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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Programa de Pós-Graduação em Saúde
Área de Concentração: Saúde Brasileira
Curso de Mestrado em Saúde
NÚCLEO DE PESQUISA EM ORTODONTIA E
ODONTOPEDIATRIA
AUTOR: Rodrigo César Santiago
CORRELAÇÃO ENTRE A ESTABILIDADE DE MINI-IMPLANTES
ORTODÔNTICOS E A DENSIDADE ÓSSEA DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS AO
TRATAMENTO ORTODÔNTICO
JUIZ DE FORA
Agosto - 2007
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CORRELAÇÃO ENTRE A ESTABILIDADE DE MINI-IMPLANTES
ORTODÔNTICOS E A DENSIDADE ÓSSEA DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS AO
TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Rodrigo César Santiago
C.D
Orientador: Robert Willer Farinazzo Vitral
C.D., M.O., D.O
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde,
área de concentração Saúde Brasileira, da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Saúde.
Banca Examinadora:
_____________________________________
Profa. Dra. Cátia Cardoso Abdo Quintão
_____________________________________
Profa. Dra. Neuza Maria Souza Picorelli Assis
_____________________________________
Prof. Dr. Evandro de Toledo Lourenço Júnior
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JUIZ DE FORA
2007
FICHA CATALOGRÁFICA
Santiago, Rodrigo César
Correlação entre a estabilidade de mini-implantes ortodônticos e a
densidade óssea de indivíduos submetidos ao tratamento ortodôntico. Rodrigo
César Santiago. – 2007.
247 f. il.
Dissertação: Mestrado em Saúde.
1-Ortodontia 2- Implantes dentários. I. Título.
CDU 619-314-089.23
Aos meus pais, Francisco e Maria José,
com amor.
A toda minha família, à Flávia em especial e a
todos que torceram por mim e me ampararam
nos momentos mais sacrificantes desta etapa.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A Deus, força suprema, pela vida e presença constante. Obrigado Senhor por
guiar todos os meus passos de forma sábia no cumprimento de mais esta etapa.
Ao meu orientador e coordenador do Núcleo de Ortodontia e Odontopediatria do
PPgS/UFJF Prof. Dr. Robert Willer Farinazzo Vitral, pela confiança em mim
depositada, fazendo dos meus dias mais curtos e desafiadores, porém, com a
certeza do dever cumprido e de que não se chega a lugar algum sem muito
conhecimento.
Ao amigo e Radiologista de todas as horas Giovanni Cerrone Júnior, pela
genialidade e disponibilidade ímpares na execução das mais diversas tarefas
deste trabalho. Muito obrigado, meu irmão.
Aos amigos, Edla e Eron, e funcionários do Núcleo de Radiodiagnóstico por
Imagens – CRONUS, por abrirem as portas e permitirem a entrada de um
pesquisador curioso e ansioso em executar os propósitos desta pesquisa.
À Prof. Dra. Cátia Cardoso Abdo Quintão, pela brilhante idéia, que fez desse
trabalho uma grande tarefa.
À secretária do curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade de
Odontologia da UFJF Ângela, novamente pela disponibilidade, presteza e
competência com que exerce suas inúmeras funções. Obrigado Ângela, pois sem
você meu trabalho não se realizaria.
Aos meus amigos e colegas de Mestrado, aos quais também dedico esse
momento especial de minha vida e a todos aqueles que de alguma forma
contribuíram para o pleno andamento deste trabalho.
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo avaliar a estabilidade clínica e
radiográfica de 30 mini-implantes em 15 indivíduos selecionados consecutivamente
para o início do tratamento (8 homens e 7 mulheres, com idade variando de 12 anos e
05 meses a 32 anos e 11 meses) durante os primeiros 90 dias da distalização de
caninos permanentes superiores, buscando correlacionar essa estabilidade com a
qualidade óssea do local de inserção, determinada através de Tomografia
Computadorizada Mutli-slice. Os mini-implantes foram ativados imediatamente (T1)
través de uma mola de níquel-titânio sob uma força inicial de 200g. Na amostra deste
estudo, os valores da densidade mineral óssea (DMO) encontrados variaram de +167H
a +660,80 H, com um valor médio de + 420,63 HU, dentro do considerado normal em
uma escala previamente estabelecida para a DMO da região posterior da maxila, na
qual os valores variam de 0 a + 500 H.U. O resultado de teste t para observações
pareadas apresentou uma diferença estatisticamente significativa (p=0,450) quando a
média das diferenças dos lados direito e esquerdo foi comparada, refletindo o achado
em que dos 15 casos estudados, 12 apresentaram a densidade mineral óssea do lado
direito da maxila significativamente maior que a do lado esquerdo. O teste de
regressão linear revelou também uma baixa correlação entre os dois lados analisados
(p=0,097). Clinicamente, dos 28 mini-implantes observados durante 90 dias (T2), visto
que inicialmente 2 mini-implantes foram removidos por presença de inflamação
acentuada, o Índice de Sucesso (IC) foi de 100%,. Na avaliação da estabilidade
radiográfica, não houve diferença estatisticamente significativa entre os pontos N-mi
(p=0,278 [lado D]; p=0,111 [Lado E]), Or-mi (p=0,272 [lado D]; p=0,487 [Lado E]) e N-
Or (p=0,903 [lado D]; p=0,105 [Lado E]) avaliados através de traçados cefalométricos
sobre telerradiografias laterais oblíquas (45º), revelando que os 28 mini-implantes
observados durante o período de 90 dias mantiveram-se estáveis ao se comparar as
médias das distâncias avaliadas entre os dois períodos da avaliação, T1 e T2. A
densidade mineral óssea estando, em todos os indivíduos estudados, dentro da
variação de uma escala estabelecida e próxima ao valor máximo desta escala, revelou
ser a região entre 2
os
pré-molares e 1
os
molares e a região mesial aos 2
os
pré-molares
segura, em termos de qualidade óssea, para a inserção desses dispositivos.
Palavras-chave:
1. Ancoragem 3. Mini-implantes
2. Densidade Óssea
SUMMARY
This study aimed to correlate the clinical and radiographic stability of 30 titanium
miniscrews of 15 consecutive patients (8 males, 7 females; age range: 12 years and 5
months to 32 years and 11 months), as orthodontic anchorage during the 90 first days
on maxillary canine retraction, with the bone quality of each region of interest (ROI)
determined by Multi-Slice Computed Tomography. The orthodontic load was applied
immediately after miniscrew placement (T1), with a nickel-titanium closing coil spring
under an initial load estimated in 200g. In this sample, BMD values ranged from
+167HU to +660.80 HU (mean + 420.63 HU), which is within the normal values
conforming a previously established scale for the posterior maxillary region (0 to +500
HU). The paired t test showed a statistically significant difference (p=0.450) when the
mean of the differences between the right and left sides was compared. 12 of the 15
subjects studied had significantly greater maxillary BMD on the right side. Linear
regression also showed low correlation between the two sides (p=0.097). Clinically, the
Success Index (SI) in this study was 100%, none of the 28 miniscrews (in only one
case, severe inflammation with purulent secretion led to two miniscrews removal)
showing the slightest degree of mobility after 90 days (T2). During radiographic stability
evaluation no statistically significant differences were seen between N-mi (p=0.278
[right]; p=0.111 [left]), Or-mi (p=0.272 [right]; p=0.487 [left]), and N-Or (p=0.903 [right];
p=0.105 [left]), as assessed through cephalometric outlines on lateral oblique
radiographs (45°), pointing to stability of the 28 miniscrews during the 90-day
observation period, as ascertained by comparisons of the means at T1 and T2. BMD of
all subjects fell within the normal range of an established scale, even close to the
maximum value, pointing to the safety of this region between the second premolars and
the first molars and the region mesial to the second premolars, for miniscrew insertion.
Keywords:
1. Anchorage 3. Miniscrews
2. Bone Density
ÍNDICE
1. QUALIFICAÇÃO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE ANEXOS
1.1 INTODUÇÂO ............................................................................................... 16
1.1.1 Revisão bibliográfica .............................................................................19
1.1.1.1 Edward H. Angle, Charles Tweed e a História da Ortodontia ..... 19
1.1.1.2 A questão das extrações em Ortodontia ...................................... 25
1.1.1.3 Particularidades na retração dos caninos .................................... 52
1.1.1.4 A questão da ancoragem durante a retração dos caninos ......... 68
1.1.1.5 O emprego de implantes convencionais, implantes palatinos, mini-
placas e mini-implantes como alternativas suplementares para ancoragem
ortodôntica ......................................................................................................... 72
1.1.1.6 Densidade mineral óssea e os implantes .....................................120
1.1.2 Objetivos ................................................................................................ 127
1.2 METODOLOGIA ......................................................................................... 128
1.2.1 Material .................................................................................................. 128
1.2.2 Método ................................................................................................... 129
1.2.2.1 Exodontia dos primeiros pré-molares.......................................... 129
1.2.2.2 Instalação do aparelho .................................................................. 130
1.2.2.3 Fixação do fio ................................................................................ 130
1.2.2.4 Fixação do Mini-Implante e do referencial .................................. 131
1.2.2.5 Distalização dos caninos superiores .......................................... 133
1.2.2.6 Avaliação radiográfica .................................................................. 134
1.2.2.7 Avaliação Clínica ........................................................................... 136
1.2.2.8 Avaliação da Densidade Óssea ..................................................... 137
1.2.2.9 Termo de Consentimento ............................................................. 138
1.2.2.10 Tratamento estatístico ................................................................ 139
1.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................140
2. ALTERAÇÕES NA METODOLOGIA DA QUALIFICAÇÃO......................... 154
3. ARTIGOS ..................................................................................................... 158
3.1 - Artigo 1: Métodos de Avaliação da Densidade Mineral Óssea e seu
emprego na Odontologia. Bone Mineral Density assessment methods and
Dentistry application...........................................................................................159
3.2 – Artigo 2: Densidade mineral óssea de sítios especificos da maxila: será a
regiao entre segundos pré-molares e primeiros molares segura, em termos de
qualidade óssea, para a inserção de mini-implantes? Bone mineral density of
specific maxillary sites: is the site between the 2
nd
bicsupides and 1
st
molars
safety in terms of bone quality for miniscrew
insertion?............................................................................................................177
3.3 – Artigo 3: Correlation between orthodontic miniscrew stability and bone
mineral density in orthodontic patients ……………………………………………192
Correlação entre a estabilidade de mini-implantes ortodônticos e a densidade
óssea de indivíduos submetidos ao tratamento
ortodôntico.……………………………………………………............……………. 217
4. ANEXOS …………………………………………………………………….……. 243
TERMO DE APROVAÇÃO
Rodrigo César Santiago
CORRELAÇÃO ENTRE A ESTABILIDADE DE MINI-IMPLANTES
ORTODÔNTICOS E A DENSIDADE ÓSSEA DE INDIVÍDUOS SUBMETIDOS AO
TRATAMENTO ORTODÔNTICO
Trabalho aprovado para obtenção de qualificação no Curso de Mestrado em
Saúde Brasileira pela seguinte banca examinadora:
Orientador: Prof. Dr. Robert Willer Farinazzo Vitral
Mestre e Doutor em Ortodontia, UFRJ/RJ
Departamento de Odontologia Social e Infantil, UFJF/MG
Examinador: Profa. Dra. Cátia Cardoso Abdo Quintão
Externo Mestra e Doutora em Ortodontia UFRJ/RJ
Departamento de Odontologia Preventiva e Comunitária UERJ/RJ
Examinador: Profa. Dra. Neuza Maria Souza Picorelli Assis
Interno Mestra e Doutora em Odontologia Restauradora UNESP/SP
Departamento de Clínica Odontológica UFJF/MG
Juiz de Fora
Dezembro – 2005
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Edward Hartley Angle, o “Pai da Ortodontia Moderna” ........................ 20
FIGURA 2 Charles H. Tweed .................................................................................. 24
FFIGURA 3 Apinhamento severo superior e inferior .............................................. 29
FIGURA 4 Primeira Turma do curso de Tweed em 1941 ....................................... 33
FIGURA 5 Aparelho tipo Pendulum original ............................................................ 42
FIGURA 6 Aparelho tipo Pendulum K ..................................................................... 43
FIGURA 7 Aparelho tipo Pend-X ............................................................................ 44
FIGURA 8 Aparelho tipo Herbst ............................................................................. 45
FIGURA 9 Aparelho de primeira classe .................................................................. 46
FIGURA 10 Aparelho tipo Distal Jet ................................................................................ 47
.
FIGURA 11 Aparelho tipo Jones jig ........................................................................ 48
FIGURA 12 Aparelho tipo Jasper Jumper .............................................................. 49
FIGURA 13 Tração extra-bucal .............................................................................. 50
FIGURA 14 Simulação de uma translação ........................................................... 58
FIGURA 15 Localização do C
R
do canino ............................................................ 59 R
FIGURA 16 Momento resultante de um par de forças ......................................... 60
FIGURA 17 Momento necessário para evitar inclinação e rotação ..................... 61
FIGURA 18 Efeitos indesejáveis da mecânica de deslize ................................... 63
FIGURA 19 Alças para retração de canino .......................................................... 65
FIGURA 20 Distração osteogênica ...................................................................... 68
FIGURA 21 Terceira Lei de Newton .................................................................... 69
FIGURA 22 Ilustração de um implante convencional endósseo ......................... 75
FIGURA 23 Implante palatino para uso ortodôntico ............................................ 82
FIGURA 24 Barra palatina apoiada diretamente sobre implante ........................ 82
FIGURA 25 Reforço de ancoragem com implante palatino durante retração de
caninos ................................................................................................................. 84
FIGURA 26 Estudo com elementos finitos ......................................................... 85
FIGURA 27 Visualização radiográfica de um implante palatino ...........................87
FIGURA 28 Ilustração de um onplante ................................................................ 88
FIGURA 29 Mini-placas (a direita) fixadas com parafusos (a esquerda) no processo
zigomático ............................................................................................................. 91
FIGURA 30 Mini-placa de titânio fixada no corpo mandibular ............................ 92
FIGURA 31 Configurações das mini-placas de titânio. (A) em T, (B) em Y e (C) em I.
............................................................................................................................... 93
FIGURA 32 Intrusão do segmento posterior da maxila ........................................ 96
FIGURA 33 Intrusão do segmento posterior da mandíbula ................................. 96
FIGURA 34 Distalização do segmento posterior na maxila ...................................... 96
FIGURA 35 Distalização do segmento posterior na maxila .................................. 97
FIGURA 36 Um mini-implante ................................................................................ 98
FIGURA 37 Visualização da região de inserção dos mini-implantes ................... 100
FIGURA 38 Ancoragem direta ............................................................................. 104
FIGURA 39 Ancoragem indireta ........................................................................... 104
FIGURA 40 Ilustração de um mini-implante inserido entre as raízes dos incisivos
inferiores .................................................................................................................105
FIGURA 41 Mini-implantes ortodônticos IMTEC
®
................................................ 106
FIGURA 42 Sistema Aarhus de mini-implantes ......................................................... 108
FIGURA 43 Sistema Spider Srew
®
de mini-implantes ......................................... 109
FIGURA 44 Mini-implantes para intrusão posterior ............................................. 110
FIGURA 45 Mini implantes empregados para intrusão superior (a direita) e inferior
(a esquerda)
............................................................................................................................... 110
FIGURA 46 Direção da força aplicada diretamente sobre mini-implantes .......... 112
FIGURA 47 Parafuso de titânio (A) e mecânica para intrusão posterior ............ 115
FIGURA 48 Ancoragem durante a mesialização de molares inferiores ............. 116
FIGURA 49 Ancoragem durante retração anterior “em massa” com aparelho fixo
lingual ................................................................................................................................ 116
FIGURA 50 Ancoragem durante retração “em massa” com aparelho ortodôntico
convencional ........................................................................................................ 116
FIGURA 51 Ancoragem durante a retração do canino superior .......................... 117
FIGURA 52 Cortes transversais do maxilar superior ........................................ 124
FIGURA 53 Localização do mini-implante ......................................................... 132
FIGURA 54 Guia cirúrgico ................................................................................. 132
FIGURA 55 Visualização radiográfica do guia posicionado .............................. 132
FIGURA 56 Padronização do exame radiográfico periapical ............................ 134
FIGURA 57 Localização dos pontos referenciais na cabeça dos mini-implantes
..............................................................................................................................136
FIGURA 58 Determinação da densidade óssea e espessura ........................... 137
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 ........................................................................................................ 151
ANEXO 2 ........................................................................................................ 152
ANEXO 3 ........................................................................................................ 153
16
1 – INTRODUÇÃO
Os casos de má oclusão Classe II de Angle, apinhamento severo dos
dentes anteriores na maxila e overjet excessivo, podem ser tratados através da
distalização dos dentes posteriores ou pela exodontia de dois pré-molares
superiores (GELGOR, BÜYÜYILMAZ, KARAMANI et al., 2004).
A extração de dentes permanentes como parte do tratamento ortodôntico é
um tema de discussões e uma fonte de discordância entre os clínicos
(WEINTRAUB, VIG, BROWN et al., 1989). Por mais de um século, opiniões se
dividem com respeito à utilização freqüente dessas extrações na correção das
más oclusões (TRAVESS, HARRY e SANDY, 2004).
Um dos aspectos mais comuns no tratamento ortodôntico dos casos com
extração seria a retração dos caninos, dos incisivos ou a retração em massa do
segmento anterior, para o fechamento dos espaços obtidos com as mesmas
(BOURAUEL, DRESCHER, EBLING et al., 1997).
Segundo GJESSING (1985), os efeitos colaterais indesejáveis observados
durante a retração dos caninos envolvem mecânicas friccionais, inclinação e
rotação dos dentes, perda do controle vertical, bem como o risco de perda de
ancoragem e extrusão dos incisivos.
17
Em linguagem ortodôntica, o termo ancoragem refere-se à resistência de
um, ou mais dentes, ao movimento, ou especificamente à resistência ao
movimento mesial dos dentes (MOYERS, 1991).
O controle de ancoragem é o termo empregado para descrever as
manobras seguidas pelo ortodontista, de acordo com o plano de tratamento, para
assegurar a correta utilização do espaço obtido com as extrações, limitando o
movimento mesial do segmento posterior, enquanto permite a distalização do
segmento anterior (GURAY e ORHAN, 1997). Esse controle é fundamental para o
sucesso do tratamento ortodôntico (SCHNELLE, BECK, JAYNES et al., 2004;
ERVERDI e ACAR, 2005; CHEN, TERADA, HANADA et al., 2005; OHNISHI,
YAGI, YASUDA et al., 2005).
Durante a retração dos caninos, a manutenção da posição dos dentes
posteriores sempre foi um grande desafio para os ortodontistas, principalmente
naqueles casos em que a máxima ancoragem se faz necessária (AYALA, ALBA,
CAPUTO et al., 1980).
Vários métodos de ancoragem para o tratamento ortodôntico foram
desenvolvidos e vêm sendo utilizados, porém com limitações, seja devido à
cooperação do paciente bem como às características próprias (KELES, ERVERDI
e SEZEN, 2003).
Com a utilização dos implantes dentários (HUANG, SHOTWELL e WANG,
2005), mini-placas (ERVERDI e ACAR, 2005) e dos mini-implantes (PARK, LEE e
KWON, 2005) como unidades de ancoragem, o movimento de retração dos dentes
anteriores ou posteriores sem a perda de ancoragem tornou-se possível.
18
Existem, até o ano de 2005, várias publicações a respeito da utilização dos
mini-implantes como unidade de ancoragem para o tratamento ortodôntico
(GIANCOTI, ARCURI e BARLATTANI, 2004; KURODA, KATAYAMA e
YAMAMOTO, 2004; PARK, KWON e KWON, 2004; PARK, KWON e SUNG, 2004;
PARK, LEE, KIM et al., 2003; SCHNELLE, BECK, JAYNES et al., 2004; YAO et
al., 2004; HERMAN e COPE, 2005; HONG, NGAN, LI et al., 2005; MELSEN e
VERNA, 2005; OHNISHI, YAGI, YASUDA et al., 2005). Entretanto, poucas
pesquisas quantificaram os efeitos do tratamento com os mini-implantes (PARK,
LEE e KWON, 2005), bem como o comportamento desses quando submetidos à
carga ortodôntica, imediata ou não (LIOU, PAI e LIN, 2004), e parece não haver
na literatura relatos de correlação entre a estabilidade absoluta desses mini-
implantes, com a densidade óssea dos pacientes tratados.
Dessa forma, faz-se necessário avaliar a utilização de mini-implantes como
unidade de ancoragem em pacientes submetidos ao tratamento ortodôntico, a fim
de detectar alterações quanto à estabilidade e eficiência, procurando, também,
determinar possível correlação destas com a densidade óssea dos indivíduos
avaliados.
19
1.1 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1.1 – Edward H. Angle, Charles Tweed e a História da Ortodontia
Desde a época da Hipócrates, o homem tem se preocupado com
desconforto e aparência desagradável dos dentes mal posicionados. A palavra
“orthodontia”, originária do Grego orthos (correto) e odons (dentes), foi utilizada
pela primeira vez em 1839, por LeFoulon. O século XIX estava dividido por duas
correntes filosóficas: a primeira, que se considerava “os ajustadores”, capaz de
corrigir as más posições dentárias através de aparelhos primitivos, e a segunda, e
até então mais tradicional, denominada de “os extracionistas”, que preconizava a
extração e substituição, por próteses, dos dentes mal posicionados (HERSHFELD,
1979).
De acordo com ASBELL (1990), a figura mais influente, dinâmica e
dominante dentro da especialidade ortodôntica foi Edward Hartley Angle (1855-
1930). Considerado o “Pai da Ortodontia Moderna”, Angle teve, como sua maior
realização, a consolidação da especialidade “Orthodontia”, bem como inúmeras
outras transformações na prática geral da Odontologia (SICKLICK, 1999).
Edward H. Angle (Figura 1) nasceu em uma fazenda em Herrick,
Pensilvânia, em 1855. Estudou na Escola de Odontologia da Pensilvânia,
graduando-se em 1878. Enquanto estudava, sua mente criativa começara a
trabalhar em direção ao alinhamento de dentes mal posicionados, desenvolvendo
20
aparelhos simples, bem dizendo, ingênuos, e publicando suas idéias inovadoras
em algumas das revistas de Odontologia da época (HERSHFELD, 1979).
FIGURA 1 – Edward Hartley Angle
(FONTE: CROSS, 1996)
No final de 1887 Angle publicou a primeira edição de seu livro de
Ortodontia. Os próximos 12 anos trouxeram-lhe constante desapontamento, a
medida em que a divulgação de suas idéias estava sendo constantemente
desacreditada pelas escolas de Odontologia em que lecionava. Essas recusavam
a sugestão de Angle em criar um departamento especial para o treinamento dos
alunos em Ortodontia. As autoridades responsáveis enxergavam que o momento
não era oportuno, e que a idéia de se desenvolver especialistas era uma utopia
(HERSHFELD, 1979).
De acordo com HAHN (1967), a experiência adquirida por Angle nas várias
escolas em que lecionava, levaram-no à certeza de que a Ortodontia não poderia
21
ser ensinada apropriadamente em uma escola de Odontologia. Como membro do
Departamento de Prótese, junto ao qual a Ortodontia era lecionada, Angle
percebeu que os alunos, pressionados pelos chefes de outros departamentos,
eram desencorajados a prestar qualquer atenção em seu trabalho. Desse
momento em diante, até o último dia de sua vida, Angle lutou para o
estabelecimento de instalações educacionais independentes para o ensino da
Ortodontia.
A descoberta da Ortodontia somente poderia ter sido alcançada seguindo
os ideais de Angle. Em 1908, Dr Norman Kingsley escreveu o seguinte: “Somos
todos empíricos – experimentando, inventando e executando nossos planos. Toda
ciência nasce do empirismo, e a Ortodontia, como uma ciência, foi fundamentada
neste. Acredito que Dr. Angle tem sido um dos maiores empíricos de nossa época
– penso ser este, não um charlatão, mas um experimentador, onde a maneira
empírica de relatar os fatos tem contribuído para a criação de um ciência"
(SICKLICK, 1999).
No fim de 1890, Angle lecionava em St. Louis, na Escola de Medicina de
Marion Sims, e no Departamento de Odontologia da Universidade de Washington.
Por volta de 1892, restringiu sua prática odontológica ao tratamento e estudo dos
problemas ortodônticos (HAHN, 1967).
Em 1900, Edward Hartley Angle organizou a primeira escola de Ortodontia
The Angle School of Orthodontia, em St. Louis. De acordo com ele, a idéia de se
criar uma escola de pós-graduação surgiu da vontade de se observar aqueles que
22
possuíam o desejo de conhecer Ortodontia mais a fundo, tendo a oportunidade de
fazê-lo (ASBELL, 1990).
No mesmo ano, Angle foi surpreendido por quatro jovens rapazes pedindo
para que lhes apresentassem os princípios do que ele havia até então ensinado.
Eles eram Thomas B. Mercer, Henry A. Lindas, Milton T. Watson e Herbert A.
Pullen. Passaram três semanas no consultório de Angle e foram considerados
como a primeira turma treinada em uma escola de Ortodontia ou em qualquer
outra especialidade (HAHN, 1967).
Em 1907, Angle mudou sua escola para Nova Iorque e em 1908 para Nova
Londres. Em 1911, Connecticut recebia turmas regulares para a especialidade.
Em 1916, por causa de sua saúde, mudou-se novamente, agora para Passadena,
Califórnia, onde melhorou rapidamente (HERSHFELD, 1979).
As instalações do laboratório de Angle apresentavam limitações físicas,
sendo que somente três alunos eram permitidos por turma. Em 1922, alunos
arrecadaram fundos, o suficiente, para a construção de um prédio, que permitiria o
treinamento de um número maior de estudantes, fornecendo facilidades também
no atendimento clínico aos pacientes. Esse prédio, em uma área adjacente à
residência do Dr. Angle, foi o primeiro voltado exclusivamente para o ensino da
Ortodontia, bem como o primeiro a ter sido designado para esse propósito por
qualquer estado ou governo. A designação foi garantida pelo Estado da Califórnia,
em 1924, sob o nome de “The Edward H. Angle College of Orthodontia”,
possuindo turmas até 1927, ano em que Angle anunciou que não poderia mais
23
carregar a responsabilidade que ele mesmo se propusera, e, devido a sua falta de
saúde, a escola foi fechada (HAHN, 1967).
Em dezessete de novembro de 1930, vinte e dois membros da “Edward H.
Angle Society of Orthodontia” se reuniram em Chicago, com o objetivo de levar
adiante as idéias preconizadas por Angle. Foi então que decidiram iniciar a
publicação de revista “Angle Orthodontist” (HAHN, 1967).
Dentre as inúmeras contribuições de Angle, destacam-se o
desenvolvimento do aparelho edgewise, o conceito da linha de oclusão normal
(CROSS, 1996) e o primeiro sistema de classificação das más oclusões.
Permaneceu ativo em sua escola de Ortodontia até seu falecimento, em 1930,
dando fim a uma carreira de mais de 50 anos. Uma técnica apurada, um professor
minucioso e um ardente defensor da Ortodontia como uma especialidade na
Odontologia. Seu esforço pioneiro no ensino da Ortodontia e suas contribuições
literárias fizeram com que ninguém exercesse efeito mais profundo na
especialidade do que ele próprio (HAHN, 1967; HERSHFELD, 1979).
Charles H. Tweed (Figura 2) apresentou-se para uma vaga na escola de
Angle, em Pasadena, em 1925, mas foi reprovado em seu exame de admissão.
Angle disse a ele que estudasse mais e encarasse com maior seriedade a
Ortodontia. Retornou no ano seguinte e foi aprovado, junto com outros quatro
estudantes, que passaram os dois anos seguintes em Berkeley, Califórnia
(CROSS, 1996).
24
FIGURA 2 – Charles H. Tweed
(FONTE: CROSS, 1996)
Angle e Tweed trabalharam juntos durante os dois últimos anos da vida de
Angle, que via em Charles seu aluno mais promissor. Tweed bandava seus
pacientes com o aparelho edgewise e Angle atuava como um orientador. O
sistema seguia da seguinte forma: Tweed fazia registros progressivos de seus
pacientes de quatro em quatro meses, enviava-os para Angle, em Pasadena, e o
mesmo remetia os passos seguintes para os próximos quatro meses de
tratamento. Assim fizeram por dois anos, sendo altamente produtivo para o
aprendizado de Charles e para o desenvolvimento do aparelho do tipo edgewise
(CROSS, 1996).
Tweed popularizou o aparelho de ajuste preciso. Aperfeiçoou as dobras de
primeira, segunda e terceira ordem. Desenvolveu o conceito da preparação para
ancoragem em massa. O desejo de fornecer ao paciente uma face harmônica e
25
uma dentição estável levou Tweed a sua única e própria filosofia de tratamento.
Angle concedeu à Ortodontia os brackets edgewise, mas Tweed forneceu para os
ortodontistas o modo de utilizá-los (CROSS, 1996).
Várias técnicas e aparelhos foram desenvolvidos durante o século XX, e
continuam até os dias atuais. Entretanto, todas elas são, não mais, que variações
da técnica e do aparelho tipo edgewise, padronizados por Angle. Em muitas
escolas de Ortodontia espalhadas pelo mundo, a filosofia de Tweed é empregada
na formação básica daqueles que, como Edward H. Angle, buscam a melhor
forma de compreender e se aprofundar nesta especialidade.
1.1.2 – A Questão das Extrações em Ortodontia
As principais razões para se eleger as extrações dentárias no tratamento
ortodôntico incluem a eliminação dos apinhamentos, biprotrusões, bem como a
obtenção de uma relação de Classe I, ao invés de se optar por mecânicas de
distalização dos dentes posteriores. O debate a respeito das extrações versus não
extrações é tão antigo como a própria Ortodontia, e tem resultado ao longo dos
dois últimos séculos, em encontros polêmicos entre essas duas correntes
(DIBIASE E SANDLER, 2001).
Durante o século XIX, o tratamento com extrações, em um esforço para
eliminar os apinhamentos e reduzir as protrusões maxilares, era executado de
maneira indiscriminada, com pouca ou nenhuma preocupação com a função
(BRAMANTE, 1990).
26
Os denominados “pais da ortodontia”, autores no final do século XIX dos
primeiros tratados para correção das deformidades orais e irregularidades
dentárias, enxergavam a extração como um tratamento comumente necessário
para o apinhamento dentário. Norman W. Kingsley, J. N. Farrar defendiam a
extração de incisivos laterais e primeiros pré-molares no tratamento de
apinhamentos e erupção ectópica de caninos permanentes (ZWEIHORN, 2003).
Entretanto, essa filosofia quanto às extrações já sofria questionamentos
desde seu princípio. COFFIN (1882), criador de métodos de expansão de arco
como o ”Coffin’s plate”, assegurava que embora houvesse casos que
necessitassem de extrações, esses seriam bem menos numerosos do que se
imaginava. MORRISSON (1884) reivindicava que sua técnica de expansão
tornava a extração de dentes permanentes excepcionalmente rara.
O movimento para abolir as extrações da terapia ortodôntica teve início no
fim do século XIX. Liderado por Edward H. Angle e sua “Nova Escola de
Ortodontia”, que rejeitava esses princípios, acreditavam que uma boa articulação
seria impossível de ser obtida sem a presença de todos os dentes. Suas idéias
difundiram rapidamente durante as duas primeiras décadas do século XX
(ZWEIHORN, 2003).
Ao final da primeira década do século XX, embora a especialidade da
ortodontia fosse constituída por menos de cem homens, muito se discutia sobre as
extraçoes, com Angle ao lado do tratamento sem extrações e Calvin S. Case, um
defensor da extração de primeiros pré-molares no tratamento das más oclusões
(BRAMANTE, 1990).
27
Na última parte de sua carreira, Angle defendia o tratamento sem
extrações, baseado em sua experiência clínica e nas observações de seu mentor,
um professor de História chamado Wuerpel, que afirmava ser a beleza facial
imensurável devido à tremenda variedade observada entre os homens. Angle
recebia também influências da filosofia de Rousseau, que enfatizava a “perfeição
do homem”. Dessa forma, deduziu que a relação entre a dentição e a face poderia
variar, mas que para cada indivíduo, a estética facial ideal ocorria quando todos os
dentes eram colocados em uma oclusão ideal (DIBIASE e SANDLER, 2001).
De acordo com TRAVESS, HARRY e SANDY (2004), Angle, através de seu
conceito da linha de oclusão, acreditava que todos os 32 dentes poderiam se
acomodar nos maxilares, em uma oclusão (ideal) normal, com os primeiros
molares em relação de Classe I. Para Angle, a expansão do arco dentário
estimularia o crescimento ósseo, fazendo das extrações uma medida
desnecessária (CROSS, 1996).
Influenciado pelos ensinamentos de Wolff, um fisiologista alemão que
afirmava existir remodelação óssea em resposta a uma carga funcional (DIBIASE
e SANDLER, 2001), Angle buscava exaustivamente aparelhos que
proporcionassem maior expansão, aumentando a capacidade de se conseguir
espaços no arco dentário sem extrair. Por volta de 1890, era conhecido por
enfatizar que no tratamento ortodôntico, as extrações deveriam ser sempre
evitadas, e já possuía vários seguidores de sua “New School”, atentando para os
prejuízos na oclusão e no perfil facial, em decorrência destas (ZWEIHORN, 2003).
28
No outono de 1911, ocorreu, em Chicago, um debate a respeito da
extração dentária na prática ortodôntica. Os adversários iniciais desse encontro
foram Dr. Calvin Case, representante da “ rational school” e Dr. Edward H. Angle,
fundador da “new school”, ambos bem conhecidos por sua contribuição para o
surgimento da Ortodontia, sendo o ultimo representado por seus seguidores.
