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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA
CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA
CALAGEM, GESSAGEM E MODOS DE APLICAÇÃO DE ADUBOS NO
ALGODOEIRO EM CONDIÇÕES DE CERRADO
ADRIANO MALLER
Engenheiro Agrônomo
Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de
Ilha Solteira – UNESP, como parte das exigências para
a obtenção do título de Mestre em Agronomia Área
de concentração em Sistemas de Produção.
ILHA SOLTEIRA
São Paulo - Brasil
Agosto – 2006
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA
CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA
CALAGEM, GESSAGEM E MODOS DE APLICAÇÃO DE ADUBOS NO
ALGODOEIRO EM CONDIÇÕES DE CERRADO
ADRIANO MALLER
Engenheiro Agrônomo
ENES FURLANI JUNIOR
Orientador
Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de
Ilha Solteira – UNESP, como parte das exigências para
a obtenção do título de Mestre em Agronomia Área
de concentração em Sistemas de Produção.
ILHA SOLTEIRA
São Paulo - Brasil
Agosto – 2006
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1
DEDICO
A minha querida esposa Angélica Schedler Citadin Maller,
pelo apoio incondicional, e por sempre nortear minha vida.
OFEREÇO
Aos meus pais Armando Maller Filho e
Marlene Mezzon Maller e meus irmãos Alexandre,
André e Letícia pelo apoio, admiração e carinho.
2
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela força e coragem para enfrentar a vida, me dando sempre ombros fortes para
o peso todos os problemas.
Ao meu amigo e orientador Enes Furlani Jr. pelo apoio, orientação, dedicação e paciência
até que essa dissertação pudesse ser concluída e que ficarão de lição por toda minha vida.
Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Agronomia, que durante o curso
contribuíram para minha formação científica e pessoal.
À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia-
Campus de Ilha Solteira, seus funcionários e corpo docente por ter me fornecido subsídios
suficientes à conclusão desse curso.
Ao me grande amigo e irmão de coração Márcio Lustosa Santos, que desde o começo desse
percurso acabou por se tornar uma das pessoas que mais incentivaram, técnica e pessoalmente a
realização desse curso. Agradeço também sua querida esposa Rienni, pela solidariedade,
paciência e fraternidade que embasaram nossa amizade nesse período.
A CAPES- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela bolsa de
estudos.os colegas de trabalho de campo e laboratório.
Aos grandes e eternos amigos que fiz em Ilha Solteira, que fizeram do tempo longe dos
meus entes queridos ema experiência branda e alegre, se tornando pessoas queridas e forjadas em
minha vida desde então: Andréia Cristina, Prof. Morel, Bruno Paniagro, Eliana, Carlos Eduardo,
Luciane Arantes, Ariozano Timóteo, Guto Suzuki, Tomi Masao Oi e Jucelino Morita.
A minha doce e querida filha Hada Milena Maller, por entender a ausência do pai nesse
tempo.
Ao meu amigo e cunhado Wilson Carlos Citadin Filho e minha cunhada Ângela Schedler
Citadin e meu sobrinho Augusto Citadin Muller.
A todos que contribuíram de alguma forma, para a realização desse trabalho.
3
CALAGEM, GESSAGEM E MODOS DE APLICAÇÃO DE ADUBOS NO ALGODOEIRO
EM CONDIÇÕES DE CERRADO
RESUMO
O objetivo foi avaliar a eficiência da calagem e gessagem para o cultivo de algodão, que foram
submetidos a diferentes modos de aplicação de fertilizante na semeadura, em região de Cerrado. O
experimento foi desenvolvido na Fazenda experimental de Ensino, Pesquisa e Extensão da
FE/Unesp, localizado no município de Selvíria-MS (20º22’S e 51º22’W e 335 m de altitude), num
LATOSSOLO VERMELHO DISTROFÉRRICO. O delineamento experimental utilizado foi blocos
ao acaso, em esquema fatorial 4x3, sendo o primeiro fator manejo da calagem e gessagem (calagem,
gessagem, calagem+gessagem, testemunha); o segundo fator foi o modo de aplicão do adubo na
semeadura (sulco, à lanço, testemunha), sendo que quando foi efetuada a análise em profundidade,
esta foi considerada como o terceiro fator, em um esquema 4x3x3 e as profundidades de 00-10, 10-20
e 20-30 cm, com 4 repetições. Aos 85 dias após emergência (DAE) avaliou-se os teores de
macronutrientes foliares das plantas. E ainda no final do ciclo da cultura determinou os componentes
de produção (massa de 20 capulhos, massa de 100 sementes, % de fibra e produtividade) e análise de
macronutrientes no solo em diferentes profundidades, após a colheita. A calagem proporcionou
acréscimos nos teores de Ca, Mg, aumentou os valores de Soma de Bases (SB) e V% . A calagem
aumentou o pH do solo, assim reduzindo os teores de Al de H+Al. O gesso não altera o pH do solo,
porém a gessagem associada com adubação aplicada à lanço reduziu H+Al e Al, aumentou os
valores de SB, além do teor de Ca. O teor foliar de Mg foi alterado pela calagem, sendo que a
gessagem proporciona aumentos no S foliar do algodoeiro.
Palavras-chave: Corretivo, Gesso, Adubação de semeadura, Algodão.
4
LIMESTONE, GYPSUM AND METHODS OF FERTILIZER OF COTTON PLANTS IN
THE CERRADO CONDITION.
ABSTRACT
The objective was to evaluate the efficiency of the limestone, and gypsum in the ground tillage of
cotto crop was submitted to different methods of fertilizer application in the sowing. The
esperiment was developed in the experimental Farm of the São Paulo State University FE/Unesp,
located in the city of Selvíria-MS (20º22’ S and 51º22’ W and 335 altitude m, in Dark Red
Latossol with midian texture. The experiment design delineation was te completely blocks in the
sysytem factorial 4 X 3 with the first factor: lamestone and gypsum application with four types; a)
limestone, b) gypsum, c) limestone + gypsum and d) control. And the second factor was: a)
fertilizer on the ridge, b) fertilizer moad carled, and c) control. With 4 repetition. At 85 days after
sowing the leasf content of nutrients was evaluated. In the harvest, the production componets (mass
of 20 bolls weight, weight of 100 seeds, % of lint and yield, and soyl analizing in different depths
were colhected. It’s concluded that levels of Ca, Mg, K, SB and value V% and pH in the soil and
reduce Al and H+Al. Gypsum does not modify pH. The foliar levels of Mg was modified by the
limestone and the gypsum provides the increase in the foliar S of the cotton plant.
Word key: Gypsum, limestone, yield, cotton.
5
LISTA DE TABELAS
Tabela Página
01.
Valores de p>F e médias dos teores de P, K
+
, Ca
2+
, Mg
2+
no solo, obtidos em
função de tratamentos com calagem e gessagem e modos de aplicação de adubo de
semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002.
FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
17
02.
Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos
de aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para teores de K no solo. FE/Unesp. Selvíria-MS, 2002.
19
03.
Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos
de aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para os teores de Ca. FE/Unesp. Selvíria-MS, 2002.
19
04.
Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos
de aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para os teores de Mg. FE/Unesp. Selvíria-MS, 2002.
20
05.
Desdobramento interação entre tratamentos com calagem e gessagem x
profundidades de amostragem de solo, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para os teores de Mg da. FE/Unesp. Selvíria-MS, 2002.
21
06.
Valores de p>F e médias dos valores de pH, teores de (H+Al), Al, CTC, SB e
valores de V% no solo, obtidos em função de tratamentos com calagem e
gessagem x modos de aplicação de adubo de semeadura em áreas cultivadas com
algodão no ano agrícola 2001/2002. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
22
07 Desdobramento da interação entre tratamentos calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para os valores de pH.FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
25
08.
Desdobramento dos valores de pH da interação entre tratamentos calagem e
gessagem x profundidades de amostragem do solo, em áreas cultivadas com
algodão no ano agrícola 2001/2002. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
25
09.
Desdobramentos da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos
de aplicação de adubo em semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para os teores de (H+Al). FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
26
10.
Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos
de aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/200 para os teores de Al 2. FE/Unesp.Selvíria – MS, 2002.
27
11.
Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos
de aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para os teores de CTC. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
28
12.
Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos
de aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para valores de SB. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
29
6
13.
Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x
profundidades de amostragem de solo, em áreas cultivadas com algodão no ano
agrícola 2001/2002 para valores de SB. FE/Unesp.Selvíria – MS, 2002.
29
14 Tabela 14. Valores de p>F e médias dos teores foliares de N, P, K, Ca, Mg e S,
obtidos em função de tratamentos com calagem e gessagem e modos de aplicação
de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola
2001/2002. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
30
15 Tabela 15. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e
gessagem x modos de aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com
algodão no ano agrícola 2001/2002 para os teores de S. FE/Unesp. Selvíria MS,
2002.
33
16 Tabela 16. Valores de p>F e médias dos componentes de produção e
produtividade do algodão em caroço, obtidos em função de tratamentos com
calagem e gessagem e modos de aplicação de adubo de semeadura, em áreas
cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002. FE/Unesp. Selvíria MS,
2002.
35
7
LISTA DE QUADRO
Quadro Página
01.
Resultados da análise química do solo da área experimental, nas profundidades
de 00-10 cm e 10-20 cm de profundidade. FE/Unesp, Selvíria-MS, 2001.
11
02.
Tratamentos empregados no experimento de calagem e gessagem para a cultura
do algodoeiro e sistemas de aplicação da adubação de semeadura. FE/Unesp,
Selvíria-MS, 2001/2002.
13
8
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO
1
2.
REVISÃO DE LITERATURA
3
3.
