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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
DEPOSIÇÃO E EFICIÊNCIA DA PULVERIZAÇÃO ELETROSTÁTICA NO
CONTROLE DO ÁCARO-RAJADO Tetranychus urticae (Koch, 1836) (ACARI:
TETRANYCHIDAE) NA CULTURA DO CRISÂNTEMO
MARINA ELISEI SERRA
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agronômicas da Unesp Câmpus
de Botucatu, para obtenção do título de
Mestre em Agronomia (Proteção de Plantas)
BOTUCATU – SP
Agosto - 2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
DEPOSIÇÃO E EFICIÊNCIA DA PULVERIZAÇÃO ELETROSTÁTICA NO
CONTROLE DO ÁCARO-RAJADO Tetranychus urticae (Koch, 1836) (ACARI:
TETRANYCHIDAE) NA CULTURA DO CRISÂNTEMO
MARINA ELISEI SERRA
Orientador: Prof. Dr. Carlos Gilberto Raetano
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agronômicas da Unesp Câmpus
de Botucatu, para obtenção do título de
Mestre em Agronomia (Proteção de Plantas)
BOTUCATU – SP
Agosto – 2007
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMEN- TO DA INFORMAÇÃO –
SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP -
FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Serra, Marina Elisei, 1981-
S487d Deposição e eficiência da pulverização eletrostática no controle do ácaro-
rajado Tetranychus urticae (Koch, 1836) (Acari: Tetranychidae) na cultura do
crisântemo / Marina Elisei Serra. – Botucatu : [s.n.], 2007.
vi, 58 f. : il. color., gráfs., tabs.
Dissertação (Mestrado) -Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências Agronômicas, Botucatu, 2007
Orientador: Carlos Gilberto Raetano
Inclui bibliografia
1. Pulverização. 2. Eletrostática. 3. Controle químico. 4. Ácaro-rajado. 5.
Plantas ornamentais. I. Raetano, Carlos Gilberto. II. Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mêsquita Filho” (Campus de Botucatu). Faculdade de Ciênci-
as Agronômicas. III. Título.
Aos meus pais, Edilson e Rosângela, pelo
carinho, dedicação, ensinamentos e por todo
amor concedido e ao meu irmão, Fabiano,
pela amizade incondicional e pelo convívio
sempre harmonioso.
DEDICO
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Carlos Gilberto Raetano, pela orientação,
ensinamentos, sugestões e paciência que foram fundamentais para realização desta pesquisa;
Aos Professores do Departamento de Produção Vegetal Defesa
Fitossanitária da FCA/UNESP, pela sabedoria e ensinamentos transmitidos e aos funcionários
pela colaboração e amizade;
À Embrapa Meio Ambiente, pelo equipamento fornecido para o
desenvolvimento deste trabalho, e ao pesquisador Aldemir Chaim, pela ajuda imprescindível
na elaboração, planejamento e execução deste trabalho;
À Empresa Steltenpool Flores e Frutas, pelo material fornecido e
em especial ao Sr. Simon e Sr. Emerson pelas sugestões apresentadas e apoio dispensado;
Às Máquinas Agrícolas Jacto S.A., pela ajuda na adaptação do
equipamento, com especial referência ao Engenheiro Agrônomo Paulo César Curti;
À Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior
CAPES, pela bolsa de estudos concedida durante a realização do curso;
Aos colegas do Laboratório de Tecnologia de Aplicação de
Defensivos da FCA/UNESP, pela ajuda na execução desta pesquisa;
Aos amigos de Lavras e Botucatu e que tornaram minha
caminhada mais fácil e mais alegre;
E a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram
para a realização deste trabalho, o meu muito obrigada.
SUMÁRIO
Página
RESUMO ................................................................................................................................ 01
SUMMARY ............................................................................................................................ 03
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 05
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 08
2.1 A cultura do crisântemo ................................................................................................. 08
2.2 Características do ácaro Tetranychus urticae ................................................................ 10
2.3 A pulverização eletrostática .......................................................................................... 12
2.4 Controle de Tetranychus urticae com espirodiclofeno e azociclotina .......................... 19
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 21
3.1 Deposição da pulverização ............................................................................................ 21
3.1.1 Planta alvo ............................................................................................................ 21
3.1.2 Equipamento ......................................................................................................... 22
3.1.3 Delineamento experimental .................................................................................. 22
3.1.4 Aplicação .............................................................................................................. 24
3.1.5 Quantificação dos depósitos do marcador ............................................................ 25
3.1.6 Precisão do método analítico ............................................................................... 26
3.1.7 Análise estatística ................................................................................................. 26
3.2 Eficiência da pulverização no controle do ácaro-rajado ................................................ 26
3.2.1 Delineamento experimental .................................................................................. 27
v
3.2.2 População do ácaro ............................................................................................... 28
3.2.3 Pulverização dos produtos fitossanitários............................................................. 29
3.2.4 Avaliações ............................................................................................................ 29
3.2.5 Análise estatística ................................................................................................. 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 31
4.1 Deposição da pulverização ............................................................................................ 31
4.2 Eficiência da pulverização no controle do ácaro-rajado ................................................ 39
5 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 48
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 49
7 ANEXOS ............................................................................................................................. 54
RESUMO
A pulverização é a mais importante técnica de aplicação de produtos
fitossanitários na cultura do crisântemo. A otimização dessa tecnologia pode ser obtida com a
transferência de carga elétrica às gotas, as quais são fortemente atraídas pelas plantas,
minimizando a exposição dos aplicadores e as perdas para o ambiente. O trabalho objetivou
avaliar a deposição das gotas de pulverização dotadas de carga elétrica (eletrostática) em
comparação à técnica de pulverização convencional, bem como a eficiência dessas técnicas
no controle de Tetranychus urticae na cultura do crisântemo. Os experimentos foram
conduzidos no delineamento inteiramente ao acaso. No experimento para avaliação da
deposição da pulverização foram realizados oito tratamentos com quatro repetições. Cada
repetição foi representada por doze plantas às quais foram afixados papéis do tipo mata-
borrão na superfície abaxial e adaxial dos folíolos e em duas posições da planta: ápice e base.
Foram utilizadas quatro pontas de pulverização (TXVK-3, AXI 110015, AXI 12002 TWIN e
AXI 11003) combinadas às técnicas de pulverização eletrostática e convencional. Um corante
marcador (Rodamina B) foi pulverizado na proporção de 5 gramas por 100 litros d’água em
cada um dos tratamentos. Os depósitos do corante marcador foram quantificados por
2
fluorometria. A eficiência dos tratamentos no controle do ácaro-rajado foi estabelecido pela
combinação do tipo de ponta (AXI 110015, AXI 12002 TWIN e TXVK-3), da técnica de
pulverização (eletrostática e convencional) e do produto para o controle do ácaro (azociclotina
e espirodiclofeno, nas doses de 25 e 4,8 mL de i.a. por 100 L d’água, respectivamente) mais
dois tratamentos adicionais (testemunhas). Avaliações da população do ácaro foram
realizadas antes e aos 3, 7, 11 e 15 dias após a pulverização pela contagem dos mesmos em
área equivalente a 1 cm
2
em folhas do ápice das plantas. A porcentagem de eficiência do
controle foi calculada pela fórmula adaptada de Henderson e Tilton. As pontas com gotas de
menor diâmetro mediano volumétrico (TXVK-3 e AXI 110015) apresentaram maiores
depósitos na superfície abaxial da folha quando utilizou-se a pulverização eletrostática. A
pulverização eletrostática promoveu controle na população do ácaro quando comparado à
pulverização convencional, mesmo a níveis de dose abaixo do recomendado para essa praga.
3
DEPOSITION AND EFFICIENCY OF ELECTROSTATIC SPRAYING IN THE
CONTROL OF SPIDER MITE Tetranychus urticae (Koch, 1836) (ACARI:
TETRANYCHIDAE) ON CHRYSANTHEMUM PLANTS. Botucatu, 2007. 58p.
Dissertação (Mestrado em Agronomia/Proteção de Plantas) - Faculdade de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: MARINA ELISEI SERRA
Adviser: CARLOS GILBERTO RAETANO
SUMMARY
Spraying is the most important pesticide application technique for
healthy development of chrysanthemum plants. The optimization of this technology can be
obtained with the transference of the electric charge in the droplets. These droplets are
strongly attracted by plants, minimizing the workers exposition as well as loss to the
environment. The research aims to evaluate the spray deposition with electric charge
(electrostatic) compared to conventional application technique. It also aims to evaluate the
efficiency of these techniques in the Tetranychus urticae control of chrysanthemum plants.
The experiments were carried out entirely at random. In the deposition experiment eight
treatments were set with four repeats. Each repeat was represented by twelve chrysanthemum
plants. Blotting paper was placed on the abaxial and adaxial surfaces of two leaves in
different positions of the plants: top and bottom. Four spray nozzles (TXVK-3, AXI 110015,
AXI 12002 TWIN and AXI 11003) were combined to different spraying techniques
(electrostatic and conventional). A tracer dye (Rodamina B) was applied in the ratio of 5
grams per 100 L of water in each one of the treatments. Deposits of the tracer dye were
quantified by fluorometery. The efficiency of treatments in the control of spider mite was
established by combination of spray nozzle type (AXI 110015, AXI TWIN and TXVK-3),
with different application techniques and the acaricides (azocyclotin and espirodiclofen, at
the dosages 25 and 4,8mL of a.i. per 100 L of water, respectively), plus two additional
treatments (checks). The evaluations of spider mite population were realized until and at 3, 7,
11 and 15 days after spraying by counting the number of mites in pre-established area of 1
4
cm
2
in the top leaves of the plants. The percentage of efficiency of the control was calculated
by the adapted formula of Henderson e Tilton. The spray nozzles with droplets of the smallest
volumetric medium diameter (TXVK-3 e AXI 110015) showed greater deposits in the abaxial
surface of the leaves when the electrostatic spraying was used. The electrostatic spraying
increased the spider mite population control when compared to conventional spraying, even
when subdosage was used of control for this pest.
________________________
Keywords: spraying technique, electric charged droplets, chemical control, Tetranychus
urticae, ornamental plants.
5
1 INTRODUÇÃO
O crisântemo é uma das mais importantes plantas ornamentais
comercializadas em todo o mundo, principalmente na Europa, Japão, Estados Unidos da
América e, no Brasil, vem se destacando tanto no mercado interno, como no externo
(BUENO et al., 2003). A exportação dessas plantas é incipiente no Brasil, ao redor de 2 a 5%.
Isto se deve, principalmente, à qualidade dos produtos nacionais não atender os padrões
fitossanitários exigidos pelos países importadores (SILVEIRA, 1998). Dentre os fatores que
têm contribuído para o baixo padrão fitossanitário do produto nacional, estão o ataque de
insetos-praga, como tripes, pulgões e ácaros, além de um aumento da resistência dessas
pragas aos produtos fitossanitários utilizados no controle químico (BERGMAN et al., 1996).
O ácaro rajado, Tetranychus urticae (Koch, 1836) (Acari:
Tetranychidae), é considerado uma das principais pragas das culturas de algodão, feijão,
pimentão, mamão, morango, maçã, pêssego, de plantas ornamentais, entre outras. Segundo
Gallo et al.(2002), esse acarino durante o processo de alimentação, introduz os seus estiletes
nos tecidos das plantas, injeta toxinas e reguladores de crescimento e succiona o conteúdo
celular causando necrose da área atacada e perdas na produção.
