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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
JOÃO LOPES MARTINS JÚNIOR
FADIGA E DEPRESSÃO NO IDOSO
S
ÃO BERNARDO DO CAMPO
2007
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JOÃO LOPES MARTINS JÚNIOR
FADIGA E DEPRESSÃO NO IDOSO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de
São Paulo como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre em Psicologia da Saúde
Orientador: Prof. Dr. Renato Teodoro Ramos
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2007
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FICHA CATALOGRÁFICA
M366f
Martins Júnior, João Lopes
Fadiga e depressão no idoso / João Lopes Martins Júnior.--
São Bernardo do Campo, 2007.
35 p.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Metodista de São
Paulo, Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia, Curso de Pós
Graduação em Psicologia da Saúde.
Orientação de: Renato Teodoro Ramos
1. Fadiga 2. Depressão 3. Ansiedade 4. Atividade física I.
Título
CDD
157.9
4
AGRADECIMENTOS
Agradecer é uma tarefa difícil, pois nem sempre as palavras
conseguem expressar o que verdadeiramente estamos sentindo.
Ao longo da minha trajetória acadêmica tive a oportunidade de
conhecer e conviver com diversas pessoas, mas algumas delas
foram realmente muito especiais na minha vida. Chegou o
momento de dizer muito obrigado.
Ao professor Dr. Renato Teodoro Ramos, meu orientador e
mestre, que me transmitiu a segurança necessária para enfrentar
o meu caminho e seguir, que incluiu no nosso convívio:
sabedoria, amizade, compreensão, alegria, sinceridade, apoio,
incentivo, tranqüilidade. Renato, obrigado pela sua precisa
orientação, pela sua inteira disponibilidade, pela paciência, pelo
aprendizado, por tudo...
A minha esposa querida e filho amado, pela compreensão,
paciência, apoio, incentivo... Meu eterno amor e gratidão.
Aos meus pais, irmãos, minha irmã e familiares, pela força
motivadora que me estimula a seguir em frente.
A Deus, que esteve presente em todos os momentos.
5
Martins Jr., J.L. Fadiga e Depressão no Idoso. 2007. 40 f. Dissertação (mestrado em
Psicologia da Saúde) Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia, Universidade Metodista de
São Paulo, 2007
RESUMO
A fadiga é um sintoma inespecífico, encontrado com freqüência na população. Ela é definida
como sensação de cansaço físico profundo, perda de energia ou mesmo sensação de exaustão,
e é importante a sua diferenciação com depressão ou fraqueza. Os transtornos depressivos e
ansiosos constituem os transtornos psiquiátricos mais freqüentes no idoso, e quase sempre
dão lugar a conseqüências graves neste grupo etário. Este estudo visa avaliar a influência da
ansiedade e depressão sobre o desencadeamento de fadiga e evolução de problemas de saúde
e de comportamentos peculiares ao processo de envelhecimento. Trata-se de um estudo, do
tipo caso-controle investigando ansiedade, depressão e fadiga. Foram avaliados 61 indivíduos
com 60 anos de idade ou mais. Um grupo controle constituído por 60 indivíduos jovens
(idade até 35 anos), foram selecionados entre estudantes do Centro Universitário de Santo
André que responderam um Questionário de Características Gerais, um Inventário de
Ansiedade traço-estado, um Inventário de Depressão de Beck e uma Escala de Severidade de
Fadiga. O grupo de idosos apresentou um escore significativamente maior em relação ao
grupo controle na escala de severidade de fadiga. O grupo de idosos apresentou escore médio
de 36,87 ± 14,61 enquanto o grupo controle apresentou escore médio de 31,47 ± 12,74 (t =
2,167; df = 119; p = 0,032). No entanto, o grupo de idosos apresentou escores
significativamente maiores na escala de Beck (10,54 ± 8,63) em relação aos controles (6,83 ±
7,95); t = 2,455; df = 119; p = 0,016). Analisando-se apenas o grupo de indivíduos idosos,
observou-se uma correlação significativa entre os escore da escala de severidade de fadiga e a
escala de depressão de Beck (correlação de Pearson = 0,332; p = 0,009). Ainda trabalhando
apenas com o grupo de indivíduos idosos, observou-se um escore significativamente maior da
escala de severidade de fadiga naqueles indivíduos que praticavam atividade física regular,
sendo, escore médio de 31,55 ± 13,36; (t = 2,203; df = 58; p = 0,032). A partir da análise dos
resultados deste estudo pôde-se concluir que o grupo de indivíduos idosos apresentam
estatisticamente significante escore maior, quando comparado com o grupo controle,
apresentando mais sintomas de fadiga e depressão. Estes sintomas de fadiga ocorreram em
conjunto com sintomas depressivos sugerindo uma possível correlação entre estes. Quando se
observou apenas os idosos, esta correlação foi confirmada. Analisado-se ainda somente o
grupo de indivíduos idosos observa-se que o grupo de idosos que praticam atividade física
regularmente apresentam menos sintomas fadiga que o grupo que não pratica atividade física.
Palavras chaves: Idoso; Fadiga; Depressão; Ansiedade; Atividade Física
6
Martins Jr., J.L. Fatigue and Depression in the Elderly (Fadiga e Depressão no Idoso). 2007.
40 f. Dissertation (Master in Health Psychology) School of Psychology and Speech-
Language Pathology, Universidade Metodista de São Paulo, 2007
ABSTRACT
Fatigue is a non-specific symptom commonly found in the population. Fatigue can be defined
as extreme physical tiredness, lack of energy or even a feeling of exhaustion, and must be
differentiated from depression or weakness. Depressive and anxiety disorders are the most
common psychiatric disorders of the elderly, and often lead to severe consequences within
this population. The primary purpose of this study is to evaluate the influence of anxiety and
depression on the onset of fatigue and development of health conditions and typical
behaviors of the aging process. This is a case-control study investigating anxiety, depression
and fatigue. 61 individuals of at least 60 years of age will be evaluated after the following
selection process: elderly individuals who live with their families and are considered normal
and active, who do not undergo psychiatric treatment and are self-sufficient (individuals who
do not depend on others for performing their daily activities, who go out alone, practice
sports and do crafts, all literate). A control group consisting of 60 young individuals (up to 35
years of age) will be selected among students of Santo André University to answer a General
Characteristics Questionnaire, a state-trait Anxiety Inventory, a Beck Depression Inventory
and a Fatigue Severity Scale. The elderly group showed a significantly higher score in the
fatigue severity scale in relation to the control group. The elderly group had an average score
of 36.87 ± 14.61, whereas the control group had an average score of 31.47 ± 12.74 (t = 2.167;
df = 119; p = 0.032). However, the scores of the elderly group in the Beck scale were
significantly higher (10.54 ± 8.63) than the control group (6.83 ± 7.95); t = 2.455; df = 119; p
= 0.016. An analysis of the elderly group alone showed a significant correlation between the
scores in the fatigue severity scale and the Beck depression scale (Pearsons correlation =
0.332; p = 0.009). Once again, an analysis of the elderly group alone revealed a significantly
higher score in the fatigue severity scale for individuals who exercise regularly, being the
average score 31.55 ± 13.36; (t = 2.203; df = 58; p = 0.032). By analyzing the results of this
study, we conclude that on statistical terms, the elderly group has a significantly higher score
in relation to the control group, thus revealing more symptoms of fatigue and depression.