Protagonizaram, o que muitos acreditaram ser, mais uma batalha de guerra a um
debate propriamente dito. O tema da discussão foi um trabalho apresentado por
Case intitulado “A Questão da Extração na Ortodontia”, e começou a mudar os
conceitos até então preconizados pela escola de Angle (BATES, 1980).
Calvin S. Case era um ortodontista diferenciado, um genuíno admirador de
Angle e defensor do sistema desenvolvido por este, o que o levou, mais tarde, a
abandonar a clínica geral. O motivo da discórdia era o fato de que Case defendia
o uso discreto das extrações como um procedimento prático, enquanto Angle
acreditava que todos os dentes deveriam ser preservados e ocupar sua posição
normal (ASBELL, 1990).
Segundo DIBIASE e SANDLER (2001), Case acreditava que, embora os
arcos dentários pudessem ser expandidos para acomodar todos os dentes, isso
não poderia garantir uma estabilidade a longo prazo, negligenciando a melhoria
estética. Defendia que a causa das más oclusões tinham sua origem na
hereditariedade e na evolução das espécies, de acordo com a teoria de Darwin.
Os defensores da “rational school” se opunham, dessa forma, à teoria do
criacionismo e da perfeição do homem, defendida pela “new school” de Angle.
29
De acordo com Case, cada raça distinta da espécie dos Homo sapiens
desenvolveu um padrão de oclusão, e, dessa forma, um padrão facial. Para ele os
Caucasianos eram o padrão de beleza e perfeição física. Suas idéias se opunham
àquelas expostas pelos defensores da “new school”, que acreditavam não haver
interferência hereditária na oclusão nem no padrão facial, e que um processo
normal e natural determinava a oclusão perfeita e a beleza de qualquer pessoa, e
, somente através de mutilações ou de fatores externos prejudiciais, um indivíduo
desenvolveria uma má oclusão (BATES, 1980).
Embora não possuísse um volume suficiente de pesquisas para suportar
suas idéias, Case, um dos maiores anatomistas da época, afirmava que as
contraposições à filosofia de Angle eram pelo fato da inabilidade de se expandir o
osso basal, da limitação em se expandir o osso alveolar e pelo fato de muitas das
más oclusões ocorrerem em virtude da discrepância basal maxilo-mandibular
(Figura 3), não podendo, dessa forma, serem resolvidas em pacientes sem
crescimento (BRAMANTE, 1990).
FIGURA 3 – Apinhamento severo superior e inferior
(FONTE: TRAVESS, HARRY e SANDY, 2004)
30
Doutor Case assegurava que as extrações eram necessárias em 8% de
todos os casos, incluindo os de má oclusão de Classe I, com biprotrusão maxilar,
má oclusão de Classe II com protrusão maxilar superior e com os dentes inferiores
bem posicionados, e má oclusão de Classe III, devido uma protrusão maxilar
inferior. (BATES, 1980).
Segundo BERNSTEIN (1992), Case expressou seu desejo em aceitar a
variação biológica como causa das más oclusões. Entretanto, os argumentos
defendidos pelos seguidores de Angle foram mais fortes e saíram vitoriosos no
debate de 1911, o que acarretou em um pequeno número de extrações na terapia
ortodôntica, observado durante 1920 e 1930, nos EUA.
Perda precoce de dentes decíduos, cáries, restaurações com diâmetro
mesio-distal reduzido acarretavam uma redução no comprimento do arco, o que
era ignorado por aqueles que promoviam a criação de espaço através da
expansão. O tratamento dos casos de discrepância basal, em especial daqueles
de Classe II, era realizado através do avanço dos dentes mandibulares e, em
seguida, com o reposicionamento de uma mandíbula, sem crescimento, em uma
posição mais anterior e instável. Muitos clínicos estavam insatisfeitos com as
recidivas e com faces biprotrusas produzidas em decorrência da expansão
indiscriminada e das soluções sem extração para as displasias esqueléticas.
Todos esses problemas levaram a um descontentamento com a terapia sem
extrações e abriu as portas para as extrações (BRAMANTE, 1990).
Houve uma oscilação na freqüência do emprego das extrações durante o
tratamento ortodôntico ao final do século XIX e início do século XX, quando, sob
31
influência dos conceitos de Angle, os clínicos evitavam as extrações. As
tendências tomaram um outro rumo no final da década de 1930 e em 1940, com o
trabalho de Charles Tweed e Raymond Begg (DIBIASE E SANDLER, 2001).
Em 1932, Tweed publicou seu primeiro artigo na Angle Orthodontist, com o
título “relatos de casos tratados com a mecânica do arco edgewise” (TWEED,
1932). Convicto, como Angle, do conceito da linha de oclusão, nunca adotava
como parte de sua terapia as extrações dentárias. Essa convicção durou somente
três anos após o falecimento de Angle (CROSS, 1996).
Apos cinco anos de prática ortodôntica, Tweed começou a ficar
desapontado com o resultado de seus trabalhos por dois motivos: (1) os perfis
biprotrusos que ele havia criado, e (2) a instabilidade dos dentes, o que quase o
levou a abandonar a Ortodontia. Começou a avaliar minuciosamente suas falhas,
em maior número, e os poucos casos que considerara serem bem sucedidos.
Segundo o mesmo, aqueles casos, em que havia um equilíbrio facial agradável e
um perfil harmônico, também apresentavam os incisivos inferiores mais
verticalizados, sobre o osso basal. Concluiu, então, que extrações
cuidadosamente planejadas permitir-lhe-iam melhorar a aparência e a estabilidade
dos casos tratados (TWEED, 1966).
Em 1936, Charles Tweed apresentou seu primeiro caso, com extrações,
em uma reunião da Angle Society. Esperançoso em receber elogios, ficou
desapontado com a reação de membros importantes, como George Hahn, seu
antigo professor e um dos líderes da sociedade de Angle, que o criticou
severamente. Quase todos consideraram Tweed um “traidor” ao maior nome que
32
a Ortodontia já havia conhecido. Sentiu-se absolutamente esmagado com a
reação, retornando para casa decepcionado, mas convicto em continuar sua
pesquisa (CROSS, 1996).
Trabalhou exaustivamente como nunca havia feito, e por volta de 1940,
possuía os registros de 100 pacientes, tratados primeiramente sem extrações, e,
depois, retratados com extração, sem nenhum ônus. Expôs todos os dados
desses casos num encontro da Associação Americana de Ortodontistas (AAO).
Embora fosse uma tremenda exibição, foi duramente criticado. Ouvia,
freqüentemente de seus expectadores, a acusação de ter mal tratado seus
pacientes, ou de ter extraído dentes sem necessidade. Foi nessa época que
Tweed criou uma de suas frases favoritas: “just put your plaster on the table”, que,
em outra palavras, “deixe o tratamento falar por si somente” (CROSS, 1996).
Baseado em sua experiência profissional e nos casos estudados, Tweed
concluiu que a expansão do arco dentário para reduzir o apinhamento tendia a
recidivar. A extração de primeiros pré-molares, por outro lado, permitia uma
oclusão mais estável (ZWEIHORN, 2003).
Charles H. Tweed introduziu a técnica do aparelho “edgewise” aliada ao
conceito do osso basal. Seu método de tratamento estabelecia esforços no
posicionamento dos incisivos inferiores no limite necessário do osso basal, para
recolocá-los na região da sínfise mandibular, fornecendo suporte para o osso
alveolar. Uma vez posicionados, esses dentes serviriam de referência para o
posicionamento restante dos arcos maxilares (ASBELL, 1990).
33
Apesar dos desprazeres, seus resultados eram tão excepcionais que
atraíram admiradores, como Robert Strang, um dos ortodontistas mais admirados
por Angle. Tweed decidiu, então, formar um grupo de estudos, que realizou, em
1941, seu primeiro encontro (Figura 4). Em 1947 estava criada a “Tweed
Foundation for Orthodontic Research”, que reuniu os maiores nomes da
Ortodontia nas décadas de 50 e 60. O curso de Tweed, em Tucson, no Arizona,
prosperou (CROSS, 1996).
FIGURA 4 – Primeira Turma do curso de Tweed em 1941
(FONTE: CROSS, 1996)
Begg, um outro aluno de Angle, observou a dentição de Aborígines na
Austrália, que apresentava uma baixa incidência de apinhamento dentário.
Chegou à conclusão de que o aumento das más oclusões nas sociedades
ocidentais deveu-se a um refinamento na dieta, o que levou a uma escassez de
atrição dos dentes. Defendeu, posteriormente, a terapia com extrações para
remover a mesma quantidade de substância dentária que nossa dieta havia
proporcionado. O sistema de aparelhos desenvolvidos por ele, que leva seu nome,
34
foi, então, desenhado para utilização em tratamentos baseados com extrações
(DIBIASE e SANDLER, 2001).
Segundo BRAMANTE (1990), nas décadas de 1940, 50 e 60, ocorreu uma
mudança drástica em relação à filosofia dos tratamentos sem extração, com os
clínicos passando a utilizá-las em quase 80% de seus casos. Afirma que a causa
primária dessa mudança foi a instabilidade dos resultados dos casos tratados sem
extração, devido a um colapso no comprimento dos arcos maxilares, em
particular, o apinhamento da arco inferior, recidiva da Classe II e perfis muito
convexos.
PROFFIT (1994), em uma revisão de 40 anos, da freqüência de
tratamentos com extração, demonstrou que 30% dos casos eram tratados com
extração em 1953, 76% em 1968 e 28% em 1993. Sugeriu que, a redução desde
1968 foi em virtude da preocupação com o perfil facial, as disfunções
temporomandibulares e a estabilidade, bem como a disseminação da técnica
staight wire”, que parece requerer menos extrações.
A partir da década de 1970 e 1980, uma retomada na tendência de se
evitar as extrações foi observada. De acordo com LITTLE, WALLEN e REIDEL
(1981) e LITTLE (1990), clínicos começaram a observar que as extrações não
garantiam resultados estáveis, e, associado a um interesse maior no estudo das
alterações do crescimento e na ortopedia dentofacial, houve essa retomada nos
EUA.
Como na década de 1990 o pêndulo oscilava em retorno à filosofia da não
extração, BRAMANTE (1990) questionou o que os clínicos dessa época saberiam
35
a mais, do que seus antecessores da década de 1920 e 30, que tornaria seus
casos mais estáveis. A resposta seria, provavelmente, não muito mais.
Embora os ortodontistas, durante os últimos trinta anos, em um esforço
para preservar dentes sadios, e em apreciação a uma preferência do público em
geral por lábios mais proeminentes, tenham demonstrado uma tendência de evitar
extrações quando possível, o debate, extração versus expansão, não terminou.
Aparentemente, parece haver uma reversão, onde alguns pesquisadores esperam
um aumento das extrações durante os próximos anos (PROFFIT, 2000).
Nenhum consenso a respeito da questão extração versus expansão entre
os ortodontistas foi obtido até hoje. Segundo HALTOM e LITTLE (2002), em um
estudo de contenção, as piores irregularidades foram observadas nas amostras
tratadas com expansão e uso do “lip bumper”. Para ele, a manutenção do arco
inferior é a melhor escolha do que tentar expandir o arco, e a utilização da forma
original do arco do paciente parece ser o mais adequado, ao se tentar obter uma
forma de arco ideal.
O encontro da Associação Americana de Ortodontia (2002) incluiu uma
serie de apresentações com o tema “tratamento sem extrações”, muitas delas
discutindo a proposição de Norman Cetlin, que, em parte, preconiza a expansão
do arco e a utilização de “lip bumper”. Dessa forma, ortodontistas se diferem
amplamente na questão das extrações, onde, atualmente, opiniões sobre “nunca
extrair” ou “extração se faz necessária desde que a expansão é ineficaz” possuem
vários defensores (PROFFIT, 2000).
36
Recentemente, o debate a respeito das extrações foi retomado. Alguns,
particularmente, acreditam que a expansão do osso alveolar e a readaptação
postural podem substituir a necessidade de extrações, produzindo resultados
estáveis. Esses argumentos, para a grande maioria, não foram comprovados,
sendo que, o correto alinhamento dos dentes apinhados somente pode ser
realizado de três maneiras: (1) expansão do arco, (2) redução da largura do dente
e (3) redução do número de dentes (TRAVESS, HARRY, SANDY, 2004).
A expansão do arco dentário pode ser obtida deslocando-se os dentes
posteriormente ou projetando-os vestibularmente. Entretanto, a estabilidade em
longo prazo e a formação óssea, a medida em que os dentes são deslocados
através do osso cortical, é questionável. A expansão rápida da maxila, possível de
ser realizada até a segunda década de vida, é uma alternativa na criação de
espaços para acomodar os dentes desalinhados, porém, não existem evidências
suficientes de que esse método forneça resultados mais estáveis que qualquer
outro. Tentativas de se aumentar o comprimento no arco mandibular para
acomodar os dentes, recidivam em quase 90% dos casos, resultando em um
alinhamento dentário anterior insatisfatório (LITTLE, RIEDEL e STEIN, 1990).
A redução do tamanho dos dentes, particularmente do segmento anterior,
através de desgastes interdentários, é um outro mecanismo para reduzir o
apinhamento. Um estudo realizado por BETTERIDGE (1981) relata vários níveis
de recidiva nesses casos, porém, esse trabalho foi realizado alguns anos atrás, e
não reflete o uso de métodos contemporâneos para contenção e redução de
esmalte interdentário (TRAVESS, HARRY, SANDY, 2004).
37
A redução do número de dentes é obtida através das extrações, e os
resultados desses casos necessitam ser comparados, idealmente, com os de
casos tratados sem extração, mas com presença de espaço, com os de casos
tratados com expansão e com os de oclusões normais não tratadas. Uma revisão
ampla desta questão conclui que o comprimento do arco sofre redução na maioria
dos casos, incluindo aqueles de oclusão normal não tratados (LITTLE, 1990).
Esse debate persiste tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. As
mesmas acusações continuam sendo feitas, com pouca ou nenhuma evidência.
Os argumentos utilizados contra os ortodontistas que defendem as extrações são
os de que essas causam danos ao perfil (perfil de prato fundo) e aumentam as
possibilidades de disfunção na ATM e não aumentam a estabilidade a longo
prazo, dentre outros. Opiniões como estas, defendidas por um número muito
pequeno de profissionais, sem evidências científicas para suportá-las, afetam a
prática ortodôntica (CHATE, 1994; RUSHING, SILBERMAN, MEYDRECH et al.,
1995).
A decisão de se extrair ou não está baseada na avaliação de vários fatores,
incluindo grau de apinhamento, aumento do overjet, alterações na largura do arco,
curva de Spee, necessidade de ancoragem, bem como outros (KIRSCHEN,
O’HIGGINS e LEE, 2000). Um plano de tratamento minucioso em conjunto com
um bom nível de cooperação do paciente, seleção do aparelho e tipo de mecânica
a ser empregada, são essenciais na busca de uma oclusão aceitável,
esteticamente balanceada e funcional (TRAVESS, HARRY e SANDY, 2004).
38
Fatores como hipoplasia, restaurações extensas, dentes com lesões
cariosas, com forma e tamanho anormais, dilacerações radiculares,
supranumerários, entre outros, podem sobrepujar outros fatores, na determinação
de qual elemento deverá ser removido. Porém, a despeito desses fatores,
determinados dentes são extraídos preferencialmente por razões ortodônticas. Um
estudo realizado por BRADBURY (1985) demonstrou que os primeiros pré-
molares são os dentes extraídos em maior freqüência (59%), seguido pelos
segundos pré-molares (13%), primeiros molares permanentes (12%), segundos
molares permanentes (7%), caninos (4%), incisivos laterais (3%) e incisivos
centrais (1%).
O elevado percentual de extração de pré-molares está relacionado com sua
posição no arco dentário e com a época de sua erupção, sendo, na maioria das
vezes, ideais para a redução do apinhamento anterior e posterior. Entretanto,
cada paciente deve ser analisado individualmente, tendo seu plano de tratamento
de acordo com as características da má oclusão (TRAVESS, HARRY e SANDY,
2004).
De acordo com ONG e WOODS (2001), a extração de pré-molares está
diretamente relacionada com o grau de overjet, com a relação dos primeiros
molares permanentes e com o grau de protrusão inicial dos incisivos.
Em seu estudo, WEINTRAUB, VIG, BROWN et al (1989) observaram a
indicação de extrações em 39% (+- 18.3%) dos ortodontistas pesquisados, sendo
que, pré-molares, segundos molares e incisivos laterais eram os mais comumente
indicados.
39
Atenção especial tem sido dada, recentemente, para os efeitos adversos,
do tratamento ortodôntico tanto na estética, estabilidade, bem como no
funcionamento da articulação têmporo-mandibular (ATM), particularmente, nos
casos envolvendo extrações e retração de incisivos superiores. Artigos publicados
em revistas de pouca expressão não fornecem evidências científicas para
afirmações como as de que as extrações prejudicariam o perfil. Entretanto,
afirmações como essas, preocupam os pacientes que estão sob tratamento e
confundem o clínico (DIBIASE e SANDLER, 2001).
Em seu estudo, RUSHING, SILBERMAN, MEYDRECH et al. (1995)
concluíram que, tanto os clínicos gerais bem como aqueles com um pequeno
conhecimento de ortodontia ou oclusão, tendem a julgar erroneamente um perfil
facial. Na maioria das vezes, não conseguem associar o perfil ao tratamento
ortodôntico previamente realizado ou não, bem como a realização ou não de
extrações.
Segundo BRAMANTE (1990), mesmo seguindo princípios básicos como os
de manutenção do paralelismo das raízes, da distância entre caninos e molares,
da forma original do arco e verticalização dos incisivos, a recorrência de
apinhamento tem sido observada.
Estudos realizados por LITTLE, WALLEN e RIEDEL (1981), SHIELDS,
LITTLE e CHAPKE (1985), LITTLE, RIEDEL e ARTUN (1988) demonstram que
em casos de extração, mesmo após uma finalização bem executada, ocorreu uma
recidiva do apinhamento anterior na mandíbula na maioria dos casos, na fase de
pós-contenção. Entretanto, de acordo com SINCLAIR e LITTLE (1975) e
40
BISHARA et al. (1989), o apinhamento anterior na mandíbula pode ser encarado
como um fenômeno normal associado à idade.
Com o objetivo de avaliar a estabilidade a longo prazo de casos tratados
com a extração de quatro primeiros pré-molares, BOLEY MARK, SACHDEVA et
al. (2003) observaram um alinhamento satisfatório em 80% dos casos tratados,
dez anos após contenção. Acrescentaram que a elaboração de um plano de
tratamento baseado na mínima expansão do arco inferior, desde que mantendo a
forma do arco básico, com retração, verticalização ou manutenção da posição
inicial dos incisivos inferiores através de orientações cefalométricas (exceto
quando divergirem da avaliação clínica), e na manutenção do plano oclusal, é um
fator determinante para a obtenção de um alinhamento satisfatório dos incisivos a
longo prazo de pós-contenção.
BOWBEER (1987) sugeriu que a extração de pré-molares originaria uma
série de problemas, dentre eles: redução da dimensão vertical, retro-inclinação
dos incisivos superiores, aprofundamento da mordida e interferência incisal
anterior. Em conseqüência, ocorreria um deslocamento posterior do côndilo,
resultando em problemas na ATM e conseqüente disfunção. Entretanto,
evidências demonstraram que o tratamento ortodôntico envolvendo extrações não
possui efeito adverso para a articulação têmporo-mandibular. Alterações como
dor, limitação de movimento, sinais clínicos de DTM, alterações radiográficas,
alterações de posicionamento do côndilo, não foram associadas ao tratamento
ortodôntico, bem como à extração ou não de pré-molares ou de qualquer outro
dente (DiBIASE e SANDLER, 2001).
41
Em se optando pela não extração de pré-molares, o alinhamento correto
dos dentes projetará os incisivos, afetando diretamente o perfil, nos casos de
discrepância negativa no arco dentário (PARK, LEE e KWON, 2005). Nesse caso,
a correção de um apinhamento ou de uma relação de Classe II, de molares, pela
distalização desses dentes na maxila, pode ser indicada para os casos de
protrusão dento alveolar superior ou em pequenas discrepâncias esqueléticas,
segundo BOLLA, MURATORE, CARANO et al. (2002).
Dessa forma, diferentes modalidades de tratamento têm sido sugeridas e
avaliadas, para a distalização de molares e com o objetivo de criar espaços no
arco maxilar, independente da colaboração dos pacientes, como aquelas com os
aparelhos intra-orais do tipo Pendulum, Pend-X, Herbst, First Class Appliance
(FCA), Distal Jet, Jones jig, Jasper jumper e extra bucal.
O aparelho tipo Pendulum padrão foi apresentado por Hilgers, em 1992.
Consiste em um botão palatino de Nance, com grampos oclusais e duas molas de
liga de titânio-molibidênio 0,032”, que se encaixam nos tubos linguais dos
primeiros molares, exercendo força moderada e contínua (Figura 5). Desde então,
inúmeras modificações foram introduzidas a esse aparelho, com o objetivo de se
minimizar a inclinação dos molares e evitar o cruzamento da mordida, a medida
em que esses dentes são distalizados.
42
FIGURA 5– Aparelho tipo Pendulum original
(FONTE: www.specialappliances.com)
Durante o tratamento ortodôntico de 41 pacientes portadores de má
oclusão Classe II, GHOSH e NANDA (1996) utilizaram o aparelho tipo Pendulum
na distalização de molares superiores. Uma distalização média de 3,37mm dos
primeiros molares foi observada. Entretanto, ocorreu um deslocamento anterior
médio de 2,55mm dos pré-molares, com uma perda de ancoragem moderada ou
excessiva com esse tipo de aparelho durante a correção da Classe II.
Acrescentam que a grande vantagem no emprego dessa mecânica está na
mínima dependência de cooperação por parte dos pacientes.
Em um estudo para avaliar a eficácia de um aparelho tipo pêndulo
modificado, Pendulum K (Figura 6), na distalização de molares em três grupos
diferentes de ancoragem, KIZINGER GROSS, FRITZ et al. (2005) observaram
uma projeção de incisivos de 1,33mm +_ 0,74, na média de todos os grupos. O
grau de extensão da inclinação vestibular desses dentes foi de 3,40º +_ 5,47º em
relação á base do crânio. Em um estudo anterior, com o mesmo tipo de aparelho,
KIZINGER, FRITZ, SANDER et al (2004) observaram um aumento de inclinação
vestibular dos incisivos superiores de até 6,67º +_ 3,09º em relação à base do
43
crânio, durante a distalização de primeiros molares permanentes. Entretanto, de
acordo com KIZINGER, WEHRBEIN e DIEDRICH (2005), as modificações
incorporadas ao Pendulum K eliminaramm efeitos adversos apresentados pelo
aparelho tipo Pendulum convencional, como inclinação distal pronunciada e
deslocamento palatino dos primeiros molares superiores.
FIGURA 6 – Aparelho tipo Pendulum K
(FONTE: KIZINGER, FRITZ e SANDER, 2004)
Em um outro estudo com o aparelho Pend-X (modificado por Hilgers, em
1993), com o incremento de um parafuso expansor no acrílico da região mediana
do palato (Figura 7), TANER, YUKAY, PEHLIVANOGLU et al. (2003) avaliaram os
efeitos da distalização de molares superiores através desse método, durante a
44
correção de uma Classe II. Através de uma força de 230-250g aplicada pelas
molas na região de molares, observaram uma distalização de 3,81 +_ 2,25mm,
em média, dos molares. Entretanto, uma mesialização média de 0,73 +_ 3,53mm
dos primeiros pré-molares, associada a um aumento da inclinação vestibular dos
incisivos superiores de 6,08 +_ 3,67º, em média, foi observada.
FIGURA 7 – Aparelho tipo Pend-X
(FONTE: www.gacorthoworks.com)
O aparelho do tipo Herbst (apresentado por PANCHERZ, em 1982) é um
aparelho funcional fixo utilizado no tratamento de más oclusões de Classe II,
através da distalização dos dentes superiores e mesialização dos inferiores.
WESCHLER e PANCHERZ (2004) avaliaram os efeitos desse aparelho durante o
tratamento de más oclusões Classe II em 87 pacientes, utilizando três tipos
diferentes de ancoragem inferior. Observaram uma projeção e um aumento na
inclinação dos incisivos inferiores em todos os casos, chegando a atingir até
3,5mm e 9,0º, respectivamente. Acrescentam que a perda de ancoragem posterior
e essa proclinação dos incisivos são realidades que o clínico deve enfrentar. Essa
45
proclinação dos incisivos inferiores também foi observada por VALANT e
SINCLAIR (1989) durante o emprego deste mesmo tipo de aparelho durante o
tratamento de 32 indivíduos portadores de má oclusão Classe II de Angle. (Figura
8)
FIGURA 8 – Herbst
(FONTE: wheatonorthodontics.com)
FORTINI, LUPOLI, GIUNTOLI et al. (2004) avaliaram os efeitos dento-
esqueléticos induzidos pela rápida distalização de molares com aparelhos de
primeira classe (FCA), durante o tratamento de 17 indivíduos portadores de má
oclusão de Classe II (Figura 9). Observaram uma perda de ancoragem de 1,7mm
na região de pré-molares, um significativo movimento anterior dos incisivos
superiores (1,3mm), associado a um aumento da inclinação vestibular dos
mesmos (2,6º), com um aumento de 1,2mm no overjet.
46
FIGURA 9 – Aparelho de primeira classe (FCA)
(FONTE: www.first_class.it)
O aparelho Distal Jet, introduzido por Carano e Testa em 1996, consiste em
um arranjo bilateral de tubo e pistão, com o tubo inserido em um botão de Nance
no palato e suportados por acessórios nos primeiros e segundos molares. A
ativação se dá através de uma mola aberta de níquel-titânio, que exerce uma
força de distalização sobre os molares (FIGURA 10). Segundo BOLLA,
MURATORE, CARANO et al. (2002), esse tipo de aparelho permite um maior
controle sobre a inclinação dos molares durante a distalização, e,
conseqüentemente, diminui os riscos de alterações na dimensão vertical.
Entretanto, em seu estudo com 20 pacientes, Classe II, tratados com esse tipo de
mecânica, observaram que 29% do espaço obtido com a distalização dos molares
foi em virtude da perda de ancoragem na região de pré-molares, pelo
deslocamento anterior desses dentes. Em um outro estudo, NGANTUNG, NANDA
e BOWMAN (2001) observaram uma distalização de molares superiores de 2,1 +_
1,8mm, utilizando o mesmo aparelho, contrastando com uma mesialização de 2,6
+_ 2,0mm dos segundos pré-molares, uma pró-inclinação de 12,2º, em média, dos
47
incisivos superiores com a base do crânio e um aumento médio do overjet de 1,7
-
+_3,8mm.
FIGURA 10 – Aparelho tipo Distal Jet
(FONTE: BOLA, MURATORE e CARANO, 2002)
HAYDAR e UNER (2000) compararam os efeitos na distalização de
molares superiores durante a correção de má oclusão de Classe II com Jones Jig,
preconizado por Jones e White em 1992, com um outro sistema de tração extra
bucal. Esse dispositivo é pré-fabricado com fio de aço inoxidável 0,045” inserido
ao tubo para extra bucal dos molares, que se estende até a região de caninos
onde se encontra com uma mola de secção aberta de Ni-Ti. Próximo ao molar, há
uma extensão para inserção no tubo molar (do arco principal) e um gancho, onde
um amarrilho deve ligar o dispositivo ao tubo molar, servindo como retenção do
aparelho. As molas são ativadas com um fio de amarrilho unindo-as ao bracket do
segundo pré-molar superior (FIGURA 11). Com ativações regulares a cada quatro
semanas e uma força de distalização de 75gf durante a ativação de 5mm desses
aparelhos, a relação molar foi corrigida no prazo de 2,5 meses, em média.
Nenhum efeito ortopédico foi evidenciado com a utilização desse tipo de mecânica
48
com Jones Jig, entretanto, houve perda de ancoragem decorrente da mesialização
dos pré-molares e protração dos incisivos superiores. Acrescentaram que a rápida
distalização dos molares com esse tipo de mecânica elimina o longo período de
utilização dos aparelhos extra-bucais (10,7 meses nesse estudo), entretanto,
durante a retração dos pré-molares e do segmento aconselharam o reforço de
ancoragem com o emprego de tração extra-bucal.
FIGURA 11 – Jones jig
(FONTE: www.dr_polzar.de)
WEILAND, INGERVALL, BANTLEON et al. (1997) avaliaram os efeitos do
aparelho Jasper Jumper (Figura 12) durante a correção da má oclusão de Classe
II. A pesar da eficiência desses aparelhos na distalização de molares superiores
um aumento da inclinação vestibular dos incisivos inferiores foi observado.
49
FIGURA 12 – Jasper Jumper
(www.orthowalker.ch)
De acordo com BOLLA, MURATORE, CARANO et al. (2002), independente
da eficácia desses aparelhos em distalizar os dentes posteriores, todos produzem
uma certa quantidade de perda de ancoragem anterior, mesialização dos dentes
de ancoragem e pró-inclinação dos incisivos superiores. A ancoragem
proporcionada por esses aparelhos não é suficiente para resistir á força mesial de
reação exercida durante a distalização dos molares. Dessa forma, o controle de
ancoragem é um problema real, não apenas para a obtenção de uma distalização
eficiente, mas também no momento de se manter os molares posteriormente
durante a retração do segmento anterior (NGANTUNG, NANDA e BOWMAN,
2001).
A Tração extra bucal (Figura 13) tem sido empregada com sucesso no
tratamento das más oclusões de Classe II, associando a restrição ao
deslocamento anterior da maxila com a distalização dos molares superiores, sem
a perda de ancoragem posterior e projeção anterior (LIMA FILHO, LIMA e
RUELLAS, 2003;). Entretanto, segundo FORTINI, LUPOLI e GIUNTOLI (2003),
TANER, YUKAY, PEHLIVANOGLU et al. (2003), BOLLA, MURATORE, CARANO
50
et al. (2002), esse tipo de mecânica necessita de uma total cooperação por parte
do paciente, sem a qual, os resultados e o período de tratamento ficam
indeterminados, sendo que esse último tem se apresentado superior ao período
observado com o emprego de aparelhos intra-bucais (HAYDAR e UNER, 2000;
TANER, YUKAY, PEHLIVANOGLU et al. 2003).
FIGURA 13 – Visualização radiográfica e clínica de um modelo de tração extra
bucal
(FONTE: TANER, YUKAY, PEHLIVANOGLU et al. 2003)
51
Nem todas as perguntas apresentam uma resposta e é preciso aceitar isso
como uma parte de nossas vidas. Certamente, algum dia, alguém mais irá
fornecer algum material que buscará elucidar novamente a questão de se extrair
ou não dentes durante o planejamento de um tratamento ortodôntico
(BERNSTEIN, 1992).
Mediante todas as controvérsias, o que se sabe é que tanto a projeção
quanto a retração dos incisivos inferiores podem estar relacionados ao
apinhamento anterior após o término do tratamento. Dessa forma, segundo
BRAMANTE (1990), a contenção se faz necessária, se não indefinidamente, ao
menos por um tempo prolongado, como forma de se prevenir a recidiva desse
apinhamento. Portanto, uma vez que o apinhamento anterior vem sendo a
principal razão para o tratamento com extrações, atenção especial deve ser
despendida para os efeitos destas sobre o perfil, tratando a face não de acordo
com uma norma pré-determinada, mas de acordo com as características
individuais da raça, etnia e características familiares de cada paciente.
Segundo LABARRÈRE (2004), a questão de se extrair ou não, um ou mais
dentes, para se executar o tratamento ortodôntico, não é, definitivamente, a
questão correta. Se os objetivos do tratamento são a obtenção de uma função
ideal, um perfil facial agradável e um resultado estável, é fundamental que os
ortodontistas estabeleçam planos de tratamento cautelosamente, e formulem
objetivos que incorporem a necessidade de ancoragem para cada paciente
individualmente. Utilizando essa necessidade de ancoragem como um critério, o
52
ortodontista poderá decidir, caso a caso, quando as extrações deverão ser
incorporadas a cada plano de tratamento individualmente. O que o ortodontista
deve se preocupar é com a melhor forma de movimentar cada dente e qual a
melhor ancoragem necessária para tal.
1.1.3 – Particularidades na retração dos caninos
Em Ortodontia, a retração de caninos após a extração de pré-molares é um
procedimento de rotina (ZIEGLER e INGERVALL, 1989; NIKOLAI, 2001).
Representa um estágio importante, pois o posicionamento adequado desses
dentes após a retração é fundamental para uma função, estabilidade e estética
adequadas ao final do tratamento. (GJESSING, 1985). Um outro aspecto
importante inerente a esse estágio é o fato de que, naqueles casos em que uma
máxima ancoragem se faz necessária, métodos de distalização devem ser
empregados com o objetivo de se evitar a perda de ancoragem posterior (AYALA,
ALBA, CAPUTO et al., 1980).
Existem, na literatura, vários estudos envolvendo a retração de caninos
permanentes, com o objetivo de determinar a quantidade de força e o tipo de
mecânica ideal para a execução do mesmo (NIKOLAI, 1975; BURSTONE e
KOENIG, 1976; AYALA, ALBA, CAPUTO et al., 1980; ZIEGLER e INGERVALL,
1989; DINCER e ISCAN, 1994; LEE, 1995; DASKALOGIANNAKIS e
McLACHLAN, 1996; LEE, 1996; DARENDELILER, DARENDELILER e UNER,
1997; LIOU e HIANG, 1998; IWASAKI, HAACK, NICKEL et al., 2000; NIKOLAI,
53
2001; WATANBE e MIYAMOTO, 2002; REN, MALTHA, VAN et al., 2004; KOJIMA
e FUKUI, 2005).