6
Com o aumento da área de produção intensiva de flores,
principalmente em cultivo protegido, tem-se favorecido o aparecimento dessas pragas em
níveis populacionais capazes de provocar prejuízos econômicos à cultura.
O crescimento de áreas cultivadas com crisântemo no Brasil e os
problemas enfrentados com pragas nessa cultura têm despertado interesse para a redução dos
impactos ambientais, bem como uma forte demanda por alternativas que conduzam à sua
sustentabilidade. A modernização da agricultura, após a Segunda Guerra, acrescentou, ao
processo de produção de alimentos, a utilização de máquinas e equipamentos agrícolas, além
de fertilizantes e produtos químicos, tornando o sistema altamente dependente de recursos
externos às propriedades rurais. A agricultura moderna tem os produtos fitossanitários como
importante ferramenta no manejo de pragas, doenças e plantas daninhas. O crescimento da
população mundial gera aumento na demanda quantitativa de alimentos e, o desenvolvimento
gera a demanda por alimentos de melhor qualidade. Dessa forma, o uso de produtos
fitossanitários continuam desempenhando fator de vital importância na redução de perdas
agrícolas e na defesa fitossanitária.
No entanto, a aplicação de produtos fitossanitários em lavouras, tal
como se pratica hoje, tem se caracterizado por considerável desperdício de energia, uso
inadequado de produtos químicos e significativa contaminação do ambiente (MATTHEWS,
1992). Neste contexto, os métodos de aplicação de produtos fitossanitários empregados
atualmente revelam-se extremamente desperdiçadores e pouco adequados ao novo conceito de
sustentabilidade (CHAIM et al., 2002). Segundo Christofoletti (1999), a decisão de quando
aplicar um produto fitossanitário requer conhecimentos sobre o produto, a praga, seu dano na
lavoura, o tempo necessário para pulverizar toda a área com o equipamento disponível e a
avaliação econômica do tratamento. O produto fitossanitário deve exercer a sua ação sobre um
determinado organismo, portanto é necessário que o alvo seja atingido. Qualquer quantidade
de produto químico (ou agente de outra natureza) que não atinja o alvo não terá qualquer
eficácia e estará representado como uma forma de perda (MATUO, 1998).
Graham-Bryce (1977) estima que, em alguns casos, menos de 1% do
agrotóxico aplicado é efetivamente utilizado para controlar pragas, pois o produto não chega
ao alvo. Assim, a pulverização eletrostática se apresenta como uma alternativa promissora
para redução do uso de produtos fitossanitários em curto prazo.
7
O método de pulverização eletrostática trata da eletrificação das gotas
pulverizadas a fim de que sejam fortemente atraídas pela planta e que atinjam áreas ou alvos
difíceis de serem atingidos pelo processo de pulverização com bicos hidráulicos
convencionais.
Assim, o presente estudo teve como objetivos:
a) comparar a deposição da pulverização convencional com a
eletrostática utilizando um protótipo de pulverizador costal com acionamento manual,
desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente, equipado com diferentes pontas sobre as
superfícies da folha em diferentes partes da planta do crisântemo;
b) avaliar a eficiência da cobertura de pulverização com este
protótipo no controle do ácaro-rajado, Tetranychus urticae, nessa cultura.
8
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A cultura do crisântemo
Pertencentes à família Compositae, o crisântemo, Dendranthema
grandiflora Tzvelev, é uma das plantas ornamentais mais populares do mundo e, juntamente
com as rosas, os cravos e mais recentemente as gérberas, faz parte do elenco básico de todas
as lojas de flores (GRUSZYNSKI, 2001). É bastante apreciada por sua diversidade de cores e
formas. Comercialmente valiosa devido aos inúmeros híbridos existentes, o gênero
Dendranthema possui mais de 100 espécies e mais de 800 variedades comercializadas
mundialmente (GRUSZYNSKI, 2001).
O crisântemo apresenta flores com grande aceitação de mercado
sendo, por isso, considerado uma das plantas ornamentais de maior valor comercial.
Entretanto, caracteriza-se por ser muito sensível a qualquer manejo inadequado em seu
cultivo (BORNÁS e URCULLU, 1953). O cultivo do crisântemo em vaso ocupa o primeiro
9
lugar no mercado nacional, respondendo por aproximadamente 80% da produção total. O
segundo lugar é ocupado pelo cultivo chamado “de corte” (FERNANDES, 1996).
A produção nacional de flores movimenta 500 milhões de reais por
ano, em nível de produtor, e US$ 15 milhões em exportação. Estima-se que cerca de 7.600
produtores em 1.500 municípios brasileiros se dedicam à floricultura em tempo integral ou
parcial, numa área cultivada de 9.000 ha, empregando cerca 33,3 mil trabalhadores rurais
diretos (KIYUNA et al., 2004).
Dentre as plantas mais vendidas nos três maiores mercados nacionais,
o crisântemo em vaso encontra-se em posição de destaque: terceiro lugar na CEASA de
Campinas, quinto no Veiling de Holambra e sétimo na CEAGESP de São Paulo
(JUNQUEIRA e PEETZ, 2004).
A cultura do crisântemo conduzida sob forma de cultivo protegido
vem crescendo a cada ano no Brasil e, atualmente, com uma área estimada de 3.300 hectares.
Entretanto, algumas pragas são prejudiciais ao desenvolvimento e produção dessa cultura,
destacando-se: tripes, ácaros, pulgões e moscas-brancas (ISENHOUR e YERGAN, 1981;
MENDES e BUENO, 1998).
Esta cultura é originária da Ásia e chegou à Europa por volta de
1.700 onde foi melhorada geneticamente, para chegar às variedades atuais. Hoje em dia
destacam-se os tipos "margarida", bastante comum no Brasil e na Europa; o "spider" com
pétalas tipo alfinete e o "pompom" crespo e arredondado. Quanto ao tamanho, dividem-se
entre crisântemos, largos, médios e mini, dependendo da finalidade (corte ou vaso). As cores
podem ser as mais diversas possíveis, destacando-se: o branco, amarelo, vermelho, lilás, roxo,
salmão e a mistura dessas cores em tais variegados (GRUSZYNSKI, 2001).
Segundo Gruszynski (2001), o crisântemo é uma planta de dias
curtos, florescendo naturalmente no inverno. Para obter uma produção durante o ano todo é
necessário fazer o plantio em estufas durante o verão, onde técnicas de escurecimento
permitem a obtenção artificial de plantas floridas.
Dependendo da variedade e da época de plantio, as plantas devem
receber iluminação noturna por 2 a 4 semanas para estimular o crescimento vegetativo. Nestas
condições de cultivo também deve ser realizado o "pinch", que significa a eliminação do
broto central para favorecer o surgimento das brotações laterais. Quando as plantas atingem
10
cerca de 40 cm (vaso) ou 80 cm (corte), inicia-se (no verão) a indução ao florescimento
através do fechamento da estufa com plástico preto durante algumas horas do dia, pois nesta
fase as plantas necessitam de aproximadamente 14 horas de escuridão/dia. Esta fase dura de 3
a 4 semanas, retirando-se o plástico preto quando os botões florais começarem a mostrar cor.
Depois são mais 2 semanas para as flores abrirem completamente (GRUSZYNSKI, 2001).
Sob a coordenação do Ibraflor, em março de 1995, foi formada uma
comissão para discutir a qualidade e padronização de crisântemos, visando uma proposta que
atendesse às necessidades do Mercosul e da padronização internacional (IBRAFLOR, 1995a),
resultando numa proposta de padronização que deveria entrar em vigor para todos os Centros
de Comercialização a partir de 02 de janeiro de 1996 (IBRAFLOR, 1995b), mas, o padrão é
seguido por poucas empresas. O conceito de qualidade para o mercado, segundo Noordegraaf
(1994), está relacionado aos aspectos externos, que deve representar a verdade, porque os
aspectos internos não podem ser mensurados durante o período de comercialização.
Como o padrão desta planta ornamental está intimamente ligado à
qualidade, pois um dos objetivos da padronização é estabelecer normas para comercialização,
classificação (qualidade, comprimento, sanidade) e embalamento (apresentação, embalagem e
número de hastes por unidade de embalagem), os aspectos externos da qualidade são os
parâmetros utilizados para se definir um padrão (NOORDEGRAAF, 1994).
2.2 Características do ácaro Tetranychus urticae
Os ácaros, de um modo geral, são consideradas pragas importantes de
diversas culturas no Brasil. O número de espécies descritas até hoje ultrapassa 30.000, e
destes, um número representativo de espécies apresenta hábitos exclusivamente fitófagos,
alimentando-se do conteúdo das células vegetais, provocando danos econômicos
(CARMONA e DIAS, 1996).
O ácaro-rajado, em especial, é considerado uma das principais pragas
da cultura do crisântemo. A espécie é cosmopolita e alimenta-se de uma grande diversidade
de plantas
.
11
O ciclo dos tetraniquídeos caracteriza-se por ovo, larva, protoninfa,
deutoninfa e adulto. No entanto, às vezes observa-se apenas um estágio ninfal, o que é mais
freqüente na época quente, quando o desenvolvimento é tão acelerado que os ácaros passam
por um estágio completo rapidamente. Os ovos são esféricos, de tonalidade amarelada, sendo
a postura feita entre os fios de teia tecidos nas folhas e flores. As formas juvenis são
esbranquiçadas, pouco ou nada quitinizadas e apresentam duas manchas escuras no dorso,
uma de cada lado. Os adultos são semelhantes aos jovens, mas existe acentuado dimorfismo
sexual, sendo as fêmeas ovaladas e os machos menores e com a extremidade posterior do
abdome mais estreita, medindo cerca de 0,3 mm de comprimento e as meas geralmente
apresentam duas manchas verde-escuras no dorso, uma de cada lado (GALLO et al., 2002).
Segundo Gallo et al. (2002), quando na fase adulta, os ácaros
alimentam-se através da sucção do conteúdo das células das plantas: os cloroplastos das
células afetadas desaparecem e o material remanescente coagula, formando uma massa
branco-parda em um ponto das extremidades das células, danificando assim as células
vizinhas em formato de círculos, e levando à formação de manchas cloróticas.
Apresentam preferência pela região intermediária da planta, porém,
na cultura do crisântemo sobem para as flores nas épocas mais quentes do ano, onde tecem
suas teias. Condições de elevada umidade tendem a suprimir o dano causado às plantas por
estes ácaros, isto se deve à habilidade deste ácaro de ingerir maior quantidade de alimento em
ambiente de baixa umidade, pela eliminação de água através da evaporação pela cutícula
(FLECHTMANN, 1989). Ocorre em todas as regiões do Brasil e durante todo o ano, sendo o
período mais favorável ao aumento populacional nessa cultura nos meses mais secos, com
temperaturas mais elevadas. De modo geral, grandes quantidades de fertilizantes nitrogenados
também propiciam o aumento da população (GALLO et al., 2002).
Os ácaros possuem enorme capacidade de aumento populacional,
chegando a 20-25 gerações por ano. Desta forma, o controle do ácaro precisa ser eficiente,
mantendo a população abaixo do nível de dano econômico. Atualmente, o controle químico é
o mais utilizado, porém, o mais problemático, pela elevada aptidão dos ácaros em desenvolver
resistência contra vários grupos de acaricidas. A evolução da resistência de ácaros fitófagos
aos acaricidas em curto intervalo de tempo depende, dentre outros fatores, do uso freqüente
12
do mesmo acaricida (pressão de seleção), do elevado potencial reprodutivo e do ciclo de vida
curto dos ácaros (STUMPF e NAUEN, 2001).
