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COMPOSIÇÃO, ESTRUTURA E SIMILARIDADE FLORÍSTICA DO
ESTRATO ARBÓREO DE TRÊS FRAGMENTOS DE FLORESTA
ATLÂNTICA, NA SERRA NEGRA,
MUNICÍPIO DE RIO PRETO, MINAS GERAIS, BRASIL.
Arthur Sérgio Mouço Valente
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ecologia da Universidade
Federal de Juiz de Fora, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do grau de
Mestre em Ecologia Aplicada ao Manejo e
Conservação de Recursos Naturais.
Orientadora: Dr
a
Fátima Regina Gonçalves Salimena
JUIZ DE FORA
MINAS GERAIS – BRASIL
MARÇO DE 2007
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Ficha Catalográfica
VALENTE, ARTHUR SÉRGIO MOUÇO.
Composição, estrutura e similaridade florística do estrato arbóreo de
três fragmentos de
Floresta Atlântica, na Serra Negra, município de Rio
Preto, Minas Gerais, Brasil. [Minas Gerais, 2007]
viii, 69
p., 29,7 cm (Instituto de Ciências Biológicas, Universidade
Federal de Juiz de Fora, M.Sc., Programa de Pós-
graduação em Ecologia
Aplicada ao Manejo e Conservação de Recursos Naturais , 2007.
Dissertação – Universidade Federal de Juiz de Fora, PGEBIO
1- Composição Florística, 2- Fitossociologia
I- ICB/UFJF II.Título (série)
iv
Dedico este trabalho à minha namorada
Débora, pelo amor, compreensão,
incentivo e ajuda, juntos superamos
dificuldades, sem deixarmos de viver
intensamente.
v
Agradecimentos
À minha orientadora Prof
a
. Dr
a
Fátima Salimena,
Ao Prof. Dr. Fábio Roland, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ecologia da
Universidade Federal de Juiz de Fora,
À FAPEMIG, pela concessão da bolsa,
À minha família, em especial à minha mãe, pai e irmãos,
À minha namorada Débora e família,
Aos professores Dr. Ary Teixeira de Oliveira–Filho e Dr
a
Rafaela Forzza,
Ao professor Dr. Alexandre Franscisco da Silva (in memoriam),
Aos colegas Paulo Garcia e Daniel Pifano,
Aos especialistas Dr. Marcos Sobral, Dr. Leandro Cézanne de Souza Assis, Dr.
Alexandre Quinet e Dr. Renato Goldenberg,
Aos colegas do Herbário CESJ, Felipe Souza, Narjara Lopes, Carolina Matozinhos,
Kelly Antunes e André Santiago,
Aos colegas Marco Antônio Manhães, Evandro Machado e Ana Carolina da Silva,
Aos professores do departamento de botânica da UFJF, Dr
a
Patrícia Carneiro Lobo-
Faria e Dr. Flávio José Soares Júnior,
Aos moradores da Vila do Funil, Gustavo (Pousada Serra do Funil), Ceslau e família,
“Biguinha”, “Índio” e “Zé Mané”,
Ao Sr. Frederico,
Aos alunos e professores do Programa de Pós-Graduação em Ecologia,
À Prefeitura municipal de Rio Preto, no nome de Cláudio Duque.
Vocês contribuíram fundamentalmente para a concretização desta dissertação, muitas
vezes superando suas competências, por isso, recebam meu profundo agradecimento.
vi
RESUMO
A Floresta Atlântica é considerada o oitavo maior hotspot do mundo, devido à alta
biodiversidade e ao grau de degradação. Regiões de Floresta Atlântica em Minas Gerais,
ainda sem estudos de inventário, têm sido propostas como prioritárias para a
investigação científica. A Serra Negra, no município de Rio Preto, é uma destas regiões
onde inexistem dados sobre a composição e estrutura de sua floresta. A região
compreende uma área alagável, circundada por vários trechos de florestas serranas da
Mantiqueira e campos altimontanos, entre as elevações do maciço do Itatiaia (RJ, SP e
MG) e da Serra do Ibitipoca (MG). O objetivo deste estudo foi determinar a composição
florística, estrutura, e similaridade entre três fragmentos de Floresta Atlântica na Serra
Negra e a similaridade com outros estudos. Foram amostradas três áreas, cada uma
composta por 25 parcelas contíguas de 10 x 10m, totalizando 0,75 ha. de área
amostrada, com critério de inclusão maior ou igual a 10 cm de CAP (Circunferência à
Altura do Peito). Os parâmetros fitossociológicos calculados foram: densidade,
freqüência, dominância e valor de importância. Foi descrita a estrutura horizontal e
vertical das áreas, a diversidade foi calculada pelo índice de Shannon e o teste de
hipótese sobre diferenças entre os dois índices foi realizado pelo teste proposto por
Hutcheson. A similaridade foi calculada através dos índices de similaridade de Sørensen
e Jaccard. Foram realizadas análises de ordenação entre as áreas amostradas e análise de
agrupamento para similaridade com outros trabalhos. Foram amostrados 2.573
indivíduos, identificados em 195 morfo-espécies, incluídos em 59 famílias, 115 gêneros
e 180 espécies. As famílias com maior riqueza foram Myrtaceae (30 morfo-espécies),
Lauraceae (20), Melastomataceae (17) e Fabaceae (13). Os gêneros com maior número
de espécies foram Ocotea e Miconia (12 morfo-espécies cada), Eugenia e Myrcia (oito
morfo-espécies cada), Casearia e Solanum (quatro espécies cada). As espécies mais
abundantes foram Myrciaria tenella (DC.) O.Berg, Alchornea triplinervia Müll. Arg.,
Aparisthmium cordatum (Juss) Baill., Guapira venosa (Choisy) Lundell. A partir dos
dados de composição e estrutura os fragmentos puderam ser diferenciados em Floresta
Ombrófila Aluvial (Mata de Cambuí), Floresta Ombrófila Baixo-Montana (Mata do
Benedito) e Floresta Ombrófila Alto-Montana (Mata do Ninho da Égua).
vii
ABSTRACT
The Atlantic Forest is considered the eighth greater hotspot of the world due high
biodiversity and to the degree of degradation. Regions of Atlantic Forest in Minas
Gerais state, still without inventory studies, have been proposed as priority for the
scientific inquiry. The Serra Negra, in the city of Rio Preto, is one of these regions with
no information on its composition and structure. The region understands a flooding
area, surrounded for some stretches of mountain forests of the Mantiqueira Range and
high mountains fields, between the rises of the massif of Itatiaia (RJ, SP e MG) and the
Serra do Ibitipoca (MG). The objective of this study was to determine the flora´s
composition, structure, the similarity between three samples of Atlantic Forest in the
Serra Negra range and the similarity with other studies. Three areas were selected, each
one composed for 25 contiguous parcels of 10 x 10 m, totalizing 0,75 ha. of sampled
area, with criterion of inclusion bigger or equal to 10 cm of CAP. The calculated
phytossociology parameters were: density, frequency, basal area and value of
importance. The horizontal and vertical structure of the areas were described, the
diversity was calculated by the index of Shannon and the test of hypothesis on
differences between the two indices was carried through by the test proposed by
Hutcheson. The similarity was calculated through the index of Sørensen and Jaccard.
Detrended Correspondence Analysis between the sampled areas and Cluster Analysis
with other works had been carried through. It was showed 2573 individuals, identified
in 195 morphospecies, enclosed in 59 families, 115 genus and 180 species. The families
with bigger wealth were Myrtaceae (30 morphospecies), Lauraceae (20),
Melastomataceae (17) and Fabaceae (13). The sorts with bigger number of species were
Ocotea and Miconia (12 morfo-species each), Eugenia and Myrcia (eight morfo-species
each), Casearia and Solanum (four species each). The most abundant species were
Myrciaria tenella (DC.) O.Berg, Alchornea triplinervia Müll. Arg., Aparisthmium
cordatum (Juss) Baill., Guapira venosa (Choisy) Lundell. From the details of
composition and structure, the samples could have been differentiated in Aluvial Rain
Forest (Mata do Cambuí), Lower Montane Rain Forest (Mata do Benedito) and Upper
Montane Rain Forest (Mata do Ninho da Égua).
viii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................. 4
MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................
7
RESULTADOS ..........................................................................................................
18
DISCUSSÃO .............................................................................................................. 48
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 63
1
INTRODUÇÃO
A Floresta Atlântica é considerada o oitavo maior hotspot entre 25 hotspots
mundiais definidos por MYERS et al. (2000). A vegetação original se extendia por mais
de 1.227.600 km², estando atualmente reduzida a 91.930 km² ou 7,5%. Abriga 2,7% da
flora mundial com cerca de 12.000 espécies de plantas, sendo 8000 endêmicas, o que
destaca sua enorme diversidade de espécies e o grande número de endemismos (MMA
2000).
Segundo SCOLFORO & CARVALHO (2006) o domínio da Mata Atlântica em
Minas Gerais é de aproximadamente 35% dos 586.528 km
2
do território estadual, o que
corresponde a pelo menos 205.000 km
2
, cerca de 15% da área de sua extensão total. É a
maior área territorial original de Mata Atlântica numa unidade da Federação, mesmo
sem considerar disjunções nos outros domínios do estado.
Embora existam classificações da vegetação brasileira relativamente recentes
(e.g. VELOSO et al. 1991, RIZZINI 1997) a divisão da Floresta Atântica em diferentes
formações florestais no Sudeste do Brasil foi tema exclusivo do trabalho de
OLIVEIRA-FILHO & FONTES (2000). Esses autores, a partir de dados ambientais e
inventários florísticos, definiram a Floresta Atlântica do Sudeste do Brasil como sendo
composta por dois grandes tipos de vegetação: a Floresta Ombrófila e a Estacional
Semidecidual, dividindo-as em quatro classes de acordo com a altitude, resultando em
oito tipos de formações florestais. Muito embora as formações Floresta Ombrófila Mista
e Floresta Aluvial, descritas por VELOSO et al. (1991), ocorram na região Sudeste do
Brasil e ainda sejam terminologias aceitas, porém tratadas em níveis inferiores por
OLIVEIRA-FILHO & FONTES (2000).
Em Minas Gerais, as Florestas Estacionais Semideciduais representam 86% da
área dos remanescentes da Mata Atlântica (SCOLFORO & CARVALHO 2006) e estão
pulverizadas em incontáveis fragmentos, na maioria das vezes florestas secundárias
localizadas em propriedades particulares (MEIRA-NETO 2006).
Na Zona da Mata mineira cinco formações da Floresta Atlântica são
encontradas, sendo elas as Florestas Ombrófilas Baixo-Montanas e Alto-Montanas e as
Florestas Estacionais Semideciduais Submontanas, Baixo-Montanas e Alto-Montanas
(VALENTE et al. 2006). Essas formam um conjunto de ecossistemas da Floresta
Atlântica, que está inserido no grande domínio dos “mares de morros”, na porção sul-
oriental de Minas Gerais. O nível de interiorização da Mata Atlântica no estado de
2
Minas Gerais e interior fluminense perfaz de 500 a 600 quilômetros, comportando
sempre florestas tropicais de planaltos, dotados de clima mesotérmico, com 18º a 20ºC
de temperatura e 1.300 a 1.600mm de precipitações anuais, com fortes acréscimos de
chuvas e nevoeiros na fachada atlântica da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira
(AB’SÁBER 2003).
A Serra da Mantiqueira é uma das maiores e mais importantes cadeias
montanhosas do Sudeste brasileiro, abrangendo parte dos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Encontram-se neste complexo serrano cerca de
20% dos remanescentes da Mata Atlântica mineira, bioma reduzido a pouco mais de 4%
de sua cobertura original no Estado (COSTA & HERRMANN 2006).
A Serra da Mantiqueira e a depressão do Vale do Paraíba faziam parte de um
grande planalto cristalino. No período Triássico, esse planalto sofreu um processo de
flexão e fraturamento (VALVERDE 1958). Após longo trabalho erosivo, acabou
transformando-se em maciços, pontos isolados e vales profundos (MEIRELLES 1991).
No maciço do Itatiaia, está localizado o trecho mais elevado do Sudeste brasileiro, o
Pico das Agulhas Negras, com 2.787 metros de altitude.
O complexo de serras da Mantiqueira apresenta formações florestais que variam
de Floresta Estacional Semidecidual Baixo-Montana, Florestas Ombrófilas Baixo-
Montana e Alto-Montana (sensu OLIVEIRA-FILHO & FONTES 2000) a Floresta
Ombrófila Mista (sensu VELOSO et al. 1991). Essas florestas se encontram nos
diferentes estágios sucessionais, associadas aos campos de altitude ou aos campos
rupestres, apresentando diversos microhábitats e formações ecotonais (BENITES et al.
2003).
A Serra Negra, componente do complexo serrano da Mantiqueira, está incluída
na região denominada Bom Jardim, com alta prioridade para a conservação da flora de
Minas Gerais, sendo recomendada a investigação científica em forma de inventários,
devido à alta diversidade e ao baixo conhecimento científico da área (DRUMMOND et
al. 2005). Desta forma, este trabalho contribui pioneiramente para o conhecimento das
comunidades florestais da Serra Negra, para a qual não existem estudos. Além disso, no
Corredor Ecológico da Mantiqueira (COSTA & HERRMANN 2006), a Serra Negra
está inserida no cleo Ibitipoca, formado por seis municípios e apenas uma Unidade
de Conservação de Proteção Integral, o Parque Estadual do Ibitipoca com 1.490 ha. A
baixa representatividade de Unidades de Conservação em todo o núcleo agrava-se pelo
fato de seus municípios não abrangerem nenhuma das duas Áreas de Proteção
3
Ambiental, existentes no Corredor Ecológico da Mantiqueira: APA Fernão Dias e APA
Mantiqueira.
Objetivos:
O presente estudo desenvolveu-se em três fragmentos de florestas sobre
diferentes condições edáficas na Serra Negra, MG, partindo-se da hipótese de que a
composição e estrutura destes fragmentos eram diferentes. Por isso, os objetivos foram:
descrever a composição florística do estrato arbóreo das áreas amostradas;
descrever a estrutura horizontal e vertical destas áreas;
calcular a diversidade de espécies arbóreas em cada área amostrada;
comparar a similaridade entre os três fragmentos;
comparar a similaridade dos trechos estudados com outros estudos.
4
ÁREA DE ESTUDOS
O Município de Rio Preto
O município de Rio Preto situa-se na região sul da Zona da Mata, no estado de
Minas Gerais (22º05’S e 43º49’W), com 5.142 habitantes e principal fonte de renda
advinda da agropecuária (IBGE 2006).
Apresentando grande extensão territorial, 34.710 km², o município limita-se ao
norte com o município de Lima Duarte, a leste com Santa Bárbara do Monte Verde, a
oeste com Santa Rita de Jacutinga e Bom Jardim de Minas, a noroeste com Olaria e ao
sul com o município de Valença, este último no estado do Rio de Janeiro. A altitude
mínima é de 430 m e máxima de 1.698 m (Serrote Santa Clara), a temperatura média
anual é de 19,3°C, o índice pluviométrico médio anual é de 1.646,6 mm, os principais
rios são rio Preto, ribeirão Sant’Ana e ribeirão do Funil, pertencentes à bacia do rio
Paraíba do Sul (EMATER 2003).
A Serra Negra e a Serra do Funil
A Serra Negra (figura 1), mais especificamente a vertente sul no distrito do
Funil, oferece boa oportunidade de estudo devido à ampla variação de altitude e por
apresentar florestas associadas aos campos rupestres, cujas características são pouco
estudadas.
A Serra do Funil compreende o conjunto formado pelo Serrote de Santa Clara e
o Serrote de São Gabriel, situado entre os conjuntos serranos mais ou menos paralelos:
“Serrote de São Lourenço, Serrote da Matinha e Serrote do Mato Limpo” e a Serra
Negra Ocidental. Apresenta altitudes entre 900 e 1.698 m. A micro-bacia hidrográfica é
drenada para o vale do ribeirão do Funil, sendo sua foz um “sumidouro” num vale de
rochas quartizíticas entre dois serrotes, a água some em baixo da pedra e reaparece à
jusante em cachoeira para o ribeirão Santa’Ana. As áreas mais baixas do ribeirão do
Funil formam uma zona de embaciamento onde o lençol freático é raso e os
alagamentos acompanham a sazonalidade do clima e o entupimento do sumidouro.
