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compreensão do homem, do mundo e da sociedade. Este último, presente na escola de hoje,
manifesta-se quando o sujeito constrói seu conhecimento na ação-reflexão-ação, numa
abordagem cognitiva. A sala de aula é ambiente do conhecimento “onde (os alunos)
organizam dados, sentem emoções e resolvem problemas, adquirem conhecimentos e
empregam símbolos verbais” (MAIA, 2006, p. 53), onde o processo de ensino deu lugar para
a aprendizagem, como apontou Valente (2000) no texto anterior.
No processo das práticas pedagógicas de aprendizagem, destacam-se a figura do
professor como mediador do conhecimento historicamente acumulado e o aluno. Ser
mediador, no entanto, implica ter também apropriado esse conhecimento, como aponta Freire
(1997) e mesmo Gadotti (2000) sobre o novo professor no livro Pedagogia da Terra:
Num novo professor, mediador do conhecimento, sensível e crítico, aprendiz
permanente e organizador do trabalho na escola, um orientador, um cooperador,
curioso e, sobretudo, um construtor de sentido. ”Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção
[...] É preciso que, pelo contrário, desde o começo do processo, vá ficando cada vez
mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao
formar e quem é formado, forma-se e se forma ao ser formado. [...] Não há docência
sem discência, as duas explicam-se e seus sujeitos, apesar das diferenças que os
conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende
ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 1997. In: GADOTTI,
2000, p. 45).
Ficam evidentes as mudanças das práticas pedagógicas alicerçadas em novos
parâmetros, novas perspectivas, na era do conhecimento. A Escola, aos poucos, se permite
inovar e transformar. De centro de ensino para centro de aprendizagem. Gadotti (2000)
propõe:
[...] Na era do conhecimento, a pedagogia tornou-se a ciência mais importante
porque ela objetiva justamente promover a aprendizagem. A era do conhecimento é
também a era da sociedade ´aprendente`: todos se tornaram aprendizes. A Pedagogia
não está mais centrada na didática, em como ensinar, mas na ética e na filosofia, que
se pergunta como devemos ser para aprender e o que precisamos saber para aprender
e ensinar. E muda a relação ensino-aprendizagem. Humberto Maturana (1989) em
sua Oração do estudante, diz: `Por que me impôs o que sabes se eu quero aprender o
desconhecido e ser fonte em minha própria descoberta?’. (GADOTTI, 2000, p.48).
A escola, assim, ingressa na era do conhecimento, da construção do indivíduo pelo
próprio indivíduo, no ingresso do mundo globalizado, complexo, mas instigante. “A escola
explora novas possibilidades de aprendizagem e, como diz Levy (2000, p. 157): ”a busca da
cibercultura, das tecnologias da informação, contribui para novas relações do indivíduo com o