No processo de embalagem das plantas, seja “de corte” ou em vasos,
o ácaro tem uma tendência, quando infestação, de migrar para as flores. Quando isso
acontece, as flores atacadas produzem manchas cloróticas e perdem a qualidade até chegar ao
consumidor.
Segundo Silveira (1998), a presença de pragas e enfermidades não é
admitida em nenhuma classe de todos os padrões de qualidade vigentes. Apenas são aceitos
ligeiros danos causados por pragas, doenças e condições meteorológicas, mas isto deprecia o
produto colocando-o nas classes de qualidade inferior.
O produto nacional tem condições de competição no mercado
internacional, desde que seja realizado um trabalho eficiente que vise melhorar a aparência
das flores do crisântemo, que os sintomas de ataque do ácaro ficam mais evidentes nessa
parte da planta.
Observações a campo revelaram que algumas variedades como:
Rage, Swing, Amparo e Danielson conduzidas em vaso e “Shena” conduzida para corte o
preferencialmente atacadas por T. urticae.
2.3 A pulverização eletrostática
Christofoletti (1999) descreve que a aplicação é um processo em que
se coloca o produto químico no alvo. Teoricamente, quanto maior a quantidade de produto
depositada na superfície, maior poderá ser a sua ação. Desta forma, a aplicação de um
determinado produto químico pode ser valorizada em termos de eficiência, que é a relação
percentual entre a quantidade de produto depositada no alvo e a quantidade de produto
emitida pela máquina.
Na tentativa de melhorar a eficiência da aplicação vários
pesquisadores procuram alternativas que aumentem a deposição dos produtos diretamente nos
alvos e reduzam a contaminação ambiental.
13
Apenas uma pequena quantidade do pesticida aplicado é depositada
no alvo pretendido, como por exemplo, na superfície abaxial das folhas. Portanto, a eficácia
da deposição dependerá da sua redistribuição subseqüente através da superfície da planta ou
dentro dela ou ainda da movimentação da praga para entrar em contato com o depósito.
Várias pesquisas têm demonstrado que o emprego de gotas pequenas
proporciona os melhores resultados no controle de problemas fitossanitários. Porém, como as
gotículas com pequenas massas possuem pouca energia cinética, sofrem grande efeito da
deriva com baixa captura pelos alvos. Desta maneira, as vantagens esperadas de maior
eficiência de utilização de gotas pequenas somente se verificam em condições muito especiais
(CHAIM, 2006).
Segundo Chaim (2006), para que essas pequenas gotas sejam
eficientemente coletadas pelo alvo, com controle de deriva é necessário acrescentar a elas
uma força extra. Em gotas pequenas ou muito pequenas pode-se introduzir força elétrica às
mesmas com grandeza suficiente para controlar seus movimentos, inclusive contra a
gravidade, podendo se depositar na página inferior das folhas durante as pulverizações.
muitos anos, o método de pulverização eletrostática é utilizado na
indústria, na pintura de automóveis, por exemplo, e mais recentemente em impressoras à jato
de tinta, porém seu uso na agricultura não se estendeu principalmente por falta de
equipamentos portáteis de alta voltagem e o uso de pulverizadores não-condutores, que
limitaram o uso viável dessa tecnologia na agricultura.
As pesquisas sobre o uso de gotas eletricamente carregadas tiveram
um grande crescimento, principalmente depois do sucesso do pulverizador “Electrodyn”
desenvolvido por Coffee (1981). Hislop (1988), numa revisão sobre o emprego de gotas com
carga eletrostática para aplicação de produtos fitossanitários, afirmou que é possível reduzir,
com facilidade, mais de 50% dos ingredientes ativos recomendados nas aplicações, sem
reduzir a eficácia biológica. Além de aumentar a eficiência no controle, a pulverização
eletrostática reduz os efeitos dos inseticidas sobre os organismos que vivem no solo, porque
as perdas para o solo chegam a ser 20 vezes menores que numa pulverização convencional.
Em trabalhos realizados por pesquisadores da Embrapa, gotas sem carga apresentaram uma
eficiência de deposição de 18% de um produto marcador, no entanto, quando estas estavam
14
carregadas eletricamente, aumentaram significativamente a deposição para 62% do total do
marcador aplicado (CHAIM et al., 2002).
Para saber a relação existente entre gotas eletrificadas e seus alvos, é
necessário entender duas leis básicas da eletrostática: 1. Cargas de polaridades opostas se
atraem e cargas de polaridades iguais se repelem e, 2. A carga de um corpo ou nuvem de
partículas eletrificadas induzirá uma carga elétrica igual e oposta em outro corpo condutor
aterrado próximo. Portanto, uma nuvem de gotas carregadas eletricamente, ao se aproximar
de um objeto neutro e aterrado no caso, a planta - provoca um desequilíbrio entre prótons e
elétrons e induz na sua superfície uma carga de sinal contrario e então, é atraída e fixada pela
planta. Assim, a taxa de perda é reduzida consideravelmente e, portanto, a cobertura do alvo
aumenta (CHAIM, 2006).
Segundo Chaim (2006), existem alguns processos utilizados para
geração de gotas carregadas eletricamente. Dentre os quais, o processo de eletrificação de
gotas por efeito corona (Figura 1), onde um eletrodo pontiagudo submetido a altas tensões
ioniza o ar, e as cargas livres entram em contato com as gotas produzidas pelo bico, tornando-
as eletricamente carregadas. Esse processo é adequado para eletrificar gotas de até 20
micrômetros, pois gotas maiores não adquirem carga com intensidade suficiente para
aumentar a eficiência da aplicação.
O sistema apresentado na Figura 1 apresenta alguns problemas
práticos para utilização na agricultura, pois não é adequado para gotas “grandes”. Entretanto,
uma modificação no sistema apresentado na Figura 1, foi apresentado por Arnold et al. (1981
a, b, c). No equipamento apresentado pelos autores, um bico rotativo utilizando um eletrodo
pontiagudo submetido a 30 kV ionizava a lâmina de líquido antes de formar as gotas. A
lâmina de líquido ficava eletrizada e ao se romper na borda do disco pela ação centrífuga,
gerava gotas com carga eletrostática.
15
Figura 1. Sistema de carga de gotas de pulverização por efeito corona.
A Figura 2 ilustra o processo de carga por indução com eletrificação
indireta, onde o líquido é mantido aterrado, ou seja com voltagem igual a zero. Neste
processo, as gotas adquirem a carga na presença de um intenso campo eletrostático, formado
entre o eletrodo de indução mantido em alta voltagem e o jato de gotas. O eletrodo de indução
deve ser posicionado na região da borda do jato onde as gotas se formam, em uma distância
mínima suficiente para evitar centelhas de descarga entre o eletrodo e o líquido.
Uma desvantagem desse processo é que as gotas adquirem carga
oposta ao eletrodo de indução e são atraídas pelo mesmo molhando-o e causando
gotejamento. Devido a esse fato, um colapso no sistema acontece e a eletrificação das gotas é
prejudicada. Para contornar essa situação, foram projetados bicos pneumáticos eletrostáticos
que se caracterizam por proporcionar jatos concêntricos de ar e líquido. Assim, o próprio ar
que pulveriza o líquido arrasta as gotas carregadas para longe da influencia do eletrodo,
mantendo-o seco.
16
Figura 2. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, com
eletrificação indireta.
Resultados com economia superior a 50% da dose dos produtos
fitossanitários registrados em algumas culturas têm sido divulgados na mídia, quando utilizam
bicos pneumáticos eletrostáticos (ELECTROSTATIC SPRAYING SYSTEMS, 2007).
Existe uma variação do sistema de indução com eletrificação direta,
onde o bico ou o líquido recebe a ação direta da alta tensão e um eletrodo aterrado tem a
função de promover um campo eletrostático. Sua utilização se em pulverizadores
eletrohidrodinâmicos que utilizam caldas oleosas de baixa condutividade elétrica e, devido à
alta tensão aplicada ao bico, consegue vencer a resistividade do líquido para transferir cargas
para as gotas (Figura 3).
17
Figura 3. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, por
eletrificação direta.
No processo eletrohidrodinâmico, o líquido é submetido a um intenso
campo elétrico que promove o aparecimento de cargas na sua superfície. A presença de cargas
na superfície do líquido produz força que tem sentido oposto à força da tensão superficial.
Quando a força, devido à presença de cargas, é superior à tensão superficial do líquido, ocorre
uma instabilidade na superfície, provocando pequenas cristas, onde são formadas as gotas.
Como o campo eletrostático e a tensão superficial são constantes, e a
taxa de escoamento do líquido também é constante, são produzidas gotas extremamente
uniformes. Quando comparada com a pulverização hidráulica convencional, a pulverização
eletrohidrodinâmica demonstra uma redução da ordem de 20 vezes na contaminação do solo
(CHAIM, 2006).
O pulverizador “Electrodyn” trabalha nesse sistema e foi utilizado no
nordeste brasileiro no combate as pragas do algodão e pôde-se comprovar a redução de 5
vezes a dose do ingrediente ativo em relação à pulverização convencional (ARAUJO et al.,
2002).
18
Num outro tipo de indução por eletrificação direta (Figura 4), a
indução ocorre entre a planta e o jato de gotas mantido em alta tensão. Como não existe
eletrodo, a voltagem deve ser alta o suficiente para criar um intenso campo eletrostático entre
o bico e a planta. Assim, a carga das gotas é dependente da distância que o bico é posicionado
em relação às plantas, fazendo com que o campo eletrostático seja variável. A voltagem
necessária para eletrificação de gotas deverá ser superior a 30 kV. Nesse caso, todo o circuito
hidráulico é submetido a uma tensão de eletrificação do jato de gotas, exigindo que sejam
adotadas medidas para isolamento do tanque, bomba hidráulica, tubulações entre outras para
que seja garantida a segurança do aplicador.
Figura 4. Sistema de carga de gotas de pulverização por indução eletrostática, por
eletrificação direta.
19
Nos principais processos utilizados para eletrificação de gotas, o
sucesso ainda depende de algumas soluções tecnológicas que, se atendidas, promoverão um
aumento da eficiência no controle de pragas e doenças pelo aumento da deposição das gotas
na superfície abaxial das folhas.
Em plantas com grande densidade de folhas, como no caso da cultura
do brócolis, a eficiência pode ser muito elevada se a assistência de ar for utilizada para
auxiliar no transporte das gotas carregadas eletrostaticamente para o interior do dossel de
plantas. Estudos realizados comparando diferentes tecnologias concluíram que o sistema de
assistência de ar associado a eletrostática promoveu deposição 72% maior, comparativamente
à pulverização convencional e, deposição 49% maior que a pulverização com assistência de ar
não-carregada eletricamente, na cultura do brócolis (ELECTROSTATIC SPRAYING
SYSTEMS, 1992).
Na cultura do crisântemo de corte a assistência de ar em pulverização
quando combinada com a eletrificação de gotas pode contribuir para o incremento dos
depósitos nas partes inferiores da planta e, dessa forma, melhorar a sanidade das plantas de
crisântemo quando conduzidas nessa forma de cultivo.
2.4 Controle de Tetranychus urticae com espirodiclofeno e azociclotina
O espirodiclofeno é um acaricida de amplo espectro, não-sistêmico de
uma nova classe de acaricidas ácidos tetrônicos e eficaz contra todos os ácaros fitófagos
importantes do gênero Panonychus, Tetranychus, Phyllocoptruta, Brevipalpus e Aculus.