Such fatigue symptoms occurred in association with depression symptoms, what suggests a
possible relation between both factors. This correlation was confirmed upon analyzing the
elderly group alone. An analysis of the elderly group alone reveals that those who exercise
regularly are less prone to fatigue than those who do not exercise.
Key words: Elderly; Fatigue; Depression; Anxiety; Physical Activity
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 01
1.1 ENVELHECIMENTO NO BRASIL.................................................................................. 01
1.2 SAÚDE NO IDOSO .......................................................................................................... 03
1.3 O CONCEITO DE FADIGA.............................................................................................. 06
1.3.1 Avaliação Diagnóstica..................................................................................................... 07
1.3.1.1 História clínica ............................................................................................................. 07
1.3.1.2 Exame físico................................................................................................................. 07
1.3.1.3 Avaliação psicológica................................................................................................... 08
1.4 ANSIEDADE E DEPRESSÃO NO IDOSO....................................................................... 08
1.4.1 Características Especiais de Depressão no Idoso.............................................................. 08
1.5 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 11
2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12
3 MATERIAIS E MÉTODO ................................................................................................. 13
3.1 DESENHO EXPERIMENTAL.......................................................................................... 13
3.2 ÉTICA ............................................................................................................................... 13
3.3 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO............................................................................... 13
3.4 ANÁLISE DE RESULTADOS.......................................................................................... 14
4 RESULTADOS ................................................................................................................... 15
5 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 17
6 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 22
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 23
8
1 INTRODUÇÃO
1.1 ENVELHECIMENTO NO BRASIL
Desde as últimas décadas do século passado, o Brasil se depara com um declínio
rápido e acentuado da fecundidade, fenômeno sem precedentes na sua história, e que se
sobressai mesmo em comparação com outros países, seja do mundo desenvolvido, seja entre
aqueles do terceiro mundo. Como aconteceu na maioria dos países em desenvolvimento, esse
declínio, combinado com a queda da mortalidade, acarretou um processo de envelhecimento
populacional e de aumento da longevidade da população.
Os dados do Censo Demográfico de 2000 mostram que a proporção de pessoas de 60
anos ou mais no Brasil corresponde a 8,6% da população total, em comparação com 7,3% no
ano de 1991, o que confirma o acelerado processo de envelhecimento da população
brasileira. Mesmo se não houver mais declínio da fecundidade no Brasil, a partir do ano
2000, o envelhecimento da população continuará a que desapareça, totalmente, de sua
configuração etária, o efeito direto e indireto da alta fecundidade do passado (CARVALHO
& GARCIA, 2003). As projeções mostram que a população de idosos brasileira chegará ao
ano 2020 com mais de 26,2 milhões, representando quase 12,4% da população total
(UFMG/CEDEPLAR, 1999).
O declínio sustentado da fecundidade é o grande definidor do processo de
envelhecimento de uma população. No final da década de 60, iniciou-se uma rápida e
generalizada redução da fecundidade no Brasil. A taxa de fecundidade total mudou de 5,8 em
1970 para cerca de 2,3 filhos por mulher em 2000. A mortalidade declinou
significativamente a partir de 1940 até a década de 70. A pida queda da mortalidade nesse
período o provocou mudanças na distribuição etária da população em direção a um maior
envelhecimento relativo, pois a redução era atribuída, principalmente, à queda das taxas
específicas de mortalidade infantil. Como conseqüência, maior proporção de crianças
sobreviveram em relação aos adultos e idosos, desencadeando um efeito sobre a distribuição
9
etária semelhante ao de um aumento da fecundidade, isto é, de uma população mais jovem
(CARVALHO, 1993). A queda da mortalidade contribui para o envelhecimento populacional
quando essa se concentra nas idades mais avançadas, pois ocorrerá, assim, um incremento no
número absoluto de idosos (CARVALHO & GARCIA, 2003). No Brasil, esta etapa do
processo de envelhecimento já se encontra em andamento.
A queda nos níveis de mortalidade ao longo do tempo é a responsável pelo aumento
da longevidade entre a população idosa. Esta maior longevidade é considerada uma grande
conquista em todo o mundo e tem conseqüências importantes para a sociedade. No Brasil, a
redução nos níveis de mortalidade propiciou ganhos significativos da esperança de vida,
como resultado das diminuições de mortes provocadas pelas doenças infecto-contagiosas,
especialmente na infância (BARBOSA & ANDRADE, 2001). A esperança de vida ao nascer
cresceu cerca de 30 anos entre 1940 e 2000, passando de 37,6 para 64,8 anos entre os homens
e de 39,4 para 72,6 anos entre as mulheres. Os ganhos foram mais expressivos entre as
mulheres, que apresentaram, em 2000, uma esperança de vida ao nascer superior em oito
anos à masculina (IBGE, 2000).
Assim, com a queda da fecundidade e conseqüentemente a menor proporção de
crianças, os adultos e, principalmente, os idosos, começaram a ter maior representatividade.
Por sua vez, com a queda da mortalidade, os indivíduos sobrevivem, em média, mais tempo,
vivendo um maior número de anos nas idades mais avançadas (WONG, 2001).
O que era antes um privilégio de poucos chegar à velhice passou a ser a norma,
mesmo nos países mais pobres. Essa nova situação se transforma em um grande desafio para
a sociedade porque envelhecer não é o suficiente. É também fundamental alcançar uma
melhoria da qualidade de vida daqueles que já envelheceram ou que estão envelhecendo.
