Introdução Geral
Dissertação de Mestrado
6
1.5 – CONTRIBUIÇÕES OFERECIDAS POR ESTA DISSERTAÇÃO
Uma vez contextualizado o tema, e estabelecidas as diretrizes que nortearam a
concepção e os desenvolvimentos da presente pesquisa, vale ressaltar que os trabalhos aqui
focados oferecem as seguintes contribuições direcionadas à esclarecer o funcionamento dos
equipamentos mitigadores de correntes harmônicas utilizando dispositivos eletromagnéticos e
passivos LC sintonizados:
Projeto e modelagem computacional dos filtros contemplados nesta dissertação,
objetivando verificar seus comportamentos nos sistemas aéreos de distribuição;
Escolha de um filtro para correntes de seqüência zero a ser utilizado para minimizar o
fluxo de correntes de seqüência zero em sistemas aéreos de distribuição;
Caracterização dos fatores de influência que determinam a eficácia do processo de
filtragem harmônica das estruturas consideradas na pesquisa.
1.6 – ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Diante das propostas supramencionadas, além do presente capítulo introdutório, a
dissertação será desenvolvida obedecendo a seguinte estrutura:
Capítulo I – Introdução Geral
Dissertação de Mestrado
7
Capítulo II Considerações gerais sobre correntes harmônicas em sistemas
de potência.
Este capítulo tem por objetivo a contextualização no que tange aos distúrbios da
qualidade de energia no passado e nos dias de hoje, posteriormente é feita uma discussão
sobre a atual legislação, caracterização das distorções harmônicas, classificação das cargas
geradoras de correntes harmônicas. Os efeitos ocasionados pelas distorções harmônicas de
tensão e corrente, também foram contemplados nesta etapa do trabalho, de forma superficial,
juntamente com a particularidade das correntes de seqüência zero. Finalmente, trabalhos
correlatos em dispositivos de filtragem harmônica foram considerados nesse capítulo.
Capítulo III Modelagem e implementação computacional dos filtros de
seqüência zero em sistema teste.
Este capítulo objetivou a modelagem e a implementação computacional dos filtros
contemplados nesta dissertação. As rotinas de cálculo para a determinação dos parâmetros dos
filtros foram desenvolvidas neste capítulo, em consonância com as referências utilizadas. A
implementação computacional foi realizada em um sistema teste, contendo tensões de
alimentação e cargas não lineares equilibradas. O desempenho dos filtros foi discutido nesta
etapa, usando o sistema teste implementado.
Capítulo I – Introdução Geral
Dissertação de Mestrado
8
Capítulo IV Avaliação do desempenho de filtros harmônicos passivos LC
e eletromagnéticos na minimização de correntes de
seqüência zero em sistemas aéreos de distribuição.
O desenvolvimento deste capítulo destinou-se a apresentar os resultados da aplicação
dos filtros modelados no capitulo III em um sistema de distribuição aéreo real, modelado no
ATP. Adicionalmente, cada estrutura foi avaliada, de forma a evidenciar suas vantagens e
desvantagens em sua aplicação.
Capítulo V – Conclusões finais.
Por fim, a apresentação das principais discussões e conclusões gerais dos capítulos que
formam o corpo desta dissertação foi destacada nesta fase final do trabalho. Além disso,
foram ressaltadas questões para futuros desenvolvimentos.
Revisão bibliográfica de trabalhos correlatos.
CAPÍTULO II
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE
CORRENTES HARMÔNICAS EM SISTEMAS DE POTÊNCIA
2.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os problemas de qualidade da energia elétrica sem dúvida sempre existiram nos
sistemas elétricos desde que a corrente alternada foi usada para transmissão e distribuição de
energia aos consumidores. Todavia, deve-se ressaltar que no passado estes se restringiam tão
somente às oscilações na freqüência do sistema e variações na amplitude da tensão, tendo em
vista os arcaicos métodos de regulação empregados no sistema e alguns problemas isolados
com correntes harmônicas causando problemas de compatibilidade eletromagnética entre
transformadores e sistemas de telefonia em meados das décadas de 30 e 40 [1].
Somente após a década de 50, com o início da construção das primeiras grandes usinas
hidrelétricas e linhas de transmissão no país, com o intuito de impulsionar o desenvolvimento
da indústria brasileira, é que as oscilações de freqüência foram acentuadamente reduzidas
devido à interligação dos sistemas, oferecendo assim maior confiabilidade na operação do
sistema como um todo.
No contexto geral dos sistemas de energia elétrica, os fenômenos relacionados à
qualidade da energia elétrica têm se tornado um fator relevante tanto para as concessionárias,
como também para os consumidores devido ao nível de esclarecimento dos mesmos no que
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
10
diz respeito a seus direitos e do aprimoramento da legislação, que impõe multas e
ressarcimento aos danos a equipamentos provenientes da falta de qualidade da energia que os
alimenta.
A melhoria na qualidade da energia elétrica tornou-se inevitável, tendo em vista a
sensibilidade dos equipamentos eletroeletrônicos atualmente utilizados pelos consumidores.
Neste sentido, normas e recomendações vêm sendo elaboradas de forma a nortear a operação
das concessionárias objetivando disponibilizar aos consumidores um produto (energia
elétrica) com as características regidas pela Resolução Nº. 505, de 26 de Novembro de 2001
da ANEEL e com os padrões constantes no Sub-Módulo 2.2 e no Módulo 8 dos
Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico NacionalPRODIST
[2] que trata da Qualidade da Energia Elétrica.
As cargas que interferem na qualidade da energia são conhecidas normalmente como
cargas elétricas não lineares ou cargas especiais, dentre as quais se pode citar aquelas que
possuem como princípio operativo as chaves eletrônicas. Neste aspecto, como ilustração, a
figura (2.1) ilustra a relação entre tensão versus corrente de cargas lineares e não lineares.
a) b)
Figura 2.1 – Exemplo de relações entre uma tensão aplicada a uma carga versus sua corrente de carga:
a) Carga linear; b) Carga não linear.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
11
Tais cargas não lineares tiveram a sua maior difusão a partir da década de 80, com o
desenvolvimento do parque industrial brasileiro, demandando assim maior otimização de seus
procedimentos operacionais, entrando em operação equipamentos sofisticados tais como
Controladores Lógicos Programáveis – CLP´s, inversores e conversores de freqüência e
fontes chaveadas. Atualmente, com o estágio de desenvolvimento tecnológico dos
equipamentos utilizados tanto nas indústrias quanto nas residências e comércios, os problemas
de qualidade de energia não mais se restringem somente à área industrialDevido à
configuração utilizada em sistemas de distribuição, problemas com correntes harmônicas de
seqüência zero têm sido verificados e, desta forma, ações e pesquisas estão sendo realizadas
para eliminar ou amenizar os efeitos destas correntes no sistema elétrico.
2.2 – DISTORÇÕES HARMÔNICAS – CONCEITOS GERAIS
As distorções nas formas de onda da corrente e da tensão dos sistemas elétricos estão
relacionadas principalmente à injeção de correntes harmônicas geradas pelas cargas elétricas
não lineares ou por alguma outra situação, a exemplo da injeção de correntes harmônicas
devido à saturação de transformadores operando com baixo carregamento. Os veis das
tensões e correntes harmônicas injetadas nos sistemas de energia podem ser quantificados
matematicamente baseando-se no estudo das ondas não senoidais periódicas, através da série
de Fourier ou pela transformada de wavelet.
Sabe-se que aplicando a série de Fourier em uma onda distorcida de tensão ou
corrente, obtém-se uma componente da onda com a freqüência fundamental e outras
componentes com freqüências múltiplas da fundamental, denominadas por freqüências
harmônicas.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
12
A aplicação da série de Fourier também propicia a vantagem de uma análise
individual de cada componente harmônica que compõe a forma de onda distorcida, obtendo-
se a amplitude, freqüência e defasagem angular de cada componente que se deseja analisar. A
título de ilustração, a figura (2.2) mostra a forma de onda da corrente de linha de um
retificador monofásico e o seu espectro de freqüências correspondentes, obtido pela aplicação
da transformada discreta de Fourier.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19
Ordem Harmônica
Corrente [A]
a)
b)
Figura 2.2 – Corrente típica de um retificador monofásico: a) Corrente de fase; b) Espectro harmônico
correspondente.
Desta forma, para a quantificação das distorções harmônicas de tensão e corrente
podem ser usadas expressões que informam o quanto o sinal está distorcido [2]. Estas
expressões são denominadas de Distorção harmônica total de tensão – DTT%” e Distorção
harmônica de corrente DTI%”. Adotando as convenções utilizadas em [2,3] as equações
(2.1) e (2.2) sintetizam tais definições:
( )
max
2
2
2
1
100 %
h
h
h
V
DTT x
V
=
=
(2.1)
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
13
( )
max
2
2
2
1
100 %
h
h
h
I
DTI x
I
=
=
(2.2)
Onde:
DTT
= Distorção harmônica total de tensão percentual;
DTI
= Distorção harmônica total de corrente percentual;
h
V
= Valor eficaz da tensão de ordem
n
;
h
I
= Valor eficaz da corrente de ordem
n
;
1
V
= Valor eficaz da tensão fundamental;
1
I
= Valor eficaz da corrente fundamental;
h
= Ordem harmônica.
h
max
= Ordem harmônica máxima utilizada no estudo.
Para a determinação do percentual de cada componente harmônica em relação à
componente fundamental da onda, ou seja, a distorção harmônica individual, utiliza-se as
equações (2.3) e (2.4), descritas a seguir [2]:
( )
1
100 %
h
h
V
DIT x
V
= (2.3)
( )
1
100 %
h
h
I
DII x
I
= (2.4)
Onde:
h
DIT
= Distorção harmônica individual de tensão de ordem h percentual;
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
14
DII
= Distorção harmônica individual de corrente de ordem h percentual.
Outra particularidade relacionada às distorções harmônicas é a aleatoriedade com que
estas aparecem nos sistemas de energia elétrica. Este fator é de grande importância para uma
análise do conteúdo harmônico, uma vez que, torna-se mais interessante conhecer os níveis
médios e a faixa de variação ocorrida durante um determinado período. Nestas condições,
muitas vezes é necessária a utilização de tratamentos estatísticos para realização de uma
análise dos fenômenos de distorções nas formas de ondas dos sistemas elétricos.
Assim, as distorções harmônicas geradas pelas cargas não lineares não implicam,
necessariamente, em mau funcionamento dos equipamentos sensíveis acoplados perto de tais
cargas perturbadoras, pois este efeito ocorre somente quando o nível da qualidade da energia é
inferior aos níveis de compatibilidade das cargas sensíveis.
2.3 – CARGAS GERADORAS DE CORRENTES HARMÔNICAS
Na maioria das vezes, as cargas poluidoras (não lineares) também são sensíveis à
poluição que elas mesmas e que outras cargas poluidoras próximas a ela geram. Estas cargas
podem ser classificadas em três grupos básicos:
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
15
2.3.1 – CARGAS DE CONEXÃO DIRETA AO SISTEMA
Nesta categoria de cargas, pode-se mencionar:
Transformadores alimentadores;
Motores de corrente alternada;
Compensadores estáticos tipo reator saturado;
Fornos a arco voltaico;
Máquinas de solda a arco elétrico;
Circuitos de iluminação com lâmpadas de descarga; etc.
2.3.2 – CARGAS CONECTADAS ATRAVÉS DE CONVERSORES
Neste grupo enquadram-se:
Fornos de indução de alta freqüência;
Motores síncronos controlados por cicloconversores;
Processos de eletrólises através de retificadores não controlados;
Motores de indução controlados por inversores com comutação forçada;
Motores de corrente contínua controlados por retificadores; etc.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
16
2.3.3 – CARGAS RESIDENCIAIS
Pode-se citar nesta categoria de cargas:
Televisores;
Sistemas de iluminação controlados por dimmers;
Circuitos de iluminação com lâmpadas de descarga;
Carregadores de baterias;
Eletrodomésticos com fontes chaveadas;
Computadores;
Ar-condicionado; etc.
Assim, da classificação mostrada anteriormente, pode-se observar que a tendência é
cada vez maior a conexão de cargas não lineares conectadas ao sistema, que poderão ser
sensíveis às distorções harmônicas. É fato que, com o avanço tecnológico, a facilidade do
acesso aos equipamentos listados por praticamente todas as classes sociais e, também
ultimamente, o crescimento da construção de edificações inteligentes com diversificadas
finalidades, tem intensificado o fluxo de correntes harmônicas em todos os níveis dos
sistemas de distribuição, podendo até mesmo vir a interferir no desempenho de sistemas de
transmissão.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
17
2.4 EFEITOS DA DISTORÇÃO HARMÔNICA NO SISTEMA
ELÉTRICO
Como discutido no subitem 2.2, a simples ocorrência de distorções harmônicas não
implica necessariamente em problemas. Portanto, o problema está no fluxo das correntes
harmônicas através das impedâncias envolvidas, gerando assim tensões distorcidas. Esta
afirmativa é consoante com a verificação de distorções relativamente baixas em subestações e
plantas de geração comparadas com os locais onde existem cargas não lineares instaladas e
adjacências. Isto se deve ao fato de que nestes locais, os níveis de curto-circuito são elevados,
consequentemente, a impedância de curto-circuito nestes locais é baixa, ocasionando um
produto
(
)
(
)
Z h I h
×
de baixo valor. Neste aspecto, para uma melhor compreensão deste fato,
a figura (2.3) ilustra o problema das distorções harmônicas de tensão, decorrente do fluxo de
correntes harmônicas pela impedância do sistema.
Figura 2.3 – Fluxo convencional de correntes harmônicas no sistema de potência
Portanto, da figura acima, observar-se que a tensão distorcida no barramento,
originária da interação entre a tensão do sistema
E
e a tensão harmônica
ZI
H
,
pode atingir
valores proibitivos, com base na legislação existente. Pode-se dizer seguramente que cuidados
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
18
devem ser tomados, principalmente na fase de projeto de equipamentos e sistemas, de forma a
minimizar os efeitos das correntes harmônicas nestes, tendo em vista a inevitável presença de
equipamentos baseados em tecnologia não linear nas redes elétricas.
Considerando-se os equipamentos acoplados no sistema elétrico e suas características,
verifica-se que é possível classificar os efeitos das distorções harmônicas em três grupos:
I.
Solicitações de isolamento (dielétricas)
: Devido às distorções de tensão;
II.
Solicitações térmicas
: Devido à circulação de correntes harmônicas;
III.
Operação indevida de equipamentos
: Devido a torques oscilatórios, de relés, etc.
Considerando a classificação acima e o comportamento físico de alguns dispositivos
constituintes do sistema elétrico frente as condições não lineares de tensão e corrente, serão
discutidos a seguir os efeitos das distorções harmônicas em equipamentos considerados de
maior relevância.
2.4.1 EFEITOS DAS DISTORÇÕES HARMÔNICAS SOBRE A
RESISTÊNCIA DE CONDUTORES ELÉTRICOS
É de conhecimento que quando uma corrente percorre um condutor este fica
submetido a dois fenômenos: o efeito pelicular e o efeito proximidade. O resultado é o
aumento das perdas elétricas nos condutores. O fato já existe à freqüência industrial, apesar de
aparentemente não ser levado em conta, uma vez que o mesmo já é incorporado nas tabelas de
dimensionamento dos fabricantes.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
19
Como se sabe, o efeito pelicular é o resultado da não uniformidade da indutância
própria através das secções retas do condutor. Esta não uniformidade da corrente faz com que
a resistência CA se apresente alterada com um maior valor [4, 6].
No efeito proximidade, os campos magnéticos dos condutores próximos se interagem
distorcendo a distribuição das correntes nos mesmos, e consequentemente, alterando o valor
da resistência elétrica.
Existem várias formas de se tratar com os fenômenos acima descritos, sendo que a
maneira mais prática é através da utilização de tabelas para determinação de fatores de
correção para o dimensionamento das bitolas dos condutores que serão utilizados na
avaliação.
Por fim, deve-se sempre prever a circulação de correntes harmônicas em instalações
onde haverá a utilização de um grande número de equipamentos eletrônicos, tais como
naquelas instalações de natureza comercial.
2.4.2 EFEITOS DAS DISTORÇÕES HARMÔNICAS NOS MOTORES
DE INDUÇÃO
Em geral, se a distorção harmônica total de tensão (DTT), não exceder a 5% e, se
nenhuma harmônica individual de tensão ultrapassar a 3%, então não haverá necessidade de
fazer a sub-utilização (derating) do motor. Para o caso em que os motores apresentam
excessivo aquecimento, isto significa dizer que o DTT atingiu níveis de 8% a 10% [1].
A influência das correntes harmônicas sobre os motores de indução também se
manifesta sobre o torque e as perdas internas. Se as distorções harmônicas totais de corrente
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
20
não excederem a 20%, os efeitos provocados ao motor por estas correntes não terão um
impacto muito significativo.
Para uma avaliação mais adequada, há de se salientar aqui a necessidade de um estudo
detalhado sobre as perdas no ferro, decorrentes do efeito pelicular e do efeito proximidade nos
condutores do estator, podendo o aumento destas perdas propiciar uma redução acentuada da
vida útil do equipamento.
Os torques oscilatórios podem gerar problemas de vibrações mecânicas no motor e
para a carga acionada, resultando em avarias para o sistema de rolamentos tanto para o motor
quanto para a carga acionada, caso esta disponha de rolamentos [7].
Além das questões supracitadas, os motores de indução que estão sujeitos a tensões
distorcidas poderão ainda apresentar problemas operacionais como alterações das condições
de partida, nos pontos de operação em regime permanente, variações do torque médio, entre
outros.
2.4.3 EFEITOS DAS DISTORÇÕES HARMÔNICAS SOBRE
TRANSFORMADORES
As falhas nos transformadores geralmente estão associadas a problemas na isolação do
equipamento. Assim, quanto maior a temperatura a que a isolação estiver submetida, maior
será a sua deterioração. A degradação de algumas propriedades do sistema isolante é resultado
da ação individual e/ou conjunta de algumas possibilidades tais como: calor, força mecânica,
redução da resistência dielétrica devido especialmente às sobretensões, contaminação,
umidade e acidez do óleo isolante, vibrações mecânicas, ambientes corrosivos, entre outros.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
21
Portanto, o carregamento de um transformador está diretamente vinculado à sua
temperatura de operação, que, por sua vez, influi sobre a expectativa de vida útil do
equipamento.
Um dos principais efeitos das componentes harmônicas em transformadores
manifesta-se na forma de sobre aquecimento devido ao aumento das perdas joule e no ferro
(Histerese e Foucault). Sabe-se que a presença das componentes harmônicas, além do efeito
das correntes propriamente ditas, também provocam o aumento da resistência dos
enrolamentos, como tratado no sub-índice 2.4.1, contribuindo para o acréscimo das perdas
²
i r
.
Tendo em vista a correlação entre aquecimento do equipamento e a sua vida útil, é
adequado retratar este relacionamento matematicamente, de forma a expressar a estimativa de
perda de vida útil com o aumento da temperatura de funcionamento do equipamento. A
expressão utilizada para tal finalidade é derivada da teoria clássica de Arrhenius-Darkin e foi
utilizada em [8]. A equação (2.5) mostra, portanto, que a isolação tem longa durabilidade se a
temperatura for mantida abaixo de certo limite, acima do qual a vida útil é afetada à medida
que a temperatura é aumentada. Pode-se então escrever:
.
A
C
EVu D d
θ
+
=
(2.5)
Onde
,
A C e D
– são constantes do material isolante;
θ
– temperatura do material isolante [ºK];
d – valor constante (10 ou
2,71828
e
=
)
EVu – expectativa de vida útil [horas]
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
22
Com o uso e aplicação da expressão, a tabela (2.1) mostra como se comporta a
redução da vida útil de um transformar em função do aumento adicional de temperatura, de
acordo com a equação (2.5) [7]. Partindo-se da equação (2.5) é possível, após ajustes, a
obtenção da expressão (2.6), conforme a norma NBR 5416, dada por:
6972,15
14,133
273
( ) 10EVu h
θ
+
= (2.6)
Tabela 2.1 – Redução da vida útil do transformador em função do aumento adicional de temperatura
]
C
θ
Vu [horas] Redução [%]
0 65.000 0
1 57.772 11
2 51.363 21
3 45.693 30
4 40.676 37,42
5 36.232 44,25
6 32.294 50
7 28.800 55,7
Da tabela (2.1) pode-se verificar que, para pequenos aumentos de temperatura
sensíveis reduções da vida útil, chegando-se a uma diminuição de aproximadamente 50% para
um aumento adicional de 6 [ºC]
Novamente, com base na equação (2.6), a tabela (2.2) fornece a elevação da vida útil
em função da redução da temperatura ambiente. Como exemplo desta situação de diminuição
de temperatura ambiente pode ser citado o funcionamento dos sistemas de ventilação forçada
aplicado aos transformadores de força de subestações.
Tabela 2.2 – Elevação da vida útil em função da diminuição de temperatura
]
C
θ
Vu [horas] Elevação [pu]
0 65.000 0
5 118.584 1,82
10 219.700 3,38
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
23
Os efeitos descritos até aqui são apenas uma pequena amostra de como as distorções
harmônicas interferem no funcionamento de alguns equipamentos. Deve-se ressaltar também
a influência de tais distorções sobre os geradores síncronos [9], sobre os capacitores para a
correção do fator de potência, sobre cargas lineares e não lineares, disjuntores, fusíveis,
dispositivos de proteção e medição e sobre o fator de potência, assuntos estes que fogem aos
objetivos desta dissertação.
No que tange à correção do fator de potência, sabe-se que o dimensionamento dos
bancos de capacitores considera-se tão somente a componente da corrente fundamental.
Constantemente esta ação leva a danos freqüentes às instalações dos capacitores, no que diz
respeito à danificação das unidades capacitivas devido à ocorrência da ressonância entre o
capacitor e a indutância do sistema à montante no ponto de conexão do capacitor.
Portanto, com a presença de correntes e tensões harmônicas o já consagrado co-seno
do ângulo entre a tensão e a corrente não pode mais ser assim chamado, vulgarmente, de fator
de potência [10], necessitando neste contexto da inserção de novos conceitos, a exemplo do
fator de potência com distorção.
Outra situação a ser considerada é que em sistemas de distribuição é inevitável que
haja um desequilíbrio considerável entre as correntes do sistema, devido, principalmente pela
conexão de cargas monofásicas ou bifásicas no sistema trifásico. Em sistemas com estas
características onde há a configuração trifásica a quatro fios, ou seja, com configuração
delta/estrela com centro estrela aterrado, a diferença entre as correntes irá circular pelo neutro.
A magnitude desta corrente de circulação pelo neutro é monitorada pela unidade 51N
(relé de corrente) nos níveis de 15kV dos sistemas de distribuição, que geralmente comanda a
abertura de um disjuntor caso seja detectada um valor de corrente acima da corrente de ajuste
da unidade, evitando que o transformador seja danificado ou tenha a sua vida útil
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
24
comprometida com o aumento de temperatura que essa corrente excessiva de neutro poderia
provocar, conforme considerado anteriormente.
2.5 – PARTICULARIDADES DAS CORRENTES DE SEQÜÊNCIA ZERO
Quando o transformador alimenta cargas não lineares correntes harmônicas circulam
pelos condutores das fases e do neutro (ao se considerar a existência deste), e estas estando
presentes em sistemas elétricos por si só já demandam uma preocupação extra em sua
operação. Neste sentido, quando do sistema em configuração com centro estrela aterrado, as
correntes harmônicas de seqüência zero, a exemplo das harmônicas de 3º ordem e suas
múltiplas podem causar sobrecargas no condutor neutro [10]. Isto se deve ao fato que estas
componentes se somam no neutro, podendo atingir valores superiores á corrente de linha. Para
ilustrar a presença desta corrente, o sistema da figura (2.4) foi simulado. O arranjo mostrado
na figura consiste de três retificadores monofásicos conectados em estrela aterrada, composto
por um uma ponte retificadora com capacitor de alisamento de 15uF, e como carga uma
resistência de 14,8
e uma indutância de 0,1 H.
Figura 2.4 – Sistema teste simulado para medição da corrente no condutor neutro.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
25
O sistema acima é, portanto, composto por três cargas não lineares (CNL)
equilibradas, de forma que não existirá corrente fundamental no neutro. A impedância do
sistema (ZS) foi levada em consideração, com valores de resistência de 0,01
em série com
uma indutância de 0,1 mH.
As figuras (2.5) e (2.6) mostram as formas de onda da corrente de linha da fase e da
corrente de neutro, respectivamente, obtidos na simulação.
0.05 0.055 0.06 0.065 0.07 0.075 0.08 0.085 0.09 0.095 0.1
-200
-100
0
100
200
300
400
Tensões e correntes de fase
Tempo [s]
Corrente fase A
Corrente fase B
Corrente fase C
Tensão fase A
Tensão fase B
Tensão fase C
Figura 2.5 – Tensões e correntes de fase do sistema da figura 2.4.
Figura 2.6 – Corrente no condutor neutro do sistema da figura 2.4.
Como pode ser observado na figura (2.7), a freqüência da corrente resultante do neutro
é de ordem três, ou seja, a terceira harmônica é a predominante, tendo em vista o equilíbrio
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
26
das cargas. Na mesma figura é mostrado o espectro harmônico correspondente, onde fica clara
a questão da soma das componentes de seqüência zero no condutor neutro, e também
individualmente as correntes nas fases A, B e C.
0
5
10
15
20
25
30
35
Corrente [A]
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Fase A Fase B Fase C Neutro
Figura 2.7 – Espectro harmônico das correntes de fase e de neutro.
Para um sistema trifásico, simétrico e equilibrado, a corrente existente no condutor
neutro deveria ser zero, com isso a seção do condutor neutro poderia ser menor, comparada
com a do condutor fase. No entanto, como pode ser visto na figura (2.7), existe a circulação
de uma corrente que é maior que o dobro da corrente de fase circulando pelo condutor neutro.
Muito embora a tônica das discussões tenha sido orientada para o caso de sistemas não
senoidais trifásicos equilibrados, vale ressaltar que as componentes de seqüência zero podem
ser ainda incrementadas quando do funcionamento de instalações trifásicas em que a rede e/ou
a carga se apresentam desequilibradas. Nestas situações, além das denominadas componentes
de seqüência múltiplas de três, há de se reconhecer que as demais freqüências podem também
produzir componentes de seqüência com características da seqüência zero aqui considerada.
Caso isto aconteça, o fenômeno da circulação de correntes harmônicas pelo neutro fica
fortalecido, sem contar ainda com a freqüência fundamental que também poderá existir.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
27
Com vistas a solucionar os problemas que essa corrente provoca, algumas soluções
podem ser tomadas, tais como aumento da seção do condutor neutro, instalação de um
condutor neutro para cada fase, instalação de um condutor neutro adicional (duplicação),
instalação de filtros harmônicos de seqüência zero junto a cada carga, instalação de
transformadores isoladores, entre outros.
2.6 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE TRABALHOS CORRELATOS
Várias pesquisas e publicações têm sido encontradas com relação ao assunto filtros
harmônicos e, portanto, neste momento torna-se necessário relatar os resultados dos trabalhos
de levantamento bibliográficos realizado.
Neste contexto, é possível encontrar diversas técnicas para reduzir os sinais
harmônicos de tensão e/ou corrente. Tais técnicas, de um modo geral, podem ser agrupadas
em topologias abaixo descritas:
Uso de filtros passivos conectados em paralelo e/ou série [12, 13, 14, 15, 16,
17, 18, 19, 20];
Inserção de reator em série com a linha c.a. [21, 22];
Uso de dispositivos eletromagnéticos [23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31];
Filtros ativos de potência conectados em paralelo e/ou série [32, 33, 34, 35, 36,
37];
Técnicas de compensação de fluxo magnético [38, 39]
A escolha de um ou outro procedimento, ou mesmo a associação de soluções, deve
levar em consideração a análise de alguns aspectos, tais como:
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
28
Conhecimento do sistema de alimentação do ponto de vista da concessionária:
impedância de curto-circuito, nível de tensão e legislação quanto aos níveis de
distorções harmônicas permitidos;
Tipos de cargas instaladas, potência envolvida, problemas ocasionados por
harmônicas;
Ponto onde será instalado o dispositivo redutor de harmônicas;
Desempenho e capacidade nominal do dispositivo;
Relação entre custo inicial de compra mais o custo da energia consumida do
próprio dispositivo versus custo evitado;
Influência da carga sobre a técnica utilizada. A variação da potência solicitada
pela carga e a presença de desequilíbrios podem alterar o funcionamento do
dispositivo empregado para a minimização das correntes harmônicas;
Efeitos indesejáveis ao funcionamento das cargas elétricas envolvidas.
Aumento da distorção de tensão de alimentação da carga, sua queda ou a sua
elevação (efeitos da ressonância, no caso de filtros passivos);
Efeitos danosos podem ocorrer sobre o sistema de alimentação, tais como
alteração no nível de distorção harmônica de tensão ou de corrente, do nível de
curto circuito, alterações no fator de potência, entre outros. Em decorrência
desses, pode haver possíveis efeitos indesejáveis sobre cargas consumidoras
adjacentes ao dispositivo mitigador;
Alterações do sistema podem interferir no funcionamento do equipamento
mitigador. Variações como alteração da impedância do sistema, aumento do
fluxo das correntes harmônicas no sistema e desequilíbrios de tensão podem
prejudicar o funcionamento do dispositivo.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
29
Dentre as alternativas relatadas como possíveis estratégias para a redução e/ou
mitigação das correntes harmônicas, aquelas associadas aos filtros ativos, passivos,
eletromagnéticos ou a associação de ambos são, comumente, as mais empregadas. Devido a
este fato, estas três metodologias serão consideradas com mais detalhes na seqüência.
Os filtros passivos são formados a partir de combinações de elementos resistivos,
capacitivos e indutivos, podendo ser conectados em paralelo, série ou em associação entre
ambos ao sistema elétrico. Aqueles conectados em paralelo (derivação ou shunt) têm sido
largamente empregados. Ao longo de vários anos, devido a fatores científicos, tecnológicos e
econômicos, estes têm se firmado como a solução mais viável para redução de harmônicos.
Os filtros passivos em derivação são também classificados conforme suas
características de impedância com a freqüência. Assim, estes filtros podem ser agrupados em
duas categorias: filtros sintonizados e amortecidos.
Os filtros sintonizados são circuitos constituídos por elementos R, L e C em
combinações série, paralela ou série-paralela. Nestes filtros, os elementos indutivos (L) e
capacitivos (C) são determinados de tal forma que apresentem baixa impedância equivalente
para as freqüências que eles devem filtrar, ou seja, para as freqüências ressonantes. Os filtros
amortecidos são constituídos por circuitos que oferecem uma baixa impedância equivalente ao
longo de uma larga faixa de freqüências. Outra função dos filtros sintonizados e amortecidos é
que, para freqüências abaixo da freqüência de ressonância, apresentam-se com impedância
capacitiva, ou seja, operam como compensadores de reativo para a freqüência fundamental.
Por outro lado, os filtros passivos conectados em série têm sido bem menos enfocados
para a filtragem harmônica do que aqueles filtros conectados em derivação, o que pode ser
justificado através dos seguintes motivos [15]:
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
30
Produção de correntes harmônicas por parte das cargas não lineares seria
inibida no ponto de origem, afetando, assim, a operação da carga geradora do
distúrbio;
Dificuldades relacionadas com o isolamento elétrico dos componentes L e C
do filtro;
Altas distorções de tensão nos terminais de saída do filtro;
Condução de toda a corrente de carga, apresentando, por conseguinte, maior
custo dos componentes da instalação.
Os filtros passivos pela sua versatilidade, confiabilidade e relativa simplicidade foram
os mais explorados neste trabalho. As configurações básicas dos filtros sintonizados em
derivação (shunt) e série podem ser vistas nas figuras (2.8a) e (2.8b) respectivamente.
a)
b)
Figura 2.8 – Figura 2.8a) Filtro passivo em derivação com a carga. Figura 2.8b) Filtro passivo em
série com a carga.
Uma alternativa para diminuir a distorção harmônica das correntes consiste na
utilização de filtros ativos, constituídos por componentes baseados na tecnologia utilizada na
eletrônica de potência, e de controles analógicos e/ou digitais de chaveamento e controle
interno de tal dispositivo. Este tipo de dispositivo tem tido uma evolução bastante acentuada,
predominantemente a partir da década de 80 com o crescente desenvolvimento da eletrônica
de potência.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
31
Os tipos básicos de filtros ativos são: paralelo, série, série/paralelo combinados e
híbridos (que combinam técnicas ativas e passivas). Os métodos de operação dos filtros ativos
atuais são fundamentados na teoria das potências ativa e reativa instantâneas [40, 41].
Os filtros ativos paralelos atuam através de um processo de detecção, sintetização e
aplicação de correntes harmônicas contrárias àquelas produzidas pela carga não linear,
podendo ainda atuar sobre a corrente na freqüência fundamental, promovendo a compensação
reativa [42]. Um filtro ativo paralelo típico é composto basicamente por um inversor de tensão
ou de corrente, acionado por técnicas específicas de controle [35].
Como mencionado, a combinação de filtros ativos série/paralelo também se apresenta
como um procedimento para o controle de harmônicas. Neste particular, a referência [43]
apresenta um dispositivo para a compensação simultânea de tensão e corrente denominado
por UPQC (Unified Power Quality Conditioner), sendo esta denominação advinda do fato que
seu circuito de potência se apresenta de modo similar ao do UPFC (Unified Power Flow
Controller) [34]. Nesta mesma linha [44] propôs o compensador universal UPLC (Universal
Active Power Line Conditioner) que engloba todos os conceitos associados com o UPFC e o
UPQC num único equipamento.
Por fim, tem-se a associação dos filtros passivos com os filtros ativos, chamados de
filtros híbridos. Esta solução ocorre no sentido de reduzir o custo inicial da instalação e
obtenção de maior eficiência na diminuição do conteúdo harmônico [42, 45, 46].
De forma geral, a utilização de filtros ativos para o controle de distorções harmônicas
de tensão e/ou corrente se apresenta como uma opção eficiente para tal fim, apresentando,
porém, altos custos de implantação e manutenção, inviabilizando, em algumas situações, o
uso dos mesmos.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
32
Os filtros ativos não foram considerados neste trabalho, tendo em vista algumas
desvantagens acima citadas, e pelo seu desenvolvimento relativamente complexo. As
configurações acima citadas são mostradas na figura (2.9), (2.10) e (2.11).
Figura 2.9 – Filtro ativo em derivação com a carga
Figura 2.10 – Filtro ativo em série com a carga
Figura 2.11 – Filtro ativo composto (híbrido).
