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Cristiano Gaujac
Cristiano GaujacCristiano Gaujac
Cristiano Gaujac
CONTROLE DA DOR E INFLAMAÇÃO
EM CIRURGIA ODONTOLÓGICA.
ARAÇATUBA
2006
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Cristiano Gaujac
Cristiano GaujacCristiano Gaujac
Cristiano Gaujac
CONTROLE DA DOR E INFLAMAÇÃO
EM CIRURGIA ODONTOLÓGICA.
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia do
Câmpus de Araçatuba - UNESP, para obtenção do grau de
MESTRE EM ODONTOLOGIA (Área de concentração em
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial).
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Hochuli Vieira
ARAÇATUBA
2006
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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da FOA / UNESP
Gaujac, Cristiano
G268m Controle da dor e inflamação em cirurgia odontológica/
Cristiano Gaujac. – Araçatuba : [s.n.], 2006
72 f. : il. ; tab.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Odontologia, Araçatuba, 2006
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Hochuli Vieira
1. Dor 2. Aine 3. Analgésico 4. Corticóide 5. Ansiolítico
Black D7
CDD 617.64
Cristiano Gaujac
Cristiano GaujacCristiano Gaujac
Cristiano Gaujac
CONTROLE DA DOR E INFLAMAÇÃO
EM CIRURGIA ODONTOLÓGICA.
Comissão Examinadora
DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE
Presidente e Orientador : Prof. Dr. Eduardo Hochuli Vieira
1º Examinador : Prof. Dr. Idelmo Rangel Garcia Jr.
2º Examinador : Prof. Dr. Élio Hitoshi Shinohara
Araçatuba, 22 de fevereiro de 2006.
Dados Curriculares
Cristiano Gaujac
Cristiano GaujacCristiano Gaujac
Cristiano Gaujac
NASCIMENTO: 09/10/1973 – São Paulo/SP
FILIAÇÃO: LUCIEN HENRI GAUJAC
DENISE GAUJAC
1994/1999: Curso de Graduação
Faculdade de Odontologia – Universidade Federal de Sergipe.
2000/2002: Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-
Facial no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo.
2002: Obtenção do Título de Especialista em Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-Facial pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial.
Dados Curriculares
2002/2004: Preceptor do Curso de Especialização em Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
2004/2006: Curso de Pós-Graduação em Cirurgia e Traumatologia Buco-
Maxilo-Facial na Faculdade de Odontologia de Araçatuba
Universidade Estadual Paulista – nível Mestrado.
Dedicatória
Dedicatória
A
AA
A
D eus,
D eus, D eus,
D eus, por tudo...
Aos meus pais,
Aos meus pais, Aos meus pais,
Aos meus pais, Lucien
LucienLucien
Lucien e
e e
e D enise
D eniseD enise
D enise,
,,
,
Que sempre acreditaram neste sonho e m e incentivaram, dedico esta
realização.
Dedicatória
A
AA
A
os meus irmãos,
os meus irm ãos, os meus irm ãos,
os meus irm ãos, Alain, H élène
Alain, H élèneAlain, H élène
Alain, H élène,
,,
,
Jean
JeanJean
Jean-
--
-Bernar
BernarBernar
Bernard
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d
e
ee
e
Luciano
LucianoLuciano
Luciano
Aos meus sobrinhos
Aos meus sobrinhos Aos meus sobrinhos
Aos meus sobrinhos Anaïs
AnaïsAnaïs
Anaïs,
, ,
, Julie
JulieJulie
Julie e
e e
e Yannick
YannickYannick
Yannick,
,,
,
mesmo tão distantes sei que torciam por mim. V ocês sempre
estiveram presentes em meu pensam ento.
À minha
À minha À minha
À minha nam orada
nam oradanam orada
nam orada, L
, L, L
, L uana
uanauana
uana,
,,
,
Pelo apoio direto e sacrifícios até nos mom entos de ausência ou
distância. Faço este mérito também seu.
Agradecimento
A
AA
A
o Prof. D r.
o Prof. D r. o Prof. D r.
o Prof. D r. Idelm o Rangel Garcia Jr.
Idelmo R angel G arcia Jr.Idelmo R angel G arcia Jr.
Idelmo R angel G arcia Jr.
U m grande professor não é aquele que apenas ensina, e sim aquele que
acredita, confia e nos guia pelo melhor caminho. Este foi o espírito de nossa
convivência e que m e fez sentir em casa. Obrigado pelos mom entos de apoio,
sem ele não seria possível à concretização dessa etapa da minha vida.
Agradeço o privilégio de tê-lo como orientador.
Agradecimentos
Especiais
Agradecimentos Especiais
A
AA
A Faculdade de Odontologia do Câmpus de A raçatuba U N ESP,
na pessoa do seu diretor, Prof. D r. Paulo Roberto Botacin, pelas condições oferecidas para
a realização desta pesquisa.
Ao Coordenador do Programa de Pós-G raduação, em O dontologia, da F aculdade de
Odontologia do Câm pus de A raçatuba U N E SP, Prof. D r. W ilson Roberto Poi, pelo
empenho, receptividade e orientações prestadas durante este período.
À Coordenação de A perfeiçoam ento de Pessoal de N ível Superior (CAPES) pelo apoio
financeiro.
A todos os professores desta U niversidade, especialmente ao Prof. D r. Osvaldo
M agro Filho, Prof. D r. Eduardo Hochuli Vieira, e particularm ente ao Prof. Dr. Pedro
Felício E strada Bernabé pelas palavras am igas, incentivo pessoal e profissional.
Agradecimentos Especiais
Aos colegas e am igos do D outorado do segundo ano em Cirurgia e Traumatologia
Buco-M axilo-Facial desta Faculdade: Fábio Yoshio Tanaka, Fernando Esgaib Kayatt,
Jordam Lim a da Silva, José Luiz Rodrigues Leles, N atasha M agro É rnica e Vinícius
Canavarros Palm a, e do prim eiro ano Paulo A lm eida Jr., André D otto Sottovia, Liliane
Scheidegger da Silva Zanetti, Paulo Dom ingos Ribeiro Junior, Eleonor Á lvaro Garbin
Junior. Foram muitos mom entos agradáveis e inesquecíveis.
Aos colegas e am igos do M estrado em Cirurgia e Traum atologia Buco-M axilo-F acial
desta Faculdade: H elen Ram on E sper, Thaís M ara M anfrim , Carolina Chiantelli Cláudio,
Eduardo Francisco de Souza F aco, M arcelo Kayatt Lacoski, Thaís da Silveira Rodrigues,
Francisley Á vila Souza, Jéssica Lemos Gulinelli, Camila Benez Ricieri, Thalita Pereira
Queiroz. Pelo companheirism o e troca de experiências.
Agradecimentos Especiais
Aos funcionários do D epartamento de Cirurgia e Clínica Integrada: A na Cláudia
M acedo, Glauco de Carvalho e Cleide Lemes Calzadilla, Bernadete M aria N unes K imura,
M aria D irce Colli Boatto, agradeço pelo convívio e ajuda na realização deste trabalho.
A todos os funcionários da Biblioteca, agradeço pelas essenciais orientações e
correções.
Aos funcionários da Pós-graduação: M arina M idori Sakam oto K aw agoi
e Valéria de
Queiroz M arcondes Zagatto, agradeço por tantas ajudas e pela simpatia com que sem pre m e
receberam.
Aos am igos D aniel G alera B ernabé, Leandro Kaw ata, L eila M urad, Paulo Alm eida
Jr., André Caroli Rocha, M arcelo M inharro Ceccheti, Frederico Yonezaki, N ey Penteado de
Castro N eto, Camila Eduarda Zam bon e Estevam Rubens U tum i, agradeço pelo apoio e
am izade quando m ais precisei.
Agradecimentos Especiais
Aos assistentes do Serviço de Cirurgia e Traum atologia B ucomaxilofacial do H ospital
das Clínicas da Faculdade de M edicina da U SP em especial a D ra. Paula Peres, D r. Peter
Ilg, D r. Gustavo M achado G rothe, D r. H aroldo Calonge, D r. Araldo Ayres M onteiro Jr. e
D r. Paulo de Tarso por todo conhecim ento m e passaram durante os quatro anos de residência
nessa Instituição.
Agradeço a todos que colaboraram direta ou indiretam ente à execução deste trabalho.
Resumo
GAUJAC, C. Controle da dor e inflamação em cirurgia odontológica. 2006. 72f.
Dissertação (Mestrado em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial) Faculdade de
Odontologia do Campus de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba.