MATERIAL E MÉTODOS
11
3.1 Campo experimental 11
3.2 Solo 11
3.3 Clima 12
3.4 Delineamento experimental 12
3.5 Condução do experimento 12
3.6 Coleta de solo 14
3.7 Variáveis avaliadas 14
3.7.1 Análise foliar 14
3.7.2 Produtividade 14
3.7.3 Massa de 20 capulhos 15
3.7.4 Porcentagem de fibra 15
3.7.5 Massa de 100 sementes 15
3.7.6 Análise química do solo 15
3.8 Análise estatística 15
4.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
16
4.1 Característica química do solo 16
4.2 Teores foliares do algodoeiro 34
4.3 Componentes de produção do algodoeiro 38
5.
CONCLUSÕES
40
6.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
41
7 APÊNDICE
51
9
1 INTRODUÇÃO
Segundo o levantamento realizado pela CONAB (2007), é previsto que o Brasil tenha uma
área de 1 milhão de hectares cultivada com a cultura do algodão, sendo que o Estado de São Paulo
é responsável por aproximadamente 41 mil hectares desta área. A produção de algodão em caroço
no Brasil é de 60,6 mil toneladas por ano do produto.
As análises químicas iniciais dos solos de Cerrado, indicavam alta deficiência em
nutrientes minerais o que, a princípio, justificaria o intenso uso de fertilizantes. A possibilidade de
se obter altas produtividades em níveis de adubação, inferiores aos predominantes em grandes
lavouras típicas do cerrado, aliados à adaptação de novos cultivares, apontam para a necessidade de
estudos experimentais na área de calagem e de nutrição. Sendo que, o objetivo primordial nesses
estudos deve ser a obtenção de subsídios que contribuam para uma racional esquematização
econômica da cultura que, com certeza, será o fator determinante de sucesso na futura expansão da
área de cultivo.
A aplicação à lanço de calcário e a aplicão de misturas de adubos no sulco de semeadura
tem-se mostrado eficiente na nutrição básica do algodoeiro, na forma tradicional de cultivo. Os riscos
de possíveis danos à germinação das sementes pela proximidade dos produtos salinos, foram
contornados com o ajuste das rmulas que hoje conm pouco adubo nitrogenado, e com a colocação
lateral e em nível mais profundo destes insumos. A utilizão de calcário à lanço e a sua incorporação
com grades pesadas , com tratores de alto rendimento tem implicado na concentração de Ca e Mg nas
10
camadas mais superficiais do solo e pode gerar deficiências de outros nutrientes, como o potássio,
principalmente devido à incorporação inadequada em profundidade. Pode-se aliar tal fato àquele que
se refere à utilização de formulações de adubo aplicadas à lanço antes da semeadura, devido ao fato de
que os reabastecimentos de adubo e de semente , por exemplo, não são coincidentes em função da
maior quantidade utilizada do primeiro produto; as paradas freqüentes diminuem evidentemente a
velocidade de semeadura. Dessa forma, se esta pudesse ser individualizada tornar-se-ia evidentemente
mais ecomico.
Neste contexto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência da aplicação de
calcário e gesso em algodoeiro cv. IAC 22 e sistemas de aplicação de adubo, para regiões de solos
de Cerrado.
11
2 REVISÃO DE LITERATURA
A acidez do solo é um dos fatores que mais limitam a produtividade das culturas em várias
partes do mundo, inclusive no Brasil. Nos solos ácidos existem problemas de deficiência e/ou
toxidez nutricional, e baixa atividade dos microrganismos. Os solos de cerrado, com essas
características proporcionam baixa produtividade em estado natural (Fageria & Stone, 1999;
Silveira et al., 2000). As limitações desses solos, todavia, vão além da camada arável, atingindo as
camadas subsuperficiais, onde a toxidez por alumínio e a baixa disponibilidade de cálcio são os
principais fatores que impedem a maximização das produções, por limitar o desenvolvimento
radicular e, conseqüentemente, a utilização de água e de nutrientes em profundidade (SILVA et al.,
1998).
Os solos do Brasil apresentam problemas de acidez subsuperficial, uma vez que a
incorporação profunda (>20cm) do calcário nem sempre é possível. Assim, camadas mais
profundas do solo (abaixo de 35cm ou 40cm) podem continuar com excesso de alumínio tóxico,
mesmo quando tenha sido efetuada uma calagem considerada adequada. Esse problema, limita a
produtividade, principalmente nas regiões onde é mais freqüente a ocorrência de veranicos. Com a
aplicação de gesso agrícola, diminui-se, em menor tempo, a saturação por alumínio nessas camadas
mais profundas. Desse modo, criam-se condições para o sistema radicular das plantas aprofundar-
se no solo, e, conseqüentemente, minimizar o efeito de veranicos (EMBRAPA, 2003).
12
Por conter sulfato, esse íon pode ser facilmente lixiviado para as camadas subsuperficiais do
solo, levando consigo potássio, cálcio, magnésio e alguns micronutrientes. Em solos de Cerrado,
esta propriedade do gesso tem sido aproveitada para melhorar o desenvolvimento radicular das
culturas, o qual, com o quimiotactismo positivo das raízes das plantas (crescimento das raízes em
direção aos nutrientes minerais), favorece o aproveitamento de água e nutrientes em maior volume
de terra (EMBRAPA, 1998).
O gesso agrícola, um subproduto da industria de ácido fosfórico que contém principalmente
sulfato de cálcio e pequenas concentrações de fósforo e flúor, é largamente disponível em muitas
partes do mundo. Somente no Brasil, cerca de 3,3 milhões de toneladas são produzidos anualmente
(Freitas, 1999). A eficiência do gesso na melhoria dos efeitos da acidez no subsolo tem sido
demonstrada em vários trabalhos (Oates & Caldwell, 1985; Marsh & Grove, 1992; Carvalho &
Raij, 1997, citados por Caires et al., 2003). A aplicação de gesso na superfície do solo, seguida por
lixiviação para subsolos ácidos resulta em melhor crescimento radicular e maior absorção de água
e nutrientes pelas raízes das plantas (Sumner et al., 1986; Carvalho & Raij, 1997), em decorrência
do aumento da concentração de cálcio, da formação de espécies menos tóxicas de alumínio
(AlSO
4
+
) e da precipitação de Al
3+
(Shainberg et al., 1989). O gesso mostra-se mais efetivo na
redução da toxidez por alumínio do que o sulfato de cálcio puro, por causa da presença de flúor,
um ânion que forma complexos mais estáveis com alumínio do que o sulfato (CAMERON et al.,
1986).
Queiroz (2005) trabalhando com adição de 1.320 kg ha
-1
de gesso agrícola num
LATOSSOLO VERMELHO Aluminoférrico, textura média, com histórico de 15 anos de
pastagens (Brachiaria decumbens Stapf), em avançado estágio de degradação, concluiu que o
gesso proporcionou acréscimo do teor de Ca no solo, recomenda ser utilizado como fonte de S e
Ca.
13
Existem alternativas à calagem para promover maior aprofundamento do sistema radicular,
principalmente práticas envolvendo alterações das propriedades químicas da camada subsuperficial
e o cultivo de variedades tolerantes. Em condições de campo, tem-se observado uma boa eficiência
do sulfato de cálcio em promover a movimentação do cálcio para as camadas subsuperficiais
(FARINA & CHANNON, 1988).
A calagem torna-se prática essencial para aumentar a produtividade das culturas e a
eficiência das adubações. A adição de calcário normalmente altera atributos químicos do solo
afetados pelo cultivo, em condições de semeadura direta. É usual tal prática para favorecimento da
eficiência dos fertilizantes pelas plantas (Gomes et al., 1997) e propiciando melhorias no
crescimento das raízes e conseqüentemente na absorção de nutrientes e água pelas culturas
(QUAGGIO et al., 1982).
O emprego da calagem pode ser considerada fundamental para o sucesso do cultivo de soja,
atuando na neutralização de elementos tóxicos, como Al e Mn e favorecendo o sistema simbiótico
de fixação de N, graças a um melhor desenvolvimento da bactéria fixadora, além de tornar mais
disponível no solo nutrientes como o P, Mo, S e B (CÂMARA, 2000).
Para o sistema convencional de semeadura ou quando da implantação do sistema de
semeadura direta, Rheinheimer et al., (2000) salientaram que a correção da acidez pressupõe a
incorporação do calcário ao solo através de aração e gradagens, objetivando-se a obtenção do
máximo contato entre as partículas do corretivo aos colóides do solo.
Os materiais corretivos de acidez do solo mais usados na agricultura são rochas calcárias
moídas, constituídas por misturas de minerais como a calcita e a dolomita, os quais possuem em
sua composição carbonatos de cálcio e/ou magnésio, que são pouco solúveis em água. Para que a
acidez do solo seja neutralizada, as partículas de solo devem entrar em contato com o calcário.
Assim, Weirich Neto et al. (2000), comentaram sobre a necessidade de incorporar o calcário.
Pavan (1997) e Caires et al. (1998), em trabalhos realizados no Brasil, verificaram
14
aumentos de pH e teor de Ca, além de redução do Al trocável em camadas do subsolo onde houve
a aplicação de calcário apenas em superfície.
