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ANDRÉA URBANO TAVARES
ESTUDO DA INTERFACE ENTRE PINO PRÉ-FABRICADO E DENTINA
RADICULAR POR MICROSCOPIA ÓPTICA E ELETRÔNICA
DE VARREDURA COM BAIXO E ALTO VÁCUO
São Paulo
2007
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Andréa Urbano Tavares
Estudo da interface entre pino pré-fabricado e dentina radicular por microscopia
óptica e eletrônica de varredura com baixo e alto vácuo
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo, para obter o título de
Doutor, pelo Programa de s-graduação em
Odontologia.
Área de concentração: Materiais Dentários.
Orientador: Prof. Dr. Roberto Ruggiero Braga
São Paulo
2007
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Tavares AU. Estudo da interface entre pino pré-fabricado e dentina radicular por
microscopia óptica e eletrônica de varredura com baixo e alto vácuo [Tese de
Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
São Paulo, ____/____/____
Banca Examinadora
1) Prof(a). Dr(a).___________________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________________
Julgamento: __________________________Assinatura:
2) Prof(a). Dr(a).___________________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________________
Julgamento: __________________________Assinatura:
3) Prof(a). Dr(a).___________________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________________
Julgamento: __________________________Assinatura:
4) Prof(a). Dr(a).___________________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________________
Julgamento: __________________________Assinatura:
5) Prof(a). Dr(a).___________________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________________
Julgamento: __________________________Assinatura:
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, a minha mãe Nadir, pelo seu amor
inesgotável e por estar sempre apoiando e orientando de maneira
sensata sua primogênita geniosa, mantendo o carinho e a esperança
dentro do meu coração.
Na sua presença toda hostilidade é
sobrepujada por uma paz profunda.
Sat Chit Ananda
Ao meu pai João Carlos, pelas suas lições de vida, sua sabedoria,
humor e criatividade genial, que sempre me surpreenderam e me
enternecem todos os dias.
É na educação dos filhos que se revelam
as virtudes do pais”.
Coelho Neto
Ao meu marido Carlos pelo incentivo, compreensão e ajuda
durante toda a trajetória de minha s-graduação. Vo é mesmo
muito especial!
Para viver de verdade,
pensando e repensando a existência,
para que ela valha a pena,
é preciso ser amado; e amar; e amar-se”.
Lya Luft.
As minhas irmãs, Jussara e Fernanda, cada qual a sua maneira
especial, sempre apoiaram a irmãzona com muito amor.
Cada ser tem sua beleza e sua nobreza.
Fazer comparações é ser incapaz de ver
além das aparências”.
Roberto Shinyashiki.
Ao meu filho Carlos Henrique, que está sendo gerado com todo o
amor durante a elaboração deste trabalho e tem dado muita força e
coragem para sua mãe.
A melhor forma de criar uma criança boa
é faze-la feliz”.
Oscar Wilde
AGRADECIMENTOS
A Deus, que sempre ilumina minha vida e estimula minha vontade
na busca de meus ideais, sempre.
À Nossa Senhora Aparecida, como devota, agradeço sua
intercessão nos diversos momentos de minha vida, sendo sempre
minha fonte de inesgotável alegria.
Ao Prof. Dr. Paulo Eduardo Capel Cardoso, que, há dez anos,
vem me acompanhando durante minha formação acadêmica, na
condição de aluna de graduação, de iniciação científica, monitora e
finalmente como aluna da pós-graduação. Foram muitas
oportunidades criadas que só contribuíram para meu amadurecimento
profissional e pessoal.
À Prof
a
Dr
a
Rosa Helena Miranda Grande por todo o seu empenho
e apoio durante toda a minha trajetória na pós-graduação e que na
etapa final da elaboração da tese teve uma postura exemplar, digna
de seu cargo acadêmico, além de ser uma pessoa maravilhosa,
incentivadora e acolhedora.
Ao Programa de Pós-Graduação em Materiais Dentários da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo –
FOUSP, que possibilitou meu crescimento intelectual.
As sempre amigas, Prof
a
Dr
a
.Sandra Kiss Moura e Prof
a
Dr
a
Eliane Plácido, que estão presentes na minha vida como fiéis
companheiras 12 anos e dão um tempero especial ao nosso
convívio onde quer que estejamos.
À Prof
a
Dr
a
Fernanda Tranchesi Sadek, pela qual tenho profundo
carinho e admiração. E que me ajudou muito, sem medir esforços,
durante parte da fase experimental,assim como correção do texto da
tese, dividindo comigo as angústias, vitórias e a gravidez de ambas.
Ao amigo Rogério Cardoso Bulhões que teve participação especial
na parte estatística deste estudo e sempre esteve disposto a ajudar
de maneira sincera.
Ao amigo Prof. Dr. André Mallmann por ter me ensinado grande
parte da fase laboratorial deste estudo.
Aos Prof. Isaac Jamil Sayeg, do Instituto de Geociêcias, Profa.
Dra. Clarice da Escola Policnica- Engenharia dos Materiais, ao
Prof. Wanderley John da Escola Politécnica- Engenharia Civil e a
Prof. Dra. Maria Cecília Salvatori do Instituto de Física pela
colaboração e disponibilidade ao ajudar em distintas fases desta
pesquisa de forma engrandecedora.
Ao Antonio Carlos Lascala, Silvio Peixoto Soares e Paulinho
Eduardo Ferreira Santos pelo convívio e ajuda durante todos esses
anos no Departamento de Materiais Dentários.
Aos professores do Departamento de Materiais Dentários
Antonio Muench, Carlos Eduardo Francci, Fernando Neves, Igor
Sttuart, José Fortunato Ferreira Santos, Josete Cruz Meira, Leonardo
Elloy Rodrigues, Paulo Francisco César, Rafael Yagüe Ballester,
Roberto Ruggiero Braga e Walter Gomes Miranda Jr. pelos
ensinamentos e apoio dado durante o curso de pós-graduação.
À Rosinha Cristina Nogueira pela prestatividade e eficiência na
realização de seu trabalho.
À Mirtes Regina Martins F. Saduto pela torcida, pelos lembretes,
por toda a ajuda na parte burocrática.
Aos colegas da s-graduação Bárbara Pick, Carmen Silvia Pfeifer,
Carla Gonçalves, Carina S. Castellan, Edméa Ludovici, Fábio Zovico,
Fernanda Calabró Calheiros, Flávia Gonçalves, Flávia Pires, Isis
Andréa Poiat, Janaína O.Lima, José Roberto Bauer, Kelle Cristina
Garcia, Letícia, Letícia Jacques, Marcelo Mendes Pinto, Maurício, Maria
Teresa, Cristina Yuri, Nívea Fróes, Ricardo Martucci, Silvia Kenshima,
Tathy e Vinicius Rosa, pela amizade e momentos desfrutados juntos.
Aos amigos da pós-graduação do Programa PQI- UFMA Adriana
Vasconcelos, Ana Maria , Cláudia, Ivone Lima, José Ferreira e Soraya
de Fátima pelos dias de alegria compartilhados com vocês.
À empresa Ivoclar-Vivadent pela disponibilização dos materiais
presentes neste estudo.
Aos tios e profissionais da área odontológica Lúcia Helena e Jorge
pelo apoio profissional e pelo incentivo que me foram dados para a
conclusão desta pesquisa.
Aos amigos e parentes que direta ou indiretamente me
incentivaram e contribuíram para que este trabalho pudesse ser
concluído.
Ao Serviço de Documentação Odontológica SDO/FOUSP, pela
revisão e formatação do texto.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior, Capes, pela concessão da bolsa de doutorado.
Tavares AU. Estudo da interface entre pino pré-fabricado e dentina radicular por
microscopia óptica e eletrônica de varredura com baixo e alto vácuo [Tese de
Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
RESUMO
Os objetivos deste estudo foram avaliar a adaptação das interfaces de união entre
dentina radicular, cimento resinoso e pino pré-fabricado de fibra de vidro (presença ou
não de fendas), variando: o método de avaliação (MEV, baixo vácuo, óptico), região da
dentina radicular observando os terços apical(a), médio(m) e cervical(c) e o tratamento
de superfície do pino (com ou sem silano). 20 dentes unirradiculares humanos foram
tratados endodonticamente e após 72h houve a remoção da porção coronária e preparo
dos condutos para receber o pino pré-fabricado FRC Postek Plus® (1.4 – 14mm),
condicionados com ácido fosfórico (37%-15s), aplicado sistema adesivo Excite DSC® e
fotoativado(600mW/cm
2
–40s). Metade dos pinos (n=10) recebeu uma camada de silano.
As amostras foram separados em grupo 1 (G1- sem silano) e grupo 2 (G2- com silano)
Os pinos foram cimentados com Variolink II®, fotoativado(40s-600mW/cm
2
), após
72h, as raízes foram seccionadas (12 fatias-1mm), embutidas (RAAQ), polidas (#220-
4000), desidratadas, confeccionadas réplicas em resina epóxica e analisadas em
microscópio óptico (MO), microscopia eletrônica de varredura (MEV) (réplicas e
raizes), baixo vácuo (BV) e alto vácuo(AV). A fenda nas interfaces foi quantificada
(m) e os dados analisados (teste Aspin-Welch e t-Student), por porção (a,m,c),
interface pino-cimento (pc) e cimento-dentina radicular (cd) (p<0,05). Para a análise em
MO, os resultados de área aderida foram: G1 pc: a<m=c e cd: a>m=c; G2 pc: a=m<c e
cd: a=m=c. Para a análise em MEV, utilizando réplicas, G1/G2 pc e cd: a=m<c. Com
relação às fendas , G1 pc e cd: a=m=c , G2 pc: a=m=c e cd: a>m=c. Para BV, G1 pc e
cd: a<m=c, G2 pc: a=m<c, cd: a=m=c. Para MEV AV, G1 pc: a<m<c, cd:a=m<c e G2.
pc: a=m<c, cd: a=m=c. Em todas as análises e em ambos os grupos, pc>cd. Concluindo-
se que as informações obtidas com as diversas técnicas de microscopia se
complementam, a interação pc promove maior área aderida que cd, existe diferença
entre as porções da raiz e não existe diferença para o tratamento de superfície do pino.
Palavras-Chave: pinos de fibra de vidro, adesão, MEV.
Tavares AU. Interfaces analysis between fiber post and root dentin using optic
microscopy and SEM with low and high vaccum [Tese de Doutorado]. São Paulo:
Faculdade de Odontologia da USP; 2007.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the interface between resin cement and fiber post
FRC Postek Plus® inside the root canal, using light transmission optical microscopy
(MO) and Scanning electron microscope (SEM) with replica´s technique quantitative
evaluation and samples analysed with high(HV) and low (LV) vaccum, considering
different root region: apical (a), middle(m) and coronal (c) and the post surface
treatment with or without silanization. 20 extracted human single rooted were
endodontically- treated. They were decoronated and their root canals prepared to receive
fiber post FRC Postek Plu (#1-14mm). All canal were phosphoric acid etched (37%-
15s), washed, dried with paper points. Then, the Ecite DSC adhesive system was
applied and light cured (600 mW/cm
2
40s). The surface of 10 fiber posts were treated
with silane (Monobond S). The samples were divided in two groups: G1(w/o silane) and
G2(with silane). All posts were cimented with Variolink II light cured for 60s After 72h
stored (distilled water 37
0
C), roots were serially sliced perpendicular to the bond
interface into twelve 1.0mm-thick slabs, which were divided in apical, middle and
coronal root region.The samples were embeeded in acrylic resin, polished (#220-4000),
dehidrated and observed at optic microscope. After that, replicas with epoxy resin were
obtained. Samples and replicas were gold sputter-coated to be observed at SEM. Gap
formations were quantified (m). Results were analyzed with Aspin-Welch and t-
Student´s test, considering the interface post-cement (pc), cement-dentin (cd) and the
root region (c.m,a)(p<0.05). In MO, the adhesion area results were: G1 pc: a<m=c and
cd: a>m=c; G2 pc: a=m<c e cd: a=m=c. In SEM with replicas: G1/G2 pc and cd:
a=m<c.Considering the gap size: G1 pc and cd: a=m=c , G2 pc: a=m=c and cd: a>m=c.
To LV G1 pc and cd: a<m=c, G2 pc: a=m<c, cd: a=m=c. To SEM HV, G1 pc: a<m<c,
cd:a=m<c and G2. pc: a=m<c, cd: a=m=c. To both groups and in total analysis pc>cd.
So, results obtained with all the micrscopy technique add informantion among them, the
interation pc has better adhesion area than cd, there is difference among the root region
and no difference to the fiber post surface treatment.
Keywords: fiber post, adhesion, SEM
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
a porção apical da raiz
Bis-GMA bisfenol-glicidil-metacrilato
BV baixo vácuo
c porção cervical da raiz
cd interação cimento/dentina radicular
cm centímetro
cp corpo-de-prova
D dente
desvpad desvio padrão
EDTA Etileno diamino tetra-acético
G1 grupo 1 (amostras sem silano)
G1a subdivio grupo 1 (amostras sem silano)
G2 grupo 2 (amostras com silano)
G2a subdivio grupo 2 (amostras com silano)
GPDM Dimetacrilato de ácido glicerofosfórico
h horas
HEMA 2-hidroxietil-metacrilato
HMDS Hexametildisilazano (hexamethyldisilazane)
m porção média da raiz
MEV microscopia eletrônica de varredura
MO microscopia óptica
mm milímetro
mm/min milímetro por minuto
m milímetro quadrado
MPa Mega Pascal
mW/cm² mili Watt por centímetro quadrado
n tamanho da amostra
NaOCl hipoclorito de sódio
p significância da análise estatística
pc interação pino de fibra/cimento resinsos
pH potencial hidrogeniônico
TEGDMA tri-etilglicol-glicidildimetacrilato
µm micrometro
LISTA DE SÍMBOLOS
s segundos
ºC graus Celsius
# diâmetro do pino / granulação
% porcentagem
α alfa (índice de significância da análise estatística)
> maior
< menor
SURIO
p.