O clima é do tipo Cwb (Köppen), mesotérmico úmido, com invernos secos e
frios e verões brandos e úmidos. A média da precipitação anual, entre 1946 e 2004, foi
5
de 1.886 mm e mediana de 1.902 mm segundo dados da Prefeitura Municipal de Rio
Preto (gráficos 1 e 2).
A área está sob posse do patrimônio particular, estando protegida por apenas
uma unidade de conservação, a RPPN São Lourenço do Funil, que está fora da
microbacia do ribeirão do Funil. Sem uma política pública adequada, como a averbação
das áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, a região sofre com
práticas desordenadas do uso do solo, oriundas da atividade agropecuária sem
planejamento sustentável, muito embora tenha iniciado o Plano Diretor do Município
e o processo de criação de novas RPPNs.
Figura 1. Vista parcial da Serra Negra, em Rio Preto, MG.
6
0
100
200
300
400
500
600
700
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Precipitação (mm)
2002 2003 2004 Média 46-04
Gráfico 1. Distribuição da precipitação, nos anos de 2002, 2003, 2004 e média de 1946
a 2006, Serra Negra, Rio Preto, MG (Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Preto. Estação
da Faz. São Gabriel).
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
Anos
Médias anuais de precipitação (mm)
Gráfico 2. Precipitação anual de 1946 a 2004, Serra Negra, Rio Preto, MG (Fonte:
Prefeitura Municipal de Rio Preto. Estação da Fazenda São Gabriel).
7
MATERIAL E MÉTODOS
A amostragem fitossociológica ocorreu entre maio de 2005 e dezembro de 2006,
porém, os estudos florísticos na Serra Negra foram iniciados em 2004, pela equipe de
pesquisadores do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Durante este período de coleta, na região da Serra do Funil, foi observado que, no trecho
entre a vila do Funil e a cachoeira do Ninho da Égua, ocorrem mudanças no solo, na
altitude e na fisionomia da floresta. Com isso, criou-se a necessidade de maximizar a
probabilidade de amostrar adequadamente as três áreas, descrevendo suas diferenças em
estrutura e composição, de modo que cada conjunto minimizasse a variação interna de
topografia e solo ao conjunto e que maximizasse a variação dos fatores abióticos que
influenciam na diferenciação das áreas, como regime de inundação e fatores da altitude.
A localização das áreas de estudo está representada na figura 2.
8
Figura 2. Localização das áreas de estudo, no distrito do Funil, Rio Preto, MG
(adaptado de IBGE (2006), mapa municipal estatístico, Rio Preto, escala 1:50.000,
folhas 2714-1 e 2680-3).
9
Características dos fragmentos:
Mata de Cambuí (22º00’10’’S e 43º53’17’’W): trecho de embaciamento,
periodicamente inundado pela elevação do lençol freático, com microrrelevo
composto de murundus e depressões, cerca de 900 m altitude. O ambiente é aluvial
na maior parte do vale do ribeirão do Funil, mas no trecho da Mata de Cambuí
mistura-se o ambiente pantanoso de substrato turfoso e drenagem muito pobre,
tornando o trecho uma planície de inundação (várzea). Cambuí refere-se ao nome
popular da espécie Myrciaria tenella (DC.) O.Berg que predomina nesta área
(figuras 3 e 4).
Mata do Benedito (21º59’57’’S e 43º53’20’’W): trecho de topo de morro com
cerca de 1.000 m de altitude em relevo ondulado, constituído por colinas com
diferenças de nível menores que 100 m e declive moderado. Este fragmento é
contínuo à Mata de Cambuí. A mata fazia parte da antiga Fazenda Funil (figuras 5 e
6).
Mata do Ninho da Égua (21º58’31’’S e 43º53’20’’W): trecho situado em faixa
altitudinal de 1.300 m, onde predomina o relevo escarpado, de formas abruptas e
rochosas. A mata situa-se no fundo de vale em forma suave côncava ou platô. O
nome é dado em função da Cachoeira do Ninho da Égua e da trilha de mesmo nome
(figuras 7 e 8).
10
Figura 3. Fisionomia externa da Mata de Cambuí (em primeiro plano), Rio Preto, MG.
Figura 4. Fisionomia interna da Mata de Cambuí, Rio Preto, MG.
11
Figura 5. Fisionomia externa da Mata do Benedito, Rio Preto, MG.
Figura 6. Fisionomia interna da Mata do Benedito, Rio Preto, MG.
12
Figura 7. Fisionomia externa da Mata do Ninho da Égua, Rio Preto, MG.
Figura 8. Fisionomia interna da Mata do Ninho da Égua, Rio Preto, MG.
13
Para amostrar e descrever a comunidade arbórea dos fragmentos florestais foi
utilizado o método de parcelas, descrito por MUELLER-DOMBOIS & ELEMBERG
(1974). Em cada fragmento foi estabelecido um conjunto de 25 parcelas contíguas de 10
x 10 m, totalizando 0,75 ha de área amostrada, em que o maior eixo de cada conjunto
ficou paralelo às curvas de nível do terreno.
Foram amostrados todos os indivíduos arbóreos ou arborescentes com CAP
(circunferência a 1,3 m acima do solo) maior ou igual a 10 cm, exceto para os
indivíduos que ramificaram acima do solo (perfilhados) e abaixo de 1,30 m. Para estes,
foi adotado o seguinte critério: o indivíduo foi incluído quando a raíz da soma dos
quadrados das circunferências foi igual ou superior a 10 cm. Os indivíduos amostrados
foram marcados com plaquetas de alumínio numeradas. A altura de cada indivíduo foi
estimada por comparação com vara de alta-poda de tamanho conhecido. As árvores
mortas em pé, por dividirem espaço com as demais, foram consideradas e agrupadas na
classe “mortas”. Os indivíduos não coletados e não identificados em campo foram
agrupados na classe “desconhecidas”. O material botânico de cada espécie foi coletado,
herborizado e, quando fértil, depositado no acervo do Herbário CESJ da Universidade
Federal de Juiz de Fora.
Apenas para a Mata de Cambuí foi analisada a estrutura de perfilhamento, por
ser esta característica a mais evidente desta área e pelo seu possível efeito nos
parâmetros de estrutura e diversidade. Para analisar a estrutura do perfilhamento no
estrato arbóreo da Mata de Cambuí, foi aplicada a metodologia utilizada por
IVANAUSKAS & RODRIGUES (2000), com algumas adaptações. Nos cálculos, foram
utilizados todos os indivíduos amostrados no levantamento fitossociológico, sendo
considerados perfilhados os indivíduos que apresentaram mais de um tronco na altura
do peito, neste caso cada tronco denominado perfilho.
Para a análise do perfilhamento foram calculadas: a proporção de indivíduos
perfilhados entre todos os indivíduos amostrados; a proporção das espécies perfilhadas
(ao menos um indivíduo perfilhado); número de índivíduos perfilhados; distribuição da
abundância por classe de número de perfilhos; o número total de perfilhos por espécie
perfilhada (P); a média de perfilhos por espécie (Mp); proporção de indivíduos
perfilhados por espécie (Pip); bem como a proporção dos indivíduos perfilhados de cada
parcela (Mpp).
14
Os
parâmetros fitossociológicos e seus
respectivos c
álculos obedeceram as
fórmulas sensu MUELLER-DOMBOIS & ELEMBERG (1974) para a estrutura
horizontal, processadas pelo software Fitopac 1 (SHEPHERD 1994), sendo eles:
Densidade Relativa (DR): representa a relação, em porcentagem, do número de
indivíduos amostrados da espécie i (ni) com o total de indivíduos amostrados (N).
DR = ni x 100/N
Freqüência Relativa (FR): é a relação entre a Freqüência Absoluta (FA) da espécie i
com o total das FAs, em porcentagem:
FR = FAi x 100 / Σ FA
Onde:
FA = Pi x 100/ n
o
parcelas totais
Pi = número de parcelas em que a espécie i ocorre
Dominância Relativa (DoR): é a área que a espécie i ocupa em relação a área ocupada
por todas as espécies. A DoR foi calculada pelo somatório da área basal da espécie i
(ABi) dividida pelo somatório da área basal de todas as espécies, expressa em
porcentagem.
DoR = ABi x 100 / ΣAB
Onde:
AB = CAP²/4π
Valor de importância (VI): é um índice composto, que indica a importância da espécie
dentro da comunidade, levando em conta os parâmetros relativos de densidade,
frequência e dominância.
VI = DRi + FRi + DoRi
Na descrição dos resultados e na discussão, o uso das expressões “superior” e
“mais importante” referem-se, exclusivamente, à posição hierárquica definida pela
ordem decrescente de VI e não passam pelos conceitos de espécies prioritárias para a
conservação ou de preferência pessoal.
Para representação gráfica da distribuição da estrutura da comunidade de cada
área utilizaram-se classes de circunferência com amplitude de 5 cm, exceto para as
15
classes maiores que 100 cm, que tiveram amplitudes de 10 e 20 cm, terminando na
classe maior que 130 cm. Em função da alta abundância de indivíduos perfilhados na
Mata de Cambuí, não foram calculadas as classes de circunferência, evitando-se
superestimar a abundância destas. No entanto, para os indivíduos perfilhados das outras
duas áreas, o valor único da circunferência foi calculado pela raiz quadrada da soma dos
quadrados das circunferências de cada perfilho, para não superestimar o valor através de
uma simples soma das circunferências.
A estratificação vertical seguiu o procedimento adotado por PAULA et al.
(2004). Foram definidos três estratos verticais: inferior, médio e superior. O critério de
estratificação teve por base a altura média e o seu respectivo desvio-padrão.
Estrato inferior: árvores com h
i
< (h
m
– s);
Estrato médio: árvores com (h
m
– s) h
i
< (h
m
+ s);
Estrato superior: árvores com h
i
(h
m
+ s).
Onde:
h
m
= média das alturas dos indivíduos amostrados;
s= desvio-padrão das alturas dos indivíduos amostrados;
i = 1,2,..., n
o
dos indivíduos amostrados.
Para a representação das amplitudes de alturas por espécie, utilizou-se um traço
vertical, correspondendo à diferença entre a altura máxima e mínima de cada espécie.
Um ponto, correspondendo à média da altura, foi acrescentado em cada traço.
O índice de diversidade de Shannon e a equabilidade de Pielou foram calculados
de acordo com KENT & COKER (1992), através das seguintes fórmulas:
Índice de Shannon (H'):
H' = - Σ pi x ln pi
Onde:
pi = ni/N;
ni = número de indivíduos da espécie i;
N = número total de indivíduos amostrados.
Equabilidade de Pielou (J):
J = H'/ H máx
Onde:
H' = índice de diversidade de Shannon;
H máx = ln S.
16
Para testar as hipóteses sobre diferenças na diversidade de espécies entre os
fragmentos, foi realizado o teste para diferenças entre dois índices de diversidade, com
o procedimento proposto por Hutcheson (ZAR 1996).
O cálculo da similaridade entre as áreas e a comparação com outros
levantamentos florestais seguiu as fórmulas descritas por KENT & COKER (1992),
porém expressas em porcentagem. Os índices foram:
Similaridade de Sørensen (Is):
Is = 2c . 100/ 2c + a + b
Similaridade de Jaccard (Ij):
Ij = c . 100/ a + b + c
Onde:
Is = Índice de similaridade de Sørensen;
Ij = Índice de similaridade de Jaccard;
a = número de espécies restritas à área a;
b = número de espécies restritas à área b;
c = número de espécies comuns às áreas a e b.
Os índices de similaridade de Jaccard e Sørensen foram calculados entre os três
fragmentos estudados; entre a Mata de Cambuí e outros trabalhos em matas aluviais e
paludosas e entre a composição florística total das áreas amostradas (Mata de Cambuí,
Mata do Benedito e Mata do Ninho da Égua) com trabalhos realizados no maciço do
Itatiaia, Mantiqueira Sul e Norte e Vale do Paraíba do Sul. Para a análise da relação
florística da presente amostragem com outros trabalhos, realizou-se análise de
agrupamento utilizando o método UPGMA através da medida de distância de Sørensen
(Kulcynski).
Para representação gráfica das parcelas, realizou-se a análise de ordenação
utilizando o software PC-ORD 4.0 (McCUNE, B. & MEFFORD 1999) através da
Análise de Correspondência Destendenciada (DCA), utilizando-se a matriz de
abundância das espécies por parcela, eliminando-se as espécies representadas por um
único indivíduo.
As identificações das espécies foram feitas por meio de comparação com
exsicatas depositadas nos herbários CESJ e RB, consulta a especialistas e literatura
disponível. O sistema de classificação taxonômica adotado segue a APGII, de acordo
17
com SOUZA & LORENZI (2005) para o nível de famílias. As identificações das
espécies foram atualizadas seguindo OLIVEIRA-FILHO (2006) e a página da internet
do Missouri Botanical Garden (W3TROPICOS/www.mobot.org). O sistema
fitogeográfico adotado na classificação das comunidades inventariadas foi o de
OLIVEIRA-FILHO & FONTES (2000) com os domínios e sub-domínios propostos por
OLIVEIRA-FILHO (2006). Utilizou-se o banco de dados TreeAtlan 1.0 de OLIVEIRA-
FILHO (2006) para a descrição da distribuição das espécies pelas fisionomias florestais.
18
RESULTADOS
Para os 7.500 m
2
estudados, incluindo a Mata de Cambuí, do Benedito e do
Ninho da Égua, foram amostrados 2.573 indivíduos, identificados em 195 morfo-
espécies, incluídos em 59 famílias, 116 gêneros e 180 espécies (tabela 1). Apenas 15
morfo-espécies (7,7%) foram identificadas até o nivel de gênero. As famílias com maior
riqueza foram Myrtaceae (30 morfo-espécies), Lauraceae (20), Melastomataceae (17) e
Fabaceae (13). Os gêneros com maior número de espécies foram Ocotea e Miconia (12
morfo-espécies cada), Eugenia e Myrcia (oito morfo-espécies cada), Casearia e
Solanum (quatro espécies cada). As espécies mais abundantes foram Myrciaria tenella
(DC.) O.Berg (519), Alchornea triplinervia Müll. Arg. (259), Aparisthmium cordatum
(Juss) Baill. (94), Guapira venosa (Choisy) Lundell (71), Eugenia widgrenii Sonder ex
O.Berg (63), Psychotria velloziana Benth. (59), Phyllostemonodaphne geminiflora
(Mez) Kosterm. (45), Maytenus salicifolia Reissek (40), Myrcia splendens (Sw.) DC.
(37), Psychotria stachyoides Benth. (34) e Calyptranthes widgreniana O.Berg (33),
correspondendo a 49% do total.
Para os 2.500 m
2
estudados na Mata de Cambuí, foram encontradas 26 espécies,
incluídas em 23 gêneros e 15 famílias que, somadas às árvores mortas em (13 ind.),
resultaram em 712 indivíduos. O índice de diversidade de Shannon foi de 1,3 nats/ind.
para uma eqüabilidade de 0,39 (tabela 2).
Entre as famílias, Myrtaceae apresentou o maior número de espécies (5) e
representou cerca de 58% do VI de famílias no trecho (gráfico 3). Dentre as espécies
melhor representadas de acordo com o VI destacam-se Myrciaria tenella (DC.) O.Berg,
Calyptranthes widgreniana O.Berg e Alchornea triplinervia Müll. Arg. que juntas
perfizeram 66,4% do total, sendo que a única que esteve presente em todas as unidades
amostrais foi M. tenella.
Na área amostrada da Mata do Benedito foram encontradas 125 espécies,
incluídas em 91 gêneros e 49 famílias que, somadas às árvores mortas em (48 ind.),
resultaram em 984 indivíduos. O índice de diversidade de Shannon foi de 4,19 nats/ind.
para uma equabilidade de 0,86 (tabela 2).
