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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Juliano Palhari
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE BOTÕES
ORTODÔNTICOS, COM DIFERENTES SISTEMAS
ADESIVOS, COM E SEM CONTAMINAÇÃO COM SANGUE
Taubaté – SP
2007
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1
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Juliano Palhari
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE BOTÕES
ORTODÔNTICOS, COM DIFERENTES SISTEMAS
ADESIVOS, COM E SEM CONTAMINAÇÃO COM SANGUE
Dissertação apresentada para obtenção do
Título de Mestre pelo Programa de Pós-
graduação do Departamento de Odontologia
da Universidade de Taubaté.
Área de Concentração: Dentística
Orientador: Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego
Taubaté – SP
2007
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JULIANO PALHARI
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE BOTÕES ORTODÔNTICOS, COM
DIFERENTES SISTEMAS ADESIVOS, COM E SEM CONTAMINAÇÃO COM
SANGUE
Dissertação apresentada para obtenção do
Título de Mestre pelo Programa de Pós-
graduação do Departamento de Odontologia da
Universidade de Taubaté.
Área de Concentração: Dentística
Data: ________________________________
Resultado:____________________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr._____________________________ Universidade de Taubaté
Assinatura:________________________________________________________
Prof. Dr._____________________________ Universidade__________________
Assinatura:________________________________________________________
Prof. Dr._____________________________ Universidade__________________
Assinatura:________________________________________________________
3
Dedico este trabalho a minha amada
esposa Fabiana e a meus filhos Davi e
Isabela, pela compreensão e
colaboração nos momentos de ausência
e pelo apoio dado.
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a DEUS, por conceder-me esta oportunidade e
amparar-me em toda minha vida.
Agradeço o Prof. Dr. Marcos Augusto do Rego, meu orientador, pela sua
colaboração e dedicação.
À Universidade de Taubaté (UNITAU), em especial ao departamento de
Odontologia, pela organização do curso, professores e funcionários.
Ao Prof. Dr. José Benedicto Mello, pelo seu apoio e incentivo.
À Professora Dra. Priscila Christiane Suzy Liporoni, pela sua dedicação.
À Professora Marina Buselli, pela sua dedicação e colaboração na correção deste
trabalho.
Ao Prof. José Chibebe Jr., pelo seu incentivo e colaboração.
A todos os professores do mestrado, que se dedicaram contribuindo com meu
aprendizado.
À Professora Dra. Ana Paula Rosifini Alves Claro, Coordenadora do curso de
Biomateriais da Faculdade de Engenharia da Unesp Guaratinguetá FEG, pelo seu
empenho e orientação na parte laboratorial deste trabalho.
Ao Sr. Francisco de Paiva Reis, técnico do laboratório de ensaios mecânicos do
departamento de Engenharia de Materiais da USP Lorena (ELL-USP).
Aos meus pais Otávio e Tianinha (Sebastiana), por tudo que sou.
À minha esposa Fabiana e aos meus filhos Davi e Isabela, pela grande força.
Aos meus irmãos Luís Otávio e Aguinaldo.
A todos os colegas de turma, pelo companheirismo e troca de experiências, o
que pra mim foi de grande valor.
À Faculdade de Pindamonhangaba FAPI, pela grande colaboração.
5
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a resistência à tração de botões
ortodônticos fixados em esmalte bovino, utilizando-se três sistemas adesivos, com e
sem contaminação com sangue humano. Foram selecionados noventa incisivos
bovinos nos quais foram fixados botões de aço inoxidável com base de 3,5 mm de
diâmetro, utilizando-se os sistemas adesivos Magic Bond (Vigodent) e resina TPH
(Dentisply), Fill Magic Ortodôntico (Vigodente) e adesivo Transbond Plus Self
Etching Primer (3M) e resina TPH. Para cada sistema adesivo 15 espécimes foram
colados após contaminação da área com sangue humano e 15 sem contaminação
(controle), resultando em seis grupos. Após colagem, os botões foram submetidos a
ensaios de tração até deslocamento do mesmo e os resultados foram transformados
para MPa. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente (p 0,05) utilizando
análise de variância a um critério (ANOVA) e teste de Tuckey. Para comparar os
grupos contaminados com sangue com os controles utilizou-se Teste t de Student. A
resistência à tração obtida (MPa), considerando-se os valores encontrados nos
grupos estudados ocorreram na seguinte ordem: Adesivo Transbond Plus Self
Etching Primer e resina TPH sem (2,66 ± 1,41) e com contaminação (2,29 ± 1,11);
Adesivo Magic Bond e resina TPH sem (2,23 ± 0,94) e com contaminação (1,68 ±
0,78); e, Adesivo Fill Magic Ortodôntico sem (1,20 ± 0,34) e com contaminação (0,51
± 0,37). Houve maior resistência à tração nos botões fixados sem contaminação e
ocorreram diferenças estatisticamente significantes entre os diferentes sistemas
adesivos utilizados.
Palavras–chave: Sistemas adesivos. Tração ortodôntica. Resistência. Contaminação
com sangue.
6
ABSTRACT
The objective of this work was to evaluate the tensile strenght of orthodontic buttons
settled in bovine enamel, using three systems adhesive, with and without
contamination with human blood. Ninety bovine incisors had been selected in which
stainless steel buttons had been fixed with base of the 3,5 mm of diameter, using
themselves adhesive systems Magic Bond (Vigodent) and resin TPH (Dentisply), Fill
Magic Ortoodôntico (Vigodente) and adhesive Transbond Plus Self Etching Primer
(3M) and resin TPH. For each adhesive system 15 specimens had been glue after
contamination of the area with human blood and 15 without contamination (control),
resulting in six groups. After glue, the buttons had been submitted the assays tractive
until displacement of the same and the results had been transformed for MPa. The
gotten data had been analyzed for statistics (p 0,05) using analysis of variance to a
criterion (ANOVA) and test of Tuckey. To compare the groups contaminated with
blood with the controls Test t of Student was used. The tensile strenght gotten (MPa),
considering the values found in the studied groups had occurred in the following
order: Adhesive Transbond Plus Self Etching Primer and resin TPH without (2,66 ±
1.41) and with contamination (2,29 ± 1.11); Adhesive Magic Bond and resin TPH
without (2,23 ± 0,94) and with contamination (1,68 ± 0,78); e, Adhesive Fill Magic
Orthodôntico without (1,20 ± 0,34) and with contamination (0.51 ± 0,37). It had
greater tensile strenght in the buttons settled without contamination and had occurred
significant statistics differences between the different used adhesive systems.
Key words: Systems adhesive. Orthodontic traction. Resistance. Contamination with
blood.