Portanto, a preocupação passou a ser com o bem-estar e a boa qualidade de vida na velhice,
um privilégio de poucos idosos residentes nos países em desenvolvimento (KALACHE et al.,
1987; RAMOS, 1993; VERAS, 2002).
Na maior parte dos países desenvolvidos, o processo de envelhecimento populacional
ocorreu em uma época de intenso desenvolvimento social e econômico, ao passo que na
maioria dos países em desenvolvimento, como é o caso específico do Brasil, esse processo
vem acontecendo paralelamente com graves problemas sociais e econômicos. Diante desse
10
contexto de desigualdades socioeconômicas, o Estado se depara, ainda, com a necessidade de
enfrentar as dificuldades impostas pelo aumento da proporção de idosos na população. Deste
modo, as questões relacionadas aos idosos e ao processo de envelhecimento têm despertado
cada vez mais interesse entre os pesquisadores brasileiros de diversas áreas (TIRADO, 2000).
O progressivo e acentuado aumento da proporção de idosos tem implicações
importantes que envolvem a vida do próprio indivíduo idoso, de sua família, da comunidade
em que vive e, principalmente, dos órgãos responsáveis pela assistência social e de saúde
(CANÇADO, 1994). Para KALACHE et al. (1987) o aumento do número de idosos em uma
população se traduz em um maior número de problemas de longa duração, que com
freqüência dependem de intervenções de custos elevados, envolvendo tecnologia complexa
para um cuidado apropriado. Assim, o aumento relativo dos idosos associado à maior
longevidade da população brasileira pode representar um grave problema para a sociedade se
os anos de vida adicionados não forem vividos em condições de saúde adequadas
(CHAIMOWICZ, 1997).
1.2 SAÚDE NO IDOSO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como o estado de completo
bem-estar físico, psíquico e social, não meramente a ausência de doença ou enfermidade. A
obtenção do estado de completo bem-estar físico, mental e social depende de fatores que não
estão somente ao alcance da medicina, mas sim da sociedade em geral. Deste modo, a saúde
depende dos recursos alocados para a educação, da alimentação, da habitação, da infra-
estrutura sanitária, das condições de vida e de trabalho, da renda, do estilo de vida, do meio
ambiente, do lazer. Por ser multidimensional e dinâmico, o estado de saúde não possui um
conceito bem definido. Sendo assim, a caracterização das condições de saúde dos idosos
requer informações detalhadas sobre diferentes aspectos de suas vidas. Cada elemento pode
ser visto como um indicador específico, mas quando analisados separadamente são
insuficientes para descrever o estado geral de saúde do indivíduo (PORTRAIT et al., 2001).
Sentir-se saud
ável é um componente importante na vida das pessoas idosas. Esta
sensação é determinante chave da possibilidade dessas se manterem independentes e
autônomas (ARBER & GINN, 1993). Uma boa saúde é fundamental para aumentar ou manter
a qualidade de vida dos idosos e garantir a continuidade da contribuição desses para a
11
sociedade (WHO, 2001). Por sua vez, uma condição de saúde ruim implica numa maior
vulnerabilidade e dependência na velhice (BARRETO et al., 2002). E a dependência é
considerada por muitos como uma ameaça aos valores, como o respeito próprio e a dignidade
humana, além de criar barreiras para obter satisfações na vida (ARBER & GINN, 1993).
Apesar do processo de envelhecimento não estar, necessariamente, relacionado a
doenças e incapacidades, as doenças crônico-degenerativas são freqüentemente encontradas
entre os idosos (CHAIMOWICZ, 1998). Segundo RAMOS (1993), à medida que um maior
número de pessoas atingem idades mais avançadas uma tendência de alteração no padrão
da morbidade e causas de morte, modificando o perfil de saúde da população e criando
demandas específicas, tais como programas de prevenção de doenças crônicas, especialmente
neoplasias, modificações no estilo de vida e hábitos alimentares e aumento de leitos
hospitalares para ocupação com a população idosa. Assim, a tendência atual é termos um
número crescente de indivíduos idosos que, apesar de viverem mais, encontram-se
funcionalmente incapacitados e com uma saúde precária. Associado ao declínio da saúde, os
idosos são expostos a outros prejuízos significativos, como separação de filhos, perdas de
amigos, de emprego, de renda e de companheiro. Essas perdas podem interferir diretamente
na saúde dos idosos, na medida em que exacerbam os fatores de risco ambientais,
comportamentais e psicológicos que resultam em deterioração das condições de saúde
(CHENG et al., 2002).
Há um número razoável e crescente de investigações que abordam as associações entre
saúde e os determinantes demográficos, socioeconômicos, as doenças crônicas e a capacidade
funcional entre as pessoas idosas nos países desenvolvidos. Uma das possibilidades de
conduzir este tipo de estudo tem como base informações provenientes da percepção dos
idosos em relação ao seu próprio estado de saúde.
Embora a mensuração do estado de saúde seja bastante difícil, englobando diversos
aspectos da vida do indivíduo, a autopercepção de saúde tem sido muito utilizada em
pesquisas que visam estabelecer o estado de saúde do indivíduo, especialmente do idoso. No
entanto, a autopercepção também apresenta as suas desvantagens, uma vez que não es
imune a falhas. Os diferentes indivíduos, de distintos grupos sociais, apresentam percepções
diversas sobre as opções de respostas (MURRAY & CHEN, 1992). Ainda assim, a
autopercepção é considerada uma medida válida e confiável de saúde, consistindo em uma
12
variável interveniente importante entre os problemas objetivos de saúde e o bem-estar
subjetivo ou a qualidade de vida.
Os resultados de numerosas pesquisas comprovam a correlação entre a autopercepção
de saúde do idoso e os determinantes demográficos, socioeconômicos, as doenças crônicas e a
capacidade funcional (SMITH et al.,1994; DENTON & WALTERS, 1999; ARBER & GINN,
1993; COTT et al, 1999; LEINONEN et al., 2002). Entretanto, alguns autores (HAY, 1988;
ROSS & WU, 1996; CHENG et al., 2002; ZIMMER & AMORNSIRISOMBOON, 2001)
destacam que o nível socioeconômico apresenta uma forte associação com a percepção de
saúde, mas outros (GAMA et al., 2000; HOEYMANS et al., 1997; DAMIAN et al, 1999)
afirmam que a capacidade funcional e as doenças crônicas são os principais determinantes da
autopercepção de saúde do idoso. Os resultados se mostram ainda bastante controversos.