Entre as famílias amostradas neste trecho, destacam-se Myrtaceae com 19
morfo-espécies, Lauraceae (14 morfo-espécies), Fabaceae (nove espécies) e Rubiaceae
(sete espécies), representando 57% do VI de famílias no trecho (gráfico 4). Entre as
espécies que perfizeram 47% do VI, destacam-se Aparisthmium cordatum (Juss) Baill.,
19
Eugenia widgrenii Sonder ex O.Berg, Xylopia brasiliensis Spreng., Cryptocarya
micrantha Meisn., Licania kunthiana Hook.f., Ocotea lancifolia (Schott) Mez, Ocotea
odorifera (Vell.) Rohwer, Maytenus salicifolia Reissek, Ocotea aciphylla (Nees) Mez,
Abarema langsdorfii (Benth.) Barneby & J.W.Grimes, Geonoma schottiana Mart.,
Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult., Psychotria velloziana Benth.,
Spirotheca rivieri (Decne.) Ulbr., Virola bicuhyba (Schott) Warb., Beilschmiedia
taubertiana (Schwacke & Mez) Kosterm., Lacistema pubescens Mart., Actinostemon
concolor (Spreng.) Müll.Arg., Erythroxylum pelleterianum A.St-Hil., Miconia
cinnamomifolia (DC.) Naudin, Copaifera langsdorffii Desf.
No trecho da Mata do Ninho da Égua foram encontradas 83 espécies, incluídas
em 53 gêneros e 33 famílias que, somadas às árvores mortas em (19 ind.), resultaram
em 877 indivíduos. O índice de diversidade de Shannon foi de 3,42 nats/ind. para uma
eqüabilidade de 0,86 (tabela 2).
Entre as famílias amostradas neste trecho, destacam-se Myrtaceae com 13
morfo-espécies, Melastomataceae (11), Lauraceae (11), Rubiaceae (6), que juntas
perfizeram 28,58% do VI de famílias no trecho (gráfico 5). Entre as espécies que
perfizeram 49% do VI, destacam-se Alchornea triplinervia Müll. Arg., Solanum
cinnamomeum Sendtn., Guapira venosa (Choisy) Lundell, Phyllostemonodaphne
geminiflora (Mez) Kosterm., Psychotria velloziana Benth., Solanum leucodendron
Sendtn., Myrcia splendens (Sw.) DC., Psychotria stachyoides Benth., Cordia
trichoclada DC. e Myrcia cf. fenzliana O.Berg.
20
Tabela 1. Lista das espécies amostradas nos três fragmentos de mata, ordenadas por família
(sensu APGII) e a(s) respectiva(s) área(s) onde foram encontradas, Serra Negra, Rio Preto,
MG. C = Mata de Cambuí; B = Mata do Benedito e NE = Mata do Ninho da Égua.
Família Espécie C
B
NE
Anacardiaceae Lithraea molleoides (Vell.) Engl. X
Tapira guianensis Aubl. X
Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch. X
Annonaceae Annona cacans Warm. X
Duguetia lanceolata A.St.-Hil. X
Guatteria australis A.St-Hil. X
X
Xylopia brasiliensis Spreng. X
Apocynaceae Aspidosperma australe Müll.Arg. X
Aspidosperma olivaceum Müll.Arg. X
Tabernaemontana laeta Mart. X
Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A.St.-Hil. X
Ilex theezans Mart. ex Reissek X
Araliaceae Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi X
Arecaceae Euterpe edulis Mart. X
Geonoma schottiana Mart. X
X
Asteraceae Piptocarpha macropoda Baker X
Vernonanthura divaricata (Spreng.) H.Rob. X
X
X
Bignoniaceae Jacaranda puberula Cham. X
Sparattosperma leucanthum (Vell.) K.Schum. X
Boraginaceaee Cordia silvestris Fresen. X
Cordia trichoclada DC. X
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. X
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand X
Protium spruceanum (Benth.) Engl. X
Canellaceae Capsicodendron dinisii (Schwacke) Occhioni X
Cardiopteridaceae Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard X
Celastraceae Maytenus glazioviana Loes. X
Maytenus salicifolia Reissek X
Peritassa flaviflora A.C.Sm. X
Chrysobalanaceae Hirtella glandulosa Spreng. X
Hirtella hebeclada Moric. ex DC. X
Licania kunthiana Hook.f. X
Clethraceae Clethra scabra Pers. X
Clusiaceae Chrysochlamys saldanhae (Engl.) Oliveira-Filho X
Garcinia brasiliensis Mart. X
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. X
Combretaceae Terminalia cf. triflora (Griseb.) Lillo X
Continua…
21
Tabela 1- continuação...
Família Espécie C
B
NE
Cunoniaceae Lamanonia ternata Vell. X
Cyatheaceae Cyathea delgadii Sternb. X
Elaeocarpaceae Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. X
X
Sloanea monosperma Vell. X
Sloanea stipitata Spruce ex Benth. X
Erythroxylaceae Erythroxylum pelleterianum A.St-Hil. X
Euphorbiaceae Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg. X
Alchornea sidifolia Müll. Arg. X
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. X
X
X
Aparisthmium cordatum (Juss) Baill. X
Maprounea guianensis Aubl. X
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill X
Fabaceae - Copaifera langsdorffii Desf. X
Caesalpinioideae Copaifera trapezifolia Hayne X
Fabaceae – Andira fraxinifolia Benth. X
Faboideae Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. X
Ormosia arborea (Vell.) Harms X
Platypodium elegans Vogel X
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel X
Fabaceae – Abarema langsdorffii (Benth.) Barneby & J.W.Grimes X
Mimosoideae Inga sessilis (Vell.) Mart. X
Inga tenuis (Vell.) Mart. X
Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & J.W.Grimes X
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze X
Pseudopiptadenia warmingii (Benth.) G.P.Lewis &
M.P.Lima X
Humiriaceae Sacoglottis guianensis Benth. X
Hypericaceae Vismia magnoliifolia Schltdl. & Cham. X
Lacistemataceae Lacistema pubescens Mart. X
Lamiaceae Aegiphila sellowiana Cham. X
Lauraceae Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez X
X
X
Beilschmiedia taubertiana (Schwacke & Mez) Kosterm. X
Cryptocarya micrantha Meisn. X
X
Nectandra oppositifolia Nees & Mart. X
Ocotea aciphylla (Nees) Mez X
Ocotea aff. lobbii (Meisn.) Rohwer X
Ocotea catharinensis Mez X
Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez X
X
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez X
X
Ocotea dispersa (Nees) Mez X
Continua...
22
Tabela 1- continuação...
Família Espécie C
B
NE
Lauraceae (cont.) Ocotea glaziovii Mez X
X
Ocotea lancifolia (Schott) Mez X
Ocotea laxa (Nees) Mez X
Ocotea minarum (Nees) Mez X
X
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer X
Ocotea sp. X
Persea sp. 1 X
Persea sp. 2 X
Persea willdenowii Kosterm. X
Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm. X
Malpighiaceae Byrsonima cf. lancifolia A.Juss. X
Byrsonima laxiflora Griseb. X
Byrsonima myricifolia Griseb. X
Malvaceae Spirotheca rivieri (Decne.) Ulbr. X
Melastomataceae Meriania clausseni Triana X
Miconia buddlejoides Triana X
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin X
X
Miconia doriana Cogn. X
Miconia cf. mellina DC. X
Miconia stenostachya DC. X
Miconia tentaculifera Naudin X
Miconia tristis Spring X
Miconia urophylla DC. X
X
Miconia sp. 1 X
Miconia sp. 2 X
Miconia sp. 3 X
Miconia sp. 4 X
Tibouchina estrellensis (Raddi) Cogn. X
Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. X
Tibouchina mutabilis Cogn. X
Tibouchina sp. X
Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. X
X
Guarea macrophylla Vahl X
Trichilia emarginata (Turcz.) C.DC. X
Monimiaceae Macropeplus dentatus (Perkins) I.Santos & Peixoto X
Mollinedia schottiana (Spreng.) Perk X
Mollinedia triflora (Spreng.) Tul. X
Mollinedia widgrenii A.DC. X
Moraceae
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger, Lanj. &
Wess.Boer X
Continua...
Tabela 1- continuação...
23
Família Espécie C
B
NE
Myristicaceae Virola bicuhyba (Schott) Warb. X
Myrsinaceae Cybianthus peruvianus (A.Dc.) Miq. X
Myrsine coriacea (Sw.) Roem. & Schult. X
X
Myrsine umbellata Mart. X
Myrtaceae Calyptranthes widgreniana O.Berg X
X
Calyptranthes grandifolia O.Berg X
Campomanesia cf. lundiana (O.Berg) Kiaersk. X
Eugenia cf. acutata Miq. X
Eugenia brasiliensis Lam. X
Eugenia cerasiflora Miq. X
Eugenia involucrata DC. X
Eugenia cf. melanogyna (D.Legrand) Sobral X
Eugenia sp. 1 X
X
Eugenia sp. 2 X
Eugenia widgrenii Sonder ex O.Berg X
X
Marliera cf. laevigata (DC.) Kiaersk. X
X
Marlierea obscura O.Berg X
Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O.Berg X
Myrceugenia sp. X
Myrcia cf. fenzliana O.Berg X
Myrcia cf. hebepetala DC. X
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. X
X
X
Myrcia sp. 1 X
Myrcia sp. 2 X
Myrcia sp. 3 X
Myrcia cf. palustris DC. X
Myrcia splendens (Sw.) DC. X
X
Myrciaria tenella (DC.) O.Berg X
Neomitranthes sp. 1 X
Neomitranthes sp. 2 X
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum X
Psidium myrtoides O.Berg X
Siphoneugena densiflora O.Berg X
Siphoneugena widgreniana O.Berg X
Nyctaginaceae Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell X
X
Guapira opposita (Vell.) Reitz X
X
Guapira venosa (Choisy) Lundell X
X
Ochnaceae Ouratea parviflora (DC.) Baill X
X
Olacaceae Heisteria silvianii Schwacke X
Opiliaceae Agonandra excelsa Griseb. X
Continua...
Tabela 1- continuação...
24
Família Espécie C
B
NE
Phytolaccaceae Seguieria langsdorfii Moq. X
X
Picramniaceae Picramnia glazioviana Engl. X
Quiinaceae Quiina glaziovii Engl. X
Quiina magallano-gomesii Schwacke X
Rosaceae Prunus myrtifolia (L.) Urb. X
X
Rubiaceae Amaioua guianensis Aubl. X
X
Chomelia sericea Müll.Arg. X
X
Coussarea cf. verticillata Müll.Arg. X
X
Ixora brevifolia Benth. X
Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult. X
X
Psychotria stachyoides Benth. X
Psychotria suterella Müll.Arg. X
Psychotria velloziana Benth. X
X
Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg. X
Rutaceae Dictyoloma vandellianum A.Juss. X
X
Salicaceae Casearia arborea (L.C.Rich.) Urb. X
Casearia decandra Jacq. X
Casearia lasiophylla Eichler X
Casearia sylvestris Sw. X
X
Xylosma prockia (Turcz.) Turcz. X
Sapindaceae
Allophyllus edulis (A.St.-Hil. Cambess. & A.Juss.)
Radlk. X
Cupania ludowigii Somner & Ferruci X
Cupania vernalis Cambess. X
X
Matayba guianensis Aubl. X
Matayba junglandifolia Radlk. X
X
Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. X
Micropholis gardneriana (A.DC.) Pierre X
Pouteria gardneriana (A.DC.) Radlk. X
X
Solanaceae Solanum bullatum Vell. X
Solanum cinnamomeum Sendtn. X
Solanum leucodendron Sendtn. X
Solanum pseudoquina A.St.-Hil. X
Styracaceae Styrax pohlii A.DC. X
Theaceae Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski X
Thymelaeaceae Daphnopsis coriacea Taub. X
Urticaceae Cecropia hololeuca Miq. X
Vochysiaceae Qualea gestasiana A.St.-Hil. X
Vochysia schwackeana Warm. X
Winteraceae Drymis brasiliensis Miers X
25
Tabela 2. Parâmetros de estrutura, riqueza e diversidade dos trechos de estudo.
AB = área basal. N = número de indivíduos; N.fam = número de famílias;
N.spp = número de espécies; H’ = índice de Shannon; J = Equabilidade. Todas
as comparações dos índices de Shannon foram significativas (P < 0,01) pelo
teste de Hutcheson.
Área AB (m
2
) N N.fam N.spp H' J
Cambuí
6,78 712 15 26 1,30 0,39
Benedito
9,66 984 49 125 4,19 0,86
Ninho da Égua
9,8 877 33 83 3,42 0,77
0 1 2 3 4 5 6 7
Outras
Euphorbiaceae
Lauraceae
Salicaceae
Sapindaceae
Fabaceae
Melastomataceae
Myrtaceae
Gráfico 3. Riqueza de espécies das sete famílias mais representativas do trecho de
estudo na Mata de Cambuí, Rio Preto, MG.
26
3
3
3
4
5
5
7
14
54
19
9
0 10 20 30 40 50
Outras
Anacardiaceae
Celastraceae
Clusiaceae
Annonaceae
Euphorbiaceae
Melastomataceae
Rubiaceae
Fabaceae
Lauraceae
Myrtaceae
Gráfico 4. Riqueza de espécies das dez famílias mais representativas do trecho de
estudo na Mata do Benedito, Rio Preto, MG.
28
2
2
2
2
3
3
6
11
11
13
0 5 10 15 20 25 30
Outras
Annonaceae
Apocynaceae
Arecaceae
Asteraceae
Nyctaginaceae
Solanaceae
Rubiaceae
Lauraceae
Melastomataceae
Myrtaceae
Gráfico 5. Riqueza de espécies das dez famílias mais representativas do trecho de
estudo na Mata do Ninho da Égua, Rio Preto, MG.
27
Tabela 3. Espécies amostradas na Mata de Cambuí e seus respectivos parâmetros
fitossociológicos, por ordem decrescente de VI, Serra Negra, Rio Preto, MG. Cod. = código da
espécie; N = número de indivíduos; NA = número de parcelas em que a espécie ocorreu; DR =
densidade relativa; DoR = dominância relativa; FR = freqüência relativa; A.Min. = altura
mínima; A.Max. = altura máxima; A.Med. = altura média; VI = valor de importância.
Cod
Espécies N NA DR DoR FR A.Min. Alt.Max.
Alt.Med.
VI
1 Myrciaria tenella 519
25 72,89
65,02
16,45
2,5 10 5,6 154,36
2 Calyptranthes widgreniana 31 18 4,35 7,64 11,84
3 13 6,3 23,84
3 Alchornea triplinervia 38 14 5,34 6,58 9,21 4 16 7,6 21,13
4 Mortas 13 11 1,83 5,45 7,24 2 10,5 4,1 14,51
5 Casearia sylvestris 19 10 2,67 2,9 6,58 2,5 11 6,7 12,15
6 Nectandra oppositifolia 13 9 1,83 2,38 5,92 5 16 8,4 10,13
7 Matayba junglandifolia 12 10 1,69 1,5 6,58 5 13 7,8 9,76
8 Alchornea sidifolia 10 8 1,4 2,88 5,26 3,5 10 6,8 9,55
9 Sorocea bonplandii 8 6 1,12 1,3 3,95 4 10 6,7 6,37
10 Vernonanthura divaricata 9 6 1,26 0,79 3,95 4,5 11,5 6,8 6
11 Myrcia guianensis 9 6 1,26 0,32 3,95 4,5 8 5,6 5,53
12 Cupania vernalis 5 5 0,7 1,22 3,29 5 12 8,9 5,21
13 Salacia arborea 5 3 0,7 0,23 1,97 4 10 6 2,91
14 Andira fraxinifolia 3 3 0,42 0,51 1,97 6 8 7 2,9
15 Seguieria langsdorfii 3 3 0,42 0,31 1,97 3,3 9 6,4 2,71
16 Mimosa bimucronata 2 2 0,28 0,12 1,32 4,5 6 5,3 1,71
17 Eugenia cf. melanogyna 2 2 0,28 0,09 1,32 3 5 4 1,69
18 Marlierea obscura 2 2 0,28 0,08 1,32 3 5,5 4,3 1,67
19 Casearia lasiophylla 1 1 0,14 0,2 0,66 10 10 10 1
20 Tibouchina estrellensis 1 1 0,14 0,11 0,66 10 10 10 0,91
21 Ouratea parviflora 1 1 0,14 0,1 0,66 4 4 4 0,89
22 Zollernia ilicifolia 1 1 0,14 0,08 0,66 7 7 7 0,88
23 Miconia sp. 2 1 1 0,14 0,07 0,66 4,5 4,5 4,5 0,87
24 Aniba firmula 1 1 0,14 0,04 0,66 7 7 7 0,84
25 Dictyoloma vandellianum 1 1 0,14 0,04 0,66 6,5 6,5 6,5 0,84
26 Miconia stenostachya 1 1 0,14 0,03 0,66 6 6 6 0,83
27 Mollinedia schottiana 1 1 0,14 0,01 0,66 4,5 4,5 4,5 0,81
28
Tabela 4. Espécies amostradas na Mata do Benedito e seus respectivos parâmetros
fitossociológicos, em ordem decrescente de VI, Serra Negra, Rio Preto, MG. Cod = código
da espécie; N = número de indivíduos; NA = número de parcelas em que a espécie ocorreu;
DR = densidade relativa; DoR = dominância relativa; FR = freqüência relativa; A.Min. =
altura mínima; A.Max. = altura máxima; A.Med. = altura média; VI = valor de
importância.
