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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA
ALCIONE SANTOS DE SOUZA
“Caracterização e Classificação de solos Antropogênicos dos Municípios de
Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará”.
BELÉM
2007
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA
ALCIONE SANTOS DE SOUZA
“CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
ANTROPOGÊNICOS DOS MUNICÍPIOS DE BARCARENA E BREU
BRANCO, ESTADO DO PARÁ”.
Dissertação apresentada á Universidade Federal Rural
da Amazônia, como parte das exigências do Curso de
Pós-graduação em Agronomia, Área de Concentração
em Solos e Nutrição de Plantas, para obtenção do
título de Mestre
.
Orientador:
Prof. Dr. Ciência do solo Tarcísio Ewerton Rodrigues-Embrapa
Co- orientadore
Dra. Dirse Clara Kern-MPEG
BELÉM
2007
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Souza, Alcione Santos de.
Caracterização e classificação de solos antropogênicos dos
municípios de Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará / Alcione
Santos de Souza. - Belém, 2007.
109 f.: il.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal
Rural da Amazônia, 2007.
1. Solo 2. Terra Preta 3. Terra Mulata 4. Antrópico 5. Sítios
Arqueológicos. 6. Latossolos 7. Argissolos 8. Amazônia I. Título.
CDD-631.4
ALCIONE SANTOS DE SOUZA
“CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
ANTROPOGÊNICOS DOS MUNICÍPIOS DE BARCARENA E BREU
BRANCO, ESTADO DO PARÁ”.
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural da
Amazônia, como parte das exigências do Curso de
Mestrado em Agronomia, área de concentração em Solos
e Nutrição de Plantas, para obtenção do título de
Mestre”.
Aprovado em 24 de agosto de 2007.
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________________
Orientador: Dr. Tarcisio Ewerton Rodrigues
Embrapa Amazônia Oriental - EMBRAPA
________________________________________________
Dra. Gladys Ferreira de Sousa
Embrapa Amazônia Oriental - EMBRAPA
________________________________________________
Dr. Eduardo Jorge Maklouf Carvalho
Embrapa Amazônia Oriental -EMBRAPA
_______________________________________________
Dr. Francisco de Assis
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
A minha mãe, Osmarina Santos de Souza responsável
pela minha existência e sucesso, pela grande motivação e que
contribuiu para a finalização de mais uma etapa concretizada.
Ao meu pai, Honorato Leandro de Souza.
As minhas irmães Adriana Maria Santos de Souza, Alcilene Santos de Souza,
pelo companheirismo e confiança e em especial Adjanny Estela Santos de Souza,
pelo estímulo intelectual e motivação pessoal, e aos seus familiares.
Ao meu esposo, Luis de Souza Freitas, pela paciência, amor e dedicação.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Á Deus, pela concedida inteligência, força de vontade e esforço intelectual de concluir mais
uma etapa de vida.
Ao Professor Pedro Rocha (UFPA) idealizador que me motivou e incentivou, conduzindo
meus caminhos até o curso de mestrado, tendo um papel fundamental na escolha deste curso.
À Universidade Federal Rural da Amazônia, especialmente ao Departamento de Ciência do
Solo, pela oportunidade de mestrado, proporcionar-me oportunidade de ampliar meus
conhecimentos e enriquecimento profissional.
Ao técnico Julio - UFRA pela ajuda na realização das analises químicas.
Ao Max Sarrazin, (Institut de Recherche pour le Développement- IRD-FR) pelo auxilio e
paciência na Realização das análises físicas.
À Sciencia consultoria S.A., pelo apoio financeiro, principalmente relacionado aos trabalhos
de campo.A Fernanda Araújo Costa e Joana Kanes -Sciencia consultoria S.A e todos que
estiveram presentes e compartilharam minha angustia nas primeiras etapas de campo, pelo
apoio e incentivo.Ao seu Ernesto que me auxiliu na etapa de coleta de solo em campo.
Ao Museu Paraense Emilio Goeldi pelo apoio infra-estrutural e logístico.
Ao pesquisador Francisco Juvenal Lima Frazão pelo apoio e realização das analises de
químicas total.
Ao senhor Oscar funcionário do MPEG pela ajuda na organização e preparação das amostras
de solo.
Ieda -MPEG, pelo desenvolvimento das análises na absorção atômica.
A Jucilene Costa pela amizade, ensinamentos e contribuições nas realizações de coleta e
descrição de perfis na etapa de campo e a Eliziane na grande contribuição na confecção de
alguns mapas.
Á pesquisadora Dirse Clara Kern –MPEG, pela co-orientação, amizade e por permitir-me
realizar pesquisa em seu projeto, além do apoio, incentivo, sugestões e disposição em
contribuir para realização desta pesquisa.
Ao professor e Orientador, Tarcísio Ewerton Rodrigues, pela compreensão, amizade,
paciência, dedicação, carinho, ensinamentos, sugestões, que foram indispensáveis para a
realização desta pesquisa.
A todos os professores do Departamento de Ciência do Solo, pelos conhecimentos, pela
amizade e atenção durante todos esses anos: Maria Marly de Lima Santos; Francisco Ilton de
Oliveira Moraes, Sebastião g. Augusto, pela transmissão de conhecimentos adquiridos
durante este curso.
A Embrapa Amazônia Oriental, por disponibilizar toda a infra-estrutura experimental; Aos
técnicos do Laboratório de Solos da Embrapa, pelo apoio durante as análises de laboratório.
Aos funcionários do laboratório de física da Embrapa, Raimundo Cláudio Mendes de Souza
pela ajuda e boa vontade.
Ao meu esposo Luis de Souza Freitas pela ajuda na realização das análises físicas.
Aos colegas de curso Gisele Odete, Elineuza Trindade, Paulo Custódio, Jisele Brito, Erica
Rodrigues, Jessivaldo Galvão, Tatiana Gazel, Jorge Pinheiro, pelo Companheirismo,
convivência e confiança, ao longo do curso.
Ao amigo Jessivaldo Galvão, pelo auxílio na análise estatística.
Ao Pesquisador Eduardo Jorge Maklouf pelo auxilio na realização da análise física.
A todos os colegas do curso de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, pela amizade
e auxílio que compartilharam comigo os anos de estudo e expectativas no cotidiano.
A todos que de forma direta e indireta contribuíram para termino desta pesquisa.
O solo não representa o final de uma evolução;
ele é o seio de novas transformações”
(Ehardt, 1962).
A paisagem é uma construção do homem e que ela resulta do “equilíbrio entre
Múltiplas forças e processos temporais e espaciais” (Pereira Leite, 1994).
RESUMO
O objetivo deste trabalho é realizar a caracterização química e física e classificação de solos
antrópicos, encontrados em sítios arqueológicos nos municípios de Barcarena e Breu Branco,
Estado do Pará. Foram registradas as características morfológicas dos perfis, TPA e AD,
respectivamente. A metodologia constou da abertura de perfis, descrição e coleta de amostras
de solos em sítios arqueológicos, para caracterização e classificação dos solos. Foram
coletadas amostras deformadas para caracterização física e química, e indeformadas nos sítios
arqueológicos e Áreas adjacentes para caracterização físico-hídrica. A descrição morfológica e
a coleta das amostras do solo nos perfis obedeceram à metodologia adotada pela Sociedade
Brasileira de Ciência do solo – SBCS (Lemos & Santos, 1996). As cores das amostras de solos
foram determinadas por meio de comparação com as cores de Munsell Soil Color Charts
(Munsell Color Company, 2000). Os solos encontrados nos sítios e nas áreas adjacentes em
Barcarena foram classificados como Argissolos Amarelo e os de Breu Branco como
Latossolos Amarelo. Os resultados encontrados demonstram que solos TPA dos sítios de
Barcarena apresentaram teores baixos de fósforo, menores do que os encontrados nos sítios de
Breu Branco apresentaram-se baixos em função de terem sido assimilados pelas plantas ou por
ter sido perdido no solo. Os baixos conteúdos de matéria orgânica, Ca
++
, Mg
++
, P disponível,
foram encontrados nos argissolos, devido ao revolvimento do solo e em função da baixa
capacidade em reter cátions. Os valores médios de porosidade total, macroporosidade,
microporosidade, água disponível, densidade do solo e densidade real foram maiores em
TPA’s que AD’s. O alumínio extraível diminui em profundidade mostrando uma baixa soma
de bases desses solos e uma alta saturação de alumínio. O uso intensivo do solo, depleção dos
elementos químicos com diferenças pequenas para as áreas adjacentes. Esses solos
apresentam-se como solos muitos arenosos, ácidos, com baixa fertilidade natural em função do
processo natural (lixiviação), da intensificação do uso das terras e práticas de manejo
desenvolvidas nesses solos.
Palavras-chave: 1. Solo 2. Terra Preta 3. Terra Mulata 4. Antrópico 5. Sítios
Arqueológicos 6. Latossolos 7. Argissolos 8.Amazônia.
ABSTRACT
The objective of this work is to carry out the physical and chemical characterization and
classification of soils man, found at archaeological sites in the municipalities of Barcarena
and Breu Branco, State of Pará We recorded the morphological characteristics of the profiles,
TPA and AD, respectively. The methodology consisted of the opening of profiles, description
and collecting samples of soil at archaeological sites, for characterization and classification of
the soil. Samples were collected for deformed physical and chemical characterization, and
indeformadas in archaeological sites and areas adjacent to water-physical characterization The
morphological description and the collection of samples from soil profiles followed in the
methodology adopted by the Brazilian Society of Soil Science-SBCS (Lemos & Santos,
1996). The color of the soil samples were determined by comparison with the Munsell color
of Soil Color Charts (Munsell Color Company, 2000). The soils found on the sites and its
surrounding areas in Barcarena were classified as Argissolos Yellow and the White Breu as
Latossolos Yellow. The results show that soil found TPA of sites of Barcarena had low levels
of phosphorus, smaller than found on the sites of Breu White had been low in light of having
been assimilated by plants or have been lost in the soil. The low content of organic matter, Ca
+ +, Mg + +, available P, were found in argissolos due to revolvimento soil and on the basis
of low capacity in cátions retain. The average values of total porosity, macroporosidade,
microporosidade, water availability, soil density and density were higher in real TPA's that
AD's. The aluminum extractable decreases in depth showing a low sum of these bases soils
and a high saturation of aluminum. The intensive use of soil, depletion of the chemical
elements with small differences in the areas adjacent. These soils present as many sandy soils,
acid, with low natural fertility depending on the natural process (leaching), the intensification
of land use and management practices developed in these soils.
Key words: 1. Solo 2. Terra Preta 3. Terra Mulata 4. Antrópico 5. Archeological Sites 6.
Latossolos 7. Argissolos 8.Amazônia.
SUMÁRIO
P.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
RESUMO
ABSTRACT
1
INTRODUÇÃO..................................................................................................
15
2
REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................
17
2.1 Fatores de Formação do Solo............................................................................... 17
2.2 Ação Humana na Formação dos Solos................................................................. 20
2.3 Formação de Terra Preta Arqueológica................................................................ 21
2.4 Características dos solos Estudados..................................................................... 24
3
MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................
26
3.1 Caracterização ambiental da área......................................................................... 26
3.1.1 Localização........................................................................................................... 26
3.1.2 Clima.................................................................................................................... 26
3.1.3 Geologia................................................................................................................ 27
3.1.4 Geomorfologia...................................................................................................... 27
3.1.5 Vegetação............................................................................................................. 28
3.1.6 Solos..................................................................................................................... 29
3.1.7 Hidrografia............................................................................................................ 29
3.2 Escolha e Seleção dos sítios................................................................................. 30
3.3 Coleta de Amostras de Solos................................................................................ 32
3.4 Métodos de Laboratório....................................................................................... 32
3.4.1 Métodos Analíticos............................................................................................... 32
3.4.2 Preparação de amostras........................................................................................ 33
3.4.3 Análises Físico-Hídricas...................................................................................... 33
3.4.4 Análises Granulométricas e Químicas.................................................................. 35
3.5 Análises Estatísticas............................................................................................. 36
3.6 Classificação Taxonômica dos Solos................................................................... 36
4
RESULTADOS E DISCUSSÕES.....................................................................
38
4.1 Características Gerais dos Sítios........................................................................... 38
4.2 Caracterização dos solos estudados...................................................................... 45
4.3 Atributos Físico-hídricos do Solo......................................................................... 45
4.3.1 Retenção de água e Água disponível.................................................................... 52
4.3.2 Densidade de Solo e Densidade de Partículas...................................................... 57
4.3.3 Porosidade Total, Macroporosidade e Microporosidade...................................... 61
4.4 Atributos Químicos............................................................................................... 68
4.4.1 Reação do solo...................................................................................................... 68
4.4.2 Matéria orgânica................................................................................................... 74
4.4.3 Soma de Bases (SB), Saturação por Bases (V%) e CTC................................................ 77
4.4.4
Fósforo disponível (P)......................................................................................................
82
4.4.5 Óxidos de Ferro e Alumínio................................................................................. 84
4.4.6 Cobre, Manganês e Zinco..................................................................................... 84
4.4.7 Alumínio extraível................................................................................................ 86
4.4.8 Cálcio, magnésio e potássio.................................................................................. 88
4.5 Comportamento espacial das características químicas de amostras de solos em
profundidade de 10-20 cm, no município de Breu Branco, estado do Pará.........
95
4.6 Classificação dos solos......................................................................................... 98
5
CONCLUSÕES...................................................................................................
103
6
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA..................................................................
104
LISTA DE FIGURAS
P.
Figura 1 Mapa do Estado do Pará, mostrando a localização dos municípios de
Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará.........................................................
31
Figura 2 Manchas de solos mais escuros no sítio Ba1..................................................... 38
Figura 3 Distribuição do material arqueológico no sítio Ba1.......................................... 38
Figura 4 Manchas de solos mais escuros no sítio Ba2..................................................... 40
Figura 5 Distribuição do material arqueológico no Ba2.................................................. 40
Figura 6 Manchas de solos mais escuros no sítio Ba3.....................................................
41
Figura 7 Distribuição do material arqueológico no Ba3.................................................. 41
Figura 8 Mapeamento do Sítio Breu Branco 1................................................................ 43
Figura 9 Mapeamento do Sitio Breu Branco 2................................................................ 44
Figura 10 Perfil de Área Adajacente (Ba1)........................................................................ 49
Figura 11 Minitrincheiras de solo em sítios de Terra Antropogênica.(Ba2)..................... 49
Figura 12 Perfil de Terra Antropogênica (Ba1)................................................................. 49
Figura 13 Perfil de Área adjacente (B3)........................................................................... 50
Figura 14 Perfil de Área adjacente de solos de sítios de Latossolos de Breu Branco
(p7)....................................................................................................................
50
Figura 15 Curvas características de retenção de água da camada de 0-10 cm nos perfis
de solos dos sítios arqueológicos de Barcarena.................................................
54
Figura 16 Curvas características de retenção de água da camada de 10-20 cm nos perfis
de solos de sítios arqueológicos de Barcarena.................................................
54
Figura 17 Curvas características de retenção de água da camada de 20-40 cm nos perfis
de solos de sítios arqueológicos de Barcarena...................................................
55
Figura 18 Curvas características de retenção de água da camada de 40-60 cm nos perfis
de solos dos sítios arqueológicos de Barcarena.................................................
55
Figura 19 Resultados médios de água disponível nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e
TPA3 dos sítios de Barcarena............................................................................
56
Figura 20 Resultados médios de densidade do solo nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e
TPA3 dos Sítios de Barcarena...........................................................................
58
Figura 21 Resultados médios de densidade de partículas nos perfis AD’s, TPA1, TPA2
e TPA3 dos Sítios de Barcarena........................................................................
60
Figura 22 Resultados médios de porosidade total nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e
TPA3 dos sítios de Barcarena............................................................................
62
Figura 23 Resultados médios de macroporosidade de solo nos perfis AD’s, TPA1,
TPA2 e TPA3 dos sítios de Barcarena..............................................................
63
Figura 24 Resultados médios de microporosidade de solo nos perfis AD’s, TPA1,
TPA2 e TPA3 dos Sítios de Barcarena..............................................................
63
Figura 25 Comportamento do pH em função das profundidades em perfis de solos no
Sítio Barcarena 1...............................................................................................
72
Figura 26 Comportamento do pH em função das profundidades em perfis de solos no
Sítio Barcarena 2..............................................................................................
72
Figura 27 Comportamento do pH em função das profundidades em perfis de solos no
Sítio Barcarena 3..............................................................................................
73
Figura 28 Comportamento do pH em função das profundidades em perfis de solos no
Sítio Breu Branco..............................................................................................
73
Figura 29 Comportamento da Matéria orgânica em função das profundidades nos perfis
de solos dos Sítios de Barcarena 1.....................................................................
75
Figura 30 Comportamento da Matéria orgânica em função das profundidades nos perfis
de solos dos sítios de Barcarena 2.....................................................................
75
Figura 31 Comportamento da Matéria orgânica em função das profundidades nos perfis
de solos dos sítios de Barcarena 3.....................................................................
76
Figura 32 Comportamento da Matéria orgânica em função das profundidades nos perfis
de solos dos sítios de Breu Branco....................................................................
76
Figura 33 Comportamento de soma de bases trocáveis em função das profundidades
nos perfis de solos dos sítios de Barcarena 1.....................................................
78
Figura 34 Comportamento de soma de bases trocáveis em função das profundidades
nos perfis de solos dos sítios de Barcarena 2.....................................................
78
Figura 35 Comportamento de soma de bases trocáveis em função das profundidades
nos perfis de solos dos sítios de Barcarena 3.....................................................
79
Figura 36 Comportamento de soma de bases trocáveis em função das profundidades
nos perfis de solos dos sítios de Breu Branco...................................................
79
Figura 37 Capacidade de troca de cátions em função das profundidades nos perfis de
solos dos sítios de Barcarena 1..........................................................................
80
Figura 38 Capacidade de troca de cátions em função das profundidades nos perfis de
solos dos sítios de Barcarena 2..........................................................................
80
Figura 39 Capacidade de troca de cátions em função das profundidades nos perfis de
solos dos sítios Barcarena 3...............................................................................
81
Figura 40 Capacidade de troca de cátions em função das profundidades nos perfis de
solos dos sítios de Breu Branco.........................................................................
81
Figura 41 Teores de fósforo em função da profundidade nos perfis do solo do sítio
Barcarena 1........................................................................................................
82
Figura 42 Teores de fósforo em função da profundidade nos perfis do solo do Sítio
Barcarena 2........................................................................................................
82
Figura 43 Teores de fósforo em função da profundidade nos perfis do solo do Sítio
Barcarena 3........................................................................................................
83
Figura 44 Teores de fósforo em função da profundidade nos perfis do solo do Sítio de
Breu Branco.......................................................................................................
83
Figura 45 Teores de alumínio extraível em função da profundidade do solo do sítio
Barcarena 1........................................................................................................
86
Figura 46 Teores de alumínio extraível em função da profundidade do solo do sítio
Barcarena 2........................................................................................................
87
Figura 47 Teores de alumínio extraível em função da profundidade do solo do sítio
Barcarena 3........................................................................................................
87
Figura 48 Teores de alumínio extraível em função da profundidade do solo do sítio de
Breu Branco.......................................................................................................
88
Figura 49 Teores de Ca
2+
em função da profundidade do solo do sítio Barcarena 1......... 89
Figura 50 Teores de Ca
2+
em função da profundidade do solo do sítio Barcarena 2......... 89
Figura 51 Teores de Ca
2+
em função da profundidade do solo do sítio Barcarena 3......... 90
Figura 52 Teores de Ca
2+
em função da profundidade do solo do sítio de Breu Branco,
no estado do Pará...............................................................................................
90
Figura 53 Teores de Mg
2+
em função da profundidade do solo do sítio Barcarena 1....... 91
Figura 54 Teores de Mg
2+
em função da profundidade do solo do Sítio Barcarena 2....... 91
Figura 55 Teores de Mg
2+
em função da profundidade do solo do Sítio Barcarena 3....... 92
Figura 56 Teores de Mg
2+
em função da profundidade do solo do Sítio Breu Branco...... 92
Figura 57 Distribuição espacial de Al, K, Na, Ca+Mg na profundidade 10-20 cm no
arqueológico sítio Breu Branco 2......................................................................
