Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS – CÂMPUS
ARARAQUARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
A Economia das Drogas na cidade de São Paulo em 2001
Fernanda Perini de Castro
Araraquara 2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS – CÂMPUS
ARARAQUARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
A Economia das Drogas na cidade de São Paulo em 2001
Fernanda Perini de Castro
Dissertação de
mestrado da
UNESP
Araraquara.
Araraquara 2007
ads:
3
Aos meus pais,
4
Agradeço ao meu orientador, Alexandre Sartoris, pela atenção e dedicação na
realização deste trabalho, aos meus pais, que sempre me apoiaram e
incentivaram a seguir o ramo de pesquisa acadêmica, e a todos os meus
amigos, os que conviveram comigo no mestrado, e os que conviveram comigo
durante a realização da dissertação, deram-me forças e incentivo, e sem eles,
sem sua alegria e companhia minha vida seria, no mínimo, muito sem graça.
5
ÍNDICE
RESUMO 6
INTRODUÇÃO 7
1. ASPECTOS TEÓRICOS 9
1.1 TEORIA DO VÍCIO 9
1.2 MODELAGENS SOBRE OFERTA 11
1.3 ANÁLISE DE DEMANDA 17
1.4. ESTUDOS EMPÍRICOS PUBLICADOS 24
2. MODELOS UTILIZADOS 28
2.1 BASE TEÓRICA 28
2.2 O MODELO TOBIT PARA DADOS CENSURADOS 29
2.2.1. ESTIMAÇÃO POR MÁXIMA VEROSSIMILHANÇA 32
2.3. O MODELO DE ESCOLHA ORDENADA 36
3. DADOS EMPÍRICOS 39
3.1. ESTIMAÇÕES UTILIZANDO MQO COM LOGARITMOS 40
3.1.1. COCAÍNA 40
3.1.2. MACONHA 42
3.1.3. CRACK 46
3.1.4. OUTRAS DROGAS 48
3.2. ESTIMAÇÕES UTILIZANDO O MODELO PROBIT 49
3.2.1. COCAÍNA 49
3.2.2. MACONHA 50
3.2.3. CRACK 52
3.2.4. OUTRAS DROGAS 53
3.3. ESCOLHA ORDENADA 54
3.3.1. COCAÍNA 54
3.3.2. MACONHA 56
3.3.3. CRACK 57
3.4 ESTIMAÇÕES PELO MODELO TOBIT 59
3.4.1. COCAÍNA 60
3.4.2. MACONHA 63
3.4.3. CRACK 65
3.4.4. OUTRAS DROGAS 67
4. CONCLUSÃO 69
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 71
6
RESUMO
O presente trabalho se propõe a analisar empiricamente o comportamento das
quantidades das drogas maconha, cocaína, crack e outras drogas na cidade
de São Paulo no ano de 2001, tendo base teórica na premissa de que os
usuários são agentes racionais.
Foi utilizada base de dados fornecida pela Secretaria de Segurança Pública do
estado de São Paulo, e as análises foram feitas com base nos modelos de
mínimos quadrados ordinários envolvendo logarítimos, probit, probit com
escolha ordenada e tobit.
7
INTRODUÇÃO
Entre os principais problemas enfrentados na sociedade moderna,
pode-se citar o caso das drogas.
Apesar de não ser legal, existe um mercado de drogas. Apesar de toda
a polêmica acerca do tema, observa-se o comportamento de variáveis
microeconômicas para a análise deste caso, conforme proposto por Becker
(1968) e Ehrlich (1973) que argumentaram que existe racionalidade no crime,
existindo modelos para explicar o comportamento do mercado. Segundo
Becker (1968), Fernandez e Maldonado (1998, 1999), no sentido econômico, o
crime pode ser classificado em dois grandes grupos: o lucrativo (furto, roubo e
extorsão, usurpação, estelionato, receptação, etc) e o não lucrativo (estupro,
abuso de poder, tortura, etc).
Fernandez e Maldonado (1988 e 1999) escreveram que as causas que
levam as pessoas a praticarem tráfico de drogas podem ser tanto de origem
individual como de cunho social. As causas individuais, geralmente são
consideradas de natureza psíquica, como ambição, ganho fácil, inveja. As
causas de cunho social são ligadas a fatores conjunturais, como pobreza,
desemprego e ignorância.
Com base em dados fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública
do Estado de São Paulo (período de 2001) sobre a apreensão de drogas, entre
outros crimes, o trabalho em questão se propõe a fazer um estudo utilizando o
modelo econométrico de dados censurados.
O capítulo 1 se propõe a fazer uma revisão bibliográfica sobre o caso
geral do mercado de drogas e vícios para a contextualização da importância do
trabalho dentro do debate atual sobre o tema.
8
No capítulo 2 sefeita uma descrição dos modelos econométricos
de dados censurados a serem aplicados para análise.
O capítulo 3 se propõe a estudar os dados empíricos disponíveis e
chegar ao modelo que é a questão da pesquisa a ser desenvolvida. Como
houve a existência de muitas observações iguais a zero e a presença de
outliers, foram feitas estimações em quatro modelos diferentes: mínimos
quadrados com logaritmos (para saber qual o impacto de uma pequena
variação em cada variável), probit (para saber pesos das variáveis no
consumo de cada droga), modelo com escolha ordenada, e tobit (para
saber qual o impacto do consumo de drogas, dada uma censura).
O capítulo 4 será destinado às conclusões finais.
9
1. ASPECTOS TEÓRICOS
1.1 TEORIA DO VÍCIO
Becker e Stigler (1977) desenvolveram a idéia da estabilidade do vício.
Apesar de um vício ser apenas mais um bem numa cesta de consumo, sua
demanda exerce um questionamento um pouco maior ao agente econômico
cujas preferências se está estudando. Desta forma, a função utilidade assume
a forma:
(1)
onde Z é uma cesta de bens consumidos e D é um vício, seja ele
positivo (como a música), ou negativo (como a heroína) . É definido que D
segue a função:
(2)
ou seja, a quantidade apreciada depende do tempo disponível para o
consumo e da conduta do indivíduo para essa apreciação. Assume-se que:
(3)
Dessa forma, um aumento no consumo de drogas implica numa queda
de produtividade do tempo gasto com o cio ou devotado para outros vícios.
Becker e Stigler (1977) também consideram o impacto da educação recebida
( ), do capital humano alocado para o vício ( ) e do comportamento
passado com relação ao vício. Tendo em vista estes pontos, encontra-se uma
nova equação:
(4)
Seguindo a forma de pensar da microeconomia, a alocação ótima entre
os bens e o vício se pela razão de suas taxas marginais de substituição,
que nos a razão entre os preços dos bens a serem consumidos, ou seja, a
10
razão entre os preços é igual ao acréscimo de um novo bem nesta cesta de
consumo:
(5)
No caso de um bem perigoso (H), como a heroína, segundo Becker e
Stigler (1977), deve-se também levar em conta que um aumento no consumo
eufórico por esse bem aumenta o custo de produzir euforia no futuro através
da redução desse “capital de euforia”. “O efeito de exposição à euforia no
custo de produzir euforia reduz o consumo de euforia conforme a exposição
continua. Se a demanda por euforia for suficientemente inelástica, entretanto,
o uso de heroína cresceria com a exposição ao mesmo tempo que a euforia
cai” (BECKER, G.S. e STIGLER, G.J., 1977, p.33).
Becker e Murphy(1988), entretanto, afirmam que é possível, mantida a
hipótese de racionalidade do consumidor, explicar o comportamento de um
consumidor que o leve ao vício.
No modelo de Becker e Murphy, a utilidade de um indivíduo depende de
dois bens, x e y, que se distinguem da seguinte forma: a utilidade corrente
depende também do consumo passado de x, mas não de y, de tal modo que:
u(t) = u[y(t), x(t), S(t)] (6)
onde o consumo passado de x afeta a utilidade corrente através de um
processo de aprendizagem que é medido pela variável S, o estoque do que é
chamado de “Capital de Consumo”, que pode ser modelado através de uma
função de investimento como mostrado abaixo:
(7)
11
onde é a taxa de variação de S ao longo do tempo, x é o investimento
bruto em "aprendizagem", a taxa de depreciação mede a taxa exógena de
desaparecimento dos efeitos físicos e mentais do consumo passado de x e D
representa gastos em depreciações (ou apreciações) exógenos. S
Sendo o período de vida dado, igual a T, e dada uma taxa de desconto
das preferências constante σ, a função utilidade será:
(8)
de tal modo que o comportamento do consumidor em direção ao vício
dependerá fundamentalmente das constantes σ e .
A constante mediria a propensão de um indivíduo a se tornar viciado
no bem x. Se o consumo do bem x, entretanto, tiver conseqüências negativas
no futuro, o consumidor tenderá a diminuir o consumo presente do bem x
que a utilidade total U(0) seria reduzida. A magnitude desta redução,
entretanto, dependeria da taxa de desconta das preferências σ.
Por outro lado, se as presentes escolhas afetam o nível futuro de capital
pessoal entre outros, as funções de utilidade no futuro o mudam, mas os
níveis de utilidade sim. Claro que para estender que esse estoque de capital
muda através do tempo, a função subutilidade que depende apenas dos bens
e serviços poderia ser instável desde que isso tende a alterar sempre que esse
estoque de capital mude. A função de utilidade estendida apresentada na
equação acima é estável apenas porque inclui medidas de experiências
passadas e forças sociais.”(BECKER, 1996, p. 5).
O modelo de Becker e Murphy é, portanto, uma maneira de obter uma
resposta ao comportamento que leva ao vício dentro do contexto da Teoria do
Consumidor tradicional no sentido que, mesmo maximizando uma função de
utilidade intertemporal, o consumidor poderia se engajar neste tipo de
comportamento.
12
1.2 MODELAGENS SOBRE OFERTA
Em Becker, Murphy e Grossman (2004), encontra-se uma análise da
oferta no mercado de bens ilícitos. Nesta análise, teríamos como variáveis
importantes o preço de mercado e custos impostos aos traficantes devido ao
combate às drogas, além dos custos de produção.
As hipóteses do modelo são: o mercado é, pelo menos a priori,
competitivo; o custo unitário de produção é uniforme e igual a c(E), onde a
variável E representa os recursos que o governo aplica contra o tráfico; existe
um custo imposto ao usuário devido ao uso, dado por T.
A equação de oferta será dada por:
P
e
= c(E) + T (9)
Sem guerra às drogas, T = 0, E = 0 e P
e
= c(0). Neste caso, o equilíbrio
de mercado é dado pelo ponto f na figura 1.
Com guerra às drogas centrada no combate à produção e distribuição,
E>0, mas T = 0, que não represálias ao consumo. Nessas condições, o
equilíbrio de mercado se deslocará do ponto f para o ponto w, como é
mostrado na figura 1
Figura 1
13
Supondo uma elasticidade preço da demanda ε <0, constante, tem-se
que:
Δ%Q = ε Δ%c (10)
E a mudança nos gastos do consumidor em drogas, quando estas se
tornam ilegais, é dada por:
Δ%R = (1+ε) Δ%c (11)
Como conseqüência da hipótese de mercado competitivo, os produtores
auferiam lucro econômico zero, o que significa dizer que os custos de
produção e distribuição das drogas são iguais às receitas obtidas no mercado
tanto no mercado livre (sem guerra às drogas), como no mercado ilegal (com
guerra). Portanto, a variação dos custos causada pela introdução, neste
mercado, do combate às drogas, deverá ser igual à variação da receita obtida
neste mesmo mercado que, pela equação (11) será positiva se a demanda de
drogas for inelástica e negativa em caso contrário.
Paradoxalmente, portanto, se a demanda por drogas for inelástica, o
aumento da severidade no combate às drogas levará a um aumento dos
recursos investidos pelos produtores neste mercado.
Suponhamos que os governos maximizam o bem estar social, que
depende avaliação social do valor dos bens (e não da avaliação privada que os
w
C(w)
C(0)
f
QcQw
P
Q
14
consumidores fazem do mesmo). Do ponto de vista privado dos produtores e
distribuidores, o ótimo é tomar ações que evitem o combate do governo.
Dadas as variáveis Q, que é a quantidade consumida de drogas, P o
seu preço e F equivalente monetário à desutilidade da punição. Supondo ainda
que a função de produção possua retornos constantes de escala e que c seja
seu custo no mercado competitivo sem impostos ou combate (portanto, c =
c(0) ), A o montante de gastos privados para evitar o combate do governo, E o
nível de esforço do governo no combate por unidade de produto e p(E,A) a
probabilidade do traficante ser pego. O custo unitário esperado (v) será dado
então, por
(12)
Definindo θ como a razão entre a probabilidade de ser pego e a
probabilidade de não ser pego, isto é:
(13)
E fazendo as substituições adequadas em (12) teremos:
v = (c+A)(1+θ)+Θf (14)
Onde A inclui todos os custos diretos de se operar uma empresa ilegal,
o que inclui, por exemplo, o custo de se usar um transporte menos eficiente
para se chamar menos à atenção ou os custos de não ter acesso ao poder
judiciário para resolver problemas de contrato. O preço de equilíbrio excederá
o preço competitivo em um mercado liberalizado não por causa deste tipo
de custo, mas também pelos custos esperados de punição, dados por θF.
No equilíbrio competitivo, F mais alto não tem efeito no lucro esperado
pois o preço de mercado aumenta pelo aumento nos custos esperados devido
ao aumento da pena. Aqueles traficantes que conseguirem fugir da penalidade
realizarão lucros maiores.