RESUMO
A dor pode fazer parte ou não do processo inflamatório e significar a presença
de dano ao organismo. É por meio dela que a maioria das afecções se manifesta. O cirurgião-
dentista é responsável pela orientação ao paciente a respeito da dor esperada e sobre a
estratégia de suavizá-la. Esse trabalho tem por objetivo elaborar um manual para que se possa
fornecer aos clínicos e aos alunos de graduação informações e embasamento necessário para
realizar uma prescrição medicamentosa adequada para a dor aguda, sendo sugeridos alguns
protocolos de atendimento.
Palavras-chave: Dor, odontologia, cirurgia, protocolo, aine, analgésico, corticóide,
ansiolítico.
Abstract
Abstract
GAUJAC, C. Controle da dor e inflamação em cirurgia odontológica. 2006. 72f.
Dissertação (Mestrado em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial) Faculdade de
Odontologia do Campus de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba.
ABSTRACT
Pain represents a mechanism which can participate or not of the inflammatory
process causing injury to the organism. Most of the affections are manifested through the
pain. The dental surgeon is responsible for the patient’s orientation regarding the expected
pain and also about the strategy to soothe this expectation. This study aims to elaborate a
practical manual in order to offer to the dental professionals and also to the undergraduate
students information and enough background to accomplish an adequate prescription for the
acute pain suggesting suitable clinical protocols.
Keywords: pain, dentistry , surgery, protocol, nsaid, analgesic, corticosteroid, Anxiolytics.
Lista de Abreviaturas e Siglas
β - beta
ACTH - Hormônio adrenocorticotrófico
AINE – antiinflamatório não esteroidal
AINEs – antiinflamatórios não esteroidais
AL – anestésico local
Amp. - ampola
ASMS - Associação Americana de Cirurgiões Maxilofaciais
Cap. - cápsula
Comp. – comprimido
Cox - cicloxigenase
Coxib – inibidor específico da cox
DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica
dr - drágea
EV – endovenoso
h - hora
HHA - hipotálomo-hipófise-adrenal
IM – intramuscular
IMAOs - Inibidores da Monoamina Oxidase
Kg - Kilograma
mg - miligrama
min - minuto
ml – mililitro
P.A. – pressão arterial
pH – potência hidrogênio iônica
pKa – -log da constante de ionização do ácido
SNC – sistema nervoso central
VO – via oral
α - alfa
Sumário
1 INTRODUÇÃO 23
2 ANSIOLÍTICOS 26
3 ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS - GLICOCORTICÓIDE 31
4 ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS 37
5 ANESTÉSICOS LOCAIS 44
6 ANALGÉSICOS 50
7 PROTOCOLOS 55
8 REFERÊNCIAS 63
1. Introdução
A dor pode fazer parte ou não do processo inflamatório e
significar a presença de dano ao organismo. É por meio dela que a maioria das afecções se
manifesta. Independentemente dos métodos complementares, o diagnóstico é pré-
estabelecido junto a estratégias terapêuticas, visando ao seu controle ou eliminação
1
.
A resposta inflamatória está estreitamente interligada ao processo de reparo
de qualquer tecido do corpo humano. A inflamação serve para destruir, diluir ou anular o
agente lesivo
2
.
Agente lesivo
Inflamação
(Mecanismo de
proteção do
organismo)
dor
edema
rubor
Reparo
tecidual
(cura)
Figura 01. Mecanismo de defesa do organismo por meio da inflamação.
O cirurgião-dentista é responsável pela orientação ao paciente a respeito da
dor esperada e sobre a estratégia de suavizá-la. Três importantes condutas devem estar
relacionadas ao controle da dor relacionada a procedimentos cirúrgicos:
Manter o paciente, o mais confortável possível (diminuir o estresse
pré-operatório);
Diminuir o efeito do trauma local (princípios de técnica
cirúrgica);
Retorno à função, o mais rápido possível, após o procedimento
clínico (retorno as atividades diárias).
C
O
R
P
O
Introdução
24
Uma boa orientação medicamentosa, para oferecer conforto ao paciente,
seria iniciá-las de acordo com os tempos operatórios. Seguem abaixo exemplos e
medicamentos que poderiam ser aproveitados nesses períodos:
Figura 02. Esquema terapêutico possível, baseado nos tempos operatórios.
É importante ressaltar a importância do diagnóstico e tratamento das
complicações, advindas do uso dessas drogas.
Pré-operatório
Ansiolíticos
Corticóides
AINEs
Antibióticos
Drogas de controle
de doenças
sistêmicas
Neuroregeneradores
Complexos
vitamínicos
Trans-operatório
Anestésicos locais
Drogas de controle
de intercorrências.*
Pós-operatório
Analgésicos
AINEs
Antibióticos
Corticóides
Neuroregeneradores
Complexos
vitamínicos
*
Adrenalina
O
2
(oxigênio)
Anti-histamínico
Corticóide
Hipotensores
Broncodilatadores
2. Ansiolítico
C onsiderando o conhecimento médico-odontológico, incluindo o
domínio dos fármacos, é importante e necessário que o cirurgião-dentista adote medidas
mais amplas que permitam um controle da dor e da ansiedade dos pacientes, durante os
variados procedimentos odontológicos que incluem um número crescente de cirurgias
bucais ambulatoriais, como remoção de dentes simples e inclusos, remoção de tumores
benignos dos maxilares, colocação de implantes, entre outras
3
.
A expectativa de ser submetido a um tratamento odontológico foi
considerada o segundo entre os medos e temores mais freqüentes da população
4
.
No Brasil, 15% dos indivíduos avaliados, quanto ao nível e prevalência
da ansiedade odontológica, foram considerados ansiosos
5
.
Quando o cirurgião-dentista propõe realizar algum procedimento
cirúrgico, ele está involuntariamente despertando no seu paciente uma série de emoções
inevitavelmente relacionadas à dor e, mesmo removendo as informações periféricas
discriminativas, através de anestésicos locais, pode não ser suficiente para mudar o
estado emocional do indivíduo, podendo influenciar no ato operatório
3
.
Se a dor é um efeito multidimensional que depende do fator
discriminativo e é modulada pelos fatores cognitivos, emocionais e comportamentais
6
, a
percepção à dor é individual e a reação a ela é variável e dependente do sexo,
características étnicas e experiências passadas (Figura 3).
____________________________________________________
Ansiolítico
26
Quando ocorre a identificação dos pacientes com ansiedade e/ou medo,
inicialmente são utilizados métodos ou técnicas de modificação do comportamento, de
sugestão positiva e de confiança. Os resultados desse trabalho estão diretamente ligados
ao relacionamento estabelecido entre cirurgião-dentista e paciente. Essas condutas têm
por finalidade estabelecer nos pacientes um ambiente não ameaçador e reduzir
psicologicamente a apreensão e o medo
7
.
Quadro 01. Técnicas de condicionamento para redução da ansiedade e do medo.
Discutir sobre o medo e a dor no atendimento odontológico.
Discutir sobre experiências passadas “em procedimentos anteriores, a anestesia não teve
efeito ou demorou para surtir o efeito”, fato comum e relatado.
Explicações sobre a possibilidade de sentir dor e, caso ocorra, avisar ao cirurgião,
“levantando a mão”. O paciente interagindo no procedimento.
Relaxar o paciente.
Reduzir os estímulos sonoros e outros.
Diálogo constante com o paciente.
Entretanto, em alguns casos, essas técnicas de modificação do
comportamento não se mostram suficientes no controle da ansiedade, estando indicado,
NOCICEPÇÃO
SOFRIMENTO
DOR
Mecanismos
neuropáticos
Fatores
psicológicos
Fatores sociais,
culturais e
ambientais
Experiências
prévias
Estímulos
nociceptivos
Estados ou
traços
psicológicos
Figura 3. Fatores que influenciam a nocicepção.
____________________________________________________
Ansiolítico
27
também, o emprego de medicamentos, denominados ansiolíticos, como terapêutica
coadjuvante no controle da dor.
Dependendo da dosagem, os ansiolíticos apresentam efeitos sedativo,
ansiolítico, anticonvulsivante e miorrelaxante. São eficazes no tratamento da ansiedade,
fobia, insônia inicial, espasmos musculares, mioclonias, espasticidade e convulsões
8-12
.