Os resultados dos diferentes estudos focalizados ao longo deste capítulo reforçam a
importância de se estudar os determinantes da autopercepção de saúde dos idosos, uma vez
que esses podem influenciar diretamente na saúde e no bem-estar da população idosa. Nessa
perspectiva, um envelhecimento saudável depende da interação multidimensional de vários
fatores determinantes. No entanto, são poucos os estudos que exploram um modelo que
combine a idade, as doenças crônicas e a capacidade funcional, especialmente nos países em
desenvolvimento, como o Brasil. A influência desses diferentes determinantes na
autopercepção do estado de saúde do idoso é incerta, sendo que a correlação nem sempre é
consistente entre os estudos. Além disso, algumas pesquisas alertam para as dificuldades em
interpretar essas associações. Cada determinante pode proporcionar um efeito significativo e
13
independente na autopercepção de saúde do idoso, mas a interação entre eles também
apresenta um papel importante.
Esta problemática aponta para a necessidade de identificação dos fatores
determinantes relacionados com a autopercepção do estado de saúde entre os idosos, na
medida em que a expansão do conhecimento desses determinantes pode contribuir para a
minimização das desigualdades de saúde, e para o desenvolvimento e planejamento de
políticas públicas adequadas e orientadas à manutenção e à melhora da saúde, à valorização
das ações corretas e à implementação de intervenções preventivas que visam um
envelhecimento com saúde e uma maior qualidade de vida na velhice.
1.3 O CONCEITO DE FADIGA
A fadiga é um sintoma inespecífico, encontrado com freqüência na população. Ela é
definida como sensação de cansaço físico profundo, perda de energia ou mesmo sensação de
exaustão, e é importante a sua diferenciação com depressão ou fraqueza muscular (KRUPP et
al.,1989). Embora seja um sintoma subjetivo e inespecífico, ela acompanha diversas doenças,
podendo ocorrer também em indivíduos sadios (IRIARTE & CASTRO, 1994).
Pode ser dividida nas seguintes entidades, conforme duração e apresentação dos
sintomas. Fadiga prolongada fadiga incapacitante e prolongada com duração de pelo menos
um mês. Fadiga crônica - fadiga incapacitante e prolongada com duração de pelo menos seis
meses. Quando a fadiga crônica é inexplicada por outras condições médicas ou psicológicas,
ela se subdivide em idiopática ou Síndrome da Fadiga Crônica (SFC), neste último caso
quando preenche critérios específicos (CHRONIC FATIGUE SYNDROME WORKING
GROUP, 2002; SHARPE et al, 1991).
A fadiga foi o nono sintoma mais comum em Atenção Primária à Saúde (APS),
segundo levantamento norte americano de 2000 (ZIMMER & LIMA, 2004). Um estudo
britânico de base populacional encontrou fadiga excessiva em 38% dos 15.000 entrevistados,
destes 18% tiveram duração superior a 6 meses (ZIMMER & LIMA, 2004). Estima-se que
14
9% das pessoas sentem fadiga por mais de seis meses alguma vez na vida (DARBISHIRE et
al, 2003). Em outro estudo, 18 pacientes consultaram com queixa de fadiga de um total de
1000 consultas realizadas em um ano (DARBISHIRE et al, 2003). É mais freqüente em
mulheres que em homens (28% vs. 19%) (ZIMMER & LIMA, 2004). Metade dos pacientes
com fadiga tem uma causa psicológica (EBELL & BELDEN, 2001).
O perfil dos indivíduos com fadiga crônica apresenta veis de atividade geral baixa,
discreta tendência depressiva, mais eventos estressores na vida, distúrbios do sono e
dificuldade de lidar com estresse quando comparados com indivíduos saudáveis. Contudo
quando comparado com indivíduos com SFC, estes apresentam maiores níveis de fadiga física
e níveis mais baixos de atividade geral (MASUDA et al, 1994).
A fisiopatologia da fadiga permanece obscura, assim como os métodos de abordagem
diagnóstica carecem de evidências conclusivas (EBELL & BELDEN, 2001; EDMONDS et al,
2004). Do mesmo modo, poucas abordagens terapêuticas, especialmente na Síndrome da
Fadiga Crônica (SFC), têm-se mostrado efetivas (WHITING et al, 2001).
1.3.1 Avaliação Diagnóstica
Levando em consideração fadiga como sintoma, encontramos uma variedade ampla de
hipóteses diagnósticas. Torna-se necessário ter um método sistemático de abordagem, visando
acurácia. Situações clínicas com risco de vida ou de perda funcional devem ser detectadas,
assim como se deve evitar o excesso de investigações complementares. Numa avaliação
diagnóstica inicial, é imprescindível um exame clínico abrangente que consiste em: História
clínica, exame físico e avaliação psicológica (CHRONIC FATIGUE SYNDROME
WORKING GROUP, 2002; ZIMMER & LIMA, 2004; EBELL & BELDEN, 2001;
RIDSDALE et al, 1993; DEPARTMENT OF DEFENSE: VETERANS HEALTH
ADMINISTRATION, 2002):
1.3.1.1 Hist
ória clínica
Deve-se explorar semiologicamente o sintoma fadiga, o qual deve ser diferenciada
especificamente de fraqueza muscular (doença neuro-muscular), dispnéia ou intolerância ao
esforço (doença cardíaca ou respiratória), sonolência, perda de motivação ou prazer. Outras
15
queixas podem orientar a diagnósticos alternativos, como perda de peso inexplicada
(cânceres, infecções ocultas, tireotoxicose), pele seca e intolerância ao frio (hipotireoidismo),
ronco e sonolência diurna (apnéia do sono), artralgia e rache cutâneo (colagenoses)
(CHRONIC FATIGUE SYNDROME WORKING GROUP, 2002).
É importante avaliar uso de medicamentos e abuso de drogas, fatores causais para o
sintoma fadiga. Deve-se pesquisar a ocorrência de fatores estressores no momento atual e no
passado (GODWIN et al, 1999).
1.3.1.2 Exame físico
Normalmente não existem achados anormais na fadiga crônica e SFC. O exame físico
e do estado mental, a princípio, é direcionado para exclusão de outras doenças. Uma avaliação
cuidadosa de déficits neurológicos ou sinais de anemia, insuficiência cardíaca, problemas
respiratórios, infecções ocultas, doença do tecido conjuntivo ou tumores deve ser bem
conduzida.