BURSTONE (1962) dividiu o movimento dentário em três estágios. Uma fase
inicial, “initial phase” na qual o dente se deslocaria rapidamente através do espaço
do ligamento periodontal, causando, provavelmente, alguma deformação no osso
adjacente. Em seguida, uma fase de repouso, ”lag phase”, com mínimo
movimento, caracterizada pela remodelação óssea alveolar e com período de
duração, aparentemente relacionado com a magnitude da força ortodôntica
aplicada. Por fim, uma terceira fase pós-repouso, “postlag phase”, identificada
pelo aumento significativo na quantidade de movimento. Utilizou, em seu estudo,
uma força relativamente constante de 125gf.
LEE (1995), em seu estudo, observou a presença de duas fases durante a
distalização dos caninos. A primeira delas caracterizava-se por um rápido
deslocamento inicial desses dentes, que, em seguida, perdiam sua velocidade de
tal forma que o movimento tornava-se muito lento ou quase cessava. Na segunda
fase, o dente retomava sua velocidade de deslocamento rapidamente, reduzindo
lentamente até o final da movimentação. Essas fases aconteciam na medida em
que a intensidade da força aplicada ao dente ia diminuindo.
A força ortodôntica ideal é definida como aquela capaz de produzir a
máxima resposta biológica desejável com o mínimo dano tecidual, resultando em
uma rápida movimentação dentária com pouco ou nenhum desconforto clínico
(NIKOLAI, 1975). De acordo com STOREY e SMITH (1952), GJESSING (1985) e
54
DSAKALOGIANNAKIS e McLACHLAN (1996), forças leves e contínuas são mais
eficientes durante a movimentação dentária.
Quando uma força ortodôntica é aplicada em um dente, tensão e pressão
são produzidas sobre o ligamento periodontal e osso adjacente. Na região de
compressão ocorre uma reabsorção do osso alveolar, enquanto novo osso é
formado no lado de tensão. Através desse mecanismo de remodelação o dente se
desloca (KOJIMA e FUKUKI, 2005).
Na segunda metade do século XX, pesquisas para avaliar a relação entre a
força versus o movimento dentário começaram a ser realizadas de maneira mais
precisa (LEE, 1995). NIKOLAI (1975) sugere que quatro parâmetros interferem na
ação de uma força durante o movimento dentário: (1) área da superfície radicular;
(2) o tipo de movimento dentário desejado; (3) o padrão de intensidade e período
do sistema de forças aplicado sobre a coroa – contínuo ou intermitente; e (4) a
resposta biológica individual.
SMITH e STOREY (1952) realizaram o primeiro estudo em humanos para
relacionar a força e a velocidade de movimento dentário, avaliando a proporção do
movimento de inclinação dos caninos em razão de forças leves ou pesadas, não
avaliando o movimento de corpo. Como conclusão de sua pesquisa, sugeriram
que a pressão, e não somente a força, seria o fator determinante na
movimentação dentária, e que, para os caninos, a proporção ótima de movimento
de inclinação ocorria sob uma carga de 180gf, em média (196–204gf [leve] e 193-
232gf [pesada]).
55
De acordo com STOREY e SMITH (1952), a pressão na interface osso-dente e
não simplesmente a força aplicada na coroa, determina a quantidade do
movimento dentário ortodôntico. Como pressão é, por definição, força por unidade
de área, é necessário conhecer a área da raiz que está em contato com o
complexo osso-membrana periodontal durante a movimentação ortodôntica de
corpo. Essa região é denominada área projetada da superfície radicular.
Em Engenharia, a área projetada da superfície de contato de uma estrutura é
um dos fatores que determinam a resistência ao movimento. Utilizando esse
mesmo conceito, é provável que a área da superfície radicular, que é
perpendicular à direção da força ortodôntica aplicada na distalização, seja o
principal fator a ser considerado para a resistência ao movimento de um dente.
Dessa forma, durante o movimento de corpo de um dente, a máxima pressão é
exercida no centro da superfície radicular ao passo que a menor intensidade é
observada nas extremidades (LEE, 1996).
Utilizando 180gf como valor médio de força para o ótimo movimento de
inclinação dos caninos e estimando a área de projeção radicular de acordo com o
índice de G. V. Black, de 0,85 cm
2
para esses dentes, JARABAK e FIZZELL
(1963) calcularam que a pressão média existente entre o osso e a superfície
radicular projetada para um movimento de inclinação ideal deve ser de 210gf por
cm
2
.
LEE (1996) afirma que o movimento de retração de caninos requer um
deslocamento de corpo, na maioria das vezes. Em seu estudo, observou que a
ótima proporção de movimento de corpo em razão da força, para os caninos
56
superiores, ocorreu sob uma carga média de 193gf, e sob uma pressão estimada
de 197gf por cm
2
.
AYALA, ALBA, CAPUTO et al. (1980), aplicaram uma força de 200gf em
cada lado, durante a retração de caninos superiores com o aparelho extra-bucal “J
hook”. BURSTONE (1982) desenvolveu uma mola de retração que, quando
ativada 6 mm, proporcionava uma força inicial de 200gf. GJESSING (1985),
utilizou 160gf inicialmente durante a retração de caninos superiores em um novo
modelo de alça para retração. HAYASHi, UECHI, MURATA et al. (2004)
empregaram uma força de 100g durante a retração de caninos superiores, ao
comparar a eficácia de dois tipos de sistemas de retração. Concluíram que uma
força de intensidade equivalente ou inferior a essa é bastante efetiva na
distalização de caninos, pois resulta em um movimento dentário clinicamente
eficaz e sem a presença da fase de repouso (lag phase).
Em seu estudo, IWASAKI, HAACK, NICKEL et al. (2000) demonstraram
que sob uma força de baixa intensidade (18gf – 60gf), o movimento de translação
do dente inicia sem a presença de uma fase estacionária “lag phase” e ocorre em
uma velocidade clinicamente significante. Uma força de 50gf foi aplicada na
retração de caninos superiores durante um estudo realizado por DARENDELILER,
DARENDELILER e UNER (1997).
Segundo CHOY et al. (2002), a dificuldade em se medir com precisão a
quantidade exata de força produzida clinicamente por um sistema de “Loopings
ou molas, ocorre porque, quando os extremos desses aparelhos são inseridos aos
57
brackets”, um momento e uma força são gerados concomitantemente,
dificultando a avaliação de cada um isoladamente.
REN, MALTHA, VAN et al. (2004) concluíram que nenhum limiar para força,
ou pressão, pode ser definido como o responsável pelo inicio do movimento
dentário, bem como, nenhuma força pode ser calculada como aquela capaz de
produzir a máxima quantidade de movimentação dentária.
Durante a retração dos caninos, o movimento de translação (FIGURA 14)
ocorre quando o dente se desloca de corpo em uma direção sem sofrer inclinação
ou rotação simultaneamente. IWASAKI, HAACK, NICKEL, e MORTON (2000)
acreditam que esse movimento ocorre em dois estágios: (1) uma compressão
mecânica inicial do ligamento periodontal com uma mínima deformação do osso
alveolar, seguida por (2) uma resposta metabólica tardia do tecido conjuntivo
responsável pela maior quantidade do movimento. A efetividade de execução
desses dois estágios está diretamente relacionada à natureza da força
empregada, com sua resultante aplicada diretamente sobre o centro de resistência
do dente (C
R
) e à resposta metabólica individual.
58
FIGURA 14 – Translação
(FONTE: OLIVEIRA, 2000)
A descrição do complexo sistema de forças e pares aplicado através de um
bracket” está relacionada ao centro de resistência (C
R
) do dente, definido como o
ponto através do qual a ação de uma simples força resultará em uma translação.
Estudos demonstram que esse C
R
está localizado no centro da raiz, a 1/3 da
distância entre a crista alveolar e o ápice radicular, ilustrado na FIGURA 15
(GJESSING, 1985).
59
FIGURA 15 – Localização do C
R
do canino
(FONTE: GJESSING, 1985)
Segundo KUHLBERG e PRIEBE (2001), a maneira como a força é aplicada
ao dente determina o tipo de movimento dentário, sendo que, essa movimentação
depende da razão entre o momento (M) exercido, relativo à força (F) aplicada no
bracket ortodôntico (M/F). A ação desse momento (M), dessa força (F) e da real
distribuição dessas em torno do periodonto, constituem o “Sistema de Forças”.
O momento produzido por uma força simples é definido como o produto da
intensidade dessa força pela distância tomada pela linha de ação da força ao
ponto ou centro considerado. Esse momento mede a tendência de uma força em
produzir rotação (FIGURA 15). Um binário é um sistema constituído por duas
forças paralelas, de mesma intensidade, sentidos opostos e não colineares. O
momento produzido por esse binário é o produto de uma das forças pela distância
perpendicular que as separa (FIGURA 16). A unidade de medida é g/mm, sendo
60
que o momento resultante pode ser exercido nos sentidos horário e anti-horário
(OLIVEIRA, 2000).
FIGURA 16 – Momento resultante de um par de forças
(FONTE: OLIVEIRA, 2000)
Segundo GJESSING (1985), os brackets estão posicionados a 4 mm das
cúspides dos caninos e a 4 mm do longo eixo axial. De acordo com sua pesquisa,
os brackets estariam posicionados a 11 mm, em média, do centro de resistência
dos caninos. Assim, uma relação entre M/F de 11:1 será necessária para se evitar
a inclinação desses dentes durante a retração (FIGURA 19). Acrescenta, ainda,
que para se evitar a rotação desses dentes durante esse movimento, uma relação
de 4:1 entre M/F deve ser obtida. (FIGURA 17).
61
FIGURA 17 – Momento necessário para evitar inclinação e rotação
(FONTE: GJESSING, 1985)
Durante a distalização de caninos, a força desejável deve passar pelo
centro de resistência. Como esse objetivo é clinicamente impossível de ser
alcançado, os brackets devem produzir um sistema de forças equivalentes com
momentos estabelecidos para evitar tanto a inclinação quanto a rotação
(ZIEGLER e INGERVALL, 1998).
Os princípios de retração, freqüentemente empregados na mecânica
edgewise podem ser divididos em dois sistemas: (1) friccional, pelo qual o canino
é levado a deslizar distalmente através de um arco contínuo, sob ação de uma
força aplicada e (2) não-friccional, onde forças e dobras são incorporadas a alças
e molas de retração em um arco segmentado (GJESSING, 1985; CHOY, PAE,
KIM et al., 2002; WATANABE e MIYAMOTO, 2002).
Os inúmeros aparelhos empregados clinicamente para retração de caninos
podem ser agrupados de acordo com a origem da força de distalização, seja ela
62
exercida por um elemento separado (extra bucal, elásticos de tração, molas de
aço ou níquel titânio) ou por uma parte integrante do próprio aparelho (NIKOLAI
1975).
A distalização de caninos através de aparelhos extra bucais, como ”J hook,
Anterior headgear”, apresenta algumas desvantagens. A aplicação intermitente da
força de retração, o desconforto estético e a grande dependência na cooperação
do paciente, faz com que esse seja o método de distalização de caninos mais
lento, de acordo com CHARLES e JONES (1982). Entretanto, segundo AYALA et
al (1980) e GURAY e ORHAN (1997), a incorporação de uma ancoragem extra
bucal faz com que esses aparelhos sejam efetivos nos casos que necessitem de
máxima ancoragem posterior.
Segundo KAWAKAMI et al. (2004), pacientes adultos freqüentemente
rejeitam a utilização desses aparelhos extra-bucais em virtude de aspectos
sociais. Dessa forma, essa falta de cooperação resulta em uma perda de
ancoragem e um tratamento com resultados limitados. Em seu estudo, ERVERDI
e ACAR (2005) relatam que a proposta de se utilizar um aparelho extra bucal
durante o tratamento de uma Classe II foi completamente rejeitada por uma
paciente de 24 anos de idade.
Em seus estudos, KOJIMA e FUKUI (2005), HAYASHI, UECHI, MURATA et
al. (2004), NIKOLAI (2001), ZIELGLER e INGERVALL (1989), GJESSING (1985),
CHARLES e JONES (1982) avaliaram os efeitos da retração de caninos através
de mecânicas de deslize desses dentes sobre o arco contínuo, através de molas e
elásticos para tração.
63
Segundo CHOY, PAE, KIM, PARK et al. (2002), uma vantagem implícita
nesse tipo de distalização com um arco contínuo está na capacidade em limitar
movimentos indesejáveis, como rotações, por exemplo. HAYASHI, UECHI,
MURATA et al. (2004) concluíram que a mecânica de deslize, através de uma
mola de níquel-titânio exercendo uma força inicial de 100g oferece um maior
controle sobre a rotação dos caninos durante a retração.
Efeitos indesejáveis como inclinação dos caninos, perda do controle
vertical, fricção, perda de ancoragem, e extrusão de incisivos podem ocorrer
durante esse tipo de movimento através de um arco flexível, ilustrado na FIGURA
18 (GJESSING, 1985).
FIGURA 18 – Efeitos indesejáveis da mecânica de deslize
(FONTE: MARKOSTAMOS, 1989)
Duas desvantagens foram observadas na mecânica de deslize, de acordo
com BURSTONE e KOENIG (1976). A primeira delas é a possibilidade de
interrupção do movimento em razão da fricção entre o fio e o bracket, e, em
segundo lugar, a falta de precisão em se determinar a quantidade exata de força
64
exercida no dente, devido a incapacidade de se quantificar a intensidade da
fricção.
Segundo ZIEGLER e INGERVALL (1989), na maioria dos casos
observados em seu estudo com distalização de caninos superiores pela mecânica
de deslize, através de elásticos para tração “Alastik chain”, ocorreu deslocamento
anterior dos primeiros molares, com perda de ancoragem de 0,4 mm, em média.
Esse tipo de mecânica necessita de um reforço de ancoragem nos casos em que
se deseja manter os dentes posteriores em sua posição (CHARLES e JONES,
1982; NIKOLAI, 2001; HAYASHI, UECHI, MURATA e MIZOGUCHI, 2004).
A retração de caninos através de molas e alças incorporadas ao próprio fio, em
arcos contínuos ou segmentados, foi avaliada nos estudos de BURSTONE e
KOENIG (1976), BURSTONE (1982), CHARLES e JONES (1982), GJESSING
(1985), ZIEGLER e INGERVALL (1989), SHAW e WATERS (1992), DINCER e
ISCAN (1994), BOURAUEL, DRESCHER, EBLING et al. (1997),
DARENDELILER, DARENDELILER e UNER (1997), IWASAKI, HAACK, NICKEL
et al. (2000), CHOY, PAE, KIM et al. (2002), WATANABE e MIYAMOTO (2002),
KUHLBERG e PRIEBE (2003), FERREIRA, OLIVEIRA e IGNACIO (2005), e está
ilustrada nas figura 19.
65
FIGURA 19 – Exemplos de alças para retração de canino
(FONTE: BOURAUEL, DRESCHER, EBLING et al. 1997; DARENDELILER,
DARENDELILER e UNER, 1997; BOURSTONE e KOENING, 1976)
Segundo CHARLES e JONES (1982), nesse sistema de retração a
ancoragem deriva amplamente da região de molares, devendo ser fortemente
reforçada pela utilização de extra-bucais e/ou barras transpalatinas. Dessa forma,
esse tipo de mecânica oferece riscos na perda de ancoragem posterior caso o
paciente não utilize os reforços empregados.
Em seu estudo, ZIEGLER e INGERVALL (1989) descreveram a utilização
de um reforço de ancoragem na região de molares através de barra trans-palatina
e extra-bucal de puxada horizontal (10 a 14 horas por dia), durante a distalização
de caninos permanentes na maxila, por meio de dois sistemas de tracionamento.
A retração dos caninos através da mecânica não friccional ocorreu mais
rapidamente e com menor inclinação distal. Entretanto, uma perda de ancoragem
66
de 0,4 mm e 0,6 mm foi observada durante a retração nas mecânicas de deslize e
de alça de retração, respectivamente.
SHAW e WATERS (1992), observaram, clinicamente, movimentos de
inclinação durante a retração de caninos com a mola desenvolvida por Ricketts,
em 1974. Dessa forma, mais tempo seria necessário posteriormente para se
verticalizar as raízes e prevenir a reabertura dos espaços obtidos com as
extrações. Acrescentaram que os pacientes não acharam esse tipo de mola
particularmente confortáveis, devido desconforto e irritação de tecidos adjacentes.
Em seu estudo, HAYASHI, UECHI, MURATA et al. (2004), não
encontraram nenhuma diferença estatisticamente significativa com relação ao
controle sobre a inclinação entre o sistema que utiliza a mecânica de deslize e a
mecânica com alças para retração.
KUHLBERG e PRIEBE (2003) observaram uma perda de ancoragem de
0,50 mm (+- 0,90) do segmento posterior durante um estudo dos efeitos
resultantes de um sistema de forças estáticas produzidos por um modelo de alça
para retração de caninos, descrito por BURSTONE e KOENING (1976). Utilizaram
uma barra trans-palatina nos primeiros molares para controlar o movimento de
rotação mesial.
A determinação da força ideal para cada tipo de mola de retração é
fundamental para a obtenção de uma máxima atividade biomecânica e uma
resposta celular ideal durante a movimentação dentária (BURSTONE e
KOENING, 1976; GJESSING, 1985). Nesse sistema, de acordo com CHARLES e
JONES (1982), é aconselhável utilizar arcos retangulares pesados para a
67
obtenção de um maior controle durante a retração. Acrescentaram também, que,
há uma grande facilidade em se super ativar essas molas, dessa forma, a
extensão da carga exercida além desse nível ideal pode gerar efeitos adversos
como reabsorções radiculares, inclinações, rotações e perda de ancoragem
posterior.
Apesar de utilizarem forças ótimas (150gf), DINÇER e HAKAN (1994), em
um estudo para avaliar os efeitos de diferentes arcos segmentados empregados
na retração de caninos, evidenciaram uma perda de ancoragem de 1,63 mm a
2,46 mm, em média, para dois modelos avaliados, sem o emprego de nenhum tipo
de reforço de ancoragem. Uma perda de ancoragem de 1,73 mm a 1,97 mm, em
média, durante a retração de caninos na maxila, sob ação de uma força constante
e de baixa intensidade (50gf), foi observada por DARENDELILER,
DARENDELILER e UNER (1997).
Com o objetivo de controlar a ancoragem posterior BURSTONE (1982),
GJESSING (1985), ZIELGLER e INGERVALL (1989), DARENDELILER,
DARENDELILER e UNER (1997), RAJCICH e SADOWSKY (1997)
desenvolveram e/ou pesquisaram o efeito de mecânicas intra-arcos, utilizando o
conceito de momentos diferenciais para molas e alças de retração. Entretanto, em
todos os estudos foi observada perda de ancoragem na região de molares,
demonstrando que, por maior que seja a ancoragem proporcionada por esses
sistemas, essa não chega a ser absoluta.
SAYIN, BENGI, GURTON et al. (2004) e LIOU e HUANG (1998)
descreveram um novo sistema de retração de caninos através da distração
68
osteogênica do ligamento periodontal, conforme Figura 20. De acordo com seus
resultados, o tempo de retração é inferior quando comparado ao de outros
sistemas, entretanto, perda de ancoragem posterior foi observada.
FIGURA 20 – Distração osteogênica
(FONTE: SAYING, BENGI e GÜRTON, 2004)
1.1.4 – A questão da ancoragem durante a retração de caninos
Ancoragem, em ortodontia, é a habilidade de se prevenir o movimento de
um grupo de dentes enquanto se movimenta um outro dente ou grupo de dentes.
O controle de ancoragem envolve a capacidade em se criar um estímulo
apropriado que proporcionará uma resposta desejada, sendo um dos elementos
mais críticos do tratamento ortodôntico (KUHLBERG e PRIEBE, 2001).
O problema de se obter um controle de ancoragem adequado está
fundamentado na 3ª Lei de Newton, onde, para toda ação existe uma reação de
mesma intensidade e sentido oposto. Essas forças atuam em corpos distintos,
como no exemplo da FIGURA 21, onde a força de ação do homem sobre o
69
carrinho resulta em uma ação contrária desse sob o homem. Desta forma, as
forças de distalização exercidas durante a retração de um ou mais dentes
anteriores sofrem a ação de forças opostas, que atuam na unidade de ancoragem
em uma direção anterior. No tratamento ortodôntico, efeitos recíprocos devem ser
analisados e controlados, com o objetivo de maximizar o movimento dentário
desejado, minimizando os efeitos indesejáveis (HUANG, SHOTWELL e WANG,
2005).
FIGURA 21 – Terceira Lei de Newton
(FONTE: www.geocites.com.br/sala de física 8)
Uma grande preocupação durante a correção de apinhamentos severos,
overjet excessivo e biprotrusão maxilar é o controle de ancoragem. O emprego de
aparelhos auxiliares, como arco de Nance, barra transpalatina e tração extra-bucal
é freqüentemente utilizado na busca em se aumentar a ancoragem na região de
molares (GERON, SHPACK, KANDOS et al., 2003).
Segundo KULHBERG e PRIEBE (2001), existem três técnicas básicas para
se promover o controle de ancoragem: (1) o emprego de forças extra-bucais, (2)
os elásticos intermaxilares e (3) uso de mecânicas com momentos diferenciais
para se evitar simultaneamente a inclinação do segmento de ancoragem.
70
Acrescentam que a cooperação do paciente é um pré-requisito para o emprego
das duas primeiras, pois, caso contrário, o controle do movimento dentário é
perdido, comprometendo o andamento do tratamento.
Segundo TINSLEY, O’DWYER, BENSON et al. (2004), muitos pacientes
requerem um suplemento de ancoragem através de aparelhagem extra-bucal,
como o “headgear”. Entretanto, existem complicações reconhecidas no emprego
desse tipo de aparelho, sendo que, a cooperação do paciente parece ser um
problema a mais. Um estudo realizado por CURETON, REGENNITTER e
YANCEY (1993) revelou que os pacientes utilizam o aparelho extra-bucal por um
período inferior à metade daquele prescrito pelo clínico. Acrescentaram que,
quando perguntados sobre o tempo de utilização do aparelho extra-bucal, os
pacientes indicavam um período de 11 horas por dia. Mas, na realidade,
resultados demonstraram que o tempo de utilização não passou de 6,5 horas.
A perda de ancoragem é uma resposta recíproca que pode impedir o
sucesso do tratamento ortodôntico, dificultando a correção de uma má oclusão
ântero-posteriormente, comprometendo os resultados estéticos faciais (GERON,
SHPACK, KANDOS et al., 2003).
Quando a extração de pré-molares está indicada para a correção de uma má
oclusão, o plano de tratamento deve incluir o fechamento desses espaços. Esse
fechamento pode ocorrer através da retração do segmento anterior, protração do
segmento posterior ou por uma combinação desses. A designação de uma
máxima ancoragem é freqüentemente desejável, para prevenir qualquer
71
movimento mesial no sentido antero-posterior do segmento posterior (RAJCICH e
SADOWSKY, 1997).
SIATKOWSKI (2001) dividiu o controle de ancoragem em três grupos. O grupo
A (máxima ancoragem) engloba aqueles casos em que se deseja uma retração do
segmento anterior com uma mínima alteração na área de ancoragem. O grupo B
(ancoragem moderada) compreende os casos em que é necessária uma retração
anterior, porém, associada a uma protração do segmento posterior. Por fim, o
Grupo C (mínima ancoragem), onde nenhuma alteração é necessária no
segmento anterior, enquanto um protração posterior deve ser obtida.
Tradicionalmente, ortodontistas têm utilizado dentes, aparelhos intra-bucais e
extra-bucais no controle de ancoragem, minimizando o movimento de certos
dentes enquanto executam o movimento desejável de outros. Entretanto, a falta
de habilidade em se controlar completamente todos os aspectos do movimento
dentário, leva a perda de ancoragem e a correção incompleta de determinada má
oclusão (COPE, 2005).
Em seus estudos, ZIEGLER e INGERVALL (1989), KUHLBERG e PRIEBE
(2003), apesar de empregarem reforço de ancoragem durante a retração de
caninos na maxila, observaram perda de ancoragem posterior durante a
movimentação. Apesar de considerarem clinicamente insignificante, RAJCICH e
SADOWSKY (1997) observaram uma perda de ancoragem posterior durante a
avaliação da eficácia de um tipo de mecânica intra-arcos, para retração de
caninos, utilizando o conceito de momentos diferenciais e dispensando o auxílio
de aparelhos para o reforço de ancoragem.
72
Vários sistemas foram desenvolvidos para permitir a retração de caninos, nos
casos com extração de pré-molares. Dentro desses sistemas, diversos aparelhos,
diferentes mecânicas e tipos de materiais foram desenvolvidos com o objetivo de
minimizar os efeitos indesejáveis observados durante essa retração, em especial
a perda de ancoragem. Entretanto, limitações referentes à necessidade de
cooperação do paciente, habilidade do operador e precisão em se determinar a
quantidade ideal de força para execução ideal desse tipo de movimentação e
efeitos indesejáveis fazem com que o controle de ancoragem posterior seja um
desafio, pois, a ancoragem absoluta não foi, até então, alcançada (ISMAIL e
JOHAL, 2002; PARK e KWON, 2004; SCHNELLE, BECK, JAYNES et al., 2004).
1.1.5 – O emprego de implantes convencionais, implantes palatinos, mini-
placas e mini-implantes como alternativas suplementares para ancoragem
ortodôntica
Segundo MELSEN e VERNA (2005), durante as últimas décadas, um número
expressivo de pacientes adultos tem procurado por tratamento ortodôntico,
freqüentemente encaminhado por periodontistas, reabilitadores ou protesistas.
Muitos desses pacientes apresentam ausência de vários elementos, redução de
suporte periodontal e uma oclusão inadequada, o que impede a utilização de
ancoragem intra-bucal convencional. Esses pacientes expressam o desejo de
manter os elementos dentários remanescentes e de recolocá-los em sua posição
original, alterada pela extração, perda precoce ou reabsorção óssea em
73
decorrência de problemas periodontais. Como esses pacientes necessitam na
maioria das vezes de múltiplas restaurações, de acordo com MELSEN e VERNA
(2005), uma solução natural para a falta de ancoragem seria a inserção
antecipada de implantes para próteses, que serviriam como unidades de
ancoragem para a movimentação ortodôntica.
1.1.5.1 – Os implantes dentários convencionais como ancoragem
ortodôntica
Embora Branemark e colaboradores tenham sido pioneiros nos trabalhos
experimentais que estabeleceram os princípios da ósseo integração, eles estavam
bem atrás daqueles que originariamente imaginaram a possibilidade de se utilizar
materiais bio compatíveis na reposição de dentes perdidos (COPE, 2005).
Estruturas de liga de irídio e platina, em forma de jaula, foram utilizadas
como implantes, colocadas dentro de perfurações feitas nos maxilares, permitindo
o crescimento ósseo no interior dessas jaulas, e, posteriormente, recebiam coroas
protéticas, já no final da década de 1910. STROCK (1939), começou a utilizar o
principio da fixação em parafuso aliado a um tipo de liga recentemente
desenvolvida naquela época, o vitallium, que não interagia com o osso, na
confecção de implantes de 5,0 x 8,0mm, durante a reposição imediata de incisivos
perdidos por trauma ou comprometimento endodôntico.
Um estudo referente a componentes metálicos parafusados dentro da
maxila ou mandíbula, para aumentar a ancoragem ortodôntica, foi publicado pela
74
primeira vez em 1945, por GAINSFORTH e HIGLEY. Eles utilizaram parafusos de
vitalium para ancoragem durante movimentos dentários em cachorros. Embora
observassem algum sucesso, o movimento dentário era limitado devido à perda
desses implantes um mês após o início da movimentação.
Embora fossem utilizados materiais bio-compatíveis durante as décadas de
1940 e 50, nenhum desses materiais apresentava estabilidade a longo prazo,
provavelmente devido a falta de integração óssea entre a superfície desses
implantes e o osso adjacente (ISMAIL e JOHAL, 2002).
A final da década de 1950, Per Ingvar Branemark passou a utilizar câmaras
ópticas de titânio, especialmente desenhadas para estudar a dinâmica intra-
vascular da circulação na região da medular do osso. Devido à dificuldade de
confecção e alto custo, planejava-se utilizá-las e depois removê-las do osso.
Entretanto, houve uma formação óssea ao redor do titânio, o que dificultou a
remoção dessas câmaras. Esse achado que levou a experimentos detalhados a
seguir (COPE, 2005).
BRANEMARK, ASPEGREN e BREINE (1964) anunciaram a
biocompatibilidade entre parafusos de titânio e o tecido ósseo. Observaram a
firme adesão de implantes de titânio ao osso sem nenhuma resposta tecidual
adversa. Cinco anos depois, BRANEMARK, BREINE e ADELL (1969)
demonstraram que esses implantes estavam estáveis e ósseo-integrados ao osso
através de exames microscópicos de alta resolução. Observaram uma aposição
óssea direta sobre os implantes de titânio, com a interface entre o tecido ósseo
vivo organizado e a superfície desses implantes constituindo uma unidade
75
estrutural e funcional, estabelecendo, dessa forma, o conceito de ósseo
integração. Entretanto, ressaltaram que um período de espera entre 4 e 6
semanas era necessário para que ocorresse essa ósseo integração, pois, caso
contrário, cargas prematuras levariam à micro movimentação, resultando na
formação de tecido fibroso ao redor do implante,e , conseqüentemente a sua
falha.
Desde então, implantes dentários vêm sendo empregados na reconstrução
dos maxilares ou como abutments para próteses dentárias (FIGURA 22), e seu
sucesso tem sido atribuído ao material, a técnica cirúrgica e a forma com que a
carga é exercida (ISMAIL e JOHAL, 2002).
FIGURA 22– Ilustração de um implante convencional endósseo
(FONTE: www.bicon.com.br)
De acordo com ISMAIL e JOHAL (2002), a posição dos implantes pode ser
sub-periosteal, trans óssea ou endóssea, sendo esta última a mais comumente
empregada para os implantes dentários convencionais.
76
A técnica cirúrgica que permite a ósseo integração eficiente de um implante
envolve um procedimento em dois estágios, segundo BRANEMARK, BREINE e
ADELL (1969). A primeira fase envolve a colocação da parte fixa do implante em
posição, com um parafuso de cobertura sobre ela, com um período de espera
para cicatrização de 4 a 6 meses. O segundo estágio caracteriza-se pela
adaptação de um cicatrizador sobre o implante ósseo-integrado, após esse ter
sido descoberto. Um tempo de espera de duas semanas é necessário para a
regeneração da gengiva ao redor desse cicatrizador quando, então, o trabalho
restaurador pode ser iniciado, através da adaptação de abutments específicos
para cada tipo de prótese.
Os materiais para a confecção desses implantes devem ser bio-compatíveis,
não tóxicos, possuírem propriedades mecânicas excelentes e proporcionar
resistência à carga, tração e corrosão. Comumente, esses materiais são divididos
em três categorias: bio-tolerantes (aço inoxidável, liga de cromo-cobalto), bio-
inertes (titânio, carbono) e bio-ativos (hidroxiapatita, alumínio oxidável). Devido a
sua incapacidade de gerar reações alérgicas ou imunológicas, bem como
formações neoplásicas, o titânio é considerado o material ideal, sendo
amplamente empregado na confecção desses implantes (HUANG, SHOTWELL e
WANG, 2005).
Segundo ISMAIL e JOHAL (2002), o uso de implantes dentários teve um
grande aumento nas últimas três décadas do último século, principalmente pelo
sucesso a longo prazo da ósseo-integração. Isso levou a sua utilização também
na prática ortodôntica, com modificações apropriadas em seu desenho, quando
77
necessárias. De acordo com HUANG, SHOTWELL e WANG (2005), essa ósseo
integração dos implantes convencionais proporciona uma ancoragem rígida e
absoluta.
A ancoragem é um pré-requisito para o tratamento das más oclusões
dentárias e esqueléticas, sendo que o seu controle é fundamental para um
tratamento ortodôntico bem sucedido (TINSLEY, O’DWYER, BENSON et al. 2003;
SCHNELLE, BECK, JAYNES et al. 2004; CHEN, TERADA, HANADA et al. 2005;
ERVERDI e ACAR, 2005; OHNISHI, YAGI, YASUDA et al. 2005).
Segundo ISMAIL e JOHAL (2002), a ancoragem sobre implantes
convencionais fornece benefícios particulares em se tratando de alguns aspectos
das más oclusões, entre eles: (1) permite a retração e o alinhamento de dentes
anteriores sem suporte posterior; (2) intrusão e extrusão dentária independente de
suporte dentário, (3) retração ou protração do arco dentário e (4) fornece base
para tração ortopédica. Acrescentaram que a capacidade dos implantes ósseo
integrados em permanecerem estáveis sobre a ação de cargas oclusais tem
levado os ortodontistas a empregá-los como unidade de ancoragem independente
da cooperação do paciente.
A ancoragem moderada é relativamente fácil de ser obter através de alguns
aparelhos intra-bucais e procedimentos mecânicos. Por outro lado, os casos que
requerem máxima ancoragem necessitam de suporte extra bucal para o reforço
dessa ancoragem. Porém, de acordo com ERVERDI e ACAR (2005), em algumas
situações 100% da ancoragem deve ser mantida. É nesse caso em que se
necessita de um novo modelo de ancoragem, a ancoragem absoluta, sendo esta
78
última freqüentemente impossível de se obter através dos métodos convencionais,
como os que utilizam o emprego de forças extra-bucais.
Esse tipo de ancoragem esquelética obtida através dos implantes permite a
movimentação dentária nos planos sagital e vertical sem que haja a necessidade
de cooperação do paciente e sem comprometer os resultados finais do tratamento
ortodôntico. A utilização de aparatologia ortodôntica em um arco ou segmento de
arco também se torna possível com esse modelo de ancoragem (MAINO, MURA e
BEDNAR, 2005).
