Download PDF
ads:
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO
DE NOVOS 3-METIL-1H-1-PIRAZOL METIL
ESTERES 5-SUBSTITUÍDOS EM CAMUNDONGOS
Carla Mirelle Giotto Mai
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UFSM
Dissertação de Mestrado
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO
DE NOVOS 3-METIL-1H-1-PIRAZOL METIL
ESTERES 5-SUBSTITUÍDOS EM CAMUNDONGOS
Carla Mirelle Giotto Mai
PPGBT
SANTA MARIA – RS – BRASIL
2007
ads:
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO
DE NOVOS 3-METIL-1H-1-PIRAZOL METIL
ESTERES 5-SUBSTITUÍDOS EM CAMUNDONGOS
__________________________________________________
por
Carla Mirelle Giotto Mai
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Bioquímica Toxicológica da Universidade Federal de Santa
Maria, como requisito parcial para a obtenção do grau de
Mestre em Bioquímica Toxicológica.
PPGBT
SANTA MARIA – RS – BRASIL
2007
Lista de Abreviaturas
viii
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Naturais e Exatas
Programa de Pós-Graduação em Bioquímica Toxicológica
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO DE
NOVOS 3-METIL-1H-1-PIRAZOL METIL ESTERES 5-
SUBSTITUÍDOS EM CAMUNDONGOS
elaborada por
Carla Mirelle Giotto Mai
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Bioquímica Toxicológica
COMISSÃO EXAMINADORA:
____________________
Maribel Antonello Rubin
(Orientadora)
____________________ ____________________
Michele Rechia Fighera Nilo Zanatta
Santa Maria, 31 de agosto de 2007.
Lista de Abreviaturas
viii
A sabedoria é saber o que se deve fazer;
a virtude é fazê-lo.
(David Starr Jordan)
Lista de Abreviaturas
viii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pois sem Ele não conseguimos nada. Ele
nos guia e nos dá a força que precisamos para enfrentar os obstáculos.
Aos meus pais Julio e Rovena e meu marido Luciano que me
deram apoio, paciência, otimismo e força para não desistir e foram meus
ombros amigos quando eu mais precisava. Amo vocês.
Aos meus irmãos Caroline e Ângelo pelos momentos de
descontração, alegria e companheirismo.
A minha filha Alice que participou dos experimentos nove meses
comigo e depois soube entender a minha ausência.
Aos meus orientadores Maribel e Carlos, agradeço pela dedicação,
orientação e oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Em
especial à professora Maribel pelo empenho e incentivo nessa fase final.
Ao professor Juliano, um incansável co-orientador, sempre
disposto a me ajudar. Você tem minha admiração e respeito pela sua
inteligência e trabalho.
Aos amigos Gabriela Trevisan, Carine, Mateus, Alissara, Márcia e
outros que contribuíram e fizeram força para que esse trabalho desse
certo, sem medir esforços. Com certeza, sem vocês, eu não conseguiria
chegar ao fim.
Lista de Abreviaturas
viii
A minha mestra e sempre amiga Alessandra de Souza, um anjo
que Deus colocou no laboratório para me trazer alegria, amizade e
sabedoria. Obrigada amiga.
A todos que fazem parte do Laboratório que contribuíram para meu
crescimento, meu carinhoso, muito obrigada.
Lista de Abreviaturas
viii
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURA........................................................................VII
LISTA DE FIGURAS .................................................................................IX
LISTA DE TABELAS ..................................................................................X
RESUMO ..................................................................................................XI
ABSTRACT ..............................................................................................XII
I. INTRODUÇÃO .......................................................................................1
II. OBJETIVOS ..........................................................................................7
II.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................8
II.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................8
III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................9
III.1 – DOR E NOCICEPÇÃO .................................................................10
III. 1. 1 – CLASSIFICAÇÃO DA DOR ...........................................11
III. 1. 1. 1 – DOR AGUDA ..................................................11
III. 1. 1. 2 – DOR CRÔNICA ..............................................13
III. 2 – MECANISMOS NEURAIS DA DOR .............................................14
III. 2. 1 – MODULAÇÃO PERIFÉRICA .........................................14
III. 2. 2 – MODULAÇÃO CENTRAL ..............................................15
III. 3 – MEDIADORES QUÍMICOS DA DOR E DA INFLAMAÇÃO .........16
III. 3. 1 – NEUROTRANSMISSORES DA DOR ............................18
III. 3. 1. 1 –SUBSTÂNCIA P (SP) .......................................18
III. 3. 1. 2 – GLUTAMATO ..................................................18
III. 3. 1. 3 – PROSTAGLANDINAS (PGs) ...........................20
III. 4 – TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOR .............................21
III. 4. 1 – DERIVADOS PIRAZOLÍNICOS .....................................23
III. 4. 1. 1 – MECANISMOS DE AÇÃO ..............................25
IV. MÉTODOS E RESULTADOS ............................................................31
V. ARTIGO ..............................................................................................32
VI. DISCUSSÃO ......................................................................................57
VII. CONCLUSÕES .................................................................................62
VIII. REFERÊNCIAS ................................................................................64
Lista de Abreviaturas
viii
LISTA DE ABREVIATURAS
AAEAminoácido(s) excitatórios
AC Adenilatociclase
AINEs – Antiinflamatórios não esteróidais
AMPA – Ácido DL-α-amino-3-hidróxi-5-metil-4-isoxazole-propiônico
ANOVA – Análise de variância
B50 - 2-(5-triclorometil-3-fenil-5-hidroxi-4,5-dihidro-1H-pirazol-1-il)-4-
feniltiazol
CFA – Adjuvante Completo de Freund
CGRPPeptídeo relacionado ao gene da calcitonina
COXCiclooxigenase
E. V.Endovenosa
EP - Receptor para prostaglandina E
FNT-αFator de necrose tumoral α
FR 140423 3-(difluormetil)-1-(4-methoxifenil)-5-[4-metilsulfinil) fenil]
pirazol
GMPGuanosina monofosfato
i.p. – Intraperitoneal
IASP – Associação Internacional para o Estudo da Dor
IL – Interleucina
IP - Receptor para prostaglandina I
MPCA – 3-fenil-5-hidroxitriclorometil-1H-1-pirazolcarboxiamida
NMDA – n-metil-D-aspartato
NOÓxido Nítrico
PAG – Substância cinzenta periaquedutal
PGE
2
Prostaglandina E
2
PGIProstaglandina I
2
PGs – Prostaglandinas
PLC – Fosfolipase C
SNCSistema Nervoso Central
Lista de Abreviaturas
viii
SNKStudent Newman Keuls
SNP – Sistema Nervoso Periférico
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – (A) Anel pirazolínico. (B) Estrutura química da dipirona.
Figura 2 - FR 140423- 3-(difluormetil)-1-(4-metoxifenil)-5-[4-(metilsulfinil) fenil
pirazol.
ARTIGO
Figure 1 - Chemical structures of novel 3-methyl-1H-1-pyrazol methyl
esteres 5-substituted
Figure 2 Antinociceptive effects of compounds 1, 2, 4, 5 and dipyrone in
the hot-plate test in mice.
Figure 3 Antinociceptive effects of compounds 1, 2, 4 and 5 compared
with dipyrone in the hot-plate test in mice.
Figure 4 - Effect of compound 2 in the mechanical allodynia and in the
paw edema in the chronic inflammation induced by CFA in mice.
Lista de Abreviaturas
16
LISTA DE TABELAS
Artigo
Table 1 Effect of compounds 1, 2, 3, 4, 5, 6 and dipyrone on the latency
for the first fall and number of falls in the rotarod test and the crossings
and rearings in the open-field test.
Lista de Abreviaturas
17
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Bioquímica Toxicológica
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO DE NOVOS 3-
METIL-1H-1-PIRAZOL METIL ESTERES 5-SUBSTITUÍDOS EM
CAMUNDONGOS
Autor: Carla Mirelle Giotto Mai
Orientadora: Maribel Antonello Rubin
Co-orientadores: Juliano Ferreira e Carlos Fernando de Mello
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 31 de Agosto de 2007.
No presente estudo nós investigamos a atividade antinociceptiva de seis
derivados 1-H-1-pirazol metil ester no teste da placa quente e inflamação
causada por Adjuvante Completo de Freund (CFA) em camundongos. A
administração de 3,5-dimetil-1H-1-pirazol metil ester (1), 3-metil-5-triclorometil-
1H-1-pirazol metil ester (2), 5-diclorometil-5-hidroxi-3-metil-4,5-dihidro-1H-1-
pirazol metil ester (4), 5-(cloro-difluor-metil)-5-hidroxi-3-metil-4,5-dihidro-1H-1-
pirazol metil ester (5) (20 1000 µmol/kg, i.p.) produziram antinocicepção no
teste da placa quente. Todos os compostos, exceto o composto 4, não causaram
alterações motoras nos testes de locomoção forçada em cilindro giratório e
campo aberto. Os compostos 3 e 6 não tiveram efeito antinociceptivo no teste da
placa quente. O composto 2 por apresentar boa atividade antinociceptiva no
teste da placa quente e ser desprovido de efeitos motores, foi testado em um
modelo de dor crônica. O composto 2 (0.6 – 20 µmol/kg, i.p.) efetivamente
reduziu alodínia mecânica causada por CFA (83 8 %) e edema de pata. Os
resultados do presente estudo sugerem que os novos derivados 1-H-1-pirazol
metil ester, particularmente o composto 2, tem um bom potencial analgésico
contra dores aguda e crônica.
Lista de Abreviaturas
18
ABSTRACT
Dissertation of Master’s degree
Post Graduation Program in Toxicology Biochemistry
Federal University of Santa Maria, RS, Brazil
ASSESSMENT OF THE ANTINOCICEPTIVE POTENTIAL OF NOVEL
3-METHYL-1H-1-PYRAZOL METHYL ESTERS 5-SUBSTITUTED IN
MICE.
Author: Carla Mirelle Giotto Mai
Advisors: Maribel Antonello Rubin
Juliano Ferreira
Carlos Fernando de Mello
Date and place of defense: Santa Maria, august 31, 2007.
In the present study the antinociceptive activity of six 1-H-1-pyrazol methyl ester
derivatives in the hot-plate test and Complete Freund’s Adjuvant (CFA)-induced
inflammation in mice was investigated. The administration of 3,5-dimethyl-1H-1-
pyrazole methyl ester (1), 3-methyl-5-trichloromethyl-1H-1-pyrazole methyl ester
(2), 5-dichloromethyl-5-hydroxy-3-methyl-4,5-dihydro-1H-1-pyrazole methyl ester
(4), 5-(chloro-difluoro-methyl)-5-hydroxy-3-methyl-4,5-dihydro-1H-1-pyrazole
methyl ester (5) (20 1000 µmol/kg, i.p.) produced antinociception in the hot
plate test. All compounds, except compound 4, did not cause motor alterations in
the rotarod and open field tests. The compounds 3 and 6 did not produce
antinocicpetive effects. Since compound 2 presented good antinociceptive
activity in the hot plate test and was devoid of motor effects, we tested whether it
caused antinociception in an animal model of chronic pain. Compound 2 (0.6
20 µmol/kg, i.p.) effectively reduced CFA-induced mechanical allodynia (83 8
%) and paw edema. The results of the present study suggest that novel 1-H-1-
pyrazol methyl ester derivatives, particularly compound 2, have a good analgesic
potential against acute and chronic pain.
Lista de Abreviaturas
19
I. INTRODÃO
A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e
emocional desagradável, associada a um dano tecidual potencial ou de
fato, ou ainda descrita em termos que sugerem tal dano (Merskey e
Bogduk, 1994). A dor, além de uma sensação, é uma experiência. Isto é
importante porque as sensações possuem vias neuroanatômicas, com
receptores específicos que permitem a detecção e medida de um
estímulo. Já as experiências incorporam componentes sensoriais com
influências pessoais e ambientais importantes (Millan, 1999). No entanto,
clinica e experimentalmente se faz necessária à distinção entre a dor
percebida e a resposta ao dano tecidual ou nociceão.
Nocicepção é um termo aplicado aos mecanismos neurológicos
que detectam o estímulo lesivo (Ferreira, 2002). Essa detecção de lesão
tecidual ocorre através de transdutores especializados ligados a fibras dos
nervos periféricos do tipo A delta e C. Se a estimulação dos nociceptores
vai resultar ou não em dor depende de inúmeros fatores moduladores. A
intensidade da dor percebida varia consideravelmente, dependendo do
humor do indivíduo, da quantidade de distração com relão à dor, e das
sugestões positivas ou negativas de outras pessoas, assim como de
vários sistemas neurológicos periféricos e centrais que são capazes de
modular a transmissão nas sinapses nas vias nociceptivas (Umphered,
1994).