O uso desses medicamentos no consultório deve ser realizado com um
adequado monitoramento do paciente:
Pressão arterial
Pulso
Freqüência respiratória
Oximetria
Medicamentos para controle dos sinais vitais
Os principais ansiolíticos são os benzodiazepínicos e são descritos na
tabela a seguir:
____________________________________________________
Ansiolítico
28
Quadro 2. Benzodiazepínicos* mais usados no Brasil.
nome farmacológico nome comercial apresentação I (min.) P (min) D dose / dia dose
EV
VO/IM
EV
VO EV(min)
VO(h)
clonazepam Rivotril comp 0,5;2mg 20-60 1-2h 6-10h inicial 0,5mg
amp 2,5mg manutensão 3xdia
clorazepato Tranxilene cap 5;10;15mg 30-60
clordiazepóxido Psicosedin comp 5; 10mg 5 15 20-80 100mg 10-20mg 2-3x dia
diazepam Ansilive cap 5; 10mg <2 15-60 3-4
1h 15 2-6 60mg VO sedação
Calmociteno amp 10mg 5-10mg/1x
Compaz cap 5; 10mg antiespástico
Diazepam amp 10mg; 2ml 5-10mg
Dienpax amp 2ml; 10mg (0,15-0,3mg/Kg)
Kiatrium cap 5; 10mg 6x
Letansil amp 10mg EV 0,1-0,2mg/Kg
Noan amp 2ml; 10mg
Pazolini cap 5-10mg
Somaplus dr 5mg
Valium cap 5;10mg
amp 10mg
cap 5;10mg
amp 10mg
estazolam Noctal comp 2mg 15-30
cloxazolam Elum cap 1; 2; 4mg 12mg 1-2mg 2-4xdia
Olcadil cap 2; 4mg
lorazepam Anosedil cap 1; 2mg 20-30 1-4h 6-10h 12mg 0,5-3mg (0,02-0,08mg/Kg)
Lorax cap 1; 2mg 2-3xdia
bromazepam Bromazepam cap 3; 6mg 1-4h 12 12mg 1,5-3mg 1-3xdia
Lexotan cap 3; 6mg
Novazepam cap 3; 6mg
Somalium cap 3; 6mg
clobazam Frisium cap 10; 20mg 30mg 10-30mg
Urbanil cap 10; 20mg
alprazolam Frontal comp 0,25; 0,5; 1mg 20-30 1-2h 6-10h 4mg 0,25-1mg 3xdia
midazolam Dormonid comp 15mg 0,5 5-15 3-5
15-30min 15-80 2-6 1mg/Kg/h VO 20-40mg
amp 15; 50mg (0,5-2mg/Kg)
IM 2,5-10mg
(0,05-0,2mg/Kg)
EV 0,5-5mg
(0,025-1mg/Kg)
nitrazepam Nitrazepol cap 5mg 30-60
Sonebon cap 5mg
triazolam Halcion cap 0,25;0,5;1mg 0,25-0,5mg
flurazepam Dalmador m cap 30mg 30-60 15-20 7-8 15-30mg
flunitrazepam Fluzerin cap 2mg 15-30 6-8 6mg 1-2mg
Rohypnol comp 1mg
PO -potencia; I - início; P - pico; D - duração; cap - cápsulas; dr - drágeas; comp - comprimidos; amp - ampolas
* Para prescrição das drogas acima é necessário receituário especial.
____________________________________________________
Ansiolítico
29
Os ansiolíticos podem ser divididos em
13,14
:
Indutores do sono - lorazepam, flunitrazepam, furazepam,
triazolam e, o midazolam são os mais empregados,
Ansiolíticos - alprazolam e bromazepam
Miorrelaxante - diazepam.
A tabela abaixo demonstra uma comparação entre os dois mais difundidos no meio
odontológico (midazolam e diazepam)
8, 14, 15
:
Quadro 03. comparação entre o midazolam e o diazepam.
midazolam diazepam
Duração do efeito maior menor
Tempo inicial rápido lento
Reações locais menor maior
Efeito amnésico maior menor
Potência sedativa maior (3-4X) menor
Meia vida curta (menor que 6h) longa (maior que 20h)
Em algumas condições especiais, o uso prévio ao tratamento, de
ansiolíticos pode trazer benefícios aos procedimentos:
Quadro 4. Condições sistêmicas especiais beneficiadas com o uso de ansiolíticos
Hipertensão;
Diabete melito;
Hipertiróidismo;
Pacientes hiperativos;
Pacientes com depressão;
Portadores de doenças crônicas.
Os ansiolíticos produzem sedação relacionada à dose. São metabolizados
no fígado e eliminados pelos rins
8, 15
. O limiar de dor pode ser elevado, devido ao
controle da ansiedade e da agitação por ação central.
____________________________________________________
Ansiolítico
30
Quadro 05. Uso restrito dos ansiolíticos.
Glaucoma de ângulo fechado
Idosos
Uso com outras medicações depressoras do Sistema Nervoso Central
Crianças menores de 12 anos
Insuficiência respiratória crônica
Quadro 06. Drogas que podem deprimir o SNC e o sistema circulatório.
Álcool
Opióides
Outros sedativos
Barbitúricos
Fenotiazinas
IMAOs
Agentes anestésicos voláteis
Havendo intoxicação, a medicação deve ser descontinuada ou a dose
reduzida; o suporte circulatório e ventilatório instituído; a reversão do efeito
farmacológico induzida com a infusão EV de flumazenil (0,2-2mg EV); a emese
deflagrada com xarope de ipeca, e a lavagem gástrica e administração de carvão ativado
realizados, quando a medicação tiver sido ingerida. A hemodiálise não é útil. Havendo
síndrome de abstinência, a hiperatividade pode ser controlada com barbitúricos. A
injeção intra-arterial resulta em vasoespasmo e granguena. O tratamento desta
complicação deve ser realizado com injeção intra-arterial de fentolamina (5-10mg
diluída em 10ml de soro fisiológico) e com bloqueio do sistema nervoso
neurovegetativo simpático
8, 14, 15
.
3. Antiinflamatório esteróidal
A dor aguda está intimamente relacionada à inflamação (Figura 4). A
migração celular e os produtos celulares e teciduais, como as citocinas, contribuem para
formar um concentrado inflamatório que estimula as fibras aferentes receptoras de dor,
as quais conduzem o estímulo doloroso. Esta é a dor por nocicepção. A inflamação é
uma resposta completa do organismo, com um alto nível de integração
16
. Tem como
objetivo defender e preparar os tecidos lesados para os eventos que permitirão a sua
reparação. Portanto, é uma etapa passageira; a dor decorrente deve ser maior no início, e
reduzir com o transcorrer do tempo
17
.
Figura 4. Esquema simplificado, representando os compartimentos do sistema
nervoso por onde passa e é modulado o estímulo nociceptivo, até o
momento em que a dor torna-se consciente e é percebida pelo indivíduo.
(Modificado de SIQUEIRA, 2001
1
).
Tálamo
córtex
INFLAMAÇÃO
Citocinas
Fatores de crescimento
Neuropeptídeos
Microcirculação
Lesão nervosa
Sistema nervoso
periférico
Complexo
trigeminal
Sensibilização central
DOR
INTERCONEXÕES
Inibição
Excitação
Sistema límbico
Sistema cognitivo
Sistema supressor
da dor
(endorfinas)
Inflamação
neurogênica
______________________________________Antiinflamatório esteró
idal
32
A produção de cortisol pelo córtex adrenal é regulada através do eixo
hipotálomo-hipófise-adrenal (HHA) (Figura 5). Este glicocorticóide natural é
responsável pela regularização de vários processos no organismo, no processo
inflamatório, e suas causas, armazenando e modulando-o até à cura. Quando a
inflamação se instala, o uso de antiflamatórios exógenos (vo e parenteral) se faz
necessário, na tentativa de acelerar e potencializar essas ações.
Segundo Kater (2001)
18
, cada glicocorticóide apresenta uma estrutura
molecular própria e, por isso, um perfil específico de efeitos biológicos e
Hipotálamo
Fator liberador
de
corticotrofina
Hipófise
anterior
Liberação de hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH)
Cortical da glândula
adrenal
estímulo
Produção
de cortisol
Excesso de
cortisol ou
glicocorticóide
sintético
Produção
diminuída
de ACTH
pouco
cortisol
Produção
aumentada
de ACTH
Figura 5. Influência do corticóide na supressão adrenal.
______________________________________Antiinflamatório esteró
idal
33
farmacológicos, em relação às suas características farmacocinéticas e
farmacodinâmicas. (Quadro 7). O a secreção e extração do cortisol é pela manhã, sendo
assim aconselhável , a administração de corticóides profiláticos nesse período.
A administração EV de dexametasona apresentou uma maior atividade
analgésica do que o diclofenaco, pentazocina e placebo, por avaliação, usando a escala
visual analógica, em 160 pacientes submetidos à remoção de terceiros molares
mandibulares inclusos
19
.