15
O ponto de ótimo será atingido quando o custo unitário mínimo for
alcançado. Como a variável controlada pelos traficantes é A, existe um nível
ótimo de A em que o custo dio mínimo será atingido. Este custo médio
ótimo (v*) será igual ao preço:
P = v* = (c+A*)(1+θ)+θF (θ = θ(E,A*) ) (15)
Derivando em relação a E, vem:
(16)
Pelo Teorema do envelope, o segundo termo à direita da equação deve
ser igual a zero no ponto de ótimo. Portanto:
(17)
E, se tomarmos o logaritmo na equação acima, tem-se:
(18)
onde ε
θ
é a elasticidade de θ em relação a E e, fazendo λ = θ(c +
A*+F)/P < 1, temos:
(19)
Se a elasticidade da demanda por drogas for dada por ε
d
, então
teremos:
(20)
16
Se a imposição da lei for um bem público, então os custos da mesma
serão independentes do nível de atividade das drogas, isto é:
C(E,Q) = C(E) (21)
Por outro lado, se for um bem puramente privado, como a função de
produção é, por hipótese, de retornos constantes:
C(E,Q) = Q C(E) (22)
Suponha-se que sejam, na verdade, um misto dos dois (público e
privado) e, adicionalmente, temos os custos de punição dos que o pegos,
que assumiremos ser proporcional ao seu número total (θQ). Assim sendo
3
:
C(Q,E,θ) = C
1
E + C
2
Q E + C
3
θ Q (23)
Escolhendo adequadamente as unidades de E, teremos C(E) = E.
Se a função de valor social é dada por V(Q), temos que a derivada, V
q
será menor do que o preço P se o valor social da droga for menor do que o
valor privado que os indivíduos estariam dispostos a pagar por ela.
Para maximizar o bem-estar, o governo então teria que escolher um
nível E que maximizasse w abaixo:
(24)
A condição de 1ª ordem resulta em:
(25)
onde CMg
E
são os custos marginais do combate as drogas e RMg são
as receitas marginais obtidas neste mercado.
Se assumir-se que os custo marginais são iguais a zero, teremos que:
17
(26)
E, desta forma:
(27)
onde a razão entre V
q
e P representa a relação entre o valor social da
droga e o preço privado.
Isto significa que o nível ótimo de combate às drogas poderia ser zero
se V
q
for o negativo e a demanda inelástica, de tal modo que a receita
marginal seja negativa.
Se a demanda for elástica pode não ser socialmente ótimo diminuir o
produto se o consumo dos bens tiver valor social positivo. Intervenção é mais
justificável quando V
q
<0. Se a demanda for inelástica a receita marginal
também será negativa.
Figura 2: demanda elástica
C
Q
P
C
MR
Vq D(p)
QfQu
18
Uma outra questão relevante é que várias políticas de guerras às drogas
são parcialmente efetivas. Existem custos sociais altos tais como gastos de
recursos, corrupção de oficiais e prisão de produtores e usuários. Com base
nisso, muitos defendem a descriminalização total ou mesmo parcial das
drogas.
Um outro ponto que deve ser lembrado é que firmas ilegais devem ter
custos superiores. Para limitar as empresas que querem entrar no mercado, a
proibição atua como diminuidora da elasticidade de mercado. Se a elasticidade
for menor que a unidade, algumas firmas têm custos baixos mesmo na
ilegalidade e o governo tem de ser mais ativo.
Com gastos de combate mais fortes, a mudança nos custos do produtor
é menor que as no custo do consumidor que o preço aumenta. Os custos
sociais neste caso deveriam ser mensurados através das mudanças nos
custos dos produtores.
1.3 ANÁLISE DE DEMANDA
Escobar (1993) define dois tipos de consumidores: os viciados, que se
caracterizam por ter uma relação de dependência com as drogas; e os o
viciados, que são os consumidores que procuram ocasionalmente as drogas,
não apresentando nenhum tipo de relação compulsiva com o produto. A
valorização social dentro do último tipo de consumidor não se conta que
dentro desse grupo poderia haver um problema social de adição ao consumo
através da cadeia ascendente de consumo: uso-abuso-adição. O gráfico de
demanda para esses dois consumidores adquire o seguinte formato:
Figura 3
19
Vemos assim que para Escobar (1993) a demanda dos viciados é
inelástica, enquanto que para os não viciados possui pontos de maior ou
menos elasticidade. Também é considerada a possibilidade de analisar o
consumo de drogas através da análise de bem estar social. Com isso,
obtém-se a seguinte equação para a maximização dessa variável:
(28)
Onde:
D = drogas
R = resto dos bens disponíveis
= preço das drogas
= preço do resto dos bens
Y = renda
Drogas
( )
Preço da droga
( )
viciados
Não viciados
20
Existe um ponto de ximo desse bem estar, entretanto, Escobar
(1993) levanta o ponto de que uma divergência entre o bem estar máximo e
o bem estar privado. Na figura 2 chamando o bem estar máximo de e o
bem estar privado de , pode-se observar o comportamento conforme o
gráfico abaixo, sendo que a diferença entre as duas curvas pode ser
considerada com o custo social de combate e informação de prevenção e
aumento do número de drogados.
Figura 4
A idéia de que um indivíduo se engaje no consumo de drogas parece
contradizer a hipótese de um consumidor racional ou, pelo menos, se o é
Outros Bens
Custo
Drogas
21
inteiramente irracional, tem comportamento miópico à medida que maximiza
sua utilidade no presente desprezando conseqüências futuras, talvez por
problemas de assimetria de informação.
Kuziemko e Levitt (2001) escreveram um artigo apontando dados
interessantes sobre os encarceramentos devido às drogas: 30% dos presos da
época eram delinqüentes por drogas enquanto que em 1980 essa proporção
era de apenas 18%, fato que reflete um aumento dos casos ao longo destes
vinte anos. Um outro ponto interessante abordado pelos autores é que o foco
da polícia em combater drogas a desloca do combate de outros casos.
Encontra-se que o aumento de prisões de pessoas ligadas a drogas resultou
em outros problemas, houve aumento em outros tipos de crime. Os crimes de
propriedade e crimes violentos aumentaram por volta de 1 a 3%. É apontado
que mudanças nas punições às drogas também devem afetar o nível geral de
crime através de outros meios. Se marginais ligados a drogas ou outros crimes
forem substitutos ou complementos, mudanças na punição de drogas
afetariam o nível de violência associado com estabelecer e manter direitos de
propriedade para distribuição ilegal de drogas. Empiricamente, encontraram
que a redução em crimes violentos e de propriedade adicionando um
prisioneiro relacionado a droga é quase tão grande quando um infrator de
propriedade é preso. O aumento da punição às drogas entre 1985 e 1996 é
estimado a ter elevado o preço da cocaína entre 12 a 14%. Estimativas
existentes da elasticidade de longo prazo de drogas pesadas variam de 1,0 a
–1,8. No entanto os aumentos de preço associados ao aumento das punições
são estimados a ter diminuído o consumo de cocaína em quase 20%. O preço
da cocaína caiu rapidamente nos anos 80 e se manteve estável depois.
Dependendo de qual estimativa de consumo se utiliza, o nível de cocaína
esteve estável ao longo dos anos 80 ou caiu rapidamente. A queda nos preços
e aumento no consumo nos anos 80 é o oposto do esperado nos sistemas de
encarceramento.
A razão primária para a conexão entre violência e proibição aparenta ser
a ausência de direitos de propriedade em tais mercados. No curto prazo o
grande esforço leva a um aumento de violência pelo transtorno da existência
de propriedades legais. O impacto do aumento de punições no número de
22
crimes cometidos por usuários de drogas para aumentar o dinheiro necessário
ao vício é indeterminado. Se a demanda por drogas for inelástica então um
aumento no preço da droga levará a mais crimes para sustentar o hábito,
que os viciados têm tendência a manter a quantidade consumida, tal fato
apenas não ocorre caso o combate ao consumo de drogas tiver eficiência e
conseguir diminuir a quantidade demandada.
Um canal alternativo através do qual o combate às drogas pode afetar a
violência é pela alocação do sistema de justiça para combater outro tipo de
crime. Ao menos no curto prazo isso seria plausível. A Estimativa de crowding
out gerou a seguinte equação:
Média % de tempo servido = b * parcela drogas + X
st
G+ l
s
+ q + e
st
(29)
onde:
S representa o estado
T representa o ano
X representa um vetor composto por: taxa de desemprego, renda per
capta, parcela negra da população, consumo de álcool per capta e taxa de
aborto.
A equação acima reflete a composição de criminosos enviados à cadeia.
Um coeficiente –1 implicaria um crowding out de 1 para 1. Altas taxas de novos
crimes de drogas reduzem a porção de criminosos por drogas anteriores e
diminuem a proporção de criminoso de crime de propriedade. Também é
importante lembrar que quando taxa de desemprego cai, a fração de sentença
também cai.
Miron e Zwibel (1995) fizeram análises de bens proibidos e encontraram
a seguinte conclusão: num preço fixo, a oferta de um bem proibido é suposta a
ser menos elástica que a de um bem livre. Por exemplo, a produção de
cocaína é feita numa escala ineficiente escondida em áreas remotas da
América do Sul sendo que supostamente o produto é levado aos EUA a custos
altos. Pelo lado da demanda, a quantidade de um bem ilegal é supostamente
menor que o de uma droga legal, mas o impacto no preço é indeterminado.
Thornberry (1994) e Levitt e Venkatesh (2001) escreveram que crimes
relacionados a drogas e crimes não relacionados a drogas podem ser
23
complementares implicando que um aumento nas penalidades nas drogas
pode reduzir as de outros tipos de crime. Pessoas presas por drogas também
se engajam em crimes violentos e contra a propriedade e apresentam a
seguinte equação obtida através de regressão:
ln (crime
s,t
) = ··c ln (prisioneiros
s, t-1
) * (parcela de prisioneiros
cs, t-1
)
+ X
st
+ l
s
+ q
t
+ ·
st
(30)
Nesta equação, c representa diferentes tipos de crime e deve-se notar
que · serão iguais através daqueles sentenciados por crimes diferentes. Outro
ponto importante que se deve notar na equação acima é que se o coeficiente ·
droga é menor em valor absoluto que os outros, ele implica que estados em
que a população da prisão composta por praticantes de crimes de drogas é
mais concentrada e tem experimentado declínios menores no crime.
Por outro lado, pode-se representar o impacto das apreensões de
drogas nos preços pela seguinte equação:
P
ct
= ·
o
* (·
o
certeza
cto
+ ·
o
severidade
cto
) + X
ct
·
y
·
ct
(31)
Sendo queo é a categoria de infração; certeza são as prisões per capta para a
categoria de infração e severidade é a fração de prisões para dada categoria
que resulta na sentença do criminoso. Interessante notar que o preço da droga
depende do risco que o traficante corre por desenvolver tal atividade e a
severidade com que será punido. Quanto maior essas variáveis, mais caro
será o preço, pois são embutidas despesas “extras” para que o criminoso o
seja pego.
Finalmente, um último aspecto que deve ser levado em consideração
nesta seção é o modelo proposto por Caulkins (1994). Lembrando duas
características sobre preço: exogeneidade e erro de medida, o autor propôs a
seguinte modelo:
ln r = b1 ln w + b2 c + b3 t + m (32)
A saber: r = pureza, w = peso, c = dummy cidades, t = dummy
tempo, p = preço. Esta equação é interessante pois apresenta a variável
pureza como independente e as variáveis peso e tempo como
dependentes, pois sabe-se que quanto maior o tempo que a pessoa for
viciada, maior o grau de pureza que ela espera da substância. Por outro
24
lado, sabe-se também que o peso é diretamente proporcional à pureza,
uma vez que quanto mais pura a substância, maior seu efeito, e dessa
forma o usuário necessita de menor quantidade da droga para estar
alimentando seu vício.
Gaviria (2000), estudando o caso da Colômbia, país onde o tráfico de
drogas tem grande importância, dada suas características de produtor e
exportador de cocaína, levantou três importantes hipóteses para o
comportamento criminal:
a) criminosos comentem crime a residentes próximos
infringindo lei e diminuindo a probabilidade de ser pego (Sah, 1991)
b) interação dos criminosos de carreira e vigaristas locais
aumentam a difusão do know how criminoso
c) o contato diário dos jovens com criminosos adultos e sues
contatos resultam numa erosão moral e grande predisposição ao crime.
.
Das possíveis explicações para essas questões, algumas delas podem
ser encontradas em Becker (1968). O autor escreveu que criminosos são
racionais, são agentes interessados cujo comportamento pode ser melhor
compreendido como resposta ótima a incentivos. Ele aponta que criminosos
irão expandir suas atividades se tiverem certeza que a pena irá cair. Outra
explicação pode ser encontrada em Ehrlich (1996), que fala sobre o equilíbrio
geral no modelo de mercado por crimes, sendo que o nível de crime é
determinado pela oferta e demanda por crime. Os modelos de Becker e Ehrlich
consideram feedbacks negativos, ou seja, a ênfase em como gastos públicos e
privados no controle de drogas mudam o comportamento criminal e estes
aspectos proporcionariam um choque que iria disparar gastos de combate.
Gaviria (2000) adiciona duas premissas adicionais ao modelo de Becker:
a) probabilidade de punição é negativamente relacionada com
a taxa atual de crime: quanto maior a incidência do crime, mais difícil é
punir o criminoso, mantendo os recursos constantes.
b) Taxas de crime exibem uma inércia em que elas o
podem desviar significativamente dos valores passados
25
Com isso, um choque criminal exógeno poderia colocar em andamento
uma dinâmica de reincidência mútua entre taxas de crime e probabilidades de
punição: choques transitórios podem ter efeitos permanentes.Coincidências
importantes promovem informações perdidas. evidências para esta
argumentação: seqüestros, roubos de carro e roubos a banco aumentaram
homicídios e que existia informação esparsa disponível sobre aprisionamentos
mostram que a justiça colombiana ficou congestionada pelo aumento dos
casos. Em 1975 a Colômbia ficou mais importante para o tráfico e houve
aprendizado na Indústria: o evidente pelo aumento de seqüestros, assalto a
bancos e roubo de carros, a organização criminal colombiana é algo crucial na
questão. Frisa-se que nas prisões criminosos interagem e aprendem uns com
os outros e do ponto de vista social as crianças ficam mais propensas à
atividade criminal devido ao ambiente.
