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eito humano levou a realizar extraordinária análise acerca do processo de produção
capitalista, das relações de produção e de circulação. Logicamente, a sociedade vivenciada
por Marx era marcadamente diferente da sociedade dos tempos atuais, porém continua-se a
presenciar dentro de um Estado democrático a luta de classes.
Para esboçar o principal objetivo do pensamento filosófico da Escola de Frankfurt é
necessário tecer uma breve trajetória da razão. A partir do século XVI, a razão iniciou uma
marcha rumo ao esclarecimento, visto que se acreditava então que, se emancipada, criaria
condições para aliviar a dor e o sofrimento humanos, dominando as forças da natureza e
fazendo do homem o senhor absoluto do mundo. (BOLZAN, 2005, p. 13).
Fazia
-se, pois, necessário superar a racionalidade objetiva, a qual se mantinha
indiferenciada do todo, e propor uma nova formulação da razão, de característica subjetiva,
capaz de libertar o homem das forças do destino. A partir dos pensadores modernos surgiu
uma racionalidade subjetiva, que enfatiza o privilégio da consciência no processo de
conhecimento. Em meio ao sucesso desse modelo de racionalidade, alicerçado na
subjetividade, tal categoria foi adquirindo conotações não previstas em seu projeto inicial,
isto é, a eficiência do método científico perante a dominação da natureza e também de suas
forças configurou
-
se em subjugação do próprio homem. (BOLZAN, 2006, p. 14).
Pois bem, a razão, que antes procurava um ideal emancipatório para o homem,
acabou se transformando num instrumento de repressão e de destruição das relações sociais,
motivo pelo qual o pensamento frankfurtiano fulmina severa crítica à razão subjetiva. A
teoria crítica, representada pela Escola de Frankfurt, buscou, entre outros objetivos, a
reabilit
ação da razão com vistas a um projeto emancipatório para o homem. Por isso, o nome
Escola de Frankfurt refere-se simultaneamente a um grupo de intelectuais e a uma teoria
social. Em verdade, esse termo surgiu posteriormente aos trabalhos mais significativos de
Horkheimer, Adorno, Marcuse, Benjamin e Habermas [...]. (FREITAG, 2004, p. 9)
2
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a carreira acadêmica universitária para se dedicar ao jornalismo e à política. Preocupado com as adversas
condições sociais dos trabalhadores no auge do capitalismo industrial, integrou-se às lutas político sindicais
do proletariado, [...] passando a criticar a filosofia idealista de Hegel e a defender o materialismo filosófico.
[...] Marx produziu uma significativa obra teórica nos campos da filosofia, da sociologia e da economia
política. Assim, escreveu Diferença entre a filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro (1841),
Crítica
da filosofia do direito de Hegel (1843), Economia e filosofia (1844), Teses sobre Feurbach (1845),
Crítica
da economia política (1859) e o seu clássico e volumoso, O Capital (1867). Com Engels (vide capítulo 11),
publicou
A sagrada família (1845) e A ideologia alemã (1845-1846) [...]. (1994, p. 30). Marx também
publicou os
Manuscritos econômicos
-
filosóficos
(1844) e, com Engels,
O Manifesto Comunista
(1848).
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Em relação aos pensadores da teoria crítica, pode-se destacar: Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor
Adorno (1903-1969) são filósofos alemães que integraram o grupo de pensadores conhecido como Escola de
Frankfurt, ao qual pertenciam ainda Benjamin, Marcuse e Habermas. Por perseguição nazista tiveram de se