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................18
2 REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................22
2.1 Pinos de fibra de vidro................................................................................22
2.2 Adesão à estrutura dental...........................................................................24
2.3 Cimentação adesiva ....................................................................................27
2.4 Estudos da interface ...................................................................................29
3 PROPOSIÇÃO ..............................................................................................31
4 MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................32
4.1 Microscopia óptica......................................................................................38
4.2 Réplica das amostras em MEV...................................................................40
4.3 Análise em microscopia eletrônica de varredura com baixo vácuo .......42
4.4 Análise em microscopia eletrônica de varredura com alto vácuo..........43
5 RESULTADOS..............................................................................................46
6 DISCUSSÃO .................................................................................................66
7 CONCLUSÕES .............................................................................................77
REFERÊNCIAS
.........................................................................................................78
ANEXOS ...................................................................................................................90
1 INTRODUÇÃO
A escolha do material para restaurações protéticas em dentes com tratamento
endontico vem sofrendo mudanças, pois o emprego de material muito rígido (ligas de
prata, ouro ou zirconia) tem sido substituído por material com dulo de elasticidade
semelhante à dentina, como resina composta e pinos de fibra, no intuito de criar uma
unidade mecanicamente homogênea. No caso dos pinos de fibra de vidro, estes são
fáceis de trabalhar além de diminuírem o risco de fratura da raiz, pois geralmente não
causam forças na interface e sim ao redor do terço central do canal (PEST et al., 2002).
A utilização de pinos de fibra de vidro pré-fabricados no interior do canal
radicular é possível devido à evolução da Odontologia adesiva, em virtude do
condicionamento ácido das estruturas dentinárias (BUONOCUORE, 1955) e da
formação de uma camada híbrida (NAKABAYASHI; KOJIMA; MASUHARA, 1982).
A principal função dos pinos protéticos é aumentar a retenção do remanescente
dentário para a instalação de uma futura restauração direta ou indireta (MALLMANN,
2003). Eles apresentam algumas características como
configuração paralela em dois
terços de sua extensão e convergente na porção apical, fator que o aproxima do formato
do canal radicular, diminuindo assim a quantidade de película de cimento
(SHILLINBURG et al., 1998). Também possuem módulo de elasticidade semelhante ao
da estrutura dentinária (MACCARI; CONCEIÇÃO; NUNES, 2003), não sofrerem
oxidação, são mais estéticos que os pinos metálicos e podem transmitir luz, facilitando a
polimerização do cimento resinoso dentro do conduto radicular, aspectos diferenciais
em relação aos pinos metálicos pré-fabricados ou fundidos. Além disso, o risco de
fraturas na raiz é pequeno e quando ocorre o compromete toda a extensão do dente,
pois se localiza próximo a região cervical (ISIDOR; ODMAN; BRONDUM, 1996;
KING; SETCHELL 1990). Também empregam uma técnica de instalação simplificada
diminuindo o tempo operatório, o que é vantajoso e preconizado na Odontologia atual .
Apesar destas vantagens, os pinos de fibra exigem a cimentação adesiva dentro
do conduto radicular. Pelo fato de apresentarem grande lisura, é sugerida a realização de
um tratamento de superfície para aumentar a interação micromecânica entre pino e
cimento resinoso (KURTS et al., 2003; MALFERRARI; MONACO; SCOTTI, 2003;
MARTINEZ, 1999; PEST et al., 2002). Isto pode ser conseguido com a aplicação de
silano na superfície do pino, o qual é composto de uma solução com metacrilato capaz
de interagir com os componentes do cimento, melhorando a união do conjunto.
Contudo, quando se trata de cimentação de pino intra radicular, existe outra
interação, que é estabelecida entre cimento resinoso e dentina radicular. Esta interação é
a mais crítica pois depende de fatores inerentes da própria estrutura dentária as quais
podem interferir na adesão, como por exemplo, idade do dente, quantidade de
calcificação, número de bulos dentinários, região da dentina intra-radicular, resultante
das forças mastigatórias e pressão intrapulpar (BOLHUIS; GEE, 2005; CARDOSO;
PLACIDO; MOURA, 2002).
Como se trata de uma cimentação adesiva, esta exige uma criteriosa técnica de
trabalho, pois lida com a umidade no interior da dentina radicular, a fotoativação do
cimento dentro do conduto radicular e o alcance da luz do fotopolimerizador.
Para verificar a união de pino e cimento resinoso à dentina radicular, foram
realizados ensaios laboratoriais de microinfiltração (MANNOCCI; FERRARI;
WATSON, 2001), resistência adesiva (BOCAGEL, 1999; CHO et al., 2002; COHEN et
al., 2000; HEYDECKE; BUTZ; STRUB, 2001; KREJCI et al.;2003; KURTS et al.,
2003; LIBMAN; NICHOLLS, 1995; MACCARI; CONCEIÇÃO; NUNES, 2003;
MALLMANN, 2003; MARTINEZ, 1999; MONTES, 2002; SHIOZAWA, 1996),
análise imunohistoquímica (BRESCHI et al., 2004) e análises com diferentes tipos de
microscopia (FERRARI; MANNOCCI; VICHI, 2000; LUGLIÈ et al., 2003; PEST et
al., 2002). Quanto às análises em microscopia, a mais conhecida é a eletrônica de
varredura (MEV), que permite avaliar qualitativamente a interface entre pino e cimento
resinoso (FERRARI; MANNOCCI; VICHI, 2000; LUGLet al., 2003; PEST et al.,
2002).
Por meio da MEV é possível observar detalhes da interface e obter inúmeras
informações a seu respeito (PERDIGÃO, 1995). Contudo, durante o preparo, as
amostras são submetidas a tratamento prévio de fixação e desidratação, além do alto
vácuo dentro do microscópio, podendo surgir artefatos de técnica, que no caso da
dentina radicular, aparecem em forma de fendas ou trincas, mascarando o resultado final
da interação entre pino e cimento resinoso. Por isso, a metodologia utilizada para avaliar
a adaptação das interfaces de união dentina/cimento/pino deveria apresentar uma
mínima introdução de artefatos de técnica no preparo dos corpos-de-prova.
Considerando que o cimento apresenta uma composição resinosa, a qual sofre contração
de polimerização, e do pino se encontrar em uma condição de confinamento muito
grande no interior da raiz (FEILZER et al., 1987), caso as fendas aparecessem estas
deveriam estar relacionadas apenas à técnica de cimentação e não a artefatos de técnica
do preparo das amostras.
Sendo assim, uma outra forma de analisar esta interface é através de microscopia
óptica que possibilita o aumento em até 500x e as amostras se encontram pximas às
condições normais. Isto elimina o risco de má-interpretação nos resultados devido à
inexistência de artefatos, pois a s amostras o são submetidas ao vácuo (MANNOCCI
et al., 2001).
E uma outra possibilidade para a observação desta interface entre pino/cimento
resinoso/dentina radicular seria a utilização da microscopia eletrônica de varredura com
baixo cuo, ainda não utilizada para este tipo de estudo envolvendo pinos de fibra de
vidro. A característica desta técnica envolve a utilização de amostras úmidas, as quais
o submetidas a um vácuo pequeno (2psi) e possibilita a observação de detalhes devido
a grandes aumentos.
Isto evidencia a necessidade de se analisar, e principalmente comparar,
diferentes cnicas microscópicas que possibilitam a visualização das distintas interfaces
envolvidas quando da fixação de pinos de fibras de vidro, com ou sem tratamento de
superfície, no interior da dentina radicular, considerando suas diferentes porções.
Sendo assim, houve a necessidade de uma consulta de literatura para maiores
esclarecimentos.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Para facilitar a abordagem do assunto este capítulo foi subdividido em tópicos.
2.1 Pinos de fibra de vidro
Em 1983 existe o primeiro registro na literatura a respeito da utilização de fibras
de carbono imersas em uma matriz orgânica, para auxiliar a reconstrução de dentes com
tratamento endontico (LOVELL, 1983). Com o desenvolvimento da técnica, cinco
anos depois (DURET; REYNAUD; DURET, 1990), foram introduzidos os pinos de
fibra de carbono propriamente ditos e esses vem norteado as pesquisas nos últimos anos
(FERRARI; SCOTTI, 2002).
Os pinos de fibra de vidro são, portanto uma derivação dos pinos de fibra de
carbono e datam de 1999 (MARTELLI, 1999). Suas caractesticas são: configuração
paralela em dois terços de sua extensão e convergente na porção apical
(SHILLINBURG et al., 1998), o que facilita a adaptação no interior do canal radicular
mesmo em condutos mais estreitos, (GOMES, 2003), promovendo um tamanho de
película de cimentação mais fina e uniforme, melhorando a distribuição de tensões no
interior da raiz (BOTTINO et al., 2001; ROULET; DE GIGANGI, 2000), dulo de
elasticidade semelhante ao da estrutura dentinária que está entre 15 e 25 GPa
(MACCARI; CONCEIÇÃO; NUNES, 2003), não sofrerem oxidação, são mais
estéticos que os pinos metálicos e podem transmitir luz, facilitando a polimerização do
cimento resinoso dentro do conduto radicular, aspectos diferenciais em relação aos
pinos metálicos pré-fabricados ou fundidos.
Estes pinos de fibra tem propriedades mecânicas próximas às da dentina,
originando um conjunto mecanicamente mais homogêneo depois de cimentado no canal
radicular (PEST et al., 2002), o que reduz as chances de fratura no substrato dental,
comuns quando da utilização de pinos metálicos (ALBUQUERQUE et al., 2003;
ASMUSSEN; PEUTZFELDT; HEITMANN, 1999).
Contudo, a forma cônica e a superfície lisa deste tipo de pino não favorecem sua
retenção no canal radicular, pois apenas a utilização de cimento resinoso pode não ser
suficiente para garantir a adesão. Para alguns autores (COHEN et al., 1999), o
tratamento prévio da superfície com silano poderia aumentar a resistência de união do
pino durante a cimentação. O próprio fabricante recomenda no caso do pino FRC Postek
Plus, que a superfície seja tratada com ácido fosfórico, seguido da aplicação de silano
para aumentar a adesão (VÖKEL, 2004). Outra característica destes pinos é a utilização
de um kit de brocas específico para o conduto radicular, o que favorece um preparo
uniforme assim como uma linha de cimentação mínima (FERRARI; VICHI; GARCIA-
GODOY, 2000).
O pino FRC Postek Plus apresenta em sua composição dimetacrilatos (21%),
fluoretos (Iterbium) (9%), fibras de vidro (70%), catalisadores e estabilizadores
(<0,5%). Quanto às propriedades físicas, possui resistência flexural de 1050 ( 50)
MPa, dulo de elasticidade de 48 ( 2) GPa, sorção de água de 17( 1)gmm
3
,
solubilidade em água de 2,5 (
0,25)
g
mm
3
e radiopacidade para os pinos #1 de 330
( 10)%Al. As fibras de vidro ficam embebidas em uma matriz polimérica contendo
dimetacrilatos e fluoretos (Figura 2.1).
Figura 2.1- Imagem MEV Pino FRC Postek Plu A-corte longitudinal com fibras embebidas
em matriz polimérica. B-Corte transversal do pino evidenciando a distribuição das fibras
na matriz
A utilização dos pinos de fibra de vidro foi possível devido aos avanços na
Odontologia adesiva, pois tais pinos preconizam o uso de cimento resinoso, o qual
envolve a adesão a estrutura denria, abordada no pximopico.
2.2 Adesão à estrutura dental
Quando duas substâncias são colocadas em íntimo contato, aparecem forças de
atração entre elas (ANUSAVICE, 1996; BLUNK, 2000). A adesão pode ser definida
como a união entre duas estruturas diferentes, quando elas são colocadas em íntimo
contato (BLUNK, 2000). Para se obter a união entre dois lidos, é aplicada uma
camada de adesivo entre ambos, no intuito de preencher as irregularidades das
superfícies, permitindo o íntimo contato destas estruturas através deste terceiro
componente (MOURA, 2003).
As primeiras pesquisa com adesivos dentirios datam de 1949, quando Oscar
Hagger desenvolveu o dimetacrilato de ácido glicerofosfórico (GPDM), o qual foi
A
B
comercializado com o nome de Sevriton Cavity Seal, juntamente com a resina composta
de ativação química Sevritron. Tal sistema mostrou a capacidade de promover união
entre resina acrílica e dente. Em 1952, Kramer e McLean analisaram a interface de
união entre dentina e tal sistema adesivo em microscopia óptica, onde foi observada a
difusão do monômero na dentina, através do corante de hematoxilina-eosina
(NAKABAYASHI; PASHLEY, 1998). Em meados dos anos 50, um outro estudo
mostrou que a utilização de ácido fosfórico a 85% para o condicionamento do esmalte
aumentava a energia livre de superfície, tornando-o mais eficiente para a adesão
(BUONOCUORE, 1955).