A utilização de implantes convencionais como unidade de ancoragem em
Ortodontia foi confirmada por ROBERTS (1984). Implantou parafusos de titânio no
fêmur de ratos e, após 6 a 12 semanas, aplicaram uma carga de 100g para
tracionar uma mola posicionada entre os parafusos, por um período de 4 a 8
semanas. Observaram que os implantes permaneceram rígidos, desenvolvendo
uma superfície de contato com o osso. Concluiu que seis semanas (em ratos)
seria o prazo de espera mais curto para que os implantes pudessem sofrer a ação
de forcas após serem posicionados, e que os implantes de titânio promovem uma
ancoragem óssea resistente para o tratamento ortodôntico. Esse período de
espera, nos homens, é seis vezes maior, necessitando, dessa forma, de 18
semanas até que ocorra a ósseo integração.
Os implantes ósseo integrados, comumente empregados em regiões inter-
radiculares e edêntulas, têm seu emprego limitado na Ortodontia, pois, pacientes
com discrepâncias dentárias e/ou esqueléticas freqüentemente apresentam os
arcos dentários completos, sem espaço viável para a acomodação desses
79
implantes no processo alveolar. Implantes endósseos colocados dentro do arco
dentário podem ser um problema durante o fechamento de espaços, pois podem
impedir o movimento dentário desejado (CRISMANI, BERNHART, BANTLEON et
al., 2005).
Quando são utilizados em Ortodontia, esses implantes encontram-se
posicionados na região retromolar, osso zigomático e palato, proporcionando uma
ancoragem estacionária (KELES, ERVERDI e SEZEN, 2003; TINSLEY, YUKAI e
PEHLIVANOGLU, 2003).
Uma vez corretamente implantado e tendo o osso sido consolidado, o
implante pode ser incorporado ao aparelho ortodôntico. Isso pode ser obtido
através do emprego de coroas de metálicas ou metalo-plásticas sobre esses
implantes, para receberem os acessórios ortodônticos. Para assegurar a
manutenção da ósseo integração durante a logo após o tratamento, não se deve
exercer nenhuma carga ortodôntica sobre esses implantes em um intervalo de
tempo menor que seis meses (ISMAIL e JOHAL, 2002).
Em seu estudo, ROBERTS, MARSHAL E MOZSARY (1989), utilizaram
implantes convencionais de titânio na região retro molar como reforço de
ancoragem, o que permitiu o fechamento de espaços presentes pela ausência de
primeiros molares inferiores, com sucesso. Ao final do tratamento, esses
implantes foram removidos e analisados histologicamente. Encontraram um
elevado nível de ósseo integração, a pesar da carga exercida sobre eles.
Segundo ISMAIL e JOHAL (2002), MELSEN e VERNA (2005), uma das
desvantagens em de utilizar os implantes dentários convencionais são o longo
80
período de tratamento, visto que o prazo de espera para a ósseo integração é de
4 a 6 meses. Outras desvantagens abrangem o custo elevado da cirurgia e
dificuldade de remoção após o tratamento (HUANG, SHOTWELL e WANG, 2005).
Acrescentam que os implantes convencionais apresentam dimensões que variam
entre 3,5 a 5,5 mm de diâmetro, e 7 a 15mm de comprimento, o que fornece
limitações com relação ao local e a quantidade de osso disponível, dificultando
sua utilização em pacientes não edêntulos (SCHNELLE, BECK, JAYNES et al.,
2004).
Em conseqüência dessas limitações, implantes têm sido desenvolvidos
com o propósito especifico para o uso em Ortodontia. Idealmente, um implante
usado como reforço de ancoragem ortodôntica deve ser biocompatível, de baixo
custo, fácil inserção e remoção, em áreas sem comprometimento estético e
pequeno o suficiente para ser colocado em vários locais da cavidade bucal. Deve
ósseo integrar-se em um menor intervalo de tempo e resistir às cargas
ortodônticas em todos os planos do espaço (ISMAIL e JOHAL, 2002).
Em virtude da viabilização de uma ancoragem absoluta através desses
implantes, inúmeros Sistemas de Ancoragem Esquelética em Ortodontia (OSAS)
têm sido desenvolvidos, com os implantes desenhados especificamente para seu
emprego em Ortodontia e com o objetivo de serem removidos ao término do
tratamento, exercendo, dessa maneira, uma função temporária por um período
relativamente curto ao se comparar com os implantes convencionais (CRISMANI,
BERNHART, BANTLEON et al., 2005; ERVERDI e ACAR, 2005; HONG, NGAN,
LI, et al., 2005; OHNISHI, YAGI, YASUDA et al., 2005).
81
Segundo COPE (2005), esses sistemas constituem os Mecanismos de
Ancoragem Temporária em Ortodontia, podendo ser posicionados trans-
ostealmente, sub-periostealmente ou endostealmente, e fixados ao osso
mecanicamente (estabilizados corticalmente) ou bioquimicamente (ósseo
integração). Dentre esses sistemas bio-compatíveis existem, a saber: (a) os
implantes palatinos, (b) os onplantes, (c) as Mini-placas e (d) os mini-implantes
ortodônticos.
1.1.5.2 – Os implantes palatinos como ancoragem ortodôntica
Os implantes dentários convencionais têm demonstrado serem compatíveis
biologicamente durante a aplicação de forças ortodônticas (SINGER, HENRY e
ROSEMBERG, 2000; KELES, EVERDI e SEZEN, 2003) e ortopédicas (HONG,
NGAN, LI et al., 2005), de 400g, em média. Entretanto, pacientes que necessitam
de tratamento ortodôntico geralmente apresentam uma dentição completa, sem
locais viáveis para a colocação desses implantes.
Os implantes palatinos são parafusos de titânio ósseo integrados, com sua
superfície modificada para compensar a redução no comprimento. Esses
implantes (Straumann Orthosystem), especificamente designados para utilização
ortodôntica, são constituídos de parafusos de titânio puro, com 4 a 6 mm de
comprimento e 3,3 mm de diâmetro, e sua superfície modificada (FIGURA 23).
São conectados aos dentes de ancoragem através de arcos trans palatinos
(Figura 24) e oferecem uma ancoragem absoluta durante o tratamento, devendo
82
ser removidos ao seu término. Os implantes de 6 mm de comprimento são os
mais comumente usados (CHEN, TERADA, HANADA et al., 2005; CRISMANI,
BERNHART, BANTLEON et al., 2005; ISMAIL e JOHAL, 2002).
FIGURA 23 – Implante palatino para uso ortodôntico
(FONTE: SILVA E PEREZ, 2002)
FIGURA 24 – Barra palatina apoiada diretamente sobre implante
(FONTE: ISMAIL e JOHAL, 2003)
Esses tipos de implantes palatinos são primariamente recomendados para
uma ancoragem absoluta. Suas indicações relativas e independentes são
distintas. A primeira delas inclui situações em que se emprega esse tipo de
ancoragem em substituição aos aparelhos intra-bucais (Nance, arco transpalatal e
83
lingual, Jasper Jumper
®
e elásticos intermaxilares) e extra-bucais (headgear). As
indicações independentes são aquelas em que os aparelhos extra e intra-bucais
falharam, resultando em uma perda de ancoragem (CRISMANI, BERNHART,
BANTLEON et al., 2005).
TINSLEY, YUKAI e PEHLIVANOGLU (2003) descreveram, em seu estudo,
a utilização de um sistema de implantes ósseo integrados (Straumann Ortho
Implant), específico para a região mediana do palato, como reforço de ancoragem.
Para o emprego dessa ancoragem, os implantes de 6 mm de comprimento e 3,3
mm de diâmetro são conectados aos dentes de ancoragem através de uma barra
trans-palatino. Acrescentam que o desenho desse arco e o método de união aos
dentes de ancoragem são fundamentais para o sucesso da técnica. A união
dessa barra por um método adesivo apresenta um elevado percentual de
descolagem, e, conseqüentemente, uma perda de ancoragem subseqüente.
Quando essa barra é conectada às bandas, um sistema completamente rígido é
produzido, evitando inclinação e rotação dos dentes anteriores durante a correção
da má oclusão, porém, nenhum alinhamento, nivelamento ou pequenas
quantidades de movimento antero-posterior na região de ancoragem é possível.
O emprego de um reforço de ancoragem, através de arco trans-palatino
conectado a um implante na linha palatina mediana, foi descrito por HAYASHI,
UECHI, MURATA et al. (2004), em virtude da necessidade de uma máxima
ancoragem posterior durante a retração de caninos superiores (FIGURA 25).
84
FIGURA 25 – Reforço de ancoragem com implante palatino durante
retração de caninos
(FONTE: CHEN, TERADA, HANADA et al. 2005)
De acordo com COUSLEY (2005), não existe uma definição a respeito do
período de espera necessário entre a inserção do implante e a aplicação de forças
ortodônticas, sendo que, parece prudente ser cauteloso em termos de se
empregar cargas precoces aos implantes. A recomendação para os implantes
Straumann Orthosystem é de um período de latência de 12 semanas, entre a
inserção do implante e o inicio da ativação ortodôntica.
Embora esses implantes proporcionem uma ancoragem absoluta, EVERDI
e ACAR (2005) argumentam que o período de espera para a ósseo integração de
3 meses, e, conseqüentemente, para a aplicação da força, é muito superior ao
observado em outros sistemas, o que leva a um tempo de tratamento mais longo.
Segundo CHEN, TERADA, HANADA et al. (2005), a ponta do implante
pode se localizar em diferentes locais (osso cortical ou osso medular), devido a
espessura de osso disponível. De acordo com a localização dessa ponta do
implante teremos três tipos de fixação: (1) colo do implante posicionado no osso
85
cortical da superfície oro-palatina e a ponta do implante no osso medular, (2) colo
do implante posicionado no osso cortical da superfície oro-palatina e a ponta do
implante no osso cortical da superfície naso-palatina e (3) colo do implante
posicionado no osso cortical da superfície oro-palatina e a ponta do implante
projetada na cavidade nasal. Em seu estudo com elementos finitos aplicaram
sobre os segundos pré-molares uma força de 500g para mesial de 100g para a
palatina, para avaliar a estabilidade e eficácia desses três tipos de fixação.
Concluíram que os diferentes tipos de fixação apresentaram a mesma
estabilidade, o que sugere exercerem o mesmo efeito de ancoragem (FIGURA 26)
FIGURA 26 – Estudo com elementos finitos
(FONTE: CHEN, TERADA, HANADA et al. 2005)
CRISMANI et al. (2005), ao avaliarem dois sistemas de implantes palatinos,
descreveram as seguintes indicações: (1) abertura e fechamento de espaços na
maxila, (2) correção de assimetrias e desvio de linha mediana através da
distalização ou mesialização de segmentos na maxila, (3) em pacientes
parcialmente edêntulos, alterando o ponto de aplicação da força na região
posterior, de tal forma que os dentes anteriores possam ser deslocados nas três
86
dimensões do espaço, (4) estabilização dentária (por ex. caninos e molares)
durante o tratamento com elásticos de Classe II e III, quando os efeitos devem ser
concentrados somente no arco inferior e (5) expansão uni ou bilateral em adultos.
Nesse estudo de CRISMANI, BERNHART, BANTLEON et al. (2005) recomenda-
se a utilização de telerradiografias em norma lateral e tomografia dentária
computadorizada para a avaliação da espessura do palato duro antes da cirurgia.
Sugerem que os implantes com 4 mm de comprimento são suficientes para os
propósitos ortodônticos. A carga ortodôntica pode ser empregada direta ou
indiretamente sobre esses implantes. Foi empregada uma força de 150g
diretamente sobre esses implantes para neutralizar a tendência de inclinação
durante a distalização de segundos molares superiores. Após o tratamento esses
implantes são removidos com uma completa cicatrização do local. As
complicações relacionadas a esse tipo de procedimento, apontadas por
CRISMANI et al. (2005) são em virtude de uma possível inflamação do tecido peri-
implante e conseqüente afrouxamento, podendo causar a perda desses
elementos. Esse afrouxamento, quando detectado precocemente, não significa
uma falha na fixação, pois, durante a fase inicial de cicatrização pequena
mobilidade pode ocorrer, desaparecendo num intervalo de 6 semanas. Entretanto,
se isso acontecer associado a uma inflamação dos tecidos adjacentes, a
possibilidade de falha na fixação desses implantes existe.
Exames cefalométricos de perfil permitem a visualização da espessura de osso
presente no triângulo anterior formado pelo palato duro e processo alveolar,
delimitado pela cavidade oral (abaixo), assoalho nasal (acima) e pelas raízes dos
87
incisivos (à frente) (FIGURA 27). A localização ântero-posterior desses implantes
e sua inclinação devem ser planejadas dentro desse triângulo, para maximizar a
quantidade de osso e minimizar os riscos de perfuração de estruturas adjacentes,
como assoalho nasal, canal naso palatino e as raízes dos incisivos. Os implantes
devem se posicionar ao nível dos primeiros pré-molares, com uma inclinação
entre 20º e 30º com o longo eixo axial dos segundos pré-molares (COUSLEY,
2005). Acrescenta ainda que a localização desses implantes não deve estar
limitada á região mediana do palato, pois, em adolescentes entre 13 e 17 anos a
sutura palatina pode não estar completamente obliterada, o que levaria a uma
falha na fixação.
FIGURA 27 – Visualização radiográfica de um implante palatino
(FONTE: WEHRBEIN, FEIFEL e DIEDRICH, 1999)
Em um estudo prospectivo com 9 pacientes WEHRBEIN, FEIFEL e
DIEDRICH (1999) demonstraram uma ósseo integração bem sucedida de
implantes palatinos (Straumann Orthosystem) e estabilidade em todos os casos.
Entretanto, em contradição houve uma perda de ancoragem de 0,9 mm, em
média, durante o fechamento dos espaços referente aos pré-molares, o que
88
provavelmente ocorreu em virtude da deformação da barra trans-palatina,
confeccionada com fio 0,08mm.
COUSLEY (2005) recomenda a confecção dos arcos trans-palatinos com fios
de aço inoxidável retangulares de 1,2mm, para conectar a cabeça do implante aos
dentes de ancoragem. Acrescenta, ainda, que o alinhamento dos dentes de
ancoragem deve ser realizado durante o período de ósseo integração de tal forma
que a utilização desses implantes palatinos não prolongue o tempo de tratamento.
1.1.5.3 – Os Onplantes
A quantidade de volume ósseo presente no palato duro determina a
possibilidade de utilização dos implantes palatinos. Se a espessura de osso
presente nessa região é insuficiente, alternativa para se obter um reforço de
ancoragem são os Onplantes
®
(FIGURA 28) (CRISMANI, BERNHART,
BANTLEON et al., 2005).
FIGURA 28 – Ilustração de um onplante
(FONTE: ISMAIL e JOHAL, 2002)
89
Os onplantes (apresentados por BLOCK e HOFFMAN em 1995) constituem
de uma estrutura em forma de disco, com 10 mm de diâmetro e 3 mm de
espessura. Essa estrutura revestida de hidroxiapatita é posicionada
subperiostealmente, na região posterior do palato duro, através de o procedimento
cirúrgico denominado “tunelamento”, minimizando a possibilidade de ocorrerem
infecções ao redor deste. Após um período de 10 semanas para cicatrização, o
Onplante é exposto cirurgicamente, e um abutment em forma de esfera é inserido
sobre esse e posteriormente conectado aos anéis dos primeiros molares através
de uma barra transpalatina. Esse mecanismo de ancoragem temporária ósseo
integrada tem demonstrado resistir forças contínuas e de intensidade superior a
300g, durante seus experimentos em cachorros e macacos. Após a correção,
esses Onplantes são removidos através de uma osteotomia, entretanto, ISMAIL e
JOHAL (2002) relataram ser, esse procedimento, bastante desconfortável para o
paciente.
Em seu estudo, HONG< NGAN, LI et al. (2005) relataram a utilização de um
Onplantes
®
como ancoragem absoluta durante a retração da maxila com uma
máscara facial, em uma adolescente de 11 anos, com uma má oclusão de Classe
III em desenvolvimento. A paciente apresentava um ANB de -2,2º, um overjet de -
3,3 mm e uma atresia maxilar superior. Em razão da severa deficiência de
comprimento do arco superior, a utilização de Onplantes
®
como ancoragem para a
protração maxilar foi sugerida. Utilizaram um Onplante hexagonal de 7,7 mm de
diâmetro (Nobel Biocare) próximo à sutura palatina mediana, na região de
molares. A protração maxilar foi iniciada 4 meses após a colocação do Onplante
90
com uma carga de 400g em cada lado, na região de caninos, formando um ângulo
de 30º com o plano oclusal, durante 12h diárias. O tratamento transcorreu durante
12 meses com um significativo movimento da maxila e uma melhora no perfil do
terço médio da face. Acrescentam que o tecido ao redor do onplante cicatrizou em
duas semanas e que o grau de aceitação da paciente com relação aos efeitos da
cirurgia foi positivo, com dor e sintomas de desconforto desprezíveis, no pós-
operatório. A estabilidade desses onplantes foi evidenciada, com os resultados
demonstrando nenhuma movimentação desses durante o período de aplicação
das forças ortopédicas. A quantidade de movimentação da maxila foi classificada
como excelente superior a outros estudos que utilizaram métodos convencionais
de ancoragem.
1.1.5.4– As mini-placas e parafusos como ancoragem ortodôntica
Na busca por protocolos de ancoragem alternativos que não incorporem
aparelhos extra bucais e não necessitem da cooperação do paciente, um novo
Sistema de Ancoragem Esquelética em Ortodontia (OSAS) foi desenvolvido,
através da implantação de mini-placas e mini-parafusos de titânio puro na região
do osso zigomático (FIGURA 29) e no corpo da mandíbula (EVERDI e ACAR,
2005; UNEMORI, SUGAWARA, MITANI et al., 1999).
91
FIGURA 29 – Mini-placas (a direita) fixadas com parafusos (a esquerda) no
processo zigomático
(FONTE: ERVERDI e ACAR, 2005)
Segundo COPE (2005), essas mini-placas constituem um mecanismo de
ancoragem temporária, biocompatível, onde, a fixação ocorre devido a uma
retenção mecânica entre os parafusos de fixação e o osso, promovendo
estabilidade sem que ocorra ósseo integração intencionalmente.
Segundo UNEMORI, SUGAWARA, MITANI et al. (1999), durante o
tratamento de uma mordida aberta anterior o controle sobre a altura dento-alveolar
na região posterior é importante. Os métodos convencionais para a correção
desse tipo de má oclusão não controlam a intrusão na região de molares com
eficiência, principalmente nos pacientes adultos, em virtude da dificuldade de se
obter uma ancoragem rígida nesses casos. Desenvolveram um sistema de
ancoragem esquelética através do emprego de mini-placas de titânio, utilizadas
com freqüência nas fixações rígidas em cirurgia ortognática, na região do corpo da
mandíbula, como unidade de ancoragem durante a intrusão do segmento dento
alveolar posterior inferior para a correção da mordida aberta anterior (FIGURA 30).
Em seu estudo, intrusão de 3,5 a 5,0mm na região de molares inferiores foi
92
observada com o emprego desse sistema, associado a uma mínima extrusão na
região de incisivos, um giro anti-horário da mandíbula e uma estabilidade
completa das mini-placas.
FIGURA 30 – Mini-placa de titânio fixada no corpo mandibular
(FONTE: UNEMORI, SUGAWARA e MITANI, 1999)
SUGAWARA, DAIAMURA, UNEMORI et al. (2004) utilizaram esse sistema
de ancoragem durante a distalização de molares inferiores em adultos, para a
correção de apinhamentos anteriores. Os resultados demonstraram uma
distalização eficiente dos molares, com um deslocamento de corpo, demonstrando
a eficiência dessa técnica, particularmente nos casos de má oclusão de Classe III,
apinhamento dos incisivos inferiores e assimetrias dentárias.
SUGAWARA e NISHIMURA (2005) descreveram a estrutura dos
componentes desse sistema de ancoragem desenvolvido por UNEMORI,
93
SUGAWARA, MITANI et al. (1999). A placa consiste de três partes, a saber,
cabeça, corpo e braços. A cabeça fica exposta intra-oral, sem que interfira no
movimento dentário, e apresenta três ganchos contínuos para receberem a ação
da força ortodôntica. Os braços são estruturas trans mucosas e disponíveis em
três tamanhos: 10,5; 13,5 e 16,5mm de comprimento. O corpo é posicionado sub
periostealmente e apresenta três configurações: em T, em Y e em I. Essas placas
são fixadas por parafusos monocorticais de titânio, com 2mm de diâmetro e 5mm
de comprimento. A quantidade mínima de osso cortical necessária deve ser de
2mm, no local da cirurgia (FIGURA 31).
FIGURA 31– Configurações das mini-placas de titânio. (A) em T, (B) em Y
e (C) em I
(FONTE: SUGAWARA e NISHIMURA, 2005),
O bordo inferior do processo zigomático possui uma estrutura óssea sólida
e está localizado a uma distância segura das raízes dos molares. A mini placa,
que está fixada por 3 ou 4 mini implantes nessa região, proporciona uma retenção
para cargas imediatas. A ancoragem exercida por esse sistema pode ser indireta,
94
como reforço para a região de molares, ou direta, com a carga exercida
diretamente sobre o implante (ERVERDI e ACAR, 2005).
De acordo com SUGAWARA e NISHIMURA (2005), a força ortodôntica
deve ser usualmente aplicada após 3 semanas da colocação das placas. Esse
prazo é necessário para a cicatrização tecidual e não para ósseo integração.
Acrescentam que imediatamente após o término do tratamento essas unidades de
ancoragem são removidas. Em seu estudo, aplicaram uma força de 400g, em
cada lado, durante a distalização e intrusão “em massa” na região de molares,
durante a correção de uma mordida aberta. O tempo total de tratamento foi de 1
ano e 9 meses.
Em seu estudo, ERVERDI e ACAR (2005) utilizaram a ancoragem com
mini-placas (Surgi-Tec System), na região do bordo inferior do osso zigomático,
em cada lado, durante a retração “em massa” do segmento anterior, no tratamento
de uma Classe II esquelética e dentária, em uma paciente de 24 anos de idade.
Segundo os mesmos, atenção especial deve ser dada como relação à posição do
extremo livre da placa, pois contém um tubo horizontal que deve se posicionar
paralelamente à coroa dos molares, onde será exercida a forca durante a
retração. A força empregada para a retração do segmento anterior, apontada por
ERVERDI e ACAR (2005) foi de 150g, em cada lado, através de uma mola de
níquel titânio, imediatamente após a remoção das suturas (1 semana).
Observaram uma redução do overjet para níveis normais em 6 meses, com um
tempo de tratamento total de 17 meses. Nenhum movimento foi observado na
região de molares, através de superposição cefalométrica, porém, pequena
95
inclinação palatina dos caninos foi detectada. Concluíram que a retração “em
massa” dos seis elementos anteriores utilizando como ancoragem o osso
zigomático é um eficiente método para correção de overjet severo.
SHERWOOD, BURCH e THOMPSON (2002) relatam que os pacientes
envolvidos em seu estudo eram portadores de mordida aberta anterior severa e
recusaram a possibilidade de uma cirurgia ortognática. Optaram pelo emprego de
mini-placas no processo zigomático da maxila, associadas ao tratamento
ortodôntico, por ser esse um procedimento menos invasivo. Um tempo de espera
de 8 semanas foi indicado para permitir a cicatrização e adaptação antes da
aplicação da força. O tempo de aplicação da força de intrusão foi de 5,5 meses,
em média, com todos os pacientes apresentando uma intrusão média de 1,99m
dos molares e uma conseqüente correção da má oclusão. Não houve nenhuma
movimentação identificável clínica ou radiograficamente das mini-placas.
De acordo com SUGAWARA e NISHIMURA (2005), as vantagens de se
utilizar as mini-placas como ancoragem estão na possibilidade de execução de
movimentos extremamente difíceis, se não impossíveis, como a intrusão de
molares e por permitirem a distalização de segmentos sem a necessidade de
utilização de mecânicas extra bucais, durante a correção de apinhamentos,
protrusões e assimetrias. Esses objetivos, na maioria das vezes, são alcançados
sem a extração de pré-molares e independente da cooperação dos pacientes
(Figuras 32, 33, 34 e 35). Algumas complicações foram descritas por SUGAWARA
e NISHIMURA (2005), incluindo edema pós operatório, infecções moderadas ou
graves, perda da fixação da placa e fraturas, apesar de essa última nunca ter sido
96
observada em nenhum caso. Em suas experiências com mais de 500 casos
tratados com esses sistema SAS, acrescentam que em apenas 10% dos casos
infecção foi observada e a perda desses implantes ocorreu em apenas 1% de
todos os casos.
FIGURA 32 – Intrusão do segmento posterior da maxila
(FONTE: SUGAWARA e NISHIMURA, 2005)
FIGURA 33 – Intrusão do segmento posterior da mandíbula
(FONTE: SUGAWARA e NISHIMURA, 2005)
FIGURA 34 – Distalização do segmento posterior na maxila
(FONTE: SUGAWARA e NISHIMURA, 2005)
97
FIGURA 35 – Distalização do segmento posterior na mandíbula
(FONTE: SUGAWARA e NISHIMURA, 2005)
A correção cirúrgica dos casos de mordida aberta esquelética é um
procedimento complexo e arriscado, sendo que os altos custos dessa técnica têm
levado à busca por métodos alternativos de tratamento. ERVERDI, KELES e
NANDA (2004), avaliaram a utilização de mini placas de titânio puro como unidade
de ancoragem durante a intrusão de dentes posteriores na maxila para correção
de uma mordida aberta anterior, em pacientes sem crescimento. Concluíram que
esse tipo de ancoragem pode ser utilizado com eficácia durante a correção de
mordidas abertas anteriores em pacientes sem potencial de crescimento, com
mínima cooperação por parte destes, exceto no que tange à boa higienização. A
simplicidade da técnica reduz a agressividade e o tempo de operação das
cirurgias convencionais. Recomendam, ainda, pesquisas futuras com relação á
estabilidade a longo prazo desse tipo de tratamento.
Segundo KANOMI (1997), esse sistema é desconfortável para o paciente
devido o procedimento cirúrgico ser invasivo, o desconforto durante a cicatrização
inicial e dificuldade de controlar a higienização.
98
1.1.5.5 – Os mini-implantes como ancoragem ortodôntica
Os mini-implantes constituem um mecanismo de ancoragem temporária,
onde, parafusos de titânio com dimensões reduzidas (FIGURA 36) são fixados em
diferentes locais, permitindo um controle de ancoragem sem a intenção de se
promover uma ósseo integração, pois, o princípio que envolve a estabilidade
desses mini-implantes está voltado para a retenção mecânica primária entre a
superfície dos parafuso e o osso adjacente, criada logo após sua colocação
(COPE, 2005).
FIGURA 36 – Ilustração de um mini-implante
(FONTE: OHNISHI, YAGI, YASUDA et al. 2005)
Vários termos vêm sendo empregados como referência a esses implantes.
Na literatura, segundo COPE (2005), os termos micro implante, mini implante
dental, mini parafusos e implantes tipo parafuso são comumente encontrados.
Entretanto, “mini” é a abreviação de miniatura, sobre a qual os dicionários se
referem como algo pequeno quando comparado a outros do mesmo tipo. Por
outro lado, “micro” é a abreviação de microscópico, que faz referência àquilo que
99
se visualiza ou identifica através de exame microscópico. Dessa forma, o termo
“mini” é mais correto e preferível, sendo empregado como mini-implantes para
aqueles implantes que possuem 2,5mm de diâmetro ou menos.
Os mini-implantes conferem uma alternativa de ancoragem, com vantagens
referentes a dimensões reduzidas, simplicidade de colocação e remoção, grande
variedade de locais de inserção e indicações, tempo de espera reduzido (às vezes
inexistente), trabalho laboratorial desnecessário, baixo custo e grande aceitação
por parte dos pacientes em relação aos demais sistemas de ancoragem obtidos
através de implantes, onplantes, mini-placas e parafusos (HERMAN e COPE,
2005; MAINO, MURA e BEDNAR, 2005; LIOU, PAI e LIN, 2004).
Segundo PARK, KWON e SUNG (2004), esses mini-implantes podem ser
colocados em locais que normalmente não aceitariam um implante convencional,
como no osso alveolar intra-arcos sem prejuízo para as raízes dos dentes
adjacentes, além das demais regiões onde normalmente se empregam outros
sistemas de ancoragem temporária. Os mini-implantes devem ser inseridos em
região de mucosa queratinizada (gengiva inserida). Dessa forma, o risco de
infecções peri-implante ou de a mucosa livre cobrir a cabeça do implante é
reduzido. Entretanto, não se sabe se existe divergência suficiente entre as raízes
para a colocação desses mini-implantes em nível de junção mucogengival
vestibular. Radiografias periapicais (FIGURA 37) são recomendadas para a
avaliação da quantidade óssea inter-radicular no local de inserção desses mini-
implantes, onde a manutenção de 1,0mm de osso entre o mini-implante e as
raízes adjacentes é aconselhável (SCHNELLE, BECK, JAYNES et al. 2004).
100
FIGURA 37 – Visualização da região de inserção dos mini-implantes
(FONTE: SCHNELLE, BACK, JANES et al. 2004)
De acordo com COSTA, PASTA e BERGAMASCHI (2005), a anatomia
subjacente aos tecidos moles, associada a variações individuais dificulta o
emprego desses mini-implantes sem o risco de danos a estruturas vitais
adjacentes entre os alvéolos. Em seu estudo, avaliaram a possibilidade de
inserção desses mini-implantes em locais fora do alvéolo. Na maxila selecionaram
as fossas incisiva e canina, crista infrazigomática, pré-maxila e região mediana do
palato, e, na mandíbula, avaliaram a sínfise, fossa canina, linha obliqua externa,
espaço retro-molar e fossa submaxilar. Avaliaram a espessura de tecido mole e
ósseo presente nessas regiões, e simularam o comportamento de diferentes
comprimentos de mini-implantes (4, 6, 8, 10 e 12mm) ao serem inseridos nesses
locais. Os resultados sugerem que existe uma ampla variedade de locais fora do
alvéolo para a colocação desses , os que minimiza o risco de contato com as
raízes dos dentes. Em geral, implantes de 4 a 6mm de comprimento podem ser
posicionados sobre esses locais sem nenhum riso de perfuração da parede
cortical do lado oposto. Entretanto, uma limitação referente a esses locais é a
escassez de mucosa queratinizada (ideal para a colocação dos mini-implantes),
101
onde a presença de mucosa alveolar livre pode cobrir o abutment dos mini-
implantes, dificultando as reativações necessárias posteriormente, e aumentando
o risco de processos inflamatórios.
Em seu estudo, SCHNELLE, BECK, JAYNES et al. (2004) constataram que
a quantidade adequada de osso alveolar inter-radicular (3 a 4mm) para a
colocação de mini-implantes de 1,2 a 2,0mm de diâmetro está localizada na
metade apical do comprimento total das raízes, que, na maioria das vezes, se
encontram cobertas por mucosa não aderida ao osso. Acrescentaram que os
achados de seu estudo confirmaram a indicação da região entre primeiros molares
e segundos pré-molares como a mais favorável para receber os mini-implantes
nos casos de retração de caninos e/ou incisivos.
A técnica cirúrgica está diretamente relacionada com o tipo de sistema
empregado (HERMAN e COPE, 2005; MAINO, MURA e BEDNAR, 2005;
MELSEN e VERNA, 2005). Normalmente o procedimento é simples, sem a
necessidade de uma intervenção cirúrgica e os mini-implantes são inseridos sobre
o tecido mucoso ou através de uma pequena incisão sobre a mucosa.
Primeiramente o local de implantação é anestesiado e limite muco-gengival é
localizado, pois, sempre que possível, esses mini-implantes devem estar
localizados sobre gengiva inserida. Um orifício para guiar o implante é
confeccionado com uma broca em baixa rotação (500 rpm, em média), sob
irrigação com solução estéril. Essa velocidade confere habilidade ao operador em
sentir o limite de transição entre o osso cortical e medular, bem como minimiza o
superaquecimento do osso adjacente. Esse orifício deve possuir de 1,2 a 1,5mm
102
de diâmetro e de preferência 0,3mm inferior ao diâmetro do mini-implante, que é
inserido manualmente ou com contra-ângulo e baixa rotação. Apos a inserção, a
cabeça do implante deve estar fora da mucosa com sua base justaposta, mas sem
comprimir, à mucosa. Após a inserção desses implantes, MAINO, MURA e
BEDNAR (2005) recomendam bochecho com solução de clorexidina 0,2% durante
sete dias.
HERMAN e COPE (2005) e MAINO, MURA e BEDNAR (2005) advertem
que durante a inserção mecânica (baixa rotação), não se deve exceder 40N/cm de
tensão produzida sobre o implante quando este estiver sendo fixado.
A ativação precoce dos mini-implantes é possível em virtude da retenção
mecânica, exercida entre planos inclinados distribuídos ao redor do corpo central
(em forma de parafuso) e o osso adjacente, o que confere uma estabilidade
primária suficiente para suportar cargas ortodônticas regulares (MELSEN e
VERNA, 2005). A opção por uma ativação precoce desses mini-implantes após
sua colocação reduz o tempo de tratamento quando comparado ao dos implantes
endósseos (PARK, KWON e SUNG, 2004). Forças leves, entre 10-20g por dente,
são recomendadas para intrusão de dentes anteriores, entretanto, forças mais
intensas entre 150- 200g por dente são necessárias para intrusão de dentes
posteriores, segundo PARK, LEE, KIM et al. (2003).