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Dentes bovinos sendo cortados no terço médio da raiz
29
Figura 2 - Dentes bovinos e lupa estereoscópica utilizada com aumento de
10 vezes para analisar os espécimes
30
Figura 3 - Extirpação da polpa dentária dos dentes bovinos com lima tipo
Kerr 70
30
Quadro 1- Representação esquemática dos produtos utilizados na
colagem do botão, seus respectivos fabricantes, lotes e data de validade
31
Quadro 2- Grupos experimentais (n=15), materiais utilizados,
procedimentos e contaminação com sangue empregados na colagem de
botões ortodônticos em dentes bovinos que serão utilizados no presente
estudo
32
Figura 4 - Dente bovino incluído até o terço cervical 33
Figura 5 - Face vestibular do dente bovino perpendicular a superfície da
base de acrílico
33
Figura 6 - Botões ortodôntico da marca Morelli 34
Figura 7 Tira de adesivo colado na região incisal limitando a área de
trabalho
34
Figura 8 - Botão colado em dente bovino na área delimitada pela tira de
adesivo
35
Figura 9 - Adesivo Magic Bond, resina TPH A1 e Ácido fosfórico 37%
36
Figura 10 - Adesivo Fill Magic Ortodôntico e àcido fosfórico 37%
37
Figura 11- Transbond Plus Self Etching Primer (SEP)
38
Figura 12 - Articulador semi ajustável da marca Gnatus, com peso
aproximado de 500g
38
Figura 13 - Detalhe da pressão realizada pelo pino do dispositivo
(articulador)
39
Figura 14 - quina Universal de Ensaios Mecânicos (maquina
eletromecânica da marca EMIC Modelo DL 3000)
40
Figura 15 - Espécime em posição de tração
40
8
Figura 16 - Fratura Coesiva no corpo-de-prova 5 do grupo 5 que foi colado
com Sistema adesivo Transbond Plus Self Etching Primer
45
Figura 17 - Fratura adesiva
no corpo-de-prova 2 do grupo 4 que foi colado
com Sistema adesivo Fill Magic Ortodôntico
45
Figura 18 - Fratura mista no corpo-de-prova 6 do grupo 2 que foi colado
com Sistema adesivo Magic Bond
46
9
LISTA DE E TABELAS
Tabela 1 Médias e desvios padrão dos grupos estudados,
considerando-se diferentes materiais e contaminação ou não com
sangue
42
Tabela 2 Resultado do teste de Tuckey comparando-se os grupos
individualmente
43
Tabela 3 Resultados do Teste t de Student nas comparações entre os
grupos contaminados com sangue e sem contaminação
43
Tabela 4 Porcentagens (%) dos tipos de fraturas ocorridos nos grupos
1 a 6
44
10
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
% Porcentagem
< – Menor
> – Maior
°C – Graus Celsius
BIS – GMA – Bisfenol glicidil metacrilato
cmCentímetro
DP – Desvio Padrão
EPI – Equipamento de proteção individual
g – Grama
h – Hora
H
2
O
dd
Água destilada e deionizada
Kg – Quilograma
Kg/cm² Quilograma por centímetro quadrado
mg – Miligrama
min - Minuto
mmMilímetro
11
mm/mimMilímetro por minuto
mm
2
Milímetro quadrado
mlMililitro
MPa – Mega Pascal
mw/cm
2
– Miliwatts por centímetro quadrado
N – Newton
– Número
P – Probabilidade
PVC –Cloreto de Polivinila
psi – Libra-força por polegada quadrada (Pound-weight) per (square-inch)
s – Segundo
SEP – Self Etching Primer
t – Tolerância
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
13
2 REVISÃO DA LITERATURA
15
3 PROPOSIÇÃO
28
4 MATERIAL E MÉTODOS
29
5 RESULTADOS 42
6 DISCUSSÃO 47
7 CONCLUSÃO 53
REFERÊNCIAS 54
ANEXOS
58
13
1 INTRODUÇÃO
Com a evolução da odontologia, a cada dia, a interação entre as
especialidades, tem se tornado mais comum, fazendo com que os tratamentos
sejam obtidos com melhores resultados e maior êxito. O desenvolvimento científico
tem buscado diferentes materiais e métodos que facilitem e tornem mais eficazes os
tratamentos odontológicos e seus resultados clínicos. Com este avanço, a Dentística
ocupa posição de destaque em se tratando de sistemas adesivos e compósitos mais
eficientes, resistentes e com maior facilidade de trabalho. Os avanços tecnológicos
nos materiais adesivos têm facilitado o trabalho de outras especialidades como a
Ortodontia e a Cirurgia.
Desde a introdução da técnica do condicionamento ácido por Buonocore
(1955), o conceito de colagem com vários tipos de resina ao esmalte, permitiu o
desenvolvimento de diversas aplicações em todos os campos da odontologia
(SURMONT et al., 1992), sendo também utilizadas na ortodontia.
Visando sempre o melhor resultado funcional juntamente com o estético, os
tratamentos de tração ortodôntica têm se beneficiado com o uso dos adesivos, visto
que, em técnicas utilizadas anteriormente, para se obter a tração de um dente
incluso, se fazia necessário uma técnica cirúrgica muito mais invasiva, pois havia
necessidade de expor toda a coroa dentária do dente incluso até sua porção cervical
onde este era laçado com fio de aço, o que gerava maior trauma, maior tempo
cirúrgico e pós-operatório mais prolongado. Segundo Silva Filho et al. (1994), esta
técnica pode levar a reabsorção radicular durante o tracionamento.
Outra técnica utilizada era a perfuração da coroa do elemento dentário
incluso, com uso de brocas, no sentido vestíbulo-lingual, para colocação de fio
14
metálico e posterior tracionamento. Esta cnica ainda pode ser indicada quando o
dente está muito alto, dificultando a colagem do acessório ortodôntico, devido a
dificuldade de secagem do campo para uma efetiva fixação (SILVA FILHO et al.,
1994). As técnicas citadas acima praticamente estão em desuso, devido à
necessidade de maior exposição cirúrgica e de grande remoção óssea para que o
dispositivo possa ser adaptado, resultando, muitas vezes, em anquilose e
reabsorção radicular externa, além de se ter que perfurar a coroa para passagem do
fio, o que requer posterior restauração (BECKER, 1988; FOURNIER; TURCOTTE;
BERNARD, 1982; ODEGAARD, 1997; SHAPIRA; KUFTINEC, 1981).
Atualmente com os sistemas adesivos, consegue-se uma técnica cirúrgica
menos invasiva e mais conservadora sendo necessária apenas a exposição de uma
pequena parte da coroa dental, para se colar um acessório ortodôntico metálico,
botão, ligado a um fio de aço, o qual setracionado, ocasionando menor agressão
e resultados mais estéticos (STUANI et al., 1995).
Mesmo com toda a evolução dos materiais durante a colagem do acessório
ortodôntico, em muitos casos ocorrem falhas, devido a dificuldade em manter o
campo limpo e seco, principalmente em colagem em dente incluso, onde é muito
comum a contaminação com sangue. Esse fato poderá trazer o desprendimento do
botão e o comprometimento do tratamento.
Sendo assim, há necessidade de novos estudos e o desenvolvimento de
materiais capazes de colar o acessório ortodôntico, mantê-lo em posição e em
funcionamento para que o tratamento possa ser executado com êxito.
Com esse objetivo, foi elaborado esse trabalho utilizando materiais da
dentística e sua aplicação na ortodontia.
15
2 REVISÃO DA LITERATURA
Pesquisas realizadas sobre o condicionamento ácido, tiveram início com
Buonocore (1955), que propôs que a superfície do esmalte podia ser alterada por
ácidos, para se tornar mais receptiva à adesão. Sua hipótese foi baseada no uso
comum industrial do ácido fosfórico para melhorar a adesão de pinturas e
coberturas acrílicas às superfícies metálicas. O autor descobriu que a resina acrílica
podia ser colada ao esmalte, condicionando-se sua superfície com ácido fosfórico à
85% por trinta segundos. Segundo o autor, isto poderia ser resultado da exposição
da estrutura orgânica do esmalte, formação de novas substâncias precipitadas
sobre a superfície; remoção do esmalte antigo e inerte, com exposição do esmalte
fresco e reativo; presença de uma camada altamente polar de fosfatos derivados
dos ácidos e aumento da permeabilidade da superfície, permitindo um contato mais
íntimo entre a resina e o esmalte. Sua técnica consistiu em efetuar previamente a
profilaxia do esmalte e com o esmalte limpo, seco e isolado da saliva, aplicar o
ácido sobre a superfície do esmalte.
De acordo com Reynolds (1975),
para o sucesso clínico, a colagem deveria
apresentar in vitro uma resistência à força de tração de 50 Kg/cm
2
. Segundo o autor,
a maioria das falhas é devida às fraturas adesivas na interface do esmalte. A maior
força encontrada na boca é a oclusal. O máximo de força ortodôntica exercida é de
1,5 Kg sendo que um valor máximo de 60 a 80 Kg/cm
2
( 6 a 8 MPa) parece
razoável, uma vez que tem sido obtido um sucesso clínico com colagens in vitro,
resistentes a aproximadamente 50 Kg/cm
2
(5 MPa).
Com o avanço nas pesquisas, Newman (1983) revelou que o tratamento do
esmalte com polimento com pedra- pomes e aplicação de ácido fosfórico a 40%, por
16
um minuto, permitiu o aumento da força de adesão, durante o teste de cisalhamento
para remoção de braquete ortodôntico.
Com a intenção de encontrar um substituto para dentes humanos utilizados
em pesquisas de testes de adesão, Nakamichi et al. (1983) compararam a força de
adesão ao esmalte de cinco cimentos odontológicos e duas resinas compostas,
usando dentes bovinos e humanos. Não foi encontrada diferença estatística
significante entre os dentes bovinos e humanos na adesão ao esmalte e a camada
superficial da dentina, entretanto os valores médios foram levemente menores com
os dentes bovinos. na dentina bovina a adesão diminuiu consideravelmente de
acordo com a profundidade da mesma.
