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1993), de 0,33 a cada 1000 no Rio Grande do Sul- Brasil (Neto et al., 2000), e de 1 a
cada 1.000 crianças nascidas vivas na Argentina (Hirt, 2001),
Um estudo sorológico com mais de 800 mães que tiveram filhos com esse
tipo de infecção mostrou que não houve nenhum irmão com toxoplasmose
congênita, com exceção de 14 pares de gêmeos (Renold et al., 1992 apud
Guimarães et al. 1992). A ocorrência de transmissão transplacentária na mulher,
ocorre quando ela contrai a primo-infecção durante a gestação, (Glaser et al. 1994).
No primeiro trimestre, a incidência da infecção é baixa, mas as lesões fetais são
graves. Estima-se que 17% dos fetos serão infectados e 80% destes irão sofrer
doença severa. As infecções no segundo trimestre resultam em 25% de fetos
infectados e destes, 30% terão doença severa. Quando a primo-infecção materna
ocorre no último trimestre a incidência de infecção fetal é de cerca de 70% ou mais e
as lesões são menos severas (Camargo, 1996; Acha e Szyfres, 1987). No primeiro
trimestre de gestação, se a infecção ocorre no processo de nidação, podem ocorrer
endometrites e aborto entre 6 a 8 semanas. Se a infecção ocorre na etapa de
formação da placenta, pode ocorrer placentite e aborto entre o terceiro e quarto mês,
e se a gestação tiver continuidade, nascem com tantos danos que são incompatíveis
com a vida. A infecção, ocorrendo no segundo trimestre da gestação, as crianças
nascem com a Tétrade de Sabin: macro ou microcefalia, retinocoroidite bilateral,
calcificações cerebrais e retardo mental. A gestação estando no terceiro trimestre, a
infecção por T. gondii, causa leve déficit intelectual, retinocoroidite bilateral com ou
sem estrabismo ou nascimento de crianças aparentemente normais, que
apresentam cistos em estado de latência (Pizzi, 1997).
A toxoplasmose pós-natal, não é tão grave, a não ser se ocorrer uma baixa de
imunidade, em geral só 10 a 20% de indivíduos imunocompetentes infectados após
o nascimento apresentam sintomas semelhantes a uma gripe, (Morris, 1996;
Chemello, Eckert e Teixeira, 1998). A toxoplasmose vem apresentando um quadro
grave em indivíduos com o sistema imune severamente comprometido, causando
principalmente encefalite e retinite. Com o surgimento da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) iniciaram-se associações desta patologia com o
oportunista T. gondii. Também, fazem parte do grupo de risco receptores de órgãos
e pessoas em tratamento quimioterápico (Pizzi, 1997; Kawazoe, 2000).
Estima-se, que 30 a 40% dos adultos, nos EUA possuem anticorpos para T.
gondii. (Dubey, 1994). Inquéritos sorológicos realizados em diversos países indicam