Cod Espécie N NA DR DoR FR A.Min. A.Max. A.Med. VI
1 Aparisthmium cordatum 94 21 9,55 4,58 3,37 2,0 13,0 7,4 17,50
2 Mortas 48 22 4,88 5,26 3,53 1,6 24,0 5,1 13,66
3 Eugenia widgrenii 63 20 6,40 1,66 3,21 1,8 13,0 5,5 11,27
4 Xylopia brasiliensis 20 14 2,03 6,23 2,24 4,5 21,0 13,3 10,51
5 Beilschmiedia taubertiana 20 12 2,03 5,73 1,92 4,0 20,0 10,0 9,69
6 Licania kunthiana 8 6 0,81 6,49 0,96 5,5 20,0 12,6 8,26
7 Ocotea lancifolia 20 10 2,03 4,52 1,60 4,5 18,0 10,6 8,15
8 Maytenus salicifolia 40 13 4,07 1,98 2,08 4,0 16,0 6,3 8,13
9 Ocotea odorifera 15 11 1,52 3,78 1,76 6,0 20,0 12,5 7,06
10 Ocotea aciphylla 12 9 1,22 3,98 1,44 4,0 22,0 10,8 6,65
11 Abarema langsdorfii 2 2 0,20 5,16 0,32 23,0 24,0 23,5 5,69
12 Geonoma schottiana 27 16 2,74 0,28 2,56 2,0 3,0 2,3 5,59
13 Virola bicuhyba 13 8 1,32 2,96 1,28 3,0 18,0 9,3 5,56
14 Posoqueria latifolia 16 10 1,63 2,08 1,60 4,0 16,0 8,0 5,31
15 Cryptocarya micrantha 20 14 2,03 0,95 2,24 3,0 12,0 6,5 5,23
16 Lacistema pubescens 20 14 2,03 0,89 2,24 4,5 13,0 7,9 5,17
17 Actinostemon concolor 21 14 2,13 0,77 2,24 4,0 12,0 6,6 5,15
18 Erythroxylum pelleterianum 21 12 2,13 0,50 1,92 2,0 5,5 4,0 4,56
19 Miconia cinnamomifolia 19 11 1,93 0,69 1,76 4,0 14,0 7,9 4,39
20 Spirotheca rivieri 17 13 1,73 0,54 2,08 2,0 12,0 6,2 4,35
21 Copaifera langsdorffii 14 11 1,42 1,04 1,76 4,0 12,0 7,1 4,23
22 Psychotria velloziana 17 13 1,73 0,30 2,08 3,0 7,0 4,9 4,11
23 Myrcia sp. 3 19 11 1,93 0,35 1,76 3,0 8,0 6,2 4,04
24 Eugenia cf. acutata 13 12 1,32 0,51 1,92 4,5 10,0 7,1 3,75
25 Eugenia involucrata 14 11 1,42 0,40 1,76 4,0 7,0 6,0 3,59
26 Amaioua guianensis Aubl. 16 9 1,63 0,34 1,44 3,5 10,0 6,0 3,41
27 Ixora brevifolia 9 9 0,91 0,93 1,44 4,0 14,0 9,3 3,28
28 Protium heptaphyllum 11 7 1,12 0,98 1,12 5,0 12,0 8,2 3,22
29 Pera glabrata 12 7 1,22 0,86 1,12 5,0 11,0 7,5 3,20
30 Tapirira obtusa 7 6 0,71 1,52 0,96 6,5 20,0 11,3 3,20
31 Guatteria australis 9 6 0,91 1,05 0,96 4,5 16,0 8,7 2,93
32 Coussarea cf. verticillata 13 6 1,32 0,62 0,96 3,0 10,0 6,8 2,90
33 Ocotea aff. lobbii 7 6 0,71 1,18 0,96 5,5 12,0 8,9 2,85
34 Protium spruceanum 9 7 0,91 0,73 1,12 4,0 12,0 9,3 2,77
35 Guapira graciliflora 8 7 0,81 0,77 1,12 3,5 9,5 6,6 2,71
36 Byrsonima myricifolia 5 5 0,51 1,32 0,80 7,0 14,0 11,0 2,63
37 Sloanea stipitata 7 4 0,71 1,19 0,64 3,5 13,0 7,3 2,54
38 Prunus myrtifolia 9 7 0,91 0,38 1,12 4,0 12,0 7,7 2,42
39 Copaifera trapezifolia 10 6 1,02 0,42 0,96 4,5 12,0 6,1 2,40
40 Myrcia splendens 7 6 0,71 0,69 0,96 3,5 18,0 8,6 2,36
41 Byrsonima laxiflora 5 4 0,51 1,18 0,64 4,5 16,0 11,1 2,33
42 Desconhecidas 6 6 0,61 0,75 0,96 4,0 23,0 10,4 2,33
43 Matayba junglandifolia 7 7 0,71 0,48 1,12 4,5 18,0 8,7 2,31
44 Mollinedia widgrenii 8 7 0,81 0,32 1,12 4,0 8,0 5,6 2,25
45 Neomitranthes sp. 1 10 6 1,02 0,21 0,96 3,5 8,0 5,1 2,19
46 Alchornea triplinervia 3 3 0,30 1,32 0,48 8,0 14,0 10,7 2,10
Continua
29
Tabela 4- continuação.
Cod Espécie N NA DR DoR FR A.Min. A.Max. A.Med. VI
47 Laplacea fruticosa 3 3 0,30 1,30 0,48 12,0 20,0 15,0 2,08
48 Ocotea corymbosa 6 5 0,61 0,54 0,8 6,5 13 9,75 1,94
49 Duguetia lanceolata 7 2 0,71 0,85 0,32 6,0 12,0 9,0 1,88
50 Pouteria gardneriana 2 2 0,20 1,34 0,32 12,0 21,0 16,5 1,86
51 Casearia arborea 3 2 0,30 1,20 0,32 11,0 18,0 13,7 1,83
52 Tabernaemontana laeta 8 5 0,81 0,19 0,80 4,0 7,0 4,9 1,80
53 Guapira opposita 6 6 0,61 0,20 0,96 4,0 7,0 5,5 1,78
54 Sloanea guianensis 3 3 0,30 0,94 0,48 10,0 15,0 12,3 1,72
55 Campomanesia cf. lundiana 4 4 0,41 0,61 0,64 4,0 16,0 10,0 1,66
56 Miconia urophylla 7 5 0,71 0,13 0,80 4,5 10,0 6,2 1,65
57 Cybianthus peruvianus 6 5 0,61 0,16 0,80 4,0 7,5 5,3 1,57
58 Garcinia brasiliensis 5 5 0,51 0,26 0,80 5,0 11,0 8,4 1,57
59 Myrsine umbellata 7 4 0,71 0,22 0,64 4,5 9,0 6,9 1,57
60 Dalbergia nigra 2 2 0,20 0,95 0,32 9,0 14,0 11,5 1,48
61 Guapira venosa 5 5 0,51 0,17 0,80 5,0 9,5 6,7 1,48
62 Hirtella glandulosa 3 3 0,30 0,68 0,48 12,0 13,0 12,3 1,47
63 Jacaranda puberula 4 4 0,41 0,35 0,64 6,0 10,0 8,0 1,40
64 Vochysia schwackeana 5 4 0,51 0,18 0,64 4,0 12,0 6,7 1,33
65 Quiina glaziovii 2 1 0,20 0,92 0,16 12,0 17,0 14,5 1,28
66 Vernonanthura divaricata 3 3 0,30 0,43 0,48 4,0 15,0 8,0 1,22
67 Maytenus glazioviana 2 2 0,20 0,68 0,32 8,0 12,0 10,0 1,21
68 Qualea gestasiana 2 2 0,20 0,68 0,32 8,0 17,0 12,5 1,21
69 Chrysochlamys saldanhae 6 3 0,61 0,10 0,48 4,0 7,0 5,6 1,19
70 Cheiloclinium cognatum 2 2 0,20 0,65 0,32 8,0 14,0 11,0 1,18
71 Miconia tristis 4 4 0,41 0,13 0,64 5,0 10,0 7,4 1,18
72 Miconia sp. 4 4 2 0,41 0,44 0,32 9,0 12,0 10,5 1,17
73 Leucochloron incuriale 4 4 0,41 0,09 0,64 4,0 8,0 5,6 1,14
74 Myrcia cf. palustris 4 4 0,41 0,07 0,64 2,5 2,5 2,5 1,11
75 Ouratea parviflora 4 4 0,41 0,05 0,64 3,5 6,0 4,4 1,10
76 Calyptranthes widgreniana 2 2 0,20 0,52 0,32 12,0 12,0 12,0 1,05
77 Lamanonia ternata 1 1 0,10 0,76 0,16 22,0 22,0 22,0 1,02
78 Allophyllus edulis 3 2 0,30 0,32 0,32 8,0 13,0 11,0 0,95
79 Vismia magnoliifolia 3 2 0,30 0,31 0,32 8,0 11,0 9,0 0,94
80 Micropholis gardneriana 3 3 0,30 0,10 0,48 5,0 8,0 6,3 0,88
81 Cupania ludowigii 3 2 0,30 0,24 0,32 11,0 13,0 12,3 0,87
82 Daphnopsis coriacea 3 3 0,30 0,05 0,48 6,0 7,5 6,5 0,84
83 Chomelia sericea 3 3 0,30 0,05 0,48 4,0 5,0 4,7 0,83
84 Maprounea guianensis 2 2 0,20 0,31 0,32 7,0 18,0 12,5 0,83
85 Picramnia glazioviana 3 3 0,30 0,05 0,48 2,0 4,5 3,3 0,83
86 Guarea macrophylla 3 3 0,30 0,03 0,48 3,0 4,0 3,7 0,82
87 Myrcia guianensis 3 3 0,30 0,04 0,48 2,0 6,0 4,0 0,82
88 Platypodium elegans 1 1 0,10 0,55 0,16 20,0 20,0 20,0 0,82
89 Heisteria silvianii 2 2 0,20 0,28 0,32 6,0 10,0 8,0 0,80
90 Ocotea minarum 2 2 0,20 0,12 0,32 7,0 9,0 8,0 0,65
91 Terminalia cf. triflora 2 2 0,20 0,12 0,32 4,5 11,0 7,8 0,64
92 Sacoglottis guianensis 2 2 0,20 0,11 0,32 7,0 8,0 7,5 0,63
93 Styrax pohlii 2 2 0,20 0,10 0,32 6,5 8,0 7,3 0,63
94 Cabralea canjerana 3 1 0,30 0,15 0,16 6,0 9,5 8,0 0,61
95 Aniba firmula 2 2 0,20 0,07 0,32 3,5 6,0 4,8 0,59
96 Sloanea monosperma 2 2 0,20 0,07 0,32 4,0 4,5 4,3 0,59
97 Cordia trichotoma 2 2 0,20 0,05 0,32 6,5 7,0 6,8 0,58
Continua
30
Tabela 4- continuação.
Cod Espécie N NA DR DoR FR A.Min. A.Max. A.Med. VI
98 Ilex theezans 2 2 0,20 0,05 0,32 5,5 8,5 7,0 0,58
99 Tapira guianensis 2 2 0,20 0,06 0,32 4,5 6,5 5,5 0,58
100 Capsicodendron dinisii 1 1 0,10 0,30 0,16 14,0 14,0 14,0 0,56
101 Eugenia cerasiflora 2 2 0,20 0,04 0,32 7,0 7,0 7,0 0,56
102 Solanum pseudoquina 2 2 0,20 0,03 0,32 4,0 5,0 4,5 0,56
103 Schefflera calva 2 2 0,20 0,02 0,32 5,0 6,5 5,8 0,55
104 Persea sp. 1 1 0,10 0,24 0,16 12,0 12,0 12,0 0,50
105 Trichilia emarginata 1 1 0,10 0,22 0,16 10,5 10,5 10,5 0,48
106 Kielmeyera coriacea 1 1 0,10 0,21 0,16 12,0 12,0 12,0 0,47
107 Eugenia brasiliensis 2 1 0,20 0,09 0,16 8,0 10,0 9,0 0,45
108 Neomitranthes sp. 2 2 1 0,20 0,07 0,16 5,0 5,5 5,3 0,44
109 Lithraea molleoides 1 1 0,10 0,16 0,16 12,0 12,0 12,0 0,42
110 Siphoneugena densiflora 1 1 0,10 0,14 0,16 9,0 9,0 9,0 0,40
111 Dictyoloma vandellianum 1 1 0,10 0,12 0,16 11,5 11,5 11,5 0,38
112 Eugenia sp. 2 1 1 0,10 0,10 0,16 12,0 12,0 12,0 0,36
113 Inga tenuis 1 1 0,10 0,09 0,16 7,0 7,0 7,0 0,35
114 Persea sp. 2 1 1 0,10 0,05 0,16 6,5 6,5 6,5 0,31
115 Marlierea laevigata 1 1 0,10 0,03 0,16 5,0 5,0 5,0 0,29
116 Psidium myrtoides 1 1 0,10 0,02 0,16 8,0 8,0 8,0 0,29
117 Xylosma prockia 1 1 0,10 0,03 0,16 7,0 7,0 7,0 0,29
118 Pseudopiptadenia warmingii 1 1 0,10 0,02 0,16 2,0 2,0 2,0 0,28
119 Agonandra excelsa 1 1 0,10 0,02 0,16 6,0 6,0 6,0 0,28
120 Siphoneugena widgreniana 1 1 0,10 0,01 0,16 6,0 6,0 6,0 0,28
121 Chrysophyllum gonocarpum 1 1 0,10 0,01 0,16 4,0 4,0 4,0 0,27
122 Eugenia sp. 1 1 0,10 0,01 0,16 5,0 5,0 5,0 0,27
123 Miconia sp 1. 1 1 0,10 0,01 0,16 4,0 4,0 4,0 0,27
124 Myrsine coriacea 1 1 0,10 0,01 0,16 6,0 6,0 6,0 0,27
125 Ocotea diospyrifolia 1 1 0,10 0,01 0,16 8,0 8,0 8,0 0,27
126 Ocotea glaziovii 1 1 0,10 0,01 0,16 6,0 6,0 6,0 0,27
127 Ormosia arborea 1 1 0,10 0,01 0,16 2,0 2,0 2,0 0,27
31
Tabela 5. Espécies amostradas na Mata do Ninho da Égua e seus respectivos parâmetros
fitossociológicos, em ordem decrescente de VI, Serra Negra, Rio Preto, MG. Cod = código da
espécie; N = número de indivíduos; NA = número de parcelas em que a espécie ocorreu; DR =
densidade relativa; DoR = dominância relativa; FR = freqüência relativa; A.Min. = altura
mínima; A.Max. = altura máxima; A.Med. = altura média; VI = valor de importância.
