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PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CEDRO AUSTRALIANO
(Toona ciliata M. Roem) POR MINIESTAQUIA
JONICÉLIA CRISTINA ARAÚJO VIEIRA DE SOUZA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE
DARCY RIBEIRO – UENF
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
SETEMBRO – 2007
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PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CEDRO AUSTRALIANO
(Toona ciliata M. Roem) POR MINIESTAQUIA
JONICÉLIA CRISTINA ARAÚJO VIEIRA DE SOUZA
Tese apresentada ao Centro de Ciências
e Tecnologias Agropecuárias da
Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, como parte
das exigências para a obtenção do título
de Mestre em Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Deborah Guerra Barroso
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
SETEMBRO – 2007
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ii
PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CEDRO AUSTRALIANO
(Toona ciliata M. Roem) POR MINIESTAQUIA
JONICÉLIA CRISTINA ARAÚJO VIEIRA DE SOUZA
Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da
Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das
exigências para a obtenção do título de
Mestre em Produção Vegetal.
Aprovada em 20 de setembro de 2007.
Comissão Examinadora:
Prof. José Geraldo de Araújo Carneiro (Ph.D., Silvicultura) - UENF
_______________________________________________________________
Prof.ª Luciana Aparecida Rodrigues (D.Sc., Produção Vegetal) - IST/FAETEC
_______________________________________________________________
Prof. Sílvio Lopes Teixeira (Ph.D., Botânica) - UENF
_______________________________________________________________
Prof.ª Deborah Guerra Barroso (D.Sc., Produção Vegetal) - UENF
Orientadora
iii
DEDICO E OFEREÇO
A meus pais José’s e Ézila;
meus avós Edson e Izabel;
meus bisavós José (in memorian), Zeni e Elídia;
meus irmãos Carlos Eduardo, Elizabethe e Izabela;
meus Tios e Tias, Primos e Primas
meus Amigos
e a Eleodoro.
iv
AGRADECIMENTOS
Ao meu amado Deus, que sempre esteve presente, ao meu lado, em TODOS
os momentos.
A meus avós Edson e Izabel, por serem meus firmes alicerces.
Meus pais José’s e Ézila, pelo imenso amor e por tudo que tiveram que
suportar.
Meus bisavós: José (in memorian), Zeni e Elídia, pela minha origem, raízes,
princípios e índole.
Meu irmão Carlos Eduardo, que sempre me apoiou, incentivou e
principalmente pela parceria, colaboração e auxílio que tornaram possível a
execução desse trabalho. À minha cunhada Gisely e minha sobrinha Tayssa,
por fazerem parte de nossas vidas.
Minhas irmãs Elizabethe e Izabela, pela imensa alegria que me concedem e
por todo amor e respeito.
A todos os meus tios: Ana, Alzira, Anderson, Dalila, Dalmi, Davi, Delvani, Elias,
Francisco, João, Joel, Jonito, Joseni, José Ronaldo, Lauriza, Luiz, Marceli,
Marcos, Maria Helena, Marluci, Norma, Regina, Silas, Vandi, Zina...
A todos os meus primos.
A toda minha família, agradeço pela compreensão nos momentos de ausência
e por serem para mim, símbolos de respeito, caráter e do mais belo e
inesgotável amor e carinho. Obrigada!
v
A Eleodoro, por mais do que me amar, ter sido meu amparo, meu amigo, meu
médico, meu fisioterapeuta e ainda pela doce e agradável companhia e por
todo amor.
A orientadora e também amiga Prof. Dr. Deborah Guerra Barroso (UENF), pela
orientação, amparo, confiança, amizade e incentivo.
Ao Co-orientador: Prof. Dr. José Geraldo de Araújo Carneiro (UENF), e aos
Conselheiros: Prof. Dr. Sílvio Lopes Teixeira (UENF) e Rogério Dayer (UENF),
e à Professora Luciana Aparecida Rodrigues (IST/FAETEC), pelo grande e
indispensável auxílio na elaboração desse trabalho e pela amizade.
Ao grande e admirável amigo, Prof. Dr. Augusto César Soares Leite (CCA-
UFES), que foi como um pai para mim desde a graduação.
Aos Professores Prof. Dr. Antônio Pinheiro Lellis (UFV); Prof. Dr. Mauro Eloi
Nappo (CCA-UFES).
Todos os professores e funcionários do CCA-UFES e UENF, que em muito
contribuíram para minha formação profissional e, mais que isso, se tornaram
grandes e inesquecíveis amigos.
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudo, e à UENF, pela oportunidade
de realização do curso;
À Associação de Produtores Rurais do Sudoeste de Minas Gerais e Viveiro
Bela Vista Florestal, em especial a Ricardo Vilela e sua família e ao Professor
Sebastião Rosado (UFLA), pela oportunidade, a mim concedida, de dar
continuidade junto a eles, ao trabalho de melhoramento do cedro australiano.
Aos grandes amigos Marcílio, Ernando, Juan, Derliane, Rejane, Marcela’s,
Thiago’s, Dani, Kaly, Lane, Aldrin, Ciça, Marília, Cláudia, Kelly(s), Alvina, Ní,
Léo, Robinho, Fernando, Vanessa, Paty, Marcelo, Gilmar, José Luis, Xande (in
memorian), rio, Magno, Lú, Leandro, Yaska, Chicão, Gí, Romano, Adelmo,
Jallile, Ginnie, Dimmy, Silda, Janete, Edson, Flávia, Partelli, Latino, Pedro,
Fabrício, Théo, Olímpio, Márcia, Jackson a família do Prof. Silvério e do Sr.
Sebastião Marinho e a todas as famílias que me acolheram em Alegre,
Campos e Lavras, aos amigos de disciplinas e do laboratório de Fitotecnia da
UENF e a todos os amigos, pelo cuidado, zelo e carinho por mim.
Aos amigos, que de longe ou de perto, fazem parte da minha vida. Vocês, de
todas as formas possíveis, me conduziram até aqui e fazem parte dessa
conquista.
vi
Obrigada, a todos vocês, pelos ótimos momentos vividos e por tornarem minha
vida melhor.
À equipe médica de Vitória e Lavras, que me acompanha, e muito tem
contribuído para minha reabilitação, como amigos, agradeço imensamente,
com toda intimidade a Ana, Mauro, Berilurdes, Itamar, Nívea, Carla e nossos
auxiliares.
E a todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram na execução
desse trabalho.
A todos vocês devo as vitórias sobre os meus limites.
Minha ausência pode ser por muitas vezes necessária, contudo vocês viverão
eternamente em mim.
vii
SUMÁRIO
Resumo.............................................................................................................vii
Abstract..............................................................................................................ix
1. Introdução......................................................................................................1
2. Revisão de Literatura.....................................................................................4
2.1. Cedro Australiano (Toona ciliata)...........................................................4
2.2. Propagação Vegetativa...........................................................................6
2.2.1. Miniestaquia.................................................................................12
3. Material e Métodos......................................................................................14
3.1. Minijardim clonal de cedro australiano..................................................14
3.2. Mudas clonais de cedro australiano.....................................................15
4. Resultados e Discussão..............................................................................18
4.1. Avaliação do minijardim clonal de cedro australiano............................18
4.2. Avaliação de mudas clonais de cedro australiano................................20
4.3. Correlações entre dados de miniestacas e brotações do minijardim
clonal e dados das mudas clonais de cedro australiano.............................26
5. Resumo e Conclusões ................................................................................29
6. Referências Bibliográficas ..........................................................................31
7. Apêndice .....................................................................................................39
viii
RESUMO
SOUZA, Jonicélia Cristina Araújo Vieira de
;
Engenheira Agrônoma,
Universidade Federal do Espírito Santo, Novembro de 2004; M. Sc.,
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; Setembro de 2007;
Propagação Vegetativa de Cedro Australiano (Toona ciliata M. Roem) por
Miniestaquia; Orientadora: D.Sc., Deborah Guerra Barroso. Co-orientador:
Ph.D., José Geraldo de Araújo Carneiro.