1.3.1.3 Avaliação psicológica
Uma precisa avaliação diagnóstica para transtornos psiquiátricos deve ser realizada,
especificamente os transtornos de ansiedade e depressão (DEPARTMENT OF DEFENSE:
VETERANS HEALTH ADMINISTRATION, 2002). Instrumentos e escalas diagnósticas
podem ser utilizados para melhorar a acurácia diagnóstica (MORRISS & WEARDEN, 1998).
Embora não seja necessária avaliação por psicólogo ou psiquiatra, o referenciamento
de alguns pacientes, em que, por exemplo, persista a dúvida diagnóstica ou apresentem
problemas psiquiátricos de maior gravidade com estes profissionais (CHRONIC FATIGUE
SYNDROME WORKING GROUP, 2002).
1.4 ANSIEDADE E DEPRESS
ÃO NO IDOSO
Segundo GIL et al (2004) os transtornos depressivos e ansiosos constituem os
transtornos psiquiátricos mais freqüentes no idoso, e quase sempre dão lugar a conseqüências
graves neste grupo etário. No início deste século, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
16
alertava sobre os riscos que podiam apresentar os transtornos psiquiátricos como causa da
falta de capacidade, e colocava uma ênfase especial nos perigos que podia apresentar a
depressão e a ansiedade em populações frágeis, como os idosos. uma de cada três pessoas
com depressão recebe um diagnóstico e tratamento adequado, e existem indícios bem
fundamentados de que esta proporção é menor no caso de pessoas mais velhas. Por outro lado,
as conseqüências da depressão o tratada são mais graves entre os idosos, tanto pela perda
funcional como pelo aumento da mortalidade, devido, em parte, ao maior risco de suicídio nos
idosos.
1.4.1 Características Especiais da Depressão no Idoso
A depressão do indivíduo idoso é comparável àquela vista em pessoas de outras idades
com características como as seguintes (BALLONE, 2006):
1. Estado de ânimo depressivo na maior parte do dia, quase todos os dias. Pode ser
referido pelo próprio paciente em forma de tristeza, ou sentimentos de vazio (o que é menos
freqüente no idoso) ou objetivar-se pela presença, por exemplo, de pranto.
2. Diminuição explícita do interesse ou da capacidade para o prazer em todas ou quase
todas as atividades, a maior parte do dia, quase todos os dias (referido pelo próprio paciente
ou observado por outros). Esta anedonia, acompanhada geralmente de apatia, nem sempre
resulta fácil avaliação nos idosos isolados ou privados de estimulação no seu entorno. Menos
antecedentes familiares de transtornos depressivos. Maior prevalência de demência. Maior
aumento de ventrículos cerebrais laterais. Maior hiperintensidade em substancia branca.
Maior comorbilidade médica. Maior mortalidade.
3. Aumento ou perda importante de peso sem fazer regime e/ou aumento ou perda do
apetite, quase todo dia.
4. Insônia ou hipersonia quase todo dia.
5. Agitação ou enlentecimento psicomotores quase todo dia (observável pelos demais,
não mera sensação de inquietude ou de estar enlentecido).
6. Fadiga ou perda de energia quase todo dia.
7. Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessivos ou inapropriados (que podem ser
delirantes) quase todo dia.
8. Diminui
ção da capacidade para pensar ou concentrar-se, ou indecisão quase todo
dia (seja uma percepção subjetiva ou uma observação alheia).
17
9. Pensamentos recorrentes de morte (não temor à morte), ideação suicida
recorrente sem um plano específico ou uma tentativa de suicídio ou um plano específico para
suicidar-se.
A presença destes sintomas representa uma mudança na vida do individuo no que diz
respeito a sua atividade prévia, provocando mal-estar clinicamente significativo e deterioro
social, laboral ou de outras áreas importantes (BALLONE, 2006).
As mudanças decorrentes do envelhecimento fazem da terceira idade um período de
grande necessidade de ajustamento emocional. A forma como cada indivíduo se adapta as
modificações físicas, intelectuais e sociais, determinará um envelhecimento saudável ou
repleto de dificuldades (CURIATI & ALENCAR, 2000). A diminuição da visão, audição,
força e flexibilidade, no físico; no mental, alteração da memória, criatividade, atenção e
iniciativa; além das modificações na sexualidade e sociabilidade, fazem com que a idéia de
perda seja relacionada ao idoso (BLAZER, 1999; SIEGLER et al, 1999).
Fatores de estresse como a aposentadoria, representando o fim da idade produtiva, a
morte de amigos, familiares, cônjuge, falta de perspectiva de futuro, e a solidão podem somar-
se as perdas da idade e desencadear manifestações psíquicas de depressão (STOPPE &
LOUZÃ, 1999).
A depressão é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas como perda de
interesse, do prazer em atividades anteriormente significativas, distúrbio no sono, apetite,
diminuição do interesse sexual, retardo psicomotor, dificuldade cognitiva, desesperança,
diminuição da auto-estima, pensamento de morte ou suicida entre outros (MIGUEL &
ALMEIDA, 2000; SNOWDON, 2002).
É difícil definir e avaliar a depressão, ela pode estar mascarada por doença física ou
momento de estresse emocional. No uso leigo, o termo depressão tem como sinônimos
tristeza e desânimo; em psiquiatria, refere-se a um sintoma, geralmente relacionado ao humor
depressivo, sendo também usado para definir uma síndrome (SIEGLER et al, 1999).
Atualmente os psiquiatras e psicólogos utilizam-se da classificação americana para
diagnosticar as pessoas com esta manifestação psicológica (SANTOS, 2002).
18
Os sintomas depressivos são altamente prevalentes em fases tardias da vida. A maioria
dos estudos de prevalência de transtornos depressivos que requerem intervenção clínica indica
que mais de 10% dos idosos apresentam um quadro depressivo. Esse número sobe para 30 %
em idosos institucionalizados (GEORGE, 1999).
Pessoas deprimidas apresentam mais queixas álgicas (GOBBI et al, 2002). Há
evidências que as mulheres têm mais sinais de depressão que os homens e acometem mais
idosos internados em asilos; idosos solteiros ou viúvos o mais suscetíveis à depressão que
os casados (SANTOS, 2002; MARCHAND, 2004).