A transmissão do estímulo doloroso, assim como sua inibição,
envolve múltiplos mecanismos (Lewis et al. 1980). A percepção da dor se
Lista de Abreviaturas
21
inicia na periferia pela estimulação dos nociceptores, que são neurônios
diferenciados com função sensitiva cujos corpos celulares encontram-se
nos gânglios das raízes dorsais ou trigeminal, e projetam seus axônios até
o corno dorsal da medula e na ponte. Os nociceptores estão presentes
em todo o corpo e podem ser divididos em três subtipos: mecanoceptores,
com alto limiar, que respondem à pressão; receptores mecanotérmicos,
com baixo limiar, que respondem à pressão e calor e os receptores
polimodais, que respondem à pressão, calor e estímulos químicos nocivos
(Natalini, 2000). Os mecanoceptores e os receptores mecanotérmicos são
compostos por terminações nervosas livres de fibras A delta, que são
fibras mielinizadas e de condução rápida que se projetam nas lâminas II e
III da medula. Por outro lado, os receptores polimodais são inervados
pelas fibras C, que não são mielinizadas e, portanto, transmitem o
estimulo de forma mais lenta. Essas fibras projetam-se nas laminas I e II,
e são estimuladas por mediadores endógenos (Natalini, 2000). Essas
substâncias endógenas que são produzidas e/ou liberadas pelo tecido
lesionado (prostaglandinas, neuropeptídeos, cininas, aminoácidos
excitatórios e outros) estimulam os terminais nervosos sensitivos agindo
em receptores presentes na membrana desses neurônios (Björkman,
1995). Além disso, os mediadores inflamatórios liberados facilitam a
neurotransmissão e sensibilizam o nociceptor para o estímulo nocivo
(Björkman, 1995). Mais especificamente, as prostaglandinas e os
leucotrienos sensibilizam os terminais aferentes primários, tornando os
Lista de Abreviaturas
22
nociceptores periféricos mais sensíveis à bradicinina (Taiwo & Levine,
1988; Cohen & Perl, 1990). A ativão dos terminais periféricos resulta na
liberação de mediadores nociceptivos no corno dorsal da medula
espinhal.
Do ponto de vista temporal, a dor é classificada como aguda e
crônica e, sob a óptica da fisiopatologia, descreve-se a dor como
associada à inflamão, à neuropatia e à de influência pelo sistema
nervoso simpático. A dor aguda é aquela que está relacionada à
instalação de um processo patológico, seja ele de origem traumática ou
inflamatória. A dor deriva normalmente do excesso de nocicepção, porém
pode resultar tamm da sensibilização ou da hipoatividade do sistema
supressor da dor ou ambos. Ela serve como sinal de alerta para a
ocorrência da lesão. A resolução desse quadro normalmente acompanha
a finalização do quadro doloroso. Caso a dor não se resolva com o fim do
processo causal, persistindo, além da ausência da lesão, vai configurar
um dos quadros possíveis de dor crônica (Cavalcanti & Maddalena, 2003).
Na terapia da dor existem duas classes principais de drogas analgésicas.
Os opióides abolem diretamente a transmissão nociceptiva no sistema
nervosa central (SNC) (Vane, 1971; Aguirre-Banuelos e Granados-Soto,
1999). Os antiinflamatórios não esteroidáis (AINEs) são moléculas
sintéticas que possuem ões antiinflamatórias, antipiréticas e
analgésicas (Borne, 1995). No entanto, os efeitos colaterais descritos para
muitos AINES, como irritação gastrointestinal e anormalidades da função
Lista de Abreviaturas
23
renal, têm limitado o uso dessas substâncias, especialmente no
tratamento da dor crônica (Fernandez et al., 1995; Lichtenberger et al.,
1995). Por isso, é interessante obter novos AINES que possuam menos
efeitos colaterais. Os compostos de derivados pirazolínicos,
particularmente a dipirona, ganhou popularidade por seu baixo custo e
bons efeitos como analgésico e antipirético além de apresentar
quantitativamente menos efeitos colaterais quando comparado com outros
AINES (Arellano and Sacristan, 1990). Portanto, descobrir novos
compostos (incluindo os derivados pirazolínicos) nos quais não tenham
efeitos colaterais nocivos a vida e tenham atividade antiinflamatória e
analgésica tem sido sistematicamente procurada ao longo desses anos
(Ochi et al., 1999; Souza et al, 2001; Godoy et al., 2004; Tabarelli et al.,
2004; Zhou et al., 2004; Souza et al, 2005; Prokopp et al., 2006; Sauzem
et al., 2007). Embora os mecanismos dos efeitos analgésicos e
antipiréticos desses novos derivados pirazolínicos ainda não estão bem
esclarecidos, crescem as evidências sugerindo o envolvimento dos
sistemas opióide, noradrenérgico e serotoninérgico nesses efeitos (Souza
et al., 2001; Godoy et al., 2004; Prokopp et al., 2006). O primeiro relato
publicado da atividade antinociceptiva de 3-metil-5-hidróxi-5-triclorometil-
1H-1-pirazol carboxiamida (MPCA) demonstrou que esse composto
induziu a antinocicepção nas fases neurogênica e inflamatória do teste da
formalina e estes efeitos envolvem a participação de receptores espinhais
α2 e 5-HT e o tem a participação de receptores opióides (Souza et al.,
Lista de Abreviaturas
24
2001). Prokopp e colaboradores (2006) mostraram que o composto 2-(5-
triclorometil-3-fenil-5-hidroxi-4,5-dihidro-1H-pirazol-1-il)-4-feniltiazol (B50)
apresentou a participação do sistema opióide na sua atividade
antinociceptiva. Entretanto, estudos seguindo com o MPCA e seu análogo
3 fenil 5 hidróxi 5 triclorometil 1 H 1 -pirazolcarboxiamida
(FPCA) sugeriram que receptores serotoninérgicos e α
2
-adrenérgicos
espinhais estavam envolvidos na antinocicepção induzida por esses
compostos (Godoy et al., 2004). O MPCA e o FPCA também foram
testados como antipiréticos e reverteram a febre induzida por fermento de
padeiro em ratos jovens (Tomazetti et al., 2005). Considerando que uma
atividade analgésica foi observada nos derivados de compostos
pirazolínicos sintetizados pelo NUQUIMHE, s decidimos avaliar se uma
nova série de derivados 1-H-1-pirazol metil ester induzem a
antinocicepção em modelos de dor aguda (placa quente) e crônica
induzida pela administração de Adjuvante Completo de Freund (CFA) em
camundongos.
Lista de Abreviaturas
25
II. OBJETIVOS
II. 1. OBJETIVO GERAL
Investigar a ação antinociceptiva de uma nova rie de compostos
1-H-1-pIrazol metIl ester em camundongos.
II. 2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar o efeito dos compostos 1, 2, 3, 4, 5, 6 (20-1000 µmol/kg, i.p)
em modelos de dor aguda (teste da placa quente);
Avaliar o efeito dos compostos 1, 2, 3, 4, 5, 6 nos teste da
locomoção forçada em cilindro giratório;
Avaliar o efeito dos compostos 1, 2, 3, 4, 5, 6 nos teste da
locomoção espontânea no campo aberto;
Selecionar dentre os compostos testados o que apresentou melhor
desempenho em modelos de dor aguda e testa-lo em modelos de
dor crônica;
Avaliar o efeito do composto selecionado em modelos de dor crônica
(induzida pelo CFA).
Lista de Abreviaturas
III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Lista de Abreviaturas
III. 1 – DOR E NOCICEPÇÃO
Conforme a definição proposta pela IASP (International Association
for the Study of Pain), dor é uma experiência emocional, com sensação
desagradável, associada à lesão tecidual presente, potencial ou descrita
como tal (Cavalcanti e Maddalena, 2003). Dor é uma qualidade sensorial
complexa, puramente subjetiva, difícil de ser definida, descrita ou
interpretada. A dor é influenciada por ansiedade, depressão, expectativa
e outras variáveis psicológicas. É um entrelaçamento das características
físicas dos estímulos com as funções motivacionais, afetivas e cognitivas
do individuo, pois desempenha o papel de alerta, comunicando ao
indivíduo que algo está errado, podendo gerar estresse acentuado e
incapacidade física (Souza, 2005). Em indivíduos sadios, a dor serve para
propósitos altamente adaptativos relacionados com a sobrevincia. As
sensações dolorosas induzem respostas urgentes de seu avio,
provocando comportamentos como massagear (ou lamber) a área lesada,
além de raiva, grito e choro (Ganong, 1988; Agnati et al.,1991). Uma vez
que os animais o são capazes de verbalizar os componentes subjetivos
da dor, neles não se avalia dor, mas nocicepção. Sendo assim, termos
como dor e analgesia são mais adotados para humanos e nocicepção e
antinocicepção para animais (Jones, 1996).
Esses transdutores podem ser alterados por mudanças neurais ou
inflamatórias, tendo seu sinal amplificado ou inibido.
É importante ressaltar que o estímulo, seja ele, térmico, químico ou
mecânico, deve exceder um determinado limiar para que seja interpretado
pelo sistema sensorial como nociceptivo (Björkman, 1995).
III. 1.1 – Classificação da dor
Do ponto de vista temporal, a dor pode ser classificada como
aguda e crônica e, sob a óptica da fisiopatologia, descreve-se a dor como
associada à nocicepção, à neuropatia e à de influência pelo sistema
nervoso simpático (Cavalcanti & Maddalena, 2003).
III. 1. 1. 1 – Dor aguda
Dor aguda é um sintoma biológico de estimulo nocivo, como dano
tecidual devido à doença ou trauma. Pode ser altamente localizada ou
pode se irradiar. É descrita em caráter de pontadas e persiste enquanto
houver patologia tecidual (Bernard et al., 1996; Loeser & Melzack, 1999).
A lesão tecidual inicia desde a periferia (estimulação dos
nociceptores) e vai até os centros superiores, que têm como objetivos:
identificar o local da lesão; sua origem (mecânica, térmica ou química);
gerar um sinal de alerta; gerar uma resposta fisiológica; ativar os
mecanismos moduladores. A ativação dos nociceptores periféricos
provoca, além da sensação nociceptiva, uma resposta de defesa
chamada reflexo de retirada. Esse reflexo tem o objetivo de preservar a
área atingida evitando um dano tecidual maior. A lesão tecidual por
estímulo menico, térmico ou químico determina a ativação dos
nociceptores (Cavalcanti & Maddalena, 2003).
Os nociceptores são terminações nervosas livres que têm alto
limiar de excitabilidade e que detectam e sinalizam os estímulos nocivos
(Cavalcanti & Maddalena, 2003). Os nociceptores estão presentes em
todo o corpo e podem ser divididos em três subtipos: mecanoceptores,
com alto limiar, que respondem à pressão; receptores mecanotérmicos,
com baixo limiar, que respondem à pressão e calor, e receptores
polimodais, que respondem à pressão, calor e estímulos químicos
(Natalini, 2000). Os mecanoceptores e receptores mecanormicos
compostos por terminações nervosas livres de fibras A delta, que são
fibras mielinizadas e de condução rápida que se projetam, principalmente,
às laminas II e III da medula. Por outro lado, os receptores polimodais
(mecânico, térmico e químico) são inervados pelas fibras C, que não são
mielinizadas e, portanto, transmitem o estímulo de forma mais lenta.
Essas fibras projetam-se a a camada superficial no corno dorsal da
medula, mais especificamente nas lâminas I e II, e são estimuladas por
mediadores inflamatórios endógenos (Natalini, 2000). Essas substâncias
endógenas que são produzidas e/ou liberadas pelo tecido lesionado
(prostaglandinas, neuropeptídeos, cininas, aminoácidos excitatórios, e
outros) estimulam os terminais nervosos sensitivos agindo em receptores
presentes na membrana desses axônios (Björkman,1995). Além disso, os
mediadores inflamatórios liberados facilitam a neurotransmissão e
sensibilizam o nociceptor para o estimulo nocivo (Björkman, 1995). Mais
especificamente, as prostaglandinas e os leucotrienos sensibilizam os
terminais aferentes primários, tornando os nociceptores periféricos mais
sensíveis à bradicinina (Taiwo & Levine, 1988; Cohen & Perl, 1990). A
ativação dos terminais periféricos resulta na liberação de mediadores
nociceptivos no corno dorsal da medula.
III. 1. 1. 2 – Dor crônica
A dor torna-se crônica quando o controle da patologia o é
satisfatório, persistindo além do tempo necessário para a cura da lesão
(Ashburn & Staats, 1999). Esse tipo de dor é resultante de processos
patológicos, que agridem as estruturas somáticas ou viscerais, e de
disfunções do sistema nervoso central (SNC), ou do sistema nervoso
periférico (SNP). Contudo, a dor crônica gera estresse, reduz a
imunidade, diminui a produção de endorfinas e causa alterações do sono,
causando depressão (Carvalho, 1999). As dores crônicas mais comuns
incluem a neuralgia do trigêmeo, fibromialgia, as síndromes dolorosas
complexas regionais, a dor associada com artrite, a dor do membro
fantasma e as síndromes dolorosas centrais (Ashburn & Staats, 1999).
Durante essas síndromes, o processamento sensorial é anormal.
Estímulos ambientais que normalmente o inócuos, tais como leve toque
ou pequenas alterações na temperatura ambiente, produzem a sensação
de dor, isto é, alodínea. Estímulos que normalmente são percebidos como
dolorosos produzem percepção exagerada de dor, isto é, hiperalgesia
(Ferreira, 2004). A dor crônica difere substancialmente da dor aguda não
somente em relação ao seu caráter persistente, mas es principalmente
associada com alterações adaptativas, tais como a neuroplasticidade em
vários níveis do sistema nervoso, sendo de difícil tratamento (Besson,
1999; Woolf e Mannion, 1999).