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
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33
Além dos filtros passivos, outra estrutura de compensação harmônica avaliada neste
estudo é a que se baseia nos princípios eletromagnéticos, os quais também foram foco deste
estudo. Mesmo não havendo uma quantidade grande de trabalhos sobre o assunto, algumas
referências utilizadas tal como a [47] apresentam uma configuração do sistema de energia
utilizando transformadores defasadores para a minimização do fluxo de correntes harmônicas
de seqüência positiva, negativa e zero. Outra estratégia eletromagnética remete ao emprego de
um dispositivo capaz de promover uma baixa impedância de seqüência zero, conectado em
paralelo com a carga não linear. Na referência [48] é apresentada uma configuração para um
filtro eletromagnético de seqüência zero, não apresentando, porém, maiores detalhes sobre
construção e operação do dispositivo. Algumas referências trazem resultados computacionais
e experimentais de sistemas utilizando dispositivos eletromagnéticos como filtros de correntes
de seqüência zero [23, 25, 26, 27, 31]. Consoante com a filosofia dos dispositivos
anteriormente descritos, as referências [24, 26] apresentam uma forma alternativa para a
melhoria da eficiência do filtro de seqüência zero em derivação em questão, que consiste em
uma estrutura magnética em série com a linha que alimenta a carga não linear, mas à
montante do filtro em derivação, chamado de bloqueador de seqüência zero. A figura (2.12a)
ilustra a topologia deste equipamento. O dispositivo em questão tem como objetivo aumentar
a impedância de seqüência zero do sistema de alimentação vista pelo filtro em derivação, de
forma a facilitar o trabalho do filtro em derivação em desviar as correntes de seqüência zero
injetadas pela carga. Com vistas a descrever o funcionamento dos filtros de seqüência zero
sob condições não ideais de suprimento ou carga não equilibrada alimentada, a referência [27]
enfoca, computacionalmente, diferentes condições elétricas do sistema, tais como: carga não
linear trifásica desequilibrada, carga não linear monofásica, tensão de alimentação
desequilibrada e tensão de alimentação destorcida. Existem ainda enfoques sobre a filtragem
de correntes de seqüência positiva e negativa utilizando dispositivos eletromagnéticos,
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
34
descritos nas referências [49, 50], mas estes não são objetos desta dissertação, de forma a ficar
como proposta de trabalhos futuros, tendo em vista os benefícios que tais dispositivos trariam
para o funcionamento do sistema como um todo.
Como ilustração, a figura (2.12a) mostra a configuração do transformador bloqueador
de seqüência zero e na figura (2.12b) o transformador passante (provedor de caminho de baixa
impedância para a corrente de seqüência zero). Estas duas estruturas são bastante citadas pelas
referências utilizadas nesta dissertação.
a)
b)
Figura 2.12 – Estruturas magnéticas utilizadas como filtros de seqüência zero. a) bloqueador
eletromagnético de seqüência zero; b) transformador passante de correntes de seqüência zero.
A figura (2.12b) mostra a ligação equivalente de um transformador trifásico conectado
em zig-zag. A ligação equivalente dos terminais primário e secundário deste transformador
possibilitou a conexão resultante de um reator trifásico em zig-zag, o qual seria esta a
nomenclatura mais utilizada. Entretanto, nesta dissertação tal equipamento será denominado,
doravante transformador zig-zag.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
35
2.7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente capítulo foi desenvolvido de forma a apresentar os conceitos sicos sobre
qualidade da energia, correntes harmônicas, como estas são geradas e como elas afetam
determinados equipamentos acoplados ao sistema elétrico. Adicionalmente, foi realizado
comentários sobre os principais equipamentos presentes no sistema elétrico que são afetados
pela presença de tensões e/ou correntes harmônicas. Uma introdução, apesar de sucinta, mas
consistente acerca das particularidades das correntes de seqüência zero, gerando efeitos
indesejáveis de diversas naturezas, objeto de investigações posteriores e que serão descritos
nos capítulos a seguir desta dissertação.
Capítulo II – Considerações Gerais Sobre correntes Harmônicas em
Sistemas de
Potência.
Dissertação de Mestrado
36
CAPÍTULO III
MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DOS
FILTROS DE CORRENTE DE SEQUÊNCIA ZERO EM SISTEMA
TESTE
3.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Estudos operacionais envolvendo componentes do sistema elétrico, sob condições de
regime permanente ou transitório, da mesma forma que para qualquer fenômeno elétrico,
podem ser realizados através da simulação digital. Este procedimento permite analisar o
desempenho de dispositivos e sistemas elétricos, eletromagnéticos, mecânicos, eletrônicos,
etc., sob variadas condições de operação, a custos relativamente baixos, sem a necessidade da
construção de protótipos ou sistemas em escala reduzida, como eram realizadas no passado as
simulações de fluxo de carga, por exemplo, minimizando os tempos de execução.
A partir dos anos 60, com o desenvolvimento de programas digitais, a exemplo do
EMTP Electromagnetic Transient Program, os procedimentos de simulações digitais se
tornaram mais intensos. Com a constante modernização e crescimento dos sistemas a serem
utilizados, pesquisas foram necessárias com vistas a melhorar o desempenho de tais
programas. A título de exemplo, o EMTP na década de 60 só realizava simulações de sistemas
monofásicos por meio de modelos de indutâncias, capacitâncias, resistências e linhas sem
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
38
perdas, que se utilizavam do método de Bergeron para serem modeladas, podendo ser incluída
na simulação uma chave e uma fonte de excitação. Para a resolução das equações diferenciais
não lineares era utilizado o método da integração trapezoidal.
Devido às facilidades mencionadas, para o desenvolvimento dessa dissertação foi
utilizado como simulador digital o programa ATP Alternative Transient Program, que nada
mais é do que uma versão de distribuição livre do EMTP.
O uso programa ATP é bastante difundido e consagrado, tanto no meio
acadêmico/científico como também nas concessionárias de energia elétrica. Este software
permite fazer simulações de transitórios eletromagnéticos em redes polifásicas, no domínio do
tempo, com configurações arbitrárias, por um método que utiliza a matriz de admitância de
barras. Durante a solução das equações dos elementos utilizados no modelo do sistema são
empregadas técnicas de esparsidade e de fatorização triangular otimizada de matrizes, o que
permite que a solução no ATP seja encontrada muito mais rápida do que em seus
antecessores.
O programa contém uma vasta biblioteca com modelos variados, tais como: resistores,
indutores, capacitores, transformadores lineares ou não, chaves, fontes, etc. Por haver vários
grupos de estudo internacionais desenvolvendo trabalhos no ATP, uma vasta bibliografia pode
ser encontrada sobre o assunto [51].
3.2 – MODELAGEM COMPUTACIONAL DO SISTEMA TESTE
A modelagem adequada dos elementos constituintes do sistema que se deseja simular
é de extrema importância para que se obtenham resultados confiáveis e realmente
representativos do sistema físico real que o modelo busca representar.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
39
Consoante com essa afirmativa, a modelagem computacional deve ser desenvolvida
dentro dos mais criteriosos detalhes, de forma a serem obtidos resultados representativos e
confiáveis para a modelagem dos componentes do sistema elétrico proposto.
Neste sentido, esta dissertação contempla a modelagem de cinco estruturas utilizadas
como filtros de corrente de seqüência zero utilizadas em sistemas de distribuição. Para tal foi
modelado um sistema teste que consiste em uma fonte trifásica, simétrica e equilibrada em
condições ideais com tensões de 7,967 kV (fase-terra), impedâncias representando as
impedâncias das linhas (R=3,66
e L=3,2 mH), retificadores monofásicos constituídos por
uma ponte retificadora com capacitor de alisamento de 15uF, alimentando uma impedância
(R=800
e C=500uF), de forma a representar as cargas não lineares. Este arranjo está
mostrado na figura (3.1).
Figura 3.1 – Sistema teste para a modelagem e implementação computacional dos filtros utilizados
nesta dissertação
As cargas foram configuradas e modeladas de forma a não existir corrente
fundamental no neutro. Pelas características do conversor (retificador monofásico), e do
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
40
sistema teste utilizado, foi obtido o espectro harmônico de correntes de linha apresentando
apenas correntes ímpares (1, 3, 5, 7, etc.), como pode ser visto na figura (3.2). Sobre esta
figura, devido a simetria entre as fases, neste capítulo somente a fase A será considerada.
a)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
b)
Figura 3.2 – a) Correntes de linha do sistema teste da figura 3.1; b) Espectro harmônico da corrente
de linha A.
Por outro lado, a figura (3.3) mostra o espectro harmônico da corrente que circula no
neutro do sistema da figura (3.1). Observa-se nesta figura que a referida corrente é composta
por exclusivamente correntes de ordem 3 e suas múltiplas, o que vem ao encontro do exposto
no capítulo anterior. Neste sentido, para um sistema que, a priori, foi concebido como sendo
trifásico, simétrico e equilibrado, sendo alimentado com tensões ideais, a expectativa seria de
que não houvesse corrente circulando pelo neutro.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
41
Figura 3.3 – Espectro harmônico da corrente no neutro do sistema da figura 3.1.
Para evidenciar o sobre-carregamento do condutor neutro do sistema da figura (3.1), o
gráfico da corrente instantânea e da corrente eficaz (RMS) são mostrados na figura (3.4).
Figura 3.4 – Corrente instantânea no condutor neutro versus corrente eficaz (RMS)
Tendo sido o sistema teste modelado conforme acima descrito, o próximo passo foi
modelar e implementar, neste sistema teste, as filosofias de filtragem de correntes de
seqüência zero que circulam pelo condutor neutro abordados nesta dissertação.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
42
3.2.1 MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DA
ESTRUTURA DE FILTRO TIPO 1
A estrutura a que se refere o tipo 1 é composta de três unidades monofásicas de
transformadores interconectadas de forma a realizar uma ligação trifásica resultante em zig-
zag. Este tipo de conexão tem sido utilizado para atenuar correntes de seqüência zero em
condutores neutros de sistemas trifásicos a quatro fios, isto devido à sua baixa impedância de
seqüência zero conjuntamente com alta impedância de seqüência positiva e negativa, o que é
uma característica intrínseca deste tipo de configuração [23, 26, 27, 28, 52, 29, 36]. As
características acima descritas não são exclusividades dos transformadores em zig-zag, sendo
que os transformadores com conexões em estrela/delta (
/
Y
) e T também apresentam as
características similares às do transformador em zig-zag, [26, 30, 31]. Para os referidos
transformadores, a referência [26] apresenta uma tabela comparativa que relaciona a potência
entre os transformadores utilizados como provedores de caminho de baixa impedância para as
correntes de seqüência zero, a qual é reproduzida na tabela (3.1).
Tabela 3.1 – Relação de potência entre transformadores com baixa impedância de seqüência zero
Conexão Zig-Zag
/
Y
T
(kVA)
0,666 x
L NC
V I
1,155 x
L NC
V I
0,718 x
L NC
V I
Na tabela (3.1),
L
V
e
NC
I
são, respectivamente, a tensão de linha e a corrente de fase
no transformador usado como filtro. Esta característica possibilita que o transformador em
zig-zag seja o mais utilizado se comparado aos demais tipos de transformadores.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
43
3.2.1.1 – PRINCÍPIO OPERATIVO DO TRANSFORMADOR ZIG-ZAG
Objetivando elucidar a propriedade considerada anteriormente, ou seja, provedor de
caminho de baixa impedância para correntes de seqüência zero, a estrutura e configuração do
transformador zig-zag é apresentada na figura (3.5).
Figura 3.5 – Conexão de três unidades monofásicas de transformadores, de modo a formar uma
unidade trifásica em ligação zig-zag.
Como pode ser visto na figura (3.5) acima, cada enrolamento percorre dois núcleos
distintos, constituídos pelo mesmo número de espiras e ligados em zig-zag. Desta forma, cada
coluna magnética apresentará uma força eletromotriz (FMM) resultante de duas fontes, as
quais combinam os correspondentes efeitos da corrente de linha. Este interação, aliada às
considerações construtivas e operacionais do sistema elétrico (três fases+neutro), deve
conduzir a um caminho de baixa impedância para componentes de seqüência zero. O motivo
disto está atrelado ao fato que esta impedância (a do filtro) irá concorrer com a impedância do
sistema de fornecimento (muito maior), servindo como caminho alternativo às correntes
enfocadas.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
44
Em sistemas trifásicos a quatro fios, nas três fases as correntes de seqüência zero
(
)
0a
i t
,
(
)
bo
i t
e
(
)
co
i t
têm a mesma amplitude e a mesma fase e elas podem ser representadas
da seguinte forma:
(
)
(
)
(
)
0 0 0a b c
i t i t i t
= =
(3.1)
Onde:
(
)
0a
i t
: corrente de seqüência zero na fase A
(
)
0b
i t
: corrente de seqüência zero na fase B
(
)
0c
i t
: corrente de seqüência zero na fase C
A corrente resultante que circula pelo condutor neutro é, portanto a soma das correntes
de seqüência zero que circulam pelas fases, assim como mostra a equação (3.2);
(
)
0
3
n a
i i t
= (3.2)
Os transformadores utilizados na simulação têm relação de tensão de 1:1 que os
mesmos não têm a função de transformação de tensão, significando que a corrente que circula
nos enrolamentos primários são iguais às correntes que circulam nos enrolamentos
secundários. Objetivando mostrar a configuração desta primeira estrutura de filtragem e o
comportamento da componente da corrente de seqüência zero, a figura (3.6) ilustra a
configuração da aplicação do transformador zig-zag no sistema teste da figura (3.1).
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
45
Figura 3.6 – Configuração da aplicação do transformador zig-zag no sistema teste da figura 3.1.
Onde;
CNL: Carga Não Linear;
Zs: impedância do sistema alimentador;
Zns: impedância do condutor neutro entre o neutro do transformador e o neutro do
alimentador;
Zncs: impedância do condutor neutro entre o neutro da carga e o neutro do
transformador;
, ,
i a i b i c
L L L
: Correntes de carga nas fases A, B e C, respectivamente;
,I I
Zns Zncs
: Corrente de seqüência zero no neutro do sistema e na carga,
respectivamente;
, , ,
I I I I
ta tc tn
tb
: Correntes nas fases A, B e C do transformador e no neutro,
respectivamente;
As correntes que circulam pelo transformador são todas de seqüência zero, o que leva
ao diagrama da figura (3.7), que mostra o circuito equivalente de seqüência zero do circuito
da figura (3.6).
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
46
Figura 3.7 – Circuito equivalente de seqüência zero para o sistema da figura 3.6.
Onde;
V
so
: Tensão de seqüência zero gerada pela fonte;
I
so
: Corrente de seqüência zero gerada pela carga;
Z
to
: Impedância de seqüência zero do transformador em zig-zag;
Z
so
: Impedância de seqüência zero do sistema alimentador;
Z
nso
: Impedância de seqüência zero entre o neutro do transformador e o neutro do
alimentador;
Z
ncso
: Impedância de seqüência zero do condutor neutro entre o neutro da carga e o
neutro do transformador.
O circuito equivalente de seqüência zero da figura (3.7) é composto pelas impedâncias
de seqüência zero e por duas fontes, uma fonte de tensão simbolizando eventuais tensões de
seqüência zero provenientes do sistema e uma fonte de corrente, simbolizado como um
retificador monofásico, conforme sugere a referência [21], que tem a função de simbolizar as
correntes de seqüência zero que são injetadas pela carga não linear no sistema. Assim, é
possível distinguir a contribuição da fonte de tensão da figura (3.7), dada na equação (3.3):
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
47
( ) ( ) ( ) ( )
( )
0
1
3
s an bn cn
v t v t v t v t
= + + (3.3)
Da mesma forma, a fonte de corrente da figura (3.7) pode ser representada, de forma a
se obter uma relação entre a corrente da fonte e as correntes de linha, expressa pela equação
(3.4) a seguir:
( ) ( ) ( ) ( )
( )
0
1
3
L La Lb Lc
i t i t i t i t
= + + (3.4)
O efeito das duas fontes atuando simultaneamente pode ser obtido baseando-se no
princípio da superposição [27]. Considerando, a priori, o efeito da fonte de corrente, temos a
seguinte contribuição, dada pela equação (3.5), obtida pela aplicação do divisor de corrente ao
circuito da figura (3.7), no domínio do tempo;
( )
( )
0
0
0 0 0
´
t
ns L
s ns t
Z
i i t
Z Z Z
=
+ +
(3.5)
Onde:
´
ns
i
: Contribuição da fonte de corrente à corrente no neutro do sistema;
0
t
Z
: Impedância de seqüência zero do transformador em zig-zag;
0
s
Z
: Impedância de seqüência zero do sistema;
0
ns
Z
: Impedância de seqüência zero do neutro do sistema;
(
)
0L
i t
: Corrente de seqüência zero proveniente da carga.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
48
Observa-se que, da equação (3.5), a corrente que circula no neutro em direção ao
sistema diminuirá com a inserção do transformador. Por outro lado, a contribuição da fonte de
tensão apresentada na figura (3.7) pode ser obtida de;
( )
0
0 0 0
1
"
ns S
s ns t
i v t
Z Z Z
=
+ +
(3.6)
Onde:
"
ns
i
: Contribuição da fonte de tensão à corrente no neutro do sistema.
Pela equação (3.6) observa-se que o transformador zig-zag provê um caminho de
circulação de corrente de seqüência zero, circulando entre o sistema e o mesmo, o que
consiste em uma grande desvantagem deste método. Pois, se o sistema contiver tensões
desequilibradas, o transformador poderá, além de suprir um caminho de baixa impedância
para as correntes geradas pela carga, fornecer este caminho também para as correntes devido
às tensões de seqüência zero geradas pelo desequilíbrio. Para contornar este problema, as
referências [23, 25, 26, 27] sugerem algumas propostas.
A soma das equações (3.5) e (3.6) resulta na contribuição total das duas fontes, que é a
corrente que circula pelo condutor neutro do sistema, e que é dada pela equação (3.7).
( )
( ) ( )
0
0 0
0 0 0 0 0 0
1
t
ns L S
s ns t s ns t
Z
i i t v t
Z Z Z Z Z Z
= +
+ + + +
(3.7)
A equação (3.7) indica que a instalação do transformador deverá ser feita o mais
próximo possível da carga, devido ao aumento da relação entre a impedância do sistema
(
0
S
Z
+
nso
Z
) em relação a impedância do filtro eletromagnético (
to
Z
).
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
49
3.2.1.2 – DIMENSIONAMENTO DO BANCO DE TRANSFORMADORES
O banco de transformadores foi modelado para um vel de isolamento com tensão
nominal de 13,8 kV. A corrente que irá fluir por ele foi obtida pela simulação do sistema
teste, resultando em uma corrente de pico no neutro de 43 [A]. Para esta corrente é que o
banco de transformadores deverá prover um caminho de baixa impedância, de forma a reduzir
o carregamento do condutor neutro, e consequentemente aliviar o carregamento do
transformador da subestação.
Em consonância com a equação (3.7), para que a eficiência do transformador zig-zag
seja a maior possível, este deve ser dimensionado de maneira que a sua impedância seja de
valor bem inferior a impedância do sistema à montante. À luz desta consideração, para o
procedimento de cálculo dos parâmetros elétricos dos transformadores, a seguinte relação foi
adotada arbitrariamente:
(
)
0 0
0,1
t s ns
Z Z Z + ×
(3.8)
Com a consideração da equação (3.8) e os dados do sistema teste o banco de
transformadores foi modelado e acoplado ao sistema teste. Para facilitar os cálculos e
dinamizar a operação, uma rotina de cálculo foi desenvolvida em MATLAB e maiores
detalhes desta pode-se recorrer ao ANEXO A desta dissertação.
Adicionalmente, na figura (3.8a) e (3.8b) são mostradas, respectivamente, as tensões
de fase e as correntes de linha do sistema antes da inserção do referido banco de
transformadores. A figura (3.9) complementarmente mostra a corrente eficaz que circula pelo
condutor neutro da instalação.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
50
a)
b)
Figura 3.8 – a) Tensões de fase do sistema teste antes da conexão do banco de transformadores. b)
Correntes de linha do sistema teste antes da conexão do banco de transformadores.
Como pode ser observado na figura (3.9), em comparação com a figura (3.8), a
corrente que circula pelo condutor neutro é bastante elevada. Tal comparação é mais evidente
quando se observa os picos das correntes de linha, em função das características das cargas
monofásicas (retificadores monofásicos), que, intrinsecamente geram correntes harmônicas de
ordem ímpar.
Figura 3.9 – Corrente no neutro do sistema teste antes da conexão do banco de transformadores.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
51
A tabela (3.2) mostra os valores utilizados na modelagem dos transformadores em zig-
zag.
Tabela 3.2 – Parâmetros dos transformadores do filtro tipo 1.
Resistência de Magnetização (
)
317.400
Resistência do Enrolamento Primário (
)
0,08
Resistência do Enrolamento Secundário (
)
0,08
Indutância do Enrolamento Primário (mH) 0,31
Indutância do Enrolamento Secundário (mH) 0,31
Tensão do Enrolamento Primário (kV) 13,8
Tensão do Enrolamento Secundário (kV) 13,8
Com a conexão do banco de transformadores em paralelo com a carga, observa-se uma
sensível redução das componentes de seqüência zero nas correntes de linha, o que significa
uma forma de onda mais próxima de uma senóide, em comparação com as correntes da figura
(3.8b). A figura (3.10) mostra o gráfico das tensões de fase e correntes de linha após a
conexão do banco de transformadores. A corrente do neutro do sistema, com a conexão do
banco de transformadores, reduziu significativamente em comparação ao gráfico da figura
(3.9), como pode ser visto na figura (3.11), que mostra, por outro lado, a comparação entre a
corrente RMS no neutro antes e após a conexão do transformador. Observa-se também nesta
figura uma sensível redução do valor dessa corrente, o que evidencia a eficiência do
dispositivo utilizado.
Com o objetivo de quantificar a corrente de neutro através de suas componentes
harmônicas, a figura (3.12) mostra uma comparação entre a decomposição harmônica da
corrente de neutro antes e após a conexão do banco de transformadores.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
52
a)
b)
Figura 3.10 –a) Tensões de fase do sistema teste após a conexão do banco de transformadores. b)
Correntes de linha do sistema teste após a conexão do banco de transformadores.
Figura 3.11 – Corrente eficaz no neutro antes e depois da conexão do transformador zig-zag em
derivação com a carga.
A figura (3.13) analogamente à da corrente de neutro anterior apresenta agora as
correntes de linha. Devido às similaridades entre as fases do sistema e da carga, será
apresentada apenas a corrente da fase A, conforme ilustra a referida figura.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
53
Figura 3.12 – Espectro harmônico da corrente no condutor neutro do sistema antes e após a conexão
do filtro.
Figura 3.13 – Espectro harmônico da corrente da fase A do sistema antes e após a conexão do filtro.
Da figura (3.13) pode-se observar que houve uma redução significativa das correntes
de seqüência zero nas fases do sistema. Entretanto, houve um pequeno aumento nas demais
correntes, acréscimo este que pode ser atribuído ao fato de o transformador estar consumindo
uma pequena quantidade de energia, relativa às suas perdas, com o aumento da fundamental,
sendo que este também representa uma impedância para as demais harmônicas, aumentando,
assim algumas componentes harmônicas.
Assim, a tabela (3.3) resume as informações das harmônicas mais significativas
contidas nas figuras (3.12) e (3.13) e o efeito comparativo obtido das correntes que fluem
através do transformador.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
54
Tabela 3.3 – Resumo e comparação entre as correntes de neutro do sistema, correntes de linha e corrente pelo
neutro do transformador.
Ordem harmônica
Corrente RMS
Fundamental 11ª 13ª
Fase sem transformador 17,7 15,26 11,3 6,79 2,96 0,65 0,83
Fase com transformador 17,9 1,43 11,7 7,37 0,44 0,99 0,77
Neutro sem transformador 0,0027 45,79 0,0027 0,0015 8,89 0,0022 0,0012
Neutro com transformador 0,0001 4,27 0,0003 0,0002 1,349 0,0003 0,0001
Fluindo pelo transformador 0,009 43,221 0,009 0,0059 9,271 0,007 0,0035
3.2.1.3 – COMENTÁRIOS SOBRE O MODELO
Os resultados obtidos nesta etapa de investigações estão em consonância com os
resultados apresentados nas referências [23, 26, 27, 29, 52]. Os trabalhos de simulação
compreenderam a modelagem computacional do banco de transformadores monofásicos e a
elaboração de uma rotina para estimar os parâmetros elétricos do transformador em função da
potência e tensão de operação dos mesmos.
Foi considerada a variação dos parâmetros elétricos do transformador em função de
sua potência, de forma a determinar a melhor condição operativa do banco de
transformadores, visando desta forma um ponto adequado de operação. É óbvio que este
ponto adequado, em se tratando de um sistema real, deve ser obtido pela consideração de,
inclusive, outros parâmetros, que não foram aqui contemplados.
Dar-se-á prosseguimento às demais modelagens de filtros utilizados nesta dissertação,
para todos os tipos adotando procedimentos similares ao desta seção.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
55
3.2.2 MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DA
ESTRUTURA DE FILTRO TIPO 2
A estrutura do filtro tipo 2 de que trata esta sub-seção é composta por componentes
LC sintonizados na freqüência fundamental e em série com a linha. Esse tipo de filtro também
é conhecido como compensador bloqueador de harmônicos (harmonic blocking compensator)
[12]. Portanto, a principal função da estrutura tipo 2 é proporcionar uma impedância de linha
elevada para as correntes harmônicas superior à fundamental. Complementarmente, em
conjunto com o compensador bloqueador de harmônicos é utilizado um capacitor em
derivação com a carga, com vistas a prover a energia reativa demandada pela carga e,
paralelamente fornecer um caminho de baixa impedância para as correntes de ordem superior
injetadas no sistema pela carga.
3.2.2.1 PRINCÍPIO OPERATIVO DO COMPENSADOR
BLOQUEADOR DE HARMÔNICOS
Com o objetivo de melhorar o desempenho de filtros harmônicos ressonantes série em
paralelo (shunt) com a carga, um indutor em série (ou um bloqueador eletromagnético) pode
ser inserido entre a fonte e o filtro harmônico para aumentar a impedância vista pela carga, e
assim forçar a passagem da corrente pelo filtro, ao invés de fluir pelo sistema. Porém, esta
ação pode produzir uma queda de tensão considerável no indutor, o que limita o valor da
indutância a ser inserida. Devido a esta limitação, um indutor de valor reduzido pode não
melhorar a eficiência do filtro conforme o esperado [12].
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
56
A conexão de um filtro sintonizado na freqüência fundamental, inserido em série com
a linha, ao invés de um indutor (ou de um bloqueador eletromagnético), torna possível o
aumento da reatância série para correntes harmônicas múltiplas da fundamental sem causar
uma queda de tensão perceptível na linha para a freqüência fundamental. Havendo uma
reatância série elevada para as correntes harmônicas, é possível que a presença de um filtro
passivo em derivação seja dispensável, sendo este filtro substituído por um capacitor, com a
finalidade de prover a potência reativa necessária para a correção de fator de potência e de
prover um caminho de baixa impedância para as correntes harmônicas injetadas pela carga a
jusante do filtro série. O circuito equivalente do filtro é mostrado na figura (3.14).
Figura 3.14 – Circuito equivalente do filtro LC série: Compensador bloqueador de harmônicos.
Onde:
V
sh
: Possíveis tensões harmônicas geradas pelo sistema;
i
s
: Corrente fornecida pelo sistema;
L
f
: Indutância do filtro;
C
f
: Capacitância do filtro;
C
: Capacitância shunt;
I
c
: Correntes harmônicas geradas pela carga.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
57
Como a indutância série do sistema é usualmente muito menor do que a indutância
equivalente do filtro série aqui considerado, aquela pode ser desprezada para o cálculo da
freqüência de ressonância,
f
ω
, considerado na referência [12], e mostrado pela equação (3.9).
1
1
f
Cf
C
ω ω
= +
(3.9)
Onde:
f
ω
: freqüência de ressonância do filtro;
1
ω
: freqüência fundamental do sistema;
A freqüência de ressonância do filtro é calculada de tal forma que seja a mais próxima
possível da freqüência fundamental, como na referência [12]. Como critério de cálculo, foi
admitida uma variação de freqüência da ordem de 1,6 %, de forma a se considerar pequenas
variações na freqüência do sistema, devido às variações bruscas das características do sistema
(entrada e/ou saída de cargas e linhas, entre outras).
3.2.2.2 – DIMENSIONAMENTO DO FILTRO EM SÉRIE (tipo 2)
A referência [12] propõe uma metodologia para o cálculo dos parâmetros do filtro,
conforme considerado a seguir.
O primeiro passo para a determinação dos parâmetros L
f
e C
f
dos elementos do filtro
foi a identificação dos valores complexos de tensão e corrente do sistema.
O segundo passo é o dimensionamento do capacitor (C) para a correção do reativo
necessário, cujo valor é dado na equação (3.10), conforme referência [12].
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
58
1
1
1 1
1
1
Im
B I
C
U
ω ω
= =
i
i
(3.10)
Onde:
C
: capacitância para correção do fator de potência;
1
B
: susceptância necessária para a correção do fator de potência;
1
ω
: freqüência angular na freqüência fundamental;
1
I
i
: fasor da componente fundamental da corrente;
1
U
i
: fasor da componente fundamental da tensão.
O terceiro passo possibilita, de posse do valor da capacitância necessária para a
correção do fator de potência, por meio da equação (3.10) a determinação do valor da
capacitância (C
f
) do filtro. Por fim, a indutância do filtro foi determinada pela equação (3.11):
2
1
1
f
f
L
C
ω
=
(3.11)
Como resultados da simulação, a figura (3.15) mostra as formas de onda da tensão de
fase e da corrente de linha do sistema antes da conexão da estrutura proposta neste item.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
59
a)
b)
Figura 3.15 – a) Tensões de fase do sistema teste antes da conexão do filtro. b) Correntes de linha do
sistema teste antes da conexão do filtro.
A tabela (3.4) resume os dados dos elementos L e C, por fase, utilizados na simulação.
Tabela 3.4 – Elementos RLC do filtro utilizados na modelagem dos filtros em série.
Indutor (H) 8,59
Capacitor (
µ
F)
0,819
Resistência (
)
0,2
Fator de qualidade (Q) 60
Após a conexão do filtro no sistema verifica-se uma sensível diminuição das correntes
harmônicas pelos condutores das fases e do neutro. Como era de se esperar, o bloqueador
apresentou uma baixa impedância à corrente fundamental e uma alta impedância para as
demais correntes harmônicas. Estas constatações podem ser observadas através da figura
(3.16) que mostra os resultados para as correntes de linha e as correntes no neutro após a
conexão do filtro no sistema.
Com o objetivo de quantificar a corrente de neutro através de suas componentes
harmônicas, a figura (3.17) mostra uma comparação entre a decomposição harmônica da
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
60
corrente de linha antes e após a conexão do filtro. Analogamente, a figura (3.19) realiza o
mesmo procedimento para as correntes de neutro. Como anteriormente, devido a similaridade
em outras fases, a figura (3.18) apresenta resultados somente para a corrente da fase A.
a)
b)
Figura 3.16 – a) Correntes de linha do sistema teste após a conexão do filtro. b) Correntes no neutro
do sistema teste após a conexão do filtro.
Figura 3.17 – Espectro harmônico da corrente da fase A do sistema antes e após a conexão do filtro.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
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Dissertação de Mestrado
61
Figura 3.18 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão do filtro.
A comparação entre as figuras (3.17) e (3.18) mostra a eficiência do filtro. Neste
sentido observa-se que a corrente na fase A é composta predominantemente pela corrente
fundamental, o que evidencia o bloqueio das componentes de freqüência acima da
fundamental. Como as cargas são equilibradas, conclui-se que a corrente de neutro é
composta por apenas correntes de seqüência zero. Neste caso, como o filtro está bloqueando
as correntes acima da fundamental, e como o circuito se fecha no neutro, neste haverá um
pequeno resíduo de corrente, que tem amplitude da ordem de 0,5 amperes.
Pode-se mencionar que a grande desvantagem desta filosofia de filtragem harmônica
está na queda de tensão harmônica que provoca uma distorção na tensão de alimentação da
carga. Neste particular, a figura (3.19) mostra como as tensões de fase se tornam distorcidas
após a conexão do filtro e a figura (3.20) mostra o respectivo espectro harmônico para as duas
situações de operação do sistema.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
62
a)
b)
Figura 3.19 – a) Tensões de fase do sistema teste antes da conexão do filtro. b) Tensões de fase do
sistema teste após a conexão do filtro.
Figura 3.20 – Espectro harmônico da tensão de fase do sistema teste antes e após a conexão do
filtro.
A tabela (3.5) resume as informações contidas nas figuras (3.17), (3.18), (3.19) e
(3.20) com o objetivo de tornar mais clara a análise feita acima pelas referidas figuras.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
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Dissertação de Mestrado
63
Tabela 3.5 – Resumo do estudo da modelagem do filtro bloqueador harmônico.
Ordem harmônica
Corrente
Fundamental
Fase s/
Filtro
17,94 0,0017
14,53
0,0007
9,127 0,002 4,0253
0,0024
1,36
Fase c/
Filtro
16,425 0,011 0,058
0,0045
0,0082
0,0029
0,0053
0,0021
0,003
Neutro s/
Filtro
0,003 0,0053
43,56
0,0053
0,0028
0,002 0,0018
0,0022
4,084
Neutro c/
Filtro
0,003 0,0006
0,156
0,0001
0,0000
0,0001
0,0000
0,0000
0,005
3.2.2.3 – COMENTÁRIOS SOBRE O MODELO
Os resultados obtidos com a modelagem e implementação computacional do filtro
bloqueador de harmônico em estudo aqui nesta seção estão em total consonância com os
resultados obtidos na referência [12]. Os trabalhos de simulação compreenderam a
modelagem computacional do filtro e a elaboração de uma planílha para estimar os
parâmetros elétricos do filtro em função da potência reativa necessária para a correção do
fator de potência da instalação.
Dos resultados obtidos na simulação do modelo do filtro observa-se que a distorção
harmônica na forma de onda da tensão ficou muito acentuada, caracterizada por um
achatamento no pico da onda do sinal de tensão. Pode-se considerar que esta é a maior
desvantagem deste método, tendo em vista que as fontes e equipamentos podem ter suas
suportabilidades (
ride through
) a afundamentos de tensão, comprometidas, uma vez que a
energia elétrica armazenada no elo CC do retificador será menor, em função do menor valor
de pico. Com isso, o valor da tensão no elo CC que, antes da compensação era de 7,173 kV,
após a conexão do filtro atingiu um novo valor de 6,205 kV, ou seja, uma redução de
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
64
aproximadamente 13,5 %, o que fica claro que isso irá reduzir a suportabilidade do
equipamento considerado.
