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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
CONTRIBUIÇÕES AO CONTROLE ELETRÔNICO
INTELIGENTE DE REGULADORES DE TENSÃO PARA
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA EM 13,8 KV
RODRIGO RIMOLDI DE LIMA
JULHO
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
CONTRIBUIÇÕES AO CONTROLE ELETRÔNICO
INTELIGENTE DE REGULADORES DE TENSÃO PARA
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA EM 13,8 KV
Dissertação apresentada por Rodrigo Rimoldi de Lima à
Universidade Federal de Uberlândia para obtenção do
título de Mestre em Engenharia Elétrica aprovada em
20/07/2007 pela seguinte banca examinadora:
Prof. Geraldo C. Guimarães, Ph.D. – UFU (orientador)
Prof. Aloísio de Oliveira, Dr. – UFU
Prof. Adélio José de Moraes, Dr. – UFU
Prof. Edimar José de Oliveira, Dr. – UFJF
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
L732c
Lima, Rodrigo Rimoldi de, 1980-
Contribuições ao controle eletrônico inteligente de regulado-
res de tensão para sistemas de distribuição de energia em 13,8
kV / Rodrigo Rimoldi de Lima. - 2007.
143 f. : il.
Orientador: Geraldo Caixeta Guimarães.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlân-
dia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.
Inclui bibliografia.
1. Energia elétrica - Distribuição - Teses. 2. Tiristores - Teses.
I. Guimarães, Geraldo Caixeta. II. Universidade Federal de Uber-
lândia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. III.
Título.
CDU: 621.316
Elaborado pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação
CONTRIBUIÇÕES AO CONTROLE ELETRÔNICO
INTELIGENTE DE REGULADORES DE TENSÃO PARA
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA EM 13,8 KV
RODRIGO RIMOLDI DE LIMA
Dissertação apresentada por Rodrigo Rimoldi de Lima à Universidade
Federal de Uberlândia como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Elétrica.
Aprovada em 20 de julho de 2007.
______________________________
Prof. Geraldo C. Guimarães, Ph.D.
Orientador
______________________________
Prof. Darizon A. de Andrade, Ph.D.
Coordenador do Curso de Pós-Graduação
“Porque o Senhor dá sabedoria; da sua
boca vem o conhecimento e a compreensão.
Ele tem ajuda para os virtuosos; Ele é escudo
para aqueles que vivem piedosamente. Para
guardar o caminho do justo e proteger o
caminho de Seus santos. Então compreenderás
a verdade e a justiça, e todos os seus bons
caminhos. Pois a sabedoria entrará em teu
coração, e o conhecimento será agradável à
tua alma. O discernimento te protegerá, e a
prudência te guardará.”
Provérbios 2:6-11
À minha querida esposa, Rejaine Alves de
Lima, e aos meus pais, Mauro e Rosângela.
AGRADECIMENTOS
À Deus, meu amado Senhor e supremo mestre, por sempre me munir de força, determinação,
alegria, perseverança, inteligência e tantas outras coisas. Indubitavelmente, sem o Senhor eu
não teria chegado até aqui.
À minha amada esposa e amiga, Rejaine Alves de Lima, pelo carinho, companheirismo e
compreensão que me amparam e cativam dia após dia. Bem-aventurado sou eu por ter uma
esposa como você.
Aos meus pais, Mauro e Rosângela, pelo amplo e diversificado investimento ao longo de toda
minha vida, e por jamais medirem esforços para que eu voe cada vez mais alto. As instruções
que recebi desde criança são responsáveis por aquilo que sou hoje. Eu tenho orgulho de ser
filho de vocês.
Aos meus irmãos, sogro e sogra, cunhada, cunhado e sobrinhos por fazerem parte da minha
história de vida e das minhas conquistas.
Aos meus pastores e amigos, Rubén e Imel, pelas instruções e orações regadas sempre com
muito carinho e devoção.
Ao coordenador dos projetos em que atuo, Aloísio de Oliveira, por ser instrumento de Deus
na minha vida e por acreditar e confiar sempre no meu trabalho. Acima de tudo, trabalhar com
o senhor tem sido uma experiência amplamente enriquecedora.
Ao meu orientador, Geraldo Caixeta Guimarães, pelo constante amparo e pela oportunidade a
mim concedida. Seu profissionalismo e bom humor são inspiradores.
À Universidade Federal de Uberlândia, através da Faculdade de Engenharia Elétrica, por
proporcionar uma formação diferenciada e o contato com um amplo e admirável universo.
Um agradecimento especial a todos os professores que fizeram ou que ainda fazem parte, de
alguma forma, da minha jornada pelos diversos conhecimentos compartilhados até aqui.
Aos amigos e colegas, pelos apoios concedidos de diversas formas e pelos agradáveis
momentos compartilhados dentro e fora do ambiente de trabalho.
À CAPES, pelo investimento e subsidio financeiro.
RESUMO
Lima, R. R. de, Contribuições ao Controle Eletrônico Inteligente de Reguladores de
Tensão para Sistemas de Distribuição de Energia em 13,8 kV, FEELT/UFU,
Uberlândia, 2007, 125p.
O desenvolvimento proposto neste trabalho excede à operação convencional até
então praticada por apresentar em seu dorso um circuito eletrônico microcontrolado
que atua sobre a carga do sistema por intermédio de 09 taps de regulação (02 de
abaixamento, 06 de elevação e o central) de modo totalmente independente e com
grande velocidade de resposta, posto que a regulagem foi procedida com tempo limite
de 04 ciclos da rede elétrica. Cada estágio de regulação proporciona uma variação de
5% sobre o valor nominal da tensão entregue à carga, estabelecendo um amplo
controle para valores entre 70% e 110% do sinal fornecido à mesma. A comunicação
desta com o módulo de controle mencionado é feita através de tiristores (SCR’s) com
refrigeração a ar.
Palavras-chave:
Distribuição de energia, microcontrolador, regulador de tensão, tiristores.
ABSTRACT
Lima, R. R. de, Contributions to the Intelligent Electronic Control of Voltage
Regulators for Systems of Energy Distribution in 13,8 kV, FEELT/UFU, Uberlândia,
2007, 125p.
The development considered in this work exceeds to the conventional operation
until then practised by being based on a microcontrolled electronic circuit that acts on
the load of the system for intermediary of 09 taps of regulation (02 of reduction, 06 of
rise and the central office) in total independent way and with great speed of reply, rank
that the regulation was proceeded in a time limit of 04 cycles of the electric net. Each
step of regulation provides a 5% variation on the nominal value of the tension delivers
to the load, establishing an ample control for values between 70% and 110% of the
supplied signal the same one. The communication of this with the module of
mentioned control is made through thyristors (SCR' s) with refrigeration air.
Keywords :
Energy distribution, microcontroller, voltage regulator, thyristors.
i
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Exemplo de voltage sag.......................................................................................2
Figura 1.2 – Exemplo de voltage swell ....................................................................................3
Figura 1.3 – Características em regime permanente de transformador ferrorressonante.........7
Figura 1.4 – Conjunto motor-gerador.......................................................................................9
Figura 1.5 – Configurações comuns do compensador estático ..............................................10
Figura 1.6 – Elevação da tensão no alimentador devido aos capacitores shunt (a) e série (b)11
Figura 1.7 – Esquema básico de operação de um restaurador dinâmico de tensão................13
Figura 1.8 – Esquema de um tipo de regulador de tensão em degraus ..................................15
Figura 2.1 – Visão geral das unidades do regulador de tensão ..............................................23
Figura 2.2 – Exemplos de correções pretendidas para o valor RMS da tensão na carga.......24
Figura 2.3 – Arranjo magnético do regulador de tensão ........................................................26
Figura 2.4 – Ilustração do RT tipo A implementado..............................................................27
Figura 2.5 – Controle eletrônico inteligente do RT................................................................28
Figura 2.6 – Placa do módulo de leitura RMS .......................................................................29
Figura 2.7 – Esquema ilustrativo do cálculo do valor RMS ciclo a ciclo ..............................29
Figura 2.8 – Placa do módulo decisório.................................................................................31
Figura 2.9 – Módulo do drive de isolamento produzido pela Varixx ....................................32
Figura 2.10 – Visão interna do módulo do drive de isolamento ............................................33
Figura 2.11 – Placa V.IOT9.01 desenvolvida para interfaceamento ótico.............................34
Figura 2.12 – Placa VOX6A para multiplexação dos sinais de disparo.................................34
Figura 2.13 – Formas de onda aplicadas no gate ...................................................................35
Lista de figuras
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
ii
Figura 2.14 – Módulo disparador dos tirtistores ....................................................................36
Figura 2.15 – Arranjo físico dos tiristores na constituição dos tap’s .....................................36
Figura 2.16 – Conexão das chaves de um tap com os módulos do drive...............................37
Figura 2.17 – Esquema elétrico de uma chave (módulo) para os 2 semiciclos (+ e -)...........37
Figura 2.18 – Esquema da estrutura física de cada módulo ...................................................38
Figura 2.19 – Módulo de chaves estáticas..............................................................................38
Figura 3.1 – Diagrama esquemático do módulo de leitura RMS ...........................................43
Figura 3.2 – Representação do TP..........................................................................................44
Figura 3.3 – Esquema de funcionamento do comparador ativo .............................................46
Figura 3.4 – Respostas obtidas para o comparador ativo.......................................................47
Figura 3.5 – Circuito retificador de precisão de onda completa.............................................47
Figura 3.6 – Respostas obtidas para o retificador de precisão de onda completa ..................48
Figura 3.7 – Pinagem do PIC18F2525 ...................................................................................49
Figura 3.8 – Esquema do processo de conversão A/D do MCU............................................51
Figura 3.9 – Exemplo de procedimento de digitalização em 3 bits .......................................52
Figura 3.10 – Erro tolerado durante a digitalização da tensão do retificador.........................53
Figura 3.11 – Medição do período de conversão A/D............................................................53
Figura 3.12 – Medição do período de cálculo RMS (logo após a conversão A/D)................56
Figura 3.13 – Desvio entre as leituras do mlutímetro e do PIC (sem ajustes) .......................57
Figura 3.14 – Aproximação entre as leituras após ajustes do caso A.....................................61
Figura 3.15 – Aproximação entre as leituras após ajustes do caso B.....................................63
Figura 3.16 – Aproximação entre as leituras após ajustes do caso C.....................................65
Figura 3.17 – Aproximação entre as leituras após ajuste médio............................................67
Figura 3.18 – Faixas de atuação do RT em relação à resolução nº 505 da ANEEL ..............69
Figura 3.19 – Software de aquisição dos dados do módulo de leitura RMS..........................70
Lista de figuras
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
iii
Figura 3.20 – Diagrama lógico do decoder CD74HCT4514 .................................................71
Figura 3.21 – Fluxograma operacional do módulo de leitura RMS.......................................74
Figura 3.22 – Diagrama esquemático do módulo decisório...................................................77
Figura 3.23 – Transdutor de corrente empregado na monitoração da corrente na carga .......79
Figura 3.24 – Modelo do filtro PF implementado no projeto ................................................80
Figura 3.25 – Curva de resposta em freqüência do filtro PF..................................................81
Figura 3.26 – Simulações computacionais do circuito de filtragem do sinal do TC..............82
Figura 3.27 – Retificação do sinal filtrado do TC..................................................................83
Figura 3.28 – Fluxograma operacional do módulo decisório.................................................87
Figura 4.1 – Sistema de regulação proposto para os testes em BT ........................................92
Figura 4.2 – Elevação de tensão em 10%...............................................................................94
Figura 4.3 – Elevação de tensão em 20%...............................................................................94
Figura 4.4 – Elevação de tensão em 30%...............................................................................94
Figura 4.5 – Abaixamento da tensão em 5%..........................................................................95
Figura 4.6 – Abaixamento da tensão em 10%........................................................................95
Figura 4.7 – Elevação de tensão em 5%.................................................................................96
Figura 4.8 – Elevação de tensão em 10%...............................................................................96
Figura 4.9 – Elevação de tensão em 15%...............................................................................96
Figura 4.10 – Elevação de tensão em 20%.............................................................................97
Figura 4.11 – Elevação de tensão em 25%.............................................................................97
Figura 4.12 – Elevação de tensão em 30%.............................................................................97
Figura 4.13 – Abaixamento da tensão em 5%........................................................................98
Figura 4.14 – Abaixamento da tensão em 10%......................................................................98
Figura 4.15 – Elevação de tensão em 5%...............................................................................99
Figura 4.16 – Elevação de tensão em 10%.............................................................................99
Lista de figuras
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
iv
Figura 4.17 – Elevação de tensão em 15%...........................................................................100
Figura 4.18 – Elevação de tensão em 20%...........................................................................100
Figura 4.19 – Elevação de tensão em 25%...........................................................................100
Figura 4.20 – Elevação de tensão em 10%...........................................................................101
Figura 4.21 – Detalhe do corte da tensão na carga e posterior re-inserção em zero ............102
Figura 4.22 – Elevação de tensão em 5%.............................................................................103
Figura 4.23 – Elevação de tensão em 5%.............................................................................105
Figura 4.24 – Elevação de tensão em 10%...........................................................................106
Figura 4.25 – Elevação de tensão em 15%...........................................................................107
Figura 4.26 – Elevação de tensão em 20%...........................................................................108
Figura 4.27 – Elevação de tensão em 25%...........................................................................109
Figura 4.28 – Elevação de tensão em 30%...........................................................................110
Figura 4.29 – Abaixamento da tensão em 5%......................................................................111
Figura 4.30 – Abaixamento da tensão em 10%....................................................................112
Figura 4.31 – Curva ITIC.....................................................................................................113
Figura 4.32 – Estrutura montada para os ensaios em média tensão .....................................115
v
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Relação entre as leituras do multímetro e do PIC (sem ajustes)........................56
Tabela 3.2 – Leituras do PIC após ajustes do caso A.............................................................60
Tabela 3.3 – Leituras do PIC após ajustes do caso B.............................................................62
Tabela 3.4 – Leituras do PIC após ajustes do caso C.............................................................64
Tabela 3.5 – Leituras do PIC após ajuste médio ....................................................................66
Tabela 3.6 – Valores RMS de regulação em baixa (BT) e média tensão (MT) .....................69
Tabela 3.7 – Tabela verdade de mapeamento do CD74HCT4514.........................................72
vi
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1-
Considerações Iniciais................................................................................. 1
1.2-
Estado da Arte ............................................................................................. 5
1.2.1- Transformadores Ferrorressonantes........................................................................7
1.2.2- Sistemas UPS On-line.............................................................................................8
1.2.3- Conjuntos Motor-Gerador.......................................................................................8
1.2.4- Compensadores Estáticos........................................................................................9
1.2.5- Capacitores Shunt..................................................................................................10
1.2.6- Capacitores Série...................................................................................................11
1.2.7- Restauradores Dinâmicos de Tensão ....................................................................12
1.2.8- Reguladores de Tensão (RT’s) - Série ..................................................................13
1.2.9- Reguladores de Tensão em Degraus .....................................................................15
Sumário
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
vii
1.3- As Contribuições desta Dissertação......................................................... 16
1.4-
Estrutura da Dissertação.......................................................................... 17
CAPÍTULO II
A TECNOLOGIA DO RT COM CONTROLE ELETRÔNICO INTELIGENTE (CEI)
2.1-
Considerações Iniciais............................................................................... 19
2.2-
Histórico ..................................................................................................... 21
2.3-
Visão Geral do TDI ................................................................................... 22
2.3.1- Bloco 01: RT com 09 Degraus..............................................................................25
2.3.2- Bloco 02: Unidade de Controle do TDI ...............................................................28
a) Módulo de Leitura RMS ..............................................................................28
b) Módulo Decisório........................................................................................30
2.3.3- Bloco 03: Módulo do Drive de Isolamento...........................................................31
a) Placa de Interface Óptica para MT (Sub-bloco 03i)...................................33
b) Módulo Multiplexador de Sinal Óptico (Sub-bloco 03ii)............................34
c) Módulo Disparador dos Tiristores (Sub-bloco 03iii)..................................35
2.3.4- Bloco 04: Módulo das Chaves Estáticas ...............................................................36
Sumário
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
viii
2.4- Considerações Finais................................................................................. 39
CAPÍTULO III
PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO CONTROLE ELETRÔNICO
3.1-
Considerações Iniciais............................................................................... 40
3.2-
Módulo de Leitura RMS........................................................................... 43
3.2.1- Visão Geral............................................................................................................43
3.2.2- Estrutura de Hardware..........................................................................................44
a) Transformador de Potencial (TP) ...............................................................44
b) Comparador Ativo.......................................................................................45
c) Retificador de Onda Completa ....................................................................47
d) Microcontrolador ........................................................................................49
e) Decoder........................................................................................................70
3.2.3- Estrutura de Firmware ..........................................................................................73
3.3- Módulo Decisório ...................................................................................... 77
3.3.1- Visão Geral............................................................................................................77
3.2.2- Estrutura de Hardware..........................................................................................78
Sumário
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
ix
a) Transformador de Potencial (TP) ...............................................................78
b) Transdutor de Corrente (TC) ......................................................................78
c) Comparador Ativo .......................................................................................80
d) Filtro Passa-faixa (PF) ...............................................................................80
e) Retificador de Onda Completa ....................................................................83
f) Microcontrolador .........................................................................................84
3.3.3- Estrutura de Firmware ..........................................................................................86
3.4- Considerações Finais................................................................................. 90
CAPÍTULO IV
RESULTADOS EXPERIMENTAIS DA APLICAÇÃO DO CEI
4.1-
Considerações Iniciais............................................................................... 91
4.2-
Ensaios em Baixa Tensão (BT) ................................................................ 91
4.2.1- Ensaio de Impacto sobre a Carga..........................................................................93
a) Primeiro Ensaio: 02 Lâmpadas em Série....................................................93
b) Segundo Ensaio: 01 Osciloscópio Digital...................................................95
c) Terceiro Ensaio: 01 Computador (Desktop) ...............................................98
Sumário
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
x
d) Quarto Ensaio: 01 Motor de Indução Monofásico ...................................101
4.2.2- Ensaio de Avaliação da Comutação....................................................................102
4.2.3- Ensaio de Avaliação da Tensão RMS .................................................................104
4.3- Ensaios em Média Tensão (MT) ............................................................ 115
4.4-
Considerações Finais............................................................................... 116
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES
Conclusões....................................................................................................... 117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Referências Bibliográficas............................................................................. 121
1
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O enfoque principal do estudo de qualidade da energia está direcionado à
compreensão e tratamento das perturbações que podem ocorrer em um dado sistema
elétrico. Tais perturbações normalmente respondem por falhas operacionais ou mesmo
pelo mau funcionamento de equipamentos inseridos na rede em virtude das oscilações
na tensão, corrente e/ou freqüência nominal. Os efeitos destas variações podem ser
sentidos em várias partes do sistema de energia, seja nas instalações de consumidores
ou no sistema supridor da concessionária.