Nos últimos anos, alguns resultados de pesquisa acabaram demonstrando a formação de
uma frente alcalinizante que atua na neutralização da acidez no subsolo, avançando lentamente e
proporcionando aumento do pH, teor de Ca e redução do Al tóxico (Oliveira e Pavan, 1996; Caires
et al, 1998; Reinheimer et al., 2000; Caires et al., 2000). De acordo com Oliveira e Pavan (1996), a
formação e migração de Ca(HCO
3
)
2
e Mg(CO
3
)
2
para camadas mais profundas do solo é uma
possível explicação, onde os resíduos vegetais desempenham papel fundamental, havendo a
possibilidade de que os ânions, como nitratos, sulfatos, cloretos e silicatos presentes, originados da
decomposição dos resíduos vegetais ou da adição de fertilizantes, contribuam para o caminhamento
de Ca e Mg e, em menor grau, outros cátions também auxiliem (CAIRES et al., 1998)
Caires et al. (2001) constataram que a aplicação de calcário na superfície em sistema de
semeadura direta melhorou a disponibilização e absorção de Mg e da redução dos teores foliares de
Zn e Mn no cultivo da soja. É importante salientar que a calagem requer critérios adequados para a
estimativa da dose a ser aplicada, uma vez que pode ocasionar redução na absorção de Zn e Mn,
em decorrência do aumento do pH no solo, podendo prejudicar a produtividade das culturas
(CAIRES et al. 2000).
Rosolem & Machado (1984) em estudo sobre o efeito da calagem e gessagem na
produtividade de algodão, verificaram que não ocorreram diferenças significativas na
produtividade, entretanto, houve uma tendência de diminuição dessa com a dose maior de gesso na
ausência de calcário.
A medida que se aumenta a dose de há uma tendência do calcário aumentar o teor de Ca e a
saturação por bases no solo, além de inibir a absorção de manganês pelas planta. Enquanto que o
uso do gesso promove maior absorção de Ca pelas plantas, porém ambos os corretivos não
influenciam na produtividade do algodoeiro (OLIVEIRA JÚNIOR et al. 2003 b).
15
Estudando os efeitos do calcário e gesso nas características químicas do solo e na cultura do
algodão, Silva et al. (1997), verificaram que a produtividade de algodão em caroço teve um
aumento médio de 5 e 8 %, pelo uso do calcário, enquanto esteve entre 10 e 16 % aquele
proporcionado pelo gesso. A calagem mostrou-se eficiente em relação à correção inicial da acidez
do solo em superfície, não tendo ocasionado variação nos resultados da análise foliar. A gessagem,
por sua vez, concorreu para aumentar sensivelmente os teores de S, Ca e Mg , segundo a analise
foliar.
Estudando a calagem e adubação nitrogenada no algodão, Oliveira et al. (2001), verificaram
que houve maior acúmulo de N em função da calagem. Assim, o efeito do calcário na
mineralização do N, mesmo ocorrendo apenas nas camadas mais superficiais, parece ter sido
suficiente para atender a demanda da planta. A menor produtividade observada na ausência de
calcário deveu-se provavelmente, à deficiência de N, aliada à toxidez de Mn. Quando o calcário foi
incorporado, o acréscimo de produtividade em relação à aplicação do corretivo em superfície,
provavelmente, foi devido à eliminação da toxidez de Mn.
Os sistemas de aplicação de adubo NPK, à lanço e no sulco, não afetam a altura da planta e
a produtividade de algodão em caroço. Entretanto, a aplicação de calcário e gesso em combinação
propicionou os maiores valores de produtividade de algodão em caroço, (FURLANI JUNIOR et
al., 2001).
Estudos de Silva et al. (1982) evidenciaram que a utilização do dobro da dose da formulação
NPK (20-45-40) não apresentou resultados significativos, em termos de aumento de produtividade da
cultura do algodoeiro, em propriedades localizadas principalmente em solos de fertilidade natural alta.
Tais resultados permitem sugerir que a adubação à lanço em áreas onde a fertilidade do solo é elevada,
pode ser viável, enquanto que a utilização desta prática em áreas de fertilidade natural baixa pode ou
não ser eficiente.
16
Singh et al. (1973) inferiram que a aplicação de 40 kg de N ha
-1
e P
2
O
5
a 5 cm de
profundidade e a 5 cm da linha de semeadura propiciaram uma produtividade semelhante ao sistema
convencional de semeadura e adubação no sulco. Onde foram distribuído NP, totalmente em
cobertura, para as espécies Gossypium arboreum e Gossypium hirsutum, ocorreu acréscimo de 12 %
na produtividade de sementes.
Gupta & Datta (1978) estudaram a aplicação de adubos na cultura do algodão (cv. H 14),
realizando os experimentos à campo nos anos agrícolas de 1964/1965, com a aplicação de 33 kg.ha de
superfosfato simples, sendo aplicados em superfície, 7,6 e 12,7 cm de profundidade em sulcos. Os
autores concluíram que a adubação em profundidade foi mais efetiva do que a adubação superficial.
Em contraposição, Skarlou et al. (1979), estudando aplicação de fertilizantes em faixas e à lanço,
concluíram que os métodos de aplicação não diferiram entre si sobre a produtividade do algodão.
Chakravorty & Varshney (1980) verificaram que a aplicação de 80 kg de N ha
-1
em conjunto
com 40 kg ha
-1
de P
2
O
5
, a 15 cm de profundidade antes da semeadura do algodão, propiciaram
rendimento de 2.010 kg ha
-1
, enquanto que esta foi de 1.480 kg ha
-1
com o N P aplicados à lanço e a
1.220 kg ha
-1
na ausência de N P. A eficiência de aplicação de N na forma de uréia e P
2
O
5
como
superfosfato simples à 15, 30 ou 45 cm de profundidade após a primeira irrigação foi similar a
aplicação de N P à lanço.
Silva et al. (1982) estudando a aplicação de fósforo à lanço, com o objetivo de corrigir a
deficiência desse nutriente a curto prazo e facilitar a operação de semeadura, revelaram superioridade
do método de adubação no sulco sobre a adubação à lanço. No entanto, os autores verificaram que à
medida em que se reaplicava o P à lanço, ocorre a melhoria da produtividade. Da mesma forma,
Ibragimov et al. (1984) obtiveram durante três anos agrícolas, produtividade respectiva de 3.920;
3.450 e 3.340 kg ha
-1
para a aplicação de NPK em faixas e 3.660; 3.260 e 2.810 kg ha
-1
com aplicação
à lao. Os autores verificaram que a densidade do solo e acúmulo de sais foram baixos e a
17
temperatura do solo e acúmulo de nitrato maiores nos tratamentos com adubação no sulco quando
comparados à distribuição superficial.
Silva et al (1985) relataram que a aplicação de fertilizantes antecedendo a semeadura em
sulcos foi inferior em termos de produtividade de algodão em caroço, necessitando de práticas extras
de gradagem.
Kovar et al. (1993) verificaram que a utilização da adubação de base (Starter) para as plantas
de algodão, na forma de polifosfato de amônio pode estimular o desenvolvimento do sistema radicular
resultando em uma produção elevada de fibra, sendo que a produtividade incrementou-se pela
aplicação de adubo em faixas laterais às linhas de semeadura, bem como nos sulcos de semeadura.
Kovar et al. (1994) estudando métodos de preparo do solo e tipos de aplicação da adubação de
base (Starter), não verificaram diferenças significativas entre os métodos de preparo do solo, bem
como entre tratamentos com e sem a utilizão do Starter.
Segundo Silva et al. (1984), estudando doses de calcário (0 até 6.000 kg ha
-1
) e de K (0 a 150
kg ha
-1
) concluíram que a aplicação de calcário aumentou as concentrões de Ca e Mg nas folhas e
diminui os teores de K e Mn. Os mesmos autores destacam ainda que, a aplicação de calcário na
presença de K apresenta um efeito linear sobre a produtividade do algodão.
Mengel & Kirkby (1987) relataram que a aplicação de fertilizantes à lao em solos com
baixos teores e alta capacidade de fixação de nutrientes, principalmente o P, pode vir a comprometer a
produtividade das culturas, sendo que em solos com alta fertilidade e baixa capacidade de fixação de
nutrientes a operação de adubação à lanço pode ser viável. Os autores inferem ainda que a aplicação
do fertilizante em sulcos, abaixo das sementes, pode concorrer para favorecer o desenvolvimento do
sistema radicular.
Leandro et al. (2003 a), pesquisando efeito da gessagem e adubação com micronutrientes
em algodoeiro, concluíram que, com relação aos teores foliares de nutrientes na cultura do algodão,
em função das doses de gesso e micronutrientes, apenas o enxofre foi afetado pelos tratamentos,
18
aumentando nas maiores doses de gesso. Os teores de Ca, S e Fe encontravam-se acima e os teores
de Zn estavam abaixo da faixa considerada adequada para o algodoeiro. Os demais nutrientes
encontravam-se na faixa considerada adequada.
Oliveira Júnior et al. (2003 a), analisando o efeito da calagem e adubação com
micronutrientes em algodoeiro, constataram que não houve resposta à aplicação de doses
crescentes de calcário. Tratando-se dos teores foliares, os teores de Zn estavam abaixo do
adequado, ao passo que o teor de Mn encontrava-se adequados na testemunha, enquanto nos
tratamentos que receberam calcário os teores encontravam-se abaixo da faixa adequada.
Leandro et al. (2003 b), avaliando os efeito da calagem e gessagem em propriedades
tecnológicas da fibra de algodão, concluíram que houve resposta na produtividade em relação á
calagem e gessagem, entretanto, uso de doses crescentes de calcário aumentou os resultados da
resistência da fibra e fiabilidade.
Furlani Junior et al. (2001 a), pesquisando sobre a aplicação de calcário e gesso, e modos de
aplicação de adubo, verificaram que, o teor de N foliar não diferiu entre os sistemas de aplicação
de fertilizantes. Constatou-se para Mg, que a aplicação de adubo nos diferentes sistemas não
diferiram entre si e com a testemunha. No entanto, quando aplicou calcário ou gesso, os valores
foram superiores aos encontrados para a testemunha e com a aplicação conjunta de calcário e
gesso. Para os valores de S, pode-se constatar para os diferentes sistemas de adubação, que a
aplicação à lanço proporcionou valores superiores à testemunha, ainda podendo verificar para os
diferentes sistemas de aplicação de calcário e gesso, valores superiores para a aplicação de gesso
ou calcários e gesso.