A redução do edema pós-operatório está ligada à redução da dor pós-
operatória. Além disso, um edema facial de dimensões consideráveis pode induzir
efeitos psicológicos negativos ao paciente. O emprego de fosfato dissódico de
dexametasona, 20mg em dose única IM, tem-se demonstrado muito eficiente na redução
do edema pós-operatório. A administração de corticóide deve ser feita no período de 9-
11 horas da manhã, respeitando-se o ciclo circadiano de liberação endógena de
corticóide
20
.
Quadro 7. Corticóides mais utilizados demonstrando duração de ação terapêutica,
potência, dose equivalente.
Droga Duração de ação terapêutica Potência relativa
Dose equivalente (mg)
Hidrocortisona curta 1 20
Cortisona curta 0,8 25
Predinisona intermediária 4 5
Predinisolona intermediária 5 4
Metilpredinisolona
intermediária 5 4
Triamcinolona intermediária 5 4
Betametasona prolongada 25 0,5
Dexametasona prolongada 25 0,5
______________________________________Antiinflamatório esteró
idal
34
O uso de corticóides tem se mostrado seguro e ajuda na melhora clínica
dos pacientes, comprovado pelo uso de altas doses pré-operatórias utilizadas por
membros da Associação Americana de Cirurgiões Maxilofaciais (ASMS), porém seu
uso deve ser mais comedido em pacientes com fator de risco para necrose avascular, e
que possuem sensibilidade gástrica aos antiinflamatórios não esteroidais e à
aspirina
,21,22
.
3.1 INDICAÇÕES
Os corticóides exógenos estão indicados em cirurgias onde se prevê um
processo inflamatório e algia pós-operatória acentuados, ou seja, em procedimentos com
grande manipulação de tecido mole, agressão óssea e período de tempo prolongado.
Quadro 8. Modalidades cirúrgicas com indicação para o uso de corticóide.
Remoção de dentes inclusos
Cirurgia parendodôntica
Tratamento das fraturas faciais
Cirurgia ortognática
Cirurgia da articulação têmporo-mandibular
Remoção de extensas lesões ósseas
A terapia com dose alta por um período curto, (24 a 48 horas) quando
bem indicada, não se associa às complicações sistêmicas importantes (bloqueio do eixo
HHA), não verificando necessidade de redução progressiva da dose, a menos que haja
sinais de recidiva da condição clínica com a suspensão do fármaco
18
.
______________________________________Antiinflamatório esteró
idal
35
3.2 CONTRA-INDICAÇÕES
Segundo Longui (2001)
23
são contra-indicações para terapia com
corticosteróides:
3.3 EFEITOS COLATERAIS
São observadas duas categorias de efeitos tóxicos no uso terapêutico dos
corticosteróides: os que resultam da suspensão do fármaco e os que advêm do uso
contínuo de altas doses. Ocorre insuficiência supra-renal, em conseqüência da
suspensão rápida de corticosteróides, após terapia prolongada. Pode ser extremamente
difícil distinguir uma síndrome de suspensão de corticosteróides característica,
consistindo de febre, mialgia, artralgia e mal-estar, reativação da artrite reumatóide e
febre reumática.
Quadro 10. Efeitos colaterais do uso prolongado de corticóide.
Distúrbios eletrolítricos
Hipertensão
Hiperglicemia
Glicosúria
Aumento da suscetibilidade à infecção
Agudização da tuberculose
Agudização da úlcera péptica
Miopatia
Distúrbios do comportamento
Cataratas subcapsulares posteriores
Parada do crescimento
Síndrome de Cushing
Quadro 9. Contra-indicações para uso dos corticóides.
ABSOLUTAS
- Hipersensibilidade aos componentes das fórmulas
- Infecções fúngicas sistêmicas
RELATIVAS
- Hipertensão arterial grave não controlada
- Diabetes mellitus
- Tuberculose
- Doenças inflamatórias intestinais inespecíficas
- Úlcera péptica.
- Hipotireoidismo
- Cirrose hepática grave
4. Antiinflamatório não esteróidal
A função dos antiinflamatórios é de complementar o controle analgésico,
desenvolvido nos períodos pré- e trans-operatórios e devem ser administrados em doses
fixas nas primeiras 24 ou 72 horas.
Introduzido por Dreser em 1899, com o ácido salicílico, os
antiinflamatórios são as drogas mais pesquisadas e prescritas no mundo
64
. Hoje existe
um grande número de tipos comercializados (Quadro 11).
___________________________________Antiinflamatório não esteró
idal
37
Quadro 11. Drogas com efeito analgésico mais utilizados para tratamento da dor.
nome farmacológico nome comercial PO I (min.) P (h)
D
(h)
dose / dia
Salicilatos
Ácido acetilsalicílico AAS; Aspirina; Buferin 1-1 5-30 0,5-2
3-7 500-1000mg (5-10mg/Kg) 4-6X
Diflunisal Dorbid
3,5-
13 <60 2-3 3-7 ataque (1000mg)
manutenção (200-500mg 2-3X)
Derivados do ácido
enólico / oxicanas
Piroxican Feldene; Flogene; Anartrit; 3 30-60 1-5
48-
72
10-20mg (0,4-0,8mg/Kg) 1-2X
Piroxican; Inflax
Tenoxican Tilatil; Tenotec; Legil 3 30-60 1-5
48-
72 10-20mg (0,4-0,8mg/Kg) 1-2X
Meloxican Movatec; Loxam; Melotec; Inicox 7,5-45 mg/ 1x
Derivados pirazolônicos
Metamizol Anador; Analgina, Conmel; 500-2000mg (10-15mg/Kg)4X
Dipirona; Novalgina
Fenilbutazona Butazolidina; Cálcica; Fenilbutazona 20 15-30 1-5 4-6 ataque 100-200mg (6-12mg/Kg)3-4X
manutenção 50-100mg
(2-8mg/Kg) 3-4X
Derivados indolacéticos
indometacina Agilisin; Indocid; Indometacina 20 15-20 1-3 4-6 25-50mg (0,5-1mg/kg)2-4X
sulindaco Clinoril 20 15-20 1-2 3-4 150-200mg (3-4mg/Kg)2X
glucametacina Teoremin 140mg (1,5mg/Kg)2X
benzidamina Benflogin; flogoral; neoflogin
Derivados do
Ácido acético
diclofenaco Ana-Flex; Artren; Benevran; 15 15-30 1-3 4-6 25-75mg (2-4mg/Kg)2-4X
Biofenac; Cataflan; Voltaren
Derivados do
ácido propiônico
ibuprofeno Actiprofen; Danilon; Ibufran; 1 <30 2-4 6-8 200-800mg (8-20mg/Kg)2-3X
Motrin; Spidufen
cetoprofeno Algiprofen; Bi-Profenid; 20 15-30 1-2 3-4 50-100mg (0,5-1mg/Kg)2-3X
profenid; Keduril
fenoprofeno Trandor 60-120 300-600mg 3-4X
flurbiprofeno Evril 200-300mg
naproxeno Flanax; Naprosyn 3 30-60 1-2 3-7 500mg (10mg/Kg)2X /
250mg (5mg/Kg)3X
Derivados do
aminofeno
acetofenitidina Fenacetina 1-2
paracetamol Acetofen; Cefalex; Dôrico; 1 5-30 0,5-2
3-7 500mg (6-12mg/Kg)4-6X
Parador; Tylenol; Unigrip
Derivado sulfananilídico
nimesulida Anfiflogil; Deflogen; 1-2 50-100mg (2,5mg/kg)2X
Nimesulid; Scaflam
PO -potencia; I - início; P - pico; D – duração
___________________________________Antiinflamatório não esteró
idal
38
Nas cirurgias orais, como a de terceiros molares, ocorrem manifestações
inflamatórias que serão amenizadas com a ação dos antiinflamatórios, diminuindo a
intensidade e a duração do processo, aliviando dor, edema, hipertermia local e
trismo
65,66
.
Na odontologia são usados os compostos de meia vida curta, onde as
concentrações séricas se estabilizam em 24 a 48 horas e são predominantemente utiliza-
dos por via oral, preferencialmente administrados com os alimentos, para diminuir a
irritação digestiva. Após a absorção, circulam fortemente ligados às proteínas
plasmáticas. Os compostos de meia-vida longa requerem dias a semanas para atingir
concentração plasmática máxima, logo não são indicados para a Odontologia
67-69
.
