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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
AVALIAÇÃO DA IODEGRADABILIDADE DE PRODUTOS
À BASE DE MANDIOCA E MAMONA
JORGE LUIZ DUTRA GHEM
CASCAVEL - Paraná – Brasil
Julho – 2006
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JORGE LUIZ DUTRA GHEM
AVALIAÇÃO DA BIODEGRADABILIDADE DE PRODUTOS
À BASE DE MANDIOCA E MAMONA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, em
cumprimento parcial aos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Engenharia
Agrícola, área de concentração em
Engenharia de Recursos Hídricos e Meio
Ambiente.
Orientadora: Profª. Dra. Simone Damasceno
Gomes
Coorientadora: Profª. Dra. Marney Pascoli
Cereda
CASCAVEL - Paraná – Brasil
Julho – 2006
JORGE LUIZ DUTRA GHEM
AVALIAÇÃO DA BIODEGRADABILIDADE DE PRODUTOS À BASE DE
MANDIOCA E MAMONA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Agrícola em cumprimento parcial aos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Engenharia Agrícola, área de concentração Engenharia de
Recursos Hídricos e Meio Ambiente, aprovada pela seguinte banca
examinadora:
Orientadora: Profª. Drª. Simone Damasceno Gomes
UNIOESTE/CCET – Cascavel - PR
Profª. Drª. Nívea Maria Vicentini
TECPAR– Curitiba - PR
Prof. Dr. Ajadir Fazolo
UNIOESTE/CCET - PR
Cascavel, 07 de julho de 2006.
ii
Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva,
para que possamos compreender
o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio,
quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a responsabilidade
do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço,
para que possamos compreender
o valor do despertar.
Outras vezes usa doença,
quando quer nos mostrar
a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar sobre água.
Às vezes, usa a terra,
para que possamos compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte,
quando quer nos mostrar
a importância da vida.
Fernando Pessoa
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom e sentidos perfeitos e assim poder ver, distinguir e
contribuir para o conhecimento da ciência;
A meus pais, pela oportunidade de vida, pela orientação de caráter,
sinceridade e justiça;
Aos meus familiares, em especial a Vó Alvina, a Bizavó Otília, a minhas
filhas Laura e Mariela e a minha esposa Mara Regina, incansavelmente ao meu
lado em todas as horas, em todo tempo;
À Tia Marceli, pelos importantes e necessários momentos de refúgio
em que me acolheu;
À professora Simone Damasceno Gomes, agradeço acima de tudo a
virtude da sabedoria e humildade, que me serviram de apoio e incentivo, que
me acolheu em sua equipe e incansavelmente dedicou seu tempo para que
esta pesquisa pudesse se realizar com êxito;
À professora Marney Pascoli Cereda, por sua colaboração e
participação precisa nesta caminhada científica;
Ao professor Ajadir Fazolo, por sua contribuição, que desde muito tem
prestado seu apoio à minha formação profissional;
À professora Fabiana André Falconi, por sua contribuição no
desenvolvimento desta pesquisa, através do Laboratório de Controle
Microbiológico, do curso de Farmácia - Unioeste, campus de Cascavel;
À professora Rosangela Baptista Nunes, CEMA, pela confiança,
compreensão e sobre tudo apoio;
Ao diretor - CFR, Rosimar Marchiori pela compreensão e apoio
manifestado,
À WHITE MARTINS, na pessoa do colega Jorge Tamagi, pela
colaboração;
À Universidade Paranaense - UNIPAR, campus de Toledo-PR, pelo
apoio através do Laboratório de Bioquímica;
Aos técnicos laboratoristas da UNIOESTE e UNIPAR, por seu apoio e
convívio que foram fundamentais;
iv
Aos bolsistas e estagiários que doando parte de seu contido tempo,
decisivamente contribuíram com o melhor que puderam. Foi essencial. Jany,
Ana e Fabiana, vocês foram minha presença virtual há todos os instantes;
Aos professores, colegas, amigos da UNIOESTE, sou grato pois, à
quem inegavelmente jamais se extinguirá a marca do incentivo e
encorajamento constante recebido em todos os momentos;
A empresa NATU-LYNE materiais biodegradáveis, de Botucatu-SP,
fornecedora das amostras de bandejas termoformas de fécula de mandioca;
Aos funcionários da UNIOESTE, pela companhia e pelas palavras de
apoio nas horas solitárias.
Muito obrigado a todos que contribuíram de forma direta ou indireta
para esta concretização.
v
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS........................................................................................ viii
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................... ix
RESUMO xi
ABSTRACT xii
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 4
2.1 POLÍMEROS ................................................................................................. 4
2.2 POLÍMEROS SINTÉTICOS ........................................................................... 5
2.2.1 Tipos de Polímeros Sintéticos .................................................................... 6
2.2.2 Degradação de Polímeros Sintéticos ......................................................... 7
2.3 POLÍMEROS BIODEGRADÁVEIS ................................................................ 9
2.3.1 Polímeros de Amido ................................................................................. 13
2.3.1.1 Filmes (películas) de amido ................................................................... 15
2.3.1.2 Bandejas termoformadas ...................................................................... 16
2.3.2 Polímeros de Mamona ............................................................................. 17
2.4 BIODEGRADAÇÃO ..................................................................................... 18
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 24
3.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO .......................................... 24
3.2 EQUIPAMENTOS ........................................................................................ 24
3.3 MATERIAIS AVALIADOS QUANTO À BIODEGRADABILIDADE ............... 27
3.3.1 Descrição .................................................................................................. 27
3.3.2 Preparo ..................................................................................................... 29
3.4 SUBSTRATO ............................................................................................... 31
3.5 INÓCULO .................................................................................................... 31
3.5.1 Obtenção do Extrato ................................................................................. 32
3.5.2 Caracterização Microbiológica do Inóculo ................................................ 33
3.6 AVALIAÇÃO DA BIODEGRADABILIDADE ................................................. 34
3.6.1 Quantificação de CO2 Liberado ............................................................... 36
3.6.2 Determinação da Biodegradabilidade ...................................................... 37
3.6.3 Análise dos Resultados ............................................................................ 38
vi
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 39
4.1 ISOLAMENTO DOS MICRORGANISMOS DO INÓCULO .......................... 39
4.1.1 Isolamento dos Microrganismos Consumidores de Amido ....................... 39
4.2 BIODEGRADABILIDADE DOS POLÍMEROS DE MANDIOCA E MAMONA
..................................................................................................... 41
4.2.1 Cinética de Degradação ........................................................................... 50
4.2.2 Considerações Finais ............................................................................... 54
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 56
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Propriedades, formulação do TPS (de amido de trigo)em função da
porcentagem de amido................................................................. 15
Tabela 2 - Composição mineral da solução para o teste em meio lido inerte
..................................................................................................... 31
Tabela 3 - Composição da solução Ringer........................................................32
Tabela 4 - Preparo dos reatores para os testes de biodegradabilidade............35
Tabela 5- Massa disposta nos reatores para os testes de biodegradabilidade35
Tabela 6 - Valores de CSO, CSR e k1, conforme equação do modelo cinético53
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura química de polímeros sintéticos......................................... 7
Figura 2 - Famílias de biopolímeros, com suas matérias primas...................... 13
Figura 3 - Cadeia de polímeros......................................................................... 20
Figura 4 - Cadeia de Copoliester Aromático (PBAT)......................................... 20
Figura 5 - Esquema simplificado de respirômetro para realização dos testes de
biodegradabilidade....................................................................... 25
Figura 6 - Incubadora tipo BOD, para realização dos testes de
biodegradabilidade....................................................................... 25
Figura 7 - Foto do respirômetro: a, aerador. Seqüência dos frascos b, c, d, e, f.
..................................................................................................... 26
Figura 8 - Bandejas termoformadas de fécula de mandioca............................. 27
Figura 9 - Bandejas termoformadas de fécula de mandioca com filme de óleo
de mamoma................................................................................. 28
Figura 10 - Bandeja termoformada de óleo de mamoma.................................. 28
Figura 11 - Cubos de material em almofariz com N2 líquido.............................29
Figura 12 - Moinho multiuso refrigerado............................................................ 30
Figura 13 - Material moído em moinho multiuso............................................... 30
Figura 14 - Esquema simplificado da diluição do inóculo.................................. 33
Figura 15 - Esquema da distribuição em meio de cultura do inóculo diluído para
o desenvolvimento de microorganismos...................................... 34
Figura 16 - Placas de Petri com desenvolvimento de bactérias e fungos em
meio de cultura............................................................................. 39
Figura 17 - Placas de Petri submetidas ao teste de iodo.................................. 40
Figura 18 - Mineralização da matéria orgânica da bandeja termoformada de
fécula de mandioca ao longo do processo................................... 42
Figura 19 - Mineralização da matéria orgânica da bandeja termoformada de
fécula de mandioca com filme de mamona ao longo do processo.
..................................................................................................... 42
Figura 20 - Mineralização da matéria orgânica da bandeja termoformada de
óleo de mamona, ao longo do processo...................................... 43
ix
Figura 21 - Produção horária de CO2 para bandeja de cula de mandioca ao
longo do processo. ..................................................................... 48
Figura 22 - Produção horária de CO2 para Bandeja de fécula de mandioca com
filme de mamona ao longo do processo.......................................48
Figura 23 - Produção horária de CO2 para bandeja de mamona ao longo do
processo....................................................................................... 48
Figura 24 - Consumo de carbono da bandeja de cula de mandioca, amostras
1 e 2............................................................................................. 51
Figura 25 - Consumo de carbono da bandeja de fécula de mandioca com filme,
amostras 1 e 2.............................................................................. 51
Figura 26 - Consumo de carbono da bandeja de mamona, amostras 1 e 2......52
x
RESUMO
Os produtos biodegradáveis produzidos a partir derivados de mandioca e
mamona, são biodegradáveis pela constituição das cadeias poliméricas.
Constituem uma alternativa em substituição aos polímeros não biodegradáveis
de embalagens de alimentos, para a redução da grande quantidade de
resíduos sólidos gerados. É importante destacar a necessidade de realização
de testes, a fim de se conhecer melhor os mecanismos da biodegradabilidade
dos produtos. Os testes de compostagem em meio sólido inerte de vermiculita
simulam as condições ambientais mais próximas da realidade, em relação aos
outros meios. O desenvolvimento deste experimento busca estabelecer uma
avaliação da biodegradabilidade de materiais à base de fécula de mandioca e
de mamona como forma de obter informações que venham contribuir no
aperfeiçoamento e seleção para utilização de biopolímeros. Os materiais foram
avaliados em meio sólido de vermiculita com sistema de aeração a 45ºC, com
45 mL de inóculo extraído de resíduo de material de compostagem de resíduos
de poda de árvores. O gás carbônico desprendido na degradação, determinado
como massa de CO
2
absorvida, em solução de hidróxido de bário 0,0125
moL/L e titulada com solução padrão de ácido clorídrico 0,05 mol/L, usando-se
fenolftaleína como indicador para determinar o ponto de viragem. As taxas de
degradação, segundo as normas ASTM e ISO, 60 % do Carbono do polímero
deve ser mineralizada para CO
2
, foram satisfatórias para os padrões de
biodegradabilidade. Para bandejas com fécula de mandioca, 66,44% e fécula
com filme de mamona, 62,36%. As bandejas de mamona, 13,82%, embora
sendo biodegradáveis, não atingiram índice de biodegradabilidade, atribui-se à
composição química e física do polímero de mamona que ao ser degrada, não
sofreu influência intrínseca da atividade bacteriana.