19
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Campo experimental
O trabalho foi instalado na área Experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão
da FE/UNESP, localizada no município de Selvíria-MS, cujas coordenadas geográficas são: 20º22’
de Latitude Sul e 51º22’ de Longitude Oeste e altitude média de 335 m.
3.2 Solo
O solo da área foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO distroférrico típico muito
argiloso, A moderado, hipodistrófico álico, caulinítico, férrico, epicompactado, muito profundo e
moderadamente ácido (EMBRAPA, 1999 a).
No Quadro 01 encontram-se os resultados dos atributos químicos do solo, na instalação do
experimento.
Quadro 01. Resultados da análise química do solo da área experimental, nas profundidades de 00-
10 cm e 10-20 cm de profundidade. FE/Unesp, Selvíria-MS, 2001.
Prof pH M.O P
resina
K Ca Mg H+Al
Al
+3
SB T V m Cu
Fe Mn
Zn
CaCl
2
g dm
-3
mg dm
-3
----------------------mmolc/dm
3
------ % %
--------------mg dm
-3
--------
00 -10 cm
4,9 24 18 1,5
18 12 34 3 31 65 48 8 2,5
18
26,3
0,5
10 -20 cm
4,9 24 18 1,6
19 12 34 3 33 67 49 7 2,4
19
27,3
0,5
20
3.3 Clima
O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw, definido como
tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno, apresentando temperatura média
anual de 24,5ºC, precipitação média anual de 1.232 mm e umidade relativa média anual de 64,8%
(Hernandez et al., 1995). Os dados de precipitação dos meses de condução do experimento esta em
no Apêndice 01.
3.4 Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, em esquema fatorial 4x3, sendo o
primeiro fator manejo da calagem e gessagem (calagem, gessagem, calagem+gessagem, testemunha);
o segundo fator foi o modo de aplicação do adubo na semeadura (sulco, à lanço e testemunha). Para
analisar em profundidade as mesmas foram consideradas faixas, e os tratamentos 4x3 aleatorizados
sobre as mesmas com 4 repetições.
3.5 Condução do experimento
O experimento foi desenvolvido em sistema de semeadura convencional, com início do
preparo do solo na primeira quinzena do mês de setembro de 2001. Utilizando-se de arado e grade
para o preparo do solo, se obtivam condições de semeadura, como preconiza o sistema
convencional. Posteriormente demarcaram-se as parcelas que receberam os tratamentos de calagem
(1.000 kg ha
-1
), gessagem (250 kg ha
-1
) e calagem+gessagem (750 kg calcário +250 kg gesso),
conforme os tratamentos descritos no Quadro 02.
As fontes utilizadas para a formulão do adubo utilizado para a semeadura foram: sulfato de
amônio, superfosfato simples e cloreto de potássio, atendendo respectivamente as necessidades de
NPK, baseada na análise de solo inicial.
21
No dia 14/11/2001, foi semeado o algodão (cv. IAC 22) com aproximadamente 60
sementes por metro, no espaçamento de 90 cm entre linhas, com a adubação de base respeitando os
tratamentos que constam no Quadro 02.
Após duas semanas da semeadura, as plantas excedentes foram raleadas, resultando num
estande de 8 plantas por metro, proporcionando a população de 88.888 plantas ha
-1
.
A adubação de cobertura foi parcelada em duas épocas, sendo a primeira aos 30 dias após a
emergência das plântulas (dae), com sulfato de amônio (20 kg ha
-1
de N), cloreto de potássio (10 kg
ha
-1
de K) e rax (1 kg ha
-1
de Boro), e o segundo parcelamento aos 50 dae, com sulfato de amônio
(20 kg ha
-1
de N), cloreto de potássio (10 kg ha
-1
de K). No decorrer do ciclo da cultura foram
realizados todos os manejos fitossanitários necessários para o seu desenvolvimento.
Quadro 02. Tratamentos empregados no experimento de calagem e gessagem para a cultura do
algodoeiro e sistemas de aplicação da adubação de semeadura. FE/Unesp, Selvíria-MS, 2001/2002.
Adubão de semeadura Adubão em cobertura
(3)
Total
Trat
C/G À lanço
(1)
No sulco
(2)
1ª
(4)
N P
2
O
5
K
2
O
N P
2
O
5
K
2
O N K
2
O N K
2
O N
P
2
O
5
K
2
O
------kg ha
-1
----- ------kg ha
-1
------- --kg ha
-1
-- --kg ha
-1
-- -------kg ha
-1
-----
1
0 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 00
2
0 40 60 50 00 00 00 20 10 20 10 80
60 70
3
0 00 00 00 40 60 50 20 10 20 10 80
60 70
4
C 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 00
5
C 40 60 50 00 00 00 20 10 20 10 80
60 70
6
C 00 00 00 40 60 50 20 10 20 10 80
60 70
7
G 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 00
8
G 40 60 50 00 00 00 20 10 20 10 80
60 70
9
G 00 00 00 40 60 50 20 10 20 10 80
60 70
10
C+G 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
00 00
11
C+G 40 60 50 00 00 00 20 10 20 10 80
60 70
12
C+G 00 00 00 40 60 50 20 10 20 10 80
60 70
(1)
Incorporada com grade; 0 - ausência de calcário e gesso;
(2)
ao lado e abaixo das sementes; C - calagem;
(3)
Incorporada com cultivador; G - gessagem;
(4)
mais borax (10 kg ha
-1
); C+G - calcário + gesso
22
3.6 Coleta de solo
Após a colheita dos capulhos do algodão, foram amostrados nas parcelas (entre linha da
cultura) o solo com trado tipo holandês, nas profundidades de 00-10; 10-20 e 20-30 cm. Para obter
a amostra composta retiraram-se dez amostras simples em cada profundidade. Depois de
homogeneizadas as subamostras, foram acondicionadas em sacos plásticos com devida
identificação para posterior análise laboratorial.
3.6.1 Análise química do solo
As amostras ao chegarem ao laboratório (Departamento Fitotecnia, Tecnologia de
Alimentos e Sócio-economia) foram secas ao ar livre e peneiradas após estarem secas. Foram
determinados: pH (CaCl
2
), teores de P
resina
, H+Al, Ca, K, Mg, valores de SB, CTC, V% e teores de
micronutrientes (Zn, Cu, Mn e Fe), segundo a metodologia descrita por RAIJ et al., (1987).
3.7 Variáveis avaliadas
3.7.1 Análise foliar
Aos oitenta e cinco dias após a emergência das plântulas de algodão foram coletadas as
folhas (limbo da 5
a
folha da haste principal, do ápice da planta para base) de acordo com as
recomendações de Silva (1999), no sentido de verificar o efeito dos tratamentos estudados na
concentração dos nutrientes. Encaminharam-se as amostras para o laboratório (Departamento
Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio-economia), onde foram lavadas em água destilada,
submetidas à secagem em estufa com circulação e renovação de ar a 65ºC e moídas. Sendo
submetidas às digestões sulfúrica (determinação de nitrogênio) e nítrico-perclórica (determinação
de P e S por colorimetria, K por fotometria de chama e Ca, Mg, Fe, Cu, Zn e Mn por
Espectrofotometria de absorção atômica), EMBRAPA (1999).
23
3.7.2 Produtividade
Aos 165 DAE efetuou-se a colheita das duas linhas centrais de cada parcela, se obtendo a
massa de algodão em caroço, que através de cálculos extrapolou-se para área de um hectare.
3.7.3 Massa de 20 capulhos
Coletaram-se 20 capulhos das plantas localizadas nas linhas centrais de cada parcela, sendo
pesadas com auxilio da balança analítica.
3.7.4 Porcentagem de fibra
As amostras de 20 capulhos foram beneficiadas, ou seja, a fibra separada das sementes.
Através da massa total (MT) e massa de sementes (MS) efetuou-se a determinação da porcentagem
de fibra (PF) pela expressão:.
PF = MT - MS * 100
MT
3.7.5 Massa de 100 sementes
Após a contagem de 100 sementes, determinou-se a respectiva massa em cada parcela.
3.8 Análise estatística
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância com médias comparadas pelo
teste Tukey a 5% de probabilidade. O programa estatístico utilizado foi o software SANEST
(ZONTA & MACHADO, 1991).
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Características químicas do solo
Os valores de p>F obtidos pela análise de variância e as médias dos teores das variáveis de
macronutrientes referentes à análise de solo no ano agrícola 2001/2002 estão contidos na Tabela
01. Verificou-se que todos os elementos apresentaram efeitos significativos quando submetidos aos
tratamentos do fator calagem e gessagem (CG), bem como nas diferentes profundidades (PROF).
Quanto ao modo de aplicação do adubo de semeadura (MODOS DE APL), somente o magnésio
não apresentou efeito significativo. Em relação à interação CG x MODOS DE APL apenas o
fósforo não foi estatisticamente afetado. Segundo a análise da interação CG x PROF somente o
magnésio apresentou significância em função dos tratamentos.