Cód Espécies N NA DR DoR FR A.Min. A.Max. A.Med. VI
1 Alchornea triplinervia 218 25 24,86 41,96 5,87 1,8 20 9,1 72,68
2 Solanum cinnamomeum 18 14 2,05 11 3,29 10 20 16,1 16,34
3 Guapira venosa 64 21 7,3 3,88 4,93 2,5 12 6,3 16,11
4
Phyllostemonodaphne
geminiflora 45 17 5,13 1,54 3,99 3 13 6,3 10,67
5 Psychotria velloziana 42 14 4,79 1,57 3,29 2 12,5 3,5 9,64
6 Solanum leucodendron 20 15 2,28 3,58 3,52 5 15 10,6 9,38
7 Myrcia splendens 30 14 3,42 1,55 3,29 2 20 7,1 8,26
8 Mortas 19 12 2,17 2,45 2,82 1,8 10 4,3 7,44
9 Psychotria stachyoides 34 11 3,88 0,71 2,58 2 4,5 2,9 7,17
10 Cordia trichoclada 7 5 0,8 4,68 1,17 4 19 13,7 6,65
11 Myrcia cf. fenzliana 14 11 1,6 2,41 2,58 5 20 10,5 6,59
12 Annona cacans 20 12 2,28 1,42 2,82 3,5 17 9,7 6,52
13 Prunus myrtifolia 10 9 1,14 3,02 2,11 5 20 11,6 6,28
14 Miconia urophylla 16 14 1,82 0,36 3,29 2 11 6,6 5,48
15 Tibouchina granulosa 9 6 1,03 2,67 1,41 2 20 12,1 5,11
16 Guatteria australis 17 9 1,94 0,46 2,11 3,5 10 5,1 4,51
17 Ilex paraguariensis 13 10 1,48 0,54 2,35 4 10 6,2 4,37
18 Drymis brasiliensis 12 10 1,37 0,37 2,35 3,5 10 6,5 4,08
19 Tibouchina sp 3 9 6 1,03 1,45 1,41 4 18 9,4 3,88
20 Miconia buddlejoides 13 9 1,48 0,2 2,11 4 9 5,7 3,8
21 Cecropia hololeuca 4 4 0,46 2,35 0,94 14 18 16 3,74
22 Inga sessilis 10 8 1,14 0,61 1,88 5,5 15 8,1 3,63
23 Desconhecidas 9 8 1,03 0,55 1,88 4 13 6,9 3,46
24 Myrcia sp. 1 13 7 1,48 0,23 1,64 4 6 5 3,35
25 Cyathea delgadii 7 7 0,8 0,69 1,64 2,5 6,5 4,7 3,13
26 Myrcia sp. 2 14 5 1,6 0,36 1,17 3,5 9 5,8 3,13
27 Aegiphila sellowiana 10 5 1,14 0,78 1,17 5,5 12 7,7 3,09
28 Geonoma schottiana 9 8 1,03 0,13 1,88 1,8 3,5 2,3 3,04
29 Posoqueria latifolia 9 7 1,03 0,31 1,64 2 12 7,2 2,98
30 Cabralea canjerana 10 6 1,14 0,32 1,41 4 9 6 2,86
31 Myrcia guianensis 10 6 1,14 0,13 1,41 4 6 5,2 2,68
32 Chomelia sericea 7 6 0,8 0,34 1,41 3 6,5 5,4 2,54
33 Mollinedia triflora 10 4 1,14 0,3 0,94 3 7 5,3 2,38
34 Euterpe edulis 6 6 0,68 0,2 1,41 2 7 4,3 2,29
35 Cupania vernalis 6 5 0,68 0,29 1,17 4 7 5,8 2,15
36 Miconia cinnamomifolia 6 5 0,68 0,29 1,17 4,5 13 7,5 2,15
37 Eugenia widgrenii 7 5 0,8 0,12 1,17 3 6 4,5 2,09
38 Coussarea cf. verticillata 8 4 0,91 0,17 0,94 4,5 8 5,8 2,02
39 Miconia tentaculifera 6 4 0,68 0,18 0,94 5 10,5 7,3 1,81
40 Meriania claussenii 1 1 0,11 1,43 0,23 16 16 16 1,78
41 Cordia silvestris 6 3 0,68 0,36 0,7 4,5 10 6,6 1,74
42 Citronella paniculata 4 4 0,46 0,2 0,94 4,5 8 6 1,6
43 Guapira opposita 4 3 0,46 0,14 0,7 4 8 5,9 1,3
44 Vernonanthura divaricata 2 2 0,23 0,6 0,47 7 20 13,5 1,3
45 Ocotea dispersa 4 3 0,46 0,12 0,7 6 8,5 6,6 1,28
46 Piptocarpha macropoda 3 2 0,34 0,35 0,47 11 12 11,3 1,16
Continua...
32
Tabela 5- continuação.
Cód Espécies N NA DR DoR FR A.Min. A.Max. A.Med. VI
47 Seguieria langsdorfii 4 2 0,46 0,21 0,47 6,5 13,5 9,5 1,13
48 Ocotea corymbosa 2 2 0,23 0,35 0,47 4,5 11 7,8 1,05
49 Miconia doriana 4 2 0,46 0,06 0,47 4 4 4 0,98
50 Myrceugenia sp 1 3 2 0,34 0,11 0,47 4 5 4,7 0,92
51 Cryptocarya micrantha 3 2 0,34 0,06 0,47 6 6,5 6,2 0,87
52 Miconia sp. 3 3 2 0,34 0,05 0,46 4,5 6 5,3 0,87
53 Tibouchina mutabilis 2 2 0,23 0,17 0,47 8,5 8,5 8,5 0,86
54 Sloanea guianensis 2 2 0,23 0,14 0,47 6,5 9 7,8 0,83
55 Aspidosperma olivaceum 2 2 0,23 0,12 0,47 6 7 6,5 0,82
56 Ocotea catharinensis 2 2 0,23 0,1 0,47 6 7 6,5 0,8
57 Byrsonima cf. lancifolia 2 2 0,23 0,04 0,47 4,5 6,5 5,5 0,74
58 Clethra scabra 2 2 0,23 0,04 0,47 4,5 6,5 5,5 0,74
59 Macropeplus dentatus 2 2 0,23 0,04 0,47 5,5 7 6,3 0,74
60 Ocotea laxa 2 2 0,23 0,04 0,47 6 6,5 6,3 0,74
61 Pimenta pseudocaryophyllus 2 2 0,23 0,03 0,47 5 6 5,5 0,73
62 Aspidosperma australe 1 1 0,11 0,23 0,23 14 14 14 0,58
63 Ocotea glaziovii 2 1 0,23 0,05 0,23 6 6,5 6,3 0,52
64 Ocotea sp. 1 1 1 0,11 0,17 0,23 10 10 10 0,51
65 Casearia sylvestris 1 1 0,11 0,1 0,23 9 9 9 0,45
66 Hirtella hebeclada 1 1 0,11 0,07 0,23 6 6 6 0,41
67 Pouteria gardneriana 1 1 0,11 0,06 0,23 7 7 7 0,4
68 Casearia decandra 1 1 0,11 0,04 0,23 9 9 9 0,39
69 Ocotea minarum 1 1 0,11 0,04 0,23 7 7 7 0,39
70 Rudgea jasminoides 1 1 0,11 0,04 0,23 3 3 3 0,39
71 Eugenia sp1 1 1 0,11 0,03 0,23 5,5 5,5 5,5 0,38
72 Myrsine coriacea 1 1 0,11 0,03 0,23 6,5 6,5 6,5 0,38
73 Amaioua guianensis 1 1 0,11 0,02 0,23 5,5 5,5 5,5 0,37
74 Marliera cf. laevigata 1 1 0,11 0,02 0,23 7,5 7,5 7,5 0,37
75 Miconia cf. mellina 1 1 0,11 0,02 0,23 5,5 5,5 5,5 0,37
76 Quiina magallano-gomesii 1 1 0,11 0,03 0,23 6 6 6 0,37
77 Sparattosperma leucanthum 1 1 0,11 0,02 0,23 4 4 4 0,37
78 Calyptranthes grandifolia 1 1 0,11 0,01 0,23 3,5 3,5 3,5 0,36
79 Guapira graciliflora 1 1 0,11 0,01 0,23 4,5 4,5 4,5 0,36
80 Matayba guianensis 1 1 0,11 0,01 0,23 5 5 5 0,36
81 Myrceugenia myrcioides 1 1 0,11 0,01 0,23 5 5 5 0,36
82 Myrcia cf. hebepetala 1 1 0,11 0,01 0,23 2 2 2 0,36
83 Ocotea diospyrifolia 1 1 0,11 0,01 0,23 4,5 4,5 4,5 0,36
84 Persea willdenowii 1 1 0,11 0,02 0,23 4,5 4,5 4,5 0,36
85 Solanum bullatum 1 1 0,11 0,02 0,23 5,5 5,5 5,5 0,36
33
Estrutura vertical
A estratificação vertical apresentada na tabela 6 demonstra que a Mata de
Cambuí teve a menor média de altura entre as três áreas e o menor desvio padrão. A
Mata do Benedito e a Mata do Ninho da Égua apresentaram valores muito próximos
entre si em todos os estratos, mas com estrutura fitossociológica diferente.
Tabela 6. Estratificação vertical das áreas amostradas (medidas em metros).
Cambuí Benedito Ninho da Égua
Estrato inferior
< 4,21 < 3,58 < 3,24
Estrato médio
4,21 h 7,59 3,58 h 11,25 3,24 h 11,46
Estrato superior
> 7,59 >11,25 >11,45
Média
5,90 7,42 7,35
Desvio padrão
1,69 3,83 4,11
Analisando cada estrato entre as áreas estudadas, o estrato inferior da Mata de
Cambuí teve maior altura que as outras áreas, porém com a mais baixa densidade
(gráfico 6). No estrato médio, novamente a Mata de Cambuí apresentou o intervalo mais
curto e o limite superior mais baixo. No estrato superior nota-se a maior diversidade
desta área, composta principalmente por Calyptranthes widgreniana, Alchornea
triplinervia, Casearia sylvestris, Nectandra oppositifolia, Matayba juglandifolia e A.
sidifolia.
34
27
26
25
24
22
23
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
Altura (m)
Gráfico 6. Distribuição da amplitude das alturas das espécies amostradas no trecho da
Mata de Cambuí, em ordem decrescente de VI. = Média aritimética das alturas; =
amplitude das alturas.
Na Mata do Benedito (gráfico 7), o estrato inferior é representado
principalmente por Geonoma schottiana e Myrcia cf. palustris, espécies exclusivas e de
maior VI deste estrato. Com menores expressões ocorreram também outras espécies
como Picramnia glazioviana e Guarea macrophylla. O estrato médio foi o mais diverso
contendo principalmente as espécies Aparisthmium cordatum, Eugenia widgrenii,
Beilschmiedia taubertiana, Ocotea lancifolia, Maytenus salicifolia, Ocotea acyphylla e
Virola bicuhyba. O estrato superior possui espécies que alcançam as maiores alturas de
toda a amostragem e é composto, principalmente, pelas espécies que se destacam pelos
valores de dominância, como Xylopia brasiliensis, Licania kunthiana, Ocotea odorifera
e Abarema langsdorfii.
35
75
128
11
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
13
14
15
16
17
18
19
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21
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23
24
25
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27
28
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30
31
32
33
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35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
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47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
127
124
126
125
86
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
Altura (m)
Gráfico 7. Distribuição da amplitude das alturas das espécies amostradas no trecho da
Mata do Benedito, em ordem decrescente de VI. = Média aritmética das alturas; =
amplitude das alturas.
Na Mata do Ninho da Égua (gráfico 8), no estrato inferior, Psychotria
stachyoides teve o maior VI, seguida por G. schottiana. As espécies representadas por
um ou dois indivíduos neste estrato corresponderam àquelas de dossel, em crescimento.
O estrato é o mais diverso, apresentando composição diferente, pois as espécies mais
importantes foram: Alchornea triplinervia, Guapira venosa, Phyllostemonodaphne
geminiflora, Psychotria velloziana, Solanum leucodendron, Myrcia splendens, Annona
cacans, Miconia urophylla, Guatteria australis, Ilex paraguariensis e Drymis
brasiliensis. Embora na Mata do Ninho da Égua, A. triplinervia tenha ocorrido com
altos valores de dominância relativa (41.96%) e sua presença esteja em toda a amplitude
dos estratos, a principal espécie do estrato superior foi Solanum cinnamomeum, com
alta expressão em dominância e altura. Outras espécies também fizeram parte deste
estrato como Cordia trichoclada, Myrcia cf. fenzliana, Prunus myrtifolia, Tibouchina
granulosa, Cecropia hololeuca, Vernonanthura divaricata e Aspidosperma australe.
36
85
84
83
82
81
80
79
78
77
76
75
74
73
72
71
70
69
68
67
66
65
64
63
62
61
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59
58
57
56
55
54
53
52
51
50
49
48
47
46
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43
42
41
40
39
38
37
36
35
33
34
32
31
30
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28
27
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24
23
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19
18
16
17
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
1
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
Altura (m)
Gráfico 8. Distribuição da amplitude das alturas das espécies amostradas no trecho da
Mata do Ninho da Égua, em ordem decrescente de VI. = Média aritmética das alturas;
= amplitude das alturas.
Estrutura horizontal
No trecho da Mata de Cambuí estudado, dos 712 indivíduos amostrados
(incluindo a categoria “mortas”), 62,2% (443) apresentaram perfilhamento (Pti) e das 26
espécies, 57% continham ao menos 1 indivíduo perfilhado (Ps) (gráfico 9).
42.86
37.76
57.14
62.24
0
10
20
30
40
50
60
70
espécies indivíduos
%
sem perfilho
com perfilho
Gráfico 9. Relações entre espécies e indivíduos perfilhados e não
perfilhados na amostragem da Mata de Cambuí, Rio Preto, MG.
37
Entre os indivíduos perfilhados, 26% (115 ind.) têm dois perfilhos, 58,5% dos
indivíduos com esta característica possuem de 2 a 4 perfilhos (258 ind.), 31,75% (140
ind.) têm de 5 a 9 perfilhos e 9,75% (43 ind.) possuem de 10 a 20 perfilhos (gráfico 10).
A média de perfilhos de cada espécie (Mp) variou de 1,05 a 6 com média geral de 1,57,
sendo que os valores mais representativos são de Myrciaria tenella (tabela 7). Em todas
as parcelas ocorreu perfilhamento dos indivíduos, variando de 30,43% a 82,85% entre
as parcelas e média de 60,78% .
0
20
40
60
80
100
120
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Número de perfilhos
Número de indiduos
Gráfico 10. Distribuição de freqüência do número de perfilhos por indivíduo na
Mata de Cambuí, Rio Preto, MG.
Tabela 7. Espécies que apresentaram perfilhamento, em ordem decrescente de Mp
(média de perfilhos por espécie) na Mata de Cambuí, Serra Negra, MG. Ni = número
total de indivíduos; Ip = número de indivíduos que apresentaram perfilhamento; P =
número total de perfilhos; Mp = média de perfilhos por espécie; Pip = proporção de
indivíduos perfilhados por espécie.
Mp Pip
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
=
a 20 (P/Ni) (Ip/Ni)
Ouratea parviflora 1 1 1 6 6,00 1,00
Myrciaria tenella 521 406 97 73 57 44 29 24 29 10 11 7 25 2102 4,03 0,78
Mollinedia schottiana 1 1 1 3 3,00 1,00
Miconia sp. 2 1 1 1 2 2,00 1,00
Mimosa bimucronata 2 1 1 3 1,50 0,50
Eugenia cf. melanogyna 2 1 1 3 1,50 0,50
Calypthranthes widgreniana 31 14 6 4 2 2 42 1,35 0,45
Alchornea sidifolia 10 4 2 1 1 11 1,10 0,40
Morta 13 4 2 1 1 11 0,85 0,31
Seguieria langsdorfii 3 1 1 2 0,67 0,33
Sorocea bonplandii 8 2 1 1 5 0,63 0,25
Cupania vernalis 5 1 1 2 0,40 0,20
Casearia sylvestris 19 1 1 6 0,32 0,05
Myrcia guianensis 9 2 2 2 0,22 0,22
Alchornea triplinervia 38 1 1 2 0,05 0,03
Espécies Ni Ip
Distribuição de Indivíduos (Ip) / Número de perfilhos
P
38
As classes de circunferência da Mata do Benedito e do Ninho da Égua
apresentaram o padrão ineqüiâneo das florestas tropicais, ou seja, os gráficos tomam a
forma de “j” invertido em que a abundância é maior nas menores classes, diminuindo
para as classes maiores (gráficos 11 e 12). Os valores de cada classe mostraram-se
muito semelhantes, exceto para a primeira classe em que a Mata do Benedito apresentou
98 indivíduos a mais que a Mata do Ninho da Égua.
189
100
78
55
35
25
23
27
12
9 8
4
2
7 6
8 9
10
4
5
364
0
50
100
150
200
250
300
350
400
até 15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
110
130
>130
Classes de circunferência (cm)
Número de indivíduos
Gráfico 11. Distribuição de freqüência em classes de circunferência dos indivíduos
amostrados na Mata do Benedito, Rio Preto, MG.