O tempo de espera de duas semanas entre a colocação do mini-implante e
sua ativação é recomendado. Segundo LIOU, PAI e LIN (2004) esse prazo é
suficiente para permitir uma cicatrização dos tecidos adjacentes sem, entretanto,
permitir uma ósseo integração. Um estudo realizado por MAJZOUB, FINOTTI,
103
MIOTTI et al. (1999) demonstraram histologicamente que, quando uma força é
aplicada prematuramente, uma camada de tecido fibroso se interpõe sobre a
superfície de contato osso-implante.
Em um estudo em cães, OHMAE, SAITO, MOROHASHI et al. (2001)
sugerem que os mini-implantes apresentam uma ósseo integração parcial,
resultando em uma estabilidade durante o tratamento, mas ainda permitindo uma
fácil remoção ao término deste.
Os mini-implantes devem ser posicionados perpendicularmente à direção
da linha de aplicação da força, já que, inicialmente, encontram-se estabilizados
somente por ação desta retenção primária. Se aparentemente a quantidade de
tecido ósseo de suporte é inadequada, é recomendável utilizar parafusos mais
longos que alcancem a lâmina cortical do lado oposto (MAINO, MURA e BEDNAR,
2005).
De acordo com MELSEN e VERNA (2005), os mini-implantes podem ser
utilizados como ancoragem direta (FIGURA 38), quando a linha de força
ortodôntica passa diretamente sobre ele, ou indireta (FIGURA 39), quando estão
posicionados fora da linha de ação da força ortodôntica. Acrescentaram que as
áreas recomendadas para a colocação dessas estruturas são a crista infra
zigomática e espinha infra nasal, na maxila e sínfise mandibular, além do
processo alveolar e espaço retro molar. O diagnóstico que permite a definição da
região onde será implantado o mini-implante é obtido com o auxílio de exames
radiográficos panorâmico e peri apical.
104
FIGURA 38 – Ancoragem direta
(FONTE: MELSEN e VERNA, 2005)
FIGURA 39 – Ancoragem indireta
(FONTE: MELSEN e VERNA, 2005)
O processo de remoção desses mini-implantes ocorre ao final do
tratamento, sob aplicação de anestésico tópico e na maioria das vezes sem
nenhum grau de dificuldade. O mini-implante é desparafusado com um
mecanismo apropriado com uma cicatrização do local em poucos dias (MAINO,
MURA e BEDNAR, 2005).
105
O primeiro relato de caso clínico, na literatura, do emprego de mini-
implantes como unidade de ancoragem foi feito por CREEKMORE e EKLUND
(1983), que utilizaram parafusos de vitallium no tratamento de uma mordida
profunda, implantados na região da espinha nasal anterior, para intruir os incisivos
através de elásticos posicionados entre o mini-implante e os incisivos. O período
de espera desde a implantação dos parafusos foi de 10 dias.
KANOMI (1997) desenvolveu um novo Sistema de Ancoragem Esquelética
em Ortodontia (OSAS), utilizando mini-implantes de 1,2mm de diâmetro e 6,0mm
de comprimento, a partir de mini-parafusos de titânio empregados na fixação de
placas ao osso, fixados dentro do osso alveolar a 3mm do ápice dos dentes, na
região de incisivos inferiores (FIGURA 40). Acrescenta que o procedimento
cirúrgico para a colocação e remoção desses implantes é simples e relativamente
menos traumático.
FIGURA 40– Ilustração de um mini-implante inserido entre as raízes dos
incisivos inferiores
(FONTE: KANOMI, 1997)
106
Em seu estudo, HERMAN e COPE (2005) descrevem um sistema de mini-
implantes específicos para Ortodontia. Os implantes IMTEC
®
constituem-se de
parafusos de liga de titânio (Ti-AL6-V4) com 1,8mm de diâmetro e 6, 8 e 10,0mm
de comprimento. Essa liga é considerada duas vezes e meia mais resistente do
que o titânio puro. A cabeça do implante é em forma de esfera, com 2,3mm de
comprimento e com um orifício central de 0,7mm de diâmetro. Um outro orifício de
0,7mm está localizado no colar trans-mucoso de 1,7mm de comprimento (FIGURA
41). Relataram que o alinhamento e nivelamento anterior à colocação dos mini-
implantes permitem o emprego de arcos contínuos, entretanto, nos casos de
pacientes com discrepâncias verticais, esse procedimento deve ser executado
após a colocação do implante, pois qualquer nivelamento poderá exacerbar a
condição.
FIGURA 41 – Mini-implantes ortodônticos IMTEC
®
(FONTE: HERMAN e COPE, 2005)
107
MELSEN e VERNA (2005) desenvolveram o sistema de ancoragem
Aarhus, que consiste de mini-implantes de titânio com 1,5 ou 2,0mm de diâmetro,
com a cabeça do implante imitando um bracket, o que diminui o risco de fratura
quando comparados aos primeiros mini-implantes e com a rosca e o colar trans-
mucoso de comprimento variado (FIGURA 42). Com o objetivo de permitir a ação
de forças imediatas ou com um período de espera inferior ao dos implantes
convencionais, esses implantes podem ser aplicados em diferentes locais,
incluindo os espaços inter-radiculares. Afirmam que esse sistema permite uma
deposição óssea sob a presença de cargas imediatas (25 – 50gf) transmitidas ao
tecido ósseo através desses implantes. A tensão produzida no tecido ósseo
subjacente ao mini implante cria um ambiente local propício para a formação
óssea. Á medida em que o osso se torna mais denso a quantidade de carga pode
ser aumentada, entretanto, nos três primeiros meses recomendam a manutenção
da força em níveis moderados. Esse sistema de ancoragem desenvolvido por
MELSEN e VERNA (2005), está indicado para dois grupos específicos de
pacientes. O primeiro consiste de casos onde a quantidade de dentes presente é
insuficiente para promover uma ancoragem convencional e, o segundo, inclui
aqueles pacientes em que se prevê antecipadamente efeitos adversos provocados
em resposta às forças aplicadas durante o tratamento ortodôntico.
108
FIGURA 42 – Sistema Aarhus de mini-implantes
(FONTE: MELSEN e VERNA, 2005)
Um novo sistema de ancoragem temporária através de mini-implantes foi
desenvolvido por MAINO, MURA e BEDNAR (2005), denominado Spider Srew
®
.
Consiste de parafusos de titânio puro, disponíveis com 1,5 e 2,0mm de diâmetro,
com comprimento variando entre 6, 8 e 10,0 mm para os parafusos de 1,5mm e 7,
9 e 11,0mm para os de 2,0mm. Ambos os diâmetros estão disponíveis em três
modelos diferentes de colar trans mucoso, de acordo com a região onde serão
colocados. (FIGURA 43). Esses parafusos podem ser ativados imediatamente sob
ação de forças de 50 a 300gf, sendo que uma completa ósseo integração não é
esperada nem desejada nesse tipo de ancoragem. Esse sistema foi desenvolvido
para suportar uma variedade de movimentos ortodônticos envolvendo pacientes
com dentição mutilada, pacientes que não são cooperadores ou os casos de
extração que requerem uma ancoragem máxima.
109
FIGURA 43 – Sistema Spider Srew
®
de mini-implantes
(FONTE: MAINO, MURA e BEDNAR, 2005)
A utilização desses sistemas é ampla, e HERMAN e COPE (2005)
descreveram algumas vantagens do emprego desse novo modelo de ancoragem.
Nos casos de mordida aberta anterior, durante a intrusão de dentes posteriores, a
utilização desses mini-implantes lateralmente no osso alveolar na região vestibular
e/ou palatina (FIGURA 46) elimina a necessidade de cooperação por parte do
paciente, necessária nos casos em que se emprega a terapia com extra bucal ou
elásticos, ou de um possível tratamento orto-cirúrgico, oferecendo uma
ancoragem eficiente e eliminado os efeitos indesejáveis das mecânicas
convencionais sobre o segmento anterior. Nos casos de sobremordida moderada
ou exagerada, os mini-implantes proporcionam uma ancoragem estável durante a
intrusão “em massa” do segmento anterior (FIGURA 47). Acrescentam que o
emprego dos mini-implantes permite um maior controle vertical, especialmente
nos casos de pacientes com elevado plano mandibular e com tendência de
crescimento vertical, durante a execução da mecânica ortodôntica convencional. A
110
ancoragem proporcionada pelos mini-implantes também representa uma
excelente alternativa durante o tratamento com extração que requerem máxima
ancoragem durante a retração do segmento anterior.
FIGURA 44 – Mini-implantes para intrusão posterior
(FONTE: RITTO e KYUNG, 2003)
FIGURA 45 – Mini implantes para intrusão superior (a direita) e inferior (a
esquerda)
(FONTE: RITTO e KYUNG, 2003)
Entretanto, o comportamento clínico dos mini-implantes sob ação de cargas
ortodônticas ainda não está claro. Existe a questão se eles se mantêm
absolutamente estáveis como os implantes endósseos ou se deslocam à medida
que a força a ortodôntica é aplicada (LIOU, PAI e LIN, 2004).
111
Existe, até o presente momento, somente um estudo realizado por
MIYAWAKI, KOYAMA, MASAHIDE et al. (2003) sobre os fatores que podem
interferir na estabilidade desses mini-implantes. Observaram que existem três
fatores críticos na determinação da estabilidade dos mini-implantes, a saber: (1)
diâmetro do parafuso, (2) inflamação do tecido mole peri-implante e (3) a
qualidade óssea do local de inserção.
1.1.5.5.1 – Relatos de casos clínicos tratados com mini-implantes
PARK, LEE e KWON (2005), quantificaram os efeitos clínicos e o percentual
de sucesso de mini-implantes, como unidades de ancoragem, durante a
distalização de molares permanentes nos maxilares. Avaliaram 14 pacientes, com
idade de 17,9 +_ 5,7 anos, através de radiografias cefalométricas e modelos de
estudo. Uma força de 200g foi aplicada entre os mini-implantes (Martin; Osteomed
Co; Dentos) e os caninos na maxila, de tal modo que a sua resultante estava
direcionada para trás e para cima (FIGURA 46). Encontraram um percentual de
sucesso de 90%, ou seja, 27 dos 30 mini-implantes foram mantidos durante a
aplicação da força, com um período médio de aplicação da força de 12,3 +- 5,7
meses. Houve uma distalização estatisticamente significativa dos primeiros
molares e pré-molares superiores, entretanto, nenhum efeito colateral foi
observado nos dentes anteriores, sem nenhum deslocamento anterior desses
dentes. Concluíram que os mini-implantes colocados no osso alveolar inter-
112
radicular, na maxila, proporcionam uma ancoragem absoluta durante a
distalização “em massa” dos dentes posteriores.
FIGURA 46 – Direção da força aplicada diretamente sobre mini-implantes
(FONTE: PARK, LEE e KWON, 2005)
Mini-implantes com 1,2mm de diâmetro e 6/8/10mm de comprimento
(Osteomed Co; Absoanchor AX12-108) foram utilizados por PARK, KWON e
SUNG (2004), no tratamento de más oclusões de Classe I, com discrepância
negativa de comprimento de arco de 4 a 7mm, sem extrações. A força de
distalização foi empregada diretamente sobre os mini-implantes 14 dias após sua
colocação. Após a distalização dos dentes posteriores, o que proporcionou espaço
suficiente para eliminar o apinhamento e permitir o alinhamento adequado dos
dentes anteriores esses implantes foram removidos. O tempo de tratamento variou
entre 10 e 17 meses, com uma distalização dos molares entre 2,5 e 3,0mm e com
113
os mini-implantes mantidos sem alteração no decorrer do tratamento. Nenhum
desconforto ou inflamação foi observado.
OHNISHI, YAGI, YASUDA et al. (2005) utilizaram mini-implante
(Orthoanchor K1 System
®
) de 1,2 x 6,0mm, durante o tratamento sem extrações
de uma sobremordida de 7,2mm, em uma paciente de 19 anos de idade. O mini-
implante foi implantado na região do osso alveolar entre o ápice das raízes dos
incisivos centrais superiores, a 3mm desse. Oito meses depois, uma carga de
20gf foi exercida entre o implante e o arco superior, o que permitiu uma elevação
de aproximadamente 4mm dos incisivos, sem efeitos colaterais no segmento
posterior, como extrusão de molares. Os implantes se mantiveram funcionais
durante o período ativo de tratamento, que foi de 21 meses.
PARK e KWON (2004) avaliaram a eficácia de mini-implantes de 1,2 x
6,0mm (Stryker Leibinger) durante o retração “em massa” do segmento anterior,
na maxila, no tratamento de uma má oclusão Classe I, com biprotrusão,
envolvendo a extração de pré-molares. Os implantes foram colocados
bilateralmente no osso alveolar, na região entre segundos pré-molares e primeiros
molares, e sofreram a ação de uma força de 150gf, exercida através de uma mola
fechada de níquel titânio. Os objetivos do tratamento foram alcançados, com os
dentes apresentando um deslocamento posterior de corpo de 7mm e uma intrusão
de 2mm. Os mini-implantes não apresentaram nenhuma mobilidade ou
deslocamento, sendo removidos facilmente ao final do tratamento.
MAINO, MURA e BEDNAR (2005) utilizaram 2 mini-implantes (Spider Screw
®
)
de 1,5mm de diâmetro mesialmente aos primeiros molares superiores, para a
114
retração “em massa” do segmento anterior durante o tratamento de uma Classe II.
Um arco de aço 0,016 x 0,022” com stops na mesial dos primeiros molares e
ganchos na mesial dos caninos utilizaram uma força de 150g, através de molas de
níquel-titânio, durante a correção da má oclusão de Classe II.
Durante a retração em massa do segmento anterior na maxila, LIOU, PAI e
LIN (2004) utilizaram mini-implantes (Leibinger) de 2,0mm de diâmetro e 17mm de
comprimento como unidade de ancoragem. Um total de 32 mini-implantes foram
colocados no apoio zigomático da maxila, região localizada entre os processos
alveolar e zigomático da maxila, na altura do primeiro molar, escolhida em virtude
da espessura suficiente de osso cortical (3 a 4mm) e medular (4 a 5mm) dessa
região. Utilizaram um arco base de 0,016 x 0,022 “mm de aço, com molas de
níquel-titânio para a retração do segmento anterior associado a dois braços de
alavanca de mesmo calibre para intrusão. Duas molas de níquel-titânio foram
inseridas em cada mini-implante, exercendo forças de 150g e 250g para retração
e intrusão, respectivamente. Avaliaram e estabilidade desses mini-implantes
através de exames radiográficos e clínicos. Radiografias cefalométricas em norma
lateral foram realizadas em dois momentos: (T1) duas semanas após a colocação
dos mini-implantes e (T2) após o início da retração “em massa”. Para eliminar
diferenças entre a posição da cabeça dos pacientes durante os dois exames, foi
calculada a média das imagens do lado esquerdo e direito. Os pontos de
referência utilizados foram a parte final do mini-implante (ponta), o ponto médio do
corpo e a cabeça. Clinicamente, os mini-implantes foram avaliados com relação à
mobilidade horizontal, através de um referencial posicionado mesialmente ao tubo
115
auxiliar dos molares e apoiado na parte distal da cabeça do implante. Nesse
estudo todos os mini-implantes permaneceram estáveis clinicamente.
KURODA, KATAYAMA e YAMAMOTO (2004) utilizaram um parafuso de
titânio (Keisei Medical Industrial) com 2,3mm de diâmetro e 14mm de
comprimento, inseridos bilateralmente no processo zigomático da maxila e no
osso alveolar da mandíbula, através da mucosa vestibular, o tratamento de uma
mordida aberta anterior esquelética severa de 7mm, e um overjet de 7,1mm
(FIGURA 47), em uma paciente de 33 anos. De acordo com o diagnóstico, a
causa dessa má oclusão estava relacionada à extrusão de molares superiores e
inferiores. Foi planejada a colocação desses implantes para permitirem uma
ancoragem absoluta durante a intrusão desses molares. Foi obtida uma intrusão
de 3mm na região de molares inferiores e posteriores, o suficiente para correção
da má oclusão. O período de espera para a cicatrização foi de 3 meses e foram
necessários 19 meses para o tratamento total.
FIGURA 47 – Parafuso de titânio (A) e mecânica para intrusão posterior
(FONTE: KURODA, KATAYAMA e YAMAMOTO, 2004)
116
As FIGURAS 48, 49, 50 e 51 ilustram algumas aplicações clinicas dos mini-
implantes como unidades de ancoragem durante o tratamento ortodôntico de
diferentes tipos de má oclusão (RITTO e KYUNG, 2003).
FIGURA 48 – Ancoragem durante a mesialização de molares inferiores
(FONTE: RITTO e KYUNG, 2003)
FIGURA 49 – Ancoragem durante retração anterior “em massa” com
aparelho fixo lingual
(FONTE: RITTO e KYUNG, 2003)
FIGURA 50 – Ancoragem durante retração “em massa” com aparelho
ortodôntico convencional
(FONTE: RITTO e KYUNG, 2003)
117
FIGURA 51 – Ancoragem durante a retração do canino superior
(FONTE: RITTO e KYUNG, 2003)
O relato de casos clínicos, segundo COPE (2005), embora seja importante
na descrição do que é possível se fazer clinicamente, é inadequado na
documentação das bases biológicas e dos parâmetros biomecânicos necessários
para a implementação de um novo modelo clínico em larga escala. A literatura
está apenas começando a ver publicações de pesquisas clínicas prospectivas e
experimentos com base cientifica, o que permitirá responder algumas questões
importantes com relação ao emprego desse novo sistema de ancoragem.
1.1.5.5.2 – Complicações referentes aos mini-implantes
Segundo MELSEN e VERNA (2005), as complicações decorrentes da
utilização de mini-implantes são raras. Entretanto, perda de estabilidade inicial
devido a espessura inadequada de osso cortical e inserção direta no ligamento
periodontal ou sobre as raízes do dentes podem ocorrer durante a colocação
desses mini-implantes. A perda desses implantes pode acontecer em decorrência
118
de processo inflamatório local ou remodelação óssea. Acrescentam que existe a
possibilidade de se desenvolver uma hipertrofia na mucosa adjacente ao implante
e que, para se evitar tal complicação, os mini-implantes devem estar posicionados
sobre gengiva inserida.
Em caso de uma eventual mobilidade, esses mini-implantes devem ser
substituídos por outro de maior diâmetro e comprimento. Se isso não for
suficiente, um outro local deve ser escolhido para receber o mini-implante.
Quando ocorre invasão do ligamento periodontal inadvertidamente, o paciente
apresenta sintomas de dor durante a percussão e mastigação. Quando esses
implantes entram em contato com as raízes de dentes adjacentes o paciente tem
queixa de sensibilidade com calor e frio. Nesses casos, os mini-implantes devem
ser removidos e uma terapia medicamentosa a base de anti-inflamatório e até
mesmo antibiótico deve ser iniciada (MAINO, MURA e BEDNAR, 2005).
Recomendam, também, a confecção de um guia cirúrgico de acrílico, suportando
um segmento de fio ortodôntico, para a determinação ideal do local de
implantação. O guia é posicionado e uma radiografia periapical é realizada,
permitindo a visualização da relação entre o fio e as raízes adjacentes.
De acordo com HERMAN e COPE (2005), as radiografias realizadas após a
colocação dos implantes freqüentemente fornecem uma ilusão de que esses estão
posicionados sobre os dentes. Essa ilusão resulta da limitação das radiografias bi
dimensionais. Acrescentam que se o tecido adjacente apresentar uma tendência
em cobrir a cabeça do implante, um capuz cicatrizador deve ser colocado sobre a
extremidade do mini-implante para suprimir essa tendência. Casso isso ocorra,
119
uma exposição simples sob anestesia local deve ser realizada. No momento da
colocação desses implantes, HERMAN e COPE (2005) descrevem que a
estabilidade primária deve ser garantida. Se o mini-implante não apresentar
estabilidade inicial o suficiente para suportar cargas de até 300gf, não ficará
estável posteriormente e provavelmente será perdido. Dessa forma, a estabilidade
primaria proveniente do contato entre o mini-implante e osso cortical adjacente é
um pré-requisito para uma estabilidade futura.
No estudo de LIOU, PAI e LIN (2004), apesar da estabilidade clínica dos mini-
implantes, estes não se mantiveram absolutamente estáticos sob ação de forças
ortodônticas. Observaram que os mini-implantes não promovem uma ancoragem
absoluta como os implantes ósseo-integrados. O deslocamento dos mini-
implantes pode estar relacionado com diversos fatores, tais como dimensões dos
parafusos, magnitude da força ortodôntica, quantidade de inserção do mini-
implante, qualidade óssea e período de espera para ativação. Dentre esses
fatores, o prazo de espera parece ser o fator determinante nesse deslocamento,
pois, apesar de não existir nenhuma evidencia histológica em seu estudo, LIOU,
PAI e LIN (2004) suspeitaram da existência de uma camada de tecido fibroso
interposta entre os mini-implantes e osso adjacente. Essa camada permitiria a
extrusão e inclinação desse implantes em direção à força ortodôntica, atuando
como um “ligamento periodontal”. Em seguida, o tecido fibroso seria comprimido
pelas roscas do parafuso, que então se travavam mecanicamente no osso de
suporte. Essa hipótese explica o porquê de alguns mini-implantes se deslocarem
sem, contudo, apresentar mobilidade clínica. Acrescentam que esse
120
deslocamento pode oferecer riscos quando esses mini-implantes forem colocados
próximos às raízes dos dentes, vasos, nervos ou forames. Dessa forma, não
devem ser posicionados próximos a órgãos vitais e, quando colocados em áreas
adjacentes a elementos dentários, deve existir uma margem de segurança de
2,0mm entre os mini-implantes e essas raízes.
1.1.6 – A densidade mineral óssea (DMO) e os implantes
A colocação de implantes endósseos depende quase que exclusivamente
da quantidade de osso disponível. O termo “osso disponível” pode ser descrito em
volume e densidade, sendo essa última um fator variável e determinante no
planejamento e execução de implantes endósseos (LANE, 2005).
Densidade é a relação entre a massa e o volume de um corpo. Sendo
assim, um osso denso é aquele que apresenta muita massa e peso em relação ao
volume, sendo espesso e compacto. A densidade mineral óssea (DMO) é a maior
responsável pela sobrevida dos implantes dentários. De fato, altas taxas
inaceitáveis de fracasso e perda óssea têm sido constantes achados associados à
implantes dentários em osso de qualidade ruim. Sendo assim, o conhecimento
prévio sobre densidade óssea torna-se um fator indispensável para um correto
planejamento e execução de implantes dentários (ALBREKTSSON, 1993).
Para manter a densidade dos ossos, o organismo necessita de um
suprimento adequado de cálcio e de outros minerais e deve produzir as
quantidades adequadas de vários hormônios, como o paratormônio (hormônio da
121
paratireóide), o hormônio do crescimento, a calcitonina, o estrogênio (nas
mulheres) e a testosterona (nos homens). Além disso, é necessário um
suprimento adequado de vitamina D, para que o cálcio oriundo dos alimentos seja
absorvido e incorporado aos ossos. A densidade óssea aumenta gradativamente
até atingir um máximo, em torno dos 30 anos de idade. Depois disso, a densidade
óssea diminui lentamente. Se o organismo não for capaz de regular seu conteúdo
mineral, os ossos tornam-se menos densos e mais frágeis, resultando na
osteoporose. Insuficiência renal crônica e distúrbios hormonais (especialmente
distúrbios da tireóide, da paratireóide ou das adrenais), consumo de drogas, como
corticosteróides, barbitúricos, anticonvulsivantes e quantidades excessivas de
hormônio tireoidiano, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabagismo
podem piorar o quadro (MERCK, 2005).
A densidade óssea é o parâmetro mais importante para a fixação inicial dos
implantes convencionais e ausência de movimento durante o primeiro estágio de
cicatrização cirúrgica (MISCH, 1990). A densidade óssea pode ser estimada
através da densitometria óssea, da avaliação radiográfica por tomografia,
radiografias dentais convencionais, como periapicais e panorâmicas, além de
estudos laterais cefalométricos (MCGIVNEY et al., 1968).
Para exercer a sua função de suporte e metabolismo, o osso é submetido à
uma série complexa de fatores mecânicos, bioelétricos, metabólicos, e
mediadores locais (citocinas e fatores de crescimento). A diferenciação dos
osteoblastos é medida mecânicamente, ou seja, é stress e fadiga-dependente. A
colocação de implantes dentários desencadeia uma resposta osteogênica que é
122
em sua maior parte, controlada por citocinas e fatores de crescimento. A resposta
cicatricial inicial é aparentemente independente de um controle mecânico direto,
isso se deve ao fato de o osso atingir ótimo nível cicatricial na ausência da carga
funcional. De fato, uma fase cicatricial relativamente sem carga é preferencial nos
casos de fratura e de interface osso/implante. O osso D1 cicatriza com osso
lamelar na interface e possui a melhor superfície de contato osso/implante,
aproximadamente 80%. O osso D2 cicatriza com woven bone e o osso lamelar, e
é adequadamente mineralizado em 4 meses. Tem aproximadamente 70% do osso
em contato com o corpo do implante. O osso D3 tem aproximadamente 50% de
superfície de contato osso/implante. Os implantes revestidos com hidroxiapatita
aumentam essa porcentagem acelerando a cicatrização óssea. São necessários 6
meses de cicatrização óssea inicial para permitir uma melhor porcentagem de
formação de osso trabecular ao redor dos implantes. O osso D4 é a densidade
com a menor quantidade de osso trabecular ao redor dos implantes, em média
25%. Entretanto, um período de tempo adicional de cicatrização óssea e a
colocação de carga gradual sobre os implantes irão melhorar a densidade e os
resultados da sobrevida destes implantes. Álém disso, como melhora adicional
pode se utilizar uma superfície de implantes coberta com hidroxiapatita. Um
aumento no tempo de cicatrização, permite que o implante estimule a formação
trabecular, além disso, a colocação gradual de carga é recomendada para
aumentar a densidade óssea (LANE, 2005).
123
O valor absoluto da DMO é expresso em gramas de osso mineralizado por
unidade de área (por ex.: g/cm
2
). Geralmente, valores 10% ou mais aquém , ou
além da média, sugerem uma alteração importante na densidade óssea (SIMÕES,
CARVALHO e MORAIS, 2002).
A DMO pode ser determinada por tomografia computadorizada. Esse é um
método de imagem que, a exemplo da radiologia convencional, utiliza os raios X
para explorar o corpo humano. No exame, o tubo de raios X gira em torno do
paciente durante a emissão de um feixe muito estreito de raios que, após
atravessar o paciente, é captado por detectores especiais, convertido em sinais
elétricos e enviado a um computador, que constrói as imagens. Com isto, a
tomografia computadorizada permite associar a vantagem de cortes anatômicos
sem sobreposição com uma alta resolução de contraste. As imagens produzidas
pelas tomografias computadorizadas estão na proporção de 1:1, ou seja, em
tamanho real. Até alguns anos atrás, as imagens eram obtidas sempre corte a
corte, com tempo total de exame variando de 15 a 40 minutos. Nos últimos anos,
os equipamentos passaram a realizar também a técnica helicoidal, cujo tubo de
raios-X gira continuamente enquanto a mesa se desloca. Dessa forma, é obtido
um grande número de imagens num tempo curto, entre 10 e 30 segundos. A
unidade de medida estabelecida pela tomografia computadorizada é expressa em
Unidades Hounsfield. Estruturas calcificadas apresentam densidade superior a
150H.U (ESCUISSATO, NETO e TONI, 2000).
A tomografia Computadorizada (TC) é um dos exames mais completos na
área de diagnóstico por imagem, permanecendo como método de excelência na
124
investigação de traumatismos e patologias vasculares agudas cranianas, no
estadiamento de malignidade e procedimentos intervencionistas, nos estudos dos
segmentos músculo-esqueléticos.
Na década de 80 um software especifico para efetuar exames reformatados
a partir de cortes tomográficos foi desenvolvido por Rothman, Schwarts e col.,
denominado DentaScan, segundo PIÑONES (2003). Esse software gera, a partir
de informações obtidas dos cortes axiais efetuados por um scaner, reconstruções
transversais através dos maxilares, permitindo a visualização em planos não
observados pelas radiografias convencionais (FIGURA 52).
FIGURA 52 – Cortes transversais do maxilar superior
O Dental Scan é programa que permite visualizar determinada região
anatômica, através de múltiplos cortes tomográficos, quando associada aos
125
sistemas de computação. Os sistemas de computação possibilitam diversas
vantagens na utilização deste exame, de alta resolução de imagens para a
Odontologia, tais como: (1) Reconstruções Multiplanares, recurso que permite o
tridimensionalismo, dando uma visão da região em planos axiais, coronais e
sagitais, evitando assim as sobreposições das estruturas estudadas, como
acontece nos exames convencionais; (2) Permite cortes com até 1mm de
espessura e (3) permite a correlação com a qualidade óssea de acordo com a
escala de Nirsh.
A densidade óssea influencia a técnica cirúrgica, o tempo de cicatrização, a
interface inicial osso/implante, e a colocação progressiva de carga durante a
reconstrução protética. Sendo assim, o conhecimento prévio sobre densidade
óssea torna-se um fator indispensável para um correto planejamento e execução
de implantes dentários.
Os mini-implantes representam uma alternativa dentre aquelas oferecidas
pelos novos sistemas de ancoragem temporária em Ortodontia. Vantagens como
fácil inserção e remoção, baixo custo e possibilidade de ativação imediata fazem
desse sistema de ancoragem o eleito por muitos ortodontistas durante a execução
de movimentos dentários limitados por mecânicas ortodônticas convencionais ou
pela condição intra-bucal de cada paciente (LANE, 2005).
Entretanto, questões com relação ao período de espera para ativação,
quantidade de força ideal e estabilidade absoluta desse mini-implantes
permanecem sem resposta. Dessa forma, se tornam necessárias avaliações mais
precisas a fim de se determinar o comportamento clínico desses mini-implantes
126
como unidade de ancoragem, buscando relacionar possíveis fatores, tal como a
densidade óssea dos pacientes em tratamento, com a estabilidade desses
implantes.
127
1.2 – OBJETIVOS
O presente trabalho tem por objetivo avaliar, através de exames clínicos,
radiográficos e tomográficos:
1.2.1 - A estabilidade de um sistema de ancoragem temporária empregado em
Ortodontia, através de mini-implantes de titânio, ativados imediatamente após sua
instalação, na distalização de caninos superiores permanentes, nas más oclusões
cujo plano de tratamento inclua a extração de primeiros pré-molares superiores;
1.2.2 – Correlacionar o índice de densidade óssea cortical e medular de cada
indivíduo, no local dos mini-implantes, com a estabilidade dos mini-implantes
durante o tratamento.
128
2 - METODOLOGIA
2.1 - Material
A amostra constará de 15 indivíduos, adultos jovens, que serão
selecionados consecutivamente para o início do tratamento, na clínica de pós-
graduação em Ortodontia, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal
de Juiz de Fora, respeitando os seguintes critérios:
a) idade compreendida entre 18 e 25 anos;
b) presença de todos os dentes permanentes erupcionados, exceto terceiros
molares;
c) ausência de tratamento ortodôntico e/ou ortopédico prévio;
d) boas condições de higiene bucal;
e) presença de má oclusão que justifique a exodontia de primeiros pré-molares
permanentes e necessite da distalização dos caninos;;
f) ausência de insuficiência renal crônica e distúrbios hormonais (especialmente
distúrbios da tireóide, da paratireóide ou das adrenais;
g) não usuários de drogas, como corticosteróides, barbitúricos, anticonvulsivantes
e quantidades excessivas de hormônio tireoidiano;
h) não alcoólatras e/ou tabagistas.
129
O diagnóstico, o adequado plano de tratamento e o prognóstico de cada
caso serão determinados antes de se iniciar o tratamento, através de exames
solicitados conforme modelo de ficha de documentação necessária, elaborado
pelo Curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Juiz de Fora.
A documentação constará de fotografias e diapositivos intra e extra-bucais,
modelos em gesso para estudo e arquivo, radiografia panorâmica, radiografia
cefalométrica em norma lateral, radiografia de mão e punho e exames
radiográficos periapicais dos locais de escolha para a inserção dos mini-implantes.
A partir desses exames determinar-se-á o diagnóstico e o plano de tratamento,
este contendo a mecânica a ser empregada em cada caso. Constará também da
documentação dos pacientes um modelo de ficha clínica, específico para o
registro de dados da pesquisa (ANEXOS 1e 2I).
2.2 - Método
2.2.1 - Exodontia dos primeiros pré-molares
A exodontia dos primeiros pré-molares será realizada pelo Serviço Especial
de Cirurgia Oral Menor da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de
Juiz de Fora. Um período de espera de quatro semanas após a cirurgia será
necessário para a cicatrização do local.
130
2.2.2 - Instalação do aparelho
Serão utilizados na montagem dos aparelhos fixos “multi-brackets”,
Edgewise Standard (Dental Morelli® / Brasil) com “slot” 0,022” x 0,028”, colados
de segundo pré-molar superior direito ao segundo pré-molar do lado oposto, e
tubos simples do mesmo fabricante, colados nos primeiros molares superiores.
As superfícies dentárias vestibulares deverão estar secas e isoladas com
algodão em rolo (Johnson®), onde em seguida sofrerão o condicionamento ácido
com ácido ortofosfórico a 37% (Dentsply) por trinta segundos, devendo ser
lavadas com água abundantemente pelo mesmo período de tempo, e secas com
jato de ar e isoladas novamente com algodão em rolo. Segue-se então a aplicação
do agente de união sobre tais superfícies (Single Bond 3M) onde serão colados os
“brackets” com resina composta (Z100-3M) manipulada conforme instrução do
fabricante.
2.2.3 - Fixação do fio
Serão utilizados fios de aço inoxidável retangulares de 0,016x 0,022”,
(Dental Morelli
®
/ Brasil), contínuos e inicialmente passivos, para a retração dos
caninos permanentes.