O sistema mostrou-se muito eficiente no que diz respeito à supressão de correntes
harmônicas, mas pelo fato de apresentar uma impedância alta para as demais harmônicas
geradas pela carga, a queda de tensão nesta impedância harmônica é um fator que deve ser
levado em conta na pretensão de utilização deste método.
Dar-se-á prosseguimento às demais modelagens dos filtros seguintes utilizados nesta
dissertação, todos seguindo o mesmo procedimento adotado nesta seção e na seção anterior.
3.2.3 MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DA
ESTRUTURA DE FILTRO TIPO 3
Neste tipo de estrutura, a filosofia adotada é idêntica à filosofia utilizada na estrutura
do tipo 1, ou seja, o objetivo é o oferecimento de um caminho de baixa impedância para o
fluxo da corrente de seqüência zero [12, 13, 14, 15, 16 17, 53]. O diferencial está no princípio
que é utilizado para o provimento deste caminho. Na estrutura do tipo 1, foi utilizada uma
estrutura eletromagnética, que provê este caminho para todas as correntes de seqüência zero
que estejam presentes no ponto de conexão do dispositivo com o sistema. Enquanto que na
estrutura denominada de tipo 3, foi utilizada uma rede com elementos passivos utilizando-se
de indutâncias, capacitâncias e resistências, com o objetivo de obtermos um filtro sintonizado
na freqüência de interesse.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
65
3.2.3.1 PRINCÍPIO OPERATIVO DO FILTRO HARMÔNICO
SINTONIZADO EM DERIVAÇÃO
Como sabido, os filtros sintonizados são largamente utilizados para minimizar o efeito
das distorções harmônicas de corrente e tensão. Estes são circuitos bastante robustos,
empregando o princípio da ressonância série para realizar a filtragem dos sinais, deste modo,
podem operar tanto selecionando um determinado sinal como também rejeitando o sinal
desejado. Constituídos por elementos resistivos, capacitivos e indutivos, estes circuitos
conforme os conceitos da teoria de circuitos detêm a propriedade de, quando na presença de
freqüências acima da freqüência de ressonância apresentar características indutivas, e, quando
na presença de freqüências abaixo da freqüência de ressonância se comportar como circuitos
capacitivos, efetuando a função de compensação reativa.
Para efeito de avaliação preliminar, utilizando-se assim os conceitos básicos de
circuitos acima mencionados, a figura (3.21) ilustra o diagrama de um circuito RLC em série,
alimentado por uma fonte de tensão.
Figura 3.21 – Diagrama de um circuito RLC em série ressonante.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
66
De acordo com as características e conceitos da ressonância série, na qual o circuito da
figura (3.21) é fundamentado, a impedância complexa do circuito pode ser computada por
meio da aplicação da equação (3.12).
( )
1
Z R j L
C
ω ω
ω
= +
i
(3.12)
Onde:
ω
: é a freqüência angular da fonte de alimentação.
Como se sabe, com a variação da freqüência da fonte, haverá uma freqüência em que o
sistema será ressonante, ou seja, a impedância tornar-se-á puramente resistiva. O módulo e o
ângulo de fase da impedância série da expressão acima podem ser expressos de acordo com as
equações (3.13) e (3.14) respectivamente.
2
2
1
Z R L
C
ω
ω
= +
i
(3.13)
( )
1
1
L
C
tg
R
ω
ω
φ ω
=
(3.14)
Onde:
Z
i
: módulo da impedância complexa;
(
)
φ ω
: ângulo da impedância complexa.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
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Dissertação de Mestrado
67
Para a condição de ressonância, a parte imaginária de
Z
i
é anulada, o que resulta para
o sistema ressonante, na freqüência de ressonância uma impedância puramente resistiva.
Assim, a freqüência de ressonância deste sistema pode ser obtida de:
0
1
LC
ω
=
(3.15)
Pode-se observar que a expressão anterior é função apenas dos elementos indutivo e
capacitivo do circuito. Portanto, pode-se concluir que a freqüência
0
ω
é característica de
circuitos RLC. Isso significa que, se houver qualquer fonte de alimentação com freqüência
variável e esta assumir o valor
0
ω
, esta fonte fará com que o circuito em questão entre em
ressonância série.
3.2.3.2 – DIMENSIONAMENTO DO FILTRO EM DERIVAÇÃO
Os procedimentos de cálculo para a determinação dos filtros harmônicos nesta seção
do trabalho foram considerados a partir dos princípios e metodologia constantes na referência
[1], com vistas a, além de filtrar as correntes harmônicas geradas pela carga, fornecer a
potência reativa necessária para a correção do fator de potência.
Para tanto, a necessidade de conhecer a condição operativa do sistema antes da
conexão do filtro é óbvia, e assim sendo, a figura (3.22) mostra os sinais de tensão e corrente
antes da conexão do filtro. Observa-se que o sinal de corrente se apresenta bastante distorcido,
tendo em vista a carga fortemente não linear (retificador monofásico com capacitor de
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
68
alisamento no barramento CC). As figuras (3.23) e (3.24) apresentam os espectros harmônicos
das correntes da fase A e da corrente que flui pelo neutro do sistema antes da conexão do
filtro.
a)
b)
Figura 3.22 – a) Tensões de fase do sistema teste antes da conexão do filtro. b) Correntes de linha do
sistema teste antes da conexão do filtro.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Figura 3.23 – Espectro harmônico da corrente da fase A antes da conexão do filtro.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
69
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Figura 3.24 – Espectro harmônico da corrente circulante pelo neutro do sistema da figura 3.1.
Diante das medições realizadas no sistema antes da conexão dos filtros, é possível
verificar que o fator de potência, considerando-se tão somente a fundamental é de 0,97, o que
resulta em uma medida enganosa, pois, o fator de potência verdadeiro (true power factor) é de
0,69, muito abaixo do valor permitido pela legislação, qual seja, 0,92 média horária.
Nesta dissertação, inicialmente para este tipo de filtro foi considerado aquele para
correntes de ordem três (estrela aterrada), tendo em vista ser a corrente de maior magnitude
apresentada pela figura (3.3).
Assim, a tabela (3.6) resume os resultados dos cálculos para a determinação dos
parâmetros do filtro tipo 3, aqui considerado. O ANEXO D mostra a formulação matemática
utilizada para determinar os valores da tabela (3.6), com base na referência [1].
Tabela 3.6 – Resumo dos parâmetros do sistema e do filtro de 3ª ordem modelado.
Potência reativa atual requerida pelo sistema (VAr) 101504,9
Potência reativa para fp = 0,97 (VAr) 39562,2
Potência reativa a ser fornecida pelo filtro (VAr) 61942,7
Reatância do filtro (
) 1001,4
Impedância do capacitor na fundamental (
) 1126,58
Capacitor (
µ
F)
2,354
Reator (H) 0,33204
Fator de qualidade (Q)
/
L
X R
60
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
70
As figuras (3.25a) e (3.25b) mostram, respectivamente, a variação do módulo e do
ângulo da impedância do filtro, em função da freqüência. Esta representação é importante,
pois mostra o funcionamento do filtro, podendo ser observado que, quando a freqüência do
sistema coincide com a freqüência de ressonância do filtro (neste caso, 180 Hz) o módulo da
impedância mínima é praticamente resistivo, e o ângulo de fase é próximo de zero graus, o
que vem de encontro com o estabelecido nas equações (3.13) e (3.14).
a)
b)
Figura 3.25 – a) Módulo da impedância do filtro em função da variação da freqüência. b) Variação
do ângulo da impedância do filtro com a freqüência.
Uma vez calculados os parâmetros do filtro para ordem harmônica, conforme as
equações (3.13), (3.14) e (3.15), o passo seguinte foi conectá-lo ao sistema teste da figura
(3.1) para verificação do seu desempenho. Assim sendo, a figura (3.26) ilustra o diagrama do
circuito resultante do filtro em questão.
Figura 3.26 – Diagrama resultante por fase do sistema com o filtro de correntes de terceira ordem.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
71
Como resultados da conexão do filtro no sistema, são apresentadas as figuras (3.27a) e
(3.27b), as formas de onda das tensões e da corrente no barramento de conexão do filtro com
o sistema. Objetivando verificar a eficiência do filtro, as figuras (3.28) e (3.29) apresentam,
respectivamente, o espectro harmônico das correntes de fase e de neutro após a conexão do
filtro. Nestas figuras observa-se de forma comparativa a eficácia do filtro, no que diz respeito
à circulação de correntes de ordem três nas fases e no neutro.
a)
b)
Figura 3.27 – a) Tensões de fase do sistema teste após a conexão do filtro. b) Correntes de linha do
sistema teste após a conexão do filtro.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
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Dissertação de Mestrado
72
Figura 3.28 – Espectro harmônico da corrente da fase A após a conexão do filtro.
Figura 3.29 – Espectro harmônico da corrente no neutro após a conexão do filtro.
Das figuras (3.28) e (3.29) observa-se também a redução das correntes de ordem três,
tanto das fases quanto no condutor neutro. Contudo, deve-se salientar que mesmo com a
operação do filtro de terceira harmônica a distorção harmônica total de corrente de linha
permanece alta, correspondendo a 58,4%. O fator de potência também não atingiu um
patamar adequado, e se encontra no nível de 0,84, devido às outras ordens harmônicas, fato
este inteiramente justificável ao se verificar o valor remanescente da distorção harmônica de
corrente. Por outro lado, é possível observar uma sensível melhora do sistema com a conexão
do filtro para correntes de terceira ordem, sendo que antes da conexão do filtro a distorção
harmônica total da corrente de fase que era de 99,15%, passou para 58,4% após a conexão do
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
73
filtro. Adicionalmente, a figura (3.30) mostra o comportamento da corrente de neutro antes e
após a conexão do filtro para ordem três em derivação. Com o objetivo de melhorar estes dois
indicadores, foi modelado um filtro para correntes harmônicas de ordem 5 em delta. O
procedimento para a determinação dos parâmetros dos elementos do filtro para este caso
foram análogos aos adotados para o filtro de correntes harmônicas de terceira ordem.
Figura 3.30 – Corrente RMS no neutro do transformador sem e com a conexão do filtro em
derivação para a terceira harmônica.
Assim, a tabela (3.7) abaixo sumariza os dados utilizados para a modelagem do filtro
para a 5ª ordem.
Tabela 3.7 – Resumo dos parâmetros do sistema e do filtro de 5ª ordem modelado.
Potência reativa atual requerida pelo sistema (VAr) 78218,47
Potência reativa para fp = 0,97 (VAr) 40405,22
Potência reativa a ser fornecida pelo filtro (VAr) 37813,21
Reatância do filtro (
) 1643,88
Impedância do capacitor na fundamental (
) 1712,38
Capacitor (
µ
F)
1,549
Reator (H) 0,1817
Fator de qualidade (Q)
/
L
X R
60
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
74
As figuras (3.31a) e (3.31b) mostram o comportamento do módulo da impedância e do
ângulo desta, respectivamente, com a variação da freqüência.
a)
b)
Figura 3.31 – a) Módulo da impedância do filtro em função da variação da freqüência. b) Variação
do ângulo da impedância do filtro com a freqüência.
Novamente, das figuras (3.32a) e (3.32b) observa-se que as tensões de fase e as
correntes de linha do sistema após a instalação do filtro de quinta ordem, e através da figura
(3.28), um aumento global das correntes harmônicas e da fundamental com a conexão do
filtro. Este fato é justificado pelo fato de que os filtros de quinta ordem, assim como os filtros
de terceira ordem, não são ideais, ou seja, para o sistema, além de um caminho de baixa
impedância para correntes harmônicas, os filtros representam uma carga, que demanda uma
certa quantidade de energia ativa. Complementarmente, a figura (3.32) mostra o
comportamento da corrente RMS no neutro do sistema com as possibilidades testadas até
aqui, no que tange à utilização do filtro em derivação. A referida figura ilustra que um
aumento na corrente circulante no neutro, aumento este que se deve ao aumento global da
carga que os filtros representam para o sistema, na freqüência fundamental. Também, na
figura (3.32) nota-se que com o filtro de 5ª. harmônica, a corrente no neutro é maior do que
sem este filtro..
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
75
a)
b)
Figura 3.32 – a) Tensões de fase do sistema teste após a conexão do filtro. b) Correntes de linha do
sistema teste após a conexão do filtro.
Figura 3.33 – Comparativo entre a corrente RMS que circula no neutro do transformador sem a
presença dos filtros; com filtro de terceira ordem e com os filtros de terceira e quinta ordens.
A figura (3.34) mostra o espectro harmônico da tensão de fase do sistema fazendo um
comparativo entre a situação sem o filtro em derivação, com o filtro de terceira ordem e com
os filtros de terceira e quinta ordem.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
76
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Tensão Com Filtro Tensão Com Filtro 3º e
Figura 3.34 – Tensão de fase do sistema sem a presença do filtro; com o filtro de terceira ordem e
com os filtros de terceira e quinta ordens.
Pode-se observar também nesta figura uma melhoria bastante discreta no nível de
tensão com a implementação dos filtros de 3ª e 5ª ordens considerados.
A figura (3.35) mostra o espectro harmônico da corrente de linha do sistema nas três
condições: sem a presença do filtro, com o filtro de terceira ordem e com os filtros de terceira
e quinta ordens.
0
5
10
15
20
25
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Corrente Com Filtro 3º Corrente Com Filtro 3º e 5º
Figura 3.35 – Espectro harmônico da corrente de linha do sistema sem a presença do filtro; com o
filtro de terceira ordem e com os filtros de terceira e quinta ordens.
Esta figura mostra a eficiência dos filtros para os propósitos aqui delineados, ou seja,
as componentes de terceira e quinta ordens foram bastante minimizadas, resultando em uma
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
77
melhoria considerável na distorção harmônica total de corrente que, sem a presença do filtro
encontrava-se em 99,15%, passando para 58,4% com o filtro de terceira ordem, e atingindo o
valor de 27,08% com a atuação conjunta dos filtros de terceira e quinta ordem.
Finalmente, a figura (3.36) mostra o espectro harmônico da corrente do neutro do
sistema antes e após a conexão dos filtros no sistema. É notória a eficiência do filtro de
terceira ordem na minimização da corrente de mesma ordem que circula pelo neutro do
sistema, assim como também é clara a ineficiência do filtro de quinta ordem para tal objetivo.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Sem Filtro
Com Filtro 3º
Com Filtro 3º e 5º
Figura 3.36 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes da conexão dos filtros;
com filtro de terceira ordem e com os filtros de terceira e quinta ordens.
Analogamente aos casos anteriores, a figura (3.36) deixa claro o objetivo da operação
dos filtros e seus resultados. Neste sentido, a eficiência dos filtros em derivação os tornam,
geralmente, a medida mais apropriada para minimizar os efeitos das correntes harmônicas nos
sistemas elétricos. Pode-se observar que todos os resultados estão em consonância com as
bibliografias utilizadas como referência e que tratam e versam sobre o assunto [11, 12, 13, 14,
17, 19, 52].
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
78
3.2.3.3 – COMENTÁRIOS SOBRE O MODELO
Os resultados então obtidos com a ação dos filtros harmônicos ressonantes
sintonizados os colocam em uma situação de grande destaque devido à sua relativa facilidade
de implementação e baixa manutenção. de se ressaltar que, para que o desempenho do
filtro seja o mais satisfatório possível, é de suma importância certos cuidados, tais como a
análise prévia do fluxo de penetração harmônica, para que sejam evitadas possíveis situações
de ressonâncias e, até mesmo, um estudo de alocação ótima dos filtros no sistema elétrico em
que este será inserido.
3.2.4 MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DA
ESTRUTURA DE FILTRO TIPO 4
A estrutura utilizada nesta parte do trabalho consiste na operação conjunta de filtros
em série e em derivação, de forma a oferecer maior abrangência na faixa de filtragem
harmônica de interesse. Os filtros série utilizados, também conhecidos como bloqueadores
harmônicos, foram modelados de modo a oferecer uma impedância tendendo ao infinito para
as freqüências de ressonância escolhidas. Tais freqüências foram as de terceira e nona ordem,
tendo em vista serem as predominantes no espectro harmônico da corrente de neutro. As
referências [15] e [54] trazem os princípios operativos deste tipo de filtro. A outra estrutura
que complementa esta aplicação é o filtro em derivação. A seção anterior descreveu o
princípio de funcionamento e o dimensionamento deste filtro em questão. Assim sendo, é
dispensável maiores informações sobre o mesmo.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
79
3.2.4.1 PRINCÍPIO OPERATIVO DO FILTRO HARMÔNICO
SINTONIZADO EM SÉRIE
Os filtros em série são modelados de acordo com os princípios da ressonância paralela,
onde na freqüência de ressonância estes oferecem uma impedância tendendo ao infinito, de
forma a bloquear o sinal sintonizado. Neste sentido, os filtros foram modelados para as
freqüências de terceira e nona ordens, denominados de freqüências de interesse.
A figura (3.37) ilustra o diagrama resultante por fase para a conexão do filtro no
sistema teste.
Figura 3.37 – Diagrama resultante por fase do sistema com o filtro de correntes de terceira ordem
Tendo como base o filtro para a terceira harmônica, e desprezando-se a sua resistência,
a impedância equivalente do circuito ressonante na sua forma genérica (para uma dada
freqüência) pode ser expressa de acordo com a equação (3.15) abaixo:
(
)
(
)
//
eq L C
Z jX jX
=
(3.15)
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
80
Desenvolvendo-se a equação (3.15) acima, resulta que:
1 1
eq
L C
Y
jX jX
= +
(3.16)
L C
eq
L C
X X
Z j
X X
×
= −
(3.17)
Na freqüência de ressonância, o módulo da impedância representado pela equação
(3.17) assume um valor que tende ao infinito, o que faz com que o filtro em questão seja um
seletor, ou melhor, um bloqueador para a freqüência com que este foi sintonizado. Nas
freqüências abaixo e acima da freqüência de ressonância, a impedância assume características
indutivas e capacitivas, respectivamente.
O conceito de largura de faixa (
B
ω
) está intimamente ligado com a seletividade do
filtro paralelo, que por sua vez é função do fator de qualidade (Q) do filtro, como definido na
tabela (3.4). A largura de faixa, ou largura de banda é definida como o intervalo de freqüência
dentro do qual a potência dissipada é igual a metade do valor máximo. Maiores
esclarecimentos sobre este parâmetro podem ser obtidos facilmente em publicações de
circuitos elétricos, a exemplo da referência [55].
3.2.4.2 – DIMENSIONAMENTO DO FILTRO EM SÉRIE
O ponto de partida para o dimensionamento dos elementos R, L e C deste filtro foi,
arbitrariamente, a queda de tensão máxima no indutor na freqüência fundamental. Pelo fato de
a impedância equivalente do filtro assumir característica indutiva à freqüência fundamental, a
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
81
queda de tensão sobre tal reatância foi limitada em 1% do valor da tensão fundamental. Assim
sendo, a inequação (3.18) foi utilizada como marco inicial para o cálculo dos elementos:
0,01
ZF f
V V
×
(3.18)
Onde:
ZF
V
: Queda de tensão (
RMS
) na impedância do filtro à freqüência fundamental;
f
V
: Tensão (
RMS
) à freqüência fundamental.
A simulação do sistema teste sem a presença dos filtros mostra que o módulo da
tensão (
f
V
) e da corrente (
f
I
) foram de 7,876 kV e 17,94 A, respectivamente.
Desenvolvendo a inequação (3.18) de forma a igualar a queda de tensão em questão obtida
com o produto da corrente à freqüência fundamental (
f
ω
) pela impedância do filtro
concomitantemente à fundamental observa-se a equação (3.19), que permite dimensionar a
indutância do filtro: Assim,
0,01
f
f f
V
L
I
ω
×
=
×
(3.19)
Com a obtenção da indutância do filtro, a capacitância pode ser encontrada pelo uso da
equação (3.20);
0
0
1
0
C
L
ω
ω
=
(3.20)
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
82
Onde:
0
ω
: freqüência angular de ressonância.
A equação (3.20) acima estabelece que a parte imaginária da admitância do filtro é
zero à freqüência de ressonância. Desta forma, a capacitância será:
2
0
1
C
L
ω
=
×
(3.21)
Para a determinação da resistência acoplada em paralelo com o circuito tanque (LC), o
conceito de largura de faixa foi adotado, de forma a garantir que a curva de resposta do filtro
seja bem estreita, de modo a oferecer uma oposição bem definida à terceira harmônica. Diante
do exporto, a resistência pode ser encontrada pela equação (3.22) a seguir:
1
B
RC
ω
= (3.22)
Onde:
B
ω
: largura de banda.
Os elementos do filtro de nona ordem foram dimensionados de forma análoga ao filtro
de terceira ordem. De forma a resumir os resultados da modelagem dos elementos
constituintes do filtro, a tabela (3.8) mostra os valores encontrados pela aplicação das
equações pertinentes a este tipo de filtro, ora discutido.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
83
Tabela 3.8 – Resumo dos parâmetros dos filtros de 3ª e 9ª ordens modelados.
3ª ordem 9ª ordem
Indutância (L) 11,64 mH 7,431 mH
Capacitância (C)
69,46
µ
F 11,689
µ
F
Resistor
1682
10.637
Freqüência de sintonia (n) 2,9 8,9
Fator de qualidade (Q) 130 130
As figuras (3.38a), (3.38b) e (3.38c) e (3.38d) mostram a variação do módulo da
impedância série e o seu ângulo para o filtro de terceira e nona ordens, respectivamente.
a)
b)
c)
d)
Figura 3.38 – a) e c): Módulo da impedância do filtro de 3ª e 9ª ordem em função da variação da
freqüência. b) e d) Variação do ângulo da impedância do filtro de 3ª e 9ª ordem com a freqüência
Assim, pelas figuras (3.38a), (3.38c) e (3.38b) e (3.38d) acima, é possível observar
que, quando na freqüência de sintonia dos filtros, os módulos das impedâncias destes ficam
limitados ao valor do resistor colocado em paralelo com os elementos capacitivo e indutivo.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
84
Isto acontece devido ao fato de o circuito tanque (LC) apresentar uma impedância tendendo a
infinito e o ângulo desta impedância tender à zero, ou seja, representando um circuito aberto,
de acordo com a equação (3.17), cabendo ao elemento puramente resistivo (R) fornecer o
caminho de passagem para a corrente de terceira e nona ordens.
Com a determinação dos elementos do filtro de terceira e nona ordens a
implementação deste no sistema teste foi realizado. Para a verificação do desempenho deste
filtro, a figura (3.39) mostra uma comparação entre a tensão de fase do sistema sem e com a
conexão dos filtros de terceira e nona ordens. Nestas figuras é possível ainda observar que,
quando da presença do filtro de terceira ordem a distorção de tensão provocada pela queda de
tensão na impedância do filtro é significativa, o que era de se esperar conforme considerado
no critério utilizado para dimensionamento, de acordo com o exporto e expresso na equação
(3.18).
a)
b)
Figura 3.39 – a) Tensões de fase do sistema teste antes da conexão dos filtros. b) Tensões de fase do
sistema teste após da conexão dos filtros.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
85
Analogamente à apresentação dos resultados dos filtros no que tange ao desempenho,
a figura (3.40) mostra a corrente de linha antes e após a conexão dos filtros e também o efeito
bloqueador dos filtros de terceira e nona harmônica. É importante observar que o fator de
crista da corrente de linha sem os filtros é bastante acentuado, em contraste com a corrente de
linha com os filtros acoplados. Devido ao fato de os filtros oferecerem uma pequena
impedância à fundamental, a amplitude da corrente é menor com os filtros acoplados do que
com o sistema sem os filtros em série. Neste sentido a figura (3.41) mostra a corrente RMS no
neutro sem e com os filtros acoplados, podendo-se observar a sensível redução da corrente
que circula no neutro.
a)
b)
Figura 3.40 – a) Corrente de linha do sistema teste antes da conexão dos filtros. b) Corrente de linha
do sistema teste após da conexão dos filtros.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
86
Figura 3.41 – Comparativo entre a corrente RMS que circula no neutro do transformador sem e com
a presença dos filtros de 3ª e 9ª ordens.
As figuras (3.40) e (3.41) mostram a eficiência dos filtros harmônicos conectados em
série com o sistema e as figuras (3.42), (3.43) e (3.44) mostram, respectivamente o espectro
harmônico das tensões de fase, corrente de linha e corrente no neutro do sistema antes e após
a conexão dos filtros.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Tensão Com Filtro 3ª e 9ª
Figura 3.42 – Espectro harmônico da tensão de fase do sistema antes e após a conexão dos filtros de
3ª e 9ª ordens.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
87
0
5
10
15
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Corrente Com Filtro 3ª e 9ª
Figura 3.43 – Espectro harmônico da corrente de linha do sistema antes e após a conexão dos filtros
de 3ª e 9ª ordens.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Corrente Com Filtro 3ª e
Figura 3.44 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão dos
filtros de 3ª e 9ª ordens.
A eficiência dos filtros em série é conseguida mediante um custo bastante elevado,
gerado pelo aumento da distorção de tensão devido a queda de tensão na impedância
harmônica dos filtros. Com o objetivo de diminuir esta distorção, foi inserido um filtro em
derivação com a carga. O referido filtro foi modelado de forma idêntica aos filtros modelados
no item 3.23, sendo, desta forma, dispensável maiores detalhes sobre a modelagem destes.
Uma inspeção nos espectros harmônicos das figuras (3.43) e (3.44) é possível observar
que a ordem harmônica predominante na tensão de fase é a terceira, e que as ordens
harmônicas predominantes na corrente de linha são as harmônicas de quinta e sétima ordem.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
88
A partir dessas informações, foram modelados dois filtros harmônicos em derivação,
um para a terceira ordem (estrela aterrada) e outro para a quinta ordem (delta), com o objetivo
de obter melhorias dos índices de distorção harmônica da tensão e da corrente.
A tabela (3.9) resume o valor dos parâmetros dos filtros em derivação de terceira (em
estrela aterrada) e quinta ordens (em delta), assim obtidos.
Tabela 3.9 – Resumo dos parâmetros dos filtros* de 3ª e 5ª ordem modelados.
3ª ordem
5ª ordem
Indutância (L) 966,85 mH 217,48 mH
Capacitância (C)
0,8086
µ
F 0,4313
*
µ
F
Resistor
0,2
0,2
Fator de qualidade (Q) 60 60
*: Valores para ligação em delta.
As figuras (3.45a) e (3.45b) mostram as formas de onda da tensão de fase antes e após
a conexão dos filtros em derivação para 3ª e 5ª ordens.
a)
b)
Figura 3.45 – a) Tensões de fase do sistema teste antes da conexão dos filtros em derivação. b)
Tensões de fase do sistema teste após a conexão dos filtros em derivação.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
89
A ação dos filtros em derivação fica evidente através da inspeção das formas de onda
da figura (3.45), que se aproximaram de uma senóide, o que caracteriza uma distorção
harmônica de tensão minimizada, variando de 21,22%, sem os filtros em paralelo, para apenas
4,62% com a presença dos filtros. Assim, as figuras (3.46a) e (3.46b) mostra a ação dos filtros
em paralelo sobre a corrente do sistema.
a)
b)
Figura 3.46 – a) Correntes de linha do sistema teste antes da conexão dos filtros em derivação. b)
Correntes de linha teste após da conexão dos filtros em derivação.
A figura (3.47) de maneira comparativa mostra a corrente RMS no neutro do sistema
antes e após a conexão do filtro. Nesta figura observa-se um aumento na corrente que circula
pelo neutro, justificada pela redução da impedância dos filtros em derivação à freqüência
fundamental.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
90
Figura 3.47 – Comparativo entre a corrente RMS que circula no neutro do transformador sem e com
a presença dos filtros de 3ª e 5ª ordens em derivação.
Finalmente as figuras (3.48), (3.49) e (3.50) a seguir resumem as melhorias impostas
na eficiência dos filtros série com a conexão dos filtros em derivação, fato este constatado se
forem comparados com aqueles das figuras (3.42), (3.43) e (3.44).
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro
Tensão Com Filtro e 5º
Figura 3.48 – Espectro harmônico da tensão de fase do sistema antes e após a conexão dos filtros de
3ª e 5ª ordens em derivação.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
91
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro
Corrente Com Filtro 3º e 5º
Figura 3.49 – Espectro harmônico da corrente de linha do sistema antes e após a conexão dos filtros
de 3ª e 5ª ordens em derivação.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Com Filtro 3º
Com Filtro 3º e 5º
Figura 3.50 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão dos
filtros de 3ª e 5ª ordens.
3.2.4.3 – COMENTÁRIOS SOBRE O MODELO
Dos resultados acima obtidos, de uma forma bem objetiva, deixam clara a eficiência
da operação conjunta de filtros harmônicos em derivação e em série, no que diz respeito à
circulação de correntes harmônicas nas fases, no neutro do sistema e à distorção harmônica
das tensões de fase.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
92
A operação individual de filtros bloqueadores (em série) apresenta excelente
desempenho no que tange à circulação de correntes nas fases e no neutro do sistema, mas
insuficiente no que se refere à distorção harmônica total de tensão, devido à queda de tensão
na impedância harmônica do próprio filtro.
A operação em conjunto dos filtros acima discutidos (filtros série/paralelo)
possibilitou a determinação de um ponto de operação mais apropriado, do ponto de vista da
tensão e da corrente, como pôde ser observado nos resultados apresentados.
3.2.5 MODELAGEM E IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL DA
ESTRUTURA DE FILTRO TIPO 5
O filtro proposto neste item emprega a mesma filosofia utilizada no filtro em série do
item anterior, com a vantagem de estar acoplado ao neutro, o que resulta em uma economia de
dois outros filtros em comparação ao filtro do item anterior, resultando assim em três filtros
acoplados às fases. As referências [15] e [21] descrevem o funcionamento e as vantagens da
utilização desses filtros, em maiores detalhes.
3.2.5.1 – DIMENSIONAMENTO DO FILTRO EM SÉRIE NO NEUTRO
Sendo o princípio operativo do filtro ora estudado, idêntico ao filtro descrito no item
anterior, ficam aqui desnecessários demais detalhes sobre sua modelagem, o que tornaria uma
redundante. Deve ser salientado que na modelagem do filtro, o ponto de partida para a sua
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
93
modelagem foi uma limitação de queda de tensão sobre sua impedância harmônica em 0,5%
em relação à tensão de fase nominal. Outro fato relevante é que foi utilizado somente filtro
para a terceira harmônica devido à intensidade desta componente na corrente de neutro.
A figura (3.51) a seguir mostra o diagrama esquemático da ligação do filtro com o
sistema teste, e a tabela (3.7) resume as informações dos parâmetros do filtro utilizado.
Figura 3.51 – Diagrama resultante por fase do sistema com o filtro de correntes de terceira ordem.
A tabela (3.10) resume os parâmetros do filtro de 3ª ordem utilizado.
Tabela 3.10 – Resumo dos parâmetros do filtro de 3ª ordem dimensionado.
Indutância (L) 5,82 mH
Capacitância (C)
134,27
µ
F
Resistor
885,6
Fator de qualidade (Q) 130
A menos da vantagem da economia de componentes para dois filtros, a operação deste
filtro é idêntica à operação dos filtros do item anterior. As figuras (3.52a) e (3.52b) mostram
os resultados da simulação para as tensões de fase antes e depois da conexão do filtro no
neutro do sistema, respectivamente.
Seguindo a mesma linha de apresentação de resultados dos filtros na simulação, as
figuras (3.53a) e (3.53b) mostram as correntes de linha antes e após a conexão do filtro no
neutro sistema.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
94
a)
b)
Figura 3.52 – a) Tensões de fase do sistema teste antes da conexão do filtro série no neutro. b)
Tensões de fase do sistema teste após da conexão do filtro no neutro do sistema.
a)
b)
Figura 3.53 – a) Correntes de linha do sistema teste antes da conexão do filtro no neutro do sistema.
b) Correntes de linha teste após da conexão do filtro no neutro do sistema.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
95
A figura (3.54) mostra a corrente RMS no neutro do sistema antes e após a conexão do
filtro, e como esperado, a corrente no neutro sofreu uma significativa redução.
Figura 3.54 – Comparativo entre a corrente RMS que circula no neutro do transformador da saída
do alimentador sem e com a presença do filtro de 3ª ordem no neutro.
As figuras (3.55), (3.56) e (3.57) resumem as informações em termos de espectro
harmônico sobre a atuação do filtro harmônico considerado nessa seção, para a tensão de fase,
corrente de linha de neutro, respectivamente para o sistema.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro
Tensão Com Filtro
Figura 3.55 – Espectro harmônico da tensão de fase do sistema antes e após a conexão do filtro de 3ª
ordem no neutro do sistema.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
96
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro
Corrente Com Filtro
Figura 3.56 – Espectro harmônico da corrente de linha do sistema antes e após a conexão do filtro
de 3ª ordem.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro
Com Filtro 3ª
Figura 3.57 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão do filtro
de 3ª ordem.
3.2.5.2 – COMENTÁRIOS SOBRE O MODELO
A estratégia de operação deste filtro é idêntica àquela adotada no filtro em série da
seção anterior, resguardando consigo a vantagem da economia devido à instalação ao neutro
do sistema, ao invés da instalação nas 3 fases, tal como o filtro da seção anterior.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
97
A distorção harmônica de tensão ocorre semelhantemente ao do filtro anterior, devido
à queda de tensão na impedância harmônica no neutro, ocasionando o deslocamento do
neutro, como ficou evidenciado na figura (3.53b). Esta distorção causa, como foi dito em
seções anteriores, uma diminuição na suportabilidade dos dispositivos usando recursos da
eletrônica de potência, considerando que, o link DC destes equipamentos terá um valor menor
que o nominal, como conseqüência da diminuição do valor de pico da tensão de entrada.
3.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo teve o objetivo de analisar o princípio operativo dos filtros propostos
para este trabalho e suas modelagens computacionais, no que tange ao funcionamento em um
sistema teste ideal, ou seja, com uma fonte de corrente harmônica trifásica, simétrica e
equilibrada. Todos os resultados obtidos nesta etapa do trabalho estão em plena consonância
com os resultados obtidos nas bibliografias utilizadas como referência.
A primeira estrutura avaliada foi um banco de três transformadores monofásicos
interconectados em zig-zag, de forma a fornecer um caminho de baixa impedância para
correntes de seqüência zero. Os resultados foram satisfatórios no que diz respeito à
minimização da circulação das correntes de seqüência zero no neutro do sistema.