Estes problemas vêm se agravando rapidamente em todo o mundo por diversas
razões, dentre as quais, destacam-se:
Instalação cada vez maior de cargas não-lineares. O crescente interesse pela
racionalização e conservação da energia elétrica tem aumentado o uso de
equipamentos que, em muitos casos, aumentam os níveis de distorções
harmônicas, podendo levar o sistema a condições de ressonância;
Maior sensibilidade dos equipamentos aos efeitos aos distúrbios de curta
duração.
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
2
As variações de tensão de curta duração (VTCD’s), foco principal dos estudos
de controle aqui desenvolvidos, podem ser caracterizadas por variações instantâneas,
momentâneas ou temporárias. Geralmente, tais variações de tensão são ocasionadas
pela energização de grandes cargas que requerem altas correntes de partida, ou mesmo
por intermitências nas conexões dos cabos de um dado sistema. Dependendo do local
da falha e das condições vigorantes, o resultado pode ser um afundamento temporário
da tensão (sag ou voltage sag), uma sobretensão temporária (swell ou voltage swell) ou
mesmo a completa interrupção do sistema elétrico.
O voltage sag é caracterizado, segundo a norma IEEE Std 1159 (1995) [1],
como um decréscimo de 0,1 a 0,9 pu no valor RMS da tensão, cuja duração pode variar
entre meio ciclo e 1 minuto. Em conformidade à mesma norma, o voltage swell perfaz-
se como um acréscimo de tensão da ordem de 1,1 a 1,8 pu e mesma duração do sag. As
figuras 1.1 e 1.2 ilustram os referidos fenômenos.
Figura 1.1 - Exemplo de voltage sag.
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
3
Figura 1.2 - Exemplo de voltage swell.
Os mais importantes problemas de qualidade de energia elétrica, incidentes
principalmente sobre os grandes consumidores industriais, são as interrupções
momentâneas e os voltage sags [2]. Estes dois tipos de problemas estão, na maioria
das vezes, relacionados à ocorrência de faltas ou curtos-circuitos em algum ponto do
sistema. Entretanto, os sags são muito mais comuns, uma vez que podem estar
associados às faltas remotas no local sob observação [3]. Pode ser mostrado que faltas
ocorrendo em sistemas de alta tensão podem provocar voltage sags em regiões num
raio de várias centenas de quilômetros [4]. Em alguns casos, estima-se que 87% das
falhas no suprimento de energia estejam relacionadas a ocorrências desses fenômenos
[5]. Além das faltas nos sistemas de transmissão e distribuição de energia, a entrada
em operação de grandes cargas, como a partida de motores de potência elevada, pode
levar ao surgimento de distúrbios como os voltage sags.
Os distúrbios relatados podem acarretar prejuízos financeiros bastantes
significativos para os consumidores. Nos EUA, esses distúrbios são responsáveis por
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
4
despesas que chegam a U$400 bilhões por ano [6]. Já no Brasil, os estudos sobre o
impacto financeiro das variações de tensão são ainda bastante recentes. Os prejuízos
médios por parada circundam em torno de U$5,3/kWh, com valores anuais que podem
atingir o montante de U$200 mil [7,8].
Nos últimos anos, várias tecnologiasm sido investigadas como solução para
os problemas de qualidade da energia. Neste contexto, o regulador de tensão comando
pelo controle eletrônico inteligente proposto nesta dissertação se destaca quanto à sua
eficácia no processo de correção dos distúrbios de tensão. Isto se deve ao fato de
propiciar alta velocidade de resposta operacional na correção da amplitude da referida
grandeza ofertada à carga sensível com apreciável relação custo x benefício, uma vez
que a produção deste tipo de equipamento já é realizada integralmente em território
nacional.
Esta dissertação será direcionada à apresentação, desenvolvimento e
implementação de um controle eletrônico inteligente (microcontrolado) proposto a um
regulador de tensão com 09 degraus (06 de elevação, 02 de abaixamento e o central).
Cada estágio de regulação proporciona uma variação de 5% sobre o valor nominal da
tensão remetida à carga, estabelecendo um amplo controle para valores entre 70% e
110%, através das 09 chaves estáticas constituídas por tiristores (SCR’s).
Os microcontroladores (MCU’s) empregados no processo viabilizarão uma
atuação altamente dinâmica, inteligente e independente de qualquer tipo de
intervenção humana durante o processo de correção. Os circuitos de controle serão
capazes de avaliar continuamente o estado da tensão e da corrente atuantes sobre a
carga, de modo a garantir a operação segura do RT através de seus taps, os quais são
comutados sempre respeitando zeros das referidas grandezas elétricas. Um controle
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
5
preventivo sobre níveis de curto-circuito na carga também será implementado,
conforme a apresentação dos capítulos que se seguem.
1.2- ESTADO DA ARTE
Antes de apresentar uma proposta de mitigação dos fenômenos de variação da
tensão, comprometedores da qualidade da energia entregue aos consumidores de
diversas categorias, o levantamento bibliográfico permitiu uma compilação sobre as
tecnologias de reguladores existentes no mercado, suas características intrínsecas, e
também suas limitações e benefícios.
De fato, há de se reconhecer a existência de uma grande variedade de
reguladores de tensão utilizados em concessionárias e em sistemas de potência
industrial, tanto para controlar as variações de tensão de curta quanto as de longa
duração [2], os quais são tipicamente agrupados em três grandes categorias:
1. Transformadores de tap variável;
2. Dispositivos de isolamento com reguladores de tensão separados;
3. Dispositivos de compensação de impedância.
Quanto aos transformadores de tap variável mecânicos e eletrônicos, destacam-
se os autotransformadores, embora também existam numerosas aplicações de
transformadores de dois ou três enrolamentos com taps variáveis. Os dispositivos
mecânicos destinam-se às mudanças mais lentas de carga, enquanto os eletrônicos
mostram-se capazes de responder com maior agilidade às variações de tensão.
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
6
Dispositivos de isolação incluem sistemas UPS (Uninterruptible Power Supply),
transformadores ferrorressonantes (tensão constante), conjuntos M-G (motor-gerador),
dentre outros. Há dispositivos que essencialmente isolam a carga sensível da fonte de
potência, graças ao desempenho de algumas classes de conversores de energia.
Portanto, o dispositivo de carga pode ser regulado separadamente e manter a tensão
constante, independentemente de qualquer ocorrência no sistema supridor.
Capacitores shunt ajudam a manter a tensão reduzindo a corrente de linha. Além
disso, um aumento de tensão também pode ser realizado por sobrecompensações de
circuitos indutivos. Para manter a tensão constante a maior parte do tempo, o capacitor
pode ser chaveado em conjunto com a carga, às vezes em pequenos degraus de
incrementos para seguir a carga mais de perto. Se o objetivo é simplesmente manter a
tensão o mais alta possível para evitar uma condição de sub-tensão, os capacitores são
freqüentemente fixados (não chaveados).
Capacitores em série são relativamente raros. Os usuários em potencial não os
utilizam por causa do cuidado extra que é necessário à sua correta instalação e perfeito
funcionamento. Contudo, eles são muito efetivos em determinadas condições do
sistema, principalmente perante rápidas variações de carga que causam excessivos
flickers. Se o sistema não é altamente indutivo, tendo, portanto, uma parcela resistiva
significativa, capacitores série não serão muito eficazes. E esta é uma situação típica
de muitos sistemas industriais que têm uma longa extensão de cabos entre o
transformador e a carga. Será necessário redimensionar os condutores ou mudar o
transformador para obter uma mudança expressiva na impedância.
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
7
1.2.1- TRANSFORMADORES FERRORRESSONANTES
No lado do usuário, transformadores ferrorressonantes não são úteis apenas para
proteger os equipamentos de voltage sags, eles podem auxiliar também na obtenção de
uma boa regulação de tensão (mais ou menos 1% na saída). A figura 1.3 ilustra a
entrada/saída característica em regime permanente de um transformador
ferrorressonante de 120 VA com uma carga de 15 VA. A tensão de entrada é reduzida
para menos de 30 V, a saída fica constante. Se a tensão de entrada puder ser ainda
mais reduzida, a tensão de saída começará a cair. Além disso, como a tensão de
entrada é reduzida, a corrente solicitada pelo transformador aumentará
substancialmente de 0,4 a 2 A. Contudo, transformadores ferrorressonantes tendem a
apresentar perdas e ineficiência, tornando-os uma aplicação inviável, sobretudo em
larga escala.
Figura 1.3 - Características em regime permanente de um transformador ferrorressonante.
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
8
1.2.2- SISTEMAS UPS ON-LINE
Sistemas UPS on-line são utilizados na proteção contra sags e breves
interrupções, podendo também ser empregados como reguladores quando a tensão da
fonte se tornar suficientemente alta para manter as baterias carregadas. O princípio de
operação deste tipo de equipamento consiste em detectar o distúrbio elétrico e isolar a
carga, alimentando a mesma com a energia armazenada nas baterias. Esta é uma
solução comum para pequenas cargas, computadores críticos ou controles eletrônicos
de cargas em ambientes industriais, bem como para cargas flutuantes que causam a
variação da tensão.
As soluções tradicionalmente utilizadas consistem na aplicação dos sistemas
UPS com um possível gerador de reserva, o que é considerada uma solução cara. Vale
ressaltar que a bateria do UPS tem uma vida útil de 2 a 5 anos e demanda forte
necessidade de monitoramento e exigências de manutenção. Além disso, sua
confiabilidade é inferior à do sistema elétrico. Estes fatos culminaram com a
elaboração da norma SEMI F47 por parte das indústrias de semicondutores, a qual é
destinada a contemplar de maneira mais incisiva a susceptibilidade dos equipamentos
utilizados na fabricação dos semicondutores aos afundamentos de tensão, e determina
também que estes requisitos devem ser atingidos sem o uso de baterias. Por
conseguinte, o emprego de sistemas UPS acabou entrando em descrédito.
1.2.3- CONJUNTOS MOTOR-GERADOR
Como a SEMI F47 desacreditou o uso de baterias como fonte de
armazenamento de energia, novas soluções para os problemas de qualidade da mesma
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
9
precisaram ser aplicadas. Muitos pesquisadores e fabricantes optaram pela busca de
outros modos de estocagem energética para suprimento das cargas. Uma delas é o
conjunto motor-gerador, baseado no armazenamento de energia mecânica (cinética) em
um volante (flywheel).
O conjunto motor-gerador (figura 1.4) desacopla completamente a carga do
sistema elétrico de potência, protegendo a mesma de transitórios. A regulação de
tensão é fornecida pelo controle do gerador. O maior inconveniente deste tipo de
dispositivo é sua resposta no tempo perante grandes variações de cargas. O conjunto
motor-gerador pode requerer vários segundos para fazer a tensão voltar ao nível
desejado, atestando que sua capacidade de regulação de tensão é lenta para certos tipos
de carga, especialmente as sujeitas aos VTCD’s. Motor-gerador podem também ser
usados para fornecer tensões de saída, posto que a energia é armazenada
continuamente no volante.
Figura 1.4 - Conjunto motor-gerador.
1.2.4- COMPENSADORES ESTÁTICOS
Os compensadores estáticos ajudam a regular a tensão respondendo rapidamente
a um fornecimento ou consumo de potência reativa. Estas ações ocasionam interações
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
10
com a impedância do sistema, tanto para elevar quanto para diminuir a tensão ciclo a
ciclo.
Os dois principais tipos de compensadores estáticos de reativos são mostrados
na figura 1.5. O reator controlado a tiristor é provavelmente o mais comum. Ele utiliza
um banco de capacitores fixo para fornecer potência reativa e tiristores controlam a
indutância que é engatilhada em várias quantidades para equilibrar parcialmente ou
totalmente o efeito capacitivo. Os capacitores são freqüentemente configurados como
filtros para drenar as distorções harmônicas causadas pelos tiristores.
Figura 1.5 - Configurações comuns do compensador estático.
1.2.5- CAPACITORES SHUNT
A presença de um capacitor shunt no final de um alimentador resulta em uma
mudança gradual da tensão ao longo do mesmo, como mostra a figura 1.6. Idealmente,
o percentual de elevação no capacitor é dado por:
comcap
semcapcomcap
V
VV
V
).(100
%
=Δ (1.1)
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
11
Este valor será zero sem carga e se elevará ao máximo valor em plena carga.
Contudo, com capacitores shunt a elevação percentual da tensão é essencialmente
independente da carga. Portanto, chaveamentos automáticos são freqüentemente
empregados na obtenção da regulação desejada em altas cargas, ao mesmo tempo em
que evitam excessivas tensões em pequenas cargas. Isto pode resultar em sobretensões
transitórias no interior das instalações. Aplicações de capacitores shunt podem também
resultar em uma variedade de problemas com harmônicos.
Figura 1.6 - Elevação da tensão no alimentador devido aos capacitores shunt (a) e série (b).
1.2.6- CAPACITORES SÉRIE
Ao contrário do esquema shunt, um capacitor conectado em série com o
alimentador resulta em uma elevação de tensão no final do alimentador, a qual varia
diretamente com a corrente da carga. Sem carga, a elevação de tensão é nula; à plena
carga, é máxima. Assim, capacitores em série necessitam ser chaveados em resposta às
mudanças de carga. Além disso, capacitores em série requerem muito menos kilovolts
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
12
e kvars de capacidade que um capacitor shunt para conseguir uma regulação
equivalente.
Contudo, capacitores em série possuem várias desvantagens. Primeiramente,
eles não podem fornecer compensação de reativos para alimentadores com carga e
deste modo, não reduzem significativamente perdas do sistema. Capacitores em série
podem apenas livrar capacidade adicional do sistema se este é limitado por excessivas
quedas de tensão no alimentador. Os capacitores shunt, ao contrário, são também
efetivos quando a capacidade do sistema é limitada por altas correntes nos
alimentadores.
Em segundo lugar, capacitores em série não podem tolerar falta de corrente. Isto
resultaria em uma catastrófica sobretensão, e deve ser evitada “bypassando” o
capacitor através de um chaveamento automático. Um pára-raios também deve ser
conectado após o capacitor para desviar a corrente até que a chave feche.
Há vários outros cuidados que devem ser avaliados em uma aplicação de
capacitores em série. Estes incluem ressonância e/ou oscilação de máquinas síncronas,
motores de indução e transformadores ferrorressonantes. Por causa destes cuidados, a
aplicação de capacitores em sistemas de distribuição é muito limitada. Uma aplicação
à qual eles provaram ser vantajosos é quando a reatância de alimentadores deve ser
minimizada em prol da contenção de flickers [2].
1.2.7- RESTAURADORES DINÂMICOS DE TENSÃO
O Restaurador Dinâmico de Tensão (RDT ou Dynamic Voltage Restorer
DVR) caracteriza-se como uma interessante solução para os problemas de qualidade da
energia elétrica provocados pelas variações momentâneas de tensão [9]. Aliando um
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
13
bom desempenho a um custo relativamente competitivo, comparado com outras
soluções, como os sistemas de energia ininterrupta (Uninterruptible Power Supply
UPS), o restaurador dinâmico de tensão é capaz de reduzir em mais de 90% o número
de desligamentos inoportunos da carga sensível, quando da ocorrência das variações
momentâneas de tensão [10].
Em sua forma mais convencional de implementação, o restaurador dinâmico de
tensão é constituído por um conversor CC-CA, com filtro LC de saída, conectado
serialmente à carga sensível através de um transformador, conforme ilustrado
esquematicamente na figura 1.7 [11].
Figura 1.7 - Esquema básico de operação de um restaurador dinâmico de tensão.
1.2.8- REGULADORES DE TENSÃO (RT’S) - SÉRIE
Reguladores revelam-se atenuadores efetivos em condições de baixa tensão nos
alimentadores quando a carga é pequena em relação à capacidade do alimentador em
condições de pico da carga. Isto é justificado pelo tempo consumido para determinar a
correta calibragem do compensador nivelador de linha; a calibragem de R e X é muitas
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
14
vezes fixada em zero e a regulação de tensão pontual é fixada próxima ao máximo
valor admissível (125 ou 126 V em 120 V de base). Isto resulta em tensão nos
alimentadores próxima do máximo a maioria do tempo, uma vez que a carga
permanece em pico durante uma pequena fração de tempo a cada dia. Porém, deve-se
considerar que:
1.
Transformadores que operam em alta sobre suas curvas de saturação produzem
mais correntes harmônicas, além de contribuírem ainda mais com as distorções
harmônicas nos alimentadores, o que pode ser particularmente incômodo
quando cargas mais sensíveis estiverem inseridas no sistema;
2.
Consumidores podem ficar sujeitos a trocas mais freqüentes de lâmpadas
incandescentes.
Em áreas onde a população é dispersa, é comum encontrar dois ou mais bancos
de reguladores em série com linhas extremamente longas alimentando cargas remotas.
Duas relevantes aplicações estão nos serviços de irrigação e mineração, nos quais as
linhas se estendem por quilômetros alimentando apenas cargas ocasionais. Ainda assim
estas aplicações requerem considerações especiais para evitar problemas com a
qualidade da energia.
Um importante fator para a correta coordenação dos reguladores em série é a
calibração precisa do tempo de atraso inicial. O regulador mais próximo da subestação
é calibrado com um tempo de atraso mais curto, em torno de 15 a 30 s. Reguladores
mais distantes na linha de baixa são calibrados com tempo de atraso de 15 s. Isto
minimiza mudanças de tap nos reguladores nas linhas de baixa, conservando a variação
de tensão no mínimo e estendendo a vida dos contatos. Todavia, a necessidade de uma
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
15
calibração tão primorosa finda por abrir espaço para o desenvolvimento de novas
tecnologias que requerem menos ajustes e atuam mais dinamicamente sobre as cargas,
sobretudo as mais sensíveis.