96
Figura 58 Distribuição espacial de pH, MO e P na profundidade 10-20 cm no
arqueológico sítio Breu Branco 2......................................................................
97
LISTA DE TABELAS p.
Tabela 1 Distribuição de fragmentos de cerâmica e líticos nos perfis de solos dos sítios
arqueológicos nos município de Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará......
39
Tabela 2 Características físicas e morfológicas de Argissolos Amarelos, no município
de Barcarena, Estado do Pará.............................................................................
46
Tabela 3 Características físicas e morfológicas de Latossolos Amarelos, no município
de Breu Branco, Estado do Pará.........................................................................
48
Tabela 4 Resultados médios de retenção de água do solo em diferentes tensões nos
Sítios arqueológicos do município de Barcarena, Estado do Pará......................
53
Tabela 5 Valores água disponível (m
3
m
-3
) em diferentes profundidades para nos Sítios
arqueológicos do município de Barcarena, Estado do Pará................................
57
Tabela 6 Valores médios de densidade real e densidade do solo (kg dm
-3
) em diferentes
profundidades nos sítios arqueológicos do município de Barcarena, Estado do
Pará.....................................................................................................................
59
Tabela 7 Características químicas de Latossolo Amarelo, no município de Breu
Branco, no Estado do Pará..................................................................................
61
Tabela 8 Resultados de análises morfológicas e físicas de amostras de solos em
profundidade de 10-20 cm em sítios arqueológicos, no município de
Barcarena, no estado do pará..............................................................................
67
Tabela 9 Características químicas dos Argissolos Amarelos, no município de
Barcarena, no Estado do Pará.............................................................................
69
Tabela 10 Características químicas dos Latossolos Amarelos, no município de Breu
Branco, no Estado do Pará..................................................................................
71
Tabela 11
Valores médios de matéria orgânica g kg
-1
em diferentes profundidades nos
sítios arqueológicos do município de Barcarena, Estado do Pará.....................
74
Tabela 12 Teores de alumínio total, cobre, manganês e zinco nos dos sítios
arqueológicos do município de Barcarena, Estado do Para................................
85
Tabela 13
Resultados de análises químicas de amostras de solos em profundidade de 10
20 cm em sítios arqueológicos, no município de Barcarena, no Estado do
Pará.....................................................................................................................
94
Tabela 14 Características diferenciais empregadas para classificação dos solos do
município de Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará....................................
99
Tabela 15 Classificação dos solos nos sítios arqueológicos e áreas adjacentes em
Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará..........................................................
100
1. INTRODUÇÃO
Os solos da Amazônia, em geral são considerados altamente intemperizados e como
conseqüência são pobres em nutrientes. Nesse sentido, a baixa fertilidade natural desses solos
é considerada como fator limitante para a produtividade e sustentabilidade sistemas de
produção agrícola em ambientes tropicais.
Entretanto, existem na Amazônia solos que sofreram impactos pelo homem pré –
histórico. Esses solos são conhecidos como solos antropogênicos com horizonte A de cor
escura e com alto teor de fósforo e cálcio, formados por culturas pré-históricas conhecidos por
Terra Preta Arqueológica - TPA em sítios arqueológicos (KERN, 1996). A Terra Preta
Arqueológica (TPA) é uma classe de solo que ocorre na Amazônia, formada por influência
antrópica em períodos pré-históricos, possuindo altos conteúdos de matéria orgânica e de
nutrientes essenciais às plantas, o que lhe confere um nível alto de fertilidade. Essas áreas de
solos altamente férteis formadas no passado parecem não exaurir seu conteúdo químico
mesmo em condições de floresta tropical, o que contrasta com a maioria dos solos
encontrados nesta região. Por essa razão, são freqüentemente procurados pelas populações
locais para o cultivo de subsistência como mandioca, milho, banana, mamão, etc. Fator que
dificulta sensivelmente o estudo do homem pré-histórico, uma vez que a camada de ocupação
humana é revolvida (Kern, 1996). Os solos adjacentes a TPA possuem um grau de
desenvolvimento similar, mas não mostram sinais de modificações ocasionadas pelo homem
(SOMBROEK, 1966).
As áreas de TPA são encontradas sobre os mais diversos tipos de solos, como em
Latossolo, Podzol, Pdzólico, Terra Roxa Estruturada e Plintossolo Pétricos (Smith, 1980 e
Kern,1988). Ocupam normalmente 2 a 3 ha de extensão, podendo ocorrer em alguns locais e
áreas superiores a 80 ha ( Hilbert, 1955). Nos mapas de solos da Amazônia, apesar da
freqüência com que ocorrem os solos de TPA, estes são mapeados como inclusões, por causa
da reduzida área que abrangem (Silva, et al 1970). Os solos com Terra Preta apresentam-se
bem drenados, profundos, com textura variando de arenosa a muito argilosa, apresentando um
horizonte A mais escuro (com cor preta a bruno) - acinzentada muito escura e mais espesso
do que nos solos circunvizinhos.
Na Amazônia brasileira a ocorrência de Terra Preta é bastante abrangente, sendo
conhecidas desde a Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela. Nesta região é
caracterizada por apresentar altos teores totais de CaO (1.810 mg kg
-1
) e P
2
O
5
(4.900 mg kg
-
15
1
), elevados teores de matéria orgânica e mais intensa atividade biológica que os solos
adjacentes, provenientes, provavelmente, de restos de ossos humanos e de animais. São solos
que apresentam pH em torno de 5,2 a 6,4; P disponível, em geral, acima de 250 mg kg
-1
, Zn e
Mn acima de 200 e 450 mg kg
-1
, respectivamente (Falcão et al., 2001), fragmentos de
cerâmica e artefatos indígenas incorporados a matriz dos horizontes superficiais do solo, o
que originou a terminologia Terra Preta Arqueológica, utilizada por alguns autores (KERN &
COSTA, 1997).
A caracterização pedológica (física e química) gênese (formação) das TPA é de
fundamental importância para conhecer a estabilidade e reatividade dos compostos orgânicos,
que apresenta grande potencia de uso como condicionador de solos tropicais fortemente
intemperizados, pelo aumento da CTC e estruturação do solo.
Dessa maneira, através da análise dos elementos químicos e sua distribuição espacial,
pode-se avaliar o impacto antropogênico sobre solos originais, visando estabelecer sua
gênese, assim como obter informações acerca das diferentes áreas de atividades do homem
pré-histórico em sítios arqueológicos. Um estudo comparativo da TPA com estas áreas poderá
fornecer importantes informações quanto à fertilidade natural e afetada por outras culturas
pré-históricas.
O objetivo deste trabalho é realizar a caracterização de atributos químicos e físicos e
posterior classificação de solos antrópicos, encontrados em sítios arqueológicos nos
municípios de Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará, visando uma melhor compreensão
dos fatores e processos de formação desses solos.
16
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Fatores de formação do solo
O solo pode ser compreendido como conseqüência da ação do tempo, dos vegetais e
animais, do clima e da topografia sobre o material do subsolo (rocha). Estes fatores são
chamados de agentes formadores do solo. Estes agentes podem ser divididos em agentes
ativos; o clima e a biosfera, e a agentes passivos: a rocha e o relevo (VIEIRA, 1983).
O fator clima assume uma importância bastante grande, uma vez que o solo, sendo
produto do intemperismo do material de origem, apresenta propriedades e características
diferenciadas em função do clima. Portanto, o clima mais do qualquer outro fator determina o
tipo e a velocidade do intemperismo numa dada região (Vieira, 1983). Assim é que solos
formados sob clima tropical são solos bastantes intemperizados, enquanto aqueles formados
sob clima temperado são bem menos intemperizados. Quanto mais quente e úmido o clima,
maior a lixiviação de minerais, inclusive de bases, tornando o solo mais pobre e mais ácido
(VIEIRA, 1988).
O clima age sobre o material derivado de uma mesma rocha poderá formar solos
completamente diversos se decomposto em condições climáticas diferentes. Por outro lado,
materiais diferentes podem formar solos similares quando sujeitos, por um longo período, ao
mesmo ambiente climático. Os elementos principais do clima: temperatura, umidade e
precipitação regulam o tipo e a intensidade de intemperismo das rochas, o crescimento dos
organismos, consequentemente, a distinção entre os horizontes pedogenéticos. Na região
amazônica os solos são normalmente intemperizados devido ação do clima ativo, os solos são
facilmente lixiviados nas bases (LEPSCH, 2002).
Grande parte da influencia climática é conseguinte das medidas de controle por ela
exercida sobre a vegetação natural. A farta pluviosidade nas regiões úmidas predispõe a meio
ambiente favorável ao crescimento arbóreo. Ao contrário, as pradarias constituem a vegetação
natural dominante das regiões semi-áridas. O clima exerce grande influencia também,
mediante um segundo fator de formação dos solos, ou seja, dos organismos vivos (BRADY,
1989).
O material que dá origem ao solo, podendo ser constituído de rochas (magmáticas,
metamórficas e sedimentares), sedimentos e material de decomposição de rochas
transportadas. Vários minerais constituintes do material de origem permanecem inalterados,
enquanto outros sofrem decomposição, por ação química, transformando-se em minerais
extremamente úteis no solo, e liberando cátions e ânions que poderão ser absorvidos pelas
17
plantas. Materiais de origem diferentes darão origem a solos diferentes, e mesmo material de
origem pode dar origem a solos iguais ou a solos diferentes, de acordo com os outros fatores
de formação de solos (VIEIRA, 1988).
O material de origem assume uma grande importância, influencia muito as
propriedades do solo nos mais variados graus. Sua influencia é muito grande nos estágios
iniciais de intemperização decrescendo à medida que o manto de intemperização cresce. A
maior ou menor velocidade com que os solos se formam depende, do tipo de material, uma
vez que, sob condições idênticas de clima, organismos e topografia, certos solos se formam
mais rapidamente que outros. Em condições de clima tropical a influencia do material
originário é relativamente pequena, enquanto que, em clima semi-árido sua influencia é quase
indefinida (LEPSCH, 2002).
O tipo de material originário pode condicionar um bom número de características do
solo. A textura do solo e o movimento descendente da água são determinados, sobretudo,
pelos materiais originários. A decomposição mineralógica e química da rocha matriz não só
determinam à eficácia das forças de intemperismo, como, também, controlam e definem
ocasionais parcialmente, a vegetação natural e o tipo de solo resultante (BRADY, 1989).
O relevo influencia o solo resultante condicionando a penetração de água no solo, e
com isso interferindo na intensidade de intemperismo. O relevo é um fator que pode
influenciar bastante na profundidade dos solos. Em áreas planas, na parte alta do relevo ocorre
penetração de grande quantidade de água, com pequena formação de enxurrada, ocasionado
uma lixiviação interna bastante grande, com a formação de solos profundos, altamente
intemperizados, bastante ácidos e pobres em nutrientes. Em áreas declivosas, a penetração de
água é menor, com formação de mais enxurrada, ocasionando uma lixiviação menos intensa, e
formando solos mais rasos, menos intemperizados, menos ácidos e com mais nutrientes. Nas
áreas de baixada, ocorre ganha de material, seja por meio da enxurrada, seja através do lençol
freático, sem ocorrência de lixiviação, formando solos rasos, não muito intemperizados,
porém não muito ácidos e normalmente ricos em nutrientes (VIEIRA, 1988).
O fator relevo promove no solo diferenças facilmente perceptíveis pela variação da
cor, que podem ocorrer a distancias relativamente pequenas, quando comparadas com
diferenças advindas unicamente da ação de climas diversos. Em sua maioria, resultam de
desigualdades de distribuição no terreno da água da chuva, da luz, do calor do sol e da erosão
(LEPSCH, 2002).
18
O relevo é um dos fatores que poderá acelerar ou atrasar o trabalho das forças
climáticas. Conforme Brady (1989), nos terrenos planos, sem movimentação, a rapidez na
remoção da água em excesso é muito menor do que com topografia ondulada, assim,
favorecendo certa erosão natural das camadas superficiais e que se for demasiado extensiva,
poderá eliminar a formação de um solo mais profundo. Por outro lado, se a água permanecer
numa determinada área durante todo o ano ou parte dele, as influencias climáticas tornar-se-
ão quase ineficazes na regularização do desenvolvimento do solo.
A superfície de um afloramento rochoso, no qual musgos e liquens começam a se
desenvolver sobre uma delgada camada de rocha decomposta. Com o passar do tempo, e não
havendo erosão acelerada, as características desse solo começam a se tornar cada vez mais
distinta. A exposição do material de origem na superfície pode ocorrer tanto por eventos
lentos e contínuos, como pela deposição de sedimentos nas várzeas dos rios, como por
fenômenos cataclísmicos (LEPSCH, 2002).
Os organismos compreendem os vegetais, animais, bactérias, fungos, liquens e
exercem ações dinâmicas nos processos de formação do solo. Estes organismos exercem
ações físicas e químicas sobre o material de origem e continuam a atuar no perfil do solo.
Estas ações podem ser classificadas como conservadoras e transformadoras. Ações
conservadoras como a interceptação da água da chuva pela parte área dos vegetais, o
sombreamento da superfície (diminuindo a amplitude térmica), assim como a retenção de solo
pelas raízes das plantas. Por outro lado, as ações transformadoras se destacam as ações dos
organismos no intemperismo físico e químico das rochas, a mobilização de sólidos (minerais
e orgânicos) por animais e a reciclagem de nutrientes e incorporação de matéria orgânica
pelos vegetais (VIEIRA, 1983).
Os organismos influem na formação do solo, considerando-se que são fornecedores de
matéria orgânica, bem como contribuem com determinados compostos orgânicos que podem
promover diferenciação entre alguns solos (Vieira, 1988). Os organismos que vivem no solo
são de grande importância para a diferenciação dos seus perfis.
O acumulo de matéria orgânica, a mesclagem dos perfis de solo, a ciclagem de
nutrientes e a estabilidade estrutural são, no seu conjunto, viabilizadas pela presença dos
organismos do solo. Além disso, o nitrogênio é adicionado ao sistema dos solos pelos
microorganismos, de forma isolada ou em associação com os vegetais (BRADY, 1989).
O tempo é um fator formador de solo, uma vez que essa formação é resultado de
reações químicas, bem como da ação das forças físicas de atração de partículas, que
demandam tempo para se manifestarem. Certas reações demandam mais tempo que outras,
19
fazendo com que haja solos que demoram mais tempo para atingirem seu ponto de equilíbrio.
O inicio da formação de um solo ocorre quando uma rocha começa a ser alterada ou um
evento de sedimentação se encerra e a apartir daí começam a ocorrer os processos de
formação do solo (VIEIRA, 1983).
O tempo é e o espaço necessário para que a rocha decomposta possa agir como solo. É
variável dependente do clima, relevo, atividade biológica e natureza do material primitivo,
portanto, a idade do solo é computada por estágios de evolução do perfil (VIEIRA, 1988).
O tempo necessário para intemperizar uma determinada rocha depende de outros
fatores que controlam o intemperismo, principalmente da susceptibilidade dos constituintes
minerais e do clima. Em condições de intemperismo pouco agressiva, é necessário um tempo
mais longo de exposição ás intempéries para haver o desenvolvimento de um perfil de
alteração. O tempo necessário para o solo atingir o “Steady State” irá variar de acordo com a
propriedade do solo que está sendo estudada, o material originário e o tipo de perfil que se
forma em meio ambiente particular. As propriedades de um horizonte A se desenvolvem
rapidamente enquanto que as propriedades do horizonte B se desenvolvem mais
vagorasamente. A interação do tempo com os diversos fatores que exercem influencia sobre a
formação de solo (LEPSCH, 2002).
2.2 Ação humana na formação dos solos
As atividades humanas exercem grandes influencia sobre a formação do solo,
alterando as características do solo. Os processos de formação ou destruição dos solos
induzidos pela atuação do homem são chamados metapedogenéticos ou antrópicos. A
remoção da vegetação natural, mediante corte das arvores ou cultivo do solo, modifica de
forma abrupta os fatores de formação do solo. Irrigação em região árida, do mesmo modo que
adubações com fertilizantes e calagem, exercem influencias drásticas sobre os fatores de
formação do solo com baixa fertilidade. Embora a atividade humana se tenha exercido apenas
em recente época geológica, sua influência é significativa, em certos processos de formação
do solo (BRADY, 1989).
O revolvimento do horizonte A (pela aração e outros cultivos) e aplicação de resíduos
urbanos e industriais. O homem modifica algumas propriedades do solo através da adição de
matéria orgânica; realização de trabalho mecânico provocando desequilibro na porosidade e
estrutura do solo; remoção das camadas superficiais do solo; desmatamento; queimada;
manejo inadequado, entre outras (Vieira, 1988). Essas Atividades humanas podem resultar
num efeito benéfico ou maléfico inclusive os fatores de gênese do solo.
20
Os efeitos benéficos estão relacionados em função da conservação, da recuperação e/ou do
melhoramento do solo para seu uso agrícola; os efeitos maléficos relacionam-se a degradação
das características dos solos, destruindo ou tornando-os improdutivos.
2.3 Formação de terra preta arqueológica
Segundo Eden et al. (1984) as terras pretas arqueológicas foram formadas a partir da
ocupação prolongada por populações de terra firme. Elas resultam de acumulação de dejetos
domésticos em áreas de assentamentos e só, posteriormente, são vistos como solos favoráveis
para o cultivo. Sendo fósforo, em particular, o elemento mais utilizado como indicador da
presença de sítios arqueológicos e presença humana prolongada.
Terra Preta Arqueológica (TPA) e a Terra Mulata (TM) podem ser encontradas desde
as bases inclinadas das montanhas das Cordilheiras dos Andes até a Ilha de Marajó no Oceano
Atlântico, inserida em uma variedade de solos e paisagens, em dimensões que podem variar
de menos de um hectare até alguns quilômetros quadrados (Woods & McCann, 1999).
Praticamente em quase toda a Amazônia pode-se encontrar manchas de solos conhecidas
como terra preta arqueológica ou terra mulata, caracterizada por um tipo de solo de terra
firme, com uma camada superficial bastante espessa de coloração preta ou marrom escura,
contendo pedaços de cerâmicas, sendo reconhecido regionalmente como um solo com alta
fertilidade (SOMBROEK, 1966).
Os solos de Terra Preta Arqueológica são formados por um grande deposito estável de
matéria orgânica no solo, constituído por aproximadamente 30% de carbono preto, originado
a partir da queima incompleta da biomassa. Esse carbono pode provavelmente ser o
responsável pela alta capacidade de estoque de nutrientes na TPA e esta alta capacidade de
acumulação de nutrientes proveniente desses solos. Com o passar do tempo, o carbono preto é
parcialmente oxidado na superfície, e grupos carboxílicos com valores parcialmente baixos de
PK
A
(e.g PK
A
do ácido metílico 1,40) são produzidos.
Dessa forma o carbono preto é um sustentável e efetivo trocador de cátion e,
presumidamente, responsável pela elevada capacidade de estocagem de nutrientes de terra
preta, quando comparados com os oxisols (latossolos) de que eles se originam. O
aparecimento da alta capacidade de estocagem de nutrientes da TPA, provenientes em parte
de resíduos da combustão incompleta de materiais das plantas oriundas de atividades
microbianas, pode ser o fator responsável pela manutenção da grande fertilidade desses solos,
mesmo depois de abandonados há centenas de anos atrás. (GLASER et al, 2000).
21
As TPA’s se distinguem de outras classes de solos por apresentarem usualmente
valores mais elevados de pH, CO, P disponível, Ca+Mg, T e saturação por bases (V), em
relação aos Latossolos e Argissolos amazônicos. No que diz respeito aos micronutrientes, os
horizontes A de TPA apresentam teores de Zn e Mn mais elevados em relação aos horizontes
subjacentes e a solos não antropogênicos de terra firme (KERN & KAMPF, 1989; KERN &
COSTA, 1997; LIMA et al., 2002).