A união às estruturas dentárias pode ser obtida através do condicionamento com
ácido, o qual remove a smear layer e desmineraliza a dentina em uma profundidade de
vários micrômetros (INOUE et al., 2001). O adesivo penetra nas irregularidades da
estrutura dentária, promovida pelo condicionamento, resultando em um íntimo contato
entre ambos (PERDIGÃO; RITTER, 2001) e formando uma camada híbrida que
envolve adesivo, dentina intertubular e a trama colágena exposta pela desmineralização
(TAY et al., 2000), garantindo uma ótima retenção micromecânica.
Ainda hoje existe a preocupação em se desenvolver um sistema adesivo capaz de
estabelecer um embricamento micromecânico eficaz com a dentina, além de ser
biocompatível, pouco sensível à técnica de aplicação e ser compatível com os materiais
restauradores (MALLMANN, 2003).
Os adesivos odontológicos podem ser classificados pelo número de passos
operatórios em três, dois ou um, dependendo de como é estabelecida a seqüência de
condicionamento, aplicação do primer e adesivo sobre a superfície dentinária (INOUE
et al., 1999). Além disso, sua ativação pode ser por luz, química ou a associação de
ambas. A ativação por luz precede a formação de radicais livres devido à ativação de
um fotoiniciador, geralmente uma -diketona assim com 2,3 bornanediona
(canforoquinona), a qual excita o estado triplo da reação. Em seguida, ocorre uma
redução do fotoiniciador ativado através de um acelerador à base de amina, menos
nucleofílico, que forma um complexo intermediário, liberando os radicais livres para a
dissociação (MONROE; WEINER; HAMMOND, 1968). Se houvesse apenas a
ativação química, a velocidade da reação polimérica seria muito baixa e poderia
acontecer uma incompatibilidade entre os monômeros acídicos da resina com os
compósitos químicos. Isto é evitado com a presença de compósitos fotoativados os
quais polimerizam rapidamente (SANARES et al., 2001) .
Dentre os adesivos usados para a cimentação de pinos de fibra de vidro
destacam-se os duais com frasco único, este se caracteriza por apresentar primer e
adesivo juntos e promovem a infiltração simultânea de ambos, com a penetração do
monômero na dentina (LI; BURROW; TYAS, 2002). Preconizam, inicialmente, o
condicionamento das estruturas dentais com ácido fosfórico, seguido de lavagem e
secagem do conduto, sendo esta etapa bem crítica, pois a secagem em excesso pode
colapsar as fibras colágenas, ou no caso de excesso de molhamento na dentina, pode
haver a diluição do adesivo (GIANNINI; REIS; ARRAIS, 2002; LOPES et al., 2002;
PASHLEY et al., 1999). Tais adesivos são apresentados em embalagens individuais,
onde o catalisador se encontra separado do adesivo. Através de um aplicador
‘‘microbrush ’’, acontece sua ativação (TAY et al., 2004).
O sistema adesivo, no que concerne à estrutura radicular, atua em conjunto com
o cimento resinoso, ambos buscam fixar os pinos pré-fabricados em seu interior, uma
vez que o intuito do primeiro é garantir um embricamento micromecânico entre cimento
resinoso e dentina radicular. A dentina é um tecido com características regionais
diferenciadas, com topografia que varia dependendo da área envolvida, da idade do
dente, da quantidade de túbulos dentinários e da pressão intrapulpar (BOLHUIS; GEE,
2005; CARDOSO; PLACIDO; MOURA, 2002; TORRES; DE ARAÚJO; TORRES,
2004)
Alguns autores (FERRARI et al., 2000) observaram que a diferença entre
número de túbulos nos dois primeiros terços radiculares foi estatisticamente
significante. No terço cervical foram observados em média 36.350 bulosmm
2
, no
médio 28.130 bulos
mm
2
e no apical 22.630 bulos
mm
2
. Uma vez que todas as
regiões foram submetidas ao condicionamento com ácido fosfórico, houve um aumento
na área superficial para 202% (cervical), 156% (médio) e 113% (apical). O dmetro dos
túbulos também foi alterado de 2,5 para 3,5 m (reges cervical e média) e de 2 m
para 3 m (região apical). Conseqüentemente, a espessura de camada híbrida formada
foi de 4,5
m, na região cervical, 2,5
m na região média e de 1,2
m na região apical.
Com isso, verifica-se que a escolha do sistema adesivo aplicado antes da
cimentação adesiva requer uma atenção especial no que concerne à técnica de aplicação,
assim como sua composição (MALLMANN, 2003).
2.3 Cimentação adesiva
Os cimentos resinosos surgiram em meados dos anos 50, porém tiveram maior
desenvolvimento 20 anos mais tarde. Este material apresenta como característica o
embricamento micromecânico com o adesivo dentinário, além de ser menos solúvel aos
fluidos da cavidade bucal em relação ao cimento de fosfato de zinco (ROSENSTIEL;
LAND; CRISPIN, 1998). Sua composição se assemelha a das resinas compostas, onde
há uma matriz orgânica unida quimicamente às partículas de carga inorgânica através do
silano (ANUSAVICE, 1996).
Este tipo de cimentação é indicado quando se utilizam pinos intra radiculares
pré-fabricados. Para isso, deve-se estar atendo para a remoção completa da smear
layer” ou lama dentinária, que vem a ser um esfregaço dentinário constituído de restos
de matéria orgânica e inorgânica produzidos por instrumentos cortantes ou abrasivos,
óleo, saliva e microrganismos, podendo apresentar uma espessura de 1 a 5 m
(GWINNETT, 1984). No entanto, sua profundidade pode chegar até 40
m no interior
dos túbulos dentinários (CZONSTKOWSKY; WILSON; HOLSTEIN, 1990), formando
os chamados “smear plugs (GWINNETT, 1984; PASHLEY, 1984), que funcionam
como barreira à polpa contra estímulos nocivos. Porém, dificultam a penetração dos
sistemas adesivos e a hibridização com o cimento resinoso na dentina, o que pode
resultar em baixa resistência de união (PASHLEY; CARVALHO, 1997).
Quando se trata de condutos radiculares, uma maneira bastante eficaz de
remover a “smear layer” é através da utilização de soluções químicas, como: hipoclorito
de dio (NaOCl) em diferentes concentrações, condicionamento com ácido fosrico,
além da aplicação do tradicional EDTA (etileno diamino tetra-acético). Alguns autores
(GOLDMAN; DEVITRE; PIER, 1984; GOLDMAN; DEVITRE; TENCA, 1984)
constataram que a limpeza dos condutos radiculares aumenta a permeabilidade da
dentina e promovem maior adesividade no momento da fixação dos pinos intra-
radiculares com os sistemas adesivos e cimento resinoso.
Como o cimento resinoso e sistema adesivo funcionam como uma unidade ao
redor do pino de fibra o ideal seria que todos tivessem dulo de elasticidade
semelhantes: cimento resinoso de 6,8-10,8 GPa, adesivo 5,7-25 GPa e pinos de fibra 16-
40 GPa (ASMUSSEN; PEUTZFELDT; HEITMANN, 1999; BRAEM et al., 1986;
FEEDMAN, 1996).
Para favorecer a polimerização como se fosse um único bloco, foi sugerido o
emprego de cimentos resinosos do tipo dual para a cimentação de pino no interior do
canal radicular. Eles apresentam um tempo de trabalho longo e em virtude da presença
de iniciadores químicos, podem se polimerizar na ausência de luz (FOXTON et al.,
2003; FOXTON et al., 2005).
Um detalhe importante neste tipo de interação é a natureza resinosa do cimento,
ou seja, independente do pino ter sua superfície previamente tratada, há o problema
relacionado com a resistência de união deste com o cimento resinoso, pois, devido a
contração de polimerização, podem ocorrer falhas nesta interface que prejudiquem a
integridade e possibilitem a não adaptação do pino do interior do canal radicular
(LEWGOY, 2003).
2.4 Estudos das interfaces
A microscopia eletrônica de varredura (MEV) é uma importante ferramenta para
os estudos odontológicos (PERDIGÃO, 1995). Em meados de 1950 e 1960 sua
utilização era indicada para analisar a ultra estrutura de esmalte e dentina (ARWILL;
BLOOM, 1954; FRANK, 1959; JOHANSEN; PARKS, 1962; SCOTT, 1955;
TAKUMA, 1960). Após a introdução da técnica de condicionamento ácido
(BUONOCUORE, 1955), a MEV vem sendo extensivamente utilizada para estudar o
mecanismo de adesão em esmalte (BUONOCUORE; MATSUI; GWINNETT, 1968;
GWINNETT; MATSUI, 1967) e em dentina (ERICKSON, 1989; INAGAKI et al.,
1989; NAKABAYASHI; KOJIMA; MASUHARA, 1982; VAN MEERBEEK et al.,
1992). Microporosidades superficiais criadas pela dissolução da hidroxiapatita através
de condicionamento, assim como a rede de fibras colágenas não são facilmente
visualizadas sem a realização da fixação e ponto-crítico, os quais requerem um tempo
de trabalho mais longo (PERDIGÃO, 1995).
Tal técnica se disseminou inclusive para estudos na porção radicular do dente.
Em 1999, pesquisadores (MANNOCCI et al., 1999a) utilizaram a MEV para estudar a
interface entre resina e guta-percha no interior das raízes. Outros autores (FERRARI;
VICHI; GRANDINI, 2001) avaliaram através de MEV, o mecanismo de união com
diferentes procedimentos adesivos na cimentação de pinos. A utilização do MEV é
realizada com freqüência apenas com algumas amostras no intuito de ilustrar um estudo,
onde um teste mecânico o norteia (ELLAKWA et al., 2002).
Existem outros métodos para se analisar a interface, por exemplo a microscopia
óptica, a qual trabalha com as amostras muito próximas às condições ambientes, mas o
aumento promovido é menor que o adquiro em MEV (MANNOCCI et al., 2001). E a
MEV de baixo cuo, que tem a facilidade de trabalhar com amostras úmidas,
submetidas a um vácuo de 2psi. Porém, para alguns autores, tal técnica não fornece
informações morfológicas tão detalhadas quanto as do MEV com alto vácuo
(GWINNETT, 1994).
Ficou evidenciado que estudos morfológicos são importantes para complementar
pesquisas de outra natureza, como as de ensaios mecânicos, por ilustrarem a qualidade
das interfaces adesivas. Alguns autores observaram que os resultados de resistência de
união por microtração, por si só, não seriam suficientes para atestar o bom desempenho
dos sistemas adesivos, uma vez que valores altos, quando observados em MEV,
correspondiam a reges com presença de fendas (SU, 1995).
Portanto, estabelecer uma maneira de quantificar a interface de união entre pino
de fibra de vidro, cimento resinoso e dentina radicular, através de diferentes análises
microscópicas, seria uma forma interessante de se obter valores numéricos, dentro de
uma análise qualitativa.
3 PROPOSIÇÃO
Os objetivos deste estudo foram avaliar a adaptação das interfaces de união entre
dentina radicular, cimento resinoso e pino pré-fabricado de fibra de vidro (presença ou
não de fendas), variando: o método de avaliação em microscopia (óptico, MEV com
baixo ou alto vácuo, com amostras originais e réplicas), região da dentina radicular
observando os terços apical (a), médio (m) e cervical (c) e o tratamento de superfície do
pino (com ou sem silano).
As hipóteses do estudo foram:
h
0
= a área aderida entre pino e cimento resinoso era a mesma que entre cimento
resinoso e dentina radicular.
h
i
= não existiria diferença na área aderida entre as porções apical, média e
cervical da raiz.
h
ii
= não existiria diferença na área aderida para os pinos tratados com silano ou
não.
h
iii
= não existiria diferença nos resultados obtidos entre as diferentes análises
microscópicas.
4 MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
de Odontologia da Universidade de São Paulo, com o protocolo n
o
74/04 (Anexo A).
Cada condição experimental possuía 10 raízes, os cp divididos em 2 grupos: G1
(pino sem tratamento de superfície) e G2 (pinos tratados com silano) totalizaram 240
fatias. Assim, o estudo apresentou como variáveis: o tratamento do pino (com ou sem
silano) e a porção da raiz (c, m, a), primeiramente fotografados após o corte, analisados
sem polimento em microscopia eletrônica de baixo vácuo, com polimento em
microscopia óptica e MEV com baixo e alto vácuo e confecção de réplicas verificadas
em MEV alto vácuo. Uma das faces de cada cp foi identificada com esmalte cosmético
de cor distinta para cada porção (c, m, a), com um ponto confeccionado com pincel n
o
0,
garantindo que sempre a mesma face fosse analisada e comparada em todo o estudo
com diferentes microscópios (Figura 4.1).
Figura 4.1- Fatias de uma raiz seccionada com uma das faces identificadas (C cervical, M-
dia, A-apical)
Foram utilizados 20 dentes unirradiculares humanos imersos em cloramina
0,5%, armazenados a 4ºC por sete dias e após remoção dos debris com curetas,
C
C
C
C
M
M
M
M
permaneceram em água deionizada a 4ºC até o início dos experimentos (DE WALD,
1997).
Cada conduto radicular foi instrumentado endodonticamente com limas tipo
Hedstroen® (Dentsply), de tamanho 10 para a realização do comprimento real de
trabalho, verificado com auxílio do localizador apical (Apex®), alargado com as limas
subseqüentes, irrigadas com solução de hipoclorito de dio 1%, finalizando o preparo
de todos os condutos na lima #40. Os condutos foram limpos com detergente aniônico
(Tergensol, Inodon®) (10ml), lavados com EDTA e secos com cones de papel
absorvente. O cimento Sealer 26®, à base de hidróxido de cálcio, foi selecionado,
conforme especificação n.57 da ADA (Anexo B), para não haver comprometimento da
polimerização do sistema adesivo e do cimento resinoso, os quais foram utilizados para
a cimentação do pino (SHIOZAWA et al., 2005).