1.2.9- REGULADORES DE TENSÃO EM DEGRAUS
Os reguladores de tap variável típicos podem regular de -10 a +10% da tensão
de linha da entrada empregando até 32 degraus de 0,625% (5/8). Existem algumas
variações, mas a maior parte dos reguladores segue esta configuração.
Transformadores de distribuição freqüentemente têm três fases de tap variável da carga
(LTC’s) quando reguladores são instalados na saída dos alimentadores, os quais são
tipicamente monofásicos.
Reguladores em linha podem ser instalados em bancos bifásicos e trifásicos.
Isto não é incomum quando há bancos em delta aberto conectados a alimentadores
trifásicos com luzes para moderar a carga e garantir maior economia. A figura 1.8
mostra um diagrama esquemático de um regulador de tensão em degraus de uma
concessionária conectado a um controle eletrônico para o chaveamento de taps.
Figura 1.8 - Esquema de um tipo de regulador de tensão em degraus.
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
16
Reguladores de tensão em linha e subestações LTC’s controlados
mecanicamente são relativamente lentos. O tempo de atraso à regulação da tensão é
maior que 15 s (geralmente de 30 a 45 s). Desta maneira, esta não é uma situação sob a
qual tensões possam variar em alguns ciclos ou segundos. Todavia, com o emprego de
um controle eletrônico inteligente e autônomo, como o proposto neste estudo, o tempo
de regulação passa a ser da ordem de 03 a 04 ciclos, de modo que o RT passa a ser
uma alternativa bastante interessante e competitiva à mitigação dos fenômenos de
variação da tensão de curta duração. Sua principal aplicação perfaz-se no aumento da
amplitude da tensão em alimentadores longos de sistemas de distribuição, sendo
bastante empregado em barramentos de média tensão.
1.3- AS CONTRIBUIÇÕES DESTA DISSERTAÇÃO
Enquanto proposta de regulação da tensão, o regulador com controle eletrônico
inteligente (CEI) é destacado aqui pelos aspectos que o diferenciam dos demais
equipamentos hodiernamente utilizados: autonomia, rapidez e, segurança na
manutenção e estabilização da alimentação das cargas. E estas tônicas vêm à tona
graças ao emprego do controle eletrônico que comanda a comutação dos taps
reguladores. O desenvolvimento de um dispositivo microcontrolado robusto e
dinâmico está sintonizado ao propósito de consolidação do referido equipamento no
mercado de distribuição de energia como uma alternativa confiável, de fácil aplicação
e com relação custo-benefício atrativa.
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
17
1.4- ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Capítulo 2 – A Tecnologia do RT com Controle Eletrônico Inteligente (CEI)
Este capítulo concederá uma visão geral do dispositivo de regulação da tensão
com aplicação do controle eletrônico inteligente (CEI). Após uma contextualização
histórica dos reguladores de tensão, uma estrutura em diagrama de blocos será
apresentada, a partir da qual os cinco módulos que interagem na concepção do
equipamento serão elucidados com o detalhamento cabível a cada um deles. As fotos
reveladas neste capítulo fornecerão uma visão rica sobre o protótipo desenvolvido para
os testes em baixa tensão, o qual estereotipa o modelo elaborado às ações em média
tensão.
Capítulo 3 – Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
O controle eletrônico estrela no foco principal dos desenvolvimentos e
contribuições efetivas desta dissertação. Desta feita, o capítulo 3 será integralmente
dedicado a uma exploração pormenorizada dos detalhes condizentes aos dois módulos
que o constituem (o de leitura RMS e o decisório), desde as estruturas de hardwares
até as lógicas operacionais dos firmwares. Cada circuito de condicionamento será
averiguado a partir de sua funcionalidade, conectividade, análise gráfica e
equacionamento matemático. Os microcontroladores receberão uma atenção muito
especial, uma vez que perfazem o “cérebro” de comando da unidade que controla os
procedimentos de regulação da tensão.
Capítulo I - Introdução
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
18
Capítulo 4 – Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Neste capítulo, uma apreciável quantidade de resultados será apresentada
através de gráficos de formas de onda e variação em RMS das tensões e correntes,
tanto na carga quanto na fonte distribuidora. Análises cabíveis serão realizadas em
baixa e média tensão, incluindo uma breve avaliação de suportabilidade das cargas
elencadas para os testes propostos de acordo com a curva ITIC e trabalhos afins. Em
suma, a avaliação gráfica então proposta será empregada para consumar o princípio de
regulação da tensão na carga defendido como tema central desta pesquisa.
Capítulo 5 – Conclusões
Com caráter conclusivo, o capítulo 5 fará um apanhado geral das informações
de maior relevância tratadas no presente trabalho. E isto será feito com o claro
objetivo de propiciar uma visão ampla e consolidada sobre todos os aspectos
ressaltados do RT dentro do contexto de regulação da tensão, destacando,
sobremaneira, o papel do controle eletrônico inteligente enquanto elemento
indispensável ao propósito de atuação autônoma, rápida e eficaz.
19
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
CAPÍTULO II
A TECNOLOGIA DO RT COM CONTROLE
ELETRÔNICO INTELIGENTE (CEI)
2.1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os reguladores de tensão (RT’s) são equipamentos destinados à manutenção dos
níveis de tensão em diferentes nós de um sistema elétrico. O crescimento acelerado
dos sistemas elétricos exigiu a busca constante por novas tecnologias que oferecessem
suporte para essa rápida expansão e que permitissem ainda a interligação de grandes
sistemas elétricos, na tentativa de aumentar a confiabilidade e a continuidade do
fornecimento de energia aos consumidores [12].
Nos últimos anos, o avanço tecnológico dos semicondutores de potência (tanto
em termos de tensão quanto em termos de corrente), tem viabilizado novos
desenvolvimentos aplicados ao controle de tensão CA. Várias patentes (como [13-15],
por exemplo) têm sido requeridas e diversas publicações [16-32] empregando
semicondutores com baixa potência apresentam idéias para o desenvolvimento de
transformadores controlados, seja em média ou baixa tensão. Entretanto, não se
encontra disponível no mercado nacional e internacional um produto consolidado nos
sistemas de distribuição de energia. Em termos de pesquisa, encontram-se os
desenvolvimentos nacionais de um RT com taps eletrônicos em 13,8 kV [33, 34], além
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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20
de uma proposta de pesquisa, considerada prioritária pela ANEEL, a ser desenvolvida
aprovada pelas Centrais Elétricas de Goiás (CELG) em parceria com a Universidade
Federal de Uberlândia (UFU) envolvendo a fabricação de um transformador de
distribuição inteligente (TDI) com controle dos taps em baixa tensão (BT). Este
equipamento será destinado à compensação das quedas associadas aos consumidores
desta categoria.
A legislação do setor elétrico precisou também ser atualizada, revisada e até
modificada com a criação de novas leis que regulamentassem a comercialização de
energia e garantissem os direitos dos consumidores [35,36]. Dentre as várias
características que garantem o fornecimento de uma energia com qualidade para suprir
diferentes tipos de cargas, pode-se destacar os níveis de tensão de alimentação. As
variações de tensão de curta duração precisam ficar contidas entre limites máximos e
mínimos, regulamentados pela legislação vigente [37]. É nesse contexto que se
justifica a extensa utilização dos reguladores de tensão nas redes de distribuição de
energia elétrica na tentativa de manter constante o nível de tensão em diferentes nós do
sistema elétrico, atendendo às condições de alimentação exigidas pelos tipos de cargas
mais susceptíveis às variações de tensão.
Os modelos tradicionais de reguladores de tensão são dotados de sistemas
mecânicos responsáveis pela comutação de taps. Durante algum tempo, estes
reguladores com comutação mecânica conseguiram atender às necessidades dos
consumidores garantindo o bom funcionamento das cargas conectadas à rede elétrica.
Entretanto, com o emprego crescente de cargas mais sensíveis às variações de tensão
de curta duração, surge a necessidade de pesquisar novas técnicas de comutação que
possibilitem uma atuação mais eficiente do regulador de tensão, reduzindo, assim, o
seu tempo de operação. Tem-se, então, a base de fomento necessária ao
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
21
desenvolvimento de tecnologias eletrônicas inovadoras capazes de comutar em poucos
ciclos os taps do regulador, como é o caso do circuito de controle proposto no presente
trabalho.
Neste capítulo serão apresentadas informações gerais referentes às partes
(módulos) constituintes da estrutura física do RT com comutação eletrônica de taps, de
modo a consolidar uma visão geral sobre o equipamento típico que deve ser operado
pelo controle eletrônico inteligente desenvolvido nesta dissertação.
2.2- HISTÓRICO
A aplicação de reguladores de tensão nos sistemas de distribuição de energia
elétrica teve início na década de 40, nos países desenvolvidos [38]. Dentre estes, os
EUA se destacam em função de sua grande extensão territorial, de modo que os
centros de consumo estão espalhados por vastas áreas, distantes dos pontos de geração.
Aliado a isso, o aparecimento de grande quantidade de novos aparelhos eletro-
eletrônicos sensíveis às oscilações de tensão acarretou um aumento expressivo das
reclamações dos consumidores que passaram a exigir boa qualidade na distribuição de
energia elétrica. Por conta disso, atualmente se encontram instalados em vários pontos
daquele país dezenas de milhares de reguladores, fornecendo aos consumidores uma
regulação de tensão adequada e conferindo qualidade ao fornecimento de energia. Isso
traz pelo menos três conseqüências benéficas:
Satisfação do consumidor;
Redução das perdas na distribuição;
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
22
Aumento do faturamento das concessionárias de energia elétrica.
O Brasil apresenta certa similaridade com os EUA, no que se refere ao espaço
territorial, o que viabiliza a utilização dos reguladores de tensão. Estes têm grande
aceitação por parte das concessionárias, por razões econômicas, de simplicidade e
versatilidade. Além disso, hoje há reguladores de tensão totalmente fabricados no
Brasil, o que elimina os problemas de obtenção de peças de reposição verificados até
1986, quando tais equipamentos eram total ou parcialmente (comutador de derivações
em carga) importados dos EUA.
2.3- VISÃO GERAL DO RT COM CEI
Na seqüência serão apresentadas as partes que constituem um dos tipos de
regulação de tensão com a aplicação de chaves estáticas e controle totalmente
eletrônico. Este RT foi desenvolvido ao longo de um período de três anos (novembro
de 2003 a outubro de 2006) através da tríplice parceria entre a UFU a Elektro
Eletricidade e Serviços e a Toshiba do Brasil.
O diagrama de blocos apresentado na figura 2.1 oferece uma perspectiva ampla
e genérica do modelo de regulação, ilustrando o engajamento do sistema elétrico de
potência com o circuito eletrônico de controle projetado. Todas as partes envolvidas
no processo de regulação da tensão entregue à carga serão tratadas aqui como módulos
do dispositivo em questão.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
23
Figura 2.1 - Visão geral das unidades do regulador de tensão.
Os blocos da figura anterior foram desenvolvidos e obtidos com as
particularidades da referida pesquisa (UFU/Elektro/Toshiba) e têm a seguinte
caracterização:
Bloco 01: Unidade magnética do regulador de tensão (RT) com 09 degraus,
sendo 06 de elevação, 02 de abaixamento e o central;
Bloco 02: Unidade de controle composta pelo módulo de leitura RMS e pelo
módulo decisório, contribuições efetivas desta dissertação que serão
detalhadamente apresentadas no presente capítulo e no seguinte;
Bloco 03: Módulo do drive de fibra ótica que garante o isolamento entre os
circuitos de controle e as unidades de potência durante o gatilhamento dos
tiristores (SCR’s);
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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24
Bloco 04: Módulo das chaves estáticas a tiristores que perfazem a conexão CA
entre a fonte e a carga.
A figura 2.2 ilustra o comportamento da tensão RMS na carga mediante a
atuação do RT. Duas faixas são notadamente apresentadas: a de variação de tensão
tolerada pela resolução nº 505 da ANEEL [37] para valores em BT (região adequada) e
a da região coberta pelo equipamento (de -30% a +10% do valor nominal da tensão,
com 5% de ajuste em cada tap). Note-se que o gráfico apresenta a ação de controle em
relação ao tempo de atuação em ciclos, uma vez que se deseja evidenciar a rápida
recuperação da tensão. Neste sentido, quatro situações foram esboçadas, sendo que três
caracterizam voltage sags e uma caracteriza voltage swell. Cabe salientar ainda que o
controle eletrônico inteligente não permanece indiferente a nenhuma variação de
tensão da fonte entre zero e 227,2% de seu valor nominal. Para os valores que
extrapolarem a cobertura cabível aos taps reguladores, outras medidas cautelares
poderão ser adotadas, conforme será explanado no capítulo III.
Figura 2.2 – Exemplos de correções pretendidas para o valor RMS da tensão na carga.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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25
2.3.1- BLOCO 01: RT COM 09 DEGRAUS
Os reguladores de tensão têm o princípio de funcionamento similar ao de um
autotransformador com derivações [12], ou seja, além do acoplamento elétrico, existe
também o acoplamento magnético entre os enrolamentos (bobina de taps, bobina de
excitação e bobina de equalização). Segundo [39], existem dois tipos de reguladores de
tensão citados que constam nas normas atuais:
Tipo A: chamado regulador com excitação variável porque a bobina de
excitação sente qualquer variação que ocorra na tensão da fonte [40];
Tipo B: chamado de regulador de excitação constante porque a bobina de
excitação se localiza do lado da carga, não sentindo as variações de tensão da
fonte [40].
As figuras 2.3(a) e (b) mostram o circuito elétrico equivalente dos reguladores
de tensão dos tipos A e B, respectivamente. Estas figuras representam um caso geral
onde a fonte de tensão alimenta o regulador e este tem como função manter o nível de
tensão na carga o mais próximo possível do seu valor nominal. Nestas figuras, os taps
de elevação de tensão estão representados por 1E, 2E, 3E, 4E, 5E e 6E, enquanto que
os taps de abaixamento estão representador por 1A e 2A; 00 corresponde ao tap
central.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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26
(a)
(b)
Figura 2.3 - Arranjo magnético do regulador de tensão.
(a) Tipo A;
(b) Tipo B.
No tipo A, a variação do nível de tensão na fonte é diretamente percebida pela
bobina de excitação que, por sua vez, produz uma variação proporcional nos níveis de
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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27
tensão de cada tap da bobina de taps, conforme esclarecido em [12]. Este modelo tem
como vantagem a eliminação da ocorrência de sobretensão transitória na carga,
fenômeno este que pode ser verificado no tipo B. Além disso, o arranjo com bobina de
excitação ligada à carga ainda está sujeito a efeitos dos fenômenos de
ferrorressonância e corrente de “Inrush”, uma vez que a bobina de excitação está
inclusa no circuito que é chaveado.
Pelo exposto aqui e pelas contribuições da referência [12], o tipo A foi adotado
como modelo de implementação durante as operações de controle de chaveamento
inteligente. Esta escolha justifica-se pela necessidade de comutação rápida dos taps
sem o acréscimo de oscilações indesejadas à carga, as quais culminariam, por
conseguinte, numa morosidade maior durante a atuação do RT. O modelo reduzido
(BT) apresentado na figura 2.4 foi construído através do P&D Elektro/Toshiba/UFU
para os testes iniciais da unidade magnética. Posteriormente, foi empregado na
aplicação do controle durante a realização dos ensaios de validação de todas as
unidades constituintes do RT eletrônico.
Figura 2.4 - Ilustração do RT tipo A implementado.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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28
2.3.2- BLOCO 02: UNIDADE DE CEI
A fim de proporcionar uma atuação rápida, segura e precisa do RT sobre a tensão
entregue às cargas, a unidade de controle eletrônico inteligente (CEI) mostrada na
figura 2.5 foi desenvolvida. Através da combinação de circuitos eletrônicos analógicos
e digitais, tem-se aqui um dispositivo capaz de ler a tensão da rede elétrica da
concessionária, calcular ciclo a ciclo o valor RMS da mesma, checar níveis de curto-
circuito e anulação da corrente na carga durante a comutação de taps, e ainda ligar um
novo tap somente quando um zero de tensão for encontrado. Para os propósitos
estabelecidos, o controle foi subdividido, então, em duas partes: o módulo de leitura
RMS e o módulo decisório, os quais serão apresentados a seguir.
Figura 2.5 - Controle eletrônico inteligente do RT.
a) Módulo de Leitura RMS
O objetivo central deste módulo é determinar o valor RMS atual (ciclo a ciclo)
da tensão da fonte, a qual é coletada por intermédio de um transformador de potencial.
É feito, então, o processamento e envio desta informação ao módulo de controle
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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29
decisório, tudo isto respeitando o tempo limite de 01 ciclo. A placa mostrada na figura
2.6 foi desenvolvida para aplicação do módulo em questão.
Figura 2.6 – Placa do módulo de leitura RMS.
Em sua concepção básica, o módulo de leitura opera com a filosofia de cálculo
de amplitude em função do tempo, isto é, a cada variação da tensão RMS por ciclo. O
circuito fornece o resultado do cálculo e ainda dentro do próprio ciclo indica o tap a
ser acionado. A figura 2.7 ilustra uma taxa dV/dt, compreendendo um período de 03
ciclos até que a tensão atinja o afundamento final. Neste caso, o controle (módulo
decisório) foi ajustado para não atuar em estágios intermediários antes de processar a
regulação da tensão RMS 4, recuperando-a para o valor RMS 1.