Ter maior redes sociais e ser casado são fatores que tendem a produzir efeitos
positivos sobre a saúde psico-emocional, melhorando a capacidade do idoso para enfrentar as
alterações decorrentes do envelhecimento (SIEGLER et al, 1999). A preocupação com a
sociabilidade do idoso não deve ser apenas quantitativa. Ampliar as redes de convivência é
recomendável. Porém, se a qualidade desses relacionamentos é fraca, os índices de depressão
são mais elevados (MIGUEL & ALMEIDA, 2000).
A atividade física colabora para a formação de redes sociais além é claro, dos
benefícios corporais e fisiológicos (MONTEIRO, 2001). Os índices de depressão são menores
em idosos que praticam atividade física, estudos comprovam melhora no aspecto emocional,
como aumento da auto-estima, humor, sensação de bem-estar, diminuição da ansiedade e da
tensão (STOPPE & LOUZÃ, 1999; FUKUKAWA et al, 2004).
Pesquisa realizada com mulheres demonstrou que as sedentárias apresentaram índices
de depressão e doenças mais elevados quando comparadas as praticantes de dança
(SULLIVAN, 1999). Outro estudo realizado no Japão com indivíduos de idade entre 65-70
anos praticantes de exercícios diários demonstrou que os idosos reduziram os sintomas de
depressão (NOVAIS, 2004).
Na indica
ção ou elaboração de um programa de exercícios sicos, é necessário um
planejamento rigoroso, levando em consideração objetivos específicos e a avaliação dos
riscos de lesão de cada indivíduo. Atividades que estimulem a consciência corporal e
cognição devem ser incentivadas (GOBBI et al, 2002; STILES, 2000).
19
1.5 JUSTIFICATIVA
O presente trabalho justifica-se pela necessidade de ampliar o interesse de outros
profissionais, e não somente os ligados à psicologia, a observar o estado de ânimo e interesse
pela vida dos idosos, e com esta abordagem incentivar intervenções adequadas.
Há necessidade também de observar se a atividade física ajuda o idoso na melhora de
ânimo e bem-estar.
2 OBJETIVOS
Este estudo visa avaliar a correlação entre sintomas de ansiedade, depressão e fadiga
em indivíduos idosos e comparar a ocorrência de sintomas de ansiedade, depressão e fadiga
em indivíduos idosos e jovens.
20
3 MATERIAS E MÉTODO
3.1 DESENHO EXPERIMENTAL
Trata-se de um estudo, do tipo caso-controle investigando ansiedade, depressão e
fadiga. O convite para a participação no estudo foi feito a estudantes universitários da região
do ABC no estado de São Paulo, aos quais foi proposto o preenchimento das escalas.
Solicitou-se a estes indivíduos que identificassem entre sua família um ou mais indivíduos
com 60 anos de idade ou mais, não institucionalizados. Foram avaliados um grupo de 61
indivíduos com 60 anos de idade ou mais, recrutados da seguinte maneira: Idosos que vivem
com suas famílias considerados normais, ou seja, que não estejam sob tratamento psiquiátrico
e que não tenham recebido diagnóstico psiquiátrico anterior (transtornos de eixo I do DSM-
IV), ativos, com autonomia (não dependem de outras pessoas para suas atividades diárias,
saem sozinhos, praticam esportes, fazem artesanato, todos alfabetizados) e um grupo controle,
constituído por 60 indivíduos jovens (idade até 35 anos). Ambos os grupos responderam um
Questionário de Características Gerais, um Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE),
um Inventário de Depressão de Beck e uma Escala de Severidade de Fadiga.
3.2
ÉTICA
21
Todos os participantes, incluindo membros do grupo controle, foram informados sobre
os detalhes da pesquisa e só foram admitidos após assinarem o termo de consentimento
aprovado pela comissão de ética da universidade.
3.3 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Questionário de Características Gerais
Visa obter dados gerais como idade, sexo, condições de
moradia, formas de sustento financeiro, estrutura familiar,
antecedentes médicos, psicológicos e prática de atividade física.
Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) de Spielberger
Questionário auto-aplicável com duas sub-escalas que visam avaliar: Ansiedade-
Traço, definida como propensão geral e persistente à ansiedade e Ansiedade-Estado, definida
como estados ansiosos transitórios. Cada escala, consiste de 20 afirmações a serem
respondidas através de uma escala de 4 pontos. Não foi adotada uma nota de corte de forma
que o escore de cada escala foi utilizado para testes de correlação com os outros instrumentos
de avaliação (SPIELGBERGER et al, 1979).
Inventário de Depressão de Beck (BDI Beck Depression Inventory)
Esse inventário é composto por uma escala de auto-relato contendo 21 itens, tendo
cada um deles 4 alternativas, subentendendo graus crescentes de gravidade da depressão, com
escores de 0 à 3 de acordo com a intensidade dos sintomas. Novamente, não foi adotada uma
nota de corte e indivíduos com escores elevados foram encaminhados para avaliação
psiquiátrica (CUNHA, 2001).
Escala de Severidade de Fadiga (ESF)
Escala de auto-avaliação, onde os indivíduos são instruídos a escolher um número de 1
à 7 para indicar seu grau de acordo com cada pergunta, onde, 1 indica descordo totalmente e 7
concordo totalmente (KRUPP et al, 1989).
22
3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Foi montado um banco de dados para a análise dos resultados coletados. Os escores,
nas diferentes escalas, foram submetidos a testes de correlação. A idade e o gênero foram
considerados como co-fatores nas análises.
4 RESULTADOS
O grupo de indivíduos idosos foi composto por 61 indivíduos com idade média de
70,54 ± 6,11 anos enquanto o grupo controle foi composto por 60 indivíduos com idade média
de 24,27 ± 6,28 anos. Os dois grupos foram semelhantes em relação à distribuição por sexo
com 22 indivíduos do sexo masculino no grupo de idosos e 16 no grupo controle (Qui
quadrado = 1,240, p = 0,328).
A tabela 1 apresenta a comparação entre idosos e controles em relação às escalas
clínicas usadas, revelando uma diferença significativa entre os grupos nas escalas de
depressão de Beck e de severidade de fadiga.
Tabela 1
Compara
ção entre idosos e controle em relação às escalas de severidade de fadiga,
depressão de Beck e ansiedade traço-estado (média ± desvio padrão).