Doses convencionais de analgésicos de ação periférica produzem um
efeito máximo (teto), de modo que incrementos das doses não determinam analgesia
adicional, concorrendo apenas para aumentar a toxicidade. Como variação individual
de respostas a diferentes dosagens, uma forma de não induzir efeitos tóxicos é adotar
valores máximos que não excedam de 1,5 a 2 vezes as doses inicialmente
recomendadas
70
.
4.1 INDICAÇÃO
Os AINEs estão indicados, na odontologia, para todos os processos
inflamatórios decorrentes dos procedimentos onde a dor, edema e a perda da função
trazem desconforto ao paciente.
___________________________________Antiinflamatório não esteró
idal
39
4.2 CONTRA-INDICAÇÕES
A capacidade ulcerogênica acarreta risco de sangramento e perfuração,
gastrintestinal especialmente em idosos, pacientes debilitados ou com lesões prévias
71
.
(Quadro 12)
Modificado de Jackson et al. 2000
72
O uso dos AINEs deve ser cauteloso em crianças desidratadas e febris,
pois são mais suscetíveis à intoxicação por salicilato e ao aparecimento de síndrome de
Reye na vigência de varicela ou influenza
73
.
Quadro 12. Contra-indicações para uso dos AINEs.
ABSOLUTAS
- História de alergia ou sensibilidade à droga.
- História de úlcera gástrica.
- Desordem de sangramento.
- Mulheres gestantes ou lactantes.
- Paciente asmático.
RELATIVAS
- Idade superior a 60 anos.
- História prévia de doença gastrintestinal.
- Hipertensão arterial.
- Insuficiência renal.
- Insuficiência cardíaca congestiva.
- Insuficiência hepática.
- Depleção de volume (desidratação, hemorragia).
- Uso concomitante de diuréticos e inibidores da convertase.
- Uso crônico de corticóides.
___________________________________Antiinflamatório não esteró
idal
40
4.3 EFEITOS COLATERAIS
A duração de tratamento deve ser tão breve quanto possível, no manejo
das dores agudas, que os efeitos adversos são proporcionais às doses e ao tempo de
uso
70
.
Quadro 13. Efeitos gastrintestinais advindos dos AINEs.
Dispnéia
Dor abdominal
Sangramento
Úlceras gástricas
Perfurações gástricas ou duodenais
Eritema
Náusea
Vômito
Anorexia
Flatulência
Diarréia
O nimesulide parece ser particularmente útil em casos de
hipersensibilidade a ácido acetilsalicílico ou a outros AINEs
74
. O nimesulide
juntamente com o etodolaco e o meloxicam foram a primeira geração propriamente dita
dos inibidores específicos da COX-2 (COXIB) que foram criados para pacientes que
usavam os AINEs cronicamente com o objetivo de diminuir os efeitos colaterais,
principalmente os distúrbios gastrintestinais.
Os coxibs: Celecoxib (Celebra
®
), Paracoxib, Etoricoxib (Arcoxia
®
),
Valdecoxib (Bextra
®
) e Lumiracoxib, conhecidos como COXIBs de geração,
realmente têm proporcionado menor desconforto gastrintestinal aos pacientes que os
AINEs convencionais
75-78
, tendo sido este o principal motivo de prescrição destes
fármacos por muitos profissionais da área da saúde, em detrimento dos AINEs
convencionais
79,80
.
___________________________________Antiinflamatório não esteró
idal
41
Quadro 14. Pacientes com risco cardiorrenal por uso crônico dos coxibs.
Hipertenso.
Paciente com insuficiência cardíaca congestiva.
Comprometimento renal.
Idade avançada.
4.5 ANALGESIA PREEMPTIVA
Os AINEs são medicamentos usados para o controle da dor e
inflamação decorrente da ativação e produção de cicloxigenases I e II, e se apresentam
eficazes quando administrados no período pré-operatório, horas antes do procedimento,
por via oral ou por via parenteral
24
.
O pico máximo de dor pós-operatória ocorre entre 3 a 5 horas, sendo
recomendada uma administração prévia de AINEs, para que haja um nível sérico
máximo nesse período
25
.
A analgesia preemptiva pretende prevenir ou reduzir o desenvolvimento
de qualquer tipo de memória dos estímulos dolorosos no SNC, através do bloqueio da
transmissão dos estímulos nas vias nociceptivas
26
. Com a prevenção ou redução da
memória da dor, as necessidades analgésicas pós-trauma podem ser diminuídas,
melhorando a qualidade da analgesia oferecida ao paciente
26, 27
.
Para evitar falhas na analgesia preemptiva, é necessário um adequado
nível analgésico no período pré e trans-operatório
28
. A confiabilidade da analgesia
preemptiva pode variar de acordo com o tipo de cirurgia e a área anatômica
29
.
___________________________________Antiinflamatório não esteró
idal
42
Segundo Kissin (1996)
30
, a prevenção da dor pós-operatória é baseada
em dois fenômenos:
1- o bloqueio efetivo do estímulo nocivo gerado durante a cirurgia e
no período pós-operatório inicial;
2- um tratamento anti-nociceptivo iniciado antes da cirurgia é mais
efetivo na redução da dor pós-operatória do que o tratamento dado no término do
período de duração da anestesia.
As técnicas preemptivas, que antecedem o estímulo álgico representado
pela incisão cirúrgica, têm sido bastante avaliadas, tanto em estudos experimentais,
como clínicos. As evidências apontam para uma observação desse efeito quando
utilizamos as técnicas regionais e de bloqueios previamente à incisão cirúrgica
31
.
A escolha da medicação administrada pré-operatoriamente está
diretamente ligada às necessidades requeridas pelo paciente (física ou psíquica), o tipo
de cirurgia a ser realizada (grau de manipulação dos tecidos e tempo operatório) e as
condições sistêmicas peculiares a cada indivíduo.
5. Anestésico local
Além da segurança transmitida pelo cirurgião-dentista, este
terá que conduzir o procedimento de maneira a minimizar o trauma ao paciente
(princípios da técnica cirúrgica). O fármaco mais utilizado entre os destistas é o
anestésico local, que produz analgesia local por ação direta sobre as fibras nervosas.
Os anestésicos locais são fármacos utilizados para controlar a dor,
bloqueando temporariamente e de forma reversível o estímulo doloroso
32, 33
.
Atualmente no mercado nacional possuímos os seguintes agentes anestésicos:
Quadro 15. Formas farmacêuticas de anestésicos locais disponíveis comercialmente.
nome concentração Vasoconstritor Duração início de efeito
Lidocaína 2% norepinefrina 1:50.000 média rápido
Lidocaína 1% e 2% epinefrina 1:200.000 média rápido
Lidocaína 1%, 2% e 3% Sem média rápido
Mepivacaína
2% epinefrina 1:100.000 média rápido
Mepivacaína
2% norepinefrina 1:100.000 média rápido
Mepivacaína
3% Sem média rápido
Prilocaína 3% felipressina 0,03UI/ml curta rápido
Bupivacaína
0,50% epinefrina 1:200.000 Longa moderado
Ropivacaína
1% Sem Longa moderado
Etidocaína 1,50% epinefrina 1:200.000 Longa moderado
Articaína 4%
epinefrina 1:1.000.000
1:2.000.000
Longa moderado
Todos os anestésicos comercializados no Brasil são amidas tendo assim seu metabolismo hepático.
Em 1948, surgiu o primeiro AL amida, a lidocaína. Na clínica
odontológica, a lidocaína 2%, é uma das mais utilizadas, com eficácia clínica
comprovada e seguras do ponto de vista de não ter efeitos colaterais
32, 34-37
.
A molécula típica do AL é constituída por um grupo lipofílico
(usualmente anel benzeno) e um grupo hidrofílico (usualmente amina terciária),
separados por uma cadeia intermediária que inclui ligação éster ou amida
38, 39
. O grupo
lipofílico (lipossolúvel) é necessário para a passagem da molécula pela membrana da
célula nervosa, enquanto o grupamento hidrofílico (ionizável) interage com o receptor
___________________________________________Anestésicos Locais
45
celular
40, 41
.
De acordo com a natureza da cadeia intermediária, os anestésicos locais
se classificam em agentes tipo, éster ou amida. A importância clínica dessa divisão está
associada à duração de efeito (forma de inativação dos compostos) e, especialmente, ao
risco de reações alérgicas. Os ésteres são hidrolisados principalmente no plasma
sangüíneo e em alguns tecidos, resultando numa duração de efeito menor (exceto a
tetracaína, de efeito mais prolongado). Amidas sofrem metabolismo hepático, com
conseqüente maior duração de ação. Ésteres determinam maior taxa de reações de
hipersensibilidade, enquanto alergias são raras com anestésicos tipo amida
38, 39 , 42, 43
.