25
Tabela 01. Valores de p>F e médias dos teores de P, K
+
, Ca
2+
, Mg
2+
no solo, obtidos em função de
tratamentos com calagem e gessagem e modos de aplicação de adubo de semeadura, em áreas
cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
P
resina
K
+
Ca
2+
Mg
2+
Tratamentos
(mg dm
-3
) --------------(mmol
c
dm
-3
)---------------
CG 0,0020** 0,0019** 0,00001** 0,00001**
MODOS DE APL
0,0337* 0,0129* 0,0035** 0,5169
ns
PROF 0,00001** 0,00001** 0,00001** 0,0075**
CG* MODOS DE APL
0,5346
ns
0,0127* 0,00002** 0,0015**
CG*PROF 0,9295
ns
0,8752
ns
0,0751
ns
0,0087**
MO*PROF 0,5574
ns
0,8899
ns
0,6117
ns
0,7950
ns
CG* MODOS DE APL
*PROF
0,9978
ns
0,9838
ns
0,8942
ns
0,9996
ns
Calagem/Gessagem
Calagem 7,44 1,44 33,42 17,04
Gessagem 13,06 1,14 29,87 12,08
Calagem + Gessagem 16,84 1,09 27,23 15,74
Testemunha 12,07 1,43 21,75 13,47
Modo de aplicação de adubo de semeadura
Sulco 14,04 1,40 26,70 14,55
Lanço 13,72 1,32 27,59 14,22
Testemunha 9,29 1,11 29,92 14,97
Profundidade (cm)
00-10 18,60 1,87 31,09 15,34
10-20 12,21 1,18 30,14 14,96
20-30 6,25 0,78 22,98 13,45
CV (%) 68,71 31,99 14,22 17,87
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey.
ns - não significativo; CG - calagem/gessagem;
** - significativo à 1%; MO - Modo de aplicação;
* - significativo à 5%. PROF - Profundidade.
As médias do teor de fósforo foram menores quando submetidas à prática de calagem (7,44
mg dm
-3
), sendo que o melhor resultado encontrado entre os tratamentos do fator CG, foi quando
houve associação de calcário + gesso (16,84 mg dm
-3
). Tais resultados discordam com o relato de
Câmara (2000) que afirmou que com o aumento do pH no solo ocorre maior disponibilidade de P.
Porém devido à análise do solo ter sido realizada após a colheita da cultura, a provável explicação
para diminuição do teor de P no solo, em todo os tratamentos, em relação a análise química inicial
26
da área experimental (18,00 mg dm
-3
), pode ter sido porque algodoeiro extrai grande quantidade do
macronutriente para desenvolvimento da planta e produção dos capulhos (semente e fibra), como
citou Vivancos (1989), que estimou que o algodoeiro necessita de 84 kg de P
2
O
5
ha
-1
de para
produção de 3.500 kg ha
-1
de algodão. Quanto à análise das profundidades, a maior concentração
foi detectada na camada superficial (00-10 cm), havendo um decréscimo no teor de P com o
aumento das profundidades.
Maiores teores de cálcio e magnésio foram encontrados nas áreas onde utilizou-se calcário,
devido á prática da calagem fornecer os elementos Ca e Mg, sendo os respectivos elementos
constituírem o calcário. (1996), utilizando calagem em experimentos na região dos Campos
Gerais (Ponta Grossa – PR), verificou elevação nos teores de Ca e Mg, principalmente nas camadas
superficiais do solo. O mesmo foi observado no presente trabalho, onde os teores de Ca e Mg
foram maiores proporções nas camadas superficiais, diminuindo seus teores à medida que se
analisa em sub superfície. Caires (1999) afirmou que o calcário tem pouca ou nenhuma mobilidade
no perfil do solo, assim explicando o motivo de que os primeiros centímetros do perfil do solo
apresentam maiores teores de Ca, Mg .
O teor de K foi influenciado pela interação dos tratamentos calagem/gessagem e modo de
aplicação de adubo na semeadura da cultura do algodão, com resultados significativamente
maiores encontrados quando a adubação foi efetuada à lanço, na ausência de calcário como de
gesso (Tabela 02).
27
Tabela 02. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para teores de K no solo. FE/Unesp. Selvíria-MS, 2002.
Teor de K (mmol
c
dm
-3
)
CG/ MODOS DE APL
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 1,09 B 1,37 AB 1,83 a A
Calagem 1,29 1,71 1,32 ab
Gessagem 1,05 1,74 1,20 b
Calagem+Gessagem 1,03 1,34 0,90 b
Corretivos dentro de Modo de adubação = 0,58
DMS Tukey 1%
Modo de adubação dentro de Corretivos = 0,62
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
A Tabela 03 contêm o desdobramento da interação calagem/gessagem e modo de aplicação
do adubo para os teores de Ca no solo. A prática de calagem não associada aos diferentes modos de
aplicação do adubo não alterou teores de Ca no solo, em contrapartida o calcário é uma Ca no solo
como é constatado nos resultados entres os tratamentos do fator calagem/gessagem. Como relatam
Bissani et al. (2004), a calagem e a gessagem é uma forma de suplementação de Ca no solo. No
trabalho confirmou-se a teoria através do tratamento testemunha, que apresentou 20,94 mmol
c
dm
-3
de Ca, sendo o teor mais baixo encontrado entre os tratamentos, ao passo que os maiores teores
associados a melhor forma de administrar gesso é quando se efetua aplico do adubo.
Tabela 03. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para os teores de Ca. FE/Unesp. Selvíria-MS, 2002.
Teor de Ca (mmol
c
dm
-3
)
CG/ MODOS DE APL
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 20,94 c 23,68 b 20,65 b
Calagem 36,00 a 33,00 a 31,26 a
Gessagem 29,46 b AB 26,15 b B 33,99 a A
Calagem+Gessagem 33,27 ab A 23,97 b B 24,45 b B
Corretivos dentro de Modo de adubação = 6,08
DMS Tukey 1%
Modo de adubação dentro de Corretivos = 5,67
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
28
Houve interação significativa de CG x MODOS DE APL para teores de Mg, onde o
desdobramento consta na Tabela 04. A calagem e o tratamento calagem + gessagem apresentaram
resultados superiores que a gessagem, nas áreas que não receberam adubação para condução do
experimento. Quando houve fornecimento de fertilizante, o tratamento que recebeu adubação no
sulco de semeadura após a calagem, proporcionou melhor resultado, proporcionando teor de 18,80
mmol
c
dm
-3
. Não observamos na gessagem resultados consideráveis, pois o produto não contem
Mg em sua constituição, como é o caso do calcário que além de Ca contém Mg na sua estrutura
química (OLEYNIK et al.,1998).
Tabela 04. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para os teores de Mg. FE/Unesp. Selvíria-MS, 2002.
Teor de Mg (mmol
c
dm
-3
)
CG/ MODOS DE APL
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 14,04 ab 12,97 bc 13,38
Calagem 17,48 a AB 18,80 a A 14,84 B
Gessagem 11,12 b 10,84 c 14,28
Calagem+Gessagem 17,22 a 15,60 ab 14,39
Corretivos dentro de Modo de adubação = 2,29
DMS Tukey 1%
Modo de adubação dentro de Corretivos = 3,70
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Na Tabela 05 consta o desdobramento da interação entre CG x PROF. Onde verificou-se
que a calagem e calagem+gessagem promoveram acréscimo no teor de Mg principalmente na
camada (00-20 cm), ocorrendo decréscimo do teor Mg a medida em que se aumentou a
profundidade. A gessagem não promoveu acréscimo do teor do elemento no solo, devido ao gesso
agrícola não conter Mg em suaconstituição.
29
Tabela 05. Desdobramento interação entre tratamentos com calagem e gessagem x profundidades
de amostragem de solo, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002 para os teores
de Mg da. FE/Unesp. Selvíria-MS, 2002.
Teor de Mg
2+
(mmol
c
dm
-3
)
CG/PROF
00 – 10 cm 10 – 20 cm 20 –30 cm
Testemunha 12,91 b 14,56 ab 12,93
Calagem 19,17 a A 17,43 a AB 14,52 B
Gessagem 11,33 b 12,41 b 12,51
Calagem+Gessagem 17,94 a A 15,42 ab AB 13,85 B
Corretivos dentro de Profundidade = 3,97
DMS Tukey 1%
Profundidade dentro de Corretivos = 3,70
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
A Tabela 06 contém os valores de p>F obtidos pela análise de variância e as médias dos
valores de pH, CTC, SB e V%, e dos teores das variáveis H+Al e Al referente análise de solo,
obtidos em função de tratamentos com calagem e gessagem, e modos de aplicação de adubos na
semeadura da cultura do algodoeiro no ano agrícola 2001/2002. Verificou-se que todas as variáveis
analisadas diferiram estatisticamente quando submetidos aos tratamentos do fator CG. O fator
MODOS DE APL apenas influenciou na SB, para o terceiro fator PROF não houve interferência
significativa dos tratamentos sobre as variáveis H+Al e Al.
30
Tabela 06. Valores de p>F e médias dos valores de pH, teores de (H+Al), Al, CTC, SB e valores de
V% no solo, obtidos em função de tratamentos com calagem e gessagem x modos de aplicação de
adubo de semeadura em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002. FE/Unesp.