Os solos de terra preta têm uma alta fertilidade química reflexo de uma prolongada
ocupação humana. Nesses solos existem vestígios de ocupação humana, com a presença de
fragmentos de artefatos cerâmicos e líticos, restos de fauna e flora. Estes solos ocorrem
associados a uma variedade de solos de terra firme, próximos aos cursos d’água em posições
topográficas que geralmente permitem uma grande visibilidade da região circunvizinha (Eden
et al. 1984), bem como com padrões distintos da vegetação (Kern & Kampf, 1989). A
profundidade orgânica é maior no centro da mancha circular, como são encontrados estes
solos diminuindo à medida que se se aproxima dos limites com o Latossolo Amarelo, textura
muito pesada.
Nos solos de TPA a matéria orgânica é constituída por resíduos de plantas e animais
em vários estágios de decomposição, células e tecidos de organismos do solo, e substâncias
produzidas pelos micróbios do solo. A matéria orgânica do solo contribui nos processos de
troca de cátions, retenção de água, estabilidade do pH, além de contribuir para a alta
fertilidade do solo, pelo aumento da retenção de água, e nutrientes, estruturação e friabilidade
do solo aparente nas TPA’s que formam microssistemas próprios, que não se exaurem
facilmente, mesmo nas condições tropicais em que estão expostos ao longo do tempo
(WOODS et al, 2000).
A gênese dos solos de Terra Preta Arqueológica tem motivado contraditórias
discussões e existem várias hipóteses que são defendidas por vários autores:
Para Hart (1885) contido em Hilbert (1955), as TPA’s teriam sido antigas moradias de
indígenas, impulsionados para o local devido esses solos apresentarem uma alta fertilidade.
Segundo Faria (1946), a origem da TPA é considerada puramente geológica, tendo
sido formada a partir de sedimentos depositados em fundos de lagos já extintos ou pelo
processo de decomposição de rochas vulcânicas.
Contudo a distribuição das áreas de TPA’s não obedece a um padrão geológico, sendo
totalmente aleatórias e podem ser encontradas nos mais diversos níveis topográficos; além
22
disso, a presença de fragmentos de cerâmica e os elevados teores de Ca e P, tem colocado tal
hipótese em questão.
De acordo com Gouroud (1950) citado por in Hilbert (1955) a formação de TPA é de
origem arqueológica. Para Cunha Franco (1962) e Falesi (1972 e 1974), as TPA’s foram
originadas de eventos geológicos ou a partir de fundos de lagos extintos. Segundo Camargo et
al, 1941), teriam se formado a partir de cinzas vulcânicas, no entanto, para Cunha Franco
(1962) as TPA’s originaram-se de lagos antigos, em cujas margens, os povos pré-históricos
habitavam usando-os para fermentar mandioca e como suprimento de água para cozer
alimentos e ainda, neles depositavam grande parte de fragmentos de cerâmica e lixo da aldeia.
Este último baseou-se na configuração das áreas e distribuição em profundidade, de forma
mais ou menos circular, como uma lente enterrada com a parte plana para cima, além de
estarem situadas em locais secos afastados das margens dos rios.
De acordo com Sombroek (1966) que considera que a fertilidade destes solos é
atribuída, unicamente, a ocupação indígena prolongada isto é comprovado por diversos
fatores, tais como a textura variável das TPA’s, mas similar aos solos das áreas adjacentes, a
composição da fração argila, bem como a profundidade do subsolo (horizonte C) dos perfis
das TPA’s e solos adjacentes.
Ranzani et al (1962) e Andrade (1986) caracterizaram o horizonte A do solo de TPA
como efeito de enriquecimento proposital de nutrientes ao solo por intermédio de práticas de
manejo. Para o primeiro autor considera que a fertilidade está relacionada à prática de uso
satisfatório da terra por povos de origem indígena, que é composta por cinzas de animais. O
autor sugere três hipóteses antrópicas para gênese das TPA’s da região de Araracuara –
Colômbia: poderiam ter sido locais de decomposição de lixo, locais de cultivo ou locais de
moradias. As duas primeiras hipóteses consideram que o solo ficaria enriquecido
propositalmente. A terceira hipótese foi descartada por Andrade (1986), devido não ter
evidenciado nenhum indicio de compactação.
No entanto, existem aqueles que defendem que os solos com TPA relacionar-se-iam a
antigos assentamentos indígenas, resultados da ocupação humana passada, (GOUROUD,
1950, SOMBROEK, 1966 e um grupo arqueólogos HILBERT, 1955; KERN 1988; SIMÕES
1972 e 1982; PEREIRA et al 1986; CORREA, 1987; SIMÕES e CORREA 1987 e SIMÕES e
MACHADO, 1987).
Para Simões (1982) a subsistência dos grupos pré-históricos estava relacionada ao
cultivo de grãos e raízes completadas com a pesca, caça e coleta, possibilitando a uma
23
permanência mais duradoura no local. Freqüentemente, enterravam seus mortos em umas
funerárias depositados dentro da aldeia.
2.4 Características dos solos estudados
Os solos do Estado do Pará segundo do Vieira et al. (1971) são classificados em três
grandes grupos: solos bem drenados, solos hidromórficos e solos em desenvolvimento. Os
solos “bem drenados”, que também podem ser chamados de terra firme, ocupam as maiores
áreas dentro do Estado, tendo grande potencial para cultivos de culturas anuais e perenes. São
exemplos deste grupo: os Latossolos e Argissolos Podzólicos. No grupo dos “hidromórficos”
também são encontrados alguns solos de grande importância, como os Gleissolo úmico e glei
pouco úmico, de ocorrência principalmente nas áreas de várzeas amazônicas.
Os Latossolos são os solos de maior ocorrência na região, sendo caracterizados como
solos minerais geralmente ácidos, profundos, (mais de 2,0 m de profundidade), de boa
drenagem, bastante envelhecidos e ácidos a fortemente ácidos (VIEIRA et al., 1988).
São álicos, havendo a predominância de argila do tipo 1:1 do grupo caulinita,
apresentando mais de 50% de saturação com alumínio extraível, com baixa soma de bases
trocáveis e baixa capacidade de troca de cátions. Apresentam seqüência de horizontes do tipo
A, B e C, sendo o horizonte A, moderado, ocorrendo também o proeminente sobrejacente a
um horizonte B latossólico de difícil diferenciação dos horizontes genéticos, são formados a
partir de antigos sedimentos de natureza argilosa e argila - arenosa do período
terciário/cretáceo e em alguns casos se sobrepõe a uma camada descontínua de argila
impermeável, estando separados geralmente por uma camada de seixos rolados em pequenas
áreas (LEPSCH, 2002).
São solos muito profundos de cor vermelha, alaranjada ou amarela, muito porosos,
com textura variável, baixa capacidade de troca de cátions e fortemente intemperizados. Os
teores de óxidos de ferro e alumínio são bastantes variáveis. As características morfológicas
mais marcantes são as grandes profundidades, porosidades e as pequenas diferenciações entre
horizontes, com transição gradual ou difusa e textura praticamente uniforme em profundidade.
São destituídos de horizonte “B” de acúmulo de argila. São encontrados mais comumente nas
regiões de clima tropical-úmido, sendo solos bastante envelhecidos, estáveis e muito
intemperizados. Esses solos são formados pelo processo de lavagem e perda de sílica e bases
resultando daí na concentração de sesquióxidos de ferro e alumínio.
24
Os Latossolos são solos minerais, com horizontes B latossólico (Embrapa, 2006),
muito profundos, poroso, ácidos, friáveis, bem drenados com classe de textura argilosa.
A classe de textura varia de média a média, argilosa e muito argilosa. Para
Embrapa/FAO (1991), as diferenças básicas entre as classes de Latossolos, referem-se à cor e
ao teor de ferro total. As cores do horizonte B latossólico, para os Latossolos Amarelos se
encontram variando nos matizes 7,5YR e 10YR, com teores de óxido de ferro total inferior a
70 g kg
-1
de solo; para os vermelho-amarelos ocorreu nos matizes que estão entre 4YR e 6YR
com teores de óxidos de ferro total até 110 g kg
-1
de solo; para os vermelhos, os matizes são
mais vermelhos que 4YR e os teores óxidos de ferro total são maiores que 110 g kg
-1
de solo.
Os Podzólicos, atuais Argissolos, estão representados pelas classes dos amarelos,
vermelho amarelo, vermelho podendo ser típicos, concrecionários, cascalhento, plíntico e
abrupticos. Estes solos, de acordo com o material de origem e o estágio de intemperismo,
podem ser distróficos ou eutróficos. Entretanto os distróficos são os mais comuns na
Amazônia (EMBRAPA/FAO, 1991).
De acordo Rodrigues (1999), dentre a classe Argissolos de maior ocorrência na
Amazônia são as classes Vermelho Amarelos e Amarelos abrangendo uma superfície de
aproximadamente 20,70% do total. Estes estão caracterizados pela ocorrência de horizonte B
textural, alta relação textural B/A (acima de 1.5) e baixo grau de floculação, baixa fertilidade,
podendo ser distrófico ou álico, com argila de atividade baixa ou alta. São solos de
profundidade mediana (1,5 a 2,0 m), com perfis bem desenvolvidos, moderadamente a bem
intemperizados, apresentando comumente diferenciação marcante entre os horizontes. Possui
um horizonte “B” vermelho a vermelho-amarelado, que mostra claramente a acumulação de
argila translocada do horizonte “A” pela ação da água gravitativa. Ocorre em regiões de
florestas, de clima úmido, sendo mais encontrado no Brasil o podzólicos vermelho-amarelo
que freqüentemente ocorre associado à Latossolo. Ocorre em situação de relevo mais
acidentado que o Latossolo além de possuir melhor fertilidade natural, sendo este grande
grupo derivado de gnaisses e granitos (LEPSCH, 2002).
Os Argissolos Amarelos encontrados em Barcarena são ácidos, distróficos, profundos,
bem drenados, bastante espesso com pequena diferenciação morfológica entre eles, friável,
com incremento marcante de argila nos horizontes subsuperficiais, evidenciando a presença
de textura binária arenosa/ média e médio-argilosa entre os horizontes A e B. Compreendem
solos formados por material com argila de baixa atividade, apresentando um horizonte do tipo
B textural subjacente (Embrapa, 2006) sob um horizonte superficial do tipo A ou E. A
profundidade é variável, podendo ser fortemente a imperfeitamente drenados.
25
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1Caracterização ambiental da área
3.1.2 Localização
O município de Barcarena está situado, na região do Baixo Tocantins, a noroeste do
estado do Pará, inserido na microrregião geográfica de Belém (Brasil, 1974), situado a 14m de
altitude e distando de Belém em linha reta 25 km, sendo delimitada pelas seguintes
coordenadas 01° 11’ 30” e 01º 42’ 00” de latitude Sul e 48º 26’ 15’’ e 48º 50’ 10’’e longitude
oeste de Greenwich, ocupando uma área de aproximadamente 1.316,2km. O município de
Barcarena limita-se ao norte e a leste com a baía de Marajó, ao sul com os municípios de
Abaetetuba, Moju e Acará e oeste com a Baia de Guajará.
O município de Breu Branco localiza-se a uma latitude 03º 19' 59" e 4º 03’ 53” sul e a
uma longitude 48º 56' 07" e 51º 40’ 19’’ oeste de Greenwich, estando a uma altitude de 111
metros. Sua população estimada em 2004 era de 42 337 habitantes. Possui uma área de
3989,399 km
2
. Pertence à mesorregião Sudeste Paraense e à microrregião de Tucuruí.
Fazendo limites ao Norte com os Municípios de Baião, Moju e Tailândia; a Leste com os
Municípios de Ipixuna do Pará e Goianésia do Pará; ao Sul com o Município de Goianésia do
Pará e a oeste com o Município de Tucuruí.
3.1.3 Clima
O clima do município de Barcarena é tropical chuvoso do tipo Afi, da classificação de
Köppen, que é caracterizado por apresentar precipitação mensal, superior a 60 mm. A
temperatura média é de 26,3ºC. A precipitação total média anual é de 2.500mm, sendo que o
período de maior índice de precipitação pluviométrica ocorre no período de janeiro a julho e
de menor precipitação ou estiagem de agosto a dezembro. A velocidade média do vento é em
torno de 1,23m/seg. A umidade relativa do ar apresenta-se elevada na maioria dos meses, com
média de 86% (BASTOS, 1972; SUDAM, 1984).
A temperatura média anual é de 26ºC e a temperatura média das máximas é de 31,4º
C. A insolação é de 2.400horas/ano, sendo que no período mais chuvoso a insolação média é
de 125 a 150 horas e no período de estiagem, de 175 a 250 horas mensais.
Segundo Guedes (1980) a localização geográfica do município de Barcarena fica
próximo a linha do equador e de grandes massas líquidas, como a baía de Marajó, que
contribui para uma homogeneidade climática durante o ano inteiro, apresentando pequena
variação anual na temperatura e da umidade relativa do ar. Por outro lado, no município de
26
Breu Branco o clima é Equatorial super-úmido do tipo Am, na classificação de Köppen, no
limite de transição para o Am.
A temperatura média anual é de 26ºC, e a média das máximas é de 32ºC. Nesse
município a umidade relativa apresenta-se elevada, com uma estação chuvosa e uma seca
(SEICOM, 2004).
3.1.4 Geologia
A geologia do município de Barcarena é representada por dois períodos geológicos:
Quaternário e Terciário. O período quaternário é representado por depósitos aluvionares
recentes, constituídos por cascalhos, areias e argilas inconsolidadas. Aparecem como faixa
estreita e, às vezes descontinuas ao longo dos rios.
O Período Terciário é representado por depósitos da Formação Barreiras constituídos
por depósitos siliciclásticos (conglomerado, arenito, agilito) continentais, pouco ou mal
selecionados de idade Pliopleistocênico. Entretanto, estudos enfatizando a análise de fáceis na
Região Bragantina revelaram uma variedade de feições sedimentares atribuídas a processos de
maré (ROSSETTI & GÓES, 1989, ROSSETTI et al , 1990).
A formação Barreiras inclui também depósitos conhecidos como Pós-Barreiras
representados por arenitos de granulação fina e muito fina de coloração amarelada que em
parte foram formados por processos eólicos (ROSSETTI & GÓES, 1989).
A estrutura geológica do Município de Breu Branco é representada pelas áreas
cristalinas correspondente ao ComplexoXingu (granitos, migmatitos, metabasitos,
granadioritos, etc.). Grupo Araxá (muscovita xistos, biotica, xistos, metagrauvacas e
intercalações correspondentes ao de quartzitos); Grupo Tocantins (filitos, xistos,
metagrauvacas, quartzitos, itabiritos, corpos ultrabásicos) e por áreas com sedimentos
Terciários da Formação Barreiras e Quaternárias recente (SEICOM, 2004).
3.1.5 Geomorfologia
No que se refere às formas de relevo do município de Barcarena dominantes na região
destacam-se duas unidades morfoestruturais: Planalto Rebaixado da Amazônia e Planície
Fluvial. O Planalto Rebaixado da Amazônia conhecido como Planalto Baixo Costeiro
apresenta altitudes rebaixadas, em torno de 60m, relevo tabulares por erosivo, constituído por
sedimentos Barreiras e Pós-Barreiras (Rossetti et al., 1990), localizando-se ao Sul do “Litoral
de Rias”.
27
Neste planalto estão compreendidos relevos planos e suave ondulado onde
predominam a classe de solos Latossolos e Argissolos, geralmente com revestimento
florístico de vegetação secundária. A Planície Fluvial caracterizando-se pela presença de
relevo formado por sedimentos holocênicos, que são encontrados em relevos de topografia
plana, na qual, destacam-se a vegetação de mangue nas regiões estuarinas, seguido da
formação de várzea margeando os rios (BRASIL, 1974).
O relevo da área do município de Breu Branco é representado por áreas dissecadas de
colinas e topos aplainados, superfícies pediplanadas em rochas sedimentares (tabuleiros),
rebordos erosivos e pelos contrafortes da Serra do Trocará, inseridos, morfoestruturalmente,
insere-se na unidade que corresponde à Depressão Periférica do Sul do Pará.
O município de Breu Branco apresenta variações medianas em seus níveis
altimétricos. Suas maiores altitudes chegam a alcançar 174m e o mais baixo 14m (SEICOM,
2004).
3.1.6 Vegetação
A cobertura vegetal da região de Barcarena é constituída principalmente por duas
topologias vegetais: floresta umbrófila densa e floresta aluvial. Entretanto, atualmente seu
revestimento florístico caracteriza-se principalmente, por florestas secundarias (BRASIL,
1974).
O revestimento florístico do planalto baixo costeiro constituí-se atualmente de
esparsos resquícios de vegetação primária, com quase sua totalidade recoberta por vegetação
secundária representada por capoeiras em vários estágios de desenvolvimento (GUEDES
1980; IDESP, 1984; RODRIGUES 1986).
A cobertura vegetal original do município de Breu Branco era constituída de florestas
tropicais úmidas, com subtipos de floresta aberta latifoliada, densa de platô, densa de terraços
e floresta submontana. Em vários trechos a floresta primitiva foi derrubada para
comercialização da madeira e posteriormente queimada para limpeza do terreno com
finalidade de formação de pastagens ao forrageamento animal na pecuária de corte e para o
cultivo de subsistência, ensejando neste caso, o aparecimento de floresta secundária
(capoeiras) em diferentes estágios de regeneração (SEICOM, 2004).
28
3.1.7 Solos
No município de Barcarena predominam unidades geomorfológicas de baixas
topografias: O Planalto Baixo Costeiro e Planície Aluvial são constituídos de sedimentos dos
períodos Terciário e Quaternário, respectivamente.
A estrutura geológica do município e a disposição do modelado favorecem o
predomínio das classes Argissolos Amarelos Distrófico de textura média, Latossolos
Concrecionários, Neossolos Quartzarênios e Neossolos Flúvicos (BRASIL,1974; IDESP,1983
e 1984).
Os solos de Breu Branco apresentam características de Argissolos Amarelos,
Argissolos Vermelho-Amarelos distrófico, Latossolos Amarelos, de textura média /argilosa,
Neossolos Litólicos, e Latossolo Vermelho-Amarelos, textura média e argilosa, aparecendo,
também Gleissolos (SEICOM, 2004).
3.1.8 Hidrografia
Segundo Guedes (1980) a disposição da drenagem no sentido NW-SE no baixo
Amazonas, comumente encontra-se associada à tectônica de falhas e fratura, que afetou o
espesso pacote de rochas sedimentares que constituem o substrato geológico regional.
Na hidrografia do município de Barcarena destaca-se a influência da Baia de Marajó
que permite o acesso do município com o Oceano Atlântico, da Baia do Guajará, Rio
Carnapijó e Rio Barcarena as margens do qual se localiza a sede municipal.
Os principais cursos dágua encontrados em Breu Branco são os rios Tocantins e o
Moju. O Tocantins apresenta como principais afluentes no Município de Breu Branco os
igarapés Grande, Moru, Jacundá e Aratera.Os principais afluentes do rio Moju são os igarapés
Mojuzinho, Grotão do Sabino, Terê e o Igarapé Pitinga ou Repartimento (SEICOM, 2004).
3.2 Escolha e Seleção dos Sítios
Os trabalhos de campo foram realizados em sítios arqueológicos situados nos
municípios de Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará (Figura 1). No município de
Barcarena foram selecionados os sítios Ba1, Ba2 Ba3, os quais estão situados no terraço da
margem direita da Baia do Guajará, e os no município Breu Branco, os sítios BB1 e BB2,
estão localizados no platô á margem esquerda do rio Tocantins, todos sob a linha de
transmissão de Energia Elétrica de Tucuruí para a cidade de Belém, Estado do Pará. Os quais
foram identificados anteriormente pela Scientia Ciência Consultoria S/A (2004), sob a linha
29
de Transmissão de Energia Elétrica de Tucuruí - UHT. Os sítios arqueológicos foram
selecionados pela sua representatividade na área e pelo seu estado de conservação.