Os anestésicos locais também podem ser classificados quanto ao seu
tempo de efeito em (Quadro 15):
a) curta duração (procaína);
b) duração intermediária (lidocaína, mepivacaína e prilocaína, articaína);
c) longa duração (tetracaína, ropivacaína, bupivacaína e etidocaína).
Lidocaína é o anestésico padrão, com o qual os demais são comparados.
Mepivacaína não é topicamente efetiva, sendo empregada em anestesias infiltrativas e
bloqueios periféricos. Como produz menos vasodilatação que a lidocaína, pode ser
usada sem vasoconstritor para procedimentos curtos. No entanto, recomenda-se associa-
ção com vasoconstritor sempre que as doses previstas forem maiores, independente da
duração do procedimento
43
.
Prilocaína tem amplo uso em Odontologia, especialmente em casos em
que aminas simpaticomiméticas (vasoconstritor adrenérgico ou que agem nos receptores
α e β alterando P.A. e pulso) estão contra-indicadas, pois está contida na única
preparação comercialmente disponível no Brasil que tem a felipressina (vasoconstritor
hormonal que não interferem em α e β) como vasoconstritor. A bupivacaína está
___________________________________________Anestésicos Locais
46
indicada em procedimentos de maior duração ou em que se deseja analgesia pós-
operatória prolongada. Comparado com a lidocaína, o início de efeito da bupivacaína é
tardio (12 a 15 minutos após a sua injeção), mas a duração é duas vezes maior
43
.
Ropivacaína, anestésico de ação longa e relativamente novo, tem
propriedades físico-químicas similares às da bupivacaína e mepivacaína, mas apresenta
menor potência. Tem maior índice terapêutico, pois, em doses eqüiefetivas, mostra-se
menos cardiotóxica do que a bupivacaína
42, 44-47
. Causa vasoconstrição, quando usada
isoladamente
41, 42, 48
.
Articaína é um anestésico tipo amida com efeito de início rápido e
duração intermediária
44, 45
. No entanto, em altas doses, pode determinar
metemoglobinemia, de forma similar a prilocaína
41
.
O início de efeito dos ALs deve ser o mais rápido possível e está
relacionado ao grau de ionização que é dependente do pKa do fármaco e do pH do
meio. Dá-se o nome de pKa ao pH em que 50% da droga estão na forma ionizada e
5O%, não-ionizada. Para que exerça sua ação, o anestésico deve atravessar a membrana
celular nervosa e, para isso, é necessário que esteja não-ionizada
38
. Quanto menor for o
pKa mais rápido será o início do efeito anestésico (Quadros 16 e 17). Quanto maior o
pKa, maior o tempo de duração da anestesia.
A duração de efeito deve englobar o período necessário à realização do
procedimento. Está condicionada a vascularização do tecido a ser anestesiado,
Quadro 16. Parâmetros farmacológicos de anestésicos locais. (Modificado de FERREIRA, 1998
39
).
Anestésico pKa
Ligação Protéica (%) Lipossolubilidade
Metabolismo
Potência
Lidocaína 7,9 64 4 fígado 2
Prilocaína 7,9 55 1,8 fígado 2
Mepvacaína 7,6 77 1 fígado 2
Bupivacaína
8,1 95 30 fígado 8
Etidocaína 7,7 95 140 fígado 6
Ropivacaína
8,1 95 2,8 fígado 4
___________________________________________Anestésicos Locais
47
associação com vasoconstritores, ligação do fármaco a proteínas plasmáticas (alfa-
glicoproteína ácida) e teciduais e velocidade de inativação. Anestésicos que apresentam
alta ligação protéica, como bupivacaína e etidocaína, têm duração de efeito mais longa
que agentes de baixa ligação protéica, como lidocaína e mepivacaína
42, 49
(Quadro 18).
5.1 EFEITOS COLATERAIS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS
Os efeitos colaterais sistêmicos geralmente são resultantes de elevadas
concentrações plasmáticas, em conseqüência de superdosagem, rápida absorção e
aplicação (anestésico sem vaso constrictor) ou injeção intravascular acidental,
afetando a fisiologia do coração, circulação periférica e sistema nervoso central
(SNC)
50
.
Comprometimento do SNC se expressa por zumbido, visão turva,
náusea, vômito, fala arrastada, intranqüilidade, excitação, euforia ou disforia,
desorientação, tremor e convulsão, predominantemente clônica. Os sintomas iniciais são
dormência perioral, anestesia da língua e tontura
38, 40
. No entanto, sonolência é a queixa
mais comum. Sinais de excitação comumente precedem a fase de depressão central e
resultam de bloqueio seletivo de vias inibitórias por doses crescentes de anestésico
local
41
.
Em raros casos podem causar reações alérgicas e choque anafilático nos
Quadro 17. Tempo de latência e duração dos anestésicos locais do grupo amida
34
.
Anestésico Concentração
Latência (min)
sem vasoconstritor com vaso constritor
Pulpar
(min)
Tecidos moles
(h)
Pulpar
(min)
Tecidos moles
(h)
Lidocaína 2% 2 a 3 5 a 10 1 a 2 60 3 5
Prilocaína 3% 2 a 4 27 1,5 a 4
Mepvacaína
2% / 3% 1,5 a 2 / 1,5 a 2 / 20 a 40
/ 2 a 3 45 a 60 2 a 4
Bupvacaína
0,50% 5 a 10 90 a 180 4 a 12
___________________________________________Anestésicos Locais
48
casos mais graves
32, 33
. Existe uma incidência de 16% de arritmias cardíacas após o uso
de lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000
51
.
Bupivacaína é mais cardiotóxica do que lidocaína em doses eqüiefetivas,
podendo causar arritmias ventriculares graves e depressão miocárdica após injeção
acidental intravascular de altas doses. Raramente ocorrem colapso cardiovascular e
morte com doses menores
47
.
Pode ocorrer metemoglobinemia com a administração de altas doses de
prilocaína superiores a 8 tubetes anestésicos (1,8ml), por formação do metabólito
ortotoluidina, prejudicando o transporte de oxigênio para os tecidos
52
. Manifesta-se por
cianose de lábios e mucosas, ocasionalmente acompanhada por alterações respiratórias
e circulatórias
43
.
Dose de 500 mg (9 tubetes) de prilocaína converte 5% da hemoglobina
em metemoglobina, suficiente para causar cianose em pacientes de risco:
Quadro 18. Paciente com risco de cianose. *
Idosos
Anêmicos
DPOC
Asmáticos
Fibrose pulmonar
*Hipóxia – baixa saturação O
2
Manifestações de cardiotoxicidade e hipersensibilidade são manejadas
com medidas de suporte, que incluem manutenção de via aérea, administração de
oxigênio por ventilação controlada ou assistida e suporte circulatório, mediante
posicionamento adequado, administração de fluidos endovenosos e vasopressores. Para
controlar os efeitos da liberação de histamina endógena, administram-se anti-
histamínicos, corticóides e epinefrina, conforme a gravidade do quadro
43,53
.
As complicações devem ser tratadas com a suspensão ou redução da
medicação, suporte ventilatório e cárdio-circulatório e acidificação urinária;
___________________________________________Anestésicos Locais
49
benzodiazepinicos (diazepam 0,025mg-0,2mg/Kg EV; midazolam 0,25mg-1mg/Kg EV)
ou barbitúricos (tiopental sódico 0,5-2mg/Kg EV) devem ser prescritos para controlar
convulsões. A oxigenoterapia é recomendada; a metahemoglobinemia é tratada com
azul de metileno (1-2ml/Kg EV/ 5 minutos)
8, 15
.
5.2 USO COMBINADO DE AINE NO PRÉ-OPERATÓRIO E ANESTÉSICOS
LOCAIS DE LONGA DURAÇÃO
Em alguns casos em que a intensidade da dor pós-operatória poderá ser
severa, como remoção de terceiros molares impactados, cirurgias parendodônticas,
exodontias múltiplas e em condições onde o paciente possui um limiar de dor baixo, o
uso de anestésicos de longa duração pode ser usado em associação com
antiinflamatórios não-esteroidais.
A estratégia de usar no pré-operatório AINEs e anestésicos de longa
duração foi demonstrado, apresentando aumento da eficácia analgésica
54-56
.
Esses anestésicos têm duração de ação de duas a três vezes maior que os
anestésicos padrões (lidocaína e prilocaína), e prolonga a analgesia pós-operatória,
diminuindo a necessidade de analgésicos no pós-operatório
57-60
.