Romer (1993) escreveu que firmas locais em países pobres
beneficiaram um aumento das transferências multinacionais de produção e
técnicas de marketing e gerenciamento. Da mesma forma, pode-se falar
que criminosos colombianos se aproveitaram da expertise dos cartéis em
como comprar armas no mercado negro internacional, como lavar dinheiro
e como identificar “conexões” dentro das agências legais. Retomando o
texto de Gaviria (2000) explica que uma resposta parcial para esse fato é
que os traficantes se tornaram modelos de regras para um setor da
população. Suas ações se tornaram amplamente emuladas e imitadas e o
crime se tornou um meio de vida. A falha das autoridades estaduais
promoveu aumento no nível de crime. Os crimes em cidades diferentes
sugeriam que crime nas cidades adjacentes poderiam ser guiados por
forças parecidas.
1.4. ESTUDOS EMPÍRICOS PUBLICADOS
Nos EUA, onde o debate está um pouco mais avançado, foram
publicados estudos mais específicos sobre a demanda por drogas: como se
comporta o consumo de jovens por maconha e cocaína.
26
Brow e Silverman (1974) escreveram que reduções no preço de heroína
em Nova Iorque levaram a uma queda nos crimes de propriedade ou renda,
mas não houve impacto em crimes como homicídio e estupro. Silverman e
Spruill (1977) falam que crimes de propriedade eram positivamente
correlacionados com o preço da heroína e que esta droga possui elasticidade
da demanda variando em torno de -0,27.
Saffer e Chaloupka (1995) fizeram uma pesquisa com 49000
pessoas acima de 12 anos e acharam alguns dados interessantes sobre a
demanda. A elasticidade do uso de cocaína foi estimada em -0,28, a
elasticidade do uso de heroína é esperada em -0,94. Outro dado relevante é
que o uso de cocaína ao ano é mais sensível a preço que o uso ao mês,
entretanto essa variação não ocorre para o caso da heroína.
Becker e Murphy (1988) fizeram um estudo teorizando o modelo de
adição racional. Os autores encontraram que a elasticidade preço da demanda
por cocaína era de –1,18 (70% maior que a de curto prazo: -0,71). Ou seja,
existe uma significância positiva e existem efeitos positivos no uso passado e
futuro de cocaína sobre uso atual. Jonston, Bachman e O’Malley (1981)
usando dados cruzados de 1975 a 1979 não encontraram correlação positiva
entre as duas variáveis. Os dados utilizados para que eles elaborassem tal
pesquisa tinham por fonte o MTFF. Entretanto, Model (1993) explica que
algumas emergências em hospitais relacionadas a maconha foram diretamente
relacionadas à descriminalização.
Saffer e Chaloupka (1995) encontraram que a participação do uso de
maconha é positivamente e significativamente relacionado à
descriminalização.No mesmo artigo pode-se encontrar pesquisa argumentando
que o preço real da cocaína tem um impacto negativo e estatisticamente
significativo na demanda por cocaína, utilizando diversas equações obtidas.
Encontrou-se que a elasticidade de preço estimada pelo uso no ano anterior é
–0,89 (baseada nos dados de 82 a 89), enquanto que na do s anterior é
–0,98. Da mesma forma, a média das estimativas da elasticidade de preços é
–0,4 para o ano anterior e –0,45 para o mês anterior. A elasticidade preço da
demanda é –1,28 para o ano anterior e –1,43 no mês anterior. Mudanças no
controle de drogas têm impacto maior com relação aos jovens do que aos
27
adultos. Sanções para posse de cocaína se comportam da seguinte maneira
nos EUA: primeira ocorrência não altera os resultados, no entanto as
ocorrências subseqüentes têm um impacto no sentido de diminuir o consumo.
Descriminalizar maconha em todos os estados aumentaria o número de jovens
usando a droga, no entanto o estudo aponta que a descriminalização não
aparenta ter efeito no número de vezes que a droga foi consumida no último
mês. Com relação à demanda por maconha foi citado no artigo que penas para
posse m impacto negativo no uso e na freqüência de uso. No entanto existe
um dado relevante com relação a essa questão: altos aumentos nas punições
teriam baixa redução no consumo. Homens jovens consomem mais maconha
e cocaína que mulheres jovens e que negros consomem menos maconha e
cocaína que brancos.Outro dados interessante apontado no estudo é que a
elasticidade renda para Maconha é estimada em 0,26 e para Cocaína em 0,55.
Jovens que vivem na zona rural demandam menos droga que os que vivem em
áreas urbanas ou suburbanas. Desempregadas consomem mais drogas que
pessoas empregadas, com exceção para maconha: empregados acima de
meio período têm maior propensão a consumir, embora façam uso menos
vezes que os desempregados. Também se pode notar que jovens morando
com os dois pais tem menor propensão a consumo que os demais. No entanto
para o caso de cocaína esse dado não é relevante. Jovens cuja mãe trabalha
para fora o dia todo consomem mais maconha do que os que a mãe trabalha
meio período, mas essa diferença não influencia na freqüência de uso. Essa
variável também não tem relevância para o caso da cocaína.
Goldstein (1985) afirma que drogas diminuem o nervosismo na
participação em crimes violentos, que o relacionamento econômico sobre
crimes violentos ou não para financiarem seus hábitos e que a violência é uma
característica do sistema de negócios.
Para Saffer e Chaloupka (1995), as drogas também impõe custos
externos por degradar vizinhanças, criar ambientes onde atividade criminal
atua em ambientes onde há não usuários. Os autores também consideram que
entorpecentes propiciam custos de saúde: overdose ou reações tóxicas aos
componentes, acidentes (estradas e trabalho). Um outro problema que esse
bem propicia são os custos familiares: danos emocionais. os psicotrópicos
28
incorrem em custos no trabalho: queda da produtividade, aumento do
desemprego, faltas no trabalho e mudanças nas escolhas de carreira.No
mesmo artigo encontramos que os EUA gastaram EM 1995 US$ 9,3 bilhões
com combate às drogas (fonte: Office of National Drug Control Policy). Os
gastos foram feitos com interdição, redução e justiça criminal.
Van Ours (1995) estuda o comportamento da elasticidade preço da
demanda da Indonésia durante a colonização holandesa. Encontrou-se que o
ópio tinha uma elasticidade de preço variando entre –0,7 a –1,0 para o uso e
–0,3 a –0,4 para participação. Nisbet e Vakil (1972) usando coletados na UCLA
encontraram que a elasticidade da maconha varia entre -0,36 a –1,51. A
descriminalização da maconha é uma lei que reduz as penas por porte de
pequenas quantidades, o que espera proporcionar queda do preço.
Pacula (1994) elaborou um estudo sobre o relacionamento entre
maconha e álcool para medir se existe influência entre as duas drogas. A
publicação mostra que não existe essa influência. Thies e Register (1993)
usando dados do NLSY estudaram o impacto da descriminalização.
Concluíram que esta não tem efeito no uso de maconha. Model (1992)
encontra que a descriminalização da maconha teria um efeito positivo nos
crimes de propriedade e negativo nos crimes violentos.
DeSimone (1999) rejeita a hipótese de que o preço da maconha muda
com o nível de peso, mas falha ao rejeitar a hipótese de que o preço muda
conforme o usuário começa a usá-la.
29
2. MODELOS UTILIZADOS
Este capítulo se destina a descrever os modelos de dados censurados
(TOBIT) e escolha ordenada que serão utilizados para o estudo dos dados
empíricos.
A bibliografia base para os itens 2.1 e 2.2 está nos textos de Maddala
(1983) e Breen (1996). o modelo de escolha ordenada descrito no item 2.3
é encontrado no livro de Greene (2000).
2.1 BASE TEÓRICA
Por motivo de padrão estatístico, pode-se escrever o valor esperado de
uma determinada variável aleatória, , como a soma dos produtos da
probabilidade de caindo numa série de intervalos disjuntos, e o valor
esperado de naquele intervalo. Considerando , denota-se
o intervalo:
(1)
Dessa forma, significa que o valor de cai no
intervalo. Com isso, o valor esperado da variável aleatória pode ser explicado
30
como a soma das suas expectativas condicionais, , multiplicado
por sua probabilidade . O resultado mostrado na equação (1) é uma
versão simplificada do que às vezes é chamado de “lei das probabilidades
totais para expectativas”. Considerando esses pontos, a regressão que seria
normalmente utilizada assume a forma:
(2)
onde e são vetores coluna. Se for considerada uma dicotomia dos
valores de y sobre uma constante c, então, usando o resultado da equação (1),
pode-se reescrever o valor direito da equação (2) como:
(3)
Nesse caso, os intervalos referidos na equação (1) são definidos como
na variável y por si só: é definido como sendo o intervalo e como
sendo o intervalo . Dessa forma, a probabilidade de que y exceda ou
não exceda c é escrita como dependente de x, onde as partes esperadas da
equação são condicionadas através de x e qualquer y é maior ou menor a c.
Como y é dicotomizada com respeito a c, a probabilidade de que y é menor ou
igual a c é igual a 1 menos a probabilidade de que y seja maior que c,
conforme a seguir:
(4)
Se houver truncamento de y de um valor abaixo de c, então o valor
esperado da variável observada é simplesmente:
(5)
Os processos de seleção e produto do processo não têm que ser função
do mesmo conjunto de variáveis. Referindo-se novamente à equação (1), os
intervalos não têm de ser definidos com relação à variável aleatória . Ao
invés disso, eles podem ser definidos com relação a outra variável, suponha
31
que seja chamada por z. Dessa forma, o processo de seleção pode ser mais
complicado que esse exemplo sugere. Para o caso de uma variável
duplamente truncada (com limites acima e abaixo), como, por exemplo, o caso
onde se observa duas variáveis z e r, ambas e , o modelo passaria
a ser:
(6)
Na equação acima, por simplificação de notação, foi omitida a
dependência de ambas as partes do modelo em variáveis independentes, mas
se tem o caso em que as variáveis r, y, e z são todas modeladas como funções
de diferentes grupos de variáveis explicativas. Além desse ponto, se r e z não
forem independentes, então a modelagem do processo de seleção iria
requerer a modelagem de probabilidade bivariada.
Uma complicação fundamental surge se os dois estágios forem
considerados simultâneos e não seqüenciais.
2.2 O MODELO TOBIT PARA DADOS CENSURADOS
O conhecido como modelo Tobit descrito a seguir é o mais simples para
se trabalhar com dados censurados.
Segundo esta modelagem existirão dois tipos de situações: quando
ocorre a apreensão ou não. Como apenas se deseja estudar os momentos
onde existe ocorrência, a censura dos dados ficará da seguinte forma:
Y = c se não há apreensão (y* £ 0)
Y = y* se existe apreensão (y* > 0).
O modelo a ser estimado, com apenas uma variável, assume a seguinte
forma:
se
caso contrário
32
A variável y* pode ser vista como y*~ N[m, s
2
) que significa que a
probabilidade de Y = 0 é a probabilidade de y* £ 0, que é explicada pela
seguinte expressão: Prob(y* £ 0) = 1- F(m/s). Se y* > 0, então y tem a
densidade de y*.
Figura 1 – Distribuição Censurada
Como a censura fica ao lado direito (LD), a equação a ser estimada é:
se LD>0 (7)
caso contrário. (8)
Existem duas formas para se estimar o modelo TOBIT, o modelo por
dois estágios e o modelo de máxima verossimilhança.
Para se começar a trabalhar com o modelo por dois estágios, deve-se
primeiramente notar que implica em
(9)
portanto
(10)
Considerando-se que a distribuição normal é simétrica, obtém-se que:
(11)
Ponto de censura
33
O valor esperado de cada y pode ser escrito segundo a equação:
(12)
Lembrando que y vai exceder zero apenas quando a condição de u é
encontrada. Portanto, ao invés de ter a expressão no modelo (como no
caso dos mínimos quadrados ordinários), tem-se a condição .
Também se deve lembrar que é normalmente distribuído, e neste caso é
truncado abaixo de . Utilizando o resultado padrão requerido para uma
variável normal e truncada, pode-se obter a equação abaixo:
(13)
Onde é a distribuição normal para . é a função densidade
normal correspondente no mesmo ponto, que é escrita por:
(14)
É importante distinguir de . A relação entre as duas funções é
chamada de taxa de Mills inversa e é geralmente simbolizada por . Então,
pode-se reescrever a equação através da seguinte fórmula:
(15)
a equação pode ser estimada de modo muito fácil. Dos resultados das
seleções do modelo probit, pode-se obter valores compatíveis com a forma de
esticão de probabilidade como observações dadas com o valor y excedendo
zero. Usa-se os valores de mínimos quadrados ordinários para os valores
34
diferentes de zero da variável y na variável e o estimado para obter
estimativas de e como segue:
(16)
Uma outra forma de se estimar o modelo é utilizando a equação 17
abaixo:
(17)
O valor da variável como o produto da probabilidade de . Por
esse modo, escreve-se a equação da seguinte forma:
(18)
Para estimar essa equação, toma-se os resultados do modelo probit,
que nos dá uma primeira parte dessa – chamada por . A expectativa
condicional de y é então dada pela equação 17. Substituindo e , na
equação acima, encontra-se:
(19)
2.2.1. ESTIMAÇÃO POR MÁXIMA VEROSSIMILHANÇA
Analisa-se nesta sessão o método para se estimar o modelo TOBIT de
máxima verossimilhança. Para este método é necessário primeiro considerar
um modelo de regressão com uma variável dependente y e uma
independente – x. A regressão vai determinar três parâmetros básicos: o
intercepto , o coeficiente , e o desvio-padrão dos erros, que assumimos ter
distribuição normal, denominado por .
35
(20)
onde
Essa é a expressão para a verossimilhança logarítimica do modelo
probit. Ao se examiná-la com respeito aos parâmetros e , consegue-se a
máxima verossimihança desses parâmetros. Um segundo exemplo pode ser
visto se a variável for considerada contínua. Exatamente pelo procedimento
geral de máxima verossimilhança. Se for assumido que as variáveis da
população assumem uma distribuição normal, pode-se descrever a função
densidade como sendo:
(21)
a função de máxima verossimilhança é então o produto dessa
densidade pelos respectivos s. Tirando o logaritmo dessa função, obtém-se:
(22)
Maximizando a função obtém-se e estimados. Se for assumido
que varia sobre os membros da amostra, escreve-se e insere-se
isso na função de verossimilhança logarítmica, e se obtém uma regressão por
mínimos quadrados ordinários de y em x:
(23)
Aplicando a verossimilhança ao modelo tobit, deve-se separar entre os
termos que contém a restrição e os que não contém. Desta forma, os dados
censurados contribuem para o modelo de forma que:
36
(24)
os dados não censurados contribuem para a o modelo na seguinte
forma:
(25)
O modelo de verossimilhança então contém o produto, tomado por
todas as observações não censuradas. Dos termos não censurados,
sabe-se que a quantidade do que se gasta com eles, contribui para o termo de
verossimilhança:
(26)
Essa é a função densidade de uma distribuição normal truncada. A
função de máxima verossimilhança nesse caso passa a ser:
(27)
para estimação, usa-se o logaritmo da função de verossimilhança, que
neste caso pode ser escrito como:
(28)
Pode-se interpretar os resultados do modelo TOBIT com relação à
valores esperados:
a) (29)
b) (30)
37
c) (31)
d) (32)
Ou de outra forma, dado o problema que se tem em estimar os
parâmetros do modelo, pode-se descrever os procedimentos de estimação
conforme a seguir. Para efeito de explicação, vamos considerar um modelo
sem o intercepto com o eixo Y, ou seja, . A função densidade de
probabilidade a ser considerada pelo modelo seria:
(33)
e derivando a função acima, temos a função de probabilidade, conforme
abaixo:
(34)
A função de máxima verossimilhança para a estimação dos parâmetros
tem a seguinte expressão:
(35)
o que nos remete claramente a uma distribuição normal, pois as
funções contidas no produtório o as funções densidades de probabilidade
dessa distribuição.
Como se trata de uma função onde existe a presença de uma
exponencial, é interessante, também, tirar o logaritmo dela, conforme a seguir:
(36)
38
Como o objetivo é maximizar essa função, faz-se as derivadas de log L
em:
a) relação a :
(37)
que multiplicada por , gera a expressão abaixo:
(38)
Ou, reorganizando os tem-se:
, (39)
onde é o estimador de mínimos quadrados ordinários.
b) em relação a
(40)
E se multiplicarmos a equação acima por , obtém-se :
(41)
Com isso, observa-se a presença de heterocedasticidade no modelo,
que foi corrigida ao se multiplicar por e dividir por .
Descrito o todo econométrico a ser utilzado, especifica-se as
variáveis a serem consideradas na regressão. São elas, renda regional,
concentração populacional e quantidade apreendida por tipo de droga no ano.
39
2.3. O MODELO DE ESCOLHA ORDENADA
O modelo de escolha ordenada usa um modelo para analisar a
diferença entre variáveis com valores diferentes que o modelo probit não
captura, como por exemplo, a diferença entre uma estimação que resulta de 1
a 2, outra que resulta entre 3 e 4. No modelo probit, a estimação resulta num
valor entre 0 e 1, no modelo de escolha ordenada, como o próprio nome diz,
coloca-se uma ordem na variável resultante conforme o critério que se deseja
analisar, como atribuir o valor 1 caso os valores estejam entre o primeiro e o
segundo quartil, o valor 2 caso estejam entre o segundo e o terceiro quartil, o
valor 3 caso estejam entre o terceiro e o quarto quartil.
A equação base do modelo é:
(42)
Onde geralmente não é observado. Conforme descrito no parágrafo
acima, observa-se que:
se
se
se
se
Isso, de certa forma, é uma censura. Numa pesquisa de opinião, por
exemplo, os entrevistados têm sua própria intensidade de sentimentos, a qual
depende de certos fatores mensuráveis, x, e certos fatores que não podem ser
mensurados, .
Assume-se que segue uma distribuição normal. Normaliza-se a média
e a variância de para zero e um. Portanto, obtém-se as seguintes
probabilidades:
40
(43)
(44)
(45)
(46)
Para todas as probabilidades serem positivas, deve-se ter:
Figura 2 – Probabilidades no modelo probit de escolha ordenada
Os efeitos marginais dos regressores x nas probabilidades não são
iguais aos coeficientes. Supondo um modelo com apenas três parâmetros:
(47)
(48)
(49)
41
Tendo em vista esses pontos, o efeito marginal para os regressores é:
(50)
(51)
(52)
Tendo em vista essas equações, aumentar um dos x’s enquanto se
mantém e constante é equivalente a se deslocar a distribuição
suavemente para a direita. A figura 3 ilustra esse efeito:
Figura 3 – Efeito das mudanças em x nas probabilidades
210
42
3. DADOS EMPÍRICOS
A análise empírica consiste na estimação de modelos para um banco de
dados da Secretaria de Segurança Pública deo Paulo sobre criminalidade e
dados de população m como fonte o Governo do Estado de São Paulo e o
Consórcio de Informação Social. Os dados estão relativos a crimes contra a
pessoa, crimes contra o patrimônio, entre outros crimes, estão consolidados
por ocorrências, enquanto que as drogas em estudo são apresentadas pelo
volume de quantidade apreendida por distrito da capital.
As análises foram feitas com estimação em três modelos: Mínimos
Quadrados Ordinários (MQO) utilizando logaritmo, o modelo probit, o modelo
de escolha ordenada e o modelo tobit. Para os três primeiros tipos de
modelagem apresentados foram utilizados dados consolidados por distrito,
enquanto que para o a censura, foram utilizados dados mensais para o ano de
2001.
No modelo probit, usou-se a mediana para a construção da variável
dummy: caso a quantidade estivesse acima da mediana, o valor da variável
binária seria um, e se estivesse abaixo o valor passaria a ser zero. O nome
dado a esas variáveis dependentes foi bicoc (cocaína), bimac (maconha),
bicrack (crack), e bioutros (outras drogas).
No modelo de escolha ordenada, a variável dependente foi definida para
ser igual a um, caso as quantidades das drogas estivessem entre o primeiro e
o segundo quartil; dois, caso as quantidades estivessem entre o segundo e o
terceiro quartil; e três caso as quantidades estivessem entre o terceiro e o
quarto quartil.
43
Foi feita uma variável binária ou ordenada para cada tipo de droga
isoladamente. Nomeou-se essas variáveis ordenadas como: ordcoc (cocaína),
ordmac (maconha), ordccrack (crack). Para o modelo de escolha ordenada,
não foi viável a análise do grupo “outras drogas”. Por se tratar de um
agrupamento de entorpecentes muito diferentes, muitas observações iguais
a zero e muitos outliers. O primeiro ao terceiro quartil têm valores iguais a zero,
e a distribuição se mostra muito assimétrica.
Pelo mesmo problema, descrito no parágrafo acima, a censura à direita
feita no modelo Tobit teve de ser feita pela média, afim de minimizar o
problema de assimetria. Portanto, as variáveis chamadas cococ (cocaína),
macoc (maconha), e cocrack (crack) foram definidas para assumir o valor da
quantidade do banco de dados caso essas fossem menores que a média, e
assumiram o valor zero caso fossem superiores à média.
Novamente, para o caso das outras drogas, o foi possível efetuar
essa censura, mesmo estando trabalhando com a média para tentar minimizar
a assimetria, que era mais grave neste caso. Para não se criar uma censura
enganosa e fazer uma análise míope, utilizou-se a própria variável sem
restrições à direita de sua distribuição normal.
Separou-se as drogas analisadas por cada modelo para que as
observações estatísticas encontradas tivessem maior precisão.
3.1. ESTIMAÇÕES UTILIZANDO MQO COM LOGARITMOS
Examinou-se primeiramente quais os resultados para a cocaína,
posteriormente para maconha, crack e outras drogas.
3.1.1. COCAÍNA
As variáveis analisadas são crimpessoa (crime contra a pessoa),
crimpatrimonio (crime contra o patrimônio), pop1524 (população entre 15 e 24
44
anos), pop2544 (população entre 25 e 44 anos), renda, trafentorp (tráfico de
entorpecentes).
Primeiramente estimou-se o modelo utilizando todas as variáveis
mencionadas anteriormente com intercepto. Encontrou-se um R
2
baixo, porém
ao se analisar as estatísticas t de Student, observa-se que o intercepto não é
significante para a equação e que renda e crime contra a pessoa, apesar de
não serem insignificantes, possuem uma menor interação com a droga do que
idade e tráfico.
Tabela 1 – Estimação com intercepto
Dependent Variable: LOGCOCAINA
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.650402 3.857810 0.168594 0.8665
LOGCRIMPESSOA 0.658321 0.389101 1.691903 0.0942
LOGPOP1524 6.657921 2.455882 2.711010 0.0081
LOGPOP2544 -6.680933 2.496358 -2.676272 0.0089
LOGRENDA 1.235371 0.658084 1.877224 0.0638
LOGTRAFENTORP 0.564956 0.198720 2.842975 0.0056
R-squared 0.213139 Mean dependent var 5.363651
Adjusted R-squared 0.167917 S.D. dependent var 1.458190
S.E. of regression 1.330140 Akaike info criterion 3.470787
Sum squared resid 153.9268 Schwarz criterion 3.634180
Log likelihood -155.3916 F-statistic 4.713170
Durbin-Watson stat 1.911441 Prob(F-statistic) 0.000741
Testou-se a retirada do intercepto da equação, e com isso obteve-se um
aumento das estatísticas t das variáveis renda e crime contra a pessoa citadas
acima. Retirando-se o intercepto, tais variáveis passam a ser significativas do
ponto de vista econométrico, reforçando a idéia de que o associadas ao
consumo de cocaína.
Tabela 2- Estimação sem intercepto
45
Dependent Variable: LOGCOCAINA
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
LOGCRIMPESSOA 0.684339 0.355214 1.926555 0.0573
LOGPOP1524 6.633235 2.437943 2.720833 0.0078
LOGPOP2544 -6.620525 2.456834 -2.694738 0.0084
LOGRENDA 1.271715 0.618332 2.056689 0.0427
LOGTRAFENTORP 0.568167 0.196710 2.888346 0.0049
R-squared 0.212882 Mean dependent var 5.363651
Adjusted R-squared 0.177103 S.D. dependent var 1.458190
S.E. of regression 1.322777 Akaike info criterion 3.449608
Sum squared resid 153.9771 Schwarz criterion 3.585769
Log likelihood -155.4068 Durbin-Watson stat 1.918078
Ainda para a cocaína, foram testadas as variáveis lognprisoes (número de
prisões), logporte (porte de drogas) e logcrimpatrimonio (crime contra o
patrimônio), porém as equações obtidas com essas variáveis foram de
qualidade inferior às das tabelas acima, mostrando que tais variáveis não
afetam a quantidade de cocaína consumida pelos usuários.
3.1.2. MACONHA
Como no caso da cocaína, as variáveis analisadas para a maconha o
número de prisões, crimes contra a pessoa, crimes contra o patrimônio, porte
de drogas, população entre 15 e 24 anos, população entre 25 e 44 anos, renda
e tráfico de entorpecentes.
A regressão obtida considerando-se todas as variáveis acima é
mostrada na tabela 3. Observa-se que a equação estimada não é significante,
visto que apenas o intercepto e a variável tráfico apresentaram uma boa
estatística t.
Tabela 3 Estimação utilizando todas as variáveis e considerando-se o
intercepto
46
Dependent Variable: LOGMACONHA
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 10.23507 5.225262 1.958768 0.0535
LOGNPRISOES -0.545058 0.831046 -0.655870 0.5137
LOGCRIMPESSOA 0.180961 0.636783 0.284180 0.7770
LOGPORTE -0.020660 0.307488 -0.067191 0.9466
LOGPOP1524 2.970530 3.197563 0.928998 0.3556
LOGPOP2544 -3.426582 3.228567 -1.061332 0.2916
LOGRENDA 0.955605 0.942987 1.013381 0.3138
LOGCRIMPATRIMONIO 0.103053 0.674258 0.152839 0.8789
LOGTRAFENTORP 1.029842 0.268292 3.838518 0.0002
R-squared 0.202584 Mean dependent var 7.577810
Adjusted R-squared 0.126640 S.D. dependent var 1.785656
S.E. of regression 1.668762 Akaike info criterion 3.953807
Sum squared resid 233.9203 Schwarz criterion 4.198897
Log likelihood -174.8520 F-statistic 2.667536
Durbin-Watson stat 1.766330 Prob(F-statistic) 0.011635
Considerando-se que a correlação entre crimes contra a pessoa, crimes contra
o patrimônio e dessas duas variáveis com as variáveis porte e mero de
prisões é alta, estimou-se uma nova equação para análise do consumo de
maconha considerando-se apenas o intercepto e as variáveis de faixa etária,
renda e tráfico para testar se essas explicariam melhor o comportamento de
um consumidor desta droga. A tabela 4 nos mostra os resultados dessa
estimação, onde se observa melhoria das estatísticas t, confirmando que a
maconha não é uma droga intimamente ligada à criminalidade, mas sim à
disponibilidade dela no mercado, da faixa etária dos usuários e da renda da
população.
Tabela 4 – Estimação para maconha desconsiderando-se crimes contra a
pessoa, contra o patrimônio, porte e número de prisões.
Dependent Variable: LOGMACONHA
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
47
C 8.617398 4.360407 1.976283 0.0513
LOGPOP1524 3.623642 3.013894 1.202312 0.2325
LOGPOP2544 -4.003924 3.057921 -1.309361 0.1938
LOGRENDA 1.125460 0.804442 1.399057 0.1653
LOGTRAFENTORP 0.945600 0.224610 4.209967 0.0001
R-squared 0.195379 Mean dependent var 7.577810
Adjusted R-squared 0.158805 S.D. dependent var 1.785656
S.E. of regression 1.637744 Akaike info criterion 3.876780
Sum squared resid 236.0340 Schwarz criterion 4.012942
Log likelihood -175.2703 F-statistic 5.342067
Durbin-Watson stat 1.747235 Prob(F-statistic) 0.000673
Por outro lado, considerou-se interessante testar a interação entre as drogas
maconha e cocaína para saber se existe alguma relação entre o uso dos dois
entorpecentes, como popularmente se afirma que “o uso de maconha pode
levar ao uso de cocaína”. Como o fator que desencadeia o uso no objeto em
estudo é a maconha, utilizou-se as variáveis significativas para essa droga e a
variável cocaína para estimar a equação da tabela 5.
Tabela 5 - Teste de interação entre as drogas
Dependent Variable: LOGMACONHA
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 7.975351 4.347066 1.834652 0.0700
LOGPOP1524 2.370588 3.099782 0.764760 0.4465
LOGPOP2544 -2.764233 3.139714 -0.880409 0.3811
LOGRENDA 0.854161 0.817533 1.044803 0.2990
LOGTRAFENTORP 0.807183 0.240374 3.358036 0.0012
LOGCOCAINA 0.198220 0.128889 1.537914 0.1277
R-squared 0.216675 Mean dependent var 7.577810
Adjusted R-squared 0.171656 S.D. dependent var 1.785656
S.E. of regression 1.625186 Akaike info criterion 3.871463
Sum squared resid 229.7870 Schwarz criterion 4.034856
Log likelihood -174.0230 F-statistic 4.812989
Durbin-Watson stat 1.687122 Prob(F-statistic) 0.000623
48
Observa-se uma significância considerável do teste t na variável logcocaína, o
que pode levar à conclusão de que a afirmação pode ser considerada como
verdadeira, ou seja, uma pessoa que começou seu vício em drogas com
maconha, pode desencadear posteriormente vício em cocaína.
Como se escreveu sobre os dois tipos de entorpecentes mais
amplamente utilizados pela população de viciados, cabe fazer uma outra
investigação nesta seção: sobre uso de drogas e mero de prisões na cidade
de São Paulo durante o ano de 2001. Estimou-se três regressões: uma
considerando a idade da população (tabela 6), uma desconsiderando essa
característica (tabela 7) e finalmente uma que desconsiderasse idade e
consumo de drogas (tabela 8)
Tabela 6 – Número de prisões considerando idade da população e drogas
Dependent Variable: LOGNPRISOES
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.892556 0.672565 2.813939 0.0061
LOGCRIMPESSOA 0.154438 0.082905 1.862830 0.0660
LOGPORTE 0.196645 0.034295 5.733931 0.0000
LOGPOP1524 -0.301243 0.437106 -0.689175 0.4926
LOGPOP2544 0.220554 0.442143 0.498830 0.6192
LOGRENDA -0.482279 0.114589 -4.208768 0.0001
LOGCRIMPATRIMONIO 0.456968 0.073351 6.229894 0.0000
LOGTRAFENTORP 0.064127 0.038430 1.668680 0.0989
LOGMACONHA -0.008968 0.014545 -0.616575 0.5392
LOGCOCAINA -0.002771 0.017981 -0.154094 0.8779
R-squared 0.738147 Mean dependent var 5.437078
Adjusted R-squared 0.709753 S.D. dependent var 0.408014
S.E. of regression 0.219816 Akaike info criterion -0.090757
Sum squared resid 4.010481 Schwarz criterion 0.181565
Log likelihood 14.22022 F-statistic 25.99685
Durbin-Watson stat 1.971518 Prob(F-statistic) 0.000000
49
Tabela 7 – Número de prisões considerando drogas e sem considerar idade da
população
Dependent Variable: LOGNPRISOES
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.027632 0.459418 2.236810 0.0279
LOGCRIMPESSOA 0.126617 0.082322 1.538072 0.1277
LOGPORTE 0.217007 0.032799 6.616228 0.0000
LOGRENDA -0.373134 0.080688 -4.624406 0.0000
LOGCRIMPATRIMONIO 0.463370 0.072940 6.352782 0.0000
LOGTRAFENTORP 0.069113 0.038636 1.788841 0.0772
LOGMACONHA -0.006340 0.014541 -0.435975 0.6640
LOGCOCAINA -0.006982 0.017509 -0.398780 0.6911
R-squared 0.726804 Mean dependent var 5.437078
Adjusted R-squared 0.704306 S.D. dependent var 0.408014
S.E. of regression 0.221869 Akaike info criterion -0.091363
Sum squared resid 4.184202 Schwarz criterion 0.126495
Log likelihood 12.24840 F-statistic 32.30461
Durbin-Watson stat 1.926677 Prob(F-statistic) 0.000000
Tabela 8 – Número de prisões sem considerar consumo de drogas e idade
Dependent Variable: LOGNPRISOES
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.990870 0.449525 2.204260 0.0301
LOGCRIMPESSOA 0.121546 0.080649 1.507107 0.1354
LOGPORTE 0.218159 0.032455 6.721809 0.0000
LOGRENDA -0.379536 0.078724 -4.821080 0.0000
LOGCRIMPATRIMONIO 0.465985 0.072166 6.457153 0.0000
LOGTRAFENTORP 0.058649 0.034706 1.689906 0.0946
R-squared 0.725422 Mean dependent var 5.437078
Adjusted R-squared 0.709641 S.D. dependent var 0.408014
S.E. of regression 0.219858 Akaike info criterion -0.129326
Sum squared resid 4.205376 Schwarz criterion 0.034067
Log likelihood 12.01368 F-statistic 45.96992
50
Durbin-Watson stat 1.906727 Prob(F-statistic) 0.000000
Observa-se para as tabelas 6 e 7 que os testes t para as variáveis maconha e
cocaína estão longe de serem considerados como significativos, tanto
considerando-se idade quanto desconsiderando-se a idade da população, ou
seja, pode-se concluir que o fato da pessoa consumir determinado tipo de
droga o tem relação com a chance de ela ser presa. Segundo a análise das
tabelas acima, o mero de prisões pode ser explicado pelos crimes contra a
pessoa, os crimes contra o patrimônio, tráfico de entorpecentes, porte e renda,
sendo que esta última variável é inversamente proporcional ao número de
prisões, indicando que os crimes que geram maior número de
encarceramentos estão concentrados nas classes mais baixas da capital do
estado de São Paulo.
3.1.3. CRACK
Devido ao fato do usuário de crack ser um usuário que passou pelo
uso de cocaína, já que a droga é derivada desta, e maconha, droga que
precede o uso de cocaína, as equações estimadas consideram esta
interdependência, estuda-se, portanto, qual a relação entre o uso de crack e os
crimes contra patrimônio, pessoa e tráfico.
A tabela 9 mostra equação estimada levando em conta os danos que
podem ser feitos contra o patrimônio. Observa-se que este crime não é
relacionado ao uso deste entorpecente não é relacionado com danos causados
ao patrimônio alheio, o que é relevante, dado que o crack é conhecido como
“droga das ruas”, por ser mais barato e boa parte de seus usuários terem o
comportamento de morarem em ruas, o em casas, o que explica esse
resultado.
Tabela 9 – Estimação de uso de crack considerando crime contra o patrimônio
Dependent Variable: LOGCRACK
Method: Least Squares
51
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 10.00663 6.046729 1.654882 0.1121
LOGCRIMPESSOA -1.488501 1.146241 -1.298593 0.2075
LOGCRIMPATRIMONIO -0.416624 0.805709 -0.517090 0.6103
LOGTRAFENTORP -1.021047 0.381648 -2.675364 0.0138
LOGMACONHA 0.433523 0.171233 2.531769 0.0190
LOGCOCAINA 0.949907 0.289090 3.285857 0.0034
R-squared 0.498038 Mean dependent var 3.220690
Adjusted R-squared 0.383956 S.D. dependent var 1.999048
S.E. of regression 1.569022 Akaike info criterion 3.926192
Sum squared resid 54.16029 Schwarz criterion 4.211664
Log likelihood -48.96669 F-statistic 4.365605
Durbin-Watson stat 2.172429 Prob(F-statistic) 0.006531
Tabela 10 Estimação do uso de crack desconsiderando crime contra
patrimônio
Dependent Variable: LOGCRACK
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 9.197673 5.747069 1.600411 0.1232
LOGCRIMPESSOA -1.861663 0.876252 -2.124575 0.0446
LOGTRAFENTORP -0.994631 0.372141 -2.672727 0.0136
LOGMACONHA 0.423567 0.167416 2.530033 0.0187
LOGCOCAINA 0.927620 0.281269 3.297982 0.0031
R-squared 0.491937 Mean dependent var 3.220690
Adjusted R-squared 0.403579 S.D. dependent var 1.999048
S.E. of regression 1.543831 Akaike info criterion 3.866844
Sum squared resid 54.81854 Schwarz criterion 4.104737
Log likelihood -49.13581 F-statistic 5.567502
Durbin-Watson stat 2.339786 Prob(F-statistic) 0.002763
Retirando-se esta variável da equação estimada (conforme visto na tabela 10
acima), uma melhoria nos resultados dos testes t. Observa-se grande
dependência com as variáveis maconha e cocaína, sobretudo com esta última,
o que prova a afirmação feita acima de que a pessoa que procura tal tipo de
52
droga tem uma relação muito íntima com o cio, tendo passado anteriormente
por drogas “mais leves”, que também são parte de seu consumo de
entorpecentes. Os danos para a sociedade o relativos a crimes contra a
pessoa.
3.1.4. OUTRAS DROGAS
Devido ao fato de este grupo abranger muitos outros tipos de droga, não
foi estudada a relação do grupo com os três tipos anteriores. Limitou-se neste
grupo a analisar-se a relação deste com idade, número de prisões, porte, crime
contra o patrimônio, e tráfico. Estimou-se anteriormente uma equação
considerando-se também os crimes contra a pessoa, mas este foi muito pouco
significativo.
Tabela 11 – Estimação por MQO do comportamento de outros tipos de droga
Dependent Variable: LOGOUTROS
Method: Least Squares
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C -8.208562 20.74865 -0.395619 0.7306
LOGNPRISOES 7.066082 2.085845 3.387635 0.0772
LOGPORTE -1.778436 1.513126 -1.175338 0.3608
LOGPOP1524 36.77089 12.08311 3.043164 0.0931
LOGPOP2544 -37.38773 12.00605 -3.114074 0.0895
LOGRENDA 11.22002 3.838787 2.922804 0.0998
LOGCRIMPATRIMONIO -2.363804 1.163638 -2.031392 0.1793
LOGTRAFENTORP -1.470407 0.865078 -1.699740 0.2313
R-squared 0.941449 Mean dependent var 2.333962
Adjusted R-squared 0.736521 S.D. dependent var 1.472064
S.E. of regression 0.755614 Akaike info criterion 2.267989
Sum squared resid 1.141904 Schwarz criterion 2.510057
Log likelihood -3.339947 F-statistic 4.594043
Durbin-Watson stat 0.369967 Prob(F-statistic) 0.190366
Conclui-se da equação acima que os problemas econômico sociais derivados
de outros tipos de droga se atém mais à quantidade de prisões que estas
53
proporcionam, a idade das pessoas que consomem essas drogas, renda e
crime contra o patrimônio. Das drogas analisadas anteriormente, foi a que mais
apresentou significância com a variável renda, podendo-se afirmar que são
consumidas por uma classe social mais alta. Outro detalhe deste tipo de
entorpecente que chama atenção é a concentração na faixa etária de 15 a 24
anos, o que pode ser explicado por se tratar de jovens que procuram drogas
sintéticas para saírem de final de semana para festas, como, por exemplo,
raves, onde o uso desse tipo de entorpecente é sabido amplamente utilizado.
3.2. ESTIMAÇÕES UTILIZANDO O MODELO PROBIT
O modelo probit traz uma variável dummy como sendo a variável
dependente, desta forma, os modelos apresentados na seção abaixo, trazem a
variável binária sendo igual a um, caso haja apreensão, e zero, caso não haja,
para todos os casos.
Devido à conhecida presença de heterocedasticidade no modelo, a
importância da manutenção dele no estudo é o peso que cada variável
envolvida na estimação tem no consumo de cada tipo de droga, e não somente
sua relevância econométrica mensuradas no teste de validação das
regressões estimadas.
3.2.1. COCAÍNA
Pelo probit estimado para a cocaína a análise descrita acima não teve
variáveis com pesos significantes. Utilizando-se as variáveis de crime descritas
no item anterior, relativo ao MQO, para o caso da cocaína, a única equação
que se mostrou relevante foi a descrita na tabela 12, conforme abaixo:
Tabela 12
Dependent Variable: BICOC
Method: ML - Binary Probit (Quadratic hill climbing)
54
Variable Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -1.227947 0.514705 -2.385731 0.0170
RENDA 0.008104 0.030583 0.264974 0.7910
TRAFENTORP 0.052742 0.018512 2.849131 0.0044
CRIMPESSOA 0.000531 0.000486 1.092395 0.2747
Mean dependent var 0.494624 S.D. dependent var 0.502681
S.E. of regression 0.465194 Akaike info criterion 1.294567
Sum squared resid 19.26010 Schwarz criterion 1.403496
Log likelihood -56.19737 Hannan-Quinn criter. 1.338549
Restr. log likelihood -64.45731 Avg. log likelihood -0.604273
LR statistic (3 df) 16.51989 McFadden R-squared 0.128146
Probability(LR stat) 0.000887
Obs with Dep=0 47 Total obs 93
Obs with Dep=1 46
Na análise anterior, a variável logrenda tem uma importância significativa,
conquanto que nesta análise, seu peso parece diminuir no consumo de
cocaína. Considerando que o modelo de mínimos quadrados ordinários
estimado com logarítmos apresenta apenas a variação da variáve, ou a
elasticidade, pode-se concluir que a variável renda não possui efetivamente um
peso no consumo, no entando, os incrementos de renda, ou pequenas
variações, podem sim influenciar um agente a se tornar usuário, fato que
reforça a idéia do popular jargão feito sobre a droga como sendo “de ricos”.
Pelo probit, a variável mais correlacionada com a droga é o tráfico, e em
segundo lugar, mas não com tanto peso, os crimes contra a pessoa,
confirmando as conclusões tiradas na investigação anterior sobre o
comportamento dos usuários deste entorpecente.
3.2.2. MACONHA
Para o caso da maconha, as variáveis de crime contra a pessoa ou
contra o patrimônio foram testadas, porém não foram consideradas
significantes. Para o probit envolvendo maconha, que pode ser observado na
55
tabela 13, as variáveis sociais de idade apresentaram um peso relevante, ao
contrário do encontrado na investigação por MQO. Como descrito na seção
anterior, sobre a cocaína, conclui-se que o incremento de idade o faz
sentido no uso desta droga, mas a faixa etária sim.
Tabela 13
Dependent Variable: BIMAC
Method: ML - Binary Probit (Quadratic hill climbing)
Variable Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C 0.000160 0.454734 0.000351 0.9997
NPRISOES -0.002693 0.001677 -1.606090 0.1083
PORTE -0.007436 0.009653 -0.770333 0.4411
POP1524 -0.000115 8.03E-05 -1.427819 0.1533
POP2544 6.09E-05 5.16E-05 1.181231 0.2375
TRAFENTORP 0.085452 0.023177 3.686881 0.0002
Mean dependent var 0.494624 S.D. dependent var 0.502681
S.E. of regression 0.464407 Akaike info criterion 1.294483
Sum squared resid 18.76365 Schwarz criterion 1.457876
Log likelihood -54.19345 Hannan-Quinn criter. 1.360456
Restr. Log likelihood -64.45731 Avg. log likelihood -0.582725
LR statistic (5 df) 20.52772 McFadden R-squared 0.159235
Probability(LR stat) 0.000995
Obs with Dep=0 47 Total obs 93
Obs with Dep=1 46
O número de prisões neste modelo tem um peso significante, e como
está se tratando de estudar casos onde há ou não apreensão, a conclusão que
se pode tirar não é a de que usuários de maconha são presos, mas sim a
condicional que dada que a pessoa foi presa, existia o consumo de maconha
por parte dela.
Outros pontos que podem ser observados é que a variável porte não
apresentou um peso considerável, reforçando a modelagem anterior. Por outro
56
lado, o tráfico de drogas foi a que maior peso apresentou na estimação,
corroborando o propósito do modelo em análise.
3.2.3. CRACK
A tabela 14 mostra o caso da modelagem probit para o crack. Conforme
se observou anteriormente, os crimes contra a pessoa têm um peso
significante no uso desta droga. Curiosamente, não se observou correlação
neste modelo com a variável tráfico, pois o peso desta foi muito ínfimo na
modelagem.
Para o estudo de probit, observa-se que o crime mais relacionado com o
crack é o de porte de drogas, o que reforça a idéia descrita acima de que um
usuário que parte para uma droga mais pesada como esta consumiu no
passado drogas mais leves, como maconha e cocaína.
Curiosamente, a variável que descreve o número de prisões também
apresentou um peso significativo, ou seja, pode-se fazer a mesma análise que
foi feita para a droga anterior: nos casos onde houve prisões, havia a
existência da droga com a pessoa que praticou o delito.
Tabela 14
Dependent Variable: BICRACK
Method: ML - Binary Probit (Quadratic hill climbing)
Variable Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -0.026109 0.419178 -0.062286 0.9503
NPRISOES 0.002373 0.001814 1.307753 0.1910
CRIMPESSOA -0.000872 0.000588 -1.482206 0.1383
PORTE -0.020107 0.011304 -1.778723 0.0753
Mean dependent var 0.301075 S.D. dependent var 0.461212
S.E. of regression 0.454687 Akaike info criterion 1.234974
57
Sum squared resid 18.39987 Schwarz criterion 1.343903
Log likelihood -53.42628 Hannan-Quinn criter. 1.278956
Restr. Log likelihood -56.89485 Avg. log likelihood -0.574476
LR statistic (3 df) 6.937139 McFadden R-squared 0.060965
Probability(LR stat) 0.073929
Obs with Dep=0 65 Total obs 93
Obs with Dep=1 28
3.2.4. OUTRAS DROGAS
Ao contrário dos demais casos apresentados neste modelo, a equação
estimada por probit para outras drogas apresentou um peso relevante para a
variável crimes contra o patrimônio (tabela 15), que embora não seja o mais
correlacionado com o objeto de estudo, passa a ter importância dentro da
questão investigada. Explica-se este ponto estatístico exatamente por o se
estar estudando apenas um tipo de entorpecente nesta seção, mas vários, os
quais podem causar dependência forte e vandalismo, a ponto de causar danos
para bens materiais alheios.
A variável com maior importância nesse grupo é tráfico de drogas, como
se poderia esperar, que se agrupam vários entorpecentes. Também
apresentaram relevância as variáveis porte e crimes contra a pessoa, sendo
que a primeira pode ser explicada pelos mesmos motivos da importância da
variável tráfico.
Tabela 15
Dependent Variable: BIOUTROS
Method: ML - Binary Probit (Quadratic hill climbing)
Variable Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -1.455549 0.620497 -2.345781 0.0190
CRIMPESSOA -0.002002 0.001084 -1.846435 0.0648
58
PORTE -0.033713 0.017838 -1.890000 0.0588
CRIMPATRIMONIO 0.000249 0.000147 1.695735 0.0899
TRAFENTORP 0.083179 0.025259 3.293086 0.0010
Mean dependent var 0.107527 S.D. dependent var 0.311461
S.E. of regression 0.266064 Akaike info criterion 0.608650
Sum squared resid 6.229511 Schwarz criterion 0.744811
Log likelihood -23.30223 Hannan-Quinn criter. 0.663628
Restr. Log likelihood -31.74213 Avg. log likelihood -0.250562
LR statistic (4 df) 16.87980 McFadden R-squared 0.265890
Probability(LR stat) 0.002040
Obs with Dep=0 83 Total obs 93
Obs with Dep=1 10
3.3. ESCOLHA ORDENADA
Do mesmo modo em que foi feita uma análise de estimação pelos
modelos anteriores, optou-se por fazer uma análise pelo modelo de regressão
ordenada, de forma que o primeiro limite vai do primeiro ao segundo quartil, o
segundo limite vai do segundo ao terceiro quartil, e finalmente o último limite
vai do terceiro ao quarto quartil, exceto para o caso do crack, onde esse limite
oi definido valendo 1 se estivesse entre o primeiro e terceiro quartil e 2 se
estivesse entre o terceiro e quarto quartil, pois a variável apresentava muita
assimetria.
Os subitens abaixo mostram os resultados obtidos para cada tipo de
droga. Nesta seção o foram analisados os outros tipos de drogas, que por
ter o caráter de possuir uma mistura muito grande de entorpecentes em
questão, apresentou uma assimetria muito forte, prejudicando a formação de
limites que formam o parâmetro dessa modelagem de escolha ordenada
utilizada.
3.3.1. COCAÍNA
59
Tendo os resultados das análises anteriores, para o caso da cocaína,
levou-se em consideração crimes contra a pessoa, porte de droga, crimes
contra o patrimônio, e tráfico de entorpecentes.
A tabela 16 mostra os resultados da equação utilizando todas essas
variáveis na análise, e observa-se que as renda e crime contra o patrimônio
são as que apresentam piores resultados, no que tange o teste t.
Tabela 16
Dependent Variable: ORDCOC
Method: ML - Ordered Probit (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
CRIMPESSOA 0.000870 0.000491 1.774239 0.0760
PORTE -0.008150 0.006149 -1.325473 0.1850
RENDA 0.025618 0.030467 0.840847 0.4004
CRIMPATRIMONIO -8.62E-05 8.06E-05 -1.068794 0.2852
TRAFENTORP 0.046253 0.014375 3.217648 0.0013
Limit Points
LIMIT_1:C(6) 0.386302 0.444539 0.868994 0.3849
LIMIT_2:C(7) 1.133802 0.454566 2.494251 0.0126
LIMIT_3:C(8) 1.861848 0.469537 3.965286 0.0001
Akaike info criterion 2.733159 Schwarz criterion 2.951017
Log likelihood -119.0919 Hannan-Quinn criter. 2.821123
Restr. Log likelihood -128.8242 Avg. log likelihood -1.280558
LR statistic (5 df) 19.46462 LR index (Pseudo-R2) 0.075547
Probability(LR stat) 0.001574
É cil perceber que o resultado se dá pois uma interação entre renda e
crime contra o patrimônio, uma alta correlação. Cabe, portanto, analisar qual
das duas variáveis tem maior importância no consumo dessa droga. O melhor
resultado foi obtido fazendo a regressão sem utilizar a variável renda, e
mantendo-se a variável crime contra o patrimônio, conforme visto na tabela 17.
60
Tabela 17
Dependent Variable: ORDCOC
Method: ML - Ordered Probit (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
CRIMPESSOA 0.000826 0.000488 1.694997 0.0901
PORTE -0.006813 0.005850 -1.164638 0.2442
CRIMPATRIMONIO -5.84E-05 7.33E-05 -0.797585 0.4251
TRAFENTORP 0.042003 0.013218 3.177807 0.0015
Limit Points
LIMIT_1:C(5) 0.142232 0.333632 0.426314 0.6699
LIMIT_2:C(6) 0.886737 0.343787 2.579320 0.0099
LIMIT_3:C(7) 1.611106 0.359734 4.478603 0.0000
Akaike info criterion 2.719282 Schwarz criterion 2.909908
Log likelihood -119.4466 Hannan-Quinn criter. 2.796251
Restr. Log likelihood -128.8242 Avg. log likelihood -1.284372
LR statistic (4 df) 18.75516 LR index (Pseudo-R2) 0.072794
Probability(LR stat) 0.000878
3.3.2. MACONHA
Para o caso da maconha, fez-se o modelo de escolha ordenada
utilizando as variáveis: número de prisões, crime contra a pessoa, crime contra
o patrimônio, porte de drogas, renda, tráfico de entorpecentes.
A tabela 18 mostra o resultado obtido ao se fazer a regressão
considerando todas essas variáveis citadas. Observa-se, como na seção de
MQO, que os crimes contra o patrimônio não são significantes para a equação
de consumo de maconha, portanto, na tabela 19 foi gerada uma equação que
desconsidera tal crime, para testar se os crimes contra o patrimônio realmente
não influenciam o consumo de maconha em 2001.
Tabela 18
61
Dependent Variable: ORDMAC
Method: ML - Ordered Probit (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
NPRISOES -0.001017 0.001901 -0.535318 0.5924
CRIMPESSOA 0.000295 0.000474 0.622931 0.5333
PORTE -0.008164 0.007614 -1.072243 0.2836
RENDA 0.040969 0.034768 1.178376 0.2386
CRIMPATRIMONIO -3.26E-05 0.000106 -0.308745 0.7575
TRAFENTORP 0.059770 0.015643 3.820878 0.0001
Limit Points
LIMIT_1:C(7) 0.213339 0.494699 0.431250 0.6663
LIMIT_2:C(8) 0.980986 0.506460 1.936947 0.0528
LIMIT_3:C(9) 1.734567 0.513329 3.379052 0.0007
Akaike info criterion 2.743241 Schwarz criterion 2.988331
Log likelihood -118.5607 Hannan-Quinn criter. 2.842201
Restr. Log likelihood -128.9094 Avg. log likelihood -1.274846
LR statistic (6 df) 20.69734 LR index (Pseudo-R2) 0.080279
Probability(LR stat) 0.002079
Tabela 19
Dependent Variable: ORDMAC
Method: ML - Ordered Probit (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
NPRISOES -0.001407 0.001422 -0.989773 0.3223
CRIMPESSOA 0.000239 0.000438 0.546729 0.5846
PORTE -0.007624 0.007431 -1.025881 0.3049
RENDA 0.034817 0.028508 1.221336 0.2220
TRAFENTORP 0.060678 0.015373 3.947165 0.0001
Limit Points
62
LIMIT_1:C(6) 0.154957 0.457253 0.338887 0.7347
LIMIT_2:C(7) 0.920795 0.467500 1.969614 0.0489
LIMIT_3:C(8) 1.675660 0.476584 3.515977 0.0004
Akaike info criterion 2.722762 Schwarz criterion 2.940620
Log likelihood -118.6084 Hannan-Quinn criter. 2.810726
Restr. Log likelihood -128.9094 Avg. log likelihood -1.275359
LR statistic (5 df) 20.60189 LR index (Pseudo-R2) 0.079908
Probability(LR stat) 0.000963
Comparando-se as duas tabelas, pode-se perceber uma melhoria
significativa dos resultados estatísticos da estimação, os quais comprovam que
a variável testada realmente não deve ser considerada na análise.
3.3.3. CRACK
Para a variável crack, foram analisados o número de prisões, crimes contra a
pessoa, porte de drogas, população entre 15 e 24 anos, população entre 25 e
44 anos, renda, crimes contra o patrimônio, e tráfico de entorpecentes.
Tabela 20
Dependent Variable: ORDCRACK
Method: ML - Ordered Probit (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
NPRISOES 0.004055 0.002653 1.528271 0.1264
CRIMPESSOA -0.001025 0.000707 -1.450007 0.1471
PORTE -0.014670 0.011713 -1.252425 0.2104
POP1524 7.45E-05 0.000109 0.681808 0.4954
POP2544 -3.80E-05 6.82E-05 -0.556833 0.5776
RENDA 0.068035 0.055741 1.220556 0.2223
CRIMPATRIMONIO -8.77E-05 0.000142 -0.618989 0.5359
TRAFENTORP -0.008807 0.018350 -0.479918 0.6313
Limit Points
63
LIMIT_2:C(9) 1.185944 0.871039 1.361528 0.1733
Akaike info criterion 1.235151 Schwarz criterion 1.480242
Log likelihood -48.43453 Hannan-Quinn criter. 1.334112
Restr. Log likelihood -52.02072 Avg. log likelihood -0.520801
LR statistic (8 df) 7.172369 LR index (Pseudo-R2) 0.068938
Probability(LR stat) 0.518155
Os resultados da tabela 20 acima mostram que nesta análise a idade da
população começa a se mostrar mais significativa, porém o com um
resultado de teste t satisfatório. Tendo em vista esses pontos, foram estimados
mais duas equações para observar o consumo de crack. Uma excluindo as
variáveis tráfico e crimes contra o patrimônio, que também apresentaram
significância similar à das idades (tabela 21), e uma excluindo as variáveis de
faixa etária, tendo mantido as variáveis de criminalidade na análise (tabela 22).
Tabela 21
Dependent Variable: ORDCRACK
Method: ML - Ordered Probit (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
NPRISOES 0.002775 0.001879 1.476669 0.1398
CRIMPESSOA -0.001178 0.000668 -1.763702 0.0778
PORTE -0.013621 0.011540 -1.180310 0.2379
POP1524 8.30E-05 0.000107 0.774628 0.4386
POP2544 -4.36E-05 6.68E-05 -0.652892 0.5138
RENDA 0.057564 0.050058 1.149955 0.2502
Limit Points
LIMIT_2:C(7) 1.091143 0.830250 1.314234 0.1888
Akaike info criterion 1.197603 Schwarz criterion 1.388229
Log likelihood -48.68854 Hannan-Quinn criter. 1.274572
Restr. Log likelihood -52.02072 Avg. log likelihood -0.523533
LR statistic (6 df) 6.664355 LR index (Pseudo-R2) 0.064055
Probability(LR stat) 0.353005
64
Tabela 22
Dependent Variable: ORDCRACK
Method: ML - Ordered Probit (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
NPRISOES 0.002716 0.001893 1.434496 0.1514
CRIMPESSOA -0.001015 0.000627 -1.618388 0.1056
PORTE -0.017188 0.011916 -1.442347 0.1492
RENDA 0.015548 0.033978 0.457608 0.6472
Limit Points
LIMIT_2:C(5) 0.402107 0.563570 0.713499 0.4755
Akaike info criterion 1.169483 Schwarz criterion 1.305644
Log likelihood -49.38094 Hannan-Quinn criter. 1.224461
Restr. Log likelihood -52.02072 Avg. log likelihood -0.530978
LR statistic (4 df) 5.279561 LR index (Pseudo-R2) 0.050745
Probability(LR stat) 0.259796
Observando os resultados das equações das tabelas 21 e 22, nota-se que a
renda passa a ter uma diminuição de significância no consumo, ou seja existe
dependência de idade de uso com a renda para esse tipo de droga.
3.4 ESTIMAÇÕES PELO MODELO TOBIT
O modelo Tobit, conforme descrito no capítulo 2, consiste em fazer uma
censura na amostra, de sorte a analisar observações apenas feitas a um
valor. Nesta parte do capítulo, ao invés dos modelos anteriores, as estimações
foram feitas com base em dados mensais para o ano de 2001, e não se
utilizou dados consolidados.
Primeiramente tentou-se utilizar os quartis como censura, porém para as
variáveis crack (que não é muito freqüente, já que é um derivado da cocaína, e
65
assume-se, portanto, que sua manipulação seja feita após a carga da cocaína
chegar no destino), e a variável outras drogas (que abrange muitos tipos
distintos de drogas) apresentavam o primeiro, o segundo e o terceiro quartil
igual a zero, o que invalidava a análise. A solução foi fazer a censura com base
na média, o que é perfeitamente razoável, dada que esta é o valor esperado
da variável. Todas as censuras foram feitas considerando média como censura
à direita, assim desconsidera-se observações discrepantes, como outliers.
3.4.1. COCAÍNA
Primeiramente fez-se a regressão para cocaína utilizando todas as
variáveis de crime que julgou-se relevantes. Os resultados obtidos estão na
tabela 23 a seguir:
Tabela 23
Dependent Variable: COCOC
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -15.24697 2.089768 -7.296008 0.0000
CRIMPATRIMONIO 0.007603 0.004915 1.546944 0.1219
CRIMPESSOA -0.019368 0.025377 -0.763212 0.4453
APREENS -1.618032 0.823596 -1.964594 0.0495
NPRISOES 0.002040 0.099932 0.020416 0.9837
PORTEARMA 0.387065 0.326461 1.185642 0.2358
ROUBOBANCO -1.094100 2.712594 -0.403341 0.6867
TRAFICO 12.13497 0.973309 12.46775 0.0000
SCALE:C(9) 46.75114 1.510464 30.95151 0.0000
R-squared 0.384365 Mean dependent var 22.30894
Adjusted R-squared 0.380264 S.D. dependent var 34.99112
S.E. of regression 27.54616 Akaike info criterion 5.815238
Sum squared resid 911308.2 Schwarz criterion 5.853160
Log likelihood -3509.219 Hannan-Quinn criter. 5.829517
Avg. log likelihood -2.900181
66
Left censored obs 478 Right censored obs 147
Uncensored obs 585 Total obs 1210
Observa-se que roubos a bancos e número de prisões não são variáveis
significativas nesta análise, portanto estimou-se um novo modelo (tabela 24) o
qual mostra uma melhoria significativa nas estatísticas
encontradas.Verificou-se, então, que para o caso de censura no modelo Tobit,
o tráfico continua sendo a variável que mais impacta o consumo, seguido por
apreensões, que, entretanto, influencia negativamente o consumo (como era
de se esperar).
Trabalhando com dados até a média, encontra-se uma maior
significância de porte de arma e crime contra o patrimônio, fato que pode ser
explicado pelo fato de a droga em questão ter um preço maior, e em se
tratando de consumo até a média, passamos a lidar com quantidades
menores, que podem ser associadas a “uso doméstico”, e que causam os
populares “assaltos para comprar drogas”.
Tabela 24
Dependent Variable: COCOC
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -15.23288 2.087928 -7.295691 0.0000
CRIMPATRIMONIO 0.006893 0.003832 1.798730 0.0721
CRIMPESSOA -0.017917 0.024026 -0.745740 0.4558
APREENS -1.598167 0.820735 -1.947238 0.0515
PORTEARMA 0.392180 0.294856 1.330072 0.1835
TRAFICO 12.16401 0.948043 12.83065 0.0000
SCALE:C(7) 46.76248 1.510718 30.95381 0.0000
R-squared 0.384133 Mean dependent var 22.30894
67
Adjusted R-squared 0.381061 S.D. dependent var 34.99112
S.E. of regression 27.52845 Akaike info criterion 5.812066
Sum squared resid 911652.3 Schwarz criterion 5.841561
Log likelihood -3509.300 Hannan-Quinn criter. 5.823172
Avg. log likelihood -2.900248
Left censored obs 478 Right censored obs 147
Uncensored obs 585 Total obs 1210
Analogamente ao feito com o modelo de mínimos quadrados ordinários, é
válido também nesta seção uma análise incluindo outras drogas, conforme
observado na tabela 25:
Tabela 25
Dependent Variable: COCOC
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -15.67287 2.092528 -7.489919 0.0000
CRIMPATRIMONIO 0.007101 0.003867 1.836065 0.0663
CRIMPESSOA -0.024255 0.024247 -1.000334 0.3171
APREENS -0.885627 0.878797 -1.007771 0.3136
PORTEARMA 0.335083 0.292905 1.143999 0.2526
TRAFICO 13.01896 0.991044 13.13660 0.0000
MACONHA -0.000402 0.000108 -3.723090 0.0002
CRACK 0.015871 0.006777 2.341860 0.0192
SCALE:C(9) 46.42035 1.498047 30.98724 0.0000
R-squared 0.385218 Mean dependent var 22.30894
Adjusted R-squared 0.381122 S.D. dependent var 34.99112
S.E. of regression 27.52709 Akaike info criterion 5.801980
Sum squared resid 910046.3 Schwarz criterion 5.839902
Log likelihood -3501.198 Hannan-Quinn criter. 5.816259
Avg. log likelihood -2.893552
Left censored obs 478 Right censored obs 147
Uncensored obs 585 Total obs 1210
68
Manteve-se os crimes identificados como mais importantes em relação
ao modelo de consumo de cocaína com censura, e verifica-se que tais
variáveis continuam sendo altamente relevantes. Observa-se dependência
significativa da cocaína com maconha e crack, principalmente com a primeira,
que como disse anteriormente é a primeira droga utilizada pelos usuários. A
pessoa “aumenta” a intensidade do vício, passando a consumir outros tipos,
mas se inicia com a maconha. Com relação ao crack, explica-se a alta
significância por dois motivos: primeiro porque é o “próximo passo” de um
viciado, e em segundo lugar, por ser uma droga derivada da cocaína, é
perfeitamente normal que tenham alta interdependência.
3.4.2. MACONHA
Como no caso da cocaína, fez-se um modelo para estimar o
comportamento da quantidade de maconha consumida através da censura
pela média. A equação obtida (tabela 26) mostra que para o caso da maconha,
todos os outros crimes envolvidos o relevantes. Curiosamente, neste caso
as apreensões não impactam negativamente o uso, sendo que a única variável
que teve um coeficiente negativo foi o número de prisões.
Nota-se que o consumo de maconha está fortemente relacionado ao
tráfico.
Tabela 26
Dependent Variable: MACOC
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C 1.454528 19.53357 0.074463 0.9406
CRIMPATRIMONIO 0.082472 0.046415 1.776842 0.0756
CRIMPESSOA 0.704046 0.227355 3.096677 0.0020
APREENS 24.18341 9.006948 2.684972 0.0073
NPRISOES -2.833936 0.779766 -3.634343 0.0003
PORTEARMA 4.085038 2.694650 1.515981 0.1295
69
ROUBOBANCO 32.20943 27.07710 1.189545 0.2342
TRAFICO 83.61060 8.037187 10.40297 0.0000
SCALE:C(9) 562.3104 13.02722 43.16426 0.0000
R-squared 0.351064 Mean dependent var 289.5184
Adjusted R-squared 0.346742 S.D. dependent var 621.9926
S.E. of regression 502.7218 Akaike info criterion 13.00461
Sum squared resid 3.04E+08 Schwarz criterion 13.04254
Log likelihood -7858.791 Hannan-Quinn criter. 13.01889
Avg. log likelihood -6.494869
Left censored obs 158 Right censored obs 65
Uncensored obs 987 Total obs 1210
Pelo fato de se tratar de uma droga “popular”, estimou-se também uma
regressão (tabela 27), a qual analisa se outras drogas influenciam o caso da
maconha:
Tabela 27
Dependent Variable: MACOC
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -2.349731 19.10884 -0.122966 0.9021
CRIMPATRIMONIO 0.076902 0.045595 1.686632 0.0917
CRIMPESSOA 0.711104 0.223696 3.178881 0.0015
APREENS 20.98688 9.034921 2.322862 0.0202
NPRISOES -2.752327 0.762735 -3.608498 0.0003
PORTEARMA 3.546350 2.639166 1.343739 0.1790
ROUBOBANCO 26.73874 26.52825 1.007935 0.3135
TRAFICO 84.08688 7.876413 10.67578 0.0000
COCAINA 0.014688 0.021996 0.667741 0.5043
CRACK 0.695898 0.157654 4.414073 0.0000
SCALE:C(11) 549.3039 12.71281 43.20869 0.0000
70
R-squared 0.378210 Mean dependent var 289.5184
Adjusted R-squared 0.373024 S.D. dependent var 621.9926
S.E. of regression 492.5051 Akaike info criterion 12.96291
Sum squared resid 2.91E+08 Schwarz criterion 13.00926
Log likelihood -7831.562 Hannan-Quinn criter. 12.98036
Avg. log likelihood -6.472365
Left censored obs 158 Right censored obs 65
Uncensored obs 987 Total obs 1210
Conclui-se da análise que cocaína o tem relação com crimes
relacionados à maconha, no entanto o crack apresentou significância alta, que
pode ser explicada pelo fato de ser uma droga mais barata, mas que é
utilizada da mesma forma: fumando. Um dependente de maconha tende a ter
os mesmos hábitos de um dependente de crack.
3.4.3. CRACK
Com todas as variáveis de crime estudadas anteriormente, o modelo
para o crack é observado na tabela 28. Observa-se que com a censura,
apenas porte de arma e intercepto apresentaram significância. Tendo visto
esses pontos, na tabela 29 retirou-se crime contra a pessoa, apreensões,
trafico enumero de prisões, o que melhorou o resultados.
Tabela 28
Dependent Variable: COCRACK
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -62.99629 9.943488 -6.335431 0.0000
CRIMPATRIMONIO 0.004108 0.003952 1.039429 0.2986
CRIMPESSOA 0.002053 0.019247 0.106686 0.9150
APREENS 0.182376 0.693117 0.263124 0.7925
NPRISOES 0.022945 0.063719 0.360091 0.7188
PORTEARMA 0.382598 0.222713 1.717894 0.0858
ROUBOBANCO -2.332058 2.606247 -0.894795 0.3709
71
TRAFICO -0.013072 0.534339 -0.024463 0.9805
SCALE:C(9) 36.13877 5.386985 6.708535 0.0000
R-squared 0.046525 Mean dependent var 0.613041
Adjusted R-squared 0.040174 S.D. dependent var 2.721837
S.E. of regression 2.666603 Akaike info criterion 0.715660
Sum squared resid 8540.035 Schwarz criterion 0.753582
Log likelihood -423.9743 Hannan-Quinn criter. 0.729939
Avg. log likelihood -0.350392
Left censored obs 1132 Right censored obs 38
Uncensored obs 40 Total obs 1210
Tabela 29
Dependent Variable: COCRACK
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -62.95261 9.933492 -6.337410 0.0000
CRIMPATRIMONIO 0.005472 0.002156 2.537511 0.0112
PORTEARMA 0.436886 0.178167 2.452118 0.0142
ROUBOBANCO -2.536492 2.561462 -0.990252 0.3221
SCALE:C(5) 36.17276 5.392068 6.708514 0.0000
R-squared 0.045343 Mean dependent var 0.613041
Adjusted R-squared 0.042174 S.D. dependent var 2.721837
S.E. of regression 2.663823 Akaike info criterion 0.709280
Sum squared resid 8550.620 Schwarz criterion 0.730348
Log likelihood -424.1145 Hannan-Quinn criter. 0.717213
Avg. log likelihood -0.350508
Left censored obs 1132 Right censored obs 38
Uncensored obs 40 Total obs 1210
72
Chega-se à conclusão que o consumo de crack é mais relacionado com
roubos a banco e porte de arma, pelo modelo Tobit. Se for levada em
consideração que é uma droga de custo menor, com um usuário tendo
comportamento mais violento, as indicações do modelo acima são pertinentes,
que seria um resultado verossímil para o perfil de usuário e conseqüências
do uso.