O esmalte bovino é anatômico e histoquimicamente semelhante ao esmalte
humano, sendo, portanto, um ótimo substrato em estudos que se utilizam de forças
adesivas, se traduzindo em unidade prática, pois são de cil acesso e
indispensáveis substitutos dos incisivos humanos, ainda que trabalhos anteriores
relatem a menor, porém insignificante, capacidade de adesão ao esmalte bovino
quando comparado ao humano. (NAKAMICHI et al., 1983; OESTERLEL;
SHELLHART; BELANGER, 1998).
Cartensen (1986) realizou dois estudos, com a colagem direta de 1134
braquetes com base metálica, sendo um com condicionamento com ácido fosfórico a
37% por 30-35 s, tendo perda das colagens em 1,89% nos dentes anteriores
superiores e em 0,66 nos dentes inferiores. No segundo estudo, o autor comparou
os efeitos do condicionamento ácido durante 15-29 s e 30-35 s e relacionou com as
falhas clínicas dos braquetes. Concluiu nos estudos, que foi aceitável após nove
meses o número de falhas, sendo 15 s de condicionamento ácido suficiente para
colagem de dentes anteriores.
17
Surmont et al. (1992) compararam a resistência às forças de cisalhamento na
colagem de braquetes ortodônticos, em diferentes tempos de condicionamento ácido
e com o emprego de cinco sistemas de colagem. Foram comparados dois diferentes
tempos de condicionamento: 15 segundos, por ser o menor tempo possível
adequado ao condicionamento do esmalte dental, e sessenta segundos, pelo fato de
ser recomendado pela maioria dos autores. Os resultados demonstraram que não
houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, em relação à força de
cisalhamento.
Silva Filho et al. (1994) afirmaram que quando o dente está localizado infra-
ósseo profundo, a técnica de perfuração da coroa dentária para transpassar o fio de
tração ortodôntica é a mais indicada, pois a colagem do acessório ortodôntico torna-
se mais difícil, devido à dificuldade de secagem completa para um efetivo
condicionamento ácido e aplicação do adesivo de fixação do acessório ortodôntico.
Para Cappellete Junior et al. (2001), em dentes inclusos e retidos, a colagem
de braquetes promove melhores resultados, para tração ortodôntica, por preservar
estrutura dentária, pois existe ausência de riscos pulpares, uma vez que não
perfuração da coroa dental, para transpassar fios para tração. Além disso, durante a
fase cirúrgica, é feita pequena ostectomia para exposição de uma única face da
coroa do dente retido e colagem do braquete.
Gardner e Robson (2001) afirmaram que a força de adesão depende da
qualidade e quantidade do condicionamento do esmalte produzido pelo ácido
empregado. Sugeriram que, além do ácido fosfórico, material freqüentemente
utilizado, o ácido nítrico também seria viável, para condicionamento do esmalte. Os
autores realizaram uma pesquisa que tinha como objetivo comparar o
condicionamento do esmalte de sessenta pré-molares humanos, tratados com ácido
18
fosfórico a 37% e ácido nítrico a 2,5%, aplicados em tempos de 15, trinta e sessenta
segundos. Estatisticamente, os autores afirmaram que aumentando o tempo de
aplicação do ácido aumenta significativamente a qualidade de condicionamento. O
ácido fosfórico a 37% foi mais efetivo quanto à qualidade do condicionamento do
que o ácido nítrico a 2,5%. Entretanto, essa característica foi verificada apenas nos
tempos de trinta e sessenta segundos, visto que, em 15 segundos, obteve
efetividade inferior. Por outro lado, o tempo de sessenta segundos não foi
significativamente melhor do que trinta. Os autores indicaram, como melhor opção, o
ácido fosfórico a 37% em tempo de trinta segundos.
Segundo Perdigão e Ritter (2001), a força de adesão mede a capacidade de
uma união adesiva suportar uma carga e durabilidade representa o período de
tempo durante o qual esta adesão permanece estável. Os protocolos adesivos
podem ser facilmente conseguidos por meio do condicionamento ácido do esmalte, o
qual transforma a superfície lisa e suave do esmalte numa superfície
acentuadamente irregular aumentando a sua energia superficial, pois quando um
material restaurador resinoso é aplicado no esmalte previamente condicionado, os
monômeros são levados para dentro das irregularidades por atração capilar e
copolimerizam-se entre si estabelecendo a adesão.
Oliveira, Pagani e Rodrigues (2001) utilizaram dentes bovinos, distribuídos em
três grupos com 13 dentes cada com o objetivo de comparar a adesividade de dois
sistemas adesivos autocondicionantes e um sistema convencional. Logo após a
extração, foi desprezada a porção radicular em seguida os dentes foram incluídos
em tubos de PVC com resina acrílica transparente. Realizou-se profilaxia com pedra
pomes e água, utilizando escova de Robson em baixa velocidade, para promover
uma limpeza completa da superfície. A seguir, os sistemas adesivos foram aplicados
19
o esmalte. Na seqüência, aplicou-se uma fina camada de resina (Z-100 3M),
polimerizou-se por 20 s e então foi condensado o restante da resina, formando
um bastão de 3 mm de altura por 5 mm de diâmetro, sendo o mesmo submetido ao
teste de cisalhamento. Visualmente percebeu-se que 11 espécimes romperam-se
coesivamente em esmalte, cinco apresentaram rompimento coesivo no corpo do
cilindro de compósito e 24 romperam ao nível da interface de adesão
dente/compósito. Como resultado, obteve-se: o grupo que utilizou o Scotchbond
Multipurpose (3M) teve 10,95 MPa com desvio padrão de 2,55 (grupo controle),
o grupo que utilizou Prompt-ESPE (autocondicionante) foi obtido 9,15 MPa com
desvio padrão de 8,18 e Clearfil S E Bond Kuraray (também autocondicionante) o
valor de 12,42 MPa com desvio padrão de 4,03. Verificou-se então que é possível o
emprego de outros sistemas adesivos em esmalte.
Arnold, Combe e Warford (2002) estudaram a resistência adesiva ao
cisalhamento de braquetes colados sobre o esmalte in vitro com um adesivo
autocondicionante (Transbond Plus Self Etching Primer). Foram preparados 48
dentes humanos extraídos e divididos em quatro grupos de 12: Grupo I (controle):
condicionamento ácido convencional; Grupo II: iniciador de auto-condicionamento,
por 15 s, antes da colagem; Grupo III: o iniciador de autocondicionamento durante 2
min antes da colagem e Grupo IV: o iniciador foi deixado na superfície, durante 10
min antes da colagem. Para cada grupo, os braquetes foram colados e
armazenados, durante 24 h, a 37
o
C. Os estudos concluíram que não houve
diferença significante na resistência adesiva entre os quatro grupos. Sob as
condições deste experimento, uma demora de dez minutos na colagem após
aplicação do adesivo autocondicionante, não foi prejudicial para a adesão.
20
Cacciafesta et al. (2003) utilizaram 180 incisivos inferiores bovinos
permanentes divididos em 12 grupos, cada grupo com 15 corpos de prova, com o
objetivo de avaliar os efeitos de três diferentes técnicas de condicionamento do
esmalte com ácido poliacrílico a 10%, ácido fosfórico a 37% e sistema adesivo
autocondicionante na resistência adesiva ao cisalhamento além de avaliar falhas na
adesão do ionômero de vidro modificado por resina, colado sobre esmalte seco,
úmido e contaminado com saliva. Braquetes metálicos foram colados em todos os
dentes com os diferentes sistemas, sendo então armazenados em água destilada
por 24 horas até a realização dos testes de cisalhamento. Os valores foram
significativamente maiores para todos os grupos exceto quando o Fuji Ortho foi
combinado com ácido fosfórico a 37% no esmalte seco. A resistência adesiva dos
grupos condicionados com acido poliacrílico a 10% foram significativamente
menores que os grupos condicionados no esmalte úmido com água. Os autores
concluíram que o Fuji Ortho associado ao sistema adesivo autocondicionante foi
mais efetivo e este mesmo sistema não foi afetado pela água e saliva.