6. Analgésico
O esquema terapêutico conhecido como tomar a medicação "se
necessário", ou seja, caso sinta dor, está em desuso, pois o tratamento da dor
instalada (analgesia) é mais difícil, pois foram desencadeados mecanismos
envolvidos na sensibilidade dolorosa, que intensificam a dor. Sendo assim, devem
ser estabelecidos esquemas de doses fixas de analgésicos e antiinflamatórios
61- 63
, que
serão descritos a seguir.
Os analgésicos, nessa etapa, têm o papel de complementar o efeito
analgésico oferecido pelos AINEs nas primeiras 24 ou 48 horas. A depender do grau de
trauma sofrido na cirurgia, essas drogas podem ser indicadas para o uso, sem a presença
do AINE e devem ser prescritas de horário ao paciente, para que não se permita que a
dor se instale.
Os analgésicos de ação periférica têm propriedades analgésica,
antitérmica e antiinflamatória, relacionadas à inibição do sistema enzimático da
cidoxigenase (COX-l e COX-2), que converte ácido araquidônico em prostaglandinas,
tromboxanos e prostaciclina. As prostaglandinas sensibilizam o nociceptor periférico às
ações de histamina e bradicinina. A primeira promove a reação inflamatória local; a
última estimula as terminações nervosas, levando à nocicepção
81
.
O paracetamol e a dipirona são os analgésicos mais usados no mercado
nacional, apesar da dipirona ter seu uso proibido nos Estados Unidos. Essas medicações
apresentam efeitos analgésicos e antitérmicos, mas não antiinflamatórios, nas doses
terapêuticas. Isso pode relacionar-se à sensibilidade diferenciada das enzimas em
diferentes tecidos
74
.
________________________________________________Analgésicos
51
A dipirona tem provavelmente maior efeito-inibitório sobre
cicloxigenases cerebrais do que sobre as existentes em outros tecidos. A pouca
atividade antiinflamatória do paracetamol tem sido atribuída ao fato de ser fraco
inibidor da cicloxigenase em presença de altas concentrações de peróxidos encontradas
em sítios de inflamação. Além disso, não inibe a ativação de neutrófilos, como o fazem
outros analgésicos
82
.
Caso o efeito do AINE associado ao analgésico (dipirona/paracetamol)
não surta o efeito desejado, pode-se optar pelo uso de analgésicos de ação central.
Analgésicos de ação central, também conhecidos como opióides, são
indicados no tratamento de dores agudas moderadas e intensas, refratárias a analgésicos
menos potentes
83, 84
.
A deficiência de conhecimento farmacológico, as dificuldades culturais e
de atitude e influência da regulação legal de opióides são os três níveis de barreiras que
condicionam inadequado tratamento
85
.
A eficácia analgésica dos opióides é bem conhecida através da
história. O uso de opióides é frequentemente indicado no manuseio da dor orofacial
aguda, pós-operatória, que não são melhorados por analgésicos de baixa potência
(paracetamol ou dipirona) e AINEs. Essas situações clínicas são descritas como dor de
intensidade moderada a forte
72
.
É classicamente conhecido que os analgésicos opióides e não opióides
terem diferentes mecanismos de ação. A eficácia da combinação dos analgésicos acorre
pelo uso simultâneo da modulação central e periférica. Esse processo é considerado por
adição da mediação dessas drogas de mecanismos diferentes de ação
86
.
________________________________________________Analgésicos
52
Essa eficácia da combinação dos analgésicos é bem observada no Tilex,
uma associação de paracetamol com codeína.
Clinicamente, os opióides não eliminam a sensação dolorosa e sim
minimizam o sofrimento que a acompanha. Com freqüência, os pacientes referem que a
dor, embora ainda presente, é mais tolerável
87
.
São classificados, segundo sua potência, como opióides indicados para o
tratamento de dor discreta ou moderada (opióides fracos) ou da dor moderada ou
intensa (opióides fortes)
88, 89
. (Quadro 19)
Os opióides são mais eficazes no tratamento da dor prolongada, em peso
e contínua que a dor aguda ou em cólica
90
.
Os opióides fracos apresentam teto de analgesia; doses mais elevadas
resultam em efeitos adversos, especialmente representados por sonolência, náusea e
vômito. Portanto devem ser prescritos em associação com analgésicos não opióides,
quando necessário
91
.
Dentre os agonistas puros (opióides fortes) incluem-se a morfina, a
metadona, a oxicodona, a fentanila, a sufentanila e a alfentanila. São indicados em casos
em que a dor não melhora com o uso de analgésicos não opióides ou com opióides
Quadro 19. Analgésicos mais comuns.
Analgésicos dose (mg) intervalo de dose (h) Potência
Morfina 10 a 30 4 forte
Codeína 60 3 a 4 fraco
Nalbufona 10 6 a 6 forte
Cetocorolato 30 24 a 24 forte
Hydrocodone 5 a 10 4 a 5 forte
Dihidrocodone 16 a 32 4 a 5 forte
Oxicodone 5 a 10 4 a 5 fraco
Propoxifeno 65 a 130 4 a 6 fraco
Tramadol 50 a 100 4 a 6 fraco
Dipirona 500 4 a 6 muito fraca
Paracetamol 500 4 a 6 muito fraca
________________________________________________Analgésicos
53
fracos. A morfina é o agente opióide de escolha
91
. Esses casos não se enquadram nas
cirurgias bucais. Se ocorrer uma dor de tamanha intensidade no pós-operatório, o caso
deverá ser reavaliado e poderá estar associado a um processo infeccioso.
O fosfato de codeína apresenta 1/10 da potência analgésica da morfina.
A biodisponibilidade via oral é de 40% (12%-84%)
92
. Sua ação depende da conversão
em morfina.
6.1 INDICAÇÕES
Os analgésicos comuns, de ação periférica, estão indicados para
complementar a ação analgésica dos AINEs ou para serem administrados isoladamente
em situações onde se prevê uma dor pós-operatória de baixa intensidade.
Os analgésicos opióides são geralmente considerados em situações onde
a intensidade da dor é caracterizada de moderada a intensa, refratárias aos analgésicos
de açãos periférica
72, 83
.
6.2 EFEITOS COLATERAIS
A dipirona é proibida em alguns países por induzir agranulocitose e
aplasia medular. Em levantamento de agranulocitose associada a drogas, realizado na
Holanda, a dipirona foi o agente causal, individualmente, mais relacionado a
agranulocitose ou neutropenia, com relato de 19 casos
93
. Em contrapartida o
paracetamol é usado em larga escala no mundo e é somente hepatotóxico, quando
administrado em altas doses.
Além da dependência química, os opióides comumente manifestam
náusea, vômito, e indesejavelmente, eles podem produzir depressão respiratória. Isso
ocorre pela redução de sensibilidade ao dióxido de carbono, nas áreas do cérebro em
que respondem aos aumentos dos níveis desse gás
72
.
________________________________________________Analgésicos
54
Como efeitos adversos, podemos citar: xerostomia, irritabilidade,
cefaléia, náusea, vômito, diaforese e tonturas; em doses tóxicas, é convulsivante. É
principalmente antagonizado pela naloxana
15
. A dose deve ser reduzida em hepatopatas,
nefropatas e em idosos com mais de 75 anos.
6.3 ESCOLHA DO ANALGÉSICO
A primeira opção dos analgésicos deve ser restrita aos analgésicos de
baixa potência, de preferência o paracetamol. Caso esse não surta efeito, pode-se optar
pelos analgésicos de ação combinada como o tilex. Pois existe uma grande chance de
anular a dor referida pelo paciente, em ultimo caso o uso do tramadol estaria indicado.
Na persistência da dor, deve-se reavaliar o caso.
7. Protocolos
Nesse capítulo, serão apresentados alguns possíveis protocolos,
para uma variedade de casos clínicos que seguem a seguinte classificação:
Quadro 20. Classificação dos procedimentos baseados no tempo operatório e trauma aos tecidos.
Classificação definição exemplos
Tipo I Procedimentos com
tempo operatório curto e
pouca manipulação de
tecidos.
Dentes erupcionados; cirurgias periodontais
pouco invasivas; tratamento endodôntico,
biopsias.
Tipo II* Procedimentos com
necessidade de pequeno
retalho para uma
adequada manipulação e
tempo operatório um
pouco mais prolongado.
Dentes com necessidade de pequeno retalho;
cirurgias periodontais invasivas, aumento de
coroa clínica, colocação de implantes
dentários.
Tipo III* procedimentos de
maior complexidade,
onde é necessário um
retalho maior e tempo
operatório prolongado.