Figura 2.7 - Esquema ilustrativo do cálculo do valor RMS ciclo a ciclo.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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30
Sabe-se que a taxa (dV/dt) de queda ou elevação depende de muitos fatores,
como curtos-circuitos na rede de distribuição, entrada/saída de cargas, etc. O fato é
que esta unidade tem a capacidade de indicar com alta velocidade a definição de um
tap a cada ciclo. E esta rapidez de resposta poderia induzir o módulo decisório, quem
de fato determina a posição do tap e sua permanência mínima, a atuar mais de uma vez
sobre a carga. Desta feita, o controle tenderia a acionar taps intermediários até atingir
o objetivo propriamente dito, ou seja, regular a tensão que efetivamente ficou
estabelecida durante a queda ou elevação ocorrida na fonte (RMS 4). Objetivando
evitar a passagem por estágios de regulação intermediários, optou-se por aguardar 01
ciclo por uma estabilização da tensão e, uma vez acionado um tap, mais um ciclo e
meio de permanência no mesmo. Todos os detalhes referentes a este procedimento de
aguardo serão explanados no capítulo III.
b) Módulo Decisório
Uma vez determinado o valor atual da tensão, o módulo decisório (figura 2.8)
atua determinando o acionamento seguro de um tap do RT. Ele executa o desligamento
de um tap e também “decide” quando e como acionar (em sincronismo com a tensão da
fonte) o outro que manterá estabilizada a tensão na carga. Isto é realizado através de
checagens para averiguar se realmente houve interrupção da corrente antes da entrada
do novo tap, de modo a prevenir a ocorrência de curtos-circuitos entre os dois
caminhos envolvidos na comutação e estabilização da tensão na carga.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
31
Figura 2.8 – Placa do módulo decisório.
Para este propósito, o presente módulo opera com a informação recebida do
módulo de leitura RMS, com o sinal do TC conectado junto à carga e do TP ligado
diretamente à fonte de alimentação da concessionária de energia. O primeiro fornece
os níveis específicos de regulação da tensão; o segundo, os indícios de desligamento
dos taps que atuam diretamente sobre a carga; e o terceiro, os pontos de passagem por
zero da tensão do lado da concessionária (V
NÃO-REGULADA
).
O capítulo III tratará de todos os detalhes condizentes aos dois módulos que
compõem a unidade de controle, desde a estrutura física dos circuitos de ambos, até os
fluxogramas dos firmwares (códigos-fonte) que viabilizaram a atuação inteligente
sobre a carga.
2.3.3- BLOCO 03: MÓDULO DO DRIVE DE ISOLAMENTO
Uma vez definido, em função da tensão da rede elétrica de distribuição, o tap a
ser acionado, a chave estática que se encontra em operação recebe o comando para o
seu desligamento através de um drive de isolamento, o qual é caracterizado como um
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
32
circuito de interface óptica produzido pela Varixx (figura 2.9). Só então o tap
determinado pelo circuito de controle será energizado e entrará em operação.
Figura 2.9 - Módulo do drive de isolamento produzido pela Varixx.
Os sinais de comando são estabelecidos em forma de níveis contínuos (CC), em
nove posições, sendo gerados um de cada vez e transmitidos por meio de fibra óptica
(FO). Na seqüência, cada nível contínuo relativo a um tap é desdobrado em 12, a fim
de disparar os 12 tiristores que o constituem. Para tanto, foram desenvolvidos os
estágios seqüenciais desta transmissão, iniciando com a placa de interface óptica para
média tensão, depois passando pelo módulo multiplicador de pulsos, até finalmente
atingir o módulo disparador dos tiristores, conforme descrições a seguir. A figura 2.10
mostra o esquema de conexões internas do módulo em questão e as interconexões com
os blocos adjacentes.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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33
Figura 2.10 - Visão interna do módulo do drive de isolamento.
a) Placa de Interface Óptica para MT (Sub-bloco 03i)
A placa V.IOT9.01 é uma interface óptica para utilização em sistemas de média
tensão com tiristores (figura 2.11). A sua função é de converter o sinal de disparo
gerado pelo sistema de controle para ser transmitido, por meio de uma fibra óptica
polimérica, aos módulos de disparo localizados junto aos tiristores no bloco de
potência alimentado com média tensão. Esse modelo possui nove entradas para sinais
de controle, nove saídas geradoras de sinais ópticos, uma entrada óptica que aciona um
relé auxiliar e um contato (NA) disponível em borne. A qualidade do sinal, tanto o
transmitido quanto o recebido, depende do perfeito acabamento das pontas da fibra
óptica e da conexão da mesma no transdutor.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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34
Figura 2.11 - Placa V.IOT9.01 desenvolvida para interfaceamento óptico.
b) Módulo Multiplexador de Sinal Óptico (Sub-bloco 03ii)
O módulo VOX6A (figura 2.12) foi criado com a finalidade de repetir e
multiplicar o sinal emitido pela placa de interface para os módulos de disparo dos
tiristores. Ele recebe um sinal proveniente da placa de interface e multiplica por seis;
assim é possível acionar seis módulos de disparos de tiristores simultaneamente sem
diferença de tempo entre eles. Isso possibilita que os tiristores sejam engatilhados ao
mesmo tempo, sendo essa, uma característica muito importante para o uso de tiristores
em serie. O módulo pode ser alimentado por um circuito fechado de corrente ou por
uma fonte de tensão. A qualidade do sinal, tanto o transmitido quanto o recebido,
depende do perfeito acabamento das pontas da fibra óptica e da conexão da mesma no
transdutor.
Figura 2.12 - Placa VOX6A para multiplexação dos sinais de disparo.
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35
c) Módulo Disparador dos Tiristores (Sub-bloco 03iii)
O módulo VCL50A tem a função de gerar o pulso de gate para o tiristor. Ele é
alimentado por um sistema de circuito fechado de corrente (current loop) constituído
por um transformador que fornece baixa tensão no secundário para alimentar o cabo
conectado ao mesmo, formando um circuito fechado de corrente que passa por todos os
módulos disparadores do sistema. Em sistemas de média tensão, o cabo do circuito
fechado de corrente é de alta isolação; assim obtém-se uma alta isolação entre a baixa
tensão e a média tensão. O módulo disparador recebe o sinal de disparo por meio de
uma fibra óptica que isola o sistema de comando do sistema de potencia alimentado
com média tensão e, quando há um sinal de luz sendo transmitido pela fibra, o módulo
gera o pulso de gate do tiristor. Este pulso pode ser continuo ou pulsado, segundo as
características das figuras 2.13(a) e (b), acompanhando a mesma natureza do sinal de
disparo.
(a) (b)
Figura 2.13 - Formas de onda aplicadas no gate.
(a) Tensão pulsada;
(b) Tensão contínua.
O módulo da figura 2.14 possui também um emissor óptico que repete o sinal
recebido para um segundo módulo disparador, gerando, assim, o pulso de gate para os
dois SCR’s ligados em antiparalelo. A qualidade do sinal, tanto o transmitido quanto o
recebido, depende do perfeito acabamento das pontas da fibra óptica e da conexão da
mesma no transdutor.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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36
Figura 2.14 - Módulo disparador dos tiristores.
2.3.4- BLOCO 04: MÓDULO DAS CHAVES ESTÁTICAS
Cada tap foi definido considerando uma tensão fase/neutro de 7,96 kV, de
acordo com as especificações definidas no projeto de pesquisa e desenvolvimento em
parceria com a Elektro e a Toshiba. Assim, o fabricante de semicondutores Semikron
foi procurado para construir os taps em função da tensão de operação, dos distúrbios
da rede, de spikes diversos e primando, acima de tudo, por uma segurança do nível de
tensão. Disto culminou o arranjo físico formado por 06 tiristores em série para o
semiciclo positivo e 06 para o semiciclo negativo, totalizando 12 tiristores por tap a
serem acionados, conforme mostra a figura 2.15.
Figura 2.15 - Arranjo físico dos tiristores na constituição dos taps.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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37
A figura 2.16 (a seguir) apresenta a interconexão das chaves de um tap com os
módulos do drive de isolamento, ressaltando, inclusive as conexões por fibra óptica.
Figura 2.16 - Conexão das chaves de um tap com os módulos do drive.
A particularidade da estrutura dos taps, refrigeração e conexões elétricas foram
delineadas pela própria Semikron. Cada módulo, denominado por W1C, fornecido por
este fabricante foi detalhadamente apresentado, conforme ilustrado na seqüência.
Figura 2.17 - Esquema elétrico de uma chave (módulo) para os 2 semiciclos (+ e -).
Na figura 2.18 é ilustrada a estrutura física de cada módulo formado pelos
tiristores, resistências de equalização e circuito snubber. Deve-se salientar que o
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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38
protótipo aqui representado é composto somente por dois tiristores, uma vez que ele
foi desenvolvido para os testes iniciais em BT. Contudo, o módulo completo com os 12
tiristores segue o mesmo esquema representativo.
Figura 2.18 – Esquema da estrutura física de cada módulo.
Novamente, segundo instruções da UFU, um módulo de chaveamento destinado
aos testes de baixa tensão foi adquirido, o qual está ilustrado na figura 2.19. Ele é
composto por três unidades de chaveamento com dois tiristores em antiparalelo em
cada uma delas, mas novamente as características construtivas já explanadas foram
obedecidas. Na parte posterior tem-se o circuito snubber e abaixo é possível notar o
duto de ventilação forçada.
Figura 2.19 - Módulo de chaves estáticas.
Capítulo II - A Tecnologia do RT com CEI
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39
2.4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo apresentou a perspectiva histórica da evolução dos reguladores de
tensão como uma tecnologia bastante difundida hodiernamente. Como visto, a
crescente demanda de equipamentos (cargas) sensíveis às variações de tensão de curta
duração, enquanto produziu um panorama cada vez mais diferenciado no setor de
distribuição de energia elétrica, findou por ocasionar uma incessante busca por
aprimoramentos tecnológicos nos aparatos reguladores. Neste aspecto, mecanismos de
controle eletrônico começaram a ser produzidos, enquanto alternativa à redução de
tempo durante a correção de fenômenos de variação. E justamente aqui está enredado o
RT com controle eletrônico inteligente, discorrido ao longo do capítulo. Uma visão
geral foi apresentada, a fim de que pudessem ser revelados todos os módulos que o
constituem e que interagem, direta ou indiretamente, na correção autônoma e
inteligente da tensão.
Cabe ressaltar ainda que os módulos referentes à unidade magnética, ao drive de
transmissão e ao conjunto de tiristores, todos citados ao longo deste capítulo,
correspondem às aquisições junto a terceiros destinadas aos testes iniciais nas
dependências da UFU. Isto se fez necessário devido à impossibilidade de uso da MT
durante a comutação de taps e ação do controle eletrônico do RT. Finalmente, deve-se
mencionar que o drive de transmissão e isolamento foi também empregado para a
tensão de 13,8 kV no projeto de pesquisa referido ao longo do texto.
40
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
CAPÍTULO III
PROJETO E DESENVOLVIMENTO DO
CONTROLE ELETRÔNICO
3.1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A tônica da atuação do circuito de controle, principal contribuição desta dissertação,
está no monitoramento de um sinal equivalente à tensão na fonte, de tal modo que se possa
conhecer e avaliar, com máxima riqueza de detalhes, o comportamento da mesma. Isto torna
possível a execução de ações capazes de contribuir na estabilização dinâmica da alimentação
da carga sujeita ao processo, ações estas que vão desde o cálculo do valor RMS da tensão até
as checagens dos zeros de tensão e corrente que viabilizam uma operação permanente e
segura do RT.
O controle de processos é entendido como a atuação imposta a diversos tipos de
periféricos, tais como: led’s, botões, display’s de segmentos, display’s de cristal líquido
(LCD), resistências, relês, chaves estáticas, sensores diversos (pressão, temperatura, etc.) e
muitos outros tipos de dispositivos. São chamados de controles lógicos, pois a operação do
sistema baseia-se nas ações lógicas que devem ser executadas, dependendo do estado dos
periféricos de entrada e/ou saída.
O microcontrolador (MCU) é programável, pois toda a lógica de operação a que se
refere é estruturada na forma de um programa e gravada dentro do componente, o qual, uma
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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41
vez energizado, faz com que o código-fonte interno (firmware) entre em execução. A
“inteligência” do componente está associada à sua Unidade Lógica Aritmética (ULA), na qual
todas as operações matemáticas e lógicas são executadas. Quanto maior a capacidade da ULA
do componente, maior a sua capacidade de processar informações.
O MCU está provido internamente de memória de programa, memória de dados,
portas de entrada e/ou saída paralelas, timer’s, contadores, comunicação serial, PWM’s,
conversores analógico-digitais (A/D), etc. Esta é uma das características fundamentais que
diferencia os microcontroladores dos microprocessadores, já que os últimos, apesar de
possuírem uma ULA muito mais poderosa, não possuem todos estes recursos em uma única
pastilha.
Os microcontroladores da família PIC apresentam uma estrutura de máquina interna
do tipo Havard. Neste tipo de arquitetura, existem dois barramentos internos, sendo um de
dados e outro de instruções. No caso dos microcontroladores PIC, o barramento de dados é
sempre de 8 bits e o de instruções pode ser de 12, 14 ou 16 bits, dependendo do dispositivo.
Esse tipo de arquitetura permite que enquanto uma instrução é executada outra seja “buscada”
na memória, tornando, por conseguinte, o processamento mais rápido. Além disso, como o
barramento de instruções é maior do que 8 bits, o OPCODE (palavra de código) da instrução
já inclui o dado e o local onde ele vai operar (quando necessário), significando que apenas
uma posição de memória é utilizada por instrução, economizando, assim, muita memória de
programa.
Os PICs utilizam uma tecnologia chamada RISC, que significa Reduced Instruction
Set Computer (Computador com Set de Instruções Reduzido). Desta forma, os PICs possuem
cerca de 35 instruções, muito menos que os microcontroladores convencionais (CISC) que
chegam a possuir mais de 100 instruções. Isto torna a implementação muito mais fácil e
dinâmica, mas, por outro lado, implica no fato de que muitas funções devem ser
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
42
“construídas”, uma vez que não possuem uma instrução direta, exigindo maior habilidade do
programador.
Neste capítulo serão explorados os detalhes pertinentes à estrutura da unidade
de controle eletrônico do RT, desde o arranjo físico dos circuitos dos dois módulos que
lhe são pertinentes (leitura RMS e decisório), até a concepção dos firmwares (códigos-
fonte programados nos MCU’s de cada módulo), os quais serão explorados a partir de
seus fluxogramas. Os princípios de autonomia e inteligência operacional de ambos os
módulos estão indissociavelmente ligados ao emprego de microcontroladores, de
maneira que estes dispositivos programáveis caracterizam-se como a ferramenta
principal dentro do modelo de controle aqui proposto.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
43
3.2- MÓDULO DE LEITURA RMS
3.2.1- VISÃO GERAL
Em sua concepção, o módulo de leitura RMS visa à captação ciclo a ciclo do
nível de tensão da fonte, a fim de que a carga seja isentada de eventuais fenômenos de
VTCD. Para tanto, o circuito desenvolvido segue a configuração apresentada na figura
3.1.
Figura 3.1 - Diagrama esquemático do módulo de leitura RMS.
Tem-se aqui o nível de tensão do TP, cujas características serão apresentadas a
seguir, sendo coletado por duas vias de entrada: um comparador ativo e um retificador
de onda completa (também ativo). As saídas dos circuitos de condicionamento são
conectadas ao microcontrolador (MCU), responsável este pelos processamentos e
análises das mesmas. Dois procedimentos são, então, realizados: o endereçamento do
comando dos taps para o decoder e o enquadramento da tensão da fonte dentro das
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
44
faixas previstas na resolução nº 505 da ANEEL [37], cuja identificação pode ser feita a
partir dos LED’s sinalizadores.
Serão analisadas, portanto, as partes que integram a estrutura de hardware do
módulo em questão (transformador de potencial, comparador ativo, retificador de onda
completa, microcontrolador e decoder), bem como as características e análises que
tangem o desenvolvimento satisfatório do firmware.
3.2.2- ESTRUTURA DE HARDWARE
a) Transformador de potencial (TP)
O transformador empregado no protótipo coleta no primário a tensão da fonte e
fornece no secundário a tensão de 3,5 V
RMS
(considerando 220 V
RMS
no primário),
tanto para o comparador ativo quanto para um divisor resistivo de ajuste na entrada do
retificador de onda completa, conforme esquema proposto na figura 3.2.
Figura 3.2 - Representação do TP.
O propósito do divisor resistivo anteriormente referido é reduzir a tensão para
valores que facilitem o desenvolvimento da função de transferência do processo de
conversão A/D do MCU. Para os 220 V
RMS
de entrada, por exemplo, tem-se 3,5 V
RMS
no secundário do TP e 2,2 V
RMS
na saída do divisor, simplificando a relação numérica
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
45
durante os procedimentos do firmware do módulo de leitura RMS e corroborando com
a precisão de leituras realizadas. Além disso, o controle ficaria teoricamente habilitado
a receber tensões de até 500 V
RMS
. Diz-se teoricamente porque os testes foram
realizados para um limite de 250 V
RMS
.
b) Comparador ativo
Para que o processo de conversão A/D pudesse ser realizado de maneira
satisfatória, fez-se necessário estabelecer uma referência sobre os zeros da tensão
senoidal proveniente do TP, isto é, os pontos de transição entre os semiciclos positivo
e negativo da senóide. Esta referência determina o instante exato em que o
microcontrolador deve iniciar a leitura da tensão a ser digitalizada.
O comparador ativo (figura 3.3) perfaz-se como uma alternativa capaz de
atender a esta demanda de forma bastante satisfatória. Trata-se de uma configuração
baseada no circuito integrado LM2901 que compara a tensão de entrada do TP (V
IN
)
com o ponto de comutação de saída (V
REF
) aterrado, em conformidade à equação 3.1.
(
)
REFINOUT
VVAV
=
(3.1)
Sendo:
V
OUT
= Tensão de saída do comparador;
A = Ganho de tensão (50000);
V
IN
= Tensão proveniente do TP;
V
REF
= Ponto de comutação da saída.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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46
Figura 3.3 - Esquema de funcionamento do comparador ativo.
Graças ao elevado ganho de entrada (A), a saída V
OUT
é saturada em
aproximadamente +Vcc (+5 Vcc – alimentação do dispositivo) durante todo o tempo
em que a tensão V
IN
é maior que zero (V
REF
), ou seja, durante todo o semiciclo positivo
da tensão do TP. Da mesma forma, a tensão de saída permanece nula enquanto durar o
semiciclo negativo da entrada senoidal. A figura 3.4(a) apresenta as medições
experimentais do circuito aqui proposto, na qual é apresentada a tensão do secundário
do transformador (azul – canal 1) e a tensão de saída do comparador ativo (laranja –
canal 2). A figura 3.4(b) expressa os resultados obtidos computacionalmente.
(a)
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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47
(b)
Figura 3.4 – Respostas obtidas para o comparador ativo.