O método de propagação atual do cedro australiano, Toona ciliata, é via
seminal. Entretanto, a oferta sazonal das sementes e sua curta viabilidade ao
longo do tempo, representam um problema para a oferta contínua de mudas
para implantação de povoamentos. O objetivo desse trabalho foi avaliar a
viabilidade da propagação vegetativa da espécie por miniestaquia e a
necessidade da aplicação de auxina para o enraizamento das miniestacas. A
partir de um minijardim clonal de origem seminal foram obtidas brotações para
produção de mudas clonais, em três diferentes épocas de coleta (2,5; 4,5 e 5,5
meses após a recepa das mudas). Foram avaliados diâmetro das minicepas,
número, altura e diâmetro das brotações, em cada época de coleta. Antes do
estaqueamento, as miniestacas tiveram suas bases imersas em quatro
diferentes concentrações de auxina (0; 1500; 3000 e 4500 mg L
-1
). Foram
avaliados altura, diâmetro de colo, matéria seca da parte aérea, comprimento e
diâmetro médio de raízes das mudas clonais, aos 40 dias. Durante o
experimento obteve-se 100% de sobrevivência das minicepas e das
miniestacas. Houve 100% de enraizamento das miniestacas nas três coletas,
não havendo diferença quantitativa de raízes em função das doses de auxina
aplicadas. Quanto maior o tamanho das brotações, maior a velocidade de
ix
crescimento das mudas clonais originadas. O cedro australiano possui
capacidade de enraizamento e brotação possibilitando a clonagem da espécie
pelo processo de miniestaquia.
Palavras-chaves: cedro australiano, silvicultura clonal, ácido indolbutírico
x
ABSTRACT
SOUZA, Jonicélia Cristina Araújo Vieira de; Agricultural Engineer,
Universidade Federal do Espírito Santo, November, 2004; M.Sc., Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; September, 2007; Vegetative
Propagation of Australian Red Cedar (Toona ciliata M. Roem) by Minicuttings
Technique.; Advisor: D.Sc., Deborah Guerra Barroso. Co-advisor: Ph.D., José
Geraldo de Araújo Carneiro.
The current method of propagation of the australian red cedar, Toona ciliata, is
made by seminal way. However, the offers of seasonal seeds and short
viability, are a concern for continuous offer of seeds. The objectives of this work
were to evaluate the viability and vegetative propagation of this specie, through
minicutting and evaluate auxin application aiming the rooting of the cuttings.
Starting from a seminal miniclonal garden were obtained sprouts for clonal
minicutting production, in three different harvest times (2,5; 4,5 and 5,5 months
after minicutting cut). Minicutting diameter, number, height and diameter sprout,
in each harvest time were evaluated. Before staking, bases of the minicutting
were submerged in four different auxin concentrations (0; 1500; 3000 and 4500
mg L
-1
). Height, lap diameter, stem dry matter, length and diameter of
minicutting roots at 40 days were evaluated. During the experiment was
obtained 100% of minicutting survival. There were 100% of minicutting rooting,
in the three harvest times, not showing quantitative differences in roots by
auxin dosis application. With larger time interval among harvest in minicutting
production, great speed of growth of minicutting were observed. The australian
red cedar have high rooting capacity and sprout production becoming possible
the specie cloning by minicuttings technique.
xi
Key words: Australian Red Cedar, clonal forestry, indolbutiric acid.
1
1. INTRODUÇÃO
A implantação de florestas de produção é importante, pois, além de
diminuir o déficit florestal (Abraf, 2006), contribui para a proteção de matas
nativas (Abracave, 2001), que suprem hoje alguns dos principais setores de
consumo florestal, como os de serraria e laminação (Pinheiro et al., 2003).
Destaca-se, ainda, a importância dos povoamentos florestais para a fixação de
carbono (Alfenas et al., 2004).
Entre as espécies que vêm sendo plantadas em alguns Estados
brasileiros, visando à produção de madeira serrada, está o cedro australiano,
Toona ciliata M. Roem. var. australis (F. Muell.) Bahadur, uma espécie da
família Meliaceae, cuja origem estende-se da Índia e Malásia ao norte da
Austrália. Sua madeira é nobre e de boa qualidade e, segundo Lorenzi et al.
(2003) e Pinheiro et al. (2003), com qualidade comparável a dos cedros
nativos do gênero Cedrella e à do mogno (Swietenia macrophylla), que são
espécies produtoras de madeira com alto valor de mercado, sendo essas duas
espécies pertencentes à mesma família e sub-família do cedro australiano. O
cedro australiano é considerado a nona de 43 espécies em ordem de
Avaliação do Valor da Terra (AVT - índice econômico), em estudo sobre as
perspectivas de árvores da floresta úmida da Austrália para produção de
móveis (Ares e Fownes, 2000).
Esta espécie encontrou no Brasil condições favoráveis ao seu
crescimento e possui importante resistência contra a broca da gema apical
2
(Hypsyphila grandella), encontrada na América, que ataca outras meliáceas
como os cedros do gênero Cedrella e o mogno (Oiano, 2000). Porém, o cedro
australiano é atacado pela Hypsyphila robusta, praga florestal que não tem
ocorrência natural na América (Cunningham et al., 2005).
O material genético da espécie introduzido no Brasil apresenta grande
variabilidade, o que é nitidamente observado pela irregularidade dos
povoamentos implantados.
As principais empresas florestais brasileiras vêm usando, amplamente,
para a produção comercial de mudas, a propagação vegetativa por
miniestaquia, que consiste na utilização de brotações novas, coletadas em
mudas propagadas vegetativamente e conduzidas em minijardim clonal
(Teixeira, 2001).
As empresas Votorantin, Suzano, Ripax (SP), Aracruz, Viveiro
Ducampo (ES), Cenibra, Viveiro Bela Vista (MG), Suzano (BA) são algumas
das empresas que utilizam à técnica de miniestaquia na produção clonal de
mudas.
A utilização desta técnica tem possibilitado rejuvenescimento de
alguns materiais, suficiente para eliminar a utilização de reguladores de
crescimento e reduzir a variabilidade durante a multiplicação (efeito de
clonagem) (Higashi et al., 2000; Titon et al., 2002).
A utilização da propagação vegetativa de espécies florestais,
associada a programas de melhoramento, tem como finalidades acelerar o
crescimento, aumentar a produtividade e gerar madeira de qualidade e
homogênea (Alfenas et al., 2004).
Para algumas espécies, como para a maioria do gênero Eucalyptus,
conhecimento científico suficiente para implementação do processo
produtivo de mudas florestais, através de clonagem. No entanto, isso não
ocorre para um grande número de espécies florestais de interesse, como é o
caso do cedro australiano.
Hoje, o processo de propagação comercial do cedro australiano é
exclusivamente através de sementes (Lorenzi et al., 2003 e Pinheiro et al.,
2003).
Entretanto, fatores como a oferta sazonal de sementes, a curta
viabilidade das mesmas (Scocchi et al., 2006) e, especialmente, a grande
3
variabilidade dos povoamentos implantados no país, com manifestação de
características genéticas indesejáveis, justificam a necessidade do início de
um processo de melhoramento para o cedro australiano, bem como do uso da
propagação vegetativa para a implantação contínua e homogênea de
povoamentos comerciais.
A propagação vegetativa permite contornar os problemas inerentes à
multiplicação seminal do cedro australiano, garantindo a produção durante
todo ano e permitindo rápida seleção e multiplicação de indivíduos superiores,
tornando os plantios mais produtivos e uniformes.
A clonagem comercial em nível de famílias, via material juvenil de
origem seminal, é uma ferramenta potencial para obtenção de melhorias da
qualidade do produto final obtido, pois, mesmo que não se tenha certeza do
genótipo a ser multiplicado, têm-se estimativas de superioridade dos
progenitores, bem como, maior uniformidade dos plantios obtidos.
Embora a técnica de miniestaquia mostre-se promissora para a
produção de mudas clonais de diferentes espécies florestais, para a adoção do
processo de miniestaquia na propagação comercial do cedro australiano, são
necessárias informações sobre a produtividade e longevidade das minicepas
em sucessivas coletas e, quanto às miniestacas, com relação à capacidade de
enraizamento, estabelecimento e à influência da época de produção e
intervalos de coleta sobre as mesmas.
Objetiva-se com este trabalho avaliar a viabilidade da técnica de
miniestaquia como método de propagação vegetativa de cedro australiano.