Dentes com necessidade de grandes retalhos,
enxertos intra bucais, remoção de mais de um
terceiro molar.
Tipo IV* procedimentos
bastante minuciosos com
tempo operatório
relativamente alto e
necessidade de
exposição cirúrgica
ampla.
Cirurgia parendodôntica
94
; remoção de mais
de dois terceiros molares.
* uso de antibiótico
_________________________________________________Protocolos
56
PROTOCOLO 1 (As drogas citadas abaixo são sugestões).
Paciente hígido, submetido a um procedimento tipo I.
Prescrição sugerida para esses casos:
2 -
Analgésico
: Dipirona Sódica (4X ao dia)
Paracetamol (4X ao dia)
Uso: Tomar por 1 dia.
Uso interno – via oral
NOME:
CIDADE, DATA
ASSINATURA + N° de CRO
1 -
AINE
: Nimesulida (2X ao dia)
Diclofenaco Sódico/ potássico (3X ao dia)
Ibuprofeno (2X ao dia)
Meloxican (1X ao dia)
Uso: Tomar por 1 dia após o procedimento.
_________________________________________________Protocolos
57
PROTOCOLO 2 (As drogas citadas abaixo são sugestões).
Paciente hígido, submetido a um procedimento tipo II.
Prescrição sugerida para esses casos:
2 -
Analgésico
: Dipirona Sódica (4X ao dia)
Paracetamol (4X ao dia)
Uso: Tomar por 1 dia após o procedimento.
Uso interno – via oral
NOME:
CIDADE, DATA
ASSINATURA + N° de CRO
1 -
AINE
: Nimesulida (2X ao dia)
Diclofenaco Sódico/ potássico (3X ao dia)
Ibuprofeno (2X ao dia)
Meloxican (1X ao dia)
Uso: Tomar por 2 dias após o procedimento.
_________________________________________________Protocolos
58
PROTOCOLO 3 (As drogas citadas abaixo são sugestões).
Paciente hígido, submetido a um procedimento tipo III.
A prescrição sugerida para esse caso seria:
Uso interno – via oral
NOME:
CIDADE, DATA
ASSINATURA + N° de CRO
1 -
Corticóide
: Dexametasona
Predinisolona
Betametasona
Uso: Tomar 1 comprimido 1h antes da cirurgia (realizada no período da
manhã).
3 -
Analgésico
: Dipirona Sódica (4X ao dia)
Paracetamol (4X ao dia)
Uso: Tomar por 1 dia após a cirurgia.
2 -
AINE
: Nimesulida (2X ao dia)
Diclofenaco Sódico/ potássico (3X ao dia)
Ibuprofeno (2X ao dia)
Meloxican (1X ao dia)
Uso: Tomar 1 drágea 1h antes do procedimento e continuar por mais 3 dias.
_________________________________________________Protocolos
59
PROTOCOLO 4* (As drogas citadas abaixo são sugestões).
Paciente hígido será submetido a procedimentos tipo IV.
Prescrição sugerida para esses casos:
Os protocolos a seguir são feitos para pacientes com condições especiais:
Uso interno – via oral
NOME:
CIDADE, DATA
ASSINATURA + N° de CRO
1 –
Ansiolíticos
: Midazolam
Diazepam
Loprazepam
Uso: tomar 1 comprimido na noite anterior ao procedimento e
outro 1 hora antes do procedimento. Aumentar a dose se
necessário.
2 -
Corticóide
: Dexametasona
Predinisolona
Betametasona
Uso: Tomar 1 comprimido 1h antes da cirurgia (realizada no período da
manhã.
4 -
Analgésico
: Dipirona Sódica (4X ao dia)
Paracetamol (4X ao dia)
Uso: Tomar por 2 dias após a cirurgia.
3 -
AINE
: Nimesulida (2X ao dia)
Diclofenaco Sódico/ potássico (3X ao dia)
Ibuprofeno (2X ao dia)
Meloxican (1X ao dia)
Uso: Tomar 1 drágea 1h antes do procedimento e continuar por mais 3 dias.
_________________________________________________Protocolos
60
PROTOCOLO 5
Paciente apresentando artrite reumatóide faz uso crônico de AINE,
submetido a um procedimento cirúrgico para remoção de terceiro molar inferior.
O uso crônico de um antiinflamatório não esteróidal implica diretamente
a problemas gástricos que o paciente possa ter, principalmente, se existe a intenção de
administrar o corticóide no pré-operatório, que aumenta significativamente o risco de
uma complicação gástrica mais severa, como uma úlcera. Sugere-se trocar também o
grupo do AINE utilizado, pois existe certa tendência de adaptação do organismo à droga
utilizada de forma crônica.
PROTOCOLO 6* (As drogas citadas abaixo são sugestões).
Paciente com uso crônico de corticóide irá se submeter a uma exodontia
simples.
A terapêutica com corticóide, por um período superior a duas semanas,
pode provocar atrofia adrenal, impossibilitando-a de secretar o cortisol. Nesses casos,
frente a um stress, o paciente pode ser acometido por uma crise aguda de insuficiência
adrenal, que, se não identificada e tratada adequadamente, pode levá-lo ao óbito. A
incapacidade do indivíduo aumentar a quantidade de cortisol, liberado em situações de
stress, pode levá-lo a uma crise aguda de insuficiência adrenal, que se manifesta
clinicamente por hipotensão, fraqueza, náusea, vômito, cefaléia e freqüentemente febre.
O stress induz uma dilatação arteriolar difusa, apesar da maciça descarga de
catecolaminas pela medula adrenal, a menos que o cortisol esteja presente. Dessa
maneira está indicada a administração pré-operatória de corticóide 1 hora antes da
cirurgia por via intra-oral, além da administração de ansiolíticos. Caso a crise se
manifeste durante o procedimento, esse deverá ser suspenso e administrado 4mg de
dexametasona por via intra-muscular.
_________________________________________________Protocolos
61
PROTOCOLO 7
Uso interno – via oral
NOME:
CIDADE, DATA
ASSINATURA + N° de CRO
1 –
Ansiolíticos
: Midazolam
Diazepam
Loprazepam
Uso: tomar 1 comprimido na noite anterior ao procedimento e
outro 1 hora antes do procedimento. Aumentar a dose se
necessário.
2 -
Corticóide
: Dexametasona
Predinisolona
Betametasona
Uso: Tomar 1 comprimido 1h antes da cirurgia (realizada no período da
manhã.
4 -
Analgésico
: Dipirona Sódica (4X ao dia)
Paracetamol (4X ao dia)
Uso: Tomar por 2 dias após a cirurgia.
3 -
AINE
: Nimesulida (2X ao dia)
Diclofenaco Sódico/ potássico (3X ao dia)
Ibuprofeno (2X ao dia)
Meloxican (1X ao dia)
Uso: Tomar 1 drágea 1h antes do procedimento e continuar por mais 2 dias.
_________________________________________________Protocolos
62
Paciente apresentando insuficiência renal crônica que será submetido a
procedimento cirúrgico para exodontia simples:
A insuficiência renal crônica é uma doença progressiva, avançada e
irreversível. As maiores causas da insuficiência é por nefropatia diabética e hipertensão.
Algumas drogas como aspirina, acetominofen, AINEs, morfina e a meperidina (que em
acúmulo de doses pode resultar em convulsões) devem ser evitados em pacientes com
doença renal. Os anestésicos locais são metabolizados no fígado e no plasma, então,
excretados. Portanto, não existe uso restrito para essas drogas. Dessa maneira uma boa
técnica de controle da analgesia, para esses pacientes, seria o uso de anestésicos locais
de longa duração como a bupivacaína e aumentar o intervalo de tempo da administração
dos analgésicos. Nos casos de baixa taxa de filtração glomerular, evitar completamente
a aspirina e nos casos de insuficiência renal grave, evitar completamente o
acetominofen.
PROTOCOLO 8*
Paciente apresentando insuficiência renal crônica e que se submete à
hemodiálise a cada três dias, será submetido a procedimento cirúrgico para exodontia
simples:
Os pacientes que realizam hemodiálise recebem a administração de
heparina em âmbito hospitalar, para que não ocorra coagulação do sangue, durante o
processo. Por esse motivo é preconizado que os procedimentos cirúrgicos sejam
realizados um dia após a hemodiálise. O uso de anestésicos locais de longa duração está
indicado, assim como, aumentar o intervalo de tempo da administração dos analgésicos.
Nos casos de baixa taxa de filtração glomerular, evitar completamente a aspirina e nos
casos de insuficiência renal grave, evitar completamente o acetominofen.
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