(a) Resultado experimental;
(b) Simulação computacional.
c) Retificador de onda completa
Como o fundo de escala analógico (FE) da conversão A/D do microcontrolador
é de +5 Vcc e são empregados apenas valores positivos de tensão durante o processo
de digitalização, optou-se pela retificação de onda completa do sinal proveniente do
TP. Neste sentido, um circuito ativo baseado na implementação do CI de alta precisão
OPA37 foi elaborado, conforme mostra o esquema da figura 3.5.
Figura 3.5 - Circuito retificador de precisão de onda completa.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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48
Este circuito é oriundo da associação de um retificador de precisão de meia
onda (AO 1) com um circuito somador (AO 2), seguindo uma configuração bastante
difundida [41]. Como é ativo, permite a retificação de sinais de níveis muito baixos,
suplantando a limitação natural relativa à queda de tensão (em torno de 0,7 V) de uma
simples composição com diodos. As figuras 3.6(a) e (b) trazem, respectivamente, o
resultado experimental medido para o retificador proposto, no qual a tensão de saída
do comparador ativo (roxo – canal 2) é sobreposta à tensão de saída do divisor
resistivo conectado ao secundário do transformador (azul – canal 1), e o resultado
computacional da simulação do circuito em questão.
(a)
(b)
Figura 3.6 – Respostas obtidas para o retificador de precisão de onda completa.
(a) Resultado experimental;
(b) Simulação computacional.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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49
d) Microcontrolador
O cerne da proposta deste trabalho está na elaboração de um controle eletrônico
autônomo e inteligente. Desta feita, o microcontrolador (ou simplesmente MCU) se
mostra como uma alternativa de considerável relevância mediante os quesitos
propostos por consistir em uma tecnologia versátil, de baixo custo e fácil manipulação.
Além, obviamente, de ter amplas condições de atender satisfatoriamente as metas
então apresentadas. Dentre os diversos modelos e fabricantes, o PIC18F2525 da
Microchip (figura 3.7) foi escolhido por ter, além das características já apresentadas,
uma boa portabilidade, harmonizada com sua confiabilidade e robustez.
Figura 3.7 - Pinagem do PIC18F2525.
Como já mencionado anteriormente, o módulo de leitura RMS funciona como
um circuito de inspeção ciclo a ciclo da tensão da rede elétrica, no que tange às
variações de amplitude da mesma. Para tanto, dois processos essenciais
(detalhadamente analisados a seguir) são realizados no PIC: a conversão A/D da tensão
recebida do retificador e o cálculo de seu valor RMS. Somente após isto se tornam
possíveis as tomadas de decisões que serão referidas durante a análise da estrutura do
firmware.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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50
d.1) Conversão A/D
O processo de digitalização de sinais analógicos contínuos no tempo é
fundamental para obtenção de um conjunto representativo de números que possam ser
utilizados durante o processamento e análise de grandezas físicas [42]. Os processos
de conversão de sinais analógicos para valores digitais envolvem três etapas distintas:
Amostragem: “Seleção” do valor analógico que se deseja converter. A captura
de valores depende do Tempo Mínimo entre Aquisições do microcontrolador
(T
AQ
). No PIC18F2525, T
AQ
equivale a 20 µs. Logo, adotou-se no firmware do
presente módulo o tempo de 21 µs entre duas amostras sucessivas;
Quantização: Associação entre um número finito de níveis de amplitude com
valores discretos correspondentes. Em outras palavras, o nível analógico real é
dividido em vários subníveis, onde cada subnível difere do outro de um valor
(analógico) que dependerá da quantidade de bits disponíveis (n bits) para
codificação. Como o PIC18F2525 permite a quantização em 10 bits, tem-se:
102422
10
==
n
níveis de quantização (3.2)
Codificação: O sinal quantizado é traduzido para um valor digital
correspondente. À tensão de 220 V
RMS
, por exemplo, é atribuído o número
binário 1101 1100.
A figura 3.8 esquematiza o processo de conversão A/D realizado dentro do
encapsulamento do PIC. Vale ressaltar que a freqüência de chaveamento
f
CH
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
51
corresponde ao tempo gasto pelo capacitor de aquisição interno no carregamento de
cada amostra, e também que n representa os 10 bits do conversor interno do
dispositivo.
Figura 3.8 - Esquema do processo de conversão A/D do MCU.
A fim de simplificar a compreensão do procedimento de digitalização, os
gráficos da figura 3.9 expressam, em apenas 3 bits, as relações entre a entrada e a
saída de um sistema de conversão A/D e o erro de quantização envolvido no processo.
Neste exemplo, os níveis quantizados (q) estão espaçados entre si de 1/2
3
LSB (Less
Significant Bit ou Bit Menos Significativo). Independentemente do número de bits,
vale salientar que o maior código digital de saída não corresponde ao maior valor
analógico de entrada, mas sim a (1 – 1/2
3
)*FE (fundo de escala analógico), uma vez
que existem apenas 7 pontos de codificação, ou (2
3
– 1).
Figura 3.9 - Exemplo de procedimento de digitalização em 3 bits.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
52
Considerando as condições deste trabalho, o processo de quantização dos
valores analógicos amostrados junto ao retificador de onda completa envolve a divisão
dos mesmos em um número finito de valores discretos entre 0 e 5 Vcc (FE). O
espaçamento de 1/2
10
representa o Limite de Resolução do conversor de 10 bits do
PIC18F2525, valor este que também pode ser expresso como um intervalo de
quantização (
V) através da relação:
89,4
1023
5
12
5
12
10
==
=
=Δ
n
FE
V
V
mV (3.3)
Logo, somente valores múltiplos de
V (4,89 mV) poderão ser “reconhecidos”
pelo conversor, fato este que gera o erro máximo (inerente a todo e qualquer processo
de digitalização) de ±q/2 (2,45 mV, neste caso) mostrado na figura anterior e na
seguinte.
Figura 3.10 - Erro tolerado durante a digitalização da tensão do retificador.
Considerando
T
AQ
= 21 µs e o total de 310 amostras coletadas durante o
processo de digitalização, tem-se um período de conversão A/D de 6,5 ms, como
mostrado na medição da figura 3.11. Esse período de tempo (verde – canal 3)
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
53
corresponde a 78,31% de um semiciclo ou 39% do ciclo completo da tensão do TP
(azul – canal 1). Note-se aqui que a conversão A/D se inicia em sincronismo com o
zero de tensão do transformador, o que coopera com a proposta de obtenção de um
valor RMS a cada ciclo da rede elétrica.
Figura 3.11 - Medição do período de conversão A/D.
d.2) Cálculo do Valor RMS da Tensão
Os desenvolvimentos matemáticos conhecidos revelam que o Valor Quadrático
Médio
, também denominado Valor Eficaz ou simplesmente RMS (Root Mean Square),
é uma medida estatística da magnitude de uma quantidade variável. A sigla em inglês é
um lembrete a respeito do seu procedimento de cálculo: tirar a raiz (
Root) da média
(
Mean) da função quadrada (Square) dos valores. Pode ser calculada para uma série de
valores discretos ou para uma função variável contínua. A função periódica
y(t) tem
seu valor RMS dado por
()
[]
()
[]
dtty
T
dtty
T
Y
tT
t
T
RMS
22
0
0
0
11
+
==
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
54
A potência instantânea em uma resistência é dada por Rtitp
2
)]([)( = . Diz-se que
a corrente periódica
i(t) tem um valor RMS (I
RMS
) se uma corrente constante deste
valor resultasse na mesma potência média que a do valor periódico. Assim,
()
[]
Rdtti
T
RI
T
RMS
2
0
2
1
=
da qual extrai-se que
()
[]
dtti
T
I
T
RMS
2
0
1
=
Em um procedimento análogo, pode-se então obter a equação de cálculo da
tensão RMS:
()
[]
=
T
RMS
dttv
T
V
0
2
1
Finalmente, considerando uma coleção de N amostras de tensão {
v
1
, v
2
,..., v
N
},
tem-se o cálculo RMS empregado nos procedimentos do PIC:
2
1
1
N
PIC i
i
Vv
N
=
=
(3.4)
A equação 3.4 é válida para qualquer forma de onda, uma vez que não requer
fator de conversão (
Crest Factor) entre o valor de pico e o RMS que dependa do tipo
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
55
de sinal. O cálculo RMS da tensão no módulo de leitura é procedido com um total de
310 amostras (
N = 310), sendo iniciado logo após o término da conversão A/D, como
mostra a figura 3.12 (vermelho – canal 4). Seu período de duração é de 6,2 ms, o que
corresponde a 37,2% do ciclo da tensão da rede (60 Hz). Considerando os 39% da
digitalização, tem-se que 76,2% de cada ciclo são gastos no MCU com estes dois
processos. De acordo com a figura, os 23,8% que restam são suficientes para a
realização, sem ferir o princípio de resposta ciclo a ciclo, das demais tarefas previstas
no
firmware, a saber: determinação do tap a ser acionado, enquadramento da tensão à
resolução nº 505 da ANEEL e envio do valor RMS ao computador via porta serial (RS-
232).
Figura 3.12 - Medição do período de cálculo RMS (logo após a conversão A/D).
d.3) Função de Transferência do MCU
A função de transferência obtida como resposta digital linearizada do
dispositivo para os valores calculados não corresponde ao que é lido no multímetro
conectado à fonte alimentadora. Isto se deve às aproximações decorrentes da interação
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
56
entre os níveis de quantização do microcontrolador e os valores de tensão retificados.
Os dados experimentais da tabela 3.1 expressam tal discrepância.
A observação dos valores tabelados revela que a variação média entre leituras
sucessivas do microcontrolador (V
PIC
), empregando a equação 3.4 pura e
simplesmente, é cerca de duas vezes maior que a do multímetro (V
MULTÍMETRO
). Deste
modo, há um distanciamento entre os dois tipos de leituras à medida que aumentam os
valores lidos, como mostram os gráficos da figura 3.13.
Tabela 3.1 - Relação entre as leituras do multímetro e do PIC (sem ajustes).
v
i
[V] V
MULTIMETRO
[V] V
PIC
[V]
0,000 0,000 0,000
10,000 10,000 15,000
20,000 20,000 36,000
30,000 30,000 58,000
40,000 40,000 80,000
50,000 50,000 102,000
60,000 60,000 124,000
70,000 70,000 146,000
80,000 80,000 168,000
90,000 90,000 190,000
100,000 100,000 212,000
110,000 110,000 234,000
120,000 120,000 256,000
130,000 130,000 278,000
140,000 140,000 300,000
150,000 150,000 322,000
160,000 160,000 344,000
170,000 170,000 366,000
180,000 180,000 388,000
190,000 190,000 410,000
200,000 200,000 432,000
210,000 210,000 454,000
220,000 220,000 477,000
230,000 230,000 498,000
240,000 240,000 520,000
Variação média: 10,000 21,042
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
57
Figura 3.13 - Desvio entre as leituras do multímetro e do PIC (sem ajustes).
A equação que rege as funções de transferência da figura anterior é do tipo
bxaxfy +== .)(
, sendo a e b constantes. Por conseguinte, torna-se possível o ajuste
da curva obtida com o MCU a fim de aproximá-la o máximo possível da curva de
leitura do multímetro em relação às tensões analógicas de entrada (
v
i
). Deste modo,
tem-se a equação 3.5:
12
.
PPIC
VKV K
=
+
(3.5)
Sendo:
K
1
, K
2
= Constantes de calibração;
V
PIC
= Tensão RMS inicialmente calculada pelo PIC;
V
P
= Tensão RMS parametrizada (meta da calibração:
Pi
Vv=
).
Como já mencionado, os valores RMS da tabela 3.1 foram obtidos com o
emprego da equação 3.4, ou seja, sem qualquer tipo de ajuste de correção de valores.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
58
Porém, estes mesmos cálculos poderiam ser realizados com o emprego da equação 3.5,
desde que se adotasse
K
1
= 1 e K
2
= 0, pois, deste modo, este não alteraria a soma e
nem aquele a multiplicação.
Com o intuito de determinar os valores de
K
1
e K
2
capazes de deslocar e ajustar
a curva de cálculos do microcontrolador da figura 3.13, estabeleceu-se um sistema
linear de 2 equações e 2 variáveis do tipo:
(1) 1 (1) 2
(2) 1 (2) 2
.
.
PPIC
PPIC
VKV K
VKV K
=+
=+
Como já mencionado, o objetivo da calibração é que a tensão RMS
parametrizada (
V
P
) seja igual à tensão analógica de entrada (v
i
). Deste modo, os
valores considerados no sistema para
V
P
serão tomados da coluna v
i
. Saliente-se, então,
que
V
P(1)
e V
PIC(1)
correspondem aos valores de uma dada linha da tabela 3.1, enquanto
que
V
P(2)
e V
PIC(2)
correspondem aos valores de uma outra linha. Isolando K
2
na
primeira equação do sistema, tem-se:
2(1)1(1)
.
PPIC
KV KV
(3.6)
Substituindo (3.6) na segunda equação do sistema e isolando K
1
, tem-se a equação
(3.7):
(2) (1)
1
(2) (1)
PP
PIC PIC
VV
K
VV
=
(3.7)
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
59
Com vistas à obtenção dos melhores resultados possíveis para as constantes de
calibração
K
1
e K
2
, cinco estudos de casos foram formulados: A, B, C, D e ajuste
médio. Nos quatro primeiros casos, os valores da segunda equação do sistema linear
sempre correspondem às medições feitas em 240 V
RMS
. Os valores empregados na
primeira equação de cada caso, todavia, são diferentes entre si. Deste modo, pequenas
variações quanto aos valores das constantes foram obtidas, o que fomentou o
desenvolvimento de um último caso, no qual os valores das mesmas correspondem à
média aritmética dos resultados logrados nos casos anteriores.
No caso A foram consideradas as leituras feitas em 30 V
RMS
, gerando o seguinte
sistema:
12
12
30 .58
240 .520
KK
K
K
=+
=+
Empregando as equações (3.6) e (3.7), têm-se os valores das constantes:
1
0,455K
=
2
3, 636K
=
Determinados os valores das constantes, os resultados dos ajustes das leituras
do PIC foram obtidos e estão listados na tabela 3.2. A variação média obtida (9,574) e
o gráfico da figura 3.14 revelam que houve uma considerável aproximação em relação
às tensões analógicas de entrada, representadas pela curva de leituras do multímetro.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
60
Tabela 3.2 - Leituras do PIC após ajustes do caso A.
v
i
[V] V
PIC
[V] V
P(A)
[V] Erro A
0,000 0,000 3,636 3,636
10,000 15,000 10,461 0,461
20,000 36,000 20,016 0,016
30,000 58,000 30,026 0,026
40,000 80,000 40,036 0,036
50,000 102,000 50,046 0,046
60,000 124,000 60,056 0,056
70,000 146,000 70,066 0,066
80,000 168,000 80,076 0,076
90,000 190,000 90,086 0,086
100,000 212,000 100,096 0,096
110,000 234,000 110,106 0,106
120,000 256,000 120,116 0,116
130,000 278,000 130,126 0,126
140,000 300,000 140,136 0,136
150,000 322,000 150,146 0,146
160,000 344,000 160,156 0,156
170,000 366,000 170,166 0,166
180,000 388,000 180,176 0,176
190,000 410,000 190,186 0,186
200,000 432,000 200,196 0,196
210,000 454,000 210,206 0,206
220,000 477,000 220,671 0,671
230,000 498,000 230,226 0,226
240,000 520,000 240,236 0,236
Variação média: 21,042 9,574 *****
Erro mínimo: ***** ***** 0,016
Erro máximo: ***** ***** 0,671
Figura 3.14 - Aproximação entre leituras após ajustes do caso A.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
61
No ajuste B foram tomadas as leituras feitas em 10 V
RMS
, gerando o seguinte
sistema:
12
12
10 .15
240 .520
KK
KK
=+
=+
Empregando as equações (3.6) e (3.7), têm-se os valores das constantes:
1
0,455K
=
2
3,168K
=
De posse das constantes, os ajustes das leituras do PIC foram obtidos e estão
listados na tabela 3.3.
Tabela 3.3 - Leituras do PIC após ajustes do caso B.
v
i
[V] V
PIC
[V] V
P(B)
[V] Erro B
0,000 0,000 3,168 3,168
10,000 15,000 9,993 0,007
20,000 36,000 19,548 0,452
30,000 58,000 29,558 0,442
40,000 80,000 39,568 0,432
50,000 102,000 49,578 0,422
60,000 124,000 59,588 0,412
70,000 146,000 69,598 0,402
80,000 168,000 79,608 0,392
90,000 190,000 89,618 0,382
100,000 212,000 99,628 0,372
110,000 234,000 109,638 0,362
120,000 256,000 119,648 0,352
130,000 278,000 129,658 0,342
140,000 300,000 139,668 0,332
150,000 322,000 149,678 0,322
160,000 344,000 159,688 0,312
170,000 366,000 169,698 0,302
180,000 388,000 179,708 0,292
190,000 410,000 189,718 0,282
200,000 432,000 199,728 0,272
210,000 454,000 209,738 0,262
220,000 477,000 220,203 0,203
230,000 498,000 229,758 0,242
240,000 520,000 239,768 0,232
Variação média: 21,042 9,574 *****
Erro mínimo: ***** ***** 0,007
Erro máximo: ***** ***** 0,452
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62
A variação média obtida foi idêntica à anterior. Em contrapartida, os erros
máximo e mínimo dos ajustes diminuíram. Mesmo assim, o resultado final, mostrado
no gráfico da figura 3.15, revela uma oscilação um pouco maior dos resultados em
relação ao caso A.
Figura 3.15 - Aproximação entre leituras após ajustes do caso B.
No ajuste C foram tomadas as leituras feitas em 60 V
RMS
, gerando o seguinte
sistema:
12
12
60 .123
240 .520
KK
KK
=+
=+
Empregando as equações (3.6) e (3.7), têm-se os novos valores das constantes:
1
0,453K =
2
4,232K
=
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63
Calculadas as constantes, os novos ajustes das leituras do PIC foram obtidos e
estão listados na tabela 3.4.