Quando aplicado nas folhas infestadas pelo ácaro-rajado mostra excelente atividade acaricida
(BAYER, 2002). Poucos trabalhos são reportados na literatura relatando o efeito desse
acaricida no controle de T. urticae.
Segundo Marcic (2007), em experimento visando avaliar os efeitos
subletais do espirodiclofeno, constatou que fêmeas de T. urticae no período de pré-
oviposição, e depois de 24 horas de exposição a várias concentrações desse acaricida, a
proporção de fêmeas sobreviventes foi de 70, 51, 41, 30 e 25% quando usadas as
20
concentrações de 6, 12, 24, 48 e 96 mg/L, respectivamente. A fertilidade total das fêmeas
sobreviventes decresceu na medida em que aumentaram as concentrações do espirodiclofeno.
A fertilidade das fêmeas tratadas foi reduzida significativamente durante todo o experimento,
quando comparada ao tratamento controle (testemunha), a exceto nas fêmeas tratadas com a
concentração de 6 mg/L.
Ensaios realizados por Oliveira e Oliveira (2000a), visando avaliar a
eficiência do espirodiclofeno e azociclotina no controle do ácaro-da-leprose (Brevipalpus
phoenicis) na cultura do citros, evidenciaram que houve 100% de mortalidade quando foram
utilizados 4,8 e 9,6 g de i.a./100L de água de espirodiclofeno aos 128 dias após a pulverização
e a azociclotina com controle de 98,5% utilizando 25 g de i.a./100L de água para a mesma
época. Ainda em ensaio realizado por Oliveira e Oliveira (2000b) utilizando os mesmos
produtos no controle de Phyllocoptruta oleivora nas dosagens 2,4; 3,6 e 4,8 g de i.a./100L de
água para o espirodiclofeno, constataram redução na população de 97,6; 100 e 99,3%,
respectivamente, aos 40 dias após a pulverização. Para a azociclotina, na dosagem de 25 g de
i.a./100L de água houve redução de 71,7% na população do ácaro na mesma época.
Segundo Oliveira e Oliveira (2000c), avaliando a ação do
espirodiclofeno e da azociclotina sobre Polyphagotarsonemus latus, observou 100% de
mortalidade do ácaro quando utilizado o espirodiclofeno nas dosagens 2,4; 3,6 e 4,8 g de
i.a./100L de água. Isto também ocorreu com a azociclotina na dosagem de 25 g de i.a./100L
de água aos 20 dias após a pulverização.
Reis et al. (2005) avaliaram o efeito dos acaricidas espirodiclofeno
(Envidor 240 SC) e azociclotina (Caligur 500 SC) sobre os ácaros-praga na cultura do
cafeeiro e sua seletividade à família de ácaros predadores. Os autores constataram que para os
ovos de Oligonychus ilicis , somente o espirodiclofeno na dosagem de 7,2 g de i.a./100 L de
água apresentou efeito ovicida no início do período embrionário com 100% de controle. O
acaricida espirodiclofeno foi levemente nocivo às espécies de ácaros predadores em estudo,
enquanto a azociclotina foi nociva às mesmas espécies de fitoseídeos.
21
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Deposição da pulverização
Com o objetivo de avaliar a deposição das gotas da pulverização na
cultura do crisântemo, um experimento foi instalado em casa-de-vegetação sob condições de
temperatura e umidade relativa do ar controladas (23± 2ºC e 72% respectivamente), e a
pulverização realizada no Laboratório de Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas
da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, Campus de Botucatu, SP, na Fazenda
Experimental do Lageado.
3.1.1 Planta alvo
Plantas de crisântemo, Dendranthema grandiflora, da variedade
‘Rage’, conduzidos em vasos foram cedidos pela empresa Steltenpool Flores e Frutas, com
22
sede em Holambra II, município de Paranapanema, SP, e trazidas para a casa-de-vegetação da
FCA / UNESP.
Nessa ocasião, aos 60 dias após o plantio (DAP) em vasos plásticos
número 15 com capacidade de 1,3 L, as plantas apresentavam botões florais ainda fechados
(Figura 5) e foram irrigadas duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde, sem adição de qualquer
fertilizante durante a condução do experimento.
No modo como são conduzidas na empresa, as plantas ficam
suspensas em tijolos de barro a uma densidade de aproximadamente 110.000 plantas/ha.
Todas as plantas foram oriundas de um único lote de mesma idade.
3.1.2 Equipamento
No experimento, utilizou-se um pulverizador costal com acionamento
manual desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente, com financiamento da FINEP em
parceria com Máquinas Agrícolas Jacto S.A. (Figura 6).
Uma barra com três bicos foi acoplada ao pulverizador equipado com
fonte de alta tensão de 40 kV, alimentada por bateria de 6V (4 pilhas grandes do tipo D). O
pulverizador trabalhou na pressão de 207 kPa e utilizando eletrificação direta, onde a indução
ocorre entre a planta e o jato de gotas mantido em alta tensão, apresenta deposição muito
semelhante ao antigo “Electrodyn”(ARAÚJO et al., 2002). Todos os componentes do
equipamento foram feitos de material isolante (plástico) a fim de se evitar descarga elétrica ao
aplicador.
3.1.3 Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso
(DIC), com oito tratamentos e quatro repetições, sendo cada repetição representada por doze
plantas. Em cada uma das plantas foram colocados papéis do tipo mata-borrão com as
dimensões 1,5 x 2,0 cm na superfície abaxial e adaxial dos folíolos em duas posições da
23
planta: ápice e base, num total de quatro papéis por planta. Em cada tratamento, foram
dispostas 6 fileiras de 8 plantas em ziguezague com uma distância de 30 cm de centro a centro
entre os vasos, conforme a recomendação dos produtores de flores da região de Holambra II.
Os tratamentos estão apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Tratamentos para avaliação da deposição da pulverização em plantas de crisântemo.
Trat
.
Pontas Forma
do Jato
Eletrost. Parte da planta
Parte da folha
Volume
aplicação
DMV
m)*
T1 AXI
110015
Plano Sem Ápice Adaxial
ÁpiceAbaxial
Base Adaxial
Base Abaxial
200 L/ha 143
T2 AXI
110015
Plano Com Ápice Adaxial
ÁpiceAbaxial
Base Adaxial
Base Abaxial
200 L/ha 143
T3 AXI
12002
TWIN
Plano
duplo
Sem Ápice Adaxial
ÁpiceAbaxial
Base Adaxial
Base Abaxial
300 L/ha **
T4 AXI
12002
TWIN
Plano
duplo
Com Ápice Adaxial
ÁpiceAbaxial
Base Adaxial
Base Abaxial
300 L/ha **
T5 TXVK-
3
Cônico Sem Ápice Adaxial
ÁpiceAbaxial
Base Adaxial
Base Abaxial
100 L/ha 123
T6 TXVK-
3
Cônico Com Ápice Adaxial
ÁpiceAbaxial
Base Adaxial
Base Abaxial
100 L/ha 123
T7 AXI
11003
Plano Sem Ápice Adaxial
ÁpiceAbaxial
Base Adaxial
Base Abaxial
400 L/ha 199
T8 AXI
11003
Plano Com Ápice Adaxial
ÁpiceAbaxial
Base Adaxial
Base Abaxial
400 L/ha 199
DMV – Diâmetro Mediano Volumétrico
* informado pelo fabricante ** em determinação pelo fabricante
24
3.1.4 Aplicação
Figura 5. A) detalhe dos fios aterrados ao solo e B) disposição dos vasos e papéis mata-
borrão.
25
A pulverização foi realizada 5 dias após a aclimatação dos vasos no
Departamento de Produção Vegetal, aos 65 dias após o plantio (DAP). A pulverização foi
realizada em única passada do aplicador pelas três primeiras fileiras de plantas, procedendo-se
da mesma forma sobre as outras três fileiras de plantas, começando a 2 metros de distância
antes do conjunto de plantas com o bocal mantido a 20 cm de altura delas. Para a pulverização
eletrostática, foi montado um sistema para aterramento dos vasos (Figura 5). Para a
pulverização convencional foi utilizado o mesmo equipamento costal, com sistema
eletrostático desligado.
A calda foi preparada com o corante Rodamina B, na concentração de
uma grama de corante para vinte litros de água. Na pulverização utilizaram-se quatro pontas
diferentes: AXI 110015, AXI 11003, AXI 12002 TWIN e TXVK-3 e dois métodos de
pulverização, convencional e eletrostático (Tabela 1).
A velocidade de deslocamento do aplicador foi medida com o auxílio
de um cronômetro (2,7 km/h), e o volume de pulverização do equipamento variou conforme a
vazão de cada ponta utilizada. A pulverização foi realizada em um único dia e os papéis
coletados sem separação por planta dentro de um mesmo tratamento.
3.1.5 Quantificação dos depósitos do marcador
Os papéis do tipo mata-borrão foram coletados, sem que houvesse
separação das folhas e superfície foliar. Foram levados para o Laboratório de Tecnologia de
Aplicação da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna, SP, e separados em 4 lotes de
aproximadamente 1.000 mg de amostras de cartão mata-borrão (gramatura de 250 g/m²),
colocados em frascos âmbar recebendo a adição de 50 ml de solução extratora constituída de
água destilada e 0,2% de Tween 80 (polioxietilensorbitano monooleato). Os frascos com a
solução extratora foram colocados em agitador rotativo a 150 rpm por 15 minutos e em
seguida deixado em repouso. Após 10 minutos de descanso, retirou-se 4 ml de solução
extratora e colocou-se em cubeta para realização da leitura da concentração da Rodamina B
no fluorômetro com filtro de excitação NB 540 e filtro de emissão SC 585.
26
3.1.6 Precisão do método analítico
Para a calibração do fluorômetro foram preparadas 4 repetições das
soluções do marcador Rodamina B nas respectivas concentrações: 0, 10, 25, 50, 75 e 100
µg/L.
Os valores da leitura da concentração do marcador possibilitaram
determinar a precisão do método analítico.
Como cada tipo de bico aplicou volume de calda compatível com sua
vazão e velocidade de aplicação, diferentes doses de Rodamina/ha foram utilizadas. Desta
forma, os valores dos resíduos encontrados foram transformados para um volume equivalente
a 100 L/ha para serem comparados. As leituras foram realizadas e transformadas em µg/cm
2
devido a gramatura do papel mata-borrão ser de 250 mg/cm
2
.
3.1.7 Análise estatística
Os tratamentos do experimento foram distribuídos no esquema fatorial
4 x 2 (4 tipos de pontas combinadas a 2 condições de pulverização). Os resultados foram
submetidos à análise de variância pelo teste de F, e as médias dos tratamentos comparadas
através do teste t, ao nível de 5% de probabilidade.
3.2 Eficiência da pulverização no controle do ácaro-rajado
Para avaliar a eficiência da pulverização eletrostática e convencional
no controle do ácaro-rajado, outro experimento foi conduzido em casa-de-vegetação sob
condições de temperatura e umidade relativa do ar controlados (2 2ºC e 78±2%,
respectivamente) e a pulverização realizada no Laboratório de Tecnologia de Aplicação da
Faculdade de Ciências Agronômicas - Unesp, Campus de Botucatu, SP, na cultura do
crisântemo, utilizando-se o protótipo anteriormente descrito (Figura 6).
27
Figura 6. Protótipo de pulverizador costal eletrostático com acionamento manual
desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a empresa
Máquinas Agrícolas Jacto S.A.