Nos sítios foram coletadas amostras dos miniperfis nas profundidades de 10-20 cm,
nos sítios de Barcarena foram escolhidas trasnsectos na direção norte - sul e leste-oeste, para
analises química e física. Foram escolhidas amostras de pontos eqüidistantes nos limites de
alguns sítios, para realização de análise visando à distribuição e variabilidade espacial de
alguns elementos dentro dos sítios como: Ca+Mg, K, Na, Al, pH, P e MO, espessura do
horizonte A antrópico, distribuição espacial dos elementos químicos e de fragmentos de
cerâmica e outros.
30
Figura 1 – Mapa do Estado do Pará, mostrando a localização dos municípios de Barcarena e Breu
Branco, Estado do Pará.
31
3.3 Coleta de Amostras de Solos
No município de Barcarena foram abertos e descritos seis perfis trincheiras no interior
e área adjacente (AD’s) de três sítios Ba1, Ba2 e Ba3 e com perfis de TPA1 e AD1, TPA2 e
AD2 e TPA3 e AD3 respectivamente em Barcarena e no município de Breu Branco em dois
perfis nos sítios BB1 e BB2 , AD4 e TPA respectivamente, totalizando oito perfis e coletadas
57 amostras de solos (deformadas) e 84 amostras de solos (indeformadas) para caracterização
dos solos. Além dessas coletas foram coletados e analisados amostras de solos nas
profundidades de 10 – 20 cm nos sítios de Breu Branco 2, realizando observação da cor e da
quantidade de cerâmica, além da distribuição espacial de alguns atributos químicos.
A descrição dos perfis e coleta das amostras de solos foi feita seguindo as normas
adotadas pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) (LEMOS & SANTOS 2002,
ESTADOS UNIDOS, 1994).
As determinações das cores foram feitas pela comparação da amostra do solo úmido
com a carta de cores de Munsell (Munsell, 2002). Além dos perfis, foram coletadas amostras
superficiais nas profundidades de 0-10, 10-20, 20-40 ou 40-60 em formato de malha de
20x20m, 30x30m ou 40x40m, no sentido norte-sul e leste-oeste, para delimitação da área dos
respectivos sítios, que se encontram sob o linhão de transmissão de energia elétrica da Usina
de Tucuruí, identificados pela SCIENTIA CIÊNCIA CONSULTORIA S/A (2004).
3.4 Métodos de Laboratório
3.4.1 Métodos Analíticos
Nas áreas adjacentes e áreas de mancha de terra preta foram abertos perfis completos
com 2,00 m de profundidade para caracterização química, físico-hídrica e classificação dos
solos. Foram coletadas nos perfis amostras deformadas e amostras indeformadas em 3 (três)
repetições nas profundidades de 0-10, 10-20, 20-40 e 40-60 cm dos perfis. Também foram
abertos e coletados miniperfis com 50 cm de profundidade e coletadas, caracterização físico-
química.
3.4.2 Preparação de amostras
As determinações analíticas das amostras deformadas e indeformadas foram realizadas
no Laboratório de Solos da Embrapa Amazônia Oriental para caracterização físico-química e
físico-hídrica dos solos, de acordo com procedimentos contidos no manual de Métodos de
análises de Solos (EMBRAPA, 2006).
32
3.4.3 Análises físico-hídricas:
As análises físico-hídricas constam das seguintes determinações:
Densidade do solo (Ds) - foram realizadas pela utilização de amostras indeformada em
anel volumétrico de capacidade interna de 0,1 dm
3
aquecida em estufa a 105º C, sendo
calculada pela fórmula:
Ds= M/V em kg dm
-3
Onde:
M= massa seca em kg
V= volume do cilindro, em kg dm
-3
.
Densidade real (Dr) - foi determinada pelo método do balão volumétrico com
utilização de álcool etílico, como líquido penetrante, para obtenção do volume do solo,
calculado pela fórmula:
Dr= M/Vb – Va em kg dm
-3
Onde:
M= massa de amostras do solo em kg
Vb= volume do balão, em dm
-3
,
Va= volume total de álcool em dm
-3
.
Porosidade Total (Pt) – foi determinada pela fórmula:
Pt= (Dr – Ds/ Dr) x 100
Onde:
Ds= densidade do solo, em kg dm
-3
Dr= densidade real, em kg dm
-3
Microporosidade (Mic) – Foi determinada em amostras indeformadas em anel
volumétrico de 100 cm
-3
, sobre placa porosa em panela de pressão, na tensão de 60 cm de
água.
Macropososidade (Mac) – foi obtida pela diferença entre a porosidade total e
microporosidade.
33
Retenção de água (Ra) – A retenção de água nos potenciais de -6, -10, -30 e -100 kPa
foi determinada com amostras indeformadas, previamente saturadas com água, dispostas em
placa de cerâmica porosa, mediante a aplicação das referidas pressões, em equipamento
apropriado conhecido como “Câmara de Richards”..
A água retida a -1500 kpa foi obtida em amostras deformadas, submetidas ao mesmo
procedimento. Com esses pontos (θ, ψ) determinados, procedeu-se ao ajuste das curvas de
retenção de água, de acordo com o modelo proposto por Van Genuchten (1980), representado
pela equação:
()
[]
θθ
θ
θ
αψ
= r+
s- r
1+
mat
n
m
.
(1)
Onde:
θ = umidade do solo (cm
3
cm
-3
)
θr = umidade volumétrica residual (cm
3
cm
-3
)
θs = umidade volumétrico solo saturado (cm
3
cm
-3
)
ψ
mat
= potencial mátrico ( kPa);
α, m,n= parâmetros da equação.
O ajuste foi efetuado por dois métodos que corresponde θs= θ
max
, com ψ
m
= 0 e, θr = θ
min
,
com ψ
m
= - 1500 kPa.
No cálculo da água disponível foram considerados, respectivamente, como capacidade de
campo (CC) e ponto de murcha permanente (PMP) os potenciais mátricos - 6 e -1500 kPa.
3.4.4 Análises Granulométricas e Químicas
As análises granulométricas e químicas foram realizadas em amostras deformadas, na
forma de terra fina seca ao ar (TFSA), proveniente do fracionamento subseqüente à
preparação da amostra de solo.
Análises granulométricas – Compreenderam as determinações da composição
granulométrica da terra fina em dispersão com NaOH, pelo método da pipeta, nas frações
areia grossa, areia fina, silte e argila total. Foi também determinada à fração argila dispersa
em água.
Análises químicas: Determinou-se o pH em água e em KCl mol L
-1
, por eletrodo de
vidro em suspensão na proporção solo-líquido 1 : 5; cátions trocáveis representados pelo
34
cálcio (Ca
++
), magnésio (Mg
++
) extraído com KCl mol L
-1
e determinado absorção atômica, e
o potássio (K
+
) e o sódio (Na
+
) extraídos por HCl 0,05 mol L
-1
em proporção 1 : 10 e
determinados por fotometria de chama, acidez extraível, incluindo o alumínio, foi extraído
com KCl mol L
-1
e titulado com NaOH 0,025 mol L
-1
e indicador azul de bromotimol e o
hidrogênio e o alumínio extraído com Ca(OH)
2
mol L
-1
a pH 7,0 e titulado com NaOH 0,06
mol L
-1
e indicador fenolftaleína, sendo o hidrogênio calculado por diferença da acidez
extraível menos o Al
+++
extraível; o fósforo disponível foi extraído com HCl 0,05 N mol L
-1 +
H
2
SO
4
0,025 mol L
-1
e determinado por calorimetria; o carbono orgânico foi determinado por
oxidação via úmida com K
2
Cr
2
O
7
0,4 mol L
-1
e titulado pelo Fe(NH
4
)
2
, 6 H
2
O 0,1 mol L
-1
e
indicador difenilamina e a matéria orgânica obtida pela fórmula: MO = C x 1,72, em g kg
-1
de
solo; o nitrogênio foi determinado por digestão com ácido sulfúrico concentrado catalizado
por sulfato de cobre e sulfato de sódio e amônia recolhida em solução de ácido bórico a 4%
em câmara de difusão e titulado com HCl 0,01 mol L
-1
.
Além das determinações físicas e químicas foram calculadas as relações seguintes:
relação B/A; relação silte/argila; soma de bases (SB) = Ca
++
+ Mg
++
+ K
+
+ Na
+
; capacidade
de troca de cátions trocáveis (CTC); capacidade de troca de cátions trocáveis efetiva (CTC
E
);
capacidade de troca de cátions trocáveis da fração argila (CTCa); saturação por bases
trocáveis (V%) = SB/T x 100; saturação por alumínio (m%) = Al
+++
/CTC
E
x 100.
Para a determinação dos micronutrientes: Cu, Mn e Zn. Método: Espectrofotometria
de absorção atômica (EA A).
Para determinação de alumínio total e ferro Total, todas as análises seguiram a
metodologia padrão do Laboratório de Química do Centro de Geociências da Universidade
Federal do Pará (2004).
3.5 Análises Estatísticas
Para efeito de análise estatística, foi utilizado o Delineamento Inteiramente
Casualizado, obedecendo a um esquema fatorial 4 X 4 com 3 repetições, onde os fatoriais
avaliados foram diferentes tipos (Áreas Adjacentes (AD’s), Terra Preta Arqueológica (TPA1),
Terra Preta Arqueológica (TPA2) e Terra Preta Arqueológica (TPA3) e 4 profundidades (0-
10cm, 10-20cm, 20-40cm e 40-60cm) de amostras. Foram realizadas análises dos horizontes
dos perfis de solo de todos os sítios arqueológicos nas profundidades de 0 a 2,00 m. As
médias obtidas nas análises físicas foram submetidas à análise de variância (ANAVA) e
comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, utilizando o programa SISVAR.
35
3.6 Classificação taxonômica de solos
Na classificação taxonômica dos solos foram utilizados critérios e características
diferenciais para distinção das classes e unidades de mapeamento, segundo o Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999). Esses critérios possibilitaram a
diferenciação de várias classes, para efeito de distribuição de níveis espacial das unidades de
mapeamento. Além disso, evidenciam as características e propriedades do solo, que possuem
significados práticos de modo a permitir a interpretação e avaliação de suas potencialidades e
limitações para utilização em atividades agrícolas e não agrícolas.
As principais características e critérios empregados na diferenciação e subdivisão de
classes de solos foram as seguintes:
Tipo de horizonte A - critério que se refere à natureza do desenvolvimento do
horizonte A, incluindo o conteúdo de carbono, coloração, saturação por bases, espessura e
teor P
2
O
5,
especificando os tipos de horizonte A.
- Tipo de horizonte B - horizonte diagnóstico que se refere ao desenvolvimento de
características mensuráveis como, estrutura, profundidade, coloração, iluviação de argilas
silicatos, concentração de óxidos e hidróxidos de ferro, de alumínio e/ou matéria orgânica,
diferenciando em horizonte B textural, B latossólico, horizonte plíntico e horizonte glei.
- Grupamentos texturais - compreende os seguintes: textura arenosa-que se refere às
composições texturais areia e areia franca; textura média - que compreende composições
granulométricas com menos de 350g de fração argila por quilo de solo e mais de 150g de
fração areia por quilo de solo, excluída as classes texturais areia e areia franca; textura
argilosa - compreende as classes texturais tendo nas composições granulométricas de 350 a
600 g de fração argila por quilo de solo; textura muito argilosa - compreende classe a textural
com mais de 600g de fração argila por quilo de solo; textura siltosa - compreende classes
texturais que tenham menos de 350g de fração argila e menor de 150g de fração areia por
quilo de solo, respectivamente.
- Saturação por bases trocáveis(V) - refere-se á proporção de saturação por bases trocáveis
existente no solo em: caráter distrófico quando a saturação por bases é baixa, valor V <50% e
caráter eutrófico quando a saturação por bases trocáveis alta, valor V>50% .
- Saturação por alumínio (m%) - quando a saturação por alumínio, valor m% é superior a
50%, especifica aos solos o caráter álico.
36
- Atividade de argila - refere-se à capacidade de troca de cátions (CTC) da fração argila. É
considerada argila de atividade alta (Ta) aquela cujo valor CTC for > 27 cmol
c
kg
-1
de argila;
enquanto que argila de atividade baixa (Tb) é aquela com valor CTC for < 27 cmol
c
kg
-1
de
argila.
- Caráter concrecionário - refere-se à presença de horizonte constituído de 50 % ou mais por
volume, de material grosseiro com predomínio de nódulos ou concreções de férreo ou de
ferro e alumínio, numa matriz terrosa de textura variada ou matriz de material mais grosseiro,
com espessura mínima de 30 cm. É identificado como qualquer um dos horizontes: Ac, Bc ou
Cc.
- Caráter abruptico - expressa a presença de mudança textural abruptica entre o horizonte A e
o horizonte B diagnóstico.
37
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Características Gerais dos sítios
- Sítio arqueológico Barcarena 1.
Segundo o relatório de campo Sciencia 2006, o sitio Barcarena 1 foi escavado
em malha de 20 x 20 m apresenta uma ocupação ceramista de relativa densidade 7661
fragmentos.Vale ressaltar que desse número 1034 fragmentos foram retirados da quadra 80D.
Sua profundidade média é de 50cm, sendo que na quadra referida a camada arqueológica
atingiu 130cm de profundidade. Os exemplares de material lítico são raros entre os
fragmentos cerâmicos (Tabela 1).
O sítio Barcarena 1 apresenta forma ligeiramente circular, medindo 240x240m.
Está implantado sobre a unidade geomorfológica de planície, que são caracterizadas por
relevos de rampas típicas dos tabuleiros paraenses. Segundo o proprietário atual, Sr. Hozana,
a área do sítio está sendo ocupada, com pastagens e roçados, por um período superior a 100
anos. Atualmente na área do sítio há plantação de mandioca, pastagem, campo de futebol,
residências, estradas vicinais e capoeira baixa, o que evidencia uma intensa atividade
antrópica. A drenagem mais próxima é um tributário do rio Barcarena denominado de rio
Japiinzinho. O sítio apresenta manchas de solo mais escuro (Figura 2) e material arqueológico
(Figura 3).
cm
Barcarena
2
-100 -50 0 50
-100
-50
0
50
100
150
0
50
100
150
200
cm
Figura 2 - Manchas de solos mais escuros Figura 3- Distribuição do material arqueológico
no sítio Ba1. no sítio Ba1.
38
-100 -50 0 50
-100
-50
0
50
100
150
5
10
15
- Sítio arqueológico Barcarena 2
O sítio Barcarena 2 foi escavado em malha de 20 x 20m apresenta mancha escura
(Figura 4) e a camada arqueológica pouco espessa, (Figura 5) variando de 20 a 30cm, sendo
delimitado por 163 quadras, dessas 68 apresentaram-se estéreis não deu material
arqueológico) e 95 delimitaram a ocupação humana no sítio. Os fragmentos líticos foram
inexpressáveis em meio aos fragmentos cerâmicos. O material encontrado foi composto
basicamente por fragmentos cerâmicos e inexpressiva quantidade de material lítico
correspondente ao horizonte cerâmico (Tabela 1).
-50 0 50 100 150
-150
-100
-50
0
50
100
150
5
8
11
14
solo mais
escuro
cm
-50 0 50 100 150
-150
-100
-50
0
50
100
150
0
25
50
75
100
125
150
cm
Figura 4-Manchas de solos mais escuros no sítio Ba2 Figura 5 -Distribuição do material
arqueológico no Ba2
40
- Sítio arqueológico Barcarena 3
O sítio Barcarena 3 foi escavado em malha de 20 x 20 m, está implantado em superfície
aplainada recoberto por capoeira baixa e áreas de roçado com plantio de mandioca, milho e
algumas árvores frutíferas. Nesse sítio ocorre a presença de uma mancha escura (Figura 6) e
camada arqueológica pouco espessa, (Figura 7). A camada arqueológica é também pouco
espessa, chegando a 30 cm. O sítio foi escavado em malha de 20 x 20m ficando delimitado
com 83 quadras, das quais 20 resultaram estéreis. A ocupação ceramista ficou evidenciada em
63 quadras que resultaram em 2986 fragmentos cerâmicos (Tabela 1).
Dos três sítios resgatados o Ba3 foi o que apresentou menor área. O material pré-
histórico encontrado é composto basicamente por fragmentos cerâmicos e raros líticos.
solo mais
escuro
solo mais
escuro
-100 -50 0 50
-200
-150
-100
-50
0
5
10
15
solo mais
escuro
cm
-100 -50 0 50
-200
-150
-100
-50
0
0
40
80
120
160
200
240
280
320
cm
Figura 6-Manchas de solos mais escuros no sítio Ba3 Figura 7- Distribuição do material
arqueológico no Ba3
41
- Sítio arqueológico Breu Branco 1
O sítio arqueológico Breu Branco 1 está implantado na porção superior de um platô, a
cerca de 4 km do rio Tocantins (Figura 8). O sítio se estende com forma irregular para a
direita, margeando o barranco, em terreno coberto por pasto, com pequenas ilhas de capoeira
baixa. O sítio, escavado em malha de 40 x 40 m, foi delimitado com a escavação de 334
quadras, das quais 67 resultaram estéreis. Das sondagens que apresentaram material
arqueológico, 79 delimitaram a ocupação ceramista e a ocupação pré-cerâmica esteve presente
em 267 quadras.
O sítio apresenta uma ocupação ceramista sub-superficial de baixa densidade, pequena
extensão e pouca espessura (0 a 30 cm), fortemente perturbada pela ação antrópica recente.
As dimensões e demais características desta parte do registro arqueológico devem ter sido
originalmente bem diferentes da forma como se apresentam hoje. Os artefatos líticos são raros
em meio aos fragmentos cerâmicos (Tabela1).
- Sítio arqueológico Breu Branco 2
O sítio arqueológico Breu Branco 2 também está implantado na porção superior de um
platô (Figura 9). Está em sua maior parte coberto por pastagem, com trechos de capoeira mais
alta em suas extremidades direita e esquerda. O solo apresenta manchas de terra mais escura,
em tons diferentes, cuja disposição espacial foi mapeada.
Apresenta uma ocupação ceramista sub-superficial de alta densidade, extensa, espessa
(40 a 60 cm) e bem preservada. Artefatos líticos ocorrem em meio aos fragmentos cerâmicos
com algumas lâminas de machados (Tabela 1).
O sítio Breu Branco 2 foi escavado em malha de 40 x 40 m e ficou delimitado com
232 quadras, das quais 36 foram estéreis. Das sondagens onde ocorreu material arqueológico,
133 delimitaram a ocupação ceramista, ficando a ocupação pré-cerâmica delimitada por 196
quadras. Da mesma forma que no sítio anterior, o material é composto basicamente de
artefatos líticos, inteiros, fragmentados, completos ou inacabados, além de amostras de
matéria-prima e várias estruturas de fogueira.
42
Figura 8: Mapeamento do Sítio Breu Branco 1.
Fonte: Scientia Consultoria - Relatório Parcial 1: Projeto de Salvamento de sítios
arqueológicos. 2005.
43
MAPEAMENTO SÍTIO BREU BRANCO 02
LEGENDA
Sondagem
Cerca
Estrada
Torre
Curvas de Nível
MAPEAMENTO
BREU BRANCO-Pa
01
Greyce Oliveira
Rosielle Souza Pegado/ Othon Kléber Lima Mendes
07-11-2005 1:4000124.800m
LOCAL:
FOLHA:
DESENHO:
CROQUI:
DATA: ESCALA:
ÁREA:
2
SÍTIO BREU BRANCO II
240V
R
i
o
200V
160V
520E
480E 440E
400E360E320E
280E
240E 200E 160E 120E 80E 40E
40D 80D 120D
160D
200D 240D
280D
320D 360D
400D
440D
120V
60V
40V
P. 0
40R
60R
120R
160R
200R
240R
280R
Figura 9. Mapeamento do Sitio Breu Branco 2
Fonte: Scientia Consultoria - Relatório Parcial 1: Projeto de Salvamento de sítios
arqueológicos. 2005
44
4.2 Caracterização dos solos
Os solos identificados foram Latossolos Amarelos, textura argilosa e média no
município de Breu Branco, e Argissolos Amarelos antrópico e típico de textura arenosa /
média no município de Barcarena, todos distróficos.