39
177
110
72
32
41
29
19
14
12
15
6
15
10 10
12
9
6
5
8
4
268
0
50
100
150
200
250
300
até 15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
110
130
>130
Classes de circunferência (cm)
Número de indiduos
Gráfico 12. Distribuição de freqüência em classes de circunferência dos indivíduos
amostrados na Mata do Benedito, Rio Preto, MG.
Na Mata de Cambuí, a dominância relativa das dez espécies de maior VI,
revelou que a porcentagem de Myrciaria tenella explica 65% de toda a área basal da
comunidade no trecho estudado, valor este muito superior ao de Calyptranthes
widgreniana (7,64) na segunda posição (gráfico 13). Além disso, os maiores valores da
dominância relativa estão diretamente relacionados com a posição hierárquica dos
valores de importância, exceto para Matayba juglandifolia, que teve valores de
densidade e freqüência relativas que superaram a menor dominância relativa em relação
à Alchornea sidifolia, conseqüentemente superando-a no valor de importância.
40
7,64
2,9
2,38
1,5
2,88
1,3
0,79
0,32
65,02
6,58
0
10
20
30
40
50
60
70
My
rc
iar
ia
te
n
ella
Cal
y
ptra
n
the
s
wi
d
gre
n
ian
a
Alchornea triplinervi
a
Casearia
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N
ect
a
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a
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p
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lan
d
ifo
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a
Alchornea sid
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o
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p
lan
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ii
V
e
rno
n
ant
h
ura
diva
r
ica
ta
M
y
rci
a
gui
a
nen
s
is
(%)
Gráfico 13. Dominância relativa das dez espécies de maior VI da amostragem na Mata
de Cambuí, Rio Preto, MG.
A correspondência entre a ordem decrescente de dominância relativa e o valor
de importância não ocorreu para a Mata do Benedito (gráfico 14). Entre as dez espécies
de maior valor de importância, a maior dominância foi observada em Licania
kunthiana, na quinta posição do VI. Em contraposição, a espécie de maior importância,
Aparisthmium cordatum, obteve a quinta maior dominância. Esta espécie se destacou
em função dos valores mais altos de densidade e freqüência. A mesma explicação se
aplica à Eugenia widgrenii, mantendo-se na segunda posição mesmo com a menor
dominância entre as dez principais espécies. A dominância e a freqüência de Xylopia
brasiliensis é que a manteve em posição superior a Beilschmiedia taubertiana, mas esta
é superior à Licania kunthiana, em razão da densidade e freqüência. Apenas a
dominância é que manteve Ocotea lancifolia em posição superior a Maytenus
salicifolia. Esta última destaca-se pelo quarto maior valor de densidade. Embora com
valores de dominância muito próximos entre Ocotea odorifera e Ocotea lancifolia, suas
posições justificam-se por pequenas diferenças em densidade e freqüência. Apesar dos
baixos valores de densidade e freqüência observados em Abarema langsdorfii, o alto
valor de dominância a manteve entre as dez principais espécies.
41
Gráfico 14. Dominância relativa das dez espécies de maior VI na amostragem da Mata
do Benedito, Rio Preto, MG.
Na Mata do Ninho da Égua, a distribuição dos valores de dominância em relação
à ordem decrescente dos valores de importância (gráfico 15), segue o padrão de alta
dominância por uma espécie, como observado para a Mata de Cambuí. Com quase 42%
de dominância, Alchornea triplinervia é a espécie com maior VI neste trecho, seguida
por Solanum cinnamomeum com 11%. Apesar de Guapira venosa ter tido valores mais
altos em densidade e freqüência que S. cinnamomeum, o valor mais baixo de
dominância justifica a terceira posição de VI. Os valores obtidos de densidade e
freqüência para Phyllostemonodaphne geminiflora e apenas de densidade para
Psychotria velloziana justificam a posição superior de Solanum leucodendron, embora
este tenha maior valor de dominância entre as duas. Tanto a densidade quanto a
freqüência posicionam Myrcia splendens e Psychotria stachyoides como mais
importantes que Cordia trichoclada. Esta teve a terceira maior dominância, mas devido
aos seus baixos valores de densidade e freqüência ficou na nona posição. A dominância
e a freqüência de Myrcia cf. fenzliana a justifica entre as dez espécies com maior VI
neste trecho.
4,58
1,66
6,23
5,73
6,49
4,52
1,98
3,78
3,98
5,16
0
1
2
3
4
5
6
7
Aparisthmiu
m
cordatum
Eu
ge
nia wi
dg
renii
X
ylopia
b
rasiliensis
Crypt
o
carya micranth
a
Lic
ania
kun
thia
na
O
cotea
lan
cifolia
M
aytenu
s
salicif
o
lia
Ocote
a
odorif
er
a
Ocotea aciphylla
Abarema langs
d
orffii
DoR (%)
42
Gráfico 15. Dominância relativa das dez espécies de maior VI na amostragem da Mata
do Ninho da Égua, Rio Preto, MG.
Os índices de similaridade entre as três áreas amostradas (tabela 7), revelam que
a maior similaridade ocorreu entre a Mata do Benedito e o Ninho da Égua e a menor
entre o Benedito e o Cambuí. Os valores de similaridade são considerados baixos e
demonstram a diferenciação florística entre elas.
Embora estes índices não levem em consideração a abundância das espécies, as
diferenças entre os índices de diversidade de Shannon foi comprovada pelo teste de
Hutcheson (tabela 2) e suportam os dados apresentados pelos índices de similaridade.
Tabela 7. Valores do índice de Jaccard e de Sørensen entre os
trechos de floresta estudados
Cambuí
Benedito
Ninho da Égua
Cambuí
10,53 12,73
Benedito
5,56 28,57
Ninho da Égua
6,80 16,67
As relações do número de espécies em comum entre os conjuntos florísticos das
três áreas estão representadas na figura 9. O diagrama de Venn demonstra que apenas
três espécies foram comuns às três áreas, sendo elas Alchornea triplinervia, Myrcia
guianensis e Vernonanthura divaricata. Embora a similaridade tenha sido menor entre
a Mata de Cambuí e do Benedito, entre elas duas espécies a mais em comum do que
entre a Mata de Cambuí e a do Ninho da Égua.
41,96
11
3,88
1,54 1,57
3,58
1,55
0,71
4,68
2,41
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
A
l
c
h
o
r
n
ea
t
r
ip
l
i
n
e
r
v
ia
S
olanum cinnamo
m
eum
Gu
a
p
i
r
a
v
e
n
o
sa
P
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y
l
lost
e
mon
o
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n
e gemi
n
i
fl
o
r
a
P
sy
c
h
o
t
r
ia vel
l
ozian
a
Solanum leucodendron
Myrcia
splen
d
ens
Psycho
t
ri
a
stac
h
yoi
d
es
Cordia
tr
i
choclada
Myrcia cf. fenzliana
DoR (%)
43
Figura 9. Diagrama de Venn, mostrando as relações nos conjuntos de espécies entre os
três trechos de mata estudados.
A análise de correspondência destendenciada (DCA) (gráfico 16) produziu um
autovalor elevado para o eixo 1 (0,908), sugerindo que este eixo captou a maioria da
estrutura dos dados, e autovalor baixo para o eixo 2 (0,226) indicando a existência de
gradientes longos no eixo 1 e gradientes curtos no eixo 2. O eixo 1 apresentou
coeficiente de determinação de 0,492 entre os 0,53 acumulados nos dois primeiros
eixos. Isto significa que o eixo 1, responde por gradientes de número de indivíduos,
número de espécies e espécies exclusivas de cada conjunto e, o eixo 2, responde pela
distribuição das abundâncias ou equabilidade. A DCA demonstrou a clara separação dos
conjuntos de parcelas.
44
Gráfico 16. Análise de Correspondência Destendenciada (DCA) da matriz de
abundância das espécies em cada parcela amostrada. As parcelas são representadas
pelos quadrados e apresentam suas respectivas numerações. O eixo 1 teve autovalor de
0,908 e o eixo 2 de 0,226.
A similaridade entre a composição florística da Mata de Cambuí e outros
estudos em matas aluviais ou paludosas das regiões Sudeste e Sul (tabela 7) demonstrou
ser muito baixa, com máxima de 15,63% para o índice de Sørensen e 5,83% para o
índice de Jaccard.
01
02
03
04
05
06
07
08
09
010
011
012
013
014
015
016
017
018
019
020
021
022
023
024
025
026
027
028
029
030
031
032
033
034
035
036
037
038
039
040
041
042
043
044
045
046
047
048
049
050
051
052
053
054
055
056
057
058
059
060
061
062
063
064
065
066
067
068
069
070
071
072
073
074
075
Eixo 1
Mata de Cambuí
Mata do Ninho da Égua
Mata do Benedito
Eixo 2
45
Tabela 7. Índices de similaridade florística de Sørensen (Is) e Jaccard (Ij) entre a
comunidade arbórea amostrada no trecho aluvial na Serra do Funil, Rio Preto, MG, e
outras áreas de floresta aluvial e paludosa inventariadas no Sudeste e Sul do Brasil. As
áreas estão relacionadas em ordem decrescente de Is. N.E = número de espécies.
Local de estudo N.E.
Autores
Município Estado
Altitude
média
(m)
Habitat
Total
spp.
comuns
Ij Is
Presente estudo Rio Preto MG 900 Aluvial 26 - - -
Silva et al. (1995) Sapopema PR 738 Aluvial 47 5 2,99 15,63
Silva et al. (1992) Ipiranga PR 809 Aluvial 54 4 3,54 12,5
Pereira et al.
(2006)
Bocaina de
Minas
MG 1.135 Aluvial 81 6 5,83 11,01
Meira-Neto et al.
(1997)
Ponte Nova MG 426 Aluvial 56 4 5,63 10,67
Moro et al.
(2001)
Ponta Grossa PR 780 Aluvial 75 3 2,38 10,34
Loures (2006)
Santa Rita de
Caldas
MG 1.181 Paludoso 85 7 4,73 10,29
Schiavini (1992,
área 2)
Uberlândia MG 800 Aluvial 58 5 5,1 9,71
Bianchini et al.
(2003)
Londrina PR 550 Aluvial 108 4 2,29 8,79
Campos & Souza
(2002)
Porto Rico PR 230 Aluvial 99 2 1,61 8,7
Botrel et al.
(2002)
Ingaí MG 880 Aluvial 36 5 4,42 8,47
Soares-Silva et al.
(1992)
Ibiporã PR 484 Aluvial 116 5 2,91 8,33
Meira-Neto et al.
(2003)
Viçosa MG 725 Aluvial 44 3 3,8 7,32
Pinto et al. (2005) Lavras MG 920 Paludoso 92 4 2,68 6,3
Ivanauskas et al.
(1997)
Itatinga SP 570 Paludoso 42 2 1,59 6,25
Dias et al. (1998) Tibagi PR 705 Aluvial 18 4 2,63 5,71
Campos et al.
(2000)
Porto Rico PR 237 Aluvial 30 2 2,04 5,71
Schiavini (1992,
área 1)
Uberlândia MG 800 Aluvial 27 2 2,44 4,76
Torres et al.
(1994)
Campinas SP 660 Paludoso 63 1 1,18 3,92
46
Barddal et al.
(2004)
Araucária PR 875 Aluvial 112 1 1,61 3,64
Marques et al.
(2003)
Brotas SP 470 Paludoso 36 1 1,23 2,94
Toniato et al.
(1998)
Campinas SP 580 Paludoso 40 1 1,49 2,9
Teixeira & Assis
(2005)
Rio Claro SP 640 Paludoso 65 1 1,37 2,78
Silva et al. (1997)
São Mateus do
Sul
PR 801 Aluvial 44 1 0,85 2,78
Spina (1997) Campinas SP 580 Paludoso 23 1 1,22 2,15
A similaridade entre a composição florística total amostrada no presente estudo e
outros trabalhos no complexo serrano da Mantiqueira e Zona da Mata (tabela 8)
apresentaram valores significativos. A maior similaridade ocorreu, para o índice de
Sørensen, com a área de Lima Duarte 37,5%, seguida por Juiz de Fora (37,3%),
Ibitipoca (35%,2), Aiuruoca (34,4%), Bocaina de Minas (30,7%) e Araponga 1 (30%).
As menores similaridades ocorreram com as regiões da Mantiqueira Sul e Norte de
altitudes muito elevadas como em Camanducaia (13,4%), Monte Verde (17%) e
Araponga 2 (19,35%) para o índice de Sørensen.
Tabela 8. Índices de similaridade florística de Sørensen (Is) e Jaccard (Ij) entre a
comunidade arbórea amostrada na Serra do Funil, Rio Preto, MG, e outras áreas de
floresta inventariadas nas serras da Mantiqueira e Zona da Mata. As áreas estão
relacionadas em ordem decrescente de Is. NE = número de espécies.
Local de estudo Altitude NE
Fonte Sigla
Área Estado
média
(m)
Total
spp.
comuns
Ij Is
Presente estudo Funil Rio Preto MG 1100 176 - - -
Almeida 1996 LimDua Lima Duarte MG 1063 176 66 23,08 37,50
Garcia 2007 StaCanJF Juiz de Fora MG 850 172 65 22,97 37,36
Fontes 1997 Ibit Ibitipoca MG 1450 267 78 21,37 35,21
Pereira et al. 2006 Aiu Aiuruoca MG 1095 207 66 20,82 34,46
Pereira et al. 2006 Bocaina
Bocaina de
Minas
MG 1300 156 51 18,15 30,72
Saporetti Junior
2005
entPESB Araponga 1 MG 1200 110 43 17,7 30,07
Ribeiro 2003 PESB Araponga 2 MG 1410 103 27 10,71 19,35
Meireles 2003 Mv Monte Verde MG 1880 58 20 9,35 17,09
França 2004 Cam Camanducaia MG 1900 48 15 7,18 13,39
47
A análise de agrupamento gerou o dendrograma da figura 10 entre as áreas
selecionadas da tabela 8. O primeiro grupo formado, reuniu duas áreas da Mantiqueira
Sul inventariadas em altitudes acima de 1.800 m no município de Camanducaia, na
região Sul de Minas Gerais. O segundo grupo reuniu os inventários realizados na
Mantiqueira Norte, representados pelo Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e seu
entorno. O terceiro grupo formado reuniu os trabalhos realizados no maciço do Itatiaia e
Ibitipoca. O quarto e último grupo reuniu os inventários da bacia do Paraíba do Sul na
Zona da Mata mineira, Rio Preto, Lima Duarte e Juiz de Fora.
Figura 10. Dendrograma de similaridade produzido por análise de agrupamento da
composição de espécies arbóreas de 10 áreas de floresta nas serras da Mantiqueira e da
Zona da Mata. Siglas (vide Tabela 8).
Funil
LimDua
StaCanJF
Ibit
Aiu
Bocaina
entPESB
PESB
Cam
Mv
1.8E-01
7E-01
1.2E+00
1.7E+00
2.2E+00
Distância
1
2
3
4
48
DISCUSSÃO
A composição, estrutura e similaridade florística do estrato arbóreo das três
áreas estudadas na Serra Negra revelaram dados importantes para o estudo da vegetação
da Serra da Mantiqueira e da Zona da Mata mineira.
Os resultados indicaram que as três áreas amostradas puderam ser diferenciadas
em composição, estrutura e similaridade florística. Cada área apresentou composição
florística própria, suportada pelos baixos níveis de similaridade, inferiores a 30% pelo
índice de Sørensen e também pelos índices de diversidade, uma vez que todas as
hipóteses de igualdade entre os índices de Shannon foram rejeitadas pelo teste de
Hutcheson. Esta diferença foi mais alta entre a Mata de Cambuí e a Mata do Benedito,
pois, embora mais próximos entre si do que com a Mata do Ninho da Égua, mantiveram
maior diferença entre número de espécies e também entre a abundância.
A estrutura vertical demonstrou diferenças entre as áreas, sobretudo em relação a
Mata de Cambuí. A estratificação da Mata de Cambuí revelou um estrato inferior mais
alto que nas outras áreas, mas também menos diverso e abundante, provavelmente,
devido ao baixo recrutamento de plântulas e de espécies exclusivas do sub-bosque,
como Ouratea parviflora, amostrada por um único indivíduo. O estrato médio da Mata
de Cambuí apresentou alta dominância por Myrciaria tenella e o restante das espécies
encontra-se, em sua maioria, no estrato superior. Isto se deve ao fato de M.tenella
formar copa densa e entrelaçada, além de possuir a menor média de altura entre as
espécies mais importantes (VI).