Palavras-chave: biopolímeros, amido de mandioca, mamona, biodegradação.
xi
ABSTRACT
The products biodegradability produced to leave derived from cassava and
ricinus are biodegradability for the constitution of the polimerics chains. They
constitute a viable alternative in substitution, instead polymers biodegradability
of food packings, for the reduction of the great amount of generated solid
residues. It is important to emphasize the necessity of accomplishment tests, in
order to know better the mechanisms of the products biodegradability. The tests
in half inert solid of vermiculita simulate the ambient conditions next to the
reality, in relation to the other ways. This experiment development focus to
establish an evaluation of the materials biodegradability from cassava starch
and ricinus in order to get information that may contribute in perfectioning and
election for biopolimers use. The evaluated materials in half solid of vermiculita
with aeration system 45ºC, with 45 mL of inoculo extracted from composting
residue material from pruning trees. The carbonic gas unfastened in the
degradation, determined the CO
2
absorbed mass in solution of barium hidroxid
0,0125 moL/L and titleholder with solution standard of cloridric acid 0,05 mol/L,
using phenolftalein indicating in order to determine the changing point. The
degradation taxes, according to ASTM norms and ISO, 60% of the polymer
Carbon must be mineralized in CO
2
, the biodegradability standards are
satisfactory. The trays with cassava starch, 66,44% and starch with film,
62,36%. The ricinus trays, 13,82%, even though the biodegradability, did not
reach a biodegradability index, chemical and physical composition was
attributed to a ricinus polymer when degradated, did not suffer intrinsic influence
from bacterial activity.
key words: biopolimers, cassava starch, ricinus, biodegradation.
xii
1 INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico e industrial associado ao adensamento
populacional desordenado nos grandes centros urbanos vem favorecendo o
descarte e, conseqüentemente, o acúmulo de grande quantidade de resíduos
sólidos e dejetos, habitualmente despejados em rudimentares “lixões” ou em
aterros pouco melhor elaborados. A composição dos produtos do lixo urbano é
imensamente variada, como conseqüência, muitos são os problemas que
surgem.
Oito de cada dez seres humanos vivem nas cidades. Neste novo
milênio, todos os caminhos levam a um planeta ainda mais urbano. Nos
próximos anos será preciso concentrar esforços para combater o problema do
lixo (GANDOLLA; FISCHER; CAIA, 1997).
O Brasil produz cerca de 240 mil toneladas de lixo por dia, número
inferior ao produzido nos EUA (607.000 t/dia), mas bem superior ao de países
como a Alemanha (85.000 t/dia) e a Suécia (10.400 t/dia). Desse total, a maior
parte vai parar em “lixões” a céu aberto. Somente uma pequena porcentagem é
descartada em locais apropriados. O lixo quando não é tratado, constitui-se em
sério problema sanitário, pois expõe a comunidade à doenças como diarréia,
amebíase, parasitoses e contamina o solo, as águas e o lençól freático.
A faixa mundial de geração de resíduo lido urbano por pessoa, varia
de 0,8 a 2,0 kg per capita/dia (RIBEIRO, 1998). O quadro sanitário no Brasil é
precário e decadente, segundo dados do IBGE (2000), 59% dos municípios
dispõem seus resíduos sólidos em “lixões”, 17% em aterro controlado, 13% em
aterros sanitários, 2,8% têm programas de reciclagem, 0,6% em áreas
alagadas, 0,4% usam compostagem, 0,3% aterros especiais e 0,2% fazem uso
da incineração.
Atualmente, a maior parte dos descartes plásticos está sendo
incinerada ou enterrada. Contudo, a incineração desses resíduos pode
provocar poluição ambiental secundária, devido à produção de gases tóxicos
(KIM et al., 2000). A reciclagem dos polímeros não é efetiva por apresentar alto
custo. Portanto, a administração de resíduos sólidos plásticos requer
combinações complementares de biodegradação, incineração e reciclagem. A
biodegradação é a solução mais indicada a longo prazo e necessita de intensa
pesquisa antes de ser colocada em prática (MUSTAFA, 1993; ONODERA et al.
2001).
Com as novas e numerosas aplicações, o uso de plásticos é crescente
na vida diária da população. Diversos fatores contribuem para essa evolução
meteórica, entre os quais se destacam o custo e a durabilidade.
Especialmente em países em desenvolvimento, a poluição ambiental
causada por polímeros sintéticos tem assumido proporções alarmantes. Neste
estudo, a área de maior interesse ambiental é a biodegradação. A
biodegradação é um processo natural pelo qual compostos químicos orgânicos
presentes no ambiente são convertidos a componentes menores,
mineralizados e redistribuídos por meio dos ciclos elementares do carbono,
nitrogênio e enxofre (CHANDRA; RUSTGI,1998; MADIGAN; MARTINKO;
PARKER, 2000).
O agravamento do problema ecológico causado pelos resíduos
plásticos incentiva a pesquisa de polímeros com propriedades degradáveis
para aplicações de curta duração, principalmente nos casos de pouca
exigência de suas propriedades mecânicas, com isso, estão sendo
pesquisados e alguns produtos comercializados, embora a custos ainda não
competitivos (CANTO, 1999).
Os bioplásticos presentes no mercado são oriundos principalmente de
amido, com 85 a 90% do mercado. Entre os bioplásticos de amido incluem-se
os fabricados com amidos nativos ou pouco modificados, isolados ou em
conjunto com moléculas naturais ou sintéticas (BASTIOLI, 2000).
A fécula de mandioca, devido às suas propriedades peculiares tem sido
objeto de estudo no desenvolvimento de materiais plásticos biodegradáveis
para aplicação em vários setores (CASTRO, 2004; VICENTINI, 2003;
HENRIQUE, 2002).
Considerando a realidade apresentada acima esta pesquisa
estabeleceu como objetivo geral avaliar a biodegradabilidade de materiais à
base de fécula de mandioca e mamona em meio lido inerte de vermiculita,
2
sob condições aeróbias controladas e como objetivos específicos: acompanhar
a evolução de desprendimento do CO
2
no decorrer do processo de
degradação; avaliar o efeito do recobrimento da bandeja de fécula de mandioca
com filme de mamona e avaliar a mineralização do material em condições de
inóculo obtido na região do estudo, o Oeste do Estado do Paraná.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 POLÍMEROS
Polímeros o moléculas gigantes que apresentam unidades menores
que se repetem. Podem ser sintéticos, obtidos em laboratório (polietileno,
isopor, nylon,...) ou naturais, que ocorrem na natureza (proteínas, amido,
borracha,...). Os polímeros, comumente denominados plásticos, são materiais
compostos de resinas naturais e sintéticas, na sua maioria orgânicos, tendo
como principal componente o carbono (C), em combinação com hidrogênio (H),
oxigênio (O) e nitrogênio (N). Os materiais plásticos podem ser divididos em
dois grandes grupos: os temofixos ou termoestáveis e os termoplásticos
(AVEROUS, 2002). Termofixos ou termoestáves são materiais que amolecem
ao serem aquecidos podendo ser moldados, porém sofrem uma transformação
química em sua estrutura o que não permite que depois de resfriado e
endurecido eles voltem ao seu estado primitivo. Termoplásticos, são materiais
que amolecem ao serem aquecidos e podem ser moldados. A mudança não
altera sua estrutura química o que permite que seja reaproveitado.
Em relação à evolução desses materiais poliméricos, as primeiras
pesquisas que começaram trazer resultados economicamente viáveis datam do
período entre 1820 e 1870,
Entre 1900 e 1948 surgiu a maioria dos plásticos existentes ou
comercializados hoje, como por exemplo, o PVC (cloreto de polivinil) SAN, PU
(Poliuretano), PS (POLIESTIRENO) e o POLITETRAFLUOTILENO (teflon). O
Nylon tem registro de seu surgimento durante o período da Segunda Guerra
Mundial (CORTI et al., 1999).
4
Com a efetivação do processo da polimerização desenvolvido por
ZIEGLER e NATTA (0000) citados por CORTI et al. (1999), após os anos 1950,
a produção de plásticos, continuou até os dias de hoje. Assim, é cada vez mais
necessária a pesquisa de novos materiais, seja para substituir outras matérias-
primas em falta, seja para aprimorar condições de uso, industrial ou doméstico,
seja pela sua durabilidade ou eficiência (CORTI et.al., 1999).
As cargas (materiais de preenchimento) representam a maior
composição (em peso) dos plásticos, pois são utilizadas como redutores de
custo. De uma forma geral, os aditivos representam cerca de 20 %, em peso,
na constituição do plástico comercial. Outros aditivos, como os lubrificantes que
facilitam o processamento, e os antioxidantes que inibem ou reduzem a
velocidade de degradação oxidativa, o empregados praticamente em quase
todos os polímeros porém em pequenas quantidades. os plastificantes, que
conferem flexibilidade e melhoram a processabilidade e resistência ao impacto,
são pouco utilizados na maioria dos polímeros, mas é bem característico no
PVC (SOTERO, 2000).
Portanto, é importante o conhecimento da composição da cada
material polimérico para se estabelecer a resistência desses plásticos aos
microrganismos, quando aplicadas condições de temperatura e umidade
favoráveis ao processo degradativo. No caso do polipropileno, polietileno e
poliestireno, que possuem um esqueleto constituído unicamente de átomos de
carbono, existe uma grande resistência às influências ambientais, ao contrário
de outros polímeros que contém heteroátomos na cadeia principal,
apresentando-se potencialmente susceptíveis à clivagem hidrolítica (MÜLLER;
KLEEBERG; DECKWER, 2001).
2.2 POLÍMEROS SINTÉTICOS
O plástico convencional fabricado a partir de resinas (polímeros),
geralmente sintéticas e derivadas do petróleo, é de larga utilização no Brasil,
5
que, tal qual outros países, enfrentam problemas com seu descarte (CORTI
et.al., 1999).
Os polímeros sintéticos, por serem constituídos por cadeias de
hidrocarbonetos altamente hidrofóbicas, necessitam aumentar sua solubilidade
no meio, ou seja, tornarem-se mais hidrofílicos para que possam estar mais
acessíveis à célula microbiana e, deste modo, serem disponibilizados para
utilização nos processos metabólicos do microrganismo (SOTERO, 2000).
Os polímeros sintéticos têm sido largamente utilizados nos diversos
campos industriais e domésticos desde o começo do século passado, com
inúmeras aplicações, principalmente como materiais de embalagens,
poliuretanos, poliestirenos e outros compostos que são rapidamente
descartados, resultando em um grave problema ambiental (Mustafa, 1993). Ao
contrário dos polímeros naturais, a maioria das macromoléculas sintéticas são
recalcitrantes porque não podem ser assimiladas pelos microrganismos, desta
forma, os plásticos que são depositados no meio ambiente permanecem
inalterados por muitas décadas (ALBERTSSON; HUANG, 1995).
Com uma vasta produção, a indústria de embalagens é a grande
responsável pelo aumento da poluição por plásticos. Este é o caso, por
exemplo, do polietileno tereftalato que vem sendo extremamente utilizado como
embalagem de bebidas e que possui um tempo de vida previsto no meio
ambiente em torno de 20 a 48 anos (MÜLLER; KLEEBERG; DECKWER,
2001).
2.2.1 Tipos de Polímeros Sintéticos
Conforme a denominação, termofixos ou termoestáves e
termoplásticos, os plásticos de uso mais comuns são:
1) Termoplásticos:
- Polietileno Tereftalato – PET;
- Polietileno de Alta Densidade - PEAD;
- Policloreto de Vinila – PVC;
- Polietileno de Baixa Densidade – PEDB;
6
- Polipropileno – PP;
- Poliestireno – OS.
2) Termofixos:
- Poliuretanos – PU;
- Poliacetato de Etileno Vinil - EVA.
A Figura 1 apresenta a estrutura química de alguns polímeros
sintéticos.
Figura 1 - Estrutura química de polímeros sintéticos.
NOTA: (a)polipropileno; (b) poliuretano; (c)poliestireno; (d) policloreto de vinila; (e) polietileno
tereftalato.
FONTE: COSTA (2001).
2.2.2 Degradação de Polímeros Sintéticos
Os polímeros sintéticos, por serem constituídos por cadeias de
hidrocarbonetos altamente hidrofóbicas, necessitam aumentar sua solubilidade
no meio, ou seja, tornarem-se mais hidrofílicos para que possam estar mais
acessíveis à células microbianas e, desse modo, serem disponibilizados para
utilização nos processos metabólicos de microrganismos. Porém, a degradação
térmica ocorre em temperaturas acima de 150ºC provocando a clivagem de
7
ligações, a exemplo do uretano, formando uma variedade de produtos de
reação (COSTA, 2001).
Uma comparação significante da resistência intrínseca de diferentes
polímeros a um processo degradativo particular, é difícil de se estabelecer,
devido à grande variedade de condições testes, à sensibilidade dos polímeros
a traços de impurezas e aditivos e às diversas formas físicas dos polímeros,
como: espessura, morfologia, orientação, formato, etc. Além disso, a
degradação pode resultar da exposição a dois ou mais processos combinados.