III. 2 – MECANISMOS NEURAIS DA DOR
III. 2.1 – Modulação Periférica
Os nociceptores são receptores encontrados nos tecidos
superficiais, profundos e vísceras que se apresentam como terminações
nervosas livres com alto limiar de excitabilidade. Eles conduzem as
informações nociceptivas ao sistema nervoso central, e seus corpos
celulares encontram-se dentro dos gânglios das raízes dorsais, adjacente
à medula espinhal (Russo & Brose, 1998; Besson, 1999; Grubb, 1999;
Millan, 1999). Quando um estímulo intenso provoca lesão tecidual,
desencadeamento de um processo inflamatório seguido de reparação. As
células lesadas liberam enzimas que agem sobre os cininogênios,
formando cininas. A partir da membrana celular, pela ação da fosfolipase
A
2
, libera-se ácido araquinico que, por ão da cicloxigenase e da
lipoxigenase, origina prostaciclinas, prostaglandinas, tromboxano,
leucotrienos e lipoxinas.
Am dessa resposta inflamatória tecidual, uma resposta
neurogênica, com produção de vasodilatação, extravasamento de
proteínas plasmáticas e ação sobre as células inflamatórias com a
liberação de mediadores químicos. Os mediadores inflamatórios agem
aumentando a sensibilidade dos nociceptores, reduzindo assim seu limiar
de excitabilidade. Além do fenômeno de sensibilização, que ocorre devido
à reação inflamatória, existe a modulação inibitória, mediada por
receptores opióides periféricos. Os ligantes endógenos dos receptores
são a endorfina, as encefalinas e as dinorfinas, que se encontram em
células relacionadas à imunidade. Quando persistência de reação
inflamatória, o número de receptores opióides aumenta, indicando que a
inflamação estimula o transporte axonal de receptores para a periferia
(Cavalcanti, 2003).
III. 2. 2 – Modulação Central
Os neurônios primários aferentes fazem sinapse com os neurônios
secundários na medula espinhal (lâmina I) e a liberação dos
neurotransmissores nociceptivos das fibras aferentes primárias ativam os
neurônios secundários no corno dorsal na medula (Castro e Silva, 1998).
A via mais importante de transmissão do estimulo doloroso é o
trato espinotalâmico ascendente na medula espinhal, localizado na
substância branca ventral ao local da estimulação. A ativação destes
neurônios resulta na resposta reflexa espinhal, assim como na ativação
de tratos ascendentes, os quais transmitem informão nociceptiva às
estruturas supraespinhais para completar a via nociceptiva (Guyton,
1997).
Os neurônios secundários cruzam a medula espinhal para
ascender ao trato espinotalâmico, projetando seus corpos celulares ao
tálamo. No tálamo ocorre a somatização do estímulo nocivo onde existe o
componente emocional da dor (Russo e Brose, 1998). O tálamo e o córtex
são regiões finais da projeção das vias de nocicepção. O tálamo informa
que existe sensação nociceptiva, e o córtex discrimina o tipo de sensação
nociceptiva.
Am dos sistemas ascendentes, um descendente que passa
pelo funículo dorso lateral e faz sinapse com os neurônios da lamina II na
medula espinhal. Esse é um sistema com função inibitória (Cavalcanti,
2003).
III. 3 – Mediadores químicos da dor e da inflamação
A ão direta ou indireta de mediadores químicos, tais como
metabólitos do ácido araquidônico (prostaglandinas e leucotrienos),
aminoácidos ou seus derivados (glutamato, noradrenalina, serotonina,
dopamina e óxido nítrico), peptídeos (cininas, taquicininas, CGRP,
galanina, colecistocinina, peptídeo intestinal vasoativo), proteínas
(citocinas, fator de crescimento do nervo), entre outros, o responsáveis
pela multiplicidade de eventos que ocorrem durante a transmissão
dolorosa, tanto no sistema nervoso periférico quanto no central (Besson,
1999; Fürst, 1999; Millan, 1999; Calixto et al., 2000).
A atividade dos nociceptores é mediada pela ão de substâncias
algogênicas que são liberadas e/ou sintetizadas em elevada concentração
no ambiente tecidual em decorrência de processos inflamatórios (Cotran
et al., 1994).
Substâncias endógenas como ácido araquidônico, neuropeptídeos,
cininas, aminoácidos excitatórios e outros, são produzidas e/ou liberadas
pelo tecido lesionado e estimulam os receptores presentes na membrana
dos neurônios. Além disso, os mediadores inflamatórios liberados facilitam
a neurotransmissão e sensibilizam o nociceptor (Björkman, 1995).
Muitos mediadores provêm de tecidos lesionados e adjacentes como
o sistema vascular, células do sistema imunológico, nervos simpáticos e
sensoriais, entre outros (Millan, 1999).
III. 3.1 – Neurotransmissores da dor
III. 3.1.1 - Substância P (SP)
A subsncia P é uma taquicinina que pode mediar a sinapse entre
as fibras aferentes primárias e o neurônio do corno dorsal da medula,
importantes para a sensibilização da dor ou nocicepção, e são liberados
durante a inflamação (Li & Zhuo, 2001).
Substância P é encontrada em altas concentrações nas
terminações aferentes da medula espinal, sendo o mediador da primeira
sinapse da dor. Embora o mecanismo de ão da substância P no
controle da dor ainda não esteja bem determinado, sabe-se que ela pode
produzir tanto analgesia como reduzir o limiar da dor (Velázquez et al.,
1997). A infusão intratecal de substância P produz, em animais, o
comportamento de coçar, morder e lamber, indicando nocicepção, e
sugerindo que a substância P possa ter papel estimulatório importante na
via nociceptiva (Björkman, 1995).
III. 3.1.2 – Glutamato
Existem evidências do envolvimento do glutamato, aspartato e
alguns peptídeos na transmissão do estímulo nociceptivo no corno dorsal
da medula espinhal (Besson & Chaouch, 1987; Battaglia & Rustioni, 1988;
Headley & Grillner, 1990; Dray et al., 1994). Cerca de 75% da transmissão
excitatória no sistema nervoso central é feita pelo glutamato e
secundariamente pelo aspartato.
O glutamato é um aminoácido excitatório (AAE), podendo ser
encontrado na medula espinhal, originado de fibras aferentes primárias
mielinizadas e não-mielinizadas, em adição a interneurônios intrínsecos e
projeção de neurônios (Besson & Chaouch, 1987; Battaglia & Rustioni,
1988; Headley & Grillner, 1990). Três tipos de receptores de glutamato
foram identificados: N-metil-D-aspartato (NMDA), cainato e ácido DL-α-
amino-3-hidróxi-5-metil-4-isoxazole-propiônico (AMPA). Estes dois últimos
são canais iônicos que permitem o influxo de Na
+
e o efluxo de K
2+
(Björkman, 1995). Em muitas sinapses a liberação de glutamato é
conjunta, com a liberação de substância P e neurocininas, que são
chamadas de neuromoduladores.
Os potenciais excitatórios pós-sinápticos rápidos são mediados
pela ação excitatória do glutamato sobre os receptores ionotrópicos
conhecidos como AMPA. Os potenciais excitatórios pós-sinápticos lentos
exibem três componentes (Cavalcanti, 2003). Um deles desencadeado
pela ação do glutamato sobre os receptores AMPA, durando cerca de
milisegundos; um segundo componente que é sensível aos antagonistas
do receptor NMDA e dura 5 segundos. O terceiro, mais prolongado, é
resistente aos antagonistas do receptor NMDA e parece ser mediado por
taquicininas como substância P ou neurocinina A (Umphered, 1994).
A transmissão de fibras C, depois de estímulos agudos mecânicos
ou térmicos, parece envolver somente o receptor AMPA para produzir
excitações curtas e constantes. Os estímulos são mantidos e/ou sua
freqüência é aumentada pela liberação de transmissores que contribuem
para a transmissão nociceptiva quando o receptor NMDA é ativado,
aumentando resposta de hiperalgesia (Dickenson, 1995). Uma ão
excitatória direta, do tipo retroalimentação positiva, do glutamato nas
fibras aferentes primárias, seria consistente com a evidência que a
ativação dos receptores NMDA causa liberação de substância P por seus
terminais centrais (Liu et al.,1994, 1997).
III. 3. 1. 3 - Prostaglandinas (PGs)
O ácido araquidônico é o maior precursor de PGs em mamíferos,
formado de fosfolilípios de membrana pela ão de fosfolipases, sendo
ativadas por uma variedade de mediadores intra e extracelulares (Axelrod
et al., 1988; Campbell e Halushka, 1996). O ácido araquidônico é
transformado em PGs pela ação de uma enzima chamada cicloxigenase
(COX). Existem, pelo menos, duas isoformas dessa enzima, denominadas
COX-1 e COX-2 (Vanegas & Schaible, 2001).
Todas as células possam sintetizar as PGs em condições
inflamatórias teciduais e lesão nervosa, porém a maior parte das
prostaglandinas é sintetizada pelas células do sistema imunológico e
pelos terminais nervosos simpáticos que expressam a isoenzima COX-2
em maior abundância (Levine et al., 1986; Taiwo & Levine, 1988)
As principais PGs envolvidas no fenômeno de hiperalgesia, PGE
2
e
PGI
2
(prostaciclina) podem retrogradamente, aumentar a atividade da
COX-2 pela ativação de receptores EP e IP, respectivamente (Bakle &
Botting, 1996; Appleton, 1997; Bóie et al., 1997).
Os mediadores da resposta inflamatória, como NO e citocinas
derivadas de células do sistema imunológico (interleucina IL-e fator de
necrose tumoral FNT-α) são indutores potentes da COX-2 nestas células
(Coleman, 2001).
Os mecanismos celulares exatos e os subtipos de receptores
envolvidos nessa ação das prostaglandinas ainda não estão definidos,
mas evidências de que a avaliação de receptores EP e IP, assim como
o aumento nas atividades da fosfolipase C (PLC), adenilato ciclase (AC) e
nos níveis de [Ca
2+
], sejam importantes para tal efeito (Coleman, 1994).
III. 4 – TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOR
O arsenal farmacológico para o tratamento da dor é composto por
opióides, os quais abolem diretamente a transmissão nociceptiva no
sistema nervoso central pela ligação em receptores opióides (Hoskin &
Hanks, 1991), e por rmacos antiinflamatórios não esteroidais (AINEs)
que previnem a sensibilização de receptores periféricos e centrais da dor
inibindo a ciclooxigenase (Cashman, 1996).
Analgésicos opióides como a morfina e codeína o indicados no
tratamento de dores agudas, moderadas ou intensas, que não respondam
a analgésicos menos potentes. Embora os opióides sejam muito efetivos,
principalmente no tratamento da dor aguda, sua utilizão é limitada pelo
fato dessas drogas apresentarem muitos efeitos indesejados, como
constipação, náuseas, vômitos, broncoconstrição, hipoteno, bradicardia
e depressão respiratória (McQueen, 1983; Hoskin & Hanks, 1991).
Os AINEs têm vantagens sobre os analgésicos opióides por não
provocarem tolerância e dependência com o uso crônico (Nuki, 1983;
Rainsford & Velo, 1992). Trabalhos recentes demonstram que as AINEs
atuam no sistema nervoso central, inibindo a hipersensibilidade espinhal e
ativando mecanismos inibitórios descendentes da nocicepção, por
mecanismos dependentes de prostaglandinas (Oliveira, 2003).
Os AINEs têm um perfil farmacodinâmico, terapêutico e
toxicológico semelhantes que pode levar à lesão da mucosa duodenal e
sangramento digestivo, à leo renal, leucopenia, confusão mental,
insuficiência hepática e prurido (Oliveira, 2003).
A maioria dos AINES possui atividade antiinflamatória, analgésica e
antipirética (Rang et al., 1995). O principal mecanismo de ação dos
AINES é a inibição da COX, que culmina na diminuição da síntese de
prostaglandinas (Vane & Botting, 1987).
N
N
Dentre os AINEs, daremos maior ênfase aos estudos realizados
com os derivados pirazolínicos, em especial a dipirona, que os
compostos pesquisados nesse trabalho pertencem a essa classe química.
III. 4. 1 – DERIVADOS PIRAZOLINICOS
Os compostos pirazolínicos, ou pirazóis, são drogas de origem
sintética que possuem em sua estrutura um anel pirazolínico, que é um
heterociclo de cinco membros com dois átomos de nitrogênio adjacentes
e três de carbono (Figura 1) Esses compostos aliam atividade
antiinflamatória, analgésica e antipirética (Borne, 1995; Gürsoy et al.;
2000) e, por isso, são eficazes no controle da dor.
A B
Figura 1 – (A) Anel pirazolínico. (B) Estrutura química da dipirona.
As propriedades antiinflamatórias dos compostos pirazolínicos
estão associadas com a presença de carbonos nas posições 3 e 5 do
anel pirazolínico (Borne, 1995). Quando a carbonila não está presente,
estes compostos possuem pouca ação antiinflamatória, mas possuem um
grande efeito antinociceptivo (Kuo et al., 1984; Beirith et al., 1998; Souza
et al., 2001)
A descoberta dos derivados pirazolínicos, data de
aproximadamente 1884, quando o químico alemão Ludwig Knorr tentava
sintetizar derivados quinonicos e obteve, acidentalmente, a antipirina que
é um analgésico com atividade antipirética e antireumática, porém muito
tóxico (Borne, 1995). Em consequência desse efeito indesejável, o
interesse pelos pirazolinicos diminuiu. Em 1940 houve o aparecimento da
fenilbutazona, um composto com boa atividade antiinflamatória, porém de
uso restrito ao tratamento da espondilite anquilisante, devido seus efeitos
colaterais (Rang et al., 1995). Em 1921, o laboratório Hoechst obteve a
dipirona, pela substituição de uma das metilas do grupo amino da 5-
pirazolona por metilenosulfoxilato de sódio. Estudos em animais e
humanos revelam que a dipirona é um antipirético potente, tem boa
atividade analgésica e fraca atividade antiinflamatória (Lecannelier, 1976).