A segunda estrutura avaliada foi um filtro harmônico conectado em série e sintonizado
na freqüência fundamental do sistema (60 Hz), de forma a apresentar uma alta impedância
para as outras ordens harmônicas. A principal vantagem desde filtro é a sua grande
seletividade com relação à corrente, mas deixa a desejar em sua eficiência no que tange à
distorção harmônica de tensão, devido a elevada queda de tensão sobre a impedância
harmônica. Não é um método muito utilizado justamente devido a esta característica.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
98
A terceira estrutura considerada é composta por filtros harmônicos sintonizados em
derivação, de forma a fornecer um caminho de baixa impedância à corrente a qual o filtro está
sintonizado. É uma solução atrativa e bastante utilizada pela sua relativa facilidade de projeto,
baixa manutenção e confiabilidade. Os resultados obtidos com este filtro foram bastante
satisfatórios. A principal desvantagem deste filtro é a possibilidade de ocorrer ressonância
com alguma outra fonte de tensão ou corrente que esteja presente no sistema ao qual o filtro
está inserido, injetando neste um sinal de mesma freqüência para a qual o filtro foi
sintonizado. Devido a este fato, o dimensionamento do filtro deve ser realizado mediante
criteriosa análise de penetração harmônica, quando possível.
A quarta estrutura foi concebida pela junção dos filtros em série sintonizados nas
freqüências de e ordens, e em derivação nas freqüências de e ordens. A operação
conjunta dos dois filtros resultou na estrutura que melhor atendeu às expectativas, operando
satisfatoriamente tanto na corrente quando na tensão do sistema. Obviamente é a opção que
talvez seja a mais onerosa, por se tratar de uma estrutura composta por dois tipos de filtros
diferentes, e essa, com certeza é a sua principal desvantagem.
E por fim, a quinta estrutura é uma modificação de parte da estrutura utilizada na
seção 3.2.4. Um filtro de terceira ordem foi acoplado ao neutro do sistema, de forma a
oferecer alta impedância para a corrente na freqüência a qual ele foi sintonizado. Os
resultados obtidos são bastante consistentes e coincidentes com os obtidos com a parte do
filtro em série da quarta estrutura. A principal vantagem desta estrutura é a economia que se
obtém com a conexão de apenas um filtro em série com o neutro do sistema.
Finalmente, para uma avaliação comparativa sucinta dos 5 tipos de filtros aqui
focalizados, a tabela (3.11) apresenta suas principais características.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
99
Tabela 3.11 – Quadro resumo dos tipos de filtros considerados.
Tipo Características Desempenho
Tipo 1
Filtro eletromagnético constituído
por três unidades monofásicas,
em zig-zag.
O filtro em questão apresentou desempenho considerável, no
que diz respeito à redução do fluxo de correntes de
seqüência zero nas fases e no neutro do sistema, devido à
baixa impedância de seqüência zero que esta estrutura
oferece, como mostrado nos resultados das simulações.
Contudo, a desvantagem deste tipo de filtro é que, se houver
qualquer tensão harmônica de seqüência zero sendo gerada
pelo sistema, haverá, pelo filtro, o fluxo de corrente de
mesma ordem da referida tensão. Por outro lado, para as
demais correntes de seqüência positiva e negativa estas
características não foram observadas.
Tipo 2
Filtro LC série sintonizado na
freqüência fundamental, em série
com a linha.
O referido filtro apresentou-se extremamente eficiente na
filtragem, semelhantemente ao encontrado em algumas
referências, no bloqueio de correntes harmônicas. Observou-
se que a corrente no neutro do sistema apresentou uma
redução significativa, devido à sua elevada impedância para
as correntes harmônicas. Porém, a queda de tensão
harmônica sobre a impedância harmônica do filtro se revela
como a principal desvantagem. Neste aspecto, quanto maior
for o conteúdo harmônico de corrente no sistema, maior se
fará presente a distorção de tensão no ponto após o filtro.
Tipo 3
Filtro LC série sintonizado nas
freqüências de e 5ª ordens, em
derivação.
O filtro em derivação aqui avaliado apresentou-se eficiente
em seu propósito, ou seja, na filtragem das correntes nas
quais estes foram sintonizados. A corrente no neutro sofreu
uma redução significativa, tendo em vista que a corrente de
3ª ordem ser a responsável pelo elevado fluxo de corrente no
neutro. A principal desvantagem observada para este tipo de
filtro é a possível ocorrência de ressonância com o sistema.
Tipo 4
Filtro LC paralelo sintonizado nas
freqüências de e 9ª ordens, em
série com a linha, em conjunto
com filtros sintonizados nas
freqüências de e ordens,
conectados em derivação.
Os filtros em série mostraram-se eficientes na filtragem, ou
no bloqueio, das correntes na qual estes foram sintonizados
(3ª e 9ª ordens). Entretanto, o efeito da queda de tensão
harmônica na impedância dos filtros foi significativa,
fazendo-se necessária a instalação de filtros em derivação
sintonizados nas freqüências de e ordens, de forma a
minimizar o conteúdo harmônico de tensão e corrente no
sistema. A ação conjunta dos referidos filtros apresentou-se
eficaz na redução do fluxo de corrente no neutro do sistema.
A principal desvantagem deste tipo de filtro é a utilização de
quatro filtros por fase, onerando a sua utilização.
Tipo 5
Filtro LC paralelo sintonizado na
harmônica, conectado em série
com o neutro do sistema.
A filosofia deste tipo de filtro é idêntica à do tipo 4, porém,
com a vantagem de ser instalada ao neutro, de forma a
necessitar de apenas um filtro, ao invés de três, se fossem
instalados nas três fases. Este tipo de filtro mostrou-se
eficiente na redução substancial do fluxo de corrente no
neutro. A principal desvantagem deste filtro, entretanto, é
gerada pela queda de tensão harmônica na impedância do
filtro, ocasionando o deslocamento da tensão de neutro,
podendo gerar, por exemplo, o mau funcionamento de
equipamentos de controle, ao se utilizar como referência a
passagem por zero da tensão.
Capítulo III Modelagem e Implementação Computacional dos Filtros de
Correntes de Seqüência Zero em sistema teste.
Dissertação de Mestrado
100
Findados os trabalhos de modelagem computacional dos filtros contemplados por esta
dissertação, a seqüência dos trabalhos se dará com o decorrer do capítulo IV, onde é abordado
o funcionamento dos mesmos filtros aqui modelados em um sistema de distribuição, contendo
todas as suas características reais, ou seja, com toda a sorte de não conformidades observadas
na prática. Tais não conformidades podem ser descritas como sendo: desequilíbrios de
tensão/corrente, correntes harmônicas, cargas monofásicas, ressonâncias, entre outros.
CAPÍTULO IV
APLICAÇÃO DE FILTROS HARMÔNICOS PASSIVOS LC E
ELETROMAGNÉTICOS NA MINIMIZAÇÃO DE CORRENTES DE
SEQÜÊNCIA ZERO EM SISTEMAS AÉREOS DE DISTRIBUIÇÃO
4.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Atualmente sistemas trifásicos a quatro fios multi-aterrados estão sendo largamente
empregados em sistemas de distribuição modernos, devido a sua capacidade de prover um
perfil de tensão mais estável e confiável [56].
Neste capítulo serão avaliados os filtros modelados no capítulo III operando em um
sistema com características mais reais do que o sistema em que estes foram modelados. Tal
sistema foi modelado mediante parâmetros reais obtidos por medição. O sistema em questão é
um alimentador da concessionária de energia elétrica ESPÍRITO SANTO CENTRAIS
ELÉTRICAS S.A. – ESCELSA.
Os parâmetros físicos do sistema foram fornecidos em um arquivo no formato .xls,
contendo dados de barra, tais como: barra de início e término, tensão da barra, potência ativa,
reativa e potência do compensador reativo, caso este exista. Além destas informações, o
arquivo fornece os dados de linha como: a resistência e a reatância dos cabos por unidade de
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
102
comprimento e a corrente que flui pelo ramal em questão. Outro arquivo contendo os dados
de medições no alimentador da subestação também foi fornecido.
Com as informações dos arquivos foi possível a realização da modelagem do sistema
no programa ATP, possibilitando que os parâmetros desejados fossem concordantes com os
dados constantes nos arquivos .xls fornecidos. O sistema é constituído por 191 barras de
forma radial, nas tensões de 13,8kV (fase-fase) e 7,967kV (fase-neutro) e 33 bancos de
capacitores para correção do fator de potência.
As informações de medição foram adquiridas no período entre os dias 23/09/2005 a
12/10/2005. Estes compreendem medições de tensão e corrente, na freqüência fundamental e
suas componentes harmônicas até a 11ª ordem.
Adicionalmente, o diagrama resultante do sistema em estudo poderá ser visto no
ANEXO E, onde poderá ser identificada a numeração dos barramentos, as ramificações, as
cargas e a alocação dos bancos de capacitores, em conjunto com o arquivo de modelagem do
ATP.
O transformador da subestação é protegido por um relé de neutro 51N que, segundo
informações técnicas fornecidas pela concessionária, está ajustado para uma corrente de 60A.
Tendo em vista atuações do referido relé, medidas corretivas e investigações eram
necessárias. Assim, após algumas medições foi constatada a presença considerável de
correntes harmônicas no barramento de saída do alimentador em questão, onde as medições
foram feitas, com predominância da corrente de ordem três, cujo valor RMS era superior a
550% em relação à fundamental com magnitude da ordem de 15A.
Neste sentido, como resultados de medições realizadas no referido alimentador, a
figura (4.1) mostra o espectro harmônico, em porcentagem, da corrente de linha e a figura
(4.2) a distorção harmônica total de tensão de fase.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
103
Figura 4.1 – Espectro harmônico da corrente de linha, obtido na medição.
Figura 4.2 – Espectro harmônico da tensão de fase, obtido na medição.
Verifica-se nestas figuras, os conteúdos harmônicos existentes nas grandezas tensões
de fase e correntes de linha, com predominância de harmônicas de ordem três. Prosseguindo,
a figura (4.3) mostra o espectro harmônico, em porcentagem, da corrente que circula pelo
neutro do transformador também obtido na medição, onde se observa novamente a
predominância da harmônica de corrente de ordem três.
0%
100%
200%
300%
400%
500%
600%
1H 2H 3H 4H 5H 6H 7H 8H 9H 10H 11H
Ordem Harmônica
Corrente de Neutro (%)
Figura 4.3 – Espectro harmônico da corrente no neutro do transformador da subestação.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
104
Adicionalmente, as figuras (4.4) e (4.5) mostram, respectivamente, o perfil de tensão
de fase e corrente de neutro obtidos nas medições em um dia típico.
0,94
0,96
0,98
1,00
1,02
1,04
1,06
1,08
1,10
0:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Teno (pu)
Fase A Fase B Fase C
Figura 4.4 – Perfil de tensão de um dia típico, obtido pela medição (01/10/2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Corrente Neutro (A)
True RMS
Fundamental
3a Harm
Figura 4.5 – Perfil de corrente no neutro de um dia típico, obtido pela medição (01/10/2005).
Observa-se através da figura (4.5), que nos períodos de menor demanda, ou seja, no
período de 0:00h e 7:00h a corrente que circula no neutro é praticamente constituída pela
corrente de terceira harmônica.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
105
4.2 – MODELAGEM DO ALIMENTADOR ESTUDADO NO ATP
O sistema, como informado anteriormente, foi modelado no ATP de acordo com os
dados fornecidos pela ESCELSA, sendo estes informados no ANEXO C. Salienta-se que, por
se tratar de um sistema de dimensões consideráveis, o trabalho de modelagem foi bastante
dispendioso e detalhado.
Por questões de limitações das medições no sistema, este foi modelado de forma a
serem obtidos resultados os mais próximos possíveis dos constantes nas medições realizadas,
foi necessária que a distribuição das cargas harmônicas no sistema modelado fosse realizada
de forma aleatória.
Desta forma, a representação dos elementos representativos das linhas entre as barras,
os capacitores e as cargas foram realizadas por elementos RLC devidamente modelados.
As fontes harmônicas foram modeladas através do uso da fonte HFS - Harmonic
frequency scan source, que é um componente do ATP que pode ser modelado tanto como
fonte de tensão quanto fonte de corrente, existente na biblioteca Frequency Component de
componentes dependentes da freqüência, com a entrada de módulos e ângulos de
componentes harmônicas para até 11ª ordem. As fontes utilizadas neste trabalho foram
modeladas como fontes de corrente.
A figura (4.6) ilustra as representações de alguns elementos utilizados na modelagem
do sistema em estudo. A referência [51] fornece maiores detalhes sobre a utilização dos
componentes existentes na biblioteca do ATP.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
106
a)
b)
c)
Figura 4.6 – Representações dos componentes do ATP: a) RLC série trifásico; b) Fonte harmônica;
C) Resistor
Com o sistema assim modelado, o trabalho de investigações do desempenho dos filtros
harmônicos foi iniciado. A análise teve, como foco principal, duas situações: a anterior à
conexão dos filtros e após a conexão dos mesmos no sistema. Conjuntamente, foram
analisadas duas localizações estratégicas no sistema: o local de conexão dos filtros no sistema,
que é o ponto onde o sistema se ramifica, e na saída do alimentador. Os demais pontos do
sistema não foram avaliados tendo em vista as impossibilidades de verificação dos resultados
através de comparações entre os resultados obtidos nas simulações e nas medições.
Assim procedendo e, como resultados iniciais das simulações, a figura (4.7) mostra as
formas de onda das tensões de fase e correntes de linha na saída do alimentador.
a)
b)
Figura 4.7 – a) Tensões de fase na saída do alimentador sem filtro. b) Correntes de linha na saída do
alimentador sem filtro.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
107
Observa-se destas figuras que, as correntes na saída do alimentador encontram-se
fortemente distorcidas. A figura (4.8) por sua vez mostra o espectro harmônico das tensões de
fase, e a figura (4.9) o espectro harmônico das correntes de linha na saída do alimentador.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Fase A Teno Sem Filtro Fase B Tensão Sem Filtro Fase C
Figura 4.8 – Espectro harmônico das tensões de fase na saída do alimentador sem a presença dos
filtros.
0
20
40
60
80
100
120
140
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Figura 4.9 – Espectro harmônico das correntes de linha na saída do alimentador sem a presença dos
filtros.
Mediante o exposto na figura (4.9), observa-se um elevado conteúdo harmônico nas
correntes de linha no sistema. A presença significativa de correntes de seqüência zero (3ª
ordem) e a topologia do sistema sugerem que existe um fluxo intenso de correntes com esta
característica no neutro do sistema, como pode ser observado na figura (4.10) a seguir.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
108
0
30
60
90
120
150
180
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Neutro do Sistema Sem Filtro
Figura 4.10 – Espectro harmônico da corrente no neutro do transformador na saída do alimentador
sem a presença dos filtros.
O resultado apresentado na figura (4.10), só a terceira harmônica é superior ao valor
de 60A do ajuste do relé 51N usado na proteção do transformador do alimentador conforme
mencionado anteriormente. Assim, a figura (4.11) mostra o comportamento da corrente RMS
no neutro do transformador. Nesta figura, observa-se que em regime permanente, a referida
corrente atinge o valor de aproximadamente 124 A, sendo a componente harmônica de
corrente de terceira ordem a principal responsável por tal valor. Outro fato relevante que deve
ser mencionado diz respeito ao fator de potência verdadeiro (true power factor - TPF).
Assim, a tabela (4.1) mostra os valores do fator de potência, considerando somente a
fundamental (cos
φ
- FP), e os valores considerando todas as componentes, sem a presença
do filtro, no local de instalação dos mesmos.
Tabela 4.1 – Fator de potência, por fase, no local de conexão dos filtros sem a presença dos
filtros, obtido pela simulação.
FP TPF
Fase A 0,9927 0,8995
Fase B 0,9712 0,8709
Fase C 0,9326 0,8398
Diante do exposto acima, as análises foram concentradas em dois locais distintos do
sistema. O primeiro na saída do alimentador, e o segundo no local de conexão dos filtros com
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
109
o sistema, que dista aproximadamente 12km da saída do alimentador. Este local foi
considerado pelo fato de ser um local onde se concentram os pontos de ramificação do
alimentador (como pode ser visto no diagrama no ANEXO B), onde apresenta níveis de
distorção de tensão e corrente próximos aos encontrados na saída do alimentador.
Figura 4.11 – Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador.
A seguir, as figuras (4.12a) e (4.12b) mostram, respectivamente, as formas de onda das
tensões de fase e correntes de linha no local de instalação dos filtros no sistema.
Pela comparação entre as figuras (4.7a) e (4.12a) verifica-se que as tensões mostradas
pela figura (4.12a) estão muito mais distorcidas que as tensões na saída do alimentador (figura
4.7a), devido ao nível de curto-circuito na saída do alimentador ser mais elevado. Por fim, as
figuras (4.13) e (4.14) mostram o espectro harmônico das tensões de fase e correntes de linha
no local de conexão dos filtros antes da instalação destes.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
110
a)
b)
Figura 4.12 – a) Tensões de fase do sistema antes da conexão dos filtros. b) Correntes de linha antes
da conexão dos filtros.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Teno Sem Filtro Fase A Tensão Sem Filtro Fase B Teno Sem Filtro Fase C
Figura 4.13 – Espectro harmônico das tensões de fase no local de conexão dos filtros.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
111
0
20
40
60
80
100
120
140
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Figura 4.14 – Espectro harmônico das correntes de linha no local de conexão dos filtros.
Estando assim os resultados da simulação computacional apresentados, em
consonância com aqueles obtidos na medição, dar-se-á continuidade a seguir aos trabalhos de
avaliação dos filtros.
4.3 – AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 1
Objetivando minimizar o fluxo de correntes de seqüência zero no neutro do
transformador do alimentador em estudo foi modelada a estrutura de filtro do tipo 1,
transformador trifásico em zig-zag, conforme considerado no capítulo III. Os parâmetros
utilizados para a modelagem dos transformadores foram obtidos mediante os resultados da
simulação do sistema sem a presença dos filtros, de forma que os resultados fossem os mais
concordantes possíveis.
Assim, os parâmetros utilizados na modelagem dos transformadores em zig-zag são
identificados na tabela (4.2) abaixo.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
112
Tabela 4.2 – Parâmetros dos transformadores do filtro tipo 1.
Resistência de Magnetização (
)
76753,4
Resistência do Enrolamento Primário (
)
0,51814
Resistência do Enrolamento Secundário (
)
0,51814
Indutância do Enrolamento Primário (mH) 0,60597
Indutância do Enrolamento Secundário (mH) 0,60597
Tensão do Enrolamento Primário (kV) 13,8
Tensão do Enrolamento Secundário (kV) 13,8
Os resultados obtidos com a aplicação do filtro eletromagnético de seqüência zero no
ponto de conexão desejado podem ser verificados nas figuras a seguir.
A figura (4.15) mostra as formas de onda da tensão de fase no local de conexão antes e
após a conexão do filtro. Como se observa, a distorção harmônica de tensão foi minimizada
com a conexão do filtro, e também que o fator de crista (definido como a relação do valor
máximo pelo valor eficaz) da onda de tensão foi minimizado, sendo este um indicador da
eficiência do banco de transformadores no que diz respeito à filtragem de correntes
harmônicas.
a)
b)
Figura 4.15 – a) Tensões de fase do sistema antes da conexão do banco de transformadores. b)
Tensões de fase após a conexão do banco de transformadores.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
113
A tulo de comparação os espectros harmônicos das tensões de fase antes e após a
conexão do banco de transformadores no local de conexão do filtro é mostrada na figura
(4.16).
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Fase A Tensão Sem Filtro Fase B Tensão Sem Filtro Fase C
Tensão Com Filtro Fase A Tensão Com Filtro Fase B Tensão Com Filtro Fase C
Figura 4.16 – Espectro harmônico das tensões de fase no local de conexão, antes e após a conexão
do filtro eletromagnético.
A figura (4.17) mostra as correntes de linha antes e após a conexão do banco de
transformadores no local de conexão do filtro.
a)
b)
Figura 4.17 – a) Correntes de linha antes da conexão do banco de transformadores. b) Correntes de
linha após a conexão do banco de transformadores.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
114
Novamente para comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha
antes e após a conexão do banco de transformadores no ponto de conexão é mostrada na
figura (4.18).
0
20
40
60
80
100
120
140
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtro Fase A Corrente Com Filtro Fase B Corrente Com Filtro Fase C
Figura 4.18 – Espectro harmônico das correntes de linha no local de conexão dos filtros, antes e
após a conexão do banco de transformadores.
Analogamente como o que ocorreu com as tensões, a figura (4.19) mostra o espectro
harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão do banco de
transformadores. A redução significativa das correntes de seqüência zero revela a eficiência
deste tipo de equipamento no que tange à minimização de correntes de seqüência zero no
sistema em estudo.
0
30
60
90
120
150
180
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Corrente [A]
Corrente Neutro do Sistema Sem Filtro
Corrente Neutro do Sistema Com Filtro
Figura 4.19 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão do banco
de transformadores.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
115
Como se observa na figura (4.19) acima, todas as correntes de seqüência zero foram
atenuadas pela conexão do banco de transformadores no local de conexão do filtro.
Por outro lado, a figura (4.20) mostra o que possa ser a maior desvantagem deste tipo
de estrutura, que é o aumento que pode ocorrer em algumas componentes harmônicas, como é
o caso da nona harmônica.
0
15
30
45
60
75
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente No Neutro Do Trafo
Figura 4.20 – Espectro harmônico da corrente de neutro do banco de transformadores após a
conexão do banco de transformadores.
Este aumento se deve ao fato de o transformador em zig-zag oferecer um caminho de
baixa impedância para todas correntes de seqüência zero presentes no sistema. Com isso, se
houverem tensões ou correntes de seqüência zero no sistema, pelo transformador aparecerão
correntes correspondentes à seqüência considerada.
Adicionalmente, a figura (4.21) mostra comportamento da corrente RMS no neutro do
transformador do alimentador antes a após a conexão do filtro.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
116
Figura 4.21 – Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador.
A tabela (4.3) mostra como o fator de potência no local da instalação do filtro foi
alterado com a conexão deste.
Tabela 4.3 – Fator de potência, por fase, no local de conexão do filtro após a conexão deste.
Sem Filtro Com Filtro
FP TPF FP TPF
Fase A 0,9926 0,8995 0,98203 0,9699
Fase B 0,9712 0,8709 0,98172 0,9677
Fase C 0,9326 0,8398 0,94563 0,9339
A melhoria do fator de potência evidencia a eficiente atuação do banco de
transformadores no que se refere à filtragem de correntes de seqüência zero. Assim, as figuras
(4.22) e (4.23) a seguir mostram, respectivamente, as formas de onda das tensões de fase e
correntes de linha na saída do alimentador.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
117
a)
b)
Figura 4.22 – a) Tensões de fase do sistema na saída do alimentador antes da conexão do banco de
transformadores. b) Tensões de fase após a conexão do banco de transformadores.
a)
b)
Figura 4.23 – a) Correntes de linha do sistema antes da conexão do banco de transformadores. b)
Correntes de linha após a conexão do banco de transformadores.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
118
Observa-se na figura (4.22) que praticamente não diferenças entre as tensões na
saída do alimentador antes e após a conexão do banco de transformadores. Contudo, o efeito
da filtragem se faz presente, com maior ênfase, sobre as correntes de linha, mostradas na
figura (4.23). A figura (4.24) mostra a comparação entre os espectros harmônicos das tensões
de fase antes e após a conexão do banco de transformadores na saída do alimentador. A figura
(4.25) analogamente apresenta as correntes de linha no mesmo local.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Fase A Tensão Sem Filtro Fase B Teno Sem Filtro Fase C
Tensão Com Filtro Fase A Teno Com Filtro Fase B Tensão Com Filtro Fase C
Figura 4.24 – Comparações entre os espectros harmônicos das tensões de fase antes e após a
conexão do banco de transformadores.
0
20
40
60
80
100
120
140
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtro Fase A Corrente Com Filtro Fase B
Corrente Com Filtro Fase C
Figura 4.25 – Comparações entre os espectros harmônicos das correntes de linha antes e após
a conexão do banco de transformadores.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
119
A tabela (4.4) resume o comportamento do fator de potência no local de conexão dos
filtros e na saída do alimentador antes e após a conexão do banco de transformadores ligados
em zig-zag.
Dos resultados apresentados na tabela (4.4), pode-se dizer que o fator de potência
serve como um indicador da qualidade da energia nas condições sem e com distorções
harmônicas.
Tabela 4.4 – Comportamento do fator de potência, por fase, antes e após a conexão do filtro no local
de sua instalação e na saída do alimentador.
Ponto de conexão dos Filtros Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
FP TPF FP TPF FP TPF FP TPF
Fase A 0,99267 0,8995 0,98203 0,9699 0,99934 0,9060 0,99461 0,9824
Fase B 0,97122 0,8709 0,98172 0,9697 0,98739 0,8859 0,99332 0,9797
Fase C 0,93264 0,8398 0,94563 0,9339 0,95802 0,8631 0,96936 0,9588
Um outro parâmetro indicador da qualidade da energia muito importante, em se
tratando de tensões e correntes harmônicas, é a distorção harmônica total. Assim, a tabela
(4.5) resume a variação dessa grandeza, tanto para as tensões de fase (DTT) e correntes de
linha (DTI) do sistema antes e após a conexão do banco de transformadores.
Tabela 4.5 – Comportamento da distorção harmônica total de tensão e corrente.
Local de conexão do Filtro Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI%
Fase A 14,421%
46,673% 6,542% 15,859% 2,9053%
46,536% 0,21951%
15,816%
Fase B 13,897%
49,35% 6,2076%
16,793% 2,9% 49,211% 0,21508%
16,741%
Fase C 12,902%
48,283% 5,8804%
14,883% 2,8675%
48,157% 0,21946%
14,846%
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
120
4.3.1 – COMENTÁRIOS GERAIS
As simulações mostraram que o método de filtragem utilizando um banco trifásico
constituído de três unidades monofásicas interconectados em zig-zag é bastante eficiente para
a filtragem de correntes de seqüência zero em sistemas de distribuição a quatro fios.
Os resultados da simulação, em consonância com os resultados obtidos nas referências
e no sistema teste utilizado, demonstram que, mediante um dimensionamento criterioso,
levando-se em conta não somente os parâmetros elétricos, mas os demais parâmetros
inerentes à sua construção física (custos), podem ser utilizados no alívio do transformador da
subestação, no que diz respeito ao fluxo de correntes de seqüência zero em seu neutro.
Por fim, conforme explorado nas simulações, a maior desvantagem observada para
esta opção de filtro é a possível amplificação que pode ocorrer em determinadas correntes de
seqüência zero presentes no sistema e no neutro do transformador em zig-zag.
4.4 – AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 2
A estrutura do tipo 2, filtro LC série em série com as fases, descrita com detalhes no
Capítulo III, teve aqui os valores de seus elementos indutor e capacitor dimensionados de
acordo com os resultados obtidos na simulação do sistema teste modelado, para obtenção de
resultados mais expressivos, conforme realizado na seção 4.3. Foram observados nas análises
da seção anterior, duas localizações, que serão utilizados ao longo deste capítulo, quais sejam:
o primeiro é o local de conexão dos filtros com o sistema; e o segundo local é a saída do
alimentador.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
121
A tabela (4.6) resume as informações dos parâmetros dos elementos L e C, por fase,
utilizados na simulação, referidos a tensão de 13,8 kV.
Tabela 4.6 – Parâmetros LC do filtro utilizados na modelagem dos filtros em série.
Indutor (H) 8,5912
Capacitor (
µ
F)
0,819
Resistência (
)
0,2
Fator de qualidade (Q) 60
Os resultados da simulação, em consonância com os resultados extraídos das
referências utilizadas, podem ser vistos nas figuras a seguir. Assim, a figura (4.26) mostra as
formas de onda das tensões de fase no ponto de conexão antes e após a conexão do filtro.
Como se observa, a distorção harmônica de tensão sofreu pouca alteração com a atuação do
filtro. Isto se deve ao fato de que, devido à queda de tensão harmônica sobre a impedância
harmônica do filtro, o sinal de tensão manteve-se aos veis anteriores, ou seja, sem a
presença do filtro.
a)
b)
Figura 4.26 – a) Tensões de fase do sistema antes da conexão dos filtros em série sintonizado na
freqüência fundamental. b) Tensões de fase após a conexão dos filtros em série sintonizado na
freqüência fundamental.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
122
Os espectros harmônicos das tensões de fase antes e após a conexão do filtro em série
sintonizado na fundamental são apresentados na figura (4.27) de forma a fornecer uma
comparação entre as condições operativas sem e com o filtro.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Tensão [V]
Teno Sem Filtro Fase A Tensão Sem Filtro Fase B Teno Sem Filtro Fase C
Teno Com Filtro Fase A Teno Com Filtro Fase B Tensão Com Filtro Fase C
Figura 4.27 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e com a
presença dos filtros em série.
A figura (4.28) mostra as correntes de linha antes e após a conexão dos filtros em série
no local de conexão dos filtros.
a)
b)
Figura 4.28 – a) Correntes de linha antes da conexão dos filtros em série. b) Correntes de linha após
a conexão dos filtros em série.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
123
Na figura (4.29) tem-se uma comparação dos espectros harmônicos das correntes de
linha do sistema antes e após a conexão do filtro no local de conexão do filtro.
0
20
40
60
80
100
120
140
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtro Fase A Corrente Com Filtro Fase B Corrente Com Filtro Fase C
Figura 4.29 – Espectros harmônicos das correntes de linha no local de conexão dos filtros, antes e
após a conexão do filtro em série.
A figura (4.30) mostra o espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e
após a conexão dos filtros em série. Observa-se a redução drástica de todas as correntes
harmônicas o que revela a eficiência deste tipo de equipamento no que tange à minimização
destas correntes no sistema em estudo.
0
30
60
90
120
150
180
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Neutro do Sistema Sem Filtro Corrente Neutro do Sistema Com Filtro
Figura 4.30 – Espectro harmônico das correntes de neutro do sistema antes e após a conexão dos
filtros em série.
Uma diminuição muito discreta pode ser observada na freqüência fundamental, sendo
esta ocasionada pela discreta impedância apresentada pelos filtros à freqüência fundamental.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
124
a figura (4.31) apresenta o comportamento da corrente RMS no neutro do
transformador do alimentador antes a após a conexão do filtro.
Figura 4.31 – Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador sem e com a conexão do
filtro.
Prosseguindo, a tabela (4.7) mostra como o fator de potência no local da instalação se
comporta e com a conexão dos filtros.
Tabela 4.7 – Fator de potência, por fase, no local de conexão do filtro antes e após conexão
deste.
Sem Filtros Com Filtros
FP TPF FP TPF
Fase A 0,9926 0,8995 0,9926 0,9926
Fase B 0,9712 0,8709 0,9713 0,9713
Fase C 0,9326 0,8398 0,9325 0,9325
Desta tabela, observa-se valores muito próximos entre o módulo do fator de potência
com e sem distorção harmônica, evidenciando que as distorções harmônicas de tensão e
corrente foram minimizadas com a atuação dos filtros em série. Na seqüência, as figuras
(4.32) e (4.33) a seguir mostram, respectivamente, as formas de onda das tensões de fase e
correntes de linha na saída do alimentador. É possível observar na figura (4.32) que
praticamente não existe diferença entre as tensões na saída do alimentador antes e após a
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
125
conexão dos filtros. Contudo, o efeito dos filtros se faz presente com maior ênfase sobre as
correntes de linha, mostradas na figura (4.33) a seguir.
a)
b)
Figura 4.32 – a) Tensões de fase do sistema antes da conexão dos filtros. b) Tensões de fase após a
conexão dos filtros.
a)
b)
Figura 4.33 – a) Correntes de linha do sistema antes da conexão dos filtros. b) Correntes de linha
após a conexão dos filtros.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
126
Observa-se na figura (4.34) a comparação do espectro harmônico das tensões de fase
antes e após a conexão dos filtros série na saída do alimentador. Analogamente, a figura
(4.35) mostra a comparação para as correntes de linha no mesmo local do sistema.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Fase A Teno Sem Filtro Fase B Tensão Sem Filtro Fase C
Tensão Com Filtro Fase A Teno Com Filtro Fase B Tensão Com Filtro Fase C
Figura 4.34 – Comparações entre os espectros harmônicos das tensões de fase na saída do
alimentador sem e com a presença do filtro.
0
20
40
60
80
100
120
140
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtro Fase A Corrente Com Filtro Fase B Corrente Com Filtro Fase C
Figura 4.35 – Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha na saída do
alimentador sem e com a presença dos filtros.
De acordo com as figuras (4.34) e (4.35) acima, observamos a eficiência deste tipo de
filtro. Adicionalmente, a tabela (4.8) resume o comportamento do fator de potência no local
de conexão do filtros e na saída do alimentador antes e após a conexão do filtro.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
127
Tabela 4.8 – Comportamento do fator de potência, por fase, antes e após a conexão do filtro.
Ponto de conexão dos Filtros Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
FP TPF FP TPF FP TPF FP TPF
Fase A 0,99267 0,8995 0,9926 0,9926 0,99934 0,9060 0,9991 0,9991
Fase B 0,97122 0,8709 0,9713 0,9713 0,98739 0,8859 0,9890 0,9890
Fase C 0,93264 0,8398 0,9325 0,9325 0,95802 0,8631 0,9603 0,9603
Observando o comportamento do fator de potência mostrado na tabela (4.8), é possível
dizer que o fator de potência pode ser utilizado como um indicador da qualidade da energia no
âmbito das distorções harmônicas.
Um outro indicador importante em se tratando de tensões e correntes harmônicas é a
distorção harmônica total. Neste particular, a tabela (4.9) resume a variação destas grandezas,
tanto para as tensões de fase (DTT) como para correntes de linha (DTI) do sistema antes e
após a conexão do filtro.
Tabela 4.9 – Comportamento da distorção harmônica total de tensão e corrente, por fase.
Ponto de conexão dos Filtros Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI%
Fase A 14,421%
46,673% 10,5% 0,08% 2,9053%
46,536% 0,028% 0,08%
Fase B 13,897%
49,35% 9,56% 0,09% 2,9% 49,211% 0,067% 0,09%
Fase C 12,902%
48,283% 8,12% 0,07% 2,8675%
48,157% 0,065% 0,07%
4.4.1 – COMENTÁRIOS GERAIS
As simulações deste tipo de filtro avaliado neste etapa dos trabalhos mostraram que
este método é eficiente no que tange à minimização de correntes harmônicas circulantes nas
fases do sistema e no neutro deste. Verificou-se que a corrente que circula no neutro do
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
128
sistema é constituída pela corrente fundamental, originada pelo desequilíbrio das cargas no
sistema somadas às componentes harmônicas de seqüência zero. A minimização destas
correntes harmônicas circulantes no neutro, neste caso, é obtida usando-se o princípio da
ressonância série. O filtro assim determinado foi sintonizado na freqüência fundamental (60
Hz), oferecendo, assim, alta impedância equivalente à passagem das demais correntes. Devido
a esta impedância equivalente é que surge a maior desvantagem desta topologia, gerando uma
queda de tensão harmônica sobre a impedância harmônica dos filtros. Isto pode ser verificado
através da figura (4.26) que mostra após a conexão do filtro, a distorção harmônica de tensão
se manteve presente. De acordo então com os resultados obtidos nas simulações, e em
concordância com as medições, pode-se dizer que o método pode ser usado em sistemas que
não apresentem altos níveis de distorção harmônica de corrente, de modo a não provocar
quedas de tensões harmônicas significativas.