Com o objetivo de avaliar o comportamento de dois sistemas adesivos (um
hidrofóbico e outro hidrofílico) na adesão de braquetes ortodônticos ao esmalte
contaminado por sangue, Thys et al. (2003) realizaram um estudo, utilizando
sessenta incisivos humanos hígidos montados em resina acrílica e divididos
aleatoriamente em seis grupos (n=10) sendo três grupos utilizando o sistema
adesivo Single Bond (3M) e nos outros três o sistema Transbond com o primer XT
(3M Unitek). Sendo testados sob três diferentes condões: 1) sem contaminação
(controle); 2) condicionado e contaminado com sangue; e, 3) condicionado,
aplicando o primer e contaminando com sangue. O sangue utilizado foi humano e
fresco colocado com pincel aplicador (3M) por dez segundos em cada dente, em
21
seguida realizou-se o procedimento de colagem e após 24 horas de armazenamento
em água foi realizado o teste de união em uma máquina de ensaio Instron
(5 mm/min). Os resultados foram submetidos ao tratamento estatístico Anova e
Tukey e demonstraram que a contaminação do esmalte com sangue prejudicou a
adesão do sistema hidrófobo em todas as condições. Para o sistema hidrofílico, a
contaminação com sangue afetou apenas quando ocorreu depois da aplicação do
adesivo. Os autores concluíram que na utilização do sistema Transbond XT para que
as propriedades de adesão sejam utilizadas ao máximo e para que o seja
necessário um segundo tempo cirúrgico sugere-se que sejam reiniciados os
procedimentos adesivos, recondicionando-se a superfície. Para o sistema Single
Bond, a contaminação da superfície condicionada por sangue não pareceu afetar a
força adesiva e, portanto, não se faz necessário interromper e reiniciar o
procedimento. Quando a contaminação acontecer após a aplicação do
primer/adesivo, os autores sugerem que a superfície deve ser recondicionada e
aplicado novamente o adesivo para os dois sistemas.
Patel et al. (2004) realizaram comparação da força de resistência ao
cisalhamento de uma resina com diferentes tempos de condicionamento ácido, 15 e
trinta segundos. O ácido foi aplicado por 15 segundos por este ser o menor tempo
possível para um condicionamento adequado do esmalte. Portanto, o
condicionamento por 45 e sessenta segundos foi desnecessário, concordando com
a literatura, que demonstrou serem trinta segundos suficientemente eficaz. Neste
experimento não foi observada diferença estatística significante dentro dos
diferentes períodos de condicionamento, 15 e trinta segundos.
Marini et al. (2004) avaliaram a união das resinas fotoativadas Transbond XT
(Grupo I) e Fill Magic (Grupo II) e da Concise ortodôntico, quimicamente ativada
22
(Grupo III), na colagem ortodôntica de braquetes metálicos. Na pesquisa, utilizaram
84 incisivos inferiores bovinos, que tiveram suas raízes seccionadas no terço médio,
e incluídas em resina. Foram seguidas as especificações dos fabricantes para
colagem, os corpos-de-prova foram armazenados em água deionizada a 37º C.
Realizaram testes de cisalhamento, constatando forças maiores de adesão nos
Grupos I e II (4,68 MPa e 4,11 MPa, respectivamente), não havendo diferença
estatística entre eles. O Grupo III apresentou força de adesão inferior (2,04 MPa) em
relação aos Grupos I e II. Os autores concluíram que o Fill Magic pode ser usado em
substituição ao Transbond XT, sem que haja redução significativa na força da
colagem, e com menor custo; e que o Concise Ortodôntico além de exigir maior
habilidade do operador reduziu significativamente a força de adesão.
O estudo de Oliveira, Silva Junior e Guimarães (2005) objetivou avaliar a
capacidade de adesão de braquetes em esmalte empregando sistema adesivo
autocondicionante. Vinte incisivos bovinos tiveram a parte coronal inclusa em resina
acrílica com a face vestibular voltada para cima. Aleatoriamente, foram divididos em
dois grupos de dez. Após profilaxia com pedra pomes, água e escova Robinson, os
corpos-de-prova do Grupo I foram submetidos ao condicionamento ácido
empregando sistema adesivo Scotchbond Multipurpose (3M), e, nos corpos-de-prova
do Grupo II, utilizaram o sistema adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond
(Kuraray). Nos dois grupos os sistemas adesivos foram empregados em
conformidade com as normas dos fabricantes. A resina composta Filtek Z 250 (3M)
foi colocada nos braquetes, que foram posicionados nas faces vestibulares dos
dentes, com pressão de 300 g. Após a remoção dos excessos e polimerização, os
corpos-de-prova foram imediatamente submetidos a ensaio mecânico sob
cisalhamento. Foi utilizado um fio de aço adaptado nas garras do braquete, e
23
tracionado no sentido inciso-cervical. Os resultados demonstraram resistência
adesiva, para o Grupo I, de 12,20 ± 1,97 MPa, e, para o Grupo II, de 13,09 ± 1,64
MPa. A análise estatística do sistema adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond
(Kuraray) demonstrou uma efetiva adesão quando comparado com o convencional
Scotchbond Multipurpose (3M).
Segundo Lopes, Vieira e Kronners (2005), a tática adesiva dos sistemas
autocondicionantes é condicionar o substrato, ao mesmo tempo em que funciona
como um primer, sendo uma aplicação de forma simplificada. O estudo dos autores
relata a dificuldade de união ao esmalte sendo atribuída a dois fatores: 1) pela
dificuldade do ácido em produzir um padrão de condicionamento uniforme, que
acarreta em uma desmineralização menos agressiva do que o ácido fosfórico usado
como controle; e, 2) resultado da precipitação de cálcio na superfície do esmalte,
mascarando o padrão de condicionamento e interferindo na penetração da resina.
Os autores concluíram que a adesão ao esmalte e à dentina com adesivos
autocondicionantes depende a composição específica dos sistemas. Alguns destes
sistemas adesivos apresentam alta capacidade de união em ambos tecidos.
Ferrazzo et al. (2005) relataram em revisão de literatura, a existência de
diversos tipos de dispositivos para tração ortodôntica que podem ser utilizados:
acessório colado (botão ou braquete); perfuração na ponta da cúspide através da
qual é inserido um fio de ligadura; fio de amarrilho fixado ao redor da porção cervical
do dente e pinos cimentados na coroa. Os autores relatam ainda que o pino pode
causar dano à polpa, o fio de ligadura pode ocasionar anquilose, absorção externa e
perda óssea alveolar; os pinos cimentados nas coroas exigem grande remoção
óssea; e a perfuração da coroa ocasiona a necessidade de restauração posterior.
Os autores concluíram e recomendam que a exposição cirúrgica do dente impactado
24
seja conservadora, de forma que permita a colocação de um braquete ou botão
ortodôntico, causando menor dano e que a força de tração controlada tenha
intensidade entre 45-60 g.
Segundo Anusavice (2005), torna-se difícil comparar dados de um estudo
com outro devido às diferenças metodológicas. Além do tipo de teste, variáveis com
o substrato dental têm sido relatadas como influentes nos resultados. O tipo, tempo
após a extração, meio de armazenagem, profundidade do corte da dentina ou
esmalte, variações no preparo da superfície e idade dos espécimes são fatores que
interferem nos resultados. Os valores de adesividade dependem muito da
metodologia utilizada, e principalmente, da área empregada.
Marson et al. (2006) avaliaram a resistência adesiva à microtração em três
tipos de adesivos em dentina seca e úmida, utilizando para isso 24 incisivos
bovinos, divididos aleatoriamente entre os grupos nos quais os adesivos eram
aplicados sobre dentina úmida e seca, de acordo com as instruções dos fabricantes.
A resistência adesiva foi mensurada por meio de dispositivo de microtração em uma
maquina de teste universal (Instron) com velocidade de fratura de 0,5 mm/min. Os
valores foram analisados pelo teste de Anova e Tukey. Os autores concluíram que
todos os adesivos testados alcançaram os maiores valores quando a dentina estava
úmida, independente do tipo de solvente.