Objetivos específicos
Avaliar a produção e sobrevivência das minicepas de cedro australiano
em sucessivas coletas;
Determinar a capacidade de enraizamento das miniestacas em
diferentes coletas e a necessidade de reguladores de crescimento;
Avaliar o crescimento das miniestacas, originadas de coletas
sucessivas, na fase de enraizamento;
Determinar a existência de correlações entre características das
minicepas e suas brotações com as características das mudas clonais, na fase
de enraizamento.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Cedro australiano
O cedro australiano é uma espécie florestal, da família Meliaceae, que
apresenta grande potencial para silvicultura comercial (Ares e Fownes, 2000).
O gênero Toona, segundo Bygrave e Bygrave (2005), destaca-se, pelo seu
rápido crescimento e potencial produtivo, entre os gêneros pertencentes à sub-
família Swietenoideae, que engloba as mais valiosas espécies de árvores das
florestas tropicais, como as espécies dos gêneros Cedrela, Swietenia, Khava e
Chukrasia.
A espécie foi introduzida no Brasil onde encontrou condições edafo-
climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento. A implantação da cultura é
economicamente viável e confere um investimento rentável ao produtor,
segundo análise econômica de Pinheiro et al. (2003).
A madeira apresenta densidade moderada e ampla utilização, como
por exemplo, na construção de mobílias de luxo e embarcações, na produção
de compensados, laminados, ornamentos de interior, marcenaria, instrumentos
musicais, caixas e engradados, entre outros. Relata-se também a extração de
taninos e de substâncias de uso na produção de inseticidas, essência para a
indústria de perfumaria e cosméticos e medicamentos (World Agroforestry
Centre, 2007).
5
Por esses motivos, o cultivo da espécie tem se expandido no país,
com a finalidade de produção de madeira nobre para serraria e indústria
moveleira. Os plantios estão concentrados nos Estados da região sudeste,
com destaque para os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais.
O crescimento da exploração comercial da cultura, comentado por
Castro-Gamboa (2000) e também por Hasse (2005), determina a importância
do conhecimento e estudos sobre a espécie, com geração de novas técnicas
que possibilitem avanços tecnológicos para produção e propagação da
mesma.
De acordo com Brandão L. (2005
*1
),
o único registro da introdução da
espécie no país é da empresa Aracruz Celulose (ES), em 1973, denominada
na época de Aracruz Florestal. Nesse determinado ano, vários lotes de
sementes de diferentes espécies de eucalipto e de outras espécies vegetais
foram importados e introduzidos do Timor Leste e Austrália. A empresa
efetuou pequenos plantios em áreas da empresa, formando assim um banco
de germoplasma dessas espécies de interesse, e um desses foi constituído
por cedro australiano, do qual originaram-se as demais populações
implantadas no país.
Em 1989, a empresa Aracruz Celulose começou a fazer a distribuição
mudas de cedro australiano, de eucalipto e de algumas espécies nativas,
provenientes de sementes colhidas de seu banco de germoplasma, para
agricultores, escolas de ciências agrárias e demais interessados, iniciando
assim, a multiplicação de plantios de cedro australiano no Brasil (Hasse,
2005).
A espécie possui similaridade botânica com o cedro nativo, do gênero
Cedrela, espécies das mais conhecidas da Mata Atlântica e com o mogno, da
Floresta Amazônica (Lorenzi et al., 2003 e Hasse, 2005). O mogno, Swietenia
macrophylla, consta na lista do IBAMA das espécies ameaçadas de extinção,
segundo a portaria número 37, de 3 de abril de 1992, do IBAMA.
O cedro australiano apresenta resistência aos ataques da broca da
gema apical (Hypsipyla grandella), que causa grandes danos ao cedro e ao
mogno brasileiro (Oiano, 2000). A espécie é susceptível à Hypsyphila robusta,
1
Comunicação pessoal - Presidente da Aracruz Florestal em 1973.
6
que causa danos semelhantes ao do ataque de H. grandella, porém não
relatos de ocorrência de H. robusta no Brasil (Cunningham et al., 2005).
Pelas semelhanças com o cedro nativo e o mogno, a madeira do cedro
australiano atinge altas cotações no mercado interno e externo. O elevado
valor comercial das madeiras, provenientes de árvores desses gêneros,
decorre da alta qualidade de suas madeiras e da diversificação de seus usos
industriais (World Agroforestry Centre, 2007).
A estimativa para o mercado interno e externo é de que o valor da
madeira do cedro australiano seja semelhante aos dos cedros nativos, devido
as suas semelhanças nas propriedades tecnológicas da madeira,
mencionadas por Lorenzi et al. (2003) e por Pinheiro et al. (2003). Segundo
Gonçalves et al. (2006), ao compararem diferentes espécies florestais, quanto
ao desgaste e à susceptibilidade ao ataque de cupim-de-madeira seca
(Cryptotermes brevis), observaram que a madeira do cedro australiano não
apresentou furos e se apresentou menos desgastada que o guapuru e o
Pinus, entretanto, mostraram mais desgaste que a cacunda, cupiúba, cedro-
rosa e pequi.
A indicação para o corte raso do cedro australiano é de 15 anos,
podendo ser antecipada ou adiada conforme as condições específicas do sítio
de plantio, dos objetivos e da necessidade do produtor. Sua atual
produtividade média é de cerca de 15 m
3
ha
-1
ano
-1
no Brasil (Pinheiro et al.,
2003), alcançando assim uma produção acima de 100 m
3
de madeira serrada
por hectare, sem seleção ou melhoramento genético.
2.2. Propagação vegetativa
A propagação vegetativa ou clonagem é utilizada, visando
principalmente à uniformização dos plantios, maior produtividade e adaptação
dos clones aos sítios de implantação, aliado a um custo competitivo. Além
disso, essa técnica tem possibilitado a implantação de projetos de
reflorestamento em áreas até então não indicadas, devido à limitação de
material genético seminal para atender a esse propósito (Xavier, 2002). Desta
forma, podem ser obtidos talhões uniformes, de rápido crescimento e produção
de matéria-prima homogênea (Alfenas et al., 2004). Isso justifica o aumento do
7
interesse pela propagação vegetativa de espécies florestais nos últimos anos
(Xavier, 2002) e pela grande maioria dos povoamentos comerciais de
eucalipto, atualmente, serem provenientes de mudas clonais (Tonello, 2004).
A propagação vegetativa é possível devido à capacidade que
células, partes de órgãos ou órgãos têm para regenerar órgãos ou plantas,
dada a totipotência das células, ou seja, capacidade de qualquer célula do
organismo vegetal encerrar em seu núcleo toda a informação necessária à
regeneração de uma planta completa, através da reprodução somática
(reprodução assexuada ou vegetativa), baseada exclusivamente na mitose.
Para que a reprodução aconteça na estaquia e também na miniestaquia, é
necessário que as células do propágulo se diferenciem, regenerando cada um
dos tecidos da planta adulta, processo chamado de organogênese, iniciado
pelas raízes e se manifestando de maneira diferente, conforme a espécie em
questão (Xavier, 2002).
Na propagação por estaquia ou miniestaquia buscam-se materiais
juvenis que favoreçam o enraizamento das estacas ou miniestacas e
garantam, ainda, a manutenção das características da planta-mãe, diminuindo
a heterogeneidade das plantas, pelo uso da clonagem (Alfenas et al., 2004).
A técnica de rejuvenescimento consiste em lançar mão de alguns
tratamentos ou técnicas que tragam a planta de um estado maduro para um
estado juvenil (Wendling e Xavier, 2001).
O uso da propagação vegetativa na área florestal é vasto, desde a
produção em massa de plantas melhoradas até a obtenção de floração
precoce de plantas destinadas à produção de sementes e frutos; todavia
cuidados devem ser tomados para que não ocorra a redução da base genética
e segregação genética em mudas provenientes de sementes de pomares
instalados por estaquia de híbridos ou enxertados com híbridos (Brune, 1982).
No Brasil, segundo Teixeira (2001), o uso do processo de clonagem
florestal em grande escala iniciou-se em 1979, com eucalipto no Espírito
Santo. Desde a introdução da clonagem, a eucaliptocultura brasileira vem
sofrendo grandes avanços, responsáveis pelo estabelecimento de florestas
homogêneas de elevada produtividade (Ramalho et al., 2004; Alfenas et al.,
2004).
8
Além do eucalipto, outras espécies florestais são propagadas
vegetativamente, como o louro (Laurus nobilis L.), que, segundo Herrera et al.
(2004), a propagação pode ser realizada por via seminal e também vegetativa,
mas no Brasil se a partir de processos vegetativos, por não completar seu
ciclo reprodutivo natural.
A propagação do pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) é viável por
sementes, por estacas e por mudas de regeneração natural. A irregular
produção de sementes, a dificuldade de acesso às populações
remanescentes, a elevada predação por pássaros aliados à baixa
porcentagem de germinação das sementes tem limitado a produção de mudas
seminais, visando à recomposição das populações naturais e os plantios ex-
situ. Assim, o desenvolvimento e os avanços de técnicas de propagação
vegetativa constituem alternativa de reprodução de genótipos superiores desta
espécie, como foi observado por Handa et al. (2005), ao estabelecer
metodologia para a assepsia dos explantes de pau-rosa para viabilizar a sua
cultura in vitro.
Com o aumento da demanda por mudas de eucalipto e a necessidade
de potencializar o processo de produção, os jardins clonais que eram
conduzidos no campo passaram a ser conduzidos em condições controladas,
a partir de mudas micropropagadas (microjardins clonais) ou mudas
propagadas por miniestaquia (minijardins clonais), reduzindo o ciclo de
produção e aumentando, significativamente, a produtividade por área (Higashi
et al., 2000).
As técnicas de propagação por estaquia e miniestaquia passam por
quatro fases, iniciando-se com a coleta de brotos, seguida da preparação das
estacas ou miniestacas e do meio de crescimento, depois pelo enraizamento e
por último pela rustificação das mudas (Floriano, 2004).
A produção de brotos e o enraizamento são fases de extrema
importância no processo de propagação, podendo limitá-lo quando
inadequadas.
Para cada espécie e procedência existe um ponto de ótimo equilíbrio
entre as dimensões, acúmulo de substâncias de reserva e a idade das plantas,
que devem ser pesquisados para se obter melhor resultado quanto ao vigor da
rebrota (Brune, 1982).
9
Diversos fatores afetam o enraizamento das estacas. Segundo Alfenas
et al. (2004), a formação de raízes é um complexo processo anatômico e
fisiológico associado à desdiferenciação e ao redirecionamento do
desenvolvimento de células vegetais totipotentes para a formação de
meristemas que darão origem às raízes adventícias.
fatores internos e ambientais que influenciam no sucesso do
enraizamento, segundo Kramer e Kolowiski (1972), citado por Andrejow
(2006).
Entre os fatores internos, estão: a espécie ou o clone, cujo potencial
varia também conforme a época do ano, o que está diretamente ligado ao teor
de carboidratos, como descrito por Wendling et al. (2000), que encontraram
variações entre clones de Eucalyptus spp. no seu estudo de propagação clonal
por miniestaquia, destacando a importância do genótipo; a planta-mãe, que
quanto mais jovem, vigorosa e sadia, produz estacas com maior potencial de
enraizamento; a idade e localização do propágulo (Paiva et al., 1996 e Floriano
2004); os hidratos de carbono e nitrogênio (Paiva et al., 1996), pois segundo
Paiva e Gomes (1995), elevado nível de reservas com uma elevada relação
carbono/nitrogênio favorecem o enraizamento; e o estado fisiológico, sendo
que, de forma geral, estacas herbáceas enraízam melhor do que as lenhosas.
Ao testarem enraizamento de estacas de tecido adulto (estacas de ramos) e
juvenil (estacas provenientes de mudas e de brotações de cepas), Fonseca et
al. (1991) observaram que o enraizamento de estacas de jacarandá-da-Bahia
(Dalbergia nigra Fr. Allem) ocorreu apenas em estacas de tecido juvenil.
Entretanto, Paiva e Gomes (1995) consideram que, para plantas que se
propagam facilmente por estacas, a idade da planta-mãe tem pouca
importância.
Plantas arbóreas sofrem mudanças morfológicas, fisiológicas e
bioquímicas da fase juvenil para a adulta (maturação), que afetam o potencial
de clonagem, o vigor de crescimento e a resistência às pragas e doenças,
dificultando a propagação vegetativa (Wendling e Xavier, 2001), destacando
ainda que as diferentes partes da planta apresentam diferentes estádios de
maturação (Alfenas et al., 2004).
A concentração dos reguladores de crescimento é mais um dos fatores
internos que afetam o enraizamento de estacas, especialmente as auxinas,
10
citocininas e giberelinas. As auxinas estimulam o enraizamento adventício e as
citocininas, produzidas nas raízes, estimulam a divisão celular na parte aérea,
conforme relação auxina/citocinina. Geralmente, alta relação auxina/citocinina
favorece a formação de raízes, enquanto que, o contrário, estimula a formação
dos ramos. Conforme a concentração, as giberelinas podem inibir o
enraizamento de estacas, provavelmente por estimular o crescimento
vegetativo que compete com a formação de raízes (Alfenas et al., 2004).
Entre os fatores ambientais que afetam o enraizamento das estacas
estão a umidade; a temperatura; a luminosidade e o fotoperíodo (Alfenas et al.,
2004); o meio de crescimento (substrato), no que se refere à composição,
fertilização, ausência de agentes patogênicos, aeração e pH (Deschamps,
1993); condições de assepsia e concentração de CO
2
no ambiente (Floriano,
2004).
O ambiente ideal para enraizamento de grande parte das espécies
florestais, como no caso do gênero Eucalyptus, é obtido com sombra parcial,
substrato bem drenado, alta umidade relativa, temperatura amena e constante
(Brune, 1982). Segundo Pio et al. (2006), a casa de vegetação, com alta
umidade relativa e sombreamento parcial, confere ambiente ideal para o
enraizamento de figueira (Ficus carica L.).
Podem ser aplicados tratamentos mecânicos e/ou fisiológicos para
indução do enraizamento.
Os tratamentos mecânicos, geralmente, são provocados por algum
tipo de injúria como descascamento, incisão, ou torção, na base das estacas
ou miniestacas. Outro tipo de tratamento mecânico é a impermeabilização das
estacas para evitar ressecamento (Floriano, 2004). Kalil Filho (2000) observou
que a impermeabilização, associada com hormônios, aumentou o
enraizamento de seringueira (Hevea brasiliensis), em experimento realizado
em Altamira, no Estado do Pará.
Os principais meios de tratamento fisiológico para promover
enraizamento são o rejuvenescimento, o estiolamento e o tratamento com
reguladores de crescimento.
O rejuvenescimento consiste na aplicação de tratamentos ou técnicas
que visam alterar o estado fisiológico da planta do estado maduro para o
estado juvenil (Wendling e Xavier, 2001). O rejuvenescimento para produção
11
comercial de mudas de espécies florestais tem sido alcançado através de
técnicas como a miniestaquia e a microestaquia (Titon et al., 2002), entre
outras.
O estiolamento, causado pela ausência de luz, caracteriza-se por
alterações fisiológicas, associadas ao descoramento e pela redução da
lignificação dos tecidos. O estiolamento, em determinados casos, como
relatados por Biase et al. (2002), pode aumentar a capacidade de
enraizamento, pois reduz a lignificação.
Os reguladores de crescimento são comumente usados no tratamento
de estacas para aumentar a porcentagem, velocidade, qualidade e
uniformidade de enraizamento, com diferentes concentrações determinadas
pela espécie, variedade ou clone, segundo Wendling e Xavier (2005).
Exemplos desses reguladores são auxinas, como o ácido indolbutírico (AIB), o
ácido indolacético (AIA), ácido naftilacético (ANA) e o 2.4-diclorofenoxiacético
(2.4.D) (Paiva e Gomes, 1995).
Entre as substâncias que podem ter efeito inibidor do enraizamento
estão o ácido abscísico (ABA) e o etileno; embora qualquer regulador de
crescimento possa causar inibição de raízes, dependendo da sua
concentração (Floriano, 2004).
Ao testar os efeitos de auxina e boro no enraizamento adventício de
estacas de louro (Laurus nobilis L.), considerado uma planta de difícil
enraizamento adventício, Herrera et al. (2004) observaram que os tratamentos
com auxina proporcionaram maiores porcentagens de estacas enraizadas, do
que a testemunha, obtendo ainda, maior uniformidade na formação de raízes,
o que estaria relacionado à ação positiva das auxinas sobre a divisão das
células que dão origem às raízes. Esses biorreguladores levam à síntese de
RNA, que intervem na iniciação do primórdio radicular, favorecendo a atividade
metabólica necessária para o desenvolvimento dos tecidos constituintes das
raízes neoformadas e estimulando seu crescimento.
Entretanto, com o rejuvenescimento alcançado, nos processos de
microestaquia e miniestaquia, o uso de hormônios e reguladores de
crescimento é, muitas vezes, desnecessário. Como constatado por Wendling e
Xavier (2005), para clones de Eucalyptus grandis, por Perreira et al. (2005),
12
para jabuticabeira (Myrciaria jabuticaba) e por Pio et al. (2006), para o
enraizamento de estacas apicais de figueira (Ficus carica L).
A técnica de propagação vegetativa de microestaquia (cujo material
vegetativo é cultivado in vitro) apresenta vantagens como maior
rejuvenescimento, melhor desempenho de enraizamento, qualidade do
sistema radicular e maior velocidade na emissão de raízes. No entanto,
necessita de investimentos em laboratório de micropropagação (Xavier e
Comério, 1996).
A miniestaquia apresenta vantagens tanto nos aspectos técnicos,
estruturais e operacionais quanto nos de custo (Wendling et al., 1999) e
apresenta, em determinadas situações, resultados tão eficientes quanto ao da
microestaquia, segundo Xavier e Wendling (1998). Assim, a miniestaquia tem
sido a principal forma de multiplicação do eucalipto em escala comercial,
devido à maior viabilidade econômica; otimização da área de jardim clonal;
elevado grau de juvenilidade e de enraizamento das estacas para produção
comercial, em relação às outras técnicas de propagação vegetativa (Higashi et
al., 2000; Paula et al., 2003).
2.2.1. Miniestaquia
A miniestaquia é uma das técnicas de rejuvenecimento utilizada com
êxito na propagação de clones selecionados, o que possibilita consideráveis
ganhos, decorrentes, principalmente, do aumento dos índices de enraizamento
e da redução do tempo para formação das mudas, pelo uso de propágulos
com maior grau de juvenilidade (Titon et al., 2002).
Na miniestaquia, o estoque de mudas enraizadas constitui fonte de
propágulos (brotos) para produção comercial. Tais plantas, após a quebra da
dominância apical, são denominadas minicepas e o seu conjunto denomina-se
minijardim clonal. Esta técnica surgiu a partir do aprimoramento da estaquia e
microestaquia, visando contornar as dificuldades de ambas as técnicas
(Alfenas et al., 2004).
Para a maioria dos clones de eucalipto a técnica de miniestaquia
garante enraizamento mais eficiente das miniestacas em relação a outras
técnicas de propagação vegetativa e, ainda, o uso de reguladores de
13
crescimento pode ser desnecessário, conforme mencionado por Higashi et al.
(2000), devido ao processo de rejuvenescimento que a planta sofre até a
produção da miniestaca. Santos et al. (2000) destacam a miniestaquia como
uma técnica promissora também para produção de mudas clonais de espécies
nativas.
Os propágulos são obtidos a partir de brotações de cepas ou por outro
tipo de indução de brotos basais de árvores selecionadas, que são
estaqueadas para formação do minijardim clonal e desses são retiradas
miniestacas, que darão origem às mudas clonais comerciais (Floriano, 2004).
Dentre as vantagens da miniestaquia, em relação à estaquia, pode-se
citar a redução da área necessária para formação do jardim miniclonal,
localizada em bandejas ou canaletas no próprio viveiro; redução dos custos
com transporte e coleta das brotações; maior eficiência e menores custos das
atividades de manejo no jardim miniclonal (irrigação, nutrição, manutenção e
controle de pragas e doenças), além de proporcionar maior qualidade,
velocidade e percentual de enraizamento das miniestacas (Xavier et al.,
2003a).
A técnica apresenta-se como uma alternativa altamente viável,
principalmente nas situações em que apresenta resultados, tão eficientes
quanto os da microestaquia, ou em situações em que a micropropagação for
inviável técnica, econômica e/ou operacionalmente (Tonello, 2004).
A aplicação da miniestaquia na propagação clonal de Eucalyptus é
uma realidade e mostra-se bem desenvolvida (Xavier, 2002), entretanto nas
demais espécies florestais, ainda é recente, precisando de desenvolvimento
quanto aos ajustes no processo de produção da muda (Xavier et al., 2003b).
Foi observada viabilidade técnica da propagação vegetativa por
miniestaquia na produção de mudas de jequitibá-rosa (Cariniana estrellensis),
mogno (Swietenia macrophylla), por Santos (2002), e cedro-rosa (Cedrela
fissilis), por Santos et al. (2000), Santos (2002) e Xavier et al. (2003a),
garantindo produção de mudas durante todo o ano, principalmente nas
situações em que a semente é insumo limitante (Xavier et al., 2003a).
14
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Minijardim clonal de cedro australiano
O experimento para implantação do minijardim clonal foi conduzido em
casa de vegetação coberta com plástico (polipropileno 150 micra) e sombrite
(30%), no Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro, em Campos dos Goytacazes – RJ.
Foi utilizado lote de sementes composto por matrizes dos
povoamentos de Biriricas e Fazenda do Estado (Domingos Martins Espírito
Santo). Esse lote foi composto pelas árvores dominantes no povoamento em
que se encontravam, com cerca de 9 a 12 anos de idade.
Mudas de cedro australiano foram produzidas por via seminal, com
aproximadamente 80% de germinação, em tubetes plásticos de 280 cm
3
, em
substrato comercial Multiplant Florestal® da empresa Terra do Paraíso,
fertilizado com adubo de liberação lenta, Osmocot® da empresa Produquímica
de formulação N-P-K 14-14-14 (com liberação estimada de 3 a 4 meses),
adubado com 9 gramas de Osmocot® por kg de substrato.
Aos 90 dias após a semeadura (mudas com aproximadamente 15 cm
de altura) foi efetuada a recepa da parte aérea das mudas, a uma altura de 6
cm da base, pinceladas, na região de corte, com solução de fungicida
sistêmico Manzat® 500 (Mancozeb) da empresa Dupont, diluído à base de 0,5
15
g L
-1
, formando assim minicepas, que forneceram miniestacas para produção
de mudas.
O minijardim clonal foi composto por um total de 300 minicepas, sendo
que cada minicepa representa uma matriz, ou seja, um genótipo.
Foram constituídas 10 parcelas compostas por 30 minicepas,
dispostas aleatoriamente.
Aos 2,5; 4,5 e 5,5 meses após a recepa para implantação do
minijardim foram retiradas de cada minicepa uma miniestaca da brotação mais
desenvolvida. Na mesma ocasião foram medidos diâmetro das minicepas,
diâmetro e altura das brotações e contado o número acumulado de brotações
antes de cada coleta.
As minicepas foram mantidas até a primeira coleta em uma densidade
de 225 mudas m
2
, após essa coleta, as minicepas foram dispostas em maior
espaçamento, resultando em 112 mudas m
2
.
As 300 minicepas foram identificadas individualmente, bem como as
miniestacas delas originadas. A identificação foi realizada em todas as
miniestacas, nas três diferentes épocas, para posterior correlação entre os
dados.
Os dados de cada minicepa foram submetidos à análise de variância e
as diferenças entre os dados das brotações nas diferentes épocas de coleta
foram comparadas por teste de média.