4.5 – AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 3
Este tipo de filtro, LC série em derivação com a carga, cuja modelagem baseou-se no
princípio da ressonância série, teve seu dimensionamento desenvolvido no CAPÍTULO III.
As avaliações desenvolvidas aqui seguem nos mesmos padrões desenvolvidos nos filtros
anteriores. Os tipos de filtros foram modelados objetivando verificar o desempenho destes no
sistema de distribuição em estudo. A primeira etapa do filtro tipo 3, se refere ao de ordem,
com o objetivo de minimizar o fluxo de correntes de seqüência zero no neutro do
transformador da subestação. A segunda etapa do filtro tipo 3 é constituído de dois outros
filtros modelados para 5ª e ordens, tendo como objetivos adequar aos níveis limites de
tensão e corrente harmônicas da norma IEEE 519-1992.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
129
Procedendo de forma semelhante à seção anterior, dois locais distintos no sistema teste
foram verificados: o primeiro no local de conexão dos filtros com o sistema; e o segundo na
saída do alimentador. Os filtros de ordem, conectados em estrela aterrada, foram
modelados de forma a prover a potência reativa necessária à correção do fator de potência. A
potência de cada braço do filtro é de 300 kVAr, o que resultou em uma capacitância de
12,53
F
µ
por fase. A indutância do reator do filtro é de 66,74 mH e a resistência de 1,85
.
Os filtros de foram modelados de forma que as correntes de mesma ordem pudessem ser
absorvidas por ele. Desta forma, o filtro é constituído por um banco de capacitores de 200
kVAr, em delta, por fase, em conjunto com um indutor de 35,79 mH e uma resistência de
1,3
. O filtro de apresenta os valores dispostos na tabela (4.10), conjuntamente com os
valores utilizados na simulação dos filtros utilizados para este caso.
Tabela 4.10 – Resumo dos parâmetros dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens modelados.
3ª (estrela aterrada)
Capacitor (
µ
F)
12,53 2,78 (em Delta) 1,39 (em Delta)
Reator (mH) 66,74 35,79 35,88
Resistência (
( )
1,85 1,3 2,3
Freqüência de sintonia (n) 2,85 4,85 6,85
Fator de Qualidade (Q) 40 40 40
Os resultados da simulação mostraram-se consoantes com os resultados das
referências utilizadas, sendo que as figuras a seguir mostram os resultados da simulação da
topologia avaliada. Assim, a figura (4.36) mostra as formas de onda das tensões de fase no
local de conexão antes e após a conexão dos filtros de ordem. Pode-se observar que não
houve uma melhoria significativa no nível de distorção harmônica de tensão, que antes da
conexão dos filtros era de 14,42%, 13,89% e 12,9% para as fases A, B e C, respectivamente e,
após a conexão dos filtros de ordem assumiram valores da ordem de 13,63%, 12,11% e
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
130
10,68% para as fases A, B e C, respectivamente. A manutenção destes valores se deve ao fato
de o sistema apresentar um aumento de algumas tensões harmônicas após conexão dos filtros
de 3ª ordem, principalmente as tensões de 5ª e 7ª ordens. Com o objetivo de minimizar o fluxo
de correntes harmônicas de 5ª e ordens, filtros sintonizados nas referidas freqüências foram
acoplados no mesmo local de conexão dos filtros de 3ª ordem. Assim, a figura (4.37) mostra a
influência destes filtros nas tensões de fase.
a)
b)
Figura 4.36 – a) Tensões de fase do sistema antes da conexão dos filtros de 3ª ordem. b) Tensões de
fase após a conexão dos filtros de 3ª ordem.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
131
a)
b)
Figura 4.37 – a) Tensões de fase do sistema antes da conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens. b)
Tensões de fase após a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
Com a conexão dos filtros de e ordens, as distorções harmônicas das tensões de
fase atingiram valores de 5,55%, 4,84% e 4,97%, nas fases A, B e C respectivamente. Já com
a conexão dos filtros de ordem, as distorções harmônicas totais das tensões de fase, no
ponto de conexão assumiram valores de 2,83%, 2,68% e 2,54% para as fases A, B e C,
respectivamente.
Os espectros harmônicos das tensões de fase antes e após a conexão dos filtros de
são mostrados na figura (4.38) de forma a fornecer uma comparação entre as duas condições
de operação do sistema.
Em seguida, a figura (4.39) mostra os espectros harmônicos das tensões de fase sem e
com a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens, no local de conexão dos filtros.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
132
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Fase A Tensão Sem Filtro Fase B Tensão Sem Filtro Fase C
Tensão Com Filtro Fase A Tensão Com Filtro Fase B Tensão Com Filtro Fase C
Figura 4.38 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e com a
presença dos filtros de 3ª ordem.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Fase A Tensão Sem Filtro Fase B Tensão Sem Filtro Fase C
Tensão Com Filtro 3ª, e Fase A Tensão Com Filtro , e 7ª Fase B Tensão Com Filtro , e Fase C
Figura 4.39 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e com a
presença dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
A atuação dos filtros sintonizados na harmônica, sobre as tensões de fase, fica clara
através da figura (4.38), onde observa-se que a componente harmônica de ordem da tensão
de fase foi sensivelmente minimizada. Porém, verifica-se que um aumento nas
componentes de e ordens. Tal aumento é justificável devido ao fato de o filtro em
questão representar uma impedância para a 5ª ordem de, aproximadamente 83,48
e 145,89
para a ordem, ou seja, fornece um caminho para o fluxo de correntes de e ordens
através dos filtros em questão, aumentando a corrente e, consequentemente a queda de tensão
na impedância série do sistema. Assim, a figura (4.40) mostra a variação da impedância dos
filtros de 3ª, 5ª e 7ª com a freqüência.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
133
a)
0
100
200
300
400
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
Ordem Harmônica
Ohms
Fase A
Fase B
Fase C
b)
0
100
200
300
400
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
Ordem Harmônica
Ohms
Fase A
Fase B
Fase C
c)
0
100
200
300
400
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19 21
23
25
27
29
Ordem Harmônica
Ohms
Fase A
Fase B
Fase C
Figura 4.40 – Variação da impedância dos filtros com a freqüência. a) Interação da impedância
harmônica do filtro de 3ª ordem com o sistema; b) Interação da impedância harmônica dos filtros de
3ª e 5ª ordens com o sistema; c) Interação da impedância harmônica do filtro de 3ª, 5ª e 7ª ordens
com o sistema.
Na figura (4.40) acima observa-se que, com a configuração final, ou seja, com os 3
filtros conectados ao sistema, a ocorrência de ressonâncias tanto paralelas (nas freqüências
de, aproximadamente, 240 Hz, 360 Hz, 540Hz, e 660 Hz), e ressonância série nas freqüências
de sintonia dos filtros e na freqüência de 600 HZ. Tais ressonâncias não oferecem problemas
ao funcionamento do sistema, devido à não geração de correntes harmônicas nas freqüências
de ressonância paralela.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
134
A figura (4.41) mostra as correntes de linha antes e após a conexão do filtro de
ordem. Observa-se que após a conexão deste filtro, as correntes do sistema se tornaram mais
próximas da forma senoidal, em relação às correntes sem o filtro, na figura (4.41a).
a)
b)
Figura 4.41 –a) Correntes de linha antes da conexão dos filtros de 3ª ordem.b) Correntes de linha
após a conexão dos filtros de 3ª ordem.
Contudo pode-se observar que, as componentes de e ordens apresentam-se um
pouco elevadas. Tal fato se deve à variação da impedância do filtro, mostrada na figura (3.40).
Por fim, a figura (4.42) mostra a atuação dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens operando em
conjunto, e na figura (4.43) é possível avaliar fazendo-se a comparação entre o espectro
harmônico das correntes de linha do sistema antes a após a conexão dos filtros no ponto de
conexão dos filtros.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
135
a)
b)
Figura 4.42 –a) Correntes de linha do sistema a) antes da conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.b)
Correntes de linha do sistema após a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
É possível observar na figura (4.42) que as correntes de linha após a conexão dos
filtros no sistema tiveram a sua forma mais aproximada à forma de uma senóide. As
distorções harmônicas de corrente que, antes da conexão dos filtros eram de 46,67%, 49,35%
e 48,28% nas fases A, B e C, respectivamente, com a atuação dos filtros de ordem, tais
distorções atingiram os valores de 29,00%, 28,03% e 25,67%, nas fases A, B e C,
respectivamente. A atuação conjunta dos filtros de 3ª, e ordens possibilitou que as
distorções harmônicas de corrente atingissem, nas fases A, B e C, os valores de 6,22%, 5,84%
e 5,57%, respectivamente.
na figura (4.43) observa-se a comparação entre os espectros harmônicos das
correntes de linha do sistema antes e após a conexão do filtro de 3ª ordem no local de conexão
do filtro.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
136
0
20
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100
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtro Fase A Corrente Com Filtro Fase B Corrente Com Filtro Fase C
Figura 4.43 – Espectro harmônico das correntes de linha no ponto de conexão dos filtros, antes e
após a conexão dos filtros de 3ª ordem.
Na figura (4.44) é mostrada a comparação entre os espectros harmônicos das correntes
de linha antes e após a conexão dos filtros de 3ª, e ordens operando conjuntamente.
Observa-se desta que, as correntes tiveram seu conteúdo harmônico fortemente reduzido,
evidenciando a eficiência no processo de filtragem das correntes harmônicas.
0
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtro 3ª, e Fase A Corrente Com Filtro 3ª, e Fase B Corrente Com Filtro , e Fase C
Figura 4.44 – Espectro harmônico das correntes de linha no ponto de conexão dos filtros, antes e
após a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
A redução do conteúdo harmônico e do fluxo de correntes de 3ª ordem revela a
eficiência deste tipo de equipamento em sua função de filtro harmônico.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
137
0
30
60
90
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Sem Filtro Com Filtro 3ª Com Filtro , e
Figura 4.45 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão dos
filtros de 3ª , 5ª e 7ª ordens.
É possível observar, na figura (4.45) acima, que as correntes de 3ª ordem foram
reduzidas significativamente com a conexão do filtro de ordem. A figura (4.46) apresenta o
comportamento da corrente
RMS
no neutro do transformador do alimentador antes e após a
conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
Figura 4.46 – Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador.
A tabela (4.11) mostra analogamente aos casos anteriores, como o fator de potência no
ponto da instalação foi alterado com a conexão do filtro de 3ª ordem
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
138
Tabela 4.11 – Fator de potência, por fase, no ponto de conexão dos filtros após a conexão do
filtro de 3ª ordem.
Sem Filtro Com Filtro
FP TPF FP TPF
Fase A 0,99267 0,8995 0,9389* 0,8970*
Fase B 0,97122 0,8709 0,8876* 0,8512*
Fase C 0,93264 0,8398 0,8214* 0,7934*
(*) – Fator de potência capacitivo.
A proximidade entre o fator de potência com e sem distorções evidencia que, os sinais
de tensão e corrente estão com os seus respectivos conteúdos harmônicos minimizados, pela
ação do filtro de 3ª ordem.
As figuras (4.47) e (4.48) a seguir mostram, respectivamente, as formas de onda de
tensão de fase e corrente de linha na saída do alimentador antes e após a conexão do filtro de
ordem. É possível observar na figura (4.47) que praticamente não existe diferença entre as
tensões na saída do alimentador antes e após a conexão do filtro. Contudo, o efeito do filtro se
faz presente com maior ênfase sobre as correntes de linha, mostradas na figura (4.48) a seguir.
Nas figuras (4.49) e (4.50) a seguir, fica claro a atuação dos filtros de e 5ª ordens na
saída do alimentador. Devido ao elevado nível de curto-circuito, as tensões não apresentaram
distorções harmônicas significativas, que, antes da conexão dos filtros eram, nas fases A, B e
C, respectivamente, de 2,57%, 2,56% e 2,54%. Com a atuação dos filtros, os referidos índices
assumiram, para as fases A, B e C, os respectivos valores de 0,40%, 0,38% e 0,39%.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
139
a)
b)
Figura 4.47 – a) Tensões de fase do sistema antes da conexão dos filtros de 3ª ordem. b) Tensões de
fase após a conexão do filtro de 3ª ordem.
a)
b)
Figura 4.48 – a) Correntes de linha do sistema antes da conexão dos filtros de 3ª ordem. b) Correntes
de linha após a conexão do filtro de 3ª ordem.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
140
a)
b)
Figura 4.49 – a) Tensões de fase do sistema antes da conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens. b)
Tensões de fase após a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
a)
b)
Figura 4.50 – a) Correntes de linha do sistema antes da conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens. b)
Correntes de linha após a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
141
Os espectros harmônicos das tensões de fase antes e após a conexão dos filtros de 3ª,
5ª e 7ª ordens são mostrados na figura (4.51) de forma a fornecer uma comparação entre eles.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Tensão [V]
Teno Sem Filtro Fase A Teno Sem Filtro Fase B Tensão Sem Filtro Fase C
Teno Com Filtro, e 7ª Fase A Tensão Com Filtro 3ª, e 7ª Fase B Tensão Com Filtro , e 7ª Fase C
Figura 4.51 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e com a
presença dos filtros de 3ª e 5ª ordens, na saída do alimentador.
para as distorções harmônicas de corrente que, antes da conexão dos filtros eram de
44,61%, 47,44% e 47,09% nas fases A, B e C, respectivamente, tiveram, com a atuação dos
filtros de ordem, seus valores reduzidos para 22,81%, 23,01% e 22,24%, nas fases A, B e
C, respectivamente. A atuação conjunta dos filtros de 3ª, 5ª e ordens possibilitou a
diminuição das distorções harmônicas de corrente, nas fases A, B e C, 6,21%, 5,83% e 5,57%,
respectivamente.Estes resultados podem ser observados na figura (4.52).
0
20
40
60
80
100
120
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtro 3ª, e 7ª Fase A Corrente Com Filtro , e 7ª Fase B Corrente Com Filtro , e 7ª Fase C
Figura 4.52 – Espectro harmônico das correntes de linha na saída do alimentador, antes e após a
conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
142
Observa-se desta que, as correntes tiveram seu conteúdo harmônico fortemente
reduzido, evidenciando a eficiência deste método na filtragem das correntes harmônicas.
Analogamente aos casos anteriores, a tabela (4.12) resume a mudança do fator de potência no
local de conexão dos filtros e na saída do alimentador antes e após a conexão dos filtros.
Tabela 4.12 – Comportamento do fator de potência, por fase, no local de conexão do filtro e na saída
do alimentador.
Ponto de conexão dos Filtros Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
FP TPF FP TPF FP TPF FP TPF
Fase A 0,99267 0,8995 0,8564* 0,8547* 0,99934 0,9060 0,9069* 0,9051*
Fase B 0,97122 0,8709 0,7869* 0,7856* 0,98739 0,8859 0,8464* 0,8450*
Fase C 0,93264 0,8398 0,7125* 0,7114* 0,95802 0,8631 0,7792* 0,7780*
(*) – Fator de potência capacitivo.
Considerando a variação do fator de potência mostrada na tabela (4.14) acima, é
possível observar que o fator de potência pode ser utilizado como um indicador da qualidade
da energia sob o ponto de vista de distorções harmônicas. Na seqüência, a figura (4.53) abaixo
mostra como se encontram as tensões e correntes do sistema após a conexão dos filtros.
a)
c)
b)
Figura 4.53 – a) Tensão da fase A e corrente da linha A; b) Tensão da fase B e corrente da linha B; c)
Tensão da fase C e corrente da linha C.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
143
Observa-se da figura (4.53) que a corrente de linha está adiantada da tensão de fase,
indicando que o fator de potência encontra-se capacitivo, devido a presença dos bancos de
capacitores dos filtros. Objetivando adequar as escalas entre a tensão e a corrente na figura
para a comparação, a corrente de linha foi multiplicada por um fator 55.
Um outro indicador muito importante em se tratando de tensões e correntes
harmônicas é a distorção harmônica total. Assim, a tabela (4.13) resume a variação de tais
grandezas, tanto para as tensões de fase (
DTT
) quanto para as correntes de linha (
DTI
) do
sistema antes e após a conexão dos filtros.
Tabela 4.13 – Variação da distorção harmônica total de tensão e corrente, por fase.
Local de conexão dos Filtros Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI%
Fase A 14,421%
46,673% 2,83% 6,22% 2,9053%
46,536% 0,40% 6,21%
Fase B 13,897%
49,35% 2,68% 5,84% 2,9% 49,211% 0,38% 5,83%
Fase C 12,902%
48,283% 2,54% 5,57% 2,8675%
48,157% 0,39% 5,57%
Da tabela (4.13), observa-se de forma objetiva o desempenho dos filtros no sistema,
onde a distorção harmônica de corrente foi reduzida, em média 38%, apresentando um
desempenho satisfatório da topologia analisada.
4.5.1 – COMENTÁRIOS GERAIS
Devido à relativa simplicidade em sua modelagem e confiabilidade em seu
funcionamento, os filtros sintonizados em derivação se tornam a solução mais utilizada em
esquemas de mitigação ou minimização do fluxo de correntes harmônicas em sistemas
industriais e comerciais. Neste sentido, os resultados das simulações mostraram que o método
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
144
apresentou-se muito eficiente na filtragem harmônica, sendo possível observar que o sistema
apresentou uma significativa melhora com a conexão dos filtros de 3ª, 5ª e 7ª ordens.
A aplicação dos filtros harmônicos sintonizados apresentou grandes benefícios no que
tange à redução da distorção harmônica total de tensão e corrente, redução da distorção
harmônica individual de tensão e corrente e aumento do fator de potência. Dar-se-á
prosseguimento às análises dos demais filtros estudados.
Por outro lado, o uso de filtros harmônicos LC sintonizados em sistemas de
distribuição deve ser criteriosamente analisado, devido ao problema da dessintonização, e da
interação entre sua impedância e a impedância do sistema, provocando ressonância em outras
freqüências, que não as sintonizadas pelos filtros.
4.6 – AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 4
A atuação de filtros sintonizados, centrados no princípio da ressonância paralela, foi
realizada nesta seção. Assim, dois filtros paralelos, conectados em série foram modelados,
para as freqüências de 3ª e 9ª ordens.
Objetivando ainda minimizar a distorção harmônica de tensão devido à queda de
tensão harmônica na impedância dos filtros, foram modelados dois outros filtros, em
derivação, nas freqüências de 3ª e 5ª ordens, mostrados na seqüência.
A tabela (4.14) resume os parâmetros utilizados na modelagem dos filtros para a
simulação deste caso.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
145
Tabela 4.14 – Resumo parâmetros dos filtros de 3ª, 9ª série modelados.
Série
Capacitor (
µ
F)
260,12 56,73
Reator (mH) 3,108 1,765
Resistência
( )
205,4 313,49
Freqüência de sintonia (n) 2,9 8,85
Fator de Qualidade (Q) 60 60
As figuras a seguir mostram os resultados da simulação do filtro avaliado. As formas
de onda das tensões de fase, no local de conexão dos filtros, antes e após a conexão dos filtros
de 3ª e ordens são mostradas na figura (4.54). Observa-se que houve uma discreta melhoria
no vel de distorção harmônica de tensão, que antes da conexão dos filtros eram de 14,42%,
13,89% e 12,9% para as fases A, B e C, respectivamente e, após a conexão dos filtros em
questão, no lado do sistema, os referidos níveis atingiram valores de 6,85%, 6,13% e 5,53%
para as fases A, B e C, respectivamente. A obtenção destes valores se deve ao fato de o
sistema apresentar a manutenção de alguns valores de tensões distorcidas
a)
b)
Figura 4.54 – a) Tensões de fase antes da conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens em série do lado do
sistema. b) Tensões de fase após a conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens em série, do lado do sistema.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
146
A tensão a que se refere a figura (4.54) foi obtida no local de conexão dos filtros,
porém, no nó de conexão deste, de forma a verificar as tensões do lado do sistema.
A figura (4.55) mostra as tensões de fase, após a conexão dos filtros, no lado da carga,
no local de conexão dos filtros, de forma a verificar o efeito da queda de tensão harmônica,
provocada pela obstrução à passagem da corrente harmônica pela impedância dos filtros. Este
efeito é, sem dúvida, um dos inconvenientes da utilização de filtros harmônicos em série. A
comparação entre a tensão no local de conexão dos filtros, antes e após a localização do filtro,
ou seja, em dois locais adjacentes, porém distintos. Na referida figura, não é possível observar
uma diferença significativa entre as duas tensões nas duas localidades. Contudo, tal diferença
se faz presente na figura (5.56), onde uma comparação entre o espectro harmônico das tensões
de fase nos locais em questão, ou seja, nos pontos antes do filtro (lado do sistema) e após
(lado da carga).
a)
b)
Figura 4.55 – a) Tensões de fase do lado do sistema com os filtros de 3ª e 9ª ordens. b) Tensões de
fase do lado da carga com os filtros de 3ª e 9ª ordens, no ponto de conexão dos filtros.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
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Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Com Filtros Fase A Tensão Com Filtros Fase B Lado do Sistema Fase C
Lado da Carga Fase A Lado da Carga Fase B Lado da Carga Fase C
Figura 4.56 – Espectro harmônico da tensão de fase no ponto de conexão dos filtros, antes do filtro
(lado do sistema) e após o filtro (lado da carga).
Considerando o lado da carga, as distorções harmônicas atingiram os níveis de
11,98%, 10,72% e 9,21%, nas fases A, B e C, respectivamente. Adicionalmente, a figura
(4.57) mostra a interação dos filtros de e com o sistema, de acordo com a variação da
impedância com a freqüência. Observa-se desta que na fase A uma ressonância paralela na 11ª
harmônica. Observa-se também ressonâncias paralelas, nas quais os filtros foram
sintonizados.
Figura 4.57 – Interação da impedância harmônica dos filtros de 3ª e 9ª com o sistema devido a
variação da freqüência.
Prosseguindo, a figura (4.58) mostra as correntes de linha antes e após a conexão dos
filtros série de 3ª e 9ª ordens, no local de conexão dos filtros. A forma de onda mais
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
148
aproximada de uma senóide, mostrada na figura (4.58b), em relação à figura (4.58a), é
atribuída à atuação dos filtros sob avaliação.
a)
b)
Figura 4.58 – a) Correntes de linha com os filtros de 3ª e 9ª ordens. b) Correntes de linha com os
filtros de 3ª e 9ª ordens, no ponto de conexão dos filtros.
Com os filtros de e 9ª ordens em série, as distorções harmônicas de corrente que, no
local de conexão dos filtros, antes da conexão destes, eram de 46,67%, 49,35% e 48,28% nas
fases A, B e C, respectivamente, com a atuação dos filtros de e ordens, tais distorções
reduziram para 18,96%, 19,19% e 18,68%, nas fases A, B e C, respectivamente.
Da figura (4.59) é possível avaliar a comparação entre o espectro harmônico das
correntes de linha do sistema antes e após a conexão dos filtros de e ordens no local de
conexão dos filtros.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtros Fase A Corrente Com Filtros Fase B Corrente Com Filtros Fase C
Figura 4.59 – Espectro harmônico das correntes de linha antes e após a conexão dos filtros de 3ª e 9ª
ordens, em série.
Ainda desta figura, observa-se a minimização das correntes de terceira e nona ordens,
evidenciando a operação benéfica dos filtros no sistema.
A figura (4.60) abaixo mostra que as correntes de e ordens que circulavam no
neutro sofreram significativas reduções com a conexão dos filtros de mesmas ordens. a
figura (4.61) apresenta o comportamento da corrente
RMS
no neutro do transformador do
alimentador antes e após a conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens.
0
30
60
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Corrente Com Filtro e 9ª
Figura 4.60 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão dos
filtros de 3ª e 9ª ordens.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
150
Figura 4.61 – Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador sem e com os filtros de 3ª
e 9ª ordens.
A tabela (4.15) mostra como o fator de potência no local da instalação foi alterado
com a conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens.
Tabela 4.15 – Fator de potência, por fase, no local de conexão dos filtros após a conexão dos
filtros de 3ª e 9ª ordens.
Sem Filtro Com Filtro
FP TPF FP TPF
Fase A 0,99267 0,8995 0,9990 0,9785
Fase B 0,97122 0,8709 0,9977 0,9763
Fase C 0,93264 0,8398 0,9815 0,9618
A semelhança entre o fator de potência com e sem distorção harmônica, evidencia que
os sinais de tensão e corrente estão com os seus respectivos conteúdos harmônicos
minimizados, pela ação dos filtros de 3ª e 9ª ordens.
Assim, as figuras (4.62) e (4.63) a seguir mostram, respectivamente, as formas de onda
das tensões de fase e correntes de linha, na saída do alimentador, antes e após a conexão dos
filtros de 3ª e 9ª ordens.
Observa-se que na figura (4.62) praticamente não existe diferença entre as tensões na
saída do alimentador antes e após a conexão dos filtros. Contudo, o efeito da atuação dos
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
151
filtros se faz presente, com maior ênfase, sobre as correntes de linha, mostradas na figura
(4.63) a seguir.
Devido ao elevado nível de curto-circuito como já mencionado anteriormente, as
tensões não apresentaram distorções harmônicas significativas, que, antes da conexão dos
filtros eram, nas fases A, B e C, respectivamente, de 2,57%, 2,56% e 2,54%. Com a atuação
dos filtros, os referentes índices assumiram, para as fases A, B e C, os respectivos valores de
0,66%, 0,64% e 0,66%.
a)
b)
Figura 4.62 – a) Tensões de fase antes da conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens. b) Tensões de fase
após a conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens, na saída do alimentador.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
152
a)
b)
Figura 4.63 – a) Correntes de linha antes da conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens.b) Correntes de
linha após a conexão dos filtros de 3ª e 9ª ordens, na saída do alimentador.
Os espectros harmônicos das tensões de fase correspondentes ao da figura (4.62), na
saída do alimentador, antes e após a conexão dos filtros de e ordens são mostrados na
figura (4.64) de forma a fornecer uma comparação entre eles.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Fase A Teno Sem Filtro Fase B Teno Sem Filtro Fase C
Tensão c/ Filtro Série Fase A Teno c/ Filtro Série Fase B Teno c/ Filtro Série Fase C
Figura 4.64 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e com a
presença dos filtros de 3ª e 9ª ordens, na saída do alimentador.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
153
As distorções harmônicas de corrente correspondentes à da figura (4.63), na saída do
alimentador que antes da conexão dos filtros eram de 44,61%, 47,44% e 47,09% nas fases A,
B e C, respectivamente, tiveram, com a atuação dos filtros de e ordens, seus valores
reduzidos para 18,90%, 19,13% e 18,62%, nas fases A, B e C, respectivamente.
Objetivando minimizar a queda de tensão harmônica gerada pela queda de tensão na
impedância dos filtros, foram modelados dois outros filtros, em derivação, um sintonizado em
171 Hz (n=2,85) e 291 Hz (n=4,85). A tabela (4.16) mostra os valores dos parâmetros
utilizados na modelagem dos filtros de 3ª e 5ª ordens.
Tabela 4.16 – Resumo dos parâmetros dos filtros de 3ª, 9ª série e 3ª e 5ª ordens derivação
modelados.
Derivação
3ª (estrela aterrada)
Capacitor (
µ
F)
16,71 2,08 (em Delta)
Reator (mH) 50,06 46,75
Resistência
( )
0,92 1.44
Freqüência de sintonia (n) 2,85 4,85
Fator de Qualidade (Q) 60 40
As figuras (4.65) e (4.66) mostram, respectivamente, as tensões de fase e correntes de
linha, no local de conexão dos filtros, no lado do sistema, com a ação conjunta dos filtros
série e em derivação.
A atuação conjunta dos filtros de 3ª, em série, e e em derivação possibilitou a
redução das distorções harmônicas de corrente, nas fases A, B e C, para 4,92%, 4,23% e
4,37%, respectivamente, no ponto de conexão dos filtros.
Na figura (4.67) é possível verificar a comparação entre o espectro harmônico das
tensões de fase do sistema, com somente os filtros de e em série, e com os filtros em
série e os filtros de 3ª e ordens, em derivação, no local de conexão dos filtros, no lado do
sistema, e a figura (4.66) mostra uma comparação análoga no lado da carga.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
154
a)
b)
Figura 4.65 – a) Tensões de fase no local de conexão dos filtros, no lado do sistema, com os filtros
série e antes da conexão dos filtros em derivação. b) Tensões de fase no local de conexão dos filtros,
no lado do sistema, com os filtros série e os filtros em derivação.
a)
b)
Figura 4.66 – a) Correntes de linha no local de conexão dos filtros, no lado do sistema, com os filtros
série e antes da conexão dos filtros em derivação. b) Correntes de linha no local de conexão dos
filtros, no lado do sistema, com os filtros série e os filtros em derivação.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
155
0
1000
2000
3000
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9000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Tensão [V]
Com Filtros Série Fase A Com Filtros Série Fase B Com Filtros Série Fase C
Com Filtro Série e Deriv Fase A Com Filtro Série e Deriv Fase B Com Filtro Série e Deriv Fase C
Figura 4.67 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase com somente os
filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, no local de conexão dos filtros, no
lado do sistema.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harnica
Tensão [V]
Com Filtros Série Fase A Com Filtros Série Fase B Com Filtros Série Fase C
Com Filtro Série e Deriv Fase A Com Filtro Série e Deriv Fase B Com Filtro Série e Deriv Fase C
Figura 4.68 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase com somente os
filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, no ponto de conexão dos filtros, no
lado da carga.
Observa-se na figura (4.68) que a tensão fundamental no lado da carga sofreu um
aumento significativo em seu módulo, evidenciando um elevado fator de potência no referido
local. A minimização da distorção harmônica de tensão no lado da carga sugere que a atuação
dos filtros em derivação foi satisfatória, demonstrando, mais uma vez, a eficiência deste tipo
de estrutura para filtragem harmônica. A figura (4.69) mostra o espectro harmônico das
correntes de linha no local de conexão dos filtros, no lado do sistema com a presença dos
filtros em série e os em derivação.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
156
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30
60
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Com Filtros Série Fase A Com Filtros Série Fase B Com Filtros rie Fase C
Com Filtros Série e Deriv Fase A Com Filtros Série e Deriv Fase B Com Filtros Série e Deriv Fase C
Figura 4.69 – Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha com somente
os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, no local de conexão dos filtros, no
lado do sistema.
A operação conjunta dos filtros série e derivação possibilitou que as correntes
atingissem um patamar aceitável, no que tange à circulação de correntes harmônicas em
sistemas de distribuição, conforme sugere a referência [1]. Neste sentido, a figura (4.70)
mostra o espectro harmônico das correntes de linha, no local de conexão, no lado da carga,
com a presença dos filtros em série e em derivação. Como se observa na referida figura, a
atuação conjunta dos filtros série e derivação, no local de conexão dos filtros possibilitou uma
significativa minimização do conteúdo harmônico nas correntes de linha do sistema, no local
em questão. Observa-se também que praticamente não existe diferença entre as correntes de
linha no lado da carga e no lado do sistema, tanto para as tensões de fase (figuras (4.67) e
(4.68)), como também para as correntes de linha (figuras (4.69) e (4.70)).
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Com Filtros Série Fase A Com Filtros Série Fase B Com Filtros Série Fase C
Com Filtro rie e Deriv Fase A Com Filtro Série e Deriv Fase B Com Filtro Série e Deriv Fase C
Figura 4.70 – Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha com somente
os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, no local de conexão dos filtros, no
lado da carga.
Adicionalmente, as figuras (4.71) e (4.72) mostram, respectivamente, as tensões de
fase e correntes de linha, na saída do alimentador, com os filtros em série e em derivação
conectados ao sistema.
a)
b)
Figura 4.71 – a) Tensões de fase na saída do alimentador com os filtros série e antes da conexão dos
filtros em derivação. b) Tensões de fase na saída do alimentador, com os filtros série e os filtros em
derivação.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
158
a)
b)
Figura 4.72 – a) Correntes de linha na saída do alimentador, com os filtros série e antes da conexão
dos filtros em derivação. b) Correntes de linha na saída do alimentador, com os filtros série e os
filtros em derivação.
Observa-se da figura (4.71) que, a distorção de tensão na saída do alimentador não se
faz presente visivelmente, através da observação de sua forma de onda, devido ao elevado
nível de curto circuito. Por outro lado, a distorção harmônica de corrente sofreu uma redução
significativa, reduzindo-se para 5,89%, 5,29% e 5,77%, nas fases A, B e C, respectivamente.
A figura (4.73) mostra a comparação entre o espectro harmônico da tensão de fase na saída do
alimentador com somente os filtros em série e com os filtros em série e derivação, e a figura
(4.74) mostra a mesma comparação, porém com o espectro harmônico da corrente de linha. A
sensível melhora evidenciada pelas figuras (4.73) e (4.74) acima, sugerem que o método é
eficiente, no que tange à filtragem harmônica.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
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0
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2000
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4000
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Ordem Harmônica
Tensão [V]
Com Filtros Série Fase A Com Filtros Série Fase B Com Filtros Série Fase C
Com Filtro Série e Deriv Fase A Com Filtro Série e Deriv Fase B Com Filtro Série e Deriv Fase C
Figura 4.73 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase com somente os
filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, na saída do alimentador.
0
30
60
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Com Filtros Série Fase A Com Filtros Série Fase B Com Filtros Série Fase C
Com Filtro rie e Deriv Fase A Com Filtro Série e Deriv Fase B Com Filtro Série e Deriv Fase C
Figura 4.74 – Comparação entre os espectros harmônicos das correntes de linha com somente
os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação, na saída do alimentador.
As figuras (4.75) e (4.76) mostram, respectivamente o espectro da corrente no neutro e
o comportamento do valor
RMS
da mesma, com somente os filtros em série e com os filtros
em série e derivação.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Com Filtro e 9ª Corrente Com Filtro e 9ª e Derivação
Figura 4.75 – Comparação entre os espectros harmônicos das correntes no neutro com somente
os filtros série e com a presença dos filtros série e derivação.