Selvíria – MS, 2002.
pH (H+Al) Al CTC SB V%
Tratamentos
(CaCl
2
) ---------------(mmolc dm
-3
)---------------
CG
0,00001** 0,00001** 0,00001** 0,00001** 0,00001** 0,00001**
MODOS DE APL
0,17174
ns
0,08967
ns
0,33463
ns
0,33684
ns
0,03138* 0,10143
ns
PROF
0,00375** 0,35349
ns
0,54375
ns
0,00001** 0,00001** 0,00030**
CG* MODOS DE APL
0,00820** 0,02902* 0,02901* 0,00022** 0,00003** 0,00051**
CG*PROF
0,00372** 0,09550
ns
0,25723
ns
0,31790
ns
0,00833** 0,11444
ns
MODOS DE APL *PROF
0,56530
ns
0,93914
ns
0,96829
ns
0,50516
ns
0,55827
ns
0,64014
ns
CG* MODOS DE APL
*PROF
0,99433
ns
0,99827
ns
0,99868
ns
0,85993
ns
0,97692
ns
0,81701
ns
Calagem/Gessagem
Calagem 5,21 25,61 0,24 77,48 51,93 66,37
Gessagem 4,81 30,69 0,66 73,78 43,04 62,48
Calagem+Gessagem 5,29 25,73 0,27 69,89 44,11 58,30
Testemunha 4,83 31,59 1,14 68,00 36,73 52,98
Modo de aplicação de adubo de semeadura
Sulco 4,99 29,53 0,68 72,11 42,67 58,64
Lanço 5,02 28,33 0,47 71,50 43,14 59,86
Testemunha 5,09 27,37 0,58 73,25 46,04 51,29
Profundidade (cm)
00-10 5,11 29,06 0,62 77,39 48,31 62,00
10-20 5,07 28,52 0,49 74,81 46,28 61,64
20-30 4,92 27,66 0,62 64,67 37,27 56,46
CV (%) 4,79 14,54 100,77 7,00 13,14 9,71
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey.
ns - não significativo; CG - calagem/gessagem;
** - significativo à 1%; MO - Modo de aplicação;
* - significativo à 5%. PROF - Profundidade
Observou que todas as variáveis presentes na Tabela 06 diferem estatisticamente referente à
interação CG x MODOS DE APL. Com relação à interação CG x PROF, somente as variáveis pH
e SB apresentam efeitos significativos entre os tratamentos.
Os tratamentos que adicionaram calcário ao solo resultaram em acréscimo dos valores de
pH, pois inicialmente o valor era 4,90 (Quadro 01) e após a adição do corretivo no solo, houve
31
significante alteração dos valores para 5,21 e 5,29 nos tratamentos calagem e calagem+gessagem,
respectivamente. Pesquisas demonstram que o calcário influenciou na formação de uma frente
alcalinizante que atua na neutralização da acidez do solo (H+Al), assim proporcionando aumento
dos valores de pH, Ca, Mg, K e reduzindo o alumínio tóxico (Oliveira e Pavan, 1996; Caires et al,
1998; Rheinheimer et al., 2000; Caires, 2000). Concordando com os autores citados anteriormente,
observou-se que os teores de Ca, Mg e K, foram influenciados positivamente através da calagem
(Tabela 01). Na Tabela 06, para os teores de (H+Al) evidenciaram que o aumento do pH
proporcionou a redução da acidez potencial do solo.
Onde se utilizou apenas a calagem ou porcentagem de calcário, houve redução no teor de
Al no solo em relação a testemunha, sendo que o gesso também reduziu o teor de alumínio, mas
com menor eficiência, podendo ser explicado pelo fato da dose do gesso ser baixa, pois Bassani et
al. (2004) relataram que o gesso agrícola tem bom desempenho na redução desse elemento tóxico à
planta, principalmente em solos de cerrado.
Leal (2003) trabalhou num LATOSSOLO VERMELHO distroférrico, na região de
Selvíria/MS, onde obteve que a calagem altera os resultados químicos do solo, com redução de
3,50 para 2,08 mmol
c
dm
-3
no teor de Al no solo. No presente trabalho podemos observar que as
áreas correspondentes à calagem, gessagem e calagem+gessagem, as médias da CTC, obtidas
foram na ordem de 77,48; 73,78; 69,89 mmol
c
dm
-3
respectivamente, sendo que a testemunha
apresentou resultados de 1,14 mmol
c
dm
-3
para Al, e CTC de 68,00 mmol
c
dm
-3
.
A soma de bases (SB) apresentou melhores resultados quando utilizou-se apenas calagem,
com teor de 51,93 mmol
c
dm
-3
, diferindo dos demais tratamentos. A gessagem (43,04 mmol
c
dm
-3
)
e a calagem+gessagem (44,11 mmol
c
dm
-3
), não apresentaram diferença estatística entre si, mas
sim com a testemunha (36,73 mmol
c
dm
-3
). Essa superioridade dos resultados onde houve manejo
com calagem e gessagem, deve-se a melhoria química do solo proporcionado pelos produtos
32
(calcário fontes de Ca e Mg e gesso fonte de Ca). As médias dos teores de SB para o fator modo de
aplicação de adubo, demonstrou resultados contraditórios, pois ao aplicar fertilizante para
semeadura da cultura houve decréscimo da SB, principalmente quando concentrado no sulco de
semeadura.
Malavolta et al.(2000) recomendam para o cultivo do algodoeiro a necessidade do valor do
V% do solo seja elevado à 70%. Os autores preconizam a análise de solo com antecedência para
possível correção através de determinados insumos agrícolas. O resultado da análise de solo
realizada em setembro de 2001 indicou o valor de 48 %, sendo este valor alterado para 66,37 %
através da calagem, 62,48 % da gessagem e 58,30 % com calagem+gessagem, assim tendendo a
aproximar dos valore recomendado por esses autores.
Na Tabela 07, referente ao desdobramento da interação CG x MODOS DE APL,
significativo para o valor de pH, os tratamentos contendo calcário em sua constituição (calagem e
calagem+gessagem), promoveram aumento significante no pH, tanto em áreas sem adubações e
quando adubados no sulco de semeadura. Frey & Kairuz (1990) alertam que a produtividade do
algodoeiro é reduzida quando cultivado em solos com pH abaixo de 5,5 devido à cultura ser pouco
tolerante a solos ácidos. Analisando a Tabela 08, referente à interação CG x PROF, os tratamentos
a base de calcário, promoveram aumentos significativos nos valores de pH, principalmente nas
camadas superficiais (00-10 e 10-20 cm), aproximando-se de 5,5 que é recomendado para a
cultura, sendo importante devido a maior disponibilização de nutrientes para as plantas, mesmo que
possa atingir até 2,00 m de profundidade o sistema radicular do algodoeiro (Taylor & Klepper,
1978), as camadas mais férteis são as superficiais, como pode ser observado nas Tabelas 01 e 06.
33
Tabela 07. Desdobramento da interação entre tratamentos calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para os valores de pH.FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
Valor de pH (CaCl
2
)
CG/ MODOS DE APL
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 4,85 b 4,75 b 4,88
Calagem 5,22 a 5,30 a 5,10
Gessagem 4,82 b 4,64 b 4,97
Calagem+Gessagem 5,48 a A 5,26 a AB 5,12 B
Corretivos dentro de Modo de adubação = 0,38
DMS Tukey 1%
Modo de adubação dentro de Corretivos = 0,34
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Tabela 08. Desdobramento dos valores de pH da interação entre tratamentos calagem e gessagem x
profundidades de amostragem do solo, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola
2001/2002. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
Valor de pH (CaCl
2
)
CG/PROF
00 – 10 cm 10 – 20 cm 20 –30 cm
Testemunha 4,76 b 4,85 b 4,87
Calagem 5,45 a A 5,21 ab AB 4,97 B
Gessagem 4,77 b 4,86 b 4,80
Calagem+Gessagem 5,46 a A 5,35 a AB 5,04 B
Corretivos dentro de Profundidade = 0,37
DMS Tukey 1%
Profundidade dentro de Corretivos = 0,34
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Os teores de (H+Al) apresentaram efeito significativo da interação CG x MODOS DE APL,
que são apresentados na Tabela 09. Para redução do (H+Al) é importante que o calcário seja
utilizado como corretivo como Bissani et al. (2004) destacaram; o gesso o é um corretivo de
acidez do solo, pois não libera OH
-
, e sim uma forma de fornecimento de Ca e S. Já a calagem faz
com que ocorra diminuição no teor de Al e a acidez do solo, como demonstrou o tratamento onde a
calagem foi utilizada. Também ocorreu redução do (H+Al), entretanto com menor eficiência, onde
se utilizou calagem+gessagem, devido à proporção de calcário ser 25% menor que o tratamento
calagem. Resultados semelhantes foram encontrados por Leal (2003), quando adicionou 1.590 kg
34
ha
-1
de calcário seguido de incorporação, num LATOSSOLO VERMELHO distroférrico, na região
de Selvíria/MS, obtendo redução de 34,8 para 24,2 mmol
c
dm
-3
de (H+Al).
Tabela 09. Desdobramentos da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo em semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para os teores de (H+Al). FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
Teor de (H+Al) (mmol
c
dm
-3
)
CG/ MODOS DE APL
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 31,42 a 32,59 ab 30,78
Calagem 25,43 ab 24,29 c 27,14
Gessagem 28,86 ab B 34,85 a A 28,37 B
Calagem+Gessagem 23,76 b 26,39 bc 27,07
Corretivos dentro de Modo de adubação = 6,30
DMS Tukey 1%
Modo de adubação dentro de Corretivos = 5,86
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
A Tabela 10 apresenta os teores de Al no solo, referente ao desdobramento da interação
significativa entre os fatores CG x MODOS DE APL, após o cultivo de algodoeiro. Na área onde
não houve utilização de fertilizantes na semeadura do algodoeiro, observou-se o efeito do calcário
e do gesso ou até mesmo quando utilizado em conjunto, confirmando relatos de Beltrão (1999),
onde eficiência das práticas de calagem e gessagem, na diminuição ou neutralização do teor de
Al trocável. Porém quando houve a presença de fertilizantes NPK no sulco de semeadura, o
contexto foi diferente, o gesso agrícola não foi neutralizante e apenas o calcário permaneceu
eficiente, isso pode ser constatado quando se observou a semelhança nos resultados quando o
calcário é misturado ao gesso, onde reduziu o teor de Al significativamente, comparados a
gessagem. Resultados demonstraram que a gessagem foi comprometida pela concentração do
adubo no sulco de semeadura. Quando se adubou à lanço devido a homogeneidade do fertilizante
sobre a área de cultivo o mesmo não aconteceu.