4.3 Atributos Físico-hídricos do Solo
Nas Tabelas 2 e 3 respectivamente, podem ser visualizados os resultados das
descrições morfológicas e da análise granulométrica dos solos dos sítios de Terra Preta
Arqueológica (TPA) e áreas adjacentes (AD’s) de perfis descritos e coletados em sítios
arqueológicos nos municípios de Barcarena (Argissolos) e no município de Breu Branco
(Latossolos), Estado do Pará.
Os resultados obtidos evidenciam a presença de solos minerais, profundos, bem
drenados, de textura variando de arenosa a média com horizonte B textural nos Argissolos e
textura, médio e argilosa com B latossólico nos Latossolos. Os Argissolos apresentam
diferença marcante de textura entre os horizontes superficiais e subsuperficiais que caracteriza
a presença de horizonte B textural (Embrapa 2006), com ocorrência de alto conteúdo de
fração areia grossa presente nos horizontes superficiais, semelhantes ao horizonte B Kandico
(Estados Unidos, 1994). Nos Latossolos a diferença de textura entre os horizontes superficiais
e subsuperficiais é menos intensa, ocorrendo um aumento gradativo em profundidade que
caracteriza a presença de horizonte B latossólico.
A seqüência de horizonte é do tipo A, B, C, com coloração bruno escura no horizonte
A e bruno amarelada e/ou amarelo brunado nos horizontes subsuperficiais, enquadrando-os
como solos amarelos na classificação brasileira de solos ( Figura 10,11,12, 13 e 14)
(Embrapa, 2006).
45
Tabela 2. Características físicas e morfológicas de Argissolos Amarelos, no município de Barcarena, Estado do Pará.
Areia Argila
Grossa Fina
Silte
Total ADA
Horiz. Prof. (cm) Cores
g kg
-1
de solo
% grau
de floc.
Silte/
argila
Classe textural Estrutura Consistência Transição
ARGISSOLO AMARELO Distrófico típico, textura arenosa/ média– PERFIL 1 AD– Coord.:
AP 0-10 10YR5/3 540 250 170 40 20 50 4,3 areia fran. fr, peq a méd gran
3
m. fri não pl não peg
5
plana gradual
A2 10-26 10YR4/4 460 310 70 160 20 88 0,4 fran. aren.
1
fr, peq a méd gran m. fri ; não pl não peg Plana difusa
AB 26-38 10YR4/3 500 260 100 140 40 71 0,7 fran. aren. fr peq a méd subang
4
m. fri ; não pl não peg plana difusa
BA 38-56 10YR5/4 420 320 60 200 80 60 0,3 fran. aren fr peq a méd subang m. fri ; não pl não peg plana gradual
BT1 56-70 10YR5/5 420 270 90 220 100 55 0,4 fran. arg. aren.
2
fr peq a méd subang m. fri lig pl lig peg
6
plana difusa
BT2 70-93 10YR5/6 410 300 50 240 100 58 0,2 fran. arg. aren. fr peq a méd subang m. fri lig pl lig peg plana difusa
BT3 93-145 10YR5/8 380 340 60 220 60 73 0,3 fran. arg. aren. fr peq a méd subang m. fri lig pl lig peg plana difusa
BT4 145-90 10YR6/8 420 280 100 200 60 70 0,5 fran. arg. aren. fr peq a méd subang m. fri lig pl lig peg plana
ARGISSOLO AMARELO Tb Distrófico antrópico, textura arenosa/ média – PERFIL 2 TPA– Coord.:
AP 0-12 10YR3/3 500 300 140 60 20 67 2,3 areia fran fr.peq.méd.gran. m. fri ; não pl não peg plana difusa
A2 12-31 10YR4/3 440 330 110 120 40 67 0,9 fran aren fr.peq.méd.gran. m. fri ; não pl não peg plana difusa
AB 31-49 10YR4/4 480 330 50 140 60 57 0,4 fran aren fr.peq.méd.subang. m. fri; não pl não peg plana gradual
BA 49-72 10YR6/8 400 310 70 220 80 64 0,3 fr. arg. aren. fr.peq.méd.subang. m. fri lig pl lig peg plana difusa
BT1 72-100 10YR5/8 390 300 70 240 100 58 0,3 fr. arg. aren. fr.peq.méd.subang. m. fri lig pl lig peg plana difusa
BT2 100-53 10YR5/8 360 300 20 320 100 69 0,1 fr. arg. aren. fr.peq.méd.subang. m. fri lig pl lig peg plana difusa
BT3 153-95 10YR6/8 390 290 80 240 100 58 0,3 fr. arg. aren. fr.peq.méd.subang. m. fri lig pl lig peg plana
ARGISSOLO AMARELO Tb Distrófico abruptico, textura arenosa/ média– PERFIL 3 AD– Coord.:
Ap 0-7 10YR3/3 360 340 220 80 20 75 2,8 areia fran fr, peq a méd gran m. fri ; não pl não peg plana difusa
A2 7-18 10YR3/2 380 330 210 80 20 75 2,6 fran aren. fr peq a méd gran m. fri ; não pl não peg plana difusa
A3 18-27 10YR3/3 380 390 150 80 20 75 1,9 fran aren fr peq a méd subang m. fri ; não pl não peg plana e gradual
AB 27-37 10YR4/3 340 390 150 120 20 83 1,3 fran aren fr peq a méd subang m. fri ; não pl não peg plana difusa
BA 37-54 10YR5/6 270 350 140 240 200 17 0,6 fran arg aren fr peq a méd subang m. fri lig pl lig peg plana difusa
BT1 54-85 10YR4/4 280 300 160 260 200 23 0,6 fran arg aren fr peq a méd subang m. fri lig pl lig peg plana difusa
BT2 85-130 10YR5/8 320 280 120 280 120 57 0,4 fran arg. aren fr peq a méd subang m. fri lig pl lig peg plana difusa
BT3 130-90 10YR6/8 300 280 140 280 120 57 0,5 fran arg aren fr peq a méd subang m. fri lig pl lig peg plana
1.franco arenosa; 2. franco argilo arenosa; 3. fraca, pequena e média granular; 4. fraca, pequena e média subangular; 5. muito friável, não plástica e não pegajosa; 6. muito friável,
ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; 7. moderadamente, subangular pequena média.; 8. muito fraca, granular; 9. dura; friável não plástica não pegajosa; 10. dura, friável,
ligeiramente pegajosa; 11.muito friável, plástica, pegajosa; 12. muito friável plástica, pegajosa.
46
Continuação da Tabela 2
Areia Argila
Grossa Fina
Silte
Total ADA
Horiz.
Prof.
(cm)
Cores
g kg
-1
de solo
% grau
de floc.
Silte/
argila
Classe textural Estrutura Consistência Transição
ARGISSOLO AMARELO Tb Distrófico antrópico, textura arenosa/ média- PERFIL 4 TPA– Coord.:
Ap 0-8 10YR3/3 460 290 170 80 20 75 2,1 areia fran. aren. fr peq a méd gran dura,fri; não pl n peg
9
plana difusa
A2 8-17 10YR4/3 350 290 220 140 40 71 1,6 fran arg aren fr peq a méd gran dura,fri; não pl n peg plana e gradual
AB 17-31 10YR5/6 360 290 210 140 80 43 1,5 fran arg aren fr peq a méd subang dura,fri; não pl n peg plana clara
BA 31-51 10YR5/4 320 320 120 240 80 67 0,5 fran arg. aren fr peq a méd subang dura, fri lig pl lig eg
10
plana difusa
BT1 51-83 10YR5/8 310 270 100 320 160 50 0,3 fran arg aren fr peq a méd subang dura, fri lig pl lig peg irr. abru.
BT2 83-108 10YR6/6 300 270 110 320 160 50 0,3 fran arg aren fr peq a méd subang dura, fri lig pl lig peg plana
ARGISSOLO AMARELO Distrófico abruptico, textura arenosa/ média – PERFIL 5AD – Coord.:
A1 0-7 10YR3/3 470 300 170 60 20 67 2,8 areia fran. fr. peq e méd suban fri ; não pl não peg plana difusa
AB 7-21 10YR3/3 380 350 190 80 40 50 2,4 areia fran. mod subang peq a méd
7
fri ; não pl não peg plana difusa
BA 21-51 10YR5/3 370 300 130 200 120 40 0,7 fran aren. mod subang peq a méd fri não pl , lig peg plana e gradual
BT
1
51-79 10YR5/6 300 320 140 240 160 33 0,6 arg.aren . mod subang peq a méd m. fri pl peg
11
plana clara
BT
2
79-103 10YR5/8 310 320 110 260 160 38 0,4 arg.aren. mod subang peq a méd m. fir m pl m peg
12
plana
ARGISSOLO AMARELO Distrófico antrópico abruptico, textura arenosa/ média– PERFIL 6TPA – Coord.:
AP 0-7 10YR3/1 440 350 170 40 20 50 4,3 areia fran. m. fr peq. méd gran
8
fri; não pl não peg plana difusa
A2 7-21 2.5Y4/2 290 390 240 80 20 75 3,0 areia fran. fr, peq a méd gran fri não pl, não peg plana difusa
AB 21-36 2.5Y5/2 310 380 230 80 40 50 2,9 fran aren arg fr peq a méd subang fri ; não pl, lig n peg plana difusa
BA 36-66 2.5Y5/3 290 360 150 200 140 30 0,8 fran aren arg fr peq a méd subang dura, fri não pl n peg plana clara
BT1 66-94 10YR7/6 280 320 160 240 180 25 0,7 fran aren arg for subang méd a gran m. fri lig pl.lig peg plana difusa
BT2 94-126 10YR5/4 300 290 170 240 180 25 0,7 fran arg.aren. mod méd a gran subang m. fri .lig pl.lig peg. plana difusa
BT3 126-55 10YR6/6 290 310 140 260 180 31 0,5 fran.arg aren. mod peq méd subang m. fri .lig pl.lig peg. plana gradual
BT4 155-77 10YR7/4 300 280 120 300 180 40 0,4 fran arg.aren. mod peq méd subang m. fri .lig pl.lig peg. plana
47
1.franco arenosa; 2. franco argilo arenosa; 3. fraca, pequena e média granular; 4. fraca, pequena e média subangular; 5. muito friável, não plástica e não pegajosa; 6. muito friável,
ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; 7. moderadamente, subangular pequena média.; 8. muito fraca, granular; 9. dura; friável não plástica não pegajosa; 10. dura, friável,
ligeiramente pegajosa; 11.muito friável, plástica, pegajosa; 12. muito friável plástica, pegajosa.
Tabela 3. Características físicas e morfológicas de Latossolos Amarelos, no município de Breu Branco, Estado do Pará.
Areia Argila
Grossa Fina
Silte
Total ADA
Horiz. Prof. (cm) Cores
g kg
-1
de solo
% grau
de floc.
Silte/
argila
C
lasse textural
1
Estrutura
1
Consistência
1
Transição
LATOSSOLO AMARELO Distrófico típico, textura argilosa – PERFIL 7 AD
A
1
0-5 10YR3/3 530 147 83 240 40 83 0,3 fr.arg. aren gran peq subang fri ; não pl não
peg
plana clara
AB 5-10 10YR4/3 483 150 47 320 80 75 0,1 arg. aren peq a méd subang mod fri lig pl lig
peg
plana difusa
BA 10-24 2.5Y6/8 455 139 46 360 100 72 0,1 arg. aren subang peq a méd mod fri ,lig pl , lig
peg
plana difusa
Bw
1
24-32 2.5Y7/6 457 134 89 320 100 69 0,3 arg.aren mod méd peq subang m. fri pl peg plana gradual
Bw
2
32-63 10YR7/8 399 136 25 440 100 77 0,1 arg. aren mod d e peq subang m. fri pl peg plana difusa
Bw
3
63-94 10YR7/8 440 146 34 380 100 74 0,1 arg. aren mod d e peq subang m fri pl peg plana difusa
Bw
4
94-115 10YR6/6 407 153 20 420 100 76 0,0 arg. aren mod d e peq subang m fri pl peg plana difusa
LATOSSOLO AMARELO Distrófico antrópico, textura média – PERFIL 8 TPA
A
1
0-18 5YR2/1 665 200 55 80 40 50 0,7 Aren fran. fr. peq.méd.gran fri.n. pl. e n. peg plana
difusa
A2 18-32 5YR3/1 613 209 58 120 40 67 0,5 fran.aren fr. peq.méd.gran fri; não pl não peg plana
clara
AB 32-50 5YR3/2 578 207 75 140 20 86 0,5 fran.aren fr. peq.méd.gran fri ,não pl, lig peg plana
abrupta
BA 50-70 10YR5/6 592 206 62 140 40 71 0,4 aren fran aren fr. peq.méd. subangran m fri n pl n peg plana
difusa
Bw1 70-96 10YR5/8 567 196 57 180 60 67 0,3 fran aren fr. peq.méd. subangran m fri n pl m peg plana
difusa
Bw2 96-116 10YR 6/7 552 201 67 180 80 50 0,5 fran aren fr. peq.méd. subangran m fri n pl, n peg plana
difusa
Bw3 116-96 10 YR 6/8 587 205 28 180 60 67 0,2 fran aren fr. peq.méd. subangran m fri n pl, n peg plana
difusa
Bw4 196-20 7.5YR 6/8 608 194 21 180 40 75 0,3 fran aren fr. peq.méd. subangran m fri n pl, n peg plana
48
Figura 10 - Perfil de área Adjacente (Ba1) Figura 11 – minitrincheiras de solo em sítios de
Terra Antropogênica (Ba2)
Figura 12 - Perfil de Terra Antropogênica (Ba1)
49
Figura 13- Perfil de Área adjacente (B3)
Figura 14 – Perfil de Área adjacente de solos de sítios de Latossolos de Breu Branco (p7).
50
Os resultados da análise granulométrica e da descrição morfológica (Tabela 2 e 3) dos
perfis de AD’s e TPA, observa que a coloração do horizonte A varia de bruno acinzentado
muito escuro a bruno no matiz 10YR e 2,5Y e no horizonte B varia de bruno amarelo a
amarelo brunado no matiz 10YR. A classe de textura varia de areia franca a franca arenosa no
horizonte A e de franco arenosa a franco argiloso arenosa no horizonte Bt e franco argilo
arenosa e argilosa no horizonte Bw. A estrutura do solo varia de fraca pequena e média
granular no horizonte A e fraca pequena e media bloco subangular no horizonte Bt e Bw. A
consistência do solo é muito friável quando úmido e não plástico e não pegajoso e
ligeiramente plástica e pegajosa no horizonte A nos Argissolos Amarelos e Latossolos
Amarelos textura média e Bt respectivamente, quando o solo encontra-se molhado.
A composição granulométrica é dominada pela fração areia, que é influenciada pelo
material de origem constituído essencialmente por material retrabalhado de natureza arenosa-
argilosa. A distribuição de partículas evidencia a tendência do conteúdo das frações areia
(areia grossa e areia fina) em decrescer, enquanto a fração argila total tende em aumentar com
a profundidade e a fração apresenta um comportamento irregular em profundidade nos perfis
de AD’s e TPA’s.
Os conteúdos das frações granulométrica nos perfis de solo de AD’s e de TPA’s
variam na ordem de 580 a 800 g kg
-1
de solo, de 20 a 240 g kg
-1
de solo e de 40 a 320g kg
-1
de solo, para as frações areia, silte e argila total, respectivamente (Tabela 2 e 3). A argila
dispersa em água apresenta maior concentração no horizonte Bt, sugerindo um processo de
iluviação de argila nesses horizontes, assim como, uma possível perda da argila dispersa dos
horizontes superficiais em função do movimento lateral da água influenciada pelo uso do
solo, durante o período de maior precipitação no ano. A relação silte/argila nos horizontes Bt
varia de 0,1 a 0,7, evidenciando um estágio de intemperismo bastante avançado (VAN
WAMBEKE, 1962).
4.3.1 Retenção de água e Água disponível
Nos Argissolos em referência a caracterização hídrica do solo representada pelas
curvas características de água é importante para relacionar a umidade existente nas camadas
do solo e a tensão na qual a água está retida. Os conteúdos de água retida nos diferentes pontos
de tensão representados pelas curvas de retenção ajustadas pelo modelo de Van Genuchten
(1980) (Figuras 15, 16, 17 e 18) para os perfis de AD’s e TPA nos Argissolos, para as
profundidades de 0-10, 10-20, 20-40 e 40-60 cm, evidenciam para essa relação com maior
51
eficiência, nos quais onde se observando-se variações das características físicas e hídricas por
camadas de solos. (Tabela 4)
A horizontalidade das curvas características tende a iniciar-se a partir da tensão de 600
Kpa para os perfis de AD’s TPA1,TPA2 e TPA3 referentes aos sítios de Barcarena, resultados
esses semelhantes aos obtidos por Oliveira Junior et al (1997) estudando solos do Nordeste
paraense. Esse fato indica que é mínima a quantidade de água disponível para as plantas,
nesses solos, sob tensão superior a 600 KPa .
Pelos resultados médios das propriedades físico-hidrícas dos perfis de solo (Tabela 4)
de AD’s - área adjacente ao sítio e de TPA’s-Terra Preta Arqueológica dos sítios, observa-se
um decréscimo em profundidade da água retida na tensão de - 60cm de água, com valor
máximo de 0,283 m
3
m
-3
na camada de 0-10cm de profundidade, enquanto que, nas tensões de
-100 a -1500cm nos perfis de TPA2 e TPA3 aumenta gradativamente em profundidade. Na
tensão de -1500cm ocorreu um aumento gradativo em profundidade tanto nos perfis de AD’s,
como de TPA’s; entretanto, nos perfis de AD’s e TPA1 ocorreu um decréscimo na camada
10-20cm. Nas tensões de -100 a -1000 cm, aumenta gradativamente em profundidade após
essa camada. Esse aumento em profundidade pode ser atribuído aos conteúdos da fração
argila total que aumentam no mesmo sentido (Figura 15, 16, 17 e 18).
52
Tabela 4. Resultados médios de retenção de água do solo em diferentes tensões nos Sítios
arqueológicos do município de Barcarena, Estado do Pará.
m
3
m
-3
Prof. Retenção de Água
(cm) 60 100 330 1000 1500
AD’s
0-10 0,283 0,223 0,190 0,158 0,048
10-20 0,257 0,205 0,177 0,109 0,056
20-40 0,255 0,207 0,162 0,121 0,065
40-60 0,257 0,223 0,196 0,161 0,099
TPA1
0-10 0,387 0,207 0,174 0,147 0,034
10-20 0,281 0,173 0,131 0,099 0,054
20-40 0,278 0,175 0,132 0,101 0,062
40-60 0,258 0,222 0,182 0,152 0,103
TPA2
0-10 0,314 0,226 0,187 0,151 0,049
10-20 0,267 0,220 0,191 0,155 0,077
20-40 0,267 0,233 0,211 0,180 0,104
40-60 0,279 0,250 0,230 0,198 0,138
TPA3
0-10 0,197 0,178 0,152 0,107 0,032
10-20 0,214 0,189 0,163 0,106 0,047
20-40 0,244 0,223 0,206 0,162 0,065
40-60 0,254 0,242 0,227 0,187 0,122
53
F
i
gura 15. Curvas características de retenção de água da camada de 0-10 cm nos perfis
de solos dos sítios arqueológicos de Barcarena.
1 10 100 1000 10000 100000
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
10-20 cm
Umidade volumétrica (m
3
. m
-3
)
Potencial Matricial (-cm de água)
AD
TP1
TP2
TP3
Figura 16. Curvas características de retenção de água da camada de 10-20 cm nos
perfis de solos de sítios arqueológicos de Barcarena.
54
1 10 100 1000 10000 100000
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0-10 cm
Umidade volumétrica (m
3
. m
-3
)
Potencial Matricial (-cm de água)
AD
TP1
TP2
TP3
1 10 100 1000 10000 100000
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
20-40 cm
Umidade volumétrica (m
3
. m
-3
)
Potencial Matricial (-cm de água)
AD
TP1
TP2
TP3
Figura 17. Curvas características de retenção de água da camada de 20-40 cm nos
perfis de solos dos sítios arqueológicos de Barcarena.