O cimento endodôntico foi manipulado sobre uma placa de vidro, com espátula
metálica nº24, aglutinando o pó ao líquido, na proporção de 1:1, em volume, conforme
recomendação do fabricante, obtendo-se uma pasta semi-fluida capaz de escoar
facilmente pelas paredes do canal radicular e inserido no conduto com o auxílio de uma
broca propulsora de lentulo nº35 em baixa rotação. Cada conduto foi então preenchido
com cones de gutta-percha (principal e acessórios), utilizando a técnica da condensação
lateral, o excesso de cimento extravasado foi removido com bolinhas de algodão e a
gutta-percha residual com calcadores metálicos aquecidos. O conduto foi fechado com
cimento de ionômero de vidro convencional (Meron®) e uma camada de adesivo
(Excite DSC®) fotoativado (600mW/cm²-20s). As raízes obturadas foram armazenadas
em estufa (100% de umidade - 37ºC) durante 72 horas para aguardar a presa final do
cimento obturador.
Em seguida, cada conduto foi preparado utilizando o kit de brocas específico
para receber o pino FRC Postek Plus® (Ivoclar-Vivadent), de menor diâmetro (#1).
Foram condicionados com ácido fosfórico (37%), durante 15s, lavados pelo mesmo
tempo e secos com papel absorvente. Os condutos receberam uma camada de adesivo
Excite DSC® , aplicado com pincel microbrush® e fotoativado durante 1 min, com luz
halógena (600mW/cm²), pela porção cervical da raiz (Quadro 4.1).
Material Característica N
0
lote
FRC Postek Plus (#1)
Diâmetro de 1,47 à
0,82
Pino de fibra de vidro (opaco) F50938
Monobond S
(pH=4,0)
Silano
(1% 3-metacrilatoxipropril-
trimetilsiloxano e 99% de solução de água e etanol
contendo ácido acético)
F 54447
Excite DSC Adesivo (dual) HEMA, TEGDMA, ácido
fosfórico, dióxido de silicone, iniciadores,
estabilizadores e álcool
F55602
Variolink II Cimento resinoso
Dimetacrilato, dioxido de silicone,
iniciadores auto-ativados, iniciadores fotoativados
D 51333
Quadro 4.1- Pino de fibra de vidro, adesivo e cimento resinoso do fabricante Ivoclar-Vivadent ®
utilizado neste estudo
Os dentes foram divididos aleatoriamente em 2 grupos: G1 (pino sem
tratamento) e G2 (pino tratado com silano).
Cada pino foi condicionado com ácido fosfórico 37%® (Dental Ville n
o
lote 98),
durante 1min, para remoção de possíveis impurezas provenientes do próprio manuseio,
conforme recomendação do fabricante (VÖKEL, 2004), lavados pelo mesmo tempo e
secos com pontas de papel absorvente. Metade dos pinos (n=10) recebeu uma camada
de silano Monobond S®, que agiu sobre a superfície do pino durante 60s, utilizando um
pincel microbrush®, seguida de leve aplicação de jato de ar durante 5s, a outra metade
não recebeu nenhum tipo de tratamento.
A cimentação do pino à estrutura radicular foi feita com cimento resinoso dual
Variolink II® (Ivoclar-Vivadent n
o
lote D51333) manipulado em placa de vidro com
espátula n
o
24, onde foram obtidas partes iguais da pasta base e catalisadora, após
homogeneização, a mistura foi aplicada no conduto com broca lentulo® (Injecta-25mm-
n
o
lote 101405) em baixa rotação.
Para evitar exposição adicional de luz pelas paredes laterais externas do dente,
cada raiz foi envolta com silicone de condensação (Speedex- ColteneWhaledent®) até
a superfície cervical, utilizando tubos de PVC de 20 mm de altura e 20 mm de dmetro
como moldeira individual (MALLMANN, 2003). Os pinos foram inseridos
aleatoriamente em cada raiz, com profundidade aproximada de 14mm, e o cimento
fotoativado durante 1 min (600mW/cm²) pela porção cervical.
Em seguida, os cp foram armazenadas em solução fisiológica 0,9% e mantidos
em estufa (37ºC–100 % umidade) durante 72 horas, para aguardar a presa final do
cimento resinoso. Após este tempo, cada raiz foi seccionada transversalmente com disco
diamantado (Blade XL: 2235) acoplado à máquina de corte Labcut 101(Extec), sob
constante refrigeração, em fatias de aproximadamente 1 mm de espessura. Obtiveram-se
pelo menos 12 corpos-de-prova (cp), os quais foram divididos por porção: cervical (c),
média (m) e apical (a) (Quadro 4.2)
Pino de
fibra de vidro
Cimento
Resinoso
Superfície do
pino
Reges
Com cervical
silano média
FRC Postek Variolink II apical
Plus (dual) Sem cervical
silano média
apical
Quadro 4.2 - Divisão dos grupos experimentais deste estudo
Primeiramente, foi feito um registro fotográfico (AxiioVision ®) de cada fatia,
utilizando uma lupa (Carl ®) (20 x aumento) acoplada a tela de um computador,
registrando seu estado individual logo após a secção com o disco diamantado, onde foi
verificada a presença do pino de fibra de vidro, envolto pela linha de cimentação, assim
como a identificação das fatias com esmalte cosmético em um dos extremos (Figura 4.2
e 4.2a).
Figura 4.2- Imagens de G1D5 (lupa 20x)-Em A- fatia apical 1, B-fatia média 1, C – fatia cervical 1
Figura 4.2a –Amostra G1D1 (lupa 20x). Em A-apical 1, B-apical 2-, C-apical 3
Para as demais análises, foi realizado polimento dos cp para obter uma
superfície lisa e homogeneizar as diferentes alturas entre a superfície do pino, a linha de
cimentação e a dentina causadas pelo seccionamento com disco diamantado. Para o
polimento foi realizado o embutimento de todas as fatias em um tubo de PVC de 1,5
polegada com resina acrílica quimicamente ativada (RAAQ) (Figura 4.3).
Figura 4.3- A- tubos de PVC utilizados para embutimento das amostras. B- resina acrílica sendo
lentamente vertida. C-cp embutidos
Os cp foram polidos em politriz semi-automática (Ecomet ®- Buhler), modelo
Automet 2000 (Twin Variable Speed Grinder), durante 10 minutos em cada uma das
lixas d´agua :# 180, 220, 320, 400, 600, 1200, 2000, 4000 e disco de feltro havendo
banho de ultrassom (Thorton T7®) com água destilada durante 10 min. entre cada troca
de abrasivo (Figura 4.4). A força aplicada durante o polimento foi de 10 lbs (libras) em
sentido horário. A vantagem de utilizar este equipamento de polimento é que ele possui
um dispositivo que nivela por igual a altura dos cp antes do polimento (Figura 4.4C),
otimiza o tempo de trabalho, que é padronizado, a pressão é controlada e a refrigeração
constante.
Figura 4.4.– A -Máquina automática de polimento , B- ultrassom, C- Dispositivo utilizado para nivelar e
fixar os cp que foram polidos
C
B
C
Para mensurar o tamanho do perímetro da fenda entre pino e cimento resinoso e
entre cimento resinoso e dentina radicular, foi utilizado um instrumento denominado
transferidor digital (Figura 4.5), graduado, onde cada intervalo entre as linhas maiores
(vermelhas) corresponde a 15º e cada intervalo entre linhas menores (pretas)
corresponde a 1°. Ele foi posicionado sobre cada imagem das fatias, obtida nas
diferentes microscopias, medindo em graus e em seguida convertendo para porcentagem
a quantidade de superfície aderida e não aderida entre pino/cimento resinoso ou cimento
resinoso/dentina.
Figura 4.5 - Em A- Imagem do Transferidor digital. Em B- posicionamento do transferidor sobre
uma imagem de MEV, para exemplificar
4.1 Microscopia óptica
A primeira análise, após o polimento das amostras, foi realizada em microscópio
óptico, na Escola Politécnica de Engenharia Civil da USP-SP, modelo Axiocam HRC
(Zeiss), com a luz transmitida sobre as amostras embutidas (Figura 4.6).
A
B
Figura 4.6– Microscópio óptico acoplado a um microcomputador utilizado para a leitura dos cp
embutidos
Nesta fase, os aumentos foram padronizados (50, 100, 200 e 500x) e a interface
de cada porção da raiz de todos os dentes foi fotografada (Figura 4.7) e medida com
transferidor digital (Figura 4.5).
Figura 4.7 - Exemplo de imagens em mo- A-G1D4 (dente4) c1 (porção cervical 1) (50x), B-
G1D4c1 (100x), C-G1D4c1 (200x) e D- G1D4c2 (500x)
A
B
C
D
4.2 Réplicas das amostras em MEV
Antes do preparo das amostras, nesta etapa da pesquisa, foram feitas duas
marcas com ponta diamantada n
O
. 3100, em alta rotação, e cada tubo de PVC com as
amostras embutidas e polidas, na porção superior e em um dos lados norteando a
identificação de cada porção da raiz.
Após isto, em todos os cp foi feita uma moldagem com silicone de adição (Elite
HD+® -pasta pesada e leve) (MONTES, 2002) em uma matriz pstica com 5 cm de
diâmetro (Figura 4.8).
Figura 4.8 - Moldagem com silicona de adição para posterior obtenção da réplica em resina
epóxica
Foi manipulada resina epóxica RD 6921(Redelease®) na proporção de 2:1 em
volume de base (lote n
0
HN4J278828) e endurecedor ED 021 (lote n
0
AO060), medidos
em balança semi-analítica (Sartorius®). Depois de misturada a resina foi vertida sobre a
moldagem, aguardando 12h para total polimerização, em estufa (37
0
C).
As réplicas das amostras foram metalizadas com ouro (Balzers SCD 50 Sputter
Coater, Bal-Tec, Germany, 120s e 50 mA). As micrografias eletrônicas foram feitas no
laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura e Microanáise do Departamento de
Engenharia Metalúrgica e de Materiais, da Escola Politécnica da Univesidade de São
Paulo- USP, com o auxílio de um microscópio eletrônico de varredura (PHILIPS XL
30, England, 20 Kv, com uma distância de trabalho de aproximadamente 10mm) (Figura
4.9).
Figura 4.9 - Exemplo de réplica G2a(grupo 2a
)D6a (dente 6a ) porção a1 (apical 1) A
aumento de 40x. B- detalhe do pino cimentado (100 x) 1-dentina, 2- linha de
cimentação, 3-pino FRC Postek C- Réplica 1- porção m1-bv (20x) para
exemplificação
Com essas amostras foi medido com o transferidor digital a quantidade de área
aderida entre as interfaces pino/cimento resinoso e cimento resinoso/dentina. Além do
tamanho da fenda em
m, com as imagens abertas, direto da tela do computador. A
mensuração era feita em cm, depois convertida proporcionalmente ao tamanho da barra
de referência para cada imagem.
Para as réplicas que foram levadas para análise MEV BV, não foi possível
distinguir a interface, devido à natureza resinosa da amostra, sendo assim este tipo de
microscopia foi descartada para esta condição experimental.
B
C
4.3 Análise em microscopia eletrônica de varredura com baixo vácuo
Para esta análise, 8 dentes embutidos e polidos (n=14) foram escolhidos
aleatoriamente, sendo que as amostras possuíam exemplares do grupo com silano e sem
silano.
Tais amostras úmidas foram levadas para a análise no microscópio JEOL
Scanning electron microscope, modelo JSM 6460 LV, em baixo vácuo, utilizando uma
pressão no interior da câmara de vácuo de 2 psi, do Instituto de Física da USP,
ilustradas com as Figuras 4.10 e 4.10a.
Figura 4.10 - G2D7- A –porção al 1, B-porção m3 (verificar formação de fenda na amostra lado esquerdo),
C-porção c3 (formação de pequena fenda na porção superior da raiz- lado direito)
Figura 4.10a - G1aD5a- A –porção a 2 (verificar formação de fenda na amostra- lado direito), B-porção
m3, C-porção c2 (formação de fenda na porção inferior da imagem)
4.4 Análise em microscopia eletrônica de varredura com alto vácuo
A última análise envolveu o preparo dos cp para microscopia eletrônica de
varredura (MEV), que seguiu a seqüência de polimento descrito anteriormente e preparo
conforme sugerido em um estudo (MONTES, 2002), onde cada amostra foi imersa em
solução de ácido fosfórico 50%, durante 5 s, para desmineralização, lavagem em
ultrassom, durante 10 minutos, imersão em solução de hipoclorito de sódio 1%, durante
10minutos e lavagem em ultrassom (10 min).
Os cp sempre eram removidos do banho de ultrassom, com o aparelho ainda
ligado, para evitar a sedimentação de detritos sobre as amostras.
O excesso de água foi retirado com papel absorvente. Em seguida, os cp foram
colocados em um desumidificador, contendo sílica em esferas, a 50
0
C e permaneceram
no recipiente hermeticamente fechado, por 12h. Os cp foram recobertos com ouro
(Balzers SCD 50 Sputter Coater, Bal-Tec, Germany, 120s e 50 mA). As micrografias
eletnicas foram feitas no laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura e
Microanáise, conforme descrito no item 4.2 . Abaixo segue um exemplo das
características dos cp nesta análise (Figura 4.11).