Esse produto tem como nome comercial Novalgina
®
, sendo denominado
genericamente de metamizol (Mardones, 1976). A dipirona ganhou
popularidade devido ao seu baixo custo e alta eficácia (Arellano &
Sacristan, 1990), porém seu uso clínico foi proibido nos EUA e alguns
países da Europa por estar relacionado a casos de agranulocitose (Insel,
1996). Entretanto, estudos mostram que a incidência de agranulocitose
em usuários de dipirona é baixa (3-19 casos por milhão), cerca de duas
vezes maior que a incidência na população em geral (Laporte & Carné,
1987). Outros analgésicos com popularidade como o paracetamol e o
ácido acetilsalicílico (AAS), também causam efeitos indesejáveis graves,
como necrose hepática (Rumack et al., 1982; Dickenson, 1997) e
Síndrome de Reye (Benedetti & Butler, 1990), em uma proporção muito
maior do que a dipirona esta associada à agranulocitose.
Apesar de existir muitas controvérsias em relação à segurança do
uso clínico da dipirona, esse é um derivado pirazolínico muito usado no
tratamento da dor e possui boa tolerabilidade gástrica. Muitos estudos têm
sido realizados na tentativa de desvendar o mecanismo de ação da
dipirona.
III. 4. 1. 1 – Mecanismo de ação dos derivados pirazolínicos
Embora seja bem conhecido que a dipirona inibe a atividade da
COX-2, evidências na literatura sugerem que outros derivados
pirazolínicos tamm exercem efeito antinociceptivo por mecanismos
diversos, centrais e periféricos.
Estudos têm demonstrado que a administração de AINES
pirazolínicos no sistema nervoso central produz antinocicepção (Taiwo &
Levine, 1988; Björkman, 1995; Hammond, 1997; Tortorici et al., 1996;
Yaksh, 1999; Hernandez & Vanegas, 2001; Ochi & Goto, 2001). Em 1986,
Carlsson e colaboradores na tentativa de demonstrar que o mecanismo
de ão da dipirona poderia envolver o SNC, mostraram que a
administração de dipirona intratecal, intraperitoneal ou diretamente na
substância cinzenta pariaquedutal (PAG) diminui a excitabilidade das
fibras C, e prolongou e latência para a retirada da cauda de um estímulo
térmico aversivo. Mais tarde, Carlsson & Jurna (1987) verificaram que o
aumento da latência de retirada da cauda de um banho térmico,
provocado pela dipirona foi reduzido pela administração de procaína na
PAG, sugerindo que o efeito da dipirona envolve a ativação de vias
inibitórias descendentes. Posteriormente, foi demonstrado que a dipirona
(e.v.) aumenta a atividade de neurônios da PAG e medula ventro medial
rostral (Tortorici & Vanegas, 1994), constituindo evidência experimental
adicional de que a dipirona ativa as vias descendentes inibitórias.
O mecanismo de ão da dipirona o é completamente
conhecido, mas há evidências de que sua atividade analgésica esteja
relacionada tanto à inibição da síntese de prostaglandinas no sistema
nervoso periférico, como no sistema nervoso central pela inibição da
ciclooxigenases (Campos et al., 1998; 1999), podendo atuar, também, na
modulação da liberação de endorfinas (Akman et al., 1996; Vasquez &
Vanegas, 2000) e de óxido nítrico (NO) (Duarte et al., 1992). Assim, a
dipirona potencializa o efeito da morfina e essa potencialização é
antagonizada pela naloxona e por inibidores da enzima óxido nítrico
sintase, sugerindo a participação da via da óxido trico-GMP cíclico na
ação das duas drogas (Aguirre-Bañuelos & Granados-Soto, 1999).
O efeito analgésico e antiinflamatório da dipirona também foi
estudado por Tatsuo e colaboradores (1994), que compararam a atividade
da dipirona, indometacina e dexametasona num modelo de inflamão
crônica em ratos. A dipirona apresenta efeito antinociceptivo mais
pronunciado do que o efeito anti-edematogênico, ao contrário da
indometacina e da dexametasona, que têm tanto efeito antinociceptivo
quanto anti-edematogênico. Assim, os autores concluiram que a dipirona
tem um mecanismo de ação diferente, o relacionado com a inibição da
ciclooxigenase, para reduzir a hiperalgesia e o edema nesse modelo.
Também foi descrito que a dipirona não inibe a ciclooxigenase-1 em
células intactas em concentrações terapêuticas. Nessas mesmas
concentrações a dipirona é capaz de inibir seletivamente a
ciclooxigenase-2, que poderia ter um papel importante no efeito
analgésico da dipirona (Campos et al., 1999). Isso indica que, ao contrário
de outros AINEs clássicos, a dipirona bloqueia diretamente a hiperalgesia
inflamatória e a inflamação neurogênica, que é secundária à estimulação
do aferente primário, provocada por esses agentes (Lorenzetti & Ferreira,
1985).
Desde o surgimento da dipirona, outros tantos compostos
pirazolínicos têm sido estudados. Dentre os demais pirazolínicos
relatados na literatura, destacamos o 3-(difluormetil)-1-(4-metoxifenil)-5-[4-
(metilsulfinil)fenil] pirazol (FR140423, Figura 2), já que esse composto
possui estrutura química bastante similar a dos compostos que foram
estudados em nosso laboratório. O FR140423, sintetizado em 1997 por
um grupo de pesquisadores japoneses é um derivado pirazolínico
descoberto durante a triagem de novos compostos com potencial
antiinflamatório (Tsuji et al., 1997). Esse composto apresenta ação
antinociceptiva e antiinflamatória, inibindo seletivamente a COX-2 (Ochi et
al., 1999). Além disso, o FR 140423 tem efeito antinociceptivo em um
modelo de dor induzida por estimulo térmico (“tail-flick”), um teste
geralmente usado para avaliar a ação de drogas que agem no SNC. Os
autores consideram que o FR 140423 é uma droga que tem ação por dois
mecanismos distintos, que o inibição da COX-2 em tecidos inflamados
e interação com o sistema opióide (Ochi & Goto, 2001).
Figura 2 FR 140423 3-(difluormetil)-1-(4-metoxifenil)-5-[4-
(metilsulfinil)fenil] pirazol.
Tendo em vista o bom perfil analgésico e antipirético da dipirona,
muitos pesquisadores têm investido na síntese e avaliação da atividade
biológica de novos derivados pirazolínicos, que aliem boa ão
farmacológica e baixo índice de efeitos indesejáveis (Goel & Madan,
1995; Bonacorso et al., 1999).
Desde que dor e febre são um dos sintomas mais comuns na
prática clínica e o arsenal de compostos analgésicos e antipiréticos é
relativamente pequeno, nosso grupo de pesquisa vem desenvolvendo um
trabalho em conjunto com o Núcleo de Química de Heterocíclicos
(NUQUINHE) da UFSM, investigando os efeitos antinociceptivos e o
potencial antipirético de novos derivados pirazolinicos (Souza et al., 2001;
2002; Godoy et al., 2004; Tabarelli et al., 2004; Tomazetti et al., 2005;
Prokop et al., 2006; Sauzem et al., 2007). O primeiro relato da atividade
antinociceptiva de 5-trialometil-4,5diidro-1H-pirazóis demonstrou que a
administração subcutânea induzia a antinocicepção nas fases
neurogênica e inflamatória do Teste da Formalina (Souza et al., 2001). A
boa atividade antinociceptiva de dois 5-trifluorometil-4,5-diidro-1H-pirazóis
também foi comprovada por Sauzem e colaboradores (2007). O MPCA e
o FPCA foram testados como antipiréticos e reverteram a febre induzida
por fermento de padeiro em ratos jovens (Souza et al., 2001; Tomazetti et
al., 2005).
Recentemente estudos mostraram a ão antinociceptiva do
derivado pirazolínico 2-(5-triclorometil-3-fenil-5-hidroxi-4,5-dihidro-1H-
pirazol-1-il)-4-feniltiazol (B50) adiministrado por via sistêmica. O B50
apresentou ação antinociceptiva de maneira dose-dependente no teste
das contorções abdominais induzidas por ácido acético, mas não
apresentou efeito no teste da imersão da cauda em água à 55º C
(Prokopp et al., 2006).
Levando-se em consideração a importância da descoberta de
novos rmacos com propriedades analgésicas e antiinflamatórias com
menos efeitos colaterais e custos mais acessíveis para a população, se
faz necessário o estudo dos mecanismos de ação da dor. Isso será
fundamental para que se desenvolvam drogas para o tratamento de
processos dolorosos, especialmente os quadros de dor crônica.
IV. Métodos e Resultados
Os métodos e resultados que fazem parte desta dissertação estão
apresentados na forma de manuscrito que se submetido para
publicação em revista especializada da área.
Assessment of the antinociceptive potential of novel
3-methyl-1H-1-pyrazol methyl esters 5-substituted in mice.
Carla G. Mai
1
, Gabriela T. Santos
1
, Carine C. Drewes
1
, Alessandra H. de
Souza
1
, Marcia Noriega
1
, Alissara Teles
1
, Pablo Machado
3
, Marcos A. P.
Martins
3
, Nilo Zanatta
3
, Helio G. Bonacorso
3
, Carlos F. Mello
2
; Juliano
Ferreira
1
; Maribel A. Rubin
1
.
1
Laboratório de Neurotoxicidade e Psicofarmacologia,
1
Departamento de Química, Centro de Ciências Naturais e Exatas,
2
Departamento de Fisiologia, Centro de Ciências da Saúde
3
Núcleo de Química de Heterociclos (NUQUIMHE),
Departamento de Química, Centro de Ciências Naturais e Exatas
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil
*Corresponding author: Maribel A. Rubin, Departamento de Química,
Universidade Federal de Santa Maria, Avenida Roraima nº 1000,
Bairro Camobi, Santa Maria, RS, Brazil.Tel.: +5555-32208053; Fax:
+5555-32208031
E-mail: maribel.rubin@gmail.com
Sources of support: CNPq, PRONEX, FAPERGS (Brazil).
ABSTRACT
In the present study the antinociceptive activity of six 1-H-1-pyrazol
methyl esters derivatives in the hot plate test and Complete Freund’s
Adjuvant (CFA)-induced inflammation in mice was investigated. The
administration of 3,5-dimethyl-1H-1-pyrazole methyl ester (1), 3-methyl-5-
trichloromethyl-1H-1-pyrazole methyl ester (2), 5-dichloromethyl-5-
hydroxy-3-methyl-4,5-dihydro-1H-1-pyrazole methyl ester (4), 5-(chloro-
difluoro-methyl)-5-hydroxy-3-methyl-4,5-dihydro-1H-1-pyrazole methyl
ester (5) (20 1000 µmol/kg, i.p.) produced antinociception in the hot-
plate test. All compounds, except compound 4, did not cause motor
alterations in the rotarod and open field tests. The compounds 3 and 6 did
not produce antinocicpetive effects. Since compound 2 presented good
antinociceptive activity in the hot-plate test and was devoid of motor
effects, we tested whether it caused antinociception in an animal model of
chronic pain. Compound 2 (0.6 – 20 µmol/kg, i.p.) effectively reduced
CFA-induced mechanical allodynia (83 8 %) and paw edema. The
results of the present study suggest that novel 1-H-1-pyrazol methyl esters
derivatives, particularly compound 2, have a good analgesic potential
against acute and chronic pain.
Key words: Antinociception, pyrazole, hot-plate test, open-field test,
non-steroidal anti-inflammatory drugs, intraperitoneal.
1. Introduction
In pain therapy, there are two main classes of analgesic drugs,
namely opiates, which directly abolish the nociceptive transmission in the
central nervous system (CNS) by binding to opioid receptors, and non-
steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs), which reduce prostanoid
formation as a result of cyclooxygenase inhibition (Vane, 1971; Aguirre,
1999). NSAIDs are synthetic molecules that usually possess anti-
inflammatory, antipyretic and analgesic actions (Borne, 1995). However,
side effects ascribed to several NSAIDs, such as gastrointestinal irritation
and renal abnormalities function, have arisen in clinical trials and have
limited the use this substances, especially in chronic treatment (Fernandez
et al., 1995; Lichtenberger et al., 1995). Therefore, it is interesting to
obtain new NSAIDs with less side effects. Pyrazole-derived compounds,
particularly dipyrone, gained popularity in Europe due to their low cost and
good effectiveness as analgesics and antipyretics and because they
presented quantitatively less side effects compared with others NSAIDs
(Arellano and Sacristan, 1990). However, the side effects associated to
the use of these compounds presented were life threatening, in such a
way that new compounds (including pyrazole derivatives) with analgesic
and antipyretic activities have been systematically searched in the last
years (Ochi et al., 1999; Souza et al., 2002; Godoy et al., 2004; Tabarelli
et al., 2004; Zhou et al., 2004; Prokopp et al.,2006). While the
mechanisms underlying the analgesic and antipyretic effect (Souza et al.,
2001; Souza et al., 2002) of these new pyrazole derivatives are still to be
determined, growing evidence suggests the involvement of noradrenergic,
serotonergic and opioid systems in such effects (Godoy et al., 2004).