1 10 100 1000 10000 100000
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
40-60 cm
Umidade volumétrica (m
3
. m
-3
)
Potencial Matricial (-cm de água)
AD
TP1
TP2
TP3
Figura 18. Curvas características de retenção de água da camada de 40-60 cm nos
perfis de solos dos sítios arqueológicos de Barcarena.
55
A água disponível (Ad) varia nesses solos de 0,12 m
3
m
-3
a 0,283 m
3
m
-3
, com valores
iniciais nas camadas superficiais decrescendo gradativamente com a profundidade em todos
os perfis de AD’s, TPA1, TPA2 e TPA3 nos sítios em Barcarena. As curvas características de
retenção de água são importantes para avaliar a quantidade de água está retida. Os conteúdos
de água retida nos diferentes pontos de tensão ajustada pelo método de Van Genuchten (1980)
(Figura 18) para os perfis de AD’s a TPA’s nas profundidades estudadas são de maior
eficiência, onde se observa variações dessas características.
A quantidade de água disponível calculada pela diferença entre os conteúdos de água
retidos nas tensões de 6kPa e 1500kPa, varia de 0,19 a 0,25 m
3
m
-3
, com teores mais altos nas
camadas superficiais, decrescendo em profundidade. A água disponível acumulada até a
profundidade de 40 a 60 cm é superior a 0,85 m
3
m
-3
, evidenciando que na ausência de
chuvas há presença de umidade no solo por vários dias. (Figura 18).
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0-10 10-20 20-40 40-60
Profundidade (cm)
m
3
m
-3
AD's
TPA1
TPA2
TPA3
Figura 19. Resultados médios de água disponível nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e TPA3 dos
sítios de Barcarena.
56
Quando se comparam os resultados dos perfis dos solos, observa-se que os maiores
valores para água disponível, estão nos perfis TPA1, com valores na ordem de 0,35 m
3
m
-3
,
diferindo estatisticamente dos demais perfis (Figura 19). Nos perfis TPA2 e TPA3, na camada
superficial, apresentaram valores intermediários para o atributo estudado e não apresentaram
diferença estatística entre si, porém, diferiram dos perfis AD’s e do TPA1, na camada de 0-10
cm do solo (Tabela 5).
Tabela 5. Valores água disponível (m
3
m
-3
) em diferentes profundidades para nos Sítios
arqueológicos do município de Barcarena, Estado do Pará.
ÁGUA DISPONÍVEL
Prof. (cm) AD’s TPA1 TPA2 TPA3
0-10 0,24 Bb 0,35 Cc 0,19 Ab 0,16 Aa
10-20 0,19 Ab 0,22 Ab 0,19 Ab 0,15 Aa
20-40 0,17 Ab 0,21 Ab 0,16 Ab 0,15 Aa
40-60 0,13 Aa 0,15 Aa 0,14 Aa 0,12 Aa
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem estatisticamente pelo
teste de Scott-Knott ao nível de 5%.
4.3.2 Densidade de Solo e Densidade de Partículas.
A densidade média do solo (Ds) variou de 1,23 a 1,64 kg dm
-3
. Verificou-se um
aumento da densidade nas camadas de 20- 40 e 40- 60 cm nos perfis de AD’s e TPA3, de 20-
40, 40 -60 e 60- 80 cm no TPA1 e 10- 20, 20- 40 e 40 - 60 cm no TPA2, que correspondem
aos horizontes AB e BA, o que caracteriza a existência nesses solos de camadas adensadas,
acarretando a diminuição na macroporosidade e aumento da microporosidade, e com ausência
determinando uma diminuição da taxa de infiltração da água Esse fato pode caracterizar
perda de solo e de nutrientes pelo processo de erosão hídrica no período de maior precipitação
pluviométrica em conseqüência da saturação dos horizontes superficiais, promovendo o
movimento superficial da água (Figura 20).
Os valores médios mais altos de densidade do solo observados nos horizontes
superficiais dos perfis AD’s e TPA2 podem ser devido ao uso, mesmo com conteúdos mais
altos da matéria orgânica.
57
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
0-10 10-20 20-40 40-60
Profundi dade (cm)
Kg dm
-3
de solo
AD's
TPA1
TPA2
TPA3
Figura 20. Resultados médios de densidade do solo nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e
TPA3 dos Sítios de Barcarena
O adensamento natural nos horizontes AB e BA em Latossolos e Argissolos têm sido
observados em perfis descritos na região (Rodrigues et al., 1991; Santos, 1993; Costa Filho,
2005). De acordo com Brady (1989) o fenômeno do adensamento é decorrente da
compacidade dos horizontes subsuperficiais, da migração descendente de argila dentro do
perfil, menor teor de matéria orgânica, da menor densidade do sistema radicular da vegetação
em profundidade.
A densidade do solo varia 1,23 a 1,64 kg dm
-3
(Tabela 6) aumentando com a
profundidade e inversamente em relação com o conteúdo da matéria orgânica. Devido à ação
humana em um mesmo local, por um longo período de tempo, seria de se esperar que a
densidade do solo fosse mais elevada nos perfis de solo com TPA, porém o alto conteúdo de
matéria orgânica diminui este efeito. No entanto, em profundidade onde as percentagens de
matéria orgânica são equivalentes tanto nos perfis de solo com TPA como nos solos
adjacentes, os valores de densidade do solo são semelhantes.
58
Tabela 6. Valores médios de densidade real e densidade do solo (kg dm
-3
) em diferentes
profundidades nos sítios arqueológicos do município de Barcarena, Estado do Pará .
DENSIDADE REAL
Prof. (cm) AD’s TPA1 TPA2 TPA3
0-10 2,62 Aa 2,63 Ab 2,55 Aa 2,54 Aa
10-20 2,60 Aa 2,64 Ab 2,70 Aa 2,61 Aa
20-40 2,61 Aa 2,38 Aa 2,66 Ba 2,61 Ba
40-60 2,64 Aa 2,66 Aa 2,59 Aa 2,68 Aa
DENSIDADE DO SOLO
Prof. (cm) AD’s TPA1 TPA2 TPA3
0-10 1,47Ba 1,25 Aa 1,43 Ba 1,31 Aa
10-20 1,43 aA 1,39 Ab 1,59 Bb 1,39 Aa
20-40 1,51 Aa 1,43 Ab 1,59 Bb 1,58 Bb
40-60 1,60 Ab 1,53 AC 1,59 Bb 1,64 Ab
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem estatisticamente pelo
teste de Scott-Knott ao nível de 5%.
Nos perfis de AD’s os valores de densidade aparente situam-se em faixas mais
elevadas na camada subsuperficial do solo de 40 a 60cm, na ordem de 1,60 kg dm
-3
de solo,
não diferindo estatisticamente dos demais perfis.
Os maiores valores de densidade aparente encontram-se nos perfis TPA3,
principalmente, nas camadas superficiais do solo, o que pode ser atribuído a ocorrência de
adensamento nesse perfil.
Os maiores valores de densidade partícula foram observados nos perfis, TPA1, TPA2 e
TPA3, em todas as profundidades, não houve diferença estatisticamente entre si, com exceção
do TPA2 e TPA3 na profundidade de 20 a 30 cm do solo, com valores de 3,0 kg dm
-3
de solo
para o TPA2 e TPA3, respectivamente. Entretanto, esses valores diferiram dos obtidos nos
demais tratamentos. Esses resultados eram esperados, uma vez que a TPA3 e TPA1, há tempos
envolviam o uso antrópico desses solos.
Não foram constatadas diferenças nos valores médios de Densidade real nos
tratamentos estudados, em todas as profundidades, exceto na camada de 0-10 e 10-20, do
TPA1. Vários trabalhos mostram que a densidade real em solos antropogênicos houve um
maior revolvimento desses solos, isso explica valores baixos (Tabela 6).
59
Os menores valores de densidade partícula foram observados nos perfis AD’s
e TPA1
na ordem de 2,33 e 2,61 Kgdm
3
de solo, não diferindo estatisticamente entre si. Esses valores,
porém deferiram somente dos obtidos nos tratamentos TPA2 e TPA3 (Figura 21).
O perfil de solo de TPA3 foi o que apresentou os maiores valores médios para o
atributo físico de densidade real, diferindo estaticamente dos demais. Os perfis de AD’s, TPA1
e TPA2 apresentaram valores médios intermediários, não diferindo estaticamente entre si.
Enquanto que a TPA2 foi o tratamento que apresentou os menores valores de densidade real
na ordem de 0,10 kg dm
-3
do solo.
Os dados médios de densidade de partícula nos solos variam de 2,55 a 2,75 kg dm
-3
,
com tendência de aumento em profundidade com predomínio de componentes inorgânicos e
baixos teores de óxidos de ferro.
2,20
2,30
2,40
2,50
2,60
2,70
2,80
0-10 10-20 20-40 40-60
Profundi dade(cm)
kg dm
-3
AD's
TPA1
TPA2
TPA3
Figura 21. Resultados médios de densidade de partículas nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e
TPA3 dos Sítios de Barcarena.
4.3.3 Porosidade Total, Macroporosidade e Microporosidade.
Na Tabela 8 estão evidenciados os valores médios para porosidade total,
macroporosidade e microporosidade. Ocorreram estaticamente diferenças significativas ao
nível de 5% pelo teste de Scott-Knott com relação aos perfis de solos para macroporosidade e
microporosidade.
60
Tabela 7. Valores médios de macroporosidade, microporosidade e porosidade total (m
3
m
-3
)
em diferentes profundidades nos sítios arqueológicos do município de Barcarena, Estado do
Pará .
MACROPOROSIDADE
Prof. (cm) AD’s TPA1 TPA2 TPA3
0-10 0,13Ba 0,12Aa 0,11 Aa 0,30Bc
10-20 0,16A 0,16Ba 0,13Aa 0,26Bc
20-40 0,16Aa 0,17Ba 0,12Aa 0,20Bb
40-60 0,15Aa 0,18Ba 0,10 Aa 0,14Ba
MICROPOROSIDADE
Prof. (cm) AD’s TPA1 TPA2 TPA3
0-10 0,29Bb 0,38 Cb 0,31 Bb 0,19Aa
10-20 0,25Ba 0,28 Ba 0,27 Ba 0,20Aa
20-40 0,25Ba 0,28 Ba 0,27 Ba 0,21Aa
40-60 0,26Ba 0,26 Aa 0,28 Ba
0,24 Ab
POROSIDADE TOTAL
Prof. (cm) AD’s TPA1 TPA2 TPA3
0-10 0,44Ba 0,53Bb 0,43Aa 0,49 Bb
10-20 0,45Ba 0,47Bb 0,40Aa 0,46 Bb
20-40 0,42Aa 0,39Aa 0,40Aa 0,39Aa
40-60 0,39Aa 0,42Aa 0,39Aa 0,39Aa
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem estatisticamente pelo
teste de Scott-Knott ao nível de 5%.
Para porosidade total observa-se que não houve diferença estatística nos perfis TPA2 e
TPA3, sendo que a diferença apresenta-se nos perfis AD’s e TPA1 nas camadas de 0-10 e 10-
20 cm de profundidade (Figura 22). Com relação à profundidade não houve diferença
estatística para macroporosidade nos perfis AD’s e TPA2, sendo possível observar que houve
diferença significativa apenas nos perfis TPA1 e TPA3 nas camadas 20-40 e 40-60 cm
(Figura 23). Quanto à microporosidade houve diferença significativa para os perfis TPA1 e
TPA3, sendo nos perfis AD’s e TPA2 apresentaram resultados semelhantes e não
apresentaram diferença significativa (Figura 24).
61
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0-10 10-20 20-40 40-60
Profundidade (cm)
m
3
m
-3
AD's
TPA1
TPA2
TPA3
Figura 22. Resultados médios de porosidade total nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e TPA3 dos
sítios de Barcarena.
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0-10 10-20 20-40 40-60
Profundidade (cm)
m
3
m
-3
AD's
TPA1
TPA2
TPA3
Figura 23. Resultados médios de macroporosidade de solo nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e
TPA3 dos sítios de Barcarena.
62
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0-10 10-20 20-40 40-60
Profundidade (cm)
m
3
m
-3
AD's
TPA1
TPA2
TPA3
Figura 24. Resultados médios de microporosidade de solo nos perfis AD’s, TPA1, TPA2 e
TPA3 dos Sítios de Barcarena.
Para a porosidade total apresentou diferença estatística apenas nas camadas de 0-10 e
10-20 cm, enquanto que, nas camadas 20-40 cm e 40-60 cm não houve diferença estatística,
apresentando valores semelhantes. Para a macroporosidade observa-se que foi
estatisticamente diferente em todas as camadas, sendo maior no perfil TPA3. Este fato pode
está relacionado com o menor teor de areia grossa nas camadas de 10-20 cm, 20-40 cm e 40-
60 cm, sendo maior o teor de areia fina superior apenas na camada de 0-10 cm. Para a
microporosidade o TPA3 apresentou menor valor, apresentando diferença estatística nas
camadas de 0-10 e 40-60, e nas camadas de 10-20 e 20-40 apresentou valores semelhantes.
Os resultados médios de porosidade total (Pt) (Tabela 7) variando de 0,39 a 0,53 m
3
m
-
3
, apresentam a tendência de diminuir em profundidade, com variação na quantidade de poros
influenciada pela densidade do solo, classe de textura e conteúdo de matéria orgânica. Esses
valores estão dentro da faixa normal encontrada em solos minerais.
O perfil TPA2 apresentou o menor valor de porosidade nas camadas superficiais de
solo, o que não demonstra diferença estatística, observada apenas em TPA1 e TPA3.
Os resultados de macroporosidade apresentaram valores inferiores aos de
microporosidade com exceção do TPA3, onde os valores de macroporosidade apresentaram-
se mais elevados, variando de 0,14 a 0,30 m
3
m
-3
. A variação nos valores de microporosidade
parece refletir na variação observada nos teores de água disponível, sendo a microporosidade
a principal responsável pela retenção de água (Figura 24).
63
O aumento nos valores de microporosidade nos horizontes superficiais indica uma
taxa de infiltração mais lenta nos horizontes superficiais pela diminuição dos valores de
macroporosidade em profundidade com exceção dos perfis AD’s, TPA1 e TPA2.
Os valores de microporosidade (Tabela 7) demonstram que os valores mais elevados
nos horizontes superficiais são em decorrência dos conteúdos de matéria orgânica e da fração
areia que os valores de microporosidade (Figura 24).
A distribuição do volume dos poros ao longo dos perfis evidencia tendências da
macroporosidade variando de 0,100 a 0,30 m
3
m
-3
e a microporosidade variando de 0,20 a
0,39 m
3
. m
- 3
de diminuírem com a profundidade e a densidade do solo em aumenta e os
valores de matéria orgânica e da fração areia total que decrescem no mesmo sentido.
Baver et al (1972) observaram que a macroporosidade com valor menor que 0,100 m
3
m
-3
, limita o desenvolvimento e proliferação de raízes. Na área o valor mais baixo de
macroporosidade foi 0,100 m
3
. m
- 3
, no horizonte Bt do TPA2 3 idêntico ao valor
determinado por Baver et al (1972), demonstra que a maioria dos solos garante suficiente
aeração, permeabilidade e a capacidade de retenção de água. (KHIEL, 1979).
O perfil TPA1 apresentou os maiores valores para a microporosidade de solo, na
ordem de 0,38 m.
3
.m
-3
de solo, tendo diferido estaticamente dos outros tratamentos, apenas
nas camadas de 0-10 cm e 40-60 cm de solo. Os perfis AD’s e de TPA2 apresentaram valores
médios intermediários para o atributo microporosidade e não diferiram estatisticamente entre
si. Já no TPA3, foi verificado o menor valor médio para este atributo, diferindo
estatisticamente dos demais perfis.
Segundo Brady (1989), dependendo das condições a que os solos estão submetidos,
ocorre diferenças no total e tamanho de poros nos diversos solos, variando com a
profundidade e diminuindo em alguns solos compactados, atingindo de 0,25 a 0,30 m
3
.m
-3
, o
qual responde pelo menos em parte pela aeração inadequada dos solos, sendo que os de
textura média situam-se na faixa de 0,30 a 0,50 m
3
.m
-3
e os argilosos que variam de 0,39 a
0,53 m
3
.m
-3
. Como os solos dos sítios do município de Barcarena são de textura
arenosa/média os valores observados estão dentro da faixa preconizada por BRADY (1989).
Os valores médios mais altos de porosidade total (Pt) nas camadas 0-10 cm e 10-20
cm dos solos são devido aos menores valores de densidade do solo no TPA1 e conteúdo de
matéria orgânica e densidade do solo no TPA3.
Pode-se observar que os perfis TPA1 e TPA3 apresentaram os maiores valores médios
de porosidade total, já a área adjacente (AD’s) e TPA2, apresentaram valores intermediários
64
com menores valores, na camada superficial do solo, não apresentando diferença estatística
entre si, apesar de não demonstrarem diferença numérica entre si.
Observa-se que, em todos os perfis, há uma tendência de redução dos valores de
porosidade total, em profundidade, podendo tal fato estar relacionado à redução do teor de
matéria orgânica (Tabela 7) em todos os perfis estudados.
Os resultados da análise granulométrica e da descrição morfológica dos miniperfis
(10-20cm) (Tabela 8), mostrou que a coloração do horizonte A varia de bruno escuro a bruno
no matiz 10YR. A classe de textura varia de areia franca a franco arenosa. A estrutura do solo
varia de fraca pequena e média granular. A consistência do solo é friável quando úmido e não
plástico e não pegajoso.
A composição granulométrica é dominada pela fração areia. A distribuição de
partículas evidencia a tendência do conteúdo das frações areia (areia grossa e areia fina).
Os conteúdos das frações granulométrica nas profundidades de 10-20 cm de solo
variam na ordem de 327 areia fina a 486 g kg
-1
de solo, no sítio Ba1 aumentando na direção
inferior para esquerda do sítio, no Ba2 varia de 353 a 496 g kg
-1
, decrescendo no sentido
inferior direita do sítio, no Ba3 varia de 306 a 438 g kg
-1
aumentando na direção inferior
esquerda do sítio, para as frações areia. Para fração silte no sitio Ba1 varia de 50 a 121 g kg
-1
,
no Ba2 57 a 124 g kg
-1
ambos decrescendo no sentido inferior esquerda e direita do sítio, no
Ba3 varia de 83 a 164 g kg
-1
apresentando valores mais elevados. A fração argila total no Ba1
varia de 60 a 180 g kg
-1
, no Ba2 varia de 60 a 120 g kg
-1
aumentando na direção superior
direita, no Ba3 varia de 80 a 200 g kg
-1
apresentando valores mais elevados na direção
inferior e inferior esquerda do sítio. A argila dispersa em água valores próximos no sitio Ba1
e Ba3 variando de 20 a 40, no Ba2 apresenta um valor constante 20. A relação silte/argila
varia de 0,7 a 1,7 nos sítios Ba2 e Ba3, sendo neste primeiro valores decrescendo no sentido
inferior direita e aumentando no outro na direção inferior esquerda do sítio. Enquanto no Ba1
os valores variam de 0,5 a 0,9 apresentando uma relação menor.
65
Tabela 8. Resultados de análises morfológicas e físicas de amostras de solos em profundidade de 10-20 cm em sítios arqueológicos, no município
de Barcarena, no Estado do Pará.
Areia
g
kg
-1
Argila
Iden.
Prof.
Cor./mosq.
Grossa Fina
Silte
g
kg
-1
Total
g
kg
-1
ADA
Grau de
floc.(%)
Silte/arg. Clas.
text.
Estrutura
Consist.