Figura 4.11.- G2aD6a. A –porção a1, B-porção m1, C-porção c4. Observar a presença de fendas em
todas as amostras
Os dados obtidos com o transferidor digital, considerando a porcentagem do
perímetro de área aderida ou não, de todas as análises microscópicas, foram tratados
estatisticamente, pelo teste de Aspin-Welch, que consiste na análise de duas populações
com médias e desvio padrão desconhecidos, sendo em seguida complementada pelo
teste t-Student.(COSTA NETO, 1977). Tal análise considera a significância α=5% e
trata da média e desvio padrão (desvpad) das amostras. O n vem a ser o número de
amostras consideradas, n
-1/2
é o valor do número de amostras substraído de 1 e dividido
por 2,que corresponde aos graus de liberdade da amostra, com esse valor, consulta-se
uma tabela específica para o teste t-Sudent e encontra-se o valor de t
n-1, α/2.
e aplicando
uma rmula chega-se ao limite inferior (lim inf) e ao superior (lim sup) do desvio
padrão para cada condição experiemental estudada. Para melhor entendimento do teste
foi elaborado um esquema que ilustra este tipo de análise estatística (Figura 4.12).
Figura 4.12- Esquema explicativo da aplicação do teste estatístico de Aspin-Welch utilizado para a análise
desta pesquisa
Teste de hipóteses - Comparação de duas médias
Método de Aspin-Welch(*)
•Teste de normalidade da distribuição
amostral da variável de teste x
Distribuição
normal
Compara as médias (2 a 2) e aponta
se
diferença entre as médias
S
N
Método
não
pode ser
usado.
(*) Aplicável quando os desvios
-
padrões (e variâncias) são
desconhecidos eo podem ser supostos iguais.
5 RESULTADOS
Para a análise em MO, os valores da porção aderida entre pino sem tratamento de
superfície e cimento resinoso foi igual para as porções média 48,69%
a
(
0,35) e cervical
55,94%
a
(0,35) superando a porção apical, 26,20%
b
(0,26), sendo esta diferença
estatisticamente significante (p<0,05). Já para a porção aderida entre cimento resinoso e
dente o resultado foi o oposto, sendo que a porção apical apresentou maiores valores,
15,09%
a
(0,20), sendo esta diferença estatisticamente significante (p<0,05), em
relação as porções média: 8,53%
b
(
0,13) e cervical: 9,46%
b
(
0,14). De qualquer
forma, no geral, a porcentagem aderida entre pino e cimento resinoso foi maior: 44,74%
a
(
0,35) em relação a entre cimento e dentina radicular: 10,92%
b
(
0,16), sendo esta
diferença estatisticamente significante (p<0,05) (Tabela 5.1).
Tabela 5.1- Resultados obtidos em MO para as amostras sem silano
ÓPTICO – Sem silano
apical média cervical TOTAL
p c c d p c c d p c c d p c c d
α 0,05 0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
média
0,2620
0,1509
0,4869
0,0853
0,5594
0,0946
0,4474
0,1092
desvpad
0,2564
0,2046
0,3512
0,1363
0,3523
0,1416
0,3466
0,1633
n
27
30
38
38
38
38
103
106
n
-1/2
0,1925
0,1826
0,1622
0,1622
0,1622
0,1622
0,0985
0,0971
t
n-1,/2
2,0560
2,0450
2,0255
2,0255
2,0255
2,0255
1,9850
1,9840
Lim. inf
0,1605
0,0745
0,3715
0,0405
0,4436
0,0480
0,3796
0,0777
Lim. sup
0,3634
0,2273
0,6023
0,1300
0,6752
0,1411
0,5152
0,1407
Para as amostras onde houve aplicação prévia de silano sobre a superfície do pino,
o resultado para a porção aderida entre pino e cimento resinoso foi maior para a porção
cervical: 78,00%
a
(
0,31) sendo esta diferença estatisticamente significante (p<0,05)
em relação à porção média: 44,59%
b
(0,34) e apical: 51,67%
b
(0,33). Já a interação
entre o cimento resinoso e a dentina radicular não apresentou diferença estatisticamente
significante para as porções apical: 27,57%
a
(0,28), média 23,76%
a
(0,24) e
cervical: 17,33%
a
(
0,23). E mais uma vez, no geral, a porcentagem aderida entre pino
e cimento resinoso foi maior: 59,00%
a
(0,35) em relação a interação cimento resinoso
e dentina radicular: 22,56%
b
(0,24), sendo esta diferença estatisticamente significante
(p<0,05) (Tabela 5.2).
Tabela 5.2- Resultados obtidos em MO para as amostras com silano
ÓPTICOcom silano
apical média cervical TOTAL
p c c d p c c d p c c d p c c d
α 0,05 0,05
0,05
0,05
0,05
0,05 0,05
0,05
média
0,5167
0,2757
0,4459
0,2376
0,7800
0,1733
0,5900
0,2256
desvpad
0,3280
0,2763
0,3448
0,2349
0,3091
0,2280
0,3567
0,
2471
n
31
33
37
37
40
40
108
110
n
-1/2
0,1796
0,1741
0,1644
0,1644
0,1581
0,1581
0,0962
0,0953
t
n-1,/2
2,0420
2,0440
2,0255
2,0255
2,0254
2,0254
1,9850
1,9850
Lim. inf
0,3964
0,1773
0,3311
0,1594
0,6810
0,1003
0,5218
0,1789
Lim. sup
0,6370
0,3740
0,5607
0,3158
0,8790
0,2463
0,6581
0,2724
Tais resultados foram agrupados em uma tabela que os resumisse para melhor
visualização (Tabela 5.3).
Tabela 5.3- Resumo dos resultados obtidos em MO para as todas as amostras
Grupo Porção
Valores
PC (%)
Desvio
padrão
Resumo
Valores
CD (%)
Desvio
padrão
Total (%)
Desvio
padrão
Resumo
Total
com
silano apical 51,67
0,33
a=m<c
27,57
0,28
pc=59,00
0,35
a=m=c PC>CD
média 44,59
0,34
23,76
0,24
cd=22,56
0,24
cervical
78,00
0,31
17,33
0,23
sem
silano
apical 26,20
0,26
a<m=c
15,09
0,2
pc=44,74
0,35
a>m=c PC>CD
média 48,69
0,35
8,53
0,13
cd=10,92
0,16
cervical
55,94
0,35
9,46
0,14
Para a análise em MEV, utilizando réplicas, as amostras cujo pino não recebeu
tratamento de superfície, a porcentagem aderida entre pino e cimento resinoso
apresentou maiores valores para a porção cervical: 89,31%
a
(
0,18) sendo esta
diferença estatisticamente significante (p<0,05) em relação à porção média: 67,39%
b
(0,35) e apical: 49,21%
b
(0,39). Já a interação entre cimento resinoso e dentina
radicular, novamente a porção cervical apresentou maiores valores: 35,28%
a
(0,33),
sendo esta diferença estatisticamente significante (p<0,05) em relação à porção média:
15,25%
b
(0,24) e apical: 9,43%
b
(0,21). E no total, os valores obtidos entre pino e
cimento foram maiores: 70,31%
a
(
0,35) que entre cimento e dentina radicular:
20,42%
b
(0,29), sendo esta diferença estatisticamente significante (p<0,05) (Tabela
5.4).
Tabela 5.4- Resultados obtidos em MEV com réplicas para as amostras sem silano
MEV – replica sem silano
apical média cervical TOTAL
p c c d p c c d p c c d p c c d
α
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05 0,05 0,05
média
0,49
0,09
0,67
0,15
0,89
0,35 0,70 0,20
desvpad
0,39
0,21
0,35
0,24
0,19
0,34 0,35 0,29
n
25
25
34
34
33
33
92
92
n
-1/2
0,200
0,200
0,171
0,171
0,174
0,174
0,104
0,104
t
n-1,/2
2,06
2,06
2,0255
2,0255
2,04
2,04 1,99 1,99
Lim. inf
0,330
0,009
0,552
0,069
0,827
0,232
0,630
0,144
Lim. sup 0
,654
0,179
0,796
0,236
0,959
0,473
0,776
0,264
Para os pinos que foram tratados com silano na superfície, a porcentagem aderida
entre pino e cimento resinoso foi maior para a porção cervical: 88,98%
a
(0,23) sendo
esta diferença estatisticamente significante (p<0,05) em relação às porções média:
48,01%
b
(0,39) e apical: 36,69%
b
(0,43). Já entre o cimento resinoso e a dentina
radicular, outra vez a porção cervical apresentou maiores valores: 35,47%
a
(0,37)
sendo esta diferença estatisticamente significante (p<0,05) em relação a porção média:
27,10%
b
(0,37) e apical: 24,91%(0,38). E na avalião geral, a aderência entre pino e
cimento resinoso foi maior: 59,29%
a
(0,42) sendo esta diferença estatisticamente
significante (p<0,05) em relação à interação entre cimento e dentina radicular: 29,39%
b
(
0,38) (Tabela 5.5).
Tabela 5.5- Resultados obtidos em MEV com réplicas para as amostras com silano
MEV – replica com silano
apical média cervical TOTAL
p c c d p c c d p c c d p c c d
α 0,05 0,05 0,05 0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
média 0,37 0,25 0,48 0,27
0,89
0,35
0,59
0,29
desvpad 0,43 0,38 0,39 0,37
0,23
0,38
0,42
0,38
n 29 29 34
34
35
35
98
98
n
-1/2
0,186 0,186
0,171
0,171
0,169
0,169
0,101
0,101
t
n-1,/2
2,045 2,045
2,042
2,042
2,
042
2,042
1,985
1,985
Lim. inf 0,204 0,104
0,343
0,140
0,810
0,225
0,509
0,218
Lim. sup 0,529 0,394
0,617
0,402
0,970
0,485
0,677
0,369
Com relação às fendas, estas foram medidas apenas nas réplicas por serem as
amostras com maior grau de confiabilidade quanto ao seu tamanho. Para as amostras
onde os pinos o tiveram tratamento de superfície, a interação entre pino e cimento
resinoso não apresentou diferença estatisticamente significante entre as porções: apical:
13,28 m
a
(18,00), média: 8,03 m
a
(7,38) e cervical: 7,14 m
a
(5,24). E para a
interação entre cimento resinoso e dentina radicular, também o houve diferença
estatisticamente significante entre as porções: apical: 20,14 m
a
(20,42), média: 16,19
m
a
(10,43) e cervical: 13,09 m
a
(10,85). E no geral a fenda entre pino e cimento
resinoso foi menor: 9,95
m
a
(
12,57) que a interação entre cimento resinoso e dentina
radicular: 16,39 m
b
(14,54), sendo esta diferença estatisticamente significante
(p<0,05) (Tabela 5.6).
Tabela 5.6 - Resumo da análise em MEV com replica incluindo a comparação com o tamanho da
fenda
Grupo Porção
Valores
PC
Desvio
padrão
Resumo
Valores
CD
Desvio
padrão
Total
Desvio
padrão
Resumo Total
com silano
apical 36,69%
0,43
a=m<c 24,91%
0,38
pc=59,29% 0,42
a=m<c PC>CD
dia 48,01%
0,39
27,10%
0,37
cd=29,39% 0,38
cervical
88,98%
0,23
35,47%
0,37
sem silano
apical 49,21%
0,39
a=m<c 9,43%
0,21
pc=70,31% 0,35
a=m<c PC>CD
dia 67,39%
0,35
15,25%
0,24
cd=20,42% 0,29
cervical
89,31%
0,18
35,38%
0,33
com silano
apical
13,33
8,89
a=m=c 12,93
8,12
pc=11,75 10,26
a<m=c
FendasPC
>CD
dia
11,83
11,91 24,29
22,23
cd=19,44 15,81
PC<CD
cervical
8,53
8,69
20,53
11,72
Sem silano
apical
13,28
18,00 a=m=c 20,14
20,42
pc=9,95 12,57
a=m=c
Fendas
PC<CD
dia
8,03
7,38
16,19
10,43
cd=16,39 14,54
PC>CD
cervical
7,14
5,24
13,09
10,85
Resumidamente, as duas análises foram agrupadas e expressas em forma de
gráfico (Gráfico 5.1 e 5.1a)
Gráfico 5.1 Fração aderida por porção e interface, comparação entre MO e MEV réplica (p<0,05)
grupo sem silano
Gráfico 5.1a Fração aderida por porção e interface, comparão entre MO e MEV réplica (p<0,05)
grupo com silano
De uma maneira geral, estes dois tipos de análise não apresentaram diferença
estatisticamente significante entre si (p>0,05), apesar de que apenas na análise com
MEV das réplicas foi possível medir o tamanho das fendas. Estas tiveram uma
variabilidade grande, e não houve diferença quanto ao tamanho medido (m), para cada
porção da raiz (a, m, c).
Estatisticamente, houve diferença entre as porções da raiz analisadas. Sendo que
para a maioria dos casos, a porção cervical foi a que apresentou maiores valores de área
aderida independente de ser na interação pino/cimento resinoso ou cimento
resinoso/dentina radicular, seguida da porção média e apical.
Quanto ao tratamento ou não do pino, através dos gráficos, verificou-se o haver
diferença estatisticamente significante para esta condição experimental.
Em todas as situações, a porcentagem de área aderida entre pino e cimento
resinoso sempre foi maior que entre cimento resinoso e dentina radicular. Tal resultado
refletiu inclusive para o tamanho das fendas, onde estas foram menores na interação pc.
Para a análise em MEV BV, os pinos sem tratamento (G1), na interação pc, os
resultados foram a<m=c (p<0,05), sendo a: 78,50%
a
(
0,28), m: 83,77%
b
(
0,23) e c:
91,51%
b
(0,20). Na interação cd, os resultados foram a<m=c (p<0,05), sendo a: 7,8%
a
(0,26), m: 27,43%
b
(0,25) e c: 26,42%
b
(0,25). Nos resultados gerais: pc: 84,93%
a
(
0,24) >cd: 20,48%
b
(
0,25) (p<0,05) (Tabela 5.7).