Considering that a good analgesic activity was observed for new pyrazole
derivatives ( Souza et al., 2001; Souza et al., 2002; Godoy et al., 2004) we
decided to evaluate whether a new series of 1-H-1-pyrazol methyl esters
derivatives induce antinociception in an animal model of acute and chronic
pain.
2. Material and methods
2.1. Animals
Three month-old male (acute model) and male and female (chronic
model) albino Swiss mice (30-40g) bred in our animal house were used.
The animals were housed in groups of 20 to a cage at controlled
temperature (22 ± 1°C) under a 12 h light/ dark cycle and with standard
lab chow and tap water ad libitum. The animals were transferred to the
experimental room 24 h before the experiments for habituation to the
environment and handling. Each animal was used only once. The
experiments were carried out in accordance with current guidelines for
investigations of experiments in conscious animals approved by the
Committee on the Use and Care of Laboratory Animals of our University
(process 23081.018371/2006-94).
The number of animals and intensity of noxious stimuli used were the
minimum necessary to demonstrate consistent effects of drug treatments.
2.2 Drugs
Tween 80 and CFA were purchased from Sigma (St. Loius, MO,
USA) and dipyrone from Ariston (São Paulo, Brazil). Figure 1 shows the
synthesis of 3,5-dimethyl-1H-1-pyrazole methyl ester (1), 3-methyl-5-
trichloromethyl-1H-1-pyrazole methyl ester (2), 3-methyl-5-trifluoromethyl-
1H-1-pyrazole methyl ester (3), 5-dichloromethyl-5-hydroxy-3-methyl-4,5-
dihydro-1H-1-pyrazole methyl ester (4), 5-(chloro-difluoro-methyl)-5-
hydroxy-3-methyl-4,5-dihydro-1H-1-pyrazole methyl ester (5) and 5-
hydroxy-3-methyl-5-pentafluoroethyl-4,5-dihydro-1H-1-pyrazole methyl
ester (6), which resulted from cyclocondensation of pentane-2,4-dione
(compound 1) or a properly substituted 1-haloalkyl-4-alkoxy-3-alken-2-one
(compounds 2-6) with methyl hydrazino carboxylate by microwave
induced-techniques (Martins et al., 2006). The 1-pyrazole methyl esters 1-
6 were obtained in analytical purity with elemental analysis within about
0.4 % of the theoretical values (C, H, N). Before administration,
compounds were suspended in 5% Tween 80 in 0.9% NaCl (vehicle). All
other reagents were of analytical grade and were purchased from local
suppliers.
2.3. Hot-plate test
The hot-plate test was used to measure acute thermal pain
according to the method described by Ankier (1974). Adult male mice were
placed on a metal plate maintained at 50 ± 0.1°C. The latency for the
nociceptive response (hind paw licking or jumping) was measured with a
manual chronometer 15, 30 and 60 min after the injection of vehicle (5%
Tween 80 in 0.9% NaCl, 10 ml/kg, i.p.), 1-H-1-pyrazol methyl esters (20-
1000 µmol/kg, i.p.) or dipyrone (1500 µmol/kg, i.p.).
2.4. Rotarod and open field tests
The rotarod test was carried out according to Dunham and Miya (1957).
Twenty-four hours before the experiments, all animals were trained in the
rotarod (3.7cm in diameter, 8 rpm) until they could remain in the apparatus for
60 s without falling. On the day of the experiment, they were injected with
vehicle (5% Tween 80 in 0.9% NaCl, 10 ml/kg, i.p.) or with 1-H-1-pyrazol
methyl esters compounds (20-1000 µmol/kg i.p.) and subjected to the rotarod
test 10 minutes thereafter. The number of falls and latency to fall from the
apparatus was recorded up to 240 s.
The effect of the compounds on spontaneous locomotor activity and
exploratory behaviour was assessed by the open-field test, as previously
reported by Tabarelli et al., (2004). The apparatus consisted of a box
measuring (28 x 18 x 12 cm) with a floor divided into 15 identical areas.
Immediately after rotarod evaluation (17 min after i.p. injection of vehicle or
dipyrone or 1-H-1-pyrazol methyl esters), each animal was transferred to
the apparatus and observed for 5 min. The number of areas crossed with
all paws (crossings) and the number of rearing responses were recorded.
2.5. Complete Freund’s Adjuvant (CFA)-induced inflammation
To produce a chronic inflammatory response, male and female mice
were lightly anaesthetized with halotane and subjected to an intraplantar
injection by CFA (20 µl, 1 mg/ml heat-inactivated Mycobacterium
tuberculosis; Sigma, St. Louis, MO, USA) in the right hindpaw (i.pl.)
(Bortalanza et al., 2002). This dose of CFA produced significant hindpaw
swelling and allodynia in mice. Paw edema was measured 60, 120, 240
and 360 min after CFA administration by measuring paw thickness with a
caliper.
Mechanical allodynia were measured as the withdrawal response
frequency to 10 applications of von Frey hairs (0.05g). Mice were placed
individually in clear plexiglas boxes (9 x 7 x 11cm) on elevated wire mesh
platforms to allow access to the ventral surface of the hind paws. They
were further acclimatized to the testing chambers and the mechanical
withdrawal frequency was determined 60, 120, 240 and 360 min after CFA
administration.
2.6. Statistical analysis
Data were analysed by one or two way analysis of variance
(ANOVA) when appropriate. The number of crossing, rearing, latency for
the first fall and number of the falls scores were statistically analyzed by
one-way analysis of variance (ANOVA) followed by the Student-Newman-
Keuls (SNK) test. Dose-response curves in the hot-plate test were
analyzed by a two-way ANOVA with time treated as a within–subject
factor. Post hoc tests (Student-Newman-Keuls test-SNK) were carried out
when appropriate. The level of significance was set at p <0.05 and F
values are presented in the text only when p <0.05. To verify whether the
antinociceptive effect of the tested compounds was dose-dependent, we
partitioned the sum of squares into trend components (linear, quadratic or
cubic). Total analgesic effect in the hot plate test was expressed as the
sum of the latencies obtained 15, 30 and 60 min after drug injection.
Efficacy in the hot-plate test was calculated as the percentage of latency
increase when compared with control group. Allodynia and paw edema
were statistically analyzed by a one-way or a two-way analysis of variance
(ANOVA) followed by the SNK test, depending on the experimental
design. All data expressed as mean ± S.E.M. and the level of significance
was set as P<0.05.
3. Results
3.1. Effects of the 1-H-1-pyrazol methyl esters on the hot plate
Figure 2 shows the antinociceptive effect of the compounds 1H-1-
pyrazol methyl esters 1, 2, 4 and 5 (20-1000 µmol/kg, i.p.) on the
withdrawal latency along time in the hot-plate test. Statistical analysis (two-
way ANOVA followed by SNK) revealed a significant effect of treatment
with compound 1 (300 µmol/kg) [F(3,36) = 3.35; P=0.003], compound 2
(200 µmol/kg) [F(4,88)=5.72; P<0.001], compound 4 (1000 µmol/kg)
[F(8,104) = 2.05; P=0.047] and compound 5 (1000 µmol/kg) [F(3,29)
=6.32; P=0.002]. All of these compounds (1, 2, 4 and 5) presented
antinociceptive effect in this test. Compounds 3 and 6 did not alter the
withdrawal latency along time in the hot-plate test.
The analysis of pooled latencies (Figure 2B, D, F and H) showed
that compounds 1 (300 µmol/kg), 2 (200 µmol/kg), 4 (1000 µmol/kg) and 5
(1000 µmol/kg) increased latency in 77 ± 10%, 103 ± 8%, 95 ± 10% and
81 ± 8% when compared to vehicle-treated group, respectively. Statistical
analysis (one-way ANOVA) revealed a significant effect of
pharmacological treatment with compound 1 [F(3,36)=3.35, P=0.03], 2
[F(3,52)=5.68, P=0.002], 4 [F(3,42)=4.93, P=0.005], and 5 [F(3,29)=6.32,
P=0.002].
The paw withdrawal latencies increased linearly with the dose of
compound 1 [F(1,36)=5.47; P=0.025], 2 [F(1,52)=13.51; P<0.001], 4
[F(1,42)=14.51; P<0.001] and 5 [F(1,29)=17.65; P<0.001]. Partition of the
total sum of squares into trends revealed a significant quadratic
relationship for compound 1 [F(1,36)=4.18; P=0.048], since the dose-effect
curve tended to an inverted “U” shape.
Figure 3 shows the latencies sum obtained from 15 to 60 minutes
after treatments of the compounds 1 (300 µmol/kg), 2 (200 µmol/kg), 4
(1000 µmol/kg) and 5 (1000 µmol/kg) compared with dipyrone (1500
µmg/kg, i.p.) in the hot-plate test. The antinociceptive effects of the
compounds 1H-1-pyrazol methyl esters seems dipyrone, a pyrazolinic
derivative with comproved effects.
3.2. Effects of 1-H-1-pyrazol methyl esters on the rotarod and open
field tests
Treatment with compound 4 (1000 µmol/kg, i.p.) decreased the
latency of the first fall in the rotarod (Table 1) and compound 2 decreased
the number of rearings in the open field test without altering locomotor
activity in the open field and rotarod tests. Compounds 1, 3, 5 and 6 did
not produce any alteration in both tests when compared with control
animals (Table 1).
3.3. Effects of compound 2 on the chronic pain model
We have further assessed the antinociceptive effect of compound 2
in an animal model of chronic pain, since it presented the highest efficacy
in the acute pain model among the tested compounds. Figure 4A and B
show the anti-allodynic effect of compound 2 in CFA–induced chronic
nociception. Statistical analysis (two-way ANOVA followed by SNK test)
showed a significant effect of treatment along time [F (4,88) = 5,72;
p<0.001] (Figure 4A). Compound 2 reduced 83 ± 8% of the allodynia,
when assessed 2 hours after its administration. The antinociceptive effect
was observed 1 hour after administration, peaked at 2 hours and lasted up
to 6 hours (Figure 4A). Furthermore, compound 2 reduced nociception at
all doses tested (Figure 3B).
Compound 2 (20 mol/kg) also decreased CFA-induced paw
edema along time [F(1,15)=5.83, P=0.029; Figure 4C]. In fact, compound
2 reduced paw edema at all doses tested [F(5,45) = 8,48; p<0.001; Figure
4D].
4. Discussion
In this study we showed that the compounds 1, 2, 4 and 5 caused
antinociception in the hot plate test. Among the significant doses of the
compounds tested, all obtained antinociceptive effects when compared
with dipyrone, a pirazolynic derivated of the comproved efficacy. The
compound 2 was selected for further investigation because it caused the
highest increase of withdrawal latencies. Accordingly, compound 2
significantly reduced CFA-induced mechanical allodynia and paw edema
in an animal model of chronic pain. Typical NSAIDs (such as aspirin and
indomethacin) are widely used as anti-inflammatory, antipyretic and
analgesic drugs. However, side effects, such as gastrointestinal irritation
and renal function abnormalities, have arisen in clinical trials and have
limited the use this substances, especially in chronic treatments
(Fernandez et al., 1995; Lichtenberger et al., 1995). Therefore, it is
interesting from the pharmacological and economical point of view to
develop of new NSAIDs. Therefore, we tested the antinociceptive potential
of six novel 1-H-1-pyrazol methyl esters in animal models of acute and
chronic pain. The hot-plate test, first described by Woolfe and MacDonald
(1944) is one of the most commonly used tests for nociception in rodents,
and is suitable for screening analgesics. It is a simple, fast and affordable
test, which is practically not harmful to the animal. Other advantage of the
test is that repeated measures can be obtained from the same animal
along time after the injection of test substance. This allows inferring about
the duration of the antinociceptive effect. Originally, the hot plate
temperature was set between 55 and 7C, and only opioid analgesics,
such as morphine and other narcotics, could be easily identified and
quantified. Various modifications have been introduced to the method in
order to detect the antinocieptive activity of mild analgesics, including the
reduction of the temperature to 50° C (Ankier, 1974). Accordingly, to better
assess the antinociceptive effect of the novel 1-H-1-pyrazol methyl esters,
the temperature of the hot-plate was set to 50° C in our experiments. The
model proved to be adequate, and due to its activity, compound 2 was
tested in an animal model of chronic pain. Chronic pain conditions are
caused by ongoing disease states or tissue damage that result in
sensitization of primary afferent and spinal cord neurons. This sensitization
results in an increased sensitivity to both noxious (hyperalgesia) and non-
noxious (allodynia) stimulus that are frequently difficult to treat with current
pharmacological or surgical approaches (Arner et al., 1998). Compound 2
significantly reduced CFA-induced mechanical allodynia and paw edema,
suggesting that it also has anti-inflammatory activity. The antinociceptive
effect of compound 2 lasted up to 4 hours. Increased severity of
postoperative pain is associated with increased morbidity (Carli and
Bennett, 2001) and with increased risk of development of chronic pain
(Perkins and Kehlet, 2000). Despite educational, organizational, and
pharmacological development, postoperative pain remains poorly treated,
with nearly half of patients experiencing severe pain in the postoperative
period, and there has been little improvement in this incidence over the
last three decades (Apfelbaum et al., 2003). Therefore, is particularly
remarkable that one of the tested compounds reduced installed
nociception, having a curative effect in a nearly clinical situation. All tested
compounds possess a pyrazole ring, a heterocycle containing two
contiguous nitrogen and three carbon atoms, and are substituted at
position three with methyl group and at position five with a halohalkyl or
methyl moiety. It is interesting that compound 3, a 5-trifluoromethyl
substituted substance, did not have antinociceptive effect in the hot-plate
test while their trichloromethylated analogues, compound 2 present
antinociceptive effect in the same test. Therefore, the substitution of a 5-
trifluoromethyl for a 5-trichloromethyl group at the five position seems to
promote antinociceptive activity. These finding suggest that the
improvement of lipophilicity of compounds may be linked with the
antinociceptive effect. Since the trichoromethylated compound possess
added lipophilicity compared to the trifluormetylated compound, this may
facilitate the absorption and transportation of the trichoromethylated
molecule within biological systems, and improve the overall
pharmacokinetic properties leading to an early and more efficient
analgesic action (Lin and Jiang, 2000).