A Mata do Benedito e a Mata do Ninho da Égua apresentaram valores muito
próximos entre si em todos os estratos, mas com composição florística distinta. A
semelhança do estrato inferior é dada pela alta importância de Geonoma schottiana em
ambas áreas, mas difere pela importância de Myrcia cf. palustris para a Mata do
Benedito e de Psychotria stachyoides para a Mata do Ninho da Égua. Os estratos médio
e superior tiveram composição muito diferente como descrito nos resultados, em função
das mudanças na riqueza das famílias ao longo da altitude.
Entre as espécies mais abundantes de todo o levantamento, Myrciaria tenella
(519), Aparisthmium cordatum (94) e Alchornea triplinervia (259) ocorreram com
maior VI, na Mata de Cambuí, do Benedito e do Ninho da Égua respectivamente.
Destas, apenas A. triplinervia é bem representada em dois fragmentos, Mata de Cambuí
e Mata do Ninho da Égua, o que provavelmente influenciou a proximidade destas áreas
49
na DCA. Na Mata do Ninho da Égua, o alto valor da dominância relativa (41.96%) de
A. triplinervia pode indicar que a área esteja no processo de sucessão secundária em
estágio menos avançado ao da Mata do Benedito, explicando em parte as diferenças
entre seus índices de diversidade.
Além disso, possivelmente, o maior número de indivíduos na primeira classe de
circunferência explica a diferença do número de indivíduos amostrados entre a Mata do
Benedito e da Mata do Ninho da Égua, refletindo a importância da densidade para as
espécies com menor dominância e que tiveram uma posição mais elevada pelo valor de
importância.
As variações das famílias com maior riqueza de espécies entre a Mata do
Benedito e a Mata do Ninho da Égua refletem os padrões encontrados no gradiente de
altitude. Por exemplo, TORRES et al. (2004) observaram que as Solanaceae
(especialmente espécies de Solanum) ganham importância ao longo de um gradiente de
altitude, enquanto as Fabaceae tendem a desaparecer (MORIM 2006). As famílias
Myrtaceae e Lauraceae são características das florestas montanas neotropicais,
geralmente bastante úmidas (GENTRY 1995). Assim como observado por estes autores,
tanto na Mata do Benedito a 1000 m, quanto na Mata do Ninho da Égua a 1300 m de
altitude, as famílias com maior riqueza foram Myrtaceae e Lauraceae, sendo que a 1.000
m as Fabaceae têm riqueza expressiva, sendo praticamente substituída por espécies de
Solanaceae e Melastomataceae a 1.300 m.
A altitude não representa propriamente uma variável, mas têm sido considerada
como um gradiente complexo, dentro do qual muitos outros fatores ambientais variam e
atuam em conjunto (KENT & COKER 1992). Segundo revisão realizada por
DAMASCENO-JÚNIOR (2005), as variações altitudinais trazem consigo alterações das
condições ambientais que vão influenciar a distribuição e estrutura da vegetação, e os
padrões de riqueza das espécies. Os principais fatores envolvidos nas variações de
distribuição de espécies ao longo dos gradientes altitudinais são: a temperatura, a
umidade, a forma de chuva ou de neblina, se intermitente ou permanente, ventos e
fatores edáficos como idade dos solos e disponibilidade de nutrientes.
A exposição de vertentes em cadeias de montanha pode ter um papel
fundamental na definição de padrões de precipitação e temperatura e, por conseguinte,
na distribuição de espécies de plantas, porém, em escala local, os gradientes edáfico e
altitudinal são mais perceptíveis (PEREIRA et al. 2006). Para OLIVEIRA-FILHO et al.
50
(2005) as variações da altitude estão fortemente correlacionadas com a diferenciação
interna tanto das florestas ombrófilas como das semideciduais.
Entre as espécies amostradas, as que apresentaram distribuição entre as
fisionomias florestais Baixo-Montana e Alto-Montana, citadas por OLIVEIRA-FILHO
et al. (2006) estão: Aspidosperma australe, Ilex paraguariensis, Ilex theezans,
Schefflera calva, Capsicodendron dinisii, Kielmeyera coriacea, Alchornea sidifolia,
Copaifera trapezifolia, Inga sessilis, Leucochloron incuriale, Persea wildenowii,
Byrsonima myricifolia, Miconia doriana, Mollinedia triflora, Cybianthus peruvianus,
Eugenia acutata, E. widgrenii, Macropeplus dentatus, Marlieria laevigata, Quiina
glaziovii, Chomelia sericea, Ixora brevifolia, Solanum cinnamomeum, S. pseudoquina,
Daphnopsis coriacea e Drymis brasiliensis.
Apenas uma espécie, Eugenia widgrenii, tem distribuição exclusiva na Floresta
Estacional Semidecidual, enquanto as espécies características da Floresta Ombrófila
foram mais representativas como: Quiina glaziovii, Byrsonima myricifolia, Eugenia
melanogyna, Marlieria obscura, Matayba juglandifolia, Ocotea lobbi, Spirotheca
rivieri, Macropeplus dentatus e Tibouchina mutabilis. Por isso, define-se que os
fragmentos da Mata do Benedito e do Ninho da Égua tenham a influência da formação
Floresta Ombrófila Baixo-Montana e Alto-Montana respectivamente (sensu
OLIVEIRA-FILHO & FONTES 2000) e a Mata de Cambuí por extensão da influência
do encharcamento sazonal, Floresta Ombrófila Aluvial.
Considerando apenas a distribuição das espécies em Minas Gerais, as espécies
amostradas que encontram-se exclusivamente no Vale do Paraíba do Sul foram:
Tabernaemontana laeta, Mimosa bimucronata, Miconia buddlejoides, Quiina
magallano-gomesii e Qualea gestasiana. Certamente, estas espécies influenciaram no
agrupamento formado pelos levantamentos de Juiz de Fora, Lima Duarte e Rio Preto
(figura 11).
Entre as espécies amostradas, características das formações Baixo e Alto-
Montanas e que ocorrem em toda Serra da Mantiqueira em Minas Gerais, incluindo a
Serra Negra, destacam-se Ilex theezans, Inga sessilis, Daphnopsis coriacea, Vochysia
schwackeana, Cybianthus peruvianus, Drymis brasiliensis e Meriania clausenii, esta
última a única exclusiva de todo o complexo. Entre as exclusivas da Mantiqueira Sul,
destacam-se Tibouchina mutabilis, Macropeplus dentatus, Myrcia palustris e Quiina
glaziovii. Entre as exclusivas da Mantiqueira Norte, ocorreram apenas Miconia
tentaculifera e Coussarea verticillata.
51
No conjunto florístico arbóreo do Vale do Paraíba do Sul, existe uma espécie
amostrada em comum com a Mantiqueira Sul, Cryptocarya micrantha, e duas com a
Mantiqueira Norte, Spirotheca rivieri e Miconia doriana. Entre as espécies amostradas
em comum com o Vale do Paraíba do Sul e a Mantiqueira Norte e a Sul, características
das fisionomias Baixo e Alto-Montanas, encontram-se Ilex paraguariensis, Marliera
laevigata, Solanum cinnamomeum e S. pseudoquina.
No dendrograma, o agrupamento dos trabalhos em Ibitipoca, Aiuruoca e
Bocaina indica, aparentemente, a maior proximidade destas áreas com a Bacia do Rio
Grande. O sub-domínio do Alto Rio Grande tem espécies em comum com a
Mantiqueira Sul e que foram amostradas neste levantamento, entre elas, as espécies
características das fisionomias Baixo e Alto-Montanas foram: Capsicodendron dinisii,
Kielmeyera coriacea, Alchornea sidifolia, Copaifera trapezifolia, Miconia tristis,
Eugenia acutata e Ixora brevifolia. As espécies amostradas, comuns às fisionomias
Baixo e Alto-Montanas entre a Mantiqueira Norte e Sul, Vale do Paraíba do Sul e Alto
Rio Grande foram: Aspidosperma australe, Schefflera calva, Persea wildenowii,
Mollinedia triflora, Solanum pseudoquina e Laplacea fruticosa.
Algumas espécies distribuídas predominantemente pelo Cerrado foram
amostradas na Serra Negra como Kielmeyera coriacea, Terminalia triflora, Inga tenuis
e Hirtella glandulosa. Outras espécies comuns aos campos rupestres também foram
amostradas como Myrcia guianensis, Laplacea fruticosa e Calyptranthes widgreniana.
O conjunto de espécies amostradas nas Matas do Cambuí, Benedito e Ninho da
Égua e suas relações de similaridade com outros trabalhos na Serra da Mantiqueira e
Vale do Paraíba do Sul reforçam o argumento de que a Serra Negra, comporta-se como
um corredor florístico entre a Mantiqueira Norte e Sul e uma região de interseção da
flora arbórea, principalmente entre os sub-domínios Mantiqueira e Vale do Paraíba do
Sul.
O caso da Mata de Cambuí
A influência do ribeirão do Funil na Mata de Cambuí, pode ser entendida com a
revisão de RODRIGUES & SHEPHERD (2000) que reuniram diversos fatores que
atuam na vegetação influenciada por cursos d’água. O mosaico vegetacional observado
nessas formações é resultado não da performance diferencial das espécies na
dinâmica sucessional dessas áreas, mas principalmente em função da heterogeneidade
52
ambiental característica das faixas ciliares, definida pelas variações edáficas,
topográficas, de encharcamento do solo, das formações vegetais do entorno, das
características hidrológicas da bacia e do curso d’água, definindo condições ecológicas
distintas entre as áreas.
Em matas paludosas, caracterizadas por substrato turfoso, a condição de
encharcamento permanente do solo constitui-se no principal fator abiótico, selecionando
a ocorrência das espécies vegetais, o que resulta em diminuição da diversidade
(IVANAUSKAS & RODRIGUES 2000). Para LARCHER (2000), entre os efeitos do
alagamento, o mais importante é a deficiência de oxigênio na rizosfera, porque sua
concentração no solo pode cair rapidamente em poucas horas. Somente algumas
espécies são tolerantes ao alagamento, sendo a inundação um risco que pode levar à
morte dentro de poucos dias ou semanas.
A elevação do nível d’água atua de forma diferenciada na seletividade de
espécies na condição ciliar. A duração do processo e o volume de água transportado são
fatores importantes na seletividade de espécies e na definição da mortalidade e
estabelecimento dos indivíduos nessa faixa. O tempo de encharcamento do solo vai
influenciar na seletividade dessas espécies em função de sua tolerância ao alagamento
(LOBO & JOLY 2000).
RODRIGUES & SHEPHERD (2000) remetem para a necessidade de considerar
a inundação ocorrente na faixa ciliar como instrumento natural de perturbação da
vegetação. Essa perturbação seria consequência do encharcamento prolongado do solo
nos trechos de embaciamento, provocando a seletividade de espécies, com aumento da
mortalidade de indivíduos nesses trechos e favorecimento dos grupos iniciais de
sucessão. As espécies de rápido crescimento (iniciais de sucessão) que conseguem se
estabelecer mais rapidamente podem ser favorecidas, principalmente aquelas com
dispersão pós-enchente.
No trecho da Mata de Cambuí, a menor área basal e diversidade (tabela 1) deve-
se ao fato exposto por AB’SÁBER (2000) de que a hidratação mais prolongada e
quase permanente, no conjunto da planície de inundação é razão pela qual a floresta não
tem condições de desenvolver biomassa e biodiversidade no ambiente de solos
hidromórficos, pantanosos ou semipantanosos. Embora, para o trecho de estudo o
alagamento não aparenta ser o único fator determinante da baixa diversidade
encontrada. Claramente, outros fatores abióticos e também bióticos também
influenciam.
53
Um fator muito importante que atua diretamente na forma de encharcamento
afloramento temporário do lençol freático é o embaciamento do ribeirão do Funil
devido ao profundo estreitamento do leito pela elevação do Serrote de o Gabriel que
torna a foz do ribeirão em forma de sumidouro. Isto provoca a descontinuidade da
vegetação ciliar e, conseqüentemente, favorece a hipótese de que o fluxo de espécies
arbóreas à montante da vegetação ciliar, do ribeirão de Sant’Ana para o ribeirão do
Funil, seja muito baixo ou mesmo inexistente.
A dinâmica da água do solo atuando na definição das características edáficas e
vegetacionais da faixa ciliar já é consenso na literatura, que mostra a atuação integrada e
dependente desses fatores. No entanto, vários trabalhos têm demonstrado a atuação de
outros fatores na composição do mosaico vegetacional em formações ciliares, indicando
que o encharcamento do solo e as conseqüentes alterações edáficas na faixa ciliar não
são os únicos e muitas vezes nem os mais importantes fatores definidores das
características e da dinâmica de florestas ciliares (RODRIGUES & SHEPHERD 2000).
A atuação de fatores bióticos na composição vegetacional em florestas tropicais
envolvem, por exemplo, o banco de sementes, a chuva de sementes e a colonização de
clareiras, fatores muito importantes na definição da dinâmica de formações florestais
tropicais (RODRIGUES & SHEPHERD 2000). Na Mata de Cambuí, além dos fatores
bióticos citados na literatura, outros fatores parecem influenciar a baixa diversidade e
equabilidade encontradas. O intenso perfilhamento dos indivíduos de Myrciaria tenella
e a formação de um dossel denso parecem influenciar a sucessão e dinâmica de
regeneração.
O perfilhamento pode ser caracterizado como a capacidade da planta em
produzir brotos e ramos laterais. Pouco se tem demonstrado sobre a influência do
perfilhamento das espécies arbóreas nos parâmetros de estrutura e diversidade das
florestas sob influência de cursos d’água.
BARDDAL et al. (2004) constataram que na floresta aluvial do rio Barigüi, no
Paraná, 91% dos indivíduos amostrados apresentavam múltiplos troncos. Esses autores
argumentaram que tal resultado, indica estratégias adaptativas e de ocupação destas
comunidades nestes ambientes que podem duplicar o número de indivíduos e
potencializar maior cobertura do solo, com maior capacidade de absorver as águas das
chuvas (1.300-1.500 mm) que caem na região e também de compensar o número de
indivíduos mortos.
54
IVANAUSKAS et al. (1997) estudaram uma floresta decidual sob influência do
alagamento no estado de São Paulo. A alta taxa de perfilhamento encontrada parece não
ter tido influência na equabilidade. A deciduidade talvez tenha influenciado
positivamente o recrutamento das espécies, uma vez que o dossel apresentava-se aberto
em pelo menos uma época do ano. Ao contrário, na Mata de Cambuí o perfilhamento
parece relacionar-se com o baixo recrutamento das espécies para o dossel, uma vez que
permite aos inúmeros perfilhos se entrelaçar, formando um dossel denso e sempre-
verde, funcionando como barreira física capaz de impedir o recrutamento acima do
dossel.
A influência do perfilhamento torna-se clara ao observarmos o valor de
diversidade na Mata de Cambuí, que já era esperado ser baixo, pois o ambiente alagável
é muito seletivo, mas é um dos menores índices registrados para as áreas aluviais do
Sudeste e Sul do Brasil. Para MOORE (2003), a competição entre as plantas é em parte
responsável pela diversidade da vegetação em diferentes ecossistemas. O autor
demonstrou que a diversidade pode ser diminuída em função da competição entre raízes
por recursos do solo, como nutrientes e oxigênio e, assim, as espécies mais aptas a
dominar o recurso garantem sua dominância no sistema. Entre outros possíveis motivos,
o alto grau de perfilhamento pode conferir aos indivíduos e às espécies maior ocupação
do espaço horizontal da floresta, refletindo uma competitividade pelos tios de solo,
pois estes espaços lhes proporcionam maior oxigenação nas raízes e nutrientes
disponíveis.
As espécies com muitos indivíduos perfilhados provavelmente influenciaram na
equabilidade encontrada, porque aumentam a heterogeneidade na distribuição das
abundâncias, ou seja, proporcionam que poucas espécies tenham muitos indivíduos e
que muitas espécies tenham poucos indivíduos. A mesma heterogeneidade foi
observada na distribuição dos valores de freqüência, densidade, dominância e VI.
Entretanto, se o perfilhamento não fosse uma característica que conferisse às
espécies adaptarem-se ao alagamento sazonal, esperaríamos que a maioria das espécies
tivesse fuste único. Porém, no gráfico 1 observa-se que tanto os indivíduos quanto as
espécies perfilhadas tiveram proporções maiores aos não perfilhados, o que ressalta a
importância desta característica neste ambiente.