Tabela 5.7- Resultados obtidos em baixo vácuo das raízes para as amostras sem silano
BAIXO VÁCUO- sem silano
apical dia cervical TOTAL
p c c d p c c d p c c d p c c d
α
0,05
0,05
0,05 0,05
0,05
0,05 0,05
0,05
média
0,79
0,08
0,84 0,27
0,92
0,26 0,85
0,20
desvpad
0,28
0,26
0,23 0,25
0,20
0,25 0,24
0,25
n
15
19
19 19
18
18 52
56
n
-1/2
0,258
0,229
0,229
0,229
0,236
0,236
0,139
0,134
t
n-1,/2
2,145
2,101
2,101
2,101 2,
11
2,11 2,009
2,004
Lim. inf
0,631
-
0,048
0,727
0,155
0,815
0,142
0,783
0,137
Lim. sup
0,939
0,206
0,948
0,394
1,016
0,387
0,915
0,272
As amostras com o pino tratado com silano (G2), a interação pc foi a=m<c
(p<0,05), com valores de a: 72,53%
a
(
0,30), m: 67,92%
a
(
0,33) e c: 97,17%
b
(0,09). Entre cd os resultados foram: a=m=c, sendo a: 5,7%
a
(0,12), m: 15,00%
a
(0,24) e c: 21,72%
a
(0,25). No total, pc: 80,29%
a
(0,28) > cd: 14,99%
b
(0,22)
(p<0,05) (Tabela 5.8).
Tabela 5.8- Resultados obtidos em baixo vácuo das raízes para as amostras com silano
BAIXO VÁCUO – com silano
apical média cervical TOTAL
p c c d p c c d p c c d p c c d
α 0,05
0,05
0,05
0,05 0,05
0,05
0,05
0,05
média 0,73
0,06
0,68
0,15 0,97
0,22
0,80
0,15
desvpad 0,29 0
,12
0,33
0,24 0,09
0,25
0,28
0,22
n 8
8
10
10 11
11
29
29
n
-1/2
0,354
0,354
0,316
0,316 0,302
0,302
0,186
0,186
t
n-1,/2
2,365
2,365
2,262
2,262 2,228
2,228
2,048
2,048
Lim. inf
0,481
-
0,043
0,445
-0,019 0,910
0,047
0,697
0,066
Lim. sup
0,970
0,157
0,
913
0,319 1,034
0,387
0,909
0,234
Tais resultados foram agrupados em uma tabela para melhor visualização (Tabela
5.9).
Tabela 5.9- Resumo dos resultados obtidos em baixo vácuo com as raízes para as todas as
amostras
Grupo
Porção
Valores
PC (%)
Desvio
padrão
Resumo
Valores
CD (%)
Desvio
padrão
Total (%)
Desvio
padrão
Resumo
Total
com
silano apical 72,53
0,30
a=m<c 5,70
0,12
pc=80,29
0,28
a=m=c PC>CD
média 67,92
0,33
15,00
0,24
cd=14,99
0,22
cervical
97,17
0,09
21,72
0,25
sem
silano apical 78,50
0,28
a<m=c 7,80
0,26
pc=84,93
0,24
a<m=c PC>CD
média 83,77
0,23
27,43
0,25
cd=20,48
0,25
cervical
91,51
0,20
26,42
0,25
A análise das amostras propriamente dita, utilizando MEV com alto vácuo,
mostrou que no grupo para os pinos sem tratamento, na interação pc, os resultados
foram a<m<c (p<0,05), onde os valores apresentados foram: a: 28,71%
a
(0,28), m:
45,05%
b
(0,34) e c: 73,87%
c
(0,31). Para a interação cd, os resultados obtidos foram
a=m<c (p<0,05), com valores de a: 9,5%
a
(0,19), m: 9,8%
a
(0,17) e c: 21,90%
b
(0,23). E no total pc: 51,06%
a
(0,36) >cd: 13,57%
b
(0,20) (p<0,05) (Tabela 5.10).
Tabela 5.10- Resultados obtidos em MEV alto vácuo com raízes para as amostras sem silano
Quando o pino foi tratado previamente com silano , a interação entre pc, o
resultado foi a<m<c (p<0,05), sendo os valore de a: 22,46 %
a
(0,24), m: 41,38%
b
(
0,37) e c: 91,45%
c
(
0,17). Na interação cd, os resultados foram a<m=c (p<0,05),
sendo os valores de a: 5,3%
a
(0,10), m: 18,90%
b
(0,28) e c: 32,89%
b
(0,33). No
geral, a porcentagem de área aderida entre pc: 57,01%
a
(0,40) foi maior que entre cd:
20,61%
b
(
0,28) (p<0,05) (Tabela 5.11).
Tabela 5.11- Resultados obtidos em MEV alto vácuo das raízes pertencentes ao grupo com silano
ALTO VÁCUO com silano
apical média cervical TOTAL
p c c d p c c d p c c d p c c d
α 0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05 0,05
média 0,22
0,05
0,41
0,19
0,91
0,33
0,57 0,21
desvpad 0,24
0,11
0,37
0,27
0,18
0,33
0,40 0,28
n 22
28
31
31
32
33
85
92
n
-1/2
0,213
0,189
0,180
0,180
0,177
0,174
0,108
0,104
t
n-1,/2
2,08
2,052
2,042
2,042
2,056
2,04
1,99
1,985
Lim. inf
0,116
0,011
0,277
0,088
0,850
0,212
0,483
0,149
Lim. sup
0,333
0,095
0,550
0,290
0,979
0,446
0,657
0,264
ALTO VÁCUO – sem silano
apical média cervical TOTAL
p c c d p c c d p c c d p c c d
α 0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
média
0,29
0,09
0,45
0,10
0,74
0,22
0,51
0,14
desvpad 0,28
0,19
0,35
0,17
0,31
0,23
0,36
0,20
n 19
27
28
28
26
26
73
81
n
-1/2
0,229
0,192
0,189
0,189
0,196
0,196
0,117
0,111
t
n-1,/2
2,101
2,056
2,052
2,052
2,
056
2,056
1,996
1,996
Lim. inf
0,152
0,020
0,316
0,034
0,615
0,124
0,426
0,091
Lim. sup
0,423
0,169
0,585
0,162
0,862
0,314
0,595
0,181
Tais resultados foram agrupados em uma tabela para melhor visualização (Tabela
5.12).
Tabela 5.12- Resumo dos resultados obtidos em MEV- alto vácuo com as raízes para as todas as
amostras
Grupo Porção
Valores
PC (%)
Desvio
padrão Resumo
Valores
CD (%)
Desvio
padrão
Total (%)
Desvio
padrão
Resumo Total
com silano apical 22,46
0,24 a<m<c 5,30
0,1
pc=57,01 0,4
a<m=c PC>CD
média 41,38
0,37 18,90
0,28
cd=20,61 0,28
cervical 91,45
0,17 32,89
0,33
sem silano apical 28,71
0,28 a<m<c 9,50
0,19
pc=51,06 0,36
a=m<c PC>CD
média 45,05
0,34 9,80
0,17
cd=13,57 0,2
cervical 73,87
0,31 21,90
0,23
Resumidamente, as duas análises foram agrupadas e expressas em forma de
gráfico (Gráfico 5.2 e 5.2a)
Gráfico 5.2 Fração aderida por porção e interface, comparação entre MEV AV e BV (p<0,05) grupo
sem silano
Gráfico 5.2a Fração aderida por porção e interface, comparação entre MEV AV e BV (p<0,05) – grupo
com silano
Mas uma vez, considerando as análises microscópicas de MEV AV e BV, para a
maioria das condições experimentais verificadas de forma isolada, o houve diferença
estatisticamente significante (p>0,05). Contudo, para os resultados totais, independentes
do grupo G1 ou G2, na interação pc, houve diferença estatisticamente significante,
sendo que os valores de área aderida para as amostras submetidas a análise MEV BV
foram maiores que entre MEV AV.
A porção da raiz apresentou diferença estatística entre as amostras (a<m<c).
O tratamento do pino não foi fator estatisticamente significante (p>0,05).
Em ambas análises microscópicas a interação pc apresentou maior porcentagem
de área aderida que a interação cd.
Todos os resultados tabelados foram transferidos para dois gráficos e agrupados
por porção, por interação pc e cd e por tratamento de superfície do pino (Gráficos 5.3 e
5.3a).
Gráfico 5.3 -Fração aderida por porção e interface - sem silano (significância de 5%)
Gráfico 5.3a- Fração aderida por porção e interface - com silano (signifincia de 5%)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
ópt apic pc
mev apic pc
alto apic pc
baixo apic pc
ópt apic cd
mev apic cd
alto apic cd
baixo apic cd
ópt méd pc
mev méd pc
alto méd pc
baixo méd pc
ópt méd cd
mev méd cd
alto méd cd
baixo méd cd
ópt cerv pc
mev cerv pc
alto cerv pc
baixo cerv pc
ópt cerv cd
mev cerv cd
alto cerv cd
baixo cerv cd
ópt total pc
mev total pc
alto total pc
baixo total pc
ópt total cd
mev total cd
alto total cd
baixo total cd
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
m
e
v
a
p
i
c
p
c
a
l
t
o
a
p
i
c
p
c
b
a
i
x
o
a
p
i
c
p
c
m
e
v
a
p
i
c
c
d
a
l
t
o
a
p
i
c
c
d
b
a
i
x
o
a
p
i
c
c
d
m
e
v
c
e
r
v
p
c
a
l
t
o
c
e
r
v
p
c
b
a
i
x
o
c
e
r
v
p
c
m
e
v
c
e
r
v
c
d
a
l
t
o
c
e
r
v
c
d
b
a
i
x
o
c
e
r
v
c
d
m
e
v
t
o
t
a
l
p
c
a
l
t
o
t
o
t
a
l
p
c
b
a
i
x
o
t
o
t
a
l
p
c
m
e
v
t
o
t
a
l
c
d
a
l
t
o
t
o
t
a
l
c
d
b
a
i
x
o
t
o
t
a
l
c
d
Para ilustrar o que foi analisado em cada dente fatiado, seguem alguns exemplos
de imagens obtidas com dentes dos grupos G1 e G2 e suas respectivas porções (a, m, c)
(Figura 5.1-5.11).
Figura 5.1- G2D6 (grupo2, dente 6) apical 1-A imagem da lupa (20x), B-imagem global da réplica
(40x), C-MO (50x), D-BV(100x) e E- MEV AV (150x)
Figura.5.2- G2D6 apical 2-A imagem da lupa (20x), B-MO (50x), C-réplica (100x), D-BV(100x)
e E- MEV AV (150x)
Figura 5.3- G2D6 apical 3- G2D6 apical 2-A imagem da lupa (25x), B-MO (50x), C-réplica
(120x), D-BV(150x) e E- MEV AV (170x)
Figura 5.4- G2D6- G2D6 média 1-A imagem da lupa (20x), B-MO (100x), C-réplica (80x), D-
BV(100x) e E- MEV com a raiz do dente (125x)
Figura 5.5 - G2D6 média 2- G2D6 apical 2-A imagem da lupa (20x), B-MO (100x), C-réplica
(35x), D-BV(150x) e E- MEV AV (130x)
Figura.5.6- G2D6 média 3- G2D6 apical 2-A imagem da lupa (20x), B-MO (50x), C-réplica
(100x), D-BV(150x) e E- MEV AV (125x)
Figura 5.7- G2D6 média 4- G2D6 apical 2-A imagem da lupa (25x), B-MO (50x), C-réplica
(120x), D-BV(150x) e E- MEV AV (170x)
Figura 5.8 - G2D6 cervical 1- A imagem da lupa (20x), B-MO (50x), C-réplica (80x), D-
BV(150x) e E- MEV AV (100x)
Figura 5.9- G2D6cevical 2-A imagem da lupa (20x), B-MO (50x), C-réplica (80x), D-BV(100x)
e E- MEV AV (120x)
Figura 5.10- G2D6 cerical 3-A imagem da lupa (20x), B-MO (50x), C-réplica (80x), D-
BV(100x) e E- MEV AV (100x)
Fig.5.11- G2D6 cervical 4 -A imagem da lupa (20x), B-MO (50x), C-réplica (90x), D-BV(120x)
e E- MEV AV (125x)
Estas imagens foram obtidas para cada dente (n=20), totalizando 1320 imagens
que foram submetidas à análise. Com os exemplos acima ilustrados é possível visualizar
que tipo de informação cada análise microscópica ofereceu. Na realidade elas se
complementam, pois cada qual apresenta um aspecto visual distinto, contendo suas
próprias informações.
Por exemplo, para verificar as interfaces em detalhe, a análise em MEV AV foi a
mais indicada. Entretanto, a formação de trincas, provenientes do alto vácuo, foi
inevitável (Figura 5.12 A - setas).
Fig.5.12- G1aD1a apical 1 -MEV AV-A (80x), B-1000X, C- detalhe da imagem B (4000x), D-
1000x
Foi possível visualizar a falta de união entre cimento resinoso e dentina radicular
(Figura 5.12 B e C) e entre pino de fibra e cimento resinoso (Figura 5.12 D), tanto que
na Figura 5.12 C, na fenda formada, vê-se a presença de material resinoso (seta) que
está sendo ‘‘repuxado’’. Isto está mais detalhado na próxima imagem com outra amostra
(Figura 5.13), com exemplos de interação entre cimento resinoso e dentina radicular
(Figura 5.13 A ) e entre pino e cimento resinoso (Figura5.13B).
Figura 5.13- Presença de ‘tags’ (setas) Em A- G2a D6a a2 (1000x)- interação entre dentina
radicular e cimento resinoso (CH =camada híbrida). Em B- G1a D1a c1 (4000x)-
interação entre pino de fibra de vidro e cimento resinoso
Na área da fenda também aconteceu a modificação na ppria integridade do
pino, onde suas fibras deixaram uma reentrância semicircular na camada de cimento
resinoso contíguo a elas (Figura 5.14).
CH
Figura 5.14- Formato semicircular do cimento resinoso (setas). Em A - Amostra G1aD1a porção
c2 (4000x) MEV em raiz, B - Amostra G1aD1a (4000x) – MEV em raiz- porção
m2
Com este tipo de microscopia foi possível observar em maiores aumentos
aspectos referentes ao pino e a distribuição de suas fibras no interior da matriz de resina
epóxica, (Figura 5.15 a) assim como a presença de defeitos no interior do pino (Figura
5.15 b - seta)
Figura 5.15- Em A G2aD7a porção m2 (80x)- distribuição uniforme das fibras de vidro no
interior da resina epóxica. Em B- G2aD9a porção a1 (100x)- presença de bolha no
meio do pino de fibra de vidro.
A presença de bolhas no interior do cimento acabou acontecendo, em algumas
amostras, mesmo utilizando a técnica de cimentação adequada (Figura 5.16).
Figura 5.16- Presença de bolhas no interior do cimento resinoso (setas). Em A - Amostra G2D10
(1000x) réplica- porção m1, B - Amostra G2a D8a (1000x) – MEV em raiz-
porção a2
O mais crítico foi a presença de gutta-percha residual em algumas amostras,
principalmente na porção apical da raiz, demonstrando falta de adesão com o cimento
resinoso ou mesmo com a dentina radicular (Figura 5.17). Todavia, quando o canal era
ovalado, a gutta-percha foi verificada em todas as porções.
Figura 5.17- Presença de gutta-percha residual (setas) interferindo na união entre pino-cimento
resinoso-dentina radicular. Em A - G1a D3a porção c1(100x), B-G1aD3a porção
m1(100x), em C- G1a D2a porção a1 (170x)
Contudo, para medir o tamanho da fenda, foi utilizada a réplica, devido a maior
confiabilidade nos resultados, uma vez que as amostras não apresentavam fendas
provenientes de artefato de técnica (Figura 5.18). O maior tamanho da fenda em sua
extensão era considerado (Figura 5.13 C - seta), medido em cm e convertido em µm,
direto da tela do computador.
Figura 5.18- G1D5 –MEV com replicas (1000x) -A –apical 1, B-apical 2, C-média 2, D- média 3
e E- cervical 4.
Um aspecto que ficou evidenciado foi a falta de uniformidade da camada de
cimento resinoso, ao redor do pino de fibra de vidro (Figura 5.19).
Figura 5.19- Distribuição não uniforme entre pino e cimento resinoso. Amostra G2D10 (50x)-
MO com luz transmitida- Em A –porção apical 1, B-porção média 3, C-porção
cervical 3
Um outro detalhe interessante, foi verificado com uma amostra piloto, quando da
análise em BV. Conforme o tempo de permanência da amostra aumentou no interior do
microscópio de baixo vácuo, o número e o tamanho das fendas cresceu sucessivamente,
constatando que o vácuo, mesmo de baixa pressão, é capaz de modificar a amostra
inicial (Figura 5.20 - setas).
Fig.5.20- G1D1 sem polimento- A cervical 1 (40x), B- cervical 1 (40x) após 3h no interior do
BV, C- média 1 (50x), D- média 1 (50x) após 3h no interior do BV
6 DISCUSO
Este estudo envolveu a análise de diversos fatores, englobando não a
mensuração da área aderida na interação entre pino/cimento resinoso/dentina radicular e
o tamanho da fenda formada, como também o tipo de análise microscópica, o
tratamento do pino e as distintas reges da raiz.
Por se tratar de um substrato delicado e de acesso restrito, diversos fatores estão
envolvidos nos resultados obtidos. Desta forma, a metodologia aplicada foi criteriosa e
o número de repetições grande para cada condição experimental (n~40), no intuito de
aumentar a confiabilidade dos resultados, uma vez que a variabilidade foi elevada. O
que vai de encontro com mencionado por alguns autores (HEYDECKE; BURTZ;
STRUB, 1999), os quais constataram que o uso de dentes naturais para pesquisas
odontológicas de laboratório resultam em desvios-padrão 50% mais elevados que para
amostras sem este substrato.
A respeito dos diversos passos que envolveram a preparação das amostras,
inicialmente foi realizado o tratamento endodôntico, que antecedeu a instalação do pino
intra-radicular. Dependendo da concentração das substâncias irrigadoras utilizadas para
o preparo químico-cirúrgico, as quais removem detritos e promovem a limpeza do
canal, pode haver interferência negativa na resistência de união dos agentes adesivos
(LÖSCHE, 2000). Por exemplo, o hipoclorito de sódio em concentração acima de 2,5%
é capaz de ocasionar a obliteração dos túbulos dentinários (BYSTRÖN; SUNDQVIST,
1985).
Para esta pesquisa optou-se por utilizar a solução de Dakin, que contém
hipoclorito de dio, em uma concentração de 1%, capaz de ocasionar desnaturação
protéica e saponificação de gorduras presentes no sistema de canais radiculares
(BYSTRÖN; SUNDQVIST, 1985; CUNNINGHAM; BALEKJIAN, 1980; SOUZA;
AMORIM; LAGE-MARQUES, 2005).
Ainda com relação ao tratamento endodôntico, o cimento de eleição para esta
pesquisa tinha hidróxido de cálcio na composição, além de polimerizar diante da
umidade relativa no interior do canal radicular. Porém, a problemática para a posterior
cimentação adesiva está na presença de gutta-percha residual. Por ser um material
inerte, à base de borracha, este não interage química ou mecanicamente com a dentina
radicular. Tanto que, neste trabalho, ficou evidenciado nas imagens de MEV que a zona
de interdifusão, preconizada por alguns autores (VAN MEERBEEK et al., 1993),
formada entre dentina e cimento resinoso não foi verificada, apesar de haver um íntimo
contato entre cimento resinoso, gutta-percha e dentina radicular, independente da porção
da raiz (Figura 5.17). Portanto, a presença de resíduos deste material no conduto, antes
de uma cimentação adesiva, deve ser evitada.
No que concerne ao pino de fibra de vidro, além das vantagens descritas em
capítulos anteriores quanto a sua configuração, dulo de elasticidade semelhante à
dentina, estética e translucidez (KURTS et al., 2003; MANNOCCI et al.,1999b;
MANNOCCI et al., 2001), ficou evidenciado, através das imagens de MEV, que o pino
FRC Postek Plus® apresentou uma distribuição uniforme das fibras de vidro no interior
da matriz de resina epóxica. Quando apareceram falhas/bolhas estas foram visualizadas
no interior do pino, sem comprometer o perímetro de contato com o cimento adesivo
(Figura 5.15). Pode-se considerar então um material confiável para o uso protético em
dentes com tratamento endodôntico.
Tanto que nos resultados desta pesquisa, independente da análise microscópica
envolvida, a maior porcentagem de área aderida foi encontrada na interação mantida
entre pino e cimento resinoso, sendo tal diferea estatisticamente significante quanto à
interação cimento resinoso e dentina radicular. Além disso, o tamanho das fendas entre
pino e cimento resinoso foi menor que entre cimento resinoso e dentina radicular
(p<0,05). Pela imagem demonstrada na Figura 5.14, ficou demonstrado pela
conformação semicircular do cimento resinoso, que o contato com o pino acontece de
tal forma que as fibras de vidro acabam se embricando com o cimento, como se este as
tivesse moldado’, devido a sua fluidez, antes da fase pós-gel. Assim que esta fase é
atingida, a viscosidade do cimento e as tenes provenientes do estresse da contração de
polimerização aumentaram (YAP et al., 2000). Houve o desprendimento entre
cimento/pino, aparecendo uma falha. E o cimento resinoso ficou com este formato
semicircular semelhante a um encaixe de quebra-cabeça (Figura 5.14).
Tal contato entre pino e cimento resinoso foi efetivo e não dependeu do
tratamento de superfície do pino. Tanto que não houve diferença estatisticamente
significante para este fator, considerando a interação entre pino e cimento resinoso,
como entre cimento resinoso e dentina radicular, assim como as diferentes reges da
raiz.
Isto contradiz alguns trabalhos que consideram essencial o tratamento da
superfície do pino seja com jateamento (BARATIERI et al., 2001) ou com silano,
(COHEN et al., 1999), por acreditarem que o pino apresenta uma superfície muito lisa.
Em outros estudos (PERDIGÃO; GOMES; LEE, 2006; TAVARES; BULHÕES;
CARDOSO, 2004a; TAVARES; BULHÕES; CARDOSO, 2004b; TAVARES;
BULHÕES; CARDOSO, 2005), onde foram realizados ensaios mecânicos, novamente o
tratamento com silano não influenciou os resultados em relação as amostras onde o pino
de fibra de vidro não recebeu tratamento de superfície. Provavelmente, a boa limpeza de
sua superfície com ácido fosfórico (37%), conforme recomendado pelo fabricante, foi
capaz de aumentar a energia de superfície do pino. Como a matriz é resinosa, esta deve
interagir com os componentes do sistema adesivo e cimento resinoso.
Quanto ao sistema adesivo, alguns autores (TAY et al., 2004) constataram,
através do teste de microtração, que a resistência de união nos adesivos duais é maior ao
se comparar com os adesivos fotoativados ou com ativação química apenas, sendo esta
diferença estatisticamente significante (p<0,001). Este aspecto é importante quando se
trata de canais radiculares, pois a natureza dual do sistema adesivo pode compensar a
polimerização em áreas mais profundas, onde a luz do fotopolimerizador não alcança ou
chega com menor intensidade.
Outros estudos verificaram, através da análise em microscopia confocal e em
MEV, a zona de interdifusão dentiria. Há a formação de ‘tags’ longos dispostos
uniformemente, quando as amostras são submetidas ao condicionamento ácido total. Os
autores (MANNOCCI et al., 1999b) concluíram que o sistema de dois passos
(condicionamento ácido e aplicão do sistema adesivo), pode ser fortemente
recomendado para a obtenção de uma boa união entre cimento resinoso, pino e paredes
do canal radicular.
O mesmo foi constatado em outro trabalho (GORACCI et al., 2005) utilizando
pinos FRC Postek, Excite DSC e Variolink II para a análise da interface em microscopia
eletnica de transmissão (TEM), onde foi verificada a completa dissolução da ‘smear
layer’ e a formação de uma camada híbrida de 8-10 m. A camada de colágeno foi
totalmente desmineralizada através do condicionamento com ácido fosfórico não
havendo separação entre a dentina híbrida e o cimento resinoso.
Para esta pesquisa, mesmo nas amostras onde foi verificada a presença de
fendas, a camada híbrida esteve presente, assim como a formação de ‘tags’ entre dentina
radicular e camada de adesivo e entre pino e cimento resinoso (Figura 5.13).
Contudo, a interação cimento resinoso e dentina radicular, comparativamente,
foi mais susceptível a apresentar fendas e, portanto, menor porcentagem de área aderida
que a interação pino/cimento resinoso, como descrito anteriormente.
Isto ocorreu, provavelmente, devido à condição de confinamento do cimento
resinoso no interior do canal radicular, a qual é desfavorável, uma vez que o Fator-C
(fator de configuração do preparo cavitário), para raiz, é alto (acima de 200)
(BOUILLAGUET et al., 2003). Como o material utilizado para a cimentação
geralmente é de natureza resinosa (AMARAL et al., 2002a; AMARAL et al., 2002b;
APPLEQUIST; MEIERS, 1996), depara-se com a contração de polimerização inerente a
este tipo de material e suas conseqüências, entre elas a presença de falhas entre o
cimento resinoso e a parede radicular, a qual é a principal causa de insucesso na
integridade do conjunto pino-cimento resinoso dentro da raiz (VICHI; GRANDINI;
FERRARI, 2001). E que vai de acordo com os resultados desta pesquisa, conforme
anteriormente mencionado.
Um fato observado, que não pôde ser evitado, em algumas amostras foi que a
espessura da película de cimento resinoso não teve distribuição uniforme, dentro das
paredes do canal radicular (Figura 5.19). Apesar de ter sido seguindo o mesmo critério
de posicionamento do pino, durante o processo de cimentação. Isto pode ter contribuído
negativamente com o acúmulo de tenes do cimento resinoso dentro do conduto.
Apesar de que, conforme dados encontrados na literatura (SHIOZAWA et al., 2005),
afirmam que películas espessas para cimentos adesivos não interferem negativamente
em seu desempenho. A razão disto seria um aumento da área de superfície para a junção
do cimento, de forma passiva, à dentina (CHAN; HARCOURT; BROCKHURST,
1993).
Outro aspecto a ser destacado é de que a técnica de utilização de cimentos
resinosos é extremamente crítica, não só pelas exigências específicas dos materiais
resinosos como pela presença de umidade necessária ao processo de adesão
(SHIOZAWA et al., 2005). Realmente, por maior que tenha sido o critério utilizado
durante sua manipulação neste estudo, em algumas amostras foi observada a presença
de bolhas no interior do cimento resinoso (Figura 5.16).