Carvalho e Chain (2006) avaliaram a resistência da união de sistemas
adesivos autocondicionantes em dentina, assim como também avaliaram a interface
dentina e sistema adesivo. Utilizaram para o estudo terceiros molares humanos
recém extraídos, sendo divididos aleatoriamente em cinco grupos (n=15), de acordo
com o sistema adesivo empregado. Os corpos-de-prova foram armazenados a 37º
C, em água destilada, durante trinta dias. Foi a seguir realizado o ensaio de
25
cisalhamento utilizando máquina de teste universal (Instron), com velocidade de
0,75 mm/min. A interface dentina/sistema adesivo foram analisadas em microscopia
eletrônica de varredura. A análise estatística revelou diferenças significativas entre
as médias, que foram comparadas entre si pelo teste Anova e comparativo de
Tukey. Os autores concluíram que os sistemas adesivos autocondicionantes
testados apresentaram a seguinte ordem decrescente de resistência de união:
Clearfil SE Bond > Optibond Solo Plus SE > Adper Prompt > Tyrian SPE, sendo
todas as médias menores que do grupo controle (Optibond Solo Plus).
Maia (2006) avaliou a influência da contaminação com saliva artificial na
resistência ao cisalhamento de braquetes colados com três sistemas adesivos
autocondicionantes em dentes bovinos. Utilizou 135 incisivos bovinos divididos
aleatoriamente em nove grupos de 15 dentes. Os corpos-de-prova foram
confeccionados incluindo cada dente num anel de PVC que foi preenchido com
resina acrílica de modo que a coroa ficou exposta para que o braquete metálico
fosse colado à superfície vestibular do dente. Os braquetes foram colados utilizando-
se os seguintes sistemas adesivos autocondicionantes: Transbond Plus Self Etching
Primer (3M – Unitek) para os grupos 1, 2 e 3; AdheSE Single Bottle (Ivoclar-
Vivadent) para os grupos 4, 5 e 6 e Self Etch Bond (Vigodent) para os grupos 7, 8
e 9. Os grupos 1, 4 e 7 não foram contaminados. os grupos 2, 5 e 8, foram
contaminados com saliva artificial, lavados e secos e então foram colados os
braquete. Os grupos 3, 6 e 9 receberam contaminação com saliva artificial e
secagem após o sistema adesivo, para em seguida receber o acessório ortodôntico.
Foi utilizada resina fotoativada Z-100 (3M) para colagem e logo após, foram
mantidos em água destilada até a realização do teste de cisalhamento. Os
resultados foram transformados em MPa e avaliados estatisticamente (Anova e teste
26
de Tukey). O autor concluiu que a resistência ao cisalhamento foi maior nos
braquetes colados sem contaminação, seguidos pelos colados após contaminação
com saliva artificial, lavagem com água e secagem e dos contaminados com saliva,
porém as diferenças o foram estatisticamente significativas. As diferenças
significativas ocorreram na resistência ao cisalhamento para remoção de braquetes
colados ao esmalte bovino, de acordo com o sistema autocondicionante utilizado e
ocorreram maiores diferenças na resistência ao cisalhamento na remoção dos
braquetes em relação aos materiais utilizados do que para os tratamentos realizados
(contaminação).
Araújo (2006) avaliou, in vitro, a resistência ao cisalhamento de um sistema
adesivo convencional (condicionamento ácido) comparado com dois diferentes
sistemas adesivos autocondicionantes (sem condicionamento ácido passo único),
quando aplicados na colagem de braquetes ortodônticos metálicos em dentes
bovinos. Utilizou 45 dentes hígidos divididos em três grupos, de acordo com os
sistemas adesivos empregados: Grupo I: Ortho Lite Cure (sistema adesivo
convencional) controle; Grupo II: No-etch Orthodontic Bonding (sistema adesivo
autocondicionante) e Grupo III: Transbond
tm
Plus Self Etching Primer (sistema
adesivo autocondicionante). As raízes dos dentes bovinos foram cortadas no terço
apical e incluídas em tubos de PVC, usando resina acrílica autopolimerizável; em
seguida, foram fixados os braquetes metálicos ortodônticos (Morelli) nas superfícies
vestibulares do esmalte bovino com os diferentes tipos de adesivos citados. Os
corpos-de-prova foram armazenados em água destilada e deionizada a temperatura
ambiente durante 24 h. O teste de resistência ao cisalhamento foi realizado, à
velocidade de ensaio de 0,1 mm/min com célula de carga de 50 K. Os resultados
não apresentaram diferenças estatísticas (p>0,05) e sugerem que o sistema adesivo
27
convencional comparado aos sistemas adesivos autocondicionantes apresentou o
mesmo comportamento em relação à resistência ao cisalhamento.
28
3 PROPOSIÇÃO
O propósito do presente trabalho foi avaliar a resistência à tração de botões
ortodônticos fixados em esmalte bovino, utilizando-se três sistemas adesivos, com e
sem contaminação com sangue humano.
29
4 MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética para Experimentação Animal
sob registro 0022/06 (ANEXO A) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Taubaté (CEP/UNITAU) com registro nº 487/06 (ANEXO B).
Para realização desta pesquisa foram selecionados noventa incisivos bovinos
hígidos, que foram extraídos logo após o abate, provenientes de animais com idade
média de três anos. Os dentes foram limpos por meio de raspagem radicular com
lâmina de bisturi e cureta periodontal para remoção do tecido mole presente, sendo
seccionadas, no terço médio, com auxílio de discos de carburundum da marca
Dentorium (Figura 1) e examinados em lupa estereoscópica com aumento de dez
vezes, para verificação de possíveis trincas ou fraturas (Figura 2). Após seleção as
polpas dentárias foram extirpadas, com auxílio de lima endondôntica de 2ª série, tipo
Kerr 70 (Maillefer) (Figura 3). Os dentes foram esterilizados em autoclave
automática (cristófoli) por 15 minutos a uma temperatura de 121º C, em seguida
acondicionados em potes de vidro com água destilada em refrigerador, a
temperatura aproximada de 6º C, até sua utilização. Durante o preparo dos dentes, o
operador utilizou equipamentos de proteção individual (EPI).
Figura 1- Dentes bovinos sendo cortados no terço médio da raiz
30
Figura 2- Dentes bovinos e lupa estereoscópica utilizada com aumento de dez vezes para
analisar os espécimes
Figura 3- Extirpação da polpa dentária dos dentes bovinos com lima tipo Kerr 70
31
Em seguida, os dentes foram incluídos em seu terço cervical, em recipientes
medindo 25 mm de altura e 21 mm de diâmetro (Tubos PVC ¾, Tigre), contendo
resina acrílica quimicamente ativada (Jet, Clássico), de forma que a face vestibular
ficasse perpendicular à superfície da base do acrílico (Figuras 4 e 5). Os dentes
foram divididos aleatoriamente em seis grupos de 15 espécimes (Quadros 1 e 2), e a
seguir, botões de aço inoxidável com base de 3,5 mm de diâmetro (Morelli) (Figura
6) foram colados no terço incisal da face vestibular dos dentes bovinos, com três
diferentes sistemas adesivos. Para cada sistema adesivo, um grupo foi contaminado
com sangue humano.
SISTEMA ADESIVO
ÁCIDO
BOTÃO
ORTODÔNTICO
FABRICANTE LOTE VALIDADE
Transbond
Plus
Self Etching Primer
3M – UNITEK
244012
2007-10
Magic Bond VIGODENT 016/06 2009-08
Fill Magic Ortodôntico
VIGODENT 046/05 2008-12
TPH espectrum – A1
DENTSPLY 630804 2009/10
Magic Acid – gel
Ácido fosfórico 37%
VIGODENTE 01505 2008/12
Botão Ortodôntico MORELLI 896790 2012/02
Quadro 1- Representação esquemática dos produtos utilizados na colagem do botão, seus
respectivos fabricantes, lotes e data de validade
32
Grupo1
Adesivo Magic Bond
e resina TPH
Cond. Ácido
fosfórico 37%
por 30seg
Lavagem
com soro
fisiológico.