The mechanism of action involved in compound 2 antinociceptive
effects is still unknown. The MPCA is a compound 2 analogue that
induced antinociception through spinal α2 and 5-HT receptors (Godoy et
al., 2004). The exact mechanism of action of compound 2 is currently
under investigation. The results of the present study suggest that the novel
1-H-1-pyrazol methyl esters, compound 2, have a good potential analgesic
activity, in acute and chronic pain models and may be useful prototype of
mild analgesic drugs.
5. References
AGUIRRE-BAÑUELOS, P.; GRANADOS-SOTO, V. Evidence for a
peripheral mechanism of action for the potentiation of the
antinociceptive effect of morphine by dipyrone. Journal of
Pharmacological and Toxicological Methods, 42 : 70 – 85, 1999.
ANKIER, S. New hot plate tests to quantify antinociceptive and narcotic
antagonist activities. European Journal Clinical Pharmacology, 27:
1-4, 1974.
APFELBAUM, JL; CHEN, C; MEHTA SS; GAN TJ. Postoperative pain
experience: results from a national survey suggest postoperative pain
continues to be undermanaged. Anaesthesiology and Analgesia, 97:
534 – 40, 2003.
ARRELLANO, F.; SACRISTAN, S. A. Metamizole: reassessment of its
therapeutic role. European Journal Clinical Pharmacology, 38 : 617-
619, 1990.
ARNER S., MEYERSON B.A. Pain 33, 11 (1988); FIELDS, H.L.,
ROWBOTHAM, M., BARON, R. Neurobiology of Disease 5, 209,
1998.
BORTALANZA, L B; FERREIRA, J; HESS, S C et al. Anti-allodynic action
of the tormentic acid, a triterpene isolated from plant, against
neuropathic and inflammatory persistent pain in mice. European
Journal Pharmacology. 453:203-8, 2002.
BORNE, R. F. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs. In: Foye, W. O.;
Lemke, T. L., Williams, D. A. (Eds.), Medicinal Chemistry. Williams
and Wilkins, Baltimore, pp. 535-580, 1995.
CARLI, F; BENNETT, GJ. Pain and postoperative recovery.
Anaesthesiology; 95 : 573 - 4, 2001.
DUNHAM, N W; MIYA T S. A note on a simple apparatus for detecting
neurological deficit in rats and mice. Journal of the American
Pharmacists Association 46 : 208-9, 1957.
FERNANDEZ, A G, SALCEDO, C, PALACIOS, J M. Aspirin, salicylate and
gastrointestinal injury. Nature Medicine 1: 602-603, 1995.
GODOY, M C M; FIGHERA, M R; SOUZA, F R; et al. European Journal
Pharmacology 93 : 496, 2004.
LICHTENBERGER, L M, WANG, Z, ROMERO, J J; et al. Non-steroidal
anti-inflammatory drugs (NSAIDs) associate with zwitterionic
phospholipids: insight into the mecanism and reversal of NSAIDs-
induced gastrointestinal injury. Nature Medicine 1, 154-158, 1995.
Lin, P.; Jiang, J. Tetrahedron 56 : 3635-3671, 2000.
MARTINS M A P; BECH, P; MACHADO, P; et al. Microwave-assisted
synthesis of novel 5-trichloromethyl-4,5-dihidro-1H-1-pyrazole methyl
esters under solvent free conditions. Journal of the Brazilian
Chemical Society 17: 408-411, 2006.
OCHI, T; JOBO-MAGARI, K; YONEZAWA, A; MATSUMORI, K; FUJII, T.
Anti-inflammatory and analgesic effects of a novel pyrazole derivative,
FR140423. European Journal of Pharmacology 365: 259-266, 1999.
PERKINS, FM; KEHLET, H. Chronic pain as an outcome of surgery a
review of predictive factors. Anaesthesiology 93: 1123 – 33, 2000.
PROKOPP, C R; RUBIN, M A; SAUZEM, P D; et al. Pyrazolyl-Thiazole
derivative causes antinociception in mice. Brazilian Journal of
Medical and Biological Research 39 : 795-799, 2006.
SOUZA, F R; FIGHERA, M R; LIMA, T T F; et al. 3-Methyl-5-hydroxy-5-
trichloromethyl-1H-1-pyrazolcarboxamide induces antinociception.
Pharmacology, Biochemstry and Behavior 68: 525 - 530, 2001.
SOUZA, F R; SOUZA, V T; RATZLAFF, V; et al. Hypothermic and
antipyretic effects of 3-methyl and 3-phenyl-5-hydroxy-5-trichloromethyl
4 , 5 dihydro 1 H - 1- pyrazolcarboxamide induces
antinociception in mice . European Journal Pharmacology 451: 141-
147,2002.
TABARELLI, Z; RUBIN, M A.; BERLEZE, D B; et al. Antinociceptive, effect
of novel pyrazolines in mice. Brazilian Journal of Medical and
Biological Research 37: 1531-1540, 2004.
TOMAZETTI, J; ÁVILA, P S; FERREIRA, A P O; et al. Baker yeast
induced fever in young rats: characterization and validation of an
animal model for antipyretics screening. Journal of Neuroscience
Methods 147: 29-35, 2005.
VANE, J R. Inhibition of prostaglandin synthesis as a mechanism of action
for aspirin-like drugs. Nature New Biology 231 : 232 - 235, 1971.
ZHOU, X; REN, A-M; FENG, J-K, LIU; et al. One-and two-photon
absorption properties of a series of derived pyrazolines. Optical
Materials, 2004.
WOOLFE, G; MACDONALD, A D. The evaluation of analgesic action of
pethidine hydrochloride (demerol). Journal of Pharmacology And
Experimental Therapeutics 80: 300-307,1944.
N
N
CH
3
O OMe
Cl
2
HC
HO
N
N
C
H
3
O OMe
H
3
C
N
N
C
H
3
O OMe
Cl
3
C
N
N
C
H
3
O OMe
F
3
C
N
N
CH
3
O OMe
F
2
ClC
HO
N
N
CH
3
O OMe
C
2
HO
1 2 3
4
5
6
F
5
Figure 1. Chemical structures of novel 3-methyl-1H-1-pyrazol methyl
esters 5-substituted. The 3,5-dimethyl-1H-1-pyrazole methyl ester (1), 3-
methyl-5-trichloromethyl-1H-1-pyrazole methyl ester (2), 3-methyl-5-
trifluoromethyl-1H-1-pyrazole methyl ester (3), 5-dichloromethyl-5-
hydroxy-3-methyl-4,5-dihydro-1H-1-pyrazole methyl ester (4), 5-(chloro-
difluoro-methyl)-5-hydroxy-3-methyl-4,5-dihydro-1H-1-pyrazole methyl
ester (5) and 5-hydroxy-3-methyl-5-pentafluoroethyl-4,5-dihydro-1H-1-
pyrazole methyl ester (6)
Compound 1
15 30 60
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Tw 5%
100 mol/kg
300 mol/kg
1000 mol/kg
A
Time (min)
Latency (s)
0
25
50
75
100
125
150
175
Vehicle 100 300 1000
Compound 1 (mol/kg, i.p.)
*
B
15-60 (s)
15 30 60
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Tw 5 %
20 mol/Kg
60 mol/Kg
200 mol/Kg
C
Compound 2
Time (min)
Latency (s)
0
25
50
75
100
125
150
175
***
Vehicle 20 60 200
Compound 2 (mol/kg, i.p.)
D
15-60 (s)
0 30 6015
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Tw 5%
500 mol/Kg
750 mol/Kg
1000 mol/Kg
Dip 1500 mol/kg
E
Compound 4
Time (min)
Latency (s)
0
25
50
75
100
125
150
175
F
Compound (mol/kg, i.p.)
Vehicle 500 750 1000
*
**
15-60 (s)
15 30 60
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Tw 5 % 100 mol/Kg
300 mol/Kg 1000 mol/Kg
G
Compound 5
Time (min)
Latency (s)
0
25
50
75
100
125
150
175
*
Vehicle 100 300 1000
Compound 5 (mol/kg, i.p.)
H
15-60 (s)
Figure 2. Antinociceptive effects of compounds 1 (A and B), 2 (C and D),
4 (E and F), dipyrone (E and F) and 5 (G and H) in the hot-plate test in
mice. The left graphics (A, C, E and G) show the time-courses and the
right graphics (B, D, F and H) show the latencies sum obtained from 15 to
60 minutes after treatments (15-60). Data are reported as mean ±
S.E.M., n=11-16 per group. *p<0.05; **p<0.01; compared with vehicle.
Statistical analysis (one way ANOVA and two way ANOVA) followed by
SNK test. F values are given in the text.
0
25
50
75
100
125
150
175
C1 C2 C4 C5 DIP
15-60 (s)
Figure 3 Antinociceptive effects of compounds 1 (C1, 300 µmol/kg, i.p.),
2 (C2, 200 µmol/kg, i.p.), 4 (C4, 1000 µmol/kg, i.p.) and 5 (C5, 1000
µmol/kg, i.p.) compared with dipyrone (DIP, 1500 µmol/kg, i.p.) in the hot-
plate test in mice. The graphic show the latencies sum obtained from 15 to
60 minutes after treatments (15-60).
0
0.5
1
2
4
6
0
10
20
30
40
Vehicle
Compound 2 (20 mol/kg)
A
Time after injection (h)
Frequency of responses (%)
Vehicle 0.6 2 6 20
0
10
20
30
40
Compound (2 mol/kg)
B
*
*
*
*
Frequency of responses (%)
0
1
2
4
6
0.25
0.28
0.31
0.34
0.37
0.40
Vehicle Compound 2 (20 mol/kg)
Time after injection (h)
C
Paw thickness (cm)
Vehicle 0.6 2 6 20
0.25
0.28
0.31
0.34
0.37
0.40
D
Compound 2 mol/kg)
*
*
*
*
Paw thickness (cm)
Figure 4 Effect of the injection with compound 2 (indicated by an arrow)
on the mechanical allodynia (A and B) and on paw edema (C and D)
induced by CFA in mice. A and C are time course of effects and B and D
represent the dose-response curves 2 hours after the injection. n=14-16.
Statistical analysis (one way ANOVA and two way ANOVA) followed by
SNK test. F values are given in the text. * p<0.01 compared with vehicle.
Table 1 – Effect of compounds 1, 2, 3, 4, 5, 6 on the latency for the first
fall and number of falls in the rotarod test and the crossing and rearing
in the open-field test.
Latency for Number of fall Crossing Rearing n
the first fall (s)
Vehicle 99.8 ± 35.1 1.5 ± 0.5 56 ± 14.2 19.8 ± 4.7 09
Compound 1 38.1 ± 7.7 3.5 ± 0.8 57.4 ± 6.6 19.2 ± 2.4 10
300 µmol/kg
Vehicle 151.8 ± 27.4 2.2 ± 0.7 42.7 ± 5.8 16.5 ± 2.0 12
Compound 2 93.0 ± 27.6 2.9 ± 0.7 26.6 ± 3.0 5.0 ± 1.0* 16
200 µmol/kg
Vehicle 78.0 ± 30.1 1.7 ± 0.5 47.1 ± 8.4 13.1 ± 2.4 09
Compound 3 79.2 ± 29.5 2.2 ± 0.6 50.0 ± 6.4 15.0 ± 2.0 10
300 µmol/kg
Vehicle 151.8 ± 27.4 1.3 ± 0.6 36.1 ± 5.4 13.4 ± 3.0 12
Compound 4 32.7 ± 8.7* 3.3 ± 0.8 72.2 ± 16.6 5.0 ± 2.6 11
1000 µmol/kg
Vehicle 26.0 ± 9.0 3 ± 0.5 35.5 ± 4.7 10.1 ± 1.3 08
Compound 5 79.2 ± 26.6 2.6 ± 0.5 57.6 ± 6.8 7.6 ± 1.3 11
1000 µmol/kg
Vehicle 81.8 ± 40.4 2.4 ± 0.6 39.4 ± 11.5 6.4 ± 2.8 05
Compound 6 152.4 ± 40.3 2.6 ± 1.8 48.6 ± 12.2 10.4 ± 4.2 08
150 µmol/kg
Data are expressed as mean ± SEM. Vehicle (10 ml/kg). All compounds
were administered i.p. * p<0.05 compared to respective vehicle.
VI. DISCUSSÃO
Os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) (como a aspirina e a
indometacina) são amplamente usados como drogas antiinflamatórias,
antipiréticas e analgésicas. No entanto, o problema dos efeitos colaterais,
como irritação gastrintestinal e anormalidades na função renal, tem
aparecido na clínica e limitado o uso dessas substâncias especialmente
no tratamento da dor crônica (Fernandez et al., 1995; Lichtenberger et al.,
1995).