Portanto, apenas uma comparação qualitativa entre os polímeros pode ser
determinada, em relação aos diferentes processos de degradação (Hummel;
Scholl (1988), citados por COSTA, 2001).
Quando a degradação ocorre, os efeitos esperados são: ataque da
superfície, descoloração e mudanças nas propriedades ópticas, elétricas e
mecânicas dos polímeros (ASTM G21-90, 1990; SANTERRE et al., 1993).
Ao contrário da maioria dos poliésteres alifáticos, os poliésteres
aromáticos, como o polietileno tereftalato (PET), possuem excelentes
propriedades físicas e são amplamente utilizados comercialmente, porém são
considerados como resistentes ao ataque microbiano. Kawai (1996), citado por
COSTA (2001) e MULLER et al. (2001), observou quebra hidrolítica da cadeia
polimérica de PET pela introdução de componentes ácidos alifáticos.
A maioria dos polímeros sintéticos comerciais é resistente à
biodegradação, aparentemente porque microrganismos não são capazes de
assimilá-los diretamente. A suscetibilidade de degradação dos polímeros
sintéticos está diretamente relacionada ao crescimento microbiano nesses
polímeros, conforme SCHNABEL (1981).
A iniciação da degradação de compostos sintéticos pelos
microrganismos está intimamente relacionada à natureza do material, pela
habilidade de clivagem enzimática de ligações hidrolisáveis contidas nas
cadeias poliméricas, como é o caso de ligações éster, uréia e uretana. Outros
fatores que também afetam a biodegradabilidade de polímeros sintéticos o o
pH, que pode funcionar como catalisador de reações hidrolíticas, aumentando
as taxas de degradação, e o efeito da copolimerização pela introdução de um
segundo monômero na cadeia, alterando as propriedades originais do polímero
8
e favorecendo à degradação, de acordo com o tipo de ligação dominante
(SCHNABEL, 1981; GOPFERICH, 1996; CHANDRA, RUSTGI,1998).
2.3 POLÍMEROS BIODEGRADÁVEIS
A degradação do polímero significa uma mudança na sua estrutura
química que resulte em perda de propriedades que são passíveis de serem
medidas. Swift (1998), citado por CASTRO (2004) descreve as diferentes
formas de degradação: biológica feita por microorganismos, hidrolitica por
reação química, oxidativa por oxigênio e fotolítica pela ação da luz. Porém,
somente a biodegradação resulta numa degradação completa, ou seja,
completa transformação do substrato em CO
2
, água e biomassa. Em seguida, a
biomassa é transformada em sais, seguido por um processo de mineralização.
Um polímero biodegradável, segundo a American Society for Testing and
Material, degrada se primeiramente sob a ação de microrganismos, tais como:
bactérias, fungos, algas e leveduras (Beach et al., 1996, citado por CASTRO,
2004).
Um plástico é considerado, de modo um geral, degradável quando
possui em sua estrutura ou formulação, componentes que aceleram ou não
impedem as taxas de degradação do polímero. Portanto, o plástico
biodegradável sofre a ação de um ou mais mecanismos na sua decomposição,
associados à composição química do plástico, morfologia, pelas condições do
meio, pela presença de aditivos na sua formulação e outros fatores que afetam
a biodegradabilidade. As macromoléculas naturais como proteínas, celulose e
amido, são geralmente degradadas em sistemas biológicos pela hidrólise
seguida de oxidação, assim como álcool polivinílico, poliuretanos derivados de
estedióis e outros (HUANG, 1985).
As propriedades de biodegradação de um determinado polímero são
caracterizadas pela proporção de carbono do polímero, mineralizado para CO
2
num determinado tempo. De acordo com as normas de avaliação da
9
biodegradabilidade (ASTM e ISO), 60 % do carbono do polímero têm de ser
mineralizada para CO
2
em 45 dias, para que ele possa receber a designação
de “biodegradável”. vários testes de biodegradação que são realizados em
diferentes meios, tais como: meio líquido e meio sólido, em meio de composto
ou em solo (GATTIN et al., 2002).
Atualmente, uma tendência no estudo de polímeros biodegradáveis,
oriunda da exigência de comprometimento ambiental, que vem atraindo o
interesse no desenvolvimento de novos materiais com características e
propriedades físicas, exigidas pelo consumidor, com padrões de segurança do
seu uso até o descarte. Até então, os polímeros que não são biodegradáveis
continuam sendo extremamente utilizados (ONODERA et al., 2001). Além
dessas ações, observa-se também que tem havido aumento do interesse por
polímeros biodegradáveis como substitutos aos polímeros tradicionalmente
utilizados (LONGIERAS et al., 2004).
IATAURO (2004) avaliou mudas de Schinus terebinthifolius Raddi
produzidas em tubetes biodegradáveis, com o objetivo de evitar a deformação
do sistema radicular, em comparação com outros materiais de mesmo uso, não
biodegradáveis, já existentes no mercado.
CASTRO (2004) caracterizou bandejas termoformadas de fécula de
mandioca com objetivo de obter informações que possam ser utilizadas na
substituição de bandejas de poliestireno expandido, utilizadas no
acondicionamento de alimentos, por bandejas de fécula de mandioca
biodegradáveis.
Vários autores vêm pesquisando esse processo para desvendar o
fenômeno da biodegradação. As pesquisas têm demonstrado uma variedade
de enzimas hidrolíticas e oxidativas envolvidas na biodegradação in vivo, que
podem ocasionar complicações sérias, em relação à biocompatibilidade e
funcionalidade, conforme Smith et al. (1987) e Santerre et al. (1983), citados
por CASTRO, SOUZA e MONTEIRO (2001).
Entre os produtos biodegradáveis à venda no mercado europeu, por
exemplo, sacos para embalar mudas de plantas que são absorvidos no
contato com a terra (SOTERO, 2000). Nos Estados Unidos, algumas indústrias
oferecem brinquedos feitos de plástico não apenas descartável, mas também
comestível, com uma mistura de amido e corantes não tóxicos.
10
Para as embalagens de refrigerante, água mineral e outras feitas de
PET, ainda é cedo para contar com os plásticos biodegradáveis na substituição
dessas embalagens, principalmente por causa do custo elevado dos
biodegradáveis, em relação aos plásticos derivados de sintéticos químicos,
também à falta de uniformização entre os países para estabelecer critérios, tais
como biodegradabilidade e compostabilidade. No entanto a situação relatada
tende à mudança, em função de ações que permitam a transferência de
tecnologia a um menor custo e da pressão por parte dos consumidores e
campanhas incentivadas pela criação de leis ambientais. Se essa expectativa
se concretizar, estudos de biodegradação dos materiais sob condições
padronizadas serão exigidos para que os mesmos possam ser
comercializados.
O polímero biodegradável é uma opção correta do ponto de vista
ambiental, pois consegue voltar rapidamente ao meio ambiente, podendo ser
degradado por microrganismos do próprio meio, transformando-se totalmente
em gás carbônico e água, sem a geração de resíduos tóxicos, ao contrário dos
polímeros de origem petroquímica. Estes, ao contrário dos polímeros naturais,
são macromoléculas sintéticas recalcitrantes, pois o podem ser assimiladas
pelos microrganismos. Dessa forma, os plásticos que são depositados no meio
ambiente permanecem inalterados por muitas décadas (ALBERTSSON;
HUANG, 1995).
Foi também observado, que a reação de catálise enzimática ocorre em
meio aquoso e o caráter hidrofílico-hidrofóbico afeta grandemente a
biodegradabilidade. Os plásticos com estruturas somente hidrofílicas ou
hidrofóbicas são menos biodegradáveis do que plásticos que possuem ambas
as estruturas em sua cadeia molecular (HUANG, 1985).
Alternativas para obtenção de plásticos degradáveis pela adição de
amido a polímeros convencionais têm sido estudadas. O poliestireno, o
polietileno de alta densidade PEAD, o cloreto de polivinil PVC e,
principalmente, o polietileno de baixa densidade PEBD, ao serem misturados
com amido, formam uma mistura polimérica com características mecânicas e
custo reduzido para diferentes aplicações. Porém as propriedades mecânicas
do plástico são diminuídas (AVEROUS, 2002).
11
A literatura especializada cita dois processos de mistura do amido ao
polímero sintético: O processo Griffin GRIFFIN (1975), em que o amido é
misturado ao polímero sintético atuando como carga (a quantidade de amido é
limitada de 6% a 12%), sendo a principal aplicação para a mistura com PEBD
na produção de filmes para embalagens e, principalmente, para coberturas na
agricultura e sacolas. O Processo Otey em que o amido é agregado ao
polímero formando uma mistura com características melhores que no processo
anterior, admitindo uma quantidade de até 50% de amido, dependendo da
finalidade. (OTEY, 1980, citado por SOTERO, 2000).
GUILBERT (2000) define três tipos de materiais biodegradáveis: 1) Os
polímeros agrícolas. usados unitariamente ou em mistura com polímeros
sintéticos biodegradáveis; 2) Os polímeros de origem microbiana, formados a
partir da fermentação de produtos agrícolas e usados como substrato.
AVEROUS (2002) identifica nessa classe os polihidroxi-alcanoatos, PHA e o
seu representante mais conhecido, o polihidroxibutirato covalerato, PHBV; 3)
Os polímeros de origem biotecnológica, polimerizados por processos químicos
convencionais e obtidos a partir do produto da fermentação de matérias primas
agrícolas usadas como substrato. O material mais conhecido desta categoria, é
o ácido polilático (PLA).
AVEROUS (2002) adiciona a esses, uma quarta classe: os polímeros
derivados por ntese, obtidos da indústria petroquímica por via sintética
clássica. Esta última via é representada por numerosos polímeros e subgrupos:
policaprolactonas - PCL; poliésteraminas - PEA; copoliéster alifáticos ou
polibutileno tereftalato - PBT; succinato adipato - PBSA; copoliéster alifaticos
co-trefilatos ou polibutileno adipato tereftalato - PBAT.
O policaprolactona - PCL e o ácido polilático - PLA são os polímeros
que dominam o mercado, com exceção dos derivados de amido (AVEROUS,
2002). A Figura 2, apresenta as diferentes famílias de biopolímeros, com suas
matérias primas.
12
Figura 2 - Famílias de biopolímeros, com suas matérias primas.
FONTE: Adaptado de AVEROUS (2002) e WEBER (2000).
Os plásticos biodegradáveis desenvolvidos, em suas possíveis formas
de aplicação, podem virar adubo, ração para gado ou peixes, pois são
bioassimiláveis e biofragmentáveis, haja vista que são metabolizáveis em
qualquer organismo vivo pelas enzimas biopolimerases naturais, que justifica
uma produção limpa (SEBIO; CHANG, 2005).
Um dos aspectos importantes e que contribui para se entender melhor
o processo de biodegradação é a origem da comunidade microbiana. Os
tecidos animais contêm, geralmente, menor proporção de carboidratos em
relação aos vegetais e microrganismos. A degradação de um substrato
complexo, folhas tecidos microbianos mortos ou exoesqueletos de insetos,
processa-se mais rapidamente na presença de uma comunidade microbiana do
que na presença de uma única população (TAUK, 1990).
2.3.1 Polímeros de Amido
O amido é um material biodegradável extraído de fonte renovável de
matérias-primas, tais como: cereais, raízes, etc.
De acordo com CURVELO, CARVALHO e AGNELLI, (2001), os
estudos com amido para produção de bioplásticos iniciaram-se nos anos 1970.
13
O amido apresenta as vantagens de ter um custo baixo, ser abundante e
renovável. Além disso, está presente sob várias formas em função da origem
da matéria-prima (LAWTER; FISCHER, 2000).
O amido não é um verdadeiro termoplástico (termo plastic starch
TPS), mas na presença de plastificante (água, glicerina, sorbitol, etc.), em altas
temperaturas (90 a 180ºC) e cisalhamento, ele derrete e flui, permitindo seu
uso em equipamentos de injeção, extrusão e sopro, tal como os plásticos
sintéticos (CURVELO; CARVALHO; AGNELLI, 2001). Entretanto, é necessária
a adição de um plastificante adicional, além da água, tal como um poliol que
será pouco influenciado pelas condições atmosféricas em mecanismo de
sorção - desorção e que permitirá a obtenção de uma fase fundida em
temperatura inferior à da degradação do amido (AVEROUS, 2002).