Ba1
20V-60E 10-20 10YR4/3 431 364 85 120 20 83 0,7 fran.aren fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
40V-60E 10-20 10YR4/3 385 354 121 140 40 71 0,9 fran.aren fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
60V-60E 10-20 10YR4/3 462 330 68 140 20 86 0,5 fran.aren fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
80V-60E 10-20 10YR4/3 412 327 81 180 20 89 0,5 fran.aren fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
60R-60E 10-20 10YR4/2 444 365 91 100 20 80 0,9 areia fran. fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
80R-60E 10-20 10YR4/2 453 373 74 100 20 80 0,7 areia fran. fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
120R-60E 10-20 10YR4/2 486 404 50 60 20 67 0,8 areia fran. fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
ARGISSOLO AMARELO Ba2
60D 10-20 10YR44/3 458 386 96 60 20 67 1,6 areia fran. fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
60D-20V 10-20 10YR4/3 430 399 71 100 20 80 0,7 areia fran. fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
60D-40V 10-20 10YR4/3 448 383 89 80 20 75 1,1 areia fran. fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
60D-80V 10-20 10YR4/3 425 411 64 100 20 80 0,6 areia fran. fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
60D-100V 10-20 10YR4/4 401 395 124 80 20 75 1,6 areia fran. fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
60D-120V 10-20 10YR4/4 399 398 83 120 20 83 0,7 fran.aren fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
60D-160V 10-20 10YR4/3 443 353 104 100 20 80 1,0 areia fran. fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
60D-20R 10-20 10YR4/2 496 367 57 80 20 75 0,7 areia fran. fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
60D-40R 10-20 10YR4/2 438 360 82 120 20 83 0,7 fran.aren fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
ARGISSOLO AMARELO Ba3
40R 10-20 10YR4/2 352 306 142 200 40 80 0,7 fran.aren fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
40R-20E 10-20 10YR4/4 384 352 164 100 20 80 1,6 areia fran. fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
40R-40E 10-20 10YR4/4 415 346 119 120 20 83 1,0 fran.aren. fr. peq.méd.gran fr,não pl , lig peg
40R-60E 10-20 10YR4/3 421 376 83 120 20 83 0,7 fran.aren fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
40R-80E 10-20 10YR4/3 426 317 137 120 20 83 1,1 fran.aren fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
40R100E 10-20 10YR4/3 426 358 136 80 20 75 1,7 areia fran. fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
40R-120E 10-20 10YR4/3 438 311 131 120 20 83 1,1 fran aren fr. peq.méd.gran fr; não pl não peg
40R-140E 10-20 10YR4/3 400 390 110 100 40 60 1,1 areia fran.
fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
40R-160E 10-20 10YR4/3 420 370 130 80 20 75 1,6 areia fran.
fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
40R-180E 10-20 10YR4/4 422 326 152 100 20 80 1,5 areia fran.
fr. peq.méd.gran fr não pl não peg
66
4.4 Atributos Químicos
4.4.1 Reação do solo
Os resultados das análises de pH em água e KCl são apresentados na tabela 9 e 10 e na
tabela, para os horizontes superficiais e subsuperficiais.
Os Solos Argissolos normalmente apresentam fertilidade natural muito baixa,
resultante de um pH fortemente ácido para os horizontes superficiais e moderadamente ácidos
para os demais horizontes (Tabela 9). Na região de Barcarena, os sítios Ba1, Ba2 e Ba3,
mostram um decréscimo nos valores de pH com a profundidade, tanto nas TPA’s como em
suas respectivas áreas adjacentes. Apresentando os seguintes valores: Ba1 varia de 5,6 a 4,6
na TPA e 5,1 a 4,7 na AD (Figura 25). Esses valores são próximos aos encontrados por Kern
& Costa (1997) (5,3 a 6,3 ) em Argissolos no sítio Ponta Alegre, Caxiuanã-Pa. No sítio Ba2
os valores de pH nos perfis TPA e AD
variam 5,0 a 4,7 e 4,9 a 4,5 (Figura 26)
respectivamente e no Ba3 esses valores variam de 5,5 a 4,7 na TPA e 5,0 a 4,6 no AD (Figura
27).
Os valores de Δ pH são negativos (Tabela 9), implicando na presença dominante de
cargas superficiais líquidas negativas (TOMÉ JÚNIOR, 1997).
Os solos Latossolos de textura média (BB1) e (BB2) evidenciam para esses solos um
baixo nível de fertilidade natural, variando de 5,3 a 5,5 de TPA (BB2) (Tabela 10) que
resultou em uma reação moderadamente ácida, com valores decrescendo em profundidade,
refletindo uma reação fortemente ácida com exceção dos horizontes A2, AB e B2. Em AD
(BB1) (Figura 28) inicialmente há um acréscimo nos horizontes superficiais de (AD
4
) em
solos de textura argilosa com valores de pH em água variando de 4,5 a 5,3 demonstrando um
aumento em profundidade ficando estáveis nos horizontes Bw, com exceção de Bw
4
, quando
houve um acréscimo novamente.
Os valores de ΔpH são negativos variando na ordem de - 0,5 a - 1, 2, que reflete a
dominância de cargas superficiais líquidas negativas.
67
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6
BT
1
Ap
2
Ap
1
AB
BA
BT
2
BT
3
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
1
pH em água
Profundidade (cm)
TP1
AD1
Figura 25. Comportamento do pH em função das profundidades em perfis de solos no Sítio
Barcarena 1
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
4,45 4,50 4,55 4,60 4,65 4,70 4,75 4,80 4,85 4,90 4,95 5,00
BA
BA
BT
1
BT
2
BT
3
AB
A
3
A
2
AP
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
pH em água
Profundidade (cm)
TPA2
AD2
Figura 26. Comportamento do pH em função das profundidades em perfis de solos no Sítio
Barcarena 2.
71
Figura 27. Comportamento do pH em função das profundidades em perfis de solos no Sítio
Barcarena 3.
200
150
100
50
0
4,5 4,6 4,7 4,8 4,9 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
AB
A
2
A
1
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
AB
A
1
pH em Água
Profundidade (cm)
TPA4
AD4
Figura 28. Comportamento do pH em função das profundidades em perfis de solos no Sítio
Breu Branco.
4.4.2 Matéria Orgânica
Os resultados médios da matéria orgânica, em diferentes profundidades, nos perfis
estudados variaram de 10,45 g kg
-1
de solo no TPA
1
, 20,00 g kg
-1
no TPA
2
e 26,66 g kg
-1
no TPA
2
e TPA
3
, respectivamente (Tabela 11). Sendo os teores mais elevados na camada de 0-10 cm de
profundidade (Figura 29, 30, 31 e 32).
Tabela 11. Valores médios de matéria orgânica g kg
-1
em diferentes profundidades nos sítios
arqueológicos do município de Barcarena, Estado do Pará .
MATÉRIA ORGÂNICA
Prof. (cm) AD’s TPA1 TPA2 TPA3
0-10 20,00 Bc 10,45 Ab 26,66 Cd 26,66 Cc
10-20 11,66 Bb 7,15 Ab 22,33Cc 22,33 Cb
20-40 9,66 Bb 4,80 Aa 19,23 Cb 22,33 Cb
40-60 7,66 Ba 3,20 Aa 16,00 Db 11,00 Ca
Médias seguidas por letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem estatisticamente pelo teste
de Scott-Knott ao nível de 5%.
72
Os perfis TPA
2
e TPA
3
, apresentaram os maiores valores médios de matéria orgânica,
enquanto o TPA
1,
apresentou os menores valores, nas quatro profundidades estudadas. Conforme
esperado, constatou-se uma diminuição dos teores de matéria orgânica em profundidade. O que
está relacionada com a maior deposição l de resíduos vegetais e animais, na superfície do solo e
pela natureza superficial das raízes da maioria dos vegetais. Dados semelhantes foram
encontrados por Freitas (2005)
Os perfis AD’s, por outro lado, apresentaram teor intermediário para este atributo,
enquanto que o TPA
1
apresentou os menores valores. No TPa1, houve redução substancial nos
teores de matéria orgânica em relação aos demais, provavelmente pelo uso de manejo inadequado,
apresentando diferença significativa em relação aos demais perfis.
Além do manejo inadequado a diminuição do teor de matéria orgânica no TPA
1
pode ser
atribuída à decomposição da matéria orgânica humificada em virtude do baixo retorno dos
resíduos vegetais ao solo.
A porcentagem de matéria orgânica no solo é considerada alta quando for maior que 5,0%,
média quando varia de 2,6 a 5,0%, e baixa quando for menor que 2,5% (BRASIL, 1973).
Os teores de carbono orgânico (MO) nos latossolos apresentam-se mais baixos e
decrescem com a profundidade variando com AD
4
de 2,87 a 11,05 g kg
-1
de solo, com exceção de
AP
que apresenta valores variando de 2,55 a 23,5 g kg
-1
de solo, mais baixo quando comparados
com a Terra Preta arqueológica por Lima (2001) da ordem de 34,6 g kg
-1
.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 2 4 6 8 101214
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
1
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
Ap
2
Ap
1
Matéria Orgânica (g.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA1
AD1
73
Figura 29. Comportamento da Matéria orgânica em função das profundidades nos perfis de
solos dos Sítios de Barcarena 1.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
5 1015202530
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
3
A
2
Ap
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
Matéria Orgânica (g.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA2
AD2
Figura 30. Comportamento da Matéria orgânica em função das profundidades nos perfis de
solos dos sítios de Barcarena 2.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
5 1015202530
BT
2
BT
2
BT
1
BA
A
2
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
A
1
AB
A
2
Ap
Matéria Orgânica (g.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA3
AD3
74
Figura 31. Comportamento da Matéria orgânica em função das profundidades nos perfis de
solos dos sítios de Barcarena 3.
200
150
100
50
0
510152025
A
1
AB
BA
Bw
1
Bw
2
Bw
3
Bw
4
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
AB
A
2
A
1
Profundidade (cm)
TPA4
AD4
Figura 32. Comportamento da Matéria orgânica em função das profundidades nos perfis de
solos dos sítios de Breu Branco.
4.4.3 Soma de Bases (SB), Saturação por Bases (V%) e CTC
Os valores de soma de bases nos Argissolos apresentam-se baixos variando de 0,9 a 4,1
diminuindo com a profundidade, sendo valores mais elevados os horizontes superficiais (Tabela
9).
Os valores de saturação de bases (V%) estão próximos aos encontrados por Kern & Costa
(1997) 64 a 90 %, descrendo com a profundidade, sendo os valores maiores nos horizontes
superficiais valores maiores (Tabela 9).
Os resultados de CTC efetiva são baixos nos latossolos variando de 1,22 a 2,05 cmol
c
kg
-1
de solo em AD
4
e em TP
4
os teores variam de 1,77 a 6,72, quando comparados com os valores
encontrados por Lima (2001) de 8,1 a 22,2 cmol
c
kg
-1
em Terra Preta Arqueológica, os valores
decresce em profundidade em ambos os solos, demonstrando a existência de uma relação restrita
entre CTC e matéria orgânica (Tabela 10) que também decresce em profundidade. O que
75
demonstra baixa capacidade de reter cátions nas condições naturais desses solos (LOPES &
GUIDOLIN, 1989).
Nos latossolos apresentam baixos valores de soma de bases nos latossolos é baixo,
variando de 0,6 a 1,1 cmol
c
kg
-1
em AD
4
, e TPA
4
varia de 1,6 a 6,6 1 cmol
c
kg
-1
de solo,
observando-se os valores mais altos no horizonte superficial.
Os valores de saturação por bases (V%) no TPA apresentam próximos aos encontrados
por Lima (2001) 59 a 71 %, diminuindo com a profundidade, sendo nos horizontes superficiais
valores maiores (Tabela 10).
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
Ap
2
Ap
1
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
1
Soma de Bases Trocavéis(cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA1
AD1
Figura 33. Comportamento de soma de bases trocáveis em função das profundidades nos
perfis de solos dos sítios de Barcarena 1.
76
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
3
A
2
Ap
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
Soma de Bases Trocavéis (cmol
c
.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA2
AD2
Figura 34. Comportamento de soma de bases trocáveis em função das profundidades nos
perfis de solos dos sítios de Barcarena 2.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
BT
2
BT
1
BA
A
2
A
1
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
Soma de Bases Trocavéis (cmol
c
.kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA3
AD3
Figura 35. Comportamento de soma de bases trocáveis em função das profundidades nos
perfis de solos dos sítios de Barcarena 3.
77
200
150
100
50
0
1234567
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
AB
A
1
BA
AB
A
2
A
1
Soma de Bases Trocavéis (cmol
c
.kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA4
AD4
Figura 36. Comportamento de soma de bases trocáveis em função das profundidades nos
perfis de solos dos sítios Breu Branco.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
34567
Ap
1
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
2
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
Ap
1
CTC Potencial (cmol
c
.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA1
AD1
Figura 37. Capacidade de troca de cátions em função das profundidades nos perfis de solos
dos sítios de Barcarena 1.
78
Figura 38. Capacidade de troca de cátions em função das profundidades nos perfis de solos dos
sítios de Barcarena 2.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
34567
BT
2
BT1
BA
A
2
A
1
BT
4
BT
3
BT
2
BT1
BA
AB
A
2
Ap
CTC Potencial (cmol
c
.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA3
AD3
Figura 39. Capacidade de troca de cátions em função das profundidades nos perfis de solos
sítios Barcarena 3.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
24681012
Bw
4
Bw
3
Bw
1
Bw
4
Bw
3
BA
AB
A
1
Bw
2
Bw
1
BA
AB
A
2
A
1
CTC Potencial (cmol
c
.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA4
AD4
Figura 40. Capacidade de troca de cátions em função das profundidades nos perfis de solos
dos sítios de Breu Branco.
79
4.4.4 Fósforo disponível (P)
As análises químicas dos solos estudados mostrou valores
de fósforo assimilável baixos para
os argissolos, ou seja, 14 a 44 g kg
-1
e 7 a 44 g kg
-1
demonstrando que são solos pobres em
fósforo ou que o fósforo desses solos foi assimilado pelas plantas. Esses valores são baixos
quando comparados com TPA encontrado por Lima et al, 2002 1.567 a 3.921 g kg
-1
(Figura 41,
42, 43 e 44).
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1234567
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
Ap
1
Ap
2
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
1
P(mg.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA1
AD1
Figura 41. Teores de fósforo em função da profundidade nos perfis do solo do sítio Barcarena 1.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
AB
A
3
Ap
A
2
BA
BT
1
BT
2
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
P (mg.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA2
AD2
Figura 42. Teores de fósforo em função da profundidade nos perfis do solo do Sítio Barcarena 2.
80
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
01234
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
A
1
A
2
BA
BT
1
BT
2
P (mg.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA3
AD3
Figura 43. Teores de fósforo em função da profundidade nos perfis do solo do Sítio Barcarena 3.
200
150
100
50
0
5 1015202530354045
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
AB
BA
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
AB
A
2
A
1
A
1
p(mg.kg(-1))
profundidade(cm)
TPA4
AD4
Figura 44. Teores de fósforo em função da profundidade nos perfis do solo do Sítio de Breu
Branco.
81
4.4.5 Óxidos de Ferro e Alumínio
Os teores de ferro total (Fe
2
O
3
-H
2
SO
4
) e Alumínio total (Al
2
O
3
H
2
SO
4
) aumentaram com
a profundidade variando de 5,14 a 22,50 g kg
-1
de solo (Tabela 12) e 47,08 a 275,50 g kg
-1
de
solo (Tabela 12).
4.4.6 Cobre, Manganês e Zinco
Os dados da tabela 12 mostrou teores altos de cobre demonstram os valores em AD e TPA
são altos nos horizontes superficiais variando de 0,6 a 1,3 mg kg
-1
para AD de solo e 0,7 a 1,3 mg
g
-1
para TPA, nos perfis dos argissolos. Os teores mais altos foram observados nos perfis de TPA
dos três sítios de argissolos (Tabela 12). Ressalta-se que foram encontrados valores elevados no
horizonte B de TPA de Ba2 e TPA de Ba3 quando comparados com AD (Tabela12).
As concentrações de manganês são consideradas de médio a alta em AD e TPA,
respectivamente variando de 0,6 a 13,0 mg kg
-1
de solo e 32,8 a 0,6 mg kg
-1
de solo, sendo os
valores altos observados nos horizontes superficiais. Essas concentrações diminuem com a
profundidade dos perfis de solo, tanto em AD quanto TPA, dos três sítios de argissolos, quer nos
perfis de TPA. Os teores são mais elevados nos perfis de TPA (Tabela12). Nos horizontes A de
TPA verificou-se os maiores valores e no B de TPA de Ba3 na ordem de 6,6 e 11,7 mg kg-1 de
solo.
Os teores de zinco variam de alto a baixo da ordem de 0,6 a 2,7 mg kg
-1
de solo em AD e
0,6 a 3,2 mg kg
-1
de solo em TPA, decrescendo em profundidade, sendo em AD de Perfil 1 muito
próximo não apresentando pouca diferença em valores (Tabela 12). No horizonte B de TPA do
perfil 1houve um aumento de zinco (Tabela 12). Os valores de zinco nos perfis de TPA são
maiores quando comparados com os de AD (Tabela 12)
82
Tabela 12. Teores de alumínio total, cobre, manganês e zinco nos dos sítios arqueológicos do município de Barcarena, Estado
do Para.
Horizontes Prof. (cm)
Al
2
O
3
g kg
-1
Cu (
mg kg
-1
) Mn (mg kg
-1
) Zn (mg kg
-1
)
Perfil 1-Ba1 –AD
Ap1 0-10
150
0,9 13,0 2,3
Ap2 10-26 104 0,9 0,7 1,4
A3 26-38 197 0,7 0,6 1,7
AB 38-56 224 0,8 0,7 2,7
BA 56-70
268
0,6 0,9 1,4
Bt1 70-93
242
0,6 1,4 1,0
Bt2 93-145
234
0,6 1,4 1,1
Bt3 145-190
259
0,8 0,4 1,5
Perfil 2-Ba1-TPA
Ap 0-12 65 0,9 32,8 2,9
A2 12-31 129 0,7 8,0 1,2
AB 31-49
146
0,7 13,0 1,9
BA 49-72
228
1,3 2,6 3,0
Bt1 72-100
273
0,7 1,1 0,7
Bt2 100-153
241
0,8 1,0 0,8
Bt3 153-195
275
0,8 0,6 0,7
Perfil 3-Ba2 –AD
Ap 0-7
54
0,9 4,0 0,7
A2 7-18
67
0,8 2,9 0,8
A3 18-27
97
0,8 1,5 0,6
AB 27-37
119
0,8 0,9 0,8
BA 37-54
163
0,8 0,7 0,9
Bt1 54-85 195 0,8 0,9 0,8
Bt2 85-130 233 0,9 0,8 0,7
Bt3 130-190 255 0,8 0,6 0,8
Perfil 4-Ba2-TPA
Ap 0-8 81 1,1 4,3 1,6
A2 8-17 135 0,9 0,7 0,6
AB 17-31
123
1,0 0,7 0,8
BA 31-51
212
0,9 0,8 0,6
Bt1 51-83
253
0,9 0,8 0,7
Bt2 83-108
286
1,0 0,9 0,5
Perfil 5-Ba3 –AD
A1 0-7
57
1,2 3,6 0,9
A2 7-21
73
1,2 3,4 0,8
AB 21-51
159
1,2 2,3 0,7
BA 51-79
179
1,2 1,5 0,6
Bt1 79-103
207
1,3 1,3 0,7
Perfil 6-Ba3-TPA
Ap 0-7
47
1,1 20,6 3,2
A1 7-21
62
1,1 1,2 0,7
A2 21-36
80
1,0 1,1 0,9
AB 36-66
143
1,1 28,5 1,7
BA 66-94
205
1,1 3,1 0,8
Bt1 94-126
174
1,1 0,9 0,9
Bt2 126-155
228
1,1 6,6 1,0
Bt3 155-177
212
1,3 11,7 0,9
83
4.4.7 Alumínio extraível
Os teores de alumínio extraível nos latossolos variam nos solos 0,1 a 0,9 cmol
c
kg
-1
de
solo (Tabela 10) os quais condicionados pela baixa soma de bases trocáveis, proporcionam
uma alta saturação por alumínio (Figura 45, 46, 47 e 48).
Nos argissolos os teores de Al variam de 0,2 a 1,6 cmol
c
kg
-1
de solo decrescendo com
a profundidade os quais demonstram baixa soma de bases proporcionando uma alta saturação
por alumínio (Tabela 9).
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,00,20,40,60,81,01,21,41,61,8
BT
4
Ap
2
AB
BA
BT
1
BT
2
BT
3
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
1
Ap
1
Al (cmolc.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA1
AD1
Figura 45. Teores de alumínio extraível em função da profundidade do solo do sítio Barcarena
1.