Todavia, os autores são unânimes ao constatar que um adesivo fotoativado e um
cimento resinoso dual são necessários para se alcançar uma boa adesão na dentina
radicular (FOXTON et al., 2003; MALLMANN, 2003). Para alguns, isto independe da
região da raiz (FOXTON et al., 2003).
Quanto ao fator região da raiz, existe muita controvérsia na literatura quanto
haver ou o diferença na aderência entre pino e cimento resinoso no interior do canal
radicular.
Para esta pesquisa, foi verificado que realmente a porção apical é a mais
comprometida em termos de adesão tanto na interação entre pino e cimento, como entre
cimento resinoso e dentina radicular, independente do tratamento do pino. Em alguns
casos, houve equiparação entre as porções média e apical. E apenas em uma análise
(MO - interação cd), a porção apical superou as demais. Isso deve ter acontecido pela
própria profundidade do preparo e difícil acesso da luz de ativação tanto do adesivo
como do cimento, mesmo estes tendo características duais. Uma boa polimerização do
cimento resinoso é atingida a uma profundidade de no ximo 11mm no interior do
canal radicular, conforme estudos anteriores (LUI, 1994) , além de estar relacionado ao
diâmetro do pino.
Tais resultados estão em conformidade com outros estudos, (BOLHUIS; GEE,
2005; MALLMANN, 2003), onde a região cervical apresentou maior média de
resistência adesiva em relação as porções média ou apical. Alguns autores consideram
que clinicamente esta região importante para a adesão, principalmente por que os pinos
o geralmente cimentados nos terços cervical e médio da raiz (GASTON et al., 2001).
Além disso, existe uma diferença na densidade dos bulos dentirios da raiz, sendo
maior na porção cervical e vai sofrendo uma significativa diminuição nos terços médio e
apical (CARRIGAN et al., 1984; FERRARI et al., 2000; HEINTZE et al.; 2005;
PERDIGÃO; GERALDELI; LEE, 2004). Fator que se relaciona com os resultados
obtidos para as diferentes porções da raiz.
Em outro estudo, alguns autores correlacionam a baixa resistência de união na
dentina profunda devido a um aumento de sua permeabilidade ou a diminuição na área
de dentina intertubular disponível para a adesão (PASHLEY, 1991; TAGAMI; TAO;
PASHLEY, 1990).
para outros autores que trabalharam com ensaios mecânicos de microtração
em raiz, não foi constada diferença estatisticamente significante quanto à porção
radicular (FOXTON et al., 2003; FOXTON et al., 2005; GASTON et al., 2001).
Chegou-se a conclusão de que a resistência de união está mais relacionada à área de
dentinalida que a densidade de túbulos que envolvem as diferentes regiões da raiz.
E por fim, a comparação entre os métodos de análise microscópica utilizada
neste estudo. Independente do método eleito existem algumas etapas que são comuns a
todas elas, como no caso, o polimento.
Para este estudo, as amostras que o foram polidas e submetidas à leitura em
microscopia de baixo vácuo forneceram imagens com poucas informações sobre a
interface estudada (Figura 5.20), no caso do microscópio óptico, sem esse
procedimento, não era possível visualizar a imagem devido aos diferentes níveis que se
encontravam o pino, cimento resinoso e dentina radicular. Sendo impossível mensurar
com o transferidor digital a área aderida ou o entre as interfaces estudadas. Esta
informação só pode ser obtida depois do polimento de cada corpo-de-prova, tornando-se
necessária neste estudo. Contudo, aconteceu de algumas amostras terem parte da dentina
ou mesmo o pino de fibra de vidro totalmente removido, após o polimento.
Pesquisadores (WANG; SPENCER, 2004) exploraram a natureza da camada
híbrida em MEV realizando ou não o polimento das amostras. Foi constatado que o
polimento demasiado dos corpos-de-prova alterou sua composição inicial aumentando a
resistência da amostra ao condicionamento ácido, o que pode levar a uma falsa
conclusão quanto à qualidade da camada híbrida formada. Outros autores verificaram
que para análise da camada híbrida, o polimento interfere na porosidade presente em sua
extensão, pois durante sua execução resíduos podem penetrar nos poros e mascarar a
interface (CARVALHO et al., 1995). De qualquer forma, esta etapa de preparo continua
a ser utilizada normalmente.
Quanto à técnica de microscopia, uma das mais utilizadas na área odontológica é
a MEV com alto vácuo. Contudo, a metodologia para o preparo das amostras envolve
muitas etapas (embutimento dos corpos-de-prova, polimento, fixação, descalcificação,
desidratação e realização do vácuo). Este conjunto de procedimentos vem sendo
cuidadosamente reavaliado (WANG; SPENCER, 2004), pois existe uma preocupação
dos pesquisadores, ao se realizar pesquisas in vitro’, em simular uma condição
aproximada do que acontece na meio bucal, além de se verificar quando determinado
procedimento laboratorial pode ou não mascarar o resultado final do estudo.
Ainda no tocante ao preparo das amostras para MEV, um outro estudo não
concorda com a fase de condicionamento ácido utilizado para verificar a interface
dentina (VAN MEERBEEK et al., 2000). Para estes autores o tratamento com ácido
dissolve a porção mineral entre a camada híbrida e a camada subjacente de dentina,
modificando a real quantidade de adesivo infiltrado. Outra linha de pesquisa constatou
que a utilização de ultra-som depois do condicionamento das amostras remove parte da
camada híbrida e fratura os “tags” formados (WANG; SPENCER, 2004). Através de
análise em MEV foi verificado que a resistência destas estruturas não é suficiente para
agüentar movimentos vibratórios por mais de 1 minuto.
Quanto a etapa do ponto crítico, geralmente utilizado para desidratar os corpos-
de-prova, é considerada importante para o preparo de amostras biológicas para análise
em microscopia eletrônica (PERDIGÃO, 1995). Esta metodologia foi introduzida em
1951(ANDERSON, 1951) e recebeu este nome por que quando as amostras eram
preparadas para MEV, a teno superficial causada pela evaporação de água dos corpos-
de-prova era tão brusca que produzia grandes distorções em sua estrutura. Algumas
alternativas foram sugeridas quando se trabalha com os adesivos odontológicos, como
por exemplo a cnica de HMDS (hexametil disilazano). Tal técnica parece melhor
preservar as fibras colágenas e demonstrar a microporosidade na superfície de dentina
desmineralizada, além de ser uma técnica mais simplificada, em relação a outras
metodologias (Peldri II e secagem a ar técnica de sublimação ). Sua aplicação é mais
indicada para avaliar o efeito dos agentes condicionadores à superfície de dentina, uma
vez que a preserva diante do condicionamento ácido (ANDERSON, 1951; PASHLEY et
al., 1993; PERDIGÃO et al., 1994; SMITH, 1993; TITLEY et al., 1994). Realmente,
sua utilização promove uma contração de pelo menos 50% em volume para espécimes
biológicas incluindo dentina (BOYDE; MACONNACHIE, 1979; BOYDE; WOOD,
1969; DE GRANDE et al., 1993; DEKKER; LAMMEL; BROOKS, 1991; GUSNARD;
KIRSCHNER, 1977) .
Além disso, o procedimento para a realização do ponto crítico utiliza 1h30 e
requer o monitoramento constante porque as amostras devem permanecer em um
líquido próprio durante o tempo todo (KENNEDY; WILLIAMS; GRAY, 1989).
Todavia, para este estudo, em um plano piloto inicial, utilizando a técnica de
preparo do HMDS, devido à fina espessura das fatias, muitas amostras fraturaram logo
após o procedimento, antes mesmo de ir para o vácuo, inviabilizando sua utilização.
Decidiu-se por realizar uma técnica de preparo das amostras seguida por outros autores
(BOLHUIS; GEE, 2005; MONTES, 2002; MOURA, 2003), a qual agrediu menos as
amostras e não fraturou as fatias antes de serem analisadas.
O ponto mais relevante talvez esteja no momento da realização do cuo para o
preparo das amostras. Pesquisadores mostraram em seu trabalho que sua aplicação pode
introduzir artefatos capazes de afetar os resultados da pesquisa (RODA; GUTMANN,
1994). Por isso, a técnica da confecção e análise complementar de réplicas de resina
epóxica pode ser uma boa alternativa para este tipo de análise, como encontrado em
trabalhos na literatura (BOLHUIS; GEE, 2005; MONTES, 2002; MOURA, 2003). Para
esta pesquisa, as réplicas confeccionadas deram informações sobre as interfaces
estudadas e, através delas, mediu-se o tamanho da fenda formada, quando presente. Para
a microscopia óptica esta análise não foi possível, devido ao aumento limitado das
amostras (500x), no caso da MEV baixo vácuo, os detalhes para a visualização não
eram tantos a ponto de se conseguir quantificar o tamanho da fenda. E a MEV AV, após
a constatação da presença de fendas, nos corpos-de-prova, depois de submetidos ao
vácuo (Figura 5.12), foi desconsiderada para esta medão.
Vale ressaltar que o sucesso ou a falha na obtenção de informações confiáveis
quanto à estrutura ou a química de espécies ornicas, poliméricas, biológicas e
hidratadas, as quais serão examinadas por um feixe de elétrons, depende exclusivamente
de como as amostras são preparadas. Além disso, quanto mais alto o número atômico da
amostra, menor a facilidade de leitura (GOLDSTEIN et al., 1992). Por isso que os
detalhes do cimento resinoso e sua integridade tiveram a visualização prejudicada
quando foi utilizada a MEV BV, pois o vácuo menor dificultou a leitura das amostras.
a análise microscópica de fibras passa a ser diferente, uma vez que elas são
não-condutoras e instáveis durante a observação em MEV, e podem ser perdidas devido
a repulsa eletrostática, como acontece com o material resinoso (GOLDSTEIN et al.,
1992). A emissão de elétrons secundários necessita de uma fina camada de ouro
recobrindo as amostras e esta camada precisa ter pelo menos 10nm de espessura
(GOLDSTEIN et al., 1992).
Para esta pesquisa, a análise utilizando MEV com baixo vácuo foi a que
apresentou resultados mais altos, apenas no grupo com silano na interação entre pino e
cimento resinoso. Nas demais condições não houve diferença estatisticamente
significante. Tal análise é interessante de se trabalhar, pois as amostras requerem menos
etapas de preparo e são levadas ao microsocópio úmidas. Contudo, ocuo presente no
interior da câmera, onde as amostras permanecem, é capaz de ocasionar trincas na
dentina radicular (Figura 5.20). E a visualização é menos nítida que em MEV (alto
vácuo).
a microscopia óptica dá uma visão geral do comportamento das amostras em
estudo, quanto ao formato das fatias, presença de trincas maiores, posicionamento do
pino intra radicular, espessura de cimento resinoso (Figura 5.19) e distribuição das
fibras de vidro no interior do pino. Trabalha com os espécimes próximos à condição
normal, descartando a possibilidade de formação de artefatos de técnica vinculados ao
vácuo ou mesmo a técnica de desidratação durante o preparo das amostras para MEV
(AV) (MANNOCCI et al., 2003). A única limitação se relaciona ao aumento menor das
amostras em relação aos demais tipos de microscopia.
Quando se trata de medir uma fenda, as réplicas com resina epóxica, analisadas
em MEV AV, são as mais indicadas, pois com elas se obtém imagens que o sofreram
distorção por conta do vácuo, são nítidas e de fácil obtenção. Porém, já foi constatado
em outro estudo (HEINTZE et al., 2005), que há a possibilidade da inclusão de artefatos
conforme se coloca a resina sobre a moldagem, o que pode mascarar irregularidades ou
a presença de “gaps”.
A MEV AV foi o tipo de microscopia mais indicado para analisar detalhes das
amostras, como, bulos dentinários, camada de adesivo, cimento resinoso e pinos intra
radiculares. Porém, para se medir a área aderida não se pode confiar nos resultados, pois
a presença de fendas no interior da amostra proveniente de artefatos de técnica foi
visível.
Na verdade, tais análises são complementares. Dependendo do que se quer
analisar cada uma delas tem sua utilidade.
7 CONCLUSÕES
Diante do que foi proposto para esta pesquisa, conclui-se que:
 Rejeitamos a h
o
, pois a área aderida entre pino e cimento resinosos foi
maior que entre cimento e dentina radicular em todas as condões
experimentais envolvidas neste estudo.

Quanto a h
I
, no que se refere as diferentes porções da raiz, também
rejeitamos tal hipótese, pois a porção apical foi a que apresentou menor área
aderida em relação as porções média e cervical, independente do grupo
estudado. E a porção cervical foi a que mostrou maiores valores de área aderida.

Quanto a h
II
, aceitamos a hipótese de que não existe diferença entre o
tratamento ou o da superfície do pino com silano.

Quanto a h
III
, esta hitese também foi rejeitada, pois apesar de
estatisticamente os tipos de microscopia não terem apresentado diferença entre
si, na verdade o que se analisa em cada uma das metodologias é bem distinto. E
uma técnica complementa a outra.
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ANEXO A – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
ANEXO B – Norma n.57 – ADA
AMERICAN NATIONAL STANDARD- AMERICAN DENTAL
ASSOCIATION SPECIFICATION N. 57 FOR ENDODONTIC SEALING
MATERIALS
INTRODUCTION
Specific qualitative and quantative requirements for freedom from biological
hazard are not included in this Specification buit it is recommended that, in assessing
possible biological or toxicological hazards, reference should be made to the relevant
sections of American National Standards- Amreican Dental Association Document N.
41 for Recommended Standard Practices for the Biological Evaluation of Dental
Materials.
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