3.2.1 Delineamento experimental
O experimento foi conduzido no delineamento inteiramente ao acaso
(DIC), com doze tratamentos e oito repetições sendo cada repetição representada por dois
folíolos posicionados no ápice de oito plantas por parcela escolhidas ao acaso. Cada
tratamento foi estabelecido em função da combinação do tipo de ponta (AXI 110015, AXI
12002 TWIN e TXVK-3), do método de pulverização (eletrostática e convencional), e do
28
produto para o controle do ácaro-rajado (azociclotina e espirodiclofeno), além de dois
tratamentos adicionais denominados de testemunhas onde foi utilizada a ponta de maior
vazão, AXI 12002 TWIN com 300 L/ha, e os métodos de pulverização convencional e
eletrostático, pulverizados apenas com água, conforme apresentados na tabela 2.
Tabela 2. Tratamentos para avaliação da eficiência das tecnologias de pulverização no
controle de T. urticae.
Tratamentos Pontas Eletrostática Produtos Diâmetro das
Gotas( µm)*
T1 AXI 110015 Não azociclotina 143
T2 AXI 110015 Não espirodiclofeno 143
T3 AXI 110015 Sim azociclotina 143
T4 AXI 110015 Sim espirodiclofeno 143
T5 AXI 12002TWIN Não azociclotina **
T6 AXI 12002TWIN Não espirodiclofeno **
T7 AXI 12002TWIN Sim azociclotina **
T8 AXI 12002TWIN Sim espirodiclofeno **
T9 TXVK-3 Não azociclotina 123
T10 TXVK-3 Não espirodiclofeno 123
T11 TXVK-3 Sim azociclotina 123
T12 TXVK-3 Sim espirodiclofeno 123
TESTEMUNHA AXI TWIN Não água
TESTEMUNHA AXI TWIN Sim água
* informado pelo fabricante
** em determinação pelo fabricante
3.2.2 População do ácaro
A população de Tetranychus urticae utilizada foi oriunda da própria
empresa produtora do crisântemo conduzido em vaso e a confirmação da espécie foi realizada
no laboratório de Acarologia da FCA/UNESP. Após a pulverização, no experimento de
deposição, as plantas foram mantidas na casa-de-vegetação para que houvesse um aumento da
população desse ácaro. Após 20 dias, foi realizada uma avaliação prévia da população do
ácaro, através da contagem do número de ácaros vivos (ninfas e adultos), em uma área pré-
determinada de 1 cm
2
em dois folíolos localizados no ápice da planta, com auxílio de uma
lupa de bolso (aumento de 10 vezes).
29
3.2.3 Pulverização dos produtos fitossanitários
As pulverizações com diferentes pontas de pulverização e acaricidas,
foram realizadas no dia seguinte à contagem prévia dos ácaros. Para a pulverização
eletrostática, um fio de metal foi aterrado em cada vaso e, em seguida ao solo a fim de servir
como fio terra e tornar a planta apta para adquirir carga e atrair as gotas. Para a pulverização
convencional foi utilizado o mesmo equipamento costal, porém sem a utilização do fio de
metal e com as baterias no modo desligado.
A aplicação foi realizada utilizando-se o mesmo procedimento
realizado no experimento visando a avaliação da deposição da pulverização, bem como a
mesma velocidade de deslocamento do aplicador (2,7 km/h). Foram escolhidos dois produtos
não sistêmicos, evitando assim, a influência de uma possível ação no controle desse ácaro. As
dosagens foram definidas de acordo com a recomendação do fabricante dos produtos
fitossanitários, azociclotina na dosagem de 25 mL de i.a. para 100 litros de água e o
espirodiclofeno na dosagem de 4,8 mL de i.a. para 100 litros de água.
No entanto, o volume de calda recomendado pelo fabricante é de 600
a 800 litros por hectare e, quando utilizadas as pontas de pulverização com volume de
aplicação inferior ao mínimo recomendado pelo fabricante, tornou a dose aplicada inferior à
dosagem recomendada pelo mesmo. As concentrações dos acaricidas foram de 200 mL de
i.a./ha de azociclotina e de 38,4 mL de i.a./ha de espirodiclofeno, quando utilizado o volume
de pulverização de 800 L/ha.
3.2.4 Avaliações
No primeiro dia e aos 3, 7, 11 e 15 dias após a pulverização foram
feitas as contagens do número de ácaros por cm
2
para avaliar a eficiência da pulverização
eletrostática no controle dessa população em dois folíolos por planta posicionados no ápice, e
quatro plantas por repetição.
30
3.2.5 Análise estatística
As análises foram realizadas em esquema fatorial de (3 x 2 x 2) + 2,
ou seja, 3 pontas de pulverização, 2 métodos de aplicação, e 2 produtos acaricidas mais 2
tratamentos adicionais (testemunhas). Os resultados foram submetidos à análise de variância
pelo teste F, e as médias dos tratamentos comparadas através do teste de Tukey ao nível de
5% de probabilidade.
A porcentagem de eficiência do controle do ácaro foi calculada pela
fórmula adaptada de Henderson e Tilton (NAKANO et al., 1981), conforme Equação 1:
% E = [1 - (Id x Ta)] x 100 (E1)
(Ia x Td)
Onde:
% E = porcentagem de eficiência;
Id = número de ácaros no tratamento com acaricida após aplicação;
Ia = número de ácaros no tratamento antes da aplicação;
Td = número de ácaros na testemunha após aplicação do acaricida e
Ta = número de ácaros na testemunha antes da aplicação.
31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Deposição da pulverização
Os valores das concentrações reais de Rodamina B para quatro
amostras em seis concentrações da solução: 0, 10, 25, 50, 75 e 100 µg/L e os valores médios
obtidos para cada concentração são apresentados na Tabela 3. A calibração do fluorômetro
realizada com os valores observados e valores reais da concentração de Rodamina B na
solução possibilitaram o estabelecimento da equação de reta representada na Figura 7.
Tabela 3. Valores das concentrações de Rodamina B g/L), para quatro leituras em seis
concentrações da solução.
Conc. real (µ
µµ
µg/L)
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Média
0
0 0 0 0
0,0
10
9 10 11 8
9,5
25
23 27 25 24
24,8
50
48 48 52 50
49,5
75
75 73 78 74
75,0
100
100 101 99 100
100,0
32
Os valores médios de deposição do corante Rodamina B (µg/cm
2
), em
presença ou não da eletrostática, nas superfícies foliares do crisântemo para a interação: ponta
de pulverização x posição na planta estão apresentados na Tabela 4. Para a ponta de
pulverização AXI 11003, no ápice da planta, tanto na superfície adaxial quanto na superfície
abaxial da folha, não houve diferenças significativas entre a pulverização convencional e a
pulverização eletrostática. Ainda para a ponta AXI 11003, na base da planta, pode-se constatar
diferença estatística entre os valores dos depósitos da pulverização na superfície adaxial da
folha, sendo significativamente maior com a técnica de pulverização eletrostática. Na
superfície abaxial da folha, não foram constatadas diferenças estatísticas entre os tratamentos
para as diferentes técnicas de pulverização.
Figura 7. Calibração do fluorômetro: valores observados x valores reais da concentração de
Rodamina B (µg/L) na solução de pulverização.
33
Da quantidade total estimada dos depósitos de Rodamina B captados
pela planta de crisântemo, 27,4% se depositou na posição basal da planta, superfície adaxial
das folhas, utilizando-se a técnica de pulverização eletrostática contra 17,9% dos depósitos
com a pulverização convencional (sem eletrificação das gotas), conforme pode ser observado
na Tabela 4.
A pulverização eletrostática com a ponta AXI 110015 depositou maior
quantidade de corante no ápice da planta, nas duas superfícies da folha, porém, na base da
planta não foi detectada diferença entre os tratamentos eletrostático e convencional.
Quando foi utilizada a ponta AXI 12002 TWIN, a pulverização
eletrostática apresentou deposição superior a convencional apenas na superfície adaxial do
ápice das plantas.
A deposição de corante observada para a ponta TXVK 3, de modo
geral, foi significativamente maior quando a pulverização eletrostática foi utilizada, exceto na
superfície abaxial das folhas na base da planta, que não diferiu estatisticamente da
pulverização convencional.
Segundo Almekinders et al. (1992), em experimento realizado com
atomizador eletrostático utilizando-se alvos artificiais posicionados em diferentes alturas na
planta visando determinar a distribuição do tamanho das gotas produzido pelo atomizador,
bem como investigar a deposição das gotas carregadas eletrostaticamente nas diferentes
alturas, velocidade de vento e tamanho de gotas constataram que a taxa de eletrificação das
gotas decresce na medida em que o diâmetro mediano volumétrico (DMV) aumenta, um
fenômeno que, segundo os autores é inerente a todas as técnicas de eletrificação de gotas.
É provável que, o diâmetro mediano volumétrico das gotas formadas
pelas pontas de pulverização tenham influenciado na quantidade de depósito do corante na
superfície abaxial das folhas, pois, quando foram utilizadas as pontas AXI 11003 e AXI 12002
TWIN não houve diferença na deposição do corante Rodamina B nem mesmo no ápice da
planta. Isso pode ser comprovado observando a Tabela 5, onde as pontas citadas apresentam
menor deposição na superfície abaxial da folha, no ápice da planta, quando usada a
pulverização eletrostática. Já, na superfície adaxial, a deposição foi decrescente na seguinte
ordem: TXVK-3, AXI 110015, AXI 11003 e AXI 12002 TWIN.
34
Na posição basal da planta, utilizando a eletrostática (Tabela 5),
somente foi constatado diferenças significativas nos depósitos do marcador, na superfície
adaxial das folhas, com valores decrescentes para as pontas: TXVK 3, AXI 11003, AXI
11015 e AXI 12002 TWIN.
Tabela 4. Valores médios de deposição do corante Rodamina B (µg/cm
2
), em presença ou não
da eletrostática, nas superfícies foliares do crisântemo para a interação: ponta de
pulverização x posição na planta.
Ponta
Posição na
planta
Superfície
da Folha
Eletrostática DMS
Com Sem
AXI 11003
Ápice
Abaxial 3,35 a
1
2,03 a 2,88
Adaxial 24,43 a 23,88 a 2,88
Base
Abaxial 1,63 a 0,75 a 2,88
Adaxial 9,20 a 5,20 b 2,88
AXI 110015
Ápice
Abaxial 9,23 a 1,35 b 2,88
Adaxial 27,43 a 21,20 b 2,88
Base
Abaxial 1,35 a 0,93 a 2,88
Adaxial 6,68 a 5,13 a 2,88
AXI 12002 TWIN
Ápice
Abaxial 1,90 a 3,13 a 2,88
Adaxial 22,60 a 18,23 b 2,88
Base
Abaxial 0,40 a 0,50 a 2,88
Adaxial 4,00 a 4,88 a 2,88
TXVK – 3
Ápice
Abaxial 8,13 a 3,18 b 2,88
Adaxial 93,48 a 37,05 b 2,88
Base
Abaxial 2,58 a 1,25 a 2,88
Adaxial 21,53 a 4,05 b 2,88
1
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade.
Na superfície adaxial da folha, no ápice da planta, com utilização da
pulverização eletrostática houve diferença significativa entre os valores dos depósitos para as
pontas de pulverização em teste. A ponta de pulverização TXVK 3 proporcionou níveis três
vezes maior de depósito comparativamente às demais pontas de pulverização (Tabela 5). Na
base da planta, com eletrostática, não houve diferença significativa para a superfície abaxial
das folhas, porém, para a superfície adaxial, a ponta TXVK - 3 apresentou maior deposição,
seguida das pontas AXI 11003, AXI 110015 e AXI TWIN.
35
Ao se utilizar a pulverização sem gotas carregadas (convencional),
tanto no ápice quanto na base da planta, não foram constatadas diferenças significativas na
deposição do corante na superfície abaxial das folhas com as diferentes pontas. Este fato,
também foi observado na superfície adaxial da folha, na base da planta.
No geral, os valores dios dos depósitos do corante nas superfícies
da folha diferiram em função dos tratamentos, com maior deposição na superfície adaxial,
exceto para a ponta TXVK - 3, sem eletrostática, onde não houve diferenças entre os depósitos
nas diferentes superfícies foliares.
Tabela 5. Valores médios de deposição do corante Rodamina B (µg/cm
2
) utilizando diferentes
tipos de ponta de pulverização nas superfícies abaxial e adaxial de folhas de
crisântemo para a interação: técnica de pulverização x posição na planta.
Eletrost.
Posição
na
planta
Superfície
da folha
Tipos de ponta
1
DMS
AXI
11003
AXI
110015
AXI 12002
TWIN
TXVK -
3
Com
Ápice
Abaxial 3,35 b 9,23 a 1,90 b 8,13 a
3,80
Adaxial 24,43 bc 27,43 b 22,60 c 93,48 a
3,80
Base
Abaxial 1,63 a 1,35 a 0,40 a 2,58 a
3,80
Adaxial 9,20 b 6,68 bc 4,00 c 21,53 a
3,80
Sem
Ápice
Abaxial 2,03 a 2,20 a 3,13 a 3,18 a
3,80
Adaxial 23,88 b 21,20 bc 18,23 c 37,05 a
3,80
Base
Abaxial 0,75 a 0,93 a 0,50 a 1,25 a
3,80
Adaxial 5,20 a 5,13 a 4,88 a 4,05 a
3,80
1
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de
probabilidade.
Segundo Almekinders et al. (1992), o uso das forças eletrostáticas
reduzem a capacidade das gotas de penetrar no dossel de plantas densas. E, em experimento
realizado por Sumner et al. (2000), com pulverizador eletrostático e assistência de ar, testes
conduzidos a campo na cultura de algodão constataram que houve maior deposição da
pulverização quando utilizada a assistência de ar comparativamente a ausência dessa
tecnologia.
Seguindo o raciocínio de que o diâmetro mediano volumétrico
influencia na deposição das gotas na superfície foliar em diferentes posições da planta de
36
crisântemo, verifica-se que as folhas do ápice da planta, superfície adaxial das folhas,
obviamente receberam maior quantidade dos depósitos àquelas da posição basal para todos os
tratamentos. para as pontas de pulverização AXI 11003 e AXI 12002 TWIN, na superfície
abaxial da folha, não houve diferenças significativas dos depósitos com e sem eletrostática
(Tabela 6).
Tabela 6. Valores médios de deposição do corante Rodamina B (µg/cm
2
) nas superfícies
abaxial e adaxial da folha de crisântemo para as interações: ponta x técnica de
pulverização; técnica de pulverização x posição na planta.
Ponta Eletrostática
Posição na
Planta
Superfície da folha DMS
Abaxial Adaxial
AXI 11003
Com
Ápice 3,35 b
1
A
2
24,43 a A 3,05
Base 1,63 b A 9,20 a B 3,05
DMS ---- 3,07 3,07 ----
Sem
Ápice 2,03 b A 23,88 a A 3,05
Base 0,75 b A 5,20 a B 3,05
AXI 110015
Com
Ápice 9,23 b A 27,43 a A 3,05
Base 1,35 b B 6,68 a B 3,05
DMS ---- 3,07 3,07 ----
Sem
Ápice 2,20 b A 21,20 a A 3,05
Base 0,93 b A 5,13 a B 3,05
AXI 12002
TWIN
Com
Ápice 1,90 b A 22,60 a A 3,05
Base 0,40 b A 4,00 a B 3,05
DMS ---- 3,07 3,07 ----
Sem
Ápice 3,13 b A 18,23 a A 3,05
Base 0,50 b A 4,88 a B 3,05
TXVK-3
Com
Ápice 8,13 b A 93,48 a A 3,05
Base 2,58 b B 21,53 a B 3,05
DMS ---- 3,07 3,07 ----
Sem
Ápice 3,18 b A 37,05 a A 3,05
Base 1,25 a A 4,05 a B 3,05
1
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade
dentro de cada ponta de pulverização.
2
Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade
dentro de cada técnica de aplicação.
37
Para as pontas AXI 110015 e TXVK – 3 com eletrostática, houve
depósito maior na superfície abaxial das folhas do ápice em relação às folhas da base da
planta. Fato este, não observado com ambas as pontas na pulverização convencional.
Law e Cooper (1988) relataram que as deposições das pulverizações
eletrostáticas podem ser sete vezes maiores àquelas obtidas com as gotas desprovidas de carga
elétrica, dependendo das características morfológicas do alvo e da própria intensidade de carga
das gotas. Segundo Chaim et al. (2002), o aumento da vazão de pulverização diminui a
intensidade da carga das gotas e o aumento da carga aumenta significativamente a deposição
da pulverização, em alvos artificiais esféricos.
Segundo a empresa Electrostatic Spraying Systems (1992), em teste
comparando um pulverizador manual convencional com sistema eletrostático, o sistema com
eletrificação das gotas proporcionou a deposição de 60% do corante pulverizado em várias
culturas em casa-de-vegetação, enquanto o sistema convencional resultou em apenas 16% dos
depósitos. No presente trabalho, a ponta TXVK-3 com sistema eletrostático proporcionou
depósitos 2,5 vezes maiores em relação ao obtido com a pulverização convencional com a
mesma ponta de pulverização no ápice da planta (Tabela 4).
Law et al. (1993) investigaram a penetração da pulverização no dossel
das plantas de algodão utilizando três métodos de aplicação: pulverizadores assistido a ar com
e sem sistema de transferência de carga elétrica às gotas e pulverizador hidráulico
convencional. O pulverizador eletrostático assistido a ar aumentou a quantidade de produto
depositado na planta de algodão em uma vez e meia e três vezes, respectivamente, nas partes
superior e inferior da planta. A pulverização assistida a ar com gotas carregadas aumentou a
quantidade de produto aplicado na superfície abaxial das folhas em 1,9 vezes em comparação
a quantidade do produto depositada com o pulverizador assistido a ar sem dispor do sistema
eletrostático e 2,5 vezes em relação ao pulverizador hidráulico convencional.
O uso da eletrostática como incremento nos depósitos de pulverizações
foi ratificado nessa pesquisa, especialmente para as pontas de pulverização TXVK-3 e AXI
110015, quando se avaliou a posição superior das plantas (Tabela 4). Na posição baixeira da
planta a ponta TXVK-3 apresentou melhor desempenho, proporcionando depósitos
significativamente maiores, comparativamente às demais pontas de pulverização (Tabela 5).
38
A Embrapa (2007) divulgou resultados de estudo comparando um
bocal de pulverização eletrostático a uma aplicação convencional, para a cultura do tomate. Os
resultados mostraram que, o pulverizador eletrostático pode depositar até 70% do produto
fitossanitário aplicado, enquanto que a pulverização convencional pode depositar somente
30% do produto fitossanitário aplicado na cultura do tomate.
Em experimento realizado com crisântemos em casa-de-vegetação por
Kabashima et al. (1995), utilizando um pulverizador eletrostático para o controle de afídeos
(Myzus persicae), apresentaram resultados que evidenciaram que a superfície foliar recebeu
cerca de 3,7 vezes mais depósitos usando a eletrostática.
Com o objetivo de comparar o sistema convencional e eletrostático,
Soares e Maciel (2001) mostraram que a pulverização eletrostática apresenta um rendimento
na deposição do produto fitossanitário na planta de algodão 123% superior a pulverização
convencional no resultado dos cálculos do rendimento comparativo entre os dois sistemas.
Ao testar a eficiência de deposição de um bocal pulverizador
eletrostático Chaim et al. (2002) afirmaram que, pelos resultados obtidos com o bocal
eletrostático foi possível reduzir os desperdícios dos produtos fitossanitários para o ambiente,
reduzindo, conseqüentemente, os seus impactos negativos. Segundo Hislop (1988), citado por
Chaim et.al. (2002), o aumento na deposição dos produtos fitossanitários proporcionado pela
pulverização eletrostática pode propiciar uma significativa redução das doses normalmente
aplicadas, diminuindo o custo de produção e melhorando a qualidade dos alimentos.
Os resultados obtidos nesse trabalho e em todos os outros
anteriormente citados, revelam que pode haver diminuição da dosagem dos produtos
fitossanitários aplicados, proporcionando a redução do risco de contaminação do operador e
do meio ambiente. E mostram ainda que o sistema de pulverização eletrostática, de modo
geral, é recomendável para a aplicação de produtos fitossanitários na cultura do crisântemo,
apresentando uma melhor deposição na quantidade de produto na cultura quando utilizadas
pontas que produzam gotas com menor diâmetro mediano volumétrico.
Os volumes de pulverização, atualmente utilizados pelos produtores de
crisântemo no controle fitossanitário dessa cultura, independentemente da forma de condução
(vaso ou corte), são superiores a 800 L/ha. Porém, nesse trabalho, os volumes de 100 a 400
L/ha não foram suficientes para atingir a capacidade máxima de retenção foliar
39
(escorrimento), quando as pulverizações foram realizadas aos 60 DAP em plantas de
crisântemo.
Resultados de teste preliminar conduzido no Laboratório de
Tecnologia de Aplicação de Defensivos da FCA/UNESP com plantas de crisântemo, aos 60
DAP, apontaram que a média do volume máximo de retenção de água pelas plantas nesse
estádio de desenvolvimento foi de aproximadamente 1800 L/ha, conforme pode-se observar
pela Tabela 7.
Tabela 7. Taxa de retenção máxima de água pelas plantas de crisântemo, aos 60 DAP.
Planta Taxa de
retenção
(mL)
Área (cm
2
) Retenção/ área
(mL/cm
2
)
Retenção/ área
(L/ha)
Foliar Ramos e
Flores
Planta 1 43,05 2131,72 499,21 0,1636 1636,30
Planta 2 42,06 2008,98 509,55 0,0167 1670,02
Planta 3 48,79 2092,82 494,41 0,0189 1885,80
Planta 4 46,47 2446,13 490,83 0,0164 1582,25
Planta 5 47,77 2385,09 526,01 0,0158 1640,96
Planta 6 63,95 2382,04 589,04 0,0215 2152,42
Planta 7 49,94 2392,03 549,79 0,0170 1697,59
Planta 8 63,37 2569,01 586,05 0,2009 2008,52
Média
45,18 2300,98 530,61 0,0157
1784,23
A eletrificação das gotas, além de contribuir para a redução da
dosagem dos produtos fitossanitários pode reduzir significativamente o volume de
pulverização com incremento dos depósitos e redução na contaminação ambiental.
4.2 Eficiência da pulverização no controle do ácaro-rajado
Os efeitos das pontas de pulverização e técnicas de aplicação (com e
sem eletrostática) sobre o número Tetranychus urticae, após a aplicação dos acaricidas
azociclotina e espirodiclofeno, na cultura do crisântemo são apresentados na tabela 8.
40
Tabela 8. Efeito de pontas de pulverização e técnicas de aplicação (com e sem eletrostática)
sobre o número de Tetranychus urticae, após a aplicação dos acaricidas azociclotina e
espirodiclofeno na cultura do crisântemo. Botucatu, 2007.
Fator de variação GL Valor de F (p-valor)
Azociclotina espirodiclofeno
Tratamentos (7) 4,33 (0,0007) ** 16,99 (0,0001) **
Ponta (P) 2 1,21 (0,3047)
n.s
. 26,85 (0,0001) **
Téc. de pulveriz. (E) 1 0,81 (0,3734)
n.s.
0,50 (0,4817)
n.s
.
P x E 2 2,10 (0,1325)
n.s.
11,14 (0,0001) **
Adicionais (Ad.) 1 1,35 (0,2497)
n.s.
2,08 (0,1553)
n.s
.
Fatorial x Ad. 1 21,54 (0,0001) ** 40,39 (0,0001) **
Erro a 56 0,3513 0,2290
Tempo (T) 5 23,88 (0,0001)** 4,57 (0,0018)**
T x Tratamentos (35) 2,36 (0,0001)** 3,91 (0,0001)**
T x P 10 2,80 (0,0026)** 2,42 (0,0252)*
T x E 5 1,58 (0,1669)
n.s
3,23 (0,0174)*
T x P x E 10 1,56 (0,1171)
n.s
2,41 (0,0258)*
T x Ad. 5 1,06 (0,3807)
n.s
1,06 (0,4677)
n.s
T x (Fat vs Ad.) 5 5,14 (0,0002)** 13,40 (0,0001)**
Erro b 280 0,1928 0,2227
CV (%)
34,20 48,02
*, ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
n.s. = não significativo.
Médias na mesma coluna e dentro do mesmo fator não diferem estatisticamente entre si, a 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey.
Para o ingrediente ativo azociclotina, verifica-se que houve efeito do
tempo sobre o número de ácaros em plantas de crisântemo. A interferência significativa desse
fator sobre a população de ácaros pode ser comprovada na análise de desdobramento do fator
tempo dentro das pontas de pulverização em teste (Tabela 9), demonstrando assim, que este
fator atua de forma independente. Pela figura 8, pode-se evidenciar a mesma tendência da
flutuação populacional de T. urticae, com queda significativa do número de ácaros aos 3
DAA, quando foi utilizada diferentes pontas de pulverização e, aumento progressivo da
população até 12 DAA. Isso ratifica a constatação de que o tempo atua independentemente dos
demais fatores sobre o nível populacional de T. urticae.
41
Tabela 9. Análise do desdobramento dos níveis do fator tempo dentro de cada nível do fator
ponta para o produto azociclotina.
Fonte de variação GL
Valor de F (p-valor)
Tempos dentro AXI 110015 5 6,36 (0,0001)**
Tempos dentro AXI 12002 TWIN 5 6,06 (0,0001)**
Tempos dentro TXVK -3 5 9,90 (0,0001)**
Erro b 280
0,1928
*, ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
0 3 6 9 12 15
R
a
i
z
(
n
ú
m
.
d
e
á
c
a
r
o
s
)
Tempo (dias)
AX15 obs AX15
TWIN obs TWIN
TXVK obs TXVK
Figura 8. Valores médios da raiz quadrada do número de ácaros em cada tipo de ponta, em
função dos dias, para o produto azociclotina.
Os valores médios do número de ácaros para os tratamentos em
esquema fatorial e tratamentos adicionais, do fator tempo para o produto azociclotina são
apresentados na tabela 10. Nota-se que pelo teste de probabilidade de Scheffé, o sétimo dia
após a pulverização mostrou-se significativo e a estimativa do contraste foi positiva. Isso
Y= 1,2340-0,3345x+0,0470x
2
-0,0018x
3
R
2
=0,7425
Y= 0,9960-0,2361x+0,0448x
2
-0,0019x
3
R
2
=0,9776
Y= 1,0312-0,3118x+0,0555x
2
-0,0022x
3
R
2
=0,8887
42
mostra que, a quantidade de ácaros na planta se revelou maior nos tratamentos adicionais
(testemunha) que nos tratamentos em esquema fatorial.
A partir de 3 DAA do acaricida azociclotina, a população desse ácaro-
praga diminuiu quando a pulverização foi realizada com a ponta de jato plano AXI 110015,
porém mantendo a mesma tendência de flutuação populacional comparativamente aos demais
tratamentos. O menor número de ácaros nesse tratamento, talvez possa estar relacionado ao
maior volume de aplicação (200 L/ha) e maior diâmetro mediano volumétrico (DMV) das
gotas com a ponta de pulverização AXI 110015, o que possibilita maior penetração no dossel
das plantas de crisântemo, influenciando positivamente no controle dessa praga.
A partir de 7 DAA, com a diminuição dos resíduos do acaricida
azociclotina, a população do ácaro aumentou nos tratamentos distribuídos no esquema fatorial.
Tabela 10. Valores médios do número de ácaros para os tratamentos em esquema fatorial e
tratamentos adicionais, para o produto azociclotina.
Dias
Número de ácaros
1
Estimativa
do contraste
Prob.
Scheffé
Fatorial Adicionais
0 1,084 0,927 -0,157 0,9870
n.s.
1 0,900 1,218 0,318 0,5980
n.s.
3 0,471 0,702 0,231 0,8910
n.s.
7 0,888 1,602 0,714 <0,0001**
11 1,131 1,515 0,384 0,3320
n.s.
15 1,172 1,628 0,456 0,1280
n.s.
1
– valores médios transformados em raiz quadrada de x.
*, ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente pelo teste de Scheffé
n.s. = não significativo.
Para o ingrediente ativo espirodiclofeno, a tabela 8 mostra que a
interação tempo x ponta x técnica de pulverização foi significativa. O desdobramento dessa
interação está apresentado na tabela 11. Como pode-se verificar, o fator tempo dentro da ponta
TXVK-3, com e sem eletrostática, foi altamente significativo.
43
Tabela 11. Análise do desdobramento do fator tempo dentro de cada vel da combinação
ponta-eletrostática, para o produto espirodiclofeno.
Fonte de variação GL Valor de F (p-valor)
Tempo dentro AX110015 Com 5 2,15 (0,0599)
n.s.
Tempo dentro AX110015 Sem 5 2,03 (0,0748)
n.s.
Tempo dentro AXI 12002 TWIN Com 5 1,04 (0,3943)
n.s.
Tempo dentro AXI 12002 TWIN Sem 5 0,57 (0,7213)
n.s.
Tempo dentro TXVK -3 Com 5 6,55 (0,0001)**
Tempos dentro TXVK -3 Sem 5 2,92 (0,0139)**
Erro b 280 0,2227
*, ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
n.s. = não significativo
A figura 9 representa a flutuação populacional de T. urticae para essa
ponta, com o método de pulverização convencional (sem eletrostática) e o eletrostático. Pode-
se observar que, no primeiro dia após a pulverização, a população foi reduzida bruscamente e
voltou a crescer de forma muito rápida no terceiro dia após a pulverização, pois, quando a
exposição ao produto é baixa, há uma tendência a aumentar a oviposição das fêmeas como um
instinto de sobrevivência da espécie.
Pelo fato das gotas produzidas pela ponta TXVK 3 apresentarem o
menor DMV (123 micrometros) e o menor volume de aplicação (100 L/ha) dentre as pontas
em teste pode ter contribuído para melhor distribuição dos depósitos do espirodiclofeno com o
uso da eletrostática com reflexo positivo no controle do ácaro com 1 DAA do acaricida. No
entanto, o rápido crescimento populacional pode estar relacionado à baixa exposição de T.
urticae ao acaricida na parte inferior da planta, pois gotas com menor DMV se depositariam
na parte superior da planta.
Assim, ácaros na posição inferior da planta para garantir a
sobrevivência da espécie aumentaram a oviposição, resultando no rápido crescimento
populacional dessa espécie.
Estabelecendo uma proporcionalidade de deposição de ingrediente
ativo entre a rodamina aplicada (5 g/ha) e a média dos valores de seus resíduos encontrados no
ápice e na base da planta para a ponta TXVK 3 com eletrostática de 31,43 µg/cm² (Tabela
4), a dose estimada para a azociclotina (25 mL de i.a./100 L de água) seria de 157,15 µg/cm² e
no caso do espirodiclofeno (4,8 mL de i.a./100 L de água) de 30,17 µg/cm
2
. Deve ser
44
considerado que os fabricantes da azociclotina e espirodiclofeno recomendam a aplicação de
800 L/ha e, portanto, as respectivas dosagens de 200 e 38,4 g de ingrediente ativo por hectare.
Neste caso, a dose aplicada pelo bico TXVK-3 é proporcionalmente menor àquela
recomendada pelo fabricante, influenciando o controle.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
0 3 6 9 12 15
R
a
i
z
(
n
ú
m
.
d
e
á
c
a
r
o
s
)
Tempo (dias)
TXVK Com obs TXVK Com
TXVK Sem obs TXVK Sem
Figura 9. Valores médios da raiz quadrada do número de ácaros para a ponta TXVK- 3 com e
sem eletrostática em função dos dias de avaliação, para o produto espirodiclofeno.
Na empresa onde as plantas foram produzidas, realiza-se uma
pulverização com inseticida-acaricida a cada dois dias, portanto, a elevada freqüência nas
aplicações de inseticidas-acaricidas contribui para a ressurgência mais rápida da população.
Na tabela 12 estão apresentados os valores médios do número de
ácaros para os tratamentos em esquema fatorial e adicionais, do fator tempo para o produto
espirodiclofeno. Nota-se que pelo teste de probabilidade de Scheffé, o sétimo e o décimo
quinto dia após a pulverização mostraram-se significativos e a estimativa do contraste foi
Y=1,04-1,62x+1,19x
2
-0,25x
3
+0,02x
4
-0,0006x
5
R
2
=0,9999
Y=0,99+0,66x-,023x
2
+0,03x
3
+0,0009x
4
R
2
=0,9999
45
positiva. Isso mostra que, a quantidade de ácaros na planta se revelou maior nos tratamentos
adicionais (testemunha) que nos tratamentos em esquema fatorial, nessas avaliações.
Tabela 12. Valores médios da raiz quadrada do número de ácaros para os tratamentos em
esquema fatorial e tratamentos adicionais, para o produto espirodiclofeno.
Dias
Médias
Estimativa
do contraste
Prob.
Scheffé
Fatorial Adicionais
0 0,787 0,927 0,141 0,9940
1 0,916 1,218 0,302 0,6750
3 1,099 0,702 -0,398 0,2960
7 0,945 1,602 0,657 0,0020**
11 1,010 1,515 0,504 0,0620
15 0,684 1,628 0,945 <0,0001**
*, ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
n.s. = não significativo.
Silva et al. (2002) constataram resistência de T. urticae ao propargite
na cultura do crisântemo conduzida no município de Holambra, SP. O teste foi realizado pelos
autores com a concentração discriminatória de 40,3 ppm de ingrediente ativo (capaz de
eliminar aproximadamente 100% dos indivíduos susceptíveis sem afetar os resistentes) e a
mortalidade avaliada na concentração recomendada do produto (216 ppm de ingrediente ativo)
para a cultura do crisântemo. No entanto, para a população teste de T. urticae não foi avalida a
possível resistência entre os indivíduos.
O fato de se obter baixa eficiência de controle parece estar relacionado
a menores exposições da população e subdoses dos acaricidas em estudo.
A eficiência de controle do ácaro com o acaricida azociclotina com
diferentes pontas e técnicas de pulverização está apresentada na tabela 13. Nas avaliações de
controle do ácaro, utilizando ou não a pulverização eletrostática, a maior eficiência de controle
foi obtida com a ponta AXI 110015, que apresentou índice médio de 75,7% de controle,
porém esse valor é insuficiente para atestar que o uso da eletrostática à 200 L/ha com
azociclotina foi eficiente no controle de T. urticae.
De modo geral, a porcentagem média de controle em cada época
também se apresentou maior, exceto aos 7 e 11 dias após a pulverização (DAA).
46
Tabela 13. Eficiência de controle (%) de Tetranychus urticae com diferentes pontas e técnicas
de pulverização até 15 dias após a aplicação do acaricida azociclotina. Botucatu,
2007.
Dias
Eletrostática Pontas Média
AXI 110015 AXI 12002
TWIN
TXVK-3
1
Sem 36,6
1
0,0 42,7 26,4
Com
62,9 71,7 73,3
69,3
3
Sem 16,7 42,9 44,0 34,5
Com
84,1 19,7 42,6
48,8
7
Sem 87,9 75,1 69,7 77,6
Com
75,6 59,4 64,4 66,5
11
Sem 77,0 0,0 25,0 34,0
Com
81,4 45,7 46,7
57,9
15
Sem 82,9 33,5 61,3 59,3
Com
74,7 60,4 22,6 54,6
Média
Sem
60,3 30,3 48,5
----
Com 75,7 51,4 49,9 ----
1
% de eficiência calculada pela rmula adaptada de Henderson e Tilton (NAKANO, et al.,
1981).
A eficiência de controle de T. urticae com diferentes técnicas e pontas
de pulverização está apresentada na tabela 14. A porcentagem média de eficiência de controle
do ácaro-rajado foi maior quando a pulverização eletrostática foi utilizada, porém em níveis de
controle menores que a azociclotina, para as respectivas pontas de pulverização. Fato
semelhante ocorreu com a média dentro de cada época, porém no sétimo dia após a aplicação,
a pulverização convencional apresentou uma eficiência maior que a eletrostática.
Tabela 14. Eficiência de controle (%) de Tetranychus urticae com diferentes pontas e técnicas
de pulverização até 15 dias após a aplicação do acaricida espirodiclofeno. Botucatu, 2007.
Dias Eletrostática Pontas Média
47
AXI 110015
AXI 12002
TWIN
TXVK-3
1
Sem 38,2
1
36,8 45,3 40,1
Com
75,0 67,4 80,0
74,1
3
Sem 0,0 50,0 50,0 33,3
Com
33,3 62,5 26,1
40,7
7
Sem 80,6 79,4 73,8 77,9
Com
55,6 78,7 55,6 63,3
11
Sem 15,4 12,6 0,0 9,3
Com
46,7 76,3 32,8
51,9
15
Sem 0,0 28,7 55,3 28,0
Com
66,0 45,4 43,5
51,6
Média
Sem
26,8 41,5 44,9 ----
Com 55,3 66,1 47,6 ----
1
% de eficiência calculada pela rmula adaptada de Henderson e Tilton (NAKANO, et al.,
1981).
Silva et al. (1997), avaliando deposição de gotas da pulverização
eletrostática e convencional sobre a cultura do algodoeiro, concluíram que na face inferior da
folha houve um incremento nos depósitos foliares, assim como no presente trabalho, mas estes
não foram suficientes para se recomendar o uso sistemático dessa técnica.
48
5 CONCLUSÕES
Baseados nos dados obtidos nas condições do presente trabalho
podem ser extraídas as seguintes conclusões:
A pulverização eletrostática promove maior deposição das gotas
na superfície adaxial das folhas comparativamente à pulverização convencional.
Quando utilizada a pulverização eletrostática, os valores médios
dos depósitos do corante Rodamina B na superfície abaxial das folhas variam de acordo com
o diâmetro mediano volumétrico das gotas produzidas por cada ponta de pulverização.
As pontas AXI TWIN e AXI 11003, não se mostraram eficientes
na deposição de gotas na superfície abaxial das folhas do ápice da planta com a pulverização
eletrostática.
A eficiência do controle de Tetranychus urticae apresentou um
nível satisfatório em subdose para a ponta TXVK - 3.
49
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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54
ANEXOS
55
Deposição das gotas de pulverização
O modelo estatístico que descreve os dados á apresentado como se
segue:
ijklm i j ij ijm k ik jk ijk ijkm
y a b ab e p pa pb pab
µ ε
= + + + + + + + + + +
l il jl ijl kl ikl jkl ijkl ijklm
f fa fb fab fp fpa fpb fpab
ξ
+ + + + + + + + +
ijklm
y
é o valor de deposição de corante na m-ésima repetição do i-ésimo tipo de ponta, j-ésimo
nível de eletrostática, k-ésima parte da planta e l-ésima parte da folha, com m=1, 2, 3, 4;
µ
é uma constante inerente a cada observação;
i
a
é o efeito do i-ésimo tipo de ponta, com i = 1, 2, 3, 4;
j
b
é o efeito do j-ésimo nível de eletrostática, com j = 1, 2;
ij
ab
é o efeito da interação do i-ésimo tipo de ponta com o j-ésimo nível de eletrostática;
ijm
e
é o erro experimental associado a parcela, considerado erro (a) da análise de variância,
normalmente distribuído com média zero e variância
2
σ
;
k
p
é o efeito da k-ésima parte da planta, com k = 1, 2;
ik
pa
é o efeito da interação da k-ésima parte da planta com o i-ésimo tipo de ponta;
jk
pb
é o efeito da interação da k-ésima parte da planta com o j-ésimo nível de eletrostática;
ijk
pab
é o efeito da interação da k-ésima parte da planta com o i-ésimo tipo de ponta e o j-
ésimo nível de eletrostática;
ijkm
ε
é o erro experimental associado a subparcela, considerado erro (b) da análise de
variância, normalmente distribuído com média zero e variância
2
σ
;
l
f
é o efeito da l-ésima parte da folha, com l = 1, 2;
il
fa
é o efeito da interação da l-ésima parte da folha com o i-ésimo tipo de ponta;
jl
fb
é o efeito da interação da l-ésima parte da folha com o j-ésimo nível de eletrostática;
ijl
fab
é o efeito da interação da l-ésima parte da folha com o i-ésimo tipo de ponta e o j-ésimo
nível de eletrostática;
56
kl
fp
é o efeito da interação da l-ésima parte da folha com a k-ésima parte da planta;
ikl
fpa
é o efeito da interação da l-ésima parte da folha com a k-ésima parte da planta e o i-
ésimo tipo de ponta;
jkl
fpb
é o efeito da interação da l-ésima parte da folha com a k-ésima parte da planta e o j-
ésimo nível de eletrostática;
ijkl
fpab
é o efeito da interação da l-ésima parte da folha com a k-ésima parte da planta, o i-
ésimo tipo de ponta e o j-ésimo nível de eletrostática;
ijklm
ξ
é o erro experimental associado a subsubparcela, considerado erro (c) da análise de
variância, normalmente distribuído com média zero e variância.
Análise de variância para a deposição de corante, em µg/cm
2
, segundo um modelo de parcela
subsubdividida.
Fonte de variação gl Quadrado Médio (p-valor)
Ponta (P) 3 1396,7877 (<0,0001**)
Eletrostática (E) 1 1360,4632 (<0,0001**)
P x E 3 664,8663 (<0,0001**)
Erro (a) 24 3,7550
Parte da planta (Pp) 1 6691,7988 (<0,0001**)
Pp x P 3 672,0832 (<0,0001**)
Pp x E 1 377,7813 (<0,0001**)
Pp x P x E 3 201,7015 (<0,0001**)
Erro (b) 24 4,8565
Parte da folha (Pf) 1 10254,9100 (<0,0001**)
Pf x P 3 1080,5182 (<0,0001**)
Pf x E 1 705,4707 (<0,0001**)
Pf x P x E 3 531,8513 (<0,0001**)
Pf x Pp 1 4226,2519 (<0,0001**)
Pf x Pp x P 3 590,6363 (<0,0001**)
Pf x Pp x E 1 160,8769 (<0,0001**)
Pf x Pp x P x E 3 164,2763 (<0,0001**)
Erro (c) 48 4,5872
CVa (%) 16,69
CVb (%) 18,99
CVc (%) 18,45
** - significativo 1% de probabilidade.
Eficiência da pulverização no controle do ácaro-rajado
57
O experimento foi instalado segundo um delineamento inteiramente casualizado (DIC) com
oito repetições, em que os tratamentos estavam arranjados segundo um esquema de parcelas
subsubdivididas no tempo.
O modelo estatístico que descreve os dados é apresentado como se segue:
ijk i ij k ik ijk
y a e d ad
µ ε
= + + + + +
, em que:
ijk
y
é a raiz quadrada do número de ácaros na j-ésima repetição do i-ésimo tratamento no k-
ésimo dia analisado, com j=1, ..., 8;
µ
é uma constante inerente a cada observação;
i
a
é o efeito do i-ésimo tratamento, com i = 1, ..., 8;
ij
e
é o erro experimental associado a parcela, considerado erro (a) da análise de variância,
normalmente distribuído com média zero e variância
2
σ
;
k
d
é o efeito do k-ésimo dia de análise, com k = 1, ..., 6;
ik
ad
é o efeito da interação do k-ésimo dia de análise com o i-ésimo tratamento;
ijk
ε
é o erro experimental associado a subparcela, considerado erro (b) da análise de variância,
normalmente distribuído com média zero e variância
2
σ
;
Para i = 1, 2, 3, 4, 5, 6.
i l m lm
a p t pt
= + +
, em que:
l
p
é o efeito do l-ésimo tipo de ponta, com l = 1, 2, 3;
m
t
é o efeito do m-ésimo nível de eletrostática, com m = 1, 2;
lm
pt
é o efeito da interação do l-ésimo tipo de ponta com o m-ésimo nível de eletrostática;
Para i = 6, 7.
i n
a g
=
, em que:
n
g
é o efeito do n-ésimo tratamento adicional, com n = 1, 2.
Tabela 1 – Análise de variância para a raiz quadrada do número de ácaros, segundo um
modelo de parcela subsubdividida, para os produtos azociclotina e espirodiclofeno.
58
Fonte de variação gl
Quadrado Médio (p-valor)
Azoc Esp
Tratamentos (7) 1,5213 (0,0007) 3,8915 (0,0001**)
Ponta (P) 2 0,4265 (0,3047) 6,1491 (0,0001**)
Eletrostática (E) 1 0,2828 (0,3734) 0,1149 (0,4817
ns
)
P x E 2 0,7363 (0,1325) 2,5510 (0,0001**)
Adicionais (Ad.) 1 0,4752 (0,2497) 0,4752 (0,1553
ns
)
Fatorial vs Ad. 1 7,5655 (0,0001) 9,2502 (0,0001**)
Erro a 56 0,3513 0,2290
Tempo (T) 5 4,6046 (0,0001) 0,8804 (0,0018**)
T x Tratamentos (35) 0,4546 (0,0001) 0,7530 (0,0001**)
T x P 10 0,5395 (0,0026) 0,4658 (0,0252*)
T x E 5 0,3038 (0,1669) 0,6236 (0,0174*)
T x P x E 10 0,3015 (0,1171) 0,4642 (0,0258*)
T x Ad. 5 0,2051 (0,3807) 0,2051 (0,4677
ns
)
T x (Fat vs Ad.) 5 0,9913 (0,0002) 2,5823 (0,0001**)
Erro b 280 0,1928 0,2227
*, ** - significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
n.s. = não significativo.
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