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relação ao grupo controle. Esses dados indicam que o controle reflexo da FC não foi
prejudicado pelo tratamento por quatro semanas (Andrade, 2007b). Uma justificativa
encontrada para essa condição seria devido ao fato de estudos em animais (ratos)
indicarem um papel modulatório de níveis fisiológicos da testosterona na
sensibilidade barorreflexa (El-Mas et al., 2001; El-Mas et al., 2002; Ward & Abdel-
Rahman, 2005; Ward & Abdel-Rahman, 2006), que parece envolver um aumento da
atividade eferente vagal cardíaca (El-Mas et al., 2001; El-Mas et al., 2002).
Dessa forma, partindo da justificativa que o tratamento com DN promove aumento
dos níveis de androgênios no sangue (Takahashi et al., 2004), o curto tratamento foi
capaz de aumentar a atividade vagal, uma vez que os animais DECA tiveram valores
baixos de FC basal que os ratos controle, indicando um aumento no tônus
parassimpático. Portanto, apesar da hipertrofia cardíaca e início de remodelamento
do VE observadas após quatro semanas de uso de DN, a sensibilidade do RBJ não
foi alterada, o que pode ser justificado pelo aumento do tônus vagal. Entretanto, ao
finalizarmos os dados do estudo atual, submetendo os animais ao tratamento por
oito semanas com DN, acreditamos na possibilidade que o grau de mudanças
morfológicas cardíacas causado por quatro semanas de tratamento com DN foram
insuficientes para alterar a sensibilidade do RBJ e, como conseqüência, não reduzir
o ganho do reflexo cardiopulmonar quimiossensível, diferente do que observamos
com oito semanas de tratamento.
Embora a hipertrofia seja bastante discutida com uma das possíveis causas do
prejuízo do RBJ, não podemos negligenciar que ambos animais, tratados por quatro
(Andrade et al., 2007b) e por oito semanas com DN apresentaram hipertrofia
cardíaca, contudo, apenas o tratamento crônico prejudicou o RBJ. Pereira-Júnior e
colaboradoes (2006) mostraram que ratos sedentários tratados com DN por dez
semanas, utilizando a mesma dose do presente estudo, apresentaram disfunção na
regulação autonômica cardíaca tônica, com marcado prejuízo do controle
parassimpático (Pereira-Júnior et al., 2006). Dessa forma, o aumento da PAM basal
e prejuízo da queda PAD pelo RBJ, em todas as doses frente às injeções de 5-HT e
o prejuízo da queda da FC pelo RBJ apenas nas duas maiores doses de 5-HT no
grupo DECA, pode servir como suspeita de um marcado prejuízo do controle
parassimpático cardíaco acompanhado ou não de uma possível hiperativação
simpática, já que, é sabido que influências vagais e simpáticas concorrem de