A dipirona é um AINE do grupo dos derivados pirazolínicos que
ganhou popularidade por seu baixo custo e baixos efeitos colaterais com
melhor tolerabilidade gástrica quando comparado com outros AINEs. No
entanto, o desenvolvimento de novos AINEs com essas características
tem sido aguardado. Assim, nós testamos o potencial de seis novos
compostos 1-H-1-pirazol metil ester em modelos de dor aguda e crônica
em camundongos. O teste da placa quente descrito por Woolfe e
MacDonald (1944) é um dos testes mais comumente usado para testar
nocicepção em roedores, por ser rápido, preciso, simples e com baixo
custo, não provocando danos teciduais nos animais. Outra facilidade do
teste é que o mesmo animal pode ser usado para medidas repetidas em
diferentes tempos após injeção da droga. Originalmente o teste mede a
resposta nociceptiva dos camundongos colocados na placa quente com
temperatura variando entre 55 a 70° C, onde somente os efeitos
analgésicos da morfina e outros analgésicos opióides podem ser
facilmente identificados e quantificados. Portanto, nessa temperatura,
analgésicos não-narcóticos não tem nenhum efeito antinociceptivo. Assim,
para avaliar os melhores efeitos da dipirona e do potencial analgésico dos
novos compostos 1-metil pirazol foi usada temperatura de 50° C para o
teste da placa quente. Os compostos 3,5-dimetil-1H-1-pirazol metil ester
(1), 5-diclorometil-5-hidroxi-3-metil-4,5-dihidro-1H-1-pirazol metil ester (4),
5-(cloro-difluor-metil)-5-hidroxi-3-metil-4,5-dihidro-1H-1-pirazol metil ester
(5) apresentaram eficácia analgésica intermediária, quando comparado
com o composto 2. Todos os compostos possuem um anel pirazolínico,
que é um heterociclo contendo dois átomos de nitrogênio e três átomos
de carbono, com diferentes substituintes nas posições 3 e 5. O composto
3-metil-5-trifluormetil-1H-1-pirazol metil ester (3), tendo 5-trifluormetil
como substituinte, não apresentou eficácia quando comparado ao
análogo 3-metil-5-triclorometil-1H-1-pirazol metil ester (2). Esse achado
sugere que o aumento da lipofilicidade dos compostos pode estar
associado com o efeito antinociceptivo dos compostos, uma vez que os
compostos triclorometiados o mais lipofílicos do que os
trifluorometilados e possuem mais efeito antinociceptivo. Isto pode estar
acontecendo porque os compostos mais lipofílicos são mais facilmente
absorvidos e transportados para o interior das células (Lin and Jiang,
2000).
A proposta dos testes de locomoção forçada em cilindro giratório e
campo aberto foi a de avaliar a coordenação sensoriomotora dos
camundongos. O teste é sensível para detectar danos nos gânglios
basais, no cerebelo e drogas que afetam a função motora. Nenhuma
alteração na atividade de locomoção forçada e espontânea for verificada
em ambos os testes para os compostos 1, 3, 5 e 6. O composto 2
diminuiu o número de respostas de levantar (rearings) sem alterar a
atividade locomotora e o composto 4 produziu diminuição da latência para
a primeira queda no teste da locomoção forçada em cilindro giratório.
Esses testes são fundamentais quando se avalia nocicepção, pois o
animal precisa estar em seu estado normal em relação à atividade
locomotora para não demonstrar sinais falso-positivos no teste de
nocicepção.
No teste da placa quente somente os compostos 3 e 6 não
apresentaram atividade antinociceptiva. Após avaliação dos compostos
no modelo de dor aguda e atividade locomotora, o composto 2 foi
escolhido para ser testado em um modelo de dor crônica por apresentar a
melhor eficácia antinociceptiva dentre os compostos testados.
Processos dolorosos crônicos são causados por lesões que
danificam os neurônios eferentes primários ou medula espinhal. Essas
lesões resultam em um aumento da sensibilidade como hiperalgesia ou
alodínia, estímulos que são frequentemente difíceis de tratar com
fármacos tradicionais ou processos cirúrgicos (Arner et al., 1998).
O composto 2 reduziu a alodínea mecânica induzida por CFA nas
quatro doses testadas. O efeito antinociceptivo do composto 2
permaneceu por até 6 horas, sendo que a inibição máxima ocorreu 2h
após a administração dos compostos. O composto 2 tamm apresentou
atividade anti-edematogênica nas quatro doses testadas no tempo de 2h
e ao longo do tempo para maior dose testada, sugerindo ter atividade
antiinflamatória.
O 3-metil-5-hidroxi-5-triclorometil-1H-1-pirazolcarboxiamida (MPCA)
induz antinocicepção através de receptores espinhais α2 e 5-HT. Testes
sugerem que o MPCA induz antinocicepção nas fases neurogênica e
inflamatória com o teste da formalina e não tem a participação de
receptores opióides (Souza et al., 2001; Godoy et al., 2004).
O mecanismo de ação envolvendo o efeito antinociceptivo do
composto 2 , que é um análogo do MPCA, ainda é desconhecido e es
sob investigação.
Os resultados do presente estudo sugerem que os novos
compostos 1-H-1-pirazol metil ester tem um bom potencial de atividade
analgésica, principalmente o composto 2, nos modelos de dor aguda e
crônica. O mecanismo de ão e a toxicidade desse composto devem ser
analisados em futuras pesquisas. Assim, o composto 2 parece ser um
bom protótipo de composto analgésico.
VII. CONCLUSÕES
Os compostos 1, 2, 4 e 5 (20-1000 µmol/kg, i.p.) apresentaram
efeito antinociceptivo no teste da placa quente e os compostos 3 e
6 não apresentaram efeitos antinociceptivos nesse mesmo teste;
Os compostos 1, 2, 3, 5 e 6 não alteraram a atividade locomotora
forçada dos animais nos testes de locomão forçada em cilindro
giratório, exceto o composto 4, que diminuiu a latência para
primeira queda;
Os compostos 1, 3, 4, 5 e 6 não alteraram a atividade locomotora
espontânea no teste do campo aberto, exceto o composto 2, que
diminuiu a resposta de levantar dos animais, mas não afetou a
atividade locomotora dos mesmos.
Dentre todos os compostos avaliados, o composto 2 obteve melhor
desempenho em modelo de dor aguda;
O composto 2 apresentou boa atividade anti-alodínica e anti-
edematogênica em modelo de dor crônica.
VIII. REFERÊNCIAS
AGUIRRE-BAÑUELOS, P; GRANADOS-SOTO, V. Evidence for a
peripheral mechanism of action for the potentiation of the
antinociceptive effect of morphine by dipyrone. Journal of
Pharmacological and Toxicological Methods, 42: 70 – 85, 1999.
AGNATI, L F; TIENGO, M; FERRAGUTI, F et al. Pain, analgesia and
stress: an integrated view. Clinical Journal Pain, 7 (Suppl): S 23- S
37, 1991.
AKMAN, H; AHSU, F; GULTEKIN, I et al. A possible central
antinociceptive effect of dipyrone in mice. Pharmacology, 53: 71-78,
1996.
APPLETON, I. Non - steroidal anti – inflammatory drugs and pain. In
the Pharmacology of Pain. Besson: Springer-Verlag, 130: 43-60,
1997.
ARRELLANO, F ; SACRISTAN, S A. Metamizole : reassessment
of its therapeutic role. European Journal Clinical Pharmacology
38: 617-619, 1990.
ARNER S, MEYERSON B A. Pain 33: 11, 1988; FIELDS, H.L.,
ROWBOTHAM, M, BARON, R. Neurobiology of Disease 5 : 209,
1998.
ASHBURN, M A; STAATS, P S. Management of chronic pain. Lancet,
353: 1865-1869, 1999.
AXELROD J; BURCH R M; JELSEMA C L. Receptor-mediated
activation of Phospholipase A
2
via GTP - binding proteins:
arachidonic acid and its metabolites as second messengers. Trends
in Neuroscience, 11: 117-123, 1988.
BAKHLE, Y S; BOTTING, R M. Cyclooxygenase - 2 and its
regulation in inflammation. Mediators of Inflammation, 5: 305-323,
1996.
BATTAGLIA, G; RUSTIONI, A. Coexistence of glutamate and substance
P in dorsal root ganglion cells of the rat and monkey. Journal of
Comparative Neurology, 277 : 302-312, 1988.
BEIRITH, A; SANTOS, A R S; RODRIGUES, A L S et al. Spinal
and supraspinal antinociceptive action of dipyrone in formalin,
capsaicin and glutamate tests. European Journal of
Pharmacology 345 (3): 223-245, 1998.
BENEDETTI, C; BUTLER, S H. Systemic analgesics. In: BONICA, K;
LOESER, J D; CHAPMAN, C R; FORDYCE, W E. The Management
of Pain 2
nd
ed. Philadelphia-London: Lea & Febiger, 1990.
BERNARD, J F; BESTER, H; BESSON, J M. Involvement of
the spinobarabrachio-amygdaloid and hypothalamic pathways in the
autonomic and effective emotional aspects of pain. Progress in Brain
Research, 107: 243-255, 1996.
BESSON, J M; CHAOUCH, A. Peripheral and spinal
mechanisms of nociception. Physiology Reviews, 67: 67-186, 1987.
BESSON, J M. The neurobiology of pain. Lancet 353 : 1610-1615, 1999.
BJÖRKMAN, R. Central antinociceptive effects of non -
steroidal anti-inflammatory drugs and paracetamol. Acta
Anaesthesiologica Scandinavica 39 : 103, 1-44, 1995.
BOIE, Y; STOCCO, R; SAWYER, N et al. Molecular cloning
and Characterization of the four rat prostaglandin E
2
prostanoid
receptor subtypes. European Journal of Phamacology, 340: 227-
241, 1997.
BONACORSO, H; OLIVEIRA, M R; WENTZ, A P et al.
Haloacetylated enol ethers: 12[18]. Region specific synthesis and
structural determination of stable 5-hydroxy - 1H-pyrazolynes.
Tetrahedron, 55: 345 - 352, 1999.
BORNE, R F. Nonsteroidal anti - inflammatory drugs. In: Foye, W O;
Lemke, T L, Williams, D A. (Eds.), Medicinal Chemistry.
Williams and Wilkins, Baltimore, 535-580, 1995.
CALIXTO, J B; CABRINI, D A; FERREIRA, J; CAMPOS, M M. Kinins in
pain and inflammation. Pain 87: 15, 2000.
CAMPBELL, W B; HALUSHKA, P V. Lipid-derived autacoids eicosanoids
and Platelet - activating factor. In: Hardman, J G; Limbird, L E;
Molinoff, P B; Ruddon, R W; Gilman, A G. (Eds.), Goodman
and Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics.
McGraw - Hill. New York, 601-616, 1996.
CAMPOS, D I; CUNHA, F Q; FERREIRA, S H. A new mechanism of
action of dipyrone: blockade of the release of a nociception factor from
macrophages. Brazilian Journal of Medical and Biological
Research, 21: 565 - 568, 1998.
CAMPOS, C ; GREGÓRIO, R ; GARCIA NIETO, R. et al.
Regulation of Cyclooxigenase activity by metamizol. European
Journal of Pharmacology, 378: 339-347, 1999.
CARLSSON K H; HELMREICH, J; JURNA, I. Activation of inhibition
from the periaqueductal grey matter mediates central analgesic effect
of metamizol (dipyrone). Pain 27: 373-390, 1986.
CARLSSON K H & JURNA, I. The role of descending inhibition in
the antinociceptive effects of the pyrazolone derivatives, metamizol
(dipyrone) aminophenazone (“Pyramidon”). Naunyn-
Schmiedeberg´s. Archives of Pharmacology, 335: 154-159, 1987.
CARVALHO, M M J. Dor, um estudo multidisciplinar. São Paulo:
Summus Editorial, 1999.
CASHMAN, J N. The mechanisms of action of NSAIDS in analgesia.
Drugs, 52: 13-23, 1996.
CASTRO E SILVA, E. Neurotransmissão aminérgica central. In:
Silva, P. Farmacologia. 5 ed., Rio de Janeiro : Guanabara Koogan S.
A., 253 - 268, 1998.
CAVALCANTI, I L; MADDALENA, M L. Dor. Rio de Janeiro: SAERJ, 2003.
COHEN, R D & PERL, E R. Contributions of arachidonic acid derivatives
and substance P to the sensistization of cutaneous nociceptors.
Journal of Neurophysiology 64: 457- 464, 1990.
COLEMAN, J W. Nitric oxide in immunity and inflammation.
Internacional Immunopharmacology 1: 1397-1406, 2001.
COTRAN, C; KUMAR, T; ROBBINS, A. Patologia Estrutural e
Functional. Rio de Janeiro : Guanabara-Koogan, 35-71, 1994.
DICKENSON, A H. Central acute pain mechanisms. Annals of Medicine,
27: 223-227, 1995.
DICKENSON, A H. Mechanisms of central hypersensivity: excitatory
amino acid mechanisms and their control. In: DICKENSON, A;
BESSON, J-M. The Pharmacology of Pain. Handbook of
Experimental Pharmacology. Berlin: Springer-verlag, 1997.
DRAY, A; URBAN, L; DECKENSON, A H. Pharmacology of chronic
pain. Trends in Pharmacological Sciences, 15: 190-197, 1994.