Figura 4.76 – Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador, com somente os filtros
em série e com os filtros em série e derivação.
Por fim, a tabela (4.17) resume a variação do fator de potência sobre o ponto de
conexão dos filtros e na saída do alimentador antes e após a conexão dos filtros. Como
anteriormente, através da variação do fator de potência mostrada na tabela em questão, é
possível a sua utilização como um indicador da qualidade da energia.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
161
Tabela 4.17 –Comportamento do fator de potência, por fase.
Local de conexão dos Filtros Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
FP TPF FP TPF FP TPF FP TPF
Fase A 0,99267 0,8995 0,8705* 0,8689* 0,99934 0,9060 0,9330* 0,9292*
Fase B 0,97122 0,8709 0,8032* 0,8020* 0,98739 0,8859 0,8756* 0,8744*
Fase C 0,93264 0,8398 0,7289* 0,7277* 0,95802 0,8631 0,8104* 0,8091*
(*) – Fator de potência capacitivo.
Outro indicador quantitativo da qualidade da energia importante é o vel de distorção
harmônica de tensão e/ou corrente. Neste sentido, a tabela (4.18) resume a variação das
referidas grandezas, tanto para as tensões de fase (
DTT
) e correntes de linha (
DTI
) do sistema
antes e após a conexão dos filtros.
Tabela 4.18 – Variação da distorção harmônica total de tensão e corrente, por fase.
Local de conexão Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI%
Fase A 14,421%
46,673% 4,92% 5,91% 2,9053%
46,536% 0,12% 5,89%
Fase B 13,897%
49,35% 4,23% 5,30% 2,9% 49,211% 0,16% 5,29%
Fase C 12,902%
48,283% 4,37% 5,78% 2,8675%
48,157% 0,13% 5,77%
A tabela (4.18) mostra, de forma objetiva o desempenho dos filtros no sistema,
podendo-se verificar que a distorção harmônica de corrente foi reduzida, em média 40%, e
que a topologia analisada apresentou um desempenho satisfatório.
4.6.1 – COMENTÁRIOS GERAIS
Os resultados das simulações mostraram que o método apresentou-se muito eficiente
na filtragem harmônica pretendida. Foi possível observar que o sistema apresentou uma
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
162
significativa melhoria com a conexão dos filtros em série e derivação. Assim, pelos resultados
das simulações, verifica-se que a maioria das correntes harmônicas presentes tiveram os seus
valores reduzidos.
A aplicação dos filtros harmônicos sintonizados apresentou-se benéfica, no que tange
à redução da distorção harmônica total de tensão e corrente, redução da distorção harmônica
individual de tensão e corrente e aumento do fator de potência. O fluxo de correntes
harmônicas no neutro do alimentador foi fortemente reduzido. A conexão dos filtros ao
sistema resultou em um equilíbrio no sistema, atuando de forma a compensar as correntes nas
fases do sistema. A maior desvantagem dos filtros em estudo se faz presente na quantidade de
filtros utilizados, onerando a aplicação destes filtros em sistemas reais de distribuição.
4.7 – AVALIAÇÃO DO FILTRO TIPO 5
Os filtros estudados nesta etapa do trabalho, assim como os filtros série do item
anterior, são centrados no princípio da ressonância paralela, e tiveram metodologia de cálculo
similar, tornando-se dispensável a consideração de aspectos mais detalhados.
A atuação de filtros sintonizados, centrados no princípio da ressonância paralela, foi
realizada também nesta seção. Devido à localização do referido filtro nesta etapa, apenas um
filtro foi modelado. O filtro em questão é um filtro paralelo, conectado em série com o neutro
e sintonizado na freqüência de 174 Hz (n=2,9).
As análises desenvolvidas aqui seguem os mesmos procedimentos utilizados para os
tipos de filtros anteriores. Os locais analisados em questão são: a saída do alimentador, e o
local de conexão dos filtros anteriormente considerados.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
163
A tabela (4.19) resume então os valores dos parâmetros utilizados na simulação dos
filtros para este caso.
Tabela 4.19 – Resumo dos filtros de 3ª ordem em série harmônica modelados.
Capacitor (
µ
F)
490,54
Reator (mH) 1,705
Resistência
( )
111,8
Freqüência de sintonia (n) 2,9
Fator de Qualidade (Q) 60
As figuras a seguir mostram os resultados da simulação do filtro aqui avaliado. As
formas de onda das tensões de fase, no local de conexão dos filtros, antes e após a conexão do
filtro de 3ª ordem são mostradas na figura (4.77). Observa-se que houve uma discreta
melhoria no nível de distorção harmônica de tensão, que antes da conexão dos filtros eram de
14,42%, 13,89% e 12,9% para as fases A, B e C, respectivamente e, após a conexão dos
referidos filtros, tais níveis assumiram os valores de 8,55%, 8,55% e 9,01% para as fases A, B
e C, respectivamente. A obtenção destes valores se deve ao fato de o sistema apresentar a
manutenção de alguns valores de tensões distorcidas, provenientes da queda de tensão
harmônica ocorrida no filtro.
A figura (4.78) mostra as tensões de fase, após a conexão dos filtros, no lado da carga,
no local de conexão dos filtros, de forma a verificar o efeito da queda de tensão harmônica,
provocada pela passagem da corrente harmônica pela impedância dos filtros. Este efeito é
portanto, a maior desvantagem da utilização de filtros harmônicos em série. A comparação é
feita entre a tensão no local de conexão dos filtros, antes e após a conexão do filtro. Na
referida figura, não é possível observar uma diferença significativa entre as duas tensões. Tal
diferença se faz presente na figura (5.79), onde é feita uma comparação entre o espectro
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
164
harmônico das tensões de fase nos pontos em questão, ou seja, nos pontos antes do filtro (lado
do sistema) e após (lado da carga).
a)
b)
Figura 4.77 – a) Tensões de fase antes da conexão do filtro de 3ª ordem em série. b) Tensões de fase
após a conexão do filtro de 3ª ordem em série, no ponto de conexão dos filtros
Como é possível observar na figura (4.77), o efeito de queda de tensão harmônica se
fez presente na forma de onda das tensões de fase. Após a conexão do filtro, pouca melhoria
foi verificada na forma de onda das tensões da referida figura. A figura (4.78) mostra o
espectro harmônico das tensões de fase, podendo-se verificar mais objetivamente a atuação do
filtro, no que se diz respeito à distorção harmônica de tensão, no local de conexão dos filtros.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
165
0
1000
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3000
4000
5000
6000
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Ordem Harnica
Teno [V]
Tensão Sem Filtro Tensão Sem Filtro Tensão Sem Filtro
Tensão Com Filtro Tensão Com Filtro Tensão Com Filtro
Figura 4.78 – Espectro harmônico das tensões de fase no ponto de conexão dos filtros, antes e após a
conexão dos filtros.
Da figura (4.78) acima, verifica-se a atuação do filtro, à luz da redução da distorção
harmônica de tensão no local de conexão dos filtros. No local avaliado, as distorções
harmônicas atingiram níveis de 8,55%, 8,55% e 9,01%, nas fases A, B e C, respectivamente.
Prosseguindo, a figura (4.79) mostra a interação do filtro de com o sistema, variando-se a
freqüência. Observa-se na fase A uma ressonância paralela na 11ª harmônica. As ressonâncias
paralelas, nas freqüências as quais os filtros foram sintonizados também se fazem presentes na
referida figura.
Figura 4.79 – Interação da impedância harmônica do filtro de 3ª ordem em série com o sistema
devido a variação da freqüência.
a figura (4.80) mostra as correntes de linha antes e após a conexão do filtro série de
ordem, no local de conexão dos filtros. Observa-se nesta que, a forma mais aproximada de
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
166
uma senóide, mostrada na figura (4.80b), em relação à figura (4.80a), evidencia a atuação dos
filtros.
a)
b)
Figura 4.80 – a) Correntes de linha com o filtro de 3ª ordem. b) Correntes de linha com o filtro de 3ª
ordem, no local de conexão dos filtros.
Com o filtro de 3ª em série, as distorções harmônicas de corrente que, no local de
conexão dos filtros, antes da conexão destes, eram de 46,67%, 49,35% e 48,28% nas fases A,
B e C, respectivamente, com a atuação do referido filtro, tais distorções passaram para os
níveis de 18,37%, 16,96% e 14,56%, nas fases A, B e C, respectivamente.
Na figura (4.81) é possível avaliar através da comparação os espectros harmônicos das
correntes de linha do sistema antes e após a conexão do filtro de 3ª ordem no local de conexão
dos filtros.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
167
0
20
40
60
80
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro Fase A Corrente Sem Filtro Fase B Corrente Sem Filtro Fase C
Corrente Com Filtro Fase A Corrente Com Filtro Fase B Corrente Com Filtro Fase C
Figura 4.81 – Espectro harmônico das correntes de linha antes e após a conexão do filtro de 3ª
ordem, em série, no local de conexão dos filtros.
A minimização das correntes de terceira ordem, mostradas na figura (4.81) acima,
evidencia a eficiência do filtro no sistema.
É possível observar, na figura (4.82) abaixo, que as correntes de 3ª ordem, que
circulavam no neutro, sofreram significativas reduções com a conexão do filtro de mesma
ordem. Assim, a figura (4.83) mostra a oscilografia da corrente
RMS
no neutro do
transformador do alimentador antes e após a conexão dos filtros de 3ª ordem.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
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Ordem Harnica
Corrente [A]
Corrente Sem Filtro no Neutro Corrente Com Filtro 3ª no Neutro
Figura 4.82 – Espectro harmônico da corrente de neutro do sistema antes e após a conexão do filtro
de 3ª ordem.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
168
Figura 4.83 – Corrente RMS no neutro do transformador do alimentador sem e com o filtro de 3ª
ordem.
A tabela (4.20) mostra como o fator de potência no local da instalação foi alterado
com a conexão dos filtros de 3ª ordem.
Tabela 4.20 – Fator de potência, por fase, no local de conexão dos filtros após a conexão do
filtro de 3ª ordem.
Sem Filtro Com Filtro
FP TPF FP TPF
Fase A 0,99267 0,8995 0,9926 0,9763
Fase B 0,97122 0,8709 0,9713 0,9576
Fase C 0,93264 0,8398 0,9324 0,9227
A proximidade entre o fator de potência com e sem distorções harmônicas evidencia
que, os sinais de tensão e corrente estão com os seus respectivos conteúdos harmônicos
minimizados, pela ação do filtro de 3ª ordem.
As figuras (4.84) e (4.85) a seguir mostram, respectivamente, as formas de onda de
tensões de fase e correntes de linha, na saída do alimentador, antes e após a conexão do filtro
de 3ª ordem.
Observa-se na figura (4.84) que, a queda de tensão harmônica na impedância do filtro
resultou no aumento da distorção harmônica total de tensão após a conexão do referido filtro.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
169
Contudo, o efeito benéfico da atuação do filtro se faz presente, com maior ênfase, sobre as
correntes de linha, mostradas na figura (4.85) a seguir.
As distorções harmônicas totais de tensão que antes da conexão do filtro eram, nas
fases A, B e C, respectivamente, de 2,57%, 2,56% e 2,54%, com a atuação do filtro, os
referentes índices assumiram, para as fases A, B e C, os respectivos valores de 7,23%, 7,24%
e 7,14%.
a)
b)
Figura 4.84 – a) Tensões de fase antes da conexão do filtro de 3ª ordem.b) Tensões de fase após a
conexão do filtro de 3ª ordem, na saída do alimentador.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
170
a)
b)
Figura 4.85 – a) Correntes de linha antes da conexão do filtro de 3ª ordem. b) Correntes de linha
após a conexão do filtro de 3ª ordem, na saída do alimentador.
Os espectros harmônicos das tensões de fase, na saída do alimentador, antes e após a
conexão do filtro de ordem são mostrados na figura (4.86) de forma a fornecer uma
comparação entre eles.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ordem Harmônica
Tensão [V]
Tensão Sem Filtro Fase A Tensão Sem Filtro Fase B Tensão Sem Filtro Fase C
Tensão Com Filtro Fase A Tensão Com Filtro Fase B Tensão Com Filtro Fase C
Figura 4.86 – Comparação entre os espectros harmônicos das tensões de fase sem e com a
presença do filtro de 3ª ordem, na saída do alimentador.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
171
As distorções harmônicas de corrente na saída do alimentador que, antes a conexão
dos filtros eram de 44,61%, 47,44% e 47,09% nas fases A, B e C, respectivamente, tiveram,
com a atuação do filtro de ordem, seus valores reduzidos para 18,32%, 16,92% e 14,52%,
nas fases A, B e C, respectivamente.
Por fim, a tabela (4.21) resume a variação do fator de potência no local de conexão dos
filtros e na saída do alimentador antes e após a conexão do filtro. Considerando a variação do
fator de potência mostrada tabela em questão, é possível observar que o fator de potência
pode ser utilizado como um indicador da qualidade da energia.
Tabela 4.21 – Variação do fator de potência, por fase.
No local de conexão dos Filtros Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
FP TPF FP TPF FP TPF FP TPF
Fase A 0,99267 0,8995 0,9926 0,9763 0,99934 0,9060 0,9999 0,9829
Fase B 0,97122 0,8709 0,9713 0,9576 0,98739 0,8859 0,9874 0,9736
Fase C 0,93264 0,8398 0,9324 0,9227 0,95802 0,8631 0,9579 0,9479
Um outro indicador muito importante em se tratando de tensões e correntes
harmônicas é a distorção harmônica total. Neste sentido, a tabela (4.22) resume a variação de
tais grandezas, tanto para as tensões de fase (
DTT
) e correntes de linha (
DTI
) do sistema antes
e após a conexão dos filtros.
Tabela 4.22 – Variação da distorção harmônica total de tensão e corrente, por fase.
No local de conexão dos Filtros Saída do Alimentador
Sem Filtro Com filtro Sem filtro Com filtro
DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI% DTT% DTI%
Fase A 14,421%
46,673% 8,55% 18,37% 2,9053%
46,536% 7,23% 18,32%
Fase B 13,897%
49,35% 8,55% 16,96% 2,9% 49,211% 7,24% 16,92%
Fase C 12,902%
48,283% 9,01% 14,56% 2,8675%
48,157% 7,14% 14,52%
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
172
Finalmente, a tabela (4.22) ilustra de forma objetiva o desempenho do filtro no
sistema. Pode-se verificar que a distorção harmônica de corrente foi reduzida, em média de
28%, sendo que a topologia analisada apresentou um desempenho satisfatório, porém
contribuiu para a deterioração das tensões de fase, devido à queda de tensão harmônica,
sobretudo em função da alta impedância para a corrente de 3ª ordem.
4.7.1 – COMENTÁRIOS GERAIS
A eficiência dos filtros ressonantes, aliada à relativa simplicidade em sua modelagem
e confiabilidade em seu funcionamento, fazem com que esses filtros sejam uma das soluções
mais utilizadas na minimização de correntes harmônicas em sistemas de potência diversos. Os
resultados das simulações objetivaram mostrar a eficiência do todo de filtragem
harmônica. Foi possível observar que o sistema obteve uma significativa melhora com a
conexão do filtro de ordem. Pela observação das figuras que trazem os resultados das
simulações é possível verificar que a corrente a que o filtro se propõe a minimizar teve o seu
conteúdo reduzido. Entretanto, os resultados que dizem respeito à distorção harmônica total
de tensão apresentaram-se elevados, o que pode por em questão o desempenho do filtro
analisado nesta etapa desta dissertação. Os resultados obtidos mediante a análise do fator de
potência e do fator de deslocamento demonstram que o filtro em série conectado no neutro do
sistema, sintonizado na 3ª ordem contribuiu para a melhoria da qualidade da energia do
sistema como um todo.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
173
4.8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo teve o objetivo de analisar o comportamento operativo dos filtros
propostos para este trabalho em um sistema de distribuição com características reais. Todos os
resultados obtidos nesta etapa do trabalho estão em plena consonância com os resultados
obtidos nas bibliografias utilizadas como referência.
A primeira estrutura avaliada foi um banco de três transformadores monofásicos
interconectados em zig-zag, de forma a fornecer um caminho de baixa impedância para
correntes de seqüência zero. Os resultados foram satisfatórios no que diz respeito à
minimização da circulação das correntes de seqüência zero no neutro do sistema. Quanto à
distorção harmônica de tensão e a filtragem das demais correntes harmônicas no sistema se
mantiveram elevados. Os fatores de potência juntamente com o fator de deslocamento
sofreram variações consideráveis, no sentido de melhorar o desempenho do sistema em
estudo.
A segunda estrutura avaliada foi um filtro harmônico conectado em série e sintonizado
na freqüência fundamental do sistema (60 Hz), de forma a apresentar uma alta impedância
para as outras ordens harmônicas. A principal vantagem desde filtro é a sua grande
seletividade com relação à corrente, mas deixa a desejar em sua eficiência no que tange à
distorção harmônica total de tensão, devido a elevada queda de tensão sobre a impedância
harmônica. Não é um método muito utilizado justamente devido a esta característica.
Apresentou um desempenho significativo, no que se refere à melhoria no fator de potência e
fator de deslocamento, e na distorção harmônica total de corrente, mas teve o seu desempenho
prejudicado com a permanência de valores elevados nas distorções harmônicas totais de
tensão. A possibilidade de ocorrência de ressonâncias séries e paralelas em decorrência à
variação da impedância do conjunto filtro-sistema com a freqüência deve ser considerada.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
174
A terceira estrutura considerada é composta por filtros harmônicos sintonizados em
derivação, de forma a fornecer um caminho de baixa impedância à corrente a qual o filtro está
sintonizado. É uma solução atrativa e bastante utilizada pela sua relativa facilidade de projeto,
baixa manutenção e confiabilidade. Os resultados obtidos com este filtro foram bastante
satisfatórios. Houve uma melhora significativa na distorção harmônica total de tensão e
corrente com a conexão dos filtros ao sistema. O critério econômico também deve ser levado
em consideração, tendo em vista a quantidade de filtros utilizados na estrutura avaliada por
esta seção. Paralelamente, a principal desvantagem deste filtro, no que diz respeito à
operacionalidade, é a possibilidade de ocorrer ressonâncias séries e/ou paralelas, podendo
ocorrer tensões ou correntes proibitivas se, na presença das referidas ressonâncias, o sistema
apresentar alguma outra fonte de tensão ou corrente injetando neste um sinal de mesma
freqüência para a qual foi verificada a ressonância. Devido a este fato, o dimensionamento do
filtro deve ser realizado mediante criteriosa análise de penetração harmônica, quando
possível. Devido à potência do banco de capacitores necessária para absorver as correntes
harmônicas ser elevada, o fator de potência no ponto de conexão dos filtros e na saída do
alimentador apresentou-se capacitivo, manifestando-se pela elevação da tensão no ponto de
conexão dos filtros.
A quarta estrutura foi concebida pela junção dos filtros em série sintonizados nas
freqüências de e ordens, e em derivação nas freqüências de e , ordens. A operação
conjunta dos dois filtros resultou na estrutura que melhor atendeu às expectativas, operando
satisfatoriamente tanto na corrente quando na tensão do sistema. Obviamente é a opção que
talvez seja a mais onerosa, por se tratar de uma estrutura composta por dois tipos distintos de
filtros diferentes, e essa, com certeza é a sua principal desvantagem. A possibilidade de
ocorrência de ressonância entre a impedância dos filtros com a impedância do sistema, pela
variação da freqüência deve ser considerada, de modo que uma análise prévia de penetração
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
175
de correntes harmônicas é de extrema importância para se lograr êxito no que tange ao
projeto, implementação e operação de filtros harmônicos em sistemas de potência.
Por fim, a quinta estrutura é uma modificação de parte da estrutura utilizada na seção
anterior. Assim, um filtro de terceira ordem foi acoplado ao neutro do sistema, de forma a
oferecer alta impedância para a corrente na freqüência a qual ele foi sintonizado. Os
resultados obtidos são bastante consistentes e coincidentes com os obtidos com a parte do
filtro em série da quarta estrutura. A principal vantagem desta estrutura é a economia que se
obtém com a conexão de apenas um filtro em série com o neutro do sistema. A melhoria no
fator de potência, no fator de deslocamento e na distorção harmônica total de corrente
contrasta com o fraco desempenho frente à distorção harmônica total de tensão. Por se tratar
de um circuito trabalhando sintonizado, é possível que haja ressonâncias séries e/ou paralelas,
em freqüência que não as de interesse, podendo ocorrer tensões ou correntes proibitivas. De
tal afirmativa é que se justifica um estudo prévio de penetração de correntes harmônicas, de
forma a garantir um funcionamento satisfatório do sistema de filtragem utilizado.
Finalmente, para uma avaliação comparativa sucinta dos 5 estruturas de filtros aqui
focalizados, a tabela (4.23) apresenta suas principais características.
Tabela 4.23 – Quadro resumo dos tipos de filtros considerados e resultados obtidos com a simulação.
Tipo Características Desempenho
Tipo 1
Filtro eletromagnético constituído
por três unidades monofásicas,
em zig-zag.
O filtro avaliado nesta etapa do trabalho apresentou-se como
uma alternativa eficiente para a filtragem de correntes de
seqüência zero em sistemas trifásicos com centro estrela
aterrado. Como mostrou os princípios físicos descritos no
capítulo III, a característica de oferecer um caminho de
baixa impedância para todas as correntes de seqüência zero
não é atrativo quando do seu uso em sistemas
desequilibrados, à exemplo do sistema de distribuição
utilizado neste trabalho. Nesta condição, se houverem
tensões desequilibradas no ponto de conexão do filtro
eletromagnético, por ele aparecerão correntes de seqüência
zero correspondentes. Conclui-se que a sua utilização em
sistemas desequilibrados não é interessante.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
176
Tipo 2
Filtro LC série sintonizado na
freqüência fundamental, em série
com a linha.
A forte atuação na atenuação das correntes harmônicas
acima da corrente fundamental (60 hz) foi evidenciada nos
resultados das simulações, onde foi possível verificar que
tanto a corrente no neutro do transformador, quanto as
correntes de linha do sistema tiveram o seu conteúdo
harmônico completamente eliminado, constatando assim a
eficiência do filtro avaliado nesta etapa. Contudo, devido a
queda de tensão harmônica na impedância harmônica no
filtro, a distorção harmônica de tensão permaneceu com
níveis elevados, o que demonstrou ser a maior desvantagem
no que diz respeito à utilização deste tipo de filtro.
Concluindo, a utilização deste método de filtragem não é
recomendada em sistemas onde o fluxo de correntes
harmônicas é elevado.
Tipo 3
Filtro LC série sintonizado nas
freqüências de e 5ª ordens, em
derivação.
Os filtros série, em derivação com a carga tiveram o seu
desempenho aqui avaliados. Os resultados das simulações
demonstraram que a atuação dos filtros, no que diz respeito
à minimização do fluxo de correntes harmônicas para os
quais foram sintonizados, foi satisfatória. A relativa
simplicidade em sua modelagem, aliada a confiabilidade e
robustez, faz com que esta estrutura de filtro seja a mais
difundida nas aplicações em sistemas de potência em geral.
Entretanto, os resultados demonstraram que houve um
sensível aumento na corrente fundamental do sistema,
devido à elevada potência dos filtros utilizados. Outro
reflexo da potência do banco de filtros utilizados se fez
presente na tensão do local de conexão dos filtros, que teve o
seu valor aumentado, evidenciando um fator de potência
capacitivo. O efeito da dessintonização também pode ser
entendido como uma desvantagem ao seu uso, mas que pode
ser minimizado levando-se em conta nos cálculos. Os
resultados levaram a concluir que os filtros em questão
podem ser uma alternativa para a minimização do fluxo de
correntes de seqüência zero em sistemas de distribuição.
Tipo 4
Filtro LC paralelo sintonizado nas
freqüências de e 9ª ordens, em
série com a linha, em conjunto
com filtros sintonizados nas
freqüências de e ordens,
conectados em derivação.
A operação conjunta de filtros paralelos, em série com a
linha, e filtros série, em derivação com a carga foi avaliada
nesta etapa do trabalho. Com os resultados obtidos pela
simulação conclue-se que a topologia proposta é muito
atrativa, sob o ponto de vista técnico. Entretanto, sob a
óptica financeira, não é tão viável, devido ao fato da
quantidade de filtros adotada. Outro fator a se levar em
consideração é a possibilidade de ressonância, conforme
avaliado nesta seção. Os resultados atingidos na
minimização dos índices de distorção harmônica de tensão e
de corrente levam a concluir que esta estrutura proposta foi
que mais se destacou. Destaca-se também a atuação do
esquema para o balanço das fases do sistema.
Tipo 5
Filtro LC paralelo sintonizado na
harmônica, conectado em série
E por fim, a estrutura aqui analisada foi um filtro paralelo,
em série com o condutor neutro, sintonizado na ordem,
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
177
com o neutro do sistema. de forma a oferecer uma alta impedância â corrente a que
este foi sintonizado. Com isso, o fluxo de correntes de
ordem no neutro foi fortemente reduzido, consequentemente,
a corrente de 3ª ordem nas fases também foi reduzida.
Um atrativo à utilização de tais filtros é a possibilidade
destes serem implantados com a utilização de um reator de
aterramento pré-existente no transformador, resultando em
economia financeira no processo de aquisição do filtro. A
desvantagem quando da utilização desta estrutura se faz
presente na distorção harmônica de tensão, ocasionada pelo
deslocamento de neutro, devido a queda de tensão
harmônica na impedância harmônica do filtro. Conclui-se,
então, que o presente filtro é uma estratégia interessante para
o propósito de minimização de correntes de seqüência zero
em sistemas trifásicos a quatro fios.
Diante do exposto, e tendo sido obtido os resultados a que esta dissertação se propôs a
discutir, é dada seqüência dos trabalhos com as conclusões finais, no capítulo V, a seguir.
Capítulo IV – Aplicação de Filtros Harmônicos Passivos LC e Eletromagnéticos em
Sistemas de Distribuição
Dissertação de Mestrado
178
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES FINAIS
Embora cada capítulo tenha apresentado suas conclusões e comentários específicos
sobre os assuntos enfocados, considera-se, neste momento, fundamental uma abordagem
global dos trabalhos desenvolvidos e resultados obtidos. Isto proporciona uma visão rápida e
sucinta das investigações realizadas como um todo.
Para tanto, nesta etapa procede-se a uma consolidação das constatações parciais
emitidas ao final de cada capítulo, somadas, ainda, a outros aspectos considerados relevantes
para um melhor entendimento sobre as contribuições decorrentes da pesquisa aqui
desenvolvida. Assim, as premissas em cada capítulo foram:
O capítulo I objetivou contextualizar as premissas do trabalho no seu
desenvolvimento, informando os objetivos a serem alcançados, a relevância do
trabalho, a metodologia, as contribuições oferecidas por esta dissertação e a estrutura
na qual foi desenvolvida esta pesquisa.
O capítulo II contemplou, especificamente, os conceitos básicos sobre qualidade da
energia, correntes harmônicas, como estas são geradas e como elas afetam os
equipamentos acoplados ao sistema elétrico. Um breve comentário sobre como os
principais equipamentos presentes no sistema elétrico são afetados pela presença de
tensões e/ou correntes harmônicas também foi discorrido aqui. Uma introdução,
apesar de sucinta, mas consistente sobre as particularidades das correntes de seqüência
zero. O estado da arte sobre o assunto também foi tratado nesse capítulo.
Capítulo V – Conclusões Finais
Dissertação de Mestrado
180
O capítulo III concentrou-se na análise do princípio operativo dos filtros propostos, e
suas respectivas modelagens computacionais, no que tange ao funcionamento em um
sistema teste ideal, ou seja, com uma fonte de corrente harmônica trifásica, simétrica e
equilibrada. Foram cinco as estruturas contempladas nessa etapa do desenvolvimento
dos trabalhos. A primeira estrutura foi o filtro eletromagnético, constituído por três
unidades monofásicas, interconectadas de forma a resultar em uma ligação em zig-zag.
Os resultados obtidos com a simulação mostraram que o sistema proposto é muito
eficiente no que se propõe A segunda estrutura avaliada foi um filtro harmônico
conectado em série e sintonizado na freqüência fundamental do sistema (60 Hz), de
forma a apresentar uma alta impedância para as outras ordens harmônicas. Sua
característica principal é a seletividade com relação à corrente. Em contrapartida, teve
a sua eficiência prejudicada, levando em consideração o efeito da queda de tensão
harmônica nos filtros, ocasionando a permanência de elevados índices de distorção
harmônica de tensão no lado da carga. A terceira estrutura considerada é composta por
filtros harmônicos sintonizados em derivação, de forma a fornecer um caminho de
baixa impedância à corrente a qual o filtro está sintonizado. É uma solução atrativa e
bastante utilizada pela sua relativa facilidade de projeto, baixa manutenção e
confiabilidade. Os resultados obtidos com este filtro foram bastante satisfatórios. A
principal desvantagem deste filtro é a possibilidade de ocorrer ressonância entre a
impedância do filtro e a impedância do sistema, com a variação da freqüência. Devido
a este fato, o dimensionamento do filtro deve ser realizado mediante criteriosa análise
de penetração harmônica, quando possível. A quarta estrutura foi concebida pela
junção dos filtros em série sintonizados nas freqüências de 3ª e 9ª ordens, e em
derivação nas freqüências de e 5ª ordens. A operação conjunta desses filtros
resultou na estrutura que melhor atendeu às expectativas, operando satisfatoriamente
Capítulo V – Conclusões Finais
Dissertação de Mestrado
181
na minimização da distorção harmônica de tensão e corrente do sistema. Obviamente é
a opção que talvez seja a mais onerosa, por se tratar de uma estrutura composta por
dois tipos de filtros diferentes, e essa, com certeza é a sua principal desvantagem. E
por fim, a quinta estrutura é constituída por um filtro de terceira ordem acoplado ao
neutro do sistema, de forma a oferecer alta impedância para a corrente na freqüência a
qual ele foi sintonizado. A principal vantagem desta estrutura é a economia que se
obtém com a conexão de apenas um filtro em série com o neutro do sistema, tendo
como desvantagem o deslocamento da tensão de neutro, ocasionado pela queda de
tensão harmônica no filtro.
O capitulo IV foi centrado no processo de simulação e análise do comportamento
operativo dos tipos de filtros propostos nesta dissertação em um sistema de
distribuição. O sistema de distribuição em questão foi modelado de acordo com
parâmetros fornecidos pela concessionária de energia elétrica ESCELSA, do Espírito
Santo. A primeira estrutura avaliada foi um banco de três transformadores
monofásicos interconectados em zig-zag. Os resultados foram satisfatórios no que diz
respeito à minimização da circulação das correntes de seqüência zero no neutro e nas
fases do sistema. Quanto à distorção harmônica de tensão e a filtragem das demais
correntes harmônicas no sistema se mantiveram elevados. Os fatores de potência e de
deslocamento sofreram variações consideráveis, no sentido de melhorar o desempenho
do sistema em estudo. A segunda estrutura avaliada foi um filtro harmônico conectado
em série e sintonizado na freqüência fundamental do sistema (60 Hz). A principal
vantagem deste filtro é a sua grande seletividade com relação à corrente, mas obteve
um baixo rendimento no que tange à distorção harmônica total de tensão, devido a
elevada queda de tensão sobre a impedância harmônica. Não é um método muito
utilizado justamente devido a esta característica. Apresentou um desempenho
Capítulo V – Conclusões Finais
Dissertação de Mestrado
182
satisfatório, no que se refere à melhoria no fator de potência e fator de deslocamento, e
na distorção harmônica total de corrente, mas os elevados veis de distorção
harmônica de tensão prejudicaram o seu desempenho. A possibilidade de ocorrência
de ressonâncias séries e paralelas em decorrência da variação da impedância do
conjunto filtro-sistema com a freqüência deve ser considerada. A terceira estrutura
considerada é composta por filtros harmônicos sintonizados em derivação. É uma
solução atrativa e bastante utilizada pela sua relativa facilidade de projeto, baixa
manutenção e confiabilidade. Os resultados obtidos com este filtro foram bastante
satisfatórios. Houve uma melhora significativa na distorção harmônica total de tensão
e corrente com a conexão dos filtros ao sistema. O critério econômico também deve
ser levado em consideração, tendo em vista a quantidade de filtros utilizados na
estrutura avaliada por esta seção. Paralelamente, a principal desvantagem deste filtro,
no que diz respeito à operacionalidade, é a possibilidade de ocorrer ressonâncias séries
e/ou paralelas. Devido a este fato, o dimensionamento do filtro deve ser realizado
mediante criteriosa análise de penetração harmônica, quando possível. Por
conseqüência da potência do banco de capacitores necessária para absorver as
correntes harmônicas ser elevada, o fator de potência no ponto de conexão dos filtros e
na saída do alimentador apresentou-se capacitivo, manifestando-se pela elevação da
tensão no ponto de conexão dos filtros. A quarta estrutura foi concebida pela junção
dos filtros em série sintonizados nas freqüências de 3ª e ordens, e em derivação nas
freqüências de , e ordens. A operação conjunta de duas filosofias de filtragem
resultou na estrutura que melhor atendeu às expectativas, operando satisfatoriamente
tanto na corrente quando na tensão do sistema. Obviamente, é a opção que talvez seja
a mais onerosa, por se tratar de uma estrutura composta por dois tipos de filtros
diferentes, e essa, com certeza é a sua principal desvantagem. A possibilidade de
Capítulo V – Conclusões Finais
Dissertação de Mestrado
183
ocorrência de ressonância entre a impedância dos filtros com a impedância do sistema,
pela variação da freqüência deve ser considerada, de modo que, uma análise prévia de
penetração de correntes harmônicas é de extrema importância para se lograr êxito no
que tange ao projeto, implementação e operação de filtros harmônicos em sistemas de
potência. E por fim, a quinta estrutura é constituída por um filtro de terceira ordem
acoplado ao neutro do sistema, de forma a oferecer alta impedância para a corrente na
freqüência a qual ele foi sintonizado. A principal vantagem desta estrutura é a
economia que se obtém com a conexão de apenas um filtro em série com o neutro do
sistema. A melhoria no fator de potência, no fator de deslocamento e na distorção
harmônica total de corrente contrasta com o fraco desempenho frente à distorção
harmônica total de tensão. Por se tratar de um circuito sintonizado, é possível que haja
ressonâncias séries e/ou paralelas, em freqüência que não as de interesse, podendo
ocorrer tensões ou correntes proibitivas. De tal afirmativa é que se justifica um estudo
prévio de penetração de correntes harmônicas, de forma a garantir um funcionamento
satisfatório do sistema de filtragem utilizado.