Tabela 3.4 - Leituras do PIC após ajustes do caso C.
v
i
[V] V
PIC
[V] V
P(C)
[V] Erro C
0,000 0,000 4,232 4,232
10,000 15,000 11,027 1,027
20,000 36,000 20,540 0,540
30,000 58,000 30,506 0,506
40,000 80,000 40,472 0,472
50,000 102,000 50,438 0,438
60,000 124,000 60,404 0,404
70,000 146,000 70,370 0,370
80,000 168,000 80,336 0,336
90,000 190,000 90,302 0,302
100,000 212,000 100,268 0,268
110,000 234,000 110,234 0,234
120,000 256,000 120,200 0,200
130,000 278,000 130,166 0,166
140,000 300,000 140,132 0,132
150,000 322,000 150,098 0,098
160,000 344,000 160,064 0,064
170,000 366,000 170,030 0,030
180,000 388,000 179,996 0,004
190,000 410,000 189,962 0,038
200,000 432,000 199,928 0,072
210,000 454,000 209,894 0,106
220,000 477,000 220,313 0,313
230,000 498,000 229,826 0,174
240,000 520,000 239,792 0,208
Variação média: 21,042 9,532 *****
Erro mínimo: ***** ***** 0,004
Erro máximo: ***** ***** 1,027
A variação média obtida para este caso (9,532) se afastou um pouco mais do
parâmetro ideal (10,000) e o erro máximo aumentou. Assim, apesar de apresentar até o
momento o menor erro mínimo, o caso C mostrou ser um pouco menos eficiente que os
anteriores, sobretudo no referente aos menores valores de tensão analógica de entrada,
como mostra a figura 3.16.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
64
Figura 3.16 - Aproximação entre leituras após ajustes do caso C.
No ajuste D foram consideradas as leituras feitas em 120 V
RMS
, gerando o
sistema:
12
12
120 .256
240 .520
K
K
K
K
=+
=+
Mais uma vez através das equações (3.6) e (3.7) são determinadas as constantes:
1
0,455K
=
2
3, 636K
=
Naturalmente, como as constantes obtidas aqui foram idênticas às do estudo de
caso A, os valores RMS ajustados, os erros e a variação média serão também
equivalentes. Por conseguinte, o comportamento gráfico do caso D e A são
absolutamente iguais.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
65
Como visto, variações dos valores tomados para primeira equação do sistema
linear geram pequenas oscilações entre os ajustes de cada estudo de caso. Desta feita,
um último ajuste foi elencado. Neste novo caso, as equações (3.6) e (3.7) não foram
mais consideradas; as constantes
K
1
e K
2
foram obtidas pela média aritmética dos
valores equivalentes dos casos anteriores. Portanto, tem-se:
1
0,455 0,455 0,453 0,455
4
K
+++
=
1
0,455K =
2
3,636 3,168 4,232 3,636
4
K
++ +
=
2
3, 668K =
A tabela 3.5 apresenta os ajustes médios sobre as medições das tensões
analógicas de entrada.
Tabela 3.5 - Leituras do PIC após ajuste médio.
v
i
[V] V
PIC
[V] V
P(médio)
[V] Erro médio
0,000 0,000 3,668 3,668
10,000 15,000 10,486 0,486
20,000 36,000 20,030 0,030
30,000 58,000 30,029 0,029
40,000 80,000 40,028 0,028
50,000 102,000 50,027 0,027
60,000 124,000 60,026 0,026
70,000 146,000 70,025 0,025
80,000 168,000 80,024 0,024
90,000 190,000 90,023 0,023
100,000 212,000 100,022 0,022
110,000 234,000 110,021 0,021
120,000 256,000 120,020 0,020
130,000 278,000 130,019 0,019
140,000 300,000 140,018 0,018
150,000 322,000 150,017 0,017
160,000 344,000 160,016 0,016
170,000 366,000 170,015 0,015
180,000 388,000 180,014 0,014
190,000 410,000 190,013 0,013
200,000 432,000 200,012 0,012
210,000 454,000 210,011 0,011
220,000 477,000 220,465 0,465
230,000 498,000 230,009 0,009
240,000 520,000 240,008 0,008
Variação média: 21,042 9,563 *****
Erro mínimo: ***** ***** 0,008
Erro máximo: ***** ***** 0,486
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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66
Apesar de a variação média ser, neste caso, um pouco menor do que nos casos
A e B, provocando um maior afastamento em relação ao parâmetro ideal, houve um
aumento de precisão das leituras. Os erros máximo e mínimo, inclusive, são
satisfatoriamente baixos. Consequentemente, o ajuste da curva de leituras do MCU
perfaz-se quase como uma sobreposição à curva de referência, de acordo com a figura
3.17.
Figura 3.17 - Aproximação entre leituras após ajuste médio.
Após esta exaustiva parametrização do cálculo RMS do microcontrolador, pode-
se escrever a equação definitiva empregado no firmware do módulo de leitura:
0,455. 3,668
PPIC
VV
=
+
(3.8)
Sendo:
V
PIC
= Tensão originalmente calculada pelo MCU;
V
P
= Tensão RMS parametrizada pelas constantes de calibração.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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67
d.4) Ações de Comando
A cada ciclo da rede é realizada a digitalização e o cálculo do valor RMS da
tensão da fonte, como explanado anteriormente. A partir disto, o microcontrolador
pode, então, executar as três ações de comando previstas no firmware do módulo de
leitura (nesta ordem):
1. Enquadramento da tensão à resolução nº 505 da ANEEL;
2. Determinação do tap a ser acionado;
3. Envio do valor RMS ao computador via porta serial (RS-232).
Primeiramente, o módulo de leitura RMS enquadra a tensão eficaz da fonte às
regiões previstas na resolução nº 505 da ANEEL [37] e, em seguida, às faixas de
cobertura de cada tap. A figura 3.18 estabelece um paralelo entre as determinações da
norma para as duas faixas de interesse deste trabalho – BT (inferior a 1 kV) e MT
(entre 1 e 69 kV), com a faixa de atuação da unidade de controle eletrônico do RT. São
apresentados ainda os limites previstos à atuação dos taps, sendo 2A e 1A designados
ao abaixamento da tensão, 1E até 6E à elevação e 00 ao tap central. Note-se aqui que
existe uma pequena região de insensibilidade entre os mesmos, a fim de prevenir
chaveamentos sucessivos capazes de desgastar os equipamentos envolvidos no
processo de regulação.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
68
Figura 3,18 – Faixas de atuação do RT em relação à resolução nº 505 da ANEEL.
A tabela 3.6 apresenta os valores absolutos dos limites de atuação de cada tap,
incluindo os limites máximo e mínimo de atuação do regulador de tensão com CEI.
Tabela 3.6 - Valores RMS de regulação em baixa (BT) e média tensão (MT).
Percentual BT (V
N
= 220) [V] MT (V
N
= 9,76) [kV]
Nível
Mín. Méd. Máx. Mín. Méd. Máx. Mín. Méd. Máx.
Máx.
*** *** 1,127V
N
*** *** 248 *** *** 11
2A
1,077V
N
1,10V
N
1,123V
N
237 242 247 10,51 10,74 10,96
1A
1,027V
N
1,05V
N
1,073V
N
226 231 236 10,02 10,25 10,47
00
0,977V
N
V
N
1,023V
N
215 220 225 9,54 9,76 9,98
1E
0,927V
N
0,95V
N
0,973V
N
204 209 214 9,05 9,27 9,5
2E
0,877V
N
0,90V
N
0,923V
N
193 198 203 8,56 8,78 9,01
3E
0,827V
N
0,85V
N
0,873V
N
182 187 192 8,07 8,3 8,52
4E
0,777V
N
0,80V
N
0,823V
N
171 176 181 7,58 7,81 8,03
5E
0,727V
N
0,75V
N
0,773V
N
160 165 170 7,1 7,32 7,54
6E
0,677V
N
0,70V
N
0,723V
N
149 154 159 6,61 6,83 7,06
Mín.
0,673V
N
*** *** 148 *** *** 6,57 *** ***
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
69
Uma vez determinada a aplicação da resolução da ANEEL e a comutação do tap
regulador, o módulo de leitura RMS faz uso de um protocolo serial (RS-232) para
proceder ao envio do valor RMS obtido ao computador. Os dados são enviados em alta
velocidade (115200 bps) para que a filosofia de leitura da tensão ciclo a ciclo
permaneça vigorante. A figura 3.19 apresenta o software empregado na aquisição e
análise dos valores processados no presente módulo.
Figura 3.19 - Software de aquisição dos dados do módulo de leitura RMS.
e) Decoder
O decoder é um dispositivo capaz de receber um comando codificado e
transforma-lo em uma informação de saída. No caso do CD74HCT4514, CI empregado
neste desenvolvimento, 04 vias de endereçamento (A3, A2, A1 e A0) são
decodificadas em 16 vias de comando (Y0 a Y15), sempre uma de cada vez. Para
tanto, existem duas vias de controle que devem ser utilizadas: o Enable (
E
), que atua
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
70
diretamente sobre as saídas, e o Latch Enable (LE ), atuando sobre as entradas. A
figura 3.20 apresenta diagrama lógico interno do dispositivo, revelando a interação
entre os pinos mencionados acima.
Figura 3.20 - Diagrama lógico do decoder CD74HCT4514.
A saída selecionada é habilitada pela aplicação de um nível baixo (em padrão
TTL) na entrada Enable (
E
). Um nível alto em
E
inibe a operacionalidade de todas as
saídas. Quando o Latch Enable (LE ) é “setado” (nível alto – H), as saídas
acompanham as mudanças de endereçamento das entradas. Todavia, se
LE for
“resetado” (nível baixo – L), elas deixarão de acompanhar tais mudanças e
permanecerão no estado anterior ao desligamento do
latch (H ou L). A tabela 3.7
corresponde à tabela verdade do mapeamento do dispositivo, incluindo os taps
acionados em cada saída e o endereço de comando enviado pelo PIC.
De acordo com as informações tabeladas, três características tornam o decoder
uma opção bastante interessante para a comutação segura dos taps:
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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71
Quando E = H todas as saídas são desligadas independentemente do
endereçamento, o que elimina qualquer possibilidade de curto-circuito
provocado pelo controle eletrônico do RT no intervalo entre as comutações de
taps;
Somente uma única saída (ou um único tap) pode ser acionada quando E = L,
evitando curtos durante a operação de um dado tap;
Nas regiões de insensibilidade, o MCU faz LE = L, “congelando” as saídas em
seu estado anterior e rechaçando as possibilidades de rebatimento entre taps.
Tabela 3.7 - Tabela verdade de mapeamento do CD74HCT4514 e acionamento dos taps.
Entradas do decoder
E
A3 A2 A1 A0
Saídas do
decoder (H)
Tap
comandado
Endereçamento
do PIC (hex.)
L L L L L Y0 *** ***
L L L L H Y1 *** ***
L L L H L Y2 6E 02h
L L L H H Y3 *** ***
L L H L L Y4 *** ***
L L H L H Y5 *** ***
L L H H L Y6 *** ***
L L H H H Y7 *** ***
L H L L L Y8 00 08h
L H L L H Y9 1E 09h
L H L H L Y10 2A 0Ah
L H L H H Y11 1A 0Bh
L H H L L Y12 4E 0Ch
L H H L H Y13 5E 0Dh
L H H H L Y14 2E 0Eh
L H H H H Y15 3E 0Fh
H X X X X Todas = L Desliga todos X
Observações:
1. Em todos os casos
LE = H;
2. H – nível alto, L – nível baixo, X – não importa.
Como visto, o emprego do decoder corrobora com a entrega ao módulo
decisório de um comando preciso e seguro, tanto para o acionamento quanto para o
desligamento de taps.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
72
3.2.3- ESTRUTURA DE FIRMWARE
O controle eletrônico inteligente do RT foi idealizado segundo as bases de um
ramo da Inteligência Artificial (I.A.) denominado Sistema Especialista [43]. Na
verdade, como o controle é constituído por dois módulos, o de leitura RMS e o
decisório, têm-se a interação entre duas unidades inteligentes em prol da eliminação de
fenômenos de variação da tensão sobre a carga.
Um sistema especialista é autônomo porque emula o raciocínio humano do
especialista no que tange os procedimentos de controle a serem realizados [44]. Ele é
basicamente constituído por uma base de conhecimento aliada a uma máquina de
inferência.
A base de conhecimento é constituída por dois pilares: fatos e regras. A base de
fatos representa o conhecimento detido sobre o estado atual das variáveis envolvidas
no problema a ser resolvido. Na base de regras é representado o conhecimento do
especialista sobre o assunto. A máquina de inferência é responsável por avaliar,
encadear e determinar quando e como este conhecimento deve ser aplicado, ou seja,
ela faz com que a base de regras atue sobre a base de fatos a fim de determinar a
correção ou ajuste pretendido.
No caso do módulo de leitura, todas as atenções se voltam à variável que
armazena, ciclo a ciclo, o valor RMS calculado. A partir deste fato, o processador
interno do microcontrolador (máquina de inferência) começa a avaliar a situação atual
da tensão em conformidade às duas regras propostas no firmware: a resolução nº 505
da ANEEL e a determinação do tap a ser acionado. O fluxograma da figura 3.21
apresenta a estruturação seqüenciada das ações do presente módulo.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
73
Figura 3.21 - Fluxograma operacional do módulo de leitura RMS.
A seguir será apresentada uma descrição de todos os passos desenvolvidos no
firmware:
Passo 01 (Início): Energização do dispositivo. Todas as variáveis são
“setadas”, mas nenhuma ação de controle é executada;
Passo 02 (Decisão 1: Zero de tensão?):
O código procura por um zero de
tensão para que o processo de digitalização possa ter início. Traça-se, então, um
loop com o passo 3 até que haja um resultado para a busca, momento em que
ocorre o direcionamento para o passo 4;
Passo 03 (Aguarda por zero): Programa espera pelo zero de tensão mais
próximo;
Passo 04 (Amostragem e digitalização do sinal do TP): O sinal proveniente
do TP começa a ser digitalizado, perfazendo o total de 310 amostras
anteriormente descrito. Um intervalo de 21 µs é utilizado entre a captura de
amostras sucessivas, de modo que o tempo total do processo é de 6,5 ms;
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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74
Passo 05 (Sinal retificado armazenado): As amostras coletadas são
armazenadas em um vetor para posterior análise;
Passo 06 (Cálculo RMS): Finalizada a conversão A/D, tem início o cálculo
RMS, momento em que é empregada a equação 3.8;
Passo 07 (Parametrização à Res. nº 505): O valor calculado no passo anterior
é analisado segundo a base de regras constituída pelos limites propostos na
Resolução nº 505 da ANEEL. É feita, então, a sinalização ao usuário do
enquadramento atual da tensão;
Passo 08 (Decisão 2: Tensão na faixa de regulação?): Após a parametrização
do passo 07, o firmware avalia se o valor de tensão RMS calculado pode ser
regulado, caso seja necessário. Em outras palavras, VTCD’s presentes no sinal
coletado junto à fonte só poderão ser corrigidos se suas amplitudes estiverem
entre 67,3% e 112,7% do valor nominal da tensão. Se esta condição for
atendida, o programa é direcionado para o passo 09; caso contrário o passo 10 é
acionado;
Passo 09 (Decisão 3: Região de insensibilidade?): Neste ponto o firmware
verifica se a tensão já pode ser enquadrada em algum tap de regulação ou se
está situada em das regiões de insensibilidade. Se a primeira opção for
verificada, o código segue para o passo 11, senão é deslocado para o passo 12;
Passo 10 (Desliga taps): Todos os taps são desligados, uma vez que a tensão
extrapolou os limites de capacidade de regulação do RT. Isto é feito com a
atribuição de nível baixo ao Latch Enable do decoder. O programa retorna,
então, para o ponto de partida e aguarda por um novo zero de tensão para que o
processo possa ser repetido;
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
75
Passo 11 (Determina tap regulador): O tap apropriado é codificado e
endereçado ao decoder, o qual decodifica a informação e repassa ao módulo
decisório. Na seqüência, o programa retorna ao seu nó inicial;
Passo 12 (Trava comutação): Encontrada uma região de insensibilidade é
atribuído um nível alto ao Enable do decoder visando prevenir oscilações
rápidas e continuadas entre taps. Feito isto, o programa retorna ao nó inicial.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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76
3.3- MÓDULO DECISÓRIO
3.3.1- VISÃO GERAL
Uma vez verificada a incidência de algum tipo de distúrbio sobre a tensão
fornecida à carga, seja um
voltage sag ou um voltage swell, faz-se necessário decidir
quando e como efetuar o procedimento de correção. Este é o papel desempenhado pelo
módulo decisório, mostrado na figura 3.22.
Figura 3.22 - Diagrama esquemático do módulo decisório.
Após receber o comando do módulo de leitura RMS a respeito do tap a ser
acionado, o módulo decisório busca uma confirmação da ação a ser tomada e executa-a
em sincronismo com a tensão da fonte. Para tanto, faz-se necessário identificar os
zeros da tensão fornecida pelo TP. Contudo, não pode haver risco de curto-circuito
durante a comutação, ou seja, durante a retirada de um tap e a inserção de outro.
Assim, através de um transformador de corrente (TC), é feita uma inspeção de
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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77
segurança na amplitude da corrente drenada pela carga, tanto para verificar o seu
desligamento quanto para prevenir que curtos-circuitos sejam induzidos pelo controle
eletrônico.
Na seqüência, serão explanados todos os aspectos relevantes do módulo
decisório, desde o projeto dos circuitos que compõem seu hardware até a estrutura
lógica de funcionamento de seu firmware.
3.3.2- ESTRUTURA DE HARDWARE
a) Transformador de potencial (TP)
Um único TP foi utilizado para as referências de zeros em ambos os módulos do
controle eletrônico. Todas as características relevantes ao projeto do controle que lhe
dizem respeito já foram anteriormente explanadas, não cabendo aqui novas
ponderações.
b) Transdutor de corrente (TC)
A fim de que a corrente drenada pela carga pudesse ser continuamente
monitorada, um transdutor de corrente (TC) foi empregado no processo. Com captura
por efeito Hall, o dispositivo pode receber no primário um valor RMS de até 200 A,
com uma relação de transformação (K) de 10000. Deste modo, se a corrente no
primário (I
P
) for, por exemplo, igual a 100 A, a corrente no secundário (I
S
)
corresponderá a 10 mA. Para simplificar sua utilização, entretanto, a resposta de
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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78
corrente na saída é entregue em forma de tensão (V
S
), a qual pode variar entre 0 e
+5V
RMS
. Logo, no exemplo proposto V
S
será de 2,5 V
RMS
. A figura 3.23 apresenta o
modelo de transdutor empregado nesta pesquisa.