DUARTE, I D; SANTOS I R; LORENZETTI, B B et al. Analgesia by
direct antagonismo f nociceptor sensitization involves the arginine -
nitric oxide-cGMP pathway. European Journal of Pharmacology,
217: 225-227, 1992.
FERREIRA, S H. Entre a compreensão e a confusão: alodínia e
hiperalgesia. Dor on line (www.dol.inf.br/HTML), 2002.
FERREIRA, J. Participação de receptores B1 e B2 para as cininas em
modelos experimentais de dor crônica, Tese de Doutorado em
Farmacologia. Universidade Federal de Santa Catarina, 2004.
FERNANDEZ, A G, SALCEDO, C, PALACIOS, J M. Aspirin, salicylate
and gastrointestinal injury. Nature Medicine 1: 602-603, 1995.
FÜRST, S. Transmitters involved in antinociception in the spinal cord.
Brain Research Bullettin 48 : 129-141, 1999.
GANONG, W. The stress response: a dynamic overview. Hospital
Practice, 23: 155-190, 1988.
GODOY, M C, FIGHERA, M R, SOUZA, FR, et al. α2-Adrenoceptores
and 5- HT receptors mediate the antinociceptive effect of new
pyrazolines, but not of dipyrone. European Journal of
Pharmacology, 496: 93-97, 2004.
GOEL, A ; MADAN, A K. Structure-activity study on anti-inflammatory
pyrazole carboxylic acid hydrazide analogs using molecular
connectivity indices. Journal of Chemical Information and
Computer Sciences, 35: 510-524, 1995.
GUYTON, E H. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Ed
Guanabara-Koogan, p. 551-561, 1997.
GÜRSOY, A, DEMIRAYAK, S; CAPAN, G; et al. Synthesis and
Preliminary evaluation of new 5- pyrazolinone derivatives as
analgesics agents. European Journal of Medicinal Chemistry 35:
359-364, 2000.
GRUBB, B D. Peripheral and central mechanisms of pain. Brithish
Journal of Anaesthesia, 81: 8-11, 1999.
HAMMOND, D L. Inhibitory Neurotransmiters and Nociception; role of
GABA and Glicine. In: Dickenson, A & Besson, J-M. The
pharmacology of pain. Germany: Ed. Springer, 1997.
HEADLEY, P M., GRILLNER S. Excitatory amino - acids and synaptic
transmission: the evidence for a physiological function.
Trends in Pharmacological Sciences, 11: 205-211, 1990.
HERNANDEZ, N; VANEGAS,H. Antinociception induced by PAG-
microinjected dipyrone (metamizol) in rats: involvement of spinal
endogenous opioids. Brain Research, 896: 175-178, 2001.
HOSKIN, P J; HANKS, G W. Opioid agonist antagonist drugs in
acute and chronic pain states. Drugs, 41: 326-344, 1991.
INSEL, P A. Analgesic - antipyretic and anti- inflammatory agents and
drugs employed in the treatment of gout. In: HARDMEN, J G;
LIMBIRD, L E; MOLINOFF, P B; RUDDON, R W.
Pharmacological Basis of Therapeutics. Atlampa: Mc Graw Hill
Interamericana, 1996.
JONES, S L. Dypirone into the nucleous raphe magnus inhibits the rat
nociceptive tail-flick reflex. European Journal of Pharmacology, 318:
37-40, 1996.
KUO, S; HUANG, L J; NAKAMURA, H. Studies on heterocyclic
compounds. 6
1
Synthesis and analgesic and anti- inflammatory
activities of 3, 4- dimethylpyrano [2,3-c pyrazole 6 –one
derivatives. Journal Medical Chemistry, 27: 539-544, 1984.
LAPORTE, J R; CARNÉ, X. Blood dyscrasias and the relative safety of
non-narcotic analgesics. Lancet, 329: 809, 1987.
LEWIS, J W; CANNON, J T; LIEBESKIND, J C. Opioid and non -
opioid mechanisms of stress analgesia. Science, 208 : 623-625,
1980.
LECANNELIER, S. Antiinflamatorios no esteroideos. In: Marcondes
J. Farmacología. Buenos Aires: Intermédica, 1976.
LEVINE, J D; TAIWO, Y O; COLLINS, S D et al. Noradrenaline
hyperalgesia is mediated through interaction with sympathetic
postganglionic neurone terminals rather than activation of primary
afferent nociceptors. Nature, 323: 158-160, 1986.
LICHTENBERGER, L M, WANG, Z, ROMERO, J J, et al. Non-steroidal
anti-inflammatory drugs (NSAIDs) associate with zwitterionic
phospholipids: insight into the mecanism and reversal of NSAIDs -
induced gastrointestinal injury. Nature Medicine 1, 154-158, 1995.
LI, P; ZHUO, M. Substance P and neurokinin A mediate sensory
synaptic Transmission In young rat dorsal horn neurons. Brain
Research Bullettin, 55: 521-531, 2001.
LIN, P.; JIANG, J. Synthesis of Monotrifluoromethyl-Substituted
Saturated CyclesTetrahedron 56 : 3635-3671, 2000.
LIU, H; WANG, H; SHENG, M et al. Evidence for presynaptic N-
methyl-D-aspartate autoreceptores in the spinal cord dorsal horn.
Proceedings of the National Academy of Sciences of United
States of America, 91: 8383-8387, 1994.
LIU, H; MANTYH, P W; BASBAUM, A I. NMDA-receptor regulation of
substance P release form primary afferent nociceptors. Nature, 386:
721-724, 1997.
LOESER, J; MELZACK, R. Pain, an overview. Lancet, 353: 1607-1609,
1999.
LORENZETTI, B B; FERREIRA, S H. Mode of analgesic action of
dipyrone: direct antagonismo inflammatory hyperalgesia.
European Journal of Phamacology, 114: 375-381, 1985.
MARDONES, J. Farmacologia. Buenos Aires: Ed. Interamericana, 1976.
MCQUEEN, D S. Opioid peptide interactions with respiratory and
circulatory systems. British Medical Bulletin, 39: 77-82, 1983.
MERSKY, H; BOGDUK, N. Classification of chronic pain: description of
chronic pain syndromes and definitions of pain terms. Seattle: IASP
Press, 1994.
MILLAN, M J. The induction of pain: an integrative review: Prog
Neurobiol 57, 1-164, 1999.
NATALINI, C C. Comparative evaluation of the effects of epidural
morphine, alentanil, buthorphanol, tramadol and U-50488H in
horses. Tese (doutorado) – University of Minnesota, 2000.
NUKI, G. Nonsteroidal analgesic and inflammatory agents. British
Medical Journal 287: 39-42, 1983.
OCHI, T, FUJII, T. MATSUMORI, K, et al. Antinociceptive properties of
FR140423 mediated through spinal delta-, but not mu- and kappa-,
opioid receptors. European Journal of Pharmacology 380:73-79,
1999.
OCHI, T; GOTO, T. The spinal antinociceptive effect of FR 140423 in
mice. Involvement of the descending noradrenergic and
serotoninergic systems. Life Science, 69: 2257-2264, 2001.
OLIVEIRA, L F. In: CAVALCANTE I L; MADDALENA, M L. Dor. Rio de
Janeiro: FARJ. p. 37-38, 2003.
PROKOPP, C R; RUBIN, M A; SAUZEM, P D; et al. 2-[5- triclorometil- 5-
hidroxi-3-fenil-4,5-dihidro 1 H- pirazol- 1-I L] 4- (4 bromofenil) - 5
metiltiazol (B50) provoca antinocicepção em camundongos.
Brazilian Journal of Medical and Biological Research 39 : 795,
2006.
RAINDSFORD, K D; VELO,G P. Side effects of anti
inflammatory/analgesic drugs. Lancaster: Kluver academic Publishers,
1992.
RANG, H P; DALE, M M; RITTER, J M. Pharmacology. ed.
Edinburgh, London, Melbourne and New York : Churchill Livingstone,
1995.
RUMACK, B H; PETERSON, R C; KOCH, G G. Acetaminophen over-
dose 662 cases with evaluation of oral acetylcysteíne treatment.
Archives Internal Medicine, 141: 380-385, 1982.
RUSSO, C; BROSE, W G. Chronic pain. Annual Review of Medicine, 49:
123- 133, 1998.
SAUZEM, P.D; MACHADO, P; RUBIN, M.A et al. Design and
microwave-assisted synthesis of 5-trifluoromethyl- 4, 5- dihydro- 1H-
pyrazoles: novel agents with analgesic and anti-inflammatory
properties. European Journal of Medicinal Chemistry, In Press,
2007.
SOUZA, F R; FIGHERA, M R; LIMA, T T F; BASTIANI, J; et al. 3- Methyl
- 5 - hydroxy - 5- trichloromethyl - 1 H - 1 -pyrazolcarboxamide
induces antinociception. Pharmacology, Biochemstry and Behavior
68: 525 - 530, 2001.
SOUZA, F R; SOUZA, V T; RATZLAFF, V; BORGES, L P; OLIVEIRA, M
R; BONACORSO, H G; ZANATTA, N; MARTINS, M A P; MELLO, C F.
Hypothermic and antipyretic effects of 3-methyl and 3-phenyl-5-
hydroxy-5-trichloromethyl 4 , 5 dihydro 1 H - 1-
pyrazolcarboxamide induces antinociception in mice . European
Journal Pharmacology 451: 141-147,2002.
SOUZA, A H. Avaliação do Potencial Antinociceptivo e Mecanismo
de ão do 2-[5-triclorometil-5-hidroxi-3-fenil-4,5-dihidro-1H-
pirazol-1-IL] 4-(4 bromofenil)-5 metiltiazol (B50) em camundongos.
Dissertação de Mestrado apresentado ao PPGBT/CCNE/UFSM, 2005.
TATSUO, M A; CARVALHO, W M; SILVA, C V. et al. Analgesic and
anti-Inflammatory effects of dipyrone in rat adjuvant
arthrits model. Inflammation, 18: 399-405, 1994.
TABARELLI, Z; RUBIN, M A; BERLEZE, D B. et al. Antinociceptive,
effect or novel pyrazolines in mice. Brazilian Journal of Medical and
Biological Research, 37: 1531-1540, 2004.
TAIWO, Y; LEVINE, J D. Characterization of the arachidonic acid
metabolites mediating bradikinin and noradrenaline hyperalgesia.
Brain Research, 458: 402 - 406, 1988.
TOMAZETTI, J; ÁVILA, P S; FERREIRA, A P O. et al. Baker yeast
induced fever in young rats: characterization and validation of an
animal model for antipyretics screening. Journal of Neuroscience
Methods 147: 29-35, 2005.
TORTORICI, V; VANEGAS, H. Putative role of medullary off- and on-
cells in the antinociception produced by dipyrone (metamizol)
administered systematically or microinjected into PAG. Pain, 57: 197-
205, 1994.
TORTORICI, V; VASQUEZ, E; VANEGAS, H. Naloxone partial reversal
of the antinociception produced by dipyrone microinjected into the
periaqueductal grey of rats. Possible involvement of medullary off -
and on- cells. Brain Research, 726: 106-111, 1996.
TSUJI. K; KONISHI, N; SPEARS, G. W. et al. Studies on anti-
inflammatory agents. V. Synthesis and pharmacological properties of
3-(difluoromethyl)-1- (4-methoxyphenyl) 5 -[4- (methylsulfinyl)-
phenyl] pyrazole and relates compounds. Chemical &
Pharmaceutical Bulletin, 45: 1475-1481, 1997.
UMPHRED, D A. Fisioterapia Neurológica.ed. Ed. Manole, 1994.
VANE, J R. Inhibition of prostaglandin synthesis as a mechanism of
action for aspirin-like drugs. Nature New Biology 231: 232-235, 1971.
VANE, J & BOTTING, R. Inflammation and the mechanism of action
of anti-inflammatory drugs. FASEB Journal 1: 89-96, 1987.
VANEGAS, H; SCHAIBLE H-G. Prostaglandins and cycloxygenases
in the spinal cord. Progress in Neurobiology, 64: 327-363, 2001.
VASQUEZ, E & VANEGAS, H. The antinociption effect of PAG-
microinjected Dipyrone in rats is mediated by endogenous
opioids of the rostral ventromedial medulla. Brain Research, 854:
249 – 252, 2000.
VELÁZQUEZ, R A; KITTO, K F; LARSON, A A. CP-96, 345, wich
inhibits [
3
H] substance P binding, selectively inhibits the
behavioral response to intrathecally administered NMDA, but not
substance P, in the mouse. The Journal of Pharmacology and
Experimental Therapeutics, 281: 1231-1237, 1997.
WOOLF, C J; MANNION, R J. Neuropathic pain : aetiology,
symptoms, mechanisms, and management. Lancet 353: 1959-1964,
1999.
WOOLFE, G; MACDONALD, A D. The evaluation of analgesic
action of Pethidine hydrochloride (demerol). Journal of
Pharmacology And Experimental Therapeutics 80: 300-307,1944.
YAKSH, T L. Spinal systems and pain processing: development of
novel Analgesic drugs with mechanistically defined models
. Trends Pharmacology Science, 20: 239 - 247, 1999.
ZHOU, X.; REN, A-M.; FENG, J-K., LIU, X-J.; YANG, G-B.; TIAN, W-J.
One-and two-photon absorption properties of a series of derived
pyrazolines. Optical Materials, 2004.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo