52
lá do GEEMPA, pra Equipe Técnica Pedagógica das Séries Iniciais, porque
eu estava no núcleo de alfabetização, (...) o GEEMPA vinha aqui sabes, a
Esther mesmo, a equipe do GEEMPA veio aqui algumas vezes fazer a
supervisão das classes , visitar as classes experimentais, então tudo isso
era motivo de satisfação para as professoras, sabes, de valorização ,de
apoio, porque a gente tinha essa preocupação de dar um certo apoio para
elas (...) este curso reunia pessoas de todo estado do RS, não era só eu
que viajava do interior para ir fazer este curso tinha gente de Porto Alegre
da periferia da rede municipal e estadual de ensino, tinha gente da
supervisão pedagógica, tu vês como eles tinham uma estratégia mesmo
para ampliar esta proposta no RS, porque por exemplo eu tinha colegas
que eram coordenadoras pedagógicas, eram supervisoras pedagógicas da
SMEC de Porto Alegre, do estado de Porto Alegre, sabes professoras da
própria rede, e do interior do estado, a Eda Lacy fez este curso também,
ela fez pela Faculdade de Educação, eu fiz pela SME (...) o suporte que o
GEEMPA dava, porque na verdade o GEEMPA era uma instituição
privada, a gente para fazer cursos, a gente pagava assessorias para eles,
tu entendestes, ou seja houve um determinado momento que a SME, tinha
um convênio, com o GEEMPA, eu me lembro quando eles vieram fazer a
supervisão nestas classes experimentais, ou seja, não foi no amor, não,
tinha um custo próprio, para o governo municipal, para a prefeitura,
para a SME em especial. (Professora Maria Manuela Alves Garcia,
2003)
A professora Consuelo Requião, apontada pelas professoras entrevistas
como uma das principais protagonistas da difusão da perspectiva construtivista na
FaE, fez as seguintes considerações ao relatar sobre sua experiência com o
GEEMPA:
(...) há muitos e muitos anos atrás, eu sabia da existência da Esther
Grossi, que é a coordenadora do GEEMPA, e que foi deputada (...), ela
trabalhava com a matemática, que é do construtivismo o raciocínio lógico, o
pensamento lógico isso é coisa fundamental então, a Esther sempre me
chamou a atenção depois eu comecei a tomar conhecimento, desse grupo
de estudos, o GEEMPA,eles começaram com a matemática mas depois
se ampliou, começaram a trabalhar com a parte de Artes, a trabalhar com
a parte da linguagem, Língua Portuguesa, e ai, entraram nesta proposta
construtivista, baseados sobre tudo nos estudos de Piaget e de Emilia
Ferreiro, que foi uma das teóricas dessa trajetória. Entrou muito a questão
da psicopedagogia que até hoje eu acho que é tão mal utilizada, e depois
eu até acho que naquela época não é que fosse uma coisa maravilhosa ,
mas o construtivismo foi um avanço. Tinha a Sara Pain, que era uma outra
estudiosa também que se dedicava a essa parte da psicopedagogia, ai nós
fomos lá no GEEMPA, visitamos o GEEMPA, visitamos as escolas onde
atuavam os professores do GEEMPA , trouxemos professores do GEEMPA
para a Faculdade veio uma de matemática fabulosa, porque é outro nível
a criança aprende sozinha (...). (Professora Consuelo Requião, 2003).
O depoimento da professora Consuelo Requião nos leva avançar na
compreensão de como os fundamentos teóricos postulados pelo GEEMPA
adentram na FaE e nela se expandem, ao longo do processo de difusão e
implantação as perspectiva construtivista.