Secagem Aplicação
adesivo
Posic. do
botão com
resina TPH
Fotoativação
Grupo2
Adesivo Magic Bond
e resina TPH
Cond. Ácido
fosfórico 37%
por 30seg
Lavagem
com soro
fisiológico
Secagem Contaminação
com sangue
Secagem Aplicação
adesivo
Posic. do
botão com
resina TPH
Fotoativação
Grupo 3
Adesivo Fill Magic
Ortodôntico
Cond. Ácido
fosfórico 37%
por 30seg
Lavagem
com soro
fisiológico
Secagem Posic. do
botão
com
adesivo
Fotoativação
Grupo4
Adesivo Fill Magic
Ortodôntico
Cond. Ácido
fosfórico 37%
por 30seg
Lavagem
com soro
fisiológico
Secagem Contaminação
com sangue
Secagem Posic. do
botão
com
adesivo
Fotoativação
Grupo 5
Adesivo Transbond
Plus Self Etching
Primer e resina TPH
Aplicação do
Transbond Plus
Self Etching
Primer
Posic. do
botão com
resina TPH
Fotoativação
Grupo 6 Adesivo
Transbond Plus Self
Etching Primer e
resina TPH
Aplicação do
Transbond Plus
Self Etching
Primer
Contaminação
com sangue
Secagem Aplicação do
Transbond
Plus Self
Etching
Primer
Posic. do
botão com
resina TPH
Fotoativação
Quadro 2 - Grupos experimentais (n=15), materiais utilizados, procedimentos e contaminação com sangue empregados na colagem
de botões ortodônticos em dentes bovinos que serão utilizados no presente estudo
33
Figura 4- Dente bovino incluído até o terço cervical
Figura 5- Face vestibular do dente bovino perpendicular à superfície da base de
acrílico
34
Figura 6- Botões ortodôntico da marca Morelli
Para que em todas as amostras a contaminação e todo procedimento de
colagem se restringissem a uma mesma região, foi utilizada uma tira de adesivo
(Papel Contact, Vulcan) com orifício de 4 mm de diâmetro, que foi colada ao terço
incisal das faces vestibulares dos dentes, deixando exposta somente a área
escolhida. (Figuras 7 e 8).
Figura 7- Tira de adesivo colado na região incisal limitando a área de trabalho
35
Figura 8- Botão colado em dente bovino na área delimitada pela tira de adesivo
Os grupos 2, 4 e 6 foram contaminados utilizando-se alíquota de sangue
humano, obtida a partir de bolsas de doadores de sangue (Hemonúcleo do Hospital
Universitário/UNITAU), com teste de sorologias negativas e que não seriam
utilizadas para finalidades terapêuticas. A região delimitada pelo adesivo, em cada
dente, foi contaminada, com pipeta automática, com 0,1 ml de sangue, por dez
segundos. Em seguida, o sangue foi removido com algodão seco e estéril.
A colagem dos botões ortodônticos foi realizada seguindo a indicação dos
fabricantes dos adesivos. Nos grupos 1 e 2 foram utilizados: ácido fosfórico a 37%
gel Magic Acid (Vigodent), adesivo Magic Bond (Vigodent) e resina TPH (Dentisply)
(Figura 9). Após a secagem, foi aplicado o ácido por trinta segundos, lavagem com
soro fisiológico por 15 segundos e secagem com bolinha de algodão seca e estéril,
aplicação do sistema adesivo com pincel (microbrush), padronizando em uma única
aplicação. Em seguida, o botão foi posicionado com uma camada de resina
previamente colocada na base do botão, foi feita pressão no botão com um
dispositivo com peso, de forma a padronizar a pressão e espessura da resina. O
36
excesso de resina ao redor do botão foi removido com um explorador, e em seguida
foi fotoativado por quarenta segundos (20 s por incisal e 20 s por cervical) com
aparelho fotopolimerizador Opitilight Plus da Gnatus a uma intensidade de 500
mw/cm
2
aferido após cada grupo com radiômetro (Demetron, Kerr Research Corp).
Os corpos-de-prova foram imersos em água destilada e armazenados em estufa a
37
o
C/24 h, e a seguir foram realizados os testes de tração.
Figura 9- Adesivo Magic Bond, Resina TPH A1 e Ácido fosfórico 37%
Nos grupos 3 e 4 foram utilizados: ácido fosfórico 37% e adesivo Fill Magic
Ortodôntico (Vigodent) (Figura 10). Após secagem, o ácido foi aplicado por trinta
segundos, em seguida lavou-se com soro fisiológico por 15 segundos e secou-se
com bolinha de algodão estéril. Foi aplicado o adesivo na base inferior do botão,
seguindo-se de posicionamento e compressão do mesmo, com dispositivo de
padronização de pressão. Os excessos foram removidos com explorador e em
seguida foi realizado fotoativação por quarenta segundos (20 s por incisal e 20 s por
cervical). Os corpos-de-prova foram imersos em água destilada e armazenados em
estufa a 37
o
C/24 h, em seguida foram realizados os testes de tração.
37
Figura 10- Adesivo Fill Magic Ortodôntico e Ácido Fosfórico 37%
Nos grupos 5 e 6 foram utilizados: Transbond Plus Self Etching Primer (SEP)
da 3M-UNITEK (Figura 11) e Resina TPH (Dentsply). Após a secagem foi aplicado o
adesivo, friccionando o SEP no dente por três segundos, por meio de uma haste que
acompanha o produto, e aplicado leve jato de ar por dois segundos. O botão foi
colado com resina seguindo-se os mesmos procedimentos do grupo 1. Os corpos-
de-prova foram imersos em água destilada e armazenados em estufa a 37
o
C/24 h,
em seguida foram realizados os testes de tração.
38
Figura 11- Transbond Plus Self Etching Primer (SEP)
Para padronização da colagem do botão foi utilizado um articulador semi-
ajustável da marca Gnatus, com peso aproximado de 500 g sobre o pino (Figura 12),
garantindo um escoamento homogêneo da resina composta e adesivo utilizado,
mantendo uma espessura uniforme entre os corpos-de-prova.
Figura 12- Articulador semi ajustável da marca Gnatus, com peso aproximado de 500 g
39
Figura 13- Detalhe da pressão realizada pelo pino do dispositivo (articulador)
Após a colagem e armazenagem por 24h, os corpos de prova foram
submetidos a ensaios de tração na Máquina Universal de Ensaios Mecânicos
(Máquina Eletromecânica EMIC Modelo DL 3000) (Figura 14) com o programa Tesc,
versão 3.0, do Laboratório de Ensaios Mecânicos do Departamento de Engenharia
de Materiais da USP Lorena (ELL-USP). Para isso, os corpos de prova foram
encaixados em suporte próprio do laboratório que permite que o botão fique em
posição de 9à força de tração (Figura 15). A tração foi realizada, utilizando fio o
ortodôntico de Níquel cromo de espessura 0,30” (Morelli) partindo-se da força zero, à
velocidade de 0,5 mm/min, sendo aumentada gradativamente de forma padronizada,
até o deslocamento do botão, e os resultados foram transformados para MPa.
40
Figura 14- Máquina Universal de Ensaios Mecânicos (maquina eletromecânica da marca
EMIC Modelo DL 3000)
Figura 15- Espécime em posição de tração
Os dados obtidos foram analisados estatisticamente ao nível de significância
(α) de 5% por meio do programa BioEstat para Windows versão 3.0, utilizando-se
análise de variância a um critério (ANOVA) e teste de Tuckey. Para comparar os
41
grupos contaminados com sangue com os grupos não-contaminados utilizou-se
Teste t de Student.
42
5 RESULTADOS
Pode-se observar na Tabela 1, as dias e os desvios padrão (DP) para
todos os grupos estudados. A menor média (0,51 MPa) foi obtida pelo Grupo 4
(Adesivo Magic Bond e resina TPH - contaminado com sangue) e a maior (2.66
MPa) pelo Grupo 5 (Adesivo Transbond Plus Self Etching Primer e resina TPH. Os
grupos que obtiveram a menor dispersão foram os Grupos 3 (DP 0,34 MPa) e 4 (DP
0,37 MPa).
Tabela 1 Médias e desvios padrão dos grupos estudados, considerando-se diferentes
materiais e contaminação ou não com sangue
Grupos
Material Contamianção
Média
(MPa)
Desvio
Padrão
1 Magic Bond e Resina TPH nenhuma 2,23 0,94
2 Magic Bond e Resina TPH sangue 1,68 0,78
3 Fill Magic Ortodôntico nenhuma 1,20 0,34
4 Fill Magic Ortodôntico sangue 0,51 0,37
5 Trans Bond Plus Self
Etching Primer e Resina
TPH
nenhuma
2,66
1,41
6 Trans Bond Plus Self
Etching Primer e Resina
TPH
sangue
2,29
1,11
A análise de variância a um critério (ANOVA) foi aplicada para comparar as
médias entre todos os grupos estudados, entre os grupos sem contaminação e entre
os grupos contaminados com sangue. Como houve diferença estatística entre os
grupos, o teste de Tukey foi utilizado para determinar entre quais grupos ocorreu
essa diferença.