Da mesma forma que foi feito com maconha e cocaína, também para o
crack efetuou-se um teste de relação com outras drogas, conforme se observa
na tabela 30:
Tabela 30
Dependent Variable: COCRACK
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C -62.93070 9.929720 -6.337611 0.0000
CRIMPATRIMONIO 0.005406 0.002162 2.500641 0.0124
PORTEARMA 0.429083 0.179657 2.388346 0.0169
ROUBOBANCO -2.546670 2.577255 -0.988133 0.3231
MACONHA 7.20E-05 5.96E-05 1.208275 0.2269
COCAINA -0.000861 0.003107 -0.277038 0.7818
SCALE:C(7) 36.10681 5.381732 6.709142 0.0000
R-squared 0.042514 Mean dependent var 0.613041
Adjusted R-squared 0.037738 S.D. dependent var 2.721837
S.E. of regression 2.669984 Akaike info criterion 0.711399
Sum squared resid 8575.967 Schwarz criterion 0.740893
Log likelihood -423.3962 Hannan-Quinn criter. 0.722505
Avg. log likelihood -0.349914
Left censored obs 1132 Right censored obs 38
Uncensored obs 40 Total obs 1210
73
Incluindo-se maconha e cocaína, vê-se que não relevância dessas
duas drogas entre os usuários de crack, talvez pelo fato de que a droga em
análise é mais “pesada” do que as demais, ou seja, o usuário que está nesse
grau de vício não buscar entorpecentes “mais leves”.
3.4.4. OUTRAS DROGAS
Para o caso da variável outras drogas, a análise com censura não
apresentou regressões confiáveis e conclusivas, pois esta variável abrange
perfis diferentes de usuários, e tipos muito diferentes de entorpecentes.
Estimou-se, portanto, o modelo Tobit sem censura pela média (tabela 31), ou
censura à direita, para tentar observar como seria o comportamento dessa
variável na modelagem em questão.
Tabela 31
Dependent Variable: OUTROS
Method: ML - Censored Normal (TOBIT) (Quadratic hill climbing)
Coefficient Std. Error z-Statistic Prob.
C 0.025223 0.221150 0.114053 0.9092
CRIMPATRIMONIO 0.000226 0.000404 0.559589 0.5758
CRIMPESSOA -0.002359 0.001970 -1.197426 0.2311
APREENS 0.120914 0.067530 1.790504 0.0734
NPRISOES 0.001674 0.006508 0.257298 0.7969
PORTEARMA -0.019155 0.022987 -0.833325 0.4047
ROUBOBANCO -0.333205 0.259120 -1.285909 0.1985
TRAFICO 0.250233 0.051462 4.862493 0.0000
SCALE:C(9) 4.394526 0.106531 41.25103 0.0000
R-squared -0.092624 Mean dependent var 0.368595
Adjusted R-squared -0.099902 S.D. dependent var 3.927128
S.E. of regression 4.118623 Akaike info criterion 2.302259
Sum squared resid 20372.63 Schwarz criterion 2.340181
Log likelihood -1383.867 Hannan-Quinn criter. 2.316538
Avg. log likelihood -1.143691
74
Left censored obs 1188 Right censored obs 0
Uncensored obs 22 Total obs 1210
Conclui-se da tabela acima, que a variável que mais agrega no consumo
de outras drogas é o tráfico. Com relação às demais variáveis da estimação,
não é correto fazer inferências, tendo visto que o agrupamento de drogas
diferentes pode misturar características particulares de cada subgrupo de
entorpecentes, tanto que a censura não foi cabível neste caso. Qualquer
inferência feita com relação à equação acima seria completamente viesada e
não verossímil.
4. CONCLUSÃO
Os modelos vistos no capítulo 1 indicam que um usuário de drogas é um
agente racional, podendo ter demanda elástica ou inelástica, ainda que o vício
seja visto como um comportamento nocivo para a sociedade, pelos seus
malefícios para a saúde física e mental de quem consome drogas, bem como a
interação que o consumo pode ter com associação à criminalidade que pode
advir com o vício.
75
Por trabalhar com um banco de dados contendo apreensões, julgou-se
necessário utilizar dois modelos econométricos mais sofisticados para análise:
nos dados consolidados por distrito utilizou-se o modelo probit com escolha
ordenada, assim não se estaria fazendo regressão sobre uma dummy valendo
apenas um ou zero, mas atribuindo valores maiores para a variável binária
conforme os quartis, e o modelo Tobit para os dados mensais, pois em alguns
meses poderia não haver quantidades traficadas, justificando a censura.
Utilizou-se também o conhecido modelo de Mínimos Quadrados
Ordinários utilizando logarítimos para saber as elasticidades com relação às
variáveis dependentes e os crimes correlacionados, e o modelo probit para
saber qual o peso de cada crime em cada droga estudada.
A análise empírica mostra uma pequena diferença entre o perfil de
cocaína, maconha, crack e outras drogas, que podem ser enumeradas
conforme a seguir:
· Cocaína: observou-se uma maior participação da variável renda
neste tipo de droga do que nos demais, confirmando o fato de ser
uma droga mais elitizada e mais cara. também forte interação
da variável com crimes contra a pessoa, proveniente do
comportamento mais agressivo que o usuário fica após o uso, e
tráfico, pois obviamente, quanto maior o tráfico na cidade, maior o
consumo. Ao se utilizar a censura pela dia no modelo Tobit,
observa-se que para quantidades menores de droga, a variável
roubos a bancos e número de prisões passam a ter uma
significância maior.
· Maconha: observa-se uma interação entre o consumo de
maconha e o consumo de cocaína, que pode ser entendida como
uma relação de causa e efeito do vício. A variável de crime que
mais possui interação com esta é a de tráfico, pelos mesmos
motivos descritos. A variável renda não influencia de forma
relevante essa droga traficada, apenas aparece de forma mais
forte quando foi estudada a variável com censura. Em
76
quantidades menores, conforme estudado no modelo Tobit, a
idade da população em estudo passa a ter um peso maior, e os
crimes contra a pessoa passam a ser um pouco mais relevantes.
· Crack: droga mais associada à cocaína, por ser uma derivada
desta, mas também apresenta interação com maconha, pela
relação de causalidade advinda da indução ao consumo de
cocaína. Para o caso do crack, os crimes contra a pessoa têm
uma relação mais forte, devido ao fato desta droga ser mais
pesada e marginalizada, além de ser altamente viciante. Por ser
muito mais barata, a renda não influi no consumo. Em
quantidades menores no estudo censurado, os crimes contra o
patrimônio passaram a ter uma relação mais forte com a droga, o
que é conivente com a afirmação da marginalização dos usuários.
· Outras drogas: grupo muito heterogêneo, que mistura vários tipos
de entorpecentes, portanto não foi estudada a interação com as
anteriores para evitar viés na análise. Como as demais, o tráfico é
uma variável que influi no comportamento da quantidade dessas
drogas, e o comportamento dos usuários é menos propenso a
crimes contra patrimônio e crimes contra a pessoa, podendo-se
observar que o grupo de viciados neste tipo de drogas é menos
violento que os demais.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BAUS, José, KUPEK, Emil and PIRES, Marcos. Prevalence and risk factors
associated with drug use among school students, Brazil. Rev. Saúde Pública,
Feb. 2002, vol.36, no.1, p.40-46. ISSN 0034-8910
BECKER, Gary S. “Crime and Punishment: An Economic Approach”. Journal
of Political Economy , vol. 76 no.2, p. 169-217. 1.968.
77
BECKER, Gary S. Accounting for Tastes. Cambridge: Harvard University Press,
1.998.
BECKER, Gary S., MURPHY, Kevin M.. GROSSMAN, Michael. The Economic
Theory of Illegal Goods: The Case of Drugs, National Bureau of Economic
Research, EUA, 2.004
BECKER, Gary S., STIGLER, George J. De Gustibus Non Est Disputandum.
American Economic Review, p; 76 – 90. 1.977.
BREEN, Richard. Regression Models: Censored, Sample Selected or
Truncated Data. Londres: Sage Publication Inc. 1.996.
BRENNER, J.P; OSBORNE, M.J. “Crime, punishment, and social expenditure”.
Journal of Institutional and Theoretical Economics, p. 326-347, 1995.
CARLINI, E.A.; GALDURÓZ, Jo Carlos F.; NOTO, Ana Regina.; NAPPO,
Solange A.; I Levantamento sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil,
SENAD (Secretaria Nacional Anti Drogas, Gabinete de Segurança Institucional
- Presidência da República, São Paulo, 2.002
CAULKINS, Jonathan, Estimating Elasticities of Demand for Cocaine and
Heroin with DUF Data, National Institute of Justice, EUA, 1.995
CHALOUPKA, Frank J., GROSSMAN, Michael, TAURAS, John A., The
Demand for Cocaine and Marijuana by Youth. National Bureau of Economic
Research, EUA, 1.998
CHALOUPKA, Frank J., SAFFER, Henry, The Demand for Illicity Drugs.
National Bureau of Economic Research, EUA, 1.995
CHALOUPKA, Frank J., BROWN, Charles C., GROSSMAN, Michael, The
Demand for Cocaine by Young Adults: a rational addiction approach, National
Bureau of Economic Research, EUA, 1.996
Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas -
http://www.saude.inf.br/cebrid.htm (acessado em 03/03/2.005)
78
ESCOBAR M., J.H. Drogas, divergencia social y medidas correctivas. Centro
de investigaciones y documentación socio-económica CIDSE, 1993.
Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) -
http://www.unodc.org/brazil/pt/about_us.html (acessado em 03/03/2.005)
FERNANDEZ, J.C.; MALDONADO, G.E.C. La economia del crimen y el
narcotráfico em Bolivia. Texto para discussão. CME/UFBA. 1998, 32p.
FERNANDEZ, J.C.; MALDONADO, G.E.C. A economia do narcotráfico: uma
abordagem a partir da experiência boliviana. Nova economia. Belo Horizonte.
1999.
FRIEDMAN, Milton. An Open Letter to Bill Bennet. Wall Street Journal, 1989
(http://www.whatrain.com/drugcontrol/letter.html) (acessado em 03/03/2.005)
Galduróz JCF, Noto AR, Carlini E. IV levantamento sobre o uso de drogas
entre estudantes de 1
º
e 2
º
graus em 10 capitais brasileiras - 1997. São Paulo:
Departamento de Psicobiologia e Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas da Unifesp - CEBRID; 1997
GAVIRIA, Alejandro. Increasing Returns and the Evolution of Violent Crime:
The Case of Colombia. Journal of Development Economics., vol. 61, p. 1-25.
2000.
JONES, R. A oferta nas economia de Mercado. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
LEVINE, Harry G. e REINARMAN, Craig. Alcohol prohibition and drug
prohibition. Lessons from alcohol policy for drug policy. Amsterdã, 2.004
LEVITT, Steven D. e KUZIEMKO, Ilyana. An Empirical Analysis of Imprisioning
Drug Offenders. Cambridge, 2.001.
79
GREENE, William H. Econometric Analysis. Nova Jersey: Prentice Hall. 2000.
MADDALA, G.S. Limited-Dependent and Qualitative Variables in Econometrics.
Cambridge University Press, 1983.
Ministério da Saúde do Brasil. O uso de drogas injetáveis e a transmissão da
Aids no Brasil - A política do Ministério da Saúde para a are.
http://www.aids.gov.br/drogas/arquivo2.htm (acessado em 03/03/2.005)
MIRON, Jeffrey. The Effect of Drug Prohibition on Drug Prices: Evidence from
the Markets of Cocaine and Heroin. MIT: 2.003
Office of National Drug Control Policy. What America's Users Spend on Illegal
Drugs 1988–1998. Cambrige: 2.000.
http://www.whitehousedrugpolicy.gov/publications/drugfact/american_users_sp
end/ (acessado em 03/03/2.005)
Portal Conhecimentos Gerais
(http://www.conhecimentosgerais.com.br/historia-geral/mundo-pos-primeira-gue
rra.html) (acessado em 03/03/2.005)
Portal DiskInternet (http://www.diskinternet.com.br/drogas/historia.htm)
(acessado em 03/03/2.005)
RHODES, Willian, JOHNSTON, Patrick, HAN, Song, MCMULLEN, Quentin,
HOZIK, Lynne, Illicit Drugs: Price Elasticity of Demand and Supply, EUA, 2.000
SARTORIS, Alexandre. Homicídios na Cidade de São Paulo: Uma Análise de
Causalidade e Autocorrelação Espaço-Temporal. Tese de doutorado.
IPE/FEA/USP, São Paulo, 2000.
80
SARTORIS, Alexandre. “Space-Time Causality and Autocoorrelation:
Homicides in the City of Sao Paulo (1995-96)”. 59th European Meeting of the
Econometric Society. Madri, Espanha, 2004.
SARTORIS, Alexandre. “A STARMA Model for Homicides in the City of Sao
Paulo”. Workshop on Spatial Econometrics, Kiel, Alemanha, 2005.
SCHAEFER, G.J.; SHIKIDA, P.F.A., Economia do crime: elementos teóricos e
evidências empíricas. UFRGS: Revista de Análise Econômica, 2001.
SOUZA, Delma Perpétua Oliveira de and MARTINS, Domingos Tabajara de
Oliveira. An epidemiological profile of drug abuse among elementary and high
school students in the Cuiabá public school system, Brazil, 1995. Cad. Saúde
Pública, Apr./June 1998, vol.14, no.2, p.391-400. ISSN 0102-311X
The National Institute on Drug Abuse. The Economic Costs of Alcohol and Drug
Abuse in the United States 1992. The National Institute on Drug Abuse.
(http://www.nida.nih.gov/EconomicCosts/Index.html) (acessado em
03/03/2.005)
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo