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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Ademir Kiffer
DESADAPTAÇÃO MARGINAL VERTICAL DE COROAS
CONFECCIONADAS COM CERÂMICA NO SISTEMA
COMPUTADORIZADO
Taubaté - SP
2007
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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Ademir Kiffer
DESADAPTAÇÃO MARGINAL VERTICAL DE COROAS
CONFECCIONADAS COM CERÂMICA NO SISTEMA
COMPUTADIRIZADO
Dissertação apresentada para a obtenção do
Título de Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Odontologia da Universidade
de Taubaté.
Área de concentração: Prótese Dentária
Orientador: Prof. Dr. Sigmar de Mello Rode
Co-orientador: Prof. Dr. Estevão Tomomitsu
Kimpara
Taubaté – SP
2007
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Kiffer, Ademir
Desadaptação marginal vertical de coroas
confeccionadas com cerâmica no sistema CAD/CAM/
Ademir Kiffer. - - Taubaté : UNITAU, 2007.
76f. : il.
Dissertação (mestrado) - Universidade de Taubaté,
Departamento Odontologia, 2007.
Orientador: Prof. Dr. Sigmar de Mello Rode,
Departamento de Odontologia.
.
1. Sistema CAD/CAM. 2. Desadaptação marginal. 3.
Restauração Metal Free 4. Prótese dentária. I. Título.
ADEMIR KIFFER
DESADAPTAÇÃO MARGINAL VERTICAL DE COROAS CONFECCIONADAS
COM CERÂMICA NO SISTEMA COMPUTADORIZADO
Dissertação apresentada para a
obtenção do Título de Mestre pelo
Programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Universidade de
Taubaté.
Área de concentração: Prótese Dentária
Data: ___________________________
Resultado: _______________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. ______________________________ Universidade de Taubaté
Assinatura ____________________________
Prof. Dr. ______________________________ Universidade _________
Assinatura ____________________________
Prof. Dr. _______________________________Universidade _________
Assinatura _____________________________
Dedico esse trabalho à minha família, que se privou da minha presença durante a
realização do curso.
Aos meus filhos Klaus, Matheus e Valentina, eterna fonte de inspiração.
AGRADECIMENTOS
Ao grande criador, pela oportunidade de concluir mais uma etapa da minha vida
profissional.
A Profa. Dra. Ana Christina Claro Neves, coordenadora de pós-graduação da
UNITAU pela amizade e dedicação constante.
Ao Prof. Dr. Sigmar de Mello Rode, coordenador do curso de mestrado em prótese
dentária da UNITAU, pela orientação e colaboração prestada na execução desta
dissertação.
Ao Prof. Dr. Estevão Tomomitsu Kimpara, pelos ensinamentos, paciência e
dedicação, sem os quais não teria sido possível a conclusão deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Maximiliano de Piero Neisser, professor do curso de mestrado da
UNITAU, pela paciência e orientações precisas.
A Profa. Ms Marina Buselli, pela orientação da parte formal e correção deste
trabalho.
Aos docentes do curso de mestrado, os agradecimentos eternos pelos
conhecimentos transmitidos.
Ao Prof. Dr Alexandre Luiz Souto Borges pela confecção da análise estatística dos
resultados.
Ao Prof. Dr. Wantuil Rodrigues de Araújo Filho pelo companheirismo e
ensinamentos.
A Profa. Ana Paula Motta Ferreira, professora de português, pela correção
ortográfica do texto.
Aos colegas de turma, pelo convívio fraterno e harmonioso durante o período do
curso.
Aos professores do curso de especialização em prótese dentária da OCEx.
Aos bibliotecários da UNITAU pela confecção da ficha catalográfica desta
dissertação.
Aos funcionários da secretaria de Pós Graduação da UNITAU, pela forma delicada
e profissional pela qual fui tratado.
A Profa. Margareth Thompson pela correção do abstract.
A Aline Küffer Uliana, pelo empenho e ajuda prestada na digitação e formatação
desta dissertação
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a desadaptação cervical vertical de coroas
confeccionadas com o sistema CEREC 3 utilizando dois diferentes materiais para
confecção dos troquéis. Um modelo padrão em níquel-cromo foi confeccionado nas
dimensões convencionais para o preparo de um canino superior. A partir da
moldagem com silicone de adição do modelo mestre foram obtidos cinco troquéis
com gesso Herostone (grupo 1) e cinco com gesso CAM-base (grupo 2). Aos
troquéis de gesso Herostone foi aplicado uma substância de contraste (CEREC
powder). Os troquéis foram escaneados utilizando o sistema CEREC 3, por
profissional calibrado, observando as orientações do fabricante. Dez coroas
cerâmicas foram fresadas a partir das imagens obtidas no escaneamento. Com a
utilização de um disco diamantado, foram marcados quatro pontos para medição da
desadaptação marginal vertical no modelo padrão: vestibular, lingual, mesial e distal.
As coroas foram fixadas no modelo padrão com adesivo à base de cianocrilato e
posteriormente o conjunto modelo-padrão/coroa foram levados à observação no
microscópio eletrônico de varredura sendo realizada quatro leituras em cada ponto,
para obter a média, que foi considerado o valor da mensuração. Os resultados foram
submetidos ao tratamento estatístico, aplicando-se os testes “ANOVA” One Way e
Tukey. Concluiu-se que as coroas confeccionadas com o gesso CAM-base
apresentaram menor desadaptação marginal vertical (69 µm) em relação às
produzidas com gesso Herostone mais aplicação de CEREC powder (88 µm).
Palavras-chave
: S
istema CAD/CAM. Desadaptação marginal. Restauração metal
free.
ABSTRACT
The purpose of this study was to evaluate in vitro the inability to adapt marginal
crown biult with the CEREC 3 system use two unlike materials to making the die. A
nickel-chromiun pattern was made in conventional proportion an upper canine. A
pattern model was impressing by adicion silicone and was made 5 dies with gypsum
Herostone (group 1) and 5 dies with CAM-base gypsum (group 2). The dies were
applied a contrast substance powder CEREC. Those dies were scannied using a
CEREC 3 system by qualified person, paying attention to the users guide. Ten
ceramics crowns were passed a milling machine attending the images copied. Sing a
diamond disk, were set four points to measure the marginal adapt into the pattern;
bucal, lingual, mesial and distal. Those crowns were fixed into the pattern with
sticking made by cianocrilate and lately the pattern/crown were took to get
observation at the scanning electron microcopy, in order to do the measures, were
made four lectures in each point. The results were submitted to the statistics
treatment, wich was applied the Anova one-way and Tukey testis. Was achieved that
the crowns made by gypsium CAM-base seemed less marginal desadaptation than
respecting to the does produced by gypsum Herostone plus the powder CEREC.
Key words: CAD/CAM system. Marginal desadaptation. Metal-free restauration.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 8
2 REVISÃO DA LITERATURA..............................................................
2.1 DESADAPTAÇÃO MARGINAL..........................................................
2.2 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS CAD/CAM..........................................
12
12
36
3 PROPOSIÇÃO.................................................................................... 50
4 MATERIAL E MÉTODO...................................................................... 51
4.1 MATERIAL......................................................................................... 51
4.2 MÉTODO.......................................................................................... 52
4.2.1 Confecção do modelo mestre................................................... 52
4.2.2 Confecção dos troquéis ............................................................ 52
4.2.3 Escaneamento dos troquéis..................................................... 53
4.2.4 Confecção das amostras...........................................................
4.2.4.1 Fresagem das amostras............................................................
4.2.4.2 Deposição de ouro ....................................................................
54
54
56
4.2.5 Preparação dos corpos-de-prova............................................. 58
4.2.6 Observação em microscópio eletrônica de varredura............. 58
4.2.7 Análise Estatística....................................................................... 59
5 RESULTADOS.................................................................................... 60
6 DISCUSSÃO.......................................................................................
7 CONCLUSÕES...................................................................................
REFERÊNCIAS........................................................................................
63
69
70
8
1 INTRODUÇÃO
Na busca pela saúde, historicamente, a odontologia tem utilizado materiais
que possam proporcionar o menor nível possível de agressividade aos tecidos
vivos.
Neste contexto, as ligas metálicas, sobretudo as nobres, tem
desempenhado papel fundamental pelo ajuste das bordas e da oclusão que são
conseguidas de forma satisfatória, embora apresente como fator limitante a
estética.
Facetas de resina foram empregadas para solução do problema estético,
mas as propriedades físicas e químicas inerentes ao material impediam maior
longevidade.
Com o objetivo de aliar bom ajuste das margens, estética e alta sobrevida
foram propostas soluções utilizando porcelanas associadas ao metal. Sabe-se que
quanto ao desempenho dos sistemas metalocerâmicos, a literatura mostra bons
resultados na maioria dos quesitos, mas no que se refere ao comportamento
periodontal, mais especificamente na margem gengival, pode existir um
comprometimento estético. Além disso, nos procedimentos onde a indicação recai
sobre as restaurações metálicas fundidas, não é possível a utilização de sistemas
metalocerâmicos.
Assim, a indústria e os pesquisadores têm trabalhado no desenvolvimento
de novos produtos, equipamentos, cnicas e materiais, valendo-se de avanços
tecnológicos na melhoria de reabilitação dos elementos dentais, principalmente nos
aspectos estéticos e funcionais.
Quando o enfoque do desempenho recai sobre a função, um dos aspectos
9
mais relevantes é a desadaptação marginal das restaurações indiretas que tem sido
considerada um dos principais fatores no sucesso do tratamento. Na atualidade, com
o objetivo de minimizar a ocorrência de desajustes marginais, novos equipamentos
têm sido pesquisados e desenvolvidos.
A cerâmica odontológica está entre os materiais odontológicos mais
estudados na atualidade, que tem indicação clínica para soluções estéticas nas
restaurações indiretas. Estes materiais têm sofrido uma série de modificações na
sua composição e estrutura visando melhorar suas propriedades mecânicas, de
biocompatibilidade e estética.
As primeiras restaurações indiretas sem uso de metal, metal-free, foram
idealizadas por McLean e Hughes (1965). Estas restaurações eram confeccionadas
com cerâmicas reforçadas por alumina, na cnica estratificada e sinterizada em
forno, entretanto, devido a sua friabilidade e desadaptação marginal, apresentaram
um alto índice de insucesso e foram muito criticadas pela comunidade científica.
Ainda, no que se refere aos materiais e técnica, em 1968 surgiu uma nova
proposta, a técnica da cera perdida com injeção do vidro ceramizado, que foi
idealizado por Mc Culloch. Posteriormente, Grossman (1980), lançou o sistema
DICOR que se assemelhava a técnica preconizada por Mc Culloch.
Dentro da mesma idéia da injeção de material cerâmico, surgiu o sistema
IPS Empress, que com a incorporação da leucita e posteriormente do dissilicato de
lítio, melhorou as suas propriedades químicas e físicas.
No sentido de melhorar as propriedades mecânicas da porcelana, o ajuste
das margens e a estética surgiram outras propostas como a do sistema In-Ceran
com a utilização da alumina, zircônia e spinell infiltrada com vidro.
A tecnologia CAD/CAM (Computer Aided Design/Computer Aided
10
Manufacturing) é utilizada no setor automobilístico desde a década de 70 e foi
introduzida na odontologia em 1980 com a proposta de produzir restaurações
protéticas com melhor ajuste marginal e maior resistência.
Tinschert et al. (2001) relatou que a tecnologia CAD/CAM apresenta
características bastante satisfatórias como precisão, economia de tempo e
durabilidade, tornando-se uma realidade viável na área odontológica, com mais de
quinze diferentes sistemas operacionais disponíveis no mercado. Alguns desses
sistemas são comercializados no âmbito nacional, tais como o CEREC e Procera.
O CEREC é um sistema CAD/CAM, desenvolvido na universidade de Zurich
por Mörmann e Brandestini (1980), objetivando produzir inlays, onlays e coroas
isentas de metal com maior resistência e melhor ajuste marginal, a partir de
escaneamento que pode ser intra-bucal ou de um modelo de gesso, associado a um
componente de contraste, previamente preparado e fornecido pelo fabricante.
O sistema Procera, que não tem indicação para o uso intra-bucal, preconiza
o escaneameto a laser, com auxílio de uma ponta de safira, de troquéis previamente
preparados com o objetivo de produzir infra-estruturas de cerâmica e titânio. São
indicados para próteses convencionais, assim como para próteses sobre implantes.
Segundo Hilgert, Calazans e Baratieri (2005), a utilização de métodos
informatizados para confecção de restaurações indiretas estéticas pode tornar o
modo de trabalho do cirurgião-dentista significativamente diferenciado em relação
aos métodos convencionais.
Para Wall e Cipra (1992), os fatores determinantes para a longevidade das
restaurações indiretas em cerâmica são: a estabilidade de cor, a resistência e o nível
de adaptação da restauração sobre o substrato dental. Por ser a porcelana um
material que oferece estabilidade de cor e resistência aceitável, houve o interesse de
11
verificar o desempenho, quanto ao nível de desajuste cervical, de coroas obtidas
pelo método CAD/CAM.
12
2 REVISÃO A LITERATURA
Com o objetivo de facilitar a compreensão deste trabalho, a revisão de
literatura foi dividida em dois tópicos: desadaptação marginal e evolução dos
sistemas CAD/CAM.
2.1 DESADAPTAÇÃO MARGINAL
Abatte, Tjan e Foz (1989) realizaram um estudo com o objetivo de
comparar a adaptação marginal entre as coroas metalocerâmicas com margem em
metal ou em ombro cerâmico vestibular, com coroas confeccionadas com
CERESTONE E DICOR, respectivamente. Foram preparados dentes naturais com
desgaste de 1,3 mm das paredes axiais e 120 graus de inclinação para o término
cervical que foram moldados com silicone de adição e vazados com gesso tipo IV
para obtenção dos modelos e confecção de coroas totais. As coroas foram
cimentadas com cimento de fosfato de zinco, ao dente, e o conjunto dente-coroa foi
incluído em resina epóxica. Após a secção do conjunto no sentido vestíbulo-lingual,
as medidas da desadaptação foram realizadas por meio do microscópio ótico com
micrômetro digital e intensificação da imagem em tela de alta resolução. Foram
realizadas três mensurações em cada margem, vestibular e lingual, dos conjuntos
seccionados. Os resultados mostraram que desadaptação marginal entre os
sistemas variou de 56 µm a 81 µm para as coroas metalocerâmicas Cerestone e de
60,6 µm e 87,0 µm para as coroas em porcelana Celay. Os autores concluíram que
a evolução dos sistemas cerâmicos tem contribuído para melhorar a sua resistência
aumentando a previsibilidade em relação ao sucesso do tratamento.
13
Banks (1990), com o objetivo de verificar a resistência e adaptação marginal
das restaurações de cerâmica feldspáticas, realizou uma revisão de literatura quanto
ao comportamento da porcelana durante o seu processamento. O autor verificou que
a cerâmica feldspática requer uma técnica mais apurada e que está diretamente
relacionada com a habilidade do técnico em prótese dentária. O autor concluiu que
os sistemas de cerâmicas feldspáticas e os de cerâmicas fundidas reforçadas com
leucita e dissilicato de lítio possuem resistência e adaptação marginal clinicamente
aceitáveis, quando se segue o protocolo correto em relação ao preparo, técnica
laboratorial, posicionamento da peça protética e cimentação.
Vahidi, Egloff e Panno (1991), através de um estudo in vitro, compararam a
adaptação marginal entre coroas metalocerâmicas com coroas confeccionadas com
o sistema Dicor. O estudo foi realizado utilizando dentes extraídos que foram
preparados, moldados com silicone de adição e vazados com gesso tipo IV, sendo
os materiais e técnica empregada conforme orientação do fabricante. As coroas
foram confeccionadas em laboratório de prótese especializado em trabalhos em
porcelana. As amostras foram cimentadas aos dentes preparados com cimento de
policarboxilato, constituído os corpos-de-prova do experimento. Os cp foram
incluídos em resina epóxica, seccionados no sentido vestíbulo-lingual, observados e
mensurados em microscopia de luz (X 100) nas margens vestibular e lingual. Os
valores médios de desajuste cervical encontrados foram de 37,0 µm para as coroas
metalo-cerâmicas e 30,0 µm para o sistema Dicor. Os autores concluíram que tanto
as coroas metalo-cerâmicas quanto o sistema Dicor apresentaram parâmetros
clinicamente aceitáveis.
White et al. (1992) estudaram o efeito da força no assentamento na
espessura do cimento quando do emprego de quatro tipos (diferentes) de agentes
14
de fixação: fosfato de zinco (controle), cimento resinoso, cimento de ionômero de
vidro e cimento de policaboxilato. Duas placas de vidro com área de 2cm² foram
limpas com água e acetona. Após a volatilização da acetona, o cimento manipulado,
obedecendo as recomendações do fabricante, foi aplicado entre as placas e
comprimidas, empregando diferentes cargas (1, 3, 5, 9, 15, e 23 Kg) sobre as
placas. Após dez minutos desde o ínicio do procedimento, a mensuração foi feita
com um paquímetro digital (acuidade de 0,05µm) e repetida dez vezes. Avaliaram-se
os fatores: tipo de agente de fixação e força empregada. Concluíram os autores que,
dependendo da força aplicada, os materiais apresentaram diferentes espessuras de
película, sendo que o único material com valor de espessura de película semelhante
independente da força aplicada foi o cimento de ionômero de vidro. Para cada um
dos níveis de força aplicada de 1, 3, 5 e 9 Kg, houve diferença significante entre
todos os tipos de agentes de fixação, exceto para as forças de 15 e 23 Kg, onde
cimento de ionômero de vidro e policarboxilato de zinco não apresentaram
diferenças significantes.
Anusavice e Hojjatie (1992), utilizando o método de elemento finito,
avaliaram a influência de algumas variáveis na formação de tensões de tração em
coroas totais de porcelana Dicor. Foram considerados: a espessura oclusal da
porcelana, as fendas existentes, o dulo de elasticidade do cimento, as bolhas na
camada do agente cimentante e o local de aplicação da carga oclusal. Os valores e
as variáveis utilizados para os modelos simulados no computador foram usados
para espessura da porcelana de 0,5 mm e 1,5 mm, para verificar a existência ou
não de falhas na estrutura da cerâmica e/ ou bolhas internas no agente de fixação.
Os resultados da simulação mostraram que a espessura do material restaurador
afeta significativamente a tensão induzida e que a presença de falhas na porcelana
15
ou de bolhas internas no agente de cimentação, potencializam a possibilidade de
fratura da coroa.
Tjan e Li (1992) compararam a retenção e adaptação de coroas totais
metálicas variando o agente de cimentação. Trinta molares extraídos foram
preparados para coroas totais com altura cervico-oclusal de 5 mm e seis graus de
convergência nas paredes axiais. Os autores moldaram os preparos com silicona de
adição, vazando os moldes com gesso tipo IV. As coroas foram fundidas em liga de
ouro tipo III e os dentes divididos em três grupos: cimentação com fosfato de zinco
(grupo I), com cimento resinoso convencional Conspan (grupo II) e com cimento
resinoso adesivo Panavia EX (grupo III). As coroas tiveram seu assentamento
medido antes da cimentação sob carga estática de 5 kg durante dez minutos num
aparelho digital (Digimatic Indicator, Mitutoyo) em um ponto de referência
previamente estabelecido. Os cimentos foram aplicados com pincel sob a mesma
carga e o mesmo intervalo de tempo. Um paquímetro digital foi utilizado para
aferição do desajuste marginal. Os resultados mostraram menor desajuste cervical
vertical em coroas cimentadas com os cimentos resinosos quando comparados com
o cimento fosfato de zinco.
Segundo Philips (1993), as cerâmicas odontológicas são constituídas por
sílica, a qual pode ser encontrada na forma de sílica fundida ou na forma cristalina.
O feldspato é o mineral utilizado na fabricação da maioria das cerâmicas dentais.
Este mineral é constituído por potassa (K
2
O) alumina (Al
2
O
3
) e sílica (Si0
2
) e,
quando aquecido em altas temperaturas, pode formar cristais de leucita, importante
no reforço das cerâmicas. A cerâmica é constituída por uma estrutura amorfa,
semelhante ao vidro, cujas moléculas apresentam-se distribuídas ao acaso, em
forma desordenada. A incorporação de um material cristalino aumenta a resistência
16
destes materiais impedindo que a linha de fratura se propague facilmente pelas
partículas cristalinas como faz o vidro.
A resistência de quatro tipos de cerâmicas foi investigada por Yoshinari e
Derand (1994), analisando três fatores: a influência da fadiga mecânica na cerâmica
convencional, o agente de fixação e a resistência dos materiais cerâmicos. Os
corpos-de-prova do experimento foram confeccionados da seguinte forma: dentes
bovinos foram preparados com dez graus de convergência e largura de ombro de 1
mm; troquéis de gesso e de resina epóxica foram confeccionados a partir dos
dentes bovinos preparados e feito um índice de latão para padronizar a espessura
do coping e outro índice em resina para padronizar a espessura da cerâmica. Após
a obtenção das coroas de cerâmica realizou-se a cimentação com diferentes
agentes de fixação sobre os dentes bovinos: cimento fosfato de zinco, cimento de
ionômero de vidro convencional e cimento resinoso com o emprego de adesivo
dentinário. Apenas parte das amostras de porcelana feldspática sofreu fadiga
mecânica, e estas apresentaram uma diminuição significante na resistência em
relação aos que não passaram por tal processo. A resistência à fratura foi menor
para as coroas cimentadas com fosfato de zinco, valores intermediários para o
ionômero de vidro e maior para os cimentos resinosos.
Pera et al. (1994) avaliaram três tipos de términos de preparos em relação a
estabilidade dimensional de copings In-ceran durante a queima da cerâmica de
cobertura. Três grupos formados por incisivo central (grupo A), canino (grupo B) e
pré-molar (grupo C) foram avaliados, totalizando nove amostras. Os dentes do grupo
A foram preparados com término cervical em chanfro, os do grupo B com ângulo de
50
0
e o grupo C com ombro de 90
0
. Em seguida os dentes foram duplicados e foram
obtidas três réplicas vazadas em resina epóxica para cada grupo, o que resultou em
17
27 retentores. Os autores moldaram as réplicas com poliéter e vazaram com gesso
tipo IV. Confeccionaram as coroas com In-Ceran nos troquéis de acordo com as
especificações do fabricante. As coroas foram cimentadas aos troquéis de resina
epóxica com ionômero de vidro convencional, aplicando uma pressão digital por dez
minutos. Os corpos-de-prova foram observados ao microscópio eletrônico de
varredura em aumento de 100 X para avaliação da adaptação marginal cervical das
coroas aos troquéis de resina epóxica. A análise de variância foi utilizada para
verificar a influência do tipo do preparo na desadaptação cervical vertical das coroas.
A diferença não foi significante para o tipo de dente considerado, havendo diferença
significante para o tipo de preparo, sendo os preparos com ângulo de 90 graus os
que apresentaram maior índice de desadaptação.
Araújo, Mazer e Liu (1995) avaliaram por meio de ensaio de infiltração a
influência do preparo cavitário em três tipos de preparos classe II: paredes oclusais
convergente, divergente e paralela em relação assoalho da cavidade. Quinze
terceiros molares foram divididos em três grupos de cinco dentes e submetidos a
preparo cavitário classe II Disto-Oclusal . O preparo da caixa oclusal foi realizado de
três formas: grupo I - paredes vestibulares e linguais convergentes, grupo II -
paredes vestibulares e linguais divergentes e grupo III - paredes vestibulares e
linguais paralelas. Os dentes foram montados numa base de gesso pedra, de
maneira que o longo eixo do dente ficasse perpendicular a essa base. Foi utilizado o
paralelômetro Paralle l - A - Prep (Weismman Technology Seattle USA), para
obter a uniformidade nas inclinações das paredes. Para confecção dos preparos um
instrumento rotatório em alta rotação foi acoplada ao paralelômetro. Foram utilizadas
brocas diamantadas 557 D para confecção da parede oclusal, 807 para a parede
convergente, 8847 para parede divergente e 8836 para acabamento (Brasseler
18
Alabama – USA). Para o desenho e confecção das restaurações foi utilizado o
sistema CAD/CAM CEREC (Siemens Bensheim Germany) de acordo com o
protocolo de conduta preconizado pelo fabricante. As restaurações foram fresadas
com blocos vitamark MK II ( Vita Zahnfabrik – Bad Säckingen – Germany ) e
cimentadas com cimento resinoso. O critério de análise quantitativa da infiltração
marginal foi estabelecido da seguinte forma: 0 = nenhuma infiltração, 1 = 1/3 da
parede axial, 2 = 2/3 da parede axial, 3 = até parede axial e/ ou pulpar e 4 = toda
parede axial e/ou pulpar. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente pelos
testes de Kruskal Wallis e ANOVA One-Way. Os resultados estatísticos mostraram
não haver diferenças significativas no grau de infiltração entre as paredes paralelas
e convergentes, entretanto os preparos divergentes apresentaram um maior grau de
infiltração marginal.
Sjögren (1995) comparou a desadaptação marginal de restaurações
confeccionadas com quatro diferentes materiais cerâmicos. Os materiais estudados
foram CEREC, Celay, IPS Empress e In-Ceram Spinell. Cinqüenta pré-molares,
extraídos, foram preparados para restaurações MOD. Dez dentes receberam
restaurações CEREC com caixas geométricas proximais convencionais e dez com
caixas proximais em forma de U. Prepararam-se os trinta dentes restantes para
inlays cerâmicas com as seguintes características: parede pulpar plana, ângulos
internos arredondados e caixas proximais com término em ombro, sendo
divididas em igualdade numérica para Celay, IPS Empress e In-Ceran Spinell. As
margens dos preparos se encontravam em superfície de esmalte e foram
condicionadas com ácido fosfórico e aplicado adesivo dentinário. Com exceção das
restaurações de In-Ceran as demais foram condicionadas com ácido fluorídrico e
silanizadas. As restaurações foram cimentadas com cimento resinoso dual, que
19
seguiu a orientação do fabricante. As amostras foram imersas em solução de
eritrosina a 4% para evidenciação da linha de cimentação. A observação foi
realizada com microscópio de luz (aumento de dez vezes) em pontos pré-
estabelecidos. As restaurações confeccionadas com sistema CEREC apresentaram
maior desajuste marginal comparativamente com os outros grupos. As restaurações
de IPS Empress mostraram menor desajuste oclusal. Os resultados não mostraram
diferenças estatisticamente significativas, estando todos os sistemas dentro dos
padrões aceitáveis.
Rinke, Huls e Janh (1995) compararam a adaptação marginal de dois
sistemas cerâmicos isentos de metal. Foram confeccionados dois modelos mestres
a partir do preparo para coroa total de um incisivo central e um pré-molar. Os
preparos apresentavam seis graus de convergência das paredes axiais e ombro
arredondado de 1,0 mm. Após a moldagem dos preparos para obtenção dos
troquéis, as coroas foram confeccionadas de forma convencional In-Ceran e
usinadas com o sistema Celay para ambos os tipos de dentes (incisivos e pré-
molares), que geraram quatro grupos: incisivo com coroa In-Ceran (grupo A),
incisivo Celay (grupo B), pré-molar In-Ceran (grupo C) e pré-molar Celay (grupo D).
Para a mensuração da desadaptação marginal vertical, as coroas foram
posicionadas sobre o modelo-mestre sob uma carga de 30 N sem agente de fixação.
Cinqüenta e quatro pontos paralelos ao longo eixo de cada coroa, medidos com o
auxílio de uma vídeocâmera (aumento de 180 X) foram avaliados com auxílio de um
software apropriado. Os resultados mostraram um desajuste marginal com variação
entre 31 e 154 µm. Entretanto, 95,9% das coroas confeccionadas pela técnica
convencional e 93,8% das usinadas apresentaram desajuste menor que 100 µm.
Houve diferença estatisticamente significante entre as duas técnicas. O desajuste
20
médio foi menor nos incisivos quando comparado aos pré-molares para ambas as
técnicas.
A influência do tipo de término cervical do preparo na adaptação de coroas
In-Ceran foi objeto de estudo de Shearer, Gough e Setchell (1996), que prepararam
para coroa total, incisivos centrais superiores de dentes artificiais. Os autores
preconizaram dois tipos de términos cervicais: chanfro de 120 graus e ombro de
noventa graus. Os preparos foram confeccionados com um ângulo de convergência
das paredes axiais de dez graus, duplicados e reproduzidos em níquel-cromo. Cada
um originou dez troquéis metalizados, sobre os quais foram aplicadas três camadas
de espaçador e em seguida foram confeccionados os copings de In-Ceran. Após a
remoção do espaçador com vapor de água, as peças foram cimentadas com silicona
de baixa viscosidade nos troquéis metalizados. As amostras foram seccionadas no
sentido vestíbulo-lingual para avaliação da espessura da película do espaçador.
Paralelamente, os copings de In-Ceran, foram cimentados antes e depois da
aplicação de porcelana de revestimento, com o objetivo de avaliar se houve
alteração na adaptação após a queima da cerâmica. Um observador calibrado fez a
avaliação num microscópio refletor. o foi encontrada diferença significativa na
adaptação marginal independente da seção escolhida (V-L ou M-D). Os copings com
término cervical em chanfro apresentaram melhor adaptação marginal em relação
aos com términos em ombro.
Sulaiman et al. (1997) estudaram a adaptação marginal de três sistemas
cerâmicos: In-Ceran, IPS Empress e Procera. Três grupos com dez amostras
obtidas a partir da moldagem com polivinilsiloxano de um troquél metálico
previamente preparado, foram estudados para cada tipo de sistema cerâmico.
Cada coroa foi confeccionada seguindo as especificações do fabricante. Por meio
21
de um microscópio eletrônico de varredura com aumento de 225 vezes (Nikon SMZ -
U, Nikon, Tóquio, Japan) foram observados os desajustes em quatro pontos pré-
estabelecidos das coroas antes, imediatamente depois a aplicação da cerâmica e
após a aplicação do glazer. A análise de variância foi realizada comparando-se os
três materiais cerâmicos, as superfícies e os estágios de fabricação. Os resultados
mostraram uma desadaptação marginal vertical de IPS Empress 63 µm, 83 µm para
as coroas Procera e 161µm para as coroas In-ceran.
Kern e Wagner (1998) avaliaram a hipótese de que métodos adesivos
utilizados em cerâmicas aluminizadas também poderiam ser usados em cerâmicas
de zircônia estabilizadas pelo Ítrio (YPSZ). Os autores descreveram que a união
convencional do BisGMA a YPSZ requer um revestimento de sílica antes da
silanização, enquanto que a união com resinas contendo monômeros fosfatado não
necessita desse revestimento para obter uma união estável com a YPSZ jateada. O
jateamento da YPSZ resultou e uma notável força inicial de união para a resina
convencional BisGMA de cura dual, a qual reduziu a zero depois de longo tempo de
armazenamento em um ciclo térmico de água destilada. A razão poderia ter sido
que o jateamento da YPSZ produziu rugosidades, limitadas ou mínimas,
comparando-se com o jateamento em ligas metálicas. A aplicação de silano não
melhorou a força de união do BisGMA com a YPSZ e nem melhorou a durabilidade
dos adesivos na água. Neste caso indício que o silano não se une ao YPSZ. O
YPSZ não contém sílica, portanto, não promove sua união com a resina. Este fato
foi comprovado quando uma camada de sílica foi adicionada a superfície da
cerâmica levando a um aumento significativo da força inicial de união da resina
convencional BisGMA e o YPSZ.
Prestipino, Ingber e Kravitz (1998) descreveram as características do
22
sistema Procera. A infra-estrutura cerâmica deste material é composta de 99,5 % de
alumina densamente sinterizada, alcançando uma resistência à flexão de 687 MPa.
Os copings são confeccionados com uma espessura de 0,6 mm. O nível de
desadaptação marginal se apresenta abaixo de 65 µm. Estudos mostraram uma
perfeita estabilidade de cor do sistema Procera após quatro anos em função. Devido
a sua alta resistência a flexão o sistema pode ser indicado para trabalhos unitários
assim como para próteses parciais fixas de três elementos desde que o espaço
protético a ser reabilitado seja igual ou menor que 11 mm. O sistema preconiza um
preparo coronário com ângulo de convergência axial de seis graus, término em
chamfro profundo, margens arredondadas e ausência de sulcos e canaletas. O
escaneamento é feito através da leitura do troquél, previamente preparado, por uma
ponta de safira que com o auxílio de um feixe de raios laser, copia até 55 mil pontos
tridimensionais. O estabelecimento da margem cervical é realizado através do
tratamento de imagem preconizado pelo sistema. Uma cerâmica de cobertura
específica (All Ceram Degussa) foi desenvolvida especificamente para o sistema,
propiciando resistência e alta qualidade estética. A cimentação das restaurações
podem ser executadas com cimento de fosfato de zinco, cimentos ionoméricos ou
cimentos resinosos.
Figueiredo, Botino e Rocha (1998) avaliaram a desadaptação marginal
vertical em coroas totais metálicas com cinco variações de términos cervicais:
chanfro, lâmina de faca, plano inclinado em 135 graus, degrau em noventa graus e
degrau em noventa graus associado a bisel de 45 graus. As coroas foram usinadas
com e sem alívio interno para cada tipo de preparo confeccionado. Utilizaram-se
dois cimentos temporários com eugenol e sem eugenol e o cimento fosfato de zinco.
Uma carga de 5,0 kg foi aplicada no ato da cimentação da coroa. A mensuração foi
23
realizada com o auxílio de um metroscópio horizontal, com resolução de 0,001 mm.
As cimentações foram repetidas por dez vezes sobre o modelo-padrão para cada
tipo de cimento. As coroas foram removidas do modelo padrão por um aparelho de
tração. Os resultados mostraram um desajuste de assentamento menor nas coroas
com alívio interno. Os términos em chanfro, plano inclinado e lâmina de faca
mostraram resultados estatisticamente semelhantes entre si, sendo que o nível de
desajuste para os términos em lâminas de faca apresentou-se menor. Os preparos
com término em ombro reto e ombro biselado obtiveram os piores resultados.
Mörmann et al. (1998) realizaram um estudo para avaliar a influência de
diversos tipos de preparos na resistência à fratura de coroas cerâmicas puras feitas
através de sistemas CAD/CAM. Foram confeccionados quatro diferentes tipos de
preparos cavitários em primeiros molares superiores. O grupo A, usado como
controle, recebeu preparo tipo clássico com altura de 4 mm, seis graus de
convergência, desgaste axial de 1,2 mm e rmino em ombro. No grupo B foram
confeccionados preparos MOD com profundidade de 2 mm e largura de 3 mm. O
grupo C teve um desgaste adicional na face oclusal de 3,5 mm e no grupo D foi
confeccionado um preparo de coroa total com retenção na câmara pulpar com 2 mm
de profundidade, largura de 5 mm e ombro cervical com espessura de 2,4 mm. Os
preparos foram moldados com silicona e os troquéis vazados com resina composta
micro-híbrida. As coroas foram escaneadas e fresadas a partir de blocos Vitamark
MK II por profissional qualificado utilizando o sistema CEREC 2. Para a avaliação
da resistência, as coroas foram posicionadas aos preparos de acordo de três
diferentes formas: A) sem cimentação; b) cimentadas com fosfato de zinco e c)
cimentadas com cimento adesivo Panavia 21 TC. As restaurações cimentadas com
Panavia tiveram a sua superfície interna condicionadas com ácido fluorídrico a 4,9%,
24
foram lavadas em água corrente por um minuto e secadas por vinte segundos.
Posteriormente, foram jateadas com óxido de alumina e aplicado o silano. O agente
de união foi aplicado com a utilização de um pincel, secado e fotopolimerizado por
quarenta segundos. Em seguida, a superfície interna da coroa foi preenchida com o
cimento resinoso e a peça foi posicionada no preparo com uma pressão digital de 50
N. O excesso de cimento foi removido com o aulio de uma sonda exploradora e um
inibidor de polimerização (Oxiguard II) foi aplicado. Uma esfera de aço foi
posicionada na superfície oclusal apoiada em três áreas definidas pela escultura, à
velocidade de 0,5 mm por minuto até a ocorrência da fratura. Os resultados
mostraram que os substratos das amostras sem cimentação não foram danificados.
As amostras com preparos clássicos cimentadas com fosfato de zinco, não sofreram
alterações. As amostras cimentadas com cimento resinoso falharam em
continuidade com a linha de fratura da coroa. As peças o cimentadas com
espessura oclusal aumentada como as do grupo C e D, apresentaram mais altos
índices de fratura quando comparados com o tipo clássico e com o MOD (grupo A e
B); não houve diferença estatística significativa entre os grupos A e B. As amostras
cimentadas com cimento de fosfato de zinco mostraram índices mais altos de
resistência à fratura que as não cimentadas em todos os grupos; houve diferença
significante entre os grupos A e B quando comparados aos grupos C e D, porém
sem diferença significante entre A e B, bem como entre C e D. As peças cimentadas
com cimento resinoso mostraram índices de resistência à fratura mais alta que o
grupo sem cimentação e com cimentação com fosfato de zinco. Dentre as peças
cimentadas com cimento resinoso houve diferenças significantes entre os grupos B
e C, B e D, bem com entre A e C.
Lin et al. (1998) avaliaram a influência da forma do preparo na adaptação de
25
copings confeccionados com sistema CAD/CAM Procera (Nobel Biocare,
Gotembörg, Suécia). O tipo de término cervical, forma da superfície oclusal,
presença de irregularidades nas paredes axiais e formas de retenções adicionais
foram usadas como variáveis. Todos os preparos foram realizados em dentes
artificiais, observando o ângulo de convergência axial de dez graus. As amostras
foram obtidas através da duplicação dos preparos com silicone de adição e vazadas
com gesso tipo IV. Os troquéis foram preparados, escaneados e posteriormente
digitalizados por profissional treinado para a obtenção dos coping em alumina
sinterizada. A observação foi realizada com microscópio eletrônico de varredura
aumento de quatrocentas vezes em pontos pré-determinados. Os resultados
mostraram que preparos com término cervical em chanfro largo e ângulos
arredondados apresentaram melhor adaptação cervical.
Sturdevant, Baine e Heyman (1999) compararam a infiltração marginal
entre os sistemas CAD/CAM CEREC 2 com seu sistema precursor, o CEREC 1
(Siemens Bensheim Germany), produzido em 1980, que possui um disco
diamantado de largo diâmetro se tornando um fator limitador para uma escultura
mais definida das peças protéticas. A segunda geração do equipamento, CEREC 2,
apresenta melhor calibragem do seus instrumentos de fresagem devido a mudanças
no seu software e hardware. A pesquisa utilizou dez molares extraídos recentemente
isentos de defeitos e ries observados num microscópio de luz (Bausch & Lomb
Rochester USA) com aumento de dez vezes. Os dentes foram embebidos em
solução de fosfato tamponado Dulbecco (Grand Island Biological – New York - USA).
Um preparo para restaurações inlays classe II foi realizado em cada dente utilizando
brocas diamantadas 8835 e 8847 (Brasseler Geórgia USA). Os preparos foram
escaneados e fresados com sistema CAD/CAM usando o CEREC 2. Na fresagem
26
foram utilizados blocos de cerâmica feldspática Vitamark MKII (Vita Zahnfabrik – Bad
Säckingen Germany). Fotografias digitais do perímetro das restaurações inlays
foram usadas para a mensuração da desadaptação em doze sítios na face
interproximal e dez sítios na margem oclusal. A margem do preparo foi mensurada
usando um software para análise de imagens digitalizadas (JAVA vídeo analysis
software Jandel Scientific Califórnia USA). Esses resultados foram
comparados com os previamente determinados com o sistema CEREC 1. Os
resultados mostraram uma diferença significativa na adaptação das restaurações
confeccionadas com o CEREC 2 em relação as margens oclusais (59 ± 35 µm) e
margens proximais (97 ± 66 µm) comparadas com as obtidas com o sistema
CEREC 1 (89 ± 65 µm) para margem oclusal e (105 ± 81 µm) na margem proximal.
Jung et al. (1999) avaliaram o limite da resistência a fratura de três tipos de
cerâmicas: infiltrado de vidro, aluminizada e zircônia através de contatos sucessivos
na superfície, incluindo a zircônia estabilizada pelo Ítrio (Y TZP). Os autores
relataram que a (Y-TZP) foi o material mais resistente entre os materiais
investigados, onde carga de 3000 N foi aplicada. Entretanto foi verificado que a
resistência diminui abruptamente, quando o material é submetido a um número alto
de ciclos, reduzindo para a metade do valor inicial e provocando falhas nos
contatos. Um comparativo com a alumina sinterizada com infiltrado de vidro
utilizando a aplicação de uma força de 500 N, a falha do material se deu num limiar
bem abaixo da cerâmica de zircônia estabilizada pelo ïtrio.
Van Dijken, Ormin e Olofsson (1999) compararam o desempenho clínico de
inlays em cerâmicas puras feldspática, cimentadas com cimento de ionômero de
vidro híbrido e um cimento resinoso quimicamente polimerizável. Selecionaram
pacientes com necessidade de duas restaurações cerâmicas de classe II do mesmo
27
tamanho no mesmo tipo de dente. Para cada paciente, uma das inlays foi cimentada
com cimento de ionômero de vidro híbrido (Fuji Plus) e a outra com cimento
resinoso quimicamente polimerizável (Panavia 21). As restaurações foram avaliadas
clinicamente em quatro ocasiões: no ato da cimentação e após seis, doze e vinte e
quatro meses. Com relação a adaptação marginal, nenhuma inlay foi classificada
como inaceitável ou necessitou de substituição em ambos os cimentos. Após o
período de observação, foi encontrado leve desgaste em ambos os tipos de agentes
de fixação.
Touati, Miara e Nathanson (2000) descrevaram a porcelana odontológica
como material restaurador adequado devido às suas propriedades físicas e
químicas assim como a sua semelhança com o esmalte dental. Em princípio, a
porcelana dental possui componentes similares àqueles usados nas cerâmicas
domésticas e ornamentais. Estes compostos incluem o feldspato, a sílica e o caolim.
A principal diferença na composição entre a porcelana usada na odontologia e a
usada em outros produtos está na proporção dos principais ingredientes. Enquanto
na cerâmica convencional a argila é o principal componente, na porcelana dental o
feldspato se constitui no principal componente. O feldspato é um ingrediente
primário apresentando-se como um material cristalino acinzentado que é fundido a
óxidos metálicos, formando a fase vítrea da porcelana, enquanto o quartzo compõe
a fase cristalina. Com a evolução dos sistemas cerâmicos alguns componentes
foram agregados a estrutura convencional, tais como: leucita, alumina e dissilicato
de lítio com a finalidade de melhorar a sua resistência e estética. O resultado da
evolução dos sistemas cerâmicos está presente no sucesso clínico apresentado
pelas restaurações livres de metal.
Derand et al. (2000) realizaram uma investigação que examinou e mediu a
28
resistência adesiva de alguns cimentos resinosos em superfície de zircônia em
diferentes parâmetros. Foi pesquisada a influência do condicionamento com ácido
fluorídrico na adesividade das peças protéticas confeccionadas com óxido de
zircônia tetragonal, comparando essa técnica com a de aplicação do jateamento
com óxido de alumínio. Os materiais adesivos utilizados foram cimentos resinosos
Panavia 21 e Twinlook e adesivo a base de cianocrilato. Os resultados do estudo
revelaram que a resistência adesiva dos cimentos Twinlook e Panavia 21 foi
completamente baixa tanto para as peças com superfície tratadas com ácido
fluorídrico quanto as submetidas ao jateamento com óxido de alumínio enquanto o
adesivo a base de cianocrilato apresentou uma resistência adesiva compatível com
o uso clínico.
Ferreira Junior (2000) avaliou o desempenho de três materiais cerâmicos
Colorlogic, IPS Empress e Cerec 2 quanto a linha de cimentação. Foram
confeccionados preparo para inlays com largura de istmo de 2 mm e profundidade
de caixa oclusal de 1,5 mm. As caixas proximais possuíam términos localizados em
duas posições: 2 mm aquém da união amelo-cementária e 1 mm além do limite
amelo-cementário. As restaurações foram condicionadas com ácido fluorídrico,
aplicou-se silano e procedeu-se a cimentação usando cimento Variolink II. As
cavidades foram condicionadas com ácido fosfórico a 37% durante trinta segundos
em esmalte e 15 segundos em dentina, lavadas com água e aplicado um adesivo
(Prime Bond NT) . O assentamento da restauração durante a cimentação ocorreu
sob pressão digital e a remoção dos excessos foi feita com o auxílio de um pincel.
As amostras foram infiltradas com nitrato de prata e seccionadas no sentido mésio-
distal. A leitura das amostras ocorreu sob microscopia de luz (aumento de 25X) e as
imagens foram processadas por um programa específico. Os resultados mostraram
29
uma linha de cimentação mais espessa para o sistema Colorlogic em relação aos
demais sistemas. A infiltração revelou valores maiores para os términos em dentina
quando comparados com o esmalte nos três sistemas.
McLean (2001) descreveu a evolução dos sistemas cerâmicos no século
vinte. O autor citou a introdução da sinterização da porcelana à cuo associada a
sua adesividade às ligas de ouro, preconizado por Weinstein, Katz e Weinstein
(1962), como um marco da estética odontológica. Segundo o autor, os sistemas
cerâmicos têm sofrido uma série de modificações na sua estrutura primária com o
objetivo de melhorar a sua resistência assim como a sua qualidade estética. Dentro
dessa evolução, as empresas desenvolveram cerâmicas com partículas de menor
tamanho, diminuindo a propagação de micro-fraturas, possibilitando uma maior
resolução estética. A incorporação de alumina a estrutura da cerâmica, resultou
num aumento significativo da resistência a flexão, possibilitando a confecção de
copings que atuam como infra-estruturas para confecção de restaurações isenta de
metal. Wohlwend (2001) desenvolveu na Universidade de Zurich um sistema
cerâmico com dispersão de cristais de leucita, onde as restaurações o
confeccionadas através da cnica da cera perdida com injeção da cerâmica. Essas
restaurações, quando confeccionadas seguindo a recomendação do fabricante,
atingem uma resistência a flexão de 180 MPa e apresentam uma qualidade estética
altamente satisfatória.
Tinschert et al. (2001) avaliaram através de um estudo laboratorial a
resistência a fratura, de próteses parciais fixa de três elementos na região posterior
da maxila. Dois dentes pilares, sendo um pré-molar e outro molar, foram
preparados como pilares da prótese parcial fixa, com a finalidade de reabilitar o
espaço protético do primeiro molar. O preparo protético foi realizado com redução
30
oclusal de 1,5 mm, desgaste axial de 0,8 mm, ângulo de convergência de dez graus
e término cervical em chanfro. Os preparos foram moldados com silicona de adição.
Após a obtenção dos modelos com gesso tipo IV, foram confeccionadas infra-
estruturas de dissilicato de lítio, alumina e zircônia. As peças protéticas foram
confeccionadas, com conectores de 0,4 mm de altura e com uma espessura de sua
infra-estrutura mais a cerâmica de cobertura de 0,8 mm, medidas com especímetro
digital. As próteses foram usinadas através do sistema Precident DCS system. Os
resultados mostraram que as próteses de zircônia apresentaram maior resistência a
fratura, seguidas de dissilicato de lítio, alumina e por ultimo a leucita.
Ricci, Jorge e Fonseca (2003) realizaram, através de revisão de literatura,
três sistemas cerâmicos utilizados para confecção de coroas livres de metal IPS
Empress, In-Ceran e Procera. Descreveram que uma boa adaptação marginal é um
fator indispensável para obtenção do sucesso clínico em tratamentos reabilitadores
protéticos. Falhas neste quesito podem causar injúrias ao tecido gengival e
complexo dentino-pulpar ocasionando um prognóstico clínico desfavorável. Pode-se
relatar que as desadaptações observadas após a cimentação normalmente estão
associadas a desadaptação prévia das restaurações, espessura inadequada do
agente cimentante e técnica de cimentação incorreta. Para evitar o insucesso do
trabalho, se faz necessário a utilização de materiais, técnicas laboratoriais e clínicas
adequadas que minimizem esses fatores aos níveis aceitáveis. Coroas cerâmicas
apresentam adaptação favorável em relação ao sucesso clínico. Os autores
relataram que uma interface entre a restauração e o preparo variando de 37µ m a 95
µm são considerados satisfatórios. Os autores concluíram que os sistemas
cerâmicos avaliados não apresentaram diferença significativa entre as diferentes
fases do processamento e os valores de desadaptação marginal encontrados para
31
os três sistemas são considerados clinicamente aceitáveis e são comparáveis aos
das coroas metalocerâmicas .
Albert e El–Mowady (2004) investigaram o efeito de diferentes tipos de
cimentos na microinfiltração marginal de coroas de porcelana. Oitenta molares
extraídos foram divididos em dois grupos. Os dentes do primeiro grupo foram
preparados com rmino em chanfro profundo para receberem coroas Procera All
Ceram e os do segundo grupo foram preparados com términos em 45 graus para
receberem coroas metalocerâmicas. Os copings foram confeccionados com cnica
padronizada, submetidos à termociclagem e seccionados para avaliação da
microinfiltração. As amostras foram cimentadas com cimento de fosfato de zinco,
ionômero de vidro, ionômero de vidro modificado por resina e cimento resinoso. Os
resultados mostraram uma significante associação entre o cimento utilizado e o grau
de infiltração marginal. Na cimentação com cimento de fosfato de zinco 76% das
coroas Procera e 90% das metalocerâmicas apresentaram maior infiltração, 49%
das coroas Procera e 66% das metalocerâmicas cimentadas com ionômero de vidro
apresentaram menor infiltração, 10% das coroas Procera e 84% das coroas
metalocerâmicas cimentadas com cimento ionomérico modificado apresentaram
baixo nível de infiltração e 34% das coroas Procera e 96% das metalocerâmicas
cimentadas com cimento resinoso apresentaram baixíssimo índice de infiltração. Os
copings Procera All-Ceran mostraram uma média de desadaptação marginal de 54
µm contra 29 µm das coroas metalocerâmicas. Nos dois tipos de coroas, o uso do
cimento resinoso resultou no menor índice de microinfiltração enquanto o uso de
cimento de fosfato de zinco mostrou uma maior porcentagem de extensa infiltração.
Camargo et al. (2004) avaliaram a adaptação marginal de coroas do sistema
Procera em dois tipos de términos cervicais. Foram utilizados dez modelos com
32
preparo para coroa total com término em 135º (grupo 1) e dez modelos de coroa
total em chanfro (grupo 2), ambos confeccionados com liga de alumínio. Para evitar
a rotação dos copings sobre os preparos, foram realizados desgastes por um
recortador de gesso, em forma de semicírculos, com raio de aproximadamente 2,5
mm, no ângulo formado entre a parede oclusal e axial do preparo. As amostras
foram escaneadas com Procera Scanner (Nobel Biocare, Gotemburgo, Suécia),
utilizando o software Procera 3D CAD onde aproximadamente trinta mil pontos foram
digitalizados. As imagens obtidas foram enviadas via modem para a Suécia onde
foram confeccionados copings em óxido de alumina sinterizada de 0,6 mm para
cada corpo-de-prova. Os copings foram cimentados nos respectivos preparos com
silicona de condensação de consistência leve ( Xantopren VLPlus - Heraeeus Kulzer
- Germany), manipulada conforme orientações do fabricante. A adaptação dos
copings ao preparo foi observada em microscópio de luz (Leica DRMXP). Os
desajustes das peças dos dois grupos foram mensurados utilizando um programa de
computador. Para cada face, foram realizadas tres mensurações do desajuste
marginal e calculada a média aritmética. Assim, para cada conjunto, foram
demarcados 18 pontos e para o total de vinte corpos-de-prova, 360 dados foram
colhidos. Para análise estatística, foram utilizados os programas computacionais
SigmaStat (versão 2.03, SPSS Inc., 1997) e STATISTICA (versão 5.5, StatSoft Inc.,
2000). Os resultados mostraram não haver diferença estatisticamente significante
em relação à adaptação marginal nos dois tipos de preparos.
Segundo Anusavice (2005), os principais quesitos dos produtos de gesso-
pedra para troquél são: resistência, dureza, resistência à abrasão e mínima
expansão de presa. Para se obter essas propriedades, utiliza-se um α-hemiidratado
do tipo densita. Suas partículas em forma de cubos e a redução da área de
33
superfície produzem tais propriedades sem a necessidade de ter uma mistura mais
espessa. Uma superfície resistente é necessária para um gesso-pedra para troquél,
uma vez que o preparo cavitário no modelo é preenchido com cera, e esta é
esculpida até as margens do troquél. Uma vez que a superfície externa do gesso
seca mais rapidamente, a dureza superficial do gesso aumenta mais rapidamente do
que a sua resistência à compressão. Esta situação se apresenta como uma
vantagem real, de modo que a superfície do troquél resiste bem à abrasão,
enquanto que o núcleo do troquél é tenaz e menos sujeito as fraturas acidentais. O
gesso-pedra tipo IV apresenta uma resistência à compressão de 34,5 MPa após
uma hora da presa, sua expansão de presa varia de 0,10% a 0,30% e sua dureza
superficial média é de aproximadamente 92 (dureza Rokwell).
Reich et al. (2005) compararam a desadaptação marginal de próteses
parciais fixas de três elementos sendo dois retentores e um pôntico confeccionadas
utilizando três diferentes sistemas CAD/CAM, com próteses parciais fixas
metalocerâmicas. Neste estudo dezenove pacientes foram selecionados para
confecção de 24 próteses parciais fixas de três elementos posteriores com sistemas
CAD/CAM e seis metalocerâmicas. Os espaços protéticos variavam entre 6 mm e 10
mm e os pacientes apresentavam condições periodontais dos dentes pilares
satisfatórias. Seis pacientes receberam próteses parciais fixas metalocerâmicas
que foram considerados como grupo controle. A preparação dos pilares obedeceu
o seguinte protocolo: término cervical em chanfro profundo, desgaste axial de 1,2
mm, redução oclusal de 1,5 mm e ângulo de convergência das paredes axiais de
cinco graus. As moldagens foram realizadas empregando a técnica da dupla
moldagem em dois tempos utilizando Silaplast e Silasoft (Detax, Ettlingen,
Germany). Os sistemas CAD/CAM utilizados na pesquisa foram Digident system
34
(Girrbach), Lava system (3M Espe, Seefeld, Germany) e CEREC (Sirona,
Bensheim, Germany). Oito próteses parciais fixas de três elementos foram
confeccionadas por cada sistema CAD/CAM obedecendo as recomendações dos
fabricantes. As próteses parciais fixas metalocerâmicas foram confeccionadas por
profissional com experiência em trabalhos metalocerâmicos. Os resultados obtidos
mostraram uma média de desadaptação marginal vertical de 51 µm no sistema
Digident, 89 µm no Lava, 76 µm no CEREC e 49 µm nas próteses metalocerâmicas.
Os autores concluíram que o sistema Digident e as coroas metalocerâmicas
apresentaram menor desadaptação marginal vertical.
Bindl e Mörmann (2005) avaliaram o desempenho de coroas confeccionadas
pelo método convencional e com a utilização da tecnologia CAD/CAM. Seis
primeiros molares superiores em modelo de resina acrílica foram preparados
utilizando término em chanfro de 0,8 mm, redução oclusal de 2 mm e ângulo de
convergência das paredes axiais de seis graus. Esses preparos foram reproduzidos
com silicona de adição Rema Sil (Dentaurum, Ispringen, Germany) doze vezes,
obtendo-se 72 réplicas. Os moldes foram vazados com gesso tipo IV Fuji Rock ( Gc
Corporation, Tókio, Japão) e posteriormente submetidos a aplicação de
endurecedor de gesso Margidur (Benzer-Dental, Zurique, Switzerland). Foram
confeccionados doze copings utilizando seis tipos de materiais diferentes, In-Ceran
Slip-cast (Vita Zahnfabrik, Bäd Sackingen, Germany), Empress II (Ivoclar Vivadent,
Fürstentum, Liechtenstein), CEREC (Sirona, Bensheim, Germany), DCS (DCS
Dental, Allschwill, Switzerland), Decim (Decim Norden, Skellefres, Sweden) e
Procera (Nobel Biocare, Götemborg, Sweden). Os copings foram submetidos a
banho de ouro por quatro minutos com depositador SDC 030 (Balzers Union,
Balzers, Liechtenstein) e cimentados com cimento resinoso Panavia 21 (Kuraray,
35
Düsseldorf, Germany) com uma pressão de 50 N realizada por profissional
calibrado. Para prevenir a inibição da polimerização do cimento resinoso pelo
oxigênio as margens do preparo foram protegidas com Oxyguard II (Kuraray,
Düsseldorf, Germany). As amostras foram submetidas a observação no microscópio
eletrônico de varredura Amray 1810 T (Amray, Wetter, Germany) para a mensuração
da desadaptação marginal vertical em oito pontos das peças protéticas na sua
margem. Os resultados mostraram um desajuste marginal vertical de 25 ± 18 µm
para os copings obtidos pelo método convencional, Empress II 44 ± 23 µm, Procera
17± 16 µm, Decim 23 ± 17 µm, CEREC 44 ± 23 µm e DCS 33 ± 20 µm. Os autores
concluiram que o sistema Procera e os copings convencionais apresentaram menor
desadaptação vertical.
Hussain et al. (2006) avaliaram no serviço de saúde publica dos Estados
Unidos a diferença da adaptação marginal de coroas de cerâmica pelo processo de
confecção do sistema CEREC 3D para dois tipos de término cervicais: em ombro e
em chanfro. Foram preparados dezesseis molares sendo oito com terminação em
ombro de 1,2 mm a 1,5 mm e oito em chanfro de 1 mm. Os blocos de cerâmica
feldspática utilizados foram o paradigma e as análises realizadas sob observação
de microscopia eletrônica de varredura. Não houve diferença significativa entre os
preparos, sendo que o preparo com término em ombro obteve melhores resultados,
tendo como media 46 µm de desadaptação marginal contra 65,9 µm do término em
chanfro.
Bortolotto, Onisor e Krejci (2006), através de estudo clínico, avaliaram a
influência do condicionamento do esmalte com acido fosfórico antes da cimentação
de restaurações inlays indiretas de compósitos, cerâmicas feldspáticas fabricadas
com o sistema CEREC 3 e restaurações diretas de compósitos quanto a infiltração
36
marginal. Foram realizados preparos cavitários proximais para serem restauradas
com os três tipos de materiais que foram divididos em dois grupos nos quais eram
submetidos ou não a condicionamento ácido fosfórico a 35 % durante vinte
segundos. As restaurações de cerâmica tinham como pré tratamento o ácido
hidrofluorídrico a 5% por sessenta segundos mais aplicação de silano, enquanto as
restaurações indiretas de compósito utilizaram o óxido de alumínio mais aplicação
de silano. A mensuração foi realizada através da observação sob microscopia óptica.
Houve uma grande diferença na adaptação marginal entre restaurações onde foram
realizadas ataque ácido fosfórico em esmalte antes da cimentação, apresentando
um gap bem menor comparando com as que não fizeram condicionamento ácido. Os
maiores valores de desadaptação foram encontrados nas restaurações de compósito
indiretas sem condicionamento ácido no esmalte e a melhor adaptação considerada
foi com restaurações diretas com o uso do ácido fosfórico.
2.2 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS CAD/CAM
Isenberg e Garber (1992) descreveram as evoluções de alguns sistemas
CAD/CAM. Os autores relataram que a captura de imagem por varredura óptica e
confecção de restaurações com auxílio do computador foram iniciadas com
Altschuler, em 1971. O sistema DENTCAD desenvolvido por Rekow empregou, no
início, uma técnica descrita como estereofotogramétrica, que empregava uma série
de fotografias em preto e branco para criar os contornos dentais necessários para
reconstituir partes que faltavam na coroa clínica. As informações eram digitalizadas
e com o auxílio de um computador fazia a reconstrução da coroa. O sistema foi
aperfeiçoado usando o formato digital de contato intrabucal direto através de uma
37
sonda específica que transmite a imagem para o computador. Embora o sistema
esteja em desenvolvimento será capaz de produzir inlays, onlays e coroas totais
usando resinas, cerâmicas e metais. O sistema CEREC está em operação a
algum tempo e está programado para produzir restaurações indiretas em cerâmicas
ou resina composta em uma única consulta eliminando o procedimento de
moldagem e confecção de restaurações provisórias. A unidade compacta e móvel
consiste de três componentes básicos: uma pequena câmera, um computador com
monitor e uma máquina de fresagem com três eixos de rotação. Com a evolução do
equipamento, o modelo mais recente é dotado de uma nova versão do motor de
usinagem que utiliza um motor elétrico em substituição ao motor hidráulico,
resultando numa fresagem mais regular e precisa da restauração. Outro
equipamento CAD/CAM inovador é o sistema Celay, desenvolvido por Eidenbenz na
Universidade de Zurich que preconiza uma variação do conceito restauração direta-
indireta sem necessidade do emprego do técnico em prótese. O sistema preconiza a
moldagem do preparo cavitário com material de precisão diretamente dentro da
cavidade bucal do paciente, onde recebe ajuste oclusal, das relações de contato e
da integridade marginal. O material é então submetido a um processo de
polimerização, antes de ser removido do dente, para servir como protótipo, a ser
copiado e reproduzido em cerâmica ou resina composta, em um sistema especial de
usinagem.
Mörmann e Bindl (1996) compararam a eficiência do CEREC 2, introduzido
no mercado em setembro de 1994 em relação com o seu antecessor. O CEREC 2
apresenta uma unidade de captura com um novo desenho que torna mais prático o
seu manejo e melhora a qualidade do escaneamento. O aprimoramento da câmera
também foi realizado em relação a quantidade de pixels que diminiu de 54 x 54 µm
38
para 25 x 29 µm. Com essa mudança houve uma melhora acentuada na simetria da
imagem, minimizando a margem de erro durante a demarcação dos limites do
preparo. Com a diminuição da quantidade de pixels a resolução da impressão óptica
dobrou em relação ao CEREC 1. A impressão óptica numa inlay mésio-ocluso-distal
passou de quatro milhões de Voxel do CEREC 1 (2) para 32 milhões de Voxel no
CEREC 2, permitindo um melhor armazenamento de imagens. A imagem do
preparo escaneado é magnificada em 12 vezes contra oito do CEREC 1. As
ferramentas oferecidas pelo programa nos permite configurar as restaurações com a
máxima precisão tanto na superfície oclusal quanto nas proximais. O sistema de
fresagem foi modificado com a substituição dos discos diamantados por brocas
cilíndricas proporcionando maior precisão na escultura das paredes axiais e
superfície oclusal. Os autores relataram que a precisão do sistema CEREC 2 é 2,4
vezes maior que o sistema CEREC 1. Um estudo revelou que de 17 inlays com
preparos para restaurações MOD confeccionadas com CEREC 1 apresentaram uma
desadaptação marginal de 84 ± 38 µm e 26 inlays com o mesmo tipo de preparo
manufaturadas com o sistema CEREC 2 mostraram um desajuste de 56 ± 27 µm
quando observadas em microscopia eletrônica de varredura.
Mörmann e Schug (1997) relataram a evolução do sistema mecânico e do
software do CEREC 2 em relação ao seu antecessor. As primeiras pesquisas
investigando a desadaptação marginal em restaurações confeccionadas com
sistema CAD/CAM CEREC 1 foram realizadas em 1986. Em doze molares isentos
de cárie foram realizados preparos classe II mésio-ocluso-distal. Seis dentes (grupo
1) tiveram a margem cervical posicionada aproximadamente 1,5 mm acima da
junção amelo-cementária que foram classificadas como preparação profunda e os
outros dentes (grupo 2) foram preparados incluindo a junção amelo-cementária, que
39
foram chamados de preparos muito profundos. Seis dentes foram restaurados com
inlays confeccionadas com sistema CEREC 2 e os outros foram restaurados com
CEREC 1. Foram utilizados blocos Vita Mark II (Vita Zahnfabrik Bad Säckingen -
Germany) para a obtenção das restaurações. As Inlays foram cimentadas com
A.R.T Bond (Coltene/Whaledent Zurich - Swiss). Os corpos-de-prova foram
observados no microscópio eletrônico de varredura com aumento de 100 vezes e
trinta e seis sítios foram mensurados: doze na face oclusal, quatro no ombro, quatro
na proximal lateral (profundo), quatro na proximal lateral (muito profundo), quatro na
linha angular (profundo), quatro na linha angular (muito profundo), duas gengival
(profundo) e duas gengival (muito profundo). Os resultados estatísticos foram
analisados pelo teste t. As restaurações confeccionadas com o sistema CEREC 2
apresentaram melhor adaptação marginal em relação as confeccionadas com o
CEREC 1.
Sindel e Petschelt (1998) avaliaram o desempenho de dois tipos de
cerâmicas utilizadas em sistemas CAD/CAM. As cerâmicas estudadas foram:
Vitablocks Mark II (Vita Zahnfabrik – Bad Säckingen-Germany), cerâmica feldspática
com 80 % de matriz de vidro e Dicor MGC (De Trey/Dentsply-Konstanz-Germany),
tetrasilica fluoramida vidro cerâmica com 30% de matriz de vidro. Os blocos
cerâmicos foram fresados com a utilização do sistema CEREC 1(Siemens-
Bensheim-Germany), através de um disco diamantado em alta velocidade. As
amostras foram fresadas com um desenho retangular (10 x 10 x 1,4 mm) de acordo
com a prática dental. A morfologia das amostras foi examinada através de um
microscópio eletrônico de varredura (Leitz Isi 50-Akashi-Japan). As faces interna
das amostras foram avaliadas com o auxílio de um microscópio de varredura a laser
(CLSM, Carl Zeiss, Oberkochen, Germany). A resistência das amostras foi
40
determinada através do teste de flexão biaxial de acordo com o método balls-on-
three-balls numa velocidade de 0,2 mm por minuto. Os resultados mostraram que a
cerâmica feldspática apresentou uma área de microfratura de 40 µm a 60 µm da
margem fresada enquanto o vidro ceramizado apresentou uma deformação plástica
em toda sua extensão.
Strub e Beschnidt (1998) usaram dentes naturais, extraídos, para avaliar a
resistência à fratura de cinco tipos de coroas totalmente cerâmicas. Os dentes
foram divididos em seis grupos, sendo confeccionadas coroas totais nos sistemas:
metalo-cerâmico (controle), In-Ceran, IPS Empress pintura, IPS Empress
estratificado, Celay feldspático e Celay In-ceran. Os preparos foram confeccionados
com redução oclusal de 2 mm a 3 mm, término com ombro arredondado com 1,2
mm de espessura, expulsividade de quatro a seis graus e altura aproximada de 5
mm a 6 mm. Os preparos foram moldados utilizando a técnica de tempo único com
poliéter e os troquéis foram vazados com gesso tipo IV. Todas as coroas estavam
aliviadas em relação aos preparos, a fim de evitar a tensão e desajustes em relação
ao assentamento cervical. As coroas foram cimentadas com cimento resinoso sob
pressão digital. Os copings de In-Ceran tinham espessura de 0,5 mm na parede
axial e 1 mm na borda incisal, enquanto o grupo de IPS Empress estratificado foi
feito com espessura de 0,8 mm. Em cada grupo de coroas, metade foi submetida à
ciclagem térmica e mecânica. Os resultados mostraram que não houve diferença
estatística entre os seis grupos. Entretanto, diferença estatística foi evidenciada,
mostrando um decréscimo na resistência à fratura nos grupos ciclados quando
comparados aos não ciclados. Os autores afirmam que diversos fatores podem ter
interferido nesses resultados, como o desenho do preparo, o tipo de cerâmica,
espessura da coroa, método de cimentação, e ciclagem térmica e mecânica.
41
Singer e Bryant (1998) avaliaram inlays confeccionadas pelo sistema
CAD/CAM CEREC e a influência do agente cimentante durante três anos. Neste
estudo, 21 pacientes foram selecionados e receberam restaurações de CEREC de
duas ou três faces com margens completamente fixadas em esmalte usando dois a
quatro agentes cimentantes: resina composta de micropartículas, resina composta
híbrida fina, resina composta híbrida levemente grossa e um cimento de ionômero
de vidro empsula. A porcetagem de margem contínua na face oclusal foi avaliada
entre o esmalte-agente cimentante e agente cimentante-interface da cerâmica,
utilizando um microscópio eletrônico de varredura. O estudo mostrou que as
restaurações CEREC exibiram alta qualidade marginal após três anos, independente
do agente cimentante. A adaptação marginal foi mais durável na interface esmalte-
agente cimentante do que na interface agente cimentante-cerâmica. Embora não
tenha havido diferença na adaptação marginal entre os agentes cimentantes usados
no estudo, o compósito de micropartículas mostrou menos evincia de desgaste.
Baseado nestes achados, o compósito de micropartículas foi escolhido para a
cimentação das restaurações.
Molin e Karlsson (2000) realizaram um experimento clínico randomizado de
três sistemas cerâmicas de inlays, incluindo o IPS Empress. Vinte pacientes
incluídos neste estudo receberam cada um, quatro inlays: uma de ouro fundido,
uma com o sistema IPS Empress, uma com sistema CEREC e uma com sistema
Mirage. Foram restaurados nove molares e onze pré-molares com o IPS Empress,
sendo que onze dessas restaurações envolviam três superfícies e o restante, duas
superfícies. Dois examinadores calibrados avaliaram as restaurações, usando o
critério da Associação Dental da Califórnia em um, três e cinco anos. Em cinco
anos, quatro das vinte restaurações inlays sofreram fraturas. A hipersensibilidade
42
pós-operatória o foi experimentada com quaisquer das restaurações IPS
Empress. As infiltrações marginais ocorreram em quarenta e cinco por centro das
restaurações confeccionadas.
Filser et al. (2001) verificaram a confiabilidade e a resistência de
restaurações totalmente cerâmicas fabricadas pelo processo de usinagem direta da
cerâmica através de um sistema computadorizado conhecido como Direct Ceramic
Machine (DCM). Este processo permite a fabricação rápida de restaurações
totalmente cerâmicas com alta resistência mecânica e uma boa biocompatibilidade.
Na DCM, uma estrutura compacta é fresada a partir de um bloco de óxido de
zircônia tetragonal com óxido de alumina. Para melhorar a qualidade estética, a
estrutura é revestida com cerâmica de cobertura estratificada. Comparada com as
restaurações de In-Ceran Alumina e IPS Empress 2, a resistência mecânica das
estruturas de zircônia é duas vezes maior, permitindo que as restaurações suportem
as altas forças da mastigação em região de molares. Em termos de confiabilidade,
pontes de zircônia confeccionadas pelo sistema DCM apresentam maior resistência
em relação ao sistema In-Ceran e IPS Empress 2. Um estudo clínico de próteses
parciais fixas de três elementos instaladas na região de molares apresentaram
excelente resposta clínica após um ano de observação.
Josephine et al. (2001) avaliaram a resistência a flexão de três sistemas
cerâmicos, IPS Empress, In-Ceram e Procera. Trinta discos de 20 mm x 2 mm de
porcelana foram confeccionados conforme a especificação número 69 da ADA. Um
colorímetro (Minolta Chroma CR-300) foi utilizado para a obtenção da cor de cada
amostra. O colorímetro foi calibrado de acordo com as instruções do fabricante. O
sistema CIELAB foi usado para determinar diferentes cores das amostras através
da mensuração computadorizada. Todas as amostras foram imersas numa solução
43
saturada de azul de metileno por 24 horas. Os cp foram colocados por 15 segundos
no ultra som para limpeza. Os valores foram medidos e gravados. Cada disco foi
também observado visualmente para verificar qualquer alteração de cor. Mudança
de cor de cada amostra foi registrdo. Em relação à resistência a flexão, foi utilizado
o máquina de ensaio universal (model 8501, Instron). A média de aplicação de força
foi ajustada para 0,5 N por segundo. A força foi aplicada entre os suportes. Os
resultados mostraram uma resistência a flexão de 177 MPa para o IPS Empress,
323 MPa para o In-Ceran e 464 para o Procera.
Apholt et al. (2001) compararam, através de estudo in vitro, a resistência a
flexão do In-Ceran alumina com In-Ceran zircônia, utilizados no sistema CEREC 2.
Seis grupos de 15 amostras, utilizando barras de 3 x 4 x 13 mm, sendo cinco de In-
Ceran alumina e um de In-Ceran zircônia foram examinados usando o teste de três
pontos. Os grupos fora divididos em T1, T3, T4 e T5 (In-Ceran alumina
maquinados), T2 (In-Ceran alumina _ Slip cast) e T6 (In-Ceran zircônia). Os
resultados mostraram valores de 324 MPA, 348 MPa, 374 MPa, 406 MPa, 434 MPa
e 475 MPa respectivamente para T1, T2, T3, T4, T5 e T6 em relação a resistência a
flexão. Os autores concluíram que as barras de alumina e zircônia de 3 x 4 x 13³
produzidas para prótese parciais fixas de três elementos são compatíveis em
resistência com a demanda mastigatória e que o In-Ceran zircônia apresentou uma
resistência a flexão 25% maior que o In-Ceran alumina.
Souza e Coelho (2003) descreveram as aplicações da tecnologia CAD/CAM
na industria contemporânea. A utilização de sistemas CAD/CAM foi, por muito
tempo, limitada à industria aeroespacial e automobilística. Isto ocorria, devido aos
altos custos que envolvia o complexo hard/software assim como a qualificação da
mão de obra especializada. Ao final da década de 90, com o desenvolvimento de um
44
sistema operacional robusto para aplicação em PCs (Windows NT), houve uma
migração das empresas que desenvolviam seus sistemas CAD/CAM baseados em
sistema operacional UNIX. Esse fato, além de reduzir o custo do hardware,
minimizou também a necessidade de usuários extremamente especializados. O
sistema operacional Windows tornou a aplicação do conceito bastante interativa,
tornando mais intuitiva à utilização destes sistemas. Existe, atualmente uma grande
variedades de software CAD tridimencionais disponíveis no mercado, e estes podem
ser caracterizados, principalmente, pela forma utilizada para gerar os desenhos, que
estão relacionados com o seu modelador geométrico (Kernel), que é o cleo do
software. Este núcleo pode ser classificado como: modeladores lidos,
modeladores de superfície e híbridos. Os sistemas CAD evoluíram da tecnologia 2D
para 3D sendo capazes de realizar uma gama ampla de tarefas a um custo
operacional relativamente baixo.
Masek (2003) descreveu a evolução do sistema CEREC desde a introdução
do CEREC 1 no mercado em 1985 até a versão atual. Acessórios e software
atualizados contribuíram para melhoria do desenho das restaurações assim como
sua adaptação marginal. O contínuo desenvolvimento do sistema foi demonstrado
com a produção do CEREC 3 em 2000. A atualização do software aliada a migração
para o sistema operacional Windows tornou o sistema mais cil de operar assim
como abriu um leque de opções que melhoram a qualidade das restaurações
indiretas. O software do CEREC 3 permite a aquisição e processamento da
imagem com maior velocidade e definição, facilitando os procedimentos
operacionais. O programa utiliza a tecnologia 3D permitindo que o operador tenha
uma visão tridimensional do preparo podendo o mesmo ser girado em 360 graus.
Uma ferramenta do programa permite um alinhamento automático do rmino do
45
preparo durante a sua delimitação. O escaneamento pode ser realizado diretamente
na cavidade bucal do paciente (câmera de captura) ou a partir de um modelo de
gesso (CEREC Scan). O método de desenho das restaurações pode utilizar o
sistema de correlação ou o sistema personalizado. O software possibilita um perfeito
ajuste dos contatos proximais, contatos oclusais assim como o posicionamento do
equador protético das restaurações. Com todas as atualizações implementadas ao
sistema CEREC 3, as peças protéticas confeccionadas com o sistema apresentam-
se num melhor nível que as confeccionadas com os seus precursores.
Kenneth, Schenkel e Estefan (2004) descreveram as características do
sistema CAD/CAM CEREC 3 e suas evoluções. O CEREC 3 é um aparelho de alta
precisão desenvolvido com a finalidade de confeccionar inlays, onlays e coroas de
cerâmica ou de compósito a partir do escaneamento de um preparo, com alto nível
de resolução. O sistema utiliza a tecnologia 3D que nos permite fazer a captura de
imagem e fresagem das peças protéticas na mesma consulta, eliminando a fase
laboratorial, com conseqüente diminuição do tempo de tratamento do paciente. O
escaneamento dos preparos protéticos pode ser realizado diretamente sobre o dente
ou através da obtenção de modelos. O escaneamento intra-bucal tem a sua maior
indicação para preparos supra gengivais tais como inlays e onlays sendo neste caso
utilizado o módulo chair side, usando a câmera de captura na cavidade bucal do
paciente. Para se obter a imagem, um material de contraste associado a um
propelente deve ser aplicado para a evidenciação dos limites do preparo cavitário.
Esse procedimento dispensa a moldagem do preparo. Para os preparos sub-
gengivais o melhor procedimento é após o afastamento gengival, realizar a
moldagem da área de interesse e obtenção do modelo de trabalho, para futuro
escaneamento. O sistema de captura de imagem utiliza uma câmera de alta
46
resolução com leitura através de raios infravermelhos possibilitando a aquisição de
imagens de ótima definição. Através do software preconizado pelo sistema é
possível proceder a digitalização da imagem, troquelização e posteriormente a
marcação dos limites do preparo. A utilização da tecnologia 3D, nos permite acessar
inúmeras opções para o tratamento de imagens em relação a anatomia das
restaurações. Dentro dessas possibilidades é possível ajustar os pontos de contatos
inter-proximais, posicionar o equador protético das coroas, adicionar ou remover
cerâmica e esculpir sulcos e fossas com a máxima precisão. A fresagem da
restauração é realizada por duas brocas diamantadas , uma cilíndrica e outra cônica,
que fazem o desgaste axial e oclusal respectivamente
Hilgert, Calazans e Baratieri (2005) descreveram a evolução do sistema
CEREC. Os autores relataram que o sistema, lançado comercialmente em 1986,
vem sofrendo uma série de modificações, estando atualmente na sua terceira
versão. O sistema pode ser utilizado em três variações, sendo duas relacionadas
diretamente com o cirurgião dentista e uma para laboratórios de prótese dentária. O
CEREC 3 é constituído de uma unidade de captura de imagem intra-bucal, que
realiza a impressão óptica do preparo diretamente na boca do paciente e uma
unidade de fresagem de blocos cerâmicos ou de resina composta. Os
equipamentos relacionados ao cirurgião dentista são utilizados no modo chair side
onde o profissional realiza o preparo protético, aplica uma substância de contraste
(CEREC powder) e em seguida faz o escaneamento intra bucal, processa a imagem
obtida, utilizando o software CEREC 3D e confecciona a restauração indireta através
da fresagem de blocos cerâmicos ou de resina composta, proporcionando condições
de executar a cimentação da peça protética na mesma seção, eliminando desta
forma os procedimentos de moldagem e confecção de restaurações provisórias. No
47
segundo modo, após o preparo protético, realiza-se a moldagem e vaza-se gesso
tipo IV associado a aplicação de substância de contraste ( CEREC powder) ou um
gesso que contem a substância contraste inserida na sua composição (CAM-base)
e posicona-se o modelo no CEREC Scan para o escaneamento do preparo. O
CEREC In Lab, semelhante ao CEREC Scan, porém, destinado ao uso laboratrial,
também realiza a leitura do preparo a partir de um modelo e tem como principal
indicação, a confecção de infra-estruturas para coroas e próteses parciais fixas
isentas de metais.
Baum (2005) relatou que a utilização da informática na odontologia
proporcionou condições de aplicabilidade da tecnologia CAD/CAM para confecção
de próteses e conexões para implantes. O sucesso da tecnologia CAD/CAM deve-se
a alta precisão, versatilidade, emprego de diferentes materiais, consistência e
previsibilidade. A utilização deste recurso torna-se cada vez mais importante para os
protéticos e cirurgiões dentistas que buscam o máximo de precisão nos trabalhos de
reabilitação de seus pacientes. A utilização de sistemas livres de metal simplifica o
trabalho, pois não há necessidade de mascarar a cor acinzentada do metal. O
sistema CAD/CAM Procera utiliza um scanner com leitura por contato, devido à
maior precisão oferecida, se comparada a outros tipos de leitura. Após a
digitalização, os dados o transferidos para um programa de software espefico,
onde o operador deverá delimitar o término do preparo, definir a espessura da infra-
estrutura e selecionar o material a ser empregado, como titânio, alumina ou zircônia.
O scanner leva de três a quatro minutos para realizar a digitalização do troquél em
gesso tipo IV ou em padrão de cera, no caso de pilares personalizados sobre
implantes. Em 2005 o sistema teeth-in-an-hour, foi colocado no mercado, que
consiste no planejamento cirúrgico protético através de tomografias digitais, antes da
48
instalação dos implantes, com o objetivo de reabilitar proteticamente o paciente logo
após a cirurgia para instalação de implantes.
Para Augusto et al. (2005), a adaptação marginal tem que estar entre 50 µm
e 100 µm, pois se for maior, a espessura de cimento também será maior estando
sujeito a um pronunciado desgaste por abrasão nas margens das restaurações o
que provocaria velamento marginal. Uma espessura muito fina pode provocar
aumento de stress de contração de polimerização levando falhas entre o dente e a
restauração. Este mesmo estudo relatou que as falhas nas restaurações de
cerâmicas confeccionadas pelo sistema CAD/CAM são de 1,7%, enquanto no
método convencional esses valores chegam a 1,9% para cerâmicas e 2,9% para os
compósitos e que para confecção de dentes posteriores era necessária uma única
consulta, para dentes anteriores seria necessário maior número de consultas para
melhor caracterizar as restaurações. A adaptação marginal e interna, observada
através de análise microscopia de coroas de cerâmicas fabricadas pelos sistemas
CAD/CAM mostra a mesma exatidão das coroas fabricadas pelas técnicas
convencionais.
Rekow e Thompson (2005) analisaram utilização de diversos tipos de
cerâmicas usados nos sistemas CAD/CAM. A aplicação da tecnologia CAD/CAM na
odontologia teve seu início com a produção de inlays em 1984 seguida da confecção
de coroas totais no ano seguinte. O numero de sistemas CAD/CAM aumentou
consideravelmente, tendo hoje no mercado mais de 15 sistemas operacionais,
oferecendo desde a produção de uma simples restaurações até próteses parciais
fixas. Paralelamente estamos presenciando um intenso esforço no desenvolvimento
de novos materiais cerâmicos para explorar a capacidade de manufatura dos
sistemas CAD/CAM. Materiais como o vidro ceramizado, leucita, alumina e zircônia
49
tem sido incorporados às cerâmicas convencionais com o objetivo de aumentar a
sua resistência a flexão, 353 MPa para o vidro ceramizado, 110 MPa para a leucita,
550 MPa para a alumina, tornando os mais resistentes e diminuindo a possibilidade
de fratura das restaurações. Os autores relataram a necessidade de escolha do
material apropriado para cada situação clínica alertando que para restauração de
dentes posteriores, devido ao maior pressão mastigatória devemos utilizar cerâmicas
reforçadas para evitar o insucesso.
50
3 PROPOSIÇÃO
A proposta deste trabalho foi testar a hipótese de que a utilização do gesso
CAM-base durante o escaneamento da superfície do troquél leva a melhores
resultados em relação a desadaptação cervical, quando comparado a técnica
utilizando gesso tipo IV Herostone associado a aplicação de CEREC powder.
51
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 MATERIAL
Adesivo a base de cianocrilato Loctite (Henkel – São Paulo - Brasil)
Blocos de cerâmica feldspática Vitablocs Mark II (Vita Zahnfabrik Bäd
Sackigen - Germany)
Broca diamantada nº 1172 (Komet-Brasseler – Atlanta – USA)
CEREC Propellant (Vita Zahnfabrik – Bäd Sackigen - Germany)
CEREC Powder (Vita Zahnfabrik – Bäd Sackigen - Germany)
Cuba para manipulação de gesso (AG – São Paulo - Brasil)
Depositador de ouro CED 030 (Balzer Union – Balzer - Liechtenstein)
Disco diamantado Superdiaflex (Horico Dental – Berlim - Germany)
Espátula para manipulação de gesso (AG – o Paulo - Brasil)
Gesso CAM-base (Dentona – Dortmund - Germany)
Gesso Herostone (Vigodent – Rio de Janeiro - Brasil)
Microscópio eletrônico de varredura JSM 5800 (JEOL – Shinagawa – Japan)
Micro-motor K4 ( Kavo - Potsdam - Germany)
Paquímetro digital (Qualitätsprot – Mattcthrom - Germany)
Polivinilsiloxano Express (3M ESPE – Seefeld - Germany)
Sistema CAD/CAM CEREC 3 (Sirona – Benshein - Germany)
Troquél em níquel-cromo (R&R – Rio de janeiro – Brasil)
52
4.2 MÉTODO
4.2.1 Confecção do modelo mestre
Foi confeccionado um modelo mestre em níquel-cromo de um preparo para
coroa total em cerâmica pura em um canino superior, com as seguintes
características: altura 7,8 mm, desgaste axial de 1,2 mm, convergência das paredes
axiais de seis graus, diâmetro axial maior de 6,8 mm e término em chanfro profundo
(Figura 1).
Figura 1 - Modelo mestre
4.2.2 Confecção dos troquéis
A partir da moldagem do modelo mestre, posicionado previamente num
arco dental preparado para esta finalidade, com silicona de adição (Express, 3M
ESPE, Seefeld, Germany), pela técnica de dupla moldagem, em dois tempos,
obedecendo as recomendações do fabricante, quanto a técnica e a dosagem, foi
53
obtido um molde. No molde de silicone foi vertido gesso Herostone (Vigodent, Rio de
Janeiro, Brasil) por cinco vezes, compondo o grupo 1 (Figura 2) . Em seguida mais
cinco troquéis com gesso CAM/base (Dentona - Dortmund Germany), foram
confeccionados no mesmo molde de silicone, grupo 2 (Figura 3). Os materiais
empregados para a confecção dos troquéis seguiram a orientação do fabricante
quanto a proporção e manipulação. Tanto o gesso Herostone quanto o CAM-base
foram manipulados numa relação líquido/pó de 20 ml para 100 g por quarenta
segundos.
4.2.3 Escaneamento dos troquéis
Nos troquéis obtidos com gesso tipo IV Herostone (grupo 1) foi aplicado uma
substância contraste CEREC Powder (Vita Zahnfabrik, Bäd Sackigen, Germany)
com propelente CEREC (Vita Zahnfabrik, Bäd Sackigen, Germany). Tal
procedimento não foi necessário nos troquéis obtidos com o gesso CAM-base pois
o mesmo possui contraste na sua composição. Os troquéis foram escaneados
com o sistema CAD/CAM CEREC 3 (Sirona, Benshein, Germany) (Figura 4 e Figura
5) por profissional previamente treinado. As imagens do preparo assim obtidas
Figura 2 -Troquel obtido em
gesso tipo IV Herostone
Figura 3 - Troquel obtido
em gesso CAM-base
54
foram tratadas utilizando as ferramentas fornecidas pelo programa CEREC 3D,
preconizado pelo sistema para delineamento das margens. Nesta pesquisa, como o
objetivo se relaciona ao desajuste marginal não foi necessário a utilização de
recursos para planejar a morfologia com vistas à função.
4.2.4 Confecção das amostras
4.2.4.1 Fresagem das amostras
Com base nas imagens tratadas, as amostras foram confeccionadas a partir
da fresagem de blocos de cerâmica feldspática Vitablocks MK II (Vita Zahnfabrik,
Bäd Sackigen, Germany) (Figura 6), com CEREC 3 Scan (Sirona, Benshein,
Germany) (Figura 7). O bloco cerâmico fornecido pelo fabricante, consiste de uma
Figura 4 - Câmera de captura
Figura 5 - Sistema CAD/CAM CEREC
55
peça cerâmica unida a uma haste metálica, que tem a finalidade de fixar o mesmo
na unidade fresadora. O desgaste do bloco cerâmico foi realizado pore duas pontas
diamantadas, uma cilíndrica e outra cônica, que realizaram a fresagem dos planos
axiais interno e externo e oclusal respectivamente. Por essa manobra foram obtidas
cinco coroas do grupo 1 (Figura 8) e cinco do grupo 2 (Figura 9).
Figura - 8 Amostras grupo 1
Figura - 9 Amostras grupo 2
Figura 6 - Blocos Vitamark MK 2
Figura 7 - CEREC Scan
56
4.2.4.2 Deposição de ouro
As amostras foram submetidas a banho de ouro por quatro minutos
utilizando um depositador de ouro (Balzer Union – Balzer – Liechenstein) para
observação em microscópio eletrônico de varredura. A Figura 10 mostra o esquema
de deposição de ouro.
Figura 11 - Amostras grupo1 com deposição de ouro Figura 12 - Amostras grupo 2 com deposição de ouro
Figura 10 - Esquema de Deposição de ouro
57
4.2.5 Preparo dos corpos-de-prova
As amostras foram fixadas ao modelo mestre com uma gota de adesivo a
base de cianocrilato Loctite (Henkel, São Paulo, Brasil), com o objetivo de manter o
posicionamento da peça em relação ao modelo. Foram realizadas marcações com
disco diamantado Superdiaflex (Horico Dental Berlim Germany) nas faces
vestibular, lingual, mesial e distal, para posterior posicionamento da amostra e
observação em microscópio eletrônico de varredura, que constitui o corpo-de-prova
do experimento (Figura 13).
Figura 13 – Corpo-de-prova
4.2.6 Observação em microscopia eletrônica de varredura
As amostras foram observadas em relação a desadaptação marginal vertical
nas faces vestibular, lingual, mesial e distal em microscopia eletrônica de varredura
(Figura 14) usando um microscópio JEOL JSM 5800 LV (JEOL – Shinagawa –
Japan), aumento de duzentas vezes, no Instituto Militar de Engenharia, Rio de
58
Janeiro. Foram obtidas imagens de elétrons secundários com energia do feixe de 20
KV, ângulo de incidência T = 0 grau e distância focal Z = 26,5mm para todos corpos-
de-prova. A mensuração foi realizada, por um operador calibrado e treinado, nas
fotomicrografias (Figura 15), com paquímetro digital (Qualitätsprot Mattcthrom
Germany) e nível de sensibilidade de 0,001 mm. Os valores do desajuste foram
obtidos usando como parâmetro a régua de valores contida na fotomicrografia, pela
proporção, aplicando-se regra de três simples.
4.2.7 Análise estatística
Os valores obtidos na mensuração do desajuste foram submetidos ao
tratamento estatístico aplicando os testes ANOVA e Tukey.
5 RESULTADOS
Figura 14 - Microscópio eletrônico de
varredura
Figura 15 - Fotomicrografia do corpo-de-
prova
100µm
59
Para cada corpo-de-prova, foi obtida uma fotomicrografia. Em seguida com o
auxílio de um paquímetro digital, foi mensurado o desajuste que, com base na
escala da própria fotomicrografia, foi transformado nos resultados deste estudo.
Os valores individuais de desadaptação cervical vertical das amostras, cujo
material empregado para confecção do troquel foi o gesso Herostone (grupo 1), nos
locais mensurados e as respectivas médias, estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 - Valores individuais e médias do grupo 1 em µm
Grupo 1 Vestibular Lingual Mesial Distal
Amostra 1 84 88 86 86
Amostra 2 77 79 81 84
Amostra 3 78
83
83 85
Amostra 4
66
76 79 76
Amostra 5 67 78 79 78
Média 74,4 80,8 81,6 81,8
Na Tabela 2 estão apresentados os valores individuais e as médias das
amostras, no qual o material empregado foi o gesso CAM-base (grupo 2), nos locais
de mensuração.
Tabela 2 - Valores individuais e médias do grupo 2 em µm
Grupo 2 Vestibular Lingual Mesial Distal
Amostra 1 58
59
59 63
Amostra 2 55 58 60 69
Amostra 3 58 59 61 66
Amostra 4 49 50 55 61
Amostra 5 62 63 57 64
Média 56,4 57,8 58,4 64,6
O teste estatístico empregado foi a ANOVA de dois fatores (material e local)
apresentado na Tabela 3.
60
Tabela 3 - Resultado da ANOVA para o nível de signicancia de 5%
df MS df MS
Effect Effect Error Error F p-level
Gesso 1 4141,225
32 21,5125
192,5032
0,000000*
Localização
3 102,625
32 21,5125
4,770482
0,007364*
Interação 3 25,49167
32 21,5125
1,18497 0,330955
*
Significante ao nível de 5%
A análise estatística evidenciou diferença significante para os fatores
material (gesso) e local (localização) quando comparado os grupos 1 e 2. Entretanto
a interação entre os mesmos mostrou diferença significativa. Por esta razão foi
aplicado o teste de Tukey. Na Tabela 4 está apresentado o resultado do teste de
TUKEY com significância de 5%.
Tabela 4 - Teste de Tukey 5% alpha=0,5
Gesso Localização Média sd
Conjuntos Homogêneos
CAM-base
vestibular 56,40000 7,70 A
CAM-base
lingual 57,80000 4,76 A
CAM-base
mesial 58,40000 2,96 A
CAM-base
distal 64,60000 4,49 A
Herostone
vestibular 74,40000 4,82 B
Herostone
lingual 80,80000 4,76 B
Herostone
mesial 81,60000 2,40 B
Herostone
distal 81,80000 3,04 B
Letras diferentes apresentam significância ao nível de 5%
Para melhor visualização dos resultados obtidos, os mesmos estão
apresentados na forma de gráfico do tipo “Box/plot”. (Figura 11).
61
Mean+SD
Mean-SD
Mean+SE
Mean-SE
Mean
Dsadaptação [micrometros]
GESSO: Tipo IV
50
55
60
65
70
75
80
85
90
GESSO: Especial com contraste
Figura 16 – Gráfico “Box/plot” apresentando os valores de desadaptação, média, mediana e
desvio padrão
62
6 DISCUSSÃO
O sucesso d0 tratamento reabilitador pode ser avaliado levando em
consideração diversos fatores que podem servir como parâmetro. Não existem
dúvidas que o objetivo a ser focado deve ser sempre a devolução da função
mastigatória, fonética e estética. Quando estas funções são restabelecidas a
longevidade desta condição passa a ser o padrão para avaliar o sucesso ou
insucesso do tratamento.
Para se obter um prognóstico favorável na reabilitação bucal, algumas
condições durante o tratamento, tais como: as propriedades físicas, químicas e
biocompatibilidade dos materiais empregados são determinantes. Neste contexto, a
odontologia passou por fases em que algumas exigências não se apresentavam
como prioridade e o uso de restaurações metálicas levavam ao que era considerado
objetivo alcançado. Atualmente, a preocupação pela associação da função e
estética tem levado os pesquisadores e a indústria a buscarem materiais que
contemplem as reabilitações com boas propriedades físicas, químicas e de
biocompatibilidade.
Pode-se considerar que algumas propostas promissoras estão
acontecendo, principalmente com o emprego das cerâmicas, mais recentemente
com o uso de sistemas sem metal. Entretanto, pelas próprias características deste
material, algumas limitações inerentes a cerâmica não permitem alcançar a
longevidade esperada. Quanto as propriedades, principalmente as mecânicas,
diversas propostas têm sido realizadas com bons resultados e com reais
expectativas de se conseguir bons resultados.
Outro fator de grande importância, para maior durabilidade das
63
restaurações, se refere ao comportamento das estruturas dentais e periodontais na
interface material restaurador e substrato dental, que determina inclusive a
espessura da linha do cimento. Para se conseguir melhor adaptação, diversas
propostas m surgido com indicação de diversos sistemas, tais como da injeção da
cerâmica (MCLEAN, 2001; SJÖGREN, 1995; SULAIMAN et al., 1997), sistema In-
Ceran (RICCI; JORGE; FONSECA, 2003; RINKE; HULS; JANH, 1995) e sistemas
que utilizam o recurso CAD/CAM (BINDL; MÖRMANN, 2005; HUSSAIN et al., 2006).
Devido a vantagens que oferece o sistema CAD/CAM, neste trabalho
procurou-se verificar o desempenho das duas possibilidades, na aplicação extra-
bucal, da utilização do sistema CEREC. A primeira com o escaneamento do preparo
sobre gesso convencional associado a substância de contraste (CEREC Powder) e a
outra com a utilização do gesso CAM-base . Ambos os materiais apresentam como
propriedades físicas: ireza de 300 N/mm
²
, resistência a compressão entre 70 e 100
MPa, expansão de 0,08 % e tempo de presa de sete a oito minutos.
Os resultados obtidos mostram a validade do sistema uma vez que os
valores de 56,40 µm a 64,60 µm para o gesso CAM-base e de 74,40 µm a 81,80 µm
para o gesso tipo IV, são compatíveis com os trabalhos de Bindl e Mörmann (2005)
que usaram além do CEREC os sistemas In-Ceran, Empress, DCS, Decim e
Procera , Hussain et al. (2006), Reich et al. (2005), Sjögren (1995) e Vahidi, Egloff e
Panno (1991). Ainda com base nos resultados, a aplicação do elemento de contraste
(CEREC powder) através de um gás propelente, provavelmente pela alteração da
morfologia do preparo mostrou valores de desadaptação maior, quando comparado
com as coroas confeccionadas sobre os troquéis de gesso “CAM-base”.
Quanto ao método utilizado nesta pesquisa, para mensurar o desajuste, Foi
preconizado a deposição de ouro nas amostras para observação em microscópio
64
eletrônico de varredura com aumento de duzentas vezes com o objetivo de avaliar
com a máxima precisão o nível de assentamento das amostras no modelo padrão.
As amostras não condutoras de eletricidade, ao serem observadas em microscopia
eletrônica de varredura, necessitam receber uma cobertura com algum material
condutor para que não haja carregamento da superfície. O carregamento se
manifesta, durante a varredura, pela presença de áreas excessivamente brilhantes
na superfície da amostra e significa que está ocorrendo acúmulo de elétrons naquela
região. A impossibilidade de escoamento dos elétrons depositados na superfície
durante o procedimento de varredura pode causar a distorção da imagem e em
alguns casos danificar a própria amostra produzindo os chamados artefatos. Os
artefatos podem gerar confusão e erros durante a análise dos resultados, pois,
revelam uma alteração provocada durante a varredura do feixe de elétrons e não a
condição real da superfície da amostra no momento que é introduzida no
microscópio. Para observação das amostras as coroas foram posicionadas num
aparelho para deposição de ouro (Balzer Union, Balzer, Liechenstein). Aplicou-se
vácuo no interior do dispositivo que contém um alvo de ouro, chamado “target” e
após a obtenção da pressão ideal de vácuo, permite-se entrada de gás inerte
(argônio) que preenche o volume do recipiente. Em seguida, aplica-se alta voltagem
(de 1 a 2Kv) entre o catodo (iron pole piece) e o anodo (superfície do porta-amostra).
A elevada diferença de potencial elétrico aplicado entre o catodo e o anodo permite
que haja extração de elétrons do catodo que viajam em alta velocidade em direção
ao anodo devido a polaridade estabelecida. Durante o percurso, os elétrons se
chocam com as moléculas do gás, ionizando-as, o que origem a íons carregados
positiva e negativamente. Os íons positivos são então atraídos pelo pólo negativo,
onde se chocam a grande velocidade, desacelerando repentinamente. Neste choque
65
e desaceleração ocorre transferência de energia cinética dos íons para o alvo. Esta
energia é suficiente para deslocar átomos ou pequenos aglomerados de átomos
(clusters) que por gravidade irão se depositar sobre as amostras (Figura 12 e Figura
13), formando uma camada uniforme de um a dois nanômetros de espessura, os
chamados “filmes finos”.
Com relação à técnica empregada para a obtenção dos valores, houve a
preocupação de aferir, experimentalmente, com outro método computadorizado
(excisor four), para garantir a fidelidade dos resultados, uma vez que, pode existir
suspeita de subjetividade por ser realizado por um operador, embora devidamente
treinado.
Na prática restauradora, quando a indicação recai sobre o uso de
restaurações indiretas, os passos clínicos e laboratoriais são de fundamental
importância e o cumprimento deste protocolo passa ser determinante no sucesso do
tratamento. Além disso, quando os passos são aumentados, a possibilidade de
induzir erros aumenta devido as deficiências inerentes aos materiais empregados.
Desta forma, o uso de tecnologias diminuindo os passos e conseqüentemente os
tipos de materiais parece ser uma prática interessante. MCLean (2001) descreveu a
utilização da porcelana sinterizada a vácuo, associada a sua adesividade às ligas de
ouro, preconizada por Weinstein et al. (1962), como um marco importante para a
odontologia estética.
Nos tratamentos restauradores, quando se busca um bom desempenho dos
materiais empregados quanto a função e a estética, novas técnicas para facilitar as
manobras de obtenção das restaurações indiretas são bem vindas (Baum 2005 e
Rekow e Thompson 2005). No contexto atual, embora ainda sejam utilizadas
técnicas convencionais onde os profissionais ficam sob a depenncia de muitas
66
variáveis, outros recursos onde novos métodos são empregados para se obter peças
com maior precisão estão sendo propostos.
Diversas metodologias têm sido preconizadas para mensuração do
desajuste marginal, o que pode ser comprovado pelo numero de técnicas e
instrumentos apresentados na literatura: microscópio digital (ABBATE; TJAN; FOZ,
1989; SULAIMAN et al.,1997), microscópio óptico (SJÖGREN, 1995;
STURDEVANT; BAINE; HEYMAN, 1998; VAHIDI; EGLOFF; PANNO, 1991),
microscópio refletor (SHEARER; GOUGH; SETCHELL, 1996), paquímetro digital
(TJAN; LI, 1992; WHITE et al., 1992), videocâmera (RINKE; HULS; JANH, 1995),
metroscópio horizontal (BOTINO; FIGUEIREDO; ROCHA, 1998), microscópio
eletrônico de varredura (BORTOLLOTO; KREJCI; ONISOR; 2006; LIN et al.,1998;
PERA et al., 1994).
Inúmeros autores estudaram a influência da configuração marginal no
desajuste cervical vertical de coroas (LIN et al., 1998; PERA et al., 1994; SHEARER;
GOUGH; SETCHELL, 1996). Devido as características estruturais dos materiais das
coroas totalmente cerâmicas, os términos preconizados pelos fabricantes restrigem-
se ao chanfro e ombro profundo. Araújo, Mazer e Liu (1995) afirmaram que margens
menos complexas facilitam a visualização e a reconstrução das coroas totais. O tipo
de término representa apenas um dos aspectos dos preparos totais que podem
alterar o desajuste cervical vertical. Outros fatores a considerar o: altura do
preparo, expulsividade das paredes axiais, volume e forma do preparo.
Em coroas metalocerâmicas, términos com pequena espessura resultam em
maior distorção, apresentando alterações dimensionais nas diferentes etapas de
fabricação. Por esse motivo, alguns estudos (PERA et al., 1994; SHEARER;
GOUGH; SETCHELL,1996) preocuparam-se com as alterações dimensionais em
67
copings cerâmicos após a queima da porcelana de revestimento, concordando que
não ocorreram alterações na adaptação das coroas totalmente cerâmicas nas
diferentes fases a a sua finalização. Sulaiman et al. (1997) verificaram que é
durante a confecção do coping que se verificam os principais desajustes cervicais
entre materiais cerâmicos.
A existência de espaçamento nas paredes axiais dos preparos é relatada
por diversos autores como essencial à obtenção de menores valores de desajuste
cervical vertical em coroas totais (SHEARER; GOUGH; SETCHELL,1996). White
(1992), obteve melhor assentamento em coroas totais cimentadas mediante o uso
de detectores de interferência e ajuste prévio das mesmas.
Em um estudo in vitro, utilizando dentes extraídos, Vahidi, Egloff e Panno
(1991),compararam a desadaptação marginal entre coroas metalocerâmicas com
coroas confeccionadas pelo sistema Dicor. Os valores médios obtidos foram de 37,0
µm para as coroas metalocerâmicas e 30,0 µm para as coroas confeccionadas com
o sistema Dicor.
Através da análise de variância Sulaiman et al. (1997) estudaram a
desadaptação marginal de três sistemas cerâmicos metal-free IPS Empress, In-
Ceran e Procera. Os resultados mostraram uma desadaptação marginal de 63 µm,
83 µm e 161 µm, para o IPS Empress, Procera e In-Ceran respectivamente, estando
o sistema IPS Empress, com valores acima do nível de desadaptação tolerável
descrito na litera.
A incorporação de novos componentes a estrutura das cerâmicas
odontológicas associada ao desenvolvimento da tecnologia CAD/CAM veio contribuir
de forma positiva para a obtenção de restaurações isentas de metais mais precisas
e com maior resistência, sem alterar a sua qualidade estética.
68
A tecnologia CAD/CAM utilizada no sistema CEREC, tem apresentado
melhor desempenho, principalmente nas restaurações com término subgengival,
quando se utiliza a técnica de escaneamento através da obtenção de um troquél de
gesso com contraste.
A comparação da desadaptação marginal de próteses parciais fixas de três
elementos confeccionadas com três diferentes sistemas CAD/CAM com próteses
parciais fixas metalocerâmicas foi estudada por Reich et al. (2005). Os sistemas
CAD/CAM utilizados foram Digident, Lava e CEREC. Os resultados obtidos
mostraram desadaptação marginal vertical de 51µm no sistema Digident, 89 µm no
sistema Lava, 76 µm no sistema CEREC e 49 µm nas próteses metalocerâmicas.
Os resultados em relação desadaptação cervical obtidos nesta pesquisa
variaram de 66 µm a 86µm no grupo 1 e de 49 µm a 69 µm no grupo 2, estando
ambos os grupos, de acordo com a literatura, dentro de parâmetros aceitáveis. A
aplicação de uma substância de contraste (CEREC powder) sobre a superfície do
troquel de gesso tipo IV Herostone (grupo1) usando um propelente, por ser um
procedimento não controlado, parece interferir na adaptação marginal cervical. A
confecção dos troquéis com gesso CAM-base (grupo 2), segundo os resultados
obtidos, mostrou desadaptação menor em relação ao grupo 1.
69
7 CONCLUSÕES
As seguintes conclusões puderam ser obtidas a partir dos resultados deste
estudo:
a) As amostras escaneadas e fresadas a partir do troquel confeccionado
com o gesso CAM-base, apresentaram menor desajuste marginal com
diferença significativa.
b) As amostras escaneadas e confeccionadas com o gesso Herostone mais
aplicação de CEREC powder apresentaram maior desajuste marginal com
diferença significatva.
c) Os dois métodos apresentaram nível de desajuste abaixo de 88 µm,
considerado satisfatório, segundo a literatura.
70
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Autorizo cópia total ou parcial desta obra,
apenas para fins de estudo e pesquisa,
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Ademir Kiffer
Taubaté, agosto de 2007.
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