43
Para todos os grupos estudados a ANOVA mostrou haver diferença
extremamente significante entre os grupos (p<0.0001). O resultado apresentado na
Tabela 2 refere-se aos grupos em que ocorreram diferença.
Tabela 2 – Resultado do teste de Tuckey comparando-se os grupos individualmente
Comparação Entre Grupos (vs) p- valor
Grupo 1 Grupo 3 < 0,05
Grupo 1 Grupo 4 < 0,001
Grupo 2 Grupo 4 < 0,01
Grupo 2 Grupo 5 < 0,05
Grupo 3 Grupo 5 < 0,001
Grupo 3 Grupo 6 < 0,05
Grupo 4 Grupo 5 < 0,001
Grupo4 Grupo 6 < 0,001
Grupo 1: Magic Bond e Resina TPH sem contaminação;
Grupo 2: Magic Bond e Resina TPH com contaminação
Grupo 3: Fill Magic Ortodôntico sem contaminação;
Grupo 4: Fill Magic Ortodôntico com contaminação
Grupo 5: Transbond Plus Self Etching Primer e Resina TPH sem contaminação;
Grupo 6: Transbond Plus Self Etching Primer e Resina TPH com contaminação
Para comparar os grupos sem contaminação com os grupos contaminados,
foi aplicado o Teste t de Student e o resultado está apresentado na Tabela 3.
Tabela 3 Resultados do Teste t de Student nas comparações entre os grupos
contaminados com sangue e sem contaminação
Comparação Entre Grupos (vs) p- valor
Grupo 1 Grupo 2 0,08
ns
Grupo 3 Grupo 4 < 0,0001*
Grupo 5 Grupo 6 0.43
ns
ns – não significante
* - significante
44
Observando a Tabela 4, podemos concluir que a fratura do tipo Coesiva
(Figura 16) foi a que mais ocorreu no grupo sem contaminação: Grupo 1 (87%),
Grupo 3 (60%) e Grupo 5 (67%). No grupo contaminado com sangue a fratura o tipo
Adesiva (Figura 17) prevaleceu no Grupo 2 (80%) e no Grupo 4 (100%). a fratura
do tipo Mista (Figura 18) ocorreu praticamente em todos os grupos em menor
quantidade, não ocorrendo no grupo 4.
Tabela 4 – Porcentagens (%) dos tipos de fraturas ocorridos nos grupos 1 a 6
Tipo de Fratura (%) Grupos
Material Contami-
nação
adesiva coesiva
mista
1 Magic Bond e Resina TPH nenhuma 0 87 13
2 Magic Bond e Resina TPH sangue 80 7 13
3 Fill Magic Ortodôntico nenhuma 13 60 27
4 Fill Magic Ortodôntico sangue 100 0 0
5 Transbond Plus Self Etching
Primer e Resina TPH
nenhuma
0
67
33
6 Transbond Plus Self Etching
Primer e Resina TPH
sangue
0
73
27
45
Figura 16- Fratura Coesiva no corpo-de-prova 5 do grupo 5 que foi colado com Sistema
Adesivo Transbond Plus Self Etching Primer
Figura 17- Fratura adesiva no corpo-de-prova 2 do grupo 4 que foi colado com Sistema
Adesivo Fill Magic Ortodôntico
46
Figura 18- Fratura mista no corpo-de-prova 6 do grupo 2 que foi colado com Sistema
adesivo Magic Bond
47
6 DISCUSSÃO
Na busca do melhor material, as pesquisas têm evoluído rapidamente, em
todas as áreas da Odontologia, tendo uma grande presença na área da Dentística
estética e conseqüente evolução dos adesivos dentinários. Procurando facilitar e
agilizar o processo de adesão dos materiais, encontram-se no mercado diversos
produtos para ajudar o clínico a obter melhores resultados em menor tempo.
Visto a dificuldade de se obter campo seco durante a realização da colagem
para tração de dentes inclusos, existe a necessidade de um material com maior
eficácia e maior praticidade. Com este objetivo, testamos três diferentes adesivos,
freqüentemente utilizados na clínica, em situações normais e com contaminação
com sangue, e testamos a resistência à tração destes adesivos.
Silverstone, Hicks e Featherstone (1985) afirmaram que com o advento da
técnica de condicionamento ácido do esmalte dental por Buonocore (1955), tornou-
se possível obter união com resistência considerável entre o esmalte e a resina
devido a formação de uma superfície altamente irregular.
Carvalho e Chain (2006) relataram em seu estudo com adesivos
autocondicionates que o uso de monômeros ácidos introduziu o conceito de
adesivos autocondicionantes, não para dentina, mas também para o esmalte,
eliminando-se a necessidade do condicionamento prévio à aplicação adesivo. Tais
sistemas demonstraram bons resultados laboratoriais, todavia a durabilidade da
adesão continua discutível. Os autores afirmaram que a base da ação dos agentes
autocondicionantes está na formação de uma continuidade entre a superfície
dentária e o material adesivo, onde, simultaneamente, a desmineralização e a
penetração da resina nas estruturas esmalte e dentina são realizadas. A ausência
48
do passo do condicionamento ácido com os materiais autocondicionantes pode
resultar na ausência da desmineralização característica do esmalte e dentina
realizada com ácido fosfórico.
Segundo Moraes et al. (1998), a colagem direta de botões e bráquetes
ortodônticos para tração de dentes inclusos transformou-se na técnica preferida
pois, além da maior facilidade, exige menor campo cirúrgico e remoção de tecido
para acesso à coroa dental do que as outras técnicas. Porém, como desvantagem, o
autor complementa que existe o risco de ocorrer descolagem destes acessórios,
devido a dificuldade de secagem do dente com conseqüente colagem deficiente,
necessitando de outra intervenção cirúrgica para nova fixação.
Segundo Miller
(1996),
um dos segredos no tracionamento de caninos
impactados é a habilidade de colar um acessório no dente. Para Moraes et al.
(1998),
o tratamento cirúrgico-ortodôntico de dentes retidos, visa deslocar o
elemento dental para a correta posição na arcada dentária, sem causar danos aos
outros elementos dentários adjacentes, restabelecendo a estética e a função. Além
de uma adequada técnica cirúrgica, que consiste basicamente de uma exposição da
coroa dentária por meio de retalho e, quando necessário, osteostomia, a correta
colagem do botão ortodôntico é fundamental para se obter sucesso no tratamento.
Assim, parece-nos que não basta apenas um bom material, mas uma técnica bem
feita também é fundamental para o sucesso.
Com relação ao preparo prévio do esmalte, ou seja, profilaxia em dente
incluso, para ser condicionado, Gange (1995) afirmou não ser necessário, visto que
o dente impactado não esteve ainda em contato com o meio bucal, não acorrendo
assim a formação de película adquirida.
49
Dolci et al. (2000) realizaram ensaios de tração com diferentes sistemas
adesivos entre eles Transbond SEP obtendo média de resistência a tração de 3,78
MPa e Fill Magic Ortodôntico com média de 1,78 MPa. Ocorreu diferença estatística
significativa entre os dois sistemas adesivos, sendo estes resultados semelhantes
aos encontrados em nosso estudo. Por outro lado, Marini et al. (2004), em seu
estudo avaliaram diferentes adesivos, entre eles Fill Magic e Transbond SEP, quanto
a resistência ao cisalhamento, obtendo resultados sem diferença estatística. O
adesivo Tranbond SEP obteve média de 4,6 MPa e o Fill Magic obteve média de
4,12 MPa.
Newman (1978) relatou que a carga de 200 psi (1,4 MPa) é o máximo por
dente que pode ocorrer em um caso clínico. Do mesmo modo,
Knoll, Gwinnett e
Wolff (1986) indicam que uma tensão de 400 psi (2,8 MPa) é adequada para
braquetes ortodônticos.
Olsen (1997) reportou que as forças requeridas para mover-se
ortodonticamente um dente variam entre 0,05 e 0,4 Kg, isto equivale a 50 psi (ou
0,35 MPa). Segundo Viazis, Cavanaugh e Bevis (1990), a força de adesão é
proporcional a medida da área do braquete. Estas intensidades de força relatadas
em outros trabalhos, nos permite, comparar e afirmar que os sistemas adesivos
utilizados em nossa pesquisa podem ser utilizados para colagem ortodônticas,
principalmente quando não há contaminação com sangue.
Thys et al. (2003), avaliando dois sistemas adesivos (1 hidrofóbico e 1
hidrofílico) quanto à resistência na colagem de braquetes ortodônticos em esmalte e
contaminado por sangue, concluíram que os sistemas adesivos hidrofóbico foram
prejudicados quando contaminados por sangue, e o sistema hidrofílico foi
prejudicado quando a contaminação ocorreu após a aplicação do adesivo,
50
recomendando então que a região contaminada deve ser recondicionada e aplicado
novamente o adesivo para os dois sistemas. No presente trabalho os adesivos Fill
Magic Ortodôntico e Magic Bond, ambos hidrofóbico, obtiveram menor adesão com
a contaminação enquanto o Transbond Plus Self Ecthing Primer não apresentou
diferença estatística entre a contaminação ou não contaminação, resultado também
encontrado no experimento sem contaminação realizado por Dominguez-Rodriguez
et al. (2002).
Comparar dados entre estudos torna-se difícil e subjetivo, devido às
diferenças metodológicas. Além do tipo de teste, variáveis como o substrato dental
têm sido relatadas como influentes nos resultados, como por exemplo: tipo, tempo
após a extração, meio de armazenagem, profundidade do corte da dentina ou
esmalte, variações no preparo da superfície e idade dos espécimes.
Ao compararmos, em nosso estudo, o desempenho da resistência à tração
entre todos os grupos, encontramos o seguinte resultado entre as média dos grupos:
o melhor desempenho ocorreu no grupo 5 (Transbond Plus Self Etching Primer),
com média de 2,66 MPa, seguido pelo grupo 6 também com o adesivo Transbond
Plus Self Etching Primer, seguido de contaminação com sangue (média de 2,29
MPa). A seguir, os resultados indicam o grupo 1, com adesivo Magic Bond (média de
2,23 MPa), seguido pelo grupo 2 com adesivo Magic Bond com contaminação com
sangue (média de 1,68 MPa), seguido do grupo 3 com o adesivo Fill Magic
Ortodôntico (média de 1,20 MPa). O pior desempenho ocorreu no grupo 4 com o
adesivo Fill Magic Ortodôntico com contaminação com sangue (média de 0,51 MPa).
Ocorreu diferença significante na comparação de quase todos os grupos com
exceção dos grupos 1, 5 e 6 entre eles.
51
Ao compararmos os grupos sem contaminação e com contaminação,
observamos que os grupos sem contaminação (controle) apresentaram maior
resistência à tração. Sendo que entre os grupos 5 e 6, onde utilizamos o adesivo
Transbond Plus Self Etching Primer, os resultados obtidos não apresentaram
diferença estatística significativa, o que demonstra dias de resistência à tração
muito próximas, obtendo p-valor 0,43. entre os grupos 1 e 2, onde utilizamos o
adesivo Magic Bond, obtivemos p-valor 0,08, sendo maior resistência no grupo 1,
mas também sem diferença estatística significante. Nos grupos 3 e 4, onde
utilizamos o adesivo Fill Magic Ortodôntico, o grupo 3, sem contaminação, obteve
maior resistência à tração, ocorrendo diferença estatística significativa, pois o grupo
3, ao ser comparado com o grupo 4, apresentou p-valor < 0,0001.
A avaliação do tipo de fratura nos três tipos de adesivos com e sem
contaminação, foi realizada considerando: fratura adesiva quando todo o adesivo se
solta do dente, coesiva quando o adesivo se solta da base do botão e mista quando
existe fratura coesiva e adesiva juntas. Nos grupos com contaminação houve maior
número de fraturas do tipo adesiva, com exceção do grupo 6, onde não ocorreram
fraturas adesivas. No grupo 1 ocorreu maior número de fraturas coesivas e poucas
mistas; no grupo 3 observou-se maior número de fraturas coesivas seguido por
mistas e apenas 2 adesivas; no grupo 5, a maior parte das fraturas foi coesiva, com
algumas mistas. A avaliação estatística demonstrou que o tipo de fratura está
associado ao tipo de adesivo usado. Segundo Matasa (1989), a colagem mais forte
com um adesivo ortodôntico é obtida quando a falha ocorre pelo rompimento coesivo
do material, o que significa que os remanescentes de adesivo estão presentes no
esmalte.
52
Estudos realizados por Ferrazzo et al. (2005), Olsen (1997), Shapira, Kuftine
e Mladen (1981) e Zachirisson e Buyukyilmaz (1993) demonstram que forças entre
45 g a 60 g (0,04 MPa a 0,06 MPa) são suficientes e eficientes para movimentação
em tração ortodôntica, sendo a força máxima a ser utilizada a de 0,4 Kg (0,4 MPa),
frente ao exposto, o presente estudo, comprova que os adesivos utilizados sem
contaminação com sangue aplicados conforme recomendação do fabricante,
apresentaram bom desempenho. Por outro lado, quando testados com
contaminação com sangue, o grupo 6 com adesivo autocondicionante apresentou
desempenho semelhante ao seu grupo controle (grupo 5), visto que o adesivo
autocondicionante, em sua aplicação, requer menor tempo (menor número de
passos clínicos). Diante do exposto, parece possível afirmar que os adesivos
autocondicionantes podem ser indicados em casos de dentes inclusos e impactados,
onde a dificuldade de manter o campo operatório limpo e seco é maior.
53
7 CONCLUSÕES
Baseado nas condições experimentais deste estudo pode-se concluir que:
- A resistência à tração obtida (MPa), considerando-se os valores encontrados
nos grupos estudados, ocorreram na seguinte ordem decrescente: Adesivo
Transbond Plus Self Etching Primer e resina TPH sem e com contaminação;
Adesivo Magic Bond e resina TPH sem e com contaminação; e, Adesivo Fill Magic
Ortodôntico sem e com contaminação.
- Os três grupos onde não houve contaminação obtiveram maior resistência à
tração.
- Ocorreram diferenças estatisticamente significantes entre os diferentes
sistemas adesivos utilizados, com exceção entre os grupos 1 e 5 sem contaminação.
- Quanto ao tipo de fratura, a fratura Coesiva prevaleceu nos grupos sem
contaminação e no grupo 6 com contaminação, a fratura Adesiva teve prevalência
nos grupos com contaminação, a fratura Mista ocorreu em menor prevalência em
quase todos os grupos, não ocorrendo apenas no grupo 4 com contaminação.
- Os adesivos autocondicionantes, comumente utilizados em Dentística,
podem ser indicados para colagem de acessórios para tração ortodôntica em casos
de dentes inclusos e impactados, onde a dificuldade de manter o campo operatório
limpo e seco é maior.
54
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675, Apr. 1993.
58
ANEXO A Protocolo de aprovação do projeto pelo Comitê de Ética para
Experimentação Animal da Universidade de Taubaté
59
ANEXO B Protocolo de aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade de Taubaté
60
Palhari, Juliano
Avaliação da resistência à tração de botões ortodônticos, com
diferentes sistemas adesivos, com e sem contaminação com sangue /
Juliano Palhari. -- Taubaté: UNITAU, 2007.
59f. : il.
Orientador: Marcos Augusto do Rego
Dissertação (Mestrado) Universidade de Taubaté, Departamento de
Odontologia, 2007.
1.
Sistema adesivos. 2. Tração ortodôntica. 3. Resistência.
4.Contaminação com sangue. 5. Dentística - Dissertação
I. Universidade de Taubaté. Departamento de Odontologia. II. Título.
61
Autorizo cópia total ou parcial desta obra, apenas para
fins de estudo e pesquisa, sendo expressamente
vedado qualquer tipo de reprodução para fins
comerciais sem prévia autorização específica do autor.
Juliano Palhari
Taubaté, junho de 2007.
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