Finalmente, a pesquisa objetivou demonstrar a exeqüibilidade técnica da utilização dos
dispositivos eletromagnéticos e passivos LC para fins de atenuação das distorções harmônicas
de tensão e corrente, em sistemas de distribuição, em média tensão, a quatro fios. Todos os
tipos de filtros contemplados por esta dissertação mostraram-se eficientes, no que tange a seus
propósitos, porém, os filtros LC detêm uma vantagem significativa, em relação aos filtros
eletromagnéticos, que é expressa pela existência prévia de capacitores no sistema, podendo
estes serem utilizados na construção dos filtros, acarretando um menor custo inicial para a
empresa.
Capítulo V – Conclusões Finais
Dissertação de Mestrado
184
Deve-se salientar que o trabalho aqui documentado reflete um primeiro passo na
direção da determinação da estrutura que melhor se adapte ao sistema em estudo,
apresentando distorções harmônicas de tensão e/ou corrente e suas possíveis conseqüências.
Para tanto, dentre outros aspectos não contemplados nesta dissertação, reconhece-se a
necessidade de maiores avanços, em investigações futuras, quanto aos seguintes pontos:
Análise econômica das estruturas avaliadas, objetivando a determinação do custo
inicial global da implantação da estrutura de filtragem;
Análise econômica para a determinação do custo evitado com a utilização de cada
estrutura contemplada por esta dissertação, e tempo de retorno do investimento;
Verificação, por meio de protótipos ou simulação das condições físicas de operação
das estruturas, objetivando detectar possíveis não conformidades de funcionamento,
como ruídos audíveis, no caso de estruturas eletromagnéticas;
Transitórios eletromagnéticos decorrentes do chaveamento das estruturas na rede
elétrica;
Desempenho dos tipos propostos frente à situações de contingência, à exemplo de
curto-circuito monofásico e trifásicos e defeitos nos braços dos filtros;
Um estudo de alocação ótima dos filtros no sistema também pode ser realizado, com
vistas a determinar qual a localização a ser instalado o filtro para a otimização de seu
desempenho no sistema.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE TRABALHOS CORRELATOS
[1] – Dugan, R., M. F. McGranaghan, H. W. Beaty, “Electrical Power System Quality”, 2º ed.
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Capítulo VI – Revisão Bibliográfica de Trabalhos Correlatos
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Dissertação de Mestrado
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Dissertação de Mestrado
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Capítulo VI – Revisão Bibliográfica de Trabalhos Correlatos
Dissertação de Mestrado
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Capítulo VI – Revisão Bibliográfica de Trabalhos Correlatos
Dissertação de Mestrado
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Capítulo VI – Revisão Bibliográfica de Trabalhos Correlatos
Dissertação de Mestrado
194
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Distribution Conference and Exposition, 2003 IEEE PES, 531- 535 vol.2, 7-12 Sept.
2003.
Dissertação de Mestrado
ANEXO A
Rotina em MATLAB para o cálculo dos parâmetros do banco de transformador, em
função da potência deste e dos valores obtidos em ensaios de curto-circuito e em vazio.
%Este programa calcula os parâmetros de um transformador em função dos dados dos ensaios de curto-circuito e
em vazio.
%Os dados envolvidos são:
%Dados do teste a vazio
% Vo=Tensão em vazio em volts;
% Io=Corrente a vazio em amperes;
% Po=Potência a vazio em watts;
% Dados do teste em curto-circuito
% Vs=Tensão em curto circuito em volts;
% Is=Corrente em curto-circuito em amperes;
% Ps=Potência em curto-circuito em watts;
clear all;
clc;
disp('***********************************************************************************')
disp('CÁLCULO DOS PARÂMETROS DE UM TRANSFORMADOR EM FUNÇÃO DOS RESULTADOS')
disp('DOS ENSAIOS EM VAZIO E CURTO-CIRCUITO. ')
disp('***********************************************************************************')
n=0;
while n~=1&n~=3
%O usuário deve informar o tipo de transformador. Monofásico ou trifásico.
clc;
disp('*********************************************************************************')
disp('CÁLCULO DOS PARÂETROS DE UM TRANSFORMADOR EM FUNÇÃO DOS RESULTADOS')
disp('DOS ENSAIOS A VAZIO E CURTO-CIRCUITO. ')
disp('*********************************************************************************')
n=input('Entre com o número de fases do transformador (1 ou 3): ');
if n~=1&n~=3
fprintf('\nInforme um número entre 1 e 3, que corresponde ao numero de')
fprintf('\nfases do transformador. Para transformadores bifásicos admitir')
fprintf('\ncomo monofásico, e inserir os dados com as devidas modificações.')
disp(' ')
disp(' ')
disp('Aperte qualquer tecla para continuar.');
pause
end
end
%O usuário deve informar os dados do ensaio a vazio do transformador em estudo.
S=input('\nInforme a potência do transformador, em VA: ');
fprintf('\nInforme os dados do teste em vazio:\n');
Vo=input('Informe a tensão do ensaio em vazio, em volts: ');
Io=input('Informe a corrente do ensaio a vazio, em amperes: ');
Po=input('Informe a potencia do ensaio a vazio, em watts: ');
%Encontrando a resistência de magnetização para potência monofásica.
Rm=(Vo/sqrt(n))^2/(Po/n);
fprintf('\nA resistência de magnetização vale:%g ohms', Rm);
%Encontrando a admitância de magnetização.
Ym=Io/(Vo/sqrt(n));
Anexo
Dissertação de Mestrado
196
%Extraindo a reatância de magnetização.
Xm=1/sqrt(Ym^2-1/Rm^2);
fprintf('\nA reatância de magnetização vale:%g ohms', Xm);
%O usuário deve informar os dados do ensaio a vazio do transformador em estudo.
disp(' ');
fprintf('\nInforme os dados do teste de curto-circuito:\n');
Vs=input('Informe a tensão do ensaio de curto-circuito, em volts: ');
Is=input('Informe a corrente do ensaio de curto-circuito, em amperes: ');
Ps=input('Informe a potencia do ensaio de curto-circuito, em watts: ');
%Encontrando a resistencia serie do enrolamento para potencia monofasica.
Rs=((Ps/n)/Is^2)/2;
fprintf('\nA resistência do enrolamento, por fase, vale:%g ohms', Rs);
%Encontrando a magnitude da impedância série do enrolamento.
%A tensão tem que ser mudada para tensão fase-neutro.
Zs=(Vs/sqrt(n))/Is;
%Encontrando a reatância série do transformador.
Xs=(sqrt(Zs^2-Rs^2))/2;
fprintf('\nA reatância do enrolamento, por fase, vale:%g ohms', Xs);
%Encontrando a indutância por fase do transformador.
L=(Xs/377)*1000;
fprintf('\nA indutância do enrolamento, por fase, vale:%g mH', L);
Anexo
Dissertação de Mestrado
197
ANEXO B
Dados do sistema de distribuição utilizado nesta dissertação.
Anexo
Dissertação de Mestrado
198
Anexo
Dissertação de Mestrado
199
Anexo
Dissertação de Mestrado
200
ANEXO C
Dados do arquivo sistema.ATP, resultante da modelagem do sistema no ATPDraw.
BEGIN NEW DATA CASE
C --------------------------------------------------------
C Sistema de distribuição utilizado para a elaboração desta dissertação
C Os cartões foram preenchidos de acordo com os dados fornecidos pela concessionária
C O diagrama resultante se encontra no anexo E
C --------------------------------------------------------
C dT >< Tmax >< Xopt >< Copt >
1.E-5 .1
500 1 1 1 1 0 0 1 0
C 1 2 3 4 5 6 7 8
C 345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890
/BRANCH
C < n 1>< n 2><ref1><ref2>< R >< L >< C >
C < n 1>< n 2><ref1><ref2>< R >< A >< B ><Leng><><>0
3253 10118.26838. 3
2673 3360.88023.4 3
1790 7433.815775. 3
1815 6032.213334. 3
1801 9812.419521. 3
2244 2530.55753.4 3
3773 7524.215967. 3
2231 2765.86207.8 3
51041 30913.81999. 3
2227 2031.2 4490. 3
2660 3028.66694.6 3
2534 15395.40837. 3
C Linha 51038-2244
51038 2244 1.50211.3115 0
C Linha 2213-51038
2213B 51038 1.0387.90692 0
C Linha 2244-1801
2244 1801 .70312.61391 0
C Linha 1801-1815
1801 1815 1.40621.2278 0
C Linha 1801-1790
1801 1790 3.81923.3347 0
C Linha 2673-3253
2673 3253 4.7624.1579 0
C Linha 1790-2673
1790 2673 1.88191.5987 0
C Linha 2244-3802
2244 3802 1.1026.96273 0
C Linha 51038-51041
51038 51041 .70312.61391 0
C Linha 2213-2227
2213A 2227 1.53411.3394 0
C Linha 2213-2231
2213C 2231 1.94961.7022 0
C Linha 2231-2534
2231 2534 1.85371.6185 0
C Linha 2534-2660
2534 2660 .94282 .8232 0
C Linha 2231-3773
2231 3773 1.77381.5487 0
C Linha 3773-24754
3773 24754 3.9953.4881 0
C Linha 2184-3648
2184A 3648A .2886.37242 0
2184B 3648B .2886.37242 0
2184C 3648C .2886.37242 0
C Linha 2184-6002
2184A 6002A .9027.76687 0
2184B 6002B .9027.76687 0
2184C 6002C .9027.76687 0
C Linha 6002-1678
Anexo
Dissertação de Mestrado
201
6002A 1678A .27166 .2372 0
6002B 1678B .27166 .2372 0
6002C 1678C .27166 .2372 0
C Linha 50280-1681
50280A1681A 1.66191.4511 0
50280B1681B 1.66191.4511 0
50280C1681C 1.66191.4511 0
C Linha 1681-1695
1681A 1695 .306.25995 0
C Linha 6002-2198
6002A 2198A 4.52233.9486 1
6002B 2198B 4.52233.9486 1
6002C 2198C 4.52233.9486 1
C Linha 1681-2213
1681A 2213A .1598.13953 1
1681B 2213B .1598.13953 1
1681C 2213C .1598.13953 1
C Linha 2198-2200
2198A 2200A 4.52233.9486 0
2198B 2200B 4.52233.9486 0
2198C 2200C 4.52233.9486 0
C Linha 2200-2656
2200A 2656 1.1026.96273 0
C Linha 2200-50280
2200A 50280A 1.99751.7441 0
2200B 50280B 1.99751.7441 0
2200C 50280C 1.99751.7441 0
C Linha 50280-50293
50280A50293 .14382.12557 0
1681A 6106.213498. 3
1681B 6106.213498. 3
1681C 6106.213498. 3
1695 3853.39085.4 3
50280A 29590.59104. 3
50280B 29590.59104. 3
50280C 29590.59104. 3
50293 31104.82505. 3
2200A 9214.520369. 3
2200B 9214.520369. 3
2200C 9214.520369. 3
2656 4421.510262. 3
2198A 5433.211667. 3
2198B 5433.211667. 3
2198C 5433.211667. 3
1678A 7124.915356. 3
1678B 7124.915356. 3
1678C 7124.915356. 3
3648A 10327.22413. 3
3648B 10327.22413. 3
3648C 10327.22413. 3
2184A 2514.45483.9 3
2184B 2514.45483.9 3
2184C 2514.45483.9 3
C Linha 51055-2167
51055A2167A .4794.41858 1
51055B2167B .4794.41858 1
51055C2167C .4794.41858 1
C Linha 2625-2171
2625A 2171A 2.22121.9394 0
2625B 2171B 2.22121.9394 0
2625C 2171C 2.22121.9394 0
C Linha 2565-2625
2565A 2625A 2.30112.0092 0
2565B 2625B 2.30112.0092 0
2565C 2625C 2.30112.0092 0
C Linha 2167-2565
2167A 2565A 1.0227.89297 1
2167B 2565B 1.0227.89297 1
2167C 2565C 1.0227.89297 1
C Linha 2565-2639
2565C 2639 .49538.43253 0
C Linha 2639-2642
2639 2642 1.26241.1023 0
C Linha 2625-3621
Anexo
Dissertação de Mestrado
202
2625B 3621 1.48611.2976 0
C Linha 2171-3634
2171A 3634 .57528.50229 0
C Linha 24768-2184
24768A2184A .7191.61089 0
24768B2184B .7191.61089 0
24768C2184C .7191.61089 0
C Linha 2171-24768
2171A 24768A .65518.57206 0
2171B 24768B .65518.57206 0
2171C 24768C .65518.57206 0
C Linha 2167-2261
2167B 2261 4.28263.7393 0
C Linha 2261-2275
2261 2275 4.18683.6556 0
24768A 23174.49177. 3
24768B 23174.49177. 3
24768C 23174.49177. 3
3634 6347.116836. 3
2171A 47603.1.26E5 3
2171B 47603.1.26E5 3
2171C 47603.1.26E5 3
3621 7802.216557. 3
2642 6343.14021. 3
2639 2427.75232.3 3
2625A 9439.320866. 3
2625B 9439.320866. 3
2625C 9439.320866. 3
2565A 7864.216688. 3
2565B 7864.216688. 3
2565C 7864.216688. 3
2275 1028.2272.4 3
2261 1488.53316.7 3
2167A 5922.12567. 3
2167B 5922.12567. 3
2167C 5922.12567. 3
C Linha 24801-3696
24801A3696A .2601.22096 0
24801B3696B .2601.22096 0
24801C3696C .2601.22096 0
C Linha 2140-2153
2140A 21531A .3672.31194 1
2140B 21531B .3672.31194 1
2140C 21531C .3672.31194 1
C Linha 24814-5956
24814A5956A .2448.20796 0
24814B5956B .2448.20796 0
24814C5956C .2448.20796 0
C Linha 24801-2140
24811A2140A .1377.11698 1
24811B2140B .1377.11698 1
24811C2140C .1377.11698 1
C Linha 2140-3756
2140A 3756A .0765.06499 0
2140B 3756B .0765.06499 0
2140C 3756C .0765.06499 0
C Linha 24799-5991
24799A5991A .84694.73949 0
24799B5991B .84694.73949 0
24799C5991C .84694.73949 0
C Linha 2153-24799
2153A 24799A 3.80323.3207 1
2153B 24799B 3.80323.3207 1
2153C 24799C 3.80323.3207 1
C Linha 24814-24801
24814A24801A .0918.07799 0
24814B24801B .0918.07799 0
24814C24801C .0918.07799 0
C Linha 2136-24814
2136A 24814A .0918.07799 1
2136B 24814B .0918.07799 1
2136C 24814C .0918.07799 1
C Linha 24799-51055
24799A51055A .4794.41858 1
Anexo
Dissertação de Mestrado
203
24799B51055B .4794.41858 1
24799C51055C .4794.41858 1
51055A 16026.36438. 3
51055B 16026.36438. 3
51055C 16026.36438. 3
24799A 97497.2.59E5 3
24799B 97497.2.59E5 3
24799C 97497.2.59E5 3
5991A 10618.23045. 3
5991B 10618.23045. 3
5991C 10618.23045. 3
2153A 4224.69205.1 3
2153B 4224.69205.1 3
2153C 4224.69205.1 3
3756A 2318.95065.6 3
3756B 2318.95065.6 3
3756C 2318.95065.6 3
2140A 3478.47598.4 3
2140B 3478.47598.4 3
2140C 3478.47598.4 3
3696A 3135.9 6786. 3
3696B 3135.9 6786. 3
3696C 3135.9 6786. 3
5956A 2788.86164.7 3
5956B 2788.86164.7 3
5956C 2788.86164.7 3
2136A 3758.58361.7 3
2136B 3758.58361.7 3
2136C 3758.58361.7 3
C Linha 2977-2981
2977A 2981A 1.3651.8242 0
2977B 2981B 1.3651.8242 0
2977C 2981C 1.3651.8242 0
C Linha 2994-3006
2994B 3006 1.3423 1.172 0
C Linha 2977-3557
2977C 3557 1.0067.87901 0
C Linha 2994-3708
2994A 3708A 1.261.6839 0
2994B 3708B 1.261.6839 0
2994C 3708C 1.261.6839 0
C Linha 2981-2994
2981A 2994A 1.9952.6661 0
2981B 2994B 1.9952.6661 0
2981C 2994C 1.9952.6661 0
C Linha 2981-5925
2981A 5925 3.38782.9579 0
C Linha 3708-5939
3708A 5939 .86292.75344 0
C Linha 5939-3711
5939 3711 2.78052.4277 0
C Linha 3708-5960
3708C 5960 2.82852.4696 0
3711 1870.64086.2 3
5939 2636.25827.3 3
5960 2397.65381.3 3
2994A 2397.45246.4 3
2994B 2397.45246.4 3
2994C 2397.45246.4 3
3006 1471.43345.5 3
5925 3811.18845.5 3
2981A 40462.1.07E5 3
2981B 40462.1.07E5 3
2981C 40462.1.07E5 3
3557 8651.17211. 3
2977A 4666.210020. 3
2977B 4666.210020. 3
2977C 4666.210020. 3
C Linha 2929-2932
2929A 2932A 1.98151.7301 1
2929B 2932B 1.98151.7301 1
2929C 2932C 1.98151.7301 1
C Linha 2855-2929
2855A 2929A 1.3583 1.186 1
Anexo
Dissertação de Mestrado
204
2855B 2929B 1.3583 1.186 1
2855C 2929C 1.3583 1.186 1
C Linha 2932-2946
2932A 2946A 4.92184.2974 0
2932B 2946B 4.92184.2974 0
2932C 2946C 4.92184.2974 0
C Linha 2946-2950
2946A 2950A 2.22121.9394 0
2946B 2950B 2.22121.9394 0
2946C 2950C 2.22121.9394 0
C Linha 2946-2963
2946A 2963 5.33734.6602 0
C Linha 2950-2977
2950A 2977A 2.46753.2976 1
2950B 2977B 2.46753.2976 1
2950C 2977C 2.46753.2976 1
2963 823.231791.7 3
2950A 2676.35915.8 3
2950B 2676.35915.8 3
2950C 2676.35915.8 3
2946A 5759.912582. 3
2946B 5759.912582. 3
2946C 5759.912582. 3
2929A 1687.63717.8 3
2929B 1687.63717.8 3
2929C 1687.63717.8 3
C Linha 2855-2869
2855A 2869A 1.72581.5069 1
2855B 2869B 1.72581.5069 1
2855C 2869C 1.72581.5069 1
C Linha 2869-2872
2869A 2872A 2.81252.4557 0
2869B 2872B 2.81252.4557 0
2869C 2872C 2.81252.4557 0
C Linha 2869-2886
2869B 2886 1.80571.5766 0
C Linha 2886-2890
2886 2890 3.0362 2.651 0
C Linha 2886-2901
2886 2901 3.24392.8324 0
C Linha 2901-2915
2901 2915 3.0202 2.637 0
C Linha 2890-50371
2890 50371 1.26241.1023 0
50371 9227.824478. 3
2890 6752.114328. 3
2915 1219.727376. 3
2901 1920.4194.1 3
2886 1301.32899.5 3
2872A 3745.8094.4 3
2872B 3745.8094.4 3
2872C 3745.8094.4 3
2869A 4145.59163.6 3
2869B 4145.59163.6 3
2869C 4145.59163.6 3
C Linha 2811-2841
2811A 2841A 4.58634.0044 0
2811B 2841B 4.58634.0044 0
2811C 2841C 4.58634.0044 0
C Linha 2841-2855
2841A 2855A 2.82852.4696 1
2841B 2855B 2.82852.4696 1
2841C 2855C 2.82852.4696 1
2855A 3330.77362.5 3
2855B 3330.77362.5 3
2855C 3330.77362.5 3
2841A 4243.19379.4 3
2841B 4243.19379.4 3
2841C 4243.19379.4 3
C Linha 2720-2733
2720A 2733A 1.5938 3.183 0
2720B 2733B 1.5938 3.183 0
2720C 2733C 1.5938 3.183 0
C Linha 2733-2807
Anexo
Dissertação de Mestrado
205
2733A 2807A .39672.79227 0
2733B 2807B .39672.79227 0
2733C 2807C .39672.79227 0
C Linha 24741-2811
24741A2811A .41548.36277 1
24741B2811B .41548.36277 1
24741C2811C .41548.36277 1
C Linha 2811-2824
2811A 2824A 1.6779 1.465 0
2811B 2824B 1.6779 1.465 0
2811C 2824C 1.6779 1.465 0
C Linha 2824-2838
2824A 2838 1.15061.0046 0
C Linha 2720-3665
2720A 3665 1.24641.0883 0
C Linha 51069-2720
51069A2720A .584641.1676 1
51069B2720B .584641.1676 1
51069C2720C .584641.1676 1
C Linha 24741-3679
24741A3679 .9588.83715 0
C Linha 2807-24741
2807A 24741A .51136.44648 0
2807B 24741B .51136.44648 0
2807C 24741C .51136.44648 0
2838 3278.77827.4 3
2811A 3962.98565.2 3
2811B 3962.98565.2 3
2811C 3962.98565.2 3
3679 13724.24269. 3
2807A 28666.57028. 3
2807B 28666.57028. 3
2807C 28666.57028. 3
2733A 4423.39777.7 3
2733B 4423.39777.7 3
2733C 4423.39777.7 3
2720A 3098. 6809. 3
2720B 3098. 6809. 3
2720C 3098. 6809. 3
3665 5020.11414. 3
C Linha 2716-51069
2716A 51069A .883921.7652 0
2716B 51069B .883921.7652 0
2716C 51069C .883921.7652 0
C Linha 2691-3742
2691A 3742A 1.42221.2418 0
2691B 3742B 1.42221.2418 0
2691C 3742C 1.42221.2418 0
20830 6195.316434. 3
C Linha 3742-2702
3742B 2702 .9588.83715 0
C Linha 2691-2716
2691A 2716A .508061.0147 0
2691B 2716B .508061.0147 0
2691C 2716C .508061.0147 0
C Linha 2702-20830
2702 20830 2.23721.9534 0
2702 983.82186.4 3
C Linha 2321-2335
2321A 2335A 1.68433.3637 0
2321B 2335B 1.68433.3637 0
2321C 2335C 1.68433.3637 0
C Linha 2335-2521
2335A 2521A .871.7374 0
2335B 2521B .871.7374 0
2335C 2521C .871.7374 0
2691A 13237.30724. 3
2691B 13237.30724. 3
2691C 13237.30724. 3
C Linha 2521-2691
2521A 2691A 1.044 .786 0
2521B 2691B 1.044 .786 0
2521C 2691C 1.044 .786 0
C Linha 2335-50353
Anexo
Dissertação de Mestrado
206
2335A 50353 .25568.22324 0
C Linha 2521-50367
2521B 50367 1.66191.4511 0
50367 7693.316326. 3
50353 3133.76927.1 3
2335A 7277.616731. 3
2335B 7277.616731. 3
2335C 7277.616731. 3
C Linha 2352-2258
2352A 2258 .9588.83715 0
C Linha 2321-2349
2321A 2349A .6392 .5581 1
2321B 2349B .6392 .5581 1
2321C 2349C .6392 .5581 1
C Linha 2349-2352
2349A 2352A 2.2683.0309 0
2349B 2352B 2.2683.0309 0
2349C 2352C 2.2683.0309 0
C Linha 2352-2366
2352A 2366A 2.6463.5361 1
2352B 2366B 2.6463.5361 1
2352C 2366C 2.6463.5361 1
C Linha 2349-5973
2349A 5973A .20774.18138 0
2349B 5973B .20774.18138 0
2349C 5973C .20774.18138 0
2258 32243.85528. 3
2352A 4757.210516. 3
2352B 4757.210516. 3
2352C 4757.210516. 3
5973A 2660.75908.8 3
5973B 2660.75908.8 3
5973C 2660.75908.8 3
C Linha 2366-2370
2366A 2370A 1.66952.2311 0
2366B 2370B 1.66952.2311 0
2366C 2370C 1.66952.2311 0
C Linha 2383-2397
2383A 2397A 4.0535.4164 1
2383B 2397B 4.0535.4164 1
2383C 2397C 4.0535.4164 1
C Linha 2366-2579
2366B 2579 2.94032.5673 0
C Linha 2370-2764
2370A 2764A 3.2134.2938 0
2370B 2764B 3.2134.2938 0
2370C 2764C 3.2134.2938 0
C Linha 2764-2383
2764A 2383A 1.12351.5014 0
2764B 2383B 1.12351.5014 0
2764C 2383C 1.12351.5014 0
2366A 10473.22729. 3
2366B 10473.22729. 3
2366C 10473.22729. 3
2370A 4710.110412. 3
2370B 4710.110412. 3
2370C 4710.110412. 3
2764A 7249.216666. 3
2764B 7249.216666. 3
2764C 7249.216666. 3
2383A 5851.713071. 3
2383B 5851.713071. 3
2383C 5851.713071. 3
2579 6292.913910. 3
C Linha 2409-1755
2409A 1755A .76651.0243 0
2409B 1755B .76651.0243 0
2409C 1755C .76651.0243 0
C Linha 1755-1769
1755A 1769 1.0866.94878 0
C Linha 2397-2409
2397A 2409A 1.8482.4697 0
2397B 2409B 1.8482.4697 0
2397C 2409C 1.8482.4697 0
Anexo
Dissertação de Mestrado
207
C Linha 1755-2412
1755A 2412A 2.1842.9187 0
1755B 2412B 2.1842.9187 0
1755C 2412C 2.1842.9187 0
2397A 2815.26160.8 3
2397B 2815.26160.8 3
2397C 2815.26160.8 3
2409A 7777.17682. 3
2409B 7777.17682. 3
2409C 7777.17682. 3
1755A 11723.27641. 3
1755B 11723.27641. 3
1755C 11723.27641. 3
2412A 13371.31035. 3
2412B 13371.31035. 3
2412C 13371.31035. 3
1769 6192.513688. 3
C Linha 1724-1707
1724A 1707A .2662.52755 0
1724B 1707B .2662.52755 0
1724C 1707C .2662.52755 0
C Linha 1707-1711
1707A 1711A .0612.05199 0
1707B 1711B .0612.05199 0
1707C 1711C .0612.05199 0
C Linha 1707-2321
1707A 2321A .41064.82007 1
1707B 2321B .41064.82007 1
1707C 2321C .41064.82007 1
2321A 10773.25719. 3
2321B 10773.25719. 3
2321C 10773.25719. 3
1711A 6040.813494. 3
1711B 6040.813494. 3
1711C 6040.813494. 3
C Linha 2687-1738
2687A 1738A .07865.15587 0
2687B 1738B .07865.15587 0
2687C 1738C .07865.15587 0
C Linha 1738-1741
1738A 1741A .19176.16743 0
1738B 1741B .19176.16743 0
1738C 1741C .19176.16743 0
2122A .0001 2.7857 3
2122B .0001 2.7857 3
2122C .0001 2.7857 3
C Linha 2136-2289
21361A22891A .0363.07194 1
21361B22891B .0363.07194 1
21361C22891C .0363.07194 1
C Linha 2289-2292
22891A2292A .10582.13655 1
22891B2292B .10582.13655 1
22891C2292C .10582.13655 1
C Linha 2289-2304
2289A 2304A .0726.05424 0
2289B 2304B .0726.05424 0
2289C 2304C .0726.05424 0
C Linha 2304-2318
2304A 2318A .01815.03597 0
2304B 2318B .01815.03597 0
2304C 2318C .01815.03597 0
C Linha 2304-2687
2304A 2687A .0605 .1199 0
2304B 2687B .0605 .1199 0
2304C 2687C .0605 .1199 0
C Linha 2318-2751
2318A 2751A .1224.10398 0
2318B 2751B .1224.10398 0
2318C 2751C .1224.10398 0
C Linha 2292-2781
2292A 2781A .35594.45932 0
2292B 2781B .35594.45932 0
2292C 2781C .35594.45932 0
Anexo
Dissertação de Mestrado
208
C Linha 2781-2795
2781A 2795A .44252.57105 0
2781B 2795B .44252.57105 0
2781C 2795C .44252.57105 0
C Linha 51072-1724
51072A1724A .121.23979 0
51072B1724B .121.23979 0
51072C1724C .121.23979 0
C Linha 1738-51072
1738A 51072A .57528.50229 0
1738B 51072B .57528.50229 0
1738C 51072C .57528.50229 0
C Linha 1724-5987
1724A 5987 .68714.59996 0
5987 10940.29020. 3
1741A 13688.28239. 3
1741B 13688.28239. 3
1741C 13688.28239. 3
2751A 1316.12902.6 3
2751B 1316.12902.6 3
2751C 1316.12902.6 3
2318A 2708.66015.2 3
2318B 2708.66015.2 3
2318C 2708.66015.2 3
2687A 4871.410768. 3
2687B 4871.410768. 3
2687C 4871.410768. 3
2304A 2637.4 5883. 3
2304B 2637.4 5883. 3
2304C 2637.4 5883. 3
2289A 6956.715197. 3
2289B 6956.715197. 3
2289C 6956.715197. 3
2795A 1268.62816.5 3
2795B 1268.62816.5 3
2795C 1268.62816.5 3
2781A 1990.84385.7 3
2781B 1990.84385.7 3
2781C 1990.84385.7 3
2292A 1235.12724.4 3
2292B 1235.12724.4 3
2292C 1235.12724.4 3
C Linha 3955-50902
39551A50902A .0152.08616 1
39551B50902B .0152.08616 1
39551C50902C .0152.08616 1
C Linha 24828-2119
24828A21191A .15312.30579 0
24828B21191B .15312.30579 0
24828C21191C .15312.30579 0
C Linha 2119-2122
2119A 2122A .09744.19459 0
2119B 2122B .09744.19459 0
2119C 2122C .09744.19459 0
C Linha 2122-2136
2122A 21361A .02784 .0556 1
2122B 21361B 1. .001 1
2122C 21361C 1. .001 1
C Linha 2119-2474
2119A 2474A .04434.04838 0
2119B 2474B .04434.04838 0
2119C 2474C .04434.04838 0
C Linha 24828-3682
24828A3682A .7038.59789 0
24828B3682B .7038.59789 0
24828C3682C .7038.59789 0
C Linha 3791-3739
3791A 3739A .04872 .0973 0
3791B 3739B .04872 .0973 0
3791C 3739C .04872 .0973 0
C Linha 3739-3760
3739A 3760A .459.38993 0
3739B 3760B .459.38993 0
3739C 3760C .459.38993 0
Anexo
Dissertação de Mestrado
209
C Linha 50902-3791
50902A3791A .0171.09693 0
50902B3791B .0171.09693 0
50902C3791C .0171.09693 0
C Linha 3739-24828
3739A 24828A .27144.54208 0
3739B 24828B .27144.54208 0
3739C 24828C .27144.54208 0
2122A 4619.89897.7 3
2122B 4619.89897.7 3
2122C 4619.89897.7 3
2474A 2271.3 4982. 3
2474B 2271.32271.3 3
2474C 2271.32271.3 3
2119A 1193.62649.2 3
2119B 1193.62649.2 3
2119C 1193.62649.2 3
3682A 5436.211798. 3
3682B 5436.211798. 3
3682C 5436.211798. 3
3760A 1573.3504.8 3
3760B 1573.3504.8 3
3760C 1573.3504.8 3
3739A 1372.73013.3 3
3739B 1372.73013.3 3
3739C 1372.73013.3 3
C Linha 2080-50734
2080A 50734A 1.0387.90692 0
2080B 50734B 1. .001 0
2080C 50734C 1. .001 0
C Linha 3938-3941
3938A 3941A .26411.4601 1
3938B 3941B .26411.4601 1
3938C 3941C .26411.4601 1
C Linha 3941-3955
3941A 3955A .0266.14706 1
3941B 3955B .0266.14706 1
3941C 3955C .0266.14706 1
C Linha 2080-2076
20801A2076A .605521.2093 1
20801B2076B .605521.2093 1
20801C2076C .605521.2093 1
C Linha 2093-2080
2093A 20801A .807361.6123 1
2093B 20801B .807361.6123 1
2093C 20801C .807361.6123 1
C Linha 3955-2105
3955A 2105A .02784 .0556 1
3955B 2105B .02784 .0556 1
3955C 2105C .02784 .0556 1
C Linha 2105-2093
2105A 2093A .0696 .139 1
2105B 2093B .0696 .139 1
2105C 2093C .0696 .139 1
C Linha 2105-2747
2105A 2747 .3995 .1315 0
C Linha 2747-3787
2747 3787 .1924.24828 0
C Linha 2488-1772
2488A 1772A 3.65943.1951 0
2488B 1772B 3.65943.1951 0
2488C 1772C 3.65943.1951 0
C Linha 1772-1786
1772A 1786A 1.47021.2836 0
1772B 1786B 1.47021.2836 0
1772C 1786C 1.47021.2836 0
C Linha 50734-2443
50734A2443A 2.22121.9394 0
50734B2443B 2.22121.9394 0
50734C2443C 2.22121.9394 0
C Linha 2443-2457
2443A 2457A 2.3491 2.051 0
2443B 2457B 2.3491 2.051 0
2443C 2457C 2.3491 2.051 0
Anexo
Dissertação de Mestrado
210
C Linha 2457-2461
2457A 2461A 1.85371.6185 0
2457B 2461B 1.85371.6185 0
2457C 2461C 1.85371.6185 0
C Linha 50751-2488
50751A2488A .22372.19534 0
50751B2488B .22372.19534 0
50751C2488C .22372.19534 0
C Linha 50734-3651
50734A3651A .0799.06976 0
50734B3651B .0799.06976 0
50734C3651C .0799.06976 0
C Linha 2488-2491
2488C 2491 3.78733.3068 0
C Linha 1772-2503
1772A 2503 .81498.71158 0
C Linha 2503-2517
2503 2517 4.33063.7812 0
C Linha 2551-3588
2551A 3588A .6392 .5581 0
2551B 3588B .6392 .5581 0
2551C 3588C .6392 .5581 0
C Linha 50751-3986
50751A3986 .41548.36277 0
2517 672.171491.9 3
2503 6960.14770. 3
1786A 4946.510622. 3
1786B 4946.510622. 3
1786C 4946.510622. 3
C Linha 2062-2059
2062A 2059A 1.48252.9606 0
2062B 2059B 1.48252.9606 0
2062C 2059C 1.48252.9606 0
C Linha 2076-2062
2076A 2062A .515041.0286 0
2076B 2062B .515041.0286 0
2076C 2062C .515041.0286 0
C Linha 2062-2426
2062A 2426A .92684.80925 0
2062B 2426B .92684.80925 0
2062C 2426C .92684.80925 0
C Linha 2076-2430
2076A 2430A 3.1642.7626 0
2076B 2430B 3.1642.7626 0
2076C 2430C 3.1642.7626 0
2491 773.771679.3 3
2488A 2431.35374.4 3
2488B 2431.35374.4 3
2488C 2431.35374.4 3
C Linha 2059-2045
2059A 2045A 2.0884.1699 0
2059B 2045B 2.0884.1699 0
2059C 2045C 2.0884.1699 0
1772A 4193.98899.8 3
1772B 4193.98899.8 3
1772C 4193.98899.8 3
3986 9228.118359. 3
2028A 28742.57181. 3
2028B 28742.57181. 3
2028C 28742.57181. 3
3955A 8907.419690. 3
3955B 8907.419690. 3
3955C 8907.419690. 3
3972 4809.910936. 3
2461A 2395.75320.2 3
2461B 2395.75320.2 3
2461C 2395.75320.2 3
2457A 17342.38333. 3
2457B 17342.38333. 3
2457C 17342.38333. 3
C Linha 2426-51146
2426A 51146 1.26241.1023 0
C Linha 2461-2778
2461A 2778A .76704.66972 1
Anexo
Dissertação de Mestrado
211
2461B 2778B .76704.66972 1
2461C 2778C .76704.66972 1
C Linha 2461-3972
2461A 3972 1.37431.1999 0
C Linha 2031-2028
2031A 2028A .682081.3622 0
2031B 2028B .682081.3622 0
2031C 2028C .682081.3622 0
C Linha 3725-2031
3725A 2031A .4872.97297 0
3725B 2031B .4872.97297 0
3725C 2031C .4872.97297 0
C Linha 2045-3725
2045A 3725A .1392.27799 0
2045B 3725B .1392.27799 0
2045C 3725C .1392.27799 0
C Linha 2031-2551
2031A 2551A 1.88561.6464 0
2031B 2551B 1.88561.6464 0
2031C 2551C 1.88561.6464 0
C Linha 2045-3969
2045A 3969A .57528.50229 0
2045B 3969B .57528.50229 0
2045C 3969C .57528.50229 0
C Linha 3969-50340
3969A 50340 .5593.48834 0
C Linha 2778-50748
2778A 50748A 2.57282.2464 0
2778B 50748B 2.57282.2464 0
2778C 50748C 2.57282.2464 0
C Linha 50748-50751
50748A50751A 1.16651.0185 0
50748B50751B 1.16651.0185 0
50748C50751C 1.16651.0185 0
2443A 4594.710068. 3
2443B 4594.710068. 3
2443C 4594.710068. 3
3651A 9762.21186. 3
3651B 9762.21186. 3
3651C 9762.21186. 3
2080A 5901.313045. 3
2080B 5901.313045. 3
2080C 5901.313045. 3
3787 1975.34366.4 3
2747 1733.137216. 3
2045A 6296.713755. 3
2045B 6296.713755. 3
2045C 6296.713755. 3
50340 2684.36024.9 3
3969A 28742.57181. 3
3969B 28742.57181. 3
3969C 28742.57181. 3
51146 4247.598586. 3
2426A 21950.46579. 3
2426B 21950.46579. 3
2426C 21950.46579. 3
2062A 9944.123740. 3
2062B 9944.123740. 3
2062C 9944.123740. 3
2430A 4686.110735. 3
2430B 4686.110735. 3
2430C 4686.110735. 3
C Linha 3941-2548
3941A 2548 2.04541.7859 1
C Linha 2548-2582
2548 2582 4.18683.6556 0
C Linha 2582-2896
2582 2596 1.3423 1.172 0
C Linha 2596-2608
2596 2608 3.10012.7068 0
C Linha 2596-2611
2596 2611 1.43821.2557 0
C Linha 2611-3574
2611 3574 1.26241.1023 0
Anexo
Dissertação de Mestrado
212
C Linha 2582-3990
2582 3990 1.72581.5069 0
C Linha 50765-4001
50765 4001 1.83771.6045 0
C Linha 2548-50765
2548 50765 2.95632.5812 0
3574 4799.710913. 3
2611 14571.38650. 3
2608 1791.4000.6 3
2582 2629.35901.4 3
2548 1552.53556.6 3
3990 7152.915179. 3
4001 7256.815399. 3
50765 5950.515784. 3
C Linha 51726-3878
51726A3878A .1064.58824 0
51726B3878B .1064.58824 0
51726C3878C .1064.58824 0
C Linha 3878-3881
3878A 3881A .0798.44118 0
3878B 3881B .0798.44118 0
3878C 3881C .0798.44118 0
C Linha 3881-3895
3881A 3895A .40852.2584 0
3881B 3895B .40852.2584 0
3881C 3895C .40852.2584 0
C Linha 3895-3907
3895A 3907A .39712.1954 0
3895B 3907B .39712.1954 0
3895C 3907C .39712.1954 0
C Linha 3907-3911
3907A 3911A .24321.3445 0
3907B 3911B .24321.3445 0
3907C 3911C .24321.3445 0
C Linha 3911-3924
3911A 3924A .19951.1029 0
3911B 3924B .19951.1029 0
3911C 3924C .19951.1029 0
C Linha 3924-3938
3924A 3938A .36672.0273 0
3924B 3938B .36672.0273 0
3924C 3938C .36672.0273 0
C Linha 51726-51712
51726A51712A .57528.50229 0
51726B51712B .57528.50229 0
51726C51712C .57528.50229 0
C Linha 50077-2014
50077A2014A .0019 .0105 0
50077B2014B .0019 .0105 0
50077C2014C .0019 .0105 0
C Linha 2014-3833
2014A 3833A .0019 .0105 0
2014B 3833B .0019 .0105 0
2014C 3833C .0019 .0105 0
C Linha 3833-3851
3833A 3851A .0019 .0105 0
3833B 3851B .0019 .0105 0
3833C 3851C .0019 .0105 0
C Linha 3833-3864
3833A 3864A .02088 .0417 0
3833B 3864B .02088 .0417 0
3833C 3864C .02088 .0417 0
C Linha 0-3847
0A 3847A .191.0504 1
0B 3847B .191.0504 1
0C 3847C .191.0504 1
C Linha 3847-50077
3847A 50077A .0019 .0105 0
3847B 50077B .0019 .0105 0
3847C 50077C .0019 .0105 0
C Linha 3851-51726
3851A 51726A .0095.05252 0
3851B 51726B .0095.05252 0
3851C 51726C .0095.05252 0
Anexo
Dissertação de Mestrado
213
3938A 18145.40109. 3
3938B 18145.40109. 3
3938C 18145.40109. 3
3851A 47190.83450. 3
3851B 47190.83450. 3
3851C 47190.83450. 3
2521A 9307.620574. 3
2521B 9307.620574. 3
2521C 9307.620574. 3
2824A 6240.413632. 3
2824B 6240.413632. 3
2824C 6240.413632. 3
3742A 3270.77144.8 3
3742B 3270.77144.8 3
3742C 3270.77144.8 3
C Cap nó 2153
2153A .0001 1.3929 3
2153B .0001 1.3929 3
2153C .0001 1.3929 3
2167A .0001 1.3929 3
2167B .0001 1.3929 3
2167C .0001 1.3929 3
22891A .0001 1.3929 3
22891B .0001 1.3929 3
22891C .0001 1.3929 3
2304A .0001 1.3929 3
2304B .0001 1.3929 3
2304C .0001 1.3929 3
1738A .0001 1.3929 3
1738B .0001 1.3929 3
1738C .0001 1.3929 3
2687A .0001 1.3929 3
2687B .0001 1.3929 3
2687C .0001 1.3929 3
C cap nó 24799
24799A .0001 1.3929 3
24799B .0001 1.3929 3
24799C .0001 1.3929 3
24801A .0001 1.3929 3
24801B .0001 1.3929 3
24801C .0001 1.3929 3
24814A .0001 1.3929 3
24814B .0001 1.3929 3
24814C .0001 1.3929 3
C cap nó 51055
51055A .0001 1.3929 3
51055B .0001 1.3929 3
51055C .0001 1.3929 3
2136A .0001 2.7857 3
2136B .0001 2.7857 3
2136C .0001 2.7857 3
3739A .0001 2.7857 3
3739B .0001 2.7857 3
3739C .0001 2.7857 3
3791A .0001 2.7857 3
3791B .0001 2.7857 3
3791C .0001 2.7857 3
24828A .0001 2.7857 3
24828B .0001 2.7857 3
24828C .0001 2.7857 3
3941A .0001 5.5715 3
3941B .0001 5.5715 3
3941C .0001 5.5715 3
39551A .0001 5.5715 3
39551B .0001 5.5715 3
39551C .0001 5.5715 3
C cap nó 2140
2140A .0001 1.3929 3
2140B .0001 1.3929 3
2140C .0001 1.3929 3
2119A .0001 2.7857 3
2119B .0001 2.7857 3
2119C .0001 2.7857 3
XX0930 1.2 .6 0
Anexo
Dissertação de Mestrado
214
/SWITCH
C < n 1>< n 2>< Tclose ><Top/Tde >< Ie ><Vf/CLOP >< type >
21191A2119A MEASURING 1
21191B2119B MEASURING 1
21191C2119C MEASURING 1
22891A2289A MEASURING 1
22891B2289B MEASURING 1
22891C2289C MEASURING 1
21531A2153A MEASURING 1
21531B2153B MEASURING 1
21531C2153C MEASURING 1
20801A2080A MEASURING 1
20801B2080B MEASURING 1
20801C2080C MEASURING 1
21361A2136A MEASURING 1
21361B2136B MEASURING 1
21361C2136C MEASURING 1
3955A 39551A MEASURING 1
3955B 39551B MEASURING 1
3955C 39551C MEASURING 1
24801A24811A MEASURING 1
24801B24811B MEASURING 1
24801C24811C MEASURING 1
/SOURCE
C < n 1><>< Ampl. >< Freq. ><Phase/T0>< A1 >< T1 >< TSTART >< TSTOP >
142977A -1 0.0402814 120. 0.0
142977A -1 3.1423784 180. 0.0
142977A -10.02447834 240. 0.0
142977A -1 -3. 300. 0.0
142977A -1 0.013824 360. 0.0
142977A -1 0.860004 420. 0.0
142977A -1 0.0063484 480. 0.0
142977A -1 0.3803686 540. 0.0
142977A -12.69752E-5 600. 0.0
142977A -10.02552074 660. 0.0
142977B -10.06201342 120. 120.