Figura 3.23 - Transdutor de corrente empregado na monitoração da corrente na carga.
Como é possível perceber, o equipamento em questão destina-se a sistemas com
elevada corrente de carga, os quais não podem ser reproduzidos em laboratórios de
pesquisa universitária, como os encontrados na Universidade Federal de Uberlândia.
Deste modo, seu uso restringiu-se aos testes e aplicações em média tensão. Testes
estes, inclusive, que foram realizados nas dependências do LACTEC (Instituto de
Tecnologia para o Desenvolvimento), como será comentado no próximo capítulo.
Para os testes em baixa tensão, o TC foi substituído por um TP, cujo sinal foi
retificado e condicionado de tal maneira a fornecer uma resposta em tensão similar à
concedida pelo dispositivo de corrente. Assim, um retificador de onda completa,
similar ao utilizado no módulo de leitura RMS, foi empregado, como será apresentado
mais adiante.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
79
c) Comparador Ativo
O comparador ativo utilizado no módulo decisório tem exatamente as mesmas
características do que foi apresentado no módulo anterior, ou seja, o seu papel é
detectar os zeros de tensão. A diferença é que, agora, a finalidade de tal detecção não é
mais para determinar o início da convero A/D como outrora, mas sim para demarcar
o instante ideal para que a tensão, já corrigida pelo controle eletrônico, seja novamente
fornecida à carga.
d) Filtro Passa-Faixa (PF)
Procurando prevenir que possíveis distorções, ruídos ou mesmo freqüências
harmônicas na corrente capturada pelo TC fossem repassadas ao circuito de
condicionamento (retificador) e, por conseguinte, ao microcontrolador do módulo
decisório, um filtro passa-faixa foi desenvolvido. Trata-se de um filtro ativo
sintonizado em 60 Hz, freqüência de operação adotada no Brasil. As figuras 3.24 e
3.25 apresentam, respectivamente, o modelo de circuito implementado e a sua curva de
resposta em freqüência.
Figura 3.24 – Modelo do filtro PF implementado no projeto.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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80
Figura 3.25 - Curva de resposta em freqüência do filtro PF.
Segundo [41], a freqüência de sintonia do circuito (f
0
) pode ser obtida pela
seguinte relação:
210
.
cc
fff =
(3.9)
Sendo:
f
c1
= Freqüência de corte inferior;
f
c2
= Freqüência de corte superior;
f
0
= Freqüência de sintonia do filtro.
Para que
f
0
corresponda a 60 Hz, conforme desejado, adotou-se fc1 e fc2 iguais
a, respectivamente, 46,9 Hz e 76,9 Hz. Deste modo, tem-se:
0
46,9.76,9 60, 06f ==
Hz
Por conseguinte, a largura de banda (BW) é dada por:
76,9 46,9 30BW
=
−=
Hz
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
81
Assim, as freqüências excedentes à faixa de passagem do filtro serão ceifadas,
otimizando a coleta de sinal de corrente para avaliação do MCU. A figura 3.26(a), (b),
(c) e (d) apresenta o comportamento do circuito de filtragem mediante a injeção de
diferentes freqüências adicionais, ou seja, além da freqüência de 60 Hz do sinal
naturalmente produzida pelo TC.
(a)
(b)
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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82
(c)
(d)
Figura 3.26 – Simulações computacionais do circuito de filtragem do sinal do TC.
(a) Sem nenhuma freqüência adicional;
(b) Com freqüências adicionais de 180 e 300 Hz;
(c) Com freqüência adicional de 180 e 420 Hz;
(d) Com freqüência adicional de 540 e 2400 Hz.
Os gráficos da figura anterior apresentam o sinal de entrada (azul) em forma de
tensão. Como a corrente no secundário do TC pode atingir, no máximo, 20 mA, a
maior tensão de entrada do filtro será sempre de 100 mV. Vale salientar ainda que, a
amplitude da tensão filtrada na saída do dispositivo (vermelha) foi projetada para ser,
aproximadamente, 17 vezes maior que a da entrada. Isto é justificado pela necessidade
de adequação da amplitude do sinal proveniente do transdutor às características do
retificador de onda completa que recebe o sinal de saída do filtro.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
83
e) Retificador de onda completa
O esquema elétrico do retificador de precisão de onda completa utilizado no
módulo decisório segue uma configuração equivalente à do circuito apresentado no
módulo anterior, exceto pelo fato de que sua saída é subdividida em duas: uma não é
alisada por capacitor eletrolítico e a outra sim. O presente circuito é destinado à
retificação do sinal proveniente do transdutor de corrente, devidamente filtrado, a fim
de fornecer ao microcontrolador o subsídio necessário para verificar, tanto se a
corrente foi “zerada” no intervalo de comutação entre duas chaves (através da
retificação sem alisamento) quanto se ocorreu algum curto-circuito na carga
(retificação com alisamento).
A figura 3.27 mostra um exemplo de retificação baseado no caso (d) da figura
anterior e comprova que não houve propagação de distorções ao longo do circuito de
controle eletrônico. Ressalte-se que a queda na amplitude da tensão retificada alisada
(verde claro) é devida ao divisor resistivo posicionado entre a saída do retificador
(verde escuro) e o capacitor eletrolítico.
Figura 3.27 - Retificação do sinal filtrado do TC.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
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84
f) Microcontrolador
Dispondo dos sinais, devidamente condicionados, provenientes do TP e do TC,
o microcontrolador do módulo decisório tem todas as informações necessárias para
estabelecer as diretivas à comutação segura dos taps. Novamente, o dispositivo
escolhido para esta função foi o PIC18F2525, pois, em virtude das características
anteriormente apresentadas, possui totais condições de desempenhar uma eficiente
operação do controle decisório.
A participação do módulo decisório no controle eletrônico do RT tem uma única
tônica: primar pela segurança antes, durante e depois do acionamento de um
determinado tap. E esta razão, por si só, já representou um motivo suficientemente
grande para o desmembramento do presente módulo em relação ao anterior, uma vez
que isto proporcionaria maior eficiência para ambos.
O módulo decisório começa sua atuação acionando o tap central (00) durante
um segundo. Por esta razão, pode ser concebido como o motor de partida do controle
eletrônico. Feito isso, tem início a seqüência de ações do microcontrolador,
entremeando verificações de comando do módulo de leitura RMS, checagem de zeros
de corrente, busca por zeros de tensão e checagem de níveis de curto-circuito,
conforme será visto a seguir.
Feito o acionamento de partida do tap 00, ação executada uma única vez, o
módulo decisório aguarda pelo comando do módulo de leitura RMS determinando o
tap a ser acionado. Na verdade, antes que as chaves que compõem o referido tap sejam
de fato energizadas, mais duas confirmações de comando serão requeridas. O objetivo
disto é evitar rebatimentos de tap decorrentes de oscilações exacerbadas na tensão da
fonte, o que poderia gerar transitórios e desgastes em todo o equipamento.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
85
A checagem de zeros de corrente é realizada a partir da conversão A/D do sinal
retificado do TC. Ao todo, são armazenadas 96 amostras, coletadas a cada 85 µs,
totalizando um período de digitalização de 8,16 ms. Tal verificação é realizada sempre
que um comando de desligamento de taps for utilizado, objetivando comprovar o corte
na alimentação da carga.
Encontrados os zeros de corrente, o caminho está aberto para o acionamento do
tap que regulará a tensão na carga. Porém, se esta fosse re-injetada em qualquer
instante, a dissipação de potência nas chaves poderia aumentar significativamente,
sobretudo quando a regulação ocorresse próximo ao valor de pico da referida grandeza.
Dependendo da carga, os resultados seriam desastrosos, não somente para os tiristores,
mas para todo o sistema influenciado pelo RT. Assim, a busca do MCU por zeros
(pontos de inflexão do sinal senoidal) é crucial para localizar o momento mais
oportuno à concretização do ajuste de tensão.
Uma vez acionado o tap regulador, o módulo decisório lhe garante uma
permanência mínima de 25 ms, o que corresponde a um ciclo e meio da rede elétrica.
Após este período ocorre uma checagem de curto-circuito na carga, a qual é realizada a
partir de uma rápida conversão A/D. A digitalização, agora, é realizada sobre o sinal
retificado e alisado proveniente do TC. São coletadas apenas 5 amostras, separadas por
23 µs, totalizando um período de 115 µs (0,7% do ciclo da rede). Desta feita, o código
interpretará que houve um curto sempre que o sinal digitalizado suplantar o nível de
1,4 Volts. A partir daí, medidas cautelares de emergência deverão ser tomadas, como,
por exemplo, o acionamento de um estágio by-pass ou o desligamento de todos os taps
por um determinado período.
Como será visto na seqüência, o
firmware do módulo decisório permanecerá em
operação cíclica no último estágio apresentado (acionamento de tap com permanência
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
86
mínima e checagem de curto-circuito) até que receba um novo comando de comutação
provindo do módulo de leitura RMS.
3.3.3- ESTRUTURA DE FIRMWARE
O firmware do módulo decisório é parte integrante do mecanismo de
Inteligência Artificial do controle eletrônico do RT. A fim de esclarecer, passo a
passo, a operação seqüenciada do referido código, o fluxograma da figura 3.28 foi
desenvolvido.
Figura 3.28 - Fluxograma operacional do módulo decisório.
Os itens abaixo descrevem todos os procedimentos desenvolvidos no código e
tornam mais evidente as operações do fluxograma:
Passo 01 (Início): A tensão na carga é nula e no controle inteligente são
aplicadas as configurações iniciais do dispositivo. As variáveis locais e globais
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
87
são “setadas” e todas as saídas permanecem sem informações. Vale ressaltar
que este passo é executado somente no instante inicial da execução do código e
tem duração extremamente rápida (alguns poucos microssegundos);
Passo 02 (Aciona tap 00): O tap central é inicialmente acionado por 1 s, sendo
este tempo adequado às condições de inicialização do ambiente e da carga a ser
controlada;
Passo 03 (Identifica comando de comutação): É feita a identificação do
comando enviado pelo módulo de leitura RMS sobre o tap a ser acionado;
Passo 04 (Decisão 1: Comando identificado?): Na primeira verificação o
código averigua se de fato o comando do módulo de leitura pôde ser
identificado. Em caso afirmativo, o programa segue para o passo 06; senão, é
direcionado ao passo 05;
Passo 05 (Medida cautelar): Esta medida corresponde a qualquer tipo de ação
destinada a proteger a carga ou mesmo todo o sistema envolvido na operação,
como, por exemplo, o desligamento das chaves condutoras dos taps, o
acionamento do tap central ou ainda o acionamento de uma unidade
by-pass;
Passo 06 (Desliga taps): Todos os taps são desligados por um período fixo
mínimo de 3 ms;
Passo 07 (Amostragem e digitalização do sinal do TC):
O sinal de tensão
proveniente do transdutor de corrente começa a ser digitalizado segundo
parâmetros do microcontrolador (MCU). Este procedimento está ajustado para
durar 8,16 ms, sem contar o tempo de localização dos zeros de tensão;
Passo 08 (Sinal senoidal armazenado): Os dados digitalizados são
armazenados em dois vetores: um vetor de 5 posições para armazenamento do
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
88
nível de curto-circuito e outro de 96 posições destinado ao armazenamento dos
“zeros” de corrente;
Passo 09 (Decisão 2: Curto-circuito detectado?): A partir do que foi
digitalizado, a primeira ação é identificar a presença de curto-circuito no
sistema. Se esta busca obtiver resultado positivo, uma medida cautelar (vide
passo 05) deverá ser tomada; senão, o programa segue para o passo 10;
Passo 10 (Decisão 3: Nº de zeros >= LIMITE e Última amostra = 0?): Antes
de realizar o acionamento do tap que regulará satisfatoriamente a tensão na
carga, o código-fonte precisa certificar-se de que o tap que até então garantia a
alimentação da mesma já não o faz mais. Assim, através da digitalização feita
nos passos 07 e 08, o programa verifica se a corrente de fato “zerou” após o
desligamento dos taps (passo 06). Uma vez comprovado isto, o programa segue
para o passo 12; caso contrário segue para o passo 11. Essa averiguação é feita
pela imposição de duas condições: a quantidade de zeros deve ser maior ou
igual ao LIMITE (90 pontos – 93,75% do total) e a última amostra lida deve ser
identificada como um zero;
Passo 11 (Aguarda tempo extra):
Este bloco tem a finalidade de oferecer um
tempo adicional (1 ms mais o tempo descrito no passo 07) ao processo de corte
de corrente na carga, de modo que o novo tap possa ser acionado com total
segurança. Na seqüência, o programa será imediatamente redirecionado ao
passo 04;
Passo 12 (Decisão 4: Zero de tensão?):
O código-fonte passará a buscar um
zero de tensão para que se possa determinar de fato o acionamento de um tap
regulador. A busca tem seguimento até localizar o zero mais próximo, momento
em que o programa é direcionado ao passo 13;
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
89
Passo 13 (Decisão 5: Comando alterado?): Apesar da velocidade de execução
do código ser bastante rápida faz-se necessário verificar se o comando
anteriormente atestado pelos passos 03 e 04 ainda permanece o mesmo. Em
caso afirmativo, o programa é direcionado ao passo 14; senão, retrocede ao
passo 03;
Passo 14 (Decisão 6: Curto-circuito detectado?): É feita uma nova checagem
preventiva contra curtos-circuitos, similarmente ao que se procedeu no passo
09. Se esta busca obtiver resultado positivo, uma medida cautelar (passo 05)
deverá ser tomada; senão, o programa segue para o passo 15;
Passo 15 (Aciona tap regulador): Agora um tap já pode ser efetivamente
acionado, seja de abaixamento (1A e 2A), de elevação (1E até 6E) ou o central
(00). Este procedimento é garantido por um tempo mínimo de 25 ms.
Transcorrido este período, o programa é redirecionado ao passo 13,
estabelecendo um loop de checagens de curtos-circuitos (ciclo sim, ciclo não) e
permanecendo sem nenhum tipo de desligamento das chaves procedido pelo
programa, a menos que as condições impostas nos passos 13 ou 14 sejam
violadas.
Capítulo III - Projeto e Desenvolvimento do Controle Eletrônico
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
90
3.4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente capítulo, a unidade de controle eletrônico do RT foi apresentada e
analisada através de seus dois módulos: o de leitura RMS e o decisório. Conforme o
teor aqui exposto, o emprego de microcontroladores em ambos exerceu papel de
destacada relevância na manutenção da proposta de controle autônomo e inteligente.
Entretanto, a comunicação do universo programável dos PICs (firmwares) com o
sistema de distribuição de energia que mantém as cargas em operação só pode ser
realizada mediante circuitos de condicionamento de sinal. Desta feita, as
características relevantes dos hardwares projetados para este propósito foram
explanadas, como seus modos de operação, equações, curva de resposta e
comportamentos gráficos. E o que se tem aqui é uma combinação entre dispositivos
analógicos e digitais, objetivando sempre manter um alto padrão de confiabilidade do
controle do regulador de tensão durante as rápidas correções de VTCD’s.
91
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
CAPÍTULO IV
RESULTADOS EXPERIMENTAIS DA
APLICAÇÃO DO CEI
4.1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Uma vez apresentada toda a estrutura do RT eletrônico, desde a sua
contextualização no ensejo da regulação de tensão até o desenvolvimento do controle
eletrônico proposto (contribuição efetiva deste trabalho), o presente capítulo será
dedicado, então, à amostragem de resultados obtidos experimentalmente, tanto em BT
(laboratórios da UFU) quanto em MT (dependências do LACTEC).
4.2- ENSAIOS EM BAIXA TENSÃO (BT)
A fim de comprovar todos os aspectos operacionais do RT com comutação
eletrônica de taps, três ensaios foram elaborados. O primeiro é destinado à avaliação
do impacto do sistema de regulação sobre a carga, de modo que somente a tensão e a
corrente solicitadas pela mesma através do tap de regulação adequado foram
observadas. O segundo revela as formas de onda da tensão na fonte e na carga ao
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
92
mesmo tempo em que mostra a corrente desta última por duas vias (o tap central e o
tap de regulação), atestando a eficiência do sistema de comutação de taps, tanto no que
se refere à velocidade de regulação quanto no que tange à prevenção de curtos-
circuitos. O terceiro e último ensaio apresenta não somente as formas de onda das
grandezas em questão, mas também, e principalmente, o comportamento da tensão
RMS da carga em relação à fonte durante a ocorrência dos sags e swells induzidos no
laboratório (sempre com duração de 12 ciclos ou 200 ms). As figuras 4.1(a) e (b)
mostram, respectivamente, uma visão geral do sistema de teste proposto e a fonte
geradora de tensão CA da HP que desempenha o papel da distribuidora de energia,
sendo capaz de produzir com perfeição, dentre outras coisas, os dois tipos de VTCD’s
aqui observáveis.
(a)
(b)
Figura 4.1 – Sistema de regulação proposto para os testes em BT.
(a) Visão geral do RT com CEI;
(b) Fonte geradora de tensão CA da HP.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
93
4.2.1- ENSAIO DE IMPACTO SOBRE A CARGA
Com o objetivo de avaliar o impacto das propostas de contagem de zeros de
corrente e regulação em zeros de tensão, uma bateria inicial de ensaios foi elaborada.
Em um primeiro momento, visando evidenciar o fato já comentado de elevação da
potência consumida nas chaves, a metodologia de re-inserção da tensão na carga em
pontos de inflexão (zeros) foi extirpada dos resultados apresentados a seguir. Além
disso, a retirada deste procedimento facilita a visualização do período de desligamento
da tensão (cerca de 10 milisegundos), sobretudo quando cargas resistivas são
empregadas. Note-se ainda que, quanto à corrente, independentemente do tipo carga, a
filosofia de contagem de zeros durante o desligamento dos taps foi implementada com
êxito.
Os resultados aqui propostos decorrem da aplicação da metodologia de
regulação da tensão sobre quatro tipos de cargas (duas lâmpadas em série, um
osciloscópio digital, um computador e um motor de indução monofásico), conforme
considerações subseqüentes.
a) Primeiro Ensaio: 02 Lâmpadas em Série
Para as figuras abaixo foram coletadas a tensão (azul) e a corrente (laranja) na
carga, sendo que esta última foi tomada somente após o corte de tensão na carga (no
tap regulador), pois o objetivo principal é mostrar a característica do desligamento
momentâneo de cerca de 10 milisegundos. Como a carga é puramente resistiva, o
período de desligamento permaneceu bastante evidente para todos os 05 casos
(elevação em 10, 20, 30% e abaixamento em 5 e 10%) que se seguem.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
94
Figura 4.2 - Elevação da tensão em 10%.
Figura 4.3 - Elevação da tensão em 20%.
Figura 4.4 - Elevação da tensão em 30%.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
95
Figura 4.5 - Abaixamento da tensão em 5%.
Figura 4.6 - Abaixamento da tensão em 10%.
b) Segundo Ensaio: 01 Osciloscópio Digital
Para o segundo ensaio novamente estão sendo apresentadas a tensão (azul) e a
corrente (laranja) na carga, sendo que mais uma vez esta última somente foi coletada
no tap regulador (conduz após corte de tensão). Note-se aqui um comportamento
diferenciado das duas grandezas em questão em relação ao caso anterior em
decorrência de uma distinta modelagem de carga.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
96
Figura 4.7 - Elevação da tensão em 5%.
Figura 4.8 - Elevação da tensão em 10%.
Figura 4.9 - Elevação da tensão em 15%.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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97
Figura 4.10 - Elevação de tensão em 20%.
Figura 4.11 - Elevação da tensão em 25%.
Figura 4.12 - Elevação da tensão em 30%.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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98
Figura 4.13 - Abaixamento da tensão em 5%.
Figura 4.14 - Abaixamento da tensão em 10%.
c) Terceiro Ensaio: 01 Computador (Desktop)
Neste ensaio, além das grandezas medidas nos experimentos anteriores, coletou-
se a corrente drenada pela carga antes do procedimento de correção, ou seja, através do
tap central. Isto foi feito para mostrar que após a comutação de tap há uma troca
efetiva de caminho no circuito que alimenta a carga. Em outras palavras, a atuação do
tap central é substituída pela de um tap regulador. Assim, para as figuras subseqüentes,
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
99
o sinal em azul corresponde à tensão na carga e os sinais em laranja e verde
correspondem, respectivamente, à corrente no tap central e à corrente no tap regulador.
Figura 4.15 - Elevação da tensão em 5%.
Figura 4.16 - Elevação da tensão em 10%.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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100
Figura 4.17 - Elevação da tensão em 15%.
Figura 4.18 - Elevação da tensão em 20%.
Figura 4.19 - Elevação da tensão em 25%.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
101
d) Quarto Ensaio: 01 Motor de Indução Monofásico
Para a medição mostrada na figura a seguir, empregou-se um motor de indução
monofásico como carga, para o qual se tem as seguintes características:
Fabricante: Kohlbach (modelo P56);
Dados de placa:
o CV: 1,0
o V: 110/220;
o A: 15/7,5
o RPM: 3480;
o Isol.: B;
o Hz: 60
Figura 4.20 - Elevação da tensão em 10%.
Para esta situação, tem-se a tensão (azul) e a corrente (verde) no tap de
regulação, ambas coletadas sobre a carga, ressaltando ainda que foi aplicado neste
ensaio a busca por zeros de tensão da fonte, além da contagem de zeros de corrente.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
102
Este resultado se mostra significativo para a questão da continuidade da tensão
aplicada à carga. Isto é, a força contra eletromotriz é capaz de manter durante certo
período uma diferença de potencial suficiente para garantir a operação do sistema.
4.2.2- ENSAIO DE AVALIAÇÃO DA COMUTAÇÃO
Diferentemente da primeira bateria de ensaios, o princípio de re-inserção em
zeros da tensão corrigida sobre a carga será sempre considerado de agora em diante.
Vale ressaltar ainda que, nesta segunda etapa, o tempo de confirmação do comando de
comutação de tap recebido do módulo de leitura RMS pelo decisório é de meio ciclo.
O gráfico da figura 4.21 ilustra o desligamento de uma chave condutora e o
acionamento de uma outra com variação da tensão em 20% tendo um computador
convencional (desktop) como carga. Mostra-se aqui o detalhe do período de
desligamento da tensão da carga (laranja) em relação à fonte da HP (azul). Como é
possível perceber, após o corte efetuado o novo tap foi acionado com grande precisão
em relação ao zero da tensão de fornecimento (HP), corroborando com o êxito da
metodologia de busca de zeros. A base de tempo é de 10 ms.
Figura 4.21 - Detalhe do corte da tensão na carga e posterior re-inserção em zero.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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103
Os resultados apresentados na seqüência condizem com a aplicação integral de
toda a metodologia de controle apresentada no capítulo 3 (situação que também será
verificada no item 1.2.3). A composição de carga é dada entre um freezer, um
computador e duas lâmpadas em série. Há ainda a inserção, no segundo caso, de um
banco de capacitores de 10 µF em paralelo, utilizado para conferir um caráter mais
capacitivo à mesma. Em ambas as figuras, tem-se a tensão da fonte em laranja, a
tensão da carga em azul, a corrente no tap central em vermelho e a corrente no tap
regulador em verde. A escala de tempo é de 10 ms e a tensão nominal é de 220 V
RMS
.
(a)
(b)
Figura 4.22 – Elevação de tensão em 5%.
(a) Sem banco de capacitores;
(b) Com banco de capacitores.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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104
4.2.3- ENSAIO DE AVALIAÇÃO DA TENSÃO RMS
Além das avaliações sobre as formas de onda das tensões e correntes pertinentes
ao sistema de testes, serão considerados a partir de agora os comportamentos das
tensões RMS da fonte e da carga, de modo a propiciar uma noção ainda mais clara
sobre o impacto da atuação do RT eletrônico mediante sags e swells com tempo de
duração fixado em 200 ms (12 ciclos da rede elétrica). Contudo, diferentemente do
caso anterior, o tempo de confirmação do comando de comutação recebido do módulo
de leitura RMS pelo decisório é agora de um ciclo. E este tempo pode ser verificado
durante a efetivação da regulação por parte do controle eletrônico nos gráficos
mostrados a seguir, para os quais se têm a tensão na fonte em azul, a tensão na carga
em laranja e a corrente na carga (medida não nos taps, mas diretamente sobre ela) em
verde. Vale salientar ainda que a tensão RMS da fonte foi obtida com base nas leituras
armazenadas em disco pelo software de aquisição mostrado na figura 3.19 do capítulo
anterior, enquanto que o valor RMS da tensão na carga foi estimado a partir dos dados
oscilografados.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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105
(a)
(b)
Figura 4.23 – Elevação de tensão em 5%.
(a) Formas de onda;
(b) Valores RMS.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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106
(a)
(b)
Figura 4.24 – Elevação de tensão em 10%.
(a) Formas de onda;
(b) Valores RMS.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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107
(a)
(b)
Figura 4.25 – Elevação de tensão em 15%.
(a) Formas de onda;
(b) Valores RMS.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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108
(a)
(b)
Figura 4.26 – Elevação de tensão em 20%.
(a) Formas de onda;
(b) Valores RMS.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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109
(a)
(b)
Figura 4.27 – Elevação de tensão em 25%.
(a) Formas de onda;
(b) Valores RMS.
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110
(a)
(b)
Figura 4.28 – Elevação de tensão em 30%.
(a) Formas de onda;
(b) Valores RMS.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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(a)
(b)
Figura 4.29 – Abaixamento de tensão em 5%.
(a) Formas de onda;
(b) Valores RMS.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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112
(a)
(b)
Figura 4.30 – Abaixamento de tensão em 10%.
(a) Formas de onda;
(b) Valores RMS.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
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113
Antes e durante os ciclos iniciais do fenômeno de variação da tensão o tap
central é o responsável por manter a carga em operação. Esta situação se modifica logo
após o primeiro procedimento de regulação, fazendo com que o tap central seja
substituído pelo tap de regulação adequado. Entretanto, quando a tensão da fonte
retorna ao seu valor nominal há uma variação oposta sobre alimentação da carga,
exatamente no mesmo percentual do estágio regulador, obrigando o RT a proceder ao
re-ingresso do tap central em detrimento do anterior. Como visto, esta operação pode
durar de três a quatro ciclos.
Figura 4.31 - Curva ITIC.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
114
A curva ITIC mostrada na figura 4.31 (anterior) determina os períodos médios
de duração das variações percentuais de tensão suportadas por diversos tipos de cargas
sensíveis. Relacionando este gráfico com as taxas de regulação do RT eletrônico é
possível observar que, para os casos de elevação da tensão, somente nas variações de
25 e 30% sobre o valor nominal da mesma o procedimento de re-ingresso do tap
central fere o tempo máximo de suportabilidade proposto. Deve-se salientar, todavia,
que o mesmo não ocorre durante a inserção do tap regulador, posto que a
recomendação gráfica foi prontamente atendida em todos as situações de regulação.
Nos casos de abaixamento da tensão, não houve qualquer tipo de divergência entre a
ação do regulador e os limites temporais do gráfico, tanto no ingresso do tap de
regulação quanto no re-ingresso do tap central.
Atualmente, estudos vêm sendo desenvolvidos pelo núcleo de Qualidade de
Energia da Universidade Federal de Uberlândia no sentido de comprovar que a
suportabilidade de diversas cargas, em especial as utilizadas nos ensaios aqui
propostos, superam os limites impostos pela curva ITIC. Deste modo, eletrodomésticos
e eletro-eletrônicos estão sendo submetidos a sobretensões e afundamentos de elevada
amplitude, a fim de que um documento formal possa ser elaborado e divulgado à
comunidade acadêmica de interesse. Independentemente disto, a análise dos gráficos
de formas de onda das figuras 4.27 e 4.28 revela que não houve queima dos
equipamentos utilizados no ensaio, posto que a alimentação dos mesmos (tensão e
corrente) foi mantida após o re-ingresso do tap central.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
115
4.3- ENSAIOS EM MÉDIA TENSÃO (MT)
Para que o RT com controle eletrônico inteligente pudesse ser avaliado
mediante tensões e correntes elevadas, impraticáveis na estrutura laboratorial da UFU,
o Laboratório de Alta Tensão do LACTEC (Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento) foi contratado pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento firmado
entre a Elektro Eletricidade e Serviços S.A., a Toshiba do Brasil S.A. e a Universidade
Federal de Uberlândia. As figuras 4.32(a) e (b) apresentam, respectivamente, a
montagem elaborada para os testes em média tensão com e sem carga (reator).
(a)
(b)
Figura 4.32 – Estrutura montada para os ensaios em média tensão.
(a) Com carga;
(b) Sem carga.
Capítulo IV - Resultados Experimentais da Aplicação do CEI
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
116
Neste sentido, alguns ensaios foram propostos e realizados de 23 a 27 de
outubro de 2006 com o objetivo de validar o modelo de regulador de tensão proposto.
Os testes desenvolvidos submeteram o sistema a tensões em torno de 4 kV e 5 kV,
visando checar os percentuais de tensão nos taps reguladores e as correntes drenadas
pela carga através do tap 2A. Saliente-se ainda que, em operação de abertura e
fechamento do mesmo tap, a corrente chegou a atingir o patamar de 200 A.
4.4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os ensaios apresentados revelaram o comportamento satisfatório do RT com
controle eletrônico inteligente mediante a proposta de rápida regulação da tensão sem
prejuízo ou comprometimento das cargas mantidas pelo sistema de distribuição. O
baixo nível de transitórios e distorções durante as operações de comutação de taps
revelou o êxito dos princípios de checagem de zeros de corrente e correção em zeros
de tensão no referente à manutenção da qualidade do fornecimento durante a
eliminação dos VTCD’s.
Como evidenciaram os ensaios de BT, logo após a incidência de um dado
afundamento de tensão sobre o suprimento da carga, uma sobretensão indesejada é
imposta à mesma, permanecendo vigorante até que o controle eletrônico atue mais uma
vez, ou seja, após três ou quatro ciclos da rede elétrica. Apesar deste fato não
comprometer a idoneidade dos princípios então propostos, estudos já estão sendo
realizados no sentido de que a tensão no primário do TP seja coletada junto à carga ao
invés da fonte. Esta decisão pode eliminar o “efeito colateral” exposto, porém deverá
ocasionar algumas reformulações na lógica operacional do controle eletrônico.
117
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES
Apesar das considerações de fechamento apresentadas em cada um dos
capítulos anteriores, serão reunidas aqui as informações de maior relevância que foram
tratadas ao longo desta dissertação, de modo a perfazer uma síntese geral sobre o RT
no contexto da regulação de tensão. Foram destacadas, sobretudo, as características do
controle eletrônico que fazem do regulador em questão um equipamento inteligente,
além de alguns pontos de avanço para desenvolvimentos futuros.
O capítulo I apresentou uma introdução sobre o universo de regulação da
tensão, ressaltando dois dos problemas na qualidade da energia entregue aos
consumidores (voltage sags e voltage swells) e algumas das soluções que vêm sendo
apresentadas ao longo dos anos no Brasil e no mundo, incluindo, obviamente, o
regulador de tensão com controle eletrônico inteligente (CEI). A abordagem feita
sobre o uso ascendente de cargas mais sensíveis às variações de tensão de curta
duração, apontando para estudos que demonstram o acentuado impacto financeiro
ocasionado por tais fenômenos, representa a principal razão para o contínuo
investimento despendido em pesquisas científicas, tanto nas avaliações de
suportabilidade de diversas cargas quanto nos desenvolvimentos de equipamentos
dinâmicos de correção da tensão.
Capítulo V - Conclusões
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
118
Uma vez elucidado o contexto de atuação dos equipamentos de mitigação de
VTCD’s, o capítulo II açambarcou a tarefa de apresentar, a partir de um histórico de
desenvolvimento dos reguladores de tensão no Brasil, uma visão geral do RT
propriamente dito. Através de uma estrutura em diagrama de blocos, as unidades
modulares que o constituem puderam ser explanadas e analisadas com o grau de
aprofundamento necessário, demonstrando a interconexão entre as mesmas e com o
sistema de distribuição de energia. Além disso, a riqueza do material fotográfico
exibido conferiu uma visão clara e concisa do protótipo desenvolvido.
Conforme apontamentos realizados em diversas partes da dissertação, o
desenvolvimento de um controle eletrônico inteligente caracterizou-se como sendo a
efetiva contribuição deste trabalho ao processo de regulação dinâmica da tensão.
Assim sendo, o capítulo III foi integralmente dedicado à apresentação das
características, em termos de hardwares e firmwares, dos dois módulos integrados que
o constituem: o de leitura RMS e o decisório. Foi graças à elaboração destas duas
unidades controladoras que o RT ascendeu ao patamar de equipamento autônomo,
dinâmico, seguro e inteligente. Deve-se ressaltar, inclusive, a capacidade de correção
de sags e swells em um período de tempo que oscila entre 03 e 04 ciclos da rede
elétrica, já que se trata de um intervalo de ajuste pioneiro para esta modalidade de
regulador de tensão.
Finalmente, os resultados dos ensaios elaborados em baixa e média tensão
foram analisados no capítulo IV. Os procedimentos de correção foram expressos
através de gráficos de formas de onda e tensão RMS, evidenciando o comportamento
da tensão e da corrente nos equipamentos empregados como cargas mediante os
distúrbios induzidos em laboratório. Unindo a avaliação positiva dos gráficos
apresentados com o êxito nos testes em MT realizados no LACTEC, fica patente que o
Capítulo V - Conclusões
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
119
RT com controle eletrônico inteligente caracteriza-se, portanto, como um equipamento
avalizado à mitigação dos impactos elétricos e financeiros de VTCD’s sobre as
unidades consumidoras sujeitas a este tipo de fenômeno, aliando a isto a sua
simplicidade de operação e sua satisfatória relação custo-benefício.
Por se tratar de uma tecnologia em franca ascensão, é perfeitamente natural que
sejam vislumbrados alguns aprimoramentos não contemplados no escopo desta
pesquisa e que, por conseguinte, se apresentem como dignos motivadores de trabalhos
futuros, como o que se iniciará em agosto de 2007 entre a UFU e a CELG (Centrais
Elétricas de Goiás). São eles:
Substituição dos SCR’s (tiristores) por IGBT’s () na concepção do módulo
de chaves. Como os tiristores só podem ser abertos em zeros de corrente, cerca
de meio ciclo é desnecessariamente perdido durante toda e qualquer comutação
dos taps. Isso sem mencionar o fato de que possuem alguns dos maiores tempos
de acionamento (turn on) e desligamento (turn off) dentre os semicondutores.
Os IGBT’s, além de serem abertos em qualquer instante de tempo, podem ser
chaveados em elevadas freqüências, fato que abriria possibilidades ainda
melhores durante os procedimentos de correção de variações de curta duração;
Desenvolvimento de um módulo de monitoramento eletrônico trifásico. O
presente trabalho contemplou um sistema monofásico de correção da amplitude
da tensão fornecida à carga. Com um sistema trifásico, além de atender uma
diversidade maior de sistemas de energia, o RT eletrônico poderia ser utilizado
não somente na investigação de amplitude das fases, mas também de outros
fatores relacionados ao desequilíbrio e defasamento angular entre elas;
Desenvolvimento de um módulo de avaliação da freqüência do sistema. A
partir de um conversor tensão-freqüência, o impacto dinâmico de entrada e/ou
Capítulo V - Conclusões
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
120
saída de cargas em um dado sistema poderia ser avaliado. A partir disto,
estratégias de correção de freqüência poderiam ser implementadas com a
máxima autonomia e rapidez possível;
Monitoramento remoto de transformadores de distribuição. O controle
eletrônico do RT foi desenvolvido com base no monitoramento local da tensão da rede
via computador. Considerando a localização aérea do transformador, este tipo de
avaliação se torna inviável. Desta feita, o desenvolvimento de um link de rádio para
monitoramento remoto permitiria às concessionárias investigar, a quilômetros de
distância, o comportamento da tensão fornecida aos consumidores e interferir sobre a
operação do RT sempre que desejável, sem qualquer custo de deslocamento de
equipes de apoio.
121
Dissertação de mestrado Rodrigo Rimoldi de Lima
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