3.2. Mudas clonais de cedro australiano
Para testar a viabilidade de produção de mudas de cedro australiano
pelo processo de miniestaquia a partir das minicepas anteriormente produzidas
e o potencial de enraizamento das miniestacas, mediante aplicação de
diferentes concentrações de auxina, em coletas sucessivas, foram coletadas
miniestacas apicais. Estas foram padronizadas de 4 a 6 cm e mantidas com 2
a 3 folhas com um par de folíolos por folha e estes reduzidos em 50% de sua
área, para diminuir a transpiração. Em seguida, as miniestacas foram
submetidas à aplicação de fungicida sistêmico Mancozeb (0,5 g L
-1
) em sua
base, na região de corte. Logo após a aplicação do fungicida as miniestacas
foram submetidas a quatro níveis de ácido indolbutírico (AIB), aplicados por via
16
líquida, também na base das miniestacas, durante 15 segundos, nas
concentrações: 0, 1500, 3000 e 4500 mg L
-1
. O estaqueamento foi realizado
em 3 épocas de coleta, aos 2,5; 4,5 e 5,5 meses após a recepa das
matrizes/minicepas. Em cada época os tratamentos foram dispostos em 5
blocos casualizados, com 15 mudas clonais por parcela.
No preparo das soluções de AIB, para o tratamento das miniestacas,
foi utilizado hidróxido de sódio (NaOH 1 mol L
-1
) para diluir a auxina.
Para a produção das mudas clonais foi realizado o estaqueamento das
miniestacas em tubetes plásticos de 110 cm
3
, contendo substrato comercial
Multiplant Florestal® da empresa Terra do Paraíso, fertilizado com adubo de
liberação lenta, Osmocot® da empresa Produquímica de formulação N-P-K 14-
14-14 (com liberação de 3 a 4 meses), adubado com 9 gramas de Osmocot®
por kg de substrato.
Após estaqueamento, os tubetes foram transferidos para casa de
vegetação com sistema de nebulização intermitente, mantendo uma
temperatura média de 27
o
C e uma elevada umidade relativa do ar, necessária
para evitar o ressecamento das folhas (80 a 100%), que proporciona formação
de uma fina película na superfície da folha, reduzindo, assim, a transpiração.
As miniestacas permaneceram sob nebulização por 40 dias. Procedeu-
se, após este período, a avaliação das mudas clonais quanto à sobrevivência,
porcentagem de estacas enraizadas, e os parâmetros de vigor das mudas
(Carneiro, 1995) como crescimento em altura e diâmetro do colo das mudas,
biomassa de parte aérea, comprimento e diâmetro de raízes.
Cinco mudas clonais, das quinze mudas de cada tratamento, tiveram
suas raízes lavadas sobre peneiras, para determinação do comprimento e
diâmetro das raízes adventícias produzidas por miniestaca, o que foi avaliado
por meio da digitalização de imagens, segundo técnica pelo Programa Quant
Root dos professores do Departamento de solos da Universidade Federal de
Viçosa, conforme metodologia utilizada por Freitas et al. (2005).
Em dez mudas de cada parcela foi determinada a matéria seca da
parte aérea. Após separação das raízes, esse material foi colocado em estufa
de circulação forçada, a 70
o
C, por 48 horas, para posterior pesagem.
17
Os dados foram submetidos à análise conjunta de experimentos e as
diferenças detectadas foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade (Pimentel-Gomes e Garcia, 2002).
O modelo utilizado para a análise dos dados, segundo Cruz e Regazzi
(1994) e Ramalho et al. (2005), foi:
Y
ijk
= µ + D
i
+ E
j
+ DE
ij
+ B/E
jk
+ ε
ijk
em que: Y
ijk
: valor observado na i
ésima
dose da j
ésima
época no k
ésimo
bloco;
µ: média geral observada;
D
i
:
efeito da i
ésima
dose (efeito fixo);
E
j
:
efeito da j
ésima
época (efeito fixo);
DE
ij:
efeito da interação da i
ésima
dose com a j
ésima
época (efeito fixo);
B/E
jk
: efeito do k
ésimo
bloco dentro da j
ésima
época (efeito aleatório);
ε
ijk
: erro aleatóro.
Foi avaliada, ainda, a correlação entre os dados obtidos de cada clone,
com os dados obtidos da minicepa com o da brotação originada.
18
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o experimento foram obtidos 100% de sobrevivência das
minicepas e das miniestacas e 100% de enraizamento das miniestacas,
independente da aplicação de AIB, nas três sucessivas coletas de miniestacas
provenientes de minijardim clonal de origem seminal. Isto comprova que o
cedro australiano possui elevada capacidade de enraizamento, possibilitando,
desta forma, a clonagem da espécie, por materiais de tecidos juvenis.
4.1. Avaliação do minijardim clonal de cedro australiano
O número médio de brotações das 300 minicepas avaliadas nesse
trabalho após a recepa das mudas para implantação do minijardim, encontra-
se na Tabela 1, sendo estes dados acumulativos, em cada data de coleta.
Tabela 01. Número médio de brotações de cedro australiano, em cada
época
de
minijardim clonal
Época (meses) Média de Brotações
2,5 1,1
4,5 4,5
5,5 5,1
Dados acumulativos, antes da coleta
19
Xavier et al. (2003a) obtiveram em minijardim de cedro rosa (C. fissilis)
1,3 brotações por minicepa por mês, porém com manejo e avaliações
diferentes deste experimento. Para híbridos de eucalipto, os dados de
brotação por minicepa por mês foram de 1,7 segundo relatos de Wendling et
al. (2000). Para espécies nativas, Santos (2002) utilizou sistemas de jardim
miniclonal em tubetes plásticos de 200 cm
3
, com coletas a cada 30 dias,
obtendo as seguintes produções de miniestacas por minicepa: 1,3 para cedro
rosa; 1,1 para mogno; 1,6 para angico vermelho e 3,8 para jequitibá rosa.
Trabalho de Rosse (1995) com clones de Eucalyptus spp. comprovaram não
haver correlação entre o número de brotações e a percentagem de
enraizamento.
A altura das brotações das minicepas avaliadas nas 3 diferentes
épocas após a recepa das mudas para implantação do minijardim demonstram
que as primeiras brotações apresentaram uma altura superior às brotações
colhidas na segunda e terceira épocas (Figura 1), enquanto, observou-se
maior diâmetro das brotações na segunda coleta em relação à primeira e a
terceira (Figura 2).
Provavelmente, a diferença no comportamento da espécie em relação
ao diâmetro das brotações entre a primeira e a segunda coleta refletem o
maior espaçamento dados às minicepas após a primeira coleta, entretanto, a
redução do diâmetro e da altura das miniestacas no último corte podem ser
atribuídos ao menor intervalo entre as coletas.
Paralelamente ao menor crescimento em altura das brotações nas
minicepas foi observado maior número de brotações ao longo do tempo.
São necessários estudos enfocando coletas seletivas de miniestacas
em cedro australiano para conhecimento da produtividade contínua das
minicepas.
20
C
B
A
0
2
4
6
8
10
12
2,5 4,5 5,5
Época após a recepa (meses)
Altura da brotação (cm)
Figura 1. Altura das brotações de cedro australiano, colhidas das minicepas,
nas três diferentes épocas.
Barras representam o erro padrão da média. CV (%): 17,17
B
A
B
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
2,5 4,5 5,5
Época após a recepa (meses)
Diâmetro da brotação (mm)
Figura 2. Diâmetro das brotações de cedro australiano, colhidas das
minicepas, nas três diferentes épocas.
Barras representam o erro padrão da média. CV (%): 16,06
4.2. Avaliação de mudas clonais de cedro australiano
Não houve efeito da auxina sobre a altura, diâmetro de colo,
comprimento de raízes e diâmetro médio de raízes aos 40 dias após o
estaqueamento. O comportamento dessas características entre as diferentes
épocas são apresentados nas figuras 3, 4, 5 e 6, respectivamente.
21
C
B
A
0
2
4
6
8
10
12
14
2,5 4,5 5,5
Época após a recepa (meses)
Altura (cm)
Figura 3. Altura de mudas clonais de cedro australiano, aos 40 dias após o
estaqueamento, produzidas a partir de miniestacas, colhidas em três diferentes
épocas.
Barras representam o erro padrão da média. CV (%): 13,81
A altura das mudas, aos 40 dias, nas 3 diferentes épocas,
apresentaram resultado semelhante ao das brotações nas épocas de coleta.
Isso comprova que miniestacas provenientes de brotos maiores geram mudas
clonais com crescimento mais acelerado, com igual período de tempo de
crescimento em casa de vegetação na fase de enraizamento. Embora o
tamanho das estacas tenha sido padronizado no momento da coleta de 4 a 6
cm, o maior intervalo entre as coletas permitiu maior acúmulo de reservas nas
miniestacas utilizadas, acelerando assim o seu crescimento.
Estacas colhidas de uma mesma matriz e submetidas aos mesmos
tratamentos respondem diferentemente quanto à taxa de enraizamento, em
diferentes épocas do ano. De acordo com Paiva e Gomes (1995), a taxa de
enraizamento está diretamente ligada ao teor de carboidratos armazenado na
matriz. Quando maior o nível de reservas e maior a relação carbono/nitrogênio
maior será o favorecimento do enraizamento das estacas.
Também segundo Wendling et al. (2000), o teor de carboidratos está
entre os fatores internos que influenciam o enraizamento e pode variar entre a
espécie ou o clone, cujo potencial varia ainda com a época do ano. Os autores
encontraram variações entre clones de Eucalyptus spp. no seu estudo de
propagação clonal por miniestaquia. Rosse (1995), em seu trabalho avaliando
a capacidade de rebrota e enraizamento de estacas em clones de Eucalyptus
spp., observou que o diâmetro e a altura dos brotos é um dos fatores que
22
afetam o enraizamento das estacas.
Miller et al. (1982), citado por Deschamps (1993), comprovaram, em
trabalho com estacas de Abies fraseri, que o comprimento das estacas não
afetou o percentual de enraizamento, porém, estacas maiores apresentaram
número maior de raízes, o que favorece absorção de nutrientes e maior e mais
acelerado crescimento das mudas clonais.
Conforme Gomes (1987), citado por Paiva e Gomes (1995), as
reservas parecem ser indispensáveis à sobrevivência do propágulo até o
enraizamento e posterior desenvolvimento. As reservas, a um nível
conveniente, não facilitam a emissão de raízes, como incrementam a
fotossíntese. Boa parte das reservas se transfere para base da estaca,
contribuindo para a formação dos primórdios radiculares.
O diâmetro das mudas, bem como o comprimento das raízes, não
apresentaram diferenças entre o primeiro e o segundo corte (Figuras 4 e 5),
mas apresentaram maior crescimento que nas estacas produzidas na terceira
coleta. Apesar de na época 1 as mudas apresentarem maior altura, as
mesmas não diferiram em diâmetro entre as épocas 1 e 2, provavelmente pelo
intervalo entre as coletas de 2,5 e 2 meses não refletir em diferenças nas
características do propágulo e conseqüentemente das mudas.
23
B
A
A
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
2,5 4,5 5,5
Época após a recepa (meses)
Diâmetro (cm)
Figura 4. Diâmetro de caule de mudas clonais de cedro australiano, aos 40
dias após o estaqueamento, produzidas a partir de miniestacas colhidas em
três diferentes épocas.
Barras representam o erro padrão da média. CV (%): 10,80
A
A
B
0
50
100
150
200
250
300
350
2,5 4,5 5,5
Época após a recepa (meses)
Comprimento total de raízes (cm)
Figura 5. Comprimento total de raízes de mudas clonais de cedro australiano,
aos 40 dias após o estaqueamento, produzidas a partir de miniestacas
colhidas em três diferentes épocas.
Barras representam o erro padrão da média. CV (%): 34,53
Embora com redução no comprimento, as raízes das mudas
apresentaram aumento no tamanho dos diâmetros ao longo das três coletas
(Figura 6). Miniestacas provenientes de brotações maiores estimularam o
maior crescimento de raízes que se apresentaram mais compridas e mais
finas, características importantes para absorção de água e nutrientes,
permitindo assim o crescimento mais acelerado das mudas.
24
A
B
C
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
2,5 4,5 5,5
Época após a recepa (meses)
Diâmetro médio de raíz (mm)
Figura 6. Diâmetro médio de raízes de mudas clonais de cedro australiano,
aos 40 dias após o estaqueamento, produzidas a partir de miniestacas
colhidas em três diferentes épocas.
Barras representam o erro padrão da média. CV (%): 7,26
O crescimento e enraizamento das mudas não foram influenciados
pelo regulador de crescimento testado, entretanto, houve interação entre
época e doses de AIB sobre a matéria seca da parte aérea, como mostra a
Figura 7. Conforme as demais características biométricas, a biomassa da parte
aérea foi maior na primeira coleta, sendo reduzida nas demais. Observa-se
que o efeito do regulador de crescimento AIB ocorreu apenas nas mudas
originadas da primeira coleta de miniestacas, provenientes de brotações mais
robustas com relação a segunda e terceira épocas, apresentando um
comportamento quadrático, com ponto de máxima em 2.325 mg L
-1
de AIB.
A variação da matéria seca observada na parte aérea das mudas, em
função das doses de AIB, provavelmente deve-se ao número ou tamanho de
folhas, uma vez que não houve a mesma influência sobre a altura e diâmetro
das mudas. Segundo Patrick et al. (1982), citado por Cleland (1995), a auxina
facilita o movimento de solutos para zonas de crescimento. Também Araújo et
al. (2005) observaram efeito quadrático da aplicação de AIB em estacas de
figueira sobre o número de folhas produzidas e o mesmo comportamento foi
observado pelos mesmos autores para a produção de raízes.
25
y(E
1
) = -1E-08x
2
+ 0,0000465x + 0,2596
R
2
= 0,74
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0 1500 3000 4500
doses de AIB (mg L
-1
)
MSPA (g)
2,5 meses
4,5 meses
5,5 meses
y(E
2
) = 0,1172
y(E
3
) = 0,02815
Figura 7. Matéria seca da parte aérea de mudas clonais de cedro australiano,
em função das doses de AIB aos 40 dias após o estaqueamento, produzidas a
partir de miniestacas colhidas em três diferentes épocas após a recepa e
implantação do minijardim.
CV(%): 17,16
Muitas espécies florestais necessitam do estímulo hormonal para
potencializar o enraizamento, como no caso de Eucalyptus grandis, em que
Titon et al. (2003), avaliando o efeito da aplicação de AIB (0, 1.000, 2.000 e
4.000 mg L
-1
) na sobrevivência, no enraizamento e no vigor de micro e
miniestacas de quatro diferentes clones, observaram que, apesar de não haver
efeito do regulador de crescimento sobre a altura e diâmetro do colo, tanto na
microestaquia como na miniestaquia, dos quatro clones, houve aumento nos
índices de enraizamento e de sobrevivência das miniestacas nas dosagens de
1.000 e 2.000 mg L
-1
, para a maioria dos clones.
Pio et al. (2005), ao testarem o efeito de diferentes concentrações de
AIB no enraizamento de estacas semilenhosas de oliveira (Olea europaea L.),
observaram que o AIB apenas influenciou o sistema radicular. A concentração
de 2000 mg L
-1
de AIB promoveu maior enraizamento e a concentração de
3000 mg L
-1
de AIB em estacas com dois pares de folhas promoveu melhores
resultados para número de raízes por estacas e comprimento médio das
raízes.
Entretanto, neste experimento, constatou-se que os clones não
necessitam de auxinas para o estímulo do enraizamento de estacas e/ou
miniestacas. Wendling e Xavier (2005), estudando a influência do AIB e da
miniestaquia seriada no enraizamento e vigor de miniestacas de clones de
26
Eucalyptus grandis, também observaram que a aplicação de AIB, nas
concentrações de 0, 500, 1.500, 3.000 mg L
-1
, não resultaram no aumento do
enraizamento e sobrevivência das miniestacas, nem no vigor geral das mudas.
Segundo estudos de Perreira et al. (2005) as diferentes concentrações de AIB
(0; 1000; 2000; 4000 e 6000 mg L
-1
) também não influenciaram o
enraizamento das estacas apicais de jabuticabeira (Myrciaria jabuticaba). O
mesmo resultado foi obtido por Pio et al. (2006), para o enraizamento de
estacas apicais de figueira (Ficus carica L) a 0 e 2000 mg L
-1
de AIB.
4.3. Correlações entre dados de minicepas, brotações do minijardim
clonal e dados das mudas clonais de cedro australiano
As correlações entre as características das brotações e das mudas
produzidas a partir das estacas destas foram pequenas, conforme pode ser
observado nas Tabelas 2, 3 e 4, sendo as maiores correlações observadas
entre altura de brotação e das mudas (Tabela 3), bem como da altura da
brotação com a biomassa da parte aérea (Tabela 4), tendência acima
discutida, que nos mostra que, independente da padronização do tamanho das
estacas, a utilização de material mais desenvolvido permite o crescimento
mais acelerado das mudas, indicando a necessidade de maior intervalo entre
as coletas.
Na Tabela 4 observa-se a correlação negativa entre o comprimento de
raízes e o diâmetro destas. Mudas com maior crescimento foram as que
apresentaram também maior comprimento de raízes, com menores diâmetros
(Figuras 5 e 6). As raízes mais finas apresentam maior habilidade na absorção
de água e nutrientes, favorecendo o crescimento das mudas.
27
Tabela 2. Correlações* entre características da minicepa, com diâmetro e
altura das mudas, aos 40 dias após o estaqueamento
Correlação Altura da
brotação
(cm)
Diâmetro da
brotação
(mm)
Altura da
muda
(cm)
Diâmetro da
muda
(mm)
Diâmetro da
minicepa
(mm)
-0,3221347 0,2645646 -0,5230579 -0,0788377
Altura da
brotação
(cm)
0,1422682 0,6289663 0,2883866
Diâmetro da
brotação
(mm)
-0,0138739 0,1763293
Altura da muda
(cm)
0,3315308
* 900 observações
Tabela 3
. Correlações* entre características da minicepa e biomassa das
mudas, aos 40 dias após o estaqueamento
Correlação Altura da brotação
(cm)
Diâmetro da
brotação
(mm)
Biomassa Parte
aérea
(g)
Diâmetro da
minicepa
(mm)
-0,3308718 0,2172359 -0,4441005
Altura da
brotação
(cm)
0,1554429 0,6461056
Diâmetro da
brotação
(mm)
0,0665593
* 588 observações
Tabela 4. Cor
relações* entre características da minicepa e raízes das mudas,
aos 40 dias após o estaqueamento
Correlação Altura da
brotação
(cm)
Diâmetro da
brotação
(mm)
Comprimento
de raízes
(cm)
Diâmetro da
raízes
(mm)
Diâmetro da
minicepa
(mm)
-0,3602196 0,39079755 -0,3156799 0,4863705
Altura da
brotação
(cm)
0,1221153 0,3375684 -0,42322398
Diâmetro da
brotação
(mm)
0,1191915 -0,0014997
Comprimento de
raízes
(cm)
-0,6775752
* 264 observações
Pesquisas relacionadas à enraizamento de espécies florestais
demonstram as diferentes capacidades de enraizamento entre espécies e em
28
clones de uma mesma espécie. Goulart (2003) observou não haver viabilidade
de propagação vegetativa de candeia (Eremanthus erythropappus), devido ao
baixo enraizamento, independente da utilização de reguladores de
crescimento. Wendling (1999) comprovou variação no percentual de
enraizamento para diferentes clones de híbridos de Eucalyptus spp. por
miniestaquia, Xavier et al. (2003a) comprovaram o elevado potencial de
enraizamento de miniestacas caulinares de cedro rosa a partir de material de
origem seminal e Wendling e Souza Júnior (2007) observaram, ao implementar
e adequar a técnica de miniestaquia para a cultura da erva-mate (Ilex
paraguariensis), com miniestacas submetidas a diferentes dosagens de AIB (0,
1500, 3000 e 6000 mg L
-1
), que a miniestaquia de erva-mate, a partir de
material de origem seminal, é tecnicamente viável, atingindo-se valores médios
de 75% de sobrevivência aos 120 dias idade das mudas, sem a necessidade
de aplicação de reguladores de crescimento para enraizamento, tornando-se
uma alternativa para a produção de mudas desta espécie em menor tempo,
durante todo o ano.
Os resultados obtidos neste trabalho comprovam a viabilidade de
propagação vegetativa de cedro australiano pelo processo de miniestaquia,
independente da aplicação de regulador de crescimento (AIB) para estímulo do
enraizamento, nas concentrações testadas, resultando em 100% de estacas
enraizadas.
29
5. RESUMO E CONCLUSÕES
O cedro australiano, nos últimos anos, tornou-se muito difundido no
Brasil, principalmente na região sudeste, pela adaptação das condições edafo-
climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento e por não ser atacado por
pragas comuns a outras Meliáceas brasileiras. A espécie tem sido utilizada
para produção de madeira para movelaria, assim mitigando, o desmatamento
para extração de madeira das matas nativas do Brasil. O método de
propagação atual do cedro australiano é via seminal e a oferta sazonal das
sementes e sua curta viabilidade ao longo do tempo representam problemas
para a oferta contínua de mudas para implantação de povoamentos.
Objetivou-se nesse trabalho determinar a viabilidade da propagação
vegetativa da espécie por miniestaquia, avaliar a capacidade de rebrota de
minicepas seminais e a necessidade da aplicação de auxina para o
enraizamento das miniestacas.
A partir de um minijardim clonal de origem seminal foram obtidas
brotações para produção de mudas clonais, em três diferentes épocas de
coleta (2,5; 4,5 e 5,5 meses após a recepa das mudas). Foram avaliados
diâmetro das minicepas, número, altura e diâmetro das brotações em cada
época de coleta. Antes do estaqueamento, as miniestacas tiveram suas bases
imersas em quatro diferentes concentrações de auxina (0; 1500; 3000 e 4500
mg L
-1
). Foram avaliados altura, diâmetro de colo, matéria seca da parte aérea,
comprimento e diâmetro médio de raízes das mudas clonais aos 40 dias.
30
Considerando as condições em que o experimento foi conduzido,
conclui-se que:
É viável a propagação de Toona ciliata por enraizamento de
miniestacas provenientes de minicepas de origem seminal a partir de material
juvenil.
As minicepas apresentam tolerância a coletas sucessivas de
miniestacas.
O cedro australiano apresenta aptidão natural ao enraizamento de
miniestacas oriundas de material juvenil independente da aplicação de AIB.
Miniestacas provenientes de brotações maiores originam mudas com
potencial de crescimento mais acelerado para os parâmetros de altura,
diâmetro, matéria seca e comprimento de raiz das mudas clonais na fase de
enraizamento.
É importante a continuidade de pesquisas que enfoquem metodologias
de manejo, como intervalos de coleta de material vegetativo, exportação de
nutrientes e capacidade de produção de diferentes propágulos, para a futura
implementação da técnica de miniestaquia, visando à clonagem de material
adulto como alternativa para a produção de mudas desta espécie em menor
tempo, com maior homogeneidade e durante todo o ano.
31
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICE
40
Tabela 1A: Resumo da Análise de Variância para altura e diâmetro das brotações das minicepas, avaliadas em três épocas - DIC
QM
Causa de Variação
GL
Altura de brotação (cm) Diâmetro de brotação (mm)
Época (E) 2 100,0751545** 1,3614235**
Resíduo 27 1,3633833 0,1282903
CV (%) 17,17 16,06
** Significativo a 1% pelo teste de F
41
Tabela 2A:
Resumo da Análise Conjunta de Variância para características das mudas, aos 40 dias após o estaqueamento,
provenientes de três épocas de coleta e submetidas a 4 doses de Ácido Indolbutírico
QM Causa de Variação GL
Altura Diâmetro Biomassa da
parte aérea
Comprimento de
raízes
Diâmetro de
raízes
Bloco (Época) 12 2,16399 0,12484 0,00040 6140,78321 0,00132
Época (E) 2 583,82115** 3,49478** 0,32953** 276341,47742** 0,17002**
Doses (D) 3 1,79459 0,12284 0,00193 6655,24456 0,00117
E x D 6 1,34549 0,05188 0,00166* 2370,42866 0,00133
E1: Regressão Linear 1 0,000049
E1: Regressão Quadrática 1 0,011233**
E2: Regressão Linear 1 0,000435
E2: Regressão Quadrática 1 0,000005
E3: Regressão Linear 1 0,000004
E3: Regressão Quadrática 1 0,000130
Resíduo 36 0,96947 0,06271 4329,56604 0,00079
CV (%) 13,81 10,80 34,53 7,26
* Significativo a 5% pelo teste de F; ** Significativo a 1% pelo teste de F
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