142977B -13.67253432 180. 0.0
142977B -10.03945672 240. -120.
142977B -1 -3. 300. 120.
142977B -10.09510711 360. 0.0
142977B -1 3.3678992 420. -120.
142977B -10.19035997 480. 120.
142977B -10.31095969 540. 0.0
142977B -1 0.0018708 600. -120.
142977B -1 0.0408582 660. 120.
140A 8256.10885 60. -1. 1.
18XX0930 1.0
140B 8256.10885 60. -120. -1. 1.
18XX0930 1.0
142977C -10.04152656 120. -120.
142977C -13.94995976 180. 0.0
142977C -10.07332096 240. 120.
142977C -1 -4. 300. -120.
142977C -1 0.010951 360. 0.0
142977C -1 1.3479406 420. 120.
142977C -10.01951929 480. -120.
142977C -10.30956218 540. 0.0
142977C -1 0.020603 600. 120.
142977C -10.00938112 660. -120.
142929A -1 0.068806 120. 0.0
142929A -1 7.803328 180. 0.0
142929A -1 0.0357878 240. 0.0
142929A -12.52012292 300. 0.0
142929A -1 0.017145 360. 0.0
142929A -10.98769072 420. 0.0
142929A -1 0.006904 480. 0.0
142929A -1 0.4511122 540. 0.0
142929A -1 1.3643E-5 600. 0.0
142929A -1 0.3474698 660. 0.0
142929B -1 0.012991 120. 120.
142929B -12.51731996 180. 0.0
142929B -1 0.0192431 240. -120.
142929B -10.97413144 300. 120.
142929B -10.06024337 360. 0.0
Anexo
Dissertação de Mestrado
215
142929B -1 2.142511 420. -120.
142929B -10.09512245 480. 120.
142929B -10.30723405 540. 0.0
142929B -1 7.721E-4 600. -120.
142929B -1 0.415574 660. 120.
142929C -10.01078238 120. -120.
142929C -1 2.1700908 180. 0.0
142929C -1 0.0514963 240. 120.
142929C -12.94218612 300. -120.
142929C -1 -0.71053 360. 0.0
142929C -1 2.1456823 420. 120.
142929C -10.09223717 480. -120.
142929C -10.30240017 540. 0.0
142929C -1 0.007204 600. 120.
142929C -10.09816084 660. -120.
142213A -1 0.0117441 120. 0.0
142213A -1 1.0896224 180. 0.0
142213A -10.00128154 240. 0.0
142213A -10.85428444 300. 0.0
142213A -1 0.0049432 360. 0.0
142213A -10.21437094 420. 0.0
142213A -1 0.0017965 480. 0.0
142213A -10.07231066 540. 0.0
142213A -19.12649E-5 600. 0.0
142213A -10.00715836 660. 0.0
142213B -10.02521966 120. 120.
142213B -14.31832535 180. 0.0
142213B -10.03828772 240. -120.
142213B -11.98043493 300. 120.
142213B -10.00810181 360. 0.0
142213B -10.23522062 420. -120.
142213B -10.00357286 480. 120.
142213B -1 0.0572308 540. 0.0
142213B -1 0.0018036 600. -120.
142213B -10.02391286 660. 120.
142213C -10.02116966 120. -120.
142213C -12.99143056 180. 0.0
142213C -1 0.0252146 240. 120.
142213C -1 1.7847484 300. -120.
142213C -1 0.0076785 360. 0.0
142213C -1 0.2651486 420. 120.
142213C -1 0.0039868 480. -120.
142213C -10.09430874 540. 0.0
142213C -1 1.5677E-4 600. 120.
142213C -1 0.0291286 660. -120.
140C 8256.10885 60. 120. -1. 1.
18XX0930 1.0
142198A -1 0.0194096 120. 0.0
142198A -1 2.3502388 180. 0.0
142198A -10.01249723 240. 0.0
142198A -10.98426232 300. 0.0
142198A -1 0.0081856 360. 0.0
142198A -1 0.4328914 420. 0.0
142198A -1 0.0048553 480. 0.0
142198A -10.09475637 540. 0.0
142198A -1 6.9526E-4 600. 0.0
142198A -10.01322033 660. 0.0
142397A -1 0.0193267 120. 0.0
142397A -1 1.74 180. 0.0
142397A -10.00512102 240. 0.0
142397A -1 1. 300. 0.0
142397A -1 0.0064909 360. 0.0
142397A -1 0.5 420. 0.0
142397A -1 0.002943 480. 0.0
142397A -10.48380046 540. 0.0
142397A -1 2.4401E-5 600. 0.0
142397A -1 1.0082606 660. 0.0
142397B -1 0.0310613 120. 120.
142397B -1 1.624 180. 0.0
142397B -1 0.0211765 240. -120.
142397B -1 0.83 300. 120.
142397B -10.03035474 360. 0.0
142397B -1 1.764 420. -120.
142397B -10.08043077 480. 120.
Anexo
Dissertação de Mestrado
216
142397B -10.61093082 540. 0.0
142397B -1 9.76E-4 600. -120.
142397B -1 1.021022 660. 120.
142397C -10.01908566 120. -120.
142397C -1 1.44 180. 0.0
142397C -10.02183688 240. 120.
142397C -1 1.8 300. -120.
142397C -1 0.0056231 360. 0.0
142397C -1 1.05 420. 120.
142397C -10.00929218 480. -120.
142397C -10.70931544 540. 0.0
142397C -1 0.011454 600. 120.
142397C -11.00012102 660. -120.
142198B -1 0.010991 120. 120.
142198B -1 1.731996 180. 0.0
142198B -1 0.0312431 240. -120.
142198B -1 1.7413144 300. 120.
142198B -1 0.0034337 360. 0.0
142198B -1 0.1042511 420. -120.
142198B -10.00122452 480. 120.
142198B -1 0.023405 540. 0.0
142198B -1 7.721E-4 600. -120.
142198B -1 0.0015574 660. 120.
142198C -1 0.0978238 120. -120.
142198C -1 1.9900908 180. 0.0
142198C -1 -0.014963 240. 120.
142198C -1 1.4218612 300. -120.
142198C -1 -0.071053 360. 0.0
142198C -1 0.1456823 420. 120.
142198C -1 0.0023171 480. -120.
142198C -10.09240017 540. 0.0
142198C -1 0.07204 600. 120.
142198C -1 0.0160843 660. -120.
142720A -1 0.046278 120. 0.0
142720A -1 5.673544 180. 0.0
142720A -1 0.0263119 240. 0.0
142720A -12.53151416 300. 0.0
142720A -1 0.024733 360. 0.0
142720A -10.98738139 420. 0.0
142720A -1 0.01392 480. 0.0
142720A -1 0.312071 540. 0.0
142720A -17.30518E-5 600. 0.0
142720A -1 0.0483679 660. 0.0
142778A -1 0.063131 120. 0.0
142778A -1 7.31036 180. 0.0
142778A -1 0.0267315 240. 0.0
142778A -1 2.06134 300. 0.0
142778A -1 0.020977 360. 0.0
142778A -1 0.9857626 420. 0.0
142778A -1 0.009601 480. 0.0
142778A -1 0.31228 540. 0.0
142778A -1 1.4314E-4 600. 0.0
142778A -1 0.0584429 660. 0.0
142778B -10.04821471 120. 120.
142778B -12.97577904 180. 0.0
142778B -10.03242944 240. -120.
142778B -11.63772936 300. 120.
142778B -10.09075515 360. 0.0
142778B -1 2.2615674 420. -120.
142778B -10.00484225 480. 120.
142778B -10.08184251 540. 0.0
142778B -1 0.0013592 600. -120.
142778B -1 0.0290674 660. 120.
142778C -10.06329805 120. -120.
142778C -1 7.339276 180. 0.0
142778C -1 0.0961622 240. 120.
142778C -1 4.245464 300. -120.
142778C -1 0.019192 360. 0.0
142778C -1 2.660106 420. 120.
142778C -10.01819981 480. -120.
142778C -1 0.197414 540. 0.0
142778C -1 0.0038529 600. 120.
142778C -1 0.0272872 660. -120.
C 3.2548064
Anexo
Dissertação de Mestrado
217
142076A -1 0.0246114 120. 0.0
142076A -1 3.2548064 180. 0.0
142076A -1 0.0259184 240. 0.0
142076A -10.20729796 300. 0.0
142076A -1 0.00809 360. 0.0
142076A -11.76294963 420. 0.0
142076A -1 0.0036928 480. 0.0
142076A -10.09475186 540. 0.0
142076A -1 5.382E-5 600. 0.0
142076A -1 0.7326744 660. 0.0
142076B -10.03952702 120. 120.
142076B -12.15041163 180. 0.0
142076B -1-0.0216664 240. -120.
142076B -11.85312244 300. 120.
142076B -10.09505196 360. 0.0
142076B -11.81799676 420. -120.
142076B -10.00504821 480. 120.
142076B -10.19072926 540. 0.0
142076B -1 9.359E-4 600. -120.
142076B -1 0.0200076 660. 120.
142076C -10.01081708 120. -120.
142076C -10.31956277 180. 0.0
142076C -1-0.0416917 240. 120.
142076C -1 2.5361752 300. -120.
142076C -1 0.0052974 360. 0.0
142076C -12.61791408 420. 120.
142076C -10.01392758 480. -120.
142076C -10.20296552 540. 0.0
142076C -1 0.0010604 600. 120.
142076C -10.00420121 660. -120.
142720B -1 0.0977401 120. 120.
142720B -1 13.046156 180. 0.0
142720B -1 0.1908839 240. -120.
142720B -13.98564884 300. 120.
142720B -10.00913719 360. 0.0
142720B -1 2.212196 420. -120.
142720B -10.08195679 480. 120.
142720B -1 0.951981 540. 0.0
142720B -1 0.0060687 600. -120.
142720B -1 0.134726 660. 120.
142720C -1 0.0742601 120. -120.
142720C -18.99652808 180. 0.0
142720C -1 0.0968148 240. 120.
142720C -1 5.9324812 300. -120.
142720C -1 -0.019178 360. 0.0
142720C -1 2.791138 420. 120.
142720C -10.01921804 480. -120.
142720C -1 0.2129724 540. 0.0
142720C -1 4.0478E-4 600. 120.
142720C -1 0.0387679 660. -120.
142366A -1 0.01299 120. 0.0
142366A -1 1.3 180. 0.0
142366A -10.00515199 240. 0.0
142366A -1 0.7 300. 0.0
142366A -1 0.0090106 360. 0.0
142366A -1 0.54 420. 0.0
142366A -1 0.0030709 480. 0.0
142366A -1 0.0829769 540. 0.0
142366A -1 2.82E-5 600. 0.0
142366A -1 0.020148 660. 0.0
142366B -10.04148615 120. 120.
142366B -1 1.771 180. 0.0
142366B -10.04204076 240. -120.
142366B -1 1.4 300. 120.
142366B -10.07024704 360. 0.0
142366B -1 1.764 420. -120.
142366B -1 0.0036869 480. 120.
142366B -10.11096473 540. 0.0
142366B -1 0.0011455 600. -120.
142366B -1 0.0253516 660. 120.
142366C -1 0.0241904 120. -120.
142366C -1 1.61 180. 0.0
142366C -10.03161956 240. 120.
142366C -1 0.5396684 300. -120.
Anexo
Dissertação de Mestrado
218
142366C -1 0.0059117 360. 0.0
142366C -1 1.53 420. 120.
142366C -10.00928861 480. -120.
142366C -10.19093027 540. 0.0
142366C -1 9.395E-5 600. 120.
142366C -10.00207816 660. -120.
142565A -1 0.028393 120. 0.0
142565A -1 2.0631 180. 0.0
142565A -1 0.026167 240. 0.0
142565A -1 -2. 300. 0.0
142565A -1 0.008827 360. 0.0
142565A -10.64391895 420. 0.0
142565A -1 0.0042237 480. 0.0
142565A -1 0.0852127 540. 0.0
142565A -11.46933E-4 600. 0.0
142565A -1 0.214723 660. 0.0
142565B -1 0.0322376 120. 120.
142565B -1 3.838608 180. 0.0
142565B -1 0.0732493 240. -120.
142565B -1-1.4189781 300. 120.
142565B -1 0.0069448 360. 0.0
142565B -10.15313093 420. -120.
142565B -10.00248247 480. 120.
142565B -1 0.051608 540. 0.0
142565B -1 0.0017915 600. -120.
142565B -1 0.3534043 660. 120.
142565C -1-0.0043657 120. -120.
142565C -1 5.818748 180. 0.0
142565C -1 0.06579 240. 120.
142565C -1-2.8321972 300. -120.
142565C -1 -0.035481 360. 0.0
142565C -1 0.455013 420. 120.
142565C -1 0.0071199 480. -120.
142565C -1 0.1074883 540. 0.0
142565C -1 0.02319 600. 120.
142565C -1 0.449953 660. -120.
142349A -1 0.017076 120. 0.0
142349A -1 2. 180. 0.0
142349A -10.00514386 240. 0.0
142349A -1 0.65 300. 0.0
142349A -1 0.001695 360. 0.0
142349A -1 0.7 420. 0.0
142349A -1 0.0023112 480. 0.0
142349A -1 0.0729737 540. 0.0
142349A -1 2.5942E-6 600. 0.0
142349A -1 0.019841 660. 0.0
142349B -1 0.0512693 120. 120.
142349B -1 3. 180. 0.0
142349B -1 0.0514964 240. -120.
142349B -1 1.4 300. 120.
142349B -1 0.0901496 360. 0.0
142349B -1 1.76 420. -120.
142349B -1 0.0025507 480. 120.
142349B -1 0.0911761 540. 0.0
142349B -1 0.001152 600. -120.
142349B -1 0.019076 660. 120.
142349C -10.02110835 120. -120.
142349C -1 1.91 180. 0.0
142349C -1 0.0414107 240. 120.
142349C -1 0.35 300. -120.
142349C -1 0.005536 360. 0.0
142349C -1 1.1 420. 120.
142349C -1 0.0228778 480. -120.
142349C -1 0.1092941 540. 0.0
142349C -1 9.229E-4 600. 120.
142349C -1 0.0019557 660. -120.
142321A -1 0.044884 120. 0.0
142321A -1 3.9648924 180. 0.0
142321A -1 0.0122339 240. 0.0
142321A -1 1.5099836 300. 0.0
142321A -1 0.006277 360. 0.0
142321A -10.45320569 420. 0.0
142321A -1 0.00171 480. 0.0
142321A -1 0.3953571 540. 0.0
Anexo
Dissertação de Mestrado
219
142321A -1 -0.00312 600. 0.0
142321A -1 0.7133959 660. 0.0
142321B -10.08743938 120. 120.
142321B -1 9.467728 180. 0.0
142321B -1 0.0754438 240. -120.
142321B -1 1.9759392 300. 120.
142321B -1 0.0245873 360. 0.0
142321B -1 2.627218 420. -120.
142321B -1 0.0092 480. 120.
142321B -1 0.9103402 540. 0.0
142321B -1 0.0042398 600. -120.
142321B -1 0.767618 660. 120.
142321C -1 0.0096402 120. -120.
142321C -1 4.848232 180. 0.0
142321C -1 0.0616852 240. 120.
142321C -1 0.636248 300. -120.
142321C -1 0.002002 360. 0.0
142321C -1 2.2331592 420. 120.
142321C -1 0.0093909 480. -120.
142321C -1 0.4038638 540. 0.0
142321C -1 0.0014785 600. 120.
142321C -1 0.7125092 660. -120.
142080A -1 0.028246 120. 0.0
142080A -1 7. 180. 0.0
142080A -1 0.026363 240. 0.0
142080A -1-1.4940724 300. 0.0
142080A -1 0.0078201 360. 0.0
142080A -10.97338306 420. 0.0
142080A -1 0.005769 480. 0.0
142080A -1 0.0856494 540. 0.0
142080A -1 1.0316E-4 600. 0.0
142080A -1 0.43832 660. 0.0
142080B -10.03926238 120. 120.
142080B -1 3.564116 180. 0.0
142080B -1 -0.574233 240. -120.
142080B -1 2.123754 300. 120.
142080B -10.09088918 360. 0.0
142080B -1 0.7288661 420. -120.
142080B -10.08027437 480. 120.
142080B -10.09847628 540. 0.0
142080B -1 0.0016143 600. -120.
142080B -1 0.73214 660. 120.
142080C -1 0.0316939 120. -120.
142080C -1 4.60572 180. 0.0
142080C -1-0.6520879 240. 120.
142080C -1 2.81578 300. -120.
142080C -1 0.010611 360. 0.0
142080C -1 2.288375 420. 120.
142080C -1 0.0304826 480. -120.
142080C -1 0.2047975 540. 0.0
142080C -1 0.0012302 600. 120.
142080C -10.63832544 660. -120.
142289A -1 0.029036 120. 0.0
142289A -1 0.528876 180. 0.0
142289A -1 0.0380961 240. 0.0
142289A -1 2.682664 300. 0.0
142289A -1 0.019355 360. 0.0
142289A -1 0.7611881 420. 0.0
142289A -1 0.007935 480. 0.0
142289A -1 0.067429 540. 0.0
142289A -1 7.3975E-5 600. 0.0
142289A -1 0.145001 660. 0.0
142289B -1-0.0086498 120. 120.
142289B -12.11997952 180. 0.0
142289B -1 0.0875152 240. -120.
142289B -13.39030028 300. 120.
142289B -1 0.018882 360. 0.0
142289B -1 0.540312 420. -120.
142289B -1 0.010395 480. 120.
142289B -1 0.0958408 540. 0.0
142289B -1 -0.001139 600. -120.
142289B -1 0.131392 660. 120.
142289C -10.04214614 120. -120.
142289C -1 1.746024 180. 0.0
Anexo
Dissertação de Mestrado
220
142289C -1 0.095824 240. 120.
142289C -1 2.013836 300. -120.
142289C -1 0.022221 360. 0.0
142289C -1 0.558844 420. 120.
142289C -1 0.0094883 480. -120.
142289C -1 0.1064776 540. 0.0
142289C -1 0.042237 600. 120.
142289C -1 0.12734 660. -120.
1421531A-1 -0.001927 120. 0.0
1421531A-1-60.872346 180. 0.0
1421531A-1 0.0140694 240. 0.0
1421531A-1-2.4030312 300. 0.0
1421531A-1 0.008771 360. 0.0
1421531A-1 0.9975434 420. 0.0
1421531A-1 1.824E-4 480. 0.0
1421531A-10.00531236 540. 0.0
1421531A-1 -0.015359 600. 0.0
1421531A-1 -0.12179 660. 0.0
1421531B-1-9.1082E-4 120. 120.
1421531B-1 -19.491 180. 0.0
1421531B-1 -0.104542 240. -120.
1421531B-1 -9.83644 300. 120.
1421531B-1-0.0965614 360. 0.0
1421531B-1 -2.515155 420. -120.
1421531B-1 -0.037307 480. 120.
1421531B-1 -0.3167 540. 0.0
1421531B-1 -0.005521 600. -120.
1421531B-1 -0.094156 660. 120.
1421531C-1 -0.008184 120. -120.
1421531C-1-38.403368 180. 0.0
1421531C-1 0.0286631 240. 120.
1421531C-1-1.6677224 300. -120.
1421531C-1 -0.067243 360. 0.0
1421531C-116.8049071 420. 120.
1421531C-1 -0.001501 480. -120.
1421531C-1 -0.011192 540. 0.0
1421531C-1 -2.312415 600. 120.
1421531C-1 0.0949747 660. -120.
142136A -1 -0.28839 120. 0.0
142136A -1 19.589104 180. 0.0
142136A -1 -0.11684 240. 0.0
142136A -1 1.7391244 300. 0.0
142136A -1 0.014374 360. 0.0
142136A -13.99814786 420. 0.0
142136A -1 0.00521 480. 0.0
142136A -1 1.841874 540. 0.0
142136A -1 -0.10383 600. 0.0
142136A -1 0.4640834 660. 0.0
142136B -1-0.0108244 120. 120.
142136B -1 -9.491 180. 0.0
142136B -1-0.0204542 240. -120.
142136B -1 3.83644 300. 120.
142136B -1-0.0865614 360. 0.0
142136B -1-0.2515155 420. -120.
142136B -1 -0.037307 480. 120.
142136B -1 1.6167 540. 0.0
142136B -1 -0.005521 600. -120.
142136B -1 0.194156 660. 120.
142136C -1 0.008184 120. -120.
142136C -112.7403368 180. 0.0
142136C -1 0.0286631 240. 120.
142136C -1-5.6677224 300. -120.
142136C -1 -0.067243 360. 0.0
142136C -1-18.504907 420. 120.
142136C -1 -0.001501 480. -120.
142136C -1 1.511192 540. 0.0
142136C -1 2.312415 600. 120.
142136C -1 0.89747 660. -120.
1450902A-1 0.1 120. 0.0
1450902A-1 17. 180. 0.0
1450902A-1 0.247 240. 0.0
1450902A-1 8.5 300. 0.0
1450902A-1 0.1641 360. 0.0
1450902A-1 5.97417 420. 0.0
Anexo
Dissertação de Mestrado
221
1450902A-1 0.08 480. 0.0
1450902A-1 0.9484 540. 0.0
1450902A-1 0.002 600. 0.0
1450902A-1 1.77 660. 0.0
1450902B-1-2.6498E-5 120. 120.
1450902B-12.19897952 180. 0.0
1450902B-1 0.0875152 240. -120.
1450902B-13.63030028 300. 120.
1450902B-1 0.018882 360. 0.0
1450902B-1 0.540312 420. -120.
1450902B-1 0.010395 480. 120.
1450902B-1 0.0958408 540. 0.0
1450902B-1 -0.001139 600. -120.
1450902B-1 1.631392 660. 120.
1450902C-1 0.0194614 120. -120.
1450902C-11.21946024 180. 0.0
1450902C-1 0.095824 240. 120.
1450902C-1 2.7013836 300. -120.
1450902C-1 0.022221 360. 0.0
1450902C-1 0.558844 420. 120.
1450902C-1 0.0094883 480. -120.
1450902C-1 0.1064776 540. 0.0
1450902C-1 0.0042237 600. 120.
1450902C-1 1.412734 660. -120.
143941A -1 0.04074 120. 0.0
143941A -1 6.85 180. 0.0
143941A -1 -0.3925 240. 0.0
143941A -1 1.0544 300. 0.0
143941A -1 0.021825 360. 0.0
143941A -1 0.986882 420. 0.0
143941A -1 0.011 480. 0.0
143941A -1 0.112 540. 0.0
143941A -1 2.9E-4 600. 0.0
143941A -1 0.777 660. 0.0
/OUTPUT
0A 0B 0C 3938A 3938B 3938C 3941A 3941B 3941C
BLANK BRANCH
BLANK SWITCH
BLANK SOURCE
BLANK OUTPUT
BLANK PLOT
BEGIN NEW DATA CASE
BLANK
Anexo
Dissertação de Mestrado
222
ANEXO D
Formulação matemática para a determinação dos parâmetros utilizados para a
modelagem dos filtros do tipo 3, extraídos da referência [1].
Determinação da demanda de potência reativa necessitada por uma carga qualquer:
( ) ( )
(
)
arccos
R
KVAr KVAr
Q S sen
φ
= ×
Onde:
( )
R
KVAr
Q
= Potência reativa da carga suprida;
( )
KVAr
S
= Potência aparente da carga suprida;
φ
= Fator de potência da carga sem compensação reativa.
Determinação da demanda de potência reativa para compensação do fator de potência
para um valor
compensado
φ
próximo da unidade, a ser fornecida pelos filtros:
( ) ( )
(
)
arccos
C compensado
KVAr KVAr
Q S sen
φ
= ×
Onde:
( )
C
KVAr
Q
= Potência reativa da carga suprida com fator de potência desejado;
(
)
compensado
φ
= Fator de potência desejado com a compensação reativa.
Potência total requerida dos filtros.
T R C
Q Q Q
=
Onde:
Anexo
Dissertação de Mestrado
223
T
Q
= Diferença entre a potência reativa sem e com compensação, respectivamente.
Reatância nominal do filtro, conectado em delta.
( )
(
)
(
)
2
1000
filt
T
kV
X
Q
×
=
( )
filt Cap L
X X X
=
Onde:
( )
filt
X
= Reatância total do filtro em ohms, que é a diferença entre a reatância capacitiva
e a reatância indutiva na freqüência fundamental;
Cap
X
e
L
X
= Reatâncias capacitiva e indutiva, respectivamente, à freqüência fundamental
kV
= Tensão de linha;
Sintonia do filtro.
2
Cap L
X h X
=
Onde:
h
= Ordem harmônica a ser considerada na sintonia.
ANEXO E
Diagrama do sistema de distribuição utilizado nesta dissertação.
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