IVANAUSKAS & RODRIGUES (2000) e GOMES (1992), estudaram o
perfilhamento em trechos de floresta decídua e floresta semidecidual respectivamente,
ambos no Estado de São Paulo e encontraram, em média, considerando as espécies com
55
no mínimo 10 indivíduos amostrados, entre 2,4 a 4,7 perfilhos na floresta decídua (PAP
15) e 1,1 e 1,9 perfilhos na floresta semidecidual (PAP 7 cm). Para IVANAUSKAS
& RODRIGUES (2000), esta maior média indica que a floresta estacional decidual
analisada pode apresentar maior número de espécies com altas taxas de perfilhamento,
quando comparada com as florestas estacionais semideciduais. Acrescentam, ainda, que
o perfilhamento não foi restrito a indivíduos de sub-bosque, como observado em outras
unidades fitogeográficas (GOMES 1992), e ocorreu nos vários estágios sucessionais.
As taxas de perfilhamento por parcela da Mata de Cambuí foram mais
expressivas do que as taxas (5,6 a 58,3%) encontradas por IVANAUSKAS &
RODRIGUES (2000) em floresta decídua no Estado de São Paulo. Enquanto para
IVANAUSKAS & RODRIGUES (2000) a variação do perfilhamento não foi contínua,
não existindo um gradiente de perfilhamento relacionado a maior ou menor
profundidade do solo litólico, na Mata de Cambé possível a existência de gradiente
correlacionado com a menor profundidade do lençol freático e com a maior dominância
de Myrciaria tenella.
Localmente conhecida como Cambuí, Myrciaria tenella (DC.) O.Berg possui
alta tolerância ecológica no trecho de estudo, sendo muito abundante nas áreas de
alagamento sazonal do ribeirão do Funil. Domina sobre o solo argiloso a muito argiloso
(turfoso), pois o alagamento sazonal favorece as estratégias de vida dessa espécie em
detrimento de outras. Entre as estratégias mais notáveis é a alta densidade de perfilhos
por indivíduos, o que pode aumentar a longevidade destes, tanto por rebrota quanto pela
ocupação do espaço horizontal. A estratégia de perfilhamento desta espécie mostra-se a
mais apta e bem sucedida da comunidade arbórea, pois colabora diretamente na
formação de dossel adensado e uniforme (figura 11) que pode comprometer o
recrutamento de outras espécies para o dossel ou acima deste.
56
Figura 11. Dossel denso formado principalmente pelas copas de Myrciaria tenella (DC.)
O.Berg na Mata de Cambuí, Rio Preto, MG.
Mesmo que as espécies consigam superar o dossel do cambuí e haja aumento da
diversidade ao longo da sucessão, M.tenella é capaz de sobreviver sob um dossel
superior, assim como é relatado em outros levantamentos (BARDDAL et al. 2004;
DAMASCENO JÚNIOR 2005). DAMASCENO JÚNIOR (2005) citou a ocorrência
desta espécie no sub-bosque entre 2 e 4 m de altura de uma floresta decídua a 400 m de
altitude, destacando-a como espécie que tende a se ramificar logo no início de seu
crescimento.
A alta dominância relativa de M. tenella (65,2%) aponta para o tema da
monodominância em florestas tropicais. Este tema constitui um paradigma recente na
ecologia de florestas tropicais (CONNEL & LOWMAN 1989, HART et al. 1989).
Embora a Floresta Atlântica seja definida como um dos hotspots mundiais pela
megadiversidade e grau de fragmentação (MYERS et al. 2000), alguns autores têm
demonstrado que a alta diversidade das florestas tropicais não é uma regra, existindo
locais com baixa diversidade arbórea em várias regiões nos trópicos, como nas florestas
monodominantes, onde uma espécie ocorre em grande número, dominando o dossel na
57
floresta, nas florestas monoespecíficas, formadas por uma espécie ou nas florestas
oligárquicas dominadas por poucas espécies (DALY & MITCHELL 2000,
NASCIMENTO & VILLELA 2006).
As causas e as consequências da monodominância na estrutura e no processo
sucessional da floresta têm sido destacadas por alguns autores. Por exemplo, MEIRA-
NETO (2006), comenta que a equabilidade pode ser diminuída em função da
monodominância, como no caso de Senefeldera multiflora (Euphorbiaceae) no Parque
Estadual do Rio Doce.
Para DALY & MITCHELL (2000) as florestas fortemente dominadas por uma
ou poucas espécies ocorrem, usualmente sob condições ambientais relativamente
extremas, associadas com extremos de drenagem ou fertilidade dos solos. Não obstante,
a tolerância à inundação não é a única explanação para sua dominância, porque outras
espécies tolerantes à inundação são raras nestes locais (TORTI et al. 2001). Ambientes
de extremos edáficos tendem a suportar florestas com baixa diversidade e alta
dominância, mas a maioria das florestas tropicais mostram dominância marcada
somente por uma mudança no consórcio de múltiplas espécies.
CONNEL & LOWMAN (1989) destacam que uma espécie atinge a
monodominância seja através da colonização de uma grande área aberta e, assim
dominando por um curto período (dominância seral) ou através da reposição gradual de
indivíduos de outras espécies e, assim, atingindo uma dominância persistente. Esses
autores colocam que a dominância é atingida pelo fato da espécie possuir características
de resistência à predação, herbivoria ou dano físico, ou por ser uma competidora
superior, por exemplo, através da presença de ectomicorrizas. TORTI et al. (2001)
sugeriram que, para uma espécie alcançar a dominância persistente, é necessário que ela
possua um conjunto de características que alteram o ambiente de sub-bosque de tal
forma que iniba o recrutamento de outras espécies. Por outro lado, plântulas jovens da
espécie monodominante apresentariam características que a capacitaria a tolerar o
ambiente estressante criado pelos adultos.
Encontrar características em M. tenella que evidenciam a resistência à predação
ou que confiram aos seus indivíduos alguma vantagem competitiva não é difícil. Suas
folhas, miúdas, talvez confiram resistência a danos e herbivoria. Porém, certamente, a
característica mais marcante e que confere vantagem na ocupação do espaço, alterando
o ambiente, como proposto por TORTI et al. (2001), é o perfilhamento. Esta
característica parece afetar não o espaço horizontal como os estratos verticais. O
58
perfilhamento não têm aumentado a área basal do monodominante mas também o
ajuda a formar um dossel denso, entrelaçado, dificultando, ou mesmo inibindo o
recrutamento e a substituição de outras espécie.
Segundo TORTI et al. (2001), a serrapilheira produzida pelo monodominante
pode inibir fisicamente a germinação e o estabelecimento dos concorrentes. A massa
profunda de folha e a lenta taxa de decomposição causam diferenças na qualidade e na
decomposição entre uma floresta monodominante e uma mista de espécies. Na Mata de
Cambuí, M. tenella, contribui para a serrapilheira com o acúmulo de suas folhas
pequenas, partes florais e frutos, com a soltura do ritidoma rígido e a galharia de seus
ramos. Certamente, esta serrapilheira afeta em algum grau a germinação das espécies, o
que deve ser medido em função dos efeitos alelopáticos e físicos.
HART et al. (1989) relacionaram a ocorrência de florestas monodominantes nos
trópicos a características de história de vida da espécie dominante, tais como baixa taxa
de crescimento, tolerância à sombra, alta longevidade e baixo poder de dispersão de
suas sementes.
BUDOWSKI (1965) classificou as espécies de árvores neotropicais em quatro
grupos ecológicos de sucessão: pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e
climácicas. Classificação esta análoga à teoria de estrategistas r e K de PIANKA (1970)
apud TONHASCA JUNIOR (2005). As espécies pioneiras (estrategistas r) têm como
característica a baixa longevidade (5 a 15 anos). VEIGA et al. (2003) classificaram M.
tenella como secundária inicial e este grupo ecológico tem como características as
sementes de tamanho pequeno a médio, geralmente zoocóricas, germinam à sombra,
mas precisam de luz para crescer, apresentam rápido crescimento vegetativo e ciclo de
vida médio entre 15-30 anos (ALMEIDA 2000).
A hipótese aqui proposta é que o perfilhamento pode aumentar a longevidade
dos indivíduos, pois em semelhança à reposição de indivíduos de uma população, os
perfilhos sendo renovados podem aumentar a permanência do genótipo do indivíduo e
assim podem atrasar a sucessão. Mesmo admitindo a monodominância seral de TORTI
et al. (2001) e CONNEL e LOWMAN (1989) para a Mata do Cambuí, a fisionomia
existe pelo menos 100 anos, de acordo com o relato dos moradores mais antigos da
vila do Funil. Desta forma, a sucessão e o incremento de espécies em um período de
tempo podem estar sendo atrasados pela persistência de indivíduos de M. tenella e pela
competição que eles impõe.
59
Suportando essa hipótese, BERTANI et al. (2001) afirmam que alguns estudos
em florestas tropicais indicaram que, em áreas não atingidas por distúrbios severos,
ocorreram poucas mudanças na densidade e composição de espécies, sugerindo uma
aparente estabilidade. Além disso, como observado por MEIRA NETO et al. (2003), a
alta diversidade encontrada em uma mata alagada em Viçosa (MG) foi consequência da
sucessão que ocorreu mesmo tendo início em um sistema com baixa diversidade quando
predominavam poucas espécies.
Segundo MEIRA NETO et al. (2003) carência de estudos estruturais desse
tipo de vegetação que levem em consideração o processo sucessional. As publicações
sobre florística e fitossociologia de vegetação ripária são de florestas de galeria em
processo avançado de sucessão, que não fornecem estruturas de tamanho, nem histórico
de perturbação, essenciais ao entendimento do processo sucessional.
SCARANO (2006) discute a importância de ambientes marginais à Mata
Atlântica sensu stricto, onde geralmente as comunidades dependem de um pequeno
numero de espécies-chave com baixa redundância funcional e algumas espécies
oriundas da mata ocupam ambientes mais recentes geologicamente, como as restingas e
pântanos. Ainda, os ajustes morfológicos, fisiológicos e ecológicos dessas espécies são
a própria expressão de uma valiosa riqueza genética, tão importantes quanto
endemismos.
SMITH et al (2001) apud SCARANO (2006) criticam a classificação de
MYERS et al (2000) por acreditarem que a mesma pode induzir a um preconceito
contra sistemas de menor diversidade e/ou ecótonos, onde importantes processos
evolutivos e adaptativos também ocorrem. Assim, novas teorias para estabelecer
prioridades para a conservação devem incluir propriedades genéticas, mesmo em
ambientes não tão diversos em alguns táxons e nem sempre de grandes extensões, como
se propõe atualmente.
Devido à existência da Mata de Cambuí há pelo menos 100 anos antes do
presente; à monodominância de M. tenella; à baixa diversidade e equabilidade; e
também às possibilidades do perfilhamento garantir maior longevidade aos indivíduos
arborescentes e da estrutura fechada do dossel de M. tenella dificultar o recrutamento de
outras espécies, torna-se possível a hipótese da Mata de Cambuí estar ainda em sua
sucessão primária. Esta hipótese poderá ser comprovada após perfil polínico do solo
bem como sua datação.
60
RODRIGUES & NAVE (2000) analisaram a similaridade entre 43 trabalhos
realizados em florestas ciliares do Brasil extra amazônico, em condições de altitude,
clima e coordenadas geográficas muito variáveis, onde foram amostradas 947 espécies
arbustivo-arbóreas. Comparando a similaridade destes trabalhos, os autores puderam
concluir que as florestas ciliares se agrupam em função dos seguintes fatores: 1. tipo de
unidade vegetacional, sendo que todas as Florestas Paludosas se apresentaram como
grupo independente de composição florística própria e distinta das demais formações
florestais ocorrentes na faixa ciliar; 2. bacia hidrográfica como unidade ambiental e 3.
proximidade espacial, onde várias das áreas se apresentam no mesmo grupo em função
de estarem próximas umas das outras.
A baixa similaridade da Mata de Cambuí com outros trabalhos, ressalta seu
isolamento geográfico com outras áreas de influência aluvial ou paludícola. Isto é, em
parte, explicada pelas barreiras geográficas dos serrotes que geram descontinuidade das
margens do ribeirão do Funil, dificultando ou mesmo impedindo o fluxo de espécies
através de seus processos de dispersão para a montante do ribeirão Sant’Ana.
As nove espécies arbustivo-arbóreas apontadas por RODRIGUES & NAVE
(2000) como as de maior freqüência nos levantamentos florísticos e fitossociológicos de
floresta ciliar do Brasil, são: Tapirira guianensis, Syagrus romazoffiana, Copaifera
langsdorfii, Cecropia pachystachya, Calophyllum brasiliensis, Casearia sylvestris,
Trichilia pallida, Prunus myrtifolia, Luehea divaricata. Destas, apenas C.sylvestris têm
representatividade na Mata de Cambuí, onde, no trecho estudado, as outras espécies não
foram encontradas, embora S.romazoffiana conheça-se um apenas um indivíduo
reprodutivo e C.langsdorfii e P.myrtifolia conheça-se da mata adjacente (Mata do
Benedito).
A baixa similaridade entre a composição florística da Mata de Cambuí e outros
estudos em matas aluviais ou paludosas das regiões Sudeste e Sul (tabela 7), ocorreu em
função da baixa riqueza de espécies da área amostrada e da alta heterogeneidade
florística entre as florestas influenciadas por cursos d’água discutida por
RODRIGUES & NAVE (2000) e VAN DEN BERG & OLIVEIRA-FILHO (2000). Isto
ressalta o isolamento da bacia do ribeirão do Funil e seu conjunto florístico, bem como
a distância entre as áreas comparadas, tendo em vista a ausência de trabalhos nas
proximidades de Rio Preto.
61
CONCLUSÃO
A composição, estrutura e similaridade florística do estrato arbóreo das três
áreas estudadas na Serra Negra, revelaram dados importantes para o estudo da
vegetação da Serra da Mantiqueira e da Zona da Mata mineira. Os resultados indicaram
que as três áreas amostradas puderam ser diferenciadas com base na composição,
estrutura e similaridade florística.
A estrutura de cada área demonstrou correlação com a composição e
diversidade, o que contribuiu para a diferenciação entre as áreas amostradas e
conseqüentemente, para o conhecimento da diversidade de ambientes ao longo dos
gradientes ambientais da Serra Negra.
A grande riqueza da flora arbórea amostrada refletiu a pronunciada
heterogeneidade ambiental entre os fragmentos florestais da região. Entre os fatores que
provavelmente influenciaram mais fortemente esta diferenciação florística estão os
efeitos da altitude, variações dos solos, tempo de permanência da água nos solos e o
estágio sucessional.
Os fragmentos da Mata do Benedito e do Ninho da Égua foram incluídos na
formação Floresta Ombrófila Densa Baixo-Montana e Alto-Montana, respectivamente,
e a Mata de Cambuí, por extensão da influência do encharcamento sazonal, na Floresta
Ombrófila Aluvial.
A similaridade e a análise de agrupamento demonstraram que a maior ligação da
flora arbórea amostrada é com o sub-domínio do Vale do Paraíba do Sul, porém abriga
parte considerável de espécies indicadoras das fisionomias Baixo e Alto-Montanas entre
a Mantiqueira Norte e Sul, Vale do Paraíba do Sul e Alto Rio Grande. Os dados
indicaram que a Serra Negra se comporta como um corredor florístico, no sentido Leste-
Oeste entre a Mantiqueira Norte, Vale do Paraíba do Sul e Mantiqueira Sul e Norte-Sul
entre Ibitipoca e o Maciço do Itatiaia. Demonstrou-se a interseção da flora arbórea,
principalmente entre os sub-domínios Mantiqueira e Vale do Paraíba do Sul, na Serra
Negra.
A baixa similaridade da Mata de Cambuí com outros levantamentos em áreas
aluviais e paludosas da região Sudeste e Sul do Brasil evidenciaram a heterogeneidade
destas áreas, o isolamento geográfico da bacia do ribeirão do Funil e seu distanciamento
com os outros trabalhos. A baixa diversidade e equabilidade encontradas neste
fragmento são, em parte, explicadas pela alta densidade de Myrciaria tenella, associada
62
ao efeito do perfilhamento e à formação de dossel denso, o que influenciou nos
parâmetros de densidade, freqüência, dominância e valor de importância das espécies
amostradas.
63
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