Discussão 41
Albrektsson,
2
em 1980, não satisfeito com as análises microscópicas
estáticas existentes até então, utilizadas para avaliar o processo de reparo dos
enxertos ósseos corticais e medulares, utilizou o que denominou de método
microscópico vital, instalando câmaras de titânio ocas, separadas por duas esferas
de vidro numa distância de 100 mícras, nas metáfises de tíbias de coelhos, a fim
de estudar de maneira dinâmica “in vivo” e “in situ” os diferentes estádios do
processo de reparo dos enxertos ósseos. Para que isto fosse possível, a câmara e o
osso circunjacentes foram removidos com o auxílio de uma broca trefina e
enxertados em outra extremidade, ou reinseridos no mesmo local. Os enxertos
medulares apresentaram início de revascularização aos 15 dias pós-cirúrgicos e
término após 20 dias, quando então, evidenciou-se o processo de osteogênese e o
aumento de massa óssea trabecular. Os enxertos corticais apresentaram
revascularização mais lenta, completada no 30º dia. Neste período, as fases de
reabsorção e osteogênese ocorriam concomitantemente no mesmo enxerto. As
cavidades menores foram preenchidas por osso primário, ao mesmo tempo em
que outras foram criadas. Aos 35 e 40 dias, a fase osteogênica já havia sido
superada pela reabsorção, até que a massa óssea reduzisse significativamente,
para que outra fase osteogênica predominasse. Calculou-se o índice máximo de
penetração vascular nos enxertos medulares e corticais, obtendo-se os valores de
0,2mm/dia a 0,4mm/dia e 0,15 mm/dia a 0,3mm/dia, respectivamente.
Aproximadamente, a mesma densidade vascular existente anteriormente à
colocação do enxerto foi necessária para que a remodelação óssea acontecesse.
Para que os eventos de incorporação dos enxertos autógenos sigam o
curso normal, alguns cuidados são necessários a fim de se manter a integridade
do fragmento ósseo a ser utilizado. Sabe-se que um fator importante que interfere
no processo de reparo ósseo é o trauma nele causado durante sua manipulação,
principalmente durante as técnicas de osteotomia (Albrektsson
1
, 1980; Okamoto,
et al.
18
1994). O mesmo sucede nos procedimentos de enxertia óssea.
Confirmando esta teoria, Albrektsson
1
, em 1980, realizou um trabalho em
coelhos para verificar a resposta dos tecidos a receberem enxertos ósseos frente a