Os fios serão fixados, engajados aos “brackets”, passivos em seus “slots” e
amarrados com ligadura metálica (Dental Morelli® / Brasil), permanecendo por
período em que estiverem ativos.
131
2.2.4 - Fixação do min-implante ortodôntico e do referencial
Serão utilizados parafusos bio-inertes (Sistema Conexão
®
) de titânio com 2
mm de diâmetro e 9 mm de comprimento, num total de 30 mini-implantes. Os mini-
implantes de ancoragem serão implantados no osso cortical, acima do limite
muco-gengival, perpendicularmente à região de vestíbulo da maxila, a uma altura
suficiente do fio ortodôntico onde exista mucosa ceratinizada e espessura óssea
suficiente entre as raízes do segundo pré-molar e primeiro molar permanente
(FIGURA 53), onde exista uma espessura de 1,0mm de osso entre o parafuso e
as raízes dos dentes adjacentes. Para isso, será confeccionado um guia cirúrgico
em acrílico (FIGURA 54), com um segmento de fio de aço de 0,017 x 0,025”, que,
através de exame radiográfico periapical, indicará o local exato para a inserção
desses mini-implantes (FIGURA 55). Será fixado também um mini-implante em
região adjacente ao implante de ancoragem, que atuará como referencial, e como
grupo controle, pois não receberá ação de forças ortodônticas, totalizando 30 mini-
implantes. Um outro referencial será obtido através da colagem de acessórios
ortodônticos na superfície vestibular dos primeiros molares superiores
permanentes . A distância entre esses três pontos durante as avaliações
radiográficas auxiliará na identificação de possíveis alterações no posicionamento
inicial dos mini-implantes. Após a cirurgia de colocação dos mini-implantes os
pacientes serão orientados a realizar um bochecho diário com solução de
clorexidina 0,2% durante uma semana.
132
FIGURA 53 – Localização do mini-implante
FIGURA 54 – Guia cirúrgico
FIGURA 55 – Visualização radiográfica do guia posicionado
133
2.2.5 - Distalização dos caninos superiores
A distalização quatro semanas após a extração, ou seja, movimento no
sentido ântero-posterior, dos caninos permanentes, será realizada imediatamente
após a inserção dos mini-implantes (carga imediata). Os caninos serão
movimentados através de uma mecânica de deslize desses dentes sobre um arco
contínuo. Após a inserção de um fio de aço inoxidável retangular de 0,018” x
0,025”, fixar-se-á os primeiros molares aos segundos pré-molares, com fio de aço
para amarrilho de 0,010”. Em seguida terá início a movimentação no sentido distal
(em direção ao segundo pré-molar) dos caninos permanentes, com uma mola
fechada de níquel-titânio (Dental Morelli® / Brasil), posicionada o mais paralelo
possível ao fio de aço inoxidável, que, quando tracionada entre o canino e o mini-
implante (ancoragem direta) deverá exercer uma força F inicial de 150 gf, que será
mensurada através da utilização de um Dinamômetro (SDS Ormco, ETM). A aleta
distal dos caninos deverá ser amarrada com fio de amarrilho de 0,08” para evitar o
movimento de rotação desses dentes durante seu deslocamento. As molas serão
reativadas de 3 em 3 semanas, para o restabelecimento da carga inicial de 150gf.
134
2.2.6 - Avaliação radiográfica periapical da posição dos mini-implantes e
referenciais
Serão empregados: aparelho de raios X odontológico marca comercial
Siemens Heliodent (kilovoltagem de 65 kv e miliamperagem de 7 mA) equipado
com cilindro orientador aberto com revestimento de 2 milímetros de chumbo e
apresentando filtro de alumínio de 2 milímetros de espessura; filmes periapicais
(31 x 41 milímetros) de alta sensibilidade, tipo E, da marca Kodak Insight,
juntamente com placa para milimetragem; e suportes para técnica do paralelismo
da Hanshin Tecnical Lab.
Para padronização e individualização do exame periapical pela técnica do
paralelismo, serão confeccionadas placas de mordida em acrílico (JET), que se
encaixarão ao posicionador, superiormente, e se ajustarão à superfície oclusal dos
dentes antagonistas da região a ser radiografada, inferiormente, durante a tomada
radiográfica (FIGURA 56).
FIGURA 56 – Padronização do exame radiográfico periapical
135
Na confecção das placas de mordida individuais, proceder-se-á o
isolamento, com vaselina sólida (DIMEC), dos dentes posteriores inferiores e do
posicionador de paralelismo. A resina acrílica será, então, adaptada à base inferior
do posicionador, quando o paciente será levado em oclusão e o posicionador
ajustado à técnica do paralelismo. Aguardar-se-á o tempo de presa do acrílico e
as placas serão armazenadas em potes de plástico, individuais.
As radiografias periapicais serão reveladas em câmara escura, munida de
filtro de segurança (KODAK GBX) e lâmpada de segurança (SODATUN) de 15
Wattz. Revelador e fixador da marca KODAK GBX serão empregados em
soluções, conforme recomendação do fabricante, através do método tempo-
temperatura ( Temp: 20º; Tempo: 3minutos).
Na área seca da câmara escura, os filmes serão retirados de seus
invólucros e presos cuidadosamente em colgaduras para radiografias (FARBE),
evitando assim marcas digitais, arranhões ou dobras. Em seguida, os mesmos
serão mergulhados uniformemente no revelador, quando o cronômetro será
acionado. Após 3min os filmes vão ser retirados do revelador e colocados em um
tanque com água corrente, durante 20 segundos. Posteriormente, serão imersos
em solução fixadora por 20 minutos, de forma que o endurecimento perfeito da
emulsão seja obtido. Depois, serão lavados em água corrente por no mínimo 20
minutos e secos em estufa (SUGGAR MASTER TURBO) com ventilação forçada.
136
2.2.7 - Avaliação clínica e radiográfica da estabilidade dos mini-implantes
A estabilidade clinica dos mini-implantes será determinada, primariamente,
pela manutenção ou não desses no local de implantação durante o período de
aplicação da força ortodôntica. Caso ocorra a falha na fixação desses mini-
implantes e eles se soltarem, será considerado como Índice de Sucesso (Ic) o
percentual de implantes que permanecerem no local em relação ao número total
de implantes empregados como unidade de ancoragem.
A avaliação de um torquímetro no momento da colocação dos mini-implantes e
no momento de sua remoção determinará a presença ou não de perda de
inserção desses durante o tratamento.
A avaliação radiográfica da estabilidade será realizada através de radiografias
periapicais, onde a distância entre o centro da cabeça do mini-implante e o centro
dos acessórios colados aos primeiros molares determinará possíveis inclinações
(FUGURA 57).
FIGURA 57 – Localização dos pontos referenciais na cabeça dos mini-implantes.
137
2.2.8 - Avaliação da densidade óssea
A avaliação da densidade óssea será realizada através de exames de
tomografia computadorizada da maxila e com o uso de um programa especifico
para o estudo das regiões crânio-mandibulares, o Denta Scan. O estudo da maxila
será obtido através de cortes de 1,0 mm de espessura, com reconstruções
panorâmicas e oblíquas perpendiculares ao eixo da arcada dentária.
Nos cortes transversais será avaliado a densidade mineral óssea em H.U
(Unidades Hounsfield) da maior área possível, localizada entre os segundos pré-
molares e primeiros molares superiores, dentre todos os 15 indivíduos da
pesquisa (FIGURA 58).
Nas reconstruções panorâmicas, perpendiculares ao eixo da arcada
dentária, será avaliada a espessura óssea do local de implantação, expressa em
cm (FIGURA 58).
FIGURA 58 – Determinação da densidade óssea e espessura.
138
2.2.9 – Aspectos éticos e Termo de Consentimento
Todos os indivíduos da amostra serão consultados e conscientizados a
respeito da realização do estudo, informados sobre o método de tratamento
tradicional e o sistema envolvendo a ancoragem com mini-implantes, técnica
cirúrgica e a possibilidade de falha, irritação ou inflamação local durante o
tratamento.
Os indivíduos selecionados para participarem da pesquisa assinarão um
termo de consentimento, através do qual concordam com as condições
estabelecidas na pesquisa, permitindo, assim, a utilização dos dados nela obtidos
na publicação, em eventos e periódicos, dos resultados observados. Não serão
citados, em hipótese alguma, dados que possibilitem a identificação dos
indivíduos avaliados, sendo sua identidade totalmente preservada.
Com relação aos aspectos éticos, o trabalho será baseado nas diretrizes e
normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos (resolução
CNS 196/96). Após sua avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de Juiz de Fora, que manifestou pela aprovação do
Protocolo de Pesquisa proposto, o presente projeto foi aprovado conforme
ANEXO 3.
139
2.2.10 – Tratamento estatístico
Para correlacionar possíveis instabilidades ou falhas na fixação dos mini-
implantes, com a densidade óssea individual, ou da média de um grupo, será
aplicado o Teste Mann Whitney, que compara a média de densidade do grupo
implante soltou x grupo implante não soltou.
Para a avaliação de alterações radiográficas na posição desses implantes
será empregado um intervalo de confiança de 95% para proporções (proporção
de sucesso) e um intervalo de confiança de 95% para média da distância dos
pontos referenciais. Sempre será estabelecido um nível de significância de P
<0,05.
O número de implantes que apresentarem falha na sua fixação será
avaliado descritivamente, através da freqüência de sucesso e insucesso.
140
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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151
ANEXO 1
Ficha Clínica:
Nome:_____________________________________________________________Idade:______________
Endereço:_____________________________________________________________________________
Sexo: _______________________________Data de nascimento:________________________________
Profissão:__________________________________ Telefone: __________________________________
Diagnóstico da má oclusão:______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
Doenças sistêmicas: ( ) insuficiência renal crônica; ( ) distúrbios da tireóide, paratireóides ou
adrenais;
Tabagista: ( ) sim ( ) não Etilista: ( ) sim ( ) não
Usuário de drogas, como corticosteróides, barbitúricos, anticonvulsivantes e quantidades
excessivas de hormônio tireoidiano: ( ) sim ( ) não
Ausência de Tratamento Ortodôntico prévio: ( )sim ( )não
Plano de Tratamento: ( ) com extração de quatro primeiros pré-molares
( ) sem extração de quatro primeiros pré-molares
Densitometria:
DMO lado esquerdo: ____________________ H.U / região anatômica: ___________________________
DMO lado direito: _______________________ H.U/ região anatômica: ___________________________
Juiz de Fora, _______de_____________de_200_
_________________________________________________
Paciente/responsável
152
ANEXO 2
Ficha Clínica:
Início do Tratamento: ___________________________________________________________________
Data da Fixação do miniimplante:_________________________________________________________
Nível de tolerância dos pacientes com os mini-implantes: ( ) bom ( ) regular ( ) ruim
Início da distalização dos caninos permanentes: ____________________________________________
1º controle (7dias):
Inflamação no local do implante: ( ) ausente ( ) presente
Mobilidade: ( ) presente ( ) ausente
Distalização (mm):________________
2º controle (21dias):
Inflamação no local do implante: ( ) ausente ( ) presente
Mobilidade: ( ) presente ( ) ausente
Distalização (mm):________________
3º controle (35dias):
Inflamação no local do implante: ( ) ausente ( ) presente
Mobilidade: ( ) presente ( ) ausente
Distalização (mm):________________
4º controle (49dias):
Inflamação no local do implante: ( ) ausente ( ) presente
Mobilidade: ( ) presente ( ) ausente
Distalização (mm):________________
5º controle (63dias):
Inflamação no local do implante: ( ) ausente ( ) presente
Mobilidade: ( ) presente ( ) ausente
Distalização (mm):________________
Estabilidade dos mini-implantes: ( ) posição final inalterada ( ) posição final com inclinação;
( ) falha na fixação (soltou)
Juiz de Fora, _______de_____________de_200_
_________________________________________________
Paciente/responsável
153
154
2. ALTERAÇÕES NA METODOLOGIA DA QUALIFICAÇÃO
O critério para seleção da amostra com relação à idade mínima respeitou um
limite 12 anos de idade, sem, entretanto, estabelecer uma idade máxima limite.
A idade mínima foi estabelecida conforme orientações da Agência Americana de
Administração de Drogas e Alimentos (FDA/ U.S.A).
Foram utilizados mini-implantes da marca SIN- Sistema de Implantes
®
, de
1,8 mm de diâmetro e 10,0 mm de comprimento, conforme modelos fornecidos
pelo fabricante, em substituição aos expressos na qualificação.
Não foram utilizados mini-implantes e cavidades de Classe V nos primeiros
pré-molares inferiores como referenciais para avaliação da estabilidade
radiográfica dos mini-implantes. Desta forma, a avaliação radiográfica periapical
da posição dos mini-implantes não foi empregada.
A verificação da estabilidade radiográfica dos mini-implantes foi realizada
através de telerradiografias laterais oblíquas (45º), lados direito e esquerdo, em
dois tempos do estudo (T1) logo após inserção do mini-implante e (T2) noventa
dias após ativação. As telerradiografias oblíquas foram obtidas utilizando-se um
aparelho Siemens
®
Sirona Orthophos 3. O cefalostato foi ajustado para a
posição oblíqua fornecida pelo fabricante, ou seja, permitindo com que o feixe
central de raios X incidisse no crânio do paciente a ser radiografo em um ângulo
de 45º. Os pacientes foram devidamente posicionados no cefalostato e a
posição do apoio nasal, graduada em milímetros, foi registrada individualmente
para que em T2 a cabeça do paciente pudesse ser posicionada no cefalostato
exatamente como em T1. Duas telerradiografias oblíquas foram realizadas no
155
tempo de cada exame, uma do lado direito e uma do lado esquerdo. Uma vez
obtida a telerradiografia oblíqua, foram medidas as seguintes distâmcias
lineares: (1) Or-mi (distância linear entre o ponto cefalométrico Orbitário (Or) e a
cabeça do mini-implante (mi); (2) N-mi (distância linear entre o ponto Nasion (N)
e a cabeça do mini-implante, bilateralmente e (3) N-Or (distância linear entre o
ponto cefalométrico Násio (N) e Orbitário (O). (ANEXO, FIGURA 59)
Após a cirurgia os pacientes foram orientados a realizar um bochecho diário
com solução de clorexidina 0,12% durante uma semana, administração intra-oral
de Diclofenaco de Sódio, 50mg, durante 5 dias e escovação do local dos mini-
implantes com escova de cerdas macias.
A mecânica de deslize empregada durante a distalização dos caninos
superiores foi realizada sobre um arco contínuo de aço inoxidável retangular de
0,016” x 0,022” com um braço de força vertical confeccionado com fios de aço
inoxidável 0,017” x 0,025”.
A estabilidade clínica dos mini-implantes foi determinada, primariamente,
pela permanência desses no local de inserção e pela ausência de mobilidade
durante os 90 primeiros dias do período de aplicação da força ortodôntica,
considerando como Índice de Sucesso (IC) o percentual de mini-implantes que
se mantiveram estáveis nesse período. Entretanto, após 30 dias de observação
dois mini-implantes, em um mesmo indivíduo, apresentaram inflamação
acentuada indicando a necessidade de remoção dos mesmos. Desta forma a
amostra final foi constituída de 14 indivíduos.
156
Para a avaliação da DMO foram realizadas 15 Tomografias
Computadorizadas Multi-Slice (SIEMENS SOMATON SPIRIT
®
, FIGURA 4) da
maxila, dos 15 indivíduos selecionados. Na elaboração do tomograma utilizou-se
o software Denta Scan (General Eletric – Medical Systems, Milwaukee, WI).
Para a reconstrução paraxial foram empregadas as medidas de referência
Lenght: 16.0, Distance: 1.0, Thickness: 1.0mm. A reconstrução panorâmica
permitiu a identificação do corte que representaria a região de septo inter-
radicular para o estudo (ANEXO, FIGURA 60). Através da reconstrução paraxial
identificou-se o local de inserção do mini-implante e delimitou-se, a maior região
de interesse (ROI) possível que abrangesse osso cortical vestibular e medular
da região (ANEXO, FIGURA 61). A determinação da Densidade Mineral Óssea
por área (cm²), em Unidades Hounsfield (H.U), foi realizada com o software
Denta Scan (General Eletric – Medical Systems, Milwaukee, WI). Os valores
encontrados expressaram a densidade média da área estudada.
Com a finalidade de calibrar o operador, empregou-se o erro de método para
a determinação da DMO e durante a avaliação da estabilidade radiográfica. Em
relação à DMO foram utilizadas as reconstruções paraxiais de 5 Tomografias
Computadorizadas e realizadas 3 medições de cada lado (direito e esquerdo) da
mesma região de interesse (ROI), com um intervalo de uma semana. Para a
estabilidade radiográfica 28 telerradiografias laterais oblíquas foram traçadas
duas vezes com um intervalo de uma semana no início do tratamento (T1) e 28
telerradiografias laterais oblíquas foram traçadas duas vezes com um intervalo
de uma semana após 90 dias (T2). Foram aplicados os testes de correlação de
157
Pearson, ANOVA e o teste t de Student para amostras pareadas tratamento
estatístico (ANEXO, TABELAS 1, 2 e 3).
Utilizou-se o teste t de Student Pareado durante a avaliação das diferenças
entre as médias obtidas para os valores da DMO do lado direito e esquerdo de
cada indivíduo da amostra. Com o objetivo de avaliar a correlação entre os lados
direito e esquerdo, procedeu-se um teste de regressão linear.
Na avaliação de alterações radiográficas na posição desses implantes foi
empregado o Teste t, de Student, para amostras pareadas, com um intervalo de
confiança de 95% para média da distância dos pontos referenciais. Um nível de
significância de p <0,05 foi estabelecido.
158
3 – ARTIGOS
3.1 - Artigo 1: Métodos de Avaliação da Densidade Mineral Óssea e seu
emprego na Odontologia.
Bone Mineral Density assessment methods and Dentistry application.
3.2 – Artigo 2: Densidade mineral óssea de sítios especificos da maxila: será
a regiao entre segundos pré-molares e primeiros molares segura, em termos
de qualidade óssea, para a inserção de mini-implantes?
Bone mineral density of specific maxillary sites: is the site between the 2
nd
bicsupides and 1
st
molars safety in terms of bone quality for miniscrew
insertion?
3.3 – Artigo 3: Correlação entre a estabilidade de mini-implantes ortodônticos e
a densidade óssea de indivíduos submetidos ao tratamento ortodôntico.
Correlation between orthodontic miniscrew stability and bone mineral density in
orthodontic patients.
159
ARTIGO 1 IDENTIFICAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
MESTRADO EM SAÚDE / PPgS
Grupo de Pesquisa em Ortodontia e Odontopediatria
Métodos de avaliação da densidade mineral óssea e seu emprego na
odontologia
Bone mineral density assessment methods and dentistry application
*Rodrigo César SANTIAGO; ** Robert Willer Farinazzo VITRAL.
* Especialista em Ortodontia pela F.O – UFJF/MG e mestrando em Ciências da
Saúde pela Faculdade de Medicina da UFJF/MG.
** Especialista, Mestre e Doutor em Ortodontia pela F.O – UFRJ/RJ e professor
adjunto da Faculdade de Odontologia da UFJF/MG.
Departamento de Odontologia Social e Infantil – Faculdade de Odontologia –
Universidade Federal de Juiz de Fora / MG.
Autor responsável:
Rodrigo César Santiago. End: Rua Ivan Soares de Oliveira, 333, Cond. Parque
Imperial, Juiz de Fora, Minas Gerais, cep: 36.036.350.
Tel: (32) 3231-2019. e-mail: rodr[email protected]
160
161
RESUMO
Introdução: A avaliação da quantidade e da qualidade óssea tem sido
objeto de muitos estudos, principalmente no diagnóstico e prevenção de
doenças ósseo-metabólicas. Diferentes métodos para avaliar a densidade
mineral óssea (DMO) foram desenvolvidos nas últimas décadas, com o objetivo
de determinar o conteúdo mineral do tecido ósseo, sem, contudo, determinar
com precisão a qualidade óssea. Em Odontologia, com o advento dos implantes
e das técnicas de distração osteogênica, a avaliação da qualidade óssea passou
a desempenhar um papel fundamental no planejamento, prognóstico e,
conseqüentemente, no sucesso desses novos modelos de tratamento. Objetivo:
Faremos nesse trabalho uma revisão de literatura sobre os diferentes métodos
empregados na avaliação da DMO, bem como avaliar a relevância em se
determinar a densidade óssea no planejamento e sucesso de tratamentos
odontológicos específicos. Conclusão: Existem diferentes métodos para se
determinar a DMO em Odontologia, sendo que a tomografia computadorizada
parece ser o método de escolha.
DESCRITORES: Densidade Óssea; Odontologia; Densitometria.
ABSTRACT
Introduction: Bone quality and quantity evaluation had been the aim of
some researches, mainly on diagnosis and prevention of bone metabolic
diseases. Different methods to assess bone mineral density (BMD) were
developed in the last decades with the aim to determine the mineral contain on
bone tissue without to precise bone quality. The bone quality evaluation had
been carry out an important tool on planning, prognostic and treatment success
in dentistry, since the advent of the implants and osteogenic distraction therapy.
Objective: In this paper we will do a literature review about the different
methods of BMD assessment and to evaluate the outstand of bone density
determination on planning and treatment success on Dentistry specific therapy.
Conclusion: There are different methods to determine BMD in Dentistry and the
computed tomography seems to be the method of choice.
DESCRIPTORS: Bone Density; Dentistry; Densitometry.
162
INTRODUÇÃO
A avaliação da densidade mineral óssea (DMO) representa um exame
auxiliar confiável e amplamente utilizado durante a avaliação da qualidade óssea
(EBBESEN et al., 1998; CUMMINGS; BATES; BLACK, 2002). Na área médica,
testes para verificação da DMO são uma ferramenta importante para o clínico no
diagnóstico da osteoporose e/ou da baixa densidade óssea, na predição do risco
a fraturas bem como no monitoramento de alterações na densidade dos ossos
com o passar dos anos, permitindo, dessa forma, a implementação de medidas
terapêuticas preventivas nos indivíduos com risco de fraturas, antes que as
mesmas aconteçam (PENIDO, 1995; KOH; NG, 2002; IBÁÑEZ, 2003;
LEWICCKI, 2005; BONNICK; SHULMAN, 2006;).
A literatura é vasta em relação aos diferentes métodos de densitometria e
suas aplicações, principalmente na Medicina, durante o diagnóstico, tratamento
e prevenção da osteoporose. Entretanto, em Odontologia, os exames auxiliares
para avaliação da densidade mineral óssea passaram a ser solicitados somente
após o advento da Implantodontia. O presente artigo tem como objetivo
descrever os diferentes métodos empregados na avaliação da DMO, bem como
avaliar a relevância em se determinar a densidade óssea no planejamento e
sucesso de tratamentos odontológicos específicos.
TÉCNICAS DE DENSITOMETRIA ÓSSEA
A quantidade óssea disponível é descrita como a arquitetura externa ou
volume de uma área considerada. O osso possui também uma estrutura interna
descrita em termos de qualidade e densidade óssea. Densidade é a relação
163
entre a massa e o volume de um corpo e o método de avaliação da densidade
mineral óssea (DMO) é denominado densitometria. (CAÚLA; BARBOSA;
MACHADO, 2005). As unidades de medida mais empregadas são g/cm
2
(densidade por área), g/cm
3
(densidade por volume) ou H.U (unidades
Hounsfiled) (PENIDO, 1995).
Os diferentes métodos de avaliação da densidade óssea se baseiam no
princípio da atenuação que sofrem os fótons de Raios-γ e Raios-x ao
atravessarem os tecidos. Esta atenuação está diretamente relacionada com a
espessura e composição desses tecidos, fundamentalmente com a espessura
do osso mineralizado (IBÁÑEZ, 2003). Regiões como antebraço, quadril,
vértebra lombar, osso do calcanhar (calcaneus), do punho ou dos dedos são
avaliadas durante esses exames (FROST; BLAKE; FOGELMAN, 2001;
BRUNADER; SHELTON, 2002; KOH; NG, 2002; LEWICCKI, 2005; ARIFIN et al.,
2006; KULENOVIC; RASIC; KULENOVIC, 2006).
Os recursos disponíveis para avaliar a resistência óssea in vivo incluem
métodos que permitem determinar a densidade óssea, como:
Absorciometria por um único fóton de Raios- γ (SPA)
Primeira técnica de densitometria desenvolvida na década de 60, através
da qual um fóton proveniente de uma fonte radioativa ionizante (Raios-γ)
atravessa um osso periférico. Por utilizar apenas um fóton, essa técnica não
permite a separação da atenuação produzida pelo tecido ósseo dos demais
tecidos moles. Em decorrência disso, essa técnica não invasiva é empregada
164
em locais onde o tecido ósseo seja predominante, como no calcanhar e radio. A
unidade empregada é g/cm
2
(PENIDO, 1995; BRUNADER; SHELTON, 2002;
IBÁÑEZ, 2003).
Absorciometria por dois fótons Raios-γ (DPA)
Semelhante à técnica de densitometria por SPA, entretanto, utiliza dois
fótons distintos provenientes de uma fonte ionizante de radio isótopo. Ao haver a
atenuação dos feixes de energia, o densitômetro é capaz de diferenciar a
atenuação promovida pelo tecido ósseo daquela promovida pelos tecidos moles.
Dessa forma, pode ser empregado tanto para ossos periféricos (antebraço)
quanto do esqueleto axial (quadril e coluna vertebral). A unidade empregada é
g/cm
2
(PENIDO, 1995; BRUNADER; SHELTON, 2002; IBÁÑEZ, 2003).
Absorciometria por um único fóton de Raios-x (SXA)
Técnica não invasiva de densitometria que passou a utilizar energia
ionizante proveniente de Raios-x, sem a necessidade de empregar isótopos
radioativos, como os Raios-γ. Avalia regiões do esqueleto apendicular como
antebraço, calcanhar, metacarpo e as falanges. As imagens radiográficas são
digitalizadas e a densidade mineral óssea avaliada por diversos programas.
Apresenta as vantagens de utilizar aparelhos de menor tamanho, escassa
radiação γ, não necessitar de pessoal especializado para seu uso, rapidez de
execução e menor custo. A unidade empregada é g/cm
2
(COSMAN et al., 1991;
YAMADA et al.,1994; PENIDO, 1995; MILLER et al., 1998).
165
Absorciometria (DXA) e absorciometria periférica (pDXA) por dois fótons
de Raios-x
Através desta técnica não invasiva, dois feixes de energia são emitidos a
partir de uma fonte de Raios-x, possibilitando a correção da atenuação
produzida pelos tecidos moles, semelhante à DPA. O tecido mole (gordura,
água, músculos, órgãos viscerais) atenua a energia de forma diferente do tecido
ósseo. É a técnica mais empregada para a avaliação da DMO, principalmente
em virtude da baixa radiação, alta precisão, boa sensibilidade e especificidade e
capacidade de avaliar tanto ossos do esqueleto axial quanto apendicular,
fornecendo valores absolutos de DMO em termos de mineral ósseo por unidade
de área projetada em g/cm
2
(ALHAVA, 1991; JERGAS; GENANT, 1993;
BOUXSEIN, 2005).
É o exame padrão para o diagnóstico da osteoporose (KOH; NG, 2002).
As regiões de maior interesse para o DEXA são coluna lombar e fêmur proximal
o antebraço ou o corpo inteiro (BRUNADER; SHELTON, 2002; KANIS, 2002).
Entretanto, segundo Bouxsein (2005), o DEXA não distingue vários atributos de
resistência do osso íntegro, como a geometria tridimensional, microarquitetura
ou as propriedades intrínsecas da matriz óssea, que estão diretamente
relacionados com o risco de fratura.
A técnica de absorciometria periférica (pDEXA) é aplicada sobre regiões
como ante-braço, calcanhar , ossos da mão e dos dedos, com a vantagem de
ser menos radioativa e não necessitar de pessoal especializado (YAMADA et al.,
1994).
166
Tomografia Computadorizada (TC)
Cormack e Hounsfield , nos anos 70, provaram que fórmulas matemáticas
auxiliariam na produção de imagens com suficientes detalhes para o uso na
medicina. O ponto de partida estava na quantificação dos Raios-X transmitidos
através do organismo, que permitiria a obtenção de informações sobre os
componentes dos tecidos, criando-se assim, a tomografia computadorizada (TC)
(ROTHMAN, 1998, TAVANO; ALVAREZ, 1998).
Segundo Arellano (2001), a tomografia computadorizada é considerada o
método de eleição para o estudo de imagens das estruturas ósseas. Uma das
principais vantagens é que as informações tridimensionais são apresentadas em
uma série de cortes finos da estrutura interna da parte estudada, onde as
informações resultantes não sofrem superposição por estruturas anatômicas
superpostas.
Uma segunda característica peculiar a esse método se refere à alta
sensibilidade na diferenciação de diferentes tipos de tecidos, detectando
diferenças de densidades de 1% ou menos, entre tecidos (BONTRAGER, 2003).
Entretanto, o nível de radiação elevado e o alto custo, quando comparado aos
demais métodos, fazem com que esse não seja o método mais empregado
(MILLER et al.,1999; IBÁÑEZ, 2003).
Na TC cada tipo de tecido apresenta um coeficiente de atenuação linear,
fornecendo dados numéricos dentro de uma escala denominada Unidades
167
Hounsfield (H.U). Por convenção, a água é assinalada pelo número 0, o ar pelo
– 1000 e o osso cortical por + 1000 (PARKS, 2000).
A tomografia computadorizada quantitativa (TCQ) se diferencia das
demais tomografias computadorizadas pela sua capacidade de avaliar a massa
óssea (MELTON et al.,1993). É a única técnica de avaliação da densidade
mineral volumétrica (g/cm
3
) tridimensional (IBÁÑEZ, 2003; BOUXSEIN, 2005),
sendo o único método que permite avaliar isoladamente a DMO cortical e
trabecular (BRUNADER; SHELTON, 2002; IBÁÑEZ, 2003).
A TCQ, que emprega uma interpretação quantitativa dos valores
derivados das Unidades Hounsfield através de um minucioso procedimento de
calibragem, é o método de escolha para a determinação da DMO (HOMOLKA et
al., 2002).
Outros métodos que avaliam a estrutura e qualidade óssea são relatados
na literatura. Dentre esses métodos temos as radiografias convencionais
(bidimensional) (BOUXSEIN, 2005; ARIFIN et al., 2006), a ultra-sonografia
óssea quantitativa (FROST; BLAKE; FOGELMAN, 2001; IBÁNEZ, 2003) a
ressonância magnética por imagem (BOUXSEIN, 2005) e a histomorfometria
óssea (TRISI; RAO, 1999; LOURENÇO, 2002).
AVALIAÇÃO DA DENSIDADE ÓSSEA EM ODONTOLOGIA
Em Odontologia, a preocupação com a qualidade e quantidade óssea
teve seu início com a descoberta da ósseo-integração, e conseqüente difusão do
emprego de implantes na reabilitação oral. Dois fatores, quantidade e qualidade
168
óssea, contribuem para o sucesso dos implantes (HOMOLKA et al., 2002). Uma
quantidade óssea suficiente é a condição primária para o uso de implantes
endósseos. Além disso, o osso disponível (volume) deve ser avaliado em sua
densidade, o que determinará sua resistência (CAÚLA; BARBOSA; MACHADO,
2005).
A densidade óssea influencia no planejamento do tratamento, no design
do implante, no tipo de cirurgia, no tempo de cicatrização e na colocação
progressiva da carga durante a reabilitação protética. A DMO é o parâmetro
mais importante para a fixação inicial do implante e ausência de movimento
durante o primeiro estágio de cicatrização cirúrgica (MISCH, 1990).
A baixa quantidade (volume) e qualidade (densidade) óssea constituem
um dos aspectos críticos mais negativos na predição do sucesso ou falha na
fixação dos implantes (PORTER; VON FRAUNHOFER, 2005). Em termos de
tratamento com implantes, o percentual de sucesso é mais baixo na maxila
quando comparado com a região anterior da mandíbula, sendo que uma das
razões poderia ser a baixa qualidade óssea da maxila (LINDH; OBRANT;
PETERSSON, 2004).
Segundo Trisi e Rao (1999), a qualidade da estrutura óssea varia de local
para local, dentro de uma mesma arcada dentária, como também de indivíduo
para indivíduo. Dessa forma, de acordo com Norton e Gamble (2001) a
necessidade de se obter uma classificação objetiva e quantitativa da densidade
óssea que possa ser empregada pré-operatoriamente e que não dependa da
habilidade do cirurgião, se faz necessária.
169
Diferentes métodos objetivos têm sido empregados no estudo do padrão
do tecido ósseo na cavidade oral, determinado na maioria das vezes através da
mandíbula. Medidas densitométricas através de radiografias periapicais e
panorâmicas tem sido utilizadas, bem como métodos mais avançados tal qual o
DXA e a Tomografia Computadorizada (TC) e Tomografia Computadorizada
Quantitativa (LINDH, OBRANT e PETERSSON, 2004).
Taba et al. (2003) utilizaram radiografias convencionais padronizadas
(Filme oclusal /Técnica do paralelismo) digitalizadas e um software específico
para avaliar a densidade óssea adjacente a implantes de quatro diferentes tipos
de superfícies tratadas. Concluíram que a análise radiográfica da densidade
empregada mostrou-se um método não invasivo que pode ser recomendado
para a avaliação da cicatrização óssea.
Segundo Oliveira et al. (2006), em estudos que utilizaram aparelhos de
Raios-x odontológicos, há discussões sobre possíveis variações no tempo de
exposição, Kvp e mA em diferentes tomadas radiográficas, mesmo quando
realizadas em um mesmo aparelho com as mesmas calibrações, o que pode
afetar os resultados finais da DMO.