23
Idosos (n= 61)
Controle (n = 60)
Severidade de Fadiga
36,87
± 14,61
31,47 ± 12,74
t= 2,167; df= 119; p= 0,032
Invent
ário de Beck
10,54 ± 8,63
6,83 ± 7,95
t= 2,455; df= 119; p= 0,016
IDATE Estado
39, 74
± 12,00
41,35 ± 11,09
t= - 0,767; df= 119; p= 0,445
IDATE Tra
ço
44,21 ± 10,02
41,00 ± 11,54
t= 1,636; df = 119; p= 0,194
Analisado-se apenas o grupo de indivíduos idosos, observou-se uma correlação
significativa entre os escore da escala de severidade de fadiga e a escala de depressão de Beck
(Correlação de Pearson = 0,332; p= 0,009).
Trabalhando apenas com o grupo de indivíduos idosos, observou-se um escore
significativamente maior da escala de severidade de fadiga naqueles indivíduos que
praticavam atividade física regular (Tabela 2).
Tabela 2
Compara
ção entre indivíduos idosos com e sem atividade física regular em relação aos
escores das escalas de severidade de fadiga, depressão de Beck e ansiedade traço-estado (média ±
desvio padrão).
Sem atividade
f
ísica (n= 40)
Com atividade
física (n= 20)
Severidade de Fadiga 40,02 ± 14,36 31,55 ± 13,36 t= 2,203; df= 58; p= 0,032
Inventário de Beck 10,60 ± 8,97 9,60 ± 7,43 t= 0,430; df= 58; p= 0,649
IDATE Estado 40,45 ± 11,39 37,85 ± 13,39 t= 0,786; df= 58; p= 0435
IDATE Traço 45,17 ± 9,78 41,65 ± 10,15 t= 1,283; df= 58; p= 0,199
24
5 DISCUSSÃO
Este estudo mostrou uma alta prevalência de sintomas de fadiga na população idosa,
confirmando dados anteriores da literatura. Estes sintomas de fadiga ocorreram em conjunto
com sintomas depressivos sugerindo uma possível correlação entre estes.
Segundo GIL et al (2004) os transtornos depressivos e ansiosos constituem os
transtornos psiquiátricos mais freqüentes no idoso, e quase sempre dão lugar a conseqüências
graves neste grupo etário. No início deste século, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
alertava sobre os riscos que podiam apresentar os transtornos psiquiátricos como causa da
falta de capacidade, e colocava uma ênfase especial nos perigos que podia apresentar a
depressão e a ansiedade em populações frágeis, como os idosos. uma de cada três pessoas
com depressão recebe um diagnóstico e tratamento adequado, e existem indícios bem
fundamentados de que esta proporção é menor no caso de pessoas mais velhas. Por outro lado,
as conseqüências da depressão não tratada são mais graves entre os idosos, tanto pela perda
25
funcional como pelo aumento da mortalidade, devido, em parte, ao maior risco de suicídio nos
idosos.
A depressão do indivíduo idoso é comparável àquela vista em pessoas de outras idades
com características como as seguintes (BALLONE, 2006):
1. Estado de ânimo depressivo na maior parte do dia, quase todos os dias. Pode ser
referido pelo próprio paciente em forma de tristeza, ou sentimentos de vazio (o que é menos
freqüente no idoso) ou objetivar-se pela presença, por exemplo, de pranto.
2. Diminuição explícita do interesse ou da capacidade para o prazer em todas ou quase
todas as atividades, a maior parte do dia, quase todos os dias (referido pelo próprio paciente
ou observado por outros). Esta anedonia, acompanhada geralmente de apatia, nem sempre
resulta fácil avaliação nos idosos isolados ou privados de estimulação no seu entorno. Menos
antecedentes familiares de transtornos depressivos. Maior prevalência de demência. Maior
aumento de ventrículos cerebrais laterais. Maior hiperintensidade em substancia branca.
Maior comorbilidade médica. Maior mortalidade.
3. Aumento ou perda importante de peso sem fazer regime e/ou aumento ou perda do
apetite, quase todo dia.
4. Insônia ou hipersonia quase todo dia.
5. Agitação ou enlentecimento psicomotores quase todo dia (observável pelos demais,
não mera sensação de inquietude ou de estar enlentecido).
6. Fadiga ou perda de energia quase todo dia.
7. Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessivos ou inapropriados (que podem ser
delirantes) quase todo dia.
8. Diminuição da capacidade para pensar ou concentrar-se, ou indecisão quase todo
dia (seja uma percepção subjetiva ou uma observação alheia).
9. Pensamentos recorrentes de morte (não temor à morte), ideação suicida
recorrente sem um plano específico ou uma tentativa de suicídio ou um plano específico para
suicidar-se.
A presen
ça destes sintomas representa uma mudança na vida do indivíduo no que diz
respeito a sua atividade prévia, provocando mal-estar clinicamente significativo e deterioro
social, laboral ou de outras áreas importantes (BALLONE, 2006).
26
É importante destacar que ela tem sido considerada como um dos transtornos que mais
afetam o idoso. Seu diagnóstico no idoso é ainda mais complexo quando comparado ao
diagnóstico em outras faixas etárias, pois, como ressaltam PICCOLOTO, WAINER,
BENVEGNÚ e JURUENA (2001), o próprio processo de envelhecimento apresenta algumas
características semelhantes aos sintomas depressivos, o que conduz à confusão no
diagnóstico.
A depressão envolve uma série de comprometimentos no funcionamento de uma
pessoa. Os resultados do estudo de FLECK e cols. (2002) mostraram que a presença de
sintomatologia depressiva está associada com pior funcionamento social e qualidade de vida,
bem como a uma maior utilização dos recursos de saúde. Os indivíduos com maior
intensidade de sintomas depressivos avaliaram sua saúde como pior e estão menos satisfeitos
com ela do que aqueles com menor intensidade de sintomas depressivos.
Pode-se dizer que a desesperança está relacionada ao sentimento de fracasso,
considerando-se que na velhice o fracasso ocorre com maior freqüência do que na juventude
(SKINNER & VAUGHAN, 1985). Muitas vezes, o idoso deixa de fazer aquilo que não
consegue realizar com sucesso, visto que considera que irá fracassar novamente. Nesse
momento o sentimento de desesperança é inevitável. Sob esse aspecto, DAVIM e cols. (2004)
preconizam que, com o avançar da idade, existe uma progressiva perda de recursos físicos,
mentais e sociais, que conduzem a sentimentos de desamparo. A velhice, muitas vezes,
caracteriza-se por sentimentos de impotência e fragilidade.