84
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,91,01,11,21,31,41,5
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
A
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
Al(cmol
c
.Kg
-1
)
Profundidade(cm)
TPA2
AD2
Figura 46. Teores de alumínio extraível em função da profundidade do solo do sítio Barcarena
2.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
A
1
A
2
BA
BT
1
BT
2
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
Al(cmol
c
.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA3
AD3
Figura 47. Teores de alumínio extraível em função da profundidade do solo do sítio Barcarena
3.
85
200
150
100
50
0
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
A
2
AB
AB
A
1
A
1
Al(cmolc.Kg
-1
)
Profundidade (cm)
TPA4
AD4
Figura 48. Teores de alumínio extraível em função da profundidade do solo do sítio de Breu
Branco.
4.4.8 Cálcio, magnésio e potássio.
Os teores de cálcio, magnésio e potássio trocáveis são mais elevados nos horizontes
superficiais, dos latossolos evidenciando que a ciclagem de nutrientes entre o solo e a planta
se processa com mais intensidade na camada superficial dos solos da área, sendo que nos
horizontes de TP
4
(Tabela 10) esses valores são mais elevados em AD
4.
O cálcio é mais
elevado nos solos de terra preta estudados por Lima (2001) 4,4 a 14,1 cmol
c
kg
-1
. O magnésio
é elevado apenas nas camadas superficial, nos demais horizontes apresenta valores próximos
aos valores neste estudo.
Os valores de Ca, Mg e K variam de 0,5 a 3,2 cmol
c
kg
-1
de solo a 0,9 cmol
c
kg
-1
de
solo, 0,02 cmol
c
kg
-1
de solo a 0,09 cmol
c
kg
-1
de solo, respectivamente, sendo os valores de
Ca e Mg mais baixos quando comparados com Terra Preta (Ca 3,3 a 15,6 cmol
c
kg
-1
; Mg 1,4 a
2,6 cmol
c
kg
-1
), Kern & Costa (1997). Já nos horizontes B apresentaram valores próximos aos
encontrados em Argissolos no Município de Barcarena. Os valores de Ca, Mg e K
aumentaram com a profundidade em alguns perfis, o que pode ter ocorrido pela
movimentação desses elementos nos perfis de solos (Tabela 9).
86
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
Ap
1
Ap
2
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
1
Ca (cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA1
AD1
Figura 49. Teores de Ca
2+
em função da profundidade do solo do sítio Barcarena 1.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
3
A
2
Ap
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
Ca (cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA2
AD2
Figura 50. Teores de Ca
2+
em função da profundidade do solo do sítio Barcarena 2.
87
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6
Ap
A
2
BA
BT
1
BT
2
BT
3
BT
4
BT
2
BT
1
A
1
BA
A
2
Ca(cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA3
AD3
Figura 51. Teores de Ca
2+
em função da profundidade do solo do sítio Barcarena 3.
200
150
100
50
0
0123456
Bw
3
Bw
2
Bw
1
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
AB
A
1
Bw
4
BA
AB
A
2
A
1
Ca (cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA4
AD4
Figura 52. Teores de Ca
2+
em função da profundidade do solo do sítio de Breu Branco, no
estado do Pará.
88
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
BT
4
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
Ap
2
Ap
1
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
1
Mg (cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA1
AD1
Figura 53. Teores de Mg
2+
em função da profundidade do solo do sítio Barcarena 1.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,40 0,42 0,44 0,46 0,48 0,50
Ap
A
3
AB
BA
BT
1
BT
2
BT
3
BT
2
BT
1
BA
AB
A
2
Ap
Mg (cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA2
AD2
Figura 54. Teores de Mg
2+
em função da profundidade do solo do Sítio Barcarena 2.
89
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
Ap
A
2
AB
BA
BT
1
BT
2
BT
3
BT
4
BT
2
BT
1
BA
A
2
A
1
Mg (cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA3
AD3
Figura 55. Teores de Mg
2+
em função da profundidade do solo do Sítio Barcarena 3.
200
150
100
50
0
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
A
1
AB
BA
Bw
4
Bw
3
Bw
2
Bw
1
BA
AB
A
2
A
1
Mg (cmol
c
.dm
-3
)
Profundidade (cm)
TPA4
AD4
Figura 56. Teores de Mg
2+
em função da profundidade do solo do Sítio Breu Branco.
90
Na tabela 14 pelos resultados apresentados os valores de pH em água no sítio Ba1 variou de
4,3 a 5,4 apresentando-se como uma reação fortemente ácida, no Ba2 caracteriza-se como
extremamente ácida nas posições superiores para direita e inferiores para direita, nos demais
fortemente ácida, variando de 3,9 a 5,1 já no Ba3 a maioria apresentou-se como uma reação
fortemente ácida variando de 4,0 a 4,6. Os maiores valores de cálcio encontra-se no sítio Ba2
na posição mais acima do sítio, os valores variam de 0,4 a 1,9 cmol
c
kg
-1
. Nos outros dois
sítios os valores são bem próximos variando respectivamente de 0,3 a 0,8 cmol
c
kg
-1
no Ba1 e
0,3 a 0,5 cmol
c
kg
-1
no Ba3. O magnésio no Ba1 apresenta valores baixos variando de 0,4 a
0,7 cmol
c
kg
-1
no Ba2 os valores variam de 0,6 a 1,0 cmol
c
kg
-1
e no Ba3 variam de 0,5 a 1,1
cmol
c
kg
-1
, portanto valores mais altos em relação a Ba1. O potássio no Ba1 e Ba2 apresentou
valores próximos variando de 0,02 a 0,13 cmol
c
kg
-1
e o no Ba3 varia de 0,02 a 0,05 cmol
c
kg
-
1
. O sódio no Ba1 apresenta valores que variam de 0,02 a 0,08, cmol
c
kg
-1
, Ba2 0,02 a 0,09
cmol
c
kg
-1
e o Ba3 diferente dos outros dois apresenta valores que variam de 0,02 a 0,04
cmol
c
kg
-1
. A soma de bases no sítio Ba1 apresenta valores variando de 0,9 a 1,4, em Ba2 1,1
a 2,6, valores mais elevados comparados com os dois sítios, sendo em Ba3 valores variando
de 0,9 a 1,8. Os valores de alumínio extraível varia de 0,7 a 1,1 cmol
c
kg
-1
, no sítio Ba1
apresentando valores próximos aos encontrados no sítio Ba3 varia de 0,7 s 1,4, diferente dos
encontrados em Ba2 varia de 0,4 a 1,2, valores mais baixos quando,o que esta relacionado à
baixa soma de bases que varia de 0,7 a 2 . A CTCE variou em Ba1 1,86 a 2,31, no Ba2 variou
de 2,14 a 2,96 e Ba3 variou de 1,77 a 2,84.
A CTC potencial o Ba1 variou de 4,02 a 5,89, em Ba2 varou de 4,36 a 5,98 e Ba3
varou de 2,64 a 6,38, apresentando valores mais baixos em alguns transectos. A matéria
orgânica varou Ba1 de 4,45 a 9,51 e no Ba2 4,45 a 10,93, valores próximos e 6,47 a 8,80 no
Ba3 valores mais altos. O fósforo varia de 1 a 3 no Ba1 sendo maior nos transectos ( 40V-
60Ee 120R-60E) no Ba2 variou de 1 a 4 mg.kg
-1
apresentando menores valores nos
transectos (20V-60D e 20R-60D), no Ba3 variou de 1 a 13 mg kg
-1
apresentando valores mais
altos , sendo que a medida que vai para esquerda valores aumentaram.
91
4.5 Comportamento espacial das características químicas de amostras de solos em
profundidade de 10-20 cm, no município de Breu Branco, estado do Pará.
A distribuição areal mostra a concentração do Al variando de 0,1 a 1,4 cmol
c
kg
-1
de
solo com uma maior concentração no sentido norte e sul negativo do sítio. O potássio varia de
0,03 a 1,02 cmol
c
kg
-1
de solo, com as maiores concentrações na parte sul negativa. O sódio
varia de 0,04 a 0,9 cmol
c
kg
-1
de solo. sua concentração está no sentido superior direito e
esquerdo sendo a maior concentração no sentido inferior esquerda e em menor quantidade na
parte inferior direita.
Para os valores de Ca+Mg há maior concentração na direção superior esquerda e
inferior esquerda e direita do sítio, variando de 0,5 a 7,6 cmol
c
kg
-1
de solo.
Os valores de pH expressa uma maior concentração no sentido superior esquerdo,
variando de 4,2 a 7,1. O conteúdo de matéria orgânica concentra-se se na parte inferior
esquerda e superior esquerda do sítio, variando de 4,59 a 23,44 cmol
c
kg
-1
de solo.
Para os valores de fósforo há uma variação de 1 a 106 apresentando uma maior
concentração no sentido inferior esquerda do sitio. O fósforo é um dos principais elementos
diagnósticos de ocorrência de TPA, seus teores elevados reforçam a hipótese do uso do solo
por grupos pré-histórico.
Os resultados evidenciam que o comportamento espacial das variáveis, há uma inter-
relação na concentração dentro do sítio.
-40
0
-300 -200 -100
0
100 20
0
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
0
0.1
0.3
0.5
0.7
0.9
1.1
1.2
-400 -300 -200 -100 0 100 200
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
0
0.02
0.04
0.05
0.06
0.08
0.1
0.2
Al cmol
c
kg
-1
de solo K cmol
c
kg
-1
de solo
93
-400 -300 -200 -100 0 100 200
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
0
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
0.09
0.1
0.2
0.3
-400 -300 -200 -100
0
10
0
20
0
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
0
0.7
0.9
1.1
1.3
1.5
2
2.5
3.5
4.5
6
7
Na cmol
c
kg
-1
de solo Ca+Mg cmol
c
kg
-1
de solo
Figura 57. Distribuição espacial de Al, K, Na, Ca+Mg na profundidade 10-20 cm no
arqueológico sítio Breu Branco 2.
-400 -300 -200 -100 0 100 200
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
0
2
4
4.5
5
5.5
6
6.5
7
-400 -300 -200 -100 0 100 200
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
0
3
6
9
12
15
18
21
24
pH MO g kg
-1
de solo
94
-40
0
-30
0
-20
0
-10
0
0
10
0
20
0
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
0
5
10
15
20
35
50
65
85
95
100
P mg kg
-1
de solo
Figura 58. Distribuição espacial de pH, MO e P na profundidade 10-20 cm no arqueológico
sítio Breu Branco 2.
4.6 Classificação dos solos
Comparando as características dos solos descritos e coletados nos sítios nos municípios
de Barcarena e Breu Branco, Estado do Pará, com os solos TPA encontrados em outros sítios
(Kern, 1988 e 1996: Mora et al., 1991; Hilbert, 1955; Kern &Costa, 1997; Sombroek, 1966;
Kern & Kampf, 1989; Lima, 2001; Embrapa, 2001, 2002) observa-se que os solos deste estudo
apresentam baixos conteúdos de Matéria orgânica, Ca
++
, Mg
++
, P disponível e valores de pH.
Estes valores são mais baixos nos horizontes A superficial do que em outros solos TPA.
A caracterização de horizonte A antrópico ou antropogênico faz referencia a altos
conteúdos de matéria orgânica ( 10 g kg
-1
de solo ) e de P disponível da ordem de 250 mg
.kg
-1
de solo, juntamente com fragmentos de cerâmica indígena, que indica atuação antrópica
na formação dos solos TPA.
Os baixos conteúdos de matéria orgânica, Ca
++
, Mg
++
, P disponível, principalmente nos
sítios em Barcarena, pode ser atribuído ao uso intensivo desses solos, acarretando uma
depleção desses elementos, com diferenças numéricas muito pequenas para os solos das áreas
adjacentes (AD).
95
Segundo Kampf & Kern 2005, as TPA’s podem ser identificadas e distinguidas dos solos
circunvizinhos por algumas características observáveis no campo, como exemplo cores
escuras, espessura do horizonte A, presenças de fragmentos de cerâmica, líticos, de carvão,
classe de textura, outros e /ou determinados no laboratório como exemplo: pH, teor de CO,
teores de P, Mg, Ca e microelementos - Mn, Zn, Cu, e outros. Essas características tornam
possível o estabelecimento para identificação e classificação desses solos, por fazem parte das
assinaturas antrópicas, independentes das classificações pedológicas conhecidas como
normais.
Na ausência de altos teores desses elementos sugere-se o uso da presença de cerâmica
indígena na proporção de 15% por volume em qualquer um dos horizontes A superficiais com
espessura 15 cm, para ser enquadrado como horizonte A antrópico à semelhança do
horizonte plíntico (Embrapa, 2006).
Analisando-se comparativamente as características e propriedades dos solos dos sítios
em Barcarena e de Breu Branco, (Tabela 14) com as características e critérios diferenciais
adotados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solo (Embrapa, 2006) e os apresentados
e discutidos por Kampf et al, (2003) e Kampf & Kern (2005), os solos podem ser enquadrados
nas classes seguintes (Tabela 15).
96
Segundo Kampf & Kern (2005) os sistemas de classificação pedológica concebidos para fins
de levantamento de solos e interpretação para a agricultura não tem sido eficiente para
agrupamento e diferenciação das diversas classes de solos antrópicos, de maneira que atenda
as exigências dos diversos especialistas envolvidos no estudo desses solos.
Os mesmos autores ressaltam que os sistemas de classificação de solos utilizam com
maior ênfase as propriedades diagnosticas dos horizontes subsuperficiais por serem menos
susceptíveis a alterações por atividades humanas. Como exemplos citam a SiBCS (Embrapa,
2006) como Soil Taxonomy (Estados Unidos, 1998) que diferem a influencia da atividade
humana (antiga e contemporânea) muito vagamente na forma de um horizonte diagnóstico
antrópico. Por outro lado, enfatizam que a legenda de solos do mundo da FAO (ISSS - ISRIC-
FAO, 2006) distingue os solos formados ou profundamente modificados por atividades
humanas denominados de processos antropogenicos, como adição de materiais orgânicos ou
resíduos domésticos ou cultivo, representados pela classe Antrossolos.
Tendo em vista que a classe Antrossolos, não preenche todos os requisitos para
distinguir satisfatoriamente os diferentes tipos de TPA, foi proposta por Kampf et al (2003)
uma legenda para classificação de solos antrópicos antigos, nova e independentes, com a
finalidade de promover a interdisciplinaridade das diversas áreas de pesquisa que atuam nos
ecossistemas desses solos.
A legenda de classificação de Arqueo-antrosssolos proposta por Kampf et al (2003)
utiliza como característica diferencial ou diasnostica um horizonte arqueo-antropogênico, para
identificar a classe dos Arqueo-antrossolos, termo que foi proposto para designar os
antrossolos antigos. Essa legenda prioriza os horizontes da parte superior do perfil do solo
onde ocorreram transformações por ação antrópica, modeladas por atividades humanas antigas
continuadas e de longa duração. As características e propriedades desse horizonte foram
desenvolvidas por processos de adição e/ ou aplicações de resíduos e materiais orgânicos ou
terrosos na superfície do solo durante um longo período de tempo, sob influencia de processos
pedogenéticos subseqüentes (incluindo bioperturbação). As características e propriedades
diferenciadas do horizonte arqueo-antropogênica são apresentadas em Kampf et al. (2003) e
Kampf & Kern, (2005). A identificação de um solo como Arqueo – Antrossolos constitui o
primeiro nível da legenda de classificação, na qual as distintas classes são diferenciadas em
três níveis adicionais.
No segundo nível são identificadas as classes ou suas combinações relacionadas a
atributos do solo oriundas de processos antrópicos antropogênicos e/ou antropogeomorficos
inferidos. Para os perfis estudados seriam relacionados os atributos seguintes:
99
-Ágrico - (do latim ager-lavoura)- supõe-se a formação deliberada por práticas agrícolas
antigas, como derrubada e queima da vegetação, e/ou adição de resíduos ou compostos
orgânicos durante longos períodos de tempo. É identificada por teor de CO 14 g kg
-1
de
solo,teor de carvão 10g kg
-1
de solo, baixo teor de P disponível ( < 50 mg kg
-1
de solo),
usualmente baixos teores de Ca
2+
+Mg
2+
(< 4 cmol
c
kg
-1
de solo); baixo teor de artefatos ( <
10g kg
-1
de solo).
-Hórtico (do latim hortus, horta) – resultante de prolongada habitação com adições casuais de
resíduos orgânicos domésticos e de material cultural. Apresenta teor de CO 14 g.kg-1 de solo e
p disponível 65 mg kg
-1
de solo. Possui normalmente teores de Ca
2+
+Mg
2+
4 cmol
c
kg
-1
de
solo e a presença de material arqueológico ( 10g kg
-1
de solo).
No terceiro nível da legenda são identificadas as classes caseadas em atributos do
horizonte arqueo – antropogênico e de processos pedogenéticos subseqüentes relacionados ao
potencial agrícola, intensidade e tipo de uso, densidade populacional, tempo de ocupação,
além de outras como: cor, textura, espessura, fertilidade, adição de materiais e degração ferria.
Para os perfis estudados de TPA’s os termos empregados seria os seguintes:
-Crômico - expressa cores Munsell (úmida) mais claras valor 3 e croma 2.
-Districo - expressa baixa fertilidade: baixos teores de P disponível e Ca
2+
+Mg
2+
e baixa
saturação de bases (V< 50 %).
-Mésico- expressa horizontes com espessura de 30 a 60cm .
No quarto nível da legenda são utilizadas as características diferenciais pedogenéticas
(não antropogênicas) do solo, conforme relacionado dos sistemas de classificação de solos
(WRB, SiBS, Soil Taxonomy e outros. Como exemplo podem ser usados os atributos:
arêmico, câmbico, espódico, ferralico, nitico e outros.
Para os perfis estudados podem ser utilizados os seguintes atributos:
- Abruptico – expressa presença de mudanças textural abrupta dentro de 100 cm da superfície
do solo.
-Ferralico - expressa presença de horizontes ferrálico dentro de 200 cm da superfície do solo (
ramente em Antrossolos).
Melânico- expressa melanização; tem coloração escura, valor e croma < 3; teor de CO 10g
kg
-1
de solo até a profundidade de 0,60 m em materiais argilossos e 1,0m em materiais
arenosos.
100
5. CONCLUSÕES
Os resultados apresentados e discutidos neste trabalho permitem concluir que:
Os baixos conteúdos de matéria orgânica, Ca
++
, Mg
++
, P disponível, foram encontrados nos
argissolos, devido ao revolvimento do solo e em função da baixa capacidade em reter
cátions.
Os valores de matéria orgânica em solos de TPA apresentaram-se menores devido ao uso
e manejo inadequado, decomposição da matéria orgânica, ligado ao baixo retorno dos
resíduos de vegetais ao solo.
Os valores médios de porosidade total, macroporosidade, microporosidade, água
disponível, densidade do solo e densidade real foram maiores em TPA’s que AD’s. Os
solos antropogênicos apresentaram valores médios mais baixos de densidade real, em
relação aos demais solos neste estudo.
Os valores de fósforo apresentaram-se baixos em função de terem sido assimilados pelas
plantas ou por ter sido perdido no solo.
O alumínio extraível diminui em profundidade mostrando uma baixa soma de bases
desses solos e uma alta saturação de alumínio.
O uso intensivo do solo, depleção dos elementos químicos com diferenças pequenas para
as áreas adjacentes.
Esses se apresentam como solos muitos arenosos, ácidos, com baixa fertilidade natural em
função do processo natural (lixiviação), da intensificação do uso das terras e práticas de
manejo desenvolvidas nesses solos.
101
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANDRADE, A. Investigacion arqueológica dos antrosolos de Araracuara. Fundación
Investigaciones Arquelógicas Nacionales Banco de la República, 1986.
BASTOS, Terezinha Xavier. O estudo atual dos conhecimentos das condições climáticas da
Amazônia brasileira. In: INSTITUTO DE PESQUISA AGROPECUARIA DO NORTE.
Zoneamento agrícola da Amazônia, Belém-Pa, 1 ª aproximação. 1972.p.68-122. (IPEAN.
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