Entretanto, Skakura et al (2006) concluíram que o exame radiográfico
odontológico se apresenta como uma ferramenta importante na avaliação clínica
pelo fato de ser não invasivo e de fácil emprego. Em seu estudo, utilizaram
radiografias odontológicas digitalizadas, analisadas através de um software
específico, para avaliação da DMO nas regiões de interesse (ROI) ao redor de
170
mini-implantes colocados nas tíbias de ratos, e este demonstrou ser um método
eficiente para a avaliação da variabilidade da DMO.
Sánchez et al. (2004) utilizaram a pDXA para avaliar alteração da
densidade mineral peri-implante em defeitos ósseos cirurgicamente criados.
Concluíram ser este um método não invasivo, conveniente e preciso para o
acesso da DMO ao redor de implantes dentários. Entretanto, esta técnica
apresenta limitações quanto à precisão em avaliar a DMO em pequenas regiões
de interesse (ROI).
Gursoy, Erseclan e Marakoglu (2005) utilizaram radiografias panorâmicas
e a abosorciometria por dois fótons de raios-x (DXA) para avaliar a densidade
óssea mandibular em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2.
Concluíram que esse método de densitometria pode ser empregado na
determinação precisa da densidade óssea na mandíbula, desde que
corretamente calibrado.
Através de uma extensa avaliação de imagens obtidas através de
tomografias computadorizadas da maxila e mandíbula, Norton e Gamble (2001)
determinaram os valores quantitativos para a DMO, em Unidades Hounsfiled
(H.U), para quatro diferentes regiões dos maxilares: (> +850 H.U) mandíbula
anterior; (+500 até +800) mandíbula posterior e maxila anterior e (0 até +500)
maxila posterior. Encontraram uma forte correlação entre os valores da
densidade óssea em H.U e a qualidade subjetiva descrita por Lekholm e Zarb
(1985). Concluíram que essa nova classificação objetiva propicia um método
apurado pelo qual se avalia a densidade óssea peri-implante. Em seu estudo,
171
Shahlaie et al. (2003) também encontraram uma forte correlação entre os
valores da DMO em H.U e a classificação de Lekholm e Zarb (1985).
Em seus estudos, Ikumi e Tsutsumi (2005), Beer et al. (2003) e Homolka
et al. (2002) utilizaram a tomografia computadorizada quantitativa para
correlacionar a DMO da mandíbula, avaliada no pré-operatório, e a intensidade
da força de torque durante a inserção de implantes. Uma correlação positiva foi
encontrada, e concluíram que a determinação da DMO através da TC pode ser
utilizada para a estimação da estabilidade primária desses implantes.
Em reconhecimento a necessidade de se determinar a DMO de forma
objetiva como um guia para determinação dos melhores locais de inserção dos
implantes, uma serie de estudos, como os de Shapurian et al. (2006), Barone et
al. (2003), Akdeniz et al. (2000), vêm sendo realizados, com o objetivo de
analisar as variações de densidade óssea em locais designados para colocação
de implantes medidos através de tomografias computadorizadas bem como
comparar os valores obtidos através desse método com aqueles oriundos de
avaliações subjetivas anteriores.
Uma outra aplicabilidade da avaliação da densidade mineral óssea em
Odontologia está relacionada com a avaliação da qualidade do tecido ósseo
neoformado, obtido por meio da técnica de distração osteogênica na maxila e
mandíbula. Entretanto, são escassas na literatura informações sobre a
densidade óssea após a aplicação da distração osteogênica (OLIVEIRA et al.,
2006).
172
CONCLUSÃO
Diversos são os métodos para se avaliar a densidade mineral óssea,
tanto na área médica quanto em Odontologia. A questão sobre qual a melhor
técnica e a melhor região para se avaliar a DMO de cada individuo parece ainda
não ter resposta. Entretanto, o que se sabe é que dentre as diferentes técnicas
disponíveis diferentes vantagens e desvantagens são apresentadas.
Em Odontologia, a tomografia computadorizada tem demonstrado ser o
método de eleição para a determinação da densidade óssea na região dos
maxilares, pois fornece dados objetivos precisos da variação da densidade
óssea entre diferentes regiões em um mesmo indivíduo, permitindo, dessa
forma, correlacionar positivamente os valores encontrados com a qualidade
óssea descrita subjetivamente. Além disso, a tomografia computadorizada é o
único método que permite avaliar osso cortical e medular separadamente.
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177
ARTIGO 2
Autor Principal:
Rodrigo César Santiago
Especialista em Ortodontia e Mestrando em Ciências da Saúde – UFJF/MG
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Segundo Autor:
Giovanni Cerrone Júnior
Especialista em Radiologia e Professor do Curso de Especialização em Radiologia
da F.O da UFJF/MG
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Terceiro Autor:
Robert Willer Farinazzo Vitral
Mestre e Doutor em Ortodontia – UFRJ/RJ
Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da F.O da UFJF/MG
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Autor Correspondente:
Rodrigo César Santiago
Rua Tabajara Ferreira de Toledo, 285, Condomínio Portal da Torre, Juiz de Fora,
MG.
Cep: 36037-466 – Tel: (32) 3231-2019.
BONE MINERAL DENSITY OF SPECIFIC MAXILLARY SITES: IS THE SITE
BETWEEN THE 2
nd
BICSUPIDES AND 1
st
MOLARS SAFETY IN TERMS OF
BONE QUALITY FOR MINISCREW INSERTION?
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA DE SÍTIOS ESPECIFICOS DA MAXILA: SERÁ
A REGIAO ENTRE SEGUNDOS PRÉ-MOLARES E PRIMEIROS MOLARES
SEGURA, EM TERMOS DE QUALIDADE ÓSSEA, PARA A INSERÇÃO DE
MINI-IMPLANTES?
RESUMO
A Tomografia Computadorizada vem sendo utilizada na determinação da Densidade
Mineral Óssea (DMO) em regiões de interesse (ROI) para inserção de implantes nos
ossos maxilares. Este estudo teve como objetivo avaliar a DMO de sítios específicos
178
na maxila, através de Tomografia Computadorizada Multi-Slice. Foram realizadas 15
Tomografias Computadorizadas Multi-Slice da maxila para a avaliação da densidade
mineral óssea de 30 regiões de interesse entre os segundos pré-molares e primeiros
molares, 15 do lado direito e 15 do lado esquerdo, de 15 indivíduos a serem
submetidos ao tratamento ortodôntico, com mini-implantes como unidades de
ancoragem. O resultado do teste t para observações pareadas revelou uma diferença
estatisticamente significativa, quando os lados direito e esquerdo foram comparados
(p < 0,05). Todavia, a média dos valores obtidos para a DMO encontrou-se próxima
ao valor máximo de uma escala considerada normal para a região posterior da
maxila, podendo assim ser considerada essa uma área segura em termos de
qualidade óssea para a inserção de mini-implantes.
PALAVRAS-CHAVE:
- TC Multi-Slice; Densidade Óssea; Maxila;
ABSTRACT
Computed tomography (CT) has been used to assess bone mineral density (BMD)
in regions of interest (ROI) for implant insertion in the maxillary jaws. This study
aimed to assess the BMD of specific maxillary sites, through multi-slice CT,
investigating the possible correlation between different BMD levels and mini-implant
stability. Scans were obtained from 30 regions of interest (ROI), 15 on the right and
15 on the left, of 15 individuals about to start orthodontic treatment with mini-
implants as anchorage units. BMD values were normally distributed. Paired t-test
179
results showed statistically significant differences when the two sides were
compared (p < 0.05). However the mean of BMD values was close to the maximum
value of a considered normal scale for maxillary posterior region, indicating this as a
safety area in terms of bone quality for miniscrews insertion.
KEYWORDS:
- Multi-Slice CT; Bone Density; Maxillary;
INTRODUÇÃO
Dentre os vários sistemas desenvolvidos para permitir o movimento distal de
caninos, nos casos com extração de pré-molares, com limitações que fazem com que
o controle de ancoragem posterior seja um desafio.
8,11,25-27
, os mini-implantes
constituem um mecanismo de ancoragem temporária, com vantagens como: a
ausência da necessidade de cooperação por parte dos pacientes em relação aos
demais sistemas de ancoragem convencionais, a redução do tempo do tratamento
5,15,16
, a capacidade de suportar uma variedade de forças ortodônticas envolvendo
pacientes com dentição mutilada ou nos casos de extração que requerem uma
ancoragem máxima
16
, fácil inserção e remoção, baixo custo e possibilidade de
ativação imediata.
6
Apesar de estudos descreverem a eficácia e a estabilidade deste novo modelo
de ancoragem nos tratamentos das más oclusões,
15,17,19,22-25
o comportamento clínico
dos mini-implantes sob ação de cargas ortodônticas ainda não está totalmente claro.
A questão se eles se mantêm absolutamente estáveis como os implantes endósseos
180
ou se podem sofrer deslocamento à medida que a força ortodôntica é aplicada
permanece sem resosta.
15
Pesquisas demonstram a importância em se obter um conhecimento prévio da
densidade óssea para um correto planejamento e execução de implantes dentários
convencionais,
1,3,4,18
onde altas taxas de fracasso e perda óssea têm sido constantes
achados associados a implantes em osso de qualidade baixa.
Estudos revelam ser a Tomografia Computadorizada Quantitativa um método
eficaz para o estudo da Densidade Mineral Óssea. Uma das principais vantagens é
que as informações resultantes não sofrem superposição por estruturas anatômicas
adjacentes.
29
A alta sensibilidade na diferenciação entre os tipos de tecidos permite
detectar diferenças de densidades de 1% ou menos.
9
Uma escala pré-estabelecida apresenta os valores quantitativos para a
DMO, determinados em Unidades Hounsfiled (H.U), para quatro diferentes regiões
dos maxilares: > +850 H.U (região mandibular anterior) ; +500 até +800 (regiões
mandibular posterior e maxilar anterior) e 0 até +500 (região maxilar posterior)
20.
Trabalhos que utilizaram a tomografia computadorizada quantitativa para
correlacionar a DMO da mandíbula, avaliada no pré-operatório, e a intensidade da
força de torque durante a inserção de implantes encontraram uma correlação
positiva concluindo que a determinação da DMO através da TC pode ser utilizada
para a estimação da estabilidade primária desses implantes.
2,7,10,14,28
O presente estudo teve como objetivo avaliar a DMO da região entre 2
os
pré-
molares e 1
os
molares da maxila, através de Tomografia Computadorizada Multi-
Slice, com a finalidade de determinar, através da comparação com uma escala de
181
densidade óssea da região posterior da maxila, a segurança dessa região em termos
de qualidade óssea para a inserção de mini-implantes.
MATERIAL E MÉTODO
Seleção da amostra
A amostra constou de 15 indivíduos selecionados consecutivamente para o
início do tratamento, na clínica de pós-graduação em Ortodontia, da Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, respeitando os seguintes
critérios:
a) A idade mínima respeitou um limite 12 anos de idade, sem, entretanto,
estabelecer uma idade máxima limite. A idade mínima foi estabelecida conforme
orientações da Agência Americana de Administração de Drogas e Alimentos
(FDA/ U.S.A).
b) presença de todos os dentes permanentes erupcionados, exceto terceiros
molares;
c) ausência de tratamento ortodôntico e/ou ortopédico prévio;
d) boas condições de higiene bucal;
e) presença de má oclusão que justifique a exodontia de primeiros pré-molares
permanentes e necessite da distalização dos caninos;;
f) ausência de insuficiência renal crônica e distúrbios hormonais (especialmente
distúrbios da tireóide, da paratireóide ou das adrenais;
g) não usuários de drogas, como corticosteróides, barbitúricos, anticonvulsivantes
e quantidades excessivas de hormônio tireoidiano;
182
h) não alcoólatras e/ou tabagistas.
Avaliação da Densidade Mineral Óssea (DMO)
Foram realizadas 15 Tomografias Computadorizadas Multi-Slice (SIEMENS
SOMATON SPIRIT
®
) da maxila, em 15 indivíduos selecionados consecutivamente
para tratamento ortodôntico, com idade variando entre 12 anos e 5 meses e 32 anos
e 11 meses. No momento da realização do exame os indivíduos foram posicionados
conforme padronizado por Vitral et. al
29,30
Para a determinação da altura mínima na região de septo inter-radicular na
região entre segundos pré-molares e primeiros molares superiores com quantidade
de osso trabeculado o suficiente para inserção dos mini-implantes, com no mínimo
2mm de distância entre as corticais, foram realizadas 2 radiografias periapicais, lados
direito e esquerdo (técnica do paralelismo), nos 15 indivíduos da amostra.
Na elaboração do tomograma utilizou-se o software Denta Scan (General
Eletric – Medical Systems, Milwaukee, WI). Para a reconstrução paraxial foram
empregadas as medidas de referência Lenght: 16.0, Distance: 1.0, Thickness:
1.0mm. A reconstrução panorâmica (FIGURA 1) permitiu a identificação do corte
que representaria a região de septo inter-radicular para o estudo. Através da
reconstrução paraxial (FIGURA 2) identificou-se o local de inserção do mini-implante
e delimitou-se, a maior região de interesse (ROI) possível que abrangesse osso
cortical vestibular e medular da região.
A determinação da Densidade Mineral Óssea por área (cm²), em Unidades
Hounsfield (H.U), foi realizada com o software Denta Scan (General Eletric –
183
Medical Systems, Milwaukee, WI). Os valores encontrados expressaram a
densidade média da área delimitada (ROI).
Erro de Método
Para a avaliação do erro do método foi utilizado o coeficiente de correlação
intraclasse. O valor obtido foi 0,994.
Análise Estatística
Utilizou-se o teste t de Student Pareado durante a avaliação das diferenças entre
as médias obtidas do lado direito e esquerdo de cada indivíduo da amostra.
Com o objetivo de avaliar a correlação entre os lados direito e esquerdo,
procedeu-se um teste de regressão linear. Para a análise do padrão de distribuição dos
valores obtidos foi utilizado o teste de normalidade Shapiro-Wilk.
RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta os valores obtidos na avaliação da DMO (H.U) das 30
regiões de interesse, lados direito e esquerdo.
O resultado do teste t de Student pareado entre os lados direito e esquerdo
de cada elemento da amostra encontra-se da Tabela 2. O valor de P encontrado foi
de 0.045.
A Tabela 3 expressa o teste de regressão linear durante a avaliação da
correlação entre os lados direito e esquerdo. O coeficiente de correlação foi igual a
0,44 (p =0.097).
184
A Tabela 4 apresenta uma análise descritiva da distribuição das 30 médias
de DMO. O teste de normalidade Shapiro-Wilk apresentou um valor de p= 0.842.
DISCUSSÃO
Vários estudos demonstram a eficácia dos mini-implantes como um
dispositivo auxiliar de ancoragem no tratamento das más oclusões,
15,19,22-25
e é
reconhecido que a qualidade óssea do local de inserção é um dos fatores que
podem interferir na estabilidade destes dispositivos.
15,17,19,22
A Tomografia Computadorizada é um procedimento de rotina durante a
determinação da qualidade óssea na realização de implantes convencionais
endósseos
2,7,10
, entretanto tal situação não é verificada na utilização dos mini-
implantes com finalidade de ancoragem.
Em uma escala previamente estabelecida por NORTON e GAMBLE
20
para a
DMO da região posterior da maxila, os valores variaram de 0 a + 500 H.U. Para a
amostra desta pesquisa, os valores de DMO encontrados variaram de +167H a
+660,80 H, com um valor médio de + 420,63 HU, sendo que a região específica
entre 2
os
pré-molares e 1
os
molares apresentou uma média próxima ao valor
máximo da escala citada anteriormente, revelando ser essa uma região com
qualidade significativa para essa amostra.
Ao se comparar a média das diferenças dos lados direito e esquerdo,
diferença estatisticamente significativa foi observada através do teste t para
amostras pareadas, refletindo o achado em que dos 15 casos estudados, 12
apresentaram a densidade mineral óssea do lado direito da maxila maior que a do
185
lado esquerdo. O teste de correlação linear revelou também uma baixa correlação
entre os dois lados analisados.
As médias de DMO avaliadas apresentaram uma distribuição normal,
segundo teste de normalidade Shapiro-Wilk. Os valores obtidos não apresentaram
discrepâncias estatisticamente significativas em relação ao padrão observado no
grupo
Neste estudo a idade média da amostra foi de 21 anos e 1 mês. Como há
diminuição do metabolismo de cálcio com o aumento da idade principalmente no
sexo feminino,
12,13
variações devem ser esperadas ao se estudar amostras com
uma média de idade maior que a do grupo avaliado neste estudo, acrescentando
que essas diferenças podem ter um papel relevante na estabilidade dos mini-
implantes.
O significado clínico desses achados deve ser motivo de estudo para que
possa vir a constituir mais um instrumento utilizado pelo ortodontista durante a
escolha do local mais seguro, em termos de qualidade óssea, para a inserção de
mini-implantes.
CONCLUSÕES
- As médias de densidade óssea encontradas apresentaram uma distribuição
normal, onde os valores obtidos não apresentaram discrepâncias estatisticamente
significativas em relação ao padrão observado no grupo.
186
- Diferença estatisticamente significativa foi observada entre os lados direito e
esquerdo.
- A média dos valores obtidos para a DMO encontrou-se próxima do valor
máximo de uma escala considerada normal para a região posterior da maxila,
podendo assim, ser considerada a região estudada uma área segura, em termos de
qualidade óssea, para a inserção de mini-implantes.
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189
Tabela 1 – Valores da Densidade Mineral Óssea (H.U)
INDIVÍDUO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
DMO (H.U)
Lado
Direito
Lado
Esquerdo
507,5
329,0
486,1
319,3
480,2
409,0
385,0
265,7
512,1
507,2
497,6
354,7
448,6
310,1
397,8
510,3
407,8
317,5
498,7
487,2
409,5
462,0
369,5
167,0
660,8
563,5
346,6
279,6
373,3
555,9
Tabela 2 – Média e desvio-padrão da diferença entre as médias
das diferentes regiões, distribuídas por lado (Direito/ Esquerdo)
Diferenças Pareadas (Pair 1)
D
MO (Lado direito ) – DMO (Lado esquerdo)
Média
Desvio-Padrão
t
df
p
62,87333
110,62207
2,201
14
,045*
* estatisticamente significativo ao nível de p< 0,05
Tabela 3 – Correlação entre amostras pareadas
DMO (Lado direito) x DMO (Lado
esquerdo)
N
Correlação
Sig.
15
,444
,097
190
Tabela 4 – Análise descritiva da distribuição das 30 médias observadas. Teste de
Normalidade de Shapiro-Wilk.
Descritivas Estatística
30 médias
Média
420.6367
Mediana
409.2500
Desvio-Padrão
105.25056
Mínimo
167.00
Máximo
660.80
Shapiro-Wilk
df
Estatística
3
p
30 médias
.981
0
.842
191
Figura 1
Figura 2
192
AR
orrelation between orthodontic miniscrew stability and bone mineral
ensity in orthodontic patients
irst aut o, DDS
razil
Others authors: Giovanni Cerrone Júnior, DDS
razil
liveira de Paula, DDS
e Fora - Brazil
, MSC, PhD
DS MSC PhD
Juiz de Fora Federal University - Brazil
Vitral
3-1604
: 55 32 3215 2270
TIGO 3
Tittle Page
C
d
F
hor: Rodrigo César Santiag
Postgraduate student
Juiz de Fora Federal University - B
Graduate
uiz de Fora Federal University - BJ
Fernanda O
Graduate
ederal University of Juiz dF
Marcelo Reis Fraga, MSC
uiz de Fora Federal University - Brazil J
Neuza Maria Souza Picorelli Assis, DDS
uiz de Fora Federal University - Brazil J
Robert Willer Farinazzo Vitral, D
Associate Professor and Chair
Corresponding author
inazzo Robert Willer Far
Av. Rio Branco 2595 / 160
Juiz de Fora MG Brazil
CEP 36010 907
Tel/fax
ro
193
194
Correlation between orthodontic miniscrew stability and bone mineral density
in orthodontic patients
ABSTRACT
This study aimed to correlate the clinical and radiographic stability of 30
titanium miniscrews of 15 consecutive patients (8 males, 7 females; age range: 12
years and 5 months to 32 years and 11 months), as orthodontic anchorage during the
90 first days on maxillary canine retraction, with the bone quality of each region of
interest (ROI) determined by Multi-Slice Computed Tomography. The orthodontic load
was applied immediately after miniscrew placement (T1), with a nickel-titanium
closing coil spring under an initial load estimated in 200g. In this sample, BMD values
ranged from +167HU to +660.80 HU (mean + 420.63 HU), which is within the normal
values conforming a previously established scale for the posterior maxillary region (0
to +500 HU). The paired t test showed a statistically significant difference (p=0.450)
when the mean of the differences between the right and left sides was compared. 12
of the 15 subjects studied had significantly greater maxillary BMD on the right side.
Linear regression also showed low correlation between the two sides (p=0.097).
Clinically, the Success Index (SI) in this study was 100%, none of the 28 miniscrews
(in only one case, severe inflammation with purulent secretion led to two miniscrews
removal) showing the slightest degree of mobility after 90 days (T2). During
radiographic stability evaluation no statistically significant differences were seen
between N-mi (p=0.278 [right]; p=0.111 [left]), Or-mi (p=0.272 [right]; p=0.487 [left]),
and N-Or (p=0.903 [right]; p=0.105 [left]), as assessed through cephalometric traced
on lateral oblique radiographs (45°), pointing to stability of the 28 miniscrews during
195
the 90-day observation period, as ascertained by comparisons of the means at T1
and T2. BMD of all subjects fell within the normal range of an established scale, even
close to the maximum value, pointing to the safety of this region between the second
first molars and the region mesial to the second premolars, for
minisc
of patient
coope
hstand a range of orthodontic loads in cases requiring
maxim
premolars and the
rew insertion.
INTRODUCTION
Anchorage control is an important factor directly affecting the results of
orthodontic treatment, mainly when maximum anchorage is necessary
1
. Although
traditional systems, which allow the distal movement of the canines in cases with
premolar extraction have been developed, limitations due to the need
ration, operator’s skill, and precision to determine the ideal force to perform
the movement, make the control of posterior anchorage a challenge.
2-6
Skeletal anchorage models such as conventional implants,
7-9
onplants,
10
palatal implants,
11
and miniplates,
12,13
have been used to provide stationary
anchorage without requiring patient cooperation and with high success rates.
However, because these devices require complex surgery and involve high costs,
their use is limited. Miniscrews are temporary skeletal anchorage devices which
have several advantages: no need of patient cooperation, reduction of treatment
time,
14-16
ability to wit
um anchorage,
15
ease of insertion and removal, low cost, and possibility of
immediate activation.
17
Although the efficacy and stability of this anchorage modality in different
malocclusion treatments have been reported by several studies,
5,16,18-24
the clinical
196
behavior of miniscrews withstanding orthodontic loads is not totally clear yet. There
persists the question whether they remain absolutely stationary as an intraosseous
implan
with dental implants in low-quality bone. Previous knowledge
about
ot influenced by adjacent structure
superi
ssessed
CT ma
tic
t, or if they can present some degree of mobilization as the orthodontic load is
applied.
16
Factors associated with miniscrew stability and clinical success, such as age,
sex, screw implant characteristics, insertion sites, surgical technique, inflammation,
and bone quantity, have been reported.
18,22,24,25,38,39
High failure rates and bone loss
have been associated
bone density is therefore paramount for correct planning and insertion of
dental implants.
26-29
Quantitative Computed Tomography is an effective method for bone mineral
density (BMD) measurement of specific regions of interest (ROI). One of the main
advantages is that the resulting image is n
mposition.
30
Its high sensitivity for tissue differentiation allows for a detection
threshold of 1% or lower density difference.
31
BMD quantitative values in Hounsfield Units (HU) for four different regions
are: > +850 H.U (anterior mandibular region) ; +500 up to +800 (posterior
mandibular and anterior maxillary regions) and 0 up to +500 (posterior maxillary
region).
32
Because a positive correlation of the preoperatory quantitative-a
ndibular BMD with torque intensity during implant insertion has been found,
CT-measured BMD may be used to estimate implant primary stability.
33-37
Although a few studies have used conventional radiography
6
or computed
tomography
38-41
for bone quantification prior to implant placement for orthodon
197
ancho
odontic anchorage during maxillary canine distalization,
with the bone quality of each region of interest (ROI) determined by Multi-Slice
(4) no regular use of drugs
such a
rage, they are limited because only bone quantity was assessed. Bone quality
(density) surrounding the implant might also have an impact on implant stability.
39
This study aimed to correlate the clinical and radiographic stability of titanium
miniscrews, used for orth
Computed Tomography.
MATERIAL AND METHOD
The initial sample consisted of 15 consecutive patients (8 males, 7 females;
age range: 12 years and 5 months to 32 years and 11 months), respecting the
following criteria: (1) good oral health; (2) indication for upper premolar extraction
and canine distalization; (3) absence of chronic renal failure and hormonal disorders,
particularly thyroid, parathyroid and adrenal impairment;
s steroids, barbiturates, anticonvulsants, and thyroid hormone replacement;
and (5) no regular tobacco smoking or alcohol drinking.
A total of 30 miniscrews (diameter: 1.8 mm, length: 10.0 mm, SIN-Implant
System
®
) were used for orthodontic anchorage. The titanium screws were inserted
perpendicular to the maxillary buccal intraseptal alveolar bone above the
mucogingival limit, between the roots of he second premolars and the first molars in
12 subjects, and mesial to the roots of the second molars in 3 subjects. The surgical
procedure was undertaken by the same dentist and consisted of local anesthesia
without mucoperiosteal incision or flap, the screw holes being made with a 1.0 mm
round bar and twist drill at 500 rpm, with continuous saline irrigation. The 1.8 mm
198
screws were then inserted by using a self-tapping method with continuous irrigation.
After the surgery, the patients were advised to perform daily mouth washings with
0.12% chlorhexidine and brush the insertion sites with a soft bristle toothbrush, for
one we
(parallelism technique). A 0.020”
stainle
(Figure 2. An initial load estimated in 200g by a
dynam
12 years and 5
month
ek. The patients were also instructed to take 50mg sodium diclofenac orally,
for five days.
For determination of the minimum height in the interradicular septal region
between the maxillary second premolars and the first molars, with sufficient
cancellous bone for miniscrew insertion and at least 2mm of space between the
corticals, 30 periapical radiographs were obtained
ss steel surgical guides and an acrylic base for optimal positioning during
miniscrew insertion were manufactured. (Figure 1)
The orthodontic load was applied immediately after miniscrew placement
(immediate load), with a 9.0 mm nickel-titanium closing coil spring strained between
the head of the screw and the 0.017”x0.025” stainless steel vertical power arm
inserted in the maxillary canine
ometer (SDS Ormco, ETM, Ref: 8001303) was applied, and the coils
reactivated each two weeks.
15 multi-slice computed tomograms (SIEMENS SOMATON SPIRIT®, Figure
3) were obtained from the maxilla of 15 individuals (age range:
s to 32 years and 11 months) selected for orthodontic treatment. Subjects
were positioned according to a technique previously reported.
30,42
The Denta Scan software (General Electric – Medical Systems, Milwaukee,
WI) was used for tomogram reconstruction. For paraxial reconstruction, the
199
following reference measures were used: length: 16.0, distance: 1.0, thickness:
1.0mm. Panoramic reconstruction (Figure 4) allowed identification of the section
representing the interradicular septal region to be studied. Through paraxial
reconstruction (Figure 5), the site for miniscrew insertion was identified, and the
larger possible region of interest (ROI) encompassing buccal cortical and medullary
bone was outlined. BMD per area (cm²), in Hounsfield Units (HU), was calculated
using
this period. After 30 days, two miniscrews from the same
subjec
Denta Scan software (General Eletric – Medical Systems, Milwaukee, WI).
The values obtained expressed the mean density of the area under study.
Miniscrew clinical stability was primarily determined by their permanence in the
insertion site and absence of mobility during the first 90 days of orthodontic load. The
Success Index (SI) was calculated as the percentage of total miniscrews that
remained stationary in
t led to severe gingival inflammation and had to be removed, thus reducing the
sample to 14 patients.
Miniscrew stability was assessed through right and left lateral oblique
radiographs (Figure 6) (Siemens
®
Sirona Orthophos 3), obtained soon after
miniscrew placement (T1) and 90 days after activation (T2). The cephalostat was
adjusted for the oblique position according to the instructions provided by the
manufacturer, allowing the X rays to penetrate the patient at a 45º angle. The
patients were conveniently positioned and the position of the nasal support,
graduated in millimeters, was recorded to permit that the patient could be positioned
in exactly the same position at T1 and T2. The following linear distances were
obtained at both left and right sides: (1) N-mi: distance between the cephalometric
200
Nasion point (N) and the miniscrew head (mi), (2) Or-mi: distance between the
cephalometric Orbital point (Or) and the miniscrew head (mi), and (3) N-Or: distance
betwee
For assessment of radiographic stability, Student`s t test for paired
sample
btained for
BMD v
n the cephalometric Nasion point (N) and the cephalometric Orbital point (Or)
(Figure 7).
The study was approved by the Ethics on Research Committee, and the
subjects gave their informed consent.
For operator calibration, the error method was used for BMD determination
and assessment of radiographic stability. For BMD, paraxial reconstructions of 5 CT
scans were used, with 3 bilateral measurements of the same ROI being obtained at
1-week intervals. For radiographic stability, 28 lateral oblique radiographs were
traced twice at 1-week intervals at treatment onset (T1), and 28 lateral oblique
radiographs were traced twice at 1-week intervals, after 90 days (T2). Pearson`s
correlation test and ANOVA showed that the operator was calibrated during BMD
determination.
s showed no statistically significant differences between the two
assessments.
Student`s paired t test was used for the asessment of the means o
alues from the right and left sides from each subject in the sample. Linear
regression was used to assess correlation between the right and left sides.
Student`s t test for paired samples was used for assessment of the
radiographic alterations in implant position, with 95% confidence interval for the mean
distance of the reference points. A p <0.05 significance level was established.
201
RESU
Table 1 shows BMD values (HU) for the 15 ROI on the right and left sides.
Table 2 shows Student`s paired t test between the right and left sides for each
sample subject (p = 0.045).
On linear regression, the correlation coefficient between the right and left sides
was 0.44 (p =0.097), as shown on Table 3.
The Success Index (SI) for miniscrew clinical stability during 90 days was
100%, as shown on Table 4.
Table 5 shows paired t test values for assessment of radiographic miniscrew
stability between the right and left sides, at T1 and T2.
DISCUSSION
Miniscrews as anchorage auxiliary devices in orthodontic treatment have
advantages and efficacy. Yet, their stability may be affected by direct insertion
in the periodontal ligament, local inflammation, mobility, proximity to the dental roots,
awaiting time for activation, amount of load applied, insertion site, and bone density.
18,22-24,
Bone quality at the insertion site is acknowledged as a possible factor
interfering with miniscrew stability. While CT-assessed BMD is routine for
conventional itraosseous implants, the same does not happen when miniscrews are
used as anchorage devices.
LTS
5,16,18-28
29-31
15,17,19,22
202
In this sample, BMD values ranged from +167HU to +660.80 HU (mean +
420.63 HU), conforming to NORTON and GAMBLE
38
scale for the posterior maxillary
region (0 to +500 HU). The specific regions between the maxillary second premolars
and first molars (total of 24 miniscrews) and mesial to the second premolars (total of 6
elve
of t
t be expected in older samples. Because calcium
metab
adequate planning seemed to have been decisive factors for the
clinica
insertion and load application (ranging from 50 to 300 gf
5,14,16
), so as to allow for
miniscrews) had a mean close to the maximum value of the aforementioned scale, a
finding that underscores its significant quality.
The paired t test showed a statistically significant difference (p=0.450) when
the mean of the differences between the right and left sides was compared. Tw
he 15 subjects studied had significantly greater maxillary BMD on the right side.
Linear regression also showed low correlation between the two sides (p=0.097).
Subjects in this study were over 12 years old (mean age: 21 years and 1
month), as advised by the American Food and Drug Administration (FDA).
49
Variations of bone quality mus
olism declines with age, specially in females,
50,51
the differences may be
relevant for miniscrew stability.
Miniscrew insertion in interradicular areas requires appropriate radiological
planning, including a surgical guide with periapical radiographs for determination of a
safer insertion site.
15,25,26
In this study, surgery performance by the same
professional, and
l success of the miniscrew implants, in accordance with methods previously
used elsewhere.
Although an awaiting time of two weeks is advised between the miniscrew
203
tissue cicatrization,
16
primary mechanical retention allows for immediate device
activation. In this study, a 200g load was immediately applied after the insertion of 30
minisc
eiving oral anti-inflammatory drugs for five days following the
surgica
ucosa have been
shown
ificant
variatio
rews, without any apparent interference with stability and clinical success.
Because inflammation control has been shown to be fundamental for
miniscrew stability,
22-24,29-31
all subjects were advised to adhere to strict oral hygiene
practices, besides rec
l procedure.
In only one case, severe inflammation with purulent secretion led to miniscrew
removal and repositioning in another site, though no stability loss was seen.
Inflammation was ascribed to the miniscrew position, above the mucogingival limit,
close to the vestibulum floor. Miniscrews inserted in the alveolar m
to have a greater likelihood to trigger inflammation.
20,22,24,46
Although no alteration in the initial position of the miniscrews was observed,
these devices may not remain absolutely static.