A satisfação percebida pelos idosos em relação à saúde foi apontada como boa e ótima
pela maior parte dos idosos. Todavia, chama a atenção o fato de que cinco idosos relataram
sentir-se péssimos quanto a sua saúde. Nessa direção, FLECK e cols. (2002) consideram que
pessoas com maior intensidade de sintomas depressivos não estão satisfeitas com sua saúde.
Pessoas com sintomas depressivos tendem a apresentar distúrbios ansiosos e,
conseqüentemente, algum nível de desesperança (GAZALLE, LIMA, TAVARES &
HALLAL, 2004; SOLOMON, 2002).
27
Encontrou-se também que idosos praticantes de atividade física apresentaram menos
sintomas de fadiga quando comparados com idosos que não praticavam. Como confirmado à
correlação entre sintomas de fadiga e depressão, este estudo sugere que idosos não praticantes
de atividade física apresentem maior prevalência de sintomas de fadiga e sintomas de
depressão.
Tem sido demonstrada na literatura uma associação positiva entre níveis elevados de
atividade física e boa saúde mental (MATHER, 2002). A prática de atividades físicas entre os
idosos favorece a interação social, melhora a auto-eficácia (crença do indivíduo na sua
capacidade de desempenho em atividades específicas) e proporciona uma maior sensação de
controle sobre os eventos e demandas do meio (RUUSKANEN, 1995). O efeito benéfico do
exercício físico em idosos deprimidos reside em uma série de fatores: melhora do humor,
redução das respostas fisiológicas ao estresse, efeitos positivos na imagem corporal, no
funcionamento cognitivo e na auto-estima, além de melhora na qualidade do sono e maior
satisfação com a vida (KRITZ, 2001).
De um modo geral, os estudos com o objetivo de observar a relação de causa e efeito
entre a prática de atividade sica e alterações nos veis de depressão apontam para uma
relação inversamente proporcional. Achados recentes dão suporte a duas vertentes
diferenciadas na tentativa de elucidar a relação entre atividade física e depressão. A primeira
vertente indica a prática da atividade física como um fator influenciador na diminuição da
intensidade dos sintomas depressivos. LAMPINEM et al (2000) verificaram que idosos que
reduziram as atividades praticadas após 8 anos apresentaram aumento nos sintomas de
depressão, enquanto que os indivíduos que aumentaram ou mantiveram a intensidade das
atividades não apresentaram esse efeito. A segunda vertente aponta para a influência da
depressão na atividade física. Ao analisar 1.920 idosos ao longo de 6 anos, verificaram que
idosos que se tornaram depressivos tendem mais ao sedentarismo do que aqueles sem
depressão. Portanto, a depressão seria a causa da diminuição do estado geral de aptidão física.
Apesar de envolver um grande número de sujeitos, o desenho dos estudos permite que se
afirme que há associação entre diminuição de exercício físico e depressão, mas não precisa
28
causa e efeito, já que não houve acompanhamento cronológico do evento (VAN GOOL et al,
2003).
Além do sedentarismo, a desistência da prática de atividades e a insatisfação com a
atividade física praticada também podem estar relacionadas com níveis altos de depressão
(BENYAMINI, 2004).
Dois estudos híbridos avaliaram o efeito protetor da atividade física na depressão,
através de análise transversal e longitudinal, e apresentaram resultados contraditórios
(STRAWBRIDGE et al, 2002). Nas análises transversais, os idosos menos ativos possuíam
maiores riscos de depressão do que os mais ativos. Nas análises longitudinais, encontraram
relação direta entre a incidência de depressão e a redução da prática de atividades físicas.
MATHER et al (2002), encontraram redução significativa de 55 e 30% dos níveis de
depressão, quando submeteram 86 idosos a aulas de ginástica coletiva ou reuniões e palestras
com psicólogos durante 12 semanas, respectivamente. MCNEIL et al (1991), analisaram
dois tipos de sintomatologias (sintomas psicológicos: sentimentos de inutilidade, perda de
interesse em atividades usuais e distúrbios de humor; e sintomas somáticos: perda do apetite,
fadiga e distúrbio do sono) em idosos que fizeram exercício ou receberam visitas de
psicólogos. Ambos reduziram os dois tipos de sintomas, mas somente o grupo exercício
reduziu significativamente os sintomas somáticos.
A prática de atividades físicas é um hábito de vida saudável em qualquer faixa etária.
Na velhice esse hábito promove a manutenção de uma boa saúde física e mental. Os dados
apontaram que a realização de atividades físicas foi comum entre os idosos, sendo que a
caminhada foi à atividade mais freqüente nessa população (OLIVEIRA, 2006).
Uma velhice vivenciada de forma positiva, para BEE & MITCHELL (1984), envolve
a prática de atividades físicas e de lazer, o que certamente promove a melhora da qualidade de
29
vida. Pessoas que se sentem bem e felizes nessa faixa apresentam bons relacionamentos
sociais e emoções que geram prazer e realização. Desse modo, sugere-se que os participantes,
de uma forma geral, comprovaram uma vivência positiva em relação a sua velhice,
apresentando inclusive hábitos saudáveis que corroboram a tranqüilidade para uma boa saúde
mental.
Ao fazer referência às contribuições da atividade física regular e planejada para a
melhora do sofrimento psíquico do idoso com depressão, cabe mencionar a atividade física
como um recurso preventivo de sintomas depressivos, constituindo um tema importante a ser
aprofundado em nosso meio. Propõem-se que as administrações municipais, através da
articulação entre as Secretarias de Esporte e de Saúde, organizem serviços que ofereçam
atividade física para a população idosa.
6 CONCLUSÃO
A partir da análise dos resultados deste estudo pôde-se concluir que o grupo de
indivíduos idosos apresenta mais sintomas de fadiga e depressão, quando comparado com o
grupo controle, e nenhum resultado significante com relação à ansiedade-traço e ansiedade-
estado. Estes sintomas de fadiga ocorreram em conjunto com sintomas depressivos sugerindo
uma possível correlação entre estes. Quando se observou apenas os idosos, esta correlação foi
confirmada. Analisando-se ainda somente o grupo de indivíduos idosos observa-se que o
grupo de idosos que praticam atividade física regularmente apresentam menos sintomas
fadiga que o grupo que não pratica atividade física.
30
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