É possível produzir filmes de amido pelo enxerto com polímeros, tais
como o polietileno (PE). Apenas o amido é biodegradável e esses filmes estão
sendo abandonados (LAWTER; FISCHER, 2000).
Para AVEROUS et al. (2000), além da sensibilidade à umidade, o fato
dos biopolímeros de amido apresentarem propriedades mecânicas que se
alteram com o tempo, a baixa força de resistência ao impacto e, no caso dos
produtos termoformados, a pequena espessura dos produtos formados limitam
o uso dos derivados de amido.
Para melhorar a impermeabilização dos produtos biodegradáveis de
amido, AVEROUS (2002) sugere incorporar polimeros biodegradáveis,
renováveis ou sintéticos. Segundo CURVELO, CARVALHO e AGNELLI (2001),
a resistência à umidade pode ser melhorada com adição de polímeros
sintéticos, de agentes de ligação cruzada tais como sais de Ca e Zn ou a
adição de lignina.
As propriedades dos TPS (termo plastic starch) variam em função do
tipo de amido utilizado, com ênfase para o teor de amilose. A Tabela 1 mostra
as propriedades, formulação inicial e final de TPS à base de amido de trigo,
com diferentes níveis de plastificação.
14
Tabela 1 - Propriedades, formulação do TPS (de amido de trigo)em função
da porcentagem de amido
PROPRIEDADES, FORMULAÇÃO INICIAL E FINAL DE TPS À BASE DE
AMIDO DE TRIGO, COM DIFERENTES NÍVEIS DE PLASTIFICAÇÃO
Amido %
Umidade (*
)
Teor de glicerol
(Amido %)(*)
Densidade
Transição
vítrea (ºC)
Módulo
(Mpa)
1 74 16(9) 14(14) 1,39 43 997
2 70 12(9) 26(25) 1,37 8 52
3 67 9(12) 36(35) 1,35 -7 26
4 65 0(13) 54(50) 1,34 -20 2
Nota: (*) os dados entre parênteses foram obtidos após a formação (extrusão e injeção -
moldagem) e equilíbrio em 23ºC e 50% de umidade relativa.
FONTE: LOURDIN, DELLA VALLE e COLONIA (1999).
2.3.1.1 Filmes (películas) de amido
A busca por embalagens que protejam os alimentos, da forma mais
natural possível e sem prejuízo ao meio ambiente, ocorre em escala mundial.
Uma das alternativas é a substituição dos derivados de petróleo por novas
matérias-primas, como o amido e a proteína, na forma de filmes e
recobrimentos comestíveis. De maneira geral, os filmes de fécula de mandioca
sem aditivos mostraram-se resistentes e elásticos, porém pouco flexíveis,
transparentes e altamente permeáveis ao vapor de água, além de
apresentarem estrutura homogênea, compacta e de baixa higroscopicidade. A
espessura dos filmes de amido influenciou fortemente as propriedades
mecânicas, principalmente nos testes de perfuração e relaxamento de tensão,
as propriedades óticas e a permeabilidade ao vapor de água. A glicerina
apresentou o efeito plastificante mais importante nos filmes de fécula de
mandioca (VICENTINI, 2003).
A fécula de mandioca é capaz de formar filmes transparentes, mesmo
sem tratamento químico ou plastificante. Entretanto, o uso de plastificantes
pode melhorar a flexibilidade dos filmes.
Conforme THIRÉ (2006), filmes recobertos com fina camada
polimérica, apresentaram uma redução de até 80% na absorção de água,
15
indicando uma redução significativa na natureza hidrofílica do material à base
de amido, após o recobrimento.
Os filmes à base de amido existentes no mercado são compostos,
principalmente, de amido complexado com poliésteres termoplásticos, tais
como o poli caprolactona (PCL), para formar produtos biodegradáveis e
compostáveis (BASTIOLI, 2000). Pode ser policaprolactona o prefixo não é
separado)
Filmes obtidos a partir de proteínas, buscando-se obter filmes
biodegradáveis, com boas propriedades mecânicas e baixa permeabilidade ao
vapor d’água. Estudo demonstra que é possível obter filmes biodegradáveis a
partir de queratina de penas de frango com diferentes características
(MARTELLI, 2006).
As propriedades dos amidos plastificados dependem muito da
umidade. Como a água tem alto poder plastificante, o comportamento do
material é modificado em função da umidade relativa do ar (AVEROUS, 2002).
Quanto maior o teor de plastificante (poliol) maior absorção de umidade.
2.3.1.2 Bandejas termoformadas
Para Alves et al. (1998), citados por CASTRO (2004), o conhecimento
do tipo de material utilizado na embalagem permite uma avaliação preliminar
da compatibilidade embalagem/produto e facilita a execução de ensaios físicos,
químicos e mecânicos, bem como a interpretação dos resultados fornecidos.
Sabe-se que as bandejas de fécula de mandioca são produzidas de
material altamente hidrofílico, variando sua umidade com o meio em que estão
sendo armazenados. Apesar das bandejas de poliestireno expandido
apresentarem estruturas porosas, elas não interagem com o meio em que
estão sendo armazenadas, pois seu peso não se altera com a umidade do
meio (CASTRO, 2004).
SHOGREN et al. (1998) afirma que em embalagens de amido, quando
armazenadas em meios com umidade relativa inferior a 50%, ocorre a
diminuição da resistência mecânica, aumentando sua fragilidade com a
16
ocorrência de fraturas. A flexibilidade das embalagens de amido aumenta com
a absorção da umidade e, conseqüentemente, aumenta a sua plasticidade.
2.3.2 Polímeros de Mamona
A mamona (Ricinus communis) é uma planta com características
propícias para cultivo no clima tropical do Brasil, possui grande potencial
oleoquímico, podendo garantir o fornecimento de polióis e pré-polímeros a
partir de ácidos graxos, conforme Ohara et al. (1995), citados por REZENDE
(2001).
O óleo de mamona é o mais importante constituinte da semente de
mamona, sendo o ácido ricinoléico, CH
3
(CH
2
)
5
CH(OH)CH
2
CH=CH(CH
2
)
7
COOH, o
seu maior componente. É considerado um óleo nobre, pois apresenta a
derivação de mais de 550 subprodutos, utilizados na produção de plásticos
biodegradáveis, componentes para tintas, combustíveis, lubrificantes,
inseticidas e tantos outros produtos (SOTERO, 2000).
O grupo hidroxila confere ao óleo da mamona a propriedade de álcool.
Além disso, é um óleo bastante estável em variadas condições de pressão e
temperatura. Possui três grupos funcionais altamente reativos na sua
composição: um grupo carboxila (– COOH) no carbono 1, uma dupla ligação no
carbono 9 e a hidroxila (–OH) no carbono 12 que, juntas, englobam todas as
suas qualidades específicas, produzindo uma infinidade de produtos industriais
com várias aplicações e outros produtos especiais, usados na atualidade
EMBRAPA (2005).
O óleo de mamona é na realidade um poliéster, formado por três
moléculas do ácido ricinoléico (ácido 12-hidroxi-oléico, ou C
18
H
34
O
3
), cada uma
com um grupo hidroxila no carbono 12, propício para polimerização por meio
de ligações uretana. Polímeros de poliuretano derivados do óleo de mamona
revelam um produto biocompatível, atóxico, com baixíssima hidrofilia e de baixo
custo (IGNÁCIO et al., 1997). É sabido que a força de resistência à ruptura dos
poliuretanos elastoméricos puros é pequena. A adição de fios de poliéster
17
poderá aumentar a resistência mecânica, como sugerido por FONSECA
(1997).
O material polimérico de óleo de mamona pode ser preparado tanto
com consistência elástica, semelhante à da borracha de silicone, ou rígida
como o cimento acrílico, e parece próprio para a fabricação de larga variedade
de implantes ósseos, para substituição de partes do esqueleto (IGNÁCIO et al.,
1997).
A bioespuma, um composto biodegradável obtido a partir do óleo de
mamona, poderá substituir o isopor na maioria de suas aplicações. Trata-se de
um polímero caracterizado principalmente pela ligação química uretana
(RNHCOOR), que lhe rigidez e flexibilidade. A ligação uretana é a principal
responsável pelas propriedades físicas da bioespuma, como: textura,
densidade, resilência (resistência ao choque) e resistência à compressão
(CHIERICE, 2005). A rápida degradação da bioespuma explica se pela
configuração das ligações químicas de sua molécula, que permite o ataque por
microrganismos.
2.4 BIODEGRADAÇÃO
A biodegradação é uma das variedades da quimiodegradação. Os
compostos quimicamente ativos (as enzimas, na maior parte do tempo) são,
neste caso, produzidos por parte dos microrganismos.
Considerando os resultados de vários testes, WITT et al. (1997)
definem a degradabilidade biológica de um material polimérico como um
processo causado pela atividade biológica, promovendo modificação da
estrutura química natural do material, pela ocorrência de produtos finais do
metabolismo dos microrganismos. Dessa maneira, a degradabilidade é
profundamente afetada pelas condições do meio, pela presença de aditivos na
formulação e pelo tipo de polímero.
18
Para GOPFERICH (1996), biodegradação é o processo de cisão de
cadeia xxxxx, durante o qual a cadeia polimérica é clivada para formar
oligômeros e finalmente monômeros.
A biodegradação é um processo complexo que envolve grande número
e variedade de microrganismos na decomposição. Existem pelo menos quatro
grupos distintos desses microrganismos aeróbicos: celulolíticos,
hemicelulolíticos, pectinolítícos e ligninolíticos, que necessitam de grande
quantidade de energia no processo, com exceção dos anaeróbios. TAUK
(1990) destaca que o estudo da biodegradação pode apresentar metodologia
simples, entretanto é trabalhosa e muitas vezes demorada.
A degradação biológica em um ambiente aeróbio é significativamente
influenciada por todos os parâmetros que influenciam a atividade biológica dos
microrganismos. De interesse especial são a disponibilidade de oxigênio e
nutrientes, temperatura, umidade, pH e a atividade microbiana. Além dos
efeitos enzimáticos, os micro-organismos podem causar ataques
fisico-químicos (fotoquímico, hidrolítico, oxidativo), produzindo ácidos durante o
processo de degradação.
De acordo com o trabalho de SOUZA e LOPES (1993), o mecanismo
de degradação dos polímeros biodegradáveis tem basicamente duas etapas
principais: a degradação primária, constituída por catálise enzimática, oxidação
e força sica; e a degradação secundária exercida pelo ataque enzimático dos
microrganismos.
Na avaliação da biodegradação de polímeros em solo compostado,
ROSA et al. (2006) observam que o poli-b-(hidroxibutirato) (PHB) degradou
mais rápido que o poli-b-(hidroxibutirato-co-valerato) (PHB-V) e o
poli-(e-caprolactona) (PCL). Isso ocorreu, provavelmente, por causa da sua
estrutura química que pode ser atacada mais facilmente pelos
microorganismos (Figura 3).
19
poli-β-(hidroxibutirato)(PHB) poli(ε-caprolactona)(PCL)
poli-β-(hidroxibutirato-co-valerato) )(PHB-V)
Figura 3 - Cadeia de polímeros.
FONTE: ROSA et al. (2006).
As estruturas de maiores ramificações podem impedir a hidrólise do
material. O PCL foi o polímero que apresentou uma biodegradação menos
acentuada. No caso do PCL, a baixa biodegradação deve-se, especialmente à
estrutura formada pelos grupos –CH2, que apresentam uma maior força de
ligação, e à ausência de carbonos terciários.
A composição dos polímeros, bem como suas características físicas e
químicas, tem grande influência na degradação. Os polímeros susceptíveis à
ação biológica apresentam em sua estrutura heteroátomos e cadeias alifáticas.
Os compostos aromáticos são resistentes à ação biológica. O poli(butileno
adipato-co-tereftalato) - PBAT (Figura 4) apresenta na sua cadeia polimérica
uma estrutura aromática, porém, a existência dos heteroátomos, carbonila e
cadeia alifática favorecem a ação de degradação.
Figura 4 - Cadeia de Copoliester Aromático (PBAT).
FONTE: VILPOUX e AVEROUS (2003).
20
Algumas diferenças entre os polímeros sintéticos e os polímeros
bacterianos, como a quantidade de unidades repetitivas ao longo da cadeia
química ou outras características morfológicas, como o fato de serem
hidrofóbicos facilitam a degradação em relação àqueles que são hidrofílicos. A
massa molar também interfere diretamente na biodegradação das cadeias de
carbono. Enquanto cadeias com alta massa molar dificilmente são degradadas,
as cadeias com massa molar menor são rapidamente quebradas, conforme
Brandl (1990), citado por ROSA et al. (2006).
Os testes aceitos para determinação da biodegradabilidade são:
compostabilidade, que simula a degradação em condições naturais;
degradação microbiológica com microrganismos cultivados e enzimas
purificadas, método ASTM D G21-70; entre outros. A biodegradação aeróbia foi
testada, segundo vários padrões internacionais, por diferentes organizações
como ISO, CEN, ASTM, DIN, entre outras.
A propriedade biodegradável de um polímero é determinada pela
proporção da conversão de carbono do polímero em CO
2
, em um tempo
limitado. Por exemplo, em padrões ASTM D-5338-92 e ISO/CEN 14855, 60%
de carbono do polímero tem que ser mineralizado a CO
2
, dentro de 45 dias.
estudos de biodegradação aplicados em diferentes meios: líquido,
composto e aterro. Testes de biodegradação em meio líquido são relativamente
fáceis de conduzir, pois permitem, sem dificuldade, acompanhar as amostras
com a evolução dos testes. Porém, têm a desvantagem de não representar as
reais condições de uma unidade de compostagem, pois os microrganismos de
biodegradação ativos em meio líquido são bactérias, ao invés de fungos e
leveduras como em compostagem (LONGERIAS et al. 2004).
A prática de testes de biodegradação em meios sólidos de composto é
a que mais se aproxima da realidade, porém sua complexidade restringe a
realização de análises adicionais, como a realização do balanço de carbono.
A vermiculita é um composto mineral, que em sua composição é
essencialmente formado por silicatos hidratados de ferro, alumínio, cálcio e
magnésio, (Mg,Ca)
0.7
(Mg,Fe,Al)
6.0
[(Al,Si)
8
O
20
)](OH)
4
.8H
2
O. Tem características
como: ausência de odor, é inerte, não combustível, o tóxico, não se
decompõe, é insolúvel em água e pode absorver até cinco vezes o seu peso
em água.
21
O processo de biodegradação também deve prever a integração com
os outros processos de recuperação do plástico como reciclagem, reutilização
freqüente e até mesmo incineração com baixa taxa residual (SOTERO, 2006).
Para se obter um meio de degradação de vários materiais com
precisão satisfatória, na análise de compostagem, e que permitam conferir a
biodegradabilidade, foram estudados, meios sólidos inertes, como perlite,
silicatos e vermiculita, em substituição ao meio de compostagem. Porém, a
vermiculita é o material que mais se aproximou à simulação de compostagem,
por se apresentar inerte a qualquer presença mineral necessária aos
microrganismos.
ROSA et al. (2006) apresentaram os resultados da avaliação da
biodegradação em solo compostado. As análises térmicas desses polímeros
foram realizadas utilizando-se calorimetria exploratória diferencial (DSC), a
temperatura de fusão e a cristalinidade, para cada polímero. Os resultados
mostraram que o PHB poli-b-(hidroxibutirato) degradou mais rápido que os dois
outros polímeros, o poli-b-(hidroxibutirato-co-valerato) - PHB-V e o
poli-(e-caprolactona) - PCL, provavelmente por causa de sua estrutura química
que pode ser atacada mais facilmente pelos microorganismos. O PCL foi o
polímero que apresentou uma biodegradação menos acentuada. No caso do
PCL, a baixa biodegradação deve-se principalmente à estrutura formada por
grupos –CH2 que apresentam uma maior força de ligação, à ausência de
carbonos terciários, além do valor da cristalinidade obtido. O PHB-V não
apresentou uma grande degradação, devido à sua estrutura ramificada. A
existência de uma maior ramificação pode ter impedido a hidrólise desse
material. Na Figura 4 estão representados o PHB, PCL e o PHB-V.
As porcentagens finais de mineralização para os materiais em meio
líquido, sólido inerte e meio de compostangem foram, respectivamente, 78%,
67% e 71%. Esses valores permitem a conclusão que, os tipos de materiais
estudados podem ser considerados biodegradáveis, qualquer que seja o meio,
porque a porcentagem mínima de degradação exigida de acordo com os
padrões estabelecidos pela ISO/DIS-2 17556 (ISO, 2003) é 60%. A
classificação do meio com respeito ao grau crescente de degradação
observada foi: meio líquido > meio de compostagem > meio de sólido inerte.
Porém, também foi estudada a necessidade por temperatura alta e umidade
22
aparente para iniciar a degradação de hidrolítica, deste poliéster antes do início
da ação de microorganismos. (DE QUEM É A CONCLUSÃO ?)
Finalmente, a presença de amido nos materiais em comum facilitou
degradação do Ácido Poli lático - PLA em frações. Esse resultado estava de
acordo com o trabalho prévio de Bastioli et al. (1995), citados por GATTIN et al.
(2001). Pode ser polilático o prefixo não é separado)
23
3 MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia utilizada para determinação da biodegradação e
mineralização do carbono (produção de CO2) encontra-se descrita em ISO/DIS-
2 17556 (2003).
3.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO
O experimento foi realizado no Laboratório de Saneamento da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, campus de Cascavel.
A cidade de Cascavel está localizada na região Oeste do Paraná a 24º e 58º
de latitude sul e 53º e 26º de longitude oeste de Greenwich, com altitude média
de 800 metros. O solo é classificado como latossolo vermelho e o clima da
região é temperado mesotérmico e superúmido com temperatura média anual
de 20,5ºC, precipitação anual de 1.900mm e umidade relativa de 70% a 75%.
3.2 EQUIPAMENTOS
Os testes de biodegradabilidade foram realizados em respirômetro,
descrito em ISO/DIS 17556 (2003) e representado na Figura 5.
24
Figura 5 - Esquema simplificado de respirômetro para realização dos testes
de biodegradabilidade.
NOTAS: A = representa o sistema de aeração, realizado por meio de aerador modelo
aerador de aquário;
B = solução de hidróxido de potássio (KOH 10 M), com a finalidade de filtrar o ar,
para eliminação do CO2 do ar que entra no sistema;
C = frasco contendo água para manter a umidade da vermiculita;
D = reator constituído de um erlenmeyer, com volume igual a 1000 mL, contendo o
meio sólido (180g de vermiculita), 410 mL de solução mineral e inóculo obtido de
pilha de compostagem, com o material para avaliar a biodegradabilidade.
E e F = garrafas plásticas com tampa rosqueável (500 mL) contendo 100 mL de
hidróxido de bário, solução a 0,0125M em cada uma delas, onde o CO2 reage,
tornando a solução turva quando saturada.
Os sistemas de reatores foram acondicionados em câmara incubadora
do tipo BOD (Figura 6), sob temperatura controlada e constante a 45ºC. O
sistema de aeração foi realizado por meio de aerador modelo aerador de
aquário, com vazão de 2,5 L. min
–1
.
Figura 6 - Incubadora tipo BOD, para realização dos testes de
biodegradabilidade.
25
A Figura 7 mostra o frasco “B” que contém hidróxido de potássio, com
concentração 10M, em erlenmeyer de 500 mL, para purificação do ar
(eliminação do CO
2
) injetado pelo sistema de aeração, garantindo que o ar
introduzido esteja desprovido de dióxido de carbono.
No frasco “C”, garrafa plástica de 500 mL com tampa rosqueável. foi
colocado água, para manter a umidade de 40 a 60%. O frasco “D” é constituído
de um erlenmeyer de 1000 mL, contendo o meio sólido inerte de vermiculita em
solução, no qual foi colocado o material a ser avaliado quanto à
biodegradabilidade.
A Figura 7 mostra o respirômetro utilizado nos testes de
biodegradabilidade.
Figura 7 - Foto do respirômetro: a, aerador. Seqüência dos frascos b, c, d,
e, f.
26
3.3 MATERIAIS AVALIADOS QUANTO À BIODEGRADABILIDADE
Os materiais avaliados quanto à biodegradabilidade em meio sólido
inerte foram finamente triturados em moinho multiuso TE-631/2 TECNAL
®
,
antes de serem introduzidos no reator.
Após a instalação do experimento, a biodegradabilidade dos materiais
foi determinada pela quantificação do dióxido de carbono liberado.
3.3.1 Descrição
Os materiais avaliados quanto à biodegradabilidade, foram cedidos
pela Empresa Natu-Lyne – Materiais Biodegradáveis, Botucatu – SP.
Figura 8 - Bandejas termoformadas de fécula de mandioca.
27
Figura 9 - Bandejas termoformadas de fécula de mandioca com filme de
óleo de mamoma.
Figura 10 - Bandeja termoformada de óleo de mamoma.
NOTAS: A) bandeja termoformada da fécula de mandioca (Figura 8);
B) bandeja termoformada da fécula de mandioca com revestimento de filme de óleo
mamona (Figura 9);
C) bandeja termoformada de óleo de mamona (Figura 10).
28
3.3.2 Preparo
Antes da avaliação da bidegradabilidade os materiais foram triturados
de acordo com o seguinte procedimento: cortou-se o material, colocou-se em
almofariz de 2 litros (Figura 11) e foi adicionado um volume de nitrogênio
líquido até ficar imerso. Deixou-se evaporar, acrescentou-se mais outro volume
de nitrogênio líquido, deixando-se também evaporar totalmente, iniciando então
a redução dos cubos por maceração em frações menores. então o material
foi levado ao moinho refrigerado multiuso TE-631/2 TECNAL
®
(Figura 12),
moídos finamente em rotação de 1700 rpm, por 1 minuto.
Os trabalhos de trituração, com o uso do moinho refrigerado multiusO,
facilita a trituração do material a baixa temperatura. Essa etapa foi executada
no laboratório de Bioquímica da Universidade Paranaense - UNIPAR, campus
de Toledo – Paraná.
Figura 11 - Cubos de material em almofariz com N
2
líquido.
29
Figura 12 - Moinho multiuso refrigerado.
Na Figura 13 encontra-se o material preparado para o teste de
biodegradabilidade.
Figura 13 - Material moído em moinho multiuso
30
3.4 SUBSTRATO
O substrato utilizado nos testes de biodegradabilidade foi o meio sólido
inerte de vermiculita, de granulometria fina (GATTIN et al. 2002). No reator no
qual ocorre a biodegradação (frasco “D da Figura 5) foram introduzidos 180 g
de vermiculita, 410 mL de solução mineral e 45 mL de inóculo obtido de
compostagem de resíduo de poda de árvores (extrato de composto), segundo
procedimento descrito por LONGIERAS et al. (2004).
A composição da solução mineral utilizada no reator é representada na
Tabela 2.
Tabela 2 - Composição mineral da solução para o teste em meio sólido inerte
SAIS MINERAIS COMPOSIÇÃO g / 5L
CaCl
2
. 2H
2
O 0,6500
Na
2
HPO
4
. 2H
2
O 34,8500
KH
2
PO
4
18,7500
(NH
4
)
2
SO
4
20,0000
MgSO
4
. 7H
2
O 1,0000
FeSO
4
. 7H
2
O 0,0135
MgnO
4
. 7H
2
O 0,0050
ZnSO
4
. 7H
2
O 0,0050
H
3
BO
3
0,0050
KI 0,0050
(NH
4
)
6
Mo
7
O
2
. 4H
2
O 0,0050
FONTE: LONGIERAS et al. (2004).
3.5 INÓCULO
Na obtenção do inóculo, seguiram-se os procedimentos descritos por
LONGUIERAS et al. (2004).
31
O inóculo utilizado nos testes de biodegradabilidade foi extraído de
material de compostagem derivado de resíduos de poda de árvores, retirado de
leira (largura: 2,5m x altura: 1,6m x comprimento:8,0m) com ,aproximadamente,
60 dias de decomposição. O material foi retirado de uma profundidade na leira,
de aproximadamente 40 cm, que apresentava maior atividade bacteriana, o
que se notou pela temperatura de 38ºC, aproximadamente, nos pontos de
coleta. O material foi proveniente da Empresa de Reciclagem Solovel Agrícola,
localizada na rodovia BR-PR - 486, km 2.
3.5.1 Obtenção do Extrato
Primeiramente foram descartados os materiais grosseiros e resíduos
inorgânicos. O material restante foi homogeneizado e peneirado, em peneira de
malha 1 cm. Da fração peneirada, utilizou-se 15g, que apresenta as seguintes
características: conteúdo de matéria seca, 60,2%; cinzas, 55,0%; pH, 8.0; e
relação de C:N, 1:10.
Aos 15 g peneirados, do composto derivado de resíduos de poda,
foram acrescentados 150 mL de solução Ringer, conforme Tabela 3. Essa
mistura foi homogeneizada por 1 hora, em agitador magnético, obtendo-se o
extrato.
Tabela 3 - Composição da solução Ringer
SAIS MINERAIS COMPOSIÇÃO g/L
NaCL
9,00
KCL
0,42
CaCL
2
0,48
NaHCO
3
0,20
FONTE: LONGIERAS et al. (2004).
O extrato obtido foi filtrado em peneira 0,125cm, para excluir as
partículas maiores. Em seguida, o filtrado foi centrifugado em centrífuga marca
CELM, modelo LS-3 Plus a 3.200 rpm por 30 minutos. O sobrenadante foi
32
descartado e ao resíduo sólido restante foram misturados 150 mL de solução
Ringer e centrifugado novamente, nas mesmas condições. Esse procedimento
foi repetido cinco vezes. O resíduo final foi diluído em 150 mL de solução
Ringer e, então, caracterizado o inóculo.
3.5.2 Caracterização Microbiológica do Inóculo
A caracterização microbiológica do inóculo foi realizada no Laboratório
de Controle Microbiológico de Água, Alimentos e Medicamentos, do curso de
Farmácia da Unioeste, campus de Cascavel.
Na primeira etapa, foram utilizados 10 mL do inóculo, diluídos em 90
mL de solução fisiológica, obtendo-se diluição 10
-1
. Em tubo de ensaio
contendo 9 mL de solução fisiológica, foi adicionado 1 mL da diluição 10
-1
,
resultando numa diluição 10
-2
e, assim, sucessivamente, até atingir a diluição
10
-6
. A Figura 14 representa o processo de diluição.
Figura 14 - Esquema simplificado da diluição do inóculo.
Posteriormente, foi transferido 0,1 mL de cada diluição, em duplicata,
para placas de Petri contendo o meio Plate Count Agar (PCA), e após,
espalhado com alça de Drigalski. Foram preparadas 10 placas de Petri, duas
para cada diluição, 10
-2
a 10
-6
, (Figura 15).
33
Figura 15 - Esquema da distribuição em meio de cultura do inóculo diluído
para o desenvolvimento de microorganismos.
3.6 AVALIAÇÃO DA BIODEGRADABILIDADE
O experimento foi conduzido até 45 dias e, acompanhado por vinte e
um dias após ter atingido a estabilização da liberação de dióxido de carbono
(fase platô), o que indica o término dos processos relacionados à
decomposição dos materiais biodegradáveis.
De acordo com a norma ISO/DIS-2 17556 (2003), que estabelece as
condições para testes de biodegradabilidade, se a fase de platô não for
atingida, deve-se acompanhar o experimento por um período de no máximo
seis meses. Os testes de biodegradabilidade foram realizados em duplicatas,
ou seja, para cada material avaliado foram montadas duas linhas de
respirômetros (Figura 5).
Além dos respirômetros instalados para avaliação dos três materiais
biodegradáveis, foram instalados também respirômetros para o branco (em
duplicata). O reator do branco recebeu somente vermiculita, meio mineral e
inóculo, para quantificar outras contribuições de CO
2
, que não a decorrente do
processo de biodegradação dos materiais avaliados.
34
A Tabela 4 mostra a preparação do material nos reatores para a
avaliação da biodegradabilidade.
Tabela 4 - Preparo dos reatores para os testes de biodegradabilidade
MATERIAL VERMICULITA
INÓCULO
MINERAL
MEIO
BIODEGRADÁVEL
MATERIAL
Bandeja termoformada
de fécula de mandioca
+ + + +
Bandeja termoformada
de cula de mandioca
com filme de mamona
+ + + +
Bandeja termoformada
de mamona
+ + + +
Branco + + + -
NOTA: + : recebeu o material; – : não recebeu o material.
Nos reatores, adicionaram-se as seguintes quantidades de material
biodegradável:
a) bandeja termoformada de fécula de mandioca: 5g, com teor de
carbono correspondente a 397,39 g/kg;
b) bandeja termoformada de fécula de mandioca com cobertura de
filme de mamona: 8g, com teor de carbono correspondente a 253,22 g/kg;
c) bandeja termoformada de óleo de mamona: 10g, com teor de
carbono correspondente a 241,52 g/kg, conforme Tabela 5.
Tabela 5- Massa disposta nos reatores para os testes de
biodegradabilidade
MATERIAL REATOR (g)
MASSA NO
CARBONO
(g/kg)
TEOR DE
NO REATOR
(g)
MASSA DE
CARBONO
Bandeja termoformada de
fécula de mandioca
5,0 397,39 1,99
Bandeja termoformada de
fécula de mandioca com
filme de mamona
8,0 253,22 2,03
Bandeja termoformada de
mamona
10,0 241,52 2,42
35
3.6.1 Quantificação de CO
2
Liberado
O gás carbônico (CO
2
) desprendido no processo de degradação foi
absorvido em solução de hidróxido de bário Ba(OH)
2
. 8H
2
O 0,0125 moL/L e
determinado como massa de CO
2
absorvida (mg). O CO
2
produzido reage com
o hidróxido de bário (Ba(OH)
2
) que é precipitado na forma de carbonato de
bário (BaCO
3
), tornando a solução turva, reação 1 (Equação 1), frascos “E” e
“F” da Figura 5. A quantidade de CO
2
produzida é determinada pela titulação
do Ba(OH)
2
restante com a solução padrão de ácido clorídrico (HCL)
0,05 mol/L, reação 2 (Equação 2). Usa-se fenolftaleína como indicador para
determinar o ponto de viragem.
CO
2
+ Ba(OH)
2
BaCO
3
+ H
2
O (01)
Ba(OH)
2
+ 2HCL CL
2
+ 2 H
2
O (02)
A quantidade de CO
2
liberada num tempo (t) de processo é calculada
pela Equação 3 (ISO/DIS-2 17556 (2003):
m = (((2 cB * VB0) / cA) - ( VA * VBT / VBZ)) * cB * 22 (03)
Em que:
m = massa de CO2 absorvida no frasco (mg);
cA = concentração exata da solução de HCL (moL/L);
cB = concentração exata da solução de Ba(OH)2 (moL/L);
VB0 = volume da solução de Ba(OH)2 no começo do teste (mL);
VBT = volume da solução de Ba(OH)2 no tempo “t” antes de
titulação (mL);
VBZ = volume das alíquotas da solução de Ba(OH)2 usado para
titulação (mL);
VA = volume da solução de HCL gasto para titulação (mL);
22 = meio molar de CO2.
36
A freqüência de substituição dos frascos “E” e “F” (Figura 7), durante o
experimento para proceder a titulação depende das condições do processo de
biodegradação, ou seja, quanto maior a atividade de produção de CO
2
, maior a
freqüência na troca de frascos e titulação. O indicativo para a retirada dos
frascos é a aparência da solução dos frascos “E” e “F” (Figura 7). Quando a
mesma apresentar-se turva, recomenda-se a remoção, pois nesta situação a
solução do frasco “E” está saturada, ficando o CO
2
retido somente no
frasco “F”.
3.6.2 Determinação da Biodegradabilidade
Conforme estabelecido pela ISO 17556 (ISSO, 2003), a quantidade
teórica de CO
2
é expressa pela Equação 4:
Tc = m . Xc. (44/12) (4)
Em que:
Tc = quantidade teórica de dióxido de carbono (mg);
m = massa do material teste (mg), introduzido no sistema;
Xc = conteúdo de carbono do material teste, determinado a
partir da fórmula química ou calculado pela análise
elementar e expresso em fração da massa;
44 e 12 = massa molar e massa atômica do dióxido de carbono,
respectivamente.
Para a determinação da porcentagem de biodegradabilidade Dt (%)
dos materiais em teste a partir da quantidade de dióxido de carbono liberado,
foi utilizada a Equação 5 (ISO 2003).
Dt =
Ct
Cb x 100
TC
(5)
37
Em que:
Dt: = % de biodegradabilidade dos materiais a partir da quantidade
de dióxido de carbono liberado;
∑Ct: = dióxido de carbono liberado no frasco teste entre o início do
teste e o tempo t, (mg);
∑Cb = dióxido de carbono liberado no frasco branco controle entre o
início do teste e o tempo t (mg);
TC = quantidade teórica de dióxido de carbono do material teste
(mg).
3.6.3 Análise dos Resultados
Para análise dos resultados foram plotadas curvas de produção
acumulada de CO
2
, taxa de mineralização e de produção horária de CO
2
ao
longo do tempo, para cada um dos materiais avaliados.
38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ISOLAMENTO DOS MICRORGANISMOS DO INÓCULO
Para o isolamento dos microrganismos presentes no inóculo, utilizado
no testes de biodegradabilidade em meio sólido inerte de vermiculita,
incubou-se o material em meio para o desenvolvimento de bactérias e fungos à
temperatura de 35 - 45ºC por 48 horas.
Na Figura 16 pode-se visualizar o desenvolvimento de bactérias e
fungos do inóculo.
Figura 16 - Placas de Petri com desenvolvimento de bactérias e fungos em
meio de cultura.
4.1.1 Isolamento dos Microrganismos Consumidores de Amido
Isolados os microorganismos presentes no inóculo, foi iniciada a sua
avaliação, quanto ao consumo de amido. Para tanto, os microorganismos
39
foram inoculados em Placas de Petri, contendo o meio Agar Amido e incubados
a 35ºC – 37ºC, por 24 horas.
A habilidade dos microrganismos em consumir o amido, foi indicada
pelo halo transparente (claro) formado ao redor das colônias, quando da
aplicação de solução de iodo (Figura 17).
Figura 17 - Placas de Petri submetidas ao teste de iodo.
Dos organismos identificados, quatro apresentaram habilidade em
degradar o amido: dois deles cresceram em meio PCA e os outros dois em
meio PDA, sendo um deles fungo filamentoso.
Neste ensaio, o foram testadas espécies de fungos ou bactérias,
somente foi realizado um levantamento da existência desses microrganismos
no inóculo, com atividade para decomposição de materiais à base de fécula de
mandioca e mamona.
Devido à falta de equipamento e material adequado, não foi possível a
determinação do gênero e espécie de fungos e bactérias, podendo-se
estabelecer determinação posterior.
Um polímero biodegradável, segundo a American Society for Testing
and Material - ASTM e a International Organization for Standardization ISO,
degrada-se primeiramente sob a ação de microrganismos, tais como bactérias,
fungos, algas e leveduras (Beach et al., 1996, citados por CASTRO, 2004).
Segundo TAUK (1990), a degradação de diferentes resíduos depende
das condições locais e regionais, como clima, solo, vegetação, fauna e
microrganismos decompositores. O autor comenta também que a adversidade
bioquímica dos substratos é importante para que os organismos possuam
40
amplo espectro de enzimas extracelulares para convertê-los em metabólitos
assimiláveis.
TAUK (1990) apresenta, em processo de decomposição fúngica em
folhedo do cerrado, a caracterização dos gêneros de fungos com maior
freqüência no experimento: Trichoderma, Absidia, Fusarium, Cytindrocladium,
Penicilium e Aspergillus. Muitos microrganismos do solo como fungos,
bactérias e actinomicetos podem sintetizar melaninas, podem secretá-las ou
retê-las em suas células e esporos. As melaninas de algumas espécies são
similares aos ácidos húmicos com elevada acidez, podendo causar certa
resistência à degradação microbiana.