18,22
No statistically significant
differences were seen between N-mi (p=0.278 [right]; p=0.111 [left]), Or-mi (p=0.272
[right]; p=0.487 [left]), and N-Or (p=0.903 [right]; p=0.105 [left]), as assessed through
cephalometric outlines on lateral oblique radiographs (45°), pointing to stability of the
28 miniscrews during the 90-day observation period, as ascertained by comparisons
of the means at T1 and T2. Variations were also seen between the cephalometric
points N and Or at T1 and T2. These variations were similar to those found between
the cephalometric points and the miniscrews. All these non-statistically sign
ns are likely to have been due to distortions in the radiographic images.
204
The most favorable site for miniscrew implant in case of canine retraction is
between the roots of the maxillary permanent second premolars and first molars.
6,27,28
In an extensive review, KRAVITZ and KUSNOTO
31
observed a 11% to 30% variation
in the frequency of miniscrew absolute stability loss under orthodontic loads. The SI
in this study was 100%, none of the 28 miniscrews showed the slightest degree of
mobility after 90 days under a 200g load. BMD of all subjects fell within the normal
range of NORTON and GAMBLE
38
scale, even close to the maximum value, pointing
to the safety of this region between the second premolars and the first molars and the
e second premolars, for miniscrew insertion.
bone quality is
concer
rtion,
coupled with inflammation control and adequate oral hygiene seem fundamental for
is new anchorage system during maxillary canine distalization.
003; 73:270-80.
thop 2005; 127: 713-22.
region mesial to th
CONCLUSIONS
- The region between the maxillary second premolars and the first molars, and
the region mesial to the maxillary second premolars are safe, as far as
ned, for miniscrew insertion during the first 90 days of the canine distalization,
because the BMD fell within the normal range of an established scale.
- The surgical technique and appropriate planning for miniscrew inse
the success of th
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Philadelphia, v.425, n
209
FIGURE LEGENDS
Figure 1 - Stainless surgical guides (Left) and periapical radiographic view (Right)
at T1 and T2)
omputed Tomographic
Figure 4 - Panoramic reconstruction
Figure 5 - Paraxial reconstruction
Lateral oblique radiographs (Left and Right sides)
Figure 7 - Cephalometric trace
left sides
able III – Correlation between paired samples
Table IV – Descriptive Analysis for clinical stability
able V - Paired t test values for assessment of radiographic miniscrew
stability between the right and left sides, at T1 and T2
Figure 2- Canine retraction mechanism (Left and Right views
Figure 3 - Maxillary Multi-Slice C
Figure 6 -
TABLES
Table I – Bone mineral density values (H.U)
Table II – Paired Student’s t test between the right and
T
T
210
SUB CT
Den
(H.U)/Right
sid
Den
(H.U)/Left
side
JE
Bone
sity
e
Bone
sity
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
660.8
346.6
563.5
279.6
14
15
507.5
373.3
510.3
317.5
555.9
486.1
480.2
385
512.1
497.6
448.6
397.8
407.8
498.7
409.5
369.5
329
319.3
409
265.7
507.2
354.7
310.1
487.2
462
167
Table I – Bone mineral density values (H.U)
* statistically significant at 0.05
able II – Paired Student’s t test between the right and left sides
T
N Correlation p
Pair
1
BMD (Right side) - BMD (Left
side)
15 .444 .097
Table III – Correlation between paired samples
Pired differences
Std.
Mean Deviation t df p
Pair
1
BMD (Right side) - BMD (Left
side)
62.8733
3
110.6220
7
2.20
1
14 .045*
211
Clinical
Stalility
Frequency %
Ab e scenc
Presence
Total
0
15
15
0
100
100
Table IV – Descriptive Analysis for clinical stability
T1 T2
Cephalometric distances
(mm)
Mean
Std.
Deviation
Mean
Std.
Deviation
P
N-mi (D)
N-mi lado (E)
Or-mi (D)
Or-mi (E)
N-Or (D)
N-Or (E)
76.893 5.0770
78.857 5.6276
37.964 5.4999
39.429 5.9738
48.679 3.9546
51.250 3.7352
77.143 4.6634
79.071 5.5012
38.071 5.4380
39.536 5.8621
48.750 3.1790
50.643 3.0786
0.278
0.111
0.272
0.487
0.903
0.105
Table V - Paired t test values for assessment of radiographic miniscrew
stability between the right and left sides, at T1 and T2
212
Figure 1 - Stainless surgical guides (Left) and periapical radiographic
view (Right)
igure 2 - Canine retraction mechanism (Left and Right views at
1 and T2)
F
T
213
Figure 3 - Maxillary Multi-Slice Computed Tomographic
214
Figure 4 - Panoramic reconstruction
Figure 5 - Paraxial reconstruction
215
Figure 6 - Lateral oblique radiographs (Left and Right
sides)
216
Figure 7 - Cephalometric trace
217
Artigo 3
Correlação entre a estabilidade de mini-implantes ortodônticos e a densidade
óssea de indivíduos submetidos ao tratamento ortodôntico
Autor Principal:
Rodrigo César Santiago
Especialista em Ortodontia e Mestrando em Ciências da Saúde – UFJF/MG
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Segundo Autor:
Giovanni Cerrone Júnior
Especialista em Radiologia e Professor do Curso de Especialização em Radiologia
da F.O da UFJF/MG
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Terceiro Autor:
Fernanda Oliveira de Paula
Especialista em Implantodontia
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Quarto Autor:
Neuza Maria Souza Picorelli Assis
Doutora em
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Quinto Autor:
Marcelo Reis Fraga
Mestre em Ortodontia
Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil
Orientador:
Robert Willer Farinazzo Vitral
Mestre e Doutor em Ortodontia – UFRJ/RJ
Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da F.O da UFJF/MG
Universidade Federal de Juiz de Fora – Brasil
Autor correspondente:
Robert Willer Farinazzo Vitral
Av. Barão do Rio Branco, 2595/ 1603-1604
36010-907 Juiz de Fora MG
32 3215-2270
218
Correlação entre a estabilidade de mini-implantes ortodônticos e a densidade
óssea de indivíduos submetidos ao tratamento ortodôntico
Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar a estabilidade clínica e
radiográfica de 30 mini-implantes em 15 indivíduos selecionados consecutivamente
para o início do tratamento (8 homens e 7 mulheres, com idade variando de 12 anos
e 05 meses a 32 anos e 11 meses) durante os primeiros 90 dias da distalização de
caninos permanentes superiores, buscando correlacionar essa estabilidade com a
qualidade óssea do local de inserção, determinada através de Tomografia
Computadorizada Mutli-slice. Os mini-implantes foram ativados imediatamente (T1)
través de uma mola de níquel-titânio sob uma força inicial de 200g. Na amostra deste
estudo, os valores da densidade mineral óssea (DMO) encontrados variaram de
+167H a +660,80 H, com um valor médio de + 420,63 HU, dentro do considerado
normal em uma escala previamente estabelecida para a DMO da região posterior da
maxila, na qual os valores variam de 0 a + 500 H.U. O resultado de teste t para
observações pareadas apresentou uma diferença estatisticamente significativa
(p=0,450) quando a média das diferenças dos lados direito e esquerdo foi
comparada, refletindo o achado em que dos 15 casos estudados, 12 apresentaram a
densidade mineral óssea do lado direito da maxila significativamente maior que a do
lado esquerdo. O teste de regressão linear revelou também uma baixa correlação
entre os dois lados analisados (p=0,097). Clinicamente, dos 28 mini-implantes
observados durante 90 dias (T2), visto que inicialmente 2 mini-implantes foram
removidos por presença de inflamação acentuada, o Índice de Sucesso (IC) foi de
219
100%,. Na avaliação da estabilidade radiográfica, não houve diferença
estatisticamente significativa entre os pontos N-mi (p=0,278 [lado D]; p=0,111 [Lado
E]), Or-mi (p=0,272 [lado D]; p=0,487 [Lado E]) e N-Or (p=0,903 [lado D]; p=0,105
[Lado E]) avaliados através de traçados cefalométricos sobre telerradiografias
laterais oblíquas (45º), revelando que os 28 mini-implantes observados durante o
período de 90 dias mantiveram-se estáveis ao se comparar as médias das distâncias
avaliadas entre os dois períodos da avaliação, T1 e T2. A densidade mineral óssea
estando, em todos os indivíduos estudados, dentro da variação de uma escala
estabelecida e próxima ao valor máximo desta escala, revelou ser a região entre 2
os
pré-molares e 1
os
molares e a região mesial aos 2
os
pré-molares segura, em termos
de qualidade óssea, para a inserção desses dispositivos.
INTRODUÇÃO
O controle de ancoragem é um fator importante que afeta diretamente os
resultados do tratamento ortodôntico, principalmente nos casos em que uma máxima
ancoragem se faz necessário.
1
Sistemas tradicionais foram desenvolvidos para
permitir o movimento distal de caninos nos casos com extração de pré-molares
entretanto, limitações referentes à necessidade de cooperação do paciente,
habilidade do operador, precisão em se determinar a quantidade ideal de força para
execução desse tipo de movimentação fazem com que o controle de ancoragem seja
um desafio.
2-6
Modelos de ancoragem esquelética como implantes dentários convencionais,
7-
9
onplantes,
10
implantes palatinos
11
e mini-placas,
12,13
vêm sendo utilizados,
220
proporcionando uma ancoragem absoluta sem a necessidade de cooperação dos
pacientes, com elevados níveis de sucesso. Todavia, necessitam de um
procedimento cirúrgico complexo e de custos elevados. Os mini-implantes, por sua
vez, constituem um mecanismo de ancoragem esquelética temporária, com
vantagens como a ausência da necessidade de cooperação por parte dos pacientes
em relação aos demais sistemas de ancoragem convencionais, a redução do tempo
de tratamento,
14-16
a capacidade de suportar uma variedade de forças ortodônticas
em pacientes com dentição mutilada e nos casos de extração que requerem uma
ancoragem máxima
15
, fácil inserção e remoção, baixo custo e possibilidade de
ativação imediata.
17
Apesar de várias pesquisas descreverem a eficácia e a estabilidade deste
modelo de ancoragem
5,16,18-28
o comportamento clínico dos mini-implantes sob ação
de cargas ortodônticas ainda não está totalmente claro. Existe a questão se eles se
mantêm absolutamente estáveis como os implantes endósseos ou se podem sofrer
deslocamento à medida que a força a ortodôntica é aplicada.
16
Fatores associados à estabilidade dos mini-implantes e seu sucesso clínico,
tais como idade, gênero, características do parafuso, locais de inserção, técnica
cirúrgica e inflamação, dentre outros, vêm sendo reportados em algumas
pesquisas.
18,22,24,29-31
Altas taxas de fracasso e perda óssea têm sido constantes
achados associados a implantes dentários em osso de qualidade baixa. Sendo
assim, o conhecimento prévio da densidade óssea é indispensável para um correto
planejamento e execução de implantes dentários.
32-35
221
A Tomografia Computadorizada Quantitativa é considerada um método eficaz
para o estudo da Densidade Mineral Óssea (DMO) em regiões de interesse
específicas (ROI’s). Uma das principais vantagens é que as informações resultantes
não sofrem superposição por estruturas anatômicas adjacentes.
36
A alta
sensibilidade na diferenciação entre os tipos de tecidos permite detectar diferenças
de densidades de 1% ou menos.
37
Os valores quantitativos para a DMO, determinados em Unidades Hounsfiled
(H.U) nas Tomografias Computadorizadas para quatro diferentes regiões dos
maxilares são > +850 H.U (região mandibular anterior) ; +500 até +800 (regiões
mandibular posterior e maxilar anterior) e 0 até +500 (região maxilar posterior).
38
Estudos que utilizaram a tomografia computadorizada quantitativa para correlacionar
a DMO da mandíbula, avaliada no pré-operatório, e a intensidade da força de torque
durante a inserção de implantes encontraram uma correlação positiva concluindo que
a determinação da DMO através da TC pode ser utilizada para a estimação da
estabilidade primária desses implantes.
39-43
Pesquisas têm avaliado a quantidade óssea para a inserção de implantes com
finalidade de ancoragem ortodôntica, seja através de radiografias convencionais
6
ou
Tomografia Computadorizada.
44-47
A limitação destas pesquisas se deve ao fato de
que somente a quantidade óssea é analisada, sendo que a qualidade do tecido
ósseo (densidade) que envolve o implante pode exercer um impacto na estabilidade
desses implantes.
45
O presente estudo teve como objetivo avaliar a estabilidade clínica e
radiográfica de mini-implantes durante a distalização de caninos permanentes
222
superiores, buscando correlacionar essa estabilidade com a qualidade óssea do local
de inserção, determinada através de Tomografia Computadorizada Mutli-slice.
MATERIAL E MÉTODO
A amostra constou inicialmente de 15 indivíduos selecionados
consecutivamente para o início do tratamento (8 homens e 7 mulheres, com idade
variando de 12 anos e 05 meses a 32 anos e 11 meses), respeitando os seguintes
critérios: (1) boas condições de higiene bucal; (2) má oclusão que justificasse a
exodontia de primeiros pré-molares superiores e necessidade da distalização dos
caninos; (3) ausência de insuficiência renal crônica e distúrbios hormonais,
particularmente distúrbios da tireóide, da paratireóide ou das adrenais; (4) não
usuários de drogas, como corticosteróides, barbitúricos, anticonvulsivantes e
hormônio tireoideano e (5) não alcoólatras e/ou tabagistas.
Trinta parafusos bio-inertes de titânio de 1,8 mm x 10,0 mm (SIN – Implant
System ®) foram utilizados como ancoragem ortodôntica. Os mini-implantes foram
inseridos, por um mesmo cirurgião no osso cortical acima do limite muco-gengival,
perpendicularmente à região de vestíbulo da maxila entre as raízes dos segundos
pré-molares e primeiros molares permanentes em 12 indivíduos e mesialmente aos
segundos pré-molares em 3 indivíduos. A técnica cirúrgica constou de anestesia
local, inserção manual dos mini-implantes após confecção de um orifício guia sob
alta rotação e irrigação contínua com solução salina de Cloreto de Sódio, sem incisão
ou retalho muco-periósteo. Após a cirurgia os pacientes foram orientados a realizar
um bochecho diário com solução de clorexidina 0,12% durante uma semana,
223
administração intra-oral de Diclofenaco de Sódio, 50mg, durante 5 dias e escovação
do local dos mini-implantes com escova de cerdas macias.
Na determinação da altura mínima na região de septo inter-radicular com
quantidade de osso trabeculado o suficiente para inserção, com no mínimo 2 mm de
distância entre as corticais, foram realizadas 30 radiografias periapicais, técnica do
paralelismo. Guias cirúrgicos com fio de aço 0,020” e uma base de acrílico foram
confeccionados para orientação durante a inserção dos mini-implantes. (FIGURA 1)
Os mini-implantes foram ativados imediatamente após a inserção (carga
imediata), com uma mola fechada de níquel-titânio de 9 mm, distendida entre a
cabeça do mini-implante (carga direta) e um fio de aço inoxidável retangular de
0,017” x 0,025” utilizado como braço de força vertical nos caninos superiores
permanentes, que se movimentaram através de uma mecânica de deslize sobre um
arco contínuo de aço de 0,016” x 0,022”. (FIGURA 2) Uma força F inicial de 200 gf,
mensurada através da utilização de um Dinamômetro (SDS Ormco, ETM, Ref:
8001303) foi aplicada sobre os mini-implantes e as molas reativadas a cada duas
semanas.
Para a avaliação da DMO foram realizadas 15 Tomografias Computadorizadas
Multi-Slice (SIEMENS SOMATON SPIRIT
®
, FIGURA 3) da maxila, dos 15 indivíduos
selecionados. No momento da realização do exame os indivíduos foram
posicionados, por um mesmo operador, conforme padronizado por Vitral et al.
36,48
Na elaboração do tomograma utilizou-se o software Denta Scan (General
Eletric – Medical Systems, Milwaukee, WI). Para a reconstrução paraxial foram
empregadas as medidas de referência Lenght: 16.0, Distance: 1.0, Thickness:
224
1.0mm. A reconstrução panorâmica permitiu a identificação do corte que
representaria a região de septo inter-radicular para o estudo (FIGURA 4). Através da
reconstrução paraxial identificou-se o local de inserção do mini-implante e delimitou-
se, a maior região de interesse (ROI) possível que abrangesse osso cortical
vestibular e medular da região (FIGURA 5). A determinação da Densidade Mineral
Óssea por área (cm²), em Unidades Hounsfield (H.U), foi realizada com o software
Denta Scan (General Eletric – Medical Systems, Milwaukee, WI). Os valores
encontrados expressaram a densidade média da área estudada.
A estabilidade clínica dos mini-implantes foi determinada, primariamente, pela
permanência desses no local de inserção e pela ausência de mobilidade durante os
90 primeiros dias do período de aplicação da força ortodôntica, considerando como
Índice de Sucesso (IC) o percentual de mini-implantes que se mantiveram estáveis
nesse período. Entretanto, após 30 dias de observação dois mini-implantes, em um
mesmo indivíduo, apresentaram inflamação acentuada indicando a necessidade de
remoção dos mesmos. Desta forma a amostra final foi constituída de 14 indivíduos.
Para a verificação da estabilidade radiográfica utilizou-se telerradiografias
laterais oblíquas (45º) (FIGURA 6), lados direito e esquerdo, em dois tempos do
estudo (T1) logo após inserção do mini-implante e (T2) noventa dias após ativação.
As telerradiografias oblíquas foram obtidas utilizando-se um aparelho Siemens
®
Sirona Orthophos 3. O cefalostato foi ajustado para a posição oblíqua fornecida pelo
fabricante, ou seja, permitindo com que o feixe central de raios X incidisse no crânio
do paciente a ser radiografo em um ângulo de 45º. Os pacientes foram devidamente
posicionados no cefalostato e a posição do apoio nasal, graduada em milímetros, foi
225
registrada individualmente para que em T2 a cabeça do paciente pudesse ser
posicionada no cefalostato exatamente como em T1. Duas telerradiografias oblíquas
foram realizadas no tempo de cada exame, uma do lado direito e uma do lado
esquerdo. Uma vez obtida a telerradiografia oblíqua, foram medidas as seguintes
distâmcias lineares: (1) Or-mi (distância linear entre o ponto cefalométrico Orbitário
(Or) e a cabeça do mini-implante (mi); (2) N-mi (distância linear entre o ponto Nasion
(N) e a cabeça do mini-implante, bilateralmente e (3) N-Or (distância linear entre o
ponto cefalométrico Násio (N) e Orbitário (O). (FIGURA 7)
O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e os indivíduos
componentes da amostra foram consultados e conscientizados sobre os
procedimentos a que seriam submetidos.
Com a finalidade de calibrar o operador, empregou-se o erro de método para
a determinação da DMO e durante a avaliação da estabilidade radiográfica. Em
relação à DMO foram utilizadas as reconstruções paraxiais de 5 Tomografias
Computadorizadas e realizadas 3 medições de cada lado (direito e esquerdo) da
mesma região de interesse (ROI), com um intervalo de uma semana. Para a
estabilidade radiográfica 28 telerradiografias laterais oblíquas foram traçadas duas
vezes com um intervalo de uma semana no início do tratamento (T1) e 28
telerradiografias laterais oblíquas foram traçadas duas vezes com um intervalo de
uma semana após 90 dias (T2). O teste de correlação de Pearson e a ANOVA
demonstraram que o operador estava calibrado durante a determinação da DMO. O
mesmo foi observado para a determinação da estabilidade radiográfica, onde o
226
teste t de Student para amostras pareadas revelou que não há diferenças
estatisticamente significativas entre as duas avaliações.
Utilizou-se o teste t de Student Pareado durante a avaliação das diferenças entre
as médias obtidas para os valores da DMO do lado direito e esquerdo de cada indivíduo
da amostra. Com o objetivo de avaliar a correlação entre os lados direito e esquerdo,
procedeu-se um teste de regressão linear.
Na avaliação de alterações radiográficas na posição desses implantes foi
empregado o Teste t, de Student, para amostras pareadas, com um intervalo de
confiança de 95% para média da distância dos pontos referenciais. Um nível de
significância de p <0,05 foi estabelecido.
RESULTADOS
Os valores obtidos na avaliação da DMO (H.U) das 15 regiões de interesse do
lado direito e esquerdo são expressos na Tabela 1.
A Tabela 2 apresenta o teste t de Student pareado entre os lados direito e
esquerdo de cada elemento da amostra. O valor de P encontrado foi de 0.045.
Na avaliação da correlação entre os lados direito e esquerdo, através do teste
de regressão linear, o coeficiente de correlação foi igual a 0,44 (p =0.097). (Tabela
3).
Na análise descritiva da estabilidade clínica dos mini-implantes a freqüência
de mini-implantes que permaneceram clinicamente estáveis no período de 90 dias foi
de 100% determinado pelo Índice de Sucesso (IC). (Tabela 4)
227
A Tabela 5 apresenta o Teste t pareado para verificação da estabilidade
radiográfica entre os mini-implantes dos lados direito e esquerdo, nos dois tempos do
estudo (T1) logo após inserção do mini-implante e (T2) noventa dias após ativação.
DISCUSSÃO
As vantagens e a eficácia na utilização de mini-implantes como dispositivos
auxiliares de ancoragem no tratamento das más oclusões têm sido tema de vários
trabalhos,
5,16,18-28
. Entretanto, fatores como inserção direta no ligamento periodontal,
inflamação do tecido peri-implante, mobilidade, proximidade às raízes dos dentes
adjacentes, tempo de espera para ativação e quantidade de força aplicada, local de
inserção e densidade óssea podem estar associados à estabilidade dos mini-
implantes.
18,22-24,29-31
É reconhecido que a qualidade óssea do local de inserção é um dos fatores
que podem interferir na estabilidade destes dispositivos.
15,17,19,22
Enquanto que na
realização de implantes convencionais endósseos a determinação da densidade
mineral óssea através de tomografia computadorizada é um procedimento de rotina,
tal situação não é verificada na utilização dos mini-implantes com finalidade de
ancoragem.
Na amostra deste estudo, os valores de DMO encontrados variaram de +167H
a +660,80 H, com um valor médio de + 420,63 HU, dentro do considerado normal na
escala de NORTON e GAMBLE
38
para a DMO da região posterior da maxila, na qual
os valores variam de 0 a + 500 H.U. A região específica entre 2
os
pré-molares e 1
os
molares (total de 24 mini-implantes) e mesial aos 2
os
pré-molares (total de 6 mini-
228
implantes) apresentou uma média próxima ao valor máximo da escala citada
anteriormente, revelando ser essa, para os indivíduos da amostra, uma região com
qualidade significativa.
O resultado de teste t para observações pareadas apresentou uma diferença
estatisticamente significativa (p=0,450) quando a média das diferenças dos lados
direito e esquerdo foi comparada, refletindo o achado em que dos 15 casos
estudados, 12 apresentaram a densidade mineral óssea do lado direito da maxila
significativamente maior que a do lado esquerdo. O teste de regressão linear revelou
também uma baixa correlação entre os dois lados analisados (p=0,097).
Os indivíduos da amostra tinham idade superior a 12 anos, seguindo as
orientações da Administração Americana de Drogas e Alimentos (U.S. FDA).
49
A
idade média foi de 21 anos e 1 mês. Variações da qualidade óssea com a idade
devem ser esperadas ao se estudar amostras com uma média de idade maior que a
do grupo avaliado neste estudo. Como há diminuição do metabolismo de cálcio com
o aumento da idade principalmente no sexo feminino,
50,51
as diferenças podem ter
um papel relevante na estabilidade dos mini-implantes.
A inserção de mini-implantes em áreas inter-radiculares requer um
planejamento radiográfico apropriado, incluindo um guia cirúrgico com radiografias
periapicais na determinação do local de inserção mais seguro.
15,25,26
No presente
estudo, a técnica cirúrgica realizada por um mesmo cirurgião associada a um
planejamento adequado pareceram ser um dos fatores determinantes para o sucesso
clínico dos mini-implantes empregados, corroborando com métodos empregados em
pesquisas anteriores.
229
Embora um período de espera de duas semanas entre a colocação do mini-
implante e a aplicação da força seja recomendado para permitir a cicatrização dos
tecidos adjacentes,
16
com cargas variando de 50-300 gf.
5,14,16
, a retenção mecânica
primária permite a ativação imediata desses dispositivos. No presente estudo, uma
força de 200g foi aplicada imediatamente após a inserção dos 30 mini-implantes, o
que parece não ter interferido na estabilidade e sucesso clínico dos mesmos.
Estudos demonstram que o controle da inflamação é fundamental para a
estabilidade dos mini-implantes,
22-24,29-31
por este motivo, além da administração via
oral de uma droga antiinflamatória por um período de cinco dias após a cirurgia,
todos os indivíduos neste estudo foram orientados sobre a maneira correta de
higiene bucal, principalmente no o local onde os mini-implantes foram inseridos.
Entretanto, após duas semanas de ativação, em um único caso, houve a
necessidade de remoção e recolocação em outra região de dois mini-implantes em
virtude da presença de inflamação acentuada acompanhada de secreção purulenta
no local de inserção, sem, entretanto, perda de estabilidade. Acredita-se que tal
inflamação ocorreu devido à localização desses mini-implantes, inseridos em uma
região acima do limite muco-gengival, próximo ao fundo de vestíbulo. Estudos
demonstram que mini-implantes inseridos na área de mucosa alveolar apresentam
maior chance de acometimento por processos inflamatórios.
20,22,24,46
Os mini-implantes, apesar de clinicamente não aparentarem nenhuma
alteração em sua posição inicial, podem não permanecer absolutamente
estáticos.
18,22
Não houve diferença estatisticamente significativa entre os pontos N-mi
(p=0,278 [lado D]; p=0,111 [Lado E]), Or-mi (p=0,272 [lado D]; p=0,487 [Lado E]) e
230
N-Or (p=0,903 [lado D]; p=0,105 [Lado E]) avaliados através de traçados
cefalométricos sobre telerradiografias laterais oblíquas (45º), revelando que os 28
mini-implantes observados durante o período de 90 dias mantiveram-se estáveis ao
se comparar as médias das distâncias avaliadas entre os dois períodos da avaliação,
T1 e T2. Variações foram também verificadas entre os pontos cefalométricos N e Or
entre T1 e T2. Estas variações foram semelhantes àquelas encontradas entre os
pontos cefalométricos e os mini-implantes. Provavelmente todas estas variações, as
quais não foram estatisticamente significativas, ocorreram em virtude de distorções
nas imagens radiográficas.
Estudos revelam que a região mais favorável para a inserção de mini-
implantes, nos casos de retração de caninos, está localizada entre as raízes dos 2
os
pré-molares e 1
os
molares permanentes.
6,27,28
Em uma extensa revisão, KRAVITZ e
KUSNOTO
31
observaram uma variação de 11% a 30% na freqüência da perda de
estabilidade absoluta de mini-implantes sob ação de cargas ortodônticas. No
presente estudo a freqüência de sucesso na estabilidade dos mini-implantes durante
a retração de caninos foi de 100%, onde, após um período de ativação de 90 dias
sob uma carga de 200g, 28 mini-implantes não apresentaram nenhum grau de
mobilidade. A densidade mineral óssea estando, em todos os indivíduos estudados,
dentro da variação observada na escala de NORTON e GAMBLE
38
e próxima ao
valor máximo desta escala, revelou ser a região entre 2
os
pré-molares e 1
os
molares e
a região mesial aos 2
os
pré-molares segura, em termos de qualidade óssea, para a
inserção desses dispositivos.
231
CONCLUSÕES
- A região entre 2
os
pré-molares e 1
os
molares e a região mesial aos 2
os
pré-
molares revelou ser segura, em termos de qualidade óssea, para a inserção de mini-
implantes durante os primeiros 90 dias de ativação na distalização de caninos
superiores, quando a DMO apresentou valores considerados normais dentro de uma
escala estabelecida.
- A técnica cirúrgica e um planejamento apropriado para a inserção dos mini-
implantes, associados a um controle da inflamação e a uma higiene oral adequada
parecem fundamentais para o sucesso desse novo modelo de ancoragem
empregado durante a distalização de caninos na maxila.
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235
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236
Tabela 1 - Valores da Densidade Mineral Óssea (H.U)
INDIVÍDUO
DMO
(H.U)/Lado
Direito
DMO
(H.U)/Lado
Esquerdo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
507,5
486,1
480,2
385
512,1
497,6
448,6
397,8
407,8
498,7
409,5
369,5
660,8
346,6
373,3
329
319,3
409
265,7
507,2
354,7
310,1
510,3
317,5
487,2
462
167
563,5
279,6
555,9
Tabela 2 – Média e desvio-padrão das diferentes regiões, distribuídas por lado
(Direito/Esquerdo)
* estatisticamente significativo ao nível de p0,05
Diferenças Pareadas
Média
Desvio-
Padrão
t df p
Pair
1
DMO (Lado direito) - DMO (Lado
esquerdo)
62.87333 110.62207 2.201 14 .045*
Tabela 3 – Correlação entre amostras pareadas
N Correlação Sig.
Pair 1 DMO (Lado direito) - DMO (Lado
esquerdo)
15 .444 .097
237
Tabela 4 – Análise descritiva para a estabilidade clínica
Estabilidade
Clínica
Frequência %
Ausente
Presente
Total
0
15
15
0
100
100
Tabela 5 – Resultado do teste t pareado para avaliação da estabilidade radiográfica dos
mini-implantes, lados direito e esquerdo, em T1 e T2
T1 T2
Distâncias cefalométricas
(mm)
Média
Desvio-
Padrão
Média
Desvio-
Padrão
P
N-mi (D)
N-mi lado (E)
Or-mi (D)
Or-mi (E)
N-Or (D)
N-Or (E)
76.893 5.0770
78.857 5.6276
37.964 5.4999
39.429 5.9738
48.679 3.9546
51.250 3.7352
77.143 4.6634
79.071 5.5012
38.071 5.4380
39.536 5.8621
48.750 3.1790
50.643 3.0786
0.278
0.111
0.272
0.487
0.903
0.105
238
FIGURA 1 – Guia cirúrgico (esquerda) e imagem radiográfica
periapical (direita)
FIGURA 2 – Mecanismo de retração dos caninos, lados direito
e esquerdo, nos dois tempos T1 e T2.
239
FIGURA 3 – Tomografia Computadorizada Multi-Slice
da maxila
240
FIGURA 4 – Reconstrução panorâmica
FIGURA 5 – Reconstrução paraxial
241
FIGURA 6 – Radiografia Lateral Oblíqua, lados direito e
esquerdo
242
FIGURA 7 - Traçado Cefalométrico sobre Telerradiografia Lateral
Oblíqua (45º)
243
4 - ANEXOS
FIGURA 59 – Traçado Cefalométrico
sobre Telerradiografia Lateral Oblíqua
(45º)
244
FIGURA 60 – Reconstrução tomográfica panorâmica
245
FIGURA 61 – Reconstrução tomográfica paraxial
]
246
TABELA 1- Resultados do Teste ANOVA e do Teste de correlação de Pearson para
avaliação da calibração do operador durante avaliação da DMO, comparando, através de 03
avaliaçãoes, a DMO média dos locais de inserções, de N=05 Tomografias
Computadorizadas. (LADO DIREITO)
Comparação das avaliações –Teste ANOVA (Medidas Repetidas)
Média Desvio Padrão N P
1ª Avaliação da DMO
2ª Avaliação da DMO
3ª Avaliação da DMO
485,6000
483,8000
485,6000
41,88436
31,16408
29,31382
5
5
5
0,814
Teste de correlação de Pearson R
1ª Avaliação da DMOx 2ª Avaliação da DMO
1ª Avaliação da DMOx 3ª Avaliação da DMO
2ª Avaliação da DMOx 3ª Avaliação da DMO
0,717
0,825
0,976
TABELA 2- Resultados do Teste ANOVA e do Teste de correlação de Pearson para
avaliação da calibração do operador durante avaliação da DMO, comparando, através de 03
avaliaçãoes, a DMO média dos locais de inserções, de N=05 Tomografias
Computadorizadas. (LADO ESQUERDO)
Comparação das avaliações –Teste ANOVA (Medidas Repetidas)
Média Desvio Padrão N P
1ª Avaliação da DMO
2ª Avaliação da DMO
3ª Avaliação da DMO
421,0000
418,0000
417,4000
121,30128
113,26297
110,16261
5
5
5
0,938
Teste de correlação de Pearson R
1ª Avaliação da DMOx 2ª Avaliação da DMO
1ª Avaliação da DMOx 3ª Avaliação da DMO
2ª Avaliação da DMOx 3ª Avaliação da DMO
0,993
0,987
0,998
247
TABELA 3
Teste t pareado para avaliação da calibração do operador durante avaliação da
estabilidade radiográfica, comparando, através de duas avaliaçãoes, a média dos 28 locais de
inserções, 14 do lado direito (D) e 14 do lado esquerdo (E), no início da ativação (T1) e 90
dias após ativação (T2),
Primeira Avaliação Segunda Avaliação
Distância Cefalométrica Média
Desvio
Padrão
Média
Desvio
Padrão
P
Lado direito
N-mi T1
N-mi T2
Or-mi T1
Or-miT2
N-Or T1
N-Or T2
Lado esquerdo
N-mi T1
N-mi T2
Or-mi T1
Or-miT2
N-Or T1
N-Or T2
76,8929
77,1429
37,9643
38,0714
48,6786
48,7500
78,8571
79,0714
39,4286
39,5357
51,2500
50,6429
5,07702
4,66339
5,49988
5,43796
3,95458
3,17896
5,62764
5,50125
5,97384
5,86208
3,73523
3,07864
76,9643
77,1429
37,9643
38,0000
48,7143
48,8571
78,8214
78,9643
39,3929
39,5714
51,1786
50,5000
5,03245
4,83349
5,49988
5,49475
3,79633
3,09732
5,64531
5,42949
5,99416
5,83707
3,93997
3,05715
,165
1,000
1,000
,336
,752
,512
,583
,082
,336
,336
,635
,050
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