35
Tabela 10. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/200 para
os teores de Al 2. FE/Unesp.Selvíria – MS, 2002.
Teor de Al (mmol
c
dm
-3
)
CG/ MODOS DE APL
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 1,39 a 1,04 ab 0,98
Calagem 0,33 b 0,14 c 0,26
Gessagem 0,43 b AB 1,23 a A 0,30 B
Calagem+Gessagem 0,15 b 0,29 bc 0,35
Corretivos dentro de Modo de adubação = 0,88
DMS Tukey 1%
Modo de adubação dentro de Corretivos = 0,82
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Resultados dos valores da CTC referente ao desdobramento da interação CG x MODOS DE
APL, estão apresentados na Tabela 11. Os resultados confirmaram que a calagem e a gessagem
podem aumentar a CTC do solo, comparando com tratamento ausentado de CG e MODOS DE
APL, o resultado foi na ordem de 66,78 mmol
c
dm
-3
, os demais apresentaram acréscimo devido
os tratamentos do fator CG serem fontes de Ca, Mg, neutralizante da acidez potencial e ainda os
fertilizantes conterem K na constituição, sendo estes elementos constituintes do cálculo para se
obter a CTC (Beltrão, 1999). Resultados satisfatórios foram encontrados quando se utilizou
calagem na ausência de adubo ou quando utilizado o adubo no sulco de semeadura. A gessagem
mostrou ser eficiente quando o adubo de semeadura foi manejado a lanço.
36
Tabela 11. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para os teores de CTC. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
Teor de CTC (mmol
c
dm
-3
)
CG/MO MODOS DE APL
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 66,78 c 70,56 ab 66,67 c
Calagem 80,22 a 77,67 a 74,76 ab
Gessagem 70,56 bc B 72,88 ab AB 77,89 a B
Calagem+Gessagem 75,44 ab A 67,33 b B 66,89 bc B
Corretivos dentro de Modo de adubação = 7,72
DMS Tukey 1%
Modo de adubação dentro de Corretivos = 7,19
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
A soma de bases foi influenciada pela aplicação de calagem, gessagem ou associação
destas, como demonstra-se na Tabela 12, que contém o desdobramento da interação CG x MODOS
DE APL. Os tratamentos onde foram fornecidos Ca e Mg, com calagem ou somente Ca na
gessagem, verificou-se que houve elevação da SB, devido aos elementos serem considerados bases.
Portanto, explica-se o motivo dos tratamentos com ausência de calcário ou de gesso apresentarem
menores SB, mesmo quando se utilizando fertilizantes contendo K, pois tal nutriente é o segundo
mais exigido pelo algodão, perdendo apenas para o nitrogênio em proporção (Frye & Kairuz,
1990). Pelos resultados pode-se inferir que a melhor forma de aumentar a SB é através de calagem
e para ideal nutrição das plantas, é necessário a aplicação de adubos no sulco de semeadura (Tabela
12). Quando se interpreta o desdobramento da interação CG x MODOS DE APL (Tabela 13),
observou-se que os tratamentos do fator CG são semelhantes aos encontrados na Tabela 12, onde o
calcário elevou a SB nas diferentes camadas, principalmente nas camadas superiores (00-20 cm),
decrescendo os valores na profundidade 20-30 cm. Devido aos possíveis problemas com alcance
dos implementos no momento de preparo do solo, ou falta de água no período de setembro a
novembro (intervalo de tempo que houve entre os tratamentos de CG e a semeadura do algodão),
como pode ser constatado no Apêndice 01, que contem as precipitações diárias do período em que
foi conduzido o experimento.
37
Tabela 12. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para valores de SB. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
Teor de SB (mmol
c
dm
-3
)
CG/ MODOS DE APL
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 36,17 b 38,11 b 35,88 c
Calagem 54,89 a 53,44 a 47,44 ab
Gessagem 41,44 b AB 38,22 b B 49,44 a A
Calagem+Gessagem 51,67 a A 40,89 b B 39,78 bc B
Corretivos dentro de Modo de adubação = 8,81
DMS Tukey 1%
Modo de adubação dentro de Corretivos = 8,20
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Tabela 13. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x
profundidades de amostragem de solo, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para valores de SB. FE/Unesp.Selvíria – MS, 2002.
Teor de SB (mmol
c
dm
-3
)
CG/PROF
00 – 10 cm 10 – 20 cm 20 –30 cm
Testemunha 37,67 c 40,11 b 32,40 b
Calagem 59,56 a A 54,33 a A 41,89 a B
Gessagem 44,89 bc 44,56 b 39,67 ab
Calagem+Gessagem 51,11 ab A 46,11 ab A 35,11 ab B
Corretivos dentro de Profundidade = 8,81
DMS Tukey 1%
Profundidade dentro de Corretivos = 8,20
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
4.2 Teores foliares de nutrientes do algodoeiro
Os valores de p>F obtidos pela análise de variância e as médias dos teores de
macronutrientes referentes à análise foliar das plantas de algodão, cultivadas no ano agrícola
2001/2002 encontra-se na Tabela 19. Os tratamentos do fator CG alteraram significativamente os
teores foliares de Mg e S. Em relação ao segundo fator MODOS DE APL, houve diferença
estatística para N e K. Sendo que apenas para o teor de S houve interação entre os fatores CG x
MODOS DE APL.
38
Tabela 14. Valores de p>F e médias dos teores foliares de N, P, K, Ca, Mg e S, obtidos em função
de tratamentos com calagem e gessagem e modos de aplicação de adubo de semeadura, em áreas
cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
N P K Ca Mg S
Tratamentos
-----------------------------------(g kg
-1
)-----------------------------------
CG 0,138
ns
0,200
ns
0,910
ns
0,096
ns
0,046* 0,00001**
MO 0,001**
0,567
ns
0,009** 0,302
ns
0,090
ns
0,1476
ns
CG*MO 0,222
ns
0,985
ns
0,188
ns
0,508
ns
0,157
ns
0,0147*
Calagem/Gessagem
Calagem
34,16
2,68 9,38 50,99 11,24 a
6,99 b
Gessagem
33,05
2,39 9,38 49,64 10,14 b
8,42 a
Calagem+Gessagem
32,97
2,61 9,23 51,51 10,54 ab
8,42 a
Testemunha
31,18
2,47 9,61 47,23 10,88 ab
6,77 b
Modo de aplicação de adubo de semeadura
Sulco
34,69 a
2,55 9,41 ab 48,45 11,00
7,68
Lanço
33,49 ab
2,60 10,19 a 50,64 10,83
7,88
Testemunha
30,36 b
2,47 8,61 b 50,43 10,28
7,45
CV (%)
7,89
11,93 12,08 7,47 7,48
6,55
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey.
ns - não significativo; CG - calagem/gessagem;
** - significativo à 1%; MO - Modo de aplicação;
* - significativo à 5%.
As plantas de algodão apresentaram em todos os tratamentos resultados dos teores de
nitrogênio abaixo do nível recomendado para desenvolvimento satisfatório da planta, pois Silva et
al. (1995) preconizam teores variando entre 35 43 g de N kg
-1
na massa seca das folhas do
algodoeiro. Quando utilizou-se adubação no sulco de semeadura, mesmo não diferindo
estatisticamente, observou-se resultados superiores aos demais tratamentos, devido aos nutrientes
NPK estarem concentrados num determinado ponto (abaixo da semente no sulco de semeadura)
contribuindo para o contato e absorção de N pelas raízes. Os tratamentos que distribuiram
fertilizante em área total lanço), o N foi menos aproveitado pelo algodoeiro, onde pode ter
ocorrido perda por lixiviação ou as raízes não obtiveram contato com o adubo, assim não ocorrendo
a absorção pelas plantas. O tratamento na ausência de adubação agravou a deficiência de N na
planta. Furlani Jr et al. (2001 a), trabalharam com modos de aplicação de fertilizantes para cultivo
39
de algodão, na região de Selvíria/MS, obtendo altos valores no teor de N foliar, quando utilizou o
sistema à lanço de distribuição do fertilizante, discordando dos resultados encontrados no presente
trabalho, onde o melhor modo de aplicação foi no sulco de semeadura.
Fósforo e cálcio não foi significativo para o efeito dos tratamentos, no resultado da análise
foliar, pois os teores no solo (Quadro 01podem ser interpretados como médios de P e Ca (Bissani et
al. 2004), mesmo que alguns tratamentos não foram suplementados com P na semeadura da cultura
e Ca no preparo do solo, mesmo assim, não constatou deficiência na análise foliar.
Silva et al. (1995) atribuíram que a faixa ideal do teor de potássio na matéria massa foliar
do algodoeiro é entre 15 e 25 g kg
-1
de K. As médias apresentadas na Tabela 19 demonstram que
houve deficiência do nutriente, independentemente do tratamento empregado. Segundo a
classificação apresentada por Oleynik et al. (1998), o nível de K verificado no solo (Quadro 01) é
baixo para o cultivo de algodão, sendo que as plantas em seu ciclo necessitam de 157 kg ha
-1
de
K
2
O para produzir 3,5 toneladas por hectare de algodão em caroço (Vivancos, 1989). Bissani et
al.(2004) relatam que a amplitude da relação Mg/K no solo, deve estar entre 3 e 7, no entanto, a
relação Mg/K apontou valores superiores a 11, havendo desequilíbrio químico no solo,
consequentemente deficiência de K na planta.
Discutiu-se anteriormente que o tratamento calagem ocasionou aumento significativo de
magnésio no solo, assim proporciou a planta absorver maiores quantidades do macronutriente,
como constatou-se pelas médias dos teores de Mg foliar. Devido ao gesso não conter Mg em sua
constituição, apresentou menor teor foliar, contudo não apresentando deficiência do elemento.
