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Dr. B: Sim, claro, claro, não tenho a menor dúvida.
Pesquisadora: Em que outros locais, outra atuações da justiça que o senhor considera
que a Psicologia poderia estar contribuindo?
Dr. B: Eu acho que na área criminal, né? Eu acho que na área criminal ela... Olha, aí
eu tô, eu tô no achomêtro aqui, viu?
Pesquisadora: Mas, é isso mesmo.
Dr. B: Eu tô no achomêtro porque eu não atuo na área, eu não sei, eu não sei até que
ponto, mas, não tem dúvidas, né? Eu acho que um trabalho, analisar, analisar o depoimento, o
comportamento, das partes envolvidas num processo criminal, pelo menos, em princípio
parece que..., né? Mas, eu tô há muitos anos fora da área do crime, basicamente meu trabalho
é na família, então, é mais uma impressão leiga só, tá?
Pesquisadora: Se pudesse modificar algo neste trabalho que vem sendo feito em
conjunto, teria alguma coisa?
Dr. B: Eu acho que... depende... Por exemplo, o que eu acho, o que eu acho, às vezes,
que eu preciso de, eu sinto falta de um esclarecimento... Eu mesmo posso corrigir isso, né? Ou
seja, é apresentar uma forma de quesitação. Que hoje prá vocês, manda-se, ah... faz um estudo
psicossocial em relação a determinado caso. Vocês vão lá, ouvem lá, o que vocês viram,
ouviram, o que vocês perceberam, a conclusão, tal. E alguns casos, mas, por exemplo, não é
algo prá corrigir nem prá vocês, é prá gente mesmo, né? Ou seja, como a prova, é uma prova,
a prova de vocês, o laudo psicossocial, é uma prova técnica, né, eu acho pertinente, eu acho
que seria cabível. E tem um caso agora que eu queria fazer isso, não fiz por... Enfim, eu quis
esperar a primeira manifestada d’ocês, mas, se for o caso, eu vou... Que é mandar a
quesitação. É fazer as minhas perguntas, cara. Eu quero saber isso, isso, isso e isso.
Pesquisadora: Porque às vezes não responde ao que se quer.
Dr. B: É, exatamente. Então, se eu, se eu sou mais especifico onde eu quero, né, então
nesse caso, por exemplo, eu despachei essa semana. Era um casal que tem três filhos, tem três
filhos, um deles vai ficar com o pai, os outros dois com a mãe ou vice-versa. Então, eu fiz a
manifestação, li o acordo, eu não disse que era contra, eu disse que me causava preocupação
essa separação entre filhos. Então, eu queria ouvir o estudo psicológico, né, prá saber das
crianças, como é que é que eles tão encarando isso... Então, eu tentei na minha manifestação
já, já dizer isso, o que que eu quero saber. Porque prá vocês é importante, prá que que esse
negócio veio aqui, o que que esse cara tá querendo saber, o que que a justiça tá querendo
saber?
Pesquisadora: Ás vezes tem essa pergunta mesmo.