4.2 BIODEGRADABILIDADE DOS POLÍMEROS DE MANDIOCA E
MAMONA
O processo foi acompanhado, conforme determinação das normas da
biodegradabilidade ASTM e ISSO, por um período de 45 dias, em vermiculita a
45ºC, com 45 mL de inóculo, proveniente de composto de resíduo verde.
De acordo com as normas de avaliação da biodegradabilidade (ASTM
e ISO), 60 % do C do polímero deve ser mineralizado para CO
2
em 45 dias,
para que ele possa receber a designação de “biodegradável”.
Nas Figuras 18, 19 e 20 são apresentadas as curvas de mineralização
do carbono (Equação 5), para bandeja termoformada de fécula de mandioca,
bandeja termoformada de fécula de mandioca com filme de mamona e para
bandeja termoformada de óleo de mamona, respectivamente, em que R
1
representa a amostra 1 e R
2
representa a amostra 2 de cada experimento,
realizado em duplicata.
41
Bandeja decula
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00
Tem po de Processo (h)
Mineralização /%)
% m ineraliz. R1
% m ineraliz. R2
Figura 18 - Mineralização da matéria orgânica da bandeja termoformada de
fécula de mandioca ao longo do processo.
Bandeja + Film e
0
10
20
30
40
50
60
70
0 200 400 600 800 1000 1200
Tem po de Processo (h)
Mineralização (%)
% m ineraliz. R1
% m ineraliz. R2
Figura 19 - Mineralização da matéria orgânica da bandeja termoformada de
fécula de mandioca com filme de mamona ao longo do processo.
42
Bandeja de M am ona
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00
Tem po de processo (h)
Mineralização (%)
% m ineraliz. R1
% m ineraliz. R2
Figura 20 - Mineralização da matéria orgânica da bandeja termoformada de
óleo de mamona, ao longo do processo.
Para a bandeja termoformada de fécula de mandioca observou-se fase
de latência de 14 horas. A fase de latência para a bandeja termoformada de
fécula de mandioca com filme de mamona foi de 13,5 horas e para a bandeja
termoformada de mamona, a fase de latência foi de 14,5 horas. As taxas de
mineralização obtidas no final do processo de 1.080 horas foram consideradas
satisfatórias para as amostras de bandeja termoformada da fécula de mandioca
e bandeja termoformada da fécula de mandioca com revestimento de filme de
de mamona, segundo as normas internacionais para biodegradabilidade de
materiais.
Pelos resultados da biodegradação, obtidos para taxa de mineralização
da bandeja termoformada de fécula de mandioca, em duplicata, a média foi de
66,44%. Pode-se notar que a bandeja termoformada de fécula de mandioca
(Figura 18), iniciou o período de inclinação, para estabilização da curva de
mineralização (fase platô), a partir do 2 dia com taxa de média de 54%. Para
a bandeja termoformada de fécula de mandioca com revestimento de filme
(Figura 19), em duplicata, a média foi de 62,36%. Nota-se que, o período de
inclinação da curva de mineralização, iniciou, a partir do 21º dia com taxa de
média de 58%. Para a bandeja termoformada de óleo de mamona (Figura 20),
43
em duplicata, a média foi de 13,82%. Nota-se que, o período de inclinação da
curva de mineralização, iniciou a partir do 21º dia, para uma amostra e 32º para
a outra.
Pode-se observar que a bandeja de fécula de mandioca apresentou
porcentagem de degradação um pouco mais elevada: 6,42%, em relação à
bandeja termoformada de fécula de mandioca com filme de mamona,
considerando-se o mesmo tempo de degradação. A bandeja termoformada de
óleo de mamona apresenta diferença de 77,84% da degradação para bandeja
termoformada de fécula com filme de mamona e 79,26% em relação à bandeja
termoformada de cula. Isso pode ser atribuído aos aditivos de óleo de
mamona no processo de fabricação das bandejas que, de uma ou de outra
maneira, podem ter interferido no processo enzimático (CASTRO, 2004).
Em teste com inóculo, LONGIERAS et al. (2004) obtiveram uma taxa
de mineralização em vermiculita não ativada de 68,9%, com 15 mL de inóculo,
durante 18 dias de processo, uma taxa de mineralização de 72,9%, com 45 mL
de inóculo, durante 18 dias de processo, ambos os testes a 58ºC. Desse modo,
o ensaio de inóculo de LONGIERAS et al. (2004) mostrou que a quantidade de
inóculo influenciou na taxa de mineralização, mas não influenciou na fase de
latência e na fase de platô. GATTIN et al. (2002), em ensaio comparativo da
biodegradabilidade de amido e poly (ácido polylático), utilizando meio sólido
inerte com vermiculita, encontrou uma taxa de mineralização em torno de 67%
para o amido, no período de 45 dias com temperatura estabilizada em 58ºC e
15 mL de inóculo proveniente de composto verde. LONGIERAS et al. (2004),
em estudo da biodegradabilidade do amido com 45 mL de inóculo verde a
58ºC, no período de 45 dias, em meio sólido inerte, encontrou taxas de
mineralização entre 71% e 90%.
A degradação biológica em um ambiente aeróbio representam as reais
condições ou o mais próximo possível de uma unidade de compostagem,
devido ao fato de que os microrganismos de biodegradação ativos em um meio
são bactérias, fungos e leveduras, conforme citado em LONGIERAS et al.
(2004) .
Neste trabalho, os resultados obtidos quanto à taxa de mineralização,
para bandeja de fécula de mandioca e bandeja de fécula de mandioca com
filme de mamona foram satisfatórios, em relação aos trabalhos citados na
44
literatura e recomendados por ISO e ASTM. Para a bandeja termoformada de
óleo de mamona, esses resultados podem ser considerados como
insuficientes. A baixa biodegradação deve-se principalmente à presença do
filme poliuretano, derivado do óleo de mamona que apresenta baixa hidrofilia,
estrutura formada por grupos –CH2, que apresenta forte ligação e por
apresentar uma estrutura química bastante estável, em condições ambiente
(CHIERICE, 2005). A caracterização da baixa biodegradação, em relação às
mesmas condições das demais amostras, é representada no comportamento
da curva na Figura 20. Observou-se também que ocorreram problemas de
perda de CO
2
, durante o processo.
Constatou-se que dos resultados apresentados na taxa de
mineralização dos compostos avaliados, dois apresentam estrutura química
semelhante, tendo em sua composição base a fécula de mandioca, alterando
somente no aditivo de um filme de mamona com percentual não quantificado,
porém, os resultados da taxa de mineralização estão bem próximos. Em outra
bandeja, constituída de óleo de mamona, notou-se uma expressiva diferença
no percentual de mineralização. O volume de inóculo utilizado segue citação de
LONGIERAS et al., (2004). Para a degradação da fécula de mandioca e da
fécula de mandioca com filme, na temperatura de 45ºC, xxxxxx mostrou-se
compatível para degradação desses materiais. A temperatura pode ter
influenciado no desenvolvimento do grau de atividade enzimática bacteriana do
inóculo, fazendo com que as bactérias na degradação atuassem de forma
eficiente, para essa temperatura do processo, para a degradação do polímero
de óleo de mamona, com concentração de uretana maior e mais estável, em
relação à bandeja com filme.
Deve-se considerar a composição química do composto verde e a
composição de microrganismos que influenciam na biodegradação dos
compostos e, consequentemente, no resultado da taxa de mineralização,
carbono acumulado e fase de latência.
SCHEREN (2005) relata taxas de mineralização para fécula de
mandioca e para bandeja termoformada de fécula de mandioca, de 43,89 e
42,71%, respectivamente, em 45 dias de processo em meio sólido inerte de
vermiculita a 36ºC, com 45 mL de inóculo proveniente de composto de resíduo
verde.
45
As taxas de mineralização obtidas foram consideradas baixas, de
acordo com as normas internacionais para biodegradabilidade de materiais à
base de amido. Embora as taxas de mineralização tenham sido baixas,
pode-se observar que a fécula de mandioca degradou mais do que a bandeja
termoformada, em relação ao mesmo tempo. Isso pode ser explicado pela
composição de polímeros na fabricação das bandejas. Dessa maneira, pelos
resultados dos ensaios de biodegradação desenvolvidos neste trabalho, em
45 dias de processo em meio sólido inerte de vermiculita a 45ºC, com 45 mL de
inóculo, relatam para taxa de mineralização da bandeja termoformada de fécula
de mandioca, 66,44%, para a bandeja termoformada de fécula de mandioca
com revestimento de filme, a taxa de mineralização foi de 62,36% e para.
Nota-se que a composição qualitativa das bandejas à base de fécula de
mandioca é semelhante, no aspecto quantitativo dos resultados de
biodegradação em um mesmo período e com mesmo volume de inóculo,
variando-se somente a temperatura, que influenciou no desenvolvimento da
atividade bacteriana do inóculo e, consequentemente, na taxa de
mineralização, atingindo os padrões das normas internacionais para
biodegradabilidade de materiais à base de amido.
O equipamento utilizado no experimento (respirômetro), construído
artesanalmente, conforme modelo (Figura 5), pode ter ocasionado, em algum
momento, aeração inadequada ao sistema, causando interferência no
desempenho da atividade dos microrganismos, perda de CO
2
, eventuais
vazamentos nas tampas das garrafas PET ou perdas no instante da troca das
soluções. Os ensaios descritos por GATTIN et al. (2002), foram conduzidos em
bioreator automatizado, específico para quantificação de dióxido de carbono.
Os polímeros naturais, tais como proteínas, amido e celulose, são
prontamente biodegradados por hidrólise seguida de oxidação. Para os
polímeros sintéticos, a susceptibilidade de degradação está diretamente
relacionada ao crescimento microbiano. O início da degradação pelos
microrganismos está relacionado à natureza do material e à habilidade de
clivagem enzimática das ligações hidrolizáveis das cadeias poliméricas, como
no caso das ligações éster, uréia e uretana. Fatores como pH, também afetam
à biodegradabilidade de polímeros sintéticos. Os poliuretanos contendo grupos
éster são afetados por microrganismos, mas não são os que apresentam
46
grupos éter, SCHNABEL (1981) e COSTA (2001). O poliuretano ou poliéster
uretano, ao contrário dos demais polímeros sintéticos, possui um tempo de vida
útil de 5 anos, à temperatura ambiente e umidade elevada, devido à
degradação hidrolítica que sofre no meio ambiente, de acordo com Phua et al.
(1987), citados por CASTRO, SOUZA e MONTEIRO (2001).
REZENDE (2001) verificou o efeito da umidade, à temperatura
ambiente, em amostras do poliuretano, com e sem o antioxidante, nas
atmosferas de ar seco, nitrogênio seco e ar a 70% de umidade relativa,
observando alterações significativas.
MULLER, KLEEBERG e DECKWER (2001) observaram quebra
hidrolítica da cadeia polimérica de polietileno tereftalato (PET) pela introdução
de componentes ácido alifáticos. O PET é considerado resistente ao ataque
microbiano. Observaram ainda que o polipropileno, polietileno e poliestireno,
possuem o esqueleto da constituição química, formado unicamente de
carbono, constituindo grande resistência às influências ambientais, no caso de
polímeros com heteroátomos na cadeia principal, apresentam-se mais
susceptíveis à clivagem, como no caso do polietileno tereftalato (PET).
Kawai (1996), citado por COSTA (2001) relatou a biodegradabilidade
de polímeros sintéticos, poliésteres de tereftalato, ftalato ou isoftalato com
polietileno glicol, que aumentou sua susceptibilidade à degradação pela adição
de componentes dihidroxílicos.
A eficiência de degradação do polietileno em função da fase de
crescimento da cultura pura de fungo e da inserção de grupos funcionais no
polímero, em decorrência de irradiação com luz ultravioleta ou pela presença
de agentes oxidantes, foi relatada por ONODERA et al. (2001).
Os fungos são especialmente importantes para estudos de
biodegradação, pois apresentam um sistema enzimático capaz de clivar
ligações éster em plastificante PVC e espumas de poliéster uretana. Portanto,
a biodegradação de polímeros sintéticos deve ser catalizada por enzimas
extracelulares produzidas pelos microrganismos, pois esses polímeros o
insolúveis em água e não podem atravessar a parede celular microbiana,
conforme Peng e Shen (1999), citados por COSTA (2001).
Nas Figuras 21, 22 e 23 são apresentadas às produções horárias de
CO
2
para os processos de degradação das bandejas avaliadas.
47
0
50
100
150
200
250
300
0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00
Tem po de proce ss o (h)
Massa CO2/ h
Figura 21 - Produção horária de CO
2
para bandeja de fécula de mandioca ao
longo do processo.
0
50
100
150
200
250
0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00
Tem po de proce ss o (h)
Massa CO2/ h
Figura 22 - Produção horária de CO
2
para Bandeja de fécula de mandioca
com filme de mamona ao longo do processo.
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00
Tem po acum ulado (h)
Massa de CO2/h
Figura 23 - Produção horária de CO
2
para bandeja de mamona ao longo do
processo.
48
Pode-se avaliar no processo de degradação que, após o período de
latência de cada amostra, foi dado início à coleta para a primeira determinação
de CO
2
do processo em estudo. Observou-se neste início um maior valor da
massa horária, aproximadamente 275 mg. h
-1
, de CO
2
para a bandeja
termoformada de fécula de mandioca (Figura 21). Após esse período ocorreu
uma contínua queda no processo de produção horária de CO
2
, até atingir a
fase de estabilidade, aproximadamente, no 20º dia.
A bandeja termoformada de fécula de mandioca com filme de mamona,
apresentou o seu maior pico, no valor de massa de, aproximadamente,
250 mg . h
-1
de CO
2
(Figura 22). Após esse período ocorreu uma contínua
queda no processo de produção horária de CO
2
, até atingir a fase de
estabilidade, aproximadamente, no 23º dia.
Para a bandeja termoformada de óleo de mamona, o maior valor de
massa horária de CO
2
foi de aproximadamente 37,5 mg . h
-1
(Figura 23). Após
esse período ocorreu um contínuo decaimento na produção horária de CO
2
, até
atingir a fase de estabilidade, aproximadamente, no 23º dia.
A degradação se explica pela configuração das ligações químicas, que
permitem o ataque por microorganismos. Essa ação não destrói a ligação
uretana, que é forte e estável. A quebra ocorre na segunda etapa de
degradação, resultado da ação da luz e do calor. A baixa biodegradação
deve-se principalmente à estrutura formada por grupos –CH2, à ausência de
carbonos terciários e à sua estrutura ramificada (CORTI et.al., 1999).
Pode-se observar que a composição química e física da bandeja
termoformada de óleo de mamona ao ser degradado, não sofreu influência
intrínseca da atividade bacteriana do processo. Conforme descrita por
CASTRO (2004), sobre a interferência na atividade enzimática das bactérias.
Em CHIERICE (2005), sobre as ligações uretana e hidroxila na constituição do
óleo de mamona, resistentes à atividade bacteriana no processo de
biodegradação, é constatada baixa taxa de mineralização: 13,82%, em relação
à bandeja termoformada de fécula de mandioca: 66,44%, e à bandeja
termoformada de fécula de mandioca com filme de mamona: 62,36%, com
temperatura, tempo de degradação iguais e quantidade de inóculo iguais,
conforme LONGIERAS et al. (2004) e GATTIN et al. (2002).
49
Observa-se que a bandeja termoformada de fécula de mandioca
apresentou quedas mais bruscas na produção de CO
2
(Figura 22). Os
polímeros naturais, tais como proteínas, amido e celulose o prontamente
biodegradados por hidrólise seguida de oxidação. Conforme citado por
LONGIERAS et al. (2004), em estudo da biodegradabilidade do amido, isso se
refere à composição da estrutura dos polímeros, consumidos mais
rapidamente. Em relação à bandeja termoformada de cula de mandioca com
filme de mamona e à bandeja termoformada de mamona (Figuras 22 e 23),
nota-se um tempo maior para atingir a estabilização no processo de produção
de CO
2
, o que demonstra uma atividade mais lenta de degradação, certamente
devido à estrutura dos polímeros de mamona apresentar ligações uretanas
mais resistentes ao ataque de microrganismos, retardando a atividade das
bactérias no processo de degradação. Segundo TAUK (1990), a redução de
um processo biodegradativo está relacionada à comunidade microbiana, às
condições ambientais e à presença de ácidos húmicos com elevada acidez,
podendo causar resistência à degradação microbiana. A bandeja termoformada
de mamona (Figura 23) demonstrou uma reduzida produção horária de CO
2
para o processo de degradação da bandeja avaliada e maior tempo para atingir
a fase de estabilização, em relação à bandeja de fécula (Figura 21). Embora a
bandeja de fécula com filme e a bandeja de mamona apresentem igual tempo
para atingirem a estabilidade no processo de produção horária de CO
2
, a
bandeja de mamona demonstra uma baixa produção de CO
2
, o que pode ser
atribuído a uma baixa atividade microbiana no processo de degradação do
polímero. Deve-se considerar que uma baixa concentração de microrganismos,
impediu o necessário desempenho da clivagem enzimática, para promover a
degradação, considerando-se que todo o processo foi inoculado com o mesmo
volume, mesmo tipo de inóculo a uma mesma temperatura.
4.2.1 Cinética de Degradação
Os gráficos com as curvas do consumo da massa de Carbono das
bandejas e a curva de ajuste, são representados nas Figuras 24, 25 e 26.
50
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
0 200 400 600 800 1000 1200
M band remanescente
ajuste
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
0 200 400 600 800 1000 1200
M band remanescente
Ajuste
(1) (2)
Figura 24 - Consumo de carbono da bandeja de fécula de mandioca,
amostras 1 e 2.
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
0 200 400 600 800 1000 1200
M band remanescente
Ajuste
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
0 200 400 600 800 1000 1200
M band remanescente
Ajuste
(1) (2)
Figura 25 - Consumo de carbono da bandeja de fécula de mandioca com
filme, amostras 1 e 2.
51
8000
8500
9000
9500
10000
10500
0 200 400 600 800 1000 1200
M polímero remanescente
Ajuste
8000
8500
9000
9500
10000
10500
0 200 400 600 800 1000 1200
M polímero remanescente
Ajuste
(1) (2)
Figura 26 - Consumo de carbono da bandeja de mamona, amostras 1 e 2.
Os materiais que fizeram parte deste experimento, bandeja
termoformada de fécula de mandioca (Figura 24), bandeja termoformada de
fécula de mandioca com filme de mamona (Figura 25) e bandeja termoformada
de mamona (Figura 26), foram analisados em duplicata.
Os valores obtidos do consumo de carbono indicam qual a eficiência
dos microrganismos no reator em relação às respectivas amostras, até atingir a
estabilidade, com um mínimo de amostra residual.
Os resultados obtidos no estudo do experimento indicam a eficiência
dos microrganismos na conversão de carbono no processo e as suas
concentrações, porém, observa-se uma variação no consumo da biomassa dos
polímeros. Essa interpretação permite entender melhor o metabolismo aeróbio
do sistema de conversão de Carbono em CO
2
e H
2
O da biodegradação, em
função das características físicas e químicas do sistema.
A seguir é apresentada a equação do modelo cinético para consumo
de carbono.
C
s
= C
SR
+ (C
So
– C
SR
) e
K
1
t
(6)
C
S
= concentração de amostra dentro do sistema;
C
SO
= valor inicial de C
S
;
52
C
SR
= concentração residual da amostra no sistema, com taxa de
reação zero;
t: = tempo de intervalo (0-t
c
);
k
1
= coeficiente cinético aparente.
r
2
= Porcentagem de ajuste da reta.
O valor do coeficiente cinético aparente k
1
, demonstra as condições
cinéticas intrínsecas do processo, como também a resistência de conversão de
massa das amostras dos reatores no processo.
A Tabela 6 apresenta os valores de C
SO
, C
SR
, k
1
e r
2
,
conforme equação
do modelo cinético (Figura 26), provido também dos dados obtidos em
condições ajustadas, obtendo-se os seguintes valores de k
1
e r
2
,
referente às
amostras das bandejas termoformadas.
Tabela 6 - Valores de C
SO
, C
SR
e k
1
, conforme equação do modelo cinético
Bandejas
C
SO
mg
C
SR
mg
k
1
(h
–1
) r
2
Bandeja fécula 1 5000 1816,75 0,00993 0,97585
Bandeja fécula 2 5000 2685,90 0,00517 0,93921
Bandeja + filme 1 8000 3098,82 0,01208 0,95765
Bandeja + filme 2 8000 3649,97 0,01718 0,93465
Bandeja Mamona 1 10000 8122,84 ,00370 0,98658
Bandeja Mamona 2 10000 9218,29 0,02321 0,91443
Os gráficos 1 e 2 da Figura 24 apresentam melhor eficiência na
conversão de carbono, para bandejas de fécula de mandioca, com valores de
k
1
, 0,00993 e 0,00517, respectivamente, sobre o restante das amostras.
O gráfico 2, apresenta desempenho de conversão bem próximo ao
valor corrigido na curva de ajuste, porém no gráfico 2, fatores intrínsecos ao
processo impediram uma melhor atividade de conversão do carbono.
Os gráficos 1 e 2 da Figura 25 representam as bandejas de fécula com
filme, com os valores de k
1
, 0,01208 e 0,01718, respectivamente,
representando uma redução na atividade de conversão de carbono, em relação
as curvas representadas, porém, com desempenho mais próximo da curva de
ajuste, tal variação pode ser atribuída à presença de aditivos, filme de
mamona, na composição da fécula de mandioca.
53
Os valores respectivos, na Figura 26, determinados em k
1
, 0,01208 e
0,01718, para os gráficos 1 e 2 das bandejas de mamona. Os valores
referentes à porcentagem de ajuste da reta (r
2
) comprovam as variações de k
1
.
Pelo comportamento da curva, pode-se atribuir a redução na atividade
enzimática dos microrganismos a fatores, como: ineficiência da aeração,
composição da bandeja diferenciada da composição da bandeja de fécula de
mandioca. Pela constituição da estrutura do polímero de mamona, a
composição da bandeja de mamona é mais resistente ao ataque dos
microrganismos, em temperatura igual às demais bandejas no sistema.
Pode-se ativar o desempenho do sistema, por meio da temperatura mais
elevada, aumentando-se a concentração de microrganismos.
4.2.2 Considerações Finais
Quanto aos testes com bandeja termoformada de mamona, observa-se
que se deve dar continuidade, considerando as poucas informações até então
publicadas, referentes a filmes de mamona em material à base de fécula de
mandioca. Possivelmente a realização de testes com inóculo e temperatura,
adequadas à resistência de degradação do polímero. O ensaio apresenta sua
validade, pois se considera a avaliação da metodologia em questão nas
condições reais mais próximas das condições ambientais brasileiras, sendo
que as mesmas não constavam ainda em literatura. Também necessidade
de uniformização de normas entre os países para estabelecer critérios, tais
como: biodegradabilidade e compostabilidade. Estudos de biodegradação dos
materiais sob condições padronizadas serão exigidos para que os mesmos
possam ser comercializados.
54
5 CONCLUSÃO
Os resultados dos testes da biodegradação em meio lido inerte de
vermiculita, realizados no presente trabalho, demonstram que foi obtida uma
taxa de mineralização acima de 60% para a bandeja termoformada da fécula
de mandioca e para bandeja termoformada da fécula de mandioca com filme,
valores superiores aos exigidos pela ISO e ASTM nos testes de
biodegradabilidade realizados para materiais à base de amido e mamona.
Para o teste com bandeja termoformada de mamona, o índice de
biodegradação não foi atingido, porém, destaca-se que é necessário conhecer
melhor a relação da composição química e física do composto a ser
degradado, em relação à influência da atividade bacteriana do processo de
biodegradação, pois já é de conhecimento, sobre a influência da temperatura e
da quantidade de inóculo em polímeros de amido, conforme citado pela
literatura.
É necessário considerar a necessidade da determinação de ensaios
para assegurar uma metodologia padronizada. O teste de biodegradabilidade
para polímero de amido em meio sólido inerte deve ser repetido
considerando-se o equipamento com uma margem maior de segurança, em
relação ao utilizado, aplicando-se a mesma metodologia deste ensaio ou outra
que possa ser mais apropriada.
55
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