Furlani Jr et al. (2001 b), pesquisaram efeito da calagem e gessagem, e diferentes sistemas de
aplicação de adubos, para região de Selvíria/MS, obtendo resultados semelhantes para os teores de
Mg foliar, em relação ao efeito da calagem, gessagem e o modo de aplicação dos adubos no cultivo
do algodão.
40
Os tratamentos à base de gesso proporcionar às plantas aumento significativo de enxofre na
folhas, devido ao gesso apresentar em média 17 % de S em sua constituição e o calcário não conter
S (Oleynik et al., 1998). Assim explicando a diferença que os tratamentos contendo gesso que
proporcionaram acréscimo de S no teor foliar. Silva et al. (1995) indicam a faixa adequada de S
sendo de 4-8 g kg
-1
de massa seca de folhas do algodoeiro. É importante ressaltar que as médias
obtidas na Tabela 19 informam que houve uma maior absorção do macronutriente pela planta nos
tratamentos; gessagem e calagem+gessagem.
O desdobramento da interação CG x MO referente ao teor de enxofre foliar está na Tabela 20.
A aplicação de gesso agrícola associado a fertilizantes promoveu aumentos significativos no teor S
nas folhas de algodão, principalmente quando a adubação de semeadura foi realizada a lanço. O
tratamento calagem + gessagem e recebendo NPK a lanço na semeadura, resultou em 9,11 g kg
-1
de
S na massa seca das folhas. Em contrapartida os tratamentos que não continham gesso e adubação,
resultaram em teores significativamente inferiores aos demais, assim confirmando a agregação de S
no solo através da gessagem, e na adubação a importância do sulfato de amônio na suplementação
do S, quando realizada a adubação nitrogenada. Santos et al. (2006) pesquisando adubações
nitrogenada na cultura do algodoeiro, na região de Selvíria/MS, ao utilizar sulfato de amônio e
uréia obteve respectivamente, 4,28 e 3,55 g kg
-1
de S na massa seca das folhas, confirmando a
influência do fertilizante no teor de S foliar. Estudos com gessagem em Selvíria/MS demonstraram,
que plantas de soja e sorgo obtiveram incremento de S no teor foliar (Queiroz, 2005), o mesmo é
corroborado na cultura do algodoeiro.
41
Tabela 15. Desdobramento da interação entre tratamentos com calagem e gessagem x modos de
aplicação de adubo de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002
para os teores de S. FE/Unesp. Selvíria – MS, 2002.
Teor de S (g kg
-1
)
CG/MO
Testemunha Sulco Lanço
Testemunha 6,29 b B 7,39 ab A 6,63 c AB
Calagem 6,44 b B 6,84 b AB 7,70 bc A
Gessagem 8,59 a 8,54 a 8,11 ab
Calagem+Gessagem 8,47 a AB 7,93 ab B 9,11 a A
Corretivos dentro de modo de adubação = 1,51
DMS Tukey 5%
Modo de adubação dentro de corretivos = 1,40
Médias seguidas de letras distintas, minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
42
4.3 Componentes da produção e produtividade do algodoeiro
Os valores de p>F obtidos pela análise de variância e as médias referentes aos componentes
da produção do algodoeiro cv. IAC 22, cultivado no ano agrícola 2001/2002 apresentam-se na
Tabela 21. Observou-se que nenhuma das variáveis analisadas apresentou diferença estatística
quando submetidas aos diferentes tratamentos.
Na Tabela 19 verifica-se que as plantas do algodão apresentaram deficiência de N e
principalmente de K, sendo os dois principais elementos exigidos planta como descreveu Frey &
Kairuz (1990), onde o N é responsável, pelos crescimentos dos ramos vegetativos e frutíferos,
qualidade de folhas e frutos, e, o K, crescimento da planta, tamanho de capulhos e estimulante da
produção de flores. As deficiências dos macronutrientes N e K, desestimularam as plantas em
produzir e não expressarem seu potencial perante aos tratamentos.
O presente trabalho não apresentou diferença entre as médias de produtividade de algodão
em caroço quando submetido a tratamentos do fator CG, corroborando com Leandro et al. (2003 b),
onde não verificou acréscimo de produtividade no algodoeiro, quando utilizou calagem e/ou
gessagem, ao passo que pesquisas desenvolvidas por Furlani Jr et al. (2001) concluíram que a
calagem proporcionou acréscimos significativos na produtividade do algodão em caroço.
Furlani Jr et al. (2001 b) utilizaram diferentes modos de aplicação de adubos na cultura do
algodoeiro, afirmaram não haver diferença entre os resultados de produtividade, o mesmo foi
constatado no presente trabalho.
43
Tabela 16. Valores de p>F e médias dos componentes de produção e produtividade do algodão em
caroço, obtidos em função de tratamentos com calagem e gessagem e modos de aplicação de adubo
de semeadura, em áreas cultivadas com algodão no ano agrícola 2001/2002. FE/Unesp. Selvíria
MS, 2002.
Massa de 100 sementes
Massa de 20 capulhos
% de Fibra
Produtividade
Tratamentos
(g) (g) (%) (kg ha
-1
)
CG 0,260
ns
0,530
ns
0,570
ns
0,850
ns
MO
0,550
ns
0,530
ns
0,120
ns
0,510
ns
CG*MO
0,750
ns
0,730
ns
0,058
ns
0,680
ns
Calagem/Gessagem
Calagem 12,93 133,97 37,38 1.673,66
Gessagem 12,60 130,48 37,59 1.622,50
Calagem+Gessagem
12,93 130,14 37,77 1.532,83
Testemunha 12,65 130,58 38,03 1.575,83
Modo de aplicação de adubo de semeadura
Sulco 12,77 132,24 37,44 1.499,50
Lanço 12,68 129,44 38,11 1.636,81
Testemunha 12,88 132,19 37,53 1.667,31
CV (%)
4,14 5,49 2,58 25,84
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey.
ns - não significativo;
CG - calagem/gessagem;
MO - Modo de aplicação;
44
5 CONCLUSÕES
Analisando o solo no final do ciclo do algodoeiro a calagem proporcionou acréscimos
nos teores de Ca, Mg e os valores de SB, CTC e V%;
O calcário aumentou o pH do solo, conseqüentemente reduziu os teores de alumínio e
acidez trocável.
A adubação quando realizada à lanço associada a gessagem aumentou o teor de Ca, e
reduz (H+Al) e Al;
O gesso não altera o pH do solo.
A calagem aumentou o teor de Mg e a gessagem o teor de S nas folhas de algodão;
45
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55
7 APÊNDICE
56
Apêndice 01. Precipitação diária (mm) registrada no posto de meteorológico da Fazenda de Ensino,
Pesquisa Extensão, FE/Unesp, Selvíria/MS.2001/2002
2001 2002
DIAS/MESES SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI
1
00,0 00,0 00,0 01,8 00,0 02,7 00,0 00,0 00,0
2
00,0 08,6 00,0 00,0 00,0 07,6 00,0 00,0 00,0
3
00,0 15,8 07,6 00,0 00,0 00,0 00,0 06,2 00,0
4
00,0 00,0 21,6 00,0 00,0 00,0 00,0 11,8 11,8
5
00,0 00,0 00,5 17,0 00,0 01,7 00,0 00,0 00,0
6
00,0 00,0 00,0 18,0 02,8 00,0 00,0 00,0 00,0
7
00,0 00,0 00,0 03,6 00,0 00,0 10,4 10,4 00,0
8
00,0 01,3 00,0 00,0 11,6 00,0 00,3 00,3 00,0
9
00,0 01,0 00,0 26,6 05,6 00,0 03,8 03,8 00,0
10
00,0 00,0 01,3 00,3 11,1 38,4 40,4 40,4 00,0
11
00,0 00,5 02,0 00,5 23,3 02,7 12,7 12,7 00,0
12
00,0 01,0 07,1 60,7 49,5 00,2 00,5 00,5 00,0
13
01,0 00,0 05,3 28,7 09,7 10,1 00,0 00,0 00,0
14
08,8 00,0 00,0 10,9 17,7 00,0 00,0 00,0 00,0
15
00,3 00,0 64,5 57,4 16,7 12,4 00,0 00,0 00,0
16
00,0 00,0 00,0 00,0 00,0 03,3 00,0 00,0 00,0
17
00,0 00,0 00,0 00,0 00,0 06,6 13,4 00,0 00,0
18
00,0 00,0 18,8 00,0 00,0 00,0 00,3 00,0 00,0
19
00,0 01,8 00,0 00,0 00,0 00,0 00,0 00,0 00,0
20
09,9 11,7 00,0 00,0 11,6 35,5 51,9 00,0 00,0
21
13,4 00,0 02,3 07,6 06,6 44,1 00,0 29,0 00,0
22
00,0 06,6 00,0 13,6 12,4 17,7 00,0 00,0 00,0
23
00,0 00,0 01,0 00,0 01,3 00,0 00,0 00,0 00,0
24
06,6 00,0 00,3 00,0 00,0 00,0 01,0 00,0 29,4
25
13,4 00,0 00,0 00,0 07,3 00,0 38,1 00,0 00,0
26
00,0 00,0 00,0 00,0 00,0 00,0 05,5 00,0 00,0
27
00,0 00,0 00,3 17,5 00,0 00,0 00,0 00,0 00,0
28
00,0 00,0 16,3 35,8 48,2 61,8 00,0 00,0 00,0
29
00,0 00,0 00,0 07,1 16,7 00,0 00,0 00,0 00,0
30
00,0 00,0 01,5 00,0 00,0 00,0 00,0 29,0 00,0
31
00,0 00,0 00,0 00,0 00,3 00,0 44,6 00,0 00,0
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